soberania divina - c. h. spurgeon

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SOBERANIA DIVINA Sermão (Nº. 77 ) Domingo, 04 d e Maio de 1856 REV. C. H. Spurgeon Capela de New Park Street, Southwark - Inglaterra “Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu?” – M ate us 20:15 O chefe de família diz: “Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu?” e o Deus dos céus e da terra te faz esta mesma pergunta nesta manhã. “Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu?” Não existe atributo de Deus que ofereça mais conforto aos seus filhos do que a doutrina da Soberania Divina. Nas circunstâncias mais adversas, nas mais severas inquietações, eles crêem que a Soberania ordenou as suas aflições, acreditam que ela as governa e os santificará completamente. Não existe outra coisa pela qual os filhos de Deus devam mais ardentemente contender do pelo assunto referente ao domínio de seu Mestre sobre toda a criação   a majestade de Deus sobre todas as obras de suas próprias mãos  e pelo assunto referente ao trono de Deus, e ao Seu direito de assentar-se sobre esse trono. Por outro lado, não há doutrina mais odiada pelos mundanos, nem uma verdade com a qual eles mais brincam do que a grande e estupenda, mas, todavia mui certa doutrina da Soberania do infinito Jeová. Os homens permitem que Deus esteja em qualquer lugar, exceto em Seu trono. Permitem que Ele esteja em Sua oficina, moldando os mundos e criando as estrelas. Permitem que Ele esteja em Sua entidade filantrópica para dispensar Suas esmolas e conceder Suas generosidades. Permitem que Ele mantenha firme a terra e sustenha os pilares dela, ou que ilumine as lâmpadas do céu, ou governo as ondas do oceano inquieto; porém, quando Deus ascende ao Seu trono, Suas criaturas então rangem os dentes; e, quando proclamamos um Deus entronizado , e Seus direitos de fazer o que quiser com o que é Seu, de dispor de Suas criaturas como considerar melhor, sem consultá- las a respeito do assunto, então, nesse momento somos vaiados e execrados, e os homens tapam os ouvidos para nós, porque o Deus que está em Seu trono não é o Deus que eles amam. Eles O amam em qualquer lugar, exceto quando Ele se assenta no trono, com Seu cetro em Suas mãos e Sua coroa sobre a cabeça. Mas é um Deus entronizado que amamos  pregar. É Deus sobre o Seu trono em quem confiamos. É Deus sobre o Seu trono de quem temos cantado esta manhã; e é Deus sobre o Seu trono de quem falaremos neste discurso. Tratarei somente, contudo, sobre a parte da Soberania de Deus, isto é, a Soberania de Deus na distribuição de Seus dons. Neste respeito creio que, Ele não somente tem o direito de fazer o que Ele quiser com o que é Seu, mas que, na realidade, exerce esse direito. Devemos assumir, antes de começar o nosso discurso uma coisa certa, a saber, que todas as bênçãos são dons e que não temos nenhuma reivindicação delas por nossos  próprios méritos. Penso que toda pessoa que considera os fatos concordará. E sendo isto admitido, nos esforçaremos para mostrar que Ele tem um direito, vendo que eles são Seus  para fazer o que Ele quiser com eles   reter deles totalmente como Lhe agradar   distribuir  para com todos eles se Ele escolher   dar a alguns e a outros não   dar a ninguém ou a todos, segundo pareça bom a Sua vista. “Não me é lícit o fazer o que quiser do que é meu?”  

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SOBERANIA DIVINA

Sermão (Nº. 77) Domingo, 04 de Maio de 1856REV. C. H. Spurgeon

Capela de New Park Street, Southwark - Inglaterra

“Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu?” – Mateus 20:15 

O chefe de família diz: “Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu?” e o Deus

dos céus e da terra te faz esta mesma pergunta nesta manhã. “Não me é lícito fazer o que

quiser do que é meu?” Não existe atributo de Deus que ofereça mais conforto aos seusfilhos do que a doutrina da Soberania Divina. Nas circunstâncias mais adversas, nas maisseveras inquietações, eles crêem que a Soberania ordenou as suas aflições, acreditam que

ela as governa e os santificará completamente. Não existe outra coisa pela qual os filhos deDeus devam mais ardentemente contender do pelo assunto referente ao domínio de seuMestre sobre toda a criação  – a majestade de Deus sobre todas as obras de suas própriasmãos – e pelo assunto referente ao trono de Deus, e ao Seu direito de assentar-se sobre essetrono. Por outro lado, não há doutrina mais odiada pelos mundanos, nem uma verdade coma qual eles mais brincam do que a grande e estupenda, mas, todavia mui certa doutrina daSoberania do infinito Jeová. Os homens permitem que Deus esteja em qualquer lugar,exceto em Seu trono. Permitem que Ele esteja em Sua oficina, moldando os mundos ecriando as estrelas. Permitem que Ele esteja em Sua entidade filantrópica para dispensar Suas esmolas e conceder Suas generosidades. Permitem que Ele mantenha firme a terra esustenha os pilares dela, ou que ilumine as lâmpadas do céu, ou governo as ondas dooceano inquieto; porém, quando Deus ascende ao Seu trono, Suas criaturas então rangemos dentes; e, quando proclamamos um Deus entronizado , e Seus direitos de fazer o quequiser com o que é Seu, de dispor de Suas criaturas como considerar melhor, sem consultá-las a respeito do assunto, então, nesse momento somos vaiados e execrados, e os homenstapam os ouvidos para nós, porque o Deus que está em Seu trono não é o Deus que elesamam. Eles O amam em qualquer lugar, exceto quando Ele se assenta no trono, com Seucetro em Suas mãos e Sua coroa sobre a cabeça. Mas é um Deus entronizado que amamos

 pregar. É Deus sobre o Seu trono em quem confiamos. É Deus sobre o Seu trono de quem

temos cantado esta manhã; e é Deus sobre o Seu trono de quem falaremos neste discurso.Tratarei somente, contudo, sobre a parte da Soberania de Deus, isto é, a Soberania de Deusna distribuição de Seus dons. Neste respeito creio que, Ele não somente tem o direito defazer o que Ele quiser com o que é Seu, mas que, na realidade, exerce esse direito.

Devemos assumir, antes de começar o nosso discurso uma coisa certa, a saber, quetodas as bênçãos são dons e que não temos nenhuma reivindicação delas por nossos

 próprios méritos. Penso que toda pessoa que considera os fatos concordará. E sendo istoadmitido, nos esforçaremos para mostrar que Ele tem um direito, vendo que eles são Seus

 para fazer o que Ele quiser com eles – reter deles totalmente como Lhe agradar  – distribuir 

 para com todos eles se Ele escolher  – dar a alguns e a outros não  – dar a ninguém ou atodos, segundo pareça bom a Sua vista. “Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu?” 

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Dividiremos os dons de Deus em seis classes. Primeiro, temos dos dons temporais ; em segundo lugar, os dons Intelectuais ; terceiro, os dons salvíf icos ; quarto, osdons honoríficos ; quinto, os dons úteis ; e em sexto lugar, os dons consoladores . De todoseles diremos:

“Não me é lícito fazer  o que quiser do que é meu?” 

I. Em primeiro lugar, então, observemos os DONS TEMPORAIS . É um fatoindisputável que Deus não tem, nas questões temporais, dado a todos os homens da mesmaforma; que Ele não tem distribuído a todas as Suas criaturas a mesma quantidade defelicidade ou a mesma posição na criação. Há uma diferença. Observe que diferença há noshomens pessoalmente (porque consideraremos os homens principalmente); um é nascidocomo Saul, que era mais alto do que todo o povo desde o ombro para cima  – outro vivetoda a sua vida como um Zaqueu  – um homem de baixa estatura. Uns tem uma estruturamusculosa e uma porção da beleza  –  outros são fracos, e estão longes de ter qualquer estilo, formosura. Quantos encontramos cujos olhos nunca se regozijaram na luz do sol,cujos ouvidos nunca ouviram os encantos da música, e cujos lábios nunca proporcionaramsons inteligíveis ou harmoniosos. Andai por toda a terra e achareis homens superiores avocês em vigor, saúde e estilo, e outros inferiores nestas mesmas coisas. Alguns dos queestão aqui são preferidos muito acima dos seus semelhantes em sua aparência exterior, ealguns são deixados de lado e não têm nada do que possam se gloriar na carne. Por queDeus tem dado beleza a um homem, e a outro não? A um todos os seus sentidos, e a outrosó uma parte deles? Porque, em alguns, tem despertado o senso de apreensão, enquantoque outros são obrigados a ter uma mente entorpecida e teimosa? Respondemos: que os

homens digam o que quiser, mas nenhuma resposta pode ser dada, exceto esta: “Sim, ó Pai,

 porque assim te aprouve”. Os antigos fariseus perguntaram: “Rabi, quem pecou, este ou

seus pais, para que nascesse cego?” Sabemos que não foi por causa dos pecados dos pais

nem do filho, que ele nasceu cego, ou que outros têm sofrido aflições similares, mas queDeus está agindo segundo Lhe agrada na distribuição dos benefícios terrenos e, dessaforma, diz ao mundo: “Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu?”.  

Observe também, na distribuição dos DONS INTELECTUAIS  , que diferençaexiste. Nem todos os homens são como Sócrates; há poucos como Platão; podemosdescobrir apenas aqui e ali um Bacon; apenas de vez em quando conversamos com um Sir Isaac Newton. Alguns têm um intelecto estupendo com o qual podem desatar grandesenigmas – sondar as profundezas do oceano  – medir a altura das montanhas  – dissecar osraios solares e pesar as estrelas. Outros têm apenas mentes superficiais. Podeis educá-los eeducá-los, mas nunca farão deles grandes homens. Vocês não podem melhorar o que nãoexiste. Eles carecem de gênio, e vocês não podem concedê-lo. Qualquer um pode ver quehá uma diferença inerente nos homens desde o próprio nascimento. Alguns, com uma

 pequena educação, sobrepujam aqueles que têm sido treinados de forma elaborada. Tomaidois garotos, educados na mesma escola, pelo mesmo mestre, e que se aplicam aos seusestudos com a mesma diligência mas, todavia, um deles superará o seu companheiro. Por 

que isto? Porque Deus tem declarado Sua soberania tanto sobre o intelecto como sobre ocorpo. Deus não nos tem feito a todos da mesma forma, mas tem diversificado os Seusdons. Um homem é eloquente como Whitefield; outro gagueja ainda que tenha que falar 

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apenas três palavras de sua língua materna. O que faz estas variadas diferenças entrehomem e homem? Respondemos: devemos atribuir tudo isto à Soberania de Deus, que fazo que quer com o que é Seu.

 Notai, novamente, que diferenças há nas condições dos homens neste mundo .Mentes poderosas são de vez em quando descobertas em homens cujos membros estão

vestindo as correntes da escravidão, e cujas costas são oferecidas ao chicote – eles têm pelenegra, mas são no intelecto vastamente superiores aos seus brutais senhores. Assim,também, na Inglaterra; encontramos homens sábios frequentemente pobres, e homens ricosraramente não são ignorantes e vãos. Um vem a este mundo para ser ataviado com a

 púrpura imperial  – outro nunca vestirá senão a humilde vestimenta de um camponês. Umtem um palácio para morar e colchão de penugem para o seu repouso, enquanto outrosencontram senão um lugar duro de descanso, e nunca terá um cobertor mais suntuoso doque as palhas de sua cabana. Se perguntarmos a razão disto, a resposta ainda é: “Sim, ó

Pai, porque assim te aprouve”. Assim, de outras maneiras você poderá observar na

 passagem pela vida como a soberania se manifesta. A um homem Deus dá uma vida longae uma saúde uniforme, para que ele dificilmente conheça o que é ter dias de enfermidade,enquanto outros cambaleiam através do mundo e encontram um túmulo a quase todo passo,sentindo milhares de mortes ao temer uma. Um homem, mesmo na extrema idadeavançada, como Moisés, tem os seus olhos não turvados; e embora seu cabelo sejagrisalho, ele permanece tão firmemente sobre os seus pés como quando era um jovem nacasa de seu pai. Onde, novamente perguntamos, está a diferença? E a única respostaadequada é: é o efeito da Soberania de Jeová. Encontrareis, também, que alguns homenssão tirados na aurora de sua vida  – na flor da juventude – enquanto outros vivem além dossetenta anos. Uma parte antes de alcançar o primeiro estágio de existência, e outro tem suavida prolongada até que se torne totalmente um fardo; devemos, eu compreendo,necessariamente traçar a causa de todas estas diferenças na vida ao fato da Soberania deDeus. Ele é o Governador e Rei, e não fará o que quer com o que é Seu?

Passemos deste ponto – mas antes devemos parar só um momento para aperfeiçoá-lo. Oh tu que tens sido dotado com uma nobre estrutura, um corpo formoso, não te gloriesnisto, porque teus dons vêm de Deus. Não te glories, porque se o fazes, tua formosuradesaparecerá num momento. As flores não se gloriam de sua beleza; não exultai, vós,filhos da formosura; e oh!, vós, filhos da força e do intelecto, lembrem-se, que o que

vocês têm foi concedido por um Senhor Soberano; Ele criou; Ele pode destruir. Não hámuitos passos entre a poderosa inteligência e o idiota mais desvalido  –  os pensamentos profundos beiram a insanidade. Seus cérebros podem num momento ser golpeados, e daquiem diante serem destinados a viver como loucos. Não te glories de tudo o que conheceis,

 porque até mesmo o menor conhecimento que tem, te foi dado. Portanto, digo, não teenalteça sobremaneira, mas use para Deus o que Deus te deu, porque é um dom real, e tunão deves o colocar de lado. Mas se o Soberano Senhor tem te dado um talento, e nãomais, não o enterre num lençol, mas use-o bem, e então, pode ser que Ele te dê mais.Bendiga a Deus, tu que tens mais do que os outros, e Lhe agradeça também que tenha lhedado menos do que os outros, porque tu tens menos o que carregar sobre os teus ombros; ecomo o teu fardo é mais leve, menos gemereis em vosso caminho para a terra melhor.

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Bendiga a Deus, então, se possui menos do que teus companheiros, e veja Sua bondadetanto no reter como no conceder.

II. Em tudo quanto temos dito aqui, provavelmente a maioria está de acordo conosco; mas,quando chegamos ao segundo ponto, OS DONS SALVÍFICOS , um grande número de

 pessoas ficará contra nós, porque não podem receber nossa doutrina. Quando aplicamosesta verdade com respeito à Soberania Divina na salvação dos homens, então, encontramosos homens se levantando para defender os seus semelhantes, a quem eles consideram

 prejudicados pela predestinação de Deus. Porém, nunca ouvi de homens se levantando pelodiabo; e, todavia, creio que se algumas das criaturas de Deus tivessem direito de queixar-sede Seus tratamentos, estas seriam os anjos caídos. Pelo seu pecado, eles foramarremessados do céu imediatamente, e não lemos de qualquer mensagem de misericórdiaque tenha sido enviada a eles. Uma vez lançados fora, sua condenação foi selada; enquantoque aos homens Deus deu uma trégua, foi enviada redenção a seu mundo, e um grande

número deles foram escolhidos para vida eterna. Por que não contender com a Soberaniatanto num caso como no outro? Afirmamos que Deus escolheu um povo dentre a raçahumana, e Seu direito de assim fazer é negado. Mas eu pergunto: porque não se discuteigualmente o fato de Deus ter escolhido homens e não anjos caídos, ou Sua justiça emfazer tal escolha? Se a salvação fosse uma questão de direito, certamente os anjos teriamdireito de reivindicar misericórdia tanto como os homens. Não estavam assentados numadignidade mais do que igual? Pecaram mais? Cremos que não. O pecado de Adão foi tãodeliberado e completo, que não podemos supor um pecado maior do que o que elecometeu. Se os anjos que foram expulsos do céu tivessem sido restaurados, não haveriam

 prestado maior serviço a Seu Criador, do que o que nós jamais poderemos prestar? Sefôssemos os juízes nesta questão, poderíamos dar liberdade aos anjos, mas não aoshomens. Admirai, então, a Soberania e o amor Divino que, apesar dos anjos terem sidoquebrados em pedaços, Deus levantou um número de eleitos dentre a raça humana paracolocá-los entre os príncipes, através dos méritos de Jesus Cristo nosso Senhor.

 Notai novamente a Soberania Divina, na qual Deus escolheu o povo israelita e

deixou os gentios por anos na escuridão. Por que Israel foi instruído e salvo, enquanto aSíria foi deixada a perecer na idolatria? Era uma raça mais pura em sua origem e melhor em seu caráter do que a outra? Não tomaram os israelitas deuses falsos para si milhares de

vezes, e provocaram à ira e ao aborrecimento o Deus verdadeiro? Por que, então, elesforam favorecidos acima dos seus semelhantes? Por que o sol do céu brilhou sobre eles,enquanto todas as nações ao redor deles foram deixadas na escuridão, e desciam ao infernoàs miríades? Por quê? A única resposta que pode ser dada é esta: que Deus é Soberano, e“compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer ”.

Assim também agora, por que Deus tem enviado Sua palavra a nós, enquanto uma

multidão de pessoas ainda está sem ela? Por que cada um de nós aproxima-se dotabernáculo de Deus, Domingo após Domingo, tendo o privilégio de ouvir a voz de umministro de Jesus, enquanto outras nações não têm sido visitadas do mesmo modo? Não

 poderia Deus fazer com que a luz brilhasse nas trevas ali bem como fez aqui? Não poderiaEle, se tivesse Lhe agradado, ter enviado mensageiros ligeiros como a luz para proclamar oevangelho por toda a terra? Poderia ter feito se quisesse. Visto que sabemos que Ele não o

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fez, nos inclinamos com humildade, confessando Seus direitos de fazer o que quiser com oque é Seu.

Mas, permita-me trazer a doutrina uma vez mais para os nossos âmbitos.Contemplai como Deus mostra Sua Soberania neste fato, que dentro da mesma

congregação, aqueles que ouvem o mesmo ministro, e ouvem a mesma verdade, um é

tomado e outro é deixado . Por que será que numa de minhas ouvintes, sentada nos últimos bancos da capela, e tendo sua irmã ao seu lado, o efeito da pregação será diferente do quena outra? Elas têm sido criadas sobre os mesmos joelhos, balançadas no mesmo berço,educadas sob os mesmos auspícios, ouvem o mesmo ministro, com a mesma atenção – por que uma será salva e a outra deixada? Longe de nós criar qualquer escusa para o homemque é condenado; não conhecemos nenhuma; mas também, longe esteja de nós o tomar aglória de Deus. Afirmamos que é Deus que faz a diferença  – que a irmã salva não terá queagradecer a si mesma, mas a Deus. Haverá também dois homens dados a bebedice.Algumas palavras faladas transpassarão um deles fora a fora, mas o outro permanecerá

imóvel, embora eles sejam, em todos aspectos iguais, tanto na constituição como naeducação. Qual é a razão? Talvez você diga: porque um aceitou e o outro rejeitou amensagem do evangelho. Porém, você voltou à mesma questão: quem fez com que umaceite-a e o outro a rejeite? Não se atreva a dizer que o homem fez a diferença por si

 próprio. Você deve admitir em sua consciência que é somente a Deus que pertence este poder. Mas aqueles que não gostam desta doutrina estão, todavia, armados contra nós; edizem: como Deus pode justamente fazer tal diferença entre os membros de Sua família?Suponha um pai que tivesse um certo número de filhos, e que a um desse todos os seusfavores, e consignasse os outros à miséria – não deveríamos dizer que o mesmo era um paimau e cruel? Respondo: sim. Mas não é o mesmo caso. Você não tem um pai com quemtratar, mas um juiz. Você diz: todos os homens são filhos de Deus; eu exijo que você proveisto. Nunca li isto na minha Bíblia. Jamais me atreveria a dizer, „Pai nosso que estás no

céu', até que fosse regenerado. Não posso me regozijar na paternidade de Deus paracomigo até que seja um com Ele, e co-herdeiro com Cristo. Não ousaria reivindicar a

 paternidade de Deus como um homem não regenerado. Não é um pai e um filho – porque ofilho tem o que reivindicar de seu pai  – mas é um Rei e um súdito; e não é nem mesmouma relação como esta, porque há uma reivindicação entre súdito e Rei. Uma criatura  –  uma criatura pecaminosa, não pode ter nenhuma reivindicação sobre Deus; porque istofaria a salvação ser pelas obras e não pela graça. Se os homens podem merecer salvação,

então, o lhes salvar é somente o pagamento de um débito, e não seria dado a eles mais doque deveria ser dado. Mas afirmamos que a graça deve ser diferenciada, se é para ser graçade alguma forma. Oh, mas alguns dirão: não está escrito que “  Ele dá a cada um a medida

de graça, para o que for útil? ” Bem, se você gosta de repetir esta maravilhosa citação tão

frequentemente atirada sobre minha cabeça, você é bem vindo; porque está não é umacitação da Escritura, a menos que seja duma edição Arminiana. A única passagem parecidacom esta se refere aos dons espirituais dos santos, e dos santos somente. Mas digo,admitindo a vossa suposição, que uma medida de graça é dada a cada um para o que foiútil, todavia, Ele dá alguma medida de graça particular para que faça aquela proveitosa.

Por que o que entendeis por graça, que possa ser usada para o que for útil? Eu possoentender que seja um aperfeiçoamento do homem no uso da graça, mas não possocompreender que seja uma graça que é aperfeiçoada para ser usada pelos homens. Graça

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não é uma coisa que eu uso; graça é algo que me usa. Mas as pessoas falam da graça àsvezes como se fosse algo que elas pudessem usar, e não como uma influência que tem

 poder sobre eles. Graça não é algo que eu posso aperfeiçoar, mas que me aperfeiçoa, meusa e opera em mim; e que as pessoas falem sobre a graça universal, ela é totalmente semsentido, não existe tal coisa, nem pode existir. Eles podem falar corretamente das bênçãos

universais, porque vemos que os dons naturais de Deus são espalhados por todo lugar, nummaior ou menor grau, e os homens podem recebê-los ou rejeitá-los. Não é assim, contudo,com a graça. Os homens não podem tomar a graça de Deus e usá-la para voltar, por simesmos, das trevas para luz. A luz não vem para as trevas e diz: use-me; mas a luz vem edissipa as trevas. A vida não chega ao morto e diz: use-me, e seja restaurado à vida; masela vem com um poder de si própria e restaura o morto à vida. A influência espiritual nãochega aos ossos secos e diz: use este poder e se revistam de carne; mas ela vem e osreveste com carne, e a obra é feita. A graça é pois uma coisa que vem e exerce umainfluência sobre nós.

“A vontade soberana de Deus somente  Nos faz herdeiros da graça;

 Nascidos à imagem de Seu Filho,

Uma novamente criada raça”. 

E dizemos a todos aqueles que rangem os seus dentes contra esta doutrina, quer saibamquer não, que seus corações estão cheios de inimizade contra Deus; porque até que você

 possa ser trazido ao conhecimento desta doutrina, há algo que você ainda não descobriu,que te faz se opor à ideia de um Deus absoluto, um Deus livre, um Deus que não estáalgemado, um Deus imutável, e um Deus que tem um livre-arbítrio, o qual você tão

 profundamente gosta de provar que as criaturas possuem. Estou persuadido que aSoberania de Deus deve ser sustentada por nós, se estivermos num estado de mentesaudável. “A salvação é do Senhor somente”. Então, dêem toda a glória ao Seu santo

nome, a quem toda glória pertence.

III. Vamos agora, em terceiro lugar, observar as diferenças que Deus frequentemente fazem Sua igreja nos DONS HONIRÍFICOS . Há uma diferença entre os próprios filhos deDeus – quando eles na verdade são Seus filhos. Observai o que quero dizer: Um tem o domhonorífico do conhecimento, outro conhece quase nada. Encontro-me, de vez em quando,com um querido irmão Cristão com quem eu posso falar por um mês, e aprender algo deletodos os dias. Ele tem tido experiências profundas – tem visto as coisas profundas de Deus

 – toda a sua vida tem sido um perpétuo estudo, onde quer que esteja. Ele parece ter colhido pensamentos, não de livros meramente, mas dos homens, de Deus e de seu própriocoração. Ele conhece todas as idas e voltas da experiência Cristã: ele entende a altura, a

 profundidade, a comprimento e a largura do amor de Cristo, que excede todo oentendimento. Ele adquiriu uma grande ideia, um conhecimento íntimo do sistema dagraça, e pode vindicar os tratamentos do Senhor com o Seu povo.

Então, você deve encontrar outro que tem passado por muitas tribulações, mas quenão tem um conhecimento profundo da experiência Cristã. Ele nunca aprendeu um só

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segredo em todas as suas tribulações. Ele simplesmente saía de um problema para outro,mas nunca parou para apanhar algumas das joias que estavam enterradas na lama  – nuncatentou descobrir as preciosas joias que residiam em suas aflições. Ele conhece mui pouco amais das alturas e profundezas do amor do Salvador, do que quando veio ao mundo. Você

 pode conversar com tal homem tanto quanto desejar, mas você não receberá nada dele. Se

me perguntar o porquê disto, responderei: há uma Soberania de Deus em dar conhecimentoa alguns, e a outros não. Estive andando outro dia com um Cristão idoso, que me dissecomo ele tinha se beneficiado por meu ministério. Não há nada que me faça humilhar maisdo que o pensamento que um crente ancião derivando experiências nas coisas de Deus erecebendo instrução nos caminhos do Senhor de um mero bebê na graça. Porém espero,quando chegar a ser um velho homem, se viver o suficiente para ser um, que alguns bebêsna graça me instruirão. Deus algumas vezes fecha a boca dos velhos e abre a boca dascrianças. Por que somos mestres de centenas que são, em alguns aspectos, muito maiscapazes de nos ensinar? A única resposta que podemos encontrar é na Soberania Divina, edevemos nos curvar diante dela, porque não é lícito que Ele faça o que quer com o que é

Seu? Em vez de ter inveja daqueles que tem o dom de conhecimento, deveríamos buscar ganhar o mesmo, se possível. No lugar de se sentar e murmurar por não termos maisconhecimento, deveríamos nos lembrar que o pé não pode dizer a cabeça, nem a cabeça ao

 pé: eu não tenho necessidade de ti; porque Deus nos deu talentos como Lhe agradou.

Observe, novamente, quando falamos dos dons honoríficos. Não somente oconhecimento, mas o ofício é um dom honorífico. Não há nada mais honroso para umhomem do que o ofício de um diácono ou ministro. Magnificamos os nossos ofícios,embora não magnifiquemos a nós mesmos. Estamos seguros de que nada pode dignificar um homem mais do que ser apontado para ser um oficial numa igreja Cristã. Preferiria ser um diácono de uma igreja a ser um Prefeito de Londres. Ser um ministro de Cristo é, emminha estimação, uma honra infinitamente maior do que qualquer coisa que o mundo possaconceder. Meu púlpito é para mim mais desejável do que um trono, e minha congregação éum império maior do que o suficiente; um império ante o qual os impérios da terra sedefinham em nada, sem importância eterna. Por que Deus, por meio do Espírito Santo,chama com vocação especial alguém para ser um ministro, e ignora outros? Há outroshomens mais dotados, talvez, mas não devemos nos atrever a colocá-los num púlpito,

 porque não possuem um chamado especial. Assim também com o diaconato; o homem aquem alguns talvez pensem ser o mais adequado para o ofício é deixado de lado, e outro é

escolhido. Há uma manifestação da Soberania de Deus no apontamento para o ofício  – emcolocar Davi sobre o trono, em fazer de Moisés o líder dos filhos de Israel através dodeserto, em escolher Daniel para permanecer entre os príncipes, em eleger a Paulo para ser o ministro dos Gentios e Pedro para ser o Apóstolo da Circuncisão. E você que não tem odom honrado de ofício, deve aprender a grande verdade contida na questão do Mestre:“Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu?”. 

Há outro dom honorífico, o dom da expressão. A eloquência tem mais poder sobreos homens do que todos os demais dons juntos. Se um homem deve ter poder sobre amultidão, ele deve buscar tocar os seus corações e prender seus ouvidos. Há alguns homensque são como vasos cheios de conhecimento até as bordas, mas não tendo nenhum meio dedespejá-lo ao mundo. Eles são ricos em todas as pérolas do saber, mas não sabem como

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colocá-las no anel dourado da eloquência. Eles podem colher as mais seletas flores, masnão sabem como dispô-las num doce buquê para oferecer-lhe a sua amada. Como é isto?

 Novamente respondemos: a Soberania de Deus é aqui demonstrada na distribuição dosdons honoríficos. Aprenda aqui, oh Cristão, se você possui dons, lance a honra deles aos

 pés do Salvador, e se você não os possui, aprenda a não murmurar; lembre-se que Deus é

igualmente bondoso tanto quando retém como quando distribui os Seus favores. Se alguémdentre vós foi exaltado, que não se inche; se alguém foi humilhado, que não se despreze; porque Deus dá a cada vaso Sua medida de graça. Sirva-O segundo a sua medida, e adore oRei do Céu que faz tudo segundo Lhe apraz.

IV. Observemos em quarto lugar, o dom de UTI L IDADE . Frequentemente tenho erradoem censurar alguns irmãos ministros por não serem mais úteis, e tenho dito que poderiamser tão úteis como eu se tivessem sido mais diligentes. Mas certamente há outros maisdiligentes, e mais eficientes: outros que labutam constantemente, mas com muito menosresultados. E, portanto, me permitam retratar minha acusação, e em lugar disso asseverar que o dom de utilidade é o resultado da Soberania de Deus. Nós podemos labutar comtodas as nossas forças, mas somente Deus pode nos fazer úteis. Podemos içar nossas velasquando o vento sopra, mas não podemos fazer com que o vento sopre.

A Soberania de Deus é vista também na diversidade dos dons ministeriais. Vocês vão a umministro e são alimentados com abundância de boa comida; outros não têm o suficiente

 para alimentar um rato; ele tem abundância de censuras, mas nenhuma comida para o filho

de Deus. Outro pode confortar o filho de Deus, mas não pode reprovar um apóstata. Elenão tem força de espírito suficiente para dar aquelas sérias e amorosas chicotadas quetantas vezes são necessárias. E, qual é a razão? A Soberania de Deus. Outros podemutilizar com destreza o martelo de forja, mas não podem curar um coração quebrantado. Seele tentasse fazer isso, te faria lembrar um elefante tentando passar um fio no fundo de umaagulha. Tal homem pode repreender, mas não pode aplicar azeite e vinho numaconsciência esmagada. Por quê? Porque Deus não lhe deu o dom. Há outro que sempre

 prega teologia experimental; e mui raramente toca em doutrina. Outro é toda doutrina, enão pode pregar sobre Jesus Cristo e Ele crucificado. Por quê? Deus não lhe deu o dom dedoutrina. Outros pregam sempre Jesus  –  bendito Jesus; homens da escola Hawker  –  emuitos dizem: oh! Eles não nos dão experiência suficiente; eles não entram nasexperiências profundas da corrupção que atormenta os filhos de Deus. Mas, não devemoscensurá-los por isto. Vocês notarão que de um mesmo homem brotam às vezes fontes deágua viva, enquanto noutros tempos eles serão tão secos quanto possível. Num Domingovocê vai embora refrescado pela pregação, e no próximo não recebe nenhum bem. HáSoberania Divina em tudo isto, e devemos aprender a reconhecer e admirá-la. Estive

 pregando numa ocasião semana passada a uma grande multidão de pessoas, e numa partedo sermão as pessoas foram muito afetadas; senti que o poder de Deus estava ali; uma

 pobre criatura gritava absolutamente em voz alta por causa da ira de Deus contra o pecado;

mas numa outra ocasião àquelas mesmas palavras poderiam ser pronunciadas e poderiahaver o mesmo desejo no coração do ministro e, todavia, não produzir nenhum efeito.Devemos atribuir, digo, à Soberania Divina tais casos. Devemos reconhecer a mão de Deus

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em todas as coisas. Mas a presente geração é a mais ímpia que já pisou esta terra; euverdadeiramente creio. Nos dias de nossos pais dificilmente havia uma chuva torrencial,mas eles declaravam que Deus a tinha causado quando caia; e eles oravam por chuva, pelaluz do sol e pelas colheitas; bem como quando um palheiro estava em chamas, ou quandouma fome desolava a terra; nossos pais diziam: o Senhor fez isso. Mas agora, os nossos

filósofos tentam explicar tudo, e atribuem todos os fenômenos a causas secundárias. Masirmãos, que relacionemos a origem e a direção de todas as coisas ao Senhor, e ao Senhor somente.

V. Finalmente, os DONS CONSOLADORES são de Deus. Oh, que dons consolares algunsde nós desfrutam nas ordenanças da casa de Deus, e num ministério que é produtivo.Porém, quantas igrejas não têm um ministério desse tipo; e por que nós o temos, então?Porque Deus faz uma diferença. Alguns aqui têm uma fé vigorosa, e podem rir dasimpossibilidades; podemos cantar um cântico em todos os tempos – tanto nas tempestadescomo na calma. Mas, há outros com uma pequena fé que estão prestes a desmoronar a cadavento. Nós atribuímos uma fé eminente inteiramente a Deus. Um nasce com umtemperamento melancólico, e vê uma tempestade até mesmo na calma; enquanto outro éalegre, e vê uma linha prateada em cada nuvem, embora estejam escuras, e é um homemfeliz. Porém, por que isto? Os dons consoladores vêm de Deus. E, então, observem que nósmesmos somos diferentes de vez em quando. Por que há épocas que podemos ter umrelacionamento bendito com o céu, e somos permitidos olhar além do véu? Masrepentinamente, estes deleitosas prazeres se vão. Porém, murmuramos por isso? Não élicito que Ele faça o que quer com o que é Seu? Não pode tomar de volta o que tinha dado?

Os consolos que possuímos são Seus, antes de serem nossos.

“E ainda que Tu a todos tomasse, todavia, não me queixar ia,

Antes de serem por mim possuídos 

 Eles eram totalmente Teus”. 

 Não há alegria do Espírito  – não há bendita esperança  – nenhuma fé vigorosa  – nenhumdesejo ardente – nem íntima comunhão com Cristo, que não seja um dom de Deus, e quenão devamos atribuir a Ele. Quando estou em trevas e sofro decepções, levanto os meusolhos e digo: Ele dá salmos durante a noite; e quando tenho do que me regozijar, direi: meu

monte permanecerá firme para sempre. O Senhor é o Soberano Jeová; e, portanto, prostrado aos seus pés estou, e se pereço, perecerei ali. Porém, permiti que vos diga,irmãos, que esta doutrina da Soberania Divina está longe de fazer com que senteis emindolência; espero em Deus que ela vos humilhe, e vos leve a dizer: “Eu sou indigno da

menor de todas as Tuas misericórdias. Reconheço que Tu tens o direito de fazer comigo oque quiser. Se me esmagas, um verme miserável, Tu não serás desonrado; não tenhodireito de pedir que tenhas compaixão de mim; apenas te rogo que tenhas misericórdia demim. Senhor, se Tu quiseres, és capaz de me perdoar, e Tu nunca destes graça a alguémque a procure mais. Porque estou vazio, sacia-me com o pão do céu; porque estou nu,

veste-me com Tua roupa; porque estou morto; dá-me vida”. Se elevares este pedido comtoda tua alma e com toda tua mente, ainda que Jeová seja soberano, Ele estenderá Seu cetroe te salvará, e viverás para Lhe adorar na beleza da santidade, amando e bendizendo Sua

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graciosa Sober ania. “O que crer  ” é a declaração da Escritura “e for batizado, será salvo;

mas o que não crer será condenado”. O que crer em Cristo somente, e for batizado com

água em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, será salvo, mas o que rejeitar a Cristo enão crer nele será condenado. Este é o Soberano decreto e proclamação do céu  – curve-sediante dele, reconheça-o, obedeça-o e que Deus te abençoe.