sónia regina marques bala u - ulisboa...josé batista professo, paul martinsro professor, teres...

323
UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO -^O-ivCtV^ REPENSAR O TRABALHO EXPERIMENTAL NO TEMPO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO Sónia Regina Marques Balau MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO ' _ . _ Area de Especialização em Tecnologias Educativas 2006

Upload: others

Post on 18-Aug-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo

UNIVERSIDADE DE LISBOA

FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAtildeO

-^O-ivCtV^

REPENSAR O TRABALHO EXPERIMENTAL NO TEMPO

DAS TECNOLOGIAS DE INFORMACcedilAtildeO E COMUNICACcedilAtildeO

Soacutenia Regina Marques Balau

MESTRADO EM CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAtildeO _ _

Area de Especializaccedilatildeo em Tecnologias Educativas

2006

UNIVERSIDADE DE LISBOA

FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAtildeO

Faculdade de Psicologia e Cecircnci2 da frducscagraveo Univei-sidade de ijcooa

BlbUOTkCA

REPENSAR O TRABALHO EXPERIMENTAL NO TEMPO DAS

TECNOLOGIAS DE INFORMACcedilAtildeO E COMUNICACcedilAtildeO

Soacutenia Regina Marques Balau

MESTRADO EM CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAO

Area de Especializaccedilatildeo em Tecnologias Educativas

Dissertaccedilatildeo Orientada por

Prof Doutora Maria de Faacutetima Carmona Simotildees da Paixatildeo

2006

Jios meus pais

11

Agradecimentos

Porque uma caminhada como esta natildeo seria possiacutevel sem o apoio e o

encorajamento de diversas pessoas aqui fica a expressatildeo da minha gratidatildeo

O meu mais profundo e sentido agradecimento eacute dirigido agrave minha orientadora a

Professora Doutora Faacutetima Paixatildeo que com incentivo e entusiasmo constantes orientou de

forma saacutebia este estudo constituindo um pilar fundamental desta etapa

Agradecemos aos professores investigadores eou especialistas experientes que

colaboraram connosco na validaccedilatildeo de documentos e que constituiacuteram um apoio essencial

Professora Doutora Celina Tenreiro-Vieira Professora Conceiccedilatildeo Fernandes Professor

Joseacute Manuel Gonccedilalves Lopes Professora Maria da Conceiccedilatildeo Santos Professora Maria

Joseacute Batista Professor Paulo Martins Professora Teresa Gil e Professora Vicecircncia

Raminhos

Aos alunos professores que sob os pseudoacutenimos de Elisa Judite Eduarda Leonor

Anabela e Joatildeo se revecircem neste trabalho e aos quais agradecemos a colaboraccedilatildeo sem a

qual este trabalho natildeo teria sido possiacutevel

Agradecemos agraves direcccedilotildees da ESECB anterior e actual pelas facilidades

concedidas na consecuccedilatildeo da nossa investigaccedilatildeo

Uma palavra de gratidatildeo aos amigos da ESECB em particular agrave Dreg Antoacutenia agrave Ddeg

Alice e ao Joaquim Raposo que acompanharam de perto esta caminha sendo um apoio

fundamental

Um obrigada muito especial a todos os amigos que estiveram sempre presentes que

me incentivaram a continuar e que compreenderam o tempo que natildeo passei com eles

ni

Uma palavra de reconhecimento ao meu irmatildeo e ao Joatildeo Daniel pelo tempo que

natildeo lhes dediquei

Dedico este trabalho aos meus pais que sempre me incentivaram apoiaram e

ajudaram na realizaccedilatildeo deste trabalho assim como em toda a minha vida constituindo um

suporte basilar

A todos o meu muito obrigada

IV

R e s u m o

Conscientes da inevitaacutevel permeabilidade dos contextos e das praacuteticas educativas agraves

mudanccedilas que se operam no mundo pretendemos reflectir o modo como estas influem no

ensino das Ciecircncias em particular no Trabalho Experimental (TE) num tempo dominado

pelas Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

Seguindo uma metodologia de investigaccedilatildeo qualitativa o estudo guiou-se pelas

seguintes questotildees de investigaccedilatildeo Haveraacute um novo entendimento do Ensino das Ciecircncias

e em particular do TE no tempo das TIC ou seja quais as suas novas potencialidades

(vantagens e desvantagens) com o desenvolvimento previsiacutevel das tecnologias e como as

percepcionara os futuros professores de Ciecircncias Como planificar TE numa perspectiva

actual do entendimento das interrelaccedilotildees Ciecircncia Tecnologia e Sociedade com recurso a

TIC com impacte nas concepccedilotildees dos alunos-professores de Ciecircncias

O estudo desenvolveu-se com seis aluno s-professores de Ciecircncias no final da

Praacutetica Pedagoacutegica A partir da anaacutelise de conteuacutedo de entrevistas conhecemos quais as

suas concepccedilotildees acerca da relaccedilatildeo TB-TIC

Planificaacutemos uma proposta de ensino que foi validada para a temaacutetica As Plantas

na manutenccedilatildeo da vida evidenciando aspectos a considerar numa proposta didaacutectica em

que o TE com recurso a TIC eacute central apresentada e discutida com os alunos-professores

numa workshop Seguiu-se um questionaacuterio com vista a analisar o seu impacte nas

concepccedilotildees dos alunos-professores

Os resultados do estudo evidenciam que mesmo no final da Praacutetica Pedagoacutegica as

concepccedilotildees dos alunos-professores incidiam em aspectos de natureza mais teacutecnica Depois

da workshop novas vantagens satildeo apontadas identificadas com o domiacutenio pedagoacutegico e

didaacutectico evidenciando preocupaccedilatildeo com a qualidade da aprendizagem dos alunos

A proposta didaacutectica revelou-se um contributo inovador e positivo nas concepccedilotildees

dos futuros professores acerca das potencialidades do TE com recurso a TIC

compreendendo que esta combinaccedilatildeo permite enriquecer o TE e ampliar o potencial

educativo da aula de Ciecircncias

Palavras-chave Ensino das Ciecircncias Trabalho Experimental Tecnologias de Informaccedilatildeo

e Comunicaccedilatildeo Concepccedilotildees Planificaccedilatildeo didaacutectica

VI

Abstract

Being conscious of the inevitable permeability of contexts and of the educational

practices to the changing nature of the world we would like to reflect on the ways these

are influential in the science teaching in particular in experimental work (EW) in an era

dominated by Information and Communication Technology (ICT)

According to a qualitative research methodology the study is driven by the

following research questions is there a new understanding of the Science teaching in

particular of EW in this era of ICT ie what are their possibilities (advantages and

disadvantages) wifli the predictable development of technology and how the future science

teachers perceive them How to plan EW from the perspective of a contemporary

understanding of the interrelations of the Science Technology and Society with the use of

ICT with impact on the conceptions of science student-teachers

The study involved six science student-teachers at the end of their Pedagogical

Practice From an analysis of the content of the interviews we found their EW-ICT

conceptions

We planned a teaching proposal which was validated for the theme Plants in

sustainability of life in order to make evident aspects to consider in a teaching proposal

where EW with the use of ICT is central The proposal was presented and discussed with

the student-teachers in a workshop This was followed tiacutey a questionnaire with the

intention of analyzing their impact in the conceptions of the student-teachers

The results of the study showed that by the end of the Pedagogical Practice the

conceptions of the student-teachers had taken on a more technical nature aspects After the

workshop new advantages were noticed associated with the areas of education and

teaching showing concerns with the students standard of learning

MDIX

The teaching proposal revealed as an innovative and positive contribution in the

conceptions of the future teachers about the possibilities of EW using ICT They realized

that this combination enriched EW and enhanced the educational potential of Science

teaching

Key words Science teaching Experimental Work Information and Communication

Technology Conceptions

V l l l

r

iacutendice

Capiacutetulo 1 - Da contextualizaccedilatildeo do Estudo agrave definiccedilatildeo do

Problema das Questotildees e dos Objectivos da Investigaccedilatildeo

l 1 - Ciecircncia Tecnologia e Sociedade 2

12 - Trabalho Experimental 3

13 - As Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comimicaccedilatildeo no mundo actual 5

14 - Pertinecircncia do objecto de investigaccedilatildeo 9

15 - Questotildees e objectivos que guiaram a investigaccedilatildeo 10

151 - Questotildees orientadoras da investigaccedilatildeo 10

152 - Objectivos da investigaccedilatildeo 10

Capiacutetulo 2 - Ensino das Ciecircncias Trabalho Experimental e

Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

21 - O Ensino das Ciecircncias 13

2 1 1 - Educaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia 13

212 - Finalidades do Ensino das Ciecircncias 18

213 - Alfabetizaccedilatildeo Cientiacutefica 22

214 - Movimento para uma Educaccedilatildeo CTS - Ciecircncia-Tecnologia- 26

Sociedade

22 - O Trabalho Experimental na Educaccedilatildeo em Ciecircncia 30

221 - Clarificando designaccedilotildees Trabalho Praacutetico Trabalho Laboratorial e

Trabalho Experimental 30

222 - Valor educativoformativo do Trabalho Experimental no Ensino das

Ciecircncias 32

223 - O Trabalho Experimental encarado sob diferentes perspectivas de

ensino 35

224 - Trabalho Experimental actividade privilegiada na abordagem de

situaccedilotildees-problema do quotidiano 39

225 - O Trabalho Experimental na escola de hoje 42

23 - Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC) 47

231 - A Educaccedilatildeo e a Sociedade das TIC 47

232 - Utilizaccedilatildeo das TIC em contexto educativo implicaccedilotildees na

IX

aprendizagem 50

233 - A integraccedilatildeo de TIC no Trabalho Experimental no ensino das

Ciecircncias 57

234 - Vantagens no usointegraccedilatildeo de TIC no ensino das Ciecircncias 59

235 - TIC no Trabalho Experimental no ensino das Ciecircncias o que poderaacute

perder-se 64

Capiacutetulo 3 - Opccedilotildees Metodoloacutegicas

31 - Nota introdutoacuteria 68

32 - A metodologia qualitativa na investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo 68

33 - Os estudos qualitativos 71

34 - Os participantes no estudo 73

35 - Procedimentos e criteacuterios de selecccedilatildeo 74

36 - Caracterizaccedilatildeo dos sujeitos da investigaccedilatildeo 79

37 - Descriccedilatildeo das etapas da investigaccedilatildeo 80

38 - Metodologia de recolha de dados 82

381 - Egrave t a p a l 82

Instrumento de recolha de dados 82

As entrevistas 83

Tipo de entrevista 85

Guiatildeo de entrevista 87

Realizaccedilatildeo das entrevistas 89

Transcriccedilatildeo das entrevistas 91

Tratamento e Anaacutelise dos dados 93

3 8 2 - E t a p a 2 95

A Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo 95

A Workshop - Uma estrateacutegia de Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo 95

3 8 3 - E t a p a 3 97

O questionaacuterio 97

Tratamento e Anaacutelise dos dados 98

39 - Criteacuterios de Validade da investigaccedilatildeo 99

Capiacutetulo 4 - Anaacutelise dos Resultados 41 - Nota introdutoacuteria 102

42 - Anaacutelise de Conteuacutedo das Entrevistas 107

421 - Formaccedilatildeo Inicial 107

422 - Ensino das Ciecircncias 127

423 - Trabalho Experimental (TE) 140

424 - Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC) 167

425-Art iculaccedilatildeo entre o TE e as TIC 192

43 - Anaacutelise de Conteuacutedo do Questionaacuterio 209

Capiacutetulo 5 - Conclusotildees Limitaccedilotildees e Implicaccedilotildees do Estudo

51 - Nota Introdutoacuteria 223

52 - Conclusotildees 223

I 521 - Concepccedilotildees acerca das potencialidades do Trabalho Experimental

com Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo 224

522 - Impacte da proposta na alteraccedilatildeo das concepccedilotildees acerca do Trabalho

Experimental com Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo 233

53 - Limitaccedilotildees e Implicaccedilotildees do Estudo 235

Bibliografia 238

Anexos 250

Identificaccedilatildeo dos anexos 251

XI

r

iacutendice de Quadros

Capiacutetulo 2

Quadro 21 - Argumentos a favor da importacircncia do conhecimento cientiacutefico-

tecnoloacutegico 17

Quadro 22 - Objectivos da educaccedilatildeo em Ciecircncias (Wellington 2001) 18

Quadro 23 - Dimensotildees da alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Kemp cit Acevedo Vaacutezquez

e Manassero 2003) 22

Quadro 24 - Tipos de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Kemp cit Acevedo Vaacutezquez e

Manassero 2003) 23

Quadro 25 - Movimento CTS no ensino das Ciecircncias 28

Quadro 26 - Potencialidadesfinalidades doacute trabalho praacuteticotrabalho laboratorial e

trabalho experimental 33

Quadro 27 - Caracteriacutesticas do Trabalho Experimental encarado sob diferentes

perspectivas de ensino (Cachapuz Praia e Jorge 2000) 37

Quadro 28 - Sociedade da informaccedilatildeo sociedade do conhecimento sociedade da

aprendizagem e sociedade da inteligecircncia principais caracteriacutesticas

(Beltraacuten 2006) 48

Quadro 29 - Potencialidades do uso das TIC no ensino das Ciecircncias (Wellington

2000) 60

Capiacutetulo 3

Quadro 31 - Caracteriacutezaccedilatildeo da amostra 79

Quadro 32 - Blocos temaacuteticos e objectivos retirados do guiatildeo de entrevista 88

Quadro 33 - Resultados da avaliaccedilatildeo da proposta 100

Capiacutetulo 4

Quadro 41 - Instrumento orientador da anaacutelise das entrevistas - Blocos temaacuteticos

Categorias e Subcategorias 104

Quadro 42 - Subcategorias e Dimensotildees da anaacutelise das entrevistas 105

Quadro 43 - Subcategoria Expectativas Iniciais 109

Quadro 44 - Subcategoria Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo 111

Quadro 45 - Subcategoria Escolha da profissatildeo 113

XI1

Quadro 46 - Subcategoria AvaliaccedilatildeoBalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica 118

Quadro 47 - Subcategoria Experiecircncias de aprendizagem valorizadas 120

Quadro 48 - Subcategoria Experiecircncias relevantes - aspectos positivos e

negativos 123

Quadro 49 - Subcategoria Finalidades do Ensino das Ciecircncias 131

Quadro 410 - Subcategoria Aspectos valorizados no Ensino das Ciecircncias 134

Quadro 411 - Subcategoria Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias 138

Quadro 412 - Subcategoria Concepccedilatildeoideia de TE 142

Quadro 413 - Subcategoria Aspectos valorizados no TE 147

Quadro 414 - Subcategoria Competecircncias que o TE desenvolve 158

Quadro 415 -Subcategoria Disciplinas que contemplaram as TIC 169

Quadro 416 - Subcategoria Conteuacutedos contemplados 172

Quadro 417 - Subcategoria Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica 175

Quadro 418 - Subcategoria Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC 179

Quadro 419 - Subcategoria Potencialidades reconhecidas agraves TIC 183

Quadro 420 - Subcategoria Acesso agraves TIC 187

Quadro 421 - Subcategoria Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC 190

Quadro 422 - Subcategoria Exemplos de TIC como um recurso para o TE 195

Quadro 423 - Subcategoria Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves

TIC 197

bull Quadro 424 - Subcategoria Vantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC 203

Quadro 425 - Subcategoria Desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves

TIC 205

Quadro 426 - Instrumento orientador da anaacutelise do Questionaacuterio Blograveco temaacutetico

categoria e subcategorias 209

Quadro 427 - Subcategorias e Dimensotildees de anaacutelise do Questionaacuterio 210

Quadro 428 - Subcategoria TIC Identificadas 211

Quadro 429 - Subcategoria Concepccedilotildees de TE com recurso a TIC - vantagens e

desvantagens 216

Quadro 430 - Subcategoria Confronto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas

Pedagoacutegicas 219

Xl l l

r

iacutendice de fiacuteguras

Capiacutetulo 2

Figura 21 - Relaccedilatildeo entre Trabalho praacutetico laboratorial e experimental (Santos

2002 p38) 31

Capiacutetulo 3

Figura 31 - Esquema-resumo do percurso empiacuterico da investigaccedilatildeo 82

Figura 32 - Duraccedilatildeo em minutos de cada entrevista 90

XIV

Abreviaturas e Siglas Utilizadas

CNEB - Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico

EB - Ensino Baacutesico

EC - Ensino das Ciecircncias

EPT - Ensino Por Transmissatildeo

EPD - Ensino Por Descoberta

EMC - Ensino por Mudanccedila Conceptual

EPP - Ensino Por Pesquisa

FI - Formaccedilatildeo Inicial

PP - Praacutetica Pedagoacutegica

TE - Trabalho Experimental

TIC - Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo Ciecircncia e Cultura

XV

Capiacutetulo 1

ltDa contejccediltuaCizaccedilatildeo do Estudo agrave definiccedilatildeo do (prodkma

das Questotildees e dos OSjectivos da Investigaccedilatildeo

pound necessaacuterio () um novo diaacutelogo entre saberes dispersos de forma a posteriormente e atraveacutes da educaccedilatildeo ajudar os jovens a construir uma outra relaccedilatildeo com o conhecimento uma relaccedilatildeo que lhes permita dar sentido unidade e coerecircncia agrave diversidade das suas representaccedilotildees e experiecircncias com o mundo Disso depende o seu desenvolvimento harmonioso e integral

A Cachapuz 2006

11 - Ciecircncia Tecnologia e Sociedade

Nos nossos dias natildeo eacute faacutecil pensar em situaccedilotildees nas quais natildeo estejam presentes

directa ou indirectamente a Ciecircncia e a Tecnologia Vivemos de tal forma envolvidos nestes

dois domiacutenios que eacute difiacutecil conceber o mundo sem eles

Para Martins (2006) a Ciecircncia aliada agrave Tecnologia eacute hoje um poderosiacutessimo

instrumento ao serviccedilo da humanidade (p26) em todas as aacutereas de intervenccedilatildeo humana Para

esta autora a educaccedilatildeo numa perspectiva cultural deveraacute ter como propoacutesito a compreensatildeo

da sociedade do seu tempo com referecircncia ao passado e com capacidade de prever

implicaccedilotildees para o futuro (Martins 2006 p27) sendo a literacia cientiacutefica um objectivo a

perseguir por cada indiviacuteduo Esta autora acrescenta ainda a este propoacutesito que o

conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico eacute parte integrante da cultura contemporacircnea e por isso

seraacute sempre uma ferramenta indispensaacutevel para o reforccedilo do papel social argumentativo e

reivindicativo das populaccedilotildees (Martins 2006 p27)

A sociedade reclama indiviacuteduos com capacidade para intervir criticamente no sentido

de fazer escolhas que teratildeo implicaccedilotildees no seu futuro - cidadatildeos cientificamente literatos -

possuidores de um saber em acccedilatildeo no acircmbito das seguintes competecircncias

Coexistem diferentes designaccedilotildees para este conceito - alfabetizaccedilatildeo cientifica (cultura francoacutefona) literacia cientiacutefica (cultura anglo-saxoacutenica) e cultura cientiacutefica (termo adoptado pela UNESCO) Ciecircncia para todos compreensatildeo puacuteblica de Ciecircncia educaccedilatildeo CTS - acerca das quais podemos afirmar que todas elas se intersectam na preocupaccedilatildeo comum de dotar cada individuo de um conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico uacutetil em contextos diferentes e especiacuteficos do mundo tal como esclarecem autores como Martins e Veiga (1999) Acevedo Vaacutezquez e Manassero (2003) Vasconcelos e Praia (2005) Martiacuten-Diaz Gutieacuterrez e Goacutemez (2006)1 entre muitos outros

(i) atitudes valores

(ii) conhecimentos cientiacuteficos que vatildeo muito aleacutem de memorizar termos factos e

procedimentos desprovidos de compreensatildeo e

(iii) capacidades de pensamento designadamente de criacutetico que os habilitem enquanto

cidadatildeos activos e responsaacuteveis a votar inteligentemente (por exemplo questotildees

referendadas) a fazer escolhas racionais a tomar posiccedilatildeo sobre questotildees sociais que

envolvem a ciecircncia (por exemplo a possibilidade de construccedilatildeo de um aterro sanitaacuterio

proacuteximo da sua de residecircncia) a contribuir e a actuar de forma a promover um

desenvolvimento sustentaacutevel (Tenreiro-Vi eira e Vieira 2006)

Numa altura em que diminui o interesse e a curiosidade dos jovens pela Ciecircncia (Praia

1999) pelo menos pela Ciecircncia formal como nos diz Martins (2002) eacute cada vez mais claro

para um nuacutemero crescente de educadores e professores que o ensino das ciecircncias hoje natildeo

pode pautar-se por orientaccedilotildees do passado Isto eacute o ensino das Ciecircncias tem que deixar de

parte a simples instruccedilatildeo de factos e suas interpretaccedilotildees passando a centrar-se em questotildees e

problemas abertos com sentido para os alunos onde se promove o desenvolvimento de

competecircncias como a criatividade e o espiacuterito critico assim como atitudes e valores

12 - Trabalho Experimental

As justificaccedilotildees para a realizaccedilatildeo de Trabalho Experimental (TE) satildeo amplamente

abordadas na literatura Referindo-se a trabalho praacutetico (TP)^ Wellington (2000) ^resenta

aspectos que o relevam no ensino das Ciecircncias pelos seguintes propoacutesitos

- Ilustrar uma lei cientiacutefica

- Demonstrar um fenoacutemeno

Tal como mais adiante clarificaremos (pp 30) usaremos no nosso estudo a designaccedilatildeo de trabalho experimental pois consideramos principalmente situaccedilotildeesactividades que integram a realizaccedilatildeo de experiecircncias e o controlo de variaacuteveis em duas das actividades da proposta didaacutectica Quando se tratar de transcriccedilotildees deixaremos a designaccedilatildeo do proacuteprio autor

- Interessar e motivar os alunos

- Ajudar a recordar acontecimentos e processos

- Desenvolver e ensinar skills cientiacuteficos especiacuteficos

- Mostrar potenciais perigos e procedimentos de seguranccedila e

- Estimular a discussatildeo por exemplo numa perspectiva POE - Prevecirc-Observa-Explica

(p-9)

Sistematizando ideias recentes (Wellington 1998 2000 Hodson 2001) as finalidades

do TF integram-se em trecircs tipos de argumentos (do ponto de vista dos alunos)

- cognitivos - promove nos alunos compreensatildeo conceptual de Ciecircncia visualizando

ilustrando verificando ou testando leis e teorias da Ciecircncia

- afectivos - motiva os alunos despertando o seu interesse e entusiasmo (o que ajuda

os alunos a lembrarem-se das coisas)

- das competecircncias e capacidades - desenvolve natildeo soacute competecircnciascapacidades

manipulativas mas tambeacutem de observaccedilatildeo medida previsatildeo e inferecircncia

transferiacuteveis para a vida quotidiana

Para o Hodson (2001) o TF permite ainda (do ponto de vista do professor) diversificar

os estiacutemulos de aprendizagem no que respeita agrave gestatildeo da aula

Reconhecidas as vantagens que actividades de Trabalho Experimental podem ter no

ensino das Ciecircncias nem sempre os resultados das investigaccedilotildees tecircm mostrado que delas se

tira o melhor partido (Hodson 1990 1992 1996 2001) Faradoxahnente o uso impensado do

Trabalho Experimental pode mesmo surtir o efeito contraacuterio ao desejado e tornar-se numa

actividade infhitiacutefera ou mesmo confusa

E necessaacuterio desenvolver uma cultura de Trabalho Experimental como uma actividade

aberta e investigaccedilotildees em que os alunos podem desenvolver recorrendo a recursos variados

experiecircncias significativas construindo no seio de comunidades de aprendizagem

significados de conceitos proacuteximos dos que satildeo aceites pela comunidade cientiacutefica (Oliveira

999p36)

13 - As Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo no mundo actual

Vivemos numa sociedade onde a evoluccedilatildeo tecnoloacutegica eacute vertiginosa Na verdade se haacute

pouco mais de dez anos possuir ura telefone moacutevel era uma realidade apenas acessiacutevel a

alguns hoje em dia eacute raro encontrar um cidadatildeo que natildeo possua um ou mesmo dois

telemoacuteveis Surgem na sociedade da informaccedilatildeo novas formas de comunicaccedilatildeo Natildeo apenas

o telefone moacutevel mas tambeacutem uma forma de comunicaccedilatildeo em rede a Internet Castells (2004)

alerta para o facto de os novos ambientes de comunicaccedilatildeo entre as pessoas acarretarem

consequecircncias para as suas vidas pelo que nos diz tal como aconteceu com outras mudanccedilas

estruturais anteriores esta transformaccedilatildeo oferece tantas oportunidades como levanta desafios

(p317) Subjacente a esta ideia estaacute uma nova fonna de analfabetismo a info-exclusatildeo Isto eacute

numa sociedade onde a informaccedilatildeo eacute soberana o facto de natildeo se ter acesso a ela e de natildeo se

saber integrar esta informaccedilatildeo - obter processar e utilizar - relega os indiviacuteduos para fora

desta rede Dizemos e intencionahnente pois como refere Castells (2004 p288) o acesso

natildeo constitui uma soluccedilatildeo em si mesma embora seja um requisito preacutevio para superar a

desigualdade numa sociedade cujas fiinccedilotildees principais e cujos grupos sociais dominantes estatildeo

cada vez mais organizados em tomo da Internet O mesmo autor explica-nos ainda que

embora a Internet (falamos em particular desta tecnologia por actualmente ser por excelecircncia

uma forma privilegiada e dominante no acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo) seja uma

tecnologia da liberdade (Castells 2004 p311) pode ter consequecircncias sociais perversas por

exemplo ao afastar os info-excluiacutedos

A este propoacutesito Martins (2006 p27) defende que se eacute certo que os meios

tecnoloacutegicos tomam hoje possiacutevel o acesso instantacircneo agrave informaccedilatildeo eacute tambeacutem claro que

informaccedilatildeo natildeo eacute o mesmo que conhecimento Na sequecircncia do jaacute antes referira (Martins

2002) que o conceito de educaccedilatildeoformaccedilatildeo tambeacutem tem vindo a mudar e para isso muito

contribuiu o desenvolvimento das tecnologias da informaccedilatildeo acrescenta agora que cabe agrave

escola promover competecircncias que permitam descodificar e interpretar a informaccedilatildeo

disponiacutevel De acordo cora esta autora o conceito de literacia compreende hoje vaacuterias

literacias (Martins 2006 p9) de entre as quais se salienta a cientiacutefica e a tecnoloacutegica

As possibilidades de uso das tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC) no

ensino das Ciecircncias satildeo cada vez mais podendo o seu uso representar um contributo

apreciaacutevel Autores como ICirschner e Huisman (1998) Gil e Paixatildeo (1999) Wellington

(1999 2000) Gil e Baggott (2000 2002) Acevedo (2001) Brown e Harper (2003) Hofstein e

Lunetta (2004) Pontes (2005 2005a) Contreras (2006) entre outros explicitam que as

mudanccedilas significativas na tecnologia possibilitam o usu de novas ferramentas no ensino-

aprendizagem e que muitas das tradicionais actividades experimentais das aulas de Ciecircncias

podem agora ser realizadas recorrendo a tecnologias da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo tais como

Internet multimeacutediaCD-ROM sensores programas de apresentaccedilatildeo (p ex Power Point)

software pedagoacutegico

Autores como Wellington (2000) e mais recentemente Contreras (2006) lembram e

explicam que se natildeo houver um desenho metodoloacutegico e intencional do uso que se faraacute das

tecnologias tendo em conta antes de mais o objectivo de aprendizagem definido e

ponderados os benefiacutecios que o uso de tais recursos pode acarretar correm-se seacuterios riscos de

cair em tecnicismos excessivos e pedagogicamente improdutivos A este propoacutesito Contreras

(2006) diz-nos que em relaccedilatildeo ao uso das TIC el verdadero valor didaacutectico de estas

herramientas estaraacute condicionado por las estrateacutegias metodoloacutegicas que cada docente ponga en

praacutectica a la hora de su integracioacuten en el curriacuteculo y opinion que tenga de estas herramientas

Wellington (2000) e Contreras (2006) alertam-nos para o facto de que ao realizar uma

actividade na Internet logo virtual por exemplo em substituiccedilatildeo de uma actividade de

trabalho praacutetico real estamos a negligenciar importantes competecircncias transversais que

poderiam (e deveriam) ser desenvolvidas nos estudantes tais como capacidades

psicomotoras teacutecnicas praacuteticas procedimentos taacutecticas estrateacutegias de investigaccedilatildeo trabalhar

com os outros comunicar assim como resolver problemas (Lopes 1994) ou desenvolver

como competecircncias transversais de autonomia responsabilidade trabalho em grupo

autoconfianccedila espiacuterito de iniciativa imaginaccedilatildeo e criatividade (Santos e OHveira 2003)

Uma actividade como o Trabalho Experimental (TE) cumpre importantes objectivos

educativos pelo que encerra um enorme potencial educativoformativo natildeo podendo ser

substituiacutedo no ensino das Ciecircncias apenas por comodidade ou por facilidades por exemplo

na preparaccedilatildeo do materialequipamento que envolve

Como advogam Wellington (2000) e Contreras (2006) natildeo se trata de uma contestaccedilatildeo

ao uso de tecnologias no ensino das Ciecircncias Pelo contraacuterio defende-se um uso planificado

intencional e sistemaacutetico no qual o professor faz uma avaliaccedilatildeo e pondera quais os ganhos

qual o valor acrescentado que a integraccedilatildeo de TIC no ensino das Ciecircncias pode acarretar E os

benefiacutecios que se podem obter da combinaccedilatildeo TIacuteC-TE atraveacutes de um uso planificado

intencional e sistemaacutetico satildeo na opiniatildeo destes autores incontroversos

De acordo com Ponte e Serrazina (1998) a postura dos professores em relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo das tecnologias nas suas praacuteticas lectivas eacute diversa Se por um lado existem

professores que tentam contornar esta nova realidade e evitam a todo o custo tal contacto

outros haacute que jaacute o fizeram mantendo contudo as suas praacuteticas tradicionais Quer isto dizer

que na maior parte das vezes a utilizaccedilatildeo que se faz deste tipo de recursos natildeo eacute a mais

adequada ou a mais sistemaacutetica (Paiva 2002)

Como mais recentemente ainda reforccedilam outros autores (Miranda 2006 Contreras

2006) muitas vezes no nosso quotidiano somos tentados a seguir a moda e a aderir a

determinados padrotildees No entanto o facto de se usarem novas tecnologias natildeo eacute por si soacute

determinante do sucesso das praacuteticas lectivas natildeo estando os professores a maior parte das

vezes conscientes das potencialidades (vantagens e desvantagens) do seu uso (Balau e Paixatildeo

2006 Balau e Paixatildeo 2006aj Isto eacute integrar as TIC na sala de aula natildeo faz milagres Se uma

escola estiver bem equipada em termos de novos recursos tecnoloacutegicos tal natildeo eacute sinoacutenimo de

ser feita uma utilizaccedilatildeo adequada sistemaacutetica das TIC (Paiva 2002) Da mesma forma que

natildeo eacute pelo facto de um professor receber formaccedilatildeo nesta aacuterea de modo restrito que se faraacute um

uso de qualidade das tecnologias

Entatildeo parece-nos legiacutetimo perguntar o que se perderaacute e o que se ganharaacute com o

uso das TIC no TE Como sugere Barton (1998) seraacute que economizar nos afazeres do

trabalho experimental fazendo uso das TIC impede os alunos de passarem por importantes

experiecircncias educacionais tomando-os meros espectadores Ou por outro lado abre novas

perspectivas sem perder aspectos essenciais do TE Estaraacute a Formaccedilatildeo de Professores atenta a

estes aspectos no sentido de apetrechar conceptualmente os futuros professores no que

respeita ao uso das TIC no TE perspectivando uma educaccedilatildeo em Ciecircncias consentacircnea com as

novas orientaccedilotildees Estas satildeo questotildees sobre as quais importa reflectir

14 - Pertinecircncia do objecto de investigaccedilatildeo

A razatildeo de ser da escolha de uma temaacutetica em que nos propomos dar um contributo

para Repensar o Trabalho Experimental no Tempo das Tecnologias de Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo prende-se com o gosto pessoal pelo ensino das Ciecircncias de uma forma geral e

com as nossas vivecircncias pessoais (formaccedilatildeo e profissatildeo) Temos consciecircncia do quatildeo

importante eacute o questionamento constante dos princiacutepios nos quais assentam as praacuteticas de

ensino e a formaccedilatildeo de professores encarado agora o ensino das Ciecircncias como Educaccedilatildeo em

Ciecircncia

Simultaneamente eacute nossa convicccedilatildeo que o Trabalho Experimental constitui uma forma

privilegiada para a aprendizagem das Ciecircncias Assim e num contexto de ceacuteleres

transformaccedilotildees cientiacuteficas tecnoloacutegicas e sociais para as quais largamente contribuiu a

evoluccedilatildeo das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC) importa repensar qual o papel

e o valor do Trabalho Experimental (TE) no tempo e na escola das tecnologias e ao mesmo

tempo investigar quais as concepccedilotildees acerca das suas potencialidades que sobre ele tecircm os

futuros professores de Ciecircncias

E ainda nosso proposito deixar um contributo sob a forma de proposta didaacutectica com

impacte na alteraccedilatildeo das concepccedilotildees dos futuros professores acerca das potencialidades do TE

com recurso agraves TIC

15 - Questotildees e objectivos que guiaram a investigaccedilatildeo

151 - Questotildees orientadoras da investigaccedilatildeo

Deste modo face ao que anteriormente se expocircs tomaremos como orientadora do

estudo a seguinte questatildeo que abrange algiimas das ideias (sub-questotildees) que pretendemos ver

esclarecidas permitindo balizar a nossa investigaccedilatildeo no contexto da problemaacutetica escolhida

Haveraacute um novo entendimento do Ensino das Ciecircncias e em particular do TE no

tempo das TIC ou seja quais as suas novas potencialidades (vantagens e desvantagens) com o

desenvolvimento actual e previsiacutevel das tecnologias e como as percepcionam os futuros

professores de Ciecircncias De modo mais incisivo satildeo sub-questotildees

1 Quais as concepccedilotildees dos alunos futuros professores de Ciecircncias da Natureza acerca

das potencialidades do TE no tempo das TIC

2 Podemos planificar TE com recurso agraves TIC numa perspectiva actual do

entendimento da Educaccedilatildeo em Ciecircncia com impacte nas concepccedilotildees dos futuros professores

de Ciecircncias da Natureza

152 - Objectivos da investigaccedilatildeo

A partir das questotildees de investigaccedilatildeo formulaacutemos objectivos que podem ser

alcanccedilados com o desenvolvimento da investigaccedilatildeo e que se seguem

1 Analisar as concepccedilotildees dos futuros professores de Ciecircncias acerca das

potencialidades do Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias no tempo

actual dominado pelas TIC

2 Planificar uma proposta didaacutectica centrada no Trabalho Experimental com

recurso agraves TIC numa perspectiva actual da Educaccedilatildeo em Ciecircncias

10

3 Confrontar os futuros professores de Ciecircncias com a proposta didaacutectica

centrada no TE com recurso agraves TIC

4 Analisar o impacte da proposta na alteraccedilatildeo das concepccedilotildees dos futuros

professores acerca do Trabalho Experimental no tempo das TIC

11

Capiacutetulo 2

Ensino das Ciecircncias TraSaCfio ^EjccedilperiacutementaCe

Tecnolhgias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Os proacuteprios cidadatildeos tecircm a responsabilidade inalienaacutevel de ati-aveacutes das suas acccedilotildees e opccedilotildees moldarem o seu futuro neste novo contexto Tecircm de exercitar o seu poder de escolha sobre o caminho de desenvolvimento desta nova sociedade acompanhando e avaliando com interesse construtivo o potencial e as novas oportunidades e riscos que esta gera

Missatildeo para a Sociedade da Informaccedilatildeo 1997 pl5

21 - O Ensino das Ciecircncias

211 - Educaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia

Vivemos hoje numa sociedade da informaccedilatildeo e do conhecimento uma sociedade

complexa caracterizada por ceacuteleres mudanccedilas na qual o conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico

avanccedila a passos largos tocando todas as aacutereas da sociedade A educaccedilatildeo natildeo eacute excepccedilatildeo e se

por um lado o avanccedilo da Ciecircncia e da Tecnologia potildee agrave disposiccedilatildeo dos indiviacuteduos um amplo

espectro de saberes a ser explorado por outro lado aos cidadatildeos colocam-se novas exigecircncias

De facto nas orientaccedilotildees do actual Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico (CNEB) pode ler-se

que a sociedade da informaccedilatildeo e do conhecimento reivindica indiviacuteduos com educaccedilatildeo

abrangente em diversas aacutereas que demonstrem flexibilidade capacidade de comunicaccedilatildeo e

uma capacidade de aprender ao iongo da vida (ME - DEB 2001 pl29)

A escola tem assim um importante papel a desempenhar natildeo soacute no que conceme aos

saberes fundamentais para uma formaccedilatildeo inicial dos cidadatildeos mas tambeacutem no fomentar em

cada indiviacuteduo o desenvolvimento de competecircncias de auto-formaccedilatildeo entendendo a formaccedilatildeo

de cada pessoa como um processo em construccedilatildeo Como refere Santos (2002 pl5) na

formaccedilatildeo de cada indiviacuteduo a escola jaacute natildeo deve apenas preocupar-se com a transmissatildeo

e aquisiccedilatildeo de conhecimentos mas com a necessidade de que o aluno aprenda a pensar

desenvolvendo competecircncias do pensar Esta ideia eacute reforccedilada por Ponte e Serrazina(1998

13

p9) quando afirmam que o saber comeccedila a ter cada vez mais um outro significado

passando a centrar-se no saber procurar saber interpretar e saber integrar as diversas fontes de

dados Cada vez mais eacute menos importante ter soacute conhecimento memorizado porque o

conhecimento estaacute mais acessiacutevel a todos o valor acrescentado estaacute principalmente em saber

usaacute-lo

No documento CNEB pode ler-se que A aquisiccedilatildeo progressiva de conhecimentos eacute

relevante se for integrada num conjunto mais amplo de aprendizagens e enquadrada por uma

perspectiva que coloca no primeiro plano o desenvolvimento de capacidades de pensamento e

de atitudes favoraacuteveis agrave aprendizagem (ME - DEB 2001 p9) Nos nossos dias eacute ideia

corrente que o ensino-aprendizagem de conhecimentos por si soacute eacute demasiado redutor pobre e

distante da realidade Como explica Carneiro (2001 pl 1) As crianccedilas podem aprender tudo

em qualquer parte a todo o momento No entanto acrescenta o conteuacutedo soacute por si revela-

se claramente insuficiente

As orientaccedilotildees expressas no jaacute referido documento CNEB apontam exactamente nesse

sentido Isto eacute no desenvolvimento de trajectos educativos diversificados que capacitem os

cidadatildeos para compreender a realidade e para abordar situaccedilotildees e problemas do quotidiano

(ME - DEB 2001 pl5) cora competecircncias para intervir de forma responsaacutevel era decisotildees

pessoais e sociais

E lugar comum a importacircncia da educaccedilatildeo cientiacutefica na sociedade actual Procura-se

hoje a formaccedilatildeo de cidadatildeos cientiacutefica e tecnologicamente literatos que possam usar

adequadamente as tecnologias disponiacuteveis e intervir criticamente na sociedade Como referem

Cachapuz Praia e Jorge (2002 p45) para se ser cientificamente culto natildeo basta a aquisiccedilatildeo

de conhecimentos e competecircncias tradicionalmente apresentadas () nos curriacuteculos de

Ciecircncias () implica tambeacutem atitudes valores e novas competecircncias (em particular abertura

14

agrave mudanccedila eacutetica de responsabilidade aprender a aprender) que preparem cada cidadatildeo

para intervir de forma responsaacutevel na resoluccedilatildeo de problemas com consequecircncias natildeo soacute

pessoais mas tambeacutem sociais Como afirma Martins (2002) a formaccedilatildeoeducaccedilatildeo inicial

deveraacute ser cada vez mais de banda larga () e a formaccedilatildeo teraacute de acompanhar os indiviacuteduos

ao longo de toda a vida de modo a poder capacitar cada um para os novos desafios de uma

sociedade cada vez mais tecnoloacutegica

Esta mesma sociedade encontra-se hoje intrinsecamente ligada ao desenvolvimento

cientiacutefico-tecnoloacutegico e o conhecimento reveste-se de grande importacircncia social de tal forma

que o nivel econoacutemico das sociedades eacute frequentemente medido de acordo com o iacutendice de

conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico superior (Martins e Veiga 1999) Por esta ordem de

ideias a sociedades de maior niacutevel econoacutemico corresponde um maior desenvolvimento do

ponto de vista cientiacutefico A este propoacutesito Ziman (1999) afirma que A ciecircncia atraveacutes da

tecnologia eacute hoje em dia a maior fonte de mudanccedila nas sociedades humanas (p437)

Cachapuz Praia e Jorge (2002 p25) referem que o papel nuclear da CiecircnciaTecnologia ( )

como motor do desenvolvimento soacutecio-econoacutemico eacute hoje dificihnente contestado Como

aponta Martiacuten-Diaacutez (2004) Baste echar una mirada a nuestro alrededor para observar la

omnipresencia de los resultados de los avances tecnoloacutegicos y de los descubrimientos

cientiacuteficos

Nas palavras de Sousa Santos (2003 pl5) O conhecimento cientiacutefico eacute hoje a forma

oficialmente privilegiada de conhecimento e a sua importacircncia para a vida das sociedades

contemporacircneas natildeo oferece contestaccedilatildeo Nesta perspectiva todos os paiacuteses se dedicam agrave

promoccedilatildeo da ciecircncia A mesma opiniatildeo eacute partilhada por Wellington (2001) que defende que

aprender Ciecircncia pode ajudar as pessoas a conhecer melhor o universo em que vivemos - e a

noacutes mesmos

15

De acordo com Cachapuz Praia e Jorge (2002 p21) eacute hoje claro a importacircncia de

uma adequada cultura cientiacuteficatecnoloacutegica na emergecircncia do progresso social na sociedade

do conhecimento Pedrinaci (2006) exemplifica essa ideia atraveacutes de situaccedilotildees com que nos

deparamos no dia-a-dia e acerca das quais eacute necessaacuterio tomar decisotildees assumir uma posiccedilatildeo e

que satildeo de difiacutecil entendimento ateacute mesmo para pessoas consideradas cultas Segundo este

autor numa sociedade em que a Ciecircncia e a Tecnologia estatildeo cada vez mais presentes e em

que aos cidadatildeos eacute exigida uma maior intervenccedilatildeo social a formaccedilatildeo e conhecimento

cientiacutefico teratildeo que ser funcionais e possiacuteveis de aplicar em diferentes situaccedilotildees

A Ciecircncia como uma linguagem reservada a uma elite eacute hoje de uma forma geral uma

concepccedilatildeo recusada (Martins e Veiga 1999) sendo defendido o ensino das Ciecircncias como

educaccedilatildeo em Ciecircncia ou seja como uma forma de dotar os indiviacuteduos de competecircncias para a

compreensatildeo de factos que intervecircm na resoluccedilatildeo de situaccedilotildees-problema do quotidiano As

mesmas autoras defendem ainda que o conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico eacute uma das

principais (senatildeo a principal) caracteriacutesticas que distingue a sociedade deste tempo das

sociedades de seacuteculos anteriores Como aponta Martins (2003) cada vez eacute mais difiacutecil rebater

a ideia que o acesso agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas ( ) contribui para a qualidade de vida das

pessoas e estaacute dependente do desenvolvimento econoacutemico

Apresentamos no quadro 21 um conjunto de argumentos a favor da importacircncia do

conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico segundo Martins e Veiga (1999 p2)

16

- A Ciecircncia esclarece as muacuteltiplas relaccedilotildees dos seres vivos entre si e com a Natureza orientando para uma intervenccedilatildeo da Tecnologia que respeite esta Natureza - A Ciecircncia fornece as bases que permitem avaliar os efeitos da Tecnologia no ambiente

Argumentos a favor da importacircncia do

conhecimento cientiTico-

- A Ciecircncia pode ajudar a resolver problemas locais e globais e deste modo contribuir para a seguranccedila do Planeta

tecnoloacutegico - A Tecnologia fornece ferramentas capazes de gerarem interligadamente com a Ciecircncia novos conhecimentos

- Os processos proacuteprios do pensamento cientiacutefico ajudam na elaboraccedilatildeo de juiacutezos sobre situaccedilotildees do quotidiano

- A Ciecircncia e a Tecnologia podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida

Quadro 21 - Argumentos a favor da importacircncia do conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico

Tendo em conta diferentes interesses sociais Wellington (2001) defende que a

educaccedilatildeo em Ciecircncias deve comportar um diversificado leque de objectivos de forma a cativar

um puacuteblico diversificado Como defende estes objectivos podem agrupar-se em trecircs

domiacutenios valor intriacutenseco da educaccedilatildeo em Ciecircncias promoccedilatildeo da cidadania e objectivos

relacionados com o valor utilitaacuterio da Ciecircncia isto eacute que permitam desenvolver competecircncias

e atitudes transversais (Quadro 22)

17

VaJor intriacutenseco

- Consciencializaccedilatildeo e desmistificaccedilatildeo de fenoacutemenos naturais - Compreensatildeo do nosso corpo e de noacutes proacuteprios - Interessante excitante e intelectualmente estimulante - Parte da nossa cultura da nossa heranccedila

Promoccedilatildeo da cidadania

- 0 conhecimento da Ciecircncia e do trabalho dos cientistas eacute necessaacuterio a todos os cidadatildeos para numa democracia tomarem decisotildees informadas - Quem toma decisotildees-chave (por exemplo funcionaacuterios puacuteblicos e poliacuteticos) precisa de ter conhecimentos sobre Ciecircncia sobre o trabalho dos cientistas e sobre as limitaccedilotildees das evidecircncias cientiacuteficas para tomar decisotildees-chave por exemplo em assuntos como a alimentaccedilotildees recursos energeacuteticos

Objectivos utilitaacuterios

- Desenvolver competecircncias geneacutericas tais como medir estimar avaliar - Preparaccedilatildeo dos estudantes para carreiras e trabalhos que envolvam Ciecircncia - Preparaccedilatildeo de um pequeno nuacutemero de estudantes para carreiras que usem a Ciecircncia como cientistas - Desenvolver atitudes cientiacuteficas tais como a curiosidade o cepticismo salutar uma mente activa (minds-on) investigativa o sentido critico e analiacutetico

Quadro 22 - Objectivos da educaccedilatildeo em Ciecircncias (Wellington 2001)

Para aleacutem destas justificaccedilotildees sobre o ensino das Ciecircncias poderem ajudar o professor

a saber porquecirc ensinar Ciecircncias e orientar o que se ensina e como se ensina Wellington

(2001) defende ainda que mais importante que tudo eacute que orientados pelas suas proacuteprias

crenccedilas e princiacutepios os professores devam ser capazes de explicarjustificar com

responsabilidade as suas acccedilotildees isto eacute o que fazem e porque o fazem e ter presente esta ideia

nas suas planificaccedilotildees

212 - Finalidades do Ensino das Ciecircncias

A finalidade do ensino das Ciecircncias tem sido mote para uma reflexatildeo recente agrave escala

internacional tendo como uma das principais preocupaccedilotildees o desinteresse dos jovens pela

Ciecircncia Como argumentam Cachapuz Praia e Jorge (2002 p26) aparentemente a

importacircncia central da Ciecircncia e da Tecnologia () nas sociedades modernas pareceria

suficiente para lhes assegurar uma aceitaccedilatildeo e credibilidade junto dos jovens () despertar

18

vocaccedilotildees () motivar aprendizagens de qualidade No entanto tal natildeo acontece e o

desencanto dos jovens pela Ciecircncia eacute uma realidade Para estes investigadores razoes pelas

quais cada vez menos jovens enveredam por estudos de cariz cientificotecnoloacutegico

relacionam-se com maiores expectativas materiais noutras aacutereas eou com a suposta maior

exigecircncia desta aacuterea de estudos Contudo a razatildeo que destacam para este afastamento das

Ciecircncias e da Tecnologia prende-se primeiramente com a imagem que os jovens tecircm do

desenvolvimento cientiacuteficotecnoloacutegico e com o contexto da educaccedilatildeo em Ciecircncia que temos

No entanto e ainda segundo aqueles autores a situaccedilatildeo em Portugal assume uma dicotomia

preocupante o ensino das Ciecircncias que temos natildeo consegue nem oferecer uma cultura

cientiacutefica adequada a todos os alunos a niacutevel da escolaridade baacutesica nem entusiasmar

suficientemente os sobreviventes para enveredarem em seguida por percursos acadeacutemicos de

iacutendole cientiacuteficotecnoloacutegica (Cachapuz Praia e Jorge 2002 p39) Tambeacutem Martins (2006

p25) realccedila que de uma forma geral existe um desinteresse dos jovens pelo estudo das

Ciecircncias acentuado com a progressatildeo da escolaridade Igualmente no puacuteblico de uma forma

geral existe desinteresse eou oposiccedilatildeo face agrave Ciecircncia (Martins 2006 p25)

Martins e Veiga (1999 p3) crecircem que a escola estaacute em crise pois a Educaccedilatildeo em

Ciecircncias para todos na escola deve ser um dos pontos de partida para atingir a alfabetizaccedilatildeo

cientiacutefica A este propoacutesito partilhando da mesma opiniatildeo das autoras atraacutes referidas Santos

(2002 pl5) defende que o ensino natildeo deu ainda resposta agraves necessidades da sociedade

nem dos alunos como pessoas Para esta autora eacute consensual que se proceda a uma reforma

da educaccedilatildeo de uma forma geraJ e em particular do ensino das Ciecircncias Tambeacutem Pro Bueno

e Martinez (2005) consideram que existem indicadores que revelam que a situaccedilatildeo actual do

ensino das Ciecircncias na educaccedilatildeo obrigatoacuteria eacute preocupante pois segundo referem a

importacircncia curricular e a carga lectiva das disciplinas de Ciecircncias tecircm vindo a ser reduzidas

19

Como eacute argumentado por Martins (2002) eacute provavelmente consensual para

educadores cientistas e poder poliacutetico que os resultados alcanccedilados pela aprendizagem da

ciecircncia escolar natildeo satisfazem os objectivos de educaccedilatildeo das sociedades actuais Em Martins

e Veiga (1999) satildeo apontados alguns dos motivos que afastam a escola dessa realidade e que

se prendem com o facto de os Programas natildeo contemplarem a relaccedilatildeo entre a Ciecircncia e

Tecnologia e as suas repercussotildees nas nossas vidas o natildeo terem em conta as ideias preacutevias dos

alunos acerca de questotildees cientiacuteficas elementares ou o facto de parecerem ser dirigidos apenas

aos alunos que iratildeo enveredar por aacutereas no domiacutenio das Ciecircncias (Martins e Veiga 1999)

Num estudo levado a cabo por Campanario Moya e Otero (2001) analisam-se usos

abusivos da Ciecircncia em publicidade Segundo estes autores a publicidade tem um poder

persuasivo enorme na opiniatildeo puacuteblica chegando mesmo a ser determinante natildeo soacute em termos

de juiacutezos de valor como tambeacutem na assunccedilatildeo de comportamentos motivos pelos quais os

autores referem que a publicidade nos nossos dias tem poder e influecircncia na sociedade e

consequentemente na economia No seu estudo Campanario Moya e Otero (2001 p46)

elucidam-nos que a Ciecircncia eacute usada frequentemente em publicidade como fonte de

autoridade que garante a qualidade dos produtos que se anunciam e tambeacutem como garantia

de certeza De facto como nos dizem estes autores o conhecimento cientiacutefico passou a ser o

paradigma do conhecimento rigoroso fiaacutevel e exacto (Campanario Moya e Otero 2001

p46) De uma forma geral com o incremento destes dois estereoacutetipos assistimos a uma

dicotomia por um lado aumentou a confianccedila na Ciecircncia por outro lado natildeo haacute uma

compreensatildeo significativa de Ciecircncia Pelas razoes apontadas Campanario Moya e Otero

(2001 p55) alertam para o seguinte o facto de os cidadatildeos serem aparentemente insensiacuteveis

aos exageros em publicidade ao uso de conceitos cientiacuteficos inexistentes ou aos argumentos

20

falaciosos ou incompreensiacuteveis deveria conduzir ao repensar e reorientar o ensino das

Ciecircncias para assumir uma perspectiva de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica dos cidadatildeos

Caamano e Paixatildeo (2006) argumentam que os actuais curriacuteculos de Ciecircncias estatildeo

desfasados da realidade motivo pelo qual afirmam destaca-se a sua falta de relevacircncia para

mostrar a ciecircncia tal como se apresenta na vida quotidiana e nas suas relaccedilotildees com a

tecnologia e a sociedade ao que acrescentam que os mesmos curriacuteculos natildeo oferecem aos

alunos oportunidades para debater temas de cientiacuteficos da actualidade

Satildeo muitos os autores que destacam a falta de relevacircncia do ensino das Ciecircncias para a

mostrar tal como se apresenta na vida quotidiana e nas suas multifacetadas relaccedilotildees com a

tecnologia e a sociedade advogando uma educaccedilatildeo cientiacutefica cuja principal finalidade seja

desenvolver competecircncias que permitam ao cidadatildeo comum (aquele que natildeo eacute

necessariamente especialista em aacutereas cientiacuteficas) intervir na tomada de decisotildees

responsaacuteveis promovendo assim a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica de todos os cidadatildeos

(Martins e Veiga 1999 Campanario Moya e Otero 2001 Pedrosa 2001 Tenreiro-Vieira e

Vieira 2001 2005 Cachapuz Praia e Jorge 2002 Martins 2002 2003 2006 Acevedo

Vaacutezquez e Manassero 2003 Martin-Diacuteaz 2004 Pedrosa et al 2004 Gii-Peacuterez e Vilches

2004 2005 Vasconcelos e Praia 2005 Vieira e Martins 2005 Caamano e Paixatildeo 2006) Eacute

neste eixo que encontramos o movimento CTS que se tomou marco da actual Educaccedilatildeo em

Ciecircncias sobre o qual nos debruccedilaremos mais adiante

2 1

213 - Alfabetizaccedilatildeo Cientiacutefica

O propoacutesito da alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica atraveacutes do ensino das Ciecircncias eacute amplamente

tratado na literatura da especialidade Assim quando falamos de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (ver

nota de rodapeacute nuacutemero 1) referimo-nos genericamente agrave compreensatildeo de fenoacutemenos ao

acompanhamentocompreensatildeo (ainda que mais ou menos restrita) da actividade cientiacutefica e agrave

tomada de decisotildees de modo responsaacutevel isto eacute o mais informado possiacutevel

De acordo com Acevedo Vaacutezquez e Manassero (2003) a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica surge

na bibliografia da especialidade tratada de diversas formas

- Lema que resume como palavra-chave os propoacutesitos de reforma do ensino

das Ciecircncias de um amplo movimento internacional de especialistas em

educaccedilatildeo cientiacutefica

- Metaacutefora que serve para expressar de uma forma geral as finalidades e

objectivos da educaccedilatildeo cientiacutefica e

- Mito cultural que ainda que expressado originalmente e de uma forma

critica pode reformular-se como uma utopia que assinala um ideal a perseguir

(Acevedo Vaacutezquez e Manassero 2003)

Para estes autores a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica desenvolve-se ao longo da

vida e de uma forma graduai eacute um conceito amplo que de acordo com Kemp (cit Acevedo

Vaacutezquez e Manassero 2003) compreende diferentes dimensotildees (quadro 23)

Dimensotildees da alfabetizaccedilatildeo cientiacutefiacuteca

Conceptual Diz respeito agrave compreensatildeo e aos conhecimentos de Ciecircncia

Procedimental Relaciona-se com os procedimentos processos habilidades e capacidades

Afectiva Do foro das emoccedilotildees atitudes valores

Quadro 23 - Dimensotildees da alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Kemp cit Acevedo Vaacutezquez e Manassero 2003)

2 2

o mesmo autor distingue ainda trecircs tipos de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (quadro 24)

Tipos de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica

Pessoal

Relacionada principalmente com a dimensatildeo conceptual e um pouco com a dimensatildeo afectiva segundo esta perspectiva a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica radica sobretudo em compreender um amplo leque de conceitos e usar um extenso vocabulaacuterio cientiacutefico na vida quotiacutediana e na cultura proacutepria

Praacutetica

De acordo com a dimensatildeo procedimental e tambeacutem embora numa pequena fracccedilatildeo com a dimensatildeo afectiva desde este ponto de vista a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica consiste especialmente em usar a ciecircncia na vida quotiacutediana e com propoacutesitos ciacutevicos e sociais compreendendo mensagens de Ciecircncia no dia-a-dia por exemplo na comunicaccedilatildeo social

Formal Compreende as trecircs dimensotildees conceptual procedimental e afectiva

Quadro 24 - Tipos de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Kemp ciL Acevedo Vaacutezquez e Manassero 2003)

O tipo de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica formal eacute o mais complexo mas seraacute tambeacutem aquele

que perspectiva de uma forma integral a cultura cientiacutefica do aluno-futuro-cidadatildeo

A alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica implica muitas coisas conhecer conceitos de

ciecircncia ter uma ampla compreensatildeo dos princiacutepios cientiacuteficos saber acerca da

natureza da ciecircncia e das relaccedilotildees entre ciecircncia e sociedade obter informaccedilatildeo

cientiacutefica utilizaacute-la e ser capaz de comunicaacute-la a outras pessoas ser capaz de

usar a ciecircncia na vida quotidiana e participar democraticamente na sociedade

civil para tomar decisotildees sobre assuntos relacionados com a ciecircncia e a

tecnologia (Acevedo Vaacutezquez e Manassero 2003)

Atraveacutes da leitura destas ideias natildeo eacute difiacutecil perceber a complexidade que gira em

tomo do conceito de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica que embora seja um lugar-comum nos nossos

dias vista como uma das principais ou mesmo a principal fmalidade do ensino das Ciecircncias

parece reunir consensos que muitas vezes satildeo mais aparentes do que reais (Pedrosa 2001)

Segundo Gil-Peacuterez e Vilches (2005) haacute autores que defendem que problemas sociais de cariz

cientiacutefico pela sua complexidade devem ser deixados para os especialistas e para aqueles que

23

possuam um conhecimento cientiacutefico miacutenimo Contrapotildeem entatildeo que a tomada de decisotildees

em questotildees sociais de iacutendole cientiacutefica natildeo precisa apenas dos especialistas isto eacute ura

cidadatildeo comum que possua conhecimentos cientiacuteficos miacutenimos teraacute uma visatildeo global e eacutetica

acerca de determinado problema e das suas repercussotildees sem ser um especialista na mateacuteria

Mas a poleacutemica sobre as razotildees de ser da educaccedilatildeo em Ciecircncias tem como pano de

fundo um conjunto de tensotildees como explica Wellington (2001) relacionadas com o valor

intriacutenseco e com o valor utilitaacuterio do saber cientiacutefico com a Ciecircncia para uma elite e a Ciecircncia

para todos com o ensino de um determinado conteuacutedo e o ensino de competecircncias no fundo

entre a Ciecircncia acadeacutemica e a Ciecircncia praacutetica Para autores como Wellington (2001) (por

exemplo Acevedo Vaacutezquez e Manassero 2003 Acevedo Vaacutezquez Paixatildeo Acevedo Oliva

e Manassero 2005) a poleacutemica em torao do conceito de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica eacute diversa e

proveacutem de diferentes aacutereas sociais e diferentes grupos de interesses tais como especialistas em

educaccedilatildeo cientiacutefica cientistas e investigadores socioacutelogos e profissionais implicados de

alguma forma na divulgaccedilatildeo da Ciecircncia e da Tecnologia

A partir destes argumentos toma-se faacutecil perceber que a Ciecircncia natildeo eacute uma actividade

neutra mas sim permeaacutevel a diferentes interesses sociais como mais adiante iremos abordar

Como argumenta Ziman (1999) a Ciecircncia eacute um marco na sociedade em que vivemos Estamos

intrinsecamente rodeados de Ciecircncia faz parte das nossas vidas e eacute difiacutecil conceber o mundo

sem ela Contudo acrescenta agrave medida que esse mundo muda a proacutepria ciecircncia eacute obrigada a

remodelar-se radicalmente para se adequar a novos ambientes sociais econoacutemicos e

poliacuteticos (Ziman 1999 p437)

Relativamente agrave Educaccedilatildeo em Ciecircncias para todos Martins e Veiga (1999)

argumentam acerca da importacircncia de uma compreensatildeo puacuteblica de Ciecircncia que permita a

cada cidadatildeo usar conhecimento cientiacutefico baacutesico para tomar decisotildees individuais e sociais

24

conhecer valorizar e usar a tecnologia na sua vida pessoal reconhecer as vantagens e as

limitaccedilotildees da Ciecircncia e da Tecnologia adquirir os saberes (competecircncias atitudes e valores)

que lhe permita adaptar-se a uma sociedade na qual a mudanccedila eacute uma constante (Martins e

Veiga 1999 p2)

As mesmas autoras advertem que a consciecircncia crescente da necessidade de uma

alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica dos cidadatildeos conduz-nos ao seguinte problema o que deve a escola

ensinar Quais satildeo os limites Tambeacutem Prieto (2004 p449) coloca esta questatildeo cuaacutel es la

ciecircncia miacutenima baacutesica necesaria para estar alfabetizado cientiacutefica y tecnologicamente

A este respeito Cach^uz Praia e Jorge (2002 p39) defendem que sendo certo que a

escola natildeo eacute a uacutenica via para a formaccedilatildeo de uma cultura cientiacutefica tambeacutem natildeo eacute menos certo

que eacute pela escola que se podem adquirir as bases de uma cultura cientiacutefica Eacute neste contexto

que Martins e Veiga (1999 p8) alegam que perante os seacuterios problemas que a humanidade

enfrenta o que o fijturo lhe reserva depende grandemente do grau de sensatez com que se faz

uso da Ciecircncia e da Tecnologia E eacute justamente neste ponto que a escola e o ensino formal

podem mtervir a partir do conteuacutedo que veiculam propiciando o desenvolvimento de

atitudes cientiacuteficas tais como a curiosidade o cepticismo salutar o sentido criacutetico e

analiacutetico bem como fomentar alguma compreensatildeo acerca da natureza da Ciecircncia (Martins e

Veiga 1999 Wellington 2001) Tal como referem as primeiras autoras a escola pode

desempenhar um papel primordial quer promovendo haacutebitos de reflexatildeo e questionamento

quer proporcionando saberes indispensaacuteveis a uma compreensatildeo adequada ainda que de

caraacutecter geral (Martins e Veiga 1999 plO)

Tambeacutem no entendimento de Tenreiro-Vieira e Vieira (2001 2005) e Vieira e Martins

(2005) a finalidade uacuteltima do ensino das Ciecircncias deveraacute ser a promoccedilatildeo da literacia cientiacutefica

Para estes autores tal conceito assenta em trecircs aspectos essenciais designadamente ser um

25

cidadatildeo activo e interveniente na sociedade aplicando conhecimentos cientiacuteficos e capacidades

de pensamento apropriar-se e aplicar conhecimentos cientiacuteficos na resoluccedilatildeo de problemas e

possuir capacidades de pensamento criacutetico (Tenreiro-Vieira e Vieira 2001 Vieira e Martins

2005)

Ser cientificamente culto passa por um conjunto de competecircncias capacidades

atitudes e valores que no dia-a-dia do cidadatildeo comum lhe permitam opinar acerca de questotildees

que directa ou indirectamente lhe dizem respeito seja em questotildees relacionadas com a sauacutede

seja ao intervir num diaacutelogo sobre Ciecircncia seja ao avaliar o sentido de uma notiacutecia num sem

fim de situaccedilotildees o cidadatildeo natildeo especialista em Ciecircncias natildeo pode ser indiferente

214 - Movimento para uma Educaccedilatildeo CTS - Ciecircncia-Tecnologia-

Sociedade

Ainda que de uma forma modesta a Sociedade comeccedila a mostrar-se mais sensibilizada

para questotildees relacionadas com a Ciecircncia e a Tecnologia como por exemplo no que respeita a

problemas ecoloacutegicos mostrando-se por um lado preocupada e por outro desperta para

participar na tomada de decisotildees relacionadas com este e outros tipos de problemas que

directa ou indirectamente lhe dizem respeito

Todavia este tipo de intervenccedilatildeo fundamentada requer indiviacuteduos com uma formaccedilatildeo

que lhes permita compreender a vertente cientiacutefica e tecnoloacutegica dos problemas sociais E

justamente neste aspecto que assenta o movimento educativo Ciecircncia - Tecnologia -

Sociedade (CTS) que como refere Sequeira (2004 pl86) encara o ensino e a aprendizagem

das ciecircncias no contexto da experiecircncia humana

26

De facto e segundo o mesmo autor a investigaccedilatildeo tem mostrado que muitos alunos de

ciecircncias ao resolverem problemas do mundo real utilizam referentes conceptuais construiacutedos

com base nas suas experiecircncias fora da escola e natildeo os que foram aprendidos nas salas de aula

Tambeacutem Pro Bueno e Martinez (2005) afirmam que cada vez menos estudantes escolhem a

aacuterea de Ciecircncias No entanto contrariamente ao que seria de esperar constatamos que os

adolescentes se interessam por temas de caraacutecter cientiacutefico da actualidade como por exemplo

fenoacutemenos astronoacutemicos ou notiacutecias sobre acidentes com substacircncias toacutexicas revelando uma

resposta altamente positiva no que diz respeito a este tipo de assuntos

A este propoacutesito muitos satildeo tambeacutem os investigadores que explicitam que a Ciecircncia e

a Tecnologia exercem uma influecircncia cada vez maior na Sociedade actual ao mesmo tempo

que tambeacutem esta influi nas orientaccedilotildees da proacutepria investigaccedilatildeo em Ciecircncia e nos

desenvolvimentos e investimentos em Tecnologia relevando as incontornaacuteveis relaccedilotildees CTS

no tempo actual (Ziman 1998 1999 Paixatildeo 1998 Moniz dos Santos 2004 Sousa Santos

2003 Acevedo Vaacutezquez Paixatildeo Acevedo Oliva e Manassero 2005)

Assim sendo a Educaccedilatildeo em Ciecircncias deve constituir um contributo para uma melhor

compreensatildeo do mundo em que se movem os cidadatildeos para a melhoria da sua qualidade de

vida e portanto alicerccedilar-se nesse contexto das interrelaccedilotildees CTS

Satildeo vaacuterios os autores que evidenciam os propoacutesitos do movimento para uma educaccedilatildeo

CTS no ensino das Ciecircncias que embora expressos de diferentes formas tecircm em comum

alguns aspectos (Quadro 25)

27

Autor(es) Movimento CTS no ensino das Ciecircncias

Fleming (1989)

Propotildee a interligaccedilatildeo entre a Ciecircncia e a Tecnologia no sentido de formar cidadatildeos capazes de se informarem e reflectirem sobre questotildees e implicaccedilotildees da Tecnologia na Sociedade Defende-se assim uma alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica num curriacuteculo CTS

VaacutezquEcircZ e Manassero (1995)

Defendendo um ensino com orientaccedilatildeo CTS estes autores advogam um curriacuteculo de Ciecircncias que integre a Tecnologia e que seja funcional e uacutetil para os cidadatildeos isto eacute relacionando conhecimentos cientiacuteficos com as vivecircncias do dia-a-dia dos alunos

Acevedo (1996)

Para este autor Ciecircncia Tecnologia e Sociedade estatildeo intrinsecamente relacionadas de tal modo que o propoacutesito de um curriacuteculo com orientaccedilatildeo CTS eacute a promoccedilatildeo da literacia cientifica e tecnoloacutegica capaz de habilitar os cidadatildeos para a tomada de decisotildees responsaacuteveis e democraacuteticas orientada para a resoluccedilatildeo de problemas relacionados com a tecnologia

Martins e Veiga (1999)

Um ensino com orientaccedilatildeo CTS visa uma Educaccedilatildeo Cientiacutefica cuja principal fmalidade eacute a de preparar os alunos-fiituros-cidadatildeos para um mundo em constante mudanccedila dominado pela Ciecircncia e pela Tecnologia relevando valores sociais e eacuteticos

Cachapuz Praia e Jorge (2002)

Defendem um ensino CTSA que valoriza contextos reais dos alunos no qual problemas reais necessitam da intervenccedilatildeo de domiacutenios variados e complementares (p 175) Estes autores advogam assim o ensino da Ciecircncia contextualizada e para todos que estuda problemas mais relevantes para o aluno e por isso com maiores possibilidades dos saberes construiacutedos serem transferiacuteveis e mobilizaacuteveis para o seu quotidiano (pl75)

Acevedo Vaacutezquez Manassero e Acevedo

(2003)

0 movimento CTS no ensino das Ciecircncias tem a finalidade de contribuir para melhorar a alfabetizaccedilatildeo cientifica e tecnoloacutegica de todas as pessoas () de propiciar a participaccedilatildeo democraacutetica dos cidadatildeos na avaliaccedilatildeo e na tomada de decisotildees com respeito a assuntos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos de interesse social

Moniz dos Santos (2004)

0 movimento CTS concebe o ensino das Ciecircncias tendo por base uma cidadania democraacutetica Pensar o ensino das Ciecircncias atraveacutes da perspectiva CTS eacute natildeo 0 confinar a uma disciplina mas sim contemplar natildeo soacute uma cultura cientifica como tambeacutem uma cultura teacutecnica e uma cultura humaniacutestica (Moniz dos Santos 2004)

Paixatildeo (2004)

0 ensino das Ciecircncias com uma orientaccedilatildeo CTS constitui uma preciosa via para a educaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica dos cidadatildeos partindo do princiacutepio que as aprendizagens na aula tecircm que relacionar-se necessariamente com a vida quotidiana nos contextos tecnoloacutegicos sociais e culturais agrave volta dos alunos (p205)

Tenreiro-Vieira e Vieira (2005)

A literacia cientiacutefica como finalidade do ensino das Ciecircncias vai ao encontro de um ensino das Ciecircncias com uma orientaccedilatildeo CTS Neste contexto se os conteuacutedos cientiacuteficos abordados forem relevantes para os alunos ganham significado e tomam-se mais compreensiacuteveis

Quadro 25 - Movimento CTS no ensino das Ciecircncias

28

Dos autores que referimos e das suas ideias as semelhanccedilas satildeo muitas sendo a pedra

de toque do movimento CTS a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica no contexto quotidiano de uma

cidadania responsaacutevel O ensino das Ciecircncias visto sob esta perspectiva visa uma cidadania

que assenta em trecircs pilares fundamentais educaccedilatildeo em ciecircncia educaccedilatildeo sobre ciecircncia e

educaccedilatildeo pela ciecircncia que como esclarece Moniz dos Santos (2004 p20) abrange para

aleacutem do mundo da ciecircncia o mundo do quotidiano para aleacutem de perspectivas do cientista

perspectivas do cidadatildeo para aleacutem de vivecircncias e de explicaccedilotildees cientiacuteficas vivecircncias e

explicaccedilotildees informais A este respeito eacute precioso o reforccedilo de Burke (2002 p30) a

ciecircncia pode ajudar as pessoas a discutir os problemas mas natildeo pode resolvecirc-los por elas

Ora num ensino em que se pretende que os alunos possam encontrar utilidade praacutetica

naquilo que lhes eacute ensinado na sala de aula o mesmo deveraacute ser orientado para a resoluccedilatildeo de

problemas decorrentes do quotidiano dos alunos Sequeira (2004 pl86) acrescenta ainda

ensinar e aprender na perspectiva CTS significa debruccedilarmo-nos sobre problemas do mundo

real que tecircm componentes das ciecircncias e da tecnologia do ponto de vista dos alunos

Em suma e como afirma Pedrosa et ai (2004 pllO) devemos concorrer para uma

educaccedilatildeo cientiacutefica indissociaacutevel de exerciacutecios de cidadania isto eacute do exerciacutecio de direitos e

do cumprimento de deveres dos cidadatildeos enquanto integrados em muacuteltiplos grupos e

contextos em que se inserem e se movimentam no dia-a-dia

29

22 - O Trabalho Experimental na Educaccedilatildeo em Ciecircncia

Considerado um vector fundamental da educaccedilatildeo em ciecircncia atribui-se um papel de realce ao tj-abalho experimental enquanto actividade de natureza investigativa que envolve a resoluccedilatildeo de problemas quer como um fim em si mesmo ao propiciar o desenvolvimento de capacidades de resoluccedilatildeo de problemas e de investigaccedilatildeo quer como uma estrateacutegia de ensino e de aprendizagem favorecendo a construccedilatildeo de significados dos conceitos teoacutericos quer como uma estrateacutegia formativa de desenvolvimento de capacidades e talentos diversos de ordem cognitiva afectiva e social

Guimas de Almeida 1995 p265

Desde haacute muito o Trabalho Experimental ocupa um papel de destaque no Ensino das

Ciecircncias Como clarificam Hofstein e Lunetta (2004) o Laboratoacuterio conquistou um lugar

central no Ensino das Ciecircncias trazendo as actividades laboratoriais claros benefiacutecios

221 - Clarificando designaccedilotildees Trabalho Praacutetico Trabalho Laboratorial

e Trabalho Experimental

Importa aqui clarificar um aspecto por vezes omitido e que diz respeito a diferentes

designaccedilotildees usadas (quase indistintamente) para denominar actividades muito diversas Ao

referixem-se a este assunto os autores empregam vaacuterias designaccedilotildees nomeadamente

actividades praacuteticas trabalho praacutetico trabalho laboratorial e trabalho experimental (Santos

2002) Tal como nos esclarece Hodson (1988 1994 2001) o trabalho praacutetico compreende

qualquer actividade que envolva equipamento cientiacutefico quer seja realizado em sala de aula

no Laboratoacuterio ou no campo Contudo clarifica que nem todo o trabalho praacutetico eacute trabalho

laboratorial e por sua vez nem todo o trabalho laboratorial eacute trabalho experimental O autor

explica-nos ainda que a denominaccedilatildeo de Trabalho de Laboratoacuterio eacute mais frequentemente

usada na Ameacuterica do Norte por sua vez Trabalho Praacutetico eacute sobretudo usada na Europa e na

As ia-Austral

30

Com base em trabalhos de Hodson a que j aacute nos referimos Leite (2001) explicita

tambeacutem estas trecircs designaccedilotildees Assim esclarece trabalho praacutetico designa o conjunto das

actividades nas quais o aluno estaacute envolvido activamente e que envolvam equipamento

cientiacutefico independentemente de ser realizado na sala de aula no Laboratoacuterio ou no campo

Por sua vez o trabalho laboratorial eacute aquele que eacute realizado no Laboratoacuterio fazendo uso do

equipamento de Laboratoacuterio Quanto ao trabalho experimental inclui actividades que

envolvem controlo e manipulaccedilatildeo de variaacuteveis e que podem ser laboratoriais (Leite 2001

p80)

Para Santos (2002) o trabalho experimental inclui-se no trabalho praacutetico podendo ou

natildeo ser laboratorial Esta autora representa esquematicamente a relaccedilatildeo entre actividades

praacuteticastrabalho praacutetico laboratorial e experimental como apresentamos na figura 1

Actividades praacuteticasTrabalho praacutetico

Trabalho laboratorial

Trabalho experimental

Figura 21 - Relaccedilatildeo entre Trabalho praacutetico laboratorial e experimental (Santos 2002 p38)

Como podemos constatar na figura 1 nem todo o trabalho praacutetico eacute trabalho de

laboratoacuterio nem todo o trabalho laboratorial eacute experimental (Santos 2002 p38) ao que

acrescentamos que nem todo o trabalho experimental eacute laboratorial uma vez que natildeo tem

necessariamente que ser realizado num Laboratoacuterio Para esta autora trabalho experimental eacute

aquele que eacute baseado na experiecircncia no acto ou efeito de experimentar ou no conhecimento

adquirido pela praacutetica (Santos 2002 p38) Tal como atraacutes referimos usaremos no nosso

31

estudo a designaccedilatildeo de Trabalho Experimental pois consideraremos principalmente

situaccedilotildeesactividades que integram a realizaccedilatildeo de experiecircncias e o controlo de variaacuteveis (em

duas das actividades propostas) e pretende-se uma aproximaccedilatildeo ao trabalho investigativo

cientiacutefico nos moldes avanccedilados pelas actuais perspectivas da Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em

Ciecircncias Quando se tratar de transcriccedilotildees deixaremos a designaccedilatildeo do proacuteprio autor

222 - Valor educativoformativo do Trabalho Experimental no Ensino das

Ciecircncias

O que parece ser consensual eacute que o trabalho experimental eacute uma actividade que

comporta importantes potencialidades educativasformativas Surgem tratadas na literatura (de

uma forma extensiva) inuacutemeras justificaccedilotildees para o uso do trabalho

praacuteticolaboratori alexp erimental

Vaacuterios satildeo os autores que descrevem as potencialidades do trabalho experimental No

entanto tal como ressalva Leite (2001) eacute importante clarificar que as potencialidades do

trabalho experimental satildeo diferentes dos objectivos alcanccedilados com tais actividades

Organizaacutemos no quadro 26 algumas das potencialidadesfmalidades apresentadas por

diferentes autores como argumentos para a utilizaccedilatildeo do trabalho praacuteticotrabalho laboratorial

e trabalho experimental de acordo com a designaccedilatildeo de cada autor

32

Autor(es) Potencialidades dualidades do trabalho praacuteticotrabalho laboratorial e trabalho experimental

Lopes (1994)

0 trabalho experimenta] eacute uma actividade que necessita de ser adequada aos objectivos e aos contextos educativos a que se destina Pode desenvolver nos alunos capacidades e atitudes como sejam 1 - Resoluccedilatildeo de problemas em ciecircncia transferiacuteveis para vida quotidiana tais como definiccedilatildeo de problemas espiacuterito criativo nomeadamente a formulaccedilatildeo de hipoacuteteses observaccedilatildeo tomada de decisatildeo () espiacuterito criacutetico curiosidade responsabilidade autonomia e persistecircncia 2 - Familiarizar os alunos com as teorias natureza e metodologia da ciecircncia e ainda a inter-relaccedilatildeo CiecircnciacuteaTecnologiacuteaSociedade 3 - Levantar concepccedilotildees alternativas do aluno e promover o conflito cognitivo com vista agrave sua mudanccedila conceptual 4 - Desenvolver no aluno o gosto pela ciecircncia em geral e pela disciplina eou conteuacutedos em particular 5 - Desenvolver no aluno capacidades psicomotoras com vista agrave eficaacutecia de execuccedilatildeo e rigor teacutecnico nas actividades realizadas 6 - Promover no aluno atitudes de seguranccedila na execuccedilatildeo de actividades de risco transferiacuteveis para a vida quotidiana 7 - Promover o conhecimento do aluno sobre material existente no laboratoacuterio e associaacute-lo agraves suas funccedilotildees 8 - Proporcionar ao aluno a vivecircncia de factos e fenoacutemenos naturais 9 - Consciencializar o aluno para intervir esclarecidamente na resoluccedilatildeo de problemas ecoloacutegicosambientais 10 - Promover a sociabilizaccedilatildeo do aluno (participaccedilatildeo comunicaccedilatildeo cooperaccedilatildeo respeito entre outras) com vista agrave sua integraccedilatildeo social (Lopes 1994 p49)

Guimas de Almeida (1995)

O trabalho experimental enquanto actividade de resoluccedilatildeo de problemas poderaacute desempenhar um papel ftmdamental na educaccedilatildeo em ciecircncia 1) como um fim em si mesmo ao desenvolver capacidades de resoluccedilatildeo de problemas e de investigaccedilatildeo 2) como um meio de ajudar os alunos a construir significado - laquomaking senseraquo - dos conceitos teoacutericos fundamental com vista agrave maturaccedilatildeo da educaccedilatildeo cientifica 3) como um meio de propiciar a compreensatildeo da natureza do trabalho cientiacutefico e de favorecer o desenvolvimento de capacidades e talentos diversos de ordem cognitiva e afectiva (Guimas de Almeida 1995 p 119)

Hodson (1996)

O trabalho praacutetico na educaccedilatildeo em Ciecircncias deve ser reconceptualizado atraveacutes da prossecuccedilatildeo das seguintes finalidades - Aprender Ciecircncias - ao niacutevel do coruumliecimento conceptual e teoacuterico - Aprender sobre Ciecircncias - diz respeito ao desenvolver uma compreensatildeo da natureza da Ciecircncia e dos seus meacutetodos bem como uma consciecircncia das complexas relaccedilotildees Ciecircncia-Tecnologia-Sociedade-Ambiente (CTSA) - Aprender a fazer Ciecircncia - corresponde ao desenvolver competecircncias da investigaccedilatildeo cientiacutefica e da resoluccedilatildeo de problemas

Wellington (2000)

Diferentes tipos de trabalho praacutetico servem diferentes finalidades que agrupa em quatro tipos 1 - Para desenvolver competecircncias teacutecnicas praacuteticas procedimentos taacutecticas estrateacutegias de investigaccedilatildeo trabalhar com os outros comunicar resolver problemas 2 - Para iluminarilustrar (conhecimento emprimeira-matildeo) um evento um fenoacutemeno um conceito uma lei um principio uma teoria

33

Santos e Oliveira (2003)

3 - Para motivarestimular entreter estimular a curiosidade desenvolver atitudes desenvolver interesse fascinar 4 - Para desafiacutearconfrontar por exemplo laquoE seraquo Predizer-Observar-Explicar laquoPorquecircraquo (Wellington 2000 pi49)

O trabalho experimental de investigaccedilatildeo permite - O desenvolvimento de competecircncias

bull Cientiacuteficas de investigaccedilatildeo tais como - Desenvolvimento do pensamento da resoluccedilatildeo de problemas ( ) aprendizagem da Ciecircncia nos seus distintos componentes aprender a investigar compreender a natureza da actividade cientiacutefica e compreender os conteuacutedos cientiacuteficos () aprenderem a questionar-se a si proacuteprios e a tudo o que os rodeia (Santos e Oliveira 2003 p61) - Conhecer o funcionamento da Ciecircncia (Santos e Oliveira 2003 P-62) - Ajudar na resoluccedilatildeo de problemas (Santos e Oliveira 2003 p62) - Desenvolver o pensamento (Santos e Oliveira 2003 p63) - Aprender conteuacutedos (Santos e Oliveira 2003 p63) - Treino para o ensino superior e carreira profiacutessional fu tura (Santos e Oliveira 2003 p64)

bull Desenvolvimento de competecircncias transversais tais como comunicaccedilatildeo argumentaccedilatildeo autonomia responsabilidade aprender a trabalhar em grupo autoconfianccedila espiacuterito de iniciativa imaginaccedilatildeo e criatividade (Santos e Oliveira 2003)

- Potencialidades motivarestimular e desafiarconfrontar (Santos e Oliveira 2003)

Quadro 26 - Potencialidadesfinalidades do trabalho praacuteticotrabalho laboratorial e trabalho

experimental

N o e s tudo q u e r ea l i zou G u i m a s d e A l m e i d a ( 1 9 9 5 p 76 ) e x p l i c a - n o s q u e o t r a b a l h o

e x p e r i m e n t a l t e m a s s u m i d o ao l ongo d o s t e m p o s vaacute r i a s m o d a l i d a d e s d e s d e d e m o n s t r a ccedil otilde e s

v e r i f i c a ccedil otilde e s a i nves t i gaccedilotildees q u e c o r r e s p o n d e m a c o n c e p ccedil otilde e s d ive r sa s d e t r a b a l h o

e x p e r i m e n t a l e agraves qua i s s atilde o a s s o c i a d a s d i f e r e n t e s f u n ccedil otilde e s e o b j e c t i v o s T a l v e z p o r isso p a r a

esta au tora n e m tudo a q u i l o q u e g e n e r i c a m e n t e se d e s i g n a p o r t r a b a l h o e x p e r i m e n t a l ou p o r

t r aba lho p raacute t i co p o d e se r c o n s i d e r a d o u m fac to r d e t e r m i n a n t e na c o m p r e e n s atilde o da n a t u r e z a d a

c i ecircnc i a e d o t r aba lho d o s c i e n t i s t a s ( O p cit p 76) T a m b eacute m M i g u eacute n s e Ser ra ( 2 0 0 0 p 5 5 6 )

a s s i n a l a m q u e sob a d e s i g n a ccedil atilde o d e t r a b a l h o p raacute t i co se r e a l i z a m d i f e r e n t e s m o d a l i d a d e s c o m o

se j am i lus t raccedilotildees d e m o n s t r a ccedil otilde e s e x p l o r a ccedil otilde e s i nves t i gaccedilotildees q u e p o s s u e m ca rac t e r i s t i ca s

34

proacuteprias tecircm diferentes finalidades e consequentemente proporcionam diferentes

aprendizagens

223 - O Trabalho Experimental encarado sob diferentes perspectivas de

ensino

Em Paixatildeo (1998 p35) encontramos a seguinte referecircncia de uma ou de outra forma

nunca se desligou o Trabalho Experimental do ensino das Ciecircncias no entanto ao longo do

tempo e de acordo com diferentes quadros teoacutericos o modo de olhar o TE tem evoluiacutedo

Assim e intrinsecamente relacionado com a concepccedilatildeo de Ciecircncia e de Ensino da Ciecircncia

vigente o TE eacute encarado de diferentes formas Dominado por uma perspectiva de Ensino por

Transmissatildeo (EPT) o trabalho experimental surgia centrado nos conteuacutedos numa loacutegica de

instruccedilatildeo - a aquisiccedilatildeo de conceitos era a meta Nesta perspectiva o trabalho experimental era

do tipo ilustrativo demonstrativo e de sentido verificatoacuterio ou quando muito confirmatoacuterio

preparado para os alunos observarem com atenccedilatildeo e fazerem registos que lhes satildeo solicitados

para fazerem (Cachapuz Praia e Jorge 2000 p9) Como eacute argumentado por Paixatildeo (1998)

as demonstraccedilotildees ilustrativas tiveram um papel privilegiado com funccedilatildeo de suporte e

confirmaccedilatildeo da teoria ensinada em primeiro lugar

Por volta dos anos 6070 impulsionado pela premecircncia de formar cientistas surge no

ensino das Ciecircncias um movimento caracterizado por aspectos behavioristas da aprendizagem

assentando na convicccedilatildeo de que o aluno aprende sozinho conteuacutedos cientiacuteficos partindo da

observaccedilatildeo Dominava assim uma perspectiva de Ensino por Descoberta (EPD) (Cachapuz

Praia e Jorge 2000) a qual valorizava a utilizaccedilatildeo de um suposto meacutetodo cientiacutefico como

forma de chegar indutivamente ao conhecimento cientiacutefico considerado como acabado

35

objectivo inquestionaacutevel e passiacutevel de ser aprendido por acumulaccedilatildeo de parcelas de verdade

(Paixatildeo (1999 p 19) Entre estas duas perspectivas a principal diferenccedila consiste na ecircnfase nos

conteuacutedos - EPT - e na valorizaccedilatildeo dos processos - EPD (Paixatildeo 1998 1999 Cachapuz

Praia e Jorge 2000) tratando-se esta uacuteltima de uma perspectiva empirista e indutivista pois

considera-se que todo o conhecimento humano deriva da observaccedilatildeo e da experiecircncia (uacutenica

fonte de conhecimentos) e a construccedilatildeo do conhecimento em Ciecircncia segue um processo

linear caminhando do particular para o geral da observaccedilatildeo para a teoria

Impulsionado por movimentos construtivistas da aprendizagem seguiu-se um periodo

de reconceptualizaccedilatildeo e revalorizaccedilatildeo do Trabalho Experimental (Hodson 1992 Paixatildeo

1998) Surgiram entatildeo no ensino das Ciecircncias e em particular no Trabalho Experimental

novos matizes que passaram a considerar entre outros aspectos o erro como parte na

construccedilatildeo do conhecimento e que passou a ser valorizado e o conhecimento cientiacutefico

assumido como problemaacutetico e conjectural (Paixatildeo 1999) As ideias dos alunos preacutevias ao

conhecimento formal - concepccedilotildees alternativas - passaram a ser o ponto de partida para uma

aprendizagem que atraveacutes do conflito cognitivo promove a mudanccedila conceptual Falamos de

uma Perspectiva de Ensino por Mudanccedila Conceptual - EMC Nesta perspectiva o trabalho

experimental pode ser um precioso auxiliar na medida em que orientado pelo professor

permite aos alunos fazerem previsotildees acerca do que ( ) esperam encontrar ( ) diaacutelogo

entre si e em relaccedilatildeo agraves interpretaccedilotildees e conclusotildees a que importa chegar Estamos assim

longe do sentido verificatoacuterio ou meramente confirmatoacuterio do trabalho experimental

(Cachapuz Praia e Jorge 2000 p33)

Apoiados na investigaccedilatildeo didaacutectica que tecircm desenvolvido aqueles autores apresentam-

nos uma nova visatildeo para o ensino das Ciecircncias - a Perspectiva de Ensino por Pesquisa (EPP)

- que se caracteriza por defender uma educaccedilatildeo cientiacutefica que jaacute natildeo eacute soacute em Ciecircncia mas

36

t a m b eacute m a t r a v eacute s d a C i ecirc n c i a e s o b r e C iecircnc ia p r o m o t o r a de cu l tu ras c ient i f icas m a i s

h u m a n i z a d a ( ) n u m m u n d o t ecno loacuteg ico avanccedilado p o r eacute m q u e q u e r e m o s a l fabe t i zado

c i e n t i f i c a m e n t e (Op cit p 46) N e s t a pe r spec t iva o t raba lho e x p e r i m e n t a l su rge c o m o u m a

ac t iv idade aberta n a qual o s resu l tados n atilde o s atilde o oacute b v i o s n e m f a l a m p o r si pe lo contraacuter io s atilde o

ge rado re s de d iscussatildeo q u e assenta e m q u a d r o s teoacuter icos conhec idos v ivecircnc ias pessoais e

c r u z a m e n t o c o m expe r i ecircnc ia s do quo t id iano

P a r a u m a m e l h o r le i tura do q u e ateacute a q u i se d isse ace rca d a s pe r spec t i va s de ens ino

s i s t ema t i zaacutemos no q u a d r o 2 7 a v isatildeo d o T r a b a l h o Expe r imen ta l e m c a d a u m a d a s perspec t ivas

re fe r idas - E P T E P D E M C e EPP adap t ado d e Cachapuz P ra ia e Jo rge (2000)

Perspectiva de Ensuumlio Visatildeo do Trabalho Experimental

Ensino por Transmissatildeo (EPT)

Aprendizagem centrada na instruccedilatildeo de conteuacutedos

bull O conhecimento eacute transmitido aos alunos que o memorizam bull O conhecimento cientiacutefico eacute cumulativo acabado e inquestionaacutevel bull O trabalho experimental tem uma funccedilatildeo ilustrativa demonstrativa e de

sentido verificatoacuterio ou confirmatoacuterio de alguma teoria aprendida previamente

Ensino por Descoberta (EPD)

Aprendizagem centrada na compreensatildeo de processos cientiacuteficos

bull Satildeo os TE radicados no fenomenoloacutegico que levam agrave descoberta de factos novos e eacute a interpretaccedilatildeo de tais factos que conduz de forma natural e espontacircnea agrave descoberta de ideias das mais simples agraves mais elaboradas

bull Natildeo haacute preocupaccedilatildeo com o que os alunos jaacute sabem (ignorado o saber quotiacutediano dos alunos)

bull Natildeo satildeo tidos em conta quadros de referecircncia teoacutericos bull O TE eacute nesta perspectiva um instrumento privilegiado bull Aplicaccedilatildeo do Meacutetodo Cientiacutefico (na convicccedilatildeo e crenccedila de que o aluno eacute

capaz de chegar agraves ideias a partir dos factos com os factos e atraveacutes dos factos que se lhe oferecem gratuitamente)

bull A experiecircncia pela experiecircncia feita sistematicamente bull O Meacutetodo Cientiacutefico surge como um exerciacutecio mecacircnico e independente do

conteuacutedo e do contexto a que o TE se refere bull Existe um protocolo que seguido sistemadcamente daacute a seguranccedila ao aluno

do que estaacute a realizar bull O sentido e sobretudo o significado com que o aluno segue os passos do

protocolo e para que o faz natildeo satildeo claros bull Satildeo valorizados os resultados esperados (previsiacuteveis) bull O erro deve ser evitado (ao aluno basta seguir atentamente as instruccedilotildees do

37

Ensino por Mudanccedila Conceptua]

(EMC)

professor e os resultados surgem sem questionamento)

Aprendizagem como (re)construccedilatildeo de conceitos Satildeo tidas em conta as construccedilotildeesrepresentaccedilotildees preacutevias dos alunos O erro passa a ser constitutivo da situaccedilatildeo didaacutectica eacute necessaacuterio errar reconhecer o porquecirc do erro o seu significado para ultrapassar a situaccedilatildeo -o erro como uma alavanca de progresso O TE como (3deg) instrumento de mudanccedila conceptual E uma forma de encontrar contra-exemplos capazes de gerar insatisfaccedilatildeocontradiccedilatildeo entre as suas expectativas (baseadas nas suas CAs) e as observaccedilotildees eou experimentaccedilotildees efectuadas pelos alunos O TE permite a discussatildeo e a controveacutersia entre os alunos Os alunos fazem previsotildees acercam do que esperam encontrar e justificaccedilotildees das afirmaccedilotildees que fazem - base do diaacutelogo entre os alunos e em relaccedilatildeo agraves interpretaccedilotildees e conclusotildees a que importa chegar (nesta perspectiva o TE estaacute longe das funccedilotildees meramente de verificaccedilatildeo ou confirmaccedilatildeo)

Ensino por Pesquisa (EPP)

Aprendizagem como actividade Lnvestigativa de (re)construccedilatildeo de conceitos competecircncias atitudes e valores Instrumento primordial meio privilegiado TE como uma actividade aberta em que os dados obtidos experimentalmente satildeo o moacutebil para a discussatildeo Os dados natildeo satildeo oacutebvios nem os resultados falam por si - satildeo interpretados agrave luz de quadros teoacutericos conhecidos vivecircncias e cruzamentos com experiecircncias do quotidiano Os resultados podem ajudar agrave resoluccedilatildeo do problema mas natildeo satildeo a soluccedilatildeo do problema

Quadro 27 - Caracteriacutesticas do Trabalho Experimental encarado sob diferentes perspectivas de ensino

(Cachapuz Praia e Jorge 2000)

P e n s a r o t r aba lho expe r imen ta l c o m o u m a inves t igaccedilatildeo eacute pensa r u m a ac t iv idade q u e

con fe re aos a lunos g r a n d e a u t o n o m i a (San tos e Ol ive i ra 2003) E n c a r a d o sob es ta pe r spec t iva

o t rabalho expe r imen ta l eacute u m a tarefa e m q u e o s a lunos r e c o n h e c e m o p r o b l e m a era es tudo

c o m o u m p r o b l e m a real m a s natildeo soacute O t raba lho expe r imen ta l const i tu i u m ins t rumen to

pr iv i legiado e m que c o m o re fe rem C a c h a p u z P ra ia e Jo rge (2000) a t raveacutes de ac t iv idades

mais aber tas e q u e s u r g e m a part i r de p r o b l e m a s c o m q u e os a lunos se d e b a t e m se t e n t a m

encont rar ( r e ) so luccedilotildees p a r a esses p rob l emas rea i s N a perspec t iva de Hofs t e in e L u n e t t a

38

(2004) os alunos constroem as suas ideias e compreensatildeo do real a partir das suas

experiecircncias pessoais pelo que eacute cada vez mais uma ideia emergente que a aprendizagem eacute

contextualizada e que como tal os alunos constroem o seu conhecimento resolvendo

problemas autecircnticos e cora sentido Tambeacutem Hodson (1992) refere que aos alunos devem ser

dadas oportunidades de conduzir investigaccedilotildees e resolver problemas que de facto lhes

interessem

Na perspectiva de Ensino Por Pesquisa (Cachapuz Praia e Jorge 2000) com a qual

nos identificamos o Trabalho Experimental surge como uma estrateacutegia um instrumento

atraveacutes do qual se abordam situaccedilOtildees-problema do quotidiano dos alunos e que comporta um

elevado valor educativoformativo

244 - Trabalho Experimental actividade privilegiada na abordagem de

situaccedilotildees-problema do quotidiano

O trabalho experimental considerado como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas

tem vindo a ser notado como uma estrateacutegia facilitadora da aprendizagem das Ciecircncias e ao

mesmo tempo encarado como uma forma de desenvolvimento pessoal e social dos alunos

tendo o professor um papel de orientador (por exemplo Hodson 1992 Lopes 1994 Guimas

de Almeida 1995 Cachapuz Praia e Jorge 2000 Wellington 2000 Santos 2002 Santos e

Oliveira 2003 Hostein e Lunetta 2004)

Contudo a relevacircncia dada hoje em dia a actividades como o trabalho experimental e

a resoluccedilatildeo de problemas reside igualmente nas necessidades de formaccedilatildeo da proacutepria

sociedade (o colectivo humano) e por esse motivo tem para o professor exigecircncias e

preocupaccedilotildees de caraacutecter pedagoacutegico didaacutectico e tambeacutem epistemoloacutegico Estas uacuteltimas

preocupaccedilotildees relacionam-se com a importacircncia de os cidadatildeos saberem mais sobre

39

ciecircncia ou seja saberem algo sobre a natureza da Ciecircncia e dos seus muacuteltiplos processos de

produccedilatildeo De acordo com Hofstein e Lunetta (2004 p46) pesquisas recentes mostraram que

o trabalho experimental pode ajudar os estudantes a desenvolver ideias sobre a natureza da

comunidade cientiacutefica e sobre a natureza da Ciecircncia Por outro lado as preocupaccedilotildees de

caraacutecter epistemoloacutegico relacionam-se com o facto de tal como refere Praia (1995 p33)

diversos investigadores terem salientado a urgecircncia dos professores (re)estruturarem as suas

concepccedilotildees sobre Ciecircncia abandonando tendecircncias empiristas e indutivistas redutoras

Muitas vezes existe um desfasamento entre os objectivos que se pretendera alcanccedilar o

tipo de actividades sugeridas e a forma como estas satildeo orientadas Numa anaacutelise efectuada por

Lunetta e Tamir cit Reis (1996) muitas vezes os alunos realizam actividades tipo receita

sendo-lhes dadas poucas oportunidades para levantar hipoacuteteses executar experiecircncias por eles

planeadas ou discutir possiacuteveis erros experimentais Na verdade como alertam Hofstein e

Lunetta (2004 p32) os alunos tecircm poucas oportunidades para actividades metacognitivas

uma vez que estatildeo normaknente e como antes dissemos envolvidos com pormenores teacutecnicos

- centrados no processo natildeo havendo oportunidade para expressarem as suas interpretaccedilotildees e

percepccedilotildees sobre a pesquisa Este tipo de situaccedilatildeo cria uma discrepacircncia entre objectivos e

praacutetica Deste modo concordamos com Hodson (1990) quando afirma que o trabalho praacutetico

que se realiza hoje em muitas escolas proporciona apenas um pouco do seu real valor

educativo

Tal como atraacutes referimos numa perspectiva de ensino por transmissatildeo (EPT) a ecircnfase

reside nos conteuacutedos da Ciecircncia por sua vez numa perspectiva de ensino por descoberta

(EPD) haacute uma valorizaccedilatildeo dos processos Quer numa conjuntura quer noutra conteuacutedos e

processos surgem desencontrados isto eacute ora se valorizam mais os factos as teorias ora se

enfatizam as observaccedilotildees mediccedilotildees Tal como advogam por exemplo Wellington (2000)

40

Paixatildeo (2001a) e Hofstein e Lunetta (2004) o Trabalho Experimental deve encontrar um

equiliacutebrio entre estas duas vertentes - processos e conteuacutedos Para Hofstein e Lunetta (2004

p32) eacute essencial dar oportunidades aos alunos que os levem a colocar questotildees sugerir

hipoacuteteses e delinear investigaccedilotildees - minds-on assim como hands-on dando-lhes

oportunidade para interagir e reflectir sobre o trabalho que estatildeo a realizar Tambeacutem

Wellington (2000) defende que os conteuacutedos de Ciecircncias devem seguir a par com os

processos

De facto e tal como encontramos em Paixatildeo (2001 p6) no trabalho experimental

conduzido em moldes inovadores processa-se uma interacccedilatildeo constante entre o pensamento e

a acccedilatildeo em que as capacidades processuais satildeo uma parte essencial e crucial do

desenvolvimento da compreensatildeo dos alunos

Deste modo consideramos que ao realizar trabalho experimental se deve ter em conta

que os temas em estudo podem e devem ser relacionados com a vida quotidiana dos alunos-

(futuros)-cidadatildeos Paixatildeo (2001) sugere o seguinte desenvolvimento para o Trabalho

Experimental

1 Apresentaccedilatildeo de problema social e tecnologicamente relevante de

fenoacutemenos ou questotildees que possam interessar os alunos

2 Respostas provisoacuterias e previsotildees

3 Estudo histoacuterico com introduccedilatildeo da ideia cientiacutefica

4 Planeamento e realizaccedilatildeo de testes (experimentais por exemplo)

5 Confronto de ideias ampliaccedilatildeo das ideias para diferentes contextos actuais e

avaliaccedilatildeo (p8)

Tal como encontramos em Hofstein e Lunetta (2004) usado adequadamente o

trabalho experimental assume especial importacircncia nos tempos que correm De acordo com

estes autores o trabalho experimental realizado como uma investigaccedilatildeo envolve etapas como

41

a observaccedilatildeo o questionamento a pesquisa em vaacuterias fontes planificar a investigaccedilatildeo

recolher e interpretar dados propor hipoacuteteses fazer previsotildees e comunicar os resultados Para

aleacutem destes aspectos encarado desta forma o trabalho experimental envolve e desenvolve o

uso de pensamento criacutetico e loacutegico

Tal como muitos dos autores ateacute aqui referenciados consideramos que o trabalho

experimental enquadrado numa perspectiva de ensino por pesquisa de cariz racionalista deve

ser capaz de proporcionar aos alunos o desenvolvimento de competecircncias capacidades

atitudes valores conhecimentos passiacuteveis de serem transferiacuteveis para situaccedilotildees e

contextos diversos da sua vida quotidiana presente e futura

225 - O Trabalho Experimental na escola de hoje

Seguindo de novo o raciociacutenio de Guimas de Almeida (1995 p l 10) somos advertidos

que pelo facto de coexistirem diversos formatos de Trabalho Experimental parece plausiacutevel

considerar que estamos a viver um periacuteodo de crise paradigmaacutetica em que se procura proceder

a uma reconceptualizaccedilatildeo do trabalho experimental agrave luz da epistemologia construtivista De

facto tambeacutem Hodson (1996) alerta para a necessidade de reconceptualizar o Trabalho

Experimental nas trecircs dimensotildees que atraacutes referimos - aprender Ciecircncias aprender sobre

Ciecircncias e Aprender a fazer Ciecircncia

Como nos diz Oliveira (1999 p43) prevalecem certos mitos sobre a Ciecircncia

nomeadamente que a observaccedilatildeo fornece directo acesso ao conhecimento a Ciecircncia comeccedila

pela observaccedilatildeo e processa-se por induccedilatildeo De facto muitas vezes o trabalho experimental eacute

planeado para chegar a um resultado predeterminado a partir das orientaccedilotildees do professor

42

partindo sem qualquer consideraccedilatildeo teoacuterica e sem serem envolvidos na planificaccedilatildeo da

actividade (Hodson 1992 Lopes 1994 Martins e Veiga 1999 Oliveira 1999)

Diversos autores advertem que muitas vezes o formato de trabalho experimental usado

eacute aquele em que os alunos seguem escrupulosamente o protocolo como se de um livro de

receitas se tratasse (por exemplo Hodson e Reid 1988 Guimas de Almeida 1995 Reis

1996 Martins e Veiga 1999 Oliveira 1999 Migueacutens e Serra 2000 Leite 2001 Hostein e

Lunetta 2004 ) consumindo o tempo do Trabalho Experimental em tarefas tais como ler

valores de temperatura efectuar registos Como nos dizem Martins e Veiga (1999) esse

tempo seria melhor rentabilizado se os alunos pudessem previamente reflectir sobre aquilo

que se espera que venha a suceder Sempre que possiacutevel os estudantes deveriam descrever

essas previsotildees por escrito assim como as condiccedilotildees em que poderiam ocorrer determinadas

situaccedilotildees (pl9)

No seu estudo Lopes (1994) daacute-nos conta de uma seacuterie de factores que podem estar na

base do insucesso de uma actividade de Trabalho Experimental e que satildeo

1 - Os exerciacutecios praacuteticos satildeo feitos sem qualquer base teoacuterica 2 - Pretende-se que o concreto se tome abstracto 3 - 0 trabalho laboratorial de manuseamento eacute muito extenso (ocupa muito tempo da aula) o que leva a um tempo de contacto passageiro com o conteuacutedo em causa 4 - Muitas vezes o conteuacutedo eacute fomecido pelo professor deixando pouco espaccedilo para o aluno construir o seu significado pessoal 5 - 0 trabalho laboratorial eacute visto como um meio de obtenccedilatildeo de informaccedilatildeo ou dados meramente factuais 6 - Os alunos natildeo satildeo envolvidos no projecto e na planificaccedilatildeo das investigaccedilotildees experimentais (eacute o professor que o faz) o que se traduz num trabalho com pouca utilidade do ponto de vista pedagoacutegico 7 - Os alunos natildeo soacute natildeo possuem a teoria necessaacuteria e apropriada para a compreensatildeo do que executam como podem possuir outra teoria diferente Assim vatildeo proceder aacutes observaccedilotildees no siacutetio errado e interpretaacute-las de forma incorrecta 8 - Existem experiecircncias que apenas servem para distrair os alunos dos conceitos teoacutericos importantes envolvidos e para inibir o seu pensamento criativo (p31)

43

Na opiniatildeo de vaacuterios autores os professores tecircm uma visatildeo limitada das possibilidades

educativas do Trabalho Experimental De facto como advertem Hodson (1990 2001)

Wellington (1998) e Hofstein e Lunetta (2004) nem todo o trabalho experimental realizado

nas escolas dos nossos dias eacute produtivo Muito pelo contraacuterio Como afirma Hodson (1990

p33) o trabalho praacutetico que se realiza hoje em muitas escolas eacute incompreendido confuso e

improdutivo Pese embora serem (mais ou menos) consensuais as potencialidades do trabalho

experimental facilmente estas podem ser suprimidas contornadas ou mesmo pervertidas

pelo que Hodson (2001) adverte que existe uma impensada eou pouco explorada utilizaccedilatildeo do

trabalho experimental Pelos motivos apontados ateacute aqui ganha especial destaque a afirmaccedilatildeo

de Hodson (Op cit p4) It seems that practical work does not always produce the learning

we seek The best that can be said is that some teachers use it successfully whit some students

to achieve some of their goals

Segundo as investigaccedilotildees tecircm mostrado o Trabalho Experimental comporta um

elevado potencial educativoformativo se se souber tirar partido de um tipo de actividade

como esta Como encontramos em Leite (2001) ainda que os argumentos cognitivos e os

argumentos das capacidades (Wellington 1998) possam faciknente ser postos em causa

quanto aos argumentos afectivos salientamos o seguinte ningueacutem contesta que os alunos

gostam das actividades laboratoriais e gostam tanto mais quanto mais espectaculares elas

forem Leite (2001 p87) No entanto mesmo que todas as actividades laboratoriais

possuiacutessem uma espectacularidade capaz de seduzir todos os alunos tal natildeo significaria que

estes compreendessem o que observavam (Leite 2001)

O Trabalho Experimental considerado como uma investigaccedilatildeo atraveacutes da resoluccedilatildeo de

problemas pressupotildee a utilizaccedilatildeo das capacidades estrateacutegicas da ciecircncia desde fazer

previsotildees ou formular hipoacuteteses inferir conceber planos experimentais interpretar resultados

44

num determinado quadro conceptual com vista agrave resoluccedilatildeo de um problema (Paixatildeo 2001a

p6) A observaccedilatildeo tem tambeacutem um papel importante contudo natildeo poderaacute ser o ponto de

partida Isto eacute contesta-se hoje que ( ) a observaccedilatildeo de factos cientiacuteficos decirc em si mesma

significado ao estabelecimento de interpretaccedilotildees ou mesmo de teorias ignorando o estatuto

epistemoloacutegico da hipoacutetese Martins e Veiga (1999 p57) Deste ponto de vista que eacute tambeacutem

o nosso natildeo se pretende menosprezar o papel da observaccedilatildeo no entanto voltamos ao

raciociacutenio de Martins e Veiga (1999 p58) quando afirmam que a observaccedilatildeo para ter

significado e valor deveraacute inserir-se num quadro de conhecimentos anteriores e ser orientada

por hipoacuteteses

Tal como mostraram os resultados de algumas investigaccedilotildees em Portugal (por

exemplo Valente 1999) ateacute 1999 o Trabalho Experimental ainda era pouco usado nas nossas

escolas nesta perspectiva Todavia depois da revisatildeo curricular do Ensino Baacutesico em 2001

foi reforccedilada a ecircnfase dada ao trabalho experimental que passou a ter cariz de obrigatoacuterio

como se pode ler no actual Curriculo Nacional do Ensino Baacutesico Para os conhecimentos

cientiacuteficos serem compreendidos pelos alunos () considera-se fundamental () realizar

actividade experimental e ter oportunidade de usar diferentes instrumentos de observaccedilatildeo e

medida (DEB 2001 p l31)

Com a reorganizaccedilatildeo curricular do Ensino Baacutesico uma das directivasorientaccedilotildees

aponta precisamente no sentido de que a actividade experimental deve ser planeada com os

alunos decorrendo de problemas que se pretendem investigar e natildeo constituem a simples

aplicaccedilatildeo de um receituaacuterio () Deve haver lugar a formulaccedilatildeo de hipoacuteteses e previsatildeo de

resultados observaccedilatildeo e explicaccedilatildeo (DEB 2001 p131-132) Nesta perspectiva a

intervenccedilatildeo do professor teraacute que ser muito bem planeada e intencional por forma a

sistematizar o conhecimento e proporcionar aos alunos as actividades desejadas

45

Mais recentemente estaacute a iniciar-se em Portugal a implementaccedilatildeo do Programa de

Generalizaccedilatildeo do Ensino Experimental das Ciecircncias no 1deg Ciclo do Ensino Baacutesico que tem

como principal argumento

O recurso a metodologias de ensino baseadas na experimentaccedilatildeo e na investigaccedilatildeo constitui um meio eficaz para a promoccedilatildeo da literacia cientiacutefica nomeadamente para desenvolver a confianccedila dos alunos para lidarem com as questotildees cientiacuteficas e tecnoloacutegicas do quotidiano bem como para aumentar a apetecircncia dos jovens pela escolha de carreiras relacionadas com a Ciecircncia e a Tecnologia (ME 2006 p 10)

46

23 - As Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

231 - A Educaccedilatildeo e a Sociedade das TIC

A educaccedilatildeo numa perspectiva cultural deveraacute ter como propoacutesito a compreensatildeo da sociedade do seu tempo () O conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico eacuteparte integj-ante da cultura contemporacircnea e por isso seraacute sempre uma ferramenta indispensaacutevel para o reforccedilo do papel social argumentativo e reivindicativo das populaccedilotildees

Martins 2006 p27

Num tempo e sociedade em que as Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo estatildeo

presentes em (quase) todas as aacutereas de intervenccedilatildeo humana a educaccedilatildeo natildeo eacute excepccedilatildeo Como

consequecircncia as formas tradicionais de ensinar e aprender satildeo (comeccedilam a ser) tambeacutem

alteradas

De acordo com Beltraacuten (2006) a sociedade contemporacircnea caracteriza-se por ter como

principal recurso a informaccedilatildeo que pode apresentar-se sob diversas formas e estar presente em

dois locais simultaneamente Com este autor podemos distinguir quatro tipos de sociedade

que emergem a partir desse mesmo recurso - a informaccedilatildeo - designadamente a sociedade da

informaccedilatildeo a sociedade do conhecimento a sociedade da aprendizagem e a sociedade da

inteUgecircncia Apresentamos no quadro 28 as principais caracteriacutesticas de cada uma delas

47

Sociedade emergente Caracteriacutesticas

Sociedade da Informaccedilatildeo

Nesta sociedade destacam-se as redes de comunicaccedilatildeo baratas abertas e globais e os bancos de dados massivos e continuamente actualizados (p24)

Sociedade do Conhecimento

Na sociedade do conhecimento acentua-se o valor dos dados elaborados integrados em estruturas de sentido assim como a forccedila do conhecimento como gerador de novos conhecimentos e sobretudo como realidade dinamogeacutenica capaz de criar mudar e transformar a realidade (p24-25)

Sociedade da Aprendizagem

No que diz respeito agrave sociedade da aprendizagem esta estaacute um passo agrave frente pois a ecircnfase segundo o autor eacute colocada num sistema cultural no qual os indiviacuteduos para sobreviver devem aprender ao logo de toda a vida (p25) Numa sociedade deste tipo os alunos satildeo responsaacuteveis pelo seu progresso e competecircncia pessoal para aleacutem disso saber partilhar os valores e o espirito de empreendimento tem um valor igual ao dos conhecimentos teoacutericos e a aprendizagem converte-se num compromisso de toda a comunidade (p25)

Sociedade da Inteligecircncia

Por fim a sociedade da inteligecircncia enfatiza a ideia de inteligecircncia distribuiacuteda e compartilhada jaacute que os grupos como sistemas de comunicaccedilatildeo aumentam ou diminuem a capacidade dos indiviacuteduos para resolver problemas ou alcanccedilar maiores niacuteveis de bem-estar Com a explosatildeo tecnoloacutegica a mesma inteligecircncia humana eacute potenciada e converte-se numa inteligecircncia ampliada ou assistida (P-25)

Quadro 28 - Sociedade da informaccedilatildeo sociedade do conhecimento sociedade da aprendizagem e

sociedade da inteligecircncia principais caracteriacutesticas (Beltraacuten 2006)

S u b j a c e n t e agrave s s o c i e d a d e s d o c o n h e c i m e n t o d a a p r e n d i z a g e m e d a i n t e l i gecircnc i a e s t aacute a

ide ia d e l i t e rac ia t e c n o l oacute g i c a a qua l s e g u n d o C a r n e i r o ( 2 0 0 1 p l l ) se f o r a s s o c i a d a agrave s

c o m p e t ecirc n c i a s b aacute s i c a s m a i s t r a d i c i o n a i s - eacute a i n d a a p o l iacute t i c a m a i s s e g u r a a s egu i r p e r a n t e o

e spec t ro d e u m m u n d o d e s i g u a l d i v i d i d o e n t r e d i g i t a l m e n t e a p t o s e i n a p t o s

D e a c o r d o c o m M i r a n d a ( 2 0 0 6 p 85 ) o c o n c e i t o d e l i t e r ac i a t e c n o l oacute g i c a e n g l o b a

e s s e n c i a l m e n t e t r ecircs d i m e n s otilde e s c o n h e c i m e n t o s e c o m p e t ecirc n c i a s s o b r e t e c n o l o g i a

c o m p u t a c i o n a l ( ) a t i t u d e s p o s i t i v a s f a c e a e s t a t e c n o l o g i a e ( ) t e r c o n f i a n ccedil a p a r a u s a r o s

c o m p u t a d o r e s s e m g r a n d e a n s i e d a d e m o t i v o p e l o q u a l r e f e r e q u e o o b j e c t i v o p r i m e i r o d a

l i teracia c o m p u t a c i o n a l d e v e r i a se r a p o i a r o s a l u n o s a in i c i a r o u m e l h o r a r a s s u a s

c o m p e t ecirc n c i a s e c o n h e c i m e n t o s n e s t a aacute rea d e s e n v o l v e r a t i t u d e s p o s i t i v a s f a ce a o s

48

computadores e agrave Internet e diminuir a ansiedade em relaccedilatildeo ao seu uso e aprendizagem

(p85)

O conceito de literacia tecnoloacutegica conduz-nos a um outro seu oposto - a info-

exclusatildeo A este respeito Castells (2004 p299) diz-nos que por um lado se existe uma

ideia partilhada sobre as consequecircncias sociais do crescente acesso agrave informaccedilatildeo eacute a de que a

educaccedilatildeo e a aprendizagem ao longo da vida constituem ferramentas essenciais para o ecircxito no

trabalho e o desenvolvimento pessoal Por outro lado diz-nos que na Era da Informaccedilatildeo a

aprendizagem baseada na Internet natildeo depende unicamente da periacutecia tecnoloacutegica (Op cit

p299) pelo que o conceito de literacia tecnoloacutegica ultrapassa largamente os aspectos teacutecnicos

reclamando sim uma educaccedilatildeoformaccedilatildeo diferente da tradicional na qual o fundamental eacute

trocar o conceito de aprender pelo de aprender a aprender (Op cit p300) Tal como

referimos no inicio deste capiacutetulo na sociedade da informaccedilatildeo e do conhecimento o

importante eacute saber integrar e aplicar o conhecimento disponiacutevel Por isso o autor fala de uma

nova aprendizagem na qual o que importa eacute possuir habilidade para procurar obter processar

e utilizar a informaccedilatildeo transformando-a em conhecimento em acccedilatildeo isto eacute uacutetil e aplicaacutevel

De facto vivemos num mundo cada vez mais tecnoloacutegico pelo que Castells (2004) eacute

peremptoacuterio ao afirmar que enquanto quiser continuar a viver em sociedade neste tempo e

neste lugar teraacute que lidar com a sociedade em rede Porque vivemos na Galaacutexia Intemet

(p325)

Na verdade o fenoacutemeno que estaacute na geacutenese de tatildeo profundas alteraccedilotildees sociais

designa-se por Globalizaccedilatildeo que Castells (2004 p318) defmiu como a palavra chave que

encerra em si a nova ordem tecnoloacutegica econoacutemica e social Em relaccedilatildeo a este fenoacutemeno

surge uma reacccedilatildeo generalizada de vozes contra Segundo este autor prevalece em muitos

cidadatildeos um sentimento de medo em relaccedilatildeo agrave nova sociedade da qual a Internet eacute um

49

siacutembolo (Op cit p318) e das implicaccedilotildees directas nas suas vidas Apesar do medo do que eacute

novo ser uma constante na tiistoacuteria da humanidade andando sempre a par com a inovaccedilatildeo

este relaciona-se com trecircs aspectos essenciais o primeiro prende-se com a liberdade no acesso

agrave Internet isto eacute embora a rede seja uma forma de comunicaccedilatildeo global e livre (Op cit

p319) que assume cada vez mais importacircncia na vida da sociedade contemporacircnea o seu

acesso eacute controlado O segundo aspecto relaciona-se com a info-exclusatildeo ou seja tal como

atraacutes referimos na nova sociedade quem natildeo estaacute ligado eacute simplesmente excluiacutedo Por

uacuteltimo surge o medo que alguns cidadatildeos sentem da mudanccedila na Era da Internet e que estaacute

tambeacutem associado ao desafio que eacute a integraccedilatildeo da capacidade de processamento da

informaccedilatildeo e geraccedilatildeo de conhecimentos em cada um de noacutes (Op cit p319) ou seja a

duacutevida pessoal acerca da capacidade de aprender ao longo da vida

232 - Utilizaccedilatildeo das TIC em contexto educativo implicaccedilotildees na

aprendizagem

E lugar comum nos nossos dias pensar-se que o uso das TIC pode por si soacute fazer

maravilhas A preocupaccedilatildeo com a prevalecircncia desta ideia eacute partilhada por vaacuterios autores entre

os quais Miranda (2006 p77) sempre que surge uma nova tecnologia existe a tendecircncia para

lhe associar quase como que por magia o poder de mudar a acccedilatildeo educativa e os seus

resultados sendo esta a posiccedilatildeo dos mais optimistas De facto tal natildeo acontece E como atraacutes

referimos natildeo eacute pelo facto de uma escola estar equipada ao niacutevel de equipamentos de TIC ou

de os professores receberem formaccedilatildeo nesta aacuterea que se faraacute um uso de qualidade das

tecnologias (Paiva 2002)

50

Tambeacutem Beltraacuten (2006) ao reflectir sobre este tema explica-nos que as novas

tecnologias da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo ( ) natildeo vatildeo resolver os problemas da escola

contudo j aacute fazem parte da nossa identidade pessoal especialmente no contexto educativo

(p28) Ao falarmos de tecnologias haacute que considerar um aspecto importante tal como nos diz

Papert (1993 p7) quando alerta que a sociedade estaacute a mudar mais depressa que a escola

ao que Miranda (2006 p77) acrescenta que a inovaccedilatildeo educativa aparece mais no discurso

do que nas praacuteticas E explica as mudanccedilas nos modos de pensar e de fazer satildeo bem mais

lentas do que a evoluccedilatildeo tecnoloacutegica (Op cit p77)

Pese embora a utilizaccedilatildeo diferenciada que cada professoreducador faz das TIC o facto

eacute que muitas satildeo as potencialidades que lhes satildeo reconhecidas

Muitos satildeo os autores que enumeram as possiacuteveis aplicaccedilotildees das tecnologias na sala de

aula de uma forma geral Destacamos algimias bases de dados elaboraccedilatildeo de graacuteficos e-

mail folha de caacutelculo Internet multimeacutediaCD-ROM processamento de texto programas de

apresentaccedilatildeo programas de desenhotratamento de imagens programas de tratamento

estatiacutestico de dados software pedagoacutegico (Ponte 2000 Paiva 2002)

O uso das TIC em contexto educativo contribui para o desenvolvimento de capacidades

e competecircncias de literacia tecnoloacutegica Mas natildeo soacute Para aleacutem disso tal como nos indica

Miranda (2006 p 8iacute) parece existir uma sintonia entre o desenvolvimento das funccedilotildees

psicoloacutegicas superiores e os sistemas convencionais de tratamento e representaccedilatildeo da

informaccedilatildeo Pelo que acrescenta o que acontece eacute que os sistemas informaacuteticos

considerados como novos formalismos para tratar e representar a informaccedilatildeo ancorados nos

sistemas convencionais vatildeo modificar o modo como as crianccedilas estatildeo habituadas a aprender e

amplificar o seu desenvolvimento cognitivo

51

Para aleacutem das razotildees ateacute aqui apontadas destacamos ainda a ideia de Papert (1993)

referindo que tendo os alunos tantas formas atraentes de acesso ao conhecimento se a escola

natildeo quiser perder a sua legitimidade eacute necessaacuterio que os professores desenvolvam uma

consciecircncia crescente de que existem novas formas de aprendizagem e que a tecnologia eacute um

instrumento que serve esse propoacutesito (p9) devendo para isso tirar partido das

potencialidades das TIC

Parece assim claro que pelas razotildees aqui apontadas eacute vantajosa a integraccedilatildeo das TIC

na sala de aula No entanto como nos diz Miranda (2006 p80) os efeitos positivos soacute se

verificam quando os professores acreditam e se empenham ( ) na sua aprendizagem e

domiacutenio e desenvolvem actividades desafiadoras e criativas que explorem ao maacuteximo as

potencialidades oferecidas pelas novas tecnologias Esta autora defende ainda que os

professores devem usar as TIC em contexto educativo a) como novos formalismos para tratar

e representar a informaccedilatildeo b) para apoiar os alunos a construir conhecimento significativo c)

para desenvolver projectos integrando (e natildeo acrescentando) criativamente as novas

tecnologias no curriacuteculo (Miranda 2006 p80)

As Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo tecircm sido um motor potenciador de

mudanccedilas no campo educacional Dadas as suas potencialidades ligadas de forma directa ao

conhecimento agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo exercem cada vez mais e maior influecircncia na

actividade profissional dos professores (Ponte e Serrazina 1998)

Ao livro veiacuteculo essencial de transmissatildeo do saber na Sociedade Industrial que

carrega(va) o saber ou seja o corpo de conhecimentos a ser compreendido por quem

aprende falta-lhe (ainda) a interactividade e a possibilidade de livre pesquisa por parte do

utilizador () [o] cunho interactivo (Op cit 1998 p9) Por outro lado na Sociedade da

52

Informaccedilatildeo procedente da Sociedade Industrial diversificam-se os suportes do saber entre os

quais o computador e o acesso a redes de comunicaccedilatildeo global (agrave distacircncia)

Actualmente os professores tecircm as mais diversas atitudes em relaccedilatildeo agraves tecnologias da

rnformaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo alguns adiam tanto quanto possiacutevel o contacto com este novo

mundo outros jaacute passaram a integrar as TIC no seu quotidiano sem contudo alterar de

modo significativo as suas praacuteticas (Ponte e Serrazina 1998 plO) outros professores ainda

com elevado interesse pelas TIC e amplas competecircncias no seu uso tendem (ou tenderatildeo) a

usaacute-las de modo excessivamente tecnicista representando um retrocesso nas perspectivas j aacute

amplamente reflectidas da Didaacutectica das Ciecircncias Restaraacute uma minoria que procura descobrir

novos caminhos explorando as potencialidades das novas tecnologias mas defi-ontando-se

com muitos obstaacuteculos

A este propoacutesito Migueacutens (2006) diz-nos que embora em muitas escolas ainda faltem

recursos materiais tambeacutem em muitas delas eles existem natildeo podendo os professores ignoraacute-

los nem omiti-los nas suas praacuteticas educativas Segundo este autor se um professor natildeo

utilizar na sua vida quotidiana o computador dificilmente o integraraacute nas suas praacuteticas

lectivas Para aleacutem deste aspecto refere tambeacutem que muitas vezes as TIC satildeo utilizadas

meramente como motivaccedilatildeo das actividades que se seguem tendo desta forma um papel

muito pobre e redutor se pensarmos nas suas potencialidades e no investimento que

representam Este autor ilustra esta situaccedilatildeo com uma analogia entre o uso que por vezes se

faz das TIC e o uso que tambeacutem por vezes eacute feito do trabalho praacutetico no ensino das Ciecircncias

Isto eacute tambeacutem neste caso natildeo raro o trabalho praacutetico eacute usado como motivaccedilatildeo para as

actividades que se seguem e no fim de contas o que resulta de tanta actividade e esforccedilo eacute

pouco mais do que laquohoje fizemos experiecircnciasraquo (Op cit pUO) o que em termos de

aprendizagem significativa eacute quase nulo

53

Tambeacutem num estudo coordenado por Paiva (2002 p44) concluiu-se que se utiliza

pouco o computador em contexto educativo e que haacute indiacutecios de que a sua utilizaccedilatildeo natildeo seja

a mais sistemaacutetica planificada e pedagogicamente cuidada Eacute tambeacutem referido que pese

embora as potencialidades das TIC das quais trataremos mais adiante as barreiras ao seu uso

satildeo ainda muitas podendo no entanto agrupar-se em duas categorias uma que se prende

com o parque informaacutetico das escolas e outra que tem a ver com os constrangimentos do(s)

agente(s) educativo(s) (Paiva 2002 p9) Por uacuteltimo destacamos do estudo que por um lado

o facto de as escolas estarem bem equipadas ao niacutevel de TIC natildeo significa que se faccedila uma

utilizaccedilatildeo sistemaacutetica das tecnologias Por outro lado constata-se que uma formaccedilatildeo

acrescida natildeo implica obrigatoriamente muita qualidade na utilizaccedilatildeo das TIC (Op cit

P46)

Num estudo apresentado por Tebbutt (2000) eacute referido que uma grande parte dos

professores em exerciacutecio nas escolas natildeo cresceu com os computadores motivo pelo qual tecircm

mais dificuldade em integrar as tecnologias nas suas praacuteticas lectivas Para este autor eacute

necessaacuterio encorajar os professores a desenvolver competecircncia e confianccedila no uso de

computadores na Ciecircncia (p63) eacute necessaacuterio tambeacutem motivar os professores para este uso

por exemplo atraveacutes da demonstraccedilatildeo das potencialidades das tecnologias Por fim assinala

que eacute fundamental estimular os professores a partilhar os seus resultados com outros

professores comunicando-os por exemplo atraveacutes da Internet mas tambeacutem a reflectir acerca

dos problemas que o uso das TIC no ensino das Ciecircncias pode acarretar

A tecnologia estaacute cada vez mais presente no universo educativo assumindo uma

relevacircncia transversal no processo de ensino-aprendizagem como referem Ponte e Serrazina

(1998 plO) Para estes autores recai sobre as instituiccedilotildees formadoras de professores uma

forte responsabilidade nesta aacuterea devendo formar profissionais com uma visatildeo ampla do

54

que iratildeo ser as futuras funccedilotildees docentes e com espiacuterito de abertura agrave mudanccedila

permanente gosto pela aprendizagem permanente e receptividade agrave inovaccedilatildeo pedagoacutegica

Isto eacute formar profissionais para o futuro Pontes (2005) reforccedila tambeacutem esta ideia ao afirmar

que recursos como o Power Point a utilizaccedilatildeo de um motor de busca na Internet ou o correio

electroacutenico deveriam fazer parte da formaccedilatildeo miacutenima que todo o professor deveria adquirir

em relaccedilatildeo ao uso das TIC no ensino (p8)

Na nossa opiniatildeo natildeo se trata de querer tomar cada professor um especialista em

novas tecnologias mas sim na medida certa tirar partido deste tipo de recursos integrando-os

nos processos normais de trabalho e por maioria de razatildeo pela sua natureza no TE

O uso sistemaacutetico das tecnologias na sala de aula traraacute embora de uma forma muito

morosa mudanccedilas nos modos de aprender e de organizar cognitivamente a informaccedilatildeo

(Miranda 2006 p82) Ao que acrescenta no sentido de desenvolver nos alunos

aprendizagens significativas eacute necessaacuterio tambeacutem que os professores tenham em conta que

a aprendizagem eacute um processo (re)construtivo cumulativo auto-regulado intencional e

tambeacutem situado e colaborativo (p82) Segundo esta autora a aprendizagem eacute um processo

(re)construtivo e cumulativo pois os novos conhecimentos dos alunos satildeo construiacutedos tendo

por base estruturas e representaccedilotildees anteriores acerca dos conteuacutedos em estudo bem como

aprendizagens anteriores E tambeacutem necessaacuterio que exista envolvimento cognitivo e afectivo

para que exista uma aprendizagem significativa A autora diz-nos tambeacutem que esta eacute auto-

regulada ou seja os professores devem apoiar os alunos a desenvolver estrateacutegias de

aprendizagem de modo a adquirirem haacutebitos de estudo e de trabalho intelectual e ainda

padrotildees de correcccedilatildeo do seu proacuteprio trabalho (Miranda 2006 p83) caminhando para uma

progressiva autonomia A mesma autora diz-nos ainda que a aprendizagem deve ser

intencional orientada para atingir determinados objectivos que devem ser do conhecimento

55

dos alunos uma vez que facilita o processo de construccedilatildeo de conhecimento pois imprimi-lhe

uma intencionalidade e direcccedilatildeo (Miranda 2006 p83) Tambeacutem Paixatildeo (2001) defende que

por exemplo no trabalho praacutetico no ensino das Ciecircncias eacute fundamental que os alunos saibam o

que estatildeo a observar e para quecirc no fiindo saber o que iratildeo fazer e com que finalidade Por

uacuteltimo Miranda (2006) defende que a aprendizagem deve ser tambeacutem situada e colaborativa

Isto eacute contextualizada e considerada ( ) ura processo de interacccedilatildeo social (p84)

respectivamente As tecnologias usadas de forma sistemaacutetica e intencional podem contribuir

para facilitar a aprendizagem significativa

Atraveacutes do uso das actuais tecnologias disponiacuteveis tambeacutem a relaccedilatildeo professor-aluno

pode seraacute proftmdamente alterada Tal como encontramos em Wellington (2000) uma coisa eacute

certa com as TIC no futuro o papel dos professores mudaraacute como resultado das TIC na escola

e em casa (p219) Professor e aluno passam assim a viver uma espeacutecie de parceria

estando o professor tambeacutem sempre a aprender Para Beltraacuten (2006) o papel do professor

passa a ser o de mentor aquele que ajuda a aprender com o auxiacutelio das tecnologias longe de

ser um mero transmissor de conhecimentos Por sua vez o aluno assume um papel activo

construtor do seu conhecimento

Como eacute argumentado por Wellington (2000) o papel do professor no tempo das TIC

natildeo seraacute faacutecil Pelo contraacuterio exigiraacute flexibilidade e reflexatildeo e mesmo mudanccedilas de atitude

Este autor salienta que a este propoacutesito o mais importante eacute que o professor defina um

objectivo de aprendizagem De uma forma geral existem algumas situaccedilotildees agraves quais o

professor deveraacute dar atenccedilatildeo aquando do uso de TIC em actividades lectivas como sejam

avaliar o uso de TIC relativamente agrave sua relevacircncia e conteuacutedo ganhar alguma confianccedila e

competecircncias no uso de TIC planear o acesso agraves TIC de uma forma equitativa planificar toda

a actividade de modo a conceber outro material de apoio agrave aprendizagem dos alunos entre

56

outras Em suma o papel do professor seraacute observar intervir monitorizar e apoiar a

aprendizagem (Wellington 2000 p220) e decidir se o uso de determinada tecnologia eacute ou

natildeo importante

233 - Integraccedilatildeo de TIC no Trabalho Experimental no ensino das

Ciecircncias

As perspectivas de uso das tecnologias disponiacuteveis no ensino em particular no ensino

das Ciecircncias satildeo cada vez mais Satildeo vaacuterios os autores que defendem que a utilizaccedilatildeo de TIC

no ensino das Ciecircncias pode representar um contributo apreciaacutevel (por exemplo Martinez e

Parrilla 1994 Baggott 1998 Kirschner e Huisman 1998 Gil e Paixatildeo 1999 Wellington

1999 2000 Gil e Baggott 2000 2002 Acevedo 2001 Brown e Harper 2003 Hofstein e

Lunetta 2004 Pontes 2005 2005a Contreras 2006)

Segundo Gil e Paixatildeo (1999 p32) a utilizaccedilatildeo de meios informaacuteticos nos laboratoacuterios

pode representar um forte contributo para que se possa observar uma maior qualidade no

processo de ensino e de aprendizagem Tambeacutem Wellington (2001) defende que as

tecnologias da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo podem captar o interesse e suscitar a curiosidade

dos alunos na aula de Ciecircncias se o professor dominar estas tecnologias Como exemplo

sugere um viacutedeo que para aleacutem de motivar os alunos para a aprendizagem de um determinado

conteuacutedo pode ajudar o professor ao permitir a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos acontecimentos e

entidades natildeo possiacuteveis de observar em Laboratoacuterio

Pontes (2005) que corrobora esta ideia refere que podemos distinguir as fijinccedilotildees

fomiativas das TIC em trecircs categorias nomeadamente funccedilotildees relacionadas com o

desenvolvimento de objectivos conceptuais procedimentais e de atitude Em relaccedilatildeo aos

primeiros objectivos as ftmccedilotildees a desenvolver com o uso das TIC satildeo essencialmente

57

facilitar o acesso agrave informaccedilatildeo e favorecer a aprendizagem de conceitos no que diz respeito

aos objectivos procedimentais como salienta Pontes (2005 p4) as fiinccedilotildees educativas a

desenvolver satildeo principalmente aprender procedimentos cientiacuteficos e desenvolver destrezas

intelectuais Por uacuteltimo os objectivos de atitude dizem respeito agrave motivaccedilatildeo para a

aprendizagem da Ciecircncia Neste estudo o autor considerou ainda que o leque de tecnologias

dispomveis oferece grandes possibilidades ao ensino das Ciecircncias tais como la

comunicacioacuten interactiva ei tratamiento de imaacutegenes la simulacioacuten de fenoacutemenos o

experimentos ia construccioacuten de modelos e analogias la resolucioacuten de problemas ei acceso a

la informacioacuten ei manejo de todo tipo de dados (Op cit p l5)

Num trabalho realizado posteriormente Pontes (2005a) apresenta uma proposta

metodoloacutegica na qual combina o uso de tecnologias na educaccedilatildeo cientiacutefica mais

concretamente no ensino da Fiacutesica Neste trabalho ressalta que o uso de TIC na educaccedilatildeo

cientiacutefica deve seguir m a metodologia basada en actividades programadas por ei profesor

que resulte adecuada para transformar los recursos informaacuteticos en instrumentos de

aprendizaje reflexivo y significativo (p340) O autor salienta que para que tal aconteccedila o

professor deve planificar um programa-guiacutea de actividades de papel y laacutepiz que permita

orientar la actividad y la reflexion del alumno en cada sesioacuten de trabajo com ei ordenador

(Op cit p340) Em suma o que para o referido autor se toma fundamental em relaccedilatildeo ao

uso de TIC na educaccedilatildeo cientiacutefica - que considera serem meacutetodos activos de ensenanza de

las ciecircncias (p340) - eacute que o professor defma objectivos de ensino para cada situaccedilatildeo

especiacutefica

Chaplin (2003) defende que para um bom uso (p93) das tecnologias nas aulas de

Ciecircncias eacute fundamental uma planificaccedilatildeo sistemaacutetica com cabeccedila tronco e membros pelo

que nos diz que aulas com recurso a TIC satildeo como outras aulas quaisquer necessitam de uma

58

planificaccedilatildeo cuidada e de uma gestatildeo activa da aula (p96) Esta autora refere ainda que eacute

necessaacuterio que os alunos saibam o que estatildeo a realizar e para quecirc Tambeacutem Wellington (2000)

advoga que ao usar tecnologias na educaccedilatildeo em Ciecircncias a base para uma aprendizagem

significativa eacute uma planificaccedilatildeoponderaccedilatildeo por parte do professor de toda a actividade Soacute

desta forma se poderaacute tirar partido das verdadeiras potencialidades das TIC no ensino das

Ciecircncias muito para aJeacutem da motivaccedilatildeo

Gil e Baggott (2000 2002) explicam-nos que para tomar a decisatildeo de utilizar por

exemplo uma simulaccedilatildeo na aula de Ciecircncias o professor deveraacute equacionar os proacutes e contras

desta utilizaccedilatildeo em relaccedilatildeo a uma actividade experimental tradicional Se uma simulaccedilatildeo ou

outro meio informaacutetico que por exemplo execute tarefas de rotina for usado da melhor

forma poderaacute de facto representar um contributo para a aula de Ciecircncias

234 - Vantagens no usointegraccedilatildeo de TIC no ensino das Ciecircncias

Tal como Wellington (2000) podemos entatildeo perguntar O que podem as TIC oferecer

agrave educaccedilatildeo em Ciecircncias (pl95) Muitas satildeo as possibilidades que se abrem atraveacutes desta

combinaccedilatildeo No entanto este autor salienta que eacute importante distinguir dois aspectos no

ensino das Ciecircncias processos e conteuacutedos N o primeiro caso - processos - referimo nos a

um conjunto de tarefas relacionadas com a natureza praacutetica e experimental do ensino das

Ciecircncias tais como observar medir registar resultados processar dados colocar hipoacuteteses

comunicar resultados etc Quanto ao segundo aspecto - conteuacutedos - diz respeito agrave

compreensatildeo de factos leis e teorias etc Quer no que diz respeito aos processos quer aos

conteuacutedos o uso de TIC pode representar um valor acrescentado no ensino das Ciecircncias

59

De acordo com Wellington (2000) muitas satildeo as potencialidades que o uso de TIC

oferece ao ensino das Ciecircncias tais como recolher e armazenar uma grande quantidade de

dados bem como apresentaacute-los de variadas formas as TIC podem ainda ajudar na forma de

comunicar a informaccedilatildeo Contudo tal como atraacutes referimos cabe ao professor fazer as suas

escolhas definir os objectivos de aprendizagem e ponderar se o investimento que eacute feito quer

em equipamento quer em tempo ao usar tecnologias serve os objectivos que definiu Por

outro lado ao planificar uma aula de Ciecircncias com recurso a tecnologias o professor

necessita ainda de conhecer as facilidadesbarreiras ou impedimentos no acesso fiacutesico agraves

tecnologias e ter em consideraccedilatildeo factores como a logiacutestica da escola os recursos e a sua

localizaccedilatildeo o papel e a atitude do coordenador de TIC na escola as poliacuteticas da escola e as

atitudes em relaccedilatildeo agraves TIC ( ) o acesso agraves TIC em casa (Wellington 2000 p l999)

Equacionados todos estes factores e concebida uma planificaccedilatildeo se o professor optar

por usar como recursos as tecnologias da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo na aula de Ciecircncias

poderaacute obter benefiacutecios vantagens como motivaccedilatildeo entusiasmo melhoria da auto-estima dos

alunos e perseveranccedila bem como oportunidades de obter um maior rigor no trabalho dos

alunos (Wellington 2000) De acordo com este autor satildeo muitas as mais valias que podem

advir do uso de TIC no ensino das Ciecircncias (quadro 29)

Aplicaccedilotildees TIC 1 Especificidades Mais valias

Simulaccedilotildees de computador

Este tipo de aplicaccedilatildeo permite prever e pesquisar atraveacutes de modelos que representam diferentes tipos de situaccedilotildees tais como processos industriais difiacuteceis de pocircr em praacutetica em Laboratoacuterio ou que sejam muito perigosos ou muito lentos (como por exemplo a evoluccedilatildeo) ou muito raacutepidos (por exemplo colisotildees) ou a mvel microscoacutepico (por exemplo mudanccedilas

0 autor salienta seis vantagens no recurso a simulaccedilotildees que satildeo 1 - Custo atraveacutes deste tipo de actividades pode poupar-se dinheiro por exemplo na compra de consumiacuteveis de Laboratoacuterio 2 - Tempo permite uma economia de tempo 3 - Seguranccedila substituem algumas actividades que possam ser perigosas 4 - Motivaccedilatildeo as simulaccedilotildees de computador podem ser mais motivadoras

60

Multimeacutedia

sub-aloacutemicas) simulaccedilotildees envolvendo por exemplo gases raros ou simulaccedilotildees de modelos ou teorias

Este tipo de ferramenta por exemplo CD-ROM possui caracteriacutesticas como a fala ou outros sons desenhos ou diagramas desenhos ou diagramas animados (p204) fotografias eou outras imagens viacutedeos ou texto

Processador de texto

Segundo o autor a maior parte estudantes escrevem agrave matildeo Muitas pessoas defendem que a escrita agrave matildeo deve ser preservada pois constitui uma importante capacidade Uma pequena minoria mostra-se preocupada com a possibilidade de o teclado substituir a caneta Cp207) o que impediria o desenvolvimento da capacidade de escrever agrave matildeo

do que as actividades tradicionais de TP 5 - Controle permite o controle de variaacuteveis 6 - Gestatildeo satildeo mais praacuteticas no que diz respeito ao manuseamento e agrave manutenccedilatildeo Tal como no caso das simulaccedilotildees as ferramentas multimeacutedia permitem visualizar detalhadamente actividades virtuais realizadas coro sucesso e que podem ser repetidas no monitor economizando nos consumiacuteveis de Laboratoacuterio As vantagens no uso do processador de texto relacionam-se com - Possibilidade escrever ou reescrever o seu trabalho de uma forma mais raacutepida - Maior facilidade em trabalhar em grupo usando a escrita em computador (por exemplo porque todos podem ver o que se estaacute a fazer pois estaacute no monitor) - Facilidade na alteraccedilatildeo do textograve

Faci l i dade no armazenamento de textosdocumentos

Sensores (SATD - sistemas

de aquisiccedilatildeo e tratamento de

dados)

Este tipo de ferramentas envolve o uso de um computador de sondas e de uma interface Os sensores satildeo dispositivos sensiacuteveis a determinados estiacutemulos do meio tais como a temperatura a luz e o som e que atraveacutes da interface enviam a mensagem ao computador

Wellington (2000) indica-nos alguns dos benefiacutecios que se podem obter atraveacutes do uso de sensores a saber - Rapidez - possibilitam um registo raacutepido e constante de dados - Memoacuteria - permitem armazenar e aceder a grandes quantidades de dados - Perseveranccedila - norraalmenle podem efectuar o registo de dados por longos periacuteodos sem necessidade de interrupccedilatildeo - Manipulaccedilatildeo - oferecem a possibilidade de trabalhar os dados recolhidos antes de os apresentar - Comunicaccedilatildeo dos dados - permitem a apresentaccedilatildeo dos dados em tempo real (quando estatildeo a ser recolhidos) por exemplo atraveacutes de graacuteficos

Bases de dados

Uma base de dados consiste numa forma organizada de armazenar a aceder a informaccedilotildees Tal como nos diz Wellington (2000) no uso de uma base de dados a competecircncia-chave a desenvolver nos alunos eacute a habilidade de pesquisar a informaccedilatildeo de uma forma loacutegica e sistemaacutetica (p214)

O uso de bases de dados no ensino das Ciecircncias traz vantagens tais como

Registar dados recolhidos durante uma investigaccedilatildeo ou uma experiecircncia (p215)

Seleccionarfiltrar eou procurar informaccedilatildeo por si proacuteprios no computador - Explorar dados de uma fomaa mais ordenada - Melhor apresentaccedilatildeo de dados numa forma mais atractiva

61

A Internet eacute uma poderosa base de dados constituiacuteda por uma rede de computadores interligados e que permite o acesso e a partilha de dadosinformaccedilotildees

A Internet eacute um poderoso recurso ao serviccedilo da educaccedilatildeo e o seu valor acrescentado no ensino das Ciecircncias reside particularmente em trecircs aacutereas - troca e partilha de ideias e informaccedilatildeo (p216) - em realccedilar e facilitar a comunicaccedilatildeo (p216) - constitui uma fonte de informaccedilatildeo para alunos e professores em quase todos os toacutepicos (p216) Para aleacutem destes aspectos o autor considera ainda que o uso da Internet constitui um factor de motivaccedilatildeo

Quadro 29 - Potencialidades do uso das TIC no ensino das Ciecircncias (Wellington 2000)

um Num estudo reaUzado por Bettencourt e Correia (1996) eacute apreciada a utilizaccedilatildeo de

Sistema de Aquisiccedilatildeo e Tratamento de Dados vulgarmente conhecido por sensores Estes

dispositivos consistem na utuumlizaccedilatildeo de sondas ligadas ao computador atraveacutes de uma interface

que transforma os dados analoacutegicos provenientes dos sensores em dados digitais Tal como

refere Tortosa (2006 p2) la interficie o interfase actua de convertidor analoacutegico-digital

transforma la tension eleacutectrica generada por ei sensor a coacutedigo binaacuterio para que ei ordenador

pueda leeria y almacenarla Posteriormente o software de exploraccedilatildeo dos sensores permite

visualizar estes dados no monitor podendo ser tratados e utilizados Algumas das vantagens

apontadas por estes autores para a utiUzaccedilatildeo de sensores no ensino das Ciecircncias residem

sobretudo na facilidade e rigor na recolha de dados experimentais mas tambeacutem no facto de

este procedimento efectuada de uma forma tradicional ser uma tarefa repetitiva que pode

toraar-se cansativa e desmotivadora (Bettencourt e Correia 1996) Tanto mais que o tempo

de execuccedilatildeo de algumas actividades experimentais pode requerer um registo de dados durante

um longo periacuteodo de tempo Podendo esta etapa do trabalho experimental ser efectuada com

este equipamento deixa os alunos mais disponiacuteveis para a realizaccedilatildeo de outras tarefas tais

62

como a anaacutelise e a discussatildeo dos dados obtidos No entanto os autores salvaguardam que por

exemplo tarefas como a recolha de dados - incluiacuteda nas capacidades de processo - natildeo podem

ser descuradas e esquecidas Para aleacutem dos aspectos j aacute referidos atraveacutes do uso de sensores no

ensino das Ciecircncias verifica-se que haacute economia de tempo que eacute poupado em tarefas como

a recolha de dados De salientar ainda que o software de exploraccedilatildeo dos sensores permite

visualizar os dados que estatildeo a ser recolhidos do meio em tempo real e apresentaacute-los sob

diferentes formatos como graacuteficos ou tabelas

No fmal do estudo Bettencourt e Correia (1996) concluiacuteram que o uso de sensores no

ensino das Ciecircncias se revela de todo o interesse pois tem efeitos positivos na aprendizagem

quer no domiacutenio afectivo quer no domiacutenio cognitivo

Tambeacutem Tortosa (2006) se refere agraves potencialidades do uso de sensores no ensino das

Ciecircncias em particular na disciplina de Quiacutemica referindo que estes dispositivos possibilitam

o registo de dados quantitativos em actividades experimentais cuja duraccedilatildeo seja muito curta o

que permite que os estudantes possam planificar e executar experiecircncias com diferentes

condiccedilotildees experimentais eventualmente na mesma aula

Referindo-se ao ensino das Ciecircncias para o seacuteculo XXI Brown e Haiper (2003)

descrevem-nos que foram encorajados a integrar as TIC nos seus esquemas de trabalho e que

natildeo faltaram sugestotildees de possiacuteveis actividades em particular para o ensino das Ciecircncias

Explicam tambeacutem que lhes foi dada a oportunidade de conceber ura Laboratoacuterio no sentido

de fazer o melhor uso das potencialidades das TIC Por fmi Brown e Harper (2003)

elencam algumas das possibilidades do uso de tecnologias nas aulas de Ciecircncias tais como

apresentaccedilotildees em Power Point que na opiniatildeo dos autores satildeo uma ferramenta extremamente

uacutetil por exemplo para animar visualizaccedilotildeesdar movimento a iotildees e electrotildees outro exemplo

sugerido por estes autores para a utilizaccedilatildeo de apresentaccedilotildees em Power Point no ensino das

63

Ciecircncias eacute o jogo do tipo de Quem quer ser milionaacuterio (p90) que pode ser realizado com

ficheiros de som Satildeo ainda referidas aplicaccedilotildees especiacuteficas para o ensino experimental das

Ciecircncias como eacute o caso do microscoacutepio digital que possibilita a visualizaccedilatildeo de imagens

estaacuteticas ou pequenas sequecircncias filmadas (p90) Aludem tambeacutem ao uso de sensores cujas

aplicaccedilotildees no ensino das Ciecircncias satildeo vastas Referem-se ao uso de modelaccedilatildeo e simulaccedilotildees

(em ^ l i caccedilotildees multimeacutedia ou na Internet) que permitem laquorealizarraquo experiecircncias perigosas

como no trabalho com a electricidade sem correr riscos Entre as vaacuterias possibilidades

apresentadas satildeo ainda destacados programas como o Word e o Excel capazes de contribuir

por exemplo na elaboraccedilatildeo de relatoacuterios Em siacutentese Brown e Harper (2003) ressalvam que o

fundamental eacute fazer o melhor uso de quaisquer novas tecnologias por forma a melhorar o

ensino das Ciecircncias (p91)

As TIC podem como vimos desempenhar um importante contributo no que diz

respeito a uma economia de tempo isto eacute uma das diversas dificuldades que se potildeem aos

professores eacute a gestatildeo do tempo quando haacute a necessidade de cumprir oum curriacuteculo Perante

esta Situaccedilatildeo o professor opta muitas das vezes por reduzir o tempo dedicado ao trabalho

experimental

235 - TIC no Trabalho Experimental no ensino das Ciecircncias o que

poderaacute perder-se

No estudo realizado por Wellington (1999) onde se pretendeu explorar a

praticabihdade do uso de multimeacutedia no ensino das Ciecircncias foram apresentados alguns dos

incontroversos benefiacutecios que este tipo de ferramentas pode trazer para a sala de aula bem

como apontadas algumas das desvantagens do uso de multimeacutedia Os resultados deste estudo

64

revelaram que na opiniatildeo dos professores o valor acrescentado da integraccedilatildeo de multimeacutedia

no ensino das Ciecircncias assenta em aspectos visuais como sejam o permitir demonstraccedilotildees

difiacuteceis de pocircr em praacutetica em Laboratoacuterio possibilitar a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos

microscoacutepicos e o dinamismo de imagensanimaccedilatildeo Ainda na opiniatildeo dos professores este

tipo de ferramentas permite diferenciaccedilatildeo entre os estudantes isto eacute propotildee actividades de

ennquecimentoextensatildeo permite uma ^ rend izagem independente e uma faacutecil repeticcedilatildeo Para

aleacutem destas vantagens satildeo ainda referidos neste estudo efeitos nas atitudes e na motivaccedilatildeo

quer por parte dos estudantes quer dos professores Em relaccedilatildeo aos primeiros o uso de

recursos multimeacutedia promove o entusiasmo e interesse aumenta a sua aprendizagem e

motiva tambeacutem pelo aspecto luacutedico Quanto aos professores para aleacutem de promover o seu

interesse peias TIC eacute uma nova forma- de apresentar ideias uma nova ferramenta permite

tambeacutem uma maior aproximaccedilatildeo dos estudantes Como realccedila as TIC de qualidade podem

motivar estudantes e professores () [e] apoiar a aprendizagem (Wellington 1999 p54)

Neste estudo de Wellington (1999) para aleacutem dos benefiacutecios obtidos com a utilizaccedilatildeo

de ferramentas multimeacutedia na aula de Ciecircncias este autor aponta tambeacutem algumas

desvantagens tais como a informaccedilatildeo excessiva eou irrelevante a distracccedilatildeo (dentro e fora de

gnipos) que estas ferramentas podem suscitar e a perda de capacidades praacuteticas uma vez que

se substitui o trabalho experimental real

Tal como referem Hofstein e Lunetta (2004 p30) nos uacuteltimos 20 anos o crescimento

exponencial das ferramentas de alta-tecnologia teve poderosas implicaccedilotildees no ensino

aprendizagem e tambeacutem na investigaccedilatildeo sobre trabalho experimental De facto nesta nova

era da sociedade e da educaccedilatildeo e tal como eacute defendido na literatura da especialidade toma-

se cada vez mais pertinente repensar o papel do trabalho experimental no ensino das Ciecircncias

65

Neste complexo mundo imerso nas TIC estas desempenham efectivamente um

importante papel no ensino das Ciecircncias por tudo o que podem trazer de vantajoso em

particular ao trabalho experimental Contudo a inclusatildeo deste tipo de ferramentas no ensino

das ciecircncias conduz-nos a uma questatildeo dominante nesta investigaccedilatildeo seraacute que caminhamos a

passos largos para uma educaccedilatildeo cientiacutefica baseada na realidade virtual onde a proacutepria

realidade seraacute substituiacuteda^

Tal como aponta Wellington (2000) as tradicionais actividades de trabalho

experimental podem agora no tempo das tecnologias ser laquorealizadasraquo atraveacutes de ferramentas

multimeacutedia ou mesmo da Internet Contudo este autor adverte que eacute emergente pensar se

deveraacute o trabalho praacutetico ser realizado laquovirtuahnenteraquo ou se viraacute isto retirar o processo de

desenvolver importantes sHllsT (p44) A este propoacutesito o autor defende que os professores

devem avanccedilar com o uso de TIC no ensino-aprendizagem em particular das Ciecircncias depois

de ponderarem sobre as mais valias deste uso Isto eacute depois de pensarem de que forma podem

as TIC enriquecer o ensino das Ciecircncias

Num estudo recentemente apresentado por Contreras (2006) eacute feita uma reflexatildeo

acerca do uso das TIC no ensino das Ciecircncias num caso particular de professores chilenos

Neste trabalho o autor refere em relaccedilatildeo aacute utilizaccedilatildeo das TIC no ensino das Ciecircncias que os

professores mantecircm uma postura tradicional Embora os recursos disponiacuteveis para o ensino

das Ciecircncias sejam abundantes tal como atraacutes referimos este autor chama a atenccedilatildeo para o

facto de que debemos comprender que no se trata de usar las T I C s porque estaacuten de moda

sino maacutes bien usarias cuando realmente valoremos que pueden contribuir a un aprendizaje

significativo (Contreras 2006) Pelo que conclui que eacute necessaacuterio que o professor tome

consciecircncia das vantagens e desvantagens do uso de TIC no ensino das Ciecircncias

66

Capiacutetulo 3

Opccedilotildees Metociacuteofoacutegicas

31 - Nota Introdutoacuteria

Neste capiacutetulo apresentamos e fundamentamos as opccedilotildees metodoloacutegicas do nosso

estudo bem como a descriccedilatildeo dos procedimentos que seguimos no decurso da investigaccedilatildeo

Iniciamos o capiacutetulo com consideraccedilotildees sobre os fundamentos teoacutericos das

metodologias de natureza qualitativa explicitando as opccedilotildees tomadas tal como as razotildees

bull dessas escolhas decorrentes do problema e das questotildees de investigaccedilatildeo jaacute apresentados no

capiacutetulo I

Apoacutes a apresentaccedilatildeo e explicitaccedilatildeo das etapas da investigaccedilatildeo e dos criteacuterios de

validaccedilatildeo segue-se a descriccedilatildeo dos instrumentos de recolha de dados que usaacutemos e das

teacutecnicas de anaacutelise que seguimos

32 - A metodologia qualitativa na Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

A mvestigaccedilatildeo de pendor qualitativo tem vindo a ganhar confianccedila e reconhecimento

crescentes no domiacutenio da investigaccedilatildeo em Ciecircncias da Educaccedilatildeo principalmente a partir da

segunda metade do seacuteculo X X (Vale 2004) Fazendo uma breve retrospectiva pela histoacuteria da

investigaccedilatildeo qualitativa apercebemo-nos que progressivamente este tipo de estudos se foi

afirmando e conquistando adeptos de entre alguns investigadores quantitativos de destaque

que passaram a defender a sua utilizaccedilatildeo neste domiacutenio do conhecimento (Bogdan e Biklen

1994)

Como encontramos em Bogdan e Biklen (1994) a importacircncia do significado para a

investigaccedilatildeo qualitativa encontra explicaccedilatildeo nos seus fundamentos teoacutericos que radicam na

fenomenologia um marco com o qual a maioria dos investigadores qualitativos se identifica

sendo mesmo considerado sinoacutenimo de investigaccedilatildeo qualitativa (Vale 2004 Bogdan e Biklen

68

1994) De acordo com o legado de Max Weber e segundo estes investigadores a principal

preocupaccedilatildeo das investigaccedilotildees de iacutendole qualitativa reside na compreensatildeo interpretativa das

mteracccedilotildees humanas ( ) [e do] componente subjectivo do comportamento das pessoas

(Bogdan e Biklen 1994 p53-54) com a intenccedilatildeo de imergir no mundo de cada sujeito e

revelar os significados e os sentidos que atribuem agraves suas experiecircncias de vida

Embora coexistam diferentes abordagens qualitativas todas partilham o objectivo de

compreender os sujeitos com base nos seus pontos de vista (Bogdan e Biklen 1994 p54)

Compatiacutevel com a perspectiva fenomenoloacutegica a interacccedilatildeo simboacutelica eacute outra abordagem do

leque das investigaccedilotildees qualitativas cujo fundamento assenta na ideia de que a experiecircncia

humana eacute mediada pela interpretaccedilatildeo (Op cit 1994 p55) Nesta perspectiva o significado

das situaccedilotildees e acontecimentos eacute atribuiacutedo por cada sujeito agrave sua proacutepria vivecircncia e para

compreender este significado eacute necessaacuterio interpretar o que esteve na base da sua construccedilatildeo

Esta perspectiva ficou assim conhecida por interpretativa Segundo Paixatildeo (1998 p216)

este tipo de investigaccedilotildees natildeo aceita a separaccedilatildeo dos indiviacuteduos do seu contexto nem a

Ignoracircncia do proacuteprio ponto de vista dos sujeitos investigados e das suas interpretaccedilotildees

No poacutelo oposto agrave perspectiva interpretativa encontramos a investigaccedilatildeo quantitativa de

iacutendole experimental que radicada no positivismo eacute marcada por deshgar os comportamentos

humanos dos significados que os sujeitos lhe conferem pelo que foi alvo das mais variadas

criacuteticas (Vale 2004 Bogdan e Biklen 1994) De um modo geral podemos dizer que esta

vertente da investigaccedilatildeo quantitativa se baseia no estabelecimento de relaccedilotildees causa-efeito na

previsatildeo de fenoacutemenos e no estabelecimento de leis a partir de factos e fenoacutemenos passiacuteveis

de serem observados e quantificados (Vale 2004)

Em contraste com esta linha de investigaccedilatildeo os meacutetodos qualitativos estatildeo em

consonacircncia com a subjectividade defendendo que cada fenoacutemeno eacute uacutenico e essa unicidade eacute

69

a sua maior qualidade (Vaie 2004 p 174) De acordo com esta autora este tipo de

investigaccedilatildeo baseia-se no deslindar de um problema isto eacute a partir de vaacuterios conhecimentos

sobre determinado fenoacutemeno poder compreendecirc-lo ou explicaacute-lo sem contudo fazer a partir

dele generalizaccedilotildees pois determinado acontecimento ou fenoacutemeno eacute condicionado pelas suas

circunstacircncias sendo portanto uacutenico

Uma outra caracteriacutestica dos estudos qualitativos nas palavras de Bogdan e Bilden

(1994 p50) eacute que o significado eacute de importacircncia vital isto eacute ao investigador qualitativo

interessa perceber aquUo que os sujeitos da investigaccedilatildeo experimentam o modo como os

sujeitos interpretam as suas vivecircncias e como organizam o contexto social em que se inserem

Para aleacutem destes aspectos que importa integrar e compreender haacute que referir que os meacutetodos

qualitativos satildeo tambeacutem humanistas Como explicam Taylor e Bogdan (1992) quando

trocamos as palavras e acccedilotildees das pessoas por nuacutemeros e dados estatiacutesticos esquecemos o

aspecto humano e a vida social em que esses sujeitos se inserem no fundo o aquilo o

como e o modo como cada sujeito daacute sentido agrave sua vida (Taylor e Bogdan 1992 Bogdan e

Biklen 1994)

De facto a finalidade dos estudos quahtativos eacute como alegam Bogdan e Biklen (1994

p70) melhor compreender o comportamento e experiecircncia humanos ( ) o processo

mediante o qual as pessoas constroem significados e descrever em que consistem estes

mesmos significados

Tal como resumem aqueles autores genericamente os estudos de natureza qualitativa

partilham algumas caracteriacutesticas designadamente o tipo de dados recolhidos designados de

qualitativos ricos era detalhes as questotildees de investigaccedilatildeo que natildeo dependem da

operacionalizaccedilatildeo de variaacuteveis e satildeo estabelecidas no sentido de investigar em proftmdidade

determinado fenoacutemeno o destaque agrave compreensatildeo das situaccedilotildees e das opccedilotildees a partir das

70

concepccedilotildees dos sujeitos da investigaccedilatildeo as estrateacutegias de investigaccedilatildeo privilegiadas satildeo a

observaccedilatildeo participante e a entrevista em profundidade embora natildeo se excluam outras satildeo

mvestigaccedilotildees realizadas com amostras pequenas dada a importacircncia atribuiacuteda aos

pormenores

Na abordagem qualitativa de um determinado contexto os investigadores questionam

constantemente os sujeitos da investigaccedilatildeo no sentido de perceber aquilo que eles

experimentam o modo como eles interpretam as suas experiecircncias e o modo como eles

proacuteprios estruturam o mundo social em que vivem como refere Psathas (cit Bogdan e

Biklen 1994 p 51) Como acrescenta Vale (2004 p 176) trata-se de resolver o problema no

sentido de acumular suficientes conhecimentos que conduzam agrave sua compreensatildeo ou

explicaccedilatildeo A noccedilatildeo de experiecircncia adverte-nos para o facto de cada pessoa ser um sujeito

proacuteprio e especiacutefico singular e circunstancial Como auumlrma Vale (2004 p l74) qualquer

acontecimento eacute condicionado por variaacuteveis tais como o tempo a localizaccedilatildeo e a cultura que

satildeo interactivas (variaacuteveis que natildeo se pretendem controlar) e como tal duas situaccedilotildees por

definiccedilatildeo natildeo podem ser idecircnticas (Vale 2004 p 174)

33 - Os estudos qualitativos

Ao pretender estudar-se as concepccedilotildees de cada aluno-professor relacionadas com o

Trabalho Experimental (TE) e com as Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC) eacute

sobretudo agrave perspectiva de outras pessoas que queremos ter acesso Natildeo se trata portanto de

um processo comum e linear ou mesmo imediato a que se aceda atraveacutes de um simples

mventaacuterio Para o nosso estudo interessa-nos aceder aos significados que as pessoas atribuem

agraves coisas e agraves situaccedilotildees (Ludke amp Andreacute 1986 p34)

71

Uma vez formulados os objectivos do estudo na sequecircncia das questotildees da nossa

mvestigaccedilatildeo pareceu-nos claro que ao pretender descrever e interpretar a perspectiva de cada

aluno-professor interveniente na investigaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao fenoacutemeno em anaacutelise a

metodologia mais adequada seria a metodologia de acircmbito qualitativo que passamos a

justificar

Captar a perspectiva de cada sujeito acerca do tema em estudo natildeo nos parece

susceptiacutevel de ser quantificaacutevel Se nas investigaccedilotildees de tipo quantitativo se procura

estabelecer relaccedilotildees de causa-efeito e prever o comportamento humano a partir da mediccedilatildeo de

variaacuteveis isoladas tais processos revelam-se inadequados ao estudo de uma realidade

complexa que envolve concepccedilotildees dos sujeitos

Assim na nossa investigaccedilatildeo natildeo pretendemos quantificar mas sim descrever e

interpretar as concepccedilotildees de cada um dos futuros professores da nossa amostra relacionadas

com o Trabalho Experimental e com as Tecnologias da Infomiaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Tambeacutem

natildeo pretendemos estabelecer leis ou princiacutepios generalizaacuteveis mas sim compreender a partir

dos sujeitos da investigaccedilatildeo tendecircncias que ajudem a dar resposta agraves nossas questotildees de

investigaccedilatildeo

Ainda que natildeo sigam um caminho uacutenico os estudos de iacutendole qualitativo caracterizam-

se por apresentarem alguns traccedilos comuns para aleacutem dos jaacute enunciados A partir do processo

de anaacutelise dos dados vatildeo-se construindo significados desenvolvendo conceitos e

compreensotildees O investigador qualitativo estuda as pessoas em contexto numa perspectiva

holiacutestica sendo este o cenaacuterio baacutesico para compreender a experiecircncia dos sujeitos que eacute

marcada pela sua proacutepria situaccedilatildeo social e cultural (Taylor e Bogdan 1992 Alcaraz et ai

2004) Deste modo o uso da linguagem assume particular importacircncia e a palavra escrita

desempenha um papel vital quer no registo dos dados quer na anaacutelise dos resultados Como

72

nos esclarece Foddy (2002 pl 1) a informaccedilatildeo verbal tem sido e ao que parece continuaraacute a

ser a pedra angular da ciecircncia social contemporacircnea Tal significa que satildeo incluiacutedos os

aspectos expressivos e conotativos dos sujeitos de modo a captar a sua perspectiva acerca da

situaccedilatildeo em estudo (Alcaraz et al 2004) Neste sentido a nossa investigaccedilatildeo reveste-se de um

caraacutecter vincadamente descritivo e interpretativo pois pretendemos obter uma compreensatildeo

detalhada que exige descodificaccedilatildeo do significado das proacuteprias palavras de alunos futuros-

professores relativamente agraves suas concepccedilotildees sobre o uso das TIC no TE

34 - Os partic ipantes no estudo

Para dar resposta agraves nossas questotildees elegemos como sujeitos do nosso estudo alunos

futuros professores de Ciecircncias da Natureza

A escolha de fiituros profissionais em Educaccedilatildeo ligados ao ensino das Ciecircncias prendeu-

se por um lado com o facto de existir um nuacutemero reduzido de investigaccedilotildees que cruzem o

Trabalho Experimental no ensino das Ciecircncias da Natureza com as Tecnologias da Informaccedilatildeo

e Comunicaccedilatildeo e de serem levantadas questotildees nas quais entrosaacutemos as questotildees da nossa

proacutepria investigaccedilatildeo tal como encontraacutemos por exemplo em Wellington (2000 p l95)

what value can the use of ICT add to the teaching and learning of science e tambeacutem should

practical work be done laquovirtuallyraquo or will this take away the means to develop important

skills (p44)

De referir tambeacutem que esta decisatildeo acerca da escolha da amostra teve em conta natildeo soacute

o nosso viacutenculo ao campo de estudo seleccionado uma vez que tambeacutem noacutes tivemos a mesma

formaccedilatildeo inicial como tambeacutem o gosto pelas Ciecircncias da Natureza e Experimentais em

73

particular os aspectos didaacutecticos respeitantes ao proacuteprio Trabalho Experimental e num mundo

cada vez mais colonizado pelas Tecnologias da Infomiaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

Por conseguinte o trabalho empiacuterico desta investigaccedilatildeo iniciou-se com a anaacutelise das

concepccedilotildees de futuros professores de Ciecircncias acerca do papel do Trabalho Experimental no

Ensino das Ciecircncias no tempo actual dominado pelas TIC tendo por base o quadro teoacuterico

para a Educaccedilatildeo em Ciecircncia que suporta o Ensino por Pesquisa (Capiacutetulo 2)

35 - Procedimentos e criteacuterios de selecccedilatildeo

De acordo com os objectivos apresentados a origem dos dados reporta-se a futuros

professores de Ciecircncias da Natureza tomando-se estes o grupo alvo da nossa investigaccedilatildeo

Uma vez que num estudo de natureza qualitativa como o nosso eacute praticamente

impossiacutevel chegar a toda a populaccedilatildeo quumle importa ao investigador estudar procuraacutemos entatildeo

definir quem poderiam ser os nossos sujeitos isto eacute quem poderia constituir a amostra Por

uma questatildeo pragmaacutetica pareceu-nos que antes de mais os informadores deveriam estar

proacuteximos e acessiacuteveis ao investigador no sentido de ao longo da investigaccedilatildeo poderem estar

disponiacuteveis quando necessaacuterio

Uma vez defmidas as questotildees orientadoras e os objectivos do estudo tiacutenhamos uma

ideia geral sobre as pessoas que iriacuteamos entrevistar nomeadamente tendo em conta o tipo de

experiecircncias vivenciadas por cada sujeito ou seja o seu percurso No entanto natildeo tiacutenhamos

em defmitivo estipulado quem nem quantos seriam os futuros professores entrevistados

Quanto ao quem consideraacutemos que para aleacutem de serem alunos de um curso de formaccedilatildeo

imcial de professores de Ciecircncias os sujeitos da nossa amostra deveriam possuir tambeacutem

alguma experiecircncia no acircmbito da Praacutetica Pedagoacutegica (PP) relativamente ao nosso objecto de

74

estudo Assim decidimos que a nossa populaccedilatildeo emergiria do universo dos alunos futuros

professores de Ciecircncias da Natureza no final da sua formaccedilatildeo inicial e a realizar PP numa

Instituiccedilatildeo de Formaccedilatildeo de Professores com a qual nos relacionamos profissionalmente

A par da decisatildeo de quem poderiam ser os nossos informantes surgiu outra questatildeo

quantos sujeitos entrevistar A este respeito os autores Taylor e Bogdan (1992) e Valles

(1997) elucidam-nos que por um lado as entrevistas qualitativas requerem uma investigaccedilatildeo

com um design flexiacutevel no qual natildeo estatildeo definidos a priori o nuacutemero e o tipo de sujeitos a

entrevistar isto eacute a amostra podendo mudar apoacutes comeccedilar o trabalho de campo Por outro

lado e tal com jaacute referimos Bogdan e Biklen (1994) e Almeida e Freire (2000) qjresentam

como vantagem que uma investigaccedilatildeo de natureza qualitativa seja conduzida com amostras

pequenas

Quanto agrave natureza da nossa amostra podemos afirmar que esta eacute intencional pois

escolhemos previamente os sujeitos que a constituiriam (Almeida e Freire 2000) por nos

parecerem os mais adequados ao tipo de estudo que tencionaacutevamos realizar e consideramo-la

do tipo natildeo probabiliacutestico dado que esta foi seleccionada por criteacuterios subjectivos do

investigador que adiante explicitaremos De referir que alguns autores chamam grupo a este

tipo de amostra (Almeida e Freire 2000)

No que diz respeito agrave representatividade e tal como encontramos em Almeida e Freire

(2000 pl08) podemos afirmar que satildeo estudos sem possibilidade de generalizaccedilatildeo dos

dados e das conclusotildees obtidas mas nos quais determinado grupo de indiviacuteduos

laquorepresentaraquo particularmente bera determinado fenoacutemeno ( ) e por esse facto satildeo

escolhidos para o seu estudo (pl09)

Apoiaacutemo-nos tambeacutem no que a esse respeito dizem Albarello et ai (1997 pl03) o

criteacuterio que determina o valor da amostra passa a ser a sua adequaccedilatildeo aos objectivos da

75

investigaccedilatildeo tomando como princiacutepio a diversificaccedilatildeo das pessoas interrogadas e garantindo

que nenhuma situaccedilatildeo importante foi esquecida Nesta perspectiva os sujeitos natildeo satildeo

escolhidos tendo em conta a sua representatividade em termos estatiacutesticos na categoria que

representam mas sim pelo seu potencial e pela sua singularidade constituindo um

mostruaacuterio teoacuterico (Glaser e Strauss cit Taylor e Bogdan 1992) Numa linguagem da

Biologia podemos comparar este tipo de estudos ao poder de ampliaccedilatildeo de uma objectiva

num microscoacutepio oacuteptico Assim quanto maior for o poder de ampliaccedilatildeo da objectiva

perdemos em aacuterea total observada mas ganhamos em profundidade isto eacute observamos

cada detalhe cada pormenor de uma pequena aacuterea observada

Quanto aos criteacuterios de escolha dos sujeitos para a nossa amostra Gorden (cit Valles

1997 p213) alerta-nos para a importacircncia de na selecccedilatildeo dos entrevistados existirem quatro

criteacuterios elementares a ter em conta nomeadamente quem possui a informaccedilatildeo procurada

quais os informadores mais acessiacuteveis fiacutesica e sociahnente destes quem estaacute mais na

disposiccedilatildeo de informar e por uacuteltimo dos informadores acessiacuteveis e dispostos a informar

quem satildeo os mais capazes de comunicar a informaccedilatildeo com precisatildeo

Uma vez que temos Ugaccedilatildeo profissional a uma escola de formaccedilatildeo de professores e

uma relaccedilatildeo proacutexima com alunos futuros professores de diferentes variantes entre as quais

alunos da variante de Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza (que possuiacuteam a informaccedilatildeo

procurada) e um conhecimento da turma dos alunos em Praacutetica Pedagoacutegica (PP) (estaacutegio)

desta variante seleccionaacutemos de entre eles a nossa amostra

Partindo destas orientaccedilotildees elegemos os seguintes criteacuterios de selecccedilatildeo da nossa

amostra

Primeiro - alunos do Curso de Formaccedilatildeo de Professores do Ensino Baacutesico da variante

de Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza voluntaacuterios

76

Segundo - alunos a realizar Praacutetica Pedagoacutegica no 2deg Ciclo do Ensino Baacutesico

Terceiro - alunos a realizar Praacutetica Pedagoacutegica em diferentes escolas de acolhimento

(escolas de T e 3deg Ciclos do Ensino Baacutesico)

Quarto - incluir pelo menos um aluno do sexo masculino (uma vez que a referida

turma eacute composta maioritariamente por elementos do sexo feminino e ^ e n a s trecircs

rapazes)

Quanto ao primeiro e segundo criteacuterios de escolha - alunos do Curso de Formaccedilatildeo de

Professores do Ensino Baacutesico da variante de Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza voluntaacuterios

e a realizar PP no 2deg Ciclo do Ensino Baacutesico - pareceu-nos que de acordo com os objectivos

da investigaccedilatildeo este seria o grupo alvo indicado para ajudar a responder agraves nossas questotildees

de mvestigaccedilatildeo pois para aleacutem das disciplinas teoacutericas e teoacuterico-praacuteticas do seu curso estatildeo

jaacute imersos num contexto educativo no qual lhes eacute dada a possibilidade de conceber e executar

planificaccedilotildees de ensino de Ciecircncias da Natureza

Em relaccedilatildeo ao terceiro e quarto criteacuterios tecircm a finalidade de diversificar os indiviacuteduos

interrogados para tal como referimos assegurar que as suas circunstacircncias satildeo tatildeo diferentes

quanto possiacutevel e que conseguimos obter situaccedilotildees diversificadas

Passaacutemos entatildeo agrave selecccedilatildeo dos alunos a entrevistar para posteriormente decidir da

composiccedilatildeo da nossa amostra

Devemos mencionar que sendo a nossa amostra constituiacuteda por alunos futuros

professores uma vez que estatildeo a realizar Praacutetica Pedagoacutegica (PP) designaacute-los-emos por

alunos-professores denominaccedilatildeo que encontramos entre outros em Bonifaacutecio da Costa

(1999)

77

A nossa primeira abordagem aos potenciais sujeitos do estudo consistiu em conversas

informais acerca da sua PP nomeadamente em relaccedilatildeo ao(s) ano(s) de escolaridade da(s)

sua(s) turma(s) de estaacutegio Para aleacutem disso informaacutemos os sujeitos de uma forma geral

acerca da nossa investigaccedilatildeo e questionaacutemo-los quanto agrave sua disponibilidade para virem a

colaborarem connosco durante o seu ano de PP Destas conversas informais e como alertam

Bogdan e Biklen (1994 p95) constataacutemos claramente que alguns sujeitos estatildeo mais

dispostos a falar ( ) ou satildeo particularmente intuitivos em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees ou ainda que

estatildeo mais predispostos a expor-nos as suas experiecircncias e sentimentos (Taylor e Bogdan

1992) tomando -se informadores-chave (Bogdan e Biklen 1994) De salientar que nas

pnmeiras abordagens ao grupo alvo da nossa investigaccedilatildeo e de acordo com o nosso primeiro

cnteacuterio de selecccedilatildeo foi conseguir que voluntariamente os alunos-professores se

disponibilizassem para colaborar connosco E durante a aproximaccedilatildeo foi notoacuterio que alguns

dos alunos que viriam a constituir a nossa amostra se disponibilizaram quase de imediato

enquanto que outros (designadamente dois sujeitos) natildeo se mostraram disponiacuteveis para

colaborar alegando falta de tempo decisatildeo que respeitaacutemos e compreendemos pois como

lembram Albarello et ai (1997 pl05) comunicar opiniotildees ou informaccedilotildees sobre um assunto

pode parecer uma operaccedilatildeo delicada Por conseguinte estes alunos natildeo foram incluiacutedos na

nossa amostra

De salientar ainda que para aleacutem de expormos aos potenciais entrevistados o interesse

do nosso estudo no acircmbito da investigaccedilatildeo em Ciecircncias da EducaccedilatildeoEducaccedilatildeo em Ciecircncia

bem como a utilizaccedilatildeo que faremos do mesmo tentaacutemos dissipar eventuais receios que estes

pudessem ter em relaccedilatildeo a por exemplo natildeo ser capazes de responder tal como nos sugerem

Albarello et ai (1997) Para aleacutem destes aspectos deixaacutemos claro que o anonimato dos seus

testemunhos estaria garantido isto eacute as suas identidades seriam protegidas

78

Por uma questatildeo de princiacutepios eacuteticos e para assegurar o sigilo e a confidencialidade dos

nossos entrevistados e das informaccedilotildees que nos confiaram omitimos o nome da escola em que

realizavam Praacutetica Pedagoacutegica identificando-as por A B e C e designaacutemos cada sujeito da

investigaccedilatildeo por um pseudoacutenimo como mais adiante se clarifica A este respeito Bogdan e

Bilclen (1994 p77) alertam para o seguinte as identidades dos sujeitos devem ser protegidas

para que a informaccedilatildeo que o investigador recolhe natildeo possa causar-lhes qualquer tipo de

transtomo ou prejuiacutezo e dela natildeo possa ser feita outra utilizaccedilatildeo que natildeo seja a da

investigaccedilatildeo

3 6 - Caracter izaccedilatildeo dos sujeitos da invest igaccedilatildeo

Tomadas as decisotildees necessaacuterias no que respeita agrave nossa amostra a mesma foi

constituiacuteda com seis sujeitos efectivos os quais caracterizamos no quadro 1

V EntrevistagravedoJCcedil (p^udOacutenimbV bull - ( ^ o s ) r -Escoacutelaacute dePPr -

Elisa Feminino 23 B

Judite Feminino 25 A

Eduarda Feminino 22 A

Leonor Feminino 21 A

Anabela Feminino 22 B

Joatildeo Masculino 23

Quadro 31 - Caracterizaccedilatildeo da amostra

Pela observaccedilatildeo do quadro I constatamos que no que diz respeito ao sexo dos

efectivos a nossa amostra contou com cinco sujeitos do sexo feminino e um do sexo

masculino Quanto agraves idades dos aluno s-profes so res que compotildeem a nossa amostra estas

variam entre os vinte e um e os vinte e cinco anos Relativamente agrave escola de Praacutetica

Pedagoacutegica (PP) os nossos entrevistados distribuem-se por 3 escolas que designamos por

79

escola A escola B e escola C Assim trecircs alunos-professores realizam PP na escola A dois na

escola B e um na escola C

De referir que de entre os seis alunos-professores que constituem a nossa amostra

dois constituem um grupo de estaacutegio designadamente a Judite e a Leonor

37 - Descriccedilatildeo das etapas da investigaccedilatildeo

Passamos em seguida a explicitar as etapas da nossa investigaccedilatildeo clarificando o

trabalho empiacuterico desenvolvido em cada uma delas Os meacutetodos e teacutecnicas de recolha e

anaacutelise de dados seratildeo explicitadas mais agrave frente

Primeira etapa do trabalho empiacuterico

A primeira etapa do trabalho empiacuterico teve como objectivo analisar as concepccedilotildees dos

futuros professores de Ciecircncias acerca do papel do Trabalho Experimental no Ensino das

Ciecircncias no tempo actual dominado pelas TIC Para tal procedemos agrave realizaccedilatildeo de

entrevistas semi-estruturadas aos alunos futuros professores da amostra era estudo A

realizaccedilatildeo destas entrevistas foi precedida pela revisatildeo da literatura que haviacuteamos realizado ateacute

ao momento bem como pela elaboraccedilatildeo de ura guiatildeo de entrevista validado por dois juiacutezes

Estas entrevistas foram gravadas em aacuteudio e transcritas na iacutentegra (Cfi Anexo 7)

Segunda etapa do trabalho empiacuterico

Nesta etapa foi nosso objectivo evidenciar aspectos a considerar numa planificaccedilatildeo

didaacutectica envolvendo Trabalho Experimental cora recurso agraves TIacuteC construindo uma proposta

de planificaccedilatildeo relativa a uma sequecircncia de ensino na qual o Trabalho Experimental com

recurso agraves TIC fosse um elemento didaacutectico preponderante Para tal procedemos agrave elaboraccedilatildeo

80

de uma proposta de planificaccedilatildeo (Cfr Anexo 4) que foi validada por seis juiacutezes (professores

especialistas)

Foi ainda nosso objectivo nesta etapa confi-ontar os alunos futuros professores de

Ciecircncias com a planificaccedilatildeo de ensino centrada no TE com recurso agraves TIC sob a forma de

uma workshop formativa na qual participaram os alunos-professores Os mesmos tiveram

oportunidade de para aleacutem de tomar conhecimento da proposta de planificaccedilatildeo experimentar

cada actividade praacutetica dispondo de todo o equipamento necessaacuterio

Terceira etapa do trabalho empiacuterico

Esta uacuteltima etapa teve como objectivo analisar o impacte da nossa proposta de

planificaccedilatildeo como contributo para a alteraccedilatildeo das concepccedilotildees dos alunos-professores no que

respeita agrave utilizaccedilatildeo das Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo no Trabalho

Experimental

A (re)anaacutelise das concepccedilotildees dos sujeitos foi efectuada atraveacutes de um questionaacuterio

(Cfr Anexo 6) passado no final da workshop

Desta feita podemos apresentar o percurso empiacuterico da nossa investigaccedilatildeo sob a forma

de um esquema-resumo (figura 31) Nele surgem esquematizadas as etapas do trabalho

empiacuterico articuladas com os objectivos da nossa investigaccedilatildeo e com a metodologia de

trabalho adoptada no que se refere agraves teacutecnicas e instrumentos privilegiados para obter dados

que satildeo analisados tendo em conta o instrumento analiacutetico previamente construiacutedo

81

Anaacutel ise de Concepccedilotildees

(Objec t ivo 1)

Propos ta didaacutect ica M inovadora

(Object ivos 2 e 3 )

(Re)anaacutel ise de concepccedilotildees

(Object ivo 4)

Entrevist Workshop Questionaacuterio

Anaacutelise do impacte

Figura 31 - Esquema-resumo do percurso empiacuterico da investigaccedilatildeo

3 8 - Metodologia de Recolha de dados

381-Etapa 1

Instrumento de recolha de dados

Tendo em conta a diversidade de instrumentos que se podem utilizar para a recolha de

dados nas investigaccedilotildees de iacutendole qualitativa (observaccedilatildeo entrevistas questionaacuterios

formulaacuterios e anaacutelise de documentos) pareceu-nos que a entrevista individual seria o

instrumento mais adequado agrave natureza dos dados que pretendiacuteamos recolher e agrave consecuccedilatildeo do

primeiro objectivo da nossa investigaccedilatildeo - analisar as concepccedilotildees dos alunos-professores de

Ciecircncias acerca do Trabalho Experimental com recurso agraves TIC Na nossa escolha pesou a

indicaccedilatildeo que encontramos em Bogdan e Biklen (1994) quando referem que aquilo que os

sujeitos partilhara entre si pode revelar-se mais claramente se forem solicitados

individuabnente acerca das suas perspectivas e natildeo necessariamente enquanto observados

nas suas actividades

82

As entrevistas

De acordo com Albarello et ai (1997 p89) a entrevista eacute o instrumento mais

adequado para delimitar os sistemas de representaccedilotildees de valores de normas veiculadas por

um indiviacuteduo e que como referem Quivy e Campenhoudt (1992 p194-195) nos permite

conhecer o sentido que os actores datildeo agraves suas praacuteticas e aos acontecimentos com os quais se

vecircem confrontados os seus sistemas de valores as suas referecircncias normativas as suas

interpretaccedilotildees de situaccedilotildees ( ) as leituras que fazem das suas proacuteprias experiecircncias

Tambeacutem Bogdan e BiJden (1994 p134) concordam que a entrevista eacute utilizada para recolher

dados descritivos na linguagem do proacuteprio sujeito permitindo ao investigador desenvolver

intuitivamente uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspectos do mundo

Como nos elucida Vale (2004 p l80) Obter as palavras exactas natildeo eacute ( ) muito importante

o que as palavras significam eacute o que interessa Na verdade e uma vez que eacute nosso objectivo

analisar as concepccedilotildees dos alunos-professores de Ciecircncias acerca do papel do Trabalho

Experimental no Ensino das Ciecircncias no tempo actual dominado pelas TIC o discurso dos

sujeitos atraveacutes de entrevistas foraece-nos uma imagem do real que melhor corresponde agrave

percepccedilatildeo que esse mesmo sujeito tem do real (Albarello et al 1997)

As entrevistas implicam sempre um contacto directo entre o entrevistador e o

entrevistado e satildeo possivelmente o meacutetodo de investigaccedilatildeo qualitativa mais vulgar e antigo

para obter informaccedilatildeo das pessoas em todas as situaccedilotildees praacuteticas Estas satildeo meacutetodos directos

implicando teacutecnicas de confrontaccedilatildeo interpessoal nas quais o entrevistador formula ao

entrevistado perguntas com o objectivo de conseguir respostas relacionadas com o problema e

objectivos da investigaccedilatildeo mantendo as exigecircncias eacute procedimentos cientiacuteficos e eacuteticos

Estamos conscientes de que a aplicaccedilatildeo deste tipo de instrumentos eacute susceptiacutevel de ser

subjectivo uma vez que estamos limitados agrave condiccedilatildeo do sujeito informador Contudo a este

83

propoacutesito estamos com Bogdan e Biklen (1994) quando afirmam que num estudo qualitativo

os investigadores interessam-se pelo modo como os sujeitos pensam sobre as suas vidas

experiecircncias e situaccedilotildees particulares [sendo que] as entrevistas que efectuam satildeo mais

semelhantes a conversas entre dois confidentes do que a uma sessatildeo formal de perguntas e

respostas Mas refere tambeacutem que esta conversa eacute a uacutenica maneira de captar aquilo que eacute

verdadeiramente importante do ponto de vista do sujeito (Op Cit p69) que exprime as

suas percepccedilotildees de um acontecimento ou de uma situaccedilatildeo as suas interpretaccedilotildees ou as suas

experiecircncias (Quivy e Campenhoudt 1992 p 193) fornecendo assim elementos de anaacutelise

bastante ricos e matizados

De acordo com estes mesmos autores uma entrevista consiste numa conversa

intencional ( ) dirigida por uma das pessoas com o objectivo de obter informaccedilotildees sobre a

outra (Bogdan e Biklen 1994 p l34) de aceder a um saber especiacutefico singular do sujeito

entrevistado Embora semelhante a uma conversa comum a entrevista eacute uma conversa

planeada projectada na qual o entrevistador visa determinados objectivos sem que os

mesmos sejam expliacutecitos para a pessoa entrevistada (Ghiglione e Matalon 1993 Caplow cit

Valles 1997) Este uacuteltimo autor aponta ainda trecircs razotildees pelas quais uma entrevista eacute diferente

de uma conversa do quotidiano nomeadamente o facto de na primeira tanto o entrevistador

como o entrevistado terem expectativas claras o primeiro de escutar e o segundo de falar para

aleacutem disso o entrevistado eacute constantemente incitado a falar sem que o entrevistador o

contradiga e ainda que para o entrevistado quem organiza e manteacutem a conversa eacute o

entrevistador pelo que se cria a ilusatildeo de faacutecil comunicaccedilatildeo e uma entrevista prolongada

parecer breve

Por fim e no que diz respeito ao nuacutemero de sujeitos entrevistados Ghiglione e

Matalon (1993 p l 15) referem que apesar do pequeno nuacutemero de pessoas inquiridas nesta

84

fase poderatildeo ser retiradas conclusotildees suficientemente soacutelidas nomeadamente em relaccedilatildeo a

tudo o que possa conduzir agrave inventariaccedilatildeo mais ou menos estruturada de atitudes

representaccedilotildees comportamentos motivaccedilotildees processos etc

Tipo de entrevista

No que diz respeito ao tipo de entrevista que utilizaacutemos e de acordo com as

perspectivas de diferentes autores optaacutemos pela entrevista semidirectiva semiestniturada ou

semidirigida por permitir fazer emergir as opiniotildees os sentimentos as experiecircncias dos

alunos-professores em relaccedilatildeo aos temas considerados relevantes para a concussatildeo dos

objectivos da investigaccedilatildeo deixando contudo ao investigador uma margem de liberdade na

conduccedilatildeo da mesma de modo a clarificar determinados aspectos

Tratando-se de uma entrevista semidirectiva Quivy e Campenhoudt elucidam-nos que

(1992 pl94) o investigador dispotildee de uma seacuterie de perguntas-guia relativamente abertas a

propoacutesito das quais eacute imperativo receber uma informaccedilatildeo da parte do entrevistado Segundo

Ghiglione amp Matalon (1993 p70) neste tipo de entrevistas cabe ao entrevistador-conhecer

todos os temas sobre os quais tem de obter reacccedilotildees por parte do inquirido mas a ordem e a

forma como os iraacute introduzir satildeo deixadas ao seu criteacuterio sendo apenas fixada uma orientaccedilatildeo

para o inicio da entrevista Esta permitir-nos-aacute recolher a informaccedilatildeo no sentido de dar

resposta agraves questotildees de investigaccedilatildeo e cumprir os nossos objectivos Quivy e Campenhoudt

(1992 pl94) acrescentam que dentro do possiacutevel deveraacute dar-se espaccedilo ao entrevistado para

que este possa falar abertamente com as palavras que desejar e na ordem que lhe convier O

investigador esforccedilar-se-aacute simplesmente por reencaminhar a entrevista para os objectivos

cada vez que o entrevistado deles se afastar

85

Segundo Estrela (1990) existem trecircs pontos que eacute importante seguir na conduccedilatildeo de

uma entrevista designadamente evitar dirigir a entrevista (em demasia) natildeo limitar o tema

abordado e clarificar os quadros de referecircncia do entrevistado O que significa que neste tipo

de entrevistas deveraacute sim existir uma estruturaccedilatildeo uma orientaccedilatildeo salvaguardando-se a

possibilidade de alargamento ao longo da entrevista dos temas propostos ao entrevistado

(Estrela 1990 p354)

Aiiaacutes constataacutemos algumas vezes que o referido alargamento do tema proposto ao

entrevistado sucede com fi-equecircncia Isto eacute por vezes o entrevistado responde a uma pergunta

e logo agrave seguinte que se iria colocar o que eacute aceitaacutevel pois assim estes pontos ficam j aacute

tratados na medida em que o entrevistado forneceu laquoespontaneamenteraquo a informaccedilatildeo que

pretendiacuteamos obter (Estrela 1990 p354) Nas palavras de Bogdan e Biklen (1994 p l37) o

que se revela mais unportante eacute a necessidade de ouvir cuidadosamente ( ) cada palavra

como se ela fosse potencialmente desvendar o misteacuterio que eacute o modo de cada sujeito olhar

para o mundo Deste modo o entrevistador tem que manter uma atitude flexiacutevel perante o

entrevistado a pessoa que tem diante de si sem contudo abandonar o quadro de referecircncia da

entrevista

Embora tratando-se de uma entrevista semidirectiva ou semi estruturada que possui um

esquema ou guiatildeo o qual confina a entrevista a determinado quadro de referecircncia o

entrevistado tem sempre liberdade para moldar o conteuacutedo das suas respostas (Estrela 1990

Ghiglione amp MataJon 1993 Bogdan e Biklen 1994) Tal como nos esclarecem Ghiglione amp

Matalon (1993 p92) sendo colocadas as grandes categorias do quadro de referecircncia global

permanece uma natildeo-definiccedilatildeo dos quadros de referecircncia ao nivel de cada ponto (categoria)

A entrevista semidirectiva ou semiestruturada eacute geralmente utilizada nas investigaccedilotildees

em que se procura conhecer as concepccedilotildees as percepccedilotildees os sentimentos as atitudes e as

86

motivaccedilotildees dos sujeitos aprofundar um determinado domiacutenio (Ghiglione amp Matalon 1993

p97) - o seu quadro de referecircncia - relativamente a determinado tema Em suma a entrevista

permite-nos revelar a perspectiva sobre determinado assunto do ponto de vista do

entrevistado como nos diz Vale (2004 p l79) Mas importa salientar que pelo facto de se

organizar uma estrutura preacutevia para a entrevista - o guiatildeo - tal permitiu-nos poder comparar

os dados obtidos dos diferentes alunos-professores

Guiatildeo de entrevista

Antes da realizaccedilatildeo das entrevistas elaboraacutemos um guiatildeo que tal como nos elucidam

Vales (1997) e Albarello et ai (1997) conteacutem os temas que pretendemos ver tratados no

sentido de conduzir o entrevistado a aprofundar o seu pensamento eou colocar uma questatildeo

que natildeo teniia sido abordada espontaneamente

Referindo-se ao guiatildeo de entrevista como esquema Ghiglione amp Matalon (1993 p92)

referem que este estrutura o indiviacuteduo ( ) e ( ) impotildee um quadro de referecircncia Todavia

cada um dos temas do esquema conserva uma relativa ambiguidade ( ) [pelo que] permanece

uma natildeo-defmiccedilatildeo dos quadros de referecircncia ao niacutevel de cada ponto Assim entendemos um

guiatildeo como um esquema um mapa de orientaccedilatildeo para a entrevista que pretendemos realizar

Contudo como se dizia o mesmo natildeo tem que ser seguido de uma forma riacutegida isto eacute existe

liberdade para alterar a ordem e a forma das questotildees assim como para colocar questotildees que

se mostrem pertinentes ver exploradas no decorrer da entrevista

Na conduccedilatildeo de uma entrevista o entrevistador tem que mostrar flexibilidade e

sensibilidade suficientes para fazer os reajustes necessaacuterios no sentido de natildeo fazer uma

pergunta ao entrevistado agrave qual ele j aacute tenha respondido numa pergunta anterior

87

Ass im e l a b o r aacute m o s o n o s s o gu i atildeo de ent revis ta (Cfr A n e x o 2) t en tando c o n t e m p l a r as

o r i en taccedilotildees atraacutes descr i tas n o sen t ido de s i s temat izar e faci l i tar a c o n s e c u ccedil atilde o dos ob jec t ivos

do n o s s o estudo

O guiatildeo q u e a p r e s e n t a m o s eacute c o m p o s t o p o r seis b locos temaacutet icos os ob jec t ivos

e spec iacute f i cos de cada b loco t emaacute t i co toacutep icos eou re fe recircnc ias e ques totildee s (que satildeo p ropos ta s p a r a

co locar aos ent revis tados)

O s seis b locos t emaacute t i cos d o n o s s o guiatildeo iden t i f i cados cora os n uacute m e r o s d e u m a seis

satildeo 1 - Leg i t imaccedilatildeo d a ent revis ta 2 - F o r m a ccedil atilde o inicial 3 - Ens ino das Ciecircnc ias 4 -

T raba lho Exper imen ta l ( T E ) 5 - T e c n o l o g i a s da I n f o r m a ccedil atilde o e C o m u n i c a ccedil atilde o (TIC) e 6 -

Ar t i cu laccedilatildeo entre o T E e as T IC O s seis b locos f o r a m de f in idos par t indo d o p r ime i ro

ob jec t ivo do es tudo Reflectir o entendimento das Ciecircncias do Ensino das Ciecircncias e em

particular do Trabalho Experimental (TE) no Tempo das Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo (TIC) t endo c a d a u m de l e s ob jec t ivos espec iacute f i cos q u e p a s s a m o s a ap resen ta r n o

quad ro 32

Blocos Temaacuteticos O b j e c t i v o s ^ - - bull v

1 1 Legitimaccedilatildeo da 1 entrevista

Motivar os alunos-professores para colaborar no estudo e dar-lhes a conhecer o objectivo geral do estudo

2 1 Formaccedilatildeo inicial Compreender o valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial e caracterizar o periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica enquanto tempo de construccedilatildeo de saberes profissionais

3 Ensino das Ciecircncias Conhecer as concepccedilotildeesideias dos alunos-professores acerca do ensino das Ciecircncias e compreender o valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial relativamente ao ensino das Ciecircncias

4 1 Trabalho Experimenta] | (TE)

1 Conhecer as concepccedilotildees dos alunos-professores acerca do TE e identificar 1 aspectos que estes lhe atribuem como potencialidades

5 Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo (TIO)

Identificar aspectos de destaque dado agraves TIC na formaccedilatildeo inicial dos alunos-professores compreender o valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC no curso de formaccedilatildeo inicial identificar as potencialidades reconhecidas agraves TIC e conhecer eventuais situaccedilotildees de aulas com recurso agraves TIC

6 Articulaccedilatildeo entre o TE 1 e as TIC

Conhecer as concepccedilotildees dos entrevistados acerca do TE com recurso agraves TIC e identificar eventuais momentos de praacutetica de TE com recurso agraves TIC

Quadro 32 - Blocos temaacuteticos e objectivos retirados do guiatildeo de entrevista

Realizaccedilatildeo das entrevistas

Dado que cada aluno-professor da amostra foi entrevistado individualmente antes da

realizaccedilatildeo de cada uma das entrevistas e com o intuito de pocircr o entrevistado agrave vontade em

conversa informal reforccedilaacutemos aquilo que jaacute antes lhe haviacuteamos dito sobre o interesse da nossa

mvestigaccedilatildeo assim como a importacircncia para o nosso estudo da sua opiniatildeo do seu

testemunho Foi ainda dito ao sujeito que poderia sentir-se livre de dizer o que considerasse

pertinente pois natildeo havia respostas correctas ou incorrectas Para aleacutem destes aspectos

realccedilaacutemos a garantia de sigilo deixando claro que a sua identidade e os seus depoimentos

seriam protegidos permanecendo no anonimato

Nestas conversas preliminares agraves entrevistas ponderaacutemos com os sujeitos da nossa

amostra circunstacircncias como o tempo e o lugar para a realizaccedilatildeo da entrevista Tivemos o

cuidado de informar os sujeitos do tempo meacutedio previsto para a duraccedilatildeo da entrevista natildeo

com o intuito de limitar ou impor um detennmado tempo mas no sentido de a realizaccedilatildeo da

entrevista natildeo ser condicionada por este factor Mediante a disponibilidade dos entrevistados

marcaacutemos o dia o local e a hora para a realizaccedilatildeo das mesmas

No que diz respeito ao espaccedilo procuraacutemos por um lado que este fosse um local

calmo sem interferecircncias do exterior no que diz respeito agrave privacidade e ao ruiacutedo que

poderiam perturbar a realizaccedilatildeo da entrevista e a gravaccedilatildeo aacuteudio Por outro lado tentaacutemos

escolher um local acessiacutevel que natildeo causasse transtorno ao quotidiano dos entrevistados

nomeadamente a deslocaccedilatildeo e o tempo dispendido Por sugestatildeo dos sujeitos optaacutemos por

realizar as entrevistas na instimiccedilatildeo onde estudavam os sujeitos que eacute tambeacutem o nosso locd

de trabalho

Em relaccedilatildeo aacutes horas de realizaccedilatildeo das entrevistas e de acordo com a dispo nib iUdade

optaacutemos por horaacuterios no fmal das aulas dos sujeitos e depois do horaacuterio de trabalho da

89

entrevistadora agrave excepccedilatildeo de uma das entrevistas que por conveniecircncia de ambas as partes

decorreu no periacuteodo de almoccedilo

Foi sempre pedida autorizaccedilatildeo para o registo magneacutetico das entrevistas e para a

transcriccedilatildeo integral e utilizaccedilatildeo de partes das mesmas no estudo

Por forma a assegurar o anonimato e a confidencialidade dos nossos entrevistados e

das suas respostas utilizaacutemos os pseudoacutenimos que j aacute antes referimos e que serviram como

forma de identificaccedilatildeo de fragmentos de citaccedilotildees principalmente no tratamento e anaacutelise dos

dados

A realizaccedilatildeo das entrevistas decorreu nos meses de Maio e Junho de 2005 No que diz

respeito agrave duraccedilatildeo de cada entrevista a mesma variou entre os 23 e os 42 minutos tal como

ilustra para cada entrevistado a figura 32

Duraccedilatildeo de cada entrev is ta

B Elisa

bull Judite

bull Eduarda

bull Leonor

bull Anabela

bull Joatildeo

fb tiacuteP

P ^ rS

Figura 32 - Duraccedilatildeo em minutos de cada entrevista

Na conduccedilatildeo das entrevistas seguimos alguns princiacutepios orientadores de modo

particular o da flexibilidade evitando transformar a entrevista nimi conjunto de procedimentos

ou estereoacutetipos predeterminados (Bogdan amp Biklen 1994) Embora seguindo o guiatildeo demos

90

ao entrevistado espaccedilo para desenvolver o tema agrave vontade levando-o a clarificar sempre que

necessaacuterio os seus pontos de vista concepccedilotildees experiecircncias

Albarello et a (1997) Bogdan amp Biklen (1994) e Ghiglione amp Matalon (1993)

corroboram a ideia de que numa entrevista entram em jogo diversos factores que influenciam

o conteuacutedo do que eacute dito entre os quais destacam a importacircncia da relaccedilatildeo que se estabelece

entre o entrevistador e o entrevistado pois pelo facto de os sujeitos estarem agrave vontade ()

[falam] livremente sobre os seus pontos de vista (Bogdan amp Biklen 1994 pl36) Neste

sentido procurou criar-se um ambiente agradaacutevel de confianccedila seguranccedila e imparcialidade

livre de eventuais constrangimentos ou tensotildees Os sujeitos expuseram as suas opiniotildees as

suas vivecircncias os seus significados como quiseram e durante o tempo que desejaram

Durante a realizaccedilatildeo das entrevistas ouvimos com atenccedilatildeo o que nos dizia o sujeito

sentado agrave nossa fi-ente Por entre expressotildees faciais ou acenando com a cabeccedila tentaacutemos

sempre revelar ao entrevistado o nosso interesse pessoal pelo seu testemunho Ao mesmo

tempo fomos pedindo ao sujeito que clarificasse o seu raciociacutenio ou ftindamentasse a sua

opiniatildeo

Transcriccedilatildeo das entrevistas

A medida que iacuteamos realizando as entrevistas procediacuteamos aacute transcriccedilatildeo das mesmas

(Cfi- Anexo 7) Tal como nos alertam Poirier et ai (1995) na transcriccedilatildeo de cada entrevista

procedemos a reescutas no sentido de garantir uma reproduccedilatildeo o mais fiel possiacutevel daquilo

que foi a expressatildeo do entrevistado

Efectuadas as transcriccedilotildees obtivemos um coi-piis de dados organizado e num suporte

mais acessiacutevel para anaacutelise Ao mesmo tempo permitiu-nos decidir sobre a extensatildeo em

definitivo da nossa amostra a partir da saturaccedilatildeo dos dados que haviacuteamos recolhido e tendo

91

em conta os criteacuterios de selecccedilatildeo j aacute antes especificados Isto eacute tal como j aacute referimos quando

demos iniacutecio agrave recoilia de dados natildeo tiacutenhamos ainda definido o nuacutemero de sujeitos que

constituiria a nossa amostra sendo esta umas das razotildees pelas quais as investigaccedilotildees cora

pendor qualitativo tecircm que ter um design flexiacutevel

Pensamos pois nesta altura que chegaacutemos ao ponto de saturaccedilatildeo das informaccedilotildees ou

dos dados isto eacute ao ponto de saturaccedilatildeo teoacuterica da categoria pois as novas informaccedilotildees

corroboram as anteriores natildeo contribuindo assim para desenvolver propriedades da categoria

e tomando-se redundantes (Glaser e Strauss cit por Valles 1997 Bogdan e Biklen 1994)

De referir tambeacutem que no iniacutecio da realizaccedilatildeo das entrevistas realizaacutemos uma

entrevista-piloto (com um aluno-professor que natildeo veio a integrar a nossa amostra) a qual nos

deu alguma seguranccedila e agrave-vontade em alguns aspectos na conduccedilatildeo das entrevistas

posteriores Para aleacutem deste treino tiacutenhamos realizado outras entrevistas no acircmbito da

disciplina de Metodologias de Investigaccedilatildeo 11- Meacutetodos e Teacutecnicas de Recolha e Anaacutelise de

Dados do Curso de Especializaccedilatildeo

Na investigaccedilatildeo qualitativa tenta-se anahsar os dados em toda a sua riqueza

respeitando tanto quanto possiacutevel a forma em que estes foram registados ou transcritos

(Bogdan e Biklen 1994 p 48) De acordo cora Poirier et (1995 p 102) um texto transcrito

deve traduzir fiehnente aquele que foi o discurso registado nas suas palavras eacute preferiacutevel

pois transcrever o texto oral - tal qual natildeo se deve ( ) modificaacute-lo nem mudar-lhe o estilo

mas simplesmente decifraacute-lo incluindo eventuais erros de linguagem as pausas suspiros

silecircncios etc (Op cit p54) O mesmo criteacuterio foi tido em conta para as intervenccedilotildees do

entrevistador Contudo quando utilizamos os textos assim reproduzidos tomam-se difiacuteceis de

analisar pelo que quando utiHzamos excertos da anaacutelise (Capiacutetulo 4) algumas expressotildees da

92

oralidade que nada acrescentam ao conteuacutedo de determinada resposta ou ateacute dificultam a sua

leitura foram eliminadas

Tratamento e Anaacutelise dos dados

Uma vez que o nosso estudo se situa numa perspectiva de investigaccedilatildeo qualitativa e

que eacute nossa intenccedilatildeo analisar concepccedilotildees dos futuros professores de Ciecircncias a anaacutelise de

conteuacutedo apresenta-se como a teacutecnica de tratamento de dados que mais se adequa

Partindo dos testemunhos dos sujeitos reunimos os dados de forma sistemaacutetica e

organizaacutemo-los no sentido de descrever aspectos relevantes para a compreensatildeo das

concepccedilotildees de cada aluno-professor acerca do TE e das TIC

Na sua defmiccedilatildeo de anaacutelise de conteuacutedo em 1952 Berelson (cit Vala 1986 p l03)

descreve-a como uma teacutecnica de investigaccedilatildeo que permite (bullbullbull) a descriccedilatildeo objectiva

sistemaacutetica e quantitativa do conteuacutedo manifesto da comunicaccedilatildeo Mas se para este autor a

anaacutelise de conteuacutedo trata apenas da anaacutelise do conteuacutedo manifesto anos mais tarde em 1980

Krippendorf (cit Vala 1986 pl03) definiu a anaacutelise de conteuacutedo como uma teacutecnica de

investigaccedilatildeo que permite fazer inferecircncias vaacutelidas e replicaacuteveis dos dados para o seu

contexto

A propoacutesito da noccedilatildeo de anaacutelise de conteuacutedo tambeacutem em Bardin (2004 p37)

encontramos a seguinte definiccedilatildeo um conjunto de teacutecnicas de anaacutelise das comunicaccedilotildees

visando obter por procedimentos sistemaacuteticos e objectivos de descriccedilatildeo do conteuacutedo das

mensagens indicadores ( ) que permitam a inferecircncia de conhecimentos relativos agraves

condiccedilotildees de produccedilatildeorecepccedilatildeo () destas mensagens tomando claro que a inferecircncia eacute um

procedimento que permite a transiccedilatildeo da descriccedilatildeo agrave interpretaccedilatildeo

93

Atraveacutes da anaacutelise de conteuacutedo o investigador quer apreender e aprender algo a partir

do que os sujeitos da investigaccedilatildeo Uie confiam nas suas proacuteprias palavras (Amado 2000

p6l) ou seja compreender o sentido das mensagens

Assim apoacutes a transcriccedilatildeo das seis entrevistas - o corpus da anaacutelise - procedemos a

uma leitura inicial dos dados que constituiu uma preacute-anaacutelise da qual emergiram as primeiras

impressotildees acerca do material total a analisar

O Sistema de Categorias do nosso estudo foi organizado a priori com cinco blocos

temaacuteticos a saber Formaccedilatildeo Inicial Ensino das Ciecircncias Trabalho Experimental

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Articulaccedilatildeo entre o Trabalho Experimental e as

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Uma vez que as nossas categorias com origem no quadro teoacuterico explicitado no

Capiacutetulo 2 jaacute haviam sido definidas comeccedilaram a evidenciar-se algumas divisotildees em

subcategorias que por sua vez foram divididas em dimensotildees de anaacutelise (Cfr Quadros 41 e

42 Capiacutetulo 4)

Se inicialmente a nossa intenccedilatildeo foi de que as categorias que definimos fossem

exclusivas contudo tal natildeo se afigurou ser possiacutevel uma vez que por vezes se sente

necessidade de integrar alguns indicadores em subcategorias diferentes pois bem sabemos que

num estudo de natureza qualitativa eacute difiacutecil estabelecer uma clara fronteira entre

subcategorias Ou seja as subcategorias impregnam-se mutuamente natildeo sendo possiacutevel

excluir a contaminaccedilatildeo

94

382 - Etapa 2

A Investiacutegaccedilatildeo-Acccedilacirco

A par da evoluccedilatildeo e reconhecimento crescentes que a investigaccedilatildeo de pendor

qualitativo tem vindo a ganhar no acircmbito da investigaccedilatildeo em Ciecircncias da Educaccedilatildeo como

atraacutes referimos encontramos neste tipo de metodologia uma estrateacutegia de investigaccedilatildeo

designada por Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo (IA) Nas palavras de Bogdan e Biklen (1994 p 292) a

investigaccedilatildeo-acccedilatildeo consiste na recolha de informaccedilotildees sistemaacuteticas com o objectivo de

promover mudanccedilas sociais Segundo estes autores a investigaccedilatildeo-acccedilatildeo eacute uma estrateacutegia de

investigaccedilatildeo que pode facultar ao investigador informaccedilatildeo e a compreensatildeo de factos acerca

de determinada realidade e de acordo com Paixatildeo (1998 p218) orientada para duas direcccedilotildees

convergentes a) com vista a analisar a realidade compreendecirc-la melhor e intervir nela mais

reflexiva e eficazmente e b) com vista agrave formaccedilatildeo e aperfeiccediloamento dos professores

Segundo Bonifaacutecio da Costa (1999 p67) a Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo em educaccedilatildeo Visa

melhorar a educaccedilatildeo atraveacutes da mudanccedila sendo por isso uma investigaccedilatildeo realizada COM

mais do que uma investigaccedilatildeo realizada SOBRE pelo que Paixatildeo (1998 p221) menciona

que esta estrateacutegia de investigaccedilatildeo imphca adoptar deliberadamente abertura a novas

experiecircncias e processos

Assim na segunda etapa do estudo adoptaacutemos a Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo como estrateacutegia

de investigaccedilatildeo

A Workshop - Uma estrateacutegia de Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo

Tal como atraacutes mencionaacutemos nesta etapa do trabalho e para a consecuccedilatildeo do segundo

e terceiro objectivos da nossa investigaccedilatildeo - evidenciar aspectos a considerar na planificaccedilatildeo

95

didaacutectica envolvendo Trabalho Experimental com recurso agraves TIC planificar uma sequecircncia de

ensino centrada no Trabalho Experimental com recurso agraves TIC e confrontar os futuros

professores de Ciecircncias com o modelo e a planificaccedilatildeo de ensino centrada no TE com recurso

agraves TIC - pretendemos evidenciar aspectos a considerar numa planificaccedilatildeo didaacutectica

envolvendo Trabalho Experimental com recurso agraves TIC construindo para tal uma proposta de

planificaccedilatildeo relativa a uma sequecircncia de ensino na qual o Trabalho Experimental com recurso

agraves TIC fosse um elemento didaacutectico preponderante Para tal procedemos agrave planificaccedilatildeo de

uma sequecircncia de ensino (Cfr Anexo 4) de uma unidade de ensino que emergiu do Programa

de Ciecircncias da Natureza do 6deg Ano de Escolaridade e que se insere nas orientaccedilotildees do

Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico seguindo as orientaccedilotildees actuais para o ensino das

Ciecircncias

A proposta de planificaccedilatildeo para duas aulas de Ciecircncias da Natureza desenvolve-se

sobre um problema central (ao qual se chega apoacutes discussatildeodebate do tema) a partir do qual

se procede a uma investigaccedilatildeo Dentro desta eacute proposta a reahzaccedilatildeo de trecircs actividades

experimentais para as quais se propotildee a utilizaccedilatildeo de diversas tecnologias da informaccedilatildeo e

comunicaccedilatildeo na realizaccedilatildeo de Trabalho Experimental

No sentido de confi-ontar os alunos-professores com a proposta de planificaccedilatildeo de

ensino centrada no TE com recurso agraves TIC - para o cumprimento do terceiro objectivo deste

estudo - confrontar os futuros professores de Ciecircncias com o modelo e a planificaccedilatildeo de

ensino centrada no TE com recurso agraves TIC - organizaacutemos e realizaacutemos a workshop formativa

dando oportunidade aos alunos futuros-professores de connosco partilharem e reflectirem

sobre situaccedilotildees inovadoras tomando conhecimento da proposta de planificaccedilatildeo e

experimentando cada actividade praacutetica dispondo para tal do equipamento necessaacuterio no

acircmbito das tecnologias da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo

96

383 - Etapa 3

De acordo com o quarto objectivo proposto - analisar o impacte da proposta na

alteraccedilatildeo das concepccedilotildees dos professores e futuros professores acerca do Trabalho

Experimental no tempo das TIC pretendemos nesta uacuteltima etapa do nosso estudo analisar o

impacte da nossa proposta de planificaccedilatildeo como contributo para a alteraccedilatildeo das concepccedilotildees

dos alunos-professores no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo no Trabalho Experimental

Tal como jaacute mencionaacutemos a (re)anaacutelise das concepccedilotildees dos sujeitos foi efectuada

atraveacutes de ura questionaacuterio (Cfr Anexo 6) no final da workshop que passamos a

fundamentar

O q u e s t iacute O D aacute r i ograve

Apoacutes a realizaccedilatildeo das entrevistas iniciais e da workshop tivemos necessidade de

recorrer a uma teacutecnica que nos permitisse obter novas respostas sobre as concepccedilotildees dos

sujeitos e fazer a anaacutelise do impacte da workshop nas suas concepccedilotildees no que respeita agrave

utilizaccedilatildeo das Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo no Trabalho Experimental

Elaboraacutemos entatildeo um questionaacuterio por nos permitir ser passado ao mesmo tempo a todos os

sujeitos apoacutes a realizaccedilatildeo da workshop

Questionaacuterios e entrevistas tecircm uma finalidade comum transformar em dados a

informaccedilatildeo directamente comunicada por uma pessoa (Tuckman 2000 p307) Contudo o

questionaacuterio eacute sempre uma teacutecnica estruturada podendo as suas questotildees variar entre fechadas

ou abertas proporcionando respostas mais ou menos directas sobre a informaccedilatildeo que se

pretende obter Haacute no entanto que ressalvar alguns aspectos como nos elucidam Ghiglione amp

97

Mataion (Iacute993 pl 15) designadamente saber com exactidatildeo o que procuramos garantir que

as questotildees tenham o mesmo significado para todos os sujeitos

Para clarificar a diferenccedila entre entrevistas e questionaacuterios deve atender-se agrave liberdade

do sujeito inquirido (Ghiglione amp Mataion 1993) Assim na entrevista semidirectiva ou

semiestruturada embora seguindo um guiatildeo o entrevistador tem liberdade para ser flexiacutevel

isto eacute para poder alterar a ordem e a forma das questotildees assim como para colocar questotildees

que se mostrem pertinentes serem exploradas no decorrer da entrevista como atraacutes jaacute

referimos ou seja fazer os reajustes considerados necessaacuterios No questionaacuterio aberto como o

que utilizaacutemos a formulaccedilatildeo e a ordem das questotildees satildeo fixas mas a pessoa pode dar uma

resposta tatildeo longa quanto desejar (Ghiglione amp Mataion 1993 p70)

Tratamento e Anaacutelise dos dados

Dada a natureza qualitativa do nosso estudo e uma vez que nesta etapa eacute nossa

intenccedilatildeo (re)analisar as concepccedilotildees dos futuros professores de Ciecircncias a anaacutelise de conteuacutedo

apresenta-se tal como para a entrevista como a teacutecnica de tratamento de dados que mais se

adequa tambeacutem ao questionaacuterio Assim natildeo fizemos deste um tratamento estatiacutestico pois natildeo

pretendiacuteamos obter nuacutemeros mas sim dados qualitativos inferir das mensagens dos sujeitos o

que mudou ou natildeo nas suas concepccedilotildees apoacutes a realizaccedilatildeo da primeira entrevista No nosso

estudo em ambas as teacutecnicas de recolha de dados entrevista e questionaacuterio pretendemos

obter dados qualitativos s

Estabelecemos para o questionaacuterio uma categoria a priori e duas subcategorias e

dimensotildees de anaacutelise a posteriori (Cfr Quadros 41 e 42 Capiacutetulo 4)

98

39 - Criteacuterios de Validade da investigaccedilatildeo

Numa investigaccedilatildeo eacute necessaacuterio questionar a qualidade do estudo isto eacute averiguar a

sua validade (Vale 2004) Segundo esta autora A validade de uma investigaccedilatildeo deve

demonstrar o seu verdadeiro valor proporcionar as bases para aplicaacute-la e permitir que possam

ser feitos julgamentos externos sobre a consistecircncia dos seus procedimentos e a neutralidade

dos seus resultados ou decisotildees (Vale 2004 p l88) Como nos esclarece Vale (2004 p l89)

a veracidade eacute estabelecida numa investigaccedilatildeo pelo uso de teacutecnicas que providenciem

verdadeiro valor ou autenticidade

No sentido de reforccedilar a validade da investigaccedilatildeo pedimos a dois juiacutezes que fizessem

criticassugestotildees de melhoramento ao nosso guiatildeo de entrevista Apoacutes a revisatildeo por estes dois

investigadores ponderaacutemos as alteraccedilotildees propostas as quais introduzimos quando

consideraacutemos pertinente

Apoacutes a realizaccedilatildeo das entrevistas e relativamente ao tratamento e anaacutelise dos dados os

mesmos foram lidos por duas pessoas Temos consciecircncia de que todo o processo de anaacutelise

de conteuacutedo desde o estabelecimento das categorias subcategorias ateacute agraves dimensotildees de

anaacutelise possui uma carga subjectiva do proacuteprio investigador que tentaacutemos ampliar para um

nivel de intersubjectividade com a leitura feita por parte de outra pessoa

No sentido de conferir credibilidade agrave nossa proposta de planificaccedilatildeo dado que

pretendiacuteamos consideraacute-la como adequada e inovadora pedimos a seis juiacutezes - professores

especialistas no ensino das Ciecircncias e na formaccedilatildeo de professores - que a avaliassem segundo

uma grelha (Cfr Anexo 5) e que fizessem sugestotildees de melhoramento Apoacutes a apreciaccedilatildeo da

proposta por parte dos professores especialistas apresentamos no quadro 33 uma siacutentese dos

resultados obtidos

99

Niacutevel Itens mdash 1 2 3 bull 4 5 1 Insere-se nas orientaccedilotildees do Curriacuteculo Nacional Ensino Baacutesico

6

2 E adequada ao niacutevel de escolaridade (6deg ano do 2deg Ciclo do EB)

2 1 3

3 Eacute pertinente para a consecuccedilatildeo dos objectivos do Programa

1 3 2

4 Egrave pertinente para o desenvolvimento de competecircncias apontadas no Curriacuteculo Nacional

1 2 3

5 As actividades de Trabalho Praacutetico propostas tecircm interesse

2 4

6 Apresenta recursos didaacutecticos com interesse 2 4 7 Apresenta aspectos de inovaccedilatildeo didaacutectica no uso das TIC no TE

1 1 4

Quadro 33 - Resultados da avaliaccedilatildeo da proposta

Os seis especialistas investigadores eou professores consideram que a proposta se insere

nas orientaccedilotildees actuais do Curriacuteculo Nacional que como atraacutes referiacuteamos integra as propostas

do movimento CTS no que diz respeito agraves Ciecircncias Outro dos aspectos relevantes eacute que os

seis consideram no niacutevel 4 e 5 quer as actividades de Trabalho Experimental propostas quer

que os recursos didaacutecticos tecircm interesse

E ainda de salientar que dos aspectos analisados nenhum dos especialistas atribuiu niacutevel

abaixo de 3 predominando os niacuteveis 4 e 5

100

Capiacutetulo 4

AnacircCise dos ^suiacutetaciacuteos

41 - Nota Introdutoacuteria

Nesta etapa da componente empiacuterica da nossa investigaccedilatildeo analisamos as entrevistas

dos seis alunos-professores que constituem os sujeitos da nossa amostra bem como os

resultados do questionaacuterio respondido no fmaJ da realizaccedilatildeo da workshop formativa no

sentido de clarificar as suas concepccedilotildees acerca das potencialidades do Trabalho Experimental

(TE) no tempo actual dominado pelas Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

Num estudo de iacutendole qualitativa a apresentaccedilatildeo dos resultados exclusivamente na

forma de texto narrativo natildeo facilitaria a sua leitura dispersando a informaccedilatildeo No entanto eacute

essencial natildeo perder de vista a relevacircncia clarificadora da componente descritiva atraveacutes do

recurso agraves citaccedilotildees do discurso dos sujeitos Deste modo nesta secccedilatildeo do estudo procedemos agrave

anaacutelise dos dados retirados do corpus guiando-nos pelo instrumento de anaacutelise Os dados

isolados do corpus organizados e interpretados constituem os nossos resultados que nos

permitiratildeo apontar conclusotildees e responder agraves questotildees de investigaccedilatildeo

O sistema de categorias do nosso estudo foi organizado tendo como referecircncia cinco

blocos temaacuteticos respectivamente Formaccedilatildeo Inicial Ensino das Ciecircncias Trabalho

Experimental Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Articulaccedilatildeo entre o Trabalho

Experimental e as Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Definidas as categorias e as subcategorias as dimensotildees emergiram da anaacutelise dos

dados constituindo especificaccedilotildees do aspecto anterior Isto eacute as dimensotildees de anaacutelise

constituem especificaccedilotildees das subcategorias por sua vez estas satildeo extensotildees das categorias

As dimensotildees que criaacutemos congregam os indicadores semelhantes que se foram evidenciando

dos dados

02

No que diz respeito agrave apresentaccedilatildeo dos resultados optaacutemos pela organizaccedilatildeo num

quadro-resumo que sempre se segue a uma explanaccedilatildeo descritiva de cada subcategoria

Os quadros-resumo compreendem as dimensotildees para cada categoria e subcategoria

respectivamente bem como os indicadores e o nome dos alunos-professores que os apontam

Como jaacute clarificaacutemos no capiacutetulo anterior os nomes usados natildeo correspondem agrave identidade

real dos participantes

Os indicadores patentes nos quadros-resumo ou satildeo transcritos do corpus ou satildeo uma

frase compreensiva que traduz a ideia do entrevistado

Na anaacutelise da entrevista tentaacutemos extrair todos os indicadores do discurso de cada

entrevistado em relaccedilatildeo agraves subcategorias de anaacutelise para podermos conhecer em

profundidade as suas concepccedilotildees sobre cada uma das categorias no respectivo bloco

Apresentamos a anaacutelise dos dados extraiacutedos do corpus na ordem pela qual os alunos-

professores foram entrevistados Elisa Judite Eduarda Leonor Anabela e Joatildeo Contudo

quando as ideias de dois entrevistados eram muito proacuteximas fizemos a sua anaacutelise tambeacutem

sequencialmente

Nas transcriccedilotildees que fazemos colocaacutemos por vezes uma ou outra palavra dentro de

parecircntesis rectos para que fora do contexto o excerto mantivesse o significado Os parecircntesis

rectos servem tambeacutem para no fim de cada transcriccedilatildeo identificar os alunos-professores

A anaacutelise do questionaacuterio referir-nos-emos com mais detalhe no ponto 43

Os quadros 41 e 42 que se seguem satildeo orientadores da anaacutelise isto eacute evidenciam os

blocos temaacuteticos categorias e subcategorias (quadro 41) e subcategorias e dimensotildees (quadro

42)

103

BLOCOS TEMAacuteTICOS CATEGORIAS SUBCATEGORIAS

L mdash mdash

FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo iniciaJ

Expectativas iniciais

FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo iniciaJ

Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo ser professor de Ciecircncias

FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo iniciaJ

Escolha da profissatildeo FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica

AvaliaccedilatildeoBalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica

FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica Experiecircncias de aprendizagem valorizadas

FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica Experiecircncias relevantes - aspectos positivos e

negativos

1 ENSINO DAS C I Ecirc N Q A S

Concepccedilotildees acerca do Ensino das Ciecircncias

Finalidades do Ensino das Ciecircncias

1 ENSINO DAS C I Ecirc N Q A S

Concepccedilotildees acerca do Ensino das Ciecircncias

Aspectos valorizados no Ensino das Ciecircncias 1 ENSINO DAS C I Ecirc N Q A S

Avaliaccedilatildeo da formaccedilatildeo em Ensino das Ciecircncias Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias

TRABALHO EXPERIMENTAL

Concepccedilatildeo de IK Concepccedilatildeoideia de TE

TRABALHO EXPERIMENTAL

Concepccedilatildeo de IK Aspectos valorizados no TE TRABALHO

EXPERIMENTAL

Potencialidades do TE Competecircncias que o TE desenvolve

Destaque das TIC na formaccedilatildeo inicial

Disciplinas que contemplaram as TIC

Destaque das TIC na formaccedilatildeo inicial Conteuacutedos contemplados

1 TECNOLOGIAS DA

Destaque das TIC na formaccedilatildeo inicial

Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica

INFORMACcedilAtildeO E COMUNICACcedilAtildeO

Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo em TIC

INFORMACcedilAtildeO E COMUNICACcedilAtildeO

Potencialidades das TIC Potencialidades das TIC

INFORMACcedilAtildeO E COMUNICACcedilAtildeO

Recurso agraves TIC na PP Acesso agraves TIC

INFORMACcedilAtildeO E COMUNICACcedilAtildeO

Recurso agraves TIC na PP

Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC

ARTICULACcedilAtildeO ENTRE TE E TIC

Realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

Exemplos de TIC como recurso para o TE

ARTICULACcedilAtildeO ENTRE TE E TIC

Realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC ARTICULACcedilAtildeO ENTRE

TE E TIC Concepccedilatildeo de TK com

recurso agraves TIC

Vantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

ARTICULACcedilAtildeO ENTRE TE E TIC

Concepccedilatildeo de TK com recurso agraves TIC Desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves

TIC

Quadro 41 - Instrumento orientador da anaacutelise das entrevistas - Blocos temaacuteticos Categorias e Subcategorias

104

SUBCATEGORIAS DIMENSOtildeES

Expectativas iniciais

Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo

- Natildeo atingiu as expectativas - Veio ao encontro das expectativas - Superou as expectativas Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo

Escolha da profissatildeo - Gosto pela aacuterea da Educaccedilatildeo - Determinaccedilatildeo pessoal - Gosto por MatemaacuteticaCiecircncias da Natureza

AvaliaccedilatildeoBalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica

- Satisfaccedilatildeo pessoal - Periacuteodo de muitas aprendizagens - Periacuteodo particular do curso

Experiecircncias de aprendizagem valorizadas - Preparaccedilatildeo de aulas

- Desempenho na aula

Experiecircncias relevantes

Aspectos positivos - Aspectos relacionais

- Aspectos de desenvolvimento profissional

- Dificuldades na planificaccedilatildeo

Aspectos negativos - Aspectos burocraacuteticos

- Organizaccedilatildeo da Praacutetica Pedagoacutegica

- Compreensatildeo de noacutes proacuteprios

Finalidades do Ensino das Ciecircncias - Compreensatildeo do mundo que nos rodeia

- Argumentos de cidadania

- Desenvolver atitudes cientiacuteficas

Aspectos valorizados no Ensino das Ciecircncias - Conteuacutedos

- Processos

Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias

Concepccedilatildeoideia de TE - TE demonstrativo veriacuteficatograverio ilustrativo confirmatoacuterio Concepccedilatildeoideia de TE - TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas

Aspectos valorizados no TE - Cumprir regras de seguranccedila

Aspectos valorizados no TE - Percurso para a resoluccedilatildeo de um problema Aspectos valorizados no TE - Seguir um protocolo

Competecircncias que o TE desenvolve

- Competecircncias cognitivas

Competecircncias que o TE desenvolve

- Competecircncias soacutecio-afectivas

Competecircncias que o TE desenvolve - Competecircncias de autonomia Competecircncias que o TE desenvolve - Capacidades e atitudes

Competecircncias que o TE desenvolve

- Criar motivaccedilatildeo na aula

Competecircncias que o TE desenvolve

- Contacto com material de Laboratoacuterio - bull

105

Disciplinas que contemplaram as TIC Disciplinas que contemplaram as TIC

- Programas informaacuteticos Conteuacutedos contemplados - Importacircncia das TIC

- Trabalho com o retroprojector

Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica mdash

- Aprender antes de chegar agrave PP Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica - Apoio nas aulas da PP

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo em TIC - Insatisfaccedilatildeo Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo em TIC 1 - Satisfaccedilatildeo

- As TIC como um recurso no ensino

Potencialidades das TIC - Motivaccedilatildeo e Ludicidade

- A utilizaccedilatildeo das TIC por todos os alunos

Acesso agraves TIC - Faacutecil acesso || Acesso agraves TIC - Difiacutecil acesso |

Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC - Recurso a programas informaacuteticos Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC - Aulas sem recurso agraves TIC

- Programas informaacuteticos - Internet

Exemplos de TIC como recurso para o TE - Viacutedeos Exemplos de TIC como recurso para o TE - Flexcam bull Sensores ligados ao computador - Projector de Slides - Condiccedilotildees do Laboratoacuterio

Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso - Tempo agraves TIC - Professor cooperante

- Conteuacutedos a leccionar

- Acompanhamento da aula

- Criar motivaccedilatildeo Vantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves - Organizaccedilatildeo de dados

TIC - Natildeo requer material nem preparaccedilatildeo

- Economia de tempo

- Alargar conhecimentos Desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso

agraves TIC -Impede o manuseamento

Quadro 42 - Subcategorias e Dimensotildees da anaacutelise das entrevistas

106

42 - Anaacutelise de conteuacutedo das Entrevistas

4 21 - Formaccedilatildeo Inicial

CATEGORIA VALOR ATRIBUIacuteDO Agrave FORMACcedilAtildeO INICIAL

Relativamente agrave categoria Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial estabelecemos

trecircs subcategorias que designaacutemos por Expectativas iniciais Preparaccedilatildeo para o

exerciacutecio da profissatildeo e Escolha da profissatildeo

Para a subcategoria Expectativas iniciais a anaacutelise de conteuacutedo que efectuaacutemos

permitiu-nos organizar os dados em trecircs dimensotildees de anaacutelise designadamente Natildeo

atingiu as expectativas Veio ao encontro das expectativas e Superou as

expectativas

A nossa entrevistada Elisa explicou que a formaccedilatildeo inicial por um lado veio ao

encontro das suas expectativas iniciais mas por outro lado natildeo aludindo mesmo que o

plano de estudos do seu curso tem algumas carecircncias por exemplo em termos de

disciplinas mais concretamente no que diz respeito agrave elaboraccedilatildeo de planos de aula que

exprime desta forma

Acho que tem algumas carecircncias [a formaccedilatildeo inicial] () por exemplo uma dificuldade que noacutes sentimos muito eacute quando () vamos para a parte praacutetica de estaacutegio noacutes sentimos muita falta () na formaccedilatildeo de planos () E temos sempre que recorrer agrave ajuda dos cooperantes e dos supervisores porque natildeo temos uma cadeira de base para fazer planos [Elisa]

Apesar das carecircncias que aponta Elisa acrescenta que mas () conseguimos

aprender e conseguimos melhorar mas tem algumas carecircncias eu acho a formaccedilatildeo

inicial [Elisa]

Elisa refere ainda que a formaccedilatildeo inicial do seu curso deveria ter cadeiras mais

especiacuteficas como nos diz

107

acho que noacutes em termos de cadeiras do curso () podiacuteamos ter uma outra abrangecircncia ou mesmo outras cadeiras se calhar mais dentro da nossa aacuterea E se calhar natildeo ter aquelas cadeiras tatildeo fora do nosso acircmbito que tambeacutem satildeo essenciais mas () ter menos horas dessas disciplinas e ter outras cadeiras () por exemplo na formaccedilatildeo de planos [Elisa]

Quanto a Judite afirma com alguma hesitaccedilatildeo que a formaccedilatildeo inicial veio ao

encontro das suas expectativas iniciais referindo que na Praacutetica Pedagoacutegica eacute que se vecirc o

que se aprendeu como ilustra o excerto que se segue

Acho que sim [que a formaccedilatildeo inicial veio ao encontro das suas expectativas] Acho que noacutes agora na praacutetica conseguimos ver o que andaacutemos aqui a aprender Conseguimos pocircr em praacutetica e daacute-nos uma grande ajuda [Judite]

Eduarda refere que as suas expectativas em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo inicial foram

superadas pois na sua opiniatildeo as disciplinas do curso satildeo bastante abrangentes

Sim ateacute foi mais Foi maior do que eu esperava Natildeo estava agrave espera de ter tantas disciplinas a abranger tantas areas () Porque estava mais agrave espera de encontrar disciplinas no acircmbito da Matemaacutetica e das Ciecircncias e natildeo de outras () Superou () as expectativas [Eduarda]

Em relaccedilatildeo a Leonor mencionou-nos que a formaccedilatildeo inicial do seu curso

correspondeu agraves expectativas pois era o que estava agrave espera Contudo faz referecircncia a

cadeiras de Psicologia e outras de cariz generalista como exprime no seguinte excerto

Sim era o que eu estava agrave espera mesmo quando comeccedilaacutemos desde o primeiro ano por aquelas cadeiras de Psicologia por aiacute fora em termos educativos ALE [Aprendizagem da Leitura e da Escrita] em que comeccedilaacutemos a aprender e ver quais eram as reacccedilotildees dos miuacutedos na sala de aula e agora estar na praacutetica e ver como eacute tem tudo a ver Corresponde agraves minhas expectativas [Leonor]

Por sua vez Anabela explica que para si algumas disciplinas do curso estatildeo

desfasadas da realidade da Praacutetica Pedagoacutegica (PP) acho que temos disciplinas que muito

sinceramente eu natildeo vi relaccedilatildeo agora com esta parte que estamos na parte da Praacutetica

Pedagoacutegica [Anabela]

Poreacutem acrescenta a parte experimental [das disciplinas do curso] estaacute bastante

relacionada [Anabela]

108

o aluno-professor Joatildeo disse-nos que jaacute tinha uma ideia formada acerca do curso

antes de o frequentar por isso o plano de estudos do curso veio ao encontro das suas

expectativas como explica

Sim veio ao encontro das expectativas iniciais era o que eu tinha pensado jaacute Eu antes de ter vindo antes de ter iniciado este curso jaacute tinha mais ou menos uma ideia pouco uma ideia vaga mas veio ao encontro das poucas ideias que tinha [Joatildeo]

As perguntas acerca da formaccedilatildeo inicial as entrevistadas Judite Leonor e Anabela

reportam-se agrave Praacutetica Pedagoacutegica no 2deg Ciclo do EB do 4deg ano da sua formaccedilatildeo inicial

Anabela refere-se tambeacutem agrave PP do 1deg Ciclo do EB em resposta a esta pergunta A anaacutelise

do conteuacutedo das respostas destas trecircs alunas-professoras permite-nos inferir que a PP eacute um

processo central neste curso uma vez que embora questionadas sobre a sua formaccedilatildeo

inicial de uma forma geral reportam-se unicamente ao periacuteodo de PP

O quadro 43 apresenta em siacutentese as principais ideias dos alunos-professores

acerca do valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial em particular acerca das suas expectativas

iniciais

D I M E N S Otilde E S 1 V IPROacuteICAacuteDORES bull ENTREVISTADOS

N Atilde O ATINGIU AS

EXPECTATIVAS

Tem algumas carecircncias Elisa N Atilde O ATINGIU AS

EXPECTATIVAS Devia ter disciplinas mais especiacuteficas Elisa N Atilde O ATINGIU AS

EXPECTATIVAS

Disciplinas que natildeo tecircm relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica Anabela

V E I O AO ENCONTRO DAS EXPECTATIVAS

Na PP eacute que vemos o que aprendemos Judite

V E I O AO ENCONTRO DAS EXPECTATIVAS

Era 0 que eu estava agrave espera Leonor V E I O AO ENCONTRO DAS EXPECTATIVAS

A parte experimental das disciplinas do curso estaacute articulada com a PP Anabela

V E I O AO ENCONTRO DAS EXPECTATIVAS

Eu jaacute tinha mais ou menos uma ideia Joatildeo

SUPEROU AS EXPECTATIVAS Disciplinas que abrangem aacutereas muito diversas

Eduarda

Quadro 43 - Subcategoria Expectativas Iniciais

109

Em relaccedilatildeo agrave subcategoria P r e p a r a ccedil atilde o p a r a o exerciacutecio da profissatildeo apoacutes

perguntarmos aos nossos entrevistados se se sentiam preparados para o exerciacutecio da

profissatildeo de professores as suas respostas foram unacircnimes todos responderam

afirmativamente Contudo foram tambeacutem unacircnimes em acrescentar que se aprende com a

praacutefica e que o que levam da escola eacute apenas o equipamento para uma aprendizagem ao

longo da vida

Assim Elisa refere

Eu acho que me sinto preparada mas tenho ainda muito para aprender Muito Acho que noacutes levamos daqui uma pequena bagagem mas temos muito muito mais () que soacute agora os proacuteximos anos eacute que nos vatildeo dar muito mais para aprender Eu acho que aqui eacute soacute um bocadinho [Elisa]

Quanto a Judite explica eu acho que me sinto preparada para me continuar a

profissionalizar () Porque estamos sempre a aprender e temos que estar sempre a

actualizar-nos [Judite]

Por sua vez Eduarda afirma eacute como a carta de conduccedilatildeo tira-se mas natildeo se sabe

conduzir ainda [Eduarda]

Leonor refere que estaacute agora a comeccedilar mas confessa-se preparada para o

exerciacutecio da profissatildeo docente

Sinto sinto () Sei que eacute uma profissatildeo com muita responsabilidade e () estou agora a comeccedilar sei que vou encontrar miuacutedos muito diferentes com dificuldades diferentes mas penso que sim que estou preparada Ateacute agora estou-me a sentir preparada [Leonor]

Anabela que partilha a mesma opiniatildeo que os restantes entrevistados refere estar

mais ou menos preparada para ser professora como nos diz acho que se estaacute sempre a

aprender Mais ou menos preparada penso que sim [Anabela]

110

Quanto a Joatildeo eacute peremptoacuterio ao dizer que se sente completamente preparado para

leccionar como se pode verificar no seguinte excerto Completamente [preparado para a

profissatildeo] Mesmo [Joatildeo]

O quadro 44 diz respeito agrave organizaccedilatildeo dos dados relativos agrave subcategoria

Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo e dimensatildeo com a mesma designaccedilatildeo

gt D I M E N S Atilde O [ - INDICADORES ENTREVISTADOS

Levamos uma pequena bagagem Elisa

Temos que estar sempre a actualizar-nos Judite

PREPAJIACcedilAtildeO PARA 0 EXERCIacuteCIO DA PROFISSAtildeO

Eacute como tirar a carta de conduccedilatildeo Eduarda

Estou agora a comeccedilar j Leonor

Acho que se estaacute sempre a aprender Anabela

Sinto-me completamente preparado Joatildeo

Quadro 44 - Subcategoria Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo

Para a subcategoria Escolha da profissatildeo a anaacutelise dos dados permitiu-nos fixar

trecircs dimensotildees de anaacutelise a saber Gk)sto pela aacuterea da educaccedilatildeo Determinaccedilatildeo

pessoal e Gosto por MatemaacuteticaCiecircncias da Natureza

Ao serem confrontados com a pergunta sobre se voltariam a escolher este curso os

nossos entrevistados natildeo hesitaram em responder que sim Quanto agraves razotildees apontadas

pelos nossos sujeitos para a escolha da profissatildeo satildeo diversas passando por motivos tais

como gostar de ensinar e aprender gostar da convivecircncia com muitas pessoas em

particular com crianccedilas

Elisa afirma a vertente da educaccedilatildeo era uma coisa que eu () gostava por isso

voltaria a escolher [Elisa]

111

Judite diz-nos que sim voltaria a escolher este curso e justifica uma das coisas que

eu gosto de fazer eacute ensinar [Judite]

Quanto a Eduarda os motivos que levaram a optar por um curso de ensino em

Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza prendem-se com a sua determinaccedilatildeo pessoal como

nos explica [Voltaria a escolher este curso] Sempre Sempre Desde pequena foi-se

acumulando a vontade de vir para este curso e sim sempre [Eduarda]

E explica porquecirc

Pronto eu de pequena quando no T Ciclo diziam que eu natildeo era assim muito boa a Matemaacutetica e eu talvez por teimosia ou natildeo sei pela vontade de querer tambeacutem saber fui gostando de Matemaacutetica e teimei que eu vou ser boa a Matemaacutetica epronto [Eduarda]

Tambeacutem para Leonor a escolha desta profissatildeo haacute muito que era desejada e explica

as suas razotildees

Sempre foi um curso que eu gostei desde pequena Recordo-me que quando tinha para ai 7 anos 8 anos quando comecei a aprender a ler e a escrever que ia laacute para a casa de uma senhora ensinar o neto a ler e a escrever e ela dava-me 20 escudos Por isso sim Sempre gostei de ensinar de aprender de estar sempre relacionada com muitas pessoas com crianccedilas por isso voltaria [a escolher o mesmo curso] [Leonor]

Por sua vez Anabela revela-nos o seu gosto pela disciplina de Matemaacutetica e o mais

recente pela disciplina de Ciecircncias da Natureza como nos diz Eu gosto mesmo de

Matemaacutetica mas ultimamente tenho-me relacionado mais com as Ciecircncias () estou-me

a ver um bocadinho mais relacionada com as Ciecircncias [Anabela]

Quanto ao nosso entrevistado Joatildeo aponta como explicaccedilatildeo para voltar a escolher

este curso a sua determinaccedilatildeo pessoal como exprime no seguinte excerto Claro que

112

voltava [a escolher o mesmo curso] Eu foi sempre isto que eu quis () Natildeo estou

arrependido [Joatildeo]

O quadro III apresenta em siacutentese as principais ideias dos alunos-professores

acerca da subcategoria Escolha da profissatildeo

DIMENSOtildeES 1 INDICADORES I ENTREVISTADOS

1 Gosto pela aacuterea da educaccedilatildeo Elisa

G O S T O PELA AacuteREA DA EDUCACcedilAtildeO

1 Gosto em ensinar j Judite 1 Leonor G O S T O PELA AacuteREA DA

EDUCACcedilAtildeO j Gosto em aprender Leonor

Gosto em estar relacionada com muitas pessoas Leonor

j Gosto em estar relacionada com crianccedilas Leonor

DETERMINACcedilAtildeO PESSOAL

Desde pequena quis vir para este curso Eduarda | Leonor DETERMINACcedilAtildeO PESSOAL

Foi sempre isto que eu quis Joatildeo

G O S T O POR M A T E M Aacute T I C A C I Ecirc N C I A S

DA NATUREZA

Gosto pelas Ciecircncias da Natureza Anabela G O S T O POR M A T E M Aacute T I C A C I Ecirc N C I A S

DA NATUREZA Gosto pela Matemaacutetica Anabela

Quadro 45 - Subcategoria Escolha da profissatildeo

Siacutentese da Categoria Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial

Para a subcategoria Expectativas Iniciais pertencente a esta categoria todos os

nossos entrevistados consideram que a formaccedilatildeo inicial veio ao encontro das suas

expectativas iniciais Contudo apercebemo-nos por alguns testemunhos e tambeacutem pela

hesitaccedilatildeo em algumas respostas que transparece alguma insatisfaccedilatildeo Como os excertos

que transcrevemos elucidam duas das entrevistadas (Elisa e Anabela) manifestam

claramente que na sua opiniatildeo a formaccedilatildeo inicial tem algumas falhas E apontam

exemplos Assim enquanto uma delas aponta que algumas das disciplinas satildeo fora do

acircmbito do curso demasiado generalistas e que como tal poderiam ter outras mais

especiacuteficas que colmatassem algumas das dificuldades sentidas na PP como por exemplo

113

elaborar planos de aula (Elisa) a outra aluna-professora aponta a mesma falha na formaccedilatildeo

inicial ou seja considera que algumas das disciplinas que teve ao longo da formaccedilatildeo

inicial satildeo discrepantes no que diz respeito agrave PP natildeo tendo segundo nos diz relaccedilatildeo com a

PP (Anabela)

Este eacute um dos aspectos mais evidentes do discurso dos nossos entrevistados Assim

de forma explicita como o fazem estas duas entrevistadas (Elisa e Anabela) ou de outras

formas natildeo verbais designadamente a hesitaccedilatildeo pensamos que tendencialmente os

alunos-professores tecircm a ideia de que algumas disciplinas teoacutericas da sua formaccedilatildeo inicial

satildeo irrelevantes para a PP

De facto o curso de Professores do Ensino Baacutesico da variante Matemaacutetica e

Ciecircncias da Natureza permite natildeo soacute leccionar estas duas disciplinas do T Ciclo do Ensino

Baacutesico como tambeacutem leccionar no 1deg Ciclo do Ensino Baacutesico Naturabnente algumas

disciplinas do plano de estudos deste curso satildeo vocacionadas para esse Ciclo e os alunos

durante o curso natildeo valorizam esse aspecto

Por um lado algvins dos nossos entrevistados podem ter considerado estas

disciplinas como de somenos importacircncia ou generalistas talvez por estarem mais

vocacionados para leccionar no 2deg Ciclo do Ensino Baacutesico

Por outro lado e tal como encontramos em Praia (1998 p l 60 ) a propoacutesito da

formaccedilatildeo inicial de professores um dos pontos criacuteticos reside na dificuldade de transferir

os conhecimentos teoacutericos para uma praacutetica contextualizada ( ) que jamais sendo uma

simples aplicaccedilatildeo praacutetica tem em conta os conhecimentos teorizados e reflecte neles

Neste sentido esta pode ser uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a ideia de que algumas

disciplinas teoacutericas da formaccedilatildeo inicial satildeo consideradas irrelevantes para a PP pelos

alunos-professores

114

Quanto agrave subcategoria Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo tambeacutem desta

categoria a leitura dos dados permite-nos dizer que os nossos entrevistados entendem a

formaccedilatildeo inicial como o imcio de um processo de preparaccedilatildeo do profissional de educaccedilatildeo

De uma forma geral os dados mostram-nos que os alunos-professores consideram-

se preparados para o exerciacutecio da profissatildeo docente sendo unacircnimes em concordar que da

escola de formaccedilatildeo inicial levam uma pequena bagagem (Elisa) que se aprende com a

praacutetica (Eduarda) e que a formaccedilatildeo eacute um processo obrigatoacuterio ao longo da carreira

docente (Judite e Anabela)

Quanto agrave subcategoria Escolha da profissatildeo ainda desta categoria os nossos

entrevistados renovam a vontade de escolher o curso que estatildeo a terminar isto porque ao

serem confi-ontados com a pergunta se voltariam a escolher o mesmo curso foram

peremptoacuterios na resposta afirmando que sim

Os dados mostram-nos que os alunos-professores justificam tal resposta com

motivos que se relacionam principalmente com o gosto pela aacuterea da educaccedilatildeo e com a

determinaccedilatildeo pessoal

CATEGORIA CARACTERIZACcedilAtildeO DO PERIacuteODO DE PRAacuteTICA PEDAGOacuteGICA

Para esta categoria definimos trecircs subcategorias nomeadamente

Avaliaccedilatildeobalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica Experiecircncias de

aprendizagem valorizadas e Experiecircncias relevantes da praacutetica pedagoacutegica -

aspectos positivos e negativos

De salientar que uma vez que o nosso estudo incide na anaacutelise das concepccedilotildees de

futuros professores de Ciecircncias do T Ciclo do EB centraacutemo-nos na PP neste niacutevel de

escolaridade que tem a duraccedilatildeo de dois semestres lectivos Contudo e dado que este curso

de Formaccedilatildeo de Professores tem uma componente de PP no 1deg Ciclo do EB com a duraccedilatildeo

115

de um semestre lectivo alguns dos nossos entrevistados fizeram referecircncia a esta PP como

se pode constatar pela anaacutelise das suas transcriccedilotildees

Contudo como o nosso estudo incide na anaacutelise das concepccedilotildees de futuros

professores de Ciecircncias do 2reg Ciclo do EB centrar-nos-emos na PP deste niacutevel

Assim para a subcategoria AvaliaccedilatildeoAjalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica a anaacutelise de conteuacutedo que efectuaacutemos permitiu-nos organizar os dados em

trecircs dimensotildees de anaacutelise nomeadamente Satisfaccedilatildeo pessoal Periacuteodo de muitas

aprendizagens e Periacuteodo particular do curso

Quando pedimos aos nossos entrevistados para fazerem um balanccedilo do periacuteodo de

PP de uma forma geral todos os entrevistados fazem um balanccedilo positivo deste tempo

Assim Elisa que faz referecircncia agrave PP no T e no 2deg Ciclo faz um balanccedilo muito

positivo da PP no 2deg Ciclo como eacute notoacuterio no seguinte excerto

Eu acho que eacute muito bom e eacute uma outra anaacutelise do nosso curso () Muito positivo Eu acho que eacute um outro registo que noacutes levamos () Aliaacutes eu acho que se chega a este uacuteltimo ano e vecirc-se realmente se se tem ou natildeo se tem mesmo vocaccedilatildeo () Porque uma coisa eacute o teoacuterico e noacutes ateacute estudamos e chegamos agrave conclusatildeo que sabemos fazer ou passar agrave cadeira outra coisa eacute a praacutetica [Elisa]

Quanto a Judite que tambeacutem faz um balanccedilo positivo do periacuteodo de PP diz-nos

que este eacute um processo de muita responsabilidade como nos explica

Acho que eacutepositivo () noacutes sentimos que eles [os alunos] satildeo nossos e sentimos responsabilidades em que eles aprendam e temos muita responsabilidade se eles o fazem ou natildeo Eu acho que se eles aprendem ou natildeo 90 das vezes depende de noacutes de como damos as aulas de como introduzimos um conceito de como estamos atentos se eles tecircm dificuldades ou natildeo eu acho que depende muito de noacutes [Judite]

Eduarda hesita um pouco ao fazer um balanccedilo da PP Contudo acaba por dizer que

gosta muito de ensinar e que os aspectos negativos da PP satildeo superados pelos positivos

como se destaca no seguinte transcrito

116

eu acho que eacute sempre positivo [o balanccedilo da PP] Pronto haacute aspectos negativos outros positivos mas acho que os positivos () satildeo maiores que os negativos (Eduarda hesita um pouco) Ah Um balanccedilo positivo sim [Eduarda]

E explica-nos porque faz um balanccedilo positivo eu gosto muito de ensinar e ver as

carinhas dos alunos a aprender [Eduarda]

Tal como Elisa Leonor tambeacutem faz referecircncia agrave PP no 1reg Ciclo do EB pois gostou

imenso Quanto agrave PP do 2deg Ciclo do EB a nossa entrevistada refere que aprendeu muitas

coisas com os alunos e estaacute a gostar muito como nos descreve

Positivo [o balanccedilo da PP] Ateacute agora tem corrido tudo bem () foi um ano inteiro estou a terminar o ano com eles uma turma completamente diferente alunos mais crescidinhos () uma turma muito boa e estou a adorar Aprendi muitas coisas com eles [Leonor]

Quanto a Anabela tambeacutem faz um balanccedilo positivo da sua PP no 2deg Ciclo do EB

Embora pouco firme Anabela diz que correu bem o ano como nos explica

Posso fazer um balanccedilo positivo () Faccedilo um balanccedilo positivo Correu bem o ano () Gostei muito gostei da experiecircncia () gostei e faccedilo completamente um balanccedilo positivo Faccedilo eu gostei [Anabela]

Joatildeo faz um balanccedilo positivo do tempo de PP como nos diz Posso fazer um

balanccedilo positivo da Praacutetica Pedagoacutegica porque aprendi muita coisa na Praacutetica

Pedagoacutegica [Joatildeo]

O quadro 46 apresenta em siacutentese as principais ideias dos alunos-professores

acerca da avaliaccedilatildeobalanccedilo que fazem do tempo de PP

117

DIMENSOtildeES 1 INDICADORES ENTREVISTADOS

Eacute muito bom - bull bull

Elisa

SATISFACcedilAtildeO PESSOAL Estou a adorar Leonor

Gostei da experiecircncia i Anabela

Eu gosto muito de ensinar j Eduarda

P E R Iacute O D O DE MUITAS Aprendi muitas coisas com os alunos Leonor APRENDIZAGENS

lAprendi muita coisa na PP | Joatildeo

P E R Iacute O D O PARTICULAR DO C U R S O

Eacute outro registo que levamos j Elisa P E R Iacute O D O PARTICULAR DO C U R S O

Tempo de confumar a vocaccedilatildeo j Elisa

Periodo de muita responsabilidade Judite

Quadro 46 - Subcategoria AvaliaccedilatildeoBalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica

No que diz respeito ks Kxpcriecircnciacuteacircs de Aprendizagem valorizadas os nossos

sujeitos referem alguns aspectos que aprenderam eou melhoraram na sua conduta de

professores com e na Praacutetica Pedagoacutegica pelo que da anaacutelise dos dados emergiram duas

dimensotildees de anaacutelise designadamente P r e p a r a ccedil atilde o de au las e Desempenho na au la

A PP ensinou Elisa a descentralizar a aula do professor para o aluno assim como a

valorizar as ideias dos alunos pois explica-nos

Tenho muita tendecircncia de ser eu a exposiccedilatildeo () tal como o supervisor diz a minha ideologia de professor eacute o professor eacute que sabe e entatildeo tenho a tendecircncia de natildeo puxar tanto [Elisa]

Ao que acrescenta

eacute uma situaccedilatildeo que aprendi mesmo com a praacutetica de natildeo chegar ali e dar o meu conhecimento mas tentar para aleacutem do meu conhecimento levar a ideia dos alunos E eu acho que a praacutetica tem ajudado muito para dar a volta nessa situaccedilatildeo Talvez () se natildeo tivesse [PP] futuramente teria a tendecircncia de expor muito o que eu sei e natildeo pocircr tanto nos alunos [Elisa]

Judite refere que aprendeu com a PP a elaborar planos de aula exequiacuteveis

Fazer planos de aula Na teoria eacute tudo muito lindo mas depois na praacutetica As coisas natildeo satildeo bem assim Muitas vezes temos que voltar a fazer tudo de novo

118

porque nem resulta Agraves vezes naquela turma natildeo resulta () Noacutes faziacuteamos planos de aula mas nunca os puacutenhamos em praacutetica nas disciplinas que tiacutenhamos aqui () agora quando fazemos um plano vamos pocirc-lo em praacutetica agraves vezes haacute pontos que natildeo isto natildeo pode ser eacute impossiacutevel mesmo [Judite] Para aleacutem deste aspecto Judite acrescenta que aprendeu com a PP a ver as

necessidades de cada aluno como exprime no seguinte transcrito

aprender a ver as necessidades de cada um () Por exemplo haacute alunos que nos parecem () que natildeo tecircm capacidades que natildeo conseguem atingir os niacuteveis que noacutes propomos mas temos que saber porque eacute que isso acontece Isso agraves vezes ajuda-nos tambeacutem muito a preparar as aulas [Judite]

Por sua vez Eduarda treinou a colocaccedilatildeo da voz como nos diz

Por exemplo colocaccedilatildeo da voz () Eu tenho a voz muito baixa e quando falo mais alto entatildeo isto comeccedila tudo para aqui a tremer e entatildeo fui-me esforccedilando a verse tomava uma atitude () a voz mais mais colocada [Eduarda]

Leonor revela que a PP a surpreendeu pelo seguinte

tinha na ideia pronto que tinha crianccedilas em que eu tinha que aliaacutes hoje em dia jaacute natildeo eacute muito ensinar orientar Natildeo ensinar mas eacute mais orientar porque eles sabem imensas coisas natildeo esperava que eles soubessem tanta coisa () eles jaacute vecircm muito preparados de casa e natildeo sabia que eles sabiam tanta coisa Noacutes vamos com a ideia que vamos ensinar-lhes coisas novas novos temas novos conteuacutedos e quando vamos dar por noacutes () eles jaacute sabem tudo pronto Agraves vezes eles mesmo surpreendem-nos mesmo [Leonor]

Quanto a Anabela explica-nos que a PP a ajudou a elaborar planos de aula mais

proacuteximos da realidade em termos de gestatildeo do tempo como nos explica

planeio muita mateacuteria para a aula Ou seja como a mateacuteria eacute relativamente acessiacutevel () eu planeio por exemplo () 20 minutos para uma mateacuteria que demora sempre 40 minutos Muito mais() penso sempre que vou dar mais raacutepido e consigo avanccedilar mais e realmente [Anabela]

Para Joatildeo a PP ensinou principalmente a preparar as aulas

acerca da pesquisa que tinha que ser feita por fora sem ser soacute trabalhar com os materiais com os manuais da turma ter que procurar noutras coisas na Internet nas bibliotecas e por aiacute fora [Joatildeo]

119

Apresentamos em siacutentese no quadro 47 as experiecircncias de aprendizagem

valorizadas pelos alunos-professores

DIMENSOtildeES 1 INDICADORES ENTREVISTADOS |

PREPARACcedilAtildeO DE AULAS Preparar as aulas Joatildeo 1

PREPARACcedilAtildeO DE AULAS

Elaborar planos de aula exequiacuteveis Judite 1 Anabela

Natildeo fazer aulas muito expositivas Elisa

Valorizar as ideias preacutevias dos alunos Elisa 1 Leonor

DESEMPENHO NA AULA Colocaccedilatildeo da voz Eduarda

Perceber as necessidades de cada aluno Judite

Gestatildeo do tempo Anabela

Quadro 47 - Subcategoria Experiecircncias de aprendizagem valorizadas

Para a subcategoria Experiecircncias relevantes - aspectos positivos e negativos

organizaacutemos os indicadores em Aspectos positivos nas seguintes dimensotildees de anaacutelise

Aspectos relacionais e Aspectos de desenvolvimento profissional Os Aspectos

negativos foram organizados em trecircs dimensotildees designadamente Dificuldades na

planificaccedilatildeo Aspectos burocraacuteticos e Organizaccedilatildeo da Praacutetica Pedagoacutegica

Comio os dados elucidam existem diversos aspectos quer positivos quer

negativos que satildeo apontados pelos nossos entrevistados como relevantes durante o

periacuteodo de PP

Como se evidencia nas palavras de Elisa a nossa entrevista refere como aspecto

positivo o relacionamento com os alunos como nos diz eu acho que eacute muito bom estar

com as crianccedilas e recolher a informaccedilatildeo que eles tecircm e ver as atitudes deles [Elisa]

Quanto a aspectos negativos Elisa aponta o facto de ter que seguir os planos do

professor cooperante e consequentemente ter que readaptar os seus planos de aula como

nos descreve

120

OS planos () eacute como eu digo () a gente chega ali e cai um pouco de paacutera-quedas porque natildeo sabe fazer E depois eu acho que os nossos cooperantes jaacute tecircm uma praacutetica mais ou menos jaacute tecircm um plano mais ou menos formulado e noacutes apesar de levarmos outro plano () temos de reconstituir aquele e levar sempre aquele avante Portanto eu acho que isso foi um aspecto muito negativo para noacutes e falo por mim [Elisa]

Diz ainda Quando cheguei ali tive de me readaptar e voltar a fazer porque os

planos eram diferentes dos planos do T Ciclo que noacutes tiacutenhamos feito anteriormente

[Elisa]

Judite define como um aspecto que lhe agradou na sua PP a realizaccedilatildeo de TE pois

como nos explica eacute uma actividade que lhe agrada realizar com a sua turma como nos diz

agrada-me muito fazer Trabalho Experimental com eles eles satildeo uma turma muito boa turma razoaacutevel eles adoram o Trabalho Experimental e estatildeo sempre prontos para isso () Percebem mesmo o que se pretende [Judite]

No que diz respeito a aspectos negativos Judite afirma que na sua escola de PP o

acesso agraves salas de informaacutetica eacute muito burocraacutetico como nos elucida o seguinte excerto

Um aspecto que me tenha desagradado agraves vezes eacute a falta de recursos que temos por exemplo no caso das salas de informaacutetica aquilo eacute sempre um stress porque temos que pedir password depois as password natildeo entram depois entram nuns computadores natildeo entram noutros e entatildeo sempre que preparamos uma aula na Internet ou uma aula na sala de informaacutetica temos sempre muitas confusotildees Eu acho que a sala de informaacutetica devia ser um espaccedilo aberto para que os alunos pudessem utilizar pela supervisatildeo de algueacutem claro e sem essas burocracias todas que soacute atrapalham [Judite]

Para Eduarda um aspecto que lhe agradou na sua PP foi o relacionamento que

estabeleceu com os alunos como nos conta

Pensei que natildeo fosse tatildeo faacutecil dar-me com os alunos Entramos numa turma () [e pensamos] seraacute que eu me vou entender com eles todos um a um () e foi faacutecil Foi faacutecil Com aquela turma principalmente satildeo muito simpaacuteticos e amigos [Eduarda]

Por outro lado Eduarda define como um aspecto negativo a dificuldade que teve

em adequar as planificaccedilotildees agrave turma e em inovar como nos descreve foi um bocadinho

121

mais difiacutecil em adequar uma planificaccedilatildeo () aos conhecimentos deles porque eles tecircm

muitas dificuldades [Eduarda]

Para aleacutem deste aspecto acrescenta

quer se queira quer natildeo estaacute-se habituado () da nossa vivecircncia ao longo da escola estaacute-se habituado a ter aulas tradicionais E entatildeo chegaacutemos laacute bem temos que inovar mas agora o que eacute que agora eu posso fazer com esta turma e corresponder vamos ver isto aqui seraacute que se pode aplicar e natildeo agraves vezes falho muitas coisas falham e () essa dificuldade [Eduarda]

Jaacute Leonor relata-nos que o mais gratificante para si satildeo os resultados dos alunos

como nos diz

o facto de os alunos corresponderem () depois principalmente quando vatildeo ver os testes as avaliaccedilotildees e vermos que o que noacutes estivemos a ensinar foi significativo para eles e que eles aprenderam [Leonor]

Leonor tambeacutem refere dificuldades na elaboraccedilatildeo das planificaccedilotildees

principalmente ao definir objectivos e estrateacutegias e em inovar como nos explica

As maiores dificuldades Na elaboraccedilatildeo de planificaccedilotildees Em definir os objectivos em pensar () na estrateacutegia principalmente Pensar ter ideias do que eacute que irei fazer agora vou dar este conteuacutedo como eacute que os vou motivar foi pensar principalmente na estrateacutegia Eacute complicado porque uma pessoa ser dinacircmica propor novas actividades com eles eacute sempre um bocadinho complicado e ser diferente propor coisas diferentes que os animem natildeo eacute sempre a mesma coisa propor novos Jogos novas actividades () acho que foi a maior dificuldade que senti Foi encontrar imaginaccedilatildeo para as estrateacutegias mas ateacute agora [Leonor]

Por sua vez Anabela indica como um aspecto que lhe agradou na PP o facto de ter

ensinado Ciecircncias como nos diz Um aspecto que me agradou ter dado Ciecircncias

[Anabela]

Por outro lado Anabeiacutea diz-nos que um aspecto menos positivo para si eacute o facto

de ter de mudar de disciplina como nos descreve

a parte da Praacutetica Pedagoacutegica que menos eu acho positiva eacute por exemplo as mudanccedilas de aacuterea Eu estar duas semanas a dar Ciecircncias e automaticamente tenho que mudar e comeccedilar a dar Matemaacutetica A fase de mudanccedila natildeo gosto [Anabela]

122

Em relaccedilatildeo a Joatildeo o nosso entrevistado afirma que tudo correu bem como

podemos ler no seguinte excerto Agora uma coisa que correu como eu desejei ah

acho que correu tudo bem Correu tudo bem [Joatildeo]

Quanto a aspectos negativos Joatildeo afirma que preferia ter trabalhado sozinho e natildeo

em grupo como nos explica

O que natildeo me agradou foi ter que trabalhar em grupo Acho que na praacutetica eu preferia trabalhar sozinho eu acho que era melhor Acho que era melhor porque por vezes fazemos conta uns com os outros e depois um estaacute a fazer conta com um ou estaacute a fazer conta com outro e depois natildeo daacute em nada Acho que era preferiacutevel trabalhar sozinho [Joatildeo]

O quadro 48 apresenta em siacutentese as experiecircncias relevantes para os nossos

entrevistados durante o periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica quer aspectos positivos quer

negativos como se pode constatar

ENTREVICTAgraveIMIacuteS

ASPECTOS POSITIVOS

A S P E C T O S

RELACIONAIS Relacionamento com os alunos Elisa 1 Eduarda

ASPECTOS POSITIVOS A S P E C T O S DE

DESENVO LVIMENTO P R O N S S I O N A L

Realizar Trabalho Experimental Judite ASPECTOS POSITIVOS A S P E C T O S DE

DESENVO LVIMENTO P R O N S S I O N A L

Aprendizagem dos alunos Leonor

ASPECTOS POSITIVOS A S P E C T O S DE

DESENVO LVIMENTO P R O N S S I O N A L

Ter leccionado Ciecircncias Anabela

ASPECTOS NEGATIVOS

DIFICULDADES NA P L A N I N C A Ccedil Atilde O

Ter que seguir o plano do cooperante Elisa

ASPECTOS NEGATIVOS

DIFICULDADES NA P L A N I N C A Ccedil Atilde O

Necessidade de readaptaccedilatildeo dos | planos de aula | Elisa

ASPECTOS NEGATIVOS

DIFICULDADES NA P L A N I N C A Ccedil Atilde O

Adequar a planificaccedilatildeo agrave turma | Eduarda

ASPECTOS NEGATIVOS Elaborar planificaccedilotildees inovadoras Eduarda | Leonor ASPECTOS

NEGATIVOS

Definir objectivos e estrateacutegias Leonor

ASPECTOS NEGATIVOS

A S P E C T O S B U R O C R Aacute T I C O S

0 acesso agraves salas de informaacutetica eacute difiacutecil Judite

O R G A N I Z A Ccedil Atilde O DA P R Aacute T I C A

PEDAGOacuteGICA

bdquo

Ter que mudar de disciplina [Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza] Anabela O R G A N I Z A Ccedil Atilde O DA

P R Aacute T I C A PEDAGOacuteGICA

bdquo Ter que trabalhar em grupo Joatildeo

Quadro 48 - Subcategoria Experiecircncias relevantes - aspectos positivos e negativos

123

Siacutentese da Categoria Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica

No que diz respeito a esta categoria foi pedido aos nossos entrevistados que

fizessem um balanccedilo do seu tempo de PP

Entatildeo em relaccedilatildeo agrave subcategoria AvaliaccedilatildeoBalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica pudemos estabelecer trecircs dimensotildees de anaacutelise para as quais convergiram os

indicadores encontrados no corpus resultante da transcriccedilatildeo das entrevistas De uma forma

geral os ai uno s-profes sores mostram Satisfaccedilatildeo pessoal com o periacuteodo de PP

relacionando esta etapa da sua formaccedilatildeo inicial com um Periacuteodo de muitas

aprendizagens mas descrevendo-o tambeacutem como um Periacuteodo particular do curso

A anaacutelise dos dados permitiu-nos apurar que de uma forma geral os alunos-

professores revelaram explicitamente satisfaccedilatildeo pessoal em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica Todavia de forma expliacutecita ou mesmo por outras formas natildeo verbais como

denotar-se alguma hesitaccedilatildeo no seu discurso transpareceu por parte de duas das nossas

entrevistadas (Eduarda e Anabela) algum desagrado ou descontentamento em relaccedilatildeo ao

processo da PP As suas expressotildees comedidas nesta resposta deixaram perceber um

ainda que leve sentimento de satisfaccedilatildeo incompleta Eacute certo que o periacuteodo de PP eacute um

tempo de aprendizagem e de crescimento Contudo as circunstacircncias emque acontece

gravam determinado periacuteodo pela positiva ou pela negativa

Em relaccedilatildeo agrave subcategoria Experiecircncias de aprendizagem valorizadas

tambeacutem desta categoria pedimos aos alunos-professores que destacassem da sua PP

aspectos que tenham aprendido na praacutetica e com a praacutetica

Os alunos-professores referiram-se a alguns aspectos que aprenderam eou

melhoraram no papel de professores como a Preparaccedilatildeo de aulas mas

principalmente em relaccedilatildeo ao Desempenho na aula constituindo estas as dimensotildees

de anaacutelise desta subcategoria

124

Salientamos que para uma das nossas entrevistadas (Elisa) a nota dominante da PP

foi aprender a descentralizar a aula de si proacutepria enquanto professora para os alunos e a

valorizar as ideias preacutevias destes Muitas vezes na PP o que acontece eacute os alunos-

professores seguirem os modelos dos professores que tiveram ao longo do seu percurso de

estudantes Muitos destes professores teriam com certeza uma concepccedilatildeo de ensino por

transmissatildeo baseado na aquisiccedilatildeo de conceitos e na instruccedilatildeo (Cachapuz Praia e Jorge

2000) Podemos basear tal inferecircncia no discurso desta aluna-professora nomeadamente

em expressotildees como dar o meu conhecimento ou expor () o que sei (Elisa) Ainda que

tenha consciecircncia - principalmente por aquilo que aprendeu nas disciplinas dagrave sua

formaccedilatildeo inicial anteriores agrave PP como as Didaacutecticas - que eacute importante valorizar as

concepccedilotildees alternativas dos alunos relativamente a conceitos cientiacuteficos a tendecircncia desta

aluna-professora (Elisa) eacute seguir o arqueacutetipo do professor transmissor de conceitos e do

aluno receptor

Quanto agraves Experiecircncias relevantes - aspectos positivos e negativos ainda

subcategoria desta categoria os nossos entrevistados referiram-se a diversos aspectos quer

positivos quer negativos como relevantes durante o periacuteodo de PP sendo cada uma destas

vertentes da subcategoria dividida em duas e quatro dimensotildees de anaacutelise

respectivamente

No que diz respeito aos aspectos positivos relevantes na PP os alunos-professores

mencionam aspectos relacionais mas principalmente aspectos particulares de

desenvolvimento profissional

Em relaccedilatildeo aos aspectos negativos os nossos entrevistados expressam

principalmente ter sentido dificuldades na elaboraccedilatildeo de planificaccedilotildees Estas dificuldades

prendem-se como aconteceu com uma das entrevistadas (Elisa) com a necessidade de

readaptar os seus planos de aula a priori com aqueles que o professor cooperante definiu

125

como nos diz Tambeacutem outras duas alunas-professoras (Eduarda e Leonor) revelaram ter

sentido dificuldades ao niacutevel da elaboraccedilatildeo de planificaccedilotildees A anaacutelise dos dados permitiu-

nos constatar que uma das dificuldades sentidas por cada uma destas entrevistadas era

comum isto eacute elaborar planificaccedilotildees inovadoras pois como refere uma delas esiacuteagrave-se

habituado a ter aulas tradicionais (Eduarda) Para aleacutem deste aspecto a mesma

entrevistada referiu ainda que sentiu dificuldades em adequar as planificaccedilotildees agrave sua turma

que apresentava muitas dificuldades No caso da segunda entrevistada (Leonor) para aleacutem

de propor planificaccedilotildees inovadoras outra dificuldade que sentiu foi em definir objectivos e

estrateacutegias

126

422 - Ensino das Ciecircncias

CATEGORIA CONCEPCcedilOtildeES ACERCA DO ENSINO DAS CIEcircNCIAS

Em relaccedilatildeo a esta categoria estabelecemos duas subcategorias designadamente

Finauumldades do Ensino das Ciecircncias e Aspectos valorizados no Ensino das

Ciecircncias

Com estas subcategorias pretendemos conhecer as concepccedilotildeesideias dos nossos

entrevistados acerca do ensino das Ciecircncias A subcategoria Finalidades do Ensino das

Ciecircncias diz respeito aos argumentos que de uma forma geral os nossos entrevistados

salientam para finalidades do ensino das Ciecircncias Na segunda subcategoria Aspectos

valorizados no Ensino das Ciecircncias agrupaacutemos os indicadores apurados do discurso

dos sujeitos acerca de aspectos particulares destacados pelos sujeitos para o ensino das

Ciecircncias

Apoacutes a anaacutelise dos dados estabelecemos para a subcategoria Finalidades do

Ensino das Ciecircncias quatro dimensotildees de anaacutelise especificamente Compreensatildeo de

noacutes proacuteprios Compreensatildeo do mundo que nos rodeia Argumentos de

cidadania e Desenvolver atitudes cientiacuteficas

Como os dados ilustram todos os nossos entrevistados consideram que eacute muito

importante aprender Ciecircncias E quando questionados sobre o porquecirc apontam alguns

argumentos para o ensino das Ciecircncias como sejam o conhecimento e a compreensatildeo de

noacutes proacuteprios e do mundo que nos rodeia do meio ambiente como se evidencia nos

excertos que a seguir transcrevemos

Para Elisa eacute muito importante aprender Ciecircncias para nos conhecermos e

aprendermos a cuidar de noacutes proacuteprios como nos diz

127

Eu acho que eacute muito importante aprender Ciecircncias () a aula de Ciecircncias eacute rnuito propicia para alertar os alunos para os cuidados a ter com eles proacuteprios () Eu acho que isso eacute muito importante noacutes proacuteprios conhecermo-nos a noacutes [Elisa]

Para aleacutem destes aspectos Elisa aponta tambeacutem como importante saber cuidar do

meio ambiente pois refere

eu acho que todos noacutes vivemos num meio ambiente e haacute que saber cuidar E eu acho que haacute que alertar os alunos exactamente para isso () eacute muito importante noacutes () [termos] cuidado com meio ambiente que nos envolve [Elisa]

Elisa tambeacutem defende que eacute importante abordar assuntos como a reproduccedilatildeo nas

aulas de Ciecircncias pois para aleacutem de possibilitar ura conhecimento de si proacuteprio aos

alunos permite-lhes falarem mais agrave vontade sobre o assunto como nos explica

Por exemplo como o caso da reproduccedilatildeo agora que noacutes estamos a acabar eacute muito importante apesar de eles terem algum pudor inicialmente quando se fala mas eacute importante ver e chegar ao final e ver-se que afinal jaacute natildeo tecircm aquele pudor e jaacute aceitam muito mais os oacutergatildeos sexuais do que inicialmente quando a gente chega a primeira aula vamos falar de reproduccedilatildeo Eu acho que eacute muito interessante ver que eles proacuteprios gostam depois de analisar os proacuteprios oacutergatildeos que eles tecircm e falam muito mais agrave vontade Por isso acho que eacute muito importante mesmo [Elisa]

Quanto a Judite considera que eacute importante aprender Ciecircncias por exemplo para

desmistificar concepccedilotildees alternativas dos alunos pois a Ciecircncia estaacute ligada agrave vida de cada

um de noacutes como nos explica a Ciecircncia tem muita ligaccedilatildeo agrave vida diaacuteria de cada um ()

Satildeo coisas que lhes tocam mesmo [Judite]

Judite explica ainda que as aulas de Ciecircncias satildeo importantes para que os alunos

tirem duacutevidas sobre aspectos da sua convivecircncia questotildees do seu quotidiano que gostam

de esclarecer e pocircr em comum como nos dizem as suas palavras

tentamos sempre fazer das Ciecircncias uma aula onde eles exponham onde eles tirem duacutevidas sobre sobre o que seja () As vezes levam para ali questotildees que em casa se levantam e assim eles agraves vezes levam para a aula essas questotildees [Judite]

128

Segundo Judite muitas vezes este diaacutelogo aberto permite desmistificar concepccedilotildees

altemativas como nos relata no exemplo que se segue

Por exemplo estou-me a lembrar na reproduccedilatildeo que havia miuacutedas que lhe metia muita confusatildeo porque as avoacutes diziam que elas natildeo podiam tomar banho com o periacuteodo () e noacutes tivemos que desmistificar isso tudo e dizer-lhes que natildeo depois de aprenderem o que eacute vocecircs tecircm que ter ainda mais higiene do quem do que noutros dias normais [Judite]

E explica porquecirc se eles natildeo falarem connosco muitos com os pais natildeo vatildeo falar

de certeza absoluta [Judite]

Por sua vez Eduarda refere que aprender Ciecircncias E importante porque eu acho

que uma pessoa tem o miacutenimo interesse de saber como eacute que ela funciona por dentro

[Eduarda]

E acrescenta ou como eacute que eacute mesmo por fora do mundo como eacute que eacute o universo

[Eduarda]

Eduarda justifica ainda a importacircncia do ensino das Ciecircncias com argumentos de

cidadania como nos diz

jaacute que uma pessoa vive numa sociedade ela tem que compreender o miacutenimo e entatildeo entra aiacute a Ciecircncia para falarmos para discutirmos temas e sim acho que na escola sim devem estar integradas as Ciecircncias logo desde o inicio [Eduarda]

Quanto a Leonor que tambeacutem advoga que eacute importante aprender Ciecircncias refere

que as Ciecircncias estatildeo relacionadas com tudo do nosso dia-a-dia Noacutes jaacute natildeo podemos

viver desligados das Ciecircncias A nossa vida estaacute sempre ligada agraves Ciecircncias [Leonor]

E explica a sua posiccedilatildeo

para eles compreenderem () o mundo que os rodeia o ambiente a sociedade tecircm que saber Ciecircncias sempre sempre [Leonor]

129

Salientamos ainda a opiniatildeo de Leonor quando diz que as Ciecircncias satildeo

importantes porque desenvolvem atitudes tais como a curiosidade a descoberta como

evidencia o seguinte excerto

Desde pequena sempre tive curiosidade em conhecer as coisas e as Ciecircncias ajudam-nos a descobrir o nosso mundo o nosso corpo desde pequena que tive curiosidade em descobrir fazer novas descobertas [Leonor]

Anabela defende que eacute importante aprender Ciecircncias e apresenta argumentos de

cidadania como nos exprime

Mesmo () um dia futuramente natildeo se vaacute relacionar com a aacuterea de Ciecircncias que vaacute para Portuguecircs Histoacuteria etc acho que eacute muito importante [aprender Ciecircncias] Sei laacute a niacutevel por exemplo a niacutevel de saber-se o mais baacutesico acerca de Ciecircncias [Anabela]

Joatildeo que partilha a mesma opiniatildeo que os restantes entrevistados acerca da

importacircncia do ensino das Ciecircncias diz-nos o seguinte Entatildeo porque as Ciecircncias estatildeo

integradas em tudo o que noacutes fazemos no dia-a-dia Tudo e mais alguma coisa [Joatildeo]

Apresentamos no quadro 49 a siacutentese dos argumentos mencionados pelos alunos-

professores para o Ensino das Ciecircncias

130

1 DIMENSOtildeES 1 INDICADORES P ENTREVISTADOS

COMPREENSAtildeO DE NOacuteS PROacutePRIOS

Conhecermo-nos a noacutes proacuteprios 1 Elisa

COMPREENSAtildeO DE NOacuteS PROacutePRIOS

Conhecer o funcionamento do nosso organismo Eduarda

COMPREENSAtildeO DE NOacuteS PROacutePRIOS

Compreenderroo-nos a noacutes proacuteprios Leonor COMPREENSAtildeO DE NOacuteS PROacutePRIOS

Aprender a cuidar de noacutes proacuteprios Elisa

COMPREENSAtildeO DE NOacuteS PROacutePRIOS

Desmistificar concepccedilotildees alternativas Judite

COMPREENSAtildeO DO MUNDO QUE NOS

RODEIA

Compreender o ambiente Leonor COMPREENSAtildeO DO

MUNDO QUE NOS RODEIA

Saber cuidar o meio ambiente Elisa COMPREENSAtildeO DO

MUNDO QUE NOS RODEIA

Conhecer o universo Eduarda

Debater questotildees do dia-a-dia dos alunos Elisa 1 Judite

ARGUMENTOS DE CIDADANIA

Para falar e discutir temas j Eduarda

ARGUMENTOS DE CIDADANIA

Porque vivemos em sociedade Eduarda ARGUMENTOS DE CIDADANIA

Para conhecer o mais baacutesico acerca de Ciecircncias Anabela

ARGUMENTOS DE CIDADANIA

j A Ciecircncia estaacute relacionada com o dia-a-dia de cada nm de i noacutes

Judite 1 Leonor Joatildeo

DESENVOLVER ATITUDES

CIENTIacuteNCAS Desenvolver atitudes como a curiosidade a descoberta Leonor

Quadro 49 - Subcategoria Finalidades do Ensino das Ciecircncias

No que diz respeito a aspectos valorizados no ensino das Ciecircncias os nossos

sujeitos referem uma grande diversidade de exemplos que agrupaacutemos segundo duas

dimensotildees de anaacutelise designadamente Conteuacutedos e Processos

Assim os nossos entrevistados consideram principalmente conteuacutedos que se

relacionam com o conhecimento e a compreensatildeo do nosso corpo e do seu funcionamento

como transparece nos excertos que transcrevemos

Elisa refere-se agrave importacircncia de conhecer a morfologia e o funcionamento do

nosso organismo

Por exemplo o nosso programa de 6deg ano eu acho que eacute muito virado exactamente para os cuidados para os sistemas que eles tecircm () eacute muito importante noacutes proacuteprios conhecermo-nos e saber avaliar o nosso proacuteprio organismo e os oacutergatildeos que noacutes temos a funccedilatildeo que eles tecircm o aspecto que eles tecircm eu acho que eacute nestas idades apesar de parecer que por vezes eles soacute ficam com alguma coisa eu

131

acho que eacute muito importante reforccedilar a funccedilatildeo e a importacircncia que eles tecircm para a nossa sobrevivecircncia acho que eacute um aspecto () que eacute muito importante dar [Elisa]

Por sua vez Judite refere alguns aspectos como a importacircncia de conhecer o

funcionamento dos sistemas que na sua opiniatildeo devem ser valorizados no ensino das

Ciecircncias

por exemplo () estivemos a dar o sangue e noacutes achantos que eles tecircm pronto eacute importante para eles saberem a coagulaccedilatildeo do sangue saberem como eacute que isso funciona e o que eacute que devem fazer quando tratam uma ferida e depois falaacutemos tambeacutem nas vacinas eles acharam imensa piada agraves vacinas Na questatildeo das vacinas () alertaacutemo-los tambeacutem para verem o cartatildeo de vacinas deles se eles o tecircm em dia tentamos sempre fazer das Ciecircncias uma aula onde eles exponham onde eles tirem duacutevidas sobre sobre o que seja [Judite]

E conta-nos Noutro dia um aluno tinha uma duacutevida porque eacute que noacutes vomitamos

Claro que eu expliquei-lhe porque eacute que vomitamos e porque eacute que se ouve o coraccedilatildeo

[Judite]

Ao que acrescenta outros aspectos que na sua opiniatildeo satildeo importantes no ensino

das Ciecircncias

Talvez () alertaacute-los para a questatildeo da reproduccedilatildeo da educaccedilatildeo sexual a questatildeo da SIDA dessas doenccedilas transmissiacuteveis da higiene isso tem a ver com a higiene tambeacutem a alimentaccedilatildeo noacutes temos visto que as nossas criagravenccedilas satildeo as mais gordas e acho que eacute muito importante noacutes alertarmo-los e porque eacute que isso acontece e o que eacute que tem que se fazer porque esta roda de alimentos que temos agora chegou-nos o ano passado haacute pouco tempo acho que noacutes temos ai um papel muito importante na formaccedilatildeo deles [Judite]

Por sua vez Eduarda considera que eacute importante abordar nas aulas de Ciecircncias

temas sobre tudo um pouco como nos diz Hmmm aspectos das Ciecircncia acho que

tudo um pouco acho que se deve falar de tudo um pouco mesmo da sexualidade deve-se

falar de tudo um pouco [Eduarda]

132

Ao que acrescenta conteuacutedos sobre as plantas

Por exemplo das plantas daacute-se muito pouco das plantas Daacute-se mais dos sistemas do Homem () e daacute-se pouco das plantas () acho que se devia dar mais tambeacutem das plantas [Eduarda]

Leonor destaca a importacircncia de se conhecer o nosso organismo E mesmo para

eles compreenderem () a morfologia deles [Leonor]

Salientando outros aspectos como evidencia o seguinte excerto

Desenvolver as capacidades natildeo soacute cognitivas mas fiacutesicas natildeo sei se poderei dizer fiacutesicas manusear acho que os miuacutedos tecircm muitas dificuldades em manusear e principalmente tambeacutem em desenvolver a memorizaccedilatildeo dos alunos () Eles tecircm muita dificuldade em memorizar os conceitos cientiacuteficos que por vezes satildeo complicados e natildeo fazem parte do vocabulaacuterio deles porque satildeo vocaacutebulos que eles natildeo utilizam muito [Leonor]

Destacando como tal a importacircncia de realizar actividades experimentais

temos que pocircr tambeacutem os alunos () a realizar actividades experimentais estou sempre a falar nas actividades ateacute porque eles gostam e pedem eles estatildeo sempre a pedir actividade experimentais porque estatildeo a manusear estatildeo a mexer estatildeo com o contacto directo com as coisas eles aprendem melhor [Leonor]

Anabela que aponta alguns dos aspectos j aacute referidos diz-nos

por exemplo a questatildeo da alimentaccedilatildeo haacute crianccedilas que aprenderam e mesmo eles ensinaram e tiveram disseram-nos mesmo que ensinaram coisas aos pais Acerca de como consultar a roda dos alimentos como ter uma alimentaccedilatildeo mais equilibrada Exemplos praacuteticos disso temos por exemplo o facto de comer batata com casca que eles natildeo sabiam Os pais diziam sempre tirar a casaca da batata porque tem impurezas () a questatildeo da SIDA [Anabela]

Quanto ao nosso entrevistado Joatildeo explicou-nos que na sua opiniatildeo tudo eacute

importante no ensino das Ciecircncias sem querer destacar nenhum aspecto em particular pois

diz-nos

Acho que tudo eacute importante no ensino das Ciecircncias Haacute que pocircr os alunos a par de tudo de qualquer tema relacionado com Ciecircncias qualquer coisa agora aspectos mais importantes penso que satildeo todos natildeo haacute nenhum assim que se tenha que destacar penso que satildeo todos importantes [Joatildeo]

133

o quadro 410 apresenta em siacutentese os aspectos valorizados especificados pelos

alunos-professores no Ensino das Ciecircncias

D I M E N S Otilde E S 1 INDICADORES 1 ENTREVISTADOS

Funcionamento do nosso organismo 1 Elisa

Morfologia do nosso organismo [ Leonor

Educaccedilatildeo Sexual 1 Judite 1 Eduarda

Haacutebitos alimentares [ Judite 1 Anabela

C O N T E Uacute D O S Haacutebitos de higiene Judite

C O N T E Uacute D O S

Alertar para as Doenccedilas Sexualmente Transmissiacuteveis 1 Judite

SIDA Judite 1 Anabela

A coagulaccedilatildeo do sangue relacionada com as feridas Judite

Vacinas Vacinaccedilatildeo Judite

Conteuacutedos relacionados com as plantas Eduarda

Realizar actividades experimentais Leonor

PROCESSOS Desenvolver capacidades de manuseamento Leonor

Desenvolver capacidades de memorizaccedilatildeo Leonor

Q u a d r o 410 - Subcategoria Aspectos valorizados no Ensino das Ciecircncias

Siacutentese da Categoria Concepccedilotildees acerca do Ensino das Ciecircncias

Para esta categoria os alunos-professores consideram por unanimidade que eacute

(muito) importante aprender Ciecircncias Quanto aos argumentos apresentados para a

subcategoria ^Tinalidades do Ensino das Ciecircncias satildeo diversos Assim- agrupaacutemos as

razotildees apresentadas pelos entrevistados em quatro dimensotildees de anaacutelise a saber

Compreensatildeo de noacutes proacuteprios Compreensatildeo do mundo que nos rodeia

Argumentos de cidadania e Desenvolver atitudes cientiacuteficas

A anaacutelise dos dados mostrou-nos que tendencialmente os alunos-professores

justificam a importacircncia do Ensino das Ciecircncias com duas destas dimensotildees

designadamente Argumentos de cidadania e Compreensatildeo de noacutes proacuteprios

134

Alicerccedilando a primeira dimensatildeo argumentos de cidadania os entrevistados

mencionam expressotildees tais como a Ciecircncia estaacute relacionada com o dia-a-dia de cada um

de noacutes ou eacute importante aprender Ciecircncias para debater questotildees do dia-a-dia ou ainda

porque vivemos em sociedade Deste tipo de afirmaccedilotildees podemos inferir que os nossos

entrevistados entendem o Ensino das Ciecircncias como importante no sentido em que os

conhecimentos sobre Ciecircncias satildeo fiiiiacutedamentais para a tomada de decisotildees i n f o r m a d a no

quotidiano dos cidadatildeos e na vida em sociedade

Quanto agrave segunda tendecircncia que se evidencia no discurso dos alunos-professores

atraveacutes da anaacutelise dos dados diz respeito agrave Compreensatildeo de noacutes proacuteprios Os

entrevistados consideram que eacute fundamental conhecermo-nos compreendermo-nos a rioacutes

proacuteprios (Elisa e Leonor) ou desmistificar concepccedilotildees alternativas (Judite) Para os

alunos-professores esta eacute tambeacutem uma das principais finalidades do Ensino das Ciecircncias

pois trata-se de um conhecimento uacutetil aos alunos A maioria dos entrevistados defende que

na aula de ciecircncias se possam debater assuntos que possibilitem aos alunos um

conhecimento mais aproftmdado de si proacuteprio e falar mais agrave vontade sobre aspectos daacute sua

convivecircncia questotildees do seu quotidiano como a reproduccedilatildeo Segundo nos aponta uma das

alunas-professoras (Judite) muitas vezes este diaacutelogo aberto permite mesmo desmistificar

concepccedilotildees alternativas sobre determinados fenoacutemenos

Quando questionados sobre quais os aspectos que consideram importantes serem

abordados nas aulas de Ciecircncias os alunos-professores salientam diversos aspectos

relacionadas quer com Conteuacutedos quer com Processos da Ciecircncia Contudo a

predominacircncia de aspectos referidos acontece ao nivel dos conteuacutedos Dentro destes o

predomiacutenio vai para conteuacutedos relacionados coni a compreensatildeo do organismo e com os

cuidados a ter a saber educaccedilatildeo sexual haacutebitos alimentares e de higiene entre outros

135

De facto quando os nossos entrevistados fazem predominantemente referecircncia a

questotildees relacionadas com a compreensatildeo do organismo e com os cuidados a ter parece-

nos que eacute reforccedilada a finalidade referida anteriormente Compreensatildeo de noacutes proacuteprios

Isto eacute de uma forma geral os alunos-professores entendem que o Ensino das Ciecircncias

aleacutem de essencial na formaccedilatildeo de cada cidadatildeo deve ajudar cada um a compreender-se a si

proacuteprio Embora valorizem no Ensino das Ciecircncias processos mas principalmente

conteuacutedos os futuros professores de Ciecircncias que participaram no estudo tecircm consciecircncia

que eacute fundamental que na aula de Ciecircncias as aprendizagens sejam uacuteteis aos alunos

constituindo um conhecimento em acccedilatildeo

Os nossos entrevistados natildeo estatildeo afastados do que preconizam autores actuais

Sobre este assunto Wellington (2001) adverte-nos que a finalidade do ensino das Ciecircncias

tem sido poleacutemica prendendo-se com o valor intriacutenseco com argumentos de cidadania e

com o valor utilitaacuterio do saber cientiacutefico tal como analisaacutemos no segundo capiacutetulo deste

estudo

Para aleacutem de Wellington (2001) muitos outros autores defendem o ensino das

Ciecircncias como educaccedilatildeo em Ciecircncia como um caminho para conseguir a tatildeo preconizada

alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Vasconcelos e Praia 2005 Cachapuz Praia e Jorge 2002

Martins e Veiga 1999) ou seja dotar cada indiviacuteduo de um conjunto de competecircriacutecias

conhecimentos capacidades atitudes e valores E o mesmo sentido com que Cachapuz

Praia e Jorge (2002 p46) advertem que a Educaccedilatildeo em Ciecircncia deveraacute deixar de se

preocupar somente com a aprendizagem de um corpo de conhecimentos ou de processos da

Ciecircncia mas antes garantir que tais aprendizagens se tomaratildeo uacuteteis e utilizaacuteveis no dia-a-

dia

136

CATEGORIA - AVALUCcedilAtildeO DA FORMACcedilAtildeO EM ENSINO DAS CIEcircNCIAS

No que diz respeito a esta categoria definimos a subcategoria Preparaccedilatildeo para

ser professor de Ciecircncias De uma forma geral e agrave semelhanccedila do que destacamos na

subcategoria Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo os sujeitos referem que ainda

haacute muito para aprender salientando que para a disciplina de Ciecircncias da Natureza eacute

necessaacuteria muita preparaccedilatildeo como percepcionamos nos transcritos que se seguem

Assim para Elisa o que leva da sua escola de formaccedilatildeo inicial eacute uma pequena

bagagem como nos diz

Tal como haacute pouco disse tenho uma pequena bagagem mas tenho que aprender muito mais Mas tal como tenho vindo ateacute agora sinto que tenho algum algo para dar mas sinto que tenho muito para aprender [Elisa]

Quanto a Judite testemunha o seguinte

Eu gosto muito de ensinar Ciecircncias Natildeo gosto porque eles tambeacutem satildeo sempre uma surpresa Noacutes quando dizemos alguma coisa eles ficam sempre assim mas eacute assim mas porquecirc eles querem sempre saber mais e noacutes para as aulas de Ciecircncias temos que ir sempre mais que preparados () Eu acho que precisamos de uma preparaccedilatildeo muito grande mesmo a niacutevel de outro tipo de conteuacutedo sei laacute agraves vezes falam-nos algueacutem vecirc num jornal hoje eacute o dia mundial da sauacutede hoje eacute o dia mundial da [Judite]

Por sua vez Eduarda sente-se mais preparada com a Praacutetica Pedagoacutegica pois

refere Sim Acho que sim [que estou preparada] Se tambeacutem estou a ter este estaacutegio e tive

esta preparaccedilatildeo inicial aqui na ESE acho que sim [Eduarda]

Leonor conta-nos com entusiasmo que se sente preparada para ensinar Ciecircncias

pois

Sinto Sempre para um curso tinha que ser um curso com Ciecircncias Sempre gostei imenso de Ciecircncias Matemaacutetica tambeacutem mas principalmente Ciecircncias Sempre adorei Ciecircncias por isso era o que eu me imaginei desde sempre a fazer ou a trabalhar com Ciecircncias ou a ensinar Ciecircncias sempre relacionada com as Ciecircncias [Leonor]

137

A nossa entrevistada Anabela explica-nos que se sente preparada para ensinar

Ciecircncias Contudo estaacute consciente que haacute sempre algo a aprender como se exprime no

seguinte transcrito

Penso que sim que me sinto preparada No entanto estamos sempre a evoluir e sempre a aprender e sempre mais alguma coisa que sabemos e depois muitas vezes somos suipreendidos na sala de aula por questotildees que a gente nem sequer pensa natildeo eacute Que surjam e que e nunca paraacutemos para pensar acerca de certas coisas e que surgem questotildees baacutesicas que a gente nem sequer agraves vezes sabe responder e surgem das crianccedilas [Anabela]

Joatildeo que tambeacutem se diz preparado para ensinar Ciecircncias explica as suas razotildees

foi a aacuterea com que eu sempre me identifiquei mais foi a aacuterea das Ciecircncias [Joatildeo]

O quadro 411 apresenta em siacutentese as principais ideias dos alunos-professores

acerca daacute subcategoria Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias

1 ENTREVISTADOS

Tenho uma pequena bagagem Elisa

Disciplina que exige muita preparaccedilatildeo Judite

P R E P A R A Ccedil Atilde O PARA SER PROFESSOR DE CIEcircNCIAS

Com a PP sinto-me preparada Eduarda P R E P A R A Ccedil Atilde O PARA SER PROFESSOR DE CIEcircNCIAS

Sempre gostei imenso de Ciecircncias Leonor

Estamos sempre a evoluir e sempre a aprender Anabela

Sempre me identifiquei com a aacuterea das Ciecircncias Joatildeo

Quadro 411 - Subcategoria Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias

Siacutentese da Categoria Avaliaccedilatildeo da formaccedilatildeo em Ensino das Ciecircncias

A semelhanccedila da subcategoria Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo na

subcategoria Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias desta categoria os

entrevistados dizem-se preparados para ensinar Ciecircncias sendo contudo unacircnimes em

concordar que levam uma pequena bagagem e que a formaccedilatildeo eacute um processo

obrigatoacuterio ao longo da carreira docente Para aleacutem deste aspecto os alunos-professores

138

consideram que a disciplina de Ciecircncias em particular exige uma preparaccedilatildeo extra (Judite

Leonor e com o mesmo propoacutesito embora noutra categoria Anabela)

As nossas entrevistadas manifestam-se surpreendidas com a diversidade de

conhecimentos que os alunos possuem actualmente como nos diz uma delas natildeo sabia

que eles sabiam tanta coisa (Leonor) De facto cada vez mais o conhecimento estaacute mais

acessiacutevel a todos Eacute aliaacutes o que nos diz Praia (1998 p l57) as mudanccedilas sociais ( )

coexistem na proacutepria Escola e acrescenta os professores actuam e intervecircm ( ) num

cenaacuterio ( ) vivo e dinacircmico mutaacutevel (Praia 1998 pl61) Esta ideia eacute reforccedilada por

Ponte e Serrazina (1998 p9) quando afirmam que o saber comeccedila a ter cada vez

mais um outro significado passando a centrar-se no saber procurar saber interpretar e

saber integrar as diversas fontes de dados Cada vez mais eacute menos importante ter soacute

conhecimento memorizado porque o conhecimento estaacute mais acessiacutevel a todos o valor

acrescentado estaacute principalmente em saber aplicaacute-lo

139

423 - Trabalho experimentai (TE)

CATEGORIA CONCEPCcedilAtildeO DE T E

No que diz respeito agrave categoria Concepccedilatildeo de TE definimos uma subcategoria

Concepccedilatildeoideia de TE a qual foi possiacutevel desdobrar em duas dimensotildees de anaacutelise a

saber T E demonstrativo verifiacutecatoacuterio ilustrativo confirmatoacuterio e T E como uma

actividade de resoluccedilatildeo de problemas

De uma forma geral os nossos entrevistados tecircm diferentes concepccedilotildees de TE

Assim para Elisa Eduarda e Joatildeo o TE eacute assumido como uma actividade que permite

demonstrar verificar ilustrar eou comprovar determinada teoria

Nas palavras de Elisa percebemos essa ideia

levar agrave praacutetica uma experiecircncia que se fala numa aula e provaacute-la ou seja () demonstrar exactamente que isso acontece assim natildeo eacute soacute uma situaccedilatildeo que se fala mas pocirc~la em praacutetica e demonstrar exactamente que aquilo acontece assim () Haacute uma parte teoacuterica que eacute a parte que noacutes falamos e dizemos que acontece a parte experimental eacute levar isso a uma a um experimento ou seja fazer eles proacuteprios experimentarem e verem que a parte teoacuterica que se falou afinal acontece na realidade () Eles conseguem ver que afinal natildeo eacute soacute teoria mas que aquilo que se falou teoricamente eacute comprovado e acontece () Eacute mais faacutecil ateacute para eles conseguirem verificar exactamente aquela parte experimental [Elisa]

Eduarda tal como Elisa e Joatildeo entende o TE como uma actividade que permite

verificar algo como nos descreve

E verificar coisas [o TE] porque inventar nunca inventamos e nunca vamos descobrir () mas eacute verificar pois verificar () as coisas que noacutes damos natildeo eacute As coisas que estatildeo nos livros E isso [Eduarda]

Para Joatildeo o TE eacute uma actividade importante no ensino das Ciecircncias atraveacutes da

qual se mostra aos alunos como eacute que as coisas acontecem

E mostrar aos alunos realmente como eacute que as coisas acontecem () E eu acho que isso eacute uma das coisas importantes no Ensino das Ciecircncias que eu acho que eacute o Trabalho Experimental [Joatildeo]

140

Do ponto de vista de Judite Leonor e Anabela o TE eacute encarado na perspectiva da

resoluccedilatildeo de problemas como se percepciona nos seus depoimentos Para mim o TE eacute

um portanto noacutes temos noacutes levantamos um problema agraves vezes ateacute satildeo eles que o

levantam jaacute incutido por noacutes e eles vatildeo tentar resolver esse problema [Judite]

Para Judite o TE consiste em estabelecer uma analogia entre um modelo e a

realidade o que nem sempre eacute faacutecil de perceber por parte dos alunos como nos diz

eles vatildeo seguindo o protocolo o guiatildeo e percebem facilmente agraves vezes eacute um bocadinho difiacutecil fazer a analogia do que eacute que eacute o quecirc [na actividade de TE que estatildeo a realizar] e porque eacute que eacute assim [o que eacute que se pretende representar da realidade] eacute um bocadinho difiacutecil mas alguns conseguem muito bem acho que resulta muito bem [Judite]

Leonor que encara o TE como uma actividade praacutetica que permite raciocinar sobre

problemas e solucionaacute-los refere

Trabalho Experimental mais difiacutecil de definir Trabalho Experimental entatildeo eacute realizar actividades praacuteticas sobretudo isso Realizar actividades praacuteticas em que os alunos possam raciocinar sobre os problemas terem um problema em que eles possam raciocinar sobre o problema e tentar achar soluccedilotildees para esse problema Natildeo sermos noacutes a dar as respostas mas serem eles a construiacuterem e a descobrirem e daiacute que as actividades praacuteticas sobretudo as actividades praacuteticas os ajudam a descobrir e encontrar soluccedilotildees [Leonor]

Para aleacutem disto Leonor afirma que o TE sendo uma actividade praacutetica ajuda os

alunos a relacionar conceitos bem como a estabelecer relaccedilatildeo com o seu dia-a-dia como

se evidencia no seguinte excerto as actividades praacuteticas os ajudam () a relacionar

conceitos () fazerem a relaccedilatildeo com o dia a dia deles e sobretudo isso [Leonor]

A experiecircncia de Anabela permite-lhe afirmar que o TE eacute uma actividade muito

importante na aprendizagem das Ciecircncias e para gostar de Ciecircncias Para mim o Trabalho

Experimental eacute uma parte muito importante para a aprendizagem de Ciecircncias e gostar de

Ciecircncias [Anabela]

141

Apesar desta opiniatildeo Anabela natildeo se coiacutebe de afirmar que o TE tatildeo defendido na

sua formaccedilatildeo inicial eacute muitas vezes cortado como nos esclarece

No entanto na praacutetica fala-se muito quando noacutes estamos a estudar formar-nos como professores de Ciecircncias fala-se muito defende-se muito a parte de levar para as aulas a parte experimental no entanto e eacute por causa mais do progiama muitas vezes se corta essa parte da parte experimental muitas vezes se corta [Anabela]

E explica porquecirc

Muitas vezes ateacute se fazem como eu jaacute tive ocasiatildeo de () mostrei o iniacutecio da experiecircncia e o final da experiecircncia soacute em acetato por exemplo natildeo se teve oportunidade de realizar () claro eacute muito moroso E muito moroso uma actividade dessas () leva muito tempo [Anabela]

A entrevistada Anabela revela-nos ainda que entende o TE como uma actividade de

resoluccedilatildeo de problemas como nos testemunham as suas palavras

a sequecircncia () a organizaccedilatildeo dos dados saber-se e tambeacutem pela sequumlecircncia seguir-se Haacute um protocolo surge de um protocolo um problema inicial as hipoacuteteses iniciais assim conhece-se o problema depois haacute todo aqui um encadeamento que se faz ateacute depois chegar agrave conclusatildeo [Anabela]

Apresentamos no quadro 412 a sintese das principais noccedilOtildeesdefiniccedilOtildees dos

alunos-professores acerca do Trabalho Experimental

DIMENSOtildeES - -bull[( bull INDICADORES ENTREVISTADOS

T E DEMONSTRATIVO VERIFICATOacuteRIO

ILUSTRATIVO CONFIRMATOacuteRIO

Actividade que permite (de)monstrar determinada teoria Elisa 1 Joatildeo

T E DEMONSTRATIVO VERIFICATOacuteRIO

ILUSTRATIVO CONFIRMATOacuteRIO

Actividade que permite verificar determinada teoria Elisa 1 Eduarda T E DEMONSTRATIVO

VERIFICATOacuteRIO ILUSTRATIVO

CONFIRMATOacuteRIO E mostrar como acontecem as coisas 1 Joatildeo

Actividade que permite comprovar determinada teoria Elisa

T E C O M O UMA ACTIVIDADE DE RESOLUCcedilAtildeO DE

PROBLEMAS

Actividade utilizada na resoluccedilatildeo de um problema Judite 1 Leonor

T E C O M O UMA ACTIVIDADE DE RESOLUCcedilAtildeO DE

PROBLEMAS

Actividade que ajuda a estabelecer relaccedilatildeo com o dia-a-dia 1 Leonor

T E C O M O UMA ACTIVIDADE DE RESOLUCcedilAtildeO DE

PROBLEMAS Fazer uma analogia entre determinado modelo e a realidade Judite

Resoluccedilatildeo de um problema Anabela

Quadro 412 - Subcategoria Concepccedilatildeoideia de TE

142

No que diz respeito agrave subcategoria Aspectos valorizados no TE os dados

testemunham que os nossos entrevistados apontam diversos aspectos como passamos a

exemplificar com excertos dos seus depoimentos dos quais retiraacutemos os dados que

agrupaacutemos em trecircs dimensotildees de anaacutelise designadamente Cumprir regras de

seguranccedila Percurso para a resoluccedilatildeo de um problema Seguir um protocolo

Assim para Anabela Joatildeo e Eduarda os aspectos que valorizam no TE satildeo

essencialmente o cumprimento de regras de seguranccedila como nos testemunham

Anabela destaca em primeiro lugar a disciplina

Primeiro considero importante eles que se consiga sensibilizar os alunos para o facto de se estar a realizar uma actividade experimental que tem aquelas regras todas que se avisem as crianccedilas antes de comeccedilarem a realizar uma actividade experimental () Por exemplo noacutes temos crianccedilas que apesar de os ter alertado para as regras de bom comportamento deixar falar os colegas e natildeo sei quecirc haacute sempre confusatildeo sempre barulho sempre pessoas levantadas a partirem material e natildeo sei quecirc e isso noacutes chamamos estamos a chamar jaacute agora que estamos no 6deg ano [Anabela]

Entendendo o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas Anabela

destaca que eacute tambeacutem importante que se faccedila uma anaacutelise pormenorizada de todos os

aspectos o que toma o TE uma actividade muito morosa como jaacute haviacuteamos destacado do

seu testemunho na subcategoria Concepccedilatildeoideia de TE pelo que nos diz

uma actividade experimental () depois traz sempre outras coisas eacute sempre analisar tudo ao pormenor o que eacute que os tem que se saber sempre mais isto o pormenor daquilo e natildeo sei quecirc isso eacute que leva muito tempo [Anabela]

Joatildeo que tambeacutem defende o cumprimento de regras de seguranccedila no Laboratoacuterio

realccedila o seguinte

Primeiro o cumprimento das regras de Laboratoacuterio Eu acho que satildeo bastante importantes e logo desde o ciclo acho que eacute importante ir dar a conhecer aos alunos essas tais regras o uso da bata o cuidado com o manuseamento dos materiais e por aiacute fora porque alguns materiais satildeo caros outros materiais satildeo perigosos eu acho que isso eacute o que eacute o mais importante a ter em conta no Trabalho Experimental [Joatildeo]

143

Para Eduarda que partilha da mesma opiniatildeo que Anabela e Joatildeo a seguranccedila eacute um

aspecto importante como nos diz

Bem a seguranccedilaPor exemplo atar o cabelo e tambeacutem no Laboratoacuterio quando se faz experiecircncias ou actividades praacuteticas ter essa seguranccedila no Laboratoacuterio estar limpo natildeo estar coisas a interromper o caminho natildeo estarem a correr no Laboratoacuterio mais [Eduarda]

Para aleacutem deste aspecto Eduarda diz-nos que eacute tambeacutem importante que os alunos

sigam um protocolo que deveraacute ser elaborado pelos alunos com a ajuda do professor se

necessaacuterio cujo papel eacute o de orientador como nos esclarece

Depois tem de haver um protocolo os alunos se natildeo forem capazes de fazer o protocolo por eles ajudamos e pronto eles pesquisarem fazerem por eles Claro que sempre com uma orientaccedilatildeo do professor () Um protocolo sim alguma coisa onde eles seguirem a experiecircncia [Eduarda]

Encarando o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas Judite e Leonor

destacam alguns aspectos que consideram importantes no TE como sejam para Judite

partir de um problema normalmente levantado pelo professor conhecer as ideias preacutevias

dos alunos levantar hipoacuteteses propor sugestotildees de resoluccedilatildeo do problema testar todas as

hipoacuteteses propostas discutir os resultados mesmo que natildeo decirc o esperado e estabelecer

uma analogia entre o TE realizado - modelo - e a realidade como nos descreve nos

seguintes excertos

portanto noacutes temos noacutes levantamos um problema agraves vezes ateacute satildeo eles que o levantam jaacute incutido por noacutes e eles vatildeo tentar resolver esse problema Dar o problema temos o problema como eacute que vamos resolver o problema antes eles dizerem o que eacute que pensam que hipoacutetese eacute que eles levantam ah e depois testar tambeacutem as hipoacuteteses todas que eles levantam Explicar porque eacute que natildeo aconteceu porque eacute que aconteceu e fazer a tal analogia [Judite]

E exemplifica

por exemplo estou-me a lembrar de um [TE] que fiz sobre o que acontece na boca em que eu tinha a panela e perguntei-lhes o que eacute a panela E eles conseguiram chegar laacute a panela era o nosso corpo porque estava a uma temperatura de 37 graus a saliva estava dentro da panela conseguiram fazer uma analogia [Judite]

144

Judite explica a importacircncia de fazer esta analogia

isso eacute muito importante porque eles natildeo vamos levar para ali uma panela e dizer agora vamos meter aqui Vamos meter porquecirc O que eacute a panela Porque eacute que eles tecircm que fazer a analogia para conseguirem perceber as coisas para depois conseguirem relacionaacute-las todas [Judite]

Para aleacutem destes aspectos Judite diz-nos que eacute tambeacutem importante que os alunos

sigam um protocolo agrave semelhanccedila do que diz Eduarda Contudo enquanto para Eduarda o

protocolo deveraacute ser elaborado pelos alunos com a ajuda do professor para Judite tal natildeo

passa de uma moda que natildeo consegue pocircr em praacutetica como nos esclarece

Pronto uma coisa que ainda natildeo conseguimos pocircr em praacutetica laacute eacute aquela moda agora moda natildeo (entre aspas) dos meninos realizarem o seu proacuteprio protocolo experimental descobrirem eles proacuteprios eacute assim noacutes natildeo temos hipoacuteteses de fazer isso laacute na escola Mas noacutes temos o material sempre agrave disposiccedilatildeo deles nas bancadas eles vatildeo seguindo o protocolo o guiatildeo e percebem facilmente [Judite]

Aludindo novamente a analogia entre o TE realizado - um modelo - e a realidade

agraves vezes eacute um bocadinho difiacutecil fazer a analogia do que eacute que eacute o quecirc e porque eacute que eacute assim eacute um bocadinho difiacutecil mas alguns conseguem muito bem acho que resulta muito bem Jaacute tivemos oportunidade de fazer alguns e eles querem sempre mais [Judite]

Por sua vez Leonor que tambeacutem considera o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo

de problemas realccedila alguns aspectos que considera ser importantes no TE nomeadamente

raciocinar sobre os problemas que devem ser bem explorados pesquisar acerca dos

materiais a utilizar fazer r e^s tos daacute actividade de TE relacionar e discutir os resultados

sendo os proacuteprios alunos a tirar conclusotildees e a tentar dar resposta ao problema inicial

como nos descreve nos seguintes excertos

raciocinar sobre os problemas terem um problema em que eles possam raciocinar sobre o problema e tentar achar soluccedilotildees para esse problema Natildeo sermos noacutes a dar as respostas mas serem eles construiacuterem e a descobrirem [Leonor]

E explica porquecirc

145

No Trabalho Experimental quando propomos um problema que noacutes achamos que eles aliaacutes para eles chegarem agrave conclusatildeo explorar sempre esse problema de maneira a que eles tecircm que perceber o que eacute que tecircm de fazer onde eacute que tecircm que chegar porque a partir do momento que eles sabem onde eacute que querem chegar depois eacute mais faacutecil compreenderem todo o processo e serem eles proacuteprios tambeacutem a tentar chegar ao processo a explorar muito bem o problema [Leonor]

Leonor descreve os passos para a resoluccedilatildeo do problema

conversar muito com eles o que eacute que achas questionaacute-los o que eacute que achas que vamos fazer o que eacute que achas porque eacute que vamos fazer isso achas que isso vai dar resposta ao problema e natildeo achas em vez de fazeres assim porque eacute que natildeo fazemos de outra maneira diferente questionar muito os alunos Depois entatildeo e olha laacute o que eacute que pronto vamos realizar entatildeo essa actividade o que eacute que achas que material eacute que achas que vais precisar natildeo sermos noacutes tambeacutem soacute a noacutes proacuteprios a dar o nome dos materiais a sugerir os materiais mas tambeacutem levaacute-los a pesquisar acerca dos materiais Depois de termos os materiais e termos explorado o problema eles vatildeo tentar realizar entatildeo a actividade E depois de realizarem a actividade relacionarem sobretudo os resultados e depois tirarem conclusotildees vaacute fazerem os registos tirarem conclusotildees e chegar a uma resposta tentar dar resposta ao problema deles sobretudo isso [Leonor]

Tal como jaacute referimos na subcategoria Concepccedilatildeoideia de TE Elisa considera o

TE como uma actividade que permite comprovar demonstrar e verificar determinada

teoria sendo precisamente estes os aspectos que considera importantes e a serem tidos em

conta no TE tal como se veraacute nas passagens que se transcrevem

Como te referi haacute pouco era exactamente isso ou seja eles conseguem ver que afinal natildeo eacute soacute teoria mas que aquilo que se falou teoricamente^ eacute comprovado e acontece [Elisa] ii 7 ^T^

^ r Faculdade de Psicologia e Ciecircncia da iacuteducacso

Que justifica da seguinte forma |

acho que eacute muito mais faacutecil eles () proacuteprios aprenderem isso () uma vez que eles proacuteprios experimentam eles proacuteprios tecircm essa noccedilatildeo eles proacuteprios vecircm que aquilo aconteceu mesmo e eacute diferente do que soacute teoricamente que entra e eu acho que eacute mais faacutecil ateacute para eles conseguirem verificar exactamente aquela parte experimental () eles proacuteprios terem essa noccedilatildeo eacute mais faacutecil eles [Elisa]

O quadro 413 apresenta o resumo dos aspectos valorizados no TE por parte dos

nossos entrevistados

146

D I M E N S Otilde E S 1 INDICADORES II E N T R E V I S T A Iacute ) 0 S

I Disciplina 1 Anabela

Cabelos atados Eduarda

C U M P R I R REGRAS DE SEGURANCcedilA

Limpeza Eduarda C U M P R I R REGRAS DE

SEGURANCcedilA Desobstruir a passagem Eduarda

Natildeo correr no Laboratoacuterio Eduarda

Usar bata Joatildeo

- - Cuidado no manuseamento dos materiais 1 Joatildeo

P E R C U R S O PARA A RESOLUCcedilAtildeO DE UM

PROBLEMA

Seguir determinados passos para a resoluccedilatildeo de um problema

bull bull bull bull

Judite 1 Leonor -

P E R C U R S O PARA A RESOLUCcedilAtildeO DE UM

PROBLEMA Fazer uma anaacutelise pormenorizada Anabela

SEGUIR UM P R O T O C O L O I Seguir um protocolo Judite 1 Eduarda

Quadro 413 - Subcategoria Aspectos valorizados no TE

Siacutentese da Categoria Concepccedilatildeo de TE

Atraveacutes desta categoria tentaacutemos clarificar a concepccedilatildeoideia de Trabalho

Experimental de cada aluno-professor Assim a anaacutelise dos dados mostrou-nos que

tendencialmente os entrevistados entendem o TE como uma actividade

- que permite demonstrar verificar ilustrar eou confirmar determinada teoria

- de resoluccedilatildeo de problemas

Para trecircs deles (Elisa Eduarda e Joatildeo) o TE eacute entendido como uma actividade que

peraiite comprovar demonstrar e verificar uma teoria usando expressotildees como

demonstrar exactamente que isso acontece assim ou eles conseguem ver que afinal natildeo

eacute soacute teoria mas que aquilo que se falou teoricamente eacute comprovado e acontece (Elisa) ou

eacute verificar coisas [o TE] (Eduarda) ou ainda o TE eacute mostrar aos alunos realmente como

eacute que as coisas acontecem (Joatildeo)

147

Associamos estes aspectos ao TE com um papel ilustrativo demonstrativo e de

sentido verificatoacuterio ou quando muito confirmatoacuterio (Cachapuz Praia e Jorge 2000 p9)

no qual a observaccedilatildeo tem um papel fundamental para os registos a fazer Como nos dizem

Cachapuz Praia e Jorge (2000) nesta perspectiva no TE ver e observar confundem-se

p 10 Tal afirmaccedilatildeo faz ainda mais sentido quando lemos num dos discursos eles proacuteprios

vecircm que aquilo aconteceu mesmo (Elisa)

Tal como jaacute tivemos oportunidade de analisar na categoria Caracterizaccedilatildeo do

periacuteodo de PP em particular na subcategoria Experiecircncias de aprendizagem

valorizadas para uma das entrevistadas (Elisa) a principal aprendizagem que a PP lhe

proporcionou foi a descentralizaccedilatildeo da aula de si proacutepria enquanto professora para os

alunos e o valorizar das ideias preacutevias destes Natildeo soacute pelos excertos que atraacutes

apresentaacutemos mas por todo o seu discurso parece-nos que esta entrevistada tem

subjacente uma concepccedilatildeo de ensino por transmissatildeo baseado na aquisiccedilatildeo de conceitos e

na instruccedilatildeo (Cachapuz Praia e Jorge 2000)

Ainda que tenha consciecircncia - principalmente por aquilo que aprendeu nas

disciplinas da sua formaccedilatildeo inicial que antecederam a PP - entre outras coisas que eacute

importante valorizar as concepccedilotildees alternativas dos alunos relativamente a conceitos

cientiacuteficos a tendecircncia de Elisa eacute seguir o modelo do professor transmissor de conceitos e

do aluno receptor Tal como ela proacutepria nos diz este foi um aspecto apontado pelo seu

professor supervisor de PP e neste sentido a PP ajuda a nossa entrevistada a perceber que

uma postura como esta fica longe das ideias de iacutendole construtivista por exemplo

Quanto aos outros dois entrevistados (Eduarda e Joatildeo) que tecircm um entendimento

semelhante do TE a definiccedilatildeonoccedilatildeo de TE eacute verificar e mostrar coisas respectivamente

Tal como para a aluna-professora que atraacutes referimos tambeacutem o discurso destes dois

entrevistados se situa principalmente numa perspectiva de ensino por transmissatildeo

148

Segundo Cachapuz Praia e Jorge (2000 plO) esta perspectiva de ensino eacute ainda que com

vaacuterias cambiantes muito frequente sem duacutevida ainda dominante

Outras duas alunas-professoras (Eduarda e Judite) salientam a importacircncia dos

alunos seguirem um protocolo durante a realizaccedilatildeo de TE Segundo uma delas (Eduarda)

no caso de os alunos natildeo serem capazes de o elaborar o professor ajuda pois tem um

papel de orientador

Em relaccedilatildeo agraves restantes entrevistadas (Judite Leonor e Anabela) entendem o TE

como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas sendo mesmo considerado por uma delas

(Leonor) como uma actividade que ajuda a estabelecer relaccedilatildeo com o dia-a-dia

Nestes trecircs casos embora partindo de um problema proposto pelo professor as trecircs

entrevistadas valorizam os passos de resoluccedilatildeo de um problema numa perspectiva

metacognitiva de conflito cognitivo Os alunos satildeo frequentemente questionados sobre

porque eacuteque estatildeo a fazer aquele TE daquela forma para a resoluccedilatildeo daquele problema

Para uma destas entrevistas eacute fiindamental conhecer as ideias preacutevias dos alunos e

levantar hipoacuteteses pois diz antes eles dizem o que eacute que pensam que hipoacutetese eacute que eles

levantam (Judite) Para aleacutem destes aspectos valoriza tambeacutem as sugestotildees de resoluccedilatildeo

do problema por parte dos alunos testar todas as hipoacuteteses propostas discutir os

resultados mesmo que natildeo decirc o esperado - o erro eacute valorizado pedagogicamente pois diz-

nos explicar porque eacute que natildeo aconteceu porque eacute que aconteceu (Judite) - e estabelecer

uma analogia entre o TE realizado - o modelo - e a realidade

Uma vez que esta aluna-professora realccedila a importacircncia de conhecer as ideias

preacutevias dos alunos e valoriza pedagogicamente o erro revela j aacute uma perspectiva

construtivista da aprendizagem como encontramos em Cachapuz Praia e Jorge (2000)

Segundo estes autores nesta perspectiva de ensino o erro eacute considerado um factor de

149

progresso do conhecimento cientiacutefico dos alunos (Cachapuz Praia e Jorge 2000 p4) e as

concepccedilotildees alternativas dos alunos em relaccedilatildeo a conceitos cientiacuteficos satildeo valorizadas

Por sua vez outra destas entrevistadas (Leonor) realccedila alguns aspectos como

raciocinar sobre os problemas que devem ser bem explorados pesquisar acerca dos

materiais a ufilizar fazer registos da actividade de TE relacionar e discutir os resultados

sendo os proacuteprios alunos a tirar conclusotildees e a tentar dar resposta ao problema inicial

descobrindo soluccedilotildees Esta aluna-professora parece ter uma perspectiva de ensino por

pesquisa pois tambeacutem entende o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas

denotando no entanto alguns aspectos caracteriacutesticos de uma perspectiva de ensino por

mudanccedila conceptual Isto porque valoriza nas suas aulas de Ciecircncias o conflito cognitivo

como um meio de promover a mudanccedila de conceitos para aprendizagens adequadas

como nos dizem Cachapuz Praia e Jorge (2000 p5)

Quanto agrave terceira entrevistada que referimos (Anabela) considera que eacute muito

importante os alunos sentirem que ao realizar uma experiecircncia e tirar conclusotildees

descobriram eles proacuteprios a mateacuteria o que na sua opiniatildeo o TE possibilita Para esta

aluna-professora o TE toma-se desta forma bastante atracfivo motivador Esta

entrevistada faz ainda referecircncia agrave colocaccedilatildeo de hipoacuteteses iniciais mas sobrevaloriza a

observaccedilatildeo em detrimento de outros passos envolvidos no TE pois refere a observaccedilatildeo eacute

bastante importante () eacute a parte que mais se desenvolve dentro de uma actividade

experimental (Anabela)

Esta entrevistada tal como as duas entrevistadas anteriores parece ter uma

perspectiva de ensino por pesquisa pois tambeacutem entende o TE como uma actividade de

resoluccedilatildeo de problemas No entanto evidencia alguns traccedilos caracteristicos quer de uma

perspectiva de ensino por mudanccedila conceptual quer de uma perspectiva de ensino por

descoberta Quanto agrave primeira assenta na sobrevalorizaccedilatildeo da observaccedilatildeo por parte desta

150

entrevistada pois tal como encontramos em Cachapuz Praia e Jorge (2000 p4) numa

perspectiva de ensino por mudanccedila conceptual a observaccedilatildeo de factos estaacute carregada de

teoria Contudo Anabela considera que eacute muito importante os alunos sentirem que ao

realizar uma experiecircncia e tirar conclusotildees descobriram eles proacuteprios a mateacuteria Neste

sentido Cachapuz Praia e Jorge (2000 p4) elucidam-nos sobre a perspectiva de ensino

por descoberta quando dizem os alunos ( ) descobrem as ideias indutivamente a partir

de factos observaacuteveis

A partir das consideraccedilotildees de cada uma destas trecircs entrevistadas (Judite Leonor e

Anabela) parece-nos que podemos inferir que entendem o TE como uma actividade de

resoluccedilatildeo de problemas caracteriacutestica de uma perspectiva de ensino por pesquisa

(Cachapuz Praia e Jorge 2000) tendo contudo traccedilos evidentes de outras perspectivas

nomeadamente ensino por mudanccedila conceptual no caso de duas delas (Judite e Leonor) e

tambeacutem de ensino por descoberta no terceiro caso de (Anabela)

Quanto agrave subcategoria Aspectos valorizados no TE os entrevistados referiram-

se principalmente a dois aspectos

- Cumprir regras de seguranccedila e

- Percurso para a resoluccedilatildeo de um problema

Assim trecircs das entrevistadas (Judite Leonor e Anabela) que entendem o TE como

uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas destacam passos na resoluccedilatildeo de um problema

atraveacutes do TE comoacute os que ateacute aqui jaacute referimos

Por sua vez outros dois alunos-professores (Joatildeo e Eduarda) que denotam uma

perspectiva de ensino por transmissatildeo salientam de mais importante no desenvolvimento

de TE o ensinar e fazer cumprir algumas regras de seguranccedila

151

CATEGORIA POTENCIALIDADES DO T E

No que diz respeito a esta categoria estabelecemos uma subcategoria

Competecircncias que o T E desenvolve sobre a qual organizaacutemos os dados atraveacutes de

indicadores Esta subcategoria refere-se aos aspectos apontados pelos entrevistados para

justificar a importacircncia do TE mencionando competecircncias que atribuem ao TE Apoacutes a

anaacutelise dos dados emergiram as seguintes dimensotildees de anaacutelise Competecircncias

cognitivas Competecircncias soacutecio-afectiacutevas Competecircncias de autonomia

Capacidades e atitudes Criar motivaccedilatildeo na aula e Contacto com material de

Laboratoacuterio

Do discurso de Elisa salientamos um aspecto que a nossa entrevistada considera

importante Elisa eacute degrave opiniatildeo que o TE permite um conhecimento mais duradouro tal

como nos diz atraveacutes da experiecircncia conseguirem visualizar e ateacute ficar com essa noccedilatildeo

mais tempo do que a parte teoacuterica que se daacute [Elisa]

Assim Elisa reforccedila a sua concepccedilatildeo de TE tal como jaacute referimos na categoria

anterior pois considera o TE como uma actividade que permite comprovar demonstrar e

verificar determinada teoria sendo precisamente estes os aspectos que considera

importantes e a serem tidos em conta no TE

Nas palavras de Elisa o TE permite aos alunos desenvolver natildeo soacute a motricidade

como tambeacutem lhes cria regras como nos diz

[O TE] eacute muito importante porque eu acho que eacute a motricidade deles porque eles nestas alturas ainda satildeo muito atabalhoados Ou seja muito muito mexem mas acabam por mexer aquilo eu acho que o facto de se desenvolver esses trabalhos experimentais cria-lhes alguma (natildeo me lembro falta-me um pouco a palavra que eacute) criam algumas regi-as e criam algo mais cuidado () e depois acabam por desenvolver aquela motricidade e eu acho que eacute muito bom tambeacutem para eles [Elisa]

152

Para Elisa o TE permite ainda aos alunos desenvolver o sentido de

responsabilidade

[O TE] eacute muito importante () porque comeccedilam a trabalhar com algo que por vezes eacute perigoso e cria-se-lhe essa noccedilatildeo e satildeo mais responsaacuteveis criam essa responsabilidade [Elisa]

Assim para Eduarda e Joatildeo o TE eacute importante pois permite verificarmostrar

determinado fenoacutemeno Deste modo Eduarda e Joatildeo reforccedilam a sua noccedilatildeo de TE

assumindo-o como uma actividade que permite verificar uma teoria tal como jaacute nos

haviam referido na categoria anterior

Eduarda diz-nos que o TE permite agraves crianccedilas ver as coisas como se percepciona

neste excerto do seu depoimento

As crianccedilas sempre gostam de ver as coisas mesmo eu No outro dia fui ao cardiologista e vi o meu coraccedilatildeo a bombear e achei muita piada Oh aquilo foi muito muito engraccedilado e pronto e acho que as crianccedilas tambeacutem gostam de ver as coisas como eacute que eacute nem que seja a ver a filtraccedilatildeo da aacutegua nem que seja isso elas gostam [Eduarda]

Para aleacutem disto na opiniatildeo de Eduarda o TE eacute uma actividade que possibilita agraves

crianccedilas mexer e desenvolver a motricidade como nos diz Qualquer coisa para mexer

elas gostam () aleacutem de desenvolver a destreza tanto manual como outras [Eduarda]

Por outro lado Eduarda refere ainda que o TE eacute uma actividade que desenvolve o

conhecimento dos alunos pois como nos diz Tambeacutem contribui para o conhecimento

porque elas sempre pensam vatildeo formulando conclusotildees [Eduarda]

Eduarda defende tambeacutem que o TE desenvolve nos alunos a capacidade de analisar

e de interpretar tirando conclusotildees sobre o seu trabalho como nos dizem as suas palavras

desenvolve tambeacutem a capacidade de analisar e de concluir de tirar conclusotildees do que

obsei-va [Eduarda]

153

Eduarda defende que o TE desenvolve nos alunos a capacidade de organizaccedilatildeo do

trabalho em grupo bem como os aspectos relacionais como nos dizem as suas palavras

desenvolve () a capacidade [de] organizaccedilatildeo de grupo de organizaccedilatildeo do trabalho e

relaccedilatildeo com o grupo [Eduarda]

Para Joatildeo o TE eacute importante pois tal como nos referiu anteriormente eacute uma

actividade que permite mostrar aos alunos como eacute que as coisas acontecem como nos

testemunha

Porquecirc Por aquilo que eu jaacute tinha dito atraacutes porque mostramos mesmos aos alunos como eacute que funciona o que eacute que se passa o que eacute isto o que eacute aquilo conseguimos mostrar mesmo as coisas [Joatildeo]

Para este entrevistado o TE eacute tambeacutem importante pois desenvolve nos alunos a

capacidade de fazer previsotildees acerca do trabalho que estatildeo a realizar como nos

testemunha

Depois tambeacutem desenvolve competecircncias do niacutevel da previsatildeo prever o que eacute que vai acontecer porque depois eles tecircm as hipoacutetese e depois tecircm que ver qual eacute que pensar no que acham que vai ser ou que acham que eacute a mais viaacutevel [Joatildeo]

Joatildeo refere ainda que o manuseamento dos materiais eacute tambeacutem um aspecto

importante que o TE desenvolve como salienta O manuseamento de materiais tambeacutem eacute

importante [Joatildeo]

Joatildeo diz-nos ainda que na sua opiniatildeo atraveacutes do TE os alunos desenvolvem todo

o tipo de competecircncias No entanto salienta algumas nomeadamente as de niacutevel soacutecio-

afectivo como percepcionamos

Desenvolvem todo o tipo de competecircncias Mas principalmente as competecircncias do niacutevel por exemplo competecircncias do niacutevel soacutecio-afectivo acho que desenvolve porque normalmente os Trabalhos Experimentais satildeo todos feitos em grupo [Joatildeo]

154

Para Judite o TE eacute importante porque para aJeacutem de ser uma actividade em que os

alunos estatildeo sempre na expectativa sobre o que iraacute suceder possibilita a discussatildeo e o

debate entre colegas desenvolvendo deste modo aspectos da relaccedilatildeo em grupo pontos

que estatildeo patentes no excerto que transcrevemos a seguir^ do seu depoimento

E uma aula diferente porque eles natildeo tecircm o livro agrave frente natildeo tecircm o caderno diaacuterio eles estatildeo ali eles estatildeo sempre naquela expectativa o que eacute que vai acontecer Tecircm apenas o laacutepis e o protocolo e discutem com os colegas aprendem a relacionar-se em grupo [Judite]

E acrescenta que o TE eacute bastante apreciado pelos alunos Jaacute tivemos oportunidade

de fazer alguns [TE] e eles querem sempre mais [Judite]

Para Judite que entende o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas

como se evidencia nas subcategorias DefiniccedilatildeoNoccedilatildeo de TE e Aspectos valorizados no

TE revela-nos tambeacutem que para si o TE permite aos alunos verificar como eacute que as

coisas acontecem Refere ainda que quem faz aprende como nos diz

eles viram mesmo natildeo eacute eu chegar ali e dizer-lhe olha a digestatildeo do amido comeccedila na boca pronto e eu digo aquilo e eles sim comeccedila na boca alguns ateacute passou ao lado Eles com o TE eles vecircm que fizeram passos e chegam agrave conclusatildeo que a digestatildeo do amido comeccedila na boca () Quem faz aprende E agraves vezes quem ouve esquece a maior parte das vezes [Judite]

O que na sua opiniatildeo ajuda a estruturar a compreensatildeo de determinado tema [o

TE] ajuda-os um bocado a estruturar a compreensatildeo daquele tema [Judite]

Para esta aluna-professora o TE desenvolve competecircncias por exemplo soacutecio-

afectivas pois desenvolve aspectos da relaccedilatildeo em grupo Para aleacutem deste aspecto Judite

considera que o TE desenvolve a autonomia dos alunos pois fomenta a reflexatildeo pontos

que estatildeo patentes no excerto que transcrevemos a seguir

E uma aula diferente () [os alunos] discutem com os colegas aprendem a relacionar-se em grupo a serem mais autoacutenomos no que fazem porque eles tecircm

155

que chegar a conclusotildees e eles tecircm que reflectir e depois ver se satildeo vaacutelidas ou natildeo se realmente o que eles estatildeo a dizer se adequa aos resultados que tiveram [Judite]

E salienta ainda

noacutes temos visto que eles tecircm sempre o mesmo grupo eles jaacute sabem que um faz um passo outro faz o outro () jaacute se organizaram entre si Sempre que haacute TE laacute estatildeo eles a dizer olha hoje sou eu o porta-voz ou e tu fazes isto dividem sempre tarefas e depois discutem eacute sempre uma maneira de se organizarem [Judite]

Na opiniatildeo de Leonor o TE eacute importante porque permite estabelecer a ligaccedilatildeo

entre a teoria e a praacutetica fazendo os alunos sentirem como suas as descobertas que fazem

mas sobretudo porque desperta a curiosidade cientiacutefica dos alunos como nos esclarece

Porquecirc Porque coloca os alunos em aliaacutes permite aos alunos ligar a teoria agrave praacutetica Ou a praacutetica agrave teoria porque se pode partir da praacutetica para a teoria ou da teoria para a praacutetica E a em que pronto os alunos sentirem que satildeo eles que estatildeo a trabalhar que satildeo eles que estatildeo a descobrir aliaacutes pronto satildeo coisas que jaacute estatildeo descobertas mas eles pensam que vatildeo descobrir coisas novas e sobretudo despertar a curiosidade cientiacutefica nos alunos Penso que o Trabalho Praacutetico o Trabalho Experimental os pode ajudar [Leonor]

Tal como referimos na categoria anterior Leonor afirma que o TE sendo uma

actividade praacutetica ajuda os alunos a relacionar conceitos a trabalhar num Laboratoacuterio a

estar em contacto com os materiais de Laboratoacuterio e aprender a utilizaacute-los na sua vida bem

como a estabelecer relaccedilatildeo com o seu dia-a-dia como se evidencia no seguinte excerto

as actividades praacuteticas os ajudam () a relacionar conceitos trabalhar num Laboratoacuterio por exemplo eles estatildeo em contacto directo com com materiais e depois saberem utilizaacute-los na na vida praacutetica deles e fazerem a relaccedilatildeo com o dia a dia deles e sobretudo isso [Leonor]

Segundo nos testemunha Leonor eacute de opiniatildeo que o TE desenvolve nos alunos

competecircncias soacute cio-afectivas pois o TE realiza-se normalmente em grupo competecircncias

cognitivas e psicoloacutegicas nomeadamente ajuda a desenvolver o pensamento a estabelecer

relaccedilotildees

156

Competecircncias cognitivas competecircncias socio-afectivas uma vez que os alunos geralmente estatildeo a trabalhar em gi-upo discutir em giupo psicoloacutegicas ajuda os alunos a pensar a relacionar que eacute importante para as Ciecircncias as Ciecircncias passam sempre por isso tudo [Leonor]

Para Anabela eacute muito importante os alunos sentirem que ao realizar uma

experiecircncia e tirar conclusotildees descobriram eles proacuteprios a mateacuteria o que na sua

opiniatildeo o TE possibilita

eu acho bastante positivo que eacute esta parte as crianccedilas conseguem aprender a mateacuteria delas proacuteprias Elas fazem a experiecircncia natildeo eacute Fazem a experiecircncia e tiram a conclusatildeo ao tirar a conclusatildeo eacute como que elas ecirc que formularam eacute que

formularam a mateacuteria criaram a mateacuteria ao analisar a experiecircncia [Anabela]

Talvez por isso o TE motive os alunos especialmente para os conteuacutedos para os

quais eles natildeo estatildeo tatildeo despertos

soacute os consegui motivar quando fiz uma experiecircncia O que eacute relativamente sei laacute interessante e eu imaginava que realmente os pudesse vir a cativar mas natildeo tanto Percebe E a mim chegavam-me a dizer na aula que -Oh professora outra vez plantas Jaacute chega percebe A actividade experimental realmente cativa-os muito [Anabela]

Para aleacutem deste aspecto Anabela refere ainda como importantes outros aspectos E

o contacto directo que eles tecircm com os materiais e depois a obsei-vaccedilatildeo que eles tecircm

directa Que natildeo eacute soacute papel a duas dimensotildees [Anabela]

Anabela afirma tambeacutem que o TE ajuda na aquisiccedilatildeo de conceitos de Ciecircncias o

Trabalho Experimental eacute uma parte muito importante () e adquirir-se conceitos de

Ciecircncias torna muito mais faacutecil [Anabela]

Para Anabela o TE desenvolve ainda a capacidade de observaccedilatildeo

Desenvolve vaacuterias competecircncias como por exemplo sei laacute a observaccedilatildeo eacute bastante importante que eacute a parte que mais se desenvolve dentro de uma actividade experimental [Anabela]

Para Anabela o TE desenvolve vaacuterias competecircncias e daacute-nos como exemplo a

capacidade de aprender a trabalhar em grupo como nos diz Desenvolve vaacuterias

157

competecircncias como () competecircncias da parte de grupo de se saber trabalhar em

grupo [Anabela]

O quadro 414 resume as competecircncias atribuiacutedas pelos alunos-professores ao TE

DIMENSOtildeES INDICADORES 1 ENTREVISTADOS

Conhecimento mais duradouro atraveacutes da experiecircncia j Elisa

Verificar determinado fenoacutemeno 1 Eduarda

Permite mostrar como acontecera as coisas Joatildeo

Desenvolve o conhecimento dos alunos 1 Eduarda

Permite aos alunos ligar a teoria agrave praacutetica 1 Leonor

C O M P E T Ecirc N C I A S COGNITIVAS

Permite a observaccedilatildeo directa (3D) j Anabela C O M P E T Ecirc N C I A S COGNITIVAS

Actividade que ajuda a relacionaradquirir conceitos Leonor 1 Anabela

Desenvolve o pensamento (pensar relacionar) Leonor

Fomenta a reflexatildeo Judite

Ajuda a estruturar a compreensatildeo de determinado tema Judite

Permite verificar determinado fenoacutemeno Judite

1 Actividade que permite fazer para aprender Judite

Desenvolve aspectos da relaccedilatildeo em grupo Eduarda j Judite

C O M P E T Ecirc N C U S S Oacute C I O - A F E C n V A S

Desenvolve a capacidade de organizaccedilatildeo do trabalho de grupo Eduarda

C O M P E T Ecirc N C U S S Oacute C I O - A F E C n V A S Ajuda a aprender a trabalhar em grupo Anabela

Aprendem a organizar-se Judite

Possibilita a discussatildeodebate com os colegas Judite

Desenvolve competecircncia soacutecio-afectivas Leonor]Joatildeo

COMPETEcircNCIAS DE AUTONOMIA

Desenvolve o sentido de responsabilidade Elisa COMPETEcircNCIAS DE AUTONOMIA

Desenvolve a autonomia Judite mdash

Desperta a curiosidade cientiacutefica dos alunos Leonor

Desenvolve a capacidade de observaccedilatildeo Anabela | Eduarda

CAPACIDADES E Desenvolve a capacidade de anaacutelise Eduarda

ATITUDES Desenvolve a capacidade de interpretaccedilatildeo Eduarda

Ajuda os alunos a fazer previsotildees Joatildeo

Cria-lhes regras Elisa

158

[ Desenvolve a motricidade 1 Elisa 1 Eduarda Joatildeo

C R I A R MOTFVACcedilAtildeO NA AULA

Actividade que cria expectativa 1 Judite

C R I A R MOTFVACcedilAtildeO NA AULA

Ajuda os alunos a sentir como snas as descobertas que fazem

Leonor | Anabela C R I A R MOTFVACcedilAtildeO NA AULA

Motiva os alunos Anabela

C O N T A C T O C O M MATERIAL DE

L A B O R A T Oacute R I O

Actividade que permite estar em contacto directo com materiais de Laboratoacuterio

Leonor | Anabela

Quadro 414 - Subcategoria Competecircncias que o TE desenvolve

No que diz respeito agrave nossa pergunta nuacutemero cinco do bloco D acerca do TE na

qual pedimos aos nossos entrevistados que nos descrevessem uma aula em que tivessem

desenvolvido TE e que tenham considerado que foi uma aula com sucesso cada um dos

nossos sujeitos descreveu com algum pormenor a sua aula

De forma geral reforccedilaram aquilo a que ateacute aqui tinham respondido acerca do TE

nomeadamente as suas concepccedilotildeesideias de TE aspectos valorizados no TE e

competecircncias que o TE desenvolve

Assim os excertos que a seguir transcrevemos satildeo uma siacutentese das

ideiasconcepccedilotildees de TE de cada um dos nossos entrevistados

Elisa descreveu-nos uma aula de TE que realizou com os seus alunos acerca do

tabagismo Atraveacutes de uma garrafa algodatildeo e um cigarro aceso conseguiram simular o

que acontece nos pulmotildees de um fumador Para Elisa esta foi uma aula de TE com

sucesso pois tal como nos disse conseguiram sensibilizar os alunos para os malefiacutecios do

tabaco como percepcionamos no seguinte excerto

Uma aula experimental noacutes fizemos uma muito engraccedilada que eles gostaram muito que foi do tabaco na gairafa com os algodotildees E que eles adoraram ver a situaccedilatildeo que o cigarro desaparecia rapidamente e depois o algodatildeo que estava branquinho e que ficava completamente amarelado E eu achei que foi sucesso porque noacutes temos alguns alunos que quase de certeza jaacute estatildeo na praacutetica ou seja jaacute filmam E ficaram muito admirados exactamente como o algodatildeo tinha ficado [Elisa]

159

E justifica porquecirc reforccedilando a sua ideia de TE como jaacute havia referido

anteriormente

E eu acho que ai foi o sucesso foi demonstrar-lhes a eles exactamente o prejuiacutezo que eles proacuteprios estavam a causar a eles proacuteprios Por isso eu achei que foi uma aula muito interessante e eles ficaram admiradiacutessimos da situaccedilatildeo como como eacute que o cigarro desaparecia e a nicotina que entrava e que ficou marcada no algodatildeo [Elisa]

Judite que entende o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas

descreve-nos uma aula de TE na qual os seus alunos partindo de um problema seguindo

um protocolo passando pela observaccedilatildeo chegam agraves conclusotildees

Aquela [aula] da digestatildeo do amido Foi a primeira aula de TE que tiveram Eu tinha um protocolo com o problema o que acontece na boca depois eles tinham que testar a presenccedila de amido no patildeo depois tirarem as conclusotildees o que acontecia ao patildeo quando lhe era adicionado soluto de lugol de que cor ficava de cor era o soluto de lugol a observaccedilatildeo inicial Depois passamos agrave segunda fase que consistia eles tinham agrave frente os tubinhos com o cozimento de amido depois deitavam num deitavam saliva eles acharam natildeo acharam piada nenhuma a isso Resmungaram refilaram depois eu disse Ah Que vergonha depois fizeram para laacute um monte [Judite]

Entretanto Judite refere que era feita a analogia que j aacute nos havia expressado atraacutes

entre o TE que estavam a realizar como um modelo e a realidade

depois aiacute iacuteamos fazendo sempre o paralelismo saliva e depois fizeram o teste do amido fizeram o teste do amido e depois ao fim quando foi para tirar as conclusotildees houve um miuacutedo que explicou muito muito bem [Judite]

E explica porquecirc

havia miuacutedos que natildeo tinham Houve um grupo que natildeo deitou saliva suficiente para o amidoPara ser identificado pelo iodo e entatildeo natildeo tiveram resultados E esse miuacutedo que teve muito sucesso explicou perfeitamente com a linguagem deles que eles usam perfeitamente agravequele grupo como eacute que as coisas se passavam Foi muito giro E eles na aula a seguir ainda se lembravam Porque eacute que onde eacute que comeccedila e nunca mais se esqueceram de onde comeccedilava a digestatildeo Onde eacute que comeccedilava a digestatildeo [Judite]

160

Quanto a Eduarda confessou-nos que natildeo tecircm tido (ela e a colega de grupo) muitas

oportunidades de realizar TE uma vez que tecircm uma turma com muitas dificuldades N o

entanto descreveu-nos uma das suas aulas de TE que na sua opiniatildeo poderia ter corrido

melhor mas que os alunos compreenderam o que se pretendia como percepcionamos no

seu depoimento a aula poderia ter corrido melhor mas mesmo assim eles

compreenderam o que era pretendido o que era para compreenderem [Eduarda]

E descreve-nos como foi

Ora foi dos produtos da respiraccedilatildeo acho que foi assim Natildeo sei muito bem qual eacute que era o titulo Portanto estavam em grupos 3 ou 4 grupos jaacute natildeo me lembro e entatildeo essa actividade estava dividida em 3 partes uma era com um espelho e ver que o espelho embaciava Outra era com a aacutegua de cal e verificarem () que tinha dioacutexido de carbono pois e a () era a da temperatura () do termoacutemetro verificar que aumentava [Eduarda]

Eduarda salienta o papel do professor

eles foram fazendo aos poucos isto eacute () as 2 partes da actividade faziam eles sozinhos eu acompanhava-os mas pronto A terceira que era com a aacutegua de cal estava eu presente () metia aacutegua de cal e era preciso ter mais cuidado com as crianccedilas e entatildeo acompanhei-os mas correu bem [Eduarda]

Leonor descreve-nos duas aulas uma em que realizaram uma actividade praacutetica e

outra de TE Acerca da actividade praacutetica conta-nos o seguinte

Em que os alunos tiveram que observar o peixe o sistema respiratoacuterio do peixe as bracircnquias os opeacuterculos () achei imensa piada porque inicialmente os alunos estavam muito enojados com o peixe cheirava mal que horror mexer em peixe numa coisa que eles ateacute nem gostam muito dizem eles mas depois deram por eles a abrir o peixe jaacute andavam com as matildeos todos queriam mexer todos queriam descobrir foi uma actividade que gostei muito [Leonor]

Quanto agrave aula em que realizaram TE Leonor diz

foi para analisarmos as caracteriacutesticas do ar expirado e inspirado Tambeacutem gostei muito de realizar essa actividade com eles Eles tambeacutem se mostraram muito motivados e foi completamente diferente [Leonor]

161

E explica-nos que seria difiacutecil soacute com teoria mostrar aos alunos este fenoacutemeno

Noacutes proacuteprias estaacutevamos-lhe a dizer o ar eacute quente o ar expirado eacute mais quente que o ar inspirado tem mais dioacutexido de carbono e como eacute que eles vecircm isso Se tem dioacutexido de carbono ou natildeo Como eacute que noacutes lhes conseguimos provar isso Na teoria eacute difiacutecil Ou deles estarem a olhar para esquemas eacute complicado E atraveacutes do Trabalho Experimental eles conseguiram ver perfeitamente a mudanccedila de cor A turvaccedilatildeo da aacutegua de cal Viram perfeitamente bem Pronto primeiro tivemos que lhes dizer identificar os materiais por aiacute fora o que eacute que era a aacutegua de cal como eacute que se faziam aacutegua de cal eles tambeacutem gostaram muito [Leonor]

Leonor que tal como Judite considera o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de

problemas explica-nos com pormenor como foi esta aula

eles comeccedilaram por ver que no sistema respiratoacuterio entrava ar e saiacutea ar Ou seja ocorriam trocas gasosas Entatildeo e como eram como eacute que satildeo as caracteriacutesticas do ar aliaacutes o problema que eu lhes coloquei para a realizaccedilatildeo da actividade experimental foi se ograve ar expirado e o ar inspirado satildeo iguais ou se existem diferenccedilas entre o ar expirado e o ar inspirado quais satildeo Penso que era assim o problema Eles tinham que depois dar a resposta a este problema Para isso propus a actividade da aacutegua de cal em que eles viam a turvaccedilatildeo () para ver se tinha mais dioacutexido de carbono o ar expirado () Pronto eles iam registando tinham um protocolo iam registando as diferenccedilas tinham imagens iam registando os passos e depois eles proacuteprios chegaram a uma conclusatildeo [Leonor]

Leonor justifica porque considerou esta como uma aula de sucesso

Foi mais significativo para eles () registaram no caderno deles e se lhes for perguntar agora ainda se lembram Ainda haacute dias lhes estive a perguntar eles ainda se recordam [Leonor]

Tal como Judite e Leonor Anabela tambeacutem considera o TE coacutemo uma actividade de

resoluccedilatildeo de problemas e descreve-nos os passos de uma aula de TE que realizou

A actividade eacute a ascensatildeo da seiva bruta por exemplo foi a uacuteltima () actividade ^perimental que eu fiz () Dei-lhes o protocolo dei-lhes o material eles leram primeiro o protocolo O problema estava laacute lanccedilaram as hipoacuteteses cada uma lanccedilou as hipoacuteteses no seu protocolo que eu tinha feito depois () dei-lhes o material cada um na sua mesa fiz tambeacutem os grupos natildeo eacute Esqueci-me dessa parte dei-lhes o material e eles procederam agrave experiecircncia no final da experiecircncia tiraacutemos tiraram conclusotildees cada um em particular [Anabela]

162

Tal como atraacutes referimos para Anabela eacute importante os alunos sentirem que ao

realizar uma experiecircncia e tirar conclusotildees descobriram eles proacuteprios a mateacuteria o que

na sua opiniatildeo o TE possibilita

Contudo tal como jaacute nos havia referido o tempo foi um adversaacuterio do TE natildeo

deixando espaccedilo para discutir as conclusotildees a que cada grupo chegou Deste modo uma

das competecircncias que Anabela considera que o TE possibilita ficou comprometida como

percepcionamos no seguinte excerto

depois no dia a seguir como natildeo tivemos tempo corrigimos essas conclusotildees vimos se eram as mais correctas se natildeo eram as mais correctas se as observaccedilotildees foram realmente de acordo com a conclusatildeo que havia de ter sido tirada se alguns natildeo estatildeo de acordo com Anabela]

De acordo com Joatildeo o TE eacute uma actividade importante no ensino das Ciecircncias

atraveacutes da qual se mostra aos alunos como eacute que as coisas acontecem No excerto quumle a

seguir transcrevemos em que Joatildeo nos descreve uma aula sua estaacute patente essa ideia

como eacute possiacutevel verificar

Foi uma [aula] que foi para mostrar foi para dar a conhecer aos alunos a constituiccedilatildeo de uma planta com flor os oacutergatildeos reprodutores de uma planta com flor Ecircntatildeo levei uma flor que era uma coroa imperial salvo erro onde eles destacaram as teacutepalas e depois destacaram os estames e os carpelos e depois desmontaram aquilo tudo e com vaacuterias perguntas levei-os a chegar agrave conclusatildeo () porque eacute que a antera tinha aquele pozinho o que eacute que seria aquele poacute e porque eacute que o caipelo tinha aquela forma e tinha uma barriga grande caacute em baixo () por acaso foi uma aula () engraccedilada e atraveacutes do Trabalho Experimental eles ficaram a conhecer praticamente tudo [Joatildeo]

Siacutentese da Categor ia Potencia l idades do T r a b a l h o E x p e r i m e n t a l

No que diz respeito a esta categoria estabelecemos a subcategoria Competecircnc ias

que D T E desenvolve no sentido de conhecer as ideias dos nossos entrevistados a este

propoacutesito Os alunos-professores enunciam diversos aspectos como exemplificam os seus

depoimentos mas tendencialmente apontam o desenvolvimento dea

- Competecircncias cognitivas

163

- Competecircncias soacutecio-afectivas

- Capacidades e atitudes

- Criar motivaccedilatildeo na aula

A primeira dimensatildeo de anaacutelise - desenvolvimento de competecircncias cognitivas - eacute

mencionada em duas vertentes Por um lado o TE eacute indicado como capaz de desenvolver

competecircncias cognitivas tais como permitir um conhecimento mais duradouro atraveacutes da

experiecircncia como nos descreve uma das entrevistadas (Elisa) ou como salienta outra

aluna-professora permitir ver as coisas (Eduarda) ou ainda mostrar como acontecem as

coisas como aponta outro entrevistado (Joatildeo) Por detraacutes destes trecircs argumentos para

justificar a importacircncia do TE vislumbramos uma perspectiva de ensino por transmissatildeo e

no caso de uma das entrevistadas alguns traccedilos de uma perspectiva de ensino por

descoberta Tal toma-se perceptiacutevel quando no seu discurso nos surgem expressotildees tais

como atraveacutes da experiecircncia conseguirem visualizar e ateacute ficar com essa noccedilatildeo mais

tempo do que a parte teoacuterica que se daacute (Elisa) onde percebemos a ecircnfase na mobilizaccedilatildeo

dos sentidos bem como a construccedilatildeo de ideias a partir dos factos (Cachapuz Praia e Jorge

2000) Deste modo estes trecircs entrevistados reforccedilam a sua concepccedilatildeo de TE como a

descrevemos na anaacutelise da categoria anterior

Por outro lado ainda nesta dimensatildeo de anaacutelise de competecircncias que o TE

promove nomeadamente - desenvolvimento de aspectos do desenvolvimento cognitivo -

surge uma outra vertente designadamente ligar a teoria agrave praacutetica como indica uma das

alunas-professoras (Leonor) permitir o desenvolvimento do pensamento ajudar a

estruturar a compreensatildeo de um tema a relacionaradquirir conceitos como mencionam

esta e outra entrevistada (Leonor e Anabela) Como referimos na anaacutelise da categoria

anterior estas duas alunas-professoras evidenciam uma perspectiva de ensino por pesquisa

164

tendo contudo marcas de outras perspectivas de ensino designadamente perspectiva de

ensino por mudanccedila conceptual e perspectiva de ensino por descoberta

Nesta categoria uma das entrevistadas (Anabela) reforccedila a ideia de que a

observaccedilatildeo eacute muito importante ao referir que o TE permite a observaccedilatildeo directa a trecircs

dimensotildees

A partir das consideraccedilotildees de cada entrevistado parece-nos que podemos inferir

que de uma forma geral os alunos futuros professores de Ciecircncias da Natureza revelam

preocupaccedilotildees soacutecio-construtivistas Isto eacute preocupam-se em realizar TE com os seus

alunos assentando em situaccedilotildees problemaacuteticas com a finalidade de desenvolver nos

alunos competecircncias atitudes e valores (Cachapuz Praia e Jorge 2000) Os aJunos-

professores preocupam-se em organizar momentos de interacccedilatildeo e reflexatildeo criacutetica atraveacutes

do debate agrave volta das situaccedilotildees problemaacuteticas tendo os alunos um papel activo e de

pesquisa (Cachapuz Praia e Jorge 2000)

Existem contudo alguns senatildeos por exemplo muitas vezes a referida situaccedilatildeo

problemaacutetica eacute apresentada aos alunos como algo exterior estranho agravequilo que eles

conhecem que percebemos atraveacutes de expressotildees como eu tinha um protocolo com o

problema (Judite) como refere ou o problema que eu lhes coloquei (Leonor)

Por outro lado alguns alunos-professores tecircm subjacentes algumas caracteriacutesticas

de perspectivas de ensino por mudanccedila conceptual (EMC) por descoberta (EPD) ou por

transmissatildeo (EPT) que inferimos do seu discurso respectivamente pela sobrevalorizaccedilatildeo

da observaccedilatildeo e pelas estrateacutegias de conflito cognitivo (EMC) o conhecimento

proveniente da experiecircncia as ideias descobertas indutivamente a partir da experiecircncia

(EPD) e o professor como transmissor de conteuacutedos tendo o TE um papel ilustrativo

demonstrativo e de sentido verificatoacuterio ou confirmatoacuterio (EPT) (Cachapuz Praia e Jorge

2000) Importa assim que a formaccedilatildeo inicial de professores insista neste aspecto

165

Outro dos aspectos apontados eacute o desenvolvimento de capacidades e atitudes Tal

como nos dizem atribuem ao TE o desenvolvimento de capacidades tais como a

observaccedilatildeo a anaacutelise a interpretaccedilatildeo e a previsatildeo e atitudes tais como regras e a

curiosidade cientiacutefica U m outro aspecto bastante mencionado pelos entrevistados foi o

desenvolvimento da motricidade que consideram que o TE pode proporcionar

Os alunos-professores apontaram tambeacutem bastantes aspectos relacionados com

competecircncias soacutecio-afectivas que justificaram pelo facto de normalmente o TE ser

desenvolvido em grupo Assim os entrevistados referiram-se natildeo soacute a aspectos da relaccedilatildeo

em grupo como tambeacutem ao desenvolvimento da capacidade de organizaccedilatildeo do trabalho

em grupo uma vez que ambas se relacionam

Foi tambeacutem mencionado por vaacuterios entrevistados que o TE eacute uma actividade que

cria motivaccedilatildeo e expectativa na aula

Em relaccedilatildeo agraves competecircncias que o TE desenvolve referidas pelos alunos-

professores participantes no nosso estudo coincidem com duas das componentes

apresentadas por Oliveira (1999 p42) e que satildeo (1) actividades para o desenvolvimento

global do aluno permitindo-lhe observar experimentar ( ) manipular materiais

relacionar fazer conjecturas argumentar inferir conclusotildees comunicar e avaliar e (2)

actividades ( ) para o desenvolvimento de conceitos cientiacuteficos e da sua aplicaccedilatildeo

Tal como encontramos em diversos autores satildeo vaacuterias as potencialidades atribuiacutedas

agrave realizaccedilatildeo de TE Em siacutentese concordamos com Santos e Oliveira (2003) quando dizem

que o TE de investigaccedilatildeo desenvolve nos alunos competecircncias de investigaccedilatildeo e

transversais pelo que este tipo de actividade pode ter um papel importante no

desenvolvimento dos alunos (p68)

166

424 - Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

CATEGORIA DESTAQUE DAS T I C NA FORMACcedilAtildeO INICIAL

No que diz respeito a esta categoria estabelecemos trecircs subcategorias

Disciplinas que con t empla r am as T I C Conteuacutedos con templados e Relaccedilatildeo com

a Praacutetica Pedagoacutegica

Em relaccedilatildeo agrave subcategoria Disciplinas que c o n t e m p l a r a m as T I C todos os

nossos entrevistados afirmam que foi dado destaque agraves TIC na sua formaccedilatildeo inicial e

referem cinco disciplinas No entanto haacute a salientar que nem todos os entrevistados

referem todas as disciplinas embora pertencessem todos eles agrave mesma turma Para aleacutem

deste aspecto importa tambeacutem referir que nenhum dos seis entrevistados se referiu agraves

cinco disciplinas

Elisa afirma que foi dado destaque agraves TIC na sua formaccedilatildeo inicial como se

evidencia no seguinte excerto Sifn nos tivemos algumas cadeiras em ccedilue nos

desenvolveram essa aacuterea [Elisa]

E salienta duas disciplinas

Sim Algoritmos e computaccedilatildeo Depois tivemos uma cadeira de Geometria () E penso que foi soacute Natildeo tivemos mais aulas ao niacutevel de computadores () mais especiacutefico aqui na ESE exacto foi soacute mesmo em Geometria e Algoritmos e Computaccedilatildeo [Elisa]

Quanto a Judite que tambeacutem confirma ter sido dado destaque agraves TIC na sua

formaccedilatildeo inicial apenas refere a disciplina de Metodologia Geral e Tecnologia Educativa pois

diz natildeo se recordar de outras mas desta tem a certeza

Hmm hmm [Judite indica com a cabeccedila afirmativamente] () Metodologia MGTE Geral e Tecnologia Educativa () Natildeo sei se foi soacute em MGTE ou se foi tambeacutem em MEC Jaacute natildeo me lembro mas em MGTE foi de certeza MGTE foi de certeza [Judite]

167

Eduarda que tambeacutem garante que foi dado destaque agraves TIC na sua formaccedilatildeo inicial

tambeacutem soacute se recorda do nome de uma disciplina embora se recorde de outra como

percepcionamos nas suas palavras

Hmm hmm [Eduarda indica com a cabeccedila afirmativamente] foi () em Geometi-ia () e a outra que era o quecirc Era de 3degano semestre Pois eacute que agora tambeacutem jaacute natildeo me lembro Trabalhaacutemos ainda com os computadores () Natildeo me lembro Aleacutem de Geometiia era outra () Bem natildeo me lembro mesmo Era outra [Eduarda]

Pela descriccedilatildeo que Eduarda faz da outra disciplina em que diz ter sido dada ecircnfase

agraves TIC durante a sua formaccedilatildeo inicial pelo nome do professor audiacutevel no registo aacuteudio e

pelo testemunho dos outros entrevistados pareceu-nos que se tratava da disciplina de

Algoritmos e Computaccedilatildeo

Quanto a Leonor que tambeacutem confirma ter sido dado destaque agraves TIC na sua

formaccedilatildeo inicial salienta quatro disciplinas embora apenas se recorde do nome de trecircs

destas Tal como no caso de Eduarda pela descriccedilatildeo que Leonor faz da outra disciplina em

que diz ter sido dado destaque agraves TIC pelo nome do professor tambeacutem audiacutevel no registo

aacuteudio e pelo testemunho dos outros entrevistados pareceu-nos que a disciplina em causa

era novamente Algoritmos e Computaccedilatildeo

Do discurso de Leonor salientamos sobre esta questatildeo o seguinte

Hmm hmm [Leonor indica com a cabeccedila afirmativamente] Foi Foi nas disciplinas de () Geometria () foi Probabilidade () agora tambeacutem andamos a ti-abalhar em Epistemologia e Histoacuteria das Ciecircncias em que () temos que apresentar trabalhos agrave turma em que utilizamos tambeacutem muito o computador [Leonor]

Por sua vez Anabela que tambeacutem assume ter sido dado destaque agraves TIC na sua

formaccedilatildeo inicial salienta trecircs disciplinas em que tal aconteceu Foi Noacutes tivemos cadeiras

de informaacutetica [Anabela]

168

E salienta Algoritmos e computaccedilatildeo () MGTE tambeacutem tivemos oportunidade

de mas tivemos outra () Ah sim Geometria Geometria pois [Anabela]

Quanto a Joatildeo confirma ter sido dada ecircnfase agraves TIC durante a sua formaccedilatildeo inicial

afirmando contudo que foi muito pouco e realccedila quatro disciplinas

Muito pouco Muito pouco Lembro-me de MGTE depois mais tarde em Geometria () Tambeacutem em Algoritmos e Computaccedilatildeo () E Histoacuteria e Epistemologia das Ciecircncias tambeacutem [Joatildeo]

Sintetizamos no quadro 415 as disciplinas referidas pelos alunos-professores

como tendo contemplado agraves TIC no seu programa

I^V DIMENSAtildeO- LL^ICAgraveBOgraveRES R ENTREcircVISTADOIacuteS

Algoritmos e Computaccedilatildeo Elisa 1 Eduarda Leonor 1 Anabela Joatildeo

DISCIPLINAS QUE CONTEMPLARAM AS T I C

Geometria Elisa j Eduarda Leonor Anabela Joatildeo

DISCIPLINAS QUE CONTEMPLARAM AS T I C Metodologia Geral e Tecnologia Educativa Judite [ Anabela Joatildeo

Epistemologia e Histoacuteria das Ciecircncias Leonor[Joatildeo

1 iacuterobabil idades Leonor

Quadro 415 - Subcategoria Disciplinas que contemplaram as TIC

Para a subcategoria Conteuacutedos contemplados fixaacutemos trecircs dimensotildees de

anaacutelise que satildeo Programas informaacuteticos Importacircncia das TIC e Trabalho com

o retroprojector No que diz respeito aos conteuacutedos disciplinares contemplados os

nossos entrevistados apontam de uma forma geral programas de computador No entanto

nem sempre eacute clara a barreira entre o que foi aprendido numa ou noutra disciplina De

modo que as aprendizagens que os nossos entrevistados salientam constituem os nossos

indicadores sem no entanto os distribuir por disciplinas Tal apenas seraacute notoacuterio no

discurso dos nossos entrevistados Na subcategoria Conteuacutedos contemplados os nossos

169

entrevistados destacam alguns conteuacutedos disciplinares em TIC que foram abordados ao

longo da sua formaccedilatildeo inicial como passaremos a analisar

Assim Elisa refere que nas disciplinas atraacutes mencionadas aprendeu a trabalhar

com programas especiacuteficos de Matemaacutetica que lhe permitem nomeadamente escrever

correctamente sistemas de equaccedilotildees e fi-acccedilotildees e outro programa Matemaacutetico de Geometria

que permite por exemplo desenvolver figuras geomeacutetricas Para aleacutem destes programas

Elisa refere-se ainda ao trabalho com o Excel que lhe permitiu desenvolver as suas bases

como se destaca nas passagens que transcrevemos

[Em] Geometria () desenvolvemos alguns programas matemaacuteticos () Depois al^^ trabalhos tambeacutem nos exigiam a apresentaccedilatildeo e trabalho de computaccedilatildeo () Em Algoritmos e Computaccedilatildeo aprendi a trabalhar com programas quumle nem sequer sabia que tinha no computador e que natildeo tinha activos como o sistema de equaccedilotildees muito importante que era para noacutes fazermos fracccedilotildees e situaccedilotildees que nem sequer sabia que tinha () no computador E que activei muito interessante E que para fazer testes de Matemaacutetica satildeo muito bons porque noacutes com as fracccedilotildees normalmente passamos os nuacutemeros um em cima do outro E depois agrave matildeo colocaacutevamos a barrinha em baixo E outros por exemplo o vezes que colocamos o Xe laacute estaacute tudo [no programa de computador activado] O parecircntesis dentro das fracccedilotildees ou seja foi uma situaccedilatildeo muito interessante [Elisa]

Em relaccedilatildeo ao Excel e ao programa de Geometria Elisa diz o seguinte

No Excel tambeacutem tinha algumas bases mas muito fracas desenvolvemos bastante bem A niacutevel de Geometria tambeacutem natildeo conhecia o programa e acho que eacute uma situaccedilatildeo muito interessante tambeacutem para desenvolver figuras geomeacutetricas muito mais raacutepidas e muito mais faacuteceis de praticar na aula do que eles proacuteprios fazerem com o compasso o que cria por vezes alguma dificuldade e alguma falta de jeito deles que tecircm a tal motricidade pouco desenvolvida e acho que aquele programa foi muito interessante para noacutes que natildeo conheciacuteamos [Elisa]

Por sua vez Judite que apenas se lembrava de uma disciplina da sua formaccedilatildeo

inicial na qual foi dada ecircnfase agraves TIC descreve-nos de que forma isso aconteceu

noacutes falaacutemos um pouco da importacircncia das TIC () vimos as competecircncias que elas desenvolviam () capacidades () que as TIC eram uma mais valia para nossas aulas que iria permitir-nos ter aulas diferentes das tradicionais a que estaacutevamos habituados Tambeacutem no processo de interacccedilatildeo entre o aluno o aluno participava activamente na construccedilatildeo do conhecimento e acho que vimos algumas situaccedilotildees em que poderiacuteamos utilizar essas tecnologias algumas vezes [Judite]

170

Quanto a Eduarda em relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo das TIC nas disciplinas que referiu

destaca a utilizaccedilatildeo de um programa especiacutefico de Matemaacutetica bem como os programas

Word e Excel

em Geometria () foi utilizado () o Sketchpad e a outra que era o quecirc () natildeo bullme lembro que lembro que disciplina era () Trabalhaacutemos no Word e no Excel () E no Sketchpad () na Geometria Trabalhaacutemos a niacutevel matemaacutetico pronto na aacuterea da Matemaacutetica [Eduarda]

Leonor refere que nas disciplinas atraacutes indicadas utilizou vim programa de

Geometria dinacircmica no computador o Geometers Sketchpad o programa para

apresentaccedilotildees Power Point e o programa Excel

Geometria em que utilizaacutemos o Sketchpad () em Epistemologia e Histoacuteria das Ciecircncias em que temos que apresentar trabalhos aacute turma em que utilizamos tambeacutem muito o computador trabalhar muito o Power Point Sim trabalhaacutemos mesmo nos trabalhos que noacutes fomos realizamos utilizaacutemos sempre o computador [Leonor]

Quanto ao programa Excel

eu natildeo sabia muito trabalhar com Excel ainda natildeo natildeo me sentia muito agrave vontade () Com o Excel () foi a Probabilidades Jaacute natildeo me recordo bem Sim que aprendemos [Leonor]

Quando perguntaacutemos a Anabela o que se destacou o que aprendeu nas trecircs

disciplinas da sua formaccedilatildeo inicial que indica nas quais assume ter sido dado destaque agraves

TIC a nossa entrevistada refere apenas que aprendeu a dar uma aula diferente sem entrar

em pormenores O que eacute que aprendi Aprendi por exemplo como se pode dar uma aula

diferente [Anabela]

Na opiniatildeo de Joatildeo para aleacutem do programa de Geometria dinacircmica no computador

o Geometers Sketchpad aprendeu-se muito pouco acerca das TIC e da sua utilizaccedilatildeo Por

outro lado o que lhes foi dado a conhecer jaacute era conhecido de quase todos Assim destaca

aquilo que lhe ficou na retina como nos diz em Geometria trabalhei no Sketchpad [Joatildeo]

171

Quanto ao resto Joatildeo declara que aprendeu mas

Pouca coisa Porque o que foi dado a conhecer jaacute praticamente noacutes todos sabiacuteamos O que me ficou mais na retina e que me lembro melhor foi de MGTE que foi a cadeira () onde falaacutemos mais das tecnologias da informaccedilatildeo [Joatildeo]

Contudo salienta

O que eu me lembro mais era do trabalho com o retroprojector e de dizerem que haacute escolas que nem sempre tecircm dinheiro e conseguem ter os materiais para substituir uma lacircmpada que eacute bom sempre andar com uma lacircmpada dentro da mala e uma chave e tudo mais (risos) Para () garantir sempre () que aquilo natildeo falha [Joatildeo]

No que diz respeito agrave subcategoria Conteuacutedos contemplados organizaacutemos os

indicadores no quadro 416

bull bullbull D DVIEacuteNSOcircES^Iacutebull bull - J ENTREVISTADOS 1

Programa especiacutefico de linguagem Matemaacutetica Elisa

PROGRAMAS INFORMAacuteTICOS

Programa Excel Elisa j Eduarda Leonor

PROGRAMAS INFORMAacuteTICOS Programa de Geometria dinacircmica Geometers

Sketchpad Elisa 1 Eduarda Leonor|Joatildeo

Programa Word Eduarda

Programa Power Point Leonor

Importacircncia das TIO no ensino Judite [ Joatildeo

Dar aulas diferentes Anabela

TRABALHO COM O R E T R O P R O J E C T O R

Trabalho com o retroprojector Joatildeo

Quadro 416 - Subcategoria Conteuacutedos contemplados

Quanto agrave subcategoria Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica estabelecemos d u ^

dimensotildees de anaacutelise Aprender antes de chegar agrave PP e Apoio nas aulas da PP

De forma geral os nossos entrevistados afirmam que as aprendizagens relacionadas

com as TIC foram uacuteteis para aplicarem na sua Praacutetica Pedagoacutegica mencionando alguns

dos aspectos pelos quais consideram importante utilizar as TIC

172

Elisa afirma que as aprendizagens em TIC satildeo uacuteteis pois permitem aprender antes

de chegar agrave Praacutetica Pedagoacutegica Para aleacutem disso refere ainda que no seu caso a utilizaccedilatildeo

nas suas aulas da formaccedilatildeo inicial de um programa de Geometria dinacircmica no computador

o Geometers Sketchpad possibilitou aprender antes da Praacutetica Pedagoacutegica e aplicar este

programa posteriormente com os seus alunos Desta utilizaccedilatildeo Elisa ressalva algumas das

vantagens como eacute notoacuterio nos excertos que transcrevemos

eacute bom tambeacutem noacutes sabermos porque vamos dar aula () eu acho que eacute muito importante () noacutes aprendermos [TIC] antes de chegar agravepraacutetica ()

No caso da Matemaacutetica por exemplo o programa que aprendemos em Geometria nas figuras geomeacutetricas na construccedilatildeo acho que eacute muito mais faacutecil deles desenvolverem no computador e eacute muito mais atractivo uma vez que eles tambeacutem cada vez estatildeo mais ligados ao computador do que chegar a uma aula vamos desenhar que tambeacutem eacute importante mas muito mais faacutecil porque assim eles conseguem apagar voltar novamente a fazer e natildeo cria aquela situaccedilatildeo de atraso de que vamos ter de voltar outra vez apaga outra vez faz novamente ()

No computador cria uma situaccedilatildeo mais raacutepida e acho que eacute muito faacutecil eles proacuteprios gostam mais ateacute se calhar de tj-abalhar no computador do que construir normalmente [Elisa]

Em relaccedilatildeo a Judite o facto de durante a sua formaccedilatildeo inicial ter sido dado

destaque agraves TIC permitiu aprender a dar aulas diferentes das tradicionais designadamente

estrateacutegias novas como nos diz

noacutes o que queremos eacute dar aulas diferentes das tradicionais e entatildeo temos que procurar sempre Muitas vezes recorremos aos apontamentos de cadeiras que tivemos aqui para ver uma estrateacutegia nova como eacute que havemos de introduzir uma motivaccedilatildeo [Judite]

Quanto a Eduarda refere que as aprendizagens relacionadas com as TIC durante a

sua formaccedilatildeo inicial foram um ganho pois ajudaram a estar mais agrave vontade na Praacutetica

Pedagoacutegica Esta ideia eacute evidenciada no seguinte transcrito

Eu acho que nos sensibilizou para estarmos mais agrave vontade com o computador e para ensinar Matemaacutetica () agraves crianccedilas utilizando programas que satildeo uma mais valia [Eduarda]

173

Agrave semelhanccedila de Elisa Leonor explica que a utilizaccedilatildeo durante a formaccedilatildeo inicial

de um programa de Geometria dinacircmica no computador o Geometers Sketchpad

possibilitou aprender e conhecer este programa antes da Praacutetica Pedagoacutegica para

eventualmente poder aplicaacute-lo com os seus alunos como nos diz [Aprendemos] Novos

programas por exemplo em Geometria o Sketchpad em que podemos utilizaacute-lo com as

crianccedilas no 2deg Ciclo com os nossos alunos [Leonor]

Para aleacutem deste programa de computador Leonor refere-se ainda ao Excel

[Aprendemos] em Probabilidades que tambeacutem jaacute utilizei a semana passada [o programa] utilizei com os miuacutedos porque eu natildeo sabia muito trabalhar com Excel ainda natildeo me sentia muito agrave vontade em calcular a Moda a Meacutedia fazer graacuteficos e logo a semana passada como andei a trabalhar com os alunos Estatiacutestica apesar de natildeo fazer parte do programa eles saberem trabalhar com o () Excel Fazer graacuteficos e tabelas conduzi-os agrave sala de informaacutetica e tambeacutem estive a trabalhar com eles a elaboraccedilatildeo de graacuteficos tabelas graacuteficos circulares de barras percentagens () aproveitei para trabalhar com eles no Excel [Leonor]

E termina dizendo aprendemos muito e tambeacutem jaacute trabalhei com eles na aula

[Leonor]

No caso de Anabela que nos disse que durante a sua formaccedilatildeo inicial foi dado

destaque agraves TIC e que aprendeu como se pode dar uma aula diferente explica-nos agora

como eacute que tal se relaciona com a Praacutetica Pedagoacutegica designadamente fazendo uso do

computador por exemplo para investigaccedilatildeo ou na disciplina de Matemaacutetica pois diz-nos

o seguinte

Por exemplo o facto de se pocircr em praacutetica o uso do computador a niacutevel de investigaccedilatildeo ateacute de conhecimento Na parte da Matemaacutetica relacionada com o inqueacuterito depois organizar os dados em graacuteficos etc [Anabela]

Para Joatildeo nas disciplinas da sua formaccedilatildeo inicial que deram ecircnfase agraves TIC para

aleacutem do programa de Matemaacutetica Geometers Sketchpad aprendeu-se muito pouco acerca

174

das TIC e da sua utilizaccedilatildeo Assim revela-nos que essencialmente ficou um

conhecimento praacutetico por exemplo da utilizaccedilatildeo do retroprojector como nos diz em jeito

de gracejo

Sim () o manuseamento do retroprojector aquilo natildeo eacute faacutecil (Risos) Parece que eacute soacute uma maacutequina com uma luz mas natildeo eacute bem assim Aquilo natildeo eacute faacutecil e eacute preciso saber focar e ter o acetato para a frente ou para traacutes para baixo ou para cima e por ai fora [Joatildeo]

E continua Com o Power Point Tambeacutem natildeo eacute soacute chegar ali e ligar Porque

depois tem laacute aquele aparelhozinho () o projector de viacutedeo [Joatildeo]

Resumimos no quadro 417 os indicadores do discurso dos nossos entrevistados

acerca da sua formaccedilatildeo inicial em TIC e sobre qual a sua relaccedilatildeo com a PP

DIMENSOtildeES bullbullV bull EgraveNTOEVISTAacuteDOS

APRENDER AN I ES DE CHEGAR Agrave P P

Permitem aprender antes de chegar agrave praacutetica Elisa

Apoio nas aulas de Matemaacutetica Elisa

A P O I O NAS AULAS DA PP

Ajudam a dar aulas diferentes da tradicionais Judite A P O I O NAS AULAS

DA PP Ajudam a estar mais agrave vontade com as TIC na PP Eduarda

Possibilidade de utilizar programas de computador com os alunos de 2 Ciclo Elisa 1 Leonor

Permitem pocircr em praacutetica o uso do computador Anabela

Permitem realizar actividades de investigaccedilatildeo Anabela

Conhecimento praacutetico Joatildeo

Quadro 417 - Subcategoria Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica

Siacutentese da Categoria Destaque das TIC na formaccedilatildeo inicial

No que diz respeito a esta categoria os alunos-professores referem na subcategoria

Disciplinas que contemplaram as TIC cinco disciplinas nas quais afirmam que foi

dado destaque agraves TIC Contudo importa salientar que nem todos os entrevistados fazem

175

menccedilatildeo agraves cinco disciplinas embora pertencessem todos eles agrave mesma turma Assim

apenas duas das disciplinas foram apontadas por todos os entrevistados como tendo dado

destaque agraves TIC a saber Algoritmos e Computaccedilatildeo e Geometria Trecircs dos alunos-

professores referem ainda a disciplina de MGTE (Metodologia Geral e Tecnologia

Educativa)

Quanto aos Conteuacutedos contemplados subcategoria da mesma categoria os

entrevistados mencionam principalmente programas informaacuteticos com destaque para o

programa de Geometria dinacircmica no computador o Geometeis Sketchpad da disciplina

Geometria e para o programa Excel fazendo ainda referecircncia aos programas Word Power

Point e a outro programa especiacutefico de linguagem matemaacutetica

Para aleacutem dos programas informaacuteticos trecircs alunos-professores fazem menccedilatildeo ao

conteuacutedo de uma das disciplinas referidas cujo destaque foi abordar a importacircncia das

TIC ainda que apenas na teoria

No que diz respeito agrave Relaccedilatildeo com a PP subcategoria ainda da mesma

categoria os sujeitos do nosso estudo afirmam tendencialmente que as aprendizagens

relacionadas com as TIC foram uacuteteis para aplicarem na sua PP fazendo referecircncia a alguns

dos aspectos pelos quais consideram importante utilizar as TIC Assim justificam a

importacircncia desse apoio com a possibilidade de utilizar programas informaacuteticos com os

seus alunos de 2reg Ciclo ou com o facto de estarem mais agrave vontade com as TIC na sua PP

entre outros aspectos

CATEGORIA VALOR ATRIBUIacuteDO Agrave FORMACcedilAtildeO EM T I C

No que diz respeito a esta categoria e subcategoria (com a mesma designaccedilatildeo) a

anaacutelise dos dados permitiu-nos organizar os indicadores em duas dimensotildees de anaacutelise

Insatisfaccedilatildeo e Satisfaccedilatildeo

176

Assim os nossos entrevistados foram unacircnimes nas suas respostas Eacute perceptiacutevel

no discurso de cada um dos alunos-professores que na sua opiniatildeo a formaccedilatildeo iniciai no

acircmbito das TIC foi pouco explorada No entanto todos eles satildeo tambeacutem contidos nas

palavras usando eufemismos e chegando alguns deles a uma quase contradiccedilatildeo

Assim na opiniatildeo de Elisa poderiam ter aprendido mais no acircmbito das TfC ou

mesmo ter desenvolvido outros programas

Por exemplo haacute programas que provavelmente noacutes poderiacuteamos ter aprendido mais () Tratamento de imagens que aprendi posteriormente agora com outros colegas de outras escolas penso que podiacuteamos desenvolver uma vez que noacutes tambeacutem trabalhamos muito imagens e para testes e para fichas e mesmo para apresentaccedilotildees programas de tratamento de imagens e situaccedilotildees era interessante Mesmo a exploraccedilatildeo de outros programas de computador era engraccedilado noacutes desenvolvermos [Elisa]

Contudo na tentativa de ser comedida quase se contradiz no seu discurso

Mesmo assim penso que jaacute na nossa aacuterea jaacute eacute muito bom as disciplinas que tivemos Mas penso que podiacuteamos desenvolver outros programas ah na aacuterea de computador [Elisa]

Quanto a Judite eacute de opiniatildeo que cada aluno deve construir a sua proacutepria formaccedilatildeo

no sentido de procurar saber e procurar conhecer

acho que noacutes eacute que temos que construir a nossa proacutepria formaccedilatildeo eu acho que se noacutes natildeo procurarmos natildeo encontramos Se quisermos saber mais de uma coisa temos que procurar saber e procurar conhecer () Isso cabe a cada um Se eles se ficam soacute por aqui agora haacute outros que natildeo que vatildeo mais aleacutem que tentam saber outras coisas aprender a funcionar com mais estrateacutegias [Judite]

Tal como Elisa Eduarda tambeacutem eacute de opiniatildeo que poderiam ter aprendido mais no

acircmbito das TIC como nos confessa eu jaacute sabia coisas de computadores jaacute sabia eu

Claro havia outras que ainda natildeo que aprendi aqui mas acho que poderia ser um

bocadinho mais [Eduarda]

177

Contudo tal como os outros entrevistados Eduarda eacute moderada no seu discurso

Mas tambeacutem noacutes eacute Matemaacutetica e Ciecircncias tambeacutem natildeo eacute preciso mais Eu acho que

natildeo eacute preciso mais do que noacutes aprendemos Acho que aquilo chega [Eduarda]

Parecendo no entanto muito pouco convicta desta afirmaccedilatildeo realccedila a ideia de

poderiam ter aprendido mais como nos diz mas pronto poderia ser um bocadinho mais

jaacute que eu gosto de informaacutetica (risos) gosto de saber sempre mais coisas [Eduarda]

Em relaccedilatildeo a Leonor quando lhe perguntaacutemos qual a sua opiniatildeo acerca da sua

formaccedilatildeo inicial em TIC esta respondeu-nos com alguma diplomacia dizendo-nos que

ainda natildeo precisou de pedir auxiacutelio a ningueacutem em relaccedilatildeo agraves TIC que ihe era suficiente o

que sabia tal como evidencia o seguinte excerto

Depende de muitas coisas pelo menos ateacute agora que eu precisei de fazer nas aulas foi o que eu sabia Ainda natildeo precisei de ir pedir a algueacutem que me ensinasse ateacute agora ainda natildeo precisei Porque as coisas que trabalhei com os alunos ateacute agora foram coisas que eu sabia Por isso Mas foi aprendi muitas coisas na escola [Leonor]

Natildeo sendo muito convincente naacutes palavras Anabela eacute de opiniatildeo que a sua

formaccedilatildeo inicial em TIC foi suficiente pois diz-nos que teve duas cadeiras deste acircmbito

No entanto esta resposta eacute contraditoacuteria pois na subcategoria ^Disciplinas da categoria

Aspectos de destaque das TIC na formaccedilatildeo inicial Anabela havia referido trecircs

disciplinas Entatildeo diz-nos

Penso que sim acho que sim que foi suficiente ainda tivemos 2 cadeiras

[Anabela]

No que diz respeito a Joatildeo o nosso entrevistado agrave semelhanccedila dos restantes afirma

que a sua formaccedilatildeo iniciai em TIC foi suficiente Poreacutem faz uma salvaguarda referindo

que foi suficiente para o momento do final do curso em que diz natildeo sentir necessidade de

178

conhecer outros conteuacutedos que gostasse de ter trabalhado acabando por considerar que a

referida formaccedilatildeo foi pouco explorada

Quer dizer agora se calhar acho que foi suficiente porque natildeo me foi dado a conhecer mais nada Por isso penso que eacute suficiente Digo eu Porque eu agora natildeo estou a ver natildeo me estou a lembrar de mais nada que diga assim gostava mesmo de ter aprendido a trabalhar nisto ou naquilo para conseguir fazer isto ou aquilo que eu vi ali ou que eu vi na televisatildeo [Joatildeo]

Contudo refere

Apesar de eu achar que foi uma coisa que foi pouco explorada penso que foi pouco explorada mas ao mesmo tempo penso que foi suficiente Porque natildeo estou a ver onde eacute que possa utilizar mais nada [Joatildeo]

O quadro 418 organiza os indicadores das ideias dos nossos entrevistados acerca

do valor atribuiacutedo agrave sua formaccedilatildeo inicial em TIC

bull V - INDICcedilADOMS 1 E M ^ Y I S T A D O S f

Poderiacuteamos ter aprendido mais Elisa 1 Eduarda

INSATISFACcedilAtildeO - bull

Podiacuteamos ter desenvolvido outros programas Elisa

A formaccedilatildeo em TIC foi pouco explorada Joatildeo 1

SATISFACcedilAtildeO

Noacutes eacute que temos que construir a nossa proacutepria formaccedilatildeo 1 Judite

SATISFACcedilAtildeO Ainda natildeo precisei de pedir a ningueacutem que me ensinasse j Leonor

Acho que foi suficiente j Anabela [ Joatildeo

Quadro 418 - Subcategoria Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC

Siacutentese da Categoria Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC

Em relaccedilatildeo a esta categoria os nossos entrevistados foram unacircnimes embora tendo

dado respostas um pouco diferentes Eacute perceptiacutevel no discurso de cada um dos alunos-

professores que na sua opiniatildeo a formaccedilatildeo inicial no acircmbito das TIC foi pouco explorada

No entanto todos eles satildeo tambeacutem contidos nas palavras usando eufemismos e chegando

alguns deles a uma quase contradiccedilatildeo

179

Assim os alimos-professores respondem tendencialmente que a sua formaccedilatildeo em

TIC foi suficiente e como tal estatildeo satisfeitos Contudo trecircs dos nossos entrevistados

deixam passar a ideia de que podiam ter aprendido mais no acircmbito das TIC expressando a

sua insatisfaccedilatildeo pois como afirma a formaccedilatildeo em TIC foi pouco explorada (Joatildeo)

Destacamos ainda outra afirmaccedilatildeo noacutes eacute que temos que construir () a nossa

proacutepria formaccedilatildeo () temos que procurar saber e procurar conhecer (Judite) A este

propoacutesito Praia (1998 p l61) pronuncia-se deste modo os professores tecircm que assumir-se

como produtores da e na sua proacutepria profissatildeo

Na nossa opiniatildeo os alunos adquirem na escola de formaccedilatildeo inicial imia

preparaccedilatildeo baacutesica no acircmbito das TIC que proporciona ao professor conhecimento do

modo de usar estas novas tecnologias e promover a confianccedila na relaccedilatildeo com elas (Ponte

1998 p l71) Tal como defendem Ponte e Serrazina (1998 p10-11) seria um erro querer

fazer de todo o novo professor um especialista em novas tecnologias ( ) a

responsabilidade da formaccedilatildeo inicial eacute proporcionar as bases para o desempenho da sua

actividade profissional Assim partilhamos com Ponte e Serrazina (1998) a opiniatildeo de

que o professor deveraacute procurar uma actualizaccedilatildeo de conhecimentos e competecircncias

ultrapassando assim as dificuldades que possam surgir

CATEGORIA POTENCIALIDADES RECONHECIDAS AgraveS T I C

Em relaccedilatildeo a esta categoria e subcategoria (com o mesmo nome) a anaacutelise dos

dados permitiu-nos agrupar os indicadores nas seguintes dimensotildees de anaacutelise As TIC

como um recurso no ensino Motivaccedilatildeo e ludicidade e Utilizaccedilatildeo das TIC por

todos os alunos

Elisa que defende que eacute cada vez mais importante utilizar as TIC no ensino aponta

essencialmente quatro motivos para o justificar e que se relacionam com o facto de na sua

180

opiniatildeo os alunos estarem cada vez mais relacionados com as TIC cuja utilizaccedilatildeo lhes

permite diversatildeo e com o facto de as TIC promoverem uma renovaccedilatildeo da educaccedilatildeo isto eacute

aulas diferentes que motivam os alunos como se percepciona no seu discurso

Cada vez mais exactamente porque os alunos tambeacutem cada vez mais estatildeo interligados com o computador e aquela maquininha para eles eacute tudo Porque eles divertem-se imenso com ele [Elisa]

E acrescenta

E eu acho que tambeacutem haacute que criar uma renovaccedilatildeo na educaccedilatildeo natildeo soacute o tiacutepico caderno diaacuterio e livro mas criar situaccedilotildees diferentes e aulas diferentes que eu acho que para eles eacute muito motivador e cria uma aprendizagem diferente Por isso as TIC satildeo muito importantes E cada vez mais eles estatildeo interligados a elas [Elisa]

Na opiniatildeo de Judite que tambeacutem defende que eacute importante utilizar as TIC no

ensino os alunos ficam logo agrave partida mais motivados Esta ideia eacute evidenciada no

seguinte transcrito

Hmm acho que sim porque eles agrave partida ficam logo motivados Por exemplo no caso dos computadores eles adoram aquilo Para eles o computador eacute tudo e eles passam muito tempo nos computadores a jogar e na Internet e se noacutes utilizarmos o computador na sala de aula acho que eles estatildeo muito mais motivados fazem coisas diferentes que natildeo fazem em casa [Judite]

Eduarda tal como os restantes entrevistados tambeacutem eacute de opiniatildeo que eacute importante

utilizar as TIC no ensino Esta aluna-professora considera que os alunos gostam de utilizar

o computador e como tal prestam mais atenccedilatildeo agrave mateacuteria concluindo que utilizar o

computador eacute uma boa forma de ensinar como eacute notoacuterio no excerto que transcrevemos

Porque agora nestes dias utiliza-se muito o computador e as crianccedilas agora tambeacutem jaacute vatildeo por elas agrave Internet pesquisar coisas utilizar programas e entatildeo aleacutem delas gostarem e ateacute prestam atenccedilatildeo ao que se estaacute a dar aleacutem delas mexerem e no computador e parecerem que estatildeo que natildeo estatildeo com atenccedilatildeo estatildeo com atenccedilatildeo Elas estatildeo com atenccedilatildeo e elas aprendem [Eduarda]

181

Pelo que conclui E acho que sim acho que eacute uma boa forma de ensinar com o

computador [Eduarda]

Quanto a Leonor justifica a sua ideia de que eacute importante utilizar as TIC no ensino

pelo facto de estas se poderem utilizar como motivaccedilatildeo por exemplo ou mesmo para

esclarecer duacutevidas oacuteu trabalhar determinados temas como percebemos nas suas palavras

penso que noacutes podemos aproveitar ateacute duacutevidas que eles tragam para a sala de aula e conduzi-los agrave sala de informaacutetica () podemos aproveitar sempre como motivaccedilatildeo para esclarecer duacutevidas () natildeo soacute como motivaccedilatildeo mas para esclarecer duacutevidas para trabalhar temas unidades diferentes eacute sempre bom [Leonor]

Apesar de considerar que se podem utilizar as TIC para diferentes finalidades

Leonor adverte para o seguinte

natildeo podemos soacute noacutes sabemos que logo a Internet tem imensa informaccedilatildeo e tambeacutem sabemos que os nossos alunos utilizam muito a Internet e () muitas das vezes tecircm dificuldade em seleccionar a informaccedilatildeo [Leonor]

Por sua vez Anabela considera que utilizar as TIC no ensino eacute uma forma diferente

de dar uma aula como se destaca no seguinte excerto

E outra forma diferente de dar uma aula Sair do ambiente normal de sala de aula e ir para outro ambiente que eacute diferente onde haacute computadores eacute importante [Anabela]

Para aleacutem desta ideia Anabela realccedila que o facto de se utilizar o computador no

ensino permite que alunos que natildeo tenham computador em casa possam desta forma

utilizar este recurso

Tambeacutem () apesar de hoje em dia eles jaacute terem acesso aos computadores agrave Internet ateacute jaacute saberem agraves vezes muito mais que noacutes () acerca de vaacuterios assuntos mas haacute crianccedilas que nem sempre tecircm a relaccedilatildeo ou podem ter oportunidade de ter um computador Eu acho que eacute positivo tambeacutem por essa parte [Anabela]

182

Na opiniatildeo do nosso entrevistado Joatildeo a tecnologia eacute nota dominante da

actualidade por isso eacute cada vez mais importante utilizar as TIC no ensino como eacute notoacuterio

nos excertos que transcrevemos Acho que cada vez mais eacute importante [utilizar as TIC no

ensino] Porque hoje em dia praticamente tudo funcionamos soacute agrave base de tecnologias

mais nada [Joatildeo]

E prevecirc que no futuro seja assim Eu acho que daqui por uns anos quando o

governo tiver dinheiro cada aluno vai ter um computador na secretaacuteria e vai trabalhar eacute a

partir do computador [Joatildeo]

O quadro 419 apresenta em siacutentese as principais potencialidades reconhecidas agraves

TIC pelos alunos-professores

I j f ^ - D I M E N S Otilde E S - bull bull f - ^ i ^ y - i c i i i INDICADORES I EMR^visTAtildeDoacutes

As TIC podem ser utilizadas para esclarecer duacutevidas Leonor

As TIC podem ser utilizadas para abordar temas Leonor

1 A s T I C COMO UM As TIC proporcionam aulas diferentes Elisa 1 Anabela

RECURSO NO ENSINO Os alunos estatildeo cada vez mais ligados ao computador Elisa 1

As TIC promovem uma renovaccedilatildeo na educaccedilatildeo j Elisa 1

Utilizar 0 computador eacute uma boa forma de ensinar 1 Eduarda

Hoje em dia tudo funciona agrave base de tecnologias | Joatildeo

As TIC motivam os alunos j Elisa 1 Judite Leonor

M O T I V A Ccedil Atilde O E Os alunos gostam de utilizar o computador j Eduarda

LUDICROADE Os alunos prestam mais atenccedilatildeo agrave mateacuteria ao utilizar o 1 computador j Eduarda

Os alunos divertem-se ao utilizar o computador Elisa

UTILIZACcedilAtildeO DAS T I C POR TODOS OS ALUNOS

Utilizar 0 computador no ensino permite que as j crianccedilas que natildeo teacutem computador o utilizem | Anabela

Quadro 419 - Subcategoria Potencialidades reconhecidas agraves TIC

183

Siacutentese da Ca tegor i a Potencial idades reconhecidas agraves T I C

De acordo com a anaacutelise dos dados em relaccedilatildeo a esta categoria os alunos-

professores concordam que eacute importante utilizar as TIC no ensino Quanto agraves justificaccedilotildees

de tal opiniatildeo dividem-se Tendencialmente as TIC satildeo apontadas como ura recurso no

ensino proporcionam aulas diferentes podendo ser utilizadas para abordar temas ou

esclarecer duacutevidas Os alunos-professores entendem ainda a utilizaccedilatildeo das TIC como um

recurso no ensino considerando que as TIC promovem uma renovaccedilatildeo na educaccedilatildeo

constituindo a utilizaccedilatildeo do computador uma boa forma de ensinar

Para aleacutem deste aspecto os sujeitos intervenientes nonosso estudo consideram que

as TIC motivam os alunos chegando mesmo uma das entrevistadas a defender que alunos

prestam mais atenccedilatildeo agrave mateacuteria se utilizarem o computador

Satildeo vaacuterios os autores que advogam que o uso das TIC no ensino em particular no

ensino das Ciecircncias podem motivar alunos e professores e ajudar na aprendizagem De

acordo com Praia (1998) a utilizaccedilatildeo de TIC em particular da Internet no acircmbito das

Ciecircncias fomenta a curiosidade motiva para o estudo entre outras vantagens apontadas

por este autor No entanto tal como nos diz devemos entender a utilizaccedilatildeo das TIC como

um recurso didaacutectico complementar e suplementar de outros recursos mais tradicionais

(Praia 1998p l66)

De uma forma geral eacute hoje consensual que a utilizaccedilatildeo das TIC permite tirar

proveito de determinadas ferramentas na sala de aula Contudo e este eacute um ponto central

da nossa investigaccedilatildeo natildeo podemos cair em extremismos ou tecnicismos

CATEGORIA RECURSO AgraveS T I C NA PRAacuteTICA PEDAGOacuteGICA

Em relaccedilatildeo a esta categoria estabelecemos duas subcategorias designadamente

Acesso agraves T I C e Exemplos de utilizaccedilatildeo das T I C

184

Para a subcategoria Acesso agraves T IC distribuiacutemos os indicadores por duas

dimensotildees de anaacutelise nomeadamente Faacuteci l acesso e Difiacutecil acesso

Nesta subcategoria os alunos-professores referiram-se ao acesso agraves TIC que lhes eacute

permitido nas suas escolas de Praacutetica Pedagoacutegica Os nossos entrevistados reportam-se ao

uso do computador e de salas de informaacutetica A maioria tem acesso sem muitas restriccedilotildees

a uma sala de informaacutetica com computadores e ligaccedilatildeo agrave Internet Por outro lado duas

alunas-professoras descrevem este acesso como dificultado por exemplo com passwords

Assim na escola de Elisa eacute faacutecil aceder agraves salas de informaacutetica que satildeo duas como

nos diz Sim Noacutes temos duas salas de informaacutetica temos uma sala de computadores soacute

para professores e haacute alguma facilidade em que os alunos acedam [Elisa]

Tendo realizado Praacutetica Pedagoacutegica numa escola que privilegia o acesso agraves TIC

Elisa refere que os seus alunos tinham uma aula suplementar de apoio a Matemaacutetica

intercalada com uma aula de informaacutetica como se destaca no seguinte excerto

noacutes temos uma meia hora metade da turma que todas as semanas de 15 em 15 dias tem uma aula de informaacutetica e a outra metade tem uma aula de Matemaacutetica que eacute uma aula que serve de apoio ou seja eles tecircm praticamente 5 horas de Matemaacutetica por norma soacute deveriam ter 4 Entatildeo eles fizeram metade dos alunos tem Matemaacutetica () uma aula de apoio e a outra metade tem uma aula de informaacutetica ou seja eles estatildeo a criar algum desenvolvimento na aacuterea da informaacutetica [Elisa]

A par deste uso fomentado das TIC na sua escola de Praacutetica Pedagoacutegica Elisa

acrescenta que eacute necessaacuterio criar regras de trabalho aos alunos

os alunos cada vez mais cedo [usam as TIC] tambeacutem aprendem em casa soacute que por vezes eu acho que eacute necessaacuterio dar-lhes algumas regras tambeacutem de como trabalhar [Elisa]

Reforccedilando de certa forma a tendecircncia para valorizar o uso das TIC naquela

escola e a sua proacutepria ideia Elisa diz o seguinte por isso eacute cada vez mais importante

trabalhar nas TIC [Elisa]

185

Quanto a Judite tem uma experiecircncia completamente diferente de Elisa no que diz

respeito ao acesso agraves TIC na sua escola de Praacutetica Pedagoacutegica constituindo o acesso agrave sala

de informaacutetica uma verdadeira burocracia segundo nos diz

Muito mau [ograve acesso agraves TIC] () tecircm passwords em todos os computadores depois se noacutes queremos ir ao computador os nossos professores datildeo-nos a password e agraves vezes as passwords deles natildeo entram ou entatildeo se entram natildeo tecircm Internet ou () agraves vezes desaparecem peccedilas dos computadores noacutes vamos com eles aos computadores e eles natildeo tecircm peccedilas () Mas ateacute temos uma sala de informaacutetica boa relativamente porque temos ADSL nos computadores soacute que depois o acesso eacute sempre uma burocracia [Judite]

Eduarda que realizou Praacutetica Pedagoacutegica na mesma escola que Judite tambeacutem

refere que as condiccedilotildees para o acesso agraves TIC natildeo satildeo as melhores No entanto diz-nos em

jeito de gracejo

Acho que haacute escolas piores (risos) Tecircm acesso agrave Internet na biblioteca e na sala dos computadores Os computadores na sala dos computadores () Podiam estar um bocadinho mais em condiccedilotildees portanto natildeo estarem tatildeo estragados [Eduarda]

Leonor que foi colega de Praacutetica Pedagoacutegica de Judite na mesma escola reforccedila a

dificuldade de acesso agrave sala de informaacutetica mas no que diz respeito agrave incompatibilidade de

horaacuterios entre o horaacuterio dos alunos e a disponibilidade da sala de informaacutetica pelo facto de

ser apenas uma sala de informaacutetica para muitas turmas Assim a soluccedilatildeo seguindo nos diz

eacute planificar as aulas com antecedecircncia

uma sala de informaacutetica para n turmas satildeo muitas turmas e eacute sempre complicado arranjar um espaccedilo compatiacutevel com o horaacuterio deles na sala de informaacutetica mas vai-se arranjando Ateacute agora como planeio sempre as aulas planifico as aulas com antecedecircncia sei () quando eacute que () pretendo levar os alunos agrave sala de informaacutetica e requisito sempre a sala com antecedecircncia por isso ateacute agora ainda natildeo tive assim muitas dificuldades [Leonor]

Segundo nos diz Anabela na sua escola de Praacutetica Pedagoacutegica o acesso agraves TIC eacute o

desejaacutevel apesar de nunca ter utilizado a sala de informaacutetica Tenho [acesso agraves TlCj Sim

eacute o desejaacutevel apesar de nunca ter posto em praacutetica [Anabela]

186

Tambeacutem Joatildeo refere que na sua escola de Praacutetica Pedagoacutegica o acesso agraves TIC eacute

facilitado como nos diz Tenho por acaso facilidade E faacutecil o acesso [Joatildeo]

Resumimos no quadro 420 os indicadores para a subcategoria Acesso agraves TIC

DIMENSOtildeES - INDICADORES ] ENTREVISTADOS

Temos duas salas de informaacutetica Elisa

F Aacute C I L ACESSO

Haacute alguma facilidade em que os alunos acedam 1 Elisa

F Aacute C I L ACESSO

Temos o acesso desejaacutevel 1 Anabela

Temos facilidade de acesso j Anabela Joatildeo

Existe apenas uma sala de informaacutetica para muitas turmas 1 Leonor

D I F Iacute C I L ACESSO 0 acesso eacute sempre uma burocracia 1 Judite

Acho que haacute escolas piores j Eduarda

Quadro 420 - Subcategoria Acesso agraves TIC

Em relaccedilatildeo agrave subcategoria Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC emergiram da

anaacutelise dos dados duas dimensotildees da anaacutelise designadamente Recurso a programas

informaacuteticos e Aulas sem recurso agraves TIC

Perguntaacutemos aos nossos entrevistados acerca da utilizaccedilatildeo que fazem ou natildeo das

TIC nas suas aulas na PP Nos casos afirmativos pedimos aos alunos-professores que nos

dessem exemplos dessas aulas Dado que na nossa pergunta natildeo nos restringimos agrave

disciplina de Ciecircncias da Natureza os nossos entrevistados fizeram tambeacutem referecircncia agrave

disciplina de Matemaacutetica uma vez que tal como jaacute referimos os nossos sujeitos satildeo

alunos em PP da variante de Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza

Elisa referiu que utiliza as TIC nas suas aulas na PP Contudo acrescentou que

regra geral essa utilizaccedilatildeo eacute feita apenas por ela enquanto professora e natildeo pelos seus

alunos Como exemplos indicou-nos que tem feito apresentaccedilotildees em Power Point e pedido

187

aos seus alunos para efectuarem pesquisas na Internet embora j aacute natildeo na aula Os excertos

que transcrevemos ilustram estes exemplos

ateacute agora tenho sido eu a utilizar e natildeo eles a mexerem ou seja noacutes levamos o trabalho para apresentar e eacute apresentado Ainda natildeo tivemos uma aula em que sejam eles a trabalhar nas TIC ()

Apresentaccedilotildees de Power Point e pouco mais temos feito a niacutevel de TIC Temos pedido tambeacutem para eles pesquisarem temas na Internet mas natildeo dentro da aula ou seja noacutes damos-lhe o tema e eles pesquisam [Elisa]

Tambeacutem Judite nos diz que utiliza nas suas aulas na PP o projector de viacutedeo para as

apresentaccedilotildees em Power Point e daacute-nos dois exemplos concretos uma aula de Matemaacutetica

e uma aula de Ciecircncias da Natureza

A aula de amanhatilde [de Matemaacutetica] vai ser trabalho numa folha de caacutelculo do Excel sobre dados estatiacutesticos organizaccedilatildeo de dados estatiacutesticos Eles vatildeo construir uma tabela no Excel fazer graacuteficos vaacuterios tipos de graacuteficos vatildeo analisar esse tipo de graacuteficos porque eles natildeo gostam nada de os desenhar agrave matildeo eles acham aquilo uma seca [Judite]

Quanto a aula de Ciecircncias da Natureza Judite exemplifica

Utilizo muito o projector de viacutedeo eu vou dar um exemplo () Fizemos uma apresentaccedilatildeo de Power Point () sobre a alimentaccedilatildeo em que explicaacutevamos por exemplo o que eram os nutrientes depois temos sempre imagens alusivas ao tema que estamos a tratar e eles estatildeo sempre entusiasmados para isso [Judite]

Quanto a Eduarda agrave semelhanccedila das duas entrevistas que j aacute referimos para esta

subcategoria tambeacutem nos descreveu duas aulas uma de Matemaacutetica e uma outra de

Ciecircncias da Natureza em que utilizou as TIC nomeadamente em apresentaccedilotildees Power

Point que incluiacuteam dois jogos E conta-nos em que consistiram essas aulas agraves vezes sim

[utilizo as TIC nas aulas na PP] () Jaacute fiz duas aulas nos computadores () em

Matemaacutetica e em Ciecircncias [Eduarda]

E a aula de Matemaacutetica foi assim

Em Matemaacutetica era um jogo em que eles tinham de responder correctamente agraves perguntas que lhes eram apresentadas Eram perguntas de escolha muacuteltipla e

188

entatildeo eles clicavam na resposta que eles achavam que estava correcta e entatildeo ai ou apresentava que estava errado ou entatildeo que estava certo E entatildeo se estava certo avanccedilava para a proacutexima Se estivesse errado voltava agrave mesma e teria que acertar Depois no final de terem respondido chegavam aos 100 pontos porque eles estavam por niacuteveis e entatildeo ao passar o niacutevel ficavam com pontos Ao chegar aos 100 pontos tinham uma recompensa que era um joguito (Risos) () Eles gostaram muito e entatildeo perguntaram Ah e quando eacute que haacute mais Noacutes gostamos disto [Eduarda] Quanto agrave aula de Ciecircncias da Natureza conta-nos o seguinte

a Ciecircncias ()fi)i para ensinar a respiraccedilatildeo dos peixes () Fui eu que fiz tanto o outro jogo como este () Entatildeo apresentava na paacutegina foi no Power Point fi^i o 1deg diapositivo que tinha vaacuterias escolhas como eacute que era constituiacutedo o sistema respiratoacuterio dos peixes como eacute que se dava a hematose branquial e curiosidades e era outra coisa que tambeacutem jaacute natildeo me lembro E entatildeo eles clicavam nas vaacuterias zonas Eles iam agrave constituiccedilatildeo do sistema respiratoacuterio viam como eacute que era aquilo tudo depois voltavam agrave paacutegina inicial Depois iam agraves outras escolhas pronto Depois no final tinham uma ficha em que no final natildeo tinha-lhes dado jaacute no iniacutecio tambeacutem em que eles iam escrevendo as respostas e no fim das respostas escreviam () Foram as duas bem sucedidas Eles gostaram e aprenderam [Eduarda]

E acrescenta Utilizei as imagens dos livros e de Internet mas fui eu que fiz tanto

jogo como o outro Em Power Point os dois [Eduarda]

Em relaccedilatildeo agrave nossa entrevistada Leonor contou-nos que utiliza as TIC nas suas

aulas na PP sobretudo nas de Matemaacutetica Em relaccedilatildeo agraves Ciecircncias referiu que uma vez

que o conteuacutedo que estaacute a abordar eacute a circulaccedilatildeo natildeo precisou de utilizar as TIC tal como

nos diz Matemaacutetica e Ciecircncias utilizo sempre [as TlCj Como jaacute disse () a trabalhar

Estatiacutestica eacute sobretudo a Matemaacutetica que tenho trabalhado com eles [em TlCj [Leonor]

Quanto agraves Ciecircncias da Natureza refere Como andamos a dar agora a circulaccedilatildeo

() natildeo precisei dos laacute levar [Leonor]

A aluna-professora Anabela disse-nos a propoacutesito das utilizaccedilatildeo das TIC nas suas

aulas na PP que nunca foi para a sala de informaacutetica com os seus alunos Sim eacute o

189

desejaacutevel [o acesso agraves TIC] apesar de nunca ter posto em praacutetica nunca ter ido para a

sala de informaacutetica [Anabela]

Quanto ao nosso entrevistado Joatildeo contou-nos tambeacutem a este propoacutesito que

utilizou poucas vezes as TIC nas suas aulas na PP mas referiu tambeacutem que fez

apresentaccedilotildees Power Point como podemos ler no seguinte excerto Utilizei poucas vezes

[as TIC nas aulas na PP] Poucas vezes Utilizei o Power Point para mostrar () um

jogo salvo erro [Joatildeo]

O quadro 421 organiza os exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC referidos pelos nossos

entrevistados

1 F Iacute Egrave N T R E Y I ^ Atilde D O I ^

R E C U R S O A P R O G R A M A S Temos feito apresentaccedilotildees em Power Point j Elisa 1 Judite

1 Eduarda | Joatildeo INFORMAacuteTICOS B Tenho trabalhado a Estatiacutestica (no Excel) nas aulas

1 de Matemaacutetica 1 Leonor

AULAS S E M RECURSO AgraveS T I C

1 Nunca utilizei a sala de informaacutetica 1 Anabela

Quadro 421 - Subcategoria Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC

Siacutentese da Categoria Recurso agraves TIC na Praacutetica Pedagoacutegica

A partir da anaacutelise dos dados da subcategoria Acesso agraves TIC pertencente a esta

categoria podemos inferir que trecircs das entrevistadas tecircm na escola onde realizam a PP

um acesso agrave sala de informaacutetica com algumas restriccedilotildees Assim duas alunas-professoras

descrevem este acesso como dificultado por exemplo pela existecircncia de passwords de

que natildeo dispotildeem ou por existecircncia de equipamento danificado De referir o facto de que

duas entrevistadas (Judite e Leonor) satildeo colegas de grupo de PP na mesma escola e para

aleacutem delas tambeacutem outra (Eduarda) que realizou PP na mesma escola se referiu a este

acesso agrave sala de informaacutetica como natildeo sendo dos melhores

190

Em relaccedilatildeo aos restantes trecircs alunos-professores este acesso agrave sala de informaacutetica

acontece praticamente sem muitas restriccedilotildees tendo agrave disposiccedilatildeo computadores e ligaccedilatildeo agrave

Internet

Quanto agrave subcategoria Exemplos de uti l izaccedilatildeo das T I C da mesma categoria

pedimos aos alunos participantes neste estudo que se pronunciassem acerca da utilizaccedilatildeo

que fazem ou natildeo das TIC nas suas aulas na PP Nos casos em que utilizam pedimos aos

alunos-professores que nos dessem exemplos dessas aulas Dado que na nossa pergunta

natildeo nos restringimos agrave disciplina de Ciecircncias da Natureza os nossos entrevistados fizeram

tambeacutem alguma menccedilatildeo agrave disciplina de Matemaacutetica uma vez que tal como jaacute referimos

os nossos sujeitos satildeo alunos em PP da variante de Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza

Dos exemplos apontados pelos entrevistados do uso das TIC nas suas aulas da PP

quase todos fazem referecircncia ao recurso a programas informaacuteticos em particular ao

programa Power Point especiacutefico para apresentaccedilotildees e ao uso do necessaacuterio projector

Apenas uma das nossas entrevistadas afirma nunca ter feito uso das TIacuteC nas suas aulas da

PP

191

425 - Articulaccedilatildeo entre o TE e as TIC

CATEGORIA REALIZACcedilAtildeO DE T E COM RECURSO AgraveS T I C

Para esta categoria definimos duas subcategorias a saber Exemplos de TIC

como um recurso para o TE e Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de T E com recurso agraves

TIC Tal como na subcategoria Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC da categoria anterior

e como natildeo limitaacutemos a nossa pergunta agrave disciplina de Ciecircncias da Natureza os nossos

entrevistados fizeram tambeacutem menccedilatildeo agrave disciplina de Matemaacutetica uma vez que tal como

jaacute referimos os nossos sujeitos satildeo alunos em PP da variante de Matemaacutetica e Ciecircncias da

Natureza e desenvolvem a sua PP nas duas disciplinas

Assim no que diz respeito agrave subcategoria Exemplos de TIC como um recurso

para o TE os alunos-professores indicam diversos exemplos de como podem tirar

partido das TIC no TE pelo que constituiacutemos seis dimensotildees de anaacutelise a saber

Programas informaacuteticos Internef Viacutedeos ^Flexcam Sensores ligados ao

computador e Projector de Slides

A nossa entrevistada Elisa que se refere a Matemaacutetica e a Ciecircncias da Natureza daacute

como exemplo para a segimda disciplina o projector ligado ao computador

temos o projector ligado ao computador podemos projectar na parede e colocar agrave disposiccedilatildeo de todos os alunos e explicar a todos () por exemplo nas apresentaccedilotildees [Elisa]

Judite daacute-nos como exemplos de TIC como um recurso para o TE a utilizaccedilatildeo de

sites na Internet que permitem a realizaccedilatildeo de actividades interactivas

com a Internet agraves ypezes haacute sites que tecircm no outro dia as minhas colegas fizeram essa experiecircncia sobre o que era o soluto o que era o solvente e havia um site muito engraccedilado para isso em que eles iam seguindo os passos iam clicando e depois o trabalho ia-se desenrolando e eles no fim tinham que tirar conclusotildees tinham um protocologuiatildeo () tinham o material eles tinham que dar a indicaccedilatildeo ao material depois () iam-se desenvolvendo perguntas uma ficha consoante os passos que eles iam tendo e acho que eles ficaram ficaram a perceber bem como eacute que funciona Porque depois claro aquilo na Internet era tudo animado eles

192

viam mesmo o accediluacutecar a desfazer-se e depois aquilo com cores claro viu-se perfeitamente [Judite]

Para aleacutem dos sites na Internet Judite indica tambeacutem como outro exemplo de TIC

como um recurso para o TE a utilizaccedilatildeo de viacutedeos para ilustrar Trabalhos Experimentais

tal como constatamos no transcrito que se segue Agora () os manuais deles jaacute trazem

mas eacute por viacutedeo Os Trabalhos Experimentais em viacutedeo eles vatildeo vendo e vatildeo fazendo

[Judite]

Apresenta ainda um outro exemplo uma cacircmara ligada a um microscoacutepio que por

sua vez se encontra ligado a uma televisatildeo Este conjunto permite natildeo soacute ampliar imagens

(atraveacutes do microscoacutepio) como tambeacutem mostraacute-las na televisatildeo para toda a turma como

nos diz Judite

agora eacute observaccedilatildeo de sangue eles observaram () uma preparaccedilatildeo no microscoacutepio com flexcam eles a verem na televisatildeo () A flexcam eacute () uma camarazinha que tem uma ocular depois a ocular da cacircmara liga-se agrave ocular do microscoacutepio e depois amplia para a televisatildeo liga-se agrave televisatildeo [Judite]

Quanto agrave nossa entrevistada Eduarda indicou-nos como exemplos de TIC como um

recurso para o TE sensores ligados ao computador Embora natildeo refira expressamente a

palavra sensor pensamos que se trata deste dispositivo uma vez que nos diz o seguinte

haacute materiais de Laboratoacuterio por exemplo termoacutemetros coisas para que agora tambeacutem natildeo me lembro materiais para analisar a luz () que podem utilizar na actividade experimental E entatildeo por exemplo com o termoacutemetro pode estar ligado ao computador e ir registando a temperatura ao longo do tempo [Eduarda]

Eduarda refere-se tambeacutem agrave possibilidade de se fazerem pesquisas na Internet para

por exemplo pesquisar protocolos Aleacutem disso () talvez pesquisa de protocolos na

Internet [Eduarda]

193

A propoacutesito da aula com a utilizaccedilatildeo de TIC que Eduarda nos referiu anteriormente

salientou mais um exemplo de TIC como um recurso para o TE designadamente atraveacutes

da apresentaccedilatildeo de diapositivos em Power Point como sobressai no seguinte excerto

eles exploraram os dispositivos e com essa exploraccedilatildeo eles fizeram a ficha depois fizemos a correcccedilatildeo da ficha e quando eles tinham duacutevidas voltaacutevamos aos diapositivos [Eduarda]

A semelhanccedila de Judite a nossa entrevistada Leonor aponta como exemplos de

TIC como um recurso para o TE a realizaccedilatildeo de actividades interactivas em sites na

Internet

por vezes na Internet encontram-se sites () que tecircm algumas actividades experimentais como por exemplo agora estou-me a recordar dos estados fiacutesicos e tambeacutem os processos de tratamento de aacutegua a desinfecccedilatildeo a filtraccedilatildeo decantaccedilatildeo tambeacutem jaacute encontrei na Internet vaacuterios sites com actividades para eles visualizarem [Leonor]

Em relaccedilatildeo agrave nossa entrevistada Anabela aponta como um exemplo de TIC como

um recurso para o TE a organizaccedilatildeo de dados em graacuteficos no computador

Por exemplo faz-se um Trabalho Experimental tiram-se vaacuterias observaccedilotildees vaacuterias conclusotildees por exemplo organizar depois essas o desenvolvimento de uma experiecircncia uma experiecircncia que demore bastantes dias em que se observa hoje observa-se amanhatilde Por exemplo agraves vezes haacute experiecircncias em que temos que observar a temperatura hoje a temperatura amanhatilde etc e organizar por exemplo isso em dados num graacutefico de barras () num graacutefico () circular [Anabela]

Quanto ao nosso entrevistado Joatildeo aponta como um exemplo de TIC como um

recurso para o TE a pesquisa na Internet como nos diz

fazer com que os alunos pesquisem qualquer coisa na Internet de modo depois a aplicarem isso no Trabalho Experimental Ou vice-versa ou ao contraacuterio fazerem Trabalho Experimental e depois entatildeo fazerem uma pesquisa na Internet acerca daquilo [Joatildeo]

Joatildeo refere ainda como exemplo a utilizaccedilatildeo de um projector de slides

ou fazerem o Trabalho Experimental e ao mesmo tempo projectar algo relacionado com o Trabalho Experimental e haver ali uma interactividade entre

194

uma coisa e outra () Ter um projector de slides por exemplo e ir passando () mas natildeo eacute soacute para mostrar a mesma coisa que eles tecircm na matildeo Projectar uma coisa desmontada mais pormenorizada com mais pormenores acerca daquela peccedila [Joatildeo]

Apresentamos no quadro 422 em siacutentese os exemplos de TIC como um recurso

para o TE mencionados pelos alunos-professores

DIMENSOtildeES INDICADORES ENTREVISTADOS

PROGRAMAS INFORMAacuteTICOS

Em Matemaacutetica na construccedilatildeo de figuras geomeacutetricas utilizaccedilatildeo de software especiacutefico Elisa

PROGRAMAS INFORMAacuteTICOS Apresentaccedilotildees em Power Point Elisa 1 Eduarda

Organizaccedilatildeo de dados no computador em graacuteficos Anabela

INTERNET Realizaccedilatildeo de actividades interactivas Judite 1 Leonor

INTERNET

Pesquisas Eduarda | Joatildeo

VIacuteDEOS Viacutedeos Judite

FLEXCAacuteM Flexcam - Cacircmara ligada ao microscoacutepio e aacute televisatildeo Judite

SENSORES LIGADOS AO COMPUTADOR

Sensores ligados ao computador Eduarda

PROJECTOR DE SLIDES Projector de slides bull

Joatildeo

Quadro 422 - Subcategoria Exemplos de TIC como um recurso para o TE

No que diz respeito agrave subcategoria Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com

recurso agraves TIC foi possiacutevel fixar quatro dimensotildees de anaacutelise a partir do discurso dos

alunos-professores a saber Condiccedilotildees do Laboratoacuterio Falta de tempo Professor

cooperante e Conteuacutedos a leccionar

Quanto a Judite relaciona o facto de ainda natildeo ter realizado TE com o uso de TIC

com o facto de terem as condiccedilotildees miacutenimas para trabalhar no Laboratoacuterio da escola de PP

como nos diz

Porque os Trabalhos Experimentais que temos feito tecircm dado para fazer laacute no Laboratoacuterio () Eu acho que o recurso a essa maneira de dar Trabalho

195

Experimental () eacute soacute mesmo se natildeo houver hipoacutetese Por exemplo noacutes agora na nossa escola temos um Laboratoacuterio pobre Pobre natildeo haacute laacute as coisas soacute que estatildeo estragadas () mas se calharmos numa escola onde natildeo temos nada claro que temos que recorrer a isso Agora quando podemos fazer [Judite]

Como eacute notoacuterio Judite natildeo descarta a hipoacutetese de recorrer agraves TIC na realizaccedilatildeo de

TE como ilustra tambeacutem o seguinte excerto Noacutes tudo o que pudermos fazer com eles

fazemos algum [TE] que natildeo seja possiacutevel realizar com eles claro temos que recorrer ao

viacutedeo por exemplo [Judite]

A nossa entrevistada Leonor explicou que ainda natildeo recorreu agraves TIC como um

recurso no TE porque os conteuacutedos que leccionou natildeo lhe permitiram os conteuacutedos que eu

andei a trabalhar tambeacutem natildeo permitiam natildeo consegui encontrar sites que ajudassem a

trabalhar esses conteuacutedos com eles por isso natildeo trabalhei [Leonor]

Por sua vez Anabela revela-nos que ainda natildeo recorreu agraves TIC como um recurso

no TE porque o tempo eacute um impedimento Muito sinceramente os impedimentos estatildeo

relacionados com o tempo () Natildeo haacute tempo [Anabela]

Quanto ao nosso entrevistado Joatildeo explicou-nos que a maior parte das vezes

durante a sua PP natildeo pode fazer aquilo que queria uma vez que a turma de PP era do

professor cooperante e natildeo do aluno praticante Assim conta-nos

Porque eacute que natildeo Porque () tiacutenhamos que nos seguir um bocado por aquilo que os professores cooperantes diziam () Noacutes nem sempre pudemos fazer tudo o que queriacuteamos A maior parte das vezes noacutes natildeo podiacuteamos fazer aquilo que queriacuteamos [Joatildeo]

Contudo diz-nos que no futuro se puder utilizaraacute as TIC como uma ferramenta de

apoio no TE e exemplifica

por exemplo recoirer ao mesmo tempo em que eles estatildeo () a desenvolver um Trabalho Experimental por exemplo acerca das plantas () ter um projector de slides por exemplo e ir passando () slides mas natildeo eacute soacute para mostrar a mesma

196

coisa que eles tecircm na matildeo Projectar uma coisa desmontada mais pormenorizada com mais pormenores acerca daquela peccedila [Joatildeo]

Resumimos no quadro 423 os impedimentos relativos agrave realizaccedilatildeo de TE com

recurso agraves TIC apontados pelos alunos-professores

DIMENSOtildeES INDICADORES 1 ENTREVISTADOS

CONDICcedilOtildeES DO LABORATOacuteRIO

Temos tido condiccedilotildees para realizar os TE no Laboratoacuterio 1 Judite

FALTA DE T E M P O 0 tempo foi um impedimento 1 Anabela

P R O F E S S O R COOPERANTE

Tiacutenhamos que seguir aquilo que os cooperantes diziam 1 Joatildeo

CONTEUacuteDOS A

L E C C I O N A R Os conteuacutedos a trabalhar natildeo o permitiram 1 Leonor

Quadro 423 - Subcategoria Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

Siacutentese da Categoria Realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

A anaacutelise dos dados da subcategoria Exemplos de TIC como um recurso para o

TE pertencente a esta categoria permite-nos constatar que os alunos-professores indicam

diversos exemplos de como podem tirar partido das TIC no TE De uma forma geral os

nossos entrevistados indicam principalmente como exemplos de TIC como um recurso

para o TE a utilizaccedilatildeo da Internet e a utilizaccedilatildeo de Programas informaacuteticos

No que diz respeito agrave utilizaccedilatildeo da Internet os alunos-professores referem-se agrave

realizaccedilatildeo de actividades interactivas (Judite e Leonor) e agraves pesquisas (Eduarda e Joatildeo)

Quanto agraves primeira entrevistadas (Judite e Leonor) tal como jaacute referimos foram colegas

de grupo de PP Por esse motivo ambas indicam a realizaccedilatildeo de actividades interactivas na

Internet pois assistiram a aulas com este recurso por parte de outras colegas de PP que

natildeo se mostraram disponiacuteveis para colaborar connosco

Em relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo de Programas informaacuteticos eacute tendencialmente referida a

utilizaccedilatildeo do programa Power Point para realizaccedilatildeo de apresentaccedilotildees (Elisa e Eduarda)

197

Para aleacutem deste programa eacute tambeacutem mencionada utilizaccedilatildeo de software especiacutefico na

disciplina de Matemaacutetica e a utilizaccedilatildeo de um programa para organizaccedilatildeo de dados em

graacuteficos no computador

Quanto agrave subcategoria Impedimentos agrave real izaccedilatildeo de T E com recurso agraves T I C a

anaacutelise dos dados permitiu-nos perceber que quatro dos nossos entrevistados (Judite

Anabela Joatildeo e Leonor) se referiram a alguns impedimentos a essa realizaccedilatildeo Assim

explicaram que por terem cxiacutendiccedilotildees no Laboratoacuterio que lhes permitiram realizar TE ou

por falta de tempo ou por decisatildeo do professor cooperante ou ainda por causa dos

conteuacutedos a leccionar natildeo realizaram TE com recurso agraves TIC

CATEGORIA CONCEPCcedilAtildeO DE T E COM RECURSO AgraveS T I C

No que diz respeito a esta categoria definimos duas subcategorias designadamente

Vantagens na real izaccedilatildeo de T E com recurso agraves T I C e Desvantagens na real izaccedilatildeo

de T E com recurso agraves T I C

Quanto agrave subcategoria Vantagens na real izaccedilatildeo de T E com recurso agraves T I C

os nossos entrevistados apontam vaacuterios aspectos que organizaacutemos em seis dimensotildees de

anaacutelise A c o m p a n h a m e n t o da aula C r i a r mot ivaccedilatildeo Organ i zaccedilatildeo de dados

Natildeo r eque r mater ia l n e m p repa raccedilatildeo Economia de t e m p o e A l a r g a r

conhecimentos

Elisa faz referecircncia agraves vantagens do trabalho com as TIC na disciplina de

bullMatemaacutetica designadamente na construccedilatildeo de figuras geomeacutetricas tal como jaacute havia

referido Para aleacutem deste aspecto Elisa aponta como vantagem na realizaccedilatildeo de TE com

recurso agraves TIC utilizando por exemplo um projector ligado ao computador todos os

alunos terem oportunidade de ver o que eacute projectado o que possibilita uma explicaccedilatildeo para

todos os alunos como ilustra o excerto que se segue

198

Um projector quando temos o projector ligado ao computador podemos projectar na parede e colocar agrave disposiccedilatildeo de todos os alunos e explicar a todos os alunos Por exemplo nas apresentaccedilotildees [Elisa]

Embora tendo esta ideia Elisa revela o seguinte Em Trabalho Experimental ainda

natildeo aplicaacutemos directamente aplicaacutemos foi em apresentaccedilotildees em que projectamos e que

conseguimos explicar a todos [Elisa]

Judite que considera ser importante utilizar as TIC no ensino uma vez que os

alunos ficam logo agrave partida mais motivados sugere algumas das vantagens na realizaccedilatildeo

de TE com recurso agraves TIC designadamente na realizaccedilatildeo de actividades interactivas na

Internet Do discurso da nossa entrevistada sobressaem acerca deste tipo de actividades

vantagens tais como o facto de as mesmas natildeo requererem material para aleacutem do

computador e ligaccedilatildeo agrave Internet nem preparaccedilatildeo preacutevia como sucede com o TE bull

com a Internet haacute sites que tecircm () experiecircncia sobre o que era o soluto o que era o solvente e havia um site muito engraccedilado para isso em que eles pronto iam seguindo os passos iam clicando e depois o trabalho ia-se desenrolando e eles no fim tinham que tirar conclusotildees tinham um protocologuiatildeo e eles embora natildeo tivessem posto a experiecircncia ali agrave fi-ente deles com accediluacutecar com a areia tirar a areia tirar a aacutegua que agraves vezes requer muito material e requer uma preparaccedilatildeo muito longa antes de pocircr o trabalho em praacutetica assim ali na Internet eles tinham tudo tinham o material eles tinham que dar a indicaccedilatildeo ao material [Judite]

Para aleacutem deste aspecto Judite destaca que na realizaccedilatildeo de actividades interactivas

na Internet os alunos soacute avanccedilam passo a passo se tiverem percebido o anterior como nos

diz na Internet eles () soacute avanccedilam agrave medida que tecircm percebido ou natildeo se ainda natildeo

perceberam natildeo avanccedilam para a frente [Judite]

Para Judite este tipo de actividade comporta ainda uma faceta importante que se

prende com a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos difiacuteceis de observar a olho nu Isto eacute uma

actividade interactiva na Internet uma vez que eacute animada permite por exemplo ilustrar a

199

dissoluccedilatildeo do accediluacutecar na aacutegua ou distinguir dois liacutequidos incolores e imisciacuteveis como a

aacutegua e o aacutelcool

aquilo na Internet era tudo animado eles viam mesmo o accediluacutecar a desfazer-se e () com cores claro viu-se perfeitamente E claro que noacutes se laacute estiveacutessemos a dissolver o accediluacutecar tiveacutessemos ali ou mesmo o aacutelcool e a aacutegua se noacutes deitarmos aacutelcool na aacutegua o aacutelcool natildeo se ainda se consegue distinguir um bocadinho () noacutes vemos porque sabemos como eacute que eacute soacute que eles natildeo eles nunca iriam ver isso E ali na Internet natildeo porque o aacutelcool era de outra cor e viu-se perfeitamente Eles compreenderam muito bem essa questatildeo [Judite]

Para aleacutem deste tipo de actividades com TIC Judite menciona ainda a utilizaccedilatildeo de

viacutedeos que possibilitam a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos difiacuteceis de observar em Laboratoacuterio

como por exemplo um coraccedilatildeo a bater e diz-nos que os viacutedeos desde que possuam

imagens reais satildeo certamente motivadores para os alunos

No viacutedeo () eles gostam muito de filmes e gostam muito de ver televisatildeo entatildeo agraves vezes tambeacutem depende das imagens que o filme tenha eles gostam muito de imagens reais nos filmes natildeo gostam de bonecos () [o] filme que mostraacutemos sobre a circulaccedilatildeo era mesmo tudo imagens reais era um coraccedilatildeo mesmo a bater () era tudo imagens reais [Judite]

Da sua PP Judite refere-se ainda agraves vantagens da utilizaccedilatildeo da flexcam uma

cacircmara que acoplada ao microscoacutepio que amplia imagens permite emiti-las na televisatildeo

para toda a turma

agora eacute observaccedilatildeo de sangue eles observaram () uma preparaccedilatildeo no microscoacutepio com flexcam eles a verem na televisatildeo () A flexcam eacute () uma camarazinha que tem uma ocular depois a ocular da cacircmara liga-se agrave ocular do microscoacutepio e depois amplia para a televisatildeo liga-se agrave televisatildeo () Isso facilitou-nos porque natildeo tiacutenhamos microscoacutepios para todos para estar a indicar eacute sempre uma confusatildeo porque o outro queria ver depois o outro natildeo deixava e depois E entatildeo assim todos viram Todos viram explicaacutevamos para todos ao mesmo tempo Noacutes agraves vezes tambeacutem usamos para imagens de livros () [se] temos um livro que tem uma imagem muito boa projectamos tambeacutem Aquilo tem uma lentezinha projectando aparece na televisatildeo e explicamos para todos mesmo esquemas isso daacute-nos muito jeito [Judite]

Quanto a Eduarda que nos indicou como exemplos de TIC como um recurso para b

TE sensores ligados ao computador refere em particular o sensor de temperatura

200

explicando-nos que este tipo de dispositivo permite ter mais rigor no registo de dados do

que num registo manual uma vez que possibilita eliminar possiacuteveis erros de leitura e

registo

Posso aproveitar aquele exemplo do termoacutemetro ter mais rigor nos dados que eles recolhem porque fica registado no computador e entatildeo a dada altura espera laacute mas seraacute que eu pus estes dados correctosisto parece tatildeo estranho seraacute que foi mesmo isto e se estaacute no computador em princiacutepio eacute porque eacute certo agora se for manualmente pode haver algum lapso ou esquecer-se de um zero ou qualquer coisa Mais rigor talvez [Eduarda]

Para aleacutem deste exemplo Eduarda faz ainda menccedilatildeo ao uso de uma apresentaccedilatildeo

em Power Point que segundo nos diz permite rever os diapositivos e fazer uma nova

anaacutelise dos mesmos

eles exploraram os dispositivos e com essa exploraccedilatildeo eles fizeram a ficha depois fizemos a correcccedilatildeo da ficha e quando eles tinham duacutevidas voltaacutevamos aos diapositivos para analisarem a para confirmarem [Eduarda]

Quanto agraves razotildees pelas quais optou por utilizar as TIC Eduarda explicou-nos que

os alunos ficam bastante entusiasmados motivados para aquilo que vatildeo aprender pois

gostam de computadores pelo que justifica a sua escolha como ilustra o seguinte excerto

Porque eles gostam de computadores e entatildeo quando aparecemos com um computador eles ficam todos entusiasmados O que eacute isto O que eacute que vamos aprender porque pronto eles vatildeo para os jogos mas mesmo assim se eles pensarem nos jogos e aprenderem com aquilo eacute bom Pronto eacute bom Ao fim ao cabo eacute bom Eles ficam entusiasmados gostam de aprender assim e eu tambeacutem gosto de os ver incentivados motivados Gosto de ver assim [Eduarda]

A nossa entrevistada Leonor que tal como Judite considera que as TIC motivam os

alunos aponta como exemplos de TIC como um recurso para o TE a realizaccedilatildeo de

actividades interactivas em sites na Internet como jaacute referimos e indica vantagens que na

sua opiniatildeo este tipo de actividade traacutes como ilustra o excerto que se segue

por vezes na Internet encontram-se sites () que tecircm algumas actividades experimentais () eles nem sempre tecircm a possibilidade e tecircm esses materiais para

201

fazerem na sala de aula ou os materiais natildeo estatildeo nas melhores condiccedilotildees [Leonor]

Leonor particulariza tambeacutem uma situaccedilatildeo em que por demorar muito tempo natildeo

eacute possiacutevel conhecer os resultados de determinada actividade experimental em tempo uacutetil

aludindo que numa actividade interactiva num siacutetio na Internet eacute possiacutevel em breves

instantes conhecer resultados Salientamos no trecho seguinte essa ideia

tambeacutem acontece muito fazermos uma actividade experimental hoje mas que soacute podemos ver os resultados daqui a 2 semanas mas que () jaacute natildeo daacute muito jeito depois estar a trabalhar aquele conteuacutedo daqui a 2 semanas e pela Internet eles tecircm actividades interactivas em que eles conseguem ver logo os resultados em questatildeo de segundos por isso ajuda muito utilizarmos na sala de aula [Leonor]

Quanto agrave nossa entrevistada Anabela que exemplifica a utilizaccedilatildeo de TIC como um

recurso para o TE com aorganizaccedilatildeo de dados no computador em graacuteficos apresenta-nos

como uma vantagem o facto desta organizaccedilatildeo facilitar a anaacutelise dos dados como nos

dizem as suas palavras

Por exemplo faz-se um Trabalho Experimental tiram-se vaacuterias observaccedilotildees vaacuterias conclusotildees () haacute experiecircncias em que temos que observar a temperatura hoje a temperatura amanhatilde etc e organizar por exemplo isso em dados num graacutefico de barras () Por exemplo () eacute muito mais faacutecil analisar num graacutefico por exemplo de barras circular etc^ do que numa tabela ou numa descriccedilatildeo [Anabela]

Para o nosso entrevistado Joatildeo que aponta como um exemplo de TIC como um

recurso para o TE a pesquisa na Internet baliza como vantagem desta utilizaccedilatildeo um

alargar de conhecimentos como nos diz

Com certeza que lhes vai dar a conhecer mais coisas do que soacute aquelas que falamos dentro da sala de aula Porque a Internet aquilo eacute um mundo e () eles andam ali agrave procura por exemplo vamos imaginar vatildeo procurar o termo flor e aparece laacute todos os geacuteneros e tipos de flores [Joatildeo]

202

Para aleacutem da pesquisa na Internet Joatildeo menciona tambeacutem outro exemplo de TIC

como um recurso para o TE um projector de slides que tal como nos diz possibilita por

exemplo projectar pormenores

por exemplo recorrer ao mesmo tempo em que eles estatildeo () a desenvolver um Trabalho Experimental por exemplo acerca das plantas () ter um projector de slides por exemplo e ir passando () slides mas natildeo eacute soacute para mostrar a mesma coisa que eles tecircm na matildeo Projectar uma coisa desmontada mais pormenorizada com mais pormenores acerca daquela peccedila [Joatildeo]

O quadro 424 resume as vantagens da realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

apresentadas pelos nossos entrevistados

ENTREvisTAgraveJDds

ACOMPAINTHAMENTO DA AULA

Nas apresentaccedilotildees em Power Point todos os alunos vecircem Elisa

ACOMPAINTHAMENTO DA AULA

Na realizaccedilatildeo de actividades interactivas na Internet os alunos soacute avanccedilam se perceberem Judite ACOMPAINTHAMENTO

DA AULA A flexcam permite ampliar imagens e mostraacute-las na televisatildeo para toda a turma Judite

Numa apresentaccedilatildeo Power Point podemos voltar a ver os di^ositivos e a analisarconfirmar Eduarda

C R I A R M O T I V A Ccedil Atilde O

Na Internet as imagens satildeo animadas Judite

C R I A R M O T I V A Ccedil Atilde O As imagens de um viacutedeo podem ser motivadoras Judite

Os alunos gostam de computadores Eduarda

ORGANIZACcedilAtildeO DE A utilizaccedilatildeo de sensores ligados ao computador permite mais rigor no registo dos dados Eduarda

DADOS A organizaccedilatildeo de dados no computador em graacuteficos toma a sua anaacutelise mais faacutecil Anabela

N Atilde O REQUER

M A T E R I A L NEM PREPARACcedilAtildeO

A realizaccedilatildeo de actividades interactivas na Internet natildeo requer material nem preparaccedilatildeo preacutevia Judite 1 Leonor

N Atilde O REQUER

M A T E R I A L NEM PREPARACcedilAtildeO

A realizaccedilatildeo de actividades interactivas na Internet permite ver o que na realidade eacute difiacutecil Judite

1 E C O N O M I A DE T E M P O As actividades interactivas na Internet apresentam os resultados de determinada actividade em pouco tempo Leonor

ALARGAR

C O N H E C I M E N T O S

Uma pesquisa na Internet permite alargar conhecimentos 1 Joatildeo ALARGAR

C O N H E C I M E N T O S Um projector de slides permite por exemplo mostrar pormenores Joatildeo

Quadro 424 - Subcategoria Vantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

203

Para a subcategoria Desvantagens na real izaccedilatildeo de T E com recurso agraves T I C a

anaacutelise dos dados permitiu-nos evidenciar uma dimensatildeo de anaacutelise a saber Impede o

manuseamen to Elisa justifica a natildeo realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC fazendo

referecircncia agrave importacircncia do manuseamento mas natildeo descarta por completo esta utilizaccedilatildeo

como nos diz

Talvez natildeo nos tiveacutessemos lembrado ou entatildeo () temos tendecircncia a recorrer a algo mais praacutetico ou seja que eles proacuteprios faccedilam mais o manuseamento e natildeo talvez projectar essa actividade em TIC mas que natildeo estaraacute longe se calhar de se poder projectar [Elisa]

E reforccedila a sua ideia dizendo

eles ainda estatildeo numa idade em que eacute necessaacuterio dar-lhe aquela regra deles poderem manusear de poderem mexer de verificarem eles proacuteprios com o material na matildeo e natildeo trabalhar virtualmente e sem mexer Acho que eacute necessaacuterio dar-lhe essa situaccedilatildeo de motricidade de rega de responsabilidade nestas idades [Elisa]

Tal como Elisa Judite explica o facto de ainda natildeo ter combinado a realizaccedilatildeo de

TE com o uso de TIC com a importacircncia do manuseamento como nos diz

Noacutes tudo o que pudermos fazer com eles fazemos () E sempre diferente a pessoa estar a tocar nas coisas e tambeacutem isso aiacute alerta-os para o cuidado que eles tecircm que ter no modo como tocam por exemplo nos termoacutemetros eles tecircm sempre muito cuidado com o termoacutemetro () isso tambeacutem eacute uma questatildeo de responsabilidade deles Estatildeo ali a olhar para a televisatildeo eles natildeo estatildeo a tocar alguns ateacute nem estatildeo a ligar muito [Judite]

Embora considere que natildeo utilizou as TIC como um recurso no TE Judite

explicou-nos que jaacute utilizou um viacutedeo acerca da circulaccedilatildeo sanguiacutenea no qual atraveacutes de

imagens reais mostravam um coraccedilatildeo a bater tal como sobressai no seguinte excerto [oj

filme que mostraacutemos sobre a circulaccedilatildeo era mesmo tudo imagens reais era um coraccedilatildeo

mesmo a bater () era tudo imagens reais [Judite]

204

Judite acrescenta ainda que na sua escola de PP existe uma flexcam uma cacircmara

que acoplada ao microscoacutepio amplia imagens e permite emiti-las na televisatildeo para toda a

turma como jaacute referimos e que podemos ler no seguinte excerto

A flexcam eacute () uma camarazinha que tem uma ocular depois a ocular da cacircmara liga-se agrave ocular do microscoacutepio e depois amplia para a televisatildeo liga-se agrave televisatildeo () Isso facilitou-nos porque natildeo tiacutenhamos microscoacutepios para todos para estar a indicar eacute sempre uma confusatildeo porque o outro queria ver depois o outro natildeo deixava e depois E entatildeo assim todos viram Todos viram explicaacutevamos para todos ao mesmo tempo Noacutes agraves vezes tambeacutem usamos para imagens de livros () [se] temos um livro que tem uma imagem muito boa projectamos tambeacutem Aquilo tem uma lentezinha projectando aparece na televisatildeo e explicamos para todos mesmo esquemas isso daacute-nos muito jeito [Judite]

Resumimos no quadro 425 as desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves

TIC apontadas pelos alunos-professores

1 R V LI Eacute N R I ^ Y I S T A I ) O S

I M P E D E o MANUSEAMENTO Os alunos precisam de manusear e mexer

Elisa

Judite

iacute

Quadro 425 - Subcategoria Desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

Siacutentese da Categoria Concepccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

A anaacutelise dos dados da subcategoria Vantagens na realizaccedilatildeo de TE com

recurso agraves TIC permitiu-nograves verificar que os sujeitos intervenientes neste estudo se

referem a aspectos diversificados Assim apontam principalmente vantagens relacionadas

com o acompanhamento da aula e com o facto de determinadas actividades natildeo requererem

material nem preparaccedilatildeo preacutevia sendo esta uacuteltima considerada por duas alunas-professoras

(Judite e Leonor) uma mais valia no TE

Referem tambeacutem os sujeitos que na realizaccedilatildeo de actividades interactivas na

Internet os alunos soacute avanccedilam se tiverem percebido o passo em que se encontram Eacute ainda

205

apontado o facto de ^flexcam permitir ampliar imagens e mostraacute-las na televisatildeo podendo

toda a turma acompanhar Consideram ainda que desta forma os alunos podem mais

facilmente acompanhar o ponto da situaccedilatildeo da aula

Os sujeitos indicam ainda outras vantagens possiacuteveis na realizaccedilatildeo de TP com

recurso a TIC nomeadamente referem como benefiacutecios criar motivaccedilatildeo organizaccedilatildeo de

dados e alargamento de conhecimentos A economia de tempo eacute apontada apenas por um

dos sujeitos Como Tecnologia mais referida surge o computador sendo que encontraacutemos

predominacircncia da utilizaccedilatildeo da Internet associada agrave maioria das vantagens identificadas

A partir da anaacutelise dos dados da subcategoria Desvantagens na realizaccedilatildeo de T E

com TIC pertencente a esta categoria pudemos constatar que todos os alunos-

professores agrave excepccedilatildeo de um deles (Eduarda) declaram nunca ter utilizado TE com

recurso agraves TIC situaccedilatildeo que justificam com dois motivos considerarem que existem

desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com TIC eou impedimentos a essa realizaccedilatildeo (categoria

anterior)

Aconteceu tambeacutem com uma das entrevistadas (Eduarda) a possiacutevel actividade de

TE ter sido completamente suprimida por uma apresentaccedilatildeo em Power Point Esta aluna-

professora descreveu-nos uma aula da sua PP em que recorreu agraves TIC na disciplina de

Ciecircncias da Natureza

Apesar de considerar que natildeo utilizou as TIC no TE Judite relata-nos duas

situaccedilotildees de Trabalho Praacutetico nas quais utilizou as TIC designadamente o recurso a um

viacutedeo com imagens reais mostrando um fenoacutemeno dificil de pocircr em praacutetica em

Laboratoacuterio e a utilizaccedilatildeo de uma cacircmara ligada a um microscoacutepio que por sua vez se

encontra ligado a uma televisatildeo e que permite natildeo soacute ampliar imagens (atraveacutes do

microscoacutepio) como tambeacutem mostraacute-las na televisatildeo para toda a turma

206

Pelo facto de uma das alunas-professoras (Judite) ter utilizado TIC como um

recurso no TE embora tendo considerado que o natildeo fez transparece que as vantagens de

tal utilizaccedilatildeo natildeo eram claras expliacutecitas para esta entrevistada

O motivo que eacute apresentado por duas entrevistadas (Elisa e Judite) prende-se com

o facto destas entrevistadas considerarem que eacute importante os alunos manusearem e

mexerem o que se perderia com o uso das TIC Referiram que o uso de TIC no TE impede

o manuseamento por parte dos alunos considerando esta capacidade muito importante no

niacutevel etaacuterio dos alunos Apontam ainda outras pseudo-justificaccedilotildees como podendo fazer

TE em Laboratoacuterio natildeo haacute necessidade de utilizar TIC ou seja independentemente de

como entendem o TE natildeo entendem as TIC como uma mais valia para o TE

Elisa e Judite ajudam-nos a compreender porque eacute que Barton (1998) potildee a

seguinte questatildeo seraacute que economizar nos afazeres do TE fazendo uso das TIC impede

os alunos de passarem por importantes experiecircncias educacionais tomando-os meros

espectadores De facto um uso das TIC que rouba aos alunos uma importante parte do

seu desenvolvimento que o TE promove a componente hands-on natildeo eacute desejaacutevel

Segundo Barton (1998) neste ponto importa decidir se o que queremos eacute desenvolver nos

alunos a capacidade (skill) de ler dados numa determinada escala ou se seraacute mais

importante obter dados rigorosos para os alunos os avaliarem Tal como nos diz muitas

vezes o investimento nos meacutetodos tradicionais natildeo traz benefiacutecios evidentes (Barton

1998) e o que as alunas-professoras fizeram foi este entendimento muito estrito de que o

uso das TIC no TE sempre impedia os alunos da componente manipulativa que o TE

estimula

Concordamos com este autor quando nos diz que o uso das TIC no ensino das

Ciecircncias abre novas oportunidades e satildeo sem duacutevida um valor acrescentado Contudo

estamos com Praia (1998 p l67) quando reflecte o facto de hoje estar dispomvel um

207

grande manancial de informaccedilatildeo pelo que importa ter presente objectivos claros em

relaccedilatildeo ao que se procura Segxindo este autor eacute necessaacuterio precaver o risco que eacute a

hegemonia do entretenimento ( ) cocktail de educaccedilatildeo e de divertimento mercantil

(Mayor cit Praia 1998 p l67)

A par desta incursatildeo das TIC no ensino a escola deve preocupar-se em ajudar os

alunos a tirar o melhor partido destas ferramentas aproveitando as potencialidades da

tecnologia

208

43 - Anaacutelise do Questionaacuterio

Apoacutes a apresentaccedilatildeo e discussatildeo da proposta didaacutectica sob a forma de workshop

pedimos aos alunos-professores respondessem a um questionaacuterio (Cfr Anexo 6) Neste

momento do estudo o nosso interesse restringia-se agraves concepccedilotildees dos alunos-professores

identificadas pelo Bloco Temaacutetico Articulaccedilatildeo entre TE e TIC e que permitem fazer

inferecircncias sobre o Impacte da proposta didaacutectica na alteraccedilatildeo das concepccedilotildees (dos

alunos-professores) acerca de TE com recurso a TIC Assim a partir da categoria

estabelecida a priori definimos trecircs subcategorias TIC Identificadas Concepccedilotildees de

TE com recurso a TIC - vantagens e desvantagens e Confronto da Proposta

Didaacutectica com as Praacuteticas Pedagoacutegicas (quadro 426) ou seja agrave semelhanccedila das

subcategorias antes definidas para a entrevista

ARTICULACcedilAtildeO EN I RE TE E TIC

Impacte da proposta didaacutectica na alteraccedilatildeo concepccedilotildees acerca de

TE cora recurso a TIC

TIC Identificadas

ARTICULACcedilAtildeO EN I RE TE E TIC

Impacte da proposta didaacutectica na alteraccedilatildeo concepccedilotildees acerca de

TE cora recurso a TIC

Concepccedilotildees de TE com recurso a TIC - vantagens e desvantagens

ARTICULACcedilAtildeO EN I RE TE E TIC

Impacte da proposta didaacutectica na alteraccedilatildeo concepccedilotildees acerca de

TE cora recurso a TIC Confronto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas

Pedagoacutegicas

Quadro 426 - Instrumento orientador da anaacutelise do Questionaacuterio Bloco temaacutetico categoria e subcategorias

Para aleacutem das subcategorias definidas estabelecemos a partir da anaacutelise das

respostas ao questionaacuterio dimensotildees de anaacutelise (quadro 427)

209

SUBCATEGORIAS D I M E N S Otilde E S

TIC Identificadas - TIC identificadas

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Vantagens

- Acompanhamento da aula

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Vantagens - Criar motivaccedilatildeo

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Vantagens - Organizaccedilatildeo de dados

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Vantagens

- Contacto com as TTC Concepccedilotildees de

TE com recurso a TIC

Vantagens

- Aprendizagem activa

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Desvantagens - Proposta de muitas actividades praacuteticas

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Desvantagens - Problemas com os recursos materiais

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Desvantagens

- Provocar distracccedilatildeo

Confronto da Proposta Didaacutectica com as praacuteticas Pedagoacutegicas

- Tratou o tema - natildeo recorreu a TIC Confronto da Proposta Didaacutectica

com as praacuteticas Pedagoacutegicas - Natildeo tratou o tema - recorreu a TIC Confronto da Proposta Didaacutectica

com as praacuteticas Pedagoacutegicas - Natildeo tratou o tema - natildeo recorreu a TIC

Quadro 427 - Subcategorias e Dimensotildees de anaacutelise do Questionaacuterio

CATEGORIA IMPACTE DA PROPOSTA DIDAacuteCTICA NA ALTERACcedilAtildeO DAS

CONCEPCcedilOtildeES ACERCA DE T E COM RECURSO A T I C

Os alunos-professores expressaram-se entatildeo por escrito e depois da participaccedilatildeo

na workshop no que diz respeito a cada uma das subcategorias definidas

Assim em relaccedilatildeo agrave identificaccedilatildeo das TIO usadas na proposta didaacutectica

subcategoria TIC identificadas e dimensatildeo com a mesma designaccedilatildeo nem todos os

aluno s-professores identificaram todas as TIC que foram utilizadas

Quanto a Elisa enumera as TIC que identificou

As TIC que identifiquei na proposta da planificaccedilatildeo apresentada foram o computador o microscoacutepio digital que apresentava a actividade em simultacircneo a todos os alunos e () uma apresentaccedilatildeo em Power Point elaborada pelos alunos [Elisa]

Judite tambeacutem indica as TIC que identificou As TIC presentes nesta planificaccedilatildeo

satildeo computador sensor microscoacutepio digital e Power Point [Judite]

210

Por sua vez Eduarda refere Computador projector microscoacutepio digital

[Eduarda]

Jaacute Leonor aponta a utilizaccedilatildeo do MOC - Microscoacutepio Oacuteptico Composto - para

aleacutem do computador da apresentaccedilatildeo em Power Point e do sensor de oxigeacutenio

Verifiqueiidentifiquei a utilizaccedilatildeo do computador mais precisamente do Power Point Foi utilizado o sensor de oxigeacutenio (e a Eloacutedea) Foi utilizado o MOC (Microscoacutepio Oacuteptico Composto) para observaccedilatildeo de estornas e cloroplastos [Leonor]

Quanto a Anabela refere o seguinte em relaccedilatildeo agrave identificaccedilatildeo das TIC usadas na

proposta de planificaccedilatildeo Durante esta proposta de planificaccedilatildeo recorreu-se ao

computador a um sensor e a um projector para o Power Point [Anabela]

O aluno-professor Joatildeo menciona a utilizaccedilatildeo de um Power Point e do sensor de

oxigeacutenio

Identifiquei nesta planificaccedilatildeo natildeo soacute a utilizaccedilatildeo de um Power Point que ia sendo construiacutedo com os alunos mas tambeacutem a utilizaccedilatildeo de um sensor que permite medir a quantidade de oxigeacutenio libertado pela planta sendo esses valores registados no computador [Joatildeo]

Resumimos no quadro 428 as TIC identificadas pelos alunos-professores na

proposta didaacutectica que lhes foi apresentada de TE com recurso agraves TIC

^ ENTREVtSTAgraveDOacuteS |

Computador Elisa 1 Judite Eduarda | Leonor Anabela | Joatildeo

Microscoacutepio digital Elisa 1 Judite Eduarda

T I C IDENTIFICADAS Apresentaccedilatildeo em Power Point Elisa 1 Judite Leonor | Anabela Joatildeo

Sensor de oxigeacutenio Judite 1 Leonor Anabela | Joatildeo

Projector Eduarda | Anabela

MOC - Microscoacutepio Oacuteptico Composto Leonor

Quadro 428 - Subcategoria TIC Identificadas

2 1 1

Apoacutes a anaacutelise dos dados estabelecemos para a subcategoria Concepccedilotildees de T E

com recurso a TIC - vantagens e desvantagens algumas dimensotildees de anaacutelise Assim

quanto agraves vantagens apresentadas pelos alunos-professores definimos as seguintes

dimensotildees de anaacutelise ^Acompanhamento da aula Criar motivaccedilatildeo Organizaccedilatildeo

de dados Contacto com as TIC e Aprendizagem activa Para as desvantagens

fixaacutemos as seguintes dimensotildees de anaacutelise Proposta de muitas actividades praacuteticas

Problemas com os recursos materiais e Provocar distracccedilatildeo

Como os dados apontam os alunos-professores referiram diversos aspectos tanto

positivos como negativos no que diz respeito a vantagensdesvantagens no uso das TIC no t

TE na proposta apresentada

Quanto aacute aluna-professora Elisa menciona que a utilizaccedilatildeo das TIC no TE na

proposta eacute motivadora pois ao completarem a apresentaccedilatildeo em Power Point os alunos

sentem-se estimulados para a aprendizagem dos conteuacutedos como ilustra o seguinte

transcrito

considero que serem os alunos a elaborarem o relatoacuterio e a completarem a apresentaccedilatildeo em Power Point para aleacutem de os estimular eacute muito beneacutefico na aprendizagem dos conteuacutedos [Elisa]

Para aleacutem deste aspecto Elisa refere tambeacutem que o uso do microscoacutepio digital

permite que todos os alunos acompanhem determinada actividade em simultacircneo como

nos expressa o microscoacutepio digital que apresentava a actividade em simultacircneo a todos os

alunos [Elisa]

Quanto a desvantagens Elisa aponta o facto de os alunos serem confi-ontados com

muitas actividades praacuteticas numa soacute aula como refere Como desvantagens eacute de salientar o

facto de estes [os alunos] serem confrontados com muitas actividades praacuteticas e muitas

aprendizagens numa soacute aula [Elisa]

212

A aluna-professora Judite aponta como vantagens da utilizaccedilatildeo das TIC no TE na

proposta apresentada o facto dos alunos poderem desta forma com a utilizaccedilatildeo que foi

feita acompanhar o ponto da aula

Uma das vantagens da utilizaccedilatildeo das TIC nesta planificaccedilatildeo de aula eacute o facto de os alunos poderem acompanhar o ponto da aula todos vecircm os mesmos esquemas e ao mesmo tempo assim facilita a discussatildeo dos mesmos [Judite]

Para aleacutem disso na sua opiniatildeo as TIC constituem uma motivaccedilatildeo para os alunos

Sem duacutevida que os alunos quando entram na sala e vecircm o computador o projector ou outro objecto eacute logo motivo de curiosidade e perguntam logo o que vamos fazer com isto Eles estatildeo mais motivados com as aprendizagens e se haacute motivaccedilatildeo haacute envolvimento no decorrer da aula [Judite]

Judite acrescenta ainda o seguinte Outra vantagem eacute o contacto directo dos alunos

com as novas tecnologias [Judite]

Quanto a desvantagens Judite indica que as escolas podem natildeo possuir os recursos

materiais mais adequados ou mesmo que os possuam estes possam estar danificados

A desvantagem em fazer uma planificaccedilatildeo assim eacute que corremos sempre o risco de os equipamentos que possuiacutemos na escola natildeo serem os mais adequados e no seu melhor estado [Judite]

A primeira vantagem indicada por Eduarda a propoacutesito da proposta apresentada

relaciona-se com a organizaccedilatildeo de dados que como nos diz o computador facilita o

computador eacute um bom meio de organizar os dados tanto experimentais como siacutentese dos

conteuacutedos [Eduarda]

Eduarda enuncia tambeacutem como vantagens questotildees ligadas ao acompanhamento da

aula pois refere que o projector ligado ao computador facilita a exposiccedilatildeo da informaccedilatildeo

a toda a turma o projector facilita a exposiccedilatildeo da informaccedilatildeo para toda a turma

[Eduarda]

213

Eduarda sugere ainda como vantajoso o uso do microscoacutepio digitai que simplifica a

projecccedilatildeo de imagens o microscoacutepio digital () simplifica o processo de transferi-las

para o projector [Eduarda]

Ainda em relaccedilatildeo ao microscoacutepio digital acrescenta que este melhora as imagens

o microscoacutepio digital melhora as imagens [Eduarda]

Quanto a desvantagens a aluna-professora esclarece que os alunos podem distrair-

se com este tipo de materiais e desviar a sua atenccedilatildeo das actividades como explica

Desvantagens eventualmente os alunos podem distrair-se com este tipo de material e natildeo

tomar a atenccedilatildeo necessaacuteria para as actividades [Eduarda]

Jaacute a aluna-professora Leonor anota como vantagens no uso de TIC no TE nesta

planificaccedilatildeo o conhecimento e o contacto com as TIC pois diz-nos

A utilizaccedilatildeo de cada uma das TIC permite contactar com uma grande diversidade de instrumentos conhececirc-los e visualizar situaccedilotildees reais sair um pouco do abstracto [Leonor]

Ao que acrescenta Permite aos alunos ter uma participaccedilatildeo activa na

aprendizagem de conteuacutedos [Leonor]

Esta aluna-professora faz tambeacutem referecircncia ao facto de os alunos segundo a

proposta estarem a trabalhar em grupo Esclarece ainda que atraveacutes do uso das TIC os

alunos desenvolvem competecircncias psico-motoras atraveacutes do manuseamento como nos

diz

Desenvolver o espirito criacutetico competecircncias natildeo soacute cognitivas como soacutecio-afectivas uma vez que estatildeo a trabalhar em grupo e psico-motoras atraveacutes do manuseamento de vaacuterios instrumentos [Leonor]

Quando a desvantagens em relaccedilatildeo ao uso de TIC no TE Leonor refere Natildeo me

ocorrem desvantagens [Leonor]

214

Em relaccedilatildeo a Anabela define como vantagens no uso de TIC no TE na proposta

questotildees ligadas ao acompanhamento da aula pois tal como refere

o uso do microscoacutepio digital () permite que uma turma esteja a ver ao mesmo tempo a mesma coisa uma vez que atraveacutes deste aparelho se conseguem observar os resultados em computador e posteriormente serem projectados para a turma [Anabela]

Anabela refere-se tambeacutem ao uso do sensor de oxigeacutenio que permite quantificar a

percentagem de oxigeacutenio libertado por uma planta durante a fotossiacutentese como nos diz

Uma outra vantagem estaacute relacionada com o uso do sensor de oxigeacutenio que nos permite obseivar o niacutevel de oxigeacutenio libertado durante a realizaccedilatildeo da fotossiacutentese [Anabela]

Por fim esta aluna-professora revela que natildeo utilizou as TIC na sua PP contudo

diz-nos que este tipo de ferramentas satildeo motivantes como nos explica

Natildeo tendo eu introduzido este assunto com o auxiacutelio do computador e do microscoacutepio penso que apesar de ter observado sucesso ao niacutevel da aprendizagem por parte dos alunos se tivesse utilizado estes recursos teria sido uma aprendizagem mais motivante e talvez de maior sucesso [Anabela]

A propoacutesito da planificaccedilatildeo apresentada Anabela natildeo faz referecircncia a desvantagens

na utilizaccedilatildeo de TIC no TE

Quanto ao aluno-professor Joatildeo defende que o uso das TIC em TE tem vantagens

pois pennite motivar os alunos captando a sua atenccedilatildeo como nos conta Como vantagens

penso que tem todas as vantagens uma vez que tudo isto permitiria captar a atenccedilatildeo de

todos os alunos Ao que acrescenta levando-os com certeza a participar activamente

No que diz respeito agraves desvantagens este aluno-professor alerta-nos para duas

situaccedilotildees possiacuteveis de acontecer designadamente os equipamentos necessaacuterios ao

deseru-olar de uma planificaccedilatildeo como a apresentada poderem estar danificados ou mesmo

a falta de electricidade pois diz-nos

215

Comeccedilando pelas desvantagens penso que o facto de planificar uma aula desta forma teria riscos como por exemplo faltar a luz ou algum dos aparelhos natildeo fiincionar [Joatildeo]

O quadro 429 resume as vantagens e desvantagens apontadas pelos alunos-

professores relativamente agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC na proposta didaacutectica

que lhes foi apresentada

D I M E N S Otilde E S 1 INDICADORES ENTREVISTADOS

1

Os alunos podem acompanhar o ponto da aula Judite

0 projector facilita a exposiccedilatildeo da informaccedilatildeo agrave turma Eduarda

ACOMPANHAMENTO DA AULA

0 microscoacutepio digital simplifica a i projecccedilatildeo de imagens Eduarda

0 microscoacutepio digital melhora as imagens Eduarda

0 microscoacutepio digital permite que toda a turma veja ao mesmo tempo a mesma imagem

Anabela | Elisa

VANTAGENS

Completar a apresentaccedilatildeo em Power Point eacute um estiacutemulo para a aprendizagem dos conteuacutedos

Elisa

C R I A R M O T I V A Ccedil Atilde O 0 uso das TIC motiva e envolve os alunos Anabela | Judite

0 uso (ias TIC permite captar a atenccedilatildeo dos alunos Joatildeo

ORGANIZACcedilAtildeO DE 0 sensor de oxigeacutenio permite observar o nivel de oxigeacutenio libertado Anabela

DADOS 0 computador permite a organizaccedilatildeo de dado^ Eduarda

C O L ^ A C T O COM AS TIC

Os alunos conhecem e contactam directamente com diversos instrumentos

Judite 1 Leonor

Participaccedilatildeo activa na aprendizagem Leonor|Joatildeo

APRENDIZAGEM

ACTIVA

Os alunos desenvolvem competecircncias psico-motoras ao manusear diversos instrumentos

Leonor

Aprendizagem mais significativa Anabela

1 PROPOSTA DE MUITAS

ACTIVIDADES 1 PRAacuteTICAS

Os alunos satildeo confrontados com muitas actividades praacuteticas numa soacute aula

Elisa

DESVANTAGENS

PROBLEMAS COM

Os equipamentos da escola podem natildeo ser os mais adequados Judite

o s R E C U R S O S MATERIAIS

Os equipamentos podem estar danificados Judite 1 Joatildeo

216

1 Pode acontecer uma falha de corrente eleacutectrica Joatildeo j

PROVOCAR | Os alunos podem distrair-se com estes Dib 1RACCcedilAtildeO II materiais Eduarda |

Quadro 429 - Subcategoria Concepccedilotildees de TE com recurso a TIC - vantagens e desvantagens

No que diz respeito agrave subcategoria Confronto da Proposta Didaacutectica com as

Praacuteticas Pedagoacutegicas ela eacute consonante com a terceira pergunta do questionaacuterio na qual

era pedido aos alunos-professores que comparassem ou evidenciassem aspectos e

potencialidades vantagens ou desvantagens da proposta apresentada com a forma como

desenvolveram este assunto na praacutetica

Elisa descreveu-nos uma aula da sua PP na qual tratou o mesmo conteuacutedo que na

planificaccedilatildeo apresentada

Devido a alguma falta de tempo para cumprir o programa e como as plantas satildeo um conteuacutedo um pouco mal recebido pelos alunos este conteuacutedo teraacute de ser apresentado de forma motivadora e luacutedica Assim optaacutemos tal como foi apresentado por fazer actividades praacuteticas [Elisa]

Judite que nos explica que natildeo tratou este assunto na sua PP fala-nos acerca da

utilizaccedilatildeo que fez do Power Point e de uma ferramenta de que dispunha na sua escola de

PP e que tem um ftmcionamento semelhante ao do microscoacutepio digital mencionado na

nossa planificaccedilatildeo

Na minha praacutetica natildeo tratei este assunto Mas usei algumas vezes o Power Point e tambeacutem a flexcam que funciona muito bem quando queremos que todos vejam a mesma imagem () O microscopio digital () tem um funcionamento muito parecido [Judite]

Judite destaca tambeacutem algumas vantagens na utilizaccedilatildeo das TIC como um recurso

para o TE tal como j aacute salientaacutemos designadamente a motivaccedilatildeo

Sem duacutevida que os alunos quando entram na sala e vecircm o computador o projector ou outro objecto eacute logo motivo de curiosidade e perguntam logo o que vamos fazer com isto Eles estatildeo mais motivados com as aprendizagens e se haacute motivaccedilatildeo haacute envolvimento no decorrer da aula [Judite]

217

Quanto a Eduarda refere que natildeo desenvolveu este conteuacutedo na sua PP mas na

sua opiniatildeo Creio que eacute uma boa estrateacutegia para apresentarleccionar este conteuacutedo

[Eduarda]

A aluna-professora Leonor tece elogios agrave planificaccedilatildeo apresentada natildeo se

referindo no entanto agrave sua PP tal como constatamos no seguinte transcrito

Oo meu ponto de vista a proposta apresentada estava bastante positiva houve sempre a preocupaccedilatildeo de traccedilar objectivos tendo em conta os programas do Ensino Baacutesico Notei que ao longo de toda a planificaccedilatildeo se deu uma grande importacircncia ao trabalho de grupo e agraves ideias preacutevias dos alunos e aos seus conhecimentos Gostei imenso da ideia dos alunos elaborarem uma apresentaccedilatildeo de Power Point ao longo do conteuacutedo em estudo Tirei algumas ideias para utilizar no fiituro Gostei muito [Leonor]

Por sua vez Anabela aponta que desenvolveu este conteuacutedo na sua PP destacando

que natildeo recorreu a ferramentas TIC como na proposta apresentada

Este tema que foi aqui tratado eu tive a oportunidade de o pocircr em praacutetica no ambiente sala de aula Natildeo tendo eu introduzido este assunto com o auxilio do computador e do microscoacutepio penso que apesar de ter observado sucesso ao niacutevel da aprendizagem por parte dos alunos se tivesse utilizado estes recursos teria sido uma aprendizagem mais motivante e talvez de maior sucesso [Anabela]

Por uacuteltimo o aluno-professor Joatildeo conta-nos que natildeo teve oportunidade de realizar

uma planificaccedilatildeo semelhante agrave apresentada por vaacuterios factores que destaca

Em relaccedilatildeo agrave minha praacutetica penso que a maior desvantagem foi o facto de natildeo ter tido a liberdade suficiente que me permitisse realizar tal planificaccedilatildeo Por outro lado haacute que ter em conta o factor tempo outro factor eacute ao niacutevel do material existente na escola onde realizei a praacutetica pois a este niacutevel aquela encontra-se um pouco limitada [Joatildeo]

O quadro 430 resume o confionto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas

Pedagoacutegicas dos alunos-professores

218

D I M E N S Otilde E S 1 INDICADORES 1 ENTREVISTADOS

T R A T O U O N Atilde O RECORREU A TIC

Fazemos actividades praacuteticas 1 Elisa

TEMA N Atilde O RECORREU A

TIC [ Se tivesse usado estes recursos teria sido mais motivante e talvez de maior sucesso

Anabela

R E C O R R E U A T I C Usei 0 Power Point e a Jlexcam que tem um funcionamento parecido ao do microscoacutepio digital

Judite

Eacute uma boa estrateacutegia Eduarda

N Atilde O TRATOU

1 Com 0 computador os alunos estatildeo mais motivados e envolvidos nas

[ ^rendizagens Judite

O T E M A N Atilde O R E C O R R E U A

TIC Proposta bastante positiva Tirei ideias Gostei muito Leonor

Natildeo tive liberdade suficiente Joatildeo

A escola eacute limitada em termos de recursos Joatildeo

Haacute que ter em conta o tempo Joatildeo

Quadro 430 - Subcategoria Confronto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas Pedagoacutegicas

Siacutentese da Categoria Confronto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas

Pedagoacutegicas

A paulir da anaacutelise dos dados recolhidos com o questionaacuterio respondido apoacutes a

realizaccedilatildeo da workshop para esta categoria estabelecemos trecircs subcategorias de anaacutelise

designadamente T I C Ident i f icadas Concepccedilotildees de T E com recurso a T I C -

vantagens e desvantagens e Confronto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas

Pedagoacutegicas

Assim em relaccedilatildeo agrave identificaccedilatildeo das TIC usadas na proposta de planificaccedilatildeo nem

todos os alunos-professores identificaram todas as TIC que foram utilizadas Todos

mencionaram o recurso ao computador Cinco alunos-professores identificaram e referiram

a apresentaccedilatildeo em Power Point Quatro identificaram e mencionaram o uso do sensor de

oxigeacutenio e apenas trecircs se referiram ao uso do microscoacutepio digitai

219

No que diz respeito agrave subcategoria Concepccedilotildees de TE com recurso a TIC -

vantagens e desvantagens depois da participaccedilatildeo na workshop os alunos-professores

referiram-se principalmente a cinco vantagens a saber acompanhamento da aula criar

motivaccedilatildeo organizaccedilatildeo de dados contacto com as TIO e aprendizagem activa

Os alunos-professores reconhecem vantagens no uso das TIC no TE apoacutes a

workshop referindo-se a trecircs aspectos que jaacute antes tiacutenhamos identificado nas suas

concepccedilotildees permitir um acompanhamento mais eficaz da aula criar motivaccedilatildeo e

organizaccedilatildeo de dados Contudo surgem agora novas dimensotildees respeitantes a vantagens

de utilizaccedilatildeo de TIC no TE Os fiituros professores consideram nesta fase que o recurso agraves

TIC no TE permite aos alunos conhecerem as ferramentas de TIC e terem uma participaccedilatildeo

activa na aprendizagem Como TIC mais referida surge ainda o computador mas deixando

de estar centrado na utilizaccedilatildeo da Internet Predominam as referecircncias agrave utilizaccedilatildeo do

microscoacutepio digital que permite uma observaccedilatildeo directa e melhorada de situaccedilotildees praacuteticas

desenvolvidas pelos alunos ou na sua presenccedila Aleacutem disso eacute de relevar a referecircncia de

alguns futuros professores ao uso de diversas TIC

Quanto agraves desvantagens os alunos-professores enunciaram principalmente

problemas com os recursos materiais ao niacutevel das escolas pois os equipamentos podem

natildeo ser os mais adequados ou estar danificados ou mesmo uma falha de corrente eleacutectrica

No que diz respeito agrave subcategoria Confronto da Proposta Didaacutectica com as

Praacuteticas Pedagoacutegicas apenas duas alunas-professoras (Elisa e Anabela) trataram o tema

na sua Praacutetica Pedagoacutegica (PP) sem no entanto terem recorrido ao uso de TIC Apoacutes a

workshop uma destas futuras professoras natildeo hesita em afirmar que se tivesse utilizado

estes recursos teria sido uma aprendizagem mais motivante e talvez de maior sucesso

[Anabela]

220

Os restantes alunos-professores que trataram este tema na sua PP agrave excepccedilatildeo de

Leonor que natildeo se refere agrave sua PP

Judite menciona aspectos tais como ter recorrido a TIC no TE nomeadamente ao

uso do Power Point e da flexcam De salientar que aquando da realizaccedilatildeo da entrevista

Judite natildeo tinha consciecircncia das vantagens da combinaccedilatildeo TE-TIC pelo que considerou

mesmo que natildeo utilizou as TIC no TE referindo-se apenas ao uso de TIC Natildeo passou

muito tempo contudo nesta fase Judite tem jaacute noccedilatildeo de que o uso que fez das duas TIC

no TE permitem aumentar o potencial educativo

Por sua vez Eduarda e Leonor natildeo recorreram ao uso de TIC para abordar este tema

(natildeo o abordaram na sua PP) contudo satildeo decisivas ao afirmar que Creio que eacute uma boa

estrateacutegia para apresentarleccionar este conteuacutedo [Eduarda] e a proposta apresentada

estava bastante positiva () Tirei algumas ideias para utilizar no faturo Gostei muito

[Leonor]

Quanto a Joatildeo justifica que na sua PP natildeo teve oportunidade para poder decidir que

estrateacutegias utilizar Contudo em relaccedilatildeo agrave proposta didaacutectica chama agrave atenccedilatildeo para

aspectos como a limitaccedilatildeo em termos de recursos (que podem natildeo existir ou estar

danificados) nas escolas e ao factor tempo

221

Capiacutetulo 5

Cone fusotildees Limitaccedilotildees e

Impatildecaccedilotildees do Estudo

51 - Nota Introdutoacuteria

Neste capiacutetulo evidenciamos as principais conclusotildees do nosso estudo Satildeo

apresentadas tendo em conta as questotildees colocadas e tendo em vista os objectivos que nos

propusemos Cada conclusatildeo apontada eacute acompanhada de uma reflexatildeo acerca do aspecto

em questatildeo

Por fim apresentamos algumas limitaccedilotildees deste estudo bem como implicaccedilotildees que

pode suscitar

52 - Conclusotildees

Tal como nos capiacutetulos anteriores expomos o instrumento analiacutetico das entrevistas

fundamentado no quadro teoacuterico foi estruturado em cinco grandes blocos temaacuteticos

Tormaccedilatildeo inicial Ensino das Ciecircncias Trabalho Experimental Tecnologias de

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Articulaccedilatildeo entre o Trabalho Experimental e as

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Assim seguiremos os blocos temaacuteticos (de

que apresentamos siacutentese de cada uma das categorias no capiacutetulo anterior) definidos para

questionar acerca do entendimento do Ensino das Ciecircncias e em particular das

potencialidades (vantagens e desvantagens) do TE no tempo das TIC e de como as

percepcionaram os futuros professores de Ciecircncias (questatildeo 1 objectivo 1)

Na continuaccedilatildeo foi planificada e validada uma proposta didaacutectica que

apresentaacuteihos e trabalhaacutemos com os alunos-professores com intenccedilatildeo formativa (questatildeo

2 objectivos 2 e 3) No seguimento desta pedimos aos sujeitos do estudo que

respondessem a um questionaacuterio cujos resultados cruzam de modo particular coni os do

bloco Articulaccedilatildeo entre o Trabalho Experimental e as Tecnologias de Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo provenientes da entrevista (questatildeo 2 objectivo 4)

223

521 - Concepccedilotildees acerca das potencial idades do Trabalho

Experimental com Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Formaccedilatildeo Inicial

Relativamente ao Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial a partir dos resultados

obtidos podemos considerar que todos os alunos-professores valorizam a sua formaccedilatildeo

inicial (FI) como um importante referencial para o exerciacutecio da sua futura profissatildeo

Contudo um pequeno nuacutemero de sujeitos deixa vislumbrar algumas criticas apontando

aspectos menos bons anotando que existe algum distanciamento entre o que em algumas

disciplinas da sua FI lhes eacute ensinado e o que necessitam para a sua Praacutetica Pedagoacutegica

(PP)

Pelo facto do curso que concluem ser bivalente isto eacute permitir a leccionaccedilatildeo natildeo

soacute no 2reg Ciclo do Ensino Baacutesico como tambeacutem no 1deg Ciclo do Ensino Baacutesico as

disciplinas da estrutura curricular tecircm necessariamente que ser mais abrangentes Em

Praia (1998) jaacute referido neste estudo encontramos uma possiacutevel explicaccedilatildeo para tal

sentimento por parte dos alunos-professores Este autor diz-nos que a propoacutesito da

formaccedilatildeo inicial de professores uma das maiores dificuldades sentidas por este grupo

reside exactamente na transferecircncia dos conhecimentos teoacutericos para a praacutetica E diz-nos

mais Tal transferecircncia de conhecimentos natildeo eacute simples nem imediata de fazer requer

uma reflexatildeo acerca de tais saberes Por isso o autor explica-nos que a teoria natildeo daacute

ordens agrave praacutetica mas sim aconselha-a orienta-a organiza-a daacute-lhe seguranccedila Por sua vez

a praacutetica procura quando reflectida apoiada e fimdamentada trazer de novo agrave discussatildeo as

proacuteprias orientaccedilotildees teoacutericas modi ficando-as reformulando-as reorientando-as (Op Cit

p160)

Quanto agrave preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo todas as respostas obtidas

corroboram uma ideia que eacute lugar comum nos nossos dias - aprendizagem ao longo da

224

vida Isto eacute os sujeitos do estudo mostram-se conscientes de que a formaccedilatildeo inicial eacute

apenas o iniacutecio de um processo encarado como uma preparaccedilatildeo para o desempenho da sua

futura profissatildeo Tal como nos chama a atenccedilatildeo Bonifaacutecio da Costa (1999) a formaccedilatildeo

inicial de professores eacute parte integrante de um processo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e que

acontece ao longo da vida

No que diz respeito agrave Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica a maioria

dos alunos-professores mostra-se satisfeita deixando transparecer sentimentos de

satisfaccedilatildeo e de dever cumprido No entanto dois sujeitos deixaram perceber um ainda que

leve sentimento de satisfaccedilatildeo incompleta relacionada com circunstacircncias particulares que

por algum motivo gravam determinado periacuteodo pela positiva ou pela negativa

Em relaccedilatildeo agraves experiacuteecircncias de aprendizagem valorizadas trecircs alunos-professores

apontaram a preparaccedilatildeo de aulas mas tendencialmente os sujeitos valorizam o

desempenho na aula (5 alunos-professores) Sahentamos que muitas vezes acontece o

2iluno em PP seguir um modelo de professor que de alguma forma marcou a sua vida

enquanto aluno e que agora pOtildee em praacutetica Talvez por isso por vezes aconteccedila que

contrariamente ao que se defende actualmente em termos de perspectivas de ensino o

aluno em PP tenha tendecircncia a assumir o papel de professor transmissor de conceitos e a

entender o aluno receptor

Ainda relativamente agrave Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica os

alunos-professores apontam aspectos positivos e negativos do seu desenvolvimento

(pessoal e profissional) enquanto alunos praticantes No que diz respeito aos aspettos

positivos relevantes na PP dois alunos-professores mencionam aspectos relacionais mas

trecircs sujeitos apontam principalmente aspectos particulares relacionados com a praacutetica de

ensino Ressalta pela negativa o destaque dado por trecircs alunos-professores para aspectos

que se prendem com as dificuldades sentidas na preparaccedilatildeo de aulas (definir objectivos e

225

estrateacutegias) por vezes relacionadas pelos sujeitos com o facto de a turma natildeo ser

efectivamente sua mas do professor titular da mesma - o professor cooperante Estas

dificuldades segundo os sujeitos passam tambeacutem pela necessidade de apresentar

planificaccedilotildees inovadoras ou pela dificuldade de adequar a planificaccedilatildeo a determinada

turma

Relembramos Estrela (2002 pl8) que entende a formaccedilatildeo inicial como o iniacutecio

institucionalmente enquadrado e formal de um processo de preparaccedilatildeo e desenvolvimento

da pessoa em ordem ao desempenho e realizaccedilatildeo profissional numa escola ao serviccedilo de

uma sociedade historicamente situada salienta que eacute importante que os futuros-

professores possam dar resposta agraves exigecircncias da escola do presente e sejam receptivos agraves

perspectivas de futuro (pl7)

Ensino das Ciecircncias

Relativamente agraves Concepccedilotildees acerca do ensino das Ciecircncias os alunos-

professores satildeo unacircnimes em considerar que eacute fundamental aprender Ciecircncias E para

fundamentar tal ideia apresentam argumentos de cidadania mencionado por todos os

sujeitos a compreensatildeo de noacutes proacuteprios referido por cinco sujeitos a compreensatildeo do

mundo que nos rodeia apontado por trecircs sujeitos e desenvolver atitudes cientiacuteficas

indicado apenas por um sujeito A predominacircncia para os argumentos de cidadania (os seis

sujeitos) eacute evidenciada por dimensotildees nas quais encontramos justificaccedilotildees tais como

possuir um conhecimento baacutesico de Ciecircncias e de assuntos relacionados com as Ciecircncias

para a tomada de decisotildees informadas no quotidiano dos cidadatildeos e na vida em sociedade

Quanto agrave dimensatildeo compreensatildeo de noacutes proacuteprios apontada por cinco sujeitos eacute justificada

pela importacircncia de um conhecimento mais aprofundado de si proacuteprio e do funcionamento

do nosso organismo

226

Contudo quando questionados sobre quais os aspectos que consideram importantes

serem abordados nas aulas de Ciecircncias os alunos-professores salientam diversos aspectos

mas principalmente relacionados cora conteuacutedos da Ciecircncia A predominacircncia de aspectos

referidos ao niacutevel dos conteuacutedos referidos por cinco sujeitos situa-se nos relacionados

com a compreensatildeo do organismo e com os cuidados a ter com este Estes aspectos

reforccedilam a tendecircncia para justificar o ensino das Ciecircncias para a compreensatildeo de noacutes

proacuteprios

Apenas um sujeito fez menccedilatildeo a processos no Ensino das Ciecircncias Cinco dos

futuros professores apontaram principalmente temas que podem ser desenvolvidos na aula

de Ciecircncias e que permitem do ponto de vista dos sujeitos aprendizagens uacuteteis aos alunos

Natildeo foram agora feitas explicitamente referecircncias a atitudes e valores que o

ensino das Ciecircncias pode promover

De facto as ideias predominantemente reveladas pelos sujeitos natildeo estatildeo muito

afastadas do que a este respeito defendem autores como por exemplo-Martins e Veiga

(1999) Tenreiro-Vieira e Vieira (2001 2005) Cachapuz Praia e Jorge (2002) Martins

(2002 2003) Acevedo Vaacutezquez e Manassero (2003) Gil-Peacuterez e Vilches (2004 2005)

Vasconcelos e Praia (2005) Caamano e Paixatildeo (2006) que indicam como sentido para o

ensino das Ciecircncias uma educaccedilatildeo cientiacutefica cuja principal finalidade seja desenvolver

competecircncias em todo e qualquer cidadatildeo (mesmo os que natildeo satildeo especialistas em aacutereas

cientiacuteficas) compreender-se a si proacuteprio e ao mundo que o rodeia poder ter uma opiniatildeo

poder tomar decisotildees fundamentadas num conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico baacutesico e

que tenham ou passam vir a ter consequecircncias na sua vida (individual e colectiva) poder

resolver situaccedilotildees-problema do quotidiano

No que toca aacute Avaliaccedilatildeo da formaccedilatildeo em Ensino das Ciecircncias os alunos-

professores declaram-se preparados para serem professores de Ciecircncias sendo unacircnimes

227

ao ressaltar que numa aacuterea tatildeo vasta como as Ciecircncias da Natureza a bagagem que levam

da escola de formaccedilatildeo inicial eacute apenas o equipamento para o futuro Isto eacute os iacuteuturos

professores mostram-se conscientes de que num mundo em constante mudanccedila e evoluccedilatildeo

onde o conhecimento estaacute cada vez mais acessiacutevel a todos o importante passa a ser a

forma de integrar e aplicar este conhecimento

Trabalho Experimental

Os resultados obtidos em relaccedilatildeo agrave Concepccedilatildeo de Trabalho Experimentai dos

ai unos-professores mostram-nos que em metade dos sujeitos do estudo cada aluno-

professor tem uma concepccedilatildeo de trabalho experimental matizada por diferentes

perspectivas Isto eacute tendo percebido - a partir da sua formaccedilatildeo inicial em particular

atraveacutes das disciplinas de Didaacutectica e Metodologia das Ciecircncias e de Epistemologia das

Ciecircncias que actualmente se concebe o trabalho experimental atraveacutes da resoluccedilatildeo de

situaccedilotildees problemaacuteticas com interesse para os alunos - uma actividade que ajuda a

estabeleceacuter relaccedilatildeo com o dia-a-dia e a importacircncia de estimular uma postura

metacognitiva os alunos-professores revelaram que por exemplo valorizam os passos de

resoluccedilatildeo de um problema numa perspectiva onde os alunos satildeo frequentemente

questionados sobre porque eacute que estatildeo a fazer aquele TE daquela forma para a resoluccedilatildeo

daquele problema

Aparentemente estes alunos parecem situar-se numa perspectiva de ensino por

pesquisa (EPP) (Cachapuz Praia e Jorge 2000) No entanto uma anaacutelise mais atenta e fina

dos resultados mostra-nos que por exemplo o mesmo sujeito apresenta para aleacutem de

alguns dos aspectos que aqui referimos indiacutecios de outras perspectivas de ensino

porventura ensino por mudanccedila conceptual (EMC) e ensino por descoberta (EPD) Para

228

aleacutem disso bem sabemos tambeacutem que existem diferenccedilas entre as declaraccedilotildees dos

sujeitos e as suas proacuteprias praacuteticas

Relativamente agrave outra metade dos sujeitos parecem situar-se quase exclusivamente

numa perspectiva de ensino por transmissatildeo de conhecimentos na qual o trabalho

experimental tem um papel ilustrativo demonstrativo ou quando muito confirmatoacuterio Tal

como expusemos no segundo capiacutetulo corroboramos as ideias de Cachapuz Praia e Jorge

(2000) que nos explicam que esta eacute ainda uma perspectiva de ensino dominante apesar de

poder apresentar matizes de outras perspectivas

No que se refere agraves ^Potencialidades do TE os aJunos-professores justificam a

importacircncia do trabalho experimental tendencialmente relacionando-a com o

desenvolvimento de competecircncias cognitivas (seis sujeitos) soacutecio-afectivas (cinco

sujeitos) e capacidades e atitudes (cinco sujeitos) respectivamente os alunos-professores

salientam que o TE ajuda a adquirir e a relacionar conceitos desenvolve aspectos da

relaccedilatildeo em grupo desenvolve competecircncias transversais tais como a observaccedilatildeo a anaacutelise

a interpretaccedilatildeo sendo ainda considerado por trecircs dos alunos-professores como uma

estrateacutegia motivadora De salientar ainda que tal como jaacute reflectimos no capiacutetulo anterior

o primeiro destes aspectos - desenvolvimento cognitivo - pode a partir da perspectiva de

cada aluno estar relacionado quer com a transmissatildeo de conhecimentos quer com o

relacionar a teoria com a praacutetica Desta forma os alunos-professores aproximam-se do que

sobre este assunto nos dizem autores como Oliveira (1999) e Santos e Oliveira (2003)

como expusemos no capiacutetulo anterior

De uma forma geral podemos considerar que metade dos alunos-professores

revelam preocupaccedilotildees soacutecio-construtivistas Isto eacute referem que se preocupam em realizar

TE com os seus alunos assentando em situaccedilotildees problemaacuteticas com a finalidade de

desenvolver nos alunos competecircncias atitudes e valores organizando momentos de

229

interacccedilatildeo e reflexatildeo criacutetica atraveacutes do debate agrave volta das situaccedilotildees problemaacuteticas tendo

os alunos um papel activo e de pesquisa corroborando ideias apresentadas em Cachapuz

Praia e Jorge (2000)

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Os aiunos-professores no que diz respeito ao Destaque das TIC na Formaccedilatildeo

Inicial referem que ao longo da sua formaccedilatildeo inicial tiveram oportunidades de formaccedilatildeo

em TIC nalgumas disciplinas e mencionam principalmente o recurso a programas

informaacuteticos como o programa de Geometria dinacircmica Geometers Sketchpad utilizado na

disciplina de Geometria e o programa Excel Fazem ainda referecircncia aos programas Word

e Power Point De uma forma geral os sujeitos do estudo quanto ao Valor atribuiacutedo agrave

Formaccedilatildeo em TIC consideram que estas aprendizagens foram uacuteteis para aplicarem na sua

PP pois ampliam a facilidade em utilizar estes programas com os seus alunos de 2deg Ciclo

pelo facto de eles proacuteprios estarem mais agrave vontade com as TIC Contudo trecircs alunos-

professores deixam passar a ideia de que a formaccedilatildeo inicial no acircmbito das TIC foi pouco

explorada Na opiniatildeo de Ponte e Serrazina (1998) que partilhamos na escola de formaccedilatildeo

inicial os alunos adquirem uma preparaccedilatildeo baacutesica no acircmbito das TIC que pretende

principalmente desenvolver a confianccedila dos alunos no uso deste tipo de ferramentas Cabe

depois ao professor procurar uma actualizaccedilatildeo de conhecimentos e competecircncias

ultrapassando assim as dificuldades que possam vir a surgir

No estudo dirigido por Ponte e Serrazina (1998) o curso ao qual pertencem os

sujeitos da nossa investigaccedilatildeo - Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza - surge numa situaccedilatildeo

favoraacutevel como um dos que mais fortemente usam TIC Estes autores deixam como

recomendaccedilotildees que se desenvolvam conhecimentos e competecircncias em ferramentas tais

como processamento de texto correio electroacutenico a navegaccedilatildeo na Internet os programas

230

de estatiacutestica de gestatildeo de bases de dados e de apresentaccedilatildeo e o uso do viacutedeo (p48) por

serem cada vez mais consideradas como indispensaacuteveis ao professor

Concordando que eacute importante utilizar as TIC no ensino no que se refere agraves

Potencialidades das TIC os alunos-professores apresentam tendencialmente

argumentos como as TIC apontadas como uma motivaccedilatildeo na aula eou satildeo um recurso

(central) no ensino

Durante o seu tempo de Praacutetica Pedagoacutegica e na escola onde desenvolveram a sua

praacutetica no que respeita ao Recurso agraves TIC na Praacutetica Pedagoacutegica metade dos alunos-

professores refere ter tido um acesso praticamente sem muitas restriccedilotildees tendo agrave

disposiccedilatildeo computadores e ligaccedilatildeo agrave Internet Por outro lado a outra metade dos alunos-

professores revelou ter tido alguns problemas designadamente no acesso aos

computadores e no estado de conservaccedilatildeo do equipamento Tal significa que em algumas

escolas do Ensino Baacutesico o acesso agraves TIC mesmo para os professores eacute ainda dificultado

No que diz respeito agrave utilizaccedilatildeo que os alunos-professores fazem ou natildeo das TIC

nas suas aulas na PP todos fazem referecircncia ao recurso a programas informaacuteticos mas

restringem-se ao programa Power Point especiacutefico para apresentaccedilotildees e ao uso do

necessaacuterio projector Apenas uma das nossas entrevistadas afirma nunca ter feito uso das

TIC nas suas aulas da PP

Articulaccedilatildeo entre o Trabalho Experimental e as Tecnologias de

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

No que diz respeito agrave Realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC apenas um aluno-

professor declara nunca ter utilizado TE com recurso a TIC Contudo quatro sujeitos do

estudo referiram-se a alguns impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

particularmente explicaram que por terem condiccedilotildees no Laboratoacuterio que lhes permitiram

231

realizar TE ou por falta de tempo ou por decisatildeo do professor cooperante ou ainda pelos

conteuacutedos a leccionar natildeo realizaram TE com recurso agraves TIC

A anaacutelise dos dados permitiu-nos ainda evidenciar no que concerne agrave Concepccedilatildeo

de TE com recurso agraves TIC que os alunos futuros professores intervenientes neste estudo

se referem a alguns aspectos de como podem tirar partido das TIC no TE Assim trecircs

alunos-professores apontam vantagens relacionadas com o acompanhamento da aula e dois

alunos-professores apontam o facto de em algumas situaccedilotildees de recurso a TIC

determinada aula natildeo requerer material nem preparaccedilatildeo preacutevia (esta dimensatildeo apesar de

declarada como vantagem e na opiniatildeo de muito autores exactamente um dos problemas

frequentes do entendimento e do uso das TIC) Estes sujeitos referem tambeacutem que na

realizaccedilatildeo de actividades interactivas na Internet os alunos soacute avanccedilam se tiverem

percebido o passo em que se encontram Vaacuterios sujeitos indicam ainda outras vantagens

possiacuteveis na realizaccedilatildeo de TE com recurso a TIC nomeadamente satildeo referidos como

benefiacutecios criar motivaccedilatildeo (dois sujeitos) organizaccedilatildeo de dados (dois sujeitos) e

alargamento de conhecimentos (apenas um sujeito) A economia de tempo eacute apontada

apenas por um dos sujeitos

Dois alunos-professores indicam como desvantagem da realizaccedilatildeo de TE com TIC

o considerarem que eacute importante o manuseamento e o mexerem o que segundo eles se

perderia com o uso das TIC Trata-se de uma forma muito linear do entendimento do uso

das TIC no TE que aliaacutes eacute tambeacutem evidenciada no modo como se referem aos

impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE Realccedilamos a pseudo-justificaccedilatildeo de uma aluna-

professora de que podendo fazer TE em Laboratoacuterio natildeo haacute necessidade de utilizar TIC

De salientar por outro lado que uma aluna-professora nos descreveu uma aula da sua PP

em que recorreu agraves TIC substituindo assim uma possiacutevel e desejaacutevel actividade de TE

232

com materiais manipulativos Ou seja independentemente de como estes sujeitos

entendem o TE natildeo entendem as TIC como uma mais valia

522 - Impacte da proposta na alteraccedilatildeo das concepccedilotildees acerca do

Trabalho Experimental com Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Depois da proposta didaacutectica apresentada e discutida com os alunos-professores

estes referiram-se principalmente a cinco vantagens da utilizaccedilatildeo de TIC no TE agora

percepcionadas a saber acompanhamento da aula criar motivaccedilatildeo organizaccedilatildeo de dados

- trecircs aspectos que jaacute antes tiacutenhamos identificado nas suas concepccedilotildees - e contacto com as

TIC e aprendizagem activa apontadas de novo

Quanto agraves desvantagens do TE com recurso a TIC percepcionadas na proposta

quatro dos alunos-professores enunciaram apenas problemas com os recursos materiais ao

niacutevel das escolas pois os equipamentos podem natildeo ser os mais adequados (os quatro

sujeitos) ou estarem danificados (dois desses sujeitos) Dos outros dois alunos-professores

um deles aponta que o TE com recurso a TIC pode provocar distracccedilatildeo e outra aluna refere

que na proposta satildeo apresentadas muitas actividades praacuteticas

Comparando coin a sua Praacutetica Pedagoacutegica (PP) a maioria dos alunos-professores

natildeo tratou este tema e os que o fizeram natildeo utilizaram TIC Apoacutes a workshop^ uma das

alunas-professoras natildeo hesita em afirmar que se tivesse utilizado estes recursos teria sido

uma aprendizagem mais motivante e talvez de maior sucesso Apenas uma aluna-

professora se refere aacute sua proacutepria PP e ao uso que fez de TE-TIC Este eacute um aspecto

curioso uma vez que aquando da realizaccedilatildeo da entrevista (antes da workshop) a mesma

aluna-professora natildeo tinha consciecircncia das potencialidades da combinaccedilatildeo TE-TIC tendo

entatildeo afirmado que natildeo utilizou as TIC no TE e referindo-se apenas ao uso de TIC em

233

geral Nesta fase a aluna-professora tem jaacute noccedilatildeo de que o uso que fez das duas TIC no TE

permitem aumentar o potencial educativo

A maioria dos sujeitos do estudo (quatro) natildeo abordou na sua PP o tema da

proposta didaacutectica como jaacute referimos contudo tece consideraccedilotildees muito favoraacuteveis em

relaccedilatildeo a esta referindo-se-lhe como uma boa estrateacutegia para apresentarleccionar este

conteuacutedo ou afirmando que a proposta apresentada estava bastante positiva Um deles

declara mesmo que tirou algumas ideias para utilizar no futuro afirmando Gostei muito

E m siacutentese

A partir das conclusotildees descritas pudemos constatar que em maior ou menor

escala todos os futuros professores valorizam a sua formaccedilatildeo inicial e de modo particular

a Praacutetica Pedagoacutegica e todos eles foram utilizando as Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo no Trabalho Experimental na sua Praacutetica Pedagoacutegica

Na primeira fase da anaacutelise de concepccedilotildees e no que diz respeito agraves vantagens os

fiituros professores centram-se em aspectos de natureza mais teacutecnica referindo para o uso

das TIC no TE algximas potencialidades tais como o acompanhamento da aula o criar

motivaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo de dados que permanecem na uacuteltima fase depois da workshop

em que foi apresentada e discutida a proposta didaacutectica que realccedilava o TE com recurso a

TIC Contudo satildeo agora apontadas novas vantagens identificadas com o domiacutenio

pedagoacutegico e didaacutectico que evidenciam preocupaccedilatildeo com a qualidade da aprendizagem

dos alunos Aspectos como aprendizagem activa e contacto com as TIC surgem nesta fase

Apesar de se referirem a desvantagens da utilizaccedilatildeo de TE com recurso a TIC na

proposta didaacutectica que apresentaacutemos estas centram-se em aspectos teacutecnicos

particularmente relacionados com a desadequaccedilatildeo dos equipamentos das escolas de 2deg

Ciclo agraves necessidades das tarefas apresentadas

234

Os futuros professores ganharam com a participaccedilatildeo na workshop^ consciecircncia das

vantagens que a combinaccedilatildeo TIC-TE pode proporcionar

Tal como era nossa ideia valeu a pena construir e apresentar uma proposta

didaacutectica de TE com recurso a TIC e submeter os aiunos-professores agrave sua apresentaccedilatildeo e

discussatildeo uma vez que a partir da situaccedilatildeo formativa estes futuros professores

compreenderam melhor que a utilizaccedilatildeo das TIC permite enriquecer o TE e ampliar o

potencial educativo na sala de aula A proposta didaacutectica apresentada apreciada de modo

muito favoraacutevel pelos especialistas mostrou-se adequada como contributo para um

impacte positivo nas concepccedilotildees dos futuros professores acerca das potencialidades do TE

com TIC numa perspectiva actual do entendimento da Educaccedilatildeo em Ciecircncias

Tendo dado resposta agraves questotildees que tiacutenhamos formulado e que conduziram a nossa

investigaccedilatildeo consideramos deste modo atingidos os objectivos a que nos propusemos

Assim e como conclusatildeo final sentimo-nos capazes de afirmar que o nosso estudo

chama a atenccedilatildeo para a importacircncia da necessidade de situaccedilotildees formativas inovadoras em

particular na formaccedilatildeo de professores e integra-se assim na corrente emergente de que a

utilizaccedilatildeo das TIC permite enriquecer o TE sem perder a sua essecircncia de actividade de

resoluccedilatildeo de situaccedilotildees problemaacuteticas ampliando o potencial educativo na sala de aula

53 - Limitaccedilotildees e Implicaccedilotildees do estudo

Como todos os estudos tambeacutem este foi condicionado por circimstacircncias como o

tempo e os contextos particulares em que nos movemos ao longo da sua realizaccedilatildeo que o

moldaram e o fizeram chegar ateacute aqui com as conclusotildees que apresentaacutemos

235

Em vaacuterios momentos do caminho a opccedilatildeo tomada poderia ter sido diferente Desde

o nuacutemero de sujeitos a incluir - para quem os resultados obtidos satildeo vaacutelidos e exclusivos -

agraves metodologias adoptadas a decisatildeo poderia ter sido outra

Relativamente agrave metodologia seguida referimo-nos por exemplo ao facto de natildeo

terem sido realizadas observaccedilotildees dos sujeitos durante as suas praacuteticas de ensino

particularmente na realizaccedilatildeo de Trabalho Experimental com recurso a TIC Tal estudo

permitir-nos-ia ter um conhecimento muito mais aprofimdado daquelas que eram as

concepccedilotildees e as praacuteticas dos alunos-professores As nossas conclusotildees referem-se de

facto agraves declaraccedilotildees dos sujeitos e natildeo agraves suas praacuteticas

Realccedilamos tambeacutem o facto de acreditarmos que teria sido uacutetil ter esboccedilado um

perfil mais aprofundado de cada um dos alunos-professores e evidenciar mais

profundamente a relaccedilatildeo e a influecircncia das diversas categorias e subcategorias para

melhor compreendermos como se articulam para cada um deles

Ainda a partir das conclusotildees agora obtidas e principalmente porque evidenciaram

o interesse e a actualidade da temaacutetica pensamos que na sequecircncia deste estudo seria

interessante investigar com e na praacutetica professores em serviccedilo e formadores de

professores de Ciecircncias da Natureza relativamente agraves suas concepccedilotildees e ao uso que fazem

do TE-TIC

Em suma este estudo pretende ser um contributo para a problematizaccedilatildeo e reflexatildeo

acerca de uma temaacutetica actual e relevante no contexto educativo e social

O estudo de Contreras (2006) relativamente agrave influecircncia das TIC no ensino das

Ciecircncias referido no Capiacutetulo 2 desta investigaccedilatildeo eacute muito recente e tivemos acesso a ele

nos XXII Encuentros de Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales em Zaragoza

Espanha em Setembro do ano em que estamos a terminar a redacccedilatildeo desta Dissertaccedilatildeo

236

Sendo embora o objecto de estudo e as finalidades diferentes das nossas podemos dizer

que este estudo se situa no acircmbito da nossa problemaacutetica o que faz reemergir o sentimento

de pertinecircncia das questotildees que nos guiaram na conduccedilatildeo da investigaccedilatildeo que

desenvolvemos e reforccedila a necessidade de se continuar a investigaccedilatildeo neste territoacuterio

actual da relaccedilatildeo TE-TIC e do seu papel no ensino das Ciecircncias

Pensamos que as TIC satildeo ferramentas que constituem uma mais valia na sala de

aula desde que o professor defina para o uso TE-TIC quais as finalidades de

aprendizagem pondere as vantagens e desvantagens de utilizar estes novos recursos e se

predisponha a uma constante actualizaccedilatildeo e reflexatildeo no domiacutenio das orientaccedilotildees da

investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em Ciecircncias Seguir a moda e integrar as tecnologias na sala de

aula sem um objectivo com real valor educativo eacute muito redutor Tal como dizia Papert

(1993) a tecnologia soacute por si natildeo vai mudar nada (p7-8) No entanto como recordam

Cachapuz Praia e Jorge (2002)

Os professores satildeo potencialmente construtores da mudanccedila como pessoas

activas intervenientes e criticas problematizadoras e indagadoras (p 334)

237

Bibliografia

Acevedo J A (1996) La tecnologia en las relaciones CTS Una aproximacioacuten ai tema

Ensehanza de las Ciecircncias 14 (1) 35-44

Acevedo JA (2001) Cambiando la praacutectica docente en la ensenanza de las ciecircncias a

traveacutes de CTS Boletin dei Programa Ciecircncia Tecnologia Sociedady Innovacioacuten

Junho Organizacioacuten de Estados Iberoamericanos Disponiacutevel on Une em

httpwwwcampus-oeiorgsalactsiacevedo2htm (Consultado em 2 de Setembro

de 2005)

Acevedo J A Vaacutezquez A e Manassero M A (2003) Papel de la educacioacuten CTS en

una alfabetizacioacuten cientifica y tecnoloacutegica para todas las personas Revista

Electroacutenica de Ensenanza de las Ciecircncias 2 (2) Disponiacutevel on line em

httpwwwsaumuvigoesreecvolumenesvolumen2Numero2Artlpdf

(Consultado em 12 de Marccedilo de 2005)

Acevedo J A Vaacutezquez A Manassero M A e Acevedo P (2003) Creencias sobre la

tecnologia y sus relaciones con la ciecircncia Revista Electroacutenica de Ensenanza de las

Ciecircncias 2 (3) Disponiacutevel on line em

http www saum uvi go esreecvolumenesvo 1 umen2Numero 3Art9 pdf

(Consultado em 3 de Setembro de 20Oacute5)

Acevedo J A Vaacutezquez A Paixatildeo M F Acevedo P Oliva J M Manassero M A

(2005) Mitos da Didaacutetica das Ciecircncias acerca dos motivos para incluir a Natureza

da Ciecircncia no Ensino das Ciecircncias Ciecircncia amp Educaccedilatildeo 11 (1) 1-15 Disponiacutevel

on line em bttpwvywfcunesDbrposrevistapdpound^revistal I v o l l a r l r l l v l p d f

(Consultado em 21 de Julho de 2006)

Albarello L Digneffe F Hiemaux JP Maroy C Ruquoy D e Saint-Georges P

(1997) Praacuteticas e Meacutetodos de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais Lisboa Gradiva

Alcaraz I Puig M e Lafon I (2004) Caracteriacutesticas Generales de la Metodologia

Cualitativa In R Alzina (coord) Metodologia de la Investigacioacuten Educativa (pp

275-292) Madrid Editorial La Muralla

Almeida L e Freire T (2000) Metodologia da Investigaccedilatildeo em Psicologia e Educaccedilatildeo

Braga Psiquiliacutebrios

Amado J (2000) A Teacutecnica de Anaacutelise de Conteuacutedo Revista Referecircncia 5 53-63

238

Baggott L (1998) Multimedia simulation a threat to or enhancement of practical work in

science education In J Wellington (Ed) Practical work in school science Which

way nowl (pp 252-270) London Routledge

Balau S e Paixatildeo M F (2006) Trabalho Praacutetico e Tecnologias da iacutenfonmaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo numa perspectiva CTS As plantas na manutenccedilatildeo da vida In A

Blanco V B Brero M A Jimeacutenez e M T Prieto Las Relaciones CTS en la

Educacioacuten Cientiacutefica [CD] Actas do FV Seminaacuterio Ibeacuterico CTS en la Educacioacuten

Cientiacutefica 2006 Maacutelaga Aacuterea de Conocimiento de Didaacutectica de las Ciecircncias

Experimentales Universidad de Maacutelaga

Balau S e Paixatildeo M F (2006a) Potencialidades do uso das TIC no trabalho praacutetico

percepcionadas por futuros professores de Ciecircncias In M D Saacutenchez M J

Morales A L Cortecircs Educacioacuten Cientifica Tecnologias de la iacutenformacioacuten y la

Comunicacioacuten y Sostenibilidad [CD] Actas dos XXII Encuentros de Didaacutectica de

las Ciecircncias Experimentales 2006 Zaragoza Departamento de Didaacutectica de las

Ciecircncias Experimentales Universidad de Zaragoza

Bardin L (2004) Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees 70

Barton R (1998) IT in practical work assessing and increasing the value-added In J

Wellington (Ed) Practical work in school science Which way nowl (pp 237-251)

London RouUumledge

Beltraacuten J A (2006) El contexto de la ensefianza y del aprendizaje In A Trigueiros

(coord) Contextos de Aprendizagem para uma Sociedade do Conhecimento (pp

21-76) Actas das XIV Jornadas Pedagoacutegicas - VIU Transfronteiriccedilas 2005

Castelo Branco Associaccedilatildeo Nacional de Professores secccedilatildeo de Castelo Branco

RVJ Editores

Bettencourt T e Correia A F (1996) Um Estudo sobre a Utilizaccedilatildeo de um Sistema de

Aquisiccedilatildeo e Tratamento de Dados no Laboratoacuterio de Biologia do Ensino

Secundaacuterio In I Simpoacutesio Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento de Software Educativo

1996 Costa da Caparica Disponiacutevel on line em

httpphoenixscefctunlDtsimposiosimposiohtm (Consultado em 27 de Janeiro

de 2004)

Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo Qualitativa-em Educaccedilatildeo Porto Porto

Editora

Bonifaacutecio da Costa M H (1999) A Praacutetica e o Desenvolvimento da Capacidade

Reflexiva de Alunos-Professores de Liacutengua Portuguesa - Diaacuterio de Formaccedilatildeo -

239

uma estrateacutegia formativa Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Master of Education in

Supervision (natildeo publicada) Castelo Branco University of Nottingham - School

of Education Instituto Politeacutecnico de Castelo Branco - Escola Superior de

Educaccedilatildeo

Brown D e Harper E (2003) A twenty-first century science laboratory School Science

Review 84 87-91

Burke D (2002 12 de Outubro) Em ciecircncia nada eacute preto ou branco Puacuteblico Saacutebado p

30

Caamano A e Paixatildeo F (2006) iQueacute Opina ei Profesorado sobre la Orientacioacuten y las

Contenidos del Curriculum de Quiacutemica en el Bachillerato In A Blanco V B

Brero M A Jimeacutenez e M T Prieto Las Relaciones CTS en la Educacioacuten

Cientifica [CD] Actas do FV Seminaacuterio Ibeacuterico CTS en la Educacioacuten Cientifica

2006 Maacutelaga Area de Conocimiento de Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales

Universidad de Maacutelaga

Cachapuz A F (org) Praia J F e Jorge M P (2000) Perspectivas de Ensino das

Ciecircncias Porto Centro de Estudos de Educaccedilatildeo em Ciecircncia (CEEC)

Cachapuz A F Praia J F e Jorge M P (2002) Ciecircncia Educaccedilatildeo em Ciecircncia e Ensino

das Ciecircncias Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional

Cachapuz A F (2006) De las Partes ai Todo Hacia un Dialogo entre Ciecircncia y Arte In

A Blanco V B Brero M A Jimeacutenez e M T Prieto Las Relaciones CTS en la

Educacioacuten Cientifica [CD] Actas do IV Seminaacuterio Ibeacuterico CTS en la Educacioacuten

Cientifica 2006 Maacutelaga Aacuterea de Conocimiento de Didaacutectica de las Ciecircncias

Experimentales Universidad de Maacutelaga

Campanario J M Moya A e Otero J C (2001) Invocaciones y usos inadecuados de la

ciecircncia en la publicidad Ensenanza de las Ciecircncias 19 (1) 45-56

Carneiro R (2001) Nota introdutoacuteria In A Dias de Carvalho A Dias de Figueiredo E

Morin G Delacocircte J J R Frauacutesto da Silva J Deus Pinheiro J Lobo Antunes J

Tribolet J Azevedo L Resnick M- Teresa Ambroacutesio R Carneiro R Leite

Berger Filho S Papert Novo Conhecimento Nova Aprendizagem (pp11-15)

Actas da Conferecircncia Intemacional laquoNovo Conhecimento Nova Aprendizagemraquo

2000 Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian

Castells M (2004) A Galaacutexia Internet - Reflexotildees sobre Internet Negoacutecios e Sociedade

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian

240

Chaplin M (2003) Strategies for making effective use of ICT in science lessons School

Science Review 84 93-97

Contreras S (2006) Una reflexion sobre la influencia de las TICs en la ensenanza de las

ciecircncias y una aproximacioacuten al estado de los profesores chilenos In M D Saacutenchez

M J Morales A L Cortecircs Educacioacuten Cientiacutefica Tecnologias de la Informacioacuten y

la Comunicacioacuten y Sostenibilidad [CD] Actas dos XXII Encuentros de Didaacutectica

de las Ciecircncias Experimentales 2006 Zaragoza Departamento de Didaacutectica de las

Ciecircncias Experimentales Universidad de Zaragoza

Departamento do Ensino Baacutesico (2001) Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico

Competecircncias Essenciais Lisboa Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Estrela A (1990) Teoria e Praacutetica de Observaccedilatildeo de Classes - Uma Estrateacutegia de

Formaccedilatildeo de Professores Lisboa Instituto Nacional de Investigaccedilatildeo Cientiacutefica

Estrela M T (2002) Modelos de formaccedilatildeo de professores e seus pressupostos

conceptuais Revista de Educaccedilatildeo XI (1) 17-29

Fleming R (1989) Literacy for technological age Science Education 73 (4) 391-404

Foddy W (2002) Como Perguntar Teoria e Praacutetica da Construccedilatildeo de Perguntas em

Entrevistas e Questionaacuterios Oeiras Celta Editora

Ghiglione R amp MataJon B (1993) O Inqueacuterito Oeiras Celta Editora

Gil H e Baggott L (2000) Ensino Experimental Microscoacutepio Virtual e Tecnologias da

Informaccedilatildeo Uma Proposta Digital In M Sequeira L Dourado M T Vilaccedila J L

Silva A S Afonso J M Baptista Trabalho Praacutetico e Experimental na Educaccedilatildeo

em Ciecircncias (pp 153-163) Braga Departamento de Metodologias da Educaccedilatildeo

Instituto de Educaccedilatildeo e Psicologia Universidade do Minho

Gil H e Baggott L (2002) Ensino Experimental e Tecnologias da Informaccedilatildeo

Microscoacutepio Virtual In A C Coelho A F Almeida J M Carmo e M N R

Sousa Educaccedilatildeo em Ciecircncia - VII Encontro Nacional (pp 359-367) Faro Escola

Superior de Educaccedilatildeo Universidade do Algarve

Gil H e Paixatildeo M F (1999) Um modelo para a ventilaccedilatildeo pulmonar explorado com

recursos infomiaacuteticosy Boletim da APPBG 12 32-37

Gil Peacuterez D e Vilches A (2004) La atencioacuten al futuro en la educacioacuten ciudadana

Posibles obstaacuteculos a superar para su incorporacioacuten en la ensenanza de las ciecircncias

In I P Martins F Paixatildeo R M Vieira Perspectivas Ciecircncia - Tecnologia -

Sociedade na Inovaccedilatildeo da Educaccedilatildeo em Ciecircncia (pp 99-108) Actas do III

241

Seminaacuterio Ibeacuterico CTS no Ensino das Ciecircncias 2004 Aveiro Departamento de

Didaacutectica e Tecnologia Educativa Universidade de Aveiro

Gil Peacuterez D e Vilches A (2005) bimersioacuten en la Cultura Cientiacutefica para la toma de

Decisiones ^Necesidad o Mito Revista Eureka sobre Ensenanza y Divulgacioacuten de

las Ciecircncias 2 (3) 302-329 Disponiacutevel on line em httpwwwapac-

eurekaorgrevistaVolumen2Numero_2_3Gil_Vilches_20Q5bpdf (Consultado em

28 de Julho de 2006)

Guimas de Almeida A M F (1995) Trabalho Experimental na Educaccedilatildeo em Ciecircncia

Epistemologia Representaccedilotildees e Praacuteticas dos Professores Dissertaccedilatildeo de

Mestrado em Ciecircncias da Educaccedilatildeo (natildeo publicada) Lisboa Universidade Nova de

Lisboa Faculdade de Ciecircncias e Tecnologia

Hodson D (1988) Experiments in science teaching Educational Philosophy and Theory

20 (2) 53-66

Hodson D (1990) A critical look at practical work in school science The School Science

Review 70 (256) 33-39

Hodson D (1992) Redefining and reorienting practical work in school science School

Science Review 73 (264) 65-77

Hodson D (1994) Hacia un enfoque maacutes critico del trabajo de laboratorio Ensenanza de

las Ciecircncias 12 (3) 299-313

Hodson D (1996) Practical work in school science exploring some directions for change

International Journal of Science Education 18 (7) 755-760

Hodson D (2001) Research on Practical Work in School and Universities in pursuit of

better questions and better methods In A F Cachapuz (Ed) A Chemistry Odyssey

[CD] 6th European Conference on Research in Chemical Education 2nd European

Conference on Chemical Education Aveiro Universidade de Aveiro

Hodson D e Reid D (1988) Changing priorities in science education Part II School

Science Review 70 (251) 159-165

Hofstein A e Lunetta V (2004) The Laboratory in Science Education Foundations for

the Twenty-First Century Science Education 88 (1) 28-54

Kirschner P e Huisman W (1998) Dry laboratories in science education computer-

based practical work International Journal of Science Education 20 (6) 665-682

Koogan A (1982) Koogan Larousse Seleccedilotildees Dicionaacuterio Enciclopeacutedico (6reg

reimpressatildeo) Lisboa Seleccedilotildees do Readers Digest

242

Leite L (2001) Contributos para uma utilizaccedilatildeo mais fundamentada do trabalho

laboratorial no ensino das ciecircncias In H V Caetano e M G Santos (Org)

Cadernos Didaacutecticos de Ciecircncias (pp 79-97) Lisboa Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Departamento do Ensino Secundaacuterio Disponiacutevel on line em httpwwwciencias-

exp-no-secorgdocumentospublicacoes caderno monopdf (Consultado em 28 de

Julho de 2006)

Lopes J M G (1994) Supervisatildeo do Trabalho Experimental no 3 Ciclo do Ensino

Baacutesico um Modelo Inovador Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Ciecircncias da Educaccedilatildeo

(natildeo publicada) Aveiro Universidade de Aveiro

Ludke M amp Andreacute M (1986) Pesquisa em Educaccedilatildeo abordagens qualitativas Satildeo

Paulo Ediccedilotildees Pedagoacutegica e Universitaacuteria

Martinez H e Parrilla Parrilla J L (1994) La Utilizacioacuten del Ordenador en la

Realizacioacuten de Experiecircncias de Laboratorio Ensenanza de las Ciecircncias 12 (3)

393-399

Matiacuten-Diacuteaz M J (2004) El Papel de las Ciecircncias de la Naturaleza en la Educacioacuten a

Debate Revista Iberoamericana de Educacioacuten 33 (2) Disponiacutevel on line em

http www campusoei or grevi stadel oslectores692MartinDi az PDF (Consultado

em 29 de Julho de 2006)

Matiacuten-Diacuteaz M J Gutieacuterrez J e Goacutemez-Crespo M A (2006) El Paradigma de la

Alfabetizacioacuten Cientiacutefica In A Blanco V B Brero M A Jimeacutenez e M T Prieto

Las Relaciones CTS en la Educacioacuten Cientifica [CD] Actas do IV Seminaacuterio

Ibeacuterico CTS en la Educacioacuten Cientiacutefica 2006 Maacutelaga Aacuterea de Conocimiento de

Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales Universidad de Maacutelaga

Martins I P (2002) Problemas e perspectivas sobre a integraccedilatildeo CTS no sistema

educativo portuguecircs Revista Electroacutenica de Ensenanza de las Ciecircncias 1 (1)

Disponiacutevel on line em

http www saum uvi go esreecvolumenesvo l umen 1 N uacutemero 1 Art2 pdf

(Consultado em 21 de Fevereiro de 2004)

Martins I P (2003) Formaccedilatildeo inicial de Professores de Fiacutesica e Quiacutemica sobre a

Tecnologia e suas relaccedilotildees Soacutecio-Cientiacuteficas Revista Electroacutenica de Ensenanza de

las Ciecircncias 2 (3) Disponiacutevel on line em

httpwwwsaumuvigoesreecvolumenesvolumen2Numero3Art6pdf

(Consultado em 21 de Fevereiro de 2004)

243

Martins I P (2006) Educaccedilatildeo em Ciecircncia Cultura e Desenvolvimento In M F Paixatildeo

(coord) Educaccedilatildeo em Ciecircncia Cultura e Cidadania - Encontros em Castelo

Branco (pp 9-30) Castelo Branco Aima Azul

Martins iacute P e Veiga Mreg L (1999) Uma Anaacutelise do Curriacuteculo da Escolaridade Baacutesica

na Perspectiva da Educaccedilatildeo em Ciecircncias Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo

Educacional Disponiacutevel on line em httpa^nA^dgidcmin-

eduptinovbasicbibliotecacdceb09cdceb09-w95doc (Consultado em 21 de

Fevereiro de 2004)

Migueacutens M (2006) Contextos de Aprendizagem para uma Sociedade do Conhecimento

In A Trigueiros (coord) Contextos de Aprendizagem para uma Sociedade do

Conhecimento (pp 103-111) Actas das XIV Jornadas Pedagoacutegicas - VIII

Transfronteiriccedilas 2005 Castelo Branco Associaccedilatildeo Nacional de Professores

secccedilatildeo de Castelo Branco RVJ Editores

Migueacutens M e Serra P (2000) O Trabalho Praacutetico na Educaccedilatildeo Baacutesica a Realidade o

Desejaacutevel e o Possiacutevel In M Sequeira L Dourado M T Vilaccedila e J L Silva

Trabalho Praacutetico e Experimental na Educaccedilatildeo em Ciecircncias (pp 153-163) Braga

Departamento de Metodologias da Educaccedilatildeo Instituto de Educaccedilatildeo e Psicologia

Universidade do Minho

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2006) Ensino Experimental das Ciecircncias no 1deg Ciclo O Boletim

dos Professores 2 pp 10

ME - DGEBS (1991) Programa de Ciecircncias da Natureza - Plano de Organizaccedilatildeo do

Ensino-Aprendizagem - Ensino Baacutesico 2deg ciclo Vol II Lisboa INCM

Marques E Soares R e Almeida C (2003) Teacutecnicas Laboratoriais de Biologia - Bloco

I Porto Porto Editora

Miranda G L (2006) As novas tecnologias e a inovaccedilatildeo das praacuteticas pedagoacutegicas In A

Trigueiros (coord) Contextos de Aprendizagem para uma Sociedade do

Conhecimento (pp 77-93) Actas das XIV Jornadas Pedagoacutegicas - VIII

Transfronteiriccedilas 2005 Castelo Branco Associaccedilatildeo Nacional de Professores

secccedilatildeo de Castelo Branco RVJ Editores

Missatildeo para a Sociedade da Informaccedilatildeo (1997) Livro Verde para a Sociedade da

Informaccedilatildeo em Portugal Disponiacutevel on Une em http^wwmissao-simctpt

(Consultado em 21 de Fevereiro de 2004)

Moniz dos Santos M E (2004) Dos coacutedigos de cidadania aos coacutedigos do movimento

CTS Fundamentos Desafios e Contextos In I P Martins F Paixatildeo R M Vieira

244

Perspectivas Ciecircncia - Tecnologia - Sociedade na Inovaccedilatildeo da Educaccedilatildeo em

Ciecircncia (pp 13-22) Actas do III Seminaacuterio Ibeacuterico CTS no Ensino das Ciecircncias

2004 Aveiro Departamento de Didaacutectica e Tecnologia Educativa Universidade de

Aveiro

Novak J (2000) Apreender Criar e Utilizar o Conhecimento Lisboa Plaacutetano Editora

Oliveira M T (1999) Trabalho Experimental e Formaccedilatildeo de Professores In Coloacutequio

Ensino Experimental e Construccedilatildeo de Saberes 1999 Lisboa Conselho Nacional

de Educaccedilatildeo

Paiva J (2002) As tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo utilizaccedilatildeo pelos

professores Lisboa MEDAP Disponiacutevel on line em httpwwwgiasemin-

eduptnoniopdfutilizacao_tic_profspdf (Consultado em 28 de Julho de 2006)

Paixatildeo M F (1998) Da Construccedilatildeo do Conhecimento Didaacutectico na Formaccedilatildeo de

Professores de Ciecircncias Dissertaccedilatildeo de Doutoramento em Didaacutectica das Ciecircncias

(natildeo publicada) Aveiro Universidade de Aveiro

Paixatildeo M F (1999) Revalorizar e Reorganizar o Trabalho Experimental no Ensino da

Quiacutemica numa perspectiva epistemoloacutegica In Actas do I Encontro da Divisatildeo de

Ensino e Divulgaccedilatildeo de Quiacutemica - O Trabalho Experimental no Ensino e na

Aprendizagem de Quiacutemica (pp 19-22) Aveiro Universidade de Aveiro

Paixatildeo M F (2001) A Importacircncia da Actividade Experimental na Educaccedilatildeo em Ciecircncia

Tempo de Reapreciaccedilatildeo do Trabalho Experimental na Escola In IX Encontro

Nacional de Educaccedilatildeo em Ciecircncia na Escolaridade Baacutesica 2001 Viseu

Disponiacutevel on line em httpwwwesevipvptcnActasartigo 1 htm (Consultado

em 15 de Fevereiro de 2006)

Paixatildeo M F (2001a) Caderno de Actividades Experimentais Conservaccedilatildeo da Massa

Combustatildeo e outras reacccedilotildees quiacutemicas Aveiro Universidade de Aveiro

Paixatildeo F (2004) Mezclas en la Vida Cotidiana Una Propuesta de Ensefianza Basada en

una Orientacioacuten Ciecircncia Tecnologia y Sociedad y en la Resolucioacuten de Situaciones

Problemaacuteticas Revista Eureka sobre Ensefianza y Divulgacioacuten de las Ciecircncias 1

(3) 205-212 Disponiacutevel on line em httpwwwapac-

eurekaorgrevistaVolumenlNumero 1 3Mezclas_vidacotidianapdf (Consultado

em 3 de Setembro de 2005)

Papert S (1993) A escola estaacute a perder a sua legitimidade (entrevista de C Afonso e M

Ceia) Aprender 15 6-9

245

Pedrinaci E (2006) Ciecircncias para ei mundo contemporacircneo iUna materia para la

participacioacuten ciudadana Alambique 49 9-19

Pedrosa M A (2001) Mudanccedilas de Praacuteticas de Ensino das Ciecircncias - uma Reflexatildeo

Epistemoloacutegica In A Veriacutessimo A Pedrosa e R Ribeiro (Coord) (Re)Pensar o

Ensino das Ciecircncias (pp 35-50) Lisboa Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Departamento do

Ensino Secundaacuterio Disponiacutevel on line em httpwwwdgidcmingt

eduptpubliccienciaspublicacoes repensarpdf (Consultado em 28 de Julho de

2006)

Pedrosa M A Gonccedilalves F Henriques M H e Mendes P (2004) (Re)Pensando

Educaccedilatildeo Cientiacutefica - Problemaacuteticas de Lixo e Ensino das Ciecircncias In 1 P

Martins F Paixatildeo R M Vieira Perspectivas Ciecircncia - Tecnologia - Sociedade

na Inovaccedilatildeo da Educaccedilatildeo em Ciecircncia (pp 109-116) Actas do III Seminaacuterio

Ibeacuterico CTS no Ensino das Ciecircncias Aveiro Departamento de Didaacutectica e

Tecnologia Educativa Universidade de Aveiro

Poirier J Clapier-Valladon S e Raybaut P (1995) Histoacuterias de Vida Teoria e Praacutetica

Oeiras Celta Editora

Ponte J P (1998) Novas Tecnologias Novos Desafios para a Formaccedilatildeo de Professores

In Debate A Sociedade da Informaccedilatildeo na Escola 1998 Lisboa Conselho

Nacional de Educaccedilatildeo

Ponte J P (2000) Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo na Formaccedilatildeo de

Professores Que desafios Revista Iberoamericana de Educaccedilatildeo 24 63-90

Ponte J P e Serrazina L (1998) As Novas Tecnologias na Formaccedilatildeo Inicial de

Professores Lisboa MEDAPP

Pontes A (2005) Aplicaciones de las tecnologias de la informacioacuten y de la comunicacioacuten

en la educacioacuten cientiacutefica Primera parte funciones y recursos Revista Eureka

sobre Ensenanza y Divulgacioacuten de las Ciecircncias 2 (1) 2-18 Disponiacutevel on line em

http^^^apac-eurekaorgrevistaVolumen2Numero_2_lPontes2005apdf

(Consultado em 6 de Dezembro de 2005)

Pontes A (2005a) Aplicaciones de las tecnologias de la informacioacuten y de la

comunicacioacuten en la educacioacuten cientiacutefica Segunda parte aspectos metodoloacutegicos

Revista Eureka sobre Ensenanza y Divulgacioacuten de las Ciecircncias 2 (3) 330-343

Disponiacutevel on line em httpwwwapac-

eurekaorgrevistaA^olumen2Numero_2 3Pontes2005bpdf (Consultado em 12 de

Marccedilo de 2006)

246

Praia J F (1995) Formaccedilatildeo de Professores no Ensino da Geologia Contributos para uma

Didaacutectica Fundamentada na Epistemologia das Ciecircncias O Caso da Deriva

Continetal Dissertaccedilatildeo de Doutoramento em Didaacutectica das Ciecircncias (natildeo

publicada) Aveiro Universidade de Aveiro

Praia J F (1998) A Didaacutectica e as Novas Tecnologias na Formaccedilatildeo de Professores

algumas Reflexotildees In Debate Acirc Sociedade da Informaccedilatildeo na Escola 1998

Lisboa Conselho Nacional de Educaccedilatildeo

Praia J F (1999) O Trabalho Laboratorial no Ensino das Ciecircncias Contributos para uma

Reflexatildeo de Referecircncia Epistemoloacutegica In Coloacutequio Ensino Experimental e

Construccedilatildeo de Saberes 1999 Lisboa Conselho Nacional de Educaccedilatildeo

Prieto T (2004) Los contenidos cientiacuteficos en ei contexto de los problemas CTS In I P

Martins F Paixatildeo R M Vieira Perspectivas Ciecircncia - Tecnologia - Sociedade

na Inovaccedilatildeo da Educaccedilatildeo em Ciecircncia (pp 109-116) Actas do III Seminaacuterio

Ibeacuterico CTS no Ensino das Ciecircncias Aveiro Departamento de Didaacutectica e

Tecnologia Educativa Universidade de Aveiro

Pro Bueno A e Martinez A E (2005) ^Queacute ciecircncia ve nuestra sociedad Alambique 43

37-48

Quivy R e Campenhoudt L (1992) Manual de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais

Lisboa Gradiva

Reis P (1996) As actividades praacuteticas como instrumento de aprendizagem e avaliaccedilatildeo em

Ciecircncias Aprender 20 59-64

Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa Instituto de

Inovaccedilatildeo Educacional

Santos M C e Oliveira M T (2003) Trabalho Experimental de Investigaccedilatildeo no Ensino

Secundaacuterio - Potencialidades Educare-Educere 2 (4) 53-73

Sequeira M (2004) Cultura Cientiacutefica Progresso Social e Cidadania In L Leite (Org)

Metodologia do Ensino das Ciecircncias Evoluccedilatildeo e tendecircncia nos uacuteltimos 25 anos

(pp 185-194) Braga Instituto de Educaccedilatildeo e Psicologia Universidade do Minho

Sousa Santos B (2003) Conhecimento Prudente para uma Vida Decente Porto Ediccedilotildees

Afrontamento

Taylor S J e Bogdan R (1992) Introducciocircn a los Meacutetodos Cualitativos de

Inveacutestigacioacuten Barcelona Ediciones Paidos

Tebbutt M (2000) ICT in science problems possibilities and principles School

Science Review 81 (297) 57-64

247

Tenreiro-Vieira C e Vieira R M (2001) Promover a Literacia Cientiacutefica Dificuldades e

Possibilidades Noesis 59 50-52

Tenreiro-Vieira C e Vieira R M (2005) Construccedilatildeo de Praacuteticas Didaacutetico-Pedagoacutegicas

com Orientaccedilatildeo CTS Impacto de um Programa de Formaccedilatildeo Continuada de

Professores de Ciecircncias do Ensino Baacutesico Ciecircncia amp Educaccedilatildeo 11 (2) 191-211

Disponiacutevel on line em

httpwwwfcunespbrposrevistapdf7revistal lvol2ar3rl lv2pdf (Consultado em

28 de Julho de 2006)

Tenreiro-Vieira C e Vieira R M (2006) A Temaacutetica das Plantas na Educaccedilatildeo das

Ciecircncias do Ensino Baacutesico com Orientaccedilatildeo CTSPC In A Blanco V B Brero M

A Jimeacutenez e M T Prieto Las Relaciones CTS en la Educacioacuten Cientifica [CD]

Actas do IV Seminaacuterio Ibeacuterico CTS en la Educacioacuten Cientifica 2006 Maacutelaga

Aacuterea de Conocimiento de Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales Universidad

de Maacutelaga

Tortosa M (2006) Laboratorio de quiacutemica con equipos de adquisicioacuten automaacutetica de

datos In M D Saacutenchez M J Morales A L Cortecircs Educacioacuten Cientifica

Tecnologias de la Informacioacuten y la Comunicacioacuten y Sostenibilidad [CD] Actas

dos XXII Encuentros de Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales 2006 Zaragoza

Departamento de Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales Universidad de

Zaragoza

Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste

Gulbenkian

Vala J (1986) A anaacutelise de conteuacutedo In A Santos Silva e J Madureira Pinto

Metodologia das Ciecircncias Sociais (pp 101-128) Porto Ediccedilotildees Afi-ontamento

Vale I (2004) Algumas Notas sobre Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Matemaacutetica -

O Estudo de Caso Revista da Escola Superior de Educaccedilatildeo de Viana do Castelo

5 171-202

Valente M O (1999) As Vozes das Escolas In Coloacutequio Ensino Experimental e

Construccedilatildeo de Saberes 1999 Lisboa Conselho Nacional de Educaccedilatildeo

Valles M S (1997) Teacutecnicas Cualitativas De Investigacioacuten Social - Reflexioacuten

metodoloacutegica ypraacutetica profesional Madrid Editorial Siacutentesis

Vasconcelos C e Praia J F (2005) Aprendizaje en contextos no formales y

alfabetizacioacuten cientifica Alambique 43 61-13

248

Vaacutezquez A e Manassero M A (1995) Actitudes relacionadas com la ciecircncia Una

revision conceptual Ensenanza de las Ciecircncias 13 (3) 337-346

Vieira R M e Martins I P (2005) Praacuteticas de Professores do Ensino Baacutesico Orientadas

numa perspectiva CTS-PC Impacte de um Programa de Formaccedilatildeo In P Membiela

e Y Padilla Retos y perspectivas de la ensenanza de las ciecircncias desde ei enfoque

Ciencia-Tecnologiacutea-Sociedad en los inicios dei siglo XXI (pp 79-86) Actas do II

Seminaacuterio Ibeacuterico sobre Ciencia-Tecnologiacutea-Sociedad para la ensenanza de las

ciecircncias experimentales Disponiacutevel on line em

http websuvi go eseducacion editoravolumenesLibro (Consultado em 29 de

Abril de 2006)

Wellington J (1998) Practical work in science time for a reappraisal In J Wellington

(Ed) Practical work in school science Which way nowl (pp 3-15) London

Routledge

Wellington J (1999) Integrating multimedia into science teaching barriers and benefits

School Science Review 81 (295) 49-54

Wellington J (2000) Teaching and Learning Secondary Science contemporary issues

and practical approaches London Routledge

Wellington J (2001) What Is Science Education For Canadian Journal of Science

Mathematics Sc Technology Education 1 (1) Disponiacutevel on line em

httpA^^A^^utpioumalscomiourihtmllp=cismtecismteissuelwellingtonhtml

(Consultado em 13 de Outubro de 2004)

Ziman J (1998) Real Science What is it and what it means Cambridge Cambridge

University Press

Ziman J (1999) A Ciecircncia na sociedade moderna In F Gil (Coord) A Ciecircncia tal qual

se faz (pp 437-450) Lisboa Ediccedilotildees Joatildeo Saacute da Costa

249

JLnejccedilps

Identificaccedilatildeo dos anexos

Anexo 1 - Carta enviada aos professores que validaram o guiatildeo de entrevista

Anexo 2 - Guiatildeo de entrevista

Anexo 3 - Carta dirigida aos professores que validaram a planificaccedilatildeo

Anexo 4 - Planificaccedilatildeo

Anexo 5 - Grelha de avaliaccedilatildeo da planificaccedilatildeo

Anexo 6 - Questionaacuterio

Anexo 7 - Transcriccedilatildeo de uma entrevista (aluna-professora Leonor)

Anexo 8 - Resposta a um questionaacuterio (aluna-professora Leonor)

251

Anexo 1

INSTITUTO POLITEacuteCNICO DE CASTELO BRANCO ESCOLA SUPERIOR DE EDUCACcedilAtildeO

Exmo(a) Sr(deg) Professor(a)

No acircmbito do meu curso de mestrado sob a Orientaccedilatildeo da Professora Doutora Maria de

Faacutetima Paixatildeo pretendo desenvolver a dissertaccedilatildeo cujo tema eacute Repensar o Trabalho

Experimental no Tempo das Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e o objectivo

geral reflectir o entendimento das Ciecircncias do Ensino das Ciecircncias e em particular do

Trabalho Experimental de alunos futuros professores de Ciecircncias no Tempo das

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Sendo especialista com investigaccedilatildeo desenvolvida no acircmbito do Trabalho Experimental no

Ensino das Ciecircncias venho solicitar-lhe a sua colaboraccedilatildeo no sentido de me dar o seu

parecer e sugestotildees relativamente agrave formulaccedilatildeo pertinecircncia e adequaccedilatildeo do guiatildeo das

entrevistas aos objectivos do estudo

Grata pela preciosa colaboraccedilatildeo

Soacutenia Regina Marques Balau

252

Anexo 2

GUIAtildeO DE ENTREVISTA

TEMA - Repensar o Trabalho Experimental no Tempo das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

OBJECTIVO GERAL - Reflectir o entendimento das Ciecircncias do Ensino das Ciecircncias e em particular do Trabalho Experimental (TE) no Tempo das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

Blocos temaacuteticos - Objectivos espeacutedficos ^ iiTOacutepIacutecoS Questotildees

A - Legitimaccedilatildeo da entrevista

bull Motivar os entrevistados para colaborar no estudo

bull Dar a conhecer aos entrevistados o objectivo geral do estudo

bull Trabalho realizado no acircmbito do mestrado

bull Contribuir para uma reflexatildeo acerca do entendimento das Ciecircncias do Ensino das Ciecircncias e do TE

B - Formaccedilatildeo inicial

bull Compreender o valor atribuiacutedo agrave foiinaccedilatildeo inicial

bull Apreciaccedilatildeo do curso de formaccedilatildeo inicial relativamente a

- Expectativas iniciais - Grau de satisfaccedilatildeo insatisfaccedilatildeo - Adequaccedilatildeo ao exerciacutecio da profissatildeo

1 Como sente a sua formaccedilatildeo inicial em termos de contributo para o seu futuro profissional

- Veio ao encontro das suas expectativas iniciais

- Sente-se preparado para a profissatildeo

- Voltaria a escolher este cureo (nas mesmas circunstacircncias e se natildeo houvesse falta de emprego)

253

B - Formaccedilatildeo inicial

C - Ensino das Ciecircncias

Caracterizar o periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica enquanto momento de construccedilatildeo de saberes profissionais

Conhecer as concepccedilotildeesideias dos entrevistados acerca do ensino das Ciecircncias

Contributos da Praacutetica Pedagoacutegica para a construccedilatildeo dos saberes ou conhecimentos adquiridos - Grau de satisfaccedilatildeo insatisfaccedilatildeo

Natureza das dificuldades sentidas

bull Organizaccedilatildeo administraccedilatildeo da escola

bull Questotildees relacionais

Aspectos a serem apontados Um ensino das Ciecircncias cuja principal fmalidade eacute a construccedilatildeo de conceitos competecircncias atitudes e valores com ecircnfase na educaccedilatildeo (Cachapuz ei al 2000)

(Wellington 2001) 1 - Compreensatildeo do mundo que nos rodeia e de noacutes proacuteprios (valor intriacutenseco da educaccedilatildeo em Ciecircncia) 2 - Formaccedilatildeo de cidadatildeos cientificamente literatos (argumentos de cidadania) 3 - Desenvolver competecircncias geneacutericas e atitudes cientiacuteficas como a curiosidade o cepticismo salutar uma mente activa (minds-on) investigativa o sentido criacutetico e analiacutetico (argumentos utilitaacuterios)

2 Ateacute ao momento que balanccedilo pode fazer do tempo de Praacutetica Pedagoacutegica Positivo negativo Porquecirc

bull3 Refira algum aspecto em que tenha aprendido na praacutetica e com a praacutetica (ou seja algum aspecto que antes natildeo sabia como era)

4 Quais foram as maiores dificuldades Refira por exemplo um aspecto que lhe agradou e um que natildeo tenha comdo como desejava

2

Acha que eacute importante aprender Ciecircncias Porquecirc

Que aspectos lhe parecem importantes no ensino das Ciecircncias actualmente

254

C - Ensino das Ciecircncias

D - Trabalho experimental (TE)

Compreender o valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial no que respeita ao ensino das Ciecircncias

Conhecer as representaccedilotildees acerca do TE

Identificar aspectos que os entrevistados atribuem como potencialidades do TE

Apreciaccedilatildeo do curso de fortnaccedilatildeo inicial relativamente agrave preparaccedilatildeo para ensinar Ciecircncias

Possiveis opiniotildees sobre o TE (Cachapuz et al 2000) - Instrumento primordial e um meio privilegiado na abordagem de situaccedilotildees-problema do quotidiano em que os dados obtidos experimentalmente satildeo o moacutebil para a discussatildeo Os dados natildeo satildeo oacutebvios nem os resultados falam por si - satildeo interpretados agrave luz de quadros teoacutericos conhecidos vivecircncias e cruzamentos com experiecircncias do quotidiiacuteino O TE como uma actividade aberta na qual os resultados podem ajudar agrave resoluccedilatildeo do problema mas natildeo satildeo a soluccedilatildeo do problema

Opiniotildees sobre o TE no ensino das Ciecircncias (Guimas de Almeida 1995)

Actividade que envolve experimentaccedilatildeo - Alunos que manipulam material e elaboram as conclusotildees do trabalho - Actividade que possibilita aos alunos mexer para aprender

3 Sente-se preparado para ensinar Ciecircncias Clarifique

Eacute comuns os professores de Ciecircncias falarem de TE Em que consiste o TE

Que aspectos considera importantes serem tidos em conta no TE

3 Porque eacute que eacute importante realizar TE Clarifique

4 Na sua opiniatildeo que potencialidades reconhece ao TE no ensino das Ciecircncias Ou seja porque eacute que eacute importante o TE no ensino das Ciecircncias Que competecircncias desenvolve

255

D - Trabalho experimental (TE)

- Manifestar o desejo de descobrir por si proacuteprio - Desenvolver atitudes tais como curiosidade criatividade flexibilidade abertura de espiacuterito reflexatildeo criacutetica autonomia respeito pela vida e pela Natureza

(Santos M C e Oliveira M T 2003) O TE de investigaccedilatildeo eacute sugerido como potenciador de determinadas competecircncias nomeadamente - Competecircncias de investigaccedilatildeo -os alunos seguem as suas proacuteprias linhas de indagaccedilatildeo numa aprendizagem activa que os envolve em actividades como pensar criar prever imaginar fazer compartilhar ideias descobrir apresentar e discutir (Ramsden e Harrison cit Santos e Oliveira 2003)

- Competecircncias transversais tais como o trabalho em grupo e a cooperaccedilatildeo a criatividade a autonomia a autoconfianccedila a perseveranccedila e a responsabilidade a curiosidade o interesse o rigor e a negociaccedilatildeo (Woolnough Wellington Oliveira cit Santos e Oliveira 2003)

O TE eacute ainda referido como gerador do desenvolvimento do conhecimento procedimental e de competecircncias do pensamento nomeadamente o pensamento criacutetico

Clarifique

5 Eacute capaz de descrever uma aula em que tenha desenvolvido TE e tenha considerado que foi uma aula com sucesso

256

D - Trabalho experimental (TE)

e de resoluccedilatildeo de problemas (Santos e Oliveira 2003)

Pesquisas recentes mostiaram que o trabalho experimental pode ajudar os estudantes a desenvolver ideias sobre a natureza da comunidade cientiacutefica e sobre a natureza da Ciecircncia (Hofstein e Lunetta 2004 p46)

Identificar aspectos de destaque dado agraves TIC na sua formaccedilatildeo inicial

E - Tecnologias da informaccedilatildeo comunicaccedilatildeo (TIC)

Compreender o valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC no curso

Identificar as potencialidades reconhecidas agraves TIC

Levantamento de situaccedilotildees de destaque das TIC - As TIC como parte integrante do curriacuteculo de algumas disciplinas (pe utilizaccedilatildeo do microscoacutepio utilizaccedilatildeo de software especiacutefico - Geometers Sketchpad - Geometria) - Apresentaccedilatildeo de trabalhos - Acesso agrave informaccedilatildeo - Nas aulas de PP - Gosto pessoal pelas TIC

2

Durante a sua fonnaccedilatildeo inicial foi dado destaque agraves TIC Em que disciplinas O que se destacou O que aprendeu

De que forma essas aprendizagens tecircm ligaccedilotildees com a PP

Avaliaccedilatildeo do curso de formaccedilatildeo inicial no acircmbito das TIC relativamente a

- Grau de satisfaccedilatildeo insatisfaccedilatildeo - Utilidade para a praacutetica da

3 Dado o desenvolvimento que se prevecirc para as TIC pensa que a formaccedilatildeo recebida foi suficiente Porquecirc

Opiniatildeo em relaccedilatildeo agraves TIC (Pontes 2005) - Facilitar o acesso agrave informaccedilatildeo - Facilitar a aprendizagem de conceitos

Aprender procedimentos cientiacuteficos

Desenvolver destrezas

4 Considera que eacute importante utilizar as TIC no ensino Porquecirc

257

E - Tecnologias da informaccedilatildeo c comunicaccedilatildeo (TIC)

s

F - Articulaccedilatildeo entre o TE e as TIC

Conhecer eventuais situaccedilotildees de aulas com recurso agraves TIC

Conhecer as representaccedilotildees dos entrevistados acerca do TE com recurso agraves TIC

Identificar eventuais momentos de praacutetica de TE com recurso agraves TIC

intelectuais - Motivaccedilatildeo para a aprendizagem

Utilizaccedilotildees das TIC - Apresentaccedilatildeo de aulas com Power Point - Acesso agrave informaccedilatildeo - Internet - Utilizaccedilatildeo de software especiacutefico para determinados conteuacutedos -Geometers Sketchpad -(Geometria) - Utilizaccedilatildeo do microscoacutepio

Utilizaccedilotildees das TIC recurso para o TE

como um

(Wellington 1999) - Permitir demonstraccedilotildees difiacuteceis de pocircr em praacutetica em Laboratoacuterio - Possibilitar a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos microscoacutepicos - As imagens e a animaccedilatildeo satildeo

dinacircmicas - Causa impacto visual

Identificaccedilatildeo de situaccedilotildees de praacutetica de TE com recurso agraves TIC - Utilizaccedilatildeo de software especiacutefico para determinados conteuacutedos por exemplo Eu aprendo Ciecircncias da Natureza 103 Experiecircncias O

5 Tem acesso agraves TIC na escola onde lecciona Esse acesso eacute o desejaacutevel

6 Utiliza as TIC nas suas aulas na PP Decirc exemplos

1 Com as TIC que tem agrave disposiccedilatildeo como pode tii-ar o melhor partido delas no TE Decirc exemplos

2 Que vantagens pode assim trazer para os alunos

3 Nas aulas da PP alguma vez realizou TE com recurso agraves TIC

4 Porque eacute que decidiu recoirer a elas

5 (Ou) Porque natildeo fez Quais foram

258

Natureza - Utilizaccedilatildeo de um projector para fazer demonstraccedilotildees de TE - Apresentaccedilatildeo dos resultados de TE com Power Point - Acesso agrave informaccedilatildeo - Internet - Utilizaccedilatildeo do microscoacutepio

os impedimentos

Referecircncias

Cachapuz A F Praia J F e Jorge M P (2000) Perspectivas degrave Ensino das Ciecircncias Porto Centro de Estudos de Educaccedilatildeo em Ciecircncia (CEEC)

Guimas de Almeida A M F (1995) Trabalho experimental na educaccedilatildeo em ciecircncia epistemologia representaccedilotildees e praacuteticas dos professores Dissertaccedilatildeo de Mestrado natildeo publicada Lisboa Universidade Nova de Lisboa

Pontes A (2005) Aplicaciones de las tecnologias de la informacioacuten y de la comunicacioacuten en la educacioacuten cientiacutefica Primera parte funciones y recursos Revista Eureka sobre Ensenanza y Divulgacioacuten de las Ciecircncias 2 Ndeg12-18

Santos M C e Oliveira M T (2003) Trabalho experimental de investigaccedilatildeo no ensino secundaacuterio - potencialidades Um exemplo com alunos do 12deg ano de escolaridade Educare-Educere 4 53-73

Wellington J (2001) What Is Science Education For Disponiacutevel on-line em httpwwwutD journals comi our ilitmllD=cismtecismteissuelwe[lin gtonhtml ( 1 3 - 1 0 - 2 0 0 4 )

Wellington J (1999) Integrating multimedia into science teaching barriers and benefits School Science Review 81 (295) 49-54

259

Anexo 3

INSTITUTO POLITEacuteCNICO DE CASTELO BRANCO ESCOLA SUPERIOR DE EDUCACcedilAtildeO

Exmoacute(a) Sr() Professor(a)

No acircmbito do meu curso de mestrado sob a Orientaccedilatildeo da Professora Doutora Maria de

Faacutetima Paixatildeo estou a desenvolver a dissertaccedilatildeo com o objectivo geral de reflectir

sobre o entendimento das Ciecircncias do Ensino das Ciecircncias e em particular do

Trabalho Experimental de alunos futuros professores de Ciecircncias no Tempo das

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIacuteC) e um dos objectivos especiacuteficos eacute

evidenciar aspectos a considerar na planificaccedilatildeo didaacutectica envolvendo Trabalho

Experimental com recurso agraves TIC e planificar uma sequecircncia de ensino

Sendo professor(a) com muita experiecircncia no ensino das Ciecircncias venho solicitar-lhe a

sua colaboraccedilatildeo no sentido de se pronunciar relativamente aos diferentes itens

apresentados na grelha de avaliaccedilatildeo anexa bem como de me dar o seu parecer e

sugestotildees no sentido de melhorar a planificaccedilatildeo apresentada

Grata pela preciosa colaboraccedilatildeo

Soacutenia Regina Marques Balau

Anexo 4

UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAtildeO

^[anificaccedilatildeo

Mestrado em Ciecircncias da Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeo Tecnologias Educativas

Soacutenia Regina Marques Balau

Orientadora Professora Doutora Maria de Faacutetima Paixatildeo

261

NOTA INTRODUTOacuteRIA

Vivemos hoje numa sociedade da informaccedilatildeo e do conhecimento uma sociedade

complexa caracterizada por ceacuteleres mudanccedilas onde o avanccedilo da Ciecircncia e da

Tecnologia pOtildee agrave disposiccedilatildeo dos indiviacuteduos um amplo espectro de saberes a ser

explorado Sinais dos tempos aos cidadatildeos colocam-se novas exigecircncias A educaccedilatildeo

natildeo eacute excepccedilatildeo e nas orientaccedilotildees do actual Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico pode

ler-se que a sociedade da informaccedilatildeo e do conhecimento reivindica indiviacuteduos com

educaccedilatildeo abrangente em diversas aacutereas que demonstrem flexibilidade capacidade de

comunicaccedilatildeo e uma capacidade de aprender ao longo da vida (ME - DEB 2001

p129)

Eacute lugar comum a importacircncia da educaccedilatildeo cientiacutefica na sociedade actual Procura-

se hoje a formaccedilatildeo de cidadatildeos cientiacutefica e tecnologicamente literatos que possam usar

adequadamente as tecnologias dispomveis e intervir criticamente na sociedade

Satildeo vaacuterios actualmente os argumentosjustificaccedilotildees para o ensino das Ciecircncias

como Educaccedilatildeo em Ciecircncia dos quais destacamos trecircs o valor intriacutenseco da educaccedilatildeo

em Ciecircncia a promoccedilatildeo da cidadania e objectivos utilitaacuterios (Wellington 2001)

No contexto do ensino das Ciecircncias o Trabalho Experimental (TE) considerado

como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas tem vindo a ser notado como uma

estrateacutegia facilitadora da aprendizagem das Ciecircncias e ao mesmo tempo encarado

como uma forma de desenvolvimento pessoal e social dos alunos tendo o professor um

papel de orientador Eacute nossa convicccedilatildeo que o TE constitui um percurso capaz de

proporcionar o desenvolvimento de importantes competecircncias transversais tais como a

curiosidade o sentido critico e analiacutetico a autonomia a responsabilidade o espiacuterito de

iniciativa e de trabalho em grupo (Santos 2002)

As Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC) tecircm sido um motor

potenciador de mudanccedilas no campo educacional Dadas as suas potencialidades ligadas

de forma directa ao conhecimento agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo exercem cada vez

mais e maior influecircncia na actividade profissional dos professores (Ponte e Serrazina

1998) Para aleacutem disso as perspectivas do uso das TIC no ensino em particular no

ensino das Ciecircncias satildeo cada vez mais e as vantagens desta combinaccedilatildeo satildeo notoacuterias

Apresenta-se a planificaccedilatildeo de uma sequecircncia de ensino de Ciecircncias da

Natureza para o tema fotossiacutentese com os seguintes conteuacutedos programaacuteticos Como

262

se alimentam as plantas As plantas elaboram o seu alimento - Fotossiacutentese Factores

intervenientes na actividade fotossinteacutetica Produtos resultantes dirigida ao 6deg ano do

2deg Ciclo do Ensino Baacutesico com recurso ao Trabalho Experimental utilizando

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Pretende-se que a planificaccedilatildeo se insira nas orientaccedilotildees do Curriacuteculo Nacional

siga as indicaccedilotildees do Programa Oficial de Ciecircncias da Natureza para o ano indicado e se

insira nas orientaccedilotildees actuais para o ensino das Ciecircncias

263

FUNDAMENTACcedilAtildeO DAS OPCcedilOtildeES

No documento Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico pode ler-se A aquisiccedilatildeo

progressiva de conhecimentos eacute relevante se for integrada num conjunto mais amplo de

aprendizagens e enquadrada por uma perspectiva que coloca no primeiro plano o

desenvolvimento de capacidades de pensamento e de atitudes favoraacuteveis agrave

aprendizagem (ME - DEB 2001 p9) Nos nossos dias eacute ideia corrente que o ensino-

aprendizagem de conhecimentos por si soacute eacute demasiado redutor pobre e distante da

realidade Como explica Carneiro (2001 pl 1) As crianccedilas podem aprender tudo em

qualquer parte a todo o momento No entanto acrescenta o conteuacutedo soacute por si

revela-se claramente insuficiente Esta ideia eacute reforccedilada por Ponte e Serrazina (1998

p9) quando afirmam que o saber comeccedila a ter cada vez mais um outro significado

passando a centrar-se no saber procurar saber interpretar e saber integrar as diversas

f o n t e s d e dados Cada vez mais eacute menos importante ter soacute conhecimento memorizado porque o

conhecimento estaacute mais acessiacutevel a todos o valor acrescentado estaacute principalmente em saber aplicaacute-lo

As orientaccedilotildees expressas no jaacute referido documento Curriacuteculo Nacional do EnsinO BaacutesicO

apontam exactamente nesse sentido Isto eacute no desenvolvimento de trajectos educativos

diversificados que capacitem os cidadatildeos para compreender a realidade e para abordar

situaccedilotildees e problemas do quotidiano (ME - DEB 2001 p l5) com competecircncias para

intervir de forma responsaacutevel em decisotildees pessoais e sociais Como referem Cachapuz

Praia e Jorge (2002 p45) ser cientificamente culto implica tambeacutem atitudes valores e

novas competecircncias (em particular abertura agrave mudanccedila eacutetica de responsabilidade

aprender a aprender)

A Ciecircncia como uma linguagem reservada a uma elite eacute hoje de uma forma geral

uma concepccedilatildeo recusada (Martins e Veiga 1999) sendo defendido o ensino das

Ciecircncias como Educaccedilatildeo em Ciecircncia como uma forma de dotar os indiviacuteduos de

competecircncias para a compreensatildeo de factos que intervecircm na resoluccedilatildeo de situaccedilotildees-

problema do quotidiano

Para aleacutem de Wellington (2001) muitos satildeo os autores que defendem que o ensino

das Ciecircncias como educaccedilatildeo em Ciecircncia eacute o percurso a seguir para alcanccedilar a tatildeo

preconizada alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Vasconcelos e Praia 2005 Cachapuz Praia e

Jorge 2002 Martins e Veiga 1999) ou seja dotar cada indiviacuteduo de um conjunto de

saberes competecircncias atitudes e valores que lhe permita

i apropriar-se compreender o mundo que o rodeia e a si proacuteprio

264

111

IV

ter opiniatildeo sobre questotildees relacionadas com a actividade cientiacutefiacuteco-

tecnoloacutegica que tenhampossam ter implicaccedilotildees para os cidadatildeos (ex

co-incineraccedilatildeo aborto )

tomar decisotildees f u n d ^ e n t a d a s no conhecimento cientifico-tecnoloacutegico

baacutesico parana resoluccedilatildeo de situaccedilotildees-problema do quotidiano

exercendo uma cidadania responsaacutevel (consciecircncia social)

adaptar-se agraves mudanccedilas de uma sociedade mutaacutevel

Depois da revisatildeo curricular do Ensino Baacutesico em 2001 foi reforccedilada a ecircnfase

dada ao trabalho experimental^ que passou a ter cariz de obrigatoacuterio como pode ler-se

no actual Cuiriculo Nacional do Ensino Baacutesico Para os conhecimentos cientiacuteficos

serem compreendidos pelos alunos () considera-se fundamental () realizar actividade

experimental e ter oportunidade de usar diferentes instrumentos de observaccedilatildeo e

medida (ME - DEB 2001 p 131)

Na opiniatildeo de vaacuterios autores os professores tecircm uma visatildeo limitada das

possibilidades educativas do trabalho experimental (TE) apUcando-se esta designaccedilatildeo a

actividades muito diversas Ao referirem-se a este tema os autores empregam vaacuterias

designaccedilotildees nomeadamente actividades praacuteticas trabalho praacutetico trabalho laboratorial

ou trabalho experimental (Santos 2002) Como argumenta esta autora o trabalho

experimental inclui-se no trabalho praacutetico podendo ou natildeo ser laboratorial Santos

(2002) apresenta esquematicamente na figura 1 a relaccedilatildeo entre trabalho praacutetico

laboratorial e experimental

Actividades praacuteticasATrabalho praacutetico

Trabalho laboratorial

Trabalho experimental

Figura 1 - Relaccedilatildeo entre Trabalho praacutetico laboratorial e experimental (Santos 2002 p38)

Como podemos constatar na figura 1 nem todo o trabalho ^praacutetico eacute trabalho de

laboratoacuterio nem todo o trabalho laboratorial eacute experimental (Santos 2002 p38)

Nos documentos oficiais portugueses o termo actividade experimental aproxima-se do conceito de trabalho praacutetico com realizaccedilatildeo de experiecircncias independentemente do grau de controlo e com recurso a materiais e objectos de laboratoacuterio ou de uso quotidiano

265

Na nossa planificaccedilatildeo utilizaremos o termo trabalho experimental respeitando

para cada autor a sua designaccedilatildeo Na praacutetica propomos a realizaccedilatildeo de trecircs actividades

de trabalho praacutetico sendo as duas uacuteltimas trabalho experimental

Como afirma Hodson (1990 p33) o trabalho praacutetico que se realiza hoje em

muitas escolas eacute incompreendido confuso e improdutivo De facto o trabalho

experimental nem sempre eacute praticado da melhor forma (Hofstein e Lunetta 2004)

Muitas vezes existe um desfasamento entre os objectivos que se pretendem alcanccedilar o

tipo de actividades sugeridas e a forma como estas satildeo orientadas Os mesmos autores

alertam ainda os alunos tecircm poucas oportunidades para actividades metacognitivas

(Hofstein e Lunetta 2004 p32) uma vez que estatildeo normalmente envolvidos com

pormenores teacutecnicos natildeo havendo oportunidade para expressarem as suas

inteipretaccediloes e percepccedilotildees sobre a pesquisa

Entendemos que o TE deve ser desenvolvido sustentado em dois pilares minds~on

e hands-on Isto eacute a par da realizaccedilatildeo de um TE eacute essencial dar oportunidades aos

alunos que os levem a colocar questotildees sugerir hipoacuteteses e delinear investigaccedilotildees

(Hofstein e Lunetta 2004 p32) dando-lhes oportunidade para interagir e reflectir sobre

o trabalho que estatildeo a realizar Nesta perspectiva a intervenccedilatildeo do professor teraacute que

ser muito bem planeada e intencional no sentido de sistematizar o conhecimento e

proporcionar aos alunos as actividades desejadas constituindo o TE o caminho para

uma fiinccedilatildeo educativa muito mais ampla

As perspectivas do uso das TIC no ensino das Ciecircncias satildeo cada vez mais

Segundo Wellington (1999) o valor acrescentado da integraccedilatildeo de multimeacutedia no

ensino das Ciecircncias assenta em aspectos visuais como sejam o permitir demonstraccedilotildees

difiacuteceis de pocircr em praacutetica em Laboratoacuterio possibilitar a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos

microscoacutepicos o dinamismo de imagensanimaccedilatildeo e o impacto visual As TIC podem

tambeacutem desempenhar um importante contributo no que diz respeito a uma economia de

tempo Satildeo ainda referidas no estudo de Wellington (1999) efeitos nas atitudes e na

motivaccedilatildeo quer por parte dos estudantes quer dos professores

Contudo a inclusatildeo deste tipo de ferramentas no ensino das ciecircncias conduz-nos a

uma questatildeo o que se perderaacute com o uso das TIC Wellington (1999) refere que para

aleacutem dos benefiacutecios obtidos com a utilizaccedilatildeo de ferramentas multimeacutedia na aula de

Ciecircncias desvantagens teds como a informaccedilatildeo excessiva eou irrelevante a distracccedilatildeo

(dentro e fora de grupos) que estas ferramentas podem suscitar e a perda de

capacidadeshabilidades praacuteticas satildeo questotildees que importa reflectir

266

No nosso estudo a perspectiva que se reforccedila eacute a de que as tecnologias

disponiacuteveis quando usadas na sala de aula podem ser um recurso para o professor

capazes de por exemplo trazer rigor nalgumas situaccedilotildees rentabilizar o tempo na

previsatildeo ou na reflexatildeo e na discussatildeo No entanto natildeo poderatildeo nunca depor o

professor da sua tarefa de educador

267

PORQUEcirc ESTE TEMA

Dada a nossa formaccedilatildeo inicial a unidade de ensino^ que planificaacutemos emergiu

do Programa de Ciecircncias da Natureza do 6deg Ano de Escolaridade Para a planificaccedilatildeo

escolhemos o tema Processos vitais comuns aos seres vivos Trocas nutricionais entre

o organismo e o meio nas plantas com os seguintes Conteuacutedos Programaacuteticos

Como se alimentam as plantas

bull As plantas elaboram o seu alimento - Fotossiacutentese

bull Factores intervenientes na actividade fotossinteacutetica

bull Produtos resultantes (ME - DGEBS 1991 p21)

Segundo o Programa desta disciplina o objective destes conteuacutedos (decorrentes

do tema) eacute Reconhecer a importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida (ME -

DGEBS 1991 p21) e para a consecuccedilatildeo deste objectivo a sugestatildeo metodoloacutegica

apresentada eacute a realizaccedilatildeo de experiecircncias relativas agrave fotossiacutentese por exemplo testar

a presenccedila de amido em folhas de plantas colocadas respectivamente agrave luz e na

obscuridade (ME - DGEBS 1991 p21)

A escolha do tema fotossiacutentese prende-se com o facto de este ser um tema que se

presta agrave realizaccedilatildeo de diversas actividades podendo estas ser realizadas recorrendo a

diferentes recursos Pensaacutemos que algumas das tradicionais actividades experimentais

deste tema poderiam ser enriquecidas com recurso a algumas tecnologias da

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo nomeadamente o projector de viacutedeo e o computador o

microscoacutepio digital e o sensor de oxigeacutenio

Fazendo uso do projector de viacutedeo sugerimos na nossa planificaccedilatildeo que toda a

investigaccedilatildeo feita em grande grupo (turma) seja sistematizada recorrendo ao

computador atraveacutes do programa Power Point que poderaacute ser comeccedilado pelo

professor com uma breve introduccedilatildeo aacute situaccedilatildeo problemaacutetica sendo posteriormente

completado pelos alunos no decurso da investigaccedilatildeo Com este registo escrito a

qualquer momento pode aceder-se a cada passo jaacute realizado imprimir este documento

para cada aluno eou integraacute-lo numa pasta de documentos criada para a turma por

exemplo Pensamos que a sistematizaccedilatildeo de toda a investigaccedilatildeo feita em grande grupo

(apoacutes cada grupo ter desenvolvido o seu trabalho) constitui uma mais valia no trabalho

Como unidade de ensino entendemos neste contexto um conjunto coerente de aulas subordinado a uma temaacutetica e que natildeo tem correspondecircncia directa com unidades do Programa

268

experimental em termos de partilha de experiecircncias discussatildeo de resultados respeito

pela opiniatildeo de outros grupos e organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo

No que diz respeito agrave observaccedilatildeo dos cloropiastos (organelos onde ocorre a

fotossiacutentese) e dos estornas (estruturas que permitem as trocas gasosas entre as plantas e

o meio) sugerimos a observaccedilatildeo de ceacutelulas da epiderme da folha da tradescacircncia^ e da

eloacutedea^ (uma vez que na segunda actividade experimental proposta seraacute utilizada esta

planta poder-se-ia tambeacutem observar os cloropiastos presentes nas folhas da mesma)

Para a observaccedilatildeo destas estruturas comuns agraves folhas das plantas propomos a utilizaccedilatildeo

do microscoacutepio oacuteptico composto (MOC) e a utilizaccedilatildeo do microscoacutepio digital Este

uacuteltimo ligado ao computador e ao projector de viacutedeo enriquece a exploraccedilatildeodiscussatildeo

de resultados da primeira actividade sugerida com toda a tunna permitindo que todos

os alunos observem a(s) mesma(s) estrutura(s) ao mesmo tempo Isto eacute dado que uma

das competecircncias essenciais referidas no Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico para a

disciplina de Ciecircncias da Natureza eacute Reconhecimento de imidades estruturais comuns

apesar da diversidade de caracteriacutesticas e propriedades existentes no mundo natural

(ME - DEB 2001 pl37) eacute pois importante que ao fazer o estudo de estruturas comuns

aos seres vivos estas se possam observar ao MOC No entanto com o auxiacutelio do

microscoacutepio digital eacute mais faacutecil esclarecer possiacuteveis duacutevidas surgidas na observaccedilatildeo

individual mesmo com os alunos a trabalhar em grupo (pois sabemos da dificuldade em

acompanhar todos os grupos de trabalho)

Atraveacutes da realizaccedilatildeo de Trabalho Experimental no acircmbito da fotossiacutentese eacute

possiacutevel observar algumas das evidecircncias deste fenoacutemeno de siacutentese de substacircncias

orgacircnicas nomeadamente e como jaacute referimos a visualizaccedilatildeo dos organelos onde

ocorre a fotossiacutentese - os cloropiastos e a identificaccedilatildeo dos produtos da fotossiacutentese

amido e oxigeacutenio Habitualmente no que diz respeito a este uacuteltimo e como jaacute referimos

^ A tradescacircncia - tradescantia Jluminensis vulgarmente conhecida por erva-da-fortima eacute uma planta herbaacutecea monocotiledoacutenea muito comum em locais huacutemidos Da famiacutelia das Comelinaacuteceas teve a sua origem na Ameacuterica (Koogan 1982) De faacutecil cultivo em vasos eacute bastante utilizada nos laboratoacuterios de biologia pois na epiderme das suas folhas satildeo facilmente observaacuteveis estruturas fundamentais na fotossiacutentese como os cloropiastos e os estornas (estes encontram-se predominantemente na epiderme da paacutegina inferior das folhas)

A eloacutedea - egeria densa eacute uma planta vascular (pois possui um sistema de vasos condutores) aquaacutetica submersa de aacutegua doce pertencente agrave famiacutelia das Hidrocaridaacuteceas com origem no Canadaacute (Koogan 1982) na qual se observam facilmente estruturas como os cloropiastos Para aleacutem desta caracteriacutestica a eloacutedea tem a particularidade de responder rapidamente a estiacutemulos externos como a luz Isto eacute ao aumento da intensidade luminosa corresponde um aumento da taxa fotossinteacutetica ateacute um determinado valor oacuteptimo (Marques Soares e Almeida 2003) facibnente visiacutevel pela libertaccedilatildeo de bolhas de oxigeacutenio um dos produtos da fotossiacutentese Como tal a eloacutedea eacute muito utilizada em laboratoacuterios de biologia

269

apenas eacute feita a sua identificaccedilatildeo Isto eacute atraveacutes de um indicador como o azul-de-

metileno eacute possiacutevel observar a sua perda de cor o que nos indica a presenccedila de

oxigeacutenio E tambeacutem possiacutevel identificar a presenccedila de oxigeacutenio com um foacutesforo em

brasa No entanto com estas duas actividades apenas sabemos da presenccedilaausecircncia de

oxigeacutenio

Atraveacutes da utilizaccedilatildeo de um sensor de oxigeacutenio ligado ao computador eacute

possiacutevel avaliar em termos quantitativos como varia a concentraccedilatildeo de oxigeacutenio

dissolvido na aacutegua (uma vez que a eloacutedea eacute uma planta aquaacutetica submersa) Toma-se

possiacutevel fazer um estudo mais rigoroso em termos de factores que influenciam a

actividade fotossinteacutetica como a luz (por isso utilizaacutemos o candeeiro) e quantificar as

variaccedilotildees na concentraccedilatildeo de oxigeacutenio

Neste trabalho experimental o sensor de oxigeacutenio constitui uma mais valia uma

vez que sendo possiacutevel pelos meacutetodos tradicionais identificar a presenccedila de oxigeacutenio

(com o indicador ou com um pavio em brasa) natildeo eacute possiacutevel quantificar os valores da

concentraccedilatildeo de oxigeacutenio e a sua variaccedilatildeo com a intensidade luminosa

O quadro 1 apresenta as actividades de trabalho experimental realizadas os

recursos de TIC utilizados em cada uma dessas actividades e quais as mais valias que

estes trazem agraves actividades propostas

bull Investigaccedilatildeo acerca do problema Como eacute que as plantas elaboram o seu alimento

bull Computador bull Programa Power Point bull Projector de viacutedeo

bull Organizaccedilatildeo sistematizaccedilatildeo da informaccedilatildeo

bull Faacutecil acesso agrave informaccedilatildeo

bull Observaccedilatildeo de estruturas comuns agraves folhas rias plantas -cloroplastos e estornas

bull Microscoacutepio digital bull Computador bull Projector de viacutedeo

bull Permite esclarecer possiacuteveis duacutevidas surgidas na observaccedilatildeo individual

bull Enriquece a exploraccedilatildeodiscussatildeo de resultados com toda a turma permitindo que todos os alunos observem a(s) estrutura(s) pretendidas (ao mesmo tempo)

bull Investigar os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na presenccedilaausecircncia de luz

bull Sensor de oxigeacutenio bull Computador bull Programa de exploraccedilatildeo dos

sensores

bull Quantificar os valores da concentraccedilatildeo de oxigeacutenio dissolvido na aacutegua

bull Quantificar as variaccedilotildees nos valores da concentraccedilatildeo de oxigeacutenio dissolvido na aacutegua com a variaccedilatildeo da intensidade luminosa

Quadro 1 - Actividades de trabalho experimental realizadas recursos TIC utilizados e mais

valias que estes trazem

270

A nossa planificaccedilatildeo eacute apenas um exemplo de que recorrendo a algumas

estrateacutegias nomeadamente a novas formas de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo podemos

enriquecer o Trabalho Experimental

271

MAPA DE CONCEITOS

Ao elaborar um mapa conceptual estamos a relacionar conceitos isto eacute a

organizar e estruturar atraveacutes de conceitos os conteuacutedos de uma unidade Atraveacutes da

disposiccedilatildeo hieraacuterquica de palavras e proposiccedilotildees conceptuais construiacutemos um mapa de

conceitos que de acordo com Novak (2000 p27) satildeo Hima boa forma de organizar o

conhecimento Segundo este autor os mapas conceptuais promovem nos alunos a

aprendizagem significativa reduzindo a aprendizagem por memorizaccedilatildeo Para aleacutem

deste aspecto Novak (2000) refere tambeacutem que estudos recentes e a sua proacutepria

investigaccedilatildeo tecircm demonstrado que as criariccedilas jovens aprendem facilmente a construir

bons mapas conceptuais que satildeo excelentes ferramentas de organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo

do conhecimento

Os mapas coriceptuais permitem a organizaccedilatildeo do conhecimento e satildeo uacuteteis

tanto aos alunos como ao professor A este uacuteltimo os mapas conceptuais podem

constituir uma mais valia por exemplo ao planificar organizando e estruturando

conceitos relacionados com os conteuacutedos de uma unidade

No que diz respeito ao aluno um mapa conceptual pode ser por exemplo uma

excelente ferramenta para sintetizar e resumir os novos conhecimentos Atraveacutes deste

eacutesquema de palavras o aluno visualiza os conceitos subjacentes aos conteuacutedos de uma

unidade

Na nossa opiniatildeo a utilizaccedilatildeo de mapas conceptuais eacute uma forma uacutetil de

organizaccedilatildeo do conhecimento e que em relaccedilatildeo ao aluno permite o estabelecimento de

relaccedilotildees entre conceitos e contribui para uma aprendizagem significativa isto eacute para

uma melhor compreensatildeo

Nesta perspectiva elaboraacutemos para os conteuacutedos da unidade de ensino

planificada um mapa de conceitos (esquema 2) que na nossa ideia da unidade

didaacutectica relaciona os diferentes conceitos em presenccedila e que em seguida

apresentamos

272

Captam pela

Folha Raiz

Atraveacutes dos Atraveacutes da

Estomas Cloroplastos Zona pilosa

Captam

Luz Dioacutexido de carbono Aacutegua com sais minerais

Que utilizam

Fotossiacutentese

Para produzir

Esquema 2 - Mapa de Conceitos da planificaccedilatildeo dos seguintes conteuacutedos Como se alimentam as plantas As plantas elaboram o seu alimento - Fotossiacutentese Factores intervenientes na actividade fotossinteacutetica Produtos resultantes

273

OPERACIONALIZACcedilAtildeO DE COMPETEcircNCIAS

Com a publicaccedilatildeo do documento Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico mdash

Competecircncias Essenciais em 2001 que encontra enquadramento legal no Decreto-Lei

nreg 62001 formalizou-se um novo modo de encarar o ensino baacutesico em Portugal Neste

documento que constitui uma referecircncia nacional encontramos o perfil de

competecircncias a desenvolver e tipos de experiecircncias a proporcionar aos alunos deste

niacutevel de ensino (ME - DEB 2001 p3) Neste documento o termo competecircncia integra

conhecimentos capacidades e atitudes e eacute explicitado como um saber em acccedilatildeo ou em

uso ( M E - D E B 2001 p9)

Constituindo as competecircncias formuladas no Curriacuteculo Nacional do Ensino

Baacutesico - Competecircncias Essenciais (2001) uma referecircncia para o trabalho de cada

professor cabe a este explicitar os modos de operacionalizaccedilatildeo especiacutefica para cada

contexto de aprendizagem

Assim para a planificaccedilatildeo apresentada propomos no quadro 2 os modos de

operacionalizaccedilatildeo das competecircncias (objectivos) gerais essenciais e especiacuteficas

expressas no Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico Nesse sentido para cada um dos

objectivos propostos encontra-se a referecircncia numeacuterica das competecircncias gerais

essenciais e especiacuteficas

Nota A numeraccedilatildeo das competecircncias gerais respeita a numeraccedilatildeo atribuiacuteda no

Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico Por sua vez a numeraccedilatildeo das competecircncias

essenciais e especiacuteficas (natildeo sendo estas competecircncias numeradas no Curriacuteculo

Nacional do Ensino Baacutesico) apenas estabelece correspondecircncia entre as competecircncias

essenciais e especiacuteficas

274

Competecircncias Gerais Competecircncias Competecircncias Operacionalizaccedilacirco de competecircncias

Competecircncias Gerais Essenciais Especiacutefiacutecas (Objectivos)

(1) Mobilizar saberes 1 Reconhecimento de que a 11 Identificaccedilatildeo de bull Reconhecer a importacircncia das plantas na culturais cientiacuteficos e diversidade de materiais relaccedilotildees entre a manutenccedilatildeo da vida tecnoloacutegicos para seres vivos e fenoacutemenos diversidade de seres (Competecircncias Gerais 1 e 2 compreender a realidade e existentes na Terra eacute VIVOS s e u s Competecircncias Essenciais 1 2 4 e 5 para abordar situaccedilotildees essencial para a vida no comportamentos e a Competecircncias Especiacuteficas 11 41 e 51) e problemas do quotidiano planeta diversidade ambiental (2) Usar adequadamente bull Investigar atraveacutes de trecircs actividades linguagens das diferentes 2 Reconhecimento de 21 Reconhecimento que experimentais como eacute que as plantas obtecircm o aacutereas do saber cultural unidades estruturais dadas as dimensotildees das seu alimento cientiacutefico e tecnoloacutegico para comuns apesar da ceacutelulas haacute necessidade

seu alimento

se diversidade de de utilizar instrumentos - Investigar como eacute constituiacutedo o interior de expressar caracteriacutesticas e adequados agrave sua uma folha (3) Usar correctamente a propriedades existentes no observaccedilatildeo - Observa ao microscoacutepio oacuteptico Liacutengua Portuguesa para mundo natural composto e ao microscoacutepio digital os comunicar de forma adequada constituintes de uma folha e para estruturar pensamento 3 Compreensatildeo da - Faz um esquema das observaccedilotildees proacuteprio importacircncia das mediccedilotildees efectuadas (6) Pesquisar seleccionar e classificaccedilotildees e (Competecircncias Gerais 1 2 6 8 e 9 organizar informaccedilatildeo para a representaccedilotildees como Competecircncia Essencial 2 transformar em conhecimento forma de olhar para o Competecircncia Especiacutefica 21) mobilizaacutevel mundo perante a sua (7) Adoptar estrateacutegias diversidade de - Investigar que substacircncias satildeo produzidas adequadas agrave resoluccedilatildeo de complexidade na fotossiacutentese problemas e agrave tomada de decisotildees 4 Compreensatildeo das 41 Explicaccedilatildeo da dinacircmica - Averiguar os factores que intervecircm na (8) Realizar actividades de transformaccedilotildees que da Terra com base em

- Averiguar os factores que intervecircm na

275

forma autoacutenoma responsaacutevel contribuem para a fenoacutemenos e funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de e criativa dinacircmica da Terra e das transformaccedilotildees que um sensor de oxigeacutenio

(9) Cooperar com outros em suas consequecircncias a niacutevel ocorrem - Prevecirc e justifica os resultados tarefas e projectos comuns ambiental e social - Planifica e executa a montagem

42 Planificaccedilatildeo e experimental realizaccedilatildeo de CCompetecircncias Gerais 1 2 6 7 8 e 9 investigaccedilatildeo envolvendo Competecircncias Essenciais 3 e 4 a relaccedilatildeo entre duas Competecircncias Especiacuteficas 41 e 42) variaacuteveis mantendo outras constantes - Averiguar como varia a quantidade de

oxigeacutenio libertado por uma planta na 5 Reconhecimento do 51 Compreensatildeo da presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na

contributo da Ciecircncia para importacircncia de se presenccedilaausecircncia de luz utilizando um a compreensatildeo da questionar sobre sensor de oxigeacutenio diversidade e das transformaccedilotildees que - Interpreta o graacutefico obtido no transformaccedilotildees que ocorrem na Terra e de computador ocorrem na Terra analisar as explicaccedilotildees - Discute os resultados obtidos

dadas pela Ciecircncia (Competecircncias Gerais 1 2 6 7 8 e 9 Competecircncias Essenciais 3 e 4 Competecircncias Especiacuteficas 41 e 4D

- Investigar a presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o iacute amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

- Prevecirc e justifica os resultados - Planifica e executa a montagem

experimental

276

- Averiguar a presenccedilaausecircncia de amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

- Discute os resultados obtidos - Constroacutei uma conclusatildeo geral com

base nos resultados obtidos (Competecircncias Gerais h 2 6 7 8 e 9 Competecircncias Essenciais 3 e 4 Competecircncias Especificas 41 e 42)

- Elaborar um relatoacuterio de resposta ao problema inicial

(Competecircncias Gerais 1 2 3gt 6 9 Competecircncias Essenciais 1 2 3 4 e 5 Competecircncias Especiacuteficas 11 41 e i n

- Referir-se agrave importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida

(Competecircncias Gerais 1 2 6 7 8 e 9 Competecircncias Essenciais 1 4 e 5 Competecircncias Especiacuteficas 41 e

bull Desenvolver competecircncias de autonomia - Manifesta desejo de descobrir por si

proacuteprio - Interveacutem na organizaccedilatildeo do trabalho de

grupo distribuindo as tarefas entre si - Ultrapassa as dificuldades no grupo sem

a ajuda contmua do professor

277

Desenvolver competecircncias de participaccedilatildeo cooperaccedilatildeo

- Colabora no trabalho de grupo partilhando conhecimentos e responsabilidades

- Escuta atentamente mostrando respeito pela opiniatildeo dos outros

- Defende a sua opiniatildeo apresentando argumentos

- Modifica a sua opiniatildeo face a argumentos mais pertinentes

(Competecircncias Gerais 8 e 9)

Quadro 2 - Operacionalizaccedilatildeo de Competecircncias definidas no Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico

278

COMPONENTES DA PLANIFICACcedilAtildeO

Disciplina Ciecircncias da Natureza Ano de escolaridade 6deg Duraccedilatildeo 90 minutos + 45 minutos

Tema organizador Terra em Transformaccedilatildeo Unidade de ensino Processos vitais comuns aos seres vivos Trocas nutricionais entre o organismo e o meio nas plantas

Conteuacutedos Como se alimentam as plantas

Oacuteperacionalizaccedilatildeo de competecircncias (Objectivos)

bull Reconhecer a importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida

bull Investigar atraveacutes de trecircs actividades experimentais como eacute que as plantas obtecircm o seu alimento

- Investigar como eacute constituiacutedo o interior de uma folha

- Observa ao microscoacutepio oacuteptico composto e ao microscoacutepio digital os constituintes de uma folha

- Faz um esquema das observaccedilotildees efectuadas

Ccedil oacute n t e M ograve s f i Prpgraacutemaacuteticograves

bull Processos vitais comuns aos seres vivos Trocas nutricionais entre o organismo e o meio nas plantas

bull Como se alimentam as plantas

o As plantas elaboram o seu alimento -Fotossiacutentese

As plantas eacutelaboram o seu alimento - Fotossiacutentese Factores intervenientes na actividade fotossinteacutetica Produtos resultantes

^ Reconhecer a importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida ObsSugestatildeo metodoloacutegica do programa Realizaccedilatildeo de experiecircncias relativas agrave fotossiacutentese por exemplo testar a presenccedila de amido em folhas de plantas colocadas respectivamente agrave luz e na obscuridade)

^Estrateacutegias metodoloacute

Realizaccedilatildeo de uma investigaccedilatildeo em grupo atraveacutes de trecircs actividades praacuteticasexperimentais e de pesquisa acerca do problema como eacute que as plantas elaboram o seu alimento - fotossiacutentese

- Observaccedilatildeo ao microscoacutepio oacuteptico composto e ao microscoacutepio digital da epiderme de uma folha identificaccedilatildeo dos constituintes de uma folha em particular cloroplastos e estomas

o Legendagem de uma das imagens observadas ao microscoacutepio digital em grande grupo dos constituintes de uma folha

Avaliaccedilatildeo

O quecirc avaliar

Avaliaccedilatildeo das seguintes competecircncias

o Pesquisa Investigaccedilatildeo

o Experimentais o Autonomia o Participaccedilatildeo

Cooperaccedilatildeo

279

bull Investigar que substacircncias satildeo produzidas na fotossiacutentese

bull Averiguar os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio

- Prevecirc e justifica os resultados - Planifica e executa a montagem

experimental

bull Averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e presenccedilaausecircncia de luz utilizando um sensor de oxigeacutenio

- Interpreta o graacutefico obtido no computador

- Discute os resultados obtidos

bull Investigar a presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

- Prevecirc e justifica os resultados - Planifica e executa a montagem

experimental

bull Averiguar a presenccedilaausecircncia de amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

Factores intervenientes na actividade fotossinteacutetica Produtos resultantes

Importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida

- Realizaccedilatildeo de uma actividade praacutetica para investigar os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na presenccedilaausecircncia de luz

o Discussatildeodebate a partir das ideias dos alunos acerca dos factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta

o Previsotildees o Montagem da actividade praacutetica em grande

grupo (passos do procedimento sugeridos pelos alunos)

o Discussatildeodebate dos resultados primeiro em pequeno grupo e posteriormente em grande grupo

o Construccedilatildeo de uma conclusatildeo em grande grupo

- Realizaccedilatildeo de uma actividade praacutetica para investigar a presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

o Discussatildeodebate a partir das ideias dos alunos acerca da presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de uma planta

o Previsotildees o Montagem da actividade praacutetica em pequeno

grupo (passos do procedimento sugeridos pelos alunos)

Como avaliar

o Avaliaccedilatildeo (directa e individual) integrada no processo de ensino-aprendizagem por observaccedilatildeo e questionamento informal dos alunos no decorrer da investigaccedilatildeo

o Avaliaccedilatildeo do relatoacuterio

280

- Discute os resultados obtidos - Constroacutei uma conclusatildeo geral com

base nos resultados obtidos

- Elaborar um relatoacuterio de resposta ao problema inicial

- Referir-se agrave importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida

Desenvolver competecircncias de autonomia - Manifesta desejo de descobrir por si

proacuteprio - Interveacutem na organizaccedilatildeo do trabalho de

grupo distribuindo as tarefas entre si - Ultrapassa as dificuldades no grupo sem

a ajuda contiacutenua do professor

Desenvolver competecircncias de participaccedilatildeo cooperaccedilatildeo

- Colabora no trabalho de grupo partilhando conhecimentos e responsabilidades

- Escuta atentamente mostrando respeito pela opiniatildeo dos outros

- Defende a sua opiniatildeo apresentando argumentos

- Modifica a sua opiniatildeo face a argumentos mais pertinentes

o Discussatildeodebate dos resultados primeiro em pequeno grupo e posteriormente em grande grupo

o Construccedilatildeo de uma conclusatildeo em grande grupo

Elaboraccedilatildeo de um relatoacuterio em pequeno grupo acerca do problema inicial como eacute que as plantas elaboram o seu alimento (relatoacuterio iniciado na aula e terminado em casa)

Quadro 3 - Componentes da planificaccedilatildeo formas de operacionalizaccedilatildeo de competecircncias (objectivos) conteuacutedos programaacuteticos estrateacutegias metodoloacutegicas e avaliaccedilatildeo

281

Nota A organizaccedilatildeo das competecircncias especiacuteficas de Ciecircncias Fiacutesicas e Naturais faz-se em quatro grandes temas Terra no Espaccedilo Terra em transformaccedilatildeo Sustentabilidade na Terra e Viver melhor na Terra

Dado que o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo natildeo fez uma reorganizaccedilatildeo do Programa de Ciecircncias da Natureza apoacutes a publicaccedilatildeo de orientaccedilotildees para a gestatildeo dos conteuacutedos o professor articularaacute cada conteuacutedo programaacutetico no tema organizador que lhe pareccedila corresponder melhor

282

PLANO DE AULA

bull Desenvolvimento das aulas

A planificaccedilatildeo foi preparada para trecircs tempos da disciplina de Ciecircncias da Natureza sendo desejaacutevel uma primeira aula com a duraccedilatildeo de 90 minutos e uma segunda aula de 45 minutos

Apresentaccedilatildeo do problema agrave turma atraveacutes da projecccedilatildeo do Power Point comeccedilado pelo professor com uma breve introduccedilatildeo agrave situaccedilatildeo problemaacutetica sendo posteriormente completado pelos alunos no decurso da investigaccedilatildeo

Com este registo escrito a qualquer momento pode aceder-se a cada passo jaacute realizado imprimir este documento para cada aluno eou integraacute-lo numa pasta de documentos criada para a turma^ por exemplo

Trata-se da realizaccedilatildeo de uma investigaccedilatildeo em grupo atraveacutes de trecircs actividades praacuteticas e de pesquisa acerca de uma questatildeo-problema como eacute que as plantas elaboram o seu alimento

Seraacute feita uma breve discussatildeo com os alunos centrada no objectivo do Programa desta disciplina para os conteuacutedos propostos nesta planificaccedilatildeo que eacute Reconhecer a importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida (ME -DGEBS 1991 p21) acerca de aspectos como

- A qualidade do ar (absorccedilatildeo de dioacutexido de carbono e libertaccedilatildeo de oxigeacutenio) - A importacircncia das plantas na alimentaccedilatildeo de outros seres vivos - A sua importacircncia no fornecimento de mateacuterias-primas indispensaacuteveis a diversas

induacutestrias - A importacircncia de plantas medicinais

Posteriormente a discussatildeo seraacute orientada para os conteuacutedos tratados anteriormente -Captaccedilatildeo de aacutegua e sais minerais - A aacutegua e os sais minerais na planta (ME - DGEBS 1991 p21) e canalizada para a questatildeo-problema em estudo como eacute que as plantas elaboram o seu alimentol

Possiacutevel discussatildeo (a constar no Power Point inicialmente apresentado pelo professor)

A seiva bruta que chega agraves folhas espalha-se por todas as ceacutelulas da planta No entanto seraacute que a seiva bruta eacute suficiente para as plantas produzirem o seu proacuteprio alimento Para aleacutem desta as plantas necessitam ainda de dioacutexido de carbono e de luz solar

Principalmente na epiderme das paacuteginas inferiores as folhas possuem umas estruturas mdash os estomas que satildeo responsaacuteveis pelas trocas gasosas das plantas nomeadamente a absorccedilatildeo do dioacutexido de carbono e a libertaccedilatildeo de oxigeacutenio

Seraacute entatildeo feita uma breve exploraccedilatildeo de uma sub-questatildeo Entatildeo que estruturas existem no interior das folhasl (a seiva bruta - aacutegua com sais

minerais dissolvidos dioacutexido de carbono e um pigmento de cor verde - a clorofila Esta existe nos cloroplastos e eacute responsaacutevel por captar a energia luminosa permitindo agraves plantas

283

realizarem um processo designado fotossiacutentese atraveacutes do qual transformam a mateacuteria mineral em mateacuteria orgacircnica)

Por forma a guiaracompanhar esta actividade praacutetica seraacute elaborado com os alunos no Power Point um protocolo experimental para a primeira actividade (possiacutevel protocolo no fmal do plano de aula)

Como seraacute entatildeo o interior da folha

Observaccedilatildeo ao microscoacutepio oacuteptico composto (MOC) e ao microscoacutepio digital da epiderme de uma folha identificaccedilatildeo dos constituintes de uma folha em particular cloroplastos e estornas

O microscoacutepio digital requer o uso de um computador e permite visualizar no monitor a preparaccedilatildeo colocada na platina ou qualquer outro material que esteja a ser filmado com cacircmara (que se encontra na parte superior do microscoacutepio)

Depois de todos os alunos em grupo observarem ao MOC seraacute feita uma exploraccedilatildeo com toda a turmagt ligando o microscoacutepio digital ao projector de viacutedeo o que permite que toda a turma esteia a observar a(s) mesmafs) estrutura(s) ao mesmo tempo A utilizaccedilatildeo do microscoacutepio digital tem a vantagem de se poderem esclarecer duacutevidas que podem ter surgido na observaccedilatildeo individual

A combinaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo do microscoacutepio digital ligado ao computador permite guardar e trabalhar as imagens observadas por exemplo legendando-as

Assim seraacute guardada uma das imagens observadas e legendada pelos alunos Esta imagem seraacute tambeacutem impressa e distribuiacuteda pelos alunos

Caso natildeo seja possiacutevel seraacute apresentada uma imagem em Power Point que seraacute legendada pelos alunos Esta imagem seraacute tambeacutem impressa e distribuiacuteda pelos alunos

Posto isto os alunos seratildeo entatildeo confrontados com a T parte do problema e seraacute explorada uma segunda sub-questatildeo uma vez que jaacute observamos o local onde ocorre a fotossiacutentese temos aqui outra questatildeo - que substacircncias satildeo produzidas na fotossiacutentese

^ Seraacute entatildeo proposta a realizaccedilatildeo de uma actividade experimental para investigar os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na presenccedilaausecircncia de luz

Por forma a guiaracompanhar esta actividade experimental seraacute elaborado com os alunos no Power Point um protocolo experimental (possiacutevel protocolo no final do plano de aula)

o Discussatildeodebate a partir das ideias dos alunos acerca dos factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta

o Previsotildees o Montagem da actividade experimental em grande grupo (passos do

procedimento sugeridos pelos alunos)

284

o sensor de oxigeacutenio poderaacute ser calibrado pelos alunos sob orientaccedilatildeo do professor Esta actividade experimental seraacute realizada com os alunos distribuiacutedos por grupos No

entanto e dado que habitualmente soacute existe uma interface (dispositivo que estabelece a ligaccedilatildeo entre os sensores e o computador) em cada escola seraacute realizada apenas uma actividade experimental para toda a turma

Enquanto esta actividade experimental eacute deixada a decorrer por 30 minutos por exemplo e apoacutes terem feito as suas previsotildees nomeadamente que um dos produtos resultantes da fotossiacutentese eacute o oxigeacutenio os alunos seratildeo confrontados com uma terceira sub-questatildeo seraacute que o oxigeacutenio eacute o uacutenico produto que se obteacutem na fotossiacutentese Como eacute que afinal as plantas se alimentam (Uma vez que o oxigeacutenio eacute libertado para a atmosfera)

Ser-lhes-aacute proposta outra actividade experimental agora para investigar a pregravesenccedilaausecircnciacutea de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

(Nota Para esta actividade experimental a planta utilizada - sardinheira teraacute que ser deixada num local iluminado com uma folha tapada totalmente e outra parcialmente durante pelo menos uma semana)

Por forma a guiaracompanhar esta actividade experimental seraacute elaborado com os alunos no Power Pointy um protocolo experimental (possiacutevel protocolo no final do plano de aula)

o Discussatildeodebate a partir das ideias dos alunos acerca da presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de uma planta

o Previsotildees o Montagem da actividade experimental em pequeno grupo (passos do

procedimento sugeridos pelos alunos) o Discussatildeodebate dos resultados primeiro em pequeno grupo e posteriormente

em grande grupo o Registo e interpretaccedilatildeo dos resultados em grande grupo usando para tal o

computador e o projector no sentido de toda a turma acompanhar

Desta uacuteltima actividade experimental conclui-se que atraveacutes deste processo (a que se daacute o nome de fotossiacutentese) as plantas transformam em presenccedila de luz a aacutegua e o dioacutexido de carbono em substacircncias orgacircnicas como o amido (presente nas folhas de sardinheira que estiveram expostas agrave luz) e oxigeacutenio que se liberta para a atmosfera

Registo do sumaacuterio por sugestatildeo dos alunos

Fim da 1 aula - 90 minutos

Esta aula teraacute inicio com a exploraccedilatildeo da segunda actividade experimental da aula anterior

285

o Registo e interpretaccedilatildeo dos resultados da actividade experimental para investigar os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na presenccedilaausecircncia de luz em grande grupo usando para tal o computador e o projector no sentido de toda a turma natildeo soacute acompanhar mas ficar com o registo escrito Seraacute impresso para cada aluno o graacutefico resultante e feita a sua interpretaccedilatildeo em grupo

Em relaccedilatildeo a esta actividade experimental podemos concluir que a eloacutedea (planta vascular aquaacutetica) em presenccedila de luz e do dioacutexido de carbono dissolvido na aacutegua sintetiza compostos orgacircnicos e liberta oxigeacutenio este por sua vez vai-se dissolvendo na aacutegua ficando esta com uma concentraccedilatildeo cada vez maior neste gaacutes Para aleacutem disso podemos tambeacutem concluir que ao aumento da intensidade luminosa corresponde um aumento da taxa fotossinteacutetica ateacute um determinado valor oacuteptimo (Marques Soares e Almeida 2003) facilmente visiacutevel pela libertaccedilatildeo de bolhas de oxigeacutenio um dos produtos da fotossiacutentese e quantificaacutevel atraveacutes do sensor de oxigeacutenio Uma vez que a percentagem de oxigeacutenio libertada eacute por vezes niuito pequena com meacutetodos tradicionais natildeo eacute possiacutevel registar estas alteraccedilotildees

^ Elaboraccedilatildeo de uma siacutenteseconclusatildeo em grande grupo para dar resposta ao problema inicial

Possiacutevel conclusatildeo No processo atraveacutes do qual as plantas utilizando a seiva bruta - aacutegua com sais

minerais dioacutexido de carbono e na presenccedila de luz captada pela clorofila existente nos cloroplastos liberta-se oxigeacutenio e produz-se mateacuteria orgacircnica como por exemplo o amido que vai constituir a seiva elaborada A este processo chama-se fotossiacutentese

Elaboraccedilatildeo de um relatoacuterio em pequeno grupo acerca do problema iniciai

bull Como eacute que as plantas elaboram o seu alimento

E fazendo referecircncia aacute questatildeo Qual a importacircncia das plantas para o mundo vivo (Fazendo uma alusatildeo)

Para a elaboraccedilatildeo deste relatoacuterio os alunos devem partir da informaccedilatildeo sistematizada na aula mas tambeacutem completar estes dados recorrendo a informaccedilatildeo contida em livros e em suporte electroacutenico Este relatoacuterio seraacute iniciado na aula e terminado em casa

Registo do sumaacuterio por sugestatildeo dos alunos

Fim da 2deg aula - 45 minutos

286

Escola

Realizado por Nome Nome Nome Nome Ndeg

6 ano Turma Data

Investigando

Como eacute que as plantas elaboram o seu alimento

A seiva bruta que chega agraves folhas espalha-se por todas as ceacutelulas da planta No entanto seraacute que a seiva bruta eacute suficiente para as plantas produzirem o seu proacuteprio alimento

Essencialmente nas paacuteginas inferiores as folhas possuem umas estruturas - os estornas que satildeo responsaacuteveis pelas trocas gasosas das plantas nomeadamente a absorccedilatildeo do dioacutexido de carbono e a libertaccedilatildeo de oxigeacutenio Para aleacutem destes as folhas das plantas possuem um pigmento de cor verde -a clorofila que eacute responsaacutevel por captar a energia luminosa e que existe nos cloroplastos Estes satildeo pequenas estruturas celulares existentes no interior das folhas e que constituem o tecido clorofilino A energia luminosa captada pela clorofila permite agraves plantas realizarem a fotossiacutentese

A fotossiacutentese que ocorre nos cloroplastos eacute o processo atraveacutes do qual as plantas transformam a mateacuteria mineral em mateacuteria orgacircnica que constitui o seu alimento

O C o m o seraacute entatildeo o Interior da folha

Vamos investigar

o interior de uma folha de tradescacircncia vulgarmente chamada Erva-da-Fortuna observando-a ao microscoacutepio oacuteptico composto

Precisamos de

Procedimento

1 Faz uma preparaccedilatildeo entre lacircmina e lamela a partir de uma pequena amostra retirada paacutegina inferior da folha da erva-da-fortuna

2 Observa ao microscoacutepio oacuteptico composto e tenta identificar as estruturas presentes nomeadamente os cloroplastos e os estomas

287

3 Faz um esquema das tuas observaccedilotildees

Proposta de discussatildeo

1 Qual a cor dos cloroplastos

2 Que funccedilatildeo desempenham os cloroplastos

3 Para aleacutem dos cloroplastos que outras estruturas observaste Qual a sua funccedilatildeo

288

Escola

Realizado por Nome Nome Nome Nome

6 ano Turma Data i

Que substacircncias satildeo produzidas na fotossiacutentese

Vamos investigar

os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na presenccedila de luz

Precisamos de

Procedimento

I Com a ajuda do teu professor liga o sensor de oxigeacutenio agrave interface e esta ao computador Liga o computador Inicia o programa de exploraccedilatildeo dos sensores e verifica se o sensor de oxigeacutenio se encontra conectado Espera alguns minutos ateacute o sensor estar polarizado Programa a leitura de dados do sensor de oxigeacutenio para 30 minutos Coloca algms ramos de eloacutedea no balatildeo de Erlenmeyer Enche o balatildeo de Erlenmeyer com aacutegua da tomeira Com o auxiacutelio de uma palhinha faz borbulhar algum ar expirado para dentro do Erlenmeyer Introduz o sensor de oxigeacutenio dentro do Erlenmeyer

10 Acende o candeeiro II Inicia a aquisiccedilatildeo de dados 12 Grava os dados que obtiveste e imprime o graacutefico

9

289

13 Podes experimentar por periacuteodos de tempo mais curtos fazer a aquisiccedilatildeo de dados variando a quantidade de luz que forneces agrave eloacutedea bastando para isso ligar ou desligar o candeeiro

14 Verifica o que acontece agrave percentagem de oxigeacutenio na aacutegua

Proposta de discussatildeo

l Por que razatildeo se fez borbulhar ar expirado para dentro do Erlenmeyerl

1 O que sucede agrave percentagem de oxigeacutenio dissolvido na aacutegua ao longo do graacutefico que obtiveste

3 O que acontece agrave percentagem de oxigeacutenio dissolvido na aacutegua durante os periacuteodos em que o candeeiro estaacute desligado Porquecirc

4 Discute com os teus colegas de grupo uma explicaccedilatildeo para a variaccedilatildeo da percentagem de oxigeacutenio dissolvido na aacutegua com o candeeiro ligado e desligado

5 Indica uma vantagem para a utilizaccedilatildeo do sensor de oxigeacutenio nesta actividade experimental

290

Escola

Realizado por Nome Nome Nreg Nome Ndeg Nome Ndeg

6 ano Turma Data

O S e r aacute que o oxigeacutenio eacute o uacutenico produto que se obteacutem na fotossiacutentese

Vamos investigar

a presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de lima planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

Precisamos de

Procedimento

A - Folha completamente tapada B - Folha parcialmente t^ada C - Folha destapada

1 Tapa completamente com papel de alumiacutenio uma folha da planta tapa parcialmente outra folha

2 Coloca a planta num local iluminado durante uma semana pelo menos 3 Regista a cor do soluto de lugol 4 Coloca um pouco de amido numa caixa de Petri e adiciona-lhe soluto de lugol Regista

de que cor ficou o soluto de lugol 5 Coloca em banho-maria um gobeleacute contendo aproximadamente 200 ml de aacutegua

utilizando para tal um outro gobeleacute de 600 ml tambeacutem com aacutegua e deixa a aacutegua ferver nos gobeleacutes

6 Prepara outro banho-maria com um gobeleacute de 600 ml de aacutegua e introduz-lhe um gobeleacute contendo aproximadamente 200 ml de aacutelcool etiacutelico

7 Antes de destapares as folhas faz uma marca em cada uma delas que te permita reconhececirc-las depois por exemplo um pequeno corte

291

8 Com o auxilio de uma pinccedila de metal coloca as folhas respectivamente nos gobeleacutes contendo aacutegua e aacutelcool a ferver por periacuteodos de aproximadamente 20 segundos Cada folha teraacute que passar por estes dois banhos

9 Retira as folhas e coloca-as numa caixa de Petri com soluto de lugol 10 Aguarda alguns minutos e regista as observaccedilotildees que efectuares

Proposta de discussatildeo

1 Quais as folhas ou parte das folhas que coraram na presenccedila de soluto de lugol Porquecirc

2 Formula uma explicaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao que sucedeu agraves folhas expostas agrave luz e agraves folhas tapadas

292

Anexo 5 GRELHA DE AVALIACcedilAtildeO DA PLANIFICACcedilAtildeO

A grelha que lhe pedimos para preencher refere-se agrave planificaccedilatildeo apresentada (do 6deg ano do 2reg Ciclo do Ensino Baacutesico da discipUna de Ciecircncias da Natureza)

Pedimos-lhe que se pronuncie relativamente aos diferentes itens apresentados atribuindo um niacutevel a cada um deles sendo que o niacutevel 5 eacute o mais elevado

mdashmdash ^ mdash mdash bull Itens - ^ il- bull 1 bull 2 3 4 5 1 Insere-se nas orientaccedilotildees do Curriacuteculo Nacional Ensino Baacutesico 2 Eacute adequada ao niacutevel de escolaridade (6reg ano do 2reg Ciclo do EB) 3 E pertinente para a consecuccedilatildeo dos objectivos do Programa 4 E pertinente para o desenvolvimento de competecircncias apontadas no Curriacuteculo Nacional 5 As actividades de Trabalho Praacutetico propostas tecircm interesse 6 Apresenta recursos didaacutecticos com interesse 7 Apresenta aspectos de inovaccedilatildeo didaacutectica no uso das n C no TE

Comentaacuterios

As suas sugestotildees para melhorar a proposta de planificaccedilatildeo satildeo muito bem vindas Por favor use o proacuteprio documento para sugestotildees de melhoria

Nota Os dados que se gueni seryiacuteratildeotilde ap^paacutes para referecircncia da investigadora

Qua l a aacute rea d a suumlaacute f o r m a ccedil atilde o a c aacute d ^ i c a --- bull bull - bull bullbull bull bull bull-bull-

T e m p o d e s oacute v i ccedil o c q m b progravefes sof(a) bull bull r ^ TempK) d e se rv iccedilo rogravemogravelprofesot^aacute) coope ran t e mdash

Muito obrigada pela sua colaboraccedilatildeo

293

Anexo 5

Nome (apenas para referecircncia da investigadora)

Questionaacuterio

1 Qual(ais) a(s) TIC que identificx)u na proposta da planificaccedilatildeo apresentada

2 Durante a workshop do seu ponto de vista e em relaccedilatildeo agrave proposta de planificaccedilatildeo que

aqui foi apresentada quais as vantagens ou desvantagens de que se apercebeu relativamente

ao uso de cada uma das TIC usadas no Trabalho Experimental

3 Compare ou evidencie aspectosvantagens ou desvantagens da proposta apresentada

com a forma como desenvolveu este assunto na sua praacutetica (ou relativamente a outro assunto

que tenha tratado)

294

Anexo 5

Transcriccedilatildeo da Entrevista (aluna professora Leonor)

Bioco A - Legitimaccedilatildeo da entrevista

Bem como te expliquei anteriormente sabes que estou a realizar um trabalho no

acircmbito do mestrado sobre o trabalho experimental e sobre as tecnologias da informaccedilatildeo e

comunicaccedilatildeo as TIC e estou a recolher informaccedilatildeo acerca do entendimento que os futuros

professores de Ciecircncias da Natureza tecircm do Trabalho Experimental e das TIC e como

concebem a profissatildeo tendo em conta estas duas estrateacutegias de ensino

Agradeccedilo-te desde jaacute

Vamos comeccedilar

Hmm hmm [P4 indica que sim com a cabeccedila]

Bloco B - Formaccedilatildeo inicial

L Em relaccedilatildeo agrave tua formaccedilatildeo inicial eu vou-te perguntar como eacute que sentes a tua

formaccedilatildeo inicial em termos de contributo para o teu futuro profissional Isto eacute

veio ao encontro das tuas expectativas iniciais

Sim

E porquecirc

Ah como aliaacutes em temios de contributo para o futuro

Profissional

Das expectativas

Hmm hmmm

Sim era o que eu estava agrave espera mesmo quando quando comeccedilaacutemos desde o

primeiro ano pelas pelas aquelas cadeiras de Psicologia por aiacute fora em termos

educativos ALE em que comeccedilaacutemos a aprender e ver quais eram as reacccedilotildees dos miuacutedos na

sala de aula e agora estar na praacutetica e ver como eacute tem tudo a ver Corresponde agraves minhas

expectativas

295

E sentes-te preparada para a profissatildeo

Sinto sinto Quer dizer penso que sim (risos) eacute complicado porque sei que eacute uma

profissatildeo com muita responsabilidade e pronto e sei que estou agora a comeccedilar sei que vou

encontrar miuacutedos muito diferentes com dificuldades diferentes mas penso que sim que estou

preparada Ateacute agora estou-me a sentir prep^ada

Ok Entatildeo e voltarias a escolher este curso Isto eacute nas mesmas circunstacircncias

portanto este curso e se natildeo houvesse falta de emprego portanto imaginando

que natildeo havia tanta falta de emprego como noacutes sabemos que existe voltarias a

escolher

Penso que sim Sempre foi um curso que eu gostei desde pequena Recordo-me que

quando tinha praf 7 anos 8 anos quando comecei a aprender a ler e a escrever que ia laacute para

a casa de uma senhora ensinar o neto a ler e a escrever e ela dava-me 20 escudos Por isso

sim Sempre gostei de ensinar de aprender de de estar sempre relacionada com muitas

pessoas com crianccedilas por isso voltaria

2 Ok E ateacute ao momento que balanccedilo eacute que fazes do tempo de Praacutetica Pedagoacutegica

Positivo negativo

Positivo Ateacute agora tem corrido tudo bem o ano passado jaacute comecei com a Praacutetica

Pedagoacutegica no 1deg Ciclo gostei imenso Aprendi imensas coisas realizei actividades

muito divertidas com eles aprendi muito com eles e gostei muito E este ano tambeacutem Estou

agora foi um ano inteiro estou a terminar o ano com eles uma turma completamente

diferente alunos mais crescidinhos que uma turma por acaso eacute uma turma muito boa tive

a sorte de ter uma turma muito boa e estou a adorar Aprendi montes de coisas com eles e

mesmo os proacuteprios materiais tenho tudo guardadinho num dossier porque sei que me vatildeo

fazer falta por isso soacute me estaacute a fazer bem o estaacutegio

3 Ok ok Refere algum aspecto que tenhas aprendido na praacutetica e com a praacutetica

ou seja um aspecto que antes natildeo sabias como era

Como eacute que eu natildeo sabia que eu dantes natildeo sabia como era Difiacutecil (Risos) Sei laacute

Acho que jaacute aprendi tanta coisa Mas que eu natildeo esperaria como era Muita

responsabilidade Eacute muita responsabilidade Natildeo pensei que fosse assim tanta

296

responsabilidade aliaacutes pronto tinha na ideia pronto que tinha crianccedilas em que eu tinha

que aliaacutes hoje em dia jaacute natildeo eacute muito ensinar orientar Natildeo ensinar mas eacute mais orientar

porque eles sabem imensas coisas natildeo esperava que eles soubessem tanta coisa Quando jaacute

vou para abordar um tema com eles geralmente faccedilo sempre a o apanhado das ideias

preacutevias mas quando estou a trabalhar com eles assuntos pronto eles jaacute vecircm muito

preparados de casa e natildeo sabia que eles sabiam tanta coisa Noacutes vamos com a ideia que vamos

ensinaacute-los ensinaacute-los coisas novas novos temas novos conteuacutedos e quando vamos dar por

noacutes jaacute estatildeo eles jaacute sabem tudo pronto As vezes eles mesmo surpreendem-nos mesmo

4 Ok E quais eacute que foram as maiores dlfiacuteculdades Refere por exemplo um

aspecto que te agradou e um que natildeo tenha corrido assim tanto como desejavas

As maiores dificuldades Na elaboraccedilatildeo de planificaccedilotildees Em definir os objectivos

em pensar no que eacute que eu na estrateacutegia agraves vezes na estrateacutegia principalmente Pensar ter

ideias do que eacute que irei fazer agora vou dar este conteuacutedo como eacute que os vou motivar foi

pensar principalmente na estrateacutegia E complicado porque uma pessoa pronto ser dinacircmica

propor novas actividades com eles eacute sempre um bocadinho complicado e ser diferente propor

coisas diferentes que os animem natildeo eacute sempre a mesma coisa propor novos jogos novas

actividades ateacute porque eles adoram actividades experimentais mas logo agora nesta nova

nesta unidade que ando a dar do corpo humano principalmente agora da circulaccedilatildeo eacute difiacutecil

arranjar actividades experimentais em que eles possam ver Foi acho que foi a maior

dificuldade que senti Foi encontrar imaginaccedilatildeo para as estrateacutegias mas ateacute agora

E um aspecto que te tivesse agradado

Agradado Natildeo sei acho que eacute difiacutecil escolher soacute um aspecto porque ateacute agora

estou a gostar de tudo Ateacute agora estou a gostar de tudo Mas o facto de os alunos

corresponderem principalmente o facto de eu estar ali na sala de aula estar a falar com eles

e eles responderem e depois principalmente depois quando vatildeo ver os testes as avaliaccedilotildees e

vermos que o que noacutes tivemos a ensinar foi significativo para eles em que eles aprenderam

Por aiacute

Bloco C - Ensino das Ciecircncias

297

6 Ok Entatildeo agora em relaccedilatildeo ao Ensino das Ciecircncias achas que eacute importante

aprender Ciecircncias

Muito importante e cada vez mais

Porquecirc

Cada vez mais Porque as Ciecircncias estatildeo estatildeo relacionadas com tudo do nosso dia a dia

Noacutes jaacute natildeo podemos viver desligados das Ciecircncias A nossa vida estaacute sempre ligada agraves

Ciecircncias E mesmo para eles compreenderem quer a morfologia deles o mundo que os

rodeia o ambiente a sociedade tecircm que saber Ciecircncias sempre sempre

7 E que aspectos eacute que te parecem importantes no ensino das Ciecircncias actualmente

Desenvolver as capacidades natildeo soacute cognitivas mas fiacutesicas natildeo sei se poderei dizer

fiacutesicas manusear acho que os miuacutedos tecircm muitas dificuldades em manusear e

principalmente tambeacutem em desenvolver a memorizaccedilatildeo dos alunos Penso que eles natildeo

sei se calhar lecircem muitos deles lecircem pouco penso que a leitura ajuda-os muito a ler e penso

que eles tecircm muita dificuldade em memorizar os conceitos cientiacuteficos que por vezes satildeo

complicados e natildeo fazem parte do vocabulaacuterio deles porque satildeo satildeo vocaacutebulos que eles natildeo

utilizam muito e pronto temos que pocircr tambeacutem os alunos a a trabalhar a escrever a realizar

actividades experimentais estou sempre a falar nas actividades ateacute porque eles gostam e

pedem eles estatildeo sempre a pedir actividade experimentais porque pronto estatildeo a manusear

estatildeo a mexer estatildeo com o contacto directo com as coisas eles aprendem melhor

8 Ok E sentes-te preparada para ensinar Ciecircncias

Sinto Sempre para mim um curso tinha que ser um curso com Ciecircncias Sempre

gostei imenso de Ciecircncias Matemaacutetica tambeacutem mas principalmente Ciecircncias Sempre adorei

Ciecircncias por isso era o que eu me imaginei desde sempre a fazer ou a trabalhar com

Ciecircncias ou a ensinar Ciecircncias sempre relacionada com as Ciecircncias

E Porquecirc

Natildeo sei gosto Desde pequena sempre tive curiosidade em conhecer as coisas e as

Ciecircncias ajudam-nos a a descobrir a o nosso mundo o nosso corpo desde pequena que tive

curiosidade em descobrir fazer novas descobertas

298

Bloco D - Trabalho experimental (TE)

3 Ok E agora em relaccedilatildeo ao Trabalho Experimental eacute comuns os professores de

Ciecircncias falarem de TE Em que consiste para ti o TE

Trabalho Experimental mais difiacutecil de definir Trabalho Experimental entatildeo eacute

realizar actividades praacuteticas sobretudo isso Realizar actividades praacuteticas em que os alunos

possam a enfim raciocinar sobre os problemas terem um problema em que eles possam

raciocinar sobre o problema e tentar achar soluccedilotildees para esse problema Natildeo sermos noacutes a

dar as respostas mas serem eles construirem e a descobrirem e daiacute que as actividades

praacuteticas sobretudo as actividades praacuteticas os ajudam a descobrir e encontrar soluccedilotildees a

relacionar conceitos trabalhar num Laboratoacuterio por exemplo eles estatildeo em contacto directo

com com materiais e depois saberem utihzaacute-los na na vida praacutetica deles e fazerem a relaccedilatildeo

com o dia a dia deles e sobretudo isso

4 Ok E que aspectos eacute que consideras importantes serem tidos em conta no TE

No Trabalho Experimental Entatildeo pronto quando propomos um problema que noacutes

achamos que eles aliaacutes para eles chegarem agrave conclusatildeo explorar sempre esse problema de

maneira a que eles pronto tecircm que perceber o que eacute que tecircm de fazer onde eacute que tecircm que

chegar porque a partir do momento que eles sabem onde eacute que querem chegar depois eacute mais

faacutecil compreenderem todo o processo e serem eles proacuteprios tambeacutem a tentar chegar ao

processo a pronto entatildeo explorar muito bem o problema e conversar muito com eles o

que eacute que achas questionaacute-los o que eacute que achas que vamos fazer o que eacute que

achas porque eacute que vamos fazer isso achas que isso vai dar resposta ao problema e

natildeo achas em vez de fazeres assim porque eacute que natildeo fazemos de outra maneira

diferente questionar muito os alunos Depois entatildeo e olha laacute o que eacute que pronto

vamos realizar entatildeo essa actividade o que eacute que achas que material eacute que achas que vais

precisar natildeo sermos noacutes tambeacutem soacute a noacutes proacuteprios a dar o nome dos materiais a sugerir

os materiais mas tambeacutem levaacute-los a pesquisar acerca dos materiais Depois de termos os

materiais e tennos explorado o problema eles vatildeo tentar realizar entatildeo a actividade E

depois de realizarem a actividade relacionarem sobretudo os resultados a e depois tirarem

conclusotildees vaacute fazerem os registos tirarem conclusotildees e chegar a uma resposta tentar dar

resposta ao problema deles sobretudo isso

299

5 Ok E porque eacute que eacute importante realizar TE

Porquecirc Porque coloca os alunos em aliaacutes permite aos alunos ligar a teoria agrave praacutetica

Ou a praacutetica agrave teoria porque se pode partir da praacutetica para a teoria ou da teoria para a

praacutetica E a em que pronto os alunos sentirem que satildeo eles que estatildeo a trabalhar que satildeo

eles que a satildeo eles que estatildeo a descobrir aliaacutes pronto satildeo coisas que jaacute estatildeo descobertas

mas eles pensam que vatildeo descobrir coisas novas e sobretudo despertar a curiosidade

cientiacutefica nos alunos Penso que o Trabalho Praacutetico o Trabalho Experimental os pode ajudar

9 Ok Entatildeo portanto neste sentido na tua opiniatildeo que potencialidades eacute que

reconheces ao TE no ensino das Ciecircncias Ou seja porque eacute que eacute importante o TE

no ensino das Ciecircncias Isto eacute que competecircncias desenvolve nos alunos

Competecircncias cognitivas a competecircncias socio-afectivas imia vez que os alunos

geralmente estatildeo a trabalhar em grupo discutir em grupo psicoloacutegicas ajuda os alunos a

pensar a relacionar que eacute importante para as Ciecircncias as Ciecircncias passam sempre por isso

tudo

10 Ok Eacutes capaz de descrever uma aula em que tenhas desenvolvido TE e que tenhas

considerado que foi uma aula com sucesso

Sim posso

De descrever

Agora por acaso estou-me a recordar de uma Quer dizer natildeo sei se eacute um Trabalho

Experimental pelo menos eacute uma actividade praacutetica Que foi estou-me a recordar de da do

do peixe Em que os alunos tiveram que observar o peixe o sistema respiratoacuterio do peixe as

bracircnquias os opeacuterculos por acaso foi uma actividade pronto que pronto que me marcou

A do Serafim [nome do peixe do Laboratoacuterio]

A do Serafim (Risos) Foi a do Serafim Porque achei imensa piada porque pronto

inicialmente os alunos estavam muito enojados com o peixe cheirava mal que horror

mexer em peixe numa coisa que eles ateacute nem gostam muito dizem eles mas depois deram

por eles a abrir o peixe jaacute andavam com as matildeos todos queriam mexer todos queriam

descobrir foi uma actividade que gostei muito

300

Outra quando foi para analisarmos as caracteriacutesticas do ar expirado e inspirado Tambeacutem

gostei muito de realizar essa actividade com eles eles tambeacutem se mostraram muito

motivados e foi completamente diferente Noacutes proacuteprias estaacutevamos-lhe a dizer o ar eacute

quente o ar expirado eacute mais quente que o ar inspirado tem mais dioacutexido de carbono e como

eacute que eles vecircm isso Se tem dioacutexido de carbono ou natildeo Como eacute que noacutes lhes conseguimos

provar isso Na teoria eacute difiacutecil Ou deles estarem a olhar para esquemas eacute complicado E

atraveacutes do Trabalho Experimentai eles conseguiram ver perfeitamente a mudanccedila de cor

Como eacute que foi

A turvaccedilatildeo da aacutegua de cal Viram perfeitamente bem Pronto primeiro tivemos que lhes

dizer identificar os materiais por ai fora b que eacute que era a aacutegua de cal como eacute que se

faziam aacutegua de cal eles tambeacutem gostaram muito

Como eacute que foi assim a aula vaacute laacute em termos de passos por assim dizer como eacute

que foi

Pronto a ver se eu me recordo bem

Ou uma ou outra

Noacutes andaacutevamos a trabalhar o sistema respiratoacuterio humano O sistema respiratoacuterio

humano Comeccedilaacutemos por ver a morfologia como eacute que era o sistema respiratoacuterio quais eram

os oacutergatildeos constituintes comeccedilaacutemos por ver isso Depois comeccedilaacutemos por ver eles

comeccedilaram por ver que no sistema respiratoacuterio entrava ar e saiacutea ar Ou seja ocorriam trocas

gasosas Entatildeo e como eram como eacute que satildeo as caracteristicas do ar aliaacutes o problema

que eu lhes coloquei para a realizaccedilatildeo da actividade experimental foi se o ar expirado e o ar

inspirado satildeo iguais ou se existem diferenccedilas entre o ar expirado e o ar inspirado quais satildeo

Penso que era assim o problema Eles tinham que depois dar a resposta a este problema Para

isso propocircs-lhe propus a actividade da aacutegua de cal em que eles viam a turvaccedilatildeo para ver se

a quantidade de foi para ver se tinha mais dioacutexido de carbono o ar expirado a da

temperatura com o auxiacutelio de um espelho Ah A do espelho foi a do vapor de aacutegua a da

temperatura foi com o termoacutemetro e jaacute natildeo me recordo de mais se houve mais alguma

Pronto eles iam registando tinham um protocolo iam registando as diferenccedilas tinham

imagens a iam registando os passos e depois eles proacuteprios chegaram a uma conclusatildeo E

tambeacutem lhes dei uma tabelazinha tambeacutem para eles pronto com com dados com diferenccedilas

de temperatura com percentagens de oxigeacutenio dioacutexido de carbono e eles depois no final

301

tentaram chegar eles proacuteprios chegaram agrave conclusatildeo Foi mais significativo para eles eles

depois registaram no caderno deles e eles se lhes for perguntar agora ainda se lembram

Ainda haacute dias lhes tive a perguntar eles ainda se recordam (Risos)

Bloco E mdash Tecnologias da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC)

3 Ok Aacutegora em relaccedilatildeo agraves TIC durante a tua formaccedilatildeo inicial foi dado destaque agraves

TIC

Hmm hmm [P4 indica com a cabeccedila afirmativamente] Foi

Era que disciplinas

Foi nas disciplinas de a Estruturas Geometria Natildeo foi Geometria em que utilizaacutemos

o Sketchpad foi Probabilidade ProbabiHdade foi Probabilidade depois tiacutenhamos uma

disciplina com o professor X que era agora estou tatildeo esquecida

Metodologia Geral e Tecnologia Educativa Natildeo sei

Acho penso que sim que era assim qualquer coisa

T Ano 2deg semestre

Sim sim Agora tambeacutem jaacute natildeo estou muito bem recordada mas sei que era com o

professor X Mais mais com o auxiacutelio do computador sobretudo essas E pronto agora

tambeacutem andamos a trabalhar em Histoacuteria Epistemologia e Histoacuteria das Ciecircncias em que

temos que andar a temos que apresentar trabalhos agrave turma em que utilizamos tambeacutem muito

o computador trabalhar muito o Power Point Sim trabalhaacutemos mesmo nos trabalhos que

nos fomos realizamos utilizaacutemos sempre o computador por aiacute fora

E o que eacute que se destacou Isto eacute o que eacute que aprenderam nessas disciplinas

Novos programas por exemplo por exemplo em Geometria o Sketchpad em que

podemos utilizaacute-lo com as crianccedilas no 2deg Ciclo com os nossos alunos a Probabilidades que

tambeacutem jaacute utilizei haacute a semana passada por acaso utilizei com os miuacutedos porque eu natildeo

sabia muito trabalhar com Excel ainda natildeo natildeo me sentia muito agrave vontade em calcular a

Moda a Meacutedia fazer graacuteficos e logo a semana passada como andei a trabalhar com os

302

alunos Estatiacutestica apesar de nacirco fazer parte do programa eles saberem trabalhar com o Power

Point ai com o Power Point Com o Excel Fazer graacuteficos e tabelas conduzi-os agrave sala de

informaacutetica e tambeacutem estive a trabalhar com eles a elaboraccedilatildeo de graacuteficos tabelas graacuteficos

circulares de barras pronto percentagens tambeacutem aproveitei para trabalhar com eiacutees no

Excel E tambeacutem a foi a Probabilidades Jaacute natildeo me recordo bem Sim que aprendemos

muito e tambeacutem jaacute trabalhei com eles na aula Sim

4 Ok E de que forma estas aprendizagens tecircm ligaccedilotildees com a Praacutetica Pedagoacutegica

Ah em muitos sentidos Como eu jaacute acabei de dizer em Estatiacutestica jaacute trabalhei com eles

a Estatiacutestica na nos computadores Podemos por exemplo pronto eu natildeo mas jaacute fiii

assistir a aulas de colegas minhas em que Eu tambeacutem jaacute laacute fiai com eles logo no primeiro

periacuteodo em que fomos a realizar actividades na Internet Fomos a realizar actividades na

Internet no playkin aproveita-se sempre pronto propOtildee-se sempre actividades relacionadas

com a mateacuteria com os estados fiacutesicos principalmente aparecem laacute sempre surgem coisas

muito interessantes e e pronto eu natildeo porque eu estou no 6deg ano e natildeo fazia parte dos meus

conteuacutedos a aacutegua e os estados fiacutesicos da aacutegua e assim mas as minhas colegas foram fazer Eu

fiii com os alunos tambeacutem agrave Internet foi para trabalhar num site exerciacutecios matemaacuteticos

problemas tambeacutem foi interessante eles pronto encontram-se sempre motivados para

trabalhar nessa sala Mesmo para introduzir uma nova unidade levaacute-los agrave Internet para eles

pesquisarem e mesmo pedir-lhes a eles para pesquisarem em casa e para trazerem dados para

as aulas para ajudarem

bull 5 Ok Dado o desenvolvimento que se prevecirc para as TIC pensas que a formaccedilatildeo

recebida foi suficiente

Depende de muitas coisas pelo menos ateacute agora pronto que eu precisei de fazer nas

aulas foi o que eu sabia Ainda natildeo precisei de me ir a de ir pedir a algueacutem que me ensinasse

ateacute agora ainda natildeo precisei Porque se as coisas que trabalhei com os alunos ateacute agora

foram coisas que eu sabia Por isso Mas foi foi aprendi muitas coisas na escola

6 Consideras que eacute importante utilizar as TIC no ensino

Sim

E porquecirc

303

Porque tambeacutem natildeo natildeo podemos soacute pronto noacutes sabemos que logo a Internet tem

imensa informaccedilatildeo e tambeacutem sabemos que os nossos alunos utilizam muito a Internet e

tambeacutem eles muitas das vezes tecircm dificuldade em seleccionar a informaccedilatildeo e penso que

noacutes podemos aproveitar ateacute duacutevidas que eles tragam para a sala de aula e conduzi-los agrave sala

de informaacutetica infelizmente ainda temos algumas dificuldades porque eacute sempre complicado

soacute temos uma sala de informaacutetica e natildeo pode ser sempre quando noacutes desejamos mas podemos

aproveitar sempre como motivaccedilatildeo para esclarecer duacutevidas as duacutevidas de uns geralmente

satildeo as duacutevidas de pronto da turma praticamente toda e podemos sempre aproveitar natildeo soacute

como motivaccedilatildeo mas para esclarecer duacutevidas para trabalhar temas unidades diferentes eacute

sempre bom

7 Ok Acabaste agora agora mesmo de dizer portanto tecircm acesso agraves TIC na escola

onde leccionas

Tecircm tecircm

Ok pound esse acesso eacute o desejaacutevel

Natildeo natildeo eacute pronto uma sala de informaacutetica para n turmas satildeo muitas turmas e eacute sempre

complicado arranjar um espaccedilo compatiacutevel com o horaacuterio deles na sala de informaacutetica mas

vai-se arranjando ateacute agora pronto como planeio sempre as aulas planifico as aulas com

antecedecircncia sei que mais ou menos quando eacute que vou pretendo levar os alunos agrave sala de

informaacutetica e requisito sempre a sala com antecedecircncia por isso ateacute agora ainda natildeo tive

assim muitas dificuldades

8 Ok Entatildeo utilizas as TIC nas tuas aulas de Praacutetica Pedagoacutegica

Sim

Daacute laacute exemplos pronto para aleacutem daqueles que jaacute referiste tambeacutem

Matemaacutetica e Ciecircncias utilizo sempre Pronto como jaacute disse que os com dia a dia a

trabalhar Estatiacutestica a eacute sobretudo a Matemaacutetica que tenho trabalhado com eles pronto

Como andamos a dar agora a circulaccedilatildeo e ateacute pronto natildeo precisei dos laacute levar

304

Bloco F - Articulaccedilatildeo entre o TE e as TIC

6 Em relaccedilatildeo ao Trabalho Experimental e agraves TIC com as TIC que tens agrave disposiccedilatildeo

como eacute que achas que podes tirar o melhor partido delas no Trabalho

Experimental

Como jaacute disse tambeacutem por vezes na Internet encontram-se sites em que em que tecircm

algumas actividades experimentais como por exemplo agora estou-me a recordar dos

estados fiacutesicos ah e tambeacutem os processos de tratamento de aacutegua a desinfecccedilatildeo a filtraccedilatildeo

decantaccedilatildeo tambeacutem jaacute encontrei na Internet vaacuterios sites com actividades para eles

visualizarem pronto porque eles nem sempre tecircm a possibilidade e tecircm esses materiais para

fazerem na sala de aula ou os materiais natildeo estatildeo nas melhores condiccedilotildees e eles pronto e agraves

vezes tambeacutem acontece muito fazermos actividades uma actividade experimental hoje mas

que soacute podemos ver os resultados daqui a 2 semanas mas que se calhar jaacute natildeo daacute muito jeito

depois estar a trabalhar aquele conteuacutedo daqui a 2 semanas e pela Internet pronto eles tecircm

actividades interactivas em que eles conseguem ver logo os resultados em questatildeo de

segimdos por isso ajuda muito utilizarmos na sala de aula

7 Portanto entatildeo isso traz vantagens para os alunos

Traz Natildeo soacute como motivaccedilatildeo mas como eles visualizam melhor estatildeo em contacto

directo com as e mesmo a interacccedilatildeo deles porque eles gostam Agora estatildeo numa idade

em que estatildeo na descoberta de coisas novas e principalmente na Internet que eles adoram

pelo menos os meus alunos gostam muito da Intemet e entatildeo pronto quando noacutes falamos

Internet eles estatildeo sempre motivados natildeo soacute fechaacute-los ali na sala de aula eles tambeacutem se

aborrecem e levaacute-los tambeacutem mesmo noacutes proacuteprios agraves vezes temos essa necessidade

Tambeacutem se toma cansativo para noacutes estarmos ali dentro da sala de aula trabalharmos como

os alunos pronto se soubermos se arranjarmos actividades diferentes mas por vezes eacute

bom eles eles gostam sair da sala de aula e logo eacute sempre vantajoso levaacute-los laacute em cima agrave

sala das TIC Eles gostam sempre

8 E nas tuas aulas de Praacutetica Pedagoacutegica alguma vez realizaste portanto Trabalho

Experimental com recurso agraves TIC

Natildeo natildeo natildeo As minhas colegas jaacute natildeo pronto tambeacutem os conteuacutedos que eu andei a

trabalhar tambeacutem natildeo permitiam natildeo consegui encontrar sites que que ajudassem a trabalhar

305

esses conteuacutedos com eles por isso natildeo natildeo trabalhei A Ciecircncias a Matemaacutetica sim Realizei

exerciacutecios encontrei exerciacutecios engraccedilados na Internet e trabalhaacutemos alguns exerciacutecios peia

Internet com eles sim a Matemaacutetica

9 E entatildeo quais foram os impedimentos para natildeo realizares Trabalho Experimental

com recurso agraves TIC Portanto foi natildeo haver esses conteuacutedos

Compatibilidade Natildeo houve assim compatibilidade com os conteuacutedos que eu andava a

trabalhar ou pelo menos natildeo encontrei os sites mais adequados

Ok Bem terminaacutemos e obrigada

306

Anexo 5

Resposta a um Questionaacuterio (aluna-professora Leonor)

I iacute

2 Qual(ais) a(s) TIC que identificou na proposta da planificaccedilatildeo apresentada

- VerifiqueiIdentifiquei a utilizaccedilatildeo do computador mais precisamente do Power Point

- Foi utilizado o sensor de oxigeacutenio (e a Eloacutedea)

- Foi utilizado o MOC (Microscoacutepio Oacuteptico Composto) para observaccedilatildeo de estomas e

cloroplastos

- Foi realizada uma actividade experimental em que foi utilizada a sardinheira para

averiguar a presenccedila de amido

2 Durante a workshop do seu ponto de vista e em relaccedilatildeo agrave proposta de planificaccedilatildeo

que aqui foi apresentada quais as vantagens ou desvantagens de que se apercebeu

relativamente ao uso de cada uma das TIC usadas no Trabalho Experimental

A utilizaccedilatildeo de cada uma das TIC permite contactar com uma grande diversidade de

instrumentos conhececirc-los e visualizar situaccedilotildees reais sair um pouco do abstracto Permite aos

alunos ter uma participaccedilatildeo activa na aprendizagem de conteuacutedos Desenvolver o espiacuterito

criacutetico competecircncias natildeo soacute cognitivas como soacutecio-afectivas uma vez que estatildeo a trabalhar

em grupo e psico-motoras atraveacutes do manuseamento de vaacuterios instrumentos Natildeo me ocorrem

desvantagens

3 Compare ou evidencie aspectosvantagens ou desvantagens da proposta

apresentada com a forma como desenvolveu este assunto na sua praacutetica (ou

relativamente a outro assunto que tenha tratado)

Do meu ponto de vista a proposta apresentada estava bastante positiva houve sempre a

preocupaccedilatildeo de traccedilar objectivos tendo em conta os programas do Ensino Baacutesico Notei que

ao longo de toda a planificaccedilatildeo se deu uma grande importacircncia ao trabalho de grupo e agraves

ideias preacutevias dos alunos e aos seus conhecimentos Gostei imenso da ideia dos alunos

elaborarem uma apresentaccedilatildeo de Power Point ao longo do conteuacutedo em estudo Tirei algumas

ideias para utilizar no futuro Gostei muito

Faculdade de Psicologia e CiecircnciDS da Educaccedilatildeo Universidade de uumlsuoa

BIBLIOTECA

307

Page 2: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo

UNIVERSIDADE DE LISBOA

FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAtildeO

Faculdade de Psicologia e Cecircnci2 da frducscagraveo Univei-sidade de ijcooa

BlbUOTkCA

REPENSAR O TRABALHO EXPERIMENTAL NO TEMPO DAS

TECNOLOGIAS DE INFORMACcedilAtildeO E COMUNICACcedilAtildeO

Soacutenia Regina Marques Balau

MESTRADO EM CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAO

Area de Especializaccedilatildeo em Tecnologias Educativas

Dissertaccedilatildeo Orientada por

Prof Doutora Maria de Faacutetima Carmona Simotildees da Paixatildeo

2006

Jios meus pais

11

Agradecimentos

Porque uma caminhada como esta natildeo seria possiacutevel sem o apoio e o

encorajamento de diversas pessoas aqui fica a expressatildeo da minha gratidatildeo

O meu mais profundo e sentido agradecimento eacute dirigido agrave minha orientadora a

Professora Doutora Faacutetima Paixatildeo que com incentivo e entusiasmo constantes orientou de

forma saacutebia este estudo constituindo um pilar fundamental desta etapa

Agradecemos aos professores investigadores eou especialistas experientes que

colaboraram connosco na validaccedilatildeo de documentos e que constituiacuteram um apoio essencial

Professora Doutora Celina Tenreiro-Vieira Professora Conceiccedilatildeo Fernandes Professor

Joseacute Manuel Gonccedilalves Lopes Professora Maria da Conceiccedilatildeo Santos Professora Maria

Joseacute Batista Professor Paulo Martins Professora Teresa Gil e Professora Vicecircncia

Raminhos

Aos alunos professores que sob os pseudoacutenimos de Elisa Judite Eduarda Leonor

Anabela e Joatildeo se revecircem neste trabalho e aos quais agradecemos a colaboraccedilatildeo sem a

qual este trabalho natildeo teria sido possiacutevel

Agradecemos agraves direcccedilotildees da ESECB anterior e actual pelas facilidades

concedidas na consecuccedilatildeo da nossa investigaccedilatildeo

Uma palavra de gratidatildeo aos amigos da ESECB em particular agrave Dreg Antoacutenia agrave Ddeg

Alice e ao Joaquim Raposo que acompanharam de perto esta caminha sendo um apoio

fundamental

Um obrigada muito especial a todos os amigos que estiveram sempre presentes que

me incentivaram a continuar e que compreenderam o tempo que natildeo passei com eles

ni

Uma palavra de reconhecimento ao meu irmatildeo e ao Joatildeo Daniel pelo tempo que

natildeo lhes dediquei

Dedico este trabalho aos meus pais que sempre me incentivaram apoiaram e

ajudaram na realizaccedilatildeo deste trabalho assim como em toda a minha vida constituindo um

suporte basilar

A todos o meu muito obrigada

IV

R e s u m o

Conscientes da inevitaacutevel permeabilidade dos contextos e das praacuteticas educativas agraves

mudanccedilas que se operam no mundo pretendemos reflectir o modo como estas influem no

ensino das Ciecircncias em particular no Trabalho Experimental (TE) num tempo dominado

pelas Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

Seguindo uma metodologia de investigaccedilatildeo qualitativa o estudo guiou-se pelas

seguintes questotildees de investigaccedilatildeo Haveraacute um novo entendimento do Ensino das Ciecircncias

e em particular do TE no tempo das TIC ou seja quais as suas novas potencialidades

(vantagens e desvantagens) com o desenvolvimento previsiacutevel das tecnologias e como as

percepcionara os futuros professores de Ciecircncias Como planificar TE numa perspectiva

actual do entendimento das interrelaccedilotildees Ciecircncia Tecnologia e Sociedade com recurso a

TIC com impacte nas concepccedilotildees dos alunos-professores de Ciecircncias

O estudo desenvolveu-se com seis aluno s-professores de Ciecircncias no final da

Praacutetica Pedagoacutegica A partir da anaacutelise de conteuacutedo de entrevistas conhecemos quais as

suas concepccedilotildees acerca da relaccedilatildeo TB-TIC

Planificaacutemos uma proposta de ensino que foi validada para a temaacutetica As Plantas

na manutenccedilatildeo da vida evidenciando aspectos a considerar numa proposta didaacutectica em

que o TE com recurso a TIC eacute central apresentada e discutida com os alunos-professores

numa workshop Seguiu-se um questionaacuterio com vista a analisar o seu impacte nas

concepccedilotildees dos alunos-professores

Os resultados do estudo evidenciam que mesmo no final da Praacutetica Pedagoacutegica as

concepccedilotildees dos alunos-professores incidiam em aspectos de natureza mais teacutecnica Depois

da workshop novas vantagens satildeo apontadas identificadas com o domiacutenio pedagoacutegico e

didaacutectico evidenciando preocupaccedilatildeo com a qualidade da aprendizagem dos alunos

A proposta didaacutectica revelou-se um contributo inovador e positivo nas concepccedilotildees

dos futuros professores acerca das potencialidades do TE com recurso a TIC

compreendendo que esta combinaccedilatildeo permite enriquecer o TE e ampliar o potencial

educativo da aula de Ciecircncias

Palavras-chave Ensino das Ciecircncias Trabalho Experimental Tecnologias de Informaccedilatildeo

e Comunicaccedilatildeo Concepccedilotildees Planificaccedilatildeo didaacutectica

VI

Abstract

Being conscious of the inevitable permeability of contexts and of the educational

practices to the changing nature of the world we would like to reflect on the ways these

are influential in the science teaching in particular in experimental work (EW) in an era

dominated by Information and Communication Technology (ICT)

According to a qualitative research methodology the study is driven by the

following research questions is there a new understanding of the Science teaching in

particular of EW in this era of ICT ie what are their possibilities (advantages and

disadvantages) wifli the predictable development of technology and how the future science

teachers perceive them How to plan EW from the perspective of a contemporary

understanding of the interrelations of the Science Technology and Society with the use of

ICT with impact on the conceptions of science student-teachers

The study involved six science student-teachers at the end of their Pedagogical

Practice From an analysis of the content of the interviews we found their EW-ICT

conceptions

We planned a teaching proposal which was validated for the theme Plants in

sustainability of life in order to make evident aspects to consider in a teaching proposal

where EW with the use of ICT is central The proposal was presented and discussed with

the student-teachers in a workshop This was followed tiacutey a questionnaire with the

intention of analyzing their impact in the conceptions of the student-teachers

The results of the study showed that by the end of the Pedagogical Practice the

conceptions of the student-teachers had taken on a more technical nature aspects After the

workshop new advantages were noticed associated with the areas of education and

teaching showing concerns with the students standard of learning

MDIX

The teaching proposal revealed as an innovative and positive contribution in the

conceptions of the future teachers about the possibilities of EW using ICT They realized

that this combination enriched EW and enhanced the educational potential of Science

teaching

Key words Science teaching Experimental Work Information and Communication

Technology Conceptions

V l l l

r

iacutendice

Capiacutetulo 1 - Da contextualizaccedilatildeo do Estudo agrave definiccedilatildeo do

Problema das Questotildees e dos Objectivos da Investigaccedilatildeo

l 1 - Ciecircncia Tecnologia e Sociedade 2

12 - Trabalho Experimental 3

13 - As Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comimicaccedilatildeo no mundo actual 5

14 - Pertinecircncia do objecto de investigaccedilatildeo 9

15 - Questotildees e objectivos que guiaram a investigaccedilatildeo 10

151 - Questotildees orientadoras da investigaccedilatildeo 10

152 - Objectivos da investigaccedilatildeo 10

Capiacutetulo 2 - Ensino das Ciecircncias Trabalho Experimental e

Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

21 - O Ensino das Ciecircncias 13

2 1 1 - Educaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia 13

212 - Finalidades do Ensino das Ciecircncias 18

213 - Alfabetizaccedilatildeo Cientiacutefica 22

214 - Movimento para uma Educaccedilatildeo CTS - Ciecircncia-Tecnologia- 26

Sociedade

22 - O Trabalho Experimental na Educaccedilatildeo em Ciecircncia 30

221 - Clarificando designaccedilotildees Trabalho Praacutetico Trabalho Laboratorial e

Trabalho Experimental 30

222 - Valor educativoformativo do Trabalho Experimental no Ensino das

Ciecircncias 32

223 - O Trabalho Experimental encarado sob diferentes perspectivas de

ensino 35

224 - Trabalho Experimental actividade privilegiada na abordagem de

situaccedilotildees-problema do quotidiano 39

225 - O Trabalho Experimental na escola de hoje 42

23 - Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC) 47

231 - A Educaccedilatildeo e a Sociedade das TIC 47

232 - Utilizaccedilatildeo das TIC em contexto educativo implicaccedilotildees na

IX

aprendizagem 50

233 - A integraccedilatildeo de TIC no Trabalho Experimental no ensino das

Ciecircncias 57

234 - Vantagens no usointegraccedilatildeo de TIC no ensino das Ciecircncias 59

235 - TIC no Trabalho Experimental no ensino das Ciecircncias o que poderaacute

perder-se 64

Capiacutetulo 3 - Opccedilotildees Metodoloacutegicas

31 - Nota introdutoacuteria 68

32 - A metodologia qualitativa na investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo 68

33 - Os estudos qualitativos 71

34 - Os participantes no estudo 73

35 - Procedimentos e criteacuterios de selecccedilatildeo 74

36 - Caracterizaccedilatildeo dos sujeitos da investigaccedilatildeo 79

37 - Descriccedilatildeo das etapas da investigaccedilatildeo 80

38 - Metodologia de recolha de dados 82

381 - Egrave t a p a l 82

Instrumento de recolha de dados 82

As entrevistas 83

Tipo de entrevista 85

Guiatildeo de entrevista 87

Realizaccedilatildeo das entrevistas 89

Transcriccedilatildeo das entrevistas 91

Tratamento e Anaacutelise dos dados 93

3 8 2 - E t a p a 2 95

A Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo 95

A Workshop - Uma estrateacutegia de Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo 95

3 8 3 - E t a p a 3 97

O questionaacuterio 97

Tratamento e Anaacutelise dos dados 98

39 - Criteacuterios de Validade da investigaccedilatildeo 99

Capiacutetulo 4 - Anaacutelise dos Resultados 41 - Nota introdutoacuteria 102

42 - Anaacutelise de Conteuacutedo das Entrevistas 107

421 - Formaccedilatildeo Inicial 107

422 - Ensino das Ciecircncias 127

423 - Trabalho Experimental (TE) 140

424 - Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC) 167

425-Art iculaccedilatildeo entre o TE e as TIC 192

43 - Anaacutelise de Conteuacutedo do Questionaacuterio 209

Capiacutetulo 5 - Conclusotildees Limitaccedilotildees e Implicaccedilotildees do Estudo

51 - Nota Introdutoacuteria 223

52 - Conclusotildees 223

I 521 - Concepccedilotildees acerca das potencialidades do Trabalho Experimental

com Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo 224

522 - Impacte da proposta na alteraccedilatildeo das concepccedilotildees acerca do Trabalho

Experimental com Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo 233

53 - Limitaccedilotildees e Implicaccedilotildees do Estudo 235

Bibliografia 238

Anexos 250

Identificaccedilatildeo dos anexos 251

XI

r

iacutendice de Quadros

Capiacutetulo 2

Quadro 21 - Argumentos a favor da importacircncia do conhecimento cientiacutefico-

tecnoloacutegico 17

Quadro 22 - Objectivos da educaccedilatildeo em Ciecircncias (Wellington 2001) 18

Quadro 23 - Dimensotildees da alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Kemp cit Acevedo Vaacutezquez

e Manassero 2003) 22

Quadro 24 - Tipos de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Kemp cit Acevedo Vaacutezquez e

Manassero 2003) 23

Quadro 25 - Movimento CTS no ensino das Ciecircncias 28

Quadro 26 - Potencialidadesfinalidades doacute trabalho praacuteticotrabalho laboratorial e

trabalho experimental 33

Quadro 27 - Caracteriacutesticas do Trabalho Experimental encarado sob diferentes

perspectivas de ensino (Cachapuz Praia e Jorge 2000) 37

Quadro 28 - Sociedade da informaccedilatildeo sociedade do conhecimento sociedade da

aprendizagem e sociedade da inteligecircncia principais caracteriacutesticas

(Beltraacuten 2006) 48

Quadro 29 - Potencialidades do uso das TIC no ensino das Ciecircncias (Wellington

2000) 60

Capiacutetulo 3

Quadro 31 - Caracteriacutezaccedilatildeo da amostra 79

Quadro 32 - Blocos temaacuteticos e objectivos retirados do guiatildeo de entrevista 88

Quadro 33 - Resultados da avaliaccedilatildeo da proposta 100

Capiacutetulo 4

Quadro 41 - Instrumento orientador da anaacutelise das entrevistas - Blocos temaacuteticos

Categorias e Subcategorias 104

Quadro 42 - Subcategorias e Dimensotildees da anaacutelise das entrevistas 105

Quadro 43 - Subcategoria Expectativas Iniciais 109

Quadro 44 - Subcategoria Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo 111

Quadro 45 - Subcategoria Escolha da profissatildeo 113

XI1

Quadro 46 - Subcategoria AvaliaccedilatildeoBalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica 118

Quadro 47 - Subcategoria Experiecircncias de aprendizagem valorizadas 120

Quadro 48 - Subcategoria Experiecircncias relevantes - aspectos positivos e

negativos 123

Quadro 49 - Subcategoria Finalidades do Ensino das Ciecircncias 131

Quadro 410 - Subcategoria Aspectos valorizados no Ensino das Ciecircncias 134

Quadro 411 - Subcategoria Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias 138

Quadro 412 - Subcategoria Concepccedilatildeoideia de TE 142

Quadro 413 - Subcategoria Aspectos valorizados no TE 147

Quadro 414 - Subcategoria Competecircncias que o TE desenvolve 158

Quadro 415 -Subcategoria Disciplinas que contemplaram as TIC 169

Quadro 416 - Subcategoria Conteuacutedos contemplados 172

Quadro 417 - Subcategoria Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica 175

Quadro 418 - Subcategoria Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC 179

Quadro 419 - Subcategoria Potencialidades reconhecidas agraves TIC 183

Quadro 420 - Subcategoria Acesso agraves TIC 187

Quadro 421 - Subcategoria Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC 190

Quadro 422 - Subcategoria Exemplos de TIC como um recurso para o TE 195

Quadro 423 - Subcategoria Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves

TIC 197

bull Quadro 424 - Subcategoria Vantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC 203

Quadro 425 - Subcategoria Desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves

TIC 205

Quadro 426 - Instrumento orientador da anaacutelise do Questionaacuterio Blograveco temaacutetico

categoria e subcategorias 209

Quadro 427 - Subcategorias e Dimensotildees de anaacutelise do Questionaacuterio 210

Quadro 428 - Subcategoria TIC Identificadas 211

Quadro 429 - Subcategoria Concepccedilotildees de TE com recurso a TIC - vantagens e

desvantagens 216

Quadro 430 - Subcategoria Confronto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas

Pedagoacutegicas 219

Xl l l

r

iacutendice de fiacuteguras

Capiacutetulo 2

Figura 21 - Relaccedilatildeo entre Trabalho praacutetico laboratorial e experimental (Santos

2002 p38) 31

Capiacutetulo 3

Figura 31 - Esquema-resumo do percurso empiacuterico da investigaccedilatildeo 82

Figura 32 - Duraccedilatildeo em minutos de cada entrevista 90

XIV

Abreviaturas e Siglas Utilizadas

CNEB - Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico

EB - Ensino Baacutesico

EC - Ensino das Ciecircncias

EPT - Ensino Por Transmissatildeo

EPD - Ensino Por Descoberta

EMC - Ensino por Mudanccedila Conceptual

EPP - Ensino Por Pesquisa

FI - Formaccedilatildeo Inicial

PP - Praacutetica Pedagoacutegica

TE - Trabalho Experimental

TIC - Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo Ciecircncia e Cultura

XV

Capiacutetulo 1

ltDa contejccediltuaCizaccedilatildeo do Estudo agrave definiccedilatildeo do (prodkma

das Questotildees e dos OSjectivos da Investigaccedilatildeo

pound necessaacuterio () um novo diaacutelogo entre saberes dispersos de forma a posteriormente e atraveacutes da educaccedilatildeo ajudar os jovens a construir uma outra relaccedilatildeo com o conhecimento uma relaccedilatildeo que lhes permita dar sentido unidade e coerecircncia agrave diversidade das suas representaccedilotildees e experiecircncias com o mundo Disso depende o seu desenvolvimento harmonioso e integral

A Cachapuz 2006

11 - Ciecircncia Tecnologia e Sociedade

Nos nossos dias natildeo eacute faacutecil pensar em situaccedilotildees nas quais natildeo estejam presentes

directa ou indirectamente a Ciecircncia e a Tecnologia Vivemos de tal forma envolvidos nestes

dois domiacutenios que eacute difiacutecil conceber o mundo sem eles

Para Martins (2006) a Ciecircncia aliada agrave Tecnologia eacute hoje um poderosiacutessimo

instrumento ao serviccedilo da humanidade (p26) em todas as aacutereas de intervenccedilatildeo humana Para

esta autora a educaccedilatildeo numa perspectiva cultural deveraacute ter como propoacutesito a compreensatildeo

da sociedade do seu tempo com referecircncia ao passado e com capacidade de prever

implicaccedilotildees para o futuro (Martins 2006 p27) sendo a literacia cientiacutefica um objectivo a

perseguir por cada indiviacuteduo Esta autora acrescenta ainda a este propoacutesito que o

conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico eacute parte integrante da cultura contemporacircnea e por isso

seraacute sempre uma ferramenta indispensaacutevel para o reforccedilo do papel social argumentativo e

reivindicativo das populaccedilotildees (Martins 2006 p27)

A sociedade reclama indiviacuteduos com capacidade para intervir criticamente no sentido

de fazer escolhas que teratildeo implicaccedilotildees no seu futuro - cidadatildeos cientificamente literatos -

possuidores de um saber em acccedilatildeo no acircmbito das seguintes competecircncias

Coexistem diferentes designaccedilotildees para este conceito - alfabetizaccedilatildeo cientifica (cultura francoacutefona) literacia cientiacutefica (cultura anglo-saxoacutenica) e cultura cientiacutefica (termo adoptado pela UNESCO) Ciecircncia para todos compreensatildeo puacuteblica de Ciecircncia educaccedilatildeo CTS - acerca das quais podemos afirmar que todas elas se intersectam na preocupaccedilatildeo comum de dotar cada individuo de um conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico uacutetil em contextos diferentes e especiacuteficos do mundo tal como esclarecem autores como Martins e Veiga (1999) Acevedo Vaacutezquez e Manassero (2003) Vasconcelos e Praia (2005) Martiacuten-Diaz Gutieacuterrez e Goacutemez (2006)1 entre muitos outros

(i) atitudes valores

(ii) conhecimentos cientiacuteficos que vatildeo muito aleacutem de memorizar termos factos e

procedimentos desprovidos de compreensatildeo e

(iii) capacidades de pensamento designadamente de criacutetico que os habilitem enquanto

cidadatildeos activos e responsaacuteveis a votar inteligentemente (por exemplo questotildees

referendadas) a fazer escolhas racionais a tomar posiccedilatildeo sobre questotildees sociais que

envolvem a ciecircncia (por exemplo a possibilidade de construccedilatildeo de um aterro sanitaacuterio

proacuteximo da sua de residecircncia) a contribuir e a actuar de forma a promover um

desenvolvimento sustentaacutevel (Tenreiro-Vi eira e Vieira 2006)

Numa altura em que diminui o interesse e a curiosidade dos jovens pela Ciecircncia (Praia

1999) pelo menos pela Ciecircncia formal como nos diz Martins (2002) eacute cada vez mais claro

para um nuacutemero crescente de educadores e professores que o ensino das ciecircncias hoje natildeo

pode pautar-se por orientaccedilotildees do passado Isto eacute o ensino das Ciecircncias tem que deixar de

parte a simples instruccedilatildeo de factos e suas interpretaccedilotildees passando a centrar-se em questotildees e

problemas abertos com sentido para os alunos onde se promove o desenvolvimento de

competecircncias como a criatividade e o espiacuterito critico assim como atitudes e valores

12 - Trabalho Experimental

As justificaccedilotildees para a realizaccedilatildeo de Trabalho Experimental (TE) satildeo amplamente

abordadas na literatura Referindo-se a trabalho praacutetico (TP)^ Wellington (2000) ^resenta

aspectos que o relevam no ensino das Ciecircncias pelos seguintes propoacutesitos

- Ilustrar uma lei cientiacutefica

- Demonstrar um fenoacutemeno

Tal como mais adiante clarificaremos (pp 30) usaremos no nosso estudo a designaccedilatildeo de trabalho experimental pois consideramos principalmente situaccedilotildeesactividades que integram a realizaccedilatildeo de experiecircncias e o controlo de variaacuteveis em duas das actividades da proposta didaacutectica Quando se tratar de transcriccedilotildees deixaremos a designaccedilatildeo do proacuteprio autor

- Interessar e motivar os alunos

- Ajudar a recordar acontecimentos e processos

- Desenvolver e ensinar skills cientiacuteficos especiacuteficos

- Mostrar potenciais perigos e procedimentos de seguranccedila e

- Estimular a discussatildeo por exemplo numa perspectiva POE - Prevecirc-Observa-Explica

(p-9)

Sistematizando ideias recentes (Wellington 1998 2000 Hodson 2001) as finalidades

do TF integram-se em trecircs tipos de argumentos (do ponto de vista dos alunos)

- cognitivos - promove nos alunos compreensatildeo conceptual de Ciecircncia visualizando

ilustrando verificando ou testando leis e teorias da Ciecircncia

- afectivos - motiva os alunos despertando o seu interesse e entusiasmo (o que ajuda

os alunos a lembrarem-se das coisas)

- das competecircncias e capacidades - desenvolve natildeo soacute competecircnciascapacidades

manipulativas mas tambeacutem de observaccedilatildeo medida previsatildeo e inferecircncia

transferiacuteveis para a vida quotidiana

Para o Hodson (2001) o TF permite ainda (do ponto de vista do professor) diversificar

os estiacutemulos de aprendizagem no que respeita agrave gestatildeo da aula

Reconhecidas as vantagens que actividades de Trabalho Experimental podem ter no

ensino das Ciecircncias nem sempre os resultados das investigaccedilotildees tecircm mostrado que delas se

tira o melhor partido (Hodson 1990 1992 1996 2001) Faradoxahnente o uso impensado do

Trabalho Experimental pode mesmo surtir o efeito contraacuterio ao desejado e tornar-se numa

actividade infhitiacutefera ou mesmo confusa

E necessaacuterio desenvolver uma cultura de Trabalho Experimental como uma actividade

aberta e investigaccedilotildees em que os alunos podem desenvolver recorrendo a recursos variados

experiecircncias significativas construindo no seio de comunidades de aprendizagem

significados de conceitos proacuteximos dos que satildeo aceites pela comunidade cientiacutefica (Oliveira

999p36)

13 - As Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo no mundo actual

Vivemos numa sociedade onde a evoluccedilatildeo tecnoloacutegica eacute vertiginosa Na verdade se haacute

pouco mais de dez anos possuir ura telefone moacutevel era uma realidade apenas acessiacutevel a

alguns hoje em dia eacute raro encontrar um cidadatildeo que natildeo possua um ou mesmo dois

telemoacuteveis Surgem na sociedade da informaccedilatildeo novas formas de comunicaccedilatildeo Natildeo apenas

o telefone moacutevel mas tambeacutem uma forma de comunicaccedilatildeo em rede a Internet Castells (2004)

alerta para o facto de os novos ambientes de comunicaccedilatildeo entre as pessoas acarretarem

consequecircncias para as suas vidas pelo que nos diz tal como aconteceu com outras mudanccedilas

estruturais anteriores esta transformaccedilatildeo oferece tantas oportunidades como levanta desafios

(p317) Subjacente a esta ideia estaacute uma nova fonna de analfabetismo a info-exclusatildeo Isto eacute

numa sociedade onde a informaccedilatildeo eacute soberana o facto de natildeo se ter acesso a ela e de natildeo se

saber integrar esta informaccedilatildeo - obter processar e utilizar - relega os indiviacuteduos para fora

desta rede Dizemos e intencionahnente pois como refere Castells (2004 p288) o acesso

natildeo constitui uma soluccedilatildeo em si mesma embora seja um requisito preacutevio para superar a

desigualdade numa sociedade cujas fiinccedilotildees principais e cujos grupos sociais dominantes estatildeo

cada vez mais organizados em tomo da Internet O mesmo autor explica-nos ainda que

embora a Internet (falamos em particular desta tecnologia por actualmente ser por excelecircncia

uma forma privilegiada e dominante no acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo) seja uma

tecnologia da liberdade (Castells 2004 p311) pode ter consequecircncias sociais perversas por

exemplo ao afastar os info-excluiacutedos

A este propoacutesito Martins (2006 p27) defende que se eacute certo que os meios

tecnoloacutegicos tomam hoje possiacutevel o acesso instantacircneo agrave informaccedilatildeo eacute tambeacutem claro que

informaccedilatildeo natildeo eacute o mesmo que conhecimento Na sequecircncia do jaacute antes referira (Martins

2002) que o conceito de educaccedilatildeoformaccedilatildeo tambeacutem tem vindo a mudar e para isso muito

contribuiu o desenvolvimento das tecnologias da informaccedilatildeo acrescenta agora que cabe agrave

escola promover competecircncias que permitam descodificar e interpretar a informaccedilatildeo

disponiacutevel De acordo cora esta autora o conceito de literacia compreende hoje vaacuterias

literacias (Martins 2006 p9) de entre as quais se salienta a cientiacutefica e a tecnoloacutegica

As possibilidades de uso das tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC) no

ensino das Ciecircncias satildeo cada vez mais podendo o seu uso representar um contributo

apreciaacutevel Autores como ICirschner e Huisman (1998) Gil e Paixatildeo (1999) Wellington

(1999 2000) Gil e Baggott (2000 2002) Acevedo (2001) Brown e Harper (2003) Hofstein e

Lunetta (2004) Pontes (2005 2005a) Contreras (2006) entre outros explicitam que as

mudanccedilas significativas na tecnologia possibilitam o usu de novas ferramentas no ensino-

aprendizagem e que muitas das tradicionais actividades experimentais das aulas de Ciecircncias

podem agora ser realizadas recorrendo a tecnologias da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo tais como

Internet multimeacutediaCD-ROM sensores programas de apresentaccedilatildeo (p ex Power Point)

software pedagoacutegico

Autores como Wellington (2000) e mais recentemente Contreras (2006) lembram e

explicam que se natildeo houver um desenho metodoloacutegico e intencional do uso que se faraacute das

tecnologias tendo em conta antes de mais o objectivo de aprendizagem definido e

ponderados os benefiacutecios que o uso de tais recursos pode acarretar correm-se seacuterios riscos de

cair em tecnicismos excessivos e pedagogicamente improdutivos A este propoacutesito Contreras

(2006) diz-nos que em relaccedilatildeo ao uso das TIC el verdadero valor didaacutectico de estas

herramientas estaraacute condicionado por las estrateacutegias metodoloacutegicas que cada docente ponga en

praacutectica a la hora de su integracioacuten en el curriacuteculo y opinion que tenga de estas herramientas

Wellington (2000) e Contreras (2006) alertam-nos para o facto de que ao realizar uma

actividade na Internet logo virtual por exemplo em substituiccedilatildeo de uma actividade de

trabalho praacutetico real estamos a negligenciar importantes competecircncias transversais que

poderiam (e deveriam) ser desenvolvidas nos estudantes tais como capacidades

psicomotoras teacutecnicas praacuteticas procedimentos taacutecticas estrateacutegias de investigaccedilatildeo trabalhar

com os outros comunicar assim como resolver problemas (Lopes 1994) ou desenvolver

como competecircncias transversais de autonomia responsabilidade trabalho em grupo

autoconfianccedila espiacuterito de iniciativa imaginaccedilatildeo e criatividade (Santos e OHveira 2003)

Uma actividade como o Trabalho Experimental (TE) cumpre importantes objectivos

educativos pelo que encerra um enorme potencial educativoformativo natildeo podendo ser

substituiacutedo no ensino das Ciecircncias apenas por comodidade ou por facilidades por exemplo

na preparaccedilatildeo do materialequipamento que envolve

Como advogam Wellington (2000) e Contreras (2006) natildeo se trata de uma contestaccedilatildeo

ao uso de tecnologias no ensino das Ciecircncias Pelo contraacuterio defende-se um uso planificado

intencional e sistemaacutetico no qual o professor faz uma avaliaccedilatildeo e pondera quais os ganhos

qual o valor acrescentado que a integraccedilatildeo de TIC no ensino das Ciecircncias pode acarretar E os

benefiacutecios que se podem obter da combinaccedilatildeo TIacuteC-TE atraveacutes de um uso planificado

intencional e sistemaacutetico satildeo na opiniatildeo destes autores incontroversos

De acordo com Ponte e Serrazina (1998) a postura dos professores em relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo das tecnologias nas suas praacuteticas lectivas eacute diversa Se por um lado existem

professores que tentam contornar esta nova realidade e evitam a todo o custo tal contacto

outros haacute que jaacute o fizeram mantendo contudo as suas praacuteticas tradicionais Quer isto dizer

que na maior parte das vezes a utilizaccedilatildeo que se faz deste tipo de recursos natildeo eacute a mais

adequada ou a mais sistemaacutetica (Paiva 2002)

Como mais recentemente ainda reforccedilam outros autores (Miranda 2006 Contreras

2006) muitas vezes no nosso quotidiano somos tentados a seguir a moda e a aderir a

determinados padrotildees No entanto o facto de se usarem novas tecnologias natildeo eacute por si soacute

determinante do sucesso das praacuteticas lectivas natildeo estando os professores a maior parte das

vezes conscientes das potencialidades (vantagens e desvantagens) do seu uso (Balau e Paixatildeo

2006 Balau e Paixatildeo 2006aj Isto eacute integrar as TIC na sala de aula natildeo faz milagres Se uma

escola estiver bem equipada em termos de novos recursos tecnoloacutegicos tal natildeo eacute sinoacutenimo de

ser feita uma utilizaccedilatildeo adequada sistemaacutetica das TIC (Paiva 2002) Da mesma forma que

natildeo eacute pelo facto de um professor receber formaccedilatildeo nesta aacuterea de modo restrito que se faraacute um

uso de qualidade das tecnologias

Entatildeo parece-nos legiacutetimo perguntar o que se perderaacute e o que se ganharaacute com o

uso das TIC no TE Como sugere Barton (1998) seraacute que economizar nos afazeres do

trabalho experimental fazendo uso das TIC impede os alunos de passarem por importantes

experiecircncias educacionais tomando-os meros espectadores Ou por outro lado abre novas

perspectivas sem perder aspectos essenciais do TE Estaraacute a Formaccedilatildeo de Professores atenta a

estes aspectos no sentido de apetrechar conceptualmente os futuros professores no que

respeita ao uso das TIC no TE perspectivando uma educaccedilatildeo em Ciecircncias consentacircnea com as

novas orientaccedilotildees Estas satildeo questotildees sobre as quais importa reflectir

14 - Pertinecircncia do objecto de investigaccedilatildeo

A razatildeo de ser da escolha de uma temaacutetica em que nos propomos dar um contributo

para Repensar o Trabalho Experimental no Tempo das Tecnologias de Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo prende-se com o gosto pessoal pelo ensino das Ciecircncias de uma forma geral e

com as nossas vivecircncias pessoais (formaccedilatildeo e profissatildeo) Temos consciecircncia do quatildeo

importante eacute o questionamento constante dos princiacutepios nos quais assentam as praacuteticas de

ensino e a formaccedilatildeo de professores encarado agora o ensino das Ciecircncias como Educaccedilatildeo em

Ciecircncia

Simultaneamente eacute nossa convicccedilatildeo que o Trabalho Experimental constitui uma forma

privilegiada para a aprendizagem das Ciecircncias Assim e num contexto de ceacuteleres

transformaccedilotildees cientiacuteficas tecnoloacutegicas e sociais para as quais largamente contribuiu a

evoluccedilatildeo das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC) importa repensar qual o papel

e o valor do Trabalho Experimental (TE) no tempo e na escola das tecnologias e ao mesmo

tempo investigar quais as concepccedilotildees acerca das suas potencialidades que sobre ele tecircm os

futuros professores de Ciecircncias

E ainda nosso proposito deixar um contributo sob a forma de proposta didaacutectica com

impacte na alteraccedilatildeo das concepccedilotildees dos futuros professores acerca das potencialidades do TE

com recurso agraves TIC

15 - Questotildees e objectivos que guiaram a investigaccedilatildeo

151 - Questotildees orientadoras da investigaccedilatildeo

Deste modo face ao que anteriormente se expocircs tomaremos como orientadora do

estudo a seguinte questatildeo que abrange algiimas das ideias (sub-questotildees) que pretendemos ver

esclarecidas permitindo balizar a nossa investigaccedilatildeo no contexto da problemaacutetica escolhida

Haveraacute um novo entendimento do Ensino das Ciecircncias e em particular do TE no

tempo das TIC ou seja quais as suas novas potencialidades (vantagens e desvantagens) com o

desenvolvimento actual e previsiacutevel das tecnologias e como as percepcionam os futuros

professores de Ciecircncias De modo mais incisivo satildeo sub-questotildees

1 Quais as concepccedilotildees dos alunos futuros professores de Ciecircncias da Natureza acerca

das potencialidades do TE no tempo das TIC

2 Podemos planificar TE com recurso agraves TIC numa perspectiva actual do

entendimento da Educaccedilatildeo em Ciecircncia com impacte nas concepccedilotildees dos futuros professores

de Ciecircncias da Natureza

152 - Objectivos da investigaccedilatildeo

A partir das questotildees de investigaccedilatildeo formulaacutemos objectivos que podem ser

alcanccedilados com o desenvolvimento da investigaccedilatildeo e que se seguem

1 Analisar as concepccedilotildees dos futuros professores de Ciecircncias acerca das

potencialidades do Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias no tempo

actual dominado pelas TIC

2 Planificar uma proposta didaacutectica centrada no Trabalho Experimental com

recurso agraves TIC numa perspectiva actual da Educaccedilatildeo em Ciecircncias

10

3 Confrontar os futuros professores de Ciecircncias com a proposta didaacutectica

centrada no TE com recurso agraves TIC

4 Analisar o impacte da proposta na alteraccedilatildeo das concepccedilotildees dos futuros

professores acerca do Trabalho Experimental no tempo das TIC

11

Capiacutetulo 2

Ensino das Ciecircncias TraSaCfio ^EjccedilperiacutementaCe

Tecnolhgias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Os proacuteprios cidadatildeos tecircm a responsabilidade inalienaacutevel de ati-aveacutes das suas acccedilotildees e opccedilotildees moldarem o seu futuro neste novo contexto Tecircm de exercitar o seu poder de escolha sobre o caminho de desenvolvimento desta nova sociedade acompanhando e avaliando com interesse construtivo o potencial e as novas oportunidades e riscos que esta gera

Missatildeo para a Sociedade da Informaccedilatildeo 1997 pl5

21 - O Ensino das Ciecircncias

211 - Educaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia

Vivemos hoje numa sociedade da informaccedilatildeo e do conhecimento uma sociedade

complexa caracterizada por ceacuteleres mudanccedilas na qual o conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico

avanccedila a passos largos tocando todas as aacutereas da sociedade A educaccedilatildeo natildeo eacute excepccedilatildeo e se

por um lado o avanccedilo da Ciecircncia e da Tecnologia potildee agrave disposiccedilatildeo dos indiviacuteduos um amplo

espectro de saberes a ser explorado por outro lado aos cidadatildeos colocam-se novas exigecircncias

De facto nas orientaccedilotildees do actual Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico (CNEB) pode ler-se

que a sociedade da informaccedilatildeo e do conhecimento reivindica indiviacuteduos com educaccedilatildeo

abrangente em diversas aacutereas que demonstrem flexibilidade capacidade de comunicaccedilatildeo e

uma capacidade de aprender ao iongo da vida (ME - DEB 2001 pl29)

A escola tem assim um importante papel a desempenhar natildeo soacute no que conceme aos

saberes fundamentais para uma formaccedilatildeo inicial dos cidadatildeos mas tambeacutem no fomentar em

cada indiviacuteduo o desenvolvimento de competecircncias de auto-formaccedilatildeo entendendo a formaccedilatildeo

de cada pessoa como um processo em construccedilatildeo Como refere Santos (2002 pl5) na

formaccedilatildeo de cada indiviacuteduo a escola jaacute natildeo deve apenas preocupar-se com a transmissatildeo

e aquisiccedilatildeo de conhecimentos mas com a necessidade de que o aluno aprenda a pensar

desenvolvendo competecircncias do pensar Esta ideia eacute reforccedilada por Ponte e Serrazina(1998

13

p9) quando afirmam que o saber comeccedila a ter cada vez mais um outro significado

passando a centrar-se no saber procurar saber interpretar e saber integrar as diversas fontes de

dados Cada vez mais eacute menos importante ter soacute conhecimento memorizado porque o

conhecimento estaacute mais acessiacutevel a todos o valor acrescentado estaacute principalmente em saber

usaacute-lo

No documento CNEB pode ler-se que A aquisiccedilatildeo progressiva de conhecimentos eacute

relevante se for integrada num conjunto mais amplo de aprendizagens e enquadrada por uma

perspectiva que coloca no primeiro plano o desenvolvimento de capacidades de pensamento e

de atitudes favoraacuteveis agrave aprendizagem (ME - DEB 2001 p9) Nos nossos dias eacute ideia

corrente que o ensino-aprendizagem de conhecimentos por si soacute eacute demasiado redutor pobre e

distante da realidade Como explica Carneiro (2001 pl 1) As crianccedilas podem aprender tudo

em qualquer parte a todo o momento No entanto acrescenta o conteuacutedo soacute por si revela-

se claramente insuficiente

As orientaccedilotildees expressas no jaacute referido documento CNEB apontam exactamente nesse

sentido Isto eacute no desenvolvimento de trajectos educativos diversificados que capacitem os

cidadatildeos para compreender a realidade e para abordar situaccedilotildees e problemas do quotidiano

(ME - DEB 2001 pl5) cora competecircncias para intervir de forma responsaacutevel era decisotildees

pessoais e sociais

E lugar comum a importacircncia da educaccedilatildeo cientiacutefica na sociedade actual Procura-se

hoje a formaccedilatildeo de cidadatildeos cientiacutefica e tecnologicamente literatos que possam usar

adequadamente as tecnologias disponiacuteveis e intervir criticamente na sociedade Como referem

Cachapuz Praia e Jorge (2002 p45) para se ser cientificamente culto natildeo basta a aquisiccedilatildeo

de conhecimentos e competecircncias tradicionalmente apresentadas () nos curriacuteculos de

Ciecircncias () implica tambeacutem atitudes valores e novas competecircncias (em particular abertura

14

agrave mudanccedila eacutetica de responsabilidade aprender a aprender) que preparem cada cidadatildeo

para intervir de forma responsaacutevel na resoluccedilatildeo de problemas com consequecircncias natildeo soacute

pessoais mas tambeacutem sociais Como afirma Martins (2002) a formaccedilatildeoeducaccedilatildeo inicial

deveraacute ser cada vez mais de banda larga () e a formaccedilatildeo teraacute de acompanhar os indiviacuteduos

ao longo de toda a vida de modo a poder capacitar cada um para os novos desafios de uma

sociedade cada vez mais tecnoloacutegica

Esta mesma sociedade encontra-se hoje intrinsecamente ligada ao desenvolvimento

cientiacutefico-tecnoloacutegico e o conhecimento reveste-se de grande importacircncia social de tal forma

que o nivel econoacutemico das sociedades eacute frequentemente medido de acordo com o iacutendice de

conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico superior (Martins e Veiga 1999) Por esta ordem de

ideias a sociedades de maior niacutevel econoacutemico corresponde um maior desenvolvimento do

ponto de vista cientiacutefico A este propoacutesito Ziman (1999) afirma que A ciecircncia atraveacutes da

tecnologia eacute hoje em dia a maior fonte de mudanccedila nas sociedades humanas (p437)

Cachapuz Praia e Jorge (2002 p25) referem que o papel nuclear da CiecircnciaTecnologia ( )

como motor do desenvolvimento soacutecio-econoacutemico eacute hoje dificihnente contestado Como

aponta Martiacuten-Diaacutez (2004) Baste echar una mirada a nuestro alrededor para observar la

omnipresencia de los resultados de los avances tecnoloacutegicos y de los descubrimientos

cientiacuteficos

Nas palavras de Sousa Santos (2003 pl5) O conhecimento cientiacutefico eacute hoje a forma

oficialmente privilegiada de conhecimento e a sua importacircncia para a vida das sociedades

contemporacircneas natildeo oferece contestaccedilatildeo Nesta perspectiva todos os paiacuteses se dedicam agrave

promoccedilatildeo da ciecircncia A mesma opiniatildeo eacute partilhada por Wellington (2001) que defende que

aprender Ciecircncia pode ajudar as pessoas a conhecer melhor o universo em que vivemos - e a

noacutes mesmos

15

De acordo com Cachapuz Praia e Jorge (2002 p21) eacute hoje claro a importacircncia de

uma adequada cultura cientiacuteficatecnoloacutegica na emergecircncia do progresso social na sociedade

do conhecimento Pedrinaci (2006) exemplifica essa ideia atraveacutes de situaccedilotildees com que nos

deparamos no dia-a-dia e acerca das quais eacute necessaacuterio tomar decisotildees assumir uma posiccedilatildeo e

que satildeo de difiacutecil entendimento ateacute mesmo para pessoas consideradas cultas Segundo este

autor numa sociedade em que a Ciecircncia e a Tecnologia estatildeo cada vez mais presentes e em

que aos cidadatildeos eacute exigida uma maior intervenccedilatildeo social a formaccedilatildeo e conhecimento

cientiacutefico teratildeo que ser funcionais e possiacuteveis de aplicar em diferentes situaccedilotildees

A Ciecircncia como uma linguagem reservada a uma elite eacute hoje de uma forma geral uma

concepccedilatildeo recusada (Martins e Veiga 1999) sendo defendido o ensino das Ciecircncias como

educaccedilatildeo em Ciecircncia ou seja como uma forma de dotar os indiviacuteduos de competecircncias para a

compreensatildeo de factos que intervecircm na resoluccedilatildeo de situaccedilotildees-problema do quotidiano As

mesmas autoras defendem ainda que o conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico eacute uma das

principais (senatildeo a principal) caracteriacutesticas que distingue a sociedade deste tempo das

sociedades de seacuteculos anteriores Como aponta Martins (2003) cada vez eacute mais difiacutecil rebater

a ideia que o acesso agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas ( ) contribui para a qualidade de vida das

pessoas e estaacute dependente do desenvolvimento econoacutemico

Apresentamos no quadro 21 um conjunto de argumentos a favor da importacircncia do

conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico segundo Martins e Veiga (1999 p2)

16

- A Ciecircncia esclarece as muacuteltiplas relaccedilotildees dos seres vivos entre si e com a Natureza orientando para uma intervenccedilatildeo da Tecnologia que respeite esta Natureza - A Ciecircncia fornece as bases que permitem avaliar os efeitos da Tecnologia no ambiente

Argumentos a favor da importacircncia do

conhecimento cientiTico-

- A Ciecircncia pode ajudar a resolver problemas locais e globais e deste modo contribuir para a seguranccedila do Planeta

tecnoloacutegico - A Tecnologia fornece ferramentas capazes de gerarem interligadamente com a Ciecircncia novos conhecimentos

- Os processos proacuteprios do pensamento cientiacutefico ajudam na elaboraccedilatildeo de juiacutezos sobre situaccedilotildees do quotidiano

- A Ciecircncia e a Tecnologia podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida

Quadro 21 - Argumentos a favor da importacircncia do conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico

Tendo em conta diferentes interesses sociais Wellington (2001) defende que a

educaccedilatildeo em Ciecircncias deve comportar um diversificado leque de objectivos de forma a cativar

um puacuteblico diversificado Como defende estes objectivos podem agrupar-se em trecircs

domiacutenios valor intriacutenseco da educaccedilatildeo em Ciecircncias promoccedilatildeo da cidadania e objectivos

relacionados com o valor utilitaacuterio da Ciecircncia isto eacute que permitam desenvolver competecircncias

e atitudes transversais (Quadro 22)

17

VaJor intriacutenseco

- Consciencializaccedilatildeo e desmistificaccedilatildeo de fenoacutemenos naturais - Compreensatildeo do nosso corpo e de noacutes proacuteprios - Interessante excitante e intelectualmente estimulante - Parte da nossa cultura da nossa heranccedila

Promoccedilatildeo da cidadania

- 0 conhecimento da Ciecircncia e do trabalho dos cientistas eacute necessaacuterio a todos os cidadatildeos para numa democracia tomarem decisotildees informadas - Quem toma decisotildees-chave (por exemplo funcionaacuterios puacuteblicos e poliacuteticos) precisa de ter conhecimentos sobre Ciecircncia sobre o trabalho dos cientistas e sobre as limitaccedilotildees das evidecircncias cientiacuteficas para tomar decisotildees-chave por exemplo em assuntos como a alimentaccedilotildees recursos energeacuteticos

Objectivos utilitaacuterios

- Desenvolver competecircncias geneacutericas tais como medir estimar avaliar - Preparaccedilatildeo dos estudantes para carreiras e trabalhos que envolvam Ciecircncia - Preparaccedilatildeo de um pequeno nuacutemero de estudantes para carreiras que usem a Ciecircncia como cientistas - Desenvolver atitudes cientiacuteficas tais como a curiosidade o cepticismo salutar uma mente activa (minds-on) investigativa o sentido critico e analiacutetico

Quadro 22 - Objectivos da educaccedilatildeo em Ciecircncias (Wellington 2001)

Para aleacutem destas justificaccedilotildees sobre o ensino das Ciecircncias poderem ajudar o professor

a saber porquecirc ensinar Ciecircncias e orientar o que se ensina e como se ensina Wellington

(2001) defende ainda que mais importante que tudo eacute que orientados pelas suas proacuteprias

crenccedilas e princiacutepios os professores devam ser capazes de explicarjustificar com

responsabilidade as suas acccedilotildees isto eacute o que fazem e porque o fazem e ter presente esta ideia

nas suas planificaccedilotildees

212 - Finalidades do Ensino das Ciecircncias

A finalidade do ensino das Ciecircncias tem sido mote para uma reflexatildeo recente agrave escala

internacional tendo como uma das principais preocupaccedilotildees o desinteresse dos jovens pela

Ciecircncia Como argumentam Cachapuz Praia e Jorge (2002 p26) aparentemente a

importacircncia central da Ciecircncia e da Tecnologia () nas sociedades modernas pareceria

suficiente para lhes assegurar uma aceitaccedilatildeo e credibilidade junto dos jovens () despertar

18

vocaccedilotildees () motivar aprendizagens de qualidade No entanto tal natildeo acontece e o

desencanto dos jovens pela Ciecircncia eacute uma realidade Para estes investigadores razoes pelas

quais cada vez menos jovens enveredam por estudos de cariz cientificotecnoloacutegico

relacionam-se com maiores expectativas materiais noutras aacutereas eou com a suposta maior

exigecircncia desta aacuterea de estudos Contudo a razatildeo que destacam para este afastamento das

Ciecircncias e da Tecnologia prende-se primeiramente com a imagem que os jovens tecircm do

desenvolvimento cientiacuteficotecnoloacutegico e com o contexto da educaccedilatildeo em Ciecircncia que temos

No entanto e ainda segundo aqueles autores a situaccedilatildeo em Portugal assume uma dicotomia

preocupante o ensino das Ciecircncias que temos natildeo consegue nem oferecer uma cultura

cientiacutefica adequada a todos os alunos a niacutevel da escolaridade baacutesica nem entusiasmar

suficientemente os sobreviventes para enveredarem em seguida por percursos acadeacutemicos de

iacutendole cientiacuteficotecnoloacutegica (Cachapuz Praia e Jorge 2002 p39) Tambeacutem Martins (2006

p25) realccedila que de uma forma geral existe um desinteresse dos jovens pelo estudo das

Ciecircncias acentuado com a progressatildeo da escolaridade Igualmente no puacuteblico de uma forma

geral existe desinteresse eou oposiccedilatildeo face agrave Ciecircncia (Martins 2006 p25)

Martins e Veiga (1999 p3) crecircem que a escola estaacute em crise pois a Educaccedilatildeo em

Ciecircncias para todos na escola deve ser um dos pontos de partida para atingir a alfabetizaccedilatildeo

cientiacutefica A este propoacutesito partilhando da mesma opiniatildeo das autoras atraacutes referidas Santos

(2002 pl5) defende que o ensino natildeo deu ainda resposta agraves necessidades da sociedade

nem dos alunos como pessoas Para esta autora eacute consensual que se proceda a uma reforma

da educaccedilatildeo de uma forma geraJ e em particular do ensino das Ciecircncias Tambeacutem Pro Bueno

e Martinez (2005) consideram que existem indicadores que revelam que a situaccedilatildeo actual do

ensino das Ciecircncias na educaccedilatildeo obrigatoacuteria eacute preocupante pois segundo referem a

importacircncia curricular e a carga lectiva das disciplinas de Ciecircncias tecircm vindo a ser reduzidas

19

Como eacute argumentado por Martins (2002) eacute provavelmente consensual para

educadores cientistas e poder poliacutetico que os resultados alcanccedilados pela aprendizagem da

ciecircncia escolar natildeo satisfazem os objectivos de educaccedilatildeo das sociedades actuais Em Martins

e Veiga (1999) satildeo apontados alguns dos motivos que afastam a escola dessa realidade e que

se prendem com o facto de os Programas natildeo contemplarem a relaccedilatildeo entre a Ciecircncia e

Tecnologia e as suas repercussotildees nas nossas vidas o natildeo terem em conta as ideias preacutevias dos

alunos acerca de questotildees cientiacuteficas elementares ou o facto de parecerem ser dirigidos apenas

aos alunos que iratildeo enveredar por aacutereas no domiacutenio das Ciecircncias (Martins e Veiga 1999)

Num estudo levado a cabo por Campanario Moya e Otero (2001) analisam-se usos

abusivos da Ciecircncia em publicidade Segundo estes autores a publicidade tem um poder

persuasivo enorme na opiniatildeo puacuteblica chegando mesmo a ser determinante natildeo soacute em termos

de juiacutezos de valor como tambeacutem na assunccedilatildeo de comportamentos motivos pelos quais os

autores referem que a publicidade nos nossos dias tem poder e influecircncia na sociedade e

consequentemente na economia No seu estudo Campanario Moya e Otero (2001 p46)

elucidam-nos que a Ciecircncia eacute usada frequentemente em publicidade como fonte de

autoridade que garante a qualidade dos produtos que se anunciam e tambeacutem como garantia

de certeza De facto como nos dizem estes autores o conhecimento cientiacutefico passou a ser o

paradigma do conhecimento rigoroso fiaacutevel e exacto (Campanario Moya e Otero 2001

p46) De uma forma geral com o incremento destes dois estereoacutetipos assistimos a uma

dicotomia por um lado aumentou a confianccedila na Ciecircncia por outro lado natildeo haacute uma

compreensatildeo significativa de Ciecircncia Pelas razoes apontadas Campanario Moya e Otero

(2001 p55) alertam para o seguinte o facto de os cidadatildeos serem aparentemente insensiacuteveis

aos exageros em publicidade ao uso de conceitos cientiacuteficos inexistentes ou aos argumentos

20

falaciosos ou incompreensiacuteveis deveria conduzir ao repensar e reorientar o ensino das

Ciecircncias para assumir uma perspectiva de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica dos cidadatildeos

Caamano e Paixatildeo (2006) argumentam que os actuais curriacuteculos de Ciecircncias estatildeo

desfasados da realidade motivo pelo qual afirmam destaca-se a sua falta de relevacircncia para

mostrar a ciecircncia tal como se apresenta na vida quotidiana e nas suas relaccedilotildees com a

tecnologia e a sociedade ao que acrescentam que os mesmos curriacuteculos natildeo oferecem aos

alunos oportunidades para debater temas de cientiacuteficos da actualidade

Satildeo muitos os autores que destacam a falta de relevacircncia do ensino das Ciecircncias para a

mostrar tal como se apresenta na vida quotidiana e nas suas multifacetadas relaccedilotildees com a

tecnologia e a sociedade advogando uma educaccedilatildeo cientiacutefica cuja principal finalidade seja

desenvolver competecircncias que permitam ao cidadatildeo comum (aquele que natildeo eacute

necessariamente especialista em aacutereas cientiacuteficas) intervir na tomada de decisotildees

responsaacuteveis promovendo assim a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica de todos os cidadatildeos

(Martins e Veiga 1999 Campanario Moya e Otero 2001 Pedrosa 2001 Tenreiro-Vieira e

Vieira 2001 2005 Cachapuz Praia e Jorge 2002 Martins 2002 2003 2006 Acevedo

Vaacutezquez e Manassero 2003 Martin-Diacuteaz 2004 Pedrosa et al 2004 Gii-Peacuterez e Vilches

2004 2005 Vasconcelos e Praia 2005 Vieira e Martins 2005 Caamano e Paixatildeo 2006) Eacute

neste eixo que encontramos o movimento CTS que se tomou marco da actual Educaccedilatildeo em

Ciecircncias sobre o qual nos debruccedilaremos mais adiante

2 1

213 - Alfabetizaccedilatildeo Cientiacutefica

O propoacutesito da alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica atraveacutes do ensino das Ciecircncias eacute amplamente

tratado na literatura da especialidade Assim quando falamos de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (ver

nota de rodapeacute nuacutemero 1) referimo-nos genericamente agrave compreensatildeo de fenoacutemenos ao

acompanhamentocompreensatildeo (ainda que mais ou menos restrita) da actividade cientiacutefica e agrave

tomada de decisotildees de modo responsaacutevel isto eacute o mais informado possiacutevel

De acordo com Acevedo Vaacutezquez e Manassero (2003) a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica surge

na bibliografia da especialidade tratada de diversas formas

- Lema que resume como palavra-chave os propoacutesitos de reforma do ensino

das Ciecircncias de um amplo movimento internacional de especialistas em

educaccedilatildeo cientiacutefica

- Metaacutefora que serve para expressar de uma forma geral as finalidades e

objectivos da educaccedilatildeo cientiacutefica e

- Mito cultural que ainda que expressado originalmente e de uma forma

critica pode reformular-se como uma utopia que assinala um ideal a perseguir

(Acevedo Vaacutezquez e Manassero 2003)

Para estes autores a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica desenvolve-se ao longo da

vida e de uma forma graduai eacute um conceito amplo que de acordo com Kemp (cit Acevedo

Vaacutezquez e Manassero 2003) compreende diferentes dimensotildees (quadro 23)

Dimensotildees da alfabetizaccedilatildeo cientiacutefiacuteca

Conceptual Diz respeito agrave compreensatildeo e aos conhecimentos de Ciecircncia

Procedimental Relaciona-se com os procedimentos processos habilidades e capacidades

Afectiva Do foro das emoccedilotildees atitudes valores

Quadro 23 - Dimensotildees da alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Kemp cit Acevedo Vaacutezquez e Manassero 2003)

2 2

o mesmo autor distingue ainda trecircs tipos de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (quadro 24)

Tipos de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica

Pessoal

Relacionada principalmente com a dimensatildeo conceptual e um pouco com a dimensatildeo afectiva segundo esta perspectiva a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica radica sobretudo em compreender um amplo leque de conceitos e usar um extenso vocabulaacuterio cientiacutefico na vida quotiacutediana e na cultura proacutepria

Praacutetica

De acordo com a dimensatildeo procedimental e tambeacutem embora numa pequena fracccedilatildeo com a dimensatildeo afectiva desde este ponto de vista a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica consiste especialmente em usar a ciecircncia na vida quotiacutediana e com propoacutesitos ciacutevicos e sociais compreendendo mensagens de Ciecircncia no dia-a-dia por exemplo na comunicaccedilatildeo social

Formal Compreende as trecircs dimensotildees conceptual procedimental e afectiva

Quadro 24 - Tipos de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Kemp ciL Acevedo Vaacutezquez e Manassero 2003)

O tipo de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica formal eacute o mais complexo mas seraacute tambeacutem aquele

que perspectiva de uma forma integral a cultura cientiacutefica do aluno-futuro-cidadatildeo

A alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica implica muitas coisas conhecer conceitos de

ciecircncia ter uma ampla compreensatildeo dos princiacutepios cientiacuteficos saber acerca da

natureza da ciecircncia e das relaccedilotildees entre ciecircncia e sociedade obter informaccedilatildeo

cientiacutefica utilizaacute-la e ser capaz de comunicaacute-la a outras pessoas ser capaz de

usar a ciecircncia na vida quotidiana e participar democraticamente na sociedade

civil para tomar decisotildees sobre assuntos relacionados com a ciecircncia e a

tecnologia (Acevedo Vaacutezquez e Manassero 2003)

Atraveacutes da leitura destas ideias natildeo eacute difiacutecil perceber a complexidade que gira em

tomo do conceito de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica que embora seja um lugar-comum nos nossos

dias vista como uma das principais ou mesmo a principal fmalidade do ensino das Ciecircncias

parece reunir consensos que muitas vezes satildeo mais aparentes do que reais (Pedrosa 2001)

Segundo Gil-Peacuterez e Vilches (2005) haacute autores que defendem que problemas sociais de cariz

cientiacutefico pela sua complexidade devem ser deixados para os especialistas e para aqueles que

23

possuam um conhecimento cientiacutefico miacutenimo Contrapotildeem entatildeo que a tomada de decisotildees

em questotildees sociais de iacutendole cientiacutefica natildeo precisa apenas dos especialistas isto eacute ura

cidadatildeo comum que possua conhecimentos cientiacuteficos miacutenimos teraacute uma visatildeo global e eacutetica

acerca de determinado problema e das suas repercussotildees sem ser um especialista na mateacuteria

Mas a poleacutemica sobre as razotildees de ser da educaccedilatildeo em Ciecircncias tem como pano de

fundo um conjunto de tensotildees como explica Wellington (2001) relacionadas com o valor

intriacutenseco e com o valor utilitaacuterio do saber cientiacutefico com a Ciecircncia para uma elite e a Ciecircncia

para todos com o ensino de um determinado conteuacutedo e o ensino de competecircncias no fundo

entre a Ciecircncia acadeacutemica e a Ciecircncia praacutetica Para autores como Wellington (2001) (por

exemplo Acevedo Vaacutezquez e Manassero 2003 Acevedo Vaacutezquez Paixatildeo Acevedo Oliva

e Manassero 2005) a poleacutemica em torao do conceito de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica eacute diversa e

proveacutem de diferentes aacutereas sociais e diferentes grupos de interesses tais como especialistas em

educaccedilatildeo cientiacutefica cientistas e investigadores socioacutelogos e profissionais implicados de

alguma forma na divulgaccedilatildeo da Ciecircncia e da Tecnologia

A partir destes argumentos toma-se faacutecil perceber que a Ciecircncia natildeo eacute uma actividade

neutra mas sim permeaacutevel a diferentes interesses sociais como mais adiante iremos abordar

Como argumenta Ziman (1999) a Ciecircncia eacute um marco na sociedade em que vivemos Estamos

intrinsecamente rodeados de Ciecircncia faz parte das nossas vidas e eacute difiacutecil conceber o mundo

sem ela Contudo acrescenta agrave medida que esse mundo muda a proacutepria ciecircncia eacute obrigada a

remodelar-se radicalmente para se adequar a novos ambientes sociais econoacutemicos e

poliacuteticos (Ziman 1999 p437)

Relativamente agrave Educaccedilatildeo em Ciecircncias para todos Martins e Veiga (1999)

argumentam acerca da importacircncia de uma compreensatildeo puacuteblica de Ciecircncia que permita a

cada cidadatildeo usar conhecimento cientiacutefico baacutesico para tomar decisotildees individuais e sociais

24

conhecer valorizar e usar a tecnologia na sua vida pessoal reconhecer as vantagens e as

limitaccedilotildees da Ciecircncia e da Tecnologia adquirir os saberes (competecircncias atitudes e valores)

que lhe permita adaptar-se a uma sociedade na qual a mudanccedila eacute uma constante (Martins e

Veiga 1999 p2)

As mesmas autoras advertem que a consciecircncia crescente da necessidade de uma

alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica dos cidadatildeos conduz-nos ao seguinte problema o que deve a escola

ensinar Quais satildeo os limites Tambeacutem Prieto (2004 p449) coloca esta questatildeo cuaacutel es la

ciecircncia miacutenima baacutesica necesaria para estar alfabetizado cientiacutefica y tecnologicamente

A este respeito Cach^uz Praia e Jorge (2002 p39) defendem que sendo certo que a

escola natildeo eacute a uacutenica via para a formaccedilatildeo de uma cultura cientiacutefica tambeacutem natildeo eacute menos certo

que eacute pela escola que se podem adquirir as bases de uma cultura cientiacutefica Eacute neste contexto

que Martins e Veiga (1999 p8) alegam que perante os seacuterios problemas que a humanidade

enfrenta o que o fijturo lhe reserva depende grandemente do grau de sensatez com que se faz

uso da Ciecircncia e da Tecnologia E eacute justamente neste ponto que a escola e o ensino formal

podem mtervir a partir do conteuacutedo que veiculam propiciando o desenvolvimento de

atitudes cientiacuteficas tais como a curiosidade o cepticismo salutar o sentido criacutetico e

analiacutetico bem como fomentar alguma compreensatildeo acerca da natureza da Ciecircncia (Martins e

Veiga 1999 Wellington 2001) Tal como referem as primeiras autoras a escola pode

desempenhar um papel primordial quer promovendo haacutebitos de reflexatildeo e questionamento

quer proporcionando saberes indispensaacuteveis a uma compreensatildeo adequada ainda que de

caraacutecter geral (Martins e Veiga 1999 plO)

Tambeacutem no entendimento de Tenreiro-Vieira e Vieira (2001 2005) e Vieira e Martins

(2005) a finalidade uacuteltima do ensino das Ciecircncias deveraacute ser a promoccedilatildeo da literacia cientiacutefica

Para estes autores tal conceito assenta em trecircs aspectos essenciais designadamente ser um

25

cidadatildeo activo e interveniente na sociedade aplicando conhecimentos cientiacuteficos e capacidades

de pensamento apropriar-se e aplicar conhecimentos cientiacuteficos na resoluccedilatildeo de problemas e

possuir capacidades de pensamento criacutetico (Tenreiro-Vieira e Vieira 2001 Vieira e Martins

2005)

Ser cientificamente culto passa por um conjunto de competecircncias capacidades

atitudes e valores que no dia-a-dia do cidadatildeo comum lhe permitam opinar acerca de questotildees

que directa ou indirectamente lhe dizem respeito seja em questotildees relacionadas com a sauacutede

seja ao intervir num diaacutelogo sobre Ciecircncia seja ao avaliar o sentido de uma notiacutecia num sem

fim de situaccedilotildees o cidadatildeo natildeo especialista em Ciecircncias natildeo pode ser indiferente

214 - Movimento para uma Educaccedilatildeo CTS - Ciecircncia-Tecnologia-

Sociedade

Ainda que de uma forma modesta a Sociedade comeccedila a mostrar-se mais sensibilizada

para questotildees relacionadas com a Ciecircncia e a Tecnologia como por exemplo no que respeita a

problemas ecoloacutegicos mostrando-se por um lado preocupada e por outro desperta para

participar na tomada de decisotildees relacionadas com este e outros tipos de problemas que

directa ou indirectamente lhe dizem respeito

Todavia este tipo de intervenccedilatildeo fundamentada requer indiviacuteduos com uma formaccedilatildeo

que lhes permita compreender a vertente cientiacutefica e tecnoloacutegica dos problemas sociais E

justamente neste aspecto que assenta o movimento educativo Ciecircncia - Tecnologia -

Sociedade (CTS) que como refere Sequeira (2004 pl86) encara o ensino e a aprendizagem

das ciecircncias no contexto da experiecircncia humana

26

De facto e segundo o mesmo autor a investigaccedilatildeo tem mostrado que muitos alunos de

ciecircncias ao resolverem problemas do mundo real utilizam referentes conceptuais construiacutedos

com base nas suas experiecircncias fora da escola e natildeo os que foram aprendidos nas salas de aula

Tambeacutem Pro Bueno e Martinez (2005) afirmam que cada vez menos estudantes escolhem a

aacuterea de Ciecircncias No entanto contrariamente ao que seria de esperar constatamos que os

adolescentes se interessam por temas de caraacutecter cientiacutefico da actualidade como por exemplo

fenoacutemenos astronoacutemicos ou notiacutecias sobre acidentes com substacircncias toacutexicas revelando uma

resposta altamente positiva no que diz respeito a este tipo de assuntos

A este propoacutesito muitos satildeo tambeacutem os investigadores que explicitam que a Ciecircncia e

a Tecnologia exercem uma influecircncia cada vez maior na Sociedade actual ao mesmo tempo

que tambeacutem esta influi nas orientaccedilotildees da proacutepria investigaccedilatildeo em Ciecircncia e nos

desenvolvimentos e investimentos em Tecnologia relevando as incontornaacuteveis relaccedilotildees CTS

no tempo actual (Ziman 1998 1999 Paixatildeo 1998 Moniz dos Santos 2004 Sousa Santos

2003 Acevedo Vaacutezquez Paixatildeo Acevedo Oliva e Manassero 2005)

Assim sendo a Educaccedilatildeo em Ciecircncias deve constituir um contributo para uma melhor

compreensatildeo do mundo em que se movem os cidadatildeos para a melhoria da sua qualidade de

vida e portanto alicerccedilar-se nesse contexto das interrelaccedilotildees CTS

Satildeo vaacuterios os autores que evidenciam os propoacutesitos do movimento para uma educaccedilatildeo

CTS no ensino das Ciecircncias que embora expressos de diferentes formas tecircm em comum

alguns aspectos (Quadro 25)

27

Autor(es) Movimento CTS no ensino das Ciecircncias

Fleming (1989)

Propotildee a interligaccedilatildeo entre a Ciecircncia e a Tecnologia no sentido de formar cidadatildeos capazes de se informarem e reflectirem sobre questotildees e implicaccedilotildees da Tecnologia na Sociedade Defende-se assim uma alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica num curriacuteculo CTS

VaacutezquEcircZ e Manassero (1995)

Defendendo um ensino com orientaccedilatildeo CTS estes autores advogam um curriacuteculo de Ciecircncias que integre a Tecnologia e que seja funcional e uacutetil para os cidadatildeos isto eacute relacionando conhecimentos cientiacuteficos com as vivecircncias do dia-a-dia dos alunos

Acevedo (1996)

Para este autor Ciecircncia Tecnologia e Sociedade estatildeo intrinsecamente relacionadas de tal modo que o propoacutesito de um curriacuteculo com orientaccedilatildeo CTS eacute a promoccedilatildeo da literacia cientifica e tecnoloacutegica capaz de habilitar os cidadatildeos para a tomada de decisotildees responsaacuteveis e democraacuteticas orientada para a resoluccedilatildeo de problemas relacionados com a tecnologia

Martins e Veiga (1999)

Um ensino com orientaccedilatildeo CTS visa uma Educaccedilatildeo Cientiacutefica cuja principal fmalidade eacute a de preparar os alunos-fiituros-cidadatildeos para um mundo em constante mudanccedila dominado pela Ciecircncia e pela Tecnologia relevando valores sociais e eacuteticos

Cachapuz Praia e Jorge (2002)

Defendem um ensino CTSA que valoriza contextos reais dos alunos no qual problemas reais necessitam da intervenccedilatildeo de domiacutenios variados e complementares (p 175) Estes autores advogam assim o ensino da Ciecircncia contextualizada e para todos que estuda problemas mais relevantes para o aluno e por isso com maiores possibilidades dos saberes construiacutedos serem transferiacuteveis e mobilizaacuteveis para o seu quotidiano (pl75)

Acevedo Vaacutezquez Manassero e Acevedo

(2003)

0 movimento CTS no ensino das Ciecircncias tem a finalidade de contribuir para melhorar a alfabetizaccedilatildeo cientifica e tecnoloacutegica de todas as pessoas () de propiciar a participaccedilatildeo democraacutetica dos cidadatildeos na avaliaccedilatildeo e na tomada de decisotildees com respeito a assuntos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos de interesse social

Moniz dos Santos (2004)

0 movimento CTS concebe o ensino das Ciecircncias tendo por base uma cidadania democraacutetica Pensar o ensino das Ciecircncias atraveacutes da perspectiva CTS eacute natildeo 0 confinar a uma disciplina mas sim contemplar natildeo soacute uma cultura cientifica como tambeacutem uma cultura teacutecnica e uma cultura humaniacutestica (Moniz dos Santos 2004)

Paixatildeo (2004)

0 ensino das Ciecircncias com uma orientaccedilatildeo CTS constitui uma preciosa via para a educaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica dos cidadatildeos partindo do princiacutepio que as aprendizagens na aula tecircm que relacionar-se necessariamente com a vida quotidiana nos contextos tecnoloacutegicos sociais e culturais agrave volta dos alunos (p205)

Tenreiro-Vieira e Vieira (2005)

A literacia cientiacutefica como finalidade do ensino das Ciecircncias vai ao encontro de um ensino das Ciecircncias com uma orientaccedilatildeo CTS Neste contexto se os conteuacutedos cientiacuteficos abordados forem relevantes para os alunos ganham significado e tomam-se mais compreensiacuteveis

Quadro 25 - Movimento CTS no ensino das Ciecircncias

28

Dos autores que referimos e das suas ideias as semelhanccedilas satildeo muitas sendo a pedra

de toque do movimento CTS a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica no contexto quotidiano de uma

cidadania responsaacutevel O ensino das Ciecircncias visto sob esta perspectiva visa uma cidadania

que assenta em trecircs pilares fundamentais educaccedilatildeo em ciecircncia educaccedilatildeo sobre ciecircncia e

educaccedilatildeo pela ciecircncia que como esclarece Moniz dos Santos (2004 p20) abrange para

aleacutem do mundo da ciecircncia o mundo do quotidiano para aleacutem de perspectivas do cientista

perspectivas do cidadatildeo para aleacutem de vivecircncias e de explicaccedilotildees cientiacuteficas vivecircncias e

explicaccedilotildees informais A este respeito eacute precioso o reforccedilo de Burke (2002 p30) a

ciecircncia pode ajudar as pessoas a discutir os problemas mas natildeo pode resolvecirc-los por elas

Ora num ensino em que se pretende que os alunos possam encontrar utilidade praacutetica

naquilo que lhes eacute ensinado na sala de aula o mesmo deveraacute ser orientado para a resoluccedilatildeo de

problemas decorrentes do quotidiano dos alunos Sequeira (2004 pl86) acrescenta ainda

ensinar e aprender na perspectiva CTS significa debruccedilarmo-nos sobre problemas do mundo

real que tecircm componentes das ciecircncias e da tecnologia do ponto de vista dos alunos

Em suma e como afirma Pedrosa et ai (2004 pllO) devemos concorrer para uma

educaccedilatildeo cientiacutefica indissociaacutevel de exerciacutecios de cidadania isto eacute do exerciacutecio de direitos e

do cumprimento de deveres dos cidadatildeos enquanto integrados em muacuteltiplos grupos e

contextos em que se inserem e se movimentam no dia-a-dia

29

22 - O Trabalho Experimental na Educaccedilatildeo em Ciecircncia

Considerado um vector fundamental da educaccedilatildeo em ciecircncia atribui-se um papel de realce ao tj-abalho experimental enquanto actividade de natureza investigativa que envolve a resoluccedilatildeo de problemas quer como um fim em si mesmo ao propiciar o desenvolvimento de capacidades de resoluccedilatildeo de problemas e de investigaccedilatildeo quer como uma estrateacutegia de ensino e de aprendizagem favorecendo a construccedilatildeo de significados dos conceitos teoacutericos quer como uma estrateacutegia formativa de desenvolvimento de capacidades e talentos diversos de ordem cognitiva afectiva e social

Guimas de Almeida 1995 p265

Desde haacute muito o Trabalho Experimental ocupa um papel de destaque no Ensino das

Ciecircncias Como clarificam Hofstein e Lunetta (2004) o Laboratoacuterio conquistou um lugar

central no Ensino das Ciecircncias trazendo as actividades laboratoriais claros benefiacutecios

221 - Clarificando designaccedilotildees Trabalho Praacutetico Trabalho Laboratorial

e Trabalho Experimental

Importa aqui clarificar um aspecto por vezes omitido e que diz respeito a diferentes

designaccedilotildees usadas (quase indistintamente) para denominar actividades muito diversas Ao

referixem-se a este assunto os autores empregam vaacuterias designaccedilotildees nomeadamente

actividades praacuteticas trabalho praacutetico trabalho laboratorial e trabalho experimental (Santos

2002) Tal como nos esclarece Hodson (1988 1994 2001) o trabalho praacutetico compreende

qualquer actividade que envolva equipamento cientiacutefico quer seja realizado em sala de aula

no Laboratoacuterio ou no campo Contudo clarifica que nem todo o trabalho praacutetico eacute trabalho

laboratorial e por sua vez nem todo o trabalho laboratorial eacute trabalho experimental O autor

explica-nos ainda que a denominaccedilatildeo de Trabalho de Laboratoacuterio eacute mais frequentemente

usada na Ameacuterica do Norte por sua vez Trabalho Praacutetico eacute sobretudo usada na Europa e na

As ia-Austral

30

Com base em trabalhos de Hodson a que j aacute nos referimos Leite (2001) explicita

tambeacutem estas trecircs designaccedilotildees Assim esclarece trabalho praacutetico designa o conjunto das

actividades nas quais o aluno estaacute envolvido activamente e que envolvam equipamento

cientiacutefico independentemente de ser realizado na sala de aula no Laboratoacuterio ou no campo

Por sua vez o trabalho laboratorial eacute aquele que eacute realizado no Laboratoacuterio fazendo uso do

equipamento de Laboratoacuterio Quanto ao trabalho experimental inclui actividades que

envolvem controlo e manipulaccedilatildeo de variaacuteveis e que podem ser laboratoriais (Leite 2001

p80)

Para Santos (2002) o trabalho experimental inclui-se no trabalho praacutetico podendo ou

natildeo ser laboratorial Esta autora representa esquematicamente a relaccedilatildeo entre actividades

praacuteticastrabalho praacutetico laboratorial e experimental como apresentamos na figura 1

Actividades praacuteticasTrabalho praacutetico

Trabalho laboratorial

Trabalho experimental

Figura 21 - Relaccedilatildeo entre Trabalho praacutetico laboratorial e experimental (Santos 2002 p38)

Como podemos constatar na figura 1 nem todo o trabalho praacutetico eacute trabalho de

laboratoacuterio nem todo o trabalho laboratorial eacute experimental (Santos 2002 p38) ao que

acrescentamos que nem todo o trabalho experimental eacute laboratorial uma vez que natildeo tem

necessariamente que ser realizado num Laboratoacuterio Para esta autora trabalho experimental eacute

aquele que eacute baseado na experiecircncia no acto ou efeito de experimentar ou no conhecimento

adquirido pela praacutetica (Santos 2002 p38) Tal como atraacutes referimos usaremos no nosso

31

estudo a designaccedilatildeo de Trabalho Experimental pois consideraremos principalmente

situaccedilotildeesactividades que integram a realizaccedilatildeo de experiecircncias e o controlo de variaacuteveis (em

duas das actividades propostas) e pretende-se uma aproximaccedilatildeo ao trabalho investigativo

cientiacutefico nos moldes avanccedilados pelas actuais perspectivas da Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em

Ciecircncias Quando se tratar de transcriccedilotildees deixaremos a designaccedilatildeo do proacuteprio autor

222 - Valor educativoformativo do Trabalho Experimental no Ensino das

Ciecircncias

O que parece ser consensual eacute que o trabalho experimental eacute uma actividade que

comporta importantes potencialidades educativasformativas Surgem tratadas na literatura (de

uma forma extensiva) inuacutemeras justificaccedilotildees para o uso do trabalho

praacuteticolaboratori alexp erimental

Vaacuterios satildeo os autores que descrevem as potencialidades do trabalho experimental No

entanto tal como ressalva Leite (2001) eacute importante clarificar que as potencialidades do

trabalho experimental satildeo diferentes dos objectivos alcanccedilados com tais actividades

Organizaacutemos no quadro 26 algumas das potencialidadesfmalidades apresentadas por

diferentes autores como argumentos para a utilizaccedilatildeo do trabalho praacuteticotrabalho laboratorial

e trabalho experimental de acordo com a designaccedilatildeo de cada autor

32

Autor(es) Potencialidades dualidades do trabalho praacuteticotrabalho laboratorial e trabalho experimental

Lopes (1994)

0 trabalho experimenta] eacute uma actividade que necessita de ser adequada aos objectivos e aos contextos educativos a que se destina Pode desenvolver nos alunos capacidades e atitudes como sejam 1 - Resoluccedilatildeo de problemas em ciecircncia transferiacuteveis para vida quotidiana tais como definiccedilatildeo de problemas espiacuterito criativo nomeadamente a formulaccedilatildeo de hipoacuteteses observaccedilatildeo tomada de decisatildeo () espiacuterito criacutetico curiosidade responsabilidade autonomia e persistecircncia 2 - Familiarizar os alunos com as teorias natureza e metodologia da ciecircncia e ainda a inter-relaccedilatildeo CiecircnciacuteaTecnologiacuteaSociedade 3 - Levantar concepccedilotildees alternativas do aluno e promover o conflito cognitivo com vista agrave sua mudanccedila conceptual 4 - Desenvolver no aluno o gosto pela ciecircncia em geral e pela disciplina eou conteuacutedos em particular 5 - Desenvolver no aluno capacidades psicomotoras com vista agrave eficaacutecia de execuccedilatildeo e rigor teacutecnico nas actividades realizadas 6 - Promover no aluno atitudes de seguranccedila na execuccedilatildeo de actividades de risco transferiacuteveis para a vida quotidiana 7 - Promover o conhecimento do aluno sobre material existente no laboratoacuterio e associaacute-lo agraves suas funccedilotildees 8 - Proporcionar ao aluno a vivecircncia de factos e fenoacutemenos naturais 9 - Consciencializar o aluno para intervir esclarecidamente na resoluccedilatildeo de problemas ecoloacutegicosambientais 10 - Promover a sociabilizaccedilatildeo do aluno (participaccedilatildeo comunicaccedilatildeo cooperaccedilatildeo respeito entre outras) com vista agrave sua integraccedilatildeo social (Lopes 1994 p49)

Guimas de Almeida (1995)

O trabalho experimental enquanto actividade de resoluccedilatildeo de problemas poderaacute desempenhar um papel ftmdamental na educaccedilatildeo em ciecircncia 1) como um fim em si mesmo ao desenvolver capacidades de resoluccedilatildeo de problemas e de investigaccedilatildeo 2) como um meio de ajudar os alunos a construir significado - laquomaking senseraquo - dos conceitos teoacutericos fundamental com vista agrave maturaccedilatildeo da educaccedilatildeo cientifica 3) como um meio de propiciar a compreensatildeo da natureza do trabalho cientiacutefico e de favorecer o desenvolvimento de capacidades e talentos diversos de ordem cognitiva e afectiva (Guimas de Almeida 1995 p 119)

Hodson (1996)

O trabalho praacutetico na educaccedilatildeo em Ciecircncias deve ser reconceptualizado atraveacutes da prossecuccedilatildeo das seguintes finalidades - Aprender Ciecircncias - ao niacutevel do coruumliecimento conceptual e teoacuterico - Aprender sobre Ciecircncias - diz respeito ao desenvolver uma compreensatildeo da natureza da Ciecircncia e dos seus meacutetodos bem como uma consciecircncia das complexas relaccedilotildees Ciecircncia-Tecnologia-Sociedade-Ambiente (CTSA) - Aprender a fazer Ciecircncia - corresponde ao desenvolver competecircncias da investigaccedilatildeo cientiacutefica e da resoluccedilatildeo de problemas

Wellington (2000)

Diferentes tipos de trabalho praacutetico servem diferentes finalidades que agrupa em quatro tipos 1 - Para desenvolver competecircncias teacutecnicas praacuteticas procedimentos taacutecticas estrateacutegias de investigaccedilatildeo trabalhar com os outros comunicar resolver problemas 2 - Para iluminarilustrar (conhecimento emprimeira-matildeo) um evento um fenoacutemeno um conceito uma lei um principio uma teoria

33

Santos e Oliveira (2003)

3 - Para motivarestimular entreter estimular a curiosidade desenvolver atitudes desenvolver interesse fascinar 4 - Para desafiacutearconfrontar por exemplo laquoE seraquo Predizer-Observar-Explicar laquoPorquecircraquo (Wellington 2000 pi49)

O trabalho experimental de investigaccedilatildeo permite - O desenvolvimento de competecircncias

bull Cientiacuteficas de investigaccedilatildeo tais como - Desenvolvimento do pensamento da resoluccedilatildeo de problemas ( ) aprendizagem da Ciecircncia nos seus distintos componentes aprender a investigar compreender a natureza da actividade cientiacutefica e compreender os conteuacutedos cientiacuteficos () aprenderem a questionar-se a si proacuteprios e a tudo o que os rodeia (Santos e Oliveira 2003 p61) - Conhecer o funcionamento da Ciecircncia (Santos e Oliveira 2003 P-62) - Ajudar na resoluccedilatildeo de problemas (Santos e Oliveira 2003 p62) - Desenvolver o pensamento (Santos e Oliveira 2003 p63) - Aprender conteuacutedos (Santos e Oliveira 2003 p63) - Treino para o ensino superior e carreira profiacutessional fu tura (Santos e Oliveira 2003 p64)

bull Desenvolvimento de competecircncias transversais tais como comunicaccedilatildeo argumentaccedilatildeo autonomia responsabilidade aprender a trabalhar em grupo autoconfianccedila espiacuterito de iniciativa imaginaccedilatildeo e criatividade (Santos e Oliveira 2003)

- Potencialidades motivarestimular e desafiarconfrontar (Santos e Oliveira 2003)

Quadro 26 - Potencialidadesfinalidades do trabalho praacuteticotrabalho laboratorial e trabalho

experimental

N o e s tudo q u e r ea l i zou G u i m a s d e A l m e i d a ( 1 9 9 5 p 76 ) e x p l i c a - n o s q u e o t r a b a l h o

e x p e r i m e n t a l t e m a s s u m i d o ao l ongo d o s t e m p o s vaacute r i a s m o d a l i d a d e s d e s d e d e m o n s t r a ccedil otilde e s

v e r i f i c a ccedil otilde e s a i nves t i gaccedilotildees q u e c o r r e s p o n d e m a c o n c e p ccedil otilde e s d ive r sa s d e t r a b a l h o

e x p e r i m e n t a l e agraves qua i s s atilde o a s s o c i a d a s d i f e r e n t e s f u n ccedil otilde e s e o b j e c t i v o s T a l v e z p o r isso p a r a

esta au tora n e m tudo a q u i l o q u e g e n e r i c a m e n t e se d e s i g n a p o r t r a b a l h o e x p e r i m e n t a l ou p o r

t r aba lho p raacute t i co p o d e se r c o n s i d e r a d o u m fac to r d e t e r m i n a n t e na c o m p r e e n s atilde o da n a t u r e z a d a

c i ecircnc i a e d o t r aba lho d o s c i e n t i s t a s ( O p cit p 76) T a m b eacute m M i g u eacute n s e Ser ra ( 2 0 0 0 p 5 5 6 )

a s s i n a l a m q u e sob a d e s i g n a ccedil atilde o d e t r a b a l h o p raacute t i co se r e a l i z a m d i f e r e n t e s m o d a l i d a d e s c o m o

se j am i lus t raccedilotildees d e m o n s t r a ccedil otilde e s e x p l o r a ccedil otilde e s i nves t i gaccedilotildees q u e p o s s u e m ca rac t e r i s t i ca s

34

proacuteprias tecircm diferentes finalidades e consequentemente proporcionam diferentes

aprendizagens

223 - O Trabalho Experimental encarado sob diferentes perspectivas de

ensino

Em Paixatildeo (1998 p35) encontramos a seguinte referecircncia de uma ou de outra forma

nunca se desligou o Trabalho Experimental do ensino das Ciecircncias no entanto ao longo do

tempo e de acordo com diferentes quadros teoacutericos o modo de olhar o TE tem evoluiacutedo

Assim e intrinsecamente relacionado com a concepccedilatildeo de Ciecircncia e de Ensino da Ciecircncia

vigente o TE eacute encarado de diferentes formas Dominado por uma perspectiva de Ensino por

Transmissatildeo (EPT) o trabalho experimental surgia centrado nos conteuacutedos numa loacutegica de

instruccedilatildeo - a aquisiccedilatildeo de conceitos era a meta Nesta perspectiva o trabalho experimental era

do tipo ilustrativo demonstrativo e de sentido verificatoacuterio ou quando muito confirmatoacuterio

preparado para os alunos observarem com atenccedilatildeo e fazerem registos que lhes satildeo solicitados

para fazerem (Cachapuz Praia e Jorge 2000 p9) Como eacute argumentado por Paixatildeo (1998)

as demonstraccedilotildees ilustrativas tiveram um papel privilegiado com funccedilatildeo de suporte e

confirmaccedilatildeo da teoria ensinada em primeiro lugar

Por volta dos anos 6070 impulsionado pela premecircncia de formar cientistas surge no

ensino das Ciecircncias um movimento caracterizado por aspectos behavioristas da aprendizagem

assentando na convicccedilatildeo de que o aluno aprende sozinho conteuacutedos cientiacuteficos partindo da

observaccedilatildeo Dominava assim uma perspectiva de Ensino por Descoberta (EPD) (Cachapuz

Praia e Jorge 2000) a qual valorizava a utilizaccedilatildeo de um suposto meacutetodo cientiacutefico como

forma de chegar indutivamente ao conhecimento cientiacutefico considerado como acabado

35

objectivo inquestionaacutevel e passiacutevel de ser aprendido por acumulaccedilatildeo de parcelas de verdade

(Paixatildeo (1999 p 19) Entre estas duas perspectivas a principal diferenccedila consiste na ecircnfase nos

conteuacutedos - EPT - e na valorizaccedilatildeo dos processos - EPD (Paixatildeo 1998 1999 Cachapuz

Praia e Jorge 2000) tratando-se esta uacuteltima de uma perspectiva empirista e indutivista pois

considera-se que todo o conhecimento humano deriva da observaccedilatildeo e da experiecircncia (uacutenica

fonte de conhecimentos) e a construccedilatildeo do conhecimento em Ciecircncia segue um processo

linear caminhando do particular para o geral da observaccedilatildeo para a teoria

Impulsionado por movimentos construtivistas da aprendizagem seguiu-se um periodo

de reconceptualizaccedilatildeo e revalorizaccedilatildeo do Trabalho Experimental (Hodson 1992 Paixatildeo

1998) Surgiram entatildeo no ensino das Ciecircncias e em particular no Trabalho Experimental

novos matizes que passaram a considerar entre outros aspectos o erro como parte na

construccedilatildeo do conhecimento e que passou a ser valorizado e o conhecimento cientiacutefico

assumido como problemaacutetico e conjectural (Paixatildeo 1999) As ideias dos alunos preacutevias ao

conhecimento formal - concepccedilotildees alternativas - passaram a ser o ponto de partida para uma

aprendizagem que atraveacutes do conflito cognitivo promove a mudanccedila conceptual Falamos de

uma Perspectiva de Ensino por Mudanccedila Conceptual - EMC Nesta perspectiva o trabalho

experimental pode ser um precioso auxiliar na medida em que orientado pelo professor

permite aos alunos fazerem previsotildees acerca do que ( ) esperam encontrar ( ) diaacutelogo

entre si e em relaccedilatildeo agraves interpretaccedilotildees e conclusotildees a que importa chegar Estamos assim

longe do sentido verificatoacuterio ou meramente confirmatoacuterio do trabalho experimental

(Cachapuz Praia e Jorge 2000 p33)

Apoiados na investigaccedilatildeo didaacutectica que tecircm desenvolvido aqueles autores apresentam-

nos uma nova visatildeo para o ensino das Ciecircncias - a Perspectiva de Ensino por Pesquisa (EPP)

- que se caracteriza por defender uma educaccedilatildeo cientiacutefica que jaacute natildeo eacute soacute em Ciecircncia mas

36

t a m b eacute m a t r a v eacute s d a C i ecirc n c i a e s o b r e C iecircnc ia p r o m o t o r a de cu l tu ras c ient i f icas m a i s

h u m a n i z a d a ( ) n u m m u n d o t ecno loacuteg ico avanccedilado p o r eacute m q u e q u e r e m o s a l fabe t i zado

c i e n t i f i c a m e n t e (Op cit p 46) N e s t a pe r spec t iva o t raba lho e x p e r i m e n t a l su rge c o m o u m a

ac t iv idade aberta n a qual o s resu l tados n atilde o s atilde o oacute b v i o s n e m f a l a m p o r si pe lo contraacuter io s atilde o

ge rado re s de d iscussatildeo q u e assenta e m q u a d r o s teoacuter icos conhec idos v ivecircnc ias pessoais e

c r u z a m e n t o c o m expe r i ecircnc ia s do quo t id iano

P a r a u m a m e l h o r le i tura do q u e ateacute a q u i se d isse ace rca d a s pe r spec t i va s de ens ino

s i s t ema t i zaacutemos no q u a d r o 2 7 a v isatildeo d o T r a b a l h o Expe r imen ta l e m c a d a u m a d a s perspec t ivas

re fe r idas - E P T E P D E M C e EPP adap t ado d e Cachapuz P ra ia e Jo rge (2000)

Perspectiva de Ensuumlio Visatildeo do Trabalho Experimental

Ensino por Transmissatildeo (EPT)

Aprendizagem centrada na instruccedilatildeo de conteuacutedos

bull O conhecimento eacute transmitido aos alunos que o memorizam bull O conhecimento cientiacutefico eacute cumulativo acabado e inquestionaacutevel bull O trabalho experimental tem uma funccedilatildeo ilustrativa demonstrativa e de

sentido verificatoacuterio ou confirmatoacuterio de alguma teoria aprendida previamente

Ensino por Descoberta (EPD)

Aprendizagem centrada na compreensatildeo de processos cientiacuteficos

bull Satildeo os TE radicados no fenomenoloacutegico que levam agrave descoberta de factos novos e eacute a interpretaccedilatildeo de tais factos que conduz de forma natural e espontacircnea agrave descoberta de ideias das mais simples agraves mais elaboradas

bull Natildeo haacute preocupaccedilatildeo com o que os alunos jaacute sabem (ignorado o saber quotiacutediano dos alunos)

bull Natildeo satildeo tidos em conta quadros de referecircncia teoacutericos bull O TE eacute nesta perspectiva um instrumento privilegiado bull Aplicaccedilatildeo do Meacutetodo Cientiacutefico (na convicccedilatildeo e crenccedila de que o aluno eacute

capaz de chegar agraves ideias a partir dos factos com os factos e atraveacutes dos factos que se lhe oferecem gratuitamente)

bull A experiecircncia pela experiecircncia feita sistematicamente bull O Meacutetodo Cientiacutefico surge como um exerciacutecio mecacircnico e independente do

conteuacutedo e do contexto a que o TE se refere bull Existe um protocolo que seguido sistemadcamente daacute a seguranccedila ao aluno

do que estaacute a realizar bull O sentido e sobretudo o significado com que o aluno segue os passos do

protocolo e para que o faz natildeo satildeo claros bull Satildeo valorizados os resultados esperados (previsiacuteveis) bull O erro deve ser evitado (ao aluno basta seguir atentamente as instruccedilotildees do

37

Ensino por Mudanccedila Conceptua]

(EMC)

professor e os resultados surgem sem questionamento)

Aprendizagem como (re)construccedilatildeo de conceitos Satildeo tidas em conta as construccedilotildeesrepresentaccedilotildees preacutevias dos alunos O erro passa a ser constitutivo da situaccedilatildeo didaacutectica eacute necessaacuterio errar reconhecer o porquecirc do erro o seu significado para ultrapassar a situaccedilatildeo -o erro como uma alavanca de progresso O TE como (3deg) instrumento de mudanccedila conceptual E uma forma de encontrar contra-exemplos capazes de gerar insatisfaccedilatildeocontradiccedilatildeo entre as suas expectativas (baseadas nas suas CAs) e as observaccedilotildees eou experimentaccedilotildees efectuadas pelos alunos O TE permite a discussatildeo e a controveacutersia entre os alunos Os alunos fazem previsotildees acercam do que esperam encontrar e justificaccedilotildees das afirmaccedilotildees que fazem - base do diaacutelogo entre os alunos e em relaccedilatildeo agraves interpretaccedilotildees e conclusotildees a que importa chegar (nesta perspectiva o TE estaacute longe das funccedilotildees meramente de verificaccedilatildeo ou confirmaccedilatildeo)

Ensino por Pesquisa (EPP)

Aprendizagem como actividade Lnvestigativa de (re)construccedilatildeo de conceitos competecircncias atitudes e valores Instrumento primordial meio privilegiado TE como uma actividade aberta em que os dados obtidos experimentalmente satildeo o moacutebil para a discussatildeo Os dados natildeo satildeo oacutebvios nem os resultados falam por si - satildeo interpretados agrave luz de quadros teoacutericos conhecidos vivecircncias e cruzamentos com experiecircncias do quotidiano Os resultados podem ajudar agrave resoluccedilatildeo do problema mas natildeo satildeo a soluccedilatildeo do problema

Quadro 27 - Caracteriacutesticas do Trabalho Experimental encarado sob diferentes perspectivas de ensino

(Cachapuz Praia e Jorge 2000)

P e n s a r o t r aba lho expe r imen ta l c o m o u m a inves t igaccedilatildeo eacute pensa r u m a ac t iv idade q u e

con fe re aos a lunos g r a n d e a u t o n o m i a (San tos e Ol ive i ra 2003) E n c a r a d o sob es ta pe r spec t iva

o t rabalho expe r imen ta l eacute u m a tarefa e m q u e o s a lunos r e c o n h e c e m o p r o b l e m a era es tudo

c o m o u m p r o b l e m a real m a s natildeo soacute O t raba lho expe r imen ta l const i tu i u m ins t rumen to

pr iv i legiado e m que c o m o re fe rem C a c h a p u z P ra ia e Jo rge (2000) a t raveacutes de ac t iv idades

mais aber tas e q u e s u r g e m a part i r de p r o b l e m a s c o m q u e os a lunos se d e b a t e m se t e n t a m

encont rar ( r e ) so luccedilotildees p a r a esses p rob l emas rea i s N a perspec t iva de Hofs t e in e L u n e t t a

38

(2004) os alunos constroem as suas ideias e compreensatildeo do real a partir das suas

experiecircncias pessoais pelo que eacute cada vez mais uma ideia emergente que a aprendizagem eacute

contextualizada e que como tal os alunos constroem o seu conhecimento resolvendo

problemas autecircnticos e cora sentido Tambeacutem Hodson (1992) refere que aos alunos devem ser

dadas oportunidades de conduzir investigaccedilotildees e resolver problemas que de facto lhes

interessem

Na perspectiva de Ensino Por Pesquisa (Cachapuz Praia e Jorge 2000) com a qual

nos identificamos o Trabalho Experimental surge como uma estrateacutegia um instrumento

atraveacutes do qual se abordam situaccedilOtildees-problema do quotidiano dos alunos e que comporta um

elevado valor educativoformativo

244 - Trabalho Experimental actividade privilegiada na abordagem de

situaccedilotildees-problema do quotidiano

O trabalho experimental considerado como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas

tem vindo a ser notado como uma estrateacutegia facilitadora da aprendizagem das Ciecircncias e ao

mesmo tempo encarado como uma forma de desenvolvimento pessoal e social dos alunos

tendo o professor um papel de orientador (por exemplo Hodson 1992 Lopes 1994 Guimas

de Almeida 1995 Cachapuz Praia e Jorge 2000 Wellington 2000 Santos 2002 Santos e

Oliveira 2003 Hostein e Lunetta 2004)

Contudo a relevacircncia dada hoje em dia a actividades como o trabalho experimental e

a resoluccedilatildeo de problemas reside igualmente nas necessidades de formaccedilatildeo da proacutepria

sociedade (o colectivo humano) e por esse motivo tem para o professor exigecircncias e

preocupaccedilotildees de caraacutecter pedagoacutegico didaacutectico e tambeacutem epistemoloacutegico Estas uacuteltimas

preocupaccedilotildees relacionam-se com a importacircncia de os cidadatildeos saberem mais sobre

39

ciecircncia ou seja saberem algo sobre a natureza da Ciecircncia e dos seus muacuteltiplos processos de

produccedilatildeo De acordo com Hofstein e Lunetta (2004 p46) pesquisas recentes mostraram que

o trabalho experimental pode ajudar os estudantes a desenvolver ideias sobre a natureza da

comunidade cientiacutefica e sobre a natureza da Ciecircncia Por outro lado as preocupaccedilotildees de

caraacutecter epistemoloacutegico relacionam-se com o facto de tal como refere Praia (1995 p33)

diversos investigadores terem salientado a urgecircncia dos professores (re)estruturarem as suas

concepccedilotildees sobre Ciecircncia abandonando tendecircncias empiristas e indutivistas redutoras

Muitas vezes existe um desfasamento entre os objectivos que se pretendera alcanccedilar o

tipo de actividades sugeridas e a forma como estas satildeo orientadas Numa anaacutelise efectuada por

Lunetta e Tamir cit Reis (1996) muitas vezes os alunos realizam actividades tipo receita

sendo-lhes dadas poucas oportunidades para levantar hipoacuteteses executar experiecircncias por eles

planeadas ou discutir possiacuteveis erros experimentais Na verdade como alertam Hofstein e

Lunetta (2004 p32) os alunos tecircm poucas oportunidades para actividades metacognitivas

uma vez que estatildeo normaknente e como antes dissemos envolvidos com pormenores teacutecnicos

- centrados no processo natildeo havendo oportunidade para expressarem as suas interpretaccedilotildees e

percepccedilotildees sobre a pesquisa Este tipo de situaccedilatildeo cria uma discrepacircncia entre objectivos e

praacutetica Deste modo concordamos com Hodson (1990) quando afirma que o trabalho praacutetico

que se realiza hoje em muitas escolas proporciona apenas um pouco do seu real valor

educativo

Tal como atraacutes referimos numa perspectiva de ensino por transmissatildeo (EPT) a ecircnfase

reside nos conteuacutedos da Ciecircncia por sua vez numa perspectiva de ensino por descoberta

(EPD) haacute uma valorizaccedilatildeo dos processos Quer numa conjuntura quer noutra conteuacutedos e

processos surgem desencontrados isto eacute ora se valorizam mais os factos as teorias ora se

enfatizam as observaccedilotildees mediccedilotildees Tal como advogam por exemplo Wellington (2000)

40

Paixatildeo (2001a) e Hofstein e Lunetta (2004) o Trabalho Experimental deve encontrar um

equiliacutebrio entre estas duas vertentes - processos e conteuacutedos Para Hofstein e Lunetta (2004

p32) eacute essencial dar oportunidades aos alunos que os levem a colocar questotildees sugerir

hipoacuteteses e delinear investigaccedilotildees - minds-on assim como hands-on dando-lhes

oportunidade para interagir e reflectir sobre o trabalho que estatildeo a realizar Tambeacutem

Wellington (2000) defende que os conteuacutedos de Ciecircncias devem seguir a par com os

processos

De facto e tal como encontramos em Paixatildeo (2001 p6) no trabalho experimental

conduzido em moldes inovadores processa-se uma interacccedilatildeo constante entre o pensamento e

a acccedilatildeo em que as capacidades processuais satildeo uma parte essencial e crucial do

desenvolvimento da compreensatildeo dos alunos

Deste modo consideramos que ao realizar trabalho experimental se deve ter em conta

que os temas em estudo podem e devem ser relacionados com a vida quotidiana dos alunos-

(futuros)-cidadatildeos Paixatildeo (2001) sugere o seguinte desenvolvimento para o Trabalho

Experimental

1 Apresentaccedilatildeo de problema social e tecnologicamente relevante de

fenoacutemenos ou questotildees que possam interessar os alunos

2 Respostas provisoacuterias e previsotildees

3 Estudo histoacuterico com introduccedilatildeo da ideia cientiacutefica

4 Planeamento e realizaccedilatildeo de testes (experimentais por exemplo)

5 Confronto de ideias ampliaccedilatildeo das ideias para diferentes contextos actuais e

avaliaccedilatildeo (p8)

Tal como encontramos em Hofstein e Lunetta (2004) usado adequadamente o

trabalho experimental assume especial importacircncia nos tempos que correm De acordo com

estes autores o trabalho experimental realizado como uma investigaccedilatildeo envolve etapas como

41

a observaccedilatildeo o questionamento a pesquisa em vaacuterias fontes planificar a investigaccedilatildeo

recolher e interpretar dados propor hipoacuteteses fazer previsotildees e comunicar os resultados Para

aleacutem destes aspectos encarado desta forma o trabalho experimental envolve e desenvolve o

uso de pensamento criacutetico e loacutegico

Tal como muitos dos autores ateacute aqui referenciados consideramos que o trabalho

experimental enquadrado numa perspectiva de ensino por pesquisa de cariz racionalista deve

ser capaz de proporcionar aos alunos o desenvolvimento de competecircncias capacidades

atitudes valores conhecimentos passiacuteveis de serem transferiacuteveis para situaccedilotildees e

contextos diversos da sua vida quotidiana presente e futura

225 - O Trabalho Experimental na escola de hoje

Seguindo de novo o raciociacutenio de Guimas de Almeida (1995 p l 10) somos advertidos

que pelo facto de coexistirem diversos formatos de Trabalho Experimental parece plausiacutevel

considerar que estamos a viver um periacuteodo de crise paradigmaacutetica em que se procura proceder

a uma reconceptualizaccedilatildeo do trabalho experimental agrave luz da epistemologia construtivista De

facto tambeacutem Hodson (1996) alerta para a necessidade de reconceptualizar o Trabalho

Experimental nas trecircs dimensotildees que atraacutes referimos - aprender Ciecircncias aprender sobre

Ciecircncias e Aprender a fazer Ciecircncia

Como nos diz Oliveira (1999 p43) prevalecem certos mitos sobre a Ciecircncia

nomeadamente que a observaccedilatildeo fornece directo acesso ao conhecimento a Ciecircncia comeccedila

pela observaccedilatildeo e processa-se por induccedilatildeo De facto muitas vezes o trabalho experimental eacute

planeado para chegar a um resultado predeterminado a partir das orientaccedilotildees do professor

42

partindo sem qualquer consideraccedilatildeo teoacuterica e sem serem envolvidos na planificaccedilatildeo da

actividade (Hodson 1992 Lopes 1994 Martins e Veiga 1999 Oliveira 1999)

Diversos autores advertem que muitas vezes o formato de trabalho experimental usado

eacute aquele em que os alunos seguem escrupulosamente o protocolo como se de um livro de

receitas se tratasse (por exemplo Hodson e Reid 1988 Guimas de Almeida 1995 Reis

1996 Martins e Veiga 1999 Oliveira 1999 Migueacutens e Serra 2000 Leite 2001 Hostein e

Lunetta 2004 ) consumindo o tempo do Trabalho Experimental em tarefas tais como ler

valores de temperatura efectuar registos Como nos dizem Martins e Veiga (1999) esse

tempo seria melhor rentabilizado se os alunos pudessem previamente reflectir sobre aquilo

que se espera que venha a suceder Sempre que possiacutevel os estudantes deveriam descrever

essas previsotildees por escrito assim como as condiccedilotildees em que poderiam ocorrer determinadas

situaccedilotildees (pl9)

No seu estudo Lopes (1994) daacute-nos conta de uma seacuterie de factores que podem estar na

base do insucesso de uma actividade de Trabalho Experimental e que satildeo

1 - Os exerciacutecios praacuteticos satildeo feitos sem qualquer base teoacuterica 2 - Pretende-se que o concreto se tome abstracto 3 - 0 trabalho laboratorial de manuseamento eacute muito extenso (ocupa muito tempo da aula) o que leva a um tempo de contacto passageiro com o conteuacutedo em causa 4 - Muitas vezes o conteuacutedo eacute fomecido pelo professor deixando pouco espaccedilo para o aluno construir o seu significado pessoal 5 - 0 trabalho laboratorial eacute visto como um meio de obtenccedilatildeo de informaccedilatildeo ou dados meramente factuais 6 - Os alunos natildeo satildeo envolvidos no projecto e na planificaccedilatildeo das investigaccedilotildees experimentais (eacute o professor que o faz) o que se traduz num trabalho com pouca utilidade do ponto de vista pedagoacutegico 7 - Os alunos natildeo soacute natildeo possuem a teoria necessaacuteria e apropriada para a compreensatildeo do que executam como podem possuir outra teoria diferente Assim vatildeo proceder aacutes observaccedilotildees no siacutetio errado e interpretaacute-las de forma incorrecta 8 - Existem experiecircncias que apenas servem para distrair os alunos dos conceitos teoacutericos importantes envolvidos e para inibir o seu pensamento criativo (p31)

43

Na opiniatildeo de vaacuterios autores os professores tecircm uma visatildeo limitada das possibilidades

educativas do Trabalho Experimental De facto como advertem Hodson (1990 2001)

Wellington (1998) e Hofstein e Lunetta (2004) nem todo o trabalho experimental realizado

nas escolas dos nossos dias eacute produtivo Muito pelo contraacuterio Como afirma Hodson (1990

p33) o trabalho praacutetico que se realiza hoje em muitas escolas eacute incompreendido confuso e

improdutivo Pese embora serem (mais ou menos) consensuais as potencialidades do trabalho

experimental facilmente estas podem ser suprimidas contornadas ou mesmo pervertidas

pelo que Hodson (2001) adverte que existe uma impensada eou pouco explorada utilizaccedilatildeo do

trabalho experimental Pelos motivos apontados ateacute aqui ganha especial destaque a afirmaccedilatildeo

de Hodson (Op cit p4) It seems that practical work does not always produce the learning

we seek The best that can be said is that some teachers use it successfully whit some students

to achieve some of their goals

Segundo as investigaccedilotildees tecircm mostrado o Trabalho Experimental comporta um

elevado potencial educativoformativo se se souber tirar partido de um tipo de actividade

como esta Como encontramos em Leite (2001) ainda que os argumentos cognitivos e os

argumentos das capacidades (Wellington 1998) possam faciknente ser postos em causa

quanto aos argumentos afectivos salientamos o seguinte ningueacutem contesta que os alunos

gostam das actividades laboratoriais e gostam tanto mais quanto mais espectaculares elas

forem Leite (2001 p87) No entanto mesmo que todas as actividades laboratoriais

possuiacutessem uma espectacularidade capaz de seduzir todos os alunos tal natildeo significaria que

estes compreendessem o que observavam (Leite 2001)

O Trabalho Experimental considerado como uma investigaccedilatildeo atraveacutes da resoluccedilatildeo de

problemas pressupotildee a utilizaccedilatildeo das capacidades estrateacutegicas da ciecircncia desde fazer

previsotildees ou formular hipoacuteteses inferir conceber planos experimentais interpretar resultados

44

num determinado quadro conceptual com vista agrave resoluccedilatildeo de um problema (Paixatildeo 2001a

p6) A observaccedilatildeo tem tambeacutem um papel importante contudo natildeo poderaacute ser o ponto de

partida Isto eacute contesta-se hoje que ( ) a observaccedilatildeo de factos cientiacuteficos decirc em si mesma

significado ao estabelecimento de interpretaccedilotildees ou mesmo de teorias ignorando o estatuto

epistemoloacutegico da hipoacutetese Martins e Veiga (1999 p57) Deste ponto de vista que eacute tambeacutem

o nosso natildeo se pretende menosprezar o papel da observaccedilatildeo no entanto voltamos ao

raciociacutenio de Martins e Veiga (1999 p58) quando afirmam que a observaccedilatildeo para ter

significado e valor deveraacute inserir-se num quadro de conhecimentos anteriores e ser orientada

por hipoacuteteses

Tal como mostraram os resultados de algumas investigaccedilotildees em Portugal (por

exemplo Valente 1999) ateacute 1999 o Trabalho Experimental ainda era pouco usado nas nossas

escolas nesta perspectiva Todavia depois da revisatildeo curricular do Ensino Baacutesico em 2001

foi reforccedilada a ecircnfase dada ao trabalho experimental que passou a ter cariz de obrigatoacuterio

como se pode ler no actual Curriculo Nacional do Ensino Baacutesico Para os conhecimentos

cientiacuteficos serem compreendidos pelos alunos () considera-se fundamental () realizar

actividade experimental e ter oportunidade de usar diferentes instrumentos de observaccedilatildeo e

medida (DEB 2001 p l31)

Com a reorganizaccedilatildeo curricular do Ensino Baacutesico uma das directivasorientaccedilotildees

aponta precisamente no sentido de que a actividade experimental deve ser planeada com os

alunos decorrendo de problemas que se pretendem investigar e natildeo constituem a simples

aplicaccedilatildeo de um receituaacuterio () Deve haver lugar a formulaccedilatildeo de hipoacuteteses e previsatildeo de

resultados observaccedilatildeo e explicaccedilatildeo (DEB 2001 p131-132) Nesta perspectiva a

intervenccedilatildeo do professor teraacute que ser muito bem planeada e intencional por forma a

sistematizar o conhecimento e proporcionar aos alunos as actividades desejadas

45

Mais recentemente estaacute a iniciar-se em Portugal a implementaccedilatildeo do Programa de

Generalizaccedilatildeo do Ensino Experimental das Ciecircncias no 1deg Ciclo do Ensino Baacutesico que tem

como principal argumento

O recurso a metodologias de ensino baseadas na experimentaccedilatildeo e na investigaccedilatildeo constitui um meio eficaz para a promoccedilatildeo da literacia cientiacutefica nomeadamente para desenvolver a confianccedila dos alunos para lidarem com as questotildees cientiacuteficas e tecnoloacutegicas do quotidiano bem como para aumentar a apetecircncia dos jovens pela escolha de carreiras relacionadas com a Ciecircncia e a Tecnologia (ME 2006 p 10)

46

23 - As Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

231 - A Educaccedilatildeo e a Sociedade das TIC

A educaccedilatildeo numa perspectiva cultural deveraacute ter como propoacutesito a compreensatildeo da sociedade do seu tempo () O conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico eacuteparte integj-ante da cultura contemporacircnea e por isso seraacute sempre uma ferramenta indispensaacutevel para o reforccedilo do papel social argumentativo e reivindicativo das populaccedilotildees

Martins 2006 p27

Num tempo e sociedade em que as Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo estatildeo

presentes em (quase) todas as aacutereas de intervenccedilatildeo humana a educaccedilatildeo natildeo eacute excepccedilatildeo Como

consequecircncia as formas tradicionais de ensinar e aprender satildeo (comeccedilam a ser) tambeacutem

alteradas

De acordo com Beltraacuten (2006) a sociedade contemporacircnea caracteriza-se por ter como

principal recurso a informaccedilatildeo que pode apresentar-se sob diversas formas e estar presente em

dois locais simultaneamente Com este autor podemos distinguir quatro tipos de sociedade

que emergem a partir desse mesmo recurso - a informaccedilatildeo - designadamente a sociedade da

informaccedilatildeo a sociedade do conhecimento a sociedade da aprendizagem e a sociedade da

inteUgecircncia Apresentamos no quadro 28 as principais caracteriacutesticas de cada uma delas

47

Sociedade emergente Caracteriacutesticas

Sociedade da Informaccedilatildeo

Nesta sociedade destacam-se as redes de comunicaccedilatildeo baratas abertas e globais e os bancos de dados massivos e continuamente actualizados (p24)

Sociedade do Conhecimento

Na sociedade do conhecimento acentua-se o valor dos dados elaborados integrados em estruturas de sentido assim como a forccedila do conhecimento como gerador de novos conhecimentos e sobretudo como realidade dinamogeacutenica capaz de criar mudar e transformar a realidade (p24-25)

Sociedade da Aprendizagem

No que diz respeito agrave sociedade da aprendizagem esta estaacute um passo agrave frente pois a ecircnfase segundo o autor eacute colocada num sistema cultural no qual os indiviacuteduos para sobreviver devem aprender ao logo de toda a vida (p25) Numa sociedade deste tipo os alunos satildeo responsaacuteveis pelo seu progresso e competecircncia pessoal para aleacutem disso saber partilhar os valores e o espirito de empreendimento tem um valor igual ao dos conhecimentos teoacutericos e a aprendizagem converte-se num compromisso de toda a comunidade (p25)

Sociedade da Inteligecircncia

Por fim a sociedade da inteligecircncia enfatiza a ideia de inteligecircncia distribuiacuteda e compartilhada jaacute que os grupos como sistemas de comunicaccedilatildeo aumentam ou diminuem a capacidade dos indiviacuteduos para resolver problemas ou alcanccedilar maiores niacuteveis de bem-estar Com a explosatildeo tecnoloacutegica a mesma inteligecircncia humana eacute potenciada e converte-se numa inteligecircncia ampliada ou assistida (P-25)

Quadro 28 - Sociedade da informaccedilatildeo sociedade do conhecimento sociedade da aprendizagem e

sociedade da inteligecircncia principais caracteriacutesticas (Beltraacuten 2006)

S u b j a c e n t e agrave s s o c i e d a d e s d o c o n h e c i m e n t o d a a p r e n d i z a g e m e d a i n t e l i gecircnc i a e s t aacute a

ide ia d e l i t e rac ia t e c n o l oacute g i c a a qua l s e g u n d o C a r n e i r o ( 2 0 0 1 p l l ) se f o r a s s o c i a d a agrave s

c o m p e t ecirc n c i a s b aacute s i c a s m a i s t r a d i c i o n a i s - eacute a i n d a a p o l iacute t i c a m a i s s e g u r a a s egu i r p e r a n t e o

e spec t ro d e u m m u n d o d e s i g u a l d i v i d i d o e n t r e d i g i t a l m e n t e a p t o s e i n a p t o s

D e a c o r d o c o m M i r a n d a ( 2 0 0 6 p 85 ) o c o n c e i t o d e l i t e r ac i a t e c n o l oacute g i c a e n g l o b a

e s s e n c i a l m e n t e t r ecircs d i m e n s otilde e s c o n h e c i m e n t o s e c o m p e t ecirc n c i a s s o b r e t e c n o l o g i a

c o m p u t a c i o n a l ( ) a t i t u d e s p o s i t i v a s f a c e a e s t a t e c n o l o g i a e ( ) t e r c o n f i a n ccedil a p a r a u s a r o s

c o m p u t a d o r e s s e m g r a n d e a n s i e d a d e m o t i v o p e l o q u a l r e f e r e q u e o o b j e c t i v o p r i m e i r o d a

l i teracia c o m p u t a c i o n a l d e v e r i a se r a p o i a r o s a l u n o s a in i c i a r o u m e l h o r a r a s s u a s

c o m p e t ecirc n c i a s e c o n h e c i m e n t o s n e s t a aacute rea d e s e n v o l v e r a t i t u d e s p o s i t i v a s f a ce a o s

48

computadores e agrave Internet e diminuir a ansiedade em relaccedilatildeo ao seu uso e aprendizagem

(p85)

O conceito de literacia tecnoloacutegica conduz-nos a um outro seu oposto - a info-

exclusatildeo A este respeito Castells (2004 p299) diz-nos que por um lado se existe uma

ideia partilhada sobre as consequecircncias sociais do crescente acesso agrave informaccedilatildeo eacute a de que a

educaccedilatildeo e a aprendizagem ao longo da vida constituem ferramentas essenciais para o ecircxito no

trabalho e o desenvolvimento pessoal Por outro lado diz-nos que na Era da Informaccedilatildeo a

aprendizagem baseada na Internet natildeo depende unicamente da periacutecia tecnoloacutegica (Op cit

p299) pelo que o conceito de literacia tecnoloacutegica ultrapassa largamente os aspectos teacutecnicos

reclamando sim uma educaccedilatildeoformaccedilatildeo diferente da tradicional na qual o fundamental eacute

trocar o conceito de aprender pelo de aprender a aprender (Op cit p300) Tal como

referimos no inicio deste capiacutetulo na sociedade da informaccedilatildeo e do conhecimento o

importante eacute saber integrar e aplicar o conhecimento disponiacutevel Por isso o autor fala de uma

nova aprendizagem na qual o que importa eacute possuir habilidade para procurar obter processar

e utilizar a informaccedilatildeo transformando-a em conhecimento em acccedilatildeo isto eacute uacutetil e aplicaacutevel

De facto vivemos num mundo cada vez mais tecnoloacutegico pelo que Castells (2004) eacute

peremptoacuterio ao afirmar que enquanto quiser continuar a viver em sociedade neste tempo e

neste lugar teraacute que lidar com a sociedade em rede Porque vivemos na Galaacutexia Intemet

(p325)

Na verdade o fenoacutemeno que estaacute na geacutenese de tatildeo profundas alteraccedilotildees sociais

designa-se por Globalizaccedilatildeo que Castells (2004 p318) defmiu como a palavra chave que

encerra em si a nova ordem tecnoloacutegica econoacutemica e social Em relaccedilatildeo a este fenoacutemeno

surge uma reacccedilatildeo generalizada de vozes contra Segundo este autor prevalece em muitos

cidadatildeos um sentimento de medo em relaccedilatildeo agrave nova sociedade da qual a Internet eacute um

49

siacutembolo (Op cit p318) e das implicaccedilotildees directas nas suas vidas Apesar do medo do que eacute

novo ser uma constante na tiistoacuteria da humanidade andando sempre a par com a inovaccedilatildeo

este relaciona-se com trecircs aspectos essenciais o primeiro prende-se com a liberdade no acesso

agrave Internet isto eacute embora a rede seja uma forma de comunicaccedilatildeo global e livre (Op cit

p319) que assume cada vez mais importacircncia na vida da sociedade contemporacircnea o seu

acesso eacute controlado O segundo aspecto relaciona-se com a info-exclusatildeo ou seja tal como

atraacutes referimos na nova sociedade quem natildeo estaacute ligado eacute simplesmente excluiacutedo Por

uacuteltimo surge o medo que alguns cidadatildeos sentem da mudanccedila na Era da Internet e que estaacute

tambeacutem associado ao desafio que eacute a integraccedilatildeo da capacidade de processamento da

informaccedilatildeo e geraccedilatildeo de conhecimentos em cada um de noacutes (Op cit p319) ou seja a

duacutevida pessoal acerca da capacidade de aprender ao longo da vida

232 - Utilizaccedilatildeo das TIC em contexto educativo implicaccedilotildees na

aprendizagem

E lugar comum nos nossos dias pensar-se que o uso das TIC pode por si soacute fazer

maravilhas A preocupaccedilatildeo com a prevalecircncia desta ideia eacute partilhada por vaacuterios autores entre

os quais Miranda (2006 p77) sempre que surge uma nova tecnologia existe a tendecircncia para

lhe associar quase como que por magia o poder de mudar a acccedilatildeo educativa e os seus

resultados sendo esta a posiccedilatildeo dos mais optimistas De facto tal natildeo acontece E como atraacutes

referimos natildeo eacute pelo facto de uma escola estar equipada ao niacutevel de equipamentos de TIC ou

de os professores receberem formaccedilatildeo nesta aacuterea que se faraacute um uso de qualidade das

tecnologias (Paiva 2002)

50

Tambeacutem Beltraacuten (2006) ao reflectir sobre este tema explica-nos que as novas

tecnologias da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo ( ) natildeo vatildeo resolver os problemas da escola

contudo j aacute fazem parte da nossa identidade pessoal especialmente no contexto educativo

(p28) Ao falarmos de tecnologias haacute que considerar um aspecto importante tal como nos diz

Papert (1993 p7) quando alerta que a sociedade estaacute a mudar mais depressa que a escola

ao que Miranda (2006 p77) acrescenta que a inovaccedilatildeo educativa aparece mais no discurso

do que nas praacuteticas E explica as mudanccedilas nos modos de pensar e de fazer satildeo bem mais

lentas do que a evoluccedilatildeo tecnoloacutegica (Op cit p77)

Pese embora a utilizaccedilatildeo diferenciada que cada professoreducador faz das TIC o facto

eacute que muitas satildeo as potencialidades que lhes satildeo reconhecidas

Muitos satildeo os autores que enumeram as possiacuteveis aplicaccedilotildees das tecnologias na sala de

aula de uma forma geral Destacamos algimias bases de dados elaboraccedilatildeo de graacuteficos e-

mail folha de caacutelculo Internet multimeacutediaCD-ROM processamento de texto programas de

apresentaccedilatildeo programas de desenhotratamento de imagens programas de tratamento

estatiacutestico de dados software pedagoacutegico (Ponte 2000 Paiva 2002)

O uso das TIC em contexto educativo contribui para o desenvolvimento de capacidades

e competecircncias de literacia tecnoloacutegica Mas natildeo soacute Para aleacutem disso tal como nos indica

Miranda (2006 p 8iacute) parece existir uma sintonia entre o desenvolvimento das funccedilotildees

psicoloacutegicas superiores e os sistemas convencionais de tratamento e representaccedilatildeo da

informaccedilatildeo Pelo que acrescenta o que acontece eacute que os sistemas informaacuteticos

considerados como novos formalismos para tratar e representar a informaccedilatildeo ancorados nos

sistemas convencionais vatildeo modificar o modo como as crianccedilas estatildeo habituadas a aprender e

amplificar o seu desenvolvimento cognitivo

51

Para aleacutem das razotildees ateacute aqui apontadas destacamos ainda a ideia de Papert (1993)

referindo que tendo os alunos tantas formas atraentes de acesso ao conhecimento se a escola

natildeo quiser perder a sua legitimidade eacute necessaacuterio que os professores desenvolvam uma

consciecircncia crescente de que existem novas formas de aprendizagem e que a tecnologia eacute um

instrumento que serve esse propoacutesito (p9) devendo para isso tirar partido das

potencialidades das TIC

Parece assim claro que pelas razotildees aqui apontadas eacute vantajosa a integraccedilatildeo das TIC

na sala de aula No entanto como nos diz Miranda (2006 p80) os efeitos positivos soacute se

verificam quando os professores acreditam e se empenham ( ) na sua aprendizagem e

domiacutenio e desenvolvem actividades desafiadoras e criativas que explorem ao maacuteximo as

potencialidades oferecidas pelas novas tecnologias Esta autora defende ainda que os

professores devem usar as TIC em contexto educativo a) como novos formalismos para tratar

e representar a informaccedilatildeo b) para apoiar os alunos a construir conhecimento significativo c)

para desenvolver projectos integrando (e natildeo acrescentando) criativamente as novas

tecnologias no curriacuteculo (Miranda 2006 p80)

As Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo tecircm sido um motor potenciador de

mudanccedilas no campo educacional Dadas as suas potencialidades ligadas de forma directa ao

conhecimento agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo exercem cada vez mais e maior influecircncia na

actividade profissional dos professores (Ponte e Serrazina 1998)

Ao livro veiacuteculo essencial de transmissatildeo do saber na Sociedade Industrial que

carrega(va) o saber ou seja o corpo de conhecimentos a ser compreendido por quem

aprende falta-lhe (ainda) a interactividade e a possibilidade de livre pesquisa por parte do

utilizador () [o] cunho interactivo (Op cit 1998 p9) Por outro lado na Sociedade da

52

Informaccedilatildeo procedente da Sociedade Industrial diversificam-se os suportes do saber entre os

quais o computador e o acesso a redes de comunicaccedilatildeo global (agrave distacircncia)

Actualmente os professores tecircm as mais diversas atitudes em relaccedilatildeo agraves tecnologias da

rnformaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo alguns adiam tanto quanto possiacutevel o contacto com este novo

mundo outros jaacute passaram a integrar as TIC no seu quotidiano sem contudo alterar de

modo significativo as suas praacuteticas (Ponte e Serrazina 1998 plO) outros professores ainda

com elevado interesse pelas TIC e amplas competecircncias no seu uso tendem (ou tenderatildeo) a

usaacute-las de modo excessivamente tecnicista representando um retrocesso nas perspectivas j aacute

amplamente reflectidas da Didaacutectica das Ciecircncias Restaraacute uma minoria que procura descobrir

novos caminhos explorando as potencialidades das novas tecnologias mas defi-ontando-se

com muitos obstaacuteculos

A este propoacutesito Migueacutens (2006) diz-nos que embora em muitas escolas ainda faltem

recursos materiais tambeacutem em muitas delas eles existem natildeo podendo os professores ignoraacute-

los nem omiti-los nas suas praacuteticas educativas Segundo este autor se um professor natildeo

utilizar na sua vida quotidiana o computador dificilmente o integraraacute nas suas praacuteticas

lectivas Para aleacutem deste aspecto refere tambeacutem que muitas vezes as TIC satildeo utilizadas

meramente como motivaccedilatildeo das actividades que se seguem tendo desta forma um papel

muito pobre e redutor se pensarmos nas suas potencialidades e no investimento que

representam Este autor ilustra esta situaccedilatildeo com uma analogia entre o uso que por vezes se

faz das TIC e o uso que tambeacutem por vezes eacute feito do trabalho praacutetico no ensino das Ciecircncias

Isto eacute tambeacutem neste caso natildeo raro o trabalho praacutetico eacute usado como motivaccedilatildeo para as

actividades que se seguem e no fim de contas o que resulta de tanta actividade e esforccedilo eacute

pouco mais do que laquohoje fizemos experiecircnciasraquo (Op cit pUO) o que em termos de

aprendizagem significativa eacute quase nulo

53

Tambeacutem num estudo coordenado por Paiva (2002 p44) concluiu-se que se utiliza

pouco o computador em contexto educativo e que haacute indiacutecios de que a sua utilizaccedilatildeo natildeo seja

a mais sistemaacutetica planificada e pedagogicamente cuidada Eacute tambeacutem referido que pese

embora as potencialidades das TIC das quais trataremos mais adiante as barreiras ao seu uso

satildeo ainda muitas podendo no entanto agrupar-se em duas categorias uma que se prende

com o parque informaacutetico das escolas e outra que tem a ver com os constrangimentos do(s)

agente(s) educativo(s) (Paiva 2002 p9) Por uacuteltimo destacamos do estudo que por um lado

o facto de as escolas estarem bem equipadas ao niacutevel de TIC natildeo significa que se faccedila uma

utilizaccedilatildeo sistemaacutetica das tecnologias Por outro lado constata-se que uma formaccedilatildeo

acrescida natildeo implica obrigatoriamente muita qualidade na utilizaccedilatildeo das TIC (Op cit

P46)

Num estudo apresentado por Tebbutt (2000) eacute referido que uma grande parte dos

professores em exerciacutecio nas escolas natildeo cresceu com os computadores motivo pelo qual tecircm

mais dificuldade em integrar as tecnologias nas suas praacuteticas lectivas Para este autor eacute

necessaacuterio encorajar os professores a desenvolver competecircncia e confianccedila no uso de

computadores na Ciecircncia (p63) eacute necessaacuterio tambeacutem motivar os professores para este uso

por exemplo atraveacutes da demonstraccedilatildeo das potencialidades das tecnologias Por fim assinala

que eacute fundamental estimular os professores a partilhar os seus resultados com outros

professores comunicando-os por exemplo atraveacutes da Internet mas tambeacutem a reflectir acerca

dos problemas que o uso das TIC no ensino das Ciecircncias pode acarretar

A tecnologia estaacute cada vez mais presente no universo educativo assumindo uma

relevacircncia transversal no processo de ensino-aprendizagem como referem Ponte e Serrazina

(1998 plO) Para estes autores recai sobre as instituiccedilotildees formadoras de professores uma

forte responsabilidade nesta aacuterea devendo formar profissionais com uma visatildeo ampla do

54

que iratildeo ser as futuras funccedilotildees docentes e com espiacuterito de abertura agrave mudanccedila

permanente gosto pela aprendizagem permanente e receptividade agrave inovaccedilatildeo pedagoacutegica

Isto eacute formar profissionais para o futuro Pontes (2005) reforccedila tambeacutem esta ideia ao afirmar

que recursos como o Power Point a utilizaccedilatildeo de um motor de busca na Internet ou o correio

electroacutenico deveriam fazer parte da formaccedilatildeo miacutenima que todo o professor deveria adquirir

em relaccedilatildeo ao uso das TIC no ensino (p8)

Na nossa opiniatildeo natildeo se trata de querer tomar cada professor um especialista em

novas tecnologias mas sim na medida certa tirar partido deste tipo de recursos integrando-os

nos processos normais de trabalho e por maioria de razatildeo pela sua natureza no TE

O uso sistemaacutetico das tecnologias na sala de aula traraacute embora de uma forma muito

morosa mudanccedilas nos modos de aprender e de organizar cognitivamente a informaccedilatildeo

(Miranda 2006 p82) Ao que acrescenta no sentido de desenvolver nos alunos

aprendizagens significativas eacute necessaacuterio tambeacutem que os professores tenham em conta que

a aprendizagem eacute um processo (re)construtivo cumulativo auto-regulado intencional e

tambeacutem situado e colaborativo (p82) Segundo esta autora a aprendizagem eacute um processo

(re)construtivo e cumulativo pois os novos conhecimentos dos alunos satildeo construiacutedos tendo

por base estruturas e representaccedilotildees anteriores acerca dos conteuacutedos em estudo bem como

aprendizagens anteriores E tambeacutem necessaacuterio que exista envolvimento cognitivo e afectivo

para que exista uma aprendizagem significativa A autora diz-nos tambeacutem que esta eacute auto-

regulada ou seja os professores devem apoiar os alunos a desenvolver estrateacutegias de

aprendizagem de modo a adquirirem haacutebitos de estudo e de trabalho intelectual e ainda

padrotildees de correcccedilatildeo do seu proacuteprio trabalho (Miranda 2006 p83) caminhando para uma

progressiva autonomia A mesma autora diz-nos ainda que a aprendizagem deve ser

intencional orientada para atingir determinados objectivos que devem ser do conhecimento

55

dos alunos uma vez que facilita o processo de construccedilatildeo de conhecimento pois imprimi-lhe

uma intencionalidade e direcccedilatildeo (Miranda 2006 p83) Tambeacutem Paixatildeo (2001) defende que

por exemplo no trabalho praacutetico no ensino das Ciecircncias eacute fundamental que os alunos saibam o

que estatildeo a observar e para quecirc no fiindo saber o que iratildeo fazer e com que finalidade Por

uacuteltimo Miranda (2006) defende que a aprendizagem deve ser tambeacutem situada e colaborativa

Isto eacute contextualizada e considerada ( ) ura processo de interacccedilatildeo social (p84)

respectivamente As tecnologias usadas de forma sistemaacutetica e intencional podem contribuir

para facilitar a aprendizagem significativa

Atraveacutes do uso das actuais tecnologias disponiacuteveis tambeacutem a relaccedilatildeo professor-aluno

pode seraacute proftmdamente alterada Tal como encontramos em Wellington (2000) uma coisa eacute

certa com as TIC no futuro o papel dos professores mudaraacute como resultado das TIC na escola

e em casa (p219) Professor e aluno passam assim a viver uma espeacutecie de parceria

estando o professor tambeacutem sempre a aprender Para Beltraacuten (2006) o papel do professor

passa a ser o de mentor aquele que ajuda a aprender com o auxiacutelio das tecnologias longe de

ser um mero transmissor de conhecimentos Por sua vez o aluno assume um papel activo

construtor do seu conhecimento

Como eacute argumentado por Wellington (2000) o papel do professor no tempo das TIC

natildeo seraacute faacutecil Pelo contraacuterio exigiraacute flexibilidade e reflexatildeo e mesmo mudanccedilas de atitude

Este autor salienta que a este propoacutesito o mais importante eacute que o professor defina um

objectivo de aprendizagem De uma forma geral existem algumas situaccedilotildees agraves quais o

professor deveraacute dar atenccedilatildeo aquando do uso de TIC em actividades lectivas como sejam

avaliar o uso de TIC relativamente agrave sua relevacircncia e conteuacutedo ganhar alguma confianccedila e

competecircncias no uso de TIC planear o acesso agraves TIC de uma forma equitativa planificar toda

a actividade de modo a conceber outro material de apoio agrave aprendizagem dos alunos entre

56

outras Em suma o papel do professor seraacute observar intervir monitorizar e apoiar a

aprendizagem (Wellington 2000 p220) e decidir se o uso de determinada tecnologia eacute ou

natildeo importante

233 - Integraccedilatildeo de TIC no Trabalho Experimental no ensino das

Ciecircncias

As perspectivas de uso das tecnologias disponiacuteveis no ensino em particular no ensino

das Ciecircncias satildeo cada vez mais Satildeo vaacuterios os autores que defendem que a utilizaccedilatildeo de TIC

no ensino das Ciecircncias pode representar um contributo apreciaacutevel (por exemplo Martinez e

Parrilla 1994 Baggott 1998 Kirschner e Huisman 1998 Gil e Paixatildeo 1999 Wellington

1999 2000 Gil e Baggott 2000 2002 Acevedo 2001 Brown e Harper 2003 Hofstein e

Lunetta 2004 Pontes 2005 2005a Contreras 2006)

Segundo Gil e Paixatildeo (1999 p32) a utilizaccedilatildeo de meios informaacuteticos nos laboratoacuterios

pode representar um forte contributo para que se possa observar uma maior qualidade no

processo de ensino e de aprendizagem Tambeacutem Wellington (2001) defende que as

tecnologias da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo podem captar o interesse e suscitar a curiosidade

dos alunos na aula de Ciecircncias se o professor dominar estas tecnologias Como exemplo

sugere um viacutedeo que para aleacutem de motivar os alunos para a aprendizagem de um determinado

conteuacutedo pode ajudar o professor ao permitir a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos acontecimentos e

entidades natildeo possiacuteveis de observar em Laboratoacuterio

Pontes (2005) que corrobora esta ideia refere que podemos distinguir as fijinccedilotildees

fomiativas das TIC em trecircs categorias nomeadamente funccedilotildees relacionadas com o

desenvolvimento de objectivos conceptuais procedimentais e de atitude Em relaccedilatildeo aos

primeiros objectivos as ftmccedilotildees a desenvolver com o uso das TIC satildeo essencialmente

57

facilitar o acesso agrave informaccedilatildeo e favorecer a aprendizagem de conceitos no que diz respeito

aos objectivos procedimentais como salienta Pontes (2005 p4) as fiinccedilotildees educativas a

desenvolver satildeo principalmente aprender procedimentos cientiacuteficos e desenvolver destrezas

intelectuais Por uacuteltimo os objectivos de atitude dizem respeito agrave motivaccedilatildeo para a

aprendizagem da Ciecircncia Neste estudo o autor considerou ainda que o leque de tecnologias

dispomveis oferece grandes possibilidades ao ensino das Ciecircncias tais como la

comunicacioacuten interactiva ei tratamiento de imaacutegenes la simulacioacuten de fenoacutemenos o

experimentos ia construccioacuten de modelos e analogias la resolucioacuten de problemas ei acceso a

la informacioacuten ei manejo de todo tipo de dados (Op cit p l5)

Num trabalho realizado posteriormente Pontes (2005a) apresenta uma proposta

metodoloacutegica na qual combina o uso de tecnologias na educaccedilatildeo cientiacutefica mais

concretamente no ensino da Fiacutesica Neste trabalho ressalta que o uso de TIC na educaccedilatildeo

cientiacutefica deve seguir m a metodologia basada en actividades programadas por ei profesor

que resulte adecuada para transformar los recursos informaacuteticos en instrumentos de

aprendizaje reflexivo y significativo (p340) O autor salienta que para que tal aconteccedila o

professor deve planificar um programa-guiacutea de actividades de papel y laacutepiz que permita

orientar la actividad y la reflexion del alumno en cada sesioacuten de trabajo com ei ordenador

(Op cit p340) Em suma o que para o referido autor se toma fundamental em relaccedilatildeo ao

uso de TIC na educaccedilatildeo cientiacutefica - que considera serem meacutetodos activos de ensenanza de

las ciecircncias (p340) - eacute que o professor defma objectivos de ensino para cada situaccedilatildeo

especiacutefica

Chaplin (2003) defende que para um bom uso (p93) das tecnologias nas aulas de

Ciecircncias eacute fundamental uma planificaccedilatildeo sistemaacutetica com cabeccedila tronco e membros pelo

que nos diz que aulas com recurso a TIC satildeo como outras aulas quaisquer necessitam de uma

58

planificaccedilatildeo cuidada e de uma gestatildeo activa da aula (p96) Esta autora refere ainda que eacute

necessaacuterio que os alunos saibam o que estatildeo a realizar e para quecirc Tambeacutem Wellington (2000)

advoga que ao usar tecnologias na educaccedilatildeo em Ciecircncias a base para uma aprendizagem

significativa eacute uma planificaccedilatildeoponderaccedilatildeo por parte do professor de toda a actividade Soacute

desta forma se poderaacute tirar partido das verdadeiras potencialidades das TIC no ensino das

Ciecircncias muito para aJeacutem da motivaccedilatildeo

Gil e Baggott (2000 2002) explicam-nos que para tomar a decisatildeo de utilizar por

exemplo uma simulaccedilatildeo na aula de Ciecircncias o professor deveraacute equacionar os proacutes e contras

desta utilizaccedilatildeo em relaccedilatildeo a uma actividade experimental tradicional Se uma simulaccedilatildeo ou

outro meio informaacutetico que por exemplo execute tarefas de rotina for usado da melhor

forma poderaacute de facto representar um contributo para a aula de Ciecircncias

234 - Vantagens no usointegraccedilatildeo de TIC no ensino das Ciecircncias

Tal como Wellington (2000) podemos entatildeo perguntar O que podem as TIC oferecer

agrave educaccedilatildeo em Ciecircncias (pl95) Muitas satildeo as possibilidades que se abrem atraveacutes desta

combinaccedilatildeo No entanto este autor salienta que eacute importante distinguir dois aspectos no

ensino das Ciecircncias processos e conteuacutedos N o primeiro caso - processos - referimo nos a

um conjunto de tarefas relacionadas com a natureza praacutetica e experimental do ensino das

Ciecircncias tais como observar medir registar resultados processar dados colocar hipoacuteteses

comunicar resultados etc Quanto ao segundo aspecto - conteuacutedos - diz respeito agrave

compreensatildeo de factos leis e teorias etc Quer no que diz respeito aos processos quer aos

conteuacutedos o uso de TIC pode representar um valor acrescentado no ensino das Ciecircncias

59

De acordo com Wellington (2000) muitas satildeo as potencialidades que o uso de TIC

oferece ao ensino das Ciecircncias tais como recolher e armazenar uma grande quantidade de

dados bem como apresentaacute-los de variadas formas as TIC podem ainda ajudar na forma de

comunicar a informaccedilatildeo Contudo tal como atraacutes referimos cabe ao professor fazer as suas

escolhas definir os objectivos de aprendizagem e ponderar se o investimento que eacute feito quer

em equipamento quer em tempo ao usar tecnologias serve os objectivos que definiu Por

outro lado ao planificar uma aula de Ciecircncias com recurso a tecnologias o professor

necessita ainda de conhecer as facilidadesbarreiras ou impedimentos no acesso fiacutesico agraves

tecnologias e ter em consideraccedilatildeo factores como a logiacutestica da escola os recursos e a sua

localizaccedilatildeo o papel e a atitude do coordenador de TIC na escola as poliacuteticas da escola e as

atitudes em relaccedilatildeo agraves TIC ( ) o acesso agraves TIC em casa (Wellington 2000 p l999)

Equacionados todos estes factores e concebida uma planificaccedilatildeo se o professor optar

por usar como recursos as tecnologias da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo na aula de Ciecircncias

poderaacute obter benefiacutecios vantagens como motivaccedilatildeo entusiasmo melhoria da auto-estima dos

alunos e perseveranccedila bem como oportunidades de obter um maior rigor no trabalho dos

alunos (Wellington 2000) De acordo com este autor satildeo muitas as mais valias que podem

advir do uso de TIC no ensino das Ciecircncias (quadro 29)

Aplicaccedilotildees TIC 1 Especificidades Mais valias

Simulaccedilotildees de computador

Este tipo de aplicaccedilatildeo permite prever e pesquisar atraveacutes de modelos que representam diferentes tipos de situaccedilotildees tais como processos industriais difiacuteceis de pocircr em praacutetica em Laboratoacuterio ou que sejam muito perigosos ou muito lentos (como por exemplo a evoluccedilatildeo) ou muito raacutepidos (por exemplo colisotildees) ou a mvel microscoacutepico (por exemplo mudanccedilas

0 autor salienta seis vantagens no recurso a simulaccedilotildees que satildeo 1 - Custo atraveacutes deste tipo de actividades pode poupar-se dinheiro por exemplo na compra de consumiacuteveis de Laboratoacuterio 2 - Tempo permite uma economia de tempo 3 - Seguranccedila substituem algumas actividades que possam ser perigosas 4 - Motivaccedilatildeo as simulaccedilotildees de computador podem ser mais motivadoras

60

Multimeacutedia

sub-aloacutemicas) simulaccedilotildees envolvendo por exemplo gases raros ou simulaccedilotildees de modelos ou teorias

Este tipo de ferramenta por exemplo CD-ROM possui caracteriacutesticas como a fala ou outros sons desenhos ou diagramas desenhos ou diagramas animados (p204) fotografias eou outras imagens viacutedeos ou texto

Processador de texto

Segundo o autor a maior parte estudantes escrevem agrave matildeo Muitas pessoas defendem que a escrita agrave matildeo deve ser preservada pois constitui uma importante capacidade Uma pequena minoria mostra-se preocupada com a possibilidade de o teclado substituir a caneta Cp207) o que impediria o desenvolvimento da capacidade de escrever agrave matildeo

do que as actividades tradicionais de TP 5 - Controle permite o controle de variaacuteveis 6 - Gestatildeo satildeo mais praacuteticas no que diz respeito ao manuseamento e agrave manutenccedilatildeo Tal como no caso das simulaccedilotildees as ferramentas multimeacutedia permitem visualizar detalhadamente actividades virtuais realizadas coro sucesso e que podem ser repetidas no monitor economizando nos consumiacuteveis de Laboratoacuterio As vantagens no uso do processador de texto relacionam-se com - Possibilidade escrever ou reescrever o seu trabalho de uma forma mais raacutepida - Maior facilidade em trabalhar em grupo usando a escrita em computador (por exemplo porque todos podem ver o que se estaacute a fazer pois estaacute no monitor) - Facilidade na alteraccedilatildeo do textograve

Faci l i dade no armazenamento de textosdocumentos

Sensores (SATD - sistemas

de aquisiccedilatildeo e tratamento de

dados)

Este tipo de ferramentas envolve o uso de um computador de sondas e de uma interface Os sensores satildeo dispositivos sensiacuteveis a determinados estiacutemulos do meio tais como a temperatura a luz e o som e que atraveacutes da interface enviam a mensagem ao computador

Wellington (2000) indica-nos alguns dos benefiacutecios que se podem obter atraveacutes do uso de sensores a saber - Rapidez - possibilitam um registo raacutepido e constante de dados - Memoacuteria - permitem armazenar e aceder a grandes quantidades de dados - Perseveranccedila - norraalmenle podem efectuar o registo de dados por longos periacuteodos sem necessidade de interrupccedilatildeo - Manipulaccedilatildeo - oferecem a possibilidade de trabalhar os dados recolhidos antes de os apresentar - Comunicaccedilatildeo dos dados - permitem a apresentaccedilatildeo dos dados em tempo real (quando estatildeo a ser recolhidos) por exemplo atraveacutes de graacuteficos

Bases de dados

Uma base de dados consiste numa forma organizada de armazenar a aceder a informaccedilotildees Tal como nos diz Wellington (2000) no uso de uma base de dados a competecircncia-chave a desenvolver nos alunos eacute a habilidade de pesquisar a informaccedilatildeo de uma forma loacutegica e sistemaacutetica (p214)

O uso de bases de dados no ensino das Ciecircncias traz vantagens tais como

Registar dados recolhidos durante uma investigaccedilatildeo ou uma experiecircncia (p215)

Seleccionarfiltrar eou procurar informaccedilatildeo por si proacuteprios no computador - Explorar dados de uma fomaa mais ordenada - Melhor apresentaccedilatildeo de dados numa forma mais atractiva

61

A Internet eacute uma poderosa base de dados constituiacuteda por uma rede de computadores interligados e que permite o acesso e a partilha de dadosinformaccedilotildees

A Internet eacute um poderoso recurso ao serviccedilo da educaccedilatildeo e o seu valor acrescentado no ensino das Ciecircncias reside particularmente em trecircs aacutereas - troca e partilha de ideias e informaccedilatildeo (p216) - em realccedilar e facilitar a comunicaccedilatildeo (p216) - constitui uma fonte de informaccedilatildeo para alunos e professores em quase todos os toacutepicos (p216) Para aleacutem destes aspectos o autor considera ainda que o uso da Internet constitui um factor de motivaccedilatildeo

Quadro 29 - Potencialidades do uso das TIC no ensino das Ciecircncias (Wellington 2000)

um Num estudo reaUzado por Bettencourt e Correia (1996) eacute apreciada a utilizaccedilatildeo de

Sistema de Aquisiccedilatildeo e Tratamento de Dados vulgarmente conhecido por sensores Estes

dispositivos consistem na utuumlizaccedilatildeo de sondas ligadas ao computador atraveacutes de uma interface

que transforma os dados analoacutegicos provenientes dos sensores em dados digitais Tal como

refere Tortosa (2006 p2) la interficie o interfase actua de convertidor analoacutegico-digital

transforma la tension eleacutectrica generada por ei sensor a coacutedigo binaacuterio para que ei ordenador

pueda leeria y almacenarla Posteriormente o software de exploraccedilatildeo dos sensores permite

visualizar estes dados no monitor podendo ser tratados e utilizados Algumas das vantagens

apontadas por estes autores para a utiUzaccedilatildeo de sensores no ensino das Ciecircncias residem

sobretudo na facilidade e rigor na recolha de dados experimentais mas tambeacutem no facto de

este procedimento efectuada de uma forma tradicional ser uma tarefa repetitiva que pode

toraar-se cansativa e desmotivadora (Bettencourt e Correia 1996) Tanto mais que o tempo

de execuccedilatildeo de algumas actividades experimentais pode requerer um registo de dados durante

um longo periacuteodo de tempo Podendo esta etapa do trabalho experimental ser efectuada com

este equipamento deixa os alunos mais disponiacuteveis para a realizaccedilatildeo de outras tarefas tais

62

como a anaacutelise e a discussatildeo dos dados obtidos No entanto os autores salvaguardam que por

exemplo tarefas como a recolha de dados - incluiacuteda nas capacidades de processo - natildeo podem

ser descuradas e esquecidas Para aleacutem dos aspectos j aacute referidos atraveacutes do uso de sensores no

ensino das Ciecircncias verifica-se que haacute economia de tempo que eacute poupado em tarefas como

a recolha de dados De salientar ainda que o software de exploraccedilatildeo dos sensores permite

visualizar os dados que estatildeo a ser recolhidos do meio em tempo real e apresentaacute-los sob

diferentes formatos como graacuteficos ou tabelas

No fmal do estudo Bettencourt e Correia (1996) concluiacuteram que o uso de sensores no

ensino das Ciecircncias se revela de todo o interesse pois tem efeitos positivos na aprendizagem

quer no domiacutenio afectivo quer no domiacutenio cognitivo

Tambeacutem Tortosa (2006) se refere agraves potencialidades do uso de sensores no ensino das

Ciecircncias em particular na disciplina de Quiacutemica referindo que estes dispositivos possibilitam

o registo de dados quantitativos em actividades experimentais cuja duraccedilatildeo seja muito curta o

que permite que os estudantes possam planificar e executar experiecircncias com diferentes

condiccedilotildees experimentais eventualmente na mesma aula

Referindo-se ao ensino das Ciecircncias para o seacuteculo XXI Brown e Haiper (2003)

descrevem-nos que foram encorajados a integrar as TIC nos seus esquemas de trabalho e que

natildeo faltaram sugestotildees de possiacuteveis actividades em particular para o ensino das Ciecircncias

Explicam tambeacutem que lhes foi dada a oportunidade de conceber ura Laboratoacuterio no sentido

de fazer o melhor uso das potencialidades das TIC Por fmi Brown e Harper (2003)

elencam algumas das possibilidades do uso de tecnologias nas aulas de Ciecircncias tais como

apresentaccedilotildees em Power Point que na opiniatildeo dos autores satildeo uma ferramenta extremamente

uacutetil por exemplo para animar visualizaccedilotildeesdar movimento a iotildees e electrotildees outro exemplo

sugerido por estes autores para a utilizaccedilatildeo de apresentaccedilotildees em Power Point no ensino das

63

Ciecircncias eacute o jogo do tipo de Quem quer ser milionaacuterio (p90) que pode ser realizado com

ficheiros de som Satildeo ainda referidas aplicaccedilotildees especiacuteficas para o ensino experimental das

Ciecircncias como eacute o caso do microscoacutepio digital que possibilita a visualizaccedilatildeo de imagens

estaacuteticas ou pequenas sequecircncias filmadas (p90) Aludem tambeacutem ao uso de sensores cujas

aplicaccedilotildees no ensino das Ciecircncias satildeo vastas Referem-se ao uso de modelaccedilatildeo e simulaccedilotildees

(em ^ l i caccedilotildees multimeacutedia ou na Internet) que permitem laquorealizarraquo experiecircncias perigosas

como no trabalho com a electricidade sem correr riscos Entre as vaacuterias possibilidades

apresentadas satildeo ainda destacados programas como o Word e o Excel capazes de contribuir

por exemplo na elaboraccedilatildeo de relatoacuterios Em siacutentese Brown e Harper (2003) ressalvam que o

fundamental eacute fazer o melhor uso de quaisquer novas tecnologias por forma a melhorar o

ensino das Ciecircncias (p91)

As TIC podem como vimos desempenhar um importante contributo no que diz

respeito a uma economia de tempo isto eacute uma das diversas dificuldades que se potildeem aos

professores eacute a gestatildeo do tempo quando haacute a necessidade de cumprir oum curriacuteculo Perante

esta Situaccedilatildeo o professor opta muitas das vezes por reduzir o tempo dedicado ao trabalho

experimental

235 - TIC no Trabalho Experimental no ensino das Ciecircncias o que

poderaacute perder-se

No estudo realizado por Wellington (1999) onde se pretendeu explorar a

praticabihdade do uso de multimeacutedia no ensino das Ciecircncias foram apresentados alguns dos

incontroversos benefiacutecios que este tipo de ferramentas pode trazer para a sala de aula bem

como apontadas algumas das desvantagens do uso de multimeacutedia Os resultados deste estudo

64

revelaram que na opiniatildeo dos professores o valor acrescentado da integraccedilatildeo de multimeacutedia

no ensino das Ciecircncias assenta em aspectos visuais como sejam o permitir demonstraccedilotildees

difiacuteceis de pocircr em praacutetica em Laboratoacuterio possibilitar a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos

microscoacutepicos e o dinamismo de imagensanimaccedilatildeo Ainda na opiniatildeo dos professores este

tipo de ferramentas permite diferenciaccedilatildeo entre os estudantes isto eacute propotildee actividades de

ennquecimentoextensatildeo permite uma ^ rend izagem independente e uma faacutecil repeticcedilatildeo Para

aleacutem destas vantagens satildeo ainda referidos neste estudo efeitos nas atitudes e na motivaccedilatildeo

quer por parte dos estudantes quer dos professores Em relaccedilatildeo aos primeiros o uso de

recursos multimeacutedia promove o entusiasmo e interesse aumenta a sua aprendizagem e

motiva tambeacutem pelo aspecto luacutedico Quanto aos professores para aleacutem de promover o seu

interesse peias TIC eacute uma nova forma- de apresentar ideias uma nova ferramenta permite

tambeacutem uma maior aproximaccedilatildeo dos estudantes Como realccedila as TIC de qualidade podem

motivar estudantes e professores () [e] apoiar a aprendizagem (Wellington 1999 p54)

Neste estudo de Wellington (1999) para aleacutem dos benefiacutecios obtidos com a utilizaccedilatildeo

de ferramentas multimeacutedia na aula de Ciecircncias este autor aponta tambeacutem algumas

desvantagens tais como a informaccedilatildeo excessiva eou irrelevante a distracccedilatildeo (dentro e fora de

gnipos) que estas ferramentas podem suscitar e a perda de capacidades praacuteticas uma vez que

se substitui o trabalho experimental real

Tal como referem Hofstein e Lunetta (2004 p30) nos uacuteltimos 20 anos o crescimento

exponencial das ferramentas de alta-tecnologia teve poderosas implicaccedilotildees no ensino

aprendizagem e tambeacutem na investigaccedilatildeo sobre trabalho experimental De facto nesta nova

era da sociedade e da educaccedilatildeo e tal como eacute defendido na literatura da especialidade toma-

se cada vez mais pertinente repensar o papel do trabalho experimental no ensino das Ciecircncias

65

Neste complexo mundo imerso nas TIC estas desempenham efectivamente um

importante papel no ensino das Ciecircncias por tudo o que podem trazer de vantajoso em

particular ao trabalho experimental Contudo a inclusatildeo deste tipo de ferramentas no ensino

das ciecircncias conduz-nos a uma questatildeo dominante nesta investigaccedilatildeo seraacute que caminhamos a

passos largos para uma educaccedilatildeo cientiacutefica baseada na realidade virtual onde a proacutepria

realidade seraacute substituiacuteda^

Tal como aponta Wellington (2000) as tradicionais actividades de trabalho

experimental podem agora no tempo das tecnologias ser laquorealizadasraquo atraveacutes de ferramentas

multimeacutedia ou mesmo da Internet Contudo este autor adverte que eacute emergente pensar se

deveraacute o trabalho praacutetico ser realizado laquovirtuahnenteraquo ou se viraacute isto retirar o processo de

desenvolver importantes sHllsT (p44) A este propoacutesito o autor defende que os professores

devem avanccedilar com o uso de TIC no ensino-aprendizagem em particular das Ciecircncias depois

de ponderarem sobre as mais valias deste uso Isto eacute depois de pensarem de que forma podem

as TIC enriquecer o ensino das Ciecircncias

Num estudo recentemente apresentado por Contreras (2006) eacute feita uma reflexatildeo

acerca do uso das TIC no ensino das Ciecircncias num caso particular de professores chilenos

Neste trabalho o autor refere em relaccedilatildeo aacute utilizaccedilatildeo das TIC no ensino das Ciecircncias que os

professores mantecircm uma postura tradicional Embora os recursos disponiacuteveis para o ensino

das Ciecircncias sejam abundantes tal como atraacutes referimos este autor chama a atenccedilatildeo para o

facto de que debemos comprender que no se trata de usar las T I C s porque estaacuten de moda

sino maacutes bien usarias cuando realmente valoremos que pueden contribuir a un aprendizaje

significativo (Contreras 2006) Pelo que conclui que eacute necessaacuterio que o professor tome

consciecircncia das vantagens e desvantagens do uso de TIC no ensino das Ciecircncias

66

Capiacutetulo 3

Opccedilotildees Metociacuteofoacutegicas

31 - Nota Introdutoacuteria

Neste capiacutetulo apresentamos e fundamentamos as opccedilotildees metodoloacutegicas do nosso

estudo bem como a descriccedilatildeo dos procedimentos que seguimos no decurso da investigaccedilatildeo

Iniciamos o capiacutetulo com consideraccedilotildees sobre os fundamentos teoacutericos das

metodologias de natureza qualitativa explicitando as opccedilotildees tomadas tal como as razotildees

bull dessas escolhas decorrentes do problema e das questotildees de investigaccedilatildeo jaacute apresentados no

capiacutetulo I

Apoacutes a apresentaccedilatildeo e explicitaccedilatildeo das etapas da investigaccedilatildeo e dos criteacuterios de

validaccedilatildeo segue-se a descriccedilatildeo dos instrumentos de recolha de dados que usaacutemos e das

teacutecnicas de anaacutelise que seguimos

32 - A metodologia qualitativa na Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

A mvestigaccedilatildeo de pendor qualitativo tem vindo a ganhar confianccedila e reconhecimento

crescentes no domiacutenio da investigaccedilatildeo em Ciecircncias da Educaccedilatildeo principalmente a partir da

segunda metade do seacuteculo X X (Vale 2004) Fazendo uma breve retrospectiva pela histoacuteria da

investigaccedilatildeo qualitativa apercebemo-nos que progressivamente este tipo de estudos se foi

afirmando e conquistando adeptos de entre alguns investigadores quantitativos de destaque

que passaram a defender a sua utilizaccedilatildeo neste domiacutenio do conhecimento (Bogdan e Biklen

1994)

Como encontramos em Bogdan e Biklen (1994) a importacircncia do significado para a

investigaccedilatildeo qualitativa encontra explicaccedilatildeo nos seus fundamentos teoacutericos que radicam na

fenomenologia um marco com o qual a maioria dos investigadores qualitativos se identifica

sendo mesmo considerado sinoacutenimo de investigaccedilatildeo qualitativa (Vale 2004 Bogdan e Biklen

68

1994) De acordo com o legado de Max Weber e segundo estes investigadores a principal

preocupaccedilatildeo das investigaccedilotildees de iacutendole qualitativa reside na compreensatildeo interpretativa das

mteracccedilotildees humanas ( ) [e do] componente subjectivo do comportamento das pessoas

(Bogdan e Biklen 1994 p53-54) com a intenccedilatildeo de imergir no mundo de cada sujeito e

revelar os significados e os sentidos que atribuem agraves suas experiecircncias de vida

Embora coexistam diferentes abordagens qualitativas todas partilham o objectivo de

compreender os sujeitos com base nos seus pontos de vista (Bogdan e Biklen 1994 p54)

Compatiacutevel com a perspectiva fenomenoloacutegica a interacccedilatildeo simboacutelica eacute outra abordagem do

leque das investigaccedilotildees qualitativas cujo fundamento assenta na ideia de que a experiecircncia

humana eacute mediada pela interpretaccedilatildeo (Op cit 1994 p55) Nesta perspectiva o significado

das situaccedilotildees e acontecimentos eacute atribuiacutedo por cada sujeito agrave sua proacutepria vivecircncia e para

compreender este significado eacute necessaacuterio interpretar o que esteve na base da sua construccedilatildeo

Esta perspectiva ficou assim conhecida por interpretativa Segundo Paixatildeo (1998 p216)

este tipo de investigaccedilotildees natildeo aceita a separaccedilatildeo dos indiviacuteduos do seu contexto nem a

Ignoracircncia do proacuteprio ponto de vista dos sujeitos investigados e das suas interpretaccedilotildees

No poacutelo oposto agrave perspectiva interpretativa encontramos a investigaccedilatildeo quantitativa de

iacutendole experimental que radicada no positivismo eacute marcada por deshgar os comportamentos

humanos dos significados que os sujeitos lhe conferem pelo que foi alvo das mais variadas

criacuteticas (Vale 2004 Bogdan e Biklen 1994) De um modo geral podemos dizer que esta

vertente da investigaccedilatildeo quantitativa se baseia no estabelecimento de relaccedilotildees causa-efeito na

previsatildeo de fenoacutemenos e no estabelecimento de leis a partir de factos e fenoacutemenos passiacuteveis

de serem observados e quantificados (Vale 2004)

Em contraste com esta linha de investigaccedilatildeo os meacutetodos qualitativos estatildeo em

consonacircncia com a subjectividade defendendo que cada fenoacutemeno eacute uacutenico e essa unicidade eacute

69

a sua maior qualidade (Vaie 2004 p 174) De acordo com esta autora este tipo de

investigaccedilatildeo baseia-se no deslindar de um problema isto eacute a partir de vaacuterios conhecimentos

sobre determinado fenoacutemeno poder compreendecirc-lo ou explicaacute-lo sem contudo fazer a partir

dele generalizaccedilotildees pois determinado acontecimento ou fenoacutemeno eacute condicionado pelas suas

circunstacircncias sendo portanto uacutenico

Uma outra caracteriacutestica dos estudos qualitativos nas palavras de Bogdan e Bilden

(1994 p50) eacute que o significado eacute de importacircncia vital isto eacute ao investigador qualitativo

interessa perceber aquUo que os sujeitos da investigaccedilatildeo experimentam o modo como os

sujeitos interpretam as suas vivecircncias e como organizam o contexto social em que se inserem

Para aleacutem destes aspectos que importa integrar e compreender haacute que referir que os meacutetodos

qualitativos satildeo tambeacutem humanistas Como explicam Taylor e Bogdan (1992) quando

trocamos as palavras e acccedilotildees das pessoas por nuacutemeros e dados estatiacutesticos esquecemos o

aspecto humano e a vida social em que esses sujeitos se inserem no fundo o aquilo o

como e o modo como cada sujeito daacute sentido agrave sua vida (Taylor e Bogdan 1992 Bogdan e

Biklen 1994)

De facto a finalidade dos estudos quahtativos eacute como alegam Bogdan e Biklen (1994

p70) melhor compreender o comportamento e experiecircncia humanos ( ) o processo

mediante o qual as pessoas constroem significados e descrever em que consistem estes

mesmos significados

Tal como resumem aqueles autores genericamente os estudos de natureza qualitativa

partilham algumas caracteriacutesticas designadamente o tipo de dados recolhidos designados de

qualitativos ricos era detalhes as questotildees de investigaccedilatildeo que natildeo dependem da

operacionalizaccedilatildeo de variaacuteveis e satildeo estabelecidas no sentido de investigar em proftmdidade

determinado fenoacutemeno o destaque agrave compreensatildeo das situaccedilotildees e das opccedilotildees a partir das

70

concepccedilotildees dos sujeitos da investigaccedilatildeo as estrateacutegias de investigaccedilatildeo privilegiadas satildeo a

observaccedilatildeo participante e a entrevista em profundidade embora natildeo se excluam outras satildeo

mvestigaccedilotildees realizadas com amostras pequenas dada a importacircncia atribuiacuteda aos

pormenores

Na abordagem qualitativa de um determinado contexto os investigadores questionam

constantemente os sujeitos da investigaccedilatildeo no sentido de perceber aquilo que eles

experimentam o modo como eles interpretam as suas experiecircncias e o modo como eles

proacuteprios estruturam o mundo social em que vivem como refere Psathas (cit Bogdan e

Biklen 1994 p 51) Como acrescenta Vale (2004 p 176) trata-se de resolver o problema no

sentido de acumular suficientes conhecimentos que conduzam agrave sua compreensatildeo ou

explicaccedilatildeo A noccedilatildeo de experiecircncia adverte-nos para o facto de cada pessoa ser um sujeito

proacuteprio e especiacutefico singular e circunstancial Como auumlrma Vale (2004 p l74) qualquer

acontecimento eacute condicionado por variaacuteveis tais como o tempo a localizaccedilatildeo e a cultura que

satildeo interactivas (variaacuteveis que natildeo se pretendem controlar) e como tal duas situaccedilotildees por

definiccedilatildeo natildeo podem ser idecircnticas (Vale 2004 p 174)

33 - Os estudos qualitativos

Ao pretender estudar-se as concepccedilotildees de cada aluno-professor relacionadas com o

Trabalho Experimental (TE) e com as Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC) eacute

sobretudo agrave perspectiva de outras pessoas que queremos ter acesso Natildeo se trata portanto de

um processo comum e linear ou mesmo imediato a que se aceda atraveacutes de um simples

mventaacuterio Para o nosso estudo interessa-nos aceder aos significados que as pessoas atribuem

agraves coisas e agraves situaccedilotildees (Ludke amp Andreacute 1986 p34)

71

Uma vez formulados os objectivos do estudo na sequecircncia das questotildees da nossa

mvestigaccedilatildeo pareceu-nos claro que ao pretender descrever e interpretar a perspectiva de cada

aluno-professor interveniente na investigaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao fenoacutemeno em anaacutelise a

metodologia mais adequada seria a metodologia de acircmbito qualitativo que passamos a

justificar

Captar a perspectiva de cada sujeito acerca do tema em estudo natildeo nos parece

susceptiacutevel de ser quantificaacutevel Se nas investigaccedilotildees de tipo quantitativo se procura

estabelecer relaccedilotildees de causa-efeito e prever o comportamento humano a partir da mediccedilatildeo de

variaacuteveis isoladas tais processos revelam-se inadequados ao estudo de uma realidade

complexa que envolve concepccedilotildees dos sujeitos

Assim na nossa investigaccedilatildeo natildeo pretendemos quantificar mas sim descrever e

interpretar as concepccedilotildees de cada um dos futuros professores da nossa amostra relacionadas

com o Trabalho Experimental e com as Tecnologias da Infomiaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Tambeacutem

natildeo pretendemos estabelecer leis ou princiacutepios generalizaacuteveis mas sim compreender a partir

dos sujeitos da investigaccedilatildeo tendecircncias que ajudem a dar resposta agraves nossas questotildees de

investigaccedilatildeo

Ainda que natildeo sigam um caminho uacutenico os estudos de iacutendole qualitativo caracterizam-

se por apresentarem alguns traccedilos comuns para aleacutem dos jaacute enunciados A partir do processo

de anaacutelise dos dados vatildeo-se construindo significados desenvolvendo conceitos e

compreensotildees O investigador qualitativo estuda as pessoas em contexto numa perspectiva

holiacutestica sendo este o cenaacuterio baacutesico para compreender a experiecircncia dos sujeitos que eacute

marcada pela sua proacutepria situaccedilatildeo social e cultural (Taylor e Bogdan 1992 Alcaraz et ai

2004) Deste modo o uso da linguagem assume particular importacircncia e a palavra escrita

desempenha um papel vital quer no registo dos dados quer na anaacutelise dos resultados Como

72

nos esclarece Foddy (2002 pl 1) a informaccedilatildeo verbal tem sido e ao que parece continuaraacute a

ser a pedra angular da ciecircncia social contemporacircnea Tal significa que satildeo incluiacutedos os

aspectos expressivos e conotativos dos sujeitos de modo a captar a sua perspectiva acerca da

situaccedilatildeo em estudo (Alcaraz et al 2004) Neste sentido a nossa investigaccedilatildeo reveste-se de um

caraacutecter vincadamente descritivo e interpretativo pois pretendemos obter uma compreensatildeo

detalhada que exige descodificaccedilatildeo do significado das proacuteprias palavras de alunos futuros-

professores relativamente agraves suas concepccedilotildees sobre o uso das TIC no TE

34 - Os partic ipantes no estudo

Para dar resposta agraves nossas questotildees elegemos como sujeitos do nosso estudo alunos

futuros professores de Ciecircncias da Natureza

A escolha de fiituros profissionais em Educaccedilatildeo ligados ao ensino das Ciecircncias prendeu-

se por um lado com o facto de existir um nuacutemero reduzido de investigaccedilotildees que cruzem o

Trabalho Experimental no ensino das Ciecircncias da Natureza com as Tecnologias da Informaccedilatildeo

e Comunicaccedilatildeo e de serem levantadas questotildees nas quais entrosaacutemos as questotildees da nossa

proacutepria investigaccedilatildeo tal como encontraacutemos por exemplo em Wellington (2000 p l95)

what value can the use of ICT add to the teaching and learning of science e tambeacutem should

practical work be done laquovirtuallyraquo or will this take away the means to develop important

skills (p44)

De referir tambeacutem que esta decisatildeo acerca da escolha da amostra teve em conta natildeo soacute

o nosso viacutenculo ao campo de estudo seleccionado uma vez que tambeacutem noacutes tivemos a mesma

formaccedilatildeo inicial como tambeacutem o gosto pelas Ciecircncias da Natureza e Experimentais em

73

particular os aspectos didaacutecticos respeitantes ao proacuteprio Trabalho Experimental e num mundo

cada vez mais colonizado pelas Tecnologias da Infomiaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

Por conseguinte o trabalho empiacuterico desta investigaccedilatildeo iniciou-se com a anaacutelise das

concepccedilotildees de futuros professores de Ciecircncias acerca do papel do Trabalho Experimental no

Ensino das Ciecircncias no tempo actual dominado pelas TIC tendo por base o quadro teoacuterico

para a Educaccedilatildeo em Ciecircncia que suporta o Ensino por Pesquisa (Capiacutetulo 2)

35 - Procedimentos e criteacuterios de selecccedilatildeo

De acordo com os objectivos apresentados a origem dos dados reporta-se a futuros

professores de Ciecircncias da Natureza tomando-se estes o grupo alvo da nossa investigaccedilatildeo

Uma vez que num estudo de natureza qualitativa como o nosso eacute praticamente

impossiacutevel chegar a toda a populaccedilatildeo quumle importa ao investigador estudar procuraacutemos entatildeo

definir quem poderiam ser os nossos sujeitos isto eacute quem poderia constituir a amostra Por

uma questatildeo pragmaacutetica pareceu-nos que antes de mais os informadores deveriam estar

proacuteximos e acessiacuteveis ao investigador no sentido de ao longo da investigaccedilatildeo poderem estar

disponiacuteveis quando necessaacuterio

Uma vez defmidas as questotildees orientadoras e os objectivos do estudo tiacutenhamos uma

ideia geral sobre as pessoas que iriacuteamos entrevistar nomeadamente tendo em conta o tipo de

experiecircncias vivenciadas por cada sujeito ou seja o seu percurso No entanto natildeo tiacutenhamos

em defmitivo estipulado quem nem quantos seriam os futuros professores entrevistados

Quanto ao quem consideraacutemos que para aleacutem de serem alunos de um curso de formaccedilatildeo

imcial de professores de Ciecircncias os sujeitos da nossa amostra deveriam possuir tambeacutem

alguma experiecircncia no acircmbito da Praacutetica Pedagoacutegica (PP) relativamente ao nosso objecto de

74

estudo Assim decidimos que a nossa populaccedilatildeo emergiria do universo dos alunos futuros

professores de Ciecircncias da Natureza no final da sua formaccedilatildeo inicial e a realizar PP numa

Instituiccedilatildeo de Formaccedilatildeo de Professores com a qual nos relacionamos profissionalmente

A par da decisatildeo de quem poderiam ser os nossos informantes surgiu outra questatildeo

quantos sujeitos entrevistar A este respeito os autores Taylor e Bogdan (1992) e Valles

(1997) elucidam-nos que por um lado as entrevistas qualitativas requerem uma investigaccedilatildeo

com um design flexiacutevel no qual natildeo estatildeo definidos a priori o nuacutemero e o tipo de sujeitos a

entrevistar isto eacute a amostra podendo mudar apoacutes comeccedilar o trabalho de campo Por outro

lado e tal com jaacute referimos Bogdan e Biklen (1994) e Almeida e Freire (2000) qjresentam

como vantagem que uma investigaccedilatildeo de natureza qualitativa seja conduzida com amostras

pequenas

Quanto agrave natureza da nossa amostra podemos afirmar que esta eacute intencional pois

escolhemos previamente os sujeitos que a constituiriam (Almeida e Freire 2000) por nos

parecerem os mais adequados ao tipo de estudo que tencionaacutevamos realizar e consideramo-la

do tipo natildeo probabiliacutestico dado que esta foi seleccionada por criteacuterios subjectivos do

investigador que adiante explicitaremos De referir que alguns autores chamam grupo a este

tipo de amostra (Almeida e Freire 2000)

No que diz respeito agrave representatividade e tal como encontramos em Almeida e Freire

(2000 pl08) podemos afirmar que satildeo estudos sem possibilidade de generalizaccedilatildeo dos

dados e das conclusotildees obtidas mas nos quais determinado grupo de indiviacuteduos

laquorepresentaraquo particularmente bera determinado fenoacutemeno ( ) e por esse facto satildeo

escolhidos para o seu estudo (pl09)

Apoiaacutemo-nos tambeacutem no que a esse respeito dizem Albarello et ai (1997 pl03) o

criteacuterio que determina o valor da amostra passa a ser a sua adequaccedilatildeo aos objectivos da

75

investigaccedilatildeo tomando como princiacutepio a diversificaccedilatildeo das pessoas interrogadas e garantindo

que nenhuma situaccedilatildeo importante foi esquecida Nesta perspectiva os sujeitos natildeo satildeo

escolhidos tendo em conta a sua representatividade em termos estatiacutesticos na categoria que

representam mas sim pelo seu potencial e pela sua singularidade constituindo um

mostruaacuterio teoacuterico (Glaser e Strauss cit Taylor e Bogdan 1992) Numa linguagem da

Biologia podemos comparar este tipo de estudos ao poder de ampliaccedilatildeo de uma objectiva

num microscoacutepio oacuteptico Assim quanto maior for o poder de ampliaccedilatildeo da objectiva

perdemos em aacuterea total observada mas ganhamos em profundidade isto eacute observamos

cada detalhe cada pormenor de uma pequena aacuterea observada

Quanto aos criteacuterios de escolha dos sujeitos para a nossa amostra Gorden (cit Valles

1997 p213) alerta-nos para a importacircncia de na selecccedilatildeo dos entrevistados existirem quatro

criteacuterios elementares a ter em conta nomeadamente quem possui a informaccedilatildeo procurada

quais os informadores mais acessiacuteveis fiacutesica e sociahnente destes quem estaacute mais na

disposiccedilatildeo de informar e por uacuteltimo dos informadores acessiacuteveis e dispostos a informar

quem satildeo os mais capazes de comunicar a informaccedilatildeo com precisatildeo

Uma vez que temos Ugaccedilatildeo profissional a uma escola de formaccedilatildeo de professores e

uma relaccedilatildeo proacutexima com alunos futuros professores de diferentes variantes entre as quais

alunos da variante de Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza (que possuiacuteam a informaccedilatildeo

procurada) e um conhecimento da turma dos alunos em Praacutetica Pedagoacutegica (PP) (estaacutegio)

desta variante seleccionaacutemos de entre eles a nossa amostra

Partindo destas orientaccedilotildees elegemos os seguintes criteacuterios de selecccedilatildeo da nossa

amostra

Primeiro - alunos do Curso de Formaccedilatildeo de Professores do Ensino Baacutesico da variante

de Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza voluntaacuterios

76

Segundo - alunos a realizar Praacutetica Pedagoacutegica no 2deg Ciclo do Ensino Baacutesico

Terceiro - alunos a realizar Praacutetica Pedagoacutegica em diferentes escolas de acolhimento

(escolas de T e 3deg Ciclos do Ensino Baacutesico)

Quarto - incluir pelo menos um aluno do sexo masculino (uma vez que a referida

turma eacute composta maioritariamente por elementos do sexo feminino e ^ e n a s trecircs

rapazes)

Quanto ao primeiro e segundo criteacuterios de escolha - alunos do Curso de Formaccedilatildeo de

Professores do Ensino Baacutesico da variante de Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza voluntaacuterios

e a realizar PP no 2deg Ciclo do Ensino Baacutesico - pareceu-nos que de acordo com os objectivos

da investigaccedilatildeo este seria o grupo alvo indicado para ajudar a responder agraves nossas questotildees

de mvestigaccedilatildeo pois para aleacutem das disciplinas teoacutericas e teoacuterico-praacuteticas do seu curso estatildeo

jaacute imersos num contexto educativo no qual lhes eacute dada a possibilidade de conceber e executar

planificaccedilotildees de ensino de Ciecircncias da Natureza

Em relaccedilatildeo ao terceiro e quarto criteacuterios tecircm a finalidade de diversificar os indiviacuteduos

interrogados para tal como referimos assegurar que as suas circunstacircncias satildeo tatildeo diferentes

quanto possiacutevel e que conseguimos obter situaccedilotildees diversificadas

Passaacutemos entatildeo agrave selecccedilatildeo dos alunos a entrevistar para posteriormente decidir da

composiccedilatildeo da nossa amostra

Devemos mencionar que sendo a nossa amostra constituiacuteda por alunos futuros

professores uma vez que estatildeo a realizar Praacutetica Pedagoacutegica (PP) designaacute-los-emos por

alunos-professores denominaccedilatildeo que encontramos entre outros em Bonifaacutecio da Costa

(1999)

77

A nossa primeira abordagem aos potenciais sujeitos do estudo consistiu em conversas

informais acerca da sua PP nomeadamente em relaccedilatildeo ao(s) ano(s) de escolaridade da(s)

sua(s) turma(s) de estaacutegio Para aleacutem disso informaacutemos os sujeitos de uma forma geral

acerca da nossa investigaccedilatildeo e questionaacutemo-los quanto agrave sua disponibilidade para virem a

colaborarem connosco durante o seu ano de PP Destas conversas informais e como alertam

Bogdan e Biklen (1994 p95) constataacutemos claramente que alguns sujeitos estatildeo mais

dispostos a falar ( ) ou satildeo particularmente intuitivos em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees ou ainda que

estatildeo mais predispostos a expor-nos as suas experiecircncias e sentimentos (Taylor e Bogdan

1992) tomando -se informadores-chave (Bogdan e Biklen 1994) De salientar que nas

pnmeiras abordagens ao grupo alvo da nossa investigaccedilatildeo e de acordo com o nosso primeiro

cnteacuterio de selecccedilatildeo foi conseguir que voluntariamente os alunos-professores se

disponibilizassem para colaborar connosco E durante a aproximaccedilatildeo foi notoacuterio que alguns

dos alunos que viriam a constituir a nossa amostra se disponibilizaram quase de imediato

enquanto que outros (designadamente dois sujeitos) natildeo se mostraram disponiacuteveis para

colaborar alegando falta de tempo decisatildeo que respeitaacutemos e compreendemos pois como

lembram Albarello et ai (1997 pl05) comunicar opiniotildees ou informaccedilotildees sobre um assunto

pode parecer uma operaccedilatildeo delicada Por conseguinte estes alunos natildeo foram incluiacutedos na

nossa amostra

De salientar ainda que para aleacutem de expormos aos potenciais entrevistados o interesse

do nosso estudo no acircmbito da investigaccedilatildeo em Ciecircncias da EducaccedilatildeoEducaccedilatildeo em Ciecircncia

bem como a utilizaccedilatildeo que faremos do mesmo tentaacutemos dissipar eventuais receios que estes

pudessem ter em relaccedilatildeo a por exemplo natildeo ser capazes de responder tal como nos sugerem

Albarello et ai (1997) Para aleacutem destes aspectos deixaacutemos claro que o anonimato dos seus

testemunhos estaria garantido isto eacute as suas identidades seriam protegidas

78

Por uma questatildeo de princiacutepios eacuteticos e para assegurar o sigilo e a confidencialidade dos

nossos entrevistados e das informaccedilotildees que nos confiaram omitimos o nome da escola em que

realizavam Praacutetica Pedagoacutegica identificando-as por A B e C e designaacutemos cada sujeito da

investigaccedilatildeo por um pseudoacutenimo como mais adiante se clarifica A este respeito Bogdan e

Bilclen (1994 p77) alertam para o seguinte as identidades dos sujeitos devem ser protegidas

para que a informaccedilatildeo que o investigador recolhe natildeo possa causar-lhes qualquer tipo de

transtomo ou prejuiacutezo e dela natildeo possa ser feita outra utilizaccedilatildeo que natildeo seja a da

investigaccedilatildeo

3 6 - Caracter izaccedilatildeo dos sujeitos da invest igaccedilatildeo

Tomadas as decisotildees necessaacuterias no que respeita agrave nossa amostra a mesma foi

constituiacuteda com seis sujeitos efectivos os quais caracterizamos no quadro 1

V EntrevistagravedoJCcedil (p^udOacutenimbV bull - ( ^ o s ) r -Escoacutelaacute dePPr -

Elisa Feminino 23 B

Judite Feminino 25 A

Eduarda Feminino 22 A

Leonor Feminino 21 A

Anabela Feminino 22 B

Joatildeo Masculino 23

Quadro 31 - Caracterizaccedilatildeo da amostra

Pela observaccedilatildeo do quadro I constatamos que no que diz respeito ao sexo dos

efectivos a nossa amostra contou com cinco sujeitos do sexo feminino e um do sexo

masculino Quanto agraves idades dos aluno s-profes so res que compotildeem a nossa amostra estas

variam entre os vinte e um e os vinte e cinco anos Relativamente agrave escola de Praacutetica

Pedagoacutegica (PP) os nossos entrevistados distribuem-se por 3 escolas que designamos por

79

escola A escola B e escola C Assim trecircs alunos-professores realizam PP na escola A dois na

escola B e um na escola C

De referir que de entre os seis alunos-professores que constituem a nossa amostra

dois constituem um grupo de estaacutegio designadamente a Judite e a Leonor

37 - Descriccedilatildeo das etapas da investigaccedilatildeo

Passamos em seguida a explicitar as etapas da nossa investigaccedilatildeo clarificando o

trabalho empiacuterico desenvolvido em cada uma delas Os meacutetodos e teacutecnicas de recolha e

anaacutelise de dados seratildeo explicitadas mais agrave frente

Primeira etapa do trabalho empiacuterico

A primeira etapa do trabalho empiacuterico teve como objectivo analisar as concepccedilotildees dos

futuros professores de Ciecircncias acerca do papel do Trabalho Experimental no Ensino das

Ciecircncias no tempo actual dominado pelas TIC Para tal procedemos agrave realizaccedilatildeo de

entrevistas semi-estruturadas aos alunos futuros professores da amostra era estudo A

realizaccedilatildeo destas entrevistas foi precedida pela revisatildeo da literatura que haviacuteamos realizado ateacute

ao momento bem como pela elaboraccedilatildeo de ura guiatildeo de entrevista validado por dois juiacutezes

Estas entrevistas foram gravadas em aacuteudio e transcritas na iacutentegra (Cfi Anexo 7)

Segunda etapa do trabalho empiacuterico

Nesta etapa foi nosso objectivo evidenciar aspectos a considerar numa planificaccedilatildeo

didaacutectica envolvendo Trabalho Experimental cora recurso agraves TIacuteC construindo uma proposta

de planificaccedilatildeo relativa a uma sequecircncia de ensino na qual o Trabalho Experimental com

recurso agraves TIC fosse um elemento didaacutectico preponderante Para tal procedemos agrave elaboraccedilatildeo

80

de uma proposta de planificaccedilatildeo (Cfr Anexo 4) que foi validada por seis juiacutezes (professores

especialistas)

Foi ainda nosso objectivo nesta etapa confi-ontar os alunos futuros professores de

Ciecircncias com a planificaccedilatildeo de ensino centrada no TE com recurso agraves TIC sob a forma de

uma workshop formativa na qual participaram os alunos-professores Os mesmos tiveram

oportunidade de para aleacutem de tomar conhecimento da proposta de planificaccedilatildeo experimentar

cada actividade praacutetica dispondo de todo o equipamento necessaacuterio

Terceira etapa do trabalho empiacuterico

Esta uacuteltima etapa teve como objectivo analisar o impacte da nossa proposta de

planificaccedilatildeo como contributo para a alteraccedilatildeo das concepccedilotildees dos alunos-professores no que

respeita agrave utilizaccedilatildeo das Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo no Trabalho

Experimental

A (re)anaacutelise das concepccedilotildees dos sujeitos foi efectuada atraveacutes de um questionaacuterio

(Cfr Anexo 6) passado no final da workshop

Desta feita podemos apresentar o percurso empiacuterico da nossa investigaccedilatildeo sob a forma

de um esquema-resumo (figura 31) Nele surgem esquematizadas as etapas do trabalho

empiacuterico articuladas com os objectivos da nossa investigaccedilatildeo e com a metodologia de

trabalho adoptada no que se refere agraves teacutecnicas e instrumentos privilegiados para obter dados

que satildeo analisados tendo em conta o instrumento analiacutetico previamente construiacutedo

81

Anaacutel ise de Concepccedilotildees

(Objec t ivo 1)

Propos ta didaacutect ica M inovadora

(Object ivos 2 e 3 )

(Re)anaacutel ise de concepccedilotildees

(Object ivo 4)

Entrevist Workshop Questionaacuterio

Anaacutelise do impacte

Figura 31 - Esquema-resumo do percurso empiacuterico da investigaccedilatildeo

3 8 - Metodologia de Recolha de dados

381-Etapa 1

Instrumento de recolha de dados

Tendo em conta a diversidade de instrumentos que se podem utilizar para a recolha de

dados nas investigaccedilotildees de iacutendole qualitativa (observaccedilatildeo entrevistas questionaacuterios

formulaacuterios e anaacutelise de documentos) pareceu-nos que a entrevista individual seria o

instrumento mais adequado agrave natureza dos dados que pretendiacuteamos recolher e agrave consecuccedilatildeo do

primeiro objectivo da nossa investigaccedilatildeo - analisar as concepccedilotildees dos alunos-professores de

Ciecircncias acerca do Trabalho Experimental com recurso agraves TIC Na nossa escolha pesou a

indicaccedilatildeo que encontramos em Bogdan e Biklen (1994) quando referem que aquilo que os

sujeitos partilhara entre si pode revelar-se mais claramente se forem solicitados

individuabnente acerca das suas perspectivas e natildeo necessariamente enquanto observados

nas suas actividades

82

As entrevistas

De acordo com Albarello et ai (1997 p89) a entrevista eacute o instrumento mais

adequado para delimitar os sistemas de representaccedilotildees de valores de normas veiculadas por

um indiviacuteduo e que como referem Quivy e Campenhoudt (1992 p194-195) nos permite

conhecer o sentido que os actores datildeo agraves suas praacuteticas e aos acontecimentos com os quais se

vecircem confrontados os seus sistemas de valores as suas referecircncias normativas as suas

interpretaccedilotildees de situaccedilotildees ( ) as leituras que fazem das suas proacuteprias experiecircncias

Tambeacutem Bogdan e BiJden (1994 p134) concordam que a entrevista eacute utilizada para recolher

dados descritivos na linguagem do proacuteprio sujeito permitindo ao investigador desenvolver

intuitivamente uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspectos do mundo

Como nos elucida Vale (2004 p l80) Obter as palavras exactas natildeo eacute ( ) muito importante

o que as palavras significam eacute o que interessa Na verdade e uma vez que eacute nosso objectivo

analisar as concepccedilotildees dos alunos-professores de Ciecircncias acerca do papel do Trabalho

Experimental no Ensino das Ciecircncias no tempo actual dominado pelas TIC o discurso dos

sujeitos atraveacutes de entrevistas foraece-nos uma imagem do real que melhor corresponde agrave

percepccedilatildeo que esse mesmo sujeito tem do real (Albarello et al 1997)

As entrevistas implicam sempre um contacto directo entre o entrevistador e o

entrevistado e satildeo possivelmente o meacutetodo de investigaccedilatildeo qualitativa mais vulgar e antigo

para obter informaccedilatildeo das pessoas em todas as situaccedilotildees praacuteticas Estas satildeo meacutetodos directos

implicando teacutecnicas de confrontaccedilatildeo interpessoal nas quais o entrevistador formula ao

entrevistado perguntas com o objectivo de conseguir respostas relacionadas com o problema e

objectivos da investigaccedilatildeo mantendo as exigecircncias eacute procedimentos cientiacuteficos e eacuteticos

Estamos conscientes de que a aplicaccedilatildeo deste tipo de instrumentos eacute susceptiacutevel de ser

subjectivo uma vez que estamos limitados agrave condiccedilatildeo do sujeito informador Contudo a este

83

propoacutesito estamos com Bogdan e Biklen (1994) quando afirmam que num estudo qualitativo

os investigadores interessam-se pelo modo como os sujeitos pensam sobre as suas vidas

experiecircncias e situaccedilotildees particulares [sendo que] as entrevistas que efectuam satildeo mais

semelhantes a conversas entre dois confidentes do que a uma sessatildeo formal de perguntas e

respostas Mas refere tambeacutem que esta conversa eacute a uacutenica maneira de captar aquilo que eacute

verdadeiramente importante do ponto de vista do sujeito (Op Cit p69) que exprime as

suas percepccedilotildees de um acontecimento ou de uma situaccedilatildeo as suas interpretaccedilotildees ou as suas

experiecircncias (Quivy e Campenhoudt 1992 p 193) fornecendo assim elementos de anaacutelise

bastante ricos e matizados

De acordo com estes mesmos autores uma entrevista consiste numa conversa

intencional ( ) dirigida por uma das pessoas com o objectivo de obter informaccedilotildees sobre a

outra (Bogdan e Biklen 1994 p l34) de aceder a um saber especiacutefico singular do sujeito

entrevistado Embora semelhante a uma conversa comum a entrevista eacute uma conversa

planeada projectada na qual o entrevistador visa determinados objectivos sem que os

mesmos sejam expliacutecitos para a pessoa entrevistada (Ghiglione e Matalon 1993 Caplow cit

Valles 1997) Este uacuteltimo autor aponta ainda trecircs razotildees pelas quais uma entrevista eacute diferente

de uma conversa do quotidiano nomeadamente o facto de na primeira tanto o entrevistador

como o entrevistado terem expectativas claras o primeiro de escutar e o segundo de falar para

aleacutem disso o entrevistado eacute constantemente incitado a falar sem que o entrevistador o

contradiga e ainda que para o entrevistado quem organiza e manteacutem a conversa eacute o

entrevistador pelo que se cria a ilusatildeo de faacutecil comunicaccedilatildeo e uma entrevista prolongada

parecer breve

Por fim e no que diz respeito ao nuacutemero de sujeitos entrevistados Ghiglione e

Matalon (1993 p l 15) referem que apesar do pequeno nuacutemero de pessoas inquiridas nesta

84

fase poderatildeo ser retiradas conclusotildees suficientemente soacutelidas nomeadamente em relaccedilatildeo a

tudo o que possa conduzir agrave inventariaccedilatildeo mais ou menos estruturada de atitudes

representaccedilotildees comportamentos motivaccedilotildees processos etc

Tipo de entrevista

No que diz respeito ao tipo de entrevista que utilizaacutemos e de acordo com as

perspectivas de diferentes autores optaacutemos pela entrevista semidirectiva semiestniturada ou

semidirigida por permitir fazer emergir as opiniotildees os sentimentos as experiecircncias dos

alunos-professores em relaccedilatildeo aos temas considerados relevantes para a concussatildeo dos

objectivos da investigaccedilatildeo deixando contudo ao investigador uma margem de liberdade na

conduccedilatildeo da mesma de modo a clarificar determinados aspectos

Tratando-se de uma entrevista semidirectiva Quivy e Campenhoudt elucidam-nos que

(1992 pl94) o investigador dispotildee de uma seacuterie de perguntas-guia relativamente abertas a

propoacutesito das quais eacute imperativo receber uma informaccedilatildeo da parte do entrevistado Segundo

Ghiglione amp Matalon (1993 p70) neste tipo de entrevistas cabe ao entrevistador-conhecer

todos os temas sobre os quais tem de obter reacccedilotildees por parte do inquirido mas a ordem e a

forma como os iraacute introduzir satildeo deixadas ao seu criteacuterio sendo apenas fixada uma orientaccedilatildeo

para o inicio da entrevista Esta permitir-nos-aacute recolher a informaccedilatildeo no sentido de dar

resposta agraves questotildees de investigaccedilatildeo e cumprir os nossos objectivos Quivy e Campenhoudt

(1992 pl94) acrescentam que dentro do possiacutevel deveraacute dar-se espaccedilo ao entrevistado para

que este possa falar abertamente com as palavras que desejar e na ordem que lhe convier O

investigador esforccedilar-se-aacute simplesmente por reencaminhar a entrevista para os objectivos

cada vez que o entrevistado deles se afastar

85

Segundo Estrela (1990) existem trecircs pontos que eacute importante seguir na conduccedilatildeo de

uma entrevista designadamente evitar dirigir a entrevista (em demasia) natildeo limitar o tema

abordado e clarificar os quadros de referecircncia do entrevistado O que significa que neste tipo

de entrevistas deveraacute sim existir uma estruturaccedilatildeo uma orientaccedilatildeo salvaguardando-se a

possibilidade de alargamento ao longo da entrevista dos temas propostos ao entrevistado

(Estrela 1990 p354)

Aiiaacutes constataacutemos algumas vezes que o referido alargamento do tema proposto ao

entrevistado sucede com fi-equecircncia Isto eacute por vezes o entrevistado responde a uma pergunta

e logo agrave seguinte que se iria colocar o que eacute aceitaacutevel pois assim estes pontos ficam j aacute

tratados na medida em que o entrevistado forneceu laquoespontaneamenteraquo a informaccedilatildeo que

pretendiacuteamos obter (Estrela 1990 p354) Nas palavras de Bogdan e Biklen (1994 p l37) o

que se revela mais unportante eacute a necessidade de ouvir cuidadosamente ( ) cada palavra

como se ela fosse potencialmente desvendar o misteacuterio que eacute o modo de cada sujeito olhar

para o mundo Deste modo o entrevistador tem que manter uma atitude flexiacutevel perante o

entrevistado a pessoa que tem diante de si sem contudo abandonar o quadro de referecircncia da

entrevista

Embora tratando-se de uma entrevista semidirectiva ou semi estruturada que possui um

esquema ou guiatildeo o qual confina a entrevista a determinado quadro de referecircncia o

entrevistado tem sempre liberdade para moldar o conteuacutedo das suas respostas (Estrela 1990

Ghiglione amp MataJon 1993 Bogdan e Biklen 1994) Tal como nos esclarecem Ghiglione amp

Matalon (1993 p92) sendo colocadas as grandes categorias do quadro de referecircncia global

permanece uma natildeo-definiccedilatildeo dos quadros de referecircncia ao nivel de cada ponto (categoria)

A entrevista semidirectiva ou semiestruturada eacute geralmente utilizada nas investigaccedilotildees

em que se procura conhecer as concepccedilotildees as percepccedilotildees os sentimentos as atitudes e as

86

motivaccedilotildees dos sujeitos aprofundar um determinado domiacutenio (Ghiglione amp Matalon 1993

p97) - o seu quadro de referecircncia - relativamente a determinado tema Em suma a entrevista

permite-nos revelar a perspectiva sobre determinado assunto do ponto de vista do

entrevistado como nos diz Vale (2004 p l79) Mas importa salientar que pelo facto de se

organizar uma estrutura preacutevia para a entrevista - o guiatildeo - tal permitiu-nos poder comparar

os dados obtidos dos diferentes alunos-professores

Guiatildeo de entrevista

Antes da realizaccedilatildeo das entrevistas elaboraacutemos um guiatildeo que tal como nos elucidam

Vales (1997) e Albarello et ai (1997) conteacutem os temas que pretendemos ver tratados no

sentido de conduzir o entrevistado a aprofundar o seu pensamento eou colocar uma questatildeo

que natildeo teniia sido abordada espontaneamente

Referindo-se ao guiatildeo de entrevista como esquema Ghiglione amp Matalon (1993 p92)

referem que este estrutura o indiviacuteduo ( ) e ( ) impotildee um quadro de referecircncia Todavia

cada um dos temas do esquema conserva uma relativa ambiguidade ( ) [pelo que] permanece

uma natildeo-defmiccedilatildeo dos quadros de referecircncia ao niacutevel de cada ponto Assim entendemos um

guiatildeo como um esquema um mapa de orientaccedilatildeo para a entrevista que pretendemos realizar

Contudo como se dizia o mesmo natildeo tem que ser seguido de uma forma riacutegida isto eacute existe

liberdade para alterar a ordem e a forma das questotildees assim como para colocar questotildees que

se mostrem pertinentes ver exploradas no decorrer da entrevista

Na conduccedilatildeo de uma entrevista o entrevistador tem que mostrar flexibilidade e

sensibilidade suficientes para fazer os reajustes necessaacuterios no sentido de natildeo fazer uma

pergunta ao entrevistado agrave qual ele j aacute tenha respondido numa pergunta anterior

87

Ass im e l a b o r aacute m o s o n o s s o gu i atildeo de ent revis ta (Cfr A n e x o 2) t en tando c o n t e m p l a r as

o r i en taccedilotildees atraacutes descr i tas n o sen t ido de s i s temat izar e faci l i tar a c o n s e c u ccedil atilde o dos ob jec t ivos

do n o s s o estudo

O guiatildeo q u e a p r e s e n t a m o s eacute c o m p o s t o p o r seis b locos temaacutet icos os ob jec t ivos

e spec iacute f i cos de cada b loco t emaacute t i co toacutep icos eou re fe recircnc ias e ques totildee s (que satildeo p ropos ta s p a r a

co locar aos ent revis tados)

O s seis b locos t emaacute t i cos d o n o s s o guiatildeo iden t i f i cados cora os n uacute m e r o s d e u m a seis

satildeo 1 - Leg i t imaccedilatildeo d a ent revis ta 2 - F o r m a ccedil atilde o inicial 3 - Ens ino das Ciecircnc ias 4 -

T raba lho Exper imen ta l ( T E ) 5 - T e c n o l o g i a s da I n f o r m a ccedil atilde o e C o m u n i c a ccedil atilde o (TIC) e 6 -

Ar t i cu laccedilatildeo entre o T E e as T IC O s seis b locos f o r a m de f in idos par t indo d o p r ime i ro

ob jec t ivo do es tudo Reflectir o entendimento das Ciecircncias do Ensino das Ciecircncias e em

particular do Trabalho Experimental (TE) no Tempo das Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo (TIC) t endo c a d a u m de l e s ob jec t ivos espec iacute f i cos q u e p a s s a m o s a ap resen ta r n o

quad ro 32

Blocos Temaacuteticos O b j e c t i v o s ^ - - bull v

1 1 Legitimaccedilatildeo da 1 entrevista

Motivar os alunos-professores para colaborar no estudo e dar-lhes a conhecer o objectivo geral do estudo

2 1 Formaccedilatildeo inicial Compreender o valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial e caracterizar o periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica enquanto tempo de construccedilatildeo de saberes profissionais

3 Ensino das Ciecircncias Conhecer as concepccedilotildeesideias dos alunos-professores acerca do ensino das Ciecircncias e compreender o valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial relativamente ao ensino das Ciecircncias

4 1 Trabalho Experimenta] | (TE)

1 Conhecer as concepccedilotildees dos alunos-professores acerca do TE e identificar 1 aspectos que estes lhe atribuem como potencialidades

5 Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo (TIO)

Identificar aspectos de destaque dado agraves TIC na formaccedilatildeo inicial dos alunos-professores compreender o valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC no curso de formaccedilatildeo inicial identificar as potencialidades reconhecidas agraves TIC e conhecer eventuais situaccedilotildees de aulas com recurso agraves TIC

6 Articulaccedilatildeo entre o TE 1 e as TIC

Conhecer as concepccedilotildees dos entrevistados acerca do TE com recurso agraves TIC e identificar eventuais momentos de praacutetica de TE com recurso agraves TIC

Quadro 32 - Blocos temaacuteticos e objectivos retirados do guiatildeo de entrevista

Realizaccedilatildeo das entrevistas

Dado que cada aluno-professor da amostra foi entrevistado individualmente antes da

realizaccedilatildeo de cada uma das entrevistas e com o intuito de pocircr o entrevistado agrave vontade em

conversa informal reforccedilaacutemos aquilo que jaacute antes lhe haviacuteamos dito sobre o interesse da nossa

mvestigaccedilatildeo assim como a importacircncia para o nosso estudo da sua opiniatildeo do seu

testemunho Foi ainda dito ao sujeito que poderia sentir-se livre de dizer o que considerasse

pertinente pois natildeo havia respostas correctas ou incorrectas Para aleacutem destes aspectos

realccedilaacutemos a garantia de sigilo deixando claro que a sua identidade e os seus depoimentos

seriam protegidos permanecendo no anonimato

Nestas conversas preliminares agraves entrevistas ponderaacutemos com os sujeitos da nossa

amostra circunstacircncias como o tempo e o lugar para a realizaccedilatildeo da entrevista Tivemos o

cuidado de informar os sujeitos do tempo meacutedio previsto para a duraccedilatildeo da entrevista natildeo

com o intuito de limitar ou impor um detennmado tempo mas no sentido de a realizaccedilatildeo da

entrevista natildeo ser condicionada por este factor Mediante a disponibilidade dos entrevistados

marcaacutemos o dia o local e a hora para a realizaccedilatildeo das mesmas

No que diz respeito ao espaccedilo procuraacutemos por um lado que este fosse um local

calmo sem interferecircncias do exterior no que diz respeito agrave privacidade e ao ruiacutedo que

poderiam perturbar a realizaccedilatildeo da entrevista e a gravaccedilatildeo aacuteudio Por outro lado tentaacutemos

escolher um local acessiacutevel que natildeo causasse transtorno ao quotidiano dos entrevistados

nomeadamente a deslocaccedilatildeo e o tempo dispendido Por sugestatildeo dos sujeitos optaacutemos por

realizar as entrevistas na instimiccedilatildeo onde estudavam os sujeitos que eacute tambeacutem o nosso locd

de trabalho

Em relaccedilatildeo aacutes horas de realizaccedilatildeo das entrevistas e de acordo com a dispo nib iUdade

optaacutemos por horaacuterios no fmal das aulas dos sujeitos e depois do horaacuterio de trabalho da

89

entrevistadora agrave excepccedilatildeo de uma das entrevistas que por conveniecircncia de ambas as partes

decorreu no periacuteodo de almoccedilo

Foi sempre pedida autorizaccedilatildeo para o registo magneacutetico das entrevistas e para a

transcriccedilatildeo integral e utilizaccedilatildeo de partes das mesmas no estudo

Por forma a assegurar o anonimato e a confidencialidade dos nossos entrevistados e

das suas respostas utilizaacutemos os pseudoacutenimos que j aacute antes referimos e que serviram como

forma de identificaccedilatildeo de fragmentos de citaccedilotildees principalmente no tratamento e anaacutelise dos

dados

A realizaccedilatildeo das entrevistas decorreu nos meses de Maio e Junho de 2005 No que diz

respeito agrave duraccedilatildeo de cada entrevista a mesma variou entre os 23 e os 42 minutos tal como

ilustra para cada entrevistado a figura 32

Duraccedilatildeo de cada entrev is ta

B Elisa

bull Judite

bull Eduarda

bull Leonor

bull Anabela

bull Joatildeo

fb tiacuteP

P ^ rS

Figura 32 - Duraccedilatildeo em minutos de cada entrevista

Na conduccedilatildeo das entrevistas seguimos alguns princiacutepios orientadores de modo

particular o da flexibilidade evitando transformar a entrevista nimi conjunto de procedimentos

ou estereoacutetipos predeterminados (Bogdan amp Biklen 1994) Embora seguindo o guiatildeo demos

90

ao entrevistado espaccedilo para desenvolver o tema agrave vontade levando-o a clarificar sempre que

necessaacuterio os seus pontos de vista concepccedilotildees experiecircncias

Albarello et a (1997) Bogdan amp Biklen (1994) e Ghiglione amp Matalon (1993)

corroboram a ideia de que numa entrevista entram em jogo diversos factores que influenciam

o conteuacutedo do que eacute dito entre os quais destacam a importacircncia da relaccedilatildeo que se estabelece

entre o entrevistador e o entrevistado pois pelo facto de os sujeitos estarem agrave vontade ()

[falam] livremente sobre os seus pontos de vista (Bogdan amp Biklen 1994 pl36) Neste

sentido procurou criar-se um ambiente agradaacutevel de confianccedila seguranccedila e imparcialidade

livre de eventuais constrangimentos ou tensotildees Os sujeitos expuseram as suas opiniotildees as

suas vivecircncias os seus significados como quiseram e durante o tempo que desejaram

Durante a realizaccedilatildeo das entrevistas ouvimos com atenccedilatildeo o que nos dizia o sujeito

sentado agrave nossa fi-ente Por entre expressotildees faciais ou acenando com a cabeccedila tentaacutemos

sempre revelar ao entrevistado o nosso interesse pessoal pelo seu testemunho Ao mesmo

tempo fomos pedindo ao sujeito que clarificasse o seu raciociacutenio ou ftindamentasse a sua

opiniatildeo

Transcriccedilatildeo das entrevistas

A medida que iacuteamos realizando as entrevistas procediacuteamos aacute transcriccedilatildeo das mesmas

(Cfi- Anexo 7) Tal como nos alertam Poirier et ai (1995) na transcriccedilatildeo de cada entrevista

procedemos a reescutas no sentido de garantir uma reproduccedilatildeo o mais fiel possiacutevel daquilo

que foi a expressatildeo do entrevistado

Efectuadas as transcriccedilotildees obtivemos um coi-piis de dados organizado e num suporte

mais acessiacutevel para anaacutelise Ao mesmo tempo permitiu-nos decidir sobre a extensatildeo em

definitivo da nossa amostra a partir da saturaccedilatildeo dos dados que haviacuteamos recolhido e tendo

91

em conta os criteacuterios de selecccedilatildeo j aacute antes especificados Isto eacute tal como j aacute referimos quando

demos iniacutecio agrave recoilia de dados natildeo tiacutenhamos ainda definido o nuacutemero de sujeitos que

constituiria a nossa amostra sendo esta umas das razotildees pelas quais as investigaccedilotildees cora

pendor qualitativo tecircm que ter um design flexiacutevel

Pensamos pois nesta altura que chegaacutemos ao ponto de saturaccedilatildeo das informaccedilotildees ou

dos dados isto eacute ao ponto de saturaccedilatildeo teoacuterica da categoria pois as novas informaccedilotildees

corroboram as anteriores natildeo contribuindo assim para desenvolver propriedades da categoria

e tomando-se redundantes (Glaser e Strauss cit por Valles 1997 Bogdan e Biklen 1994)

De referir tambeacutem que no iniacutecio da realizaccedilatildeo das entrevistas realizaacutemos uma

entrevista-piloto (com um aluno-professor que natildeo veio a integrar a nossa amostra) a qual nos

deu alguma seguranccedila e agrave-vontade em alguns aspectos na conduccedilatildeo das entrevistas

posteriores Para aleacutem deste treino tiacutenhamos realizado outras entrevistas no acircmbito da

disciplina de Metodologias de Investigaccedilatildeo 11- Meacutetodos e Teacutecnicas de Recolha e Anaacutelise de

Dados do Curso de Especializaccedilatildeo

Na investigaccedilatildeo qualitativa tenta-se anahsar os dados em toda a sua riqueza

respeitando tanto quanto possiacutevel a forma em que estes foram registados ou transcritos

(Bogdan e Biklen 1994 p 48) De acordo cora Poirier et (1995 p 102) um texto transcrito

deve traduzir fiehnente aquele que foi o discurso registado nas suas palavras eacute preferiacutevel

pois transcrever o texto oral - tal qual natildeo se deve ( ) modificaacute-lo nem mudar-lhe o estilo

mas simplesmente decifraacute-lo incluindo eventuais erros de linguagem as pausas suspiros

silecircncios etc (Op cit p54) O mesmo criteacuterio foi tido em conta para as intervenccedilotildees do

entrevistador Contudo quando utilizamos os textos assim reproduzidos tomam-se difiacuteceis de

analisar pelo que quando utiHzamos excertos da anaacutelise (Capiacutetulo 4) algumas expressotildees da

92

oralidade que nada acrescentam ao conteuacutedo de determinada resposta ou ateacute dificultam a sua

leitura foram eliminadas

Tratamento e Anaacutelise dos dados

Uma vez que o nosso estudo se situa numa perspectiva de investigaccedilatildeo qualitativa e

que eacute nossa intenccedilatildeo analisar concepccedilotildees dos futuros professores de Ciecircncias a anaacutelise de

conteuacutedo apresenta-se como a teacutecnica de tratamento de dados que mais se adequa

Partindo dos testemunhos dos sujeitos reunimos os dados de forma sistemaacutetica e

organizaacutemo-los no sentido de descrever aspectos relevantes para a compreensatildeo das

concepccedilotildees de cada aluno-professor acerca do TE e das TIC

Na sua defmiccedilatildeo de anaacutelise de conteuacutedo em 1952 Berelson (cit Vala 1986 p l03)

descreve-a como uma teacutecnica de investigaccedilatildeo que permite (bullbullbull) a descriccedilatildeo objectiva

sistemaacutetica e quantitativa do conteuacutedo manifesto da comunicaccedilatildeo Mas se para este autor a

anaacutelise de conteuacutedo trata apenas da anaacutelise do conteuacutedo manifesto anos mais tarde em 1980

Krippendorf (cit Vala 1986 pl03) definiu a anaacutelise de conteuacutedo como uma teacutecnica de

investigaccedilatildeo que permite fazer inferecircncias vaacutelidas e replicaacuteveis dos dados para o seu

contexto

A propoacutesito da noccedilatildeo de anaacutelise de conteuacutedo tambeacutem em Bardin (2004 p37)

encontramos a seguinte definiccedilatildeo um conjunto de teacutecnicas de anaacutelise das comunicaccedilotildees

visando obter por procedimentos sistemaacuteticos e objectivos de descriccedilatildeo do conteuacutedo das

mensagens indicadores ( ) que permitam a inferecircncia de conhecimentos relativos agraves

condiccedilotildees de produccedilatildeorecepccedilatildeo () destas mensagens tomando claro que a inferecircncia eacute um

procedimento que permite a transiccedilatildeo da descriccedilatildeo agrave interpretaccedilatildeo

93

Atraveacutes da anaacutelise de conteuacutedo o investigador quer apreender e aprender algo a partir

do que os sujeitos da investigaccedilatildeo Uie confiam nas suas proacuteprias palavras (Amado 2000

p6l) ou seja compreender o sentido das mensagens

Assim apoacutes a transcriccedilatildeo das seis entrevistas - o corpus da anaacutelise - procedemos a

uma leitura inicial dos dados que constituiu uma preacute-anaacutelise da qual emergiram as primeiras

impressotildees acerca do material total a analisar

O Sistema de Categorias do nosso estudo foi organizado a priori com cinco blocos

temaacuteticos a saber Formaccedilatildeo Inicial Ensino das Ciecircncias Trabalho Experimental

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Articulaccedilatildeo entre o Trabalho Experimental e as

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Uma vez que as nossas categorias com origem no quadro teoacuterico explicitado no

Capiacutetulo 2 jaacute haviam sido definidas comeccedilaram a evidenciar-se algumas divisotildees em

subcategorias que por sua vez foram divididas em dimensotildees de anaacutelise (Cfr Quadros 41 e

42 Capiacutetulo 4)

Se inicialmente a nossa intenccedilatildeo foi de que as categorias que definimos fossem

exclusivas contudo tal natildeo se afigurou ser possiacutevel uma vez que por vezes se sente

necessidade de integrar alguns indicadores em subcategorias diferentes pois bem sabemos que

num estudo de natureza qualitativa eacute difiacutecil estabelecer uma clara fronteira entre

subcategorias Ou seja as subcategorias impregnam-se mutuamente natildeo sendo possiacutevel

excluir a contaminaccedilatildeo

94

382 - Etapa 2

A Investiacutegaccedilatildeo-Acccedilacirco

A par da evoluccedilatildeo e reconhecimento crescentes que a investigaccedilatildeo de pendor

qualitativo tem vindo a ganhar no acircmbito da investigaccedilatildeo em Ciecircncias da Educaccedilatildeo como

atraacutes referimos encontramos neste tipo de metodologia uma estrateacutegia de investigaccedilatildeo

designada por Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo (IA) Nas palavras de Bogdan e Biklen (1994 p 292) a

investigaccedilatildeo-acccedilatildeo consiste na recolha de informaccedilotildees sistemaacuteticas com o objectivo de

promover mudanccedilas sociais Segundo estes autores a investigaccedilatildeo-acccedilatildeo eacute uma estrateacutegia de

investigaccedilatildeo que pode facultar ao investigador informaccedilatildeo e a compreensatildeo de factos acerca

de determinada realidade e de acordo com Paixatildeo (1998 p218) orientada para duas direcccedilotildees

convergentes a) com vista a analisar a realidade compreendecirc-la melhor e intervir nela mais

reflexiva e eficazmente e b) com vista agrave formaccedilatildeo e aperfeiccediloamento dos professores

Segundo Bonifaacutecio da Costa (1999 p67) a Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo em educaccedilatildeo Visa

melhorar a educaccedilatildeo atraveacutes da mudanccedila sendo por isso uma investigaccedilatildeo realizada COM

mais do que uma investigaccedilatildeo realizada SOBRE pelo que Paixatildeo (1998 p221) menciona

que esta estrateacutegia de investigaccedilatildeo imphca adoptar deliberadamente abertura a novas

experiecircncias e processos

Assim na segunda etapa do estudo adoptaacutemos a Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo como estrateacutegia

de investigaccedilatildeo

A Workshop - Uma estrateacutegia de Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo

Tal como atraacutes mencionaacutemos nesta etapa do trabalho e para a consecuccedilatildeo do segundo

e terceiro objectivos da nossa investigaccedilatildeo - evidenciar aspectos a considerar na planificaccedilatildeo

95

didaacutectica envolvendo Trabalho Experimental com recurso agraves TIC planificar uma sequecircncia de

ensino centrada no Trabalho Experimental com recurso agraves TIC e confrontar os futuros

professores de Ciecircncias com o modelo e a planificaccedilatildeo de ensino centrada no TE com recurso

agraves TIC - pretendemos evidenciar aspectos a considerar numa planificaccedilatildeo didaacutectica

envolvendo Trabalho Experimental com recurso agraves TIC construindo para tal uma proposta de

planificaccedilatildeo relativa a uma sequecircncia de ensino na qual o Trabalho Experimental com recurso

agraves TIC fosse um elemento didaacutectico preponderante Para tal procedemos agrave planificaccedilatildeo de

uma sequecircncia de ensino (Cfr Anexo 4) de uma unidade de ensino que emergiu do Programa

de Ciecircncias da Natureza do 6deg Ano de Escolaridade e que se insere nas orientaccedilotildees do

Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico seguindo as orientaccedilotildees actuais para o ensino das

Ciecircncias

A proposta de planificaccedilatildeo para duas aulas de Ciecircncias da Natureza desenvolve-se

sobre um problema central (ao qual se chega apoacutes discussatildeodebate do tema) a partir do qual

se procede a uma investigaccedilatildeo Dentro desta eacute proposta a reahzaccedilatildeo de trecircs actividades

experimentais para as quais se propotildee a utilizaccedilatildeo de diversas tecnologias da informaccedilatildeo e

comunicaccedilatildeo na realizaccedilatildeo de Trabalho Experimental

No sentido de confi-ontar os alunos-professores com a proposta de planificaccedilatildeo de

ensino centrada no TE com recurso agraves TIC - para o cumprimento do terceiro objectivo deste

estudo - confrontar os futuros professores de Ciecircncias com o modelo e a planificaccedilatildeo de

ensino centrada no TE com recurso agraves TIC - organizaacutemos e realizaacutemos a workshop formativa

dando oportunidade aos alunos futuros-professores de connosco partilharem e reflectirem

sobre situaccedilotildees inovadoras tomando conhecimento da proposta de planificaccedilatildeo e

experimentando cada actividade praacutetica dispondo para tal do equipamento necessaacuterio no

acircmbito das tecnologias da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo

96

383 - Etapa 3

De acordo com o quarto objectivo proposto - analisar o impacte da proposta na

alteraccedilatildeo das concepccedilotildees dos professores e futuros professores acerca do Trabalho

Experimental no tempo das TIC pretendemos nesta uacuteltima etapa do nosso estudo analisar o

impacte da nossa proposta de planificaccedilatildeo como contributo para a alteraccedilatildeo das concepccedilotildees

dos alunos-professores no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo no Trabalho Experimental

Tal como jaacute mencionaacutemos a (re)anaacutelise das concepccedilotildees dos sujeitos foi efectuada

atraveacutes de ura questionaacuterio (Cfr Anexo 6) no final da workshop que passamos a

fundamentar

O q u e s t iacute O D aacute r i ograve

Apoacutes a realizaccedilatildeo das entrevistas iniciais e da workshop tivemos necessidade de

recorrer a uma teacutecnica que nos permitisse obter novas respostas sobre as concepccedilotildees dos

sujeitos e fazer a anaacutelise do impacte da workshop nas suas concepccedilotildees no que respeita agrave

utilizaccedilatildeo das Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo no Trabalho Experimental

Elaboraacutemos entatildeo um questionaacuterio por nos permitir ser passado ao mesmo tempo a todos os

sujeitos apoacutes a realizaccedilatildeo da workshop

Questionaacuterios e entrevistas tecircm uma finalidade comum transformar em dados a

informaccedilatildeo directamente comunicada por uma pessoa (Tuckman 2000 p307) Contudo o

questionaacuterio eacute sempre uma teacutecnica estruturada podendo as suas questotildees variar entre fechadas

ou abertas proporcionando respostas mais ou menos directas sobre a informaccedilatildeo que se

pretende obter Haacute no entanto que ressalvar alguns aspectos como nos elucidam Ghiglione amp

97

Mataion (Iacute993 pl 15) designadamente saber com exactidatildeo o que procuramos garantir que

as questotildees tenham o mesmo significado para todos os sujeitos

Para clarificar a diferenccedila entre entrevistas e questionaacuterios deve atender-se agrave liberdade

do sujeito inquirido (Ghiglione amp Mataion 1993) Assim na entrevista semidirectiva ou

semiestruturada embora seguindo um guiatildeo o entrevistador tem liberdade para ser flexiacutevel

isto eacute para poder alterar a ordem e a forma das questotildees assim como para colocar questotildees

que se mostrem pertinentes serem exploradas no decorrer da entrevista como atraacutes jaacute

referimos ou seja fazer os reajustes considerados necessaacuterios No questionaacuterio aberto como o

que utilizaacutemos a formulaccedilatildeo e a ordem das questotildees satildeo fixas mas a pessoa pode dar uma

resposta tatildeo longa quanto desejar (Ghiglione amp Mataion 1993 p70)

Tratamento e Anaacutelise dos dados

Dada a natureza qualitativa do nosso estudo e uma vez que nesta etapa eacute nossa

intenccedilatildeo (re)analisar as concepccedilotildees dos futuros professores de Ciecircncias a anaacutelise de conteuacutedo

apresenta-se tal como para a entrevista como a teacutecnica de tratamento de dados que mais se

adequa tambeacutem ao questionaacuterio Assim natildeo fizemos deste um tratamento estatiacutestico pois natildeo

pretendiacuteamos obter nuacutemeros mas sim dados qualitativos inferir das mensagens dos sujeitos o

que mudou ou natildeo nas suas concepccedilotildees apoacutes a realizaccedilatildeo da primeira entrevista No nosso

estudo em ambas as teacutecnicas de recolha de dados entrevista e questionaacuterio pretendemos

obter dados qualitativos s

Estabelecemos para o questionaacuterio uma categoria a priori e duas subcategorias e

dimensotildees de anaacutelise a posteriori (Cfr Quadros 41 e 42 Capiacutetulo 4)

98

39 - Criteacuterios de Validade da investigaccedilatildeo

Numa investigaccedilatildeo eacute necessaacuterio questionar a qualidade do estudo isto eacute averiguar a

sua validade (Vale 2004) Segundo esta autora A validade de uma investigaccedilatildeo deve

demonstrar o seu verdadeiro valor proporcionar as bases para aplicaacute-la e permitir que possam

ser feitos julgamentos externos sobre a consistecircncia dos seus procedimentos e a neutralidade

dos seus resultados ou decisotildees (Vale 2004 p l88) Como nos esclarece Vale (2004 p l89)

a veracidade eacute estabelecida numa investigaccedilatildeo pelo uso de teacutecnicas que providenciem

verdadeiro valor ou autenticidade

No sentido de reforccedilar a validade da investigaccedilatildeo pedimos a dois juiacutezes que fizessem

criticassugestotildees de melhoramento ao nosso guiatildeo de entrevista Apoacutes a revisatildeo por estes dois

investigadores ponderaacutemos as alteraccedilotildees propostas as quais introduzimos quando

consideraacutemos pertinente

Apoacutes a realizaccedilatildeo das entrevistas e relativamente ao tratamento e anaacutelise dos dados os

mesmos foram lidos por duas pessoas Temos consciecircncia de que todo o processo de anaacutelise

de conteuacutedo desde o estabelecimento das categorias subcategorias ateacute agraves dimensotildees de

anaacutelise possui uma carga subjectiva do proacuteprio investigador que tentaacutemos ampliar para um

nivel de intersubjectividade com a leitura feita por parte de outra pessoa

No sentido de conferir credibilidade agrave nossa proposta de planificaccedilatildeo dado que

pretendiacuteamos consideraacute-la como adequada e inovadora pedimos a seis juiacutezes - professores

especialistas no ensino das Ciecircncias e na formaccedilatildeo de professores - que a avaliassem segundo

uma grelha (Cfr Anexo 5) e que fizessem sugestotildees de melhoramento Apoacutes a apreciaccedilatildeo da

proposta por parte dos professores especialistas apresentamos no quadro 33 uma siacutentese dos

resultados obtidos

99

Niacutevel Itens mdash 1 2 3 bull 4 5 1 Insere-se nas orientaccedilotildees do Curriacuteculo Nacional Ensino Baacutesico

6

2 E adequada ao niacutevel de escolaridade (6deg ano do 2deg Ciclo do EB)

2 1 3

3 Eacute pertinente para a consecuccedilatildeo dos objectivos do Programa

1 3 2

4 Egrave pertinente para o desenvolvimento de competecircncias apontadas no Curriacuteculo Nacional

1 2 3

5 As actividades de Trabalho Praacutetico propostas tecircm interesse

2 4

6 Apresenta recursos didaacutecticos com interesse 2 4 7 Apresenta aspectos de inovaccedilatildeo didaacutectica no uso das TIC no TE

1 1 4

Quadro 33 - Resultados da avaliaccedilatildeo da proposta

Os seis especialistas investigadores eou professores consideram que a proposta se insere

nas orientaccedilotildees actuais do Curriacuteculo Nacional que como atraacutes referiacuteamos integra as propostas

do movimento CTS no que diz respeito agraves Ciecircncias Outro dos aspectos relevantes eacute que os

seis consideram no niacutevel 4 e 5 quer as actividades de Trabalho Experimental propostas quer

que os recursos didaacutecticos tecircm interesse

E ainda de salientar que dos aspectos analisados nenhum dos especialistas atribuiu niacutevel

abaixo de 3 predominando os niacuteveis 4 e 5

100

Capiacutetulo 4

AnacircCise dos ^suiacutetaciacuteos

41 - Nota Introdutoacuteria

Nesta etapa da componente empiacuterica da nossa investigaccedilatildeo analisamos as entrevistas

dos seis alunos-professores que constituem os sujeitos da nossa amostra bem como os

resultados do questionaacuterio respondido no fmaJ da realizaccedilatildeo da workshop formativa no

sentido de clarificar as suas concepccedilotildees acerca das potencialidades do Trabalho Experimental

(TE) no tempo actual dominado pelas Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

Num estudo de iacutendole qualitativa a apresentaccedilatildeo dos resultados exclusivamente na

forma de texto narrativo natildeo facilitaria a sua leitura dispersando a informaccedilatildeo No entanto eacute

essencial natildeo perder de vista a relevacircncia clarificadora da componente descritiva atraveacutes do

recurso agraves citaccedilotildees do discurso dos sujeitos Deste modo nesta secccedilatildeo do estudo procedemos agrave

anaacutelise dos dados retirados do corpus guiando-nos pelo instrumento de anaacutelise Os dados

isolados do corpus organizados e interpretados constituem os nossos resultados que nos

permitiratildeo apontar conclusotildees e responder agraves questotildees de investigaccedilatildeo

O sistema de categorias do nosso estudo foi organizado tendo como referecircncia cinco

blocos temaacuteticos respectivamente Formaccedilatildeo Inicial Ensino das Ciecircncias Trabalho

Experimental Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Articulaccedilatildeo entre o Trabalho

Experimental e as Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Definidas as categorias e as subcategorias as dimensotildees emergiram da anaacutelise dos

dados constituindo especificaccedilotildees do aspecto anterior Isto eacute as dimensotildees de anaacutelise

constituem especificaccedilotildees das subcategorias por sua vez estas satildeo extensotildees das categorias

As dimensotildees que criaacutemos congregam os indicadores semelhantes que se foram evidenciando

dos dados

02

No que diz respeito agrave apresentaccedilatildeo dos resultados optaacutemos pela organizaccedilatildeo num

quadro-resumo que sempre se segue a uma explanaccedilatildeo descritiva de cada subcategoria

Os quadros-resumo compreendem as dimensotildees para cada categoria e subcategoria

respectivamente bem como os indicadores e o nome dos alunos-professores que os apontam

Como jaacute clarificaacutemos no capiacutetulo anterior os nomes usados natildeo correspondem agrave identidade

real dos participantes

Os indicadores patentes nos quadros-resumo ou satildeo transcritos do corpus ou satildeo uma

frase compreensiva que traduz a ideia do entrevistado

Na anaacutelise da entrevista tentaacutemos extrair todos os indicadores do discurso de cada

entrevistado em relaccedilatildeo agraves subcategorias de anaacutelise para podermos conhecer em

profundidade as suas concepccedilotildees sobre cada uma das categorias no respectivo bloco

Apresentamos a anaacutelise dos dados extraiacutedos do corpus na ordem pela qual os alunos-

professores foram entrevistados Elisa Judite Eduarda Leonor Anabela e Joatildeo Contudo

quando as ideias de dois entrevistados eram muito proacuteximas fizemos a sua anaacutelise tambeacutem

sequencialmente

Nas transcriccedilotildees que fazemos colocaacutemos por vezes uma ou outra palavra dentro de

parecircntesis rectos para que fora do contexto o excerto mantivesse o significado Os parecircntesis

rectos servem tambeacutem para no fim de cada transcriccedilatildeo identificar os alunos-professores

A anaacutelise do questionaacuterio referir-nos-emos com mais detalhe no ponto 43

Os quadros 41 e 42 que se seguem satildeo orientadores da anaacutelise isto eacute evidenciam os

blocos temaacuteticos categorias e subcategorias (quadro 41) e subcategorias e dimensotildees (quadro

42)

103

BLOCOS TEMAacuteTICOS CATEGORIAS SUBCATEGORIAS

L mdash mdash

FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo iniciaJ

Expectativas iniciais

FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo iniciaJ

Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo ser professor de Ciecircncias

FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo iniciaJ

Escolha da profissatildeo FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica

AvaliaccedilatildeoBalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica

FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica Experiecircncias de aprendizagem valorizadas

FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica Experiecircncias relevantes - aspectos positivos e

negativos

1 ENSINO DAS C I Ecirc N Q A S

Concepccedilotildees acerca do Ensino das Ciecircncias

Finalidades do Ensino das Ciecircncias

1 ENSINO DAS C I Ecirc N Q A S

Concepccedilotildees acerca do Ensino das Ciecircncias

Aspectos valorizados no Ensino das Ciecircncias 1 ENSINO DAS C I Ecirc N Q A S

Avaliaccedilatildeo da formaccedilatildeo em Ensino das Ciecircncias Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias

TRABALHO EXPERIMENTAL

Concepccedilatildeo de IK Concepccedilatildeoideia de TE

TRABALHO EXPERIMENTAL

Concepccedilatildeo de IK Aspectos valorizados no TE TRABALHO

EXPERIMENTAL

Potencialidades do TE Competecircncias que o TE desenvolve

Destaque das TIC na formaccedilatildeo inicial

Disciplinas que contemplaram as TIC

Destaque das TIC na formaccedilatildeo inicial Conteuacutedos contemplados

1 TECNOLOGIAS DA

Destaque das TIC na formaccedilatildeo inicial

Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica

INFORMACcedilAtildeO E COMUNICACcedilAtildeO

Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo em TIC

INFORMACcedilAtildeO E COMUNICACcedilAtildeO

Potencialidades das TIC Potencialidades das TIC

INFORMACcedilAtildeO E COMUNICACcedilAtildeO

Recurso agraves TIC na PP Acesso agraves TIC

INFORMACcedilAtildeO E COMUNICACcedilAtildeO

Recurso agraves TIC na PP

Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC

ARTICULACcedilAtildeO ENTRE TE E TIC

Realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

Exemplos de TIC como recurso para o TE

ARTICULACcedilAtildeO ENTRE TE E TIC

Realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC ARTICULACcedilAtildeO ENTRE

TE E TIC Concepccedilatildeo de TK com

recurso agraves TIC

Vantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

ARTICULACcedilAtildeO ENTRE TE E TIC

Concepccedilatildeo de TK com recurso agraves TIC Desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves

TIC

Quadro 41 - Instrumento orientador da anaacutelise das entrevistas - Blocos temaacuteticos Categorias e Subcategorias

104

SUBCATEGORIAS DIMENSOtildeES

Expectativas iniciais

Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo

- Natildeo atingiu as expectativas - Veio ao encontro das expectativas - Superou as expectativas Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo

Escolha da profissatildeo - Gosto pela aacuterea da Educaccedilatildeo - Determinaccedilatildeo pessoal - Gosto por MatemaacuteticaCiecircncias da Natureza

AvaliaccedilatildeoBalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica

- Satisfaccedilatildeo pessoal - Periacuteodo de muitas aprendizagens - Periacuteodo particular do curso

Experiecircncias de aprendizagem valorizadas - Preparaccedilatildeo de aulas

- Desempenho na aula

Experiecircncias relevantes

Aspectos positivos - Aspectos relacionais

- Aspectos de desenvolvimento profissional

- Dificuldades na planificaccedilatildeo

Aspectos negativos - Aspectos burocraacuteticos

- Organizaccedilatildeo da Praacutetica Pedagoacutegica

- Compreensatildeo de noacutes proacuteprios

Finalidades do Ensino das Ciecircncias - Compreensatildeo do mundo que nos rodeia

- Argumentos de cidadania

- Desenvolver atitudes cientiacuteficas

Aspectos valorizados no Ensino das Ciecircncias - Conteuacutedos

- Processos

Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias

Concepccedilatildeoideia de TE - TE demonstrativo veriacuteficatograverio ilustrativo confirmatoacuterio Concepccedilatildeoideia de TE - TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas

Aspectos valorizados no TE - Cumprir regras de seguranccedila

Aspectos valorizados no TE - Percurso para a resoluccedilatildeo de um problema Aspectos valorizados no TE - Seguir um protocolo

Competecircncias que o TE desenvolve

- Competecircncias cognitivas

Competecircncias que o TE desenvolve

- Competecircncias soacutecio-afectivas

Competecircncias que o TE desenvolve - Competecircncias de autonomia Competecircncias que o TE desenvolve - Capacidades e atitudes

Competecircncias que o TE desenvolve

- Criar motivaccedilatildeo na aula

Competecircncias que o TE desenvolve

- Contacto com material de Laboratoacuterio - bull

105

Disciplinas que contemplaram as TIC Disciplinas que contemplaram as TIC

- Programas informaacuteticos Conteuacutedos contemplados - Importacircncia das TIC

- Trabalho com o retroprojector

Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica mdash

- Aprender antes de chegar agrave PP Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica - Apoio nas aulas da PP

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo em TIC - Insatisfaccedilatildeo Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo em TIC 1 - Satisfaccedilatildeo

- As TIC como um recurso no ensino

Potencialidades das TIC - Motivaccedilatildeo e Ludicidade

- A utilizaccedilatildeo das TIC por todos os alunos

Acesso agraves TIC - Faacutecil acesso || Acesso agraves TIC - Difiacutecil acesso |

Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC - Recurso a programas informaacuteticos Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC - Aulas sem recurso agraves TIC

- Programas informaacuteticos - Internet

Exemplos de TIC como recurso para o TE - Viacutedeos Exemplos de TIC como recurso para o TE - Flexcam bull Sensores ligados ao computador - Projector de Slides - Condiccedilotildees do Laboratoacuterio

Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso - Tempo agraves TIC - Professor cooperante

- Conteuacutedos a leccionar

- Acompanhamento da aula

- Criar motivaccedilatildeo Vantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves - Organizaccedilatildeo de dados

TIC - Natildeo requer material nem preparaccedilatildeo

- Economia de tempo

- Alargar conhecimentos Desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso

agraves TIC -Impede o manuseamento

Quadro 42 - Subcategorias e Dimensotildees da anaacutelise das entrevistas

106

42 - Anaacutelise de conteuacutedo das Entrevistas

4 21 - Formaccedilatildeo Inicial

CATEGORIA VALOR ATRIBUIacuteDO Agrave FORMACcedilAtildeO INICIAL

Relativamente agrave categoria Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial estabelecemos

trecircs subcategorias que designaacutemos por Expectativas iniciais Preparaccedilatildeo para o

exerciacutecio da profissatildeo e Escolha da profissatildeo

Para a subcategoria Expectativas iniciais a anaacutelise de conteuacutedo que efectuaacutemos

permitiu-nos organizar os dados em trecircs dimensotildees de anaacutelise designadamente Natildeo

atingiu as expectativas Veio ao encontro das expectativas e Superou as

expectativas

A nossa entrevistada Elisa explicou que a formaccedilatildeo inicial por um lado veio ao

encontro das suas expectativas iniciais mas por outro lado natildeo aludindo mesmo que o

plano de estudos do seu curso tem algumas carecircncias por exemplo em termos de

disciplinas mais concretamente no que diz respeito agrave elaboraccedilatildeo de planos de aula que

exprime desta forma

Acho que tem algumas carecircncias [a formaccedilatildeo inicial] () por exemplo uma dificuldade que noacutes sentimos muito eacute quando () vamos para a parte praacutetica de estaacutegio noacutes sentimos muita falta () na formaccedilatildeo de planos () E temos sempre que recorrer agrave ajuda dos cooperantes e dos supervisores porque natildeo temos uma cadeira de base para fazer planos [Elisa]

Apesar das carecircncias que aponta Elisa acrescenta que mas () conseguimos

aprender e conseguimos melhorar mas tem algumas carecircncias eu acho a formaccedilatildeo

inicial [Elisa]

Elisa refere ainda que a formaccedilatildeo inicial do seu curso deveria ter cadeiras mais

especiacuteficas como nos diz

107

acho que noacutes em termos de cadeiras do curso () podiacuteamos ter uma outra abrangecircncia ou mesmo outras cadeiras se calhar mais dentro da nossa aacuterea E se calhar natildeo ter aquelas cadeiras tatildeo fora do nosso acircmbito que tambeacutem satildeo essenciais mas () ter menos horas dessas disciplinas e ter outras cadeiras () por exemplo na formaccedilatildeo de planos [Elisa]

Quanto a Judite afirma com alguma hesitaccedilatildeo que a formaccedilatildeo inicial veio ao

encontro das suas expectativas iniciais referindo que na Praacutetica Pedagoacutegica eacute que se vecirc o

que se aprendeu como ilustra o excerto que se segue

Acho que sim [que a formaccedilatildeo inicial veio ao encontro das suas expectativas] Acho que noacutes agora na praacutetica conseguimos ver o que andaacutemos aqui a aprender Conseguimos pocircr em praacutetica e daacute-nos uma grande ajuda [Judite]

Eduarda refere que as suas expectativas em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo inicial foram

superadas pois na sua opiniatildeo as disciplinas do curso satildeo bastante abrangentes

Sim ateacute foi mais Foi maior do que eu esperava Natildeo estava agrave espera de ter tantas disciplinas a abranger tantas areas () Porque estava mais agrave espera de encontrar disciplinas no acircmbito da Matemaacutetica e das Ciecircncias e natildeo de outras () Superou () as expectativas [Eduarda]

Em relaccedilatildeo a Leonor mencionou-nos que a formaccedilatildeo inicial do seu curso

correspondeu agraves expectativas pois era o que estava agrave espera Contudo faz referecircncia a

cadeiras de Psicologia e outras de cariz generalista como exprime no seguinte excerto

Sim era o que eu estava agrave espera mesmo quando comeccedilaacutemos desde o primeiro ano por aquelas cadeiras de Psicologia por aiacute fora em termos educativos ALE [Aprendizagem da Leitura e da Escrita] em que comeccedilaacutemos a aprender e ver quais eram as reacccedilotildees dos miuacutedos na sala de aula e agora estar na praacutetica e ver como eacute tem tudo a ver Corresponde agraves minhas expectativas [Leonor]

Por sua vez Anabela explica que para si algumas disciplinas do curso estatildeo

desfasadas da realidade da Praacutetica Pedagoacutegica (PP) acho que temos disciplinas que muito

sinceramente eu natildeo vi relaccedilatildeo agora com esta parte que estamos na parte da Praacutetica

Pedagoacutegica [Anabela]

Poreacutem acrescenta a parte experimental [das disciplinas do curso] estaacute bastante

relacionada [Anabela]

108

o aluno-professor Joatildeo disse-nos que jaacute tinha uma ideia formada acerca do curso

antes de o frequentar por isso o plano de estudos do curso veio ao encontro das suas

expectativas como explica

Sim veio ao encontro das expectativas iniciais era o que eu tinha pensado jaacute Eu antes de ter vindo antes de ter iniciado este curso jaacute tinha mais ou menos uma ideia pouco uma ideia vaga mas veio ao encontro das poucas ideias que tinha [Joatildeo]

As perguntas acerca da formaccedilatildeo inicial as entrevistadas Judite Leonor e Anabela

reportam-se agrave Praacutetica Pedagoacutegica no 2deg Ciclo do EB do 4deg ano da sua formaccedilatildeo inicial

Anabela refere-se tambeacutem agrave PP do 1deg Ciclo do EB em resposta a esta pergunta A anaacutelise

do conteuacutedo das respostas destas trecircs alunas-professoras permite-nos inferir que a PP eacute um

processo central neste curso uma vez que embora questionadas sobre a sua formaccedilatildeo

inicial de uma forma geral reportam-se unicamente ao periacuteodo de PP

O quadro 43 apresenta em siacutentese as principais ideias dos alunos-professores

acerca do valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial em particular acerca das suas expectativas

iniciais

D I M E N S Otilde E S 1 V IPROacuteICAacuteDORES bull ENTREVISTADOS

N Atilde O ATINGIU AS

EXPECTATIVAS

Tem algumas carecircncias Elisa N Atilde O ATINGIU AS

EXPECTATIVAS Devia ter disciplinas mais especiacuteficas Elisa N Atilde O ATINGIU AS

EXPECTATIVAS

Disciplinas que natildeo tecircm relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica Anabela

V E I O AO ENCONTRO DAS EXPECTATIVAS

Na PP eacute que vemos o que aprendemos Judite

V E I O AO ENCONTRO DAS EXPECTATIVAS

Era 0 que eu estava agrave espera Leonor V E I O AO ENCONTRO DAS EXPECTATIVAS

A parte experimental das disciplinas do curso estaacute articulada com a PP Anabela

V E I O AO ENCONTRO DAS EXPECTATIVAS

Eu jaacute tinha mais ou menos uma ideia Joatildeo

SUPEROU AS EXPECTATIVAS Disciplinas que abrangem aacutereas muito diversas

Eduarda

Quadro 43 - Subcategoria Expectativas Iniciais

109

Em relaccedilatildeo agrave subcategoria P r e p a r a ccedil atilde o p a r a o exerciacutecio da profissatildeo apoacutes

perguntarmos aos nossos entrevistados se se sentiam preparados para o exerciacutecio da

profissatildeo de professores as suas respostas foram unacircnimes todos responderam

afirmativamente Contudo foram tambeacutem unacircnimes em acrescentar que se aprende com a

praacutefica e que o que levam da escola eacute apenas o equipamento para uma aprendizagem ao

longo da vida

Assim Elisa refere

Eu acho que me sinto preparada mas tenho ainda muito para aprender Muito Acho que noacutes levamos daqui uma pequena bagagem mas temos muito muito mais () que soacute agora os proacuteximos anos eacute que nos vatildeo dar muito mais para aprender Eu acho que aqui eacute soacute um bocadinho [Elisa]

Quanto a Judite explica eu acho que me sinto preparada para me continuar a

profissionalizar () Porque estamos sempre a aprender e temos que estar sempre a

actualizar-nos [Judite]

Por sua vez Eduarda afirma eacute como a carta de conduccedilatildeo tira-se mas natildeo se sabe

conduzir ainda [Eduarda]

Leonor refere que estaacute agora a comeccedilar mas confessa-se preparada para o

exerciacutecio da profissatildeo docente

Sinto sinto () Sei que eacute uma profissatildeo com muita responsabilidade e () estou agora a comeccedilar sei que vou encontrar miuacutedos muito diferentes com dificuldades diferentes mas penso que sim que estou preparada Ateacute agora estou-me a sentir preparada [Leonor]

Anabela que partilha a mesma opiniatildeo que os restantes entrevistados refere estar

mais ou menos preparada para ser professora como nos diz acho que se estaacute sempre a

aprender Mais ou menos preparada penso que sim [Anabela]

110

Quanto a Joatildeo eacute peremptoacuterio ao dizer que se sente completamente preparado para

leccionar como se pode verificar no seguinte excerto Completamente [preparado para a

profissatildeo] Mesmo [Joatildeo]

O quadro 44 diz respeito agrave organizaccedilatildeo dos dados relativos agrave subcategoria

Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo e dimensatildeo com a mesma designaccedilatildeo

gt D I M E N S Atilde O [ - INDICADORES ENTREVISTADOS

Levamos uma pequena bagagem Elisa

Temos que estar sempre a actualizar-nos Judite

PREPAJIACcedilAtildeO PARA 0 EXERCIacuteCIO DA PROFISSAtildeO

Eacute como tirar a carta de conduccedilatildeo Eduarda

Estou agora a comeccedilar j Leonor

Acho que se estaacute sempre a aprender Anabela

Sinto-me completamente preparado Joatildeo

Quadro 44 - Subcategoria Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo

Para a subcategoria Escolha da profissatildeo a anaacutelise dos dados permitiu-nos fixar

trecircs dimensotildees de anaacutelise a saber Gk)sto pela aacuterea da educaccedilatildeo Determinaccedilatildeo

pessoal e Gosto por MatemaacuteticaCiecircncias da Natureza

Ao serem confrontados com a pergunta sobre se voltariam a escolher este curso os

nossos entrevistados natildeo hesitaram em responder que sim Quanto agraves razotildees apontadas

pelos nossos sujeitos para a escolha da profissatildeo satildeo diversas passando por motivos tais

como gostar de ensinar e aprender gostar da convivecircncia com muitas pessoas em

particular com crianccedilas

Elisa afirma a vertente da educaccedilatildeo era uma coisa que eu () gostava por isso

voltaria a escolher [Elisa]

111

Judite diz-nos que sim voltaria a escolher este curso e justifica uma das coisas que

eu gosto de fazer eacute ensinar [Judite]

Quanto a Eduarda os motivos que levaram a optar por um curso de ensino em

Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza prendem-se com a sua determinaccedilatildeo pessoal como

nos explica [Voltaria a escolher este curso] Sempre Sempre Desde pequena foi-se

acumulando a vontade de vir para este curso e sim sempre [Eduarda]

E explica porquecirc

Pronto eu de pequena quando no T Ciclo diziam que eu natildeo era assim muito boa a Matemaacutetica e eu talvez por teimosia ou natildeo sei pela vontade de querer tambeacutem saber fui gostando de Matemaacutetica e teimei que eu vou ser boa a Matemaacutetica epronto [Eduarda]

Tambeacutem para Leonor a escolha desta profissatildeo haacute muito que era desejada e explica

as suas razotildees

Sempre foi um curso que eu gostei desde pequena Recordo-me que quando tinha para ai 7 anos 8 anos quando comecei a aprender a ler e a escrever que ia laacute para a casa de uma senhora ensinar o neto a ler e a escrever e ela dava-me 20 escudos Por isso sim Sempre gostei de ensinar de aprender de estar sempre relacionada com muitas pessoas com crianccedilas por isso voltaria [a escolher o mesmo curso] [Leonor]

Por sua vez Anabela revela-nos o seu gosto pela disciplina de Matemaacutetica e o mais

recente pela disciplina de Ciecircncias da Natureza como nos diz Eu gosto mesmo de

Matemaacutetica mas ultimamente tenho-me relacionado mais com as Ciecircncias () estou-me

a ver um bocadinho mais relacionada com as Ciecircncias [Anabela]

Quanto ao nosso entrevistado Joatildeo aponta como explicaccedilatildeo para voltar a escolher

este curso a sua determinaccedilatildeo pessoal como exprime no seguinte excerto Claro que

112

voltava [a escolher o mesmo curso] Eu foi sempre isto que eu quis () Natildeo estou

arrependido [Joatildeo]

O quadro III apresenta em siacutentese as principais ideias dos alunos-professores

acerca da subcategoria Escolha da profissatildeo

DIMENSOtildeES 1 INDICADORES I ENTREVISTADOS

1 Gosto pela aacuterea da educaccedilatildeo Elisa

G O S T O PELA AacuteREA DA EDUCACcedilAtildeO

1 Gosto em ensinar j Judite 1 Leonor G O S T O PELA AacuteREA DA

EDUCACcedilAtildeO j Gosto em aprender Leonor

Gosto em estar relacionada com muitas pessoas Leonor

j Gosto em estar relacionada com crianccedilas Leonor

DETERMINACcedilAtildeO PESSOAL

Desde pequena quis vir para este curso Eduarda | Leonor DETERMINACcedilAtildeO PESSOAL

Foi sempre isto que eu quis Joatildeo

G O S T O POR M A T E M Aacute T I C A C I Ecirc N C I A S

DA NATUREZA

Gosto pelas Ciecircncias da Natureza Anabela G O S T O POR M A T E M Aacute T I C A C I Ecirc N C I A S

DA NATUREZA Gosto pela Matemaacutetica Anabela

Quadro 45 - Subcategoria Escolha da profissatildeo

Siacutentese da Categoria Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial

Para a subcategoria Expectativas Iniciais pertencente a esta categoria todos os

nossos entrevistados consideram que a formaccedilatildeo inicial veio ao encontro das suas

expectativas iniciais Contudo apercebemo-nos por alguns testemunhos e tambeacutem pela

hesitaccedilatildeo em algumas respostas que transparece alguma insatisfaccedilatildeo Como os excertos

que transcrevemos elucidam duas das entrevistadas (Elisa e Anabela) manifestam

claramente que na sua opiniatildeo a formaccedilatildeo inicial tem algumas falhas E apontam

exemplos Assim enquanto uma delas aponta que algumas das disciplinas satildeo fora do

acircmbito do curso demasiado generalistas e que como tal poderiam ter outras mais

especiacuteficas que colmatassem algumas das dificuldades sentidas na PP como por exemplo

113

elaborar planos de aula (Elisa) a outra aluna-professora aponta a mesma falha na formaccedilatildeo

inicial ou seja considera que algumas das disciplinas que teve ao longo da formaccedilatildeo

inicial satildeo discrepantes no que diz respeito agrave PP natildeo tendo segundo nos diz relaccedilatildeo com a

PP (Anabela)

Este eacute um dos aspectos mais evidentes do discurso dos nossos entrevistados Assim

de forma explicita como o fazem estas duas entrevistadas (Elisa e Anabela) ou de outras

formas natildeo verbais designadamente a hesitaccedilatildeo pensamos que tendencialmente os

alunos-professores tecircm a ideia de que algumas disciplinas teoacutericas da sua formaccedilatildeo inicial

satildeo irrelevantes para a PP

De facto o curso de Professores do Ensino Baacutesico da variante Matemaacutetica e

Ciecircncias da Natureza permite natildeo soacute leccionar estas duas disciplinas do T Ciclo do Ensino

Baacutesico como tambeacutem leccionar no 1deg Ciclo do Ensino Baacutesico Naturabnente algumas

disciplinas do plano de estudos deste curso satildeo vocacionadas para esse Ciclo e os alunos

durante o curso natildeo valorizam esse aspecto

Por um lado algvins dos nossos entrevistados podem ter considerado estas

disciplinas como de somenos importacircncia ou generalistas talvez por estarem mais

vocacionados para leccionar no 2deg Ciclo do Ensino Baacutesico

Por outro lado e tal como encontramos em Praia (1998 p l 60 ) a propoacutesito da

formaccedilatildeo inicial de professores um dos pontos criacuteticos reside na dificuldade de transferir

os conhecimentos teoacutericos para uma praacutetica contextualizada ( ) que jamais sendo uma

simples aplicaccedilatildeo praacutetica tem em conta os conhecimentos teorizados e reflecte neles

Neste sentido esta pode ser uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a ideia de que algumas

disciplinas teoacutericas da formaccedilatildeo inicial satildeo consideradas irrelevantes para a PP pelos

alunos-professores

114

Quanto agrave subcategoria Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo tambeacutem desta

categoria a leitura dos dados permite-nos dizer que os nossos entrevistados entendem a

formaccedilatildeo inicial como o imcio de um processo de preparaccedilatildeo do profissional de educaccedilatildeo

De uma forma geral os dados mostram-nos que os alunos-professores consideram-

se preparados para o exerciacutecio da profissatildeo docente sendo unacircnimes em concordar que da

escola de formaccedilatildeo inicial levam uma pequena bagagem (Elisa) que se aprende com a

praacutetica (Eduarda) e que a formaccedilatildeo eacute um processo obrigatoacuterio ao longo da carreira

docente (Judite e Anabela)

Quanto agrave subcategoria Escolha da profissatildeo ainda desta categoria os nossos

entrevistados renovam a vontade de escolher o curso que estatildeo a terminar isto porque ao

serem confi-ontados com a pergunta se voltariam a escolher o mesmo curso foram

peremptoacuterios na resposta afirmando que sim

Os dados mostram-nos que os alunos-professores justificam tal resposta com

motivos que se relacionam principalmente com o gosto pela aacuterea da educaccedilatildeo e com a

determinaccedilatildeo pessoal

CATEGORIA CARACTERIZACcedilAtildeO DO PERIacuteODO DE PRAacuteTICA PEDAGOacuteGICA

Para esta categoria definimos trecircs subcategorias nomeadamente

Avaliaccedilatildeobalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica Experiecircncias de

aprendizagem valorizadas e Experiecircncias relevantes da praacutetica pedagoacutegica -

aspectos positivos e negativos

De salientar que uma vez que o nosso estudo incide na anaacutelise das concepccedilotildees de

futuros professores de Ciecircncias do T Ciclo do EB centraacutemo-nos na PP neste niacutevel de

escolaridade que tem a duraccedilatildeo de dois semestres lectivos Contudo e dado que este curso

de Formaccedilatildeo de Professores tem uma componente de PP no 1deg Ciclo do EB com a duraccedilatildeo

115

de um semestre lectivo alguns dos nossos entrevistados fizeram referecircncia a esta PP como

se pode constatar pela anaacutelise das suas transcriccedilotildees

Contudo como o nosso estudo incide na anaacutelise das concepccedilotildees de futuros

professores de Ciecircncias do 2reg Ciclo do EB centrar-nos-emos na PP deste niacutevel

Assim para a subcategoria AvaliaccedilatildeoAjalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica a anaacutelise de conteuacutedo que efectuaacutemos permitiu-nos organizar os dados em

trecircs dimensotildees de anaacutelise nomeadamente Satisfaccedilatildeo pessoal Periacuteodo de muitas

aprendizagens e Periacuteodo particular do curso

Quando pedimos aos nossos entrevistados para fazerem um balanccedilo do periacuteodo de

PP de uma forma geral todos os entrevistados fazem um balanccedilo positivo deste tempo

Assim Elisa que faz referecircncia agrave PP no T e no 2deg Ciclo faz um balanccedilo muito

positivo da PP no 2deg Ciclo como eacute notoacuterio no seguinte excerto

Eu acho que eacute muito bom e eacute uma outra anaacutelise do nosso curso () Muito positivo Eu acho que eacute um outro registo que noacutes levamos () Aliaacutes eu acho que se chega a este uacuteltimo ano e vecirc-se realmente se se tem ou natildeo se tem mesmo vocaccedilatildeo () Porque uma coisa eacute o teoacuterico e noacutes ateacute estudamos e chegamos agrave conclusatildeo que sabemos fazer ou passar agrave cadeira outra coisa eacute a praacutetica [Elisa]

Quanto a Judite que tambeacutem faz um balanccedilo positivo do periacuteodo de PP diz-nos

que este eacute um processo de muita responsabilidade como nos explica

Acho que eacutepositivo () noacutes sentimos que eles [os alunos] satildeo nossos e sentimos responsabilidades em que eles aprendam e temos muita responsabilidade se eles o fazem ou natildeo Eu acho que se eles aprendem ou natildeo 90 das vezes depende de noacutes de como damos as aulas de como introduzimos um conceito de como estamos atentos se eles tecircm dificuldades ou natildeo eu acho que depende muito de noacutes [Judite]

Eduarda hesita um pouco ao fazer um balanccedilo da PP Contudo acaba por dizer que

gosta muito de ensinar e que os aspectos negativos da PP satildeo superados pelos positivos

como se destaca no seguinte transcrito

116

eu acho que eacute sempre positivo [o balanccedilo da PP] Pronto haacute aspectos negativos outros positivos mas acho que os positivos () satildeo maiores que os negativos (Eduarda hesita um pouco) Ah Um balanccedilo positivo sim [Eduarda]

E explica-nos porque faz um balanccedilo positivo eu gosto muito de ensinar e ver as

carinhas dos alunos a aprender [Eduarda]

Tal como Elisa Leonor tambeacutem faz referecircncia agrave PP no 1reg Ciclo do EB pois gostou

imenso Quanto agrave PP do 2deg Ciclo do EB a nossa entrevistada refere que aprendeu muitas

coisas com os alunos e estaacute a gostar muito como nos descreve

Positivo [o balanccedilo da PP] Ateacute agora tem corrido tudo bem () foi um ano inteiro estou a terminar o ano com eles uma turma completamente diferente alunos mais crescidinhos () uma turma muito boa e estou a adorar Aprendi muitas coisas com eles [Leonor]

Quanto a Anabela tambeacutem faz um balanccedilo positivo da sua PP no 2deg Ciclo do EB

Embora pouco firme Anabela diz que correu bem o ano como nos explica

Posso fazer um balanccedilo positivo () Faccedilo um balanccedilo positivo Correu bem o ano () Gostei muito gostei da experiecircncia () gostei e faccedilo completamente um balanccedilo positivo Faccedilo eu gostei [Anabela]

Joatildeo faz um balanccedilo positivo do tempo de PP como nos diz Posso fazer um

balanccedilo positivo da Praacutetica Pedagoacutegica porque aprendi muita coisa na Praacutetica

Pedagoacutegica [Joatildeo]

O quadro 46 apresenta em siacutentese as principais ideias dos alunos-professores

acerca da avaliaccedilatildeobalanccedilo que fazem do tempo de PP

117

DIMENSOtildeES 1 INDICADORES ENTREVISTADOS

Eacute muito bom - bull bull

Elisa

SATISFACcedilAtildeO PESSOAL Estou a adorar Leonor

Gostei da experiecircncia i Anabela

Eu gosto muito de ensinar j Eduarda

P E R Iacute O D O DE MUITAS Aprendi muitas coisas com os alunos Leonor APRENDIZAGENS

lAprendi muita coisa na PP | Joatildeo

P E R Iacute O D O PARTICULAR DO C U R S O

Eacute outro registo que levamos j Elisa P E R Iacute O D O PARTICULAR DO C U R S O

Tempo de confumar a vocaccedilatildeo j Elisa

Periodo de muita responsabilidade Judite

Quadro 46 - Subcategoria AvaliaccedilatildeoBalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica

No que diz respeito ks Kxpcriecircnciacuteacircs de Aprendizagem valorizadas os nossos

sujeitos referem alguns aspectos que aprenderam eou melhoraram na sua conduta de

professores com e na Praacutetica Pedagoacutegica pelo que da anaacutelise dos dados emergiram duas

dimensotildees de anaacutelise designadamente P r e p a r a ccedil atilde o de au las e Desempenho na au la

A PP ensinou Elisa a descentralizar a aula do professor para o aluno assim como a

valorizar as ideias dos alunos pois explica-nos

Tenho muita tendecircncia de ser eu a exposiccedilatildeo () tal como o supervisor diz a minha ideologia de professor eacute o professor eacute que sabe e entatildeo tenho a tendecircncia de natildeo puxar tanto [Elisa]

Ao que acrescenta

eacute uma situaccedilatildeo que aprendi mesmo com a praacutetica de natildeo chegar ali e dar o meu conhecimento mas tentar para aleacutem do meu conhecimento levar a ideia dos alunos E eu acho que a praacutetica tem ajudado muito para dar a volta nessa situaccedilatildeo Talvez () se natildeo tivesse [PP] futuramente teria a tendecircncia de expor muito o que eu sei e natildeo pocircr tanto nos alunos [Elisa]

Judite refere que aprendeu com a PP a elaborar planos de aula exequiacuteveis

Fazer planos de aula Na teoria eacute tudo muito lindo mas depois na praacutetica As coisas natildeo satildeo bem assim Muitas vezes temos que voltar a fazer tudo de novo

118

porque nem resulta Agraves vezes naquela turma natildeo resulta () Noacutes faziacuteamos planos de aula mas nunca os puacutenhamos em praacutetica nas disciplinas que tiacutenhamos aqui () agora quando fazemos um plano vamos pocirc-lo em praacutetica agraves vezes haacute pontos que natildeo isto natildeo pode ser eacute impossiacutevel mesmo [Judite] Para aleacutem deste aspecto Judite acrescenta que aprendeu com a PP a ver as

necessidades de cada aluno como exprime no seguinte transcrito

aprender a ver as necessidades de cada um () Por exemplo haacute alunos que nos parecem () que natildeo tecircm capacidades que natildeo conseguem atingir os niacuteveis que noacutes propomos mas temos que saber porque eacute que isso acontece Isso agraves vezes ajuda-nos tambeacutem muito a preparar as aulas [Judite]

Por sua vez Eduarda treinou a colocaccedilatildeo da voz como nos diz

Por exemplo colocaccedilatildeo da voz () Eu tenho a voz muito baixa e quando falo mais alto entatildeo isto comeccedila tudo para aqui a tremer e entatildeo fui-me esforccedilando a verse tomava uma atitude () a voz mais mais colocada [Eduarda]

Leonor revela que a PP a surpreendeu pelo seguinte

tinha na ideia pronto que tinha crianccedilas em que eu tinha que aliaacutes hoje em dia jaacute natildeo eacute muito ensinar orientar Natildeo ensinar mas eacute mais orientar porque eles sabem imensas coisas natildeo esperava que eles soubessem tanta coisa () eles jaacute vecircm muito preparados de casa e natildeo sabia que eles sabiam tanta coisa Noacutes vamos com a ideia que vamos ensinar-lhes coisas novas novos temas novos conteuacutedos e quando vamos dar por noacutes () eles jaacute sabem tudo pronto Agraves vezes eles mesmo surpreendem-nos mesmo [Leonor]

Quanto a Anabela explica-nos que a PP a ajudou a elaborar planos de aula mais

proacuteximos da realidade em termos de gestatildeo do tempo como nos explica

planeio muita mateacuteria para a aula Ou seja como a mateacuteria eacute relativamente acessiacutevel () eu planeio por exemplo () 20 minutos para uma mateacuteria que demora sempre 40 minutos Muito mais() penso sempre que vou dar mais raacutepido e consigo avanccedilar mais e realmente [Anabela]

Para Joatildeo a PP ensinou principalmente a preparar as aulas

acerca da pesquisa que tinha que ser feita por fora sem ser soacute trabalhar com os materiais com os manuais da turma ter que procurar noutras coisas na Internet nas bibliotecas e por aiacute fora [Joatildeo]

119

Apresentamos em siacutentese no quadro 47 as experiecircncias de aprendizagem

valorizadas pelos alunos-professores

DIMENSOtildeES 1 INDICADORES ENTREVISTADOS |

PREPARACcedilAtildeO DE AULAS Preparar as aulas Joatildeo 1

PREPARACcedilAtildeO DE AULAS

Elaborar planos de aula exequiacuteveis Judite 1 Anabela

Natildeo fazer aulas muito expositivas Elisa

Valorizar as ideias preacutevias dos alunos Elisa 1 Leonor

DESEMPENHO NA AULA Colocaccedilatildeo da voz Eduarda

Perceber as necessidades de cada aluno Judite

Gestatildeo do tempo Anabela

Quadro 47 - Subcategoria Experiecircncias de aprendizagem valorizadas

Para a subcategoria Experiecircncias relevantes - aspectos positivos e negativos

organizaacutemos os indicadores em Aspectos positivos nas seguintes dimensotildees de anaacutelise

Aspectos relacionais e Aspectos de desenvolvimento profissional Os Aspectos

negativos foram organizados em trecircs dimensotildees designadamente Dificuldades na

planificaccedilatildeo Aspectos burocraacuteticos e Organizaccedilatildeo da Praacutetica Pedagoacutegica

Comio os dados elucidam existem diversos aspectos quer positivos quer

negativos que satildeo apontados pelos nossos entrevistados como relevantes durante o

periacuteodo de PP

Como se evidencia nas palavras de Elisa a nossa entrevista refere como aspecto

positivo o relacionamento com os alunos como nos diz eu acho que eacute muito bom estar

com as crianccedilas e recolher a informaccedilatildeo que eles tecircm e ver as atitudes deles [Elisa]

Quanto a aspectos negativos Elisa aponta o facto de ter que seguir os planos do

professor cooperante e consequentemente ter que readaptar os seus planos de aula como

nos descreve

120

OS planos () eacute como eu digo () a gente chega ali e cai um pouco de paacutera-quedas porque natildeo sabe fazer E depois eu acho que os nossos cooperantes jaacute tecircm uma praacutetica mais ou menos jaacute tecircm um plano mais ou menos formulado e noacutes apesar de levarmos outro plano () temos de reconstituir aquele e levar sempre aquele avante Portanto eu acho que isso foi um aspecto muito negativo para noacutes e falo por mim [Elisa]

Diz ainda Quando cheguei ali tive de me readaptar e voltar a fazer porque os

planos eram diferentes dos planos do T Ciclo que noacutes tiacutenhamos feito anteriormente

[Elisa]

Judite define como um aspecto que lhe agradou na sua PP a realizaccedilatildeo de TE pois

como nos explica eacute uma actividade que lhe agrada realizar com a sua turma como nos diz

agrada-me muito fazer Trabalho Experimental com eles eles satildeo uma turma muito boa turma razoaacutevel eles adoram o Trabalho Experimental e estatildeo sempre prontos para isso () Percebem mesmo o que se pretende [Judite]

No que diz respeito a aspectos negativos Judite afirma que na sua escola de PP o

acesso agraves salas de informaacutetica eacute muito burocraacutetico como nos elucida o seguinte excerto

Um aspecto que me tenha desagradado agraves vezes eacute a falta de recursos que temos por exemplo no caso das salas de informaacutetica aquilo eacute sempre um stress porque temos que pedir password depois as password natildeo entram depois entram nuns computadores natildeo entram noutros e entatildeo sempre que preparamos uma aula na Internet ou uma aula na sala de informaacutetica temos sempre muitas confusotildees Eu acho que a sala de informaacutetica devia ser um espaccedilo aberto para que os alunos pudessem utilizar pela supervisatildeo de algueacutem claro e sem essas burocracias todas que soacute atrapalham [Judite]

Para Eduarda um aspecto que lhe agradou na sua PP foi o relacionamento que

estabeleceu com os alunos como nos conta

Pensei que natildeo fosse tatildeo faacutecil dar-me com os alunos Entramos numa turma () [e pensamos] seraacute que eu me vou entender com eles todos um a um () e foi faacutecil Foi faacutecil Com aquela turma principalmente satildeo muito simpaacuteticos e amigos [Eduarda]

Por outro lado Eduarda define como um aspecto negativo a dificuldade que teve

em adequar as planificaccedilotildees agrave turma e em inovar como nos descreve foi um bocadinho

121

mais difiacutecil em adequar uma planificaccedilatildeo () aos conhecimentos deles porque eles tecircm

muitas dificuldades [Eduarda]

Para aleacutem deste aspecto acrescenta

quer se queira quer natildeo estaacute-se habituado () da nossa vivecircncia ao longo da escola estaacute-se habituado a ter aulas tradicionais E entatildeo chegaacutemos laacute bem temos que inovar mas agora o que eacute que agora eu posso fazer com esta turma e corresponder vamos ver isto aqui seraacute que se pode aplicar e natildeo agraves vezes falho muitas coisas falham e () essa dificuldade [Eduarda]

Jaacute Leonor relata-nos que o mais gratificante para si satildeo os resultados dos alunos

como nos diz

o facto de os alunos corresponderem () depois principalmente quando vatildeo ver os testes as avaliaccedilotildees e vermos que o que noacutes estivemos a ensinar foi significativo para eles e que eles aprenderam [Leonor]

Leonor tambeacutem refere dificuldades na elaboraccedilatildeo das planificaccedilotildees

principalmente ao definir objectivos e estrateacutegias e em inovar como nos explica

As maiores dificuldades Na elaboraccedilatildeo de planificaccedilotildees Em definir os objectivos em pensar () na estrateacutegia principalmente Pensar ter ideias do que eacute que irei fazer agora vou dar este conteuacutedo como eacute que os vou motivar foi pensar principalmente na estrateacutegia Eacute complicado porque uma pessoa ser dinacircmica propor novas actividades com eles eacute sempre um bocadinho complicado e ser diferente propor coisas diferentes que os animem natildeo eacute sempre a mesma coisa propor novos Jogos novas actividades () acho que foi a maior dificuldade que senti Foi encontrar imaginaccedilatildeo para as estrateacutegias mas ateacute agora [Leonor]

Por sua vez Anabela indica como um aspecto que lhe agradou na PP o facto de ter

ensinado Ciecircncias como nos diz Um aspecto que me agradou ter dado Ciecircncias

[Anabela]

Por outro lado Anabeiacutea diz-nos que um aspecto menos positivo para si eacute o facto

de ter de mudar de disciplina como nos descreve

a parte da Praacutetica Pedagoacutegica que menos eu acho positiva eacute por exemplo as mudanccedilas de aacuterea Eu estar duas semanas a dar Ciecircncias e automaticamente tenho que mudar e comeccedilar a dar Matemaacutetica A fase de mudanccedila natildeo gosto [Anabela]

122

Em relaccedilatildeo a Joatildeo o nosso entrevistado afirma que tudo correu bem como

podemos ler no seguinte excerto Agora uma coisa que correu como eu desejei ah

acho que correu tudo bem Correu tudo bem [Joatildeo]

Quanto a aspectos negativos Joatildeo afirma que preferia ter trabalhado sozinho e natildeo

em grupo como nos explica

O que natildeo me agradou foi ter que trabalhar em grupo Acho que na praacutetica eu preferia trabalhar sozinho eu acho que era melhor Acho que era melhor porque por vezes fazemos conta uns com os outros e depois um estaacute a fazer conta com um ou estaacute a fazer conta com outro e depois natildeo daacute em nada Acho que era preferiacutevel trabalhar sozinho [Joatildeo]

O quadro 48 apresenta em siacutentese as experiecircncias relevantes para os nossos

entrevistados durante o periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica quer aspectos positivos quer

negativos como se pode constatar

ENTREVICTAgraveIMIacuteS

ASPECTOS POSITIVOS

A S P E C T O S

RELACIONAIS Relacionamento com os alunos Elisa 1 Eduarda

ASPECTOS POSITIVOS A S P E C T O S DE

DESENVO LVIMENTO P R O N S S I O N A L

Realizar Trabalho Experimental Judite ASPECTOS POSITIVOS A S P E C T O S DE

DESENVO LVIMENTO P R O N S S I O N A L

Aprendizagem dos alunos Leonor

ASPECTOS POSITIVOS A S P E C T O S DE

DESENVO LVIMENTO P R O N S S I O N A L

Ter leccionado Ciecircncias Anabela

ASPECTOS NEGATIVOS

DIFICULDADES NA P L A N I N C A Ccedil Atilde O

Ter que seguir o plano do cooperante Elisa

ASPECTOS NEGATIVOS

DIFICULDADES NA P L A N I N C A Ccedil Atilde O

Necessidade de readaptaccedilatildeo dos | planos de aula | Elisa

ASPECTOS NEGATIVOS

DIFICULDADES NA P L A N I N C A Ccedil Atilde O

Adequar a planificaccedilatildeo agrave turma | Eduarda

ASPECTOS NEGATIVOS Elaborar planificaccedilotildees inovadoras Eduarda | Leonor ASPECTOS

NEGATIVOS

Definir objectivos e estrateacutegias Leonor

ASPECTOS NEGATIVOS

A S P E C T O S B U R O C R Aacute T I C O S

0 acesso agraves salas de informaacutetica eacute difiacutecil Judite

O R G A N I Z A Ccedil Atilde O DA P R Aacute T I C A

PEDAGOacuteGICA

bdquo

Ter que mudar de disciplina [Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza] Anabela O R G A N I Z A Ccedil Atilde O DA

P R Aacute T I C A PEDAGOacuteGICA

bdquo Ter que trabalhar em grupo Joatildeo

Quadro 48 - Subcategoria Experiecircncias relevantes - aspectos positivos e negativos

123

Siacutentese da Categoria Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica

No que diz respeito a esta categoria foi pedido aos nossos entrevistados que

fizessem um balanccedilo do seu tempo de PP

Entatildeo em relaccedilatildeo agrave subcategoria AvaliaccedilatildeoBalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica pudemos estabelecer trecircs dimensotildees de anaacutelise para as quais convergiram os

indicadores encontrados no corpus resultante da transcriccedilatildeo das entrevistas De uma forma

geral os ai uno s-profes sores mostram Satisfaccedilatildeo pessoal com o periacuteodo de PP

relacionando esta etapa da sua formaccedilatildeo inicial com um Periacuteodo de muitas

aprendizagens mas descrevendo-o tambeacutem como um Periacuteodo particular do curso

A anaacutelise dos dados permitiu-nos apurar que de uma forma geral os alunos-

professores revelaram explicitamente satisfaccedilatildeo pessoal em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica Todavia de forma expliacutecita ou mesmo por outras formas natildeo verbais como

denotar-se alguma hesitaccedilatildeo no seu discurso transpareceu por parte de duas das nossas

entrevistadas (Eduarda e Anabela) algum desagrado ou descontentamento em relaccedilatildeo ao

processo da PP As suas expressotildees comedidas nesta resposta deixaram perceber um

ainda que leve sentimento de satisfaccedilatildeo incompleta Eacute certo que o periacuteodo de PP eacute um

tempo de aprendizagem e de crescimento Contudo as circunstacircncias emque acontece

gravam determinado periacuteodo pela positiva ou pela negativa

Em relaccedilatildeo agrave subcategoria Experiecircncias de aprendizagem valorizadas

tambeacutem desta categoria pedimos aos alunos-professores que destacassem da sua PP

aspectos que tenham aprendido na praacutetica e com a praacutetica

Os alunos-professores referiram-se a alguns aspectos que aprenderam eou

melhoraram no papel de professores como a Preparaccedilatildeo de aulas mas

principalmente em relaccedilatildeo ao Desempenho na aula constituindo estas as dimensotildees

de anaacutelise desta subcategoria

124

Salientamos que para uma das nossas entrevistadas (Elisa) a nota dominante da PP

foi aprender a descentralizar a aula de si proacutepria enquanto professora para os alunos e a

valorizar as ideias preacutevias destes Muitas vezes na PP o que acontece eacute os alunos-

professores seguirem os modelos dos professores que tiveram ao longo do seu percurso de

estudantes Muitos destes professores teriam com certeza uma concepccedilatildeo de ensino por

transmissatildeo baseado na aquisiccedilatildeo de conceitos e na instruccedilatildeo (Cachapuz Praia e Jorge

2000) Podemos basear tal inferecircncia no discurso desta aluna-professora nomeadamente

em expressotildees como dar o meu conhecimento ou expor () o que sei (Elisa) Ainda que

tenha consciecircncia - principalmente por aquilo que aprendeu nas disciplinas dagrave sua

formaccedilatildeo inicial anteriores agrave PP como as Didaacutecticas - que eacute importante valorizar as

concepccedilotildees alternativas dos alunos relativamente a conceitos cientiacuteficos a tendecircncia desta

aluna-professora (Elisa) eacute seguir o arqueacutetipo do professor transmissor de conceitos e do

aluno receptor

Quanto agraves Experiecircncias relevantes - aspectos positivos e negativos ainda

subcategoria desta categoria os nossos entrevistados referiram-se a diversos aspectos quer

positivos quer negativos como relevantes durante o periacuteodo de PP sendo cada uma destas

vertentes da subcategoria dividida em duas e quatro dimensotildees de anaacutelise

respectivamente

No que diz respeito aos aspectos positivos relevantes na PP os alunos-professores

mencionam aspectos relacionais mas principalmente aspectos particulares de

desenvolvimento profissional

Em relaccedilatildeo aos aspectos negativos os nossos entrevistados expressam

principalmente ter sentido dificuldades na elaboraccedilatildeo de planificaccedilotildees Estas dificuldades

prendem-se como aconteceu com uma das entrevistadas (Elisa) com a necessidade de

readaptar os seus planos de aula a priori com aqueles que o professor cooperante definiu

125

como nos diz Tambeacutem outras duas alunas-professoras (Eduarda e Leonor) revelaram ter

sentido dificuldades ao niacutevel da elaboraccedilatildeo de planificaccedilotildees A anaacutelise dos dados permitiu-

nos constatar que uma das dificuldades sentidas por cada uma destas entrevistadas era

comum isto eacute elaborar planificaccedilotildees inovadoras pois como refere uma delas esiacuteagrave-se

habituado a ter aulas tradicionais (Eduarda) Para aleacutem deste aspecto a mesma

entrevistada referiu ainda que sentiu dificuldades em adequar as planificaccedilotildees agrave sua turma

que apresentava muitas dificuldades No caso da segunda entrevistada (Leonor) para aleacutem

de propor planificaccedilotildees inovadoras outra dificuldade que sentiu foi em definir objectivos e

estrateacutegias

126

422 - Ensino das Ciecircncias

CATEGORIA CONCEPCcedilOtildeES ACERCA DO ENSINO DAS CIEcircNCIAS

Em relaccedilatildeo a esta categoria estabelecemos duas subcategorias designadamente

Finauumldades do Ensino das Ciecircncias e Aspectos valorizados no Ensino das

Ciecircncias

Com estas subcategorias pretendemos conhecer as concepccedilotildeesideias dos nossos

entrevistados acerca do ensino das Ciecircncias A subcategoria Finalidades do Ensino das

Ciecircncias diz respeito aos argumentos que de uma forma geral os nossos entrevistados

salientam para finalidades do ensino das Ciecircncias Na segunda subcategoria Aspectos

valorizados no Ensino das Ciecircncias agrupaacutemos os indicadores apurados do discurso

dos sujeitos acerca de aspectos particulares destacados pelos sujeitos para o ensino das

Ciecircncias

Apoacutes a anaacutelise dos dados estabelecemos para a subcategoria Finalidades do

Ensino das Ciecircncias quatro dimensotildees de anaacutelise especificamente Compreensatildeo de

noacutes proacuteprios Compreensatildeo do mundo que nos rodeia Argumentos de

cidadania e Desenvolver atitudes cientiacuteficas

Como os dados ilustram todos os nossos entrevistados consideram que eacute muito

importante aprender Ciecircncias E quando questionados sobre o porquecirc apontam alguns

argumentos para o ensino das Ciecircncias como sejam o conhecimento e a compreensatildeo de

noacutes proacuteprios e do mundo que nos rodeia do meio ambiente como se evidencia nos

excertos que a seguir transcrevemos

Para Elisa eacute muito importante aprender Ciecircncias para nos conhecermos e

aprendermos a cuidar de noacutes proacuteprios como nos diz

127

Eu acho que eacute muito importante aprender Ciecircncias () a aula de Ciecircncias eacute rnuito propicia para alertar os alunos para os cuidados a ter com eles proacuteprios () Eu acho que isso eacute muito importante noacutes proacuteprios conhecermo-nos a noacutes [Elisa]

Para aleacutem destes aspectos Elisa aponta tambeacutem como importante saber cuidar do

meio ambiente pois refere

eu acho que todos noacutes vivemos num meio ambiente e haacute que saber cuidar E eu acho que haacute que alertar os alunos exactamente para isso () eacute muito importante noacutes () [termos] cuidado com meio ambiente que nos envolve [Elisa]

Elisa tambeacutem defende que eacute importante abordar assuntos como a reproduccedilatildeo nas

aulas de Ciecircncias pois para aleacutem de possibilitar ura conhecimento de si proacuteprio aos

alunos permite-lhes falarem mais agrave vontade sobre o assunto como nos explica

Por exemplo como o caso da reproduccedilatildeo agora que noacutes estamos a acabar eacute muito importante apesar de eles terem algum pudor inicialmente quando se fala mas eacute importante ver e chegar ao final e ver-se que afinal jaacute natildeo tecircm aquele pudor e jaacute aceitam muito mais os oacutergatildeos sexuais do que inicialmente quando a gente chega a primeira aula vamos falar de reproduccedilatildeo Eu acho que eacute muito interessante ver que eles proacuteprios gostam depois de analisar os proacuteprios oacutergatildeos que eles tecircm e falam muito mais agrave vontade Por isso acho que eacute muito importante mesmo [Elisa]

Quanto a Judite considera que eacute importante aprender Ciecircncias por exemplo para

desmistificar concepccedilotildees alternativas dos alunos pois a Ciecircncia estaacute ligada agrave vida de cada

um de noacutes como nos explica a Ciecircncia tem muita ligaccedilatildeo agrave vida diaacuteria de cada um ()

Satildeo coisas que lhes tocam mesmo [Judite]

Judite explica ainda que as aulas de Ciecircncias satildeo importantes para que os alunos

tirem duacutevidas sobre aspectos da sua convivecircncia questotildees do seu quotidiano que gostam

de esclarecer e pocircr em comum como nos dizem as suas palavras

tentamos sempre fazer das Ciecircncias uma aula onde eles exponham onde eles tirem duacutevidas sobre sobre o que seja () As vezes levam para ali questotildees que em casa se levantam e assim eles agraves vezes levam para a aula essas questotildees [Judite]

128

Segundo Judite muitas vezes este diaacutelogo aberto permite desmistificar concepccedilotildees

altemativas como nos relata no exemplo que se segue

Por exemplo estou-me a lembrar na reproduccedilatildeo que havia miuacutedas que lhe metia muita confusatildeo porque as avoacutes diziam que elas natildeo podiam tomar banho com o periacuteodo () e noacutes tivemos que desmistificar isso tudo e dizer-lhes que natildeo depois de aprenderem o que eacute vocecircs tecircm que ter ainda mais higiene do quem do que noutros dias normais [Judite]

E explica porquecirc se eles natildeo falarem connosco muitos com os pais natildeo vatildeo falar

de certeza absoluta [Judite]

Por sua vez Eduarda refere que aprender Ciecircncias E importante porque eu acho

que uma pessoa tem o miacutenimo interesse de saber como eacute que ela funciona por dentro

[Eduarda]

E acrescenta ou como eacute que eacute mesmo por fora do mundo como eacute que eacute o universo

[Eduarda]

Eduarda justifica ainda a importacircncia do ensino das Ciecircncias com argumentos de

cidadania como nos diz

jaacute que uma pessoa vive numa sociedade ela tem que compreender o miacutenimo e entatildeo entra aiacute a Ciecircncia para falarmos para discutirmos temas e sim acho que na escola sim devem estar integradas as Ciecircncias logo desde o inicio [Eduarda]

Quanto a Leonor que tambeacutem advoga que eacute importante aprender Ciecircncias refere

que as Ciecircncias estatildeo relacionadas com tudo do nosso dia-a-dia Noacutes jaacute natildeo podemos

viver desligados das Ciecircncias A nossa vida estaacute sempre ligada agraves Ciecircncias [Leonor]

E explica a sua posiccedilatildeo

para eles compreenderem () o mundo que os rodeia o ambiente a sociedade tecircm que saber Ciecircncias sempre sempre [Leonor]

129

Salientamos ainda a opiniatildeo de Leonor quando diz que as Ciecircncias satildeo

importantes porque desenvolvem atitudes tais como a curiosidade a descoberta como

evidencia o seguinte excerto

Desde pequena sempre tive curiosidade em conhecer as coisas e as Ciecircncias ajudam-nos a descobrir o nosso mundo o nosso corpo desde pequena que tive curiosidade em descobrir fazer novas descobertas [Leonor]

Anabela defende que eacute importante aprender Ciecircncias e apresenta argumentos de

cidadania como nos exprime

Mesmo () um dia futuramente natildeo se vaacute relacionar com a aacuterea de Ciecircncias que vaacute para Portuguecircs Histoacuteria etc acho que eacute muito importante [aprender Ciecircncias] Sei laacute a niacutevel por exemplo a niacutevel de saber-se o mais baacutesico acerca de Ciecircncias [Anabela]

Joatildeo que partilha a mesma opiniatildeo que os restantes entrevistados acerca da

importacircncia do ensino das Ciecircncias diz-nos o seguinte Entatildeo porque as Ciecircncias estatildeo

integradas em tudo o que noacutes fazemos no dia-a-dia Tudo e mais alguma coisa [Joatildeo]

Apresentamos no quadro 49 a siacutentese dos argumentos mencionados pelos alunos-

professores para o Ensino das Ciecircncias

130

1 DIMENSOtildeES 1 INDICADORES P ENTREVISTADOS

COMPREENSAtildeO DE NOacuteS PROacutePRIOS

Conhecermo-nos a noacutes proacuteprios 1 Elisa

COMPREENSAtildeO DE NOacuteS PROacutePRIOS

Conhecer o funcionamento do nosso organismo Eduarda

COMPREENSAtildeO DE NOacuteS PROacutePRIOS

Compreenderroo-nos a noacutes proacuteprios Leonor COMPREENSAtildeO DE NOacuteS PROacutePRIOS

Aprender a cuidar de noacutes proacuteprios Elisa

COMPREENSAtildeO DE NOacuteS PROacutePRIOS

Desmistificar concepccedilotildees alternativas Judite

COMPREENSAtildeO DO MUNDO QUE NOS

RODEIA

Compreender o ambiente Leonor COMPREENSAtildeO DO

MUNDO QUE NOS RODEIA

Saber cuidar o meio ambiente Elisa COMPREENSAtildeO DO

MUNDO QUE NOS RODEIA

Conhecer o universo Eduarda

Debater questotildees do dia-a-dia dos alunos Elisa 1 Judite

ARGUMENTOS DE CIDADANIA

Para falar e discutir temas j Eduarda

ARGUMENTOS DE CIDADANIA

Porque vivemos em sociedade Eduarda ARGUMENTOS DE CIDADANIA

Para conhecer o mais baacutesico acerca de Ciecircncias Anabela

ARGUMENTOS DE CIDADANIA

j A Ciecircncia estaacute relacionada com o dia-a-dia de cada nm de i noacutes

Judite 1 Leonor Joatildeo

DESENVOLVER ATITUDES

CIENTIacuteNCAS Desenvolver atitudes como a curiosidade a descoberta Leonor

Quadro 49 - Subcategoria Finalidades do Ensino das Ciecircncias

No que diz respeito a aspectos valorizados no ensino das Ciecircncias os nossos

sujeitos referem uma grande diversidade de exemplos que agrupaacutemos segundo duas

dimensotildees de anaacutelise designadamente Conteuacutedos e Processos

Assim os nossos entrevistados consideram principalmente conteuacutedos que se

relacionam com o conhecimento e a compreensatildeo do nosso corpo e do seu funcionamento

como transparece nos excertos que transcrevemos

Elisa refere-se agrave importacircncia de conhecer a morfologia e o funcionamento do

nosso organismo

Por exemplo o nosso programa de 6deg ano eu acho que eacute muito virado exactamente para os cuidados para os sistemas que eles tecircm () eacute muito importante noacutes proacuteprios conhecermo-nos e saber avaliar o nosso proacuteprio organismo e os oacutergatildeos que noacutes temos a funccedilatildeo que eles tecircm o aspecto que eles tecircm eu acho que eacute nestas idades apesar de parecer que por vezes eles soacute ficam com alguma coisa eu

131

acho que eacute muito importante reforccedilar a funccedilatildeo e a importacircncia que eles tecircm para a nossa sobrevivecircncia acho que eacute um aspecto () que eacute muito importante dar [Elisa]

Por sua vez Judite refere alguns aspectos como a importacircncia de conhecer o

funcionamento dos sistemas que na sua opiniatildeo devem ser valorizados no ensino das

Ciecircncias

por exemplo () estivemos a dar o sangue e noacutes achantos que eles tecircm pronto eacute importante para eles saberem a coagulaccedilatildeo do sangue saberem como eacute que isso funciona e o que eacute que devem fazer quando tratam uma ferida e depois falaacutemos tambeacutem nas vacinas eles acharam imensa piada agraves vacinas Na questatildeo das vacinas () alertaacutemo-los tambeacutem para verem o cartatildeo de vacinas deles se eles o tecircm em dia tentamos sempre fazer das Ciecircncias uma aula onde eles exponham onde eles tirem duacutevidas sobre sobre o que seja [Judite]

E conta-nos Noutro dia um aluno tinha uma duacutevida porque eacute que noacutes vomitamos

Claro que eu expliquei-lhe porque eacute que vomitamos e porque eacute que se ouve o coraccedilatildeo

[Judite]

Ao que acrescenta outros aspectos que na sua opiniatildeo satildeo importantes no ensino

das Ciecircncias

Talvez () alertaacute-los para a questatildeo da reproduccedilatildeo da educaccedilatildeo sexual a questatildeo da SIDA dessas doenccedilas transmissiacuteveis da higiene isso tem a ver com a higiene tambeacutem a alimentaccedilatildeo noacutes temos visto que as nossas criagravenccedilas satildeo as mais gordas e acho que eacute muito importante noacutes alertarmo-los e porque eacute que isso acontece e o que eacute que tem que se fazer porque esta roda de alimentos que temos agora chegou-nos o ano passado haacute pouco tempo acho que noacutes temos ai um papel muito importante na formaccedilatildeo deles [Judite]

Por sua vez Eduarda considera que eacute importante abordar nas aulas de Ciecircncias

temas sobre tudo um pouco como nos diz Hmmm aspectos das Ciecircncia acho que

tudo um pouco acho que se deve falar de tudo um pouco mesmo da sexualidade deve-se

falar de tudo um pouco [Eduarda]

132

Ao que acrescenta conteuacutedos sobre as plantas

Por exemplo das plantas daacute-se muito pouco das plantas Daacute-se mais dos sistemas do Homem () e daacute-se pouco das plantas () acho que se devia dar mais tambeacutem das plantas [Eduarda]

Leonor destaca a importacircncia de se conhecer o nosso organismo E mesmo para

eles compreenderem () a morfologia deles [Leonor]

Salientando outros aspectos como evidencia o seguinte excerto

Desenvolver as capacidades natildeo soacute cognitivas mas fiacutesicas natildeo sei se poderei dizer fiacutesicas manusear acho que os miuacutedos tecircm muitas dificuldades em manusear e principalmente tambeacutem em desenvolver a memorizaccedilatildeo dos alunos () Eles tecircm muita dificuldade em memorizar os conceitos cientiacuteficos que por vezes satildeo complicados e natildeo fazem parte do vocabulaacuterio deles porque satildeo vocaacutebulos que eles natildeo utilizam muito [Leonor]

Destacando como tal a importacircncia de realizar actividades experimentais

temos que pocircr tambeacutem os alunos () a realizar actividades experimentais estou sempre a falar nas actividades ateacute porque eles gostam e pedem eles estatildeo sempre a pedir actividade experimentais porque estatildeo a manusear estatildeo a mexer estatildeo com o contacto directo com as coisas eles aprendem melhor [Leonor]

Anabela que aponta alguns dos aspectos j aacute referidos diz-nos

por exemplo a questatildeo da alimentaccedilatildeo haacute crianccedilas que aprenderam e mesmo eles ensinaram e tiveram disseram-nos mesmo que ensinaram coisas aos pais Acerca de como consultar a roda dos alimentos como ter uma alimentaccedilatildeo mais equilibrada Exemplos praacuteticos disso temos por exemplo o facto de comer batata com casca que eles natildeo sabiam Os pais diziam sempre tirar a casaca da batata porque tem impurezas () a questatildeo da SIDA [Anabela]

Quanto ao nosso entrevistado Joatildeo explicou-nos que na sua opiniatildeo tudo eacute

importante no ensino das Ciecircncias sem querer destacar nenhum aspecto em particular pois

diz-nos

Acho que tudo eacute importante no ensino das Ciecircncias Haacute que pocircr os alunos a par de tudo de qualquer tema relacionado com Ciecircncias qualquer coisa agora aspectos mais importantes penso que satildeo todos natildeo haacute nenhum assim que se tenha que destacar penso que satildeo todos importantes [Joatildeo]

133

o quadro 410 apresenta em siacutentese os aspectos valorizados especificados pelos

alunos-professores no Ensino das Ciecircncias

D I M E N S Otilde E S 1 INDICADORES 1 ENTREVISTADOS

Funcionamento do nosso organismo 1 Elisa

Morfologia do nosso organismo [ Leonor

Educaccedilatildeo Sexual 1 Judite 1 Eduarda

Haacutebitos alimentares [ Judite 1 Anabela

C O N T E Uacute D O S Haacutebitos de higiene Judite

C O N T E Uacute D O S

Alertar para as Doenccedilas Sexualmente Transmissiacuteveis 1 Judite

SIDA Judite 1 Anabela

A coagulaccedilatildeo do sangue relacionada com as feridas Judite

Vacinas Vacinaccedilatildeo Judite

Conteuacutedos relacionados com as plantas Eduarda

Realizar actividades experimentais Leonor

PROCESSOS Desenvolver capacidades de manuseamento Leonor

Desenvolver capacidades de memorizaccedilatildeo Leonor

Q u a d r o 410 - Subcategoria Aspectos valorizados no Ensino das Ciecircncias

Siacutentese da Categoria Concepccedilotildees acerca do Ensino das Ciecircncias

Para esta categoria os alunos-professores consideram por unanimidade que eacute

(muito) importante aprender Ciecircncias Quanto aos argumentos apresentados para a

subcategoria ^Tinalidades do Ensino das Ciecircncias satildeo diversos Assim- agrupaacutemos as

razotildees apresentadas pelos entrevistados em quatro dimensotildees de anaacutelise a saber

Compreensatildeo de noacutes proacuteprios Compreensatildeo do mundo que nos rodeia

Argumentos de cidadania e Desenvolver atitudes cientiacuteficas

A anaacutelise dos dados mostrou-nos que tendencialmente os alunos-professores

justificam a importacircncia do Ensino das Ciecircncias com duas destas dimensotildees

designadamente Argumentos de cidadania e Compreensatildeo de noacutes proacuteprios

134

Alicerccedilando a primeira dimensatildeo argumentos de cidadania os entrevistados

mencionam expressotildees tais como a Ciecircncia estaacute relacionada com o dia-a-dia de cada um

de noacutes ou eacute importante aprender Ciecircncias para debater questotildees do dia-a-dia ou ainda

porque vivemos em sociedade Deste tipo de afirmaccedilotildees podemos inferir que os nossos

entrevistados entendem o Ensino das Ciecircncias como importante no sentido em que os

conhecimentos sobre Ciecircncias satildeo fiiiiacutedamentais para a tomada de decisotildees i n f o r m a d a no

quotidiano dos cidadatildeos e na vida em sociedade

Quanto agrave segunda tendecircncia que se evidencia no discurso dos alunos-professores

atraveacutes da anaacutelise dos dados diz respeito agrave Compreensatildeo de noacutes proacuteprios Os

entrevistados consideram que eacute fundamental conhecermo-nos compreendermo-nos a rioacutes

proacuteprios (Elisa e Leonor) ou desmistificar concepccedilotildees alternativas (Judite) Para os

alunos-professores esta eacute tambeacutem uma das principais finalidades do Ensino das Ciecircncias

pois trata-se de um conhecimento uacutetil aos alunos A maioria dos entrevistados defende que

na aula de ciecircncias se possam debater assuntos que possibilitem aos alunos um

conhecimento mais aproftmdado de si proacuteprio e falar mais agrave vontade sobre aspectos daacute sua

convivecircncia questotildees do seu quotidiano como a reproduccedilatildeo Segundo nos aponta uma das

alunas-professoras (Judite) muitas vezes este diaacutelogo aberto permite mesmo desmistificar

concepccedilotildees alternativas sobre determinados fenoacutemenos

Quando questionados sobre quais os aspectos que consideram importantes serem

abordados nas aulas de Ciecircncias os alunos-professores salientam diversos aspectos

relacionadas quer com Conteuacutedos quer com Processos da Ciecircncia Contudo a

predominacircncia de aspectos referidos acontece ao nivel dos conteuacutedos Dentro destes o

predomiacutenio vai para conteuacutedos relacionados coni a compreensatildeo do organismo e com os

cuidados a ter a saber educaccedilatildeo sexual haacutebitos alimentares e de higiene entre outros

135

De facto quando os nossos entrevistados fazem predominantemente referecircncia a

questotildees relacionadas com a compreensatildeo do organismo e com os cuidados a ter parece-

nos que eacute reforccedilada a finalidade referida anteriormente Compreensatildeo de noacutes proacuteprios

Isto eacute de uma forma geral os alunos-professores entendem que o Ensino das Ciecircncias

aleacutem de essencial na formaccedilatildeo de cada cidadatildeo deve ajudar cada um a compreender-se a si

proacuteprio Embora valorizem no Ensino das Ciecircncias processos mas principalmente

conteuacutedos os futuros professores de Ciecircncias que participaram no estudo tecircm consciecircncia

que eacute fundamental que na aula de Ciecircncias as aprendizagens sejam uacuteteis aos alunos

constituindo um conhecimento em acccedilatildeo

Os nossos entrevistados natildeo estatildeo afastados do que preconizam autores actuais

Sobre este assunto Wellington (2001) adverte-nos que a finalidade do ensino das Ciecircncias

tem sido poleacutemica prendendo-se com o valor intriacutenseco com argumentos de cidadania e

com o valor utilitaacuterio do saber cientiacutefico tal como analisaacutemos no segundo capiacutetulo deste

estudo

Para aleacutem de Wellington (2001) muitos outros autores defendem o ensino das

Ciecircncias como educaccedilatildeo em Ciecircncia como um caminho para conseguir a tatildeo preconizada

alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Vasconcelos e Praia 2005 Cachapuz Praia e Jorge 2002

Martins e Veiga 1999) ou seja dotar cada indiviacuteduo de um conjunto de competecircriacutecias

conhecimentos capacidades atitudes e valores E o mesmo sentido com que Cachapuz

Praia e Jorge (2002 p46) advertem que a Educaccedilatildeo em Ciecircncia deveraacute deixar de se

preocupar somente com a aprendizagem de um corpo de conhecimentos ou de processos da

Ciecircncia mas antes garantir que tais aprendizagens se tomaratildeo uacuteteis e utilizaacuteveis no dia-a-

dia

136

CATEGORIA - AVALUCcedilAtildeO DA FORMACcedilAtildeO EM ENSINO DAS CIEcircNCIAS

No que diz respeito a esta categoria definimos a subcategoria Preparaccedilatildeo para

ser professor de Ciecircncias De uma forma geral e agrave semelhanccedila do que destacamos na

subcategoria Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo os sujeitos referem que ainda

haacute muito para aprender salientando que para a disciplina de Ciecircncias da Natureza eacute

necessaacuteria muita preparaccedilatildeo como percepcionamos nos transcritos que se seguem

Assim para Elisa o que leva da sua escola de formaccedilatildeo inicial eacute uma pequena

bagagem como nos diz

Tal como haacute pouco disse tenho uma pequena bagagem mas tenho que aprender muito mais Mas tal como tenho vindo ateacute agora sinto que tenho algum algo para dar mas sinto que tenho muito para aprender [Elisa]

Quanto a Judite testemunha o seguinte

Eu gosto muito de ensinar Ciecircncias Natildeo gosto porque eles tambeacutem satildeo sempre uma surpresa Noacutes quando dizemos alguma coisa eles ficam sempre assim mas eacute assim mas porquecirc eles querem sempre saber mais e noacutes para as aulas de Ciecircncias temos que ir sempre mais que preparados () Eu acho que precisamos de uma preparaccedilatildeo muito grande mesmo a niacutevel de outro tipo de conteuacutedo sei laacute agraves vezes falam-nos algueacutem vecirc num jornal hoje eacute o dia mundial da sauacutede hoje eacute o dia mundial da [Judite]

Por sua vez Eduarda sente-se mais preparada com a Praacutetica Pedagoacutegica pois

refere Sim Acho que sim [que estou preparada] Se tambeacutem estou a ter este estaacutegio e tive

esta preparaccedilatildeo inicial aqui na ESE acho que sim [Eduarda]

Leonor conta-nos com entusiasmo que se sente preparada para ensinar Ciecircncias

pois

Sinto Sempre para um curso tinha que ser um curso com Ciecircncias Sempre gostei imenso de Ciecircncias Matemaacutetica tambeacutem mas principalmente Ciecircncias Sempre adorei Ciecircncias por isso era o que eu me imaginei desde sempre a fazer ou a trabalhar com Ciecircncias ou a ensinar Ciecircncias sempre relacionada com as Ciecircncias [Leonor]

137

A nossa entrevistada Anabela explica-nos que se sente preparada para ensinar

Ciecircncias Contudo estaacute consciente que haacute sempre algo a aprender como se exprime no

seguinte transcrito

Penso que sim que me sinto preparada No entanto estamos sempre a evoluir e sempre a aprender e sempre mais alguma coisa que sabemos e depois muitas vezes somos suipreendidos na sala de aula por questotildees que a gente nem sequer pensa natildeo eacute Que surjam e que e nunca paraacutemos para pensar acerca de certas coisas e que surgem questotildees baacutesicas que a gente nem sequer agraves vezes sabe responder e surgem das crianccedilas [Anabela]

Joatildeo que tambeacutem se diz preparado para ensinar Ciecircncias explica as suas razotildees

foi a aacuterea com que eu sempre me identifiquei mais foi a aacuterea das Ciecircncias [Joatildeo]

O quadro 411 apresenta em siacutentese as principais ideias dos alunos-professores

acerca daacute subcategoria Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias

1 ENTREVISTADOS

Tenho uma pequena bagagem Elisa

Disciplina que exige muita preparaccedilatildeo Judite

P R E P A R A Ccedil Atilde O PARA SER PROFESSOR DE CIEcircNCIAS

Com a PP sinto-me preparada Eduarda P R E P A R A Ccedil Atilde O PARA SER PROFESSOR DE CIEcircNCIAS

Sempre gostei imenso de Ciecircncias Leonor

Estamos sempre a evoluir e sempre a aprender Anabela

Sempre me identifiquei com a aacuterea das Ciecircncias Joatildeo

Quadro 411 - Subcategoria Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias

Siacutentese da Categoria Avaliaccedilatildeo da formaccedilatildeo em Ensino das Ciecircncias

A semelhanccedila da subcategoria Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo na

subcategoria Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias desta categoria os

entrevistados dizem-se preparados para ensinar Ciecircncias sendo contudo unacircnimes em

concordar que levam uma pequena bagagem e que a formaccedilatildeo eacute um processo

obrigatoacuterio ao longo da carreira docente Para aleacutem deste aspecto os alunos-professores

138

consideram que a disciplina de Ciecircncias em particular exige uma preparaccedilatildeo extra (Judite

Leonor e com o mesmo propoacutesito embora noutra categoria Anabela)

As nossas entrevistadas manifestam-se surpreendidas com a diversidade de

conhecimentos que os alunos possuem actualmente como nos diz uma delas natildeo sabia

que eles sabiam tanta coisa (Leonor) De facto cada vez mais o conhecimento estaacute mais

acessiacutevel a todos Eacute aliaacutes o que nos diz Praia (1998 p l57) as mudanccedilas sociais ( )

coexistem na proacutepria Escola e acrescenta os professores actuam e intervecircm ( ) num

cenaacuterio ( ) vivo e dinacircmico mutaacutevel (Praia 1998 pl61) Esta ideia eacute reforccedilada por

Ponte e Serrazina (1998 p9) quando afirmam que o saber comeccedila a ter cada vez

mais um outro significado passando a centrar-se no saber procurar saber interpretar e

saber integrar as diversas fontes de dados Cada vez mais eacute menos importante ter soacute

conhecimento memorizado porque o conhecimento estaacute mais acessiacutevel a todos o valor

acrescentado estaacute principalmente em saber aplicaacute-lo

139

423 - Trabalho experimentai (TE)

CATEGORIA CONCEPCcedilAtildeO DE T E

No que diz respeito agrave categoria Concepccedilatildeo de TE definimos uma subcategoria

Concepccedilatildeoideia de TE a qual foi possiacutevel desdobrar em duas dimensotildees de anaacutelise a

saber T E demonstrativo verifiacutecatoacuterio ilustrativo confirmatoacuterio e T E como uma

actividade de resoluccedilatildeo de problemas

De uma forma geral os nossos entrevistados tecircm diferentes concepccedilotildees de TE

Assim para Elisa Eduarda e Joatildeo o TE eacute assumido como uma actividade que permite

demonstrar verificar ilustrar eou comprovar determinada teoria

Nas palavras de Elisa percebemos essa ideia

levar agrave praacutetica uma experiecircncia que se fala numa aula e provaacute-la ou seja () demonstrar exactamente que isso acontece assim natildeo eacute soacute uma situaccedilatildeo que se fala mas pocirc~la em praacutetica e demonstrar exactamente que aquilo acontece assim () Haacute uma parte teoacuterica que eacute a parte que noacutes falamos e dizemos que acontece a parte experimental eacute levar isso a uma a um experimento ou seja fazer eles proacuteprios experimentarem e verem que a parte teoacuterica que se falou afinal acontece na realidade () Eles conseguem ver que afinal natildeo eacute soacute teoria mas que aquilo que se falou teoricamente eacute comprovado e acontece () Eacute mais faacutecil ateacute para eles conseguirem verificar exactamente aquela parte experimental [Elisa]

Eduarda tal como Elisa e Joatildeo entende o TE como uma actividade que permite

verificar algo como nos descreve

E verificar coisas [o TE] porque inventar nunca inventamos e nunca vamos descobrir () mas eacute verificar pois verificar () as coisas que noacutes damos natildeo eacute As coisas que estatildeo nos livros E isso [Eduarda]

Para Joatildeo o TE eacute uma actividade importante no ensino das Ciecircncias atraveacutes da

qual se mostra aos alunos como eacute que as coisas acontecem

E mostrar aos alunos realmente como eacute que as coisas acontecem () E eu acho que isso eacute uma das coisas importantes no Ensino das Ciecircncias que eu acho que eacute o Trabalho Experimental [Joatildeo]

140

Do ponto de vista de Judite Leonor e Anabela o TE eacute encarado na perspectiva da

resoluccedilatildeo de problemas como se percepciona nos seus depoimentos Para mim o TE eacute

um portanto noacutes temos noacutes levantamos um problema agraves vezes ateacute satildeo eles que o

levantam jaacute incutido por noacutes e eles vatildeo tentar resolver esse problema [Judite]

Para Judite o TE consiste em estabelecer uma analogia entre um modelo e a

realidade o que nem sempre eacute faacutecil de perceber por parte dos alunos como nos diz

eles vatildeo seguindo o protocolo o guiatildeo e percebem facilmente agraves vezes eacute um bocadinho difiacutecil fazer a analogia do que eacute que eacute o quecirc [na actividade de TE que estatildeo a realizar] e porque eacute que eacute assim [o que eacute que se pretende representar da realidade] eacute um bocadinho difiacutecil mas alguns conseguem muito bem acho que resulta muito bem [Judite]

Leonor que encara o TE como uma actividade praacutetica que permite raciocinar sobre

problemas e solucionaacute-los refere

Trabalho Experimental mais difiacutecil de definir Trabalho Experimental entatildeo eacute realizar actividades praacuteticas sobretudo isso Realizar actividades praacuteticas em que os alunos possam raciocinar sobre os problemas terem um problema em que eles possam raciocinar sobre o problema e tentar achar soluccedilotildees para esse problema Natildeo sermos noacutes a dar as respostas mas serem eles a construiacuterem e a descobrirem e daiacute que as actividades praacuteticas sobretudo as actividades praacuteticas os ajudam a descobrir e encontrar soluccedilotildees [Leonor]

Para aleacutem disto Leonor afirma que o TE sendo uma actividade praacutetica ajuda os

alunos a relacionar conceitos bem como a estabelecer relaccedilatildeo com o seu dia-a-dia como

se evidencia no seguinte excerto as actividades praacuteticas os ajudam () a relacionar

conceitos () fazerem a relaccedilatildeo com o dia a dia deles e sobretudo isso [Leonor]

A experiecircncia de Anabela permite-lhe afirmar que o TE eacute uma actividade muito

importante na aprendizagem das Ciecircncias e para gostar de Ciecircncias Para mim o Trabalho

Experimental eacute uma parte muito importante para a aprendizagem de Ciecircncias e gostar de

Ciecircncias [Anabela]

141

Apesar desta opiniatildeo Anabela natildeo se coiacutebe de afirmar que o TE tatildeo defendido na

sua formaccedilatildeo inicial eacute muitas vezes cortado como nos esclarece

No entanto na praacutetica fala-se muito quando noacutes estamos a estudar formar-nos como professores de Ciecircncias fala-se muito defende-se muito a parte de levar para as aulas a parte experimental no entanto e eacute por causa mais do progiama muitas vezes se corta essa parte da parte experimental muitas vezes se corta [Anabela]

E explica porquecirc

Muitas vezes ateacute se fazem como eu jaacute tive ocasiatildeo de () mostrei o iniacutecio da experiecircncia e o final da experiecircncia soacute em acetato por exemplo natildeo se teve oportunidade de realizar () claro eacute muito moroso E muito moroso uma actividade dessas () leva muito tempo [Anabela]

A entrevistada Anabela revela-nos ainda que entende o TE como uma actividade de

resoluccedilatildeo de problemas como nos testemunham as suas palavras

a sequecircncia () a organizaccedilatildeo dos dados saber-se e tambeacutem pela sequumlecircncia seguir-se Haacute um protocolo surge de um protocolo um problema inicial as hipoacuteteses iniciais assim conhece-se o problema depois haacute todo aqui um encadeamento que se faz ateacute depois chegar agrave conclusatildeo [Anabela]

Apresentamos no quadro 412 a sintese das principais noccedilOtildeesdefiniccedilOtildees dos

alunos-professores acerca do Trabalho Experimental

DIMENSOtildeES - -bull[( bull INDICADORES ENTREVISTADOS

T E DEMONSTRATIVO VERIFICATOacuteRIO

ILUSTRATIVO CONFIRMATOacuteRIO

Actividade que permite (de)monstrar determinada teoria Elisa 1 Joatildeo

T E DEMONSTRATIVO VERIFICATOacuteRIO

ILUSTRATIVO CONFIRMATOacuteRIO

Actividade que permite verificar determinada teoria Elisa 1 Eduarda T E DEMONSTRATIVO

VERIFICATOacuteRIO ILUSTRATIVO

CONFIRMATOacuteRIO E mostrar como acontecem as coisas 1 Joatildeo

Actividade que permite comprovar determinada teoria Elisa

T E C O M O UMA ACTIVIDADE DE RESOLUCcedilAtildeO DE

PROBLEMAS

Actividade utilizada na resoluccedilatildeo de um problema Judite 1 Leonor

T E C O M O UMA ACTIVIDADE DE RESOLUCcedilAtildeO DE

PROBLEMAS

Actividade que ajuda a estabelecer relaccedilatildeo com o dia-a-dia 1 Leonor

T E C O M O UMA ACTIVIDADE DE RESOLUCcedilAtildeO DE

PROBLEMAS Fazer uma analogia entre determinado modelo e a realidade Judite

Resoluccedilatildeo de um problema Anabela

Quadro 412 - Subcategoria Concepccedilatildeoideia de TE

142

No que diz respeito agrave subcategoria Aspectos valorizados no TE os dados

testemunham que os nossos entrevistados apontam diversos aspectos como passamos a

exemplificar com excertos dos seus depoimentos dos quais retiraacutemos os dados que

agrupaacutemos em trecircs dimensotildees de anaacutelise designadamente Cumprir regras de

seguranccedila Percurso para a resoluccedilatildeo de um problema Seguir um protocolo

Assim para Anabela Joatildeo e Eduarda os aspectos que valorizam no TE satildeo

essencialmente o cumprimento de regras de seguranccedila como nos testemunham

Anabela destaca em primeiro lugar a disciplina

Primeiro considero importante eles que se consiga sensibilizar os alunos para o facto de se estar a realizar uma actividade experimental que tem aquelas regras todas que se avisem as crianccedilas antes de comeccedilarem a realizar uma actividade experimental () Por exemplo noacutes temos crianccedilas que apesar de os ter alertado para as regras de bom comportamento deixar falar os colegas e natildeo sei quecirc haacute sempre confusatildeo sempre barulho sempre pessoas levantadas a partirem material e natildeo sei quecirc e isso noacutes chamamos estamos a chamar jaacute agora que estamos no 6deg ano [Anabela]

Entendendo o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas Anabela

destaca que eacute tambeacutem importante que se faccedila uma anaacutelise pormenorizada de todos os

aspectos o que toma o TE uma actividade muito morosa como jaacute haviacuteamos destacado do

seu testemunho na subcategoria Concepccedilatildeoideia de TE pelo que nos diz

uma actividade experimental () depois traz sempre outras coisas eacute sempre analisar tudo ao pormenor o que eacute que os tem que se saber sempre mais isto o pormenor daquilo e natildeo sei quecirc isso eacute que leva muito tempo [Anabela]

Joatildeo que tambeacutem defende o cumprimento de regras de seguranccedila no Laboratoacuterio

realccedila o seguinte

Primeiro o cumprimento das regras de Laboratoacuterio Eu acho que satildeo bastante importantes e logo desde o ciclo acho que eacute importante ir dar a conhecer aos alunos essas tais regras o uso da bata o cuidado com o manuseamento dos materiais e por aiacute fora porque alguns materiais satildeo caros outros materiais satildeo perigosos eu acho que isso eacute o que eacute o mais importante a ter em conta no Trabalho Experimental [Joatildeo]

143

Para Eduarda que partilha da mesma opiniatildeo que Anabela e Joatildeo a seguranccedila eacute um

aspecto importante como nos diz

Bem a seguranccedilaPor exemplo atar o cabelo e tambeacutem no Laboratoacuterio quando se faz experiecircncias ou actividades praacuteticas ter essa seguranccedila no Laboratoacuterio estar limpo natildeo estar coisas a interromper o caminho natildeo estarem a correr no Laboratoacuterio mais [Eduarda]

Para aleacutem deste aspecto Eduarda diz-nos que eacute tambeacutem importante que os alunos

sigam um protocolo que deveraacute ser elaborado pelos alunos com a ajuda do professor se

necessaacuterio cujo papel eacute o de orientador como nos esclarece

Depois tem de haver um protocolo os alunos se natildeo forem capazes de fazer o protocolo por eles ajudamos e pronto eles pesquisarem fazerem por eles Claro que sempre com uma orientaccedilatildeo do professor () Um protocolo sim alguma coisa onde eles seguirem a experiecircncia [Eduarda]

Encarando o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas Judite e Leonor

destacam alguns aspectos que consideram importantes no TE como sejam para Judite

partir de um problema normalmente levantado pelo professor conhecer as ideias preacutevias

dos alunos levantar hipoacuteteses propor sugestotildees de resoluccedilatildeo do problema testar todas as

hipoacuteteses propostas discutir os resultados mesmo que natildeo decirc o esperado e estabelecer

uma analogia entre o TE realizado - modelo - e a realidade como nos descreve nos

seguintes excertos

portanto noacutes temos noacutes levantamos um problema agraves vezes ateacute satildeo eles que o levantam jaacute incutido por noacutes e eles vatildeo tentar resolver esse problema Dar o problema temos o problema como eacute que vamos resolver o problema antes eles dizerem o que eacute que pensam que hipoacutetese eacute que eles levantam ah e depois testar tambeacutem as hipoacuteteses todas que eles levantam Explicar porque eacute que natildeo aconteceu porque eacute que aconteceu e fazer a tal analogia [Judite]

E exemplifica

por exemplo estou-me a lembrar de um [TE] que fiz sobre o que acontece na boca em que eu tinha a panela e perguntei-lhes o que eacute a panela E eles conseguiram chegar laacute a panela era o nosso corpo porque estava a uma temperatura de 37 graus a saliva estava dentro da panela conseguiram fazer uma analogia [Judite]

144

Judite explica a importacircncia de fazer esta analogia

isso eacute muito importante porque eles natildeo vamos levar para ali uma panela e dizer agora vamos meter aqui Vamos meter porquecirc O que eacute a panela Porque eacute que eles tecircm que fazer a analogia para conseguirem perceber as coisas para depois conseguirem relacionaacute-las todas [Judite]

Para aleacutem destes aspectos Judite diz-nos que eacute tambeacutem importante que os alunos

sigam um protocolo agrave semelhanccedila do que diz Eduarda Contudo enquanto para Eduarda o

protocolo deveraacute ser elaborado pelos alunos com a ajuda do professor para Judite tal natildeo

passa de uma moda que natildeo consegue pocircr em praacutetica como nos esclarece

Pronto uma coisa que ainda natildeo conseguimos pocircr em praacutetica laacute eacute aquela moda agora moda natildeo (entre aspas) dos meninos realizarem o seu proacuteprio protocolo experimental descobrirem eles proacuteprios eacute assim noacutes natildeo temos hipoacuteteses de fazer isso laacute na escola Mas noacutes temos o material sempre agrave disposiccedilatildeo deles nas bancadas eles vatildeo seguindo o protocolo o guiatildeo e percebem facilmente [Judite]

Aludindo novamente a analogia entre o TE realizado - um modelo - e a realidade

agraves vezes eacute um bocadinho difiacutecil fazer a analogia do que eacute que eacute o quecirc e porque eacute que eacute assim eacute um bocadinho difiacutecil mas alguns conseguem muito bem acho que resulta muito bem Jaacute tivemos oportunidade de fazer alguns e eles querem sempre mais [Judite]

Por sua vez Leonor que tambeacutem considera o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo

de problemas realccedila alguns aspectos que considera ser importantes no TE nomeadamente

raciocinar sobre os problemas que devem ser bem explorados pesquisar acerca dos

materiais a utilizar fazer r e^s tos daacute actividade de TE relacionar e discutir os resultados

sendo os proacuteprios alunos a tirar conclusotildees e a tentar dar resposta ao problema inicial

como nos descreve nos seguintes excertos

raciocinar sobre os problemas terem um problema em que eles possam raciocinar sobre o problema e tentar achar soluccedilotildees para esse problema Natildeo sermos noacutes a dar as respostas mas serem eles construiacuterem e a descobrirem [Leonor]

E explica porquecirc

145

No Trabalho Experimental quando propomos um problema que noacutes achamos que eles aliaacutes para eles chegarem agrave conclusatildeo explorar sempre esse problema de maneira a que eles tecircm que perceber o que eacute que tecircm de fazer onde eacute que tecircm que chegar porque a partir do momento que eles sabem onde eacute que querem chegar depois eacute mais faacutecil compreenderem todo o processo e serem eles proacuteprios tambeacutem a tentar chegar ao processo a explorar muito bem o problema [Leonor]

Leonor descreve os passos para a resoluccedilatildeo do problema

conversar muito com eles o que eacute que achas questionaacute-los o que eacute que achas que vamos fazer o que eacute que achas porque eacute que vamos fazer isso achas que isso vai dar resposta ao problema e natildeo achas em vez de fazeres assim porque eacute que natildeo fazemos de outra maneira diferente questionar muito os alunos Depois entatildeo e olha laacute o que eacute que pronto vamos realizar entatildeo essa actividade o que eacute que achas que material eacute que achas que vais precisar natildeo sermos noacutes tambeacutem soacute a noacutes proacuteprios a dar o nome dos materiais a sugerir os materiais mas tambeacutem levaacute-los a pesquisar acerca dos materiais Depois de termos os materiais e termos explorado o problema eles vatildeo tentar realizar entatildeo a actividade E depois de realizarem a actividade relacionarem sobretudo os resultados e depois tirarem conclusotildees vaacute fazerem os registos tirarem conclusotildees e chegar a uma resposta tentar dar resposta ao problema deles sobretudo isso [Leonor]

Tal como jaacute referimos na subcategoria Concepccedilatildeoideia de TE Elisa considera o

TE como uma actividade que permite comprovar demonstrar e verificar determinada

teoria sendo precisamente estes os aspectos que considera importantes e a serem tidos em

conta no TE tal como se veraacute nas passagens que se transcrevem

Como te referi haacute pouco era exactamente isso ou seja eles conseguem ver que afinal natildeo eacute soacute teoria mas que aquilo que se falou teoricamente^ eacute comprovado e acontece [Elisa] ii 7 ^T^

^ r Faculdade de Psicologia e Ciecircncia da iacuteducacso

Que justifica da seguinte forma |

acho que eacute muito mais faacutecil eles () proacuteprios aprenderem isso () uma vez que eles proacuteprios experimentam eles proacuteprios tecircm essa noccedilatildeo eles proacuteprios vecircm que aquilo aconteceu mesmo e eacute diferente do que soacute teoricamente que entra e eu acho que eacute mais faacutecil ateacute para eles conseguirem verificar exactamente aquela parte experimental () eles proacuteprios terem essa noccedilatildeo eacute mais faacutecil eles [Elisa]

O quadro 413 apresenta o resumo dos aspectos valorizados no TE por parte dos

nossos entrevistados

146

D I M E N S Otilde E S 1 INDICADORES II E N T R E V I S T A Iacute ) 0 S

I Disciplina 1 Anabela

Cabelos atados Eduarda

C U M P R I R REGRAS DE SEGURANCcedilA

Limpeza Eduarda C U M P R I R REGRAS DE

SEGURANCcedilA Desobstruir a passagem Eduarda

Natildeo correr no Laboratoacuterio Eduarda

Usar bata Joatildeo

- - Cuidado no manuseamento dos materiais 1 Joatildeo

P E R C U R S O PARA A RESOLUCcedilAtildeO DE UM

PROBLEMA

Seguir determinados passos para a resoluccedilatildeo de um problema

bull bull bull bull

Judite 1 Leonor -

P E R C U R S O PARA A RESOLUCcedilAtildeO DE UM

PROBLEMA Fazer uma anaacutelise pormenorizada Anabela

SEGUIR UM P R O T O C O L O I Seguir um protocolo Judite 1 Eduarda

Quadro 413 - Subcategoria Aspectos valorizados no TE

Siacutentese da Categoria Concepccedilatildeo de TE

Atraveacutes desta categoria tentaacutemos clarificar a concepccedilatildeoideia de Trabalho

Experimental de cada aluno-professor Assim a anaacutelise dos dados mostrou-nos que

tendencialmente os entrevistados entendem o TE como uma actividade

- que permite demonstrar verificar ilustrar eou confirmar determinada teoria

- de resoluccedilatildeo de problemas

Para trecircs deles (Elisa Eduarda e Joatildeo) o TE eacute entendido como uma actividade que

peraiite comprovar demonstrar e verificar uma teoria usando expressotildees como

demonstrar exactamente que isso acontece assim ou eles conseguem ver que afinal natildeo

eacute soacute teoria mas que aquilo que se falou teoricamente eacute comprovado e acontece (Elisa) ou

eacute verificar coisas [o TE] (Eduarda) ou ainda o TE eacute mostrar aos alunos realmente como

eacute que as coisas acontecem (Joatildeo)

147

Associamos estes aspectos ao TE com um papel ilustrativo demonstrativo e de

sentido verificatoacuterio ou quando muito confirmatoacuterio (Cachapuz Praia e Jorge 2000 p9)

no qual a observaccedilatildeo tem um papel fundamental para os registos a fazer Como nos dizem

Cachapuz Praia e Jorge (2000) nesta perspectiva no TE ver e observar confundem-se

p 10 Tal afirmaccedilatildeo faz ainda mais sentido quando lemos num dos discursos eles proacuteprios

vecircm que aquilo aconteceu mesmo (Elisa)

Tal como jaacute tivemos oportunidade de analisar na categoria Caracterizaccedilatildeo do

periacuteodo de PP em particular na subcategoria Experiecircncias de aprendizagem

valorizadas para uma das entrevistadas (Elisa) a principal aprendizagem que a PP lhe

proporcionou foi a descentralizaccedilatildeo da aula de si proacutepria enquanto professora para os

alunos e o valorizar das ideias preacutevias destes Natildeo soacute pelos excertos que atraacutes

apresentaacutemos mas por todo o seu discurso parece-nos que esta entrevistada tem

subjacente uma concepccedilatildeo de ensino por transmissatildeo baseado na aquisiccedilatildeo de conceitos e

na instruccedilatildeo (Cachapuz Praia e Jorge 2000)

Ainda que tenha consciecircncia - principalmente por aquilo que aprendeu nas

disciplinas da sua formaccedilatildeo inicial que antecederam a PP - entre outras coisas que eacute

importante valorizar as concepccedilotildees alternativas dos alunos relativamente a conceitos

cientiacuteficos a tendecircncia de Elisa eacute seguir o modelo do professor transmissor de conceitos e

do aluno receptor Tal como ela proacutepria nos diz este foi um aspecto apontado pelo seu

professor supervisor de PP e neste sentido a PP ajuda a nossa entrevistada a perceber que

uma postura como esta fica longe das ideias de iacutendole construtivista por exemplo

Quanto aos outros dois entrevistados (Eduarda e Joatildeo) que tecircm um entendimento

semelhante do TE a definiccedilatildeonoccedilatildeo de TE eacute verificar e mostrar coisas respectivamente

Tal como para a aluna-professora que atraacutes referimos tambeacutem o discurso destes dois

entrevistados se situa principalmente numa perspectiva de ensino por transmissatildeo

148

Segundo Cachapuz Praia e Jorge (2000 plO) esta perspectiva de ensino eacute ainda que com

vaacuterias cambiantes muito frequente sem duacutevida ainda dominante

Outras duas alunas-professoras (Eduarda e Judite) salientam a importacircncia dos

alunos seguirem um protocolo durante a realizaccedilatildeo de TE Segundo uma delas (Eduarda)

no caso de os alunos natildeo serem capazes de o elaborar o professor ajuda pois tem um

papel de orientador

Em relaccedilatildeo agraves restantes entrevistadas (Judite Leonor e Anabela) entendem o TE

como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas sendo mesmo considerado por uma delas

(Leonor) como uma actividade que ajuda a estabelecer relaccedilatildeo com o dia-a-dia

Nestes trecircs casos embora partindo de um problema proposto pelo professor as trecircs

entrevistadas valorizam os passos de resoluccedilatildeo de um problema numa perspectiva

metacognitiva de conflito cognitivo Os alunos satildeo frequentemente questionados sobre

porque eacuteque estatildeo a fazer aquele TE daquela forma para a resoluccedilatildeo daquele problema

Para uma destas entrevistas eacute fiindamental conhecer as ideias preacutevias dos alunos e

levantar hipoacuteteses pois diz antes eles dizem o que eacute que pensam que hipoacutetese eacute que eles

levantam (Judite) Para aleacutem destes aspectos valoriza tambeacutem as sugestotildees de resoluccedilatildeo

do problema por parte dos alunos testar todas as hipoacuteteses propostas discutir os

resultados mesmo que natildeo decirc o esperado - o erro eacute valorizado pedagogicamente pois diz-

nos explicar porque eacute que natildeo aconteceu porque eacute que aconteceu (Judite) - e estabelecer

uma analogia entre o TE realizado - o modelo - e a realidade

Uma vez que esta aluna-professora realccedila a importacircncia de conhecer as ideias

preacutevias dos alunos e valoriza pedagogicamente o erro revela j aacute uma perspectiva

construtivista da aprendizagem como encontramos em Cachapuz Praia e Jorge (2000)

Segundo estes autores nesta perspectiva de ensino o erro eacute considerado um factor de

149

progresso do conhecimento cientiacutefico dos alunos (Cachapuz Praia e Jorge 2000 p4) e as

concepccedilotildees alternativas dos alunos em relaccedilatildeo a conceitos cientiacuteficos satildeo valorizadas

Por sua vez outra destas entrevistadas (Leonor) realccedila alguns aspectos como

raciocinar sobre os problemas que devem ser bem explorados pesquisar acerca dos

materiais a ufilizar fazer registos da actividade de TE relacionar e discutir os resultados

sendo os proacuteprios alunos a tirar conclusotildees e a tentar dar resposta ao problema inicial

descobrindo soluccedilotildees Esta aluna-professora parece ter uma perspectiva de ensino por

pesquisa pois tambeacutem entende o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas

denotando no entanto alguns aspectos caracteriacutesticos de uma perspectiva de ensino por

mudanccedila conceptual Isto porque valoriza nas suas aulas de Ciecircncias o conflito cognitivo

como um meio de promover a mudanccedila de conceitos para aprendizagens adequadas

como nos dizem Cachapuz Praia e Jorge (2000 p5)

Quanto agrave terceira entrevistada que referimos (Anabela) considera que eacute muito

importante os alunos sentirem que ao realizar uma experiecircncia e tirar conclusotildees

descobriram eles proacuteprios a mateacuteria o que na sua opiniatildeo o TE possibilita Para esta

aluna-professora o TE toma-se desta forma bastante atracfivo motivador Esta

entrevistada faz ainda referecircncia agrave colocaccedilatildeo de hipoacuteteses iniciais mas sobrevaloriza a

observaccedilatildeo em detrimento de outros passos envolvidos no TE pois refere a observaccedilatildeo eacute

bastante importante () eacute a parte que mais se desenvolve dentro de uma actividade

experimental (Anabela)

Esta entrevistada tal como as duas entrevistadas anteriores parece ter uma

perspectiva de ensino por pesquisa pois tambeacutem entende o TE como uma actividade de

resoluccedilatildeo de problemas No entanto evidencia alguns traccedilos caracteristicos quer de uma

perspectiva de ensino por mudanccedila conceptual quer de uma perspectiva de ensino por

descoberta Quanto agrave primeira assenta na sobrevalorizaccedilatildeo da observaccedilatildeo por parte desta

150

entrevistada pois tal como encontramos em Cachapuz Praia e Jorge (2000 p4) numa

perspectiva de ensino por mudanccedila conceptual a observaccedilatildeo de factos estaacute carregada de

teoria Contudo Anabela considera que eacute muito importante os alunos sentirem que ao

realizar uma experiecircncia e tirar conclusotildees descobriram eles proacuteprios a mateacuteria Neste

sentido Cachapuz Praia e Jorge (2000 p4) elucidam-nos sobre a perspectiva de ensino

por descoberta quando dizem os alunos ( ) descobrem as ideias indutivamente a partir

de factos observaacuteveis

A partir das consideraccedilotildees de cada uma destas trecircs entrevistadas (Judite Leonor e

Anabela) parece-nos que podemos inferir que entendem o TE como uma actividade de

resoluccedilatildeo de problemas caracteriacutestica de uma perspectiva de ensino por pesquisa

(Cachapuz Praia e Jorge 2000) tendo contudo traccedilos evidentes de outras perspectivas

nomeadamente ensino por mudanccedila conceptual no caso de duas delas (Judite e Leonor) e

tambeacutem de ensino por descoberta no terceiro caso de (Anabela)

Quanto agrave subcategoria Aspectos valorizados no TE os entrevistados referiram-

se principalmente a dois aspectos

- Cumprir regras de seguranccedila e

- Percurso para a resoluccedilatildeo de um problema

Assim trecircs das entrevistadas (Judite Leonor e Anabela) que entendem o TE como

uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas destacam passos na resoluccedilatildeo de um problema

atraveacutes do TE comoacute os que ateacute aqui jaacute referimos

Por sua vez outros dois alunos-professores (Joatildeo e Eduarda) que denotam uma

perspectiva de ensino por transmissatildeo salientam de mais importante no desenvolvimento

de TE o ensinar e fazer cumprir algumas regras de seguranccedila

151

CATEGORIA POTENCIALIDADES DO T E

No que diz respeito a esta categoria estabelecemos uma subcategoria

Competecircncias que o T E desenvolve sobre a qual organizaacutemos os dados atraveacutes de

indicadores Esta subcategoria refere-se aos aspectos apontados pelos entrevistados para

justificar a importacircncia do TE mencionando competecircncias que atribuem ao TE Apoacutes a

anaacutelise dos dados emergiram as seguintes dimensotildees de anaacutelise Competecircncias

cognitivas Competecircncias soacutecio-afectiacutevas Competecircncias de autonomia

Capacidades e atitudes Criar motivaccedilatildeo na aula e Contacto com material de

Laboratoacuterio

Do discurso de Elisa salientamos um aspecto que a nossa entrevistada considera

importante Elisa eacute degrave opiniatildeo que o TE permite um conhecimento mais duradouro tal

como nos diz atraveacutes da experiecircncia conseguirem visualizar e ateacute ficar com essa noccedilatildeo

mais tempo do que a parte teoacuterica que se daacute [Elisa]

Assim Elisa reforccedila a sua concepccedilatildeo de TE tal como jaacute referimos na categoria

anterior pois considera o TE como uma actividade que permite comprovar demonstrar e

verificar determinada teoria sendo precisamente estes os aspectos que considera

importantes e a serem tidos em conta no TE

Nas palavras de Elisa o TE permite aos alunos desenvolver natildeo soacute a motricidade

como tambeacutem lhes cria regras como nos diz

[O TE] eacute muito importante porque eu acho que eacute a motricidade deles porque eles nestas alturas ainda satildeo muito atabalhoados Ou seja muito muito mexem mas acabam por mexer aquilo eu acho que o facto de se desenvolver esses trabalhos experimentais cria-lhes alguma (natildeo me lembro falta-me um pouco a palavra que eacute) criam algumas regi-as e criam algo mais cuidado () e depois acabam por desenvolver aquela motricidade e eu acho que eacute muito bom tambeacutem para eles [Elisa]

152

Para Elisa o TE permite ainda aos alunos desenvolver o sentido de

responsabilidade

[O TE] eacute muito importante () porque comeccedilam a trabalhar com algo que por vezes eacute perigoso e cria-se-lhe essa noccedilatildeo e satildeo mais responsaacuteveis criam essa responsabilidade [Elisa]

Assim para Eduarda e Joatildeo o TE eacute importante pois permite verificarmostrar

determinado fenoacutemeno Deste modo Eduarda e Joatildeo reforccedilam a sua noccedilatildeo de TE

assumindo-o como uma actividade que permite verificar uma teoria tal como jaacute nos

haviam referido na categoria anterior

Eduarda diz-nos que o TE permite agraves crianccedilas ver as coisas como se percepciona

neste excerto do seu depoimento

As crianccedilas sempre gostam de ver as coisas mesmo eu No outro dia fui ao cardiologista e vi o meu coraccedilatildeo a bombear e achei muita piada Oh aquilo foi muito muito engraccedilado e pronto e acho que as crianccedilas tambeacutem gostam de ver as coisas como eacute que eacute nem que seja a ver a filtraccedilatildeo da aacutegua nem que seja isso elas gostam [Eduarda]

Para aleacutem disto na opiniatildeo de Eduarda o TE eacute uma actividade que possibilita agraves

crianccedilas mexer e desenvolver a motricidade como nos diz Qualquer coisa para mexer

elas gostam () aleacutem de desenvolver a destreza tanto manual como outras [Eduarda]

Por outro lado Eduarda refere ainda que o TE eacute uma actividade que desenvolve o

conhecimento dos alunos pois como nos diz Tambeacutem contribui para o conhecimento

porque elas sempre pensam vatildeo formulando conclusotildees [Eduarda]

Eduarda defende tambeacutem que o TE desenvolve nos alunos a capacidade de analisar

e de interpretar tirando conclusotildees sobre o seu trabalho como nos dizem as suas palavras

desenvolve tambeacutem a capacidade de analisar e de concluir de tirar conclusotildees do que

obsei-va [Eduarda]

153

Eduarda defende que o TE desenvolve nos alunos a capacidade de organizaccedilatildeo do

trabalho em grupo bem como os aspectos relacionais como nos dizem as suas palavras

desenvolve () a capacidade [de] organizaccedilatildeo de grupo de organizaccedilatildeo do trabalho e

relaccedilatildeo com o grupo [Eduarda]

Para Joatildeo o TE eacute importante pois tal como nos referiu anteriormente eacute uma

actividade que permite mostrar aos alunos como eacute que as coisas acontecem como nos

testemunha

Porquecirc Por aquilo que eu jaacute tinha dito atraacutes porque mostramos mesmos aos alunos como eacute que funciona o que eacute que se passa o que eacute isto o que eacute aquilo conseguimos mostrar mesmo as coisas [Joatildeo]

Para este entrevistado o TE eacute tambeacutem importante pois desenvolve nos alunos a

capacidade de fazer previsotildees acerca do trabalho que estatildeo a realizar como nos

testemunha

Depois tambeacutem desenvolve competecircncias do niacutevel da previsatildeo prever o que eacute que vai acontecer porque depois eles tecircm as hipoacutetese e depois tecircm que ver qual eacute que pensar no que acham que vai ser ou que acham que eacute a mais viaacutevel [Joatildeo]

Joatildeo refere ainda que o manuseamento dos materiais eacute tambeacutem um aspecto

importante que o TE desenvolve como salienta O manuseamento de materiais tambeacutem eacute

importante [Joatildeo]

Joatildeo diz-nos ainda que na sua opiniatildeo atraveacutes do TE os alunos desenvolvem todo

o tipo de competecircncias No entanto salienta algumas nomeadamente as de niacutevel soacutecio-

afectivo como percepcionamos

Desenvolvem todo o tipo de competecircncias Mas principalmente as competecircncias do niacutevel por exemplo competecircncias do niacutevel soacutecio-afectivo acho que desenvolve porque normalmente os Trabalhos Experimentais satildeo todos feitos em grupo [Joatildeo]

154

Para Judite o TE eacute importante porque para aJeacutem de ser uma actividade em que os

alunos estatildeo sempre na expectativa sobre o que iraacute suceder possibilita a discussatildeo e o

debate entre colegas desenvolvendo deste modo aspectos da relaccedilatildeo em grupo pontos

que estatildeo patentes no excerto que transcrevemos a seguir^ do seu depoimento

E uma aula diferente porque eles natildeo tecircm o livro agrave frente natildeo tecircm o caderno diaacuterio eles estatildeo ali eles estatildeo sempre naquela expectativa o que eacute que vai acontecer Tecircm apenas o laacutepis e o protocolo e discutem com os colegas aprendem a relacionar-se em grupo [Judite]

E acrescenta que o TE eacute bastante apreciado pelos alunos Jaacute tivemos oportunidade

de fazer alguns [TE] e eles querem sempre mais [Judite]

Para Judite que entende o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas

como se evidencia nas subcategorias DefiniccedilatildeoNoccedilatildeo de TE e Aspectos valorizados no

TE revela-nos tambeacutem que para si o TE permite aos alunos verificar como eacute que as

coisas acontecem Refere ainda que quem faz aprende como nos diz

eles viram mesmo natildeo eacute eu chegar ali e dizer-lhe olha a digestatildeo do amido comeccedila na boca pronto e eu digo aquilo e eles sim comeccedila na boca alguns ateacute passou ao lado Eles com o TE eles vecircm que fizeram passos e chegam agrave conclusatildeo que a digestatildeo do amido comeccedila na boca () Quem faz aprende E agraves vezes quem ouve esquece a maior parte das vezes [Judite]

O que na sua opiniatildeo ajuda a estruturar a compreensatildeo de determinado tema [o

TE] ajuda-os um bocado a estruturar a compreensatildeo daquele tema [Judite]

Para esta aluna-professora o TE desenvolve competecircncias por exemplo soacutecio-

afectivas pois desenvolve aspectos da relaccedilatildeo em grupo Para aleacutem deste aspecto Judite

considera que o TE desenvolve a autonomia dos alunos pois fomenta a reflexatildeo pontos

que estatildeo patentes no excerto que transcrevemos a seguir

E uma aula diferente () [os alunos] discutem com os colegas aprendem a relacionar-se em grupo a serem mais autoacutenomos no que fazem porque eles tecircm

155

que chegar a conclusotildees e eles tecircm que reflectir e depois ver se satildeo vaacutelidas ou natildeo se realmente o que eles estatildeo a dizer se adequa aos resultados que tiveram [Judite]

E salienta ainda

noacutes temos visto que eles tecircm sempre o mesmo grupo eles jaacute sabem que um faz um passo outro faz o outro () jaacute se organizaram entre si Sempre que haacute TE laacute estatildeo eles a dizer olha hoje sou eu o porta-voz ou e tu fazes isto dividem sempre tarefas e depois discutem eacute sempre uma maneira de se organizarem [Judite]

Na opiniatildeo de Leonor o TE eacute importante porque permite estabelecer a ligaccedilatildeo

entre a teoria e a praacutetica fazendo os alunos sentirem como suas as descobertas que fazem

mas sobretudo porque desperta a curiosidade cientiacutefica dos alunos como nos esclarece

Porquecirc Porque coloca os alunos em aliaacutes permite aos alunos ligar a teoria agrave praacutetica Ou a praacutetica agrave teoria porque se pode partir da praacutetica para a teoria ou da teoria para a praacutetica E a em que pronto os alunos sentirem que satildeo eles que estatildeo a trabalhar que satildeo eles que estatildeo a descobrir aliaacutes pronto satildeo coisas que jaacute estatildeo descobertas mas eles pensam que vatildeo descobrir coisas novas e sobretudo despertar a curiosidade cientiacutefica nos alunos Penso que o Trabalho Praacutetico o Trabalho Experimental os pode ajudar [Leonor]

Tal como referimos na categoria anterior Leonor afirma que o TE sendo uma

actividade praacutetica ajuda os alunos a relacionar conceitos a trabalhar num Laboratoacuterio a

estar em contacto com os materiais de Laboratoacuterio e aprender a utilizaacute-los na sua vida bem

como a estabelecer relaccedilatildeo com o seu dia-a-dia como se evidencia no seguinte excerto

as actividades praacuteticas os ajudam () a relacionar conceitos trabalhar num Laboratoacuterio por exemplo eles estatildeo em contacto directo com com materiais e depois saberem utilizaacute-los na na vida praacutetica deles e fazerem a relaccedilatildeo com o dia a dia deles e sobretudo isso [Leonor]

Segundo nos testemunha Leonor eacute de opiniatildeo que o TE desenvolve nos alunos

competecircncias soacute cio-afectivas pois o TE realiza-se normalmente em grupo competecircncias

cognitivas e psicoloacutegicas nomeadamente ajuda a desenvolver o pensamento a estabelecer

relaccedilotildees

156

Competecircncias cognitivas competecircncias socio-afectivas uma vez que os alunos geralmente estatildeo a trabalhar em gi-upo discutir em giupo psicoloacutegicas ajuda os alunos a pensar a relacionar que eacute importante para as Ciecircncias as Ciecircncias passam sempre por isso tudo [Leonor]

Para Anabela eacute muito importante os alunos sentirem que ao realizar uma

experiecircncia e tirar conclusotildees descobriram eles proacuteprios a mateacuteria o que na sua

opiniatildeo o TE possibilita

eu acho bastante positivo que eacute esta parte as crianccedilas conseguem aprender a mateacuteria delas proacuteprias Elas fazem a experiecircncia natildeo eacute Fazem a experiecircncia e tiram a conclusatildeo ao tirar a conclusatildeo eacute como que elas ecirc que formularam eacute que

formularam a mateacuteria criaram a mateacuteria ao analisar a experiecircncia [Anabela]

Talvez por isso o TE motive os alunos especialmente para os conteuacutedos para os

quais eles natildeo estatildeo tatildeo despertos

soacute os consegui motivar quando fiz uma experiecircncia O que eacute relativamente sei laacute interessante e eu imaginava que realmente os pudesse vir a cativar mas natildeo tanto Percebe E a mim chegavam-me a dizer na aula que -Oh professora outra vez plantas Jaacute chega percebe A actividade experimental realmente cativa-os muito [Anabela]

Para aleacutem deste aspecto Anabela refere ainda como importantes outros aspectos E

o contacto directo que eles tecircm com os materiais e depois a obsei-vaccedilatildeo que eles tecircm

directa Que natildeo eacute soacute papel a duas dimensotildees [Anabela]

Anabela afirma tambeacutem que o TE ajuda na aquisiccedilatildeo de conceitos de Ciecircncias o

Trabalho Experimental eacute uma parte muito importante () e adquirir-se conceitos de

Ciecircncias torna muito mais faacutecil [Anabela]

Para Anabela o TE desenvolve ainda a capacidade de observaccedilatildeo

Desenvolve vaacuterias competecircncias como por exemplo sei laacute a observaccedilatildeo eacute bastante importante que eacute a parte que mais se desenvolve dentro de uma actividade experimental [Anabela]

Para Anabela o TE desenvolve vaacuterias competecircncias e daacute-nos como exemplo a

capacidade de aprender a trabalhar em grupo como nos diz Desenvolve vaacuterias

157

competecircncias como () competecircncias da parte de grupo de se saber trabalhar em

grupo [Anabela]

O quadro 414 resume as competecircncias atribuiacutedas pelos alunos-professores ao TE

DIMENSOtildeES INDICADORES 1 ENTREVISTADOS

Conhecimento mais duradouro atraveacutes da experiecircncia j Elisa

Verificar determinado fenoacutemeno 1 Eduarda

Permite mostrar como acontecera as coisas Joatildeo

Desenvolve o conhecimento dos alunos 1 Eduarda

Permite aos alunos ligar a teoria agrave praacutetica 1 Leonor

C O M P E T Ecirc N C I A S COGNITIVAS

Permite a observaccedilatildeo directa (3D) j Anabela C O M P E T Ecirc N C I A S COGNITIVAS

Actividade que ajuda a relacionaradquirir conceitos Leonor 1 Anabela

Desenvolve o pensamento (pensar relacionar) Leonor

Fomenta a reflexatildeo Judite

Ajuda a estruturar a compreensatildeo de determinado tema Judite

Permite verificar determinado fenoacutemeno Judite

1 Actividade que permite fazer para aprender Judite

Desenvolve aspectos da relaccedilatildeo em grupo Eduarda j Judite

C O M P E T Ecirc N C U S S Oacute C I O - A F E C n V A S

Desenvolve a capacidade de organizaccedilatildeo do trabalho de grupo Eduarda

C O M P E T Ecirc N C U S S Oacute C I O - A F E C n V A S Ajuda a aprender a trabalhar em grupo Anabela

Aprendem a organizar-se Judite

Possibilita a discussatildeodebate com os colegas Judite

Desenvolve competecircncia soacutecio-afectivas Leonor]Joatildeo

COMPETEcircNCIAS DE AUTONOMIA

Desenvolve o sentido de responsabilidade Elisa COMPETEcircNCIAS DE AUTONOMIA

Desenvolve a autonomia Judite mdash

Desperta a curiosidade cientiacutefica dos alunos Leonor

Desenvolve a capacidade de observaccedilatildeo Anabela | Eduarda

CAPACIDADES E Desenvolve a capacidade de anaacutelise Eduarda

ATITUDES Desenvolve a capacidade de interpretaccedilatildeo Eduarda

Ajuda os alunos a fazer previsotildees Joatildeo

Cria-lhes regras Elisa

158

[ Desenvolve a motricidade 1 Elisa 1 Eduarda Joatildeo

C R I A R MOTFVACcedilAtildeO NA AULA

Actividade que cria expectativa 1 Judite

C R I A R MOTFVACcedilAtildeO NA AULA

Ajuda os alunos a sentir como snas as descobertas que fazem

Leonor | Anabela C R I A R MOTFVACcedilAtildeO NA AULA

Motiva os alunos Anabela

C O N T A C T O C O M MATERIAL DE

L A B O R A T Oacute R I O

Actividade que permite estar em contacto directo com materiais de Laboratoacuterio

Leonor | Anabela

Quadro 414 - Subcategoria Competecircncias que o TE desenvolve

No que diz respeito agrave nossa pergunta nuacutemero cinco do bloco D acerca do TE na

qual pedimos aos nossos entrevistados que nos descrevessem uma aula em que tivessem

desenvolvido TE e que tenham considerado que foi uma aula com sucesso cada um dos

nossos sujeitos descreveu com algum pormenor a sua aula

De forma geral reforccedilaram aquilo a que ateacute aqui tinham respondido acerca do TE

nomeadamente as suas concepccedilotildeesideias de TE aspectos valorizados no TE e

competecircncias que o TE desenvolve

Assim os excertos que a seguir transcrevemos satildeo uma siacutentese das

ideiasconcepccedilotildees de TE de cada um dos nossos entrevistados

Elisa descreveu-nos uma aula de TE que realizou com os seus alunos acerca do

tabagismo Atraveacutes de uma garrafa algodatildeo e um cigarro aceso conseguiram simular o

que acontece nos pulmotildees de um fumador Para Elisa esta foi uma aula de TE com

sucesso pois tal como nos disse conseguiram sensibilizar os alunos para os malefiacutecios do

tabaco como percepcionamos no seguinte excerto

Uma aula experimental noacutes fizemos uma muito engraccedilada que eles gostaram muito que foi do tabaco na gairafa com os algodotildees E que eles adoraram ver a situaccedilatildeo que o cigarro desaparecia rapidamente e depois o algodatildeo que estava branquinho e que ficava completamente amarelado E eu achei que foi sucesso porque noacutes temos alguns alunos que quase de certeza jaacute estatildeo na praacutetica ou seja jaacute filmam E ficaram muito admirados exactamente como o algodatildeo tinha ficado [Elisa]

159

E justifica porquecirc reforccedilando a sua ideia de TE como jaacute havia referido

anteriormente

E eu acho que ai foi o sucesso foi demonstrar-lhes a eles exactamente o prejuiacutezo que eles proacuteprios estavam a causar a eles proacuteprios Por isso eu achei que foi uma aula muito interessante e eles ficaram admiradiacutessimos da situaccedilatildeo como como eacute que o cigarro desaparecia e a nicotina que entrava e que ficou marcada no algodatildeo [Elisa]

Judite que entende o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas

descreve-nos uma aula de TE na qual os seus alunos partindo de um problema seguindo

um protocolo passando pela observaccedilatildeo chegam agraves conclusotildees

Aquela [aula] da digestatildeo do amido Foi a primeira aula de TE que tiveram Eu tinha um protocolo com o problema o que acontece na boca depois eles tinham que testar a presenccedila de amido no patildeo depois tirarem as conclusotildees o que acontecia ao patildeo quando lhe era adicionado soluto de lugol de que cor ficava de cor era o soluto de lugol a observaccedilatildeo inicial Depois passamos agrave segunda fase que consistia eles tinham agrave frente os tubinhos com o cozimento de amido depois deitavam num deitavam saliva eles acharam natildeo acharam piada nenhuma a isso Resmungaram refilaram depois eu disse Ah Que vergonha depois fizeram para laacute um monte [Judite]

Entretanto Judite refere que era feita a analogia que j aacute nos havia expressado atraacutes

entre o TE que estavam a realizar como um modelo e a realidade

depois aiacute iacuteamos fazendo sempre o paralelismo saliva e depois fizeram o teste do amido fizeram o teste do amido e depois ao fim quando foi para tirar as conclusotildees houve um miuacutedo que explicou muito muito bem [Judite]

E explica porquecirc

havia miuacutedos que natildeo tinham Houve um grupo que natildeo deitou saliva suficiente para o amidoPara ser identificado pelo iodo e entatildeo natildeo tiveram resultados E esse miuacutedo que teve muito sucesso explicou perfeitamente com a linguagem deles que eles usam perfeitamente agravequele grupo como eacute que as coisas se passavam Foi muito giro E eles na aula a seguir ainda se lembravam Porque eacute que onde eacute que comeccedila e nunca mais se esqueceram de onde comeccedilava a digestatildeo Onde eacute que comeccedilava a digestatildeo [Judite]

160

Quanto a Eduarda confessou-nos que natildeo tecircm tido (ela e a colega de grupo) muitas

oportunidades de realizar TE uma vez que tecircm uma turma com muitas dificuldades N o

entanto descreveu-nos uma das suas aulas de TE que na sua opiniatildeo poderia ter corrido

melhor mas que os alunos compreenderam o que se pretendia como percepcionamos no

seu depoimento a aula poderia ter corrido melhor mas mesmo assim eles

compreenderam o que era pretendido o que era para compreenderem [Eduarda]

E descreve-nos como foi

Ora foi dos produtos da respiraccedilatildeo acho que foi assim Natildeo sei muito bem qual eacute que era o titulo Portanto estavam em grupos 3 ou 4 grupos jaacute natildeo me lembro e entatildeo essa actividade estava dividida em 3 partes uma era com um espelho e ver que o espelho embaciava Outra era com a aacutegua de cal e verificarem () que tinha dioacutexido de carbono pois e a () era a da temperatura () do termoacutemetro verificar que aumentava [Eduarda]

Eduarda salienta o papel do professor

eles foram fazendo aos poucos isto eacute () as 2 partes da actividade faziam eles sozinhos eu acompanhava-os mas pronto A terceira que era com a aacutegua de cal estava eu presente () metia aacutegua de cal e era preciso ter mais cuidado com as crianccedilas e entatildeo acompanhei-os mas correu bem [Eduarda]

Leonor descreve-nos duas aulas uma em que realizaram uma actividade praacutetica e

outra de TE Acerca da actividade praacutetica conta-nos o seguinte

Em que os alunos tiveram que observar o peixe o sistema respiratoacuterio do peixe as bracircnquias os opeacuterculos () achei imensa piada porque inicialmente os alunos estavam muito enojados com o peixe cheirava mal que horror mexer em peixe numa coisa que eles ateacute nem gostam muito dizem eles mas depois deram por eles a abrir o peixe jaacute andavam com as matildeos todos queriam mexer todos queriam descobrir foi uma actividade que gostei muito [Leonor]

Quanto agrave aula em que realizaram TE Leonor diz

foi para analisarmos as caracteriacutesticas do ar expirado e inspirado Tambeacutem gostei muito de realizar essa actividade com eles Eles tambeacutem se mostraram muito motivados e foi completamente diferente [Leonor]

161

E explica-nos que seria difiacutecil soacute com teoria mostrar aos alunos este fenoacutemeno

Noacutes proacuteprias estaacutevamos-lhe a dizer o ar eacute quente o ar expirado eacute mais quente que o ar inspirado tem mais dioacutexido de carbono e como eacute que eles vecircm isso Se tem dioacutexido de carbono ou natildeo Como eacute que noacutes lhes conseguimos provar isso Na teoria eacute difiacutecil Ou deles estarem a olhar para esquemas eacute complicado E atraveacutes do Trabalho Experimental eles conseguiram ver perfeitamente a mudanccedila de cor A turvaccedilatildeo da aacutegua de cal Viram perfeitamente bem Pronto primeiro tivemos que lhes dizer identificar os materiais por aiacute fora o que eacute que era a aacutegua de cal como eacute que se faziam aacutegua de cal eles tambeacutem gostaram muito [Leonor]

Leonor que tal como Judite considera o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de

problemas explica-nos com pormenor como foi esta aula

eles comeccedilaram por ver que no sistema respiratoacuterio entrava ar e saiacutea ar Ou seja ocorriam trocas gasosas Entatildeo e como eram como eacute que satildeo as caracteriacutesticas do ar aliaacutes o problema que eu lhes coloquei para a realizaccedilatildeo da actividade experimental foi se ograve ar expirado e o ar inspirado satildeo iguais ou se existem diferenccedilas entre o ar expirado e o ar inspirado quais satildeo Penso que era assim o problema Eles tinham que depois dar a resposta a este problema Para isso propus a actividade da aacutegua de cal em que eles viam a turvaccedilatildeo () para ver se tinha mais dioacutexido de carbono o ar expirado () Pronto eles iam registando tinham um protocolo iam registando as diferenccedilas tinham imagens iam registando os passos e depois eles proacuteprios chegaram a uma conclusatildeo [Leonor]

Leonor justifica porque considerou esta como uma aula de sucesso

Foi mais significativo para eles () registaram no caderno deles e se lhes for perguntar agora ainda se lembram Ainda haacute dias lhes estive a perguntar eles ainda se recordam [Leonor]

Tal como Judite e Leonor Anabela tambeacutem considera o TE coacutemo uma actividade de

resoluccedilatildeo de problemas e descreve-nos os passos de uma aula de TE que realizou

A actividade eacute a ascensatildeo da seiva bruta por exemplo foi a uacuteltima () actividade ^perimental que eu fiz () Dei-lhes o protocolo dei-lhes o material eles leram primeiro o protocolo O problema estava laacute lanccedilaram as hipoacuteteses cada uma lanccedilou as hipoacuteteses no seu protocolo que eu tinha feito depois () dei-lhes o material cada um na sua mesa fiz tambeacutem os grupos natildeo eacute Esqueci-me dessa parte dei-lhes o material e eles procederam agrave experiecircncia no final da experiecircncia tiraacutemos tiraram conclusotildees cada um em particular [Anabela]

162

Tal como atraacutes referimos para Anabela eacute importante os alunos sentirem que ao

realizar uma experiecircncia e tirar conclusotildees descobriram eles proacuteprios a mateacuteria o que

na sua opiniatildeo o TE possibilita

Contudo tal como jaacute nos havia referido o tempo foi um adversaacuterio do TE natildeo

deixando espaccedilo para discutir as conclusotildees a que cada grupo chegou Deste modo uma

das competecircncias que Anabela considera que o TE possibilita ficou comprometida como

percepcionamos no seguinte excerto

depois no dia a seguir como natildeo tivemos tempo corrigimos essas conclusotildees vimos se eram as mais correctas se natildeo eram as mais correctas se as observaccedilotildees foram realmente de acordo com a conclusatildeo que havia de ter sido tirada se alguns natildeo estatildeo de acordo com Anabela]

De acordo com Joatildeo o TE eacute uma actividade importante no ensino das Ciecircncias

atraveacutes da qual se mostra aos alunos como eacute que as coisas acontecem No excerto quumle a

seguir transcrevemos em que Joatildeo nos descreve uma aula sua estaacute patente essa ideia

como eacute possiacutevel verificar

Foi uma [aula] que foi para mostrar foi para dar a conhecer aos alunos a constituiccedilatildeo de uma planta com flor os oacutergatildeos reprodutores de uma planta com flor Ecircntatildeo levei uma flor que era uma coroa imperial salvo erro onde eles destacaram as teacutepalas e depois destacaram os estames e os carpelos e depois desmontaram aquilo tudo e com vaacuterias perguntas levei-os a chegar agrave conclusatildeo () porque eacute que a antera tinha aquele pozinho o que eacute que seria aquele poacute e porque eacute que o caipelo tinha aquela forma e tinha uma barriga grande caacute em baixo () por acaso foi uma aula () engraccedilada e atraveacutes do Trabalho Experimental eles ficaram a conhecer praticamente tudo [Joatildeo]

Siacutentese da Categor ia Potencia l idades do T r a b a l h o E x p e r i m e n t a l

No que diz respeito a esta categoria estabelecemos a subcategoria Competecircnc ias

que D T E desenvolve no sentido de conhecer as ideias dos nossos entrevistados a este

propoacutesito Os alunos-professores enunciam diversos aspectos como exemplificam os seus

depoimentos mas tendencialmente apontam o desenvolvimento dea

- Competecircncias cognitivas

163

- Competecircncias soacutecio-afectivas

- Capacidades e atitudes

- Criar motivaccedilatildeo na aula

A primeira dimensatildeo de anaacutelise - desenvolvimento de competecircncias cognitivas - eacute

mencionada em duas vertentes Por um lado o TE eacute indicado como capaz de desenvolver

competecircncias cognitivas tais como permitir um conhecimento mais duradouro atraveacutes da

experiecircncia como nos descreve uma das entrevistadas (Elisa) ou como salienta outra

aluna-professora permitir ver as coisas (Eduarda) ou ainda mostrar como acontecem as

coisas como aponta outro entrevistado (Joatildeo) Por detraacutes destes trecircs argumentos para

justificar a importacircncia do TE vislumbramos uma perspectiva de ensino por transmissatildeo e

no caso de uma das entrevistadas alguns traccedilos de uma perspectiva de ensino por

descoberta Tal toma-se perceptiacutevel quando no seu discurso nos surgem expressotildees tais

como atraveacutes da experiecircncia conseguirem visualizar e ateacute ficar com essa noccedilatildeo mais

tempo do que a parte teoacuterica que se daacute (Elisa) onde percebemos a ecircnfase na mobilizaccedilatildeo

dos sentidos bem como a construccedilatildeo de ideias a partir dos factos (Cachapuz Praia e Jorge

2000) Deste modo estes trecircs entrevistados reforccedilam a sua concepccedilatildeo de TE como a

descrevemos na anaacutelise da categoria anterior

Por outro lado ainda nesta dimensatildeo de anaacutelise de competecircncias que o TE

promove nomeadamente - desenvolvimento de aspectos do desenvolvimento cognitivo -

surge uma outra vertente designadamente ligar a teoria agrave praacutetica como indica uma das

alunas-professoras (Leonor) permitir o desenvolvimento do pensamento ajudar a

estruturar a compreensatildeo de um tema a relacionaradquirir conceitos como mencionam

esta e outra entrevistada (Leonor e Anabela) Como referimos na anaacutelise da categoria

anterior estas duas alunas-professoras evidenciam uma perspectiva de ensino por pesquisa

164

tendo contudo marcas de outras perspectivas de ensino designadamente perspectiva de

ensino por mudanccedila conceptual e perspectiva de ensino por descoberta

Nesta categoria uma das entrevistadas (Anabela) reforccedila a ideia de que a

observaccedilatildeo eacute muito importante ao referir que o TE permite a observaccedilatildeo directa a trecircs

dimensotildees

A partir das consideraccedilotildees de cada entrevistado parece-nos que podemos inferir

que de uma forma geral os alunos futuros professores de Ciecircncias da Natureza revelam

preocupaccedilotildees soacutecio-construtivistas Isto eacute preocupam-se em realizar TE com os seus

alunos assentando em situaccedilotildees problemaacuteticas com a finalidade de desenvolver nos

alunos competecircncias atitudes e valores (Cachapuz Praia e Jorge 2000) Os aJunos-

professores preocupam-se em organizar momentos de interacccedilatildeo e reflexatildeo criacutetica atraveacutes

do debate agrave volta das situaccedilotildees problemaacuteticas tendo os alunos um papel activo e de

pesquisa (Cachapuz Praia e Jorge 2000)

Existem contudo alguns senatildeos por exemplo muitas vezes a referida situaccedilatildeo

problemaacutetica eacute apresentada aos alunos como algo exterior estranho agravequilo que eles

conhecem que percebemos atraveacutes de expressotildees como eu tinha um protocolo com o

problema (Judite) como refere ou o problema que eu lhes coloquei (Leonor)

Por outro lado alguns alunos-professores tecircm subjacentes algumas caracteriacutesticas

de perspectivas de ensino por mudanccedila conceptual (EMC) por descoberta (EPD) ou por

transmissatildeo (EPT) que inferimos do seu discurso respectivamente pela sobrevalorizaccedilatildeo

da observaccedilatildeo e pelas estrateacutegias de conflito cognitivo (EMC) o conhecimento

proveniente da experiecircncia as ideias descobertas indutivamente a partir da experiecircncia

(EPD) e o professor como transmissor de conteuacutedos tendo o TE um papel ilustrativo

demonstrativo e de sentido verificatoacuterio ou confirmatoacuterio (EPT) (Cachapuz Praia e Jorge

2000) Importa assim que a formaccedilatildeo inicial de professores insista neste aspecto

165

Outro dos aspectos apontados eacute o desenvolvimento de capacidades e atitudes Tal

como nos dizem atribuem ao TE o desenvolvimento de capacidades tais como a

observaccedilatildeo a anaacutelise a interpretaccedilatildeo e a previsatildeo e atitudes tais como regras e a

curiosidade cientiacutefica U m outro aspecto bastante mencionado pelos entrevistados foi o

desenvolvimento da motricidade que consideram que o TE pode proporcionar

Os alunos-professores apontaram tambeacutem bastantes aspectos relacionados com

competecircncias soacutecio-afectivas que justificaram pelo facto de normalmente o TE ser

desenvolvido em grupo Assim os entrevistados referiram-se natildeo soacute a aspectos da relaccedilatildeo

em grupo como tambeacutem ao desenvolvimento da capacidade de organizaccedilatildeo do trabalho

em grupo uma vez que ambas se relacionam

Foi tambeacutem mencionado por vaacuterios entrevistados que o TE eacute uma actividade que

cria motivaccedilatildeo e expectativa na aula

Em relaccedilatildeo agraves competecircncias que o TE desenvolve referidas pelos alunos-

professores participantes no nosso estudo coincidem com duas das componentes

apresentadas por Oliveira (1999 p42) e que satildeo (1) actividades para o desenvolvimento

global do aluno permitindo-lhe observar experimentar ( ) manipular materiais

relacionar fazer conjecturas argumentar inferir conclusotildees comunicar e avaliar e (2)

actividades ( ) para o desenvolvimento de conceitos cientiacuteficos e da sua aplicaccedilatildeo

Tal como encontramos em diversos autores satildeo vaacuterias as potencialidades atribuiacutedas

agrave realizaccedilatildeo de TE Em siacutentese concordamos com Santos e Oliveira (2003) quando dizem

que o TE de investigaccedilatildeo desenvolve nos alunos competecircncias de investigaccedilatildeo e

transversais pelo que este tipo de actividade pode ter um papel importante no

desenvolvimento dos alunos (p68)

166

424 - Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

CATEGORIA DESTAQUE DAS T I C NA FORMACcedilAtildeO INICIAL

No que diz respeito a esta categoria estabelecemos trecircs subcategorias

Disciplinas que con t empla r am as T I C Conteuacutedos con templados e Relaccedilatildeo com

a Praacutetica Pedagoacutegica

Em relaccedilatildeo agrave subcategoria Disciplinas que c o n t e m p l a r a m as T I C todos os

nossos entrevistados afirmam que foi dado destaque agraves TIC na sua formaccedilatildeo inicial e

referem cinco disciplinas No entanto haacute a salientar que nem todos os entrevistados

referem todas as disciplinas embora pertencessem todos eles agrave mesma turma Para aleacutem

deste aspecto importa tambeacutem referir que nenhum dos seis entrevistados se referiu agraves

cinco disciplinas

Elisa afirma que foi dado destaque agraves TIC na sua formaccedilatildeo inicial como se

evidencia no seguinte excerto Sifn nos tivemos algumas cadeiras em ccedilue nos

desenvolveram essa aacuterea [Elisa]

E salienta duas disciplinas

Sim Algoritmos e computaccedilatildeo Depois tivemos uma cadeira de Geometria () E penso que foi soacute Natildeo tivemos mais aulas ao niacutevel de computadores () mais especiacutefico aqui na ESE exacto foi soacute mesmo em Geometria e Algoritmos e Computaccedilatildeo [Elisa]

Quanto a Judite que tambeacutem confirma ter sido dado destaque agraves TIC na sua

formaccedilatildeo inicial apenas refere a disciplina de Metodologia Geral e Tecnologia Educativa pois

diz natildeo se recordar de outras mas desta tem a certeza

Hmm hmm [Judite indica com a cabeccedila afirmativamente] () Metodologia MGTE Geral e Tecnologia Educativa () Natildeo sei se foi soacute em MGTE ou se foi tambeacutem em MEC Jaacute natildeo me lembro mas em MGTE foi de certeza MGTE foi de certeza [Judite]

167

Eduarda que tambeacutem garante que foi dado destaque agraves TIC na sua formaccedilatildeo inicial

tambeacutem soacute se recorda do nome de uma disciplina embora se recorde de outra como

percepcionamos nas suas palavras

Hmm hmm [Eduarda indica com a cabeccedila afirmativamente] foi () em Geometi-ia () e a outra que era o quecirc Era de 3degano semestre Pois eacute que agora tambeacutem jaacute natildeo me lembro Trabalhaacutemos ainda com os computadores () Natildeo me lembro Aleacutem de Geometiia era outra () Bem natildeo me lembro mesmo Era outra [Eduarda]

Pela descriccedilatildeo que Eduarda faz da outra disciplina em que diz ter sido dada ecircnfase

agraves TIC durante a sua formaccedilatildeo inicial pelo nome do professor audiacutevel no registo aacuteudio e

pelo testemunho dos outros entrevistados pareceu-nos que se tratava da disciplina de

Algoritmos e Computaccedilatildeo

Quanto a Leonor que tambeacutem confirma ter sido dado destaque agraves TIC na sua

formaccedilatildeo inicial salienta quatro disciplinas embora apenas se recorde do nome de trecircs

destas Tal como no caso de Eduarda pela descriccedilatildeo que Leonor faz da outra disciplina em

que diz ter sido dado destaque agraves TIC pelo nome do professor tambeacutem audiacutevel no registo

aacuteudio e pelo testemunho dos outros entrevistados pareceu-nos que a disciplina em causa

era novamente Algoritmos e Computaccedilatildeo

Do discurso de Leonor salientamos sobre esta questatildeo o seguinte

Hmm hmm [Leonor indica com a cabeccedila afirmativamente] Foi Foi nas disciplinas de () Geometria () foi Probabilidade () agora tambeacutem andamos a ti-abalhar em Epistemologia e Histoacuteria das Ciecircncias em que () temos que apresentar trabalhos agrave turma em que utilizamos tambeacutem muito o computador [Leonor]

Por sua vez Anabela que tambeacutem assume ter sido dado destaque agraves TIC na sua

formaccedilatildeo inicial salienta trecircs disciplinas em que tal aconteceu Foi Noacutes tivemos cadeiras

de informaacutetica [Anabela]

168

E salienta Algoritmos e computaccedilatildeo () MGTE tambeacutem tivemos oportunidade

de mas tivemos outra () Ah sim Geometria Geometria pois [Anabela]

Quanto a Joatildeo confirma ter sido dada ecircnfase agraves TIC durante a sua formaccedilatildeo inicial

afirmando contudo que foi muito pouco e realccedila quatro disciplinas

Muito pouco Muito pouco Lembro-me de MGTE depois mais tarde em Geometria () Tambeacutem em Algoritmos e Computaccedilatildeo () E Histoacuteria e Epistemologia das Ciecircncias tambeacutem [Joatildeo]

Sintetizamos no quadro 415 as disciplinas referidas pelos alunos-professores

como tendo contemplado agraves TIC no seu programa

I^V DIMENSAtildeO- LL^ICAgraveBOgraveRES R ENTREcircVISTADOIacuteS

Algoritmos e Computaccedilatildeo Elisa 1 Eduarda Leonor 1 Anabela Joatildeo

DISCIPLINAS QUE CONTEMPLARAM AS T I C

Geometria Elisa j Eduarda Leonor Anabela Joatildeo

DISCIPLINAS QUE CONTEMPLARAM AS T I C Metodologia Geral e Tecnologia Educativa Judite [ Anabela Joatildeo

Epistemologia e Histoacuteria das Ciecircncias Leonor[Joatildeo

1 iacuterobabil idades Leonor

Quadro 415 - Subcategoria Disciplinas que contemplaram as TIC

Para a subcategoria Conteuacutedos contemplados fixaacutemos trecircs dimensotildees de

anaacutelise que satildeo Programas informaacuteticos Importacircncia das TIC e Trabalho com

o retroprojector No que diz respeito aos conteuacutedos disciplinares contemplados os

nossos entrevistados apontam de uma forma geral programas de computador No entanto

nem sempre eacute clara a barreira entre o que foi aprendido numa ou noutra disciplina De

modo que as aprendizagens que os nossos entrevistados salientam constituem os nossos

indicadores sem no entanto os distribuir por disciplinas Tal apenas seraacute notoacuterio no

discurso dos nossos entrevistados Na subcategoria Conteuacutedos contemplados os nossos

169

entrevistados destacam alguns conteuacutedos disciplinares em TIC que foram abordados ao

longo da sua formaccedilatildeo inicial como passaremos a analisar

Assim Elisa refere que nas disciplinas atraacutes mencionadas aprendeu a trabalhar

com programas especiacuteficos de Matemaacutetica que lhe permitem nomeadamente escrever

correctamente sistemas de equaccedilotildees e fi-acccedilotildees e outro programa Matemaacutetico de Geometria

que permite por exemplo desenvolver figuras geomeacutetricas Para aleacutem destes programas

Elisa refere-se ainda ao trabalho com o Excel que lhe permitiu desenvolver as suas bases

como se destaca nas passagens que transcrevemos

[Em] Geometria () desenvolvemos alguns programas matemaacuteticos () Depois al^^ trabalhos tambeacutem nos exigiam a apresentaccedilatildeo e trabalho de computaccedilatildeo () Em Algoritmos e Computaccedilatildeo aprendi a trabalhar com programas quumle nem sequer sabia que tinha no computador e que natildeo tinha activos como o sistema de equaccedilotildees muito importante que era para noacutes fazermos fracccedilotildees e situaccedilotildees que nem sequer sabia que tinha () no computador E que activei muito interessante E que para fazer testes de Matemaacutetica satildeo muito bons porque noacutes com as fracccedilotildees normalmente passamos os nuacutemeros um em cima do outro E depois agrave matildeo colocaacutevamos a barrinha em baixo E outros por exemplo o vezes que colocamos o Xe laacute estaacute tudo [no programa de computador activado] O parecircntesis dentro das fracccedilotildees ou seja foi uma situaccedilatildeo muito interessante [Elisa]

Em relaccedilatildeo ao Excel e ao programa de Geometria Elisa diz o seguinte

No Excel tambeacutem tinha algumas bases mas muito fracas desenvolvemos bastante bem A niacutevel de Geometria tambeacutem natildeo conhecia o programa e acho que eacute uma situaccedilatildeo muito interessante tambeacutem para desenvolver figuras geomeacutetricas muito mais raacutepidas e muito mais faacuteceis de praticar na aula do que eles proacuteprios fazerem com o compasso o que cria por vezes alguma dificuldade e alguma falta de jeito deles que tecircm a tal motricidade pouco desenvolvida e acho que aquele programa foi muito interessante para noacutes que natildeo conheciacuteamos [Elisa]

Por sua vez Judite que apenas se lembrava de uma disciplina da sua formaccedilatildeo

inicial na qual foi dada ecircnfase agraves TIC descreve-nos de que forma isso aconteceu

noacutes falaacutemos um pouco da importacircncia das TIC () vimos as competecircncias que elas desenvolviam () capacidades () que as TIC eram uma mais valia para nossas aulas que iria permitir-nos ter aulas diferentes das tradicionais a que estaacutevamos habituados Tambeacutem no processo de interacccedilatildeo entre o aluno o aluno participava activamente na construccedilatildeo do conhecimento e acho que vimos algumas situaccedilotildees em que poderiacuteamos utilizar essas tecnologias algumas vezes [Judite]

170

Quanto a Eduarda em relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo das TIC nas disciplinas que referiu

destaca a utilizaccedilatildeo de um programa especiacutefico de Matemaacutetica bem como os programas

Word e Excel

em Geometria () foi utilizado () o Sketchpad e a outra que era o quecirc () natildeo bullme lembro que lembro que disciplina era () Trabalhaacutemos no Word e no Excel () E no Sketchpad () na Geometria Trabalhaacutemos a niacutevel matemaacutetico pronto na aacuterea da Matemaacutetica [Eduarda]

Leonor refere que nas disciplinas atraacutes indicadas utilizou vim programa de

Geometria dinacircmica no computador o Geometers Sketchpad o programa para

apresentaccedilotildees Power Point e o programa Excel

Geometria em que utilizaacutemos o Sketchpad () em Epistemologia e Histoacuteria das Ciecircncias em que temos que apresentar trabalhos aacute turma em que utilizamos tambeacutem muito o computador trabalhar muito o Power Point Sim trabalhaacutemos mesmo nos trabalhos que noacutes fomos realizamos utilizaacutemos sempre o computador [Leonor]

Quanto ao programa Excel

eu natildeo sabia muito trabalhar com Excel ainda natildeo natildeo me sentia muito agrave vontade () Com o Excel () foi a Probabilidades Jaacute natildeo me recordo bem Sim que aprendemos [Leonor]

Quando perguntaacutemos a Anabela o que se destacou o que aprendeu nas trecircs

disciplinas da sua formaccedilatildeo inicial que indica nas quais assume ter sido dado destaque agraves

TIC a nossa entrevistada refere apenas que aprendeu a dar uma aula diferente sem entrar

em pormenores O que eacute que aprendi Aprendi por exemplo como se pode dar uma aula

diferente [Anabela]

Na opiniatildeo de Joatildeo para aleacutem do programa de Geometria dinacircmica no computador

o Geometers Sketchpad aprendeu-se muito pouco acerca das TIC e da sua utilizaccedilatildeo Por

outro lado o que lhes foi dado a conhecer jaacute era conhecido de quase todos Assim destaca

aquilo que lhe ficou na retina como nos diz em Geometria trabalhei no Sketchpad [Joatildeo]

171

Quanto ao resto Joatildeo declara que aprendeu mas

Pouca coisa Porque o que foi dado a conhecer jaacute praticamente noacutes todos sabiacuteamos O que me ficou mais na retina e que me lembro melhor foi de MGTE que foi a cadeira () onde falaacutemos mais das tecnologias da informaccedilatildeo [Joatildeo]

Contudo salienta

O que eu me lembro mais era do trabalho com o retroprojector e de dizerem que haacute escolas que nem sempre tecircm dinheiro e conseguem ter os materiais para substituir uma lacircmpada que eacute bom sempre andar com uma lacircmpada dentro da mala e uma chave e tudo mais (risos) Para () garantir sempre () que aquilo natildeo falha [Joatildeo]

No que diz respeito agrave subcategoria Conteuacutedos contemplados organizaacutemos os

indicadores no quadro 416

bull bullbull D DVIEacuteNSOcircES^Iacutebull bull - J ENTREVISTADOS 1

Programa especiacutefico de linguagem Matemaacutetica Elisa

PROGRAMAS INFORMAacuteTICOS

Programa Excel Elisa j Eduarda Leonor

PROGRAMAS INFORMAacuteTICOS Programa de Geometria dinacircmica Geometers

Sketchpad Elisa 1 Eduarda Leonor|Joatildeo

Programa Word Eduarda

Programa Power Point Leonor

Importacircncia das TIO no ensino Judite [ Joatildeo

Dar aulas diferentes Anabela

TRABALHO COM O R E T R O P R O J E C T O R

Trabalho com o retroprojector Joatildeo

Quadro 416 - Subcategoria Conteuacutedos contemplados

Quanto agrave subcategoria Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica estabelecemos d u ^

dimensotildees de anaacutelise Aprender antes de chegar agrave PP e Apoio nas aulas da PP

De forma geral os nossos entrevistados afirmam que as aprendizagens relacionadas

com as TIC foram uacuteteis para aplicarem na sua Praacutetica Pedagoacutegica mencionando alguns

dos aspectos pelos quais consideram importante utilizar as TIC

172

Elisa afirma que as aprendizagens em TIC satildeo uacuteteis pois permitem aprender antes

de chegar agrave Praacutetica Pedagoacutegica Para aleacutem disso refere ainda que no seu caso a utilizaccedilatildeo

nas suas aulas da formaccedilatildeo inicial de um programa de Geometria dinacircmica no computador

o Geometers Sketchpad possibilitou aprender antes da Praacutetica Pedagoacutegica e aplicar este

programa posteriormente com os seus alunos Desta utilizaccedilatildeo Elisa ressalva algumas das

vantagens como eacute notoacuterio nos excertos que transcrevemos

eacute bom tambeacutem noacutes sabermos porque vamos dar aula () eu acho que eacute muito importante () noacutes aprendermos [TIC] antes de chegar agravepraacutetica ()

No caso da Matemaacutetica por exemplo o programa que aprendemos em Geometria nas figuras geomeacutetricas na construccedilatildeo acho que eacute muito mais faacutecil deles desenvolverem no computador e eacute muito mais atractivo uma vez que eles tambeacutem cada vez estatildeo mais ligados ao computador do que chegar a uma aula vamos desenhar que tambeacutem eacute importante mas muito mais faacutecil porque assim eles conseguem apagar voltar novamente a fazer e natildeo cria aquela situaccedilatildeo de atraso de que vamos ter de voltar outra vez apaga outra vez faz novamente ()

No computador cria uma situaccedilatildeo mais raacutepida e acho que eacute muito faacutecil eles proacuteprios gostam mais ateacute se calhar de tj-abalhar no computador do que construir normalmente [Elisa]

Em relaccedilatildeo a Judite o facto de durante a sua formaccedilatildeo inicial ter sido dado

destaque agraves TIC permitiu aprender a dar aulas diferentes das tradicionais designadamente

estrateacutegias novas como nos diz

noacutes o que queremos eacute dar aulas diferentes das tradicionais e entatildeo temos que procurar sempre Muitas vezes recorremos aos apontamentos de cadeiras que tivemos aqui para ver uma estrateacutegia nova como eacute que havemos de introduzir uma motivaccedilatildeo [Judite]

Quanto a Eduarda refere que as aprendizagens relacionadas com as TIC durante a

sua formaccedilatildeo inicial foram um ganho pois ajudaram a estar mais agrave vontade na Praacutetica

Pedagoacutegica Esta ideia eacute evidenciada no seguinte transcrito

Eu acho que nos sensibilizou para estarmos mais agrave vontade com o computador e para ensinar Matemaacutetica () agraves crianccedilas utilizando programas que satildeo uma mais valia [Eduarda]

173

Agrave semelhanccedila de Elisa Leonor explica que a utilizaccedilatildeo durante a formaccedilatildeo inicial

de um programa de Geometria dinacircmica no computador o Geometers Sketchpad

possibilitou aprender e conhecer este programa antes da Praacutetica Pedagoacutegica para

eventualmente poder aplicaacute-lo com os seus alunos como nos diz [Aprendemos] Novos

programas por exemplo em Geometria o Sketchpad em que podemos utilizaacute-lo com as

crianccedilas no 2deg Ciclo com os nossos alunos [Leonor]

Para aleacutem deste programa de computador Leonor refere-se ainda ao Excel

[Aprendemos] em Probabilidades que tambeacutem jaacute utilizei a semana passada [o programa] utilizei com os miuacutedos porque eu natildeo sabia muito trabalhar com Excel ainda natildeo me sentia muito agrave vontade em calcular a Moda a Meacutedia fazer graacuteficos e logo a semana passada como andei a trabalhar com os alunos Estatiacutestica apesar de natildeo fazer parte do programa eles saberem trabalhar com o () Excel Fazer graacuteficos e tabelas conduzi-os agrave sala de informaacutetica e tambeacutem estive a trabalhar com eles a elaboraccedilatildeo de graacuteficos tabelas graacuteficos circulares de barras percentagens () aproveitei para trabalhar com eles no Excel [Leonor]

E termina dizendo aprendemos muito e tambeacutem jaacute trabalhei com eles na aula

[Leonor]

No caso de Anabela que nos disse que durante a sua formaccedilatildeo inicial foi dado

destaque agraves TIC e que aprendeu como se pode dar uma aula diferente explica-nos agora

como eacute que tal se relaciona com a Praacutetica Pedagoacutegica designadamente fazendo uso do

computador por exemplo para investigaccedilatildeo ou na disciplina de Matemaacutetica pois diz-nos

o seguinte

Por exemplo o facto de se pocircr em praacutetica o uso do computador a niacutevel de investigaccedilatildeo ateacute de conhecimento Na parte da Matemaacutetica relacionada com o inqueacuterito depois organizar os dados em graacuteficos etc [Anabela]

Para Joatildeo nas disciplinas da sua formaccedilatildeo inicial que deram ecircnfase agraves TIC para

aleacutem do programa de Matemaacutetica Geometers Sketchpad aprendeu-se muito pouco acerca

174

das TIC e da sua utilizaccedilatildeo Assim revela-nos que essencialmente ficou um

conhecimento praacutetico por exemplo da utilizaccedilatildeo do retroprojector como nos diz em jeito

de gracejo

Sim () o manuseamento do retroprojector aquilo natildeo eacute faacutecil (Risos) Parece que eacute soacute uma maacutequina com uma luz mas natildeo eacute bem assim Aquilo natildeo eacute faacutecil e eacute preciso saber focar e ter o acetato para a frente ou para traacutes para baixo ou para cima e por ai fora [Joatildeo]

E continua Com o Power Point Tambeacutem natildeo eacute soacute chegar ali e ligar Porque

depois tem laacute aquele aparelhozinho () o projector de viacutedeo [Joatildeo]

Resumimos no quadro 417 os indicadores do discurso dos nossos entrevistados

acerca da sua formaccedilatildeo inicial em TIC e sobre qual a sua relaccedilatildeo com a PP

DIMENSOtildeES bullbullV bull EgraveNTOEVISTAacuteDOS

APRENDER AN I ES DE CHEGAR Agrave P P

Permitem aprender antes de chegar agrave praacutetica Elisa

Apoio nas aulas de Matemaacutetica Elisa

A P O I O NAS AULAS DA PP

Ajudam a dar aulas diferentes da tradicionais Judite A P O I O NAS AULAS

DA PP Ajudam a estar mais agrave vontade com as TIC na PP Eduarda

Possibilidade de utilizar programas de computador com os alunos de 2 Ciclo Elisa 1 Leonor

Permitem pocircr em praacutetica o uso do computador Anabela

Permitem realizar actividades de investigaccedilatildeo Anabela

Conhecimento praacutetico Joatildeo

Quadro 417 - Subcategoria Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica

Siacutentese da Categoria Destaque das TIC na formaccedilatildeo inicial

No que diz respeito a esta categoria os alunos-professores referem na subcategoria

Disciplinas que contemplaram as TIC cinco disciplinas nas quais afirmam que foi

dado destaque agraves TIC Contudo importa salientar que nem todos os entrevistados fazem

175

menccedilatildeo agraves cinco disciplinas embora pertencessem todos eles agrave mesma turma Assim

apenas duas das disciplinas foram apontadas por todos os entrevistados como tendo dado

destaque agraves TIC a saber Algoritmos e Computaccedilatildeo e Geometria Trecircs dos alunos-

professores referem ainda a disciplina de MGTE (Metodologia Geral e Tecnologia

Educativa)

Quanto aos Conteuacutedos contemplados subcategoria da mesma categoria os

entrevistados mencionam principalmente programas informaacuteticos com destaque para o

programa de Geometria dinacircmica no computador o Geometeis Sketchpad da disciplina

Geometria e para o programa Excel fazendo ainda referecircncia aos programas Word Power

Point e a outro programa especiacutefico de linguagem matemaacutetica

Para aleacutem dos programas informaacuteticos trecircs alunos-professores fazem menccedilatildeo ao

conteuacutedo de uma das disciplinas referidas cujo destaque foi abordar a importacircncia das

TIC ainda que apenas na teoria

No que diz respeito agrave Relaccedilatildeo com a PP subcategoria ainda da mesma

categoria os sujeitos do nosso estudo afirmam tendencialmente que as aprendizagens

relacionadas com as TIC foram uacuteteis para aplicarem na sua PP fazendo referecircncia a alguns

dos aspectos pelos quais consideram importante utilizar as TIC Assim justificam a

importacircncia desse apoio com a possibilidade de utilizar programas informaacuteticos com os

seus alunos de 2reg Ciclo ou com o facto de estarem mais agrave vontade com as TIC na sua PP

entre outros aspectos

CATEGORIA VALOR ATRIBUIacuteDO Agrave FORMACcedilAtildeO EM T I C

No que diz respeito a esta categoria e subcategoria (com a mesma designaccedilatildeo) a

anaacutelise dos dados permitiu-nos organizar os indicadores em duas dimensotildees de anaacutelise

Insatisfaccedilatildeo e Satisfaccedilatildeo

176

Assim os nossos entrevistados foram unacircnimes nas suas respostas Eacute perceptiacutevel

no discurso de cada um dos alunos-professores que na sua opiniatildeo a formaccedilatildeo iniciai no

acircmbito das TIC foi pouco explorada No entanto todos eles satildeo tambeacutem contidos nas

palavras usando eufemismos e chegando alguns deles a uma quase contradiccedilatildeo

Assim na opiniatildeo de Elisa poderiam ter aprendido mais no acircmbito das TfC ou

mesmo ter desenvolvido outros programas

Por exemplo haacute programas que provavelmente noacutes poderiacuteamos ter aprendido mais () Tratamento de imagens que aprendi posteriormente agora com outros colegas de outras escolas penso que podiacuteamos desenvolver uma vez que noacutes tambeacutem trabalhamos muito imagens e para testes e para fichas e mesmo para apresentaccedilotildees programas de tratamento de imagens e situaccedilotildees era interessante Mesmo a exploraccedilatildeo de outros programas de computador era engraccedilado noacutes desenvolvermos [Elisa]

Contudo na tentativa de ser comedida quase se contradiz no seu discurso

Mesmo assim penso que jaacute na nossa aacuterea jaacute eacute muito bom as disciplinas que tivemos Mas penso que podiacuteamos desenvolver outros programas ah na aacuterea de computador [Elisa]

Quanto a Judite eacute de opiniatildeo que cada aluno deve construir a sua proacutepria formaccedilatildeo

no sentido de procurar saber e procurar conhecer

acho que noacutes eacute que temos que construir a nossa proacutepria formaccedilatildeo eu acho que se noacutes natildeo procurarmos natildeo encontramos Se quisermos saber mais de uma coisa temos que procurar saber e procurar conhecer () Isso cabe a cada um Se eles se ficam soacute por aqui agora haacute outros que natildeo que vatildeo mais aleacutem que tentam saber outras coisas aprender a funcionar com mais estrateacutegias [Judite]

Tal como Elisa Eduarda tambeacutem eacute de opiniatildeo que poderiam ter aprendido mais no

acircmbito das TIC como nos confessa eu jaacute sabia coisas de computadores jaacute sabia eu

Claro havia outras que ainda natildeo que aprendi aqui mas acho que poderia ser um

bocadinho mais [Eduarda]

177

Contudo tal como os outros entrevistados Eduarda eacute moderada no seu discurso

Mas tambeacutem noacutes eacute Matemaacutetica e Ciecircncias tambeacutem natildeo eacute preciso mais Eu acho que

natildeo eacute preciso mais do que noacutes aprendemos Acho que aquilo chega [Eduarda]

Parecendo no entanto muito pouco convicta desta afirmaccedilatildeo realccedila a ideia de

poderiam ter aprendido mais como nos diz mas pronto poderia ser um bocadinho mais

jaacute que eu gosto de informaacutetica (risos) gosto de saber sempre mais coisas [Eduarda]

Em relaccedilatildeo a Leonor quando lhe perguntaacutemos qual a sua opiniatildeo acerca da sua

formaccedilatildeo inicial em TIC esta respondeu-nos com alguma diplomacia dizendo-nos que

ainda natildeo precisou de pedir auxiacutelio a ningueacutem em relaccedilatildeo agraves TIC que ihe era suficiente o

que sabia tal como evidencia o seguinte excerto

Depende de muitas coisas pelo menos ateacute agora que eu precisei de fazer nas aulas foi o que eu sabia Ainda natildeo precisei de ir pedir a algueacutem que me ensinasse ateacute agora ainda natildeo precisei Porque as coisas que trabalhei com os alunos ateacute agora foram coisas que eu sabia Por isso Mas foi aprendi muitas coisas na escola [Leonor]

Natildeo sendo muito convincente naacutes palavras Anabela eacute de opiniatildeo que a sua

formaccedilatildeo inicial em TIC foi suficiente pois diz-nos que teve duas cadeiras deste acircmbito

No entanto esta resposta eacute contraditoacuteria pois na subcategoria ^Disciplinas da categoria

Aspectos de destaque das TIC na formaccedilatildeo inicial Anabela havia referido trecircs

disciplinas Entatildeo diz-nos

Penso que sim acho que sim que foi suficiente ainda tivemos 2 cadeiras

[Anabela]

No que diz respeito a Joatildeo o nosso entrevistado agrave semelhanccedila dos restantes afirma

que a sua formaccedilatildeo iniciai em TIC foi suficiente Poreacutem faz uma salvaguarda referindo

que foi suficiente para o momento do final do curso em que diz natildeo sentir necessidade de

178

conhecer outros conteuacutedos que gostasse de ter trabalhado acabando por considerar que a

referida formaccedilatildeo foi pouco explorada

Quer dizer agora se calhar acho que foi suficiente porque natildeo me foi dado a conhecer mais nada Por isso penso que eacute suficiente Digo eu Porque eu agora natildeo estou a ver natildeo me estou a lembrar de mais nada que diga assim gostava mesmo de ter aprendido a trabalhar nisto ou naquilo para conseguir fazer isto ou aquilo que eu vi ali ou que eu vi na televisatildeo [Joatildeo]

Contudo refere

Apesar de eu achar que foi uma coisa que foi pouco explorada penso que foi pouco explorada mas ao mesmo tempo penso que foi suficiente Porque natildeo estou a ver onde eacute que possa utilizar mais nada [Joatildeo]

O quadro 418 organiza os indicadores das ideias dos nossos entrevistados acerca

do valor atribuiacutedo agrave sua formaccedilatildeo inicial em TIC

bull V - INDICcedilADOMS 1 E M ^ Y I S T A D O S f

Poderiacuteamos ter aprendido mais Elisa 1 Eduarda

INSATISFACcedilAtildeO - bull

Podiacuteamos ter desenvolvido outros programas Elisa

A formaccedilatildeo em TIC foi pouco explorada Joatildeo 1

SATISFACcedilAtildeO

Noacutes eacute que temos que construir a nossa proacutepria formaccedilatildeo 1 Judite

SATISFACcedilAtildeO Ainda natildeo precisei de pedir a ningueacutem que me ensinasse j Leonor

Acho que foi suficiente j Anabela [ Joatildeo

Quadro 418 - Subcategoria Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC

Siacutentese da Categoria Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC

Em relaccedilatildeo a esta categoria os nossos entrevistados foram unacircnimes embora tendo

dado respostas um pouco diferentes Eacute perceptiacutevel no discurso de cada um dos alunos-

professores que na sua opiniatildeo a formaccedilatildeo inicial no acircmbito das TIC foi pouco explorada

No entanto todos eles satildeo tambeacutem contidos nas palavras usando eufemismos e chegando

alguns deles a uma quase contradiccedilatildeo

179

Assim os alimos-professores respondem tendencialmente que a sua formaccedilatildeo em

TIC foi suficiente e como tal estatildeo satisfeitos Contudo trecircs dos nossos entrevistados

deixam passar a ideia de que podiam ter aprendido mais no acircmbito das TIC expressando a

sua insatisfaccedilatildeo pois como afirma a formaccedilatildeo em TIC foi pouco explorada (Joatildeo)

Destacamos ainda outra afirmaccedilatildeo noacutes eacute que temos que construir () a nossa

proacutepria formaccedilatildeo () temos que procurar saber e procurar conhecer (Judite) A este

propoacutesito Praia (1998 p l61) pronuncia-se deste modo os professores tecircm que assumir-se

como produtores da e na sua proacutepria profissatildeo

Na nossa opiniatildeo os alunos adquirem na escola de formaccedilatildeo inicial imia

preparaccedilatildeo baacutesica no acircmbito das TIC que proporciona ao professor conhecimento do

modo de usar estas novas tecnologias e promover a confianccedila na relaccedilatildeo com elas (Ponte

1998 p l71) Tal como defendem Ponte e Serrazina (1998 p10-11) seria um erro querer

fazer de todo o novo professor um especialista em novas tecnologias ( ) a

responsabilidade da formaccedilatildeo inicial eacute proporcionar as bases para o desempenho da sua

actividade profissional Assim partilhamos com Ponte e Serrazina (1998) a opiniatildeo de

que o professor deveraacute procurar uma actualizaccedilatildeo de conhecimentos e competecircncias

ultrapassando assim as dificuldades que possam surgir

CATEGORIA POTENCIALIDADES RECONHECIDAS AgraveS T I C

Em relaccedilatildeo a esta categoria e subcategoria (com o mesmo nome) a anaacutelise dos

dados permitiu-nos agrupar os indicadores nas seguintes dimensotildees de anaacutelise As TIC

como um recurso no ensino Motivaccedilatildeo e ludicidade e Utilizaccedilatildeo das TIC por

todos os alunos

Elisa que defende que eacute cada vez mais importante utilizar as TIC no ensino aponta

essencialmente quatro motivos para o justificar e que se relacionam com o facto de na sua

180

opiniatildeo os alunos estarem cada vez mais relacionados com as TIC cuja utilizaccedilatildeo lhes

permite diversatildeo e com o facto de as TIC promoverem uma renovaccedilatildeo da educaccedilatildeo isto eacute

aulas diferentes que motivam os alunos como se percepciona no seu discurso

Cada vez mais exactamente porque os alunos tambeacutem cada vez mais estatildeo interligados com o computador e aquela maquininha para eles eacute tudo Porque eles divertem-se imenso com ele [Elisa]

E acrescenta

E eu acho que tambeacutem haacute que criar uma renovaccedilatildeo na educaccedilatildeo natildeo soacute o tiacutepico caderno diaacuterio e livro mas criar situaccedilotildees diferentes e aulas diferentes que eu acho que para eles eacute muito motivador e cria uma aprendizagem diferente Por isso as TIC satildeo muito importantes E cada vez mais eles estatildeo interligados a elas [Elisa]

Na opiniatildeo de Judite que tambeacutem defende que eacute importante utilizar as TIC no

ensino os alunos ficam logo agrave partida mais motivados Esta ideia eacute evidenciada no

seguinte transcrito

Hmm acho que sim porque eles agrave partida ficam logo motivados Por exemplo no caso dos computadores eles adoram aquilo Para eles o computador eacute tudo e eles passam muito tempo nos computadores a jogar e na Internet e se noacutes utilizarmos o computador na sala de aula acho que eles estatildeo muito mais motivados fazem coisas diferentes que natildeo fazem em casa [Judite]

Eduarda tal como os restantes entrevistados tambeacutem eacute de opiniatildeo que eacute importante

utilizar as TIC no ensino Esta aluna-professora considera que os alunos gostam de utilizar

o computador e como tal prestam mais atenccedilatildeo agrave mateacuteria concluindo que utilizar o

computador eacute uma boa forma de ensinar como eacute notoacuterio no excerto que transcrevemos

Porque agora nestes dias utiliza-se muito o computador e as crianccedilas agora tambeacutem jaacute vatildeo por elas agrave Internet pesquisar coisas utilizar programas e entatildeo aleacutem delas gostarem e ateacute prestam atenccedilatildeo ao que se estaacute a dar aleacutem delas mexerem e no computador e parecerem que estatildeo que natildeo estatildeo com atenccedilatildeo estatildeo com atenccedilatildeo Elas estatildeo com atenccedilatildeo e elas aprendem [Eduarda]

181

Pelo que conclui E acho que sim acho que eacute uma boa forma de ensinar com o

computador [Eduarda]

Quanto a Leonor justifica a sua ideia de que eacute importante utilizar as TIC no ensino

pelo facto de estas se poderem utilizar como motivaccedilatildeo por exemplo ou mesmo para

esclarecer duacutevidas oacuteu trabalhar determinados temas como percebemos nas suas palavras

penso que noacutes podemos aproveitar ateacute duacutevidas que eles tragam para a sala de aula e conduzi-los agrave sala de informaacutetica () podemos aproveitar sempre como motivaccedilatildeo para esclarecer duacutevidas () natildeo soacute como motivaccedilatildeo mas para esclarecer duacutevidas para trabalhar temas unidades diferentes eacute sempre bom [Leonor]

Apesar de considerar que se podem utilizar as TIC para diferentes finalidades

Leonor adverte para o seguinte

natildeo podemos soacute noacutes sabemos que logo a Internet tem imensa informaccedilatildeo e tambeacutem sabemos que os nossos alunos utilizam muito a Internet e () muitas das vezes tecircm dificuldade em seleccionar a informaccedilatildeo [Leonor]

Por sua vez Anabela considera que utilizar as TIC no ensino eacute uma forma diferente

de dar uma aula como se destaca no seguinte excerto

E outra forma diferente de dar uma aula Sair do ambiente normal de sala de aula e ir para outro ambiente que eacute diferente onde haacute computadores eacute importante [Anabela]

Para aleacutem desta ideia Anabela realccedila que o facto de se utilizar o computador no

ensino permite que alunos que natildeo tenham computador em casa possam desta forma

utilizar este recurso

Tambeacutem () apesar de hoje em dia eles jaacute terem acesso aos computadores agrave Internet ateacute jaacute saberem agraves vezes muito mais que noacutes () acerca de vaacuterios assuntos mas haacute crianccedilas que nem sempre tecircm a relaccedilatildeo ou podem ter oportunidade de ter um computador Eu acho que eacute positivo tambeacutem por essa parte [Anabela]

182

Na opiniatildeo do nosso entrevistado Joatildeo a tecnologia eacute nota dominante da

actualidade por isso eacute cada vez mais importante utilizar as TIC no ensino como eacute notoacuterio

nos excertos que transcrevemos Acho que cada vez mais eacute importante [utilizar as TIC no

ensino] Porque hoje em dia praticamente tudo funcionamos soacute agrave base de tecnologias

mais nada [Joatildeo]

E prevecirc que no futuro seja assim Eu acho que daqui por uns anos quando o

governo tiver dinheiro cada aluno vai ter um computador na secretaacuteria e vai trabalhar eacute a

partir do computador [Joatildeo]

O quadro 419 apresenta em siacutentese as principais potencialidades reconhecidas agraves

TIC pelos alunos-professores

I j f ^ - D I M E N S Otilde E S - bull bull f - ^ i ^ y - i c i i i INDICADORES I EMR^visTAtildeDoacutes

As TIC podem ser utilizadas para esclarecer duacutevidas Leonor

As TIC podem ser utilizadas para abordar temas Leonor

1 A s T I C COMO UM As TIC proporcionam aulas diferentes Elisa 1 Anabela

RECURSO NO ENSINO Os alunos estatildeo cada vez mais ligados ao computador Elisa 1

As TIC promovem uma renovaccedilatildeo na educaccedilatildeo j Elisa 1

Utilizar 0 computador eacute uma boa forma de ensinar 1 Eduarda

Hoje em dia tudo funciona agrave base de tecnologias | Joatildeo

As TIC motivam os alunos j Elisa 1 Judite Leonor

M O T I V A Ccedil Atilde O E Os alunos gostam de utilizar o computador j Eduarda

LUDICROADE Os alunos prestam mais atenccedilatildeo agrave mateacuteria ao utilizar o 1 computador j Eduarda

Os alunos divertem-se ao utilizar o computador Elisa

UTILIZACcedilAtildeO DAS T I C POR TODOS OS ALUNOS

Utilizar 0 computador no ensino permite que as j crianccedilas que natildeo teacutem computador o utilizem | Anabela

Quadro 419 - Subcategoria Potencialidades reconhecidas agraves TIC

183

Siacutentese da Ca tegor i a Potencial idades reconhecidas agraves T I C

De acordo com a anaacutelise dos dados em relaccedilatildeo a esta categoria os alunos-

professores concordam que eacute importante utilizar as TIC no ensino Quanto agraves justificaccedilotildees

de tal opiniatildeo dividem-se Tendencialmente as TIC satildeo apontadas como ura recurso no

ensino proporcionam aulas diferentes podendo ser utilizadas para abordar temas ou

esclarecer duacutevidas Os alunos-professores entendem ainda a utilizaccedilatildeo das TIC como um

recurso no ensino considerando que as TIC promovem uma renovaccedilatildeo na educaccedilatildeo

constituindo a utilizaccedilatildeo do computador uma boa forma de ensinar

Para aleacutem deste aspecto os sujeitos intervenientes nonosso estudo consideram que

as TIC motivam os alunos chegando mesmo uma das entrevistadas a defender que alunos

prestam mais atenccedilatildeo agrave mateacuteria se utilizarem o computador

Satildeo vaacuterios os autores que advogam que o uso das TIC no ensino em particular no

ensino das Ciecircncias podem motivar alunos e professores e ajudar na aprendizagem De

acordo com Praia (1998) a utilizaccedilatildeo de TIC em particular da Internet no acircmbito das

Ciecircncias fomenta a curiosidade motiva para o estudo entre outras vantagens apontadas

por este autor No entanto tal como nos diz devemos entender a utilizaccedilatildeo das TIC como

um recurso didaacutectico complementar e suplementar de outros recursos mais tradicionais

(Praia 1998p l66)

De uma forma geral eacute hoje consensual que a utilizaccedilatildeo das TIC permite tirar

proveito de determinadas ferramentas na sala de aula Contudo e este eacute um ponto central

da nossa investigaccedilatildeo natildeo podemos cair em extremismos ou tecnicismos

CATEGORIA RECURSO AgraveS T I C NA PRAacuteTICA PEDAGOacuteGICA

Em relaccedilatildeo a esta categoria estabelecemos duas subcategorias designadamente

Acesso agraves T I C e Exemplos de utilizaccedilatildeo das T I C

184

Para a subcategoria Acesso agraves T IC distribuiacutemos os indicadores por duas

dimensotildees de anaacutelise nomeadamente Faacuteci l acesso e Difiacutecil acesso

Nesta subcategoria os alunos-professores referiram-se ao acesso agraves TIC que lhes eacute

permitido nas suas escolas de Praacutetica Pedagoacutegica Os nossos entrevistados reportam-se ao

uso do computador e de salas de informaacutetica A maioria tem acesso sem muitas restriccedilotildees

a uma sala de informaacutetica com computadores e ligaccedilatildeo agrave Internet Por outro lado duas

alunas-professoras descrevem este acesso como dificultado por exemplo com passwords

Assim na escola de Elisa eacute faacutecil aceder agraves salas de informaacutetica que satildeo duas como

nos diz Sim Noacutes temos duas salas de informaacutetica temos uma sala de computadores soacute

para professores e haacute alguma facilidade em que os alunos acedam [Elisa]

Tendo realizado Praacutetica Pedagoacutegica numa escola que privilegia o acesso agraves TIC

Elisa refere que os seus alunos tinham uma aula suplementar de apoio a Matemaacutetica

intercalada com uma aula de informaacutetica como se destaca no seguinte excerto

noacutes temos uma meia hora metade da turma que todas as semanas de 15 em 15 dias tem uma aula de informaacutetica e a outra metade tem uma aula de Matemaacutetica que eacute uma aula que serve de apoio ou seja eles tecircm praticamente 5 horas de Matemaacutetica por norma soacute deveriam ter 4 Entatildeo eles fizeram metade dos alunos tem Matemaacutetica () uma aula de apoio e a outra metade tem uma aula de informaacutetica ou seja eles estatildeo a criar algum desenvolvimento na aacuterea da informaacutetica [Elisa]

A par deste uso fomentado das TIC na sua escola de Praacutetica Pedagoacutegica Elisa

acrescenta que eacute necessaacuterio criar regras de trabalho aos alunos

os alunos cada vez mais cedo [usam as TIC] tambeacutem aprendem em casa soacute que por vezes eu acho que eacute necessaacuterio dar-lhes algumas regras tambeacutem de como trabalhar [Elisa]

Reforccedilando de certa forma a tendecircncia para valorizar o uso das TIC naquela

escola e a sua proacutepria ideia Elisa diz o seguinte por isso eacute cada vez mais importante

trabalhar nas TIC [Elisa]

185

Quanto a Judite tem uma experiecircncia completamente diferente de Elisa no que diz

respeito ao acesso agraves TIC na sua escola de Praacutetica Pedagoacutegica constituindo o acesso agrave sala

de informaacutetica uma verdadeira burocracia segundo nos diz

Muito mau [ograve acesso agraves TIC] () tecircm passwords em todos os computadores depois se noacutes queremos ir ao computador os nossos professores datildeo-nos a password e agraves vezes as passwords deles natildeo entram ou entatildeo se entram natildeo tecircm Internet ou () agraves vezes desaparecem peccedilas dos computadores noacutes vamos com eles aos computadores e eles natildeo tecircm peccedilas () Mas ateacute temos uma sala de informaacutetica boa relativamente porque temos ADSL nos computadores soacute que depois o acesso eacute sempre uma burocracia [Judite]

Eduarda que realizou Praacutetica Pedagoacutegica na mesma escola que Judite tambeacutem

refere que as condiccedilotildees para o acesso agraves TIC natildeo satildeo as melhores No entanto diz-nos em

jeito de gracejo

Acho que haacute escolas piores (risos) Tecircm acesso agrave Internet na biblioteca e na sala dos computadores Os computadores na sala dos computadores () Podiam estar um bocadinho mais em condiccedilotildees portanto natildeo estarem tatildeo estragados [Eduarda]

Leonor que foi colega de Praacutetica Pedagoacutegica de Judite na mesma escola reforccedila a

dificuldade de acesso agrave sala de informaacutetica mas no que diz respeito agrave incompatibilidade de

horaacuterios entre o horaacuterio dos alunos e a disponibilidade da sala de informaacutetica pelo facto de

ser apenas uma sala de informaacutetica para muitas turmas Assim a soluccedilatildeo seguindo nos diz

eacute planificar as aulas com antecedecircncia

uma sala de informaacutetica para n turmas satildeo muitas turmas e eacute sempre complicado arranjar um espaccedilo compatiacutevel com o horaacuterio deles na sala de informaacutetica mas vai-se arranjando Ateacute agora como planeio sempre as aulas planifico as aulas com antecedecircncia sei () quando eacute que () pretendo levar os alunos agrave sala de informaacutetica e requisito sempre a sala com antecedecircncia por isso ateacute agora ainda natildeo tive assim muitas dificuldades [Leonor]

Segundo nos diz Anabela na sua escola de Praacutetica Pedagoacutegica o acesso agraves TIC eacute o

desejaacutevel apesar de nunca ter utilizado a sala de informaacutetica Tenho [acesso agraves TlCj Sim

eacute o desejaacutevel apesar de nunca ter posto em praacutetica [Anabela]

186

Tambeacutem Joatildeo refere que na sua escola de Praacutetica Pedagoacutegica o acesso agraves TIC eacute

facilitado como nos diz Tenho por acaso facilidade E faacutecil o acesso [Joatildeo]

Resumimos no quadro 420 os indicadores para a subcategoria Acesso agraves TIC

DIMENSOtildeES - INDICADORES ] ENTREVISTADOS

Temos duas salas de informaacutetica Elisa

F Aacute C I L ACESSO

Haacute alguma facilidade em que os alunos acedam 1 Elisa

F Aacute C I L ACESSO

Temos o acesso desejaacutevel 1 Anabela

Temos facilidade de acesso j Anabela Joatildeo

Existe apenas uma sala de informaacutetica para muitas turmas 1 Leonor

D I F Iacute C I L ACESSO 0 acesso eacute sempre uma burocracia 1 Judite

Acho que haacute escolas piores j Eduarda

Quadro 420 - Subcategoria Acesso agraves TIC

Em relaccedilatildeo agrave subcategoria Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC emergiram da

anaacutelise dos dados duas dimensotildees da anaacutelise designadamente Recurso a programas

informaacuteticos e Aulas sem recurso agraves TIC

Perguntaacutemos aos nossos entrevistados acerca da utilizaccedilatildeo que fazem ou natildeo das

TIC nas suas aulas na PP Nos casos afirmativos pedimos aos alunos-professores que nos

dessem exemplos dessas aulas Dado que na nossa pergunta natildeo nos restringimos agrave

disciplina de Ciecircncias da Natureza os nossos entrevistados fizeram tambeacutem referecircncia agrave

disciplina de Matemaacutetica uma vez que tal como jaacute referimos os nossos sujeitos satildeo

alunos em PP da variante de Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza

Elisa referiu que utiliza as TIC nas suas aulas na PP Contudo acrescentou que

regra geral essa utilizaccedilatildeo eacute feita apenas por ela enquanto professora e natildeo pelos seus

alunos Como exemplos indicou-nos que tem feito apresentaccedilotildees em Power Point e pedido

187

aos seus alunos para efectuarem pesquisas na Internet embora j aacute natildeo na aula Os excertos

que transcrevemos ilustram estes exemplos

ateacute agora tenho sido eu a utilizar e natildeo eles a mexerem ou seja noacutes levamos o trabalho para apresentar e eacute apresentado Ainda natildeo tivemos uma aula em que sejam eles a trabalhar nas TIC ()

Apresentaccedilotildees de Power Point e pouco mais temos feito a niacutevel de TIC Temos pedido tambeacutem para eles pesquisarem temas na Internet mas natildeo dentro da aula ou seja noacutes damos-lhe o tema e eles pesquisam [Elisa]

Tambeacutem Judite nos diz que utiliza nas suas aulas na PP o projector de viacutedeo para as

apresentaccedilotildees em Power Point e daacute-nos dois exemplos concretos uma aula de Matemaacutetica

e uma aula de Ciecircncias da Natureza

A aula de amanhatilde [de Matemaacutetica] vai ser trabalho numa folha de caacutelculo do Excel sobre dados estatiacutesticos organizaccedilatildeo de dados estatiacutesticos Eles vatildeo construir uma tabela no Excel fazer graacuteficos vaacuterios tipos de graacuteficos vatildeo analisar esse tipo de graacuteficos porque eles natildeo gostam nada de os desenhar agrave matildeo eles acham aquilo uma seca [Judite]

Quanto a aula de Ciecircncias da Natureza Judite exemplifica

Utilizo muito o projector de viacutedeo eu vou dar um exemplo () Fizemos uma apresentaccedilatildeo de Power Point () sobre a alimentaccedilatildeo em que explicaacutevamos por exemplo o que eram os nutrientes depois temos sempre imagens alusivas ao tema que estamos a tratar e eles estatildeo sempre entusiasmados para isso [Judite]

Quanto a Eduarda agrave semelhanccedila das duas entrevistas que j aacute referimos para esta

subcategoria tambeacutem nos descreveu duas aulas uma de Matemaacutetica e uma outra de

Ciecircncias da Natureza em que utilizou as TIC nomeadamente em apresentaccedilotildees Power

Point que incluiacuteam dois jogos E conta-nos em que consistiram essas aulas agraves vezes sim

[utilizo as TIC nas aulas na PP] () Jaacute fiz duas aulas nos computadores () em

Matemaacutetica e em Ciecircncias [Eduarda]

E a aula de Matemaacutetica foi assim

Em Matemaacutetica era um jogo em que eles tinham de responder correctamente agraves perguntas que lhes eram apresentadas Eram perguntas de escolha muacuteltipla e

188

entatildeo eles clicavam na resposta que eles achavam que estava correcta e entatildeo ai ou apresentava que estava errado ou entatildeo que estava certo E entatildeo se estava certo avanccedilava para a proacutexima Se estivesse errado voltava agrave mesma e teria que acertar Depois no final de terem respondido chegavam aos 100 pontos porque eles estavam por niacuteveis e entatildeo ao passar o niacutevel ficavam com pontos Ao chegar aos 100 pontos tinham uma recompensa que era um joguito (Risos) () Eles gostaram muito e entatildeo perguntaram Ah e quando eacute que haacute mais Noacutes gostamos disto [Eduarda] Quanto agrave aula de Ciecircncias da Natureza conta-nos o seguinte

a Ciecircncias ()fi)i para ensinar a respiraccedilatildeo dos peixes () Fui eu que fiz tanto o outro jogo como este () Entatildeo apresentava na paacutegina foi no Power Point fi^i o 1deg diapositivo que tinha vaacuterias escolhas como eacute que era constituiacutedo o sistema respiratoacuterio dos peixes como eacute que se dava a hematose branquial e curiosidades e era outra coisa que tambeacutem jaacute natildeo me lembro E entatildeo eles clicavam nas vaacuterias zonas Eles iam agrave constituiccedilatildeo do sistema respiratoacuterio viam como eacute que era aquilo tudo depois voltavam agrave paacutegina inicial Depois iam agraves outras escolhas pronto Depois no final tinham uma ficha em que no final natildeo tinha-lhes dado jaacute no iniacutecio tambeacutem em que eles iam escrevendo as respostas e no fim das respostas escreviam () Foram as duas bem sucedidas Eles gostaram e aprenderam [Eduarda]

E acrescenta Utilizei as imagens dos livros e de Internet mas fui eu que fiz tanto

jogo como o outro Em Power Point os dois [Eduarda]

Em relaccedilatildeo agrave nossa entrevistada Leonor contou-nos que utiliza as TIC nas suas

aulas na PP sobretudo nas de Matemaacutetica Em relaccedilatildeo agraves Ciecircncias referiu que uma vez

que o conteuacutedo que estaacute a abordar eacute a circulaccedilatildeo natildeo precisou de utilizar as TIC tal como

nos diz Matemaacutetica e Ciecircncias utilizo sempre [as TlCj Como jaacute disse () a trabalhar

Estatiacutestica eacute sobretudo a Matemaacutetica que tenho trabalhado com eles [em TlCj [Leonor]

Quanto agraves Ciecircncias da Natureza refere Como andamos a dar agora a circulaccedilatildeo

() natildeo precisei dos laacute levar [Leonor]

A aluna-professora Anabela disse-nos a propoacutesito das utilizaccedilatildeo das TIC nas suas

aulas na PP que nunca foi para a sala de informaacutetica com os seus alunos Sim eacute o

189

desejaacutevel [o acesso agraves TIC] apesar de nunca ter posto em praacutetica nunca ter ido para a

sala de informaacutetica [Anabela]

Quanto ao nosso entrevistado Joatildeo contou-nos tambeacutem a este propoacutesito que

utilizou poucas vezes as TIC nas suas aulas na PP mas referiu tambeacutem que fez

apresentaccedilotildees Power Point como podemos ler no seguinte excerto Utilizei poucas vezes

[as TIC nas aulas na PP] Poucas vezes Utilizei o Power Point para mostrar () um

jogo salvo erro [Joatildeo]

O quadro 421 organiza os exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC referidos pelos nossos

entrevistados

1 F Iacute Egrave N T R E Y I ^ Atilde D O I ^

R E C U R S O A P R O G R A M A S Temos feito apresentaccedilotildees em Power Point j Elisa 1 Judite

1 Eduarda | Joatildeo INFORMAacuteTICOS B Tenho trabalhado a Estatiacutestica (no Excel) nas aulas

1 de Matemaacutetica 1 Leonor

AULAS S E M RECURSO AgraveS T I C

1 Nunca utilizei a sala de informaacutetica 1 Anabela

Quadro 421 - Subcategoria Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC

Siacutentese da Categoria Recurso agraves TIC na Praacutetica Pedagoacutegica

A partir da anaacutelise dos dados da subcategoria Acesso agraves TIC pertencente a esta

categoria podemos inferir que trecircs das entrevistadas tecircm na escola onde realizam a PP

um acesso agrave sala de informaacutetica com algumas restriccedilotildees Assim duas alunas-professoras

descrevem este acesso como dificultado por exemplo pela existecircncia de passwords de

que natildeo dispotildeem ou por existecircncia de equipamento danificado De referir o facto de que

duas entrevistadas (Judite e Leonor) satildeo colegas de grupo de PP na mesma escola e para

aleacutem delas tambeacutem outra (Eduarda) que realizou PP na mesma escola se referiu a este

acesso agrave sala de informaacutetica como natildeo sendo dos melhores

190

Em relaccedilatildeo aos restantes trecircs alunos-professores este acesso agrave sala de informaacutetica

acontece praticamente sem muitas restriccedilotildees tendo agrave disposiccedilatildeo computadores e ligaccedilatildeo agrave

Internet

Quanto agrave subcategoria Exemplos de uti l izaccedilatildeo das T I C da mesma categoria

pedimos aos alunos participantes neste estudo que se pronunciassem acerca da utilizaccedilatildeo

que fazem ou natildeo das TIC nas suas aulas na PP Nos casos em que utilizam pedimos aos

alunos-professores que nos dessem exemplos dessas aulas Dado que na nossa pergunta

natildeo nos restringimos agrave disciplina de Ciecircncias da Natureza os nossos entrevistados fizeram

tambeacutem alguma menccedilatildeo agrave disciplina de Matemaacutetica uma vez que tal como jaacute referimos

os nossos sujeitos satildeo alunos em PP da variante de Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza

Dos exemplos apontados pelos entrevistados do uso das TIC nas suas aulas da PP

quase todos fazem referecircncia ao recurso a programas informaacuteticos em particular ao

programa Power Point especiacutefico para apresentaccedilotildees e ao uso do necessaacuterio projector

Apenas uma das nossas entrevistadas afirma nunca ter feito uso das TIacuteC nas suas aulas da

PP

191

425 - Articulaccedilatildeo entre o TE e as TIC

CATEGORIA REALIZACcedilAtildeO DE T E COM RECURSO AgraveS T I C

Para esta categoria definimos duas subcategorias a saber Exemplos de TIC

como um recurso para o TE e Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de T E com recurso agraves

TIC Tal como na subcategoria Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC da categoria anterior

e como natildeo limitaacutemos a nossa pergunta agrave disciplina de Ciecircncias da Natureza os nossos

entrevistados fizeram tambeacutem menccedilatildeo agrave disciplina de Matemaacutetica uma vez que tal como

jaacute referimos os nossos sujeitos satildeo alunos em PP da variante de Matemaacutetica e Ciecircncias da

Natureza e desenvolvem a sua PP nas duas disciplinas

Assim no que diz respeito agrave subcategoria Exemplos de TIC como um recurso

para o TE os alunos-professores indicam diversos exemplos de como podem tirar

partido das TIC no TE pelo que constituiacutemos seis dimensotildees de anaacutelise a saber

Programas informaacuteticos Internef Viacutedeos ^Flexcam Sensores ligados ao

computador e Projector de Slides

A nossa entrevistada Elisa que se refere a Matemaacutetica e a Ciecircncias da Natureza daacute

como exemplo para a segimda disciplina o projector ligado ao computador

temos o projector ligado ao computador podemos projectar na parede e colocar agrave disposiccedilatildeo de todos os alunos e explicar a todos () por exemplo nas apresentaccedilotildees [Elisa]

Judite daacute-nos como exemplos de TIC como um recurso para o TE a utilizaccedilatildeo de

sites na Internet que permitem a realizaccedilatildeo de actividades interactivas

com a Internet agraves ypezes haacute sites que tecircm no outro dia as minhas colegas fizeram essa experiecircncia sobre o que era o soluto o que era o solvente e havia um site muito engraccedilado para isso em que eles iam seguindo os passos iam clicando e depois o trabalho ia-se desenrolando e eles no fim tinham que tirar conclusotildees tinham um protocologuiatildeo () tinham o material eles tinham que dar a indicaccedilatildeo ao material depois () iam-se desenvolvendo perguntas uma ficha consoante os passos que eles iam tendo e acho que eles ficaram ficaram a perceber bem como eacute que funciona Porque depois claro aquilo na Internet era tudo animado eles

192

viam mesmo o accediluacutecar a desfazer-se e depois aquilo com cores claro viu-se perfeitamente [Judite]

Para aleacutem dos sites na Internet Judite indica tambeacutem como outro exemplo de TIC

como um recurso para o TE a utilizaccedilatildeo de viacutedeos para ilustrar Trabalhos Experimentais

tal como constatamos no transcrito que se segue Agora () os manuais deles jaacute trazem

mas eacute por viacutedeo Os Trabalhos Experimentais em viacutedeo eles vatildeo vendo e vatildeo fazendo

[Judite]

Apresenta ainda um outro exemplo uma cacircmara ligada a um microscoacutepio que por

sua vez se encontra ligado a uma televisatildeo Este conjunto permite natildeo soacute ampliar imagens

(atraveacutes do microscoacutepio) como tambeacutem mostraacute-las na televisatildeo para toda a turma como

nos diz Judite

agora eacute observaccedilatildeo de sangue eles observaram () uma preparaccedilatildeo no microscoacutepio com flexcam eles a verem na televisatildeo () A flexcam eacute () uma camarazinha que tem uma ocular depois a ocular da cacircmara liga-se agrave ocular do microscoacutepio e depois amplia para a televisatildeo liga-se agrave televisatildeo [Judite]

Quanto agrave nossa entrevistada Eduarda indicou-nos como exemplos de TIC como um

recurso para o TE sensores ligados ao computador Embora natildeo refira expressamente a

palavra sensor pensamos que se trata deste dispositivo uma vez que nos diz o seguinte

haacute materiais de Laboratoacuterio por exemplo termoacutemetros coisas para que agora tambeacutem natildeo me lembro materiais para analisar a luz () que podem utilizar na actividade experimental E entatildeo por exemplo com o termoacutemetro pode estar ligado ao computador e ir registando a temperatura ao longo do tempo [Eduarda]

Eduarda refere-se tambeacutem agrave possibilidade de se fazerem pesquisas na Internet para

por exemplo pesquisar protocolos Aleacutem disso () talvez pesquisa de protocolos na

Internet [Eduarda]

193

A propoacutesito da aula com a utilizaccedilatildeo de TIC que Eduarda nos referiu anteriormente

salientou mais um exemplo de TIC como um recurso para o TE designadamente atraveacutes

da apresentaccedilatildeo de diapositivos em Power Point como sobressai no seguinte excerto

eles exploraram os dispositivos e com essa exploraccedilatildeo eles fizeram a ficha depois fizemos a correcccedilatildeo da ficha e quando eles tinham duacutevidas voltaacutevamos aos diapositivos [Eduarda]

A semelhanccedila de Judite a nossa entrevistada Leonor aponta como exemplos de

TIC como um recurso para o TE a realizaccedilatildeo de actividades interactivas em sites na

Internet

por vezes na Internet encontram-se sites () que tecircm algumas actividades experimentais como por exemplo agora estou-me a recordar dos estados fiacutesicos e tambeacutem os processos de tratamento de aacutegua a desinfecccedilatildeo a filtraccedilatildeo decantaccedilatildeo tambeacutem jaacute encontrei na Internet vaacuterios sites com actividades para eles visualizarem [Leonor]

Em relaccedilatildeo agrave nossa entrevistada Anabela aponta como um exemplo de TIC como

um recurso para o TE a organizaccedilatildeo de dados em graacuteficos no computador

Por exemplo faz-se um Trabalho Experimental tiram-se vaacuterias observaccedilotildees vaacuterias conclusotildees por exemplo organizar depois essas o desenvolvimento de uma experiecircncia uma experiecircncia que demore bastantes dias em que se observa hoje observa-se amanhatilde Por exemplo agraves vezes haacute experiecircncias em que temos que observar a temperatura hoje a temperatura amanhatilde etc e organizar por exemplo isso em dados num graacutefico de barras () num graacutefico () circular [Anabela]

Quanto ao nosso entrevistado Joatildeo aponta como um exemplo de TIC como um

recurso para o TE a pesquisa na Internet como nos diz

fazer com que os alunos pesquisem qualquer coisa na Internet de modo depois a aplicarem isso no Trabalho Experimental Ou vice-versa ou ao contraacuterio fazerem Trabalho Experimental e depois entatildeo fazerem uma pesquisa na Internet acerca daquilo [Joatildeo]

Joatildeo refere ainda como exemplo a utilizaccedilatildeo de um projector de slides

ou fazerem o Trabalho Experimental e ao mesmo tempo projectar algo relacionado com o Trabalho Experimental e haver ali uma interactividade entre

194

uma coisa e outra () Ter um projector de slides por exemplo e ir passando () mas natildeo eacute soacute para mostrar a mesma coisa que eles tecircm na matildeo Projectar uma coisa desmontada mais pormenorizada com mais pormenores acerca daquela peccedila [Joatildeo]

Apresentamos no quadro 422 em siacutentese os exemplos de TIC como um recurso

para o TE mencionados pelos alunos-professores

DIMENSOtildeES INDICADORES ENTREVISTADOS

PROGRAMAS INFORMAacuteTICOS

Em Matemaacutetica na construccedilatildeo de figuras geomeacutetricas utilizaccedilatildeo de software especiacutefico Elisa

PROGRAMAS INFORMAacuteTICOS Apresentaccedilotildees em Power Point Elisa 1 Eduarda

Organizaccedilatildeo de dados no computador em graacuteficos Anabela

INTERNET Realizaccedilatildeo de actividades interactivas Judite 1 Leonor

INTERNET

Pesquisas Eduarda | Joatildeo

VIacuteDEOS Viacutedeos Judite

FLEXCAacuteM Flexcam - Cacircmara ligada ao microscoacutepio e aacute televisatildeo Judite

SENSORES LIGADOS AO COMPUTADOR

Sensores ligados ao computador Eduarda

PROJECTOR DE SLIDES Projector de slides bull

Joatildeo

Quadro 422 - Subcategoria Exemplos de TIC como um recurso para o TE

No que diz respeito agrave subcategoria Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com

recurso agraves TIC foi possiacutevel fixar quatro dimensotildees de anaacutelise a partir do discurso dos

alunos-professores a saber Condiccedilotildees do Laboratoacuterio Falta de tempo Professor

cooperante e Conteuacutedos a leccionar

Quanto a Judite relaciona o facto de ainda natildeo ter realizado TE com o uso de TIC

com o facto de terem as condiccedilotildees miacutenimas para trabalhar no Laboratoacuterio da escola de PP

como nos diz

Porque os Trabalhos Experimentais que temos feito tecircm dado para fazer laacute no Laboratoacuterio () Eu acho que o recurso a essa maneira de dar Trabalho

195

Experimental () eacute soacute mesmo se natildeo houver hipoacutetese Por exemplo noacutes agora na nossa escola temos um Laboratoacuterio pobre Pobre natildeo haacute laacute as coisas soacute que estatildeo estragadas () mas se calharmos numa escola onde natildeo temos nada claro que temos que recorrer a isso Agora quando podemos fazer [Judite]

Como eacute notoacuterio Judite natildeo descarta a hipoacutetese de recorrer agraves TIC na realizaccedilatildeo de

TE como ilustra tambeacutem o seguinte excerto Noacutes tudo o que pudermos fazer com eles

fazemos algum [TE] que natildeo seja possiacutevel realizar com eles claro temos que recorrer ao

viacutedeo por exemplo [Judite]

A nossa entrevistada Leonor explicou que ainda natildeo recorreu agraves TIC como um

recurso no TE porque os conteuacutedos que leccionou natildeo lhe permitiram os conteuacutedos que eu

andei a trabalhar tambeacutem natildeo permitiam natildeo consegui encontrar sites que ajudassem a

trabalhar esses conteuacutedos com eles por isso natildeo trabalhei [Leonor]

Por sua vez Anabela revela-nos que ainda natildeo recorreu agraves TIC como um recurso

no TE porque o tempo eacute um impedimento Muito sinceramente os impedimentos estatildeo

relacionados com o tempo () Natildeo haacute tempo [Anabela]

Quanto ao nosso entrevistado Joatildeo explicou-nos que a maior parte das vezes

durante a sua PP natildeo pode fazer aquilo que queria uma vez que a turma de PP era do

professor cooperante e natildeo do aluno praticante Assim conta-nos

Porque eacute que natildeo Porque () tiacutenhamos que nos seguir um bocado por aquilo que os professores cooperantes diziam () Noacutes nem sempre pudemos fazer tudo o que queriacuteamos A maior parte das vezes noacutes natildeo podiacuteamos fazer aquilo que queriacuteamos [Joatildeo]

Contudo diz-nos que no futuro se puder utilizaraacute as TIC como uma ferramenta de

apoio no TE e exemplifica

por exemplo recoirer ao mesmo tempo em que eles estatildeo () a desenvolver um Trabalho Experimental por exemplo acerca das plantas () ter um projector de slides por exemplo e ir passando () slides mas natildeo eacute soacute para mostrar a mesma

196

coisa que eles tecircm na matildeo Projectar uma coisa desmontada mais pormenorizada com mais pormenores acerca daquela peccedila [Joatildeo]

Resumimos no quadro 423 os impedimentos relativos agrave realizaccedilatildeo de TE com

recurso agraves TIC apontados pelos alunos-professores

DIMENSOtildeES INDICADORES 1 ENTREVISTADOS

CONDICcedilOtildeES DO LABORATOacuteRIO

Temos tido condiccedilotildees para realizar os TE no Laboratoacuterio 1 Judite

FALTA DE T E M P O 0 tempo foi um impedimento 1 Anabela

P R O F E S S O R COOPERANTE

Tiacutenhamos que seguir aquilo que os cooperantes diziam 1 Joatildeo

CONTEUacuteDOS A

L E C C I O N A R Os conteuacutedos a trabalhar natildeo o permitiram 1 Leonor

Quadro 423 - Subcategoria Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

Siacutentese da Categoria Realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

A anaacutelise dos dados da subcategoria Exemplos de TIC como um recurso para o

TE pertencente a esta categoria permite-nos constatar que os alunos-professores indicam

diversos exemplos de como podem tirar partido das TIC no TE De uma forma geral os

nossos entrevistados indicam principalmente como exemplos de TIC como um recurso

para o TE a utilizaccedilatildeo da Internet e a utilizaccedilatildeo de Programas informaacuteticos

No que diz respeito agrave utilizaccedilatildeo da Internet os alunos-professores referem-se agrave

realizaccedilatildeo de actividades interactivas (Judite e Leonor) e agraves pesquisas (Eduarda e Joatildeo)

Quanto agraves primeira entrevistadas (Judite e Leonor) tal como jaacute referimos foram colegas

de grupo de PP Por esse motivo ambas indicam a realizaccedilatildeo de actividades interactivas na

Internet pois assistiram a aulas com este recurso por parte de outras colegas de PP que

natildeo se mostraram disponiacuteveis para colaborar connosco

Em relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo de Programas informaacuteticos eacute tendencialmente referida a

utilizaccedilatildeo do programa Power Point para realizaccedilatildeo de apresentaccedilotildees (Elisa e Eduarda)

197

Para aleacutem deste programa eacute tambeacutem mencionada utilizaccedilatildeo de software especiacutefico na

disciplina de Matemaacutetica e a utilizaccedilatildeo de um programa para organizaccedilatildeo de dados em

graacuteficos no computador

Quanto agrave subcategoria Impedimentos agrave real izaccedilatildeo de T E com recurso agraves T I C a

anaacutelise dos dados permitiu-nos perceber que quatro dos nossos entrevistados (Judite

Anabela Joatildeo e Leonor) se referiram a alguns impedimentos a essa realizaccedilatildeo Assim

explicaram que por terem cxiacutendiccedilotildees no Laboratoacuterio que lhes permitiram realizar TE ou

por falta de tempo ou por decisatildeo do professor cooperante ou ainda por causa dos

conteuacutedos a leccionar natildeo realizaram TE com recurso agraves TIC

CATEGORIA CONCEPCcedilAtildeO DE T E COM RECURSO AgraveS T I C

No que diz respeito a esta categoria definimos duas subcategorias designadamente

Vantagens na real izaccedilatildeo de T E com recurso agraves T I C e Desvantagens na real izaccedilatildeo

de T E com recurso agraves T I C

Quanto agrave subcategoria Vantagens na real izaccedilatildeo de T E com recurso agraves T I C

os nossos entrevistados apontam vaacuterios aspectos que organizaacutemos em seis dimensotildees de

anaacutelise A c o m p a n h a m e n t o da aula C r i a r mot ivaccedilatildeo Organ i zaccedilatildeo de dados

Natildeo r eque r mater ia l n e m p repa raccedilatildeo Economia de t e m p o e A l a r g a r

conhecimentos

Elisa faz referecircncia agraves vantagens do trabalho com as TIC na disciplina de

bullMatemaacutetica designadamente na construccedilatildeo de figuras geomeacutetricas tal como jaacute havia

referido Para aleacutem deste aspecto Elisa aponta como vantagem na realizaccedilatildeo de TE com

recurso agraves TIC utilizando por exemplo um projector ligado ao computador todos os

alunos terem oportunidade de ver o que eacute projectado o que possibilita uma explicaccedilatildeo para

todos os alunos como ilustra o excerto que se segue

198

Um projector quando temos o projector ligado ao computador podemos projectar na parede e colocar agrave disposiccedilatildeo de todos os alunos e explicar a todos os alunos Por exemplo nas apresentaccedilotildees [Elisa]

Embora tendo esta ideia Elisa revela o seguinte Em Trabalho Experimental ainda

natildeo aplicaacutemos directamente aplicaacutemos foi em apresentaccedilotildees em que projectamos e que

conseguimos explicar a todos [Elisa]

Judite que considera ser importante utilizar as TIC no ensino uma vez que os

alunos ficam logo agrave partida mais motivados sugere algumas das vantagens na realizaccedilatildeo

de TE com recurso agraves TIC designadamente na realizaccedilatildeo de actividades interactivas na

Internet Do discurso da nossa entrevistada sobressaem acerca deste tipo de actividades

vantagens tais como o facto de as mesmas natildeo requererem material para aleacutem do

computador e ligaccedilatildeo agrave Internet nem preparaccedilatildeo preacutevia como sucede com o TE bull

com a Internet haacute sites que tecircm () experiecircncia sobre o que era o soluto o que era o solvente e havia um site muito engraccedilado para isso em que eles pronto iam seguindo os passos iam clicando e depois o trabalho ia-se desenrolando e eles no fim tinham que tirar conclusotildees tinham um protocologuiatildeo e eles embora natildeo tivessem posto a experiecircncia ali agrave fi-ente deles com accediluacutecar com a areia tirar a areia tirar a aacutegua que agraves vezes requer muito material e requer uma preparaccedilatildeo muito longa antes de pocircr o trabalho em praacutetica assim ali na Internet eles tinham tudo tinham o material eles tinham que dar a indicaccedilatildeo ao material [Judite]

Para aleacutem deste aspecto Judite destaca que na realizaccedilatildeo de actividades interactivas

na Internet os alunos soacute avanccedilam passo a passo se tiverem percebido o anterior como nos

diz na Internet eles () soacute avanccedilam agrave medida que tecircm percebido ou natildeo se ainda natildeo

perceberam natildeo avanccedilam para a frente [Judite]

Para Judite este tipo de actividade comporta ainda uma faceta importante que se

prende com a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos difiacuteceis de observar a olho nu Isto eacute uma

actividade interactiva na Internet uma vez que eacute animada permite por exemplo ilustrar a

199

dissoluccedilatildeo do accediluacutecar na aacutegua ou distinguir dois liacutequidos incolores e imisciacuteveis como a

aacutegua e o aacutelcool

aquilo na Internet era tudo animado eles viam mesmo o accediluacutecar a desfazer-se e () com cores claro viu-se perfeitamente E claro que noacutes se laacute estiveacutessemos a dissolver o accediluacutecar tiveacutessemos ali ou mesmo o aacutelcool e a aacutegua se noacutes deitarmos aacutelcool na aacutegua o aacutelcool natildeo se ainda se consegue distinguir um bocadinho () noacutes vemos porque sabemos como eacute que eacute soacute que eles natildeo eles nunca iriam ver isso E ali na Internet natildeo porque o aacutelcool era de outra cor e viu-se perfeitamente Eles compreenderam muito bem essa questatildeo [Judite]

Para aleacutem deste tipo de actividades com TIC Judite menciona ainda a utilizaccedilatildeo de

viacutedeos que possibilitam a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos difiacuteceis de observar em Laboratoacuterio

como por exemplo um coraccedilatildeo a bater e diz-nos que os viacutedeos desde que possuam

imagens reais satildeo certamente motivadores para os alunos

No viacutedeo () eles gostam muito de filmes e gostam muito de ver televisatildeo entatildeo agraves vezes tambeacutem depende das imagens que o filme tenha eles gostam muito de imagens reais nos filmes natildeo gostam de bonecos () [o] filme que mostraacutemos sobre a circulaccedilatildeo era mesmo tudo imagens reais era um coraccedilatildeo mesmo a bater () era tudo imagens reais [Judite]

Da sua PP Judite refere-se ainda agraves vantagens da utilizaccedilatildeo da flexcam uma

cacircmara que acoplada ao microscoacutepio que amplia imagens permite emiti-las na televisatildeo

para toda a turma

agora eacute observaccedilatildeo de sangue eles observaram () uma preparaccedilatildeo no microscoacutepio com flexcam eles a verem na televisatildeo () A flexcam eacute () uma camarazinha que tem uma ocular depois a ocular da cacircmara liga-se agrave ocular do microscoacutepio e depois amplia para a televisatildeo liga-se agrave televisatildeo () Isso facilitou-nos porque natildeo tiacutenhamos microscoacutepios para todos para estar a indicar eacute sempre uma confusatildeo porque o outro queria ver depois o outro natildeo deixava e depois E entatildeo assim todos viram Todos viram explicaacutevamos para todos ao mesmo tempo Noacutes agraves vezes tambeacutem usamos para imagens de livros () [se] temos um livro que tem uma imagem muito boa projectamos tambeacutem Aquilo tem uma lentezinha projectando aparece na televisatildeo e explicamos para todos mesmo esquemas isso daacute-nos muito jeito [Judite]

Quanto a Eduarda que nos indicou como exemplos de TIC como um recurso para b

TE sensores ligados ao computador refere em particular o sensor de temperatura

200

explicando-nos que este tipo de dispositivo permite ter mais rigor no registo de dados do

que num registo manual uma vez que possibilita eliminar possiacuteveis erros de leitura e

registo

Posso aproveitar aquele exemplo do termoacutemetro ter mais rigor nos dados que eles recolhem porque fica registado no computador e entatildeo a dada altura espera laacute mas seraacute que eu pus estes dados correctosisto parece tatildeo estranho seraacute que foi mesmo isto e se estaacute no computador em princiacutepio eacute porque eacute certo agora se for manualmente pode haver algum lapso ou esquecer-se de um zero ou qualquer coisa Mais rigor talvez [Eduarda]

Para aleacutem deste exemplo Eduarda faz ainda menccedilatildeo ao uso de uma apresentaccedilatildeo

em Power Point que segundo nos diz permite rever os diapositivos e fazer uma nova

anaacutelise dos mesmos

eles exploraram os dispositivos e com essa exploraccedilatildeo eles fizeram a ficha depois fizemos a correcccedilatildeo da ficha e quando eles tinham duacutevidas voltaacutevamos aos diapositivos para analisarem a para confirmarem [Eduarda]

Quanto agraves razotildees pelas quais optou por utilizar as TIC Eduarda explicou-nos que

os alunos ficam bastante entusiasmados motivados para aquilo que vatildeo aprender pois

gostam de computadores pelo que justifica a sua escolha como ilustra o seguinte excerto

Porque eles gostam de computadores e entatildeo quando aparecemos com um computador eles ficam todos entusiasmados O que eacute isto O que eacute que vamos aprender porque pronto eles vatildeo para os jogos mas mesmo assim se eles pensarem nos jogos e aprenderem com aquilo eacute bom Pronto eacute bom Ao fim ao cabo eacute bom Eles ficam entusiasmados gostam de aprender assim e eu tambeacutem gosto de os ver incentivados motivados Gosto de ver assim [Eduarda]

A nossa entrevistada Leonor que tal como Judite considera que as TIC motivam os

alunos aponta como exemplos de TIC como um recurso para o TE a realizaccedilatildeo de

actividades interactivas em sites na Internet como jaacute referimos e indica vantagens que na

sua opiniatildeo este tipo de actividade traacutes como ilustra o excerto que se segue

por vezes na Internet encontram-se sites () que tecircm algumas actividades experimentais () eles nem sempre tecircm a possibilidade e tecircm esses materiais para

201

fazerem na sala de aula ou os materiais natildeo estatildeo nas melhores condiccedilotildees [Leonor]

Leonor particulariza tambeacutem uma situaccedilatildeo em que por demorar muito tempo natildeo

eacute possiacutevel conhecer os resultados de determinada actividade experimental em tempo uacutetil

aludindo que numa actividade interactiva num siacutetio na Internet eacute possiacutevel em breves

instantes conhecer resultados Salientamos no trecho seguinte essa ideia

tambeacutem acontece muito fazermos uma actividade experimental hoje mas que soacute podemos ver os resultados daqui a 2 semanas mas que () jaacute natildeo daacute muito jeito depois estar a trabalhar aquele conteuacutedo daqui a 2 semanas e pela Internet eles tecircm actividades interactivas em que eles conseguem ver logo os resultados em questatildeo de segundos por isso ajuda muito utilizarmos na sala de aula [Leonor]

Quanto agrave nossa entrevistada Anabela que exemplifica a utilizaccedilatildeo de TIC como um

recurso para o TE com aorganizaccedilatildeo de dados no computador em graacuteficos apresenta-nos

como uma vantagem o facto desta organizaccedilatildeo facilitar a anaacutelise dos dados como nos

dizem as suas palavras

Por exemplo faz-se um Trabalho Experimental tiram-se vaacuterias observaccedilotildees vaacuterias conclusotildees () haacute experiecircncias em que temos que observar a temperatura hoje a temperatura amanhatilde etc e organizar por exemplo isso em dados num graacutefico de barras () Por exemplo () eacute muito mais faacutecil analisar num graacutefico por exemplo de barras circular etc^ do que numa tabela ou numa descriccedilatildeo [Anabela]

Para o nosso entrevistado Joatildeo que aponta como um exemplo de TIC como um

recurso para o TE a pesquisa na Internet baliza como vantagem desta utilizaccedilatildeo um

alargar de conhecimentos como nos diz

Com certeza que lhes vai dar a conhecer mais coisas do que soacute aquelas que falamos dentro da sala de aula Porque a Internet aquilo eacute um mundo e () eles andam ali agrave procura por exemplo vamos imaginar vatildeo procurar o termo flor e aparece laacute todos os geacuteneros e tipos de flores [Joatildeo]

202

Para aleacutem da pesquisa na Internet Joatildeo menciona tambeacutem outro exemplo de TIC

como um recurso para o TE um projector de slides que tal como nos diz possibilita por

exemplo projectar pormenores

por exemplo recorrer ao mesmo tempo em que eles estatildeo () a desenvolver um Trabalho Experimental por exemplo acerca das plantas () ter um projector de slides por exemplo e ir passando () slides mas natildeo eacute soacute para mostrar a mesma coisa que eles tecircm na matildeo Projectar uma coisa desmontada mais pormenorizada com mais pormenores acerca daquela peccedila [Joatildeo]

O quadro 424 resume as vantagens da realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

apresentadas pelos nossos entrevistados

ENTREvisTAgraveJDds

ACOMPAINTHAMENTO DA AULA

Nas apresentaccedilotildees em Power Point todos os alunos vecircem Elisa

ACOMPAINTHAMENTO DA AULA

Na realizaccedilatildeo de actividades interactivas na Internet os alunos soacute avanccedilam se perceberem Judite ACOMPAINTHAMENTO

DA AULA A flexcam permite ampliar imagens e mostraacute-las na televisatildeo para toda a turma Judite

Numa apresentaccedilatildeo Power Point podemos voltar a ver os di^ositivos e a analisarconfirmar Eduarda

C R I A R M O T I V A Ccedil Atilde O

Na Internet as imagens satildeo animadas Judite

C R I A R M O T I V A Ccedil Atilde O As imagens de um viacutedeo podem ser motivadoras Judite

Os alunos gostam de computadores Eduarda

ORGANIZACcedilAtildeO DE A utilizaccedilatildeo de sensores ligados ao computador permite mais rigor no registo dos dados Eduarda

DADOS A organizaccedilatildeo de dados no computador em graacuteficos toma a sua anaacutelise mais faacutecil Anabela

N Atilde O REQUER

M A T E R I A L NEM PREPARACcedilAtildeO

A realizaccedilatildeo de actividades interactivas na Internet natildeo requer material nem preparaccedilatildeo preacutevia Judite 1 Leonor

N Atilde O REQUER

M A T E R I A L NEM PREPARACcedilAtildeO

A realizaccedilatildeo de actividades interactivas na Internet permite ver o que na realidade eacute difiacutecil Judite

1 E C O N O M I A DE T E M P O As actividades interactivas na Internet apresentam os resultados de determinada actividade em pouco tempo Leonor

ALARGAR

C O N H E C I M E N T O S

Uma pesquisa na Internet permite alargar conhecimentos 1 Joatildeo ALARGAR

C O N H E C I M E N T O S Um projector de slides permite por exemplo mostrar pormenores Joatildeo

Quadro 424 - Subcategoria Vantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

203

Para a subcategoria Desvantagens na real izaccedilatildeo de T E com recurso agraves T I C a

anaacutelise dos dados permitiu-nos evidenciar uma dimensatildeo de anaacutelise a saber Impede o

manuseamen to Elisa justifica a natildeo realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC fazendo

referecircncia agrave importacircncia do manuseamento mas natildeo descarta por completo esta utilizaccedilatildeo

como nos diz

Talvez natildeo nos tiveacutessemos lembrado ou entatildeo () temos tendecircncia a recorrer a algo mais praacutetico ou seja que eles proacuteprios faccedilam mais o manuseamento e natildeo talvez projectar essa actividade em TIC mas que natildeo estaraacute longe se calhar de se poder projectar [Elisa]

E reforccedila a sua ideia dizendo

eles ainda estatildeo numa idade em que eacute necessaacuterio dar-lhe aquela regra deles poderem manusear de poderem mexer de verificarem eles proacuteprios com o material na matildeo e natildeo trabalhar virtualmente e sem mexer Acho que eacute necessaacuterio dar-lhe essa situaccedilatildeo de motricidade de rega de responsabilidade nestas idades [Elisa]

Tal como Elisa Judite explica o facto de ainda natildeo ter combinado a realizaccedilatildeo de

TE com o uso de TIC com a importacircncia do manuseamento como nos diz

Noacutes tudo o que pudermos fazer com eles fazemos () E sempre diferente a pessoa estar a tocar nas coisas e tambeacutem isso aiacute alerta-os para o cuidado que eles tecircm que ter no modo como tocam por exemplo nos termoacutemetros eles tecircm sempre muito cuidado com o termoacutemetro () isso tambeacutem eacute uma questatildeo de responsabilidade deles Estatildeo ali a olhar para a televisatildeo eles natildeo estatildeo a tocar alguns ateacute nem estatildeo a ligar muito [Judite]

Embora considere que natildeo utilizou as TIC como um recurso no TE Judite

explicou-nos que jaacute utilizou um viacutedeo acerca da circulaccedilatildeo sanguiacutenea no qual atraveacutes de

imagens reais mostravam um coraccedilatildeo a bater tal como sobressai no seguinte excerto [oj

filme que mostraacutemos sobre a circulaccedilatildeo era mesmo tudo imagens reais era um coraccedilatildeo

mesmo a bater () era tudo imagens reais [Judite]

204

Judite acrescenta ainda que na sua escola de PP existe uma flexcam uma cacircmara

que acoplada ao microscoacutepio amplia imagens e permite emiti-las na televisatildeo para toda a

turma como jaacute referimos e que podemos ler no seguinte excerto

A flexcam eacute () uma camarazinha que tem uma ocular depois a ocular da cacircmara liga-se agrave ocular do microscoacutepio e depois amplia para a televisatildeo liga-se agrave televisatildeo () Isso facilitou-nos porque natildeo tiacutenhamos microscoacutepios para todos para estar a indicar eacute sempre uma confusatildeo porque o outro queria ver depois o outro natildeo deixava e depois E entatildeo assim todos viram Todos viram explicaacutevamos para todos ao mesmo tempo Noacutes agraves vezes tambeacutem usamos para imagens de livros () [se] temos um livro que tem uma imagem muito boa projectamos tambeacutem Aquilo tem uma lentezinha projectando aparece na televisatildeo e explicamos para todos mesmo esquemas isso daacute-nos muito jeito [Judite]

Resumimos no quadro 425 as desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves

TIC apontadas pelos alunos-professores

1 R V LI Eacute N R I ^ Y I S T A I ) O S

I M P E D E o MANUSEAMENTO Os alunos precisam de manusear e mexer

Elisa

Judite

iacute

Quadro 425 - Subcategoria Desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

Siacutentese da Categoria Concepccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

A anaacutelise dos dados da subcategoria Vantagens na realizaccedilatildeo de TE com

recurso agraves TIC permitiu-nograves verificar que os sujeitos intervenientes neste estudo se

referem a aspectos diversificados Assim apontam principalmente vantagens relacionadas

com o acompanhamento da aula e com o facto de determinadas actividades natildeo requererem

material nem preparaccedilatildeo preacutevia sendo esta uacuteltima considerada por duas alunas-professoras

(Judite e Leonor) uma mais valia no TE

Referem tambeacutem os sujeitos que na realizaccedilatildeo de actividades interactivas na

Internet os alunos soacute avanccedilam se tiverem percebido o passo em que se encontram Eacute ainda

205

apontado o facto de ^flexcam permitir ampliar imagens e mostraacute-las na televisatildeo podendo

toda a turma acompanhar Consideram ainda que desta forma os alunos podem mais

facilmente acompanhar o ponto da situaccedilatildeo da aula

Os sujeitos indicam ainda outras vantagens possiacuteveis na realizaccedilatildeo de TP com

recurso a TIC nomeadamente referem como benefiacutecios criar motivaccedilatildeo organizaccedilatildeo de

dados e alargamento de conhecimentos A economia de tempo eacute apontada apenas por um

dos sujeitos Como Tecnologia mais referida surge o computador sendo que encontraacutemos

predominacircncia da utilizaccedilatildeo da Internet associada agrave maioria das vantagens identificadas

A partir da anaacutelise dos dados da subcategoria Desvantagens na realizaccedilatildeo de T E

com TIC pertencente a esta categoria pudemos constatar que todos os alunos-

professores agrave excepccedilatildeo de um deles (Eduarda) declaram nunca ter utilizado TE com

recurso agraves TIC situaccedilatildeo que justificam com dois motivos considerarem que existem

desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com TIC eou impedimentos a essa realizaccedilatildeo (categoria

anterior)

Aconteceu tambeacutem com uma das entrevistadas (Eduarda) a possiacutevel actividade de

TE ter sido completamente suprimida por uma apresentaccedilatildeo em Power Point Esta aluna-

professora descreveu-nos uma aula da sua PP em que recorreu agraves TIC na disciplina de

Ciecircncias da Natureza

Apesar de considerar que natildeo utilizou as TIC no TE Judite relata-nos duas

situaccedilotildees de Trabalho Praacutetico nas quais utilizou as TIC designadamente o recurso a um

viacutedeo com imagens reais mostrando um fenoacutemeno dificil de pocircr em praacutetica em

Laboratoacuterio e a utilizaccedilatildeo de uma cacircmara ligada a um microscoacutepio que por sua vez se

encontra ligado a uma televisatildeo e que permite natildeo soacute ampliar imagens (atraveacutes do

microscoacutepio) como tambeacutem mostraacute-las na televisatildeo para toda a turma

206

Pelo facto de uma das alunas-professoras (Judite) ter utilizado TIC como um

recurso no TE embora tendo considerado que o natildeo fez transparece que as vantagens de

tal utilizaccedilatildeo natildeo eram claras expliacutecitas para esta entrevistada

O motivo que eacute apresentado por duas entrevistadas (Elisa e Judite) prende-se com

o facto destas entrevistadas considerarem que eacute importante os alunos manusearem e

mexerem o que se perderia com o uso das TIC Referiram que o uso de TIC no TE impede

o manuseamento por parte dos alunos considerando esta capacidade muito importante no

niacutevel etaacuterio dos alunos Apontam ainda outras pseudo-justificaccedilotildees como podendo fazer

TE em Laboratoacuterio natildeo haacute necessidade de utilizar TIC ou seja independentemente de

como entendem o TE natildeo entendem as TIC como uma mais valia para o TE

Elisa e Judite ajudam-nos a compreender porque eacute que Barton (1998) potildee a

seguinte questatildeo seraacute que economizar nos afazeres do TE fazendo uso das TIC impede

os alunos de passarem por importantes experiecircncias educacionais tomando-os meros

espectadores De facto um uso das TIC que rouba aos alunos uma importante parte do

seu desenvolvimento que o TE promove a componente hands-on natildeo eacute desejaacutevel

Segundo Barton (1998) neste ponto importa decidir se o que queremos eacute desenvolver nos

alunos a capacidade (skill) de ler dados numa determinada escala ou se seraacute mais

importante obter dados rigorosos para os alunos os avaliarem Tal como nos diz muitas

vezes o investimento nos meacutetodos tradicionais natildeo traz benefiacutecios evidentes (Barton

1998) e o que as alunas-professoras fizeram foi este entendimento muito estrito de que o

uso das TIC no TE sempre impedia os alunos da componente manipulativa que o TE

estimula

Concordamos com este autor quando nos diz que o uso das TIC no ensino das

Ciecircncias abre novas oportunidades e satildeo sem duacutevida um valor acrescentado Contudo

estamos com Praia (1998 p l67) quando reflecte o facto de hoje estar dispomvel um

207

grande manancial de informaccedilatildeo pelo que importa ter presente objectivos claros em

relaccedilatildeo ao que se procura Segxindo este autor eacute necessaacuterio precaver o risco que eacute a

hegemonia do entretenimento ( ) cocktail de educaccedilatildeo e de divertimento mercantil

(Mayor cit Praia 1998 p l67)

A par desta incursatildeo das TIC no ensino a escola deve preocupar-se em ajudar os

alunos a tirar o melhor partido destas ferramentas aproveitando as potencialidades da

tecnologia

208

43 - Anaacutelise do Questionaacuterio

Apoacutes a apresentaccedilatildeo e discussatildeo da proposta didaacutectica sob a forma de workshop

pedimos aos alunos-professores respondessem a um questionaacuterio (Cfr Anexo 6) Neste

momento do estudo o nosso interesse restringia-se agraves concepccedilotildees dos alunos-professores

identificadas pelo Bloco Temaacutetico Articulaccedilatildeo entre TE e TIC e que permitem fazer

inferecircncias sobre o Impacte da proposta didaacutectica na alteraccedilatildeo das concepccedilotildees (dos

alunos-professores) acerca de TE com recurso a TIC Assim a partir da categoria

estabelecida a priori definimos trecircs subcategorias TIC Identificadas Concepccedilotildees de

TE com recurso a TIC - vantagens e desvantagens e Confronto da Proposta

Didaacutectica com as Praacuteticas Pedagoacutegicas (quadro 426) ou seja agrave semelhanccedila das

subcategorias antes definidas para a entrevista

ARTICULACcedilAtildeO EN I RE TE E TIC

Impacte da proposta didaacutectica na alteraccedilatildeo concepccedilotildees acerca de

TE cora recurso a TIC

TIC Identificadas

ARTICULACcedilAtildeO EN I RE TE E TIC

Impacte da proposta didaacutectica na alteraccedilatildeo concepccedilotildees acerca de

TE cora recurso a TIC

Concepccedilotildees de TE com recurso a TIC - vantagens e desvantagens

ARTICULACcedilAtildeO EN I RE TE E TIC

Impacte da proposta didaacutectica na alteraccedilatildeo concepccedilotildees acerca de

TE cora recurso a TIC Confronto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas

Pedagoacutegicas

Quadro 426 - Instrumento orientador da anaacutelise do Questionaacuterio Bloco temaacutetico categoria e subcategorias

Para aleacutem das subcategorias definidas estabelecemos a partir da anaacutelise das

respostas ao questionaacuterio dimensotildees de anaacutelise (quadro 427)

209

SUBCATEGORIAS D I M E N S Otilde E S

TIC Identificadas - TIC identificadas

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Vantagens

- Acompanhamento da aula

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Vantagens - Criar motivaccedilatildeo

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Vantagens - Organizaccedilatildeo de dados

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Vantagens

- Contacto com as TTC Concepccedilotildees de

TE com recurso a TIC

Vantagens

- Aprendizagem activa

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Desvantagens - Proposta de muitas actividades praacuteticas

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Desvantagens - Problemas com os recursos materiais

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Desvantagens

- Provocar distracccedilatildeo

Confronto da Proposta Didaacutectica com as praacuteticas Pedagoacutegicas

- Tratou o tema - natildeo recorreu a TIC Confronto da Proposta Didaacutectica

com as praacuteticas Pedagoacutegicas - Natildeo tratou o tema - recorreu a TIC Confronto da Proposta Didaacutectica

com as praacuteticas Pedagoacutegicas - Natildeo tratou o tema - natildeo recorreu a TIC

Quadro 427 - Subcategorias e Dimensotildees de anaacutelise do Questionaacuterio

CATEGORIA IMPACTE DA PROPOSTA DIDAacuteCTICA NA ALTERACcedilAtildeO DAS

CONCEPCcedilOtildeES ACERCA DE T E COM RECURSO A T I C

Os alunos-professores expressaram-se entatildeo por escrito e depois da participaccedilatildeo

na workshop no que diz respeito a cada uma das subcategorias definidas

Assim em relaccedilatildeo agrave identificaccedilatildeo das TIO usadas na proposta didaacutectica

subcategoria TIC identificadas e dimensatildeo com a mesma designaccedilatildeo nem todos os

aluno s-professores identificaram todas as TIC que foram utilizadas

Quanto a Elisa enumera as TIC que identificou

As TIC que identifiquei na proposta da planificaccedilatildeo apresentada foram o computador o microscoacutepio digital que apresentava a actividade em simultacircneo a todos os alunos e () uma apresentaccedilatildeo em Power Point elaborada pelos alunos [Elisa]

Judite tambeacutem indica as TIC que identificou As TIC presentes nesta planificaccedilatildeo

satildeo computador sensor microscoacutepio digital e Power Point [Judite]

210

Por sua vez Eduarda refere Computador projector microscoacutepio digital

[Eduarda]

Jaacute Leonor aponta a utilizaccedilatildeo do MOC - Microscoacutepio Oacuteptico Composto - para

aleacutem do computador da apresentaccedilatildeo em Power Point e do sensor de oxigeacutenio

Verifiqueiidentifiquei a utilizaccedilatildeo do computador mais precisamente do Power Point Foi utilizado o sensor de oxigeacutenio (e a Eloacutedea) Foi utilizado o MOC (Microscoacutepio Oacuteptico Composto) para observaccedilatildeo de estornas e cloroplastos [Leonor]

Quanto a Anabela refere o seguinte em relaccedilatildeo agrave identificaccedilatildeo das TIC usadas na

proposta de planificaccedilatildeo Durante esta proposta de planificaccedilatildeo recorreu-se ao

computador a um sensor e a um projector para o Power Point [Anabela]

O aluno-professor Joatildeo menciona a utilizaccedilatildeo de um Power Point e do sensor de

oxigeacutenio

Identifiquei nesta planificaccedilatildeo natildeo soacute a utilizaccedilatildeo de um Power Point que ia sendo construiacutedo com os alunos mas tambeacutem a utilizaccedilatildeo de um sensor que permite medir a quantidade de oxigeacutenio libertado pela planta sendo esses valores registados no computador [Joatildeo]

Resumimos no quadro 428 as TIC identificadas pelos alunos-professores na

proposta didaacutectica que lhes foi apresentada de TE com recurso agraves TIC

^ ENTREVtSTAgraveDOacuteS |

Computador Elisa 1 Judite Eduarda | Leonor Anabela | Joatildeo

Microscoacutepio digital Elisa 1 Judite Eduarda

T I C IDENTIFICADAS Apresentaccedilatildeo em Power Point Elisa 1 Judite Leonor | Anabela Joatildeo

Sensor de oxigeacutenio Judite 1 Leonor Anabela | Joatildeo

Projector Eduarda | Anabela

MOC - Microscoacutepio Oacuteptico Composto Leonor

Quadro 428 - Subcategoria TIC Identificadas

2 1 1

Apoacutes a anaacutelise dos dados estabelecemos para a subcategoria Concepccedilotildees de T E

com recurso a TIC - vantagens e desvantagens algumas dimensotildees de anaacutelise Assim

quanto agraves vantagens apresentadas pelos alunos-professores definimos as seguintes

dimensotildees de anaacutelise ^Acompanhamento da aula Criar motivaccedilatildeo Organizaccedilatildeo

de dados Contacto com as TIC e Aprendizagem activa Para as desvantagens

fixaacutemos as seguintes dimensotildees de anaacutelise Proposta de muitas actividades praacuteticas

Problemas com os recursos materiais e Provocar distracccedilatildeo

Como os dados apontam os alunos-professores referiram diversos aspectos tanto

positivos como negativos no que diz respeito a vantagensdesvantagens no uso das TIC no t

TE na proposta apresentada

Quanto aacute aluna-professora Elisa menciona que a utilizaccedilatildeo das TIC no TE na

proposta eacute motivadora pois ao completarem a apresentaccedilatildeo em Power Point os alunos

sentem-se estimulados para a aprendizagem dos conteuacutedos como ilustra o seguinte

transcrito

considero que serem os alunos a elaborarem o relatoacuterio e a completarem a apresentaccedilatildeo em Power Point para aleacutem de os estimular eacute muito beneacutefico na aprendizagem dos conteuacutedos [Elisa]

Para aleacutem deste aspecto Elisa refere tambeacutem que o uso do microscoacutepio digital

permite que todos os alunos acompanhem determinada actividade em simultacircneo como

nos expressa o microscoacutepio digital que apresentava a actividade em simultacircneo a todos os

alunos [Elisa]

Quanto a desvantagens Elisa aponta o facto de os alunos serem confi-ontados com

muitas actividades praacuteticas numa soacute aula como refere Como desvantagens eacute de salientar o

facto de estes [os alunos] serem confrontados com muitas actividades praacuteticas e muitas

aprendizagens numa soacute aula [Elisa]

212

A aluna-professora Judite aponta como vantagens da utilizaccedilatildeo das TIC no TE na

proposta apresentada o facto dos alunos poderem desta forma com a utilizaccedilatildeo que foi

feita acompanhar o ponto da aula

Uma das vantagens da utilizaccedilatildeo das TIC nesta planificaccedilatildeo de aula eacute o facto de os alunos poderem acompanhar o ponto da aula todos vecircm os mesmos esquemas e ao mesmo tempo assim facilita a discussatildeo dos mesmos [Judite]

Para aleacutem disso na sua opiniatildeo as TIC constituem uma motivaccedilatildeo para os alunos

Sem duacutevida que os alunos quando entram na sala e vecircm o computador o projector ou outro objecto eacute logo motivo de curiosidade e perguntam logo o que vamos fazer com isto Eles estatildeo mais motivados com as aprendizagens e se haacute motivaccedilatildeo haacute envolvimento no decorrer da aula [Judite]

Judite acrescenta ainda o seguinte Outra vantagem eacute o contacto directo dos alunos

com as novas tecnologias [Judite]

Quanto a desvantagens Judite indica que as escolas podem natildeo possuir os recursos

materiais mais adequados ou mesmo que os possuam estes possam estar danificados

A desvantagem em fazer uma planificaccedilatildeo assim eacute que corremos sempre o risco de os equipamentos que possuiacutemos na escola natildeo serem os mais adequados e no seu melhor estado [Judite]

A primeira vantagem indicada por Eduarda a propoacutesito da proposta apresentada

relaciona-se com a organizaccedilatildeo de dados que como nos diz o computador facilita o

computador eacute um bom meio de organizar os dados tanto experimentais como siacutentese dos

conteuacutedos [Eduarda]

Eduarda enuncia tambeacutem como vantagens questotildees ligadas ao acompanhamento da

aula pois refere que o projector ligado ao computador facilita a exposiccedilatildeo da informaccedilatildeo

a toda a turma o projector facilita a exposiccedilatildeo da informaccedilatildeo para toda a turma

[Eduarda]

213

Eduarda sugere ainda como vantajoso o uso do microscoacutepio digitai que simplifica a

projecccedilatildeo de imagens o microscoacutepio digital () simplifica o processo de transferi-las

para o projector [Eduarda]

Ainda em relaccedilatildeo ao microscoacutepio digital acrescenta que este melhora as imagens

o microscoacutepio digital melhora as imagens [Eduarda]

Quanto a desvantagens a aluna-professora esclarece que os alunos podem distrair-

se com este tipo de materiais e desviar a sua atenccedilatildeo das actividades como explica

Desvantagens eventualmente os alunos podem distrair-se com este tipo de material e natildeo

tomar a atenccedilatildeo necessaacuteria para as actividades [Eduarda]

Jaacute a aluna-professora Leonor anota como vantagens no uso de TIC no TE nesta

planificaccedilatildeo o conhecimento e o contacto com as TIC pois diz-nos

A utilizaccedilatildeo de cada uma das TIC permite contactar com uma grande diversidade de instrumentos conhececirc-los e visualizar situaccedilotildees reais sair um pouco do abstracto [Leonor]

Ao que acrescenta Permite aos alunos ter uma participaccedilatildeo activa na

aprendizagem de conteuacutedos [Leonor]

Esta aluna-professora faz tambeacutem referecircncia ao facto de os alunos segundo a

proposta estarem a trabalhar em grupo Esclarece ainda que atraveacutes do uso das TIC os

alunos desenvolvem competecircncias psico-motoras atraveacutes do manuseamento como nos

diz

Desenvolver o espirito criacutetico competecircncias natildeo soacute cognitivas como soacutecio-afectivas uma vez que estatildeo a trabalhar em grupo e psico-motoras atraveacutes do manuseamento de vaacuterios instrumentos [Leonor]

Quando a desvantagens em relaccedilatildeo ao uso de TIC no TE Leonor refere Natildeo me

ocorrem desvantagens [Leonor]

214

Em relaccedilatildeo a Anabela define como vantagens no uso de TIC no TE na proposta

questotildees ligadas ao acompanhamento da aula pois tal como refere

o uso do microscoacutepio digital () permite que uma turma esteja a ver ao mesmo tempo a mesma coisa uma vez que atraveacutes deste aparelho se conseguem observar os resultados em computador e posteriormente serem projectados para a turma [Anabela]

Anabela refere-se tambeacutem ao uso do sensor de oxigeacutenio que permite quantificar a

percentagem de oxigeacutenio libertado por uma planta durante a fotossiacutentese como nos diz

Uma outra vantagem estaacute relacionada com o uso do sensor de oxigeacutenio que nos permite obseivar o niacutevel de oxigeacutenio libertado durante a realizaccedilatildeo da fotossiacutentese [Anabela]

Por fim esta aluna-professora revela que natildeo utilizou as TIC na sua PP contudo

diz-nos que este tipo de ferramentas satildeo motivantes como nos explica

Natildeo tendo eu introduzido este assunto com o auxiacutelio do computador e do microscoacutepio penso que apesar de ter observado sucesso ao niacutevel da aprendizagem por parte dos alunos se tivesse utilizado estes recursos teria sido uma aprendizagem mais motivante e talvez de maior sucesso [Anabela]

A propoacutesito da planificaccedilatildeo apresentada Anabela natildeo faz referecircncia a desvantagens

na utilizaccedilatildeo de TIC no TE

Quanto ao aluno-professor Joatildeo defende que o uso das TIC em TE tem vantagens

pois pennite motivar os alunos captando a sua atenccedilatildeo como nos conta Como vantagens

penso que tem todas as vantagens uma vez que tudo isto permitiria captar a atenccedilatildeo de

todos os alunos Ao que acrescenta levando-os com certeza a participar activamente

No que diz respeito agraves desvantagens este aluno-professor alerta-nos para duas

situaccedilotildees possiacuteveis de acontecer designadamente os equipamentos necessaacuterios ao

deseru-olar de uma planificaccedilatildeo como a apresentada poderem estar danificados ou mesmo

a falta de electricidade pois diz-nos

215

Comeccedilando pelas desvantagens penso que o facto de planificar uma aula desta forma teria riscos como por exemplo faltar a luz ou algum dos aparelhos natildeo fiincionar [Joatildeo]

O quadro 429 resume as vantagens e desvantagens apontadas pelos alunos-

professores relativamente agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC na proposta didaacutectica

que lhes foi apresentada

D I M E N S Otilde E S 1 INDICADORES ENTREVISTADOS

1

Os alunos podem acompanhar o ponto da aula Judite

0 projector facilita a exposiccedilatildeo da informaccedilatildeo agrave turma Eduarda

ACOMPANHAMENTO DA AULA

0 microscoacutepio digital simplifica a i projecccedilatildeo de imagens Eduarda

0 microscoacutepio digital melhora as imagens Eduarda

0 microscoacutepio digital permite que toda a turma veja ao mesmo tempo a mesma imagem

Anabela | Elisa

VANTAGENS

Completar a apresentaccedilatildeo em Power Point eacute um estiacutemulo para a aprendizagem dos conteuacutedos

Elisa

C R I A R M O T I V A Ccedil Atilde O 0 uso das TIC motiva e envolve os alunos Anabela | Judite

0 uso (ias TIC permite captar a atenccedilatildeo dos alunos Joatildeo

ORGANIZACcedilAtildeO DE 0 sensor de oxigeacutenio permite observar o nivel de oxigeacutenio libertado Anabela

DADOS 0 computador permite a organizaccedilatildeo de dado^ Eduarda

C O L ^ A C T O COM AS TIC

Os alunos conhecem e contactam directamente com diversos instrumentos

Judite 1 Leonor

Participaccedilatildeo activa na aprendizagem Leonor|Joatildeo

APRENDIZAGEM

ACTIVA

Os alunos desenvolvem competecircncias psico-motoras ao manusear diversos instrumentos

Leonor

Aprendizagem mais significativa Anabela

1 PROPOSTA DE MUITAS

ACTIVIDADES 1 PRAacuteTICAS

Os alunos satildeo confrontados com muitas actividades praacuteticas numa soacute aula

Elisa

DESVANTAGENS

PROBLEMAS COM

Os equipamentos da escola podem natildeo ser os mais adequados Judite

o s R E C U R S O S MATERIAIS

Os equipamentos podem estar danificados Judite 1 Joatildeo

216

1 Pode acontecer uma falha de corrente eleacutectrica Joatildeo j

PROVOCAR | Os alunos podem distrair-se com estes Dib 1RACCcedilAtildeO II materiais Eduarda |

Quadro 429 - Subcategoria Concepccedilotildees de TE com recurso a TIC - vantagens e desvantagens

No que diz respeito agrave subcategoria Confronto da Proposta Didaacutectica com as

Praacuteticas Pedagoacutegicas ela eacute consonante com a terceira pergunta do questionaacuterio na qual

era pedido aos alunos-professores que comparassem ou evidenciassem aspectos e

potencialidades vantagens ou desvantagens da proposta apresentada com a forma como

desenvolveram este assunto na praacutetica

Elisa descreveu-nos uma aula da sua PP na qual tratou o mesmo conteuacutedo que na

planificaccedilatildeo apresentada

Devido a alguma falta de tempo para cumprir o programa e como as plantas satildeo um conteuacutedo um pouco mal recebido pelos alunos este conteuacutedo teraacute de ser apresentado de forma motivadora e luacutedica Assim optaacutemos tal como foi apresentado por fazer actividades praacuteticas [Elisa]

Judite que nos explica que natildeo tratou este assunto na sua PP fala-nos acerca da

utilizaccedilatildeo que fez do Power Point e de uma ferramenta de que dispunha na sua escola de

PP e que tem um ftmcionamento semelhante ao do microscoacutepio digital mencionado na

nossa planificaccedilatildeo

Na minha praacutetica natildeo tratei este assunto Mas usei algumas vezes o Power Point e tambeacutem a flexcam que funciona muito bem quando queremos que todos vejam a mesma imagem () O microscopio digital () tem um funcionamento muito parecido [Judite]

Judite destaca tambeacutem algumas vantagens na utilizaccedilatildeo das TIC como um recurso

para o TE tal como j aacute salientaacutemos designadamente a motivaccedilatildeo

Sem duacutevida que os alunos quando entram na sala e vecircm o computador o projector ou outro objecto eacute logo motivo de curiosidade e perguntam logo o que vamos fazer com isto Eles estatildeo mais motivados com as aprendizagens e se haacute motivaccedilatildeo haacute envolvimento no decorrer da aula [Judite]

217

Quanto a Eduarda refere que natildeo desenvolveu este conteuacutedo na sua PP mas na

sua opiniatildeo Creio que eacute uma boa estrateacutegia para apresentarleccionar este conteuacutedo

[Eduarda]

A aluna-professora Leonor tece elogios agrave planificaccedilatildeo apresentada natildeo se

referindo no entanto agrave sua PP tal como constatamos no seguinte transcrito

Oo meu ponto de vista a proposta apresentada estava bastante positiva houve sempre a preocupaccedilatildeo de traccedilar objectivos tendo em conta os programas do Ensino Baacutesico Notei que ao longo de toda a planificaccedilatildeo se deu uma grande importacircncia ao trabalho de grupo e agraves ideias preacutevias dos alunos e aos seus conhecimentos Gostei imenso da ideia dos alunos elaborarem uma apresentaccedilatildeo de Power Point ao longo do conteuacutedo em estudo Tirei algumas ideias para utilizar no fiituro Gostei muito [Leonor]

Por sua vez Anabela aponta que desenvolveu este conteuacutedo na sua PP destacando

que natildeo recorreu a ferramentas TIC como na proposta apresentada

Este tema que foi aqui tratado eu tive a oportunidade de o pocircr em praacutetica no ambiente sala de aula Natildeo tendo eu introduzido este assunto com o auxilio do computador e do microscoacutepio penso que apesar de ter observado sucesso ao niacutevel da aprendizagem por parte dos alunos se tivesse utilizado estes recursos teria sido uma aprendizagem mais motivante e talvez de maior sucesso [Anabela]

Por uacuteltimo o aluno-professor Joatildeo conta-nos que natildeo teve oportunidade de realizar

uma planificaccedilatildeo semelhante agrave apresentada por vaacuterios factores que destaca

Em relaccedilatildeo agrave minha praacutetica penso que a maior desvantagem foi o facto de natildeo ter tido a liberdade suficiente que me permitisse realizar tal planificaccedilatildeo Por outro lado haacute que ter em conta o factor tempo outro factor eacute ao niacutevel do material existente na escola onde realizei a praacutetica pois a este niacutevel aquela encontra-se um pouco limitada [Joatildeo]

O quadro 430 resume o confionto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas

Pedagoacutegicas dos alunos-professores

218

D I M E N S Otilde E S 1 INDICADORES 1 ENTREVISTADOS

T R A T O U O N Atilde O RECORREU A TIC

Fazemos actividades praacuteticas 1 Elisa

TEMA N Atilde O RECORREU A

TIC [ Se tivesse usado estes recursos teria sido mais motivante e talvez de maior sucesso

Anabela

R E C O R R E U A T I C Usei 0 Power Point e a Jlexcam que tem um funcionamento parecido ao do microscoacutepio digital

Judite

Eacute uma boa estrateacutegia Eduarda

N Atilde O TRATOU

1 Com 0 computador os alunos estatildeo mais motivados e envolvidos nas

[ ^rendizagens Judite

O T E M A N Atilde O R E C O R R E U A

TIC Proposta bastante positiva Tirei ideias Gostei muito Leonor

Natildeo tive liberdade suficiente Joatildeo

A escola eacute limitada em termos de recursos Joatildeo

Haacute que ter em conta o tempo Joatildeo

Quadro 430 - Subcategoria Confronto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas Pedagoacutegicas

Siacutentese da Categoria Confronto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas

Pedagoacutegicas

A paulir da anaacutelise dos dados recolhidos com o questionaacuterio respondido apoacutes a

realizaccedilatildeo da workshop para esta categoria estabelecemos trecircs subcategorias de anaacutelise

designadamente T I C Ident i f icadas Concepccedilotildees de T E com recurso a T I C -

vantagens e desvantagens e Confronto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas

Pedagoacutegicas

Assim em relaccedilatildeo agrave identificaccedilatildeo das TIC usadas na proposta de planificaccedilatildeo nem

todos os alunos-professores identificaram todas as TIC que foram utilizadas Todos

mencionaram o recurso ao computador Cinco alunos-professores identificaram e referiram

a apresentaccedilatildeo em Power Point Quatro identificaram e mencionaram o uso do sensor de

oxigeacutenio e apenas trecircs se referiram ao uso do microscoacutepio digitai

219

No que diz respeito agrave subcategoria Concepccedilotildees de TE com recurso a TIC -

vantagens e desvantagens depois da participaccedilatildeo na workshop os alunos-professores

referiram-se principalmente a cinco vantagens a saber acompanhamento da aula criar

motivaccedilatildeo organizaccedilatildeo de dados contacto com as TIO e aprendizagem activa

Os alunos-professores reconhecem vantagens no uso das TIC no TE apoacutes a

workshop referindo-se a trecircs aspectos que jaacute antes tiacutenhamos identificado nas suas

concepccedilotildees permitir um acompanhamento mais eficaz da aula criar motivaccedilatildeo e

organizaccedilatildeo de dados Contudo surgem agora novas dimensotildees respeitantes a vantagens

de utilizaccedilatildeo de TIC no TE Os fiituros professores consideram nesta fase que o recurso agraves

TIC no TE permite aos alunos conhecerem as ferramentas de TIC e terem uma participaccedilatildeo

activa na aprendizagem Como TIC mais referida surge ainda o computador mas deixando

de estar centrado na utilizaccedilatildeo da Internet Predominam as referecircncias agrave utilizaccedilatildeo do

microscoacutepio digital que permite uma observaccedilatildeo directa e melhorada de situaccedilotildees praacuteticas

desenvolvidas pelos alunos ou na sua presenccedila Aleacutem disso eacute de relevar a referecircncia de

alguns futuros professores ao uso de diversas TIC

Quanto agraves desvantagens os alunos-professores enunciaram principalmente

problemas com os recursos materiais ao niacutevel das escolas pois os equipamentos podem

natildeo ser os mais adequados ou estar danificados ou mesmo uma falha de corrente eleacutectrica

No que diz respeito agrave subcategoria Confronto da Proposta Didaacutectica com as

Praacuteticas Pedagoacutegicas apenas duas alunas-professoras (Elisa e Anabela) trataram o tema

na sua Praacutetica Pedagoacutegica (PP) sem no entanto terem recorrido ao uso de TIC Apoacutes a

workshop uma destas futuras professoras natildeo hesita em afirmar que se tivesse utilizado

estes recursos teria sido uma aprendizagem mais motivante e talvez de maior sucesso

[Anabela]

220

Os restantes alunos-professores que trataram este tema na sua PP agrave excepccedilatildeo de

Leonor que natildeo se refere agrave sua PP

Judite menciona aspectos tais como ter recorrido a TIC no TE nomeadamente ao

uso do Power Point e da flexcam De salientar que aquando da realizaccedilatildeo da entrevista

Judite natildeo tinha consciecircncia das vantagens da combinaccedilatildeo TE-TIC pelo que considerou

mesmo que natildeo utilizou as TIC no TE referindo-se apenas ao uso de TIC Natildeo passou

muito tempo contudo nesta fase Judite tem jaacute noccedilatildeo de que o uso que fez das duas TIC

no TE permitem aumentar o potencial educativo

Por sua vez Eduarda e Leonor natildeo recorreram ao uso de TIC para abordar este tema

(natildeo o abordaram na sua PP) contudo satildeo decisivas ao afirmar que Creio que eacute uma boa

estrateacutegia para apresentarleccionar este conteuacutedo [Eduarda] e a proposta apresentada

estava bastante positiva () Tirei algumas ideias para utilizar no faturo Gostei muito

[Leonor]

Quanto a Joatildeo justifica que na sua PP natildeo teve oportunidade para poder decidir que

estrateacutegias utilizar Contudo em relaccedilatildeo agrave proposta didaacutectica chama agrave atenccedilatildeo para

aspectos como a limitaccedilatildeo em termos de recursos (que podem natildeo existir ou estar

danificados) nas escolas e ao factor tempo

221

Capiacutetulo 5

Cone fusotildees Limitaccedilotildees e

Impatildecaccedilotildees do Estudo

51 - Nota Introdutoacuteria

Neste capiacutetulo evidenciamos as principais conclusotildees do nosso estudo Satildeo

apresentadas tendo em conta as questotildees colocadas e tendo em vista os objectivos que nos

propusemos Cada conclusatildeo apontada eacute acompanhada de uma reflexatildeo acerca do aspecto

em questatildeo

Por fim apresentamos algumas limitaccedilotildees deste estudo bem como implicaccedilotildees que

pode suscitar

52 - Conclusotildees

Tal como nos capiacutetulos anteriores expomos o instrumento analiacutetico das entrevistas

fundamentado no quadro teoacuterico foi estruturado em cinco grandes blocos temaacuteticos

Tormaccedilatildeo inicial Ensino das Ciecircncias Trabalho Experimental Tecnologias de

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Articulaccedilatildeo entre o Trabalho Experimental e as

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Assim seguiremos os blocos temaacuteticos (de

que apresentamos siacutentese de cada uma das categorias no capiacutetulo anterior) definidos para

questionar acerca do entendimento do Ensino das Ciecircncias e em particular das

potencialidades (vantagens e desvantagens) do TE no tempo das TIC e de como as

percepcionaram os futuros professores de Ciecircncias (questatildeo 1 objectivo 1)

Na continuaccedilatildeo foi planificada e validada uma proposta didaacutectica que

apresentaacuteihos e trabalhaacutemos com os alunos-professores com intenccedilatildeo formativa (questatildeo

2 objectivos 2 e 3) No seguimento desta pedimos aos sujeitos do estudo que

respondessem a um questionaacuterio cujos resultados cruzam de modo particular coni os do

bloco Articulaccedilatildeo entre o Trabalho Experimental e as Tecnologias de Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo provenientes da entrevista (questatildeo 2 objectivo 4)

223

521 - Concepccedilotildees acerca das potencial idades do Trabalho

Experimental com Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Formaccedilatildeo Inicial

Relativamente ao Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial a partir dos resultados

obtidos podemos considerar que todos os alunos-professores valorizam a sua formaccedilatildeo

inicial (FI) como um importante referencial para o exerciacutecio da sua futura profissatildeo

Contudo um pequeno nuacutemero de sujeitos deixa vislumbrar algumas criticas apontando

aspectos menos bons anotando que existe algum distanciamento entre o que em algumas

disciplinas da sua FI lhes eacute ensinado e o que necessitam para a sua Praacutetica Pedagoacutegica

(PP)

Pelo facto do curso que concluem ser bivalente isto eacute permitir a leccionaccedilatildeo natildeo

soacute no 2reg Ciclo do Ensino Baacutesico como tambeacutem no 1deg Ciclo do Ensino Baacutesico as

disciplinas da estrutura curricular tecircm necessariamente que ser mais abrangentes Em

Praia (1998) jaacute referido neste estudo encontramos uma possiacutevel explicaccedilatildeo para tal

sentimento por parte dos alunos-professores Este autor diz-nos que a propoacutesito da

formaccedilatildeo inicial de professores uma das maiores dificuldades sentidas por este grupo

reside exactamente na transferecircncia dos conhecimentos teoacutericos para a praacutetica E diz-nos

mais Tal transferecircncia de conhecimentos natildeo eacute simples nem imediata de fazer requer

uma reflexatildeo acerca de tais saberes Por isso o autor explica-nos que a teoria natildeo daacute

ordens agrave praacutetica mas sim aconselha-a orienta-a organiza-a daacute-lhe seguranccedila Por sua vez

a praacutetica procura quando reflectida apoiada e fimdamentada trazer de novo agrave discussatildeo as

proacuteprias orientaccedilotildees teoacutericas modi ficando-as reformulando-as reorientando-as (Op Cit

p160)

Quanto agrave preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo todas as respostas obtidas

corroboram uma ideia que eacute lugar comum nos nossos dias - aprendizagem ao longo da

224

vida Isto eacute os sujeitos do estudo mostram-se conscientes de que a formaccedilatildeo inicial eacute

apenas o iniacutecio de um processo encarado como uma preparaccedilatildeo para o desempenho da sua

futura profissatildeo Tal como nos chama a atenccedilatildeo Bonifaacutecio da Costa (1999) a formaccedilatildeo

inicial de professores eacute parte integrante de um processo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e que

acontece ao longo da vida

No que diz respeito agrave Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica a maioria

dos alunos-professores mostra-se satisfeita deixando transparecer sentimentos de

satisfaccedilatildeo e de dever cumprido No entanto dois sujeitos deixaram perceber um ainda que

leve sentimento de satisfaccedilatildeo incompleta relacionada com circunstacircncias particulares que

por algum motivo gravam determinado periacuteodo pela positiva ou pela negativa

Em relaccedilatildeo agraves experiacuteecircncias de aprendizagem valorizadas trecircs alunos-professores

apontaram a preparaccedilatildeo de aulas mas tendencialmente os sujeitos valorizam o

desempenho na aula (5 alunos-professores) Sahentamos que muitas vezes acontece o

2iluno em PP seguir um modelo de professor que de alguma forma marcou a sua vida

enquanto aluno e que agora pOtildee em praacutetica Talvez por isso por vezes aconteccedila que

contrariamente ao que se defende actualmente em termos de perspectivas de ensino o

aluno em PP tenha tendecircncia a assumir o papel de professor transmissor de conceitos e a

entender o aluno receptor

Ainda relativamente agrave Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica os

alunos-professores apontam aspectos positivos e negativos do seu desenvolvimento

(pessoal e profissional) enquanto alunos praticantes No que diz respeito aos aspettos

positivos relevantes na PP dois alunos-professores mencionam aspectos relacionais mas

trecircs sujeitos apontam principalmente aspectos particulares relacionados com a praacutetica de

ensino Ressalta pela negativa o destaque dado por trecircs alunos-professores para aspectos

que se prendem com as dificuldades sentidas na preparaccedilatildeo de aulas (definir objectivos e

225

estrateacutegias) por vezes relacionadas pelos sujeitos com o facto de a turma natildeo ser

efectivamente sua mas do professor titular da mesma - o professor cooperante Estas

dificuldades segundo os sujeitos passam tambeacutem pela necessidade de apresentar

planificaccedilotildees inovadoras ou pela dificuldade de adequar a planificaccedilatildeo a determinada

turma

Relembramos Estrela (2002 pl8) que entende a formaccedilatildeo inicial como o iniacutecio

institucionalmente enquadrado e formal de um processo de preparaccedilatildeo e desenvolvimento

da pessoa em ordem ao desempenho e realizaccedilatildeo profissional numa escola ao serviccedilo de

uma sociedade historicamente situada salienta que eacute importante que os futuros-

professores possam dar resposta agraves exigecircncias da escola do presente e sejam receptivos agraves

perspectivas de futuro (pl7)

Ensino das Ciecircncias

Relativamente agraves Concepccedilotildees acerca do ensino das Ciecircncias os alunos-

professores satildeo unacircnimes em considerar que eacute fundamental aprender Ciecircncias E para

fundamentar tal ideia apresentam argumentos de cidadania mencionado por todos os

sujeitos a compreensatildeo de noacutes proacuteprios referido por cinco sujeitos a compreensatildeo do

mundo que nos rodeia apontado por trecircs sujeitos e desenvolver atitudes cientiacuteficas

indicado apenas por um sujeito A predominacircncia para os argumentos de cidadania (os seis

sujeitos) eacute evidenciada por dimensotildees nas quais encontramos justificaccedilotildees tais como

possuir um conhecimento baacutesico de Ciecircncias e de assuntos relacionados com as Ciecircncias

para a tomada de decisotildees informadas no quotidiano dos cidadatildeos e na vida em sociedade

Quanto agrave dimensatildeo compreensatildeo de noacutes proacuteprios apontada por cinco sujeitos eacute justificada

pela importacircncia de um conhecimento mais aprofundado de si proacuteprio e do funcionamento

do nosso organismo

226

Contudo quando questionados sobre quais os aspectos que consideram importantes

serem abordados nas aulas de Ciecircncias os alunos-professores salientam diversos aspectos

mas principalmente relacionados cora conteuacutedos da Ciecircncia A predominacircncia de aspectos

referidos ao niacutevel dos conteuacutedos referidos por cinco sujeitos situa-se nos relacionados

com a compreensatildeo do organismo e com os cuidados a ter com este Estes aspectos

reforccedilam a tendecircncia para justificar o ensino das Ciecircncias para a compreensatildeo de noacutes

proacuteprios

Apenas um sujeito fez menccedilatildeo a processos no Ensino das Ciecircncias Cinco dos

futuros professores apontaram principalmente temas que podem ser desenvolvidos na aula

de Ciecircncias e que permitem do ponto de vista dos sujeitos aprendizagens uacuteteis aos alunos

Natildeo foram agora feitas explicitamente referecircncias a atitudes e valores que o

ensino das Ciecircncias pode promover

De facto as ideias predominantemente reveladas pelos sujeitos natildeo estatildeo muito

afastadas do que a este respeito defendem autores como por exemplo-Martins e Veiga

(1999) Tenreiro-Vieira e Vieira (2001 2005) Cachapuz Praia e Jorge (2002) Martins

(2002 2003) Acevedo Vaacutezquez e Manassero (2003) Gil-Peacuterez e Vilches (2004 2005)

Vasconcelos e Praia (2005) Caamano e Paixatildeo (2006) que indicam como sentido para o

ensino das Ciecircncias uma educaccedilatildeo cientiacutefica cuja principal finalidade seja desenvolver

competecircncias em todo e qualquer cidadatildeo (mesmo os que natildeo satildeo especialistas em aacutereas

cientiacuteficas) compreender-se a si proacuteprio e ao mundo que o rodeia poder ter uma opiniatildeo

poder tomar decisotildees fundamentadas num conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico baacutesico e

que tenham ou passam vir a ter consequecircncias na sua vida (individual e colectiva) poder

resolver situaccedilotildees-problema do quotidiano

No que toca aacute Avaliaccedilatildeo da formaccedilatildeo em Ensino das Ciecircncias os alunos-

professores declaram-se preparados para serem professores de Ciecircncias sendo unacircnimes

227

ao ressaltar que numa aacuterea tatildeo vasta como as Ciecircncias da Natureza a bagagem que levam

da escola de formaccedilatildeo inicial eacute apenas o equipamento para o futuro Isto eacute os iacuteuturos

professores mostram-se conscientes de que num mundo em constante mudanccedila e evoluccedilatildeo

onde o conhecimento estaacute cada vez mais acessiacutevel a todos o importante passa a ser a

forma de integrar e aplicar este conhecimento

Trabalho Experimental

Os resultados obtidos em relaccedilatildeo agrave Concepccedilatildeo de Trabalho Experimentai dos

ai unos-professores mostram-nos que em metade dos sujeitos do estudo cada aluno-

professor tem uma concepccedilatildeo de trabalho experimental matizada por diferentes

perspectivas Isto eacute tendo percebido - a partir da sua formaccedilatildeo inicial em particular

atraveacutes das disciplinas de Didaacutectica e Metodologia das Ciecircncias e de Epistemologia das

Ciecircncias que actualmente se concebe o trabalho experimental atraveacutes da resoluccedilatildeo de

situaccedilotildees problemaacuteticas com interesse para os alunos - uma actividade que ajuda a

estabeleceacuter relaccedilatildeo com o dia-a-dia e a importacircncia de estimular uma postura

metacognitiva os alunos-professores revelaram que por exemplo valorizam os passos de

resoluccedilatildeo de um problema numa perspectiva onde os alunos satildeo frequentemente

questionados sobre porque eacute que estatildeo a fazer aquele TE daquela forma para a resoluccedilatildeo

daquele problema

Aparentemente estes alunos parecem situar-se numa perspectiva de ensino por

pesquisa (EPP) (Cachapuz Praia e Jorge 2000) No entanto uma anaacutelise mais atenta e fina

dos resultados mostra-nos que por exemplo o mesmo sujeito apresenta para aleacutem de

alguns dos aspectos que aqui referimos indiacutecios de outras perspectivas de ensino

porventura ensino por mudanccedila conceptual (EMC) e ensino por descoberta (EPD) Para

228

aleacutem disso bem sabemos tambeacutem que existem diferenccedilas entre as declaraccedilotildees dos

sujeitos e as suas proacuteprias praacuteticas

Relativamente agrave outra metade dos sujeitos parecem situar-se quase exclusivamente

numa perspectiva de ensino por transmissatildeo de conhecimentos na qual o trabalho

experimental tem um papel ilustrativo demonstrativo ou quando muito confirmatoacuterio Tal

como expusemos no segundo capiacutetulo corroboramos as ideias de Cachapuz Praia e Jorge

(2000) que nos explicam que esta eacute ainda uma perspectiva de ensino dominante apesar de

poder apresentar matizes de outras perspectivas

No que se refere agraves ^Potencialidades do TE os aJunos-professores justificam a

importacircncia do trabalho experimental tendencialmente relacionando-a com o

desenvolvimento de competecircncias cognitivas (seis sujeitos) soacutecio-afectivas (cinco

sujeitos) e capacidades e atitudes (cinco sujeitos) respectivamente os alunos-professores

salientam que o TE ajuda a adquirir e a relacionar conceitos desenvolve aspectos da

relaccedilatildeo em grupo desenvolve competecircncias transversais tais como a observaccedilatildeo a anaacutelise

a interpretaccedilatildeo sendo ainda considerado por trecircs dos alunos-professores como uma

estrateacutegia motivadora De salientar ainda que tal como jaacute reflectimos no capiacutetulo anterior

o primeiro destes aspectos - desenvolvimento cognitivo - pode a partir da perspectiva de

cada aluno estar relacionado quer com a transmissatildeo de conhecimentos quer com o

relacionar a teoria com a praacutetica Desta forma os alunos-professores aproximam-se do que

sobre este assunto nos dizem autores como Oliveira (1999) e Santos e Oliveira (2003)

como expusemos no capiacutetulo anterior

De uma forma geral podemos considerar que metade dos alunos-professores

revelam preocupaccedilotildees soacutecio-construtivistas Isto eacute referem que se preocupam em realizar

TE com os seus alunos assentando em situaccedilotildees problemaacuteticas com a finalidade de

desenvolver nos alunos competecircncias atitudes e valores organizando momentos de

229

interacccedilatildeo e reflexatildeo criacutetica atraveacutes do debate agrave volta das situaccedilotildees problemaacuteticas tendo

os alunos um papel activo e de pesquisa corroborando ideias apresentadas em Cachapuz

Praia e Jorge (2000)

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Os aiunos-professores no que diz respeito ao Destaque das TIC na Formaccedilatildeo

Inicial referem que ao longo da sua formaccedilatildeo inicial tiveram oportunidades de formaccedilatildeo

em TIC nalgumas disciplinas e mencionam principalmente o recurso a programas

informaacuteticos como o programa de Geometria dinacircmica Geometers Sketchpad utilizado na

disciplina de Geometria e o programa Excel Fazem ainda referecircncia aos programas Word

e Power Point De uma forma geral os sujeitos do estudo quanto ao Valor atribuiacutedo agrave

Formaccedilatildeo em TIC consideram que estas aprendizagens foram uacuteteis para aplicarem na sua

PP pois ampliam a facilidade em utilizar estes programas com os seus alunos de 2deg Ciclo

pelo facto de eles proacuteprios estarem mais agrave vontade com as TIC Contudo trecircs alunos-

professores deixam passar a ideia de que a formaccedilatildeo inicial no acircmbito das TIC foi pouco

explorada Na opiniatildeo de Ponte e Serrazina (1998) que partilhamos na escola de formaccedilatildeo

inicial os alunos adquirem uma preparaccedilatildeo baacutesica no acircmbito das TIC que pretende

principalmente desenvolver a confianccedila dos alunos no uso deste tipo de ferramentas Cabe

depois ao professor procurar uma actualizaccedilatildeo de conhecimentos e competecircncias

ultrapassando assim as dificuldades que possam vir a surgir

No estudo dirigido por Ponte e Serrazina (1998) o curso ao qual pertencem os

sujeitos da nossa investigaccedilatildeo - Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza - surge numa situaccedilatildeo

favoraacutevel como um dos que mais fortemente usam TIC Estes autores deixam como

recomendaccedilotildees que se desenvolvam conhecimentos e competecircncias em ferramentas tais

como processamento de texto correio electroacutenico a navegaccedilatildeo na Internet os programas

230

de estatiacutestica de gestatildeo de bases de dados e de apresentaccedilatildeo e o uso do viacutedeo (p48) por

serem cada vez mais consideradas como indispensaacuteveis ao professor

Concordando que eacute importante utilizar as TIC no ensino no que se refere agraves

Potencialidades das TIC os alunos-professores apresentam tendencialmente

argumentos como as TIC apontadas como uma motivaccedilatildeo na aula eou satildeo um recurso

(central) no ensino

Durante o seu tempo de Praacutetica Pedagoacutegica e na escola onde desenvolveram a sua

praacutetica no que respeita ao Recurso agraves TIC na Praacutetica Pedagoacutegica metade dos alunos-

professores refere ter tido um acesso praticamente sem muitas restriccedilotildees tendo agrave

disposiccedilatildeo computadores e ligaccedilatildeo agrave Internet Por outro lado a outra metade dos alunos-

professores revelou ter tido alguns problemas designadamente no acesso aos

computadores e no estado de conservaccedilatildeo do equipamento Tal significa que em algumas

escolas do Ensino Baacutesico o acesso agraves TIC mesmo para os professores eacute ainda dificultado

No que diz respeito agrave utilizaccedilatildeo que os alunos-professores fazem ou natildeo das TIC

nas suas aulas na PP todos fazem referecircncia ao recurso a programas informaacuteticos mas

restringem-se ao programa Power Point especiacutefico para apresentaccedilotildees e ao uso do

necessaacuterio projector Apenas uma das nossas entrevistadas afirma nunca ter feito uso das

TIC nas suas aulas da PP

Articulaccedilatildeo entre o Trabalho Experimental e as Tecnologias de

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

No que diz respeito agrave Realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC apenas um aluno-

professor declara nunca ter utilizado TE com recurso a TIC Contudo quatro sujeitos do

estudo referiram-se a alguns impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

particularmente explicaram que por terem condiccedilotildees no Laboratoacuterio que lhes permitiram

231

realizar TE ou por falta de tempo ou por decisatildeo do professor cooperante ou ainda pelos

conteuacutedos a leccionar natildeo realizaram TE com recurso agraves TIC

A anaacutelise dos dados permitiu-nos ainda evidenciar no que concerne agrave Concepccedilatildeo

de TE com recurso agraves TIC que os alunos futuros professores intervenientes neste estudo

se referem a alguns aspectos de como podem tirar partido das TIC no TE Assim trecircs

alunos-professores apontam vantagens relacionadas com o acompanhamento da aula e dois

alunos-professores apontam o facto de em algumas situaccedilotildees de recurso a TIC

determinada aula natildeo requerer material nem preparaccedilatildeo preacutevia (esta dimensatildeo apesar de

declarada como vantagem e na opiniatildeo de muito autores exactamente um dos problemas

frequentes do entendimento e do uso das TIC) Estes sujeitos referem tambeacutem que na

realizaccedilatildeo de actividades interactivas na Internet os alunos soacute avanccedilam se tiverem

percebido o passo em que se encontram Vaacuterios sujeitos indicam ainda outras vantagens

possiacuteveis na realizaccedilatildeo de TE com recurso a TIC nomeadamente satildeo referidos como

benefiacutecios criar motivaccedilatildeo (dois sujeitos) organizaccedilatildeo de dados (dois sujeitos) e

alargamento de conhecimentos (apenas um sujeito) A economia de tempo eacute apontada

apenas por um dos sujeitos

Dois alunos-professores indicam como desvantagem da realizaccedilatildeo de TE com TIC

o considerarem que eacute importante o manuseamento e o mexerem o que segundo eles se

perderia com o uso das TIC Trata-se de uma forma muito linear do entendimento do uso

das TIC no TE que aliaacutes eacute tambeacutem evidenciada no modo como se referem aos

impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE Realccedilamos a pseudo-justificaccedilatildeo de uma aluna-

professora de que podendo fazer TE em Laboratoacuterio natildeo haacute necessidade de utilizar TIC

De salientar por outro lado que uma aluna-professora nos descreveu uma aula da sua PP

em que recorreu agraves TIC substituindo assim uma possiacutevel e desejaacutevel actividade de TE

232

com materiais manipulativos Ou seja independentemente de como estes sujeitos

entendem o TE natildeo entendem as TIC como uma mais valia

522 - Impacte da proposta na alteraccedilatildeo das concepccedilotildees acerca do

Trabalho Experimental com Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Depois da proposta didaacutectica apresentada e discutida com os alunos-professores

estes referiram-se principalmente a cinco vantagens da utilizaccedilatildeo de TIC no TE agora

percepcionadas a saber acompanhamento da aula criar motivaccedilatildeo organizaccedilatildeo de dados

- trecircs aspectos que jaacute antes tiacutenhamos identificado nas suas concepccedilotildees - e contacto com as

TIC e aprendizagem activa apontadas de novo

Quanto agraves desvantagens do TE com recurso a TIC percepcionadas na proposta

quatro dos alunos-professores enunciaram apenas problemas com os recursos materiais ao

niacutevel das escolas pois os equipamentos podem natildeo ser os mais adequados (os quatro

sujeitos) ou estarem danificados (dois desses sujeitos) Dos outros dois alunos-professores

um deles aponta que o TE com recurso a TIC pode provocar distracccedilatildeo e outra aluna refere

que na proposta satildeo apresentadas muitas actividades praacuteticas

Comparando coin a sua Praacutetica Pedagoacutegica (PP) a maioria dos alunos-professores

natildeo tratou este tema e os que o fizeram natildeo utilizaram TIC Apoacutes a workshop^ uma das

alunas-professoras natildeo hesita em afirmar que se tivesse utilizado estes recursos teria sido

uma aprendizagem mais motivante e talvez de maior sucesso Apenas uma aluna-

professora se refere aacute sua proacutepria PP e ao uso que fez de TE-TIC Este eacute um aspecto

curioso uma vez que aquando da realizaccedilatildeo da entrevista (antes da workshop) a mesma

aluna-professora natildeo tinha consciecircncia das potencialidades da combinaccedilatildeo TE-TIC tendo

entatildeo afirmado que natildeo utilizou as TIC no TE e referindo-se apenas ao uso de TIC em

233

geral Nesta fase a aluna-professora tem jaacute noccedilatildeo de que o uso que fez das duas TIC no TE

permitem aumentar o potencial educativo

A maioria dos sujeitos do estudo (quatro) natildeo abordou na sua PP o tema da

proposta didaacutectica como jaacute referimos contudo tece consideraccedilotildees muito favoraacuteveis em

relaccedilatildeo a esta referindo-se-lhe como uma boa estrateacutegia para apresentarleccionar este

conteuacutedo ou afirmando que a proposta apresentada estava bastante positiva Um deles

declara mesmo que tirou algumas ideias para utilizar no futuro afirmando Gostei muito

E m siacutentese

A partir das conclusotildees descritas pudemos constatar que em maior ou menor

escala todos os futuros professores valorizam a sua formaccedilatildeo inicial e de modo particular

a Praacutetica Pedagoacutegica e todos eles foram utilizando as Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo no Trabalho Experimental na sua Praacutetica Pedagoacutegica

Na primeira fase da anaacutelise de concepccedilotildees e no que diz respeito agraves vantagens os

fiituros professores centram-se em aspectos de natureza mais teacutecnica referindo para o uso

das TIC no TE algximas potencialidades tais como o acompanhamento da aula o criar

motivaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo de dados que permanecem na uacuteltima fase depois da workshop

em que foi apresentada e discutida a proposta didaacutectica que realccedilava o TE com recurso a

TIC Contudo satildeo agora apontadas novas vantagens identificadas com o domiacutenio

pedagoacutegico e didaacutectico que evidenciam preocupaccedilatildeo com a qualidade da aprendizagem

dos alunos Aspectos como aprendizagem activa e contacto com as TIC surgem nesta fase

Apesar de se referirem a desvantagens da utilizaccedilatildeo de TE com recurso a TIC na

proposta didaacutectica que apresentaacutemos estas centram-se em aspectos teacutecnicos

particularmente relacionados com a desadequaccedilatildeo dos equipamentos das escolas de 2deg

Ciclo agraves necessidades das tarefas apresentadas

234

Os futuros professores ganharam com a participaccedilatildeo na workshop^ consciecircncia das

vantagens que a combinaccedilatildeo TIC-TE pode proporcionar

Tal como era nossa ideia valeu a pena construir e apresentar uma proposta

didaacutectica de TE com recurso a TIC e submeter os aiunos-professores agrave sua apresentaccedilatildeo e

discussatildeo uma vez que a partir da situaccedilatildeo formativa estes futuros professores

compreenderam melhor que a utilizaccedilatildeo das TIC permite enriquecer o TE e ampliar o

potencial educativo na sala de aula A proposta didaacutectica apresentada apreciada de modo

muito favoraacutevel pelos especialistas mostrou-se adequada como contributo para um

impacte positivo nas concepccedilotildees dos futuros professores acerca das potencialidades do TE

com TIC numa perspectiva actual do entendimento da Educaccedilatildeo em Ciecircncias

Tendo dado resposta agraves questotildees que tiacutenhamos formulado e que conduziram a nossa

investigaccedilatildeo consideramos deste modo atingidos os objectivos a que nos propusemos

Assim e como conclusatildeo final sentimo-nos capazes de afirmar que o nosso estudo

chama a atenccedilatildeo para a importacircncia da necessidade de situaccedilotildees formativas inovadoras em

particular na formaccedilatildeo de professores e integra-se assim na corrente emergente de que a

utilizaccedilatildeo das TIC permite enriquecer o TE sem perder a sua essecircncia de actividade de

resoluccedilatildeo de situaccedilotildees problemaacuteticas ampliando o potencial educativo na sala de aula

53 - Limitaccedilotildees e Implicaccedilotildees do estudo

Como todos os estudos tambeacutem este foi condicionado por circimstacircncias como o

tempo e os contextos particulares em que nos movemos ao longo da sua realizaccedilatildeo que o

moldaram e o fizeram chegar ateacute aqui com as conclusotildees que apresentaacutemos

235

Em vaacuterios momentos do caminho a opccedilatildeo tomada poderia ter sido diferente Desde

o nuacutemero de sujeitos a incluir - para quem os resultados obtidos satildeo vaacutelidos e exclusivos -

agraves metodologias adoptadas a decisatildeo poderia ter sido outra

Relativamente agrave metodologia seguida referimo-nos por exemplo ao facto de natildeo

terem sido realizadas observaccedilotildees dos sujeitos durante as suas praacuteticas de ensino

particularmente na realizaccedilatildeo de Trabalho Experimental com recurso a TIC Tal estudo

permitir-nos-ia ter um conhecimento muito mais aprofimdado daquelas que eram as

concepccedilotildees e as praacuteticas dos alunos-professores As nossas conclusotildees referem-se de

facto agraves declaraccedilotildees dos sujeitos e natildeo agraves suas praacuteticas

Realccedilamos tambeacutem o facto de acreditarmos que teria sido uacutetil ter esboccedilado um

perfil mais aprofundado de cada um dos alunos-professores e evidenciar mais

profundamente a relaccedilatildeo e a influecircncia das diversas categorias e subcategorias para

melhor compreendermos como se articulam para cada um deles

Ainda a partir das conclusotildees agora obtidas e principalmente porque evidenciaram

o interesse e a actualidade da temaacutetica pensamos que na sequecircncia deste estudo seria

interessante investigar com e na praacutetica professores em serviccedilo e formadores de

professores de Ciecircncias da Natureza relativamente agraves suas concepccedilotildees e ao uso que fazem

do TE-TIC

Em suma este estudo pretende ser um contributo para a problematizaccedilatildeo e reflexatildeo

acerca de uma temaacutetica actual e relevante no contexto educativo e social

O estudo de Contreras (2006) relativamente agrave influecircncia das TIC no ensino das

Ciecircncias referido no Capiacutetulo 2 desta investigaccedilatildeo eacute muito recente e tivemos acesso a ele

nos XXII Encuentros de Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales em Zaragoza

Espanha em Setembro do ano em que estamos a terminar a redacccedilatildeo desta Dissertaccedilatildeo

236

Sendo embora o objecto de estudo e as finalidades diferentes das nossas podemos dizer

que este estudo se situa no acircmbito da nossa problemaacutetica o que faz reemergir o sentimento

de pertinecircncia das questotildees que nos guiaram na conduccedilatildeo da investigaccedilatildeo que

desenvolvemos e reforccedila a necessidade de se continuar a investigaccedilatildeo neste territoacuterio

actual da relaccedilatildeo TE-TIC e do seu papel no ensino das Ciecircncias

Pensamos que as TIC satildeo ferramentas que constituem uma mais valia na sala de

aula desde que o professor defina para o uso TE-TIC quais as finalidades de

aprendizagem pondere as vantagens e desvantagens de utilizar estes novos recursos e se

predisponha a uma constante actualizaccedilatildeo e reflexatildeo no domiacutenio das orientaccedilotildees da

investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em Ciecircncias Seguir a moda e integrar as tecnologias na sala de

aula sem um objectivo com real valor educativo eacute muito redutor Tal como dizia Papert

(1993) a tecnologia soacute por si natildeo vai mudar nada (p7-8) No entanto como recordam

Cachapuz Praia e Jorge (2002)

Os professores satildeo potencialmente construtores da mudanccedila como pessoas

activas intervenientes e criticas problematizadoras e indagadoras (p 334)

237

Bibliografia

Acevedo J A (1996) La tecnologia en las relaciones CTS Una aproximacioacuten ai tema

Ensehanza de las Ciecircncias 14 (1) 35-44

Acevedo JA (2001) Cambiando la praacutectica docente en la ensenanza de las ciecircncias a

traveacutes de CTS Boletin dei Programa Ciecircncia Tecnologia Sociedady Innovacioacuten

Junho Organizacioacuten de Estados Iberoamericanos Disponiacutevel on Une em

httpwwwcampus-oeiorgsalactsiacevedo2htm (Consultado em 2 de Setembro

de 2005)

Acevedo J A Vaacutezquez A e Manassero M A (2003) Papel de la educacioacuten CTS en

una alfabetizacioacuten cientifica y tecnoloacutegica para todas las personas Revista

Electroacutenica de Ensenanza de las Ciecircncias 2 (2) Disponiacutevel on line em

httpwwwsaumuvigoesreecvolumenesvolumen2Numero2Artlpdf

(Consultado em 12 de Marccedilo de 2005)

Acevedo J A Vaacutezquez A Manassero M A e Acevedo P (2003) Creencias sobre la

tecnologia y sus relaciones con la ciecircncia Revista Electroacutenica de Ensenanza de las

Ciecircncias 2 (3) Disponiacutevel on line em

http www saum uvi go esreecvolumenesvo 1 umen2Numero 3Art9 pdf

(Consultado em 3 de Setembro de 20Oacute5)

Acevedo J A Vaacutezquez A Paixatildeo M F Acevedo P Oliva J M Manassero M A

(2005) Mitos da Didaacutetica das Ciecircncias acerca dos motivos para incluir a Natureza

da Ciecircncia no Ensino das Ciecircncias Ciecircncia amp Educaccedilatildeo 11 (1) 1-15 Disponiacutevel

on line em bttpwvywfcunesDbrposrevistapdpound^revistal I v o l l a r l r l l v l p d f

(Consultado em 21 de Julho de 2006)

Albarello L Digneffe F Hiemaux JP Maroy C Ruquoy D e Saint-Georges P

(1997) Praacuteticas e Meacutetodos de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais Lisboa Gradiva

Alcaraz I Puig M e Lafon I (2004) Caracteriacutesticas Generales de la Metodologia

Cualitativa In R Alzina (coord) Metodologia de la Investigacioacuten Educativa (pp

275-292) Madrid Editorial La Muralla

Almeida L e Freire T (2000) Metodologia da Investigaccedilatildeo em Psicologia e Educaccedilatildeo

Braga Psiquiliacutebrios

Amado J (2000) A Teacutecnica de Anaacutelise de Conteuacutedo Revista Referecircncia 5 53-63

238

Baggott L (1998) Multimedia simulation a threat to or enhancement of practical work in

science education In J Wellington (Ed) Practical work in school science Which

way nowl (pp 252-270) London Routledge

Balau S e Paixatildeo M F (2006) Trabalho Praacutetico e Tecnologias da iacutenfonmaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo numa perspectiva CTS As plantas na manutenccedilatildeo da vida In A

Blanco V B Brero M A Jimeacutenez e M T Prieto Las Relaciones CTS en la

Educacioacuten Cientiacutefica [CD] Actas do FV Seminaacuterio Ibeacuterico CTS en la Educacioacuten

Cientiacutefica 2006 Maacutelaga Aacuterea de Conocimiento de Didaacutectica de las Ciecircncias

Experimentales Universidad de Maacutelaga

Balau S e Paixatildeo M F (2006a) Potencialidades do uso das TIC no trabalho praacutetico

percepcionadas por futuros professores de Ciecircncias In M D Saacutenchez M J

Morales A L Cortecircs Educacioacuten Cientifica Tecnologias de la iacutenformacioacuten y la

Comunicacioacuten y Sostenibilidad [CD] Actas dos XXII Encuentros de Didaacutectica de

las Ciecircncias Experimentales 2006 Zaragoza Departamento de Didaacutectica de las

Ciecircncias Experimentales Universidad de Zaragoza

Bardin L (2004) Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees 70

Barton R (1998) IT in practical work assessing and increasing the value-added In J

Wellington (Ed) Practical work in school science Which way nowl (pp 237-251)

London RouUumledge

Beltraacuten J A (2006) El contexto de la ensefianza y del aprendizaje In A Trigueiros

(coord) Contextos de Aprendizagem para uma Sociedade do Conhecimento (pp

21-76) Actas das XIV Jornadas Pedagoacutegicas - VIU Transfronteiriccedilas 2005

Castelo Branco Associaccedilatildeo Nacional de Professores secccedilatildeo de Castelo Branco

RVJ Editores

Bettencourt T e Correia A F (1996) Um Estudo sobre a Utilizaccedilatildeo de um Sistema de

Aquisiccedilatildeo e Tratamento de Dados no Laboratoacuterio de Biologia do Ensino

Secundaacuterio In I Simpoacutesio Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento de Software Educativo

1996 Costa da Caparica Disponiacutevel on line em

httpphoenixscefctunlDtsimposiosimposiohtm (Consultado em 27 de Janeiro

de 2004)

Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo Qualitativa-em Educaccedilatildeo Porto Porto

Editora

Bonifaacutecio da Costa M H (1999) A Praacutetica e o Desenvolvimento da Capacidade

Reflexiva de Alunos-Professores de Liacutengua Portuguesa - Diaacuterio de Formaccedilatildeo -

239

uma estrateacutegia formativa Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Master of Education in

Supervision (natildeo publicada) Castelo Branco University of Nottingham - School

of Education Instituto Politeacutecnico de Castelo Branco - Escola Superior de

Educaccedilatildeo

Brown D e Harper E (2003) A twenty-first century science laboratory School Science

Review 84 87-91

Burke D (2002 12 de Outubro) Em ciecircncia nada eacute preto ou branco Puacuteblico Saacutebado p

30

Caamano A e Paixatildeo F (2006) iQueacute Opina ei Profesorado sobre la Orientacioacuten y las

Contenidos del Curriculum de Quiacutemica en el Bachillerato In A Blanco V B

Brero M A Jimeacutenez e M T Prieto Las Relaciones CTS en la Educacioacuten

Cientifica [CD] Actas do FV Seminaacuterio Ibeacuterico CTS en la Educacioacuten Cientifica

2006 Maacutelaga Area de Conocimiento de Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales

Universidad de Maacutelaga

Cachapuz A F (org) Praia J F e Jorge M P (2000) Perspectivas de Ensino das

Ciecircncias Porto Centro de Estudos de Educaccedilatildeo em Ciecircncia (CEEC)

Cachapuz A F Praia J F e Jorge M P (2002) Ciecircncia Educaccedilatildeo em Ciecircncia e Ensino

das Ciecircncias Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional

Cachapuz A F (2006) De las Partes ai Todo Hacia un Dialogo entre Ciecircncia y Arte In

A Blanco V B Brero M A Jimeacutenez e M T Prieto Las Relaciones CTS en la

Educacioacuten Cientifica [CD] Actas do IV Seminaacuterio Ibeacuterico CTS en la Educacioacuten

Cientifica 2006 Maacutelaga Aacuterea de Conocimiento de Didaacutectica de las Ciecircncias

Experimentales Universidad de Maacutelaga

Campanario J M Moya A e Otero J C (2001) Invocaciones y usos inadecuados de la

ciecircncia en la publicidad Ensenanza de las Ciecircncias 19 (1) 45-56

Carneiro R (2001) Nota introdutoacuteria In A Dias de Carvalho A Dias de Figueiredo E

Morin G Delacocircte J J R Frauacutesto da Silva J Deus Pinheiro J Lobo Antunes J

Tribolet J Azevedo L Resnick M- Teresa Ambroacutesio R Carneiro R Leite

Berger Filho S Papert Novo Conhecimento Nova Aprendizagem (pp11-15)

Actas da Conferecircncia Intemacional laquoNovo Conhecimento Nova Aprendizagemraquo

2000 Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian

Castells M (2004) A Galaacutexia Internet - Reflexotildees sobre Internet Negoacutecios e Sociedade

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian

240

Chaplin M (2003) Strategies for making effective use of ICT in science lessons School

Science Review 84 93-97

Contreras S (2006) Una reflexion sobre la influencia de las TICs en la ensenanza de las

ciecircncias y una aproximacioacuten al estado de los profesores chilenos In M D Saacutenchez

M J Morales A L Cortecircs Educacioacuten Cientiacutefica Tecnologias de la Informacioacuten y

la Comunicacioacuten y Sostenibilidad [CD] Actas dos XXII Encuentros de Didaacutectica

de las Ciecircncias Experimentales 2006 Zaragoza Departamento de Didaacutectica de las

Ciecircncias Experimentales Universidad de Zaragoza

Departamento do Ensino Baacutesico (2001) Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico

Competecircncias Essenciais Lisboa Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Estrela A (1990) Teoria e Praacutetica de Observaccedilatildeo de Classes - Uma Estrateacutegia de

Formaccedilatildeo de Professores Lisboa Instituto Nacional de Investigaccedilatildeo Cientiacutefica

Estrela M T (2002) Modelos de formaccedilatildeo de professores e seus pressupostos

conceptuais Revista de Educaccedilatildeo XI (1) 17-29

Fleming R (1989) Literacy for technological age Science Education 73 (4) 391-404

Foddy W (2002) Como Perguntar Teoria e Praacutetica da Construccedilatildeo de Perguntas em

Entrevistas e Questionaacuterios Oeiras Celta Editora

Ghiglione R amp MataJon B (1993) O Inqueacuterito Oeiras Celta Editora

Gil H e Baggott L (2000) Ensino Experimental Microscoacutepio Virtual e Tecnologias da

Informaccedilatildeo Uma Proposta Digital In M Sequeira L Dourado M T Vilaccedila J L

Silva A S Afonso J M Baptista Trabalho Praacutetico e Experimental na Educaccedilatildeo

em Ciecircncias (pp 153-163) Braga Departamento de Metodologias da Educaccedilatildeo

Instituto de Educaccedilatildeo e Psicologia Universidade do Minho

Gil H e Baggott L (2002) Ensino Experimental e Tecnologias da Informaccedilatildeo

Microscoacutepio Virtual In A C Coelho A F Almeida J M Carmo e M N R

Sousa Educaccedilatildeo em Ciecircncia - VII Encontro Nacional (pp 359-367) Faro Escola

Superior de Educaccedilatildeo Universidade do Algarve

Gil H e Paixatildeo M F (1999) Um modelo para a ventilaccedilatildeo pulmonar explorado com

recursos infomiaacuteticosy Boletim da APPBG 12 32-37

Gil Peacuterez D e Vilches A (2004) La atencioacuten al futuro en la educacioacuten ciudadana

Posibles obstaacuteculos a superar para su incorporacioacuten en la ensenanza de las ciecircncias

In I P Martins F Paixatildeo R M Vieira Perspectivas Ciecircncia - Tecnologia -

Sociedade na Inovaccedilatildeo da Educaccedilatildeo em Ciecircncia (pp 99-108) Actas do III

241

Seminaacuterio Ibeacuterico CTS no Ensino das Ciecircncias 2004 Aveiro Departamento de

Didaacutectica e Tecnologia Educativa Universidade de Aveiro

Gil Peacuterez D e Vilches A (2005) bimersioacuten en la Cultura Cientiacutefica para la toma de

Decisiones ^Necesidad o Mito Revista Eureka sobre Ensenanza y Divulgacioacuten de

las Ciecircncias 2 (3) 302-329 Disponiacutevel on line em httpwwwapac-

eurekaorgrevistaVolumen2Numero_2_3Gil_Vilches_20Q5bpdf (Consultado em

28 de Julho de 2006)

Guimas de Almeida A M F (1995) Trabalho Experimental na Educaccedilatildeo em Ciecircncia

Epistemologia Representaccedilotildees e Praacuteticas dos Professores Dissertaccedilatildeo de

Mestrado em Ciecircncias da Educaccedilatildeo (natildeo publicada) Lisboa Universidade Nova de

Lisboa Faculdade de Ciecircncias e Tecnologia

Hodson D (1988) Experiments in science teaching Educational Philosophy and Theory

20 (2) 53-66

Hodson D (1990) A critical look at practical work in school science The School Science

Review 70 (256) 33-39

Hodson D (1992) Redefining and reorienting practical work in school science School

Science Review 73 (264) 65-77

Hodson D (1994) Hacia un enfoque maacutes critico del trabajo de laboratorio Ensenanza de

las Ciecircncias 12 (3) 299-313

Hodson D (1996) Practical work in school science exploring some directions for change

International Journal of Science Education 18 (7) 755-760

Hodson D (2001) Research on Practical Work in School and Universities in pursuit of

better questions and better methods In A F Cachapuz (Ed) A Chemistry Odyssey

[CD] 6th European Conference on Research in Chemical Education 2nd European

Conference on Chemical Education Aveiro Universidade de Aveiro

Hodson D e Reid D (1988) Changing priorities in science education Part II School

Science Review 70 (251) 159-165

Hofstein A e Lunetta V (2004) The Laboratory in Science Education Foundations for

the Twenty-First Century Science Education 88 (1) 28-54

Kirschner P e Huisman W (1998) Dry laboratories in science education computer-

based practical work International Journal of Science Education 20 (6) 665-682

Koogan A (1982) Koogan Larousse Seleccedilotildees Dicionaacuterio Enciclopeacutedico (6reg

reimpressatildeo) Lisboa Seleccedilotildees do Readers Digest

242

Leite L (2001) Contributos para uma utilizaccedilatildeo mais fundamentada do trabalho

laboratorial no ensino das ciecircncias In H V Caetano e M G Santos (Org)

Cadernos Didaacutecticos de Ciecircncias (pp 79-97) Lisboa Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Departamento do Ensino Secundaacuterio Disponiacutevel on line em httpwwwciencias-

exp-no-secorgdocumentospublicacoes caderno monopdf (Consultado em 28 de

Julho de 2006)

Lopes J M G (1994) Supervisatildeo do Trabalho Experimental no 3 Ciclo do Ensino

Baacutesico um Modelo Inovador Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Ciecircncias da Educaccedilatildeo

(natildeo publicada) Aveiro Universidade de Aveiro

Ludke M amp Andreacute M (1986) Pesquisa em Educaccedilatildeo abordagens qualitativas Satildeo

Paulo Ediccedilotildees Pedagoacutegica e Universitaacuteria

Martinez H e Parrilla Parrilla J L (1994) La Utilizacioacuten del Ordenador en la

Realizacioacuten de Experiecircncias de Laboratorio Ensenanza de las Ciecircncias 12 (3)

393-399

Matiacuten-Diacuteaz M J (2004) El Papel de las Ciecircncias de la Naturaleza en la Educacioacuten a

Debate Revista Iberoamericana de Educacioacuten 33 (2) Disponiacutevel on line em

http www campusoei or grevi stadel oslectores692MartinDi az PDF (Consultado

em 29 de Julho de 2006)

Matiacuten-Diacuteaz M J Gutieacuterrez J e Goacutemez-Crespo M A (2006) El Paradigma de la

Alfabetizacioacuten Cientiacutefica In A Blanco V B Brero M A Jimeacutenez e M T Prieto

Las Relaciones CTS en la Educacioacuten Cientifica [CD] Actas do IV Seminaacuterio

Ibeacuterico CTS en la Educacioacuten Cientiacutefica 2006 Maacutelaga Aacuterea de Conocimiento de

Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales Universidad de Maacutelaga

Martins I P (2002) Problemas e perspectivas sobre a integraccedilatildeo CTS no sistema

educativo portuguecircs Revista Electroacutenica de Ensenanza de las Ciecircncias 1 (1)

Disponiacutevel on line em

http www saum uvi go esreecvolumenesvo l umen 1 N uacutemero 1 Art2 pdf

(Consultado em 21 de Fevereiro de 2004)

Martins I P (2003) Formaccedilatildeo inicial de Professores de Fiacutesica e Quiacutemica sobre a

Tecnologia e suas relaccedilotildees Soacutecio-Cientiacuteficas Revista Electroacutenica de Ensenanza de

las Ciecircncias 2 (3) Disponiacutevel on line em

httpwwwsaumuvigoesreecvolumenesvolumen2Numero3Art6pdf

(Consultado em 21 de Fevereiro de 2004)

243

Martins I P (2006) Educaccedilatildeo em Ciecircncia Cultura e Desenvolvimento In M F Paixatildeo

(coord) Educaccedilatildeo em Ciecircncia Cultura e Cidadania - Encontros em Castelo

Branco (pp 9-30) Castelo Branco Aima Azul

Martins iacute P e Veiga Mreg L (1999) Uma Anaacutelise do Curriacuteculo da Escolaridade Baacutesica

na Perspectiva da Educaccedilatildeo em Ciecircncias Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo

Educacional Disponiacutevel on line em httpa^nA^dgidcmin-

eduptinovbasicbibliotecacdceb09cdceb09-w95doc (Consultado em 21 de

Fevereiro de 2004)

Migueacutens M (2006) Contextos de Aprendizagem para uma Sociedade do Conhecimento

In A Trigueiros (coord) Contextos de Aprendizagem para uma Sociedade do

Conhecimento (pp 103-111) Actas das XIV Jornadas Pedagoacutegicas - VIII

Transfronteiriccedilas 2005 Castelo Branco Associaccedilatildeo Nacional de Professores

secccedilatildeo de Castelo Branco RVJ Editores

Migueacutens M e Serra P (2000) O Trabalho Praacutetico na Educaccedilatildeo Baacutesica a Realidade o

Desejaacutevel e o Possiacutevel In M Sequeira L Dourado M T Vilaccedila e J L Silva

Trabalho Praacutetico e Experimental na Educaccedilatildeo em Ciecircncias (pp 153-163) Braga

Departamento de Metodologias da Educaccedilatildeo Instituto de Educaccedilatildeo e Psicologia

Universidade do Minho

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2006) Ensino Experimental das Ciecircncias no 1deg Ciclo O Boletim

dos Professores 2 pp 10

ME - DGEBS (1991) Programa de Ciecircncias da Natureza - Plano de Organizaccedilatildeo do

Ensino-Aprendizagem - Ensino Baacutesico 2deg ciclo Vol II Lisboa INCM

Marques E Soares R e Almeida C (2003) Teacutecnicas Laboratoriais de Biologia - Bloco

I Porto Porto Editora

Miranda G L (2006) As novas tecnologias e a inovaccedilatildeo das praacuteticas pedagoacutegicas In A

Trigueiros (coord) Contextos de Aprendizagem para uma Sociedade do

Conhecimento (pp 77-93) Actas das XIV Jornadas Pedagoacutegicas - VIII

Transfronteiriccedilas 2005 Castelo Branco Associaccedilatildeo Nacional de Professores

secccedilatildeo de Castelo Branco RVJ Editores

Missatildeo para a Sociedade da Informaccedilatildeo (1997) Livro Verde para a Sociedade da

Informaccedilatildeo em Portugal Disponiacutevel on Une em http^wwmissao-simctpt

(Consultado em 21 de Fevereiro de 2004)

Moniz dos Santos M E (2004) Dos coacutedigos de cidadania aos coacutedigos do movimento

CTS Fundamentos Desafios e Contextos In I P Martins F Paixatildeo R M Vieira

244

Perspectivas Ciecircncia - Tecnologia - Sociedade na Inovaccedilatildeo da Educaccedilatildeo em

Ciecircncia (pp 13-22) Actas do III Seminaacuterio Ibeacuterico CTS no Ensino das Ciecircncias

2004 Aveiro Departamento de Didaacutectica e Tecnologia Educativa Universidade de

Aveiro

Novak J (2000) Apreender Criar e Utilizar o Conhecimento Lisboa Plaacutetano Editora

Oliveira M T (1999) Trabalho Experimental e Formaccedilatildeo de Professores In Coloacutequio

Ensino Experimental e Construccedilatildeo de Saberes 1999 Lisboa Conselho Nacional

de Educaccedilatildeo

Paiva J (2002) As tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo utilizaccedilatildeo pelos

professores Lisboa MEDAP Disponiacutevel on line em httpwwwgiasemin-

eduptnoniopdfutilizacao_tic_profspdf (Consultado em 28 de Julho de 2006)

Paixatildeo M F (1998) Da Construccedilatildeo do Conhecimento Didaacutectico na Formaccedilatildeo de

Professores de Ciecircncias Dissertaccedilatildeo de Doutoramento em Didaacutectica das Ciecircncias

(natildeo publicada) Aveiro Universidade de Aveiro

Paixatildeo M F (1999) Revalorizar e Reorganizar o Trabalho Experimental no Ensino da

Quiacutemica numa perspectiva epistemoloacutegica In Actas do I Encontro da Divisatildeo de

Ensino e Divulgaccedilatildeo de Quiacutemica - O Trabalho Experimental no Ensino e na

Aprendizagem de Quiacutemica (pp 19-22) Aveiro Universidade de Aveiro

Paixatildeo M F (2001) A Importacircncia da Actividade Experimental na Educaccedilatildeo em Ciecircncia

Tempo de Reapreciaccedilatildeo do Trabalho Experimental na Escola In IX Encontro

Nacional de Educaccedilatildeo em Ciecircncia na Escolaridade Baacutesica 2001 Viseu

Disponiacutevel on line em httpwwwesevipvptcnActasartigo 1 htm (Consultado

em 15 de Fevereiro de 2006)

Paixatildeo M F (2001a) Caderno de Actividades Experimentais Conservaccedilatildeo da Massa

Combustatildeo e outras reacccedilotildees quiacutemicas Aveiro Universidade de Aveiro

Paixatildeo F (2004) Mezclas en la Vida Cotidiana Una Propuesta de Ensefianza Basada en

una Orientacioacuten Ciecircncia Tecnologia y Sociedad y en la Resolucioacuten de Situaciones

Problemaacuteticas Revista Eureka sobre Ensefianza y Divulgacioacuten de las Ciecircncias 1

(3) 205-212 Disponiacutevel on line em httpwwwapac-

eurekaorgrevistaVolumenlNumero 1 3Mezclas_vidacotidianapdf (Consultado

em 3 de Setembro de 2005)

Papert S (1993) A escola estaacute a perder a sua legitimidade (entrevista de C Afonso e M

Ceia) Aprender 15 6-9

245

Pedrinaci E (2006) Ciecircncias para ei mundo contemporacircneo iUna materia para la

participacioacuten ciudadana Alambique 49 9-19

Pedrosa M A (2001) Mudanccedilas de Praacuteticas de Ensino das Ciecircncias - uma Reflexatildeo

Epistemoloacutegica In A Veriacutessimo A Pedrosa e R Ribeiro (Coord) (Re)Pensar o

Ensino das Ciecircncias (pp 35-50) Lisboa Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Departamento do

Ensino Secundaacuterio Disponiacutevel on line em httpwwwdgidcmingt

eduptpubliccienciaspublicacoes repensarpdf (Consultado em 28 de Julho de

2006)

Pedrosa M A Gonccedilalves F Henriques M H e Mendes P (2004) (Re)Pensando

Educaccedilatildeo Cientiacutefica - Problemaacuteticas de Lixo e Ensino das Ciecircncias In 1 P

Martins F Paixatildeo R M Vieira Perspectivas Ciecircncia - Tecnologia - Sociedade

na Inovaccedilatildeo da Educaccedilatildeo em Ciecircncia (pp 109-116) Actas do III Seminaacuterio

Ibeacuterico CTS no Ensino das Ciecircncias Aveiro Departamento de Didaacutectica e

Tecnologia Educativa Universidade de Aveiro

Poirier J Clapier-Valladon S e Raybaut P (1995) Histoacuterias de Vida Teoria e Praacutetica

Oeiras Celta Editora

Ponte J P (1998) Novas Tecnologias Novos Desafios para a Formaccedilatildeo de Professores

In Debate A Sociedade da Informaccedilatildeo na Escola 1998 Lisboa Conselho

Nacional de Educaccedilatildeo

Ponte J P (2000) Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo na Formaccedilatildeo de

Professores Que desafios Revista Iberoamericana de Educaccedilatildeo 24 63-90

Ponte J P e Serrazina L (1998) As Novas Tecnologias na Formaccedilatildeo Inicial de

Professores Lisboa MEDAPP

Pontes A (2005) Aplicaciones de las tecnologias de la informacioacuten y de la comunicacioacuten

en la educacioacuten cientiacutefica Primera parte funciones y recursos Revista Eureka

sobre Ensenanza y Divulgacioacuten de las Ciecircncias 2 (1) 2-18 Disponiacutevel on line em

http^^^apac-eurekaorgrevistaVolumen2Numero_2_lPontes2005apdf

(Consultado em 6 de Dezembro de 2005)

Pontes A (2005a) Aplicaciones de las tecnologias de la informacioacuten y de la

comunicacioacuten en la educacioacuten cientiacutefica Segunda parte aspectos metodoloacutegicos

Revista Eureka sobre Ensenanza y Divulgacioacuten de las Ciecircncias 2 (3) 330-343

Disponiacutevel on line em httpwwwapac-

eurekaorgrevistaA^olumen2Numero_2 3Pontes2005bpdf (Consultado em 12 de

Marccedilo de 2006)

246

Praia J F (1995) Formaccedilatildeo de Professores no Ensino da Geologia Contributos para uma

Didaacutectica Fundamentada na Epistemologia das Ciecircncias O Caso da Deriva

Continetal Dissertaccedilatildeo de Doutoramento em Didaacutectica das Ciecircncias (natildeo

publicada) Aveiro Universidade de Aveiro

Praia J F (1998) A Didaacutectica e as Novas Tecnologias na Formaccedilatildeo de Professores

algumas Reflexotildees In Debate Acirc Sociedade da Informaccedilatildeo na Escola 1998

Lisboa Conselho Nacional de Educaccedilatildeo

Praia J F (1999) O Trabalho Laboratorial no Ensino das Ciecircncias Contributos para uma

Reflexatildeo de Referecircncia Epistemoloacutegica In Coloacutequio Ensino Experimental e

Construccedilatildeo de Saberes 1999 Lisboa Conselho Nacional de Educaccedilatildeo

Prieto T (2004) Los contenidos cientiacuteficos en ei contexto de los problemas CTS In I P

Martins F Paixatildeo R M Vieira Perspectivas Ciecircncia - Tecnologia - Sociedade

na Inovaccedilatildeo da Educaccedilatildeo em Ciecircncia (pp 109-116) Actas do III Seminaacuterio

Ibeacuterico CTS no Ensino das Ciecircncias Aveiro Departamento de Didaacutectica e

Tecnologia Educativa Universidade de Aveiro

Pro Bueno A e Martinez A E (2005) ^Queacute ciecircncia ve nuestra sociedad Alambique 43

37-48

Quivy R e Campenhoudt L (1992) Manual de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais

Lisboa Gradiva

Reis P (1996) As actividades praacuteticas como instrumento de aprendizagem e avaliaccedilatildeo em

Ciecircncias Aprender 20 59-64

Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa Instituto de

Inovaccedilatildeo Educacional

Santos M C e Oliveira M T (2003) Trabalho Experimental de Investigaccedilatildeo no Ensino

Secundaacuterio - Potencialidades Educare-Educere 2 (4) 53-73

Sequeira M (2004) Cultura Cientiacutefica Progresso Social e Cidadania In L Leite (Org)

Metodologia do Ensino das Ciecircncias Evoluccedilatildeo e tendecircncia nos uacuteltimos 25 anos

(pp 185-194) Braga Instituto de Educaccedilatildeo e Psicologia Universidade do Minho

Sousa Santos B (2003) Conhecimento Prudente para uma Vida Decente Porto Ediccedilotildees

Afrontamento

Taylor S J e Bogdan R (1992) Introducciocircn a los Meacutetodos Cualitativos de

Inveacutestigacioacuten Barcelona Ediciones Paidos

Tebbutt M (2000) ICT in science problems possibilities and principles School

Science Review 81 (297) 57-64

247

Tenreiro-Vieira C e Vieira R M (2001) Promover a Literacia Cientiacutefica Dificuldades e

Possibilidades Noesis 59 50-52

Tenreiro-Vieira C e Vieira R M (2005) Construccedilatildeo de Praacuteticas Didaacutetico-Pedagoacutegicas

com Orientaccedilatildeo CTS Impacto de um Programa de Formaccedilatildeo Continuada de

Professores de Ciecircncias do Ensino Baacutesico Ciecircncia amp Educaccedilatildeo 11 (2) 191-211

Disponiacutevel on line em

httpwwwfcunespbrposrevistapdf7revistal lvol2ar3rl lv2pdf (Consultado em

28 de Julho de 2006)

Tenreiro-Vieira C e Vieira R M (2006) A Temaacutetica das Plantas na Educaccedilatildeo das

Ciecircncias do Ensino Baacutesico com Orientaccedilatildeo CTSPC In A Blanco V B Brero M

A Jimeacutenez e M T Prieto Las Relaciones CTS en la Educacioacuten Cientifica [CD]

Actas do IV Seminaacuterio Ibeacuterico CTS en la Educacioacuten Cientifica 2006 Maacutelaga

Aacuterea de Conocimiento de Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales Universidad

de Maacutelaga

Tortosa M (2006) Laboratorio de quiacutemica con equipos de adquisicioacuten automaacutetica de

datos In M D Saacutenchez M J Morales A L Cortecircs Educacioacuten Cientifica

Tecnologias de la Informacioacuten y la Comunicacioacuten y Sostenibilidad [CD] Actas

dos XXII Encuentros de Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales 2006 Zaragoza

Departamento de Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales Universidad de

Zaragoza

Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste

Gulbenkian

Vala J (1986) A anaacutelise de conteuacutedo In A Santos Silva e J Madureira Pinto

Metodologia das Ciecircncias Sociais (pp 101-128) Porto Ediccedilotildees Afi-ontamento

Vale I (2004) Algumas Notas sobre Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Matemaacutetica -

O Estudo de Caso Revista da Escola Superior de Educaccedilatildeo de Viana do Castelo

5 171-202

Valente M O (1999) As Vozes das Escolas In Coloacutequio Ensino Experimental e

Construccedilatildeo de Saberes 1999 Lisboa Conselho Nacional de Educaccedilatildeo

Valles M S (1997) Teacutecnicas Cualitativas De Investigacioacuten Social - Reflexioacuten

metodoloacutegica ypraacutetica profesional Madrid Editorial Siacutentesis

Vasconcelos C e Praia J F (2005) Aprendizaje en contextos no formales y

alfabetizacioacuten cientifica Alambique 43 61-13

248

Vaacutezquez A e Manassero M A (1995) Actitudes relacionadas com la ciecircncia Una

revision conceptual Ensenanza de las Ciecircncias 13 (3) 337-346

Vieira R M e Martins I P (2005) Praacuteticas de Professores do Ensino Baacutesico Orientadas

numa perspectiva CTS-PC Impacte de um Programa de Formaccedilatildeo In P Membiela

e Y Padilla Retos y perspectivas de la ensenanza de las ciecircncias desde ei enfoque

Ciencia-Tecnologiacutea-Sociedad en los inicios dei siglo XXI (pp 79-86) Actas do II

Seminaacuterio Ibeacuterico sobre Ciencia-Tecnologiacutea-Sociedad para la ensenanza de las

ciecircncias experimentales Disponiacutevel on line em

http websuvi go eseducacion editoravolumenesLibro (Consultado em 29 de

Abril de 2006)

Wellington J (1998) Practical work in science time for a reappraisal In J Wellington

(Ed) Practical work in school science Which way nowl (pp 3-15) London

Routledge

Wellington J (1999) Integrating multimedia into science teaching barriers and benefits

School Science Review 81 (295) 49-54

Wellington J (2000) Teaching and Learning Secondary Science contemporary issues

and practical approaches London Routledge

Wellington J (2001) What Is Science Education For Canadian Journal of Science

Mathematics Sc Technology Education 1 (1) Disponiacutevel on line em

httpA^^A^^utpioumalscomiourihtmllp=cismtecismteissuelwellingtonhtml

(Consultado em 13 de Outubro de 2004)

Ziman J (1998) Real Science What is it and what it means Cambridge Cambridge

University Press

Ziman J (1999) A Ciecircncia na sociedade moderna In F Gil (Coord) A Ciecircncia tal qual

se faz (pp 437-450) Lisboa Ediccedilotildees Joatildeo Saacute da Costa

249

JLnejccedilps

Identificaccedilatildeo dos anexos

Anexo 1 - Carta enviada aos professores que validaram o guiatildeo de entrevista

Anexo 2 - Guiatildeo de entrevista

Anexo 3 - Carta dirigida aos professores que validaram a planificaccedilatildeo

Anexo 4 - Planificaccedilatildeo

Anexo 5 - Grelha de avaliaccedilatildeo da planificaccedilatildeo

Anexo 6 - Questionaacuterio

Anexo 7 - Transcriccedilatildeo de uma entrevista (aluna-professora Leonor)

Anexo 8 - Resposta a um questionaacuterio (aluna-professora Leonor)

251

Anexo 1

INSTITUTO POLITEacuteCNICO DE CASTELO BRANCO ESCOLA SUPERIOR DE EDUCACcedilAtildeO

Exmo(a) Sr(deg) Professor(a)

No acircmbito do meu curso de mestrado sob a Orientaccedilatildeo da Professora Doutora Maria de

Faacutetima Paixatildeo pretendo desenvolver a dissertaccedilatildeo cujo tema eacute Repensar o Trabalho

Experimental no Tempo das Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e o objectivo

geral reflectir o entendimento das Ciecircncias do Ensino das Ciecircncias e em particular do

Trabalho Experimental de alunos futuros professores de Ciecircncias no Tempo das

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Sendo especialista com investigaccedilatildeo desenvolvida no acircmbito do Trabalho Experimental no

Ensino das Ciecircncias venho solicitar-lhe a sua colaboraccedilatildeo no sentido de me dar o seu

parecer e sugestotildees relativamente agrave formulaccedilatildeo pertinecircncia e adequaccedilatildeo do guiatildeo das

entrevistas aos objectivos do estudo

Grata pela preciosa colaboraccedilatildeo

Soacutenia Regina Marques Balau

252

Anexo 2

GUIAtildeO DE ENTREVISTA

TEMA - Repensar o Trabalho Experimental no Tempo das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

OBJECTIVO GERAL - Reflectir o entendimento das Ciecircncias do Ensino das Ciecircncias e em particular do Trabalho Experimental (TE) no Tempo das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

Blocos temaacuteticos - Objectivos espeacutedficos ^ iiTOacutepIacutecoS Questotildees

A - Legitimaccedilatildeo da entrevista

bull Motivar os entrevistados para colaborar no estudo

bull Dar a conhecer aos entrevistados o objectivo geral do estudo

bull Trabalho realizado no acircmbito do mestrado

bull Contribuir para uma reflexatildeo acerca do entendimento das Ciecircncias do Ensino das Ciecircncias e do TE

B - Formaccedilatildeo inicial

bull Compreender o valor atribuiacutedo agrave foiinaccedilatildeo inicial

bull Apreciaccedilatildeo do curso de formaccedilatildeo inicial relativamente a

- Expectativas iniciais - Grau de satisfaccedilatildeo insatisfaccedilatildeo - Adequaccedilatildeo ao exerciacutecio da profissatildeo

1 Como sente a sua formaccedilatildeo inicial em termos de contributo para o seu futuro profissional

- Veio ao encontro das suas expectativas iniciais

- Sente-se preparado para a profissatildeo

- Voltaria a escolher este cureo (nas mesmas circunstacircncias e se natildeo houvesse falta de emprego)

253

B - Formaccedilatildeo inicial

C - Ensino das Ciecircncias

Caracterizar o periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica enquanto momento de construccedilatildeo de saberes profissionais

Conhecer as concepccedilotildeesideias dos entrevistados acerca do ensino das Ciecircncias

Contributos da Praacutetica Pedagoacutegica para a construccedilatildeo dos saberes ou conhecimentos adquiridos - Grau de satisfaccedilatildeo insatisfaccedilatildeo

Natureza das dificuldades sentidas

bull Organizaccedilatildeo administraccedilatildeo da escola

bull Questotildees relacionais

Aspectos a serem apontados Um ensino das Ciecircncias cuja principal fmalidade eacute a construccedilatildeo de conceitos competecircncias atitudes e valores com ecircnfase na educaccedilatildeo (Cachapuz ei al 2000)

(Wellington 2001) 1 - Compreensatildeo do mundo que nos rodeia e de noacutes proacuteprios (valor intriacutenseco da educaccedilatildeo em Ciecircncia) 2 - Formaccedilatildeo de cidadatildeos cientificamente literatos (argumentos de cidadania) 3 - Desenvolver competecircncias geneacutericas e atitudes cientiacuteficas como a curiosidade o cepticismo salutar uma mente activa (minds-on) investigativa o sentido criacutetico e analiacutetico (argumentos utilitaacuterios)

2 Ateacute ao momento que balanccedilo pode fazer do tempo de Praacutetica Pedagoacutegica Positivo negativo Porquecirc

bull3 Refira algum aspecto em que tenha aprendido na praacutetica e com a praacutetica (ou seja algum aspecto que antes natildeo sabia como era)

4 Quais foram as maiores dificuldades Refira por exemplo um aspecto que lhe agradou e um que natildeo tenha comdo como desejava

2

Acha que eacute importante aprender Ciecircncias Porquecirc

Que aspectos lhe parecem importantes no ensino das Ciecircncias actualmente

254

C - Ensino das Ciecircncias

D - Trabalho experimental (TE)

Compreender o valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial no que respeita ao ensino das Ciecircncias

Conhecer as representaccedilotildees acerca do TE

Identificar aspectos que os entrevistados atribuem como potencialidades do TE

Apreciaccedilatildeo do curso de fortnaccedilatildeo inicial relativamente agrave preparaccedilatildeo para ensinar Ciecircncias

Possiveis opiniotildees sobre o TE (Cachapuz et al 2000) - Instrumento primordial e um meio privilegiado na abordagem de situaccedilotildees-problema do quotidiano em que os dados obtidos experimentalmente satildeo o moacutebil para a discussatildeo Os dados natildeo satildeo oacutebvios nem os resultados falam por si - satildeo interpretados agrave luz de quadros teoacutericos conhecidos vivecircncias e cruzamentos com experiecircncias do quotidiiacuteino O TE como uma actividade aberta na qual os resultados podem ajudar agrave resoluccedilatildeo do problema mas natildeo satildeo a soluccedilatildeo do problema

Opiniotildees sobre o TE no ensino das Ciecircncias (Guimas de Almeida 1995)

Actividade que envolve experimentaccedilatildeo - Alunos que manipulam material e elaboram as conclusotildees do trabalho - Actividade que possibilita aos alunos mexer para aprender

3 Sente-se preparado para ensinar Ciecircncias Clarifique

Eacute comuns os professores de Ciecircncias falarem de TE Em que consiste o TE

Que aspectos considera importantes serem tidos em conta no TE

3 Porque eacute que eacute importante realizar TE Clarifique

4 Na sua opiniatildeo que potencialidades reconhece ao TE no ensino das Ciecircncias Ou seja porque eacute que eacute importante o TE no ensino das Ciecircncias Que competecircncias desenvolve

255

D - Trabalho experimental (TE)

- Manifestar o desejo de descobrir por si proacuteprio - Desenvolver atitudes tais como curiosidade criatividade flexibilidade abertura de espiacuterito reflexatildeo criacutetica autonomia respeito pela vida e pela Natureza

(Santos M C e Oliveira M T 2003) O TE de investigaccedilatildeo eacute sugerido como potenciador de determinadas competecircncias nomeadamente - Competecircncias de investigaccedilatildeo -os alunos seguem as suas proacuteprias linhas de indagaccedilatildeo numa aprendizagem activa que os envolve em actividades como pensar criar prever imaginar fazer compartilhar ideias descobrir apresentar e discutir (Ramsden e Harrison cit Santos e Oliveira 2003)

- Competecircncias transversais tais como o trabalho em grupo e a cooperaccedilatildeo a criatividade a autonomia a autoconfianccedila a perseveranccedila e a responsabilidade a curiosidade o interesse o rigor e a negociaccedilatildeo (Woolnough Wellington Oliveira cit Santos e Oliveira 2003)

O TE eacute ainda referido como gerador do desenvolvimento do conhecimento procedimental e de competecircncias do pensamento nomeadamente o pensamento criacutetico

Clarifique

5 Eacute capaz de descrever uma aula em que tenha desenvolvido TE e tenha considerado que foi uma aula com sucesso

256

D - Trabalho experimental (TE)

e de resoluccedilatildeo de problemas (Santos e Oliveira 2003)

Pesquisas recentes mostiaram que o trabalho experimental pode ajudar os estudantes a desenvolver ideias sobre a natureza da comunidade cientiacutefica e sobre a natureza da Ciecircncia (Hofstein e Lunetta 2004 p46)

Identificar aspectos de destaque dado agraves TIC na sua formaccedilatildeo inicial

E - Tecnologias da informaccedilatildeo comunicaccedilatildeo (TIC)

Compreender o valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC no curso

Identificar as potencialidades reconhecidas agraves TIC

Levantamento de situaccedilotildees de destaque das TIC - As TIC como parte integrante do curriacuteculo de algumas disciplinas (pe utilizaccedilatildeo do microscoacutepio utilizaccedilatildeo de software especiacutefico - Geometers Sketchpad - Geometria) - Apresentaccedilatildeo de trabalhos - Acesso agrave informaccedilatildeo - Nas aulas de PP - Gosto pessoal pelas TIC

2

Durante a sua fonnaccedilatildeo inicial foi dado destaque agraves TIC Em que disciplinas O que se destacou O que aprendeu

De que forma essas aprendizagens tecircm ligaccedilotildees com a PP

Avaliaccedilatildeo do curso de formaccedilatildeo inicial no acircmbito das TIC relativamente a

- Grau de satisfaccedilatildeo insatisfaccedilatildeo - Utilidade para a praacutetica da

3 Dado o desenvolvimento que se prevecirc para as TIC pensa que a formaccedilatildeo recebida foi suficiente Porquecirc

Opiniatildeo em relaccedilatildeo agraves TIC (Pontes 2005) - Facilitar o acesso agrave informaccedilatildeo - Facilitar a aprendizagem de conceitos

Aprender procedimentos cientiacuteficos

Desenvolver destrezas

4 Considera que eacute importante utilizar as TIC no ensino Porquecirc

257

E - Tecnologias da informaccedilatildeo c comunicaccedilatildeo (TIC)

s

F - Articulaccedilatildeo entre o TE e as TIC

Conhecer eventuais situaccedilotildees de aulas com recurso agraves TIC

Conhecer as representaccedilotildees dos entrevistados acerca do TE com recurso agraves TIC

Identificar eventuais momentos de praacutetica de TE com recurso agraves TIC

intelectuais - Motivaccedilatildeo para a aprendizagem

Utilizaccedilotildees das TIC - Apresentaccedilatildeo de aulas com Power Point - Acesso agrave informaccedilatildeo - Internet - Utilizaccedilatildeo de software especiacutefico para determinados conteuacutedos -Geometers Sketchpad -(Geometria) - Utilizaccedilatildeo do microscoacutepio

Utilizaccedilotildees das TIC recurso para o TE

como um

(Wellington 1999) - Permitir demonstraccedilotildees difiacuteceis de pocircr em praacutetica em Laboratoacuterio - Possibilitar a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos microscoacutepicos - As imagens e a animaccedilatildeo satildeo

dinacircmicas - Causa impacto visual

Identificaccedilatildeo de situaccedilotildees de praacutetica de TE com recurso agraves TIC - Utilizaccedilatildeo de software especiacutefico para determinados conteuacutedos por exemplo Eu aprendo Ciecircncias da Natureza 103 Experiecircncias O

5 Tem acesso agraves TIC na escola onde lecciona Esse acesso eacute o desejaacutevel

6 Utiliza as TIC nas suas aulas na PP Decirc exemplos

1 Com as TIC que tem agrave disposiccedilatildeo como pode tii-ar o melhor partido delas no TE Decirc exemplos

2 Que vantagens pode assim trazer para os alunos

3 Nas aulas da PP alguma vez realizou TE com recurso agraves TIC

4 Porque eacute que decidiu recoirer a elas

5 (Ou) Porque natildeo fez Quais foram

258

Natureza - Utilizaccedilatildeo de um projector para fazer demonstraccedilotildees de TE - Apresentaccedilatildeo dos resultados de TE com Power Point - Acesso agrave informaccedilatildeo - Internet - Utilizaccedilatildeo do microscoacutepio

os impedimentos

Referecircncias

Cachapuz A F Praia J F e Jorge M P (2000) Perspectivas degrave Ensino das Ciecircncias Porto Centro de Estudos de Educaccedilatildeo em Ciecircncia (CEEC)

Guimas de Almeida A M F (1995) Trabalho experimental na educaccedilatildeo em ciecircncia epistemologia representaccedilotildees e praacuteticas dos professores Dissertaccedilatildeo de Mestrado natildeo publicada Lisboa Universidade Nova de Lisboa

Pontes A (2005) Aplicaciones de las tecnologias de la informacioacuten y de la comunicacioacuten en la educacioacuten cientiacutefica Primera parte funciones y recursos Revista Eureka sobre Ensenanza y Divulgacioacuten de las Ciecircncias 2 Ndeg12-18

Santos M C e Oliveira M T (2003) Trabalho experimental de investigaccedilatildeo no ensino secundaacuterio - potencialidades Um exemplo com alunos do 12deg ano de escolaridade Educare-Educere 4 53-73

Wellington J (2001) What Is Science Education For Disponiacutevel on-line em httpwwwutD journals comi our ilitmllD=cismtecismteissuelwe[lin gtonhtml ( 1 3 - 1 0 - 2 0 0 4 )

Wellington J (1999) Integrating multimedia into science teaching barriers and benefits School Science Review 81 (295) 49-54

259

Anexo 3

INSTITUTO POLITEacuteCNICO DE CASTELO BRANCO ESCOLA SUPERIOR DE EDUCACcedilAtildeO

Exmoacute(a) Sr() Professor(a)

No acircmbito do meu curso de mestrado sob a Orientaccedilatildeo da Professora Doutora Maria de

Faacutetima Paixatildeo estou a desenvolver a dissertaccedilatildeo com o objectivo geral de reflectir

sobre o entendimento das Ciecircncias do Ensino das Ciecircncias e em particular do

Trabalho Experimental de alunos futuros professores de Ciecircncias no Tempo das

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIacuteC) e um dos objectivos especiacuteficos eacute

evidenciar aspectos a considerar na planificaccedilatildeo didaacutectica envolvendo Trabalho

Experimental com recurso agraves TIC e planificar uma sequecircncia de ensino

Sendo professor(a) com muita experiecircncia no ensino das Ciecircncias venho solicitar-lhe a

sua colaboraccedilatildeo no sentido de se pronunciar relativamente aos diferentes itens

apresentados na grelha de avaliaccedilatildeo anexa bem como de me dar o seu parecer e

sugestotildees no sentido de melhorar a planificaccedilatildeo apresentada

Grata pela preciosa colaboraccedilatildeo

Soacutenia Regina Marques Balau

Anexo 4

UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAtildeO

^[anificaccedilatildeo

Mestrado em Ciecircncias da Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeo Tecnologias Educativas

Soacutenia Regina Marques Balau

Orientadora Professora Doutora Maria de Faacutetima Paixatildeo

261

NOTA INTRODUTOacuteRIA

Vivemos hoje numa sociedade da informaccedilatildeo e do conhecimento uma sociedade

complexa caracterizada por ceacuteleres mudanccedilas onde o avanccedilo da Ciecircncia e da

Tecnologia pOtildee agrave disposiccedilatildeo dos indiviacuteduos um amplo espectro de saberes a ser

explorado Sinais dos tempos aos cidadatildeos colocam-se novas exigecircncias A educaccedilatildeo

natildeo eacute excepccedilatildeo e nas orientaccedilotildees do actual Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico pode

ler-se que a sociedade da informaccedilatildeo e do conhecimento reivindica indiviacuteduos com

educaccedilatildeo abrangente em diversas aacutereas que demonstrem flexibilidade capacidade de

comunicaccedilatildeo e uma capacidade de aprender ao longo da vida (ME - DEB 2001

p129)

Eacute lugar comum a importacircncia da educaccedilatildeo cientiacutefica na sociedade actual Procura-

se hoje a formaccedilatildeo de cidadatildeos cientiacutefica e tecnologicamente literatos que possam usar

adequadamente as tecnologias dispomveis e intervir criticamente na sociedade

Satildeo vaacuterios actualmente os argumentosjustificaccedilotildees para o ensino das Ciecircncias

como Educaccedilatildeo em Ciecircncia dos quais destacamos trecircs o valor intriacutenseco da educaccedilatildeo

em Ciecircncia a promoccedilatildeo da cidadania e objectivos utilitaacuterios (Wellington 2001)

No contexto do ensino das Ciecircncias o Trabalho Experimental (TE) considerado

como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas tem vindo a ser notado como uma

estrateacutegia facilitadora da aprendizagem das Ciecircncias e ao mesmo tempo encarado

como uma forma de desenvolvimento pessoal e social dos alunos tendo o professor um

papel de orientador Eacute nossa convicccedilatildeo que o TE constitui um percurso capaz de

proporcionar o desenvolvimento de importantes competecircncias transversais tais como a

curiosidade o sentido critico e analiacutetico a autonomia a responsabilidade o espiacuterito de

iniciativa e de trabalho em grupo (Santos 2002)

As Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC) tecircm sido um motor

potenciador de mudanccedilas no campo educacional Dadas as suas potencialidades ligadas

de forma directa ao conhecimento agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo exercem cada vez

mais e maior influecircncia na actividade profissional dos professores (Ponte e Serrazina

1998) Para aleacutem disso as perspectivas do uso das TIC no ensino em particular no

ensino das Ciecircncias satildeo cada vez mais e as vantagens desta combinaccedilatildeo satildeo notoacuterias

Apresenta-se a planificaccedilatildeo de uma sequecircncia de ensino de Ciecircncias da

Natureza para o tema fotossiacutentese com os seguintes conteuacutedos programaacuteticos Como

262

se alimentam as plantas As plantas elaboram o seu alimento - Fotossiacutentese Factores

intervenientes na actividade fotossinteacutetica Produtos resultantes dirigida ao 6deg ano do

2deg Ciclo do Ensino Baacutesico com recurso ao Trabalho Experimental utilizando

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Pretende-se que a planificaccedilatildeo se insira nas orientaccedilotildees do Curriacuteculo Nacional

siga as indicaccedilotildees do Programa Oficial de Ciecircncias da Natureza para o ano indicado e se

insira nas orientaccedilotildees actuais para o ensino das Ciecircncias

263

FUNDAMENTACcedilAtildeO DAS OPCcedilOtildeES

No documento Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico pode ler-se A aquisiccedilatildeo

progressiva de conhecimentos eacute relevante se for integrada num conjunto mais amplo de

aprendizagens e enquadrada por uma perspectiva que coloca no primeiro plano o

desenvolvimento de capacidades de pensamento e de atitudes favoraacuteveis agrave

aprendizagem (ME - DEB 2001 p9) Nos nossos dias eacute ideia corrente que o ensino-

aprendizagem de conhecimentos por si soacute eacute demasiado redutor pobre e distante da

realidade Como explica Carneiro (2001 pl 1) As crianccedilas podem aprender tudo em

qualquer parte a todo o momento No entanto acrescenta o conteuacutedo soacute por si

revela-se claramente insuficiente Esta ideia eacute reforccedilada por Ponte e Serrazina (1998

p9) quando afirmam que o saber comeccedila a ter cada vez mais um outro significado

passando a centrar-se no saber procurar saber interpretar e saber integrar as diversas

f o n t e s d e dados Cada vez mais eacute menos importante ter soacute conhecimento memorizado porque o

conhecimento estaacute mais acessiacutevel a todos o valor acrescentado estaacute principalmente em saber aplicaacute-lo

As orientaccedilotildees expressas no jaacute referido documento Curriacuteculo Nacional do EnsinO BaacutesicO

apontam exactamente nesse sentido Isto eacute no desenvolvimento de trajectos educativos

diversificados que capacitem os cidadatildeos para compreender a realidade e para abordar

situaccedilotildees e problemas do quotidiano (ME - DEB 2001 p l5) com competecircncias para

intervir de forma responsaacutevel em decisotildees pessoais e sociais Como referem Cachapuz

Praia e Jorge (2002 p45) ser cientificamente culto implica tambeacutem atitudes valores e

novas competecircncias (em particular abertura agrave mudanccedila eacutetica de responsabilidade

aprender a aprender)

A Ciecircncia como uma linguagem reservada a uma elite eacute hoje de uma forma geral

uma concepccedilatildeo recusada (Martins e Veiga 1999) sendo defendido o ensino das

Ciecircncias como Educaccedilatildeo em Ciecircncia como uma forma de dotar os indiviacuteduos de

competecircncias para a compreensatildeo de factos que intervecircm na resoluccedilatildeo de situaccedilotildees-

problema do quotidiano

Para aleacutem de Wellington (2001) muitos satildeo os autores que defendem que o ensino

das Ciecircncias como educaccedilatildeo em Ciecircncia eacute o percurso a seguir para alcanccedilar a tatildeo

preconizada alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Vasconcelos e Praia 2005 Cachapuz Praia e

Jorge 2002 Martins e Veiga 1999) ou seja dotar cada indiviacuteduo de um conjunto de

saberes competecircncias atitudes e valores que lhe permita

i apropriar-se compreender o mundo que o rodeia e a si proacuteprio

264

111

IV

ter opiniatildeo sobre questotildees relacionadas com a actividade cientiacutefiacuteco-

tecnoloacutegica que tenhampossam ter implicaccedilotildees para os cidadatildeos (ex

co-incineraccedilatildeo aborto )

tomar decisotildees f u n d ^ e n t a d a s no conhecimento cientifico-tecnoloacutegico

baacutesico parana resoluccedilatildeo de situaccedilotildees-problema do quotidiano

exercendo uma cidadania responsaacutevel (consciecircncia social)

adaptar-se agraves mudanccedilas de uma sociedade mutaacutevel

Depois da revisatildeo curricular do Ensino Baacutesico em 2001 foi reforccedilada a ecircnfase

dada ao trabalho experimental^ que passou a ter cariz de obrigatoacuterio como pode ler-se

no actual Cuiriculo Nacional do Ensino Baacutesico Para os conhecimentos cientiacuteficos

serem compreendidos pelos alunos () considera-se fundamental () realizar actividade

experimental e ter oportunidade de usar diferentes instrumentos de observaccedilatildeo e

medida (ME - DEB 2001 p 131)

Na opiniatildeo de vaacuterios autores os professores tecircm uma visatildeo limitada das

possibilidades educativas do trabalho experimental (TE) apUcando-se esta designaccedilatildeo a

actividades muito diversas Ao referirem-se a este tema os autores empregam vaacuterias

designaccedilotildees nomeadamente actividades praacuteticas trabalho praacutetico trabalho laboratorial

ou trabalho experimental (Santos 2002) Como argumenta esta autora o trabalho

experimental inclui-se no trabalho praacutetico podendo ou natildeo ser laboratorial Santos

(2002) apresenta esquematicamente na figura 1 a relaccedilatildeo entre trabalho praacutetico

laboratorial e experimental

Actividades praacuteticasATrabalho praacutetico

Trabalho laboratorial

Trabalho experimental

Figura 1 - Relaccedilatildeo entre Trabalho praacutetico laboratorial e experimental (Santos 2002 p38)

Como podemos constatar na figura 1 nem todo o trabalho ^praacutetico eacute trabalho de

laboratoacuterio nem todo o trabalho laboratorial eacute experimental (Santos 2002 p38)

Nos documentos oficiais portugueses o termo actividade experimental aproxima-se do conceito de trabalho praacutetico com realizaccedilatildeo de experiecircncias independentemente do grau de controlo e com recurso a materiais e objectos de laboratoacuterio ou de uso quotidiano

265

Na nossa planificaccedilatildeo utilizaremos o termo trabalho experimental respeitando

para cada autor a sua designaccedilatildeo Na praacutetica propomos a realizaccedilatildeo de trecircs actividades

de trabalho praacutetico sendo as duas uacuteltimas trabalho experimental

Como afirma Hodson (1990 p33) o trabalho praacutetico que se realiza hoje em

muitas escolas eacute incompreendido confuso e improdutivo De facto o trabalho

experimental nem sempre eacute praticado da melhor forma (Hofstein e Lunetta 2004)

Muitas vezes existe um desfasamento entre os objectivos que se pretendem alcanccedilar o

tipo de actividades sugeridas e a forma como estas satildeo orientadas Os mesmos autores

alertam ainda os alunos tecircm poucas oportunidades para actividades metacognitivas

(Hofstein e Lunetta 2004 p32) uma vez que estatildeo normalmente envolvidos com

pormenores teacutecnicos natildeo havendo oportunidade para expressarem as suas

inteipretaccediloes e percepccedilotildees sobre a pesquisa

Entendemos que o TE deve ser desenvolvido sustentado em dois pilares minds~on

e hands-on Isto eacute a par da realizaccedilatildeo de um TE eacute essencial dar oportunidades aos

alunos que os levem a colocar questotildees sugerir hipoacuteteses e delinear investigaccedilotildees

(Hofstein e Lunetta 2004 p32) dando-lhes oportunidade para interagir e reflectir sobre

o trabalho que estatildeo a realizar Nesta perspectiva a intervenccedilatildeo do professor teraacute que

ser muito bem planeada e intencional no sentido de sistematizar o conhecimento e

proporcionar aos alunos as actividades desejadas constituindo o TE o caminho para

uma fiinccedilatildeo educativa muito mais ampla

As perspectivas do uso das TIC no ensino das Ciecircncias satildeo cada vez mais

Segundo Wellington (1999) o valor acrescentado da integraccedilatildeo de multimeacutedia no

ensino das Ciecircncias assenta em aspectos visuais como sejam o permitir demonstraccedilotildees

difiacuteceis de pocircr em praacutetica em Laboratoacuterio possibilitar a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos

microscoacutepicos o dinamismo de imagensanimaccedilatildeo e o impacto visual As TIC podem

tambeacutem desempenhar um importante contributo no que diz respeito a uma economia de

tempo Satildeo ainda referidas no estudo de Wellington (1999) efeitos nas atitudes e na

motivaccedilatildeo quer por parte dos estudantes quer dos professores

Contudo a inclusatildeo deste tipo de ferramentas no ensino das ciecircncias conduz-nos a

uma questatildeo o que se perderaacute com o uso das TIC Wellington (1999) refere que para

aleacutem dos benefiacutecios obtidos com a utilizaccedilatildeo de ferramentas multimeacutedia na aula de

Ciecircncias desvantagens teds como a informaccedilatildeo excessiva eou irrelevante a distracccedilatildeo

(dentro e fora de grupos) que estas ferramentas podem suscitar e a perda de

capacidadeshabilidades praacuteticas satildeo questotildees que importa reflectir

266

No nosso estudo a perspectiva que se reforccedila eacute a de que as tecnologias

disponiacuteveis quando usadas na sala de aula podem ser um recurso para o professor

capazes de por exemplo trazer rigor nalgumas situaccedilotildees rentabilizar o tempo na

previsatildeo ou na reflexatildeo e na discussatildeo No entanto natildeo poderatildeo nunca depor o

professor da sua tarefa de educador

267

PORQUEcirc ESTE TEMA

Dada a nossa formaccedilatildeo inicial a unidade de ensino^ que planificaacutemos emergiu

do Programa de Ciecircncias da Natureza do 6deg Ano de Escolaridade Para a planificaccedilatildeo

escolhemos o tema Processos vitais comuns aos seres vivos Trocas nutricionais entre

o organismo e o meio nas plantas com os seguintes Conteuacutedos Programaacuteticos

Como se alimentam as plantas

bull As plantas elaboram o seu alimento - Fotossiacutentese

bull Factores intervenientes na actividade fotossinteacutetica

bull Produtos resultantes (ME - DGEBS 1991 p21)

Segundo o Programa desta disciplina o objective destes conteuacutedos (decorrentes

do tema) eacute Reconhecer a importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida (ME -

DGEBS 1991 p21) e para a consecuccedilatildeo deste objectivo a sugestatildeo metodoloacutegica

apresentada eacute a realizaccedilatildeo de experiecircncias relativas agrave fotossiacutentese por exemplo testar

a presenccedila de amido em folhas de plantas colocadas respectivamente agrave luz e na

obscuridade (ME - DGEBS 1991 p21)

A escolha do tema fotossiacutentese prende-se com o facto de este ser um tema que se

presta agrave realizaccedilatildeo de diversas actividades podendo estas ser realizadas recorrendo a

diferentes recursos Pensaacutemos que algumas das tradicionais actividades experimentais

deste tema poderiam ser enriquecidas com recurso a algumas tecnologias da

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo nomeadamente o projector de viacutedeo e o computador o

microscoacutepio digital e o sensor de oxigeacutenio

Fazendo uso do projector de viacutedeo sugerimos na nossa planificaccedilatildeo que toda a

investigaccedilatildeo feita em grande grupo (turma) seja sistematizada recorrendo ao

computador atraveacutes do programa Power Point que poderaacute ser comeccedilado pelo

professor com uma breve introduccedilatildeo aacute situaccedilatildeo problemaacutetica sendo posteriormente

completado pelos alunos no decurso da investigaccedilatildeo Com este registo escrito a

qualquer momento pode aceder-se a cada passo jaacute realizado imprimir este documento

para cada aluno eou integraacute-lo numa pasta de documentos criada para a turma por

exemplo Pensamos que a sistematizaccedilatildeo de toda a investigaccedilatildeo feita em grande grupo

(apoacutes cada grupo ter desenvolvido o seu trabalho) constitui uma mais valia no trabalho

Como unidade de ensino entendemos neste contexto um conjunto coerente de aulas subordinado a uma temaacutetica e que natildeo tem correspondecircncia directa com unidades do Programa

268

experimental em termos de partilha de experiecircncias discussatildeo de resultados respeito

pela opiniatildeo de outros grupos e organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo

No que diz respeito agrave observaccedilatildeo dos cloropiastos (organelos onde ocorre a

fotossiacutentese) e dos estornas (estruturas que permitem as trocas gasosas entre as plantas e

o meio) sugerimos a observaccedilatildeo de ceacutelulas da epiderme da folha da tradescacircncia^ e da

eloacutedea^ (uma vez que na segunda actividade experimental proposta seraacute utilizada esta

planta poder-se-ia tambeacutem observar os cloropiastos presentes nas folhas da mesma)

Para a observaccedilatildeo destas estruturas comuns agraves folhas das plantas propomos a utilizaccedilatildeo

do microscoacutepio oacuteptico composto (MOC) e a utilizaccedilatildeo do microscoacutepio digital Este

uacuteltimo ligado ao computador e ao projector de viacutedeo enriquece a exploraccedilatildeodiscussatildeo

de resultados da primeira actividade sugerida com toda a tunna permitindo que todos

os alunos observem a(s) mesma(s) estrutura(s) ao mesmo tempo Isto eacute dado que uma

das competecircncias essenciais referidas no Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico para a

disciplina de Ciecircncias da Natureza eacute Reconhecimento de imidades estruturais comuns

apesar da diversidade de caracteriacutesticas e propriedades existentes no mundo natural

(ME - DEB 2001 pl37) eacute pois importante que ao fazer o estudo de estruturas comuns

aos seres vivos estas se possam observar ao MOC No entanto com o auxiacutelio do

microscoacutepio digital eacute mais faacutecil esclarecer possiacuteveis duacutevidas surgidas na observaccedilatildeo

individual mesmo com os alunos a trabalhar em grupo (pois sabemos da dificuldade em

acompanhar todos os grupos de trabalho)

Atraveacutes da realizaccedilatildeo de Trabalho Experimental no acircmbito da fotossiacutentese eacute

possiacutevel observar algumas das evidecircncias deste fenoacutemeno de siacutentese de substacircncias

orgacircnicas nomeadamente e como jaacute referimos a visualizaccedilatildeo dos organelos onde

ocorre a fotossiacutentese - os cloropiastos e a identificaccedilatildeo dos produtos da fotossiacutentese

amido e oxigeacutenio Habitualmente no que diz respeito a este uacuteltimo e como jaacute referimos

^ A tradescacircncia - tradescantia Jluminensis vulgarmente conhecida por erva-da-fortima eacute uma planta herbaacutecea monocotiledoacutenea muito comum em locais huacutemidos Da famiacutelia das Comelinaacuteceas teve a sua origem na Ameacuterica (Koogan 1982) De faacutecil cultivo em vasos eacute bastante utilizada nos laboratoacuterios de biologia pois na epiderme das suas folhas satildeo facilmente observaacuteveis estruturas fundamentais na fotossiacutentese como os cloropiastos e os estornas (estes encontram-se predominantemente na epiderme da paacutegina inferior das folhas)

A eloacutedea - egeria densa eacute uma planta vascular (pois possui um sistema de vasos condutores) aquaacutetica submersa de aacutegua doce pertencente agrave famiacutelia das Hidrocaridaacuteceas com origem no Canadaacute (Koogan 1982) na qual se observam facilmente estruturas como os cloropiastos Para aleacutem desta caracteriacutestica a eloacutedea tem a particularidade de responder rapidamente a estiacutemulos externos como a luz Isto eacute ao aumento da intensidade luminosa corresponde um aumento da taxa fotossinteacutetica ateacute um determinado valor oacuteptimo (Marques Soares e Almeida 2003) facibnente visiacutevel pela libertaccedilatildeo de bolhas de oxigeacutenio um dos produtos da fotossiacutentese Como tal a eloacutedea eacute muito utilizada em laboratoacuterios de biologia

269

apenas eacute feita a sua identificaccedilatildeo Isto eacute atraveacutes de um indicador como o azul-de-

metileno eacute possiacutevel observar a sua perda de cor o que nos indica a presenccedila de

oxigeacutenio E tambeacutem possiacutevel identificar a presenccedila de oxigeacutenio com um foacutesforo em

brasa No entanto com estas duas actividades apenas sabemos da presenccedilaausecircncia de

oxigeacutenio

Atraveacutes da utilizaccedilatildeo de um sensor de oxigeacutenio ligado ao computador eacute

possiacutevel avaliar em termos quantitativos como varia a concentraccedilatildeo de oxigeacutenio

dissolvido na aacutegua (uma vez que a eloacutedea eacute uma planta aquaacutetica submersa) Toma-se

possiacutevel fazer um estudo mais rigoroso em termos de factores que influenciam a

actividade fotossinteacutetica como a luz (por isso utilizaacutemos o candeeiro) e quantificar as

variaccedilotildees na concentraccedilatildeo de oxigeacutenio

Neste trabalho experimental o sensor de oxigeacutenio constitui uma mais valia uma

vez que sendo possiacutevel pelos meacutetodos tradicionais identificar a presenccedila de oxigeacutenio

(com o indicador ou com um pavio em brasa) natildeo eacute possiacutevel quantificar os valores da

concentraccedilatildeo de oxigeacutenio e a sua variaccedilatildeo com a intensidade luminosa

O quadro 1 apresenta as actividades de trabalho experimental realizadas os

recursos de TIC utilizados em cada uma dessas actividades e quais as mais valias que

estes trazem agraves actividades propostas

bull Investigaccedilatildeo acerca do problema Como eacute que as plantas elaboram o seu alimento

bull Computador bull Programa Power Point bull Projector de viacutedeo

bull Organizaccedilatildeo sistematizaccedilatildeo da informaccedilatildeo

bull Faacutecil acesso agrave informaccedilatildeo

bull Observaccedilatildeo de estruturas comuns agraves folhas rias plantas -cloroplastos e estornas

bull Microscoacutepio digital bull Computador bull Projector de viacutedeo

bull Permite esclarecer possiacuteveis duacutevidas surgidas na observaccedilatildeo individual

bull Enriquece a exploraccedilatildeodiscussatildeo de resultados com toda a turma permitindo que todos os alunos observem a(s) estrutura(s) pretendidas (ao mesmo tempo)

bull Investigar os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na presenccedilaausecircncia de luz

bull Sensor de oxigeacutenio bull Computador bull Programa de exploraccedilatildeo dos

sensores

bull Quantificar os valores da concentraccedilatildeo de oxigeacutenio dissolvido na aacutegua

bull Quantificar as variaccedilotildees nos valores da concentraccedilatildeo de oxigeacutenio dissolvido na aacutegua com a variaccedilatildeo da intensidade luminosa

Quadro 1 - Actividades de trabalho experimental realizadas recursos TIC utilizados e mais

valias que estes trazem

270

A nossa planificaccedilatildeo eacute apenas um exemplo de que recorrendo a algumas

estrateacutegias nomeadamente a novas formas de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo podemos

enriquecer o Trabalho Experimental

271

MAPA DE CONCEITOS

Ao elaborar um mapa conceptual estamos a relacionar conceitos isto eacute a

organizar e estruturar atraveacutes de conceitos os conteuacutedos de uma unidade Atraveacutes da

disposiccedilatildeo hieraacuterquica de palavras e proposiccedilotildees conceptuais construiacutemos um mapa de

conceitos que de acordo com Novak (2000 p27) satildeo Hima boa forma de organizar o

conhecimento Segundo este autor os mapas conceptuais promovem nos alunos a

aprendizagem significativa reduzindo a aprendizagem por memorizaccedilatildeo Para aleacutem

deste aspecto Novak (2000) refere tambeacutem que estudos recentes e a sua proacutepria

investigaccedilatildeo tecircm demonstrado que as criariccedilas jovens aprendem facilmente a construir

bons mapas conceptuais que satildeo excelentes ferramentas de organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo

do conhecimento

Os mapas coriceptuais permitem a organizaccedilatildeo do conhecimento e satildeo uacuteteis

tanto aos alunos como ao professor A este uacuteltimo os mapas conceptuais podem

constituir uma mais valia por exemplo ao planificar organizando e estruturando

conceitos relacionados com os conteuacutedos de uma unidade

No que diz respeito ao aluno um mapa conceptual pode ser por exemplo uma

excelente ferramenta para sintetizar e resumir os novos conhecimentos Atraveacutes deste

eacutesquema de palavras o aluno visualiza os conceitos subjacentes aos conteuacutedos de uma

unidade

Na nossa opiniatildeo a utilizaccedilatildeo de mapas conceptuais eacute uma forma uacutetil de

organizaccedilatildeo do conhecimento e que em relaccedilatildeo ao aluno permite o estabelecimento de

relaccedilotildees entre conceitos e contribui para uma aprendizagem significativa isto eacute para

uma melhor compreensatildeo

Nesta perspectiva elaboraacutemos para os conteuacutedos da unidade de ensino

planificada um mapa de conceitos (esquema 2) que na nossa ideia da unidade

didaacutectica relaciona os diferentes conceitos em presenccedila e que em seguida

apresentamos

272

Captam pela

Folha Raiz

Atraveacutes dos Atraveacutes da

Estomas Cloroplastos Zona pilosa

Captam

Luz Dioacutexido de carbono Aacutegua com sais minerais

Que utilizam

Fotossiacutentese

Para produzir

Esquema 2 - Mapa de Conceitos da planificaccedilatildeo dos seguintes conteuacutedos Como se alimentam as plantas As plantas elaboram o seu alimento - Fotossiacutentese Factores intervenientes na actividade fotossinteacutetica Produtos resultantes

273

OPERACIONALIZACcedilAtildeO DE COMPETEcircNCIAS

Com a publicaccedilatildeo do documento Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico mdash

Competecircncias Essenciais em 2001 que encontra enquadramento legal no Decreto-Lei

nreg 62001 formalizou-se um novo modo de encarar o ensino baacutesico em Portugal Neste

documento que constitui uma referecircncia nacional encontramos o perfil de

competecircncias a desenvolver e tipos de experiecircncias a proporcionar aos alunos deste

niacutevel de ensino (ME - DEB 2001 p3) Neste documento o termo competecircncia integra

conhecimentos capacidades e atitudes e eacute explicitado como um saber em acccedilatildeo ou em

uso ( M E - D E B 2001 p9)

Constituindo as competecircncias formuladas no Curriacuteculo Nacional do Ensino

Baacutesico - Competecircncias Essenciais (2001) uma referecircncia para o trabalho de cada

professor cabe a este explicitar os modos de operacionalizaccedilatildeo especiacutefica para cada

contexto de aprendizagem

Assim para a planificaccedilatildeo apresentada propomos no quadro 2 os modos de

operacionalizaccedilatildeo das competecircncias (objectivos) gerais essenciais e especiacuteficas

expressas no Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico Nesse sentido para cada um dos

objectivos propostos encontra-se a referecircncia numeacuterica das competecircncias gerais

essenciais e especiacuteficas

Nota A numeraccedilatildeo das competecircncias gerais respeita a numeraccedilatildeo atribuiacuteda no

Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico Por sua vez a numeraccedilatildeo das competecircncias

essenciais e especiacuteficas (natildeo sendo estas competecircncias numeradas no Curriacuteculo

Nacional do Ensino Baacutesico) apenas estabelece correspondecircncia entre as competecircncias

essenciais e especiacuteficas

274

Competecircncias Gerais Competecircncias Competecircncias Operacionalizaccedilacirco de competecircncias

Competecircncias Gerais Essenciais Especiacutefiacutecas (Objectivos)

(1) Mobilizar saberes 1 Reconhecimento de que a 11 Identificaccedilatildeo de bull Reconhecer a importacircncia das plantas na culturais cientiacuteficos e diversidade de materiais relaccedilotildees entre a manutenccedilatildeo da vida tecnoloacutegicos para seres vivos e fenoacutemenos diversidade de seres (Competecircncias Gerais 1 e 2 compreender a realidade e existentes na Terra eacute VIVOS s e u s Competecircncias Essenciais 1 2 4 e 5 para abordar situaccedilotildees essencial para a vida no comportamentos e a Competecircncias Especiacuteficas 11 41 e 51) e problemas do quotidiano planeta diversidade ambiental (2) Usar adequadamente bull Investigar atraveacutes de trecircs actividades linguagens das diferentes 2 Reconhecimento de 21 Reconhecimento que experimentais como eacute que as plantas obtecircm o aacutereas do saber cultural unidades estruturais dadas as dimensotildees das seu alimento cientiacutefico e tecnoloacutegico para comuns apesar da ceacutelulas haacute necessidade

seu alimento

se diversidade de de utilizar instrumentos - Investigar como eacute constituiacutedo o interior de expressar caracteriacutesticas e adequados agrave sua uma folha (3) Usar correctamente a propriedades existentes no observaccedilatildeo - Observa ao microscoacutepio oacuteptico Liacutengua Portuguesa para mundo natural composto e ao microscoacutepio digital os comunicar de forma adequada constituintes de uma folha e para estruturar pensamento 3 Compreensatildeo da - Faz um esquema das observaccedilotildees proacuteprio importacircncia das mediccedilotildees efectuadas (6) Pesquisar seleccionar e classificaccedilotildees e (Competecircncias Gerais 1 2 6 8 e 9 organizar informaccedilatildeo para a representaccedilotildees como Competecircncia Essencial 2 transformar em conhecimento forma de olhar para o Competecircncia Especiacutefica 21) mobilizaacutevel mundo perante a sua (7) Adoptar estrateacutegias diversidade de - Investigar que substacircncias satildeo produzidas adequadas agrave resoluccedilatildeo de complexidade na fotossiacutentese problemas e agrave tomada de decisotildees 4 Compreensatildeo das 41 Explicaccedilatildeo da dinacircmica - Averiguar os factores que intervecircm na (8) Realizar actividades de transformaccedilotildees que da Terra com base em

- Averiguar os factores que intervecircm na

275

forma autoacutenoma responsaacutevel contribuem para a fenoacutemenos e funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de e criativa dinacircmica da Terra e das transformaccedilotildees que um sensor de oxigeacutenio

(9) Cooperar com outros em suas consequecircncias a niacutevel ocorrem - Prevecirc e justifica os resultados tarefas e projectos comuns ambiental e social - Planifica e executa a montagem

42 Planificaccedilatildeo e experimental realizaccedilatildeo de CCompetecircncias Gerais 1 2 6 7 8 e 9 investigaccedilatildeo envolvendo Competecircncias Essenciais 3 e 4 a relaccedilatildeo entre duas Competecircncias Especiacuteficas 41 e 42) variaacuteveis mantendo outras constantes - Averiguar como varia a quantidade de

oxigeacutenio libertado por uma planta na 5 Reconhecimento do 51 Compreensatildeo da presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na

contributo da Ciecircncia para importacircncia de se presenccedilaausecircncia de luz utilizando um a compreensatildeo da questionar sobre sensor de oxigeacutenio diversidade e das transformaccedilotildees que - Interpreta o graacutefico obtido no transformaccedilotildees que ocorrem na Terra e de computador ocorrem na Terra analisar as explicaccedilotildees - Discute os resultados obtidos

dadas pela Ciecircncia (Competecircncias Gerais 1 2 6 7 8 e 9 Competecircncias Essenciais 3 e 4 Competecircncias Especiacuteficas 41 e 4D

- Investigar a presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o iacute amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

- Prevecirc e justifica os resultados - Planifica e executa a montagem

experimental

276

- Averiguar a presenccedilaausecircncia de amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

- Discute os resultados obtidos - Constroacutei uma conclusatildeo geral com

base nos resultados obtidos (Competecircncias Gerais h 2 6 7 8 e 9 Competecircncias Essenciais 3 e 4 Competecircncias Especificas 41 e 42)

- Elaborar um relatoacuterio de resposta ao problema inicial

(Competecircncias Gerais 1 2 3gt 6 9 Competecircncias Essenciais 1 2 3 4 e 5 Competecircncias Especiacuteficas 11 41 e i n

- Referir-se agrave importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida

(Competecircncias Gerais 1 2 6 7 8 e 9 Competecircncias Essenciais 1 4 e 5 Competecircncias Especiacuteficas 41 e

bull Desenvolver competecircncias de autonomia - Manifesta desejo de descobrir por si

proacuteprio - Interveacutem na organizaccedilatildeo do trabalho de

grupo distribuindo as tarefas entre si - Ultrapassa as dificuldades no grupo sem

a ajuda contmua do professor

277

Desenvolver competecircncias de participaccedilatildeo cooperaccedilatildeo

- Colabora no trabalho de grupo partilhando conhecimentos e responsabilidades

- Escuta atentamente mostrando respeito pela opiniatildeo dos outros

- Defende a sua opiniatildeo apresentando argumentos

- Modifica a sua opiniatildeo face a argumentos mais pertinentes

(Competecircncias Gerais 8 e 9)

Quadro 2 - Operacionalizaccedilatildeo de Competecircncias definidas no Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico

278

COMPONENTES DA PLANIFICACcedilAtildeO

Disciplina Ciecircncias da Natureza Ano de escolaridade 6deg Duraccedilatildeo 90 minutos + 45 minutos

Tema organizador Terra em Transformaccedilatildeo Unidade de ensino Processos vitais comuns aos seres vivos Trocas nutricionais entre o organismo e o meio nas plantas

Conteuacutedos Como se alimentam as plantas

Oacuteperacionalizaccedilatildeo de competecircncias (Objectivos)

bull Reconhecer a importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida

bull Investigar atraveacutes de trecircs actividades experimentais como eacute que as plantas obtecircm o seu alimento

- Investigar como eacute constituiacutedo o interior de uma folha

- Observa ao microscoacutepio oacuteptico composto e ao microscoacutepio digital os constituintes de uma folha

- Faz um esquema das observaccedilotildees efectuadas

Ccedil oacute n t e M ograve s f i Prpgraacutemaacuteticograves

bull Processos vitais comuns aos seres vivos Trocas nutricionais entre o organismo e o meio nas plantas

bull Como se alimentam as plantas

o As plantas elaboram o seu alimento -Fotossiacutentese

As plantas eacutelaboram o seu alimento - Fotossiacutentese Factores intervenientes na actividade fotossinteacutetica Produtos resultantes

^ Reconhecer a importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida ObsSugestatildeo metodoloacutegica do programa Realizaccedilatildeo de experiecircncias relativas agrave fotossiacutentese por exemplo testar a presenccedila de amido em folhas de plantas colocadas respectivamente agrave luz e na obscuridade)

^Estrateacutegias metodoloacute

Realizaccedilatildeo de uma investigaccedilatildeo em grupo atraveacutes de trecircs actividades praacuteticasexperimentais e de pesquisa acerca do problema como eacute que as plantas elaboram o seu alimento - fotossiacutentese

- Observaccedilatildeo ao microscoacutepio oacuteptico composto e ao microscoacutepio digital da epiderme de uma folha identificaccedilatildeo dos constituintes de uma folha em particular cloroplastos e estomas

o Legendagem de uma das imagens observadas ao microscoacutepio digital em grande grupo dos constituintes de uma folha

Avaliaccedilatildeo

O quecirc avaliar

Avaliaccedilatildeo das seguintes competecircncias

o Pesquisa Investigaccedilatildeo

o Experimentais o Autonomia o Participaccedilatildeo

Cooperaccedilatildeo

279

bull Investigar que substacircncias satildeo produzidas na fotossiacutentese

bull Averiguar os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio

- Prevecirc e justifica os resultados - Planifica e executa a montagem

experimental

bull Averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e presenccedilaausecircncia de luz utilizando um sensor de oxigeacutenio

- Interpreta o graacutefico obtido no computador

- Discute os resultados obtidos

bull Investigar a presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

- Prevecirc e justifica os resultados - Planifica e executa a montagem

experimental

bull Averiguar a presenccedilaausecircncia de amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

Factores intervenientes na actividade fotossinteacutetica Produtos resultantes

Importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida

- Realizaccedilatildeo de uma actividade praacutetica para investigar os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na presenccedilaausecircncia de luz

o Discussatildeodebate a partir das ideias dos alunos acerca dos factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta

o Previsotildees o Montagem da actividade praacutetica em grande

grupo (passos do procedimento sugeridos pelos alunos)

o Discussatildeodebate dos resultados primeiro em pequeno grupo e posteriormente em grande grupo

o Construccedilatildeo de uma conclusatildeo em grande grupo

- Realizaccedilatildeo de uma actividade praacutetica para investigar a presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

o Discussatildeodebate a partir das ideias dos alunos acerca da presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de uma planta

o Previsotildees o Montagem da actividade praacutetica em pequeno

grupo (passos do procedimento sugeridos pelos alunos)

Como avaliar

o Avaliaccedilatildeo (directa e individual) integrada no processo de ensino-aprendizagem por observaccedilatildeo e questionamento informal dos alunos no decorrer da investigaccedilatildeo

o Avaliaccedilatildeo do relatoacuterio

280

- Discute os resultados obtidos - Constroacutei uma conclusatildeo geral com

base nos resultados obtidos

- Elaborar um relatoacuterio de resposta ao problema inicial

- Referir-se agrave importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida

Desenvolver competecircncias de autonomia - Manifesta desejo de descobrir por si

proacuteprio - Interveacutem na organizaccedilatildeo do trabalho de

grupo distribuindo as tarefas entre si - Ultrapassa as dificuldades no grupo sem

a ajuda contiacutenua do professor

Desenvolver competecircncias de participaccedilatildeo cooperaccedilatildeo

- Colabora no trabalho de grupo partilhando conhecimentos e responsabilidades

- Escuta atentamente mostrando respeito pela opiniatildeo dos outros

- Defende a sua opiniatildeo apresentando argumentos

- Modifica a sua opiniatildeo face a argumentos mais pertinentes

o Discussatildeodebate dos resultados primeiro em pequeno grupo e posteriormente em grande grupo

o Construccedilatildeo de uma conclusatildeo em grande grupo

Elaboraccedilatildeo de um relatoacuterio em pequeno grupo acerca do problema inicial como eacute que as plantas elaboram o seu alimento (relatoacuterio iniciado na aula e terminado em casa)

Quadro 3 - Componentes da planificaccedilatildeo formas de operacionalizaccedilatildeo de competecircncias (objectivos) conteuacutedos programaacuteticos estrateacutegias metodoloacutegicas e avaliaccedilatildeo

281

Nota A organizaccedilatildeo das competecircncias especiacuteficas de Ciecircncias Fiacutesicas e Naturais faz-se em quatro grandes temas Terra no Espaccedilo Terra em transformaccedilatildeo Sustentabilidade na Terra e Viver melhor na Terra

Dado que o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo natildeo fez uma reorganizaccedilatildeo do Programa de Ciecircncias da Natureza apoacutes a publicaccedilatildeo de orientaccedilotildees para a gestatildeo dos conteuacutedos o professor articularaacute cada conteuacutedo programaacutetico no tema organizador que lhe pareccedila corresponder melhor

282

PLANO DE AULA

bull Desenvolvimento das aulas

A planificaccedilatildeo foi preparada para trecircs tempos da disciplina de Ciecircncias da Natureza sendo desejaacutevel uma primeira aula com a duraccedilatildeo de 90 minutos e uma segunda aula de 45 minutos

Apresentaccedilatildeo do problema agrave turma atraveacutes da projecccedilatildeo do Power Point comeccedilado pelo professor com uma breve introduccedilatildeo agrave situaccedilatildeo problemaacutetica sendo posteriormente completado pelos alunos no decurso da investigaccedilatildeo

Com este registo escrito a qualquer momento pode aceder-se a cada passo jaacute realizado imprimir este documento para cada aluno eou integraacute-lo numa pasta de documentos criada para a turma^ por exemplo

Trata-se da realizaccedilatildeo de uma investigaccedilatildeo em grupo atraveacutes de trecircs actividades praacuteticas e de pesquisa acerca de uma questatildeo-problema como eacute que as plantas elaboram o seu alimento

Seraacute feita uma breve discussatildeo com os alunos centrada no objectivo do Programa desta disciplina para os conteuacutedos propostos nesta planificaccedilatildeo que eacute Reconhecer a importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida (ME -DGEBS 1991 p21) acerca de aspectos como

- A qualidade do ar (absorccedilatildeo de dioacutexido de carbono e libertaccedilatildeo de oxigeacutenio) - A importacircncia das plantas na alimentaccedilatildeo de outros seres vivos - A sua importacircncia no fornecimento de mateacuterias-primas indispensaacuteveis a diversas

induacutestrias - A importacircncia de plantas medicinais

Posteriormente a discussatildeo seraacute orientada para os conteuacutedos tratados anteriormente -Captaccedilatildeo de aacutegua e sais minerais - A aacutegua e os sais minerais na planta (ME - DGEBS 1991 p21) e canalizada para a questatildeo-problema em estudo como eacute que as plantas elaboram o seu alimentol

Possiacutevel discussatildeo (a constar no Power Point inicialmente apresentado pelo professor)

A seiva bruta que chega agraves folhas espalha-se por todas as ceacutelulas da planta No entanto seraacute que a seiva bruta eacute suficiente para as plantas produzirem o seu proacuteprio alimento Para aleacutem desta as plantas necessitam ainda de dioacutexido de carbono e de luz solar

Principalmente na epiderme das paacuteginas inferiores as folhas possuem umas estruturas mdash os estomas que satildeo responsaacuteveis pelas trocas gasosas das plantas nomeadamente a absorccedilatildeo do dioacutexido de carbono e a libertaccedilatildeo de oxigeacutenio

Seraacute entatildeo feita uma breve exploraccedilatildeo de uma sub-questatildeo Entatildeo que estruturas existem no interior das folhasl (a seiva bruta - aacutegua com sais

minerais dissolvidos dioacutexido de carbono e um pigmento de cor verde - a clorofila Esta existe nos cloroplastos e eacute responsaacutevel por captar a energia luminosa permitindo agraves plantas

283

realizarem um processo designado fotossiacutentese atraveacutes do qual transformam a mateacuteria mineral em mateacuteria orgacircnica)

Por forma a guiaracompanhar esta actividade praacutetica seraacute elaborado com os alunos no Power Point um protocolo experimental para a primeira actividade (possiacutevel protocolo no fmal do plano de aula)

Como seraacute entatildeo o interior da folha

Observaccedilatildeo ao microscoacutepio oacuteptico composto (MOC) e ao microscoacutepio digital da epiderme de uma folha identificaccedilatildeo dos constituintes de uma folha em particular cloroplastos e estornas

O microscoacutepio digital requer o uso de um computador e permite visualizar no monitor a preparaccedilatildeo colocada na platina ou qualquer outro material que esteja a ser filmado com cacircmara (que se encontra na parte superior do microscoacutepio)

Depois de todos os alunos em grupo observarem ao MOC seraacute feita uma exploraccedilatildeo com toda a turmagt ligando o microscoacutepio digital ao projector de viacutedeo o que permite que toda a turma esteia a observar a(s) mesmafs) estrutura(s) ao mesmo tempo A utilizaccedilatildeo do microscoacutepio digital tem a vantagem de se poderem esclarecer duacutevidas que podem ter surgido na observaccedilatildeo individual

A combinaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo do microscoacutepio digital ligado ao computador permite guardar e trabalhar as imagens observadas por exemplo legendando-as

Assim seraacute guardada uma das imagens observadas e legendada pelos alunos Esta imagem seraacute tambeacutem impressa e distribuiacuteda pelos alunos

Caso natildeo seja possiacutevel seraacute apresentada uma imagem em Power Point que seraacute legendada pelos alunos Esta imagem seraacute tambeacutem impressa e distribuiacuteda pelos alunos

Posto isto os alunos seratildeo entatildeo confrontados com a T parte do problema e seraacute explorada uma segunda sub-questatildeo uma vez que jaacute observamos o local onde ocorre a fotossiacutentese temos aqui outra questatildeo - que substacircncias satildeo produzidas na fotossiacutentese

^ Seraacute entatildeo proposta a realizaccedilatildeo de uma actividade experimental para investigar os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na presenccedilaausecircncia de luz

Por forma a guiaracompanhar esta actividade experimental seraacute elaborado com os alunos no Power Point um protocolo experimental (possiacutevel protocolo no final do plano de aula)

o Discussatildeodebate a partir das ideias dos alunos acerca dos factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta

o Previsotildees o Montagem da actividade experimental em grande grupo (passos do

procedimento sugeridos pelos alunos)

284

o sensor de oxigeacutenio poderaacute ser calibrado pelos alunos sob orientaccedilatildeo do professor Esta actividade experimental seraacute realizada com os alunos distribuiacutedos por grupos No

entanto e dado que habitualmente soacute existe uma interface (dispositivo que estabelece a ligaccedilatildeo entre os sensores e o computador) em cada escola seraacute realizada apenas uma actividade experimental para toda a turma

Enquanto esta actividade experimental eacute deixada a decorrer por 30 minutos por exemplo e apoacutes terem feito as suas previsotildees nomeadamente que um dos produtos resultantes da fotossiacutentese eacute o oxigeacutenio os alunos seratildeo confrontados com uma terceira sub-questatildeo seraacute que o oxigeacutenio eacute o uacutenico produto que se obteacutem na fotossiacutentese Como eacute que afinal as plantas se alimentam (Uma vez que o oxigeacutenio eacute libertado para a atmosfera)

Ser-lhes-aacute proposta outra actividade experimental agora para investigar a pregravesenccedilaausecircnciacutea de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

(Nota Para esta actividade experimental a planta utilizada - sardinheira teraacute que ser deixada num local iluminado com uma folha tapada totalmente e outra parcialmente durante pelo menos uma semana)

Por forma a guiaracompanhar esta actividade experimental seraacute elaborado com os alunos no Power Pointy um protocolo experimental (possiacutevel protocolo no final do plano de aula)

o Discussatildeodebate a partir das ideias dos alunos acerca da presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de uma planta

o Previsotildees o Montagem da actividade experimental em pequeno grupo (passos do

procedimento sugeridos pelos alunos) o Discussatildeodebate dos resultados primeiro em pequeno grupo e posteriormente

em grande grupo o Registo e interpretaccedilatildeo dos resultados em grande grupo usando para tal o

computador e o projector no sentido de toda a turma acompanhar

Desta uacuteltima actividade experimental conclui-se que atraveacutes deste processo (a que se daacute o nome de fotossiacutentese) as plantas transformam em presenccedila de luz a aacutegua e o dioacutexido de carbono em substacircncias orgacircnicas como o amido (presente nas folhas de sardinheira que estiveram expostas agrave luz) e oxigeacutenio que se liberta para a atmosfera

Registo do sumaacuterio por sugestatildeo dos alunos

Fim da 1 aula - 90 minutos

Esta aula teraacute inicio com a exploraccedilatildeo da segunda actividade experimental da aula anterior

285

o Registo e interpretaccedilatildeo dos resultados da actividade experimental para investigar os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na presenccedilaausecircncia de luz em grande grupo usando para tal o computador e o projector no sentido de toda a turma natildeo soacute acompanhar mas ficar com o registo escrito Seraacute impresso para cada aluno o graacutefico resultante e feita a sua interpretaccedilatildeo em grupo

Em relaccedilatildeo a esta actividade experimental podemos concluir que a eloacutedea (planta vascular aquaacutetica) em presenccedila de luz e do dioacutexido de carbono dissolvido na aacutegua sintetiza compostos orgacircnicos e liberta oxigeacutenio este por sua vez vai-se dissolvendo na aacutegua ficando esta com uma concentraccedilatildeo cada vez maior neste gaacutes Para aleacutem disso podemos tambeacutem concluir que ao aumento da intensidade luminosa corresponde um aumento da taxa fotossinteacutetica ateacute um determinado valor oacuteptimo (Marques Soares e Almeida 2003) facilmente visiacutevel pela libertaccedilatildeo de bolhas de oxigeacutenio um dos produtos da fotossiacutentese e quantificaacutevel atraveacutes do sensor de oxigeacutenio Uma vez que a percentagem de oxigeacutenio libertada eacute por vezes niuito pequena com meacutetodos tradicionais natildeo eacute possiacutevel registar estas alteraccedilotildees

^ Elaboraccedilatildeo de uma siacutenteseconclusatildeo em grande grupo para dar resposta ao problema inicial

Possiacutevel conclusatildeo No processo atraveacutes do qual as plantas utilizando a seiva bruta - aacutegua com sais

minerais dioacutexido de carbono e na presenccedila de luz captada pela clorofila existente nos cloroplastos liberta-se oxigeacutenio e produz-se mateacuteria orgacircnica como por exemplo o amido que vai constituir a seiva elaborada A este processo chama-se fotossiacutentese

Elaboraccedilatildeo de um relatoacuterio em pequeno grupo acerca do problema iniciai

bull Como eacute que as plantas elaboram o seu alimento

E fazendo referecircncia aacute questatildeo Qual a importacircncia das plantas para o mundo vivo (Fazendo uma alusatildeo)

Para a elaboraccedilatildeo deste relatoacuterio os alunos devem partir da informaccedilatildeo sistematizada na aula mas tambeacutem completar estes dados recorrendo a informaccedilatildeo contida em livros e em suporte electroacutenico Este relatoacuterio seraacute iniciado na aula e terminado em casa

Registo do sumaacuterio por sugestatildeo dos alunos

Fim da 2deg aula - 45 minutos

286

Escola

Realizado por Nome Nome Nome Nome Ndeg

6 ano Turma Data

Investigando

Como eacute que as plantas elaboram o seu alimento

A seiva bruta que chega agraves folhas espalha-se por todas as ceacutelulas da planta No entanto seraacute que a seiva bruta eacute suficiente para as plantas produzirem o seu proacuteprio alimento

Essencialmente nas paacuteginas inferiores as folhas possuem umas estruturas - os estornas que satildeo responsaacuteveis pelas trocas gasosas das plantas nomeadamente a absorccedilatildeo do dioacutexido de carbono e a libertaccedilatildeo de oxigeacutenio Para aleacutem destes as folhas das plantas possuem um pigmento de cor verde -a clorofila que eacute responsaacutevel por captar a energia luminosa e que existe nos cloroplastos Estes satildeo pequenas estruturas celulares existentes no interior das folhas e que constituem o tecido clorofilino A energia luminosa captada pela clorofila permite agraves plantas realizarem a fotossiacutentese

A fotossiacutentese que ocorre nos cloroplastos eacute o processo atraveacutes do qual as plantas transformam a mateacuteria mineral em mateacuteria orgacircnica que constitui o seu alimento

O C o m o seraacute entatildeo o Interior da folha

Vamos investigar

o interior de uma folha de tradescacircncia vulgarmente chamada Erva-da-Fortuna observando-a ao microscoacutepio oacuteptico composto

Precisamos de

Procedimento

1 Faz uma preparaccedilatildeo entre lacircmina e lamela a partir de uma pequena amostra retirada paacutegina inferior da folha da erva-da-fortuna

2 Observa ao microscoacutepio oacuteptico composto e tenta identificar as estruturas presentes nomeadamente os cloroplastos e os estomas

287

3 Faz um esquema das tuas observaccedilotildees

Proposta de discussatildeo

1 Qual a cor dos cloroplastos

2 Que funccedilatildeo desempenham os cloroplastos

3 Para aleacutem dos cloroplastos que outras estruturas observaste Qual a sua funccedilatildeo

288

Escola

Realizado por Nome Nome Nome Nome

6 ano Turma Data i

Que substacircncias satildeo produzidas na fotossiacutentese

Vamos investigar

os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na presenccedila de luz

Precisamos de

Procedimento

I Com a ajuda do teu professor liga o sensor de oxigeacutenio agrave interface e esta ao computador Liga o computador Inicia o programa de exploraccedilatildeo dos sensores e verifica se o sensor de oxigeacutenio se encontra conectado Espera alguns minutos ateacute o sensor estar polarizado Programa a leitura de dados do sensor de oxigeacutenio para 30 minutos Coloca algms ramos de eloacutedea no balatildeo de Erlenmeyer Enche o balatildeo de Erlenmeyer com aacutegua da tomeira Com o auxiacutelio de uma palhinha faz borbulhar algum ar expirado para dentro do Erlenmeyer Introduz o sensor de oxigeacutenio dentro do Erlenmeyer

10 Acende o candeeiro II Inicia a aquisiccedilatildeo de dados 12 Grava os dados que obtiveste e imprime o graacutefico

9

289

13 Podes experimentar por periacuteodos de tempo mais curtos fazer a aquisiccedilatildeo de dados variando a quantidade de luz que forneces agrave eloacutedea bastando para isso ligar ou desligar o candeeiro

14 Verifica o que acontece agrave percentagem de oxigeacutenio na aacutegua

Proposta de discussatildeo

l Por que razatildeo se fez borbulhar ar expirado para dentro do Erlenmeyerl

1 O que sucede agrave percentagem de oxigeacutenio dissolvido na aacutegua ao longo do graacutefico que obtiveste

3 O que acontece agrave percentagem de oxigeacutenio dissolvido na aacutegua durante os periacuteodos em que o candeeiro estaacute desligado Porquecirc

4 Discute com os teus colegas de grupo uma explicaccedilatildeo para a variaccedilatildeo da percentagem de oxigeacutenio dissolvido na aacutegua com o candeeiro ligado e desligado

5 Indica uma vantagem para a utilizaccedilatildeo do sensor de oxigeacutenio nesta actividade experimental

290

Escola

Realizado por Nome Nome Nreg Nome Ndeg Nome Ndeg

6 ano Turma Data

O S e r aacute que o oxigeacutenio eacute o uacutenico produto que se obteacutem na fotossiacutentese

Vamos investigar

a presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de lima planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

Precisamos de

Procedimento

A - Folha completamente tapada B - Folha parcialmente t^ada C - Folha destapada

1 Tapa completamente com papel de alumiacutenio uma folha da planta tapa parcialmente outra folha

2 Coloca a planta num local iluminado durante uma semana pelo menos 3 Regista a cor do soluto de lugol 4 Coloca um pouco de amido numa caixa de Petri e adiciona-lhe soluto de lugol Regista

de que cor ficou o soluto de lugol 5 Coloca em banho-maria um gobeleacute contendo aproximadamente 200 ml de aacutegua

utilizando para tal um outro gobeleacute de 600 ml tambeacutem com aacutegua e deixa a aacutegua ferver nos gobeleacutes

6 Prepara outro banho-maria com um gobeleacute de 600 ml de aacutegua e introduz-lhe um gobeleacute contendo aproximadamente 200 ml de aacutelcool etiacutelico

7 Antes de destapares as folhas faz uma marca em cada uma delas que te permita reconhececirc-las depois por exemplo um pequeno corte

291

8 Com o auxilio de uma pinccedila de metal coloca as folhas respectivamente nos gobeleacutes contendo aacutegua e aacutelcool a ferver por periacuteodos de aproximadamente 20 segundos Cada folha teraacute que passar por estes dois banhos

9 Retira as folhas e coloca-as numa caixa de Petri com soluto de lugol 10 Aguarda alguns minutos e regista as observaccedilotildees que efectuares

Proposta de discussatildeo

1 Quais as folhas ou parte das folhas que coraram na presenccedila de soluto de lugol Porquecirc

2 Formula uma explicaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao que sucedeu agraves folhas expostas agrave luz e agraves folhas tapadas

292

Anexo 5 GRELHA DE AVALIACcedilAtildeO DA PLANIFICACcedilAtildeO

A grelha que lhe pedimos para preencher refere-se agrave planificaccedilatildeo apresentada (do 6deg ano do 2reg Ciclo do Ensino Baacutesico da discipUna de Ciecircncias da Natureza)

Pedimos-lhe que se pronuncie relativamente aos diferentes itens apresentados atribuindo um niacutevel a cada um deles sendo que o niacutevel 5 eacute o mais elevado

mdashmdash ^ mdash mdash bull Itens - ^ il- bull 1 bull 2 3 4 5 1 Insere-se nas orientaccedilotildees do Curriacuteculo Nacional Ensino Baacutesico 2 Eacute adequada ao niacutevel de escolaridade (6reg ano do 2reg Ciclo do EB) 3 E pertinente para a consecuccedilatildeo dos objectivos do Programa 4 E pertinente para o desenvolvimento de competecircncias apontadas no Curriacuteculo Nacional 5 As actividades de Trabalho Praacutetico propostas tecircm interesse 6 Apresenta recursos didaacutecticos com interesse 7 Apresenta aspectos de inovaccedilatildeo didaacutectica no uso das n C no TE

Comentaacuterios

As suas sugestotildees para melhorar a proposta de planificaccedilatildeo satildeo muito bem vindas Por favor use o proacuteprio documento para sugestotildees de melhoria

Nota Os dados que se gueni seryiacuteratildeotilde ap^paacutes para referecircncia da investigadora

Qua l a aacute rea d a suumlaacute f o r m a ccedil atilde o a c aacute d ^ i c a --- bull bull - bull bullbull bull bull bull-bull-

T e m p o d e s oacute v i ccedil o c q m b progravefes sof(a) bull bull r ^ TempK) d e se rv iccedilo rogravemogravelprofesot^aacute) coope ran t e mdash

Muito obrigada pela sua colaboraccedilatildeo

293

Anexo 5

Nome (apenas para referecircncia da investigadora)

Questionaacuterio

1 Qual(ais) a(s) TIC que identificx)u na proposta da planificaccedilatildeo apresentada

2 Durante a workshop do seu ponto de vista e em relaccedilatildeo agrave proposta de planificaccedilatildeo que

aqui foi apresentada quais as vantagens ou desvantagens de que se apercebeu relativamente

ao uso de cada uma das TIC usadas no Trabalho Experimental

3 Compare ou evidencie aspectosvantagens ou desvantagens da proposta apresentada

com a forma como desenvolveu este assunto na sua praacutetica (ou relativamente a outro assunto

que tenha tratado)

294

Anexo 5

Transcriccedilatildeo da Entrevista (aluna professora Leonor)

Bioco A - Legitimaccedilatildeo da entrevista

Bem como te expliquei anteriormente sabes que estou a realizar um trabalho no

acircmbito do mestrado sobre o trabalho experimental e sobre as tecnologias da informaccedilatildeo e

comunicaccedilatildeo as TIC e estou a recolher informaccedilatildeo acerca do entendimento que os futuros

professores de Ciecircncias da Natureza tecircm do Trabalho Experimental e das TIC e como

concebem a profissatildeo tendo em conta estas duas estrateacutegias de ensino

Agradeccedilo-te desde jaacute

Vamos comeccedilar

Hmm hmm [P4 indica que sim com a cabeccedila]

Bloco B - Formaccedilatildeo inicial

L Em relaccedilatildeo agrave tua formaccedilatildeo inicial eu vou-te perguntar como eacute que sentes a tua

formaccedilatildeo inicial em termos de contributo para o teu futuro profissional Isto eacute

veio ao encontro das tuas expectativas iniciais

Sim

E porquecirc

Ah como aliaacutes em temios de contributo para o futuro

Profissional

Das expectativas

Hmm hmmm

Sim era o que eu estava agrave espera mesmo quando quando comeccedilaacutemos desde o

primeiro ano pelas pelas aquelas cadeiras de Psicologia por aiacute fora em termos

educativos ALE em que comeccedilaacutemos a aprender e ver quais eram as reacccedilotildees dos miuacutedos na

sala de aula e agora estar na praacutetica e ver como eacute tem tudo a ver Corresponde agraves minhas

expectativas

295

E sentes-te preparada para a profissatildeo

Sinto sinto Quer dizer penso que sim (risos) eacute complicado porque sei que eacute uma

profissatildeo com muita responsabilidade e pronto e sei que estou agora a comeccedilar sei que vou

encontrar miuacutedos muito diferentes com dificuldades diferentes mas penso que sim que estou

preparada Ateacute agora estou-me a sentir prep^ada

Ok Entatildeo e voltarias a escolher este curso Isto eacute nas mesmas circunstacircncias

portanto este curso e se natildeo houvesse falta de emprego portanto imaginando

que natildeo havia tanta falta de emprego como noacutes sabemos que existe voltarias a

escolher

Penso que sim Sempre foi um curso que eu gostei desde pequena Recordo-me que

quando tinha praf 7 anos 8 anos quando comecei a aprender a ler e a escrever que ia laacute para

a casa de uma senhora ensinar o neto a ler e a escrever e ela dava-me 20 escudos Por isso

sim Sempre gostei de ensinar de aprender de de estar sempre relacionada com muitas

pessoas com crianccedilas por isso voltaria

2 Ok E ateacute ao momento que balanccedilo eacute que fazes do tempo de Praacutetica Pedagoacutegica

Positivo negativo

Positivo Ateacute agora tem corrido tudo bem o ano passado jaacute comecei com a Praacutetica

Pedagoacutegica no 1deg Ciclo gostei imenso Aprendi imensas coisas realizei actividades

muito divertidas com eles aprendi muito com eles e gostei muito E este ano tambeacutem Estou

agora foi um ano inteiro estou a terminar o ano com eles uma turma completamente

diferente alunos mais crescidinhos que uma turma por acaso eacute uma turma muito boa tive

a sorte de ter uma turma muito boa e estou a adorar Aprendi montes de coisas com eles e

mesmo os proacuteprios materiais tenho tudo guardadinho num dossier porque sei que me vatildeo

fazer falta por isso soacute me estaacute a fazer bem o estaacutegio

3 Ok ok Refere algum aspecto que tenhas aprendido na praacutetica e com a praacutetica

ou seja um aspecto que antes natildeo sabias como era

Como eacute que eu natildeo sabia que eu dantes natildeo sabia como era Difiacutecil (Risos) Sei laacute

Acho que jaacute aprendi tanta coisa Mas que eu natildeo esperaria como era Muita

responsabilidade Eacute muita responsabilidade Natildeo pensei que fosse assim tanta

296

responsabilidade aliaacutes pronto tinha na ideia pronto que tinha crianccedilas em que eu tinha

que aliaacutes hoje em dia jaacute natildeo eacute muito ensinar orientar Natildeo ensinar mas eacute mais orientar

porque eles sabem imensas coisas natildeo esperava que eles soubessem tanta coisa Quando jaacute

vou para abordar um tema com eles geralmente faccedilo sempre a o apanhado das ideias

preacutevias mas quando estou a trabalhar com eles assuntos pronto eles jaacute vecircm muito

preparados de casa e natildeo sabia que eles sabiam tanta coisa Noacutes vamos com a ideia que vamos

ensinaacute-los ensinaacute-los coisas novas novos temas novos conteuacutedos e quando vamos dar por

noacutes jaacute estatildeo eles jaacute sabem tudo pronto As vezes eles mesmo surpreendem-nos mesmo

4 Ok E quais eacute que foram as maiores dlfiacuteculdades Refere por exemplo um

aspecto que te agradou e um que natildeo tenha corrido assim tanto como desejavas

As maiores dificuldades Na elaboraccedilatildeo de planificaccedilotildees Em definir os objectivos

em pensar no que eacute que eu na estrateacutegia agraves vezes na estrateacutegia principalmente Pensar ter

ideias do que eacute que irei fazer agora vou dar este conteuacutedo como eacute que os vou motivar foi

pensar principalmente na estrateacutegia E complicado porque uma pessoa pronto ser dinacircmica

propor novas actividades com eles eacute sempre um bocadinho complicado e ser diferente propor

coisas diferentes que os animem natildeo eacute sempre a mesma coisa propor novos jogos novas

actividades ateacute porque eles adoram actividades experimentais mas logo agora nesta nova

nesta unidade que ando a dar do corpo humano principalmente agora da circulaccedilatildeo eacute difiacutecil

arranjar actividades experimentais em que eles possam ver Foi acho que foi a maior

dificuldade que senti Foi encontrar imaginaccedilatildeo para as estrateacutegias mas ateacute agora

E um aspecto que te tivesse agradado

Agradado Natildeo sei acho que eacute difiacutecil escolher soacute um aspecto porque ateacute agora

estou a gostar de tudo Ateacute agora estou a gostar de tudo Mas o facto de os alunos

corresponderem principalmente o facto de eu estar ali na sala de aula estar a falar com eles

e eles responderem e depois principalmente depois quando vatildeo ver os testes as avaliaccedilotildees e

vermos que o que noacutes tivemos a ensinar foi significativo para eles em que eles aprenderam

Por aiacute

Bloco C - Ensino das Ciecircncias

297

6 Ok Entatildeo agora em relaccedilatildeo ao Ensino das Ciecircncias achas que eacute importante

aprender Ciecircncias

Muito importante e cada vez mais

Porquecirc

Cada vez mais Porque as Ciecircncias estatildeo estatildeo relacionadas com tudo do nosso dia a dia

Noacutes jaacute natildeo podemos viver desligados das Ciecircncias A nossa vida estaacute sempre ligada agraves

Ciecircncias E mesmo para eles compreenderem quer a morfologia deles o mundo que os

rodeia o ambiente a sociedade tecircm que saber Ciecircncias sempre sempre

7 E que aspectos eacute que te parecem importantes no ensino das Ciecircncias actualmente

Desenvolver as capacidades natildeo soacute cognitivas mas fiacutesicas natildeo sei se poderei dizer

fiacutesicas manusear acho que os miuacutedos tecircm muitas dificuldades em manusear e

principalmente tambeacutem em desenvolver a memorizaccedilatildeo dos alunos Penso que eles natildeo

sei se calhar lecircem muitos deles lecircem pouco penso que a leitura ajuda-os muito a ler e penso

que eles tecircm muita dificuldade em memorizar os conceitos cientiacuteficos que por vezes satildeo

complicados e natildeo fazem parte do vocabulaacuterio deles porque satildeo satildeo vocaacutebulos que eles natildeo

utilizam muito e pronto temos que pocircr tambeacutem os alunos a a trabalhar a escrever a realizar

actividades experimentais estou sempre a falar nas actividades ateacute porque eles gostam e

pedem eles estatildeo sempre a pedir actividade experimentais porque pronto estatildeo a manusear

estatildeo a mexer estatildeo com o contacto directo com as coisas eles aprendem melhor

8 Ok E sentes-te preparada para ensinar Ciecircncias

Sinto Sempre para mim um curso tinha que ser um curso com Ciecircncias Sempre

gostei imenso de Ciecircncias Matemaacutetica tambeacutem mas principalmente Ciecircncias Sempre adorei

Ciecircncias por isso era o que eu me imaginei desde sempre a fazer ou a trabalhar com

Ciecircncias ou a ensinar Ciecircncias sempre relacionada com as Ciecircncias

E Porquecirc

Natildeo sei gosto Desde pequena sempre tive curiosidade em conhecer as coisas e as

Ciecircncias ajudam-nos a a descobrir a o nosso mundo o nosso corpo desde pequena que tive

curiosidade em descobrir fazer novas descobertas

298

Bloco D - Trabalho experimental (TE)

3 Ok E agora em relaccedilatildeo ao Trabalho Experimental eacute comuns os professores de

Ciecircncias falarem de TE Em que consiste para ti o TE

Trabalho Experimental mais difiacutecil de definir Trabalho Experimental entatildeo eacute

realizar actividades praacuteticas sobretudo isso Realizar actividades praacuteticas em que os alunos

possam a enfim raciocinar sobre os problemas terem um problema em que eles possam

raciocinar sobre o problema e tentar achar soluccedilotildees para esse problema Natildeo sermos noacutes a

dar as respostas mas serem eles construirem e a descobrirem e daiacute que as actividades

praacuteticas sobretudo as actividades praacuteticas os ajudam a descobrir e encontrar soluccedilotildees a

relacionar conceitos trabalhar num Laboratoacuterio por exemplo eles estatildeo em contacto directo

com com materiais e depois saberem utihzaacute-los na na vida praacutetica deles e fazerem a relaccedilatildeo

com o dia a dia deles e sobretudo isso

4 Ok E que aspectos eacute que consideras importantes serem tidos em conta no TE

No Trabalho Experimental Entatildeo pronto quando propomos um problema que noacutes

achamos que eles aliaacutes para eles chegarem agrave conclusatildeo explorar sempre esse problema de

maneira a que eles pronto tecircm que perceber o que eacute que tecircm de fazer onde eacute que tecircm que

chegar porque a partir do momento que eles sabem onde eacute que querem chegar depois eacute mais

faacutecil compreenderem todo o processo e serem eles proacuteprios tambeacutem a tentar chegar ao

processo a pronto entatildeo explorar muito bem o problema e conversar muito com eles o

que eacute que achas questionaacute-los o que eacute que achas que vamos fazer o que eacute que

achas porque eacute que vamos fazer isso achas que isso vai dar resposta ao problema e

natildeo achas em vez de fazeres assim porque eacute que natildeo fazemos de outra maneira

diferente questionar muito os alunos Depois entatildeo e olha laacute o que eacute que pronto

vamos realizar entatildeo essa actividade o que eacute que achas que material eacute que achas que vais

precisar natildeo sermos noacutes tambeacutem soacute a noacutes proacuteprios a dar o nome dos materiais a sugerir

os materiais mas tambeacutem levaacute-los a pesquisar acerca dos materiais Depois de termos os

materiais e tennos explorado o problema eles vatildeo tentar realizar entatildeo a actividade E

depois de realizarem a actividade relacionarem sobretudo os resultados a e depois tirarem

conclusotildees vaacute fazerem os registos tirarem conclusotildees e chegar a uma resposta tentar dar

resposta ao problema deles sobretudo isso

299

5 Ok E porque eacute que eacute importante realizar TE

Porquecirc Porque coloca os alunos em aliaacutes permite aos alunos ligar a teoria agrave praacutetica

Ou a praacutetica agrave teoria porque se pode partir da praacutetica para a teoria ou da teoria para a

praacutetica E a em que pronto os alunos sentirem que satildeo eles que estatildeo a trabalhar que satildeo

eles que a satildeo eles que estatildeo a descobrir aliaacutes pronto satildeo coisas que jaacute estatildeo descobertas

mas eles pensam que vatildeo descobrir coisas novas e sobretudo despertar a curiosidade

cientiacutefica nos alunos Penso que o Trabalho Praacutetico o Trabalho Experimental os pode ajudar

9 Ok Entatildeo portanto neste sentido na tua opiniatildeo que potencialidades eacute que

reconheces ao TE no ensino das Ciecircncias Ou seja porque eacute que eacute importante o TE

no ensino das Ciecircncias Isto eacute que competecircncias desenvolve nos alunos

Competecircncias cognitivas a competecircncias socio-afectivas imia vez que os alunos

geralmente estatildeo a trabalhar em grupo discutir em grupo psicoloacutegicas ajuda os alunos a

pensar a relacionar que eacute importante para as Ciecircncias as Ciecircncias passam sempre por isso

tudo

10 Ok Eacutes capaz de descrever uma aula em que tenhas desenvolvido TE e que tenhas

considerado que foi uma aula com sucesso

Sim posso

De descrever

Agora por acaso estou-me a recordar de uma Quer dizer natildeo sei se eacute um Trabalho

Experimental pelo menos eacute uma actividade praacutetica Que foi estou-me a recordar de da do

do peixe Em que os alunos tiveram que observar o peixe o sistema respiratoacuterio do peixe as

bracircnquias os opeacuterculos por acaso foi uma actividade pronto que pronto que me marcou

A do Serafim [nome do peixe do Laboratoacuterio]

A do Serafim (Risos) Foi a do Serafim Porque achei imensa piada porque pronto

inicialmente os alunos estavam muito enojados com o peixe cheirava mal que horror

mexer em peixe numa coisa que eles ateacute nem gostam muito dizem eles mas depois deram

por eles a abrir o peixe jaacute andavam com as matildeos todos queriam mexer todos queriam

descobrir foi uma actividade que gostei muito

300

Outra quando foi para analisarmos as caracteriacutesticas do ar expirado e inspirado Tambeacutem

gostei muito de realizar essa actividade com eles eles tambeacutem se mostraram muito

motivados e foi completamente diferente Noacutes proacuteprias estaacutevamos-lhe a dizer o ar eacute

quente o ar expirado eacute mais quente que o ar inspirado tem mais dioacutexido de carbono e como

eacute que eles vecircm isso Se tem dioacutexido de carbono ou natildeo Como eacute que noacutes lhes conseguimos

provar isso Na teoria eacute difiacutecil Ou deles estarem a olhar para esquemas eacute complicado E

atraveacutes do Trabalho Experimentai eles conseguiram ver perfeitamente a mudanccedila de cor

Como eacute que foi

A turvaccedilatildeo da aacutegua de cal Viram perfeitamente bem Pronto primeiro tivemos que lhes

dizer identificar os materiais por ai fora b que eacute que era a aacutegua de cal como eacute que se

faziam aacutegua de cal eles tambeacutem gostaram muito

Como eacute que foi assim a aula vaacute laacute em termos de passos por assim dizer como eacute

que foi

Pronto a ver se eu me recordo bem

Ou uma ou outra

Noacutes andaacutevamos a trabalhar o sistema respiratoacuterio humano O sistema respiratoacuterio

humano Comeccedilaacutemos por ver a morfologia como eacute que era o sistema respiratoacuterio quais eram

os oacutergatildeos constituintes comeccedilaacutemos por ver isso Depois comeccedilaacutemos por ver eles

comeccedilaram por ver que no sistema respiratoacuterio entrava ar e saiacutea ar Ou seja ocorriam trocas

gasosas Entatildeo e como eram como eacute que satildeo as caracteristicas do ar aliaacutes o problema

que eu lhes coloquei para a realizaccedilatildeo da actividade experimental foi se o ar expirado e o ar

inspirado satildeo iguais ou se existem diferenccedilas entre o ar expirado e o ar inspirado quais satildeo

Penso que era assim o problema Eles tinham que depois dar a resposta a este problema Para

isso propocircs-lhe propus a actividade da aacutegua de cal em que eles viam a turvaccedilatildeo para ver se

a quantidade de foi para ver se tinha mais dioacutexido de carbono o ar expirado a da

temperatura com o auxiacutelio de um espelho Ah A do espelho foi a do vapor de aacutegua a da

temperatura foi com o termoacutemetro e jaacute natildeo me recordo de mais se houve mais alguma

Pronto eles iam registando tinham um protocolo iam registando as diferenccedilas tinham

imagens a iam registando os passos e depois eles proacuteprios chegaram a uma conclusatildeo E

tambeacutem lhes dei uma tabelazinha tambeacutem para eles pronto com com dados com diferenccedilas

de temperatura com percentagens de oxigeacutenio dioacutexido de carbono e eles depois no final

301

tentaram chegar eles proacuteprios chegaram agrave conclusatildeo Foi mais significativo para eles eles

depois registaram no caderno deles e eles se lhes for perguntar agora ainda se lembram

Ainda haacute dias lhes tive a perguntar eles ainda se recordam (Risos)

Bloco E mdash Tecnologias da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC)

3 Ok Aacutegora em relaccedilatildeo agraves TIC durante a tua formaccedilatildeo inicial foi dado destaque agraves

TIC

Hmm hmm [P4 indica com a cabeccedila afirmativamente] Foi

Era que disciplinas

Foi nas disciplinas de a Estruturas Geometria Natildeo foi Geometria em que utilizaacutemos

o Sketchpad foi Probabilidade ProbabiHdade foi Probabilidade depois tiacutenhamos uma

disciplina com o professor X que era agora estou tatildeo esquecida

Metodologia Geral e Tecnologia Educativa Natildeo sei

Acho penso que sim que era assim qualquer coisa

T Ano 2deg semestre

Sim sim Agora tambeacutem jaacute natildeo estou muito bem recordada mas sei que era com o

professor X Mais mais com o auxiacutelio do computador sobretudo essas E pronto agora

tambeacutem andamos a trabalhar em Histoacuteria Epistemologia e Histoacuteria das Ciecircncias em que

temos que andar a temos que apresentar trabalhos agrave turma em que utilizamos tambeacutem muito

o computador trabalhar muito o Power Point Sim trabalhaacutemos mesmo nos trabalhos que

nos fomos realizamos utilizaacutemos sempre o computador por aiacute fora

E o que eacute que se destacou Isto eacute o que eacute que aprenderam nessas disciplinas

Novos programas por exemplo por exemplo em Geometria o Sketchpad em que

podemos utilizaacute-lo com as crianccedilas no 2deg Ciclo com os nossos alunos a Probabilidades que

tambeacutem jaacute utilizei haacute a semana passada por acaso utilizei com os miuacutedos porque eu natildeo

sabia muito trabalhar com Excel ainda natildeo natildeo me sentia muito agrave vontade em calcular a

Moda a Meacutedia fazer graacuteficos e logo a semana passada como andei a trabalhar com os

302

alunos Estatiacutestica apesar de nacirco fazer parte do programa eles saberem trabalhar com o Power

Point ai com o Power Point Com o Excel Fazer graacuteficos e tabelas conduzi-os agrave sala de

informaacutetica e tambeacutem estive a trabalhar com eles a elaboraccedilatildeo de graacuteficos tabelas graacuteficos

circulares de barras pronto percentagens tambeacutem aproveitei para trabalhar com eiacutees no

Excel E tambeacutem a foi a Probabilidades Jaacute natildeo me recordo bem Sim que aprendemos

muito e tambeacutem jaacute trabalhei com eles na aula Sim

4 Ok E de que forma estas aprendizagens tecircm ligaccedilotildees com a Praacutetica Pedagoacutegica

Ah em muitos sentidos Como eu jaacute acabei de dizer em Estatiacutestica jaacute trabalhei com eles

a Estatiacutestica na nos computadores Podemos por exemplo pronto eu natildeo mas jaacute fiii

assistir a aulas de colegas minhas em que Eu tambeacutem jaacute laacute fiai com eles logo no primeiro

periacuteodo em que fomos a realizar actividades na Internet Fomos a realizar actividades na

Internet no playkin aproveita-se sempre pronto propOtildee-se sempre actividades relacionadas

com a mateacuteria com os estados fiacutesicos principalmente aparecem laacute sempre surgem coisas

muito interessantes e e pronto eu natildeo porque eu estou no 6deg ano e natildeo fazia parte dos meus

conteuacutedos a aacutegua e os estados fiacutesicos da aacutegua e assim mas as minhas colegas foram fazer Eu

fiii com os alunos tambeacutem agrave Internet foi para trabalhar num site exerciacutecios matemaacuteticos

problemas tambeacutem foi interessante eles pronto encontram-se sempre motivados para

trabalhar nessa sala Mesmo para introduzir uma nova unidade levaacute-los agrave Internet para eles

pesquisarem e mesmo pedir-lhes a eles para pesquisarem em casa e para trazerem dados para

as aulas para ajudarem

bull 5 Ok Dado o desenvolvimento que se prevecirc para as TIC pensas que a formaccedilatildeo

recebida foi suficiente

Depende de muitas coisas pelo menos ateacute agora pronto que eu precisei de fazer nas

aulas foi o que eu sabia Ainda natildeo precisei de me ir a de ir pedir a algueacutem que me ensinasse

ateacute agora ainda natildeo precisei Porque se as coisas que trabalhei com os alunos ateacute agora

foram coisas que eu sabia Por isso Mas foi foi aprendi muitas coisas na escola

6 Consideras que eacute importante utilizar as TIC no ensino

Sim

E porquecirc

303

Porque tambeacutem natildeo natildeo podemos soacute pronto noacutes sabemos que logo a Internet tem

imensa informaccedilatildeo e tambeacutem sabemos que os nossos alunos utilizam muito a Internet e

tambeacutem eles muitas das vezes tecircm dificuldade em seleccionar a informaccedilatildeo e penso que

noacutes podemos aproveitar ateacute duacutevidas que eles tragam para a sala de aula e conduzi-los agrave sala

de informaacutetica infelizmente ainda temos algumas dificuldades porque eacute sempre complicado

soacute temos uma sala de informaacutetica e natildeo pode ser sempre quando noacutes desejamos mas podemos

aproveitar sempre como motivaccedilatildeo para esclarecer duacutevidas as duacutevidas de uns geralmente

satildeo as duacutevidas de pronto da turma praticamente toda e podemos sempre aproveitar natildeo soacute

como motivaccedilatildeo mas para esclarecer duacutevidas para trabalhar temas unidades diferentes eacute

sempre bom

7 Ok Acabaste agora agora mesmo de dizer portanto tecircm acesso agraves TIC na escola

onde leccionas

Tecircm tecircm

Ok pound esse acesso eacute o desejaacutevel

Natildeo natildeo eacute pronto uma sala de informaacutetica para n turmas satildeo muitas turmas e eacute sempre

complicado arranjar um espaccedilo compatiacutevel com o horaacuterio deles na sala de informaacutetica mas

vai-se arranjando ateacute agora pronto como planeio sempre as aulas planifico as aulas com

antecedecircncia sei que mais ou menos quando eacute que vou pretendo levar os alunos agrave sala de

informaacutetica e requisito sempre a sala com antecedecircncia por isso ateacute agora ainda natildeo tive

assim muitas dificuldades

8 Ok Entatildeo utilizas as TIC nas tuas aulas de Praacutetica Pedagoacutegica

Sim

Daacute laacute exemplos pronto para aleacutem daqueles que jaacute referiste tambeacutem

Matemaacutetica e Ciecircncias utilizo sempre Pronto como jaacute disse que os com dia a dia a

trabalhar Estatiacutestica a eacute sobretudo a Matemaacutetica que tenho trabalhado com eles pronto

Como andamos a dar agora a circulaccedilatildeo e ateacute pronto natildeo precisei dos laacute levar

304

Bloco F - Articulaccedilatildeo entre o TE e as TIC

6 Em relaccedilatildeo ao Trabalho Experimental e agraves TIC com as TIC que tens agrave disposiccedilatildeo

como eacute que achas que podes tirar o melhor partido delas no Trabalho

Experimental

Como jaacute disse tambeacutem por vezes na Internet encontram-se sites em que em que tecircm

algumas actividades experimentais como por exemplo agora estou-me a recordar dos

estados fiacutesicos ah e tambeacutem os processos de tratamento de aacutegua a desinfecccedilatildeo a filtraccedilatildeo

decantaccedilatildeo tambeacutem jaacute encontrei na Internet vaacuterios sites com actividades para eles

visualizarem pronto porque eles nem sempre tecircm a possibilidade e tecircm esses materiais para

fazerem na sala de aula ou os materiais natildeo estatildeo nas melhores condiccedilotildees e eles pronto e agraves

vezes tambeacutem acontece muito fazermos actividades uma actividade experimental hoje mas

que soacute podemos ver os resultados daqui a 2 semanas mas que se calhar jaacute natildeo daacute muito jeito

depois estar a trabalhar aquele conteuacutedo daqui a 2 semanas e pela Internet pronto eles tecircm

actividades interactivas em que eles conseguem ver logo os resultados em questatildeo de

segimdos por isso ajuda muito utilizarmos na sala de aula

7 Portanto entatildeo isso traz vantagens para os alunos

Traz Natildeo soacute como motivaccedilatildeo mas como eles visualizam melhor estatildeo em contacto

directo com as e mesmo a interacccedilatildeo deles porque eles gostam Agora estatildeo numa idade

em que estatildeo na descoberta de coisas novas e principalmente na Internet que eles adoram

pelo menos os meus alunos gostam muito da Intemet e entatildeo pronto quando noacutes falamos

Internet eles estatildeo sempre motivados natildeo soacute fechaacute-los ali na sala de aula eles tambeacutem se

aborrecem e levaacute-los tambeacutem mesmo noacutes proacuteprios agraves vezes temos essa necessidade

Tambeacutem se toma cansativo para noacutes estarmos ali dentro da sala de aula trabalharmos como

os alunos pronto se soubermos se arranjarmos actividades diferentes mas por vezes eacute

bom eles eles gostam sair da sala de aula e logo eacute sempre vantajoso levaacute-los laacute em cima agrave

sala das TIC Eles gostam sempre

8 E nas tuas aulas de Praacutetica Pedagoacutegica alguma vez realizaste portanto Trabalho

Experimental com recurso agraves TIC

Natildeo natildeo natildeo As minhas colegas jaacute natildeo pronto tambeacutem os conteuacutedos que eu andei a

trabalhar tambeacutem natildeo permitiam natildeo consegui encontrar sites que que ajudassem a trabalhar

305

esses conteuacutedos com eles por isso natildeo natildeo trabalhei A Ciecircncias a Matemaacutetica sim Realizei

exerciacutecios encontrei exerciacutecios engraccedilados na Internet e trabalhaacutemos alguns exerciacutecios peia

Internet com eles sim a Matemaacutetica

9 E entatildeo quais foram os impedimentos para natildeo realizares Trabalho Experimental

com recurso agraves TIC Portanto foi natildeo haver esses conteuacutedos

Compatibilidade Natildeo houve assim compatibilidade com os conteuacutedos que eu andava a

trabalhar ou pelo menos natildeo encontrei os sites mais adequados

Ok Bem terminaacutemos e obrigada

306

Anexo 5

Resposta a um Questionaacuterio (aluna-professora Leonor)

I iacute

2 Qual(ais) a(s) TIC que identificou na proposta da planificaccedilatildeo apresentada

- VerifiqueiIdentifiquei a utilizaccedilatildeo do computador mais precisamente do Power Point

- Foi utilizado o sensor de oxigeacutenio (e a Eloacutedea)

- Foi utilizado o MOC (Microscoacutepio Oacuteptico Composto) para observaccedilatildeo de estomas e

cloroplastos

- Foi realizada uma actividade experimental em que foi utilizada a sardinheira para

averiguar a presenccedila de amido

2 Durante a workshop do seu ponto de vista e em relaccedilatildeo agrave proposta de planificaccedilatildeo

que aqui foi apresentada quais as vantagens ou desvantagens de que se apercebeu

relativamente ao uso de cada uma das TIC usadas no Trabalho Experimental

A utilizaccedilatildeo de cada uma das TIC permite contactar com uma grande diversidade de

instrumentos conhececirc-los e visualizar situaccedilotildees reais sair um pouco do abstracto Permite aos

alunos ter uma participaccedilatildeo activa na aprendizagem de conteuacutedos Desenvolver o espiacuterito

criacutetico competecircncias natildeo soacute cognitivas como soacutecio-afectivas uma vez que estatildeo a trabalhar

em grupo e psico-motoras atraveacutes do manuseamento de vaacuterios instrumentos Natildeo me ocorrem

desvantagens

3 Compare ou evidencie aspectosvantagens ou desvantagens da proposta

apresentada com a forma como desenvolveu este assunto na sua praacutetica (ou

relativamente a outro assunto que tenha tratado)

Do meu ponto de vista a proposta apresentada estava bastante positiva houve sempre a

preocupaccedilatildeo de traccedilar objectivos tendo em conta os programas do Ensino Baacutesico Notei que

ao longo de toda a planificaccedilatildeo se deu uma grande importacircncia ao trabalho de grupo e agraves

ideias preacutevias dos alunos e aos seus conhecimentos Gostei imenso da ideia dos alunos

elaborarem uma apresentaccedilatildeo de Power Point ao longo do conteuacutedo em estudo Tirei algumas

ideias para utilizar no futuro Gostei muito

Faculdade de Psicologia e CiecircnciDS da Educaccedilatildeo Universidade de uumlsuoa

BIBLIOTECA

307

Page 3: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo

Jios meus pais

11

Agradecimentos

Porque uma caminhada como esta natildeo seria possiacutevel sem o apoio e o

encorajamento de diversas pessoas aqui fica a expressatildeo da minha gratidatildeo

O meu mais profundo e sentido agradecimento eacute dirigido agrave minha orientadora a

Professora Doutora Faacutetima Paixatildeo que com incentivo e entusiasmo constantes orientou de

forma saacutebia este estudo constituindo um pilar fundamental desta etapa

Agradecemos aos professores investigadores eou especialistas experientes que

colaboraram connosco na validaccedilatildeo de documentos e que constituiacuteram um apoio essencial

Professora Doutora Celina Tenreiro-Vieira Professora Conceiccedilatildeo Fernandes Professor

Joseacute Manuel Gonccedilalves Lopes Professora Maria da Conceiccedilatildeo Santos Professora Maria

Joseacute Batista Professor Paulo Martins Professora Teresa Gil e Professora Vicecircncia

Raminhos

Aos alunos professores que sob os pseudoacutenimos de Elisa Judite Eduarda Leonor

Anabela e Joatildeo se revecircem neste trabalho e aos quais agradecemos a colaboraccedilatildeo sem a

qual este trabalho natildeo teria sido possiacutevel

Agradecemos agraves direcccedilotildees da ESECB anterior e actual pelas facilidades

concedidas na consecuccedilatildeo da nossa investigaccedilatildeo

Uma palavra de gratidatildeo aos amigos da ESECB em particular agrave Dreg Antoacutenia agrave Ddeg

Alice e ao Joaquim Raposo que acompanharam de perto esta caminha sendo um apoio

fundamental

Um obrigada muito especial a todos os amigos que estiveram sempre presentes que

me incentivaram a continuar e que compreenderam o tempo que natildeo passei com eles

ni

Uma palavra de reconhecimento ao meu irmatildeo e ao Joatildeo Daniel pelo tempo que

natildeo lhes dediquei

Dedico este trabalho aos meus pais que sempre me incentivaram apoiaram e

ajudaram na realizaccedilatildeo deste trabalho assim como em toda a minha vida constituindo um

suporte basilar

A todos o meu muito obrigada

IV

R e s u m o

Conscientes da inevitaacutevel permeabilidade dos contextos e das praacuteticas educativas agraves

mudanccedilas que se operam no mundo pretendemos reflectir o modo como estas influem no

ensino das Ciecircncias em particular no Trabalho Experimental (TE) num tempo dominado

pelas Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

Seguindo uma metodologia de investigaccedilatildeo qualitativa o estudo guiou-se pelas

seguintes questotildees de investigaccedilatildeo Haveraacute um novo entendimento do Ensino das Ciecircncias

e em particular do TE no tempo das TIC ou seja quais as suas novas potencialidades

(vantagens e desvantagens) com o desenvolvimento previsiacutevel das tecnologias e como as

percepcionara os futuros professores de Ciecircncias Como planificar TE numa perspectiva

actual do entendimento das interrelaccedilotildees Ciecircncia Tecnologia e Sociedade com recurso a

TIC com impacte nas concepccedilotildees dos alunos-professores de Ciecircncias

O estudo desenvolveu-se com seis aluno s-professores de Ciecircncias no final da

Praacutetica Pedagoacutegica A partir da anaacutelise de conteuacutedo de entrevistas conhecemos quais as

suas concepccedilotildees acerca da relaccedilatildeo TB-TIC

Planificaacutemos uma proposta de ensino que foi validada para a temaacutetica As Plantas

na manutenccedilatildeo da vida evidenciando aspectos a considerar numa proposta didaacutectica em

que o TE com recurso a TIC eacute central apresentada e discutida com os alunos-professores

numa workshop Seguiu-se um questionaacuterio com vista a analisar o seu impacte nas

concepccedilotildees dos alunos-professores

Os resultados do estudo evidenciam que mesmo no final da Praacutetica Pedagoacutegica as

concepccedilotildees dos alunos-professores incidiam em aspectos de natureza mais teacutecnica Depois

da workshop novas vantagens satildeo apontadas identificadas com o domiacutenio pedagoacutegico e

didaacutectico evidenciando preocupaccedilatildeo com a qualidade da aprendizagem dos alunos

A proposta didaacutectica revelou-se um contributo inovador e positivo nas concepccedilotildees

dos futuros professores acerca das potencialidades do TE com recurso a TIC

compreendendo que esta combinaccedilatildeo permite enriquecer o TE e ampliar o potencial

educativo da aula de Ciecircncias

Palavras-chave Ensino das Ciecircncias Trabalho Experimental Tecnologias de Informaccedilatildeo

e Comunicaccedilatildeo Concepccedilotildees Planificaccedilatildeo didaacutectica

VI

Abstract

Being conscious of the inevitable permeability of contexts and of the educational

practices to the changing nature of the world we would like to reflect on the ways these

are influential in the science teaching in particular in experimental work (EW) in an era

dominated by Information and Communication Technology (ICT)

According to a qualitative research methodology the study is driven by the

following research questions is there a new understanding of the Science teaching in

particular of EW in this era of ICT ie what are their possibilities (advantages and

disadvantages) wifli the predictable development of technology and how the future science

teachers perceive them How to plan EW from the perspective of a contemporary

understanding of the interrelations of the Science Technology and Society with the use of

ICT with impact on the conceptions of science student-teachers

The study involved six science student-teachers at the end of their Pedagogical

Practice From an analysis of the content of the interviews we found their EW-ICT

conceptions

We planned a teaching proposal which was validated for the theme Plants in

sustainability of life in order to make evident aspects to consider in a teaching proposal

where EW with the use of ICT is central The proposal was presented and discussed with

the student-teachers in a workshop This was followed tiacutey a questionnaire with the

intention of analyzing their impact in the conceptions of the student-teachers

The results of the study showed that by the end of the Pedagogical Practice the

conceptions of the student-teachers had taken on a more technical nature aspects After the

workshop new advantages were noticed associated with the areas of education and

teaching showing concerns with the students standard of learning

MDIX

The teaching proposal revealed as an innovative and positive contribution in the

conceptions of the future teachers about the possibilities of EW using ICT They realized

that this combination enriched EW and enhanced the educational potential of Science

teaching

Key words Science teaching Experimental Work Information and Communication

Technology Conceptions

V l l l

r

iacutendice

Capiacutetulo 1 - Da contextualizaccedilatildeo do Estudo agrave definiccedilatildeo do

Problema das Questotildees e dos Objectivos da Investigaccedilatildeo

l 1 - Ciecircncia Tecnologia e Sociedade 2

12 - Trabalho Experimental 3

13 - As Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comimicaccedilatildeo no mundo actual 5

14 - Pertinecircncia do objecto de investigaccedilatildeo 9

15 - Questotildees e objectivos que guiaram a investigaccedilatildeo 10

151 - Questotildees orientadoras da investigaccedilatildeo 10

152 - Objectivos da investigaccedilatildeo 10

Capiacutetulo 2 - Ensino das Ciecircncias Trabalho Experimental e

Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

21 - O Ensino das Ciecircncias 13

2 1 1 - Educaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia 13

212 - Finalidades do Ensino das Ciecircncias 18

213 - Alfabetizaccedilatildeo Cientiacutefica 22

214 - Movimento para uma Educaccedilatildeo CTS - Ciecircncia-Tecnologia- 26

Sociedade

22 - O Trabalho Experimental na Educaccedilatildeo em Ciecircncia 30

221 - Clarificando designaccedilotildees Trabalho Praacutetico Trabalho Laboratorial e

Trabalho Experimental 30

222 - Valor educativoformativo do Trabalho Experimental no Ensino das

Ciecircncias 32

223 - O Trabalho Experimental encarado sob diferentes perspectivas de

ensino 35

224 - Trabalho Experimental actividade privilegiada na abordagem de

situaccedilotildees-problema do quotidiano 39

225 - O Trabalho Experimental na escola de hoje 42

23 - Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC) 47

231 - A Educaccedilatildeo e a Sociedade das TIC 47

232 - Utilizaccedilatildeo das TIC em contexto educativo implicaccedilotildees na

IX

aprendizagem 50

233 - A integraccedilatildeo de TIC no Trabalho Experimental no ensino das

Ciecircncias 57

234 - Vantagens no usointegraccedilatildeo de TIC no ensino das Ciecircncias 59

235 - TIC no Trabalho Experimental no ensino das Ciecircncias o que poderaacute

perder-se 64

Capiacutetulo 3 - Opccedilotildees Metodoloacutegicas

31 - Nota introdutoacuteria 68

32 - A metodologia qualitativa na investigaccedilatildeo em educaccedilatildeo 68

33 - Os estudos qualitativos 71

34 - Os participantes no estudo 73

35 - Procedimentos e criteacuterios de selecccedilatildeo 74

36 - Caracterizaccedilatildeo dos sujeitos da investigaccedilatildeo 79

37 - Descriccedilatildeo das etapas da investigaccedilatildeo 80

38 - Metodologia de recolha de dados 82

381 - Egrave t a p a l 82

Instrumento de recolha de dados 82

As entrevistas 83

Tipo de entrevista 85

Guiatildeo de entrevista 87

Realizaccedilatildeo das entrevistas 89

Transcriccedilatildeo das entrevistas 91

Tratamento e Anaacutelise dos dados 93

3 8 2 - E t a p a 2 95

A Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo 95

A Workshop - Uma estrateacutegia de Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo 95

3 8 3 - E t a p a 3 97

O questionaacuterio 97

Tratamento e Anaacutelise dos dados 98

39 - Criteacuterios de Validade da investigaccedilatildeo 99

Capiacutetulo 4 - Anaacutelise dos Resultados 41 - Nota introdutoacuteria 102

42 - Anaacutelise de Conteuacutedo das Entrevistas 107

421 - Formaccedilatildeo Inicial 107

422 - Ensino das Ciecircncias 127

423 - Trabalho Experimental (TE) 140

424 - Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC) 167

425-Art iculaccedilatildeo entre o TE e as TIC 192

43 - Anaacutelise de Conteuacutedo do Questionaacuterio 209

Capiacutetulo 5 - Conclusotildees Limitaccedilotildees e Implicaccedilotildees do Estudo

51 - Nota Introdutoacuteria 223

52 - Conclusotildees 223

I 521 - Concepccedilotildees acerca das potencialidades do Trabalho Experimental

com Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo 224

522 - Impacte da proposta na alteraccedilatildeo das concepccedilotildees acerca do Trabalho

Experimental com Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo 233

53 - Limitaccedilotildees e Implicaccedilotildees do Estudo 235

Bibliografia 238

Anexos 250

Identificaccedilatildeo dos anexos 251

XI

r

iacutendice de Quadros

Capiacutetulo 2

Quadro 21 - Argumentos a favor da importacircncia do conhecimento cientiacutefico-

tecnoloacutegico 17

Quadro 22 - Objectivos da educaccedilatildeo em Ciecircncias (Wellington 2001) 18

Quadro 23 - Dimensotildees da alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Kemp cit Acevedo Vaacutezquez

e Manassero 2003) 22

Quadro 24 - Tipos de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Kemp cit Acevedo Vaacutezquez e

Manassero 2003) 23

Quadro 25 - Movimento CTS no ensino das Ciecircncias 28

Quadro 26 - Potencialidadesfinalidades doacute trabalho praacuteticotrabalho laboratorial e

trabalho experimental 33

Quadro 27 - Caracteriacutesticas do Trabalho Experimental encarado sob diferentes

perspectivas de ensino (Cachapuz Praia e Jorge 2000) 37

Quadro 28 - Sociedade da informaccedilatildeo sociedade do conhecimento sociedade da

aprendizagem e sociedade da inteligecircncia principais caracteriacutesticas

(Beltraacuten 2006) 48

Quadro 29 - Potencialidades do uso das TIC no ensino das Ciecircncias (Wellington

2000) 60

Capiacutetulo 3

Quadro 31 - Caracteriacutezaccedilatildeo da amostra 79

Quadro 32 - Blocos temaacuteticos e objectivos retirados do guiatildeo de entrevista 88

Quadro 33 - Resultados da avaliaccedilatildeo da proposta 100

Capiacutetulo 4

Quadro 41 - Instrumento orientador da anaacutelise das entrevistas - Blocos temaacuteticos

Categorias e Subcategorias 104

Quadro 42 - Subcategorias e Dimensotildees da anaacutelise das entrevistas 105

Quadro 43 - Subcategoria Expectativas Iniciais 109

Quadro 44 - Subcategoria Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo 111

Quadro 45 - Subcategoria Escolha da profissatildeo 113

XI1

Quadro 46 - Subcategoria AvaliaccedilatildeoBalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica 118

Quadro 47 - Subcategoria Experiecircncias de aprendizagem valorizadas 120

Quadro 48 - Subcategoria Experiecircncias relevantes - aspectos positivos e

negativos 123

Quadro 49 - Subcategoria Finalidades do Ensino das Ciecircncias 131

Quadro 410 - Subcategoria Aspectos valorizados no Ensino das Ciecircncias 134

Quadro 411 - Subcategoria Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias 138

Quadro 412 - Subcategoria Concepccedilatildeoideia de TE 142

Quadro 413 - Subcategoria Aspectos valorizados no TE 147

Quadro 414 - Subcategoria Competecircncias que o TE desenvolve 158

Quadro 415 -Subcategoria Disciplinas que contemplaram as TIC 169

Quadro 416 - Subcategoria Conteuacutedos contemplados 172

Quadro 417 - Subcategoria Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica 175

Quadro 418 - Subcategoria Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC 179

Quadro 419 - Subcategoria Potencialidades reconhecidas agraves TIC 183

Quadro 420 - Subcategoria Acesso agraves TIC 187

Quadro 421 - Subcategoria Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC 190

Quadro 422 - Subcategoria Exemplos de TIC como um recurso para o TE 195

Quadro 423 - Subcategoria Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves

TIC 197

bull Quadro 424 - Subcategoria Vantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC 203

Quadro 425 - Subcategoria Desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves

TIC 205

Quadro 426 - Instrumento orientador da anaacutelise do Questionaacuterio Blograveco temaacutetico

categoria e subcategorias 209

Quadro 427 - Subcategorias e Dimensotildees de anaacutelise do Questionaacuterio 210

Quadro 428 - Subcategoria TIC Identificadas 211

Quadro 429 - Subcategoria Concepccedilotildees de TE com recurso a TIC - vantagens e

desvantagens 216

Quadro 430 - Subcategoria Confronto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas

Pedagoacutegicas 219

Xl l l

r

iacutendice de fiacuteguras

Capiacutetulo 2

Figura 21 - Relaccedilatildeo entre Trabalho praacutetico laboratorial e experimental (Santos

2002 p38) 31

Capiacutetulo 3

Figura 31 - Esquema-resumo do percurso empiacuterico da investigaccedilatildeo 82

Figura 32 - Duraccedilatildeo em minutos de cada entrevista 90

XIV

Abreviaturas e Siglas Utilizadas

CNEB - Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico

EB - Ensino Baacutesico

EC - Ensino das Ciecircncias

EPT - Ensino Por Transmissatildeo

EPD - Ensino Por Descoberta

EMC - Ensino por Mudanccedila Conceptual

EPP - Ensino Por Pesquisa

FI - Formaccedilatildeo Inicial

PP - Praacutetica Pedagoacutegica

TE - Trabalho Experimental

TIC - Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

UNESCO - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo Ciecircncia e Cultura

XV

Capiacutetulo 1

ltDa contejccediltuaCizaccedilatildeo do Estudo agrave definiccedilatildeo do (prodkma

das Questotildees e dos OSjectivos da Investigaccedilatildeo

pound necessaacuterio () um novo diaacutelogo entre saberes dispersos de forma a posteriormente e atraveacutes da educaccedilatildeo ajudar os jovens a construir uma outra relaccedilatildeo com o conhecimento uma relaccedilatildeo que lhes permita dar sentido unidade e coerecircncia agrave diversidade das suas representaccedilotildees e experiecircncias com o mundo Disso depende o seu desenvolvimento harmonioso e integral

A Cachapuz 2006

11 - Ciecircncia Tecnologia e Sociedade

Nos nossos dias natildeo eacute faacutecil pensar em situaccedilotildees nas quais natildeo estejam presentes

directa ou indirectamente a Ciecircncia e a Tecnologia Vivemos de tal forma envolvidos nestes

dois domiacutenios que eacute difiacutecil conceber o mundo sem eles

Para Martins (2006) a Ciecircncia aliada agrave Tecnologia eacute hoje um poderosiacutessimo

instrumento ao serviccedilo da humanidade (p26) em todas as aacutereas de intervenccedilatildeo humana Para

esta autora a educaccedilatildeo numa perspectiva cultural deveraacute ter como propoacutesito a compreensatildeo

da sociedade do seu tempo com referecircncia ao passado e com capacidade de prever

implicaccedilotildees para o futuro (Martins 2006 p27) sendo a literacia cientiacutefica um objectivo a

perseguir por cada indiviacuteduo Esta autora acrescenta ainda a este propoacutesito que o

conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico eacute parte integrante da cultura contemporacircnea e por isso

seraacute sempre uma ferramenta indispensaacutevel para o reforccedilo do papel social argumentativo e

reivindicativo das populaccedilotildees (Martins 2006 p27)

A sociedade reclama indiviacuteduos com capacidade para intervir criticamente no sentido

de fazer escolhas que teratildeo implicaccedilotildees no seu futuro - cidadatildeos cientificamente literatos -

possuidores de um saber em acccedilatildeo no acircmbito das seguintes competecircncias

Coexistem diferentes designaccedilotildees para este conceito - alfabetizaccedilatildeo cientifica (cultura francoacutefona) literacia cientiacutefica (cultura anglo-saxoacutenica) e cultura cientiacutefica (termo adoptado pela UNESCO) Ciecircncia para todos compreensatildeo puacuteblica de Ciecircncia educaccedilatildeo CTS - acerca das quais podemos afirmar que todas elas se intersectam na preocupaccedilatildeo comum de dotar cada individuo de um conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico uacutetil em contextos diferentes e especiacuteficos do mundo tal como esclarecem autores como Martins e Veiga (1999) Acevedo Vaacutezquez e Manassero (2003) Vasconcelos e Praia (2005) Martiacuten-Diaz Gutieacuterrez e Goacutemez (2006)1 entre muitos outros

(i) atitudes valores

(ii) conhecimentos cientiacuteficos que vatildeo muito aleacutem de memorizar termos factos e

procedimentos desprovidos de compreensatildeo e

(iii) capacidades de pensamento designadamente de criacutetico que os habilitem enquanto

cidadatildeos activos e responsaacuteveis a votar inteligentemente (por exemplo questotildees

referendadas) a fazer escolhas racionais a tomar posiccedilatildeo sobre questotildees sociais que

envolvem a ciecircncia (por exemplo a possibilidade de construccedilatildeo de um aterro sanitaacuterio

proacuteximo da sua de residecircncia) a contribuir e a actuar de forma a promover um

desenvolvimento sustentaacutevel (Tenreiro-Vi eira e Vieira 2006)

Numa altura em que diminui o interesse e a curiosidade dos jovens pela Ciecircncia (Praia

1999) pelo menos pela Ciecircncia formal como nos diz Martins (2002) eacute cada vez mais claro

para um nuacutemero crescente de educadores e professores que o ensino das ciecircncias hoje natildeo

pode pautar-se por orientaccedilotildees do passado Isto eacute o ensino das Ciecircncias tem que deixar de

parte a simples instruccedilatildeo de factos e suas interpretaccedilotildees passando a centrar-se em questotildees e

problemas abertos com sentido para os alunos onde se promove o desenvolvimento de

competecircncias como a criatividade e o espiacuterito critico assim como atitudes e valores

12 - Trabalho Experimental

As justificaccedilotildees para a realizaccedilatildeo de Trabalho Experimental (TE) satildeo amplamente

abordadas na literatura Referindo-se a trabalho praacutetico (TP)^ Wellington (2000) ^resenta

aspectos que o relevam no ensino das Ciecircncias pelos seguintes propoacutesitos

- Ilustrar uma lei cientiacutefica

- Demonstrar um fenoacutemeno

Tal como mais adiante clarificaremos (pp 30) usaremos no nosso estudo a designaccedilatildeo de trabalho experimental pois consideramos principalmente situaccedilotildeesactividades que integram a realizaccedilatildeo de experiecircncias e o controlo de variaacuteveis em duas das actividades da proposta didaacutectica Quando se tratar de transcriccedilotildees deixaremos a designaccedilatildeo do proacuteprio autor

- Interessar e motivar os alunos

- Ajudar a recordar acontecimentos e processos

- Desenvolver e ensinar skills cientiacuteficos especiacuteficos

- Mostrar potenciais perigos e procedimentos de seguranccedila e

- Estimular a discussatildeo por exemplo numa perspectiva POE - Prevecirc-Observa-Explica

(p-9)

Sistematizando ideias recentes (Wellington 1998 2000 Hodson 2001) as finalidades

do TF integram-se em trecircs tipos de argumentos (do ponto de vista dos alunos)

- cognitivos - promove nos alunos compreensatildeo conceptual de Ciecircncia visualizando

ilustrando verificando ou testando leis e teorias da Ciecircncia

- afectivos - motiva os alunos despertando o seu interesse e entusiasmo (o que ajuda

os alunos a lembrarem-se das coisas)

- das competecircncias e capacidades - desenvolve natildeo soacute competecircnciascapacidades

manipulativas mas tambeacutem de observaccedilatildeo medida previsatildeo e inferecircncia

transferiacuteveis para a vida quotidiana

Para o Hodson (2001) o TF permite ainda (do ponto de vista do professor) diversificar

os estiacutemulos de aprendizagem no que respeita agrave gestatildeo da aula

Reconhecidas as vantagens que actividades de Trabalho Experimental podem ter no

ensino das Ciecircncias nem sempre os resultados das investigaccedilotildees tecircm mostrado que delas se

tira o melhor partido (Hodson 1990 1992 1996 2001) Faradoxahnente o uso impensado do

Trabalho Experimental pode mesmo surtir o efeito contraacuterio ao desejado e tornar-se numa

actividade infhitiacutefera ou mesmo confusa

E necessaacuterio desenvolver uma cultura de Trabalho Experimental como uma actividade

aberta e investigaccedilotildees em que os alunos podem desenvolver recorrendo a recursos variados

experiecircncias significativas construindo no seio de comunidades de aprendizagem

significados de conceitos proacuteximos dos que satildeo aceites pela comunidade cientiacutefica (Oliveira

999p36)

13 - As Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo no mundo actual

Vivemos numa sociedade onde a evoluccedilatildeo tecnoloacutegica eacute vertiginosa Na verdade se haacute

pouco mais de dez anos possuir ura telefone moacutevel era uma realidade apenas acessiacutevel a

alguns hoje em dia eacute raro encontrar um cidadatildeo que natildeo possua um ou mesmo dois

telemoacuteveis Surgem na sociedade da informaccedilatildeo novas formas de comunicaccedilatildeo Natildeo apenas

o telefone moacutevel mas tambeacutem uma forma de comunicaccedilatildeo em rede a Internet Castells (2004)

alerta para o facto de os novos ambientes de comunicaccedilatildeo entre as pessoas acarretarem

consequecircncias para as suas vidas pelo que nos diz tal como aconteceu com outras mudanccedilas

estruturais anteriores esta transformaccedilatildeo oferece tantas oportunidades como levanta desafios

(p317) Subjacente a esta ideia estaacute uma nova fonna de analfabetismo a info-exclusatildeo Isto eacute

numa sociedade onde a informaccedilatildeo eacute soberana o facto de natildeo se ter acesso a ela e de natildeo se

saber integrar esta informaccedilatildeo - obter processar e utilizar - relega os indiviacuteduos para fora

desta rede Dizemos e intencionahnente pois como refere Castells (2004 p288) o acesso

natildeo constitui uma soluccedilatildeo em si mesma embora seja um requisito preacutevio para superar a

desigualdade numa sociedade cujas fiinccedilotildees principais e cujos grupos sociais dominantes estatildeo

cada vez mais organizados em tomo da Internet O mesmo autor explica-nos ainda que

embora a Internet (falamos em particular desta tecnologia por actualmente ser por excelecircncia

uma forma privilegiada e dominante no acesso agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo) seja uma

tecnologia da liberdade (Castells 2004 p311) pode ter consequecircncias sociais perversas por

exemplo ao afastar os info-excluiacutedos

A este propoacutesito Martins (2006 p27) defende que se eacute certo que os meios

tecnoloacutegicos tomam hoje possiacutevel o acesso instantacircneo agrave informaccedilatildeo eacute tambeacutem claro que

informaccedilatildeo natildeo eacute o mesmo que conhecimento Na sequecircncia do jaacute antes referira (Martins

2002) que o conceito de educaccedilatildeoformaccedilatildeo tambeacutem tem vindo a mudar e para isso muito

contribuiu o desenvolvimento das tecnologias da informaccedilatildeo acrescenta agora que cabe agrave

escola promover competecircncias que permitam descodificar e interpretar a informaccedilatildeo

disponiacutevel De acordo cora esta autora o conceito de literacia compreende hoje vaacuterias

literacias (Martins 2006 p9) de entre as quais se salienta a cientiacutefica e a tecnoloacutegica

As possibilidades de uso das tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC) no

ensino das Ciecircncias satildeo cada vez mais podendo o seu uso representar um contributo

apreciaacutevel Autores como ICirschner e Huisman (1998) Gil e Paixatildeo (1999) Wellington

(1999 2000) Gil e Baggott (2000 2002) Acevedo (2001) Brown e Harper (2003) Hofstein e

Lunetta (2004) Pontes (2005 2005a) Contreras (2006) entre outros explicitam que as

mudanccedilas significativas na tecnologia possibilitam o usu de novas ferramentas no ensino-

aprendizagem e que muitas das tradicionais actividades experimentais das aulas de Ciecircncias

podem agora ser realizadas recorrendo a tecnologias da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo tais como

Internet multimeacutediaCD-ROM sensores programas de apresentaccedilatildeo (p ex Power Point)

software pedagoacutegico

Autores como Wellington (2000) e mais recentemente Contreras (2006) lembram e

explicam que se natildeo houver um desenho metodoloacutegico e intencional do uso que se faraacute das

tecnologias tendo em conta antes de mais o objectivo de aprendizagem definido e

ponderados os benefiacutecios que o uso de tais recursos pode acarretar correm-se seacuterios riscos de

cair em tecnicismos excessivos e pedagogicamente improdutivos A este propoacutesito Contreras

(2006) diz-nos que em relaccedilatildeo ao uso das TIC el verdadero valor didaacutectico de estas

herramientas estaraacute condicionado por las estrateacutegias metodoloacutegicas que cada docente ponga en

praacutectica a la hora de su integracioacuten en el curriacuteculo y opinion que tenga de estas herramientas

Wellington (2000) e Contreras (2006) alertam-nos para o facto de que ao realizar uma

actividade na Internet logo virtual por exemplo em substituiccedilatildeo de uma actividade de

trabalho praacutetico real estamos a negligenciar importantes competecircncias transversais que

poderiam (e deveriam) ser desenvolvidas nos estudantes tais como capacidades

psicomotoras teacutecnicas praacuteticas procedimentos taacutecticas estrateacutegias de investigaccedilatildeo trabalhar

com os outros comunicar assim como resolver problemas (Lopes 1994) ou desenvolver

como competecircncias transversais de autonomia responsabilidade trabalho em grupo

autoconfianccedila espiacuterito de iniciativa imaginaccedilatildeo e criatividade (Santos e OHveira 2003)

Uma actividade como o Trabalho Experimental (TE) cumpre importantes objectivos

educativos pelo que encerra um enorme potencial educativoformativo natildeo podendo ser

substituiacutedo no ensino das Ciecircncias apenas por comodidade ou por facilidades por exemplo

na preparaccedilatildeo do materialequipamento que envolve

Como advogam Wellington (2000) e Contreras (2006) natildeo se trata de uma contestaccedilatildeo

ao uso de tecnologias no ensino das Ciecircncias Pelo contraacuterio defende-se um uso planificado

intencional e sistemaacutetico no qual o professor faz uma avaliaccedilatildeo e pondera quais os ganhos

qual o valor acrescentado que a integraccedilatildeo de TIC no ensino das Ciecircncias pode acarretar E os

benefiacutecios que se podem obter da combinaccedilatildeo TIacuteC-TE atraveacutes de um uso planificado

intencional e sistemaacutetico satildeo na opiniatildeo destes autores incontroversos

De acordo com Ponte e Serrazina (1998) a postura dos professores em relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo das tecnologias nas suas praacuteticas lectivas eacute diversa Se por um lado existem

professores que tentam contornar esta nova realidade e evitam a todo o custo tal contacto

outros haacute que jaacute o fizeram mantendo contudo as suas praacuteticas tradicionais Quer isto dizer

que na maior parte das vezes a utilizaccedilatildeo que se faz deste tipo de recursos natildeo eacute a mais

adequada ou a mais sistemaacutetica (Paiva 2002)

Como mais recentemente ainda reforccedilam outros autores (Miranda 2006 Contreras

2006) muitas vezes no nosso quotidiano somos tentados a seguir a moda e a aderir a

determinados padrotildees No entanto o facto de se usarem novas tecnologias natildeo eacute por si soacute

determinante do sucesso das praacuteticas lectivas natildeo estando os professores a maior parte das

vezes conscientes das potencialidades (vantagens e desvantagens) do seu uso (Balau e Paixatildeo

2006 Balau e Paixatildeo 2006aj Isto eacute integrar as TIC na sala de aula natildeo faz milagres Se uma

escola estiver bem equipada em termos de novos recursos tecnoloacutegicos tal natildeo eacute sinoacutenimo de

ser feita uma utilizaccedilatildeo adequada sistemaacutetica das TIC (Paiva 2002) Da mesma forma que

natildeo eacute pelo facto de um professor receber formaccedilatildeo nesta aacuterea de modo restrito que se faraacute um

uso de qualidade das tecnologias

Entatildeo parece-nos legiacutetimo perguntar o que se perderaacute e o que se ganharaacute com o

uso das TIC no TE Como sugere Barton (1998) seraacute que economizar nos afazeres do

trabalho experimental fazendo uso das TIC impede os alunos de passarem por importantes

experiecircncias educacionais tomando-os meros espectadores Ou por outro lado abre novas

perspectivas sem perder aspectos essenciais do TE Estaraacute a Formaccedilatildeo de Professores atenta a

estes aspectos no sentido de apetrechar conceptualmente os futuros professores no que

respeita ao uso das TIC no TE perspectivando uma educaccedilatildeo em Ciecircncias consentacircnea com as

novas orientaccedilotildees Estas satildeo questotildees sobre as quais importa reflectir

14 - Pertinecircncia do objecto de investigaccedilatildeo

A razatildeo de ser da escolha de uma temaacutetica em que nos propomos dar um contributo

para Repensar o Trabalho Experimental no Tempo das Tecnologias de Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo prende-se com o gosto pessoal pelo ensino das Ciecircncias de uma forma geral e

com as nossas vivecircncias pessoais (formaccedilatildeo e profissatildeo) Temos consciecircncia do quatildeo

importante eacute o questionamento constante dos princiacutepios nos quais assentam as praacuteticas de

ensino e a formaccedilatildeo de professores encarado agora o ensino das Ciecircncias como Educaccedilatildeo em

Ciecircncia

Simultaneamente eacute nossa convicccedilatildeo que o Trabalho Experimental constitui uma forma

privilegiada para a aprendizagem das Ciecircncias Assim e num contexto de ceacuteleres

transformaccedilotildees cientiacuteficas tecnoloacutegicas e sociais para as quais largamente contribuiu a

evoluccedilatildeo das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC) importa repensar qual o papel

e o valor do Trabalho Experimental (TE) no tempo e na escola das tecnologias e ao mesmo

tempo investigar quais as concepccedilotildees acerca das suas potencialidades que sobre ele tecircm os

futuros professores de Ciecircncias

E ainda nosso proposito deixar um contributo sob a forma de proposta didaacutectica com

impacte na alteraccedilatildeo das concepccedilotildees dos futuros professores acerca das potencialidades do TE

com recurso agraves TIC

15 - Questotildees e objectivos que guiaram a investigaccedilatildeo

151 - Questotildees orientadoras da investigaccedilatildeo

Deste modo face ao que anteriormente se expocircs tomaremos como orientadora do

estudo a seguinte questatildeo que abrange algiimas das ideias (sub-questotildees) que pretendemos ver

esclarecidas permitindo balizar a nossa investigaccedilatildeo no contexto da problemaacutetica escolhida

Haveraacute um novo entendimento do Ensino das Ciecircncias e em particular do TE no

tempo das TIC ou seja quais as suas novas potencialidades (vantagens e desvantagens) com o

desenvolvimento actual e previsiacutevel das tecnologias e como as percepcionam os futuros

professores de Ciecircncias De modo mais incisivo satildeo sub-questotildees

1 Quais as concepccedilotildees dos alunos futuros professores de Ciecircncias da Natureza acerca

das potencialidades do TE no tempo das TIC

2 Podemos planificar TE com recurso agraves TIC numa perspectiva actual do

entendimento da Educaccedilatildeo em Ciecircncia com impacte nas concepccedilotildees dos futuros professores

de Ciecircncias da Natureza

152 - Objectivos da investigaccedilatildeo

A partir das questotildees de investigaccedilatildeo formulaacutemos objectivos que podem ser

alcanccedilados com o desenvolvimento da investigaccedilatildeo e que se seguem

1 Analisar as concepccedilotildees dos futuros professores de Ciecircncias acerca das

potencialidades do Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias no tempo

actual dominado pelas TIC

2 Planificar uma proposta didaacutectica centrada no Trabalho Experimental com

recurso agraves TIC numa perspectiva actual da Educaccedilatildeo em Ciecircncias

10

3 Confrontar os futuros professores de Ciecircncias com a proposta didaacutectica

centrada no TE com recurso agraves TIC

4 Analisar o impacte da proposta na alteraccedilatildeo das concepccedilotildees dos futuros

professores acerca do Trabalho Experimental no tempo das TIC

11

Capiacutetulo 2

Ensino das Ciecircncias TraSaCfio ^EjccedilperiacutementaCe

Tecnolhgias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Os proacuteprios cidadatildeos tecircm a responsabilidade inalienaacutevel de ati-aveacutes das suas acccedilotildees e opccedilotildees moldarem o seu futuro neste novo contexto Tecircm de exercitar o seu poder de escolha sobre o caminho de desenvolvimento desta nova sociedade acompanhando e avaliando com interesse construtivo o potencial e as novas oportunidades e riscos que esta gera

Missatildeo para a Sociedade da Informaccedilatildeo 1997 pl5

21 - O Ensino das Ciecircncias

211 - Educaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia

Vivemos hoje numa sociedade da informaccedilatildeo e do conhecimento uma sociedade

complexa caracterizada por ceacuteleres mudanccedilas na qual o conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico

avanccedila a passos largos tocando todas as aacutereas da sociedade A educaccedilatildeo natildeo eacute excepccedilatildeo e se

por um lado o avanccedilo da Ciecircncia e da Tecnologia potildee agrave disposiccedilatildeo dos indiviacuteduos um amplo

espectro de saberes a ser explorado por outro lado aos cidadatildeos colocam-se novas exigecircncias

De facto nas orientaccedilotildees do actual Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico (CNEB) pode ler-se

que a sociedade da informaccedilatildeo e do conhecimento reivindica indiviacuteduos com educaccedilatildeo

abrangente em diversas aacutereas que demonstrem flexibilidade capacidade de comunicaccedilatildeo e

uma capacidade de aprender ao iongo da vida (ME - DEB 2001 pl29)

A escola tem assim um importante papel a desempenhar natildeo soacute no que conceme aos

saberes fundamentais para uma formaccedilatildeo inicial dos cidadatildeos mas tambeacutem no fomentar em

cada indiviacuteduo o desenvolvimento de competecircncias de auto-formaccedilatildeo entendendo a formaccedilatildeo

de cada pessoa como um processo em construccedilatildeo Como refere Santos (2002 pl5) na

formaccedilatildeo de cada indiviacuteduo a escola jaacute natildeo deve apenas preocupar-se com a transmissatildeo

e aquisiccedilatildeo de conhecimentos mas com a necessidade de que o aluno aprenda a pensar

desenvolvendo competecircncias do pensar Esta ideia eacute reforccedilada por Ponte e Serrazina(1998

13

p9) quando afirmam que o saber comeccedila a ter cada vez mais um outro significado

passando a centrar-se no saber procurar saber interpretar e saber integrar as diversas fontes de

dados Cada vez mais eacute menos importante ter soacute conhecimento memorizado porque o

conhecimento estaacute mais acessiacutevel a todos o valor acrescentado estaacute principalmente em saber

usaacute-lo

No documento CNEB pode ler-se que A aquisiccedilatildeo progressiva de conhecimentos eacute

relevante se for integrada num conjunto mais amplo de aprendizagens e enquadrada por uma

perspectiva que coloca no primeiro plano o desenvolvimento de capacidades de pensamento e

de atitudes favoraacuteveis agrave aprendizagem (ME - DEB 2001 p9) Nos nossos dias eacute ideia

corrente que o ensino-aprendizagem de conhecimentos por si soacute eacute demasiado redutor pobre e

distante da realidade Como explica Carneiro (2001 pl 1) As crianccedilas podem aprender tudo

em qualquer parte a todo o momento No entanto acrescenta o conteuacutedo soacute por si revela-

se claramente insuficiente

As orientaccedilotildees expressas no jaacute referido documento CNEB apontam exactamente nesse

sentido Isto eacute no desenvolvimento de trajectos educativos diversificados que capacitem os

cidadatildeos para compreender a realidade e para abordar situaccedilotildees e problemas do quotidiano

(ME - DEB 2001 pl5) cora competecircncias para intervir de forma responsaacutevel era decisotildees

pessoais e sociais

E lugar comum a importacircncia da educaccedilatildeo cientiacutefica na sociedade actual Procura-se

hoje a formaccedilatildeo de cidadatildeos cientiacutefica e tecnologicamente literatos que possam usar

adequadamente as tecnologias disponiacuteveis e intervir criticamente na sociedade Como referem

Cachapuz Praia e Jorge (2002 p45) para se ser cientificamente culto natildeo basta a aquisiccedilatildeo

de conhecimentos e competecircncias tradicionalmente apresentadas () nos curriacuteculos de

Ciecircncias () implica tambeacutem atitudes valores e novas competecircncias (em particular abertura

14

agrave mudanccedila eacutetica de responsabilidade aprender a aprender) que preparem cada cidadatildeo

para intervir de forma responsaacutevel na resoluccedilatildeo de problemas com consequecircncias natildeo soacute

pessoais mas tambeacutem sociais Como afirma Martins (2002) a formaccedilatildeoeducaccedilatildeo inicial

deveraacute ser cada vez mais de banda larga () e a formaccedilatildeo teraacute de acompanhar os indiviacuteduos

ao longo de toda a vida de modo a poder capacitar cada um para os novos desafios de uma

sociedade cada vez mais tecnoloacutegica

Esta mesma sociedade encontra-se hoje intrinsecamente ligada ao desenvolvimento

cientiacutefico-tecnoloacutegico e o conhecimento reveste-se de grande importacircncia social de tal forma

que o nivel econoacutemico das sociedades eacute frequentemente medido de acordo com o iacutendice de

conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico superior (Martins e Veiga 1999) Por esta ordem de

ideias a sociedades de maior niacutevel econoacutemico corresponde um maior desenvolvimento do

ponto de vista cientiacutefico A este propoacutesito Ziman (1999) afirma que A ciecircncia atraveacutes da

tecnologia eacute hoje em dia a maior fonte de mudanccedila nas sociedades humanas (p437)

Cachapuz Praia e Jorge (2002 p25) referem que o papel nuclear da CiecircnciaTecnologia ( )

como motor do desenvolvimento soacutecio-econoacutemico eacute hoje dificihnente contestado Como

aponta Martiacuten-Diaacutez (2004) Baste echar una mirada a nuestro alrededor para observar la

omnipresencia de los resultados de los avances tecnoloacutegicos y de los descubrimientos

cientiacuteficos

Nas palavras de Sousa Santos (2003 pl5) O conhecimento cientiacutefico eacute hoje a forma

oficialmente privilegiada de conhecimento e a sua importacircncia para a vida das sociedades

contemporacircneas natildeo oferece contestaccedilatildeo Nesta perspectiva todos os paiacuteses se dedicam agrave

promoccedilatildeo da ciecircncia A mesma opiniatildeo eacute partilhada por Wellington (2001) que defende que

aprender Ciecircncia pode ajudar as pessoas a conhecer melhor o universo em que vivemos - e a

noacutes mesmos

15

De acordo com Cachapuz Praia e Jorge (2002 p21) eacute hoje claro a importacircncia de

uma adequada cultura cientiacuteficatecnoloacutegica na emergecircncia do progresso social na sociedade

do conhecimento Pedrinaci (2006) exemplifica essa ideia atraveacutes de situaccedilotildees com que nos

deparamos no dia-a-dia e acerca das quais eacute necessaacuterio tomar decisotildees assumir uma posiccedilatildeo e

que satildeo de difiacutecil entendimento ateacute mesmo para pessoas consideradas cultas Segundo este

autor numa sociedade em que a Ciecircncia e a Tecnologia estatildeo cada vez mais presentes e em

que aos cidadatildeos eacute exigida uma maior intervenccedilatildeo social a formaccedilatildeo e conhecimento

cientiacutefico teratildeo que ser funcionais e possiacuteveis de aplicar em diferentes situaccedilotildees

A Ciecircncia como uma linguagem reservada a uma elite eacute hoje de uma forma geral uma

concepccedilatildeo recusada (Martins e Veiga 1999) sendo defendido o ensino das Ciecircncias como

educaccedilatildeo em Ciecircncia ou seja como uma forma de dotar os indiviacuteduos de competecircncias para a

compreensatildeo de factos que intervecircm na resoluccedilatildeo de situaccedilotildees-problema do quotidiano As

mesmas autoras defendem ainda que o conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico eacute uma das

principais (senatildeo a principal) caracteriacutesticas que distingue a sociedade deste tempo das

sociedades de seacuteculos anteriores Como aponta Martins (2003) cada vez eacute mais difiacutecil rebater

a ideia que o acesso agraves inovaccedilotildees tecnoloacutegicas ( ) contribui para a qualidade de vida das

pessoas e estaacute dependente do desenvolvimento econoacutemico

Apresentamos no quadro 21 um conjunto de argumentos a favor da importacircncia do

conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico segundo Martins e Veiga (1999 p2)

16

- A Ciecircncia esclarece as muacuteltiplas relaccedilotildees dos seres vivos entre si e com a Natureza orientando para uma intervenccedilatildeo da Tecnologia que respeite esta Natureza - A Ciecircncia fornece as bases que permitem avaliar os efeitos da Tecnologia no ambiente

Argumentos a favor da importacircncia do

conhecimento cientiTico-

- A Ciecircncia pode ajudar a resolver problemas locais e globais e deste modo contribuir para a seguranccedila do Planeta

tecnoloacutegico - A Tecnologia fornece ferramentas capazes de gerarem interligadamente com a Ciecircncia novos conhecimentos

- Os processos proacuteprios do pensamento cientiacutefico ajudam na elaboraccedilatildeo de juiacutezos sobre situaccedilotildees do quotidiano

- A Ciecircncia e a Tecnologia podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida

Quadro 21 - Argumentos a favor da importacircncia do conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico

Tendo em conta diferentes interesses sociais Wellington (2001) defende que a

educaccedilatildeo em Ciecircncias deve comportar um diversificado leque de objectivos de forma a cativar

um puacuteblico diversificado Como defende estes objectivos podem agrupar-se em trecircs

domiacutenios valor intriacutenseco da educaccedilatildeo em Ciecircncias promoccedilatildeo da cidadania e objectivos

relacionados com o valor utilitaacuterio da Ciecircncia isto eacute que permitam desenvolver competecircncias

e atitudes transversais (Quadro 22)

17

VaJor intriacutenseco

- Consciencializaccedilatildeo e desmistificaccedilatildeo de fenoacutemenos naturais - Compreensatildeo do nosso corpo e de noacutes proacuteprios - Interessante excitante e intelectualmente estimulante - Parte da nossa cultura da nossa heranccedila

Promoccedilatildeo da cidadania

- 0 conhecimento da Ciecircncia e do trabalho dos cientistas eacute necessaacuterio a todos os cidadatildeos para numa democracia tomarem decisotildees informadas - Quem toma decisotildees-chave (por exemplo funcionaacuterios puacuteblicos e poliacuteticos) precisa de ter conhecimentos sobre Ciecircncia sobre o trabalho dos cientistas e sobre as limitaccedilotildees das evidecircncias cientiacuteficas para tomar decisotildees-chave por exemplo em assuntos como a alimentaccedilotildees recursos energeacuteticos

Objectivos utilitaacuterios

- Desenvolver competecircncias geneacutericas tais como medir estimar avaliar - Preparaccedilatildeo dos estudantes para carreiras e trabalhos que envolvam Ciecircncia - Preparaccedilatildeo de um pequeno nuacutemero de estudantes para carreiras que usem a Ciecircncia como cientistas - Desenvolver atitudes cientiacuteficas tais como a curiosidade o cepticismo salutar uma mente activa (minds-on) investigativa o sentido critico e analiacutetico

Quadro 22 - Objectivos da educaccedilatildeo em Ciecircncias (Wellington 2001)

Para aleacutem destas justificaccedilotildees sobre o ensino das Ciecircncias poderem ajudar o professor

a saber porquecirc ensinar Ciecircncias e orientar o que se ensina e como se ensina Wellington

(2001) defende ainda que mais importante que tudo eacute que orientados pelas suas proacuteprias

crenccedilas e princiacutepios os professores devam ser capazes de explicarjustificar com

responsabilidade as suas acccedilotildees isto eacute o que fazem e porque o fazem e ter presente esta ideia

nas suas planificaccedilotildees

212 - Finalidades do Ensino das Ciecircncias

A finalidade do ensino das Ciecircncias tem sido mote para uma reflexatildeo recente agrave escala

internacional tendo como uma das principais preocupaccedilotildees o desinteresse dos jovens pela

Ciecircncia Como argumentam Cachapuz Praia e Jorge (2002 p26) aparentemente a

importacircncia central da Ciecircncia e da Tecnologia () nas sociedades modernas pareceria

suficiente para lhes assegurar uma aceitaccedilatildeo e credibilidade junto dos jovens () despertar

18

vocaccedilotildees () motivar aprendizagens de qualidade No entanto tal natildeo acontece e o

desencanto dos jovens pela Ciecircncia eacute uma realidade Para estes investigadores razoes pelas

quais cada vez menos jovens enveredam por estudos de cariz cientificotecnoloacutegico

relacionam-se com maiores expectativas materiais noutras aacutereas eou com a suposta maior

exigecircncia desta aacuterea de estudos Contudo a razatildeo que destacam para este afastamento das

Ciecircncias e da Tecnologia prende-se primeiramente com a imagem que os jovens tecircm do

desenvolvimento cientiacuteficotecnoloacutegico e com o contexto da educaccedilatildeo em Ciecircncia que temos

No entanto e ainda segundo aqueles autores a situaccedilatildeo em Portugal assume uma dicotomia

preocupante o ensino das Ciecircncias que temos natildeo consegue nem oferecer uma cultura

cientiacutefica adequada a todos os alunos a niacutevel da escolaridade baacutesica nem entusiasmar

suficientemente os sobreviventes para enveredarem em seguida por percursos acadeacutemicos de

iacutendole cientiacuteficotecnoloacutegica (Cachapuz Praia e Jorge 2002 p39) Tambeacutem Martins (2006

p25) realccedila que de uma forma geral existe um desinteresse dos jovens pelo estudo das

Ciecircncias acentuado com a progressatildeo da escolaridade Igualmente no puacuteblico de uma forma

geral existe desinteresse eou oposiccedilatildeo face agrave Ciecircncia (Martins 2006 p25)

Martins e Veiga (1999 p3) crecircem que a escola estaacute em crise pois a Educaccedilatildeo em

Ciecircncias para todos na escola deve ser um dos pontos de partida para atingir a alfabetizaccedilatildeo

cientiacutefica A este propoacutesito partilhando da mesma opiniatildeo das autoras atraacutes referidas Santos

(2002 pl5) defende que o ensino natildeo deu ainda resposta agraves necessidades da sociedade

nem dos alunos como pessoas Para esta autora eacute consensual que se proceda a uma reforma

da educaccedilatildeo de uma forma geraJ e em particular do ensino das Ciecircncias Tambeacutem Pro Bueno

e Martinez (2005) consideram que existem indicadores que revelam que a situaccedilatildeo actual do

ensino das Ciecircncias na educaccedilatildeo obrigatoacuteria eacute preocupante pois segundo referem a

importacircncia curricular e a carga lectiva das disciplinas de Ciecircncias tecircm vindo a ser reduzidas

19

Como eacute argumentado por Martins (2002) eacute provavelmente consensual para

educadores cientistas e poder poliacutetico que os resultados alcanccedilados pela aprendizagem da

ciecircncia escolar natildeo satisfazem os objectivos de educaccedilatildeo das sociedades actuais Em Martins

e Veiga (1999) satildeo apontados alguns dos motivos que afastam a escola dessa realidade e que

se prendem com o facto de os Programas natildeo contemplarem a relaccedilatildeo entre a Ciecircncia e

Tecnologia e as suas repercussotildees nas nossas vidas o natildeo terem em conta as ideias preacutevias dos

alunos acerca de questotildees cientiacuteficas elementares ou o facto de parecerem ser dirigidos apenas

aos alunos que iratildeo enveredar por aacutereas no domiacutenio das Ciecircncias (Martins e Veiga 1999)

Num estudo levado a cabo por Campanario Moya e Otero (2001) analisam-se usos

abusivos da Ciecircncia em publicidade Segundo estes autores a publicidade tem um poder

persuasivo enorme na opiniatildeo puacuteblica chegando mesmo a ser determinante natildeo soacute em termos

de juiacutezos de valor como tambeacutem na assunccedilatildeo de comportamentos motivos pelos quais os

autores referem que a publicidade nos nossos dias tem poder e influecircncia na sociedade e

consequentemente na economia No seu estudo Campanario Moya e Otero (2001 p46)

elucidam-nos que a Ciecircncia eacute usada frequentemente em publicidade como fonte de

autoridade que garante a qualidade dos produtos que se anunciam e tambeacutem como garantia

de certeza De facto como nos dizem estes autores o conhecimento cientiacutefico passou a ser o

paradigma do conhecimento rigoroso fiaacutevel e exacto (Campanario Moya e Otero 2001

p46) De uma forma geral com o incremento destes dois estereoacutetipos assistimos a uma

dicotomia por um lado aumentou a confianccedila na Ciecircncia por outro lado natildeo haacute uma

compreensatildeo significativa de Ciecircncia Pelas razoes apontadas Campanario Moya e Otero

(2001 p55) alertam para o seguinte o facto de os cidadatildeos serem aparentemente insensiacuteveis

aos exageros em publicidade ao uso de conceitos cientiacuteficos inexistentes ou aos argumentos

20

falaciosos ou incompreensiacuteveis deveria conduzir ao repensar e reorientar o ensino das

Ciecircncias para assumir uma perspectiva de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica dos cidadatildeos

Caamano e Paixatildeo (2006) argumentam que os actuais curriacuteculos de Ciecircncias estatildeo

desfasados da realidade motivo pelo qual afirmam destaca-se a sua falta de relevacircncia para

mostrar a ciecircncia tal como se apresenta na vida quotidiana e nas suas relaccedilotildees com a

tecnologia e a sociedade ao que acrescentam que os mesmos curriacuteculos natildeo oferecem aos

alunos oportunidades para debater temas de cientiacuteficos da actualidade

Satildeo muitos os autores que destacam a falta de relevacircncia do ensino das Ciecircncias para a

mostrar tal como se apresenta na vida quotidiana e nas suas multifacetadas relaccedilotildees com a

tecnologia e a sociedade advogando uma educaccedilatildeo cientiacutefica cuja principal finalidade seja

desenvolver competecircncias que permitam ao cidadatildeo comum (aquele que natildeo eacute

necessariamente especialista em aacutereas cientiacuteficas) intervir na tomada de decisotildees

responsaacuteveis promovendo assim a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica de todos os cidadatildeos

(Martins e Veiga 1999 Campanario Moya e Otero 2001 Pedrosa 2001 Tenreiro-Vieira e

Vieira 2001 2005 Cachapuz Praia e Jorge 2002 Martins 2002 2003 2006 Acevedo

Vaacutezquez e Manassero 2003 Martin-Diacuteaz 2004 Pedrosa et al 2004 Gii-Peacuterez e Vilches

2004 2005 Vasconcelos e Praia 2005 Vieira e Martins 2005 Caamano e Paixatildeo 2006) Eacute

neste eixo que encontramos o movimento CTS que se tomou marco da actual Educaccedilatildeo em

Ciecircncias sobre o qual nos debruccedilaremos mais adiante

2 1

213 - Alfabetizaccedilatildeo Cientiacutefica

O propoacutesito da alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica atraveacutes do ensino das Ciecircncias eacute amplamente

tratado na literatura da especialidade Assim quando falamos de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (ver

nota de rodapeacute nuacutemero 1) referimo-nos genericamente agrave compreensatildeo de fenoacutemenos ao

acompanhamentocompreensatildeo (ainda que mais ou menos restrita) da actividade cientiacutefica e agrave

tomada de decisotildees de modo responsaacutevel isto eacute o mais informado possiacutevel

De acordo com Acevedo Vaacutezquez e Manassero (2003) a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica surge

na bibliografia da especialidade tratada de diversas formas

- Lema que resume como palavra-chave os propoacutesitos de reforma do ensino

das Ciecircncias de um amplo movimento internacional de especialistas em

educaccedilatildeo cientiacutefica

- Metaacutefora que serve para expressar de uma forma geral as finalidades e

objectivos da educaccedilatildeo cientiacutefica e

- Mito cultural que ainda que expressado originalmente e de uma forma

critica pode reformular-se como uma utopia que assinala um ideal a perseguir

(Acevedo Vaacutezquez e Manassero 2003)

Para estes autores a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica desenvolve-se ao longo da

vida e de uma forma graduai eacute um conceito amplo que de acordo com Kemp (cit Acevedo

Vaacutezquez e Manassero 2003) compreende diferentes dimensotildees (quadro 23)

Dimensotildees da alfabetizaccedilatildeo cientiacutefiacuteca

Conceptual Diz respeito agrave compreensatildeo e aos conhecimentos de Ciecircncia

Procedimental Relaciona-se com os procedimentos processos habilidades e capacidades

Afectiva Do foro das emoccedilotildees atitudes valores

Quadro 23 - Dimensotildees da alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Kemp cit Acevedo Vaacutezquez e Manassero 2003)

2 2

o mesmo autor distingue ainda trecircs tipos de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (quadro 24)

Tipos de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica

Pessoal

Relacionada principalmente com a dimensatildeo conceptual e um pouco com a dimensatildeo afectiva segundo esta perspectiva a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica radica sobretudo em compreender um amplo leque de conceitos e usar um extenso vocabulaacuterio cientiacutefico na vida quotiacutediana e na cultura proacutepria

Praacutetica

De acordo com a dimensatildeo procedimental e tambeacutem embora numa pequena fracccedilatildeo com a dimensatildeo afectiva desde este ponto de vista a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica consiste especialmente em usar a ciecircncia na vida quotiacutediana e com propoacutesitos ciacutevicos e sociais compreendendo mensagens de Ciecircncia no dia-a-dia por exemplo na comunicaccedilatildeo social

Formal Compreende as trecircs dimensotildees conceptual procedimental e afectiva

Quadro 24 - Tipos de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Kemp ciL Acevedo Vaacutezquez e Manassero 2003)

O tipo de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica formal eacute o mais complexo mas seraacute tambeacutem aquele

que perspectiva de uma forma integral a cultura cientiacutefica do aluno-futuro-cidadatildeo

A alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica implica muitas coisas conhecer conceitos de

ciecircncia ter uma ampla compreensatildeo dos princiacutepios cientiacuteficos saber acerca da

natureza da ciecircncia e das relaccedilotildees entre ciecircncia e sociedade obter informaccedilatildeo

cientiacutefica utilizaacute-la e ser capaz de comunicaacute-la a outras pessoas ser capaz de

usar a ciecircncia na vida quotidiana e participar democraticamente na sociedade

civil para tomar decisotildees sobre assuntos relacionados com a ciecircncia e a

tecnologia (Acevedo Vaacutezquez e Manassero 2003)

Atraveacutes da leitura destas ideias natildeo eacute difiacutecil perceber a complexidade que gira em

tomo do conceito de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica que embora seja um lugar-comum nos nossos

dias vista como uma das principais ou mesmo a principal fmalidade do ensino das Ciecircncias

parece reunir consensos que muitas vezes satildeo mais aparentes do que reais (Pedrosa 2001)

Segundo Gil-Peacuterez e Vilches (2005) haacute autores que defendem que problemas sociais de cariz

cientiacutefico pela sua complexidade devem ser deixados para os especialistas e para aqueles que

23

possuam um conhecimento cientiacutefico miacutenimo Contrapotildeem entatildeo que a tomada de decisotildees

em questotildees sociais de iacutendole cientiacutefica natildeo precisa apenas dos especialistas isto eacute ura

cidadatildeo comum que possua conhecimentos cientiacuteficos miacutenimos teraacute uma visatildeo global e eacutetica

acerca de determinado problema e das suas repercussotildees sem ser um especialista na mateacuteria

Mas a poleacutemica sobre as razotildees de ser da educaccedilatildeo em Ciecircncias tem como pano de

fundo um conjunto de tensotildees como explica Wellington (2001) relacionadas com o valor

intriacutenseco e com o valor utilitaacuterio do saber cientiacutefico com a Ciecircncia para uma elite e a Ciecircncia

para todos com o ensino de um determinado conteuacutedo e o ensino de competecircncias no fundo

entre a Ciecircncia acadeacutemica e a Ciecircncia praacutetica Para autores como Wellington (2001) (por

exemplo Acevedo Vaacutezquez e Manassero 2003 Acevedo Vaacutezquez Paixatildeo Acevedo Oliva

e Manassero 2005) a poleacutemica em torao do conceito de alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica eacute diversa e

proveacutem de diferentes aacutereas sociais e diferentes grupos de interesses tais como especialistas em

educaccedilatildeo cientiacutefica cientistas e investigadores socioacutelogos e profissionais implicados de

alguma forma na divulgaccedilatildeo da Ciecircncia e da Tecnologia

A partir destes argumentos toma-se faacutecil perceber que a Ciecircncia natildeo eacute uma actividade

neutra mas sim permeaacutevel a diferentes interesses sociais como mais adiante iremos abordar

Como argumenta Ziman (1999) a Ciecircncia eacute um marco na sociedade em que vivemos Estamos

intrinsecamente rodeados de Ciecircncia faz parte das nossas vidas e eacute difiacutecil conceber o mundo

sem ela Contudo acrescenta agrave medida que esse mundo muda a proacutepria ciecircncia eacute obrigada a

remodelar-se radicalmente para se adequar a novos ambientes sociais econoacutemicos e

poliacuteticos (Ziman 1999 p437)

Relativamente agrave Educaccedilatildeo em Ciecircncias para todos Martins e Veiga (1999)

argumentam acerca da importacircncia de uma compreensatildeo puacuteblica de Ciecircncia que permita a

cada cidadatildeo usar conhecimento cientiacutefico baacutesico para tomar decisotildees individuais e sociais

24

conhecer valorizar e usar a tecnologia na sua vida pessoal reconhecer as vantagens e as

limitaccedilotildees da Ciecircncia e da Tecnologia adquirir os saberes (competecircncias atitudes e valores)

que lhe permita adaptar-se a uma sociedade na qual a mudanccedila eacute uma constante (Martins e

Veiga 1999 p2)

As mesmas autoras advertem que a consciecircncia crescente da necessidade de uma

alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica dos cidadatildeos conduz-nos ao seguinte problema o que deve a escola

ensinar Quais satildeo os limites Tambeacutem Prieto (2004 p449) coloca esta questatildeo cuaacutel es la

ciecircncia miacutenima baacutesica necesaria para estar alfabetizado cientiacutefica y tecnologicamente

A este respeito Cach^uz Praia e Jorge (2002 p39) defendem que sendo certo que a

escola natildeo eacute a uacutenica via para a formaccedilatildeo de uma cultura cientiacutefica tambeacutem natildeo eacute menos certo

que eacute pela escola que se podem adquirir as bases de uma cultura cientiacutefica Eacute neste contexto

que Martins e Veiga (1999 p8) alegam que perante os seacuterios problemas que a humanidade

enfrenta o que o fijturo lhe reserva depende grandemente do grau de sensatez com que se faz

uso da Ciecircncia e da Tecnologia E eacute justamente neste ponto que a escola e o ensino formal

podem mtervir a partir do conteuacutedo que veiculam propiciando o desenvolvimento de

atitudes cientiacuteficas tais como a curiosidade o cepticismo salutar o sentido criacutetico e

analiacutetico bem como fomentar alguma compreensatildeo acerca da natureza da Ciecircncia (Martins e

Veiga 1999 Wellington 2001) Tal como referem as primeiras autoras a escola pode

desempenhar um papel primordial quer promovendo haacutebitos de reflexatildeo e questionamento

quer proporcionando saberes indispensaacuteveis a uma compreensatildeo adequada ainda que de

caraacutecter geral (Martins e Veiga 1999 plO)

Tambeacutem no entendimento de Tenreiro-Vieira e Vieira (2001 2005) e Vieira e Martins

(2005) a finalidade uacuteltima do ensino das Ciecircncias deveraacute ser a promoccedilatildeo da literacia cientiacutefica

Para estes autores tal conceito assenta em trecircs aspectos essenciais designadamente ser um

25

cidadatildeo activo e interveniente na sociedade aplicando conhecimentos cientiacuteficos e capacidades

de pensamento apropriar-se e aplicar conhecimentos cientiacuteficos na resoluccedilatildeo de problemas e

possuir capacidades de pensamento criacutetico (Tenreiro-Vieira e Vieira 2001 Vieira e Martins

2005)

Ser cientificamente culto passa por um conjunto de competecircncias capacidades

atitudes e valores que no dia-a-dia do cidadatildeo comum lhe permitam opinar acerca de questotildees

que directa ou indirectamente lhe dizem respeito seja em questotildees relacionadas com a sauacutede

seja ao intervir num diaacutelogo sobre Ciecircncia seja ao avaliar o sentido de uma notiacutecia num sem

fim de situaccedilotildees o cidadatildeo natildeo especialista em Ciecircncias natildeo pode ser indiferente

214 - Movimento para uma Educaccedilatildeo CTS - Ciecircncia-Tecnologia-

Sociedade

Ainda que de uma forma modesta a Sociedade comeccedila a mostrar-se mais sensibilizada

para questotildees relacionadas com a Ciecircncia e a Tecnologia como por exemplo no que respeita a

problemas ecoloacutegicos mostrando-se por um lado preocupada e por outro desperta para

participar na tomada de decisotildees relacionadas com este e outros tipos de problemas que

directa ou indirectamente lhe dizem respeito

Todavia este tipo de intervenccedilatildeo fundamentada requer indiviacuteduos com uma formaccedilatildeo

que lhes permita compreender a vertente cientiacutefica e tecnoloacutegica dos problemas sociais E

justamente neste aspecto que assenta o movimento educativo Ciecircncia - Tecnologia -

Sociedade (CTS) que como refere Sequeira (2004 pl86) encara o ensino e a aprendizagem

das ciecircncias no contexto da experiecircncia humana

26

De facto e segundo o mesmo autor a investigaccedilatildeo tem mostrado que muitos alunos de

ciecircncias ao resolverem problemas do mundo real utilizam referentes conceptuais construiacutedos

com base nas suas experiecircncias fora da escola e natildeo os que foram aprendidos nas salas de aula

Tambeacutem Pro Bueno e Martinez (2005) afirmam que cada vez menos estudantes escolhem a

aacuterea de Ciecircncias No entanto contrariamente ao que seria de esperar constatamos que os

adolescentes se interessam por temas de caraacutecter cientiacutefico da actualidade como por exemplo

fenoacutemenos astronoacutemicos ou notiacutecias sobre acidentes com substacircncias toacutexicas revelando uma

resposta altamente positiva no que diz respeito a este tipo de assuntos

A este propoacutesito muitos satildeo tambeacutem os investigadores que explicitam que a Ciecircncia e

a Tecnologia exercem uma influecircncia cada vez maior na Sociedade actual ao mesmo tempo

que tambeacutem esta influi nas orientaccedilotildees da proacutepria investigaccedilatildeo em Ciecircncia e nos

desenvolvimentos e investimentos em Tecnologia relevando as incontornaacuteveis relaccedilotildees CTS

no tempo actual (Ziman 1998 1999 Paixatildeo 1998 Moniz dos Santos 2004 Sousa Santos

2003 Acevedo Vaacutezquez Paixatildeo Acevedo Oliva e Manassero 2005)

Assim sendo a Educaccedilatildeo em Ciecircncias deve constituir um contributo para uma melhor

compreensatildeo do mundo em que se movem os cidadatildeos para a melhoria da sua qualidade de

vida e portanto alicerccedilar-se nesse contexto das interrelaccedilotildees CTS

Satildeo vaacuterios os autores que evidenciam os propoacutesitos do movimento para uma educaccedilatildeo

CTS no ensino das Ciecircncias que embora expressos de diferentes formas tecircm em comum

alguns aspectos (Quadro 25)

27

Autor(es) Movimento CTS no ensino das Ciecircncias

Fleming (1989)

Propotildee a interligaccedilatildeo entre a Ciecircncia e a Tecnologia no sentido de formar cidadatildeos capazes de se informarem e reflectirem sobre questotildees e implicaccedilotildees da Tecnologia na Sociedade Defende-se assim uma alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica num curriacuteculo CTS

VaacutezquEcircZ e Manassero (1995)

Defendendo um ensino com orientaccedilatildeo CTS estes autores advogam um curriacuteculo de Ciecircncias que integre a Tecnologia e que seja funcional e uacutetil para os cidadatildeos isto eacute relacionando conhecimentos cientiacuteficos com as vivecircncias do dia-a-dia dos alunos

Acevedo (1996)

Para este autor Ciecircncia Tecnologia e Sociedade estatildeo intrinsecamente relacionadas de tal modo que o propoacutesito de um curriacuteculo com orientaccedilatildeo CTS eacute a promoccedilatildeo da literacia cientifica e tecnoloacutegica capaz de habilitar os cidadatildeos para a tomada de decisotildees responsaacuteveis e democraacuteticas orientada para a resoluccedilatildeo de problemas relacionados com a tecnologia

Martins e Veiga (1999)

Um ensino com orientaccedilatildeo CTS visa uma Educaccedilatildeo Cientiacutefica cuja principal fmalidade eacute a de preparar os alunos-fiituros-cidadatildeos para um mundo em constante mudanccedila dominado pela Ciecircncia e pela Tecnologia relevando valores sociais e eacuteticos

Cachapuz Praia e Jorge (2002)

Defendem um ensino CTSA que valoriza contextos reais dos alunos no qual problemas reais necessitam da intervenccedilatildeo de domiacutenios variados e complementares (p 175) Estes autores advogam assim o ensino da Ciecircncia contextualizada e para todos que estuda problemas mais relevantes para o aluno e por isso com maiores possibilidades dos saberes construiacutedos serem transferiacuteveis e mobilizaacuteveis para o seu quotidiano (pl75)

Acevedo Vaacutezquez Manassero e Acevedo

(2003)

0 movimento CTS no ensino das Ciecircncias tem a finalidade de contribuir para melhorar a alfabetizaccedilatildeo cientifica e tecnoloacutegica de todas as pessoas () de propiciar a participaccedilatildeo democraacutetica dos cidadatildeos na avaliaccedilatildeo e na tomada de decisotildees com respeito a assuntos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos de interesse social

Moniz dos Santos (2004)

0 movimento CTS concebe o ensino das Ciecircncias tendo por base uma cidadania democraacutetica Pensar o ensino das Ciecircncias atraveacutes da perspectiva CTS eacute natildeo 0 confinar a uma disciplina mas sim contemplar natildeo soacute uma cultura cientifica como tambeacutem uma cultura teacutecnica e uma cultura humaniacutestica (Moniz dos Santos 2004)

Paixatildeo (2004)

0 ensino das Ciecircncias com uma orientaccedilatildeo CTS constitui uma preciosa via para a educaccedilatildeo cientiacutefica e tecnoloacutegica dos cidadatildeos partindo do princiacutepio que as aprendizagens na aula tecircm que relacionar-se necessariamente com a vida quotidiana nos contextos tecnoloacutegicos sociais e culturais agrave volta dos alunos (p205)

Tenreiro-Vieira e Vieira (2005)

A literacia cientiacutefica como finalidade do ensino das Ciecircncias vai ao encontro de um ensino das Ciecircncias com uma orientaccedilatildeo CTS Neste contexto se os conteuacutedos cientiacuteficos abordados forem relevantes para os alunos ganham significado e tomam-se mais compreensiacuteveis

Quadro 25 - Movimento CTS no ensino das Ciecircncias

28

Dos autores que referimos e das suas ideias as semelhanccedilas satildeo muitas sendo a pedra

de toque do movimento CTS a alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica no contexto quotidiano de uma

cidadania responsaacutevel O ensino das Ciecircncias visto sob esta perspectiva visa uma cidadania

que assenta em trecircs pilares fundamentais educaccedilatildeo em ciecircncia educaccedilatildeo sobre ciecircncia e

educaccedilatildeo pela ciecircncia que como esclarece Moniz dos Santos (2004 p20) abrange para

aleacutem do mundo da ciecircncia o mundo do quotidiano para aleacutem de perspectivas do cientista

perspectivas do cidadatildeo para aleacutem de vivecircncias e de explicaccedilotildees cientiacuteficas vivecircncias e

explicaccedilotildees informais A este respeito eacute precioso o reforccedilo de Burke (2002 p30) a

ciecircncia pode ajudar as pessoas a discutir os problemas mas natildeo pode resolvecirc-los por elas

Ora num ensino em que se pretende que os alunos possam encontrar utilidade praacutetica

naquilo que lhes eacute ensinado na sala de aula o mesmo deveraacute ser orientado para a resoluccedilatildeo de

problemas decorrentes do quotidiano dos alunos Sequeira (2004 pl86) acrescenta ainda

ensinar e aprender na perspectiva CTS significa debruccedilarmo-nos sobre problemas do mundo

real que tecircm componentes das ciecircncias e da tecnologia do ponto de vista dos alunos

Em suma e como afirma Pedrosa et ai (2004 pllO) devemos concorrer para uma

educaccedilatildeo cientiacutefica indissociaacutevel de exerciacutecios de cidadania isto eacute do exerciacutecio de direitos e

do cumprimento de deveres dos cidadatildeos enquanto integrados em muacuteltiplos grupos e

contextos em que se inserem e se movimentam no dia-a-dia

29

22 - O Trabalho Experimental na Educaccedilatildeo em Ciecircncia

Considerado um vector fundamental da educaccedilatildeo em ciecircncia atribui-se um papel de realce ao tj-abalho experimental enquanto actividade de natureza investigativa que envolve a resoluccedilatildeo de problemas quer como um fim em si mesmo ao propiciar o desenvolvimento de capacidades de resoluccedilatildeo de problemas e de investigaccedilatildeo quer como uma estrateacutegia de ensino e de aprendizagem favorecendo a construccedilatildeo de significados dos conceitos teoacutericos quer como uma estrateacutegia formativa de desenvolvimento de capacidades e talentos diversos de ordem cognitiva afectiva e social

Guimas de Almeida 1995 p265

Desde haacute muito o Trabalho Experimental ocupa um papel de destaque no Ensino das

Ciecircncias Como clarificam Hofstein e Lunetta (2004) o Laboratoacuterio conquistou um lugar

central no Ensino das Ciecircncias trazendo as actividades laboratoriais claros benefiacutecios

221 - Clarificando designaccedilotildees Trabalho Praacutetico Trabalho Laboratorial

e Trabalho Experimental

Importa aqui clarificar um aspecto por vezes omitido e que diz respeito a diferentes

designaccedilotildees usadas (quase indistintamente) para denominar actividades muito diversas Ao

referixem-se a este assunto os autores empregam vaacuterias designaccedilotildees nomeadamente

actividades praacuteticas trabalho praacutetico trabalho laboratorial e trabalho experimental (Santos

2002) Tal como nos esclarece Hodson (1988 1994 2001) o trabalho praacutetico compreende

qualquer actividade que envolva equipamento cientiacutefico quer seja realizado em sala de aula

no Laboratoacuterio ou no campo Contudo clarifica que nem todo o trabalho praacutetico eacute trabalho

laboratorial e por sua vez nem todo o trabalho laboratorial eacute trabalho experimental O autor

explica-nos ainda que a denominaccedilatildeo de Trabalho de Laboratoacuterio eacute mais frequentemente

usada na Ameacuterica do Norte por sua vez Trabalho Praacutetico eacute sobretudo usada na Europa e na

As ia-Austral

30

Com base em trabalhos de Hodson a que j aacute nos referimos Leite (2001) explicita

tambeacutem estas trecircs designaccedilotildees Assim esclarece trabalho praacutetico designa o conjunto das

actividades nas quais o aluno estaacute envolvido activamente e que envolvam equipamento

cientiacutefico independentemente de ser realizado na sala de aula no Laboratoacuterio ou no campo

Por sua vez o trabalho laboratorial eacute aquele que eacute realizado no Laboratoacuterio fazendo uso do

equipamento de Laboratoacuterio Quanto ao trabalho experimental inclui actividades que

envolvem controlo e manipulaccedilatildeo de variaacuteveis e que podem ser laboratoriais (Leite 2001

p80)

Para Santos (2002) o trabalho experimental inclui-se no trabalho praacutetico podendo ou

natildeo ser laboratorial Esta autora representa esquematicamente a relaccedilatildeo entre actividades

praacuteticastrabalho praacutetico laboratorial e experimental como apresentamos na figura 1

Actividades praacuteticasTrabalho praacutetico

Trabalho laboratorial

Trabalho experimental

Figura 21 - Relaccedilatildeo entre Trabalho praacutetico laboratorial e experimental (Santos 2002 p38)

Como podemos constatar na figura 1 nem todo o trabalho praacutetico eacute trabalho de

laboratoacuterio nem todo o trabalho laboratorial eacute experimental (Santos 2002 p38) ao que

acrescentamos que nem todo o trabalho experimental eacute laboratorial uma vez que natildeo tem

necessariamente que ser realizado num Laboratoacuterio Para esta autora trabalho experimental eacute

aquele que eacute baseado na experiecircncia no acto ou efeito de experimentar ou no conhecimento

adquirido pela praacutetica (Santos 2002 p38) Tal como atraacutes referimos usaremos no nosso

31

estudo a designaccedilatildeo de Trabalho Experimental pois consideraremos principalmente

situaccedilotildeesactividades que integram a realizaccedilatildeo de experiecircncias e o controlo de variaacuteveis (em

duas das actividades propostas) e pretende-se uma aproximaccedilatildeo ao trabalho investigativo

cientiacutefico nos moldes avanccedilados pelas actuais perspectivas da Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em

Ciecircncias Quando se tratar de transcriccedilotildees deixaremos a designaccedilatildeo do proacuteprio autor

222 - Valor educativoformativo do Trabalho Experimental no Ensino das

Ciecircncias

O que parece ser consensual eacute que o trabalho experimental eacute uma actividade que

comporta importantes potencialidades educativasformativas Surgem tratadas na literatura (de

uma forma extensiva) inuacutemeras justificaccedilotildees para o uso do trabalho

praacuteticolaboratori alexp erimental

Vaacuterios satildeo os autores que descrevem as potencialidades do trabalho experimental No

entanto tal como ressalva Leite (2001) eacute importante clarificar que as potencialidades do

trabalho experimental satildeo diferentes dos objectivos alcanccedilados com tais actividades

Organizaacutemos no quadro 26 algumas das potencialidadesfmalidades apresentadas por

diferentes autores como argumentos para a utilizaccedilatildeo do trabalho praacuteticotrabalho laboratorial

e trabalho experimental de acordo com a designaccedilatildeo de cada autor

32

Autor(es) Potencialidades dualidades do trabalho praacuteticotrabalho laboratorial e trabalho experimental

Lopes (1994)

0 trabalho experimenta] eacute uma actividade que necessita de ser adequada aos objectivos e aos contextos educativos a que se destina Pode desenvolver nos alunos capacidades e atitudes como sejam 1 - Resoluccedilatildeo de problemas em ciecircncia transferiacuteveis para vida quotidiana tais como definiccedilatildeo de problemas espiacuterito criativo nomeadamente a formulaccedilatildeo de hipoacuteteses observaccedilatildeo tomada de decisatildeo () espiacuterito criacutetico curiosidade responsabilidade autonomia e persistecircncia 2 - Familiarizar os alunos com as teorias natureza e metodologia da ciecircncia e ainda a inter-relaccedilatildeo CiecircnciacuteaTecnologiacuteaSociedade 3 - Levantar concepccedilotildees alternativas do aluno e promover o conflito cognitivo com vista agrave sua mudanccedila conceptual 4 - Desenvolver no aluno o gosto pela ciecircncia em geral e pela disciplina eou conteuacutedos em particular 5 - Desenvolver no aluno capacidades psicomotoras com vista agrave eficaacutecia de execuccedilatildeo e rigor teacutecnico nas actividades realizadas 6 - Promover no aluno atitudes de seguranccedila na execuccedilatildeo de actividades de risco transferiacuteveis para a vida quotidiana 7 - Promover o conhecimento do aluno sobre material existente no laboratoacuterio e associaacute-lo agraves suas funccedilotildees 8 - Proporcionar ao aluno a vivecircncia de factos e fenoacutemenos naturais 9 - Consciencializar o aluno para intervir esclarecidamente na resoluccedilatildeo de problemas ecoloacutegicosambientais 10 - Promover a sociabilizaccedilatildeo do aluno (participaccedilatildeo comunicaccedilatildeo cooperaccedilatildeo respeito entre outras) com vista agrave sua integraccedilatildeo social (Lopes 1994 p49)

Guimas de Almeida (1995)

O trabalho experimental enquanto actividade de resoluccedilatildeo de problemas poderaacute desempenhar um papel ftmdamental na educaccedilatildeo em ciecircncia 1) como um fim em si mesmo ao desenvolver capacidades de resoluccedilatildeo de problemas e de investigaccedilatildeo 2) como um meio de ajudar os alunos a construir significado - laquomaking senseraquo - dos conceitos teoacutericos fundamental com vista agrave maturaccedilatildeo da educaccedilatildeo cientifica 3) como um meio de propiciar a compreensatildeo da natureza do trabalho cientiacutefico e de favorecer o desenvolvimento de capacidades e talentos diversos de ordem cognitiva e afectiva (Guimas de Almeida 1995 p 119)

Hodson (1996)

O trabalho praacutetico na educaccedilatildeo em Ciecircncias deve ser reconceptualizado atraveacutes da prossecuccedilatildeo das seguintes finalidades - Aprender Ciecircncias - ao niacutevel do coruumliecimento conceptual e teoacuterico - Aprender sobre Ciecircncias - diz respeito ao desenvolver uma compreensatildeo da natureza da Ciecircncia e dos seus meacutetodos bem como uma consciecircncia das complexas relaccedilotildees Ciecircncia-Tecnologia-Sociedade-Ambiente (CTSA) - Aprender a fazer Ciecircncia - corresponde ao desenvolver competecircncias da investigaccedilatildeo cientiacutefica e da resoluccedilatildeo de problemas

Wellington (2000)

Diferentes tipos de trabalho praacutetico servem diferentes finalidades que agrupa em quatro tipos 1 - Para desenvolver competecircncias teacutecnicas praacuteticas procedimentos taacutecticas estrateacutegias de investigaccedilatildeo trabalhar com os outros comunicar resolver problemas 2 - Para iluminarilustrar (conhecimento emprimeira-matildeo) um evento um fenoacutemeno um conceito uma lei um principio uma teoria

33

Santos e Oliveira (2003)

3 - Para motivarestimular entreter estimular a curiosidade desenvolver atitudes desenvolver interesse fascinar 4 - Para desafiacutearconfrontar por exemplo laquoE seraquo Predizer-Observar-Explicar laquoPorquecircraquo (Wellington 2000 pi49)

O trabalho experimental de investigaccedilatildeo permite - O desenvolvimento de competecircncias

bull Cientiacuteficas de investigaccedilatildeo tais como - Desenvolvimento do pensamento da resoluccedilatildeo de problemas ( ) aprendizagem da Ciecircncia nos seus distintos componentes aprender a investigar compreender a natureza da actividade cientiacutefica e compreender os conteuacutedos cientiacuteficos () aprenderem a questionar-se a si proacuteprios e a tudo o que os rodeia (Santos e Oliveira 2003 p61) - Conhecer o funcionamento da Ciecircncia (Santos e Oliveira 2003 P-62) - Ajudar na resoluccedilatildeo de problemas (Santos e Oliveira 2003 p62) - Desenvolver o pensamento (Santos e Oliveira 2003 p63) - Aprender conteuacutedos (Santos e Oliveira 2003 p63) - Treino para o ensino superior e carreira profiacutessional fu tura (Santos e Oliveira 2003 p64)

bull Desenvolvimento de competecircncias transversais tais como comunicaccedilatildeo argumentaccedilatildeo autonomia responsabilidade aprender a trabalhar em grupo autoconfianccedila espiacuterito de iniciativa imaginaccedilatildeo e criatividade (Santos e Oliveira 2003)

- Potencialidades motivarestimular e desafiarconfrontar (Santos e Oliveira 2003)

Quadro 26 - Potencialidadesfinalidades do trabalho praacuteticotrabalho laboratorial e trabalho

experimental

N o e s tudo q u e r ea l i zou G u i m a s d e A l m e i d a ( 1 9 9 5 p 76 ) e x p l i c a - n o s q u e o t r a b a l h o

e x p e r i m e n t a l t e m a s s u m i d o ao l ongo d o s t e m p o s vaacute r i a s m o d a l i d a d e s d e s d e d e m o n s t r a ccedil otilde e s

v e r i f i c a ccedil otilde e s a i nves t i gaccedilotildees q u e c o r r e s p o n d e m a c o n c e p ccedil otilde e s d ive r sa s d e t r a b a l h o

e x p e r i m e n t a l e agraves qua i s s atilde o a s s o c i a d a s d i f e r e n t e s f u n ccedil otilde e s e o b j e c t i v o s T a l v e z p o r isso p a r a

esta au tora n e m tudo a q u i l o q u e g e n e r i c a m e n t e se d e s i g n a p o r t r a b a l h o e x p e r i m e n t a l ou p o r

t r aba lho p raacute t i co p o d e se r c o n s i d e r a d o u m fac to r d e t e r m i n a n t e na c o m p r e e n s atilde o da n a t u r e z a d a

c i ecircnc i a e d o t r aba lho d o s c i e n t i s t a s ( O p cit p 76) T a m b eacute m M i g u eacute n s e Ser ra ( 2 0 0 0 p 5 5 6 )

a s s i n a l a m q u e sob a d e s i g n a ccedil atilde o d e t r a b a l h o p raacute t i co se r e a l i z a m d i f e r e n t e s m o d a l i d a d e s c o m o

se j am i lus t raccedilotildees d e m o n s t r a ccedil otilde e s e x p l o r a ccedil otilde e s i nves t i gaccedilotildees q u e p o s s u e m ca rac t e r i s t i ca s

34

proacuteprias tecircm diferentes finalidades e consequentemente proporcionam diferentes

aprendizagens

223 - O Trabalho Experimental encarado sob diferentes perspectivas de

ensino

Em Paixatildeo (1998 p35) encontramos a seguinte referecircncia de uma ou de outra forma

nunca se desligou o Trabalho Experimental do ensino das Ciecircncias no entanto ao longo do

tempo e de acordo com diferentes quadros teoacutericos o modo de olhar o TE tem evoluiacutedo

Assim e intrinsecamente relacionado com a concepccedilatildeo de Ciecircncia e de Ensino da Ciecircncia

vigente o TE eacute encarado de diferentes formas Dominado por uma perspectiva de Ensino por

Transmissatildeo (EPT) o trabalho experimental surgia centrado nos conteuacutedos numa loacutegica de

instruccedilatildeo - a aquisiccedilatildeo de conceitos era a meta Nesta perspectiva o trabalho experimental era

do tipo ilustrativo demonstrativo e de sentido verificatoacuterio ou quando muito confirmatoacuterio

preparado para os alunos observarem com atenccedilatildeo e fazerem registos que lhes satildeo solicitados

para fazerem (Cachapuz Praia e Jorge 2000 p9) Como eacute argumentado por Paixatildeo (1998)

as demonstraccedilotildees ilustrativas tiveram um papel privilegiado com funccedilatildeo de suporte e

confirmaccedilatildeo da teoria ensinada em primeiro lugar

Por volta dos anos 6070 impulsionado pela premecircncia de formar cientistas surge no

ensino das Ciecircncias um movimento caracterizado por aspectos behavioristas da aprendizagem

assentando na convicccedilatildeo de que o aluno aprende sozinho conteuacutedos cientiacuteficos partindo da

observaccedilatildeo Dominava assim uma perspectiva de Ensino por Descoberta (EPD) (Cachapuz

Praia e Jorge 2000) a qual valorizava a utilizaccedilatildeo de um suposto meacutetodo cientiacutefico como

forma de chegar indutivamente ao conhecimento cientiacutefico considerado como acabado

35

objectivo inquestionaacutevel e passiacutevel de ser aprendido por acumulaccedilatildeo de parcelas de verdade

(Paixatildeo (1999 p 19) Entre estas duas perspectivas a principal diferenccedila consiste na ecircnfase nos

conteuacutedos - EPT - e na valorizaccedilatildeo dos processos - EPD (Paixatildeo 1998 1999 Cachapuz

Praia e Jorge 2000) tratando-se esta uacuteltima de uma perspectiva empirista e indutivista pois

considera-se que todo o conhecimento humano deriva da observaccedilatildeo e da experiecircncia (uacutenica

fonte de conhecimentos) e a construccedilatildeo do conhecimento em Ciecircncia segue um processo

linear caminhando do particular para o geral da observaccedilatildeo para a teoria

Impulsionado por movimentos construtivistas da aprendizagem seguiu-se um periodo

de reconceptualizaccedilatildeo e revalorizaccedilatildeo do Trabalho Experimental (Hodson 1992 Paixatildeo

1998) Surgiram entatildeo no ensino das Ciecircncias e em particular no Trabalho Experimental

novos matizes que passaram a considerar entre outros aspectos o erro como parte na

construccedilatildeo do conhecimento e que passou a ser valorizado e o conhecimento cientiacutefico

assumido como problemaacutetico e conjectural (Paixatildeo 1999) As ideias dos alunos preacutevias ao

conhecimento formal - concepccedilotildees alternativas - passaram a ser o ponto de partida para uma

aprendizagem que atraveacutes do conflito cognitivo promove a mudanccedila conceptual Falamos de

uma Perspectiva de Ensino por Mudanccedila Conceptual - EMC Nesta perspectiva o trabalho

experimental pode ser um precioso auxiliar na medida em que orientado pelo professor

permite aos alunos fazerem previsotildees acerca do que ( ) esperam encontrar ( ) diaacutelogo

entre si e em relaccedilatildeo agraves interpretaccedilotildees e conclusotildees a que importa chegar Estamos assim

longe do sentido verificatoacuterio ou meramente confirmatoacuterio do trabalho experimental

(Cachapuz Praia e Jorge 2000 p33)

Apoiados na investigaccedilatildeo didaacutectica que tecircm desenvolvido aqueles autores apresentam-

nos uma nova visatildeo para o ensino das Ciecircncias - a Perspectiva de Ensino por Pesquisa (EPP)

- que se caracteriza por defender uma educaccedilatildeo cientiacutefica que jaacute natildeo eacute soacute em Ciecircncia mas

36

t a m b eacute m a t r a v eacute s d a C i ecirc n c i a e s o b r e C iecircnc ia p r o m o t o r a de cu l tu ras c ient i f icas m a i s

h u m a n i z a d a ( ) n u m m u n d o t ecno loacuteg ico avanccedilado p o r eacute m q u e q u e r e m o s a l fabe t i zado

c i e n t i f i c a m e n t e (Op cit p 46) N e s t a pe r spec t iva o t raba lho e x p e r i m e n t a l su rge c o m o u m a

ac t iv idade aberta n a qual o s resu l tados n atilde o s atilde o oacute b v i o s n e m f a l a m p o r si pe lo contraacuter io s atilde o

ge rado re s de d iscussatildeo q u e assenta e m q u a d r o s teoacuter icos conhec idos v ivecircnc ias pessoais e

c r u z a m e n t o c o m expe r i ecircnc ia s do quo t id iano

P a r a u m a m e l h o r le i tura do q u e ateacute a q u i se d isse ace rca d a s pe r spec t i va s de ens ino

s i s t ema t i zaacutemos no q u a d r o 2 7 a v isatildeo d o T r a b a l h o Expe r imen ta l e m c a d a u m a d a s perspec t ivas

re fe r idas - E P T E P D E M C e EPP adap t ado d e Cachapuz P ra ia e Jo rge (2000)

Perspectiva de Ensuumlio Visatildeo do Trabalho Experimental

Ensino por Transmissatildeo (EPT)

Aprendizagem centrada na instruccedilatildeo de conteuacutedos

bull O conhecimento eacute transmitido aos alunos que o memorizam bull O conhecimento cientiacutefico eacute cumulativo acabado e inquestionaacutevel bull O trabalho experimental tem uma funccedilatildeo ilustrativa demonstrativa e de

sentido verificatoacuterio ou confirmatoacuterio de alguma teoria aprendida previamente

Ensino por Descoberta (EPD)

Aprendizagem centrada na compreensatildeo de processos cientiacuteficos

bull Satildeo os TE radicados no fenomenoloacutegico que levam agrave descoberta de factos novos e eacute a interpretaccedilatildeo de tais factos que conduz de forma natural e espontacircnea agrave descoberta de ideias das mais simples agraves mais elaboradas

bull Natildeo haacute preocupaccedilatildeo com o que os alunos jaacute sabem (ignorado o saber quotiacutediano dos alunos)

bull Natildeo satildeo tidos em conta quadros de referecircncia teoacutericos bull O TE eacute nesta perspectiva um instrumento privilegiado bull Aplicaccedilatildeo do Meacutetodo Cientiacutefico (na convicccedilatildeo e crenccedila de que o aluno eacute

capaz de chegar agraves ideias a partir dos factos com os factos e atraveacutes dos factos que se lhe oferecem gratuitamente)

bull A experiecircncia pela experiecircncia feita sistematicamente bull O Meacutetodo Cientiacutefico surge como um exerciacutecio mecacircnico e independente do

conteuacutedo e do contexto a que o TE se refere bull Existe um protocolo que seguido sistemadcamente daacute a seguranccedila ao aluno

do que estaacute a realizar bull O sentido e sobretudo o significado com que o aluno segue os passos do

protocolo e para que o faz natildeo satildeo claros bull Satildeo valorizados os resultados esperados (previsiacuteveis) bull O erro deve ser evitado (ao aluno basta seguir atentamente as instruccedilotildees do

37

Ensino por Mudanccedila Conceptua]

(EMC)

professor e os resultados surgem sem questionamento)

Aprendizagem como (re)construccedilatildeo de conceitos Satildeo tidas em conta as construccedilotildeesrepresentaccedilotildees preacutevias dos alunos O erro passa a ser constitutivo da situaccedilatildeo didaacutectica eacute necessaacuterio errar reconhecer o porquecirc do erro o seu significado para ultrapassar a situaccedilatildeo -o erro como uma alavanca de progresso O TE como (3deg) instrumento de mudanccedila conceptual E uma forma de encontrar contra-exemplos capazes de gerar insatisfaccedilatildeocontradiccedilatildeo entre as suas expectativas (baseadas nas suas CAs) e as observaccedilotildees eou experimentaccedilotildees efectuadas pelos alunos O TE permite a discussatildeo e a controveacutersia entre os alunos Os alunos fazem previsotildees acercam do que esperam encontrar e justificaccedilotildees das afirmaccedilotildees que fazem - base do diaacutelogo entre os alunos e em relaccedilatildeo agraves interpretaccedilotildees e conclusotildees a que importa chegar (nesta perspectiva o TE estaacute longe das funccedilotildees meramente de verificaccedilatildeo ou confirmaccedilatildeo)

Ensino por Pesquisa (EPP)

Aprendizagem como actividade Lnvestigativa de (re)construccedilatildeo de conceitos competecircncias atitudes e valores Instrumento primordial meio privilegiado TE como uma actividade aberta em que os dados obtidos experimentalmente satildeo o moacutebil para a discussatildeo Os dados natildeo satildeo oacutebvios nem os resultados falam por si - satildeo interpretados agrave luz de quadros teoacutericos conhecidos vivecircncias e cruzamentos com experiecircncias do quotidiano Os resultados podem ajudar agrave resoluccedilatildeo do problema mas natildeo satildeo a soluccedilatildeo do problema

Quadro 27 - Caracteriacutesticas do Trabalho Experimental encarado sob diferentes perspectivas de ensino

(Cachapuz Praia e Jorge 2000)

P e n s a r o t r aba lho expe r imen ta l c o m o u m a inves t igaccedilatildeo eacute pensa r u m a ac t iv idade q u e

con fe re aos a lunos g r a n d e a u t o n o m i a (San tos e Ol ive i ra 2003) E n c a r a d o sob es ta pe r spec t iva

o t rabalho expe r imen ta l eacute u m a tarefa e m q u e o s a lunos r e c o n h e c e m o p r o b l e m a era es tudo

c o m o u m p r o b l e m a real m a s natildeo soacute O t raba lho expe r imen ta l const i tu i u m ins t rumen to

pr iv i legiado e m que c o m o re fe rem C a c h a p u z P ra ia e Jo rge (2000) a t raveacutes de ac t iv idades

mais aber tas e q u e s u r g e m a part i r de p r o b l e m a s c o m q u e os a lunos se d e b a t e m se t e n t a m

encont rar ( r e ) so luccedilotildees p a r a esses p rob l emas rea i s N a perspec t iva de Hofs t e in e L u n e t t a

38

(2004) os alunos constroem as suas ideias e compreensatildeo do real a partir das suas

experiecircncias pessoais pelo que eacute cada vez mais uma ideia emergente que a aprendizagem eacute

contextualizada e que como tal os alunos constroem o seu conhecimento resolvendo

problemas autecircnticos e cora sentido Tambeacutem Hodson (1992) refere que aos alunos devem ser

dadas oportunidades de conduzir investigaccedilotildees e resolver problemas que de facto lhes

interessem

Na perspectiva de Ensino Por Pesquisa (Cachapuz Praia e Jorge 2000) com a qual

nos identificamos o Trabalho Experimental surge como uma estrateacutegia um instrumento

atraveacutes do qual se abordam situaccedilOtildees-problema do quotidiano dos alunos e que comporta um

elevado valor educativoformativo

244 - Trabalho Experimental actividade privilegiada na abordagem de

situaccedilotildees-problema do quotidiano

O trabalho experimental considerado como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas

tem vindo a ser notado como uma estrateacutegia facilitadora da aprendizagem das Ciecircncias e ao

mesmo tempo encarado como uma forma de desenvolvimento pessoal e social dos alunos

tendo o professor um papel de orientador (por exemplo Hodson 1992 Lopes 1994 Guimas

de Almeida 1995 Cachapuz Praia e Jorge 2000 Wellington 2000 Santos 2002 Santos e

Oliveira 2003 Hostein e Lunetta 2004)

Contudo a relevacircncia dada hoje em dia a actividades como o trabalho experimental e

a resoluccedilatildeo de problemas reside igualmente nas necessidades de formaccedilatildeo da proacutepria

sociedade (o colectivo humano) e por esse motivo tem para o professor exigecircncias e

preocupaccedilotildees de caraacutecter pedagoacutegico didaacutectico e tambeacutem epistemoloacutegico Estas uacuteltimas

preocupaccedilotildees relacionam-se com a importacircncia de os cidadatildeos saberem mais sobre

39

ciecircncia ou seja saberem algo sobre a natureza da Ciecircncia e dos seus muacuteltiplos processos de

produccedilatildeo De acordo com Hofstein e Lunetta (2004 p46) pesquisas recentes mostraram que

o trabalho experimental pode ajudar os estudantes a desenvolver ideias sobre a natureza da

comunidade cientiacutefica e sobre a natureza da Ciecircncia Por outro lado as preocupaccedilotildees de

caraacutecter epistemoloacutegico relacionam-se com o facto de tal como refere Praia (1995 p33)

diversos investigadores terem salientado a urgecircncia dos professores (re)estruturarem as suas

concepccedilotildees sobre Ciecircncia abandonando tendecircncias empiristas e indutivistas redutoras

Muitas vezes existe um desfasamento entre os objectivos que se pretendera alcanccedilar o

tipo de actividades sugeridas e a forma como estas satildeo orientadas Numa anaacutelise efectuada por

Lunetta e Tamir cit Reis (1996) muitas vezes os alunos realizam actividades tipo receita

sendo-lhes dadas poucas oportunidades para levantar hipoacuteteses executar experiecircncias por eles

planeadas ou discutir possiacuteveis erros experimentais Na verdade como alertam Hofstein e

Lunetta (2004 p32) os alunos tecircm poucas oportunidades para actividades metacognitivas

uma vez que estatildeo normaknente e como antes dissemos envolvidos com pormenores teacutecnicos

- centrados no processo natildeo havendo oportunidade para expressarem as suas interpretaccedilotildees e

percepccedilotildees sobre a pesquisa Este tipo de situaccedilatildeo cria uma discrepacircncia entre objectivos e

praacutetica Deste modo concordamos com Hodson (1990) quando afirma que o trabalho praacutetico

que se realiza hoje em muitas escolas proporciona apenas um pouco do seu real valor

educativo

Tal como atraacutes referimos numa perspectiva de ensino por transmissatildeo (EPT) a ecircnfase

reside nos conteuacutedos da Ciecircncia por sua vez numa perspectiva de ensino por descoberta

(EPD) haacute uma valorizaccedilatildeo dos processos Quer numa conjuntura quer noutra conteuacutedos e

processos surgem desencontrados isto eacute ora se valorizam mais os factos as teorias ora se

enfatizam as observaccedilotildees mediccedilotildees Tal como advogam por exemplo Wellington (2000)

40

Paixatildeo (2001a) e Hofstein e Lunetta (2004) o Trabalho Experimental deve encontrar um

equiliacutebrio entre estas duas vertentes - processos e conteuacutedos Para Hofstein e Lunetta (2004

p32) eacute essencial dar oportunidades aos alunos que os levem a colocar questotildees sugerir

hipoacuteteses e delinear investigaccedilotildees - minds-on assim como hands-on dando-lhes

oportunidade para interagir e reflectir sobre o trabalho que estatildeo a realizar Tambeacutem

Wellington (2000) defende que os conteuacutedos de Ciecircncias devem seguir a par com os

processos

De facto e tal como encontramos em Paixatildeo (2001 p6) no trabalho experimental

conduzido em moldes inovadores processa-se uma interacccedilatildeo constante entre o pensamento e

a acccedilatildeo em que as capacidades processuais satildeo uma parte essencial e crucial do

desenvolvimento da compreensatildeo dos alunos

Deste modo consideramos que ao realizar trabalho experimental se deve ter em conta

que os temas em estudo podem e devem ser relacionados com a vida quotidiana dos alunos-

(futuros)-cidadatildeos Paixatildeo (2001) sugere o seguinte desenvolvimento para o Trabalho

Experimental

1 Apresentaccedilatildeo de problema social e tecnologicamente relevante de

fenoacutemenos ou questotildees que possam interessar os alunos

2 Respostas provisoacuterias e previsotildees

3 Estudo histoacuterico com introduccedilatildeo da ideia cientiacutefica

4 Planeamento e realizaccedilatildeo de testes (experimentais por exemplo)

5 Confronto de ideias ampliaccedilatildeo das ideias para diferentes contextos actuais e

avaliaccedilatildeo (p8)

Tal como encontramos em Hofstein e Lunetta (2004) usado adequadamente o

trabalho experimental assume especial importacircncia nos tempos que correm De acordo com

estes autores o trabalho experimental realizado como uma investigaccedilatildeo envolve etapas como

41

a observaccedilatildeo o questionamento a pesquisa em vaacuterias fontes planificar a investigaccedilatildeo

recolher e interpretar dados propor hipoacuteteses fazer previsotildees e comunicar os resultados Para

aleacutem destes aspectos encarado desta forma o trabalho experimental envolve e desenvolve o

uso de pensamento criacutetico e loacutegico

Tal como muitos dos autores ateacute aqui referenciados consideramos que o trabalho

experimental enquadrado numa perspectiva de ensino por pesquisa de cariz racionalista deve

ser capaz de proporcionar aos alunos o desenvolvimento de competecircncias capacidades

atitudes valores conhecimentos passiacuteveis de serem transferiacuteveis para situaccedilotildees e

contextos diversos da sua vida quotidiana presente e futura

225 - O Trabalho Experimental na escola de hoje

Seguindo de novo o raciociacutenio de Guimas de Almeida (1995 p l 10) somos advertidos

que pelo facto de coexistirem diversos formatos de Trabalho Experimental parece plausiacutevel

considerar que estamos a viver um periacuteodo de crise paradigmaacutetica em que se procura proceder

a uma reconceptualizaccedilatildeo do trabalho experimental agrave luz da epistemologia construtivista De

facto tambeacutem Hodson (1996) alerta para a necessidade de reconceptualizar o Trabalho

Experimental nas trecircs dimensotildees que atraacutes referimos - aprender Ciecircncias aprender sobre

Ciecircncias e Aprender a fazer Ciecircncia

Como nos diz Oliveira (1999 p43) prevalecem certos mitos sobre a Ciecircncia

nomeadamente que a observaccedilatildeo fornece directo acesso ao conhecimento a Ciecircncia comeccedila

pela observaccedilatildeo e processa-se por induccedilatildeo De facto muitas vezes o trabalho experimental eacute

planeado para chegar a um resultado predeterminado a partir das orientaccedilotildees do professor

42

partindo sem qualquer consideraccedilatildeo teoacuterica e sem serem envolvidos na planificaccedilatildeo da

actividade (Hodson 1992 Lopes 1994 Martins e Veiga 1999 Oliveira 1999)

Diversos autores advertem que muitas vezes o formato de trabalho experimental usado

eacute aquele em que os alunos seguem escrupulosamente o protocolo como se de um livro de

receitas se tratasse (por exemplo Hodson e Reid 1988 Guimas de Almeida 1995 Reis

1996 Martins e Veiga 1999 Oliveira 1999 Migueacutens e Serra 2000 Leite 2001 Hostein e

Lunetta 2004 ) consumindo o tempo do Trabalho Experimental em tarefas tais como ler

valores de temperatura efectuar registos Como nos dizem Martins e Veiga (1999) esse

tempo seria melhor rentabilizado se os alunos pudessem previamente reflectir sobre aquilo

que se espera que venha a suceder Sempre que possiacutevel os estudantes deveriam descrever

essas previsotildees por escrito assim como as condiccedilotildees em que poderiam ocorrer determinadas

situaccedilotildees (pl9)

No seu estudo Lopes (1994) daacute-nos conta de uma seacuterie de factores que podem estar na

base do insucesso de uma actividade de Trabalho Experimental e que satildeo

1 - Os exerciacutecios praacuteticos satildeo feitos sem qualquer base teoacuterica 2 - Pretende-se que o concreto se tome abstracto 3 - 0 trabalho laboratorial de manuseamento eacute muito extenso (ocupa muito tempo da aula) o que leva a um tempo de contacto passageiro com o conteuacutedo em causa 4 - Muitas vezes o conteuacutedo eacute fomecido pelo professor deixando pouco espaccedilo para o aluno construir o seu significado pessoal 5 - 0 trabalho laboratorial eacute visto como um meio de obtenccedilatildeo de informaccedilatildeo ou dados meramente factuais 6 - Os alunos natildeo satildeo envolvidos no projecto e na planificaccedilatildeo das investigaccedilotildees experimentais (eacute o professor que o faz) o que se traduz num trabalho com pouca utilidade do ponto de vista pedagoacutegico 7 - Os alunos natildeo soacute natildeo possuem a teoria necessaacuteria e apropriada para a compreensatildeo do que executam como podem possuir outra teoria diferente Assim vatildeo proceder aacutes observaccedilotildees no siacutetio errado e interpretaacute-las de forma incorrecta 8 - Existem experiecircncias que apenas servem para distrair os alunos dos conceitos teoacutericos importantes envolvidos e para inibir o seu pensamento criativo (p31)

43

Na opiniatildeo de vaacuterios autores os professores tecircm uma visatildeo limitada das possibilidades

educativas do Trabalho Experimental De facto como advertem Hodson (1990 2001)

Wellington (1998) e Hofstein e Lunetta (2004) nem todo o trabalho experimental realizado

nas escolas dos nossos dias eacute produtivo Muito pelo contraacuterio Como afirma Hodson (1990

p33) o trabalho praacutetico que se realiza hoje em muitas escolas eacute incompreendido confuso e

improdutivo Pese embora serem (mais ou menos) consensuais as potencialidades do trabalho

experimental facilmente estas podem ser suprimidas contornadas ou mesmo pervertidas

pelo que Hodson (2001) adverte que existe uma impensada eou pouco explorada utilizaccedilatildeo do

trabalho experimental Pelos motivos apontados ateacute aqui ganha especial destaque a afirmaccedilatildeo

de Hodson (Op cit p4) It seems that practical work does not always produce the learning

we seek The best that can be said is that some teachers use it successfully whit some students

to achieve some of their goals

Segundo as investigaccedilotildees tecircm mostrado o Trabalho Experimental comporta um

elevado potencial educativoformativo se se souber tirar partido de um tipo de actividade

como esta Como encontramos em Leite (2001) ainda que os argumentos cognitivos e os

argumentos das capacidades (Wellington 1998) possam faciknente ser postos em causa

quanto aos argumentos afectivos salientamos o seguinte ningueacutem contesta que os alunos

gostam das actividades laboratoriais e gostam tanto mais quanto mais espectaculares elas

forem Leite (2001 p87) No entanto mesmo que todas as actividades laboratoriais

possuiacutessem uma espectacularidade capaz de seduzir todos os alunos tal natildeo significaria que

estes compreendessem o que observavam (Leite 2001)

O Trabalho Experimental considerado como uma investigaccedilatildeo atraveacutes da resoluccedilatildeo de

problemas pressupotildee a utilizaccedilatildeo das capacidades estrateacutegicas da ciecircncia desde fazer

previsotildees ou formular hipoacuteteses inferir conceber planos experimentais interpretar resultados

44

num determinado quadro conceptual com vista agrave resoluccedilatildeo de um problema (Paixatildeo 2001a

p6) A observaccedilatildeo tem tambeacutem um papel importante contudo natildeo poderaacute ser o ponto de

partida Isto eacute contesta-se hoje que ( ) a observaccedilatildeo de factos cientiacuteficos decirc em si mesma

significado ao estabelecimento de interpretaccedilotildees ou mesmo de teorias ignorando o estatuto

epistemoloacutegico da hipoacutetese Martins e Veiga (1999 p57) Deste ponto de vista que eacute tambeacutem

o nosso natildeo se pretende menosprezar o papel da observaccedilatildeo no entanto voltamos ao

raciociacutenio de Martins e Veiga (1999 p58) quando afirmam que a observaccedilatildeo para ter

significado e valor deveraacute inserir-se num quadro de conhecimentos anteriores e ser orientada

por hipoacuteteses

Tal como mostraram os resultados de algumas investigaccedilotildees em Portugal (por

exemplo Valente 1999) ateacute 1999 o Trabalho Experimental ainda era pouco usado nas nossas

escolas nesta perspectiva Todavia depois da revisatildeo curricular do Ensino Baacutesico em 2001

foi reforccedilada a ecircnfase dada ao trabalho experimental que passou a ter cariz de obrigatoacuterio

como se pode ler no actual Curriculo Nacional do Ensino Baacutesico Para os conhecimentos

cientiacuteficos serem compreendidos pelos alunos () considera-se fundamental () realizar

actividade experimental e ter oportunidade de usar diferentes instrumentos de observaccedilatildeo e

medida (DEB 2001 p l31)

Com a reorganizaccedilatildeo curricular do Ensino Baacutesico uma das directivasorientaccedilotildees

aponta precisamente no sentido de que a actividade experimental deve ser planeada com os

alunos decorrendo de problemas que se pretendem investigar e natildeo constituem a simples

aplicaccedilatildeo de um receituaacuterio () Deve haver lugar a formulaccedilatildeo de hipoacuteteses e previsatildeo de

resultados observaccedilatildeo e explicaccedilatildeo (DEB 2001 p131-132) Nesta perspectiva a

intervenccedilatildeo do professor teraacute que ser muito bem planeada e intencional por forma a

sistematizar o conhecimento e proporcionar aos alunos as actividades desejadas

45

Mais recentemente estaacute a iniciar-se em Portugal a implementaccedilatildeo do Programa de

Generalizaccedilatildeo do Ensino Experimental das Ciecircncias no 1deg Ciclo do Ensino Baacutesico que tem

como principal argumento

O recurso a metodologias de ensino baseadas na experimentaccedilatildeo e na investigaccedilatildeo constitui um meio eficaz para a promoccedilatildeo da literacia cientiacutefica nomeadamente para desenvolver a confianccedila dos alunos para lidarem com as questotildees cientiacuteficas e tecnoloacutegicas do quotidiano bem como para aumentar a apetecircncia dos jovens pela escolha de carreiras relacionadas com a Ciecircncia e a Tecnologia (ME 2006 p 10)

46

23 - As Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

231 - A Educaccedilatildeo e a Sociedade das TIC

A educaccedilatildeo numa perspectiva cultural deveraacute ter como propoacutesito a compreensatildeo da sociedade do seu tempo () O conhecimento cientiacutefico e tecnoloacutegico eacuteparte integj-ante da cultura contemporacircnea e por isso seraacute sempre uma ferramenta indispensaacutevel para o reforccedilo do papel social argumentativo e reivindicativo das populaccedilotildees

Martins 2006 p27

Num tempo e sociedade em que as Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo estatildeo

presentes em (quase) todas as aacutereas de intervenccedilatildeo humana a educaccedilatildeo natildeo eacute excepccedilatildeo Como

consequecircncia as formas tradicionais de ensinar e aprender satildeo (comeccedilam a ser) tambeacutem

alteradas

De acordo com Beltraacuten (2006) a sociedade contemporacircnea caracteriza-se por ter como

principal recurso a informaccedilatildeo que pode apresentar-se sob diversas formas e estar presente em

dois locais simultaneamente Com este autor podemos distinguir quatro tipos de sociedade

que emergem a partir desse mesmo recurso - a informaccedilatildeo - designadamente a sociedade da

informaccedilatildeo a sociedade do conhecimento a sociedade da aprendizagem e a sociedade da

inteUgecircncia Apresentamos no quadro 28 as principais caracteriacutesticas de cada uma delas

47

Sociedade emergente Caracteriacutesticas

Sociedade da Informaccedilatildeo

Nesta sociedade destacam-se as redes de comunicaccedilatildeo baratas abertas e globais e os bancos de dados massivos e continuamente actualizados (p24)

Sociedade do Conhecimento

Na sociedade do conhecimento acentua-se o valor dos dados elaborados integrados em estruturas de sentido assim como a forccedila do conhecimento como gerador de novos conhecimentos e sobretudo como realidade dinamogeacutenica capaz de criar mudar e transformar a realidade (p24-25)

Sociedade da Aprendizagem

No que diz respeito agrave sociedade da aprendizagem esta estaacute um passo agrave frente pois a ecircnfase segundo o autor eacute colocada num sistema cultural no qual os indiviacuteduos para sobreviver devem aprender ao logo de toda a vida (p25) Numa sociedade deste tipo os alunos satildeo responsaacuteveis pelo seu progresso e competecircncia pessoal para aleacutem disso saber partilhar os valores e o espirito de empreendimento tem um valor igual ao dos conhecimentos teoacutericos e a aprendizagem converte-se num compromisso de toda a comunidade (p25)

Sociedade da Inteligecircncia

Por fim a sociedade da inteligecircncia enfatiza a ideia de inteligecircncia distribuiacuteda e compartilhada jaacute que os grupos como sistemas de comunicaccedilatildeo aumentam ou diminuem a capacidade dos indiviacuteduos para resolver problemas ou alcanccedilar maiores niacuteveis de bem-estar Com a explosatildeo tecnoloacutegica a mesma inteligecircncia humana eacute potenciada e converte-se numa inteligecircncia ampliada ou assistida (P-25)

Quadro 28 - Sociedade da informaccedilatildeo sociedade do conhecimento sociedade da aprendizagem e

sociedade da inteligecircncia principais caracteriacutesticas (Beltraacuten 2006)

S u b j a c e n t e agrave s s o c i e d a d e s d o c o n h e c i m e n t o d a a p r e n d i z a g e m e d a i n t e l i gecircnc i a e s t aacute a

ide ia d e l i t e rac ia t e c n o l oacute g i c a a qua l s e g u n d o C a r n e i r o ( 2 0 0 1 p l l ) se f o r a s s o c i a d a agrave s

c o m p e t ecirc n c i a s b aacute s i c a s m a i s t r a d i c i o n a i s - eacute a i n d a a p o l iacute t i c a m a i s s e g u r a a s egu i r p e r a n t e o

e spec t ro d e u m m u n d o d e s i g u a l d i v i d i d o e n t r e d i g i t a l m e n t e a p t o s e i n a p t o s

D e a c o r d o c o m M i r a n d a ( 2 0 0 6 p 85 ) o c o n c e i t o d e l i t e r ac i a t e c n o l oacute g i c a e n g l o b a

e s s e n c i a l m e n t e t r ecircs d i m e n s otilde e s c o n h e c i m e n t o s e c o m p e t ecirc n c i a s s o b r e t e c n o l o g i a

c o m p u t a c i o n a l ( ) a t i t u d e s p o s i t i v a s f a c e a e s t a t e c n o l o g i a e ( ) t e r c o n f i a n ccedil a p a r a u s a r o s

c o m p u t a d o r e s s e m g r a n d e a n s i e d a d e m o t i v o p e l o q u a l r e f e r e q u e o o b j e c t i v o p r i m e i r o d a

l i teracia c o m p u t a c i o n a l d e v e r i a se r a p o i a r o s a l u n o s a in i c i a r o u m e l h o r a r a s s u a s

c o m p e t ecirc n c i a s e c o n h e c i m e n t o s n e s t a aacute rea d e s e n v o l v e r a t i t u d e s p o s i t i v a s f a ce a o s

48

computadores e agrave Internet e diminuir a ansiedade em relaccedilatildeo ao seu uso e aprendizagem

(p85)

O conceito de literacia tecnoloacutegica conduz-nos a um outro seu oposto - a info-

exclusatildeo A este respeito Castells (2004 p299) diz-nos que por um lado se existe uma

ideia partilhada sobre as consequecircncias sociais do crescente acesso agrave informaccedilatildeo eacute a de que a

educaccedilatildeo e a aprendizagem ao longo da vida constituem ferramentas essenciais para o ecircxito no

trabalho e o desenvolvimento pessoal Por outro lado diz-nos que na Era da Informaccedilatildeo a

aprendizagem baseada na Internet natildeo depende unicamente da periacutecia tecnoloacutegica (Op cit

p299) pelo que o conceito de literacia tecnoloacutegica ultrapassa largamente os aspectos teacutecnicos

reclamando sim uma educaccedilatildeoformaccedilatildeo diferente da tradicional na qual o fundamental eacute

trocar o conceito de aprender pelo de aprender a aprender (Op cit p300) Tal como

referimos no inicio deste capiacutetulo na sociedade da informaccedilatildeo e do conhecimento o

importante eacute saber integrar e aplicar o conhecimento disponiacutevel Por isso o autor fala de uma

nova aprendizagem na qual o que importa eacute possuir habilidade para procurar obter processar

e utilizar a informaccedilatildeo transformando-a em conhecimento em acccedilatildeo isto eacute uacutetil e aplicaacutevel

De facto vivemos num mundo cada vez mais tecnoloacutegico pelo que Castells (2004) eacute

peremptoacuterio ao afirmar que enquanto quiser continuar a viver em sociedade neste tempo e

neste lugar teraacute que lidar com a sociedade em rede Porque vivemos na Galaacutexia Intemet

(p325)

Na verdade o fenoacutemeno que estaacute na geacutenese de tatildeo profundas alteraccedilotildees sociais

designa-se por Globalizaccedilatildeo que Castells (2004 p318) defmiu como a palavra chave que

encerra em si a nova ordem tecnoloacutegica econoacutemica e social Em relaccedilatildeo a este fenoacutemeno

surge uma reacccedilatildeo generalizada de vozes contra Segundo este autor prevalece em muitos

cidadatildeos um sentimento de medo em relaccedilatildeo agrave nova sociedade da qual a Internet eacute um

49

siacutembolo (Op cit p318) e das implicaccedilotildees directas nas suas vidas Apesar do medo do que eacute

novo ser uma constante na tiistoacuteria da humanidade andando sempre a par com a inovaccedilatildeo

este relaciona-se com trecircs aspectos essenciais o primeiro prende-se com a liberdade no acesso

agrave Internet isto eacute embora a rede seja uma forma de comunicaccedilatildeo global e livre (Op cit

p319) que assume cada vez mais importacircncia na vida da sociedade contemporacircnea o seu

acesso eacute controlado O segundo aspecto relaciona-se com a info-exclusatildeo ou seja tal como

atraacutes referimos na nova sociedade quem natildeo estaacute ligado eacute simplesmente excluiacutedo Por

uacuteltimo surge o medo que alguns cidadatildeos sentem da mudanccedila na Era da Internet e que estaacute

tambeacutem associado ao desafio que eacute a integraccedilatildeo da capacidade de processamento da

informaccedilatildeo e geraccedilatildeo de conhecimentos em cada um de noacutes (Op cit p319) ou seja a

duacutevida pessoal acerca da capacidade de aprender ao longo da vida

232 - Utilizaccedilatildeo das TIC em contexto educativo implicaccedilotildees na

aprendizagem

E lugar comum nos nossos dias pensar-se que o uso das TIC pode por si soacute fazer

maravilhas A preocupaccedilatildeo com a prevalecircncia desta ideia eacute partilhada por vaacuterios autores entre

os quais Miranda (2006 p77) sempre que surge uma nova tecnologia existe a tendecircncia para

lhe associar quase como que por magia o poder de mudar a acccedilatildeo educativa e os seus

resultados sendo esta a posiccedilatildeo dos mais optimistas De facto tal natildeo acontece E como atraacutes

referimos natildeo eacute pelo facto de uma escola estar equipada ao niacutevel de equipamentos de TIC ou

de os professores receberem formaccedilatildeo nesta aacuterea que se faraacute um uso de qualidade das

tecnologias (Paiva 2002)

50

Tambeacutem Beltraacuten (2006) ao reflectir sobre este tema explica-nos que as novas

tecnologias da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo ( ) natildeo vatildeo resolver os problemas da escola

contudo j aacute fazem parte da nossa identidade pessoal especialmente no contexto educativo

(p28) Ao falarmos de tecnologias haacute que considerar um aspecto importante tal como nos diz

Papert (1993 p7) quando alerta que a sociedade estaacute a mudar mais depressa que a escola

ao que Miranda (2006 p77) acrescenta que a inovaccedilatildeo educativa aparece mais no discurso

do que nas praacuteticas E explica as mudanccedilas nos modos de pensar e de fazer satildeo bem mais

lentas do que a evoluccedilatildeo tecnoloacutegica (Op cit p77)

Pese embora a utilizaccedilatildeo diferenciada que cada professoreducador faz das TIC o facto

eacute que muitas satildeo as potencialidades que lhes satildeo reconhecidas

Muitos satildeo os autores que enumeram as possiacuteveis aplicaccedilotildees das tecnologias na sala de

aula de uma forma geral Destacamos algimias bases de dados elaboraccedilatildeo de graacuteficos e-

mail folha de caacutelculo Internet multimeacutediaCD-ROM processamento de texto programas de

apresentaccedilatildeo programas de desenhotratamento de imagens programas de tratamento

estatiacutestico de dados software pedagoacutegico (Ponte 2000 Paiva 2002)

O uso das TIC em contexto educativo contribui para o desenvolvimento de capacidades

e competecircncias de literacia tecnoloacutegica Mas natildeo soacute Para aleacutem disso tal como nos indica

Miranda (2006 p 8iacute) parece existir uma sintonia entre o desenvolvimento das funccedilotildees

psicoloacutegicas superiores e os sistemas convencionais de tratamento e representaccedilatildeo da

informaccedilatildeo Pelo que acrescenta o que acontece eacute que os sistemas informaacuteticos

considerados como novos formalismos para tratar e representar a informaccedilatildeo ancorados nos

sistemas convencionais vatildeo modificar o modo como as crianccedilas estatildeo habituadas a aprender e

amplificar o seu desenvolvimento cognitivo

51

Para aleacutem das razotildees ateacute aqui apontadas destacamos ainda a ideia de Papert (1993)

referindo que tendo os alunos tantas formas atraentes de acesso ao conhecimento se a escola

natildeo quiser perder a sua legitimidade eacute necessaacuterio que os professores desenvolvam uma

consciecircncia crescente de que existem novas formas de aprendizagem e que a tecnologia eacute um

instrumento que serve esse propoacutesito (p9) devendo para isso tirar partido das

potencialidades das TIC

Parece assim claro que pelas razotildees aqui apontadas eacute vantajosa a integraccedilatildeo das TIC

na sala de aula No entanto como nos diz Miranda (2006 p80) os efeitos positivos soacute se

verificam quando os professores acreditam e se empenham ( ) na sua aprendizagem e

domiacutenio e desenvolvem actividades desafiadoras e criativas que explorem ao maacuteximo as

potencialidades oferecidas pelas novas tecnologias Esta autora defende ainda que os

professores devem usar as TIC em contexto educativo a) como novos formalismos para tratar

e representar a informaccedilatildeo b) para apoiar os alunos a construir conhecimento significativo c)

para desenvolver projectos integrando (e natildeo acrescentando) criativamente as novas

tecnologias no curriacuteculo (Miranda 2006 p80)

As Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo tecircm sido um motor potenciador de

mudanccedilas no campo educacional Dadas as suas potencialidades ligadas de forma directa ao

conhecimento agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo exercem cada vez mais e maior influecircncia na

actividade profissional dos professores (Ponte e Serrazina 1998)

Ao livro veiacuteculo essencial de transmissatildeo do saber na Sociedade Industrial que

carrega(va) o saber ou seja o corpo de conhecimentos a ser compreendido por quem

aprende falta-lhe (ainda) a interactividade e a possibilidade de livre pesquisa por parte do

utilizador () [o] cunho interactivo (Op cit 1998 p9) Por outro lado na Sociedade da

52

Informaccedilatildeo procedente da Sociedade Industrial diversificam-se os suportes do saber entre os

quais o computador e o acesso a redes de comunicaccedilatildeo global (agrave distacircncia)

Actualmente os professores tecircm as mais diversas atitudes em relaccedilatildeo agraves tecnologias da

rnformaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo alguns adiam tanto quanto possiacutevel o contacto com este novo

mundo outros jaacute passaram a integrar as TIC no seu quotidiano sem contudo alterar de

modo significativo as suas praacuteticas (Ponte e Serrazina 1998 plO) outros professores ainda

com elevado interesse pelas TIC e amplas competecircncias no seu uso tendem (ou tenderatildeo) a

usaacute-las de modo excessivamente tecnicista representando um retrocesso nas perspectivas j aacute

amplamente reflectidas da Didaacutectica das Ciecircncias Restaraacute uma minoria que procura descobrir

novos caminhos explorando as potencialidades das novas tecnologias mas defi-ontando-se

com muitos obstaacuteculos

A este propoacutesito Migueacutens (2006) diz-nos que embora em muitas escolas ainda faltem

recursos materiais tambeacutem em muitas delas eles existem natildeo podendo os professores ignoraacute-

los nem omiti-los nas suas praacuteticas educativas Segundo este autor se um professor natildeo

utilizar na sua vida quotidiana o computador dificilmente o integraraacute nas suas praacuteticas

lectivas Para aleacutem deste aspecto refere tambeacutem que muitas vezes as TIC satildeo utilizadas

meramente como motivaccedilatildeo das actividades que se seguem tendo desta forma um papel

muito pobre e redutor se pensarmos nas suas potencialidades e no investimento que

representam Este autor ilustra esta situaccedilatildeo com uma analogia entre o uso que por vezes se

faz das TIC e o uso que tambeacutem por vezes eacute feito do trabalho praacutetico no ensino das Ciecircncias

Isto eacute tambeacutem neste caso natildeo raro o trabalho praacutetico eacute usado como motivaccedilatildeo para as

actividades que se seguem e no fim de contas o que resulta de tanta actividade e esforccedilo eacute

pouco mais do que laquohoje fizemos experiecircnciasraquo (Op cit pUO) o que em termos de

aprendizagem significativa eacute quase nulo

53

Tambeacutem num estudo coordenado por Paiva (2002 p44) concluiu-se que se utiliza

pouco o computador em contexto educativo e que haacute indiacutecios de que a sua utilizaccedilatildeo natildeo seja

a mais sistemaacutetica planificada e pedagogicamente cuidada Eacute tambeacutem referido que pese

embora as potencialidades das TIC das quais trataremos mais adiante as barreiras ao seu uso

satildeo ainda muitas podendo no entanto agrupar-se em duas categorias uma que se prende

com o parque informaacutetico das escolas e outra que tem a ver com os constrangimentos do(s)

agente(s) educativo(s) (Paiva 2002 p9) Por uacuteltimo destacamos do estudo que por um lado

o facto de as escolas estarem bem equipadas ao niacutevel de TIC natildeo significa que se faccedila uma

utilizaccedilatildeo sistemaacutetica das tecnologias Por outro lado constata-se que uma formaccedilatildeo

acrescida natildeo implica obrigatoriamente muita qualidade na utilizaccedilatildeo das TIC (Op cit

P46)

Num estudo apresentado por Tebbutt (2000) eacute referido que uma grande parte dos

professores em exerciacutecio nas escolas natildeo cresceu com os computadores motivo pelo qual tecircm

mais dificuldade em integrar as tecnologias nas suas praacuteticas lectivas Para este autor eacute

necessaacuterio encorajar os professores a desenvolver competecircncia e confianccedila no uso de

computadores na Ciecircncia (p63) eacute necessaacuterio tambeacutem motivar os professores para este uso

por exemplo atraveacutes da demonstraccedilatildeo das potencialidades das tecnologias Por fim assinala

que eacute fundamental estimular os professores a partilhar os seus resultados com outros

professores comunicando-os por exemplo atraveacutes da Internet mas tambeacutem a reflectir acerca

dos problemas que o uso das TIC no ensino das Ciecircncias pode acarretar

A tecnologia estaacute cada vez mais presente no universo educativo assumindo uma

relevacircncia transversal no processo de ensino-aprendizagem como referem Ponte e Serrazina

(1998 plO) Para estes autores recai sobre as instituiccedilotildees formadoras de professores uma

forte responsabilidade nesta aacuterea devendo formar profissionais com uma visatildeo ampla do

54

que iratildeo ser as futuras funccedilotildees docentes e com espiacuterito de abertura agrave mudanccedila

permanente gosto pela aprendizagem permanente e receptividade agrave inovaccedilatildeo pedagoacutegica

Isto eacute formar profissionais para o futuro Pontes (2005) reforccedila tambeacutem esta ideia ao afirmar

que recursos como o Power Point a utilizaccedilatildeo de um motor de busca na Internet ou o correio

electroacutenico deveriam fazer parte da formaccedilatildeo miacutenima que todo o professor deveria adquirir

em relaccedilatildeo ao uso das TIC no ensino (p8)

Na nossa opiniatildeo natildeo se trata de querer tomar cada professor um especialista em

novas tecnologias mas sim na medida certa tirar partido deste tipo de recursos integrando-os

nos processos normais de trabalho e por maioria de razatildeo pela sua natureza no TE

O uso sistemaacutetico das tecnologias na sala de aula traraacute embora de uma forma muito

morosa mudanccedilas nos modos de aprender e de organizar cognitivamente a informaccedilatildeo

(Miranda 2006 p82) Ao que acrescenta no sentido de desenvolver nos alunos

aprendizagens significativas eacute necessaacuterio tambeacutem que os professores tenham em conta que

a aprendizagem eacute um processo (re)construtivo cumulativo auto-regulado intencional e

tambeacutem situado e colaborativo (p82) Segundo esta autora a aprendizagem eacute um processo

(re)construtivo e cumulativo pois os novos conhecimentos dos alunos satildeo construiacutedos tendo

por base estruturas e representaccedilotildees anteriores acerca dos conteuacutedos em estudo bem como

aprendizagens anteriores E tambeacutem necessaacuterio que exista envolvimento cognitivo e afectivo

para que exista uma aprendizagem significativa A autora diz-nos tambeacutem que esta eacute auto-

regulada ou seja os professores devem apoiar os alunos a desenvolver estrateacutegias de

aprendizagem de modo a adquirirem haacutebitos de estudo e de trabalho intelectual e ainda

padrotildees de correcccedilatildeo do seu proacuteprio trabalho (Miranda 2006 p83) caminhando para uma

progressiva autonomia A mesma autora diz-nos ainda que a aprendizagem deve ser

intencional orientada para atingir determinados objectivos que devem ser do conhecimento

55

dos alunos uma vez que facilita o processo de construccedilatildeo de conhecimento pois imprimi-lhe

uma intencionalidade e direcccedilatildeo (Miranda 2006 p83) Tambeacutem Paixatildeo (2001) defende que

por exemplo no trabalho praacutetico no ensino das Ciecircncias eacute fundamental que os alunos saibam o

que estatildeo a observar e para quecirc no fiindo saber o que iratildeo fazer e com que finalidade Por

uacuteltimo Miranda (2006) defende que a aprendizagem deve ser tambeacutem situada e colaborativa

Isto eacute contextualizada e considerada ( ) ura processo de interacccedilatildeo social (p84)

respectivamente As tecnologias usadas de forma sistemaacutetica e intencional podem contribuir

para facilitar a aprendizagem significativa

Atraveacutes do uso das actuais tecnologias disponiacuteveis tambeacutem a relaccedilatildeo professor-aluno

pode seraacute proftmdamente alterada Tal como encontramos em Wellington (2000) uma coisa eacute

certa com as TIC no futuro o papel dos professores mudaraacute como resultado das TIC na escola

e em casa (p219) Professor e aluno passam assim a viver uma espeacutecie de parceria

estando o professor tambeacutem sempre a aprender Para Beltraacuten (2006) o papel do professor

passa a ser o de mentor aquele que ajuda a aprender com o auxiacutelio das tecnologias longe de

ser um mero transmissor de conhecimentos Por sua vez o aluno assume um papel activo

construtor do seu conhecimento

Como eacute argumentado por Wellington (2000) o papel do professor no tempo das TIC

natildeo seraacute faacutecil Pelo contraacuterio exigiraacute flexibilidade e reflexatildeo e mesmo mudanccedilas de atitude

Este autor salienta que a este propoacutesito o mais importante eacute que o professor defina um

objectivo de aprendizagem De uma forma geral existem algumas situaccedilotildees agraves quais o

professor deveraacute dar atenccedilatildeo aquando do uso de TIC em actividades lectivas como sejam

avaliar o uso de TIC relativamente agrave sua relevacircncia e conteuacutedo ganhar alguma confianccedila e

competecircncias no uso de TIC planear o acesso agraves TIC de uma forma equitativa planificar toda

a actividade de modo a conceber outro material de apoio agrave aprendizagem dos alunos entre

56

outras Em suma o papel do professor seraacute observar intervir monitorizar e apoiar a

aprendizagem (Wellington 2000 p220) e decidir se o uso de determinada tecnologia eacute ou

natildeo importante

233 - Integraccedilatildeo de TIC no Trabalho Experimental no ensino das

Ciecircncias

As perspectivas de uso das tecnologias disponiacuteveis no ensino em particular no ensino

das Ciecircncias satildeo cada vez mais Satildeo vaacuterios os autores que defendem que a utilizaccedilatildeo de TIC

no ensino das Ciecircncias pode representar um contributo apreciaacutevel (por exemplo Martinez e

Parrilla 1994 Baggott 1998 Kirschner e Huisman 1998 Gil e Paixatildeo 1999 Wellington

1999 2000 Gil e Baggott 2000 2002 Acevedo 2001 Brown e Harper 2003 Hofstein e

Lunetta 2004 Pontes 2005 2005a Contreras 2006)

Segundo Gil e Paixatildeo (1999 p32) a utilizaccedilatildeo de meios informaacuteticos nos laboratoacuterios

pode representar um forte contributo para que se possa observar uma maior qualidade no

processo de ensino e de aprendizagem Tambeacutem Wellington (2001) defende que as

tecnologias da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo podem captar o interesse e suscitar a curiosidade

dos alunos na aula de Ciecircncias se o professor dominar estas tecnologias Como exemplo

sugere um viacutedeo que para aleacutem de motivar os alunos para a aprendizagem de um determinado

conteuacutedo pode ajudar o professor ao permitir a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos acontecimentos e

entidades natildeo possiacuteveis de observar em Laboratoacuterio

Pontes (2005) que corrobora esta ideia refere que podemos distinguir as fijinccedilotildees

fomiativas das TIC em trecircs categorias nomeadamente funccedilotildees relacionadas com o

desenvolvimento de objectivos conceptuais procedimentais e de atitude Em relaccedilatildeo aos

primeiros objectivos as ftmccedilotildees a desenvolver com o uso das TIC satildeo essencialmente

57

facilitar o acesso agrave informaccedilatildeo e favorecer a aprendizagem de conceitos no que diz respeito

aos objectivos procedimentais como salienta Pontes (2005 p4) as fiinccedilotildees educativas a

desenvolver satildeo principalmente aprender procedimentos cientiacuteficos e desenvolver destrezas

intelectuais Por uacuteltimo os objectivos de atitude dizem respeito agrave motivaccedilatildeo para a

aprendizagem da Ciecircncia Neste estudo o autor considerou ainda que o leque de tecnologias

dispomveis oferece grandes possibilidades ao ensino das Ciecircncias tais como la

comunicacioacuten interactiva ei tratamiento de imaacutegenes la simulacioacuten de fenoacutemenos o

experimentos ia construccioacuten de modelos e analogias la resolucioacuten de problemas ei acceso a

la informacioacuten ei manejo de todo tipo de dados (Op cit p l5)

Num trabalho realizado posteriormente Pontes (2005a) apresenta uma proposta

metodoloacutegica na qual combina o uso de tecnologias na educaccedilatildeo cientiacutefica mais

concretamente no ensino da Fiacutesica Neste trabalho ressalta que o uso de TIC na educaccedilatildeo

cientiacutefica deve seguir m a metodologia basada en actividades programadas por ei profesor

que resulte adecuada para transformar los recursos informaacuteticos en instrumentos de

aprendizaje reflexivo y significativo (p340) O autor salienta que para que tal aconteccedila o

professor deve planificar um programa-guiacutea de actividades de papel y laacutepiz que permita

orientar la actividad y la reflexion del alumno en cada sesioacuten de trabajo com ei ordenador

(Op cit p340) Em suma o que para o referido autor se toma fundamental em relaccedilatildeo ao

uso de TIC na educaccedilatildeo cientiacutefica - que considera serem meacutetodos activos de ensenanza de

las ciecircncias (p340) - eacute que o professor defma objectivos de ensino para cada situaccedilatildeo

especiacutefica

Chaplin (2003) defende que para um bom uso (p93) das tecnologias nas aulas de

Ciecircncias eacute fundamental uma planificaccedilatildeo sistemaacutetica com cabeccedila tronco e membros pelo

que nos diz que aulas com recurso a TIC satildeo como outras aulas quaisquer necessitam de uma

58

planificaccedilatildeo cuidada e de uma gestatildeo activa da aula (p96) Esta autora refere ainda que eacute

necessaacuterio que os alunos saibam o que estatildeo a realizar e para quecirc Tambeacutem Wellington (2000)

advoga que ao usar tecnologias na educaccedilatildeo em Ciecircncias a base para uma aprendizagem

significativa eacute uma planificaccedilatildeoponderaccedilatildeo por parte do professor de toda a actividade Soacute

desta forma se poderaacute tirar partido das verdadeiras potencialidades das TIC no ensino das

Ciecircncias muito para aJeacutem da motivaccedilatildeo

Gil e Baggott (2000 2002) explicam-nos que para tomar a decisatildeo de utilizar por

exemplo uma simulaccedilatildeo na aula de Ciecircncias o professor deveraacute equacionar os proacutes e contras

desta utilizaccedilatildeo em relaccedilatildeo a uma actividade experimental tradicional Se uma simulaccedilatildeo ou

outro meio informaacutetico que por exemplo execute tarefas de rotina for usado da melhor

forma poderaacute de facto representar um contributo para a aula de Ciecircncias

234 - Vantagens no usointegraccedilatildeo de TIC no ensino das Ciecircncias

Tal como Wellington (2000) podemos entatildeo perguntar O que podem as TIC oferecer

agrave educaccedilatildeo em Ciecircncias (pl95) Muitas satildeo as possibilidades que se abrem atraveacutes desta

combinaccedilatildeo No entanto este autor salienta que eacute importante distinguir dois aspectos no

ensino das Ciecircncias processos e conteuacutedos N o primeiro caso - processos - referimo nos a

um conjunto de tarefas relacionadas com a natureza praacutetica e experimental do ensino das

Ciecircncias tais como observar medir registar resultados processar dados colocar hipoacuteteses

comunicar resultados etc Quanto ao segundo aspecto - conteuacutedos - diz respeito agrave

compreensatildeo de factos leis e teorias etc Quer no que diz respeito aos processos quer aos

conteuacutedos o uso de TIC pode representar um valor acrescentado no ensino das Ciecircncias

59

De acordo com Wellington (2000) muitas satildeo as potencialidades que o uso de TIC

oferece ao ensino das Ciecircncias tais como recolher e armazenar uma grande quantidade de

dados bem como apresentaacute-los de variadas formas as TIC podem ainda ajudar na forma de

comunicar a informaccedilatildeo Contudo tal como atraacutes referimos cabe ao professor fazer as suas

escolhas definir os objectivos de aprendizagem e ponderar se o investimento que eacute feito quer

em equipamento quer em tempo ao usar tecnologias serve os objectivos que definiu Por

outro lado ao planificar uma aula de Ciecircncias com recurso a tecnologias o professor

necessita ainda de conhecer as facilidadesbarreiras ou impedimentos no acesso fiacutesico agraves

tecnologias e ter em consideraccedilatildeo factores como a logiacutestica da escola os recursos e a sua

localizaccedilatildeo o papel e a atitude do coordenador de TIC na escola as poliacuteticas da escola e as

atitudes em relaccedilatildeo agraves TIC ( ) o acesso agraves TIC em casa (Wellington 2000 p l999)

Equacionados todos estes factores e concebida uma planificaccedilatildeo se o professor optar

por usar como recursos as tecnologias da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo na aula de Ciecircncias

poderaacute obter benefiacutecios vantagens como motivaccedilatildeo entusiasmo melhoria da auto-estima dos

alunos e perseveranccedila bem como oportunidades de obter um maior rigor no trabalho dos

alunos (Wellington 2000) De acordo com este autor satildeo muitas as mais valias que podem

advir do uso de TIC no ensino das Ciecircncias (quadro 29)

Aplicaccedilotildees TIC 1 Especificidades Mais valias

Simulaccedilotildees de computador

Este tipo de aplicaccedilatildeo permite prever e pesquisar atraveacutes de modelos que representam diferentes tipos de situaccedilotildees tais como processos industriais difiacuteceis de pocircr em praacutetica em Laboratoacuterio ou que sejam muito perigosos ou muito lentos (como por exemplo a evoluccedilatildeo) ou muito raacutepidos (por exemplo colisotildees) ou a mvel microscoacutepico (por exemplo mudanccedilas

0 autor salienta seis vantagens no recurso a simulaccedilotildees que satildeo 1 - Custo atraveacutes deste tipo de actividades pode poupar-se dinheiro por exemplo na compra de consumiacuteveis de Laboratoacuterio 2 - Tempo permite uma economia de tempo 3 - Seguranccedila substituem algumas actividades que possam ser perigosas 4 - Motivaccedilatildeo as simulaccedilotildees de computador podem ser mais motivadoras

60

Multimeacutedia

sub-aloacutemicas) simulaccedilotildees envolvendo por exemplo gases raros ou simulaccedilotildees de modelos ou teorias

Este tipo de ferramenta por exemplo CD-ROM possui caracteriacutesticas como a fala ou outros sons desenhos ou diagramas desenhos ou diagramas animados (p204) fotografias eou outras imagens viacutedeos ou texto

Processador de texto

Segundo o autor a maior parte estudantes escrevem agrave matildeo Muitas pessoas defendem que a escrita agrave matildeo deve ser preservada pois constitui uma importante capacidade Uma pequena minoria mostra-se preocupada com a possibilidade de o teclado substituir a caneta Cp207) o que impediria o desenvolvimento da capacidade de escrever agrave matildeo

do que as actividades tradicionais de TP 5 - Controle permite o controle de variaacuteveis 6 - Gestatildeo satildeo mais praacuteticas no que diz respeito ao manuseamento e agrave manutenccedilatildeo Tal como no caso das simulaccedilotildees as ferramentas multimeacutedia permitem visualizar detalhadamente actividades virtuais realizadas coro sucesso e que podem ser repetidas no monitor economizando nos consumiacuteveis de Laboratoacuterio As vantagens no uso do processador de texto relacionam-se com - Possibilidade escrever ou reescrever o seu trabalho de uma forma mais raacutepida - Maior facilidade em trabalhar em grupo usando a escrita em computador (por exemplo porque todos podem ver o que se estaacute a fazer pois estaacute no monitor) - Facilidade na alteraccedilatildeo do textograve

Faci l i dade no armazenamento de textosdocumentos

Sensores (SATD - sistemas

de aquisiccedilatildeo e tratamento de

dados)

Este tipo de ferramentas envolve o uso de um computador de sondas e de uma interface Os sensores satildeo dispositivos sensiacuteveis a determinados estiacutemulos do meio tais como a temperatura a luz e o som e que atraveacutes da interface enviam a mensagem ao computador

Wellington (2000) indica-nos alguns dos benefiacutecios que se podem obter atraveacutes do uso de sensores a saber - Rapidez - possibilitam um registo raacutepido e constante de dados - Memoacuteria - permitem armazenar e aceder a grandes quantidades de dados - Perseveranccedila - norraalmenle podem efectuar o registo de dados por longos periacuteodos sem necessidade de interrupccedilatildeo - Manipulaccedilatildeo - oferecem a possibilidade de trabalhar os dados recolhidos antes de os apresentar - Comunicaccedilatildeo dos dados - permitem a apresentaccedilatildeo dos dados em tempo real (quando estatildeo a ser recolhidos) por exemplo atraveacutes de graacuteficos

Bases de dados

Uma base de dados consiste numa forma organizada de armazenar a aceder a informaccedilotildees Tal como nos diz Wellington (2000) no uso de uma base de dados a competecircncia-chave a desenvolver nos alunos eacute a habilidade de pesquisar a informaccedilatildeo de uma forma loacutegica e sistemaacutetica (p214)

O uso de bases de dados no ensino das Ciecircncias traz vantagens tais como

Registar dados recolhidos durante uma investigaccedilatildeo ou uma experiecircncia (p215)

Seleccionarfiltrar eou procurar informaccedilatildeo por si proacuteprios no computador - Explorar dados de uma fomaa mais ordenada - Melhor apresentaccedilatildeo de dados numa forma mais atractiva

61

A Internet eacute uma poderosa base de dados constituiacuteda por uma rede de computadores interligados e que permite o acesso e a partilha de dadosinformaccedilotildees

A Internet eacute um poderoso recurso ao serviccedilo da educaccedilatildeo e o seu valor acrescentado no ensino das Ciecircncias reside particularmente em trecircs aacutereas - troca e partilha de ideias e informaccedilatildeo (p216) - em realccedilar e facilitar a comunicaccedilatildeo (p216) - constitui uma fonte de informaccedilatildeo para alunos e professores em quase todos os toacutepicos (p216) Para aleacutem destes aspectos o autor considera ainda que o uso da Internet constitui um factor de motivaccedilatildeo

Quadro 29 - Potencialidades do uso das TIC no ensino das Ciecircncias (Wellington 2000)

um Num estudo reaUzado por Bettencourt e Correia (1996) eacute apreciada a utilizaccedilatildeo de

Sistema de Aquisiccedilatildeo e Tratamento de Dados vulgarmente conhecido por sensores Estes

dispositivos consistem na utuumlizaccedilatildeo de sondas ligadas ao computador atraveacutes de uma interface

que transforma os dados analoacutegicos provenientes dos sensores em dados digitais Tal como

refere Tortosa (2006 p2) la interficie o interfase actua de convertidor analoacutegico-digital

transforma la tension eleacutectrica generada por ei sensor a coacutedigo binaacuterio para que ei ordenador

pueda leeria y almacenarla Posteriormente o software de exploraccedilatildeo dos sensores permite

visualizar estes dados no monitor podendo ser tratados e utilizados Algumas das vantagens

apontadas por estes autores para a utiUzaccedilatildeo de sensores no ensino das Ciecircncias residem

sobretudo na facilidade e rigor na recolha de dados experimentais mas tambeacutem no facto de

este procedimento efectuada de uma forma tradicional ser uma tarefa repetitiva que pode

toraar-se cansativa e desmotivadora (Bettencourt e Correia 1996) Tanto mais que o tempo

de execuccedilatildeo de algumas actividades experimentais pode requerer um registo de dados durante

um longo periacuteodo de tempo Podendo esta etapa do trabalho experimental ser efectuada com

este equipamento deixa os alunos mais disponiacuteveis para a realizaccedilatildeo de outras tarefas tais

62

como a anaacutelise e a discussatildeo dos dados obtidos No entanto os autores salvaguardam que por

exemplo tarefas como a recolha de dados - incluiacuteda nas capacidades de processo - natildeo podem

ser descuradas e esquecidas Para aleacutem dos aspectos j aacute referidos atraveacutes do uso de sensores no

ensino das Ciecircncias verifica-se que haacute economia de tempo que eacute poupado em tarefas como

a recolha de dados De salientar ainda que o software de exploraccedilatildeo dos sensores permite

visualizar os dados que estatildeo a ser recolhidos do meio em tempo real e apresentaacute-los sob

diferentes formatos como graacuteficos ou tabelas

No fmal do estudo Bettencourt e Correia (1996) concluiacuteram que o uso de sensores no

ensino das Ciecircncias se revela de todo o interesse pois tem efeitos positivos na aprendizagem

quer no domiacutenio afectivo quer no domiacutenio cognitivo

Tambeacutem Tortosa (2006) se refere agraves potencialidades do uso de sensores no ensino das

Ciecircncias em particular na disciplina de Quiacutemica referindo que estes dispositivos possibilitam

o registo de dados quantitativos em actividades experimentais cuja duraccedilatildeo seja muito curta o

que permite que os estudantes possam planificar e executar experiecircncias com diferentes

condiccedilotildees experimentais eventualmente na mesma aula

Referindo-se ao ensino das Ciecircncias para o seacuteculo XXI Brown e Haiper (2003)

descrevem-nos que foram encorajados a integrar as TIC nos seus esquemas de trabalho e que

natildeo faltaram sugestotildees de possiacuteveis actividades em particular para o ensino das Ciecircncias

Explicam tambeacutem que lhes foi dada a oportunidade de conceber ura Laboratoacuterio no sentido

de fazer o melhor uso das potencialidades das TIC Por fmi Brown e Harper (2003)

elencam algumas das possibilidades do uso de tecnologias nas aulas de Ciecircncias tais como

apresentaccedilotildees em Power Point que na opiniatildeo dos autores satildeo uma ferramenta extremamente

uacutetil por exemplo para animar visualizaccedilotildeesdar movimento a iotildees e electrotildees outro exemplo

sugerido por estes autores para a utilizaccedilatildeo de apresentaccedilotildees em Power Point no ensino das

63

Ciecircncias eacute o jogo do tipo de Quem quer ser milionaacuterio (p90) que pode ser realizado com

ficheiros de som Satildeo ainda referidas aplicaccedilotildees especiacuteficas para o ensino experimental das

Ciecircncias como eacute o caso do microscoacutepio digital que possibilita a visualizaccedilatildeo de imagens

estaacuteticas ou pequenas sequecircncias filmadas (p90) Aludem tambeacutem ao uso de sensores cujas

aplicaccedilotildees no ensino das Ciecircncias satildeo vastas Referem-se ao uso de modelaccedilatildeo e simulaccedilotildees

(em ^ l i caccedilotildees multimeacutedia ou na Internet) que permitem laquorealizarraquo experiecircncias perigosas

como no trabalho com a electricidade sem correr riscos Entre as vaacuterias possibilidades

apresentadas satildeo ainda destacados programas como o Word e o Excel capazes de contribuir

por exemplo na elaboraccedilatildeo de relatoacuterios Em siacutentese Brown e Harper (2003) ressalvam que o

fundamental eacute fazer o melhor uso de quaisquer novas tecnologias por forma a melhorar o

ensino das Ciecircncias (p91)

As TIC podem como vimos desempenhar um importante contributo no que diz

respeito a uma economia de tempo isto eacute uma das diversas dificuldades que se potildeem aos

professores eacute a gestatildeo do tempo quando haacute a necessidade de cumprir oum curriacuteculo Perante

esta Situaccedilatildeo o professor opta muitas das vezes por reduzir o tempo dedicado ao trabalho

experimental

235 - TIC no Trabalho Experimental no ensino das Ciecircncias o que

poderaacute perder-se

No estudo realizado por Wellington (1999) onde se pretendeu explorar a

praticabihdade do uso de multimeacutedia no ensino das Ciecircncias foram apresentados alguns dos

incontroversos benefiacutecios que este tipo de ferramentas pode trazer para a sala de aula bem

como apontadas algumas das desvantagens do uso de multimeacutedia Os resultados deste estudo

64

revelaram que na opiniatildeo dos professores o valor acrescentado da integraccedilatildeo de multimeacutedia

no ensino das Ciecircncias assenta em aspectos visuais como sejam o permitir demonstraccedilotildees

difiacuteceis de pocircr em praacutetica em Laboratoacuterio possibilitar a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos

microscoacutepicos e o dinamismo de imagensanimaccedilatildeo Ainda na opiniatildeo dos professores este

tipo de ferramentas permite diferenciaccedilatildeo entre os estudantes isto eacute propotildee actividades de

ennquecimentoextensatildeo permite uma ^ rend izagem independente e uma faacutecil repeticcedilatildeo Para

aleacutem destas vantagens satildeo ainda referidos neste estudo efeitos nas atitudes e na motivaccedilatildeo

quer por parte dos estudantes quer dos professores Em relaccedilatildeo aos primeiros o uso de

recursos multimeacutedia promove o entusiasmo e interesse aumenta a sua aprendizagem e

motiva tambeacutem pelo aspecto luacutedico Quanto aos professores para aleacutem de promover o seu

interesse peias TIC eacute uma nova forma- de apresentar ideias uma nova ferramenta permite

tambeacutem uma maior aproximaccedilatildeo dos estudantes Como realccedila as TIC de qualidade podem

motivar estudantes e professores () [e] apoiar a aprendizagem (Wellington 1999 p54)

Neste estudo de Wellington (1999) para aleacutem dos benefiacutecios obtidos com a utilizaccedilatildeo

de ferramentas multimeacutedia na aula de Ciecircncias este autor aponta tambeacutem algumas

desvantagens tais como a informaccedilatildeo excessiva eou irrelevante a distracccedilatildeo (dentro e fora de

gnipos) que estas ferramentas podem suscitar e a perda de capacidades praacuteticas uma vez que

se substitui o trabalho experimental real

Tal como referem Hofstein e Lunetta (2004 p30) nos uacuteltimos 20 anos o crescimento

exponencial das ferramentas de alta-tecnologia teve poderosas implicaccedilotildees no ensino

aprendizagem e tambeacutem na investigaccedilatildeo sobre trabalho experimental De facto nesta nova

era da sociedade e da educaccedilatildeo e tal como eacute defendido na literatura da especialidade toma-

se cada vez mais pertinente repensar o papel do trabalho experimental no ensino das Ciecircncias

65

Neste complexo mundo imerso nas TIC estas desempenham efectivamente um

importante papel no ensino das Ciecircncias por tudo o que podem trazer de vantajoso em

particular ao trabalho experimental Contudo a inclusatildeo deste tipo de ferramentas no ensino

das ciecircncias conduz-nos a uma questatildeo dominante nesta investigaccedilatildeo seraacute que caminhamos a

passos largos para uma educaccedilatildeo cientiacutefica baseada na realidade virtual onde a proacutepria

realidade seraacute substituiacuteda^

Tal como aponta Wellington (2000) as tradicionais actividades de trabalho

experimental podem agora no tempo das tecnologias ser laquorealizadasraquo atraveacutes de ferramentas

multimeacutedia ou mesmo da Internet Contudo este autor adverte que eacute emergente pensar se

deveraacute o trabalho praacutetico ser realizado laquovirtuahnenteraquo ou se viraacute isto retirar o processo de

desenvolver importantes sHllsT (p44) A este propoacutesito o autor defende que os professores

devem avanccedilar com o uso de TIC no ensino-aprendizagem em particular das Ciecircncias depois

de ponderarem sobre as mais valias deste uso Isto eacute depois de pensarem de que forma podem

as TIC enriquecer o ensino das Ciecircncias

Num estudo recentemente apresentado por Contreras (2006) eacute feita uma reflexatildeo

acerca do uso das TIC no ensino das Ciecircncias num caso particular de professores chilenos

Neste trabalho o autor refere em relaccedilatildeo aacute utilizaccedilatildeo das TIC no ensino das Ciecircncias que os

professores mantecircm uma postura tradicional Embora os recursos disponiacuteveis para o ensino

das Ciecircncias sejam abundantes tal como atraacutes referimos este autor chama a atenccedilatildeo para o

facto de que debemos comprender que no se trata de usar las T I C s porque estaacuten de moda

sino maacutes bien usarias cuando realmente valoremos que pueden contribuir a un aprendizaje

significativo (Contreras 2006) Pelo que conclui que eacute necessaacuterio que o professor tome

consciecircncia das vantagens e desvantagens do uso de TIC no ensino das Ciecircncias

66

Capiacutetulo 3

Opccedilotildees Metociacuteofoacutegicas

31 - Nota Introdutoacuteria

Neste capiacutetulo apresentamos e fundamentamos as opccedilotildees metodoloacutegicas do nosso

estudo bem como a descriccedilatildeo dos procedimentos que seguimos no decurso da investigaccedilatildeo

Iniciamos o capiacutetulo com consideraccedilotildees sobre os fundamentos teoacutericos das

metodologias de natureza qualitativa explicitando as opccedilotildees tomadas tal como as razotildees

bull dessas escolhas decorrentes do problema e das questotildees de investigaccedilatildeo jaacute apresentados no

capiacutetulo I

Apoacutes a apresentaccedilatildeo e explicitaccedilatildeo das etapas da investigaccedilatildeo e dos criteacuterios de

validaccedilatildeo segue-se a descriccedilatildeo dos instrumentos de recolha de dados que usaacutemos e das

teacutecnicas de anaacutelise que seguimos

32 - A metodologia qualitativa na Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo

A mvestigaccedilatildeo de pendor qualitativo tem vindo a ganhar confianccedila e reconhecimento

crescentes no domiacutenio da investigaccedilatildeo em Ciecircncias da Educaccedilatildeo principalmente a partir da

segunda metade do seacuteculo X X (Vale 2004) Fazendo uma breve retrospectiva pela histoacuteria da

investigaccedilatildeo qualitativa apercebemo-nos que progressivamente este tipo de estudos se foi

afirmando e conquistando adeptos de entre alguns investigadores quantitativos de destaque

que passaram a defender a sua utilizaccedilatildeo neste domiacutenio do conhecimento (Bogdan e Biklen

1994)

Como encontramos em Bogdan e Biklen (1994) a importacircncia do significado para a

investigaccedilatildeo qualitativa encontra explicaccedilatildeo nos seus fundamentos teoacutericos que radicam na

fenomenologia um marco com o qual a maioria dos investigadores qualitativos se identifica

sendo mesmo considerado sinoacutenimo de investigaccedilatildeo qualitativa (Vale 2004 Bogdan e Biklen

68

1994) De acordo com o legado de Max Weber e segundo estes investigadores a principal

preocupaccedilatildeo das investigaccedilotildees de iacutendole qualitativa reside na compreensatildeo interpretativa das

mteracccedilotildees humanas ( ) [e do] componente subjectivo do comportamento das pessoas

(Bogdan e Biklen 1994 p53-54) com a intenccedilatildeo de imergir no mundo de cada sujeito e

revelar os significados e os sentidos que atribuem agraves suas experiecircncias de vida

Embora coexistam diferentes abordagens qualitativas todas partilham o objectivo de

compreender os sujeitos com base nos seus pontos de vista (Bogdan e Biklen 1994 p54)

Compatiacutevel com a perspectiva fenomenoloacutegica a interacccedilatildeo simboacutelica eacute outra abordagem do

leque das investigaccedilotildees qualitativas cujo fundamento assenta na ideia de que a experiecircncia

humana eacute mediada pela interpretaccedilatildeo (Op cit 1994 p55) Nesta perspectiva o significado

das situaccedilotildees e acontecimentos eacute atribuiacutedo por cada sujeito agrave sua proacutepria vivecircncia e para

compreender este significado eacute necessaacuterio interpretar o que esteve na base da sua construccedilatildeo

Esta perspectiva ficou assim conhecida por interpretativa Segundo Paixatildeo (1998 p216)

este tipo de investigaccedilotildees natildeo aceita a separaccedilatildeo dos indiviacuteduos do seu contexto nem a

Ignoracircncia do proacuteprio ponto de vista dos sujeitos investigados e das suas interpretaccedilotildees

No poacutelo oposto agrave perspectiva interpretativa encontramos a investigaccedilatildeo quantitativa de

iacutendole experimental que radicada no positivismo eacute marcada por deshgar os comportamentos

humanos dos significados que os sujeitos lhe conferem pelo que foi alvo das mais variadas

criacuteticas (Vale 2004 Bogdan e Biklen 1994) De um modo geral podemos dizer que esta

vertente da investigaccedilatildeo quantitativa se baseia no estabelecimento de relaccedilotildees causa-efeito na

previsatildeo de fenoacutemenos e no estabelecimento de leis a partir de factos e fenoacutemenos passiacuteveis

de serem observados e quantificados (Vale 2004)

Em contraste com esta linha de investigaccedilatildeo os meacutetodos qualitativos estatildeo em

consonacircncia com a subjectividade defendendo que cada fenoacutemeno eacute uacutenico e essa unicidade eacute

69

a sua maior qualidade (Vaie 2004 p 174) De acordo com esta autora este tipo de

investigaccedilatildeo baseia-se no deslindar de um problema isto eacute a partir de vaacuterios conhecimentos

sobre determinado fenoacutemeno poder compreendecirc-lo ou explicaacute-lo sem contudo fazer a partir

dele generalizaccedilotildees pois determinado acontecimento ou fenoacutemeno eacute condicionado pelas suas

circunstacircncias sendo portanto uacutenico

Uma outra caracteriacutestica dos estudos qualitativos nas palavras de Bogdan e Bilden

(1994 p50) eacute que o significado eacute de importacircncia vital isto eacute ao investigador qualitativo

interessa perceber aquUo que os sujeitos da investigaccedilatildeo experimentam o modo como os

sujeitos interpretam as suas vivecircncias e como organizam o contexto social em que se inserem

Para aleacutem destes aspectos que importa integrar e compreender haacute que referir que os meacutetodos

qualitativos satildeo tambeacutem humanistas Como explicam Taylor e Bogdan (1992) quando

trocamos as palavras e acccedilotildees das pessoas por nuacutemeros e dados estatiacutesticos esquecemos o

aspecto humano e a vida social em que esses sujeitos se inserem no fundo o aquilo o

como e o modo como cada sujeito daacute sentido agrave sua vida (Taylor e Bogdan 1992 Bogdan e

Biklen 1994)

De facto a finalidade dos estudos quahtativos eacute como alegam Bogdan e Biklen (1994

p70) melhor compreender o comportamento e experiecircncia humanos ( ) o processo

mediante o qual as pessoas constroem significados e descrever em que consistem estes

mesmos significados

Tal como resumem aqueles autores genericamente os estudos de natureza qualitativa

partilham algumas caracteriacutesticas designadamente o tipo de dados recolhidos designados de

qualitativos ricos era detalhes as questotildees de investigaccedilatildeo que natildeo dependem da

operacionalizaccedilatildeo de variaacuteveis e satildeo estabelecidas no sentido de investigar em proftmdidade

determinado fenoacutemeno o destaque agrave compreensatildeo das situaccedilotildees e das opccedilotildees a partir das

70

concepccedilotildees dos sujeitos da investigaccedilatildeo as estrateacutegias de investigaccedilatildeo privilegiadas satildeo a

observaccedilatildeo participante e a entrevista em profundidade embora natildeo se excluam outras satildeo

mvestigaccedilotildees realizadas com amostras pequenas dada a importacircncia atribuiacuteda aos

pormenores

Na abordagem qualitativa de um determinado contexto os investigadores questionam

constantemente os sujeitos da investigaccedilatildeo no sentido de perceber aquilo que eles

experimentam o modo como eles interpretam as suas experiecircncias e o modo como eles

proacuteprios estruturam o mundo social em que vivem como refere Psathas (cit Bogdan e

Biklen 1994 p 51) Como acrescenta Vale (2004 p 176) trata-se de resolver o problema no

sentido de acumular suficientes conhecimentos que conduzam agrave sua compreensatildeo ou

explicaccedilatildeo A noccedilatildeo de experiecircncia adverte-nos para o facto de cada pessoa ser um sujeito

proacuteprio e especiacutefico singular e circunstancial Como auumlrma Vale (2004 p l74) qualquer

acontecimento eacute condicionado por variaacuteveis tais como o tempo a localizaccedilatildeo e a cultura que

satildeo interactivas (variaacuteveis que natildeo se pretendem controlar) e como tal duas situaccedilotildees por

definiccedilatildeo natildeo podem ser idecircnticas (Vale 2004 p 174)

33 - Os estudos qualitativos

Ao pretender estudar-se as concepccedilotildees de cada aluno-professor relacionadas com o

Trabalho Experimental (TE) e com as Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC) eacute

sobretudo agrave perspectiva de outras pessoas que queremos ter acesso Natildeo se trata portanto de

um processo comum e linear ou mesmo imediato a que se aceda atraveacutes de um simples

mventaacuterio Para o nosso estudo interessa-nos aceder aos significados que as pessoas atribuem

agraves coisas e agraves situaccedilotildees (Ludke amp Andreacute 1986 p34)

71

Uma vez formulados os objectivos do estudo na sequecircncia das questotildees da nossa

mvestigaccedilatildeo pareceu-nos claro que ao pretender descrever e interpretar a perspectiva de cada

aluno-professor interveniente na investigaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao fenoacutemeno em anaacutelise a

metodologia mais adequada seria a metodologia de acircmbito qualitativo que passamos a

justificar

Captar a perspectiva de cada sujeito acerca do tema em estudo natildeo nos parece

susceptiacutevel de ser quantificaacutevel Se nas investigaccedilotildees de tipo quantitativo se procura

estabelecer relaccedilotildees de causa-efeito e prever o comportamento humano a partir da mediccedilatildeo de

variaacuteveis isoladas tais processos revelam-se inadequados ao estudo de uma realidade

complexa que envolve concepccedilotildees dos sujeitos

Assim na nossa investigaccedilatildeo natildeo pretendemos quantificar mas sim descrever e

interpretar as concepccedilotildees de cada um dos futuros professores da nossa amostra relacionadas

com o Trabalho Experimental e com as Tecnologias da Infomiaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Tambeacutem

natildeo pretendemos estabelecer leis ou princiacutepios generalizaacuteveis mas sim compreender a partir

dos sujeitos da investigaccedilatildeo tendecircncias que ajudem a dar resposta agraves nossas questotildees de

investigaccedilatildeo

Ainda que natildeo sigam um caminho uacutenico os estudos de iacutendole qualitativo caracterizam-

se por apresentarem alguns traccedilos comuns para aleacutem dos jaacute enunciados A partir do processo

de anaacutelise dos dados vatildeo-se construindo significados desenvolvendo conceitos e

compreensotildees O investigador qualitativo estuda as pessoas em contexto numa perspectiva

holiacutestica sendo este o cenaacuterio baacutesico para compreender a experiecircncia dos sujeitos que eacute

marcada pela sua proacutepria situaccedilatildeo social e cultural (Taylor e Bogdan 1992 Alcaraz et ai

2004) Deste modo o uso da linguagem assume particular importacircncia e a palavra escrita

desempenha um papel vital quer no registo dos dados quer na anaacutelise dos resultados Como

72

nos esclarece Foddy (2002 pl 1) a informaccedilatildeo verbal tem sido e ao que parece continuaraacute a

ser a pedra angular da ciecircncia social contemporacircnea Tal significa que satildeo incluiacutedos os

aspectos expressivos e conotativos dos sujeitos de modo a captar a sua perspectiva acerca da

situaccedilatildeo em estudo (Alcaraz et al 2004) Neste sentido a nossa investigaccedilatildeo reveste-se de um

caraacutecter vincadamente descritivo e interpretativo pois pretendemos obter uma compreensatildeo

detalhada que exige descodificaccedilatildeo do significado das proacuteprias palavras de alunos futuros-

professores relativamente agraves suas concepccedilotildees sobre o uso das TIC no TE

34 - Os partic ipantes no estudo

Para dar resposta agraves nossas questotildees elegemos como sujeitos do nosso estudo alunos

futuros professores de Ciecircncias da Natureza

A escolha de fiituros profissionais em Educaccedilatildeo ligados ao ensino das Ciecircncias prendeu-

se por um lado com o facto de existir um nuacutemero reduzido de investigaccedilotildees que cruzem o

Trabalho Experimental no ensino das Ciecircncias da Natureza com as Tecnologias da Informaccedilatildeo

e Comunicaccedilatildeo e de serem levantadas questotildees nas quais entrosaacutemos as questotildees da nossa

proacutepria investigaccedilatildeo tal como encontraacutemos por exemplo em Wellington (2000 p l95)

what value can the use of ICT add to the teaching and learning of science e tambeacutem should

practical work be done laquovirtuallyraquo or will this take away the means to develop important

skills (p44)

De referir tambeacutem que esta decisatildeo acerca da escolha da amostra teve em conta natildeo soacute

o nosso viacutenculo ao campo de estudo seleccionado uma vez que tambeacutem noacutes tivemos a mesma

formaccedilatildeo inicial como tambeacutem o gosto pelas Ciecircncias da Natureza e Experimentais em

73

particular os aspectos didaacutecticos respeitantes ao proacuteprio Trabalho Experimental e num mundo

cada vez mais colonizado pelas Tecnologias da Infomiaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

Por conseguinte o trabalho empiacuterico desta investigaccedilatildeo iniciou-se com a anaacutelise das

concepccedilotildees de futuros professores de Ciecircncias acerca do papel do Trabalho Experimental no

Ensino das Ciecircncias no tempo actual dominado pelas TIC tendo por base o quadro teoacuterico

para a Educaccedilatildeo em Ciecircncia que suporta o Ensino por Pesquisa (Capiacutetulo 2)

35 - Procedimentos e criteacuterios de selecccedilatildeo

De acordo com os objectivos apresentados a origem dos dados reporta-se a futuros

professores de Ciecircncias da Natureza tomando-se estes o grupo alvo da nossa investigaccedilatildeo

Uma vez que num estudo de natureza qualitativa como o nosso eacute praticamente

impossiacutevel chegar a toda a populaccedilatildeo quumle importa ao investigador estudar procuraacutemos entatildeo

definir quem poderiam ser os nossos sujeitos isto eacute quem poderia constituir a amostra Por

uma questatildeo pragmaacutetica pareceu-nos que antes de mais os informadores deveriam estar

proacuteximos e acessiacuteveis ao investigador no sentido de ao longo da investigaccedilatildeo poderem estar

disponiacuteveis quando necessaacuterio

Uma vez defmidas as questotildees orientadoras e os objectivos do estudo tiacutenhamos uma

ideia geral sobre as pessoas que iriacuteamos entrevistar nomeadamente tendo em conta o tipo de

experiecircncias vivenciadas por cada sujeito ou seja o seu percurso No entanto natildeo tiacutenhamos

em defmitivo estipulado quem nem quantos seriam os futuros professores entrevistados

Quanto ao quem consideraacutemos que para aleacutem de serem alunos de um curso de formaccedilatildeo

imcial de professores de Ciecircncias os sujeitos da nossa amostra deveriam possuir tambeacutem

alguma experiecircncia no acircmbito da Praacutetica Pedagoacutegica (PP) relativamente ao nosso objecto de

74

estudo Assim decidimos que a nossa populaccedilatildeo emergiria do universo dos alunos futuros

professores de Ciecircncias da Natureza no final da sua formaccedilatildeo inicial e a realizar PP numa

Instituiccedilatildeo de Formaccedilatildeo de Professores com a qual nos relacionamos profissionalmente

A par da decisatildeo de quem poderiam ser os nossos informantes surgiu outra questatildeo

quantos sujeitos entrevistar A este respeito os autores Taylor e Bogdan (1992) e Valles

(1997) elucidam-nos que por um lado as entrevistas qualitativas requerem uma investigaccedilatildeo

com um design flexiacutevel no qual natildeo estatildeo definidos a priori o nuacutemero e o tipo de sujeitos a

entrevistar isto eacute a amostra podendo mudar apoacutes comeccedilar o trabalho de campo Por outro

lado e tal com jaacute referimos Bogdan e Biklen (1994) e Almeida e Freire (2000) qjresentam

como vantagem que uma investigaccedilatildeo de natureza qualitativa seja conduzida com amostras

pequenas

Quanto agrave natureza da nossa amostra podemos afirmar que esta eacute intencional pois

escolhemos previamente os sujeitos que a constituiriam (Almeida e Freire 2000) por nos

parecerem os mais adequados ao tipo de estudo que tencionaacutevamos realizar e consideramo-la

do tipo natildeo probabiliacutestico dado que esta foi seleccionada por criteacuterios subjectivos do

investigador que adiante explicitaremos De referir que alguns autores chamam grupo a este

tipo de amostra (Almeida e Freire 2000)

No que diz respeito agrave representatividade e tal como encontramos em Almeida e Freire

(2000 pl08) podemos afirmar que satildeo estudos sem possibilidade de generalizaccedilatildeo dos

dados e das conclusotildees obtidas mas nos quais determinado grupo de indiviacuteduos

laquorepresentaraquo particularmente bera determinado fenoacutemeno ( ) e por esse facto satildeo

escolhidos para o seu estudo (pl09)

Apoiaacutemo-nos tambeacutem no que a esse respeito dizem Albarello et ai (1997 pl03) o

criteacuterio que determina o valor da amostra passa a ser a sua adequaccedilatildeo aos objectivos da

75

investigaccedilatildeo tomando como princiacutepio a diversificaccedilatildeo das pessoas interrogadas e garantindo

que nenhuma situaccedilatildeo importante foi esquecida Nesta perspectiva os sujeitos natildeo satildeo

escolhidos tendo em conta a sua representatividade em termos estatiacutesticos na categoria que

representam mas sim pelo seu potencial e pela sua singularidade constituindo um

mostruaacuterio teoacuterico (Glaser e Strauss cit Taylor e Bogdan 1992) Numa linguagem da

Biologia podemos comparar este tipo de estudos ao poder de ampliaccedilatildeo de uma objectiva

num microscoacutepio oacuteptico Assim quanto maior for o poder de ampliaccedilatildeo da objectiva

perdemos em aacuterea total observada mas ganhamos em profundidade isto eacute observamos

cada detalhe cada pormenor de uma pequena aacuterea observada

Quanto aos criteacuterios de escolha dos sujeitos para a nossa amostra Gorden (cit Valles

1997 p213) alerta-nos para a importacircncia de na selecccedilatildeo dos entrevistados existirem quatro

criteacuterios elementares a ter em conta nomeadamente quem possui a informaccedilatildeo procurada

quais os informadores mais acessiacuteveis fiacutesica e sociahnente destes quem estaacute mais na

disposiccedilatildeo de informar e por uacuteltimo dos informadores acessiacuteveis e dispostos a informar

quem satildeo os mais capazes de comunicar a informaccedilatildeo com precisatildeo

Uma vez que temos Ugaccedilatildeo profissional a uma escola de formaccedilatildeo de professores e

uma relaccedilatildeo proacutexima com alunos futuros professores de diferentes variantes entre as quais

alunos da variante de Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza (que possuiacuteam a informaccedilatildeo

procurada) e um conhecimento da turma dos alunos em Praacutetica Pedagoacutegica (PP) (estaacutegio)

desta variante seleccionaacutemos de entre eles a nossa amostra

Partindo destas orientaccedilotildees elegemos os seguintes criteacuterios de selecccedilatildeo da nossa

amostra

Primeiro - alunos do Curso de Formaccedilatildeo de Professores do Ensino Baacutesico da variante

de Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza voluntaacuterios

76

Segundo - alunos a realizar Praacutetica Pedagoacutegica no 2deg Ciclo do Ensino Baacutesico

Terceiro - alunos a realizar Praacutetica Pedagoacutegica em diferentes escolas de acolhimento

(escolas de T e 3deg Ciclos do Ensino Baacutesico)

Quarto - incluir pelo menos um aluno do sexo masculino (uma vez que a referida

turma eacute composta maioritariamente por elementos do sexo feminino e ^ e n a s trecircs

rapazes)

Quanto ao primeiro e segundo criteacuterios de escolha - alunos do Curso de Formaccedilatildeo de

Professores do Ensino Baacutesico da variante de Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza voluntaacuterios

e a realizar PP no 2deg Ciclo do Ensino Baacutesico - pareceu-nos que de acordo com os objectivos

da investigaccedilatildeo este seria o grupo alvo indicado para ajudar a responder agraves nossas questotildees

de mvestigaccedilatildeo pois para aleacutem das disciplinas teoacutericas e teoacuterico-praacuteticas do seu curso estatildeo

jaacute imersos num contexto educativo no qual lhes eacute dada a possibilidade de conceber e executar

planificaccedilotildees de ensino de Ciecircncias da Natureza

Em relaccedilatildeo ao terceiro e quarto criteacuterios tecircm a finalidade de diversificar os indiviacuteduos

interrogados para tal como referimos assegurar que as suas circunstacircncias satildeo tatildeo diferentes

quanto possiacutevel e que conseguimos obter situaccedilotildees diversificadas

Passaacutemos entatildeo agrave selecccedilatildeo dos alunos a entrevistar para posteriormente decidir da

composiccedilatildeo da nossa amostra

Devemos mencionar que sendo a nossa amostra constituiacuteda por alunos futuros

professores uma vez que estatildeo a realizar Praacutetica Pedagoacutegica (PP) designaacute-los-emos por

alunos-professores denominaccedilatildeo que encontramos entre outros em Bonifaacutecio da Costa

(1999)

77

A nossa primeira abordagem aos potenciais sujeitos do estudo consistiu em conversas

informais acerca da sua PP nomeadamente em relaccedilatildeo ao(s) ano(s) de escolaridade da(s)

sua(s) turma(s) de estaacutegio Para aleacutem disso informaacutemos os sujeitos de uma forma geral

acerca da nossa investigaccedilatildeo e questionaacutemo-los quanto agrave sua disponibilidade para virem a

colaborarem connosco durante o seu ano de PP Destas conversas informais e como alertam

Bogdan e Biklen (1994 p95) constataacutemos claramente que alguns sujeitos estatildeo mais

dispostos a falar ( ) ou satildeo particularmente intuitivos em relaccedilatildeo agraves situaccedilotildees ou ainda que

estatildeo mais predispostos a expor-nos as suas experiecircncias e sentimentos (Taylor e Bogdan

1992) tomando -se informadores-chave (Bogdan e Biklen 1994) De salientar que nas

pnmeiras abordagens ao grupo alvo da nossa investigaccedilatildeo e de acordo com o nosso primeiro

cnteacuterio de selecccedilatildeo foi conseguir que voluntariamente os alunos-professores se

disponibilizassem para colaborar connosco E durante a aproximaccedilatildeo foi notoacuterio que alguns

dos alunos que viriam a constituir a nossa amostra se disponibilizaram quase de imediato

enquanto que outros (designadamente dois sujeitos) natildeo se mostraram disponiacuteveis para

colaborar alegando falta de tempo decisatildeo que respeitaacutemos e compreendemos pois como

lembram Albarello et ai (1997 pl05) comunicar opiniotildees ou informaccedilotildees sobre um assunto

pode parecer uma operaccedilatildeo delicada Por conseguinte estes alunos natildeo foram incluiacutedos na

nossa amostra

De salientar ainda que para aleacutem de expormos aos potenciais entrevistados o interesse

do nosso estudo no acircmbito da investigaccedilatildeo em Ciecircncias da EducaccedilatildeoEducaccedilatildeo em Ciecircncia

bem como a utilizaccedilatildeo que faremos do mesmo tentaacutemos dissipar eventuais receios que estes

pudessem ter em relaccedilatildeo a por exemplo natildeo ser capazes de responder tal como nos sugerem

Albarello et ai (1997) Para aleacutem destes aspectos deixaacutemos claro que o anonimato dos seus

testemunhos estaria garantido isto eacute as suas identidades seriam protegidas

78

Por uma questatildeo de princiacutepios eacuteticos e para assegurar o sigilo e a confidencialidade dos

nossos entrevistados e das informaccedilotildees que nos confiaram omitimos o nome da escola em que

realizavam Praacutetica Pedagoacutegica identificando-as por A B e C e designaacutemos cada sujeito da

investigaccedilatildeo por um pseudoacutenimo como mais adiante se clarifica A este respeito Bogdan e

Bilclen (1994 p77) alertam para o seguinte as identidades dos sujeitos devem ser protegidas

para que a informaccedilatildeo que o investigador recolhe natildeo possa causar-lhes qualquer tipo de

transtomo ou prejuiacutezo e dela natildeo possa ser feita outra utilizaccedilatildeo que natildeo seja a da

investigaccedilatildeo

3 6 - Caracter izaccedilatildeo dos sujeitos da invest igaccedilatildeo

Tomadas as decisotildees necessaacuterias no que respeita agrave nossa amostra a mesma foi

constituiacuteda com seis sujeitos efectivos os quais caracterizamos no quadro 1

V EntrevistagravedoJCcedil (p^udOacutenimbV bull - ( ^ o s ) r -Escoacutelaacute dePPr -

Elisa Feminino 23 B

Judite Feminino 25 A

Eduarda Feminino 22 A

Leonor Feminino 21 A

Anabela Feminino 22 B

Joatildeo Masculino 23

Quadro 31 - Caracterizaccedilatildeo da amostra

Pela observaccedilatildeo do quadro I constatamos que no que diz respeito ao sexo dos

efectivos a nossa amostra contou com cinco sujeitos do sexo feminino e um do sexo

masculino Quanto agraves idades dos aluno s-profes so res que compotildeem a nossa amostra estas

variam entre os vinte e um e os vinte e cinco anos Relativamente agrave escola de Praacutetica

Pedagoacutegica (PP) os nossos entrevistados distribuem-se por 3 escolas que designamos por

79

escola A escola B e escola C Assim trecircs alunos-professores realizam PP na escola A dois na

escola B e um na escola C

De referir que de entre os seis alunos-professores que constituem a nossa amostra

dois constituem um grupo de estaacutegio designadamente a Judite e a Leonor

37 - Descriccedilatildeo das etapas da investigaccedilatildeo

Passamos em seguida a explicitar as etapas da nossa investigaccedilatildeo clarificando o

trabalho empiacuterico desenvolvido em cada uma delas Os meacutetodos e teacutecnicas de recolha e

anaacutelise de dados seratildeo explicitadas mais agrave frente

Primeira etapa do trabalho empiacuterico

A primeira etapa do trabalho empiacuterico teve como objectivo analisar as concepccedilotildees dos

futuros professores de Ciecircncias acerca do papel do Trabalho Experimental no Ensino das

Ciecircncias no tempo actual dominado pelas TIC Para tal procedemos agrave realizaccedilatildeo de

entrevistas semi-estruturadas aos alunos futuros professores da amostra era estudo A

realizaccedilatildeo destas entrevistas foi precedida pela revisatildeo da literatura que haviacuteamos realizado ateacute

ao momento bem como pela elaboraccedilatildeo de ura guiatildeo de entrevista validado por dois juiacutezes

Estas entrevistas foram gravadas em aacuteudio e transcritas na iacutentegra (Cfi Anexo 7)

Segunda etapa do trabalho empiacuterico

Nesta etapa foi nosso objectivo evidenciar aspectos a considerar numa planificaccedilatildeo

didaacutectica envolvendo Trabalho Experimental cora recurso agraves TIacuteC construindo uma proposta

de planificaccedilatildeo relativa a uma sequecircncia de ensino na qual o Trabalho Experimental com

recurso agraves TIC fosse um elemento didaacutectico preponderante Para tal procedemos agrave elaboraccedilatildeo

80

de uma proposta de planificaccedilatildeo (Cfr Anexo 4) que foi validada por seis juiacutezes (professores

especialistas)

Foi ainda nosso objectivo nesta etapa confi-ontar os alunos futuros professores de

Ciecircncias com a planificaccedilatildeo de ensino centrada no TE com recurso agraves TIC sob a forma de

uma workshop formativa na qual participaram os alunos-professores Os mesmos tiveram

oportunidade de para aleacutem de tomar conhecimento da proposta de planificaccedilatildeo experimentar

cada actividade praacutetica dispondo de todo o equipamento necessaacuterio

Terceira etapa do trabalho empiacuterico

Esta uacuteltima etapa teve como objectivo analisar o impacte da nossa proposta de

planificaccedilatildeo como contributo para a alteraccedilatildeo das concepccedilotildees dos alunos-professores no que

respeita agrave utilizaccedilatildeo das Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo no Trabalho

Experimental

A (re)anaacutelise das concepccedilotildees dos sujeitos foi efectuada atraveacutes de um questionaacuterio

(Cfr Anexo 6) passado no final da workshop

Desta feita podemos apresentar o percurso empiacuterico da nossa investigaccedilatildeo sob a forma

de um esquema-resumo (figura 31) Nele surgem esquematizadas as etapas do trabalho

empiacuterico articuladas com os objectivos da nossa investigaccedilatildeo e com a metodologia de

trabalho adoptada no que se refere agraves teacutecnicas e instrumentos privilegiados para obter dados

que satildeo analisados tendo em conta o instrumento analiacutetico previamente construiacutedo

81

Anaacutel ise de Concepccedilotildees

(Objec t ivo 1)

Propos ta didaacutect ica M inovadora

(Object ivos 2 e 3 )

(Re)anaacutel ise de concepccedilotildees

(Object ivo 4)

Entrevist Workshop Questionaacuterio

Anaacutelise do impacte

Figura 31 - Esquema-resumo do percurso empiacuterico da investigaccedilatildeo

3 8 - Metodologia de Recolha de dados

381-Etapa 1

Instrumento de recolha de dados

Tendo em conta a diversidade de instrumentos que se podem utilizar para a recolha de

dados nas investigaccedilotildees de iacutendole qualitativa (observaccedilatildeo entrevistas questionaacuterios

formulaacuterios e anaacutelise de documentos) pareceu-nos que a entrevista individual seria o

instrumento mais adequado agrave natureza dos dados que pretendiacuteamos recolher e agrave consecuccedilatildeo do

primeiro objectivo da nossa investigaccedilatildeo - analisar as concepccedilotildees dos alunos-professores de

Ciecircncias acerca do Trabalho Experimental com recurso agraves TIC Na nossa escolha pesou a

indicaccedilatildeo que encontramos em Bogdan e Biklen (1994) quando referem que aquilo que os

sujeitos partilhara entre si pode revelar-se mais claramente se forem solicitados

individuabnente acerca das suas perspectivas e natildeo necessariamente enquanto observados

nas suas actividades

82

As entrevistas

De acordo com Albarello et ai (1997 p89) a entrevista eacute o instrumento mais

adequado para delimitar os sistemas de representaccedilotildees de valores de normas veiculadas por

um indiviacuteduo e que como referem Quivy e Campenhoudt (1992 p194-195) nos permite

conhecer o sentido que os actores datildeo agraves suas praacuteticas e aos acontecimentos com os quais se

vecircem confrontados os seus sistemas de valores as suas referecircncias normativas as suas

interpretaccedilotildees de situaccedilotildees ( ) as leituras que fazem das suas proacuteprias experiecircncias

Tambeacutem Bogdan e BiJden (1994 p134) concordam que a entrevista eacute utilizada para recolher

dados descritivos na linguagem do proacuteprio sujeito permitindo ao investigador desenvolver

intuitivamente uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspectos do mundo

Como nos elucida Vale (2004 p l80) Obter as palavras exactas natildeo eacute ( ) muito importante

o que as palavras significam eacute o que interessa Na verdade e uma vez que eacute nosso objectivo

analisar as concepccedilotildees dos alunos-professores de Ciecircncias acerca do papel do Trabalho

Experimental no Ensino das Ciecircncias no tempo actual dominado pelas TIC o discurso dos

sujeitos atraveacutes de entrevistas foraece-nos uma imagem do real que melhor corresponde agrave

percepccedilatildeo que esse mesmo sujeito tem do real (Albarello et al 1997)

As entrevistas implicam sempre um contacto directo entre o entrevistador e o

entrevistado e satildeo possivelmente o meacutetodo de investigaccedilatildeo qualitativa mais vulgar e antigo

para obter informaccedilatildeo das pessoas em todas as situaccedilotildees praacuteticas Estas satildeo meacutetodos directos

implicando teacutecnicas de confrontaccedilatildeo interpessoal nas quais o entrevistador formula ao

entrevistado perguntas com o objectivo de conseguir respostas relacionadas com o problema e

objectivos da investigaccedilatildeo mantendo as exigecircncias eacute procedimentos cientiacuteficos e eacuteticos

Estamos conscientes de que a aplicaccedilatildeo deste tipo de instrumentos eacute susceptiacutevel de ser

subjectivo uma vez que estamos limitados agrave condiccedilatildeo do sujeito informador Contudo a este

83

propoacutesito estamos com Bogdan e Biklen (1994) quando afirmam que num estudo qualitativo

os investigadores interessam-se pelo modo como os sujeitos pensam sobre as suas vidas

experiecircncias e situaccedilotildees particulares [sendo que] as entrevistas que efectuam satildeo mais

semelhantes a conversas entre dois confidentes do que a uma sessatildeo formal de perguntas e

respostas Mas refere tambeacutem que esta conversa eacute a uacutenica maneira de captar aquilo que eacute

verdadeiramente importante do ponto de vista do sujeito (Op Cit p69) que exprime as

suas percepccedilotildees de um acontecimento ou de uma situaccedilatildeo as suas interpretaccedilotildees ou as suas

experiecircncias (Quivy e Campenhoudt 1992 p 193) fornecendo assim elementos de anaacutelise

bastante ricos e matizados

De acordo com estes mesmos autores uma entrevista consiste numa conversa

intencional ( ) dirigida por uma das pessoas com o objectivo de obter informaccedilotildees sobre a

outra (Bogdan e Biklen 1994 p l34) de aceder a um saber especiacutefico singular do sujeito

entrevistado Embora semelhante a uma conversa comum a entrevista eacute uma conversa

planeada projectada na qual o entrevistador visa determinados objectivos sem que os

mesmos sejam expliacutecitos para a pessoa entrevistada (Ghiglione e Matalon 1993 Caplow cit

Valles 1997) Este uacuteltimo autor aponta ainda trecircs razotildees pelas quais uma entrevista eacute diferente

de uma conversa do quotidiano nomeadamente o facto de na primeira tanto o entrevistador

como o entrevistado terem expectativas claras o primeiro de escutar e o segundo de falar para

aleacutem disso o entrevistado eacute constantemente incitado a falar sem que o entrevistador o

contradiga e ainda que para o entrevistado quem organiza e manteacutem a conversa eacute o

entrevistador pelo que se cria a ilusatildeo de faacutecil comunicaccedilatildeo e uma entrevista prolongada

parecer breve

Por fim e no que diz respeito ao nuacutemero de sujeitos entrevistados Ghiglione e

Matalon (1993 p l 15) referem que apesar do pequeno nuacutemero de pessoas inquiridas nesta

84

fase poderatildeo ser retiradas conclusotildees suficientemente soacutelidas nomeadamente em relaccedilatildeo a

tudo o que possa conduzir agrave inventariaccedilatildeo mais ou menos estruturada de atitudes

representaccedilotildees comportamentos motivaccedilotildees processos etc

Tipo de entrevista

No que diz respeito ao tipo de entrevista que utilizaacutemos e de acordo com as

perspectivas de diferentes autores optaacutemos pela entrevista semidirectiva semiestniturada ou

semidirigida por permitir fazer emergir as opiniotildees os sentimentos as experiecircncias dos

alunos-professores em relaccedilatildeo aos temas considerados relevantes para a concussatildeo dos

objectivos da investigaccedilatildeo deixando contudo ao investigador uma margem de liberdade na

conduccedilatildeo da mesma de modo a clarificar determinados aspectos

Tratando-se de uma entrevista semidirectiva Quivy e Campenhoudt elucidam-nos que

(1992 pl94) o investigador dispotildee de uma seacuterie de perguntas-guia relativamente abertas a

propoacutesito das quais eacute imperativo receber uma informaccedilatildeo da parte do entrevistado Segundo

Ghiglione amp Matalon (1993 p70) neste tipo de entrevistas cabe ao entrevistador-conhecer

todos os temas sobre os quais tem de obter reacccedilotildees por parte do inquirido mas a ordem e a

forma como os iraacute introduzir satildeo deixadas ao seu criteacuterio sendo apenas fixada uma orientaccedilatildeo

para o inicio da entrevista Esta permitir-nos-aacute recolher a informaccedilatildeo no sentido de dar

resposta agraves questotildees de investigaccedilatildeo e cumprir os nossos objectivos Quivy e Campenhoudt

(1992 pl94) acrescentam que dentro do possiacutevel deveraacute dar-se espaccedilo ao entrevistado para

que este possa falar abertamente com as palavras que desejar e na ordem que lhe convier O

investigador esforccedilar-se-aacute simplesmente por reencaminhar a entrevista para os objectivos

cada vez que o entrevistado deles se afastar

85

Segundo Estrela (1990) existem trecircs pontos que eacute importante seguir na conduccedilatildeo de

uma entrevista designadamente evitar dirigir a entrevista (em demasia) natildeo limitar o tema

abordado e clarificar os quadros de referecircncia do entrevistado O que significa que neste tipo

de entrevistas deveraacute sim existir uma estruturaccedilatildeo uma orientaccedilatildeo salvaguardando-se a

possibilidade de alargamento ao longo da entrevista dos temas propostos ao entrevistado

(Estrela 1990 p354)

Aiiaacutes constataacutemos algumas vezes que o referido alargamento do tema proposto ao

entrevistado sucede com fi-equecircncia Isto eacute por vezes o entrevistado responde a uma pergunta

e logo agrave seguinte que se iria colocar o que eacute aceitaacutevel pois assim estes pontos ficam j aacute

tratados na medida em que o entrevistado forneceu laquoespontaneamenteraquo a informaccedilatildeo que

pretendiacuteamos obter (Estrela 1990 p354) Nas palavras de Bogdan e Biklen (1994 p l37) o

que se revela mais unportante eacute a necessidade de ouvir cuidadosamente ( ) cada palavra

como se ela fosse potencialmente desvendar o misteacuterio que eacute o modo de cada sujeito olhar

para o mundo Deste modo o entrevistador tem que manter uma atitude flexiacutevel perante o

entrevistado a pessoa que tem diante de si sem contudo abandonar o quadro de referecircncia da

entrevista

Embora tratando-se de uma entrevista semidirectiva ou semi estruturada que possui um

esquema ou guiatildeo o qual confina a entrevista a determinado quadro de referecircncia o

entrevistado tem sempre liberdade para moldar o conteuacutedo das suas respostas (Estrela 1990

Ghiglione amp MataJon 1993 Bogdan e Biklen 1994) Tal como nos esclarecem Ghiglione amp

Matalon (1993 p92) sendo colocadas as grandes categorias do quadro de referecircncia global

permanece uma natildeo-definiccedilatildeo dos quadros de referecircncia ao nivel de cada ponto (categoria)

A entrevista semidirectiva ou semiestruturada eacute geralmente utilizada nas investigaccedilotildees

em que se procura conhecer as concepccedilotildees as percepccedilotildees os sentimentos as atitudes e as

86

motivaccedilotildees dos sujeitos aprofundar um determinado domiacutenio (Ghiglione amp Matalon 1993

p97) - o seu quadro de referecircncia - relativamente a determinado tema Em suma a entrevista

permite-nos revelar a perspectiva sobre determinado assunto do ponto de vista do

entrevistado como nos diz Vale (2004 p l79) Mas importa salientar que pelo facto de se

organizar uma estrutura preacutevia para a entrevista - o guiatildeo - tal permitiu-nos poder comparar

os dados obtidos dos diferentes alunos-professores

Guiatildeo de entrevista

Antes da realizaccedilatildeo das entrevistas elaboraacutemos um guiatildeo que tal como nos elucidam

Vales (1997) e Albarello et ai (1997) conteacutem os temas que pretendemos ver tratados no

sentido de conduzir o entrevistado a aprofundar o seu pensamento eou colocar uma questatildeo

que natildeo teniia sido abordada espontaneamente

Referindo-se ao guiatildeo de entrevista como esquema Ghiglione amp Matalon (1993 p92)

referem que este estrutura o indiviacuteduo ( ) e ( ) impotildee um quadro de referecircncia Todavia

cada um dos temas do esquema conserva uma relativa ambiguidade ( ) [pelo que] permanece

uma natildeo-defmiccedilatildeo dos quadros de referecircncia ao niacutevel de cada ponto Assim entendemos um

guiatildeo como um esquema um mapa de orientaccedilatildeo para a entrevista que pretendemos realizar

Contudo como se dizia o mesmo natildeo tem que ser seguido de uma forma riacutegida isto eacute existe

liberdade para alterar a ordem e a forma das questotildees assim como para colocar questotildees que

se mostrem pertinentes ver exploradas no decorrer da entrevista

Na conduccedilatildeo de uma entrevista o entrevistador tem que mostrar flexibilidade e

sensibilidade suficientes para fazer os reajustes necessaacuterios no sentido de natildeo fazer uma

pergunta ao entrevistado agrave qual ele j aacute tenha respondido numa pergunta anterior

87

Ass im e l a b o r aacute m o s o n o s s o gu i atildeo de ent revis ta (Cfr A n e x o 2) t en tando c o n t e m p l a r as

o r i en taccedilotildees atraacutes descr i tas n o sen t ido de s i s temat izar e faci l i tar a c o n s e c u ccedil atilde o dos ob jec t ivos

do n o s s o estudo

O guiatildeo q u e a p r e s e n t a m o s eacute c o m p o s t o p o r seis b locos temaacutet icos os ob jec t ivos

e spec iacute f i cos de cada b loco t emaacute t i co toacutep icos eou re fe recircnc ias e ques totildee s (que satildeo p ropos ta s p a r a

co locar aos ent revis tados)

O s seis b locos t emaacute t i cos d o n o s s o guiatildeo iden t i f i cados cora os n uacute m e r o s d e u m a seis

satildeo 1 - Leg i t imaccedilatildeo d a ent revis ta 2 - F o r m a ccedil atilde o inicial 3 - Ens ino das Ciecircnc ias 4 -

T raba lho Exper imen ta l ( T E ) 5 - T e c n o l o g i a s da I n f o r m a ccedil atilde o e C o m u n i c a ccedil atilde o (TIC) e 6 -

Ar t i cu laccedilatildeo entre o T E e as T IC O s seis b locos f o r a m de f in idos par t indo d o p r ime i ro

ob jec t ivo do es tudo Reflectir o entendimento das Ciecircncias do Ensino das Ciecircncias e em

particular do Trabalho Experimental (TE) no Tempo das Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo (TIC) t endo c a d a u m de l e s ob jec t ivos espec iacute f i cos q u e p a s s a m o s a ap resen ta r n o

quad ro 32

Blocos Temaacuteticos O b j e c t i v o s ^ - - bull v

1 1 Legitimaccedilatildeo da 1 entrevista

Motivar os alunos-professores para colaborar no estudo e dar-lhes a conhecer o objectivo geral do estudo

2 1 Formaccedilatildeo inicial Compreender o valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial e caracterizar o periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica enquanto tempo de construccedilatildeo de saberes profissionais

3 Ensino das Ciecircncias Conhecer as concepccedilotildeesideias dos alunos-professores acerca do ensino das Ciecircncias e compreender o valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial relativamente ao ensino das Ciecircncias

4 1 Trabalho Experimenta] | (TE)

1 Conhecer as concepccedilotildees dos alunos-professores acerca do TE e identificar 1 aspectos que estes lhe atribuem como potencialidades

5 Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo (TIO)

Identificar aspectos de destaque dado agraves TIC na formaccedilatildeo inicial dos alunos-professores compreender o valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC no curso de formaccedilatildeo inicial identificar as potencialidades reconhecidas agraves TIC e conhecer eventuais situaccedilotildees de aulas com recurso agraves TIC

6 Articulaccedilatildeo entre o TE 1 e as TIC

Conhecer as concepccedilotildees dos entrevistados acerca do TE com recurso agraves TIC e identificar eventuais momentos de praacutetica de TE com recurso agraves TIC

Quadro 32 - Blocos temaacuteticos e objectivos retirados do guiatildeo de entrevista

Realizaccedilatildeo das entrevistas

Dado que cada aluno-professor da amostra foi entrevistado individualmente antes da

realizaccedilatildeo de cada uma das entrevistas e com o intuito de pocircr o entrevistado agrave vontade em

conversa informal reforccedilaacutemos aquilo que jaacute antes lhe haviacuteamos dito sobre o interesse da nossa

mvestigaccedilatildeo assim como a importacircncia para o nosso estudo da sua opiniatildeo do seu

testemunho Foi ainda dito ao sujeito que poderia sentir-se livre de dizer o que considerasse

pertinente pois natildeo havia respostas correctas ou incorrectas Para aleacutem destes aspectos

realccedilaacutemos a garantia de sigilo deixando claro que a sua identidade e os seus depoimentos

seriam protegidos permanecendo no anonimato

Nestas conversas preliminares agraves entrevistas ponderaacutemos com os sujeitos da nossa

amostra circunstacircncias como o tempo e o lugar para a realizaccedilatildeo da entrevista Tivemos o

cuidado de informar os sujeitos do tempo meacutedio previsto para a duraccedilatildeo da entrevista natildeo

com o intuito de limitar ou impor um detennmado tempo mas no sentido de a realizaccedilatildeo da

entrevista natildeo ser condicionada por este factor Mediante a disponibilidade dos entrevistados

marcaacutemos o dia o local e a hora para a realizaccedilatildeo das mesmas

No que diz respeito ao espaccedilo procuraacutemos por um lado que este fosse um local

calmo sem interferecircncias do exterior no que diz respeito agrave privacidade e ao ruiacutedo que

poderiam perturbar a realizaccedilatildeo da entrevista e a gravaccedilatildeo aacuteudio Por outro lado tentaacutemos

escolher um local acessiacutevel que natildeo causasse transtorno ao quotidiano dos entrevistados

nomeadamente a deslocaccedilatildeo e o tempo dispendido Por sugestatildeo dos sujeitos optaacutemos por

realizar as entrevistas na instimiccedilatildeo onde estudavam os sujeitos que eacute tambeacutem o nosso locd

de trabalho

Em relaccedilatildeo aacutes horas de realizaccedilatildeo das entrevistas e de acordo com a dispo nib iUdade

optaacutemos por horaacuterios no fmal das aulas dos sujeitos e depois do horaacuterio de trabalho da

89

entrevistadora agrave excepccedilatildeo de uma das entrevistas que por conveniecircncia de ambas as partes

decorreu no periacuteodo de almoccedilo

Foi sempre pedida autorizaccedilatildeo para o registo magneacutetico das entrevistas e para a

transcriccedilatildeo integral e utilizaccedilatildeo de partes das mesmas no estudo

Por forma a assegurar o anonimato e a confidencialidade dos nossos entrevistados e

das suas respostas utilizaacutemos os pseudoacutenimos que j aacute antes referimos e que serviram como

forma de identificaccedilatildeo de fragmentos de citaccedilotildees principalmente no tratamento e anaacutelise dos

dados

A realizaccedilatildeo das entrevistas decorreu nos meses de Maio e Junho de 2005 No que diz

respeito agrave duraccedilatildeo de cada entrevista a mesma variou entre os 23 e os 42 minutos tal como

ilustra para cada entrevistado a figura 32

Duraccedilatildeo de cada entrev is ta

B Elisa

bull Judite

bull Eduarda

bull Leonor

bull Anabela

bull Joatildeo

fb tiacuteP

P ^ rS

Figura 32 - Duraccedilatildeo em minutos de cada entrevista

Na conduccedilatildeo das entrevistas seguimos alguns princiacutepios orientadores de modo

particular o da flexibilidade evitando transformar a entrevista nimi conjunto de procedimentos

ou estereoacutetipos predeterminados (Bogdan amp Biklen 1994) Embora seguindo o guiatildeo demos

90

ao entrevistado espaccedilo para desenvolver o tema agrave vontade levando-o a clarificar sempre que

necessaacuterio os seus pontos de vista concepccedilotildees experiecircncias

Albarello et a (1997) Bogdan amp Biklen (1994) e Ghiglione amp Matalon (1993)

corroboram a ideia de que numa entrevista entram em jogo diversos factores que influenciam

o conteuacutedo do que eacute dito entre os quais destacam a importacircncia da relaccedilatildeo que se estabelece

entre o entrevistador e o entrevistado pois pelo facto de os sujeitos estarem agrave vontade ()

[falam] livremente sobre os seus pontos de vista (Bogdan amp Biklen 1994 pl36) Neste

sentido procurou criar-se um ambiente agradaacutevel de confianccedila seguranccedila e imparcialidade

livre de eventuais constrangimentos ou tensotildees Os sujeitos expuseram as suas opiniotildees as

suas vivecircncias os seus significados como quiseram e durante o tempo que desejaram

Durante a realizaccedilatildeo das entrevistas ouvimos com atenccedilatildeo o que nos dizia o sujeito

sentado agrave nossa fi-ente Por entre expressotildees faciais ou acenando com a cabeccedila tentaacutemos

sempre revelar ao entrevistado o nosso interesse pessoal pelo seu testemunho Ao mesmo

tempo fomos pedindo ao sujeito que clarificasse o seu raciociacutenio ou ftindamentasse a sua

opiniatildeo

Transcriccedilatildeo das entrevistas

A medida que iacuteamos realizando as entrevistas procediacuteamos aacute transcriccedilatildeo das mesmas

(Cfi- Anexo 7) Tal como nos alertam Poirier et ai (1995) na transcriccedilatildeo de cada entrevista

procedemos a reescutas no sentido de garantir uma reproduccedilatildeo o mais fiel possiacutevel daquilo

que foi a expressatildeo do entrevistado

Efectuadas as transcriccedilotildees obtivemos um coi-piis de dados organizado e num suporte

mais acessiacutevel para anaacutelise Ao mesmo tempo permitiu-nos decidir sobre a extensatildeo em

definitivo da nossa amostra a partir da saturaccedilatildeo dos dados que haviacuteamos recolhido e tendo

91

em conta os criteacuterios de selecccedilatildeo j aacute antes especificados Isto eacute tal como j aacute referimos quando

demos iniacutecio agrave recoilia de dados natildeo tiacutenhamos ainda definido o nuacutemero de sujeitos que

constituiria a nossa amostra sendo esta umas das razotildees pelas quais as investigaccedilotildees cora

pendor qualitativo tecircm que ter um design flexiacutevel

Pensamos pois nesta altura que chegaacutemos ao ponto de saturaccedilatildeo das informaccedilotildees ou

dos dados isto eacute ao ponto de saturaccedilatildeo teoacuterica da categoria pois as novas informaccedilotildees

corroboram as anteriores natildeo contribuindo assim para desenvolver propriedades da categoria

e tomando-se redundantes (Glaser e Strauss cit por Valles 1997 Bogdan e Biklen 1994)

De referir tambeacutem que no iniacutecio da realizaccedilatildeo das entrevistas realizaacutemos uma

entrevista-piloto (com um aluno-professor que natildeo veio a integrar a nossa amostra) a qual nos

deu alguma seguranccedila e agrave-vontade em alguns aspectos na conduccedilatildeo das entrevistas

posteriores Para aleacutem deste treino tiacutenhamos realizado outras entrevistas no acircmbito da

disciplina de Metodologias de Investigaccedilatildeo 11- Meacutetodos e Teacutecnicas de Recolha e Anaacutelise de

Dados do Curso de Especializaccedilatildeo

Na investigaccedilatildeo qualitativa tenta-se anahsar os dados em toda a sua riqueza

respeitando tanto quanto possiacutevel a forma em que estes foram registados ou transcritos

(Bogdan e Biklen 1994 p 48) De acordo cora Poirier et (1995 p 102) um texto transcrito

deve traduzir fiehnente aquele que foi o discurso registado nas suas palavras eacute preferiacutevel

pois transcrever o texto oral - tal qual natildeo se deve ( ) modificaacute-lo nem mudar-lhe o estilo

mas simplesmente decifraacute-lo incluindo eventuais erros de linguagem as pausas suspiros

silecircncios etc (Op cit p54) O mesmo criteacuterio foi tido em conta para as intervenccedilotildees do

entrevistador Contudo quando utilizamos os textos assim reproduzidos tomam-se difiacuteceis de

analisar pelo que quando utiHzamos excertos da anaacutelise (Capiacutetulo 4) algumas expressotildees da

92

oralidade que nada acrescentam ao conteuacutedo de determinada resposta ou ateacute dificultam a sua

leitura foram eliminadas

Tratamento e Anaacutelise dos dados

Uma vez que o nosso estudo se situa numa perspectiva de investigaccedilatildeo qualitativa e

que eacute nossa intenccedilatildeo analisar concepccedilotildees dos futuros professores de Ciecircncias a anaacutelise de

conteuacutedo apresenta-se como a teacutecnica de tratamento de dados que mais se adequa

Partindo dos testemunhos dos sujeitos reunimos os dados de forma sistemaacutetica e

organizaacutemo-los no sentido de descrever aspectos relevantes para a compreensatildeo das

concepccedilotildees de cada aluno-professor acerca do TE e das TIC

Na sua defmiccedilatildeo de anaacutelise de conteuacutedo em 1952 Berelson (cit Vala 1986 p l03)

descreve-a como uma teacutecnica de investigaccedilatildeo que permite (bullbullbull) a descriccedilatildeo objectiva

sistemaacutetica e quantitativa do conteuacutedo manifesto da comunicaccedilatildeo Mas se para este autor a

anaacutelise de conteuacutedo trata apenas da anaacutelise do conteuacutedo manifesto anos mais tarde em 1980

Krippendorf (cit Vala 1986 pl03) definiu a anaacutelise de conteuacutedo como uma teacutecnica de

investigaccedilatildeo que permite fazer inferecircncias vaacutelidas e replicaacuteveis dos dados para o seu

contexto

A propoacutesito da noccedilatildeo de anaacutelise de conteuacutedo tambeacutem em Bardin (2004 p37)

encontramos a seguinte definiccedilatildeo um conjunto de teacutecnicas de anaacutelise das comunicaccedilotildees

visando obter por procedimentos sistemaacuteticos e objectivos de descriccedilatildeo do conteuacutedo das

mensagens indicadores ( ) que permitam a inferecircncia de conhecimentos relativos agraves

condiccedilotildees de produccedilatildeorecepccedilatildeo () destas mensagens tomando claro que a inferecircncia eacute um

procedimento que permite a transiccedilatildeo da descriccedilatildeo agrave interpretaccedilatildeo

93

Atraveacutes da anaacutelise de conteuacutedo o investigador quer apreender e aprender algo a partir

do que os sujeitos da investigaccedilatildeo Uie confiam nas suas proacuteprias palavras (Amado 2000

p6l) ou seja compreender o sentido das mensagens

Assim apoacutes a transcriccedilatildeo das seis entrevistas - o corpus da anaacutelise - procedemos a

uma leitura inicial dos dados que constituiu uma preacute-anaacutelise da qual emergiram as primeiras

impressotildees acerca do material total a analisar

O Sistema de Categorias do nosso estudo foi organizado a priori com cinco blocos

temaacuteticos a saber Formaccedilatildeo Inicial Ensino das Ciecircncias Trabalho Experimental

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Articulaccedilatildeo entre o Trabalho Experimental e as

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Uma vez que as nossas categorias com origem no quadro teoacuterico explicitado no

Capiacutetulo 2 jaacute haviam sido definidas comeccedilaram a evidenciar-se algumas divisotildees em

subcategorias que por sua vez foram divididas em dimensotildees de anaacutelise (Cfr Quadros 41 e

42 Capiacutetulo 4)

Se inicialmente a nossa intenccedilatildeo foi de que as categorias que definimos fossem

exclusivas contudo tal natildeo se afigurou ser possiacutevel uma vez que por vezes se sente

necessidade de integrar alguns indicadores em subcategorias diferentes pois bem sabemos que

num estudo de natureza qualitativa eacute difiacutecil estabelecer uma clara fronteira entre

subcategorias Ou seja as subcategorias impregnam-se mutuamente natildeo sendo possiacutevel

excluir a contaminaccedilatildeo

94

382 - Etapa 2

A Investiacutegaccedilatildeo-Acccedilacirco

A par da evoluccedilatildeo e reconhecimento crescentes que a investigaccedilatildeo de pendor

qualitativo tem vindo a ganhar no acircmbito da investigaccedilatildeo em Ciecircncias da Educaccedilatildeo como

atraacutes referimos encontramos neste tipo de metodologia uma estrateacutegia de investigaccedilatildeo

designada por Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo (IA) Nas palavras de Bogdan e Biklen (1994 p 292) a

investigaccedilatildeo-acccedilatildeo consiste na recolha de informaccedilotildees sistemaacuteticas com o objectivo de

promover mudanccedilas sociais Segundo estes autores a investigaccedilatildeo-acccedilatildeo eacute uma estrateacutegia de

investigaccedilatildeo que pode facultar ao investigador informaccedilatildeo e a compreensatildeo de factos acerca

de determinada realidade e de acordo com Paixatildeo (1998 p218) orientada para duas direcccedilotildees

convergentes a) com vista a analisar a realidade compreendecirc-la melhor e intervir nela mais

reflexiva e eficazmente e b) com vista agrave formaccedilatildeo e aperfeiccediloamento dos professores

Segundo Bonifaacutecio da Costa (1999 p67) a Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo em educaccedilatildeo Visa

melhorar a educaccedilatildeo atraveacutes da mudanccedila sendo por isso uma investigaccedilatildeo realizada COM

mais do que uma investigaccedilatildeo realizada SOBRE pelo que Paixatildeo (1998 p221) menciona

que esta estrateacutegia de investigaccedilatildeo imphca adoptar deliberadamente abertura a novas

experiecircncias e processos

Assim na segunda etapa do estudo adoptaacutemos a Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo como estrateacutegia

de investigaccedilatildeo

A Workshop - Uma estrateacutegia de Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo

Tal como atraacutes mencionaacutemos nesta etapa do trabalho e para a consecuccedilatildeo do segundo

e terceiro objectivos da nossa investigaccedilatildeo - evidenciar aspectos a considerar na planificaccedilatildeo

95

didaacutectica envolvendo Trabalho Experimental com recurso agraves TIC planificar uma sequecircncia de

ensino centrada no Trabalho Experimental com recurso agraves TIC e confrontar os futuros

professores de Ciecircncias com o modelo e a planificaccedilatildeo de ensino centrada no TE com recurso

agraves TIC - pretendemos evidenciar aspectos a considerar numa planificaccedilatildeo didaacutectica

envolvendo Trabalho Experimental com recurso agraves TIC construindo para tal uma proposta de

planificaccedilatildeo relativa a uma sequecircncia de ensino na qual o Trabalho Experimental com recurso

agraves TIC fosse um elemento didaacutectico preponderante Para tal procedemos agrave planificaccedilatildeo de

uma sequecircncia de ensino (Cfr Anexo 4) de uma unidade de ensino que emergiu do Programa

de Ciecircncias da Natureza do 6deg Ano de Escolaridade e que se insere nas orientaccedilotildees do

Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico seguindo as orientaccedilotildees actuais para o ensino das

Ciecircncias

A proposta de planificaccedilatildeo para duas aulas de Ciecircncias da Natureza desenvolve-se

sobre um problema central (ao qual se chega apoacutes discussatildeodebate do tema) a partir do qual

se procede a uma investigaccedilatildeo Dentro desta eacute proposta a reahzaccedilatildeo de trecircs actividades

experimentais para as quais se propotildee a utilizaccedilatildeo de diversas tecnologias da informaccedilatildeo e

comunicaccedilatildeo na realizaccedilatildeo de Trabalho Experimental

No sentido de confi-ontar os alunos-professores com a proposta de planificaccedilatildeo de

ensino centrada no TE com recurso agraves TIC - para o cumprimento do terceiro objectivo deste

estudo - confrontar os futuros professores de Ciecircncias com o modelo e a planificaccedilatildeo de

ensino centrada no TE com recurso agraves TIC - organizaacutemos e realizaacutemos a workshop formativa

dando oportunidade aos alunos futuros-professores de connosco partilharem e reflectirem

sobre situaccedilotildees inovadoras tomando conhecimento da proposta de planificaccedilatildeo e

experimentando cada actividade praacutetica dispondo para tal do equipamento necessaacuterio no

acircmbito das tecnologias da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo

96

383 - Etapa 3

De acordo com o quarto objectivo proposto - analisar o impacte da proposta na

alteraccedilatildeo das concepccedilotildees dos professores e futuros professores acerca do Trabalho

Experimental no tempo das TIC pretendemos nesta uacuteltima etapa do nosso estudo analisar o

impacte da nossa proposta de planificaccedilatildeo como contributo para a alteraccedilatildeo das concepccedilotildees

dos alunos-professores no que respeita agrave utilizaccedilatildeo das Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo no Trabalho Experimental

Tal como jaacute mencionaacutemos a (re)anaacutelise das concepccedilotildees dos sujeitos foi efectuada

atraveacutes de ura questionaacuterio (Cfr Anexo 6) no final da workshop que passamos a

fundamentar

O q u e s t iacute O D aacute r i ograve

Apoacutes a realizaccedilatildeo das entrevistas iniciais e da workshop tivemos necessidade de

recorrer a uma teacutecnica que nos permitisse obter novas respostas sobre as concepccedilotildees dos

sujeitos e fazer a anaacutelise do impacte da workshop nas suas concepccedilotildees no que respeita agrave

utilizaccedilatildeo das Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo no Trabalho Experimental

Elaboraacutemos entatildeo um questionaacuterio por nos permitir ser passado ao mesmo tempo a todos os

sujeitos apoacutes a realizaccedilatildeo da workshop

Questionaacuterios e entrevistas tecircm uma finalidade comum transformar em dados a

informaccedilatildeo directamente comunicada por uma pessoa (Tuckman 2000 p307) Contudo o

questionaacuterio eacute sempre uma teacutecnica estruturada podendo as suas questotildees variar entre fechadas

ou abertas proporcionando respostas mais ou menos directas sobre a informaccedilatildeo que se

pretende obter Haacute no entanto que ressalvar alguns aspectos como nos elucidam Ghiglione amp

97

Mataion (Iacute993 pl 15) designadamente saber com exactidatildeo o que procuramos garantir que

as questotildees tenham o mesmo significado para todos os sujeitos

Para clarificar a diferenccedila entre entrevistas e questionaacuterios deve atender-se agrave liberdade

do sujeito inquirido (Ghiglione amp Mataion 1993) Assim na entrevista semidirectiva ou

semiestruturada embora seguindo um guiatildeo o entrevistador tem liberdade para ser flexiacutevel

isto eacute para poder alterar a ordem e a forma das questotildees assim como para colocar questotildees

que se mostrem pertinentes serem exploradas no decorrer da entrevista como atraacutes jaacute

referimos ou seja fazer os reajustes considerados necessaacuterios No questionaacuterio aberto como o

que utilizaacutemos a formulaccedilatildeo e a ordem das questotildees satildeo fixas mas a pessoa pode dar uma

resposta tatildeo longa quanto desejar (Ghiglione amp Mataion 1993 p70)

Tratamento e Anaacutelise dos dados

Dada a natureza qualitativa do nosso estudo e uma vez que nesta etapa eacute nossa

intenccedilatildeo (re)analisar as concepccedilotildees dos futuros professores de Ciecircncias a anaacutelise de conteuacutedo

apresenta-se tal como para a entrevista como a teacutecnica de tratamento de dados que mais se

adequa tambeacutem ao questionaacuterio Assim natildeo fizemos deste um tratamento estatiacutestico pois natildeo

pretendiacuteamos obter nuacutemeros mas sim dados qualitativos inferir das mensagens dos sujeitos o

que mudou ou natildeo nas suas concepccedilotildees apoacutes a realizaccedilatildeo da primeira entrevista No nosso

estudo em ambas as teacutecnicas de recolha de dados entrevista e questionaacuterio pretendemos

obter dados qualitativos s

Estabelecemos para o questionaacuterio uma categoria a priori e duas subcategorias e

dimensotildees de anaacutelise a posteriori (Cfr Quadros 41 e 42 Capiacutetulo 4)

98

39 - Criteacuterios de Validade da investigaccedilatildeo

Numa investigaccedilatildeo eacute necessaacuterio questionar a qualidade do estudo isto eacute averiguar a

sua validade (Vale 2004) Segundo esta autora A validade de uma investigaccedilatildeo deve

demonstrar o seu verdadeiro valor proporcionar as bases para aplicaacute-la e permitir que possam

ser feitos julgamentos externos sobre a consistecircncia dos seus procedimentos e a neutralidade

dos seus resultados ou decisotildees (Vale 2004 p l88) Como nos esclarece Vale (2004 p l89)

a veracidade eacute estabelecida numa investigaccedilatildeo pelo uso de teacutecnicas que providenciem

verdadeiro valor ou autenticidade

No sentido de reforccedilar a validade da investigaccedilatildeo pedimos a dois juiacutezes que fizessem

criticassugestotildees de melhoramento ao nosso guiatildeo de entrevista Apoacutes a revisatildeo por estes dois

investigadores ponderaacutemos as alteraccedilotildees propostas as quais introduzimos quando

consideraacutemos pertinente

Apoacutes a realizaccedilatildeo das entrevistas e relativamente ao tratamento e anaacutelise dos dados os

mesmos foram lidos por duas pessoas Temos consciecircncia de que todo o processo de anaacutelise

de conteuacutedo desde o estabelecimento das categorias subcategorias ateacute agraves dimensotildees de

anaacutelise possui uma carga subjectiva do proacuteprio investigador que tentaacutemos ampliar para um

nivel de intersubjectividade com a leitura feita por parte de outra pessoa

No sentido de conferir credibilidade agrave nossa proposta de planificaccedilatildeo dado que

pretendiacuteamos consideraacute-la como adequada e inovadora pedimos a seis juiacutezes - professores

especialistas no ensino das Ciecircncias e na formaccedilatildeo de professores - que a avaliassem segundo

uma grelha (Cfr Anexo 5) e que fizessem sugestotildees de melhoramento Apoacutes a apreciaccedilatildeo da

proposta por parte dos professores especialistas apresentamos no quadro 33 uma siacutentese dos

resultados obtidos

99

Niacutevel Itens mdash 1 2 3 bull 4 5 1 Insere-se nas orientaccedilotildees do Curriacuteculo Nacional Ensino Baacutesico

6

2 E adequada ao niacutevel de escolaridade (6deg ano do 2deg Ciclo do EB)

2 1 3

3 Eacute pertinente para a consecuccedilatildeo dos objectivos do Programa

1 3 2

4 Egrave pertinente para o desenvolvimento de competecircncias apontadas no Curriacuteculo Nacional

1 2 3

5 As actividades de Trabalho Praacutetico propostas tecircm interesse

2 4

6 Apresenta recursos didaacutecticos com interesse 2 4 7 Apresenta aspectos de inovaccedilatildeo didaacutectica no uso das TIC no TE

1 1 4

Quadro 33 - Resultados da avaliaccedilatildeo da proposta

Os seis especialistas investigadores eou professores consideram que a proposta se insere

nas orientaccedilotildees actuais do Curriacuteculo Nacional que como atraacutes referiacuteamos integra as propostas

do movimento CTS no que diz respeito agraves Ciecircncias Outro dos aspectos relevantes eacute que os

seis consideram no niacutevel 4 e 5 quer as actividades de Trabalho Experimental propostas quer

que os recursos didaacutecticos tecircm interesse

E ainda de salientar que dos aspectos analisados nenhum dos especialistas atribuiu niacutevel

abaixo de 3 predominando os niacuteveis 4 e 5

100

Capiacutetulo 4

AnacircCise dos ^suiacutetaciacuteos

41 - Nota Introdutoacuteria

Nesta etapa da componente empiacuterica da nossa investigaccedilatildeo analisamos as entrevistas

dos seis alunos-professores que constituem os sujeitos da nossa amostra bem como os

resultados do questionaacuterio respondido no fmaJ da realizaccedilatildeo da workshop formativa no

sentido de clarificar as suas concepccedilotildees acerca das potencialidades do Trabalho Experimental

(TE) no tempo actual dominado pelas Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

Num estudo de iacutendole qualitativa a apresentaccedilatildeo dos resultados exclusivamente na

forma de texto narrativo natildeo facilitaria a sua leitura dispersando a informaccedilatildeo No entanto eacute

essencial natildeo perder de vista a relevacircncia clarificadora da componente descritiva atraveacutes do

recurso agraves citaccedilotildees do discurso dos sujeitos Deste modo nesta secccedilatildeo do estudo procedemos agrave

anaacutelise dos dados retirados do corpus guiando-nos pelo instrumento de anaacutelise Os dados

isolados do corpus organizados e interpretados constituem os nossos resultados que nos

permitiratildeo apontar conclusotildees e responder agraves questotildees de investigaccedilatildeo

O sistema de categorias do nosso estudo foi organizado tendo como referecircncia cinco

blocos temaacuteticos respectivamente Formaccedilatildeo Inicial Ensino das Ciecircncias Trabalho

Experimental Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Articulaccedilatildeo entre o Trabalho

Experimental e as Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Definidas as categorias e as subcategorias as dimensotildees emergiram da anaacutelise dos

dados constituindo especificaccedilotildees do aspecto anterior Isto eacute as dimensotildees de anaacutelise

constituem especificaccedilotildees das subcategorias por sua vez estas satildeo extensotildees das categorias

As dimensotildees que criaacutemos congregam os indicadores semelhantes que se foram evidenciando

dos dados

02

No que diz respeito agrave apresentaccedilatildeo dos resultados optaacutemos pela organizaccedilatildeo num

quadro-resumo que sempre se segue a uma explanaccedilatildeo descritiva de cada subcategoria

Os quadros-resumo compreendem as dimensotildees para cada categoria e subcategoria

respectivamente bem como os indicadores e o nome dos alunos-professores que os apontam

Como jaacute clarificaacutemos no capiacutetulo anterior os nomes usados natildeo correspondem agrave identidade

real dos participantes

Os indicadores patentes nos quadros-resumo ou satildeo transcritos do corpus ou satildeo uma

frase compreensiva que traduz a ideia do entrevistado

Na anaacutelise da entrevista tentaacutemos extrair todos os indicadores do discurso de cada

entrevistado em relaccedilatildeo agraves subcategorias de anaacutelise para podermos conhecer em

profundidade as suas concepccedilotildees sobre cada uma das categorias no respectivo bloco

Apresentamos a anaacutelise dos dados extraiacutedos do corpus na ordem pela qual os alunos-

professores foram entrevistados Elisa Judite Eduarda Leonor Anabela e Joatildeo Contudo

quando as ideias de dois entrevistados eram muito proacuteximas fizemos a sua anaacutelise tambeacutem

sequencialmente

Nas transcriccedilotildees que fazemos colocaacutemos por vezes uma ou outra palavra dentro de

parecircntesis rectos para que fora do contexto o excerto mantivesse o significado Os parecircntesis

rectos servem tambeacutem para no fim de cada transcriccedilatildeo identificar os alunos-professores

A anaacutelise do questionaacuterio referir-nos-emos com mais detalhe no ponto 43

Os quadros 41 e 42 que se seguem satildeo orientadores da anaacutelise isto eacute evidenciam os

blocos temaacuteticos categorias e subcategorias (quadro 41) e subcategorias e dimensotildees (quadro

42)

103

BLOCOS TEMAacuteTICOS CATEGORIAS SUBCATEGORIAS

L mdash mdash

FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo iniciaJ

Expectativas iniciais

FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo iniciaJ

Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo ser professor de Ciecircncias

FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo iniciaJ

Escolha da profissatildeo FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica

AvaliaccedilatildeoBalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica

FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica Experiecircncias de aprendizagem valorizadas

FORMACcedilAtildeO I N I C U L

Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica Experiecircncias relevantes - aspectos positivos e

negativos

1 ENSINO DAS C I Ecirc N Q A S

Concepccedilotildees acerca do Ensino das Ciecircncias

Finalidades do Ensino das Ciecircncias

1 ENSINO DAS C I Ecirc N Q A S

Concepccedilotildees acerca do Ensino das Ciecircncias

Aspectos valorizados no Ensino das Ciecircncias 1 ENSINO DAS C I Ecirc N Q A S

Avaliaccedilatildeo da formaccedilatildeo em Ensino das Ciecircncias Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias

TRABALHO EXPERIMENTAL

Concepccedilatildeo de IK Concepccedilatildeoideia de TE

TRABALHO EXPERIMENTAL

Concepccedilatildeo de IK Aspectos valorizados no TE TRABALHO

EXPERIMENTAL

Potencialidades do TE Competecircncias que o TE desenvolve

Destaque das TIC na formaccedilatildeo inicial

Disciplinas que contemplaram as TIC

Destaque das TIC na formaccedilatildeo inicial Conteuacutedos contemplados

1 TECNOLOGIAS DA

Destaque das TIC na formaccedilatildeo inicial

Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica

INFORMACcedilAtildeO E COMUNICACcedilAtildeO

Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo em TIC

INFORMACcedilAtildeO E COMUNICACcedilAtildeO

Potencialidades das TIC Potencialidades das TIC

INFORMACcedilAtildeO E COMUNICACcedilAtildeO

Recurso agraves TIC na PP Acesso agraves TIC

INFORMACcedilAtildeO E COMUNICACcedilAtildeO

Recurso agraves TIC na PP

Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC

ARTICULACcedilAtildeO ENTRE TE E TIC

Realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

Exemplos de TIC como recurso para o TE

ARTICULACcedilAtildeO ENTRE TE E TIC

Realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC ARTICULACcedilAtildeO ENTRE

TE E TIC Concepccedilatildeo de TK com

recurso agraves TIC

Vantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

ARTICULACcedilAtildeO ENTRE TE E TIC

Concepccedilatildeo de TK com recurso agraves TIC Desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves

TIC

Quadro 41 - Instrumento orientador da anaacutelise das entrevistas - Blocos temaacuteticos Categorias e Subcategorias

104

SUBCATEGORIAS DIMENSOtildeES

Expectativas iniciais

Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo

- Natildeo atingiu as expectativas - Veio ao encontro das expectativas - Superou as expectativas Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo

Escolha da profissatildeo - Gosto pela aacuterea da Educaccedilatildeo - Determinaccedilatildeo pessoal - Gosto por MatemaacuteticaCiecircncias da Natureza

AvaliaccedilatildeoBalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica

- Satisfaccedilatildeo pessoal - Periacuteodo de muitas aprendizagens - Periacuteodo particular do curso

Experiecircncias de aprendizagem valorizadas - Preparaccedilatildeo de aulas

- Desempenho na aula

Experiecircncias relevantes

Aspectos positivos - Aspectos relacionais

- Aspectos de desenvolvimento profissional

- Dificuldades na planificaccedilatildeo

Aspectos negativos - Aspectos burocraacuteticos

- Organizaccedilatildeo da Praacutetica Pedagoacutegica

- Compreensatildeo de noacutes proacuteprios

Finalidades do Ensino das Ciecircncias - Compreensatildeo do mundo que nos rodeia

- Argumentos de cidadania

- Desenvolver atitudes cientiacuteficas

Aspectos valorizados no Ensino das Ciecircncias - Conteuacutedos

- Processos

Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias

Concepccedilatildeoideia de TE - TE demonstrativo veriacuteficatograverio ilustrativo confirmatoacuterio Concepccedilatildeoideia de TE - TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas

Aspectos valorizados no TE - Cumprir regras de seguranccedila

Aspectos valorizados no TE - Percurso para a resoluccedilatildeo de um problema Aspectos valorizados no TE - Seguir um protocolo

Competecircncias que o TE desenvolve

- Competecircncias cognitivas

Competecircncias que o TE desenvolve

- Competecircncias soacutecio-afectivas

Competecircncias que o TE desenvolve - Competecircncias de autonomia Competecircncias que o TE desenvolve - Capacidades e atitudes

Competecircncias que o TE desenvolve

- Criar motivaccedilatildeo na aula

Competecircncias que o TE desenvolve

- Contacto com material de Laboratoacuterio - bull

105

Disciplinas que contemplaram as TIC Disciplinas que contemplaram as TIC

- Programas informaacuteticos Conteuacutedos contemplados - Importacircncia das TIC

- Trabalho com o retroprojector

Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica mdash

- Aprender antes de chegar agrave PP Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica - Apoio nas aulas da PP

Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo em TIC - Insatisfaccedilatildeo Valorizaccedilatildeo da formaccedilatildeo em TIC 1 - Satisfaccedilatildeo

- As TIC como um recurso no ensino

Potencialidades das TIC - Motivaccedilatildeo e Ludicidade

- A utilizaccedilatildeo das TIC por todos os alunos

Acesso agraves TIC - Faacutecil acesso || Acesso agraves TIC - Difiacutecil acesso |

Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC - Recurso a programas informaacuteticos Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC - Aulas sem recurso agraves TIC

- Programas informaacuteticos - Internet

Exemplos de TIC como recurso para o TE - Viacutedeos Exemplos de TIC como recurso para o TE - Flexcam bull Sensores ligados ao computador - Projector de Slides - Condiccedilotildees do Laboratoacuterio

Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso - Tempo agraves TIC - Professor cooperante

- Conteuacutedos a leccionar

- Acompanhamento da aula

- Criar motivaccedilatildeo Vantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves - Organizaccedilatildeo de dados

TIC - Natildeo requer material nem preparaccedilatildeo

- Economia de tempo

- Alargar conhecimentos Desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso

agraves TIC -Impede o manuseamento

Quadro 42 - Subcategorias e Dimensotildees da anaacutelise das entrevistas

106

42 - Anaacutelise de conteuacutedo das Entrevistas

4 21 - Formaccedilatildeo Inicial

CATEGORIA VALOR ATRIBUIacuteDO Agrave FORMACcedilAtildeO INICIAL

Relativamente agrave categoria Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial estabelecemos

trecircs subcategorias que designaacutemos por Expectativas iniciais Preparaccedilatildeo para o

exerciacutecio da profissatildeo e Escolha da profissatildeo

Para a subcategoria Expectativas iniciais a anaacutelise de conteuacutedo que efectuaacutemos

permitiu-nos organizar os dados em trecircs dimensotildees de anaacutelise designadamente Natildeo

atingiu as expectativas Veio ao encontro das expectativas e Superou as

expectativas

A nossa entrevistada Elisa explicou que a formaccedilatildeo inicial por um lado veio ao

encontro das suas expectativas iniciais mas por outro lado natildeo aludindo mesmo que o

plano de estudos do seu curso tem algumas carecircncias por exemplo em termos de

disciplinas mais concretamente no que diz respeito agrave elaboraccedilatildeo de planos de aula que

exprime desta forma

Acho que tem algumas carecircncias [a formaccedilatildeo inicial] () por exemplo uma dificuldade que noacutes sentimos muito eacute quando () vamos para a parte praacutetica de estaacutegio noacutes sentimos muita falta () na formaccedilatildeo de planos () E temos sempre que recorrer agrave ajuda dos cooperantes e dos supervisores porque natildeo temos uma cadeira de base para fazer planos [Elisa]

Apesar das carecircncias que aponta Elisa acrescenta que mas () conseguimos

aprender e conseguimos melhorar mas tem algumas carecircncias eu acho a formaccedilatildeo

inicial [Elisa]

Elisa refere ainda que a formaccedilatildeo inicial do seu curso deveria ter cadeiras mais

especiacuteficas como nos diz

107

acho que noacutes em termos de cadeiras do curso () podiacuteamos ter uma outra abrangecircncia ou mesmo outras cadeiras se calhar mais dentro da nossa aacuterea E se calhar natildeo ter aquelas cadeiras tatildeo fora do nosso acircmbito que tambeacutem satildeo essenciais mas () ter menos horas dessas disciplinas e ter outras cadeiras () por exemplo na formaccedilatildeo de planos [Elisa]

Quanto a Judite afirma com alguma hesitaccedilatildeo que a formaccedilatildeo inicial veio ao

encontro das suas expectativas iniciais referindo que na Praacutetica Pedagoacutegica eacute que se vecirc o

que se aprendeu como ilustra o excerto que se segue

Acho que sim [que a formaccedilatildeo inicial veio ao encontro das suas expectativas] Acho que noacutes agora na praacutetica conseguimos ver o que andaacutemos aqui a aprender Conseguimos pocircr em praacutetica e daacute-nos uma grande ajuda [Judite]

Eduarda refere que as suas expectativas em relaccedilatildeo agrave formaccedilatildeo inicial foram

superadas pois na sua opiniatildeo as disciplinas do curso satildeo bastante abrangentes

Sim ateacute foi mais Foi maior do que eu esperava Natildeo estava agrave espera de ter tantas disciplinas a abranger tantas areas () Porque estava mais agrave espera de encontrar disciplinas no acircmbito da Matemaacutetica e das Ciecircncias e natildeo de outras () Superou () as expectativas [Eduarda]

Em relaccedilatildeo a Leonor mencionou-nos que a formaccedilatildeo inicial do seu curso

correspondeu agraves expectativas pois era o que estava agrave espera Contudo faz referecircncia a

cadeiras de Psicologia e outras de cariz generalista como exprime no seguinte excerto

Sim era o que eu estava agrave espera mesmo quando comeccedilaacutemos desde o primeiro ano por aquelas cadeiras de Psicologia por aiacute fora em termos educativos ALE [Aprendizagem da Leitura e da Escrita] em que comeccedilaacutemos a aprender e ver quais eram as reacccedilotildees dos miuacutedos na sala de aula e agora estar na praacutetica e ver como eacute tem tudo a ver Corresponde agraves minhas expectativas [Leonor]

Por sua vez Anabela explica que para si algumas disciplinas do curso estatildeo

desfasadas da realidade da Praacutetica Pedagoacutegica (PP) acho que temos disciplinas que muito

sinceramente eu natildeo vi relaccedilatildeo agora com esta parte que estamos na parte da Praacutetica

Pedagoacutegica [Anabela]

Poreacutem acrescenta a parte experimental [das disciplinas do curso] estaacute bastante

relacionada [Anabela]

108

o aluno-professor Joatildeo disse-nos que jaacute tinha uma ideia formada acerca do curso

antes de o frequentar por isso o plano de estudos do curso veio ao encontro das suas

expectativas como explica

Sim veio ao encontro das expectativas iniciais era o que eu tinha pensado jaacute Eu antes de ter vindo antes de ter iniciado este curso jaacute tinha mais ou menos uma ideia pouco uma ideia vaga mas veio ao encontro das poucas ideias que tinha [Joatildeo]

As perguntas acerca da formaccedilatildeo inicial as entrevistadas Judite Leonor e Anabela

reportam-se agrave Praacutetica Pedagoacutegica no 2deg Ciclo do EB do 4deg ano da sua formaccedilatildeo inicial

Anabela refere-se tambeacutem agrave PP do 1deg Ciclo do EB em resposta a esta pergunta A anaacutelise

do conteuacutedo das respostas destas trecircs alunas-professoras permite-nos inferir que a PP eacute um

processo central neste curso uma vez que embora questionadas sobre a sua formaccedilatildeo

inicial de uma forma geral reportam-se unicamente ao periacuteodo de PP

O quadro 43 apresenta em siacutentese as principais ideias dos alunos-professores

acerca do valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial em particular acerca das suas expectativas

iniciais

D I M E N S Otilde E S 1 V IPROacuteICAacuteDORES bull ENTREVISTADOS

N Atilde O ATINGIU AS

EXPECTATIVAS

Tem algumas carecircncias Elisa N Atilde O ATINGIU AS

EXPECTATIVAS Devia ter disciplinas mais especiacuteficas Elisa N Atilde O ATINGIU AS

EXPECTATIVAS

Disciplinas que natildeo tecircm relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica Anabela

V E I O AO ENCONTRO DAS EXPECTATIVAS

Na PP eacute que vemos o que aprendemos Judite

V E I O AO ENCONTRO DAS EXPECTATIVAS

Era 0 que eu estava agrave espera Leonor V E I O AO ENCONTRO DAS EXPECTATIVAS

A parte experimental das disciplinas do curso estaacute articulada com a PP Anabela

V E I O AO ENCONTRO DAS EXPECTATIVAS

Eu jaacute tinha mais ou menos uma ideia Joatildeo

SUPEROU AS EXPECTATIVAS Disciplinas que abrangem aacutereas muito diversas

Eduarda

Quadro 43 - Subcategoria Expectativas Iniciais

109

Em relaccedilatildeo agrave subcategoria P r e p a r a ccedil atilde o p a r a o exerciacutecio da profissatildeo apoacutes

perguntarmos aos nossos entrevistados se se sentiam preparados para o exerciacutecio da

profissatildeo de professores as suas respostas foram unacircnimes todos responderam

afirmativamente Contudo foram tambeacutem unacircnimes em acrescentar que se aprende com a

praacutefica e que o que levam da escola eacute apenas o equipamento para uma aprendizagem ao

longo da vida

Assim Elisa refere

Eu acho que me sinto preparada mas tenho ainda muito para aprender Muito Acho que noacutes levamos daqui uma pequena bagagem mas temos muito muito mais () que soacute agora os proacuteximos anos eacute que nos vatildeo dar muito mais para aprender Eu acho que aqui eacute soacute um bocadinho [Elisa]

Quanto a Judite explica eu acho que me sinto preparada para me continuar a

profissionalizar () Porque estamos sempre a aprender e temos que estar sempre a

actualizar-nos [Judite]

Por sua vez Eduarda afirma eacute como a carta de conduccedilatildeo tira-se mas natildeo se sabe

conduzir ainda [Eduarda]

Leonor refere que estaacute agora a comeccedilar mas confessa-se preparada para o

exerciacutecio da profissatildeo docente

Sinto sinto () Sei que eacute uma profissatildeo com muita responsabilidade e () estou agora a comeccedilar sei que vou encontrar miuacutedos muito diferentes com dificuldades diferentes mas penso que sim que estou preparada Ateacute agora estou-me a sentir preparada [Leonor]

Anabela que partilha a mesma opiniatildeo que os restantes entrevistados refere estar

mais ou menos preparada para ser professora como nos diz acho que se estaacute sempre a

aprender Mais ou menos preparada penso que sim [Anabela]

110

Quanto a Joatildeo eacute peremptoacuterio ao dizer que se sente completamente preparado para

leccionar como se pode verificar no seguinte excerto Completamente [preparado para a

profissatildeo] Mesmo [Joatildeo]

O quadro 44 diz respeito agrave organizaccedilatildeo dos dados relativos agrave subcategoria

Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo e dimensatildeo com a mesma designaccedilatildeo

gt D I M E N S Atilde O [ - INDICADORES ENTREVISTADOS

Levamos uma pequena bagagem Elisa

Temos que estar sempre a actualizar-nos Judite

PREPAJIACcedilAtildeO PARA 0 EXERCIacuteCIO DA PROFISSAtildeO

Eacute como tirar a carta de conduccedilatildeo Eduarda

Estou agora a comeccedilar j Leonor

Acho que se estaacute sempre a aprender Anabela

Sinto-me completamente preparado Joatildeo

Quadro 44 - Subcategoria Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo

Para a subcategoria Escolha da profissatildeo a anaacutelise dos dados permitiu-nos fixar

trecircs dimensotildees de anaacutelise a saber Gk)sto pela aacuterea da educaccedilatildeo Determinaccedilatildeo

pessoal e Gosto por MatemaacuteticaCiecircncias da Natureza

Ao serem confrontados com a pergunta sobre se voltariam a escolher este curso os

nossos entrevistados natildeo hesitaram em responder que sim Quanto agraves razotildees apontadas

pelos nossos sujeitos para a escolha da profissatildeo satildeo diversas passando por motivos tais

como gostar de ensinar e aprender gostar da convivecircncia com muitas pessoas em

particular com crianccedilas

Elisa afirma a vertente da educaccedilatildeo era uma coisa que eu () gostava por isso

voltaria a escolher [Elisa]

111

Judite diz-nos que sim voltaria a escolher este curso e justifica uma das coisas que

eu gosto de fazer eacute ensinar [Judite]

Quanto a Eduarda os motivos que levaram a optar por um curso de ensino em

Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza prendem-se com a sua determinaccedilatildeo pessoal como

nos explica [Voltaria a escolher este curso] Sempre Sempre Desde pequena foi-se

acumulando a vontade de vir para este curso e sim sempre [Eduarda]

E explica porquecirc

Pronto eu de pequena quando no T Ciclo diziam que eu natildeo era assim muito boa a Matemaacutetica e eu talvez por teimosia ou natildeo sei pela vontade de querer tambeacutem saber fui gostando de Matemaacutetica e teimei que eu vou ser boa a Matemaacutetica epronto [Eduarda]

Tambeacutem para Leonor a escolha desta profissatildeo haacute muito que era desejada e explica

as suas razotildees

Sempre foi um curso que eu gostei desde pequena Recordo-me que quando tinha para ai 7 anos 8 anos quando comecei a aprender a ler e a escrever que ia laacute para a casa de uma senhora ensinar o neto a ler e a escrever e ela dava-me 20 escudos Por isso sim Sempre gostei de ensinar de aprender de estar sempre relacionada com muitas pessoas com crianccedilas por isso voltaria [a escolher o mesmo curso] [Leonor]

Por sua vez Anabela revela-nos o seu gosto pela disciplina de Matemaacutetica e o mais

recente pela disciplina de Ciecircncias da Natureza como nos diz Eu gosto mesmo de

Matemaacutetica mas ultimamente tenho-me relacionado mais com as Ciecircncias () estou-me

a ver um bocadinho mais relacionada com as Ciecircncias [Anabela]

Quanto ao nosso entrevistado Joatildeo aponta como explicaccedilatildeo para voltar a escolher

este curso a sua determinaccedilatildeo pessoal como exprime no seguinte excerto Claro que

112

voltava [a escolher o mesmo curso] Eu foi sempre isto que eu quis () Natildeo estou

arrependido [Joatildeo]

O quadro III apresenta em siacutentese as principais ideias dos alunos-professores

acerca da subcategoria Escolha da profissatildeo

DIMENSOtildeES 1 INDICADORES I ENTREVISTADOS

1 Gosto pela aacuterea da educaccedilatildeo Elisa

G O S T O PELA AacuteREA DA EDUCACcedilAtildeO

1 Gosto em ensinar j Judite 1 Leonor G O S T O PELA AacuteREA DA

EDUCACcedilAtildeO j Gosto em aprender Leonor

Gosto em estar relacionada com muitas pessoas Leonor

j Gosto em estar relacionada com crianccedilas Leonor

DETERMINACcedilAtildeO PESSOAL

Desde pequena quis vir para este curso Eduarda | Leonor DETERMINACcedilAtildeO PESSOAL

Foi sempre isto que eu quis Joatildeo

G O S T O POR M A T E M Aacute T I C A C I Ecirc N C I A S

DA NATUREZA

Gosto pelas Ciecircncias da Natureza Anabela G O S T O POR M A T E M Aacute T I C A C I Ecirc N C I A S

DA NATUREZA Gosto pela Matemaacutetica Anabela

Quadro 45 - Subcategoria Escolha da profissatildeo

Siacutentese da Categoria Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial

Para a subcategoria Expectativas Iniciais pertencente a esta categoria todos os

nossos entrevistados consideram que a formaccedilatildeo inicial veio ao encontro das suas

expectativas iniciais Contudo apercebemo-nos por alguns testemunhos e tambeacutem pela

hesitaccedilatildeo em algumas respostas que transparece alguma insatisfaccedilatildeo Como os excertos

que transcrevemos elucidam duas das entrevistadas (Elisa e Anabela) manifestam

claramente que na sua opiniatildeo a formaccedilatildeo inicial tem algumas falhas E apontam

exemplos Assim enquanto uma delas aponta que algumas das disciplinas satildeo fora do

acircmbito do curso demasiado generalistas e que como tal poderiam ter outras mais

especiacuteficas que colmatassem algumas das dificuldades sentidas na PP como por exemplo

113

elaborar planos de aula (Elisa) a outra aluna-professora aponta a mesma falha na formaccedilatildeo

inicial ou seja considera que algumas das disciplinas que teve ao longo da formaccedilatildeo

inicial satildeo discrepantes no que diz respeito agrave PP natildeo tendo segundo nos diz relaccedilatildeo com a

PP (Anabela)

Este eacute um dos aspectos mais evidentes do discurso dos nossos entrevistados Assim

de forma explicita como o fazem estas duas entrevistadas (Elisa e Anabela) ou de outras

formas natildeo verbais designadamente a hesitaccedilatildeo pensamos que tendencialmente os

alunos-professores tecircm a ideia de que algumas disciplinas teoacutericas da sua formaccedilatildeo inicial

satildeo irrelevantes para a PP

De facto o curso de Professores do Ensino Baacutesico da variante Matemaacutetica e

Ciecircncias da Natureza permite natildeo soacute leccionar estas duas disciplinas do T Ciclo do Ensino

Baacutesico como tambeacutem leccionar no 1deg Ciclo do Ensino Baacutesico Naturabnente algumas

disciplinas do plano de estudos deste curso satildeo vocacionadas para esse Ciclo e os alunos

durante o curso natildeo valorizam esse aspecto

Por um lado algvins dos nossos entrevistados podem ter considerado estas

disciplinas como de somenos importacircncia ou generalistas talvez por estarem mais

vocacionados para leccionar no 2deg Ciclo do Ensino Baacutesico

Por outro lado e tal como encontramos em Praia (1998 p l 60 ) a propoacutesito da

formaccedilatildeo inicial de professores um dos pontos criacuteticos reside na dificuldade de transferir

os conhecimentos teoacutericos para uma praacutetica contextualizada ( ) que jamais sendo uma

simples aplicaccedilatildeo praacutetica tem em conta os conhecimentos teorizados e reflecte neles

Neste sentido esta pode ser uma possiacutevel explicaccedilatildeo para a ideia de que algumas

disciplinas teoacutericas da formaccedilatildeo inicial satildeo consideradas irrelevantes para a PP pelos

alunos-professores

114

Quanto agrave subcategoria Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo tambeacutem desta

categoria a leitura dos dados permite-nos dizer que os nossos entrevistados entendem a

formaccedilatildeo inicial como o imcio de um processo de preparaccedilatildeo do profissional de educaccedilatildeo

De uma forma geral os dados mostram-nos que os alunos-professores consideram-

se preparados para o exerciacutecio da profissatildeo docente sendo unacircnimes em concordar que da

escola de formaccedilatildeo inicial levam uma pequena bagagem (Elisa) que se aprende com a

praacutetica (Eduarda) e que a formaccedilatildeo eacute um processo obrigatoacuterio ao longo da carreira

docente (Judite e Anabela)

Quanto agrave subcategoria Escolha da profissatildeo ainda desta categoria os nossos

entrevistados renovam a vontade de escolher o curso que estatildeo a terminar isto porque ao

serem confi-ontados com a pergunta se voltariam a escolher o mesmo curso foram

peremptoacuterios na resposta afirmando que sim

Os dados mostram-nos que os alunos-professores justificam tal resposta com

motivos que se relacionam principalmente com o gosto pela aacuterea da educaccedilatildeo e com a

determinaccedilatildeo pessoal

CATEGORIA CARACTERIZACcedilAtildeO DO PERIacuteODO DE PRAacuteTICA PEDAGOacuteGICA

Para esta categoria definimos trecircs subcategorias nomeadamente

Avaliaccedilatildeobalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica Experiecircncias de

aprendizagem valorizadas e Experiecircncias relevantes da praacutetica pedagoacutegica -

aspectos positivos e negativos

De salientar que uma vez que o nosso estudo incide na anaacutelise das concepccedilotildees de

futuros professores de Ciecircncias do T Ciclo do EB centraacutemo-nos na PP neste niacutevel de

escolaridade que tem a duraccedilatildeo de dois semestres lectivos Contudo e dado que este curso

de Formaccedilatildeo de Professores tem uma componente de PP no 1deg Ciclo do EB com a duraccedilatildeo

115

de um semestre lectivo alguns dos nossos entrevistados fizeram referecircncia a esta PP como

se pode constatar pela anaacutelise das suas transcriccedilotildees

Contudo como o nosso estudo incide na anaacutelise das concepccedilotildees de futuros

professores de Ciecircncias do 2reg Ciclo do EB centrar-nos-emos na PP deste niacutevel

Assim para a subcategoria AvaliaccedilatildeoAjalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica a anaacutelise de conteuacutedo que efectuaacutemos permitiu-nos organizar os dados em

trecircs dimensotildees de anaacutelise nomeadamente Satisfaccedilatildeo pessoal Periacuteodo de muitas

aprendizagens e Periacuteodo particular do curso

Quando pedimos aos nossos entrevistados para fazerem um balanccedilo do periacuteodo de

PP de uma forma geral todos os entrevistados fazem um balanccedilo positivo deste tempo

Assim Elisa que faz referecircncia agrave PP no T e no 2deg Ciclo faz um balanccedilo muito

positivo da PP no 2deg Ciclo como eacute notoacuterio no seguinte excerto

Eu acho que eacute muito bom e eacute uma outra anaacutelise do nosso curso () Muito positivo Eu acho que eacute um outro registo que noacutes levamos () Aliaacutes eu acho que se chega a este uacuteltimo ano e vecirc-se realmente se se tem ou natildeo se tem mesmo vocaccedilatildeo () Porque uma coisa eacute o teoacuterico e noacutes ateacute estudamos e chegamos agrave conclusatildeo que sabemos fazer ou passar agrave cadeira outra coisa eacute a praacutetica [Elisa]

Quanto a Judite que tambeacutem faz um balanccedilo positivo do periacuteodo de PP diz-nos

que este eacute um processo de muita responsabilidade como nos explica

Acho que eacutepositivo () noacutes sentimos que eles [os alunos] satildeo nossos e sentimos responsabilidades em que eles aprendam e temos muita responsabilidade se eles o fazem ou natildeo Eu acho que se eles aprendem ou natildeo 90 das vezes depende de noacutes de como damos as aulas de como introduzimos um conceito de como estamos atentos se eles tecircm dificuldades ou natildeo eu acho que depende muito de noacutes [Judite]

Eduarda hesita um pouco ao fazer um balanccedilo da PP Contudo acaba por dizer que

gosta muito de ensinar e que os aspectos negativos da PP satildeo superados pelos positivos

como se destaca no seguinte transcrito

116

eu acho que eacute sempre positivo [o balanccedilo da PP] Pronto haacute aspectos negativos outros positivos mas acho que os positivos () satildeo maiores que os negativos (Eduarda hesita um pouco) Ah Um balanccedilo positivo sim [Eduarda]

E explica-nos porque faz um balanccedilo positivo eu gosto muito de ensinar e ver as

carinhas dos alunos a aprender [Eduarda]

Tal como Elisa Leonor tambeacutem faz referecircncia agrave PP no 1reg Ciclo do EB pois gostou

imenso Quanto agrave PP do 2deg Ciclo do EB a nossa entrevistada refere que aprendeu muitas

coisas com os alunos e estaacute a gostar muito como nos descreve

Positivo [o balanccedilo da PP] Ateacute agora tem corrido tudo bem () foi um ano inteiro estou a terminar o ano com eles uma turma completamente diferente alunos mais crescidinhos () uma turma muito boa e estou a adorar Aprendi muitas coisas com eles [Leonor]

Quanto a Anabela tambeacutem faz um balanccedilo positivo da sua PP no 2deg Ciclo do EB

Embora pouco firme Anabela diz que correu bem o ano como nos explica

Posso fazer um balanccedilo positivo () Faccedilo um balanccedilo positivo Correu bem o ano () Gostei muito gostei da experiecircncia () gostei e faccedilo completamente um balanccedilo positivo Faccedilo eu gostei [Anabela]

Joatildeo faz um balanccedilo positivo do tempo de PP como nos diz Posso fazer um

balanccedilo positivo da Praacutetica Pedagoacutegica porque aprendi muita coisa na Praacutetica

Pedagoacutegica [Joatildeo]

O quadro 46 apresenta em siacutentese as principais ideias dos alunos-professores

acerca da avaliaccedilatildeobalanccedilo que fazem do tempo de PP

117

DIMENSOtildeES 1 INDICADORES ENTREVISTADOS

Eacute muito bom - bull bull

Elisa

SATISFACcedilAtildeO PESSOAL Estou a adorar Leonor

Gostei da experiecircncia i Anabela

Eu gosto muito de ensinar j Eduarda

P E R Iacute O D O DE MUITAS Aprendi muitas coisas com os alunos Leonor APRENDIZAGENS

lAprendi muita coisa na PP | Joatildeo

P E R Iacute O D O PARTICULAR DO C U R S O

Eacute outro registo que levamos j Elisa P E R Iacute O D O PARTICULAR DO C U R S O

Tempo de confumar a vocaccedilatildeo j Elisa

Periodo de muita responsabilidade Judite

Quadro 46 - Subcategoria AvaliaccedilatildeoBalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica

No que diz respeito ks Kxpcriecircnciacuteacircs de Aprendizagem valorizadas os nossos

sujeitos referem alguns aspectos que aprenderam eou melhoraram na sua conduta de

professores com e na Praacutetica Pedagoacutegica pelo que da anaacutelise dos dados emergiram duas

dimensotildees de anaacutelise designadamente P r e p a r a ccedil atilde o de au las e Desempenho na au la

A PP ensinou Elisa a descentralizar a aula do professor para o aluno assim como a

valorizar as ideias dos alunos pois explica-nos

Tenho muita tendecircncia de ser eu a exposiccedilatildeo () tal como o supervisor diz a minha ideologia de professor eacute o professor eacute que sabe e entatildeo tenho a tendecircncia de natildeo puxar tanto [Elisa]

Ao que acrescenta

eacute uma situaccedilatildeo que aprendi mesmo com a praacutetica de natildeo chegar ali e dar o meu conhecimento mas tentar para aleacutem do meu conhecimento levar a ideia dos alunos E eu acho que a praacutetica tem ajudado muito para dar a volta nessa situaccedilatildeo Talvez () se natildeo tivesse [PP] futuramente teria a tendecircncia de expor muito o que eu sei e natildeo pocircr tanto nos alunos [Elisa]

Judite refere que aprendeu com a PP a elaborar planos de aula exequiacuteveis

Fazer planos de aula Na teoria eacute tudo muito lindo mas depois na praacutetica As coisas natildeo satildeo bem assim Muitas vezes temos que voltar a fazer tudo de novo

118

porque nem resulta Agraves vezes naquela turma natildeo resulta () Noacutes faziacuteamos planos de aula mas nunca os puacutenhamos em praacutetica nas disciplinas que tiacutenhamos aqui () agora quando fazemos um plano vamos pocirc-lo em praacutetica agraves vezes haacute pontos que natildeo isto natildeo pode ser eacute impossiacutevel mesmo [Judite] Para aleacutem deste aspecto Judite acrescenta que aprendeu com a PP a ver as

necessidades de cada aluno como exprime no seguinte transcrito

aprender a ver as necessidades de cada um () Por exemplo haacute alunos que nos parecem () que natildeo tecircm capacidades que natildeo conseguem atingir os niacuteveis que noacutes propomos mas temos que saber porque eacute que isso acontece Isso agraves vezes ajuda-nos tambeacutem muito a preparar as aulas [Judite]

Por sua vez Eduarda treinou a colocaccedilatildeo da voz como nos diz

Por exemplo colocaccedilatildeo da voz () Eu tenho a voz muito baixa e quando falo mais alto entatildeo isto comeccedila tudo para aqui a tremer e entatildeo fui-me esforccedilando a verse tomava uma atitude () a voz mais mais colocada [Eduarda]

Leonor revela que a PP a surpreendeu pelo seguinte

tinha na ideia pronto que tinha crianccedilas em que eu tinha que aliaacutes hoje em dia jaacute natildeo eacute muito ensinar orientar Natildeo ensinar mas eacute mais orientar porque eles sabem imensas coisas natildeo esperava que eles soubessem tanta coisa () eles jaacute vecircm muito preparados de casa e natildeo sabia que eles sabiam tanta coisa Noacutes vamos com a ideia que vamos ensinar-lhes coisas novas novos temas novos conteuacutedos e quando vamos dar por noacutes () eles jaacute sabem tudo pronto Agraves vezes eles mesmo surpreendem-nos mesmo [Leonor]

Quanto a Anabela explica-nos que a PP a ajudou a elaborar planos de aula mais

proacuteximos da realidade em termos de gestatildeo do tempo como nos explica

planeio muita mateacuteria para a aula Ou seja como a mateacuteria eacute relativamente acessiacutevel () eu planeio por exemplo () 20 minutos para uma mateacuteria que demora sempre 40 minutos Muito mais() penso sempre que vou dar mais raacutepido e consigo avanccedilar mais e realmente [Anabela]

Para Joatildeo a PP ensinou principalmente a preparar as aulas

acerca da pesquisa que tinha que ser feita por fora sem ser soacute trabalhar com os materiais com os manuais da turma ter que procurar noutras coisas na Internet nas bibliotecas e por aiacute fora [Joatildeo]

119

Apresentamos em siacutentese no quadro 47 as experiecircncias de aprendizagem

valorizadas pelos alunos-professores

DIMENSOtildeES 1 INDICADORES ENTREVISTADOS |

PREPARACcedilAtildeO DE AULAS Preparar as aulas Joatildeo 1

PREPARACcedilAtildeO DE AULAS

Elaborar planos de aula exequiacuteveis Judite 1 Anabela

Natildeo fazer aulas muito expositivas Elisa

Valorizar as ideias preacutevias dos alunos Elisa 1 Leonor

DESEMPENHO NA AULA Colocaccedilatildeo da voz Eduarda

Perceber as necessidades de cada aluno Judite

Gestatildeo do tempo Anabela

Quadro 47 - Subcategoria Experiecircncias de aprendizagem valorizadas

Para a subcategoria Experiecircncias relevantes - aspectos positivos e negativos

organizaacutemos os indicadores em Aspectos positivos nas seguintes dimensotildees de anaacutelise

Aspectos relacionais e Aspectos de desenvolvimento profissional Os Aspectos

negativos foram organizados em trecircs dimensotildees designadamente Dificuldades na

planificaccedilatildeo Aspectos burocraacuteticos e Organizaccedilatildeo da Praacutetica Pedagoacutegica

Comio os dados elucidam existem diversos aspectos quer positivos quer

negativos que satildeo apontados pelos nossos entrevistados como relevantes durante o

periacuteodo de PP

Como se evidencia nas palavras de Elisa a nossa entrevista refere como aspecto

positivo o relacionamento com os alunos como nos diz eu acho que eacute muito bom estar

com as crianccedilas e recolher a informaccedilatildeo que eles tecircm e ver as atitudes deles [Elisa]

Quanto a aspectos negativos Elisa aponta o facto de ter que seguir os planos do

professor cooperante e consequentemente ter que readaptar os seus planos de aula como

nos descreve

120

OS planos () eacute como eu digo () a gente chega ali e cai um pouco de paacutera-quedas porque natildeo sabe fazer E depois eu acho que os nossos cooperantes jaacute tecircm uma praacutetica mais ou menos jaacute tecircm um plano mais ou menos formulado e noacutes apesar de levarmos outro plano () temos de reconstituir aquele e levar sempre aquele avante Portanto eu acho que isso foi um aspecto muito negativo para noacutes e falo por mim [Elisa]

Diz ainda Quando cheguei ali tive de me readaptar e voltar a fazer porque os

planos eram diferentes dos planos do T Ciclo que noacutes tiacutenhamos feito anteriormente

[Elisa]

Judite define como um aspecto que lhe agradou na sua PP a realizaccedilatildeo de TE pois

como nos explica eacute uma actividade que lhe agrada realizar com a sua turma como nos diz

agrada-me muito fazer Trabalho Experimental com eles eles satildeo uma turma muito boa turma razoaacutevel eles adoram o Trabalho Experimental e estatildeo sempre prontos para isso () Percebem mesmo o que se pretende [Judite]

No que diz respeito a aspectos negativos Judite afirma que na sua escola de PP o

acesso agraves salas de informaacutetica eacute muito burocraacutetico como nos elucida o seguinte excerto

Um aspecto que me tenha desagradado agraves vezes eacute a falta de recursos que temos por exemplo no caso das salas de informaacutetica aquilo eacute sempre um stress porque temos que pedir password depois as password natildeo entram depois entram nuns computadores natildeo entram noutros e entatildeo sempre que preparamos uma aula na Internet ou uma aula na sala de informaacutetica temos sempre muitas confusotildees Eu acho que a sala de informaacutetica devia ser um espaccedilo aberto para que os alunos pudessem utilizar pela supervisatildeo de algueacutem claro e sem essas burocracias todas que soacute atrapalham [Judite]

Para Eduarda um aspecto que lhe agradou na sua PP foi o relacionamento que

estabeleceu com os alunos como nos conta

Pensei que natildeo fosse tatildeo faacutecil dar-me com os alunos Entramos numa turma () [e pensamos] seraacute que eu me vou entender com eles todos um a um () e foi faacutecil Foi faacutecil Com aquela turma principalmente satildeo muito simpaacuteticos e amigos [Eduarda]

Por outro lado Eduarda define como um aspecto negativo a dificuldade que teve

em adequar as planificaccedilotildees agrave turma e em inovar como nos descreve foi um bocadinho

121

mais difiacutecil em adequar uma planificaccedilatildeo () aos conhecimentos deles porque eles tecircm

muitas dificuldades [Eduarda]

Para aleacutem deste aspecto acrescenta

quer se queira quer natildeo estaacute-se habituado () da nossa vivecircncia ao longo da escola estaacute-se habituado a ter aulas tradicionais E entatildeo chegaacutemos laacute bem temos que inovar mas agora o que eacute que agora eu posso fazer com esta turma e corresponder vamos ver isto aqui seraacute que se pode aplicar e natildeo agraves vezes falho muitas coisas falham e () essa dificuldade [Eduarda]

Jaacute Leonor relata-nos que o mais gratificante para si satildeo os resultados dos alunos

como nos diz

o facto de os alunos corresponderem () depois principalmente quando vatildeo ver os testes as avaliaccedilotildees e vermos que o que noacutes estivemos a ensinar foi significativo para eles e que eles aprenderam [Leonor]

Leonor tambeacutem refere dificuldades na elaboraccedilatildeo das planificaccedilotildees

principalmente ao definir objectivos e estrateacutegias e em inovar como nos explica

As maiores dificuldades Na elaboraccedilatildeo de planificaccedilotildees Em definir os objectivos em pensar () na estrateacutegia principalmente Pensar ter ideias do que eacute que irei fazer agora vou dar este conteuacutedo como eacute que os vou motivar foi pensar principalmente na estrateacutegia Eacute complicado porque uma pessoa ser dinacircmica propor novas actividades com eles eacute sempre um bocadinho complicado e ser diferente propor coisas diferentes que os animem natildeo eacute sempre a mesma coisa propor novos Jogos novas actividades () acho que foi a maior dificuldade que senti Foi encontrar imaginaccedilatildeo para as estrateacutegias mas ateacute agora [Leonor]

Por sua vez Anabela indica como um aspecto que lhe agradou na PP o facto de ter

ensinado Ciecircncias como nos diz Um aspecto que me agradou ter dado Ciecircncias

[Anabela]

Por outro lado Anabeiacutea diz-nos que um aspecto menos positivo para si eacute o facto

de ter de mudar de disciplina como nos descreve

a parte da Praacutetica Pedagoacutegica que menos eu acho positiva eacute por exemplo as mudanccedilas de aacuterea Eu estar duas semanas a dar Ciecircncias e automaticamente tenho que mudar e comeccedilar a dar Matemaacutetica A fase de mudanccedila natildeo gosto [Anabela]

122

Em relaccedilatildeo a Joatildeo o nosso entrevistado afirma que tudo correu bem como

podemos ler no seguinte excerto Agora uma coisa que correu como eu desejei ah

acho que correu tudo bem Correu tudo bem [Joatildeo]

Quanto a aspectos negativos Joatildeo afirma que preferia ter trabalhado sozinho e natildeo

em grupo como nos explica

O que natildeo me agradou foi ter que trabalhar em grupo Acho que na praacutetica eu preferia trabalhar sozinho eu acho que era melhor Acho que era melhor porque por vezes fazemos conta uns com os outros e depois um estaacute a fazer conta com um ou estaacute a fazer conta com outro e depois natildeo daacute em nada Acho que era preferiacutevel trabalhar sozinho [Joatildeo]

O quadro 48 apresenta em siacutentese as experiecircncias relevantes para os nossos

entrevistados durante o periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica quer aspectos positivos quer

negativos como se pode constatar

ENTREVICTAgraveIMIacuteS

ASPECTOS POSITIVOS

A S P E C T O S

RELACIONAIS Relacionamento com os alunos Elisa 1 Eduarda

ASPECTOS POSITIVOS A S P E C T O S DE

DESENVO LVIMENTO P R O N S S I O N A L

Realizar Trabalho Experimental Judite ASPECTOS POSITIVOS A S P E C T O S DE

DESENVO LVIMENTO P R O N S S I O N A L

Aprendizagem dos alunos Leonor

ASPECTOS POSITIVOS A S P E C T O S DE

DESENVO LVIMENTO P R O N S S I O N A L

Ter leccionado Ciecircncias Anabela

ASPECTOS NEGATIVOS

DIFICULDADES NA P L A N I N C A Ccedil Atilde O

Ter que seguir o plano do cooperante Elisa

ASPECTOS NEGATIVOS

DIFICULDADES NA P L A N I N C A Ccedil Atilde O

Necessidade de readaptaccedilatildeo dos | planos de aula | Elisa

ASPECTOS NEGATIVOS

DIFICULDADES NA P L A N I N C A Ccedil Atilde O

Adequar a planificaccedilatildeo agrave turma | Eduarda

ASPECTOS NEGATIVOS Elaborar planificaccedilotildees inovadoras Eduarda | Leonor ASPECTOS

NEGATIVOS

Definir objectivos e estrateacutegias Leonor

ASPECTOS NEGATIVOS

A S P E C T O S B U R O C R Aacute T I C O S

0 acesso agraves salas de informaacutetica eacute difiacutecil Judite

O R G A N I Z A Ccedil Atilde O DA P R Aacute T I C A

PEDAGOacuteGICA

bdquo

Ter que mudar de disciplina [Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza] Anabela O R G A N I Z A Ccedil Atilde O DA

P R Aacute T I C A PEDAGOacuteGICA

bdquo Ter que trabalhar em grupo Joatildeo

Quadro 48 - Subcategoria Experiecircncias relevantes - aspectos positivos e negativos

123

Siacutentese da Categoria Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica

No que diz respeito a esta categoria foi pedido aos nossos entrevistados que

fizessem um balanccedilo do seu tempo de PP

Entatildeo em relaccedilatildeo agrave subcategoria AvaliaccedilatildeoBalanccedilo do periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica pudemos estabelecer trecircs dimensotildees de anaacutelise para as quais convergiram os

indicadores encontrados no corpus resultante da transcriccedilatildeo das entrevistas De uma forma

geral os ai uno s-profes sores mostram Satisfaccedilatildeo pessoal com o periacuteodo de PP

relacionando esta etapa da sua formaccedilatildeo inicial com um Periacuteodo de muitas

aprendizagens mas descrevendo-o tambeacutem como um Periacuteodo particular do curso

A anaacutelise dos dados permitiu-nos apurar que de uma forma geral os alunos-

professores revelaram explicitamente satisfaccedilatildeo pessoal em relaccedilatildeo ao periacuteodo de Praacutetica

Pedagoacutegica Todavia de forma expliacutecita ou mesmo por outras formas natildeo verbais como

denotar-se alguma hesitaccedilatildeo no seu discurso transpareceu por parte de duas das nossas

entrevistadas (Eduarda e Anabela) algum desagrado ou descontentamento em relaccedilatildeo ao

processo da PP As suas expressotildees comedidas nesta resposta deixaram perceber um

ainda que leve sentimento de satisfaccedilatildeo incompleta Eacute certo que o periacuteodo de PP eacute um

tempo de aprendizagem e de crescimento Contudo as circunstacircncias emque acontece

gravam determinado periacuteodo pela positiva ou pela negativa

Em relaccedilatildeo agrave subcategoria Experiecircncias de aprendizagem valorizadas

tambeacutem desta categoria pedimos aos alunos-professores que destacassem da sua PP

aspectos que tenham aprendido na praacutetica e com a praacutetica

Os alunos-professores referiram-se a alguns aspectos que aprenderam eou

melhoraram no papel de professores como a Preparaccedilatildeo de aulas mas

principalmente em relaccedilatildeo ao Desempenho na aula constituindo estas as dimensotildees

de anaacutelise desta subcategoria

124

Salientamos que para uma das nossas entrevistadas (Elisa) a nota dominante da PP

foi aprender a descentralizar a aula de si proacutepria enquanto professora para os alunos e a

valorizar as ideias preacutevias destes Muitas vezes na PP o que acontece eacute os alunos-

professores seguirem os modelos dos professores que tiveram ao longo do seu percurso de

estudantes Muitos destes professores teriam com certeza uma concepccedilatildeo de ensino por

transmissatildeo baseado na aquisiccedilatildeo de conceitos e na instruccedilatildeo (Cachapuz Praia e Jorge

2000) Podemos basear tal inferecircncia no discurso desta aluna-professora nomeadamente

em expressotildees como dar o meu conhecimento ou expor () o que sei (Elisa) Ainda que

tenha consciecircncia - principalmente por aquilo que aprendeu nas disciplinas dagrave sua

formaccedilatildeo inicial anteriores agrave PP como as Didaacutecticas - que eacute importante valorizar as

concepccedilotildees alternativas dos alunos relativamente a conceitos cientiacuteficos a tendecircncia desta

aluna-professora (Elisa) eacute seguir o arqueacutetipo do professor transmissor de conceitos e do

aluno receptor

Quanto agraves Experiecircncias relevantes - aspectos positivos e negativos ainda

subcategoria desta categoria os nossos entrevistados referiram-se a diversos aspectos quer

positivos quer negativos como relevantes durante o periacuteodo de PP sendo cada uma destas

vertentes da subcategoria dividida em duas e quatro dimensotildees de anaacutelise

respectivamente

No que diz respeito aos aspectos positivos relevantes na PP os alunos-professores

mencionam aspectos relacionais mas principalmente aspectos particulares de

desenvolvimento profissional

Em relaccedilatildeo aos aspectos negativos os nossos entrevistados expressam

principalmente ter sentido dificuldades na elaboraccedilatildeo de planificaccedilotildees Estas dificuldades

prendem-se como aconteceu com uma das entrevistadas (Elisa) com a necessidade de

readaptar os seus planos de aula a priori com aqueles que o professor cooperante definiu

125

como nos diz Tambeacutem outras duas alunas-professoras (Eduarda e Leonor) revelaram ter

sentido dificuldades ao niacutevel da elaboraccedilatildeo de planificaccedilotildees A anaacutelise dos dados permitiu-

nos constatar que uma das dificuldades sentidas por cada uma destas entrevistadas era

comum isto eacute elaborar planificaccedilotildees inovadoras pois como refere uma delas esiacuteagrave-se

habituado a ter aulas tradicionais (Eduarda) Para aleacutem deste aspecto a mesma

entrevistada referiu ainda que sentiu dificuldades em adequar as planificaccedilotildees agrave sua turma

que apresentava muitas dificuldades No caso da segunda entrevistada (Leonor) para aleacutem

de propor planificaccedilotildees inovadoras outra dificuldade que sentiu foi em definir objectivos e

estrateacutegias

126

422 - Ensino das Ciecircncias

CATEGORIA CONCEPCcedilOtildeES ACERCA DO ENSINO DAS CIEcircNCIAS

Em relaccedilatildeo a esta categoria estabelecemos duas subcategorias designadamente

Finauumldades do Ensino das Ciecircncias e Aspectos valorizados no Ensino das

Ciecircncias

Com estas subcategorias pretendemos conhecer as concepccedilotildeesideias dos nossos

entrevistados acerca do ensino das Ciecircncias A subcategoria Finalidades do Ensino das

Ciecircncias diz respeito aos argumentos que de uma forma geral os nossos entrevistados

salientam para finalidades do ensino das Ciecircncias Na segunda subcategoria Aspectos

valorizados no Ensino das Ciecircncias agrupaacutemos os indicadores apurados do discurso

dos sujeitos acerca de aspectos particulares destacados pelos sujeitos para o ensino das

Ciecircncias

Apoacutes a anaacutelise dos dados estabelecemos para a subcategoria Finalidades do

Ensino das Ciecircncias quatro dimensotildees de anaacutelise especificamente Compreensatildeo de

noacutes proacuteprios Compreensatildeo do mundo que nos rodeia Argumentos de

cidadania e Desenvolver atitudes cientiacuteficas

Como os dados ilustram todos os nossos entrevistados consideram que eacute muito

importante aprender Ciecircncias E quando questionados sobre o porquecirc apontam alguns

argumentos para o ensino das Ciecircncias como sejam o conhecimento e a compreensatildeo de

noacutes proacuteprios e do mundo que nos rodeia do meio ambiente como se evidencia nos

excertos que a seguir transcrevemos

Para Elisa eacute muito importante aprender Ciecircncias para nos conhecermos e

aprendermos a cuidar de noacutes proacuteprios como nos diz

127

Eu acho que eacute muito importante aprender Ciecircncias () a aula de Ciecircncias eacute rnuito propicia para alertar os alunos para os cuidados a ter com eles proacuteprios () Eu acho que isso eacute muito importante noacutes proacuteprios conhecermo-nos a noacutes [Elisa]

Para aleacutem destes aspectos Elisa aponta tambeacutem como importante saber cuidar do

meio ambiente pois refere

eu acho que todos noacutes vivemos num meio ambiente e haacute que saber cuidar E eu acho que haacute que alertar os alunos exactamente para isso () eacute muito importante noacutes () [termos] cuidado com meio ambiente que nos envolve [Elisa]

Elisa tambeacutem defende que eacute importante abordar assuntos como a reproduccedilatildeo nas

aulas de Ciecircncias pois para aleacutem de possibilitar ura conhecimento de si proacuteprio aos

alunos permite-lhes falarem mais agrave vontade sobre o assunto como nos explica

Por exemplo como o caso da reproduccedilatildeo agora que noacutes estamos a acabar eacute muito importante apesar de eles terem algum pudor inicialmente quando se fala mas eacute importante ver e chegar ao final e ver-se que afinal jaacute natildeo tecircm aquele pudor e jaacute aceitam muito mais os oacutergatildeos sexuais do que inicialmente quando a gente chega a primeira aula vamos falar de reproduccedilatildeo Eu acho que eacute muito interessante ver que eles proacuteprios gostam depois de analisar os proacuteprios oacutergatildeos que eles tecircm e falam muito mais agrave vontade Por isso acho que eacute muito importante mesmo [Elisa]

Quanto a Judite considera que eacute importante aprender Ciecircncias por exemplo para

desmistificar concepccedilotildees alternativas dos alunos pois a Ciecircncia estaacute ligada agrave vida de cada

um de noacutes como nos explica a Ciecircncia tem muita ligaccedilatildeo agrave vida diaacuteria de cada um ()

Satildeo coisas que lhes tocam mesmo [Judite]

Judite explica ainda que as aulas de Ciecircncias satildeo importantes para que os alunos

tirem duacutevidas sobre aspectos da sua convivecircncia questotildees do seu quotidiano que gostam

de esclarecer e pocircr em comum como nos dizem as suas palavras

tentamos sempre fazer das Ciecircncias uma aula onde eles exponham onde eles tirem duacutevidas sobre sobre o que seja () As vezes levam para ali questotildees que em casa se levantam e assim eles agraves vezes levam para a aula essas questotildees [Judite]

128

Segundo Judite muitas vezes este diaacutelogo aberto permite desmistificar concepccedilotildees

altemativas como nos relata no exemplo que se segue

Por exemplo estou-me a lembrar na reproduccedilatildeo que havia miuacutedas que lhe metia muita confusatildeo porque as avoacutes diziam que elas natildeo podiam tomar banho com o periacuteodo () e noacutes tivemos que desmistificar isso tudo e dizer-lhes que natildeo depois de aprenderem o que eacute vocecircs tecircm que ter ainda mais higiene do quem do que noutros dias normais [Judite]

E explica porquecirc se eles natildeo falarem connosco muitos com os pais natildeo vatildeo falar

de certeza absoluta [Judite]

Por sua vez Eduarda refere que aprender Ciecircncias E importante porque eu acho

que uma pessoa tem o miacutenimo interesse de saber como eacute que ela funciona por dentro

[Eduarda]

E acrescenta ou como eacute que eacute mesmo por fora do mundo como eacute que eacute o universo

[Eduarda]

Eduarda justifica ainda a importacircncia do ensino das Ciecircncias com argumentos de

cidadania como nos diz

jaacute que uma pessoa vive numa sociedade ela tem que compreender o miacutenimo e entatildeo entra aiacute a Ciecircncia para falarmos para discutirmos temas e sim acho que na escola sim devem estar integradas as Ciecircncias logo desde o inicio [Eduarda]

Quanto a Leonor que tambeacutem advoga que eacute importante aprender Ciecircncias refere

que as Ciecircncias estatildeo relacionadas com tudo do nosso dia-a-dia Noacutes jaacute natildeo podemos

viver desligados das Ciecircncias A nossa vida estaacute sempre ligada agraves Ciecircncias [Leonor]

E explica a sua posiccedilatildeo

para eles compreenderem () o mundo que os rodeia o ambiente a sociedade tecircm que saber Ciecircncias sempre sempre [Leonor]

129

Salientamos ainda a opiniatildeo de Leonor quando diz que as Ciecircncias satildeo

importantes porque desenvolvem atitudes tais como a curiosidade a descoberta como

evidencia o seguinte excerto

Desde pequena sempre tive curiosidade em conhecer as coisas e as Ciecircncias ajudam-nos a descobrir o nosso mundo o nosso corpo desde pequena que tive curiosidade em descobrir fazer novas descobertas [Leonor]

Anabela defende que eacute importante aprender Ciecircncias e apresenta argumentos de

cidadania como nos exprime

Mesmo () um dia futuramente natildeo se vaacute relacionar com a aacuterea de Ciecircncias que vaacute para Portuguecircs Histoacuteria etc acho que eacute muito importante [aprender Ciecircncias] Sei laacute a niacutevel por exemplo a niacutevel de saber-se o mais baacutesico acerca de Ciecircncias [Anabela]

Joatildeo que partilha a mesma opiniatildeo que os restantes entrevistados acerca da

importacircncia do ensino das Ciecircncias diz-nos o seguinte Entatildeo porque as Ciecircncias estatildeo

integradas em tudo o que noacutes fazemos no dia-a-dia Tudo e mais alguma coisa [Joatildeo]

Apresentamos no quadro 49 a siacutentese dos argumentos mencionados pelos alunos-

professores para o Ensino das Ciecircncias

130

1 DIMENSOtildeES 1 INDICADORES P ENTREVISTADOS

COMPREENSAtildeO DE NOacuteS PROacutePRIOS

Conhecermo-nos a noacutes proacuteprios 1 Elisa

COMPREENSAtildeO DE NOacuteS PROacutePRIOS

Conhecer o funcionamento do nosso organismo Eduarda

COMPREENSAtildeO DE NOacuteS PROacutePRIOS

Compreenderroo-nos a noacutes proacuteprios Leonor COMPREENSAtildeO DE NOacuteS PROacutePRIOS

Aprender a cuidar de noacutes proacuteprios Elisa

COMPREENSAtildeO DE NOacuteS PROacutePRIOS

Desmistificar concepccedilotildees alternativas Judite

COMPREENSAtildeO DO MUNDO QUE NOS

RODEIA

Compreender o ambiente Leonor COMPREENSAtildeO DO

MUNDO QUE NOS RODEIA

Saber cuidar o meio ambiente Elisa COMPREENSAtildeO DO

MUNDO QUE NOS RODEIA

Conhecer o universo Eduarda

Debater questotildees do dia-a-dia dos alunos Elisa 1 Judite

ARGUMENTOS DE CIDADANIA

Para falar e discutir temas j Eduarda

ARGUMENTOS DE CIDADANIA

Porque vivemos em sociedade Eduarda ARGUMENTOS DE CIDADANIA

Para conhecer o mais baacutesico acerca de Ciecircncias Anabela

ARGUMENTOS DE CIDADANIA

j A Ciecircncia estaacute relacionada com o dia-a-dia de cada nm de i noacutes

Judite 1 Leonor Joatildeo

DESENVOLVER ATITUDES

CIENTIacuteNCAS Desenvolver atitudes como a curiosidade a descoberta Leonor

Quadro 49 - Subcategoria Finalidades do Ensino das Ciecircncias

No que diz respeito a aspectos valorizados no ensino das Ciecircncias os nossos

sujeitos referem uma grande diversidade de exemplos que agrupaacutemos segundo duas

dimensotildees de anaacutelise designadamente Conteuacutedos e Processos

Assim os nossos entrevistados consideram principalmente conteuacutedos que se

relacionam com o conhecimento e a compreensatildeo do nosso corpo e do seu funcionamento

como transparece nos excertos que transcrevemos

Elisa refere-se agrave importacircncia de conhecer a morfologia e o funcionamento do

nosso organismo

Por exemplo o nosso programa de 6deg ano eu acho que eacute muito virado exactamente para os cuidados para os sistemas que eles tecircm () eacute muito importante noacutes proacuteprios conhecermo-nos e saber avaliar o nosso proacuteprio organismo e os oacutergatildeos que noacutes temos a funccedilatildeo que eles tecircm o aspecto que eles tecircm eu acho que eacute nestas idades apesar de parecer que por vezes eles soacute ficam com alguma coisa eu

131

acho que eacute muito importante reforccedilar a funccedilatildeo e a importacircncia que eles tecircm para a nossa sobrevivecircncia acho que eacute um aspecto () que eacute muito importante dar [Elisa]

Por sua vez Judite refere alguns aspectos como a importacircncia de conhecer o

funcionamento dos sistemas que na sua opiniatildeo devem ser valorizados no ensino das

Ciecircncias

por exemplo () estivemos a dar o sangue e noacutes achantos que eles tecircm pronto eacute importante para eles saberem a coagulaccedilatildeo do sangue saberem como eacute que isso funciona e o que eacute que devem fazer quando tratam uma ferida e depois falaacutemos tambeacutem nas vacinas eles acharam imensa piada agraves vacinas Na questatildeo das vacinas () alertaacutemo-los tambeacutem para verem o cartatildeo de vacinas deles se eles o tecircm em dia tentamos sempre fazer das Ciecircncias uma aula onde eles exponham onde eles tirem duacutevidas sobre sobre o que seja [Judite]

E conta-nos Noutro dia um aluno tinha uma duacutevida porque eacute que noacutes vomitamos

Claro que eu expliquei-lhe porque eacute que vomitamos e porque eacute que se ouve o coraccedilatildeo

[Judite]

Ao que acrescenta outros aspectos que na sua opiniatildeo satildeo importantes no ensino

das Ciecircncias

Talvez () alertaacute-los para a questatildeo da reproduccedilatildeo da educaccedilatildeo sexual a questatildeo da SIDA dessas doenccedilas transmissiacuteveis da higiene isso tem a ver com a higiene tambeacutem a alimentaccedilatildeo noacutes temos visto que as nossas criagravenccedilas satildeo as mais gordas e acho que eacute muito importante noacutes alertarmo-los e porque eacute que isso acontece e o que eacute que tem que se fazer porque esta roda de alimentos que temos agora chegou-nos o ano passado haacute pouco tempo acho que noacutes temos ai um papel muito importante na formaccedilatildeo deles [Judite]

Por sua vez Eduarda considera que eacute importante abordar nas aulas de Ciecircncias

temas sobre tudo um pouco como nos diz Hmmm aspectos das Ciecircncia acho que

tudo um pouco acho que se deve falar de tudo um pouco mesmo da sexualidade deve-se

falar de tudo um pouco [Eduarda]

132

Ao que acrescenta conteuacutedos sobre as plantas

Por exemplo das plantas daacute-se muito pouco das plantas Daacute-se mais dos sistemas do Homem () e daacute-se pouco das plantas () acho que se devia dar mais tambeacutem das plantas [Eduarda]

Leonor destaca a importacircncia de se conhecer o nosso organismo E mesmo para

eles compreenderem () a morfologia deles [Leonor]

Salientando outros aspectos como evidencia o seguinte excerto

Desenvolver as capacidades natildeo soacute cognitivas mas fiacutesicas natildeo sei se poderei dizer fiacutesicas manusear acho que os miuacutedos tecircm muitas dificuldades em manusear e principalmente tambeacutem em desenvolver a memorizaccedilatildeo dos alunos () Eles tecircm muita dificuldade em memorizar os conceitos cientiacuteficos que por vezes satildeo complicados e natildeo fazem parte do vocabulaacuterio deles porque satildeo vocaacutebulos que eles natildeo utilizam muito [Leonor]

Destacando como tal a importacircncia de realizar actividades experimentais

temos que pocircr tambeacutem os alunos () a realizar actividades experimentais estou sempre a falar nas actividades ateacute porque eles gostam e pedem eles estatildeo sempre a pedir actividade experimentais porque estatildeo a manusear estatildeo a mexer estatildeo com o contacto directo com as coisas eles aprendem melhor [Leonor]

Anabela que aponta alguns dos aspectos j aacute referidos diz-nos

por exemplo a questatildeo da alimentaccedilatildeo haacute crianccedilas que aprenderam e mesmo eles ensinaram e tiveram disseram-nos mesmo que ensinaram coisas aos pais Acerca de como consultar a roda dos alimentos como ter uma alimentaccedilatildeo mais equilibrada Exemplos praacuteticos disso temos por exemplo o facto de comer batata com casca que eles natildeo sabiam Os pais diziam sempre tirar a casaca da batata porque tem impurezas () a questatildeo da SIDA [Anabela]

Quanto ao nosso entrevistado Joatildeo explicou-nos que na sua opiniatildeo tudo eacute

importante no ensino das Ciecircncias sem querer destacar nenhum aspecto em particular pois

diz-nos

Acho que tudo eacute importante no ensino das Ciecircncias Haacute que pocircr os alunos a par de tudo de qualquer tema relacionado com Ciecircncias qualquer coisa agora aspectos mais importantes penso que satildeo todos natildeo haacute nenhum assim que se tenha que destacar penso que satildeo todos importantes [Joatildeo]

133

o quadro 410 apresenta em siacutentese os aspectos valorizados especificados pelos

alunos-professores no Ensino das Ciecircncias

D I M E N S Otilde E S 1 INDICADORES 1 ENTREVISTADOS

Funcionamento do nosso organismo 1 Elisa

Morfologia do nosso organismo [ Leonor

Educaccedilatildeo Sexual 1 Judite 1 Eduarda

Haacutebitos alimentares [ Judite 1 Anabela

C O N T E Uacute D O S Haacutebitos de higiene Judite

C O N T E Uacute D O S

Alertar para as Doenccedilas Sexualmente Transmissiacuteveis 1 Judite

SIDA Judite 1 Anabela

A coagulaccedilatildeo do sangue relacionada com as feridas Judite

Vacinas Vacinaccedilatildeo Judite

Conteuacutedos relacionados com as plantas Eduarda

Realizar actividades experimentais Leonor

PROCESSOS Desenvolver capacidades de manuseamento Leonor

Desenvolver capacidades de memorizaccedilatildeo Leonor

Q u a d r o 410 - Subcategoria Aspectos valorizados no Ensino das Ciecircncias

Siacutentese da Categoria Concepccedilotildees acerca do Ensino das Ciecircncias

Para esta categoria os alunos-professores consideram por unanimidade que eacute

(muito) importante aprender Ciecircncias Quanto aos argumentos apresentados para a

subcategoria ^Tinalidades do Ensino das Ciecircncias satildeo diversos Assim- agrupaacutemos as

razotildees apresentadas pelos entrevistados em quatro dimensotildees de anaacutelise a saber

Compreensatildeo de noacutes proacuteprios Compreensatildeo do mundo que nos rodeia

Argumentos de cidadania e Desenvolver atitudes cientiacuteficas

A anaacutelise dos dados mostrou-nos que tendencialmente os alunos-professores

justificam a importacircncia do Ensino das Ciecircncias com duas destas dimensotildees

designadamente Argumentos de cidadania e Compreensatildeo de noacutes proacuteprios

134

Alicerccedilando a primeira dimensatildeo argumentos de cidadania os entrevistados

mencionam expressotildees tais como a Ciecircncia estaacute relacionada com o dia-a-dia de cada um

de noacutes ou eacute importante aprender Ciecircncias para debater questotildees do dia-a-dia ou ainda

porque vivemos em sociedade Deste tipo de afirmaccedilotildees podemos inferir que os nossos

entrevistados entendem o Ensino das Ciecircncias como importante no sentido em que os

conhecimentos sobre Ciecircncias satildeo fiiiiacutedamentais para a tomada de decisotildees i n f o r m a d a no

quotidiano dos cidadatildeos e na vida em sociedade

Quanto agrave segunda tendecircncia que se evidencia no discurso dos alunos-professores

atraveacutes da anaacutelise dos dados diz respeito agrave Compreensatildeo de noacutes proacuteprios Os

entrevistados consideram que eacute fundamental conhecermo-nos compreendermo-nos a rioacutes

proacuteprios (Elisa e Leonor) ou desmistificar concepccedilotildees alternativas (Judite) Para os

alunos-professores esta eacute tambeacutem uma das principais finalidades do Ensino das Ciecircncias

pois trata-se de um conhecimento uacutetil aos alunos A maioria dos entrevistados defende que

na aula de ciecircncias se possam debater assuntos que possibilitem aos alunos um

conhecimento mais aproftmdado de si proacuteprio e falar mais agrave vontade sobre aspectos daacute sua

convivecircncia questotildees do seu quotidiano como a reproduccedilatildeo Segundo nos aponta uma das

alunas-professoras (Judite) muitas vezes este diaacutelogo aberto permite mesmo desmistificar

concepccedilotildees alternativas sobre determinados fenoacutemenos

Quando questionados sobre quais os aspectos que consideram importantes serem

abordados nas aulas de Ciecircncias os alunos-professores salientam diversos aspectos

relacionadas quer com Conteuacutedos quer com Processos da Ciecircncia Contudo a

predominacircncia de aspectos referidos acontece ao nivel dos conteuacutedos Dentro destes o

predomiacutenio vai para conteuacutedos relacionados coni a compreensatildeo do organismo e com os

cuidados a ter a saber educaccedilatildeo sexual haacutebitos alimentares e de higiene entre outros

135

De facto quando os nossos entrevistados fazem predominantemente referecircncia a

questotildees relacionadas com a compreensatildeo do organismo e com os cuidados a ter parece-

nos que eacute reforccedilada a finalidade referida anteriormente Compreensatildeo de noacutes proacuteprios

Isto eacute de uma forma geral os alunos-professores entendem que o Ensino das Ciecircncias

aleacutem de essencial na formaccedilatildeo de cada cidadatildeo deve ajudar cada um a compreender-se a si

proacuteprio Embora valorizem no Ensino das Ciecircncias processos mas principalmente

conteuacutedos os futuros professores de Ciecircncias que participaram no estudo tecircm consciecircncia

que eacute fundamental que na aula de Ciecircncias as aprendizagens sejam uacuteteis aos alunos

constituindo um conhecimento em acccedilatildeo

Os nossos entrevistados natildeo estatildeo afastados do que preconizam autores actuais

Sobre este assunto Wellington (2001) adverte-nos que a finalidade do ensino das Ciecircncias

tem sido poleacutemica prendendo-se com o valor intriacutenseco com argumentos de cidadania e

com o valor utilitaacuterio do saber cientiacutefico tal como analisaacutemos no segundo capiacutetulo deste

estudo

Para aleacutem de Wellington (2001) muitos outros autores defendem o ensino das

Ciecircncias como educaccedilatildeo em Ciecircncia como um caminho para conseguir a tatildeo preconizada

alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Vasconcelos e Praia 2005 Cachapuz Praia e Jorge 2002

Martins e Veiga 1999) ou seja dotar cada indiviacuteduo de um conjunto de competecircriacutecias

conhecimentos capacidades atitudes e valores E o mesmo sentido com que Cachapuz

Praia e Jorge (2002 p46) advertem que a Educaccedilatildeo em Ciecircncia deveraacute deixar de se

preocupar somente com a aprendizagem de um corpo de conhecimentos ou de processos da

Ciecircncia mas antes garantir que tais aprendizagens se tomaratildeo uacuteteis e utilizaacuteveis no dia-a-

dia

136

CATEGORIA - AVALUCcedilAtildeO DA FORMACcedilAtildeO EM ENSINO DAS CIEcircNCIAS

No que diz respeito a esta categoria definimos a subcategoria Preparaccedilatildeo para

ser professor de Ciecircncias De uma forma geral e agrave semelhanccedila do que destacamos na

subcategoria Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo os sujeitos referem que ainda

haacute muito para aprender salientando que para a disciplina de Ciecircncias da Natureza eacute

necessaacuteria muita preparaccedilatildeo como percepcionamos nos transcritos que se seguem

Assim para Elisa o que leva da sua escola de formaccedilatildeo inicial eacute uma pequena

bagagem como nos diz

Tal como haacute pouco disse tenho uma pequena bagagem mas tenho que aprender muito mais Mas tal como tenho vindo ateacute agora sinto que tenho algum algo para dar mas sinto que tenho muito para aprender [Elisa]

Quanto a Judite testemunha o seguinte

Eu gosto muito de ensinar Ciecircncias Natildeo gosto porque eles tambeacutem satildeo sempre uma surpresa Noacutes quando dizemos alguma coisa eles ficam sempre assim mas eacute assim mas porquecirc eles querem sempre saber mais e noacutes para as aulas de Ciecircncias temos que ir sempre mais que preparados () Eu acho que precisamos de uma preparaccedilatildeo muito grande mesmo a niacutevel de outro tipo de conteuacutedo sei laacute agraves vezes falam-nos algueacutem vecirc num jornal hoje eacute o dia mundial da sauacutede hoje eacute o dia mundial da [Judite]

Por sua vez Eduarda sente-se mais preparada com a Praacutetica Pedagoacutegica pois

refere Sim Acho que sim [que estou preparada] Se tambeacutem estou a ter este estaacutegio e tive

esta preparaccedilatildeo inicial aqui na ESE acho que sim [Eduarda]

Leonor conta-nos com entusiasmo que se sente preparada para ensinar Ciecircncias

pois

Sinto Sempre para um curso tinha que ser um curso com Ciecircncias Sempre gostei imenso de Ciecircncias Matemaacutetica tambeacutem mas principalmente Ciecircncias Sempre adorei Ciecircncias por isso era o que eu me imaginei desde sempre a fazer ou a trabalhar com Ciecircncias ou a ensinar Ciecircncias sempre relacionada com as Ciecircncias [Leonor]

137

A nossa entrevistada Anabela explica-nos que se sente preparada para ensinar

Ciecircncias Contudo estaacute consciente que haacute sempre algo a aprender como se exprime no

seguinte transcrito

Penso que sim que me sinto preparada No entanto estamos sempre a evoluir e sempre a aprender e sempre mais alguma coisa que sabemos e depois muitas vezes somos suipreendidos na sala de aula por questotildees que a gente nem sequer pensa natildeo eacute Que surjam e que e nunca paraacutemos para pensar acerca de certas coisas e que surgem questotildees baacutesicas que a gente nem sequer agraves vezes sabe responder e surgem das crianccedilas [Anabela]

Joatildeo que tambeacutem se diz preparado para ensinar Ciecircncias explica as suas razotildees

foi a aacuterea com que eu sempre me identifiquei mais foi a aacuterea das Ciecircncias [Joatildeo]

O quadro 411 apresenta em siacutentese as principais ideias dos alunos-professores

acerca daacute subcategoria Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias

1 ENTREVISTADOS

Tenho uma pequena bagagem Elisa

Disciplina que exige muita preparaccedilatildeo Judite

P R E P A R A Ccedil Atilde O PARA SER PROFESSOR DE CIEcircNCIAS

Com a PP sinto-me preparada Eduarda P R E P A R A Ccedil Atilde O PARA SER PROFESSOR DE CIEcircNCIAS

Sempre gostei imenso de Ciecircncias Leonor

Estamos sempre a evoluir e sempre a aprender Anabela

Sempre me identifiquei com a aacuterea das Ciecircncias Joatildeo

Quadro 411 - Subcategoria Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias

Siacutentese da Categoria Avaliaccedilatildeo da formaccedilatildeo em Ensino das Ciecircncias

A semelhanccedila da subcategoria Preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo na

subcategoria Preparaccedilatildeo para ser professor de Ciecircncias desta categoria os

entrevistados dizem-se preparados para ensinar Ciecircncias sendo contudo unacircnimes em

concordar que levam uma pequena bagagem e que a formaccedilatildeo eacute um processo

obrigatoacuterio ao longo da carreira docente Para aleacutem deste aspecto os alunos-professores

138

consideram que a disciplina de Ciecircncias em particular exige uma preparaccedilatildeo extra (Judite

Leonor e com o mesmo propoacutesito embora noutra categoria Anabela)

As nossas entrevistadas manifestam-se surpreendidas com a diversidade de

conhecimentos que os alunos possuem actualmente como nos diz uma delas natildeo sabia

que eles sabiam tanta coisa (Leonor) De facto cada vez mais o conhecimento estaacute mais

acessiacutevel a todos Eacute aliaacutes o que nos diz Praia (1998 p l57) as mudanccedilas sociais ( )

coexistem na proacutepria Escola e acrescenta os professores actuam e intervecircm ( ) num

cenaacuterio ( ) vivo e dinacircmico mutaacutevel (Praia 1998 pl61) Esta ideia eacute reforccedilada por

Ponte e Serrazina (1998 p9) quando afirmam que o saber comeccedila a ter cada vez

mais um outro significado passando a centrar-se no saber procurar saber interpretar e

saber integrar as diversas fontes de dados Cada vez mais eacute menos importante ter soacute

conhecimento memorizado porque o conhecimento estaacute mais acessiacutevel a todos o valor

acrescentado estaacute principalmente em saber aplicaacute-lo

139

423 - Trabalho experimentai (TE)

CATEGORIA CONCEPCcedilAtildeO DE T E

No que diz respeito agrave categoria Concepccedilatildeo de TE definimos uma subcategoria

Concepccedilatildeoideia de TE a qual foi possiacutevel desdobrar em duas dimensotildees de anaacutelise a

saber T E demonstrativo verifiacutecatoacuterio ilustrativo confirmatoacuterio e T E como uma

actividade de resoluccedilatildeo de problemas

De uma forma geral os nossos entrevistados tecircm diferentes concepccedilotildees de TE

Assim para Elisa Eduarda e Joatildeo o TE eacute assumido como uma actividade que permite

demonstrar verificar ilustrar eou comprovar determinada teoria

Nas palavras de Elisa percebemos essa ideia

levar agrave praacutetica uma experiecircncia que se fala numa aula e provaacute-la ou seja () demonstrar exactamente que isso acontece assim natildeo eacute soacute uma situaccedilatildeo que se fala mas pocirc~la em praacutetica e demonstrar exactamente que aquilo acontece assim () Haacute uma parte teoacuterica que eacute a parte que noacutes falamos e dizemos que acontece a parte experimental eacute levar isso a uma a um experimento ou seja fazer eles proacuteprios experimentarem e verem que a parte teoacuterica que se falou afinal acontece na realidade () Eles conseguem ver que afinal natildeo eacute soacute teoria mas que aquilo que se falou teoricamente eacute comprovado e acontece () Eacute mais faacutecil ateacute para eles conseguirem verificar exactamente aquela parte experimental [Elisa]

Eduarda tal como Elisa e Joatildeo entende o TE como uma actividade que permite

verificar algo como nos descreve

E verificar coisas [o TE] porque inventar nunca inventamos e nunca vamos descobrir () mas eacute verificar pois verificar () as coisas que noacutes damos natildeo eacute As coisas que estatildeo nos livros E isso [Eduarda]

Para Joatildeo o TE eacute uma actividade importante no ensino das Ciecircncias atraveacutes da

qual se mostra aos alunos como eacute que as coisas acontecem

E mostrar aos alunos realmente como eacute que as coisas acontecem () E eu acho que isso eacute uma das coisas importantes no Ensino das Ciecircncias que eu acho que eacute o Trabalho Experimental [Joatildeo]

140

Do ponto de vista de Judite Leonor e Anabela o TE eacute encarado na perspectiva da

resoluccedilatildeo de problemas como se percepciona nos seus depoimentos Para mim o TE eacute

um portanto noacutes temos noacutes levantamos um problema agraves vezes ateacute satildeo eles que o

levantam jaacute incutido por noacutes e eles vatildeo tentar resolver esse problema [Judite]

Para Judite o TE consiste em estabelecer uma analogia entre um modelo e a

realidade o que nem sempre eacute faacutecil de perceber por parte dos alunos como nos diz

eles vatildeo seguindo o protocolo o guiatildeo e percebem facilmente agraves vezes eacute um bocadinho difiacutecil fazer a analogia do que eacute que eacute o quecirc [na actividade de TE que estatildeo a realizar] e porque eacute que eacute assim [o que eacute que se pretende representar da realidade] eacute um bocadinho difiacutecil mas alguns conseguem muito bem acho que resulta muito bem [Judite]

Leonor que encara o TE como uma actividade praacutetica que permite raciocinar sobre

problemas e solucionaacute-los refere

Trabalho Experimental mais difiacutecil de definir Trabalho Experimental entatildeo eacute realizar actividades praacuteticas sobretudo isso Realizar actividades praacuteticas em que os alunos possam raciocinar sobre os problemas terem um problema em que eles possam raciocinar sobre o problema e tentar achar soluccedilotildees para esse problema Natildeo sermos noacutes a dar as respostas mas serem eles a construiacuterem e a descobrirem e daiacute que as actividades praacuteticas sobretudo as actividades praacuteticas os ajudam a descobrir e encontrar soluccedilotildees [Leonor]

Para aleacutem disto Leonor afirma que o TE sendo uma actividade praacutetica ajuda os

alunos a relacionar conceitos bem como a estabelecer relaccedilatildeo com o seu dia-a-dia como

se evidencia no seguinte excerto as actividades praacuteticas os ajudam () a relacionar

conceitos () fazerem a relaccedilatildeo com o dia a dia deles e sobretudo isso [Leonor]

A experiecircncia de Anabela permite-lhe afirmar que o TE eacute uma actividade muito

importante na aprendizagem das Ciecircncias e para gostar de Ciecircncias Para mim o Trabalho

Experimental eacute uma parte muito importante para a aprendizagem de Ciecircncias e gostar de

Ciecircncias [Anabela]

141

Apesar desta opiniatildeo Anabela natildeo se coiacutebe de afirmar que o TE tatildeo defendido na

sua formaccedilatildeo inicial eacute muitas vezes cortado como nos esclarece

No entanto na praacutetica fala-se muito quando noacutes estamos a estudar formar-nos como professores de Ciecircncias fala-se muito defende-se muito a parte de levar para as aulas a parte experimental no entanto e eacute por causa mais do progiama muitas vezes se corta essa parte da parte experimental muitas vezes se corta [Anabela]

E explica porquecirc

Muitas vezes ateacute se fazem como eu jaacute tive ocasiatildeo de () mostrei o iniacutecio da experiecircncia e o final da experiecircncia soacute em acetato por exemplo natildeo se teve oportunidade de realizar () claro eacute muito moroso E muito moroso uma actividade dessas () leva muito tempo [Anabela]

A entrevistada Anabela revela-nos ainda que entende o TE como uma actividade de

resoluccedilatildeo de problemas como nos testemunham as suas palavras

a sequecircncia () a organizaccedilatildeo dos dados saber-se e tambeacutem pela sequumlecircncia seguir-se Haacute um protocolo surge de um protocolo um problema inicial as hipoacuteteses iniciais assim conhece-se o problema depois haacute todo aqui um encadeamento que se faz ateacute depois chegar agrave conclusatildeo [Anabela]

Apresentamos no quadro 412 a sintese das principais noccedilOtildeesdefiniccedilOtildees dos

alunos-professores acerca do Trabalho Experimental

DIMENSOtildeES - -bull[( bull INDICADORES ENTREVISTADOS

T E DEMONSTRATIVO VERIFICATOacuteRIO

ILUSTRATIVO CONFIRMATOacuteRIO

Actividade que permite (de)monstrar determinada teoria Elisa 1 Joatildeo

T E DEMONSTRATIVO VERIFICATOacuteRIO

ILUSTRATIVO CONFIRMATOacuteRIO

Actividade que permite verificar determinada teoria Elisa 1 Eduarda T E DEMONSTRATIVO

VERIFICATOacuteRIO ILUSTRATIVO

CONFIRMATOacuteRIO E mostrar como acontecem as coisas 1 Joatildeo

Actividade que permite comprovar determinada teoria Elisa

T E C O M O UMA ACTIVIDADE DE RESOLUCcedilAtildeO DE

PROBLEMAS

Actividade utilizada na resoluccedilatildeo de um problema Judite 1 Leonor

T E C O M O UMA ACTIVIDADE DE RESOLUCcedilAtildeO DE

PROBLEMAS

Actividade que ajuda a estabelecer relaccedilatildeo com o dia-a-dia 1 Leonor

T E C O M O UMA ACTIVIDADE DE RESOLUCcedilAtildeO DE

PROBLEMAS Fazer uma analogia entre determinado modelo e a realidade Judite

Resoluccedilatildeo de um problema Anabela

Quadro 412 - Subcategoria Concepccedilatildeoideia de TE

142

No que diz respeito agrave subcategoria Aspectos valorizados no TE os dados

testemunham que os nossos entrevistados apontam diversos aspectos como passamos a

exemplificar com excertos dos seus depoimentos dos quais retiraacutemos os dados que

agrupaacutemos em trecircs dimensotildees de anaacutelise designadamente Cumprir regras de

seguranccedila Percurso para a resoluccedilatildeo de um problema Seguir um protocolo

Assim para Anabela Joatildeo e Eduarda os aspectos que valorizam no TE satildeo

essencialmente o cumprimento de regras de seguranccedila como nos testemunham

Anabela destaca em primeiro lugar a disciplina

Primeiro considero importante eles que se consiga sensibilizar os alunos para o facto de se estar a realizar uma actividade experimental que tem aquelas regras todas que se avisem as crianccedilas antes de comeccedilarem a realizar uma actividade experimental () Por exemplo noacutes temos crianccedilas que apesar de os ter alertado para as regras de bom comportamento deixar falar os colegas e natildeo sei quecirc haacute sempre confusatildeo sempre barulho sempre pessoas levantadas a partirem material e natildeo sei quecirc e isso noacutes chamamos estamos a chamar jaacute agora que estamos no 6deg ano [Anabela]

Entendendo o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas Anabela

destaca que eacute tambeacutem importante que se faccedila uma anaacutelise pormenorizada de todos os

aspectos o que toma o TE uma actividade muito morosa como jaacute haviacuteamos destacado do

seu testemunho na subcategoria Concepccedilatildeoideia de TE pelo que nos diz

uma actividade experimental () depois traz sempre outras coisas eacute sempre analisar tudo ao pormenor o que eacute que os tem que se saber sempre mais isto o pormenor daquilo e natildeo sei quecirc isso eacute que leva muito tempo [Anabela]

Joatildeo que tambeacutem defende o cumprimento de regras de seguranccedila no Laboratoacuterio

realccedila o seguinte

Primeiro o cumprimento das regras de Laboratoacuterio Eu acho que satildeo bastante importantes e logo desde o ciclo acho que eacute importante ir dar a conhecer aos alunos essas tais regras o uso da bata o cuidado com o manuseamento dos materiais e por aiacute fora porque alguns materiais satildeo caros outros materiais satildeo perigosos eu acho que isso eacute o que eacute o mais importante a ter em conta no Trabalho Experimental [Joatildeo]

143

Para Eduarda que partilha da mesma opiniatildeo que Anabela e Joatildeo a seguranccedila eacute um

aspecto importante como nos diz

Bem a seguranccedilaPor exemplo atar o cabelo e tambeacutem no Laboratoacuterio quando se faz experiecircncias ou actividades praacuteticas ter essa seguranccedila no Laboratoacuterio estar limpo natildeo estar coisas a interromper o caminho natildeo estarem a correr no Laboratoacuterio mais [Eduarda]

Para aleacutem deste aspecto Eduarda diz-nos que eacute tambeacutem importante que os alunos

sigam um protocolo que deveraacute ser elaborado pelos alunos com a ajuda do professor se

necessaacuterio cujo papel eacute o de orientador como nos esclarece

Depois tem de haver um protocolo os alunos se natildeo forem capazes de fazer o protocolo por eles ajudamos e pronto eles pesquisarem fazerem por eles Claro que sempre com uma orientaccedilatildeo do professor () Um protocolo sim alguma coisa onde eles seguirem a experiecircncia [Eduarda]

Encarando o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas Judite e Leonor

destacam alguns aspectos que consideram importantes no TE como sejam para Judite

partir de um problema normalmente levantado pelo professor conhecer as ideias preacutevias

dos alunos levantar hipoacuteteses propor sugestotildees de resoluccedilatildeo do problema testar todas as

hipoacuteteses propostas discutir os resultados mesmo que natildeo decirc o esperado e estabelecer

uma analogia entre o TE realizado - modelo - e a realidade como nos descreve nos

seguintes excertos

portanto noacutes temos noacutes levantamos um problema agraves vezes ateacute satildeo eles que o levantam jaacute incutido por noacutes e eles vatildeo tentar resolver esse problema Dar o problema temos o problema como eacute que vamos resolver o problema antes eles dizerem o que eacute que pensam que hipoacutetese eacute que eles levantam ah e depois testar tambeacutem as hipoacuteteses todas que eles levantam Explicar porque eacute que natildeo aconteceu porque eacute que aconteceu e fazer a tal analogia [Judite]

E exemplifica

por exemplo estou-me a lembrar de um [TE] que fiz sobre o que acontece na boca em que eu tinha a panela e perguntei-lhes o que eacute a panela E eles conseguiram chegar laacute a panela era o nosso corpo porque estava a uma temperatura de 37 graus a saliva estava dentro da panela conseguiram fazer uma analogia [Judite]

144

Judite explica a importacircncia de fazer esta analogia

isso eacute muito importante porque eles natildeo vamos levar para ali uma panela e dizer agora vamos meter aqui Vamos meter porquecirc O que eacute a panela Porque eacute que eles tecircm que fazer a analogia para conseguirem perceber as coisas para depois conseguirem relacionaacute-las todas [Judite]

Para aleacutem destes aspectos Judite diz-nos que eacute tambeacutem importante que os alunos

sigam um protocolo agrave semelhanccedila do que diz Eduarda Contudo enquanto para Eduarda o

protocolo deveraacute ser elaborado pelos alunos com a ajuda do professor para Judite tal natildeo

passa de uma moda que natildeo consegue pocircr em praacutetica como nos esclarece

Pronto uma coisa que ainda natildeo conseguimos pocircr em praacutetica laacute eacute aquela moda agora moda natildeo (entre aspas) dos meninos realizarem o seu proacuteprio protocolo experimental descobrirem eles proacuteprios eacute assim noacutes natildeo temos hipoacuteteses de fazer isso laacute na escola Mas noacutes temos o material sempre agrave disposiccedilatildeo deles nas bancadas eles vatildeo seguindo o protocolo o guiatildeo e percebem facilmente [Judite]

Aludindo novamente a analogia entre o TE realizado - um modelo - e a realidade

agraves vezes eacute um bocadinho difiacutecil fazer a analogia do que eacute que eacute o quecirc e porque eacute que eacute assim eacute um bocadinho difiacutecil mas alguns conseguem muito bem acho que resulta muito bem Jaacute tivemos oportunidade de fazer alguns e eles querem sempre mais [Judite]

Por sua vez Leonor que tambeacutem considera o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo

de problemas realccedila alguns aspectos que considera ser importantes no TE nomeadamente

raciocinar sobre os problemas que devem ser bem explorados pesquisar acerca dos

materiais a utilizar fazer r e^s tos daacute actividade de TE relacionar e discutir os resultados

sendo os proacuteprios alunos a tirar conclusotildees e a tentar dar resposta ao problema inicial

como nos descreve nos seguintes excertos

raciocinar sobre os problemas terem um problema em que eles possam raciocinar sobre o problema e tentar achar soluccedilotildees para esse problema Natildeo sermos noacutes a dar as respostas mas serem eles construiacuterem e a descobrirem [Leonor]

E explica porquecirc

145

No Trabalho Experimental quando propomos um problema que noacutes achamos que eles aliaacutes para eles chegarem agrave conclusatildeo explorar sempre esse problema de maneira a que eles tecircm que perceber o que eacute que tecircm de fazer onde eacute que tecircm que chegar porque a partir do momento que eles sabem onde eacute que querem chegar depois eacute mais faacutecil compreenderem todo o processo e serem eles proacuteprios tambeacutem a tentar chegar ao processo a explorar muito bem o problema [Leonor]

Leonor descreve os passos para a resoluccedilatildeo do problema

conversar muito com eles o que eacute que achas questionaacute-los o que eacute que achas que vamos fazer o que eacute que achas porque eacute que vamos fazer isso achas que isso vai dar resposta ao problema e natildeo achas em vez de fazeres assim porque eacute que natildeo fazemos de outra maneira diferente questionar muito os alunos Depois entatildeo e olha laacute o que eacute que pronto vamos realizar entatildeo essa actividade o que eacute que achas que material eacute que achas que vais precisar natildeo sermos noacutes tambeacutem soacute a noacutes proacuteprios a dar o nome dos materiais a sugerir os materiais mas tambeacutem levaacute-los a pesquisar acerca dos materiais Depois de termos os materiais e termos explorado o problema eles vatildeo tentar realizar entatildeo a actividade E depois de realizarem a actividade relacionarem sobretudo os resultados e depois tirarem conclusotildees vaacute fazerem os registos tirarem conclusotildees e chegar a uma resposta tentar dar resposta ao problema deles sobretudo isso [Leonor]

Tal como jaacute referimos na subcategoria Concepccedilatildeoideia de TE Elisa considera o

TE como uma actividade que permite comprovar demonstrar e verificar determinada

teoria sendo precisamente estes os aspectos que considera importantes e a serem tidos em

conta no TE tal como se veraacute nas passagens que se transcrevem

Como te referi haacute pouco era exactamente isso ou seja eles conseguem ver que afinal natildeo eacute soacute teoria mas que aquilo que se falou teoricamente^ eacute comprovado e acontece [Elisa] ii 7 ^T^

^ r Faculdade de Psicologia e Ciecircncia da iacuteducacso

Que justifica da seguinte forma |

acho que eacute muito mais faacutecil eles () proacuteprios aprenderem isso () uma vez que eles proacuteprios experimentam eles proacuteprios tecircm essa noccedilatildeo eles proacuteprios vecircm que aquilo aconteceu mesmo e eacute diferente do que soacute teoricamente que entra e eu acho que eacute mais faacutecil ateacute para eles conseguirem verificar exactamente aquela parte experimental () eles proacuteprios terem essa noccedilatildeo eacute mais faacutecil eles [Elisa]

O quadro 413 apresenta o resumo dos aspectos valorizados no TE por parte dos

nossos entrevistados

146

D I M E N S Otilde E S 1 INDICADORES II E N T R E V I S T A Iacute ) 0 S

I Disciplina 1 Anabela

Cabelos atados Eduarda

C U M P R I R REGRAS DE SEGURANCcedilA

Limpeza Eduarda C U M P R I R REGRAS DE

SEGURANCcedilA Desobstruir a passagem Eduarda

Natildeo correr no Laboratoacuterio Eduarda

Usar bata Joatildeo

- - Cuidado no manuseamento dos materiais 1 Joatildeo

P E R C U R S O PARA A RESOLUCcedilAtildeO DE UM

PROBLEMA

Seguir determinados passos para a resoluccedilatildeo de um problema

bull bull bull bull

Judite 1 Leonor -

P E R C U R S O PARA A RESOLUCcedilAtildeO DE UM

PROBLEMA Fazer uma anaacutelise pormenorizada Anabela

SEGUIR UM P R O T O C O L O I Seguir um protocolo Judite 1 Eduarda

Quadro 413 - Subcategoria Aspectos valorizados no TE

Siacutentese da Categoria Concepccedilatildeo de TE

Atraveacutes desta categoria tentaacutemos clarificar a concepccedilatildeoideia de Trabalho

Experimental de cada aluno-professor Assim a anaacutelise dos dados mostrou-nos que

tendencialmente os entrevistados entendem o TE como uma actividade

- que permite demonstrar verificar ilustrar eou confirmar determinada teoria

- de resoluccedilatildeo de problemas

Para trecircs deles (Elisa Eduarda e Joatildeo) o TE eacute entendido como uma actividade que

peraiite comprovar demonstrar e verificar uma teoria usando expressotildees como

demonstrar exactamente que isso acontece assim ou eles conseguem ver que afinal natildeo

eacute soacute teoria mas que aquilo que se falou teoricamente eacute comprovado e acontece (Elisa) ou

eacute verificar coisas [o TE] (Eduarda) ou ainda o TE eacute mostrar aos alunos realmente como

eacute que as coisas acontecem (Joatildeo)

147

Associamos estes aspectos ao TE com um papel ilustrativo demonstrativo e de

sentido verificatoacuterio ou quando muito confirmatoacuterio (Cachapuz Praia e Jorge 2000 p9)

no qual a observaccedilatildeo tem um papel fundamental para os registos a fazer Como nos dizem

Cachapuz Praia e Jorge (2000) nesta perspectiva no TE ver e observar confundem-se

p 10 Tal afirmaccedilatildeo faz ainda mais sentido quando lemos num dos discursos eles proacuteprios

vecircm que aquilo aconteceu mesmo (Elisa)

Tal como jaacute tivemos oportunidade de analisar na categoria Caracterizaccedilatildeo do

periacuteodo de PP em particular na subcategoria Experiecircncias de aprendizagem

valorizadas para uma das entrevistadas (Elisa) a principal aprendizagem que a PP lhe

proporcionou foi a descentralizaccedilatildeo da aula de si proacutepria enquanto professora para os

alunos e o valorizar das ideias preacutevias destes Natildeo soacute pelos excertos que atraacutes

apresentaacutemos mas por todo o seu discurso parece-nos que esta entrevistada tem

subjacente uma concepccedilatildeo de ensino por transmissatildeo baseado na aquisiccedilatildeo de conceitos e

na instruccedilatildeo (Cachapuz Praia e Jorge 2000)

Ainda que tenha consciecircncia - principalmente por aquilo que aprendeu nas

disciplinas da sua formaccedilatildeo inicial que antecederam a PP - entre outras coisas que eacute

importante valorizar as concepccedilotildees alternativas dos alunos relativamente a conceitos

cientiacuteficos a tendecircncia de Elisa eacute seguir o modelo do professor transmissor de conceitos e

do aluno receptor Tal como ela proacutepria nos diz este foi um aspecto apontado pelo seu

professor supervisor de PP e neste sentido a PP ajuda a nossa entrevistada a perceber que

uma postura como esta fica longe das ideias de iacutendole construtivista por exemplo

Quanto aos outros dois entrevistados (Eduarda e Joatildeo) que tecircm um entendimento

semelhante do TE a definiccedilatildeonoccedilatildeo de TE eacute verificar e mostrar coisas respectivamente

Tal como para a aluna-professora que atraacutes referimos tambeacutem o discurso destes dois

entrevistados se situa principalmente numa perspectiva de ensino por transmissatildeo

148

Segundo Cachapuz Praia e Jorge (2000 plO) esta perspectiva de ensino eacute ainda que com

vaacuterias cambiantes muito frequente sem duacutevida ainda dominante

Outras duas alunas-professoras (Eduarda e Judite) salientam a importacircncia dos

alunos seguirem um protocolo durante a realizaccedilatildeo de TE Segundo uma delas (Eduarda)

no caso de os alunos natildeo serem capazes de o elaborar o professor ajuda pois tem um

papel de orientador

Em relaccedilatildeo agraves restantes entrevistadas (Judite Leonor e Anabela) entendem o TE

como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas sendo mesmo considerado por uma delas

(Leonor) como uma actividade que ajuda a estabelecer relaccedilatildeo com o dia-a-dia

Nestes trecircs casos embora partindo de um problema proposto pelo professor as trecircs

entrevistadas valorizam os passos de resoluccedilatildeo de um problema numa perspectiva

metacognitiva de conflito cognitivo Os alunos satildeo frequentemente questionados sobre

porque eacuteque estatildeo a fazer aquele TE daquela forma para a resoluccedilatildeo daquele problema

Para uma destas entrevistas eacute fiindamental conhecer as ideias preacutevias dos alunos e

levantar hipoacuteteses pois diz antes eles dizem o que eacute que pensam que hipoacutetese eacute que eles

levantam (Judite) Para aleacutem destes aspectos valoriza tambeacutem as sugestotildees de resoluccedilatildeo

do problema por parte dos alunos testar todas as hipoacuteteses propostas discutir os

resultados mesmo que natildeo decirc o esperado - o erro eacute valorizado pedagogicamente pois diz-

nos explicar porque eacute que natildeo aconteceu porque eacute que aconteceu (Judite) - e estabelecer

uma analogia entre o TE realizado - o modelo - e a realidade

Uma vez que esta aluna-professora realccedila a importacircncia de conhecer as ideias

preacutevias dos alunos e valoriza pedagogicamente o erro revela j aacute uma perspectiva

construtivista da aprendizagem como encontramos em Cachapuz Praia e Jorge (2000)

Segundo estes autores nesta perspectiva de ensino o erro eacute considerado um factor de

149

progresso do conhecimento cientiacutefico dos alunos (Cachapuz Praia e Jorge 2000 p4) e as

concepccedilotildees alternativas dos alunos em relaccedilatildeo a conceitos cientiacuteficos satildeo valorizadas

Por sua vez outra destas entrevistadas (Leonor) realccedila alguns aspectos como

raciocinar sobre os problemas que devem ser bem explorados pesquisar acerca dos

materiais a ufilizar fazer registos da actividade de TE relacionar e discutir os resultados

sendo os proacuteprios alunos a tirar conclusotildees e a tentar dar resposta ao problema inicial

descobrindo soluccedilotildees Esta aluna-professora parece ter uma perspectiva de ensino por

pesquisa pois tambeacutem entende o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas

denotando no entanto alguns aspectos caracteriacutesticos de uma perspectiva de ensino por

mudanccedila conceptual Isto porque valoriza nas suas aulas de Ciecircncias o conflito cognitivo

como um meio de promover a mudanccedila de conceitos para aprendizagens adequadas

como nos dizem Cachapuz Praia e Jorge (2000 p5)

Quanto agrave terceira entrevistada que referimos (Anabela) considera que eacute muito

importante os alunos sentirem que ao realizar uma experiecircncia e tirar conclusotildees

descobriram eles proacuteprios a mateacuteria o que na sua opiniatildeo o TE possibilita Para esta

aluna-professora o TE toma-se desta forma bastante atracfivo motivador Esta

entrevistada faz ainda referecircncia agrave colocaccedilatildeo de hipoacuteteses iniciais mas sobrevaloriza a

observaccedilatildeo em detrimento de outros passos envolvidos no TE pois refere a observaccedilatildeo eacute

bastante importante () eacute a parte que mais se desenvolve dentro de uma actividade

experimental (Anabela)

Esta entrevistada tal como as duas entrevistadas anteriores parece ter uma

perspectiva de ensino por pesquisa pois tambeacutem entende o TE como uma actividade de

resoluccedilatildeo de problemas No entanto evidencia alguns traccedilos caracteristicos quer de uma

perspectiva de ensino por mudanccedila conceptual quer de uma perspectiva de ensino por

descoberta Quanto agrave primeira assenta na sobrevalorizaccedilatildeo da observaccedilatildeo por parte desta

150

entrevistada pois tal como encontramos em Cachapuz Praia e Jorge (2000 p4) numa

perspectiva de ensino por mudanccedila conceptual a observaccedilatildeo de factos estaacute carregada de

teoria Contudo Anabela considera que eacute muito importante os alunos sentirem que ao

realizar uma experiecircncia e tirar conclusotildees descobriram eles proacuteprios a mateacuteria Neste

sentido Cachapuz Praia e Jorge (2000 p4) elucidam-nos sobre a perspectiva de ensino

por descoberta quando dizem os alunos ( ) descobrem as ideias indutivamente a partir

de factos observaacuteveis

A partir das consideraccedilotildees de cada uma destas trecircs entrevistadas (Judite Leonor e

Anabela) parece-nos que podemos inferir que entendem o TE como uma actividade de

resoluccedilatildeo de problemas caracteriacutestica de uma perspectiva de ensino por pesquisa

(Cachapuz Praia e Jorge 2000) tendo contudo traccedilos evidentes de outras perspectivas

nomeadamente ensino por mudanccedila conceptual no caso de duas delas (Judite e Leonor) e

tambeacutem de ensino por descoberta no terceiro caso de (Anabela)

Quanto agrave subcategoria Aspectos valorizados no TE os entrevistados referiram-

se principalmente a dois aspectos

- Cumprir regras de seguranccedila e

- Percurso para a resoluccedilatildeo de um problema

Assim trecircs das entrevistadas (Judite Leonor e Anabela) que entendem o TE como

uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas destacam passos na resoluccedilatildeo de um problema

atraveacutes do TE comoacute os que ateacute aqui jaacute referimos

Por sua vez outros dois alunos-professores (Joatildeo e Eduarda) que denotam uma

perspectiva de ensino por transmissatildeo salientam de mais importante no desenvolvimento

de TE o ensinar e fazer cumprir algumas regras de seguranccedila

151

CATEGORIA POTENCIALIDADES DO T E

No que diz respeito a esta categoria estabelecemos uma subcategoria

Competecircncias que o T E desenvolve sobre a qual organizaacutemos os dados atraveacutes de

indicadores Esta subcategoria refere-se aos aspectos apontados pelos entrevistados para

justificar a importacircncia do TE mencionando competecircncias que atribuem ao TE Apoacutes a

anaacutelise dos dados emergiram as seguintes dimensotildees de anaacutelise Competecircncias

cognitivas Competecircncias soacutecio-afectiacutevas Competecircncias de autonomia

Capacidades e atitudes Criar motivaccedilatildeo na aula e Contacto com material de

Laboratoacuterio

Do discurso de Elisa salientamos um aspecto que a nossa entrevistada considera

importante Elisa eacute degrave opiniatildeo que o TE permite um conhecimento mais duradouro tal

como nos diz atraveacutes da experiecircncia conseguirem visualizar e ateacute ficar com essa noccedilatildeo

mais tempo do que a parte teoacuterica que se daacute [Elisa]

Assim Elisa reforccedila a sua concepccedilatildeo de TE tal como jaacute referimos na categoria

anterior pois considera o TE como uma actividade que permite comprovar demonstrar e

verificar determinada teoria sendo precisamente estes os aspectos que considera

importantes e a serem tidos em conta no TE

Nas palavras de Elisa o TE permite aos alunos desenvolver natildeo soacute a motricidade

como tambeacutem lhes cria regras como nos diz

[O TE] eacute muito importante porque eu acho que eacute a motricidade deles porque eles nestas alturas ainda satildeo muito atabalhoados Ou seja muito muito mexem mas acabam por mexer aquilo eu acho que o facto de se desenvolver esses trabalhos experimentais cria-lhes alguma (natildeo me lembro falta-me um pouco a palavra que eacute) criam algumas regi-as e criam algo mais cuidado () e depois acabam por desenvolver aquela motricidade e eu acho que eacute muito bom tambeacutem para eles [Elisa]

152

Para Elisa o TE permite ainda aos alunos desenvolver o sentido de

responsabilidade

[O TE] eacute muito importante () porque comeccedilam a trabalhar com algo que por vezes eacute perigoso e cria-se-lhe essa noccedilatildeo e satildeo mais responsaacuteveis criam essa responsabilidade [Elisa]

Assim para Eduarda e Joatildeo o TE eacute importante pois permite verificarmostrar

determinado fenoacutemeno Deste modo Eduarda e Joatildeo reforccedilam a sua noccedilatildeo de TE

assumindo-o como uma actividade que permite verificar uma teoria tal como jaacute nos

haviam referido na categoria anterior

Eduarda diz-nos que o TE permite agraves crianccedilas ver as coisas como se percepciona

neste excerto do seu depoimento

As crianccedilas sempre gostam de ver as coisas mesmo eu No outro dia fui ao cardiologista e vi o meu coraccedilatildeo a bombear e achei muita piada Oh aquilo foi muito muito engraccedilado e pronto e acho que as crianccedilas tambeacutem gostam de ver as coisas como eacute que eacute nem que seja a ver a filtraccedilatildeo da aacutegua nem que seja isso elas gostam [Eduarda]

Para aleacutem disto na opiniatildeo de Eduarda o TE eacute uma actividade que possibilita agraves

crianccedilas mexer e desenvolver a motricidade como nos diz Qualquer coisa para mexer

elas gostam () aleacutem de desenvolver a destreza tanto manual como outras [Eduarda]

Por outro lado Eduarda refere ainda que o TE eacute uma actividade que desenvolve o

conhecimento dos alunos pois como nos diz Tambeacutem contribui para o conhecimento

porque elas sempre pensam vatildeo formulando conclusotildees [Eduarda]

Eduarda defende tambeacutem que o TE desenvolve nos alunos a capacidade de analisar

e de interpretar tirando conclusotildees sobre o seu trabalho como nos dizem as suas palavras

desenvolve tambeacutem a capacidade de analisar e de concluir de tirar conclusotildees do que

obsei-va [Eduarda]

153

Eduarda defende que o TE desenvolve nos alunos a capacidade de organizaccedilatildeo do

trabalho em grupo bem como os aspectos relacionais como nos dizem as suas palavras

desenvolve () a capacidade [de] organizaccedilatildeo de grupo de organizaccedilatildeo do trabalho e

relaccedilatildeo com o grupo [Eduarda]

Para Joatildeo o TE eacute importante pois tal como nos referiu anteriormente eacute uma

actividade que permite mostrar aos alunos como eacute que as coisas acontecem como nos

testemunha

Porquecirc Por aquilo que eu jaacute tinha dito atraacutes porque mostramos mesmos aos alunos como eacute que funciona o que eacute que se passa o que eacute isto o que eacute aquilo conseguimos mostrar mesmo as coisas [Joatildeo]

Para este entrevistado o TE eacute tambeacutem importante pois desenvolve nos alunos a

capacidade de fazer previsotildees acerca do trabalho que estatildeo a realizar como nos

testemunha

Depois tambeacutem desenvolve competecircncias do niacutevel da previsatildeo prever o que eacute que vai acontecer porque depois eles tecircm as hipoacutetese e depois tecircm que ver qual eacute que pensar no que acham que vai ser ou que acham que eacute a mais viaacutevel [Joatildeo]

Joatildeo refere ainda que o manuseamento dos materiais eacute tambeacutem um aspecto

importante que o TE desenvolve como salienta O manuseamento de materiais tambeacutem eacute

importante [Joatildeo]

Joatildeo diz-nos ainda que na sua opiniatildeo atraveacutes do TE os alunos desenvolvem todo

o tipo de competecircncias No entanto salienta algumas nomeadamente as de niacutevel soacutecio-

afectivo como percepcionamos

Desenvolvem todo o tipo de competecircncias Mas principalmente as competecircncias do niacutevel por exemplo competecircncias do niacutevel soacutecio-afectivo acho que desenvolve porque normalmente os Trabalhos Experimentais satildeo todos feitos em grupo [Joatildeo]

154

Para Judite o TE eacute importante porque para aJeacutem de ser uma actividade em que os

alunos estatildeo sempre na expectativa sobre o que iraacute suceder possibilita a discussatildeo e o

debate entre colegas desenvolvendo deste modo aspectos da relaccedilatildeo em grupo pontos

que estatildeo patentes no excerto que transcrevemos a seguir^ do seu depoimento

E uma aula diferente porque eles natildeo tecircm o livro agrave frente natildeo tecircm o caderno diaacuterio eles estatildeo ali eles estatildeo sempre naquela expectativa o que eacute que vai acontecer Tecircm apenas o laacutepis e o protocolo e discutem com os colegas aprendem a relacionar-se em grupo [Judite]

E acrescenta que o TE eacute bastante apreciado pelos alunos Jaacute tivemos oportunidade

de fazer alguns [TE] e eles querem sempre mais [Judite]

Para Judite que entende o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas

como se evidencia nas subcategorias DefiniccedilatildeoNoccedilatildeo de TE e Aspectos valorizados no

TE revela-nos tambeacutem que para si o TE permite aos alunos verificar como eacute que as

coisas acontecem Refere ainda que quem faz aprende como nos diz

eles viram mesmo natildeo eacute eu chegar ali e dizer-lhe olha a digestatildeo do amido comeccedila na boca pronto e eu digo aquilo e eles sim comeccedila na boca alguns ateacute passou ao lado Eles com o TE eles vecircm que fizeram passos e chegam agrave conclusatildeo que a digestatildeo do amido comeccedila na boca () Quem faz aprende E agraves vezes quem ouve esquece a maior parte das vezes [Judite]

O que na sua opiniatildeo ajuda a estruturar a compreensatildeo de determinado tema [o

TE] ajuda-os um bocado a estruturar a compreensatildeo daquele tema [Judite]

Para esta aluna-professora o TE desenvolve competecircncias por exemplo soacutecio-

afectivas pois desenvolve aspectos da relaccedilatildeo em grupo Para aleacutem deste aspecto Judite

considera que o TE desenvolve a autonomia dos alunos pois fomenta a reflexatildeo pontos

que estatildeo patentes no excerto que transcrevemos a seguir

E uma aula diferente () [os alunos] discutem com os colegas aprendem a relacionar-se em grupo a serem mais autoacutenomos no que fazem porque eles tecircm

155

que chegar a conclusotildees e eles tecircm que reflectir e depois ver se satildeo vaacutelidas ou natildeo se realmente o que eles estatildeo a dizer se adequa aos resultados que tiveram [Judite]

E salienta ainda

noacutes temos visto que eles tecircm sempre o mesmo grupo eles jaacute sabem que um faz um passo outro faz o outro () jaacute se organizaram entre si Sempre que haacute TE laacute estatildeo eles a dizer olha hoje sou eu o porta-voz ou e tu fazes isto dividem sempre tarefas e depois discutem eacute sempre uma maneira de se organizarem [Judite]

Na opiniatildeo de Leonor o TE eacute importante porque permite estabelecer a ligaccedilatildeo

entre a teoria e a praacutetica fazendo os alunos sentirem como suas as descobertas que fazem

mas sobretudo porque desperta a curiosidade cientiacutefica dos alunos como nos esclarece

Porquecirc Porque coloca os alunos em aliaacutes permite aos alunos ligar a teoria agrave praacutetica Ou a praacutetica agrave teoria porque se pode partir da praacutetica para a teoria ou da teoria para a praacutetica E a em que pronto os alunos sentirem que satildeo eles que estatildeo a trabalhar que satildeo eles que estatildeo a descobrir aliaacutes pronto satildeo coisas que jaacute estatildeo descobertas mas eles pensam que vatildeo descobrir coisas novas e sobretudo despertar a curiosidade cientiacutefica nos alunos Penso que o Trabalho Praacutetico o Trabalho Experimental os pode ajudar [Leonor]

Tal como referimos na categoria anterior Leonor afirma que o TE sendo uma

actividade praacutetica ajuda os alunos a relacionar conceitos a trabalhar num Laboratoacuterio a

estar em contacto com os materiais de Laboratoacuterio e aprender a utilizaacute-los na sua vida bem

como a estabelecer relaccedilatildeo com o seu dia-a-dia como se evidencia no seguinte excerto

as actividades praacuteticas os ajudam () a relacionar conceitos trabalhar num Laboratoacuterio por exemplo eles estatildeo em contacto directo com com materiais e depois saberem utilizaacute-los na na vida praacutetica deles e fazerem a relaccedilatildeo com o dia a dia deles e sobretudo isso [Leonor]

Segundo nos testemunha Leonor eacute de opiniatildeo que o TE desenvolve nos alunos

competecircncias soacute cio-afectivas pois o TE realiza-se normalmente em grupo competecircncias

cognitivas e psicoloacutegicas nomeadamente ajuda a desenvolver o pensamento a estabelecer

relaccedilotildees

156

Competecircncias cognitivas competecircncias socio-afectivas uma vez que os alunos geralmente estatildeo a trabalhar em gi-upo discutir em giupo psicoloacutegicas ajuda os alunos a pensar a relacionar que eacute importante para as Ciecircncias as Ciecircncias passam sempre por isso tudo [Leonor]

Para Anabela eacute muito importante os alunos sentirem que ao realizar uma

experiecircncia e tirar conclusotildees descobriram eles proacuteprios a mateacuteria o que na sua

opiniatildeo o TE possibilita

eu acho bastante positivo que eacute esta parte as crianccedilas conseguem aprender a mateacuteria delas proacuteprias Elas fazem a experiecircncia natildeo eacute Fazem a experiecircncia e tiram a conclusatildeo ao tirar a conclusatildeo eacute como que elas ecirc que formularam eacute que

formularam a mateacuteria criaram a mateacuteria ao analisar a experiecircncia [Anabela]

Talvez por isso o TE motive os alunos especialmente para os conteuacutedos para os

quais eles natildeo estatildeo tatildeo despertos

soacute os consegui motivar quando fiz uma experiecircncia O que eacute relativamente sei laacute interessante e eu imaginava que realmente os pudesse vir a cativar mas natildeo tanto Percebe E a mim chegavam-me a dizer na aula que -Oh professora outra vez plantas Jaacute chega percebe A actividade experimental realmente cativa-os muito [Anabela]

Para aleacutem deste aspecto Anabela refere ainda como importantes outros aspectos E

o contacto directo que eles tecircm com os materiais e depois a obsei-vaccedilatildeo que eles tecircm

directa Que natildeo eacute soacute papel a duas dimensotildees [Anabela]

Anabela afirma tambeacutem que o TE ajuda na aquisiccedilatildeo de conceitos de Ciecircncias o

Trabalho Experimental eacute uma parte muito importante () e adquirir-se conceitos de

Ciecircncias torna muito mais faacutecil [Anabela]

Para Anabela o TE desenvolve ainda a capacidade de observaccedilatildeo

Desenvolve vaacuterias competecircncias como por exemplo sei laacute a observaccedilatildeo eacute bastante importante que eacute a parte que mais se desenvolve dentro de uma actividade experimental [Anabela]

Para Anabela o TE desenvolve vaacuterias competecircncias e daacute-nos como exemplo a

capacidade de aprender a trabalhar em grupo como nos diz Desenvolve vaacuterias

157

competecircncias como () competecircncias da parte de grupo de se saber trabalhar em

grupo [Anabela]

O quadro 414 resume as competecircncias atribuiacutedas pelos alunos-professores ao TE

DIMENSOtildeES INDICADORES 1 ENTREVISTADOS

Conhecimento mais duradouro atraveacutes da experiecircncia j Elisa

Verificar determinado fenoacutemeno 1 Eduarda

Permite mostrar como acontecera as coisas Joatildeo

Desenvolve o conhecimento dos alunos 1 Eduarda

Permite aos alunos ligar a teoria agrave praacutetica 1 Leonor

C O M P E T Ecirc N C I A S COGNITIVAS

Permite a observaccedilatildeo directa (3D) j Anabela C O M P E T Ecirc N C I A S COGNITIVAS

Actividade que ajuda a relacionaradquirir conceitos Leonor 1 Anabela

Desenvolve o pensamento (pensar relacionar) Leonor

Fomenta a reflexatildeo Judite

Ajuda a estruturar a compreensatildeo de determinado tema Judite

Permite verificar determinado fenoacutemeno Judite

1 Actividade que permite fazer para aprender Judite

Desenvolve aspectos da relaccedilatildeo em grupo Eduarda j Judite

C O M P E T Ecirc N C U S S Oacute C I O - A F E C n V A S

Desenvolve a capacidade de organizaccedilatildeo do trabalho de grupo Eduarda

C O M P E T Ecirc N C U S S Oacute C I O - A F E C n V A S Ajuda a aprender a trabalhar em grupo Anabela

Aprendem a organizar-se Judite

Possibilita a discussatildeodebate com os colegas Judite

Desenvolve competecircncia soacutecio-afectivas Leonor]Joatildeo

COMPETEcircNCIAS DE AUTONOMIA

Desenvolve o sentido de responsabilidade Elisa COMPETEcircNCIAS DE AUTONOMIA

Desenvolve a autonomia Judite mdash

Desperta a curiosidade cientiacutefica dos alunos Leonor

Desenvolve a capacidade de observaccedilatildeo Anabela | Eduarda

CAPACIDADES E Desenvolve a capacidade de anaacutelise Eduarda

ATITUDES Desenvolve a capacidade de interpretaccedilatildeo Eduarda

Ajuda os alunos a fazer previsotildees Joatildeo

Cria-lhes regras Elisa

158

[ Desenvolve a motricidade 1 Elisa 1 Eduarda Joatildeo

C R I A R MOTFVACcedilAtildeO NA AULA

Actividade que cria expectativa 1 Judite

C R I A R MOTFVACcedilAtildeO NA AULA

Ajuda os alunos a sentir como snas as descobertas que fazem

Leonor | Anabela C R I A R MOTFVACcedilAtildeO NA AULA

Motiva os alunos Anabela

C O N T A C T O C O M MATERIAL DE

L A B O R A T Oacute R I O

Actividade que permite estar em contacto directo com materiais de Laboratoacuterio

Leonor | Anabela

Quadro 414 - Subcategoria Competecircncias que o TE desenvolve

No que diz respeito agrave nossa pergunta nuacutemero cinco do bloco D acerca do TE na

qual pedimos aos nossos entrevistados que nos descrevessem uma aula em que tivessem

desenvolvido TE e que tenham considerado que foi uma aula com sucesso cada um dos

nossos sujeitos descreveu com algum pormenor a sua aula

De forma geral reforccedilaram aquilo a que ateacute aqui tinham respondido acerca do TE

nomeadamente as suas concepccedilotildeesideias de TE aspectos valorizados no TE e

competecircncias que o TE desenvolve

Assim os excertos que a seguir transcrevemos satildeo uma siacutentese das

ideiasconcepccedilotildees de TE de cada um dos nossos entrevistados

Elisa descreveu-nos uma aula de TE que realizou com os seus alunos acerca do

tabagismo Atraveacutes de uma garrafa algodatildeo e um cigarro aceso conseguiram simular o

que acontece nos pulmotildees de um fumador Para Elisa esta foi uma aula de TE com

sucesso pois tal como nos disse conseguiram sensibilizar os alunos para os malefiacutecios do

tabaco como percepcionamos no seguinte excerto

Uma aula experimental noacutes fizemos uma muito engraccedilada que eles gostaram muito que foi do tabaco na gairafa com os algodotildees E que eles adoraram ver a situaccedilatildeo que o cigarro desaparecia rapidamente e depois o algodatildeo que estava branquinho e que ficava completamente amarelado E eu achei que foi sucesso porque noacutes temos alguns alunos que quase de certeza jaacute estatildeo na praacutetica ou seja jaacute filmam E ficaram muito admirados exactamente como o algodatildeo tinha ficado [Elisa]

159

E justifica porquecirc reforccedilando a sua ideia de TE como jaacute havia referido

anteriormente

E eu acho que ai foi o sucesso foi demonstrar-lhes a eles exactamente o prejuiacutezo que eles proacuteprios estavam a causar a eles proacuteprios Por isso eu achei que foi uma aula muito interessante e eles ficaram admiradiacutessimos da situaccedilatildeo como como eacute que o cigarro desaparecia e a nicotina que entrava e que ficou marcada no algodatildeo [Elisa]

Judite que entende o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas

descreve-nos uma aula de TE na qual os seus alunos partindo de um problema seguindo

um protocolo passando pela observaccedilatildeo chegam agraves conclusotildees

Aquela [aula] da digestatildeo do amido Foi a primeira aula de TE que tiveram Eu tinha um protocolo com o problema o que acontece na boca depois eles tinham que testar a presenccedila de amido no patildeo depois tirarem as conclusotildees o que acontecia ao patildeo quando lhe era adicionado soluto de lugol de que cor ficava de cor era o soluto de lugol a observaccedilatildeo inicial Depois passamos agrave segunda fase que consistia eles tinham agrave frente os tubinhos com o cozimento de amido depois deitavam num deitavam saliva eles acharam natildeo acharam piada nenhuma a isso Resmungaram refilaram depois eu disse Ah Que vergonha depois fizeram para laacute um monte [Judite]

Entretanto Judite refere que era feita a analogia que j aacute nos havia expressado atraacutes

entre o TE que estavam a realizar como um modelo e a realidade

depois aiacute iacuteamos fazendo sempre o paralelismo saliva e depois fizeram o teste do amido fizeram o teste do amido e depois ao fim quando foi para tirar as conclusotildees houve um miuacutedo que explicou muito muito bem [Judite]

E explica porquecirc

havia miuacutedos que natildeo tinham Houve um grupo que natildeo deitou saliva suficiente para o amidoPara ser identificado pelo iodo e entatildeo natildeo tiveram resultados E esse miuacutedo que teve muito sucesso explicou perfeitamente com a linguagem deles que eles usam perfeitamente agravequele grupo como eacute que as coisas se passavam Foi muito giro E eles na aula a seguir ainda se lembravam Porque eacute que onde eacute que comeccedila e nunca mais se esqueceram de onde comeccedilava a digestatildeo Onde eacute que comeccedilava a digestatildeo [Judite]

160

Quanto a Eduarda confessou-nos que natildeo tecircm tido (ela e a colega de grupo) muitas

oportunidades de realizar TE uma vez que tecircm uma turma com muitas dificuldades N o

entanto descreveu-nos uma das suas aulas de TE que na sua opiniatildeo poderia ter corrido

melhor mas que os alunos compreenderam o que se pretendia como percepcionamos no

seu depoimento a aula poderia ter corrido melhor mas mesmo assim eles

compreenderam o que era pretendido o que era para compreenderem [Eduarda]

E descreve-nos como foi

Ora foi dos produtos da respiraccedilatildeo acho que foi assim Natildeo sei muito bem qual eacute que era o titulo Portanto estavam em grupos 3 ou 4 grupos jaacute natildeo me lembro e entatildeo essa actividade estava dividida em 3 partes uma era com um espelho e ver que o espelho embaciava Outra era com a aacutegua de cal e verificarem () que tinha dioacutexido de carbono pois e a () era a da temperatura () do termoacutemetro verificar que aumentava [Eduarda]

Eduarda salienta o papel do professor

eles foram fazendo aos poucos isto eacute () as 2 partes da actividade faziam eles sozinhos eu acompanhava-os mas pronto A terceira que era com a aacutegua de cal estava eu presente () metia aacutegua de cal e era preciso ter mais cuidado com as crianccedilas e entatildeo acompanhei-os mas correu bem [Eduarda]

Leonor descreve-nos duas aulas uma em que realizaram uma actividade praacutetica e

outra de TE Acerca da actividade praacutetica conta-nos o seguinte

Em que os alunos tiveram que observar o peixe o sistema respiratoacuterio do peixe as bracircnquias os opeacuterculos () achei imensa piada porque inicialmente os alunos estavam muito enojados com o peixe cheirava mal que horror mexer em peixe numa coisa que eles ateacute nem gostam muito dizem eles mas depois deram por eles a abrir o peixe jaacute andavam com as matildeos todos queriam mexer todos queriam descobrir foi uma actividade que gostei muito [Leonor]

Quanto agrave aula em que realizaram TE Leonor diz

foi para analisarmos as caracteriacutesticas do ar expirado e inspirado Tambeacutem gostei muito de realizar essa actividade com eles Eles tambeacutem se mostraram muito motivados e foi completamente diferente [Leonor]

161

E explica-nos que seria difiacutecil soacute com teoria mostrar aos alunos este fenoacutemeno

Noacutes proacuteprias estaacutevamos-lhe a dizer o ar eacute quente o ar expirado eacute mais quente que o ar inspirado tem mais dioacutexido de carbono e como eacute que eles vecircm isso Se tem dioacutexido de carbono ou natildeo Como eacute que noacutes lhes conseguimos provar isso Na teoria eacute difiacutecil Ou deles estarem a olhar para esquemas eacute complicado E atraveacutes do Trabalho Experimental eles conseguiram ver perfeitamente a mudanccedila de cor A turvaccedilatildeo da aacutegua de cal Viram perfeitamente bem Pronto primeiro tivemos que lhes dizer identificar os materiais por aiacute fora o que eacute que era a aacutegua de cal como eacute que se faziam aacutegua de cal eles tambeacutem gostaram muito [Leonor]

Leonor que tal como Judite considera o TE como uma actividade de resoluccedilatildeo de

problemas explica-nos com pormenor como foi esta aula

eles comeccedilaram por ver que no sistema respiratoacuterio entrava ar e saiacutea ar Ou seja ocorriam trocas gasosas Entatildeo e como eram como eacute que satildeo as caracteriacutesticas do ar aliaacutes o problema que eu lhes coloquei para a realizaccedilatildeo da actividade experimental foi se ograve ar expirado e o ar inspirado satildeo iguais ou se existem diferenccedilas entre o ar expirado e o ar inspirado quais satildeo Penso que era assim o problema Eles tinham que depois dar a resposta a este problema Para isso propus a actividade da aacutegua de cal em que eles viam a turvaccedilatildeo () para ver se tinha mais dioacutexido de carbono o ar expirado () Pronto eles iam registando tinham um protocolo iam registando as diferenccedilas tinham imagens iam registando os passos e depois eles proacuteprios chegaram a uma conclusatildeo [Leonor]

Leonor justifica porque considerou esta como uma aula de sucesso

Foi mais significativo para eles () registaram no caderno deles e se lhes for perguntar agora ainda se lembram Ainda haacute dias lhes estive a perguntar eles ainda se recordam [Leonor]

Tal como Judite e Leonor Anabela tambeacutem considera o TE coacutemo uma actividade de

resoluccedilatildeo de problemas e descreve-nos os passos de uma aula de TE que realizou

A actividade eacute a ascensatildeo da seiva bruta por exemplo foi a uacuteltima () actividade ^perimental que eu fiz () Dei-lhes o protocolo dei-lhes o material eles leram primeiro o protocolo O problema estava laacute lanccedilaram as hipoacuteteses cada uma lanccedilou as hipoacuteteses no seu protocolo que eu tinha feito depois () dei-lhes o material cada um na sua mesa fiz tambeacutem os grupos natildeo eacute Esqueci-me dessa parte dei-lhes o material e eles procederam agrave experiecircncia no final da experiecircncia tiraacutemos tiraram conclusotildees cada um em particular [Anabela]

162

Tal como atraacutes referimos para Anabela eacute importante os alunos sentirem que ao

realizar uma experiecircncia e tirar conclusotildees descobriram eles proacuteprios a mateacuteria o que

na sua opiniatildeo o TE possibilita

Contudo tal como jaacute nos havia referido o tempo foi um adversaacuterio do TE natildeo

deixando espaccedilo para discutir as conclusotildees a que cada grupo chegou Deste modo uma

das competecircncias que Anabela considera que o TE possibilita ficou comprometida como

percepcionamos no seguinte excerto

depois no dia a seguir como natildeo tivemos tempo corrigimos essas conclusotildees vimos se eram as mais correctas se natildeo eram as mais correctas se as observaccedilotildees foram realmente de acordo com a conclusatildeo que havia de ter sido tirada se alguns natildeo estatildeo de acordo com Anabela]

De acordo com Joatildeo o TE eacute uma actividade importante no ensino das Ciecircncias

atraveacutes da qual se mostra aos alunos como eacute que as coisas acontecem No excerto quumle a

seguir transcrevemos em que Joatildeo nos descreve uma aula sua estaacute patente essa ideia

como eacute possiacutevel verificar

Foi uma [aula] que foi para mostrar foi para dar a conhecer aos alunos a constituiccedilatildeo de uma planta com flor os oacutergatildeos reprodutores de uma planta com flor Ecircntatildeo levei uma flor que era uma coroa imperial salvo erro onde eles destacaram as teacutepalas e depois destacaram os estames e os carpelos e depois desmontaram aquilo tudo e com vaacuterias perguntas levei-os a chegar agrave conclusatildeo () porque eacute que a antera tinha aquele pozinho o que eacute que seria aquele poacute e porque eacute que o caipelo tinha aquela forma e tinha uma barriga grande caacute em baixo () por acaso foi uma aula () engraccedilada e atraveacutes do Trabalho Experimental eles ficaram a conhecer praticamente tudo [Joatildeo]

Siacutentese da Categor ia Potencia l idades do T r a b a l h o E x p e r i m e n t a l

No que diz respeito a esta categoria estabelecemos a subcategoria Competecircnc ias

que D T E desenvolve no sentido de conhecer as ideias dos nossos entrevistados a este

propoacutesito Os alunos-professores enunciam diversos aspectos como exemplificam os seus

depoimentos mas tendencialmente apontam o desenvolvimento dea

- Competecircncias cognitivas

163

- Competecircncias soacutecio-afectivas

- Capacidades e atitudes

- Criar motivaccedilatildeo na aula

A primeira dimensatildeo de anaacutelise - desenvolvimento de competecircncias cognitivas - eacute

mencionada em duas vertentes Por um lado o TE eacute indicado como capaz de desenvolver

competecircncias cognitivas tais como permitir um conhecimento mais duradouro atraveacutes da

experiecircncia como nos descreve uma das entrevistadas (Elisa) ou como salienta outra

aluna-professora permitir ver as coisas (Eduarda) ou ainda mostrar como acontecem as

coisas como aponta outro entrevistado (Joatildeo) Por detraacutes destes trecircs argumentos para

justificar a importacircncia do TE vislumbramos uma perspectiva de ensino por transmissatildeo e

no caso de uma das entrevistadas alguns traccedilos de uma perspectiva de ensino por

descoberta Tal toma-se perceptiacutevel quando no seu discurso nos surgem expressotildees tais

como atraveacutes da experiecircncia conseguirem visualizar e ateacute ficar com essa noccedilatildeo mais

tempo do que a parte teoacuterica que se daacute (Elisa) onde percebemos a ecircnfase na mobilizaccedilatildeo

dos sentidos bem como a construccedilatildeo de ideias a partir dos factos (Cachapuz Praia e Jorge

2000) Deste modo estes trecircs entrevistados reforccedilam a sua concepccedilatildeo de TE como a

descrevemos na anaacutelise da categoria anterior

Por outro lado ainda nesta dimensatildeo de anaacutelise de competecircncias que o TE

promove nomeadamente - desenvolvimento de aspectos do desenvolvimento cognitivo -

surge uma outra vertente designadamente ligar a teoria agrave praacutetica como indica uma das

alunas-professoras (Leonor) permitir o desenvolvimento do pensamento ajudar a

estruturar a compreensatildeo de um tema a relacionaradquirir conceitos como mencionam

esta e outra entrevistada (Leonor e Anabela) Como referimos na anaacutelise da categoria

anterior estas duas alunas-professoras evidenciam uma perspectiva de ensino por pesquisa

164

tendo contudo marcas de outras perspectivas de ensino designadamente perspectiva de

ensino por mudanccedila conceptual e perspectiva de ensino por descoberta

Nesta categoria uma das entrevistadas (Anabela) reforccedila a ideia de que a

observaccedilatildeo eacute muito importante ao referir que o TE permite a observaccedilatildeo directa a trecircs

dimensotildees

A partir das consideraccedilotildees de cada entrevistado parece-nos que podemos inferir

que de uma forma geral os alunos futuros professores de Ciecircncias da Natureza revelam

preocupaccedilotildees soacutecio-construtivistas Isto eacute preocupam-se em realizar TE com os seus

alunos assentando em situaccedilotildees problemaacuteticas com a finalidade de desenvolver nos

alunos competecircncias atitudes e valores (Cachapuz Praia e Jorge 2000) Os aJunos-

professores preocupam-se em organizar momentos de interacccedilatildeo e reflexatildeo criacutetica atraveacutes

do debate agrave volta das situaccedilotildees problemaacuteticas tendo os alunos um papel activo e de

pesquisa (Cachapuz Praia e Jorge 2000)

Existem contudo alguns senatildeos por exemplo muitas vezes a referida situaccedilatildeo

problemaacutetica eacute apresentada aos alunos como algo exterior estranho agravequilo que eles

conhecem que percebemos atraveacutes de expressotildees como eu tinha um protocolo com o

problema (Judite) como refere ou o problema que eu lhes coloquei (Leonor)

Por outro lado alguns alunos-professores tecircm subjacentes algumas caracteriacutesticas

de perspectivas de ensino por mudanccedila conceptual (EMC) por descoberta (EPD) ou por

transmissatildeo (EPT) que inferimos do seu discurso respectivamente pela sobrevalorizaccedilatildeo

da observaccedilatildeo e pelas estrateacutegias de conflito cognitivo (EMC) o conhecimento

proveniente da experiecircncia as ideias descobertas indutivamente a partir da experiecircncia

(EPD) e o professor como transmissor de conteuacutedos tendo o TE um papel ilustrativo

demonstrativo e de sentido verificatoacuterio ou confirmatoacuterio (EPT) (Cachapuz Praia e Jorge

2000) Importa assim que a formaccedilatildeo inicial de professores insista neste aspecto

165

Outro dos aspectos apontados eacute o desenvolvimento de capacidades e atitudes Tal

como nos dizem atribuem ao TE o desenvolvimento de capacidades tais como a

observaccedilatildeo a anaacutelise a interpretaccedilatildeo e a previsatildeo e atitudes tais como regras e a

curiosidade cientiacutefica U m outro aspecto bastante mencionado pelos entrevistados foi o

desenvolvimento da motricidade que consideram que o TE pode proporcionar

Os alunos-professores apontaram tambeacutem bastantes aspectos relacionados com

competecircncias soacutecio-afectivas que justificaram pelo facto de normalmente o TE ser

desenvolvido em grupo Assim os entrevistados referiram-se natildeo soacute a aspectos da relaccedilatildeo

em grupo como tambeacutem ao desenvolvimento da capacidade de organizaccedilatildeo do trabalho

em grupo uma vez que ambas se relacionam

Foi tambeacutem mencionado por vaacuterios entrevistados que o TE eacute uma actividade que

cria motivaccedilatildeo e expectativa na aula

Em relaccedilatildeo agraves competecircncias que o TE desenvolve referidas pelos alunos-

professores participantes no nosso estudo coincidem com duas das componentes

apresentadas por Oliveira (1999 p42) e que satildeo (1) actividades para o desenvolvimento

global do aluno permitindo-lhe observar experimentar ( ) manipular materiais

relacionar fazer conjecturas argumentar inferir conclusotildees comunicar e avaliar e (2)

actividades ( ) para o desenvolvimento de conceitos cientiacuteficos e da sua aplicaccedilatildeo

Tal como encontramos em diversos autores satildeo vaacuterias as potencialidades atribuiacutedas

agrave realizaccedilatildeo de TE Em siacutentese concordamos com Santos e Oliveira (2003) quando dizem

que o TE de investigaccedilatildeo desenvolve nos alunos competecircncias de investigaccedilatildeo e

transversais pelo que este tipo de actividade pode ter um papel importante no

desenvolvimento dos alunos (p68)

166

424 - Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

CATEGORIA DESTAQUE DAS T I C NA FORMACcedilAtildeO INICIAL

No que diz respeito a esta categoria estabelecemos trecircs subcategorias

Disciplinas que con t empla r am as T I C Conteuacutedos con templados e Relaccedilatildeo com

a Praacutetica Pedagoacutegica

Em relaccedilatildeo agrave subcategoria Disciplinas que c o n t e m p l a r a m as T I C todos os

nossos entrevistados afirmam que foi dado destaque agraves TIC na sua formaccedilatildeo inicial e

referem cinco disciplinas No entanto haacute a salientar que nem todos os entrevistados

referem todas as disciplinas embora pertencessem todos eles agrave mesma turma Para aleacutem

deste aspecto importa tambeacutem referir que nenhum dos seis entrevistados se referiu agraves

cinco disciplinas

Elisa afirma que foi dado destaque agraves TIC na sua formaccedilatildeo inicial como se

evidencia no seguinte excerto Sifn nos tivemos algumas cadeiras em ccedilue nos

desenvolveram essa aacuterea [Elisa]

E salienta duas disciplinas

Sim Algoritmos e computaccedilatildeo Depois tivemos uma cadeira de Geometria () E penso que foi soacute Natildeo tivemos mais aulas ao niacutevel de computadores () mais especiacutefico aqui na ESE exacto foi soacute mesmo em Geometria e Algoritmos e Computaccedilatildeo [Elisa]

Quanto a Judite que tambeacutem confirma ter sido dado destaque agraves TIC na sua

formaccedilatildeo inicial apenas refere a disciplina de Metodologia Geral e Tecnologia Educativa pois

diz natildeo se recordar de outras mas desta tem a certeza

Hmm hmm [Judite indica com a cabeccedila afirmativamente] () Metodologia MGTE Geral e Tecnologia Educativa () Natildeo sei se foi soacute em MGTE ou se foi tambeacutem em MEC Jaacute natildeo me lembro mas em MGTE foi de certeza MGTE foi de certeza [Judite]

167

Eduarda que tambeacutem garante que foi dado destaque agraves TIC na sua formaccedilatildeo inicial

tambeacutem soacute se recorda do nome de uma disciplina embora se recorde de outra como

percepcionamos nas suas palavras

Hmm hmm [Eduarda indica com a cabeccedila afirmativamente] foi () em Geometi-ia () e a outra que era o quecirc Era de 3degano semestre Pois eacute que agora tambeacutem jaacute natildeo me lembro Trabalhaacutemos ainda com os computadores () Natildeo me lembro Aleacutem de Geometiia era outra () Bem natildeo me lembro mesmo Era outra [Eduarda]

Pela descriccedilatildeo que Eduarda faz da outra disciplina em que diz ter sido dada ecircnfase

agraves TIC durante a sua formaccedilatildeo inicial pelo nome do professor audiacutevel no registo aacuteudio e

pelo testemunho dos outros entrevistados pareceu-nos que se tratava da disciplina de

Algoritmos e Computaccedilatildeo

Quanto a Leonor que tambeacutem confirma ter sido dado destaque agraves TIC na sua

formaccedilatildeo inicial salienta quatro disciplinas embora apenas se recorde do nome de trecircs

destas Tal como no caso de Eduarda pela descriccedilatildeo que Leonor faz da outra disciplina em

que diz ter sido dado destaque agraves TIC pelo nome do professor tambeacutem audiacutevel no registo

aacuteudio e pelo testemunho dos outros entrevistados pareceu-nos que a disciplina em causa

era novamente Algoritmos e Computaccedilatildeo

Do discurso de Leonor salientamos sobre esta questatildeo o seguinte

Hmm hmm [Leonor indica com a cabeccedila afirmativamente] Foi Foi nas disciplinas de () Geometria () foi Probabilidade () agora tambeacutem andamos a ti-abalhar em Epistemologia e Histoacuteria das Ciecircncias em que () temos que apresentar trabalhos agrave turma em que utilizamos tambeacutem muito o computador [Leonor]

Por sua vez Anabela que tambeacutem assume ter sido dado destaque agraves TIC na sua

formaccedilatildeo inicial salienta trecircs disciplinas em que tal aconteceu Foi Noacutes tivemos cadeiras

de informaacutetica [Anabela]

168

E salienta Algoritmos e computaccedilatildeo () MGTE tambeacutem tivemos oportunidade

de mas tivemos outra () Ah sim Geometria Geometria pois [Anabela]

Quanto a Joatildeo confirma ter sido dada ecircnfase agraves TIC durante a sua formaccedilatildeo inicial

afirmando contudo que foi muito pouco e realccedila quatro disciplinas

Muito pouco Muito pouco Lembro-me de MGTE depois mais tarde em Geometria () Tambeacutem em Algoritmos e Computaccedilatildeo () E Histoacuteria e Epistemologia das Ciecircncias tambeacutem [Joatildeo]

Sintetizamos no quadro 415 as disciplinas referidas pelos alunos-professores

como tendo contemplado agraves TIC no seu programa

I^V DIMENSAtildeO- LL^ICAgraveBOgraveRES R ENTREcircVISTADOIacuteS

Algoritmos e Computaccedilatildeo Elisa 1 Eduarda Leonor 1 Anabela Joatildeo

DISCIPLINAS QUE CONTEMPLARAM AS T I C

Geometria Elisa j Eduarda Leonor Anabela Joatildeo

DISCIPLINAS QUE CONTEMPLARAM AS T I C Metodologia Geral e Tecnologia Educativa Judite [ Anabela Joatildeo

Epistemologia e Histoacuteria das Ciecircncias Leonor[Joatildeo

1 iacuterobabil idades Leonor

Quadro 415 - Subcategoria Disciplinas que contemplaram as TIC

Para a subcategoria Conteuacutedos contemplados fixaacutemos trecircs dimensotildees de

anaacutelise que satildeo Programas informaacuteticos Importacircncia das TIC e Trabalho com

o retroprojector No que diz respeito aos conteuacutedos disciplinares contemplados os

nossos entrevistados apontam de uma forma geral programas de computador No entanto

nem sempre eacute clara a barreira entre o que foi aprendido numa ou noutra disciplina De

modo que as aprendizagens que os nossos entrevistados salientam constituem os nossos

indicadores sem no entanto os distribuir por disciplinas Tal apenas seraacute notoacuterio no

discurso dos nossos entrevistados Na subcategoria Conteuacutedos contemplados os nossos

169

entrevistados destacam alguns conteuacutedos disciplinares em TIC que foram abordados ao

longo da sua formaccedilatildeo inicial como passaremos a analisar

Assim Elisa refere que nas disciplinas atraacutes mencionadas aprendeu a trabalhar

com programas especiacuteficos de Matemaacutetica que lhe permitem nomeadamente escrever

correctamente sistemas de equaccedilotildees e fi-acccedilotildees e outro programa Matemaacutetico de Geometria

que permite por exemplo desenvolver figuras geomeacutetricas Para aleacutem destes programas

Elisa refere-se ainda ao trabalho com o Excel que lhe permitiu desenvolver as suas bases

como se destaca nas passagens que transcrevemos

[Em] Geometria () desenvolvemos alguns programas matemaacuteticos () Depois al^^ trabalhos tambeacutem nos exigiam a apresentaccedilatildeo e trabalho de computaccedilatildeo () Em Algoritmos e Computaccedilatildeo aprendi a trabalhar com programas quumle nem sequer sabia que tinha no computador e que natildeo tinha activos como o sistema de equaccedilotildees muito importante que era para noacutes fazermos fracccedilotildees e situaccedilotildees que nem sequer sabia que tinha () no computador E que activei muito interessante E que para fazer testes de Matemaacutetica satildeo muito bons porque noacutes com as fracccedilotildees normalmente passamos os nuacutemeros um em cima do outro E depois agrave matildeo colocaacutevamos a barrinha em baixo E outros por exemplo o vezes que colocamos o Xe laacute estaacute tudo [no programa de computador activado] O parecircntesis dentro das fracccedilotildees ou seja foi uma situaccedilatildeo muito interessante [Elisa]

Em relaccedilatildeo ao Excel e ao programa de Geometria Elisa diz o seguinte

No Excel tambeacutem tinha algumas bases mas muito fracas desenvolvemos bastante bem A niacutevel de Geometria tambeacutem natildeo conhecia o programa e acho que eacute uma situaccedilatildeo muito interessante tambeacutem para desenvolver figuras geomeacutetricas muito mais raacutepidas e muito mais faacuteceis de praticar na aula do que eles proacuteprios fazerem com o compasso o que cria por vezes alguma dificuldade e alguma falta de jeito deles que tecircm a tal motricidade pouco desenvolvida e acho que aquele programa foi muito interessante para noacutes que natildeo conheciacuteamos [Elisa]

Por sua vez Judite que apenas se lembrava de uma disciplina da sua formaccedilatildeo

inicial na qual foi dada ecircnfase agraves TIC descreve-nos de que forma isso aconteceu

noacutes falaacutemos um pouco da importacircncia das TIC () vimos as competecircncias que elas desenvolviam () capacidades () que as TIC eram uma mais valia para nossas aulas que iria permitir-nos ter aulas diferentes das tradicionais a que estaacutevamos habituados Tambeacutem no processo de interacccedilatildeo entre o aluno o aluno participava activamente na construccedilatildeo do conhecimento e acho que vimos algumas situaccedilotildees em que poderiacuteamos utilizar essas tecnologias algumas vezes [Judite]

170

Quanto a Eduarda em relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo das TIC nas disciplinas que referiu

destaca a utilizaccedilatildeo de um programa especiacutefico de Matemaacutetica bem como os programas

Word e Excel

em Geometria () foi utilizado () o Sketchpad e a outra que era o quecirc () natildeo bullme lembro que lembro que disciplina era () Trabalhaacutemos no Word e no Excel () E no Sketchpad () na Geometria Trabalhaacutemos a niacutevel matemaacutetico pronto na aacuterea da Matemaacutetica [Eduarda]

Leonor refere que nas disciplinas atraacutes indicadas utilizou vim programa de

Geometria dinacircmica no computador o Geometers Sketchpad o programa para

apresentaccedilotildees Power Point e o programa Excel

Geometria em que utilizaacutemos o Sketchpad () em Epistemologia e Histoacuteria das Ciecircncias em que temos que apresentar trabalhos aacute turma em que utilizamos tambeacutem muito o computador trabalhar muito o Power Point Sim trabalhaacutemos mesmo nos trabalhos que noacutes fomos realizamos utilizaacutemos sempre o computador [Leonor]

Quanto ao programa Excel

eu natildeo sabia muito trabalhar com Excel ainda natildeo natildeo me sentia muito agrave vontade () Com o Excel () foi a Probabilidades Jaacute natildeo me recordo bem Sim que aprendemos [Leonor]

Quando perguntaacutemos a Anabela o que se destacou o que aprendeu nas trecircs

disciplinas da sua formaccedilatildeo inicial que indica nas quais assume ter sido dado destaque agraves

TIC a nossa entrevistada refere apenas que aprendeu a dar uma aula diferente sem entrar

em pormenores O que eacute que aprendi Aprendi por exemplo como se pode dar uma aula

diferente [Anabela]

Na opiniatildeo de Joatildeo para aleacutem do programa de Geometria dinacircmica no computador

o Geometers Sketchpad aprendeu-se muito pouco acerca das TIC e da sua utilizaccedilatildeo Por

outro lado o que lhes foi dado a conhecer jaacute era conhecido de quase todos Assim destaca

aquilo que lhe ficou na retina como nos diz em Geometria trabalhei no Sketchpad [Joatildeo]

171

Quanto ao resto Joatildeo declara que aprendeu mas

Pouca coisa Porque o que foi dado a conhecer jaacute praticamente noacutes todos sabiacuteamos O que me ficou mais na retina e que me lembro melhor foi de MGTE que foi a cadeira () onde falaacutemos mais das tecnologias da informaccedilatildeo [Joatildeo]

Contudo salienta

O que eu me lembro mais era do trabalho com o retroprojector e de dizerem que haacute escolas que nem sempre tecircm dinheiro e conseguem ter os materiais para substituir uma lacircmpada que eacute bom sempre andar com uma lacircmpada dentro da mala e uma chave e tudo mais (risos) Para () garantir sempre () que aquilo natildeo falha [Joatildeo]

No que diz respeito agrave subcategoria Conteuacutedos contemplados organizaacutemos os

indicadores no quadro 416

bull bullbull D DVIEacuteNSOcircES^Iacutebull bull - J ENTREVISTADOS 1

Programa especiacutefico de linguagem Matemaacutetica Elisa

PROGRAMAS INFORMAacuteTICOS

Programa Excel Elisa j Eduarda Leonor

PROGRAMAS INFORMAacuteTICOS Programa de Geometria dinacircmica Geometers

Sketchpad Elisa 1 Eduarda Leonor|Joatildeo

Programa Word Eduarda

Programa Power Point Leonor

Importacircncia das TIO no ensino Judite [ Joatildeo

Dar aulas diferentes Anabela

TRABALHO COM O R E T R O P R O J E C T O R

Trabalho com o retroprojector Joatildeo

Quadro 416 - Subcategoria Conteuacutedos contemplados

Quanto agrave subcategoria Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica estabelecemos d u ^

dimensotildees de anaacutelise Aprender antes de chegar agrave PP e Apoio nas aulas da PP

De forma geral os nossos entrevistados afirmam que as aprendizagens relacionadas

com as TIC foram uacuteteis para aplicarem na sua Praacutetica Pedagoacutegica mencionando alguns

dos aspectos pelos quais consideram importante utilizar as TIC

172

Elisa afirma que as aprendizagens em TIC satildeo uacuteteis pois permitem aprender antes

de chegar agrave Praacutetica Pedagoacutegica Para aleacutem disso refere ainda que no seu caso a utilizaccedilatildeo

nas suas aulas da formaccedilatildeo inicial de um programa de Geometria dinacircmica no computador

o Geometers Sketchpad possibilitou aprender antes da Praacutetica Pedagoacutegica e aplicar este

programa posteriormente com os seus alunos Desta utilizaccedilatildeo Elisa ressalva algumas das

vantagens como eacute notoacuterio nos excertos que transcrevemos

eacute bom tambeacutem noacutes sabermos porque vamos dar aula () eu acho que eacute muito importante () noacutes aprendermos [TIC] antes de chegar agravepraacutetica ()

No caso da Matemaacutetica por exemplo o programa que aprendemos em Geometria nas figuras geomeacutetricas na construccedilatildeo acho que eacute muito mais faacutecil deles desenvolverem no computador e eacute muito mais atractivo uma vez que eles tambeacutem cada vez estatildeo mais ligados ao computador do que chegar a uma aula vamos desenhar que tambeacutem eacute importante mas muito mais faacutecil porque assim eles conseguem apagar voltar novamente a fazer e natildeo cria aquela situaccedilatildeo de atraso de que vamos ter de voltar outra vez apaga outra vez faz novamente ()

No computador cria uma situaccedilatildeo mais raacutepida e acho que eacute muito faacutecil eles proacuteprios gostam mais ateacute se calhar de tj-abalhar no computador do que construir normalmente [Elisa]

Em relaccedilatildeo a Judite o facto de durante a sua formaccedilatildeo inicial ter sido dado

destaque agraves TIC permitiu aprender a dar aulas diferentes das tradicionais designadamente

estrateacutegias novas como nos diz

noacutes o que queremos eacute dar aulas diferentes das tradicionais e entatildeo temos que procurar sempre Muitas vezes recorremos aos apontamentos de cadeiras que tivemos aqui para ver uma estrateacutegia nova como eacute que havemos de introduzir uma motivaccedilatildeo [Judite]

Quanto a Eduarda refere que as aprendizagens relacionadas com as TIC durante a

sua formaccedilatildeo inicial foram um ganho pois ajudaram a estar mais agrave vontade na Praacutetica

Pedagoacutegica Esta ideia eacute evidenciada no seguinte transcrito

Eu acho que nos sensibilizou para estarmos mais agrave vontade com o computador e para ensinar Matemaacutetica () agraves crianccedilas utilizando programas que satildeo uma mais valia [Eduarda]

173

Agrave semelhanccedila de Elisa Leonor explica que a utilizaccedilatildeo durante a formaccedilatildeo inicial

de um programa de Geometria dinacircmica no computador o Geometers Sketchpad

possibilitou aprender e conhecer este programa antes da Praacutetica Pedagoacutegica para

eventualmente poder aplicaacute-lo com os seus alunos como nos diz [Aprendemos] Novos

programas por exemplo em Geometria o Sketchpad em que podemos utilizaacute-lo com as

crianccedilas no 2deg Ciclo com os nossos alunos [Leonor]

Para aleacutem deste programa de computador Leonor refere-se ainda ao Excel

[Aprendemos] em Probabilidades que tambeacutem jaacute utilizei a semana passada [o programa] utilizei com os miuacutedos porque eu natildeo sabia muito trabalhar com Excel ainda natildeo me sentia muito agrave vontade em calcular a Moda a Meacutedia fazer graacuteficos e logo a semana passada como andei a trabalhar com os alunos Estatiacutestica apesar de natildeo fazer parte do programa eles saberem trabalhar com o () Excel Fazer graacuteficos e tabelas conduzi-os agrave sala de informaacutetica e tambeacutem estive a trabalhar com eles a elaboraccedilatildeo de graacuteficos tabelas graacuteficos circulares de barras percentagens () aproveitei para trabalhar com eles no Excel [Leonor]

E termina dizendo aprendemos muito e tambeacutem jaacute trabalhei com eles na aula

[Leonor]

No caso de Anabela que nos disse que durante a sua formaccedilatildeo inicial foi dado

destaque agraves TIC e que aprendeu como se pode dar uma aula diferente explica-nos agora

como eacute que tal se relaciona com a Praacutetica Pedagoacutegica designadamente fazendo uso do

computador por exemplo para investigaccedilatildeo ou na disciplina de Matemaacutetica pois diz-nos

o seguinte

Por exemplo o facto de se pocircr em praacutetica o uso do computador a niacutevel de investigaccedilatildeo ateacute de conhecimento Na parte da Matemaacutetica relacionada com o inqueacuterito depois organizar os dados em graacuteficos etc [Anabela]

Para Joatildeo nas disciplinas da sua formaccedilatildeo inicial que deram ecircnfase agraves TIC para

aleacutem do programa de Matemaacutetica Geometers Sketchpad aprendeu-se muito pouco acerca

174

das TIC e da sua utilizaccedilatildeo Assim revela-nos que essencialmente ficou um

conhecimento praacutetico por exemplo da utilizaccedilatildeo do retroprojector como nos diz em jeito

de gracejo

Sim () o manuseamento do retroprojector aquilo natildeo eacute faacutecil (Risos) Parece que eacute soacute uma maacutequina com uma luz mas natildeo eacute bem assim Aquilo natildeo eacute faacutecil e eacute preciso saber focar e ter o acetato para a frente ou para traacutes para baixo ou para cima e por ai fora [Joatildeo]

E continua Com o Power Point Tambeacutem natildeo eacute soacute chegar ali e ligar Porque

depois tem laacute aquele aparelhozinho () o projector de viacutedeo [Joatildeo]

Resumimos no quadro 417 os indicadores do discurso dos nossos entrevistados

acerca da sua formaccedilatildeo inicial em TIC e sobre qual a sua relaccedilatildeo com a PP

DIMENSOtildeES bullbullV bull EgraveNTOEVISTAacuteDOS

APRENDER AN I ES DE CHEGAR Agrave P P

Permitem aprender antes de chegar agrave praacutetica Elisa

Apoio nas aulas de Matemaacutetica Elisa

A P O I O NAS AULAS DA PP

Ajudam a dar aulas diferentes da tradicionais Judite A P O I O NAS AULAS

DA PP Ajudam a estar mais agrave vontade com as TIC na PP Eduarda

Possibilidade de utilizar programas de computador com os alunos de 2 Ciclo Elisa 1 Leonor

Permitem pocircr em praacutetica o uso do computador Anabela

Permitem realizar actividades de investigaccedilatildeo Anabela

Conhecimento praacutetico Joatildeo

Quadro 417 - Subcategoria Relaccedilatildeo com a Praacutetica Pedagoacutegica

Siacutentese da Categoria Destaque das TIC na formaccedilatildeo inicial

No que diz respeito a esta categoria os alunos-professores referem na subcategoria

Disciplinas que contemplaram as TIC cinco disciplinas nas quais afirmam que foi

dado destaque agraves TIC Contudo importa salientar que nem todos os entrevistados fazem

175

menccedilatildeo agraves cinco disciplinas embora pertencessem todos eles agrave mesma turma Assim

apenas duas das disciplinas foram apontadas por todos os entrevistados como tendo dado

destaque agraves TIC a saber Algoritmos e Computaccedilatildeo e Geometria Trecircs dos alunos-

professores referem ainda a disciplina de MGTE (Metodologia Geral e Tecnologia

Educativa)

Quanto aos Conteuacutedos contemplados subcategoria da mesma categoria os

entrevistados mencionam principalmente programas informaacuteticos com destaque para o

programa de Geometria dinacircmica no computador o Geometeis Sketchpad da disciplina

Geometria e para o programa Excel fazendo ainda referecircncia aos programas Word Power

Point e a outro programa especiacutefico de linguagem matemaacutetica

Para aleacutem dos programas informaacuteticos trecircs alunos-professores fazem menccedilatildeo ao

conteuacutedo de uma das disciplinas referidas cujo destaque foi abordar a importacircncia das

TIC ainda que apenas na teoria

No que diz respeito agrave Relaccedilatildeo com a PP subcategoria ainda da mesma

categoria os sujeitos do nosso estudo afirmam tendencialmente que as aprendizagens

relacionadas com as TIC foram uacuteteis para aplicarem na sua PP fazendo referecircncia a alguns

dos aspectos pelos quais consideram importante utilizar as TIC Assim justificam a

importacircncia desse apoio com a possibilidade de utilizar programas informaacuteticos com os

seus alunos de 2reg Ciclo ou com o facto de estarem mais agrave vontade com as TIC na sua PP

entre outros aspectos

CATEGORIA VALOR ATRIBUIacuteDO Agrave FORMACcedilAtildeO EM T I C

No que diz respeito a esta categoria e subcategoria (com a mesma designaccedilatildeo) a

anaacutelise dos dados permitiu-nos organizar os indicadores em duas dimensotildees de anaacutelise

Insatisfaccedilatildeo e Satisfaccedilatildeo

176

Assim os nossos entrevistados foram unacircnimes nas suas respostas Eacute perceptiacutevel

no discurso de cada um dos alunos-professores que na sua opiniatildeo a formaccedilatildeo iniciai no

acircmbito das TIC foi pouco explorada No entanto todos eles satildeo tambeacutem contidos nas

palavras usando eufemismos e chegando alguns deles a uma quase contradiccedilatildeo

Assim na opiniatildeo de Elisa poderiam ter aprendido mais no acircmbito das TfC ou

mesmo ter desenvolvido outros programas

Por exemplo haacute programas que provavelmente noacutes poderiacuteamos ter aprendido mais () Tratamento de imagens que aprendi posteriormente agora com outros colegas de outras escolas penso que podiacuteamos desenvolver uma vez que noacutes tambeacutem trabalhamos muito imagens e para testes e para fichas e mesmo para apresentaccedilotildees programas de tratamento de imagens e situaccedilotildees era interessante Mesmo a exploraccedilatildeo de outros programas de computador era engraccedilado noacutes desenvolvermos [Elisa]

Contudo na tentativa de ser comedida quase se contradiz no seu discurso

Mesmo assim penso que jaacute na nossa aacuterea jaacute eacute muito bom as disciplinas que tivemos Mas penso que podiacuteamos desenvolver outros programas ah na aacuterea de computador [Elisa]

Quanto a Judite eacute de opiniatildeo que cada aluno deve construir a sua proacutepria formaccedilatildeo

no sentido de procurar saber e procurar conhecer

acho que noacutes eacute que temos que construir a nossa proacutepria formaccedilatildeo eu acho que se noacutes natildeo procurarmos natildeo encontramos Se quisermos saber mais de uma coisa temos que procurar saber e procurar conhecer () Isso cabe a cada um Se eles se ficam soacute por aqui agora haacute outros que natildeo que vatildeo mais aleacutem que tentam saber outras coisas aprender a funcionar com mais estrateacutegias [Judite]

Tal como Elisa Eduarda tambeacutem eacute de opiniatildeo que poderiam ter aprendido mais no

acircmbito das TIC como nos confessa eu jaacute sabia coisas de computadores jaacute sabia eu

Claro havia outras que ainda natildeo que aprendi aqui mas acho que poderia ser um

bocadinho mais [Eduarda]

177

Contudo tal como os outros entrevistados Eduarda eacute moderada no seu discurso

Mas tambeacutem noacutes eacute Matemaacutetica e Ciecircncias tambeacutem natildeo eacute preciso mais Eu acho que

natildeo eacute preciso mais do que noacutes aprendemos Acho que aquilo chega [Eduarda]

Parecendo no entanto muito pouco convicta desta afirmaccedilatildeo realccedila a ideia de

poderiam ter aprendido mais como nos diz mas pronto poderia ser um bocadinho mais

jaacute que eu gosto de informaacutetica (risos) gosto de saber sempre mais coisas [Eduarda]

Em relaccedilatildeo a Leonor quando lhe perguntaacutemos qual a sua opiniatildeo acerca da sua

formaccedilatildeo inicial em TIC esta respondeu-nos com alguma diplomacia dizendo-nos que

ainda natildeo precisou de pedir auxiacutelio a ningueacutem em relaccedilatildeo agraves TIC que ihe era suficiente o

que sabia tal como evidencia o seguinte excerto

Depende de muitas coisas pelo menos ateacute agora que eu precisei de fazer nas aulas foi o que eu sabia Ainda natildeo precisei de ir pedir a algueacutem que me ensinasse ateacute agora ainda natildeo precisei Porque as coisas que trabalhei com os alunos ateacute agora foram coisas que eu sabia Por isso Mas foi aprendi muitas coisas na escola [Leonor]

Natildeo sendo muito convincente naacutes palavras Anabela eacute de opiniatildeo que a sua

formaccedilatildeo inicial em TIC foi suficiente pois diz-nos que teve duas cadeiras deste acircmbito

No entanto esta resposta eacute contraditoacuteria pois na subcategoria ^Disciplinas da categoria

Aspectos de destaque das TIC na formaccedilatildeo inicial Anabela havia referido trecircs

disciplinas Entatildeo diz-nos

Penso que sim acho que sim que foi suficiente ainda tivemos 2 cadeiras

[Anabela]

No que diz respeito a Joatildeo o nosso entrevistado agrave semelhanccedila dos restantes afirma

que a sua formaccedilatildeo iniciai em TIC foi suficiente Poreacutem faz uma salvaguarda referindo

que foi suficiente para o momento do final do curso em que diz natildeo sentir necessidade de

178

conhecer outros conteuacutedos que gostasse de ter trabalhado acabando por considerar que a

referida formaccedilatildeo foi pouco explorada

Quer dizer agora se calhar acho que foi suficiente porque natildeo me foi dado a conhecer mais nada Por isso penso que eacute suficiente Digo eu Porque eu agora natildeo estou a ver natildeo me estou a lembrar de mais nada que diga assim gostava mesmo de ter aprendido a trabalhar nisto ou naquilo para conseguir fazer isto ou aquilo que eu vi ali ou que eu vi na televisatildeo [Joatildeo]

Contudo refere

Apesar de eu achar que foi uma coisa que foi pouco explorada penso que foi pouco explorada mas ao mesmo tempo penso que foi suficiente Porque natildeo estou a ver onde eacute que possa utilizar mais nada [Joatildeo]

O quadro 418 organiza os indicadores das ideias dos nossos entrevistados acerca

do valor atribuiacutedo agrave sua formaccedilatildeo inicial em TIC

bull V - INDICcedilADOMS 1 E M ^ Y I S T A D O S f

Poderiacuteamos ter aprendido mais Elisa 1 Eduarda

INSATISFACcedilAtildeO - bull

Podiacuteamos ter desenvolvido outros programas Elisa

A formaccedilatildeo em TIC foi pouco explorada Joatildeo 1

SATISFACcedilAtildeO

Noacutes eacute que temos que construir a nossa proacutepria formaccedilatildeo 1 Judite

SATISFACcedilAtildeO Ainda natildeo precisei de pedir a ningueacutem que me ensinasse j Leonor

Acho que foi suficiente j Anabela [ Joatildeo

Quadro 418 - Subcategoria Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC

Siacutentese da Categoria Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC

Em relaccedilatildeo a esta categoria os nossos entrevistados foram unacircnimes embora tendo

dado respostas um pouco diferentes Eacute perceptiacutevel no discurso de cada um dos alunos-

professores que na sua opiniatildeo a formaccedilatildeo inicial no acircmbito das TIC foi pouco explorada

No entanto todos eles satildeo tambeacutem contidos nas palavras usando eufemismos e chegando

alguns deles a uma quase contradiccedilatildeo

179

Assim os alimos-professores respondem tendencialmente que a sua formaccedilatildeo em

TIC foi suficiente e como tal estatildeo satisfeitos Contudo trecircs dos nossos entrevistados

deixam passar a ideia de que podiam ter aprendido mais no acircmbito das TIC expressando a

sua insatisfaccedilatildeo pois como afirma a formaccedilatildeo em TIC foi pouco explorada (Joatildeo)

Destacamos ainda outra afirmaccedilatildeo noacutes eacute que temos que construir () a nossa

proacutepria formaccedilatildeo () temos que procurar saber e procurar conhecer (Judite) A este

propoacutesito Praia (1998 p l61) pronuncia-se deste modo os professores tecircm que assumir-se

como produtores da e na sua proacutepria profissatildeo

Na nossa opiniatildeo os alunos adquirem na escola de formaccedilatildeo inicial imia

preparaccedilatildeo baacutesica no acircmbito das TIC que proporciona ao professor conhecimento do

modo de usar estas novas tecnologias e promover a confianccedila na relaccedilatildeo com elas (Ponte

1998 p l71) Tal como defendem Ponte e Serrazina (1998 p10-11) seria um erro querer

fazer de todo o novo professor um especialista em novas tecnologias ( ) a

responsabilidade da formaccedilatildeo inicial eacute proporcionar as bases para o desempenho da sua

actividade profissional Assim partilhamos com Ponte e Serrazina (1998) a opiniatildeo de

que o professor deveraacute procurar uma actualizaccedilatildeo de conhecimentos e competecircncias

ultrapassando assim as dificuldades que possam surgir

CATEGORIA POTENCIALIDADES RECONHECIDAS AgraveS T I C

Em relaccedilatildeo a esta categoria e subcategoria (com o mesmo nome) a anaacutelise dos

dados permitiu-nos agrupar os indicadores nas seguintes dimensotildees de anaacutelise As TIC

como um recurso no ensino Motivaccedilatildeo e ludicidade e Utilizaccedilatildeo das TIC por

todos os alunos

Elisa que defende que eacute cada vez mais importante utilizar as TIC no ensino aponta

essencialmente quatro motivos para o justificar e que se relacionam com o facto de na sua

180

opiniatildeo os alunos estarem cada vez mais relacionados com as TIC cuja utilizaccedilatildeo lhes

permite diversatildeo e com o facto de as TIC promoverem uma renovaccedilatildeo da educaccedilatildeo isto eacute

aulas diferentes que motivam os alunos como se percepciona no seu discurso

Cada vez mais exactamente porque os alunos tambeacutem cada vez mais estatildeo interligados com o computador e aquela maquininha para eles eacute tudo Porque eles divertem-se imenso com ele [Elisa]

E acrescenta

E eu acho que tambeacutem haacute que criar uma renovaccedilatildeo na educaccedilatildeo natildeo soacute o tiacutepico caderno diaacuterio e livro mas criar situaccedilotildees diferentes e aulas diferentes que eu acho que para eles eacute muito motivador e cria uma aprendizagem diferente Por isso as TIC satildeo muito importantes E cada vez mais eles estatildeo interligados a elas [Elisa]

Na opiniatildeo de Judite que tambeacutem defende que eacute importante utilizar as TIC no

ensino os alunos ficam logo agrave partida mais motivados Esta ideia eacute evidenciada no

seguinte transcrito

Hmm acho que sim porque eles agrave partida ficam logo motivados Por exemplo no caso dos computadores eles adoram aquilo Para eles o computador eacute tudo e eles passam muito tempo nos computadores a jogar e na Internet e se noacutes utilizarmos o computador na sala de aula acho que eles estatildeo muito mais motivados fazem coisas diferentes que natildeo fazem em casa [Judite]

Eduarda tal como os restantes entrevistados tambeacutem eacute de opiniatildeo que eacute importante

utilizar as TIC no ensino Esta aluna-professora considera que os alunos gostam de utilizar

o computador e como tal prestam mais atenccedilatildeo agrave mateacuteria concluindo que utilizar o

computador eacute uma boa forma de ensinar como eacute notoacuterio no excerto que transcrevemos

Porque agora nestes dias utiliza-se muito o computador e as crianccedilas agora tambeacutem jaacute vatildeo por elas agrave Internet pesquisar coisas utilizar programas e entatildeo aleacutem delas gostarem e ateacute prestam atenccedilatildeo ao que se estaacute a dar aleacutem delas mexerem e no computador e parecerem que estatildeo que natildeo estatildeo com atenccedilatildeo estatildeo com atenccedilatildeo Elas estatildeo com atenccedilatildeo e elas aprendem [Eduarda]

181

Pelo que conclui E acho que sim acho que eacute uma boa forma de ensinar com o

computador [Eduarda]

Quanto a Leonor justifica a sua ideia de que eacute importante utilizar as TIC no ensino

pelo facto de estas se poderem utilizar como motivaccedilatildeo por exemplo ou mesmo para

esclarecer duacutevidas oacuteu trabalhar determinados temas como percebemos nas suas palavras

penso que noacutes podemos aproveitar ateacute duacutevidas que eles tragam para a sala de aula e conduzi-los agrave sala de informaacutetica () podemos aproveitar sempre como motivaccedilatildeo para esclarecer duacutevidas () natildeo soacute como motivaccedilatildeo mas para esclarecer duacutevidas para trabalhar temas unidades diferentes eacute sempre bom [Leonor]

Apesar de considerar que se podem utilizar as TIC para diferentes finalidades

Leonor adverte para o seguinte

natildeo podemos soacute noacutes sabemos que logo a Internet tem imensa informaccedilatildeo e tambeacutem sabemos que os nossos alunos utilizam muito a Internet e () muitas das vezes tecircm dificuldade em seleccionar a informaccedilatildeo [Leonor]

Por sua vez Anabela considera que utilizar as TIC no ensino eacute uma forma diferente

de dar uma aula como se destaca no seguinte excerto

E outra forma diferente de dar uma aula Sair do ambiente normal de sala de aula e ir para outro ambiente que eacute diferente onde haacute computadores eacute importante [Anabela]

Para aleacutem desta ideia Anabela realccedila que o facto de se utilizar o computador no

ensino permite que alunos que natildeo tenham computador em casa possam desta forma

utilizar este recurso

Tambeacutem () apesar de hoje em dia eles jaacute terem acesso aos computadores agrave Internet ateacute jaacute saberem agraves vezes muito mais que noacutes () acerca de vaacuterios assuntos mas haacute crianccedilas que nem sempre tecircm a relaccedilatildeo ou podem ter oportunidade de ter um computador Eu acho que eacute positivo tambeacutem por essa parte [Anabela]

182

Na opiniatildeo do nosso entrevistado Joatildeo a tecnologia eacute nota dominante da

actualidade por isso eacute cada vez mais importante utilizar as TIC no ensino como eacute notoacuterio

nos excertos que transcrevemos Acho que cada vez mais eacute importante [utilizar as TIC no

ensino] Porque hoje em dia praticamente tudo funcionamos soacute agrave base de tecnologias

mais nada [Joatildeo]

E prevecirc que no futuro seja assim Eu acho que daqui por uns anos quando o

governo tiver dinheiro cada aluno vai ter um computador na secretaacuteria e vai trabalhar eacute a

partir do computador [Joatildeo]

O quadro 419 apresenta em siacutentese as principais potencialidades reconhecidas agraves

TIC pelos alunos-professores

I j f ^ - D I M E N S Otilde E S - bull bull f - ^ i ^ y - i c i i i INDICADORES I EMR^visTAtildeDoacutes

As TIC podem ser utilizadas para esclarecer duacutevidas Leonor

As TIC podem ser utilizadas para abordar temas Leonor

1 A s T I C COMO UM As TIC proporcionam aulas diferentes Elisa 1 Anabela

RECURSO NO ENSINO Os alunos estatildeo cada vez mais ligados ao computador Elisa 1

As TIC promovem uma renovaccedilatildeo na educaccedilatildeo j Elisa 1

Utilizar 0 computador eacute uma boa forma de ensinar 1 Eduarda

Hoje em dia tudo funciona agrave base de tecnologias | Joatildeo

As TIC motivam os alunos j Elisa 1 Judite Leonor

M O T I V A Ccedil Atilde O E Os alunos gostam de utilizar o computador j Eduarda

LUDICROADE Os alunos prestam mais atenccedilatildeo agrave mateacuteria ao utilizar o 1 computador j Eduarda

Os alunos divertem-se ao utilizar o computador Elisa

UTILIZACcedilAtildeO DAS T I C POR TODOS OS ALUNOS

Utilizar 0 computador no ensino permite que as j crianccedilas que natildeo teacutem computador o utilizem | Anabela

Quadro 419 - Subcategoria Potencialidades reconhecidas agraves TIC

183

Siacutentese da Ca tegor i a Potencial idades reconhecidas agraves T I C

De acordo com a anaacutelise dos dados em relaccedilatildeo a esta categoria os alunos-

professores concordam que eacute importante utilizar as TIC no ensino Quanto agraves justificaccedilotildees

de tal opiniatildeo dividem-se Tendencialmente as TIC satildeo apontadas como ura recurso no

ensino proporcionam aulas diferentes podendo ser utilizadas para abordar temas ou

esclarecer duacutevidas Os alunos-professores entendem ainda a utilizaccedilatildeo das TIC como um

recurso no ensino considerando que as TIC promovem uma renovaccedilatildeo na educaccedilatildeo

constituindo a utilizaccedilatildeo do computador uma boa forma de ensinar

Para aleacutem deste aspecto os sujeitos intervenientes nonosso estudo consideram que

as TIC motivam os alunos chegando mesmo uma das entrevistadas a defender que alunos

prestam mais atenccedilatildeo agrave mateacuteria se utilizarem o computador

Satildeo vaacuterios os autores que advogam que o uso das TIC no ensino em particular no

ensino das Ciecircncias podem motivar alunos e professores e ajudar na aprendizagem De

acordo com Praia (1998) a utilizaccedilatildeo de TIC em particular da Internet no acircmbito das

Ciecircncias fomenta a curiosidade motiva para o estudo entre outras vantagens apontadas

por este autor No entanto tal como nos diz devemos entender a utilizaccedilatildeo das TIC como

um recurso didaacutectico complementar e suplementar de outros recursos mais tradicionais

(Praia 1998p l66)

De uma forma geral eacute hoje consensual que a utilizaccedilatildeo das TIC permite tirar

proveito de determinadas ferramentas na sala de aula Contudo e este eacute um ponto central

da nossa investigaccedilatildeo natildeo podemos cair em extremismos ou tecnicismos

CATEGORIA RECURSO AgraveS T I C NA PRAacuteTICA PEDAGOacuteGICA

Em relaccedilatildeo a esta categoria estabelecemos duas subcategorias designadamente

Acesso agraves T I C e Exemplos de utilizaccedilatildeo das T I C

184

Para a subcategoria Acesso agraves T IC distribuiacutemos os indicadores por duas

dimensotildees de anaacutelise nomeadamente Faacuteci l acesso e Difiacutecil acesso

Nesta subcategoria os alunos-professores referiram-se ao acesso agraves TIC que lhes eacute

permitido nas suas escolas de Praacutetica Pedagoacutegica Os nossos entrevistados reportam-se ao

uso do computador e de salas de informaacutetica A maioria tem acesso sem muitas restriccedilotildees

a uma sala de informaacutetica com computadores e ligaccedilatildeo agrave Internet Por outro lado duas

alunas-professoras descrevem este acesso como dificultado por exemplo com passwords

Assim na escola de Elisa eacute faacutecil aceder agraves salas de informaacutetica que satildeo duas como

nos diz Sim Noacutes temos duas salas de informaacutetica temos uma sala de computadores soacute

para professores e haacute alguma facilidade em que os alunos acedam [Elisa]

Tendo realizado Praacutetica Pedagoacutegica numa escola que privilegia o acesso agraves TIC

Elisa refere que os seus alunos tinham uma aula suplementar de apoio a Matemaacutetica

intercalada com uma aula de informaacutetica como se destaca no seguinte excerto

noacutes temos uma meia hora metade da turma que todas as semanas de 15 em 15 dias tem uma aula de informaacutetica e a outra metade tem uma aula de Matemaacutetica que eacute uma aula que serve de apoio ou seja eles tecircm praticamente 5 horas de Matemaacutetica por norma soacute deveriam ter 4 Entatildeo eles fizeram metade dos alunos tem Matemaacutetica () uma aula de apoio e a outra metade tem uma aula de informaacutetica ou seja eles estatildeo a criar algum desenvolvimento na aacuterea da informaacutetica [Elisa]

A par deste uso fomentado das TIC na sua escola de Praacutetica Pedagoacutegica Elisa

acrescenta que eacute necessaacuterio criar regras de trabalho aos alunos

os alunos cada vez mais cedo [usam as TIC] tambeacutem aprendem em casa soacute que por vezes eu acho que eacute necessaacuterio dar-lhes algumas regras tambeacutem de como trabalhar [Elisa]

Reforccedilando de certa forma a tendecircncia para valorizar o uso das TIC naquela

escola e a sua proacutepria ideia Elisa diz o seguinte por isso eacute cada vez mais importante

trabalhar nas TIC [Elisa]

185

Quanto a Judite tem uma experiecircncia completamente diferente de Elisa no que diz

respeito ao acesso agraves TIC na sua escola de Praacutetica Pedagoacutegica constituindo o acesso agrave sala

de informaacutetica uma verdadeira burocracia segundo nos diz

Muito mau [ograve acesso agraves TIC] () tecircm passwords em todos os computadores depois se noacutes queremos ir ao computador os nossos professores datildeo-nos a password e agraves vezes as passwords deles natildeo entram ou entatildeo se entram natildeo tecircm Internet ou () agraves vezes desaparecem peccedilas dos computadores noacutes vamos com eles aos computadores e eles natildeo tecircm peccedilas () Mas ateacute temos uma sala de informaacutetica boa relativamente porque temos ADSL nos computadores soacute que depois o acesso eacute sempre uma burocracia [Judite]

Eduarda que realizou Praacutetica Pedagoacutegica na mesma escola que Judite tambeacutem

refere que as condiccedilotildees para o acesso agraves TIC natildeo satildeo as melhores No entanto diz-nos em

jeito de gracejo

Acho que haacute escolas piores (risos) Tecircm acesso agrave Internet na biblioteca e na sala dos computadores Os computadores na sala dos computadores () Podiam estar um bocadinho mais em condiccedilotildees portanto natildeo estarem tatildeo estragados [Eduarda]

Leonor que foi colega de Praacutetica Pedagoacutegica de Judite na mesma escola reforccedila a

dificuldade de acesso agrave sala de informaacutetica mas no que diz respeito agrave incompatibilidade de

horaacuterios entre o horaacuterio dos alunos e a disponibilidade da sala de informaacutetica pelo facto de

ser apenas uma sala de informaacutetica para muitas turmas Assim a soluccedilatildeo seguindo nos diz

eacute planificar as aulas com antecedecircncia

uma sala de informaacutetica para n turmas satildeo muitas turmas e eacute sempre complicado arranjar um espaccedilo compatiacutevel com o horaacuterio deles na sala de informaacutetica mas vai-se arranjando Ateacute agora como planeio sempre as aulas planifico as aulas com antecedecircncia sei () quando eacute que () pretendo levar os alunos agrave sala de informaacutetica e requisito sempre a sala com antecedecircncia por isso ateacute agora ainda natildeo tive assim muitas dificuldades [Leonor]

Segundo nos diz Anabela na sua escola de Praacutetica Pedagoacutegica o acesso agraves TIC eacute o

desejaacutevel apesar de nunca ter utilizado a sala de informaacutetica Tenho [acesso agraves TlCj Sim

eacute o desejaacutevel apesar de nunca ter posto em praacutetica [Anabela]

186

Tambeacutem Joatildeo refere que na sua escola de Praacutetica Pedagoacutegica o acesso agraves TIC eacute

facilitado como nos diz Tenho por acaso facilidade E faacutecil o acesso [Joatildeo]

Resumimos no quadro 420 os indicadores para a subcategoria Acesso agraves TIC

DIMENSOtildeES - INDICADORES ] ENTREVISTADOS

Temos duas salas de informaacutetica Elisa

F Aacute C I L ACESSO

Haacute alguma facilidade em que os alunos acedam 1 Elisa

F Aacute C I L ACESSO

Temos o acesso desejaacutevel 1 Anabela

Temos facilidade de acesso j Anabela Joatildeo

Existe apenas uma sala de informaacutetica para muitas turmas 1 Leonor

D I F Iacute C I L ACESSO 0 acesso eacute sempre uma burocracia 1 Judite

Acho que haacute escolas piores j Eduarda

Quadro 420 - Subcategoria Acesso agraves TIC

Em relaccedilatildeo agrave subcategoria Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC emergiram da

anaacutelise dos dados duas dimensotildees da anaacutelise designadamente Recurso a programas

informaacuteticos e Aulas sem recurso agraves TIC

Perguntaacutemos aos nossos entrevistados acerca da utilizaccedilatildeo que fazem ou natildeo das

TIC nas suas aulas na PP Nos casos afirmativos pedimos aos alunos-professores que nos

dessem exemplos dessas aulas Dado que na nossa pergunta natildeo nos restringimos agrave

disciplina de Ciecircncias da Natureza os nossos entrevistados fizeram tambeacutem referecircncia agrave

disciplina de Matemaacutetica uma vez que tal como jaacute referimos os nossos sujeitos satildeo

alunos em PP da variante de Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza

Elisa referiu que utiliza as TIC nas suas aulas na PP Contudo acrescentou que

regra geral essa utilizaccedilatildeo eacute feita apenas por ela enquanto professora e natildeo pelos seus

alunos Como exemplos indicou-nos que tem feito apresentaccedilotildees em Power Point e pedido

187

aos seus alunos para efectuarem pesquisas na Internet embora j aacute natildeo na aula Os excertos

que transcrevemos ilustram estes exemplos

ateacute agora tenho sido eu a utilizar e natildeo eles a mexerem ou seja noacutes levamos o trabalho para apresentar e eacute apresentado Ainda natildeo tivemos uma aula em que sejam eles a trabalhar nas TIC ()

Apresentaccedilotildees de Power Point e pouco mais temos feito a niacutevel de TIC Temos pedido tambeacutem para eles pesquisarem temas na Internet mas natildeo dentro da aula ou seja noacutes damos-lhe o tema e eles pesquisam [Elisa]

Tambeacutem Judite nos diz que utiliza nas suas aulas na PP o projector de viacutedeo para as

apresentaccedilotildees em Power Point e daacute-nos dois exemplos concretos uma aula de Matemaacutetica

e uma aula de Ciecircncias da Natureza

A aula de amanhatilde [de Matemaacutetica] vai ser trabalho numa folha de caacutelculo do Excel sobre dados estatiacutesticos organizaccedilatildeo de dados estatiacutesticos Eles vatildeo construir uma tabela no Excel fazer graacuteficos vaacuterios tipos de graacuteficos vatildeo analisar esse tipo de graacuteficos porque eles natildeo gostam nada de os desenhar agrave matildeo eles acham aquilo uma seca [Judite]

Quanto a aula de Ciecircncias da Natureza Judite exemplifica

Utilizo muito o projector de viacutedeo eu vou dar um exemplo () Fizemos uma apresentaccedilatildeo de Power Point () sobre a alimentaccedilatildeo em que explicaacutevamos por exemplo o que eram os nutrientes depois temos sempre imagens alusivas ao tema que estamos a tratar e eles estatildeo sempre entusiasmados para isso [Judite]

Quanto a Eduarda agrave semelhanccedila das duas entrevistas que j aacute referimos para esta

subcategoria tambeacutem nos descreveu duas aulas uma de Matemaacutetica e uma outra de

Ciecircncias da Natureza em que utilizou as TIC nomeadamente em apresentaccedilotildees Power

Point que incluiacuteam dois jogos E conta-nos em que consistiram essas aulas agraves vezes sim

[utilizo as TIC nas aulas na PP] () Jaacute fiz duas aulas nos computadores () em

Matemaacutetica e em Ciecircncias [Eduarda]

E a aula de Matemaacutetica foi assim

Em Matemaacutetica era um jogo em que eles tinham de responder correctamente agraves perguntas que lhes eram apresentadas Eram perguntas de escolha muacuteltipla e

188

entatildeo eles clicavam na resposta que eles achavam que estava correcta e entatildeo ai ou apresentava que estava errado ou entatildeo que estava certo E entatildeo se estava certo avanccedilava para a proacutexima Se estivesse errado voltava agrave mesma e teria que acertar Depois no final de terem respondido chegavam aos 100 pontos porque eles estavam por niacuteveis e entatildeo ao passar o niacutevel ficavam com pontos Ao chegar aos 100 pontos tinham uma recompensa que era um joguito (Risos) () Eles gostaram muito e entatildeo perguntaram Ah e quando eacute que haacute mais Noacutes gostamos disto [Eduarda] Quanto agrave aula de Ciecircncias da Natureza conta-nos o seguinte

a Ciecircncias ()fi)i para ensinar a respiraccedilatildeo dos peixes () Fui eu que fiz tanto o outro jogo como este () Entatildeo apresentava na paacutegina foi no Power Point fi^i o 1deg diapositivo que tinha vaacuterias escolhas como eacute que era constituiacutedo o sistema respiratoacuterio dos peixes como eacute que se dava a hematose branquial e curiosidades e era outra coisa que tambeacutem jaacute natildeo me lembro E entatildeo eles clicavam nas vaacuterias zonas Eles iam agrave constituiccedilatildeo do sistema respiratoacuterio viam como eacute que era aquilo tudo depois voltavam agrave paacutegina inicial Depois iam agraves outras escolhas pronto Depois no final tinham uma ficha em que no final natildeo tinha-lhes dado jaacute no iniacutecio tambeacutem em que eles iam escrevendo as respostas e no fim das respostas escreviam () Foram as duas bem sucedidas Eles gostaram e aprenderam [Eduarda]

E acrescenta Utilizei as imagens dos livros e de Internet mas fui eu que fiz tanto

jogo como o outro Em Power Point os dois [Eduarda]

Em relaccedilatildeo agrave nossa entrevistada Leonor contou-nos que utiliza as TIC nas suas

aulas na PP sobretudo nas de Matemaacutetica Em relaccedilatildeo agraves Ciecircncias referiu que uma vez

que o conteuacutedo que estaacute a abordar eacute a circulaccedilatildeo natildeo precisou de utilizar as TIC tal como

nos diz Matemaacutetica e Ciecircncias utilizo sempre [as TlCj Como jaacute disse () a trabalhar

Estatiacutestica eacute sobretudo a Matemaacutetica que tenho trabalhado com eles [em TlCj [Leonor]

Quanto agraves Ciecircncias da Natureza refere Como andamos a dar agora a circulaccedilatildeo

() natildeo precisei dos laacute levar [Leonor]

A aluna-professora Anabela disse-nos a propoacutesito das utilizaccedilatildeo das TIC nas suas

aulas na PP que nunca foi para a sala de informaacutetica com os seus alunos Sim eacute o

189

desejaacutevel [o acesso agraves TIC] apesar de nunca ter posto em praacutetica nunca ter ido para a

sala de informaacutetica [Anabela]

Quanto ao nosso entrevistado Joatildeo contou-nos tambeacutem a este propoacutesito que

utilizou poucas vezes as TIC nas suas aulas na PP mas referiu tambeacutem que fez

apresentaccedilotildees Power Point como podemos ler no seguinte excerto Utilizei poucas vezes

[as TIC nas aulas na PP] Poucas vezes Utilizei o Power Point para mostrar () um

jogo salvo erro [Joatildeo]

O quadro 421 organiza os exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC referidos pelos nossos

entrevistados

1 F Iacute Egrave N T R E Y I ^ Atilde D O I ^

R E C U R S O A P R O G R A M A S Temos feito apresentaccedilotildees em Power Point j Elisa 1 Judite

1 Eduarda | Joatildeo INFORMAacuteTICOS B Tenho trabalhado a Estatiacutestica (no Excel) nas aulas

1 de Matemaacutetica 1 Leonor

AULAS S E M RECURSO AgraveS T I C

1 Nunca utilizei a sala de informaacutetica 1 Anabela

Quadro 421 - Subcategoria Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC

Siacutentese da Categoria Recurso agraves TIC na Praacutetica Pedagoacutegica

A partir da anaacutelise dos dados da subcategoria Acesso agraves TIC pertencente a esta

categoria podemos inferir que trecircs das entrevistadas tecircm na escola onde realizam a PP

um acesso agrave sala de informaacutetica com algumas restriccedilotildees Assim duas alunas-professoras

descrevem este acesso como dificultado por exemplo pela existecircncia de passwords de

que natildeo dispotildeem ou por existecircncia de equipamento danificado De referir o facto de que

duas entrevistadas (Judite e Leonor) satildeo colegas de grupo de PP na mesma escola e para

aleacutem delas tambeacutem outra (Eduarda) que realizou PP na mesma escola se referiu a este

acesso agrave sala de informaacutetica como natildeo sendo dos melhores

190

Em relaccedilatildeo aos restantes trecircs alunos-professores este acesso agrave sala de informaacutetica

acontece praticamente sem muitas restriccedilotildees tendo agrave disposiccedilatildeo computadores e ligaccedilatildeo agrave

Internet

Quanto agrave subcategoria Exemplos de uti l izaccedilatildeo das T I C da mesma categoria

pedimos aos alunos participantes neste estudo que se pronunciassem acerca da utilizaccedilatildeo

que fazem ou natildeo das TIC nas suas aulas na PP Nos casos em que utilizam pedimos aos

alunos-professores que nos dessem exemplos dessas aulas Dado que na nossa pergunta

natildeo nos restringimos agrave disciplina de Ciecircncias da Natureza os nossos entrevistados fizeram

tambeacutem alguma menccedilatildeo agrave disciplina de Matemaacutetica uma vez que tal como jaacute referimos

os nossos sujeitos satildeo alunos em PP da variante de Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza

Dos exemplos apontados pelos entrevistados do uso das TIC nas suas aulas da PP

quase todos fazem referecircncia ao recurso a programas informaacuteticos em particular ao

programa Power Point especiacutefico para apresentaccedilotildees e ao uso do necessaacuterio projector

Apenas uma das nossas entrevistadas afirma nunca ter feito uso das TIacuteC nas suas aulas da

PP

191

425 - Articulaccedilatildeo entre o TE e as TIC

CATEGORIA REALIZACcedilAtildeO DE T E COM RECURSO AgraveS T I C

Para esta categoria definimos duas subcategorias a saber Exemplos de TIC

como um recurso para o TE e Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de T E com recurso agraves

TIC Tal como na subcategoria Exemplos de utilizaccedilatildeo das TIC da categoria anterior

e como natildeo limitaacutemos a nossa pergunta agrave disciplina de Ciecircncias da Natureza os nossos

entrevistados fizeram tambeacutem menccedilatildeo agrave disciplina de Matemaacutetica uma vez que tal como

jaacute referimos os nossos sujeitos satildeo alunos em PP da variante de Matemaacutetica e Ciecircncias da

Natureza e desenvolvem a sua PP nas duas disciplinas

Assim no que diz respeito agrave subcategoria Exemplos de TIC como um recurso

para o TE os alunos-professores indicam diversos exemplos de como podem tirar

partido das TIC no TE pelo que constituiacutemos seis dimensotildees de anaacutelise a saber

Programas informaacuteticos Internef Viacutedeos ^Flexcam Sensores ligados ao

computador e Projector de Slides

A nossa entrevistada Elisa que se refere a Matemaacutetica e a Ciecircncias da Natureza daacute

como exemplo para a segimda disciplina o projector ligado ao computador

temos o projector ligado ao computador podemos projectar na parede e colocar agrave disposiccedilatildeo de todos os alunos e explicar a todos () por exemplo nas apresentaccedilotildees [Elisa]

Judite daacute-nos como exemplos de TIC como um recurso para o TE a utilizaccedilatildeo de

sites na Internet que permitem a realizaccedilatildeo de actividades interactivas

com a Internet agraves ypezes haacute sites que tecircm no outro dia as minhas colegas fizeram essa experiecircncia sobre o que era o soluto o que era o solvente e havia um site muito engraccedilado para isso em que eles iam seguindo os passos iam clicando e depois o trabalho ia-se desenrolando e eles no fim tinham que tirar conclusotildees tinham um protocologuiatildeo () tinham o material eles tinham que dar a indicaccedilatildeo ao material depois () iam-se desenvolvendo perguntas uma ficha consoante os passos que eles iam tendo e acho que eles ficaram ficaram a perceber bem como eacute que funciona Porque depois claro aquilo na Internet era tudo animado eles

192

viam mesmo o accediluacutecar a desfazer-se e depois aquilo com cores claro viu-se perfeitamente [Judite]

Para aleacutem dos sites na Internet Judite indica tambeacutem como outro exemplo de TIC

como um recurso para o TE a utilizaccedilatildeo de viacutedeos para ilustrar Trabalhos Experimentais

tal como constatamos no transcrito que se segue Agora () os manuais deles jaacute trazem

mas eacute por viacutedeo Os Trabalhos Experimentais em viacutedeo eles vatildeo vendo e vatildeo fazendo

[Judite]

Apresenta ainda um outro exemplo uma cacircmara ligada a um microscoacutepio que por

sua vez se encontra ligado a uma televisatildeo Este conjunto permite natildeo soacute ampliar imagens

(atraveacutes do microscoacutepio) como tambeacutem mostraacute-las na televisatildeo para toda a turma como

nos diz Judite

agora eacute observaccedilatildeo de sangue eles observaram () uma preparaccedilatildeo no microscoacutepio com flexcam eles a verem na televisatildeo () A flexcam eacute () uma camarazinha que tem uma ocular depois a ocular da cacircmara liga-se agrave ocular do microscoacutepio e depois amplia para a televisatildeo liga-se agrave televisatildeo [Judite]

Quanto agrave nossa entrevistada Eduarda indicou-nos como exemplos de TIC como um

recurso para o TE sensores ligados ao computador Embora natildeo refira expressamente a

palavra sensor pensamos que se trata deste dispositivo uma vez que nos diz o seguinte

haacute materiais de Laboratoacuterio por exemplo termoacutemetros coisas para que agora tambeacutem natildeo me lembro materiais para analisar a luz () que podem utilizar na actividade experimental E entatildeo por exemplo com o termoacutemetro pode estar ligado ao computador e ir registando a temperatura ao longo do tempo [Eduarda]

Eduarda refere-se tambeacutem agrave possibilidade de se fazerem pesquisas na Internet para

por exemplo pesquisar protocolos Aleacutem disso () talvez pesquisa de protocolos na

Internet [Eduarda]

193

A propoacutesito da aula com a utilizaccedilatildeo de TIC que Eduarda nos referiu anteriormente

salientou mais um exemplo de TIC como um recurso para o TE designadamente atraveacutes

da apresentaccedilatildeo de diapositivos em Power Point como sobressai no seguinte excerto

eles exploraram os dispositivos e com essa exploraccedilatildeo eles fizeram a ficha depois fizemos a correcccedilatildeo da ficha e quando eles tinham duacutevidas voltaacutevamos aos diapositivos [Eduarda]

A semelhanccedila de Judite a nossa entrevistada Leonor aponta como exemplos de

TIC como um recurso para o TE a realizaccedilatildeo de actividades interactivas em sites na

Internet

por vezes na Internet encontram-se sites () que tecircm algumas actividades experimentais como por exemplo agora estou-me a recordar dos estados fiacutesicos e tambeacutem os processos de tratamento de aacutegua a desinfecccedilatildeo a filtraccedilatildeo decantaccedilatildeo tambeacutem jaacute encontrei na Internet vaacuterios sites com actividades para eles visualizarem [Leonor]

Em relaccedilatildeo agrave nossa entrevistada Anabela aponta como um exemplo de TIC como

um recurso para o TE a organizaccedilatildeo de dados em graacuteficos no computador

Por exemplo faz-se um Trabalho Experimental tiram-se vaacuterias observaccedilotildees vaacuterias conclusotildees por exemplo organizar depois essas o desenvolvimento de uma experiecircncia uma experiecircncia que demore bastantes dias em que se observa hoje observa-se amanhatilde Por exemplo agraves vezes haacute experiecircncias em que temos que observar a temperatura hoje a temperatura amanhatilde etc e organizar por exemplo isso em dados num graacutefico de barras () num graacutefico () circular [Anabela]

Quanto ao nosso entrevistado Joatildeo aponta como um exemplo de TIC como um

recurso para o TE a pesquisa na Internet como nos diz

fazer com que os alunos pesquisem qualquer coisa na Internet de modo depois a aplicarem isso no Trabalho Experimental Ou vice-versa ou ao contraacuterio fazerem Trabalho Experimental e depois entatildeo fazerem uma pesquisa na Internet acerca daquilo [Joatildeo]

Joatildeo refere ainda como exemplo a utilizaccedilatildeo de um projector de slides

ou fazerem o Trabalho Experimental e ao mesmo tempo projectar algo relacionado com o Trabalho Experimental e haver ali uma interactividade entre

194

uma coisa e outra () Ter um projector de slides por exemplo e ir passando () mas natildeo eacute soacute para mostrar a mesma coisa que eles tecircm na matildeo Projectar uma coisa desmontada mais pormenorizada com mais pormenores acerca daquela peccedila [Joatildeo]

Apresentamos no quadro 422 em siacutentese os exemplos de TIC como um recurso

para o TE mencionados pelos alunos-professores

DIMENSOtildeES INDICADORES ENTREVISTADOS

PROGRAMAS INFORMAacuteTICOS

Em Matemaacutetica na construccedilatildeo de figuras geomeacutetricas utilizaccedilatildeo de software especiacutefico Elisa

PROGRAMAS INFORMAacuteTICOS Apresentaccedilotildees em Power Point Elisa 1 Eduarda

Organizaccedilatildeo de dados no computador em graacuteficos Anabela

INTERNET Realizaccedilatildeo de actividades interactivas Judite 1 Leonor

INTERNET

Pesquisas Eduarda | Joatildeo

VIacuteDEOS Viacutedeos Judite

FLEXCAacuteM Flexcam - Cacircmara ligada ao microscoacutepio e aacute televisatildeo Judite

SENSORES LIGADOS AO COMPUTADOR

Sensores ligados ao computador Eduarda

PROJECTOR DE SLIDES Projector de slides bull

Joatildeo

Quadro 422 - Subcategoria Exemplos de TIC como um recurso para o TE

No que diz respeito agrave subcategoria Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com

recurso agraves TIC foi possiacutevel fixar quatro dimensotildees de anaacutelise a partir do discurso dos

alunos-professores a saber Condiccedilotildees do Laboratoacuterio Falta de tempo Professor

cooperante e Conteuacutedos a leccionar

Quanto a Judite relaciona o facto de ainda natildeo ter realizado TE com o uso de TIC

com o facto de terem as condiccedilotildees miacutenimas para trabalhar no Laboratoacuterio da escola de PP

como nos diz

Porque os Trabalhos Experimentais que temos feito tecircm dado para fazer laacute no Laboratoacuterio () Eu acho que o recurso a essa maneira de dar Trabalho

195

Experimental () eacute soacute mesmo se natildeo houver hipoacutetese Por exemplo noacutes agora na nossa escola temos um Laboratoacuterio pobre Pobre natildeo haacute laacute as coisas soacute que estatildeo estragadas () mas se calharmos numa escola onde natildeo temos nada claro que temos que recorrer a isso Agora quando podemos fazer [Judite]

Como eacute notoacuterio Judite natildeo descarta a hipoacutetese de recorrer agraves TIC na realizaccedilatildeo de

TE como ilustra tambeacutem o seguinte excerto Noacutes tudo o que pudermos fazer com eles

fazemos algum [TE] que natildeo seja possiacutevel realizar com eles claro temos que recorrer ao

viacutedeo por exemplo [Judite]

A nossa entrevistada Leonor explicou que ainda natildeo recorreu agraves TIC como um

recurso no TE porque os conteuacutedos que leccionou natildeo lhe permitiram os conteuacutedos que eu

andei a trabalhar tambeacutem natildeo permitiam natildeo consegui encontrar sites que ajudassem a

trabalhar esses conteuacutedos com eles por isso natildeo trabalhei [Leonor]

Por sua vez Anabela revela-nos que ainda natildeo recorreu agraves TIC como um recurso

no TE porque o tempo eacute um impedimento Muito sinceramente os impedimentos estatildeo

relacionados com o tempo () Natildeo haacute tempo [Anabela]

Quanto ao nosso entrevistado Joatildeo explicou-nos que a maior parte das vezes

durante a sua PP natildeo pode fazer aquilo que queria uma vez que a turma de PP era do

professor cooperante e natildeo do aluno praticante Assim conta-nos

Porque eacute que natildeo Porque () tiacutenhamos que nos seguir um bocado por aquilo que os professores cooperantes diziam () Noacutes nem sempre pudemos fazer tudo o que queriacuteamos A maior parte das vezes noacutes natildeo podiacuteamos fazer aquilo que queriacuteamos [Joatildeo]

Contudo diz-nos que no futuro se puder utilizaraacute as TIC como uma ferramenta de

apoio no TE e exemplifica

por exemplo recoirer ao mesmo tempo em que eles estatildeo () a desenvolver um Trabalho Experimental por exemplo acerca das plantas () ter um projector de slides por exemplo e ir passando () slides mas natildeo eacute soacute para mostrar a mesma

196

coisa que eles tecircm na matildeo Projectar uma coisa desmontada mais pormenorizada com mais pormenores acerca daquela peccedila [Joatildeo]

Resumimos no quadro 423 os impedimentos relativos agrave realizaccedilatildeo de TE com

recurso agraves TIC apontados pelos alunos-professores

DIMENSOtildeES INDICADORES 1 ENTREVISTADOS

CONDICcedilOtildeES DO LABORATOacuteRIO

Temos tido condiccedilotildees para realizar os TE no Laboratoacuterio 1 Judite

FALTA DE T E M P O 0 tempo foi um impedimento 1 Anabela

P R O F E S S O R COOPERANTE

Tiacutenhamos que seguir aquilo que os cooperantes diziam 1 Joatildeo

CONTEUacuteDOS A

L E C C I O N A R Os conteuacutedos a trabalhar natildeo o permitiram 1 Leonor

Quadro 423 - Subcategoria Impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

Siacutentese da Categoria Realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

A anaacutelise dos dados da subcategoria Exemplos de TIC como um recurso para o

TE pertencente a esta categoria permite-nos constatar que os alunos-professores indicam

diversos exemplos de como podem tirar partido das TIC no TE De uma forma geral os

nossos entrevistados indicam principalmente como exemplos de TIC como um recurso

para o TE a utilizaccedilatildeo da Internet e a utilizaccedilatildeo de Programas informaacuteticos

No que diz respeito agrave utilizaccedilatildeo da Internet os alunos-professores referem-se agrave

realizaccedilatildeo de actividades interactivas (Judite e Leonor) e agraves pesquisas (Eduarda e Joatildeo)

Quanto agraves primeira entrevistadas (Judite e Leonor) tal como jaacute referimos foram colegas

de grupo de PP Por esse motivo ambas indicam a realizaccedilatildeo de actividades interactivas na

Internet pois assistiram a aulas com este recurso por parte de outras colegas de PP que

natildeo se mostraram disponiacuteveis para colaborar connosco

Em relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo de Programas informaacuteticos eacute tendencialmente referida a

utilizaccedilatildeo do programa Power Point para realizaccedilatildeo de apresentaccedilotildees (Elisa e Eduarda)

197

Para aleacutem deste programa eacute tambeacutem mencionada utilizaccedilatildeo de software especiacutefico na

disciplina de Matemaacutetica e a utilizaccedilatildeo de um programa para organizaccedilatildeo de dados em

graacuteficos no computador

Quanto agrave subcategoria Impedimentos agrave real izaccedilatildeo de T E com recurso agraves T I C a

anaacutelise dos dados permitiu-nos perceber que quatro dos nossos entrevistados (Judite

Anabela Joatildeo e Leonor) se referiram a alguns impedimentos a essa realizaccedilatildeo Assim

explicaram que por terem cxiacutendiccedilotildees no Laboratoacuterio que lhes permitiram realizar TE ou

por falta de tempo ou por decisatildeo do professor cooperante ou ainda por causa dos

conteuacutedos a leccionar natildeo realizaram TE com recurso agraves TIC

CATEGORIA CONCEPCcedilAtildeO DE T E COM RECURSO AgraveS T I C

No que diz respeito a esta categoria definimos duas subcategorias designadamente

Vantagens na real izaccedilatildeo de T E com recurso agraves T I C e Desvantagens na real izaccedilatildeo

de T E com recurso agraves T I C

Quanto agrave subcategoria Vantagens na real izaccedilatildeo de T E com recurso agraves T I C

os nossos entrevistados apontam vaacuterios aspectos que organizaacutemos em seis dimensotildees de

anaacutelise A c o m p a n h a m e n t o da aula C r i a r mot ivaccedilatildeo Organ i zaccedilatildeo de dados

Natildeo r eque r mater ia l n e m p repa raccedilatildeo Economia de t e m p o e A l a r g a r

conhecimentos

Elisa faz referecircncia agraves vantagens do trabalho com as TIC na disciplina de

bullMatemaacutetica designadamente na construccedilatildeo de figuras geomeacutetricas tal como jaacute havia

referido Para aleacutem deste aspecto Elisa aponta como vantagem na realizaccedilatildeo de TE com

recurso agraves TIC utilizando por exemplo um projector ligado ao computador todos os

alunos terem oportunidade de ver o que eacute projectado o que possibilita uma explicaccedilatildeo para

todos os alunos como ilustra o excerto que se segue

198

Um projector quando temos o projector ligado ao computador podemos projectar na parede e colocar agrave disposiccedilatildeo de todos os alunos e explicar a todos os alunos Por exemplo nas apresentaccedilotildees [Elisa]

Embora tendo esta ideia Elisa revela o seguinte Em Trabalho Experimental ainda

natildeo aplicaacutemos directamente aplicaacutemos foi em apresentaccedilotildees em que projectamos e que

conseguimos explicar a todos [Elisa]

Judite que considera ser importante utilizar as TIC no ensino uma vez que os

alunos ficam logo agrave partida mais motivados sugere algumas das vantagens na realizaccedilatildeo

de TE com recurso agraves TIC designadamente na realizaccedilatildeo de actividades interactivas na

Internet Do discurso da nossa entrevistada sobressaem acerca deste tipo de actividades

vantagens tais como o facto de as mesmas natildeo requererem material para aleacutem do

computador e ligaccedilatildeo agrave Internet nem preparaccedilatildeo preacutevia como sucede com o TE bull

com a Internet haacute sites que tecircm () experiecircncia sobre o que era o soluto o que era o solvente e havia um site muito engraccedilado para isso em que eles pronto iam seguindo os passos iam clicando e depois o trabalho ia-se desenrolando e eles no fim tinham que tirar conclusotildees tinham um protocologuiatildeo e eles embora natildeo tivessem posto a experiecircncia ali agrave fi-ente deles com accediluacutecar com a areia tirar a areia tirar a aacutegua que agraves vezes requer muito material e requer uma preparaccedilatildeo muito longa antes de pocircr o trabalho em praacutetica assim ali na Internet eles tinham tudo tinham o material eles tinham que dar a indicaccedilatildeo ao material [Judite]

Para aleacutem deste aspecto Judite destaca que na realizaccedilatildeo de actividades interactivas

na Internet os alunos soacute avanccedilam passo a passo se tiverem percebido o anterior como nos

diz na Internet eles () soacute avanccedilam agrave medida que tecircm percebido ou natildeo se ainda natildeo

perceberam natildeo avanccedilam para a frente [Judite]

Para Judite este tipo de actividade comporta ainda uma faceta importante que se

prende com a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos difiacuteceis de observar a olho nu Isto eacute uma

actividade interactiva na Internet uma vez que eacute animada permite por exemplo ilustrar a

199

dissoluccedilatildeo do accediluacutecar na aacutegua ou distinguir dois liacutequidos incolores e imisciacuteveis como a

aacutegua e o aacutelcool

aquilo na Internet era tudo animado eles viam mesmo o accediluacutecar a desfazer-se e () com cores claro viu-se perfeitamente E claro que noacutes se laacute estiveacutessemos a dissolver o accediluacutecar tiveacutessemos ali ou mesmo o aacutelcool e a aacutegua se noacutes deitarmos aacutelcool na aacutegua o aacutelcool natildeo se ainda se consegue distinguir um bocadinho () noacutes vemos porque sabemos como eacute que eacute soacute que eles natildeo eles nunca iriam ver isso E ali na Internet natildeo porque o aacutelcool era de outra cor e viu-se perfeitamente Eles compreenderam muito bem essa questatildeo [Judite]

Para aleacutem deste tipo de actividades com TIC Judite menciona ainda a utilizaccedilatildeo de

viacutedeos que possibilitam a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos difiacuteceis de observar em Laboratoacuterio

como por exemplo um coraccedilatildeo a bater e diz-nos que os viacutedeos desde que possuam

imagens reais satildeo certamente motivadores para os alunos

No viacutedeo () eles gostam muito de filmes e gostam muito de ver televisatildeo entatildeo agraves vezes tambeacutem depende das imagens que o filme tenha eles gostam muito de imagens reais nos filmes natildeo gostam de bonecos () [o] filme que mostraacutemos sobre a circulaccedilatildeo era mesmo tudo imagens reais era um coraccedilatildeo mesmo a bater () era tudo imagens reais [Judite]

Da sua PP Judite refere-se ainda agraves vantagens da utilizaccedilatildeo da flexcam uma

cacircmara que acoplada ao microscoacutepio que amplia imagens permite emiti-las na televisatildeo

para toda a turma

agora eacute observaccedilatildeo de sangue eles observaram () uma preparaccedilatildeo no microscoacutepio com flexcam eles a verem na televisatildeo () A flexcam eacute () uma camarazinha que tem uma ocular depois a ocular da cacircmara liga-se agrave ocular do microscoacutepio e depois amplia para a televisatildeo liga-se agrave televisatildeo () Isso facilitou-nos porque natildeo tiacutenhamos microscoacutepios para todos para estar a indicar eacute sempre uma confusatildeo porque o outro queria ver depois o outro natildeo deixava e depois E entatildeo assim todos viram Todos viram explicaacutevamos para todos ao mesmo tempo Noacutes agraves vezes tambeacutem usamos para imagens de livros () [se] temos um livro que tem uma imagem muito boa projectamos tambeacutem Aquilo tem uma lentezinha projectando aparece na televisatildeo e explicamos para todos mesmo esquemas isso daacute-nos muito jeito [Judite]

Quanto a Eduarda que nos indicou como exemplos de TIC como um recurso para b

TE sensores ligados ao computador refere em particular o sensor de temperatura

200

explicando-nos que este tipo de dispositivo permite ter mais rigor no registo de dados do

que num registo manual uma vez que possibilita eliminar possiacuteveis erros de leitura e

registo

Posso aproveitar aquele exemplo do termoacutemetro ter mais rigor nos dados que eles recolhem porque fica registado no computador e entatildeo a dada altura espera laacute mas seraacute que eu pus estes dados correctosisto parece tatildeo estranho seraacute que foi mesmo isto e se estaacute no computador em princiacutepio eacute porque eacute certo agora se for manualmente pode haver algum lapso ou esquecer-se de um zero ou qualquer coisa Mais rigor talvez [Eduarda]

Para aleacutem deste exemplo Eduarda faz ainda menccedilatildeo ao uso de uma apresentaccedilatildeo

em Power Point que segundo nos diz permite rever os diapositivos e fazer uma nova

anaacutelise dos mesmos

eles exploraram os dispositivos e com essa exploraccedilatildeo eles fizeram a ficha depois fizemos a correcccedilatildeo da ficha e quando eles tinham duacutevidas voltaacutevamos aos diapositivos para analisarem a para confirmarem [Eduarda]

Quanto agraves razotildees pelas quais optou por utilizar as TIC Eduarda explicou-nos que

os alunos ficam bastante entusiasmados motivados para aquilo que vatildeo aprender pois

gostam de computadores pelo que justifica a sua escolha como ilustra o seguinte excerto

Porque eles gostam de computadores e entatildeo quando aparecemos com um computador eles ficam todos entusiasmados O que eacute isto O que eacute que vamos aprender porque pronto eles vatildeo para os jogos mas mesmo assim se eles pensarem nos jogos e aprenderem com aquilo eacute bom Pronto eacute bom Ao fim ao cabo eacute bom Eles ficam entusiasmados gostam de aprender assim e eu tambeacutem gosto de os ver incentivados motivados Gosto de ver assim [Eduarda]

A nossa entrevistada Leonor que tal como Judite considera que as TIC motivam os

alunos aponta como exemplos de TIC como um recurso para o TE a realizaccedilatildeo de

actividades interactivas em sites na Internet como jaacute referimos e indica vantagens que na

sua opiniatildeo este tipo de actividade traacutes como ilustra o excerto que se segue

por vezes na Internet encontram-se sites () que tecircm algumas actividades experimentais () eles nem sempre tecircm a possibilidade e tecircm esses materiais para

201

fazerem na sala de aula ou os materiais natildeo estatildeo nas melhores condiccedilotildees [Leonor]

Leonor particulariza tambeacutem uma situaccedilatildeo em que por demorar muito tempo natildeo

eacute possiacutevel conhecer os resultados de determinada actividade experimental em tempo uacutetil

aludindo que numa actividade interactiva num siacutetio na Internet eacute possiacutevel em breves

instantes conhecer resultados Salientamos no trecho seguinte essa ideia

tambeacutem acontece muito fazermos uma actividade experimental hoje mas que soacute podemos ver os resultados daqui a 2 semanas mas que () jaacute natildeo daacute muito jeito depois estar a trabalhar aquele conteuacutedo daqui a 2 semanas e pela Internet eles tecircm actividades interactivas em que eles conseguem ver logo os resultados em questatildeo de segundos por isso ajuda muito utilizarmos na sala de aula [Leonor]

Quanto agrave nossa entrevistada Anabela que exemplifica a utilizaccedilatildeo de TIC como um

recurso para o TE com aorganizaccedilatildeo de dados no computador em graacuteficos apresenta-nos

como uma vantagem o facto desta organizaccedilatildeo facilitar a anaacutelise dos dados como nos

dizem as suas palavras

Por exemplo faz-se um Trabalho Experimental tiram-se vaacuterias observaccedilotildees vaacuterias conclusotildees () haacute experiecircncias em que temos que observar a temperatura hoje a temperatura amanhatilde etc e organizar por exemplo isso em dados num graacutefico de barras () Por exemplo () eacute muito mais faacutecil analisar num graacutefico por exemplo de barras circular etc^ do que numa tabela ou numa descriccedilatildeo [Anabela]

Para o nosso entrevistado Joatildeo que aponta como um exemplo de TIC como um

recurso para o TE a pesquisa na Internet baliza como vantagem desta utilizaccedilatildeo um

alargar de conhecimentos como nos diz

Com certeza que lhes vai dar a conhecer mais coisas do que soacute aquelas que falamos dentro da sala de aula Porque a Internet aquilo eacute um mundo e () eles andam ali agrave procura por exemplo vamos imaginar vatildeo procurar o termo flor e aparece laacute todos os geacuteneros e tipos de flores [Joatildeo]

202

Para aleacutem da pesquisa na Internet Joatildeo menciona tambeacutem outro exemplo de TIC

como um recurso para o TE um projector de slides que tal como nos diz possibilita por

exemplo projectar pormenores

por exemplo recorrer ao mesmo tempo em que eles estatildeo () a desenvolver um Trabalho Experimental por exemplo acerca das plantas () ter um projector de slides por exemplo e ir passando () slides mas natildeo eacute soacute para mostrar a mesma coisa que eles tecircm na matildeo Projectar uma coisa desmontada mais pormenorizada com mais pormenores acerca daquela peccedila [Joatildeo]

O quadro 424 resume as vantagens da realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

apresentadas pelos nossos entrevistados

ENTREvisTAgraveJDds

ACOMPAINTHAMENTO DA AULA

Nas apresentaccedilotildees em Power Point todos os alunos vecircem Elisa

ACOMPAINTHAMENTO DA AULA

Na realizaccedilatildeo de actividades interactivas na Internet os alunos soacute avanccedilam se perceberem Judite ACOMPAINTHAMENTO

DA AULA A flexcam permite ampliar imagens e mostraacute-las na televisatildeo para toda a turma Judite

Numa apresentaccedilatildeo Power Point podemos voltar a ver os di^ositivos e a analisarconfirmar Eduarda

C R I A R M O T I V A Ccedil Atilde O

Na Internet as imagens satildeo animadas Judite

C R I A R M O T I V A Ccedil Atilde O As imagens de um viacutedeo podem ser motivadoras Judite

Os alunos gostam de computadores Eduarda

ORGANIZACcedilAtildeO DE A utilizaccedilatildeo de sensores ligados ao computador permite mais rigor no registo dos dados Eduarda

DADOS A organizaccedilatildeo de dados no computador em graacuteficos toma a sua anaacutelise mais faacutecil Anabela

N Atilde O REQUER

M A T E R I A L NEM PREPARACcedilAtildeO

A realizaccedilatildeo de actividades interactivas na Internet natildeo requer material nem preparaccedilatildeo preacutevia Judite 1 Leonor

N Atilde O REQUER

M A T E R I A L NEM PREPARACcedilAtildeO

A realizaccedilatildeo de actividades interactivas na Internet permite ver o que na realidade eacute difiacutecil Judite

1 E C O N O M I A DE T E M P O As actividades interactivas na Internet apresentam os resultados de determinada actividade em pouco tempo Leonor

ALARGAR

C O N H E C I M E N T O S

Uma pesquisa na Internet permite alargar conhecimentos 1 Joatildeo ALARGAR

C O N H E C I M E N T O S Um projector de slides permite por exemplo mostrar pormenores Joatildeo

Quadro 424 - Subcategoria Vantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

203

Para a subcategoria Desvantagens na real izaccedilatildeo de T E com recurso agraves T I C a

anaacutelise dos dados permitiu-nos evidenciar uma dimensatildeo de anaacutelise a saber Impede o

manuseamen to Elisa justifica a natildeo realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC fazendo

referecircncia agrave importacircncia do manuseamento mas natildeo descarta por completo esta utilizaccedilatildeo

como nos diz

Talvez natildeo nos tiveacutessemos lembrado ou entatildeo () temos tendecircncia a recorrer a algo mais praacutetico ou seja que eles proacuteprios faccedilam mais o manuseamento e natildeo talvez projectar essa actividade em TIC mas que natildeo estaraacute longe se calhar de se poder projectar [Elisa]

E reforccedila a sua ideia dizendo

eles ainda estatildeo numa idade em que eacute necessaacuterio dar-lhe aquela regra deles poderem manusear de poderem mexer de verificarem eles proacuteprios com o material na matildeo e natildeo trabalhar virtualmente e sem mexer Acho que eacute necessaacuterio dar-lhe essa situaccedilatildeo de motricidade de rega de responsabilidade nestas idades [Elisa]

Tal como Elisa Judite explica o facto de ainda natildeo ter combinado a realizaccedilatildeo de

TE com o uso de TIC com a importacircncia do manuseamento como nos diz

Noacutes tudo o que pudermos fazer com eles fazemos () E sempre diferente a pessoa estar a tocar nas coisas e tambeacutem isso aiacute alerta-os para o cuidado que eles tecircm que ter no modo como tocam por exemplo nos termoacutemetros eles tecircm sempre muito cuidado com o termoacutemetro () isso tambeacutem eacute uma questatildeo de responsabilidade deles Estatildeo ali a olhar para a televisatildeo eles natildeo estatildeo a tocar alguns ateacute nem estatildeo a ligar muito [Judite]

Embora considere que natildeo utilizou as TIC como um recurso no TE Judite

explicou-nos que jaacute utilizou um viacutedeo acerca da circulaccedilatildeo sanguiacutenea no qual atraveacutes de

imagens reais mostravam um coraccedilatildeo a bater tal como sobressai no seguinte excerto [oj

filme que mostraacutemos sobre a circulaccedilatildeo era mesmo tudo imagens reais era um coraccedilatildeo

mesmo a bater () era tudo imagens reais [Judite]

204

Judite acrescenta ainda que na sua escola de PP existe uma flexcam uma cacircmara

que acoplada ao microscoacutepio amplia imagens e permite emiti-las na televisatildeo para toda a

turma como jaacute referimos e que podemos ler no seguinte excerto

A flexcam eacute () uma camarazinha que tem uma ocular depois a ocular da cacircmara liga-se agrave ocular do microscoacutepio e depois amplia para a televisatildeo liga-se agrave televisatildeo () Isso facilitou-nos porque natildeo tiacutenhamos microscoacutepios para todos para estar a indicar eacute sempre uma confusatildeo porque o outro queria ver depois o outro natildeo deixava e depois E entatildeo assim todos viram Todos viram explicaacutevamos para todos ao mesmo tempo Noacutes agraves vezes tambeacutem usamos para imagens de livros () [se] temos um livro que tem uma imagem muito boa projectamos tambeacutem Aquilo tem uma lentezinha projectando aparece na televisatildeo e explicamos para todos mesmo esquemas isso daacute-nos muito jeito [Judite]

Resumimos no quadro 425 as desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves

TIC apontadas pelos alunos-professores

1 R V LI Eacute N R I ^ Y I S T A I ) O S

I M P E D E o MANUSEAMENTO Os alunos precisam de manusear e mexer

Elisa

Judite

iacute

Quadro 425 - Subcategoria Desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

Siacutentese da Categoria Concepccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

A anaacutelise dos dados da subcategoria Vantagens na realizaccedilatildeo de TE com

recurso agraves TIC permitiu-nograves verificar que os sujeitos intervenientes neste estudo se

referem a aspectos diversificados Assim apontam principalmente vantagens relacionadas

com o acompanhamento da aula e com o facto de determinadas actividades natildeo requererem

material nem preparaccedilatildeo preacutevia sendo esta uacuteltima considerada por duas alunas-professoras

(Judite e Leonor) uma mais valia no TE

Referem tambeacutem os sujeitos que na realizaccedilatildeo de actividades interactivas na

Internet os alunos soacute avanccedilam se tiverem percebido o passo em que se encontram Eacute ainda

205

apontado o facto de ^flexcam permitir ampliar imagens e mostraacute-las na televisatildeo podendo

toda a turma acompanhar Consideram ainda que desta forma os alunos podem mais

facilmente acompanhar o ponto da situaccedilatildeo da aula

Os sujeitos indicam ainda outras vantagens possiacuteveis na realizaccedilatildeo de TP com

recurso a TIC nomeadamente referem como benefiacutecios criar motivaccedilatildeo organizaccedilatildeo de

dados e alargamento de conhecimentos A economia de tempo eacute apontada apenas por um

dos sujeitos Como Tecnologia mais referida surge o computador sendo que encontraacutemos

predominacircncia da utilizaccedilatildeo da Internet associada agrave maioria das vantagens identificadas

A partir da anaacutelise dos dados da subcategoria Desvantagens na realizaccedilatildeo de T E

com TIC pertencente a esta categoria pudemos constatar que todos os alunos-

professores agrave excepccedilatildeo de um deles (Eduarda) declaram nunca ter utilizado TE com

recurso agraves TIC situaccedilatildeo que justificam com dois motivos considerarem que existem

desvantagens na realizaccedilatildeo de TE com TIC eou impedimentos a essa realizaccedilatildeo (categoria

anterior)

Aconteceu tambeacutem com uma das entrevistadas (Eduarda) a possiacutevel actividade de

TE ter sido completamente suprimida por uma apresentaccedilatildeo em Power Point Esta aluna-

professora descreveu-nos uma aula da sua PP em que recorreu agraves TIC na disciplina de

Ciecircncias da Natureza

Apesar de considerar que natildeo utilizou as TIC no TE Judite relata-nos duas

situaccedilotildees de Trabalho Praacutetico nas quais utilizou as TIC designadamente o recurso a um

viacutedeo com imagens reais mostrando um fenoacutemeno dificil de pocircr em praacutetica em

Laboratoacuterio e a utilizaccedilatildeo de uma cacircmara ligada a um microscoacutepio que por sua vez se

encontra ligado a uma televisatildeo e que permite natildeo soacute ampliar imagens (atraveacutes do

microscoacutepio) como tambeacutem mostraacute-las na televisatildeo para toda a turma

206

Pelo facto de uma das alunas-professoras (Judite) ter utilizado TIC como um

recurso no TE embora tendo considerado que o natildeo fez transparece que as vantagens de

tal utilizaccedilatildeo natildeo eram claras expliacutecitas para esta entrevistada

O motivo que eacute apresentado por duas entrevistadas (Elisa e Judite) prende-se com

o facto destas entrevistadas considerarem que eacute importante os alunos manusearem e

mexerem o que se perderia com o uso das TIC Referiram que o uso de TIC no TE impede

o manuseamento por parte dos alunos considerando esta capacidade muito importante no

niacutevel etaacuterio dos alunos Apontam ainda outras pseudo-justificaccedilotildees como podendo fazer

TE em Laboratoacuterio natildeo haacute necessidade de utilizar TIC ou seja independentemente de

como entendem o TE natildeo entendem as TIC como uma mais valia para o TE

Elisa e Judite ajudam-nos a compreender porque eacute que Barton (1998) potildee a

seguinte questatildeo seraacute que economizar nos afazeres do TE fazendo uso das TIC impede

os alunos de passarem por importantes experiecircncias educacionais tomando-os meros

espectadores De facto um uso das TIC que rouba aos alunos uma importante parte do

seu desenvolvimento que o TE promove a componente hands-on natildeo eacute desejaacutevel

Segundo Barton (1998) neste ponto importa decidir se o que queremos eacute desenvolver nos

alunos a capacidade (skill) de ler dados numa determinada escala ou se seraacute mais

importante obter dados rigorosos para os alunos os avaliarem Tal como nos diz muitas

vezes o investimento nos meacutetodos tradicionais natildeo traz benefiacutecios evidentes (Barton

1998) e o que as alunas-professoras fizeram foi este entendimento muito estrito de que o

uso das TIC no TE sempre impedia os alunos da componente manipulativa que o TE

estimula

Concordamos com este autor quando nos diz que o uso das TIC no ensino das

Ciecircncias abre novas oportunidades e satildeo sem duacutevida um valor acrescentado Contudo

estamos com Praia (1998 p l67) quando reflecte o facto de hoje estar dispomvel um

207

grande manancial de informaccedilatildeo pelo que importa ter presente objectivos claros em

relaccedilatildeo ao que se procura Segxindo este autor eacute necessaacuterio precaver o risco que eacute a

hegemonia do entretenimento ( ) cocktail de educaccedilatildeo e de divertimento mercantil

(Mayor cit Praia 1998 p l67)

A par desta incursatildeo das TIC no ensino a escola deve preocupar-se em ajudar os

alunos a tirar o melhor partido destas ferramentas aproveitando as potencialidades da

tecnologia

208

43 - Anaacutelise do Questionaacuterio

Apoacutes a apresentaccedilatildeo e discussatildeo da proposta didaacutectica sob a forma de workshop

pedimos aos alunos-professores respondessem a um questionaacuterio (Cfr Anexo 6) Neste

momento do estudo o nosso interesse restringia-se agraves concepccedilotildees dos alunos-professores

identificadas pelo Bloco Temaacutetico Articulaccedilatildeo entre TE e TIC e que permitem fazer

inferecircncias sobre o Impacte da proposta didaacutectica na alteraccedilatildeo das concepccedilotildees (dos

alunos-professores) acerca de TE com recurso a TIC Assim a partir da categoria

estabelecida a priori definimos trecircs subcategorias TIC Identificadas Concepccedilotildees de

TE com recurso a TIC - vantagens e desvantagens e Confronto da Proposta

Didaacutectica com as Praacuteticas Pedagoacutegicas (quadro 426) ou seja agrave semelhanccedila das

subcategorias antes definidas para a entrevista

ARTICULACcedilAtildeO EN I RE TE E TIC

Impacte da proposta didaacutectica na alteraccedilatildeo concepccedilotildees acerca de

TE cora recurso a TIC

TIC Identificadas

ARTICULACcedilAtildeO EN I RE TE E TIC

Impacte da proposta didaacutectica na alteraccedilatildeo concepccedilotildees acerca de

TE cora recurso a TIC

Concepccedilotildees de TE com recurso a TIC - vantagens e desvantagens

ARTICULACcedilAtildeO EN I RE TE E TIC

Impacte da proposta didaacutectica na alteraccedilatildeo concepccedilotildees acerca de

TE cora recurso a TIC Confronto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas

Pedagoacutegicas

Quadro 426 - Instrumento orientador da anaacutelise do Questionaacuterio Bloco temaacutetico categoria e subcategorias

Para aleacutem das subcategorias definidas estabelecemos a partir da anaacutelise das

respostas ao questionaacuterio dimensotildees de anaacutelise (quadro 427)

209

SUBCATEGORIAS D I M E N S Otilde E S

TIC Identificadas - TIC identificadas

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Vantagens

- Acompanhamento da aula

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Vantagens - Criar motivaccedilatildeo

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Vantagens - Organizaccedilatildeo de dados

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Vantagens

- Contacto com as TTC Concepccedilotildees de

TE com recurso a TIC

Vantagens

- Aprendizagem activa

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Desvantagens - Proposta de muitas actividades praacuteticas

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Desvantagens - Problemas com os recursos materiais

Concepccedilotildees de TE com recurso

a TIC

Desvantagens

- Provocar distracccedilatildeo

Confronto da Proposta Didaacutectica com as praacuteticas Pedagoacutegicas

- Tratou o tema - natildeo recorreu a TIC Confronto da Proposta Didaacutectica

com as praacuteticas Pedagoacutegicas - Natildeo tratou o tema - recorreu a TIC Confronto da Proposta Didaacutectica

com as praacuteticas Pedagoacutegicas - Natildeo tratou o tema - natildeo recorreu a TIC

Quadro 427 - Subcategorias e Dimensotildees de anaacutelise do Questionaacuterio

CATEGORIA IMPACTE DA PROPOSTA DIDAacuteCTICA NA ALTERACcedilAtildeO DAS

CONCEPCcedilOtildeES ACERCA DE T E COM RECURSO A T I C

Os alunos-professores expressaram-se entatildeo por escrito e depois da participaccedilatildeo

na workshop no que diz respeito a cada uma das subcategorias definidas

Assim em relaccedilatildeo agrave identificaccedilatildeo das TIO usadas na proposta didaacutectica

subcategoria TIC identificadas e dimensatildeo com a mesma designaccedilatildeo nem todos os

aluno s-professores identificaram todas as TIC que foram utilizadas

Quanto a Elisa enumera as TIC que identificou

As TIC que identifiquei na proposta da planificaccedilatildeo apresentada foram o computador o microscoacutepio digital que apresentava a actividade em simultacircneo a todos os alunos e () uma apresentaccedilatildeo em Power Point elaborada pelos alunos [Elisa]

Judite tambeacutem indica as TIC que identificou As TIC presentes nesta planificaccedilatildeo

satildeo computador sensor microscoacutepio digital e Power Point [Judite]

210

Por sua vez Eduarda refere Computador projector microscoacutepio digital

[Eduarda]

Jaacute Leonor aponta a utilizaccedilatildeo do MOC - Microscoacutepio Oacuteptico Composto - para

aleacutem do computador da apresentaccedilatildeo em Power Point e do sensor de oxigeacutenio

Verifiqueiidentifiquei a utilizaccedilatildeo do computador mais precisamente do Power Point Foi utilizado o sensor de oxigeacutenio (e a Eloacutedea) Foi utilizado o MOC (Microscoacutepio Oacuteptico Composto) para observaccedilatildeo de estornas e cloroplastos [Leonor]

Quanto a Anabela refere o seguinte em relaccedilatildeo agrave identificaccedilatildeo das TIC usadas na

proposta de planificaccedilatildeo Durante esta proposta de planificaccedilatildeo recorreu-se ao

computador a um sensor e a um projector para o Power Point [Anabela]

O aluno-professor Joatildeo menciona a utilizaccedilatildeo de um Power Point e do sensor de

oxigeacutenio

Identifiquei nesta planificaccedilatildeo natildeo soacute a utilizaccedilatildeo de um Power Point que ia sendo construiacutedo com os alunos mas tambeacutem a utilizaccedilatildeo de um sensor que permite medir a quantidade de oxigeacutenio libertado pela planta sendo esses valores registados no computador [Joatildeo]

Resumimos no quadro 428 as TIC identificadas pelos alunos-professores na

proposta didaacutectica que lhes foi apresentada de TE com recurso agraves TIC

^ ENTREVtSTAgraveDOacuteS |

Computador Elisa 1 Judite Eduarda | Leonor Anabela | Joatildeo

Microscoacutepio digital Elisa 1 Judite Eduarda

T I C IDENTIFICADAS Apresentaccedilatildeo em Power Point Elisa 1 Judite Leonor | Anabela Joatildeo

Sensor de oxigeacutenio Judite 1 Leonor Anabela | Joatildeo

Projector Eduarda | Anabela

MOC - Microscoacutepio Oacuteptico Composto Leonor

Quadro 428 - Subcategoria TIC Identificadas

2 1 1

Apoacutes a anaacutelise dos dados estabelecemos para a subcategoria Concepccedilotildees de T E

com recurso a TIC - vantagens e desvantagens algumas dimensotildees de anaacutelise Assim

quanto agraves vantagens apresentadas pelos alunos-professores definimos as seguintes

dimensotildees de anaacutelise ^Acompanhamento da aula Criar motivaccedilatildeo Organizaccedilatildeo

de dados Contacto com as TIC e Aprendizagem activa Para as desvantagens

fixaacutemos as seguintes dimensotildees de anaacutelise Proposta de muitas actividades praacuteticas

Problemas com os recursos materiais e Provocar distracccedilatildeo

Como os dados apontam os alunos-professores referiram diversos aspectos tanto

positivos como negativos no que diz respeito a vantagensdesvantagens no uso das TIC no t

TE na proposta apresentada

Quanto aacute aluna-professora Elisa menciona que a utilizaccedilatildeo das TIC no TE na

proposta eacute motivadora pois ao completarem a apresentaccedilatildeo em Power Point os alunos

sentem-se estimulados para a aprendizagem dos conteuacutedos como ilustra o seguinte

transcrito

considero que serem os alunos a elaborarem o relatoacuterio e a completarem a apresentaccedilatildeo em Power Point para aleacutem de os estimular eacute muito beneacutefico na aprendizagem dos conteuacutedos [Elisa]

Para aleacutem deste aspecto Elisa refere tambeacutem que o uso do microscoacutepio digital

permite que todos os alunos acompanhem determinada actividade em simultacircneo como

nos expressa o microscoacutepio digital que apresentava a actividade em simultacircneo a todos os

alunos [Elisa]

Quanto a desvantagens Elisa aponta o facto de os alunos serem confi-ontados com

muitas actividades praacuteticas numa soacute aula como refere Como desvantagens eacute de salientar o

facto de estes [os alunos] serem confrontados com muitas actividades praacuteticas e muitas

aprendizagens numa soacute aula [Elisa]

212

A aluna-professora Judite aponta como vantagens da utilizaccedilatildeo das TIC no TE na

proposta apresentada o facto dos alunos poderem desta forma com a utilizaccedilatildeo que foi

feita acompanhar o ponto da aula

Uma das vantagens da utilizaccedilatildeo das TIC nesta planificaccedilatildeo de aula eacute o facto de os alunos poderem acompanhar o ponto da aula todos vecircm os mesmos esquemas e ao mesmo tempo assim facilita a discussatildeo dos mesmos [Judite]

Para aleacutem disso na sua opiniatildeo as TIC constituem uma motivaccedilatildeo para os alunos

Sem duacutevida que os alunos quando entram na sala e vecircm o computador o projector ou outro objecto eacute logo motivo de curiosidade e perguntam logo o que vamos fazer com isto Eles estatildeo mais motivados com as aprendizagens e se haacute motivaccedilatildeo haacute envolvimento no decorrer da aula [Judite]

Judite acrescenta ainda o seguinte Outra vantagem eacute o contacto directo dos alunos

com as novas tecnologias [Judite]

Quanto a desvantagens Judite indica que as escolas podem natildeo possuir os recursos

materiais mais adequados ou mesmo que os possuam estes possam estar danificados

A desvantagem em fazer uma planificaccedilatildeo assim eacute que corremos sempre o risco de os equipamentos que possuiacutemos na escola natildeo serem os mais adequados e no seu melhor estado [Judite]

A primeira vantagem indicada por Eduarda a propoacutesito da proposta apresentada

relaciona-se com a organizaccedilatildeo de dados que como nos diz o computador facilita o

computador eacute um bom meio de organizar os dados tanto experimentais como siacutentese dos

conteuacutedos [Eduarda]

Eduarda enuncia tambeacutem como vantagens questotildees ligadas ao acompanhamento da

aula pois refere que o projector ligado ao computador facilita a exposiccedilatildeo da informaccedilatildeo

a toda a turma o projector facilita a exposiccedilatildeo da informaccedilatildeo para toda a turma

[Eduarda]

213

Eduarda sugere ainda como vantajoso o uso do microscoacutepio digitai que simplifica a

projecccedilatildeo de imagens o microscoacutepio digital () simplifica o processo de transferi-las

para o projector [Eduarda]

Ainda em relaccedilatildeo ao microscoacutepio digital acrescenta que este melhora as imagens

o microscoacutepio digital melhora as imagens [Eduarda]

Quanto a desvantagens a aluna-professora esclarece que os alunos podem distrair-

se com este tipo de materiais e desviar a sua atenccedilatildeo das actividades como explica

Desvantagens eventualmente os alunos podem distrair-se com este tipo de material e natildeo

tomar a atenccedilatildeo necessaacuteria para as actividades [Eduarda]

Jaacute a aluna-professora Leonor anota como vantagens no uso de TIC no TE nesta

planificaccedilatildeo o conhecimento e o contacto com as TIC pois diz-nos

A utilizaccedilatildeo de cada uma das TIC permite contactar com uma grande diversidade de instrumentos conhececirc-los e visualizar situaccedilotildees reais sair um pouco do abstracto [Leonor]

Ao que acrescenta Permite aos alunos ter uma participaccedilatildeo activa na

aprendizagem de conteuacutedos [Leonor]

Esta aluna-professora faz tambeacutem referecircncia ao facto de os alunos segundo a

proposta estarem a trabalhar em grupo Esclarece ainda que atraveacutes do uso das TIC os

alunos desenvolvem competecircncias psico-motoras atraveacutes do manuseamento como nos

diz

Desenvolver o espirito criacutetico competecircncias natildeo soacute cognitivas como soacutecio-afectivas uma vez que estatildeo a trabalhar em grupo e psico-motoras atraveacutes do manuseamento de vaacuterios instrumentos [Leonor]

Quando a desvantagens em relaccedilatildeo ao uso de TIC no TE Leonor refere Natildeo me

ocorrem desvantagens [Leonor]

214

Em relaccedilatildeo a Anabela define como vantagens no uso de TIC no TE na proposta

questotildees ligadas ao acompanhamento da aula pois tal como refere

o uso do microscoacutepio digital () permite que uma turma esteja a ver ao mesmo tempo a mesma coisa uma vez que atraveacutes deste aparelho se conseguem observar os resultados em computador e posteriormente serem projectados para a turma [Anabela]

Anabela refere-se tambeacutem ao uso do sensor de oxigeacutenio que permite quantificar a

percentagem de oxigeacutenio libertado por uma planta durante a fotossiacutentese como nos diz

Uma outra vantagem estaacute relacionada com o uso do sensor de oxigeacutenio que nos permite obseivar o niacutevel de oxigeacutenio libertado durante a realizaccedilatildeo da fotossiacutentese [Anabela]

Por fim esta aluna-professora revela que natildeo utilizou as TIC na sua PP contudo

diz-nos que este tipo de ferramentas satildeo motivantes como nos explica

Natildeo tendo eu introduzido este assunto com o auxiacutelio do computador e do microscoacutepio penso que apesar de ter observado sucesso ao niacutevel da aprendizagem por parte dos alunos se tivesse utilizado estes recursos teria sido uma aprendizagem mais motivante e talvez de maior sucesso [Anabela]

A propoacutesito da planificaccedilatildeo apresentada Anabela natildeo faz referecircncia a desvantagens

na utilizaccedilatildeo de TIC no TE

Quanto ao aluno-professor Joatildeo defende que o uso das TIC em TE tem vantagens

pois pennite motivar os alunos captando a sua atenccedilatildeo como nos conta Como vantagens

penso que tem todas as vantagens uma vez que tudo isto permitiria captar a atenccedilatildeo de

todos os alunos Ao que acrescenta levando-os com certeza a participar activamente

No que diz respeito agraves desvantagens este aluno-professor alerta-nos para duas

situaccedilotildees possiacuteveis de acontecer designadamente os equipamentos necessaacuterios ao

deseru-olar de uma planificaccedilatildeo como a apresentada poderem estar danificados ou mesmo

a falta de electricidade pois diz-nos

215

Comeccedilando pelas desvantagens penso que o facto de planificar uma aula desta forma teria riscos como por exemplo faltar a luz ou algum dos aparelhos natildeo fiincionar [Joatildeo]

O quadro 429 resume as vantagens e desvantagens apontadas pelos alunos-

professores relativamente agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC na proposta didaacutectica

que lhes foi apresentada

D I M E N S Otilde E S 1 INDICADORES ENTREVISTADOS

1

Os alunos podem acompanhar o ponto da aula Judite

0 projector facilita a exposiccedilatildeo da informaccedilatildeo agrave turma Eduarda

ACOMPANHAMENTO DA AULA

0 microscoacutepio digital simplifica a i projecccedilatildeo de imagens Eduarda

0 microscoacutepio digital melhora as imagens Eduarda

0 microscoacutepio digital permite que toda a turma veja ao mesmo tempo a mesma imagem

Anabela | Elisa

VANTAGENS

Completar a apresentaccedilatildeo em Power Point eacute um estiacutemulo para a aprendizagem dos conteuacutedos

Elisa

C R I A R M O T I V A Ccedil Atilde O 0 uso das TIC motiva e envolve os alunos Anabela | Judite

0 uso (ias TIC permite captar a atenccedilatildeo dos alunos Joatildeo

ORGANIZACcedilAtildeO DE 0 sensor de oxigeacutenio permite observar o nivel de oxigeacutenio libertado Anabela

DADOS 0 computador permite a organizaccedilatildeo de dado^ Eduarda

C O L ^ A C T O COM AS TIC

Os alunos conhecem e contactam directamente com diversos instrumentos

Judite 1 Leonor

Participaccedilatildeo activa na aprendizagem Leonor|Joatildeo

APRENDIZAGEM

ACTIVA

Os alunos desenvolvem competecircncias psico-motoras ao manusear diversos instrumentos

Leonor

Aprendizagem mais significativa Anabela

1 PROPOSTA DE MUITAS

ACTIVIDADES 1 PRAacuteTICAS

Os alunos satildeo confrontados com muitas actividades praacuteticas numa soacute aula

Elisa

DESVANTAGENS

PROBLEMAS COM

Os equipamentos da escola podem natildeo ser os mais adequados Judite

o s R E C U R S O S MATERIAIS

Os equipamentos podem estar danificados Judite 1 Joatildeo

216

1 Pode acontecer uma falha de corrente eleacutectrica Joatildeo j

PROVOCAR | Os alunos podem distrair-se com estes Dib 1RACCcedilAtildeO II materiais Eduarda |

Quadro 429 - Subcategoria Concepccedilotildees de TE com recurso a TIC - vantagens e desvantagens

No que diz respeito agrave subcategoria Confronto da Proposta Didaacutectica com as

Praacuteticas Pedagoacutegicas ela eacute consonante com a terceira pergunta do questionaacuterio na qual

era pedido aos alunos-professores que comparassem ou evidenciassem aspectos e

potencialidades vantagens ou desvantagens da proposta apresentada com a forma como

desenvolveram este assunto na praacutetica

Elisa descreveu-nos uma aula da sua PP na qual tratou o mesmo conteuacutedo que na

planificaccedilatildeo apresentada

Devido a alguma falta de tempo para cumprir o programa e como as plantas satildeo um conteuacutedo um pouco mal recebido pelos alunos este conteuacutedo teraacute de ser apresentado de forma motivadora e luacutedica Assim optaacutemos tal como foi apresentado por fazer actividades praacuteticas [Elisa]

Judite que nos explica que natildeo tratou este assunto na sua PP fala-nos acerca da

utilizaccedilatildeo que fez do Power Point e de uma ferramenta de que dispunha na sua escola de

PP e que tem um ftmcionamento semelhante ao do microscoacutepio digital mencionado na

nossa planificaccedilatildeo

Na minha praacutetica natildeo tratei este assunto Mas usei algumas vezes o Power Point e tambeacutem a flexcam que funciona muito bem quando queremos que todos vejam a mesma imagem () O microscopio digital () tem um funcionamento muito parecido [Judite]

Judite destaca tambeacutem algumas vantagens na utilizaccedilatildeo das TIC como um recurso

para o TE tal como j aacute salientaacutemos designadamente a motivaccedilatildeo

Sem duacutevida que os alunos quando entram na sala e vecircm o computador o projector ou outro objecto eacute logo motivo de curiosidade e perguntam logo o que vamos fazer com isto Eles estatildeo mais motivados com as aprendizagens e se haacute motivaccedilatildeo haacute envolvimento no decorrer da aula [Judite]

217

Quanto a Eduarda refere que natildeo desenvolveu este conteuacutedo na sua PP mas na

sua opiniatildeo Creio que eacute uma boa estrateacutegia para apresentarleccionar este conteuacutedo

[Eduarda]

A aluna-professora Leonor tece elogios agrave planificaccedilatildeo apresentada natildeo se

referindo no entanto agrave sua PP tal como constatamos no seguinte transcrito

Oo meu ponto de vista a proposta apresentada estava bastante positiva houve sempre a preocupaccedilatildeo de traccedilar objectivos tendo em conta os programas do Ensino Baacutesico Notei que ao longo de toda a planificaccedilatildeo se deu uma grande importacircncia ao trabalho de grupo e agraves ideias preacutevias dos alunos e aos seus conhecimentos Gostei imenso da ideia dos alunos elaborarem uma apresentaccedilatildeo de Power Point ao longo do conteuacutedo em estudo Tirei algumas ideias para utilizar no fiituro Gostei muito [Leonor]

Por sua vez Anabela aponta que desenvolveu este conteuacutedo na sua PP destacando

que natildeo recorreu a ferramentas TIC como na proposta apresentada

Este tema que foi aqui tratado eu tive a oportunidade de o pocircr em praacutetica no ambiente sala de aula Natildeo tendo eu introduzido este assunto com o auxilio do computador e do microscoacutepio penso que apesar de ter observado sucesso ao niacutevel da aprendizagem por parte dos alunos se tivesse utilizado estes recursos teria sido uma aprendizagem mais motivante e talvez de maior sucesso [Anabela]

Por uacuteltimo o aluno-professor Joatildeo conta-nos que natildeo teve oportunidade de realizar

uma planificaccedilatildeo semelhante agrave apresentada por vaacuterios factores que destaca

Em relaccedilatildeo agrave minha praacutetica penso que a maior desvantagem foi o facto de natildeo ter tido a liberdade suficiente que me permitisse realizar tal planificaccedilatildeo Por outro lado haacute que ter em conta o factor tempo outro factor eacute ao niacutevel do material existente na escola onde realizei a praacutetica pois a este niacutevel aquela encontra-se um pouco limitada [Joatildeo]

O quadro 430 resume o confionto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas

Pedagoacutegicas dos alunos-professores

218

D I M E N S Otilde E S 1 INDICADORES 1 ENTREVISTADOS

T R A T O U O N Atilde O RECORREU A TIC

Fazemos actividades praacuteticas 1 Elisa

TEMA N Atilde O RECORREU A

TIC [ Se tivesse usado estes recursos teria sido mais motivante e talvez de maior sucesso

Anabela

R E C O R R E U A T I C Usei 0 Power Point e a Jlexcam que tem um funcionamento parecido ao do microscoacutepio digital

Judite

Eacute uma boa estrateacutegia Eduarda

N Atilde O TRATOU

1 Com 0 computador os alunos estatildeo mais motivados e envolvidos nas

[ ^rendizagens Judite

O T E M A N Atilde O R E C O R R E U A

TIC Proposta bastante positiva Tirei ideias Gostei muito Leonor

Natildeo tive liberdade suficiente Joatildeo

A escola eacute limitada em termos de recursos Joatildeo

Haacute que ter em conta o tempo Joatildeo

Quadro 430 - Subcategoria Confronto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas Pedagoacutegicas

Siacutentese da Categoria Confronto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas

Pedagoacutegicas

A paulir da anaacutelise dos dados recolhidos com o questionaacuterio respondido apoacutes a

realizaccedilatildeo da workshop para esta categoria estabelecemos trecircs subcategorias de anaacutelise

designadamente T I C Ident i f icadas Concepccedilotildees de T E com recurso a T I C -

vantagens e desvantagens e Confronto da Proposta Didaacutectica com as Praacuteticas

Pedagoacutegicas

Assim em relaccedilatildeo agrave identificaccedilatildeo das TIC usadas na proposta de planificaccedilatildeo nem

todos os alunos-professores identificaram todas as TIC que foram utilizadas Todos

mencionaram o recurso ao computador Cinco alunos-professores identificaram e referiram

a apresentaccedilatildeo em Power Point Quatro identificaram e mencionaram o uso do sensor de

oxigeacutenio e apenas trecircs se referiram ao uso do microscoacutepio digitai

219

No que diz respeito agrave subcategoria Concepccedilotildees de TE com recurso a TIC -

vantagens e desvantagens depois da participaccedilatildeo na workshop os alunos-professores

referiram-se principalmente a cinco vantagens a saber acompanhamento da aula criar

motivaccedilatildeo organizaccedilatildeo de dados contacto com as TIO e aprendizagem activa

Os alunos-professores reconhecem vantagens no uso das TIC no TE apoacutes a

workshop referindo-se a trecircs aspectos que jaacute antes tiacutenhamos identificado nas suas

concepccedilotildees permitir um acompanhamento mais eficaz da aula criar motivaccedilatildeo e

organizaccedilatildeo de dados Contudo surgem agora novas dimensotildees respeitantes a vantagens

de utilizaccedilatildeo de TIC no TE Os fiituros professores consideram nesta fase que o recurso agraves

TIC no TE permite aos alunos conhecerem as ferramentas de TIC e terem uma participaccedilatildeo

activa na aprendizagem Como TIC mais referida surge ainda o computador mas deixando

de estar centrado na utilizaccedilatildeo da Internet Predominam as referecircncias agrave utilizaccedilatildeo do

microscoacutepio digital que permite uma observaccedilatildeo directa e melhorada de situaccedilotildees praacuteticas

desenvolvidas pelos alunos ou na sua presenccedila Aleacutem disso eacute de relevar a referecircncia de

alguns futuros professores ao uso de diversas TIC

Quanto agraves desvantagens os alunos-professores enunciaram principalmente

problemas com os recursos materiais ao niacutevel das escolas pois os equipamentos podem

natildeo ser os mais adequados ou estar danificados ou mesmo uma falha de corrente eleacutectrica

No que diz respeito agrave subcategoria Confronto da Proposta Didaacutectica com as

Praacuteticas Pedagoacutegicas apenas duas alunas-professoras (Elisa e Anabela) trataram o tema

na sua Praacutetica Pedagoacutegica (PP) sem no entanto terem recorrido ao uso de TIC Apoacutes a

workshop uma destas futuras professoras natildeo hesita em afirmar que se tivesse utilizado

estes recursos teria sido uma aprendizagem mais motivante e talvez de maior sucesso

[Anabela]

220

Os restantes alunos-professores que trataram este tema na sua PP agrave excepccedilatildeo de

Leonor que natildeo se refere agrave sua PP

Judite menciona aspectos tais como ter recorrido a TIC no TE nomeadamente ao

uso do Power Point e da flexcam De salientar que aquando da realizaccedilatildeo da entrevista

Judite natildeo tinha consciecircncia das vantagens da combinaccedilatildeo TE-TIC pelo que considerou

mesmo que natildeo utilizou as TIC no TE referindo-se apenas ao uso de TIC Natildeo passou

muito tempo contudo nesta fase Judite tem jaacute noccedilatildeo de que o uso que fez das duas TIC

no TE permitem aumentar o potencial educativo

Por sua vez Eduarda e Leonor natildeo recorreram ao uso de TIC para abordar este tema

(natildeo o abordaram na sua PP) contudo satildeo decisivas ao afirmar que Creio que eacute uma boa

estrateacutegia para apresentarleccionar este conteuacutedo [Eduarda] e a proposta apresentada

estava bastante positiva () Tirei algumas ideias para utilizar no faturo Gostei muito

[Leonor]

Quanto a Joatildeo justifica que na sua PP natildeo teve oportunidade para poder decidir que

estrateacutegias utilizar Contudo em relaccedilatildeo agrave proposta didaacutectica chama agrave atenccedilatildeo para

aspectos como a limitaccedilatildeo em termos de recursos (que podem natildeo existir ou estar

danificados) nas escolas e ao factor tempo

221

Capiacutetulo 5

Cone fusotildees Limitaccedilotildees e

Impatildecaccedilotildees do Estudo

51 - Nota Introdutoacuteria

Neste capiacutetulo evidenciamos as principais conclusotildees do nosso estudo Satildeo

apresentadas tendo em conta as questotildees colocadas e tendo em vista os objectivos que nos

propusemos Cada conclusatildeo apontada eacute acompanhada de uma reflexatildeo acerca do aspecto

em questatildeo

Por fim apresentamos algumas limitaccedilotildees deste estudo bem como implicaccedilotildees que

pode suscitar

52 - Conclusotildees

Tal como nos capiacutetulos anteriores expomos o instrumento analiacutetico das entrevistas

fundamentado no quadro teoacuterico foi estruturado em cinco grandes blocos temaacuteticos

Tormaccedilatildeo inicial Ensino das Ciecircncias Trabalho Experimental Tecnologias de

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Articulaccedilatildeo entre o Trabalho Experimental e as

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Assim seguiremos os blocos temaacuteticos (de

que apresentamos siacutentese de cada uma das categorias no capiacutetulo anterior) definidos para

questionar acerca do entendimento do Ensino das Ciecircncias e em particular das

potencialidades (vantagens e desvantagens) do TE no tempo das TIC e de como as

percepcionaram os futuros professores de Ciecircncias (questatildeo 1 objectivo 1)

Na continuaccedilatildeo foi planificada e validada uma proposta didaacutectica que

apresentaacuteihos e trabalhaacutemos com os alunos-professores com intenccedilatildeo formativa (questatildeo

2 objectivos 2 e 3) No seguimento desta pedimos aos sujeitos do estudo que

respondessem a um questionaacuterio cujos resultados cruzam de modo particular coni os do

bloco Articulaccedilatildeo entre o Trabalho Experimental e as Tecnologias de Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo provenientes da entrevista (questatildeo 2 objectivo 4)

223

521 - Concepccedilotildees acerca das potencial idades do Trabalho

Experimental com Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Formaccedilatildeo Inicial

Relativamente ao Valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial a partir dos resultados

obtidos podemos considerar que todos os alunos-professores valorizam a sua formaccedilatildeo

inicial (FI) como um importante referencial para o exerciacutecio da sua futura profissatildeo

Contudo um pequeno nuacutemero de sujeitos deixa vislumbrar algumas criticas apontando

aspectos menos bons anotando que existe algum distanciamento entre o que em algumas

disciplinas da sua FI lhes eacute ensinado e o que necessitam para a sua Praacutetica Pedagoacutegica

(PP)

Pelo facto do curso que concluem ser bivalente isto eacute permitir a leccionaccedilatildeo natildeo

soacute no 2reg Ciclo do Ensino Baacutesico como tambeacutem no 1deg Ciclo do Ensino Baacutesico as

disciplinas da estrutura curricular tecircm necessariamente que ser mais abrangentes Em

Praia (1998) jaacute referido neste estudo encontramos uma possiacutevel explicaccedilatildeo para tal

sentimento por parte dos alunos-professores Este autor diz-nos que a propoacutesito da

formaccedilatildeo inicial de professores uma das maiores dificuldades sentidas por este grupo

reside exactamente na transferecircncia dos conhecimentos teoacutericos para a praacutetica E diz-nos

mais Tal transferecircncia de conhecimentos natildeo eacute simples nem imediata de fazer requer

uma reflexatildeo acerca de tais saberes Por isso o autor explica-nos que a teoria natildeo daacute

ordens agrave praacutetica mas sim aconselha-a orienta-a organiza-a daacute-lhe seguranccedila Por sua vez

a praacutetica procura quando reflectida apoiada e fimdamentada trazer de novo agrave discussatildeo as

proacuteprias orientaccedilotildees teoacutericas modi ficando-as reformulando-as reorientando-as (Op Cit

p160)

Quanto agrave preparaccedilatildeo para o exerciacutecio da profissatildeo todas as respostas obtidas

corroboram uma ideia que eacute lugar comum nos nossos dias - aprendizagem ao longo da

224

vida Isto eacute os sujeitos do estudo mostram-se conscientes de que a formaccedilatildeo inicial eacute

apenas o iniacutecio de um processo encarado como uma preparaccedilatildeo para o desempenho da sua

futura profissatildeo Tal como nos chama a atenccedilatildeo Bonifaacutecio da Costa (1999) a formaccedilatildeo

inicial de professores eacute parte integrante de um processo de socializaccedilatildeo do indiviacuteduo e que

acontece ao longo da vida

No que diz respeito agrave Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica a maioria

dos alunos-professores mostra-se satisfeita deixando transparecer sentimentos de

satisfaccedilatildeo e de dever cumprido No entanto dois sujeitos deixaram perceber um ainda que

leve sentimento de satisfaccedilatildeo incompleta relacionada com circunstacircncias particulares que

por algum motivo gravam determinado periacuteodo pela positiva ou pela negativa

Em relaccedilatildeo agraves experiacuteecircncias de aprendizagem valorizadas trecircs alunos-professores

apontaram a preparaccedilatildeo de aulas mas tendencialmente os sujeitos valorizam o

desempenho na aula (5 alunos-professores) Sahentamos que muitas vezes acontece o

2iluno em PP seguir um modelo de professor que de alguma forma marcou a sua vida

enquanto aluno e que agora pOtildee em praacutetica Talvez por isso por vezes aconteccedila que

contrariamente ao que se defende actualmente em termos de perspectivas de ensino o

aluno em PP tenha tendecircncia a assumir o papel de professor transmissor de conceitos e a

entender o aluno receptor

Ainda relativamente agrave Caracterizaccedilatildeo do periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica os

alunos-professores apontam aspectos positivos e negativos do seu desenvolvimento

(pessoal e profissional) enquanto alunos praticantes No que diz respeito aos aspettos

positivos relevantes na PP dois alunos-professores mencionam aspectos relacionais mas

trecircs sujeitos apontam principalmente aspectos particulares relacionados com a praacutetica de

ensino Ressalta pela negativa o destaque dado por trecircs alunos-professores para aspectos

que se prendem com as dificuldades sentidas na preparaccedilatildeo de aulas (definir objectivos e

225

estrateacutegias) por vezes relacionadas pelos sujeitos com o facto de a turma natildeo ser

efectivamente sua mas do professor titular da mesma - o professor cooperante Estas

dificuldades segundo os sujeitos passam tambeacutem pela necessidade de apresentar

planificaccedilotildees inovadoras ou pela dificuldade de adequar a planificaccedilatildeo a determinada

turma

Relembramos Estrela (2002 pl8) que entende a formaccedilatildeo inicial como o iniacutecio

institucionalmente enquadrado e formal de um processo de preparaccedilatildeo e desenvolvimento

da pessoa em ordem ao desempenho e realizaccedilatildeo profissional numa escola ao serviccedilo de

uma sociedade historicamente situada salienta que eacute importante que os futuros-

professores possam dar resposta agraves exigecircncias da escola do presente e sejam receptivos agraves

perspectivas de futuro (pl7)

Ensino das Ciecircncias

Relativamente agraves Concepccedilotildees acerca do ensino das Ciecircncias os alunos-

professores satildeo unacircnimes em considerar que eacute fundamental aprender Ciecircncias E para

fundamentar tal ideia apresentam argumentos de cidadania mencionado por todos os

sujeitos a compreensatildeo de noacutes proacuteprios referido por cinco sujeitos a compreensatildeo do

mundo que nos rodeia apontado por trecircs sujeitos e desenvolver atitudes cientiacuteficas

indicado apenas por um sujeito A predominacircncia para os argumentos de cidadania (os seis

sujeitos) eacute evidenciada por dimensotildees nas quais encontramos justificaccedilotildees tais como

possuir um conhecimento baacutesico de Ciecircncias e de assuntos relacionados com as Ciecircncias

para a tomada de decisotildees informadas no quotidiano dos cidadatildeos e na vida em sociedade

Quanto agrave dimensatildeo compreensatildeo de noacutes proacuteprios apontada por cinco sujeitos eacute justificada

pela importacircncia de um conhecimento mais aprofundado de si proacuteprio e do funcionamento

do nosso organismo

226

Contudo quando questionados sobre quais os aspectos que consideram importantes

serem abordados nas aulas de Ciecircncias os alunos-professores salientam diversos aspectos

mas principalmente relacionados cora conteuacutedos da Ciecircncia A predominacircncia de aspectos

referidos ao niacutevel dos conteuacutedos referidos por cinco sujeitos situa-se nos relacionados

com a compreensatildeo do organismo e com os cuidados a ter com este Estes aspectos

reforccedilam a tendecircncia para justificar o ensino das Ciecircncias para a compreensatildeo de noacutes

proacuteprios

Apenas um sujeito fez menccedilatildeo a processos no Ensino das Ciecircncias Cinco dos

futuros professores apontaram principalmente temas que podem ser desenvolvidos na aula

de Ciecircncias e que permitem do ponto de vista dos sujeitos aprendizagens uacuteteis aos alunos

Natildeo foram agora feitas explicitamente referecircncias a atitudes e valores que o

ensino das Ciecircncias pode promover

De facto as ideias predominantemente reveladas pelos sujeitos natildeo estatildeo muito

afastadas do que a este respeito defendem autores como por exemplo-Martins e Veiga

(1999) Tenreiro-Vieira e Vieira (2001 2005) Cachapuz Praia e Jorge (2002) Martins

(2002 2003) Acevedo Vaacutezquez e Manassero (2003) Gil-Peacuterez e Vilches (2004 2005)

Vasconcelos e Praia (2005) Caamano e Paixatildeo (2006) que indicam como sentido para o

ensino das Ciecircncias uma educaccedilatildeo cientiacutefica cuja principal finalidade seja desenvolver

competecircncias em todo e qualquer cidadatildeo (mesmo os que natildeo satildeo especialistas em aacutereas

cientiacuteficas) compreender-se a si proacuteprio e ao mundo que o rodeia poder ter uma opiniatildeo

poder tomar decisotildees fundamentadas num conhecimento cientiacutefico-tecnoloacutegico baacutesico e

que tenham ou passam vir a ter consequecircncias na sua vida (individual e colectiva) poder

resolver situaccedilotildees-problema do quotidiano

No que toca aacute Avaliaccedilatildeo da formaccedilatildeo em Ensino das Ciecircncias os alunos-

professores declaram-se preparados para serem professores de Ciecircncias sendo unacircnimes

227

ao ressaltar que numa aacuterea tatildeo vasta como as Ciecircncias da Natureza a bagagem que levam

da escola de formaccedilatildeo inicial eacute apenas o equipamento para o futuro Isto eacute os iacuteuturos

professores mostram-se conscientes de que num mundo em constante mudanccedila e evoluccedilatildeo

onde o conhecimento estaacute cada vez mais acessiacutevel a todos o importante passa a ser a

forma de integrar e aplicar este conhecimento

Trabalho Experimental

Os resultados obtidos em relaccedilatildeo agrave Concepccedilatildeo de Trabalho Experimentai dos

ai unos-professores mostram-nos que em metade dos sujeitos do estudo cada aluno-

professor tem uma concepccedilatildeo de trabalho experimental matizada por diferentes

perspectivas Isto eacute tendo percebido - a partir da sua formaccedilatildeo inicial em particular

atraveacutes das disciplinas de Didaacutectica e Metodologia das Ciecircncias e de Epistemologia das

Ciecircncias que actualmente se concebe o trabalho experimental atraveacutes da resoluccedilatildeo de

situaccedilotildees problemaacuteticas com interesse para os alunos - uma actividade que ajuda a

estabeleceacuter relaccedilatildeo com o dia-a-dia e a importacircncia de estimular uma postura

metacognitiva os alunos-professores revelaram que por exemplo valorizam os passos de

resoluccedilatildeo de um problema numa perspectiva onde os alunos satildeo frequentemente

questionados sobre porque eacute que estatildeo a fazer aquele TE daquela forma para a resoluccedilatildeo

daquele problema

Aparentemente estes alunos parecem situar-se numa perspectiva de ensino por

pesquisa (EPP) (Cachapuz Praia e Jorge 2000) No entanto uma anaacutelise mais atenta e fina

dos resultados mostra-nos que por exemplo o mesmo sujeito apresenta para aleacutem de

alguns dos aspectos que aqui referimos indiacutecios de outras perspectivas de ensino

porventura ensino por mudanccedila conceptual (EMC) e ensino por descoberta (EPD) Para

228

aleacutem disso bem sabemos tambeacutem que existem diferenccedilas entre as declaraccedilotildees dos

sujeitos e as suas proacuteprias praacuteticas

Relativamente agrave outra metade dos sujeitos parecem situar-se quase exclusivamente

numa perspectiva de ensino por transmissatildeo de conhecimentos na qual o trabalho

experimental tem um papel ilustrativo demonstrativo ou quando muito confirmatoacuterio Tal

como expusemos no segundo capiacutetulo corroboramos as ideias de Cachapuz Praia e Jorge

(2000) que nos explicam que esta eacute ainda uma perspectiva de ensino dominante apesar de

poder apresentar matizes de outras perspectivas

No que se refere agraves ^Potencialidades do TE os aJunos-professores justificam a

importacircncia do trabalho experimental tendencialmente relacionando-a com o

desenvolvimento de competecircncias cognitivas (seis sujeitos) soacutecio-afectivas (cinco

sujeitos) e capacidades e atitudes (cinco sujeitos) respectivamente os alunos-professores

salientam que o TE ajuda a adquirir e a relacionar conceitos desenvolve aspectos da

relaccedilatildeo em grupo desenvolve competecircncias transversais tais como a observaccedilatildeo a anaacutelise

a interpretaccedilatildeo sendo ainda considerado por trecircs dos alunos-professores como uma

estrateacutegia motivadora De salientar ainda que tal como jaacute reflectimos no capiacutetulo anterior

o primeiro destes aspectos - desenvolvimento cognitivo - pode a partir da perspectiva de

cada aluno estar relacionado quer com a transmissatildeo de conhecimentos quer com o

relacionar a teoria com a praacutetica Desta forma os alunos-professores aproximam-se do que

sobre este assunto nos dizem autores como Oliveira (1999) e Santos e Oliveira (2003)

como expusemos no capiacutetulo anterior

De uma forma geral podemos considerar que metade dos alunos-professores

revelam preocupaccedilotildees soacutecio-construtivistas Isto eacute referem que se preocupam em realizar

TE com os seus alunos assentando em situaccedilotildees problemaacuteticas com a finalidade de

desenvolver nos alunos competecircncias atitudes e valores organizando momentos de

229

interacccedilatildeo e reflexatildeo criacutetica atraveacutes do debate agrave volta das situaccedilotildees problemaacuteticas tendo

os alunos um papel activo e de pesquisa corroborando ideias apresentadas em Cachapuz

Praia e Jorge (2000)

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Os aiunos-professores no que diz respeito ao Destaque das TIC na Formaccedilatildeo

Inicial referem que ao longo da sua formaccedilatildeo inicial tiveram oportunidades de formaccedilatildeo

em TIC nalgumas disciplinas e mencionam principalmente o recurso a programas

informaacuteticos como o programa de Geometria dinacircmica Geometers Sketchpad utilizado na

disciplina de Geometria e o programa Excel Fazem ainda referecircncia aos programas Word

e Power Point De uma forma geral os sujeitos do estudo quanto ao Valor atribuiacutedo agrave

Formaccedilatildeo em TIC consideram que estas aprendizagens foram uacuteteis para aplicarem na sua

PP pois ampliam a facilidade em utilizar estes programas com os seus alunos de 2deg Ciclo

pelo facto de eles proacuteprios estarem mais agrave vontade com as TIC Contudo trecircs alunos-

professores deixam passar a ideia de que a formaccedilatildeo inicial no acircmbito das TIC foi pouco

explorada Na opiniatildeo de Ponte e Serrazina (1998) que partilhamos na escola de formaccedilatildeo

inicial os alunos adquirem uma preparaccedilatildeo baacutesica no acircmbito das TIC que pretende

principalmente desenvolver a confianccedila dos alunos no uso deste tipo de ferramentas Cabe

depois ao professor procurar uma actualizaccedilatildeo de conhecimentos e competecircncias

ultrapassando assim as dificuldades que possam vir a surgir

No estudo dirigido por Ponte e Serrazina (1998) o curso ao qual pertencem os

sujeitos da nossa investigaccedilatildeo - Matemaacutetica e Ciecircncias da Natureza - surge numa situaccedilatildeo

favoraacutevel como um dos que mais fortemente usam TIC Estes autores deixam como

recomendaccedilotildees que se desenvolvam conhecimentos e competecircncias em ferramentas tais

como processamento de texto correio electroacutenico a navegaccedilatildeo na Internet os programas

230

de estatiacutestica de gestatildeo de bases de dados e de apresentaccedilatildeo e o uso do viacutedeo (p48) por

serem cada vez mais consideradas como indispensaacuteveis ao professor

Concordando que eacute importante utilizar as TIC no ensino no que se refere agraves

Potencialidades das TIC os alunos-professores apresentam tendencialmente

argumentos como as TIC apontadas como uma motivaccedilatildeo na aula eou satildeo um recurso

(central) no ensino

Durante o seu tempo de Praacutetica Pedagoacutegica e na escola onde desenvolveram a sua

praacutetica no que respeita ao Recurso agraves TIC na Praacutetica Pedagoacutegica metade dos alunos-

professores refere ter tido um acesso praticamente sem muitas restriccedilotildees tendo agrave

disposiccedilatildeo computadores e ligaccedilatildeo agrave Internet Por outro lado a outra metade dos alunos-

professores revelou ter tido alguns problemas designadamente no acesso aos

computadores e no estado de conservaccedilatildeo do equipamento Tal significa que em algumas

escolas do Ensino Baacutesico o acesso agraves TIC mesmo para os professores eacute ainda dificultado

No que diz respeito agrave utilizaccedilatildeo que os alunos-professores fazem ou natildeo das TIC

nas suas aulas na PP todos fazem referecircncia ao recurso a programas informaacuteticos mas

restringem-se ao programa Power Point especiacutefico para apresentaccedilotildees e ao uso do

necessaacuterio projector Apenas uma das nossas entrevistadas afirma nunca ter feito uso das

TIC nas suas aulas da PP

Articulaccedilatildeo entre o Trabalho Experimental e as Tecnologias de

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

No que diz respeito agrave Realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC apenas um aluno-

professor declara nunca ter utilizado TE com recurso a TIC Contudo quatro sujeitos do

estudo referiram-se a alguns impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE com recurso agraves TIC

particularmente explicaram que por terem condiccedilotildees no Laboratoacuterio que lhes permitiram

231

realizar TE ou por falta de tempo ou por decisatildeo do professor cooperante ou ainda pelos

conteuacutedos a leccionar natildeo realizaram TE com recurso agraves TIC

A anaacutelise dos dados permitiu-nos ainda evidenciar no que concerne agrave Concepccedilatildeo

de TE com recurso agraves TIC que os alunos futuros professores intervenientes neste estudo

se referem a alguns aspectos de como podem tirar partido das TIC no TE Assim trecircs

alunos-professores apontam vantagens relacionadas com o acompanhamento da aula e dois

alunos-professores apontam o facto de em algumas situaccedilotildees de recurso a TIC

determinada aula natildeo requerer material nem preparaccedilatildeo preacutevia (esta dimensatildeo apesar de

declarada como vantagem e na opiniatildeo de muito autores exactamente um dos problemas

frequentes do entendimento e do uso das TIC) Estes sujeitos referem tambeacutem que na

realizaccedilatildeo de actividades interactivas na Internet os alunos soacute avanccedilam se tiverem

percebido o passo em que se encontram Vaacuterios sujeitos indicam ainda outras vantagens

possiacuteveis na realizaccedilatildeo de TE com recurso a TIC nomeadamente satildeo referidos como

benefiacutecios criar motivaccedilatildeo (dois sujeitos) organizaccedilatildeo de dados (dois sujeitos) e

alargamento de conhecimentos (apenas um sujeito) A economia de tempo eacute apontada

apenas por um dos sujeitos

Dois alunos-professores indicam como desvantagem da realizaccedilatildeo de TE com TIC

o considerarem que eacute importante o manuseamento e o mexerem o que segundo eles se

perderia com o uso das TIC Trata-se de uma forma muito linear do entendimento do uso

das TIC no TE que aliaacutes eacute tambeacutem evidenciada no modo como se referem aos

impedimentos agrave realizaccedilatildeo de TE Realccedilamos a pseudo-justificaccedilatildeo de uma aluna-

professora de que podendo fazer TE em Laboratoacuterio natildeo haacute necessidade de utilizar TIC

De salientar por outro lado que uma aluna-professora nos descreveu uma aula da sua PP

em que recorreu agraves TIC substituindo assim uma possiacutevel e desejaacutevel actividade de TE

232

com materiais manipulativos Ou seja independentemente de como estes sujeitos

entendem o TE natildeo entendem as TIC como uma mais valia

522 - Impacte da proposta na alteraccedilatildeo das concepccedilotildees acerca do

Trabalho Experimental com Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Depois da proposta didaacutectica apresentada e discutida com os alunos-professores

estes referiram-se principalmente a cinco vantagens da utilizaccedilatildeo de TIC no TE agora

percepcionadas a saber acompanhamento da aula criar motivaccedilatildeo organizaccedilatildeo de dados

- trecircs aspectos que jaacute antes tiacutenhamos identificado nas suas concepccedilotildees - e contacto com as

TIC e aprendizagem activa apontadas de novo

Quanto agraves desvantagens do TE com recurso a TIC percepcionadas na proposta

quatro dos alunos-professores enunciaram apenas problemas com os recursos materiais ao

niacutevel das escolas pois os equipamentos podem natildeo ser os mais adequados (os quatro

sujeitos) ou estarem danificados (dois desses sujeitos) Dos outros dois alunos-professores

um deles aponta que o TE com recurso a TIC pode provocar distracccedilatildeo e outra aluna refere

que na proposta satildeo apresentadas muitas actividades praacuteticas

Comparando coin a sua Praacutetica Pedagoacutegica (PP) a maioria dos alunos-professores

natildeo tratou este tema e os que o fizeram natildeo utilizaram TIC Apoacutes a workshop^ uma das

alunas-professoras natildeo hesita em afirmar que se tivesse utilizado estes recursos teria sido

uma aprendizagem mais motivante e talvez de maior sucesso Apenas uma aluna-

professora se refere aacute sua proacutepria PP e ao uso que fez de TE-TIC Este eacute um aspecto

curioso uma vez que aquando da realizaccedilatildeo da entrevista (antes da workshop) a mesma

aluna-professora natildeo tinha consciecircncia das potencialidades da combinaccedilatildeo TE-TIC tendo

entatildeo afirmado que natildeo utilizou as TIC no TE e referindo-se apenas ao uso de TIC em

233

geral Nesta fase a aluna-professora tem jaacute noccedilatildeo de que o uso que fez das duas TIC no TE

permitem aumentar o potencial educativo

A maioria dos sujeitos do estudo (quatro) natildeo abordou na sua PP o tema da

proposta didaacutectica como jaacute referimos contudo tece consideraccedilotildees muito favoraacuteveis em

relaccedilatildeo a esta referindo-se-lhe como uma boa estrateacutegia para apresentarleccionar este

conteuacutedo ou afirmando que a proposta apresentada estava bastante positiva Um deles

declara mesmo que tirou algumas ideias para utilizar no futuro afirmando Gostei muito

E m siacutentese

A partir das conclusotildees descritas pudemos constatar que em maior ou menor

escala todos os futuros professores valorizam a sua formaccedilatildeo inicial e de modo particular

a Praacutetica Pedagoacutegica e todos eles foram utilizando as Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo no Trabalho Experimental na sua Praacutetica Pedagoacutegica

Na primeira fase da anaacutelise de concepccedilotildees e no que diz respeito agraves vantagens os

fiituros professores centram-se em aspectos de natureza mais teacutecnica referindo para o uso

das TIC no TE algximas potencialidades tais como o acompanhamento da aula o criar

motivaccedilatildeo e a organizaccedilatildeo de dados que permanecem na uacuteltima fase depois da workshop

em que foi apresentada e discutida a proposta didaacutectica que realccedilava o TE com recurso a

TIC Contudo satildeo agora apontadas novas vantagens identificadas com o domiacutenio

pedagoacutegico e didaacutectico que evidenciam preocupaccedilatildeo com a qualidade da aprendizagem

dos alunos Aspectos como aprendizagem activa e contacto com as TIC surgem nesta fase

Apesar de se referirem a desvantagens da utilizaccedilatildeo de TE com recurso a TIC na

proposta didaacutectica que apresentaacutemos estas centram-se em aspectos teacutecnicos

particularmente relacionados com a desadequaccedilatildeo dos equipamentos das escolas de 2deg

Ciclo agraves necessidades das tarefas apresentadas

234

Os futuros professores ganharam com a participaccedilatildeo na workshop^ consciecircncia das

vantagens que a combinaccedilatildeo TIC-TE pode proporcionar

Tal como era nossa ideia valeu a pena construir e apresentar uma proposta

didaacutectica de TE com recurso a TIC e submeter os aiunos-professores agrave sua apresentaccedilatildeo e

discussatildeo uma vez que a partir da situaccedilatildeo formativa estes futuros professores

compreenderam melhor que a utilizaccedilatildeo das TIC permite enriquecer o TE e ampliar o

potencial educativo na sala de aula A proposta didaacutectica apresentada apreciada de modo

muito favoraacutevel pelos especialistas mostrou-se adequada como contributo para um

impacte positivo nas concepccedilotildees dos futuros professores acerca das potencialidades do TE

com TIC numa perspectiva actual do entendimento da Educaccedilatildeo em Ciecircncias

Tendo dado resposta agraves questotildees que tiacutenhamos formulado e que conduziram a nossa

investigaccedilatildeo consideramos deste modo atingidos os objectivos a que nos propusemos

Assim e como conclusatildeo final sentimo-nos capazes de afirmar que o nosso estudo

chama a atenccedilatildeo para a importacircncia da necessidade de situaccedilotildees formativas inovadoras em

particular na formaccedilatildeo de professores e integra-se assim na corrente emergente de que a

utilizaccedilatildeo das TIC permite enriquecer o TE sem perder a sua essecircncia de actividade de

resoluccedilatildeo de situaccedilotildees problemaacuteticas ampliando o potencial educativo na sala de aula

53 - Limitaccedilotildees e Implicaccedilotildees do estudo

Como todos os estudos tambeacutem este foi condicionado por circimstacircncias como o

tempo e os contextos particulares em que nos movemos ao longo da sua realizaccedilatildeo que o

moldaram e o fizeram chegar ateacute aqui com as conclusotildees que apresentaacutemos

235

Em vaacuterios momentos do caminho a opccedilatildeo tomada poderia ter sido diferente Desde

o nuacutemero de sujeitos a incluir - para quem os resultados obtidos satildeo vaacutelidos e exclusivos -

agraves metodologias adoptadas a decisatildeo poderia ter sido outra

Relativamente agrave metodologia seguida referimo-nos por exemplo ao facto de natildeo

terem sido realizadas observaccedilotildees dos sujeitos durante as suas praacuteticas de ensino

particularmente na realizaccedilatildeo de Trabalho Experimental com recurso a TIC Tal estudo

permitir-nos-ia ter um conhecimento muito mais aprofimdado daquelas que eram as

concepccedilotildees e as praacuteticas dos alunos-professores As nossas conclusotildees referem-se de

facto agraves declaraccedilotildees dos sujeitos e natildeo agraves suas praacuteticas

Realccedilamos tambeacutem o facto de acreditarmos que teria sido uacutetil ter esboccedilado um

perfil mais aprofundado de cada um dos alunos-professores e evidenciar mais

profundamente a relaccedilatildeo e a influecircncia das diversas categorias e subcategorias para

melhor compreendermos como se articulam para cada um deles

Ainda a partir das conclusotildees agora obtidas e principalmente porque evidenciaram

o interesse e a actualidade da temaacutetica pensamos que na sequecircncia deste estudo seria

interessante investigar com e na praacutetica professores em serviccedilo e formadores de

professores de Ciecircncias da Natureza relativamente agraves suas concepccedilotildees e ao uso que fazem

do TE-TIC

Em suma este estudo pretende ser um contributo para a problematizaccedilatildeo e reflexatildeo

acerca de uma temaacutetica actual e relevante no contexto educativo e social

O estudo de Contreras (2006) relativamente agrave influecircncia das TIC no ensino das

Ciecircncias referido no Capiacutetulo 2 desta investigaccedilatildeo eacute muito recente e tivemos acesso a ele

nos XXII Encuentros de Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales em Zaragoza

Espanha em Setembro do ano em que estamos a terminar a redacccedilatildeo desta Dissertaccedilatildeo

236

Sendo embora o objecto de estudo e as finalidades diferentes das nossas podemos dizer

que este estudo se situa no acircmbito da nossa problemaacutetica o que faz reemergir o sentimento

de pertinecircncia das questotildees que nos guiaram na conduccedilatildeo da investigaccedilatildeo que

desenvolvemos e reforccedila a necessidade de se continuar a investigaccedilatildeo neste territoacuterio

actual da relaccedilatildeo TE-TIC e do seu papel no ensino das Ciecircncias

Pensamos que as TIC satildeo ferramentas que constituem uma mais valia na sala de

aula desde que o professor defina para o uso TE-TIC quais as finalidades de

aprendizagem pondere as vantagens e desvantagens de utilizar estes novos recursos e se

predisponha a uma constante actualizaccedilatildeo e reflexatildeo no domiacutenio das orientaccedilotildees da

investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em Ciecircncias Seguir a moda e integrar as tecnologias na sala de

aula sem um objectivo com real valor educativo eacute muito redutor Tal como dizia Papert

(1993) a tecnologia soacute por si natildeo vai mudar nada (p7-8) No entanto como recordam

Cachapuz Praia e Jorge (2002)

Os professores satildeo potencialmente construtores da mudanccedila como pessoas

activas intervenientes e criticas problematizadoras e indagadoras (p 334)

237

Bibliografia

Acevedo J A (1996) La tecnologia en las relaciones CTS Una aproximacioacuten ai tema

Ensehanza de las Ciecircncias 14 (1) 35-44

Acevedo JA (2001) Cambiando la praacutectica docente en la ensenanza de las ciecircncias a

traveacutes de CTS Boletin dei Programa Ciecircncia Tecnologia Sociedady Innovacioacuten

Junho Organizacioacuten de Estados Iberoamericanos Disponiacutevel on Une em

httpwwwcampus-oeiorgsalactsiacevedo2htm (Consultado em 2 de Setembro

de 2005)

Acevedo J A Vaacutezquez A e Manassero M A (2003) Papel de la educacioacuten CTS en

una alfabetizacioacuten cientifica y tecnoloacutegica para todas las personas Revista

Electroacutenica de Ensenanza de las Ciecircncias 2 (2) Disponiacutevel on line em

httpwwwsaumuvigoesreecvolumenesvolumen2Numero2Artlpdf

(Consultado em 12 de Marccedilo de 2005)

Acevedo J A Vaacutezquez A Manassero M A e Acevedo P (2003) Creencias sobre la

tecnologia y sus relaciones con la ciecircncia Revista Electroacutenica de Ensenanza de las

Ciecircncias 2 (3) Disponiacutevel on line em

http www saum uvi go esreecvolumenesvo 1 umen2Numero 3Art9 pdf

(Consultado em 3 de Setembro de 20Oacute5)

Acevedo J A Vaacutezquez A Paixatildeo M F Acevedo P Oliva J M Manassero M A

(2005) Mitos da Didaacutetica das Ciecircncias acerca dos motivos para incluir a Natureza

da Ciecircncia no Ensino das Ciecircncias Ciecircncia amp Educaccedilatildeo 11 (1) 1-15 Disponiacutevel

on line em bttpwvywfcunesDbrposrevistapdpound^revistal I v o l l a r l r l l v l p d f

(Consultado em 21 de Julho de 2006)

Albarello L Digneffe F Hiemaux JP Maroy C Ruquoy D e Saint-Georges P

(1997) Praacuteticas e Meacutetodos de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais Lisboa Gradiva

Alcaraz I Puig M e Lafon I (2004) Caracteriacutesticas Generales de la Metodologia

Cualitativa In R Alzina (coord) Metodologia de la Investigacioacuten Educativa (pp

275-292) Madrid Editorial La Muralla

Almeida L e Freire T (2000) Metodologia da Investigaccedilatildeo em Psicologia e Educaccedilatildeo

Braga Psiquiliacutebrios

Amado J (2000) A Teacutecnica de Anaacutelise de Conteuacutedo Revista Referecircncia 5 53-63

238

Baggott L (1998) Multimedia simulation a threat to or enhancement of practical work in

science education In J Wellington (Ed) Practical work in school science Which

way nowl (pp 252-270) London Routledge

Balau S e Paixatildeo M F (2006) Trabalho Praacutetico e Tecnologias da iacutenfonmaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo numa perspectiva CTS As plantas na manutenccedilatildeo da vida In A

Blanco V B Brero M A Jimeacutenez e M T Prieto Las Relaciones CTS en la

Educacioacuten Cientiacutefica [CD] Actas do FV Seminaacuterio Ibeacuterico CTS en la Educacioacuten

Cientiacutefica 2006 Maacutelaga Aacuterea de Conocimiento de Didaacutectica de las Ciecircncias

Experimentales Universidad de Maacutelaga

Balau S e Paixatildeo M F (2006a) Potencialidades do uso das TIC no trabalho praacutetico

percepcionadas por futuros professores de Ciecircncias In M D Saacutenchez M J

Morales A L Cortecircs Educacioacuten Cientifica Tecnologias de la iacutenformacioacuten y la

Comunicacioacuten y Sostenibilidad [CD] Actas dos XXII Encuentros de Didaacutectica de

las Ciecircncias Experimentales 2006 Zaragoza Departamento de Didaacutectica de las

Ciecircncias Experimentales Universidad de Zaragoza

Bardin L (2004) Anaacutelise de conteuacutedo Lisboa Ediccedilotildees 70

Barton R (1998) IT in practical work assessing and increasing the value-added In J

Wellington (Ed) Practical work in school science Which way nowl (pp 237-251)

London RouUumledge

Beltraacuten J A (2006) El contexto de la ensefianza y del aprendizaje In A Trigueiros

(coord) Contextos de Aprendizagem para uma Sociedade do Conhecimento (pp

21-76) Actas das XIV Jornadas Pedagoacutegicas - VIU Transfronteiriccedilas 2005

Castelo Branco Associaccedilatildeo Nacional de Professores secccedilatildeo de Castelo Branco

RVJ Editores

Bettencourt T e Correia A F (1996) Um Estudo sobre a Utilizaccedilatildeo de um Sistema de

Aquisiccedilatildeo e Tratamento de Dados no Laboratoacuterio de Biologia do Ensino

Secundaacuterio In I Simpoacutesio Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento de Software Educativo

1996 Costa da Caparica Disponiacutevel on line em

httpphoenixscefctunlDtsimposiosimposiohtm (Consultado em 27 de Janeiro

de 2004)

Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo Qualitativa-em Educaccedilatildeo Porto Porto

Editora

Bonifaacutecio da Costa M H (1999) A Praacutetica e o Desenvolvimento da Capacidade

Reflexiva de Alunos-Professores de Liacutengua Portuguesa - Diaacuterio de Formaccedilatildeo -

239

uma estrateacutegia formativa Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Master of Education in

Supervision (natildeo publicada) Castelo Branco University of Nottingham - School

of Education Instituto Politeacutecnico de Castelo Branco - Escola Superior de

Educaccedilatildeo

Brown D e Harper E (2003) A twenty-first century science laboratory School Science

Review 84 87-91

Burke D (2002 12 de Outubro) Em ciecircncia nada eacute preto ou branco Puacuteblico Saacutebado p

30

Caamano A e Paixatildeo F (2006) iQueacute Opina ei Profesorado sobre la Orientacioacuten y las

Contenidos del Curriculum de Quiacutemica en el Bachillerato In A Blanco V B

Brero M A Jimeacutenez e M T Prieto Las Relaciones CTS en la Educacioacuten

Cientifica [CD] Actas do FV Seminaacuterio Ibeacuterico CTS en la Educacioacuten Cientifica

2006 Maacutelaga Area de Conocimiento de Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales

Universidad de Maacutelaga

Cachapuz A F (org) Praia J F e Jorge M P (2000) Perspectivas de Ensino das

Ciecircncias Porto Centro de Estudos de Educaccedilatildeo em Ciecircncia (CEEC)

Cachapuz A F Praia J F e Jorge M P (2002) Ciecircncia Educaccedilatildeo em Ciecircncia e Ensino

das Ciecircncias Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional

Cachapuz A F (2006) De las Partes ai Todo Hacia un Dialogo entre Ciecircncia y Arte In

A Blanco V B Brero M A Jimeacutenez e M T Prieto Las Relaciones CTS en la

Educacioacuten Cientifica [CD] Actas do IV Seminaacuterio Ibeacuterico CTS en la Educacioacuten

Cientifica 2006 Maacutelaga Aacuterea de Conocimiento de Didaacutectica de las Ciecircncias

Experimentales Universidad de Maacutelaga

Campanario J M Moya A e Otero J C (2001) Invocaciones y usos inadecuados de la

ciecircncia en la publicidad Ensenanza de las Ciecircncias 19 (1) 45-56

Carneiro R (2001) Nota introdutoacuteria In A Dias de Carvalho A Dias de Figueiredo E

Morin G Delacocircte J J R Frauacutesto da Silva J Deus Pinheiro J Lobo Antunes J

Tribolet J Azevedo L Resnick M- Teresa Ambroacutesio R Carneiro R Leite

Berger Filho S Papert Novo Conhecimento Nova Aprendizagem (pp11-15)

Actas da Conferecircncia Intemacional laquoNovo Conhecimento Nova Aprendizagemraquo

2000 Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian

Castells M (2004) A Galaacutexia Internet - Reflexotildees sobre Internet Negoacutecios e Sociedade

Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian

240

Chaplin M (2003) Strategies for making effective use of ICT in science lessons School

Science Review 84 93-97

Contreras S (2006) Una reflexion sobre la influencia de las TICs en la ensenanza de las

ciecircncias y una aproximacioacuten al estado de los profesores chilenos In M D Saacutenchez

M J Morales A L Cortecircs Educacioacuten Cientiacutefica Tecnologias de la Informacioacuten y

la Comunicacioacuten y Sostenibilidad [CD] Actas dos XXII Encuentros de Didaacutectica

de las Ciecircncias Experimentales 2006 Zaragoza Departamento de Didaacutectica de las

Ciecircncias Experimentales Universidad de Zaragoza

Departamento do Ensino Baacutesico (2001) Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico

Competecircncias Essenciais Lisboa Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Estrela A (1990) Teoria e Praacutetica de Observaccedilatildeo de Classes - Uma Estrateacutegia de

Formaccedilatildeo de Professores Lisboa Instituto Nacional de Investigaccedilatildeo Cientiacutefica

Estrela M T (2002) Modelos de formaccedilatildeo de professores e seus pressupostos

conceptuais Revista de Educaccedilatildeo XI (1) 17-29

Fleming R (1989) Literacy for technological age Science Education 73 (4) 391-404

Foddy W (2002) Como Perguntar Teoria e Praacutetica da Construccedilatildeo de Perguntas em

Entrevistas e Questionaacuterios Oeiras Celta Editora

Ghiglione R amp MataJon B (1993) O Inqueacuterito Oeiras Celta Editora

Gil H e Baggott L (2000) Ensino Experimental Microscoacutepio Virtual e Tecnologias da

Informaccedilatildeo Uma Proposta Digital In M Sequeira L Dourado M T Vilaccedila J L

Silva A S Afonso J M Baptista Trabalho Praacutetico e Experimental na Educaccedilatildeo

em Ciecircncias (pp 153-163) Braga Departamento de Metodologias da Educaccedilatildeo

Instituto de Educaccedilatildeo e Psicologia Universidade do Minho

Gil H e Baggott L (2002) Ensino Experimental e Tecnologias da Informaccedilatildeo

Microscoacutepio Virtual In A C Coelho A F Almeida J M Carmo e M N R

Sousa Educaccedilatildeo em Ciecircncia - VII Encontro Nacional (pp 359-367) Faro Escola

Superior de Educaccedilatildeo Universidade do Algarve

Gil H e Paixatildeo M F (1999) Um modelo para a ventilaccedilatildeo pulmonar explorado com

recursos infomiaacuteticosy Boletim da APPBG 12 32-37

Gil Peacuterez D e Vilches A (2004) La atencioacuten al futuro en la educacioacuten ciudadana

Posibles obstaacuteculos a superar para su incorporacioacuten en la ensenanza de las ciecircncias

In I P Martins F Paixatildeo R M Vieira Perspectivas Ciecircncia - Tecnologia -

Sociedade na Inovaccedilatildeo da Educaccedilatildeo em Ciecircncia (pp 99-108) Actas do III

241

Seminaacuterio Ibeacuterico CTS no Ensino das Ciecircncias 2004 Aveiro Departamento de

Didaacutectica e Tecnologia Educativa Universidade de Aveiro

Gil Peacuterez D e Vilches A (2005) bimersioacuten en la Cultura Cientiacutefica para la toma de

Decisiones ^Necesidad o Mito Revista Eureka sobre Ensenanza y Divulgacioacuten de

las Ciecircncias 2 (3) 302-329 Disponiacutevel on line em httpwwwapac-

eurekaorgrevistaVolumen2Numero_2_3Gil_Vilches_20Q5bpdf (Consultado em

28 de Julho de 2006)

Guimas de Almeida A M F (1995) Trabalho Experimental na Educaccedilatildeo em Ciecircncia

Epistemologia Representaccedilotildees e Praacuteticas dos Professores Dissertaccedilatildeo de

Mestrado em Ciecircncias da Educaccedilatildeo (natildeo publicada) Lisboa Universidade Nova de

Lisboa Faculdade de Ciecircncias e Tecnologia

Hodson D (1988) Experiments in science teaching Educational Philosophy and Theory

20 (2) 53-66

Hodson D (1990) A critical look at practical work in school science The School Science

Review 70 (256) 33-39

Hodson D (1992) Redefining and reorienting practical work in school science School

Science Review 73 (264) 65-77

Hodson D (1994) Hacia un enfoque maacutes critico del trabajo de laboratorio Ensenanza de

las Ciecircncias 12 (3) 299-313

Hodson D (1996) Practical work in school science exploring some directions for change

International Journal of Science Education 18 (7) 755-760

Hodson D (2001) Research on Practical Work in School and Universities in pursuit of

better questions and better methods In A F Cachapuz (Ed) A Chemistry Odyssey

[CD] 6th European Conference on Research in Chemical Education 2nd European

Conference on Chemical Education Aveiro Universidade de Aveiro

Hodson D e Reid D (1988) Changing priorities in science education Part II School

Science Review 70 (251) 159-165

Hofstein A e Lunetta V (2004) The Laboratory in Science Education Foundations for

the Twenty-First Century Science Education 88 (1) 28-54

Kirschner P e Huisman W (1998) Dry laboratories in science education computer-

based practical work International Journal of Science Education 20 (6) 665-682

Koogan A (1982) Koogan Larousse Seleccedilotildees Dicionaacuterio Enciclopeacutedico (6reg

reimpressatildeo) Lisboa Seleccedilotildees do Readers Digest

242

Leite L (2001) Contributos para uma utilizaccedilatildeo mais fundamentada do trabalho

laboratorial no ensino das ciecircncias In H V Caetano e M G Santos (Org)

Cadernos Didaacutecticos de Ciecircncias (pp 79-97) Lisboa Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

Departamento do Ensino Secundaacuterio Disponiacutevel on line em httpwwwciencias-

exp-no-secorgdocumentospublicacoes caderno monopdf (Consultado em 28 de

Julho de 2006)

Lopes J M G (1994) Supervisatildeo do Trabalho Experimental no 3 Ciclo do Ensino

Baacutesico um Modelo Inovador Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Ciecircncias da Educaccedilatildeo

(natildeo publicada) Aveiro Universidade de Aveiro

Ludke M amp Andreacute M (1986) Pesquisa em Educaccedilatildeo abordagens qualitativas Satildeo

Paulo Ediccedilotildees Pedagoacutegica e Universitaacuteria

Martinez H e Parrilla Parrilla J L (1994) La Utilizacioacuten del Ordenador en la

Realizacioacuten de Experiecircncias de Laboratorio Ensenanza de las Ciecircncias 12 (3)

393-399

Matiacuten-Diacuteaz M J (2004) El Papel de las Ciecircncias de la Naturaleza en la Educacioacuten a

Debate Revista Iberoamericana de Educacioacuten 33 (2) Disponiacutevel on line em

http www campusoei or grevi stadel oslectores692MartinDi az PDF (Consultado

em 29 de Julho de 2006)

Matiacuten-Diacuteaz M J Gutieacuterrez J e Goacutemez-Crespo M A (2006) El Paradigma de la

Alfabetizacioacuten Cientiacutefica In A Blanco V B Brero M A Jimeacutenez e M T Prieto

Las Relaciones CTS en la Educacioacuten Cientifica [CD] Actas do IV Seminaacuterio

Ibeacuterico CTS en la Educacioacuten Cientiacutefica 2006 Maacutelaga Aacuterea de Conocimiento de

Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales Universidad de Maacutelaga

Martins I P (2002) Problemas e perspectivas sobre a integraccedilatildeo CTS no sistema

educativo portuguecircs Revista Electroacutenica de Ensenanza de las Ciecircncias 1 (1)

Disponiacutevel on line em

http www saum uvi go esreecvolumenesvo l umen 1 N uacutemero 1 Art2 pdf

(Consultado em 21 de Fevereiro de 2004)

Martins I P (2003) Formaccedilatildeo inicial de Professores de Fiacutesica e Quiacutemica sobre a

Tecnologia e suas relaccedilotildees Soacutecio-Cientiacuteficas Revista Electroacutenica de Ensenanza de

las Ciecircncias 2 (3) Disponiacutevel on line em

httpwwwsaumuvigoesreecvolumenesvolumen2Numero3Art6pdf

(Consultado em 21 de Fevereiro de 2004)

243

Martins I P (2006) Educaccedilatildeo em Ciecircncia Cultura e Desenvolvimento In M F Paixatildeo

(coord) Educaccedilatildeo em Ciecircncia Cultura e Cidadania - Encontros em Castelo

Branco (pp 9-30) Castelo Branco Aima Azul

Martins iacute P e Veiga Mreg L (1999) Uma Anaacutelise do Curriacuteculo da Escolaridade Baacutesica

na Perspectiva da Educaccedilatildeo em Ciecircncias Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo

Educacional Disponiacutevel on line em httpa^nA^dgidcmin-

eduptinovbasicbibliotecacdceb09cdceb09-w95doc (Consultado em 21 de

Fevereiro de 2004)

Migueacutens M (2006) Contextos de Aprendizagem para uma Sociedade do Conhecimento

In A Trigueiros (coord) Contextos de Aprendizagem para uma Sociedade do

Conhecimento (pp 103-111) Actas das XIV Jornadas Pedagoacutegicas - VIII

Transfronteiriccedilas 2005 Castelo Branco Associaccedilatildeo Nacional de Professores

secccedilatildeo de Castelo Branco RVJ Editores

Migueacutens M e Serra P (2000) O Trabalho Praacutetico na Educaccedilatildeo Baacutesica a Realidade o

Desejaacutevel e o Possiacutevel In M Sequeira L Dourado M T Vilaccedila e J L Silva

Trabalho Praacutetico e Experimental na Educaccedilatildeo em Ciecircncias (pp 153-163) Braga

Departamento de Metodologias da Educaccedilatildeo Instituto de Educaccedilatildeo e Psicologia

Universidade do Minho

Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2006) Ensino Experimental das Ciecircncias no 1deg Ciclo O Boletim

dos Professores 2 pp 10

ME - DGEBS (1991) Programa de Ciecircncias da Natureza - Plano de Organizaccedilatildeo do

Ensino-Aprendizagem - Ensino Baacutesico 2deg ciclo Vol II Lisboa INCM

Marques E Soares R e Almeida C (2003) Teacutecnicas Laboratoriais de Biologia - Bloco

I Porto Porto Editora

Miranda G L (2006) As novas tecnologias e a inovaccedilatildeo das praacuteticas pedagoacutegicas In A

Trigueiros (coord) Contextos de Aprendizagem para uma Sociedade do

Conhecimento (pp 77-93) Actas das XIV Jornadas Pedagoacutegicas - VIII

Transfronteiriccedilas 2005 Castelo Branco Associaccedilatildeo Nacional de Professores

secccedilatildeo de Castelo Branco RVJ Editores

Missatildeo para a Sociedade da Informaccedilatildeo (1997) Livro Verde para a Sociedade da

Informaccedilatildeo em Portugal Disponiacutevel on Une em http^wwmissao-simctpt

(Consultado em 21 de Fevereiro de 2004)

Moniz dos Santos M E (2004) Dos coacutedigos de cidadania aos coacutedigos do movimento

CTS Fundamentos Desafios e Contextos In I P Martins F Paixatildeo R M Vieira

244

Perspectivas Ciecircncia - Tecnologia - Sociedade na Inovaccedilatildeo da Educaccedilatildeo em

Ciecircncia (pp 13-22) Actas do III Seminaacuterio Ibeacuterico CTS no Ensino das Ciecircncias

2004 Aveiro Departamento de Didaacutectica e Tecnologia Educativa Universidade de

Aveiro

Novak J (2000) Apreender Criar e Utilizar o Conhecimento Lisboa Plaacutetano Editora

Oliveira M T (1999) Trabalho Experimental e Formaccedilatildeo de Professores In Coloacutequio

Ensino Experimental e Construccedilatildeo de Saberes 1999 Lisboa Conselho Nacional

de Educaccedilatildeo

Paiva J (2002) As tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo utilizaccedilatildeo pelos

professores Lisboa MEDAP Disponiacutevel on line em httpwwwgiasemin-

eduptnoniopdfutilizacao_tic_profspdf (Consultado em 28 de Julho de 2006)

Paixatildeo M F (1998) Da Construccedilatildeo do Conhecimento Didaacutectico na Formaccedilatildeo de

Professores de Ciecircncias Dissertaccedilatildeo de Doutoramento em Didaacutectica das Ciecircncias

(natildeo publicada) Aveiro Universidade de Aveiro

Paixatildeo M F (1999) Revalorizar e Reorganizar o Trabalho Experimental no Ensino da

Quiacutemica numa perspectiva epistemoloacutegica In Actas do I Encontro da Divisatildeo de

Ensino e Divulgaccedilatildeo de Quiacutemica - O Trabalho Experimental no Ensino e na

Aprendizagem de Quiacutemica (pp 19-22) Aveiro Universidade de Aveiro

Paixatildeo M F (2001) A Importacircncia da Actividade Experimental na Educaccedilatildeo em Ciecircncia

Tempo de Reapreciaccedilatildeo do Trabalho Experimental na Escola In IX Encontro

Nacional de Educaccedilatildeo em Ciecircncia na Escolaridade Baacutesica 2001 Viseu

Disponiacutevel on line em httpwwwesevipvptcnActasartigo 1 htm (Consultado

em 15 de Fevereiro de 2006)

Paixatildeo M F (2001a) Caderno de Actividades Experimentais Conservaccedilatildeo da Massa

Combustatildeo e outras reacccedilotildees quiacutemicas Aveiro Universidade de Aveiro

Paixatildeo F (2004) Mezclas en la Vida Cotidiana Una Propuesta de Ensefianza Basada en

una Orientacioacuten Ciecircncia Tecnologia y Sociedad y en la Resolucioacuten de Situaciones

Problemaacuteticas Revista Eureka sobre Ensefianza y Divulgacioacuten de las Ciecircncias 1

(3) 205-212 Disponiacutevel on line em httpwwwapac-

eurekaorgrevistaVolumenlNumero 1 3Mezclas_vidacotidianapdf (Consultado

em 3 de Setembro de 2005)

Papert S (1993) A escola estaacute a perder a sua legitimidade (entrevista de C Afonso e M

Ceia) Aprender 15 6-9

245

Pedrinaci E (2006) Ciecircncias para ei mundo contemporacircneo iUna materia para la

participacioacuten ciudadana Alambique 49 9-19

Pedrosa M A (2001) Mudanccedilas de Praacuteticas de Ensino das Ciecircncias - uma Reflexatildeo

Epistemoloacutegica In A Veriacutessimo A Pedrosa e R Ribeiro (Coord) (Re)Pensar o

Ensino das Ciecircncias (pp 35-50) Lisboa Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Departamento do

Ensino Secundaacuterio Disponiacutevel on line em httpwwwdgidcmingt

eduptpubliccienciaspublicacoes repensarpdf (Consultado em 28 de Julho de

2006)

Pedrosa M A Gonccedilalves F Henriques M H e Mendes P (2004) (Re)Pensando

Educaccedilatildeo Cientiacutefica - Problemaacuteticas de Lixo e Ensino das Ciecircncias In 1 P

Martins F Paixatildeo R M Vieira Perspectivas Ciecircncia - Tecnologia - Sociedade

na Inovaccedilatildeo da Educaccedilatildeo em Ciecircncia (pp 109-116) Actas do III Seminaacuterio

Ibeacuterico CTS no Ensino das Ciecircncias Aveiro Departamento de Didaacutectica e

Tecnologia Educativa Universidade de Aveiro

Poirier J Clapier-Valladon S e Raybaut P (1995) Histoacuterias de Vida Teoria e Praacutetica

Oeiras Celta Editora

Ponte J P (1998) Novas Tecnologias Novos Desafios para a Formaccedilatildeo de Professores

In Debate A Sociedade da Informaccedilatildeo na Escola 1998 Lisboa Conselho

Nacional de Educaccedilatildeo

Ponte J P (2000) Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo na Formaccedilatildeo de

Professores Que desafios Revista Iberoamericana de Educaccedilatildeo 24 63-90

Ponte J P e Serrazina L (1998) As Novas Tecnologias na Formaccedilatildeo Inicial de

Professores Lisboa MEDAPP

Pontes A (2005) Aplicaciones de las tecnologias de la informacioacuten y de la comunicacioacuten

en la educacioacuten cientiacutefica Primera parte funciones y recursos Revista Eureka

sobre Ensenanza y Divulgacioacuten de las Ciecircncias 2 (1) 2-18 Disponiacutevel on line em

http^^^apac-eurekaorgrevistaVolumen2Numero_2_lPontes2005apdf

(Consultado em 6 de Dezembro de 2005)

Pontes A (2005a) Aplicaciones de las tecnologias de la informacioacuten y de la

comunicacioacuten en la educacioacuten cientiacutefica Segunda parte aspectos metodoloacutegicos

Revista Eureka sobre Ensenanza y Divulgacioacuten de las Ciecircncias 2 (3) 330-343

Disponiacutevel on line em httpwwwapac-

eurekaorgrevistaA^olumen2Numero_2 3Pontes2005bpdf (Consultado em 12 de

Marccedilo de 2006)

246

Praia J F (1995) Formaccedilatildeo de Professores no Ensino da Geologia Contributos para uma

Didaacutectica Fundamentada na Epistemologia das Ciecircncias O Caso da Deriva

Continetal Dissertaccedilatildeo de Doutoramento em Didaacutectica das Ciecircncias (natildeo

publicada) Aveiro Universidade de Aveiro

Praia J F (1998) A Didaacutectica e as Novas Tecnologias na Formaccedilatildeo de Professores

algumas Reflexotildees In Debate Acirc Sociedade da Informaccedilatildeo na Escola 1998

Lisboa Conselho Nacional de Educaccedilatildeo

Praia J F (1999) O Trabalho Laboratorial no Ensino das Ciecircncias Contributos para uma

Reflexatildeo de Referecircncia Epistemoloacutegica In Coloacutequio Ensino Experimental e

Construccedilatildeo de Saberes 1999 Lisboa Conselho Nacional de Educaccedilatildeo

Prieto T (2004) Los contenidos cientiacuteficos en ei contexto de los problemas CTS In I P

Martins F Paixatildeo R M Vieira Perspectivas Ciecircncia - Tecnologia - Sociedade

na Inovaccedilatildeo da Educaccedilatildeo em Ciecircncia (pp 109-116) Actas do III Seminaacuterio

Ibeacuterico CTS no Ensino das Ciecircncias Aveiro Departamento de Didaacutectica e

Tecnologia Educativa Universidade de Aveiro

Pro Bueno A e Martinez A E (2005) ^Queacute ciecircncia ve nuestra sociedad Alambique 43

37-48

Quivy R e Campenhoudt L (1992) Manual de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais

Lisboa Gradiva

Reis P (1996) As actividades praacuteticas como instrumento de aprendizagem e avaliaccedilatildeo em

Ciecircncias Aprender 20 59-64

Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa Instituto de

Inovaccedilatildeo Educacional

Santos M C e Oliveira M T (2003) Trabalho Experimental de Investigaccedilatildeo no Ensino

Secundaacuterio - Potencialidades Educare-Educere 2 (4) 53-73

Sequeira M (2004) Cultura Cientiacutefica Progresso Social e Cidadania In L Leite (Org)

Metodologia do Ensino das Ciecircncias Evoluccedilatildeo e tendecircncia nos uacuteltimos 25 anos

(pp 185-194) Braga Instituto de Educaccedilatildeo e Psicologia Universidade do Minho

Sousa Santos B (2003) Conhecimento Prudente para uma Vida Decente Porto Ediccedilotildees

Afrontamento

Taylor S J e Bogdan R (1992) Introducciocircn a los Meacutetodos Cualitativos de

Inveacutestigacioacuten Barcelona Ediciones Paidos

Tebbutt M (2000) ICT in science problems possibilities and principles School

Science Review 81 (297) 57-64

247

Tenreiro-Vieira C e Vieira R M (2001) Promover a Literacia Cientiacutefica Dificuldades e

Possibilidades Noesis 59 50-52

Tenreiro-Vieira C e Vieira R M (2005) Construccedilatildeo de Praacuteticas Didaacutetico-Pedagoacutegicas

com Orientaccedilatildeo CTS Impacto de um Programa de Formaccedilatildeo Continuada de

Professores de Ciecircncias do Ensino Baacutesico Ciecircncia amp Educaccedilatildeo 11 (2) 191-211

Disponiacutevel on line em

httpwwwfcunespbrposrevistapdf7revistal lvol2ar3rl lv2pdf (Consultado em

28 de Julho de 2006)

Tenreiro-Vieira C e Vieira R M (2006) A Temaacutetica das Plantas na Educaccedilatildeo das

Ciecircncias do Ensino Baacutesico com Orientaccedilatildeo CTSPC In A Blanco V B Brero M

A Jimeacutenez e M T Prieto Las Relaciones CTS en la Educacioacuten Cientifica [CD]

Actas do IV Seminaacuterio Ibeacuterico CTS en la Educacioacuten Cientifica 2006 Maacutelaga

Aacuterea de Conocimiento de Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales Universidad

de Maacutelaga

Tortosa M (2006) Laboratorio de quiacutemica con equipos de adquisicioacuten automaacutetica de

datos In M D Saacutenchez M J Morales A L Cortecircs Educacioacuten Cientifica

Tecnologias de la Informacioacuten y la Comunicacioacuten y Sostenibilidad [CD] Actas

dos XXII Encuentros de Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales 2006 Zaragoza

Departamento de Didaacutectica de las Ciecircncias Experimentales Universidad de

Zaragoza

Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste

Gulbenkian

Vala J (1986) A anaacutelise de conteuacutedo In A Santos Silva e J Madureira Pinto

Metodologia das Ciecircncias Sociais (pp 101-128) Porto Ediccedilotildees Afi-ontamento

Vale I (2004) Algumas Notas sobre Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Matemaacutetica -

O Estudo de Caso Revista da Escola Superior de Educaccedilatildeo de Viana do Castelo

5 171-202

Valente M O (1999) As Vozes das Escolas In Coloacutequio Ensino Experimental e

Construccedilatildeo de Saberes 1999 Lisboa Conselho Nacional de Educaccedilatildeo

Valles M S (1997) Teacutecnicas Cualitativas De Investigacioacuten Social - Reflexioacuten

metodoloacutegica ypraacutetica profesional Madrid Editorial Siacutentesis

Vasconcelos C e Praia J F (2005) Aprendizaje en contextos no formales y

alfabetizacioacuten cientifica Alambique 43 61-13

248

Vaacutezquez A e Manassero M A (1995) Actitudes relacionadas com la ciecircncia Una

revision conceptual Ensenanza de las Ciecircncias 13 (3) 337-346

Vieira R M e Martins I P (2005) Praacuteticas de Professores do Ensino Baacutesico Orientadas

numa perspectiva CTS-PC Impacte de um Programa de Formaccedilatildeo In P Membiela

e Y Padilla Retos y perspectivas de la ensenanza de las ciecircncias desde ei enfoque

Ciencia-Tecnologiacutea-Sociedad en los inicios dei siglo XXI (pp 79-86) Actas do II

Seminaacuterio Ibeacuterico sobre Ciencia-Tecnologiacutea-Sociedad para la ensenanza de las

ciecircncias experimentales Disponiacutevel on line em

http websuvi go eseducacion editoravolumenesLibro (Consultado em 29 de

Abril de 2006)

Wellington J (1998) Practical work in science time for a reappraisal In J Wellington

(Ed) Practical work in school science Which way nowl (pp 3-15) London

Routledge

Wellington J (1999) Integrating multimedia into science teaching barriers and benefits

School Science Review 81 (295) 49-54

Wellington J (2000) Teaching and Learning Secondary Science contemporary issues

and practical approaches London Routledge

Wellington J (2001) What Is Science Education For Canadian Journal of Science

Mathematics Sc Technology Education 1 (1) Disponiacutevel on line em

httpA^^A^^utpioumalscomiourihtmllp=cismtecismteissuelwellingtonhtml

(Consultado em 13 de Outubro de 2004)

Ziman J (1998) Real Science What is it and what it means Cambridge Cambridge

University Press

Ziman J (1999) A Ciecircncia na sociedade moderna In F Gil (Coord) A Ciecircncia tal qual

se faz (pp 437-450) Lisboa Ediccedilotildees Joatildeo Saacute da Costa

249

JLnejccedilps

Identificaccedilatildeo dos anexos

Anexo 1 - Carta enviada aos professores que validaram o guiatildeo de entrevista

Anexo 2 - Guiatildeo de entrevista

Anexo 3 - Carta dirigida aos professores que validaram a planificaccedilatildeo

Anexo 4 - Planificaccedilatildeo

Anexo 5 - Grelha de avaliaccedilatildeo da planificaccedilatildeo

Anexo 6 - Questionaacuterio

Anexo 7 - Transcriccedilatildeo de uma entrevista (aluna-professora Leonor)

Anexo 8 - Resposta a um questionaacuterio (aluna-professora Leonor)

251

Anexo 1

INSTITUTO POLITEacuteCNICO DE CASTELO BRANCO ESCOLA SUPERIOR DE EDUCACcedilAtildeO

Exmo(a) Sr(deg) Professor(a)

No acircmbito do meu curso de mestrado sob a Orientaccedilatildeo da Professora Doutora Maria de

Faacutetima Paixatildeo pretendo desenvolver a dissertaccedilatildeo cujo tema eacute Repensar o Trabalho

Experimental no Tempo das Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e o objectivo

geral reflectir o entendimento das Ciecircncias do Ensino das Ciecircncias e em particular do

Trabalho Experimental de alunos futuros professores de Ciecircncias no Tempo das

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Sendo especialista com investigaccedilatildeo desenvolvida no acircmbito do Trabalho Experimental no

Ensino das Ciecircncias venho solicitar-lhe a sua colaboraccedilatildeo no sentido de me dar o seu

parecer e sugestotildees relativamente agrave formulaccedilatildeo pertinecircncia e adequaccedilatildeo do guiatildeo das

entrevistas aos objectivos do estudo

Grata pela preciosa colaboraccedilatildeo

Soacutenia Regina Marques Balau

252

Anexo 2

GUIAtildeO DE ENTREVISTA

TEMA - Repensar o Trabalho Experimental no Tempo das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

OBJECTIVO GERAL - Reflectir o entendimento das Ciecircncias do Ensino das Ciecircncias e em particular do Trabalho Experimental (TE) no Tempo das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC)

Blocos temaacuteticos - Objectivos espeacutedficos ^ iiTOacutepIacutecoS Questotildees

A - Legitimaccedilatildeo da entrevista

bull Motivar os entrevistados para colaborar no estudo

bull Dar a conhecer aos entrevistados o objectivo geral do estudo

bull Trabalho realizado no acircmbito do mestrado

bull Contribuir para uma reflexatildeo acerca do entendimento das Ciecircncias do Ensino das Ciecircncias e do TE

B - Formaccedilatildeo inicial

bull Compreender o valor atribuiacutedo agrave foiinaccedilatildeo inicial

bull Apreciaccedilatildeo do curso de formaccedilatildeo inicial relativamente a

- Expectativas iniciais - Grau de satisfaccedilatildeo insatisfaccedilatildeo - Adequaccedilatildeo ao exerciacutecio da profissatildeo

1 Como sente a sua formaccedilatildeo inicial em termos de contributo para o seu futuro profissional

- Veio ao encontro das suas expectativas iniciais

- Sente-se preparado para a profissatildeo

- Voltaria a escolher este cureo (nas mesmas circunstacircncias e se natildeo houvesse falta de emprego)

253

B - Formaccedilatildeo inicial

C - Ensino das Ciecircncias

Caracterizar o periacuteodo de Praacutetica Pedagoacutegica enquanto momento de construccedilatildeo de saberes profissionais

Conhecer as concepccedilotildeesideias dos entrevistados acerca do ensino das Ciecircncias

Contributos da Praacutetica Pedagoacutegica para a construccedilatildeo dos saberes ou conhecimentos adquiridos - Grau de satisfaccedilatildeo insatisfaccedilatildeo

Natureza das dificuldades sentidas

bull Organizaccedilatildeo administraccedilatildeo da escola

bull Questotildees relacionais

Aspectos a serem apontados Um ensino das Ciecircncias cuja principal fmalidade eacute a construccedilatildeo de conceitos competecircncias atitudes e valores com ecircnfase na educaccedilatildeo (Cachapuz ei al 2000)

(Wellington 2001) 1 - Compreensatildeo do mundo que nos rodeia e de noacutes proacuteprios (valor intriacutenseco da educaccedilatildeo em Ciecircncia) 2 - Formaccedilatildeo de cidadatildeos cientificamente literatos (argumentos de cidadania) 3 - Desenvolver competecircncias geneacutericas e atitudes cientiacuteficas como a curiosidade o cepticismo salutar uma mente activa (minds-on) investigativa o sentido criacutetico e analiacutetico (argumentos utilitaacuterios)

2 Ateacute ao momento que balanccedilo pode fazer do tempo de Praacutetica Pedagoacutegica Positivo negativo Porquecirc

bull3 Refira algum aspecto em que tenha aprendido na praacutetica e com a praacutetica (ou seja algum aspecto que antes natildeo sabia como era)

4 Quais foram as maiores dificuldades Refira por exemplo um aspecto que lhe agradou e um que natildeo tenha comdo como desejava

2

Acha que eacute importante aprender Ciecircncias Porquecirc

Que aspectos lhe parecem importantes no ensino das Ciecircncias actualmente

254

C - Ensino das Ciecircncias

D - Trabalho experimental (TE)

Compreender o valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo inicial no que respeita ao ensino das Ciecircncias

Conhecer as representaccedilotildees acerca do TE

Identificar aspectos que os entrevistados atribuem como potencialidades do TE

Apreciaccedilatildeo do curso de fortnaccedilatildeo inicial relativamente agrave preparaccedilatildeo para ensinar Ciecircncias

Possiveis opiniotildees sobre o TE (Cachapuz et al 2000) - Instrumento primordial e um meio privilegiado na abordagem de situaccedilotildees-problema do quotidiano em que os dados obtidos experimentalmente satildeo o moacutebil para a discussatildeo Os dados natildeo satildeo oacutebvios nem os resultados falam por si - satildeo interpretados agrave luz de quadros teoacutericos conhecidos vivecircncias e cruzamentos com experiecircncias do quotidiiacuteino O TE como uma actividade aberta na qual os resultados podem ajudar agrave resoluccedilatildeo do problema mas natildeo satildeo a soluccedilatildeo do problema

Opiniotildees sobre o TE no ensino das Ciecircncias (Guimas de Almeida 1995)

Actividade que envolve experimentaccedilatildeo - Alunos que manipulam material e elaboram as conclusotildees do trabalho - Actividade que possibilita aos alunos mexer para aprender

3 Sente-se preparado para ensinar Ciecircncias Clarifique

Eacute comuns os professores de Ciecircncias falarem de TE Em que consiste o TE

Que aspectos considera importantes serem tidos em conta no TE

3 Porque eacute que eacute importante realizar TE Clarifique

4 Na sua opiniatildeo que potencialidades reconhece ao TE no ensino das Ciecircncias Ou seja porque eacute que eacute importante o TE no ensino das Ciecircncias Que competecircncias desenvolve

255

D - Trabalho experimental (TE)

- Manifestar o desejo de descobrir por si proacuteprio - Desenvolver atitudes tais como curiosidade criatividade flexibilidade abertura de espiacuterito reflexatildeo criacutetica autonomia respeito pela vida e pela Natureza

(Santos M C e Oliveira M T 2003) O TE de investigaccedilatildeo eacute sugerido como potenciador de determinadas competecircncias nomeadamente - Competecircncias de investigaccedilatildeo -os alunos seguem as suas proacuteprias linhas de indagaccedilatildeo numa aprendizagem activa que os envolve em actividades como pensar criar prever imaginar fazer compartilhar ideias descobrir apresentar e discutir (Ramsden e Harrison cit Santos e Oliveira 2003)

- Competecircncias transversais tais como o trabalho em grupo e a cooperaccedilatildeo a criatividade a autonomia a autoconfianccedila a perseveranccedila e a responsabilidade a curiosidade o interesse o rigor e a negociaccedilatildeo (Woolnough Wellington Oliveira cit Santos e Oliveira 2003)

O TE eacute ainda referido como gerador do desenvolvimento do conhecimento procedimental e de competecircncias do pensamento nomeadamente o pensamento criacutetico

Clarifique

5 Eacute capaz de descrever uma aula em que tenha desenvolvido TE e tenha considerado que foi uma aula com sucesso

256

D - Trabalho experimental (TE)

e de resoluccedilatildeo de problemas (Santos e Oliveira 2003)

Pesquisas recentes mostiaram que o trabalho experimental pode ajudar os estudantes a desenvolver ideias sobre a natureza da comunidade cientiacutefica e sobre a natureza da Ciecircncia (Hofstein e Lunetta 2004 p46)

Identificar aspectos de destaque dado agraves TIC na sua formaccedilatildeo inicial

E - Tecnologias da informaccedilatildeo comunicaccedilatildeo (TIC)

Compreender o valor atribuiacutedo agrave formaccedilatildeo em TIC no curso

Identificar as potencialidades reconhecidas agraves TIC

Levantamento de situaccedilotildees de destaque das TIC - As TIC como parte integrante do curriacuteculo de algumas disciplinas (pe utilizaccedilatildeo do microscoacutepio utilizaccedilatildeo de software especiacutefico - Geometers Sketchpad - Geometria) - Apresentaccedilatildeo de trabalhos - Acesso agrave informaccedilatildeo - Nas aulas de PP - Gosto pessoal pelas TIC

2

Durante a sua fonnaccedilatildeo inicial foi dado destaque agraves TIC Em que disciplinas O que se destacou O que aprendeu

De que forma essas aprendizagens tecircm ligaccedilotildees com a PP

Avaliaccedilatildeo do curso de formaccedilatildeo inicial no acircmbito das TIC relativamente a

- Grau de satisfaccedilatildeo insatisfaccedilatildeo - Utilidade para a praacutetica da

3 Dado o desenvolvimento que se prevecirc para as TIC pensa que a formaccedilatildeo recebida foi suficiente Porquecirc

Opiniatildeo em relaccedilatildeo agraves TIC (Pontes 2005) - Facilitar o acesso agrave informaccedilatildeo - Facilitar a aprendizagem de conceitos

Aprender procedimentos cientiacuteficos

Desenvolver destrezas

4 Considera que eacute importante utilizar as TIC no ensino Porquecirc

257

E - Tecnologias da informaccedilatildeo c comunicaccedilatildeo (TIC)

s

F - Articulaccedilatildeo entre o TE e as TIC

Conhecer eventuais situaccedilotildees de aulas com recurso agraves TIC

Conhecer as representaccedilotildees dos entrevistados acerca do TE com recurso agraves TIC

Identificar eventuais momentos de praacutetica de TE com recurso agraves TIC

intelectuais - Motivaccedilatildeo para a aprendizagem

Utilizaccedilotildees das TIC - Apresentaccedilatildeo de aulas com Power Point - Acesso agrave informaccedilatildeo - Internet - Utilizaccedilatildeo de software especiacutefico para determinados conteuacutedos -Geometers Sketchpad -(Geometria) - Utilizaccedilatildeo do microscoacutepio

Utilizaccedilotildees das TIC recurso para o TE

como um

(Wellington 1999) - Permitir demonstraccedilotildees difiacuteceis de pocircr em praacutetica em Laboratoacuterio - Possibilitar a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos microscoacutepicos - As imagens e a animaccedilatildeo satildeo

dinacircmicas - Causa impacto visual

Identificaccedilatildeo de situaccedilotildees de praacutetica de TE com recurso agraves TIC - Utilizaccedilatildeo de software especiacutefico para determinados conteuacutedos por exemplo Eu aprendo Ciecircncias da Natureza 103 Experiecircncias O

5 Tem acesso agraves TIC na escola onde lecciona Esse acesso eacute o desejaacutevel

6 Utiliza as TIC nas suas aulas na PP Decirc exemplos

1 Com as TIC que tem agrave disposiccedilatildeo como pode tii-ar o melhor partido delas no TE Decirc exemplos

2 Que vantagens pode assim trazer para os alunos

3 Nas aulas da PP alguma vez realizou TE com recurso agraves TIC

4 Porque eacute que decidiu recoirer a elas

5 (Ou) Porque natildeo fez Quais foram

258

Natureza - Utilizaccedilatildeo de um projector para fazer demonstraccedilotildees de TE - Apresentaccedilatildeo dos resultados de TE com Power Point - Acesso agrave informaccedilatildeo - Internet - Utilizaccedilatildeo do microscoacutepio

os impedimentos

Referecircncias

Cachapuz A F Praia J F e Jorge M P (2000) Perspectivas degrave Ensino das Ciecircncias Porto Centro de Estudos de Educaccedilatildeo em Ciecircncia (CEEC)

Guimas de Almeida A M F (1995) Trabalho experimental na educaccedilatildeo em ciecircncia epistemologia representaccedilotildees e praacuteticas dos professores Dissertaccedilatildeo de Mestrado natildeo publicada Lisboa Universidade Nova de Lisboa

Pontes A (2005) Aplicaciones de las tecnologias de la informacioacuten y de la comunicacioacuten en la educacioacuten cientiacutefica Primera parte funciones y recursos Revista Eureka sobre Ensenanza y Divulgacioacuten de las Ciecircncias 2 Ndeg12-18

Santos M C e Oliveira M T (2003) Trabalho experimental de investigaccedilatildeo no ensino secundaacuterio - potencialidades Um exemplo com alunos do 12deg ano de escolaridade Educare-Educere 4 53-73

Wellington J (2001) What Is Science Education For Disponiacutevel on-line em httpwwwutD journals comi our ilitmllD=cismtecismteissuelwe[lin gtonhtml ( 1 3 - 1 0 - 2 0 0 4 )

Wellington J (1999) Integrating multimedia into science teaching barriers and benefits School Science Review 81 (295) 49-54

259

Anexo 3

INSTITUTO POLITEacuteCNICO DE CASTELO BRANCO ESCOLA SUPERIOR DE EDUCACcedilAtildeO

Exmoacute(a) Sr() Professor(a)

No acircmbito do meu curso de mestrado sob a Orientaccedilatildeo da Professora Doutora Maria de

Faacutetima Paixatildeo estou a desenvolver a dissertaccedilatildeo com o objectivo geral de reflectir

sobre o entendimento das Ciecircncias do Ensino das Ciecircncias e em particular do

Trabalho Experimental de alunos futuros professores de Ciecircncias no Tempo das

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIacuteC) e um dos objectivos especiacuteficos eacute

evidenciar aspectos a considerar na planificaccedilatildeo didaacutectica envolvendo Trabalho

Experimental com recurso agraves TIC e planificar uma sequecircncia de ensino

Sendo professor(a) com muita experiecircncia no ensino das Ciecircncias venho solicitar-lhe a

sua colaboraccedilatildeo no sentido de se pronunciar relativamente aos diferentes itens

apresentados na grelha de avaliaccedilatildeo anexa bem como de me dar o seu parecer e

sugestotildees no sentido de melhorar a planificaccedilatildeo apresentada

Grata pela preciosa colaboraccedilatildeo

Soacutenia Regina Marques Balau

Anexo 4

UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIEcircNCIAS DA EDUCACcedilAtildeO

^[anificaccedilatildeo

Mestrado em Ciecircncias da Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeo Tecnologias Educativas

Soacutenia Regina Marques Balau

Orientadora Professora Doutora Maria de Faacutetima Paixatildeo

261

NOTA INTRODUTOacuteRIA

Vivemos hoje numa sociedade da informaccedilatildeo e do conhecimento uma sociedade

complexa caracterizada por ceacuteleres mudanccedilas onde o avanccedilo da Ciecircncia e da

Tecnologia pOtildee agrave disposiccedilatildeo dos indiviacuteduos um amplo espectro de saberes a ser

explorado Sinais dos tempos aos cidadatildeos colocam-se novas exigecircncias A educaccedilatildeo

natildeo eacute excepccedilatildeo e nas orientaccedilotildees do actual Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico pode

ler-se que a sociedade da informaccedilatildeo e do conhecimento reivindica indiviacuteduos com

educaccedilatildeo abrangente em diversas aacutereas que demonstrem flexibilidade capacidade de

comunicaccedilatildeo e uma capacidade de aprender ao longo da vida (ME - DEB 2001

p129)

Eacute lugar comum a importacircncia da educaccedilatildeo cientiacutefica na sociedade actual Procura-

se hoje a formaccedilatildeo de cidadatildeos cientiacutefica e tecnologicamente literatos que possam usar

adequadamente as tecnologias dispomveis e intervir criticamente na sociedade

Satildeo vaacuterios actualmente os argumentosjustificaccedilotildees para o ensino das Ciecircncias

como Educaccedilatildeo em Ciecircncia dos quais destacamos trecircs o valor intriacutenseco da educaccedilatildeo

em Ciecircncia a promoccedilatildeo da cidadania e objectivos utilitaacuterios (Wellington 2001)

No contexto do ensino das Ciecircncias o Trabalho Experimental (TE) considerado

como uma actividade de resoluccedilatildeo de problemas tem vindo a ser notado como uma

estrateacutegia facilitadora da aprendizagem das Ciecircncias e ao mesmo tempo encarado

como uma forma de desenvolvimento pessoal e social dos alunos tendo o professor um

papel de orientador Eacute nossa convicccedilatildeo que o TE constitui um percurso capaz de

proporcionar o desenvolvimento de importantes competecircncias transversais tais como a

curiosidade o sentido critico e analiacutetico a autonomia a responsabilidade o espiacuterito de

iniciativa e de trabalho em grupo (Santos 2002)

As Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TIC) tecircm sido um motor

potenciador de mudanccedilas no campo educacional Dadas as suas potencialidades ligadas

de forma directa ao conhecimento agrave informaccedilatildeo e agrave comunicaccedilatildeo exercem cada vez

mais e maior influecircncia na actividade profissional dos professores (Ponte e Serrazina

1998) Para aleacutem disso as perspectivas do uso das TIC no ensino em particular no

ensino das Ciecircncias satildeo cada vez mais e as vantagens desta combinaccedilatildeo satildeo notoacuterias

Apresenta-se a planificaccedilatildeo de uma sequecircncia de ensino de Ciecircncias da

Natureza para o tema fotossiacutentese com os seguintes conteuacutedos programaacuteticos Como

262

se alimentam as plantas As plantas elaboram o seu alimento - Fotossiacutentese Factores

intervenientes na actividade fotossinteacutetica Produtos resultantes dirigida ao 6deg ano do

2deg Ciclo do Ensino Baacutesico com recurso ao Trabalho Experimental utilizando

Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

Pretende-se que a planificaccedilatildeo se insira nas orientaccedilotildees do Curriacuteculo Nacional

siga as indicaccedilotildees do Programa Oficial de Ciecircncias da Natureza para o ano indicado e se

insira nas orientaccedilotildees actuais para o ensino das Ciecircncias

263

FUNDAMENTACcedilAtildeO DAS OPCcedilOtildeES

No documento Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico pode ler-se A aquisiccedilatildeo

progressiva de conhecimentos eacute relevante se for integrada num conjunto mais amplo de

aprendizagens e enquadrada por uma perspectiva que coloca no primeiro plano o

desenvolvimento de capacidades de pensamento e de atitudes favoraacuteveis agrave

aprendizagem (ME - DEB 2001 p9) Nos nossos dias eacute ideia corrente que o ensino-

aprendizagem de conhecimentos por si soacute eacute demasiado redutor pobre e distante da

realidade Como explica Carneiro (2001 pl 1) As crianccedilas podem aprender tudo em

qualquer parte a todo o momento No entanto acrescenta o conteuacutedo soacute por si

revela-se claramente insuficiente Esta ideia eacute reforccedilada por Ponte e Serrazina (1998

p9) quando afirmam que o saber comeccedila a ter cada vez mais um outro significado

passando a centrar-se no saber procurar saber interpretar e saber integrar as diversas

f o n t e s d e dados Cada vez mais eacute menos importante ter soacute conhecimento memorizado porque o

conhecimento estaacute mais acessiacutevel a todos o valor acrescentado estaacute principalmente em saber aplicaacute-lo

As orientaccedilotildees expressas no jaacute referido documento Curriacuteculo Nacional do EnsinO BaacutesicO

apontam exactamente nesse sentido Isto eacute no desenvolvimento de trajectos educativos

diversificados que capacitem os cidadatildeos para compreender a realidade e para abordar

situaccedilotildees e problemas do quotidiano (ME - DEB 2001 p l5) com competecircncias para

intervir de forma responsaacutevel em decisotildees pessoais e sociais Como referem Cachapuz

Praia e Jorge (2002 p45) ser cientificamente culto implica tambeacutem atitudes valores e

novas competecircncias (em particular abertura agrave mudanccedila eacutetica de responsabilidade

aprender a aprender)

A Ciecircncia como uma linguagem reservada a uma elite eacute hoje de uma forma geral

uma concepccedilatildeo recusada (Martins e Veiga 1999) sendo defendido o ensino das

Ciecircncias como Educaccedilatildeo em Ciecircncia como uma forma de dotar os indiviacuteduos de

competecircncias para a compreensatildeo de factos que intervecircm na resoluccedilatildeo de situaccedilotildees-

problema do quotidiano

Para aleacutem de Wellington (2001) muitos satildeo os autores que defendem que o ensino

das Ciecircncias como educaccedilatildeo em Ciecircncia eacute o percurso a seguir para alcanccedilar a tatildeo

preconizada alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica (Vasconcelos e Praia 2005 Cachapuz Praia e

Jorge 2002 Martins e Veiga 1999) ou seja dotar cada indiviacuteduo de um conjunto de

saberes competecircncias atitudes e valores que lhe permita

i apropriar-se compreender o mundo que o rodeia e a si proacuteprio

264

111

IV

ter opiniatildeo sobre questotildees relacionadas com a actividade cientiacutefiacuteco-

tecnoloacutegica que tenhampossam ter implicaccedilotildees para os cidadatildeos (ex

co-incineraccedilatildeo aborto )

tomar decisotildees f u n d ^ e n t a d a s no conhecimento cientifico-tecnoloacutegico

baacutesico parana resoluccedilatildeo de situaccedilotildees-problema do quotidiano

exercendo uma cidadania responsaacutevel (consciecircncia social)

adaptar-se agraves mudanccedilas de uma sociedade mutaacutevel

Depois da revisatildeo curricular do Ensino Baacutesico em 2001 foi reforccedilada a ecircnfase

dada ao trabalho experimental^ que passou a ter cariz de obrigatoacuterio como pode ler-se

no actual Cuiriculo Nacional do Ensino Baacutesico Para os conhecimentos cientiacuteficos

serem compreendidos pelos alunos () considera-se fundamental () realizar actividade

experimental e ter oportunidade de usar diferentes instrumentos de observaccedilatildeo e

medida (ME - DEB 2001 p 131)

Na opiniatildeo de vaacuterios autores os professores tecircm uma visatildeo limitada das

possibilidades educativas do trabalho experimental (TE) apUcando-se esta designaccedilatildeo a

actividades muito diversas Ao referirem-se a este tema os autores empregam vaacuterias

designaccedilotildees nomeadamente actividades praacuteticas trabalho praacutetico trabalho laboratorial

ou trabalho experimental (Santos 2002) Como argumenta esta autora o trabalho

experimental inclui-se no trabalho praacutetico podendo ou natildeo ser laboratorial Santos

(2002) apresenta esquematicamente na figura 1 a relaccedilatildeo entre trabalho praacutetico

laboratorial e experimental

Actividades praacuteticasATrabalho praacutetico

Trabalho laboratorial

Trabalho experimental

Figura 1 - Relaccedilatildeo entre Trabalho praacutetico laboratorial e experimental (Santos 2002 p38)

Como podemos constatar na figura 1 nem todo o trabalho ^praacutetico eacute trabalho de

laboratoacuterio nem todo o trabalho laboratorial eacute experimental (Santos 2002 p38)

Nos documentos oficiais portugueses o termo actividade experimental aproxima-se do conceito de trabalho praacutetico com realizaccedilatildeo de experiecircncias independentemente do grau de controlo e com recurso a materiais e objectos de laboratoacuterio ou de uso quotidiano

265

Na nossa planificaccedilatildeo utilizaremos o termo trabalho experimental respeitando

para cada autor a sua designaccedilatildeo Na praacutetica propomos a realizaccedilatildeo de trecircs actividades

de trabalho praacutetico sendo as duas uacuteltimas trabalho experimental

Como afirma Hodson (1990 p33) o trabalho praacutetico que se realiza hoje em

muitas escolas eacute incompreendido confuso e improdutivo De facto o trabalho

experimental nem sempre eacute praticado da melhor forma (Hofstein e Lunetta 2004)

Muitas vezes existe um desfasamento entre os objectivos que se pretendem alcanccedilar o

tipo de actividades sugeridas e a forma como estas satildeo orientadas Os mesmos autores

alertam ainda os alunos tecircm poucas oportunidades para actividades metacognitivas

(Hofstein e Lunetta 2004 p32) uma vez que estatildeo normalmente envolvidos com

pormenores teacutecnicos natildeo havendo oportunidade para expressarem as suas

inteipretaccediloes e percepccedilotildees sobre a pesquisa

Entendemos que o TE deve ser desenvolvido sustentado em dois pilares minds~on

e hands-on Isto eacute a par da realizaccedilatildeo de um TE eacute essencial dar oportunidades aos

alunos que os levem a colocar questotildees sugerir hipoacuteteses e delinear investigaccedilotildees

(Hofstein e Lunetta 2004 p32) dando-lhes oportunidade para interagir e reflectir sobre

o trabalho que estatildeo a realizar Nesta perspectiva a intervenccedilatildeo do professor teraacute que

ser muito bem planeada e intencional no sentido de sistematizar o conhecimento e

proporcionar aos alunos as actividades desejadas constituindo o TE o caminho para

uma fiinccedilatildeo educativa muito mais ampla

As perspectivas do uso das TIC no ensino das Ciecircncias satildeo cada vez mais

Segundo Wellington (1999) o valor acrescentado da integraccedilatildeo de multimeacutedia no

ensino das Ciecircncias assenta em aspectos visuais como sejam o permitir demonstraccedilotildees

difiacuteceis de pocircr em praacutetica em Laboratoacuterio possibilitar a visualizaccedilatildeo de fenoacutemenos

microscoacutepicos o dinamismo de imagensanimaccedilatildeo e o impacto visual As TIC podem

tambeacutem desempenhar um importante contributo no que diz respeito a uma economia de

tempo Satildeo ainda referidas no estudo de Wellington (1999) efeitos nas atitudes e na

motivaccedilatildeo quer por parte dos estudantes quer dos professores

Contudo a inclusatildeo deste tipo de ferramentas no ensino das ciecircncias conduz-nos a

uma questatildeo o que se perderaacute com o uso das TIC Wellington (1999) refere que para

aleacutem dos benefiacutecios obtidos com a utilizaccedilatildeo de ferramentas multimeacutedia na aula de

Ciecircncias desvantagens teds como a informaccedilatildeo excessiva eou irrelevante a distracccedilatildeo

(dentro e fora de grupos) que estas ferramentas podem suscitar e a perda de

capacidadeshabilidades praacuteticas satildeo questotildees que importa reflectir

266

No nosso estudo a perspectiva que se reforccedila eacute a de que as tecnologias

disponiacuteveis quando usadas na sala de aula podem ser um recurso para o professor

capazes de por exemplo trazer rigor nalgumas situaccedilotildees rentabilizar o tempo na

previsatildeo ou na reflexatildeo e na discussatildeo No entanto natildeo poderatildeo nunca depor o

professor da sua tarefa de educador

267

PORQUEcirc ESTE TEMA

Dada a nossa formaccedilatildeo inicial a unidade de ensino^ que planificaacutemos emergiu

do Programa de Ciecircncias da Natureza do 6deg Ano de Escolaridade Para a planificaccedilatildeo

escolhemos o tema Processos vitais comuns aos seres vivos Trocas nutricionais entre

o organismo e o meio nas plantas com os seguintes Conteuacutedos Programaacuteticos

Como se alimentam as plantas

bull As plantas elaboram o seu alimento - Fotossiacutentese

bull Factores intervenientes na actividade fotossinteacutetica

bull Produtos resultantes (ME - DGEBS 1991 p21)

Segundo o Programa desta disciplina o objective destes conteuacutedos (decorrentes

do tema) eacute Reconhecer a importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida (ME -

DGEBS 1991 p21) e para a consecuccedilatildeo deste objectivo a sugestatildeo metodoloacutegica

apresentada eacute a realizaccedilatildeo de experiecircncias relativas agrave fotossiacutentese por exemplo testar

a presenccedila de amido em folhas de plantas colocadas respectivamente agrave luz e na

obscuridade (ME - DGEBS 1991 p21)

A escolha do tema fotossiacutentese prende-se com o facto de este ser um tema que se

presta agrave realizaccedilatildeo de diversas actividades podendo estas ser realizadas recorrendo a

diferentes recursos Pensaacutemos que algumas das tradicionais actividades experimentais

deste tema poderiam ser enriquecidas com recurso a algumas tecnologias da

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo nomeadamente o projector de viacutedeo e o computador o

microscoacutepio digital e o sensor de oxigeacutenio

Fazendo uso do projector de viacutedeo sugerimos na nossa planificaccedilatildeo que toda a

investigaccedilatildeo feita em grande grupo (turma) seja sistematizada recorrendo ao

computador atraveacutes do programa Power Point que poderaacute ser comeccedilado pelo

professor com uma breve introduccedilatildeo aacute situaccedilatildeo problemaacutetica sendo posteriormente

completado pelos alunos no decurso da investigaccedilatildeo Com este registo escrito a

qualquer momento pode aceder-se a cada passo jaacute realizado imprimir este documento

para cada aluno eou integraacute-lo numa pasta de documentos criada para a turma por

exemplo Pensamos que a sistematizaccedilatildeo de toda a investigaccedilatildeo feita em grande grupo

(apoacutes cada grupo ter desenvolvido o seu trabalho) constitui uma mais valia no trabalho

Como unidade de ensino entendemos neste contexto um conjunto coerente de aulas subordinado a uma temaacutetica e que natildeo tem correspondecircncia directa com unidades do Programa

268

experimental em termos de partilha de experiecircncias discussatildeo de resultados respeito

pela opiniatildeo de outros grupos e organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo

No que diz respeito agrave observaccedilatildeo dos cloropiastos (organelos onde ocorre a

fotossiacutentese) e dos estornas (estruturas que permitem as trocas gasosas entre as plantas e

o meio) sugerimos a observaccedilatildeo de ceacutelulas da epiderme da folha da tradescacircncia^ e da

eloacutedea^ (uma vez que na segunda actividade experimental proposta seraacute utilizada esta

planta poder-se-ia tambeacutem observar os cloropiastos presentes nas folhas da mesma)

Para a observaccedilatildeo destas estruturas comuns agraves folhas das plantas propomos a utilizaccedilatildeo

do microscoacutepio oacuteptico composto (MOC) e a utilizaccedilatildeo do microscoacutepio digital Este

uacuteltimo ligado ao computador e ao projector de viacutedeo enriquece a exploraccedilatildeodiscussatildeo

de resultados da primeira actividade sugerida com toda a tunna permitindo que todos

os alunos observem a(s) mesma(s) estrutura(s) ao mesmo tempo Isto eacute dado que uma

das competecircncias essenciais referidas no Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico para a

disciplina de Ciecircncias da Natureza eacute Reconhecimento de imidades estruturais comuns

apesar da diversidade de caracteriacutesticas e propriedades existentes no mundo natural

(ME - DEB 2001 pl37) eacute pois importante que ao fazer o estudo de estruturas comuns

aos seres vivos estas se possam observar ao MOC No entanto com o auxiacutelio do

microscoacutepio digital eacute mais faacutecil esclarecer possiacuteveis duacutevidas surgidas na observaccedilatildeo

individual mesmo com os alunos a trabalhar em grupo (pois sabemos da dificuldade em

acompanhar todos os grupos de trabalho)

Atraveacutes da realizaccedilatildeo de Trabalho Experimental no acircmbito da fotossiacutentese eacute

possiacutevel observar algumas das evidecircncias deste fenoacutemeno de siacutentese de substacircncias

orgacircnicas nomeadamente e como jaacute referimos a visualizaccedilatildeo dos organelos onde

ocorre a fotossiacutentese - os cloropiastos e a identificaccedilatildeo dos produtos da fotossiacutentese

amido e oxigeacutenio Habitualmente no que diz respeito a este uacuteltimo e como jaacute referimos

^ A tradescacircncia - tradescantia Jluminensis vulgarmente conhecida por erva-da-fortima eacute uma planta herbaacutecea monocotiledoacutenea muito comum em locais huacutemidos Da famiacutelia das Comelinaacuteceas teve a sua origem na Ameacuterica (Koogan 1982) De faacutecil cultivo em vasos eacute bastante utilizada nos laboratoacuterios de biologia pois na epiderme das suas folhas satildeo facilmente observaacuteveis estruturas fundamentais na fotossiacutentese como os cloropiastos e os estornas (estes encontram-se predominantemente na epiderme da paacutegina inferior das folhas)

A eloacutedea - egeria densa eacute uma planta vascular (pois possui um sistema de vasos condutores) aquaacutetica submersa de aacutegua doce pertencente agrave famiacutelia das Hidrocaridaacuteceas com origem no Canadaacute (Koogan 1982) na qual se observam facilmente estruturas como os cloropiastos Para aleacutem desta caracteriacutestica a eloacutedea tem a particularidade de responder rapidamente a estiacutemulos externos como a luz Isto eacute ao aumento da intensidade luminosa corresponde um aumento da taxa fotossinteacutetica ateacute um determinado valor oacuteptimo (Marques Soares e Almeida 2003) facibnente visiacutevel pela libertaccedilatildeo de bolhas de oxigeacutenio um dos produtos da fotossiacutentese Como tal a eloacutedea eacute muito utilizada em laboratoacuterios de biologia

269

apenas eacute feita a sua identificaccedilatildeo Isto eacute atraveacutes de um indicador como o azul-de-

metileno eacute possiacutevel observar a sua perda de cor o que nos indica a presenccedila de

oxigeacutenio E tambeacutem possiacutevel identificar a presenccedila de oxigeacutenio com um foacutesforo em

brasa No entanto com estas duas actividades apenas sabemos da presenccedilaausecircncia de

oxigeacutenio

Atraveacutes da utilizaccedilatildeo de um sensor de oxigeacutenio ligado ao computador eacute

possiacutevel avaliar em termos quantitativos como varia a concentraccedilatildeo de oxigeacutenio

dissolvido na aacutegua (uma vez que a eloacutedea eacute uma planta aquaacutetica submersa) Toma-se

possiacutevel fazer um estudo mais rigoroso em termos de factores que influenciam a

actividade fotossinteacutetica como a luz (por isso utilizaacutemos o candeeiro) e quantificar as

variaccedilotildees na concentraccedilatildeo de oxigeacutenio

Neste trabalho experimental o sensor de oxigeacutenio constitui uma mais valia uma

vez que sendo possiacutevel pelos meacutetodos tradicionais identificar a presenccedila de oxigeacutenio

(com o indicador ou com um pavio em brasa) natildeo eacute possiacutevel quantificar os valores da

concentraccedilatildeo de oxigeacutenio e a sua variaccedilatildeo com a intensidade luminosa

O quadro 1 apresenta as actividades de trabalho experimental realizadas os

recursos de TIC utilizados em cada uma dessas actividades e quais as mais valias que

estes trazem agraves actividades propostas

bull Investigaccedilatildeo acerca do problema Como eacute que as plantas elaboram o seu alimento

bull Computador bull Programa Power Point bull Projector de viacutedeo

bull Organizaccedilatildeo sistematizaccedilatildeo da informaccedilatildeo

bull Faacutecil acesso agrave informaccedilatildeo

bull Observaccedilatildeo de estruturas comuns agraves folhas rias plantas -cloroplastos e estornas

bull Microscoacutepio digital bull Computador bull Projector de viacutedeo

bull Permite esclarecer possiacuteveis duacutevidas surgidas na observaccedilatildeo individual

bull Enriquece a exploraccedilatildeodiscussatildeo de resultados com toda a turma permitindo que todos os alunos observem a(s) estrutura(s) pretendidas (ao mesmo tempo)

bull Investigar os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na presenccedilaausecircncia de luz

bull Sensor de oxigeacutenio bull Computador bull Programa de exploraccedilatildeo dos

sensores

bull Quantificar os valores da concentraccedilatildeo de oxigeacutenio dissolvido na aacutegua

bull Quantificar as variaccedilotildees nos valores da concentraccedilatildeo de oxigeacutenio dissolvido na aacutegua com a variaccedilatildeo da intensidade luminosa

Quadro 1 - Actividades de trabalho experimental realizadas recursos TIC utilizados e mais

valias que estes trazem

270

A nossa planificaccedilatildeo eacute apenas um exemplo de que recorrendo a algumas

estrateacutegias nomeadamente a novas formas de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo podemos

enriquecer o Trabalho Experimental

271

MAPA DE CONCEITOS

Ao elaborar um mapa conceptual estamos a relacionar conceitos isto eacute a

organizar e estruturar atraveacutes de conceitos os conteuacutedos de uma unidade Atraveacutes da

disposiccedilatildeo hieraacuterquica de palavras e proposiccedilotildees conceptuais construiacutemos um mapa de

conceitos que de acordo com Novak (2000 p27) satildeo Hima boa forma de organizar o

conhecimento Segundo este autor os mapas conceptuais promovem nos alunos a

aprendizagem significativa reduzindo a aprendizagem por memorizaccedilatildeo Para aleacutem

deste aspecto Novak (2000) refere tambeacutem que estudos recentes e a sua proacutepria

investigaccedilatildeo tecircm demonstrado que as criariccedilas jovens aprendem facilmente a construir

bons mapas conceptuais que satildeo excelentes ferramentas de organizaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo

do conhecimento

Os mapas coriceptuais permitem a organizaccedilatildeo do conhecimento e satildeo uacuteteis

tanto aos alunos como ao professor A este uacuteltimo os mapas conceptuais podem

constituir uma mais valia por exemplo ao planificar organizando e estruturando

conceitos relacionados com os conteuacutedos de uma unidade

No que diz respeito ao aluno um mapa conceptual pode ser por exemplo uma

excelente ferramenta para sintetizar e resumir os novos conhecimentos Atraveacutes deste

eacutesquema de palavras o aluno visualiza os conceitos subjacentes aos conteuacutedos de uma

unidade

Na nossa opiniatildeo a utilizaccedilatildeo de mapas conceptuais eacute uma forma uacutetil de

organizaccedilatildeo do conhecimento e que em relaccedilatildeo ao aluno permite o estabelecimento de

relaccedilotildees entre conceitos e contribui para uma aprendizagem significativa isto eacute para

uma melhor compreensatildeo

Nesta perspectiva elaboraacutemos para os conteuacutedos da unidade de ensino

planificada um mapa de conceitos (esquema 2) que na nossa ideia da unidade

didaacutectica relaciona os diferentes conceitos em presenccedila e que em seguida

apresentamos

272

Captam pela

Folha Raiz

Atraveacutes dos Atraveacutes da

Estomas Cloroplastos Zona pilosa

Captam

Luz Dioacutexido de carbono Aacutegua com sais minerais

Que utilizam

Fotossiacutentese

Para produzir

Esquema 2 - Mapa de Conceitos da planificaccedilatildeo dos seguintes conteuacutedos Como se alimentam as plantas As plantas elaboram o seu alimento - Fotossiacutentese Factores intervenientes na actividade fotossinteacutetica Produtos resultantes

273

OPERACIONALIZACcedilAtildeO DE COMPETEcircNCIAS

Com a publicaccedilatildeo do documento Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico mdash

Competecircncias Essenciais em 2001 que encontra enquadramento legal no Decreto-Lei

nreg 62001 formalizou-se um novo modo de encarar o ensino baacutesico em Portugal Neste

documento que constitui uma referecircncia nacional encontramos o perfil de

competecircncias a desenvolver e tipos de experiecircncias a proporcionar aos alunos deste

niacutevel de ensino (ME - DEB 2001 p3) Neste documento o termo competecircncia integra

conhecimentos capacidades e atitudes e eacute explicitado como um saber em acccedilatildeo ou em

uso ( M E - D E B 2001 p9)

Constituindo as competecircncias formuladas no Curriacuteculo Nacional do Ensino

Baacutesico - Competecircncias Essenciais (2001) uma referecircncia para o trabalho de cada

professor cabe a este explicitar os modos de operacionalizaccedilatildeo especiacutefica para cada

contexto de aprendizagem

Assim para a planificaccedilatildeo apresentada propomos no quadro 2 os modos de

operacionalizaccedilatildeo das competecircncias (objectivos) gerais essenciais e especiacuteficas

expressas no Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico Nesse sentido para cada um dos

objectivos propostos encontra-se a referecircncia numeacuterica das competecircncias gerais

essenciais e especiacuteficas

Nota A numeraccedilatildeo das competecircncias gerais respeita a numeraccedilatildeo atribuiacuteda no

Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico Por sua vez a numeraccedilatildeo das competecircncias

essenciais e especiacuteficas (natildeo sendo estas competecircncias numeradas no Curriacuteculo

Nacional do Ensino Baacutesico) apenas estabelece correspondecircncia entre as competecircncias

essenciais e especiacuteficas

274

Competecircncias Gerais Competecircncias Competecircncias Operacionalizaccedilacirco de competecircncias

Competecircncias Gerais Essenciais Especiacutefiacutecas (Objectivos)

(1) Mobilizar saberes 1 Reconhecimento de que a 11 Identificaccedilatildeo de bull Reconhecer a importacircncia das plantas na culturais cientiacuteficos e diversidade de materiais relaccedilotildees entre a manutenccedilatildeo da vida tecnoloacutegicos para seres vivos e fenoacutemenos diversidade de seres (Competecircncias Gerais 1 e 2 compreender a realidade e existentes na Terra eacute VIVOS s e u s Competecircncias Essenciais 1 2 4 e 5 para abordar situaccedilotildees essencial para a vida no comportamentos e a Competecircncias Especiacuteficas 11 41 e 51) e problemas do quotidiano planeta diversidade ambiental (2) Usar adequadamente bull Investigar atraveacutes de trecircs actividades linguagens das diferentes 2 Reconhecimento de 21 Reconhecimento que experimentais como eacute que as plantas obtecircm o aacutereas do saber cultural unidades estruturais dadas as dimensotildees das seu alimento cientiacutefico e tecnoloacutegico para comuns apesar da ceacutelulas haacute necessidade

seu alimento

se diversidade de de utilizar instrumentos - Investigar como eacute constituiacutedo o interior de expressar caracteriacutesticas e adequados agrave sua uma folha (3) Usar correctamente a propriedades existentes no observaccedilatildeo - Observa ao microscoacutepio oacuteptico Liacutengua Portuguesa para mundo natural composto e ao microscoacutepio digital os comunicar de forma adequada constituintes de uma folha e para estruturar pensamento 3 Compreensatildeo da - Faz um esquema das observaccedilotildees proacuteprio importacircncia das mediccedilotildees efectuadas (6) Pesquisar seleccionar e classificaccedilotildees e (Competecircncias Gerais 1 2 6 8 e 9 organizar informaccedilatildeo para a representaccedilotildees como Competecircncia Essencial 2 transformar em conhecimento forma de olhar para o Competecircncia Especiacutefica 21) mobilizaacutevel mundo perante a sua (7) Adoptar estrateacutegias diversidade de - Investigar que substacircncias satildeo produzidas adequadas agrave resoluccedilatildeo de complexidade na fotossiacutentese problemas e agrave tomada de decisotildees 4 Compreensatildeo das 41 Explicaccedilatildeo da dinacircmica - Averiguar os factores que intervecircm na (8) Realizar actividades de transformaccedilotildees que da Terra com base em

- Averiguar os factores que intervecircm na

275

forma autoacutenoma responsaacutevel contribuem para a fenoacutemenos e funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de e criativa dinacircmica da Terra e das transformaccedilotildees que um sensor de oxigeacutenio

(9) Cooperar com outros em suas consequecircncias a niacutevel ocorrem - Prevecirc e justifica os resultados tarefas e projectos comuns ambiental e social - Planifica e executa a montagem

42 Planificaccedilatildeo e experimental realizaccedilatildeo de CCompetecircncias Gerais 1 2 6 7 8 e 9 investigaccedilatildeo envolvendo Competecircncias Essenciais 3 e 4 a relaccedilatildeo entre duas Competecircncias Especiacuteficas 41 e 42) variaacuteveis mantendo outras constantes - Averiguar como varia a quantidade de

oxigeacutenio libertado por uma planta na 5 Reconhecimento do 51 Compreensatildeo da presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na

contributo da Ciecircncia para importacircncia de se presenccedilaausecircncia de luz utilizando um a compreensatildeo da questionar sobre sensor de oxigeacutenio diversidade e das transformaccedilotildees que - Interpreta o graacutefico obtido no transformaccedilotildees que ocorrem na Terra e de computador ocorrem na Terra analisar as explicaccedilotildees - Discute os resultados obtidos

dadas pela Ciecircncia (Competecircncias Gerais 1 2 6 7 8 e 9 Competecircncias Essenciais 3 e 4 Competecircncias Especiacuteficas 41 e 4D

- Investigar a presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o iacute amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

- Prevecirc e justifica os resultados - Planifica e executa a montagem

experimental

276

- Averiguar a presenccedilaausecircncia de amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

- Discute os resultados obtidos - Constroacutei uma conclusatildeo geral com

base nos resultados obtidos (Competecircncias Gerais h 2 6 7 8 e 9 Competecircncias Essenciais 3 e 4 Competecircncias Especificas 41 e 42)

- Elaborar um relatoacuterio de resposta ao problema inicial

(Competecircncias Gerais 1 2 3gt 6 9 Competecircncias Essenciais 1 2 3 4 e 5 Competecircncias Especiacuteficas 11 41 e i n

- Referir-se agrave importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida

(Competecircncias Gerais 1 2 6 7 8 e 9 Competecircncias Essenciais 1 4 e 5 Competecircncias Especiacuteficas 41 e

bull Desenvolver competecircncias de autonomia - Manifesta desejo de descobrir por si

proacuteprio - Interveacutem na organizaccedilatildeo do trabalho de

grupo distribuindo as tarefas entre si - Ultrapassa as dificuldades no grupo sem

a ajuda contmua do professor

277

Desenvolver competecircncias de participaccedilatildeo cooperaccedilatildeo

- Colabora no trabalho de grupo partilhando conhecimentos e responsabilidades

- Escuta atentamente mostrando respeito pela opiniatildeo dos outros

- Defende a sua opiniatildeo apresentando argumentos

- Modifica a sua opiniatildeo face a argumentos mais pertinentes

(Competecircncias Gerais 8 e 9)

Quadro 2 - Operacionalizaccedilatildeo de Competecircncias definidas no Curriacuteculo Nacional do Ensino Baacutesico

278

COMPONENTES DA PLANIFICACcedilAtildeO

Disciplina Ciecircncias da Natureza Ano de escolaridade 6deg Duraccedilatildeo 90 minutos + 45 minutos

Tema organizador Terra em Transformaccedilatildeo Unidade de ensino Processos vitais comuns aos seres vivos Trocas nutricionais entre o organismo e o meio nas plantas

Conteuacutedos Como se alimentam as plantas

Oacuteperacionalizaccedilatildeo de competecircncias (Objectivos)

bull Reconhecer a importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida

bull Investigar atraveacutes de trecircs actividades experimentais como eacute que as plantas obtecircm o seu alimento

- Investigar como eacute constituiacutedo o interior de uma folha

- Observa ao microscoacutepio oacuteptico composto e ao microscoacutepio digital os constituintes de uma folha

- Faz um esquema das observaccedilotildees efectuadas

Ccedil oacute n t e M ograve s f i Prpgraacutemaacuteticograves

bull Processos vitais comuns aos seres vivos Trocas nutricionais entre o organismo e o meio nas plantas

bull Como se alimentam as plantas

o As plantas elaboram o seu alimento -Fotossiacutentese

As plantas eacutelaboram o seu alimento - Fotossiacutentese Factores intervenientes na actividade fotossinteacutetica Produtos resultantes

^ Reconhecer a importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida ObsSugestatildeo metodoloacutegica do programa Realizaccedilatildeo de experiecircncias relativas agrave fotossiacutentese por exemplo testar a presenccedila de amido em folhas de plantas colocadas respectivamente agrave luz e na obscuridade)

^Estrateacutegias metodoloacute

Realizaccedilatildeo de uma investigaccedilatildeo em grupo atraveacutes de trecircs actividades praacuteticasexperimentais e de pesquisa acerca do problema como eacute que as plantas elaboram o seu alimento - fotossiacutentese

- Observaccedilatildeo ao microscoacutepio oacuteptico composto e ao microscoacutepio digital da epiderme de uma folha identificaccedilatildeo dos constituintes de uma folha em particular cloroplastos e estomas

o Legendagem de uma das imagens observadas ao microscoacutepio digital em grande grupo dos constituintes de uma folha

Avaliaccedilatildeo

O quecirc avaliar

Avaliaccedilatildeo das seguintes competecircncias

o Pesquisa Investigaccedilatildeo

o Experimentais o Autonomia o Participaccedilatildeo

Cooperaccedilatildeo

279

bull Investigar que substacircncias satildeo produzidas na fotossiacutentese

bull Averiguar os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio

- Prevecirc e justifica os resultados - Planifica e executa a montagem

experimental

bull Averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e presenccedilaausecircncia de luz utilizando um sensor de oxigeacutenio

- Interpreta o graacutefico obtido no computador

- Discute os resultados obtidos

bull Investigar a presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

- Prevecirc e justifica os resultados - Planifica e executa a montagem

experimental

bull Averiguar a presenccedilaausecircncia de amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

Factores intervenientes na actividade fotossinteacutetica Produtos resultantes

Importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida

- Realizaccedilatildeo de uma actividade praacutetica para investigar os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na presenccedilaausecircncia de luz

o Discussatildeodebate a partir das ideias dos alunos acerca dos factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta

o Previsotildees o Montagem da actividade praacutetica em grande

grupo (passos do procedimento sugeridos pelos alunos)

o Discussatildeodebate dos resultados primeiro em pequeno grupo e posteriormente em grande grupo

o Construccedilatildeo de uma conclusatildeo em grande grupo

- Realizaccedilatildeo de uma actividade praacutetica para investigar a presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

o Discussatildeodebate a partir das ideias dos alunos acerca da presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de uma planta

o Previsotildees o Montagem da actividade praacutetica em pequeno

grupo (passos do procedimento sugeridos pelos alunos)

Como avaliar

o Avaliaccedilatildeo (directa e individual) integrada no processo de ensino-aprendizagem por observaccedilatildeo e questionamento informal dos alunos no decorrer da investigaccedilatildeo

o Avaliaccedilatildeo do relatoacuterio

280

- Discute os resultados obtidos - Constroacutei uma conclusatildeo geral com

base nos resultados obtidos

- Elaborar um relatoacuterio de resposta ao problema inicial

- Referir-se agrave importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida

Desenvolver competecircncias de autonomia - Manifesta desejo de descobrir por si

proacuteprio - Interveacutem na organizaccedilatildeo do trabalho de

grupo distribuindo as tarefas entre si - Ultrapassa as dificuldades no grupo sem

a ajuda contiacutenua do professor

Desenvolver competecircncias de participaccedilatildeo cooperaccedilatildeo

- Colabora no trabalho de grupo partilhando conhecimentos e responsabilidades

- Escuta atentamente mostrando respeito pela opiniatildeo dos outros

- Defende a sua opiniatildeo apresentando argumentos

- Modifica a sua opiniatildeo face a argumentos mais pertinentes

o Discussatildeodebate dos resultados primeiro em pequeno grupo e posteriormente em grande grupo

o Construccedilatildeo de uma conclusatildeo em grande grupo

Elaboraccedilatildeo de um relatoacuterio em pequeno grupo acerca do problema inicial como eacute que as plantas elaboram o seu alimento (relatoacuterio iniciado na aula e terminado em casa)

Quadro 3 - Componentes da planificaccedilatildeo formas de operacionalizaccedilatildeo de competecircncias (objectivos) conteuacutedos programaacuteticos estrateacutegias metodoloacutegicas e avaliaccedilatildeo

281

Nota A organizaccedilatildeo das competecircncias especiacuteficas de Ciecircncias Fiacutesicas e Naturais faz-se em quatro grandes temas Terra no Espaccedilo Terra em transformaccedilatildeo Sustentabilidade na Terra e Viver melhor na Terra

Dado que o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo natildeo fez uma reorganizaccedilatildeo do Programa de Ciecircncias da Natureza apoacutes a publicaccedilatildeo de orientaccedilotildees para a gestatildeo dos conteuacutedos o professor articularaacute cada conteuacutedo programaacutetico no tema organizador que lhe pareccedila corresponder melhor

282

PLANO DE AULA

bull Desenvolvimento das aulas

A planificaccedilatildeo foi preparada para trecircs tempos da disciplina de Ciecircncias da Natureza sendo desejaacutevel uma primeira aula com a duraccedilatildeo de 90 minutos e uma segunda aula de 45 minutos

Apresentaccedilatildeo do problema agrave turma atraveacutes da projecccedilatildeo do Power Point comeccedilado pelo professor com uma breve introduccedilatildeo agrave situaccedilatildeo problemaacutetica sendo posteriormente completado pelos alunos no decurso da investigaccedilatildeo

Com este registo escrito a qualquer momento pode aceder-se a cada passo jaacute realizado imprimir este documento para cada aluno eou integraacute-lo numa pasta de documentos criada para a turma^ por exemplo

Trata-se da realizaccedilatildeo de uma investigaccedilatildeo em grupo atraveacutes de trecircs actividades praacuteticas e de pesquisa acerca de uma questatildeo-problema como eacute que as plantas elaboram o seu alimento

Seraacute feita uma breve discussatildeo com os alunos centrada no objectivo do Programa desta disciplina para os conteuacutedos propostos nesta planificaccedilatildeo que eacute Reconhecer a importacircncia das plantas na manutenccedilatildeo da vida (ME -DGEBS 1991 p21) acerca de aspectos como

- A qualidade do ar (absorccedilatildeo de dioacutexido de carbono e libertaccedilatildeo de oxigeacutenio) - A importacircncia das plantas na alimentaccedilatildeo de outros seres vivos - A sua importacircncia no fornecimento de mateacuterias-primas indispensaacuteveis a diversas

induacutestrias - A importacircncia de plantas medicinais

Posteriormente a discussatildeo seraacute orientada para os conteuacutedos tratados anteriormente -Captaccedilatildeo de aacutegua e sais minerais - A aacutegua e os sais minerais na planta (ME - DGEBS 1991 p21) e canalizada para a questatildeo-problema em estudo como eacute que as plantas elaboram o seu alimentol

Possiacutevel discussatildeo (a constar no Power Point inicialmente apresentado pelo professor)

A seiva bruta que chega agraves folhas espalha-se por todas as ceacutelulas da planta No entanto seraacute que a seiva bruta eacute suficiente para as plantas produzirem o seu proacuteprio alimento Para aleacutem desta as plantas necessitam ainda de dioacutexido de carbono e de luz solar

Principalmente na epiderme das paacuteginas inferiores as folhas possuem umas estruturas mdash os estomas que satildeo responsaacuteveis pelas trocas gasosas das plantas nomeadamente a absorccedilatildeo do dioacutexido de carbono e a libertaccedilatildeo de oxigeacutenio

Seraacute entatildeo feita uma breve exploraccedilatildeo de uma sub-questatildeo Entatildeo que estruturas existem no interior das folhasl (a seiva bruta - aacutegua com sais

minerais dissolvidos dioacutexido de carbono e um pigmento de cor verde - a clorofila Esta existe nos cloroplastos e eacute responsaacutevel por captar a energia luminosa permitindo agraves plantas

283

realizarem um processo designado fotossiacutentese atraveacutes do qual transformam a mateacuteria mineral em mateacuteria orgacircnica)

Por forma a guiaracompanhar esta actividade praacutetica seraacute elaborado com os alunos no Power Point um protocolo experimental para a primeira actividade (possiacutevel protocolo no fmal do plano de aula)

Como seraacute entatildeo o interior da folha

Observaccedilatildeo ao microscoacutepio oacuteptico composto (MOC) e ao microscoacutepio digital da epiderme de uma folha identificaccedilatildeo dos constituintes de uma folha em particular cloroplastos e estornas

O microscoacutepio digital requer o uso de um computador e permite visualizar no monitor a preparaccedilatildeo colocada na platina ou qualquer outro material que esteja a ser filmado com cacircmara (que se encontra na parte superior do microscoacutepio)

Depois de todos os alunos em grupo observarem ao MOC seraacute feita uma exploraccedilatildeo com toda a turmagt ligando o microscoacutepio digital ao projector de viacutedeo o que permite que toda a turma esteia a observar a(s) mesmafs) estrutura(s) ao mesmo tempo A utilizaccedilatildeo do microscoacutepio digital tem a vantagem de se poderem esclarecer duacutevidas que podem ter surgido na observaccedilatildeo individual

A combinaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo do microscoacutepio digital ligado ao computador permite guardar e trabalhar as imagens observadas por exemplo legendando-as

Assim seraacute guardada uma das imagens observadas e legendada pelos alunos Esta imagem seraacute tambeacutem impressa e distribuiacuteda pelos alunos

Caso natildeo seja possiacutevel seraacute apresentada uma imagem em Power Point que seraacute legendada pelos alunos Esta imagem seraacute tambeacutem impressa e distribuiacuteda pelos alunos

Posto isto os alunos seratildeo entatildeo confrontados com a T parte do problema e seraacute explorada uma segunda sub-questatildeo uma vez que jaacute observamos o local onde ocorre a fotossiacutentese temos aqui outra questatildeo - que substacircncias satildeo produzidas na fotossiacutentese

^ Seraacute entatildeo proposta a realizaccedilatildeo de uma actividade experimental para investigar os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na presenccedilaausecircncia de luz

Por forma a guiaracompanhar esta actividade experimental seraacute elaborado com os alunos no Power Point um protocolo experimental (possiacutevel protocolo no final do plano de aula)

o Discussatildeodebate a partir das ideias dos alunos acerca dos factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta

o Previsotildees o Montagem da actividade experimental em grande grupo (passos do

procedimento sugeridos pelos alunos)

284

o sensor de oxigeacutenio poderaacute ser calibrado pelos alunos sob orientaccedilatildeo do professor Esta actividade experimental seraacute realizada com os alunos distribuiacutedos por grupos No

entanto e dado que habitualmente soacute existe uma interface (dispositivo que estabelece a ligaccedilatildeo entre os sensores e o computador) em cada escola seraacute realizada apenas uma actividade experimental para toda a turma

Enquanto esta actividade experimental eacute deixada a decorrer por 30 minutos por exemplo e apoacutes terem feito as suas previsotildees nomeadamente que um dos produtos resultantes da fotossiacutentese eacute o oxigeacutenio os alunos seratildeo confrontados com uma terceira sub-questatildeo seraacute que o oxigeacutenio eacute o uacutenico produto que se obteacutem na fotossiacutentese Como eacute que afinal as plantas se alimentam (Uma vez que o oxigeacutenio eacute libertado para a atmosfera)

Ser-lhes-aacute proposta outra actividade experimental agora para investigar a pregravesenccedilaausecircnciacutea de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de uma planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

(Nota Para esta actividade experimental a planta utilizada - sardinheira teraacute que ser deixada num local iluminado com uma folha tapada totalmente e outra parcialmente durante pelo menos uma semana)

Por forma a guiaracompanhar esta actividade experimental seraacute elaborado com os alunos no Power Pointy um protocolo experimental (possiacutevel protocolo no final do plano de aula)

o Discussatildeodebate a partir das ideias dos alunos acerca da presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de uma planta

o Previsotildees o Montagem da actividade experimental em pequeno grupo (passos do

procedimento sugeridos pelos alunos) o Discussatildeodebate dos resultados primeiro em pequeno grupo e posteriormente

em grande grupo o Registo e interpretaccedilatildeo dos resultados em grande grupo usando para tal o

computador e o projector no sentido de toda a turma acompanhar

Desta uacuteltima actividade experimental conclui-se que atraveacutes deste processo (a que se daacute o nome de fotossiacutentese) as plantas transformam em presenccedila de luz a aacutegua e o dioacutexido de carbono em substacircncias orgacircnicas como o amido (presente nas folhas de sardinheira que estiveram expostas agrave luz) e oxigeacutenio que se liberta para a atmosfera

Registo do sumaacuterio por sugestatildeo dos alunos

Fim da 1 aula - 90 minutos

Esta aula teraacute inicio com a exploraccedilatildeo da segunda actividade experimental da aula anterior

285

o Registo e interpretaccedilatildeo dos resultados da actividade experimental para investigar os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na presenccedilaausecircncia de luz em grande grupo usando para tal o computador e o projector no sentido de toda a turma natildeo soacute acompanhar mas ficar com o registo escrito Seraacute impresso para cada aluno o graacutefico resultante e feita a sua interpretaccedilatildeo em grupo

Em relaccedilatildeo a esta actividade experimental podemos concluir que a eloacutedea (planta vascular aquaacutetica) em presenccedila de luz e do dioacutexido de carbono dissolvido na aacutegua sintetiza compostos orgacircnicos e liberta oxigeacutenio este por sua vez vai-se dissolvendo na aacutegua ficando esta com uma concentraccedilatildeo cada vez maior neste gaacutes Para aleacutem disso podemos tambeacutem concluir que ao aumento da intensidade luminosa corresponde um aumento da taxa fotossinteacutetica ateacute um determinado valor oacuteptimo (Marques Soares e Almeida 2003) facilmente visiacutevel pela libertaccedilatildeo de bolhas de oxigeacutenio um dos produtos da fotossiacutentese e quantificaacutevel atraveacutes do sensor de oxigeacutenio Uma vez que a percentagem de oxigeacutenio libertada eacute por vezes niuito pequena com meacutetodos tradicionais natildeo eacute possiacutevel registar estas alteraccedilotildees

^ Elaboraccedilatildeo de uma siacutenteseconclusatildeo em grande grupo para dar resposta ao problema inicial

Possiacutevel conclusatildeo No processo atraveacutes do qual as plantas utilizando a seiva bruta - aacutegua com sais

minerais dioacutexido de carbono e na presenccedila de luz captada pela clorofila existente nos cloroplastos liberta-se oxigeacutenio e produz-se mateacuteria orgacircnica como por exemplo o amido que vai constituir a seiva elaborada A este processo chama-se fotossiacutentese

Elaboraccedilatildeo de um relatoacuterio em pequeno grupo acerca do problema iniciai

bull Como eacute que as plantas elaboram o seu alimento

E fazendo referecircncia aacute questatildeo Qual a importacircncia das plantas para o mundo vivo (Fazendo uma alusatildeo)

Para a elaboraccedilatildeo deste relatoacuterio os alunos devem partir da informaccedilatildeo sistematizada na aula mas tambeacutem completar estes dados recorrendo a informaccedilatildeo contida em livros e em suporte electroacutenico Este relatoacuterio seraacute iniciado na aula e terminado em casa

Registo do sumaacuterio por sugestatildeo dos alunos

Fim da 2deg aula - 45 minutos

286

Escola

Realizado por Nome Nome Nome Nome Ndeg

6 ano Turma Data

Investigando

Como eacute que as plantas elaboram o seu alimento

A seiva bruta que chega agraves folhas espalha-se por todas as ceacutelulas da planta No entanto seraacute que a seiva bruta eacute suficiente para as plantas produzirem o seu proacuteprio alimento

Essencialmente nas paacuteginas inferiores as folhas possuem umas estruturas - os estornas que satildeo responsaacuteveis pelas trocas gasosas das plantas nomeadamente a absorccedilatildeo do dioacutexido de carbono e a libertaccedilatildeo de oxigeacutenio Para aleacutem destes as folhas das plantas possuem um pigmento de cor verde -a clorofila que eacute responsaacutevel por captar a energia luminosa e que existe nos cloroplastos Estes satildeo pequenas estruturas celulares existentes no interior das folhas e que constituem o tecido clorofilino A energia luminosa captada pela clorofila permite agraves plantas realizarem a fotossiacutentese

A fotossiacutentese que ocorre nos cloroplastos eacute o processo atraveacutes do qual as plantas transformam a mateacuteria mineral em mateacuteria orgacircnica que constitui o seu alimento

O C o m o seraacute entatildeo o Interior da folha

Vamos investigar

o interior de uma folha de tradescacircncia vulgarmente chamada Erva-da-Fortuna observando-a ao microscoacutepio oacuteptico composto

Precisamos de

Procedimento

1 Faz uma preparaccedilatildeo entre lacircmina e lamela a partir de uma pequena amostra retirada paacutegina inferior da folha da erva-da-fortuna

2 Observa ao microscoacutepio oacuteptico composto e tenta identificar as estruturas presentes nomeadamente os cloroplastos e os estomas

287

3 Faz um esquema das tuas observaccedilotildees

Proposta de discussatildeo

1 Qual a cor dos cloroplastos

2 Que funccedilatildeo desempenham os cloroplastos

3 Para aleacutem dos cloroplastos que outras estruturas observaste Qual a sua funccedilatildeo

288

Escola

Realizado por Nome Nome Nome Nome

6 ano Turma Data i

Que substacircncias satildeo produzidas na fotossiacutentese

Vamos investigar

os factores que intervecircm na funccedilatildeo alimentar de uma planta atraveacutes de um sensor de oxigeacutenio averiguar como varia a quantidade de oxigeacutenio libertado por uma planta na presenccedila de aacutegua e dioacutexido de carbono e na presenccedila de luz

Precisamos de

Procedimento

I Com a ajuda do teu professor liga o sensor de oxigeacutenio agrave interface e esta ao computador Liga o computador Inicia o programa de exploraccedilatildeo dos sensores e verifica se o sensor de oxigeacutenio se encontra conectado Espera alguns minutos ateacute o sensor estar polarizado Programa a leitura de dados do sensor de oxigeacutenio para 30 minutos Coloca algms ramos de eloacutedea no balatildeo de Erlenmeyer Enche o balatildeo de Erlenmeyer com aacutegua da tomeira Com o auxiacutelio de uma palhinha faz borbulhar algum ar expirado para dentro do Erlenmeyer Introduz o sensor de oxigeacutenio dentro do Erlenmeyer

10 Acende o candeeiro II Inicia a aquisiccedilatildeo de dados 12 Grava os dados que obtiveste e imprime o graacutefico

9

289

13 Podes experimentar por periacuteodos de tempo mais curtos fazer a aquisiccedilatildeo de dados variando a quantidade de luz que forneces agrave eloacutedea bastando para isso ligar ou desligar o candeeiro

14 Verifica o que acontece agrave percentagem de oxigeacutenio na aacutegua

Proposta de discussatildeo

l Por que razatildeo se fez borbulhar ar expirado para dentro do Erlenmeyerl

1 O que sucede agrave percentagem de oxigeacutenio dissolvido na aacutegua ao longo do graacutefico que obtiveste

3 O que acontece agrave percentagem de oxigeacutenio dissolvido na aacutegua durante os periacuteodos em que o candeeiro estaacute desligado Porquecirc

4 Discute com os teus colegas de grupo uma explicaccedilatildeo para a variaccedilatildeo da percentagem de oxigeacutenio dissolvido na aacutegua com o candeeiro ligado e desligado

5 Indica uma vantagem para a utilizaccedilatildeo do sensor de oxigeacutenio nesta actividade experimental

290

Escola

Realizado por Nome Nome Nreg Nome Ndeg Nome Ndeg

6 ano Turma Data

O S e r aacute que o oxigeacutenio eacute o uacutenico produto que se obteacutem na fotossiacutentese

Vamos investigar

a presenccedilaausecircncia de substacircncias orgacircnicas nomeadamente o amido nas folhas de lima planta colocada agrave luz e na obscuridade respectivamente

Precisamos de

Procedimento

A - Folha completamente tapada B - Folha parcialmente t^ada C - Folha destapada

1 Tapa completamente com papel de alumiacutenio uma folha da planta tapa parcialmente outra folha

2 Coloca a planta num local iluminado durante uma semana pelo menos 3 Regista a cor do soluto de lugol 4 Coloca um pouco de amido numa caixa de Petri e adiciona-lhe soluto de lugol Regista

de que cor ficou o soluto de lugol 5 Coloca em banho-maria um gobeleacute contendo aproximadamente 200 ml de aacutegua

utilizando para tal um outro gobeleacute de 600 ml tambeacutem com aacutegua e deixa a aacutegua ferver nos gobeleacutes

6 Prepara outro banho-maria com um gobeleacute de 600 ml de aacutegua e introduz-lhe um gobeleacute contendo aproximadamente 200 ml de aacutelcool etiacutelico

7 Antes de destapares as folhas faz uma marca em cada uma delas que te permita reconhececirc-las depois por exemplo um pequeno corte

291

8 Com o auxilio de uma pinccedila de metal coloca as folhas respectivamente nos gobeleacutes contendo aacutegua e aacutelcool a ferver por periacuteodos de aproximadamente 20 segundos Cada folha teraacute que passar por estes dois banhos

9 Retira as folhas e coloca-as numa caixa de Petri com soluto de lugol 10 Aguarda alguns minutos e regista as observaccedilotildees que efectuares

Proposta de discussatildeo

1 Quais as folhas ou parte das folhas que coraram na presenccedila de soluto de lugol Porquecirc

2 Formula uma explicaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao que sucedeu agraves folhas expostas agrave luz e agraves folhas tapadas

292

Anexo 5 GRELHA DE AVALIACcedilAtildeO DA PLANIFICACcedilAtildeO

A grelha que lhe pedimos para preencher refere-se agrave planificaccedilatildeo apresentada (do 6deg ano do 2reg Ciclo do Ensino Baacutesico da discipUna de Ciecircncias da Natureza)

Pedimos-lhe que se pronuncie relativamente aos diferentes itens apresentados atribuindo um niacutevel a cada um deles sendo que o niacutevel 5 eacute o mais elevado

mdashmdash ^ mdash mdash bull Itens - ^ il- bull 1 bull 2 3 4 5 1 Insere-se nas orientaccedilotildees do Curriacuteculo Nacional Ensino Baacutesico 2 Eacute adequada ao niacutevel de escolaridade (6reg ano do 2reg Ciclo do EB) 3 E pertinente para a consecuccedilatildeo dos objectivos do Programa 4 E pertinente para o desenvolvimento de competecircncias apontadas no Curriacuteculo Nacional 5 As actividades de Trabalho Praacutetico propostas tecircm interesse 6 Apresenta recursos didaacutecticos com interesse 7 Apresenta aspectos de inovaccedilatildeo didaacutectica no uso das n C no TE

Comentaacuterios

As suas sugestotildees para melhorar a proposta de planificaccedilatildeo satildeo muito bem vindas Por favor use o proacuteprio documento para sugestotildees de melhoria

Nota Os dados que se gueni seryiacuteratildeotilde ap^paacutes para referecircncia da investigadora

Qua l a aacute rea d a suumlaacute f o r m a ccedil atilde o a c aacute d ^ i c a --- bull bull - bull bullbull bull bull bull-bull-

T e m p o d e s oacute v i ccedil o c q m b progravefes sof(a) bull bull r ^ TempK) d e se rv iccedilo rogravemogravelprofesot^aacute) coope ran t e mdash

Muito obrigada pela sua colaboraccedilatildeo

293

Anexo 5

Nome (apenas para referecircncia da investigadora)

Questionaacuterio

1 Qual(ais) a(s) TIC que identificx)u na proposta da planificaccedilatildeo apresentada

2 Durante a workshop do seu ponto de vista e em relaccedilatildeo agrave proposta de planificaccedilatildeo que

aqui foi apresentada quais as vantagens ou desvantagens de que se apercebeu relativamente

ao uso de cada uma das TIC usadas no Trabalho Experimental

3 Compare ou evidencie aspectosvantagens ou desvantagens da proposta apresentada

com a forma como desenvolveu este assunto na sua praacutetica (ou relativamente a outro assunto

que tenha tratado)

294

Anexo 5

Transcriccedilatildeo da Entrevista (aluna professora Leonor)

Bioco A - Legitimaccedilatildeo da entrevista

Bem como te expliquei anteriormente sabes que estou a realizar um trabalho no

acircmbito do mestrado sobre o trabalho experimental e sobre as tecnologias da informaccedilatildeo e

comunicaccedilatildeo as TIC e estou a recolher informaccedilatildeo acerca do entendimento que os futuros

professores de Ciecircncias da Natureza tecircm do Trabalho Experimental e das TIC e como

concebem a profissatildeo tendo em conta estas duas estrateacutegias de ensino

Agradeccedilo-te desde jaacute

Vamos comeccedilar

Hmm hmm [P4 indica que sim com a cabeccedila]

Bloco B - Formaccedilatildeo inicial

L Em relaccedilatildeo agrave tua formaccedilatildeo inicial eu vou-te perguntar como eacute que sentes a tua

formaccedilatildeo inicial em termos de contributo para o teu futuro profissional Isto eacute

veio ao encontro das tuas expectativas iniciais

Sim

E porquecirc

Ah como aliaacutes em temios de contributo para o futuro

Profissional

Das expectativas

Hmm hmmm

Sim era o que eu estava agrave espera mesmo quando quando comeccedilaacutemos desde o

primeiro ano pelas pelas aquelas cadeiras de Psicologia por aiacute fora em termos

educativos ALE em que comeccedilaacutemos a aprender e ver quais eram as reacccedilotildees dos miuacutedos na

sala de aula e agora estar na praacutetica e ver como eacute tem tudo a ver Corresponde agraves minhas

expectativas

295

E sentes-te preparada para a profissatildeo

Sinto sinto Quer dizer penso que sim (risos) eacute complicado porque sei que eacute uma

profissatildeo com muita responsabilidade e pronto e sei que estou agora a comeccedilar sei que vou

encontrar miuacutedos muito diferentes com dificuldades diferentes mas penso que sim que estou

preparada Ateacute agora estou-me a sentir prep^ada

Ok Entatildeo e voltarias a escolher este curso Isto eacute nas mesmas circunstacircncias

portanto este curso e se natildeo houvesse falta de emprego portanto imaginando

que natildeo havia tanta falta de emprego como noacutes sabemos que existe voltarias a

escolher

Penso que sim Sempre foi um curso que eu gostei desde pequena Recordo-me que

quando tinha praf 7 anos 8 anos quando comecei a aprender a ler e a escrever que ia laacute para

a casa de uma senhora ensinar o neto a ler e a escrever e ela dava-me 20 escudos Por isso

sim Sempre gostei de ensinar de aprender de de estar sempre relacionada com muitas

pessoas com crianccedilas por isso voltaria

2 Ok E ateacute ao momento que balanccedilo eacute que fazes do tempo de Praacutetica Pedagoacutegica

Positivo negativo

Positivo Ateacute agora tem corrido tudo bem o ano passado jaacute comecei com a Praacutetica

Pedagoacutegica no 1deg Ciclo gostei imenso Aprendi imensas coisas realizei actividades

muito divertidas com eles aprendi muito com eles e gostei muito E este ano tambeacutem Estou

agora foi um ano inteiro estou a terminar o ano com eles uma turma completamente

diferente alunos mais crescidinhos que uma turma por acaso eacute uma turma muito boa tive

a sorte de ter uma turma muito boa e estou a adorar Aprendi montes de coisas com eles e

mesmo os proacuteprios materiais tenho tudo guardadinho num dossier porque sei que me vatildeo

fazer falta por isso soacute me estaacute a fazer bem o estaacutegio

3 Ok ok Refere algum aspecto que tenhas aprendido na praacutetica e com a praacutetica

ou seja um aspecto que antes natildeo sabias como era

Como eacute que eu natildeo sabia que eu dantes natildeo sabia como era Difiacutecil (Risos) Sei laacute

Acho que jaacute aprendi tanta coisa Mas que eu natildeo esperaria como era Muita

responsabilidade Eacute muita responsabilidade Natildeo pensei que fosse assim tanta

296

responsabilidade aliaacutes pronto tinha na ideia pronto que tinha crianccedilas em que eu tinha

que aliaacutes hoje em dia jaacute natildeo eacute muito ensinar orientar Natildeo ensinar mas eacute mais orientar

porque eles sabem imensas coisas natildeo esperava que eles soubessem tanta coisa Quando jaacute

vou para abordar um tema com eles geralmente faccedilo sempre a o apanhado das ideias

preacutevias mas quando estou a trabalhar com eles assuntos pronto eles jaacute vecircm muito

preparados de casa e natildeo sabia que eles sabiam tanta coisa Noacutes vamos com a ideia que vamos

ensinaacute-los ensinaacute-los coisas novas novos temas novos conteuacutedos e quando vamos dar por

noacutes jaacute estatildeo eles jaacute sabem tudo pronto As vezes eles mesmo surpreendem-nos mesmo

4 Ok E quais eacute que foram as maiores dlfiacuteculdades Refere por exemplo um

aspecto que te agradou e um que natildeo tenha corrido assim tanto como desejavas

As maiores dificuldades Na elaboraccedilatildeo de planificaccedilotildees Em definir os objectivos

em pensar no que eacute que eu na estrateacutegia agraves vezes na estrateacutegia principalmente Pensar ter

ideias do que eacute que irei fazer agora vou dar este conteuacutedo como eacute que os vou motivar foi

pensar principalmente na estrateacutegia E complicado porque uma pessoa pronto ser dinacircmica

propor novas actividades com eles eacute sempre um bocadinho complicado e ser diferente propor

coisas diferentes que os animem natildeo eacute sempre a mesma coisa propor novos jogos novas

actividades ateacute porque eles adoram actividades experimentais mas logo agora nesta nova

nesta unidade que ando a dar do corpo humano principalmente agora da circulaccedilatildeo eacute difiacutecil

arranjar actividades experimentais em que eles possam ver Foi acho que foi a maior

dificuldade que senti Foi encontrar imaginaccedilatildeo para as estrateacutegias mas ateacute agora

E um aspecto que te tivesse agradado

Agradado Natildeo sei acho que eacute difiacutecil escolher soacute um aspecto porque ateacute agora

estou a gostar de tudo Ateacute agora estou a gostar de tudo Mas o facto de os alunos

corresponderem principalmente o facto de eu estar ali na sala de aula estar a falar com eles

e eles responderem e depois principalmente depois quando vatildeo ver os testes as avaliaccedilotildees e

vermos que o que noacutes tivemos a ensinar foi significativo para eles em que eles aprenderam

Por aiacute

Bloco C - Ensino das Ciecircncias

297

6 Ok Entatildeo agora em relaccedilatildeo ao Ensino das Ciecircncias achas que eacute importante

aprender Ciecircncias

Muito importante e cada vez mais

Porquecirc

Cada vez mais Porque as Ciecircncias estatildeo estatildeo relacionadas com tudo do nosso dia a dia

Noacutes jaacute natildeo podemos viver desligados das Ciecircncias A nossa vida estaacute sempre ligada agraves

Ciecircncias E mesmo para eles compreenderem quer a morfologia deles o mundo que os

rodeia o ambiente a sociedade tecircm que saber Ciecircncias sempre sempre

7 E que aspectos eacute que te parecem importantes no ensino das Ciecircncias actualmente

Desenvolver as capacidades natildeo soacute cognitivas mas fiacutesicas natildeo sei se poderei dizer

fiacutesicas manusear acho que os miuacutedos tecircm muitas dificuldades em manusear e

principalmente tambeacutem em desenvolver a memorizaccedilatildeo dos alunos Penso que eles natildeo

sei se calhar lecircem muitos deles lecircem pouco penso que a leitura ajuda-os muito a ler e penso

que eles tecircm muita dificuldade em memorizar os conceitos cientiacuteficos que por vezes satildeo

complicados e natildeo fazem parte do vocabulaacuterio deles porque satildeo satildeo vocaacutebulos que eles natildeo

utilizam muito e pronto temos que pocircr tambeacutem os alunos a a trabalhar a escrever a realizar

actividades experimentais estou sempre a falar nas actividades ateacute porque eles gostam e

pedem eles estatildeo sempre a pedir actividade experimentais porque pronto estatildeo a manusear

estatildeo a mexer estatildeo com o contacto directo com as coisas eles aprendem melhor

8 Ok E sentes-te preparada para ensinar Ciecircncias

Sinto Sempre para mim um curso tinha que ser um curso com Ciecircncias Sempre

gostei imenso de Ciecircncias Matemaacutetica tambeacutem mas principalmente Ciecircncias Sempre adorei

Ciecircncias por isso era o que eu me imaginei desde sempre a fazer ou a trabalhar com

Ciecircncias ou a ensinar Ciecircncias sempre relacionada com as Ciecircncias

E Porquecirc

Natildeo sei gosto Desde pequena sempre tive curiosidade em conhecer as coisas e as

Ciecircncias ajudam-nos a a descobrir a o nosso mundo o nosso corpo desde pequena que tive

curiosidade em descobrir fazer novas descobertas

298

Bloco D - Trabalho experimental (TE)

3 Ok E agora em relaccedilatildeo ao Trabalho Experimental eacute comuns os professores de

Ciecircncias falarem de TE Em que consiste para ti o TE

Trabalho Experimental mais difiacutecil de definir Trabalho Experimental entatildeo eacute

realizar actividades praacuteticas sobretudo isso Realizar actividades praacuteticas em que os alunos

possam a enfim raciocinar sobre os problemas terem um problema em que eles possam

raciocinar sobre o problema e tentar achar soluccedilotildees para esse problema Natildeo sermos noacutes a

dar as respostas mas serem eles construirem e a descobrirem e daiacute que as actividades

praacuteticas sobretudo as actividades praacuteticas os ajudam a descobrir e encontrar soluccedilotildees a

relacionar conceitos trabalhar num Laboratoacuterio por exemplo eles estatildeo em contacto directo

com com materiais e depois saberem utihzaacute-los na na vida praacutetica deles e fazerem a relaccedilatildeo

com o dia a dia deles e sobretudo isso

4 Ok E que aspectos eacute que consideras importantes serem tidos em conta no TE

No Trabalho Experimental Entatildeo pronto quando propomos um problema que noacutes

achamos que eles aliaacutes para eles chegarem agrave conclusatildeo explorar sempre esse problema de

maneira a que eles pronto tecircm que perceber o que eacute que tecircm de fazer onde eacute que tecircm que

chegar porque a partir do momento que eles sabem onde eacute que querem chegar depois eacute mais

faacutecil compreenderem todo o processo e serem eles proacuteprios tambeacutem a tentar chegar ao

processo a pronto entatildeo explorar muito bem o problema e conversar muito com eles o

que eacute que achas questionaacute-los o que eacute que achas que vamos fazer o que eacute que

achas porque eacute que vamos fazer isso achas que isso vai dar resposta ao problema e

natildeo achas em vez de fazeres assim porque eacute que natildeo fazemos de outra maneira

diferente questionar muito os alunos Depois entatildeo e olha laacute o que eacute que pronto

vamos realizar entatildeo essa actividade o que eacute que achas que material eacute que achas que vais

precisar natildeo sermos noacutes tambeacutem soacute a noacutes proacuteprios a dar o nome dos materiais a sugerir

os materiais mas tambeacutem levaacute-los a pesquisar acerca dos materiais Depois de termos os

materiais e tennos explorado o problema eles vatildeo tentar realizar entatildeo a actividade E

depois de realizarem a actividade relacionarem sobretudo os resultados a e depois tirarem

conclusotildees vaacute fazerem os registos tirarem conclusotildees e chegar a uma resposta tentar dar

resposta ao problema deles sobretudo isso

299

5 Ok E porque eacute que eacute importante realizar TE

Porquecirc Porque coloca os alunos em aliaacutes permite aos alunos ligar a teoria agrave praacutetica

Ou a praacutetica agrave teoria porque se pode partir da praacutetica para a teoria ou da teoria para a

praacutetica E a em que pronto os alunos sentirem que satildeo eles que estatildeo a trabalhar que satildeo

eles que a satildeo eles que estatildeo a descobrir aliaacutes pronto satildeo coisas que jaacute estatildeo descobertas

mas eles pensam que vatildeo descobrir coisas novas e sobretudo despertar a curiosidade

cientiacutefica nos alunos Penso que o Trabalho Praacutetico o Trabalho Experimental os pode ajudar

9 Ok Entatildeo portanto neste sentido na tua opiniatildeo que potencialidades eacute que

reconheces ao TE no ensino das Ciecircncias Ou seja porque eacute que eacute importante o TE

no ensino das Ciecircncias Isto eacute que competecircncias desenvolve nos alunos

Competecircncias cognitivas a competecircncias socio-afectivas imia vez que os alunos

geralmente estatildeo a trabalhar em grupo discutir em grupo psicoloacutegicas ajuda os alunos a

pensar a relacionar que eacute importante para as Ciecircncias as Ciecircncias passam sempre por isso

tudo

10 Ok Eacutes capaz de descrever uma aula em que tenhas desenvolvido TE e que tenhas

considerado que foi uma aula com sucesso

Sim posso

De descrever

Agora por acaso estou-me a recordar de uma Quer dizer natildeo sei se eacute um Trabalho

Experimental pelo menos eacute uma actividade praacutetica Que foi estou-me a recordar de da do

do peixe Em que os alunos tiveram que observar o peixe o sistema respiratoacuterio do peixe as

bracircnquias os opeacuterculos por acaso foi uma actividade pronto que pronto que me marcou

A do Serafim [nome do peixe do Laboratoacuterio]

A do Serafim (Risos) Foi a do Serafim Porque achei imensa piada porque pronto

inicialmente os alunos estavam muito enojados com o peixe cheirava mal que horror

mexer em peixe numa coisa que eles ateacute nem gostam muito dizem eles mas depois deram

por eles a abrir o peixe jaacute andavam com as matildeos todos queriam mexer todos queriam

descobrir foi uma actividade que gostei muito

300

Outra quando foi para analisarmos as caracteriacutesticas do ar expirado e inspirado Tambeacutem

gostei muito de realizar essa actividade com eles eles tambeacutem se mostraram muito

motivados e foi completamente diferente Noacutes proacuteprias estaacutevamos-lhe a dizer o ar eacute

quente o ar expirado eacute mais quente que o ar inspirado tem mais dioacutexido de carbono e como

eacute que eles vecircm isso Se tem dioacutexido de carbono ou natildeo Como eacute que noacutes lhes conseguimos

provar isso Na teoria eacute difiacutecil Ou deles estarem a olhar para esquemas eacute complicado E

atraveacutes do Trabalho Experimentai eles conseguiram ver perfeitamente a mudanccedila de cor

Como eacute que foi

A turvaccedilatildeo da aacutegua de cal Viram perfeitamente bem Pronto primeiro tivemos que lhes

dizer identificar os materiais por ai fora b que eacute que era a aacutegua de cal como eacute que se

faziam aacutegua de cal eles tambeacutem gostaram muito

Como eacute que foi assim a aula vaacute laacute em termos de passos por assim dizer como eacute

que foi

Pronto a ver se eu me recordo bem

Ou uma ou outra

Noacutes andaacutevamos a trabalhar o sistema respiratoacuterio humano O sistema respiratoacuterio

humano Comeccedilaacutemos por ver a morfologia como eacute que era o sistema respiratoacuterio quais eram

os oacutergatildeos constituintes comeccedilaacutemos por ver isso Depois comeccedilaacutemos por ver eles

comeccedilaram por ver que no sistema respiratoacuterio entrava ar e saiacutea ar Ou seja ocorriam trocas

gasosas Entatildeo e como eram como eacute que satildeo as caracteristicas do ar aliaacutes o problema

que eu lhes coloquei para a realizaccedilatildeo da actividade experimental foi se o ar expirado e o ar

inspirado satildeo iguais ou se existem diferenccedilas entre o ar expirado e o ar inspirado quais satildeo

Penso que era assim o problema Eles tinham que depois dar a resposta a este problema Para

isso propocircs-lhe propus a actividade da aacutegua de cal em que eles viam a turvaccedilatildeo para ver se

a quantidade de foi para ver se tinha mais dioacutexido de carbono o ar expirado a da

temperatura com o auxiacutelio de um espelho Ah A do espelho foi a do vapor de aacutegua a da

temperatura foi com o termoacutemetro e jaacute natildeo me recordo de mais se houve mais alguma

Pronto eles iam registando tinham um protocolo iam registando as diferenccedilas tinham

imagens a iam registando os passos e depois eles proacuteprios chegaram a uma conclusatildeo E

tambeacutem lhes dei uma tabelazinha tambeacutem para eles pronto com com dados com diferenccedilas

de temperatura com percentagens de oxigeacutenio dioacutexido de carbono e eles depois no final

301

tentaram chegar eles proacuteprios chegaram agrave conclusatildeo Foi mais significativo para eles eles

depois registaram no caderno deles e eles se lhes for perguntar agora ainda se lembram

Ainda haacute dias lhes tive a perguntar eles ainda se recordam (Risos)

Bloco E mdash Tecnologias da informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo (TIC)

3 Ok Aacutegora em relaccedilatildeo agraves TIC durante a tua formaccedilatildeo inicial foi dado destaque agraves

TIC

Hmm hmm [P4 indica com a cabeccedila afirmativamente] Foi

Era que disciplinas

Foi nas disciplinas de a Estruturas Geometria Natildeo foi Geometria em que utilizaacutemos

o Sketchpad foi Probabilidade ProbabiHdade foi Probabilidade depois tiacutenhamos uma

disciplina com o professor X que era agora estou tatildeo esquecida

Metodologia Geral e Tecnologia Educativa Natildeo sei

Acho penso que sim que era assim qualquer coisa

T Ano 2deg semestre

Sim sim Agora tambeacutem jaacute natildeo estou muito bem recordada mas sei que era com o

professor X Mais mais com o auxiacutelio do computador sobretudo essas E pronto agora

tambeacutem andamos a trabalhar em Histoacuteria Epistemologia e Histoacuteria das Ciecircncias em que

temos que andar a temos que apresentar trabalhos agrave turma em que utilizamos tambeacutem muito

o computador trabalhar muito o Power Point Sim trabalhaacutemos mesmo nos trabalhos que

nos fomos realizamos utilizaacutemos sempre o computador por aiacute fora

E o que eacute que se destacou Isto eacute o que eacute que aprenderam nessas disciplinas

Novos programas por exemplo por exemplo em Geometria o Sketchpad em que

podemos utilizaacute-lo com as crianccedilas no 2deg Ciclo com os nossos alunos a Probabilidades que

tambeacutem jaacute utilizei haacute a semana passada por acaso utilizei com os miuacutedos porque eu natildeo

sabia muito trabalhar com Excel ainda natildeo natildeo me sentia muito agrave vontade em calcular a

Moda a Meacutedia fazer graacuteficos e logo a semana passada como andei a trabalhar com os

302

alunos Estatiacutestica apesar de nacirco fazer parte do programa eles saberem trabalhar com o Power

Point ai com o Power Point Com o Excel Fazer graacuteficos e tabelas conduzi-os agrave sala de

informaacutetica e tambeacutem estive a trabalhar com eles a elaboraccedilatildeo de graacuteficos tabelas graacuteficos

circulares de barras pronto percentagens tambeacutem aproveitei para trabalhar com eiacutees no

Excel E tambeacutem a foi a Probabilidades Jaacute natildeo me recordo bem Sim que aprendemos

muito e tambeacutem jaacute trabalhei com eles na aula Sim

4 Ok E de que forma estas aprendizagens tecircm ligaccedilotildees com a Praacutetica Pedagoacutegica

Ah em muitos sentidos Como eu jaacute acabei de dizer em Estatiacutestica jaacute trabalhei com eles

a Estatiacutestica na nos computadores Podemos por exemplo pronto eu natildeo mas jaacute fiii

assistir a aulas de colegas minhas em que Eu tambeacutem jaacute laacute fiai com eles logo no primeiro

periacuteodo em que fomos a realizar actividades na Internet Fomos a realizar actividades na

Internet no playkin aproveita-se sempre pronto propOtildee-se sempre actividades relacionadas

com a mateacuteria com os estados fiacutesicos principalmente aparecem laacute sempre surgem coisas

muito interessantes e e pronto eu natildeo porque eu estou no 6deg ano e natildeo fazia parte dos meus

conteuacutedos a aacutegua e os estados fiacutesicos da aacutegua e assim mas as minhas colegas foram fazer Eu

fiii com os alunos tambeacutem agrave Internet foi para trabalhar num site exerciacutecios matemaacuteticos

problemas tambeacutem foi interessante eles pronto encontram-se sempre motivados para

trabalhar nessa sala Mesmo para introduzir uma nova unidade levaacute-los agrave Internet para eles

pesquisarem e mesmo pedir-lhes a eles para pesquisarem em casa e para trazerem dados para

as aulas para ajudarem

bull 5 Ok Dado o desenvolvimento que se prevecirc para as TIC pensas que a formaccedilatildeo

recebida foi suficiente

Depende de muitas coisas pelo menos ateacute agora pronto que eu precisei de fazer nas

aulas foi o que eu sabia Ainda natildeo precisei de me ir a de ir pedir a algueacutem que me ensinasse

ateacute agora ainda natildeo precisei Porque se as coisas que trabalhei com os alunos ateacute agora

foram coisas que eu sabia Por isso Mas foi foi aprendi muitas coisas na escola

6 Consideras que eacute importante utilizar as TIC no ensino

Sim

E porquecirc

303

Porque tambeacutem natildeo natildeo podemos soacute pronto noacutes sabemos que logo a Internet tem

imensa informaccedilatildeo e tambeacutem sabemos que os nossos alunos utilizam muito a Internet e

tambeacutem eles muitas das vezes tecircm dificuldade em seleccionar a informaccedilatildeo e penso que

noacutes podemos aproveitar ateacute duacutevidas que eles tragam para a sala de aula e conduzi-los agrave sala

de informaacutetica infelizmente ainda temos algumas dificuldades porque eacute sempre complicado

soacute temos uma sala de informaacutetica e natildeo pode ser sempre quando noacutes desejamos mas podemos

aproveitar sempre como motivaccedilatildeo para esclarecer duacutevidas as duacutevidas de uns geralmente

satildeo as duacutevidas de pronto da turma praticamente toda e podemos sempre aproveitar natildeo soacute

como motivaccedilatildeo mas para esclarecer duacutevidas para trabalhar temas unidades diferentes eacute

sempre bom

7 Ok Acabaste agora agora mesmo de dizer portanto tecircm acesso agraves TIC na escola

onde leccionas

Tecircm tecircm

Ok pound esse acesso eacute o desejaacutevel

Natildeo natildeo eacute pronto uma sala de informaacutetica para n turmas satildeo muitas turmas e eacute sempre

complicado arranjar um espaccedilo compatiacutevel com o horaacuterio deles na sala de informaacutetica mas

vai-se arranjando ateacute agora pronto como planeio sempre as aulas planifico as aulas com

antecedecircncia sei que mais ou menos quando eacute que vou pretendo levar os alunos agrave sala de

informaacutetica e requisito sempre a sala com antecedecircncia por isso ateacute agora ainda natildeo tive

assim muitas dificuldades

8 Ok Entatildeo utilizas as TIC nas tuas aulas de Praacutetica Pedagoacutegica

Sim

Daacute laacute exemplos pronto para aleacutem daqueles que jaacute referiste tambeacutem

Matemaacutetica e Ciecircncias utilizo sempre Pronto como jaacute disse que os com dia a dia a

trabalhar Estatiacutestica a eacute sobretudo a Matemaacutetica que tenho trabalhado com eles pronto

Como andamos a dar agora a circulaccedilatildeo e ateacute pronto natildeo precisei dos laacute levar

304

Bloco F - Articulaccedilatildeo entre o TE e as TIC

6 Em relaccedilatildeo ao Trabalho Experimental e agraves TIC com as TIC que tens agrave disposiccedilatildeo

como eacute que achas que podes tirar o melhor partido delas no Trabalho

Experimental

Como jaacute disse tambeacutem por vezes na Internet encontram-se sites em que em que tecircm

algumas actividades experimentais como por exemplo agora estou-me a recordar dos

estados fiacutesicos ah e tambeacutem os processos de tratamento de aacutegua a desinfecccedilatildeo a filtraccedilatildeo

decantaccedilatildeo tambeacutem jaacute encontrei na Internet vaacuterios sites com actividades para eles

visualizarem pronto porque eles nem sempre tecircm a possibilidade e tecircm esses materiais para

fazerem na sala de aula ou os materiais natildeo estatildeo nas melhores condiccedilotildees e eles pronto e agraves

vezes tambeacutem acontece muito fazermos actividades uma actividade experimental hoje mas

que soacute podemos ver os resultados daqui a 2 semanas mas que se calhar jaacute natildeo daacute muito jeito

depois estar a trabalhar aquele conteuacutedo daqui a 2 semanas e pela Internet pronto eles tecircm

actividades interactivas em que eles conseguem ver logo os resultados em questatildeo de

segimdos por isso ajuda muito utilizarmos na sala de aula

7 Portanto entatildeo isso traz vantagens para os alunos

Traz Natildeo soacute como motivaccedilatildeo mas como eles visualizam melhor estatildeo em contacto

directo com as e mesmo a interacccedilatildeo deles porque eles gostam Agora estatildeo numa idade

em que estatildeo na descoberta de coisas novas e principalmente na Internet que eles adoram

pelo menos os meus alunos gostam muito da Intemet e entatildeo pronto quando noacutes falamos

Internet eles estatildeo sempre motivados natildeo soacute fechaacute-los ali na sala de aula eles tambeacutem se

aborrecem e levaacute-los tambeacutem mesmo noacutes proacuteprios agraves vezes temos essa necessidade

Tambeacutem se toma cansativo para noacutes estarmos ali dentro da sala de aula trabalharmos como

os alunos pronto se soubermos se arranjarmos actividades diferentes mas por vezes eacute

bom eles eles gostam sair da sala de aula e logo eacute sempre vantajoso levaacute-los laacute em cima agrave

sala das TIC Eles gostam sempre

8 E nas tuas aulas de Praacutetica Pedagoacutegica alguma vez realizaste portanto Trabalho

Experimental com recurso agraves TIC

Natildeo natildeo natildeo As minhas colegas jaacute natildeo pronto tambeacutem os conteuacutedos que eu andei a

trabalhar tambeacutem natildeo permitiam natildeo consegui encontrar sites que que ajudassem a trabalhar

305

esses conteuacutedos com eles por isso natildeo natildeo trabalhei A Ciecircncias a Matemaacutetica sim Realizei

exerciacutecios encontrei exerciacutecios engraccedilados na Internet e trabalhaacutemos alguns exerciacutecios peia

Internet com eles sim a Matemaacutetica

9 E entatildeo quais foram os impedimentos para natildeo realizares Trabalho Experimental

com recurso agraves TIC Portanto foi natildeo haver esses conteuacutedos

Compatibilidade Natildeo houve assim compatibilidade com os conteuacutedos que eu andava a

trabalhar ou pelo menos natildeo encontrei os sites mais adequados

Ok Bem terminaacutemos e obrigada

306

Anexo 5

Resposta a um Questionaacuterio (aluna-professora Leonor)

I iacute

2 Qual(ais) a(s) TIC que identificou na proposta da planificaccedilatildeo apresentada

- VerifiqueiIdentifiquei a utilizaccedilatildeo do computador mais precisamente do Power Point

- Foi utilizado o sensor de oxigeacutenio (e a Eloacutedea)

- Foi utilizado o MOC (Microscoacutepio Oacuteptico Composto) para observaccedilatildeo de estomas e

cloroplastos

- Foi realizada uma actividade experimental em que foi utilizada a sardinheira para

averiguar a presenccedila de amido

2 Durante a workshop do seu ponto de vista e em relaccedilatildeo agrave proposta de planificaccedilatildeo

que aqui foi apresentada quais as vantagens ou desvantagens de que se apercebeu

relativamente ao uso de cada uma das TIC usadas no Trabalho Experimental

A utilizaccedilatildeo de cada uma das TIC permite contactar com uma grande diversidade de

instrumentos conhececirc-los e visualizar situaccedilotildees reais sair um pouco do abstracto Permite aos

alunos ter uma participaccedilatildeo activa na aprendizagem de conteuacutedos Desenvolver o espiacuterito

criacutetico competecircncias natildeo soacute cognitivas como soacutecio-afectivas uma vez que estatildeo a trabalhar

em grupo e psico-motoras atraveacutes do manuseamento de vaacuterios instrumentos Natildeo me ocorrem

desvantagens

3 Compare ou evidencie aspectosvantagens ou desvantagens da proposta

apresentada com a forma como desenvolveu este assunto na sua praacutetica (ou

relativamente a outro assunto que tenha tratado)

Do meu ponto de vista a proposta apresentada estava bastante positiva houve sempre a

preocupaccedilatildeo de traccedilar objectivos tendo em conta os programas do Ensino Baacutesico Notei que

ao longo de toda a planificaccedilatildeo se deu uma grande importacircncia ao trabalho de grupo e agraves

ideias preacutevias dos alunos e aos seus conhecimentos Gostei imenso da ideia dos alunos

elaborarem uma apresentaccedilatildeo de Power Point ao longo do conteuacutedo em estudo Tirei algumas

ideias para utilizar no futuro Gostei muito

Faculdade de Psicologia e CiecircnciDS da Educaccedilatildeo Universidade de uumlsuoa

BIBLIOTECA

307

Page 4: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 5: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 6: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 7: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 8: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 9: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 10: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 11: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 12: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 13: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 14: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 15: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 16: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 17: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 18: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 19: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 20: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 21: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 22: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 23: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 24: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 25: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 26: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 27: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 28: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 29: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 30: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 31: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 32: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 33: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 34: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 35: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 36: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 37: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 38: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 39: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 40: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 41: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 42: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 43: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 44: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 45: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 46: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 47: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 48: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 49: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 50: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 51: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 52: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 53: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 54: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 55: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 56: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 57: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 58: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 59: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 60: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 61: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 62: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 63: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 64: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 65: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 66: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 67: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 68: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 69: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 70: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 71: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 72: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 73: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 74: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 75: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 76: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 77: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 78: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 79: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 80: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 81: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 82: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 83: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 84: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 85: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 86: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 87: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 88: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 89: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 90: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 91: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 92: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 93: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 94: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 95: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 96: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 97: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 98: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 99: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 100: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 101: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 102: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 103: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 104: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 105: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 106: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 107: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 108: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 109: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 110: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 111: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 112: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 113: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 114: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 115: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 116: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 117: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 118: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 119: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 120: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 121: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 122: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 123: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 124: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 125: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 126: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 127: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 128: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 129: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 130: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 131: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 132: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 133: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 134: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 135: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 136: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 137: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 138: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 139: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 140: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 141: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 142: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 143: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 144: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 145: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 146: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 147: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 148: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 149: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 150: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 151: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 152: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 153: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 154: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 155: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 156: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 157: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 158: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 159: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 160: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 161: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 162: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 163: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 164: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 165: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 166: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 167: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 168: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 169: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 170: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 171: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 172: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 173: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 174: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 175: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 176: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 177: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 178: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 179: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 180: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 181: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 182: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 183: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 184: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 185: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 186: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 187: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 188: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 189: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 190: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 191: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 192: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 193: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 194: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 195: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 196: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 197: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 198: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 199: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 200: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 201: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 202: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 203: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 204: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 205: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 206: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 207: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 208: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 209: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 210: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 211: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 212: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 213: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 214: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 215: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 216: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 217: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 218: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 219: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 220: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 221: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 222: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 223: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 224: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 225: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 226: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 227: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 228: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 229: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 230: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 231: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 232: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 233: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 234: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 235: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 236: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 237: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 238: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 239: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 240: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 241: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 242: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 243: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 244: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 245: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 246: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 247: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 248: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 249: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 250: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 251: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 252: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 253: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 254: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 255: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 256: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 257: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 258: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 259: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 260: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 261: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 262: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 263: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 264: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 265: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 266: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 267: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 268: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 269: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 270: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 271: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 272: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 273: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 274: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 275: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 276: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 277: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 278: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 279: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 280: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 281: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 282: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 283: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 284: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 285: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 286: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 287: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 288: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 289: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 290: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 291: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 292: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 293: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 294: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 295: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 296: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 297: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 298: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 299: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 300: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 301: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 302: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 303: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 304: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 305: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 306: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 307: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 308: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 309: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 310: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 311: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 312: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 313: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 314: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 315: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 316: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 317: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 318: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 319: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 320: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 321: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 322: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo
Page 323: Sónia Regina Marques Bala u - ULisboa...José Batista Professo, Paul Martinsro Professor, Teres Giaa el Professor Vicência a Raminhos. Aos aluno professores ques , so b os pseudónimo