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Súmula n. 236

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Page 1: Súmula n. 236 · Ministro Dias Trindade, Relator DJ 26.04.1993 RELATÓRIO O Sr. Ministro Dias Trindade: Confl ito negativo de competência entre a 3ª Junta de Conciliação e Julgamento

Súmula n. 236

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SÚMULA N. 236

Não compete ao Superior Tribunal de Justiça dirimir conflitos de

competência entre juízes trabalhistas vinculados a Tribunais Regionais do

Trabalho diversos.

Referência:

Lei n. 7.701/1988.

Precedentes:

CC 2.354-ES (2ª S, 08.04.1992 – DJ 19.10.1992)

CC 2.645-MG (2ª S, 24.06.1992 – DJ 17.08.1992)

CC 4.352-PE (2ª S, 31.03.1993 – DJ 26.04.1993)

CC 6.963-RJ (2ª S, 09.02.1994 – DJ 14.03.1994)

CC 18.109-SP (2ª S, 11.03.1998 – DJ 20.04.1998)

CC 20.804-SP (2ª S, 26.11.1997 – DJ 09.02.1998)

CC 23.257-RJ (2ª S, 25.11.1998 – DJ 19.04.1999)

Segunda Seção, em 22.03.2000

DJ 14.04.2000, p. 107

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CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 2.354-ES (91.0018680-5)

Relator: Ministro Fontes de Alencar

Autor: Osmar Antônio Riani

Ré: Comerce - Desenvolvimento Mercantil S/A

Suscitante: Terceira Junta de Conciliação e Julgamento de Vitória-ES

Suscitado: Primeira Junta de Conciliação e Julgamento de Juiz de Fora-MG

Advogados: Fernando Barbosa Neri e outros

João Carlos Andrade Cypestre e outros

EMENTA

Competência. Confl ito negativo. Justiça do Trabalho.

Ao órgão maior da Justiça Laboral compete solucionar confl ito de competência entre Juntas de Conciliação e Julgamento subordinadas a Tribunais Regionais diversos.

Precedentes do Superior Tribunal de Justiça.

Unânime.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas: Decide a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, não conhecer do confl ito e determinar a remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Superior do Trabalho, na forma do relatório e notas taquigráfi cas constantes dos autos, que fi cam fazendo parte integrante do presente julgado. Os Srs. Ministros Cláudio Santos, Sálvio de Figueiredo, Barros Monteiro, Eduardo Ribeiro, Dias Trindade e Waldemar Zveiter votaram com o Relator. Ausentes, justifi cadamente, os Srs. Ministros Athos Carneiro e Bueno de Souza, assumindo a presidência o Sr. Ministro Nilson Naves.

Brasília (DF), 08 de abril de 1992 (data do julgamento).

Ministro Nilson Naves, Presidente

Ministro Fontes de Alencar, Relator

DJ 19.10.1992

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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RELATÓRIO

O Sr. Ministro Fontes de Alencar: Trata-se de reclamação trabalhista

ajuizada perante a 1ª Junta de Conciliação e Julgamento de Juiz de Fora-MG,

tendo o reclamado argüido exceção de incompetência do juízo (fl s. 44 a 45), que

foi acolhida pela mencionada JCJ (fl s. 92 a 93).

A 3ª Junta de Conciliação e Julgamento de Vitória-ES, que recebera os

autos, suscitou o presente confl ito (fl s. 111 a 112), chegando o feito a esta Corte

por intermédio do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (fl s. 114 a 115).

O Ministério Público Federal manifestou-se no sentido da competência

do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho para dirimir o confl ito (fl s. 119 a

120).

VOTO

O Sr. Ministro Fontes de Alencar (Relator): Assente está a jurisprudência

desta Corte no sentido de que compete do Egrégio Tribunal Superior do

Trabalho dirimir conflito de competência entre Juntas de Conciliação e

Julgamento subordinados a Tribunais Regionais diversos.

Precedentes: REsp n. 1.513-SP e REsp n. 1.884, também de São Paulo.

Isto posto, não conheço do confl ito e determino a remessa dos autos ao

Colendo Tribunal Superior do Trabalho.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 2.645-MG (92.009859)

Relator: Ministro Nilson Naves

Autor: José Humberto Biagioni

Ré: Tenenge - Técnica Nacional de Engenharia S/A

Suscitante: Junta de Conciliação e Julgamento de Congonhas-MG

Suscitada: Terceira Junta de Conciliação e Julgamento de Cubatão-SP

Advogados: Giselayne Scuro e José Caraciolo Mello de Azevedo

Kuhlmann e outros

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SÚMULAS - PRECEDENTES

RSSTJ, a. 5, (18): 41-60, abril 2011 47

EMENTA

Confl ito entre Juntas de Conciliação e Julgamento subordinadas

a Tribunais Regionais do Trabalho diversos. Compete ao Tribunal

Superior do Trabalho, e não ao Superior Tribunal de Justiça, dirimir o

confl ito. Precedentes: CC’s n. 1.513 e n. 1.884. Confl ito não conhecido,

com remessa dos autos ao Tribunal competente.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da 2ª

Seção do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas

taquigráfi cas a seguir, por unanimidade, não conhecer do confl ito e determinar

a remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Superior do Trabalho. Votaram com o

Relator os Srs. Ministros Eduardo Ribeiro, Athos Carneiro, Waldemar Zveiter,

Fontes de Alencar, Cláudio Santos, Sálvio de Figueiredo e Barros Monteiro.

Ausente, justifi cadamente, o Sr. Ministro Dias Trindade.

Brasília (DF), 24 de junho de 1992 (data do julgamento).

Ministro Bueno de Souza, Presidente

Ministro Nilson Naves, Relator

DJ 17.08.1992

RELATÓRIO

O Sr. Ministro Nilson Naves: - Trata-se de conflito de competência

instaurado entre Juntas de Conciliação e Julgamento vinculadas a Tribunais

Regionais do Trabalho diversos, e suscitado perante o Superior Tribunal de

Justiça, nesses termos:

Relatando ter trabalhado em Cubatão por aproximadamente dez anos e ter sido transferido para Ouro Branco em junho de 1989 onde trabalhara até 1991, José Humberto Biagioni ajuizou, perante uma das Juntas de Conciliação e Julgamento de Cubatão, ação em face de Tenenge - Técnica Nacional de Engenharia S/A pleiteando diversas parcelas ligadas aos dois contratos, que as partes mantiveram, inclusive que fossem considerados como únicos tais contratos.

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

48

Defendendo-se, a Tenenge excepcionou o foro, em razão do lugar, declinando como competente o foro da comarca de Ouro Branco, exceção esta que veio a ser acolhida para determinar a remessa dos autos “à uma das JCJs de Ouro Branco-MG, competentes para apreciar a demanda” (fl . 216).

Não se sabe como, os autos chegaram perante esta Junta de Conciliação e Julgamento, tendo sido determinada a inclusão do feito em pauta.

Consoante doutrina e jurisprudência, em casos como tal, empregado prestou serviços em mais de uma localizade, possível lhe é escolher o foro da contratação ou o da última localidade que prestou serviços.

Com efeito, se é dado ao reclamante optar pelo foro mais confortável e tratando-se o caso de competência relativa (artigo 114 do CPC), a exceção argüida não poderia ter sido acolhida.

Em outras palavras, houve prorrogação de competência com o ajuizamento da ação em Cubatão.

O Colegiado considera-se incompetente, em razão do local, para conhecer, conciliar, instruir e julgar o feito.

Desta forma, a Junta de Conciliação e Julgamento de Congonhas, por unanimidade, na forma dos artigos 115 e seguintes do CPC, suscita conflito negativo de competência e, na forma da alínea d, in fine do artigo 105 da Constituição Federal determina sejam os autos remetidos ao Egrégio e Colendo Superior Tribunal de Justiça.

A Subprocuradoria-Geral da República opinou pela competência da

suscitante.

É o relatório.

VOTO

O Sr. Ministro Nilson Naves (Relator): - Congonhas (MG) e Cubatão

(SP) vinculam-se a Tribunais diferentes. Em casos que tais, não temos conhecido

dos confl itos, por exemplo, CC’s n. 1.513, n. 1.884 e n. 2.119, com as seguintes

ementas, respectivamente:

- Competência. Confl ito negativo entre Juntas de Conciliação e Julgamento vinculadas a tribunais diversos. Confl ito não conhecido. Encaminhamento ao eg. TST.

I - Não cabe ao Superior Tribunal de Justiça apreciar conflito negativo de competência entre Juntas de Conciliação e Julgamento vinculadas a Tribunais Regionais diversos, embora situados no mesmo Estado.

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SÚMULAS - PRECEDENTES

RSSTJ, a. 5, (18): 41-60, abril 2011 49

II - A exemplo do que se verifica no plano constitucional, a legislação trabalhista, consolidada e extravagante, evoluiu no sentido da Justiça Obreira abrigar também a competência para dirimir os confl itos entre seus órgãos (Sr. Ministro Sálvio de Figueiredo, in DJ de 12.08.1991).

- Competência. Confl ito. Justiça do Trabalho.

Cabe ao órgão maior da Justiça do Trabalho dirimir confl ito de competência entre Juntas de Conciliação e Julgamento subordinadas a Tribunais Regionais diversos.

Precedente do Superior Tribunal de Justiça.

Decisão unânime (Sr. Ministro Fontes de Alencar, in DJ de 16.12.1991).

- Confl ito entre Juntas de Conciliação e Julgamento subordinadas a Tribunais Regionais diversos. Compete ao Tribunal Superior do Trabalho, e não ao Superior Tribunal de Justiça, dirimir o confl ito. Precedentes: CC’s n. 1.513 e n. 1.884. Confl ito não conhecido, com remessa dos autos ao Tribunal competente (Sr. Ministro Nilson Naves, in DJ de 06.04.1992).

De acordo com os novos precedentes, não conheço do confl ito e determino

a remessa dos autos ao C. Tribunal Superior do Trabalho.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 4.352-PE (93.49810)

Relator: Ministro Dias Trindade

Autora: Fernanda Cruz da Silva

Réu: TRIC - Transporte, Remoções, Içamento e Comércio Ltda.

Suscitante: Terceira Junta de Conciliação e Julgamento de Recife-PE

Suscitado: Décima Sexta Junta de Conciliação e Julgamento de São Paulo-SP

Advogados: Gerson Belém de Araújo e outros

Carlos Roberto Storino

EMENTA

Trabalhista. Confl ito de competência. Juntas de Conciliação e

Julgamento vinculadas a TRTs. Diferentes.

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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Cabe ao TST dirimir confl itos entre Juntas de Conciliação e

Julgamento vinculadas a diferentes Tribunais Regionais do Trabalho.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráfi cas a seguir, por unanimidade, não conhecer do confl ito e determinar a remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Superior do Trabalho. Votaram com o Relator os Srs. Ministros Waldemar Zveiter, Fontes de Alencar, Cláudio Santos, Sálvio de Figueiredo e Bueno de Souza. Ausente, justifi cadamente, o Sr. Ministro Athos Carneiro e, nesta assentada, o Sr. Ministro Eduardo Ribeiro.

Brasília (DF), 31 de março de 1993 (data do julgamento).

Ministro Nilson Naves, Presidente

Ministro Dias Trindade, Relator

DJ 26.04.1993

RELATÓRIO

O Sr. Ministro Dias Trindade: Confl ito negativo de competência entre a 3ª Junta de Conciliação e Julgamento de Recife-PE e a 16ª Junta de Conciliação e Julgamento de São Paulo, para processar e julgar reclamação trabalhista.

Parecer do Ministério Público pelo não conhecimento do conflito e remessa dos autos ao Tribunal Superior do Trabalho, por se tratar de confl ito entre juntas vinculadas a tribunais diversos.

É como relato.

VOTO

O Sr. Ministro Dias Trindade (Relator): Incumbe ao Tribunal Superior do Trabalho dirimir confl ito de competência entre Juntas de Conciliação e Julgamento vinculadas a Tribunais Regionais do Trabalho diferentes, como no caso.

Isto posto, voto no sentido de não conhecer do confl ito, determinando a remessa dos autos ao egrégio Tribunal Superior do Trabalho.

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SÚMULAS - PRECEDENTES

RSSTJ, a. 5, (18): 41-60, abril 2011 51

CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 6.963-RJ (93.0033752-1)

Relator: Ministro Costa Leite

Suscitante: Décima Sétima Junta de Conciliação e Julgamento de Belo

Horizonte-MG

Suscitada: Terceira Junta de Conciliação e Julgamento de Niterói-RJ

Autor: Isaías Medeiros

Ré: Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais - Cetec

Advogados: Isaías Medeiros (em causa própria)

Lidia da Silva Leão

EMENTA

Competência. Conflito. Trabalhista. Incumbe ao Tribunal Superior do Trabalho o julgamento de confl ito de competência entre Juntas de Conciliação e Julgamento vinculadas a Tribunais Regionais do Trabalho diversos. Confl ito não conhecido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade do relatório e notas taquigráfi cas a seguir, por unanimidade, não conhecer do confl ito e determinar a remessa dos autos ao Tribunal Superior do Trabalho. Votaram com o Relator, os Srs. Ministros Eduardo Ribeiro, Dias Trindade, Waldemar Zveiter, Fontes de Alencar, Cláudio Santos, Sálvio de Figueiredo, Barros Monteiro e Antônio Torreão Braz.

Brasília (DF), 09 de fevereiro de 1994 (data do julgamento).

Ministro Nilson Naves, Presidente

Ministro Costa Leite, Relator

DJ 14.03.1994

RELATÓRIO

O Sr. Ministro Costa Leite: O parecer do Ministério Público Federal,

da lavra da ilustre Subprocuradora-Geral Yedda de Lourdes Pereira, assim

sumariou a espécie e sobre ela opinou:

Page 12: Súmula n. 236 · Ministro Dias Trindade, Relator DJ 26.04.1993 RELATÓRIO O Sr. Ministro Dias Trindade: Confl ito negativo de competência entre a 3ª Junta de Conciliação e Julgamento

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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Cuida-se de conflito negativo de competência instaurado entre Juntas vinculadas a Tribunais Regionais do Trabalho diversos, para processar e julgar ação consignatória e ação declaratória onde são partes Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais - Cetec e Isaías Medeiros.

Esta Colenda 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça, nos Confl itos n. 1.513-SP e n. 3.066-MG, julgados em 12.06.1991, e 12.08.1992, respectivamente, decidiu pela competência do Eg. Tribunal Superior do Trabalho para dirimir os confl itos entre Juntas vinculadas a diferentes Tribunais do Trabalho, como se vê das ementas ora transcritas:

Competência. Confl ito negativo entre juntas vinculadas a tribunais diversos. Confl ito não conhecido. Encaminhamento ao Eg. TST (CC n. 1.513-SP).

Confl ito de competência. Juntas vinculadas a Tribunais Regionais do Trabalho diverso.

Compete ao TST dirimir conflitos de competência entre Juntas de Conciliação e Julgamento vinculadas a Tribunais Regionais do Trabalho diferentes (CC n. 3.066-2-MG).

O Ministério Público Federal, em conclusão, opina pelo não conhecimento do confl ito e remessa dos autos ao Egrégio TST.

É o relatório, Senhor Presidente.

VOTO

O Sr. Ministro Costa Leite (Relator): Pondo-me de inteiro acordo com a conclusão do parecer do Ministério Público Federal, lastreado em precedentes desta Seção, não conheço do confl ito e determino a remessa dos autos ao e. Tribunal Superior do Trabalho. É como voto, Senhor Presidente.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 18.109-SP (96.0053278-8)

Relator: Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira

Autores: Jerson Gomes Pereira e outros

Réu: Kuntek do Brasil Isolamentos Industriais S/A

Suscitante: Septuagésima Sexta Junta de Conciliação e Julgamento de

São Paulo-SP

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SÚMULAS - PRECEDENTES

RSSTJ, a. 5, (18): 41-60, abril 2011 53

Suscitada: Segunda Junta de Concil iação e Julgamento de Sete

Lagoas-MG

Advogados: Moacir Vargas Ferreira e outro

Magdalena Nunes Sauders

EMENTA

Competência. Trabalhista. Confl ito. Juntas de Conciliação e Julgamento vinculadas a distintos Tribunais Regionais do Trabalho. Orientação adotada pela Corte. Competência do TST para dirimi-lo.

- Tratando-se de confl ito de competência que se instaura entre Juntas de Conciliação e Julgamento vinculadas a distintos Tribunais Regionais do Trabalho, a competência para apreciá-lo, segundo decorre da interpretação da Lei n. 7.701/1988, é do Tribunal Superior

do Trabalho.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráfi cas a seguir, por unanimidade, não conhecer do confl ito e declinar de sua competência para o Egrégio Tribunal Superior do Trabalho. Votaram com o Relator os Ministros Cesar Asfor Rocha, Ruy Rosado de Aguiar, Carlos Alberto Menezes Direito, Romildo Bueno de Souza, Costa Leite, Nilson Naves e Eduardo Ribeiro. Ausente, justifi cadamente, o Ministro Barros Monteiro.

Brasília (DF), 11 de março de 1998 (data do julgamento).

Ministro Waldemar Zveiter, Presidente

Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, Relator

DJ 20.04.1998

EXPOSIÇÃO

O Sr. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira: Trata-se de confl ito de

competência entre duas Juntas de Conciliação e Julgamento vinculadas a

distintos Tribunais Regionais.

Page 14: Súmula n. 236 · Ministro Dias Trindade, Relator DJ 26.04.1993 RELATÓRIO O Sr. Ministro Dias Trindade: Confl ito negativo de competência entre a 3ª Junta de Conciliação e Julgamento

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

54

O parecer do Ministério Público Federal conclui pela competência do

Tribunal Superior do Trabalho para dirimir o confl ito.

É o relatório.

VOTO

O Sr. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira (Relator): Esta Segunda

Seção, ao julgar, sob a relatoria do Sr. Ministro Ruy Rosado de Aguiar, o CC

n. 20.863-CE (DJ 09.02.1998), proferiu acórdão sufragando entendimento

resumido nesta ementa:

Confl ito de competência trabalhista. Juiz de Direito e JCJ. Limite territorial. TRT.

É da competência do TRT o julgamento de confl ito entre Juiz de Direito a quem se atribui jurisdição trabalhista e JCJ, alusivo a limites territoriais.

A competência seria do eg. TST na hipótese de estarem os Juízos em confl ito submetidos a diferentes Tribunais Regionais, o que não ocorre na espécie. Interpretação da Lei n. 7.701/1988.

Do voto condutor desse julgado, por seu lado, se lê:

1. Este Tribunal, através de sua 2ª Seção, já conta com inúmeros precedentes a respeito de julgamento de confl itos de competência entre Juiz de Direito no exercício de jurisdição trabalhista e Junta de Conciliação e Julgamento, alusivos a alteração de limites territoriais.

2. Muito se discutiu sobre a caracterização da função do Juiz de Direito no processo onde suscitado o conflito, se subordinada a sua decisão ao órgão recursal da Justiça do Trabalho ou ao Tribunal de Justiça do respectivo Estado. Prevaleceu o entendimento de que a intervenção do Juiz de Direito no processo trabalhista ocorre porque se lhe está atribuindo o exercício dessa jurisdição, e como tal a sua decisão fi caria sujeita ao segundo grau da Justiça Especializada, e não ao Tribunal da Justiça Comum, uma vez que enfrentava questão sobre competência trabalhista. Diferente seria se o Juiz de Direito, no exercício de sua jurisdição comum, entrasse em confl ito com a JCJ, uma vez que a sua decisão não estaria submetida à revisão do Tribunal do Trabalho, e então o confl ito seria de competência do STJ.

3. Defi nido que o confl ito se põe entre o Juiz de Direito a quem se atribui o exercício de jurisdição trabalhista, e a Junta de Conciliação e Julgamento, versando sobre a integração do Município à JCJ de Limoeiro, a competência para solvê-lo é do eg. Tribunal Regional do Trabalho, nos termos da Súmula n. 180:

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SÚMULAS - PRECEDENTES

RSSTJ, a. 5, (18): 41-60, abril 2011 55

Na lide trabalhista, compete ao TRT dirimir conflito de competência verifi cado, na respectiva região, entre Juiz Estadual e Junta de Conciliação e Julgamento. (Corte Especial, DJ 17.02.1997)

4. É certo que a Lei n. 7.701, de 21 de dezembro de 1988, sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho, assim dispôs:

- Art. 3° - Compete à Seção de Dissídios Individuais julgar:

(...)

II - em única instância:

b) os confl itos de competência entre Tribunais Regionais e aqueles que envolvem Juízes de Direito investidos da jurisdição trabalhista e Juntas de Conciliação e Julgamento em processos de dissídio individual.

Porém, há de se entender que tal norma se aplica quando os juízes em confl ito não estejam submetidos ao mesmo Tribunal Regional do Trabalho. Portanto, não está revogado o disposto nos arts. 678 e 808 da CLT, que atribuem ao Pleno dos Tribunais Regionais do Trabalho (art. 678, I, 3) a competência para julgar o confl ito entre órgãos da jurisdição trabalhista a eles submetidos.

5. Estou pondo em destaque essa última questão porquanto expressamente suscitada nos autos pelo eg. Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região.

Neste sentido, aliás, tem se posicionado esta Segunda Seção.

Com base nessa orientação, não conheço do conflito e declino da

competência para o eg. Tribunal Superior do Trabalho. Dando-se ciência desta

decisão, por cópia, aos Juízes em confl ito.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 20.804-SP (97.732975)

Relator: Ministro Ruy Rosado de Aguiar

Suscitante: Décima Segunda Junta de Conciliação e Julgamento de

São Paulo-SP

Suscitado: Terceira Junta de Conciliação e Julgamento de São José do

Rio Preto-SP

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

56

Autor: Teodoro Marques Santana

Réu: Minerthal Produtos Agropecuários Ltda.

Advogados: Waldur Trentini e outros

Antonio Franco e outro

EMENTA

Confl ito de competência. Trabalhista. Junta de Conciliação e

Julgamento de diferentes regiões.

- É do eg. TST a competência para julgar confl ito entre Juntas de

Conciliação e Julgamento de regiões diversas.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda

Seção do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas

taquigráfi cas a seguir, por unanimidade, não conhecer do confl ito e determinar

a remessa dos autos ao colendo Tribunal Superior do Trabalho, nos termos do

voto do Sr. Ministro Relator. Votaram com o Relator os Srs. Ministros Carlos

Alberto Menezes Direito, Costa leite, Nilson Naves, Eduardo Ribeiro, Barros

Monteiro e Cesar Asfor Rocha. Ausentes, justifi cadamente, o Sr. Ministro

Waldemar Zveiter e, por motivo de licença especial, o Sr. Min. Romildo Bueno

de Souza.

Brasília (DF), 26 de novembro de 1997 (data do julgamento).

Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, Presidente em exercício

Ministro Ruy Rosado de Aguiar, Relator

DJ 09.02.1998

RELATÓRIO

O Sr. Ministro Ruy Rosado de Aguiar: Trata-se de confl ito negativo de

competência entre a 12ª Junta de Conciliação e Julgamento de São Paulo,

suscitante, e a 3ª Junta de Conciliação e Julgamento de São José do Rio Preto,

Page 17: Súmula n. 236 · Ministro Dias Trindade, Relator DJ 26.04.1993 RELATÓRIO O Sr. Ministro Dias Trindade: Confl ito negativo de competência entre a 3ª Junta de Conciliação e Julgamento

SÚMULAS - PRECEDENTES

RSSTJ, a. 5, (18): 41-60, abril 2011 57

ambas do Estado de São Paulo-SP, alusivo à competência para processar e

julgar reclamação trabalhista ajuizada por Teodoro Marques Santana contra

Minerthal Produtos Agropecuários Ltda.

A eg. 3ª Junta de Conciliação e Julgamento de São José do Rio Preto,

perante a qual foi promovida a ação, acolhendo exceção de incompetência

argüida pela reclamada, e invocando o § 1º do art. 651 da CLT, declinou da

competência, remetendo os autos para uma das JCJ da cidade de São Paulo.

A col. 12ª Junta de Conciliação e Julgamento de São Paulo, para onde foi

distribuído o processo, entendendo que deve prevalecer a competência do local

da prestação de serviços, como determina o caput do art. 651 da CLT, pois o

autor não era viajante no sentido exato da palavra, mas tão somente prestava

serviços em São José do Rio Preto e região, suscitou conflito negativo de

jurisdição.

O eg. Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, aduzindo tratar-se de

confl ito de competência entre órgãos de regiões diversas, nos termos do disposto

na alínea d, inc. I do art. 105 da CF, competente é este STJ para processá-lo e

julgá-lo originalmente, determinou, então, a remessa dos autos a esta eg. Corte.

Dispensei o parecer da douta PGR.

É o relatório.

VOTO

O Sr. Ministro Ruy Rosado de Aguiar (Relator): Os conflitos de

competência entre Tribunais Regionais do Trabalho se incluem na competência

do eg. Tribunal Superior do Trabalho (art. 2º, I, e; art. 3º, II, b), porque aqueles

estão submetidos à jurisdição deste.

O confl ito entre Juntas de Conciliação e Julgamento de regiões diversas,

escapando da competência dos Tribunais Regionais, porque as Juntas em

conflito não estão submetidas ao mesmo Tribunal Regional, passa para a

competência do eg. Tribunal Superior do Trabalho, sendo a matéria trabalhista e

também os órgãos em confl ito.

Posto isso, declino da competência ao eg. Tribunal Superior do Trabalho.

É o voto.

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 23.257-RJ (98.0064631-0)

Relator: Ministro Barros Monteiro

Autor: Osiris Stychnicki

Advogado(s): Fábio Costa de Miranda e outros

Ré: RDM Química e Farmacêutica S/A

Advogado(s): Oswaldo Monteiro Ramos e outros

Suscitante(s): Quadragésima Nona Junta de Conciliação e Julgamento

do Rio de Janeiro-RJ

Suscitado(s): Junta de Conciliação e Julgamento de Castro-PR

EMENTA

Competência. Juntas de Conciliação e Julgamento subordinadas a Tribunais Regionais diversos.

- Cabe ao egrégio Tribunal Superior do Trabalho dirimir confl ito entre Juntas de Conciliação e Julgamento subordinadas a tribunais diversos.

- Precedentes do Superior Tribunal de Justiça.

- Confl ito não conhecido, com remessa dos autos ao Colendo TST.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas: Decide a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, não conhecer do confl ito e determinar a remessa dos autos ao Tribunal Superior do Trabalho, na forma do relatório e notas taquigráfi cas precedentes que integram o presente julgado. Votaram com o Relator os Srs. Ministros Cesar Asfor Rocha, Ruy Rosado de Aguiar, Carlos Alberto Menezes Direito, Bueno de Souza, Costa Leite, Nilson Naves, Eduardo Ribeiro e Waldemar Zveiter.

Brasília (DF), 25 de novembro de 1998 (data do julgamento).

Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, Presidente

Ministro Barros Monteiro, Relator

DJ 19.04.1999

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SÚMULAS - PRECEDENTES

RSSTJ, a. 5, (18): 41-60, abril 2011 59

RELATÓRIO

O Sr. Ministro Barros Monteiro: - Perante a Junta de Conciliação de

Julgamento de Castro-PR, Osíris Stychnicki ajuizou reclamação trabalhista

contra “RDM Química e Farmacêutica S/A”. A reclamada opôs exceção de

incompetência, alegando que sua sede se localiza no Rio de Janeiro e que

naquele Estado o reclamante foi contratado, onde sempre trabalhou.

A MM. Junta, considerando que “a fi xação da competência, nos moldes

no parágrafo 1º do art. 651 da CLT, tem a fi nalidade de facilitar a produção da

prova no local em que a empresa centraliza seus negócios, sem que isso importe

em lesão ao princípio protetor que informa o direito do trabalho”, acolheu a

exceção e determinou a remessa dos autos a uma das Juntas de Conciliação e

Julgamento do Rio de Janeiro.

A 49ª Junta de Conciliação e Julgamento do Rio de Janeiro, asseverando

que a contratação do autor, a despeito de formalizada no Município do Rio de

Janeiro, foi para desenvolver suas atividades no Estado do Paraná, também se

deu por incompetente e suscitou o presente confl ito negativo de competência.

O parecer do Ministério Publico Federal é pela competência da Junta de

Conciliação e Julgamento de Castro-PR.

É o relatório.

VOTO

O Sr. Ministro Barros Monteiro (Relator): - Cuida-se de confl ito de

competência entre a Junta de Conciliação e Julgamento de Castro-PR, vinculada

ao Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, e a 49ª Junta de Conciliação e

Julgamento do Rio de Janeiro-RJ, vinculada ao Tribunal Regional do Trabalho

da 1ª Região. Tem-se, assim, que os juízos em confl ito estão subordinados a

Tribunais Regionais diferentes.

Casos semelhantes foram decididos por esta C. Seção quando dos

julgamentos dos Confl itos de Competência n. 1.513-SP e n. 18.109-SP, cujas

ementas assim se enunciam, respectivamente:

Competência. Confl ito negativo entre Juntas de Conciliação e Julgamento vinculadas a tribunais diversos. Encaminhamento ao egrégio TST. Confl ito não conhecido.

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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I - Não cabe ao Superior Tribunal de Justiça apreciar conflito negativo de competência entre Juntas de Conciliação e Julgamento vinculadas a Tribunais Regionais diversos, embora situados no mesmo Estado.

II - A exemplo do que se verifi ca no plano constitucional, a legislação trabalhista, consolidada e extravagante, evoluiu no sentido da justiça obreira abrigar também a competência para dirimir os confl itos entre seus órgãos. (Relator Ministro Sálvio de Figueiredo, in DJ 12.06.1991)

Competência. Trabalhista. Conflito. Juntas de Conciliação e Julgamento vinculadas a distintos Tribunais Regionais do Trabalho.

Orientação adotada pela Corte. Competência do TST para dirimi-lo.

Tratando-se de confl ito de competência do que se instaura entre Juntas de Conciliação e Julgamento vinculadas a distintos Tribunais Regionais do Trabalho, a competência para apreciá-lo, segundo decorre da interpretação da Lei n. 7.701/1988, é do TST. (Relator Sálvio de Figueiredo, in DJ 11.03.1998)

Desta forma, de acordo com os precedentes da Seção, não conheço do

confl ito e determino a remessa dos autos ao Colendo Tribunal Superior do

Trabalho.

É o meu voto.