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TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL Professor Adriano Marteleto Godinho

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Page 1: Slides Parte Geral

TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL

Professor Adriano Marteleto Godinho

Page 2: Slides Parte Geral

O fenômeno da constitucionalização do Direito Civil

 Dicotomia: Direito Público x Direito Privado;

Código Civil como a “constituição do homem comum”; 

Código  Civil  de  1916:  liberalismo,  individualismo  e patrimonialismo;

Código Civil  de 2002:  repersonalização/despatrimonialização   dos institutos  civis (dignidade da pessoa humana como ponto de partida);  

Reflexos  da  constitucionalização:  obrigações/contratos; responsabilidade  civil;  posse,  propriedade e direitos  reais;  as famílias.

Page 3: Slides Parte Geral

Princípios do Código Civil de 2002  

Eticidade: desapego ao formalismo jurídico em favor dos valores éticos do ordenamento. Uso de cláusulas gerais, entre elas os princípios da  função social e da boa-fé objetiva.

Socialidade:  ruptura  com  o  individualismo. Relevância  da  função  social  do  contrato,  da propriedade e da posse.

Operabilidade/Concretude:  normativização  mais precisa e simplificada.

Page 4: Slides Parte Geral

Personalidade e capacidadePersonalidade:  segundo  a  acepção  clássica,  é  a  aptidão  para adquirir direitos e contrair obrigações na ordem civil. Todos os seres humanos são pessoas naturais (art. 1º do CC); as pessoas jurídicas de direito privado devem cumprir os requisitos contidos no art. 45 do CC.

        -  Crítica:  esta noção  faz  da pessoa natural  um  simples  centro de imputação de direitos e deveres (sujeito de direitos). 

        -  A  personalidade  das  pessoas  naturais  é  dado  imanente;  a  das pessoas jurídicas é dado técnico.

     - Animais como sujeitos de direitos?

Teoria dos entes despersonalizados: capacidade processual (art. 12, CPC).

Page 5: Slides Parte Geral

Início da personalidade: condição jurídica do nascituro

 Teoria natalista: a personalidade jurídica da pessoa começa do nascimento  com vida.  Base:  literalidade da primeira  parte  do art. 2º do CC.

Teoria  da  personalidade  condicional:  reconhece  a personalidade  desde  a  concepção,  embora  a  condicione  ao nascimento  com  vida.  O  nascituro  seria  considerado  um  ser humano “potencial”.

Teoria  concepcionista:  reconhece  a  personalidade  a  partir  do momento da concepção. A personalidade não é condicionada a qualquer evento; apenas os efeitos de alguns direitos – os de ordem  patrimonial  –  ficam  vinculados  à  ocorrência  do nascimento com vida.

Page 6: Slides Parte Geral

Argumentos a favor da teoria concepcionista

Direitos da personalidade (extrapatrimoniais).

ECA (Lei n. 8.069/90), arts. 7º e 8o: 

- “A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência”.

- “É assegurado à gestante, através do Sistema Único de

Saúde, o atendimento pré e perinatal”.

Vedação genérica ao aborto.

Alimentos gravídicos: (Lei n. 11.804/2008).

Page 7: Slides Parte Geral

Responsabilidade civil por má conduta da mulher durante a gravidez

A  mãe  deve  responder  civilmente  pelos  danos  pré-natais sofridos pela criança?

Como  justificar  a  responsabilidade  da  gestante  diante  de sua autonomia sobre o próprio corpo?

O  comportamento  da  mulher  grávida  fica  adstrito  às condutas negativas ou pode a mulher grávida ser forçada a se  submeter  a  determinados  tratamentos  ou  intervenções para permitir o nascimento saudável do nascituro?

Page 8: Slides Parte Geral

Embriões extra-uterinosTécnicas de  reprodução assistida,  fecundação  in vitro (art. 3º, X do Decreto n. 5.591/2005: “a fusão dos gametas realizada por qualquer técnica de fecundação extracorpórea”) e os embriões excedentários.

Início da personalidade: fecundação x concepção.Lei de Biossegurança (Lei n. 11.105/2005), art. 5º: “É permitida, para fins  de  pesquisa  e  terapia,  a  utilização  de  células-tronco embrionárias  obtidas  de  embriões  humanos  produzidos  por fertilização  in  vitro  e  não  utilizados  no  respectivo  procedimento, atendidas as seguintes condições:

      I – sejam embriões inviáveis; ou      II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta  Lei,  ou  que,  já  congelados  na  data  da  publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.

      § 1o Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores (...)”.

Page 9: Slides Parte Geral

Embriões extra-uterinosCélulas-tronco  embrionárias  são  pluripotentes,  capazes  de  originar  todos  os 

tecidos de um indivíduo adulto. 

Ação  Direta  de  Inconstitucionalidade  n.  3510:  inviolabilidade  da  vida humana/dignidade x pesquisas científicas/descarte de embriões.

Finalidade do ato: gerar a vida, não propiciar a morte.

Voto  do  relator, Min.  Carlos  Ayres  Britto:  “a  Constituição  Federal,  quando  se refere  à  “dignidade  da  pessoa  humana”  (art.  1º,  III),  aos  “direitos  da  pessoa humana” (art. 34, VII, b), ao “livre exercício dos direitos... individuais” (art. 85, III) e aos “direitos e garantias individuais” (art. 60, § 4º, IV), estaria falando de direitos e garantias do indivíduo-pessoa. Assim, numa primeira síntese, a Carta Magna não faria de todo e qualquer estádio da vida humana um autonomizado bem  jurídico, mas da  vida  que  já  é  própria  de  uma  concreta  pessoa,  porque nativiva,  e  que  a  inviolabilidade  de  que  trata  seu  art.  5º  diria  respeito exclusivamente a um indivíduo já personalizado”.

Page 10: Slides Parte Geral

Anencefalia e interrupção da gravidezAusência de previsão legal expressa;

A decisão do STF na ADPF n. 54;

Anencefalia e inviabilidade da vida humana;

Antecipação terapêutica do parto versus aborto;

Morte encefálica e Lei n. 9.434/97 (Lei dos Transplantes);

Preservação  da  integridade  psicofísica  e  os  meios  abortivos  permitidos: estupro  (sentimental  ou  humanitário)  e  risco  à  vida  da  gestante (terapêutico);

Vedação  da  eugenia  (aprimoramento  genético  e  escolha  das características dos seres humanos). 

Page 11: Slides Parte Geral

Personalidade e capacidade

Capacidade  de  direito:  noção  quantitativa,  a  definir  quais direitos podem ser titularizados pelas pessoas; a personalidade traduz noção qualitativa, a definir quem é pessoa.

Capacidade  de  fato:  delimita  quais  pessoas  podem  praticar pessoalmente os atos da vida civil.

    - Absolutamente incapazes (art. 3º, CC).    - Relativamente incapazes (art. 4º, CC) e o regramento quanto aos pródigos (art. 1.782, CC).

    - Maioridade e emancipação (art. 5º, CC).

Page 12: Slides Parte Geral

Fim da personalidade

Morte: art. 6º, CC e a vedação da “morte civil”;

Lei dos Transplantes (Lei n. 9.434/97), art. 3º: “a retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos (...)”;

Morte presumida sem decretação de ausência (art. 7º, CC);  

Comoriência (art. 8º, CC) e reflexos sucessórios;

Estatuto jurídico do cadáver e a eficácia póstuma dos direitos da personalidade (arts. 12, § único e 20, § único, CC).

Page 13: Slides Parte Geral

Direito de morrer? Prolongamento da vida (distanásia) x eutanásia

Ponto de partida: a vida não é um bem jurídico disponível;

Direito à vida, dever de viver, qualidade de vida e dignidade;

Eutanásia: “boa morte” ou “morte apropriada”:        -  Eutanásia ativa direta:  o  médico  provoca  a  morte  do paciente, para aliviar-lhe o sofrimento;

    - Eutanásia ativa indireta: não há a intenção de suprimir a vida, mas  de  aplicar  ao  paciente  medicamentos  que,  embora abreviem o sofrimento, podem ter por efeito a morte;

        -  Eutanásia passiva  ou  ortotanásia:  deixa-se  de  aplicar  ao paciente  a  medicação  adequada,  havendo  a  interrupção  de tratamento  vital  (oposta  à  distanásia,  como  obstinação terapêutica).

Page 14: Slides Parte Geral

Direitos da personalidade

Conceito e abrangência;

Teorias negativistas (Savigny) e a consagração dos direitos da personalidade;

Características:    - Inatos;    - Absolutos (oponibilidade erga omnes);    - Imprescritíveis (pretensões condenatórias prescrevem);    - Vitalícios;    - Extrapatrimoniais (quantificação dos danos morais);    - Intransmissíveis (art. 11, CC; contratos de cessão de uso);    - Irrenunciáveis (art. 11, CC e as limitações voluntárias).

Page 15: Slides Parte Geral

Direitos da personalidade

Rol exemplificativo do CC/2002;

Tutela dos direitos da personalidade (art. 12, CC):    - Inibitória (preventiva);    - Atenuante (papel das retratações);    - Repressiva (responsabilidade civil e criminal);    - Tutela post mortem (parágrafo único).

Limitações  voluntárias:  reflexo  da  autonomia  privada. Enunciado n. 4 da I Jornada de Direito Civil: “o exercício dos direitos  da  personalidade  pode  sofrer  limitação  voluntária, desde que não seja permanente nem geral”.

Page 16: Slides Parte Geral

Direitos da personalidade: integridade físicaAtos de disposição do próprio corpo e seus limites (art. 13, CC):     - Regra: vedação à diminuição permanente e à afronta aos bons costumes;

    - Exceções: exigência médica; transplantes (parágrafo único).

Transplantes (Lei n. 9.434/97):    - Beneficiários: cônjuge ou parente até o quarto grau. Para outras pessoas, será necessária autorização judicial, dispensável quando se tratar de medula óssea (art. 9º);

        - Permitida a doação de órgãos duplos ou de partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade. O  ato  não  pode  representar  grave  comprometimento  das aptidões vitais e saúde mental do doador, nem causar mutilação ou  deformação  inaceitável  e  deve  corresponder  a  uma necessidade  terapêutica  comprovadamente  indispensável  ao receptor (§ 3º do art. 9º);

    - Gratuidade do ato.

Page 17: Slides Parte Geral

Direitos da personalidade: integridade físicaTransexualismo:  consiste  num  desvio  de  ordem  psicológica. Trata-se de um distúrbio psíquico de identidade sexual;

        -  Diferenças  entre  transexuais,  homossexuais,  travestis  e intersexuais (hermafroditas);

    - Princípios constitucionais aplicáveis e o art. 13 do CC;

        -  Redesignação  sexual  ou  transgenitalização  (tratamento  de dois  anos  com acompanhamento psicoterápico e  inserção de hormônios);

    - Retificação do nome e sigilo;

        - Direito ao  casamento e erro essencial quanto à pessoa do outro cônjuge (art. 1.557, I do CC).

Page 18: Slides Parte Geral

Direitos da personalidade: integridade físicaDisposição do corpo post mortem (art. 14, CC):    - Fins: científicos ou altruísticos;    - Revogabilidade do ato (parágrafo único do art. 14 e revogação da “autorização tácita” da Lei dos Transplantes);

        - Manifestação do consentimento da pessoa e seus sucessores (cônjuge  ou  parente  em  linha  reta  ou  colateral  até  o  segundo grau, obedecida a linha sucessória).

Submissão a tratamento ou cirurgia (art. 15, CC):    - Risco de vida;    - Submissão compulsória?;    - O consentimento informado.    

Page 19: Slides Parte Geral

Direitos da personalidade: integridade física

Testemunhas de Jeová:

   - Autonomia privada e rejeição às intervenções médicas;

      -  Direito  à  vida versus liberdade  de  crença,  dignidade  e integridade psíquica;

   - Laicidade estatal;

   - Ponderação e resolução de conflitos entre direitos;

   - Incapazes e a “capacidade para consentir”.    

Page 20: Slides Parte Geral

Diretivas antecipadas de vontade

Testamento vital:

Conceito: documento em que o indivíduo declara quais tipos de  tratamentos  aceita  ou  rejeita,  caso  futuramente  se encontre em situação que o impeça de se manifestar.

Ausência de previsão legal;Capacidade;Declaração livre de vontade (ausência de vícios); Forma:  por  segurança,  deve-se  firmar  o  documento  por escrito e na presença de testemunhas. 

Quanto  ao  conteúdo,  os  arts.  104,  II  e  166,  II  do CC exigem que todo ato jurídico depende da licitude do objeto.

Page 21: Slides Parte Geral

Diretivas antecipadas de vontade

Mandato duradouro:

Conceito:  documento  em  que  o  paciente  nomeia  um procurador que indicará os cuidados médicos que devem ser seguidos, caso o mandatário não possa se manifestar.

Ausência  de  previsão  legal  –  regras  da  representação  (arts. 115 a 120 do CC) e do mandato (arts. 653 a 692 do CC);

Capacidade;Declaração livre de vontade (ausência de vícios); Forma:  por  segurança,  deve-se  firmar  o  documento  por instrumento público e na presença de testemunhas. 

Quanto  ao  conteúdo,  os  arts.  104,  II  e  166,  II  do CC exigem que todo ato jurídico depende da licitude do objeto.

Page 22: Slides Parte Geral

Diretivas antecipadas de vontade

Efeitos das diretivas:

Atualidade  da  declaração?  A  ampla  revogabilidade  das diretivas  e  a  presunção  de  que  a  declaração  contida  no documento corresponde à vontade atual do paciente; 

Criação  de  um  cadastro  nacional,  que  permita  à  equipe médica  ter  acesso  às  diretivas  eventualmente  formuladas pelo paciente;

Vinculação  da  equipe médica:  observância  ao  ordenamento jurídico e a objeção de consciência por parte dos médicos. 

Page 23: Slides Parte Geral

Direitos da personalidade: nomeComponentes do nome (art. 16, CC):    - Prenome;    - Sobrenome;    - Agnome.

Tutela do nome (arts. 17 e 18, CC);

Tutela do pseudônimo (art. 19, CC);

Hipóteses de alteração do nome:        -  Direito  de  Família:  casamento  (§  1º  do  art.  1.565  do  CC), adoção, divórcio (art. 1.571, § 2º do CC);

       - Lei de Registros Públicos (Lei n. 6.015/73): nomes ridículos; alteração  por  ato  de  vontade,  um  ano  após  atingida  a maioridade civil; apelidos públicos notórios;

    - Transexualismo.     

Page 24: Slides Parte Geral

Direitos da personalidade: imagemExtensão:  tutela de  todas as  representações que permitam a identificação da pessoa;

Art. 20, CC:        -  Regra:  proibição  da  divulgação  da  imagem  quando  o  ato atingir  a  honra  (subjetiva  e  objetiva)  ou  houver  intuito comercial;

        - Exceção: autorização do titular; administração da justiça ou manutenção da ordem pública.

 O interesse de não se revelar e a conexão legal entre a tutela da imagem e da honra;

Liberdade de expressão e de imprensa e direito à imagem;

Os sósias (o caso Jacqueline Onassis);    

Page 25: Slides Parte Geral

Direitos da personalidade: imagemTeoria das esferas (Pedro Pais de Vasconcelos):        - Pública: própria de celebridades como esportistas, políticos, atores  e  outros,  implica  uma  área  de  condutas  acessíveis  a terceiros;

    - Privada: cuida da vida comum da pessoa, a ser partilhada com familiares  ou  amigos  mais  próximos,  mas  não  com desconhecidos;

        -  Íntima:  respeita  àquilo  que  se  partilha  com  pouquíssimas pessoas,  abrangendo  mesmo  a  esfera  secreta,  da  tutela  de dados  que  a  pessoa  decide  não  partilhar  com  ninguém. Abrange a sexualidade, a saúde e a afetividade.

 Parâmetros de licitude/ilicitude:    - Notoriedade do retratado;    - Local de captação da imagem (público/privado);    - Finalidade da captação e divulgação.

    

Page 26: Slides Parte Geral

Direitos da personalidade: privacidade e intimidade

Privacidade e intimidade: parâmetros do art. 21, CC;

Remissão à teoria das esferas;

Inviolabilidade  das  correspondências  e  os  e-mails corporativos;

Restrições pela via negocial: os reality shows.    

Page 27: Slides Parte Geral

Desconsideração da personalidade jurídica

Elementos (art. 50, CC):     - Responsabilidade pessoal dos sócios por atos praticados pela sociedade;

        -  Teoria  maior:  exigência  do  abuso,  não  bastando  mera inadimplência;

    - Teoria objetiva: a lei não exige prova da má-fé dos sócios.

Desconsideração  inversa:  pressupõe  a  responsabilidade  da pessoa jurídica por atos praticados por seus sócios:

    - Hipóteses: ocultação ou registro de bens pessoais em nome da empresa; transferência do capital social para terceiros;

    - Intuito: evitar a partilha de bens na ruptura do relacionamento ou a condenação ou majoração de pensão alimentícia. 

    

Page 28: Slides Parte Geral

Atos, fatos e negócios jurídicosRequisitos de validade (art. 104, CC);

Interpretação:    - Reserva mental (art. 110, CC);    - O silêncio como manifestação de vontade (art. 111, CC);    - Art. 112 do CC e a adoção da teoria da confiança;    - Boa-fé objetiva como parâmetro hermenêutico (art. 113, CC).

Vícios negociais:    - Os vícios da vontade (erro, dolo, coação);    - Os vícios sociais (fraude contra credores, simulação);    - Os novos vícios: lesão e estado de perigo.

Page 29: Slides Parte Geral

Atos, fatos e negócios jurídicos

Invalidades:

    - Nulidades (arts. 166 a 169, CC);    - Conversão substancial (art. 170, CC);    - Anulabilidades (art. 171, CC);        - Confirmação e  ratificação do negócio anulável  (arts. 172 a 176, CC);

    - Efeitos da anulação (art. 182, CC);        -  Redução  do  negócio  parcialmente  inválido  e  o princípio da conservação/aproveitamento (art. 184, CC).

Page 30: Slides Parte Geral

Abuso de direitoCaracterização como ato ilícito (art. 187, CC);

Espécies:

- Venire contra factum proprium: pressupõe a prática de um ato, ao qual,  posteriormente,  se  opõe  um outro,  contrário  ao  primeiro  (art. 175, CC).

- Supressio: não fazer prolongado, gerando na contraparte a legítima confiança de que o direito não mais será exercido (art. 619, § único, CC). Há o sentido de extinguir um direito em relação ao seu titular.

- Surrectio:    fazer  prolongado,  que  gera  a  confiança  de  que  o  ato sempre será cumprido tal como costumeiramente se fez (art. 330, CC). Há o sentido de conferir um direito a alguém.

- Exceptio doli: defesa baseada na atuação dolosa da contraparte, que permite a quem a alega deixar de cumprir suas obrigações (art. 476, CC).

- Tu quoque:  quem  viola  uma  norma  não  pode  se  aproveitar  dos benefícios que esta mesma norma lhe daria (arts. 150 e 180, CC).

    

Page 31: Slides Parte Geral

Prescrição e decadênciaPrescrição e a extinção da pretensão (art. 189, CC); decadência e a perda do direito (arts. 207 a 211, CC);

Renúncia da prescrição (art. 191, CC):    - Expressa e tácita;    - Requisito: consumação do prazo.

Prazos  prescricionais:  inalterabilidade  (art.  192,  CC)  e concentração nos arts. 205 e 206, CC;

Revogação do  art.  194 do CC;  §  5º  do  art.  219 do CPC:  “o juiz pronunciará, de ofício, a prescrição”:

    - O problema da morosidade do Judiciário;    - Interferência em direitos patrimoniais e disponíveis;    - Reflexos sobre a renúncia da prescrição;    - Aplicabilidade no Direito do Trabalho (art. 8º, CLT)    - Solução: aguardar pela manifestação do devedor.

    

Page 32: Slides Parte Geral

Provas: exame de DNA e presunção de paternidade

 As  ações  de  investigação  de  paternidade  são imprescritíveis  e  têm por objeto permitir o  exercício do direito ao reconhecimento da filiação;

Efeitos  jurídicos,  de  ordem  patrimonial  (direitos sucessórios  e  aos  alimentos)  e  extrapatrimonial (acréscimo  do  sobrenome  e  o  surgimento  de impedimentos matrimoniais);

Investigação  de  ancestralidade  e  a  parentalidade socioafetiva;

Page 33: Slides Parte Geral

Provas: exame de DNA e presunção de paternidade

Recusa à realização do exame de DNA e art. 232 do CC:

    - Ponderação de valores: direito à intimidade e a não produzir provas contra si mesmo versus direito à identidade pessoal;

        -  Presunção  relativa de paternidade  -  Súmula  301/STJ:  “Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade”;

    - Exame de DNA post mortem: a exumação do cadáver;    - Presunção pela via transversa: recusa da mãe em submeter seu  filho  à  realização  do  exame  em  ação  negatória  de paternidade (art. 1.601 do CC).

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