situação da venezuela presidente da cpal no preocupa a ... · francisco de assis secchim ribeiro...
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especial pg. 12
UM NICO CORPO APOSTLICO A 2 Assembleia da Provncia dos Jesutas do Brasil
reuniu cerca de 340 amigos no Senhor
JESUTAS BRASIL
Em edIO 37ANO 4AGOSTO 2017InformatIvo dosJesutas do BrasIl
SiTuAO dA VeNezuelA preOcupA A SANTA S
pg. 10
preSideNTe dA cpAl NO prOjeTO pAN-AmAzNicO
pg. 21
jeSuTAS SOOrdeNAdOS preSbTerOS
pg. 23
4 5Em Em
SUMRIO edIO 37 | ANO 4 | AGOSTO 2017
edItorIal Tempo de agradecer e renovar
Pe. Joo Renato Eidt, SJ
CalendrIo lItrgICo
entrevIsta PeregrInos em mIsso Misso inspirada pelos EE
Pe. Manuel Eduardo Iglesias, SJ
o mInIstrIo de unIdadena IgreJa santa s Vaticano expressa preocupao pela
situao da Venezuela
Papa pede aos jovens que lutem contra a corrupo
dIlogo Cultural e relIgIoso Coral do Pateo do Collegio participa de
evento com msicos do Vaticano
esPeCIal A Companhia em comunho
amrICa latIna CPal Sermos verdadeiramente amigos no Senhor Presidente da CPAL visita Projeto Pan-amaznico Cardeal Hummes na Javeriana e na CLAR Nova voluntria no PAMSJ
Juventude e voCaes Jovens participam de peregrinao Nos Passos
de Anchieta no ES
Convivncia Montserrat rene candidatos Companhia de Jesus
Ordenaes presbiterais
Promoo da JustIa soCIoamBIental CEPAT promove noite cultural na periferia
de Curitiba
Parquia Santssima Trindade inaugura novo espao
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2 Assembleia da Provncia dos Jesutas do Brasil-BRA, de 25 a 27 de julho, na Casa de Retiros Vila Kostka, em Itaici (Indaiatuba/SP)
4 5Em Em
eduCao Conferncia sobre Educao rene FLACSI e JSN Pe. Pedro Rubens reconduzido reitoria da Unicap
na Paz do senhor Pe. Joo Darci John Pe. Jos Andrs Fayos Florent Pe. Pedro Norberto Link
JuBIleus / agenda
EmJESUTAS BRASIL
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w
28
31
InformatIvo dosJesutas do BrasIl
expedieNTe
EM COMPANHIA uma publicao mensal dos
Jesutas do Brasil, produzida pelo Ncleo de
Comunicao BRA So Paulo e Rio de Janeiro.
COMUNICAO [email protected]
www.jesuitasbrasil.com
dIReTOR edITORIALPe. Anselmo Dias
edITORA e jORNALISTA ReSPONSveLSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
RedAOJuliana Dias
dIAgRAMAO e edIO de IMAgeNSHanderson Silva
rica Silva
eSTAgIRIAManuela Carpenter
ANNCIOSrica Silva
FOTO dO ANNCIO de PgINA dUPLAIr. Lucemberg de Oliveira Lima
FOTOS dA CAPA e dO eSPeCIALIr. Lucemberg de Oliveira Lima
Pe. Nilson Marostica
Pe. Reginaldo Sarto
Pe. Satlio Bolonhani da Silva
COLABORAdOReS dA 37 edIOAna Paula Abranoski, Bruno Fernando Silva, Pe.
Francisco de Assis Secchim Ribeiro Pe. Kiko, Mar-
celo Barbosa, Ir. Ubiratan de Oliveira Costa Ir. Bira,
Pe. Valrio Sartor, Vincius Moraes e Ana Ziccardi
(reviso). Um agradecimento especial a todos que
colaboraram com a matria especial dessa edio.
FOTOSBanco de imagens / Divulgao
MUNdO + CRIA geRALExcepcionalmente, nesta edio, a editoria
MUNDO + CRIA GERAL no ser publicada,
pois at o fechamento desse nmero a Cria
Geral dos Jesutas no havia divulgado seu bo-
letim quinzenal.
6 7Em Em
edITORIAL
TeMPO de AgRAdeCeR e ReNOvAR
Pe. joo Renato eidt, SjProvincial do Brasil
Em poucos meses, mais precisa-mente em 16 de novembro, cele-braremos os trs anos da criao da Provncia dos Jesutas do Brasil-BRA.
Aproveito esse momento especial para
expressar a minha gratido a todos, jesu-
tas e leigos, que nos ajudaram a conso-
lidar a conscincia de que, hoje, somos
um nico corpo apostlico, uma nica
Provncia. Os avanos alcanados neste
perodo, as oportunidades e os desafios
que nos esperam, de certa forma, ficaram
evidentes no decorrer da 2 Assembleia da nossa provncia, que reuniu mais de
340 jesutas de diversas partes do pas, na
Casa de Retiros Vila Kostka, em Itaici (In-
daiatuba/SP), de 25 a 27 de julho.Ao fazer um balano dos quase trs
anos da Provncia, quero ressaltar o es-
foro e a dedicao de um grande nme-
ro de jesutas e colaboradores leigos que
trabalharam, viajaram e participaram de
diversas reunies, encontros, reflexes
e partilhas, com o intuito de encontrar-
mos os caminhos que nos permitem
articular organizar melhor a misso que
Deus nos confiou.
Assim, como foi apresentado duran-
te a Assembleia, muitos avanos foram
obtidos. Na dimenso Social, destaco
a criao do Observatrio de Justia
Socioambiental Luciano Mendes de
Almeida (OLMA), em Braslia (DF), sob
o qual todas as atividades dessa rea
esto sendo articuladas, colocadas em
rede e compartilhadas.
Da mesma forma, outras dimenses
da nossa misso tm obtido avanos
significativos. Na Espiritualidade, em
junho, inauguramos o Centro de Ser-
vio para a Colaborao, F e Espiri-
tualidade, em Campinas (SP), muito
esperado pela Provncia e que traz um
elemento bastante atual na Compa-
nhia de Jesus.
A Educao, atravs da Rede Jesuta
de Educao (RJE), tambm tem dado
passos importantes, principalmente
por meio do PEC (Projeto Educativo Co-
mum). Em Juventude e Vocaes, res-
salto ainda o bonito trabalho que o Pro-
grama MAGIS Brasil est desenvolvendo
junto aos jovens, visando ajud-los a en-
contrar sentido sua vida e valores que
os movam rumo realizao pessoal e a
serem solidrios com os demais.
Muitas outras atividades apostlicas
foram realizadas e desenvolvidas duran-
te estes quase trs anos de provncia. Du-
rante a nossa Assembleia, tivemos tam-
bm a oportunidade de lanar o Plano de
Formao dos Jesutas do Brasil.
Com essas iniciativas, conseguimos,
em vrias dimenses da nossa mis-
so, vislumbrar, visualizar e saber para
onde queremos caminhar. So muitas
as oportunidades que temos pela frente.
Mas, para que elas possam ser concreti-
zadas com serenidade e tranquilidade,
acredito que ns, jesutas, devemos vol-
tar nossa origem, a espiritualidade ina-
ciana, que move e inspira a misso. Da
mesma forma, ajudar aos colaborado-
res leigos familiarizarem-se com a espi-
ritualidade inaciana para viverem, cada
vez mais, o esprito que ilumina a mis-
so a ser realizada. A Congregao Geral
36 da Companhia de Jesus nos anima a
uma vivncia mais profunda dos Exerc-
cios Espirituais (EE), conversao espi-
ritual, que iluminaro e conduziro ao
discernimento apostlico.
Acredito que, a partir da espiritualida-
de inaciana - que nos leva liberdade in-
terna -, podemos concretizar, em profun-
didade, as muitas atividades apostlicas
e enfrentar, com lucidez, os desafios que
as realidades eclesial, social, poltica e
ecolgica nos apresentam. Isso exige que
ns, jesutas e colaboradores leigos, tra-
balhemos internamente essa dimenso
da liberdade diante das coisas, no colo-
cando o afeto no material e nos meios,
mas, sim, no horizonte, que a misso.
As experincias vividas durante os trs
dias da 2 Assembleia BRA, que reuniu, aproximadamente, da Companhia de Jesus no Brasil, foram fundamentais
para fortalecer em ns o sentimento de
corpo apostlico nico que, apesar das
diferenas culturais e de alguns ajustes
a serem feitos na estrutura da provncia,
tem a capacidade imensa de atuar, apos-
tolicamente, em muitos contextos e rea-
lidades eclesiais e sociais.
O futuro da Provncia dos Jesutas do
Brasil depende muito da comunho en-
tre jesutas e colaboradores leigos, de nos
querermos bem, sabermo-nos compa-
nheiros e amigos que foram chamados
pelo mesmo Senhor a construir um cor-
po apostlico sadio e forte, constitudo
em vista da misso que Ele prprio nos
confia. Desejo que possamos continuar
nos ajudando mutuamente, renovando
o esprito apostlico para darmos o me-
lhor de ns a favor da vida e da misso.
Vivamos com alegria e entusiasmo, como
gosto de ressaltar, o espetculo da vida.
Boa leitura!
6 7Em Em
Santo Alberto HurtadoAssuno de Nossa Senhora
calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus AgOSTO
DIA 2
DIA 18DIA 15
So Pedro Fabro
8 9Em Em
eNTRevISTA pereGriNOS em miSSO
Pe. Manuel Eduardo Iglesias, SJ
Nascido em Santiago de Compostela, na Espanha, o jesuta
Manuel Eduardo Iglesias formou-se, primeiramente, em
Direito. Entretanto, o desejo de ser padre, demonstrado ainda
nos primeiros anos de vida, foi mais forte e, aos 25 anos de idade, ele ingressou na Companhia de Jesus. Em maio passado,
comemorou seus 50 anos de sacerdcio, tendo dedicado boa parte dessa caminhada orientao dos Exerccios Espirituais (EE) e
formao de jovens.
Nesta edio do informativo Em Companhia, padre Iglesias conta
um pouco da sua misso ao longo desses anos.
Por que o senhor escolheu ser jesu-
ta? Como foi o seu processo de discer-
nimento vocacional?
Em 20 de maio passado, comemo-rei meu jubileu sacerdotal. No entan-
to, minha primeira missa aconteceu
quando eu tinha cinco anos de idade.
Pessoas da famlia me perguntavam o
que eu ia ser quando crescesse. Res-
posta: padre! Risos. Uma tia materna
artista e brincalhona me presenteou
com um brinquedo especial: todos os
paramentos do meu tamanho e uten-
slios para celebrar uma missa. Ainda
lembro a sala cheia no apartamento
dos meus tios e o pessoal rindo com
o meu latim. Logo cansei de res-
ponder a mesma pergunta e comecei
MISSO INSPIRAdA PeLOS ee
a dizer que seria advogado. Ento, me
deixaram tranquilo, porm, eu nunca
esqueci o meu primeiro desejo. Mas
demorei at decidir. Quanto opo
pela Companhia de Jesus, tendo estu-
dado num colgio e numa universida-
de de jesutas, no tive dvida na hora
de fazer essa escolha.
So 55 anos de Brasil, por que viver e trabalhar aqui?
Entrei no Noviciado de Salamanca
no dia da eleio de Joo XXIII. Estu-
dando Filosofia, o Papa pediu missio-
nrios para a Amrica Latina. No du-
videi, ofereci-me e fui aceito. Cheguei
de navio, com vrios colegas, ao Rio de
Janeiro, em dezembro de 1962.
8 9Em Em
Na dcada de 1960, o senhor estu-dou Teologia nos Estados Unidos,
retornando depois ao Brasil. No pas,
dedicou grande parte de sua vida
orientao dos Exerccios Espirituais
(EE) e formao dos jesutas jovens.
Quais os desafios e as alegrias de de-
dicar-se a essa misso?
Os Exerccios Espirituais marcaram
minha vida desde adolescente. A maior
parte da minha vida sacerdotal foi pas-
sada com jovens, oito anos iniciando
a Pastoral da Juventude em Braslia
(DF) e 20 anos na formao de jesutas. Os EE foram a inspirao central na mi-
nha misso. Entre os desafios, digo que
foi a adaptao dos EE aos jovens e, so-
bre as alegrias, apalpar os frutos.
O senhor atuou durante muitos
anos no CCB (Centro Cultural de
Braslia). Com isso, conheceu mui-
tos leigos que vivem a espiritua-
lidade inaciana. Em sua opinio,
qual a importncia da formao dos
leigos para a Companhia de Jesus?
Faz anos que a Companhia de Jesus
empenha-se na formao integral dos
leigos. Os EE so o instrumento por ex-
celncia e podemos lhes oferecer, no
apenas para o seu prprio crescimento
espiritual, mas para serem agentes de
evangelizao nesse ministrio que a
Igreja no cessa de incentivar. O Papa
Bento XVI nos dizia que os EE so pa-
trimnio da Igreja.
O senhor tambm acompanha os
leigos que realizam os EVC (Exerccios
Espirituais na Vida Cotidiana). Por
que essa modalidade, j prevista por
Santo Incio e que tem ajudado tantas
pessoas, to atual e necessria?
Devo s Irms do Cenculo ter to-
mado conhecimento dos EVC logo da
minha chegada a Belo Horizonte (MG),
no final do ano 1982. Elas estavam uti-lizando um livro da minha autoria, Um
Retiro com So Joo e o xodo, escrito
para jovens, que acharam ter uma lin-
guagem acessvel para o meio popular.
Participei de uma reunio com pesso-
as do bairro que tinham feito os EVC
e fiquei admirado do aproveitamento
obtido por elas, a maioria delas humil-
des donas de casa. At hoje, tenho a
convico de que os EVC so uma graa
que devemos tornar acessvel ao maior
nmero de pessoas, seja com acompa-
nhamento individual, seja em grupo.
uma alegria ver quantos leigos e leigas
acompanham EVC no Brasil.
Faz anos que a Companhia de Jesus empenha-se na Formao integral dos leigos. os ee so o instrumento por exCelnCia e podemos lhes oFereCer, no apenas para o seu prprio CresCimento espiritual, mas para serem agentesde evangelizao [...]
O seu conhecimento nos Exerccios
Espirituais o conduziu a escrever v-
rios livros. Como nasceu o interesse
e qual a importncia de verbalizar es-
sas reflexes sobre os EE?
A primeira pessoa surpresa por eu
ter escrito 12 pequenos livros fui eu mesmo. Eles decorreram das minhas
experincias pastorais e da impresso
de que poderiam ajudar algum. Talvez
o meu livro favorito seja Uma vida como
Irmo jesuta. Jos Martn Garro, S.J., que
at hoje vejo o bem que faz a muita
gente e valeria a pena divulgar mais.
Em maio, o senhor celebrou 50 anos
de sacerdcio. Qual o sentimento de
chegar ao jubileu de ouro como padre?
O jubileu sacerdotal me pegou despre-
venido. Desde o incio do ano, fui rezando
sobre o seu significado. O sentimento que
me invadiu de agradecimento Trinda-
de santa por me sentir feliz at hoje na
minha vocao, mesmo dentro dos meus
limites e percalos da vida. Desde meu
noviciado, rezo esta orao:
Quisera ser a ovelhinha coxa, mas
fiel, que segue com amor o seu Senhor.
Que quando eu consiga levantar os
olhos das pedras do caminho, veja que
me sorris, feliz porque te sigo feliz.
10 11Em Em
O MINISTRIO de UNIdAde NA IgRejA SANTA S
No dia 4 de agosto, a Secretaria de Estado da Santa S emitiu um comunicado pedindo que o Governo venezuelano respeite os direi-
tos humanos e suspenda a Assembleia
Constituinte, que ser responsvel por es-
crever uma nova Constituio para o pas.
Na mensagem, o Vaticano pediu que seja
assegurado o pleno respeito dos direitos
No encerramento do projeto Rota 300, o Papa Francisco enviou uma carta aos jo-vens brasileiros que participaram da
iniciativa que celebrou os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Se-
nhora Aparecida, no rio Paraba do
Sul (SP). Na mensagem, do dia 29 de julho, Francisco afirmou que Maria
um sinal de esperana e que conhece
os desafios vividos pelos jovens. Alm
disso, o Papa estimulou a juventude a
seguir com o esprito missionrio.
Na carta, o Pontfice ainda escreveu
que em meio s incertezas e inseguran-
pApA pede AOS jOVeNS que luTem cONTrA A cOrrupO
vATICANO exPReSSA PReOCUPAO PeLA SITUAO dA veNezUeLA
Fontes: Rdio Vaticana| Jornal do Brasil|
Exame| Estado
Fonte: Radio Vaticana
humanos e das liberdades fundamentais,
bem como a Constituio vigente. [...]
Que sejam suspensas as iniciativas em
curso, como a nova Constituio, para
favorecer a reconciliao e a paz, e no fo-
mentando um clima de tenso e de con-
fronto, para que sejam criadas condies
para uma soluo negociada.
O Vaticano tambm citou o grave so-
frimento do povo, em dificuldade para
encontrar alimentos e remdios, e a falta
de segurana no pas. O Papa Francisco
acompanha, de perto, a situao e suas
implicaes humanitrias, sociais, po-
lticas, econmicas e at espirituais,
assegurando suas oraes pelo pas e
por todos os venezuelanos, afirmou a
nota. Desde abril, opositores ao regime
de Maduro e a populao civil saem s
ruas para protestar contra o governo e a
Constituinte. Nos confrontos, j morre-
ram mais de 120 pessoas.
Desde o incio da crise poltica ve-
nezuelana, o Vaticano e o Papa coloca-
ram-se disposio para intermediar
as negociaes de paz. A Conferncia
Episcopal da Venezuela (CEV) expres-
sou sua gratido pela aproximao e
preocupao do Papa e da Santa S. Os
bispos colocaram-se contra a iniciati-
va do Executivo de Maduro por consi-
der-la perigosa para a democracia.
O presidente da Conferncia Episco-
pal Venezuelana (CEV), Diego Padrn,
alertou que essa atitude poderia deri-
var em uma ditadura militar.
A Constituinte foi rejeitada por pases
como Brasil, Mxico, Espanha, Colmbia
e Estados Unidos, bem como pela Unio
Europeia, e foi reconhecida por China,
Rssia, Cuba, Bolvia e Nicargua.
Foto
: Ton
y G
enti
le/r
eute
rs
as de cada dia, em meio precariedade
que as situaes de injustia criam ao re-
dor de vocs, tenham uma certeza: Maria
um sinal de esperana que lhes anima-
r com um grande impulso missionrio.
Ela conhece os desafios em que vocs
vivem. Com sua ateno e acompanha-
mento maternos, lhes far perceber que
no esto sozinhos.
Recordando sua mensagem As-
sembleia do CELAM (Conselho Epis-
copal Latino-americano) em 2017, o Pontfice pediu aos jovens que no
tenham medo de arriscar-se e com-
prometer-se na construo de uma
nova sociedade, permeando com a
fora do Evangelho os ambientes so-
ciais, polticos, econmicos e univer-
sitrios! No tenham medo de lutar
contra a corrupo e no se deixem
seduzir por ela! Confiantes no Se-
nhor, cuja presena fonte de vida em
abundncia, e sob o manto de Maria,
vocs podem redescobrir a criativida-
de e a fora para serem protagonistas
de uma cultura de aliana e assim ge-
rar novos paradigmas que venham a
pautar a vida do Brasil.
10 11Em Em
COMPANhIA de jeSUS dilOGO culTurAl e reliGiOSO
CORAL dO PATeO dO COLLegIO PARTICIPA de eveNTO COM MSICOS dO vATICANO
A Schola Cantorum, coral do Pateo do Collegio, participou do I Studium de Msica Sacra: Canto Gregoriano e rgo aps 50 anos da Instruo Musicam Sacram, que aconteceu em quatro cidades
do estado de So Paulo (Campinas, So
Paulo, Valinhos e Vinhedo), entre os dias
28 e 30 de julho. Durante o evento, os co-ralistas e msicos participantes puderam
refletir sobre o papel do canto gregoriano e
do rgo, sobretudo nos mbitos litrgico,
musical, pastoral e esttico.
Promovido pelo Pateo do Collegio, em
parceria com a PUC-Campinas (Pontif-
cia Universidade Catlica de Campinas)
e o Centro de Estudos de Msica Sacra e
Liturgia da Arquidiocese de Campinas
(CEMULC), o evento trouxe ao Brasil dois
especialistas em Msica Sacra de renome
internacional: monsenhor Marcos Pavan,
maestro dos meninos cantores, da Ca-
ppella Musicale Pontificia Sistina, e Josep
Sol Coll, organista titular da Baslica de
So Pedro, ambas no Vaticano.
Segundo Felipe Bernardo, mestre de
Capela e regente da Schola Cantorum do
Pateo do Collegio, eventos como esse con-
tribuem no s no mbito do canto grego-
riano e do rgo, mas tambm na reflexo
sobre a msica sacra e litrgica feita nas
igrejas atualmente. Como salientaram
tantos papas em documentos da igreja, o
canto gregoriano o canto da igreja por
excelncia, juntamente com o tesouro
que a polifonia conjunto harmnico
de instrumentos ou vozes, afirmou.
No primeiro dia (28), sob a direo do professor Coll, a programao foi dedica-
da aos organistas, na Igreja So Sebastio,
em Valinhos e no Mosteiro de So Bento,
em Vinhedo (SP). No sbado (29), o foco foi o canto gregoriano, sob direo do
monsenhor Pavan, responsvel por con-
duzir o encontro no auditrio da PUC
Campinas. O dia de atividades encerrou-
-se com uma celebrao eucarstica em
latim com cantos gregorianos, na Catedral
Metropolitana da cidade. A msica sacra
ficou a cargo do Coro da Arquidiocese de
Campinas, acompanhado de rgo e ten-
do como coro guia da assembleia a Schola
Cantorum, do Pateo do Collegio.
No domingo (30), uma missa cele-brada na Igreja de So Jos de Anchieta,
no Pateo do Collegio, em So Paulo (SP),
encerrou oficialmente o evento. A ceri-
mnia, presidida pelo monsenhor Pavan
e concelebrada pelo padre Carlos Alberto
Contieri, diretor da obra jesuta na capital
paulista, celebrou tambm o dia de Santo
Incio de Loyola (31). Na ocasio, imbudos pelo magis
Inaciano, os integrantes da Schola Can-
torum e assembleia do Pateo do Colle-
A gio rememoraram o fundador da Com-panhia de Jesus por meio do repertrio gregoriano e de peas como a orao de Santo Incio, especialmente acompa-
nhados pelo organista Coll e o Coro da
Arquidiocese de Campinas.
Com relao ao futuro da msica
sacra, Felipe Bernardo compartilha que
est esperanoso: Atualmente, eu perce-
bo que h um resgate do rgo de tubo.
As igrejas esto restaurando e compran-
do novos instrumentos. As que no tm
condio para adquirir e manter um esto
investindo em instrumentos digitais de
boa qualidade. Ele considera esses avan-
os importantes e se diz feliz. Os procos
esto pensando um pouco mais na m-
sica, assim o movimento do coral sacro e
litrgico est aumentando consideravel-
mente, procurando usar um repertrio de
qualidade. O Pateo do Collegio, como or-
ganizador desse evento, refora-se como
referncia nesta rea, finaliza.
Criado em 2005, a Schola Cantorum proporciona o ensino de msica para
as pessoas da comunidade. Alm dos
ensaios, seus membros tm aula de te-
oria musical e percepo e tcnica vocal
aplicada. Se interessou? Acesse o site
www.pateodocollegio.com.br e sai-
ba mais!
12 13Em Em
eSPeCIAL
esprito de celebrao marcou os trs dias da 2 assembleia da Provncia Bra
A COMPANhIAeM COMUNhO
A segunda-feira ainda estava ini-ciando e uma pequena movi-mentao j alterava a rotina da Casa de Retiros Vila Kostka, em Itai-
ci (Indaiatuba/SP). Pouco a pouco, em
meio sobriedade de malas escuras,
trazidas das mais diferentes regies do
Brasil, abraos, apertos de mo e sorrisos
anunciavam como seriam os trs dias
seguintes. Assim, a cada chegada, a 2 Assembleia da Provncia dos Jesutas do
Brasil-BRA foi tomando forma, esboan-
do o esprito de celebrao vivenciado
pelos 335 jesutas presentes ao encontro, realizado de 25 a 27 de julho. Um dos objetivos da Assembleia foi poder nos
encontrarmos como jesutas, para nos
conhecermos melhor. Apesar dos quase
trs anos de criao da Provncia do Bra-
sil, muitos companheiros ainda no se
conheciam por conta das grandes distn-
cias do pas, ressalta o padre Joo Renato
Eidt, provincial dos Jesutas do Brasil.
A A 2 Assembleia reuniu em torno de 3/4 dos jesutas da Provncia do Brasil, atualmente formada por cerca de 500 religiosos. Muitos jesutas puderam
se conhecer nesses trs dias, sobretu-
do aqueles que esto entrando agora na
Companhia de Jesus e os mais experien-
tes. Foi um encontro de geraes, pois,
entre os presentes, seis j esto com
mais de 90 anos de idade, destaca irmo
Eudson Ramos, scio do provincial.
12 Em
Ainda, ao falar da importncia
da Assembleia, o padre Joo Rena-
to refora: No possvel sermos
um corpo apostlico que luta e so-
nha junto, se no nos conhecermos.
Se no sei com quem convivo e com
quem trabalho, com quem vou pen-
sar e planejar a misso? Quanto mais
prximos estivermos, maior a chance
de desenvolvermos e realizarmos um
bom trabalho.
12 13Em Em 13Em
II ASSEMBLEIA
BRA
TRS ANOS de CAMINhAdA
Alm da possibilidade de se co-
nhecerem melhor, a Assembleia foi
tambm uma oportunidade para ce-
lebrar os trs primeiros anos de exis-
tncia da Provncia do Brasil criada
em 16 de novembro de 2014 e as con-quistas obtidas ao longo dessa cami-
nhada. Ao fazer o balano dos trs
anos da Provncia, posso dizer que
houve muito esforo e dedicao de
um grande nmero de jesutas, que
trabalharam, viajaram e participa-
ram de reunies, estudos, reflexes e
partilhas, buscando encontrar os ca-
minhos para nos ajudar a articular e
organizar melhor a misso, relembra
o provincial.
Os resultados dessa caminhada
foram compartilhados, durante a As-
sembleia, pelos jesutas que integram
o Secretariado de Articulao e Ca-
pacitao para a Misso. frente do
Programa MAGIS Brasil e do Plano de
Candidatos da Provncia BRA, o secre-
trio para Juventude e Vocaes, pa-
dre Jonas Caprini, destacou, entre os
avanos obtidos, a eleio da Juventu-
de como uma das preferncias apost-
licas da Provncia. O jesuta ressaltou
tambm o novo modo de se trabalhar
com a juventude que, aos poucos, vai
ganhando corpo, criando uma cultura
de emancipao, de empoderamen-
to dos jovens como colaboradores
da misso, jovem que evangeliza jo-
vem. Essa conquista vai sendo vista
e tornando-se palpvel na medida em
que ns vamos vendo as lideranas,
imbudas do magis inaciano, tambm
trabalhando na misso, explica padre
Jonas, acrescentando quais sero os
prximos passos: J temos a nossa
rede de juventude constituda, que
so os centros, as casas e os espaos
MAGIS. Agora, precisamos chegar s
nossas obras, aos colgios, s par-
quias, aos centros sociais, ou seja,
fazer essa conexo com um trabalho
em rede, com um trabalho de somar
juntos nessa caminhada.
Como secretrio para a Justia So-
cioambiental, padre Jos Ivo Follmann
ressalta que os trs primeiros anos da
Provncia do Brasil foram bastante in-
tensos, devido, principalmente, a todo
o processo de ressignificao e reestru-
turao do antigo Apostolado Social.
Atualmente, temos muitas frentes e,
o que antes pensvamos como setor,
hoje, pensamos como dimenso, que
deve ser transversal para todas as obras.
Ento, foi um grande desafio, mas creio
14 15Em Em
eSPeCIAL
14 Em
que avanamos bem, pudemos dar re-
almente passos importantes, conta o
jesuta, destacando, entre os avanos
em Justia Socioambiental, a formula-
o do Marco Orientador da Promoo
da Justia Socioambiental da Provncia
dos Jesutas do Brasil (BRA) e a organi-
zao do Observatrio Nacional de Jus-
tia Socioambiental Luciano Mendes de
Almeida (OLMA).
Quanto ao futuro, padre Jos Ivo
acredita que trabalhar em rede um dos
grandes desafios da Provncia BRA. Ns
estamos acostumados a ver as coisas
muito organizadas, ordenadas e de forma
sistemtica. Por isso, a rede um cons-
tante desafio, pois voc sempre tem que
estar aberto a novas contribuies, que
vm das mais diferentes participaes.
por meio dessa atuao que vamos fazer
o nosso principal, que o servio f,
reconciliao e justia, diz o jesuta.
Segundo padre Carlos Alberto Con-
tieri, secretrio para a Colaborao com
Outros e o Servio da F e Espiritualida-
de, a criao dessa secretaria tambm
est entre as conquistas da Provncia do
Brasil. Parece-me que o grande ganho de
uma secretaria, que desde o incio passou
por tantas mudanas, foi ter iniciado bem
e j ter avanado na consolidao daqui-
lo que nos foi pedido como servio para
todo o Brasil, observa o jesuta. Destaco,
entre os avanos, a criao do Centro de
Servio para a Colaborao, F e Espiritu-
alidade, em Campinas (SP), e a tentativa
de uma programao homognea nas
quatro casas de retiro, que a Companhia
de Jesus tem no Brasil, assim como o en-
volvimento dos colaboradores que, agora,
conosco fazem parte do Corpo Apostlico
da Companhia de Jesus.
O desenvolvimento em rede tam-
bm est entre os desafios futuros
apontados por padre Contieri. Nosso
grande desejo que possamos fazer um
trabalho capaz de promover a integra-
o de todas as dimenses da ao de
nossa Provncia, sem que nada fique
de fora e sem tambm sufocar aquelas
iniciativas que o Esprito vai inspirando
e onde Deus tambm vai mostrando os
caminhos que devemos seguir. Ou seja,
sem sufocar a inspirao e tampouco a
criatividade, afirma o jesuta.
O padre Mrio Sndermann, dele-
gado para a Educao Bsica, tambm
exps os avanos obtidos em sua rea
de atuao por meio da constitui-
o e estruturao da Rede Jesuta de
14 15Em Em 15Em
II ASSEMBLEIA
BRA
Educao (RJE), que tem permitido
aos colgios e s escolas maior in-
tercmbio de projetos. Como um dos
principais frutos dessa caminhada,
est o lanamento do Projeto Educa-
tivo Comum (PEC), em agosto de 2016. Ousado e inovador, o documento tem
por objetivo auxiliar, orientar e inspi-
rar as unidades educativas da Compa-
nhia de Jesus, no Brasil.
Durante a Assembleia, o delegado
para a Formao, padre Adelson Arajo
dos Santos, aproveitou o momento para
lanar o Plano de Formao dos Jesutas
do Brasil, que ir vigorar at o final de
2018. Na ocasio, ele apresentou o padre Roberto Barros Dias, que assumir a fun-
o de delegado a partir de setembro des-
te ano. Em maio de 2018, padre Adelson viajar a Roma (Itlia) para assumir sua
nova misso, como professor na Pontif-
cia Universidade Gregoriana (PUG).
UMA NICA PROvNCIA
Alm dos passos dados ao longo
desses trs anos de caminhada, con-
forme os relatos acima, irmo Eudson
Ramos considera como um dos princi-
pais avanos obtidos a tomada de cons-
cincia de uma Provncia nica no pas.
Ainda mantemos as nossas regionali-
dades e caractersticas de cada parte do
Brasil, mas estamos conseguindo esta-
belecer uma linguagem e uma perspec-
tiva de misso comuns nos ltimos trs
anos, afirma o scio do provincial.
Na opinio do padre Luiz Neis, supe-
rior da Plataforma Apostlica Sul 2, a de-ciso de criar-se uma nica Provncia, por
si s, foi ousada, principalmente ao juntar
tantas diferenas. Porm, um caminho
sem volta. Sempre penso o que seria das
nossas antigas provncias se no tivsse-
mos feito a unificao, pensando a nossa
misso em um nico pas, reflete o jesu-
ta, lembrando que um dos maiores desa-
fios futuros como ser um corpo apost-
lico nico que atua em diversas frentes.
Superior da Plataforma Apostlica
Sul 1, o padre Vicente Palotti Zorzo tam-bm ressalta que a deciso de formar-se
uma Provncia nica foi ousada. Em um
tempo to complexo em que vivemos, o
fato de ousarmos construir uma Provn-
cia nica algo improvvel. Porm, essa
improbabilidade que nos d a certeza de
que estamos conseguindo despertar um
movimento positivo e, como Companhia
de Jesus, podemos contribuir e discernir
16 17Em Em
eSPeCIAL
16 Em
a nossa misso, conduzindo nossas ener-
gias para o apelo que a sociedade e a Igreja
nos fazem, diz padre Vicente.
Integrar a diversidade cultural tem
sido um grande desafio para ns, ob-
serva tambm o padre Antonio Tabosa
Gomes, superior da Plataforma Apost-
lica Centro-Oeste. Segundo ele, somado
a isso, h tambm o fato de sermos um
corpo apostlico enorme, praticamen-
A FORMAO NA PROvNCIA
A Provncia do Brasil conta, atual-
mente, com trs Casas de Formao:
Noviciado; Juniorado e Filosofado; e Te-
ologado. Elas tm a misso de ajudar na
preparao dos jesutas que integram o
Corpo Apostlico da Companhia de Je-
sus. Dentro desse contexto, a constitui-
o da nova Provncia tambm trouxe
impactos positivos.
O primeiro ponto positivo o fato
de que ficou evidente a presena dos
jesutas jovens. Na Assembleia, por
exemplo, foi possvel ver a grande quan-
tidade de novios e formandos. Isso nos
d alegria, observa o padre Edison de
Lima, superior do CIF Teologado (Cen-
tro Interprovincial de Formao). Ou-
tro ganho a possibilidade de articula-
o apostlica. Hoje, temos jesutas que
esto transitando em diversas misses,
em diferentes regies do pas, o que, em
outras pocas, seria impossvel.
Padre Edison ressalta tambm que a
criao da Provncia do Brasil foi essen-
cial para o desenvolvimento do Teolo-
gado no pas. A nova Provncia investiu
muito nas estruturas e nos formadores,
reassumindo a FAJE (Faculdade Jesuta de
Filosofia e Teologia) como uma priorida-
de, como um centro de formao filos-
fica e teolgica, conta o jesuta. Os re-
sultados j podem ser vistos. Hoje, temos
jesutas de 13 pases estudando na FAJE e
vivendo no Teologado.
O padre Jair Barbosa Carneiro,
superior do Noviciado e mestre de
Novios, considera a constituio da
Provncia do Brasil como um cami-
nho sem volta. Pode-se at se ques-
tionar a forma como a Provncia est
constituda, mas o fato de ser uma
nica Provncia est a com muitos
elementos positivos, ressalta o jesu-
ta. Hoje, no pensamos s em nossa
pequena provncia, pensamos nacio-
nalmente. Sendo que, agora, o apelo
pensar alm do territrio nacional.
Isso um ponto positivo.
Essa nova realidade, segundo o padre
Jair, tambm muito importante quando
se pensa na misso de formao dos jesu-
tas, pois vemos a possibilidade de expe-
rimentos e de envio pelo Brasil inteiro.
Vejo que, ao longo dos ltimos trs
anos, muitos passos foram dados. H
algumas insatisfaes e coisas a serem
ajustadas, repensadas, mas se cami-
nhou muito em termos de organizao
e estruturao da Provncia do Brasil,
avalia o padre Kleber Barberino Che-
vi, superior do Juniorado e Filosofado,
acrescentando: H muitos passos a
serem dados. Mas, reunidos em Assem-
bleia, vamos contemplando esse hori-
zonte mais amplo da misso para ser-
virmos melhor ao reino do Senhor, que
nos chama. No podemos negar as difi-
culdades, mas devemos ser gratos pelos
avanos conquistados e pelo esforo
de muitas pessoas, no s aos jesutas,
mas tambm a muitos leigos engajados
em diversas frentes.
te 500 jesutas em todo Brasil, mas, ao mesmo tempo, sermos reduzido por
conta das muitas obras apostlicas.
E ressalta: Estamos vivendo em um
tempo de muitas demandas, por isso
precisamos objetiv-las. Deste modo,
hoje, eu diria que todo jesuta tem que
se interessar pela integrao do Brasil e
perguntar-se como eu posso colaborar
para essa integrao?.
Padre Alexandre Raimundo de Souza,
superior da Plataforma Apostlica Nor-
deste 2, tambm diz que a unificao das antigas provncias foi um passo impor-
tante para os jesutas do Brasil: Alm de
juntar foras e compartilhar recursos, a
criao da Provncia nica no Brasil nos
possibilita ser um corpo apostlico mais
dinmico e, assim, assumir novas mis-
ses de um jeito diferente. Ele destaca
16 17Em Em 17Em
II ASSEMBLEIA
BRA
ainda que a nova configurao da Com-
panhia de Jesus no pas cria a possibili-
dade do trabalho em rede, de cooperao.
Mas, ao mesmo tempo, um desafio,
pois temos de compreender como essa
nova cultura de rede funciona. No uma
rede por setor, por exemplo, da educao,
da juventude ou do trabalho social. , na
verdade, a articulao desses trs setores
entre si. Precisamos aprender a lidar com
esse novo modelo de rede, diz o jesuta.
A criao de uma nica Provncia
importante para fortalecer, ainda mais,
as vrias frentes de atuao da Compa-
nhia de Jesus no Brasil, confirma o padre
Cludio Antnio Lorencini, superior da
Plataforma Apostlica Nordeste 1. Po-rm, um processo de muito trabalho, de
muitas reunies e de muitas viagens, e,
consequentemente, isso cria alguns de-
safios e dificuldades de relacionamento
e de compreenso. Assim, a Assembleia
importante para avaliar todo esse tra-
balho, celebrar e criar vnculos. Somos
amigos no Senhor, estamos no mesmo
barco, ressalta padre Cludio.
Ter uma viso global do pas foi o pri-
meiro grande ganho obtido com a criao
da Provncia do Brasil, segundo o padre
Incio Luiz Rhoden, superior da Plata-
forma Apostlica Amaznia. Ao mes-
mo tempo, um dos nossos desafios a
questo de unidade, como ns, jesutas,
vamos trabalhar as nossas vrias frentes.
Vejo que h necessidade de ajustar-se o
que foi idealizado para que a misso seja
melhor atendida. Mas temos de nos ani-
mar, confiar que possvel, diz o jesuta.
Ao avaliar os trs anos desde a uni-
ficao das antigas provncias, o padre
Mieczyslaw Smyda, superior da Plata-
forma Apostlica Leste, ressalta que a
universalizao da Companhia de Jesus
no Brasil est tomando rosto. A nica
Provncia tem nos dado uma viso e
um rosto verdadeiramente brasileiro.
Entretanto, os desafios so grandes
porque no podemos pensar em um
nico Brasil culturalmente. Em termos
de proposta de misso, isso possvel,
porm, nas formas de trabalhar, temos
de pensar em vrios Brasil. Mas acredito
que somente essa riqueza multicultural
nos dar o mosaico verdadeiro do Bra-
sil, avalia padre Smyda.
Ao final da Assembleia, o padre
Claudio Paul, assistente regional para
a Amrica Latina Meridional da Com-
panhia de Jesus, ressaltou a potencia-
lidade da Provncia dos Jesutas do
Brasil: temos muitas possibilidades e
isso mais um motivo de agradecer-
mos a Deus. Ele lembrou ainda que a
18 19Em Em
eSPeCIAL
18 Em
AvALIAO dA PROvNCIA
Ao final do segundo dia da Assem-
bleia, foram apresentados os resul-
tados da avaliao dos trs primeiros
anos da Provncia dos Jesutas do Bra-
sil, respondida por jesutas e colabora-
dores, e que ser enviada Cria Geral
da Companhia de Jesus em Roma (It-
lia). Talvez a principal confirmao
que a avaliao nos trouxe a certeza
de que a criao da Provncia dos Jesu-
tas do Brasil foi algo acertado, infor-
ma o irmo Eudson Ramos.
Outro aspecto revelado pela
pesquisa e que precisar de aten-
avaliao dos trs anos da Provncia,
realizada junto a jesutas e colabora-
dores, no o final de um processo,
mas o seu incio.
Segundo padre Claudio Paul, h um
forte consenso de que os muros entre as
antigas provncias do Brasil caram. Mas
destacou que o desafio, agora, olhar
para fora do pas. O Brasil tem uma for-
a centrfuga muito grande. Ento, temos
de cuidar para no olharmos somente
para os nossos processos, esquecendo de
olhar para os vizinhos da Amrica Latina.
Sempre precisamos ter em mente que
a Companhia de Jesus maior do que a
Provncia dos Jesutas do Brasil, reco-
mendou o jesuta.
o a reestruturao do nmero
de Plataformas Apostlicas existen-
tes hoje na Provncia. Tem ficado
evidente que as atuais sete Platafor-
mas precisam ser readequadas para
abranger toda a dimenso territorial
do Brasil, observa o scio do Pro-
vincial. Segundo ele, a proposta de
alterao ser enviada ao Superior
Geral da Companhia de Jesus, padre
Arturo Sosa, para sua aprovao ou
no. Essa deciso ser anunciada
em outubro, durante a visita do Pa-
dre Geral ao pas.
18 19Em Em 19Em
II ASSEMBLEIA
BRA
CONFeRNCIAS NA ASSeMBLeIA
Durante a 2 Assembleia, alm das apresentaes sobre os avanos da Pro-
vncia do Brasil, os jesutas puderam
assistir a trs conferncias.
A primeira delas, realizada pelo
padre Claudio Paul, assistente regio-
nal para a Amrica Latina Meridional
da Companhia de Jesus, teve como
tema A Realidade Social, Eclesial e
Pastoral da Companhia de Jesus no
Contexto da 36 Congregao Geral. Em sua apresentao, o jesuta apontou
a necessidade de dar mais ateno a
alguns pontos, como ao dilogo ecu-
mnico, inter-religioso e cultural; ao
estilo de vida mais austero e coerente
com a preocupao ecolgica; inci-
dncia social (advocacy): disparidades
sociais e econmicas, ecologia; e re-
flexo sobre o impacto da crise econ-
mica em nosso apostolado.
O padre Roberto Jaramillo, presi-
dente da CPAL (Conferncia dos Pro-
vinciais Jesutas da Amrica Latina),
tambm esteve entre os conferencistas,
apresentando o tema A Companhia de
Jesus na Amrica Latina: novo modelo de
trabalho. O jesuta abordou a questo da
cooperao e da colaborao, que apa-
rece nos decretos das Congregaes Ge-
rais (CG), o papel das seis conferncias
da Companhia de Jesus hoje, incluindo
a CPAL, alm dos desafios apontados
no encontro ImPACtando, realizado em
Lima (Peru), em maro passado, e
que teve como pano de fundo o PAC
(Plano Apostlico Comum).
Os jesutas puderam ouvir ainda o
arcebispo de Porto Velho (RO), dom Ro-
que Paloschi, sobre a temtica A Igreja
no Brasil na perspectiva da Amaznia.
Alm de alertar sobre as disputas terri-
toriais e as ameaas aos povos indge-
nas, ele lembrou ainda da mensagem
do Papa Francisco na encclica Laudato
Si, que aborda o cuidado da casa co-
mum. O arcebispo tambm ressaltou
o papel da REPAM (Rede Eclesial Pan-
-amaznica) no dilogo com os povos
indgenas e a presena da Companhia
de Jesus junto a essas populaes.
20 21Em Em
A COMPANhIA de jeSUS NA AMRICA LATINA cpAl
SeRMOS veRdAdeIRAMeNTe AMIgOS NO SeNhOR
Pe. Roberto jaramillo Bernal, SjPresidente da CPAL
Em julho, eu escrevi sobre a centrali-dade da nossa experincia cotidia-na da orao, de celebrao eucars-tica, de exame de conscincia constante e
sobre a importncia de deixar-nos acom-
panhar nos caminhos do Esprito. De
fato, sem dar espao para Cristo estar ati-
vamente presente em nossas vidas, no
seremos cristos; e, sem uma profunda
relao pessoal diria e profunda com
Jesus (na orao e na celebrao), nossa
vida no jesuta. Isso nos dito na 36 GC
(Congregao Geral): se esquecermos que
somos um s corpo, unidos em e com Cristo,
perdemos nossa identidade como jesutas e
a capacidade de dar testemunho do Evan-
gelho. Mais do que as nossas habilidades e
capacidades, o que d testemunho da Boa
Nova a unio entre ns e Cristo (n. 7).
Agora, eu quero referir-me ltima
frase: [...] o que d testemunho da Boa
Nova a unio entre ns e Cristo. Partici-
pei, na ltima semana, das assembleias
provinciais da Colmbia (21 a 23 de julho) e do Brasil (25 a 27 de julho). Foram even-tos muito diferentes: o primeiro, com um
nmero menor de participantes, mas com
uma representao mais rica e variada de
diferentes membros do corpo apostlico
que circulam por essa esquina ao norte
do continente muitos leigos: homens
e mulheres; o outro, com uma slida
participao dos jesutas 347 partici-pantes, na Casa de Retiros Vila Kostka,
em Itaici (Indaiatuba/SP). Foram dois mo-
mentos breves, mas profundos e ricos no
encontro entre irmos e irms, todos co-
laboradores da nica misso que temos: a
reconciliao na justia do evangelho.
O que mais me impressionou nesses
dois eventos foi o carinho com o qual nos
encontramos uns aos outros. Foi gratifi-
cante e reconfortante ver os amigos e ami-
gas, sentir os abraos, ouvir as risadas, ser
testemunho de uma atmosfera de alegria,
entusiasmo; no s de camaradagem, mas
tambm da verdadeira fraternidade entre
ns. Claro que existem algumas pessoas
que tm certa dificuldade em expressar
esse carinho ou soltar-se mais; mas isso
no significa que eles no tenham gos-
tado do encontro. H outros que tm, na
sua histria, relaes difceis com alguns
colegas ou que sentem que as escolhas de
vida ou posies ideolgicas os distancia
deste ou daquele companheiro; mas se
sentem profundamente unidos ao corpo.
Na Colmbia, alguns companheiros senti-
ram-se desconfortveis com a presena de
tantos leigos (homens e mulheres) em um
ambiente que era tradicionalmente reser-
vado para os jesutas. Estou convencido,
porm, de que todas as pessoas que esta-
vam l experimentamos esses encontros
como uma expresso privilegiada do Cor-
po Apostlico que somos e sentimos, mais
do que nunca, que juntos somos e podemos
mais, que precisamos uns dos outros, que
a figura magnfica do corpo que sendo um
tem muitos membros com funes diferentes
tambm se aplica a esta mnima Compa-
nhia de Jesus, assim constituda.
A todos os colaboradores jesutas e
no-jesutas, na Colmbia e no Brasil,
a minha gratido pela sua acolhida e seu
testemunho. Essa experincia de querer-
mo-nos bem em meio s nossas fragili-
dades e limitaes deve ser vista e apre-
ciada como um verdadeiro dom de Deus.
Ao lado da intimidade cotidiana com Je-
sus, segundo a 36 CG, o primeiro e prin-cipal testemunho que somos chamados
a dar, fonte e suprema expresso da nos-
sa vocao. Qualquer outra atividade de
servio aos outros, por mais sacrificada,
generosa e qualificada que seja, perderia
todo o seu verdadeiro brilho e valor se es-
sas duas premissas no estiverem presen-
tes em nossas vidas.
Portanto, tendo testemunhado a
beleza que o encontro de irmos e
reconhecendo, ao mesmo tempo, as
dificuldades comuns que temos para
relacionar-nos, para ouvir-nos, para
aceitar-nos, para nos dar tempo, para
apreciar a contribuio e as ideias de
outros, para comungar com seus pon-
tos de vista e sentir as coisas antes de
julg-las, etc., eu acho que vale a pena
perguntar-nos novamente: ouvimos
com o corao o que diz a 36 CG? Dei-xamo-nos questionar e alimentar posi-
tivamente por essa palavra? Oferecemos
o melhor de ns mesmos com a ajuda
do Esprito de viver a nossa vocao
com profundidade e conscincia da
qualidade com a qual fomos chamados
a fazer? Nossa relao com as pessoas
com quem convivemos, meus prxi-
mos, uma fina e evangelizada expres-
so discernida de minha relao com o
Senhor Jesus na orao, na celebrao e
no exame de conscincia?
Da mesma maneira, como j nos
ajudamos em algumas dimenses e
queremos continuar crescendo nessa
colaborao entre setores e provncias,
ajudemo-nos uns aos outros, pessoal-
mente, para renovar a unio entre ns e
com Cristo (CG 36, D1, N7).
o que mais me impressionou nesses dois eventos [assembleias da Colmbia e do brasil] Foi o Carinho Com o qual nos enContramos uns aos outros
20 21Em Em
preSideNTe dA cpAl ViSiTA prOjeTO pAN-AmAzNicO
NOVA VOluNTriA NO pAmSj
CARdeAL hUMMeS NA jAveRIANA e NA CLAR
Entre os dias 28 de julho e 1 de agosto, o presidente da CPAL (Conferncia dos Provinciais Jesutas da Amrica Latina), padre Ro-
berto Jaramillo, e o secretrio do Setor
Social da CPAL, padre Rafael Moreno,
estiveram em Letcia (Colmbia) para
visitar o PAMSJ (Projeto Pan-amazni-
co da CPAL).
O encontro teve quatro momentos
principais: 1) Dialogar com os jesutas da equipe sobre os avanos e possveis
ajustes do PAMSJ, em que ficou defi-
O coordenador do Projeto Pan-ama-
znico da CPAL (PAMSJ), padre Alfredo
Ferro, e o secretrio executivo da REPAM
(Rede Eclesial Pan-Amaznica), Mau-
ricio Lpez, acompanharam o cardeal
brasileiro dom Cludio Hummes, presi-
dente da REPAM, em sua visita Univer-
sidade Javeriana de Bogot (Colmbia).
Em julho, a ecloga e microbiolo-gista Jessica Sanchez chegou ao PAMSJ (Projeto Pan-amaznico da CPAL) para contribuir como volun-
tria. Ela apoiar o desenvolvimento do
projeto de Sistematizacin de experien-
cias socio-econmico productivas aterna-
Na ocasio, dom Cludio foi aco-
lhido pelos diretores da instituio,
apresentou a proposta da REPAM e
conheceu o campus da universidade
colombiana. O cardeal citou a possibi-
lidade de fortalecimento e potenciali-
zao das alianas e dos compromis-
sos com a Amaznia, em consonncia
tivas en la triple frontera (Sistematizao
de experincias socioeconmicas, produ-
tivas e alternativas na trplice fronteira),
que est sendo executado com o apoio
da MISEREOR, instituio da confern-
cia episcopal alem, que financia proje-
tos em todo o mundo.
com o dilogo que o PAMSJ vem esta-
belecendo na regio, dando visibili-
dade problemtica da violao dos
Direitos Humanos no territrio ama-
znico, o que vem afetando fortemen-
te a sua populao.
A comitiva tambm aproveitou para
reunir-se com a secretaria executiva da
CLAR (Conferncia Latino-americana
dos Religiosos), com o objetivo de pen-
sar na possibilidade de realizar um en-
contro latino-americano de congrega-
es religiosas presentes na regio da
Pan-Amaznia.
Jessica permanecer no PAMSJ
at o final do ano, graas tambm ao
apoio do Instituto Mayor Campesino-
-IMCA, com o qual ela tem contrato
de voluntariado e, solidariamente, a
concedeu ao Projeto Pan-amaznico
nos prximos meses.
nido que no ser mais denominado
Projeto, e sim Servio Jesuta Pan-ama-
znico-SJPAM; 2) Conhecer melhor a realidade da fronteira, celebrando a
Eucaristia na Parquia de Islancia-Pe-
ru; 3) Dialogar com os religiosos e ou-tros atores da regio sobre a presena
dos jesutas na regio da Pan-Amaz-
nia e os desafios a serem enfrentados;
4) Celebrao da Festa de Santo Incio de Loyola, com Eucaristia e jantar, jun-
tamente com vrios convidados da re-
gio da trplice fronteira.
Fonte: Pan-Amaznia SJ Carta Mensal (n 40/Julho 2017) Acesse www.jesuitasbrasil.com/cartapanamazonia e leia a ntegra desta e de outras edies.
22 23Em Em
COMPANhIA de jeSUS juVeNTude e VOcAeS
jOveNS PARTICIPAM de PeRegRINAO NOS PASSOS de ANChIeTA NO eS
Cerca de 60 jovens peregrinaram pelo Esprito Santo, seguindo os passos de So Jos de Anchieta, apstolo e padroeiro do Brasil, entre os
dias 19 e 23 de julho. Chamada de Nos Passos de Anchieta, a iniciativa uma
das atividades que integram as Experi-
ncias MAGIS, iniciativa do Programa
MAGIS Brasil, que promove diversas vi-
vncias pelo pas.
Os peregrinos, que fazem parte do
Programa MAGIS, do Movimento Eu-
carstico Jovem (MEJ) de alguns col-
gios da Rede Jesuta de Educao (RJE),
partiram da cidade de Vila Velha (ES) e
concluram a caminhada no Santurio
Nacional de So Jos de Anchieta, na ci-
dade de Anchieta (ES).
Com vitalidade mpar, os andari-
lhos completaram um percurso de 93 km e o que no faltou entre o grupo
foi disposio, como conta Ana Clara
Barros dos Santos, 20 anos, integrante do MEJ, em Belo Horizonte (MG), que
participou pela primeira vez da peregri-
nao. Aceitei o convite para participar
[...] no perCurso trabalha-sebastante a espiritualidade, o
autoConheCimento e os limites FsiCos e mentais.
Ana Clara Barros dos Santos, 20 anos
Caminhada pelo esprito Santo reuniu andarilhos de diversos cantos do Brasil
da caminhada para saber como a expe-
rincia e estou descobrindo muito por-
que, no percurso, trabalha-se bastante a
espiritualidade, o autoconhecimento e
os limites fsicos e mentais. Apesar das
dificuldades, muito gratificante, pois
vemos o poder que Deus tem sobre to-
dos ns.
O momento de espiritualidade vi-
vido por essa juventude, inspirada por
So Jos de Anchieta, promoveu um
verdadeiro encontro com Deus e com o
prximo, alm de proporcionar a con-
templao das belezas do caminho per-
corrido por ele no sculo XVI. O jovem
Juan Tardin, 25 anos, agente de Pastoral do Colgio Anchieta, em Nova Friburgo
(RJ), participou da caminhada com mais
um grupo de oito alunos da 3 srie do
Ensino Mdio, uma antiga aluna e uma
educadora. O que nos motivou fazer
memria a Anchieta, que, alm de ser
patrono do nosso colgio, tambm foi
um grande peregrino, fez coisas muito
boas para todo o nosso pas. Conhece-
mos lugares incrveis, pessoas fants-
ticas e fazemos sempre essa memria
do caminho de Anchieta, fortalecendo,
cada vez mais, a nossa f, contou Juan.
A Peregrinao foi organizada pelo Es-
pao MAGIS Capixaba em parceria com
o MEJ e apoio do Centro MAGIS Burnier,
localizado em Braslia (DF).
22 23Em Em
cONViVNciA mONTSerrAT reNe cANdidATOS cOmpANhiA de jeSuS
ORdeNAeS PReSBITeRAIS
Entre os dias 28 de julho e 8 agosto, os candidatos Companhia de Je-sus participaram da Convivncia Montserrat. Durante esse perodo, os
jovens tiveram a oportunidade de co-
nhecer o noviciado, localizado em Feira
de Santana (BA), e a dinmica da vida do
novio jesuta.
Segundo o coordenador do Plano de
Candidatos ao Noviciado da Provncia dos
Jesutas do Brasil (BRA) e diretor do Cen-
tro MAGIS Burnier (Braslia/DF), irmo
Ubiratan de Oliveira Costa, conhecido
como Bira, a experincia foi um momen-
to de graa. Entramos no ritmo dos no-
vios e na dinmica da casa, por meio de
momentos de orao comum e pessoal,
juntos atuamos na organizao e ofcios
de limpeza da casa, nas celebraes, nas
formaes, tivemos ainda momentos de
partilha com os novios, participao nas
pastorais de final de semana e os jovens
partilharam como foi o primeiro semestre
nas residncias jesutas, explica Ir. Bira.
A segunda etapa de convivncia
comum do Plano de Candidatos leva o
Os jesutas Bruno William Recio Franguelli, Andr Lus de Arajo e Bruno Nascimento de Macedo Torres foram ordenados presbteros
nos dias 22 de julho e 5 e 12 de agosto, respectivamente.
A cerimnia de ordenao de
Bruno Franguelli foi presidida pelo
bispo emrito de Blumenau (SC),
dom Anglico Sndalo Bernardino, e
nome de Montserrat, pois faz mem-
ria ao perodo aps a convalescena de
Incio de Loyola, quando o futuro fun-
dador da Companhia de Jesus sai em
peregrinao rumo a Jerusalm e, no
caminho, passa pelo Santurio da Vir-
gem de Montserrat. L, ele faz horas de
orao e resolve deixar, aos ps de Nos-
sa Senhora, suas roupas de soldado e
armamentos de cavaleiro, para, assim, se-
guir livremente ao Cristo amigo. Com essa
experincia de Incio, queremos tambm,
ns, oferecer aos jovens candidatos um
momento de encontro consigo mesmo e
com os demais por meio da orao diria,
da convivncia e das partilhas, levando-os
a perceber o que essencial para seguir Je-
sus, afirma o jesuta.
reuniu centenas de pessoas, entre
familiares, amigos e jesutas, na
Igreja Matriz de Santa Rita de Cssia,
em Sorocaba (SP).
Por imposio das mos de dom
Alosio Jorge Pena Vitral, bispo da
Diocese de Tefilo Otoni (MG), Andr
Arajo foi ordenado presbtero. A
Celebrao Eucarstica, realizada na
Parquia Nossa Senhora do Pilar, em
Nova Lima (MG), reuniu familiares,
amigos, jesutas e toda a comunidade
da cidade.
A cidade de Manaus (AM) encheu-
se de alegria com a ordenao de Bruno
Torres. A Celebrao Eucarstica, realizada
na Comunidade Santa Joana DArc, na rea
Missionria St. Margarida de Cortona, foi
celebrada por dom Srgio Castriani, bispo
da Arquidiocese de Manaus.
24 25Em Em
COMPANhIA de jeSUS prOmOO dA juSTiA SOciOAmbieNTAl
Sonhar e resistir, esses foram os desejos que permearam o cora-o dos adolescentes e jovens do Colgio Estadual Polivalente, na
periferia de Curitiba (PR), que parti-
ciparam da I Noite Cultural, pelo ci-
clo de debates e vivncias Juventude
e Democracia, promovida pelo CEPAT
(Centro de Promoo dos Agentes de
Transformao), no dia 4 de agosto. Segundo Viviane Aparecida Ferrei-
ra de Lara Matos, assistente social do
CEPAT, ouvir os relatos dos jovens so-
bre como as decises polticas e eco-
nmicas e contedos divulgados na
mdia interferem na vida deles trouxe
grande responsabilidade para todos.
Esses adolescentes e jovens no esto
estudando no perodo noturno a par-
tir de uma deciso consciente de viso
de projeto futuro para suas vidas, mas
foram empurrados para essa condio
pelo fato de seus direitos sociais fun-
damentais no serem garantidos. O
direito educao, no perodo escolar
regular, o primeiro a ser impactado.
Frente s necessidades bsicas, o traba-
lho, nem sempre garantido pelo Estado,
torna-se prioridade para esses jovens
que precisam complementar a renda da
famlia ou adquirir bens de consumo e
servios, como celular e internet, afir-
ma Viviane.
Para Ana Paula Abranoski, coor-
denadora administrativa do CEPAT,
CePAT PROMOve NOITe CULTURAL NA PeRIFeRIA de CURITIBA
o ciclo de estudos e vivncias, por
meio da I Noite Cultural, demons-
trou o quanto os jovens tm vontade
de mudar a sociedade. Eles fizeram
uma noite de encontro, de vivncia e
de ao poltica. Podemos dizer que
foi emocionante e intenso, no senti-
do potico que essas palavras possam
vislumbrar. As vozes, as expresses
e os violes fizeram revelar talentos,
criatividade, sentimentos, sonhos,
lutas e aes de resistncia que eles
esto produzindo em seus quartos e
guetos da periferia de Curitiba e da
Regio Metropolitana. As expresses
da cultura, com a poesia, a msica e
a dana provocaram a possibilidade
da transformao social, palavra que
expressamos com certo cuidado nos
dias endurecidos de hoje, ressaltou.
Viviane lembra, tambm, de ou-
tras carncias dos adolescentes e
jovens da periferia. Eles sentem
falta de atendimentos especializa-
dos na rea da sade que poderiam
complementar o processo educacio-
nal, como a possibilidade de terem
acesso fonoaudilogos, psiclogos,
psiquiatras, entre outros, explica a
assistente social do CEPAT. Para ela,
apesar das dificuldades, esses adoles-
centes e jovens mantm a chama da
esperana acesa. Diariamente, eles
se alimentam do desejo de estudar
para promover, em suas vidas, uma
mudana, para realizar seus sonhos
e, nesse movimento, percebemos o
quanto, dentro de suas adversidades,
so resistentes e resilientes, afirma.
A arte e a cultura so como fios que
tecem uma rede, acredita Ana Paula. Ela
conta que, em todas as apresentaes da
Noite Cultural, houve essa sensao e
destaca o rap cantado pelos jovens artis-
tas dos grupos xtase e Stone. Eles fize-
ram uma crtica ao egocentrismo do atual
momento poltico do Brasil. A msica
Questo social CPF na Nota, do grupo
Stone, sintetiza a crtica ao Estado, que
prope aes pontuais de devoluo de
recursos financeiros para a populao,
mas, ao mesmo tempo, promove refor-
mas que ferem, diretamente, seus direi-
tos trabalhistas e sociais, conta.
Alm dos alunos do Colgio Estadu-
al Polivalente, jovens de outras institui-
es e espaos tambm participaram do
encontro. A noite foi de rica participa-
o, de confraternizao. Foi um mo-
mento para enxergamos as diferenas,
sentindo parte da mesma humanidade.
Essa atividade parece ter tocado a vida
daqueles que frequentam o Colgio ou
vieram de outros cantos da cidade, fi-
naliza Viviane.
a noite Foi de riCa partiCipao, de ConFraternizao. Foi um momento para enxergamos as diFerenas, sentindo parte da mesma humanidade
viviane Matos, assistente social do CePAT
24 25Em Em
O Projeto Social So Jos, co-ordenado pela Parquia Santssima Trindade, inau-gurou as instalaes de sua nova
quadra poliesportiva, no dia 29 de julho. Com uma bno concedida
pelo vigrio paroquial, padre Ro-
berto Albuquerque, a inaugurao
contou ainda com um torneio de
futebol e intervenes culturais
com a participao de adolescentes,
jovens e adultos atendidos nas aulas
de violo e informtica do Projeto. O
evento uniu toda a comunidade do
bairro de Nova Esperana, na cidade
de Santa Luzia (MG).
Na bno, padre Roberto Albu-
querque recordou que as atividades
de exerccio fsico so aprovadas e
abenoadas por Deus. Ns vos pedi-
mos que este espao sirva para faci-
litar e consolidar a sade da mente e
do corpo, de tal modo, que todos seus
frequentadores se enriqueam com
a convivncia fraterna e vos louvem
com alegria, abenoou o jesuta.
A coordenadora da comunida-
de, Delcdia Silva, agradeceu a Deus
pela nova estrutura e aos atores res-
ponsveis pela execuo das obras
de edificao do muro e da quadra.
Muito obrigada a todos que contri-
buram para que este espao ficasse
assim to bonito, de modo especial
um agradecimento ao padre jesuta
Miguel Elosua Rojo, afirmou.
O padre Miguel atuou na Pa-
rquia Santssima Trindade at o
incio de 2016 e ele sempre se pre-ocupou com as famlias da regio.
Assim, de tanto pensar na vida dos
jovens, crianas e seus familiares,
o jesuta buscou meios de garantir
as intervenes necessrias para
a execuo do Projeto Social So
Jos. Ele celebrou missas aqui
pArquiA SANTSSimA TriNdAde iNAuGurA NOVO eSpAO
diversas vezes e, com o olhar crtico s
questes sociais, viu que era necess-
rio, alm do trabalho religioso, fazer um
importante trabalho social, recordou
Liro Incio, morador da regio.
A obra da quadra poliesportiva teve
como caracterstica o desejo de trans-
formar em espaos mais apropriados os
ambientes j ocupados pelos moradores.
O projeto garantiu a ocupao do terreno
com intervenes que iro permitir a re-
alizao de atividades religiosas, espor-
tivas e/ou de lazer e convvio. Fizemos
a quadra, uma vez que j existia aqui um
campinho de futebol. Aproveitamos as
curvas de nvel do terreno para, no espao
mais baixo, edificar a quadra e, nos mais
altos, garantir mobilidade e rea verde
para as demais atividades religiosas e co-
munitrias, explica o engenheiro Emer-
son do Carmo, responsvel pelo projeto.
Danarino reconhecido internacio-
nalmente, Luiz Fernando, o Black-a, v
no espao mais uma oportunidade de os
jovens se manterem distantes das drogas
e da criminalidade. Ele atua, desde 2005, na comunidade So Jos com a condu-
o de oficinas sociais do programa Fica
Vivo! Agora, estudante de Educao Fsi-
ca, ele vai dar continuidade ao trabalho.
Com esporte, vamos atuar para que es-
ses jovens no se envolvam com as dro-
gas. Neste espao, erguido pela Paroquia,
podero canalizar suas energias e, quem
sabe, ser reconhecidos no futuro, como
hoje o Joel Martins, jovem que vive de
seu talento e estuda dana na UFMG (Uni-
versidade Federal de Minas Gerais), ele
fruto das oficinas antes realizadas neste
espao, afirmou.
PROjeTO SOCIAL SO jOS
As turmas do Projeto Social So
Jos atendem tambm os morados da
cidade vizinha de Vespasiano (MG). No
formato Telecentro, a sala das aulas de
informtica tem computadores com in-
ternet e acesso ao ensino de tcnicas de
informtica e digitao. J nas oficinas
de violo, os alunos so estimulados
prtica musical e organizam apresenta-
es peridicas para testarem os conhe-
cimentos adquiridos.
O padre Roberto Albuquerque abenoou a nova quadra da comunidade
26 27Em Em
COMPANhIA de jeSUS educAO
CONFeRNCIA SOBRe edUCAO ReNe FLACSI e jSN
Representantes da FLACSI (Fe-derao Latino-americana de Colgios da Companhia de Jesus) e da Rede de Colgios Jesutas
da Amrica do Norte (Jesuit Schools
Network - JSN) participaram de uma
Conferncia Conjunta, na Repblica
Dominicana, entre os dias 21 e 25 de junho. O encontro teve como objetivo
possibilitar avanos na formulao de
iniciativas e aes comuns que per-
mitam impactar a educao em todo o
continente americano.
Dois jesutas representaram o Bra-
sil na Conferncia: o delegado para a
Educao Bsica da Provncia dos Je-
sutas do Brasil BRA, padre Mrio
Sndermann, e o diretor geral do Co-
lgio dos Jesutas (MG), padre Srgio
Eduardo Mariucci.
Motivados pelo tema FLACSI-JSN:
Juntos com uma s Misso, os participan-
tes exploraram cenrios de colaborao e
definiram uma agenda comum de traba-
lho. Trabalhar juntos, em rede, produzi-
r maior impacto, em termos regionais e
nacionais, e nos unir como continente.
Para a FLACSI, isso tem sido muito impor-
tante porque a maneira como podemos
atuar mais significativamente em temas
nos quais todos estamos implicados e
sobre os quais temos grande responsabi-
lidade, afirmou o presidente da FLACSI,
padre Hugo Moreno.
Entre os temas trabalhados na Con-
ferncia Conjunta, destacaram-se a
Promoo da Identidade da Proposta
Educativa da Companhia de Jesus, a
Formao para a Liderana, reflexes
sobre os elementos centrais dos Progra-
mas de Intercmbio, alm do desenvol-
vimento de aes conjuntas dos col-
gios jesutas no continente americano
para promover a justia social, a cons-
cincia ecolgica e a solidariedade com
os migrantes. O alcance do trabalho
R
conjunto entre nossas duas redes pode
ir desde o intercmbio de experincias
significativas at comunicar, perma-
nentemente, o que se est fazendo em
cada uma de nossas Provncias, passan-
do pela Liderana Inaciana e as oportu-
nidades de conhecimento e interao.
Nossa agenda a agenda de Jesus e a
agenda de trabalho da Igreja, destacou
o presidente da JSN, padre Bill Muller.
Com experincias como a da Confe-
rncia Conjunta, os jesutas esperam se-
guir contribuindo para o crescimento e
a consolidao do trabalho dos colgios
em rede, fortalecendo o reconhecimento
das diversas obras da Companhia de Je-
sus como corpo apostlico universal. O
trabalhar Juntos, em rede, produzir maior impaCto, em termos regionais e
naCionais, e nos unir Como Continente
Pe. hugo Moreno, presidente da FLACSI
idioma no tem limitado o trabalho con-
junto das duas redes em construir pontes.
Assim como nos unimos, nos projetamos
e criamos conscincia de fazer parte e de
contribuir com esta rede global de educa-
o, mantida pela Companhia de Jesus,
comentou Felipe Carrillo, secretrio exe-
cutivo da FLACSI.
Padre Srgio Eduardo Mariucci
partilhou que passados dez anos do
ltimo encontro com essas caracters-
ticas, foram dados passos importantes
para maior intercmbio de informa-
es e experincias entre os colgios,
ampliando a conscincia de que o
trabalho em rede potencializa o que
bem realizado em mbito local.
Os padres Mrio Sndermann, delegado para a educao Bsica, e Srgio eduardo Mariucci, diretor geral do Colgio dos jesutas (Mg), representaram o Brasil no encontro
26 27Em Em
pe. pedrO rubeNS recONduzidO reiTOriA dA uNicAp
O padre Pedro Rubens Ferreira de Oliveira foi reconduzido reitoria da Unicap (Univer-sidade Catlica de Pernambuco) por
mais quatro anos. O anncio foi feito
no dia 3 de agosto, durante a abertu-ra da 2 Jornada Comunitria, evento que rene professores e funcionrios
e que marca o incio do semestre.
A deciso da Provncia dos Jesu-
tas do Brasil BRA foi oficializada em
carta escrita pelo provincial, padre
Joo Renato Eidt. Depois da nossa
conversa, das conversas que tive com
os jesutas que atuam na Unicap e
tambm do encontro com os pr-rei-
tores da universidade, escrevo, com
satisfao, caro padre Pedro Rubens,
para confirm-lo na funo de reitor
da Unicap no perodo de 2018 a 2021,
diz um trecho da carta.
No documento oficializando a
reconduo, o provincial agradece
ao padre Pedro Rubens por aceitar a
misso. Escrevo para agradecer, em
nome da Companhia de Jesus, pelo
importante trabalho que voc vem re-
alizando na liderana da Unicap como
reitor. Agradeo tambm pela sua dis-
ponibilidade e generosidade em con-
tinuar nessa mesma misso por mais
quatro anos. A solenidade de recon-
duo ser realizada em janeiro de
2018 em data a ser definida.Em seu discurso de acolhida, padre
Pedro Rubens fez um agradecimento
comunidade acadmica e comentou so-
bre o atual cenrio do pas. As diversas
crises que compem a situao atual
parecem agravadas com cada notcia,
sobretudo com a falta de perspectivas a
curto e mdio prazo. Desesperar jamais,
porm precisamos ter os ps no cho, a
inteligncia crtica, olhar aberto ao hori-
zonte e as mos abertas para contribuir
na construo de um futuro prximo.
jesuta exercer a funo de reitor por mais quatro anos
O reitor tambm destacou as aes
que vo nortear a universidade nos pr-
ximos anos. Considerando a realidade
complexa e esses tempos de incerte-
zas, devemos mais que nunca focar em
algumas orientaes rumo ao futuro
prximo, vislumbrando metas a curto,
mdio e longo prazo, renovando nossa
agradeo tambm pela sua disponibilidade e generosidade em
Continuar nessa mesma misso por mais quatro anos
Trecho da carta do Pe. joo Renato eidt, provincial do Brasil
motivao passo a passo, com cautela e
ousadia, disse ao se referir ao novo Pla-
no de Desenvolvimento Institucional,
ao primeiro Plano Diretor e ao Planeja-
mento Estratgico. Entre as aes, esto
reformas estruturais na universidade e
criao e implantao de novos ncleos
e diretorias.
28 29Em Em
Kolvenbach escreveu lembrando uma
caracterstica prpria do padre Joo
Darci: Ao contrrio de Jesus que per-
corria as estradas, cidades e aldeias da
Palestina para anunciar o Evangelho, a
sua Palestina se resumiu ao Colgio
Anchieta, em Porto Alegre. Lembra do
trabalho exercendo o ministrio sa-
cerdotal junto aos alunos, professo-
OS ALUNOS SO O SENTIDO DO
MEU VIVER*
Esse o lema que o padre Janjo
viveu intensamente durante 44 anos no Colgio Anchieta de Porto Alegre,
como professor de Religio, como
orientador religioso e como exmio
pedagogo em numerosssimas ativi-
dades extraclasse. O cho sobre o qual
atuava junto aos alunos, professores,
pais e mes, e demais colaboradores,
era os ptios do Colgio e, principal-
mente, as Casas de Juventude do Mor-
ro do Sabi e da Vila Oliva. No se can-
sava de exercer, nesses espaos, sua
nobre misso de sacerdote da Compa-
nhia de Jesus, de pedagogo inaciano e
de cuidadoso amigo das crianas, dos
adolescentes e dos jovens. Por isso,
sua morte, aos 83 anos de idade, foi to sentida e pranteada por todos.
Duas mensagens de seus amigos
so testemunhos eloquentes de sua ad-
mirao, gratido e saudosa lembrana:
Nesse 4 de julho parecia que o cu estava mais azul. A luminosidade desse
dia, entretanto, no refletia a alegria,
NA PAz dO SeNhORpe. jOO dArci jOhNPor Pe. Carlos henrique mller e Pe. Joo roque rohr
Padre Joo Darci John, conhe-cido, carinhosamente, como Janjo, nasceu em 24 de janeiro de 1934, na localidade de Linha Com-prida, naquela poca, pertencente ao
municpio de Montenegro (RS). In-
gressou na Companhia de Jesus aos 21 anos de idade, em 28 de fevereiro de 1955, na Casa de Provao So Jos, em Pareci Novo (RS), onde emitiu os vo-
tos do binio em 3 de maro de 1967.Os estudos de Filosofia e Teologia
foram feitos em So Leopoldo (RS), no
Colgio Mximo Cristo Rei, respecti-
vamente nos anos de 1959-1961 e 1965-1968. O intervalo de 1962 a 1964 foi vivi-do em Sede Capela, Itapiranga (SC), no
perodo chamado de Magistrio.
De 1969 at o dia de seu falecimento, padre Joo Darci John trabalhou em Porto
Alegre (RS), no Colgio Anchieta, assu-
mindo diversas funes, como orienta-
dor religioso, coordenador de atividades
extraclasse e administrador da casa de
Juventude do Morro Sabi, em Porto Ale-
gre, e a casa de Juventude de Vila Oliva, no
interior de Caxias do Sul (RS).
Padre Joo Darci John era muito es-
timado pelos membros da comunidade
dos jesutas e tambm pela comunida-
de educativa do Colgio Anchieta.
Na carta de felicitaes pelo jubi-
leu de ouro de vida religiosa na Com-
panhia de Jesus, o padre Peter-Hans
ele enCantava a todos Com o seu Jeito simples de viver a vida e sua dediCao s Crianas e aos Jovens
res, pais e funcionrios. Todos reco-
nhecem que sabe lidar com as crianas
com muito carinho.
Essa foi a vida do padre Joo Darci
John, com o qual muitos de ns convive-
mos e que nos deixou, durante sua vida,
um belo exemplo de simplicidade, fide-
lidade e f. Somos gratos e pedimos a ele
que interceda por ns junto do Pai.
nem serviu para animar milhares de
anchietanos espalhados por este mun-
do afora. Foi no incio dessa tera-feira
ensolarada que uma das melhores pes-
soas com quem convivemos nos deixou.
A lembrana do seu sorriso nos aquece
o corao e nos faz acreditar que ainda
h pessoas extraordinariamente boas
por a.
QUANTOS ENSINAMENTOS ESSE
JOVEM SENHOR NOS PASSOU, HEIN?
Ser bom, generoso e amoroso foram
as primeiras lies que ele nos deixou e,
tambm, as mais importantes, pois sa-
bemos o quanto o mundo ainda precisa
de pessoas assim. Ser humilde, ter em-
patia, ser paciente, ajudar ao prximo.
Ele encantava a todos com o seu jeito
simples de viver a vida e sua dedicao
s crianas e aos jovens. Pe. Janjo leva
um pouco de ns, mas muito dele ficar
conosco para inspirar-nos todos os dias
a sermos cada vez melhores.
SAUDADES PARA SEMPRE!
(*Testemunho do Pe. Joo Roque Rohr)
28 29Em Em
Natural de Gandia, Valencia (Es-panha), Jos Andrs Fayos Flo-rent nasceu em 30 de novembro de 1944. Batizado em 3 de dezembro, dia de So Francisco Xavier, anos depois, em
25 de outubro de 1962, Fayos ingressaria na mesma Ordem religiosa que o santo
ajudou a fundar.
Na Provncia de Aragn, ele fez os pri-
meiros votos em 24 de outubro de 1964 e foi para o Juniorado, em Aranjuez, onde
viveu e estudou humanidades de 1964 a 1966. Seu sonho missionrio trouxe-o para o Brasil em outubro de 1967, onde estudou Filosofia, na Faculdade Anchie-
ta, em So Paulo (1967 a 1969), e Teologia em So Leopoldo (RS), no Colgio Cristo
Rei, de 1972 a 1974, e em Fortaleza (CE), no ano de 1975. Importante foi o tempo de Magistrio, entre a Filosofia e Teologia,
em Fortaleza e Trairi. Nesse meio tempo,
em 21 de dezembro de 1974, retornou para
Gandia, onde foi ordenado, voltando ao
Brasil logo depois.
A partir da sua ordenao sacerdotal,
dedicou toda sua vida misso na regio
Nordeste do pas, de 1976 at seu faleci-mento em Fortaleza, no dia 5 de julho de 2017. Foi Proco nas cidades cearenses de
Amontada, Mirama, Baturit e Russas, e
em Teresina (PI). Trabalhou ainda na for-
mao dos nossos. Foi scio do mestre de
Novios durante trs anos (1988 a 1990), em Salvador (BA), e superior do Novicia-
do, em Feira de Santana (BA), de 1991 at
o ano de 1996. Padre Fayos tambm parti-cipou da Consulta da Provncia Setentrio-
nal (BRS) e foi revisor das Arcas Apost-
ele era um homem apaixonado pelo povo pobre, dediCou muitos anos da sua vida aColhendo, atendendo e visitando Famlias e Comunidades pelo serto [...]
NA PAz dO SeNhORpe. jOS ANdrS FAYOS FlOreNTPor Ir. eudson ramos e companheiros jesutas
licas. Nos ltimos dois anos, morava em
Russas (CE) e era Vigrio Paroquial.
Na carta dos 50 anos de vida religio-sa, celebrado em 25 de outubro de 2012, o Padre Geral, Adolfo Nicols, lembrou e
agradeceu sua disponibilidade de vir ao
Brasil ainda durante o tempo de formao
e depois de permanecer aqui realizando a
misso que a Companhia lhe havia confia-
do. Destacou, com muita gratido, o teste-
munho de prontido para servir onde h
maior urgncia e bem mais universal, ab-
negao e simplicidade de vida, zelo apos-
tlico e empenho para animar os outros
jesutas a perseverarem na Companhia.
Abaixo, compartilhamos alguns dos
vrios depoimentos de companheiros
jesutas e de pessoas que conheceram
Jos Andrs Fayos Florent, conhecido
como padre Fayos:
Padre Fayos chegou ao Brasil na
dcada de 1960 e fomos companheiros em todas as etapas da formao. De-
pois de ordenados, nunca estivemos
em uma mesma misso, mas, sempre,
a cada ano, nos encontrvamos em
reunies, nos Exerccios Espirituais,
etc. Havia uma sintonia muito forte
entre ns dois, mesmo exercendo tra-
balhos apostlicos diversos. O Fayos
tinha muita intimidade com Jesus.
Sua espiritualidade transpirava na
maneira de se apresentar, de acolher
as pessoas e na disponibilidade para
servir. Era um homem de orao, um
autntico contemplativo na ao,
conta o padre Pedro Vicente Ferreira.
O padre Jackson Alves de Carvalho
tambm lembra com carinho de padre
Fayos. Ele tinha um grande amor pelos
pobres do Nordeste, do Cear e do Bra-
sil, terra que o escolheu para aqui en-
tregar sua vida, no seguimento a Jesus
Cristo. Terra onde ele, tantas vezes, no
rosto do pobre e ele, pobre, viu a face de
Cristo pobre, desfigurado, e foi em seu
socorro, recorda.
O padre Francisco Almenar Burriel,
conhecido como Paco, tambm relem-
bra esse amor que padre Fayos tinha pe-
las pessoas mais humildes. Ele era um
homem apaixonado pelo povo pobre,
dedicou muitos anos da sua vida aco-
lhendo, atendendo e visitando famlias
e comunidades pelo serto de Amon-
tada (CE), incansvel, junto com outro
companheiro, padre Felipe Carsi. Era
evangelicamente comprometido com a
luta pela justia e paciente com a len-
ta caminhada por alcan-la. De mente
crtica e aberta e de profunda espiritu-
alidade. Quando nos encontrvamos,
no tinha segredos entre ns, pois ele
transpirava confiana e amizade fiel.
Agora, eu fico aqui, cheio de saudades
do meu querido companheiro, mesmo
sabendo que ele est na casa do Pai nos
abenoando. No imaginei que viajaria
to cedo. Agradeo a Deus pela sua vida
e milagres, que me animam a continuar
gastando a vida pelos mais desfavoreci-
dos e desprezados, finaliza.
Que descanse na paz do Senhor!
30 31Em Em
ltimos votos e incorporou-se, defini-
tivamente, na Companhia de Jesus, em
celebrao realizada no Seminrio So
Jos, em Santa Maria (RS), em 2 de feve-reiro de 1964.
No seu ministrio apostlico, predo-
minam os trabalhos paroquiais, exercidos
em diversas Parquias. Dedicou-se, tam-
bm, com muito empenho, na promoo
vocacional. Fez campanhas para ajudar os
seminaristas pobres, visitou muitas fam-
lias de apostlicos e ajudou em diversas
parquias nos perodos de frias.
Em 1963, foi destinado ao Seminrio So Jos, em Santa Maria, onde foi pro-
fessor de Latim, Portugus, Matemtica,
Geografia e Religio. Ao mesmo tempo,
exerceu atividades como Capelo do San-
turio da Medianeira, da Congregao Ma-
riana e do Apostolado da Orao.
A partir de 1965, encontramos o padre Link dedicado Pastoral direta em par-
quias. Daquele ano at 1969 na Parquia de Santa Lucia, em Caibat (RS). Alm do tra-
balho paroquial, foi professor de religio
na escola pblica e responsvel pelo san-
turio dos Beatos Mrtires Rio-grandenses
em Caar. Padre Link foi o ltimo jesuta
proco em Caibat. Foi proco na parquia
de Pirap, no municpio de So Nicolau.
Durante todo esse perodo, visitou capelas
rurais e cuidou do Santurio dos Mrtires
em Caar. Atendia a mais de 60 capelas. Durante algum tempo, teve como compa-
nheiro o irmo Incio, que voltou de Roma
(Itlia) e foi secretrio da Parquia.
A partir de 1969, ele trabalhou em di-versas parquias no Rio Grande do Sul,
incluindo a da Santssima Trindade, em
Porto Alegre, onde foi vigrio paroquial.
Durante os anos de 1974 a 1979, foi auxi-liar na Parquia de So Borja. L, durante
algum tempo, foi professor de Latim na
Faculdade de Letras, enquanto atendia
parquia. Padre Norberto foi o primeiro
NA PAz dO SeNhORpe. pedrO NOrberTO liNKPor Pe. Incio spohr
O padre Link, como era conhecido, natural da regio missioneira. Nasceu em 30 de junho de 1927, na Vila Campina, hoje municpio de Campi-
na das Misses (RS). Foi batizado no mes-
mo ano, dia 19 de junho. O pai chamava-se Joo Wilibaldo Link e a me, Luiza Kuhn.
Padre Norberto teve uma irm religiosa,
Carmen, e um irmo jesuta, Igncio.
Entrou na Companhia de Jesus em
Pareci Novo (RS), em 28 de fevereiro de 1947, tendo como Mestre de Novios o pa-dre Lo Kohler. Emitiu os votos do binio
em 6 de maro de 1949. Em seguida, na mesma casa, fez o Juniorado, estudando
Humanidades e retrica. Durante os anos
de 1951 a 1953, estudou Filosofia no Col-gio Cristo Rei. No perodo do magistrio,
entre os cursos de Filosofia e Teologia, ele
esteve em Salvador do Sul (RS), no Col-
gio Santo Incio. Ali, ensinou Latim, Por-
tugus e Matemtica, alm de exercer o
cargo de Prefeito da 1 Diviso. Retornan-do ao Colgio Cristo Rei, em 1957, estudou Teologia at 1960.
Foi ordenado presbtero em 6 de de-
zembro de 1959, na Igreja So Pedro, atual municpio de So Pedro da Serra, em cele-
brao presidida pelo bispo dom Alonso
Silveira de Mello, SJ, ento bispo de Dia-
mantino, no Mato Grosso. Com ele, foram
ordenados Edgar Lermen e lio Stein.
Depois da Terceira Provao, em Trs
Poos, no Rio de Janeiro, sob a orienta-
o do padre Dainese, padre Link fez os
proco jesuta da Parquia de So Miguel
das Misses, onde trabalhou at o final
de 1984. Depois desse tempo, o vemos, novamente, na Parquia de So Nicolau.
Ele manteve, durante esse tempo, um pro-
grama na Rdio So Lus, muito escutada
nessa regio.
Em 1992 e 1993, esteve no municpio de Itapiranga (SC). Foi auxiliar no Col-
gio Agrcola So Jos, em Sede Capela, e
auxiliou na Parquia So Pedro Cansio.
De 1993 a 2003, foi nomeado proco ad personam na Parquia Senhor Bom Je-
sus, de Miragua, ajudando, tambm, na
parquia vizinha.
Em um breve tempo, em 2003, foi vi-grio paroquial na Parquia So Pedro, em
Foz do Iguau (PR), voltando depois para o
oeste catarinense, onde atuou como vig-
rio paroquial em So Joo do Oeste.
Na Santa Casa de Misericrdia, de
Porto Alegre, exerceu atividades pastorais
durante o ano de 2005. Em 2007 e 2008, foi vigrio paroquial na Parquia Santo Ant-
nio, em Ubirat (PR). J em 2009, foi para o Colgio Santo Incio, em Salvador do Sul
(RS), para ajudar em retiros e ajudar nas
comunidades da Parquia.
Em 2015, foi destinado para a Residn-cia de Sade e Bem-Estar So Jos, em So
Leopoldo (RS). Alm de cuidar de sua sa-
de e rezar pela Igreja e pela Companhia, ele
tambm dedicava-se a diversas atividades
pastorais. Padre Link sempre foi uma pes-
soa de bom humor, esprito esportivo e
grandeza de nimo. Era muito disponvel,
estando pronto para ir a qualquer lugar.
Escreveu muitos artigos interessantes
no Informativo da Provncia. Conseguia,
com facilidade, ajuda de pessoas para as
obras apostlicas.
Padre Link faleceu no dia 15 de julho, com 9