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* Grazielli de Moraes Silva – Aluna de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação – FESPSP. Assistente de Biblioteca. E-mail: [email protected] * Venina de Delmondes Herculano - Aluna de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação – FESPSP. E-mail: [email protected] SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA Grazielli de Moraes Silva * Venina de Delmondes Herculano * RESUMO: O presente trabalho apresentado ao I Seminário de Iniciação Científica da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP apresenta a classificação em suas vertentes, aborda a classificação bibliográfica no geral, diferenciando seus muitos aspectos desde a primeira classificação na antiguidade, até as dos dias de hoje. Dentre os tipos de classificação as mais conhecidas são a Classificação Decimal de Dewey (CDD) e Classificação Decimal Universal (CDU). O artigo auxilia o profissional da informação a escolher o melhor sistema a ser utilizado em sua unidade de informação. Estuda ainda os princípios teóricos da classificação fazendo uma passagem por todos os sistemas de classificação já existentes até os dias atuais. Apresenta as vantagens e desvantagens dos sistemas de classificação de maneira a tornar mais clara a escolha dos mesmos. Apresenta ainda as semelhanças e diferenças entre as classificações. Deixando a critério do Bibliotecário a escolha da melhor classificação, de acordo com o tipo de unidade de informação e o tipo de usuário existente. A metodologia utilizada foram pesquisas bibliográficas em base de dados, em livros e artigos referentes ao assunto tratado. Finaliza apresentando o Sistema de Classificação Bibliográfica por cores, muito usado em bibliotecas infantis, visto que possibilita o contato visual de maneira mais rápida, possibilitando mais eficácia na busca dos usuários. Palavras-chave: Linguagens pré-coordenadas; Sistemas de Classificação; Teoria da Classificação.

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Page 1: SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA · Classificação Decimal de Dewey ... classe mais baixa. Séc. IV Fonte: ... Sistema de Classificação da Biblioteca do Congresso

* Grazielli de Moraes Silva – Aluna de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação – FESPSP. Assistente de Biblioteca. E-mail: [email protected] * Venina de Delmondes Herculano - Aluna de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação – FESPSP. E-mail: [email protected]

SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

Grazielli de Moraes Silva*

Venina de Delmondes Herculano*

RESUMO: O presente trabalho apresentado ao I Seminário de Iniciação Científica da

Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP apresenta a

classificação em suas vertentes, aborda a classificação bibliográfica no geral,

diferenciando seus muitos aspectos desde a primeira classificação na antiguidade, até

as dos dias de hoje. Dentre os tipos de classificação as mais conhecidas são a

Classificação Decimal de Dewey (CDD) e Classificação Decimal Universal (CDU).

O artigo auxilia o profissional da informação a escolher o melhor sistema a ser

utilizado em sua unidade de informação. Estuda ainda os princípios teóricos da

classificação fazendo uma passagem por todos os sistemas de classificação já

existentes até os dias atuais.

Apresenta as vantagens e desvantagens dos sistemas de classificação de maneira a

tornar mais clara a escolha dos mesmos. Apresenta ainda as semelhanças e

diferenças entre as classificações. Deixando a critério do Bibliotecário a escolha da

melhor classificação, de acordo com o tipo de unidade de informação e o tipo de

usuário existente.

A metodologia utilizada foram pesquisas bibliográficas em base de dados, em livros e

artigos referentes ao assunto tratado.

Finaliza apresentando o Sistema de Classificação Bibliográfica por cores, muito usado

em bibliotecas infantis, visto que possibilita o contato visual de maneira mais rápida,

possibilitando mais eficácia na busca dos usuários.

Palavras-chave: Linguagens pré-coordenadas; Sistemas de Classificação; Teoria da

Classificação.

Page 2: SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA · Classificação Decimal de Dewey ... classe mais baixa. Séc. IV Fonte: ... Sistema de Classificação da Biblioteca do Congresso

2 1 INTRODUÇÃO

Para que a busca de um usuário em um serviço de informação seja de

qualidade e eficaz, são necessários vários procedimentos, dentre eles encontra-se a

classificação do item. Procedimento esse realizado dia a dia pelo homem, que vive

classificando as coisas, as pessoas através de rótulos, classes, gêneros dentre muitas

outras coisas.

Em um Sistema de informação existem várias maneiras de se classificar os

documentos existentes, independente de seu formato.

Esse trabalho objetiva apresentar o histórico da classificação, os diferentes

tipos de classificação existente, bem como seus patronos e aplicabilidade.

Depois de realizada a pesquisa acerca dos tipos de classificação, cumpre

ressaltar aqui antes de darmos inicio ao trabalho, que optamos por expor alguns

exemplos de classificação diferentes inclusive uma aplicação do sistema de

Classificação por Cores, sistema esse muito utilizado em bibliotecas comunitárias e/ou

autogeridas.

Esperamos lograr com clareza as ideias aqui expostas a fim de explanar os

vários tipos de classificação existentes e ainda, mostrar que mesmo a classificação

tendo um padrão a ser cumprido, a mesma pode ser moldada de acordo com a

necessidade de cada Serviço de Informação e de seus usuários, sem perder sua

originalidade.

2 CLASSIFICAÇÃO

A palavra classificar tem sua origem do latim, classis que se designavam os

grupos dos povos romanos que eram divididos e classificados hierarquicamente

aplicando suas diferenças sejam elas sociais, culturais ou quaisquer outras.

Ou seja, a classificação nada mais é que separar e agrupar as coisas

(documentos) por grupos diferentes, mantendo certa ordem.

Segundo Piedade (1977, p. 9) “classificar é dividir em grupos ou classes,

segundo as diferenças e semelhanças.”. Ou seja, agrupar como forma de manter cada

coisa em seu lugar, seguindo os diferentes aspectos que cada coisa apresenta.

Para a área da Biblioteconomia a Classificação nada mais é que atribuir um

símbolo (número, cor, gênero) para designar cada documento de maneira a facilitar a

busca do usuário. É traduzir os assuntos do documento da linguagem natural para a

linguagem artificial utilizada pelos sistemas de classificação que aqui serão

apresentados.

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3 2.1 Histórico da Classificação até 1870.

Sistema PINAKES,

desenvolvido por

Calímacus, chefe da

Biblioteca de

Alexandria.

Classificava

dividindo segundo

o tipo de escritores.

Biblioteca do

Assurbanipal.

Classificava as

Placas de Argila

em duas

grandes Classes.

Idade Média –

Igreja toma conta.

Classificava

dividindo pelo

suporte dos

materiais e

tamanho, ordem

alfabética.

Antiguidade 260 – 240 a.C Até Séc. XV 384 - 322 a.C

Aristóteles divide a

ciência em três

partes, e um

mesmo

conhecimento

poderia estar

agregado a mais de

uma das partes.

Classificava:

- parte teórica

(conhecimento em

si).

- parte prática

(conhecimento

como guia de

conduta)

- parte produtiva:

(criação).

Porfírio aplica um

sistema de

oposição ao de

Aristóteles.

Classificação

estabelecida por ele

ficou conhecida

com “árvore de

Porfírio”,que se

constituía em

dividir um grande

gênero em outros

tantos gêneros

menores e opostos

um ao outro, até

que se alcançasse a

classe mais baixa.

Séc. IV

Fonte: (BIBLIOTECA) Figura 1. Placas de Argila.

Fonte: (APANACEIAESSENCIAL) Figura 3. Calímacus.

Fonte: (CONSCIENCIA) Figura 2. Aristóteles

Fonte: (EDUCAÇÃO UOL) Figura 4. Árvore de

Porfírio.

Fonte: (BORBOLETASAOLUAR)

Figura 5. Monge nas Bibliotecas de Idade média.

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16--

Os livreiros de Paris

elaboraram um

sistema de

classificação, e

Jacques Charles

Brunet aproveitou

para o sistema para

preparar um outro

chamado “Manuel

de Libraire et de

L´AmateurdesLivres

Classificavaem

cinco grandes

áreas.

1561 - 1626

Francis Bacon

publicou uma

“Carta do saber

humano”. –

Filosofia (totalidade

de conhecimento) e

subdividiu em

áreas.

1643

Gabriel Naudé

publicou a um

catálogo

Bibliográfico

chamado

“AdvispourDresser

Une Bibliothèque”.

Classificava as

obras em 12 classes

principais.

1549

Konrad von Gesner

publicou a

BibliothecaUniversa

lis.

Classifica um

campo grande -

Filosofia (totalidade

de conhecimento) e

subdividiu em

áreas.

Fonte: (NNDB) Figura 6. Konrad von

Gesner

Fonte: (WIKIPÉDIA) Figura 7. Gabriel Naudé

Fonte: (BIBLIOPOLIS) Figura 8.

Fonte: (QUEM DISSE) Figura 9. Francis Bacon

1798 - 1857

Augusto Comte.

Classificava segundo

designação da

humanidade em

seus períodos

históricos:

teológico/metafísico

/positivo.

Fonte: (GRUPOESCOLAR) Figura 10. Augusto

Comte

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2.2 Métodos de Classificação Modernos.

Para que se possa entender os métodos de classificação modernos que serão

apresentados a seguir, fez-se necessário um levantamento dos métodos apresentados

no capítulo anterior (antiguidade), métodos estes que serviram de base para muitas

das classificações modernas. Os Sistemas de Classificação apresentados a seguir

refere-se à modernidade.

William Torrey

Harris (cuja divisão

do conhecimento

humano inspirou

Melvil Dewey).

Classificava por

áreas do

conhecimento nas

seguintes classes:

artes, ciências,

ficção, história.

1870

Fonte: (AMERICAN EDUCATION)

Figura 11. William Torrey.

Rudolf Carnap.

Classificou as

ciências em:

- Formais

- Factuais

1891 - 1970

Fonte: (NNDB) Figura 12.Rudolf Carnap

CUTTER publicou a

Classificação Expansiva,

que consiste em sete

classificações, cada uma

mais minuciosa que a

precedente.

Desenvolveu um Catálogo

de Índice, que poderia ser

de:

- Autor

-Assunto

-Título

Fonte: (FINDAGRAVE) Figura 13.Charles Ammi Cutter

1837 - 1903

Page 6: SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA · Classificação Decimal de Dewey ... classe mais baixa. Séc. IV Fonte: ... Sistema de Classificação da Biblioteca do Congresso

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2.2.1 LCC –Library of Congress – 1897

Sistema de Classificação da Biblioteca do Congresso (Washington), criada por

Herbert Putnam, essa classificação além de utilizada na própria Biblioteca do

Congresso é também utilizada em países de língua inglesa, porém seu uso é muito

menor que a CDD, que será citada mais a frente.

Assim que se deu início a esse sistema de classificação a Biblioteca já continha

em seu acervo cerca de 3 milhões de obras, essas obras foram reunidas por assuntos

e estudou-se em seguida as relações entre eles.

É um modelo de classificação alfanumérico.

Primeiro dividiu-se as áreas do conhecimento em 21 grupos identificadas por

letras do alfabeto (veja tabela 1), que poderiam ser detalhadas por subdivisões,

podendo incluir facilmente novos tópicos se necessário. A primeira subdivisão é

realizada por outra letra e a respectiva se faz em números até que se chegue ao nível

de detalhamento adequado ao assunto tratado.

Tabela 1

A Generalidades B Filosofia, Psicologia, Religião C Ciências auxiliares da História D História Geral e História da Europa E História da América (Generalidades e EUA) F História da América (outros países) G Geografia. Antropologia. Lazer H Ciências Sociais J Ciências Políticas K Direito L Educação M Música, Musicologia N Belas Artes P Linguística e Literatura Q Ciências R Medicina S Agricultura T Tecnologia U Ciência Militar V Ciência Naval

Z Bibliografia, Ciências da Infomação e das

Bibliotecas

Fonte: (VALENTE, Iolanda Sofia Rendeiro).

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Exemplo de detalhamento de assunto:

Q Ciência

QA Matemática

QA 101 Aritmética

QA 152 Álgebra...

QBAstronomia ...

QK Botânica...

2.2.2 Classificação de Brown – Subject Classification - 1906

Criado por James Duff Brown, Bibliotecário um dos primeiros a escrever livros de

Biblioteconomia e criar o único sistema de classificação geral da Inglaterra.

Esse sistema de classificação é como se cada assunto tivesse uma localização

específica, seguindo a ordem de surgimento no Universo.

Segundo Deus (-----, p. 4) “Assim, primeiro surgiu a Matéria e a Força, que

geraram a Vida, esta produziu a Razão, que deu origem ao Registro dos fatos.”. Que é

o modo de divisão que Brown utilizava em sua classificação (veja Tabela 2).

Atualmente é uma classificação em desuso.

Tabela 2

Fonte: (DEUS, Dalba R.C. de.)

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2.2.3 Classificação de Bliss – Bibliographic Classification– 1933

Henry Evelyn Bliss (1870 -1955) levou cerca de 25 anos para estudar a

Classificação Bibliográfica .

Foi o primeiro a dizer que o esquema de classificação proposto por ele,

representava a “organização do conhecimento”.

Bliss queria uma classificação adaptável a qualquer tipo de biblioteca, e como

solução para isso ele criou um sistema onde um assunto poderia ser classificado em

diferentes “lugares”, onde cada biblioteca poderia escolher o lugar mais plausível para

tal. Além de uma localização alternativa, ele propôs uma notação breve e concisa e

organização do conhecimento de acordo com cada biblioteca.

É apresentado como um sistema que apresenta um dos melhores

desenvolvimentos de classes encontrado em classificações bibliográficas.

2.2.4 Classificação Facetada – Colon Classification - Ranganathan – 1933

Fonte: (BIBLIOTECARI-MICHELE) Figura 15. ShiyaliRamamritaRanganathan

Fonte: (PENSAPEDIA) Figura 14. Henry Evelyn Bliss

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ShiyaliRamamritaRanganathan, foi o responsável pela criação da classificação

facetada, também chamada de Classificação de Dois Pontos. Sua criação de deve ao

fato da insatisfação dos sistemas de classificação existentes até a época visando

assim, representar os assuntos complexos e compostos. Ranganathan baseou-se na

Árvore Baniana onde vários troncos secundários são formados de tempos em tempos

ao tronco original, e associou esses troncos como se fossem assuntos.

Ele dividiu em cinco classes principais que se denominava PMEST:

P – Personality: (faceta principal) – distingue o assunto (personalidade);

M – Matter: distingue o material físico do qual um objeto pode ser composto

(matéria);

E – Energy: responsável pela identificação da atividade ou processo que ocorra

com o assunto (energia);

S – Space: identifica aonde o assunto acontece (localização/ espaço);

T – Time: quando o assunto acontece (tempo).

Analisa-se o assunto e particiona-se os conceitos dentro das facetas

identificadas a cima. E essas facetas podem ser divididas em subfacetas.

É conhecida como esquema analítico sintético devido a envolver dois

processos que são: análise do assunto em facetas e a síntese dos elementos que

constituem o mesmo. Aonde, o assunto vai sendo dividido em subclasses até que

suas variações sejam esgotadas.

A Classificação Facetada permite que quem busca a informação tenha um

ampla possibilidade de busca e navegação da mesma informação.

2.2.5 Classificação Decimal de Dewey – 1876

Criada por Mevil Dewey (Figura 16), donde provém o nome da classificação, com

cerca de 22 revisões. Tem uma organização sistémica, seguindo as áreas

convencionais que são divididas em dez áreas do conhecimento que tentam cobrir

todas as áreas do conhecimento existentes. Suas subclasses vão sendo divididas de

dez em dez.

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A Classificação de Dewey, pode analisar o assunto em um ou mais pontos de

vista, fazendo com que isso um determinado assunto possa ser classificado em mais

de um ponto de vista. É uma classificação numérica, e, muito utilizada nas Bibliotecas

dos Estados Unidos e Reino Unido porém, foi traduzida em várias línguas facilitando

assim seu uso.

A seguir a tabela de assuntos Gerais da Classificação Decimal de Dewey:

Tabela 3: Classes Principais da CDD

000 Obras Gerais

100 Filosofia

200 Religião

300 Ciências Sociais

400 Linguística

500 Ciências Puras

600 Tecnologia

700 Artes

800 Literatura

900 História

Fonte: (ROBREDO, Jame).

Onde pode-se dividir as classes em subclasses como por exemplo: na Classe

000–Obras Gerais, onde suas subclasses são divididas as seguinte forma:

000 Ciência da computação, conhecimento e sistemas. 010 Bibliografia 020 Ciência da informação e bibliotecas 030 Enciclopédias e anuários ... 050 Revistas, jornais e séries. 060 Associações, organizações e museus. 070 Mídia informativa, jornalismo e publicações. 080 Citações. 090 Manuscritos e livros raros.

Fonte: (THEBITENLINE) Figura 16. MevilDewey

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E dessas subclasses pode ir se destrinchando cada vez mais o assunto, até que

chegue a um número que represente o conteúdo intelectual da obra.

2.2.6 Classificação Decimal Universal – 1905

O sistema de Classificação Universal foi desenvolvido pelos ilustres Henri La

Fontaine e Paul Otlet, seguindo a estrutura da CDD (Classificação Decimal de Dewey),

porém com objetivos maiores. Vários Especialistas e Bibliotecários trabalharam em

prol das atualizações da CDU.

A diferença entre CDD e CDU está no modo como os assuntos podem ser

correlacionados. E a CDU possuí tabelas auxiliares uma delas e composta por

símbolos tais como (mais, travessão, ponto e vírgula, parênteses entre outros) cada

um correspondente a uma função determinada como, por exemplo, (forma do item,

linguagem, povos e raça, tempo etc.), e também símbolos especiais para notação.

Com isso a CDU supre a necessidade que se fez presente nos outros tipos de

classificação que era dar conta dos detalhes bibliográficos existentes. E assim, permite

com que possa especificar mais o assunto a ser classificado.

A seguir Tabela de Assuntos Gerais da CDU:

Fonte: (EUS2COMIDA) Figura 18. Paul Otlet

Fonte: (WIKIPEDIA) Figura 17. Henry La Fontaine

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Tabela 4: Classes Principais da CDU

0 Generalidades, Documentação Biblioteconomia.

1 Filosofia. Ética. Psicologia.

2 Religião. Teologia.

3 Ciências Sociais. Direito administrativo.

4 Livre

5 Matemática. Ciências Naturais.

6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia

7 Artes. Arquitetura. Esportes.

8 Línguas. Literatura.

9 Geografia. Biografia. História.

Fonte: (ROBREDO, Jame).

A CDU obedece a uma ordem de colocação, e deve ser seguida, veja:

Tabela 5: Tabela Auxiliar de Pontuação:

Ponto de

Vista

Lugar Tempo Forma Língua

.00 (...) “...” (0...) =

Fonte: (ROBREDO, Jame).

Cada símbolo obedece a uma hierarquia e um padrão, o que faz com que a CDU

seja mais específica em sua classificação.

2.2.7 Classificação Por Cores – Uma outra alternativa

Existem tipos de classificação, que pouco são utilizados, no entanto, tem muita

funcionalidade dependendo do caso e dos usuários.

A classificação por cores é muito útil para Bibliotecas Infantis, Comunitárias e/ou

Autogeridas.

Tem um cunho mais prático de localização no acervo.

Esse é um dos únicos sistemas de classificação que dá autonomia ao Bibliotecário

para adaptar o código (cor) ao assunto de material.

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Na Biblioteca no CVSP (Centro de Voluntariado de São Paulo), utiliza-se essa

classificação para facilitar a busca do usuário, já que não é sempre que a Bibliotecária

e/ou Coordenadora está presente no local.

O Processo de Classificação por cores realizado no CVSP se dá da seguinte

maneira:

- Confeccionou-se uma tabela de Cores com seus respectivos assuntos e cola-se

a etiqueta de da cor para representar o assunto do item, e, além disso, vai

incrementando com números (subclasses):

TERCEIRO SETOR – 1 Comunidade Solidária

2 Direito e Economia

EMPRESARIAL – 1 Voluntariado Empresarial

2 Relatório de Empresas

3 Institutos

COMUNICAÇÃO

E ai vai identificando os assuntos por cores e os sub assuntos por números.

Vejamos as fotos a seguir para exemplificar:

Fonte: (GrazielliMoraes) Figura 19. Classificação Por Cores

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Essa é uma alternativa muito utilizada em Biblioteca Infantil e Infanto-juvenil, por

ser uma alternativa fácil de visualizar e identificar. Veja Tabela aplicada à CDD

utilizada para algumas Bibliotecas:

3 CONCLUSÃO

O presente trabalho permite um levantamento e avaliação dos sistemas de

classificação, desde os primórdios dos tempos.

Percebeu-se que o Sistema de Classificação da Biblioteca do Congresso é um

sistema de difícil usabilidade devido ao mesmo ser alfanumérico, e ainda, devido ao

mesmo ser um sistema desenvolvido para uma instituição em específico acaba não

tendo uma boa aplicabilidade para qualquer biblioteca.

Já a CDD e a CDU tem uma maior difusão e maior aplicabilidade nas unidades de

informação.

A CDU é de extrema flexibilidade. Seu sistema numérico é mais fácil de usar. Além

disso, tem uma grande possibilidade de migração de outras unidades de informação,

tornado assim a informação mais padronizada e de fácil acesso aos usuários.

Contudo, o sistema de Classificação que mais chama a atenção é a Classificação

por Cores, que possibilita o usuário ter um contato visual de forma a facilitar sua

busca.

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16 HENRY LA FONTAINE. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_La_Fontaine>. Acesso em 23 fev. 2012. KONRAD von Gesner. Disponível em: <http://www.nndb.com/people/643/000050493/>. Acesso em: 20 fev. 2012. LITTON, Gaston. Classificação e catalogação. São Paulo: McGraw-Hill, 1975. p. 1 – 22. CIÊNCIA da informação e biblioteconomia: novos conteúdos e espaços de atuação. Belo Horizonte: UFMG, 2005. 143 p. 39 – 43. MANN, Margaret. Catalogação e classificação de livros. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1962. 338 p. MELHORES Frases. Disponível em: <http://www.quemdisse.com.br/tema.asp?t=melhores-frases&tema=19>. Acesso em: 19 fev. 2012. MORAES, Grazielli. Classificação por Cores. 2012. ORGANIZAÇÃO da informação: princípios e tendências. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 2006. p. 36-45. PAUL OTLET o idealizador da web. Disponível em: < http://eus2comida.blogspot.com/2010/11/paul-otlet-o-idealizador-da-web.html>. Acesso em 23 fev. 2012. PIEDADE, Maria A. R. Introdução à teoria da classificação. 1. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1977. PINHEIRO, Mariza Inês da Silva; SACHETTI, Vana Fátima Preza. Classificação em cores: uma alternativa para bibliotecas infantis. Disponível em: <http://gebe.eci.ufmg.br/downloads/319.pdf>. Acesso em: 23 fev. 2012. RANGANATHAN, Shiyali Ramamrita. Disponível em: < http://bibliotecaria-michele-irigaray.blogspot.com/2011/08/ranganathan-shiyali-ramamrita.html>. Acesso em: 22 fev. 2012. ROBREDO, Jaime; (COL.), Murilo B. da Cunha. Documentação de hoje e de amanhã: uma abordagem informatizada da biblioteconomia e dos sistemas de informação. 2.ed. rev. ampl. Brasilia: Edição de Autor, 1986. 400 p. RUDOLF Carnap. Disponível em: <http://www.nndb.com/people/754/000113415/>. Acesso em 20 fev. 2012

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17 SILVA, Márcio Bezerra da. A teoria da classificação facetada na modelagem de dados em banco de dados computacionais. p. 53. Disponível em: <http://bdtd.biblioteca.ufpb.br/tde_arquivos/8/TDE-2011-09-01T075901Z-1153/Publico/arquivototal.pdf>. Acesso em: 21 fev. 2012 SOUZA, Sebastião de. CDU: como entender e utilizar a 2ª edição – Padrão internacional em língua portuguesa. 2. ed. Brasília: Thesaurus, 2010. VALENTE, Iolanda Sofia Rendeiro. Tecnologias de Informação Documental: Comparação entre Formatos de Classificação. Disponível em: <http://www.cerem.ufp.pt/~nribeiro/aulas/tid/TID_iolanda_valente.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2012. WILLIAM Torrey Harris. Disponível em: <http://american-education.org/987-harris-william-torrey-18351909.html>. Acesso em: 19 fev. 2012.