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Departamento de Engenharia Industrial SISTEMAS DE ALERTA EXISTENTES NO RIO DE JANEIRO Aluna: Renata Marques de Britto Orientadora: Adriana Leiras Introdução Desastres são eventos súbitos e altamente complexos que são caracterizados por atingir uma determinada região causando danos econômicos, sociais e ambientais, podendo resultar em mortos e feridos [17]. Desastres naturais (furacões, enchentes, terremotos, maremotos) e emergências complexas (fome, conflito armado e deslocamento massivo de população) apresentam cada vez maiores impactos sobre comunidades e nações por todo o mundo e previsões confirmam que esta tendência deve continuar [6]. Acontecimentos recentes e de grandes proporções como a série de desastres no Japão, e os deslizamentos na região serrana fluminense em 2011, vem demonstrando a grande vulnerabilidade das sociedades atuais, o que evidencia a necessidade de uma gestão diferenciada para estes eventos. As operações de resposta a desastres envolvem a participação direta de diversos atores: organizações não governamentais, imprensa, doadores (pessoas e empresas), governos e aparatos públicos, como o corpo de bombeiros, agentes de saúde, defesa civil e forças armadas. Porém, os interesses não variam apenas conforme as partes envolvidas, mas também com a etapa para a qual a ação é dirigida: prevenção, preparação, resposta e/ou reconstrução [19]. As características específicas das operações humanitárias trazem grandes desafios no sentido do desenvolvimento de modelos de gestão que possam levar em conta tais especificidades. Faz-se necessária, portanto, uma maior compreensão das interações entre as entidades envolvidas em um desastre e, consequentemente, um aprimoramento das técnicas de gestão dos recursos necessários para garantir o sucesso de uma resposta efetiva ao evento. Esforços acadêmicos e práticos estão sendo cada vez mais mobilizados para o desenvolvimento de conhecimento e ferramentas apropriadas para a gestão de desastres e redução de impactos econômicos e sociais em decorrência dos mesmos. Até 2006, existia apenas um corpo limitado de pesquisa sobre Gestão de Operações Humanitárias [3]. Entretanto, desde então, observa-se que a disciplina tem evoluído como corpo teórico, sendo, contudo, ainda incipiente no Brasil. Os resultados negativos provenientes desses eventos têm crescido muito devido ao grande aumento da densidade demográfica nas populações e ao crescimento urbano desordenado, especialmente nos países emergentes. Segundo [12], o prejuízo material gerado apenas por desastres naturais correspondeu, em 2012, ao recorde de 157,3 bilhões de dólares. Frente à realidade geopolítica brasileira e a urgente necessidade de desenvolvimento na área de gerenciamento de desastres no Brasil, pode-se dizer que os sistemas de alarme e alerta de desastres são de extrema importância para evitar ou reduzir danos, tanto para o Governo, quanto para as empresas e para a população das áreas afetadas. De acordo com [21], os sistemas de alerta prévio são os mecanismos ou ações que permitem monitorar as ameaças que podem levar a desastres, desencadeando respostas coordenadas que permitem salvar vidas e os meios de subsistência da população. Para [15], os sistemas de alarme servem para alertar a população em risco antes ou durante um processo de evacuação e ainda podem servir para informar que tipo de ações elas podem tomar para salvar suas vidas e as vidas de outras pessoas. Apesar de sua importância, o

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Departamento de Engenharia Industrial

SISTEMAS DE ALERTA EXISTENTES NO RIO DE JANEIRO

Aluna: Renata Marques de Britto

Orientadora: Adriana Leiras

Introdução

Desastres são eventos súbitos e altamente complexos que são caracterizados por

atingir uma determinada região causando danos econômicos, sociais e ambientais, podendo

resultar em mortos e feridos [17]. Desastres naturais (furacões, enchentes, terremotos,

maremotos) e emergências complexas (fome, conflito armado e deslocamento massivo de

população) apresentam cada vez maiores impactos sobre comunidades e nações por todo o

mundo e previsões confirmam que esta tendência deve continuar [6]. Acontecimentos

recentes e de grandes proporções como a série de desastres no Japão, e os deslizamentos na

região serrana fluminense em 2011, vem demonstrando a grande vulnerabilidade das

sociedades atuais, o que evidencia a necessidade de uma gestão diferenciada para estes

eventos.

As operações de resposta a desastres envolvem a participação direta de diversos

atores: organizações não governamentais, imprensa, doadores (pessoas e empresas), governos

e aparatos públicos, como o corpo de bombeiros, agentes de saúde, defesa civil e forças

armadas. Porém, os interesses não variam apenas conforme as partes envolvidas, mas também

com a etapa para a qual a ação é dirigida: prevenção, preparação, resposta e/ou reconstrução

[19].

As características específicas das operações humanitárias trazem grandes desafios no

sentido do desenvolvimento de modelos de gestão que possam levar em conta tais

especificidades. Faz-se necessária, portanto, uma maior compreensão das interações entre as

entidades envolvidas em um desastre e, consequentemente, um aprimoramento das técnicas de

gestão dos recursos necessários para garantir o sucesso de uma resposta efetiva ao evento.

Esforços acadêmicos e práticos estão sendo cada vez mais mobilizados para o

desenvolvimento de conhecimento e ferramentas apropriadas para a gestão de desastres e

redução de impactos econômicos e sociais em decorrência dos mesmos. Até 2006,

existia apenas um corpo limitado de pesquisa sobre Gestão de Operações Humanitárias [3].

Entretanto, desde então, observa-se que a disciplina tem evoluído como corpo teórico,

sendo, contudo, ainda incipiente no Brasil.

Os resultados negativos provenientes desses eventos têm crescido muito devido

ao grande aumento da densidade demográfica nas populações e ao crescimento urbano

desordenado, especialmente nos países emergentes. Segundo [12], o prejuízo material gerado

apenas por desastres naturais correspondeu, em 2012, ao recorde de 157,3 bilhões de

dólares.

Frente à realidade geopolítica brasileira e a urgente necessidade de desenvolvimento

na área de gerenciamento de desastres no Brasil, pode-se dizer que os sistemas de alarme e

alerta de desastres são de extrema importância para evitar ou reduzir danos, tanto para o

Governo, quanto para as empresas e para a população das áreas afetadas. De acordo com

[21], os sistemas de alerta prévio são os mecanismos ou ações que permitem monitorar as

ameaças que podem levar a desastres, desencadeando respostas coordenadas que permitem

salvar vidas e os meios de subsistência da população.

Para [15], os sistemas de alarme servem para alertar a população em risco antes ou

durante um processo de evacuação e ainda podem servir para informar que tipo de ações elas

podem tomar para salvar suas vidas e as vidas de outras pessoas. Apesar de sua importância, o

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desenvolvimento de sistemas de alarme e alerta é complexo, uma vez que é muito comum

após um grande desastre se chegar ao seguinte paradoxo: após a catástrofe ocorrida sempre

parece ser possível que ela tivesse sido prevista e evitada, mas antes da sua ocorrência não se

consegue analisar corretamente os sinais para evitá-la [10]. Esse paradoxo mostra a

necessidade de se avançar nos estudos sobre esses sistemas, permitindo a ampliação da sua

eficiência, reduzindo os danos causados por desastres.

Objetivos A gestão de operações humanitária tem sido objeto de maior estudo e atenção por

parte de acadêmicos desde 2004 (como [2], [18],[20], [5], [14], [7], [8], [13], [4], [11]) devido

à complexidade da cadeia logística global que é acionada por entidades governamentais e não

governamentais quando da ocorrência de catástrofes em qualquer parte do mundo.

A complexa interação entre mudanças climáticas, crescente urbanização, co-

dependência entre infraestruturas críticas geram grandes desafios no campo da engenharia

moderna no contexto da gerência de desastres. Sobretudo nas primeiras horas após a

ocorrência do desastre, a velocidade e a objetividade das ações são fatores críticos para o

salvamento das vítimas. Contudo, a rapidez da resposta depende fortemente dos esforços da

fase de preparação, que devem envolver simulações, monitoramento de riscos e acordos

prévios para definição dos papéis na eventualidade de um desastre [19].

Com isso, torna-se evidente a importância de estudos referentes aos sistemas de

alarme da cidade do Rio de Janeiro, algo crucial para poupar vidas diante de um desastre

natural ocorrente. As mortes em decorrência desses eventos continuam ocorrendo, porém

acredita-se que a redução do número de vítimas fatais no Estado mostra o impacto do

programa. Em 2010 a cifra estava nas centenas, com 293 mortes. Um ano depois, a maior

tragédia do tipo na história do país (chuva e deslizamento de terra na cidade de Friburgo)

vitimou 918 pessoas, e em 2012 houve 27 mortes. Já em 2013, contando com quatro vítimas

fatais em dezembro, a cifra fechou em 39.

Logo, este projeto tem os seguintes objetivos específicos:

i. Revisão da bibliografia sobre os diferentes tipos de sistemas de alerta e alarme

existentes no mundo para os diferentes tipos de desastres, realizando um estudo de

benchmarking para verificar o que vem sendo feito nos EUA e Europa para melhorar esta

resposta, de forma a propor melhorias para o caso brasileiro.

ii. Revisão dos sistemas de alarmes existentes do Rio de Janeiro através de consulta

aos órgãos responsáveis da cidade, como a prefeitura e a defesa civil.

iii. Procurar entender a percepção da população quanto aos sistemas de alerta

existentes no Rio de Janeiro, através de entrevistas e sua analise. Foi papel do bolsista a

preparação técnica das entrevistas, tanto no desenvolvimento das questões a serem feitas

como na preparação dos equipamentos a serem usados na gravação das mesmas, que nesse

caso foram feitas através de ligações para números de líderes comunitários fornecidos por

agentes da defesa civil.

Metodologia O desenvolvimento de um conjunto de ferramentas e metodologias que permitam

avaliar e gerar alternativas para a gestão de operações em desastres será embasado na

abordagem definida em [16] como “Discovery Oriented Approach”, que se baseia em três

dimensões. A primeira é baseada em uma visão acadêmica, onde se busca identificar e

analisar os conceitos teóricos ligados ao tema. A revisão bibliográfica será feita nas principais

bases de artigos científicos (como Science Direct, Wiley, Springer Link, Emerald, Informs

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etc.), além de integrar métodos bibliométricos e técnicas de análise de redes sociais, o que

proporcionará uma melhor compreensão do corpo teórico da gestão de operações em

desastres.

Além disso, também foram realizadas entrevistas com os líderes comunitários de

várias comunidades do Rio de Janeiro, onde o sistema de alarme Alerta Rio está presente.

Esses líderes comunitários são, na maioria dos casos, os presidentes da Associação de

Moradores da região, que atuam representando os interesses dessas junto ao Governo e

desenvolvendo projetos dentro da própria comunidade. Com isso, esses líderes comunitários

foram escolhidos para responderem as entrevistas, procurando entender como a população se

relaciona com esse sistema, o que é determinante para seu correto funcionamento e

efetividade.

Em uma pesquisa qualitativa a escolha do grupo de pessoas a ser entrevistado

(amostra) não deve ser orientado por uma seleção formal de parte da população, mas sim deve

ser feita de forma deliberada, procurando escolher o grupo de pessoas que permita estudar o

fenômeno de forma mais completa, escolhendo, por exemplo, um grupo de pessoas que

possuam um bom conhecimento sobre o tópico e capazes de garantir diferentes pontos de

vista sobre o assunto [9].

Com isso, os líderes comunitários se encaixam perfeitamente às entrevistas, já que eles

possuem uma visão ampla sobre o sistema de alerta do Rio de Janeiro.

Para efetuarmos as entrevistas, foi formulado um questionário com perguntas abertas e

fechadas, as quais foram elaboradas com base na literatura sobre os sistemas de alerta e

alarme apresentada, constituindo assim, uma entrevista semiestruturada.

Segundo [1], a entrevista é uma importante fonte de dados que permite compreender a

relação entre os atores e a sua situação. Ela pode ser usada quando o objetivo é entender as

crenças, valores, atitudes e motivações desses atores em relação a um contexto específico que

eles vivem. Logo, é o método ideal para a pesquisa, já que podemos verificar a relação da

população com o sistema de alerta empregado em suas comunidades, entendendo o que

pensam sobre o sistema e as motivações que possuem para atender ao alerta ou não.

Das 102 comunidades onde existe sistema de alarme por sirene, duas não possuem

Associação de Moradores ou líder comunitário (Comunidade Espírito Santo e Inácio Dias),

não possibilitando a realização da entrevista. Das 100 comunidades restantes, algumas foram

agrupadas e foi realizada uma única entrevista por grupo, pois essas comunidades, por serem

próximas, apresentam uma única Associação de Moradores com um único líder comunitários

para elas. Esse agrupamento se encontra na tabela abaixo. As entrevistas foram feitas através

de ligações para números fornecidos por agentes da Defesa Civil. Após o agrupamento

encontrado na tabela abaixo, haviam 87 contatos porem apenas 70 obtiveram sucesso, apesar

das insistentes tentativas.

Agrupamento Comunidades

Grupo 1

Bispo

Liberdade

Pantanal

Matinha

Grupo 2 Urubu

Mineiros

Grupo 3 Mangueira

Parque Candelária

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Telégrafos

Grupo 4 Guaíba

Vila Pequiri

Grupo 5 Andaraí

Arrelia

Grupo 6 Bacia

Encontro

Grupo 7 Barro Preto

Vila Cabuçu

Grupo 8 Vila Cruzeiro

Rua Mira

Grupo 9 Juramento

Rua Brício de Moraes

Grupo 10 Piancó

Adeus

Resultados

Já que tínhamos como um dos objetivos mapear todos os possíveis sistemas de alerta

existentes no Brasil, fizemos uma pesquisa e uma análise em alguns sites de organizações que

se tratam de desastres no país, formando a tabela abaixo. Na mesma, além do tipo de alerta,

também há a informação de como eles funcionam e para que tipos de desastres naturais, seu

uso é apropriado. Podemos ratificar que no Brasil, os desastres mais comuns são chuvas com

consequentes deslizamentos de terra e raios. Como foco de estudo dessa pesquisa, escolhemos

um sistema que atua na prevenção de desastres causados pelas chuvas fortes no Rio de

Janeiro, o Alerta Rio.

TIPO DE SISTEMA COMO FUNCIONA TIPO DE

DESASTRE FONTE

Sirenes

Através do mapeamento elaborado pela Geo-Rio e monitoramento através de SMS, as sirenes são acionadas manualmente por pessoas autorizadas. Um radar meteorológico, com alcance operacional de 250 quilômetros auxilia no monitoramento, informando o volume de água e as regiões que serão atingidas.

Chuvas e deslizamentos de terra

http://centrodeoperacoes.rio/medidas-de-seguranca

Notificações na internet em tempo real

Após o monitoramento das tempestades através de sensores que captam a queda dos raios cerca de 15 minutos antes, há a disponibilização de dados na internet em tempo real.

Raios

http://www.noticias.ms.gov.br/sistema-de-alerta-antecipa-queda-de-raios-em-ms-e-pode-evitar-mortes/

Sirenes

Monitoramento de uma área de até 5 km em torno da central nuclear de Angra, que conta com um

Liberação de material radioativo

http://www.eletronuclear.gov.br/Not%C3%ADcias/N

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Outros resultados obtidos são provenientes das entrevistas já mencionadas, que foram

feitas com os líderes comunitários das regiões em quais se encontram o sistema de alerta

contra chuvas fortes do Rio de Janeiro. Abaixo encontram-se alguns gráficos referentes as

entrevistas feitas mostrando as determinadas respostas dos entrevistados, com as suas

respectivas perguntas fechadas. Vale ressaltar que esses resultados são parciais, pois de 87

pessoas, foi possível entrevistar apenas 70, já que como a entrevista foi feita pelos telefones

fornecidos pelos agentes da defesa civil, algumas ligações não obtiveram sucesso mesmo

depois de muitas tentativas.

84.3%

15.7%

1. Durante o tempo que mora nesse local, já presenciou ou foi vítima de algum desastre

causado pela chuva?

sim

não

sistema de som capaz de transmitir alertas e informações. As estações locais de rádio e TV também fazem parte do plano e estão preparadas para divulgar instruções em caso de necessidade.

pelas Usinas Nucleares

oticiaDetalhes/tabid/191/NoticiaID/322/Default.aspx

Mapeamento da situação da Dengue no Rio de Janeiro pelo site

Atualmente, há um monitoramento da situação da dengue no Rio de Janeiro sendo mostrado em mapas no respectivo site, mostrando níveis de alerta para a dengue na região. Porém, o projeto visa integrar metodologias de análise de séries temporais e espaciais para gerar um sistema de alerta em tempo real para dengue a ser implementado em salas de situação de Secretarias de Vigilância em Saúde no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba.

Dengue http://alerta.dengue.mat.br/

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83%

16%

1%

2. Você considera sua casa segura contra a chuva?

sim

não

Não sei responder

100%

0%

3. Você conhece o sistema de alarme por sirene

existente em sua comunidade?

sim

não

37.1%

48.6%

7.1%2.9% 4.3%

4. Qual sua opinião sobre o sistema de alarme

por sirene?

Muito Bom

Bom

Regular

Ruim

Muito Ruim

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92%

4%

2% 1% 1%

5. Quando as sirenes/auto-falantes são

acionados, a mensagem de aviso é clara?

Sempre

Normalmente

Raramente

Nunca

Não sei responder

90%

1%

0%3%

6%

6. Quando os auto-falantes são acionados, há informação sobre o que a população deve fazer?

(local para onde se dirigir, por exemplo).

Sempre

Normalmente

Raramente

Nunca

Não sei responder

14%

7%3%

73%

3%

7. Quando a sirene de alerta de chuva é acionada, você sai da sua residência em busca

de um local mais seguro?

Sempre

Normalmente

Raramente

Nunca

Não sei responder

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7%4%

20%

67%

2%

8. Para você, com qual frequência a sirene foi acionada sem necessidade?

Sempre

Normalmente

Raramente

Nunca

Não sei responder

72%

14%

0%7%

7%

9. Quando os auto-falantes foram acionados das últimas vezes, a mídia e serviços meteorológicos também falavam sobre risco de chuvas fortes?

Sempre

Normalmente

Raramente

Nunca

Não sei responder

50.0%

17.1%

10.0%

22.9%

10. Quais são os maiores responsáveis pela redução de riscos na comunidade?

Órgãos da Prefeitura(Defesa Civil, CO-Rio, etc)

Associação de moradores

Moradores da região

Outro

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Conclusões Através do mapeamento dos sistemas de alerta e alarme existentes no Brasil, podemos

identificar que há 2 tipos de sistemas existentes no país: o sistema de sirenes e o uso da

internet como meio de mapeamento das regiões e notificações aos usuários. Além disso, pode-

se dizer que no Brasil, o desastre mais ocorrente são as chuvas fortes tendo como

consequência deslizamento de terra e raios. Há outros desastres também mapeados e com

sistemas de alarme, porém menos ocorrentes, como a liberação de material radioativo pelas

Usinas Nucleares. Há também o projeto de monitoramento da Dengue em algumas cidades do

país, porém ainda não há um sistema de alarme sólido.

Com as entrevistas feitas aos líderes comunitários, pode-se tirar diversas conclusões.

Dos 70 entrevistados, cerca de 84% já presenciou ou foi vítima de algum desastre ocorrido

pela chuva. Além disso, a maioria (83%) considera a sua casa segura contra a chuva, usando a

justificativa, na maioria das vezes, de que a sua casa se encontra na área considerada fora de

risco. Consequentemente, mais de 70% dos entrevistados, nunca sai da sua residência em

busca de um local mais seguro quando as sirenes são acionadas.

59.2%

11.3%

2.8%

22.5%

4.2%

11. Qual fonte de informação (autoridade) você considerou/considera mais relevante antes da

evacuação (ou na última evacuação)?

sistema de alerta

mídia

polícia e bombeiro

Amigos e familiares

Não sei responder

12.9% 7.1%

21.4%58.6%

12. Quais são as principais dificuldades/ empecilhos para chegar e/ou permanecer no

ponto de apoio?

Distância do local demoradia

Dificuldade de acesso(escadarias, locaisescorregadios, etc)

Falta de espaço e/ ouinfra-estrutura do lugar

outros

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Outro fato observado é de que, como esperado, já que as entrevistas são feitas com

líderes comunitários, todos os entrevistados conheciam o sistema de alerta da sua

comunidade. A opinião do sistema foi bastante positiva, tendo cerca de 50% das pessoas

afirmando ser bom o sistema. Porém, uma grande parte dos entrevistados afirmou que o maior

problema para o sistema é a educação do povo local, já que o mesmo não acredita na

proposta, achando que nunca nenhum desastre irá ocorrer com o mesmo, com isso, não

cumpre com a proposta do sistema, não saindo da sua casa quando solicitado. Ademais, mais

de 90% dos entrevistados acham que a mensagem de aviso é sempre clara e que sempre há

informação sobre o que a população deve fazer, quando ela é acionada.

Pode-se acrescentar também que quase 70% afirmou que a sirene nunca foi tocada

sem necessidade, o que é um bom indício para o bom funcionamento da mesma. Além disso,

72% afirmou que quando as sirenes foram acionadas das últimas vezes, a mídia e os serviços

meteorológicos sempre falavam também sobre o risco de chuvas fortes. Outro fato observado

é de que a metade dos entrevistados afirmaram que os maiores responsáveis pela redução de

riscos na comunidade são os órgãos da Prefeitura, porém muitos falaram que o maior

responsável é o conjunto de todos os agentes. Cerca de 60% acha que o sistema de alerta é a

fonte de informação mais relevante antes da evacuação e cerca de 21% afirmou que a falta de

espaço e infraestrutura é a principal dificuldade para chegar e permanecer no ponto de apoio

correspondente.

Com isso, com o fim do projeto, foi possível fazer o mapeamento dos sistemas de

alerta e alarme utilizados em operações de resposta a desastres no Brasil, através do contato

com a prefeitura e a defesa civil da cidade, assim como a compreensão da aceitação desses

sistemas por parte das populações atendidas.

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21 - Yolanda Cowan, Erin O’Brien e Noroarisoa Rakotomalala-Rakotondrandria. Sistema de

Alerta Prévio de Base Comunitária: Práticas Fundamentais para Implementadores de RRC.

Trduzido por: Bangula Lingo Centre. OCHA e FAO, 2014