sistema plantio direto -...

193
Tese de Doutorado MULCHING VERTICAL E MANEJO DA ÁGUA EM SISTEMA PLANTIO DIRETO Sandra Maria Garcia PPGEA Santa Maria, RS, 28 de fevereiro de 2005.

Upload: others

Post on 27-Jun-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

Tese de Doutorado

MULCHING VERTICAL E MANEJO DA ÁGUA EM

SISTEMA PLANTIO DIRETO

Sandra Maria Garcia

PPGEA

Santa Maria, RS, 28 de fevereiro de 2005.

Page 2: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

MULCHING VERTICAL E MANEJO DA ÁGUA EM SISTEMA

PLANTIO DIRETO

por

Sandra Maria Garcia

Tese apresentada ao Curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, Área de

Concentração em Engenharia de Água e Solo, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial

para obtenção do grau de Doutora em Engenharia Agrícola.

PPGEA

Santa Maria, RS, Brasil

2005

Page 3: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Rurais

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola

A comissão examinadora, abaixo assinada, aprova a Tese de Doutorado

MULCHING VERTICAL E MANEJO DA ÁGUA EM SISTEMA

PLANTIO DIRETO

elaborada por

Sandra Maria Garcia

como requisito parcial para obtenção do grau de Doutora em Engenharia Agrícola

COMISSÃO EXAMINADORA:

________________________________________ Prof. Afranio Almir Righes, Dr. UFSM

(Presidente/Orientador)

_________________________________________ José Eloir Denardin, Dr. EMBRAPA - CNPT

_________________________________________ Prof. José Miguel Reichert, Dr. UFSM

_________________________________________ Prof. Thomé Lovato, Dr. UFSM

________________________________________ Prof. Osvaldo König, Dr. UFSM

Santa Maria, 28 de fevereiro de 2005.

Page 4: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

ii

O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na

intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos

inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis...

Page 5: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

iii

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Santa Maria pela oportunidade oferecida.

Ao CNPq pela concessão da bolsa de estudos.

Ao CNPq / CT-HIDRO pelo apoio financeiro na execução da pesquisa.

Ao Prof. Dr. Afranio Almir Righes, pela dedicação, confiança, orientação

competente desta tese e também pela amizade e apoio constantes, sem os

quais seria impossível a realização deste trabalho.

À comissão examinadora.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrí-

cola, especialmente aos da área de Engenharia de Água e Solo, pelos ensi-

namentos e disponibilidade sempre que foi necessário.

À Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA – CNPT)

por ceder área física e funcionários, indispensáveis para execução desta

pesquisa.

Ao pesquisador da EMBRAPA – CNPT, José Eloir Denardin, pelas su-

gestões e auxílio na condução do trabalho.

Ao Laboratório de Física do Solo da UFSM.

Ao secretário do PPGEA, Ercelino Beviláqua, pela colaboração e pres-

tatividade durante a realização do curso.

Aos colegas de curso pela convivência harmoniosa o que tornou este

tempo um aprendizado permanente de amizade e companheirismo.

Ao Departamento de Engenharia Rural e a todos que, de forma direta

ou indireta, colaboraram com informações, críticas, sugestões e incentivos ao

longo deste curso, o meu agradecimento.

Page 6: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

iv

SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS .............................................................................. viii

LISTA DE FIGURAS ................................................................................ xii

LISTA DE ANEXOS ................................................................................. xvii

RESUMO ................................................................................................. xix

ABSTRACT .............................................................................................. xx

1 INTRODUÇÃO ........................................................................... 1

1.1 Objetivo geral ............................................................................. 4

1.2 Objetivos específicos ................................................................. 4

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................... 5

2.1 Sistema plantio direto ................................................................ 5

2.1.1 Definições, vantagens e desvantagens ..................................... 6

2.1.2 Atributos físico-químicos do solo ............................................... 7

2.1.3 Biodiversidade do solo ............................................................... 13

2.1.4 Perdas de solo e água ............................................................... 14

2.1.5 Produtividade e disponibilidade de água no solo........................ 16

2.1.6 Plantio direto e a sustentabilidade da agricultura ...................... 20

2.1.7 Plantio direto e mulching vertical ............................................... 21

2.2 Balanço hídrico .......................................................................... 25

2.2.1 Drenagem profunda e ascensão capilar .................................... 26

2.2.2 Evapotranspiração ..................................................................... 27

2.2.3 Armazenamento de água no solo .............................................. 28

2.2.3.1 Determinação do armazenamento de água no solo .................. 29

2.2.3.2 Disponibilidade hídrica no solo e produtividade das culturas .... 30

Page 7: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

v

2.2.4 Infiltração de água no solo ......................................................... 34

2.2.4.1 Conceitos relacionados à infiltração .......................................... 35

2.2.4.2 Fatores que intervêm na infiltração .................................................... 38

2.2.4.3 Métodos para determinar a infiltração de água no solo ............. 40

2.2.4.4 Fases da infiltração da água no solo (perfil de umedecimento) 41

2.2.5 Escoamento superficial .............................................................. 43

2.2.5.1 Problemas relacionados ao escoamento superficial .................. 44

2.2.5.2 Fatores que influenciam o escoamento superficial e formas de

controle ...................................................................................... 46

2.2.6 Fluxograma da água no sistema agrícola .................................. 49

2.3 Poluição por agentes agroquímicos ........................................... 50

3 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................... 52

3.1 Local .......................................................................................... 52

3.2 Solo ............................................................................................ 52

3.3 Histórico da área experimental .................................................. 53

3.4 Experimento 1 ............................................................................ 54

3.4.1 Tratamentos ............................................................................... 54

3.4.2 Instalação do experimento ......................................................... 54

3.4.3 Determinação da cobertura do solo e quantidade de matéria

seca ............................................................................................ 56

3.4.4 Simulação da chuva ................................................................... 57

3.4.5 Escoamento superficial .............................................................. 60

3.4.6 Taxa de infiltração básica de água no solo ................................ 62

3.4.7 Nutrientes no escoamento superficial ........................................ 62

3.5 Experimento 2 ............................................................................ 63

3.5.1 Tratamentos ............................................................................... 63

3.5.2 Instalação do experimento ......................................................... 64

3.5.3 Balanço hídrico .......................................................................... 68

3.5.3.1 Precipitação pluvial .................................................................... 69

Page 8: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

vi

3.5.3.2 Escoamento superficial .............................................................. 69

3.5.3.3 Infiltração ................................................................................... 70

3.5.3.4 Armazenamento ......................................................................... 70

3.5.3.5 Drenagem profunda ou ascensão capilar .................................. 72

3.5.3.6 Evapotranspiração real .............................................................. 73

3.5.4 Curva característica de água no solo ........................................ 73

3.6 Infiltração de água nos sulcos de mulching vertical ................... 74

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................. 77

4.1 Experimento 1 ............................................................................ 77

4.1.1 Conteúdo de água no solo antes das simulações das chuvas .. 77

4.1.2 Cobertura do solo e quantidade de palha na superfície ............ 79

4.1.3 Escoamento superficial .............................................................. 80

4.1.3.1 Intensidade de precipitação de 70 mm h-1 ................................. 80

4.1.3.2 Intensidade de precipitação de 106 mm h-1 ............................... 84

4.1.4 Infiltração de água no solo ......................................................... 88

4.1.4.1 Intensidade de precipitação de 70 mm h-1 ................................. 88

4.1.4.2 Intensidade de precipitação de 106 mm h-1 ............................... 91

4.1.5 Nutrientes no escoamento superficial ........................................ 94

4.1.5.1 Concentração dos nutrientes ..................................................... 94

4.1.5.2 Perdas totais dos nutrientes ...................................................... 98

4.2 Experimento 2 ............................................................................ 103

4.2.1 Balanço hídrico .......................................................................... 103

4.2.1.1 Período 1 – 20 de abril a 10 de maio de 2004 ..................................... 103

4.2.1.2 Período 2 – 21 de julho a 30 de setembro de 2004 ............................ 110

4.2.2 Curva característica de água no solo ............................................. 117

4.3 Infiltração de água nos sulcos de mulching vertical ............................ 118

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................... 126

5.1 Conclusões ................................................................................ 126

5.2 Recomendações ........................................................................ 127

Page 9: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

vii

6 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ................................................ 128

7 ANEXOS .................................................................................... 145

Page 10: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

viii

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Vantagens e desvantagens do sistema plantio direto em

relação ao convencional na opinião dos agricultores de

Santa Catarina ........................................................................ 7

QUADRO 2 Principais processos que envolvem a matéria orgânica

e seus efeitos no solo ...................................................... 9

QUADRO 3 Estimativa dos impactos econômicos com o uso do

plantio direto no Brasil em 2001 ...................................... 18

QUADRO 4 Rendimento médio das principais culturas (kg ha-1), ob-

tido no sistema plantio direto e no sistema convencional 19

QUADRO 5 Efeitos do mulching vertical e da subsolagem no conte-

údo de água do solo, em percentagem de volume, em

um solo Crosby silt loam ................................................. 23

QUADRO 6 Taxas de infiltração da água em um Latossolo-Roxo dis-

trófico, após duas horas de teste, determinadas por infil-

trômetro de anel e simulador de chuvas para três siste-

mas de preparo do solo ....................................................... 40

QUADRO 7 Densidades de partícula e do solo, porosidade total,

macro e microporosidade do solo Passo Fundo sob do-

ze anos de cultivo em sistema plantio direto ................... 53

QUADRO 8 Elementos considerados no balanço hídrico ................... 68

Page 11: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

ix

QUADRO 9 Conteúdos de água no solo Passo Fundo antes da simu-

lação da chuva com intensidade de precipitação de 70

mm h-1, nas duas épocas de avaliações em três camadas

de solo amostradas. Valores médios de três repetições .... 77

QUADRO 10 Conteúdos de água no solo Passo Fundo antes da simu-

lação da chuva com intensidade de precipitação de 106

mm h-1, nas duas épocas de avaliações em três camadas

de solo amostradas. Valores médios de três repetições .... 78

QUADRO 11 Quantidade de matéria seca e cobertura do solo antes

das simulações de chuva nas duas épocas de avalia-

ções. Valores médios de três repetições ........................ 79

QUADRO 12 Taxas constantes de escoamento superficial e coeficien-

tes de escoamento no solo Passo Fundo após a simula-

ção da chuva com intensidade de precipitação de 70 mm

h-1, nas duas épocas de avaliações. Valores médios de

três repetições ...................................................................... 81

QUADRO 13 Taxas constantes de escoamento superficial e coeficien-

tes de escoamento no solo Passo Fundo após a simula-

ção da chuva com intensidade de precipitação de 106 mm

h-1, nas duas épocas de avaliações. Valores médios de

três repetições ...................................................................... 85

QUADRO 14 Taxas de infiltração básicas e infiltrações acumuladas

no solo Passo Fundo após a simulação da chuva com

intensidade de precipitação de 70 mm h-1, nas duas é-

pocas de avaliações. Valores médios de três repetições 89

Page 12: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

x

QUADRO 15 Taxas de infiltração básicas e infiltrações acumuladas

no solo Passo Fundo após a simulação da chuva com

intensidade de precipitação de 106 mm h-1, nas duas

épocas de avaliações. Valores médios de três repeti-

ções ................................................................................. 92

QUADRO 16 Concentração de potássio (K), fósforo (P), carbono

orgânico (CO) e nitrogênio total (NT), em mg L-1, na água

da enxurrada na segunda época, com intensidade de

106 mm h-1 e na terceira época, com intensidade de 70

mm h-1 e 106 mm h-1 para os três tratamentos ................. 95

QUADRO 17 Volume do escoamento superficial acumulado (L), utili-

zado para a obtenção das quantidades de nutrientes

perdidas em cada tratamento. Resultados de duas épo-

cas de simulação de chuva com diferentes intensidades 99

QUADRO 18 Perdas totais de potássio (K), fósforo (P), carbono orgâ-

nico (CO) e nitrogênio total (NT) em kg ha-1, na água do

escoamento superficial durante o ciclo do trigo, com

intensidade de 106 mm h-1 e durante o ciclo da soja, com

intensidade de 70 mm h-1 e 106 mm h-1 para os três tra-

tamentos ............................................................................ 100

QUADRO 19 Precipitação (mm), infiltração (mm), variação do armazena-

mento de água no perfil (mm) e evapotranspiração real (mm

dia-1) no período de 20 de abril a 10 de maio de 2004, para

os três tratamentos, em solo Passo Fundo na camada 0 –

0,50 m de profundidade ............................................................ 109

Page 13: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

xi

QUADRO 20 Precipitação (mm), infiltração (mm), variação do armazena-

mento de água no perfil (mm) e evapotranspiração real (mm

dia-1) no período de 21 de julho a 30 de setembro de 2004,

para os três tratamentos, em solo Passo Fundo na camada

0 – 0,50 m de profundidade ...................................................... 116

QUADRO 21 Taxas de infiltração básicas (TIB) vertical, horizontal e

total (litro por hora por metro linear de sulco e percentu-

al) para sulcos com 0,10 m, 0,20 m e 0,40 m de profun-

didade .............................................................................. 119

Page 14: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

xii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Croqui de corte transversal do perfil do solo com sulcos

de mulching vertical .............................................................. 22

FIGURA 2 Perfil de umidade de um solo .......................................... 30

FIGURA 3 Curvas de infiltração acumulada e instantânea em fun-

ção do tempo de infiltração ............................................. 36

FIGURA 4 Curva de infiltração de água no solo ............................... 37

FIGURA 5 Curvas de infiltração para um solo arenoso e para um solo

argiloso ........................................................................................... 38

FIGURA 6 Perfil de umedecimento do solo durante a infiltração ...... 42

FIGURA 7 Esquema das parcelas experimentais e tratamentos

com sulcos de mulching vertical a cada 10 m e a cada 5

m (Experimento 1) ........................................................... 55

FIGURA 8 Teste para escolha dos bocais dos aspersores que apli-

cassem as intensidades de chuva a serem simuladas ... 58

FIGURA 9 Simulação da chuva em um dos blocos. No detalhe po-

dem-se notar os sulcos formados pelo escoamento su-

perficial ............................................................................ 59

FIGURA 10 Trabalho de abertura do sulco de mulching vertical pela

máquina valetadeira rotativa VS 640 ................................. 65

FIGURA 11 Esquema do Experimento 2 com chuva natural .............. 66

FIGURA 12 Equipamentos utilizados no experimento: data logger,

painel solar, bateria (A) e detalhe do sensor de nível (B) 67

Page 15: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

xiii

FIGURA 13 Relação obtida entre umidade volumétrica (θ) e a cons-

tante dielétrica (ka) utilizando o equipamento TDR 100

(modelo linear) ................................................................ 72

FIGURA 14 Esquema utilizado no teste de infiltração de água nos

sulcos de mulching vertical ............................................. 75

FIGURA 15 Detalhe dos infiltrômetros em um dos testes de infiltra-

ção em sulcos com diferentes profundidades ................. 76

FIGURA 16 Taxas de escoamento superficial (TES) no solo Passo

Fundo com intensidade de precipitação de 70 mm h-1, após

a colheita da soja .................................................................... 82

FIGURA 17 Taxas de escoamento superficial (TES) no solo Passo Fun-

do com intensidade de precipitação de 70 mm h-1, durante o

ciclo do trigo, sem mulching vertical ......................................... 83

FIGURA 18 Taxas de escoamento superficial (TES) no solo Passo

Fundo com intensidade de precipitação de 106 mm h-1 a-

pós a colheita da soja ............................................................. 86

FIGURA 19 Taxas de escoamento superficial (TES) no solo Passo

Fundo com intensidade de precipitação de 106 mm h-1 du-

rante o ciclo do trigo ................................................................ 87

FIGURA 20 Taxas de infiltração de água (I) no solo Passo Fundo com

intensidade de precipitação de 70 mm h-1 após a colheita da

soja ............................................................................................. 90

FIGURA 21 Taxas de infiltração de água (I) no solo Passo Fundo com

intensidade de precipitação de 70 mm h-1 durante o ciclo do

trigo ............................................................................................. 91

FIGURA 22 Taxas de infiltração de água (I) no solo Passo Fundo com

intensidade de precipitação de 106 mm h-1 após a colheita

da soja ........................................................................................ 93

Page 16: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

xiv

FIGURA 23 Taxas de infiltração de água (I) no solo Passo Fundo com

intensidade de precipitação de 106 mm h-1 durante o ciclo

do trigo ........................................................................................ 94

FIGURA 24 Nutrientes perdidos (mg L-1), na água do escoamento su-

perficial, em cada tratamento para uma chuva simulada

de 106 mm h-1, durante o ciclo do trigo ............................... 96

FIGURA 25 Nutrientes perdidos (mg L-1), na água do escoamento su-

perficial, em cada tratamento para uma chuva simulada

de 70 mm h-1, durante o ciclo da soja .................................. 97

FIGURA 26 Nutrientes perdidos (mg L-1), na água do escoamento

superficial, em cada tratamento para uma chuva simula-

da de 106 mm h-1, durante o ciclo da soja .......................... 98

FIGURA 27 Nutrientes perdidos (kg ha-1), na água do escoamento

superficial, em cada tratamento para uma chuva simulada

de 106 mm h-1, durante o ciclo do trigo ............................... 101

FIGURA 28 Nutrientes perdidos (kg ha-1) na água do escoamento su-

perficial, em cada tratamento para uma chuva simulada

de 70 mm h-1, durante o ciclo da soja .................................. 102

FIGURA 29 Nutrientes perdidos (kg ha-1) na água do escoamento su-

perficial, em cada tratamento, para uma chuva simulada

de 106 mm h-1, durante o ciclo da soja ................................ 102

FIGURA 30 Conteúdo de água (m3 m-3) no solo na profundidade de 0,10

m, para os três tratamentos e precipitação (mm) ao longo do

primeiro período, em solo Passo Fundo .................................. 104

FIGURA 31 Conteúdo de água (m3 m-3) no solo na profundidade de 0,25

m, para os três tratamentos e precipitação (mm) ao longo do

primeiro período, em solo Passo Fundo .................................. 105

Page 17: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

xv

FIGURA 32 Conteúdo de água (m3 m-3) no solo na profundidade de 0,40

m, para os três tratamentos e precipitação (mm) ao longo do

primeiro período, em solo Passo Fundo .................................. 107

FIGURA 33 Precipitação (mm) do dia 20 de abril ao dia 10 de maio de

2004. Passo Fundo – RS .......................................................... 108

FIGURA 34 Variação do armazenamento de água no perfil (0 – 0,50 m)

do solo Passo Fundo no período de 20 de abril a 10 de maio

de 2004, para os três tratamentos ............................................ 108

FIGURA 35 Conteúdo de água (m3 m-3) no solo na profundidade de 0,10

m, para os três tratamentos e precipitação (mm) ao longo do

segundo período, em solo Passo Fundo ................................. 111

FIGURA 36 Conteúdo de água (m3 m-3) no solo na profundidade de 0,25

m, para os três tratamentos e precipitação (mm) ao longo do

segundo período, em solo Passo Fundo ................................. 112

FIGURA 37 Conteúdo de água (m3 m-3) no solo na profundidade de 0,40

m, para os três tratamentos e precipitação (mm) ao longo do

segundo período, em solo Passo Fundo ................................. 113

FIGURA 38 Precipitação (mm) do dia 21 de julho a 29 de agosto de

2004. Passo Fundo – RS .......................................................... 114

FIGURA 39 Variação do armazenamento de água no perfil (0 – 0,50 m)

do solo Passo Fundo no período de 21 de julho a 29 de a-

gosto de 2004, para os três tratamentos ................................. 114

FIGURA 40 Precipitação (mm) do dia 30 de agosto a 30 de setembro de

2004. Passo Fundo – RS ............................................................. 115

FIGURA 41 Variação do armazenamento de água no perfil (0 – 0,50 m)

do solo Passo Fundo no período de 30 de agosto a 30 de

setembro de 2004, para os três tratamentos ........................... 115

Page 18: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

xvi

FIGURA 42 Curva característica de água no solo para as camadas 0 –

0,15 m, 0,15 – 0,30 m e 0,30 – 0,50 m, em solo Passo Fun-

do ................................................................................................ 118

FGURA 43 Taxa de infiltração (I), em L h-1 m-1 de sulco, para sulcos

com 0,10 m de profundidade, fundo permeável, durante

90 minutos de testes, em solo Passo Fundo .................. 119

FIGURA 44 Taxa de infiltração (I), em L h-1 m-1 de sulco, para sulcos

com 0,10 m de profundidade, fundo impermeável, du-

rante 93 minutos de testes, em solo Passo Fundo ......... 120

FIGURA 45 Taxa de infiltração (I), em L h-1 m-1 de sulco, para sulcos

com 0,20 m de profundidade, fundo permeável, durante

87 minutos de testes, em solo Passo Fundo .................... 121

FIGURA 46 Taxa de infiltração (I), em L h-1 m-1 de sulco, para sulcos

com 0,20 m de profundidade, fundo impermeável, du-

rante 90 minutos de testes, em solo Passo Fundo ......... 122

FIGURA 47 Taxas de infiltração básicas (TIB) vertical, horizontal e

total, em L h-1 m-1, para sulcos de mulching vertical com

0,10, 0,20 e 0,40 m de profundidade em solo Passo

Fundo .............................................................................. 123

FIGURA 48 Taxa de infiltração (I), em L h-1 m-1 de sulco, para sulcos

com 0,40 m de profundidade, fundo permeável, durante

185 minutos de testes, em solo Passo Fundo ................ 124

FIGURA 49 Taxa de infiltração (I), em L h-1 m-1 de sulco, para sulcos

com 0,40 m de profundidade, fundo impermeável, du-

rante 105 minutos de testes, em solo Passo Fundo ....... 125

Page 19: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

xvii

LISTA DE ANEXOS

ANEXO A Vazões lidas no hidrômetro e respectivas leituras nos

sensores para calibração das calhas medidoras do esco-

amento superficial ............................................................... 146

ANEXO B Ajuste da calibração dos sensores por regressão linear,

obtendo-se as equações de calibração para transforma-

ção da leitura dos sensores em vazão das calhas medido-

ras ....................................................................................... 149

ANEXO C Quadrados médios e graus de liberdade da análise de

variância dos dados de quantidade de matéria seca sobre

o solo antes das simulações de chuva, nas duas épocas

de avaliações ...................................................................... 151

ANEXO D Quadrados médios e graus de liberdade da análise de

variância dos dados de conteúdo de água no solo antes

da simulação de chuva das duas intensidades de precipi-

tação testadas e nas duas épocas de avaliações ............... 152

ANEXO E Quadrados médios e graus de liberdade da análise de

variância dos dados de taxa de escoamento superficial de

água no solo após a simulação de chuva das duas inten-

sidades de precipitação testadas e nas duas épocas de

avaliações ........................................................................... 153

Page 20: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

xviii

ANEXO F Quadrados médios e graus de liberdade da análise de

variância dos dados de taxa de infiltração de água no solo

após a simulação de chuva das duas intensidades de pre-

cipitação testadas e nas duas épocas de avaliações ......... 154

ANEXO G Resultados da aplicação do programa SWRC 3.00 nos

dados de conteúdo de água para determinação da curva

característica de água no solo Passo Fundo ...................... 155

ANEXO H Conteúdos de água gravimétrico e volumétrico para as profun-

didades 10 cm, 25 cm e 40 cm, com respectivas tensões em

kPa, para o solo Passo Fundo ...................................................... 159

ANEXO I Resultados do balanço hídrico para o período de 20 de

abril a 10 de maio de 2004 .................................................. 161

ANEXO J Resultados do balanço hídrico para o período de 21 de

julho a 30 de setembro de 2004 .......................................... 165

Page 21: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

xix

RESUMO

Tese de Doutorado

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola

Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil

MULCHING VERTICAL E MANEJO DA ÁGUA EM SISTEMA PLANTIO DIRETO

Autora: Sandra Maria Garcia

Orientador: Afranio Almir Righes

Local e data da defesa: Santa Maria, 28 de fevereiro de 2005.

Com o objetivo principal de avaliar o comportamento hidrológico do mulching vertical em sistema plantio direto, realizou-se este trabalho nos anos agríco-las 2002/2003 e 2003/2004 em Latossolo Vermelho Distrófico típico no pla-nalto do Rio Grande do Sul. Para tanto foram instalados dois experimentos, dos quais o experimento 1 consistiu de parcelas sem mulching vertical, com mulching vertical a cada 10 m e com mulching vertical a cada 5 m, no deline-amento experimental blocos ao acaso com três repetições. O experimento 2 consistiu de três parcelas, sendo que uma sem mulching vertical, outra com mulching vertical a cada 20 m e a terceira com mulching vertical a cada 10 m. Todos os sulcos de mulching vertical tinham dimensões de 0,08 x 0,38 m e o comprimento de acordo com a largura da parcela, preenchidos com palha levemente compactada para proporcionar estabilidade às paredes do sulco. No experimento 1 foram feitas simulações de chuva com duas intensidades (70 e 106 mm h-1) em duas épocas distintas, para determinar o escoamento superficial, a taxa de infiltração básica e a concentração de nutrientes perdi-dos pela enxurrada. A presença de mulching vertical reduz as perdas totais de nutrientes devido à redução do escoamento superficial. No experimento 2 foi realizado o balanço hídrico. Também foram determinadas as infiltrações em sulcos de diferentes. O mulching vertical protela o tempo para início do escoamento superficial em sistema plantio direto e reduz significativamente o volume de escoamento superficial, aumentando a taxa de infiltração básica. Nos períodos em que foi realizado o balanço hídrico, não foi verificada dife-rença entre os tratamentos no que se refere à evapotranspiração real. Quan-to maior a profundidade do sulco, maior a taxa de infiltração básica, sendo que a taxa de infiltração básica horizontal tem maior importância em sulcos de maior profundidade.

Page 22: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

xx

ABSTRACT

Doctorate’s Thesis

Agricultural Engineering Graduate Program

Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil

VERTICAL MULCHING AND WATER MANAGEMENT IN NO TILLAGE SYSTEM

Authoress: Sandra Maria Garcia

Adviser: Afranio Almir Righes

Place and date of defense: Santa Maria, February, 28th, 2005.

With the main objective to evaluate the hydrological behavior of the vertical mulching in no tillage system, this work have been realized in 2002/2003 and 2003/2004 agricultural years on Latossolo Vermelho Distrófico típico in the plateaus of Rio Grande do Sul State. For this, two experiments have been installed. The experiment one consisted of parcels without vertical mulching, with vertical mulching each 10 m and with mulching each 5 m, in the experi-mental delineation blocks by chance with three repetitions. Experiment 2 has been consisted of three parcels: the first without vertical mulching; the second with vertical mulching each 20 m and the third with vertical mulching each 10 m. All the furrows of vertical mulching had dimensions of 0,08 x 0,38 m and the length in accordance to the width of the parcel, filled with lightly com-pacted straw to provide stability to the walls of the furrow. In experiment 1 rain simulations have been made with two intensities (70 e 106 mm h-1) at two distinct periods, to determine the superficial runoff, the tax of basic infiltration and the concentration of lost nutrients by the torrent. The presence of vertical mulching reduces the total losses of nutrients due to the reduction of the su-perficial runoff. In experiment 2 the hydrous balance has been carried through. Infiltrations in furrows of different have been also determined. Verti-cal mulching postpones the beginning time of the superficial runoff in no till-age system and reduces the volume of superficial runoff significantly, increas-ing the tax of basic infiltration. In the periods that the hydrous balance has been carried through, difference was not verified among the treatments in relation to the real evapotranspiration. How deeper the furrow depth is, higher the basic infiltration tax, since the horizontal basic infiltration tax has greater importance in deepers furrows.

Page 23: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

1 INTRODUÇÃO

A ação do homem junto ao ambiente quase sempre foi fundamenta-

da em um interesse primordial: a procura do bem estar, sendo seu primei-

ro objetivo a busca de alimentos. Por esse caminho poluiu e modificou o

ambiente com conseqüências muitas vezes desastrosas. O aperfeiçoa-

mento do conhecimento técnico-científico contribuiu para o melhor enten-

dimento da natureza, mas a destruição desnecessária continuou a ser

praticada.

No Rio Grande do Sul, a exemplo de outros Estados brasileiros, o

crescimento e o desenvolvimento econômico não foram acompanhados

pela manutenção da qualidade do meio ambiente, principalmente da pre-

servação dos recursos florestais, hídricos e dos solos. O desenvolvimento

da agricultura e da pecuária deu-se, em parte, às custas da destruição

das florestas nativas existentes, modificando drasticamente a paisagem

da região, principalmente durante o período da colonização. Segundo

Marchiori (1996), nos primórdios da imigração, a vegetação do Estado do

Rio Grande do Sul se caracterizava, sob o ponto de vista fisionômico, pela

presença de campos e matas naturais, as quais ocupando de 60 a 70%

do território, concentradas na parte norte. A parte sul apresentava uma

escassa cobertura florestal, com predominância de vegetação campestre

como resultado do prolongamento do pampa ondulado de Uruguaiana.

Atualmente, a área com florestas ocupa apenas 17,53% (SEMA, 2000).

A mecanização das áreas agrícolas começou concomitantemente

com a expansão das lavouras de trigo e soja. A expansão da soja foi tanta

que transformou a imagem fisiográfica de grandes áreas do Estado. Os

solos do Rio Grande do Sul foram intensamente mobilizados. Na região

Page 24: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

2

do Planalto, na sucessão trigo-soja, os solos foram submetidos a este sis-

tema pelo menos duas vezes por ano. Esse procedimento, aliado a outros

fatores, levou à redução do conteúdo de matéria orgânica do solo, destru-

ição de seus agregados e, conseqüentemente, à degradação de sua es-

trutura.

A intensa mobilização do solo para o cultivo e a subsolagem indis-

criminada, objetivando aeração e drenagem das camadas inferiores cau-

sou degradação da estrutura com conseqüente erosão e assoreamento

de rios e reservatórios. Houve compactação e a diminuição da taxa de

infiltração de água no solo que, de 180 mm h-1 em condições de floresta

nativa, passou para 8 mm h-1 em solos cultivados em sistema que usava o

revolvimento intensivo do solo (Righes et al., 2002).

Visando minimizar esse problema surgiu o terraceamento. Contudo,

essa técnica apenas desviava a água das enxurradas, enquanto a baixa

taxa de infiltração ainda persistia.

Por fim, na década de 70, o Brasil começou a praticar o plantio dire-

to, o qual diminuiu consideravelmente as perdas de solo por erosão, o

motivando os agricultores a retirarem indiscriminadamente os terraços.

Porém, considerando longas pendentes, a retirada dos terraços provocou

significativo aumento do fluxo de água na superfície do solo.

O plantio direto, com méritos, foi difundido entre os agricultores devi-

do à redução das perdas de solo por erosão e ao aumento da capacidade

operativa das máquinas agrícolas. Todavia, o tráfego pesado contribuiu

para a compactação do solo, reduzindo a taxa de infiltração e causando

perdas de água e matéria orgânica no escoamento superficial. Embora

esse fluxo superficial não cause problemas graves referentes ao transpor-

te de sedimentos, apresenta problemas potenciais para promover dese-

quilíbrio no ambiente, tais como:

a) redução do tempo de concentração em bacias hidrográficas, provo-

cando enchentes com alagamentos freqüentes e com grandes ampli-

tudes de vazões em cursos d’água;

Page 25: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

3

b) redução do volume de água armazenado no perfil do solo;

c) redução na recarga dos aqüíferos subterrâneos, fator importante para

a manutenção da vazão em poços artesianos;

d) transporte de herbicidas e defensivos agrícolas diretamente para os

mananciais, contaminando a água que poderá ser captada a jusante

para o abastecimento humano;

e) perdas de adubos, principalmente nitrogênio e potássio;

f) possível disseminação de doenças fúngicas no fluxo de superfície para

outras regiões agrícolas.

Considerando a consolidação do sistema plantio direto no Planalto

do Rio Grande do Sul e a demanda por tecnologias que permitam a sus-

tentabilidade da exploração agrícola conservando o meio ambiente em

médio e longo prazo, formularam-se as seguintes hipóteses:

1. O mulching vertical com espaçamento de 10 m e de 5 m reduz o esco-

amento superficial da água no solo em sistema plantio direto em rela-

ção à testemunha sem mulching.

2. O mulching vertical com espaçamento de 10 m e de 5 m aumenta a

taxa de infiltração da água no solo em sistema plantio direto quando

comparado à testemunha.

3. A presença de mulching vertical em sistema plantio direto com espa-

çamento de 20 m e de 10 m proporciona balanço hídrico mais favorá-

vel às culturas.

4. A taxa de infiltração básica difere para sulcos de mulching vertical com

diferentes profundidades.

5. A presença de mulching vertical reduz a perda de nutrientes na água

do escoamento superficial em sistema plantio direto.

Com base nessas hipóteses este trabalho teve como objetivos:

Page 26: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

4

1.1 Objetivo geral

Avaliar o comportamento hidrológico do mulching vertical em sistema

plantio direto, no controle do escoamento superficial, para promover o

manejo sustentável das culturas proporcionando alternativas na adoção

de sistemas conservacionistas pelos produtores rurais, reduzindo o im-

pacto ambiental de agentes agroquímicos na poluição dos mananciais

hídricos e a otimização do recurso água.

1.2 Objetivos específicos

1. Determinar o efeito do mulching vertical no escoamento superficial em

sistema plantio direto com chuva simulada.

2. Avaliar o efeito do mulching vertical sobre a taxa de infiltração de água

no solo em sistema plantio direto com chuva simulada.

3. Determinar a concentração de nutrientes na água do escoamento su-

perficial em função do mulching vertical em sistema plantio direto.

4. Realizar o balanço hídrico em sistema plantio direto com diferentes

espaçamentos de mulching vertical submetidas à chuva natural.

5. Determinar a infiltração de água em sulcos de mulching vertical com

diferentes profundidades.

Page 27: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

5

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Sistema plantio direto

De acordo com Plataforma Plantio Direto (2003), o sistema plantio di-

reto foi iniciado no Brasil em 1966, no Estado de São Paulo, através de

pioneiros que se mobilizaram na troca de experiências e na busca de co-

nhecimentos e inovações no País e no exterior. Mas foi no Rio Grande do

Sul e no Paraná que a pesquisa se desenvolveu mais. No Rio Grande do

Sul, o sistema plantio direto começou em 1969 em Não-Me-Toque, com

plantio de sorgo, mas apenas como pesquisa. A primeira vez que o siste-

ma foi utilizado em lavoura no Estado aconteceu em Santo Ângelo em

1974.

Devido a problemas de falhas na germinação das sementes, o sis-

tema plantio direto não foi muito difundido nessa época o que deu origem

a uma pesquisa feita por Righes et al. (1990) com objetivo de determinar

a causa destes problemas. Foram testados oito mecanismos de semeadu-

ra direta em três velocidades. Foi constatado que o tratamento que pro-

porcionava menor mobilização do solo foi o que obteve os melhores resul-

tados na germinação. Com menor mobilização do solo, o fluxo de água

em solo não saturado em direção à semente é maior, resolvendo os pro-

blemas de germinação. A partir dessa época foram construídos mecanis-

mos sulcadores que atendiam essas características e assim, o sistema

plantio direto teve uma grande expansão no Brasil. Segundo Plataforma

Plantio Direto (2003) de 200 hectares em 1972 passou para quase 20 mi-

lhões de hectares de área cultivada em 2002.

Page 28: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

6

2.1.1 Definições, vantagens e desvantagens

Segundo Machado (2000) sistema plantio direto é a semeadura na

qual a semente é colocada no solo não revolvido (sem prévia aração ou

gradagem leve) usando-se semeadeiras especiais. Um pequeno sulco ou

cova é aberto com profundidades e larguras suficientes para garantir a

adequada cobertura e contato da semente com o solo. A essência é ter

palha ou cobertura no momento do plantio e, para EMBRAPA (2001) é a

tecnologia que mais está crescendo no País.

Cardoso (2003) apresenta as seguintes vantagens do sistema plantio

direto:

1) Facilita a semeadura e evita o plantio tardio fora da melhor época.

2) Favorece o acúmulo de húmus e como conseqüência o seqüestro de

carbono, além da produção de compostos húmicos que neutralizam a

toxidez do alumínio.

3) Reduz as ervas daninhas pelo efeito alelopático da safrinha ou da cul-

tura.

4) Promove a proliferação dos fungos associados às raízes que elevam o

aproveitamento dos nutrientes pela maior superfície de contato.

5) Adapta-se a um sistema de ciclagem de nutrientes pela decomposição

dos resíduos, com liberação gradual do nitrogênio, aumentando a re-

sistência das plantas cultivadas ao ataque de pragas e moléstias.

6) Devido ao plantio direto assegurar a sustentabilidade, apresenta tam-

bém vantagens econômicas como a redução do custo pelo acréscimo

de produtividade.

No Quadro 1, na opinião dos agricultores de Santa Catarina, são a-

presentadas algumas vantagens e desvantagens do sistema plantio direto

em relação ao sistema convencional (uma aração e duas gradagens).

Page 29: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

7

QUADRO 1 - Vantagens e desvantagens do sistema plantio direto em relação

ao convencional na opinião dos agricultores de Santa Catarina.

Vantagens Desvantagens Maior controle da erosão Aumento da incidência de pragas

Redução do custo médio de produção Menor adaptação das máquinas e equipamentos agrícolas

Menor utilização de mão-de-obra Maior uso de agrotóxico

Melhora da qualidade do solo Menor germinação das sementes nos períodos úmidos

Aumento da produtividade Outras Maior flexibilidade de tempo para o plantio

Outras Fonte: Instituto Cepa/SC (1999).

A seguir serão abordados alguns fatores que caracterizam o plantio

direto em relação a outros sistemas de manejo do solo.

2.1.2 Atributos físico-químicos do solo

De acordo com Silveira & Cunha (2002), os sistemas de preparo do

solo alteram os atributos físico-químicos do solo por promoverem o revol-

vimento da camada explorada pelas raízes e o acúmulo de material orgâ-

nico. Dessa forma, interferem diretamente na distribuição dos nutrientes

no perfil do solo.

Com relação ao comportamento físico do solo, Silva et al. apud Oli-

veira et al. (2003) comentam que o preparo do solo atua diretamente na

sua estrutura através de modificações na porosidade e na densidade o

que afeta a retenção de água e a resistência mecânica. Cardoso (2003)

acrescenta que o plantio direto contribui para o acréscimo de matéria or-

gânica na camada superficial, o que provoca profundas alterações na di-

nâmica dos nutrientes e suas relações solo/planta.

Page 30: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

8

De acordo com Bayer & Mielniczuk (2001), em solos com vegetação

natural o teor de matéria orgânica é estável. Mas, quando esses solos

começam a serem cultivados, ocorrem alterações nas taxas de adição e

de perda de carbono, o que afeta esse armazenamento. O que ocorre é a

redução das quantidades de carbono adicionadas ao solo e, ou aumento

na taxa de perda de matéria orgânica.

Muzzili (2003) enfatiza que nas regiões tropicais e subtropicais brasi-

leiras a produção agrícola e a qualidade ambiental dependem diretamente

da manutenção e melhoramento dos atributos do solo. E a preservação

da matéria orgânica é o elemento chave. A preservação depende do ma-

nejo de fatores bióticos onde o sistema plantio direto é considerado um

dos sistemas mais eficazes. O mesmo autor cita ainda alguns benefícios

da matéria orgânica para o solo: aumenta o estado de agregação, aumen-

to da CTC dependente de pH, maior suprimento de nitrogênio, aumento

da disponibilidade de fósforo e neutralização da acidez.

Para Bayer & Mielniczuk (2001) nos solos do Rio Grande do Sul, de

maneira geral, a matéria orgânica é a principal fonte de Capacidade de

Troca de Cátions (CTC) e na maioria dos solos, 20 a 70% da CTC, se-

gundo Silva et al. (2000), é atribuído à matéria orgânica. Sobre este as-

sunto Peixoto (1995b) afirma que a qualidade da matéria orgânica deter-

mina a CTC. A capacidade de um solo em adsorver cátions depende da

quantidade e da qualidade dos minerais e da matéria orgânica presente.

Muzzili (2003) considera ainda que o sistema plantio direto contribui de

maneira efetiva na redução da oxidação da matéria orgânica, desta forma

promove a melhoria das propriedades físicas (agregação, porosidade),

aeração, infiltração de água, o aumento da CTC, a liberação gradativa do

nitrogênio, a manutenção de fósforo lábil no perfil cultural do solo e a cor-

reção da acidez por processos organo-químicos.

Silveira & Cunha (2002) realizaram pesquisa em Goiás e observaram

que os maiores percentuais de matéria orgânica foram encontrados na

camada de 0 – 5cm o que caracteriza maior variabilidade deste atributo

Page 31: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

9

em profundidade. Esta maior concentração na superfície se deve à au-

sência de preparo do solo pelo sistema plantio direto que mantém os resí-

duos vegetais e aumenta o teor de matéria orgânica. O sistema plantio

direto é considerado, por muitos autores, um sistema de manejo conser-

vacionista, apesar de aumentar a densidade do solo e reduzir a porosida-

de superficial do solo.

No Quadro 2 é descrito como as propriedades do solo são afetadas

pela matéria orgânica.

QUADRO 2 – Principais processos que envolvem a matéria orgânica e

seus efeitos no solo.

Propriedades Processo Efeito no solo

Mineralização de nutrientes Fertilidade dos solos e ne-cessidade de adubação

Troca de cátions Disponibilidade de nutrien-tes para as plantas

Poder tampão Acidez do solo e necessi-dade de calagem (calcário)

Químicas

Reação com metais Disponibilidade de micronu-trientes e elementos tóxicos

Estruturação do solo Agregação, aeração, infil-tração de água no solo

Retenção de água Disponibilidade de água para as plantas

Físicas

Cor Aquecimento do solo Compostos de carbono: fon-te de energia e nutrientes para os microorganismos

Atividade biológica, taxas de decomposição e minera-lização

Atividade enzimática Estimulação ou inibição de enzimas extracelulares Biológicas

Desenvolvimento de plantas

Estimulação ou inibição pela produção de fitohor-mônios ou de compostos orgânicos tóxicos

Fonte: Silva et al. (2000).

A degradação das propriedades físicas do solo é um dos principais

processos responsáveis pela perda da qualidade estrutural e aumento da

Page 32: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

10

erosão hídrica. Segundo Bertol et al. (2001) o diâmetro médio ponderado

dos agregados estáveis em água (importante indicador da qualidade es-

trutural do solo) varia conforme o sistema de manejo, sendo menor no

preparo convencional (uma aração + duas gradagens) que no plantio dire-

to, com exceção na profundidade de 0 – 2,5 cm.

Kluthcouski et al. (2000) comentam que, apesar dos benefícios do

sistema plantio direto relatados, em regiões tropicais, pode resultar em

alterações nos parâmetros físicos do solo, como a compactação, acúmulo

de nutrientes na superfície e também no baixo potencial produtivo das

culturas. Este comportamento pode ocorrer se a cobertura do solo for in-

suficiente e com sucessivas adubações superficiais. Estas alterações em

atributos físico-químicos do solo também foram observadas por Tormena

et al. (2002) em Latossolo Vermelho distrófico no Paraná. EMBRAPA A-

gropecuária Oeste (2003) acrescenta que, se o sistema for corretamente

manejado com boa cobertura morta e adequada rotação de culturas have-

rá boa estrutura do solo com canais que permitem adequado fluxo e taxa

de infiltração básica de água no solo.

Corrêa (2002) constatou que, em Latossolo Vermelho-Amarelo de

textura média, o plantio direto da soja sob a palha do milho, por dois anos

consecutivos, proporcionou maior estabilidade dos agregados em água. A

porcentagem de matéria orgânica correlacionou-se positivamente com a

porcentagem de agregados estáveis em água maiores que 2 mm, com o

diâmetro médio ponderado dos agregados e com o grau de floculação. Os

outros sistemas de preparo estudados foram grade aradora e grade nive-

ladora.

Ainda com relação aos atributos físicos do solo, Tormena (1995) co-

menta que a atividade biológica no solo está relacionada com a tempera-

tura e o conteúdo de água. O sistema plantio direto melhora a estrutura e

mantém a temperatura do solo mais estável ocorrendo melhor distribuição

das raízes no solo, além de aumentar a atividade biológica. De Maria

(2003) acrescenta que o plantio direto favorece a disponibilidade de nutri-

Page 33: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

11

entes, como o fósforo e o cálcio. Esses fatores contribuem para o desen-

volvimento das culturas e proporcionam redução na aplicação de adubos,

especialmente os fosfatados.

Em solo sob plantio direto, a adição superficial de adubos e calcário

e a ciclagem de nutrientes dos resíduos tendem a acumular nutrientes na

superfície. Segundo Anghinoni & Salet (1995), o fósforo é o nutriente com

maior gradiente a partir da superfície e, de acordo com Sá (1995a), é o

elemento que retrata melhor as transformações da matéria orgânica no

solo. Segundo o mesmo autor, o fósforo apresenta teores elevados na

camada superficial do solo. Apesar de possuir baixa mobilidade e elevada

capacidade de formar compostos com baixa solubilidade com o Al, Fe,

Ca, o não revolvimento do solo faz com que haja menor superfície de con-

tato entre o íon fosfato e os colóides do solo. Isso resulta em maior dispo-

nibilidade para as plantas.

Rheinheimer & Anghinoni (2001) observaram que o fósforo perma-

nece nas camadas superficiais em sistema plantio direto porque não sofre

incorporação no solo. Já no sistema convencional de preparo acontece o

contrário. As adições constantes de adubos fosfatados na superfície em

plantio direto aumentam muito o fósforo da solução do solo, podendo o-

correr a formação de fosfatos de cálcio com menor solubilidade.

O fósforo no plantio direto apresenta as seguintes características (di-

ferenças em relação ao plantio convencional), de acordo com Sá (1995b):

1. O não revolvimento do solo reduz o contato entre os colóides e o íon

fosfato, amenizando as relações de adsorção.

2. A manutenção dos resíduos culturais na superfície resulta na formação

de linhas com maior concentração de fósforo devido à adubação das

culturas.

3. A mineralização lenta e gradual dos resíduos proporciona a liberação e

redistribuição de formas orgânicas de fósforo mais estáveis e menos

susceptíveis às reações de adsorção.

Page 34: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

12

Por tudo o que foi relatado o plantio direto é considerado o mais po-

pular sistema de manejo conservacionista, especialmente por proteger a

superfície do solo do impacto direto das gotas de chuva reduzindo consi-

deravelmente a erosão. Segundo Lombardi Neto et al. (1988), a cobertura

vegetal absorve a energia cinética da chuva, não restando energia resi-

dual para provocar a desagregação do solo.

Entretanto, questões têm sido levantadas em relação às perdas de

nitrogênio nesse sistema. Maior conteúdo de água no solo e redução do

escoamento superficial são fatores potenciais para a lixiviação do NO3-

(nitrato) para camadas mais profundas no solo. De acordo com Bartz

(2003) esta é a forma predominante do nitrogênio na camada de 0 – 7 cm

em sistema plantio direto. Segundo o mesmo autor, o nitrato é muito sus-

cetível às perdas por lixiviação devido à maior infiltração de água que o-

corre no plantio direto. Apesar das maiores perdas o fornecimento de ni-

trogênio é compensado via mineralização, não havendo prejuízos no ren-

dimento das culturas. Com relação às perdas de NO3- e NH4 no escoa-

mento superficial, Seta et al. (1993) constataram que estas são menores

em sistema plantio direto comparado ao sistema convencional.

O potássio é removido de forma mecânica dos tecidos vegetais pela

ação da chuva que lava os tecidos. Esta remoção pode causar perdas

deste nutriente em plantio direto quando ocorrem grandes perdas de água

no sistema. Estas perdas acontecem quando não existem barreiras me-

cânicas que disciplinam a velocidade de escoamento superficial das á-

guas. Um agravante é quando a semeadura não obedece às curvas de

nível do terreno. Ainda com relação ao potássio, verifica-se, no plantio

direto, gradientes de fertilidade no sentido vertical e uma maior variabili-

dade no sentido horizontal, pelas linhas de adubações principalmente na

fase de implantação do sistema (Bartz, 2003).

Considerando, de maneira geral, atributos físicos e químicos do solo

em sistema plantio direto, Valpassos et al. (2001) afirmam que o uso con-

tínuo de plantio direto com rotação de culturas por 8 anos proporcionou,

Page 35: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

13

em longo prazo, acúmulo de C no solo do Cerrado em relação ao sistema

convencional com rotação de culturas. Nos 8 anos de cultivo proporcio-

nou, ainda, redução na densidade e melhoria nas propriedades químicas

do solo. Dessa forma, esse sistema demonstrou ser uma alternativa para

a conservação e manutenção das condições físicas e do potencial produ-

tivo dos solos do cerrado.

2.1.3 Biodiversidade do solo

A biodiversidade dos solos compreende uma variedade de microor-

ganismos (microfauna do solo) e organismos, que vão desde dimensões

microscópicas até médias e relativamente grandes (macrofauna). Segun-

do Silva et al. (2002) tanto a microfauna como a macrofauna atuam positi-

vamente na decomposição da matéria orgânica, processo considerado de

grande importância na ciclagem de nutrientes. Isso significa que a susten-

tabilidade dos sistemas produtivos depende da atuação da micro e da

macrofauna do solo. Além disso, Sanches & Reines (2001) apud Silva et

al. (2002) consideram que a ação mecânica da macrofauna também con-

tribui para a formação de agregados estáveis, o que permite proteger uma

parte da matéria orgânica da rápida mineralização.

Silva et al. (2002), através de experimentos, afirmam que o sistema

plantio direto apresenta condições mais favoráveis para a biota do solo

que o sistema convencional, proporcionando um aumento na sua biodi-

versidade. Nesse sistema, a grande quantidade de palha que permanece

na superfície do solo é muito importante para o restabelecimento da ma-

crofauna diversificada e para o equilíbrio entre as populações, atendendo

às demandas de sustentabilidade ecológica dos agroecossistemas.

EMBRAPA Solos (2000) acrescenta que o plantio direto causa um

aumento considerável da biodiversidade do solo porque cria condições

Page 36: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

14

mais favoráveis ao crescimento de organismos e fauna do solo que prati-

camente são ausentes nas áreas de plantio convencional.

2.1.4 Perdas de solo e água

As perdas de solo e água por erosão constituem-se em uma das

maiores preocupações atuais na agricultura brasileira.

Para Rosa & Walendowsky (2001), o processo de erosão do solo

causa muitas conseqüências indesejáveis, mas as piores são aquelas que

alteram o ambiente aquático, principalmente devido ao assoreamento e à

obstrução de cursos d’água, alterando sua turbidez e, posteriormente,

contribuindo para elevar o custo do tratamento. Acrescentam que, se o

solo tiver um adequado uso e ocupação, os processos de erosão podem

ser reduzidos até um nível que não provoque alterações indesejáveis nos

recursos hídricos.

De acordo com Pruski et al. (2000), o sistema plantio direto, por in-

fluenciar nos fatores que interferem no escoamento superficial, constitui-

se em alternativa para a redução das perdas de solo e água. Para Stone

& Moreira (2000), a cobertura morta presente na superfície do solo em

sistema plantio direto proporciona maior infiltração de água, reduzindo as

perdas por escoamento superficial. Essa menor perda, segundo EMBRA-

PA Agropecuária Oeste (2003), deve-se ao não revolvimento do solo e à

cobertura morta na superfície. Essa cobertura atua como dissipadora de

energia e, dessa forma, protege o solo do impacto causado pela gota de

chuva e evita a formação do selamento superficial, o qual é o fator impor-

tante na determinação da taxa de infiltração de água no solo. Com isso a

obstrução de poros na superfície é diminuída evitando a redução na taxa

de infiltração de água.

Segundo Corrêa (2000), é importante quantificar as perdas de solo e

água para diferentes solos, relevo e uso agrícola. Para o mesmo autor,

Page 37: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

15

essas perdas afetam a produção, qualitativa e quantitativamente. Todavia,

a intensidade destas perdas varia com o solo, profundidade efetiva do

perfil e outros fatores. A determinação quantitativa é feita pela determina-

ção do volume de solo e de água perdidos e a determinação qualitativa é

realizada pela análise das substâncias e elementos contidos no material

coletado.

De Maria (2003) comenta que o sistema plantio direto é muito efici-

ente no controle da erosão. Valores médios para o Estado de São Paulo

indicam que reduz em até 90% as perdas de solo e em até 70% as per-

das de água em relação ao sistema convencional. Cassol & Lima (2003)

encontraram valores semelhantes em Latossolo Vermelho distrófico.

Hernani (1999) comparou diferentes sistemas de preparo do solo

com relação à erosão. Entre os sistemas estudados o plantio direto foi o

mais eficaz no controle da erosão devido às menores quantidades totais

de nutrientes e de matéria orgânica perdidas na enxurrada.

Em experimento realizado por Schaeffer et al. (2002) foi caracteriza-

da a evolução do selamento superficial e das perdas de nutrientes, solo e

matéria orgânica em razão de diferentes porcentagens de cobertura (0,

20, 40, 80 e 100%). Com uma intensidade de precipitação de 60 mm/h e

seis aplicações sucessivas espaçadas de 12 horas as perdas totais de

solo foram superiores a 11 ton ha-1 nos tratamentos com porcentagem de

cobertura entre 0 e 40%. Nos tratamentos com 80% essas perdas foram

pouco mais de 5 ton ha-1 e no tratamento com 100% a perda foi zero.

Tormena (1995) obteve valores semelhantes. Para esse autor, quanto

maior a porcentagem de cobertura do solo e mais uniforme a distribuição

do resíduo, maior o controle das perdas de solo e água. Comenta, ainda,

que a quantidade de resíduos necessária para manter as perdas de solo

em uma faixa admissível para mesma erodibilidade, varia com a declivi-

dade. Quanto maior a declividade, maior deve ser a quantidade de resí-

duos na superfície.

Page 38: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

16

2.1.5 Produtividade e disponibilidade de água no solo

O armazenamento de água ao longo do perfil e a porosidade do solo

são afetados pelos sistemas de manejo, o que interfere diretamente no

desenvolvimento e na produtividade das culturas (Stone & Moreira, 2000).

Para Kluthcouski et al. (2000), as condições climáticas do ano agrícola, a

qualidade do manejo, o nível de fertilidade do solo e o estado sanitário da

cultura são fatores, dentre outros, que têm influência sobre o rendimento

de grãos na maioria das culturas sujeitas a diferentes manejos do solo.

A disponibilidade de água e nutrientes para a planta depende, além

da viabilidade química do solo, do volume de solo que o sistema radicular

explora. Quanto maior o volume, ou então, quanto maior o número de raí-

zes presentes em um determinado volume, maior será o aproveitamento

dos nutrientes e da água pela planta (Sá & Petrere, 1995).

A cobertura morta também ajuda na redução da evaporação da água

do solo através da diminuição da temperatura na superfície, elevando a

disponibilidade de água (EMBRAPA Agropecuária Oeste, 2003). De Maria

(2003) acrescenta que a oscilação da temperatura do solo durante o dia

diminui, o que gera benefícios para o desenvolvimento das plântulas. En-

fatiza que o principal efeito é o aumento no conteúdo de água no solo de-

vido à redução das perdas por evaporação. As culturas respondem positi-

vamente suportando estiagens de curta duração.

Para Stone & Moreira (2000), o sistema plantio direto, por não revol-

ver o solo, propicia maior armazenamento de água. O que não acontece

em sistemas de preparo do solo que provocam maior revolvimento.

A cobertura do solo pode minimizar o efeito de estiagens nas cultu-

ras de sequeiro pela redução do déficit hídrico. Em experimento realizado

em Goiás, comparando preparo convencional e plantio direto com 50% e

100% de cobertura do solo, Meireles et al. (2003) verificaram que o plantio

direto proporcionou maior disponibilidade hídrica e prolongamento do pe-

ríodo favorável à semeadura do feijão em relação ao preparo convencio-

Page 39: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

17

nal. O tratamento com 100% de cobertura do solo apresentou efeito mais

pronunciado.

Dalmago et al. (2002a) afirmam que o sistema plantio direto determi-

na maior rendimento do milho que o sistema convencional em níveis mé-

dios de déficit hídrico. Porém, sem limitação de água ou com estresse

acentuado, os dois sistemas não diferem entre si. Os mesmos autores

também afirmam que o sistema plantio direto mantém, por um período

mais prolongado, maior disponibilidade de água no solo em relação ao

sistema convencional.

Stone & Moreira (2000) observaram que as plantas em sistema plan-

tio direto no Cerrado, em razão do maior crescimento vegetativo que no

sistema convencional, aumentaram as taxas de evapotranspiração, con-

sumindo mais água. Por essa razão, o solo apresentou menor conteúdo

de água a partir de 45 dias até o final do ciclo. Apesar disso o sistema

plantio direto com cobertura morta foi mais eficiente no uso da água. O

aumento na disponibilidade de água no solo em sistema plantio direto in-

terfere no crescimento radicular e na absorção de nutrientes fazendo com

que o conteúdo de água no solo permaneça com freqüência dentro da

faixa menos limitante. Também favorece a redução das condições impedi-

tivas ao desenvolvimento radicular (aeração deficiente ou excessiva resis-

tência mecânica do solo).

Em experimento em solo Passo Fundo, Sá & Petrere (1995) consta-

taram que, quanto maior o tempo de uso do plantio direto com rotação de

culturas, a distribuição do sistema radicular ocorre também em profundi-

dade e o número de raízes na camada superficial e o rendimento de

grãos de milho aumentam. Isso caracteriza melhor aproveitamento do vo-

lume de solo explorado. Foi observada uma camada adensada de 5 - 22

cm que não limitou o crescimento das raízes em profundidade.

Segundo EMBRAPA Agropecuária Oeste (2001), além do aumento

da produtividade, o plantio direto proporciona redução dos custos de pro-

dução com a redução do uso de calcário e adubos e com a redução das

Page 40: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

18

perdas de matéria orgânica. No Quadro 3 são apresentados alguns e-

xemplos de impacto econômico com o uso do plantio direto em relação a

outros sistemas de preparo do solo.

Considerando que, em 2001, a área de plantio direto no Brasil era de

14,0 milhões de hectares e comparando com o sistema convencional de

manejo, pode-se afirmar que 94,5 milhões de toneladas de solo deixaram

de ser erodidas e 17,85 bilhões de metros cúbicos de água deixaram de

ser escoadas. Em termos de nutrientes deixaram de ser perdidos (EM-

BRAPA Agropecuária Oeste, 2001): 260,4 mil toneladas de Ca; 16,8 mil

toneladas de Mg; 15,1 mil toneladas de P; 161,7 mil toneladas de K; 2,8

milhões toneladas de matéria orgânica.

QUADRO 3 - Estimativa dos impactos econômicos com o uso do plantio

direto no Brasil em 2001.

Com o aumento da produtividade em 17% Cultura Área (milhões de ha) Acréscimo (bilhões R$)

Soja 10 1,496 Milho 4 0,491 Trigo 1,5 0,125

Sub-total 2,112 Com a redução de custos de produção

Cultura % média de redução Acréscimo (bilhões R$) Soja 7 0,370 Milho 10 0,288 Trigo 5 0,030

Sub-total 0,688 Com a redução do uso de calcário e adubos

Insumo Economia (bilhões R$) Calagem 0,0586 Superfosfato triplo 0,0515 Cloreto de potássio 0,1847 Sub-total 0,2948

Com a redução das perdas de matéria orgânica Insumo Economia (bilhões R$) Adubo orgânico 0,2205

Sub-total 0,2205 Total 3,3153

Fonte: EMBRAPA Agropecuária Oeste (2001).

Page 41: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

19

No Quadro 4 rendimentos de algumas culturas em sistema plantio di-

reto e convencional são apresentados.

QUADRO 4 – Rendimento médio das principais culturas (kg ha-1), obtido

no sistema plantio direto e no sistema convencional.

Soja Milho Feijão Cebola Especificação Tração

motora Tração motora

Tração animal

Tração animal

Tração motora

Plantio Direto 3.100 5.840 4.800 2.000 17.667 Plantio Convencional 2.440 4.500 4.000 1.460 14.000 Diferença absoluta 660 1.340 800 540 3.667 Diferença relativa 27,0 29,8 20,0 37,0 26,2

Fonte: Instituto Cepa/SC (1999).

Segundo Stone & Moreira (2000), o aumento na produtividade em

plantio direto em relação a outros sistemas de manejo que revolvem o

solo é devido à redução da evaporação e ao aumento da transpiração,

para locais onde a precipitação anual não é elevada. Em decorrência da

maior produção, o sistema plantio direto apresenta maior eficiência no uso

da água. Essa economia de água está relacionada com a quantidade de

palha na superfície e tende a ser maior em culturas cujas plantas não co-

brem totalmente o solo.

EMBRAPA Agropecuária Oeste (2003) acrescenta ainda que o solo

armazena maior volume de água em sistema plantio direto porque ocorre

elevação da retenção de água em tensões mais altas, devido à diminui-

ção proporcional de macroporos e aumento dos poros de diâmetro médio.

Essa condição melhora a estrutura e a porosidade. Esses fatores, aliados

às menores perdas por evaporação e ao aumento na infiltração, possibili-

tam maior armazenamento de água. Além de proporcionar maior volume

de água, proporciona também maior disponibilidade para as plantas por

mais tempo e menores variações de temperatura na superfície do solo

que o sistema convencional, o que está associado ao tipo e índice de co-

Page 42: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

20

bertura. Além de todos estes benefícios, o balanço hídrico também é mais

favorável e mais equilibrado no sistema plantio direto.

2.1.6 Plantio direto e a sustentabilidade da agricultura

Para se atingir a estabilidade de um agroecossistema devem-se

compreender os mecanismos que resultam da interação entre diversos

fatores ambientais, o que propicia maior amplitude nas relações solo-

planta-atmosfera (Sá, 1995a).

Segundo De Maria (2003), é um sistema que pode alcançar a susten-

tabilidade agrícola com mínimos impactos ambientais e sem degradação

dos recursos naturais. O autor atribui esses benefícios à redução da ero-

são, melhoria das condições físicas e da fertilidade do solo, aumento no

teor de matéria orgânica, nutrientes, água armazenada e a redução no

consumo de combustíveis mantendo a produtividade das culturas.

A contribuição do sistema plantio direto para a sustentabilidade da

agricultura pode ser percebida nos seguintes aspectos (Plataforma Plantio

Direto, 2003):

• Melhoria da capacitação profissional, da mão-de-obra e do nível geren-

cial da atividade agrícola.

• Melhoria da eficiência produtiva e da renda do setor e os seus efeitos

multiplicadores nos setores secundário e terciário da economia gerando

como conseqüência maior sustentabilidade econômica, social e ambiental.

• Amplitude e velocidade da expansão do sistema plantio direto no Brasil.

• Contribui para o manejo racional das bacias hidrográficas, manutenção

da biodiversidade, redução da erosão laminar.

• Redução de 60 a 70% no uso de combustíveis fósseis pela mudança do

sistema convencional, reduzindo a emissão de gases para a atmosfera.

Page 43: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

21

• Absorção de cerca de 130 milhões de toneladas de carbono atmosférico

para cada 1% de incremento no teor de matéria orgânica na camada

superficial do solo de 20cm, em toda a área plantada no Brasil.

• Redução significativa do risco agrícola.

• Potencial para ser empregado em todas as atividades e por todos os

produtores em favor do emprego e renda.

Instituto Cepa/SC (1999) conclui que o plantio direto é um sistema

com sustentabilidade no contexto dos futuros agroecossistemas e pode

ser o embrião da revolução verde a ser desenvolvida no campo.

Entretanto, o volume de água perdido por escoamento superficial a-

inda é muito alto e está havendo problemas de erosão no Planalto do Rio

Grande do Sul. Esse não justifica a retirada dos terraços, que vem acon-

tecendo com freqüência na região.

2.1.7 Plantio direto e mulching vertical

A degradação dos solos em sistemas de manejo não conservacionis-

tas, com todas as suas conseqüências tem levado à busca de sistemas

de produção que possibilitem maior eficiência energética e menor agres-

são ao ambiente (Castro, 2003).

Apesar de a cobertura do solo, com plantas vivas ou com resíduos

de plantas, possuir potencial para reduzir até 100% a energia erosiva das

gotas de chuva, não apresenta a mesma eficácia para dissipar a energia

erosiva do escoamento superficial. De acordo com Denardin et al. (2003),

o potencial de dissipação da energia cinética das gotas de chuva pela co-

bertura do solo, a partir de um determinado comprimento de pendente, é

superado. Isso permite a flutuação e o transporte de resíduos e a forma-

ção de sulcos no solo. Comentam, ainda, que é necessário manter o

comprimento das pendentes dentro dos limites em que a cobertura do

solo não perca a eficácia na dissipação da energia incidente. Os autores

Page 44: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

22

afirmam que qualquer prática conservacionista que venha complementar

o sistema plantio direto estará contribuindo para minimizar o processo da

erosão hídrica.

Para atender a essas expectativas de sustentabilidade na agricultura

surgiu o mulching vertical. Segundo Gerstenberger (2003) os primeiros

trabalhos com mulching vertical começaram com o pesquisador Walt

Gardner da Washington State University que registrou o movimento da

água no solo. A utilização era somente para diminuir a compactação do

solo em torno de árvores que tinham o crescimento de suas raízes preju-

dicado. Um pouco de solo da zona das raízes das árvores era retirado e o

espaço era preenchido com material poroso que proporcionava maior ae-

ração do solo, percolação da água, aumento na fertilidade do solo e pro-

dução de matéria orgânica.

Conforme ilustra a Figura 1, o mulching vertical consiste de uma ope-

ração na qual é aberta uma trincheira no solo com uma máquina e preen-

chida com materiais orgânicos como palha de culturas. Esta palha, além

de aumentar a infiltração de água no solo, também proporciona o aumen-

to do conteúdo de matéria orgânica (Parr, 1959).

FIGURA 1 – Croqui de corte transversal do perfil do solo com sulcos de mul-

ching vertical.

(Fonte: Righes et al., 2004).

Page 45: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

23

O mulching vertical aliado ao sistema plantio direto pode ser uma

importante alternativa tecnológica no meio rural para alcançar a sustenta-

bilidade agrícola. Parr (1959) comparou em um experimento, os efeitos do

mulching vertical e de um preparo simples de subsolagem, nas proprieda-

des físicas do solo. Verificou que, nas parcelas com mulching, aumentou

o número e a atividade das minhocas, o que também proporcionou um

aumento no conteúdo de matéria orgânica. O autor concluiu que: (1) os

valores de densidade do solo nas parcelas com mulching vertical foram

significativamente menores que nas parcelas com subsolagem; (2) na

maioria dos casos, os valores do conteúdo de água do solo com mulching

vertical foram maiores que na subsolagem e (3) os valores de agregados

foram significativamente maiores com mulching vertical. Os valores de

conteúdo de água armazenado no solo são demonstrados no Quadro 5.

QUADRO 5 - Efeitos do mulching vertical e da subsolagem no conteúdo

de água do solo, em percentagem de volume, em um solo

Crosby silt loam.

Primeira amostra, 10 meses depois do iní-cio do experimento

Segunda amostra, 14 meses depois do início do experimento

Profundidade (cm)

10 – 12 10 – 12 5 – 7 5 – 7 12 – 14 12 – 14

Distância do canal (m)

0 – 3 7 – 10 0 – 3 7 – 10 0 – 3 7 – 10

Conteúdo volumétrico de água (%) Mulching vertical

26,4* 21,7 13,7 14,8 22,7 26,6

Subsolagem 23,3* 18,8 15,4 13,3 26,4 25,9

*Diferença estatística significativa do próximo valor à direita, com 5% de probabilidade de erro.

Fonte: Parr (1959).

Segundo ASA (1983), experimentos realizados em regiões semi-

áridas dos Estados Unidos, em solo franco arenoso, o mulching vertical

proporcionou conteúdos mais altos de água na profundidade de 30 a 90

cm durante as chuvas de final de agosto, setembro e outubro. O autor

Page 46: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

24

comenta que, devido a esses e outros fatores, o mulching vertical é muito

benéfico para a conservação da água em solos levemente permeáveis.

Fairbourn (1975) apud Bainbridge (1995) afirma que muitos experi-

mentos que utilizam mulching vertical evidenciaram que esse sistema po-

de aumentar substancialmente o armazenamento de água no solo.

Para Klein et al. (2000), o mulching vertical é uma alternativa viável

para os agricultores, pois não apresenta os mesmos inconvenientes dos

terraços e ainda diminui os efeitos do escoamento superficial através do

aumento da infiltração de água no solo. Segundo os autores, o estudo

dessa técnica se justifica pela economia que a redução na poluição dos

recursos hídricos, redução da perda de fertilizantes e calcário do solo po-

de representar para os agricultores.

Para Righes et al. (2004), o uso do mulching vertical pode se tornar

uma eficiente alternativa para reduzir o escoamento superficial em lavou-

ras com plantio direto, que apresentam problemas de infiltração de água.

Acrescentam os efeitos indiretos do uso dessa tecnologia: aplicação de

matéria orgânica em profundidade; redução das perdas de resíduos cultu-

rais, na enxurrada, principalmente nas lavouras de milho; ultrapassagem

da camada de impedimento (pé de arado), colocando a água da enxurra-

da abaixo da camada que limita a infiltração; aumento no fluxo de água

para dentro do solo pelo aumento da carga hidráulica; redução das per-

das de nutrientes e do transporte de defensivos agrícolas que contami-

nam os mananciais. Essa técnica possibilita, ainda, a aplicação de calcá-

rio em profundidade nos solos ácidos, contribuindo para o aumento da

profundidade de exploração do sistema radicular.

Bainbridge (1995) comenta que o mulching vertical aumenta o con-

teúdo de água no solo substancialmente (mais de 20%) e reduz a veloci-

dade da água e a erosão.

Righes et al. (2002), pesquisando o mulching vertical em sistema

plantio direto com diferentes espaçamentos em solo Passo Fundo com

chuva simulada de 111 mm h-1, concluíram que o mulching vertical é efici-

Page 47: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

25

ente para reduzir em 55% o escoamento superficial no espaçamento entre

sulcos de 10 m e protelou o início do escoamento em 9 minutos, em rela-

ção à testemunha (plantio direto sem mulching vertical). Para espaçamen-

to de 5 m, o início do escoamento superficial foi retardado em 27 minutos

e reduziu em 74% o escoamento superficial quando comparado com a

testemunha sem mulching vertical.

2.2 Balanço hídrico

Segundo Libardi (1995), balanço hídrico é a contabilização das en-

tradas e das saídas de água, em um determinado volume de solo, durante

um determinado período de tempo. O autor recomenda que o volume de

solo deve englobar o sistema radicular da cultura. A variação do

armazenamento de água no perfil estudado dirá se o saldo é positivo ou

negativo. Será positivo se o volume que entra for maior que o volume que

sai. Da seguinte forma:

QsQeh −=∆ ( 1 )

Sendo:

∆h = variação do armazenamento de água no solo.

Qe = quantidade de água que entra no perfil. Pode ser por precipitação

(P) e/ou irrigação (I).

Qs = quantidade de água que sai do perfil. Pode ser por drenagem interna

(D), evapotranspiração (ET) e deflúvio superficial (R).

IPQe += ( 2 )

RETDQs ++= ( 3 )

Page 48: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

26

Então:

)RETD()IP(h ++−+=∆ ( 4 )

O balanço hídrico pode ser real ou climatológico. A diferença entre o

real e o climatológico, segundo Reichardt (1990), é que o primeiro conta-

biliza todas as adições e retiradas de água que realmente ocorrem em

uma área. Demonstra a situação hídrica real pela qual uma cultura passa.

O segundo é uma estimativa, baseada em dados climatológicos, do que

ocorreria na área. É uma previsão do que vai acontecer em um local no

que se refere à situação hídrica.

Dourado Neto et al. (1999) afirmam que a realização do balanço hí-

drico auxilia o processo de tomada de decisão para o planejamento e o

manejo do sistema agrícola no que se refere aos aspectos quantitativos e

qualitativos. Com relação ao aspecto quantitativo, comentam que é possí-

vel quantificar, para cada época do ano, a demanda por mão-de-obra,

máquinas e implementos agrícolas; definir melhores épocas de preparo

do solo, semeadura, aplicação de defensivos; verificar a possibilidade de

utilização de técnicas de irrigação e estimar o rendimento agrícola. Refe-

rindo-se ao aspecto qualitativo, os mesmos autores comentam que é

possível orientar o manejo para eliminar ou minimizar os riscos de

poluição ambiental, como a contaminação de aqüíferos e mananciais de

água devido ao uso inadequado dos insumos agrícolas.

2.2.1 Drenagem profunda e ascensão capilar

Definidos por Reichardt (1990) como a integral do fluxo de água no

solo na profundidade L em um intervalo de tempo determinado. O fluxo de

água é descrito pela equação de Darcy:

Page 49: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

27

t*A*z

KQ )(

∗−=

ϕ

ϕψθ

( 5 )

Sendo:

Q = fluxo de água em ascensão capilar ou drenagem profunda;

K(�) = condutividade hidráulica do solo;

3% / 3]�= gradiente hidráulico;

A = área;

t = tempo.

Segundo Reichardt (1990), se o gradiente de potencial for positivo, o

fluxo será negativo, dirigindo-se de cima para baixo. Então se tem a dre-

nagem profunda. Se, ao contrário, o gradiente for negativo, o fluxo será

positivo, ou seja, de baixo para cima. Nesse caso, o que ocorre é a as-

censão capilar. A ascensão capilar só acontece depois que a drenagem

profunda cessar.

2.2.2 Evapotranspiração

Segundo Reichardt (1985), evapotranspiração é o processo de perda

de água que ocorre simultaneamente no solo e na planta.

De acordo com Pedrazzi (1999), a evapotranspiração pode ser po-

tencial ou real (efetiva). O autor define evapotranspiração potencial como

a máxima evapotranspiração que aconteceria sem déficit de água no solo.

A evapotranspiração real é definida como a perda de água por evapora-

ção e, ou transpiração, nas condições reinantes (atmosféricas e umidade

do solo).

A evapotranspiração real pode ser estimada em função do conteúdo

de água no solo. Segundo Thornthwaite & Mather (1955) apud Dourado

Neto et al. (1999) a perda de água por evapotranspiração é diretamente

Page 50: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

28

proporcional ao conteúdo de água no solo. Para Pedrazzi (1999) quando

há deficiência hídrica e os solos se tornam mais secos, a evapotranspira-

ção real é sempre menor que a evapotranspiração potencial.

2.2.3 Armazenamento de água no solo

O armazenamento de água no solo pode ser caracterizado pelo seu

conteúdo de água. Segundo Reichardt (1990), o conteúdo de água pode

ser definido à base de massa, à base de volume, ou, quando nenhuma

destas é conveniente, os resultados podem ser expressos em altura de

lâmina de água. Esta altura corresponde a volume por unidade de área.

Bergamaschi (2001) acrescenta que, além da capacidade do solo em

armazenar água disponível, se deve considerar a demanda hídrica da cul-

tura para que haja adequada disponibilidade de água às plantas. A partir

dessa água armazenada, o solo supre as necessidades das plantas em

períodos secos. Por isso, é importante o armazenamento de água através

de um manejo do solo conservacionista.

Nishijima (1987) comparou os efeitos de cinco diferentes sistemas de

manejo em um solo Podzólico Vermelho-amarelo, com textura média em

um relevo ondulado. Verificou que o armazenamento de água no solo foi

influenciado pelo seu manejo, sendo que os tratamentos com cultivo mí-

nimo e com semeadura direta apresentaram os maiores valores. Foi veri-

ficado também que o mulching vertical proporcionou maior infiltração da

água da chuva e também aumento no armazenamento, quando compara-

do aos outros sistemas.

Page 51: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

29

2.2.3.1 Determinação do armazenamento de água no solo

Quando se deseja determinar o armazenamento de água no solo,

primeiro é preciso definir a profundidade, que geralmente é a profundida-

de do sistema radicular da cultura considerada, ou, pelo menos, da sua

maior parte (profundidade efetiva). Como o conteúdo de água varia ao

longo do perfil do solo, deve-se estratificar o perfil e determinar o conteú-

do de água em cada camada (Reichardt, 1990; Libardi, 1995).

Para Reichardt (1990), quanto maior o número de camadas, maior

será a precisão do resultado e considera que o armazenamento de água

no solo é função da profundidade considerada. Para cada profundidade o

armazenamento varia em função do tempo. Esta variação se deve aos

processos de ganho e perda de água.

A altura de lâmina de água no perfil é calculada pela equação 6 (Li-

bardi, 1995):

∑=

n

i

ii∆ΖθΗ ( 6 )

Sendo:

H = altura de lâmina de água no perfil;

θi = conteúdo de água do incremento de profundidade i;

∆Zi = espessura do incremento de profundidade i;

n = número de incrementos.

Com esses dados é possível determinar a curva umidade versus pro-

fundidade, de acordo com Libardi (1995). Essa curva é conhecida como

perfil de umidade (Figura 2). A área sob a curva representa a quantidade

de água, em termos de altura, em um determinado solo.

Page 52: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

30

FIGURA 2 – Perfil de umidade de um solo.

(Fonte: Libardi, 1995)

Para Prevedello (1996), pode-se determinar, de forma mais genérica,

que, em um certo tempo ti, haverá um certo perfil de umidade e em um

tempo posterior tf, um outro perfil. A área compreendida entre os dois per-

fis representa a variação do armazenamento de água no solo. O que Pre-

vedello (1996) define como o armazenamento no tempo tf (Zf) menos o

armazenamento do tempo ti (Zi) e ¨=��D�YDULDoão no armazenamento.

2.2.3.2 Disponibilidade hídrica no solo e produtividade das culturas

Uma das causas da redução da produção vegetal no Sul do Brasil é

a ocorrência de estiagens, principalmente nos meses mais quentes onde

acontece alta demanda evaporativa da atmosfera (Bergamaschi, 2001).

Letey (1985) comenta que os fatores água, oxigênio, temperatura e

resistência mecânica afetam diretamente a produção agrícola. Esses fato-

Page 53: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

31

res devem estar em equilíbrio para proporcionar condições adequadas de

desenvolvimento às plantas. Podem ser estabelecidas relações entre es-

tes parâmetros para determinadas zonas climáticas. Para o mesmo autor,

existem também os fatores indiretos que afetam a produção (assim cha-

mados porque dependem dos fatores diretos) que são: densidade do solo,

textura, agregação, estabilidade de agregados e distribuição de tamanho

de poros.

Santi et al. (2002) acrescenta que as características físicas como a

textura e o teor de matéria orgânica afetam a retenção de água no solo. A

matéria orgânica influencia a agregação do solo o que indiretamente afeta

outras características como a densidade, a porosidade, a aeração e a infil-

tração de água.

Segundo Kramer (1995) apud Santos & Carlesso (1999), o déficit hí-

drico acontece quando a quantidade de água absorvida pela planta é me-

nor que a quantidade de água transpirada o que faz com que os tecidos

da planta fiquem menos túrgidos. Os sintomas nas plantas, de acordo

com Melo et al. (2002), podem ser manifestados quando ocorre excessiva

demanda evaporativa da atmosfera, ausência de água na região do sis-

tema radicular (água insuficiente para suprir a demanda evaporativa at-

mosférica), ou então quando existe alguma limitação fisiológica do siste-

ma radicular e vascular da planta.

Para Rosa et al. (2004), o déficit hídrico afeta todos os aspectos re-

lacionados ao desenvolvimento das plantas. Pode causar redução da á-

rea foliar, diminuir a fotossíntese e afetar outros processos como brota-

ções, absorção de nutrientes e translocação de fotossíntese. Bergamaschi

(2001) acrescenta ainda que o déficit hídrico tem impacto sobre o rendi-

mento econômico de uma cultura e este impacto depende das caracterís-

ticas da mesma, da intensidade do estresse e do momento (criticidade)

em que as plantas são atingidas. Para o mesmo autor, as culturas em pe-

ríodo crítico, de maneira geral, podem ter seu rendimento afetado por es-

tiagens de curta duração. Se o déficit ocorrer em períodos não críticos,

Page 54: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

32

somente acontecem prejuízos se o solo apresentar baixa capacidade para

o armazenamento de água.

Contudo, nem toda a água armazenada no solo está disponível às

plantas. Segundo Melo et al. (2002), isso acontece quando a água drena

rapidamente e se distancia do sistema radicular ou quando a água pre-

sente está firmemente retida devido às forças de retenção pelas partículas

de solo, impossibilitando que as plantas absorvam a água armazenada.

Segundo Santos & Carlesso (1999), o solo com textura arenosa apresen-

tou menor efeito do déficit hídrico, no que se refere ao enrolamento e à

expansão das folhas de plantas de milho, comparada ao solo com textura

franca e com textura argilosa, mesmo com menor lâmina total de água

armazenada no perfil.

Considerando sistemas de manejo, o plantio direto, para Dalmago et

al. (2002b), proporciona maior armazenamento de água no solo que os

sistemas que revolvem o solo. Uma possível causa desta tendência é que

o plantio direto melhora as características físico-hídricas do solo.

Segundo Bayer & Mielniczuk (2001), a disponibilidade de água às

plantas pode ser influenciada pelo manejo do solo na medida em que o-

corre limitação ao desenvolvimento radicular em profundidade ocasionada

pelo sistema de manejo adotado. Com relação à essa afirmativa, Melo et

al. (2002) comentam que as características físicas, químicas e biológicas

do solo e a habilidade das plantas em desenvolver mecanismos de resis-

tência ao déficit hídrico influenciam nas relações solo-planta-atmosfera, o

que resulta na maior ou na menor capacidade de armazenamento de á-

gua disponível às plantas.

A compactação do solo reduz a taxa de infiltração e a capacidade de

armazenamento da água no solo, aumentando também a resistência à

penetração das raízes. Letey (1985) comenta que o crescimento das raí-

zes é diminuído em solos compactados principalmente porque a maior

densidade do solo diminui a taxa de difusão de oxigênio e, nas condições

Page 55: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

33

do experimento realizado pelo autor, esta foi a principal causa do menor

crescimento das plantas.

Para Santos & Carlesso (1999) o fluxo de água do solo para a planta

depende, além da disponibilidade hídrica, também da eficiência do siste-

ma radicular em extrair água do solo. Reinert et al. (2001) definem água

disponível como a quantidade de água que uma planta pode extrair sem

causar prejuízo à produção devido à falta d’água. Reichardt (1990), con-

ceitua água disponível como a diferença de conteúdo de água de um solo

entre o limite superior (capacidade de campo) e o limite inferior (ponto de

murcha permanente).

Segundo Jong van Lier (2000), existem trabalhos onde os autores

definiram índices que possam representar a qualidade físico-hídrica do

solo. Nesses índices a capacidade de campo e o ponto de murcha per-

manente são geralmente usados. O que dificulta a sua determinação é a

definição imprecisa do conceito de capacidade de campo. Comenta tam-

bém que Hiler & Clark em 1971 propuseram o “Índice de Dias de Estres-

se”, que corresponde ao número de dias em que uma cultura se encontra

fora da faixa ideal de umidade para o seu crescimento.

Reinert et al. (2001) acrescentam que pode ser definido um índice

chamado “Intervalo Hídrico Ótimo” (IHO). Esse índice corresponde a faixa

de umidade de um solo onde o crescimento da cultura é pouco limitado. O

IHO diminui quando a compactação do solo é aumentada e ocorre degra-

dação da estrutura. Para Silva et al. (2002b), esse índice qualifica a estru-

tura do solo porque integra os fatores físicos como porosidade de aeração

superior a 10%, água no solo a tensões entre a capacidade de campo e o

ponto de murcha permanente e o conteúdo de água no solo onde a resis-

tência mecânica do solo é inferior a 2 MPa. Esses fatores físicos estão

relacionados diretamente com o desenvolvimento das plantas.

O intervalo hídrico ótimo também diminui com o aumento da profun-

didade. Letey (1985) propõe então que se determine o IHO em diferentes

profundidades do perfil do solo. Dessa forma, as propriedades físicas do

Page 56: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

34

solo poderão ser caracterizadas quando uma determinada produção está

sendo considerada. O mesmo autor afirma que, em solos mal estrutura-

dos e com alta densidade, o intervalo hídrico ótimo pode ser afetado pela

aeração e, ou resistência mecânica. Esse intervalo é menor porque a taxa

de difusão de oxigênio deve ser apropriada ao desenvolvimento vegetal.

A erosão também contribui para um perfil de solo com baixo IHO quando

comparado ao perfil antes do processo erosivo.

Para Letey (1985), em solos com baixo IHO o manejo deve ser mais

cuidadoso para manter um bom crescimento das raízes. Se o solo não

necessitar de manejo especial para uma boa produção, significa que tem

boas condições físicas.

Um outro índice, segundo Jong van Lier (2000), pode ser determina-

do substituindo o ponto de murcha permanente pela umidade crítica na

quantificação da água facilmente disponível, o que, segundo o autor, pode

melhorar a produtividade das culturas. Na umidade crítica, o conteúdo de

água é maior que no ponto de murcha permanente. O índice assim de-

terminado reflete a quantidade de água que o solo pode reter antes de

haver prejuízo ao crescimento das plantas.

Por fim, pode-se afirmar, segundo Letey (1985), que o conteúdo de

água, combinado com as propriedades físicas do solo, é a variável chave

na produção agrícola. Afeta o potencial de água, a taxa de difusão de oxi-

gênio e a resistência mecânica do solo, afetando, conseqüentemente, a

produção agrícola.

2.2.4 Infiltração de água no solo

Brandão et al. (2003) definem infiltração como o processo pelo qual

a água atravessa a superfície do solo.

Para Reichardt (1990) a infiltração pode ser vertical ou tridimensio-

nal. A infiltração vertical é aquela que pode ser determinada pelos anéis

Page 57: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

35

concêntricos. Já a infiltração tridimensional (vertical para baixo, horizontal

e vertical para cima) acontece, por exemplo, quando a água é adicionada

a um solo relativamente seco através de um tubo poroso. Após a infiltra-

ção, segundo o mesmo autor, a água se redistribui no perfil do solo procu-

rando estados de menor potencial (processo de redistribuição). A água

tem tendência em se deslocar de forma descendente molhando camadas

inferiores às custas do secamento das camadas superiores. A intensidade

deste movimento é dada pela equação de Darcy (equação 5) e depende

da condutividade hidráulica das diferentes camadas e do gradiente de

potencial total. Como a infiltração, a redistribuição diminui com o tempo

devido à diminuição do conteúdo de água das camadas superiores, dimi-

nuindo também a condutividade hidráulica e o gradiente de potencial. Es-

tas pequenas quantidades de água que continuamente percolam repre-

sentam importante contribuição na recarga dos aqüíferos subterrâneos.

2.2.4.1 Conceitos relacionados à infiltração

Taxa de infiltração (ou infiltração instantânea): é o volume de água por

unidade de área que atravessa a superfície do solo por unidade de tempo.

Expressa por (Brandão et al., 2003):

t

Ii = ( 7 )

Sendo:

i = taxa de infiltração;

I = infiltração acumulada;

t = tempo.

Taxa de infiltração básica: é a quantidade máxima de água que um solo,

sob uma dada condição, é capaz de absorver na unidade de tempo por

Page 58: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

36

unidade de área. É expressa, geralmente, em mm/h. Autores como Pe-

drazzi (1999), Costa et al. (1999) e Brandão et al. (2003) também utilizam

o termo “capacidade de infiltração”.

A Figura 3 representa as curvas de infiltração acumulada (mm) e ins-

tantânea (mm h-1) em função do tempo de infiltração, de acordo com Pre-

vedello (1996).

FIGURA 3 – Curvas de infiltração acumulada e instantânea em função do

tempo de infiltração.

(Fonte: Prevedello, 1996).

Prevedello (1996) define o processo de infiltração como a quantifica-

ção, em função do tempo, da densidade de entrada de água (q) na super-

fície de um solo relativamente seco (ou densidade de fluxo na equação de

Darcy). Observa, ainda, que no início essa densidade é alta e decresce

exponencialmente com o decorrer do tempo (Figura 4).

A região curva da Figura 4 representa o movimento da água devido

ao gradiente de potencial, que vai diminuindo. Quando o gradiente se tor-

Page 59: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

37

na unitário, é atingido o regime de fluxo permanente, representado na Fi-

gura como q = K. A partir deste momento a principal força que promove o

movimento da água é a força da gravidade. Para Prevedello (1996) a

densidade de fluxo (q) é igual à taxa de infiltração.

FIGURA 4 – Curva de infiltração de água no solo.

(Fonte: Prevedello, 1996).

Segundo Reichardt (1990) quando uma camada do solo se encontra

satuUDGD�� D� XPLGDGH��� SDVVD� SDUD��V� �XPLGDGH� GH� VDWXUDção), então a

condutividade hidráulica do solo é máxima (K0), tornando o gradiente uni-

tário. Assim q = K0. A Figura 5 ilustra a curva de infiltração para um solo

arenoso e para um solo argiloso, tendo na variável dependente a taxa de

infiltração (mm.h-1) e na variável independente o tempo dado em horas. A

área hachuriada “A” representa a infiltração total no solo argiloso para o

tempo de duas horas.

Page 60: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

38

FIGURA 5 – Curvas de infiltração para um solo arenoso e para um solo argiloso.

(Fonte: Reichardt, 1990).

2.2.4.2 Fatores que intervêm na infiltração

Segundo Brandão et al. (2003), os fatores que influenciam na infiltra-

ção são os seguintes:

• Características do solo: textura e estrutura. Quanto mais arenosa a tex-

tura, maior o número de macroporos, maiores condutividade hidráulica e

taxa de infiltração. Com maior presença de óxidos de Fe e Al e matéria

orgânica (agentes cimentantes) maior estabilidade dos agregados e

maior chance deste solo apresentar estrutura mais estável. Mesmo so-

los argilosos podem ter elevada taxa de infiltração, se apresentarem alto

grau de desenvolvimento da estrutura. Portanto, a estrutura do solo po-

de ter mais influência no aumento da taxa de infiltração que a textura.

• Tipo de cobertura do solo.

• Tipo de preparo e manejo do solo. Ferreira et al. (2000) comentam que

o sistema plantio direto favorece a formação de uma rede de macropo-

ros, o que favorece a infiltração de água, mesmo com valores elevados

de densidade do solo.

Page 61: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

39

• Selamento superficial: é importante na redução da infiltração devido à

menor macroporosidade na camada superficial do solo. A condutividade

hidráulica é reduzida o que limita substancialmente a infiltração. Os fato-

res que exercem influência sobre o selamento são: textura e estrutura

do solo, cobertura vegetal da superfície e características da chuva, prin-

cipalmente a energia cinética das gotas. Costa et al. (1999) ressaltam a

importância do selamento superficial. Comentam que mesmo sendo de

pequena espessura, diminui consideravelmente a infiltração da água no

solo e, como conseqüência, aumenta o escoamento superficial.

• Características da água: quanto maior a temperatura, menor a viscosi-

dade, portanto maior a condutividade hidráulica do solo favorecendo a

infiltração.

Outros fatores como conteúdo inicial de água no solo e a presença

de lâmina d’água na superfície também são citadas como fatores que in-

terferem na infiltração, segundo Brandão et al. (2003).

A taxa de infiltração básica sofre influência dos seguintes fatores, de

acordo com Pedrazzi (1999):

• Solo: a porosidade, o tamanho das partículas e o estado de fissuração

das rochas influenciam diretamente a taxa de infiltração básica.

• Efeito da precipitação: os materiais finos transportados pela chuva se-

dimentam posteriormente. Assim tendem a reduzir a porosidade da su-

perfície (selamento). As chuvas saturam a camada próxima à superfície

e a resistência à penetração de água aumenta. Wohlenberg et al. (2000)

ressaltam que o escoamento superficial aumenta na presença de sela-

mento porque a condutividade hidráulica é muito baixa na superfície se-

lada.

• Cobertura vegetal: dificulta o escoamento superficial, favorecendo a infil-

tração da água porque promove um aumento do tempo de concentração

da água na superfície do solo.

• Studart (2002) destaca ainda a compactação do solo, a carga hidráulica

na superfície e a espessura da camada saturada.

Page 62: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

40

2.2.4.3 Métodos para determinar a infiltração de água no solo

Segundo Pedrazzi (1999), podem ser os métodos de medição direta

que se utilizam infiltrômetros, onde a água é aplicada por inundação. São

necessários dois anéis concêntricos de chapa metálica com diâmetros

diferentes cravados verticalmente no solo, deixando uma altura livre. A

água é aplicada em ambos os cilindros. O volume aplicado a intervalos

regulares é medido no cilindro interno. Pode-se determinar a infiltração

usando-se também um simulador de chuva. Mede-se a quantidade de

água adicionada e o escoamento superficial. A diferença entre água apli-

cada e escoada é a infiltração. Brandão et al. (2003) apresentam uma

comparação entre o infiltrômetro de anel e o simulador de chuva. O infil-

trômetro superestima a taxa de infiltração em relação ao simulador de

chuva. A causa desta diferença é atribuída ao selamento superficial que

ocorre na simulação e também devido ao fato de que no infiltrômetro exis-

te uma lâmina de água sobre a superfície, aumentando o potencial de in-

filtração. No Quadro 6 esta comparação pode ser visualizada. Costa et al.

(1999) atribuem à ação combinada da chuva e do escoamento superficial

no teste com simulador, a razão para a diferença na infiltração.

QUADRO 6 – Taxas de infiltração da água em um Latossolo-Roxo distrófico,

após duas horas de teste, determinadas por infiltrômetro de

anel e simulador de chuvas para três sistemas de preparo do

solo.

Taxa de infiltração (mm/h) Sistemas de

preparo Infiltrômetro de anel

Simulador Relação

anel/simulador

Convencional 244 45 5,4 Escarificação 191 50 3,8 Plantio Direto 129 58 2,2

Fonte: Sidiras & Roth (1984) apud Brandão et al. (2003).

Page 63: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

41

Pedrazzi (1999), cita ainda o Método de Horton (Brandão et al., 2003

consideram como modelo empírico) e o Método do Soil Conservation Service.

Brandão et al. (2003), consideram como métodos para determinar a

infiltração apenas os que Pedrazzi (1999) cita como de medição direta.

Apresentam outras formas de determinar a infiltração, mas chamam de

modelos que descrevem a infiltração da água no solo. Dividem-os em

empíricos e teóricos. Exemplos de modelos empíricos: Kostiakov, Kostia-

kov-Lewis, Horton e Holtan. Estes modelos têm a vantagem de permitir

relacionar os parâmetros do modelo à características do solo sem que

estes obrigatoriamente tenham significado físico e também englobar nas

determinações de suas constantes fatores como a heterogeneidade do

solo, que são difíceis de serem considerados nos modelos teóricos. Como

principal desvantagem os autores consideram o fato de que os dados a-

justados são válidos somente para as condições em que foram determi-

nados.

Os modelos teóricos, segundo os mesmos autores, têm base na teo-

ria física do escoamento em meios porosos (descrito pela equação de

Richards e de Darcy). Exemplos de modelos teóricos: Green e Ampt,

Green e Ampt modificado por Mein e Larson, Philips, Morel-Seytoux e

Khanji. Para solos estratificados Brandão et al. (2003) comentam que Mo-

ore e Eigel propuseram a utilização do modelo de Green e Ampt modifica-

do por Mein e Larson em um perfil de solo com duas camadas. Como e-

xemplo de solo estratificado citam aqueles com selamento superficial on-

de pode haver uma superestimativa da infiltração se a crosta não for con-

siderada no cálculo.

2.2.4.4 Fases da infiltração da água no solo (perfil de umedecimento)

De acordo com Pedrazzi (1999) a infiltração da água no solo é com-

posta pelas seguintes fases:

Page 64: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

42

1ª Intercâmbio: o processo ocorre na camada superficial do solo, onde as

moléculas de água estão sujeitas a retornar à atmosfera por ascensão

capilar, provocada pela ação da evaporação ou absorvida pelas raízes

das plantas.

2ª Descida: quando o deslocamento vertical da água no solo se dá a partir

do momento em que o peso próprio supera a adesão e a capilaridade.

3ª Circulação: com o acúmulo de água ocorre a saturação do solo. Desta

forma são formados lençóis subterrâneos e a água é escoada devido à

declividade das camadas impermeáveis.

Para um solo uniforme com pequena carga hidráulica na superfície

Brandão et al. (2003) afirmam que o perfil de umedecimento do solo é

formado por quatro zonas: de saturação, de transição, de transmissão e

de umedecimento, além da frente de umedecimento, conforme Figura 6.

FIGURA 6 – Perfil de umedecimento do solo durante a infiltração.

(Fonte: Brandão et al., 2003).

Page 65: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

43

De acordo com a Figura 6, H0 é a carga hidráulica, θi é o conteúdo

de água inicial do solo e θs, o conteúdo de água do solo correspondente à

saturação.

2.2.5 Escoamento superficial

Segundo MMA/SRH (2003) o escoamento superficial é a parte da

precipitação total, em uma área, que escoa sobre a superfície do terreno.

Segundo Pruski et al. (2003) além de partículas de solo, o escoa-

mento superficial também transporta agrotóxicos, compostos químicos,

matéria orgânica e sementes, causando prejuízos à produção agrícola e

poluindo os cursos d’água.

O escoamento superficial deve ser combatido e minimizado antes

que se transforme em enxurrada com sério risco de erosão. Para FEPA-

GRO (2001) a erosão hídrica não é apenas uma função da cobertura do

solo. É também uma complexa interação de fatores como:

• Chuva: erosividade (intensidade, duração, quantidade, tempo de retor-

no, etc.).

• Solo: erodibilidade (textura, estrutura, permeabilidade, teor de matéria

orgânica, etc.).

• Comprimento de rampa e grau de declive: energia da enxurrada (volu-

me, velocidade, capacidade de transporte, etc.).

• Manejo do solo: tipo de preparo do solo; tipo, percentual e quantidade

de cobertura do solo; espécie cultivada; espaçamento entre linhas de

semeadura; densidade de plantas por unidade de área e sentido da se-

meadura, em contorno ou morro abaixo (relacionado à capacidade de

dissipação da energia cinética da chuva e da energia cinética da enxur-

rada, etc.).

• Práticas conservacionistas complementares: canais divergentes, locali-

zação de estradas, sistematização do terreno, etc..

Page 66: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

44

2.2.5.1 Problemas relacionados ao escoamento superficial

Os principais problemas relacionados ao escoamento superficial se-

gundo Reichardt (1990) são:

• Trata-se de uma quantidade de água perdida pelo local que a recebeu

porque vai se infiltrar em outro local ou se perder em um curso d’água.

• O arraste de partículas de solo juntamente com o escoamento superfici-

al causa a erosão hídrica, que, dependendo da velocidade da água, po-

de levar até dezenas de toneladas de solo por hectare. Se a erosão se-

guir por caminhos preferenciais, surge a voçoroca. As fendas abertas

podem chegar a vários metros de profundidade e de largura.

Existem fatores que estão ligados diretamente com a erosão, mas,

por não serem detectados, passam despercebidos. Futuramente irão influ-

ir na produtividade. Estes fatores são a compactação, mudanças na estru-

tura do solo, acidez e perda de matéria orgânica (Corrêa, 2000).

Silva et al. (1999) consideram a erosão hídrica como um dos maiores

problemas provocados pela má gestão dos recursos hídricos. Comentam

também que com a erosão são transportados sedimentos e agroquímicos

causando problemas como poluição dos mananciais, disseminação de

doenças transmissíveis por veiculação hídrica, assoreamento dos cursos

d’água e a perda da camada fértil e de sementes.

Para o controle da erosão é necessário ter dois objetivos básicos

(Corrêa, 2000): manter o terreno com maior cobertura vegetal possível,

evitando a ação do impacto das gotas de chuva e; aumentar as condições

de infiltração e redução do volume e da velocidade do escoamento super-

ficial para controlar a erosão laminar. Segundo Bertoni & Lombardi Neto

(1999) as práticas conservacionistas de manejo do solo devem utilizar

técnicas para aumentar a resistência do solo ou diminuir as forças do pro-

cesso erosivo. Podem ser vegetativas, edáficas ou mecânicas. Para Cor-

rêa (2000) a proteção do solo contra os agentes erosivos é uma economia

Page 67: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

45

financeira porque o solo transportado contém nutrientes, o que reduz a

fertilidade e a produtividade do local de onde foram perdidos.

Segundo Merten & Minella (2002) a qualidade da água de um rio irá

determinar que uso está se fazendo na bacia hidrográfica do qual ele é

formador. O rio é um integralizador dos fenômenos ocorrentes na bacia,

então a chuva precipitada sobre suas vertentes irá direcionar-se, através

do escoamento superficial por toda a rede de drenagem, podendo carre-

gar consigo sedimentos e poluentes.

Merten & Minella (2002) consideram que a degradação dos recursos

hídricos pela agricultura se dá através do aporte de nutrientes como nitro-

gênio e fósforo. Estes nutrientes favorecem o aumento da atividade primá-

ria de algas e plantas que provoca o seu crescimento excessivo reduzindo

a disponibilidade de oxigênio dissolvido nas águas. Este fator afeta nega-

tivamente o ecossistema. Além destes impactos, o excesso de nutrientes

nas águas pode comprometer o abastecimento doméstico. Em situações

em que os solos são manejados de forma incorreta ocorre a degradação

da sua estrutura o que favorece o escoamento superficial.

Nos Estados Unidos estima-se que 50% e 60% da carga poluidora

dos lagos e rios, respectivamente, são provenientes da agricultura (Gbu-

rek & Sharpley, 1997 apud Merten & Minella, 2002).

Segundo Bertol et al. (2003) as concentrações de N, P, K, Ca e Mg

na água perdida pela erosão são fortemente influenciadas pelo sistema

de manejo do solo adotado. Também aumentam com o aumento da apli-

cação de fertilizantes e intensidade do cultivo do solo. Santos et al. (2002)

comentam que estas perdas, além de representarem prejuízo econômico,

também são uma fonte de poluição ambiental. Os mesmos autores avalia-

ram as perdas de fósforo, potássio e matéria orgânica em sistema plantio

direto e em solo descoberto. Constataram que as maiores perdas ocorre-

ram no tratamento com solo descoberto, sendo que a quantidade de solo

perdida corresponde a 0,86cm. Em 23 anos, mantendo esse ritmo, o solo

perderia sua camada arável completamente.

Page 68: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

46

2.2.5.2 Fatores que influenciam o escoamento superficial e formas de

controle

Quando o homem mobiliza a terra para o cultivo está modificando o

sistema natural. O problema é que há solos que podem ser utilizados sem

que suas características sejam alteradas. Já outros se tornam muito fa-

cilmente instáveis. Por isso devem ser tomadas precauções para a manu-

tenção de uma nova estabilidade para não ocorrer a degradação do terre-

no (Corrêa, 2000). Os principais fatores que contribuem para o aumento

do escoamento superficial, segundo Rosa & Walendowsky (2001), são:

impermeabilização do solo, desmatamento, movimentos de terra, ocupa-

ção inadequada do solo e aterro de áreas baixas.

De acordo com MMA/SRH (2003) o escoamento superficial depende

de fatores como: solo, cobertura vegetal, grau de saturação do solo e de-

clividade do terreno. Reichardt (1990) considera a declividade do terreno

e as características de infiltração do solo como fatores que afetam o es-

coamento superficial.

Os fatores que afetam o escoamento superficial com relação à bacia

hidrográfica são os seguintes (Pedrazzi, 1999): área e forma da bacia,

conformação topográfica da bacia (declividade, depressão, relevo), super-

fície do solo: vegetação, impermeabilização, capacidade de infiltração,

constituição geológica do sub-solo: tipos de rochas presentes, obras de

controle e utilização da água: irrigação, canalização, derivação da água

para outra bacia.

Fatores agroclimáticos e fisiográficos influenciam o escoamento su-

perficial em uma bacia hidrográfica. Sendo os fatores agroclimáticos: in-

tensidade, duração e distribuição da precipitação. Também as condições

antecedentes da umidade do solo, interceptação da cobertura vegetal e

demanda atmosférica. Dentre os fatores fisiográficos pode-se citar a ex-

tensão, a forma, as condições da superfície do solo e a declividade da

bacia hidrográfica (Souza & Tubelis, 2001).

Page 69: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

47

Segundo Pruski et al. (2003) todos os fatores que exercem influência

sobre a infiltração também influem no escoamento superficial. Além des-

tes destaca os fatores agroclimáticos e fisiográficos, sendo que:

a) Fatores agroclimáticos: quanto maior a intensidade, a duração da pre-

cipitação e a área abrangida pela precipitação, maior o escoamento

superficial; cobertura e tipos de uso do solo; evapotranspiração: quan-

to maior, menor o conteúdo de água do solo o que proporciona maior

taxa de infiltração e menor escoamento superficial.

b) Fatores fisiográficos: relativos à área e à declividade da bacia hidro-

gráfica. Quanto maiores, maior o escoamento superficial na seção de

deságüe da bacia. Quanto mais o formato da bacia se aproximar do

circular, mais rápida a concentração do escoamento superficial e maior

a vazão máxima.

Considerando somente fatores de superfície do solo, os mesmos au-

tores destacam: tipo de solo, topografia, rede de drenagem e obras hi-

dráulicas presentes na bacia.

Para realizar o controle do escoamento superficial e evitar a erosão

existem algumas medidas baseadas no disciplinamento do uso e ocupa-

ção do solo, entre estas, Rosa & Walendowsky (2001) destacam:

• Proteção da vegetação: manter a cobertura do solo é considerada a

mais importante.

• Ocupação de encostas: quando se fizer necessário, deve ser de forma

controlada respeitando as áreas mais íngremes e tomando medidas de

conservação de solos.

• Proteção das margens dos recursos hídricos: quando estas margens são

conservadas, contribuem para diminuir o escoamento superficial, ajudan-

do a infiltração da água e evitando desta forma uma maior erosão.

• Proteção do escoamento natural das águas: alterações no sistema natural

de drenagem causam aumento da erosão do solo, por isso a rede de dre-

nagem deve ser respeitada com a preservação dos caminhos naturais.

Page 70: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

48

Para Tormena et al. (2002) é necessário o controle da erosão para

que os processos de degradação dos solos sejam reduzidos. Práticas efi-

cientes neste sentido exigem a manutenção da cobertura do solo. O sis-

tema plantio direto, devido às suas características, influencia nos fatores

que interferem no escoamento superficial, por isto é uma alternativa na

redução das perdas de solo e água.

Pruski et al. (2001) utilizaram um modelo que permite determinar o

hidrograma de escoamento superficial. Compararam os resultados obtidos

em sistema plantio direto e sistema de plantio convencional e chegaram

às seguintes conclusões: o plantio direto promoveu o retardamento do

tempo de ocorrência de início e também do pico de escoamento superfici-

al com menor lâmina de escoamento.

Outro grande aliado do sistema plantio direto, para diminuir o esco-

amento superficial é o mulching vertical. Reduções da ordem de 50% em

relação à testemunha (plantio direto sem mulching) foram constatadas por

Righes et al. (2002).

Page 71: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

49

2.2.6 Fluxograma da água no sistema agrícola

Fonte: Righes et al. (2004).

Evaporação

Precipitação Evaporação

Interceptação vegetal

Solo

Escoamento

superficial

Rios/lagos

Detenção natural /artificial

VAPOR D’ÁGUA ATMOSFERA

Transpiração

Planta

Fluxo saturado: Taxa de Infiltração Básica

Macroporos

Fluxo não saturado: ascendente/descendente

Microporos

Percolação (k0) Redistribuição

interna (kθ)

Armazenamento Lençol freático

Afloramentos

(vertentes Ψp)

Franja capilar

Água subterrânea

Infiltração

Evapotranspiração

Oceanos e

mares

Page 72: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

50

2.3 Poluição por agentes agroquímicos

A poluição é hoje um sério problema em diversas partes do mundo.

Os compostos contaminantes das águas, segundo Meurer et al.

(2000) podem ser: inorgânicos como o nitrato, o fosfato e os metais pesa-

dos; ou orgânicos que são os pesticidas, resíduos petroquímicos, lixo ur-

bano domiciliar, etc..

As técnicas agrícolas modernas também poluem o meio ambiente.

Segundo Rohden (2003), materiais que existem na natureza podem se

tornar nocivos quando são artificialmente introduzidos em grandes quanti-

dades no ambiente. Cita como exemplo os nitratos. Como são substân-

cias que ocorrem naturalmente no solo e são benéficas paras as plantas,

os agricultores introduziram em grandes quantidades fertilizantes à base

de nitrogênio em suas plantações. As plantas absorvem estes elementos,

mas não conseguem absorver todo o nitrato depositado no solo. Quando

ocorre precipitação, a água pode carregar o nitrato contido nas camadas

superficiais levando para dentro de rios e lagos e também podem chegar

ao lençol freático. Dynia & Camargo (1999) comentam que os íons nitrato

são fortemente repelidos pelas cargas negativas dos colóides do solo.

Não sendo retidos na fase sólida do solo, permanecem em solução. As-

sim, podem ser lixiviados resultando em perdas de nitrogênio que poderia

ser utilizado pelas plantas. Além de ser perdido, o nitrogênio vai contami-

nar lençóis freáticos e cursos d’água.

Além do nitrato, um dos principais contaminantes usados pelas plan-

tas é o fosfato. De acordo com Meurer et al. (2000), o fosfato possui ca-

racterísticas de ser fortemente adsorvido na fase sólida, por isso, geral-

mente não contamina as águas subterrâneas. Porém, em solos arenosos,

pode ser percolado no perfil. Já as águas superficiais podem ser contami-

nadas pelo fósforo o que, em grandes quantidades, leva à eutrofização

das águas. O nitrato percola com muito mais facilidade no perfil e conta-

mina as águas subterrâneas e superficiais.

Page 73: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

51

Para Oliveira (1999) o escoamento superficial é o principal meio de

contaminação dos recursos hídricos superficiais porque arrasta consigo

sedimentos e também produtos químicos. Isto tem efeito direto e imediato

na diminuição da qualidade da água. Em longo prazo, o transporte de ma-

terial sólido também tem impacto sobre as águas subterrâneas.

Quando a agricultura é feita em áreas declivosas o processo de ero-

são hídrica é severo e a contaminação se dá pela grande quantidade de

sedimentos que chegam até os rios. Merten & Minella (2002) acrescentam

que, além dos sedimentos, a água da enxurrada pode conter nutrientes

como o fósforo e compostos tóxicos como agroquímicos. Enfatizam que o

escoamento gerado em áreas de plantio direto é potencialmente perigoso

em situações onde a semeadura é realizada no sentido do declive e na

ausência de estruturas de controle do escoamento superficial. Conside-

ram também que os problemas de poluição causados pelo escoamento

superficial estão associados, principalmente, ao transporte de fósforo so-

lúvel para os corpos d’água, uma vez que a fração solúvel predomina so-

bre a particulada nos solos submetidos ao plantio direto. Em experimento

conduzido em Dourados (MS), Hernani (1999) comparou as perdas de

nutrientes na enxurrada (solução e sedimento) em quatro sistemas de

cultivo. As perdas de nutrientes no plantio direto foram de duas a sete ve-

zes menores em relação aos outros sistemas estudados.

Em alguns casos mais graves de poluição pode ocorrer a eutrofiza-

ção das águas. Este fenômeno é caracterizado pelo aumento da quanti-

dade de nutrientes no meio aquático. De acordo com Von Sperling (1996)

o nível de eutrofização está associado ao uso e ocupação do solo da ba-

cia hidrográfica. Corrêa (2000) alerta que muitas zonas poderão se tornar

inabitáveis em torno dos anos 2025 e 2030 se continuarem os mesmos

níveis de poluição dos reservatórios e cursos d’água que acontecem atu-

almente.

Page 74: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

52

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local

O experimento foi conduzido na área II do Centro Nacional de Pes-

quisas do Trigo (CNPT) da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuá-

rias (EMBRAPA), município de Passo Fundo, Estado do Rio Grande do

Sul. A área experimental está localizada no km 7,5 da Rodovia RS 135

que liga Passo Fundo a Erechim, no município de Coxilha, na região fisio-

gráfica do Planalto Médio, Estado do Rio Grande do Sul.

O referido local se encontra nas seguintes coordenadas geográficas

(IPAGRO, 1989): Latitude 28º 15' 41” S; Longitude 52º 24' 45” O. Com

altitude aproximada de 709 m.

A precipitação média anual é de 1664 mm, com distribuição esta-

cional média de 443; 396; 390 e 435 mm, no verão, outono, inverno e

primavera, respectivamente. Temperaturas médias: máxima média: 23,3

°C; mínima média: 12,9 °C e média anual: 17,5 °C.

A vegetação predominante é de campos abertos com matas nativas.

3.2 Solo

Os solos da área experimental pertencem à Unidade de Mapeamen-

to Passo Fundo, sendo um Latossolo Vermelho Distrófico típico (EMBRA-

PA, 1999). A textura é muito argilosa, com argila em torno de 60%, o rele-

Page 75: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

53

vo é ondulado com substrato basalto, fase floresta subtropical sub-

perenifólia com araucárias.

No Quadro 7 pode-se conferir algumas características físicas do solo

Passo Fundo.

QUADRO 7 - Densidades de partícula e do solo, porosidade total, macro e

microporosidade do solo Passo Fundo sob doze anos de

cultivo em sistema plantio direto.

Camadas do solo (m) Propriedades do solo 0-0,025 0,025-0,15 0,15-0,30 0,30-0,40 0,40-1,00

Densidade de par-tícula (mg m-3)

2,697 2,706 2,708 2,707 2,704

Densidade do so-lo (mg m-3)

1,288 1,327 1,242 1,217 1,145

Porosidade total (m3 m-3)

0,522 0,509 0,541 0,550 0,576

Microporosidade (m3 m-3)

0,411 0,406 0,424 0,427 0,435

Macroporosidade (m3 m-3)

0,111 b 0,103 b 0,117 ab 0,123 ab 0,141 a

* Médias seguidas de mesma letra na horizontal não diferem estatisticamente, entre si, em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Duncan.

Fonte: Herbes (2003).

3.3 Histórico da área experimental

A área tem sido cultivada em sistema plantio direto com rotação de

culturas há 12 anos. A rotação utilizada compreende no inverno as cultu-

ras de aveia preta (Avena strigosa S.), aveia branca (Avena sativa), trigo

(Triticum aestivum L.), triticale (Triticale hexaploide L.) e ervilhaca (Vicia

sativa) e no verão as culturas soja (Glycine Max L. Merril) e milho (Zea

mays L.).

Page 76: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

54

3.4 Experimento 1

3.4.1 Tratamentos

O experimento constitui-se de três tratamentos e três repetições, em

delineamento experimental blocos ao acaso, totalizando nove parcelas

experimentais.

Os tratamentos foram:

• Tratamento 1 – Sistema plantio direto sem mulching vertical (testemunha).

• Tratamento 2 – Sistema plantio direto com mulching vertical a cada 5 m (T5).

• Tratamento 3 – Sistema plantio direto com mulching vertical a cada 10 m

(T10).

3.4.2 Instalação do experimento

A implantação dos tratamentos aconteceu no ano agrícola

2002/2003 em área de plantio direto cultivada com a cultura da soja, culti-

var BR 317. A semeadura ocorreu no dia 25 de novembro de 2002. No dia

16 de junho de 2003, após a colheita da soja, foi semeado trigo, cultivar

BRS 179. As culturas foram semeadas no sentido longitudinal das parce-

las.

As dimensões das parcelas eram de 3,5 m de largura por 22,5 m de

comprimento (Figura 7). A área total de cada parcela foi de 78,75 m2 se-

guindo recomendação de Mondardo et al. (1978). A declividade média do

terreno é de 7,5%.

Page 77: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

55

FIGURA 7 – Esquema das parcelas experimentais e tratamentos com sul-

cos de mulching vertical a cada 10 m e a cada 5 m (Experi-

mento 1).

A delimitação lateral das parcelas foi realizada com chapas de aço

galvanizado, introduzidas no solo até a profundidade de 0,10 m (dimen-

sões de 0,40 m x 0,25 m). Para evitar que a água infiltrada em um sulco

de uma parcela fosse deslocada para o sulco de outra foram colocadas

chapas especiais com mais de 0,40 m de profundidade. Esta separação

delimitou assim o comprimento do mulching vertical em cada parcela que

recebeu este tratamento. Na parte inferior das parcelas foram instaladas

calhas metálicas coletoras de enxurrada, que direcionavam o fluxo para

as calhas medidoras.

2,5 m 0,38 m 0,38 m

0,08 m

5,0 m

0,08 m

3,5 m

10,0 m

3,5 m

Page 78: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

56

A instalação dos tratamentos aconteceu no dia 09 de janeiro de 2003

na fase inicial do ciclo da cultura da soja. Os sulcos de mulching vertical

foram abertos perpendicularmente ao declive com dimensões de 3,5 m de

comprimento x 0,08 m de largura e 0,38 m de profundidade, utilizando-se

a valetadeira rotativa VS 640 produzida pela Semeato S.A. Indústria e

Comércio que é usada para drenagem de solos de várzeas. O solo prove-

niente da abertura dos sulcos foi arremessado para fora, sendo unifor-

memente distribuído na superfície do terreno.

O preenchimento dos sulcos com palha de trigo foi manual. A palha

foi compactada no sulco de forma a proporcionar estabilidade às paredes

do sulco, evitando o colapso em períodos de chuva.

O número de sulcos nas parcelas com espaçamento de 10 m e 5 m

foram, respectivamente, 2 sulcos e 4 sulcos. Nos dois casos, o último sul-

co de mulching vertical ficou localizado a 2,5 m acima da calha coletora

do escoamento superficial.

3.4.3 Determinação da cobertura do solo e quantidade de matéria seca

Para a determinação da cobertura do solo seguiu-se o método do

quadrado entrelaçado apresentado por Veiga & Wildner (1993), com um

quadrado com 0,5 m de lado.

A determinação da quantidade de matéria seca sobre a superfície do

solo foi realizada com quatro repetições utilizando-se um quadrado de 0,5

m de lado, totalizando 0,25 m2, que foi colocado aleatoriamente sobre o

solo, coletando-se todos os resíduos de plantas existentes dentro deste

quadrado. Concluída a fase de coleta, o material foi levado para o labora-

tório, secado em estufa a 65°C até obter-se massa constante (o que ocor-

reu entre 72 a 96 horas) determinando-se a massa de resíduos por uni-

dade de área.

Page 79: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

57

3.4.4 Simulação da chuva

Para simular as chuvas simultaneamente sobre três parcelas (um

bloco) foi utilizado um simulador de chuva com aspersores fixos, usados

em pivô central, montados com maior percentual de sobreposição possí-

vel. Antes da simulação o sistema foi testado para avaliar a uniformidade

de distribuição, cujo coeficiente de uniformidade de Cristiansen, para dife-

rentes intensidades, variou entre 70 e 80%. O simulador continha uma

linha principal com tubulação de 3 polegadas de diâmetro, localizada na

extremidade de cota superior do bloco, 4 linhas laterais de 21 metros de

comprimento, montadas com tubulações de PVC rígido de 2 polegadas de

diâmetro situadas junto às chapas divisórias das parcelas. Cada linha la-

teral possuía 7 aspersores espaçados 3,5 m eqüidistancialmente ao longo

da linha. A fonte de água foi de um açude distante 200 metros da área

experimental. Para pressurizar a água, utilizou-se um conjunto moto-

bomba, marca KSB, conectado a um conversor de freqüência, marca

WEG, para regular a rotação do motor elétrico possibilitando o ajuste exa-

to da pressão de serviço, em 200 kPa.

Para avaliar o efeito do mulching vertical, aplicaram-se duas intensi-

dades de precipitação. Para tal, realizaram-se testes para escolha dos

bocais dos aspersores. Os testes foram realizados para cada diâmetro de

bocal, montando-se o sistema de irrigação fora da área experimental e

distribuindo-se 16 pluviômetros em uma malha quadrada delimitada por

quatro aspersores, para verificar a intensidade de chuva produzida (Figura

8). Após os testes, foram selecionados os bocais de 4,0 e 4,4 mm de diâ-

metro para simular chuvas com intensidade de precipitação de 70 e 106

mm h-1, respectivamente, com a pressão de serviço de 200 kPa.

Page 80: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

58

FIGURA 8 - Teste para escolha dos bocais dos aspersores que aplicas-

sem as intensidades de chuva a serem simuladas.

As simulações das chuvas foram realizadas em três épocas. A pri-

meira foi nos dias 30 e 31 de maio, completando aproximadamente 25

dias após a colheita da cultura da soja. A segunda época aconteceu na

fase inicial de desenvolvimento do trigo, nos dias 18 e 19 de agosto, a-

proximadamente 60 dias após a semeadura. Houve simulação em uma

terceira época (13 de janeiro de 2004), com mesmas intensidades, mas

somente foi determinada a concentração dos nutrientes perdidos.

Com o sistema de irrigação instalado sobre a área de um dos blocos,

foi simulada uma chuva com intensidade de precipitação de 70 mm h-1,

até o momento em que se notou taxa de enxurrada constante nas calhas

medidoras. Foi considerada taxa constante de enxurrada quando a leitura

dos sensores nas calhas medidoras se mantinha estável. Após esta simu-

lação, substituíram-se os bocais de 4,0 mm de diâmetro pelos bocais de

4,4 mm de diâmetro em todos os aspersores para simular a chuva de in-

tensidade de 106 mm h-1. Esta simulação também foi aplicada até obter-

se a taxa constante de escoamento superficial. Em média, o tempo entre

Page 81: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

59

as simulações das chuvas de intensidades diferentes foi de 15 minutos.

Com a simulação da chuva com intensidade de precipitação de 70 mm h-1

durante 75 minutos, aplicou-se uma lâmina total de 87,5 mm de água. Pa-

ra a chuva com intensidade de precipitação de 106 mm h-1 com duração

de 32,5 minutos, a lâmina total de água aplicada foi de 57,42 mm, nas

duas primeiras épocas. Na Figura 9 pode-se visualizar um dos testes de

simulação.

Terminada a simulação de chuva de um bloco, o sistema de irrigação

era deslocado para o bloco subseqüente e o processo repetido, como

descrito anteriormente, sempre simulando primeiro a chuva de menor in-

tensidade. Para evitar o efeito de deriva da chuva, durante a simulação,

provocada pela ação do vento, utilizou-se um quebra-vento com sombrite

disposto nas laterais da parcela, na direção do vento, a uma altura de 3,5 m.

FIGURA 9 – Simulação da chuva em um dos blocos. No detalhe podem-

se notar os sulcos formados pelo escoamento superficial.

Antes da simulação de cada intensidade de chuva coletaram-se a-

mostras de solo na parte mediana das camadas de 0 - 0,15; 0,15 - 0,30 e

0,30 - 0,40 m de profundidade. As coletas foram realizadas nas parcelas,

Page 82: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

60

a 0,80 m abaixo da linha do mulching. As amostras de solo foram acondi-

cionadas em cápsulas de alumínio e levadas ao laboratório de análise de

solos da EMBRAPA - CNPT, para a determinação do conteúdo de água

no solo, pelo método gravimétrico.

3.4.5 Escoamento superficial

O volume de água escoado de cada parcela foi conduzido, através

de um cano de 6,0 m de comprimento, às calhas medidoras tipo HS (0,6

foot deep), dotadas de poço tranqüilizador (Brakensiek et al., 1979). Nes-

tes poços tranqüilizadores foram instalados sensores de nível para o mo-

nitoramento do escoamento superficial. Os sensores de nível foram de-

senvolvidos pela empresa LP Tecnologia, situada na Incubadora de

Empresas da Universidade Federal de Santa Maria, e instalados nas

calhas medidoras tipo HS, para realizar leituras a cada trinta segundos.

Os sensores emitiam um sinal em mV a um data logger que armazenava

os dados em bits. O sistema era alimentado por uma bateria de 12 volts.

Para se obter o volume de água escoada nas calhas medidoras, rea-

lizou-se a calibração dos sensores para transformar os dados armazena-

dos em bits para unidades de vazão de escoamento, L min-1. A calibração

dos sensores foi realizada posicionando as calhas medidoras em seqüên-

cia, fazendo com que vazões conhecidas através de hidrômetros de pre-

cisão aplicadas na primeira calha passassem pelas calhas seguintes. Ca-

da calha foi cuidadosamente nivelada vertical e horizontalmente.

Como a quantidade de sedimentos perdida no escoamento superfici-

al era insignificante, este parâmetro não foi avaliado. Após a coleta de

vários dados, relacionou-se a vazão conhecida com os dados de leitura

dos sensores armazenados em bits no data logger, obtendo-se, por re-

gressão, a curva e a equação de calibração para cada sensor.

Page 83: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

61

Sensor 1: 2bits0086569,0bits50767,053828,9Q +−= ( 8 )

r² = 0,972

Sensor 2: 2bits0067458,0bits40673,064932,1Q +−= ( 9 )

r² = 0,971

Sensor 3: 2bits00917397,0bits19654,154574,41Q +−= ( 10 )

r² = 0,973

Sendo:

Q = vazão das calhas medidoras (L min-1);

bits = unidade de armazenamento no data logger dos dados lidos pelos

sensores de nível.

Após a simulação das chuvas, os dados de escoamento superficial

armazenados no data logger foram transferidos para um computador por-

tátil. Utilizando-se as equações de calibração (8), (9) e (10) de cada sen-

sor, obteve-se a vazão de escoamento superficial em cada parcela expe-

rimental. Os valores de escoamento superficial em L min-1 foram multipli-

cados por 60 minutos, transformando-os em L h-1 e, em seguida, dividiu-

se o valor expresso em L h-1 pela área da parcela experimental obtendo-

se, desta forma, o valor da taxa de escoamento, em L m-2 h-1, o que cor-

responde a expressão em mm h-1. As vazões lidas no hidrômetro e res-

pectivas leituras no data logger estão no Anexo A e o ajuste da calibração

no Anexo B.

Com os dados de escoamento superficial foi determinado o coefici-

ente de escoamento superficial, em cada intensidade de chuva, para o

sistema plantio direto sem mulching vertical e com mulching vertical a ca-

da 10 e 5 m, pela equação:

Page 84: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

62

PT

ESC = ( 11 )

Sendo:

C = coeficiente de escoamento;

ES = volume de escoamento superficial (m3);

PT = volume total precipitado (m3).

3.4.6 Taxa de infiltração básica de água no solo

A taxa de infiltração básica (TIB) de água no solo foi determinada

pela diferença entre a intensidade de precipitação aplicada e a taxa cons-

tante de escoamento de cada parcela, como segue:

EscPTIB −= ( 12 )

Sendo:

TIB = taxa de infiltração básica (mm h-1);

P = precipitação aplicada (mm h-1);

Esc = taxa de escoamento superficial (mm h-1).

3.4.7 Nutrientes no escoamento superficial

A determinação de nutrientes na enxurrada seguiu a metodologia

proposta por Tedesco et al. (1995).

A adubação utilizada pela EMBRAPA – CNPT foi de 250 kg ha-1 de

NPK na formulação 5 – 20 – 20.

Durante as simulações de chuva da segunda e da terceira épocas, a

água proveniente da enxurrada em cada tratamento foi coletada a cada 5

Page 85: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

63

minutos desde o início do escoamento até o final da simulação. Foram

retirados cerca de 0,5 L por vez e colocados em recipiente maior. Em se-

guida a água coletada foi homogeneizada dentro do recipiente maior e

acondicionada em frascos de polietileno e congelada até a realização das

análises de acordo com metodologia descrita pela CETESB (1989). Fo-

ram feitas as seguintes determinações: Fósforo, potássio, nitrogênio total

e carbono orgânico. As coletas foram realizadas durante a simulação de

chuva (Experimento 1) nos dias 18 e 19 de agosto de 2003 (segunda é-

poca) e 13 de janeiro de 2004 (terceira época).

Obtidas as concentrações dos nutrientes em questão, determinou-se

a quantidade de nutriente perdido por parcela, para cada intensidade de

chuva. Esta determinação foi realizada utilizando-se os valores de esco-

amento acumulado total, obtidos pelo sistema de calhas medidoras, sen-

sores de nível e data logger.

As concentrações de nutrientes e as quantidades de nutriente perdi-

do, estimadas em cada simulação de chuva, foram submetidas à compa-

ração de médias utilizando-se o programa estatístico SAS. O teste de

médias empregado foi o de Duncan, em nível de 5% de probabilidade de

erro. As médias foram comparadas entre tratamentos dentro de cada é-

poca de avaliações.

3.5 Experimento 2

3.5.1 Tratamentos

O experimento foi constituído por três tratamentos:

• Tratamento 1 – Sistema plantio direto sem mulching vertical (testemunha).

• Tratamento 2 – Sistema plantio direto com mulching vertical a cada 10 m

(T10).

Page 86: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

64

• Tratamento 3 – Sistema plantio direto com mulching vertical a cada 20 m

(T20).

3.5.2 Instalação do experimento

A implantação dos tratamentos aconteceu no ano agrícola

2002/2003 em área de plantio direto cultivada com a cultura da soja, culti-

var BR 317. A semeadura ocorreu no dia 25 de novembro de 2002. No dia

16 de junho de 2003, após a colheita da soja, foi semeado trigo, cultivar

BRS 179. Novamente em novembro de 2003, aconteceu a semeadura da

soja, cultivar BR 317. As culturas foram semeadas no sentido perpendicu-

lar ao declive do terreno.

A instalação do experimento aconteceu no dia 9 de janeiro de 2003,

na fase inicial do ciclo da cultura da soja. Os sulcos foram abertos no sen-

tido perpendicular ao declive do terreno com dimensões de 16 m de com-

primento x 0,08 m de largura x 0,4 m de profundidade. O trabalho de aber-

tura dos sulcos foi realizado por uma valetadeira rotativa, produzida pela

Semeato S.A. Indústria e Comércio (Figura 10), utilizada para drenagem

localizada de solos de várzeas.

O solo proveniente da abertura dos sulcos foi arremessado para fora

do sulco ficando bem distribuído na superfície do terreno.

O preenchimento dos sulcos com palha de trigo foi manual. A palha

foi compactada no sulco de forma a proporcionar estabilidade às suas

paredes. O número de sulcos na parcela com mulching a cada 10 m foi de

4 e na parcela com espaçamento de 20 m foi 2. Nos dois casos o último

sulco ficou localizado a 10 m da calha coletora da enxurrada.

Page 87: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

65

FIGURA 10 – Trabalho de abertura do sulco de mulching vertical pela má-

quina valetadeira rotativa VS 640.

As parcelas tiveram dimensões de 16 m x 50 m (800 m2). A área to-

tal do experimento foi de 2.400 m2. Para manter a enxurrada na parcela,

de forma que o fluxo de superfície não fosse deslocado do exterior para o

interior e entre as parcelas, estas foram delimitadas por um terraço gra-

mado com, aproximadamente 0,40 m de largura x 0,15 m de altura, loca-

do no sentido do declive (entre as parcelas) e perpendicular ao declive

(limite superior das parcelas com a parte externa ao experimento). O es-

coamento deveria ser coletado através de uma calha de cimento amianto

de forma trapezoidal (utilizada em cobertura). Estas foram instaladas na

parte inferior de cada parcela. Na Figura 11 pode-se visualizar o esquema

do experimento com chuva natural.

Page 88: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

66

FIGURA 11 - Esquema do Experimento 2 com chuva natural.

Testem unha Mulching 20 m

16 m 16 m

Mulching 10 m

16 m

50 m

Calha Col e tora

Sensor de n í vel

Poço tranqüiliz a dor

Painel solar

Bat e ria

Datalo g ger

Pluviômetro

Amostrador de sedime n tos

Declivid a de

Calhas de cimento amianto

Caixas coletoras

Page 89: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

67

A Figura 12 ilustra os equipamentos utilizados para medição dos re-

sultados de escoamento superficial.

FIGURA 12 - Equipamentos utilizados no experimento: data logger, painel

solar, bateria (A) e detalhe do sensor de nível (B).

A

B

Page 90: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

68

3.5.3 Balanço hídrico

O balanço hídrico foi realizado a partir da determinação dos elemen-

tos: precipitação, infiltração, variação no armazenamento de água na ca-

mada considerada e evapotranspiração conforme consta no Quadro 8.

Foram estudados dos períodos. O período 1 teve duração de 20 dias

(20 de abril a 10 de maio de 2004) o qual aconteceu logo no início da ins-

talação dos equipamentos a campo. O período 2 (21 de julho a 30 de se-

tembro de 2004) teve duração maior, de 71 dias.

QUADRO 8 – Elementos considerados no balanço hídrico.

Dia P I AL ¨$L ETR

Sendo:

P = precipitação;

I = infiltração;

ETR = evapotranspiração real;

¨$L = variação no armazenamento;

AL = armazenamento.

Foram considerados dois períodos: o primeiro período começou no

dia 20 de abril de 2004 e terminou no dia 20 de maio do mesmo ano. O

segundo período iniciou no dia 21 de julho e terminou no dia 30 de se-

tembro de 2004. Todas as determinações foram expressas em mm. A pro-

fundidade considerada foi de 0,50 m e os elementos constantes do balan-

ço hídrico foram obtidos da forma descrita a seguir.

Page 91: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

69

3.5.3.1 Precipitação pluvial

Os valores de precipitação foram obtidos por meio de um pluviógrafo

localizado na Área II da EMBRAPA - CNPT. A estação climatológica dista

aproximadamente 200 m da área experimental.

3.5.3.2 Escoamento superficial

Os valores correspondentes aos volumes escoados em cada parcela

deveriam ter sido determinados sempre que houvesse precipitação natu-

ral com escoamento superficial.

O equipamento instalado no local funciona da seguinte forma: o vo-

lume escoado em função do tempo pode se determinado em cada uma

das parcelas através de uma calha medidora tipo HS (1 foot depth). A de-

terminação da variação de altura da lâmina de água na calha medidora é

realizada através de um sensor de nível de alta precisão (pressure trans-

ducer – aproximadamente 1 mm de lâmina), modelo Druck LPX/LPM série

5000, acoplado a um data logger modelo CR10X, da Campbell Scientific

Inc., para registro dos dados. A alimentação do data logger e do sistema

elétrico do sensor foi realizada por uma bateria de 12 V. Um painel solar

de 20 w h-1, com regulador de voltagem, mantém a carga na bateria.

Visando evitar o registro de dados quando não há precipitação (da-

dos de valor zero) o sistema é acionado automaticamente a partir do mo-

mento em que inicia a chuva. Para tanto, foi utilizado um pluviômetro ins-

trumentado, o qual, no momento que a chuva tem início, envia um sinal

que liga o sistema ao data logger. Um programa computacional aciona um

sistema de medida e registro dos dados em função do tempo. Não ocor-

rendo chuva por um tempo de 20 minutos o circuito elétrico corta a corren-

te e o sistema fica pronto para o próximo evento de escoamento superfici-

al.

Page 92: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

70

A partir da altura de lâmina escoada na calha medidora, em função

do tempo, foi desenvolvida uma equação de regressão (calibração) que

permite conhecerem-se os valores de escoamento superficial:

0,1r

al*0008,0al*0353,0al*0173,00124,0Vazão2

32

=

+++= ( 13 )

Sendo:

al = altura de lâmina (cm)

3.5.3.3 Infiltração

Para determinar o volume de água infiltrado no solo, torna-se

necessário determinar a quantidade e a intensidade da precipitação. Para

tal, foram utilizados os dados coletados de um pluviógrafo localizado pró-

ximo à área experimental. Como não houve escoamento superficial nos

períodos avaliados, considerou-se que todo o volume que precipitou infil-

trou no local.

3.5.3.4 Armazenamento

O armazenamento de água no solo foi determinado através da utili-

zação de TDR (Time Domain Reflectometer) modelo 100 da Campbell

Scientific Inc. conectado a um data logger modelo CR10X também da

Campbell Scientific Inc., o qual monitora o conteúdo volumétrico de água

(m3 m-3) nas camadas 0 – 0,15 m; 0,15 – 0,30 m e 0,30 – 0,50 m situadas

a 1 m abaixo do primeiro sulco de mulching vertical com espaçamento de

20 m (Figura 11). Para tanto, foram utilizadas hastes de 20 cm instaladas

horizontalmente no solo. Os valores de conteúdo de água foram registra-

Page 93: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

71

dos a cada 30 minutos para comparar a diferença de armazenamento de

água dentro de um determinado período e assim realizar o balanço hídri-

co em função dos tratamentos. Segundo Souza & Matsura (2002) o TDR

possui diversas vantagens em relação a outros métodos para determinar

o conteúdo de água no solo.

A determinação do armazenamento de água através do TDR é ba-

seada no efeito da umidade do solo sobre a velocidade de propagação de

pulsos de microondas nos cabos condutores envoltos por solo. Isto acon-

tece devido à diferença entre as constantes dielétricas da água, do ar e

do material sólido do solo (Souza & Matsura, 2002). Através da equação

(14) a constante dielétrica pode ser calculada.

2)L2

t*c(ka = ( 14 )

Sendo:

ka = constante dielétrica do solo;

c = velocidade da luz no vácuo (3 * 108 m.s-1);

t = tempo de percurso da onda eletromagnética (ida e volta na haste);

L = comprimento da haste.

Quando o conteúdo de água do solo aumenta, a velocidade de pro-

pagação da onda diminui, o que aumenta o tempo de percurso da onda.

Dessa forma, pode-se afirmar que quanto maior o conteúdo volumétrico

de água na camada de solo onde as hastes estão inseridas, maior o valor

da constante dielétrica (Hillel, 1998 apud Righes et al., 2003).

O aparelho deve ser calibrado para cada situação de uso. O contato

entre as hastes e o solo deve ser bom para que a determinação do conte-

údo de água seja confiável. A curva de calibração com a respectiva equa-

ção para o TDR 100, podem ser conferidos na Figura 13.

Page 94: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

72

5 1 0 1 5 2 0 2 5 3 0 3 5 4 0 4 5ka

0

0 .1

0 .2

0 .3

0 .4

0 .5

0 .6

0 .7

θ (

m3 m

-3)

θ = 0 .0 1 09 7 68 2 9 26 ka + 0 .1 232 0 4 65 1 5

R 2 = 0 .982588

FIGURA 13 - Relação obtida entre umidade volumétrica (θ) e a constante

dielétrica (ka) utilizando o equipamento TDR 100 (modelo

linear).

3.5.3.5 Drenagem profunda ou ascensão capilar

A porção de água que infiltra e que ultrapassa a camada monitorada

de 0.50 m de profundidade deve ser considerada como drenagem profun-

da (volume perdido para o balanço hídrico) e a porção que entra, vinda de

camadas localizadas abaixo da mesma camada, é considerada como as-

censão capilar (volume de água ganho no balanço hídrico). Devido a difi-

culdades na instalação do experimento, este parâmetro não foi conside-

rado no balanço hídrico.

Page 95: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

73

3.5.3.6 Evapotranspiração real

Considerando drenagem profunda e ascensão capilar igual a zero, a

evapotranspiração real pôde ser determinada a partir da seguinte equa-

ção:

ETR = P ±¨$L ( 15 )

Sendo:

ETR = evapotranspiração real;

¨$L = variação no armazenamento.

3.5.4 Curva característica de água no solo

A curva característica de água no solo foi determinada utilizando as

tensões de 1, 6, 33, 100, 500, e 1500 kPa, para as profundidades de 0,10

m, 0,25 m e 0,40 m. As amostras com estruturas não deformadas, foram

coletadas com anéis de inox medindo 3 cm de altura por 6 cm de diâme-

tro, na parte mediana das camadas já referidas.

O conteúdo de água para as tensões 1 e 6 kPa foi determinado em

mesa de tensão (Oliveira, 1968). Para as tensões 33 e 100 kPa o equi-

pamento utilizado para determinar o conteúdo de água foi o aparelho de

placas porosas de Richards. Nas tensões de 500 e 1500 kPa, as amos-

tras utilizadas foram com estrutura deformada e o conteúdo de água de-

terminado por um psicrômetro, seguindo metodologia proposta por Cau-

duro & Dorfmann (s. d.).

Para análise estatística dos dados utilizou-se o programa SWRC

3.00 que forneceu os coeficientes para o desenvolvimento da equação de

Van Genuchten (equação 16). O ajuste da curva foi feito pelo programa

Golden Software Grapher 4.

Page 96: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

74

mn )).(1(

rsr

ψα

θθθθ

+

−+= ( 16 )

Sendo:

� = Conteúdo de água volumétrico

�r= conteúdo volumétrico de água residual

�s = conteúdo volumétrico de água do solo saturado

.��Q��P = coeficientes da equação de Van Genuchten

3.6 Infiltração de água nos sulcos de mulching vertical

Foram realizados testes de infiltração de água em sulcos de mul-

ching vertical para que fosse quantificado o volume de água que infiltra

em sulcos de diferentes profundidades. As profundidades utilizadas foram:

0,10 m, 0,20 m e 0,40 m. Para avaliar o efeito da infiltração horizontal de

água no solo, foram utilizados sulcos impermeabilizados no fundo com

parafina. Cada tratamento foi constituído de 3 repetições, conforme Figura

14.

Page 97: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

75

Fundo permeável Fundo impermeável

FIGURA 14 - Esquema utilizado no teste de infiltração de água nos sulcos

de mulching vertical.

A infiltração foi acompanhada até que o fluxo se estabilizasse. Foram

determinados, nas três profundidades (0,10 m, 0,20 m e 0,40 m), o volu-

me de água infiltrada por unidade de tempo. Os materiais utilizados neste

teste foram: 6 infiltrômetros, 8 chapas (para dividir as repetições); reserva-

tório de água; parafina; fogareiro e pincel. Na Figura 15 pode-se observar

detalhe dos infiltrômetros.

R 1 R 2 R 3 R 1 R 2 R 3

Profundidade 0,10 m

Profundidade 0,20 m

Profundidade 0,40 m

Page 98: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

76

FIGURA 15 – Detalhe dos infiltrômetros em um dos testes de infiltração

em sulcos com diferentes profundidades.

Page 99: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

77

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Experimento 1

4.1.1 Conteúdo de água no solo antes das simulações das chuvas

Os conteúdos de água no solo determinados antes da simulação da

chuva com intensidade de 70 mm h-1 nos três tratamentos, para as duas

épocas de avaliações, podem ser visualizados no Quadro 9.

QUADRO 9 - Conteúdos de água no solo Passo Fundo antes da simulação

da chuva com intensidade de precipitação de 70 mm h-1, nas

duas épocas de avaliações em três camadas de solo amos-

tradas. Valores médios de três repetições.

Profundidade (m) Tratamentos

0-0,15 0,15-0,30 0,30-0,40 Média* Após a colheita da soja (m3 m-3)

Sem mulching vertical 0,371 0,391 0,369 0,377 a Mulching vertical a cada 10 m 0,369 0,377 0,369 0,372 a Mulching vertical a cada 5 m 0,373 0,357 0,373 0,367 a

Durante o ciclo do trigo (m3 m-3) Sem mulching vertical 0,297 0,317 0,320 0,311 a Mulching vertical a cada 10 m 0,288 0,323 0,332 0,314 a Mulching vertical a cada 5 m 0,299 0,311 0,315 0,309 a

* Médias de tratamentos, dentro da mesma época, seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente, entre si, em nível de 5% de probabilidade pelo teste de Duncan.

Page 100: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

78

Como pode ser conferido no Quadro 9, não houve diferença signifi-

cativa para os valores médios de conteúdo de água no solo entre os três

tratamentos nas primeiras duas épocas.

No Quadro 10 são apresentados os conteúdos de água no solo de-

terminados após a simulação da chuva de intensidade 70 mm h-1 e antes

da chuva com intensidade de 106 mm h-1 para as duas épocas de avalia-

ções.

QUADRO 10 - Conteúdos de água no solo Passo Fundo antes da simulação

da chuva com intensidade de precipitação de 106 mm h-1,

nas duas épocas de avaliações em três camadas de solo

amostradas. Valores médios de três repetições.

Profundidade (m) Tratamentos

0-0,15 0,15-0,30 0,30-0,40 Média* Após a colheita da soja (m3 m-3)

Sem mulching vertical 0,478 0,475 0,454 0,469 a Mulching vertical a cada 10 m 0,458 0,459 0,450 0,456 a Mulching vertical a cada 5 m 0,466 0,452 0,456 0,458 a

Durante o ciclo do trigo (m3 m-3) Sem mulching vertical 0,395 0,411 0,423 0,409 a Mulching vertical a cada 10 m 0,404 0,417 0,420 0,414 a Mulching vertical a cada 5 m 0,397 0,386 0,390 0,391 a * Médias de tratamentos, dentro da mesma época, seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente, entre si, em nível de 5% de probabilidade pelo teste de Duncan.

Os valores médios de conteúdo de água após a simulação da chuva

com intensidade de 70 mm h-1 e antes da chuva com intensidade de 106

mm h-1 não apresentaram diferença estatística significativa entre os tra-

tamentos em nenhuma das épocas.

Page 101: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

79

4.1.2 Cobertura do solo e quantidade de palha na superfície

As quantidades de matéria seca sobre o solo e as percentagens de

cobertura do solo antes das simulações de chuva, nas duas épocas de

avaliações podem ser visualizadas no Quadro 11. A quantidade de maté-

ria seca se refere ao total disposto sobre o solo e não somente a matéria

seca da cultura anterior à simulação.

QUADRO 11 - Quantidade de matéria seca e cobertura do solo antes das

simulações de chuva nas duas épocas de avaliações. Va-

lores médios de três repetições.

Tratamentos Matéria seca

(Mg ha-1)* Cobertura do solo

(%) Após a colheita da soja

Sem mulching vertical 3,313 a 93 Mulching vertical a cada 10 m 2,856 a 93 Mulching vertical a cada 5 m 3,098 a 94

Durante o ciclo do trigo Sem mulching vertical 2,794 a 99 Mulching vertical a cada 10 m 2,214 a 98 Mulching vertical a cada 5 m 3,267 a 99

* Médias de tratamentos, dentro da mesma época, seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente, entre si, em nível de 5% de probabilidade pelo teste de Duncan.

De acordo com Heckler & Salton (2002), a percentagem de cobertura

do solo com palha é o principal fator na infiltração de água no solo. A su-

perfície do solo permanecendo coberta constantemente diminui as perdas

de água por escoamento superficial. O contato da palha com a superfície

do solo atua como uma barreira física ao deslocamento da água, o que

aumenta a sinuosidade do fluxo e o tempo de concentração da água na

superfície. Este fato faz com que a infiltração de água no solo seja maior.

Conforme Quadro 11, os tratamentos não apresentaram diferenças

estatísticas significativas, quanto à quantidade de matéria seca, determi-

nada antes dos testes de simulação de chuva nas duas épocas de avalia-

ções. Desta forma, pode-se afirmar que os tratamentos foram influencia-

Page 102: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

80

dos de maneira semelhante no que diz respeito à percentagem de cober-

tura do solo sobre o escoamento superficial, ficando as diferenças atribuí-

das à presença de sulcos de mulching vertical.

4.1.3 Escoamento superficial

4.1.3.1 Intensidade de precipitação de 70 mm h-1

No Quadro 12 estão contidos os valores correspondentes à taxa

constante de escoamento superficial (mm h-1) e o coeficiente de escoa-

mento superficial para a chuva de intensidade 70 mm h-1 determinados

para as duas épocas de avaliações. A análise estatística dos valores da

taxa constante de escoamento superficial nas duas épocas de análise

apresentou diferença significativa entre a testemunha (sem mulching) e os

tratamentos com mulching vertical.

Avaliando o efeito do espaçamento entre sulcos do mulching vertical,

constata-se que não houve diferença significativa entre os tratamentos

com diferentes espaçamentos de mulching vertical. Provavelmente com a

intensidade de chuva de 70 mm h-1 o escoamento superficial não foi tão

intenso, sendo totalmente absorvido no tratamento de 10 metros. Portan-

to, com espaçamento entre sulcos de mulching vertical de 5 metros, o sis-

tema ficou super dimensionado para uma intensidade de chuva de 70 mm

h-1 com conteúdo de água inicial de 37% na primeira época e 31% na se-

gunda época. De acordo com Denardin et al. (2003) a partir de um deter-

minado comprimento de pendente, os potenciais de dissipação da energia

de impacto e de cisalhamento pelas culturas e pela cobertura do solo são

superados, ocorrendo o escoamento superficial.

Page 103: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

81

QUADRO 12 - Taxas constantes de escoamento superficial e coeficientes de

escoamento no solo Passo Fundo após a simulação da chu-

va com intensidade de precipitação de 70 mm h-1, nas duas

épocas de avaliações. Valores médios de três repetições.

Tratamentos

Taxa constante de escoamento

superficial (mm h-1)

Coeficiente de escoamen-to superficial

Após a colheita da soja Sem mulching vertical 18,7 a 0,147 Mulching vertical a cada 10 m (T10) 9,6 b 0,047 Mulching vertical a cada 5 m (T5) 8,5 b 0,030

Durante o ciclo do trigo Sem mulching vertical 13,4 a 0,107 Mulching vertical a cada 10 m (T10) 0,0 b 0,0 Mulching vertical a cada 5 m (T5) 0,0 b 0,0

* Médias de tratamentos, dentro da mesma época, seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente, entre si, em nível de 5% de probabilidade pelo teste de Duncan.

Conforme Pruski (2001), o escoamento superficial acontece a partir

do momento em que a intensidade de precipitação excede a taxa de infil-

tração de água no solo, a qual tende a decrescer com o tempo devido ao

umedecimento do solo. Na primeira época de avaliações (Figura 16) o

escoamento superficial começou aos 17 minutos a partir do início da si-

mulação na testemunha atingindo taxa constante de 18,7 mm h-1 aos 72,5

minutos de simulação. No tratamento com mulching vertical a cada 10 m,

o escoamento superficial iniciou aos 40,5 minutos. A taxa constante foi de

9,6 mm h-1 aos 73,5 minutos após o início da chuva. Com mulching verti-

cal a cada 5 m o escoamento superficial teve início aos 50 minutos de

chuva. Depois de 73 minutos de simulação a taxa constante de escoa-

mento superficial de 8,5 mm h-1 foi atingida. Pode-se inferir que a presen-

ça de mulching vertical retardou o início do escoamento superficial em

23,5 minutos em T10 e em 33 minutos em T5 comparados à testemunha.

Em termos percentuais, do volume total precipitado, o tratamento

sem mulching vertical perdeu 14,7%, com mulching vertical a cada 10 m,

4,7% e com mulching vertical a cada 5 m, 3,0%. Estes valores correspon-

Page 104: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

82

dem a 12,86 mm, 4,11 mm e 2,62 mm respectivamente, que foram perdi-

dos do volume total precipitado (87,5 mm) em 75 minutos de simulação.

Tempo após o início da chuva (min)

20 30 40 50 60 70 80

Taxa

de E

scoam

ento

(m

m h

-1)

0

5

10

15

20

25

30

Mulching vertical a cada 5 mTES=8,427/1 + 1

-(t-56,351)/3,167

r2 = 0,989

Mulching vertical a cada 10 mTES=9,483/1 + 1

-(t - 49,13)/5,075

r2 = 0,990

Sem mulching verticalTES=17,639/1 + 1

-(t - 30,759)/6,769

r2 = 0,994

Tratamentos:

FIGURA 16 – Taxas de escoamento superficial (TES) no solo Passo Fundo

com intensidade de precipitação de 70 mm h-1, após a colheita

da soja.

Durante o ciclo do trigo (2ª época) com chuva de mesma intensidade

e mesmo tempo de duração, não ocorreu escoamento superficial nos dois

tratamentos com mulching vertical. A taxa constante na testemunha foi de

13,4 mm h-1 alcançada 73,5 minutos depois do início da chuva. O volume

total perdido foi de 9,36 mm que corresponde a 10,7% do total aplicado

(Figura 17). Estes valores foram menores que na primeira época. Já o

tempo para início do escoamento superficial na testemunha foi maior

(20,5 minutos após o início da simulação). O menor conteúdo de água no

solo, principalmente na camada de 0 – 0,15 m de profundidade, antes da

Page 105: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

83

simulação na segunda época em relação à primeira pode justificar estes

resultados (Quadro 10).

Tempo após o início da chuva (min)

0 20 40 60 80

Taxa

de

Esc

oa

me

nto

(m

m h

-1)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Sem mulching verticalTES= 13,121/1 + 1

-(t - 31,833)/6,873

r2 = 0,991

Tratamento:

FIGURA 17 – Taxas de escoamento superficial (TES) no solo Passo Fundo

com intensidade de precipitação de 70 mm h-1, durante o ciclo

do trigo, sem mulching vertical.

O controle do escoamento superficial do tratamento com mulching

vertical a cada 10 m em relação à testemunha foi de 48,66% e a cada 5 m

a redução foi de 54,54% para a primeira época de avaliações. Como na

segunda época não houve escoamento superficial nos tratamentos com

mulching vertical, o controle foi de 100% para os tratamentos T10 e T5.

Os percentuais de controle de escoamento superficial em relação à testemunha

na primeira época foram menores que os relatados por Righes et al. (2002).

Os menores valores de escoamento superficial nas parcelas com

mulching vertical devem-se ao rompimento da camada mais compactada,

de 0,025m a 0,15 m de profundidade, pelo sulco. Esta camada possui va-

Page 106: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

84

lores de macroporosidade inferiores às demais camadas amostradas

(Quadro 7). Ultrapassando esta camada, o mulching vertical possibilitou o

alcance da água infiltrada em maiores profundidades, aumentando a infil-

tração devido à maior macroporosidade destas camadas, diminuindo

consideravelmente o escoamento superficial. Este volume que infiltra tem

um comportamento que pode ser explicado pela equação de Darcy

(equação 5). O mulching vertical atua na condutividade hidráulica (K�), no

JUDGLHQWH�GH�SRWHQFLDO��3%�3]��H�QD�área (A).

Quando se inicia a chuva, em um solo não saturado, o gradiente de

potencial total é grande e a condutividade hidráulica do solo é pequena.

Nesta fase a infiltração ocorre, principalmente pela presença do gradiente.

À medida que o solo se umedece, o gradiente vai diminuindo e a conduti-

vidade hidráulica aumentando até que, quando o solo fica saturado, a

condutividade hidráulica é máxima e o gradiente que atua é somente de-

vido ao potencial gravitacional (gradiente unitário). Como o efeito da redu-

ção do gradiente na infiltração é maior que o efeito do aumento da condu-

tividade hidráulica, a taxa de infiltração básica é superada e o processo

do escoamento superficial é iniciado. O mulching vertical retarda a satura-

ção do solo na camada de 0 – 0,40m (profundidade do sulco) fazendo

com que o gradiente se reduza mais lentamente. A área (A) também é

aumentada devido às paredes do sulco, o que aumenta o volume de água

que atravessa o perfil do solo. Também se deve considerar que ocorre um

aumento da carga hidráulica, que atua como potencial de pressão sobre a

área total do sulco, contribuindo também para maior infiltração.

4.1.3.2 Intensidade de precipitação de 106 mm h-1

Como pode ser conferido no Quadro 13, houve diferença significativa

entre os tratamentos sem e com mulching vertical, mas não houve entre

os diferentes espaçamentos entre sulcos.

Page 107: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

85

Nas duas épocas o tempo de duração da chuva simulada foi de 32,5

minutos totalizando um volume de 57,42 mm.

QUADRO 13 - Taxas constantes de escoamento superficial e coeficientes de

escoamento no solo Passo Fundo após a simulação da chu-

va com intensidade de precipitação de 106 mm h-1, nas duas

épocas de avaliações. Valores médios de três repetições.

Tratamentos

Taxa constante de escoamento

superficial (mm h-1)

Coeficiente de escoamen-to superficial

Após a colheita da soja Sem mulching vertical 39,7 a 0,275 Mulching vertical a cada 10 m (T10) 22,9 b 0,138 Mulching vertical a cada 5 m (T5) 22,5 b 0,137

Durante o ciclo do trigo Sem mulching vertical 39,5 a 0,263 Mulching vertical a cada 10 m (T10) 22,7 b 0,126 Mulching vertical a cada 5 m (T5) 20,2 b 0,103

* Médias de tratamentos, dentro da mesma época, seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente, entre si, em nível de 5% de probabilidade pelo teste de Duncan.

No tratamento sem mulching vertical (primeira época) o início do es-

coamento superficial aconteceu aos 4,5 minutos de chuva atingindo a ta-

xa constante de 39,7 mm h-1 aos 32 minutos. O volume total escoado cor-

respondeu a 27,5% do total aplicado. Aos 7,5 minutos de simulação co-

meçou o escoamento superficial no tratamento com mulching vertical a

cada 10 m, 3 minutos depois da testemunha (sem mulching vertical). A

taxa constante de escoamento foi de 22,9 mm h-1, alcançada aos 30,5

minutos de simulação. O volume total perdido neste tratamento corres-

ponde a 13,8% (13,7% menos que na testemunha). Isto significa que, dos

57,42 mm aplicados, o tratamento com mulching vertical a cada 10 m per-

deu 7,92 mm e a testemunha perdeu 15,79 mm. Já o tratamento com mul-

ching vertical a cada 5 m perdeu 7,86 mm correspondentes a 13,7% do

volume total precipitado. O início do escoamento superficial neste tra-

Page 108: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

86

tamento ocorreu aos 8 minutos de simulação e atingiu um taxa constante

de 22,5 mm h-1 em 32 minutos de chuva (Figura 18).

Tempo após o início da chuva (min)

5 10 15 20 25 30 35

Ta

xa d

e E

sco

am

en

to (

mm

h-1

)

0

10

20

30

40

50

60

Mulching vertical a cada 5 mTES=20,478/1 + 1

-(t - 9,406)/1,376

r2 = 0,988

Mulching vertical a cada 10 mTES=21,205/1 + 1

-(t - 10,055)/2,115

r2 = 0,981

Sem mulching verticalTES=39,123/1 + 1

-(t - 8,447)/1,487

r2 = 0,999

Tratamentos:

FIGURA 18 – Taxas de escoamento superficial (TES) no solo Passo Fundo

com intensidade de precipitação de 106 mm h-1 após a colheita

da soja.

Durante o ciclo do trigo (segunda época), o escoamento superficial

na testemunha iniciou aos 5 minutos e atingiu taxa constante de 39,5 mm

h-1 após 26 minutos no início da chuva. O volume total perdido foi de

15,10 mm correspondente a 26,3%. O escoamento teve início aos 7,5 mi-

nutos no tratamento com mulching vertical a cada 10 m. Este tratamento

atingiu taxa constante de 22,7 mm h-1 aos 29 minutos de chuva e perdeu

12,6% do volume total aplicado. Este valor corresponde a 7,23 mm. O

tratamento com mulching vertical a cada 5 m perdeu 10,3% do total apli-

cado, valor este que corresponde a 5,91 mm. O início do escoamento su-

perficial aconteceu aos 10 minutos de simulação e a taxa constante de

20,2 mm h-1 foi atingida aos 28,5 minutos de simulação (Figura 19).

Page 109: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

87

Tempo após o início da chuva (min)

5 10 15 20 25 30 35

Taxa

de

Escoa

me

nto

(m

m h

-1)

10

20

30

40

50

60

70

Mulching vertical a cada 5 mTES=19,621/1 + 1

-(t - 14,373)/2,375

r2 = 0,991

Mulching vertical a cada 10 mTES=21,853/1 + 1

-(t - 12,529)/2,989

r2 = 0,993

Sem mulching verticalTES=38,525/1 + 1

-(t - 9,187)/1,563

r2 = 0,995

Tratamentos:

FIGURA 19 – Taxas de escoamento superficial (TES) no solo Passo Fundo

com intensidade de precipitação de 106 mm h-1 durante o ciclo

do trigo.

O sistema plantio direto com mulching vertical a cada 10 m apresen-

tou redução no escoamento superficial de 42,32% em relação à testemu-

nha e com mulching vertical a cada 5 m a redução foi de 43,32% na pri-

meira época. Durante o cultivo do trigo, a presença de sulcos de mulching

vertical a cada 10 m proporcionou redução na taxa de escoamento super-

ficial de 42,53% em relação ao sistema plantio direto sem mulching. O

tratamento com mulching vertical a cada 5 m apresentou redução na taxa

de escoamento superficial de água no solo de 48,86% em relação ao sis-

tema plantio direto sem mulching vertical na segunda época.

Page 110: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

88

4.1.4 Infiltração de água no solo

4.1.4.1 Intensidade de precipitação de 70 mm h-1

Os valores relativos à taxa de infiltração básica de água no solo e à

infiltração acumulada para os tratamentos sem mulching vertical, mulching

vertical a cada 10 m e mulching vertical a cada 5 m para as duas épocas

de avaliações encontram-se no Quadro 14.

A taxa de infiltração básica de água no solo do tratamento sem mul-

ching vertical apresentou diferença estatística significativa em relação aos

tratamentos com mulching vertical nas duas épocas. O que não aconte-

ceu entre os tratamentos com diferentes espaçamentos entre sulcos.

Como o conteúdo de água no solo anterior à simulação entre os tra-

tamentos, nas duas épocas, foram semelhantes, o mesmo ocorrendo com

a cobertura do solo, a diferença entre os tratamentos no que se refere à

taxa de infiltração básica, deve-se provavelmente à presença de mulching

vertical.

Page 111: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

89

QUADRO 14 - Taxas de infiltração básicas e infiltrações acumuladas no

solo Passo Fundo após a simulação da chuva com inten-

sidade de precipitação de 70 mm h-1, nas duas épocas de

avaliações. Valores médios de três repetições.

Tratamentos Taxa de infiltração básica (mm h-1)*

Infiltração acumu-lada (mm)

Após a colheita da soja Sem mulching vertical 51,3 a 74,6 Mulching vertical a cada 10 m 60,3 b 83,4 Mulching vertical a cada 5 m 61,4 b 84,8

Durante o ciclo do trigo Sem mulching vertical 56,5 a 78,2 Mulching vertical a cada 10 m ≥ 70,0 b 87,5 Mulching vertical a cada 5 m ≥ 70,0 b 87,5

* Médias de tratamentos, dentro da mesma época, seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente, entre si, em nível de 5% de probabilidade pelo teste de Duncan.

Na primeira época (Figura 20), o tratamento em plantio direto sem

mulching vertical (testemunha) apresentou uma taxa de infiltração básica

de água no solo de 51,3 mm h-1. A infiltração acumulada totalizou 74,6

mm de um volume total de 87,5 mm. O valor infiltrado corresponde a

85,26%. O tratamento com mulching vertical a cada 10 m apresentou taxa

de infiltração básica de 60,3 mm h-1 e o volume total infiltrado correspon-

dente a 95,31% foi de 81,4 mm. Já no tratamento T5 a taxa de infiltração

básica ficou em 61,4 mm h-1 e infiltrou 84,8 mm do total de 87,5 mm pre-

cipitado. Este valor corresponde a 96,91%.

Page 112: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

90

Tempo (min)

0 20 40 60

Ta

xa d

e in

filtr

açã

o (

mm

h-1

)

50

60

70

80

90

Mulching vertical a cada 5 m

I = 89,736*0,9342*t(0,9342 - 1)

Mulching vertical a cada 10 m

I = 90,750*0,9291*t(0,9291 - 1)

Sem mulching vertical

I = 95,584*0,8913*t(0,8913 - 1)

Tratamentos:

FIGURA 20 – Taxas de infiltração de água (I) no solo Passo Fundo com intensi-

dade de precipitação de 70 mm h-1 após a colheita da soja.

Não houve escoamento superficial na segunda época para os trata-

mentos T10 e T5, o que significa que a taxa de infiltração básica de água

no solo foi igual ou superior a 70 mm h-1 e a infiltração acumulada foi

100%, ou seja, 87,5 mm infiltraram no perfil do solo. A taxa de infiltração

básica na testemunha foi 56,5 mm h-1 (Figura 21).

Page 113: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

91

Tempo (min)

0 20 40 60 80

Ta

xa d

e in

filtr

açã

o (

mm

h-1

)

55

60

65

70

75

80

Sem mulching vertical

I = 94,962*0,9055*t(0,9055 - 1)

Tratamento:

FIGURA 21 – Taxas de infiltração de água (I) no solo Passo Fundo com intensi-

dade de precipitação de 70 mm h-1 durante o ciclo do trigo.

4.1.4.2 Intensidade de precipitação de 106 mm h-1

No Quadro 15 podem ser observados os valores referentes à taxa de

infiltração básica de água no solo e infiltração acumulada determinados

após a simulação da chuva de 106 mm h-1 para os três tratamentos e nas

duas épocas de avaliações.

Page 114: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

92

QUADRO 15 - Taxas de infiltração básicas e infiltrações acumuladas no

solo Passo Fundo após a simulação da chuva com inten-

sidade de precipitação de 106 mm h-1, nas duas épocas

de avaliações. Valores médios de três repetições.

Tratamentos Taxa de infiltração básica (mm h-1)*

Infiltração acu-mulada (mm)

Após a colheita da soja Sem mulching vertical 66,3 a 41,6 Mulching vertical a cada 10 m 83,0 a 49,5 Mulching vertical a cada 5 m 83,5 a 49,5

Durante o ciclo do trigo Sem mulching vertical 66,4 a 42,3 Mulching vertical a cada 10 m 83,2 b 50,1 Mulching vertical a cada 5 m 85,7 b 51,5

* Médias de tratamentos, dentro da mesma época, seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente, entre si, em nível de 5% de probabilidade pelo teste de Duncan.

Como pode ser constatado no Quadro 15 os valores da taxa de infil-

tração básica na primeira época não tiveram diferença estatística signifi-

cativa entre os três tratamentos. Para a testemunha este valor ficou em

66,3 mm h-1 com uma infiltração acumulada de 41,6 mm. Este valor cor-

responde a 72,45% do total de 57,42 mm aplicados durante a simulação.

No tratamento com mulching vertical a cada 10 m a taxa de infiltração bá-

sica encontrada foi 83,0 mm h-1 e a infiltração acumulada foi 49,5 mm

(86,21% do total). O valor referente à taxa de infiltração básica no trata-

mento T5 foi de 83,5 mm h-1 e o valor da infiltração acumulada foi o mes-

mo encontrado em T10 (Figura 22).

Page 115: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

93

Tempo (min)

0 5 10 15 20 25 30 35

Taxa

de in

filtr

açã

o (

mm

h-1

)

60

80

100

120

140

160

Mulching vertical a cada 5 mI = 153,984*0,8496*t

(0,8496 - 1)Mulching vertical a cada 10 m

I = 153,9*0,8504*t(0,8504 - 1)

Sem mulching vertical

I = 163,632*0,7875*t(0,7875 - 1)

Tratamentos:

FIGURA 22 – Taxas de infiltração de água (I) no solo Passo Fundo com intensi-

dade de precipitação de 106 mm h-1 após a colheita da soja.

Na segunda houve diferença estatística significativa entre os trata-

mentos sem e com mulching vertical. Sendo a taxa de infiltração básica

na segunda época (durante o ciclo do trigo) para a testemunha 66,4 mm

h-1 totalizando 42,3 mm de infiltração acumulada (73,66% dos 57,42 mm

aplicados). No tratamento T10 este valor atingiu 87,25% para uma infiltra-

ção acumulada de 50,1 mm. A taxa de infiltração básica ficou em 83,2 mm

h-1. No tratamento com mulching vertical a cada 5 m este valor atingiu

85,7 mm h-1. O comportamento da curva de infiltração na segunda época

pode ser conferido na Figura 23. A infiltração acumulada em T5 totalizou

51,5 mm (superior ao valor encontrado na primeira época) ou 89,69% da

chuva foi infiltrada no perfil do solo Passo Fundo.

Page 116: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

94

Tempo (min)

0 5 10 15 20 25 30 35

Taxa

de in

filtr

açã

o (

mm

h-1

)

60

70

80

90

100

110

120

130

Mulching vertical a cada 5 mI = 151,836*0,8676*t(0,8676 - 1)

Mulching vertical a cada 10 m

I = 153,108*0,8568*t(0,8568 - 1)

Sem mulching vertical

I = 163,392*0,7947*t(0,7947 - 1)

Tratamentos:

FIGURA 23 – Taxas de infiltração de água (I) no solo Passo Fundo com intensi-

dade de precipitação de 106 mm h-1 durante o ciclo do trigo.

4.1.5 Nutrientes no escoamento superficial

4.1.5.1 Concentração dos nutrientes

No Quadro 16 podem-se conferir a concentração de nutrientes na

água da enxurrada (mg L-1), perdidos em cada tratamento, para chuvas

de 70 mm h-1 e 106 mm h-1 na segunda e na terceira época de avaliações.

Page 117: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

95

QUADRO 16 – Concentração de potássio (K), fósforo (P), carbono orgânico

(CO) e nitrogênio total (NT), em mg L-1, na água da enxur-

rada na segunda época, com intensidade de 106 mm h-1 e

na terceira época, com intensidade de 70 mm h-1 e 106 mm

h-1 para os três tratamentos.

Concentração dos nutrientes (mg L-1)* Tratamentos

K P CO NT Intensidade de chuva 106 mm h-1 - 2ª época

Sem mulching vertical 3,02 a 0,32 a 20,97 a 2,39 a Mulching vertical a cada 10 m 2,69 a 0,27 a 21,76 a 2,52 a Mulching vertical a cada 5 m 2,86 a 0,31 a 19,98 a 3,35 a

Intensidade de chuva 70 mm h-1 - 3ª época Sem mulching vertical 4,11 a 0,09 a 14,00 a 0,95 a Mulching vertical a cada 10 m 3,30 a 0,10 a 9,50 a 0,77 a Mulching vertical a cada 5 m 4,42 a 0,14 a 17,50 a 0,93 a

Intensidade de chuva 106 mm h-1 - 3ª época Sem mulching vertical 3,63 a 0,22 a 11,50 a 0,53 a Mulching vertical a cada 10 m 3,08 a 0,26 a 8,50 a 0,88 a Mulching vertical a cada 5 m** - - - -

* Não houve diferença significativa entre os tratamentos pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade de erro. ** As quantidades de nutrientes perdidas para este tratamento não foram obtidas devido a problemas na determinação do escoamento superficial.

Na segunda época de avaliação (durante o ciclo do trigo) não houve

escoamento superficial na chuva com intensidade de 70 mm h-1, portanto

a concentração de nutrientes só pôde ser determinada para a chuva com

intensidade de 106 mm h-1.

Não houve diferença estatística significativa em nenhuma época ou

intensidade de chuva, o que significa dizer que o mulching vertical, por si

só, não é eficiente em controlar a perda de nutrientes por litro de água na

enxurrada. As Figuras 24, 25 e 26 ilustram os valores de concentração

(mg L-1) dos elementos estudados.

Page 118: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

96

K P CO NT

Nutrientes

0

5

10

15

20

25

Co

nce

ntr

açã

o d

e n

utr

ien

tes

(mg

/L)

Tratamentos:

Sem mulching vertical

Mulching vertical a cada 10m

Mulching vertical a cada 5 m

FIGURA 24 – Nutrientes perdidos (mg L-1), na água do escoamento superfi-

cial, em cada tratamento para uma chuva simulada de 106

mm h-1, durante o ciclo do trigo.

Segundo Schick et al. apud Brignoni et al. (2004) a concentração dos

nutrientes no solo, que é influenciada pela quantidade e forma de aplica-

ção dos adubos e pela cobertura e manejo do solo, determina a concen-

tração de nutrientes no escoamento superficial. A maior concentração en-

contrada, em todos os testes, foi de carbono orgânico (CO). Isso se expli-

ca pela contribuição dos resíduos vegetais das culturas mantidas na su-

perfície e também devido ao elevado estoque dessa substância no solo

em sistema plantio direto (Brignoni et al., 2004).

De acordo com Volk et al. (2004) as maiores concentrações de nutri-

entes na enxurrada acontecem nos primeiro minutos de ocorrência da

mesma e diminuem com o tempo. O potássio (K) apresentou concentra-

ções maiores que as de fósforo (P) em todos os tratamentos e intensida-

des de chuva, nas duas épocas. Resultados semelhantes foram encon-

trados por Brignoni et al. (2004). Para o autor isso se deve à maior con-

centração do potássio no solo e também à sua maior solubilidade em á-

gua e maior mobilidade no solo, quando comparado ao fósforo. O nitrogê-

nio total (NT) apresentou baixa concentração no escoamento superficial.

Page 119: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

97

Isto se deve ao fato de que, suas maiores perdas em sistema plantio dire-

to ocorrem por lixiviação, reduzindo a concentração na enxurrada. Seta et

al. (1993) constataram que o sistema convencional de preparo do solo

(uma aração + duas gradagens) apresentou maior concentração de NO3-

e NH4 na água da enxurrada que no sistema plantio direto.

K P CO NT

Nutrientes

0

5

10

15

20

Co

nce

ntr

açã

o d

e n

utr

ien

tes

(mg

/L)

Tratamentos:

Sem mulching vertical

Mulching vertical a cada 10m

Mulching vertical a cada 5 m

FIGURA 25 – Nutrientes perdidos (mg L-1), na água do escoamento superfi-

cial, em cada tratamento para uma chuva simulada de 70 mm

h-1, durante o ciclo da soja.

De maneira geral as perdas obedeceram à seguinte ordem: CO > K

> NT > P. Com exceção do tratamento com mulching vertical a cada 5 m,

na segunda época de avaliação, na qual o nitrogênio total encontrado foi

3,35 mg L-1 enquanto que o potássio obteve uma concentração de 2,86

mg L-1.

Page 120: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

98

K P CO NT

Nutrientes

0

2

4

6

8

10

12

Co

nce

ntr

açã

o d

e n

utr

ien

tes

(mg

/L)

Tratamentos:

Sem mulching vertical

Mulching vertical a cada 10m

FIGURA 26 – Nutrientes perdidos (mg L-1), na água do escoamento super-

ficial, em cada tratamento para uma chuva simulada de 106

mm h-1, durante o ciclo da soja.

4.1.5.2 Perdas totais dos nutrientes

As perdas totais dos nutrientes estudados foram determinadas a par-

tir dos volumes totais perdidos (Quadro 17) na segunda e na terceira épo-

cas de simulação de chuva.

Page 121: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

99

QUADRO 17 - Volume do escoamento superficial acumulado (L), utilizado

para a obtenção das quantidades de nutrientes perdidas

em cada tratamento. Resultados de duas épocas de simu-

lação de chuva com diferentes intensidades.

Tratamento Escoamento superficial (L)

Intensidade 106 mm h-1 – 2ª época

Sem mulching vertical 1087,84

Mulching vertical a cada 10 m 532,98

Mulching vertical a cada 5 m 534,56

Intensidade 70 mm h-1 – 3ª época

Sem mulching vertical 606,20

Mulching vertical a cada 10 m 305,32

Mulching vertical a cada 5 m 270,34

Intensidade 106 mm h-1 – 3ª época

Sem mulching vertical 882,44

Mulching vertical a cada 10 m 290,57

Mulching vertical a cada 5 m* -

* O volume perdido para este tratamento não foi obtido devido a problemas na determi-nação do escoamento superficial.

No Quadro 18 estão contidas as perdas totais (kg ha-1) dos elemen-

tos K, P, CO e NT, nos tratamentos sem mulching vertical, com mulching

vertical a cada 10 m e com mulching vertical a cada 5 m, para chuvas de

70 mm h-1 e 106 mm h-1 na segunda e na terceira época de avaliações.

Page 122: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

100

QUADRO 18 – Perdas totais de potássio (K), fósforo (P), carbono orgânico

(CO) e nitrogênio total (NT) em kg ha-1, na água do escoa-

mento superficial durante o ciclo do trigo, com intensidade

de 106 mm h-1 e durante o ciclo da soja, com intensidade

de 70 mm h-1 e 106 mm h-1 para os três tratamentos.

Perda total (kg ha-1) * Tratamentos

K P CO NT Intensidade de chuva 106 mm.h-1 – ciclo do trigo

Sem mulching vertical 0,42 a 0,046 a 2,99 a 0,33 a Mulching vertical a cada 10 m 0,19 b 0,020 b 1,51 ab 0,18 b Mulching vertical a cada 5 m 0,20 b 0,023 b 1,39 b 0,23 ab

Intensidade de chuva 70 mm.h-1 – ciclo da soja Sem mulching vertical 0,67 a 0,01 a 2,26 a 0,15 a Mulching vertical a cada 10 m 0,53 a 0,02 a 1,53 a 0,13 a Mulching vertical a cada 5 m 0,68 a 0,02 a 2,82 a 0,15 a

Intensidade de chuva 106 mm.h-1 – ciclo da soja Sem mulching vertical 0,58 a 0,04 a 1,86 a 0,08 a Mulching vertical a cada 10 m 0,50 a 0,05 a 1,37 a 0,11 a Mulching vertical a cada 5 m ** - - - -

* Médias de tratamentos, para mesmo elemento, seguidas de mesma letra e dentro de mesma época, não diferem estatisticamente, entre si, em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Duncan. ** As quantidades de nutrientes perdidas para este tratamento não foram obtidas devido a problemas na determinação do escoamento superficial.

Como pode ser observado no Quadro 18, somente houve diferença

estatística significativa na segunda época de avaliação (durante o ciclo do

trigo), na qual o tratamento sem mulching vertical apresentou maiores per-

das, em kg ha-1, de CO, K, NT e P. Entre os diferentes espaçamentos de

mulching vertical a diferença não foi significativa. Esta maior diferença

entre a testemunha e os tratamentos com mulching vertical se deve à

maior perda total de água por escoamento superficial no tratamento sem

mulching vertical. Quando as concentrações foram comparadas não foi

levado em consideração o volume total perdido, o que fez a diferença

neste caso. As Figuras 27, 28 e 29 ilustram as quantidades perdidas, em

kg ha-1, dos elementos pesquisados.

Page 123: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

101

K P CO NT

Nutrientes

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

Nu

trie

nte

s (k

g/h

a) Tratamentos:

Sem mulching vertical

Mulching vertical a cada 10m

Mulching vertical a cada 5 m

FIGURA 27 – Nutrientes perdidos (kg ha-1), na água do escoamento superfi-

cial, em cada tratamento para uma chuva simulada de 106

mm h-1, durante o ciclo do trigo.

Já na terceira época (durante o ciclo da soja) a diferença não foi sig-

nificativa para as duas intensidades de chuva. O que foi observado nas

concentrações dos elementos aconteceu também com as perdas totais,

em kg ha-1, sendo que a maior foi de carbono orgânico, seguido do potás-

sio, nitrogênio total e, por último, o fósforo.

Conforme Volk et al. (2004) as perdas de nutrientes têm relação dire-

ta com sua concentração no solo original e no resíduo superficial. Tam-

bém se devem à solubilidade do elemento em água. Todavia, sofrem in-

fluência do volume total de água perdido.

Page 124: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

102

K P CO NT

Nutrientes

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

Nu

trie

nte

s (k

g/h

a) Tratamentos:

Sem mulching vertical

Mulching vertical a cada 10m

Mulching vertical a cada 5 m

FIGURA 28 – Nutrientes perdidos (kg ha-1) na água do escoamento superfi-

cial, em cada tratamento para uma chuva simulada de 70 mm

h-1, durante o ciclo da soja.

K P CO NT

Nutrientes

0

0,5

1

1,5

2

Nu

trie

nte

s (k

g/h

a) Tratamentos:

Sem mulching vertical

Mulching vertical a cada 10m

FIGURA 29 – Nutrientes perdidos (kg ha-1) na água do escoamento superfi-

cial, em cada tratamento, para uma chuva simulada de 106

mm h-1, durante o ciclo da soja.

O sistema plantio direto causa menor impacto às águas superficiais

que o sistema de preparo convencional e preparo mínimo, principalmente

Page 125: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

103

com os elementos fósforo e potássio (Amaral et al., 2004). A presença de

mulching vertical junto ao sistema plantio direto, por proporcionar menor

volume total de água escoado, diminui as perdas totais de nutrientes.

Desta forma, pode ser considerado como um aliado à conservação do

meio ambiente na agricultura.

4.2 Experimento 2

4.2.1 Balanço hídrico

4.2.1.1 Período 1 – 20 de abril a 10 de maio de 2004

A variação diária do conteúdo de água a 0,10 m de profundidade, para os

três tratamentos, pode ser visualizada na Figura 30.

Observa-se que, a 0,10 m, de profundidade o tratamento com mulching

vertical a cada 10 m teve maior conteúdo de água ao longo de todo o período.

Seguido do tratamento com mulching vertical a cada 20 m e do tratamento sem

mulching vertical, sendo que este, visualmente, teve conteúdo de água bem

menor que os outros dois tratamentos.

Na Figura 31 pode ser conferido o conteúdo de água a 0,25 m de profun-

didade ao longo do período para os mesmos tratamentos.

Page 126: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

104

Dia juliano do ano 2004

110 115 120 125 130 135

Conte

úd

o d

e á

gu

a (

m3

m-3

)

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

Mulching vertical a cada 10 m

Mulching vertical a cada 20 m

Sem mulching vertical

Tratamentos:

Dia juliano do ano 2004

110 115 120 125 130 135

Pre

cipita

ção (

mm

)

0

10

20

30

40

50

60

70

FIGURA 30 – Conteúdo de água (m3 m-3) no solo na profundidade de 0,10 m,

para os três tratamentos e precipitação (mm) ao longo do primei-

ro período, em solo Passo Fundo.

Page 127: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

105

Dia juliano do ano 2004

110 115 120 125 130 135

Con

teúd

o d

e á

gua

(m

3 m

-3)

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

0,50

Mulching vertical a cada 10 m

Mulching vertical a cada 20 m

Sem mulching vertical

Tratamentos:

Dia juliano do ano 2004

110 115 120 125 130 135

Pre

cipita

ção (

mm

)

0

10

20

30

40

50

60

70

FIGURA 31 – Conteúdo de água (m3 m-3) no solo na profundidade de 0,25 m,

para os três tratamentos e precipitação (mm) ao longo do primei-

ro período, em solo Passo Fundo.

Page 128: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

106

Nota-se que o comportamento não se assemelha ao da Figura 30 (conte-

údo de água a 0,10 m de profundidade), já que o tratamento que apresenta

maior conteúdo de água é a testemunha seguido do tratamento com mulching

vertical a cada 10 m e por último mulching vertical a cada 20 m.

No dia 114 houve precipitação natural de 50 mm (Anexo I). Na Figura 31

percebe-se que a partir deste dia o comportamento do conteúdo de água se

tornou diferente onde a testemunha aumentou, enquanto que os tratamentos

com mulching vertical diminuíram sensivelmente o conteúdo de água até a pró-

xima precipitação. No dia 128 choveu mais 65 mm o que fez aumentar o conte-

údo de água a 0,10 m (Figura 30) e a 0,25 m de profundidade (Figura 31) em

todos os tratamentos.

A 0,40 m de profundidade (Figura 32), a chuva do dia 114 não causou al-

teração visualmente significativa no conteúdo de água nos três tratamentos.

Somente no dia 125, quando choveu 49,5 mm, pode-se perceber um au-

mento o conteúdo de água no tratamento com mulching vertical a cada 10 m e

uma redução nos outros dois tratamentos. O conteúdo de água no tratamento

T10 atingiu um valor máximo no período de 0,502 m3 m-3 no dia 128.

O maior número de eventos de precipitação ocorreu na segunda metade

do período, com maior volume precipitado.

Page 129: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

107

Dia juliano do ano 2004

110 115 120 125 130 135

Co

nte

údo

de á

gua

(m

3 m

-3)

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

0,50

0,52

Mulching vertical a cada 10 m

Mulching vertical a cada 20 m

Sem mulching vertical

Tratamentos:

Dia juliano do ano 2004

110 115 120 125 130 135

Pre

cip

itaçã

o (

mm

)

0

10

20

30

40

50

60

70

FIGURA 32 – Conteúdo de água (m3 m-3) no solo na profundidade de 0,40 m,

para os três tratamentos e precipitação (mm) ao longo do primei-

ro período, em solo Passo Fundo.

Observa-se que as variações de armazenamento de água no perfil do so-

lo, para os três tratamentos (Figura 34), acompanharam as variações na precipi-

tação (Figura 33).

Page 130: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

108

111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131

Dia juliano

0

10

20

30

40

50

60

70

Pre

cip

ita

ção

(m

m)

Precipitação (mm)

FIGURA 33 – Precipitação (mm) do dia 20 de abril ao dia 10 de maio de 2004.

Passo Fundo – RS.

112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131

Dia juliano do ano 2004

0

5

10

15

-5

-10

-15

Variação d

o a

rmazenam

ento

no p

erf

il (m

m) Tratamentos:

Mulching vertical a cada 10 m

Mulching vertical a cada 20 m

Sem mulching vertical

FIGURA 34 – Variação do armazenamento de água no perfil (0 – 0,50 m) do

solo Passo Fundo no período de 20 de abril a 10 de maio de

2004, para os três tratamentos.

Com exceção do dia 126 quando, mesmo chovendo, o tratamento com

mulching vertical a cada 20 m e a testemunha perderam água, somente T10

Page 131: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

109

acumulou. No dia 127 os tratamentos que perderam água foram T10 e T20,

enquanto que a testemunha acumulou. Também no dia 129, mesmo com chu-

va, houve perda de água no perfil, para os três tratamentos. Provavelmente,

esta perda de água aconteceu por drenagem profunda, já que, com as precipi-

tações houve um acúmulo de água saturando o solo que não conseguiu mais

reter água.

No Quadro 19 podem ser conferidos os valores totais correspondentes ao

balanço hídrico no primeiro período, para os três tratamentos.

QUADRO 19 – Precipitação (mm), infiltração (mm), variação do armazenamen-

to de água no perfil (mm) e evapotranspiração real (mm dia-1)

no período de 20 de abril a 10 de maio de 2004, para os três

tratamentos, em solo Passo Fundo na camada 0 – 0,50 m de

profundidade.

Tratamentos Precipitação total (mm)

Infiltração total (mm)

Variação do armazenamen-to de água no

perfil (mm)

ETR (mm dia-1)

Mulching vertical a cada 10 m

219,5 219,5 9,2* 11,1

Mulching vertical a cada 20 m

219,5 219,5 -9,1** 12,6

Sem mulching vertical

219,5 219,5 -1,0 11,6

* Valores positivos significam que o perfil apresentou maior conteúdo de água no final do período em relação ao início. **Valores negativos significam que o perfil apresentou menor conteúdo de água no final do perío-do em relação ao início.

No período de monitoramento do experimento não houve eventos de

precipitação com escoamento superficial, portanto este parâmetro não foi

considerado no balanço hídrico. Então, toda a precipitação foi também consi-

derada infiltração, nos três tratamentos. A precipitação total e a infiltração total

no período foram de 219,5 mm. Em relação ao conteúdo de água no perfil que

existia no início do período, o tratamento com mulching vertical cada 10 m teve

Page 132: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

110

um acréscimo de 9,2 mm no final do período. O tratamento com mulching verti-

cal a cada 20 m perdeu 9,1 mm e a testemunha perdeu 1,0 mm.

Praticamente não houve diferença entre os três tratamentos no que se re-

fere à evapotranspiração real. Tem-se, para o tratamento T10, 11,1 mm dia-1,

mulching vertical a cada 20 m, 12,6 mm dia-1 e testemunha, 11,6 mm dia-1.

Estes valores podem ser considerados extremamente altos, principalmente em

um período em que a precipitação total foi mais alta que precipitação normal

para o local. Como neste caso a drenagem profunda não foi considerada, esti-

ma-se que nestes altos valores de evapotranspiração real também estão incluí-

dos os valores de água perdida por drenagem profunda.

4.21.2 Período 2 – 21 de julho a 30 de setembro de 2004

Na Figura 35 pode-se conferir a variação do conteúdo de água na profun-

didade de 0,10 m ao longo do período, para os três tratamentos.

Assim como no período 1, no segundo período a 0,10 m de profundidade

os tratamentos se comportaram de forma semelhante, com a testemunha apre-

sentando menor conteúdo de água ao longo do período. Nos tratamentos com

mulching vertical a cada 10 m e a cada 20 m, o comportamento do conteúdo de

água foi semelhante, com o tratamento T20 ligeiramente superior.

Como pode ser observado na Figura 36, a 0,25 m de profundidade o tra-

tamento sem mulching vertical sempre teve maior conteúdo de água que T10 e

T20, mesmo nos dias em que choveu, como, por exemplo, no da 241, quando

precipitou 39 mm e do dia 264 ao dia 268, onde, somando-se a precipitação,

ficou em 85 mm, em cinco dias.

Page 133: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

111

Dia juliano do ano 2004

200 220 240 260 280

Pre

cip

itaçã

o (

mm

)

0

10

20

30

40

50

60

200 220 240 260 280

Co

nte

údo

de

ág

ua (

m3

m-3

)

0,34

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

0,50

0,52

Mulching vertical a cada 10 m

Mulching vertical a cada 20 m

Sem mulching vertical

Tratamentos:

FIGURA 35 – Conteúdo de água (m3 m-3) no solo na profundidade de 0,10 m,

para os três tratamentos e precipitação (mm) ao longo do se-

gundo período, em solo Passo Fundo.

Nota-se que, no início, a testemunha contém mais água que os tratamen-

tos com mulching vertical. No dia 241 precipitou 39 mm e o T20 se aproximou

da testemunha e T10 se manteve, perdendo ainda um pouco de água. Este

Page 134: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

112

comportamento se manteve assim até que, do dia 256 ao dia 258 choveu 118

mm em três dias e o conteúdo de água dos três tratamentos foi aumentado,

ficando muito próximos até o final do período, quando a precipitação novamente

aconteceu.

Dia juliano do ano 2004

200 220 240 260 280

Co

nte

údo d

e á

gua

(m

3 m

-3)

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

0,50

Mulching vertical a cada 10 m

Mulching vertical a cada 20 m

Sem mulching vertical

Tratamentos:

Dia juliano do ano 2004

200 220 240 260 280

Pre

cip

itação (

mm

)

0

10

20

30

40

50

60

FIGURA 36 – Conteúdo de água (m3 m-3) no solo na profundidade de 0,25 m,

para os três tratamentos e precipitação (mm) ao longo do se-

gundo período, em solo Passo Fundo.

Page 135: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

113

Este comportamento também é semelhante ao primeiro período.

O comportamento da variação do conteúdo de água a 0,40 m de profun-

didade com a precipitação no período pode ser observado na Figura 37.

Dia juliano do ano 2004

200 220 240 260 280

Con

teú

do

de á

gua

(m

3 m

-3)

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

0,50

0,52

Mulching vertical a cada 10 m

Mulching vertical a cada 20 m

Sem mulching vertical

Tratamentos:

Dia juliano do ano 2004

200 220 240 260 280

Pre

cip

itaçã

o (

mm

)

0

10

20

30

40

50

60

FIGURA 37 – Conteúdo de água (m3 m-3) no solo na profundidade de 0,40 m,

para os três tratamentos e precipitação (mm) ao longo do se-

gundo período, em solo Passo Fundo.

Page 136: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

114

Na Figura 38 pode-se observar a precipitação e na Figura 39, a variação

do armazenamento de água no perfil na primeira metade do período. Nas Figu-

ras 40 e 41 as mesmas determinações para a segunda metade.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36

Dia - 21 de julho a 29 de agosto de 2004

0

5

10

15

20

Pre

cip

itaçã

o (

mm

)

Precipitação (mm)

FIGURA 38 – Precipitação (mm) do dia 21 de julho a 29 de agosto de 2004.

Passo Fundo – RS.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36

Dia - 21 de julho a 29 de agosto de 2004

0

5

10

15

20

-5

-10

Variação d

o a

rmazenam

ento

no p

erf

il (m

m)

Tratamentos

Mulching vertical a cada 10 m

Mulching vertical a cada 20 m

Sem mulching vertical

FIGURA 39 – Variação do armazenamento de água no perfil (0 – 0,50 m) do

solo Passo Fundo no período de 21 de julho a 29 de agosto de

2004, para os três tratamentos.

Page 137: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

115

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36

Dia - 30 de agosto a 30 de setembro de 2004

0

10

20

30

40

50

60

Pre

cip

ita

ção

(m

m)

Precipitação (mm)

FIGURA 40 – Precipitação (mm) do dia 30 de agosto a 30 de setembro de 2004.

Passo Fundo – RS.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35

Dia - 30 de agosto a 30 de setembro de 2004

0

5

10

15

20

25

-5

-10

-15

Variação d

o a

rmazenam

ento

no p

erf

il (m

m)

Tratamentos

Mulching v ertical a cada 10 m

Mulching v ertical a cada 20 m

Sem mulching v ertical

FIGURA 41 - Variação do armazenamento de água no perfil (0 – 0,50 m) do

solo Passo Fundo no período de 30 de agosto a 30 de setembro

de 2004, para os três tratamentos.

Page 138: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

116

Até o dia da primeira chuva, de maneira geral, todos os tratamentos per-

deram água, com exceção de T20 no quarto dia. Do décimo ao décimo segun-

do dia houve precipitação e os tratamentos acumularam água.

Como na primeira parte do período não teve muita chuva, os tratamentos

perderam água a maioria dos dias, até que no 34º dia choveu novamente e to-

dos os tratamentos armazenaram água.

Os valores totais correspondentes ao balanço hídrico do segundo período

estão contidos no Quadro 20.

QUADRO 20 – Precipitação (mm), infiltração (mm), variação do armazenamen-

to de água no perfil (mm) e evapotranspiração real (mm dia-1)

no período de 21 de julho a 30 de setembro de 2004, para os

três tratamentos, em solo Passo Fundo na camada 0 – 0,50 m

de profundidade.

Tratamentos Precipitação total (mm)

Infiltração total (mm)

Variação do armazenamento de água no per-

fil (mm)

ETR (mm dia-1)

Mulching vertical a cada 10 m

355,5 355,5 11,4* 4,9

Mulching vertical a cada 20 m

355,5 355,5 23,9 4,7

Sem mulching vertical

355,5 355,5 17,2 4,8

* Valores positivos significam que o perfil apresentou maior conteúdo de água no final do período em relação ao início.

Neste período também não houve escoamento superficial em todos os tra-

tamentos, então a precipitação total de 355,5 mm também foi considerada co-

mo infiltração total. O tratamento com mulching vertical a cada 10 m teve um

aumento do conteúdo de água no perfil de 11,4 mm, em relação ao início do

período. O tratamento T20 teve um acréscimo de 23,9 mm enquanto que a tes-

temunha teve um amento de 17,2 mm comparando-se ao conteúdo de água

que existia no começo deste período.

Page 139: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

117

A evapotranspiração real praticamente não apresentou diferença entre os

tratamentos. Os valores encontrados foram: T10, 4,9 mm dia-1; T20, 4,7 mm

dia-1 e testemunha, 4,8 mm dia-1. Estes valores ficaram bem abaixo dos valores

encontrados no primeiro período. Provavelmente se devem à menor precipita-

ção neste período, em relação ao anterior, e o perfil pode ter perdido menos

água por drenagem profunda, que, neste caso, pode ter alterado os resultados.

Nos Anexos I e J constam o balanço hídrico completo nos três tratamen-

tos, para o primeiro e para o segundo período respectivamente.

Na elaboração do balanço hídrico a maior dificuldade se encontra na esti-

mativa do termo drenagem profunda, que pode ser obtido a partir da equação

de Darcy. Segundo Reichardt et al (1979) existem sérias dificuldades em aplicar

a equação de Darcy e estas se devem aos erros que se comete na estimativa

do gradiente de potencial e principalmente, da condutividade hidráulica.

4.2.2 Curva característica de água no solo

A curva característica de água no solo nas três profundidades (0,10

m, 0,25 m e 0,40 m) pode ser visualizada na Figura 42.

Os resultados encontrados pelo programa SWRC 3 estão contidos

no Anexo G e os dados que geraram a curva podem ser conferidos no

Anexo H.

Page 140: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

118

0.0 1 0 .1 1 10 1 0 0 1 0 0 0 1 00 0 0

Ψ(kPa)

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

θ (

m3

m-3

)

Cam ada s0 - 15 cm15 - 30 cm30 - 50 cm

FIGURA 42 – Curva característica de água no solo para as camadas 0 – 0,15

m, 0,15 – 0,30 m e 0,30 – 0,50 m, em solo Passo Fundo.

4.3 Infiltração de água nos sulcos de mulching vertical

O Quadro 21 expressa os resultados das taxas de infiltração básica hori-

zontal, vertical e total nos sulcos de mulching vertical com diferentes profundi-

dades. Na Figura 43 encontra-se a curva de infiltração de água do sulco per-

meável com 0,10 m de profundidade. Neste tratamento a taxa de infiltração bá-

sica foi de 23,6 L h-1 m-1 de sulco. Já no sulco com fundo impermeável ou infil-

tração horizontal (Figura 44), a taxa de infiltração básica ficou em 9,19 L h-1 m-1

de sulco. Restando uma infiltração vertical de 14,41 L h-1 m-1 de sulco. Se a infil-

Page 141: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

119

tração total for considerada 100% tem-se que, para 0,10 m de profundidade, a

infiltração vertical corresponde a 61,06% e a horizontal a apenas 38,94%.

QUADRO 21 - Taxas de infiltração básicas (TIB) vertical, horizontal e total

(litro por hora por metro linear de sulco e percentual) para

sulcos com 0,10 m, 0,20 m e 0,40 m de profundidade.

TIB Vertical TIB Horizontal TIB Total Profundidade

do sulco (m) L h-1 m-1 % L h-1 m-1 % L h-1 m-1 %

0,10 14,41 61,06 9,19 38,94 23,60 100

0,20 12,48 38,02 20,34 61,98 32,82 100

0,40 9,65 27,17 25,87 72,83 35,52 100

Tempo (min)

0 20 40 60 80 100

Ta

xa d

e in

filtr

açã

o (

L h

-1 m

-1)

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

42

44

y = 23,599 + 19,884(-0,026t)

r2 = 0,84

FIGURA 43 – Taxa de infiltração (I), em L h-1 m-1 de sulco, para sulcos

com 0,10 m de profundidade, fundo permeável, durante 90

minutos de testes, em solo Passo Fundo.

Page 142: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

120

Para 0,20 m de profundidade a taxa de infiltração básica alcançou o valor

de 32,82 L h-1 m-1 de sulco permeável ou infiltração total (Figura 45). Como de-

monstrado na Figura 46, para o sulco impermeável (infiltração horizontal) a TIB

foi 20,34 L h-1 m-1. A infiltração horizontal em sulcos com 0,20 m de profundida-

de foi 61,98% da infiltração total. Já a infiltração vertical, neste tratamento, foi

menor que em 0,10 m, tanto em percentual como em valor absoluto. A TIB ver-

tical ficou em 12,48 L h-1 m-1 ou 38,02% da TIB total.

Tempo (min)

0 20 40 60 80 100

Ta

xa d

e infiltra

ção

(L

h-1

m-1

)

5

10

15

20

25

30

35

I = 9,189 + 29,110(-0,052t)

r2 = 0,93

FIGURA 44 - Taxa de infiltração (I), em L h-1 m-1 de sulco, para sulcos com

0,10 m de profundidade, fundo impermeável, durante 93 mi-

nutos de testes, em solo Passo Fundo.

Nos sulcos com 0,40 m de profundidade a TIB total alcançou 35,52 L

h-1 m-1. A curva da infiltração deste tratamento pode ser visualizada na

Figura 48. A taxa de infiltração básica horizontal (Figura 49) e vertical,

foram, respectivamente, 25,87 L h-1 m-1 e 9,65 L h-1 m-1. Estes valores sig-

Page 143: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

121

nificam que 72,83% da TIB total corresponde à TIB horizontal e apenas

9,65% corresponde à TIB vertical.

Tempo (min)

0 20 40 60 80 100

Ta

xa d

e infiltra

ção

(L

h-1

m-1

)

20

30

40

50

60

70

80

y = 32,817 + 36,441(-0,0384t)

r2 = 0,82

FIGURA 45 - Taxa de infiltração (I), em L h-1 m-1 de sulco, para sulcos com

0,20 m de profundidade, fundo permeável, durante 87 minutos

de testes, em solo Passo Fundo.

Observando-se as três profundidades pode-se considerar que, à

medida que aumenta a profundidade do sulco, a taxa de infiltração básica

aumenta. Esta maior TIB total para sulcos com maiores profundidades, de

acordo com os resultados, se deve à infiltração horizontal. Verifica-se que

a TIB horizontal aumenta, enquanto que a TIB vertical diminui, com o au-

mento da profundidade. Este comportamento ocorre tanto em valores ab-

solutos como em relativos.

Page 144: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

122

Tempo (min)

0 20 40 60 80 100

Ta

xa d

e infiltra

ção

(L

h-1

m-1

)

10

20

30

40

50

60

70

80

I = 20,342 + 64,708(-0,065t)

r2 = 0,95

FIGURA 46 - Taxa de infiltração (I), em L h-1 m-1 de sulco, para sulcos com

0,20 m de profundidade, fundo impermeável, durante 90 mi-

nutos de testes, em solo Passo Fundo.

Na Figura 47 podem-se visualizar a diferença entre infiltração horizontal,

vertical e total nas três profundidades. Analisando-se somente a infiltração verti-

cal, nota-se que, somente no sulco com 0,10 m a infiltração vertical é maior que

a horizontal. Nas outras duas profundidades acontece o contrário. Observando

a equação de Darcy (equação 5) para a água que infiltra pode-se considerar o

seguinte: o gradiente de potencial não existe para nenhum dos tratamentos,

pois os valores considerados são da taxa de infiltração básica que é determina-

da quando não existe mais gradiente. A área de solo que infiltra no sentido ver-

tical também é a mesma para as três profundidades (0,08m x 1,0 m). Resta

apenas a condutividade hidráulica. Mas, neste caso, ela deveria causar efeito

contrário, ou seja, quanto maior a profundidade do sulco, maior deveria ser a

infiltração vertical. O que não ocorre. Conforme Herbes (2003) a camada 0,025

– 0,15 m de profundidade deste solo possui menor porosidade total, micro e

macroporos entre todas as avaliadas. O menor valor de macroporosidade é

Page 145: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

123

determinante para a menor infiltração de água para camadas inferiores. A con-

dutividade hidráulica nesta camada também deve ser menor. O sulco de 0,10 m

de profundidade se encontra justamente dentro desta camada. Em sistema

plantio direto, na camada 0 – 0,10 m há maior concentração de raízes e maior

atividade biológica. Podem ter ocorrido canais biológicos que provocam o au-

mento da infiltração, neste caso, no sulco permeável (infiltração total). Como a

determinação da infiltração vertical se deu através da diferença entre infiltração

total e a infiltração horizontal, o valor encontrado foi maior que o esperado para

este solo nesta camada.

14,4112,48

9,659,19

20,34

25,8723,6

32,8235,52

0,1 0,2 0,4

Profundidade do sulco (m)

0

10

20

30

40

Ta

xa

de

in

filtra

çã

o b

ásic

a (

L/h

m)

TIB (L/h m)

Vertical

Horizontal

Total

FIGURA 47 – Taxas de infiltração básicas (TIB) vertical, horizontal e total,

em L h-1 m-1, para sulcos de mulching vertical com 0,10,

0,20 e 0,40 m de profundidade em solo Passo Fundo.

Page 146: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

124

Tempo (min)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

Ta

xa d

e infiltr

ação

(L

h-1

m-1

)

20

40

60

80

100

120

140

y = 35,5175 + 118,759(-0,0645t)

r2 = 0,98

FIGURA 48 – Taxa de infiltração (I), em L h-1 m-1 de sulco, para sulcos com

0,40 m de profundidade, fundo permeável, durante 185 mi-

nutos de testes, em solo Passo Fundo.

Durante os testes dos sulcos com fundo impermeável foi verificado

um aumento repentino da taxa de infiltração em um dos sulcos com 0,40

m de profundidade. Notou-se que este aumento foi excessivo, em relação

aos demais sulcos, sendo maior mesmo que a infiltração dos sulcos per-

meáveis. Chegou a 333,6 L h-1 m-1 de sulco, tendo que ser descartada

esta repetição. Possivelmente esta taxa de infiltração com valor extrema-

mente elevado se deve à existência de canais biológicos dentro do solo,

comuns em sistema plantio direto. Por este motivo, pode-se afirmar que a

presença do mulching vertical pode ter um efeito ainda maior sobre a infil-

tração de água no solo, pois, quando este atinge um canal desta nature-

za, os valores aumentam consideravelmente. A magnitude deste efeito

depende também da atividade biológica do solo.

Page 147: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

125

Tempo (min)

0 20 40 60 80 100 120

Ta

xa d

e infiltr

ação

(L

h-1

m-1

)

20

40

60

80

100

120

y = 25,866 + 100,469(-0,0547t)

r2 = 0,96

FIGURA 49 - Taxa de infiltração (I), em L h-1 m-1 de sulco, para sulcos com

0,40 m de profundidade, fundo impermeável, durante 105

minutos de testes, em solo Passo Fundo.

Page 148: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

126

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Conclusões

Tendo como base as condições em que foi desenvolvido o presente

trabalho pode-se concluir que:

1. A utilização do mulching vertical em sistema plantio direto reduz o es-

coamento superficial de água no solo em até 48,66% com espaçamen-

to de 10 m entre sulcos e 54,54% com espaçamento de 5 m, em rela-

ção ao sistema plantio direto sem mulching vertical.

2. A presença de mulching vertical em sistema plantio direto aumenta a

taxa de infiltração básica de água no solo em até 25,30%, com espa-

çamento entre sulcos de 10 m e em 29,07% com espaçamento de 5 m

em relação ao sistema plantio direto sem mulching vertical.

3. O mulching vertical com espaçamento entre sulcos de 10 m pode con-

trolar totalmente o escoamento superficial com intensidade de chuva

de até 70 mm h-1 com duração de uma hora, quando o solo estiver

com conteúdo de água menor ou igual a 37%.

4. A presença de mulching vertical não diminui a concentração dos ele-

mentos potássio, fósforo, carbono orgânico e nitrogênio total na água

do escoamento superficial. A eficiência do mulching vertical está na

redução do escoamento superficial, reduzindo significativamente as

perdas totais de nutrientes, em relação à testemunha sem mulching

vertical.

Page 149: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

127

5. A determinação da evapotranspiração real monitorando o conteúdo de

água no solo até 0,50 m de profundidade não produz resultados confi-

áveis se não for considerada a drenagem profunda.

6. A taxa de infiltração básica de água no solo é diretamente proporcional

ao aumento da profundidade do sulco de mulching vertical.

7. Quanto maior a profundidade do sulco de mulching vertical, maior a

importância da taxa de infiltração básica horizontal como componente

da taxa de infiltração básica total.

5.2 Recomendações

Existe a necessidade de discussões e de direcionamento da pesqui-

sa agrícola para atingir a sustentabilidade dos sistemas agrícolas utiliza-

dos, principalmente através do uso de tecnologias que sejam econômica

e socialmente integradas, que contribuam para o aumento da produtivida-

de dos cultivos agrícolas, mas ao mesmo tempo, que conservem a água

no solo e não degradem a qualidade ambiental. Através deste trabalho

notou-se que o uso do mulching vertical pode ser promissor neste sentido.

Seria interessante, prosseguir com as pesquisas que envolvam mulching

vertical, relacionando também aspectos econômicos e produtivos, já que

ambientalmente, se pode afirmar que é uma técnica que traz muitos bene-

fícios.

Page 150: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

128

6 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AMARAL, A. J.; BERTOL, I.; BARBOSA, F. T. et alli Efeito ambiental das

perdas de nutrientes pela erosão hídrica. In: XV REUNIÃO BRASILEIRA

DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA. Manejo inte-

grando a ciência do solo na produção de alimentos. Anais... CD-Room.

Santa Maria, 25 a 30 de julho de 2004.

ANGHINONI, I. & SALET, R. L. Variabilidade espacial de propriedades

químicas do solo no sistema plantio direto. P. 274 - 284. In: CURSO SO-

BRE MANEJO DO SOLO NO SISTEMA PLANTIO DIRETO. 04 a 08 de

dezembro de 1995. Castro PR. Anais... (Curso intensivo sobre plantio

direto na palha). 338p. 1995.

ASA / CSSA / SSSA Dryland agriculture. Editors: H. E. Dregne and W.

D. Willis. n.º 23 in the series Agronomy. Madison, Wisconsin, USA :

American Society of Agronomy, Inc,; Crop Science Society of America,

Inc.; Soil Science Society of America, Inc., 1983. 622 p.

BAINBRIDGE, D. A. Restoration in the California Desert vertical mulch

for site protection and revegetation. Soil Ecology and Restoration

Group. 1995. Disponível em:<http://www.serg.sdsu.edu/SERG/techniques

/erosion.html> Acesso em 23 de outubro de 2003.

BARTZ, H. R. Dinâmica dos nutrientes e adubação em sistemas de

produção sob plantio direto. Disponível em:<http://www.rau.edu.uy/agro

/eupp/siembra6.htm> Acesso em: 31 de março de 2003.

Page 151: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

129

BAYER, C. & MIELNICZUK, J. Inter-relações do manejo com as proprie-

dades físicas e químicas de solos intensivamente cultivados. In: CAR-

LESSO, R. Irrigação por aspersão no Rio Grande do Sul. P. 134 – 146.

Santa Maria, 2001. 165 p.

BERGAMASCHI, H. Estratégias para reduzir riscos por estiagens. Dis-

ponível em: <http://www.cnpt.embrapa.br/agromet/semin.html> Acesso em:

04 de setembro de 2001.

BERTOL, I.; BEUTLER, J. F.; LEITE, D. et alli. Propriedades físicas de um

Cambissolo húmico afetadas pelo tipo de manejo do solo. In: Scientia

Agrícola. V. 58, n.º 3, p. 555 – 560, jul/set. 2001.

BERTOL, I.; MELLO, E. L.; GUADAGNIN, J. C. et alli. Nutrient losses by

water erosion. In: Scientia Agricola. V. 60, n. 3, p. 581 – 586. jul./set.

2003.

BERTONI, J. & LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. 4ª ed. Íco-

ne, 1999. 355 p.

BRAKENSIEK, D. L.; OSBORN, H. B. & RAWLS, W. J. Field manual for

research in agricultural hydrology. Minneapolis: USDA, 1979. 547p.

BRANDÃO, V. S.; PRUSKI, F.F. & SILVA, D. D. Infiltração da água no

solo. 2ª Ed.. Viçosa : UFV, 2003. 98 p. il.

BRIGNONI, L. F.; BERTOL, I.; BARBOSA, F. T. et alli Perdas de P, K e

CO na água e no sedimento da erosão hídrica em sistemas de semeadura

direta. In: XV REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO

DO SOLO E DA ÁGUA. Manejo integrando a ciência do solo na produção

de alimentos. Anais... CD-Room. Santa Maria, 25 a 30 de julho de 2004.

Page 152: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

130

CARDOSO, F. P. Agricultura sustentável. Disponível em:<http://www.

manah.com.br/main_informativos_agricultura_sustentavel.asp> Acesso

em: 21 de julho de 2003.

CASSOL, E. A. & LIMA, V. S. Erosão em entressulcos sob diferentes tipos

de preparo e manejo do solo. In: Pesquisa Agropecuária Brasileira. Jan.

2003, vol. 38, n. 1, p. 117 – 124. ISSN 0100-204X.

CASTRO, O. M. Plantio direto: obrigatório para a produção sustentá-

vel. Disponível em: <http://center.barao.iac.br/Not%C3%ADcias/

Mat%C3%A9rias/PlantioDireto.htm> Acesso em: 31 de março de 2003.

CAUDURO, F. A. & DORFMAN, R. Manual de ensaios de laboratório e

de campo para irrigação e drenagem. Porto Alegre : PRONI: IPH-

UFRGS, s. d. – 216 p. il.

CETESB. Guia de coletas e preservação de amostras de água. São

Paulo : Cetesb, 1989. 105 p.

CORREA, J. C. Efeitos de sistemas de cultivo na estabilidade de agrega-

dos de um Latossolo Vermelho-Amarelo em Querência, MT. In: Pesquisa

Agropecuária Brasileira. Fev. 2002. Vol. 37, nº 2, p. 203 – 209.

CORRÊA, A. Prejuízo com as perdas de solo nas áreas agrícolas.

2000. Disponível em: <http://www.cnps.embrapa.br/search/planets/coluna

14coluna14.html> Acesso em 11 de junho de 2003.

COSTA, E. L.; SILVA, A. M.; COLOMBO, A. et alli. Infiltração de água em

solo, determinada por simulador de chuvas e pelo método dos anéis. Re-

vista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. Campina Grande,

vol. 3, n.º 2, p. 131 – 134. 1999.

Page 153: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

131

DALMAGO, G. A.; BERGAMASCHI, H.; BERGONCI, J. I. et alli. Rendi-

mento do milho em sistemas de semeadura direta e convencional

sob condições hídricas variáveis. FEPAGRO, 2002a. Disponível em:

<http://www.fepagro.rs.gov.br/milho 2002/milho/MILHO-T37.PDF> Acesso

em: 05 de agosto de 2003.

DALMAGO, G. A.; BERGAMASCHI, H. BERGONCI, J. I. et alli. Altera-

ções na disponibilidade de água no solo em sistemas de semeadura

direta e convencional. 2002b. Disponível em: <http://www.fepagro.

rs.gov.br/milho2002/milho/MILHO_T01.PDF> Acesso em 05 de agosto de

2003.

D’ANGIOLELLA, G. L. B.; CASTRO NETO, M. T. & COELHO, E. F. Ba-

lanço hídrico em solos de tabuleiros costeiros do recôncavo baiano. Bahia

Agrícola. Vol. 3, n.º 3, set. 1999. Disponível em:<http://www.seagri.

ba.gov.br/revista/ver_1199/bal_hidr.htm> Acesso em: 07 de fevereiro de

2004.

DE MARIA, I. C. Plantio direto. Disponível em: <http:/center.barao.iac.br/

csra/homesolos/direto.htm> Acesso em: 01 de abril de 2003.

DENARDIN, J. E.; KOCHHANN, R. A.; TROMBETTA, A. B. A. et alli. Ter-

raceamento em plantio direto. Comunicado Técnico – CNPT - EMBRA-

PA. Disponível em:<http://www.cnpt.embrapa.br/p_co08.htm> Acesso em:

14 de abril de 2003.

DIDONÉ, A. J.; ELTZ, F. L.; WENDLING, A. et alli. Efeito da chuva natu-

ral sobre as perdas de água e solo em sistemas de produção sob

plantio direto. In: XIV REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CON-

SERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA. Cuiabá, MT. 21 a 26 de julho de

2002. Disponível em: <http://www.ufsm.br /ppgcs/congressos> Acesso em

28 de março de 2004.

Page 154: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

132

DOURADO NETO, D.; GARCÍA Y GARCÍA, A.; FANCELLI, A. L. et alli.

Balanço hídrico cíclico e seqüencial: estimativa de armazenamento de

água no solo. Scientia Agricola. Julho 1999, vol. 56, n.º 3, p. 537 – 546.

ISSN 0103-9016.

DYNIA, J. F. & CAMARGO, O. A. Retenção de nitrato num solo de carga

variável, influenciada por adubação fosfatada e calagem. Pesq. Agrop.

Bras. Brasília, vol. 34, n.º 1, p. 141 – 144, jan., 1999.

EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: Ser-

viço de produção de informação, 1999. 412p.

EMBRAPA. Manejo do solo. 2001. Disponível em: <http://www.cn-

pos.embrapa.br/rectec/mansolo.htm> Acesso em: 05 de novembro de

2001.

EMBRAPA AGROPECUÁRIA OESTE. Erosão do solo: solucione este

problema. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Doura-

dos, MS, Novembro de 2001. (Folder)

EMBRAPA AGROPECUÁRIA OESTE. Coleção 500 perguntas 500 respos-

tas – Plantio Direto. Disponível em <http://www.cpao.embrapa.br/ publicaco-

es/500p500r/topico.php?topicobusca=VI%20-%20%C1gua%20e%

20Temperatura%20no%20Solo> Acesso em 23 de setembro de 2003.

EMBRAPA SOLOS. Sustentabilidade da agricultura brasileira e o sis-

tema plantio direto. Publicação no site: 2000. Disponível em:

<http:/www.cnps. embrapa.br/search/pesq/proj05/proj05.htm> Acesso em:

04 de agosto de 2003.

FEPAGRO. Manejo e conservação de solo. In: XXXIII Reunião da Co-

missão Sul-brasileira de Pesquisa de Trigo. Passo Fundo, 27 a 29 de

março de 2001. Disponível em:<http://www.fepagro.rs.gov.br/ so-

ja/indi/01manejo.htm> Acesso em: 14 de abril de 2003.

Page 155: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

133

FERREIRA, F. P.; SILVA, V. R.; SECCO, D. et alli. Condutividade hi-

dráulica saturada, infiltração de água e compactação do solo no sis-

tema plantio direto. In: XIII REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E

CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA. Ilhéus, BA. 06 a 11 de agosto

de 2000. Disponível em: <http://www. ufsm.br/ppgcs/congressos> Acesso

em 28 de março de 2004.

FRANK, B. Uma abordagem para o gerenciamento da bacia hidrográ-

fica do rio Itajaí, com ênfase no problema das enchentes. Florianópo-

lis, 1995. UFSC. Doutorado em Engenharia de Produção.

GERSTENBERGER, P. Vertical mulching. Disponível em:<http://www.

sundine.com/library/grogun/vertical_mulching.htm> Acesso em: 29 de ou-

tubro de 2003.

GONÇALVES, C. N.; CERETTA, C. A. & BASSO, C. J. Sucessões de cul-

turas com plantas de cobertura e milho em plantio direto e sua influência

sobre o nitrogênio do solo. In: Revista Brasileira de Ciência do Solo. V.

24, p. 153 – 159, 2000.

HECKLER, J. C. & SALTON, J. C. Palha: fundamento do sistema plan-

tio direto. Dourados : Embrapa Agropecuária Oeste, 2002. 26 p. il. (Cole-

ção Sistema Plantio Direto, ISSN 1676-4412;7)

HERBES, M. G. Escoamento superficial em sistema plantio direto

com mulching vertical. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola).

2003. UFSM. Santa Maria, RS. 107 p.

HERNANI, L. C. Perdas de nutrientes e matéria orgânica por erosão:

dez anos de pesquisa. Dourados: EMBRAPA Agropecuária Oeste, 1999.

14 p.

Page 156: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

134

INSTITUTO CEPA/SC. Avaliação do projeto microbacias: análise com-

parativa do plantio direto frente ao sistema convencional de manejo do

solo em sistema de produção de lavouras em Santa Catarina. – Relatório

de Avaliação Final. Florianópolis : Governo do Estado de Santa Catarina,

1999. 35 p.

IPAGRO, S. D. E. A. Atlas agroclimático do estado Rio Grande do Sul.

Porto Alegre: IPAGRO, 1989. 102p.

JONG VAN LIER, Q. Índices da disponibilidade de água às plantas. In:

NOVAIS, R. F. et al. Tópicos em ciência do solo. Viçosa : Sociedade

Brasileira de Ciencia do Solo. Vol. 1. 2000. P. 95 – 106.

KLEIN, V. A. et al. Mulching vertical reduz a enxurrada em área sob plan-

tio direto. In: 13ª REUNIÃO SUL-BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO.

Anais... (CD Room) Ilhéus, 23 a 25 de agosto de 2000. p. 147 – 154.

KLUTHCOUSKI, J.; FANCELLI, A. L.; DOURADO-NETO, D. et alli. Mane-

jo do solo e o rendimento de soja, milho, feijão e arroz em plantio direto.

In: Scientia Agrícola. Jan./mar. 2000. Vol. 57, nº 1, p. 97 – 104.

LETEY, J. Relationship between soil physical properties and crop produc-

tion. In: STEWART, B. A. Advances on soil science. New York :

Springer-Verlag New York Inc., 1985. Vol. 1 p. 277 – 294. ISSN : 0176 –

9340.

LIBARDI, P. L. Dinâmica da água no solo. Piracicaba : O autor, 1995.

497 p. il.

LOMBARDI NETO, F; MARIA, I.C.; CASTRO, M. et alli. Efeito da quanti-

dade de resíduos culturais de milho nas perdas de solo e água. Revista

Brasileira de Ciência do Solo, v.12, n.1, p.71-75, 1988.

Page 157: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

135

MACHADO, P. L. O. A. Plantio direto: situação atual e desafios. Disponível

em: <http://www.cnps.embrapa.br/search/pesqs/faqfert3/faqfert3.html> Publi

cação no site: 13/01/2000. Acesso em: 15 de maio de 2001.

MARCHIORI, J. N. C. Florestas nativas privadas: uma análise fitogeográ-

fica e histórica do problema no Rio Grande do Sul. In: I SEMINÁRIO SO-

BRE A SITUAÇÃO FLORESTAL DO RIO GRANDE DO SUL. Anais...

Porto Alegre : Secretaria da Agricultura e Agropecuária do Estado do Rio

Grande do Sul, 1996. p 21 - 27.

MEIRELES, E. J. L.; STONE, L. F.; XAVIER, L. S. et alli. Risco climático

do feijão da seca no Estado de Goiás, sob preparo de solo convencional e

plantio direto. In: R. Bras. Eng. Agrícola e Ambiental. Campina Grande,

v. 7, n.1, p. 116 – 120. 2003.

MELO, G. L.; PETRY, M. T. & CARLESSO, R. Disponibilidade de água

às plantas de milho, sorgo e soja submetidas a déficit hídrico em dis-

tintas classes de textura. In: XIV REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO

E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA. Cuiabá, MT. 21 a 26 de julho

de 2002. Disponível em: <http://www.ufsm.br/ ppgcs/congressos> Acesso

em 28 de março de 2004.

MERTEN, G. H. & MINELLA, J. P. Qualidade da água em bacias hidrográ-

ficas rurais: um desafio atual para a sobrevivência futura. In: Agroecolo-

gia e Desenvolvimento Rural Sustentável. Porto Alegre, v. 3, n. 4, p. 33

– 38, out/dez 2002.

MEURER, E. J.; BISSANI, C. A. & SELBACH, P. A. Poluentes do solo e

do ambiente. In: MEURER, E. J. Fundamentos de química do solo. P.

151 – 167. Porto Alegre : Gênesis, 2000. 174 p. il.

MMA/SRH. Drenagem superficial. Disponível em: <http://www.mma.

gov.br/part/ srh/acervo> Acesso em: 03 de outubro de 2003.

Page 158: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

136

MONDARDO, A.; FARIAS, G. S. D.; CASTRO FILHO, C. D. et alii. Meto-

dologia e procedimento para avaliação de perdas por erosão em condi-

ções de chuva natural, no Paraná. In: ENCONTRO NACIONAL DE PES-

QUISA SOBRE CONSERVAÇÃO DO SOLO, 2., 1978, Passo Fundo. A-

nais... Embrapa-CNPT/SNLCS, 1978. p. 67-71.

MUZZILI, O. Manejo da matéria orgânica no sistema plantio direto: a

experiência no Estado do Paraná. Disponível em: <http://www.ppi-

far.org/ppiweb/pbrazil.nsf/926048f0196c9d4285256983005c64de/1a95e0c

afd0ea7d883256c9500661f74/$FILE/Anais%20Osmar%20Muzilli.doc>

Acesso em: 04 de agosto de 2003.

NISHIJIMA, T. Balanço hídrico da cultura do milho em cinco sistemas

de manejo do solo. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola).

1987. UFSM. Santa Maria, RS. 105 p.

OLIVEIRA, L. B. Determinação da macro e microporosidade pela mesa de

tensão em amostras de solo com estrutura não deformada. In: Pesquisa

Agropecuária Brasileira Série Agronomia, 3: 197 – 200, 1968.

OLIVEIRA, L. F. C. Modelo para transporte de solutos no solo e no

escoamento superficial. Viçosa, MG : UFV, 1999. 171 p. Tese (Doutora-

do em Engenharia Agrícola) – Universidade Federal de Viçosa, 1999.

OLIVEIRA, G. C.; DIAS JUNIOR, M. S.; RESCK, D. V. S. et alli. Altera-

ções estruturais e comportamento compressivo de um Latossolo Verme-

lho distrófico argiloso sob diferentes sistemas de uso e manejo. In: Pes-

quisa Agropecuária Brasileira. Brasília, vol. 38, n. 2, p. 291 – 299. Fev.

2003.

PARR, J. F. Effects of vertical mulching and subsoiling on soil physical

properties. In: Agronomy Journal. n.º 51 (7): p. 412 – 414. July 1959.

Page 159: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

137

PEDRAZZI, J. A. Hidrologia aplicada. Capítulos. FACENS (Faculdade de

Engenharia de Sorocaba), 1999. Disponível em: <http://www.facens.br/

site/alunos/download/hidrologia/> Acesso em: 25 de junho de 2003.

PEIXOTO, R. T. G. Matéria orgânica: frações e transformações no solo. P.

143 - 161. In: CURSO SOBRE MANEJO DO SOLO NO SISTEMA PLAN-

TIO DIRETO. 04 a 08 de dezembro de 1995. Castro PR. Anais... (Curso

intensivo sobre plantio direto na palha). 338p. 1995.

PEIXOTO, R. T. G. Matéria orgânica: influência em propriedades quími-

cas. P. 162 - 172. In: CURSO SOBRE MANEJO DO SOLO NO SISTEMA

PLANTIO DIRETO. 04 a 08 de dezembro de 1995. Castro PR. Anais...

(Curso intensivo sobre plantio direto na palha). 338p. 1995b.

PLATAFORMA PLANTIO DIRETO. A importância do sistema plantio

direto para a sustentabilidade da agricultura. Disponível em:

<http://www.embrapa.br/plantiodireto> Acesso em 23 de setembro de

2003.

PÖTTKER, D. Potássio: dinâmica no solo e resposta das culturas. P. 264

- 273. In: CURSO SOBRE MANEJO DO SOLO NO SISTEMA PLANTIO

DIRETO. 04 a 08 de dezembro de 1995. Castro PR. Anais... (Curso in-

tensivo sobre plantio direto na palha). 338p. 1995.

PREVEDELLO, C. L. Física do solo com problemas resolvidos. Curiti-

ba : SAEAFS, 1996. 446 p.

PRUSKI, F. F.; RODRÍGUEZ, L. N.; SILVA, J. M. A. et alli. Simulação do

escoamento superficial em áreas sob preparo convencional e plantio

direto. Publicação no site: 2000. Disponível em: <http://www.agri.com.br/

6enpdp/resumos1/pruski.htm> Acesso em 12 de novembro de 2001.

Page 160: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

138

PRUSKI, F. F. A engenharia de conservação de solo e água aplicada à

realidade brasileira. In: XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHA-

RIA AGRÍCOLA – CONBEA. Foz do Iguaçu – PR, 31 de julho a 03 de a-

gosto de 2001. Anais... CD-Room. Palestra.

PRUSKI, F. F.; BRANDÃO, V. S. & SILVA, D. D. Escoamento superficial.

Viçosa : UFV, 2003. 88 p. il.

REICHARDT, K. Processos de transferência no sistema solo-planta-

atmosfera. 4ª ed. Campinas : Fundação Cargill, 1985. 466 p. il.

________. A água em sistemas agrícolas. São Paulo : Manole, 1990.

188 p. il.

REICHARDT, K.; LIBARDI, P. L.; SAUNDERS, L. C. U. et al. Dinâmica da

água em solo cultivado com milho. In: Revista Brasileira de Ciência do

Solo. Campinas, v. 3, p. 1 – 5. 1979.

REICOSKY, D. C. & LINDSTROM, M. J. Fall tillage method: effect on

short-term carbon dioxide flux from soil. In: Agronomy Journal. 85:1237-

1243, 1993.

REINERT, D. J.; REICHERT, J. M. & SILVA, V. R. Propriedades físicas de

solos em sistema plantio direto irrigado. In: CARLESSO, R. Irrigação por

aspersão no Rio Grande do Sul. P. 114 – 133. Santa Maria, 2001. 165

p.

RHEINHEIMER, D. S. & ANGHINONI, I. Distribuição do fósforo inorgânico

em sistemas de manejo do solo. In: Pesquisa Agropecuária Brasileira.

Brasília, v. 36, n. 1. p. 151 – 160. Jan. 2001.

RIGHES, A. A.; CENTENO, A. S.; DALLMEYER, A. U. et alli. Semeadura

direta: comparação entre diferentes mecanismos sulcadores. São

Paulo : IPT/CIENTEC, 1990 (Monografia; 4) 31 p.

Page 161: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

139

RIGHES, A. A.; DENARDIN, J. E.; KOCHHANN, R. A. et alli. Mulching

vertical e escoamento superficial no sistema plantio direto. In: XXXI

CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA - Salvador,

29 de julho a 02 de agosto de 2002. Anais... CD-ROOM.

RIGHES, A. A.; AMARAL, L. G. H.; DALLA COSTA, R. et alli. Determina-

ção da água no solo e na planta para irrigação. Santa Maria : Imprensa

Universitária, 2003. 97 p. il.

RIGHES, A. A.; GARCIA, S. M.; DALLA COSTA, R. et alli. Água: manejo

e sustentabilidade da agricultura. 2004 135 p. (NO PRELO)

RODRIGUES, L. N.; PRUSKI, F. F.; SILVA, D. D. et alli. Software para

estimativa das áreas com e sem risco de escoamento superficial em

irrigação por pivô central. XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE EN-

GENHARIA AGRÍCOLA (CONBEA). 31 de julho a 03 de agosto de 2001.

Foz do Iguaçu PR.

ROHDEN, H. B. Agricultura e meio ambiente. Disponível em:

<http://www.conhecimentosgerais.com.br/preserveomundo/agricultura-e-

meio-ambiente/agricultura-e-poluicao.html> Acesso em: 14 de outubro de

2003.

ROSA, E. & WALENDOWSKY, J. O planejamento territorial e a con-

servação dos recursos hídricos. UFSC, 2001. Disponível em:

<http://www.ens.ufsc.br/corseuil/antigo/rh/index.html> Acesso em: 20 de

junho de 2001.

ROSA, L. M. G.; MÜLLER, A.; BERGAMASCHI, H. et alli. Efeito da dis-

ponibilidade hídrica do solo no fluxo de água no xilema, em plantas

de milho. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/agro/pfagrom/

labs/ecofis/milho/pdf> Acesso em: 05 de fevereiro de 2004.

Page 162: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

140

SÁ, J. C. M. Plantio direto: transformações e benefícios ao agroecossis-

tema. P. 09 – 20. In: CURSO SOBRE MANEJO DO SOLO NO SISTEMA

PLANTIO DIRETO. 04 a 08 de dezembro de 1995. Castro PR. Anais...

(Curso intensivo sobre plantio direto na palha). 338p. 1995a.

SÁ, J. C. M. Fósforo: resposta das culturas de milho, trigo e soja no sis-

tema plantio direto. P. 256 - 263. In: CURSO SOBRE MANEJO DO SOLO

NO SISTEMA PLANTIO DIRETO. 04 a 08 de dezembro de 1995. Castro

PR. Anais... (Curso intensivo sobre plantio direto na palha). 338p. 1995b.

SÁ, J. C. M. & PETRERE, C. Desenvolvimento radicular da cultura do mi-

lho em solos sob plantio direto da região dos Campos Gerais e do Planal-

to Gaúcho. P. 173 - 205. In: CURSO SOBRE MANEJO DO SOLO NO

SISTEMA PLANTIO DIRETO. 04 a 08 de dezembro de 1995. Castro PR.

Anais... (Curso intensivo sobre plantio direto na palha). 338p. 1995.

SANTI, G. R.; COLLARES, G. L.; REINERT, D. J. et alli. Estimativa da

retenção de água a partir de atributos do solo. In: IV REUNIÃO SUL

BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO. Porto Alegre, RS. 14 a 16 de outu-

bro de 2002. Disponível em: <http://www.ufsm.br/ppgcs/congressos> A-

cesso em 28 de março de 2004.

SANTOS, R. F. & CARLESSO, R. Enrolamento e expansão das folhas de

milho submetidas a déficit hídrico em diferentes solos. Revista Brasileira

de Engenharia Agrícola e Ambiental. Campina Grande, PB. Vol. 3, n.º

1, p. 1 – 6. 1999.

SANTOS, M. V. C.; ELTZ, F. L. WENDLING, A. et alli. Avaliação das

perdas de solo, nutrientes e matéria orgânica em sistemas de manejo

sob plantio direto. In: XIV REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E

CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA. Cuiabá, MT. 21 a 26 de julho

de 2002. Disponível em: <http://www.ufsm.br/ppgcs/ congressos> Acesso

em 28 de março de 2004.

Page 163: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

141

SCHAEFFER, C. E.; SILVA, D. D.; PAIVA, K. W. N. et alli. A. Perdas de

solo, nutrientes, matéria orgânica e feitos microestruturais em Argissolo

Vermelho-Amarelo sob chuva simulada. In: Pesquisa Agropecuária Bra-

sileira. Brasília, v. 37, nº 5, p. 669 – 678, maio 2002.

SEMA / DEFAP / GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

Inventário florestal contínuo. 2000. Disponível em: <http://coralx.ufsm.

br/ifcrs> Acesso em 15 de abril de 2004.

SETA, A.K., BLEVINS,R.R.L. FRYE, W.W. et alli. Reducing soil erosion

and agricultural chemical losses with conservation tillage. J. Environ.

Qual. Amer. Soc. of Agron. V.22(4):661-665. 1993.

SILVA, L. S.; CAMARGO, F. A. D. & CERETTA, C. A. Composição da fa-

se sólida orgânica do solo. In: MEURER, E. J. Fundamentos de química

do solo. P. 45 – 62. Porto Alegre : Genesis, 2000. 174 p. il.

SILVA, R. F.; MERCANTE, F. M. & AQUINO, A. M. Macrofauna do solo

associada ao sistema plantio direto. Dourados: EMBRAPA Agropecuá-

ria Oeste, 2002. 13 p.

SILVA, J. M. A.; PRUSKI, F. F. & SILVA, D. D. Hidrograma 1.0: simula-

ção do hidrograma de escoamento superficial em encostas. II CON-

GRESSO DA SBI-AGRO. AGROSOFT 99. Disponível em:

<http://www.agrosoft.com.br/sbiagro/org/iicsbi/> Acesso em: 17 de junho

de 2003.

SILVA,V. R.; REICHERT, J. M.; REINERT, D. J. et alli. Intervalo hídrico

ótimo para três solos em sistema de plantio direto. In: XIV REUNIÃO

BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA.

Cuiabá, MT. 21 a 26 de julho de 2002. Disponível em:

<http://www.ufsm.br/ppgcs/congressos> Acesso em 28 de março de 2004.

Page 164: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

142

SILVEIRA, P. M. & CUNHA, A. A. Variabilidade de micronutrientes, maté-

ria orgânica e argila de um Latossolo submetido a diferentes sistemas de

preparo. In: Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasília, v. 37, nº 9, p.

1325 – 1332. set., 2002.

SOARES, J. V. Capítulo 7 – Água superficial, hidrógrafa e o processo

de runoff. Introdução à hidrologia de florestas. Ministério da Ciência e

Tecnologia. INPE – Coordenação Geral de Observação da Terra. Divisão

de Sensoriamento Remoto. 03 de julho de 2000. Disponível em:

<http://www.Ltid.inpe.br/dsr/vianei/CursoHF/Capitulo7c.htm> Acesso em:

08 de julho de 2003.

SOUSA, F. F.; SLVA, J. S.; BASTOS, I. N. et alli. Procedimentos para

qualidade em software. In: XXXI CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGE-

NHARIA AGRÍCOLA – Salvador, 29 de julho a 02 de agosto de 2002. A-

nais... CD-ROOM.

SOUZA, C. F. & MATSURA, E. E. Avaliação de sondas de TDR multi-

haste segmentadas para estimativa da umidade do solo. In: Rev. Bras.

Engenharia Agrícola e Ambiental. Campina Grande, vol. 6, n.º 1, p. 63 –

68. 2002.

SOUZA, J. L. & TUBELIS, A. Correlação escoamento superficial – precipi-

tação em solos submetidos a diferentes sistemas de manejo. In: 3º SIM-

PÓSIO BRASILEIRO DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA. Campina

Grande (PB), 21 a 23 de novembro de 2001. Disponível em:

<http://www.aguadechuva.hpg.ig.com.br/3simposio/pdf/024_2001.pdf>

Acesso em: 15 de dezembro de 2003.

STONE, L. F. & MOREIRA, J. A. A. Efeitos de sistemas de preparo do

solo no uso da água e na produtividade do feijoeiro. In: Pesquisa Agro-

pecuária Brasileira. Brasília, v. 35, n.º4, p. 835 – 841, abr., 2000.

Page 165: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

143

STONE, L. F. & SILVEIRA, P. M. Efeitos do sistema de preparo na com-

pactação do solo, disponibilidade hídrica e comportamento do feijoeiro. In:

Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasília, v. 34, n.º 1, p. 83 – 91, jan.

1999.

STUDART, T. M. C. Infiltração. Capítulo 6. 2002. Disponível em:

<http://www.deha.ufc.br/ticiana/hidrologia/apostila/capitulo6_hidrologia_20

02.pdf> Acesso em: 03 de outubro de 2003.

TEDESCO, M.J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C.A. et alli. Análise de solos,

plantas e outros materiais. 2.ed. Porto Alegre: UFRGS, 1995. 174p.

TEIXEIRA C. M. & CARVALHO, G. J. Componentes da produção do milho

em diferentes épocas de adubação nitrogenada em cobertura nos siste-

mas de plantio convencional e direto. In: Ciência Agrotécnica Lavras. V.

27, n. 1, p. 228 – 231, jan/fev., 2003.

TOKURA, A. M.; FURTINI NETO, A. E.; CURI, N. et alli. Formas de fósfo-

ro em solo sob plantio direto em razão da profundidade e tempo de culti-

vo. In: Pesquisa Agropecuária Brasileira. Out. 2002, vol. 37, n. 10, p.

1467 – 1476. ISSN 0100-204X

TORMENA, C. A. Resíduos culturais: efeitos no controle da erosão e alte-

rações em propriedades físicas do solo. P. 37 – 51. In: CURSO SOBRE

MANEJO DO SOLO NO SISTEMA PLANTIO DIRETO. 04 a 08 de de-

zembro de 1995. Castro PR. Anais... (Curso intensivo sobre plantio direto

na palha). 338p. 1995.

TORMENA, C. A.; BARBOSA, M. C.; COSTA, A. C. S. et alli. Densidade,

porosidade e resistência à penetração em Latossolo cultivado sob diferen-

tes sistemas de preparo do solo. In: Scientia Agrícola. V. 59, n.º4, p. 795

– 801, out./dez., 2002.

Page 166: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

144

VAN GENUCHTEN, M. T. A closed-form equation predicting the hydraulic

conductivity of unsatured soils. In: Soil Science Society of America

Journal. 44: 892 – 898, 1980.

VALPASSOS, M. A. R.; CAVALCANTE, E. G. S.; CASSIOLATO, A. M. R.

et alli. Efeitos de sistemas de uso e manejo na atividade microbiana, den-

sidade e propriedades químicas do solo. In: Pesquisa Agropecuária

Brasileira. Dez. 2001, vol. 36, n.º 12, p. 1539 – 1545. ISSN 0100-204X.

VEIGA, M. D. & WILDNER, L. D. P. Manual para la instalación y con-

ducción de experimentos de perdida de suelos. Santiago: EPA-

GRI/FAO, 1993. 34p.

VOLK, L. B. S.; COGO, N. P.; PORTZ, G. et alli Perda de nutrientes por

erosão hídrica em solo com e sem cultivo, na condição de semeadura di-

reta. In: XV REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO

SOLO E DA ÁGUA. Manejo integrando a ciência do solo na produção de

alimentos. Anais... CD-Room. Santa Maria, 25 a 30 de julho de 2004.

VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamen-

to de esgotos. DESA – UFMG. 1996.

WOHLENBERG, E. V.; SILVEIRA, M. J.; REICHERT, J. M. et alli. Esco-

amento de água em dois solos afetados pela intensidade da chuva,

horizonte e declividade do solo em entressulcos. In: XIII REUNIÃO

BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA.

Ilhéus, BA. 06 a 11 de agosto de 2000. Disponível em:

<http://www.ufsm.br/ppgcs/congressos> Acesso em 28 de março de 2004.

Page 167: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

145

ANEXOS

Page 168: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

146

ANEXO A

Vazões lidas no hidrômetro e respectivas leituras nos sensores para

calibração das calhas medidoras do escoamento superficial

Page 169: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

147

Vazão

(L min-1) Sensores

Sensor 1 Sensor 2 Sensor 3

--------------------------------------bits------------------------------------- 40 40 40 40 62 62 62 62 75 75 75 75

40 40 40 40 62 62 62 62 75 75 75 75

40 40 40 40 62 62 62 62 75 75 75 75

2,24

40 40 40 62 62 62 75 75 75

41 41 41 41 63 63 63 63 76 76 76 76 2,4

41 41 41 63 63 63 76 76 77

48 48 48 48 67 67 67 68 79 81 81 81

48 48 48 48 68 68 68 68 82 82 82 83

48 48 48 48 68 68 68 68 82 82 83 82 5,42

48 48 48 48 68 68 68 68 83 82 83 83

57 57 57 56 76 76 76 76 91 91 91 90 9,1

56 57 57 57 76 76 75 76 90 91 90 91

61 61 61 62 80 80 80 80 95 95 95 95

61 62 61 62 79 80 80 80 95 95 95 95

62 62 62 62 80 80 80 80 95 95 95 95 11,6

62 80 95

84 84 84 85 100 100 100 100 117 118 117 118

84 84 84 85 101 100 101 100 118 118 118 118 27,76

85 85 84 101 100 100 118 118 118

100 100 100 99 115 115 115 115 133 133 133 133

99 100 100 99 115 115 115 115 133 133 133 133 46,6

100 100 115 115 133 133

Page 170: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

148

113 113 113 113 130 129 130 130 146 146 146 146

113 113 113 113 130 130 130 130 146 146 146 146 63,42

113 113 113 113 130 130 130 130 147 146 146 146

117 117 117 117 134 134 134 134 151 151 151 151

117 117 117 117 134 134 134 134 151 151 151 151 71,18

117 117 117 134 135 135 134 151 151 151 151

124 124 124 124 141 141 141 141 157 156 157 157

124 124 124 124 141 141 141 141 157 157 157 157 81,08

124 124 124 142 141 141 157 157 157

143 143 143 143 163 163 163 163 175 175 175 175

143 143 143 143 163 163 163 163 175 175 176 175

143 143 143 143 163 163 163 163 175 175 176 176 102,2

143 143 163 163 175 175

173,62 155 155 155 176 176 176 187 188 187

Page 171: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

149

ANEXO B

Ajuste da calibração dos sensores por regressão linear, obtendo-se

as equações de calibração para transformação da leitura dos

sensores em vazão das calhas medidoras

Page 172: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

150

40 60 80 100 120 140 160

Vazão

(L

min

-1)

0

40

80

120

160

200

Vazão = 9,53828 - 0,50767Bits + 0,0086569bits2

r ² = 0,972

Sensor 1

60 80 100 120 140 160 180

Vazão

(L

min

-1)

0

40

80

120

160

200

Vazão = 1,64932 -0,40673Bits + 0,0067458bits2

r ² = 0,971

Sensor 2

bits

80 100 120 140 160 180

Vazão

(L

min

-1)

0

40

80

120

160

Vazão = 41,54574 - 1,19654Bits + 0,00917397bits2

r ² = 0,973

Sensor 3

Page 173: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

151

ANEXO C

Quadrados médios e graus de liberdade da análise de variância dos

dados de quantidade de matéria seca sobre o solo antes das

simulações de chuva, nas duas épocas de avaliações

Quadrado médio (* 1000)

GL Após a colheita da soja Durante o cultivo do trigo

Tratamento 2 156,92978ns 834,58501ns

Bloco 2 521,47786ns 996,27285ns

Resíduo 4 111,62937 521,74202

CV (%) 10,81 26,18 ns

Não significativo.

Page 174: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

152

ANEXO D

Quadrados médios e graus de liberdade da análise de variância dos

dados de conteúdo de água no solo antes da simulação de chuva

das duas intensidades de precipitação testadas e nas duas épocas

de avaliações

Quadrado médio (÷ 1000)

Após a colheita da soja Durante o cultivo do trigo

GL 70 mm h-1 106 mm h-1 70 mm h-1 106 mm h-1

Tratamento 2 0,06578ns 0,15211ns 0,02711ns 0,3943ns

Bloco 2 0,01911ns 0,14978ns 0,64078ns 0,091ns

Resíduo 4 0,11778 0,04878 0,05994 0,101

CV (%) 2,91 1,51 2,48 2,48 ns

Não significativo.

Page 175: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

153

ANEXO E

Quadrados médios e graus de liberdade da análise de variância dos

dados de taxa de escoamento superficial de água no solo após a

simulação de chuva das duas intensidades de precipitação testadas

e nas duas épocas de avaliações

Quadrado médio

Após a colheita da soja Durante o cultivo do trigo

GL 70 mm h-1 106 mm h-1 70 mm h-1 106 mm h-1

Tratamento 2 62,31258* 192,03777* 181,16* 330,71*

Bloco 2 1,30293ns 20,47584ns 14,03ns 141,18ns

Resíduo 4 1,92017 27,01612 14,03 2,28

CV (%) 11,24 18,30 83,48 5,48 ns

Não significativo. * Significativo em nível de 5% de probabilidade pelo teste de Duncan.

Page 176: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

154

ANEXO F

Quadrados médios e graus de liberdade da análise de variância dos

dados de taxa de infiltração de água no solo após a simulação de

chuva das duas intensidades de precipitação testadas e nas duas

épocas de avaliações

Quadrado médio

Após a colheita da soja Durante o cultivo do trigo

GL 70 mm h-1 106 mm h-1 70 mm h-1 106 mm h-1

Tratamento 2 62,31258* 192,03777* 181,16* 330,71*

Bloco 2 1,30293ns 20,47584ns 14,03ns 141,18ns

Resíduo 4 1,92017 27,01612 14,03 2,28

CV (%) 2,40 6,69 5,71 1,92 ns

Não significativo. * Significativo em nível de 5% de probabilidade pelo teste de Duncan.

Page 177: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

155

ANEXO G

Resultados da aplicação do programa SWRC 3.00 nos dados de

conteúdo de água para determinação da curva característica de água

no solo Passo Fundo

Page 178: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais
Page 179: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais
Page 180: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais
Page 181: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

159

ANEXO H

Conteúdos de água gravimétrico e volumétrico para as profundidades 10

cm, 25 cm e 40 cm, com respectivas tensões em kPa, para o solo Passo

Fundo

Page 182: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais
Page 183: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

161

ANEXO I

Resultados do balanço hídrico para o período de 20 de abril a 10 de

maio de 2004

Page 184: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais
Page 185: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais
Page 186: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais
Page 187: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais

165

ANEXO J

Resultados do balanço hídrico para o período de 21 de julho a 30 de

setembro de 2004

Page 188: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais
Page 189: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais
Page 190: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais
Page 191: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais
Page 192: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais
Page 193: SISTEMA PLANTIO DIRETO - cascavel.cpd.ufsm.brcascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/11/TDE-2007... · plantio direto no Brasil em 2001 ..... 18 QUADRO 4 Rendimento médio das principais