SISTEMA NACIONAL DE SISTEMA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO URBANODESENVOLVIMENTO URBANO

Seminário Preparatório da Seminário Preparatório da 5ª. Conferência das Cidades5ª. Conferência das Cidades

Brasília - 2013Brasília - 2013

Desenvolvimento Urbano Sustentável         • 1: Desenvolvimento sustentável        • 2: Agenda Habitat        • 3: Política urbana        • 4: Estatuto da Cidade

Instrumentos de Política Urbana         • 1: Instrumentos em geral        • 2: Novos instrumentos jurídicos        • 3: Regularização fundiária

Plano Diretor         • 1: Plano Diretor no Estatuto da Cidade        • 2: Conteúdo do Plano Diretor

Gestão Democrática da Cidade         • 1: Princípios gerais da gestão democrática        • 2: Gestão democrática no Estatuto da Cidade 

Sistema Nacional Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbanode Desenvolvimento Urbano

O conceito de sistema é uma das mais O conceito de sistema é uma das mais simples de se escrever, um dos mais simples de se escrever, um dos mais abrangentes de se aplicar, bem como um dos abrangentes de se aplicar, bem como um dos mais difíceis de se compreender plenamente. mais difíceis de se compreender plenamente. Um sistema pode ser definido como um Um sistema pode ser definido como um conjunto de elementos inter-relacionados que conjunto de elementos inter-relacionados que interagem no desempenho de uma função. interagem no desempenho de uma função. É uma definição tão abrangente que pode ser É uma definição tão abrangente que pode ser usada em uma grande variedade de contextos, usada em uma grande variedade de contextos, como por exemplo: o Sistema Nacional de como por exemplo: o Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano.Desenvolvimento Urbano.

A realidade das cidades brasileiras é A realidade das cidades brasileiras é caracterizada, entre outras questões, pela:caracterizada, entre outras questões, pela:

I.I.fragilidade da gestão e do controle dos fragilidade da gestão e do controle dos recursos públicos; recursos públicos; II.II.dificuldade em promover a gestão dificuldade em promover a gestão democrática e o controle social;democrática e o controle social;III.III.dificuldade na implementação da agenda dificuldade na implementação da agenda política do desenvolvimento urbano, política do desenvolvimento urbano, particularmente no âmbito legislativo.particularmente no âmbito legislativo.

  Neste quadro, o Sistema Nacional de Neste quadro, o Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano deve ser o Desenvolvimento Urbano deve ser o

instrumento de gestão para a instrumento de gestão para a implementação da Política Nacional de implementação da Política Nacional de

Desenvolvimento Urbano que será Desenvolvimento Urbano que será constituída de acordo com as diretrizes constituída de acordo com as diretrizes

e princípios aprovados nas e princípios aprovados nas Conferências das Cidades. Conferências das Cidades.

O Sistema Nacional de O Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano deve Desenvolvimento Urbano deve ser proposto e constituído a partir ser proposto e constituído a partir dos princípios e diretrizes dos princípios e diretrizes estabelecidos na Política Nacional estabelecidos na Política Nacional de Desenvolvimento Urbano e, de Desenvolvimento Urbano e, ambos, institucionalizados sob a ambos, institucionalizados sob a forma de lei.forma de lei.

Esse Sistema deve ter uma estrutura institucional, Esse Sistema deve ter uma estrutura institucional, um conjunto de instrumentos jurídicos e um conjunto de instrumentos jurídicos e financeiros, programas e planos gerenciados por financeiros, programas e planos gerenciados por agentes de diferentes níveis de governo e da agentes de diferentes níveis de governo e da sociedade que, no âmbito de suas competências e sociedade que, no âmbito de suas competências e atribuições, interajam de modo articulado, atribuições, interajam de modo articulado, integrado e cooperativo, visando à formulação e integrado e cooperativo, visando à formulação e execução com controle social, na atualização e execução com controle social, na atualização e monitoramento constante da Política Nacional de monitoramento constante da Política Nacional de Desenvolvimento Desenvolvimento Urbano.Urbano.  

A Política Nacional de Desenvolvimento Urbano deve A Política Nacional de Desenvolvimento Urbano deve ser entendida como um conjunto de princípios, ser entendida como um conjunto de princípios, diretrizes e normas que norteiam a ação do poder diretrizes e normas que norteiam a ação do poder público e da sociedade em geral, na produção e público e da sociedade em geral, na produção e gestão das cidades.gestão das cidades.

A existência de um projeto nacional de A existência de um projeto nacional de desenvolvimento econômico e social, a integração desenvolvimento econômico e social, a integração de políticas setoriais, políticas territoriais, o controle de políticas setoriais, políticas territoriais, o controle social e a destinação de recursos financeiros são social e a destinação de recursos financeiros são fundamentais no combate da desigualdade social fundamentais no combate da desigualdade social existente.existente.

Na primeira, segunda e terceira Conferências Na primeira, segunda e terceira Conferências Nacionais das Cidades foram aprovados os Nacionais das Cidades foram aprovados os seguintes princípios que devem nortear a Política seguintes princípios que devem nortear a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano.Nacional de Desenvolvimento Urbano.

Política Nacional de Desenvolvimento UrbanoPolítica Nacional de Desenvolvimento Urbano

• Promoção do desenvolvimento social e econômico; Promoção do desenvolvimento social e econômico; à desigualdade sócio-territorial; racial e de à desigualdade sócio-territorial; racial e de gênero,integração das políticas setoriais e entre as gênero,integração das políticas setoriais e entre as esferas municipais; estaduais; distrital e federal; esferas municipais; estaduais; distrital e federal; concretização dos direitos estabelecidos nas concretização dos direitos estabelecidos nas legislações existentes; garantia de amplo controle legislações existentes; garantia de amplo controle social e da democratização do acesso universal à social e da democratização do acesso universal à terra, aos equipamentos, bens e serviços.terra, aos equipamentos, bens e serviços.

Política Nacional de Desenvolvimento UrbanoPolítica Nacional de Desenvolvimento Urbano

Como garantir as questões específicas Como garantir as questões específicas de cada Região do país no Sistema de cada Região do país no Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano.Nacional de Desenvolvimento Urbano.

1o. D E S A F I O1o. D E S A F I O

ConselhosConselhos

PopularesPopulares

Sistema de Desenvolvimento Urbano Sistema de Desenvolvimento Urbano e o Estatuto da Cidadee o Estatuto da Cidade

CONSELHOS CONSELHOS

Enfrentando os desafios da Enfrentando os desafios da representação em espaços representação em espaços

participativosparticipativos

ConselhosConselhos

PopularesPopulares

Controle SocialControle Social

A importância do Conselho A importância do Conselho enquanto instância e enquanto instância e

Implementação de Políticas SociaisImplementação de Políticas Sociais

Marco Legal - antesMarco Legal - antes Assistencialismo;Assistencialismo; Caridade;Caridade; Um conjunto de ações dispersas e Um conjunto de ações dispersas e

descontínuas;descontínuas; Não existia controle social;Não existia controle social; Benesse;Benesse; Paternalismo;Paternalismo; Apadrinhamento.Apadrinhamento.

Marco legal e histórico-Marco legal e histórico-depoisdepois

1 - Direito dos cidadãos e dever do Estado;Política de interesse Social não contributiva. Suas ações são organizadas em um sistema descentralizado e participativo e são desenvolvidas através de programas, projetos, serviços e benefícios;2 - Definição do público alvo;Garante a participação popular por meio de organizações representativas na formulação da política e no controle das ações – controle social; 3 - Constituição de 1988- reconhece o município enquanto ente federado e autônomo;

O que é o controle social? O que é o controle social?

1.1. É o exercício democrático de acompanhamento É o exercício democrático de acompanhamento da gestão e avaliação da política, do Plano da gestão e avaliação da política, do Plano Plurianual e dos recursos financeiros destinados Plurianual e dos recursos financeiros destinados a implementação das polícias sociais;a implementação das polícias sociais;

2.2. Podemos dizer ainda: O controle social é um Podemos dizer ainda: O controle social é um processo pelo qual a sociedade civil, além de processo pelo qual a sociedade civil, além de fiscalizar as instâncias estatais e fiscalizar as instâncias estatais e governamentais, também utiliza um conjunto de governamentais, também utiliza um conjunto de mecanismos para formular, gerenciar, monitorar mecanismos para formular, gerenciar, monitorar e avaliar as políticas públicas.e avaliar as políticas públicas.

3.3. É uma das principais competências dos É uma das principais competências dos ConselhosConselhos..

Aprimorar o exercício da Aprimorar o exercício da representaçãorepresentação

Esta apresentação consiste em:Esta apresentação consiste em:

1.1. Compartilhar conhecimentos e fornecer Compartilhar conhecimentos e fornecer instrumentos para auxiliar a sociedade civil no instrumentos para auxiliar a sociedade civil no exercício da representação em Conselhos e outros exercício da representação em Conselhos e outros espaços de participação.espaços de participação.

2.2. Traduzir conhecimentos produzidos em pesquisas Traduzir conhecimentos produzidos em pesquisas em material acessível, tanto na linguagem, como no em material acessível, tanto na linguagem, como no formato, para possibilitar sua apropriação pelos formato, para possibilitar sua apropriação pelos atores sociais e estatais interessados nas questões atores sociais e estatais interessados nas questões de representação da sociedade civil.de representação da sociedade civil.

3.3. Como fortalecer a legitimidade desta representação? Como fortalecer a legitimidade desta representação? Que mecanismos podem ser acionados para tanto?Que mecanismos podem ser acionados para tanto?

Representação: Representação: Conceito, Atores e RelaçõesConceito, Atores e Relações

Quando ouvimos falar em “representação” e “representantes”, Quando ouvimos falar em “representação” e “representantes”, estamos acostumados logo a pensar nos políticos eleitos - estamos acostumados logo a pensar nos políticos eleitos - vereadores, prefeitos, deputados, governadores e o vereadores, prefeitos, deputados, governadores e o presidente. presidente.

Aqui, estamos falando de outra forma de representação: Aqui, estamos falando de outra forma de representação: representantes que falam em nome de um segmento ou representantes que falam em nome de um segmento ou organizaçãoorganização, tais como conselheiros de políticas públicas , tais como conselheiros de políticas públicas que representam usuários ou movimentos populares, e que representam usuários ou movimentos populares, e também representantes necessários em momentos de também representantes necessários em momentos de negociação menos formais. negociação menos formais.

Diferentemente do que acontece com representantes políticos Diferentemente do que acontece com representantes políticos tradicionais, nestes novos espaços de representação, os tradicionais, nestes novos espaços de representação, os representantes da sociedade civil podem ser escolhidos de representantes da sociedade civil podem ser escolhidos de diversas maneiras, não só por meio de eleições.diversas maneiras, não só por meio de eleições.

Representação: Representação: Conceito, Atores e RelaçõesConceito, Atores e Relações

Muitos representantes e integrantes de Muitos representantes e integrantes de organizações civis se perguntam:organizações civis se perguntam:

Os representantes de nossas organizações agem Os representantes de nossas organizações agem como representantes?como representantes?

Quem eles representam?Quem eles representam? Como se tornam representantes? Como se tornam representantes? Qual o papel do representante? Qual o papel do representante? Quem ele deve representar? Quem ele deve representar? Como ele deve agir? Como ele deve agir?

Representação: Representação: Conceito, Atores e RelaçõesConceito, Atores e Relações

A resposta a estas perguntas não é simples nem A resposta a estas perguntas não é simples nem única.única.

Há várias formas de exercer este papel de Há várias formas de exercer este papel de representante, a depender do contexto, das representante, a depender do contexto, das características do movimento, organização ou características do movimento, organização ou segmento a ser representado.segmento a ser representado.

Para buscar as respostas possíveis a estas Para buscar as respostas possíveis a estas perguntas, proponho aqui uma reflexão e perguntas, proponho aqui uma reflexão e discussão acerca de algumas questões sobre a discussão acerca de algumas questões sobre a tarefa de representar em espaços participativos.tarefa de representar em espaços participativos.

Representação: Representação: Conceito, Atores e RelaçõesConceito, Atores e Relações

Quanto mais debatidas e aprofundadas estas Quanto mais debatidas e aprofundadas estas questões em questões em atividades formativasatividades formativas, maior será a , maior será a capacidade dos representantes de exercer seu capacidade dos representantes de exercer seu papel com qualidade e, por outro lado, maior será papel com qualidade e, por outro lado, maior será o apoio dado pelos movimentos, segmentos e o apoio dado pelos movimentos, segmentos e organizações aos seus representantes.organizações aos seus representantes.

A compreensão do papel dos representantes e de A compreensão do papel dos representantes e de como fazer para qualificar sua intervenção como fazer para qualificar sua intervenção contribuirá para o fortalecimento dos espaços contribuirá para o fortalecimento dos espaços participativos e para a garantia de direitos.participativos e para a garantia de direitos.

1. Ser representante e 1. Ser representante e representar, de que se trata?representar, de que se trata?

RepresentarRepresentar significa significa “fazer as vezes do outro”“fazer as vezes do outro” ou ou ““estar no lugar do outro” estar no lugar do outro” em um determinado em um determinado momento ou espaço. Quando alguém se apresenta momento ou espaço. Quando alguém se apresenta como representante do bairro ou do movimento, como representante do bairro ou do movimento, esperamos que ele ou ela vá defender os interesses esperamos que ele ou ela vá defender os interesses do bairro ou do movimento em um debate, já que do bairro ou do movimento em um debate, já que não é possível, muitas vezes, que todas as pessoas não é possível, muitas vezes, que todas as pessoas do bairro ou do movimento estejam presentes ou se do bairro ou do movimento estejam presentes ou se manifestem em um debate. É por isso que existem manifestem em um debate. É por isso que existem representantes: para falar em nome de outras representantes: para falar em nome de outras pessoas que por algum motivo não poderão pessoas que por algum motivo não poderão apresentar suas demandas e interesses e por isso apresentar suas demandas e interesses e por isso delegam esta tarefa a uma pessoa. delegam esta tarefa a uma pessoa. Mas, como uma Mas, como uma pessoa se torna representante de alguém?pessoa se torna representante de alguém?

Vamos tomar como exemplo uma forma de Vamos tomar como exemplo uma forma de representação muito conhecida em nosso sistema representação muito conhecida em nosso sistema democrático: democrático: os vereadoresos vereadores, que compõem o Poder , que compõem o Poder Legislativo Municipal. Eles se tornam vereadores Legislativo Municipal. Eles se tornam vereadores porque, em primeiro lugar, se candidatam.porque, em primeiro lugar, se candidatam.

Significa que se sentem preparados e dispostos a Significa que se sentem preparados e dispostos a ocupar aquele cargo e representar a população na ocupar aquele cargo e representar a população na Câmara Municipal. Câmara Municipal.

O mecanismo através do qual eles se tornam O mecanismo através do qual eles se tornam vereadores é a eleição na base do voto universal. vereadores é a eleição na base do voto universal.

A eleição é o mecanismo para A eleição é o mecanismo para autorizarautorizar o candidato o candidato a falar em nome da população que o elege.a falar em nome da população que o elege.

Como representante, o vereador tem que saber responder Como representante, o vereador tem que saber responder aos anseios de seus eleitores e representar suas aos anseios de seus eleitores e representar suas demandas junto à Câmara.demandas junto à Câmara.

A eleição, além de ser o ponto de partida do exercício da A eleição, além de ser o ponto de partida do exercício da representação pelos vereadores, é também o meio pelo representação pelos vereadores, é também o meio pelo qual os representados (eleitores) vão manifestar sua qual os representados (eleitores) vão manifestar sua satisfação ou não com o vereador que elegeram satisfação ou não com o vereador que elegeram anteriormente: caso a avaliação seja positiva, o vereador anteriormente: caso a avaliação seja positiva, o vereador pode garantir sua reeleição; caso negativa, os eleitores pode garantir sua reeleição; caso negativa, os eleitores não o escolhem de novo. não o escolhem de novo.

Neste sentido, o voto nas democracias representativas é Neste sentido, o voto nas democracias representativas é um mecanismo de controleum mecanismo de controle das atividades dos repre- das atividades dos repre- representantes políticos, que pode ser associado a outras representantes políticos, que pode ser associado a outras formas de monitoramento e avaliação no decorrer do formas de monitoramento e avaliação no decorrer do mandato, para garantir a boa representação. Este exemplo mandato, para garantir a boa representação. Este exemplo dos vereadores é o tipo de representação que caracteriza dos vereadores é o tipo de representação que caracteriza a democracia. Parece bem claro para qualquer cidadão o a democracia. Parece bem claro para qualquer cidadão o papel do vereador como representante.papel do vereador como representante.

2. Da participação à representação2. Da participação à representação Quando pensamos nos diversos instrumentos e Quando pensamos nos diversos instrumentos e

espaços de participação cidadã criados a partir da espaços de participação cidadã criados a partir da Constituição Federal de 1988, sabemos que eles se Constituição Federal de 1988, sabemos que eles se organizam de maneira bastante diferente dos organizam de maneira bastante diferente dos espaços de representação tradicionaisespaços de representação tradicionais

Por outro lado, não é pelo fato de estes espaços Por outro lado, não é pelo fato de estes espaços serem participativos, o que significa, terem como serem participativos, o que significa, terem como fundamento a participação da sociedade de fundamento a participação da sociedade de maneira ampla na definição e execução das maneira ampla na definição e execução das políticas públicas, que em seus mecanismos não políticas públicas, que em seus mecanismos não seja necessária a seja necessária a representação de segmentos representação de segmentos por indivíduos.por indivíduos.

Estamos nos referindo a espaços que vão Estamos nos referindo a espaços que vão desde os mais institucionalizados, como os desde os mais institucionalizados, como os Conselhos de Políticas Públicas, que existem Conselhos de Políticas Públicas, que existem em nível municipal, estadual e federal em em nível municipal, estadual e federal em todo o país, até espaços menos formais, todo o país, até espaços menos formais, como mesas de negociação que reúnem como mesas de negociação que reúnem prefeitura e sociedade para resolver uma prefeitura e sociedade para resolver uma questão que afeta um bairro em determinado questão que afeta um bairro em determinado momento.momento.

Apesar de ser desejável e constituir um dos Apesar de ser desejável e constituir um dos principais fundamentos da democracia, principais fundamentos da democracia, a a participação direta de todos os cidadãos nem participação direta de todos os cidadãos nem sempre é possívelsempre é possível, por duas razões principais: , por duas razões principais: questão de escala e de tempoquestão de escala e de tempo..

A questão A questão de escalade escala diz respeito ao tamanho da diz respeito ao tamanho da população, o significa dizer: é quase impossível, população, o significa dizer: é quase impossível, mesmo em uma cidade pequena, reunir todos os mesmo em uma cidade pequena, reunir todos os seus moradores em um mesmo local e ao seus moradores em um mesmo local e ao mesmo tempo para decidir uma questão. E, mesmo tempo para decidir uma questão. E, mesmo reunindo todos em um lugar com espaço mesmo reunindo todos em um lugar com espaço suficiente, não seria possível ouvir a opinião de suficiente, não seria possível ouvir a opinião de cada um e promover um debate.cada um e promover um debate.

Temos, então, a segunda razão que impossibilita a Temos, então, a segunda razão que impossibilita a participação direta de todos os cidadãos sempre – participação direta de todos os cidadãos sempre – o o tempotempo. .

Muitas decisões devem ser tomadas rapidamente, Muitas decisões devem ser tomadas rapidamente, mas isso não significa que as decisões serão mas isso não significa que as decisões serão tomadas pelo governo sem que possa ouvir as tomadas pelo governo sem que possa ouvir as organizações e a população em geral. organizações e a população em geral.

É assim que se constituem os representantes na É assim que se constituem os representantes na democracia: na impossibilidade de todos os cidadãos democracia: na impossibilidade de todos os cidadãos se colocarem pessoalmente nos espaços de se colocarem pessoalmente nos espaços de discussão e deliberação pública, eles escolhem discussão e deliberação pública, eles escolhem alguém para representá-los.alguém para representá-los.

Para pensar e discutir:Para pensar e discutir: Em sua organização, quando é preciso escolher Em sua organização, quando é preciso escolher

uma pessoa para ir a uma reunião na prefeitura ou uma pessoa para ir a uma reunião na prefeitura ou Câmara, por exemplo, como é feita a escolha?Câmara, por exemplo, como é feita a escolha?

As pessoas se candidatam?As pessoas se candidatam?

São indicadas ? São indicadas ?

Como?Como?

Para refletir:Para refletir:

Pv. 11:14 - Pv. 11:14 - "Não havendo sábia direção cai o "Não havendo sábia direção cai o povo, mas na multidão de conselheiros há povo, mas na multidão de conselheiros há segurança"segurança"..

Pv. 15:22 - Pv. 15:22 - "Onde não há conselho fracassam os"Onde não há conselho fracassam os  projetos, mas com os muitos conselheiros há bom   projetos, mas com os muitos conselheiros há bom êxito".êxito".

Pv. 24:6 - Pv. 24:6 - "Com medidas de prudência farás a "Com medidas de prudência farás a guerra, na multidão de conselheiros está a vitória".guerra, na multidão de conselheiros está a vitória".

SabedoriaSabedoria

O primeiro papel do conselheiro é oferecer O primeiro papel do conselheiro é oferecer sua sabedoria de vida e de planejamento sua sabedoria de vida e de planejamento estratégico para desenvolver a gestão deste estratégico para desenvolver a gestão deste cargo com excelência.cargo com excelência.

Em nome de quem se fala?Em nome de quem se fala?

Muitas vezes não é tarefa fácil para o representante ter clareza da opinião do coletivo a quem representa.

Não é pelo simples fato de ele conhecer melhor aquele segmento, ser parte dele, se identificar com ele e conviver com as pessoas que ele saberá qual a melhor decisão a se tomar para lidar com um tema.

Além disso, há diferenças que existem no interior de cada segmento, que precisam ser conciliadas.

O representante tem suas próprias opiniões que nem sempre coincidem com a opinião do outro.

Ele tem valores, visões de mundo e opiniões próprias. No entanto, quando ele se coloca no papel de falar em nome de outros, ele deve representar não sua opinião individual, mas a do coletivo.

Para isso, ele precisa desenvolver maneiras de se informar sobre as opiniões do coletivo que representa sobre o tema a ser debatido e decidido, e levar ao coletivo as informações sobre as discussões das quais participa, prestando contas sobre sua atuação. É preciso observar que os representantes de organizações da sociedade civil devem buscar informações em variadas fontes, a depender da forma como se relacionam com redes de organizações, especialistas e o próprio grupo que representam.

Neste movimento de informação e prestação de contas, fica claro não apenas a responsabilidade do representante frente ao grupo de seus representados, mas também o movimento contrário: é responsabilidade dos representados, do coletivo, subsidiar o representante com informações, opiniões e discussões realizadas naquele grupo, fórum, movimento e cobrá-lo quanto à sua atuação.

A qualidade da representação exercida depende não apenas do empenho do representante em prestar contas e buscar informações, mas também da capacidade do grupo em fornecer as informações de que ele necessita para representá-lo e exigir que ele preste contas de sua atuação. Trata-se, portanto, de uma via de mão dupla, onde representantes e representados têm responsabilidades na construção na construção de uma representação de qualidade.

Para pensar e discutir: Para pensar e discutir: 1. Quando você representa sua organização em um

Conselho ou outro espaço de participação, que mecanismos você usa para informar os seus representados sobre sua atuação neste espaço?

2. Nesta ocasião, é aberto um espaço para que os representados discutam as questões que você traz?

3. De quanto em quanto tempo você tem a oportunidade de informar e dialogar com seus representados sobre sua atuação?

4. Em sua opinião, estes mecanismos e sua periodicidade são suficientes?

Vocês devem ter observado que existe uma variedade de pessoas, grupos e espaços que costumam ser consultados quando um representante precisa tomar uma decisão. Há também diversas formas de prestação de contas.

É preciso, no entanto, distinguir dois públicos: um junto ao qual o representante busca informações, qualificação, opinião especializada, e outro, que abrange os representados em prol dos quais o representante atua, e para os quais o representante deve prestar contas de sua atuação.

A representatividade do representante está diretamente relacionada à sua proximidade com o grupo representado.

Por isso, são muito importantes espaços onde o representante possa apresentar informações sobre sua atuação, os problemas que enfrenta, as soluções que propõe e, por outro lado, que os representados possam entrar em contato com seu representante para esclarecerem questões, apresentarem seus pontos de vista e se informarem sobre o andamento das questões do movimento.

Quanto mais eficientes e abrangentes forem a busca de informações pelo representante junto ao grupo representado e a prestação de contas sobre sua atuação, maior a probabilidade de que a representação exercida esteja de acordo com os interesses do coletivo, isto é, seja mais representativa.

3. Desafio da representação assumida

Antes de começarem disputar a vaga para Conselheiro (a), é importante ressaltar o pano de fundo que torna a questão de representação relevante: a pluralização dos espaços da participação da comunidade na gestão das políticas públicas.

Embora sua incidência nas políticas varie de um espaço para outro, já que seu caráter vai de consultivo até deliberativo, todos eles almejam incidir na qualidade dos serviços públicos, de modo a aperfeiçoá-los.

Isto requer responsabilidades e não vaidades.

O que esse argumento garante em termos

de controle dos representados sobre os

representantes?

As eleições periódicas são vistas como a forma de premiar os representantes que exerceram bem seu papel e sancionaraqueles que não tiveram desempenho satisfatório aos olhos dos eleitores, não os reelegendo.

O mesmo poderíamos dizer em relação às eleições para os órgãos diretivos de uma organização civil.

Por exemplo, se a diretoria de uma associação não trouxer os resultados esperados, isto é, aqueles que coincidem com o objetivo da maior parte dos integrantes da associação, estes podem não elegê-la. Justamente por saber do risco de nãoeleição, a direção pode tender a ser mais responsivo (“responsivo é que tem inclinação a responder”) àsdemandas e necessidades dos representados.

O que é um Conselho de Políticas O que é um Conselho de Políticas Públicas?Públicas?

É uma reunião de diversos atores vinculados a É uma reunião de diversos atores vinculados a uma determinada política pública. Juntos, eles uma determinada política pública. Juntos, eles refletem sobre a realidade local, discutem e refletem sobre a realidade local, discutem e decidem sobre uma política ou uma determinada decidem sobre uma política ou uma determinada questão. O objetivo de um Conselho é ampliar a questão. O objetivo de um Conselho é ampliar a participação popular, garantir a descentralização participação popular, garantir a descentralização do poder e exercer o controle social; enfim, a do poder e exercer o controle social; enfim, a atuação do Conselho fortalece a sociedade atuação do Conselho fortalece a sociedade democrática.democrática.

OO que faz um(a) conselheiro(a)?que faz um(a) conselheiro(a)?

O(a) conselheiro(a) representa o seu segmento e manifesta O(a) conselheiro(a) representa o seu segmento e manifesta as idéias e as demandas de seu grupo. as idéias e as demandas de seu grupo.

Ao discutir, leva a opinião de uma parcela significativa da Ao discutir, leva a opinião de uma parcela significativa da sociedade, não age em nome de seus interesses pessoais, sociedade, não age em nome de seus interesses pessoais, mas da parte que representa. Como representante, o(a) mas da parte que representa. Como representante, o(a) conselheiro(a) faz o elo entre o Conselho e sua conselheiro(a) faz o elo entre o Conselho e sua coletividade. coletividade.

Esse trabalho pode ser feito por meio de mobilização do Esse trabalho pode ser feito por meio de mobilização do segmento, reuniões, boletins informativos e consultas.segmento, reuniões, boletins informativos e consultas.Além de propor, discutir e definir questões, é fundamental Além de propor, discutir e definir questões, é fundamental que o(a) conselheiro(a) acompanhe a efetivação das que o(a) conselheiro(a) acompanhe a efetivação das decisões e a execução das políticas, para que haja decisões e a execução das políticas, para que haja fiscalização e controle por parte da sociedade.fiscalização e controle por parte da sociedade.

Exemplos de exigências Exemplos de exigências que um Conselhoque um Conselho pode deliberarpode deliberar

O Conselho poderá exigir:O Conselho poderá exigir: a) O governo municipal deverá exigir a aplicação do a) O governo municipal deverá exigir a aplicação do

Código de Postura quanto a exigência da existência Código de Postura quanto a exigência da existência das calçadas adeguadas para mobilidade urbana, das calçadas adeguadas para mobilidade urbana, através da assistência técnica.através da assistência técnica.

b) A aplicação dos Instrumentos do Estatuto da b) A aplicação dos Instrumentos do Estatuto da Cidade pelo Executivo.Cidade pelo Executivo.

c) A nível nacional: que o governo federal não c) A nível nacional: que o governo federal não repasse recursos aos municípios que onde o Código repasse recursos aos municípios que onde o Código de Postura não levem em conta a mobilidade através de Postura não levem em conta a mobilidade através das calçadas adeguadas. das calçadas adeguadas.

Sistema Descentralizado e Participativo

Descentralização Responsabilidade do Estado e Município

Participação

Comando único

FundoForma de gestão

dos recursos públicos e outros,

destinados ao financiamento da política de Social

GestorÓrgão da

administração responsável pela

coordenação, articulação e

execução da Política

Conselhoórgão

deliberativo de composição paritária que normatiza,

acompanha e avalia a Política

PlanoOrganiza, regula e norteia o funcionamento do Sistema

Implementação da Política - gestor e organizações da sociedade civil

Gilberto AguiarGilberto Aguiar Coordenador do Nacional do MNLM – BRCoordenador do Nacional do MNLM – BR

Conselheiro do ConCidades – Ministério das Conselheiro do ConCidades – Ministério das CidadesCidades

Tel: 51 – Tel: 51 –