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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS TALITA NATANIA SOUZA OLIVEIRA MÉTODOS GERENCIAIS NA FORMAÇÃO DE PREÇOS DE PRODUTOS PARA MICROEMPRESAS: O MÉTODO MARKUP FORTALEZA 2012

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Page 1: Sistema de Custeio...Métodos gerenciais na formação de preços de produtos para microempresas: o método Markup / Talita Natania Souza Oliveira. – 2012. 60 f. ; il. Orientador:

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

TALITA NATANIA SOUZA OLIVEIRA

MÉTODOS GERENCIAIS NA FORMAÇÃO DE PREÇOS DE PRODUTOS PARA MICROEMPRESAS: O MÉTODO MARKUP

FORTALEZA 2012

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TALITA NATANIA SOUZA OLIVEIRA

MÉTODOS GERENCIAIS NA FORMAÇÃO DE PREÇOS DE PRODUTOS PARA MICROEMPRESAS: O MÉTODO MARKUP

Monografia apresentada à Faculdade Cearense, como requisito obrigatório para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Profa. Dra. Márcia Maria Machado Freitas.

FORTALEZA 2012

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O48m Oliveira, Talita Natania Souza.

Métodos gerenciais na formação de preços de produtos para

microempresas: o método Markup / Talita Natania Souza

Oliveira. – 2012.

60 f. ; il.

Orientador: Profª. Dra. Márcia Maria Machado Freitas.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Faculdade

Cearense, Curso de Ciências Contábeis, 2012.

1. Microempresas. 2. Formação de preços. 3. Contabilidade

gerencial. I. Freitas, Márcia Maria Machado. II. Título.

CDU 657.05

CDU 658.012.2

CDU 347.63

CDU 343.26

CDU 78

CDU 338.48(813.1)

Bibliotecária Maria Albaniza de Oliveira CRB-3/867

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TALITA NATANIA SOUZA OLIVEIRA

MÉTODOS GERENCIAIS NA FORMAÇÃO DE PREÇOS DE PRODUTOS PARA MICROEMPRESAS: O MÉTODO MARKUP

Monografia apresentada como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Ciências Contábeis, outorgado pela Faculdade Cearense – Fac, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores. Aprovada em ____/____/____

_____________________________________________ Prof. Dra. Márcia Maria Machado Freitas

(Orientador)

_____________________________________________ Profa. Dra. Liliana Farias Lacerda

(banca examinadora)

_____________________________________________ Profa. Esp Aline da Rocha Xavier Casseb

(banca examinadora)

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Dedico este trabalho a minha família, por todo o apoio recebido, sem os quais este momento não seria possível.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus por ter me dado a vida e por estar comigo em

todos os momentos.

A minha mãe pelo apoio, incentivo e compreensão e principalmente

por contribuir para meu sucesso e para meu crescimento como pessoa.

Ao meu marido David, por compreender a minha ausência nos

momentos em que me dedicava aos estudos, por estar sempre ao meu lado e

por nunca ter me deixado desistir.

A todos os professores do curso, que souberam transmitir, com muita

sabedoria, os seus ensinamentos, em especial a minha orientadora Márcia, que

abraçou este trabalho com muita determinação, seriedade e profissionalismo.

Aos amigos da graduação pela amizade e companheirismo ao longo

desses anos, inclusive nas provas. Em especial à Germana, Irapuan Janaina,

Rogean e Teresa, meu carinho e admiração.

E por fim, a todos que de alguma forma contribuíram para a

concretização dessa monografia.

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"A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda."

Paulo Freire

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RESUMO

Este estudo teve como objetivo analisar os métodos gerenciais voltados para a formação de preços de produtos em organizações empresariais, com foco nas microempresas, analisando principalmente o método markup. Foram abordados também assuntos referentes a contabilidade gerencial e sua importância nas empresas em geral e sobre os métodos de formação de preços. Diante disto procura-se saber como o markup pode auxiliar na formação do preço de venda para as microempresas. Para o estudo foi utilizado como procedimento metodológico uma observação e julgamento de informações referentes à temática com seus pressupostos teóricos, onde a metodologia empregada consistiu em um exame de caráter essencialmente bibliográfico e documental. Igualmente, a pesquisa versou em um procedimento de caráter qualitativo, visto que foi fundamentada a partir de concepções teóricas acerca do objeto de estudo, levantando informações relacionadas às estruturas utilizadas durante todo o processo de investigação. Com o resultado da pesquisa foi possível concluir que as microempresas necessitam constantemente de métodos e técnicas inovadoras que as auxiliem no gerenciamento de seus negócios em se tratando formação de preços, pois os mesmos são determinantes para que a microempresa se mantenha no mercado.

Palavras-chave: microempresa; métodos gerenciais; formação de preços.

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ABSTRACT

This study aimed to analyze management methods aimed at products pricing in business organizations, with a focus on microenterprises, especially considering the markup method. We also discussed issues relating to management accounting and its importance in business in general and on the methods of price formation. As a result endeavour to know how markup can assist in the formation of the selling price for microenterprises. For the study procedure was used as an observation and trial methodological information regarding the issue with the assumptions, where the methodology used consisted of an examination of character essentially bibliographic and documentary. Also, the research procedure expounded in a qualitative method , since it was founded from theoretical conceptions about the study object, getting information related to structures used throughout the research process. With the research results it was possible to concluded that microenterprises constantly need innovative methods and techniques that help them to manage their business in dealing pricing, as they are crucial for the microenterprise remains on the market.

Keywords: small business, management methods; pricing.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Cadeia de Valor...............................................................................19

Figura 2 – Estágio da Contabilidade Gerencial............................................. ....20

Figura 3 – Processos Gerenciais......................................................................33

Figura 4 – Comparação entre os processos orçamentários gerencial................34

Figuras 5 – Alternativas de precificação dos produtos......................................39

Figura 6 – Planejamento de preços e rentabilidade..........................................41

Figura 7 – Cálculo do método markup ..............................................................45

Figura 8 – Composição para concepção de preço com base em Custos

Despesas e Markup.........................................................................46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Cálculo do preço de venda..............................................................54

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Evolução do número de estabelecimentos por porte Brasil

(2000-2010)....................................................................................17

Gráfico 2 – Preço Aparelho de Jantar por empresas do Ceará..........................54

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SUMARIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

1.1 Problematização ................................................................................................. 133

1.2 Objetivos............................................................................................................. 144

1.2.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 144

1.2.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 144

1.3 Metodologia ........................................................................................................ 144

1.4 Justificativa ........................................................................................................ 144

2 MICROEMPRESAS ............................................................................................. 166

2.1 Contabilidade gerencial ..................................................................................... 188

2.1.1 Conceitos, características e finalidade da contabilidade gerencial ....................... 188

2.1.2 Aplicações e práticas da Contabilidade Gerencial ................................................ 266

2.2 Métodos de precificação ................................................................................... 366

2.3 Precificação: abordagens e fundamentações basilares ................................. 377

2.4 Método Markup ................................................................................................... 422

3 METODOLOGIA .................................................................................................. 488

3.1 Escolha do Tema ................................................................................................ 488

3.2 Tipo de Pesquisa ................................................................................................ 488

3 . 2 .1 Pesquisa Exploratória: ......................................................................................... 488

3 . 2 .2 Pesquisa Aplicada: .............................................................................................. 499

3 .2.3 Pesquisa Descritiva: ............................................................................................. 499

3 . 2 .4 Abordagem Qualitativa: ....................................................................................... 499

3 . 2 .5 Pesquisa Bibliográfica: ........................................................................................ 499

4 MÉTODOS GERENCIAIS NA FORMAÇÃO DE PREÇOS DE PRODUTOS ......... 51

4.1 Método baseado no mercado .............................................................................. 51

4.2 Método baseado nos custos ............................................................................... 52

4.3 Método misto ........................................................................................................ 53

4.4 Aplicação prática do markup ............................................................................ 533

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 566

5.1 Quanto a questão da pesquisa ......................................................................... 577

5.1.1 Quanto ao objetivo geral ...................................................................................... 577

5.1.2 Quanto aos objetivos específicos ......................................................................... 588

5.1.3 Quanto a metodologia utilizada ............................................................................ 588

5.1.4 Quanto aos resultados ......................................................................................... 588

5.2 Sugestões para trabalhos futuros .................................................................... 588

6 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 599

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1 INTRODUÇÃO

A maioria das empresas constituídas no Brasil é de micro empresas,

porém, muitos desses estabelecimentos encerram suas atividades logo nos

primeiros anos, ocasionadas pela falta de uma gestão eficaz e que essa carência

está diretamente ligada à má utilização ou quiçá a não utilização de instrumentos da

contabilidade gerencial.

Inicialmente pode-se compreender que o sistema denotado de

contabilidade gerencial incide em uma espécie de processo voltado para a

identificação, mensuração, conglobação, exame, elaboração, explanação, e difusão

de informação que é empregado pela administração de organizações empresariais

com o intuito de inserir planejamento, análise e controle em dimensão interna,

asseverando o emprego adequado e responsabilidade acerca de seus recursos.

Entende-se que estas organizações atualmente apresentam como

enfoque uma maior percepção a respeito dos meios de criação de valor, coligando à

mesma a finalidade do processo de informação que é organizado pela contabilidade,

de maneira que as empresas desempenhem de maneira regular sua missão

empresarial na organização.

Assim sendo, a contabilidade gerencial versa em concepções basais que

colaboram no sistema de ordenação do conjunto de noções de caráter contábil

dentro de um foco administrativo, colaborando sistematicamente no processo de

tomada de decisões.

Os preceitos associados à contabilidade gerencial precisam estabelecer-

se a partir de um sistema de subsídios, arraigados a procedimentos e noções acerca

da organização e do emprego simétrico de planejamento, proporcionando maiores

informações com o escopo de considerar e, concomitantemente, atender as

necessidades dos usuários.

A determinação de preços consiste na totalidade que é cobrada por uma

empresa no que concerne à comercialização de um determinado produto, e que o

consumidor, posteriormente à aquisição do mesmo, realiza um pagamento, de

maneira que este possa desfrutar das vantagens alcançadas pela obtenção do

produto, e, assim, conseguir a satisfação almejada.

Acredita-se, dentro deste enfoque, que o preço incide em um dos

componentes principais do composto mercadológico, colaborando intrinsecamente

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na percepção que os consumidores ordenam acerca da oferta, além de cooperar no

processo de transação comercial.

Os resultados de ordem financeira obtidos pelas organizações

empresariais encontram-se conexos com os tipos de preços que são praticados pela

mesma, o que insere a relevância de se administrar adequadamente os sistemas

gerenciais das organizações.

No capítulo um será apresentado a introdução, problematização,

objetivos, justificativa e metodologia.

No capítulo dois serão apresentados os preceitos arraigados à

contabilidade gerencial dentro do âmbito organizacional das microempresas,

avaliando suas percepções basilares, bem como suas características principais e

escopo, considerando também sobre os procedimentos de aplicação da

contabilidade como um instrumento de estratégia gerencial nas microempresas e por

fim irá ponderar em alusão aos métodos de precificação empregados pelas

microempresas, discorrendo sobre seus conceitos, finalidades e técnicas.

No capítulo três será demonstrada a metodologia utilizada.

No capítulo quatro apresentar-se-á o estudo do trabalho que são os

aspectos relativos ao método markup, o que indubitavelmente, justifica este estudo

acadêmico. Por fim a conclusão e referencial bibliográfico.

1.1 Problematização

Determinar o preço de venda é uma das decisões mais complexas a

serem discutidas na organização. Esse fator pode significar o sucesso ou não da

empresa e consequentemente, sua existência ou não.

Esta complexidade de formar o preço de venda pode afetar toda uma

série produtiva e mediante esforço tem-se a seguinte problemática: Como o markup

pode auxiliar na formação do preço de venda para as microempresas?

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1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Analisar os métodos gerenciais voltados para a formação de preços de

produtos em organizações empresariais, com foco nas microempresas, analisando

principalmente o método markup.

1.2.2 Objetivos específicos

Discorrer sobre a contabilidade gerencial e sua importância nas empresas em

geral

Verificar os métodos de formação de preços

Caracterizar o Markup

1.3 Metodologia

Para a concretização deste estudo acadêmico quanto ao tipo de pesquisa

será aplicada, pois não será de ciência pura e sim tem uma aplicação prática.

A metodologia que será empregada consistirá em um exame de caráter

essencialmente bibliográfico e documental, com suas bases situadas em baldrames

de cunho teórico que se encontram em livros e documentos já promulgados a

respeito do assunto em questão.

1.4 Justificativa

A importância desse trabalho é a de mostrar a vantagem do uso da

contabilidade gerencial pelas microempresas, fazendo com que a mesma se torne

um instrumento indispensável para a tomada de decisões.

Uma das utilidades da contabilidade gerencial, que é a de produzir

informações que auxiliarão os gestores na administração da empresa, é

praticamente ignorada pela maior parte dos microempresários, que tomam suas

decisões de precificação dos produtos, fundamentados na experiência que julgam

ter.

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A formação do preço de venda é uma das decisões mais complexas para

a empresa, pois é um fator primordial para a continuação e lucratividade no mercado

em que a empresa atua, já que sua correta fixação permitirá o crescimento da

organização.

Por outro lado fica evidente que a maior parte dos contadores se

preocupam apenas em cumprir obrigações fiscais, e deixam de auxiliar seus clientes

no que se refere a parte gerencial, pois ela pode e deve ser empregada pelas

microempresas, transformando-se em um instrumento indispensável para a tomada

de decisões.

Deseja-se com esta temática, evidenciar para todos que tenham interesse

pelo assunto aqui abordado, como acontece a formação do preço de venda através

do método markup.

Em nível acadêmico, a colaboração que se planeja deixar, seria um

alicerce de preceitos de cunho essencialmente teórico que possa auxiliar na

formação do preço de venda.

O interesse pela formação do preço de venda através de métodos

gerenciais nas microempresas é um assunto pouco explorado e pouco usado pelos

gestores, por isso justifica-se a escolha desse tema.

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2 MICROEMPRESAS

De acordo com a lei complementar n° 123 de 14 de dezembro de 2006

são enquadradas como microempresas as empresas que obtém em cada ano-

calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil

reais).

Segundo a mesma lei, a receita bruta compreende o produto da venda de

bens e serviços nas operações de conta própria, o preço do serviço prestado e o

resultado nas operações em conta alheia, porém não inclui as vendas canceladas e

os descontos incondicionais concedidos.

A boa atuação da economia brasileira na última década, aliada aos

benefícios previstos para empresas que se enquadram como microempresas,

impulsionaram o crescimento das micro e pequenas empresas no país visando

estimular o desenvolvimento econômico, gerando mais empregos e renda para a

população.

Esses benefícios resultam do tratamento simplificado com a criação do

Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e

Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES). O SIMPLES NACIONAL foi estabelecido

com o intuito de unificar a arrecadação dos tributos e contribuições das

microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito federal, estadual e

municipal.

No gráfico 1será apresentado a evolução do número de estabelecimentos

por porte:

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GRÁFICO 1-Evolução do número de estabelecimentos por porte Brasil 2000-2010 (em milhões) Fonte: Dieese

De acordo com o gráfico, percebe-se que as Micro e Pequenas Empresas

(MPE) tiveram um aumento mais significativo com relação as Médias e Grandes

Empresas (MGE) entre 2000 e 2010.

O alto índice de criação de Microempresas apenas confirmou a sua

importância na economia, pois elas são responsáveis pela maior parte de

estabelecimentos no país e consequentemente geram mais empregos formais.

Um fator importante a ser observado é que na maior parte, quem

administra é o dono da microempresa e que esse dono geralmente não tem

formação contábil e nem de administração, complicando a gestão e o controle da

sua empresa, o que na maioria dos casos, leva a empresa a encerram suas

atividades logo nos dois primeiros anos.

Os proprietários por não terem experiência não utilizam instrumentos da

contabilidade gerencial para auxiliar na gestão da microempresa. Esse problema

está ligado ao fato de que os escritórios contábeis em sua maior parte não auxiliam

de forma correta seus clientes pelo simples fato de estarem mais preocupados em

cumprir obrigações fiscais, e deixam de auxiliar no que se refere a parte gerencial,

pois ela pode e deve ser empregada pelas microempresas, transformando-se em um

instrumento indispensável para a tomada de decisões.

4,2 4,6

4,8 5,0

5,2 5,4 5,5 5,6

5,8 6,0 6,1

0,03 0,03 0,03 0,04 0,04 0,04 0,04 0,05 0,05 0,05 0,06 0

1

2

3

4

5

6

7

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

MPE

MGE

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2.1 Contabilidade gerencial

Em relação à contabilidade gerencial, Martins (2003) pressupõe que este

seja um conceito básico, formador do método que orientará o conjunto de

conhecimentos contábeis estabelecido para observar o objeto da ciência sob o

aspecto administrativo, de maneira especial sob os da tomada de decisões.

No sentido gerencial, é, pois uma organização de conhecimentos

científicos para alcançar efeitos práticos na direção dos empreendimentos, quer

sejam eles lucrativos, ou que visem apenas a supressão de ideias. (MARTINS,

2003)

Não se constrói, portanto, outra contabilidade que não seja com a

característica gerencial, pois, é necessário que se utilize da doutrina e da técnica

existente para encaminhá-la na observação de uma finalidade definitiva, seja qual

for a forma de administração do patrimônio. (MARTINS, 2003)

Assim este capítulo tem como intuito abordar a influência da contabilidade

gerencial na organização das microempresas com seus conceitos, características e

suas finalidades, bem como, discorrer acerca da aplicação da contabilidade como

estratégia gerencial nas microempresas.

2.1.1 Conceitos, características e finalidade da contabilidade gerencial

Para Crepaldi (2002) a contabilidade gerencial, deve se constituir de um

sistema de informações, de métodos e conhecimentos da organização e da

utilização de planejamentos, que possibilitem fornecer informações com o intuito de

atender a necessidade de seus usuários, e, para tal, deve proporcionar relatórios

que demonstrem os resultados por atividades e por execuções globais da empresa.

Pode-se, assim, comparar o planejado com a realização, para análise da

gestão empresarial e da necessidade de tomada de decisões, visando auxiliar a

empresa a atingir seus objetivos. (CREPALDI, 2002)

Concomitantemente, Padoveze (1999) diz:

A contabilidade gerencial, através de um sistema de informações, de métodos e conhecimento da organização e da utilização do planejamento, fornecerá informações para atender a necessidade de seus usuários, com relatórios que demonstram os resultados por atividades e global da empresa, comparando-se o planejado com o realizado, para análise da gestão empresarial e da necessidade de tomada de decisões, visando auxiliar a empresa a atingir seus objetivos. (PADOVEZE, 1999, p. 01)

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A referida citação alude uma das definições acerca de contabilidade

gerencial, porém se pode acrescentar que seja “informação que cria valor, sistemas

contábeis gerenciais efetivos podem criar valor consideravelmente pelo fornecimento

de informações acuradas e oportunas sobre as atividades necessárias para o

sucesso das organizações de hoje (ATKINSOM et.al. apud PADOVEZE, 1999, p.

01).

De acordo com a citação, nota-se que a contabilidade gerencial pode

fornecer informações através de relatórios gerenciais para auxiliar na gestão e

principalmente na tomada de decisão, buscando aperfeiçoamento no desempenho

da empresa, no sentido de alcançar as metas.

Considera-se, portanto que o objetivo da contabilidade gerencial seja a

formação da cadeia de valores, e, desta forma, “cadeia de valor é a sequência das

funções do negócio no qual a atividade é adicionada aos produtos ou serviços de

uma organização”. (HORNGREN; FOSTER; DATAR apud PADOVEZE, 1999, p. 01)

Na Figura 1 será apresentada a cadeia de valor:

FIGURA 1 - Cadeia de valor. Fonte: PADOVEZE (1999, p. 01).

A ilustração demonstra a administração e a estratégia conforme a cadeia

de valor por funções individuais de negócios, estes que compõem a contabilidade

gerencial de microempresas.

Portanto é importante mencionar que evolutivamente o campo

organizacional das microempresas se tornou abarcados por quatro estágios, a

saber:

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Estagio 1 – antes de 1950, o foco era na determinação do custo e controle financeiro, através do uso das tecnologias de orçamento e contabilidade de custos;

Estágio 2 – por volta de 1965, o foco foi mudado para o fornecimento de informações para o controle e planejamento gerencial, através do uso de tecnologias tais como análise de decisão e contabilidade por responsabilidade;

Estágio 3 – por volta de 1985, a atenção foi focada na redução do desperdício de recursos usados nos processos de negócios, através do uso das tecnologias de análise do processo e administração estratégica de custos;

Estágio 4 – por volta de 1995, a atenção foi mudada para a geração ou criação de valor através do uso efetivo dos recursos, através do uso de tecnologias tais como exame dos direcionadores de valor ao cliente, valor para o acionista, e inovação organizacional. (PADOVEZE, 1999, p. 02)

Diante do exposto se observa que o atual estágio da contabilidade

gerencial abrange todos os estágios evolutivos anteriores, haja vista que a mesma

centra-se no processo de criação de valor do uso efetivo dos recursos empresariais.

A Figura 2 demonstra os quatro estágios abordados:

FIGURA 2-Estágios da contabilidade gerencial Fonte: PADOVEZE, 2007, p. 35.

Verifica-se, portanto, que cada estágio da evolução da contabilidade

gerencial representa a adaptação que busca um novo conjunto de condições que as

organizações podem eventualmente enfrentar pela absorção, modificação e adição

aos focos e tecnologias utilizados no decorrer de sua gestão.

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Assim, percebe-se que cada estágio se constitui numa evidente

combinação do antigo e do contemporâneo, ou seja, o sistema anterior vem sendo

reformado para ajustar-se à combinação de novos conjuntos de condições para o

ambiente gerencial.

Deste modo a contabilidade gerencial atualmente se refere ao produto do

processo de evolução abarcando os quatro referidos estágios. (MARTINS, 2003)

Para Siqueira et. al. (2011):

A contabilidade gerencial é o ramo das Ciências Contábeis que se ocupa das necessidades de informação dos gestores ou, genericamente, dos usuários internos das organizações. Ela é uma ferramenta indispensável para a gestão de negócios, ou seja, é o processo de produzir informações financeiras e operacionais para os empregados e gerentes das organizações. Tal processo deve ser dirigido pelas necessidades de informações de indivíduos internos à organização, e deve guiar suas decisões operacionais e de investimentos. De longa data, contadores, administradores e responsáveis pela gestão de empresas se convenceram que amplitude das informações contábeis vai além do simples cálculo de impostos e atendimento de legislações comerciais, previdenciárias e legais. (SIQUEIRA et. al., 2011, p. 01)

Nesse contexto os autores analisam a contabilidade gerencial como uma

ferramenta de informações essenciais para tomada de decisão. Deste modo a

contabilidade gerencial tem por objetivo, facilitar o planejamento, controle, avaliação

de desempenho e tomada de decisão.

Desta maneira, percebe-se que as empresas estão em constantes

mutações e, cada vez mais necessitam de controles precisos e de dados

apropriados sobre seu negócio para adequar as suas operações às novas situações.

(CREPALDI, 2006)

Siqueira et. al. (2011) explanam que durante algum tempo a contabilidade

se encontrou visualizada somente como um sistema de informações tributárias, mas

na atualidade ela já consta como uma ferramenta de gerenciamento utilizado em um

sistema de informações com o intuito de registraras operações da organização,

elaborar e interpretar relatórios que mensurem os resultados e fornecer informações

necessárias para tomada de decisões.

Diante disto nota-se que a contabilidade não está apenas direcionada em

atender obrigações fiscais, na atualidade já pode visualizar a idéia da contabilidade

como um meio de informações precisas e úteis para diagnosticar possíveis

problemas através da análise de relatórios da empresa para desta forma poder

auxiliar na tomada de decisão.

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No processo de gestão, Siqueira et. al. (2011) alega que para

planejamento, execução e controle na gestão de negócios, podem ser observados

diversos fatores que contribuem para as constantes mudanças, tanto na escassez

de recursos disponíveis quanto no aumento da concorrência. Por isso acontecem as

mudanças nas gestões organizacionais, bem como no aumentando da

complexidade administrativa.

Na opinião de Martins (2003) a contabilidade realmente considerada

gerencial versa em estar em constante atualização em conciliação às adequadas

técnicas contábeis.

No entanto a definição de contabilidade gerencial foi introduzida no setor

administrativo geral pelo Instituto de Contadores Gerenciais como o processo de

identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e

comunicação de informações financeiras usadas pela administração para planejar,

avaliar e controlar dentro de uma empresa e assegurar uso apropriado e

responsável de seus recursos. (SIQUEIRA et. al, 2011, p. 02) tais como,

Identificação – Reconhecimento avaliação de transações empresariais outros eventos econômicos para ação contábil apropriada;

Mensuração - Quantificação, incluindo estimativas, transações empresariais ou outros eventos econômicos que têm ocorrido ou previsões do que podem acontecer;

Acumulação – Delineação de abordagens disciplinadas e consistentes para registrar e classificar transações empresariais apropriadas e outros eventos econômicos;

Análise – Determinação das razões para reportar a atividade e sua relação com outros eventos econômicos e circunstanciais;

Preparação e Interpretação - Coordenação e planejamento de dados contábeis, provendo informações apresentadas logicamente, o que inclui se apropriado, as conclusões referentes a esses dados;

Comunicação – Informação pertinente para a administração e outros para usos internos e externos;

Planejamento – Quantificação e interpretação dos efeitos de transações planejadas e outros eventos econômicos na empresa; inclui aspectos estratégicos, táticos e operacionais e requer que o contador forneça informações quantitativas, históricas e prospectivas para facilitá-la isso inclui, também, participação no desenvolvimento do sistema de planejamento, estabelecendo metas alcançáveis e escolhendo meios apropriados de monitorar o progresso em direção às metas;

Avaliação – Julgamento das implicações de eventos históricos e esperados e ajuda na escolha do curso ótimo de ação; incluía tradução de dados em tendências e relações: comunicação das conclusões derivadas, efetivamente e prontamente, das análises; e Controle - Assegurar a integridade da informação financeira relativa às atividades e aos recursos da empresa; monitoramento e medição do desempenho e indução a qualquer ação corretiva exigida para retornar a atividade a seu curso intencional; fornecimento de

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informações aos executivos que operam em áreas funcionais que possam usá-las para alcançarem o desempenho desejável;

Assegurar Recursos de Responsabilidade - Implementar um sistema de reportar o que está alinhado com as responsabilidades organizacionais e contribuir para o uso efetivo de recursos e medidas de desempenho da administração; transmitir os objetivos e as metas da administração ao longo da empresa na forma de responsabilidades nomeadas, que são base para identificar responsabilidades; sistema que fornece, contabiliza, reporta e que acumulará e receitas apropriadas, despesas, ativos, obrigações e informação quantitativa relacionada para gerentes que terão, então, melhor controle sobre estes elementos; e

Relatório Externo – Preparação de relatórios financeiros baseados em princípios de contabilidade geralmente aceitos, ou em outras bases apropriadas, para grupos não administrativos, como acionistas, credores, agências regulamentadoras e autoridades tributárias; participação no processo de desenvolver os princípios de contabilidade que estão subjacentes ao relatório externo.

Assim sendo, parte-se do pressuposto de que a contabilidade gerencial

deve ser inserida numa empresa com o escopo de aumentar a riqueza de seus

proprietários.

Portanto, segundo Martins (2003), a administração juntamente com a

contabilidade gerencial deve buscar a determinação dos produtos e serviços

necessários e os disponibilizar aos consumidores.

Neste sentido a administração financeira de acordo com a contabilidade

gerencial deve focar decisões adequadas quanto ao planejamento a fim de atingir o

objetivo de maximização de faturamento e crescimento da Organização.

(CREPALDI, 2006)

Assim sendo pode-se perceber que o principal objetivo de qualquer

empresa é aumentar seus resultados, ou seja, seus lucros, para conseguir desta

maneira o crescimento e fortalecimento da organização.

Nas conceituações de Cabrelli; Ferreira (2007) a contabilidade gerencial

se tornou atualmente um conhecimento didático para todo e qualquer profissional da

área, ou seja, não pode ser considerada mera matéria didática de aprendizado.

O desenvolvimento que a Contabilidade Gerencial pode ter com o uso

inteligente de métodos quantitativos e com a difusão de sistemas de informações

gerenciais em processamento eletrônico é difícil de dimensionar. (CABRELLI;

FERREIRA, 2007, p. 05)

Mesmo com a referida dificuldade a contabilidade gerencial,

indiscutivelmente auxilia na conexão entre as ações locais dos gerentes e a

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lucratividade da empresa, ou seja, na tomada de decisões acerca de quais as

adequadas ações levarão a empresa em direção às suas metas.

Na concepção de Siqueira et.al. (2011) a contabilidade gerencial, deve

ser utilizada como instrumento no processo de tomada de decisões, porém

necessita estar integrada com:

A contabilidade de custos, e por sua vez, com todos os procedimentos contábeis e financeiros ligados a orçamento empresarial, a planejamento empresarial, a fornecimento de informações contábeis e financeiras para decisão entre cursos de ação alternativos recaem, sem sombra de dúvida, no campo da contabilidade gerencial que querem informações contábeis (além das de outras disciplinas) que não são facilmente encontradas nos registros da contabilidade financeira. (SIQUEIRA et. al., 2011, p. 03)

Observa-se então que a inserção da contabilidade gerencial numa

Organização requer um esforço de classificação, agregação e refinamento para que

seja possível sua utilização nas tomadas de decisões administrativas.

Neste enfoque se encontra o contador como peça fundamental na

implantação e desenvolvimento da contabilidade gerencial, aonde o mesmo

necessita entender a origem e o escopo dos objetivos e do controle operacional de

da empresa em que estiver inserido para avaliar seu desempenho por meio destes

objetivos.

É necessário ultrapassar as informações contábeis para o fornecimento

oportuno e pertinente de informações de apoio aos gestores nas tomadas de

decisões (SIQUEIRA et. al, 2011, p. 03).

Para Cabrelli; Ferreira (2007) a contabilidade gerencial possui em sua

base a fundamentalidade de aprendizado e treinamento tanto para os profissionais

veteranos tanto quanto para os que irão ingressar nessa área.

Siqueira et.al. (2011) explicitam que no contexto interno de operações se

insere a contabilidade gerencial, esta que deve agir em conjunto com as

informações contábeis que devem ser obtidas e registradas de forma meticulosa e

sistemática, tendo em vista as múltiplas utilizações que podem oferecer.

A informação contábil deve ser objetiva, clara e concisa, permitindo que o

usuário possa avaliar a situação econômica e financeira da entidade.

Dentro das exigências legais normativas da contabilidade gerencial, a

finalidade das informações contábeis gerenciais se divide em duas classificações,

tais como, o planejamento e o controle, estas que devem, por sua vez, serem

atividades integradas, haja vista que o processo de planejamento também deve

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prever os procedimentos subsequentes de controle administrativo. (SIQUEIRA et. al,

2011).

Consequentemente, de acordo com Cabrelli; Ferreira (2007), a

contabilidade gerencial, enquanto ferramenta a ser utilizada no processo de tomada

decisões de uma Organização necessita de conexão com a contabilidade de custos,

esta que deve também se interligar a todos os procedimentos contábeis e

financeiros ligados a orçamento e ao planejamento empresarial.

Outro fator importante a ser frisado é a ligação da contabilidade gerencial

com o fornecimento de informações contábeis e financeiras para decisão entre

cursos de ação alternativos no campo da contabilidade geral. (SIQUEIRA et. al,

2011).

Em se tratando de contabilidade gerencial, segundo Cabrelli; Ferreira

(2007), vale mencionar a atuação do contador gerencial este que se insere com o

intuito de compreender as necessidades do controle operacional de uma empresa

para avaliar seu papel no desenrolar de seu desempenho por meio de seus objetivos

administrativos.

No mundo informatizado, o contador não pode ser mais somente aquela

pessoa que serve apenas registrar os atos e fatos administrativos. A competição e

as inovações constantes fazem com que as empresas contratem pessoas com a

capacidade de atender situações estratégicas, que possam auxiliar em informações

referentes à composição dos custos, formação de seu preço de venda e outras

situações gerenciais que necessitem do auxilio do profissional contábil.

Entretanto se torna pertinente ao contador conhecer todas as informações

contábeis para o fornecimento oportuno e pertinente de informações de apoio aos

gestores da empresa quanto às tomada de decisões. (SIQUEIRA et. al, 2011)

Neste interesse Siqueira (2011) diz que o processo de tomada de decisão

termina coma escolha da melhor ação a ser implementada, portanto, se torna

indispensável a atuação do contador inserido na contabilidade gerencial..

E, se considera que para se alcançar êxito na administração de uma

Organização, pressupõe-se que seja necessário que a empresa passe pelas fases

de “definição do problema, obtenção dos fatos, formulação de alternativas,

ponderação e decisão”. (SIQUEIRA et. al, 2011, p. 03)

Desta forma, todas as etapas das informações contábeis são de grande

importância, pois, alguns problemas são notados somente quando os relatórios

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contábeis são analisados regularmente e, com o orçamento elaborado com base nas

informações e projeções contábeis, é que se torna possível formular e testar as

alternativas para se chegar à decisão mais acertada para a otimização da

administração.

Assim, a relevância das questões da contabilidade gerencial se faz

representar por meio do profissionalismo do contador devidamente habilitado para o

cargo no sentido de melhor e eficientemente “avaliar o impacto das decisões e

ações administrativas que afetam as atividades e os processos da empresa”.

(SIQUEIRA et. al, 2011, p. 03).

Para tanto a contabilidade gerencial notadamente é responsável em

apoiar a tomada de decisão, mas para isso, é necessária à mesma a função de

identificar alternativas diferentes que disponibilizem aos gerentes, avaliar as

questões de como os custos e receitas se diferenciam por meio de ações

alternativas.

Contudo, a contabilidade gerencial deve constituir-se da capacidade de

avaliar os impactos financeiros das decisões sobre atividades e processos

gerenciais melhorados que dinamizem as operações de produção.

2.1.2 Aplicações e práticas da Contabilidade Gerencial

Inicialmente, Mattos (2008) pondera acerca das práticas de

contabilidade gerencial, designadas por meio de etapas de custeio, orçamento e

avaliação de desempenho.

O custeio, segundo Mattos (2008) incide em uma das práticas que

apresenta maior incompatibilidade entre as organizações empresariais, sendo este

sistema relacionado com as despesas e custos de uma determinada empresa.

O custeio, de tal modo, é delineado como um procedimento voltado para

a apropriação de custo, sendo abordados como um sistema de controle de custos,

que determinam os insumos combalidos por um produto ou mesmo uma confraria de

produtos, consistindo igualmente como uma ação peculiar de uma empresa.

(PANUCCI FILHO, 2010).

Os sistemas de custeio, conforme Mattos (2008) dispõe de desígnios

coligados ao provimento de subsídios de modo a calcular os custos dos serviços,

produtos e demais objetos nos quais a gestão possua algum interesse.

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Além disso, o sistema de custeio possui o escopo de proporcionar

informações em prol do planejamento e controle, e, a propósito da tomada de

decisões.

Entende-se que o custeio por absorção e o direto incidem em sistemas

denotados como clássicos, visto que possuem uma maior atenção com a

administração voltada para os custos indiretos, e, em contrapartida, discrepam nos

elementos ligados às informações de caráter gerencial que observam as diferentes

necessidades da contabilidade de custos. (MATTOS, 2008).

As bases das técnicas de custeio são consideradas em conformidade

com o tipo de agrupamento e classificação dos custos, onde o primeiro faz menção

aos custos como sendo de ordem direta ou indireta. (PANUCCI FILHO, 2010).

Os custos diretos, segundo Mattos (2008) são associados ao elemento

basal da organização empresarial, e os custos indiretos consistem naqueles que não

apresentam a possibilidade de serem associados de maneira objetiva ou direta ao

produto ou serviço efetivado pela organização.

No que tange á classificação, discorre-se que os custos podem versar

como fixos ou variáveis, sendo este último visualizado como diretamente ligado com

o avanço do volume de vendas ou serviços realizados.

Em conseguinte, os custos fixos distinguem-se como sendo designado de

modo independente do volume de produção e/ou serviço oferecido, estes, no caso,

são incidem de qualquer maneira, visto que se estabelecem igualmente, sem

considerar o índice de atividade (SOUTES, 2006).

Soutes (2006) analisa que o custeio por absorção tem a possibilidade de

ser ordenado por meio da efetivação de dois procedimentos, ou seja, através da

realização ou não de departamentalização, com a explanação de tanto um método

quanto o outro tem o intuito de custear o produto e/ou serviço, o que denota uma

parte do custo fixo através da concretização de rateio.

Assim, o custeio por absorção é o método de custeio que apropria os

custos diretos (mão de obra, matéria-prima, etc.) e indiretos aos produtos, e,

consideram as despesas, relativas à administração, vendas e finanças como sendo

período (MARTINS apud MATTOS, 2008, p.40).

O custeio por absorção é o método que contempla como componentes do

custo todos os elementos diretos ou indiretos ligados ao processo produtivo, esse

método é o mais fácil de usar e por este motivo é o método mais utilizado.

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Avalia-se que este procedimento voltado para o custeio de absorção

consiste em uma técnica de aplicação dos preceitos de contabilidade que

normalmente é admitido em contabilidade financeira e fiscal, onde observa-se que a

legislação brasileira adota e regula o custeio por absorção como uma prática de

cunho contábil admitida pelo imposto de renda de modo a minimizar os custos.

(SOUTES, 2006)

Os custos diretos cominam-se de maneira direta aos produtos ou

serviços, porém, a análise dos custos indiretos torna-se distinguido, uma vez que

estes são rateados em prol dos produtos/serviços, empregando como fundamento

uma estrutura de volume.

Martins (2008) menciona que;

O custeio de absorção com departamentalização consiste em dividir a empresa em departamentos. Os custos diretos serão alocados diretamente ao produto/serviço, contudo os custos indiretos aos departamentos, por sua vez, são alocados entre dois grandes grupos, ou seja, aqueles que provocam qualquer modificação diretamente no produto/serviço e os que nem recebem o serviço. Ao dividir a empresa em departamentos produtivos e de serviços, o que aparentemente pode ser considerado uma tarefa fácil, pode ser um problema pelo fato de alguns departamentos não receberem fisicamente os produtos, pois, sua função é a de prestar serviços aos outros departamentos. Para solucionar este problema, o critério mais utilizado é o de hierarquizar os departamentos de serviços de forma que aquele que tiver seus custos distribuídos, não receba nenhum rateio. (MARTINS, 2008, p.41)

Assim sendo, compreende-se que o processo somente finaliza no

momento em que todos os custos mencionados sejam devidamente rateados de

maneira que sejam capazes de reincidir por cima dos setores de produção e destes

departamentos em direção aos produtos.

O sistema de custeio por absorção, conforme abordado provém dos

preceitos comumente adotados, sendo consentidos à contabilidade financeira e, de

tal modo, ao fisco, todavia, não são aptos a atenderem sistematicamente de modo

aceitável às necessidades da contabilidade gerencial, onde entende-se que os

subsídios proporcionados por este sistema não colaboram com os gestores para o

processo de tomada de decisões (SOUTES, 2006).

Ordenado no ano de 1936, o custeio direto surgiu como um meio

complementar em razão de abordar apenas os custos variáveis. Deste modo, este

tipo de custeio, igualmente denotado de custeio variável, que versa em considerar

somente os recursos variáveis empregados de modo a desenvolver um produto ou

efetivar um determinado serviço.

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No custeio variável, só são alocados aos produtos/ serviços os custos

variáveis ficando sós os fixos separados e considerados como despesas do período,

indo diretamente para o resultado (MARTINS apud MATTOS, 2008, p.41).

O autor menciona que quando se discutem as singularidades

fundamentais dos dois elementos de custeio designados como tradicionais é

necessário apresentar que estes sistemas possuem benefícios e, logo, restrições, e

assim, torna-se importante analisar qual procedimento arroja-se no decorrer dos

anos.

Contudo, com as transformações ocorridas na economia com o passar

dos anos, expressivas foram as alterações em termos de concorrência e

desenvolvimento de tecnologias surgidas no mercado, entretanto, estas vem

refletindo nos processos realizados nas organizações empresariais, o que, acaba

por provocar a procura por novos sistemas relacionados ao custeio, e que, de tal

modo, podem vir a oferecer prerrogativas de caráter competitivo, o que integra valor

aos produtos e serviços oferecidos.

Entende-se que em razão dos processos constantes de transformação da

economia, os sistemas considerados tradicionais de custeamento, embasados em

significados ordenados há cerca de cem anos, passaram a não serem mais

compreendidos como válidos para o processo de tomada de decisões de caráter

estratégico realizado por gerentes de organizações empresariais (SOUTES, 2006).

Assim, Mattos (2008, p.42) analisa que a principal crítica aos sistemas

tradicionais, era que aqueles, não mensuravam corretamente os custos para

proposta de tomada de decisão.

Neste sentido, o autor alega que novas aplicações e práticas de

contabilidade gerencial foram inseridas, como ocorre com o custeio fundamentado

em uma ação denotada de Activity-BaseadCosting (ABC).

Igualmente acresce-se que o custeio-alvo e o custeio de qualidade foram

incluídos como instrumentos empregados com o intuito de encarar o

desenvolvimento da competição, colaborando com os gestores no que tange à

tomada de decisão.

Mattos (2008) pondera que o ABC versa em um custeio abalizado em

atividade, que incide na alocação de recursos indiretos às ações, portanto, das

diligencias aos objetos de custo por meio de direcionadores.

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O ABC orienta os recursos indiretos em direção às atividade, e, de tal

modo, coloca os custos das atividades aos produtos e serviços por meio de

direcionadores de atividades. Para o autor, o ABC consiste em um método de

custeio que tem o intuito de diminuir significativamente as discrepâncias incitadas

através do rateio arbitrário dos custos indiretos.

Esta diminuição das deformidades em questão ocorre em decorrência

deste procedimento de custeio empregar direcionadores, estes entendidos como

ligações estabelecidas entre os recursos e as atividades.

Assim, acredita-se que para incluir um sistema embasado em atividade,

são verificadas seis fases designadas como fundamentais para o processo, estas

analisadas por Mattos (2008) como:

A primeira etapa consiste em identificar, definir e classificar as atividades-chaves, ou seja, realizar um mapeamento das principais atividades ou ações empreendidas no desenvolvimento do produto. Convém salientar, que a utilização do termo produto aqui, tem um sentido mais amplo podendo referir tanto à produção de bens e/ou serviços; a segunda etapa requer que sejam usados os direcionadores ou rastreamento direto para identificar os recursos que estão sendo consumidos em cada atividade; ou seja, imputar os custos aos produtos; a terceira etapa atribui os custos de atividades secundárias para atividades primarias, nesta, as atividades são classificadas como primárias ou secundárias; a quarta etapa trata identificar os objetos de custos e especificar o montante de cada atividade consumida, por objeto de custo específico. Antes de se realizar a alocação dos recursos às atividades primárias, os objetos de custos devem ser identificados, bem como a demanda que eles alocam necessitam ser mensuradas; na quinta etapa, as taxas das atividades primariam devem ser calculadas. Este cálculo é realizado pela divisão dos custos da atividade orçada pela capacidade prática de atividades; a sexta etapa consiste em atribuir os custos de atividades aos objetos de custos. Existem vários objetos de custos que podem ser utilizados: produtos, materiais, clientes, canais de distribuição, fornecedores, regiões demográficas entre outros.

(HANSEN; MOWEN apud MATTOS, 2008, p. 42-43)

O autor complementa que como limitação, o ABC apresenta um alto custo

de implantação, acrescido do obstáculo de conservar este sistema atualizado, e,

igualmente, outro elemento no que se refere ao sistema de custeio não é admitido

pelo fisco brasileiro.

Mattos (2008) analisa que o tratamento proporcionado por este

procedimento de custeio distingue-se daqueles considerados clássicos,

essencialmente no que concerne aos custos indiretos, visto que o ABC determinará

subsídios distintos quando se coteja seus resultados, o que insere seu emprego em

acordo com os sistemas de custeio que são consentidos pelo fisco.

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Avalia-se que em razão das transformações de ordem econômica, as

organizações empresariais necessitam de adequações à realidade atual, onde

inúmeras destas não apresentam estados para alterar sua política de preços, o que,

indubitavelmente, resultaria em uma alteração em sua base de custo.

Dentro desta perspectiva acredita-se que as organizações estão adotando

um percurso oposto de modo a medir seus custos e asseverar os lucros.

Avalia-se, no exposto, o surgimento do custeio alvo, igualmente denotado

de Target Costing, procedimento que possui como preceito fundamental a

computação dos custos e preço nos quais o mercado está exercendo.

Assim, entende-se que as organizações empresariais que utilizam este

procedimento, incidem como extremamente competitivas, o que impulsiona a

inclusão de constantes melhorias em seu âmbito.

Esta procura por desenvolvimento faz com que as empresas procurem,

em proporções gradativas, a melhorar seus processos com o escopo de minimizar

falhas no sistema de produção de produtos, ou mesmo, no desenvolvimento de

serviços.

Desta forma, observa-se a criação dos custos de qualidade, que incidem

nos custos de emprego de ações que colaborem na diminuição, ou mesmo,

eliminação de falhas.

Os custos de qualidade encontram-se, segundo Grande (2008), ligados a

duas classes de atividades associadas de forma direta com a qualidade, estas que

versam na atividade de controle e de falha.

Nas atividades de controle, que consistem naquelas efetivadas com o

desígnio de precaver ou identificar a carência de qualidade, e, analisa-se que nesta

divisão encontram-se incluídas as ações de precaução e exame. (GRANDE, 2008)

No que concerne às atividades de falha, entende-se que as mesmas

compreendem nas ações efetivadas como uma reação à falta de qualidade, e,

quando empregadas pela organização empresarial esta atividade incita de forma

direta ao custo de falha.

Paralelamente, no que diz respeito à utilização da contabilidade gerencial

voltada para as atividades de orçamento, julga-se que este consiste em uma

concepção que abarca a maioria dos processos de caráter empresarial.

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Mattos (2008) analisa que o orçamento pode ser entendido como um

meio eficaz para o planejamento e controle das organizações empresariais a ser

realizado a curto-prazo, sendo, geralmente, estruturados por um período de um ano.

O autor considera que o plano orçamentário apresenta a possibilidade de

ser empregado em distintas finalidades, como direcionador de planejamento na

comunicação e coordenação, alocação de recursos, gerenciamento do desempenho,

evolução e controle do desempenho e base para incentivos e remuneração variável.

(MATTOS, 2008, p.46)

Discorre-se que o sistema de orçamentos versa em uma ferramenta de

planejamento e controle dos efeitos de cunho econômico e financeiro.

Este sistema decorre de um padrão de mensuração que afere e fortifica-

se, através de projeções os papeis econômicos e financeiros da organização

empresarial, além das integrações que a constituem.

O objetivo do orçamento é quantificar o plano de ação, assim, força os

indivíduos que constituem a organização a planejarem suas operações, com isso o

orçamento utilizado pelos gestores para planejamento auxilia para que os mesmos

possam alinhar seus planos às demais áreas da organização. (MATTOS, 2008,

p.46)

Assim, o gestor tem a possibilidade de identificar e retificar eventuais

falhas no desenvolvimento do processo de tomada de decisões.

Outro elemento fundamental no plano orçamentário incide no

reconhecimento de práticas orçamentárias associadas ao controle, uma vez que

consente uma fiscalização mais eficaz das fontes que se encontram em prol das

organizações empresariais, o que a insere como um instrumento potencial de alocar

parcos recursos.

A Figura 3 demonstra os principais processos orçamentários.

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FIGURA 3 – Processos orçamentários denotados como principais Fonte: Lunkes apud Mattos, 2008, p.48.

Segundo Mattos (2008), a figura exposta pode ser explanada conforme os

tipos de orçamentos expostos, estes, analisados:

Orçamento Empresarial, realizado com base na estrutura organizacional anterior, consiste em um plano projetado para atender a um nível de atividade do próximo período. Este modelo orçamentário tem como base para sua projeção os dados ocorridos no passado, desta forma, sua projeção visa atender um nível de atividade do próximo período; orçamento de base-zero é projetado com base nos pacotes de decisões, essa projeção é realizada como se as operações estivessem começando da estaca zero, é preeminente os gestores terem que justificar os valores orçados. Através desta peça orçamentária, os gestores têm possibilidades de reavaliar todos os recursos financeiros de uma base-zero. Para justificar apropriação de recursos os gestores devem levar em consideração custo benefício de suas decisões; orçamento por atividades é uma extensão do custeio por atividades, o orçamento por atividades usa a informação sobre os direcionadores de custos no planejamento e no processo de avaliação. Este modelo orçamentário possibilita aos gestores uma análise mais rigorosa dos recursos alocados, uma vez que concentra a atenção no custo das atividades necessárias para produção de determinado produto ou serviço, o que possibilita aferir com maior precisão a qualidade dos produtos/ serviço; orçamento flexível utiliza meios mais relativos e adaptáveis de planejamento, avaliação e controle de desempenho. Este modelo orçamentário é formado por conjunto de princípios, os quais são tratados na forma de valores, possibilitando o seu ajuste aos objetivos da empresa, traçados pelos gestores. (MATTOS, 2008, p.48-49)

Dentro do exposto pode-se compreender que o orçamento flexível

consente liberdade dos gestores no que tange ao processo de tomada de decisões,

colaborando para que os gestores possuam maior responsabilidade acerca do

resultado determinado previamente.

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Por meio da apresentação da Figura 4 poder-se-á compreender um

cotejamento acerca dos processos orçamentários analisados anteriormente.

FIGURA4 – Comparação entre os processos orçamentários na contabilidade gerencial. Fonte: Lunkes apud Mattos, 2008, p.50.

Em paralelo, tem-se o sistema de avaliação e desempenho dentro da

contabilidade gerencial, que incide em um tipo de ação que possui o escopo de

mensurar o desempenho de uma determinada atividade, ou mesmo, uma reunião de

valores de forma integral, enfatizando que esta medição consiste em uma provável

relevante, e talvez, função mais complexa da contabilidade gerencial.

A escolha de medidas para conduzir e avaliar o desempenho das

unidades de negócio é um dos mais críticos desafios encarados pelas organizações,

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pois a avaliação de desempenho no contexto empresarial, como um processo

formalizado, depende de uma harmonia com o modelo de gestão da organização

(MATTOS, 2008, p.51).

De tal forma, para colaborar com os gestores de modo a alcançar os

desígnios estabelecidos pelas estratégias perfilhadas, são empregados os

Performance Measurement Systems (PMS), que em tradução, significa sistemas de

avaliação de desempenho, que apresenta como objetivo conter o desempenho das

atividades que estão em fase de efetivação, e, concomitantemente, atendendo a

estratégia que foi adotada.

Segundo Mattos (2008), os elementos adotados em prol da avaliação de

desempenho financeiro habitual que são mais empregados pelas organizações

empresariais consistem no lucro e na receita.

Em sequência, Soutes (2006) analisa outra técnica usada na mensuração

do desempenho das organizações empresariais, este que compreende Balanced

Scorecard (BSC), entendido como um procedimento formalizado de congregar aos

sistemas de gerência organizacional conceitos voltados para o desempenho, tanto

de ordem financeira quanto não financeira.

Este modelo atua como uma maneira de conexão estabelecida entre as

medidas de avaliação de desempenho, onde este último é analisado em acordo a

quatro pontos de vista, denotados de financeiro, relação entre clientes,

procedimentos internos funcionais de negócios e aprendizagem e inovação.

(SOUTES, 2006)

As quatro perspectivas propostas estão presentes na grande maioria dos

estudos de caso, mas dependendo da análise do ambiente e da estratégia adotada

pode-se agregar mais perspectivas.

Igualmente, outro processo de avaliação de desempenho versa no

Benchmarking, que compreende em um sistema que procura um sucessivo

progresso, que acontece através do cotejamento de elementos, designados como

produto, serviço ou práticas de gerenciais. (SOUTES, 2006)

Entende-se que esta símile geralmente é realizada entre organizações

empresariais que possuem relação de concorrência que são reconhecidas como

líderes em suas áreas de atuação.

Por fim, Mattos (2008) discorre acerca das informações a propósito da

tomada de decisões, que, no âmbito da contabilidade gerencial, aborda a promoção

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de subsídios favorável e apropriada, com o escopo de proporcionar informações

importantes em prol da tomada de decisão de ordem interna.

Mattos (2008, p.55), pondera que para decisões regulares ou em curto

prazo, os contadores gerenciais podem usar a análise do custo-volume-lucro (cost-

volume-profit), a análise da rentabilidade dos serviços prestados, análise da

rentabilidade do cliente ou controle de apontamento de horas laborais.

As avaliações a propósito do custo-volume-lucro orientam a duas

concepções relevantes, entendidas como margem de contribuição e ponto de

equilíbrio. Assim, acredita-se que a análise do custo-volume-lucro consiste em um

instrumento potencial no planejamento e na tomada de decisões.

Em conseguinte, tem-se a avaliação acerca da rentabilidade dos serviços

oferecidos, que procura apontar a rentabilidade dos basilares serviços prestados. O

intuito deste fator voltado para o cliente situa-se em examinar quais os clientes é

considerado de maior rentabilidade para a organização, o que facilita a meta dos

gestores, identificando o mercado a ser atingido e, logo, o aumento do fator de

lucratividade.

As aplicações a respeito das análises estratégicas consistem em sistemas

clássicos de contabilidade gerencial, porém, vem sendo criticados em razão de

abordarem dados relativos a processos de ordem interna, inserindo menor

relevância ao contexto externo, bem como aos resultados advindos das decisões

dos concorrentes, bases correntes e sistemas para realização de negócios futuros.

As análises norteadas de forma externa igualmente são designadas de

contabilidade gerencial estratégica, termo com maior associação ao ambiente

externo, explanando informações em alusão à concorrência, além de fornecedores,

clientes e consumidores.

2.2 Métodos de precificação

Primeiramente se pode compreender que precificação versa na ação de

se formar preços, e, para tal, constitui-se de uma tarefa intrínseca em que se faz

necessário considerar, primordialmente, os aspectos de como a empresa podem ter

ou não concorrentes, bem como considerar os custos.

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Para Marinho et. al, (2009) os referidos aspectos são ressaltados, pelos

estudiosos que se aprofundam em pesquisas da área de custos, como a

precificação baseada nos custos no mercado.

Com o advento da globalização do mercado, segundo Marinho et. al,

(2009), o desenvolvimento dos sistemas de informação e a crise econômica, o preço

atualmente, são calculados em função do valor da percepção do cliente.

Assim, observam-se diferentes direções no que se refere aos preços. O

que se percebe é que a princípio, o preço se determinava pelos custos juntamente

com o resultado esperado, mas logo depois começou a ser percebido pelo custo, ou

seja, em função do preço menos o resultado esperado. (MARINHO et. al., 2009).

Diante da sugestão apresentada, este capítulo propõe, primeiramente,

traçar análises que permitam situar a precificação com suas abordagens e

fundamentações basilares relacionadas em seu contexto reflexivo, bem como incluir

suas concepções no que se refere ao método Markup conjecturando suas

perspectivas de forma que as mesmas sejam compreendidas de maneira concisa e

objetiva.

2.3 Precificação: abordagens e fundamentações basilares

Leite Filho (2009) explicita que a determinação de preço dos produtos e

estabelecimento de alcance de metas de rentabilidade deve ser objetivado pela

administração de qualquer empresa, focando todas as variáveis econômicas, de

mercado e de custo envolvidas com os produtos ou serviços constituídos pelas

mesmas.

De acordo com Paulo (2002) as teorias que envolvem mercado, a

economia e os custos podem ser instrumentos teóricos significativos em prol do

alcance de objetivos lucrativos no sentido de permitir que administrador realize o

planejamento de preços proporcionando uma margem de rentabilidade adequada e

satisfatória para todos os envolvidos.

A determinação de preço dos produtos e estabelecimento de um grau

desejado de rentabilidade deve ser objetivado pela administração de uma empresa,

observando todas as variáveis econômicas, de mercado e de custo envolvidas com

os produtos ou serviços da mesma.

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Neste intere se insere a precificação que se direciona como uma das mais

importantes decisões estratégicas de uma empresa que se constitui na formação do

preço de venda dos seus serviços ou produtos. (LEITE FILHO; 2009)

Porém, este é um processo decisório e complexo, pois este se interliga as

variáveis qualitativas e quantitativas, internas e externas que se envolvem num

sistema de planejamento contundente em informações estratégicas de mercado, que

se reflete em objetivos ambicionaram nas empresas.

Sendo assim, considera-se a definição do preço e da rentabilidade como

resultado do processo de planejamento e da interação das diversas áreas da

organização. (LEITE FILHO; 2009)

Dentro deste enfoque o mesmo autor compreende preço como o valor de

troca de um bem físico ou serviço, ou seja, o que servir de troca no mercado. O

preço é algo ativo, de difícil estabelecimento, podendo ser modificado por uma série

de variáveis.

Ressalta-se que se pode perceber como preço:

O montante de dinheiro pago em troca do uso de um benefício proporcionado por um produto ou serviço; compreende-se que ele é uma variável em função das utilidades, dos benefícios e dos atributos relevantes aos qual o consumidor é sensível, segundo a sua percepção. (PAULO, 2002, p. 03)

Deste modo, o mesmo autor alega que se a empresa não se utilizar de

um planejamento adequadamente definido, não poderá se posicionar, dentre outras

coisas, em determinar o preço certo para os serviços ou produtos a serem

comercializados.

A percepção e a reação da empresa ao preço se estabelecem pelo

relacionamento como alinhamento deste ao posicionamento escolhido. Assim, um

preço acima da média de mercado cria a ilusão nos consumidores de estarem

adquirindo um produto ou serviço infrequente ou de superior qualidade concebendo

ao consumidor uma imagem de posição específica.

Por outro lado, Paulo (2002) assegura que quando o produto não atende

às ilusões e expectativas do consumidor, o preço é a variável principal a ser utilizada

como alternativa de expressão dessas percepções.

Neste sentido vê-se como necessárias abordagens acerca das principais

conceituações sobre as opções de precificação. A Figura 5 mostra alternativas de

precificação de produtos

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Figura 1-Alternativas de precificação de produtos. Fonte: PAULO, 2002, p. 03.

Marinho et. al. (2009) mencionam que, na realidade brasileira, fórmulas

de estrutura de preços são especificadas em dois enfoques para o valor atribuído à

venda. No que concerne ao enfoque financeiro, um produto, uma mercadoria ou um

serviço só se relevam na medida em que contribuírem para a manutenção ou

preferencialmente para o crescimento do valor real da empresa, no sentido de

maximização da lucratividade.

Esse crescimento é percebido nos médios e longos prazos,

essencialmente pelo resultado positivo dos produtos. Ao mesmo tempo no enfoque

mercadológico, o objetivo principal de um produto/serviço é adicionar valor aos

consumidores. (MARINHO et.al., 2009)

Para tal, se considera que uma maior ou menor agregação de valor se

encontra diretamente ligada a vantagem competitiva, que pode ocorrer de diversas

formas, tais como, serviços, garantias, assistência, dentre outros fatores. (MARINHO

et.al., 2009).

Uma empresa pode ter vantagem competitiva sobre outra empresa que

atue no mesmo setor de negócios, agregando maior valor do que outras empresas

no mesmo produto.

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E, por consequência observa-se que o preço constitui, indubitavelmente,

uma substancial variável em se tratando de vantagem competitiva. E, com intuito de

exemplo, Marinho et. al. (2009) utiliza a Teoria Econômica com a elasticidade dos

produtos, a Teoria de Mercado com a consideração do próprio mercado consumidor

como o primeiro legitimador do preço dos produtos ou serviços e a Teoria de Custos

com a utilização do método de Custeio Variável.

Destarte, Marinho et. al. (2009), alegam que o sistema de informações da

empresa, deve sopesar seriamente em termos econômicos e de forma eficaz a

realidade de estruturação física e funcional da empresa.

Para o perfeito entendimento do sistema de informações, é necessário

compreender que as informações surgem a partir de dados organizados e

processados de forma a proporcionar valor às atividades da empresa e permitindo

aos gestores tomar decisões e realizar seu trabalho.

Para tanto, o custo do produto deve ser formado por elementos que são

obviamente identificados com a unidade do produto, ou seja, utilizar a margem de

contribuição e custeio variável para facilitar a margem de lucro. (MARINHO et. al.,

2009)

Desta forma, a realidade estrutural e funcional da empresa se relaciona

com os custos fixos, que são custos utilizados na manutenção destes. Porém estes

fatores não se materializam na unidade, sendo identificados com diferentes objetos

como lotes de produção, conjunto de produtos, departamentos e a empresa de

modo geral. (PAULO, 2002)

Dentro deste contexto, se pode incluir que o resultado do planejamento

realizado pela administração somado ao montante de custos fixos totais de um

determinado período é que pode produz maior margem de contribuição almejada

pela empresa. (PAULO, 2002)

Este fator, para Paulo (2002) deve constar como a soma das margens de

contribuição individuais de cada produto, aonde o administrador deve considerar no

planejamento de resultados o mix dos produtos, suscetibilidade e a fatia potencial de

mercado, bem como, volume de produção e as peculiaridades dos consumidores.

Uma divisão importante a ser destacada no planejamento da decisão de

preços e rentabilidade é a identificação das principais alternativas que envolvam as

diretrizes estratégicas da empresa. (PAULO, 2002)

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Tais diretrizes devem ser observadas por meio de simulações dos

resultados e escolha das melhores alternativas para maximização do resultado geral

econômico da empresa. Assim sendo, serão, certamente considerados os aspectos

de mercado, econômicos e de custos na sua decisão.

Vale salientar a aplicação dos conceitos das três teorias na precificação

dos produtos, bem como dos objetivos dos departamentos e administração geral da

empresa. A Figura6 demonstra o planejamento de preços e rentabilidade

Figura 2 - Planejamento de preços e rentabilidade. Fonte: Leite Filho (2009, p. 05).

Diante do exposto, Leite Filho (2009) esclarece que nas empresas é que

se definem os recursos disponíveis em fixos e variáveis. Entretanto, se pode

considerar que os recursos variáveis são aqueles que se interligam de forma direta

com a unidade do produto fabricado, resultantes de decisões atuais, variando de

acordo com o volume de vendas e produção.

Já os recursos fixos se estabelecem em relação à capacidade de

produção instalada na empresa e não se encontram relacionados com a unidade do

produto, aumentando ou diminuindo em função de períodos de tempo. (LEITE

FILHO; 2009)

Os custos fixos não variam em decorrência do produto, já os custos

variáveis estão diretamente ligados a unidade do produto fabricado, oscilando

conforme o aumento ou a redução.

Portanto, ao se utilizar o método de custeio variável na determinação do

lucro, parte-se do pressuposto de que “não existe lucro por produto para uma

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empresa com mais de um produto, por não existir o custo fixo unitário”. (LEITE

FILHO, 2009, p. 05)

Desta forma, de acordo com Leite Filho (2009), se pode considerar que

no planejamento de resultados, a otimização dos lucros pode se encontrar

diretamente associada à capacidade operacional instalada na empresa, pois quanto

maior o volume de ativos operacionais, maior será o lucro almejado.

Por fim, a otimização dos resultados visualizados pela empresa deve ser

feita pela maximização administrativa da margem de contribuição total dos produtos

em conjunto, bem como do estabelecimento da estrutura administrativa de custos

fixos de um determinado espaço de tempo.

2.4 Método Markup

Giorgi (2002) discorre que os métodos de formação de preços

fundamentados a partir dos custos consistem naqueles mais comumente

empregados nas práticas de negócios, onde os preceitos norteadores incidem na

disposição do mercado em acatar os preços de vendas que são estabelecidos pelas

organizações empresariais, estes que são orçados pautando-se nos custos.

Além disso, verifica-se que o percentual optado de índice adicional ao

custo precisa defender todos os custos, bem como os passivos de venda,

distribuição de ordem financeira e de administração, todos os tributos e oferecer um

lucro aceitável e uma remuneração apropriada acerca do capital que foi investido

pela organização empresarial. (SOUZA et al, 2011)

Entende-se que os modelos de decisão de preço embasados por meio

dos custos incidem em distinções de dois modelos basilares, os quais são

denotados de markup e taxa de retorno alvo.

No markup, a formulação de preços fundamenta-se nos custos, e, em sua

terminologia, o markup denomina-se pela marcação ou ponto de marcação ou

mesmo remarcação para cima. (SOUZA et al, 2011)

O Markup é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para

a formação do preço de venda.

Segundo Giorgi (2002), se o preço é ordenado de modo a abarcar todos

os custos, bem como despesas fixas, variáveis da venda e os impostos, é

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perceptível que o residual, associado com o giro de capital aplicado proporcione o

resultado almejado.

Entende-se que o markup não versa em lucratividade no processo de

venda, assim,

... Se uma organização obtém seu preço de venda multiplicando o total dos custos e despesas por 2, pode ser entendido que esteja operando com um lucro de 100%, o que não é verdadeiro, pois existem impostos e despesas que precisam ser pagos com o produto da venda, não restando um lucro de 100% sobre o total dos custos e despesas. Se a base de cálculo for o custo total, a margem adicionada para a formação do preço deve ser suficiente para cobrir os lucros desejados pela empresa. Quando esta mesma base representar o valor da soma dos custos e despesas variáveis, a margem adicionada deve cobrir, além dos lucros, os custos e despesas fixos. (GIORGI, 2002, p.54)

No exposto, pode-se acrescer que dentro do sistema que agrega uma

margem fixa a um custo base denomina-se a elocução de origem inglesa markup,

que, na língua portuguesa é entendido como marcar para cima, ou, adicionar um

determinado valor ao custo base com o escopo de desenvolvê-lo, o que, ordena o

preço de venda.

Avalia-se que esta margem fixa precisa ser adequada para abarcar os

lucros e, os gastos decorrentes. (LEÃO, 2008)

Acerca do modelo markup, menciona-se que o mesmo versa,

essencialmente, na realização de um somatório do custo unitário de um determinado

produto ao índice percentual fixo para o alcance do preço de venda, onde esta

margem precisa envolver todos os outros custos e despesas, e, assim, apresentar

um dado nível voltado para a lucratividade.

Giorgi (2002) concebe um grupo de regras relacionadas à determinação

do preço fundado no custo, determinar o custo do produto; determinar o percentual

de margem a ser usado; multiplicar o percentual de margem pelo custo do produto

para obter a margem em unidades monetárias; somar a margem monetária ao custo

do produto para determinar o preço. (LERE apud GIORGI, 2002, p.44).

Acredita-se, no exposto, que em relação à estrutura de custeio optada, o

percentual de margem a ser multiplicado pelo custo poderá vir a consistir como mais

elevado ou menos elevado. (LEÃO, 2008)

No markup, as diferenças que apresentam maior emprego compreendem

no markup fundamentado no custo pleno, markup pelo custeio por absorção, markup

baseado no custo variável; na despesa de transformação, markup estruturado a

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partir do custo estimado ou aferido e markup pautado no custo padrão. (GIORGI,

2002)

Em relação ao procedimento de markup com base no custo pleno, Giorgi

(2002) explana que é aplicado um percentual multiplicador, ou mesmo divisor por

cima do custo unitário do produto, que é alcançado por meio da técnica de custeio

pleno ou integral, constituído pela relação de todos os custos e despesas de ordem

direta e indireta de produção, vendas, distribuição, administração e financiamento.

No que se refere ao método markup com base no custeio por absorção, é

empregado um percentual multiplicador ou divisor sobre o custo unitário do produto,

obtido através do método do custeio por absorção, que inclui em sua composição

somente os custos de produção diretos e variáveis, indiretos e fixos, alocados de

acordo e segundo uma expectativa de produção e vendas. (GIORGI, 2002, p.45)

O custeio por absorção é o método de custeio em que são apropriados

todos os custos de fabricação, sejam eles diretos ou indiretos, fixos ou variáveis.

Assim sendo, observa-se que dentro do custo de produção são inseridas

todas as despesas conexas às vendas, distribuição, administração e financiamento,

e, de tal modo, precisam ser abarcadas em acordo ao percentual de margem

optado. (LEÃO, 2008)

Em alusão ao método markup fundamentada no custo variável,

concentra-se um percentual multiplicador ou divisor por cima do preço unitário do

produto, que é adquirido por meio do método de custeio variável, que abrange em

sua constituição apenas os valores arraigados à produção variáveis, suprimindo,

assim, os custos fixos, os gastos efetivados com vendas, distribuição e

financiamento, estes que precisam ser garantidos em conformidade com o

percentual de margem que foi escolhido. (GIORGI, 2002)

No custeio variável somente são apropriados como custos de fabricação

os custos variáveis, sejam eles diretos ou indiretos.

No método markup com base no custo de transformação, aplica-se um

percentual multiplicador ou divisor sobre o custo de conversão incorrido pela

empresa na transformação do material direto em produto acabado. (GIORGI, 2002,

p.46)

Ainda segundo o método acima mencionado, avalia-se que este custo

voltado para a conversão são constituídos através da mão de obra e, igualmente,

pelos custos indiretos, estes que são rateados conforme um determinado

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discernimento que é incluído na etapa de produção. Assim, o percentual de margem

escolhido deverá cobrir, além das despesas e margem de lucro, os custos variáveis

relativos aos materiais diretos aplicados na produção. (GIORGI, 2002, p.46)

O autor discorre, em conseguinte, que no procedimento markup que é

embasado no custo orçado ou estimado, é introduzido um percentual multiplicador

ou divisor sobre os custos estimados ou orçados de um dado produto ou mesmo

empreendimento.

Analisa-se que esta técnica é empregada em organizações empresariais

que atuam sob o regime de encomenda, que consistem como exclusivas para cada

cliente, sendo importante, para tal, a realização de um orçamento de caráter técnico

e financeiro que deverá ser contratado com o cliente.

Os custos associados à realização de cada encomenda apresentarão a

possibilidade de serem avaliados e calculados com base nos métodos de markup

denotados de custeio pleno, ou por absorção ou variável. (LEÃO, 2008)

Por fim, no método markup baseado no custo padrão, “aplica-se um

percentual multiplicador ou divisor sobre os custos previamente calculados de

acordo com o conceito de padrão, ou seja, custo cientificamente apurado sem

ineficiências ou anormalidades de produção venda ou distribuição.” (GIORGI, 2002,

p.46)

Na efetivação dos cálculos de preço no markup observa-se que o preço

precisa, necessariamente, ser adequado de modo a cobrir custos, despesas,

imposto, e assim, conforme mencionado em linhas anteriores, proporcionar maiores

lucros na venda.

Neste sentido, a Figura 7 explica o cálculo realizado no método markup:

Figura 3 - Cálculo realizado no método markup. Fonte: Giorgi, 2002, p.55

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O cálculo do markup, segundo Giorgi (2002) pode ser compreendido por meio

das explanações:

Há um custo em valores absolutos tratados como índice I; os impostos e as despesas variáveis de venda, como proporção ou percentuais do preço de venda, são conhecidos; as despesas administrativas são conhecidas em valores absolutos e podem ser representadas como um percentual das vendas; o lucro desejado com a venda pode ser definido como um percentual sobre a venda; o preço de venda a ser calculado pela estrutura do markup deve representar a totalidade (100%); é o percentual que o custo (a) deve representar do preço de venda (e), calculado da seguinte forma: e = (b+c+d); se o custo deve representar um percentual do preço, conclui-se que: e = a / f. (BERNARDI apud GIORGI, 2002, p.55)

Paralelamente, o autor sopesa que posteriormente à delineação da

política de vendas da organização empresarial, pode-se analisar que o preço versa

em um elemento basal para a obtenção de seus desígnios, o que se encontra

intrinsecamente ligado aos custos e estruturação do markup.

A Figura 8 explana o processo de ordenação de preços fundamentando-

se no método de custeio pleno, onde são abrangidos todos os custos relativos às

despesas de caráter fixo e variáveis de maneira a constituir um singular valor no que

tange à planilha de custos, sendo efetivadas as adequações importantes para se

suprimir as perceptíveis deformidades, organizando, assim, a base de inclusão do

markup em acordo a duas finalidades, ou seja, estruturar um preço interno à vista,

este que realizado por meio da adição do custo financeiro visando o alcance do

preço à prazo, ou mesmo, pelo desígnio de estabelecer o preço para exportação.

Figura 4 - Composição para concepção de preço com base em Custos, Despesas e Markup. Fonte: Giorgi, 2002, p.60.

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Assim, dentro do exposto, pode-se perceber que o markup pode ser

compreendido como um método de precificação que faz menção a uma espécie de

valor que é agregado ao custo, sendo comumente descrito como um percentual do

preço relativo à venda. Igualmente, o markup faz alusão a um acréscimo acerca de

um preço de varejo que foi previamente determinado. (LEÃO, 2008).

O markup é uma porcentagem que deve ser suficiente para cobrir os

impostos das vendas, as despesas, os custos e ainda gerar lucro satisfatório. Para a

empresa obter o lucro desejado é necessário ter em mente qual o preço que o

mercado está disposto a pagar pelo produto, esse fator importante o markup não se

preocupa.

O capítulo 3 abordará a metodologia utilizada para o desenvolvimento

deste trabalho.

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3 METODOLOGIA

A especificação da metodologia da pesquisa é a que abrange maior

número de itens, pois, ela responde a várias perguntas a um só tempo. A

metodologia é o meio utilizado pelo o autor para dar origem a sua obra. Método é o

conjunto das atividades sistemáticas e racionais que com maior firmeza e

moderação, permite ao autor alcançar o objetivo (LAKATOS, 2003).

3.1 Escolha do Tema

A escolha do tema se deu pelo fato de que o preço de venda é um fator

determinante para a sobrevivência ou não da empresa.

Determinar o preço de venda é uma das decisões mais complexas a

serem discutidas pelos gestores, pois são necessárias inúmeras informações para a

composição do preço e essas informações geralmente é desconhecida pelos

microempresários, o que acaba ocasionando incertezas.

O interesse pela formação do preço de venda através de métodos

gerenciais nas microempresas é um assunto pouco explorado e pouco usado pelos

gestores, por isso justifica-se a escolha desse tema.

3.2 Tipo de Pesquisa

3.2 .1 Pesquisa Exploratória:

As pesquisas exploratórias são investigações de pesquisa empírica, cujo

objetivo é a formulação de questões ou de um problema com as finalidades de

desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com a pesquisa

para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar

conceitos (LAKATOS, 2003).

Imagine um explorador em uma floresta, ainda, desconhecida para ele, ou

seja, onde ele está pela primeira vez. Não necessariamente precisa ser inédita,

talvez outros exploradores já tenham estado nesta floresta. Ocorre quando pouco se

conhece o problema ou objeto de estudo a ser pesquisado, apenas se exploram os

fatos da realidade (ABRANTES, 2007 p.14).

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3.2 .2 Pesquisa Aplicada:

A pesquisa aplicada é aquela que a aplicação prática, ela procura a

solução de problemas concretos da sociedade, sendo o tipo de pesquisa mais

utilizada (ABRANTES, 2007).

3.2.3 Pesquisa Descritiva:

A pesquisa descritiva ocorre após uma primeira abordagem ou

aproximação (exploração). É um estudo das características já conhecidas do objeto

de estudo. Apenas descreve fatos e fenômenos sem manipulá-los. O pesquisador

não interfere com o objeto de estudo, apenas descreve (ABRANTES, 2007 p.14).

3 .2 .4 Abordagem Qualitativa:

A pesquisa qualitativa é aquela que não está diretamente ligada ao

levantamento de dados numéricos (ABRANTES, 2007).

A pesquisa qualitativa ou abordagem qualitativa é um processo de

reflexão e análise da realidade através da utilização de métodos e técnicas para o

entendimento detalhado do objeto de estudo através de estudos detalhados do

tema, observações, aplicação de questionário, entrevista e análise de dados.

3 .2 .5 Pesquisa Bibliográfica:

A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro

disponível em livros artigos, teses, etc. Utiliza-se de dados já trabalhados por outros

pesquisadores (SEVERINO, 2007).

A pesquisa bibliográfica tem como principal característica o fato de que o

campo onde será feita a coleta dos dados é a própria bibliografia sobre o tema ou

objeto que se pretende investigar (Tozoni-Reis, 2009 p. 25).

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Para a concretização deste estudo acadêmico quanto ao tipo de pesquisa

será aplicada, pois não será de ciência pura e sim tem uma aplicação prática que

tem grande utilidade no gerenciamento das microempresas.

A metodologia que será empregada consistirá em um exame de caráter

essencialmente bibliográfico, com suas bases situadas em baldrames de cunho

teórico que se encontra em livros e documentos já promulgados a respeito do

assunto em questão.

A pesquisa bibliográfica, apesar de utilizar de dados já trabalhados por

outros autores, não significa ser mera repetição do que já foi escrito sobre o assunto,

essa pesquisa auxilia o exame do assunto já abordado sob novo enfoque.

Esta pesquisa possui caráter exploratório que teve como objetivo de

inteirar-se dos principais conceitos através de consultas a livros que discorrem sobre

o tema abordado neste trabalho. Igualmente, a pesquisa versará em um

procedimento de caráter qualitativo, visto que se fundamentará a partir de

concepções teóricas acerca do objeto de estudo, levantando informações

relacionadas às estruturas altercadas durante todo o processo de investigação.

O capítulo 4 abordará o estudo do trabalho que são os aspectos relativos

ao método markup, o que indubitavelmente, justifica este estudo acadêmico.

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4 MÉTODOS GERENCIAIS NA FORMAÇÃO DE PREÇOS DE PRODUTOS

Pode-se compreender que precificação versa na ação de se formar

preços, e, para tal, constitui-se de uma tarefa intrínseca em que se faz necessário

considerar, primordialmente, os aspectos de como a empresa podem ter ou não

concorrentes, bem como considerar os custos.

Para a formação do preço de venda são necessários analisar diversos

fatores tais como:

Número de concorrentes, clientes, fornecedores e produtos substitutos, pois influenciam o ambiente competitivo da empresa. Uma empresa pode ainda ter um preço de venda determinado pelo governo ou entidade de classe, limitando um plano estratégico orçamentário e a concretização de altos ganhos em produtividade e lucro;

Ciclo de vida do produto. É essencial, na formação de preços, a identificação do ciclo de vida dos produtos (introdução, crescimento, maturidade e declínio), pois cada etapa corresponde a uma estratégia mercadológica na formação de gastos e de preços;

Avaliação do mercado de atuação. Os mercados são divididos em: monopólios, constituídos por apenas uma empresa; oligopólios, atuação de poucas empresas na mesma atividade que tem uma vasta liberdade na política de fixação de preços, pois dominam o mercado; concorrência perfeita, representada por empresas de setores de atividades que têm pouca capacidade de impor preços de venda, pois são influenciadas pela grande concorrência. (SILVA et al.,2012, p. 202-203)

Percebe-se que para formar o preço de venda é necessário conhecer o

custo do produto, porém, essa informação embora seja necessária, não é suficiente,

é necessário realizar uma análise do mercado, verificando os preços dos produtos

dos seus concorrentes, os preços dos produtos substitutos para que dessa forma

seja permitido avaliar o equilíbrio entre os custos e o mercado de atuação.

Os métodos de formação do preço de venda são baseados geralmente no

mercado, nos custos ou com base numa combinação de ambos que é comumente

chamado de método misto.

4.1 Método baseado no mercado

O mercado com suas práticas comerciais são formados pela interação

entre compradores e vendedores e estabelecem o preço de acordo com omercado

em que a empresa atua, verificando o preço oferecido pelos concorrentes.

O método baseado no mercado é formado a partir de suas características

econômicas e ele pode ser dividido em:

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Concorrência perfeita: número infinito de firmas, produto homogêneo e não existem barreiras à entradas de firmas e consumidores;

Monopólio: uma única empresa, produto sem substitutos próximos, com barreiras à entrada de novas firmas;

Concorrência monopolística ou imperfeita:inúmeras empresas, produto diferenciado, livre acesso de firmas ao mercado;

Oligopólio: pequeno número de empresas que dominam o mercado, os produtos podem ser homogêneos ou diferenciados, com barreiras à entradas de novas empresas. (VASCONCELLOS. 2006 p 137)

4.2 Método baseado nos custos

O método baseado nos custos é o mais tradicional e busca adicionar um

valor em cima dos seus custos.

Os métodos utilizados para calcular o custo unitário dos produtos para

formação do markup podem ser fundamentados pelo custo pleno, custeio por

absorção, custeio variável, custo de transformação, markup estruturado a partir do

custo estimado ou aferido e markup pautado no custo padrão.

Em relação ao procedimento de markup com base no custo pleno, Giorgi

(2002) explana que é aplicado um percentual multiplicador, ou mesmo divisor por

cima do custo unitário do produto, que é alcançado por meio da técnica de custeio

pleno ou integral, constituído pela relação de todos os custos e despesas de ordem

direta e indireta de produção, vendas, distribuição, administração e financiamento.

No que se refere ao método markup com base no custeio por absorção, é

empregado um percentual multiplicador ou divisor sobre o custo unitário do produto,

obtido através do método do custeio por absorção, que inclui em sua composição

somente os custos de produção diretos e variáveis, indiretos e fixos, alocados de

acordo e segundo uma expectativa de produção e vendas. (GIORGI, 2002, p.45)

Em alusão ao método markup fundamentada no custo variável,

concentra-se um percentual multiplicador ou divisor por cima do preço unitário do

produto, que é adquirido por meio do método de custeio variável, que abrange em

sua constituição apenas os valores arraigados à produção variáveis, suprimindo,

assim, os custos fixos, os gastos efetivados com vendas, distribuição e

financiamento, estes que precisam ser garantidos em conformidade com o

percentual de margem que foi escolhido. (GIORGI, 2002)

No método markup com base no custo de transformação, aplica-se um

percentual multiplicador ou divisor sobre o custo de conversão incorrido pela

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empresa na transformação do material direto em produto acabado. (GIORGI, 2002,

p.46)

O autor discorre, em conseguinte, que no procedimento markup que é

embasado no custo orçado ou estimado, é introduzido um percentual multiplicador

ou divisor sobre os custos estimados ou orçados de um dado produto ou mesmo

empreendimento.

No método markup baseado no custo padrão, aplica-se um percentual

multiplicador ou divisor sobre os custos previamente calculados de acordo com o

conceito de padrão, ou seja, custo cientificamente apurado sem ineficiências ou

anormalidades de produção venda ou distribuição (GIORGI, 2002, p.46).

4.3 Método misto

A formação do preço de venda através desse método é formada pela

junção dos métodos acima mencionados, ou seja, deve ter a combinação dos custos

dos produtos e dos preços praticado no mercado pelos seus concorrentes.

4.4 Aplicação prática do markup

O presente estudo propõe um modelo de formação de preço de venda

nas microempresas através do método markup.

Para a microempresa analisada será utilizado como nome hipotético de

ALFA assim também como os dados fornecidos. Supondo-se que seja uma

microempresa do comercio varejista instalada no Ceará optante pelo Simples

Nacional com receita bruta anual de R$ 270.000,00 (duzentos e setenta mil reais).

Essa microempresa compra mercadoria de um fornecedor do estado do

Ceará e forma seu preço de venda através pesquisa de mercado de três empresas

que vendem o mesmo produto no Ceará. Com base na pesquisa, a empresa tira a

média e forma seu preço.

A microempresa analisada terá nome fictício de empresa Alfa, é uma

microempresa que vende utensílios domésticos, ela compra o produto de um

fornecedor do mesmo estado com preço de R$ 376,20, pagando frete de 25,30 por

produto. Nas compras a partir de 50 produtos o frete é grátis, por esse motivo a

empresa sempre faz pedido a partir de 50 produtos.

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Produto analisado: Aparelho de Jantar, Chá e Café Mail OrderQuartier White c/ 42

Peças - Oxford

O Gráfico 2 mostra o preço praticado por empresas no Ceará.

GRÁFICO 2 – Preço do Aparelho de Jantar praticado por empresas no Ceará. Fonte: elaboração própria

De acordo com o gráfico 2 pode-se observar que a empresa 1 tem o valor

praticado no mercado inferior ao da empresa analisada e que a empresa 2 tem o

mesmo valor.

A empresa Alfa deseja ter lucro de pelo menos 10%, através do método

markup será verificado se o preço praticado pela empresa é o correto.A Tabela 1

demonstra o cálculo.

CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA

VALOR DA MERCADORIA 376,20

IPI 0

FRETE S/ MERCADORIA 0

CUSTO DA MERCADORIA 376,20

INC

IDÊ

NC

IAS

SO

BR

E O

PR

O D

E V

EN

DA

CUSTO FIXO 20%

SIMPLES NACIONAL

5,47%

COMISSÕES 5%

LUCRO DESEJADO 10%

TOTAL DAS INCIDÊNCIAS 40,47%

655,00

657,00

659,00

657,00

650,00

655,00

660,00

2012

Empresa 1

Empresa 2

Empresa 3

Empresa Alfa

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CU

LO

DO

MA

RK

UP

MARKUP DIVISOR

(100 - TOTAL DAS INCIDÊNCIAS)/100 0,5953

MARKUP MULTIPLICADOR

(100/MARKUP DIVISOR)/100 1,6798

LC

UL

O D

O P

RE

ÇO

DE

VE

ND

A

MARKUP MULTIPLICADOR

CUSTO DA MERCADORIA

X

R$631,95

MARKUP MULTIPLICADOR

MARKUP DIVISOR

CUSTO DA MERCADORIA

/

R$631,95

MARKUP DIVISOR

PREÇO CALCULADO VALOR %

R$631,95 R$63,20 10%

PREÇO DO CONCORRENTE VALOR %

R$655,00 79,22 12,09%

PREÇO EMPRESA ALFA VALOR %

R$657,00 80,61 12,27%

TABELA 1 – Cálculo do Preço de Venda. Fonte: Elaborado pelo Autor

De acordo com a explicação acima, pode-se observar que a empresa Alfa

pratica o preço em seu produto acima do que foi encontrado pelo método markup. A

empresa poderia diminuir o valor cobrado pelo produto para conseguir novos

clientes e consequentemente objetivar a continuidade de seu negócio.

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5 CONCLUSÃO

O sistema de contabilidade gerencial como estratégia metodológica na

formação de preços de produtos para microempresas, incide num processo

direcionado para a identificação e mensuração, bem como da transmissão de

informação que é empregada pela administração de organizações empresariais com

o intuito de inserir planejamento, análise e controle interno assegurando seu

gerenciamento adequado e sua rentabilidade.

Neste interesse insere o sistema de planejamento gerencial focado no

estabelecimento de subsídios que tornem possível atender às necessidades do

público consumidor, bem como estabelecer procedimentos de organização com o

intuito de considerar a percepção dos métodos gerenciais que busquem a formação

de preços para as microempresas.

Há algum tempo era percebido um cenário de alta inflação e desordem

financeira no mercado, aonde compradores e vendedores não visualizavam noções

de valor e os consumidores, em geral, queriam consumir produtos antes que seu

dinheiro se desvalorizasse.

A tendência era preocupar-se com o consumo imediato e não planejar

financeiramente o futuro. Os preços subiam rapidamente e era impossível uma

organização pensar em uma estratégia de precificação.

Os gestores, até então, se preocupavam com custos e despesas, pois o

aumento de preços desordenado estava sempre à frente e garantia o equilíbrio

operacional. E, qualquer descontrole no planejamento da precificação precisava ser

corrigido rapidamente.

Com o tempo foi alcançado o momento econômico presente em

consequência da mudança no modelo mental dos gestores e também dos clientes.

Atualmente, o consumidor não necessita se apressar para as compras

quando recebe o seu salário, ele já se habituou a fazer orçamento e imaginar os

produtos que deseja comprar imediatamente, em médio prazo e longo prazo.

Nesse ambiente, o lucro deixou de ser uma corrida desenfreada para um

reajuste de preços contínuo e passou a ser resultado do cálculo correto dos preços

de vendas, de uma análise detalhada das despesas operacionais, do controle atento

dos estoques, do giro de mercadorias e do conhecimento de seu público-alvo.

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O processo de tomada de decisões de preços e rentabilidade das

empresas e/ou microempresas envolve uma gama de variáveis econômicas,

financeiras e operacionais regidas pelas teorias de mercado, de custos e econômica.

E, por consequência a determinação de preços se constitui na medida em

que um valor é cobrado por uma empresa no que tange à comercialização de um

determinado produto no mercado, ao mesmo tempo em que o consumidor ao

adquirir um produto, realiza um dispêndio na intenção de satisfação de suas

necessidades e expectativas consumistas, ao passo que a empresa também se

beneficia com tal processo no intuito de ascensão no mercado.

Considerando as exigências dos consumidores no sentido de qualidade e

preços favoráveis a ele, o mercado globalizado se encontra a cada ano mais

competitivo.

Assim, as microempresas necessitam constantemente de métodos e

técnicas inovadoras que as auxiliem no gerenciamento de seus negócios em se

tratando formação de preços, pois os mesmos são determinantes para que a

microempresa se mantenha no mercado.

5.1 Quanto à questão da pesquisa

A questão que norteou o desenvolvimento deste trabalho foi o fato de

uma das decisões mais complexas para a empresa é a formação do preço de venda

e os microempresários tomam suas decisões de precificação dos produtos,

fundamentados na experiência que julgam ter, sem o auxilio de métodos gerenciais

como o markup para formar o preço dos produtos.

Com isso conclui-se que a questão “como o markup pode auxiliar na

formação do preço de venda para as microempresas?”, foi respondida de maneira

clara e objetiva, pois o markup forma o preço de venda de seus produtos de uma

forma simples, tornando-se um excelente método para auxiliar na formação do preço

de venda, desde que calculado corretamente.

5.1.1 Quanto ao objetivo geral

O objetivo geral foi alcançado, pois este trabalho apontou os métodos

gerenciais voltados para a formação de preços de produtos em organizações

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empresariais, com foco nas microempresas, analisando principalmente o método

markup.

5.1.2 Quanto aos objetivos específicos

Os objetivos mencionados foram atingidos, pois, além de apresentar um

caso prático do markup, foram abordados também os seguintes assuntos: a

contabilidade gerencial e sua importância nas empresas em geral; os métodos de

formação de preços; e o markup.

5.1.3 Quanto à metodologia utilizada

A metodologia utilizada permitiu atingir os resultados esperados. A

pesquisa foi realizada com base bibliográfica, ela possui caráter exploratório que

teve como objetivo de inteirar-se dos principais conceitos através de consultas a

livros que discorrem sobre o tema abordado neste trabalho.

Igualmente, a pesquisa versará em um procedimento de caráter

qualitativo, visto que se fundamentará a partir de concepções teóricas acerca do

objeto de estudo, levantando informações relacionadas às estruturas altercadas

durante todo o processo de investigação.

5.1.4 Quanto aos resultados

Os resultados obtidos foram de fundamental importância para o

conhecimento pessoal da autora, no entanto, poderá ser utilizada com o mesmo

intuito no meio acadêmico, ressaltando assim uma visão mais clara a respeito da

importância dos métodos gerenciais e como eles são importantes para tomada de

decisão e crescimento para qualquer empresa não importando o seu segmento.

5.2 Sugestões para trabalhos futuros

Para trabalhos a serem apresentados no futuro sugere os seguintes tópicos:

Formação do preço de venda com base no markup em outros setores.

Consequências sobre o uso do método de custos adotado para a formação

do preço de venda.

Formação do preço de venda com base nos custos ou com base na

concorrência?

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