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VELHOGENERAL.COM.BR SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE INCIDENTES E CRISES: ATUALIZANDO A DOUTRINA 1 04/09/2020 | VELHOGENERAL.COM.BR | CATEGORIA: SEGURANÇA PÚBLICA SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE INCIDENTES E CRISES: ATUALIZANDO A DOUTRINA Por Valmor Saraiva Racorti, Paulo Augusto Aguilar, Márcio Santiago Higashi Couto e Wanderley Mascarenhas de Souza* Membros do GATE e COE operando em Botucatu, São Paulo (Foto: Acervo pessoal dos autores). Os procedimentos e técnicas policiais na área de segurança pública evoluem ao longo do tempo, em resposta às transformações observadas nas situações de risco que se apresentam à sociedade. Neste artigo, os autores discorrem sobre a evolução do conceito de “resolução” para “gestão”, numa concepção mais abrangente de gerenciamento que envolve não apenas as forças policiais, mas diversos setores pertinentes, padronizando comando, procedimentos e terminologias de forma a garantir a interoperabilidade. INTRODUÇÃO Ao longo dos anos, a segurança pública vem vivendo uma constante mudança de procedimentos na área de técnicas policiais, voltadas para o atendimento das mais diversas situações, obrigando, de imediato, a instituição policial a realizar o protocolo adequado para responder e solucionar a ocorrência com uma resposta satisfatória. Situações desse tipo se instalam e se resolvem de acordo com diversos fatores, e portanto é necessário que a instituição policial seja qualificada com conhecimento atualizado das mais variadas técnicas de resolução de crises e tenha condições, no momento da ação, de minimizar possíveis falhas operacionais e logísticas que podem sempre ocorrer em razão das variáveis envolvidas.

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04/09/2020 | VELHOGENERAL.COM.BR | CATEGORIA: SEGURANÇA PÚBLICA

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE INCIDENTES E CRISES: ATUALIZANDO A DOUTRINA Por Valmor Saraiva Racorti, Paulo Augusto Aguilar, Márcio Santiago Higashi Couto e Wanderley Mascarenhas de Souza*

MembrosdoGATEeCOEoperandoemBotucatu,SãoPaulo(Foto:Acervopessoaldosautores).

Osprocedimentosetécnicaspoliciaisnaáreadesegurançapúblicaevoluemaolongodotempo,emrespostaàstransformaçõesobservadasnassituaçõesderiscoquese

apresentamàsociedade.Nesteartigo,osautoresdiscorremsobreaevoluçãodoconceitode“resolução”para“gestão”,numaconcepçãomaisabrangentedegerenciamentoqueenvolvenãoapenasasforçaspoliciais,masdiversossetorespertinentes,padronizandocomando,procedimentoseterminologiasdeformaagarantirainteroperabilidade.

INTRODUÇÃO Aolongodosanos,asegurançapúblicavemvivendoumaconstantemudançadeprocedimentosnaáreadetécnicaspoliciais,voltadasparaoatendimentodasmaisdiversas situações, obrigando, de imediato, a instituição policial a realizar oprotocoloadequadopararesponderesolucionaraocorrênciacomumarespostasatisfatória.

Situaçõesdessetiposeinstalameseresolvemdeacordocomdiversosfatores,eportantoénecessárioqueainstituiçãopolicialsejaqualificadacomconhecimentoatualizadodasmaisvariadastécnicasderesoluçãodecrisesetenhacondições,nomomento da ação, deminimizar possíveis falhas operacionais e logísticas quepodemsempreocorreremrazãodasvariáveisenvolvidas.

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ORIGEM DO GERENCIAMENTO DE CRISES NO BRASIL Adoutrinadegerenciamentodecrisesiniciou-senoBrasilatravésdetrabalhosacadêmicos que foram de enorme importância para a disseminação dessadoutrina em âmbito nacional, tal como o trabalho apostilado do Delegado dePolíciaFederal,RobertodasChagasMonteiro,eposteriormentepeladissertaçãodemestradodoentãocapitãodaPolíciaMilitardoEstadodeSãoPauloWanderleyMascarenhasdeSouza,umdos fundadoreseàépocacomandantedoGrupodeAçõesTáticasEspeciais(GATE),trabalhoapresentadonaconclusãodoCursodeAperfeiçoamentodeOficiais(CAO)I/1995.

Essadoutrina,trazidadoFBI(FederalBureauofInvestigations,aPolíciaFederalAmericana)pelopesquisadorem1995,abordavamétodosdegestãodecrisescomreféns,ouseja,eventospoliciaiscujascircunstânciaspossibilitavamacontenção,isolamentoeaverbalizaçãocomoscausadores(criminosos).

Também no ano de 1995 foi nomeada, por parte do Comando do Corpo deBombeiros (CCB), responsável pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar doEstadodeSãoPaulo(CBPMESP)umacomissãoincumbidadeestudareproporumSistemadeComandoeOperações(SiCOE).

FIGURA1:OGrupodeAçõesTáticasEspeciais(GATE)daPMdoEstadodeSPnosanos1990eseucomandante,oentãocapitãoPMMascarenhas(Foto:Arquivopessoaldosautores).

EssaéarealidadeemqueaPMESPseapoiaatéopresentemomento,poistodosos seus recursos doutrinários prescrevem que este é o procedimento correto:conter,isolareestabelecercontatosemconcessões(PMESP,2013).

Quantoaotermo“gerenciamentodecrises”,estemantevesuabasenoconceitodecrises, logo, para Souza (1995), o gerenciamento de crises “é o processo de

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identificar, obter e aplicar os recursos necessários à antecipação, prevenção eresoluçãodeumacrise”.

A atualização deste termo também ocorreu à PMESP, voltado para as açõespoliciais, novamente em 2013, no qual o conceito passou a ser ditado como:gerenciamentodecriseséo“processodeidentificar,obtereaplicarosrecursosnecessários à antecipação, prevenção e gestão de uma crise. Os principaisfundamentos desse gerenciamento são: preservar vidas e aplicar a lei;”(PMESP,2013)(grifosnossos).

Aprincipalmudançanesseconceitoéaalteraçãodapalavraresoluçãoporgestãoeainclusãonoconceitodosobjetivosdogerenciamentodecrisesdefinidosem1995(SOUZA,1995).

A mudança do termo resolução por gestão, novamente, demonstra umaatualizaçãodadoutrinaeummaiorprofissionalismodeseusagentes,poisháoentendimentodequenãobastabuscarresolveroproblemaqueseapresenta,acrise,mas todo um sistema de gestão damesma, logo, administrar damelhormaneiraecomamaioreficiênciapossível,nãoapenassendoeficaz.

Geriracrisetrazaideiadetrabalharoutrosórgãosemeiosparasuaresolução,buscandooutrasopçõesesoluçõesparaoqueseapresenta,nãoresidindoessaresoluçãounicamentenasmãosdapolícia.

Acrescentarosobjetivosdiretamentenoconceitodegerenciamentodeixaclaraavisão do que se busca e onde se almeja chegar, permitindo que em um únicoconceitoentenda-setodaafilosofiaatéentãoempregada.

Essese tornaocenárioatualnoqueserefereacrises:busca trabalharemsuagestão, adotando novos caminhos e apoio, contudo, ainda atuando nasconsequências,compoucofoconaantecipaçãoeprevenção,poisogerenciamento,naprática,ocorreapósinstauradaacriseenãoemseusmomentosanteriores.

SISTEMA DE COMANDO E OPERAÇÕES E EMERGÊNCIAS – SICOE O SiCOE foi instituído em 1995 pelo CBPMESP, sendo inspirado no IncidentCommand System (ICS), este por sua vez desenvolvido pelos Bombeiros daCalifórnia,nosEstadosUnidosdaAmérica(EUA)(PMESP,2014).

Para sua atuação e implantação, o ICS é estruturado em cincoprincipais áreasfuncionais: Comando, Operações, Planejamento, Logística e Finanças /Administração,podendoaindaexistirumasextaárea,casohajaanecessidadedeusodesserecurso:Inteligência/Investigações(NIMS,2018).

SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE INCIDENTES Atéopresentemomento,podeserobservadoqueogerenciamentodecrisesseapresentanoestadodeSãoPaulotantonaatuaçãodoCBPMESPcomonaatividadedepoliciamentoemsi.

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Aconclusãoqueseobtéméqueasdoutrinaseconceitos,mesmoquetenhamsidoatualizadasrecentemente,nosanosde2013e2014,aindasãobaseadasnamesmaestruturade1995,quersejanogerenciamentodecrisesestabelecidopeloFBI,nopassado,quantoaoICSestabelecidopelosBombeiros,namesmadata.

OcorrequeoFBIreconheceuqueadoutrinadegerenciamentodecrisesnãoeracapaz,porsisó,deresponderaalgunseventoscomo,porexemplo,oIncidentePolicialconhecidocomo“MassacredeColumbine”,ocorridonaescolasecundáriaColumbine,nacidadedeLittleton,Colorado,EUA,em20deabrilde1999,quandodoisatiradoresativosentraramnaescolaedeixaramumrastrode13mortose21feridos.

Osagentesdesegurançanaocasiãoseguiramosprotocolosdeumincidentecomrefém, adotando asmedidas iniciais de conter o local, isolar o ponto crítico eestabelecer contato na tentativa de resolução pacífica da ocorrência, enquantoaguardavamachegadadasequipesdaSpecialWeaponsAndTactics(SWAT).

Todavia,emretrospectiva,Columbinepoderiasertudo,menosumaocorrênciadereféns.Masesteseramosprotocolosseguidosnaocasião.

EnquantoapolíciarealizavaacontençãoeisolamentoeaguardavadoladodeforaachegadadasequipesdaSWAT,osdoisadolescentes,atiradoresativos, faziamsuasvítimaslivremente.

Ospoliciaisfizeramoqueeramtreinadosparafazer:conter,isolaretentarcontatocomoscausadores,masemanálisespósincidente,apolíciaseencontrouemumparadoxoparadefinirsedeveriaagirrapidamenteouaguardarapoio,umavezqueemeventosdinâmicosdeatiradoresativos,cadasegundoperdidoresultaemperdadevidas.

Buscando a atualização da ciência policial e o que existe demaismoderno nomundo, a seguir será abordado o sistema conhecido como gerenciamento deincidentes norte-americano, definindo alguns termos já apresentados, como opróprio termo incidente, e introduzindo outros termos relativamente novos àrealidadenacional.

INCIDENTES E CRISES Emboraotermojátenhaaparecidoemalgunsmomentos,otermoincidentevemsendoutilizadoemlugardecrise,assimsendo,umincidenteé“umaocorrência,naturaloudecausashumanas,quenecessitadeumarespostaparaprotegeravidaoupropriedade”(FEMA,2017).

Oincidenteincluiqualquereventoquedenotepossiblidadedeperigodelesãoàvida ou ao patrimônio, mesmo em evento programados ou qualquer tipo dedesastre(FEMA,2017).

Pode-seinferir,nestalinhaderaciocínio,quecriseéumincidentedegravidadediferenciada,impactanteenãomeraalteraçãodoestadodascoisas.Nessecaso,

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trata-sedeumacircunstânciacríticaporserumamudançanocenário,mascommodificaçõesabruptas.

Emsuma,todacriseéumincidente,masnemtodoincidenteéumacrise,conceitoquepodesermaisbemvisualizadonaFigura2aseguir(SILVA,2019).

FIGURA2:Representaçãográficade“incidente”e“crise”(Fonte:SILVA,2019).

ConformedeclaradoporSilva(2019),nemtodoincidenteseráumacrise,poisoincidente pode tratar-se de ações ou eventos menores, que, se devidamentecuidadoseobservados,nãoculminarãoemumacrise.

Namesmaseara,percebe-sequeumasériedeincidentesnãotratadosirãogerarumacrise,umaquebradanormalidadedeformaabrupta,eemseuâmbitoseráumincidentemaisgravoso,comoumincidentecomplexo,críticoougrave.

Definidooquesãoincidentes,umanovafasepodeseralcançadaeotermocriseou evento será abandonado, adotando-se a nova terminologia para tratar dasaçõespoliciaisededefesacivilqueseapresentarem.

INCIDENTES ESTÁTICOS E INCIDENTES DINÂMICOS A distinção entre os incidentes policiais estáticos e os dinâmicos pode ter suaorigem considerada após o incidente Columbine, que trouxe mudançassignificativas nas TTP (Tactics, Techniques and Procedures, Planejamento eProcedimentos)adotadospelaspolíciasnorte-americanas.

Pordefinição,podemostratarincidentespoliciaisestáticoscomoeventosqueselimitamaumespaçogeográficodeterminadoque,porsuanatureza,permitema

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adoçãodasmedidasiniciaisdecontençãoeisolamentopelaprimeiraforçapolicialinterventora, permitindo o acionamento das unidades especializadas sem quehajaanecessidadedeimplementaçãoimediatadeumaalternativatáticaparaasuasolução.

Já os incidentespoliciaisdinâmicos são aqueles eventos cujos impactosnão selimitam a um espaço geográfico determinado e, em razão de sua natureza, osatores envolvidos encontram-se emmovimento, tornando difícil a adoção dasmedidasiniciaisdecontençãoeisolamento,exigindoumarespostaimediatadaprimeiraforçapolicialinterventoraafimdealcançaracessaçãodosseusefeitose, posteriormente, o acionamento das demais ações do Estado e outrasorganizações.

Comoprincipaisexemplosdeincidentesdinâmicosdaatualidade,temososcasosdeAtiradorAtivo(AA)edeMúltiplosAtaquesCoordenados(MAC),quepeloseu grau de risco, complexidade, mobilidade, ameaça à vida e compressão detempo exigem respostas iniciais imediatas, geralmente de unidades policiaiscomuns, sem equipamento ou treinamento especializado, como as depoliciamentoterritorial,ouatémesmodepoliciamentoescolaroudetrânsito.

Nosdoiscasoscitados,AAeMAC,amotivaçãoparaquemestácometendoaaçãopodevariar,sejaumavingançaportersofridobullyingnaescola,ouportersidodemitido, oupassional ao ser traído, ouum surtopsicótico, ou atémesmoumatentado terroristapormotivospolíticos,étnicosoureligiosos.Masoobjetivogeralmenteéomesmo.Matarouferiromaiornúmeropossíveldepessoas.

Porisso,oatiradorativogeralmenteatuaemlocaiscomgrandeconcentraçãodepessoas,comoescolas,universidades,igrejas,parques,showsoueventosdotipo,poisquercausaromaiornúmerodevítimasquepuder.Egeralmenteutilizaarmasdefogo,maspodetambémusaroutrasarmascomofacasoumachados,ouaindaempregar explosivos, fogo ou agentes químicos letais ou até mesmo utilizarveículosparaatropelarpessoas.

Ao passo que na situação de AA um ou mais agressores agem em um localespecífico,nocasodeMACgruposdeagressoresatacam,geralmenteaomesmotempo,emlocaisdiferentes,paracriaromáximodeimpactoeconfusãopossíveis.

Asprioridadesdasforçasdesegurançamudamnessescasosdinâmicos.Antesdecercar,isolarousocorreraspessoas,osprimeirosagentesdaleiquechegamaolocaldevemlocalizareneutralizaroatiradorativo,poisseelenãoforcontido,irácontinuarmatando.

No incidente dinâmico é necessária uma ação rápida e imediata, pois odesdobramento atrasado poderia gerar a morte ou lesões graves a pessoasinocentes(AGUILAR,2017).

O incidentedinâmicopodesemodificarparaum incidenteestáticoeo inversotambémpodeocorrer.Diantedisso,todoosistemaresponsivodeveconhecerasprovidênciaseosprotocolosdeação,atuandodeformacélereeaproveitandodamelhorformapossívelosrecursosdisponíveis.

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Conformeobservadonositensdescritosanteriormente,osincidentesestáticosedinâmicospodemocorreraomesmotempoeemdiferenteslocais,exigindoaltacapacidaderesponsivadapolícia,sobretudonoprocessodetomadadedecisãoeneempregoderecursoshumanosemateriais.

Entretanto,noBrasilnãoháumametodologiaadequadaeeficientedeabordarosincidentes dinâmicos que possibilite uma resposta integrada por meio de umComando Unificado, capaz demobilizar os ativos operacionais do Estado comultravelocidade,principalmentenosestágiosiniciaisdecaos,quepermitaoefeitosinérgicodesejadoparamitigaraperdadevidas,estabilizaroincidenteeevitardanos.

INCIDENTES CRÍTICOS E COMPLEXOS DE INCIDENTES Umaamplagamadeincidentesouoperaçõestemacapacidadedesetornarumincidentecrítico,incluindocomportamentoantissocialoucrimedeódio,eventospré-planejadosouincidentesinternos.

Um incidente crítico é qualquer ocorrência que coloque vidas em risco, causedanosgravesapatrimônioouaomeioambiente,causeimpactosignificativonaconfiançada sociedade e, por conseguinte, na sensaçãode segurança, exigindoumarespostacéleredediversosórgãoseinstituiçõescomempregoconjugadodemeiosegestãoestratégicaparasuaresolução.

Sãocomplexosdeincidentes“doisoumaisincidentesindividuaislocalizadosemumamesma área geral e atribuídos a um único comandante de incidentes oucomandounificado”(FEMA,2017).

NIMS / SNGI Após uma série de incidentes ocorridos na década de 1970, a exemplo deincêndiosnoestadodaCalifórnia,osamericanosseaprofundaramnosestudossobreaeficiênciaeeficáciadasrespostasaosincidentes.Chegaramàconclusãoqueosproblemasenfrentadoserammenosrelacionadosàfaltaderecursosemaisligadosàfaltadeestruturaparagerenciamentodoseventoscríticos.

Nestecontexto,foicriadooIncidentCommandSystem(ICS),ouseja,umSistemade Comando de Incidentes que visa oferecer ferramentas adequadas paraatendimentodeincidentesemcamadalocal.Posteriormente,pós11deSetembrode 2001, verificou-se a necessidade de criar uma estrutura de apoio político-estratégicoacimadascamadaslocaisquepudesseapoiarosincidentesemterra,gerenciadospeloICS.Detalnecessidadeformou-seumconjuntoqueincorporouo ICS à sua estrutura, denominado de NIMS (National Incident ManagementSystem,ouSistemaNacionaldeGerenciamentodeIncidentes,emtraduçãolivre).

Assim, podemos conceituar o NIMS como um sistema de gerenciamento deincidentesemnívelnacionalqueorientatodososníveisdegoverno,ONGsesetorprivado a trabalhar em conjunto para prevenir, proteger,mitigar, responder erecuperar-sedeincidentes,ofertandoaosparticipantesumvocabuláriocomum,

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sistemas e processos compartilhados para obtenção dos recursos necessáriosparaacorretaatuação(FEMA,2017).

Este Sistema Nacional de Gerenciamento de Incidentes (SNGI) é justamente oconjunto de princípios, métodos e estratégias que podem ser utilizados porcomandantes de incidentes locais, estaduais, federais, bem como pelo setorprivadoeONGs.

Oprimeiroaspectoaserabrangidoéoprincípiodapadronização,quepromoveainteroperacionalidadedeestruturaseprocedimentosafimdequeosrecursoshumanos envolvidos no incidente trabalhem em conjunto, proporcionando acoesão dos vários órgãos, incluindo também a característica de utilizar umaterminologiacomum,possibilitandoumacomunicaçãoeficaz.

Épossívelobservarqueaalocaçãoderecursos,buscapelaeficiênciaecooperaçãointeragências iniciou-se em 2004 após os eventos narrados, em que a falta decoordenação e autoridade sólidas provocaram nítidos prejuízos (em diversasesferasdasociedade).

Contudootrabalhonãoéenempretendeseratemporal,porissomesmoalgunseventosmostraramfalhasdoNIMSeodocumentopublicadoem2004foirevisadoem2008esuaúltimaversãoédeoutubrode2017.

Emlinhasgerais,oseventosocorridosnosEUAdeterminaramumaatualizaçãonadoutrinaconhecidanacionalmentecomoNIMS.Assim,alargaoconceitodecrisesparaoaspectopreventivomaisamploedeixadeserumarespostaespecíficadapolícia(SOUZA,1995).Naverdade,mostraqueoincidentedeveserenfrentadopeloEstadocomapoiodeseusentesedasociedade.

Com a ideia de integração, mais uma vez recorrendo à doutrina da AcademiaNacionaldoFBIparaatualizararealidadecontemporânea,“aadministraçãodecriserequerumconjuntodemedidasparaidentificar,adquirireplanejarousodosrecursosnecessáriosparaprever,prevenire/ousolucionarumaameaçaouincidenteespecífico”(MARIN,2009).

DeacordocomMARIN,paraoFBIinúmerosorganismospúblicossãoenvolvidosna“administraçãodeconsequências”,conceituadacomoo“conjuntodemedidasparaprotegerasaúdeeasegurançapúblicas,restabelecerserviçosessenciaisefornecerauxíliodeemergênciaaindivíduos,empresasegovernosafetadospelosefeitosdoincidentecrítico”(MARIN,2009).

Issoposto,oconceitodecrisedeixadeserutilizado,optando-seporutilizarotermo incidente,que trazconsigoumespectropreventivomaisamplo (FEMA,2017), ou seja, quem age e se prepara apenas para crises, emergências oudesastres, está fadado ao fracasso, pois desconsidera massivos trabalhospreventivos.

Emoutubrode2017,aFEMApublicoua3ªEdiçãodoNIMS,suprimindootermocriseeconsolidandootermoincidenteemseuglossário.

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CabesalientarqueincidentescomoosataquesemMumbai(2008)eParis(2015)também serviram de estudo de caso para embasar novas posturas dentro daciênciapolicial.

ONIMSdeveseratualizadoconstantemente,jápassouporadequaçõeseestáemsuaterceiraversão.Damesmaforma,épassíveldenovasatualizaçõescombasenaexperiênciadaspessoasenvolvidasemumincidente.

O que não devemudar é o objetivo central do Sistema: proteção aos direitosfundamentais em seu maior espectro preventivo, por meio de uma adequadaintegraçãoeunidadedeesforçoentreasdiversasagências,comafinalidadedegerenciar incidentes com menor risco e maior eficiência e eficácia possíveis,garantindo-seobjetivoscomunssemsupressãodaautoridadedosdiversosórgãosenvolvidos.

Osobjetivossempreserãoosmesmos,asupremaciadointeressepúblicoesuadisponibilidade, buscando-se a proteção antes mesmos de serem lesados, pormeiodeanálisedeameaçasemergentesefuturas.

TABELA1:DemonstrativodoqueéeoquenãoéNIMS(Fonte:FEMA,2017.Traduçãodosautores).

PRINCÍPIOS DO NIMS Os princípios são aqueles que darão a base à aplicação do NIMS e são deimprescindívelobservação.Graçasaosprincípioséquefoipossívelaevoluçãoecorretaaplicação,emâmbitonacional,detodoosistema:

• Flexibilidade:aestruturaorganizacionalemetodologiadoNIMSpermiteencaixe para todos os tipos de incidentes, dos mais simples aos maiscomplexos,independentedanatureza;

• Padronização:apadronizaçãodemétodos,estruturasetermospermiteainteroperabilidadedaforçaresponsivaentreváriasagênciasenvolvidas,não

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havendoperdadetempoemdesencontrosdoutrináriosouterminológicosquandovidasestãoemjogo;

• UnidadedeEsforço:descreveaconvergênciadeesforços,afimdeatingiraintençãodoComandantedoIncidentemensuradaapartirdosobjetivosedoestadofinaldesejadodamissão,ouseja,todosbuscamaumobjetivocomum,identificadopelocomandante,sobreoqueprecisaserfeito.

CARACTERÍSTICAS DO NIMS Entende-se que as organizações envolvidas no gerenciamento de incidentesvariamemsuasautoridades,estruturas,capacidadedecomunicação,protocolos,procedimentos, entre outros fatores. A ideia central do NIMS é fornecer umquadro comum padronizado para integrar as diversas capacidades envolvidascomopropósitodeencontrarobjetivos,metas,métricaseindicadorescomuns.

Assim,oNIMSécompostode14característicasparasuaaplicação:TerminologiaComum; Estabelecimento e Transferência de Comando; Organização Modular;ComandoUnificado;GerenciamentoporObjetivos;CadeiadeComandoeUnidadedeComando;PlanejamentodeAçãodeIncidentes;Responsabilidade;AlcancedeControleManejável;Despacho/Implantação;InstalaçõeseLocaisdeIntervenção;GerenciamentoIntegraldeRecursos;ComunicaçõesIntegradas;eGerenciamentodeInformaçõeseInteligência(FEMA,2017).

EOC / COE AestruturadeumEOC (EmergencyOperationsCenter, CentrodeOperaçõesdeEmergência)podevariaramplamenteadependerdascircunstâncias,autoridadede maior pertinência temática, demais órgãos participantes, recursos einstalações, mas certamente o objetivo da missão deve preponderar em suaestrutura.

Em um Centro de Operações de Emergência (COE), ou EOC, são fornecidos ogerenciamentodeinformações,alocaçãoderecursoserastreamentoe/ousuportede planejamento avançado para o pessoal em cena ou em outros EOCs (porexemplo, um centro de estado que suporta um centro local); assim, pode serconsideradacomoumacamadasupra-incidentalematuaçãolocal.

Paraseradotada,umaexcelenteestruturaqueproporcionaeficiênciabaseia-senoparalelismodas formas entre a camada supra-incidentes (EOC) e a camadaincidental (ICS) que é a estrutura denominada pelo NIMS de ICS ou ICS-likeStructure,asaber:

• DiretordoEOC:éo“indivíduoquedirigeotimequetrabalhaemumEOCquandoeleéativado”(FEMA,2017);

• OficialdeRelaçõesPúblicas:éomembrochavedasorganizaçõesEOCeICS,atuaaconselhandooComandantedoIncidente,oComandoUnificadoouodiretordoEOCe,também,observaasinformaçõespúblicasrelacionadas

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aoincidenteedemaisinformaçõesdemídia,alémdeelaborarasrespostasparaaimprensa(FEMA,2017);

• SeçãodeOperações:seuefetivoplanejaerealizaasoperaçõestáticasparaalcançarosobjetivosdoincidenteque,geralmente,sãosalvarvidas,reduziro risco imediato, proteger a propriedade e o meio ambiente, retomar ocontroledasituaçãoenormalizarasoperações(FEMA,2017);

• Planejamento:aequipedessaseçãocoleta,avaliaedivulgainformaçõesdasituação do incidente ao comandante e pessoal envolvido através derelatórios, status e informações da situação, dessa forma facilitando oprocessodeplanejamentodasaçõesdeincidentes(FEMA,2017);

• SeçãodeLogística: o efetivodessa seção trabalhano suporte e serviçospara os envolvidos no incidente, de forma efetiva e eficiente, fornecendoinstalações,segurança,combustível,alimentação,comunicaçãoetecnologiadainformação(TI),alémdeserviçomédicos(FEMA,2017);

• SeçãodeFinanças/Administração:seráestabelecidaquandooincidenteenvolverserviçosfinanceirosedesuporteadministrativoespecíficoparaacena do incidente, cabendo a essa seção o controle de horas do pessoalenvolvidoenegociaçãodealuguéisecontratosdefornecedoresderecursosparaagestãodoincidente(FEMA,2017).

FIGURA3:UmCentrodeOperaçõesdeEmergênciaemfuncionamento(Foto:Arquivopessoaldosautores).

CONCLUSÃO ProcuramoscomprovaranecessidadedeatualizaçãopadronizadadeumSistemade Gerenciamento de Incidentes e Crises para a realidade brasileira,respeitandoosníveisdeaplicabilidadedametodologiadoICSedoNIMS.

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Entretanto,ressaltamosquedeveserevitadaaterminologiaemoutras línguas,quenãosejaemportuguês,parafacilitaroentendimentoepadronizaçãoemnossopaís.

Poristo,consideramosqueapesardotermo“crise”tersidoexcluídodoNIMSnaversãode2017,porrazõesdepadronização,nosEstadosUnidos,mantivemosotermo“crise”nestetrabalho,paraquehajaummaiorentendimentoeaceitaçãodaatualizaçãoporpartedaquelesque jáconhecemeaplicamoGerenciamentodeCrises,noBrasil,efacilitarumatransiçãonofuturo,alémdoque,tecnicamente,incidenteecrisesãocoisasdiferentes.

FIGURA4:OGATEdaPMESPcomumtomadorderefénsdetidoem2018(Foto:Arquivopessoaldosautores).

NãoéaceitávelqueasInstituiçõesdeSegurançaPúblicaaguardemporincidentesainda mais graves para provocar uma mudança já existente no mundo. Pelosmotivosexpostosnestetrabalho,amudançaserábem-vindanãosóaoestadodeSãoPaulo,masaoBrasil,podendogerarumprocessofuturodeconfecçãodeumSistemaNacionaldeGerenciamentodeIncidentes,comofoiocasodosEstadosUnidos.

O atendimento de ocorrências de Atirador Ativo é um exemplo de como osprotocolosprecisamserrevistoseatualizados.Conter,isolarenegociar,aoinvésdelocalizareneutralizaroatiradorativo,rapidamente,sãomedidasquepodemsignificaramortedemaispessoasinocentes.

AlémdasresponsabilidadesdoEstadonoatendimentodecasosdeAtiradorAtivo,pelasforçasdesegurança,tambéméresponsabilidadesdogovernocriarnormasedivulgar informaçõesparaapopulaçãoemgeralpreparar-separaeventosdeAtiradorAtivo.

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Gerenciamento de Incidentes e Crises não é apenas uma responsabilidade dasforçasdesegurança,dapolícia,oudasSecretariasdeSegurançaPúblicaEstaduais.Vários órgãos e instituições, públicas e privadas, estão envolvidos, direta ouindiretamente,nesseprocesso.OComandoUnificadoeatuaçãoentreagênciaséessencial.

JátemosestruturasnoBrasilquepodemserutilizadasparasimplificareagilizarestas mudanças necessárias. Nosso Sistema de Proteção e Defesa Civil, daSecretariaNacionaldeProteçãoeDefesaCivildoMinistériodoDesenvolvimentoRegional,atravésdaPolíticaNacionaldeProteçãoeDefesaCivil,regula,utilizandoleis, decretos e normas, a prevenção e tratamento durante e após desastresnaturais, organizando a atuação da administração pública nos níveis federal,estadualemunicipal.

Portanto,porquenãoaproveitartodaestaestruturajáexistentepara,deformaplanejada e organizada, adicionar incidentes e crises policiais ao Sistema deProteçãoeDefesaCivil,criandoassimumSistemaNacionaldeGerenciamentodeIncidentes,tantonocampodaDefesaCivilquandonocampodasocorrênciasdegravidadenaáreadeSegurançaPública?

BaseadosnosprincípiosapresentadosecomacapacidadedoshomensemulheresdeboavontadequetrabalhamdiuturnamentenosórgãosdeSegurançaPúblicadoBrasil,acreditamosqueomodelodeIntegraçãoeGerenciamentodeIncidentesaquiapresentado iráauxiliarmuitoagestãodesituaçõesdemaiorgravidadeecomplexidade,salvandovidaseaplicandoalei.

REFERÊNCIAS AGUILAR,PauloA.AçõeseoperaçõesTáticasEspeciais:aplicaçãodoconceitodeconcepçãoimediatadoperigoementradastáticasrealizadaspeloGrupodeAçõesTáticasEspeciais.SãoPaulo:MonografiadeconclusãodoCursodeAperfeiçoamentodeOficiais–II/17.AcademiadePolíciaMilitardoBarroBranco.PolíciaMilitardoEstadodeSãoPaulo,2017.180p.

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*ValmorSaraivaRacorti,tenente-coroneldaPMESP,realizouoCursoPreparatóriodeFormaçãodeOficiaisem1990-1991.GraduadoemDireitopelaUNISUL,ébacharelemCiênciasPoliciaisdeSegurançaeOrdemPúblicaepossuimestradosemCiênciasPoliciaisdeSegurançaeOrdemPublicaeCiênciasPoliciaiseSegurançaPúblicapeloCentrodeAltosEstudosdeSegurança“CelPMNelsonFreireTerra”.FoicomandantedePelotãoROTAno1ºBPChqde1994a2006,ChefeOperaçõesdoCOPOMem2006,OficialdeSegurançaeAjudantedeOrdensdoGovernadordoEstadode2007a2014,ComandantedeCompanhiaROTAno1ºBPChqde2014a2016eComandantedoGATEde2016a 2019. Com atuação em mais de 500 incidentes críticos, atualmente comanda o Batalhão deOperaçõesEspeciais,quecompreendeoGATEeoCOE.

*PauloAugustoAguilarémajordaPMESP.Possui,dentreoutros,oscursos:MestradoemCiênciasPoliciaisdeSegurançaeOrdemPública–PMESP;AçõesTáticasEspeciais–GATE/SP;AnálisedoTerrorismonaAgênciaBrasileiradeInteligência–ABIN;CombatingDomesticandTransnationalTerrorism–OfficeofAntiterrorismAssistance–DoS/US.AtualmentenoComandodePoliciamentodeChoque,foiComandantedeForçaPatrulhaeForçaTáticano18°BPM/M,ComandantedePelotãodeOperaçõesEspeciaisnoCOE,ComandantedePelotãodeControledeDistúrbiosCivisno3°BPChq,Comandante de Equipe Tática e Subcomandante do GATE. Atuou como adido do Comando dePoliciamento de Choque no Centro de Coordenação de Defesa de Área de São Paulo do ExércitoBrasileiro na COPA de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016 como expert Anti-DEI (DispositivoExplosivo Improvisado). Membro do Conselho Editorial da Revista Brasileira de OperaçõesAntibombas.ÉespecialistaemGerenciamentodeIncidentes/Crises,ResgatedeRefénseDesativaçãodeBombas.

*Márcio SantiagoHigashi Couto, coronel da reserva da PMESP, é graduado pela Academia dePolíciaMilitardoBarroBrancoem1992epossuimestradoedoutoradoemCiênciasPoliciaisdeSegurança e Ordem Pública pela mesma instituição. Graduou-se em Direito pelas FaculdadesIntegradas de Guarulhos e cursou Especialização em Supervisão de Ensino pela UFRJ, Política eEstratégiapelaUSP,HistóriaMilitarpelaUNISULepossuiumMBAemAdministraçãoExecutivapeloINSPER. Foi professor assistente da Universidade Bandeirante de São Paulo/Anhanguera.AtualmentecursaomestradoemSegurançaInternacionaleDefesanaEscolaSuperiordeGuerra(ESG),noRiodeJaneiro.

*Wanderley Mascarenhas de Souza, coronel da reserva da PMESP, é bacharel em Direito eEducaçãoFísica,doutoremCiênciasPoliciaisdeSegurançaeOrdemPúblicapeloCentrodeAltosEstudosdeSegurança,pós-graduadoemPolíticasdeGestãoemSegurançaPúblicapelaPUC/SPeprofessordoscursosdepós-graduaçãodePolíticasdeGestãoemSegurançaPúblicanaPUC/SPedoscursosdedoutoradoemCiênciasPoliciaisdeSegurançaeOrdemPúblicanoCAES.ServiuàROTA,foifundadore1ºcomandantedoGATEedoEsquadrãoAntibombaechefedaDivisãodeTreinamentodaDiretoriadeEnsino.ComandouoCentrodeCapacitaçãoFísicoOperacional/EscoladeEducaçãoFísicadaPolíciaMilitardoEstadodeSP.Éautordos livros “RadiografiadoSequestro”, “Contra-ataque:medidas antibomba”, “Gerenciando Crises em Segurança, “Como se comportar enquantorefém”e“NegociaçãodeReféns”(Conheça:http://www.radiografiadosequestro.com.br).