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Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro, 30 / Setembro / 2010 Campanha ‘quem é de Axé’ questiona critérios do IBGE no Censo 2010 Mais longa greve do MTE conquista 6h no Rio FOTO: NIKO FOTO; NIKO FOTO; NIKO ‘Assédio moral é usado para forçar metas inatingíveis’, diz Juíza FOTO: FERNANDO FRANÇA Páginas centrais Funcionários da Fesp pressionam governo do estado pela efetivação Página 5 Demitidos do Samu criticam decisão do TJ sobre militarização Página 5 Página 12 Página 2 e 3 Sindsprev/RJ e servidores do INSS conquistam mudança do código de greve Sindicato também abre negociação sobre GDASS, 30 horas e condições de trabalho Evento no INTO debaterá situação do duplo-vínculo de servidores Página 4 Hospital da Piedade luta para superar problemas e se certificar Página 9 Página 9 Página 10 ACS e ACE de São Pedro conquistam novas vitórias

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Sindicato dos Trabalhadores emSaúde, Trabalho e PrevidênciaSocial no Estado do Rio deJaneiro, 30 / Setembro / 2010

Campanha ‘quem é deAxé’ questiona critérios doIBGE no Censo 2010

Mais longa grevedo MTE conquista6h no Rio

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Páginas centrais

Funcionários da Fesp pressionamgoverno do estado pela efetivação

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Demitidos doSamu criticamdecisão do TJsobre militarização

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Página 12

Página 2 e 3

Sindsprev/RJ e servidores do INSSconquistam mudança do código de greve

Sindicato também abre negociação sobre GDASS, 30 horas e condições de trabalho

Evento no INTOdebaterá situaçãodo duplo-vínculo deservidores

Página 4

Hospital da Piedadeluta para superarproblemas ese certificar

Página 9 Página 9

Página 10

ACS e ACE de

São Pedro

conquistam

novas vitórias

2� 30 / SETEMBRO / 2010

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde,Trabalho e Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro

- Rua Joaquim Silva, 98-A - Centro - RJ� (21) 3478-8200 |fax: 3478-8233

Editor: André Pelliccione (MtbJP193001RJ) | Redação: Hélcio Duarte Filho (MtbJP16379RJ), OlynthoContente (MtbJP14173RJ) | Diagramação: Virginia Aôr (MtbJP18580RJ) | Fotografia: FernandoFrança e Niko | Tiragem: 32 mil | Impressão: Folha Dirigida http://www.sindsprevrj.org.br |[email protected]

Sindicato abre negociação sobre GDASS e 30 horasMinistro e presidente do INSS prometem GT sobre esses temas

Por André Pelliccione

A possibilidade de incorporação daGDASS, quando da aposentadoria, edo retorno da jornada de 30h sem re-dução salarial foram dois importantestemas tratados durante reunião em se-tembro, no Rio, do diretor de RH doINSS, José Nunes, e do gerente regio-nal do Instituto, Manoel Lessa, com oSindsprev/RJ. Segundo os dois gestoresdo INSS, estudos sobre esses temasjá foram encomendados pelo ministroda previdência, Carlos Eduardo Gabas,e o presidente do Instituto, Moisés Si-mão.

A possível incorporação daGDASS na aposentadoria seria feitapela média dos pontos dos últimos cin-co anos, como estabelece a Lei 10.355,de 26 de dezembro de 2001. A incor-poração deixou de ser feita com atransformação da GDAP em GDASS.Como hoje a GDASS corresponde acerca de 70% da remuneração total,muitos servidores estão adiando a apo-sentadoria. Em contatos anteriores como Sindsprev/RJ e a Fenasps, o ministroGabas manifestou a opinião de que aparte variável da remuneração passas-se a ser de 30% do salário, e não mais70%. “Foi bom saber que o ministropensa assim, pois a GDASS está ca-minhando para representar 75% dosalário, em 2011”, avaliou Rolando.

GT mais amploainda em 2010

O presidente Moysés Simão e oministro Gabas já se comprometerama instalar um Grupo de Trabalho (GT)— composto por INSS, MPS,Sindsprev/RJ, Fenasps, CNTSS,Anasps — para debater essas e ou-tras questões, como condições de tra-balho e uma solução para as atribui-ções dos cargos que ficaram de forada carreira do seguro social, como da-tilógrafo, agente de portaria, motoristae auxiliar operacional de serviços di-versos. O ministro prometeu, para bre-ve, a edição de um Decreto sobre es-sas atribuições, contemplando os ser-vidores ainda fora da carreira.

“O GT será muito importante e es-peramos que seja instalado ainda em2010. Na verdade, será o GT que oex-ministro Pimentel se negou a insta-lar, e que foi um dos motivos para agreve do ano passado. Nesse GT que-remos também debater a devolução

INSS

dos dias descontados na greve, semprejuízo do Decreto que prevê a anis-tia dos descontos, em tramitação noCongresso Nacional”, explicou Rolan-do Medeiros. Segundo ele, um dos ar-gumentos para a anistia será a recentedecisão da justiça, que considerou le-gal a greve do MTE. “Foi uma decisãoque não tivemos à época da nossa gre-ve no INSS, que foi criminalizada an-tes mesmo de começar, via interditos

proibitórios”, disse Rolando.

30h semanais

Quanto às 30h semanais, oSindsprev/RJ conseguiu a abertura dodebate sobre o tema a partir do mo-mento em que, baseado em números,mostrou a relação existente entre as40h e o aumento do estresse e doadoecimento no trabalho. “Os servido-res estão adoentados, tensos e adiandoa aposentadoria com medo de perdera GDASS, sufocados pelas 40h”, criti-cou Rolando, que apontou o déficit depessoal como um dos grandes proble-mas no INSS. “Estão falando de umpossível concurso para 2.500 novos ser-vidores em 2011, o que será pouco di-ante das 17 mil vagas necessárias emtodo país”.

Na reunião de setembro com JoséNunes e Manoel Lessa, representan-tes do Sindsprev/RJ criticaram as res-trições ao trabalho sindical da entidadepor parte de algumas chefias de agên-cias do INSS. Após ouvir as reclama-ções, Nunes disse que o Sindsprev/RJpossui autoridade e legitimidade paraentrar nos locais do trabalho, não de-vendo sofrer qualquer restrição.

Por André Pelliccione

Nas licenças consideradas de ‘efe-tivo exercício’ — como as de capa-citação, entre outras previstas na Lei8.112/90 — os servidores do INSS te-rão assegurados 80 pontos da GDASS,garantindo-se a extemporaneidade daavaliação, que assim poderá ser feitafora do ciclo normal. É o que dizem osmemorandos circulares nº 27 e 28, de3 e 9 de setembro deste ano, assina-dos por José Nunes Filho, diretor deRH do Instituto. O pagamento dos 20pontos da avaliação individual a essesservidores, também reivindicado peloSindsprev/RJ, está no momento emreanálise pela Procuradoria Federal Es-pecializada (PFE) do INSS.

Além das licenças consideradas deefetivo exercício, o pagamento dos 100pontos da GDASS é reivindicado nas

INSS pagará 80 pontos da GDASS (sem avaliação) aservidores em licenças consideradas de ‘efetivo exercício’

Caso das licenças médica, maternidade e outras ainda serão analisados pela Procuradoria do INSS

licenças médica, maternidade, para de-sempenho de mandato classista oupara concorrer a cargo eletivo. Nessescasos, porém, o INSS ainda não con-cordou sequer em pagar os 80 pontosda GDASS, independentemente de ava-liação. A questão também está em aná-lise na PFE.

Sindsprev/RJ querintegralidade da GDASS

No dia 22 de setembro, o diretor doSindsprev/RJ Rolando Medeiros reuniu-se em Brasília com a CoordenadoraGeral de Administração de RH do INSS,Mônica Arcoverde Moraes, substituta deJosé Nunes, para cobrar uma soluçãoquanto ao pagamento. “Para nós é in-coerente que a GDASS seja paga naslicenças-prêmio, mas não nas licenças-maternidade, de saúde ou para desem-

penho de mandato classista, inclusiveporque a lei 8.112 e a própria lei eleito-ral consideram-nas como de ‘efetivoexercício’, prevendo a integralidade dosvencimentos. Ainda que o INSS ques-tione o pagamento dos 20 pontos daindividual, entendemos que os 80 pon-tos da institucional são devidos aos ser-vidores nesta situação”, disse. Apesarda indefinição quanto a esses casos,ele considerou um avanço a edição dosmemorandos reconhecendo os 80 pon-tos nos outros casos. “A extempora-neidade da avaliação vai corrigir um gra-ve problema porque antes, ao entrar delicença, o servidor percebia a GDASSsobre a última avaliação, o que poderialhe trazer perdas. Agora, receberá aGDASS sem prejuízo dos 80 pontos esem avaliação individual, ou seja, semesperar a próxima avaliação do ciclo”,explicou.

Rolando, do Sindsprev/RJ,que defende maior parte fixana GDASS

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30 / SETEMBRO / 2010 �3INSS

Por Olyntho Contente e AndréPelliccione

Depois de muita pressão e mobi-lização, os servidores do INSS e oSindsprev/RJ garantiram a mudançado código utilizado na greve de 2009,de 28 (falta sem justificativa) para95 (greve). Comunicado da Presidên-cia do Instituto aos departamentosregionais de recursos humanos, nes-te sentido, foi encaminhado em se-tembro, segundo informado pelo di-retor de RH do INSS, José Nunes, eo gerente regional sudeste, ManoelLessa, durante reunião com dirigen-tes do Sindsprev/RJ.

Nunes disse que a revisão do có-digo é extensiva a todas as paralisa-ções feitas até agora e que este éum entendimento não apenas do Mi-nistério da Previdência (MPS), masdo Planejamento. Acrescentou, noentanto, que a mudança não signifi-ca a devolução do desconto dos diasparados, mas tem reflexos na apo-sentadoria e na cessação dos proces-sos administrativos instaurados con-tra servidores, por conta do código28, utilizado na greve. O ministro daPrevidência, Eduardo Gabas, já ha-

Sindsprev/RJ e servidores do INSS conquistammudança no código de greve

Agora, luta é pela devolução dos descontos aos servidores

via concordado com a mudança docódigo, durante negociação do dia 4de agosto com o Sindsprev/RJ. Àque-la altura, Gabas disse que esta erauma posição de governo. No dia 16/08, em nova negociação com o Sin-dicato, o presidente do INSS, MoisésSimão, adiantou que a posição doministro seria oficializada em breve.

Luta pela devolução

“Agora, a luta é pela devolução dosvalores descontados na greve”, afir-mou Manoel Crispim, um dos direto-res do Sindsprev/RJ presentes à reu-nião com Nunes e gerentes do INSS.Ele explicou que isto será feito atravésde emenda ao projeto de DecretoLegislativo que prevê a mudança docódigo de greve e a anistia às multas

impostas pelo Superior Tribunal de Jus-tiça (STJ) à federação nacional(Fenasps), em função da greve.

“O projeto de Decreto Legis-lativo está na Comissão de Segu-ridade Social e Família, e já recebeuparecer favorável do relator PepeVargas (PT-RS). Após a posse dosnovos parlamentares, apresentare-mos emenda ao decreto garantindoa devolução”, afirmou. Para Crispim,a mudança do código é um avanço,mas se precisa avançar mais.“Estamos fazendo reuniões nasagências para dar informes sobre asnegociações e convocar os servido-res a se manterem atentos e mobili-zados, não apenas pela aprovaçãoda devolução, como para outrasquestões que estão sendo discutidas

Ao lado, momento dagreve do ano passadono INSS

pelo Sindsprev/RJ diretamente como ministro Gabas e com a Presidên-cia do INSS e os gerentes do Insti-tuto no estado, como GDASS, 30horas, assédio moral e condições detrabalho”, disse.

Sindsprev cobra fimdo assédio moral

Os dirigentes cobraram o fim doassédio moral, praticado em váriasunidades. O também dirigente doSindsprev/RJ Rolando Medeiros fri-sou que o assédio é institucional eestá ligado à exigência das 8 horase das metas de desempenho, base-adas na produtividade e não na qua-lidade do atendimento. “O absurdomaior ainda é que se exige o cum-primento de metas sem garantir asnecessárias condições de trabalho.Os servidores ficam doentes porqueconvivem com a pressão diária e sis-temática por metas, apesar de oINSS ter perdido, nos últimos anos,50% do seu quantitativo e da deman-da de trabalho ter triplicado”, afir-mou.

Rolando criticou, ainda, a fra-gilidade do sistema de informáticaà disposição dos servidores e a fal-ta de outros inúmeros equipamen-tos. “Gestores ameaçam os servi-dores, exigindo o cumprimento dasmetas de desempenho”, denunciou.Para discutir como combater o as-sédio moral, a diretora licenciada doSindsprev/RJ, Janira Rocha, suge-riu a realização de um seminárionacional, com servidores, gestorese s indical is tas . A proposta foiencampada pelos gestores e o di-retor de RH.

Núcleo de Caxias

O diretor do Sindicato LuizFernando Carvalho levou para a ne-gociação o pedido de que cesse aameaça de fechamento do NúcleoSindical do Sindsprev/RJ em Caxias.Não foi apontada uma solução paraa questão, que continuará sendo de-batida com o INSS.

Pelo Sindsprev/RJ, além de LuizFernando, Crispim, Janira e Rolan-do Medeiros, participaram da reu-nião os diretores Paulo AméricoTurl Machado e Wallace Oliveira.Pelo INSS, além de José Nunes eManoel Lessa, participaram geren-tes do Rio de Janeiro.

Decreto do MTE reforçapedido de 30h no INSS

No mesmo dia 22/09, Rolando tam-bém reuniu-se com o Ministro do Tra-balho, Carlos Luppi, a quem expôs ainsatisfação dos servidores do INSSquanto à imposição das 40h. “Disse aoministro que consideramos um avançoa Portaria que recentemente garantiuas 30h aos servidores do MTE, comoparte do acordo de greve. Se os minis-térios do Trabalho e da Previdência per-tencem ao mesmo governo, por queentão não utilizamos os termos dessaportaria para definir em 30h a jornadado INSS?”, pergunta. Segundo Rolan-do, Luppi mostrou-se receptivo, ‘colo-cando-se à disposição para fazer ges-tões junto ao Planejamento e ao minis-tro Gabas (previdência), no sentido daadoção das 30h sem redução salarial’.“O Decreto 1.590, de 1995, por exem-plo, faculta aos gestores da adminis-tração direta, autarquias e fundaçõespúblicas federais a possibilidade de de-finir a carga horária em 6h diárias, nosserviços que exigem atividades contí-nuas de regime de turnos ou escalas,por período igual ou superior a 12 ho-ras. É o que acontece no INSS”, con-cluiu Rolando.

Acima, reunião entredirigentes doSindsprev/RJ comJosé Nunes (RH) eManoel Lessa,ocorrida no Rio.

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4� 30 / SETEMBRO / 2010

Os servidores associados aoSindsprev/RJ e suas famílias têmao seu dispor mais um bom convê-nio: é o Rio Water Planet na Em-presa, através do qual o maiorparque aquático da América Latinaoferece ingressos a R$ 35,00 porpessoa (uma redução superior a50% em relação ao preço normal,que é de R$ 89,00). O ingressopromocional dá acesso às atraçõesaquáticas do Parque, excluídosconsumação e brinquedos eletrôni-cos. A promoção é válida atédezembro deste ano. Localizado naEstrada dos Bandeirantes, 24.000(Recreio dos Bandeirantes), o RioWater Planet oferece muita diver-são, comodidade e momentosinesquecíveis de laser aos associa-dos e seus dependentes. Paraobter o ingresso promocional com odesconto, o associado aoSindsprev/RJ deverá fazer oagendamento pelos seguintestelefones: (21) 2481-7223/ 2481-2485/ 9623-9815/ 9665-2995, com Hosana Prata ou Sabrina.

Convênio oferecedescontos aassociados doSindsprev/RJ emexames laboratoriais

O Sindsprev/RJ assinou convê-nio com o Laboratório ElielFigueiredo – Diagnósticos Médicos,pelo qual os associados ao Sindi-cato têm acesso a descontos emexames. O Eliel Figueiredo ofereceos serviços de Citopatologia,Anatomia Patológica, Urinálise,Imunohematologia, Hormonologia,Hematologia, Imunologia e Bacte-riologia, entre outros. Para maisconforto dos conveniados, aempresa possui filiais em Bangu,Bonsucesso, Campo Grande,Centro, Copacabana, Laranjeiras,Freguesia, Ilha do Governador,Irajá, Madureira, Méier, Penha,Recreio, Rocha Miranda, SantaCruz, São Conrado, Taquara eTijuca, além da sede na PraçaSeca. Na Baixada Fluminense, háfiliais em Duque de Caxias, SãoJoão de Meriti, Nilópolis e NovaIguaçu. O telefone da Central deAtendimento é (21) 2450-8200.Informações adicionais no sitewww. elielfigueiredo.com.br. OEliel Figueiredo também oferececoleta domiciliar a R$ 25,00.

Associados doSindsprev/RJ têmdesconto superior a50% para o RioWater Planet

Por André Pelliccione

Com apoio do Sindsprev/RJ, doNúcleo de Matrizes Africanas do PSOLe do jornal ‘Vozes do Axé’, integran-tes das religiões de matriz africana doEstado do Rio de Janeiro estão reali-zando a campanha ‘Quem é de Axédiz que é’. O objetivo é estimular ospraticantes dessas religiões, sobretudoUmbanda, Candomblé e espíritas, a as-sumirem tal condição positivamente,quando perguntados pelos recenseado-res do IBGE (Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística) durante o XIICenso Demográfico, cuja coleta de da-dos começou em 1º de agosto deste anoe vai até novembro próximo. “No últi-mo censo, realizado há 10 anos, ape-nas meio por cento da população ad-mitiu ser praticante das religiões dematriz africana, o que obviamente nãocorresponde à verdade e só contribuipara aprofundar o preconceito existen-te na sociedade contra esses cultos”,explica a diretora da Regional Niteróido Sindsprev/RJ, Maria Ivone Suppo.

Questionandoamostragem do IBGE

No Censo Demográfico 2010, oIBGE está coletando dados por meiodos questionários Básico e de Amos-tra. Neste último é que estão as per-guntas sobre ‘religião ou culto’ e sobre‘cor ou raça’. “Questionamos o fato

RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA

Campanha ‘Quem é de Axé diz que é’questiona critérios do Censo 2010

para religião e etnia

de que tais perguntas constem somen-te do questionário da Amostra, e nãodo Básico. Por mais que, estatistica-mente, o IBGE defenda esse procedi-mento, quem garante que as amostrasserão representativas do universo re-almente existente dos praticantes dereligiões de matriz africana no Brasil?”,pergunta ela, para em seguida concluir:“Uma estatística que não espelhe anossa realidade terá, como conseqüên-cia, a total ausência de políticas públi-cas para o povo de Axé e para o povonegro em geral”.

Preconceito institucionalizado

No que se refere a ‘cor ou raça’,Maria Ivone critica as variáveis [bran-ca, preta, amarela, parda ou indígena]adotadas pelo IBGE. “Não me classi-fico como preta. Sou é negra, commuito orgulho. Ao nos classificar comopretos, o IBGE reproduz o preconcei-to de cor, que passa a ser institu-cionalizado. Aliás, o Censo 2010 estáreproduzindo dois preconceitos, de re-ligião e racial”, disse.

A Campanha ‘Quem é de Axé dizque é’ foi debatida em julho deste ano,durante o III Seminário de Religiõesde Matriz Africana de São Gonçalo,organizado pelo Sindsprev/RJ, ‘Co-letivo de Entidades Negras’ e jornal‘Vozes do Axé’.

Censo definirá perfilpara políticas públicas

Segundo o IBGE, o Censo 2010se constituirá no grande retrato emextensão e profundidade da popula-ção brasileira e das suas caracterís-ticas sócio-econômicas e, ao mesmotempo, na base sobre a qual deveráse assentar todo o planejamento pú-blico e privado da próxima década.O Censo abrangerá 58 milhões dedomicílios distribuídos em 5.565 mu-nicípios. Para a tarefa, o IBGE pôsem campo 314.018 recenseadores,distribuídos em 27 unidades de apoio.

Maria Ivone critica as variáveisutilizadas pelo IBGE no Censo

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A importância da campanha ‘Quemé de Axé diz que é’ também foi ressal-tada durante o Seminário ‘MulheresNegras, das conquistas ao reconheci-mento’, realizado dia 15/09, no auditó-rio nobre do Sindsprev/RJ. O Seminá-rio debateu a necessidade de políticasmais eficazes no combate às discrimi-nações racial e de gênero, sobretudono tocante às mulheres negras, alvomais direto deste duplo preconceito.

Seminário debateu situação damulher negra no Brasil

Neste sentido, foi lembrada a impor-tância do Dia Internacional da MulherNegra Afro Latino-Americana eCaribenha — criado em 25 de julho de1992 — como importante data dessecalendário de lutas a ser utilizado comomomento de reflexão crítica.

Composto de exposição fotográfi-ca e dois painéis — ‘Mulheres Negras’e ‘Políticas Públicas para as Mulheres’— o seminário homenageou personali-dades da cultura afro-brasileira, com

especial destaque para Mãe Beata deYemonjá, Mãe Helena de Dan, MãeMenininha d’Oxum, Mãe Ely e MãeOlissacy, entre várias outras.

In Memorian foi também homena-geada a diretora do Sindsprev/RJ Isa-bel Cristina Baltazar, militante socialis-ta e uma das fundadoras do Sindicato.

O Seminário teve apoio do Coleti-vo de Entidades Negras (CEN), Cen-tro Cultural Água Maré, Unegro e Jor-nal Vozes do Axé.

Denuncie o Assédio MoralSindsprev/RJ 3478-8237 (das 13h às 19h)

30 / SETEMBRO / 2010 �5

Por Olyntho Contente

O Órgão Especial do Tribunal deJustiça do Estado do Rio de Janeiro(TJ-RJ) julgou constitucional a mili-tarização do Serviço de AtendimentoMóvel de Urgência (Samu), rejeitandoa Ação Direta de Inconstitucionalidade(ADI), movida pela Comissão de De-mitidos do Samu. A decisão foi tomadaem agosto, com base no voto dadesembargadora Maria HenriquetaLobo. A Comissão de Demitidos já re-correu ao Superior Tribunal de Justiça(STJ).

O Órgão Especial é formado por25 desembargadores do TJ. A ADIquestiona a presença de centenas debombeiros no atendimento do Samu,em substituição a 1.500 trabalhadorescivis demitidos em 2008 pelo governoCabral Filho. A presença dos militaresfere a Constituição Federal, que nãoprevê como uma das atribuições do Cor-po de Bombeiros o trabalho na saúdepública.

Decisão política

Para o dirigente da Comissão deDemitidos do Samu, Leandro Vabo, arejeição da ADI pelo TJ teve cunho po-lítico. “A decisão foi política. Se fossetomada do ponto de vista estritamente

FESP - CONCURSADOS

TJ julga ‘constitucional’ a militarização do Samu

jurídico, a presença dos bombeiros noSamu seria considerada inconstitu-cional. Esperamos que o STJ seja fa-vorável ao nosso pleito”, afirmou Le-andro.

Para o dirigente, este é o momentodos demitidos do Samu intensificarem

Samu vem sendo sucateado, com de-zenas de ambulâncias avariadas joga-das em terrenos baldios e com peçassendo vendidas ilegalmente”, afirmou.

EscândaloDesde que o governo Cabral Fi-

lho deu início à militarização do Samu,teria sido iniciado um escandaloso pro-cesso de desvio de verbas federais.Apesar da metade das viaturas ter sidoamontoada em terrenos baldios deSão Gonçalo, e canibalizadas, a verbafederal para a manutenção das mes-mas continuou sendo repassada parao governo Cabral como se os veículosestivessem em funcionamento.

“Continuam chegando ao gover-no do estado R$ 1,748 milhão, mesmocom a metade da frota sem funcio-nar. Já denunciamos isto ao Ministé-rio da Saúde, de onde vêm os recur-sos para o Samu do estado, mas nadafoi feito pelo ministro José GomesTemporão”, disse Leandro. O dirigen-te acrescentou que as várias mortese queda na qualidade de atendimentodesde a demissão dos civis em 2008se deve à falta de preparo dos bom-beiros para lidar com o atendimentodo Samu. “Quem sofre com tudo isto,além dos demitidos, é a população”,resumiu.

SAMU

Demitidos doSamu criticarammilitarização dasaúde durantejulgamento no TJ

Por Hélcio Duarte Filho

Os profissionais da rede hospitalarestadual contratados por meio da Fespentregaram à Secretaria de Saúde eDefesa Civil um documento no qual rei-vindicam que o processo seletivo peloqual passaram seja reconhecido comoconcurso público, já que todos os requi-sitos para isso foram cumpridos. Os fun-cionários da Fundação Escola de Servi-ço Público cobram uma posição do go-verno sobre a efetivação no cargo.

A entrega do documento nas mãosdo superintende de Recursos Huma-nos da secretaria, Luiz Fernando de Oli-veira Teixeira, ocorreu após os traba-lhadores realizarem uma manifestaçãono térreo do prédio 128 da Rua Méxi-co, na manhã do dia 24 de setembro.“Aqui estão os trabalhadores concur-sados da Fesp, aqueles que não apare-cem no horário eleitoral do Sérgio

Campanha defende projeto que reconheça concursoe efetive funcionários da Fesp na saúde estadual

Com direitos trabalhistas negados, concursados entregam documento neste sentido à Secretaria de Saúde

Cabral”, disse Gilberto Mesquita, di-retor licenciado do Sindsprev-RJ, quedenunciou a existência de uma “dita-dura silenciosa dentro das unidades”.“Estamos aguardando uma resposta do

secretário, para agendar uma reuniãocom ele para saber por que usam o tra-balhador como objeto”, discursou. Emseguida, uma comissão subiu ao ter-ceiro andar do prédio para entregar em

mãos o documento de seis páginas, as-sinado pelo Sindsprev-RJ, que tambémteve cópias protocoladas na secretariae remetidas ao governador do estado.

‘Regras de concurso foramcumpridas’

Após expor uma série de argumen-tações jurídicas e políticas, o texto soli-cita ao governador Sérgio Cabral queenvie projeto de lei à AssembléiaLegislativa que preveja a regulamen-tação da situação destes quase dez milprofissionais, por meio da criação doscargos e do reconhecimento de que elesparticiparam de uma seleção equiva-lente a concurso público. “A saída pos-sível é um projeto de lei, partindo dogovernador ou subscrito por ele”, dis-se o advogado Roberto Marinho, doSindsprev, durante assembleia realiza-da no mesmo dia, na sede do sindicato,na Lapa.

Concursados da Fesp durante protesto na Secretaria de Saúde

as mobilizações, com passeatas e ocu-pação de prédios públicos, denuncian-do a presença inconstitucional dos mi-litares no serviço de atendimento deurgência e exigindo o retorno de todosos civis demitidos. “A população pre-cisa saber que desde a militarização o

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A juíza Cláudia Reina afirma que oassédio moral vem sendo usado de for-ma estratégica por empresas e servi-ços públicos. O objetivo é forçar o au-mento da produtividade. Tal mecanis-mo, constata, transforma o trabalhadorem número e gera cada vez mais ca-sos de adoecimentos no trabalho. “Éum desrespeito muito grande, tanto naárea do serviço público como na áreado serviço privado”, diz. Ela tambémvê com preocupação a ameaça deaprovação da lei que regulamenta ademissão por insuficiência de desem-penho nos serviços públicos. “Todaausência de estabilidade gera situaçõesque podem levar ao assédio”, alerta.

Titular da 2ª Vara do Trabalho deNiterói, Cláudia Reina é conhecida pordecisões contrárias ao assédio moral,em especial na área bancária. Emagosto, ela participou do seminário quereuniu servidores do Ministério do Tra-balho, do INSS e do Ministério da Pre-vidência, realizado em Cachoeiras deMacacu. Foi lá que concedeu a seguin-te entrevista ao jornalista Hélcio DuarteFilho, cuja íntegra pode ser lida emwww.sindsprevrj.org.br.

Jornal do Sindsprev - A senhora cos-tuma citar essa busca incessante da

Juíza diz que assédio é usadoCláudia Reina

diz queregulamentação

do fim daestabilidadepode levar a

aumentosignificativo do

assédio nosserviçospúblicos

produtividade como mal do século.Essa questão da produtividade temuma ligação muito estreita com o as-sédio moral, não?Cláudia Reina - Tem. É o que a gen-te chama de assédio moral estratégi-co. Ou seja, é criada uma reorganiza-ção produtiva, uma forma que cada vezmais exige, exige, exige do emprega-do, tanto do servidor público quanto doprivado, sem dar estrutura para tanto.Está transformando o trabalhador ouservidor em mero número, às vezesnem em número... quando esse servi-dor ou esse trabalhador começa a ado-ecer, começa a ser desclassificado. Ouseja, ele não serve mais. É um assédiono sentido de que cada vez mais seproduza: meta, meta, meta! Muitas ve-zes essas metas não têm critério decomo serem atingidas. Em razão deuma meta de um capitalismo que che-gou num ponto que podemos chamaraté de selvagem, as pessoas começama ser cobradas sem critério nenhum,sem olhar o lado humano da pessoa.Aquele que não consegue se adaptara esse sistema ou aquele que se revol-ta ou aqueles outros que não estão den-tro do rebanho que eles querem, eles[criam] uma situação de exclusão ouisolamento.

Seria nesse momento que se obser-va o assédio moral?É. O assédio moral pode acontecerde vários tipos: ascendente, descen-dente, estratégico, horizontal. Vou darum exemplo: privatização de empre-sa estatal em que o empregado co-meça a ter o risco de ser mandadoembora. É todo um engenho, é todauma estratégia, é toda uma forma depressionar aquele funcionário. É atra-vés dessa cobrança que a pessoacomeça a ser assediada. Você ima-gina o que é, por exemplo, num ban-co você ter que cumprir metas defechar várias contas. No final do mês,se você não fechar aquelas contas,você começa a ser chamado parareunião, exposto na frente de seuscolegas. Então, você leva o trabalhopara casa, você dorme com o traba-lho, você vive com o trabalho. E ospróprios colegas começam aquelapolítica de quem produz mais, quemfaz mais, quem é o melhor do grupo.E não é assim, nós não trabalhamossó com quantidade, nós trabalhamostambém com qualidade. O emprega-do está se tornando uma peça, é umnada, é um desrespeito muito gran-de, tanto na área do serviço públicocomo na área do serviço privado.

“Quando esse servidorcomeça a adoecer, come-ça a ser desclassificado:ele não serve mais”disse a juíza Claudia Reina

A senhora caracterizaria essa for-ma de cobrança e essa exclusão dequem não alcança metas como as-sédio moral?Vai depender da forma que é cobrado,porque assédio moral é diferente daviolência moral. Ambos estão extrema-mente ligados porque o assédio é umaviolência. Agora, a violência pode serum único ato. O assédio moral depen-de de atos repetitivos. Então nós te-mos várias formas de fazer esse assé-dio. Pode ser um assédio em que, porexemplo, o funcionário passa a ser co-brado todos os dias, ele não atingeaquela meta no grupo, então ele passaa escutar piadinhas, ele passa a escu-tar brincadeiras, ele passa a se sentiraté culpado por não conseguir muitasvezes atingir uma meta que não é paraser atingida. Porque aquela metaextrapola o que se espera de um serhumano que tem o direito ao lazer, àsaúde, à família e à vida. Pode aconte-

No seminário a juíza Claudia Reina, que explicou as várias formas de assédio moral e suas consequências nefastas

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para forçar metas ‘inatingíveis’cer assédio moral por racismo, por dis-criminação de gênero. Pode acontecerassédio com funcionários ou emprega-dos sindicalizados, porque são os quelutam normalmente contra o sistema daempresa. Pode acontecer assédio mo-ral com o empregado que acabou deretornar de licença trabalho, acidentede trabalho, licença profissional.

Na [recente] greve dos servidores doMinistério do Trabalho, em boa doseela [foi] conduzida por servidoresnovos, recém-concursados, que ain-da estão em estágio probatório e so-frem com frequência constrangimen-tos, em situações que as pessoas ob-servam como assédio...Eu ainda não peguei nenhum casopara analisar dessa situação que vocêestá me falando. Tanto pode ser doMinistério do Trabalho, Previdência,qualquer órgão em que o funcionárioentre em greve, que a greve é um di-reito constitucional, e se esse funcio-nário estiver sofrendo constrangimentopor estar exercendo um direito que éplenamente legal, se leva à humilha-ção, se leva a um vexame, se é umaquestão constante, inclusive da perdado cargo se não passar no estágio,pode ser considerado assédio. Agora,veja bem, é preciso que haja uma aná-lise dos fatos. Eu não posso dizer deforma genérica ‘nesse caso está ha-vendo assédio nesse caso não’.

O servidor que está em estágioprobatório é mais vulnerável, já queele está sendo avaliado...Qualquer empregado ou servidor em es-tágio probatório é mais vulnerável, comotambém se sente mais vulnerável. Apressão nele vai exercer de uma formadistinta muitas vezes daquele servidorque já é estável. O assédio é uma ques-tão complexa, porque você tem que ob-servar não só o perfil do assediador, maso perfil do assediado também. Em qualmomento está acontecendo, por qualmotivo está acontecendo, qual o perfildo órgão, qual o perfil da gestão, princi-palmente se nós estivermos falando degestão em órgãos públicos. E quais sãoos funcionários que se enquadram, quaisque não se enquadram, como é que estásendo feito esse tipo de resistência,como está sendo feita essa cobrança.

A produtividade, no serviço público,vem acompanhada da busca de me-tas que vão definir quanto o traba-lhador vai receber. Diversas catego-rias têm hoje gratificações variáveis.E essa meta é coletiva também. Se

um trabalhador do seu lado “nãocumpre o que tinha que cumprir”isso pode afetar o seu salário. Qualé o impacto disso nas relações de tra-balho?Muito. Inclusive nós temos um livromuito bom chamado “A Banalizaçãoda Injustiça Social”, do ChristopheDejours, e ele vem tocar justamentenessa questão da produtividade indi-vidual, da produtividade coletiva e daforma que essa cobrança é feita, o queisso pode degradar no ambiente de tra-balho. Porque um grupo pode se sen-tir prejudicado se um número de fun-cionários não conseguir que aquelameta seja coletivamente atingida e issopode começar sim a dar ensejo a ati-tudes que no futuro podem ser consi-deradas assédio moral. Agora, veja só,cada caso tem que ser analisado. Vocêpode ter um trabalho de coletividadede meta, mas que sejam metas quepossam ser cumpridas de forma sau-dável. Como você pode ter através deconstante cobrança, de constanteameaça. Não só o sistema privado éassim como o setor público também.Quase todos trabalham no sistema demetas. Nós viramos não digo nem queuma máquina, porque uma máquina secuida, uma maquina valiosa ela é cui-dada para não quebrar. Um servidore um trabalhador, não.

A senhora trabalha muito com o con-ceito de assédio moral coletivo. Comose dá esse assédio moral coletivo?Normalmente, o assédio coletivoestá justamente ligado à produtivida-de, aquela estratégia imposta paraque determinado grupo cumpra de-terminada meta. O assédio coletivotambém pode acontecer quando de-terminado empregador, empregadorfalando no genérico, mas determina-do chefe, gerente, por algum motivocomeça a perseguir, menosprezar,assediar um funcionário, os outrosque estão na coletividade naquelegrupo também entram naquela espé-cie de assédio. Eu tenho o funcioná-rio João, esse é um exemplo, e o fun-cionário João começa a ser perse-guido, porque o João tem acidentede trabalho, ele não está conseguin-do produzir porque foi readaptado.O João não está conseguindo se ade-quar à estratégia imposta de produ-tividade. E aí o João começa a setornar um problema para aquele gru-po. E aí vem a cobrança do chefe,do gerente e os outros colegas detrabalho começam a seguir a mes-ma conduta. Isso é muito perversoe está muito ligado à saúde do tra-balhador. Essa semana eu estavalendo um livro em que um psicólogopegou um caso de um vigilante quefoi assediado, do início até o final emque ele tenta suicídio. O assediadopassa a se sentir isolado, diferente.Ele não tem apoio e por isso que eudigo: não vamos conseguir lutar con-tra o assédio se não houver solidari-edade. Não tem como, porque umsozinho não consegue lutar contrauma corporação, um sozinho não con-segue lutar contra esse sistema. Osistema que está aí é o da produçãoe da meta.

A senhora associa o assédio mo-ral a essas políticas neoliberais. Etodo esse processo vem também re-cheado de uma série de termos, denomenclaturas, avaliação de de-sempenho... São terminologias queacabam tentando também te con-vencer se você não se adequa, vocêé que está errado.É. O Christophe Dejours fala isso mui-to bem no livro dele, que se cria umailusão, se cria um discurso, que aqui-lo está sendo feito a favor do empre-gado quando na verdade aquilo estárevertendo em favor do sistema. Eufaço essa ligação ao neoliberalismo,à globalização, ao capitalismo. Nósvivemos hoje a flexibilização das leis

trabalhistas. Nós temos uma lei quedizem que é uma lei protetiva. Nãoé. O empregado, pelo menos oceletista, não tem estabilidade nenhu-ma. Existe uma subordinação muitogrande, uma subordinação políticamuito grande entre empregado e em-pregador. Primeiro, nós estamosnuma fase de flexibilização dos di-reitos trabalhistas, isso pro emprega-do privado. No serviço publico, [osservidores] estão perdendo uma sé-rie de direitos desde a reforma admi-nistrativa, em 1998. Eu particularmen-te só tenho visto perda de direitos.

“O assediado passa ase sentir isolado. Elenão tem apoio e porisso que eu digo: nãovamos conseguir lutarcontra o assédio se nãohouver solidariedade”

O fim da estabilidade já foi atéaprovado numa reforma constitu-cional, mas não foi aindaimplementado porque depende deum projeto de lei parlamentar queestá para ser votado. Se esse pro-jeto for [aprovado], pode ser umdivisor de águas nessa relação deassédio dentro do serviço público?Eu não fiz estudo sobre isso, mastoda ausência de estabilidade gerasituações que podem levar à ques-tão do assédio. No [setor] privadono Brasil o empregador tem o direi-to de demitir o seu empregado aqualquer momento, a qualquer hora,quando ele bem entender. Sem qual-quer proteção jurídica. Porque nóstemos uma lei que fala da despedi-da arbitrária, uma lei não, um artigona Constituição, artigo sétimo. Edepende de lei complementar e atéhoje a lei não saiu. Então, esses em-pregados privados não têm garantianenhuma, a não ser naqueles casosde estabilidade provisória: sindicato,gravidez, doença e, mesmo assim,muitas vezes são dispensados, mes-mo estando em fase de estabilida-de. E se isso acontecer com o ser-vidor público, é óbvio que vai tirartoda uma garantia. Não acho corre-to, porque o servidor tem uma seriede restrições: não pode ter várioscargos, não pode acumular. Achoque se deve ter muito cuidado emse tratando da estabilidade.

“Nós viramos não digonem que uma máquina,porque uma máquinase cuida para nãoquebrar. Um servidor eum trabalhador, não”

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O plenário estava atento asexplicalções da juíza Claudia Reina

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Ato público e teatroabriram campanhapor doação desangue no HFSE

O Hospital Federal dos Servi-dores do Estado (HFSE) foi pal-co, em setembro, do lançamentode uma grande campanha de doa-ção de sangue, iniciada com atopúblico de servidores, usuários epacientes, na entrada principal daunidade (rua Sacadura Cabral,Saúde). Em seguida, as atividadescontinuaram no pátio central doHospital (Amendoeira), com apre-sentação teatral do grupo ‘Douto-res da Alegria’, que abordou temasrelativos à necessidade de preve-nir doenças e cuidar da saúde.Com mais de 10 atores em cena,a peça foi assistida por um públi-co composto sobretudo de crian-ças internadas na pediatria doHFSE, que, acompanhadas deseus pais, passaram momentosinesquecíveis de laser.

Com apoio do Núcleo doSindsprev/RJ, da Sociedade deAmigos, Usuários e Pacientes doHFSE e da direção-geral da uni-dade, a apresentação foi parte doprojeto ‘Roda Gigante’, intitulado‘troca de plantões com os douto-res palhaços’. “Foi emocionantever as crianças e seus pais rece-berem um pouco de alegria dosatores. Muitas dessas criançasestão internadas aqui há bastantetempo, tendo seus pais comoacompanhantes. Eventos comoesse ajudam a tornar a vida me-lhor em todos os sentidos, que-brando a atmosfera pesada de umhospital. Foi excelente”, elogiou odiretor do Sindsprev/RJ e servidorda unidade, Luis Henrique Santos.

Por André Pelliccione

Após receber do Sindsprev/RJ de-núncias sobre irregularidades cometi-das pela Status Mille Recursos Huma-nos Ltda — que presta serviços à Em-presa Brasileira de Correios e Telégra-fos (ECT) e ainda não pagou os salá-rios e direitos atrasados de seus funci-onários — o Ministério do Trabalho eEmprego (MTE) notificou a estatal,cobrando-lhe explicações sobre o ocor-rido e exigindo providências para suasolução. A fiscalização do Ministério jáiniciou levantamento sobre todos os da-dos contratuais entre a Status e a ECT.As denúncias foram encaminhadas di-

Ministério notifica ECT e cobra pagamentode atrasados dos funcionários da Status Mille

CORREIOS

retamente à Superintendente do MTEno Rio, Silvana Pereira Santos, duran-te reunião com o Sindsprev/RJ, emagosto.

Os 187 agentes de correio daStatus Mille não receberam os salá-rios de julho, vale-alimentação e ces-ta-básica. A Status também não de-positou o FGTS e o recolhimentoprevidenciário dos funcionários. Comocontratante, a ECT é responsável so-lidária pelo pagamento desses direitos.Para garantir o pagamento de julho edemais direitos dos trabalhadores daStatus Mille, o Sindsprev/RJ enviouofício ao presidente da estatal, DavidJosé de Matos, solicitando audiênciapara o mais breve possível. Em conta-to telefônico com um integrante da Co-missão de Demitidos da terceirizada,David teria reconhecido a obrigaçãoda ECT de pagar os atrasados.

Desrespeito

Além de não pagar os direitos deseus funcionários, a Status Milledesativou seu escritório no Rio de Ja-neiro e não deu baixa nas carteiras detrabalho. O diretor do Sindsprev/RJ Ju-lio Cesar Tavares considerou acertadoo fato de o Sindicato ter saído na fren-te e denunciado o desrespeito aos tra-balhadores. “O recenteescândalo dos correios,envolvendo a Casa Civile ex-gestores da ECT, re-velou os problemas daestatal, que foi sucateadae usada no loteamento decargos entre os partidosde sustentação ao gover-no”, disse.

Mobilizações continuarãoem outubro; presidente daEstatal já reconheceuobrigação de pagar

Mobilização arranca compromisso compagamento de direitos atrasados no CIEZO

Protesto dos trabalhadores forçou prefeitura a se posicionar sobre pagamento

Por André Pelliccione

Em reunião com representantes doSindsprev/RJ ocorrida dia 21/09, a che-fe de gabinete da Subsecretaria de Ges-tão da Prefeitura do Rio, Carla Brasil,assegurou que o município pagará osdireitos atrasados — três meses de sa-lário, FGTS, INSS, tíquete-refeição evale-transporte — dos trabalhadores doConselho das Instituições de EnsinoSuperior da Zona Oeste (CIEZO)lotados na Colônia Juliano Moreira eno Instituto Nise da Silveira. Em Esta-do de Greve, os trabalhadores doCIEZO farão novas assembleias, naColônia e no Nise da Silveira, comindicativo de paralisação por tempoindeterminado se a Prefeitura não cum-prir o prometido.

Manter a mobilização ”O compromisso da Prefeitura com

o pagamento dos atrasados foi conquis-tado pela força da nossa mobilização eporque a Prefeitura sabe que é tão res-ponsável quanto o CIEZO por honraresses direitos. Continuaremos mobili-zados porque o pagamento ainda nãofoi feito e porque ainda temos outrasquestões importantes a resolver, comoa futura situação contratual dos traba-lhadores”, avaliou a diretora da Regio-nal Jacarepaguá do Sindsprev/RJ,Cristiane Gerardo. Segundo ela, umanova reunião do Sindsprev/RJ com

Carla Brasil está agendada para outu-bro. “Queremos saber se o contratocom o CIEZO continuará ou se os tra-balhadores serão, daqui pra frente, con-tratados diretamente pelo município esem intermediário, como reivindicamos.Muita coisa tem que ser definida”, ex-plicou.

Ato público forçouabertura de negociaçõesAs negociações para uma solução

quanto aos direitos atrasados come-çaram no dia 15/09, quando os traba-lhadores do CIEZO protestaram emfrente à sede da Prefeitura, na Cida-de Nova. Sob clima tenso, compresença de guardas municipais e daPM, o ato mostrou o descontentamen-

to dos trabalhadores, que não se inti-midaram e foram em seguida recebi-dos por Carla Brasil. Na ocasião, se-gundo informou a Prefeitura, o CIEZOestaria buscando empréstimo bancá-rio para quitar o FGTS e um mês desalário atrasado, o que foi considera-do insatisfatório pelos trabalhadores eo Sindsprev/RJ. “Sugerimos então quea Prefeitura, na condição de contra-tante, pagasse os atrasados e depoiscobrasse do CIEZO. O que não podiaera os trabalhadores serem penaliza-dos”, explica Cristiane. A sugestão foientão aceita por Carla Brasil, que pro-meteu estudar o assunto com os de-mais representantes do município etrazer uma resposta, apresentada em21/09.

Na foto, ato em frente à ECT

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titucional (EC) nº 34, de 13 de Dezem-bro de 2001, o direito ao duplo-vínculovem sendo desrespeitado pelo gover-no federal. Em junho de 2009, porexemplo, o Ministério da Saúde, atra-vés de seus núcleos regionais, enviounotificação aos RHs dos hospitais fe-derais solicitando aos profissionais comduplo-vínculo que apresentassem novasdeclarações de horários, cuja soma, deacordo com o documento, não poderiaexceder a 60h semanais, sob pena deredução de carga horária com reduçãoproporcional de remuneração, aposen-tadoria compulsória em um dos víncu-

DUPLO-VÍNCULO

Evento reunirá autoridades, parlamentares e sindicalistaspara debater em outubro situação do duplo-vínculo

Por André Pelliccione

Com o título ‘Mais que um direito,uma necessidade’, no dia 25 de outu-bro o Sindsprev/RJ promoverá debatessobre a questão do duplo-vínculo, coma participação de especialistas da saú-de, dirigentes de entidades sindicais dosservidores, autoridades e parlamenta-res. O evento acontecerá no auditórionobre do Into (Instituto Nacional deTraumato-Ortopedia), na rua Washing-ton Luiz, 61, centro.

Embora previsto na Emenda Cons-

DEFESA DA SAÚDE PÚBLICA

CongressoBrasileiro deEnfermagem

Entre os dias 15 e 18 de setem-bro, aconteceu em Natal (RN) o 13ºCBCENF (Congresso Brasileiro deConselhos de Enfermagem), quereuniu pessoas, entre alunos, pro-fissionais e residentes de enferma-gem. O Congresso é atualmente omaior evento da categoria na Amé-rica Latina e o ponto alto foi a reivin-dicação dos auxiliares e técnicos deenfermagem por conselhos (Cofene Corens) que atendam à categoriade enfermagem no século XXI. Osprofissionais de enfermagem tam-bém querem a revisão do códigoeleitoral da entidade, que exclui al-guns cargos para grupos II e III (au-xiliares e técnicos), que são os mai-ores contribuintes da entidade.

Certificado detécnico deenfermagem

A Secretaria Estadual de Edu-cação do Estado do Rio de Janeiro(SEE-RJ), através do setor de equi-valência profissional, realiza anual-mente prova para fornecimento decertificado de técnico de enferma-gem aos profissionais que se enqua-drarem nos pré-requisitos, que são:- Ter formação de auxiliar de enfer-magem há mais de cinco anos eestar trabalhando na profissão hámais de cinco anos;- Declaração da chefia de enferma-gem relacionando as tarefas desen-volvidas pelo cargo;- Certificado de conclusão do nívelmédio escolar (2º grau);- Documentos de identidade RG eCPF;Os que se enquadrarem devem pro-curar a Secretaria Estadual de Edu-cação na rua da Ajuda, nº 5 – 29ºAndar, centro do Rio de Janeiro.

Por Hélcio Duarte Filho

A campanha pela certificaçãodo Hospital da Piedade como‘hospital-ensino’, que une ostrabalhadores da unidade, podeobter em outubro o parecer dacomissão interministerial queanalisa a solicitação. Algunsobstáculos já estão sendo supera-dos, como a questão dos residen-tes, mas ainda há exigências aserem cumpridas, informa MariaCelina Oliveira, diretora doSindsprev-RJ.

A principal delas agora é odéficit de médicos com títulos dedoutorado para fechar parte dosplantões – há necessidade de mais12 médicos nessas condições, quedeveriam ser convocados do bancode reserva do concurso público.Há ainda a previsão de necessida-de de convocação de mais servido-res para as demais áreas profissio-nais, para atender ao aumento dademanda de serviços - não só detrabalhadores da enfermagem, masde auxiliares administrativos.

Outros problemas, como a faltade materiais e insumos, já estariamsendo solucionados. Em algunscasos, a compra de equipamentosestá em fase de licitação. Naavaliação de Celina, o processo decertificação do hospital-ensino uneos diversos setores que atuam naunidade. “Nesse momento, existe

Campanha tenta fazer Hospital da Piedadesuperar problemas e se certificar para o ensino

Projeto com necessidades de cada clínica médica foientregue à Secretaria municipal de Saúde

um esforço unificado dos funcioná-rios, do sindicato, da direção e dasecretaria para isso”, diz. “Foifeito um projeto de cada clínicadas suas necessidades materiais ede recursos humanos, que foientregue ao secretário de Saúde”,relata.

A certificação é parte do movi-mento em defesa da unidade e decombate ao sucateamento de que ohospital vinha sendo alvo. Comohospital-ensino, a unidade terá suasclínicas médicas voltadas tambémpara o aprendizado e a pesquisa (no

hospital-escola, esse aspecto émultiprofissional, incluindo outrasáreas além da medicina, comopsicologia, nutrição, enfermagem).

A previsão é de que em outu-bro a comissão formada por repre-sentantes dos Ministérios daSaúde, Educação e da Ciência eTecnologia dê seu parecer quantoà transformação da Piedade emunidade voltada para o ensino,mudança que é vista por servidorescomo alternativa para superaçãodo quadro de abandono em que ohospital se encontrava.

Hospital foi visitado este ano pelo Prefeito Eduardo Paes, na foto comrepresentantes de Sindsprev/RJ e Sindicato dos Médicos

Encontro dasUnidadesMunicipalizadas

No dia 21 de outubro, será rea-lizado o Encontro das UnidadesMunicipalizadas do Rio de Janeiro.O evento acontecerá no InstitutoNise da Silveira. O Encontro seráde grande importância para refle-xão sobre as principais questõesenvolvendo a saúde pública noâmbito do SUS, como controle so-cial, investimentos públicos, pro-jetos de gestão, condições de tra-balho, direitos dos usuários e rei-vindicações dos servidores, entreoutras.

los ou ainda abertura de Processo Ad-ministrativo Disciplinar (PAD) contraos servidores nessa situação.

A luta em defesa do duplo-vínculogerou uma mobilização nacional dosprofissionais de saúde, da qual oSindsprev/RJ faz parte, junto com ou-tras entidades e sindicatos de servido-res públicos.

Duplo-vínculo é um direito do qualos trabalhadores do serviço público nãoabrem mão, e continuarão cobrandodos governos.

O debate de outubro contribuirá naorganização dessa luta.

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REGIÃO DOS LAGOS

Por Olyntho Contente

Os agentes comunitários de saú-de e os de combate a endemias con-quistaram novas vitórias trabalhis-tas, após paralisação e negociaçãocom a Prefeitura de São Pedro daAldeia. Juntamente com represen-tantes da Regional Lagos doSindsprev/RJ, foram recebidos emaudiência, no dia 14/09, pelo prefei-to Carlindo Filho, que concordou ematender às reivindicações apresen-tadas pelos trabalhadores: pagamen-to de adicional de insalubridade, for-necimento imediato de equipamen-tos de proteção individual (EPI) erealização de exames periódicos desaúde.

Enquanto as negociações se de-senrolavam, mais de 150 ACS eACEs participavam de ato públicoem frente à sede da Prefeitura. Parao diretor da Regional Lagos doSindsprev/RJ, Manoel Crispim, queparticipa das lutas da categoria des-de as mobilizações pela regulamen-tação, o resultado foi mais uma im-

ACS e ACE de São Pedroconquistam novas vitórias

estudar a forma de implementá-lase voltar a nos receber em audiência,já com tudo pronto. Foi uma vitóriaimportante da categoria e do Sindi-cato, que vem apoiando as lutas dostrabalhadores”, afirmou.

Regulamentação e piso

Os ACS e ACEs de São Pedroda Aldeia são os únicos em todo oestado que passaram para o RegimeJurídico Único (RJU), como prevê aConstituição Federal e a lei 11.350,a todos os trabalhadores que exer-cem estas funções. A criação do car-go, com aprovação de projeto de leienviado pela Prefeitura à Câmarados Vereadores, ocorreu em 2007.De lá para cá, a mobilização conse-guiu fazer com que, aos poucos,acontecessem as efetivações, umaparte em 2009 e o restante em 2010.“Agora vamos batalhar, com ACS eACEs de todo o país pela aprovaçãodo projeto de lei que prevê um pisonacional para a categoria”, afirmouCrispim.

Crispim, que comemora resultado

Enfermagem deIpanema questionacritérios para APH

Servidores do corpo de enfer-magem do Hospital de Ipanematêm se reunido com a direção-ge-ral da unidade para cobrar expli-cações sobre os critérios atual-mente utilizados para o pagamen-to dos Adicionais por Plantão Hos-pitalar (APHs) previstos no Decre-to 7.186, de 27 de maio deste ano.Servidores disseram ao Sindsprev/RJ que os APHs não estariam sen-do pagos segundo as prioridadese dispositivos previstos no Decre-to. Nos dias 10 e 23/09, talquestionamento foi apresentadopelo corpo de enfermagem direta-mente ao diretor-geral do Hospital,Geraldo Dibiase, que atribuiu aoNERJ (Núcleo do Ministério daSaúde) no Rio a responsabilidadepela solução do problema.

Em outubro, os servidores doshospitais federais continuarão co-brando uma resposta definitiva. OsAPHs não podem ser pagos semcritério ou aleatoriamente.

Efetivação de ACSe ACE avança emBelford Roxo

O processo de efetivação dosagentes comunitários de saúde(ACS) e agentes de controle deendemias (ACEs) do município deBelford Roxo voltou a andar emsetembro, quando a direção doSindsprev/RJ reuniu-se com aSecretaria de Saúde para cobrarrapidez na tramitação. O proces-so (nº 08/00021852010), que es-tava parado na divisão de proto-colo, já passou pelas procurado-rias geral e de fazenda e, nomomento, está com o adminis-trador do município. Em BelfordRoxo, os cargos já foram criados,segundo o d isposto na Lei11.350. Daqui para frente, éaguardar a tramitação até que oprocesso chegue às mãos do pre-feito Alcides Rolim (PT), que en-tão fará (ou não) a certificação.“É importante que a categoriacontinue pressionando e fiscali-zando a tramitação do processoporque a efetivação será conquis-tada pela luta de todos”, afirmouo diretor do Sindsprev/RJ Anto-nio Oliveira de Andrade. Os ser-vidores que não se enquadraremna certificação deverão se pre-parar para um processo seletivopúblico.

portante vitória. “Após paralisaçõese manifestações, o prefeito concor-dou em atender às três reivindica-ções apresentadas, se comprometeua convocar o seu secretariado para

concursados federais, foi uma dasprincipais decisões aprovadas naassembléia do dia 17/09, no auditó-rio do Sindsprev/RJ. Também foidefinido solicitar ao MS um levanta-

CONCURSADOS MS DE 2005

Comissão vai a Brasília cobrar convocação

mento das vagas exis-tentes nos hospitaisfederais do estado doRio de Janeiro paracobrar a convocação,tendo como base essesnúmeros.

A convocação dosaprovados no concursode 2005, em substituiçãoaos terceirizados estáprevista no Termo deAjustamento de Conduta(TAC), assinado entre ogoverno federal e oMinistério Público doTrabalho. Como a faltade pessoal continuaexistindo, o que estácomprovado pela conti-nuidade dos contratostemporários e da criaçãodo adicional de plantão

Por Olyntho Contente

O envio de uma comissão aBrasília, para cobrar do Ministérioda Saúde a convocação de mais

Cconcursados de 2005 se mobilizam por mais convocações

(APH), será solicitado, ao Departa-mento Jurídico do Sindsprev/RJ,estudo para questionar a não con-vocação, ou seja, o descumprimentodo TAC junto ao MPT.

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Na foto, Elaine Cândida recebendo seu cheque de R$ 5 mil

CONVÊNIOS

A cada semana, mais e mais servi-dores associados ao Sindsprev/RJ es-tão sendo contemplados com o prêmiode R$ 5.000,00 (cinco mil reais), sorte-ados através de títulos de capitalizaçãoda Sul América, uma das coberturasoferecidas junto à Aseubem (Associa-ção de Benefícios) — veja as regrasao lado. Em maio, os contemplados fo-ram Gilson Ferreira Campos e MariaCecília dos Santos. Em julho, asservidoras Elaine Cândida Vital da Sil-va e Idalina Pinto Duarte. Em agosto,os servidores Paulo Roberto da Silva eIracema Elias Ramos Apolônio. E, emsetembro, foi sorteada a servidora LidiaCosta Accioly.

Benefícios para associados

Além dos sorteios semanais dosprêmios de R$ 5.000,00, a Aseubemoferece, a todos os servidores asso-ciados do Sindsprev/RJ, benefícios queincluem assistência funeral familiar, se-guro por morte acidental no valor deR$ 7.000,00 (sete mil reais), cesta-bá-sica de R$ 2.400,00 em caso de morteacidental e descontos em medicamen-tos na rede E-Pharma. Segundo o pre-sidente da Aseubem, José Carlos doNascimento Junyor, no momento seestuda a possibilidade de futuraimplementação de um convênioodontológico em benefício dos asso-ciados ao Sindsprev/RJ. “Estamos emfase de coleta de propostas junto àsprincipais prestadoras desse serviço nopaís, como OdontoPrev e Prodent, enossa intenção é oferecer à categoriao que há de melhor”, explicou.

Mais servidores associados ao Sindsprev/RJ e beneficiáriosda Aseubem são premiados com cheque de R$ 5 mil

Resultado da Loteria Federal1ºPrêmio 32.2632ºPrêmio 34.5783ºPrêmio 89.0704ºPrêmio 51.9445ºPrêmio 44.379Combinação Sorteada: 38049Os resultados da Loteria Federaldo Brasil poderão seracompanhados por meio do sitehttp://www1caixa.gov.br/loterias/federal/federal_resultado.asp, bemcomo em todas as CasasLotéricas do Brasil. Acompanhe aextração e boa sorte!!

Por André Pelliccione

Representantes da Comissãode reintegrados da Funasa conti-nuam cobrando, do governofederal, o cumprimento de pro-messa feita em agosto deste ano,pelo subchefe adjunto da Presi-dência da República, Jean KeijiUema, no sentido de transferir osceletistas para o Regime JurídicoÚnico (RJU) do funcionalismo.Na ocasião, Jean disse que a

FUNASA

Sindsprev/RJ cobra compromisso do governocom RJU para reintegrados da Funasa

Os trabalhadores da Funasa,não só reintegrados, tambémlutam pelo atendimento de outrasreivindicações, como reajuste daGacen/Gecen e do adicional deinsalubridade.

O Sindsprev/RJ tem buscandoa unificação das lutas deestatutários e celetistas daFunasa onde isto for possível,entendendo que esta é a melhorforma de pressionar o governopelo atendimento de suas pautas.

Veja como são feitos ossorteios semanais de R$ 5

mil, deduzidos osimpostos

Os valores são pagos pela SulAmérica Capitalização S.A. (pro-cesso SUSEP Nº 15414.002346/2003-17), que desde abril/2010 substituiu o Unibanco como agen-te financeiro. Cada servidor asso-ciado ao Sindsprev/RJ — automa-ticamente incluído comobeneficiário da Aseubem — con-correrá a 4 (quatro) sorteios men-sais (todos os sábados) pela Lote-ria Federal. Os impostos serão de-duzidos no momento da entrega doprêmio.

Será contemplado o título vigen-te na data do sorteio cujo ‘númeroda sorte’ coincida, da esquerda paraa direita, com as unidades dos 5(cinco) primeiros prêmios extraídospela Loteria Federal, lidos de cimapara baixo, conforme o exemplo aseguir:

José Carlos (Aseubem) e Paulo Américo (centro) entregam cheque de Idalina aseu sobrinho e representante (à direita), na sede do Sindsprev/RJ

forma da transferência seriadefinida após as eleições de 3 deoutubro. O compromisso foiresultado da pressão exercidapelos reintegrados sobre o gover-no, que no momento analisaparecer técnico elaborado peloadvogado do Sindsprev/RJ,Roberto Marinho, fundamentandoa mudança de regime (deceletista para estatutário) dostrabalhadores reintegrados dafundação.

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Sindicalize-se:filie-se e fortaleça

a luta pelosseus direitos

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12� 30 / SETEMBRO / 2010

Por Hélcio Duarte Filho

A greve que mais tempo durou noMinistério do Trabalho e Emprego es-barrou na resistência do governo Lulaem cumprir o que fora acordado no anopassado com relação ao plano de car-reira específico, mas arrancou uma rei-vindicação histórica dos servidores: aimplantação da jornada de seis horasdiárias, nos setores de atendimento aopúblico no Rio de Janeiro.

Iniciada em 19 de abril e encerra-da no dia 13 de setembro, os servido-res decidiram retornar ao trabalho noRio, após quase cinco meses de greve,mediante a publicação da Portaria2.086, de 31 de agosto de 2010, doMinistério do Trabalho, que estipula as30 horas semanais nos setores de aten-dimento, o que atinge majoritariamen-te a carteira de trabalho e o segurodesemprego.

O acordo em torno da nova jorna-da só foi possível após o ministro doTrabalho, Carlos Lupi, concordar emfazer alterações no texto original daportaria. As mudanças buscam asse-gurar que a jornada seja de fato res-peitada, em dois turnos ininterruptos de6 horas diárias. “É uma conquista quequeremos que seja estendida para todo

STJ julga grevelegal, mas nãodecide sobre

dissídioAo julgar o dissídio da greve naci-

onal do Ministério do Trabalho eEmprego, o Superior Tribunal de Jus-tiça decidiu pela legalidade da para-lisação. Mas se considerou incom-petente para proferir qualquer de-cisão sobre reivindicações que pau-tem o chefe do Poder Executivo.

O relator do processo, juiz Ha-milton Carvalhido, sustentou a le-galidade da greve, no que foi acom-panhado por outros cinco ministros.Houve apenas um voto contrário.O representante do Ministério Pú-blico também se posicionou pela le-galidade da greve.

A decisão, no entanto, não foi tãofavorável assim. Isto porque o STJconsiderou que as horas não tra-balhadas devem ser compensadas,mediante negociação entre as par-tes. “É uma contradição, reconhe-ce a greve, mas manda repor”, cri-tica Julio Tavares, diretor doSindsprev-RJ, que acredita na ma-nutenção das negociações na mesado Rio. Ele lembra que numa dasrecentes reuniões entre o Coman-do Estadual de Greve, a superin-tendente do Rio, Silvana PereiraSantos, e chefes de agências, es-tes últimos ressaltaram que seriaplenamente possível fazer um es-forço para colocar o serviço repre-sado em dia sem necessidade decompensação hora a hora.

‘Foi uma vitória,mas há muito porconquistar’, dizem

servidoresA jornada de 30 horas semanais

deve ser comemorada, mas que seesqueça que a luta deve continuar.É o que disseram servidores ouvi-dos pela reportagem logo após asuspensão da paralisação. “É umavitória, a gente sai da greve comalguma coisa. É uma grande con-quista, desde que a gente consigaas condições para implementar,não adianta dizer pode fazer e nãodar condições para isso”, disseErinalva Silva, da carteira de tra-balho na sede.

“Conquistamos as 6 horas, nãodevemos favor a ninguém”, dissea servidora Tatiana Antunes Arldt,da agência de Niterói, ainda durantea última assembleia de greve. “Foiuma vitória, foi muito bom”, come-morou Cristina de Macedo Carva-lho, que trabalha na sede.

Para Natanael Pereira deAssumpção, da agência de NovaIguaçu, a jornada de 30 horas se-manais também foi “uma vitória”,mas ele ressalva que ainda faltamuito a conquistar. “Não é tudo oque a gente queria, principalmen-te a reestruturação da carreira,mas é uma coisa boa, tanto para agente quanto para a população”,avaliou. “Foi uma vitória, mas agente sabe que tem mais coisaspara conquistar, a luta continua”,finalizou.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

Mais longa greve do MTE conquista 6h no RioConquista da greve,

jornada de 6 horas

começa a ser

implantada na sede

e em quatro

agências nos

setores de

atendimento

país”, diz Julio Tavares, um dos diri-gentes do Sindsprev-RJ que participoudo Comando de Greve.

A nova jornada foi imediatamenteadotada na sede e nas agências deNiterói, Nova Iguaçu, Duque de Caxiase do Norte Shopping. “O retorno aotrabalho foi aprovado condicionado aoinício da jornada de 6 horas”, dizEdílson Gonçalves ‘Mariano’, diretorda Regional Centro do sindicato.

O objetivo agora é trabalhar paraque a jornada seja rapidamente esten-dida para outras agências. O assuntodeverá estar em pauta na reunião damesa de negociação permanente (gru-po de trabalho), instalada após a gre-ve, cuja primeira reunião está marcadapara o dia 5 de outubro. Vão participarrepresentantes dos servidores, do sin-dicato e do ministério, entre eles a su-perintendente do Rio, Silvana PereiraSantos. Outros dois temas obrigatóriosserão o combate ao assédio moral e ascondições de trabalho muito ruins àsquais os servidores são submetidos noRio. Na assembleia que encerrou agreve, os participantes destacaram queé a mobilização da categoria que po-derá garantir mais avanços e mesmo aaplicação de fato das 30 horas. Afinal,a greve terminou, mas a luta continua.

Acima e aolado, atodurante a grevee audiência noMTE do Rio:vitória damobilização

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