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QUESTÕES PARA O SIMULADO DE LITERATURA ( CEADEP) – PROFª. SHISLAINE CARVALHO 14 QUESTÕES DE MULTIPLA ESCOLHA- 3º ANO DO ENSINO MÉDIO-PRISE 3 E ENEM 1) Leia o poema abaixo : LITANIA DOS POBRES Os miseráveis, os rotos. são as flores dos esgotos. São espectros implacáveis os rotos, os miseráveis. São prantos negros de furnas caladas, mudas, soturnas. São os grandes visionários dos abismos tumultuários. As sombras das sombras mortas, cegos, a tatear nas portas. Procurando o céu, aflitos e varando o céu de gritos. Faróis à noite apagados por ventos desesperados. Inúteis, cansados braços pedindo amor aos Espaços. Mãos inquietas, estendidas ao vão deserto das vidas. Figuras que o Santo Ofício condena a feroz suplício. Arcas soltas ao nevoento dilúvio do Esquecimento. Perdidas na correnteza das culpas da Natureza. (...) (CRUZ E SOUSA, Os melhores poemas de Cruz e Sousa, p.89) Analise as afirmações sobre o poema “Litania dos pobres”, de Cruz e Sousa e, em seguida, assinale as verdadeiras (V) e as falsas (F). ( ) O poema é composto por dísticos rimados que lhe conferem musicalidade – característica comum do Simbolismo. ( ) A temática central gira em torno da denúncia social, muito comum entre os simbolistas que se preocupavam demasiadamente com as questões sociais. ( ) Ele possui alto poder sugestivo, trazendo, através de adjetivos, qualificadores para definir os miseráveis. ( ) Apresenta várias características típicas do Simbolismo como a subjetividade, o universalismo e a racionalidade. A sequência correta é: a) F, V, V, F. b) V, F, V, F. c) F, F, F, V. d) V, F, F, V. e) V, V, V, F. 2) Leia o seguinte poema de Cruz e Sousa. VIDA OBSCURA Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro, Ó ser humilde entre os humildes seres. Embriagado, tonto dos prazeres, O mundo para ti foi negro e duro. Atravessaste num silêncio escuro A vida presa a trágicos deveres E chegaste ao saber de altos saberes Tornando-te mais simples e mais puro. Ninguém Te viu o sentimento inquieto, Magoado, oculto e aterrador, secreto, Que o coração te apunhalou no mundo. Mas eu que sempre te segui os passos Sei que cruz infernal prendeu-te os braços E o teu suspiro como foi profundo! SOUSA, João da Cruz e. Vida obscura. In: MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. 21 ed. São Paulo: Cultrix, 2000. p. 314. No final do século XIX, a arte simbolista surgiu, como uma proposta voltada para a hegemonia do sujeito e contrária à supremacia do materialismo.

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QUESTÕES PARA O SIMULADO DE LITERATURA ( CEADEP) – PROFª. SHISLAINE CARVALHO

14 QUESTÕES DE MULTIPLA ESCOLHA- 3º ANO DO ENSINO MÉDIO-PRISE 3 E ENEM

1) Leia o poema abaixo :

LITANIA DOS POBRES

Os miseráveis, os rotos.são as flores dos esgotos.

São espectros implacáveisos rotos, os miseráveis.

São prantos negros de furnascaladas, mudas, soturnas.

São os grandes visionáriosdos abismos tumultuários.

As sombras das sombras mortas,cegos, a tatear nas portas.

Procurando o céu, aflitose varando o céu de gritos.

Faróis à noite apagadospor ventos desesperados.

Inúteis, cansados braçospedindo amor aos Espaços.

Mãos inquietas, estendidasao vão deserto das vidas.

Figuras que o Santo Ofíciocondena a feroz suplício.

Arcas soltas ao nevoentodilúvio do Esquecimento.

Perdidas na correntezadas culpas da Natureza. (...)

(CRUZ E SOUSA, Os melhores poemas de Cruz e Sousa, p.89)

Analise as afirmações sobre o poema “Litania dos pobres”, de Cruz e Sousa e, em seguida, assinale as verdadeiras (V) e as falsas (F).

( ) O poema é composto por dísticos rimados que lhe conferem musicalidade – característica comum do Simbolismo.( ) A temática central gira em torno da denúncia social, muito comum entre os simbolistas que se preocupavamdemasiadamente com as questões sociais.( ) Ele possui alto poder sugestivo, trazendo, através de adjetivos, qualificadores para definir os miseráveis.( ) Apresenta várias características típicas do Simbolismo como a subjetividade, o universalismo e a racionalidade.

A sequência correta é:

a) F, V, V, F. b) V, F, V, F. c) F, F, F, V. d) V, F, F, V. e) V, V, V, F.

2) Leia o seguinte poema de Cruz e Sousa.

VIDA OBSCURA

Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,Ó ser humilde entre os humildes seres.

Embriagado, tonto dos prazeres,O mundo para ti foi negro e duro.

Atravessaste num silêncio escuroA vida presa a trágicos deveres

E chegaste ao saber de altos saberesTornando-te mais simples e mais puro.

Ninguém Te viu o sentimento inquieto,Magoado, oculto e aterrador, secreto,

Que o coração te apunhalou no mundo.

Mas eu que sempre te segui os passosSei que cruz infernal prendeu-te os braços

E o teu suspiro como foi profundo!

SOUSA, João da Cruz e. Vida obscura. In: MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. 21 ed. São Paulo: Cultrix, 2000. p. 314.

No final do século XIX, a arte simbolista surgiu, como uma proposta voltada para a hegemonia do sujeito e contrária à supremacia do materialismo. Sabendo disso, assinale a alternativa que apresenta elementos simbolistas presentes no texto.

(A) Linguagem precisa / descrição objetiva / utilização de assonâncias e aliterações.

(B) Cruzamento de sensações (sinestesia) / conflito entre matéria e espírito / racionalismo.

(C) Subjetivismo / emprego de iniciais maiúsculas para atribuir um valor absoluto a determinados termos / materialismo.

(D) Angústia / linguagem figurada (“silêncio escuro”; “cruz”) / integração cósmica: tema da redenção pelo sofrimento.

(E) Transcendência espiritual / Linguagem vaga, que busca sugerir em vez de nomear / impessoalidade.

3) Leia o poema a seguir:

CREPUSCULAR

Há no ambiente um murmúrio de queixume,De desejos de amor, dais comprimidos...

Uma ternura esparsa de balidos,Sente-se esmorecer como um perfume.

As madressilvas murcham nos silvadosE o aroma que exalam pelo espaço,

Tem delíquios de gozo e de cansaço,Nervosos, femininos, delicados.

Sentem-se espasmos, agonias dave,Inapreensíveis, mínimas, serenas...

Tenho entre as mãos as tuas mãos pequenas,O meu olhar no teu olhar suave.

As tuas mãos tão brancas danemia...Os teus olhos tão meigos de tristeza...

É este enlanguescer da natureza,Este vago sofrer do fim do dia.

Camilo Pessanha é considerado o expoente máximo da poesia simbolista portuguesa. Os seus versos reúnem o que há de mais marcante nesse estilo de época por traduzirem sugestões, imagens visuais, sonoras e estados de alma, além de notória ausência de elementos que se detenham em descrição ou em referência objetiva. É correto afirmar que os versos do soneto

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“Crepuscular” transcritos nas opções, a seguir, traduzem as considerações postas nesses comentários, com exceção de:

(A) “Uma ternura esparsa de balidos,”.(B) “As madressilvas murcham nos silvados”(C) “É este enlanguescer da natureza,”.(D) “Há no ambiente um murmúrio de queixume,”.“Este vago sofrer do fim do dia.” ·.

4)Água Morrente

Meus olhos apagados,Vede a água cair.

Das beiras dos telhados,Cair, sempre cair.

Das beiras dos telhados,Cair, quase morrer...

Meus olhos apagados,E cansados de ver.

Meus olhos, afogai-vosNa vã tristeza ambiente.

Caí e derramai-vosComo a água morrente.

No conhecido poema de Camilo Pessanha, o sujeito reserva a si uma atitude passiva diante do mundo, fazendo sentir sobre si os efeitos da paisagem natural; desse modo, há um desequilíbrio existencial sugerido através de uma metáfora. A esse propósito marque a opção CORRETA.

A) A imagem do Homem que emerge do caos sugere a resistência ao tempo, o desejo de sobreviver a ele.B) A submersão sugere que, existencialmente, o Homem vê-se desgastado e empurrado para o Fim.C) O navegar por entre águas insinua a busca humana por novos desafios que lhe dê sentido à vida.D) O desejo de emergir em meio a águas agitadas sugere a vontade humana de acompanhar as mudanças socioeconômicas do início do século XX.E) Todo o ambiente criado no poema impressiona pelo misticismo vaporoso que sugere o mistério para além da materialidade.

5) Assinale a alternativa INCORRETA a respeito do Simbolismo:

a) Utiliza o valor sugestivo da música e da cor.b) Dá ênfase à imaginação e à fantasia.c) Procura a representação da realidade do subconsciente.d) É uma atitude objetiva, em oposição ao subjetivismo dos parnasianos.e) No Brasil, produziu, entre outras, a poesia de Cruz e Sousa e, em Portugal, a de Antônio Nobre.

6) Chorai, arcadasDo violoncelo!

ConvulsionadasPontes aladasDe pesadelo ...

Trêmulos astros...Soidões lacustres...- Lemes e mastros...

E os alabastrosDos balaústres!

Camilo Pessanha

Assinale a alternativa CORRETA sobre o texto

a) Destaca a expressão egocêntrica do sofrimento amoroso, de nítida influência romântica.

b) Recupera da lírica trovadoresca a redondilha maior, a estrutura paralelística e os versos brancos.

c) A influência do Futurismo italiano é comprovada pela presença de frases nominais curtas e temática onírica.

d) A linguagem grandiloqüente, as metáforas cósmicas e o pessimismo exacerbado comprovam o estilo condoreiro.

e) A valorização de recursos estilísticos relacionados ao ritmo e à sonoridade é índice do estilo simbolista.

7) Considere as alternativas abaixo, relativas ao Simbolismo:

I - No plano temático, o Simbolismo foi marcado pelo mistério e pela inquietação mística com problemas transcendentais do homem. No plano formal, caracterizou-se pela musicalidade e certa quebra no ritmo do verso, precursora do verso livre do modernismo.

II - O Simbolismo, surgido contemporaneamente ao materialismo cientificista, enquanto atitude de espírito, passou ao largo dos maiores problemas da vida nacional. Já a literatura realista-naturalista acompanhou fielmente os modos de pensar das gerações que fizeram e viveram a Primeira República.

III - O Simbolismo, com Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens, nossos maiores poetas do período, legou-nos uma produção poética que se caracterizou pela busca da "arte em arte", isto é, uma preocupação com o verso artesanal, friamente moldado. Devido a essa tendência à objetividade na composição, o movimento também se denominou "decadentista".

Assinale a alternativa CORRETA:

a) I é falsa; II e III verdadeiras.X b) I, II e III são verdadeiras.X c) I é verdadeira; II e III, falsas.X d) I e II são verdadeiras: III é falsa.e) I e III são falsas; II, verdadeira.

8)

[...] os novos poetas buscavam algo mais: transcender os seus mestres para reconquistar o sentimento de totalidade que parecia perdido [...] A arte pela arte [...] é assumida por eles, mas retificada pela aspiração de integrar a poesia na vida cósmica e conferir-lhe um estatuto de privilégio que tradicionalmente caberia à religião ou à filosofia.

BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1977, p. 293.

Alfredo Bosi, nesse fragmento, faz menção aos poetas

(A) românticos.

(B) parnasianos.

(C) simbolistas.

(D) barrocos.

(E) árcades

9) "A língua sem arcaísmo. Sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos".

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Neste trecho do Manifesto Pau-Brasil, de Oswald de Andrade, depreende-se um dos programas propostos pelos modernistas:

a) A invenção de uma nova língua, estruturalmente diferente da falada e escrita pelos portugueses.

b) a incorporação da fala brasileira à língua literária nacional.

c) o repúdio à literatura dos escritores do passado, porque eles demonstravam uma intensa valorização ao índio.

d) A produções literárias sem erudição não podem ser exemplo de poesia.

e) N.D.A

Texto para a questão 10

Poética

Estou farto do lirismo comedidoDo lirismo bem comportado

Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e

[manifestações de apreço ao Sr. diretor.Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o

[cunho vernáculo de um vocábuloAbaixo os puristas

............................................................................................Quero antes o lirismo dos loucos

O lirismo dos bêbedosO lirismo difícil e pungente dos bêbedosO lirismo dos clowns de Shakespeare

— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

(BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro. Aguilar, 1974)

Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta:

a) critica o lirismo louco do movimento modernista.b) critica todo e qualquer lirismo na literatura.c) propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.d) propõe o retorno ao lirismo do movimento romântico.e) propõe a criação de um novo lirismo.

11)

Texto

Quem é pobre, pouco se apega, é um giro-o-giro no

vago dos gerais, que nem os pássaros de rios e lagoas. O senhor

vê: o Zé-Zim, o melhor meeiro meu aqui, risonho e habilidoso.

Pergunto: - Zé-Zim por que é que você não cria galinhas d'angola,

como todo o mundo faz? - Quero criar nada não... - me deu

resposta: - Eu gosto muito de mudar... [...] Belo um dia, ele tora.

Ninguém discrepa. Eu, tantas, mesmo digo. Eu dou proteção [...].

Essa não faltou também à minha mãe, quando eu era menino, no

sertãozinho de minha terra [...]. Gente melhor do lugar eram todos

dessa família Guedes, Jidião Guedes; quando saíram de lá, nos

trouxeram junto, minha mãe e eu. Ficamos existindo em território

baixio da Sirga, da outra banda, ali onde o de-Janeiro vai no São

Francisco, o senhor sabe... (ROSA, J.G. Grande Sertão Veredas.

Rio de Janeiro, José Olympio, fragmento)

Na passagem citada, Riobaldo expõe uma situação

decorrente de uma desigualdade social típica das áreas rurais

brasileiras marcadas pela concentração de terras e pela relação

de dependência entre agregados e fazendeiros. No texto ,destaca-

se essa relação porque o personagem-narrador:

a) Relata a seu interlocutor a história de Zé-Zim, demonstrando

sua pouca disposição em ajudar seus agregados, uma vez que

superou essa condição graças à sua força de trabalho.

b) Descreve o processo de transformação de um meeiro – espécie

de agregado – em proprietário de terra.

c) Denuncia a falta de compromisso e desocupação dos

moradores, que pouco se envolvem no trabalho da terra.

d) Mostra como a condição material da vida do sertanejo é

dificultada pela sua dupla condição de homem livre e, ao mesmo

tempo, dependente.

e) Mantém o distanciamento narrativo condizente com a sua

posição social, de proprietário de terras.

12) Observe o texto abaixo e assinale a alternativa correta.

Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.Junto com as outras?

Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer qualquer coisa com elas. Ponha no lugar do outro

dia.;Sim, senhora. Olha, o homem está aí.

Aquele de quando choveu?Não. O que a senhora foi lá e falou com ele no domingo.

Que é que você disse a ele?Eu disse para ele continuar.

Ele já começou?Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse.

[...](Millôr Fernandes. "Trinta anos de mim mesmo". São Paulo: Abril Cultural, 1973)

(A) Trata-se do diálogo entre duas mulheres que não apresentam nenhum grau de intimidade.

(B) O discurso direto, ou diálogo, apesar de atribuir mais agilidade ao texto, não passa a impressão de que os fatos estejam acontecendo no momento da fala.

(C) É totalmente viável para alguém, que não participe do dia a dia de ambas, identificar vários elementos por elas citados.

(D) O texto, de maneira jocosa, expõe uma habilidade dos seres humanos, notadamente as mulheres, de dialogarem entre si, desde que haja alusão aos elementos referenciais; possibilitando, assim, a comunicação.

(E) Percebe-se, entre as personagens, que há total entendimento quanto ao que está sendo tratado.

13) Intertextualidade ocorre quando um texto ou obra utiliza-se de outro (a) como ponto de partida, citação ou referência. Verifica-se

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isso em todas as alternativas abaixo, há, porém, uma que buscou sua inspiração no mundo musical. Assinale-a:

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

14)

A conversa entre Mafalda e seus amigos:

(A) revela a real dificuldade de entendimento entre posições que pareciam convergir.

(B) desvaloriza a diversidade social e cultural e a capacidade de entendimento e respeito entre as pessoas.

(C) expressa o predomínio de uma forma de pensar e a possibilidade de entendimento entre posições divergentes.

(D) ilustra a possibilidade de entendimento e de respeito entre as pessoas a partir do debate político de ideias.