simulado do 4º bimestre 2 ok pronto

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SIMULADO PARCIAL DO 4º BIMESTRE Literatura 1. Leia o poema abaixo e responda Vício na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados. (Oswald de Andrade) Sobre o poema de Oswald de Andrade, julgue as seguintes proposições: I. O poema de Oswald de Andrade volta-se contra o preconceito linguístico e nos chama a atenção para a necessidade de uma espécie de ética linguística pautada na diferença entre as línguas, nesse caso em uma única língua. II. O poema critica a maneira de falar do povo brasileiro, sobretudo das classes incultas que desconhecem o nível formal da língua. III. Para ele, os falantes que dizem “mio”, “mió”, “pió”, “teia”, “teiado”, de certa forma, constroem um “telhado”, ou seja, criam novas formas de pronúncia que se sobressaem, em muitos casos, à norma culta. IV. A palavra “vício”, encontrada no título do poema, denota certo preconceito linguístico do autor, que julga a norma culta superior ao coloquialismo presente na fala das pessoas menos esclarecidas.

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Page 1: Simulado Do 4º Bimestre 2 Ok Pronto

SIMULADO PARCIAL DO 4º BIMESTRE

Literatura

1. Leia o poema abaixo e responda

Vício na fala

Para dizerem milho dizem mio

Para melhor dizem mió

Para pior pió

Para telha dizem teia

Para telhado dizem teiado

E vão fazendo telhados.

(Oswald de Andrade)

Sobre o poema de Oswald de Andrade, julgue as seguintes proposições:

I. O poema de Oswald de Andrade volta-se contra o preconceito linguístico e nos chama a atenção para a necessidade de uma espécie de ética linguística pautada na diferença entre as línguas, nesse caso em uma única língua.

II. O poema critica a maneira de falar do povo brasileiro, sobretudo das classes incultas que desconhecem o nível formal da língua.

III. Para ele, os falantes que dizem “mio”, “mió”, “pió”, “teia”, “teiado”, de certa forma, constroem um “telhado”, ou seja, criam novas formas de pronúncia que se sobressaem, em muitos casos, à norma culta.

IV. A palavra “vício”, encontrada no título do poema, denota certo preconceito linguístico do autor, que julga a norma culta superior ao coloquialismo presente na fala das pessoas menos esclarecidas.

a) Todas estão corretas.

b) I e III estão corretas.

c) I, III e IV estão corretas.

d) II e III estão corretas.

Page 2: Simulado Do 4º Bimestre 2 Ok Pronto

SENTIMENTAL

Ponho-me a escrever teu nomecom letras de macarrão.

No prato, a sopa esfria, cheia de escamasE debruçados na mesa todos contemplam

esse romântico trabalho.

Desgraçadamente falta uma letra,uma letra somente

para acabar teu nome!

- Está sonhando? Olhe que a sopa esfria!

Eu estava sonhando...E há em todas as consciências um cartaz amarelo:

Neste país é proibido sonhar.

Carlos Drummond de Andrade

2. Esse poema é caracteristicamente modernista, porque nele:

a) A uniformidade dos versos reforça a simplicidade dos sentimentos experimentados pelo poeta.

b) Tematiza-se o ato de sonhar, valorizando-se o modo de composição da linguagem surrealista.

c) Satiriza-se o estilo da poesia romântica, defendendo os padrões da poesia clássica.

d) A linguagem coloquial dos versos livres apresenta com humor o lirismo encarnado na cena cotidiana.

Confidência do Itabirano

Alguns anos vivi em Itabira.Principalmente nasci em Itabira.Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.Noventa por cento de ferro nas calçadas.Oitenta por cento de ferro nas almas.E esse alheamento do que na vida é porosidade e[comunicação.A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e[sem horizontes.E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,é doce herança itabirana.

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De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;este orgulho, esta cabeça baixa...Tive ouro, tive gado, tive fazendas.Hoje sou funcionário público.Itabira é apenas uma fotografia na parede.Mas como dói!ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003.

3. Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poesia é feita de uma relação tensa entre o universal e o particular, como se percebe claramente na construção do poema Confidência do Itabirano. Tendo em vista os procedimentos de construção do texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima:

a) representa a fase heroica do modernismo, devido ao tom contestatório e à utilização de expressões e usos linguísticos típicos da oralidade.

b) apresenta uma característica importante do gênero lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e dados históricos.

c) evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua comunidade, por intermédio de imagens que representam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituição do indivíduo.

d) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia em comparação com as prendas resgatadas de Itabira.

4. Leia o poema abaixo:

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,assim calmo, assim triste, assim magro,

nem estes olhos tão vazios,nem o lábio tão amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,tão paradas e frias e mortas,

eu não tinha este coraçãoque nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,tão simples, tão certa e fácil:

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- Em que espelho ficou perdidaa minha face?"

(Cecília Meireles)

Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com o poema:

a) A expressão "mãos sem força", que aparece no primeiro verso da segunda estrofe, indica um lado fragilizado e impotente do "eu" poético diante de sua postura existencial.

b) As palavras mais sugerem do que escrevem, resultando, daí, a força das impressões sensoriais. Imagens visuais e auditivas, em outros poemas, sucedem-se a todo momento.

c) O tema revela uma busca da percepção de si mesmo. Antes de um simples retrato, o que se mostra é um autorretrato, por meio do qual o "eu" poético olha-se no presente, comparando-se com aquilo que foi no passado.

d) Não há no poema o registro de estados de ânimo vagos e quase incorpóreos, nem a noção de perda amorosa, abandono e solidão.

5. São características da obra literária de Mario Quintana:

I. Mario Quintana está cronológica e tematicamente vinculado à segunda geração do Modernismo. Em sua poesia é possível notar o bom humor, o coloquialismo e a brevidade, traços característicos das vanguardas modernistas.

II. Sua poesia é caracterizada por um profundo humanismo. Os principais motivos de sua poética são o misticismo, a ternura, a melancolia, o intimismo, o humor irônico, a nostalgia da infância e a pureza.

III. Mario Quintana é tradicionalmente classificado como um autor modernista, mais especificamente da 2ª fase do movimento, mas sua obra apresenta influências simbolistas, românticas e parnasianas.

IV. É possível perceber a musicalidade nos escritos de Mario. O escritor utiliza técnicas literárias tradicionais para compor seus versos, e a estruturação do soneto é um exemplo.

V. Em sua poesia é possível notar grande influência do realismo mágico ou fantástico por meio de visões oníricas ou surrealistas.

a) I, III e V.b) II e IV.c) III e IV.d) I, II e V.

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6. Sobre o pós-modernismo, é correto afirmar, exceto:

a) Pós-modernismo é o nome dado às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades desde 1950.

b) O pós-modernismo é um termo de periodização artística e literária que se refere ao que vem depois do modernismo, abrangendo suas três fases: primeiro modernismo dos anos 20, modernismo dos anos 30-45, modernismo canônico de meados dos anos 40 e 60.

c) As narrativas pós-modernas apoiam-se no cotidiano, daí o seu caráter espontâneo, e dão prioridade às temáticas que levam ao inconsciente coletivo.

d) Os temas da prosa pós-modernista são extraídos do cotidiano e tratados com irreverência. Essa abordagem tinha como objetivo destruir e contestar os valores artísticos do passado, bem como os valores ideológicos, sociais e históricos que forjaram o patriotismo brasileiro.

7. Sobre Graciliano Ramos estão corretas as proposições, exceto:

a) Mais conhecido por seus romances, Graciliano Ramos não foi apenas romancista: escreveu contos (Histórias incompletas, Insônia, Alexandre e outros heróis), crônicas (Linhas tortas, Viventes das Alagoas) e impressões de viagens (Viagem).

b) Iniciou sua carreira de escritor com obras de cunho regionalista e de denúncia social; passou por diferentes fases até chegar à fase em que se voltou para a crônica de costumes.

c) O autor de Vidas secas sobressai-se sobre os demais de sua época pelas suas qualidades universalistas e, sobretudo, pela linguagem enxuta, rigorosa e conscientemente trabalhada.

d) Graciliano Ramos alcançou raro equilíbrio ao reunir análise sociológica e psicológica, mostrando-se como o legítimo continuador de Machado de Assis na trajetória do romance brasileiro.

8. (UFPE – PE) Os movimentos culturais do final do século XIX e das primeiras décadas do século XX dialogavam com as mudanças que ocorriam na sociedade, com a afirmação do modo de produção capitalista e com as novas formas de pensar e de sentir o mundo. Com o modernismo e as vanguardas artísticas, houve mudanças importantes, pois

a. (   ) o dadaísmo procurou radicalizar nas suas propostas, criticando os valores estabelecidos, com destaque para a obra de artistas como Marcel Duchamp.b. (    ) o surrealismo trouxe a exploração do inconsciente, presente na pintura do espanhol Salvador Dali e na obra literária do francês André Breton.

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c. (    ) com obras que causaram impacto, houve um rompimento frente aos modelos clássicos que adotavam regras e limites para o artista.d. ( ) O Cubismo foi o movimento que mais explorou o subjetivismo, demonstrando intensa preocupação com o sofrimento humano.

a) V – V – V – Vb) V – V – V –Fc) V – V – F – Fd) V – F – V – F

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PORTUGUÊS

O compositor Gilberto Gil captou com maestria o universo cibernético atual na composição transcrita a seguir.

Leia “Pela Internet” e responda às questão 8

Pela InternetCriar meu web siteFazer minha home-pageCom quantos gigabytesSe faz uma jangadaUm barco que veleja ...(2x)Que veleje nesse informarQue aproveite a vazante da infomaréQue leve um oriki do meu orixáAo porto de um disquete de um micro em TaipéUm barco que veleje nesse infomarQue aproveite a vazante da infomaréQue leve meu e-mail até CalcutáDepois de um hot-linkNum site de HelsinquePara abastecerEu quero entrar na redePromover um debateJuntar via InternetUm grupo de tietes de ConnecticutDe Connecticut de acessarO chefe da Mac Milícia de MilãoUm hacker mafioso acaba de soltarUm vírus para atacar os programas no JapãoEu quero entrar na rede para contatarOs lares do Nepal,os bares do GabãoQue o chefe da polícia carioca avisa pelo celularQue lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar... 

QUESTÃO 8.

Pelo computador de casa, o locutor do texto almeja:

(A)   confrontar diferentes comportamentos de internautas.

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(B)   exaltar o progresso tecnológico do brasileiro.(C)    integrar-se a várias outras partes do mundo.(D)  promover enriquecimento vocabular dos leitores.

 Texto para as questão 10.

‘’Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço, a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito,mas no cabo: a diferença radical entre este livro e o Pentateuco.”ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas.

10. O autor afirma que:a) vai começar suas memórias pela narração da sua morte.b) vai começar suas memórias pela narração de seu nascimento.c) vai adotar uma sequência narrativa vulgar.d) o que o levou a escrever suas memórias foram duas considerações sobre a vida e a morte.

11. (Cescem) Apanhado em _______ ao furtar um _______, levaram-nosem _______ à delegacia.a) flagrante – relógio – detença

b) fragrante – relójio – detençac) fraglante – relójio – detensad) flagrante – relógio – detensa

12. Leia:

Page 9: Simulado Do 4º Bimestre 2 Ok Pronto

Sobre a interpretação geral do texto lido, assinale o item correto.a) O texto trata da ingenuidade de Clara como algo nascido da pouca cultura e da baixa escolaridade da personagem, o que faz com que ela interprete erradamente os fatos.

b) O narrador traça um perfil da fraqueza de caráter de Clara, reunindo razões para isso a partir da experiência familiar da personagem, da sua educação e da sua visão de mundo.

c) Clara apresenta fraqueza de caráter, mas também revela uma nobreza moral, como demonstra o narrador, tendo em vista o pensamento expresso por ela no primeiro parágrafo.

d) Clara é mostrada como alguém que não tem responsabilidades e, por isso, acaba acreditando em qualquer coisa que lhe dizem.

13. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas dafrase:Disse-lhe que entre _______e _______ nunca mais haveria nada.a) mim – tib) eu – elac) eu – tud) ti – eu

14. Assinale a alternativa cuja oração NÃO é subordinada substantiva subjetiva:

a) A verdade é que eles não viram nada .

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b) É indiscutível que tudo valeu a pena.

c) Sabe-se que a notícia é verdadeira.

d) Parece que tudo mudou agora que sou adulto.

15. Leia a tirinha e responda:

O trecho “Acho que exagerei” pode ser classificado como uma oração subordinada substantiva:a) subjetiva.b) objetiva direta.c) completiva nominal.d) predicativa.

ESPANHOL

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:

Canción de otoño en primavera

Juventud, divino tesoro, ¡ya te vas para no volver!Cuando quiero llorar, no lloro...y a veces lloro sin querer.

(DARÍO, Rubén. Otros poemas. In: Poesía. Madrid/España: Editorial Planeta, 2000, p. 122.)

15. No poema, a expressão “ya te vas para no volver!”a) indica que o poeta partiu para não voltar. b) destaca que a juventude acabou definitivamente para o poeta. c) revela que o poeta despede-se da juventude. d) mostra que o poeta não lamenta a perda da juventude.

16. Sobre o poema, pode-se afirmar que o poetaa) considera a juventude como o outono da existência.

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b) refere-se à juventude de forma saudosista. c) vê a juventude como uma fase difícil e infeliz da vida. d) considera que sua juventude já terminou.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Martín Marco vaga por la ciudad sin querer irse a la cama. No lleva encima ni una perra gorda y prefiere esperar que acabe el Metro, a que se escondan los últimos amarillos y enfermos tranvías de la noche. La ciudad parece más suya, más de los hombres que, como él, marchan sin rumbo fijo con las manos en los vacíos bolsillos - en los bolsillos que, a veces, no están ni calientes -, con la cabeza vacía, con los ojos vacíos, y en el corazón, sin que nadie se lo explique, un vacío profundo e implacable.

Martín Marco sube por Torrijos hasta Diego de León, lentamente, casi olvidadamente, y baja por Príncipe Vergara, por General Mola, hasta la plaza de Salamanca, con el Marqués de Salamanca en medio, vestido de levita y rodeado de un jardincillo verde y cuidado con mimo.

A Martín Marco le gustan los paseos solitarios, las largas, cansadas caminatas por las calles anchas de la ciudad, por las mismas calles que de día, como por un milagro, se llenan - rebosantes como las tazas de los desayunos honestos - con las voces de los vendedores, los ingenuos y descocados cuplés de las criadas de servir, las bocinas de los automóviles, los llantos de los niños pequeños: tiernos, violentos, urbanos lobeznos amaestrados.

Martín Marco se sienta en un banco de madera y enciende una colilla que lleva envuelta, con otras varias en un sobre que tiene un membrete que dice: “Diputación Provincial de Madrid. Negociado de Cédulas Personales”.

Camilo José Cela, La colmena

17. De acuerdo con el trecho “rebosantes como las tazas de los desayunos honestos”, el autor compara las calles del día a:a) recuerdo de sus viajes. b)músicas modernas. c) la primera comida del día. d) tasas de intereses.

TEXTO 1

1Sonreí. Si algo tenía que reconocerle a mi buen amigo Diego Marlasca era el sentido del humor y el gusto por las sorpresas. Me dije que no debía de 2extrañarme que, en su celo, se hubiese adelantado a las circunstancias y me hubiera preparado una sentida despedida. Me arrodillé frente a la lápida y acaricié mi nombre. Pasos leves y pausados se escuchaban a mi espalda. Me volví para descubrir un 3rostro familiar. El niño vestía el mismo 4traje negro que llevaba cuando me había seguido semanas atrás en el paseo del Born. La señora le verá ahora-dijo. Asentí y me incorporé. El niño me ofreció su mano y la tomé. – No tenga miedo- dijo guiándome hacia la salida. – No lo tengo-murmuré. El niño me condujo hacia el final del callejón. Desde allí podía adivinarse la línea de la playa, que quedaba oculta tras una hilera de almacenes dilapidados y restos de un tren de carga abandonado en una vía muerta cubierta por la maleza. Los vagones

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estaban carcomidos por la herrumbre y la locomotora había quedado reducida a un esqueleto de calderas y rieles esperando el desguace.

(Carlos Ruiz Zafón. El juego del ángel.Editorial Planeta, 2008.)

18. Marque la alternativa correcta, según la interpretación del texto.a) Diego Marlasca fue conducido por un niño de traje negro hasta una estación de tren

abandonada. b) Diego Marlasca fue al entierro de su amigo. c) El protagonista tenía un encuentro con una mujer, al que fue conducido por un niño. d) El protagonista fue al entierro de un familiar.

TEXTO:Los nadies

Sueñan las pulgas con comprarse un perro y sueñan los nadies con salir de pobres, que algún mágico día llueva de pronto la buena suerte, 1que llueva a cántaros la buena suerte; pero la buena suerte no llueve ayer, ni hoy, ni mañana, ni nunca, ni lloviznita cae del cielo la buena suerte, por mucho que los nadies la llamen y aunque les pique la mano izquierda, o se levanten con el pie derecho, o empiecen el año cambiando de escoba.

Los nadies: los hijos de nadie, los dueños de nada.Los nadies: los ningunos, los ninguneados, corriendo la liebre, muriendo la vida,

jodidos, rejodidos:Que no son, aunque sean.Que no hablan idiomas, sino dialectos.Que no profesan religiones, sino supersticiones. Que no hacen arte, sino artesanía.Que no practican cultura, sino folklore.Que no son seres humanos, sino recursos humanos. Que no tienen cara, sino brazos.Que no tienen nombre, sino números.Que no figuran en la historia universal, sino en la crónica roja de la prensa local.Los nadies, que cuestan menos que la bala que los mata.

GALEANO, Eduardo. Disponível em: <http://blog.tierraylibertad. pe/2009/11/00184-los-nadies-eduardo-galeano.html>. Acesso em: 22 jun. 2011.

19. El uso repetido de la partícula sino en el texto señala:a) la oposición entre las causas de los hechos históricos. b) el contraste entre las capas sociales. c) la confirmación de la naturaleza hostil de los ningunos. d) la diferencia entre los tipos de prensa.

Texto

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Los fantasmas, acomodándose a las nuevas circunstancias, empiezan a aficionarse a la mecánica. En el domicilio del marqués de Ely, en Hove, cerca de Brighton, Londres, ha hecho su misteriosa aparición un fantasma que no es tan misterioso por ser fantasma como por ser un fantasma exclusivamente fotogénico. En su departamento particular, el joven marqués - 25 años - tomó con luz artificial la fotografía de una amiga, convencido de que estaba solo con ella. Pero la fotografía reveló que el marqués se equivocaba: además de ellos había un fantasma en la habitación. Un fantasma que nadie ha conocido personalmente sino en fotografía, y que por consiguiente nadie puede decir cómo es en realidad, pues no hay testimonio de que el conflictivo, original y modernizado espectro sea igual o por lo menos parecido a sus retratos.

Gabriel García Márquez. La fotogenia del fantasma

20. Segundo o texto:a) o fantasma era irreconhecívelb) o fantasma deixou de ser misterioso por ser fotogênicoc) o fantasma não era fotogênicod) o fantasma era misterioso por ser fotogênico