simulado cesgranrio setembro

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SIMULADO CESGRANRIO Prof. Pestana Em vez de ler, colorir O anúncio do recente fechamento de livrarias no Rio — entre as quais a emblemática Leonardo da Vinci, fundada há 63 anos — é um dos reflexos da crise que afeta o setor em todo o país, motivada por fatores como inflação, retração das compras pelo governo, queda de faturamento e aumento de aluguéis. Segundo o 3º Painel das Vendas de Livros do Brasil, divulgado esta semana pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e pelo Instituto de Pesquisa Nielsen, o mercado editorial foi salvo pela onda dos livros para colorir, um dos maiores sucessos dos últimos tempos. Sozinhos, eles renderam mais de R$ 25 milhões entre janeiro e maio. O estudo baseia-se no resultado do BookScan Brasil, que verifica as vendas em livrarias e supermercados. Seu coordenador, Ismael Borges, disse ao portal G1 que o mercado editorial teria efetivamente “andado para trás” sem essas obras desprovidas de palavras e vendidas como solução contra o estresse, como se os livros fossem a favor. A febre das “cores” garantiu um salto de 8,83% no volume de faturamento: R$ 14,8 milhões entre janeiro e maio de 2014 e R$ 16,2 milhões em 2015. Os livros de colorir representam 14,21% desse total. Os destaques são “Jardim secreto”, “Floresta encantada”, “Jardim encantado”, “Mãe, te amo com todas as cores” e “Floresta celta”. Ainda vamos sentir saudades dos edificantes compêndios de autoajuda, por sua profundidade. A triste ironia dessa história é que se passa no país em que a promessa é de uma “Pátria educadora”, que, a continuar assim, corre o risco de ser educadora sem livros para ler, só para colorir, com pessoas sem estresse, mas analfabetas. Quando surgiu o Twitter, que exige apenas 140 caracteres para se redigir uma mensagem, o escritor José Saramago, com seu divertido pessimismo, previu que de degrau em degrau o homem ia acabar “chegando ao grunhido”. Se ainda estivesse por aqui, certamente imaginaria um de nossos semelhantes, diante dessa nova conquista, dando grunhidos, fazendo desenhos nas paredes das cavernas e pulando de galho em galho. Um dia, quem sabe, descobriria a palavra escrita. (Zuenir Ventura. O Globo, 20/06/2015.) 1 A expressão “Em vez de ler, colorir”, que se encontra no título do texto, refere-se à ideia de que o (A) público feminino está preferindo colorir a ler. (B) mercado editorial está investindo cada vez menos em livros de colorir. (C) leitor necessita de livros de colorir a fim de ler menos. (D) fechamento de livrarias se deve à queda do interesse de ler. (E) livro tradicional perdeu espaço para livros de colorir. 2 Esse texto é uma crônica porque apresenta uma reflexão a respeito de um tema cotidiano. Como conclusão, o autor (A) já vê o ser humano como um homem das cavernas, uma vez que não se identifica mais com a palavra escrita. (B) realmente crê na hipótese de o homem-leitor conseguir descobrir a palavra escrita só no futuro. (C) se reporta aos nossos antepassados para fazer uma analogia com a inteligência dos pré- homens, que apreciavam os livros. (D) aponta para uma previsão sarcástica sobre o futuro leitor, inserido nesse cenário atual de livros de colorir. (E) critica a postura dos que comparam o leitor atual de livros de colorir a homens da caverna, que nem sabia ler.

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Simulado cesgranrio português

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Page 1: Simulado Cesgranrio Setembro

SIMULADO CESGRANRIO Prof. Pestana

Em vez de ler, colorir

O anúncio do recente fechamento de livrarias no Rio — entre as quais a emblemática Leonardo da Vinci, fundada há 63 anos — é um dos reflexos da crise que afeta o setor em todo o país, motivada por fatores como inflação, retração das compras pelo governo, queda de faturamento e aumento de aluguéis.

Segundo o 3º Painel das Vendas de Livros do Brasil, divulgado esta semana pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e pelo Instituto de Pesquisa Nielsen, o mercado editorial foi salvo pela onda dos livros para colorir, um dos maiores sucessos dos últimos tempos. Sozinhos, eles renderam mais de R$ 25 milhões entre janeiro e maio.

O estudo baseia-se no resultado do BookScan Brasil, que verifica as vendas em livrarias e supermercados. Seu coordenador, Ismael Borges, disse ao portal G1 que o mercado editorial teria efetivamente “andado para trás” sem essas obras desprovidas de palavras e vendidas como solução contra o estresse, como se os livros fossem a favor.

A febre das “cores” garantiu um salto de 8,83% no volume de faturamento: R$ 14,8 milhões entre janeiro e maio de 2014 e R$ 16,2 milhões em 2015. Os livros de colorir representam 14,21% desse total. Os destaques são “Jardim secreto”, “Floresta encantada”, “Jardim encantado”, “Mãe, te amo com todas as cores” e “Floresta celta”. Ainda vamos sentir saudades dos edificantes compêndios de autoajuda, por sua profundidade.

A triste ironia dessa história é que se passa no país em que a promessa é de uma “Pátria educadora”, que, a continuar assim, corre o risco de ser educadora sem livros para ler, só para colorir, com pessoas sem estresse, mas analfabetas.

Quando surgiu o Twitter, que exige apenas 140 caracteres para se redigir uma mensagem, o escritor José Saramago, com seu divertido pessimismo, previu que de degrau em degrau o homem ia acabar “chegando ao grunhido”.

Se ainda estivesse por aqui, certamente

imaginaria um de nossos semelhantes, diante dessa nova conquista, dando grunhidos, fazendo desenhos nas paredes das cavernas e pulando de galho em galho. Um dia, quem sabe, descobriria a palavra escrita. (Zuenir Ventura. O Globo, 20/06/2015.) 1 A expressão “Em vez de ler, colorir”, que se encontra no título do texto, refere-se à ideia de que o (A) público feminino está preferindo colorir a ler. (B) mercado editorial está investindo cada vez menos em livros de colorir. (C) leitor necessita de livros de colorir a fim de ler menos. (D) fechamento de livrarias se deve à queda do interesse de ler. (E) livro tradicional perdeu espaço para livros de colorir. 2 Esse texto é uma crônica porque apresenta uma reflexão a respeito de um tema cotidiano. Como conclusão, o autor (A) já vê o ser humano como um homem das cavernas, uma vez que não se identifica mais com a palavra escrita. (B) realmente crê na hipótese de o homem-leitor conseguir descobrir a palavra escrita só no futuro. (C) se reporta aos nossos antepassados para fazer uma analogia com a inteligência dos pré-homens, que apreciavam os livros. (D) aponta para uma previsão sarcástica sobre o futuro leitor, inserido nesse cenário atual de livros de colorir. (E) critica a postura dos que comparam o leitor atual de livros de colorir a homens da caverna, que nem sabia ler.

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3 A ideia veiculada pelo vocábulo ou expressão destacada está corretamente explicitada entre colchetes em (A) “Segundo o 3º Painel das Vendas de Livros do Brasil, divulgado esta semana pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros...” (2º§) [modo] (B) “... sem essas obras desprovidas de palavras e vendidas como solução contra o estresse, como se os livros fossem a favor.” (3º§) [condição] (C) “Ainda vamos sentir saudades dos edificantes compêndios de autoajuda, por sua profundidade.” (4º§) [causa] (D) “... a continuar assim, corre o risco de ser educadora sem livros para ler...” (5º§) [tempo] (E) “Quando surgiu o Twitter, que exige apenas 140 caracteres para se redigir uma mensagem...” (6º§) [proporcionalidade] 4 A frase que apresenta frase pontuada de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa é: (A) Depois do fechamento de certas livrarias — muito por conta da crise econômica do país —, o desânimo de certos leitores aumentou. (B) Segundo certa pesquisa recente os livros de colorir salvaram o mercado editorial. (C) É claro que infelizmente, há uma triste ironia no aumento de vendas de livros para colorir. (D) Certo escritor de livros consagrados mundialmente, teceu um comentário divertidamente pessimista sobre o futuro dos leitores. (E) O crescimento dos livros para colorir se deve a: que tipo de desinteresse exatamente? 5 Levando em conta o contexto, no trecho “... é um dos reflexos da crise que afeta o setor em todo o país...” (1º§), o segmento destacado pode ser substituído, sem prejuízo do sentido e da correção do texto, por (A) que afetam o setor em todo o país. (B) afetando o setor em todo o país. (C) afetada pelo setor em todo o país. (D) sendo afetada pelo setor em todo o país. (E) cujo setor afeta todo o país. 6 No trecho “... fundada há 63 anos...” (1º§), a palavra destacada é acentuada graficamente pelo mesmo motivo pelo qual se acentua a palavra (A) país

(B) trás (C) mãe (D) aluguéis (E) José 7 De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o emprego do sinal indicativo da crase só é correto em: (A) Ensinar A distância é uma tarefa bastante árdua. (B) O autor atribui A certas pessoas o desânimo pela leitura. (C) É preciso redigir A mão algumas crônicas peculiares. (D) Cabe-nos A reflexão de mudar alguns hábitos. (E) Se há desprezo pelos livros tradicionais, é porque não se incentiva A leitura. 8 No quinto parágrafo, há três ocorrências do vocábulo “que”. Confirme: “A triste ironia dessa história é que se passa no país em que a promessa é de uma “Pátria educadora”, que, a continuar assim, corre o risco de ser educadora sem livros para ler, só para colorir, com pessoas sem estresse, mas analfabetas”. Que afirmação abaixo procede? (A) Os dois primeiros vocábulos têm somente o papel de ligar orações, e não de retomar termo anterior. (B) Os três vocábulos cumprem o papel de referenciadores, pois substituem vocábulos. (C) Somente o último vocábulo liga, faz referência e exerce função sintática. (D) O segundo vocábulo poderia ser substituído por “aonde” para retomar termo de sentido locativo. (E) O primeiro vocábulo tem o papel apenas de ligar orações, e não de ligar e, ao mesmo tempo, fazer referência a termo anterior como os demais. 9 Levando-se em conta o contexto, a palavra a que se refere o termo destacado está explicitada entre colchetes em: (A) “O anúncio do recente fechamento de livrarias no Rio — entre as quais a emblemática Leonardo da Vinci, fundada há 63 anos...” (1º§) [Leonardo da Vinci]

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(B) “Segundo o 3º Painel das Vendas de Livros do Brasil, divulgado esta semana...” (2º§) [Painel] (C) “Sozinhos, eles renderam mais de R$ 25 milhões entre janeiro e maio.” (2º§) [sucessos] (D) “O estudo baseia-se no resultado do BookScan Brasil, que verifica as vendas em livrarias e supermercados...” (3º§) [Brasil] (E) “... o escritor José Saramago, com seu divertido pessimismo, previu que de degrau em degrau o homem ia acabar...” (6º§) [José Saramago] 10 A concordância verbal está de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa em: (A) A febre dos livros de colorir para adultos movimentaram o mercado editorial brasileiro. (B) Apesar de alguns títulos que impulsionaram a onda de livros para colorir, passou em branco outros. (C) O último período de vendas analisado pela instituição mostra que a participação de vendas deste nicho caíram para 10,58%. (D) 14,21% do faturamento total das livrarias é só de livros para colorir. (E) Cabem aos livreiros tentar incentivar o público a ler os clássicos, em vez de livros para colorir. 11 Em “Quando surgiu o Twitter, que exige apenas 140 caracteres para se redigir uma mensagem, o escritor José Saramago, com seu divertido pessimismo, previu...”, o segmento destacado poderia ter outra estrutura sem que isso implicasse mudança de sentido ou desvio gramatical. Considerando-se essa afirmação, que outra estrutura frasal poderia representar o segmento? (A) À medida que surgiu o Twitter (B) Até surgir o Twitter (C) Ao surgir o Twitter (D) Malgrado ter surgido o Twitter (E) A despeito de ter surgido o Twitter 12 No último parágrafo, “Se ainda estivesse por aqui, certamente imaginaria um de nossos semelhantes, diante dessa nova conquista, dando grunhidos, fazendo desenhos nas paredes das cavernas e pulando de galho em galho. Um dia, quem sabe,

descobriria a palavra escrita”, são palavras de classes gramaticais diferentes (A) um e Um (B) ainda e certamente (C) por e de (D) desenhos e paredes (E) semelhantes e conquista 13 No seguinte período, a palavra em destaque está grafada de acordo com a ortografia oficial: (A) O levante vertijinoso do primeiro semestre passou. (B) Estamos trabalhando no fechamento do próximo período. (C) Os dois principais títulos impulçionaram o mercado. (D) Venderam o dobro, mais em junho só venderam a metade. (E) Nota-se também uma redussão significativa nessa escala. 14 O termo destacado pode ser substituído pelo termo entre colchetes, sem prejuízo do sentido, em (A) “Em vez de ler, colorir” [Ao invés de] (B) “O estudo baseia-se no resultado...” [formula-se] (C) “... vamos sentir saudades dos edificantes compêndios...” [completos] (D) “... exige apenas 140 caracteres para se redigir uma mensagem...” [sons] (E) “... essas obras desprovidas de palavras e vendidas como solução contra o estresse...” [esvaziadas] 15 Levando em conta seu contexto, o período “Ainda vamos sentir saudades dos edificantes compêndios de autoajuda, por sua profundidade” (4º§) apresenta o seguinte efeito expressivo: (A) ironia. (B) metalinguagem. (C) antítese. (D) reiteração. (E) paralelismo.

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GABARITO

1- E 2- D 3- C 4- A 5- B 6- B 7- C 8- E

9- A 10- D 11- C 12- A 13- B 14- E 15- A

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