simbologia dos orixás

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Segue um texto, resumindo alguns símbolos/apetrechos utilizados pelos Orixás/Inquices. A ESFERA, relacionada a Exu (em yorubá, Exu, significa esfera), representa aquilo que é infinito, que não tem começo nem fim. As SETAS existentes em vários assentamentos de Exu, representam os sete caminhos do homem, os sete chacras (pontos de captação, distribuição e armazenamento de energia), as sete cores, as sete auras. O OGÓ é um dos símbolos de Exu. É o Ogó (penis), com o qual ele se movimenta. É apontando o Ogó para um certo sentido que Exu se transporta. No caso de OGUM, citamos a ADAGA, o ESCUDO, o CAPACETE, FACÃO e a LANÇA, como instrumentos ou apetrechos utilizados, principalmente para os momentos de batalhas, onde ele se defende e ataca. Em algumas situações Ogum também utiliza-se do uso do TRIDENTE. A BIGORNA e a FORJA, são ferramentas e instrumentos que são utilizados para a forja das suas armas. A PALMEIRA DE DENDEZEIRO franjada, utilizada por Ogum e colocada embaixo das portas ou das entradas de um caminho, servem para invocar Ogum e espantar as más influências. Pousadas mais perto do solo elas impedem a passagem; passar por cima significa se expor à cólera de Ogum. No caso de Oxosse, os principais símbolos são o ARCO e FLECHA, ESPINGARDA (arcabuz), o ESPANTA-MOSCAS (Erukerê), o CAPACETE COM PLUMAS, o CAPACETE DE PALHA-DA-COSTA COM BÚZIOS, a CAPANGA, a COURAÇA, o CHICOTE e os CHIFRES. O erukerê é instrumento simbólico de hierarquia, usado na África pelos reis. Ele é uma espécie de cetro feitos com pelos do rabo de touro (podendo ser, também de búfalo, de um antílope ou mesmo de um cavalo), presos em um couro duro, constituindo um cabo e revestido comum couro fino, ornado com cotas e búzios. É um dos principais instrumentos dos caçadores e detém poderes sobrenaturais. Na África nem um caçador, se aventuraria, a ir à floresta sem seu ìrùkèrè. É preparado com pós e remédios de diversos tipos, assim como folhas e fragmentos triturados dos animais sacrificados. Antes de serem presas, as raízes dos pelos devem durante algum tempo, ficar imerso num pote com uma combinação de elementos que constituem um axé especial, que lhe conferirá suas atribuições necessárias. Não é apenas mais um emblema, tem o poder de manejar e controlar todo tipo de espíritos da floresta. Os pelos do rabo - parte

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Page 1: Simbologia Dos Orixás

Segue um texto, resumindo alguns símbolos/apetrechos utilizados pelos Orixás/Inquices.

A ESFERA, relacionada a Exu (em yorubá, Exu, significa esfera), representa aquilo que é infinito, que não tem começo nem fim.

As SETAS existentes em vários assentamentos de Exu, representam os sete caminhos do homem, os sete chacras (pontos de captação, distribuição e armazenamento de energia), as sete cores, as sete auras.

O OGÓ é um dos símbolos de Exu. É o Ogó (penis), com o qual ele se movimenta. É apontando o Ogó para um certo sentido que Exu se transporta.

No caso de OGUM, citamos a ADAGA, o ESCUDO, o CAPACETE, FACÃO e a LANÇA, como instrumentos ou apetrechos utilizados, principalmente para os momentos de batalhas, onde ele se defende e ataca. Em algumas situações Ogum também utiliza-se do uso do TRIDENTE. A BIGORNA e a FORJA, são ferramentas e instrumentos que são utilizados para a forja das suas armas.

A PALMEIRA DE DENDEZEIRO franjada, utilizada por Ogum e colocada embaixo das portas ou das entradas de um caminho, servem para invocar Ogum e espantar as más influências. Pousadas mais perto do solo elas impedem a passagem; passar por cima significa se expor à cólera de Ogum.

No caso de Oxosse, os principais símbolos são o ARCO e FLECHA, ESPINGARDA (arcabuz), o ESPANTA-MOSCAS (Erukerê), o CAPACETE COM PLUMAS, o CAPACETE DE PALHA-DA-COSTA COM BÚZIOS, a CAPANGA, a COURAÇA, o CHICOTE e os CHIFRES. O erukerê é instrumento simbólico de hierarquia, usado na África pelos reis. Ele é uma espécie de cetro feitos com pelos do rabo de touro (podendo ser, também de búfalo, de um antílope ou mesmo de um cavalo), presos em um couro duro, constituindo um cabo e revestido comum couro fino, ornado com cotas e búzios. É um dos principais instrumentos dos caçadores e detém poderes sobrenaturais. Na África nem um caçador, se aventuraria, a ir à floresta sem seu ìrùkèrè. É preparado com pós e remédios de diversos tipos, assim como folhas e fragmentos triturados dos animais sacrificados. Antes de serem presas, as raízes dos pelos devem durante algum tempo, ficar imerso num pote com uma combinação de elementos que constituem um axé especial, que lhe conferirá suas atribuições necessárias. Não é apenas mais um emblema, tem o poder de manejar e controlar todo tipo de espíritos da floresta. Os pelos do rabo - parte posterior (poente) - representam os ancestrais, espíritos de animais e de todo tipo de espírito da floresta. O erukerê é também chamado de eruexim. Erukerê quer dizer chibata. Os chifres de touro que carrega (oge), servem para fazer a comunicação entre a Terra e o Além. Os demais apetrechos são utilizados para suas missões de caça e proteção.

Com relação a Ossãe citamos como apetrechos-símbolos a CABAÇA, a ESPADA DE LATÃO DOURADO, o CHAPÉU DE COURO, o CAPACETE COM PLUMAS, a HASTE METÁLICA COM FLECHAS DE SETE PONTAS. No caso da cabaça, este símbolo representa a matriz cósmica, onde guarda suas folhas e seu poder. Podemos ainda citar os PÁSSAROS como um de seus símbolos, o que pode se ver representado em sua COROA COM UM PÁSSARO EM CIMA. O pássaro de seu símbolo representa o poder e o seu mensageiro que vai a toda parte do mundo e Em sua cabaça Ossãe guarda o segredo das folhas.

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O símbolo de Ossãe é uma haste de ferro, tendo na extremidade superior um pássaro de ferro forjado. Esta mesma haste é cercada por sete outras, dirigidas em leque para o alto. Ossãe possui um poder ao mesmo tempo benéfico e perigoso. O Eye é um pássaro que o representa, o Igbá Òsányin é seu emblema, confeccionado com ferro, e simboliza uma árvore de sete ramos com um pássaro em sua haste central, o ferro reforça a ligação com o axé do preto mineral, e o pássaro é a relação folha-pena e elemento procriado. O pássaro de seu símbolo é a representação do poder de Ossãe. É o seu mensageiro que vai a toda parte, volta e se empoleira sobre a cabeça de Ossãe para lhe fazer o seu relato.

XAXARÁ, SETA, LANÇA e CABAÇA, são instrumentos/apetrechos usados por Omolu ou Obaluaiê. O xaxará que é feito de nervuras da palha da palmeira do dendezeiro, tem, como uma das funções, captar todas as influências negativas da casa-de-santo e das pessoas que ali convivem ou visitam. Ainda como um dos apetrechos utilizados por Omolu, encontramos o LAGUIDIBÁ, que é um colar ritual de Omolu/Obaluaiê, feito de contas pretas de certo tipo de coquinhos ou de chifre de búfalo, cortados em rodelinhas. Sua função na África é proteger as crianças de doenças e é usado em volta do umbigo. É usado por pessoas de grau hierárquico elevado. Em algumas nações, pega, também, a cor marrom e às vezes azul e branco. Quanto a seta ou lança, podemos atribuir este instrumento para o uso da caça, em face de Obaluaiê ser considerado em suas rezas como o CAÇADOR NEGRO.

Kitembo, tem como símbolo, a GRELHA/FOGAREIRO, a BANDEIRA BRANCA, a ESCADA e LANÇA. A bandeira branca é um dos seus principais símbolos. A lança como arma de caça e defesa. A escada simbolizando a ligação da Terra com o espaço celeste e a grelha ou fogareiro, uma alusão a possível forma de sua morte (queimado).

A SERPENTE e o ARCO-ÍRIS são símbolos de Oxumarê. Especificamente se tratando de Angola, este Inquice (Angorô/Angoroméia), é representado pelo arco-íris (principalmente nas cores vermelha e azul). Enquanto representado pela serpente, tem a interpretação da continuidade e da permanência e, algumas vezes, é representado por uma serpente que se enrosca e morde a própria cauda. Enrola-se me volta da Terra para impedi-la de se desagregar. Um outro instrumento/apetrecho de Oxumarê é o BRAJÁ, que é um longo colar de búzios trabalhados de maneira a parecerem as escamas de uma serpente. Por outro lado, tanto o arco-íris como a cobra não precisam necessariamente ser entendidos como o antagonismo entre o bem e o mal. Primeiramente pode-se atribuir à beleza do primeiro, que marca o final das grandes tempestades, um caráter tipicamente positivo, enquanto que a cobra representaria o oposto, dada sua imagem de animal perigoso, sorrateiro; especialmente para um civilização da selva, local em que a cobra pode surgir a qualquer momento (nos rios, rastejando pelo chão ou enroscadas nas árvores). A cobra e o arco-íris são a representação de uma mesma característica comum: a renovação, a substituição. Assim o arco-íris, como fenômeno físico é o oposto da chuva que terminou, constituindo-se no reflexo que as partículas do sol, agora brilhando no céu, provocam nos cristais líquidos que estão em processo de evaporação. Mas, se são a constatação evidente do final da chuva, também representam a garantia de que nova chuva virá, de vez que a água está voltando para as nuvens, revela-se assim que, como a tempestade, o bom tempo também é passageiro. A cobra também se enquadra nessa simbologia por ser um animal em constante mutação, já que periodicamente perde sua pele,

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descamando-se completamente.

Os objetos/apetrechos sagrados de Xangô são o LABÁ e o OXÉ, a dupla machadinha que representa o raio e que pode ser em madeira ou bronze-metal - pela cor avermelhada, é consagrado a ele. O LABÁ é uma capanga de couro pintada e cujos desenhos são sagrados. Ela é dividida em quatro partes e suas figuras, que lembram o raio, são assimétricas e evocam os três segmentos do raio e do triângulo. O número três é o par mais um, sugerindo movimento e continuação - ou seja, a própria vida. Neste labá Xangô guarda os seus edum-ára, que lança sobre a Terra durante as tempestades. Um outro objeto que simboliza Xangô é o XÉRE, que é um instrumento musical, feito feito de uma cabaça alongada e contendo em seu interior, pequenos grãos. Convenientemente sacudido durante a recitação dos louvores a Xangô, esse instrumento imita o ruído da chuva.

Page 4: Simbologia Dos Orixás

No que tange a Inhansã, um dos seus símbolos é o RAIO, pelo mesmo motivo que este Orixá tem como influência direta neste fenômeno natural. Um outro é o CHIFRE DE BÚFALO, quando é feita a alusão a transformação deste Orixá e seu aparecimento na forma deste animal. Usa, também, o ALFANGE (espada) para a utilização em suas batalhas e o ERUEXIM (ver menção feita nos instrumentos de Oxosse). Algumas Inhansãs, têm como símbolo, um instrumento que se assemelha a FOICE (em cobre).

Quanto a Oxum, temos como símbolos o ABEBÊ AMARELO, o PENTE DE TARTARUGA e JÓIAS DIVERSAS. Estes apetrechos simbolizam bastante bem a vaidade feminina que este Orixá possue. Em alguns tipos/qualidades de Oxum, encontramos ainda o ARCABUS (tipo de espingarda) e o ALFANGE. Um outro símbolo que representa Oxum é o PEIXE, significando a fartura das águas doces, além de sua beleza, mansidão e fertilidade.

Iemanjá tem como símbolo/apetrecho o ABEBÊ e o ALFANGE PRATEADO, além de BRACELETES, COLARES, CONCHAS E PEIXES. O abebê representando as águas e os peixes representando os filhos do mar. Ainda como símbolo de Iemanjá encontramos a meia-lua, indicando a relação deste astro com as marés e o temperamento instável dessa Orixá.

A IBIRI ou IBIRA é o símbolo de Nanã (I-Biri = enrolou repentinamente ou Ibi = nascimento / Ri = previamente). Assemelha-se ao xaxará de Omolu, mas é voltado na ponta superior, como papo de bicho, forrado com as cores de azul e branco e incrustado de búzios. O feixe de nervuras de palmeiras, que formam seu interior, bem como os búzios, representam seus filhos, pois Nanã é a grande genitora mítica. Alguns zeladores-de-santo associam a ibiri a um útero, por sua forma, e dizem que ele representa a origem humana. Ainda como símbolo de Nana, temos a configuração de terra e lama: "A terra deve ser umedecida sempre que seca e quente, a umidade e o frescor representam a paz e o equilíbrio. Colocar água sobre a terra, significa não só fecundá-la, mas também restituir-lhe seu "sangue" branco com o qual ela "alimenta" e propicia tudo que nasce e cresce e, em decorrência os pedidos e rituais a serem realizados.

Oxaguiã usa ESPADA, ESCUDO E COURAÇA PRATEADOS, CAPACETE ENCIMADO POR UMA POMBA BRANCA e PILÃO, como forma de símbolos. Já o principal símbolo de Oxalufã é o OPAXORÔ, que representa o objeto-escudo para o seu povo, isto é, o seu meio de defesa e é o símbolo dos seus tormentos sobre a Terra.

Logum tem como símbolo um tipo de LIRA MUSICAL, ABEBÊ, ARCO E FLECHA, podendo ainda ter como símbolo a BALANÇA. Também usa à tiracolo DOIS BARCOS À VELA. Como símbolo de indumentária, pode usar couraça, capanga, polvari de latão e chifres de caçador.

Obá aparece empunhando um dos seus símbolos: a ESPADA ou SABRE DE COBRE em uma das mãos e em outra o ESCUDO (também de cobre), mostrando o seu espírito bélico.

O símbolo de Yweá é um ADÊ que vai até à altura dos quadris, trançada em palha-da-costa, como réstia de cebolas. Esse adê é feito de palha-da-costa, incrustado de búzios. Ainda como símbolo/apetrecho, carrega nas mãos um ARPÃO e uma LANÇA e às vezes com uma LIRA.

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