silva, virgílio afonso da. interpretacao_conforme a constituição

Upload: dicionariobrasil

Post on 21-Feb-2018

219 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    1/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.[se fizer referncia a este trabalho, utilize a pagina!o original, in"ica"a ao longo "o te#to$

    %nterpreta!o confor&e a constitui!o:entre a tri'iali"a"e e a centraliza!o u"icial

    Virglio Afonso da Silva**

    *rofessor +itular "e ireito onstitucional "a acul"a"e "e ireito "a /ni'ersi"a"e "e !o *aulo

    /34: 4 c5none interpretati'o "a interpreta!o confor&e a constitui!o 'e&ganhan"o u& espao crescente na urispru"ncia "o upre&o +ribunal e"eral e naargu&enta!o forense e& geral. ecorrer a esse tipo "e interpreta!o "7, &uitas 'ezes,a i&press!o "e 8ue se faz u&a "eferncia ao legisla"or, sal'an"o u&a lei "a

    "eclara!o "e inconstitucionali"a"e por &eio "e u&a interpreta!o bene'olente. steartigo preten"e cha&ar a aten!o para pontos pouco estu"a"os nesse 5&bito e tentar"e&onstrar 8ue tanto a fun"a&enta!o 8uanto as conse8ncias "a interpreta!oconfor&e a constitui!o s!o &uito &ais proble&7ticas "o 8ue aparenta& ser,especial&ente "iante "a atual legisla!o sobre controle "e constitucionali"a"e.

    *; presun!o "e constitucionali"a"e> uni"a"e "a constitui!o> efeito'inculante.

    191

    1. Introduo

    & recente trabalho sobre interpreta!o constitucional, ao fazer u& bre'e co&ent7rio

    sobre a interpreta!o confor&e a constitui!o, suscitei 8ue era u& fato curioso 8ue essa

    for&a "e interpreta!o fosse inclu?"a entre os cha&a"os princ?pios "e interpreta!o

    constitucional, 7 8ue, 8uan"o se fala e& interpreta!o confor&e a constitui!o, n!o se est7

    falan"o "e interpreta!o constitucional, pois n!o @ a constitui!o 8ue "e'e ser interpreta"a

    e& confor&i"a"e co& ela &es&a, &as as leis

    191A192

    infraconstitucionais.1*or isso, na8uela ocasi!o, n!o &e aprofun"ei na an7lise "esse c5none

    interpretati'o, o 8ue preten"o fazer agora neste trabalho. o& isso fica claro, 7 "e in?cio,

    ste artigo @ u&a tra"u!o "e:

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    2/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    8ue o presente artigo @ sobre interpreta!o "as leis e, apenas in"ireta&ente, sobre

    interpreta!o constitucional.

    3as @ Bb'io 8ue essa constata!o n!o retira o obeto "e estu"o "o ca&po "o "ireitoconstitucional e isso por "ois &oti'os principais: (a) e&bora a interpreta!o confor&e a

    constitui!o, sea u&a interpreta!o "a lei, o par5&etro para tanto @ a constitui!o> ( b) ao

    "efinir a constitui!o co&o par5&etro para se saber co&o a lei "e'e ser interpreta"a, n!o h7

    co&o escapar "e u& &?ni&o "e interpreta!o "a prBpria constitui!o.23as, repita-se, na

    interpreta!o confor&e a constitui!o o obeti'o principal n!o @ interpretar a prBpria

    constitui!o, &as as leis infraconstitucionais, raz!o pela 8ual ela n!o po"e ser consi"era"a

    u& princ?pio "e interpreta!o constitucional.

    Ko entanto, afir&ar 8ue a constitui!o @ o par5&etro para a interpreta!o "a lei n!o

    significa &uito. L preciso, e& u& trabalho sobre interpreta!o confor&e a constitui!o, 8ue

    se inicie co& u& conceito, ain"a 8ue preli&inar, "esse c5none "e interpreta!o.

    4 conceito "e interpreta!o confor&e a constitui!o n!o parece ser encara"o co&o

    algo proble&7tico pela "outrina brasileira e ta&b@& pela "outrina "e outros pa?ses. e u&a

    for&a geral, 8uan"o se fala e& interpreta!o confor&e a constitui!o, 8uer-se co& isso "izer

    8ue, 8uan"o h7 &ais "e u&a interpreta!o poss?'el para u& "ispositi'o legal, "e'e ser "a"a

    preferncia M8uela 8ue sea confor&e a constitui!o. uas s!o as 'ersIes "esse enten"i&ento

    8ue s!o &ais fre8ente&ente cita"as, u&a urispru"encial e outra "outrin7ria.

    Ka urispru"ncia "o upre&o +ribunal e"eral, o &arco no 8ue "iz respeito M

    interpreta!o confor&e a constitui!o @ o 'oto "o 3in. 3oreira l'es na ep. 1N1O, "e

    19FO:[$ interpreta!o "a nor&a sueita a controle "e'e partir "e u&a hipBtese "e trabalho, acha&a"a presun!o "e constitucionali"a"e, "a 8ual se e#trai 8ue, entre "oisenten"i&entos poss?'eis "o preceito i&pugna"o, "e'e pre'alecer o 8ue sea confor&e Monstitui!o.E

    Ko &es&o senti"o @ a ta&b@& &uito cita"a "efini!o "e *aulo Hona'i"es:

    2

    f., nesse senti"o, hristoph PusC,Parlamentarischer Gesetzgeber und Bundesverfassungsgericht, p. 219.E RTJ126, NF (DE)

    J

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    3/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    /&a nor&a po"e a"&itir '7rias interpretaIes. estas, algu&as con"uze& aoreconheci&ento "a inconstitucionali"a"e, outras, por@&, consente& to&7-la porco&pat?'el co& a onstitui!o. 4 int@rprete, a"otan"o o &@to"o ora proposto [ainterpreta!o confor&e a constitui!o$, h7 "e inclinar-se por esta Glti&a sa?"a ou 'ia "e

    solu!o. nor&a, interpreta"a confor&e a onstitui!o, ser7 portanto consi"era"aconstitucional.N

    192A19E

    37#i&as se&elhantes po"e& ser encontra"as na "outrina e na urispru"ncia

    estrangeiras e& 8uanti"a"e razo7'el. &bora no "ebate brasileiro sea a pro"u!o ale&!

    8ue e#era u&a influncia &ais consi"er7'el, o recurso M interpreta!o confor&e a

    constitui!o te& u&a traetBria &uito &ais longa e fre8ente na orte e"eral su?a. &reitera"as "ecisIes, os u?zes su?os ressalta&:

    [K$o controle abstrato "e constitucionali"a"e, a orte e"eral so&ente "e'e "eclarar anuli"a"e "e u&a "isposi!o "e "ireito cantonal se ela n!o se prestar a nenhu&ainterpreta!o confor&e a constitui!o.D

    Ka urispru"ncia "o +ribunal onstitucional ale&!o, a pri&eira 'ez 8ue se fez uso

    e#presso "a i"@ia "e interpreta!o confor&e a constitui!o foi e& 19DE, nos seguintes

    ter&os:

    [/$&a lei n!o "e'e ser "eclara"a nula se for poss?'el interpret7-la "e for&a co&pat?'elco& a constitui!o, pois "e'e-se pressupor n!o so&ente 8ue u&a lei sea co&pat?'el co&a constitui!o &as ta&b@& 8ue essa presun!o e#pressa o princ?pio segun"o o 8ual, e&caso "e "G'i"a, "e'e ser feita u&a interpreta!o confor&e a constitui!o.6

    3as tal'ez sea u& antigo prece"ente "a upre&a orte "o sta"o "a lBri"a, nos

    sta"os /ni"os, 8ue resu&a co& &elhor clareza o 8ue, no Hrasil, te& si"o escrito sobre a

    interpreta!o confor&e a constitui!o:

    N *aulo Hona'i"es, Curso de direito constitucional, p. NON. f., no &es&o senti"o, Pil&ar erreira 3en"es,Jurisdio constitucional, p. 26F> ;u?s oberto Harroso, nter!retao e a!licao da constituio, p. 1OD> Q. Q.Po&es anotilho,Direito constitucional e teoria da constituio, p. 1099.

    D HP 109 %a, 2OE (tra"u!o li're). f., no &es&o senti"o, entre outras "ecisIes, HP 111 %a, 2E (2N) e HP

    122 %, 11F (20).6 H

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    4/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    [$e a lei @ razoa'el&ente suscet?'el "e "uas interpretaIes, sen"o 8ue, segun"o u&a"elas, seria a lei consi"era"a inconstitucional e, segun"o a outra, '7li"a, @ o "e'er "aorte a"otar a8uela constru!o 8ue sal'e a lei "a inconstitucionali"a"e.O

    4utros e#e&plos po"e& ser encontra"os nas uris"iIes "e "i'ersos pa?ses, co&o

    *ortugal,F%t7lia,9Sustria,10olT&bia,11hile,12ana"7,1Eentre outros.

    "espeito "a si&plici"a"e "a i"@ia e& 8ue se baseia a interpreta!o confor&e a

    constitui!o, alguns proble&as a ela relaciona"os n!o po"e& ser ignora"os. interpreta!o

    "as leis e o controle "e constitucionali"a"e e#erci"os pelo Qu"ici7rio significa& se&pre u&

    ponto "e atrito entre esse po"er e o ;egislati'o. , e&bora a "outrina ur?"ica costu&e

    &uitas 'ezes &ini&izar esse atrito, ao aceitar co&o n!o-proble&7tica a legiti&i"a"e "oQu"ici7rio para controlar os atos "o legislati'o, tentarei "e&onstrar 8ue u& c5none

    interpretati'o 8ue constrana o uiz a tentar sal'ar u&a lei "a inconstitucionali"a"e ten"e a

    tornar essa possibili"a"e "e atrito ain"a &aior.1NU an7lise "esse e "e outros proble&as

    relaciona"os M interpreta!o

    19EA19N

    O HoCton v. tate, o. 2 DE6, DN6 (19DE) R tra"u!o li're. Ka upre&a orte "os sta"os /ni"os h7 ta&b@&'7rias "ecisIes nesse senti"o, &as nenhu&a se apro#i&a t!o be& "os ter&os usa"os na "iscuss!o brasileira8uanto essa "ecis!o "o esta"o "a lBri"a.

    F f., recente&ente, os cBr"!os E2OV99 e N66V00 "o +ribunal onstitucional portugus.9 f., por e#e&plos, as entenas 1EFV199F (Giursis!rudenza Costituzionale NE, 10O6) e 1E9V199F

    (Giursis!rudenza Costituzionale NE, 1092), "a orte onstitucional italiana. Kesta Glti&a, po"e-se ler: [...$ oprinc?pio "a superiori"a"e "a onstitui!o [...$ 'e"a aos u?zes, "iante "a e#istncia "e '7rias interpretaIesposs?'eis, a"otar a8uela 8ue torne a "isposi!o legal contr7ria M onstitui!o e i&pIe a eles escolher asolu!o interpretati'a constitucional&ente confor&e (p. 1096). f., sobre o te&a, Pio'anni &oroso,;Winterpretazione Xa"eguatriceY nella giurispru"enza costituzionale tra canone er&eneutico e tecnica "isin"acato "i costituzionalitM, p. F9-11D.

    10 f., por e#e&plo, lg. 11.DO6V19FO. obre o te&a, cf. 3einra" =an"stanger, rien"s of4l"&an i'er ocietC v"ana"a (1992) 1 ... E. Ka urispru"ncia cana"ense, a interpreta!o confor&e aconstitui!o @ cha&a"a "e rea"ing "o]n.

    1N L fre8ente, contu"o, 8ue se enten"a usta&ente o contr7rio, isto @, 8ue a interpreta!o confor&e a

    constitui!o "i&inui o atrito entre legisla"or e ulga"or e fo&enta o respeito M separa!o "e po"eres. f.,sobre isso, o tBpico D, abai#o.

    J

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    5/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    confor&e a constitui!o s!o "e"ica"os os prB#i&os tBpicos "este artigo, co& base na

    seguinte estrutura:

    4 tBpico seguinte (tBpico 2) @ "e"ica"o M an7lise "os argu&entos 8ue costu&a& serusa"os pela "outrina para fun"a&entar a interpreta!o confor&e a constitui!o,

    especial&ente a uni"a"e "o or"ena&ento ur?"ico (2.1) e a presun!o "e constitucionali"a"e

    "as leis (2.2). Q7 o tBpico E 8uestiona a i&port5ncia "a interpreta!o confor&e a constitui!o

    e ser'e "e intro"u!o M parte seguinte, "e"ica"a M urispru"ncia "o upre&o +ribunal

    e"eral (tBpicos N e D). Ka conclus!o (tBpico 6), al@& "e reto&ar alguns resulta"os obti"os

    ao longo "o artigo, proponho u&a hipBtese sobre a fun!o 8ue a interpreta!o confor&e a

    constitui!o po"er7 ter e& 'ista "a atual legisla!o sobre controle "e constitucionali"a"e.

    2. Fundamentao da interpretao conforme a constituio

    & alguns trabalhos recentes 'enho tentan"o "e&onstrar 8ue &uitos "os conceitos

    8ue u&a gran"e parte "a "outrina constitucional aceita co&o pac?ficos e se"i&enta"os s!o,

    na 'er"a"e, e#tre&a&ente proble&7ticos.1D4 caso "a interpreta!o confor&e a constitui!o

    n!o @ "iferente.

    e u&a certa for&a, os argu&entos utiliza"os para ustificar o recurso M interpreta!o

    confor&e a constitui!o s!o usa"os "e &aneira in"iscri&ina"a e se& gran"es e#plicaIes,

    co&o se sua si&ples &en!o, se& &aiores consi"eraIes, fosse suficiente para fun"a&entar

    o uso "e u&a figura t!o proble&7tica. l@& "isso, rara&ente se 'ai al@& "o 8ue a8uilo 8ue @

    "i"atica&ente e#posto nos &anuais uni'ersit7rios ale&!es. 3as os argu&entos usa"os para

    fun"a&entar a interpreta!o confor&e a constitui!o e#ige&, na &inha opini!o, u& estu"o

    u& pouco &ais "eti"o. & pri&eiro lugar, por8ue, co&o 7 "ito, a &era &en!o a u& ou

    outro to!os n!o @ necessaria&ente suficiente para fun"a&entar a necessi"a"e "e u&a

    interpreta!o confor&e a constitui!o> e& segun"o lugar, por8ue a i&porta!o "e

    conceitos e argu&entos po"e e#igir u&a a"e8ua!o Ms "iferenas entre os "i'ersos

    or"ena&entos> por fi&, por8ue essa i&porta!o "e conceitos e argu&entos costu&a ser

    1D f., sobre isso, especial&ente

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    6/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    feita "e for&a isola"a e unilateral, "ei#an"o-se "e la"o to"a a histBria 8ue possa& ter e,

    principal&ente, to"as as contro'@rsias 8ue possa& ter surgi"o "urante sua e'olu!o. Kesse

    senti"o, os prB#i&os tBpicos s!o "e"ica"os M an7lise "esses argu&entos, a saber: (1) a

    uni"a"e "o or"ena&ento ur?"ico e (2) a presun!o "e constitucionali"a"e "as leis. /&

    Glti&o argu&ento R o respeito M obra "o legisla"or R, ser7 analisa"o na parte final "este

    artigo.16

    2.1 A unidade do ordenamento jurdico

    &en!o M uni"a"e "o or"ena&ento co&o fun"a&ento "a interpreta!o confor&e a

    constitui!o @ encara"a co&o algo auto-e#plicati'o para 8ue& ' o or"ena&ento19NA19D

    ur?"ico co&o u&a pir5&i"e e& cuo topo se encontra a constitui!o.1Ossi& @ 8ue Pil&ar

    erreira 3en"es enten"e 8ue a uni"a"e "a or"e& ur?"ica confere 'ali"a"e M interpreta!o

    confor&e a constitui!o, pois [a$s leis e as nor&as secun"7rias "e'e& ser interpreta"as,

    obrigatoria&ente, e& conson5ncia co& a constitui!o.1F ois pontos inti&a&ente

    relaciona"os "e'e& ser abor"a"os nesse passo.4 pri&eiro resi"e na n!o-i"entifica!o entre a fun"a&enta!o "a"a por Pil&ar

    erreira 3en"es, entre outros, e o proce"i&ento "e interpreta!o confor&e a constitui!o,

    pois ter a constitui!o co&o par5&etro interpretati'o R 8ue @, no fun"o, o 8ue se 8uer

    "izer co& uni"a"e "a or"e& ur?"ica R e "ar priori"a"e M interpreta!o 8ue &ant@& a

    constitucionali"a"e "a lei s!o i"@ias bastante "i'ersas.

    4 segun"o ponto @ u&a "ecorrncia "essa n!o-i"entifica!o. L f7cil perceber 8ueproce"er "e for&a e#ata&ente contr7ria ao 8ue propIe a interpreta!o confor&e a

    constitui!o, isto @, "eclarar a inconstitucionali"a"e "e u&a lei, garante, na &es&a &e"i"a, a

    16 f. tBpico D.1O f., por e#e&plo, Person "os antos icca, interpreta!o confor&e a constitui!o R Verfassungs#onforme

    $uslegungR no "ireito brasileiro, p. 20: 4 princ?pio e& estu"o [a interpreta!o confor&e a constitui!o$ te&por base a onstitui!o co&o nor&a superior "o or"ena&ento, estan"o to"a a ati'i"a"e her&enutica'incula"a ao "isposto no te#to &aior "a or"e& ur?"ica.

    1F Pil&ar erreira 3en"es, "eclara!o "e nuli"a"e "a lei inconstitucional, p. 1N. f., nesse senti"o, entre

    outros, ^onra" =esse, Grundz%ge des Verfassungsrechts, n. F1, p. E0> /lrich =_felin e `alter =aller,&ch'eizerisches Bundesstaatsrecht, n. 12O, p. NE.

    J

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    7/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    uni"a"e "o or"ena&ento. %sto @, o &es&o racioc?nio R ter a constitui!o co&o par5&etro "e

    interpreta!o R @ ta&b@& a fun"a&enta!o "e to"o e 8ual8uer controle "e

    constitucionali"a"e e, por conse8ncia, "a possibili"a"e "e se "eclarar a

    inconstitucionali"a"e "e u&a lei.

    K!o h7 co&o sustentar, por isso, 8ue a i"@ia "e uni"a"e "a or"e& ur?"ica, na for&a

    "efen"i"a por =esse e, se& gran"es &o"ificaIes, aceita no Hrasil, possa ter algu&a 'alia na

    fun"a&enta!o "a interpreta!o confor&e a constitui!o, 7 8ue, co&o 'isto, t-la co&o

    pressuposto po"e fun"a&entar aIes "ia&etral&ente contr7rias.

    2.2 A presuno de constitucionalidade das leis

    4utro "os argu&entos usa"os para fun"a&entar a necessi"a"e "e u&a interpreta!o

    confor&e a constitui!o @ a presun!o "e constitucionali"a"e "as leis. Ka "ecis!o "a ep.

    1N1O anterior&ente cita"a, o 3in. 3oreira l'es sustenta 8ue, na interpreta!o "e u&a

    "isposi!o legal, @ preciso 8ue se parta "a hipBtese "e trabalho "e 8ue to"a lei @

    presu&i"a&ente constitucional.19 e#igncia "e u&a interpreta!o confor&e a constitui!o

    seria, assi&, u&a conse8ncia natural "essa hipBtese "e trabalho, 7 8ue, se h7 pelo &enos

    "uas interpretaIes poss?'eis para u& "ispositi'o legal e apenas u&a "elas garante sua

    constitucionali"a"e, essa @ a 8ue "e'e pre'alecer, pois ela confir&aria a presun!o "e

    constitucionali"a"e "as leis.

    in"a 8ue sea, n!o apenas no Hrasil,20&as ta&b@& no e#terior,21u&a i"@ia bastante

    "ifun"i"a e, tal'ez por isso, aceita se& &uitos 8uestiona&entos, parece-&e necess7rio 8ue a19 RTJ126, NF (DE).20 f., entre nBs, arlos 3a#i&iliano, Coment(rios ) Constituio brasileira, N'. 1, p. 1DO> +he&?stocles Hran"!o

    a'alcanti,Do controle de constitucionalidade, p. FD> &ais recente&ente, cf. Pil&ar erreira 3en"es,Jurisdioconstitucional, 2O0> *aulo Hona'i"es, presun!o "e constitucionali"a"e "as leis e interpreta!o confor&e aconstitui!o, p. 2NO e ss, e ;u?s oberto Harroso, nter!retao e a!licao da Constituio, p. 160 e ss. presun!o "e constitucionali"a"e "as leis est7 "e tal for&a se"i&enta"a no pensa&ento ur?"ico brasileiro8ue te&os at@ &es&o algu@& 8ue, pelo &enos na 'is!o "o upre&o +ribunal e"eral, se incu&be "e zelarpor ela: o a"'oga"o geral "a /ni!o (cf.RTJ1E1V9DF).

    21 "outrina brasileira costu&a apresentar "i'ersos e#e&plos "e recurso M presun!o "e constitucionali"a"eno e#terior, especial&ente nos sta"os /ni"os e na le&anha. L i&portante ressaltar, no entanto, 8ue h7,nesses pa?ses, gran"e contro'@rsia a respeito "essa i"@ia, contro'@rsia 8ue costu&a ser ignora"a nose#e&plos &enciona"os por autores brasileiros. f., por to"os, para o caso ale&!o, ^ostas hrCssogonos,Verfassungsgerichtsbar#eit und Gesetzgebung, p. 1D9 e ss, e ^laus tern, Das &taatsrecht der Bundesre!ubli#

    Deutschland, %%%V1, OE, p. 1E06 e, para o caso norte-a&ericano, re"ericZ chauer, sh]an"er e'isite", p.O1-9F.

    J

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    8/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    presun!o "e constitucionali"a"e "as leis sea e#a&ina"a co& u& pouco &ais "e aten!o,

    pois essa i"@ia @, "a for&a co&o a'enta"a nas "iscussIes sobre a interpreta!o confor&e a

    constitui!o, por "e&ais si&plista para ter algu& 'alor argu&entati'o. l@& "isso, a

    pre'alncia 8ue se "7 M constitucionali"a"e necessita "e u&a fun"a&enta!o u& pouco &ais

    sBli"a "o 8ue a usual, 8ue se resu&e ao &ero respeito M obra "o legisla"or.22

    19DA196

    o& rela!o ao si&plis&o "a presun!o "e constitucionali"a"e conuga"a co& a

    interpreta!o confor&e a constitui!o, costu&a-se, 8uan"o h7 '7rias interpretaIes poss?'eis

    para u& "eter&ina"o "ispositi'o legal, algu&as "elas i&plican"o sua inconstitucionali"a"e,

    outras, sua constitucionali"a"e, partir "o pressuposto "e 8ue essa @ a Gnica 'ari7'el

    i&portante, ou sea, "e 8ue o 8ue i&porta @ apenas o fato "e ha'er "i'ersas possibili"a"es

    interpretati'as. K!o se costu&a fazer nenhu&a consi"era!o sobre outros poss?'eis efeitos

    "essas interpretaIes 8ue n!o a8ueles relaciona"os ao binT&io

    constitucionali"a"eVinconstitucionali"a"e. Hastaria, ao 8ue parece, u&a si&ples fa?sca "e

    constitucionali"a"e para eli&inar to"a e 8ual8uer "G'i"a, por &ais proce"ente 8ue sea,

    acerca "a constitucionali"a"e "e u&a lei e to"o e 8ual8uer argu&ento, por &ais sBli"o 8uesea, sobre u&a poss?'el inconstitucionali"a"e "o "ispositi'o 8uestiona"o.

    essa for&a, a8ueles 8ue aceita& o 8ue se te& escrito sobre a presun!o "e

    constitucionali"a"e "as leis e sobre a interpreta!o confor&e a constitui!o, e 8ue sea&

    &ini&a&ente coerentes co& os argu&entos 8ue costu&a& ser trazi"os M baila, logo

    perceber!o 8ue a i"@ia "e controle "e constitucionali"a"e e a interpreta!o confor&e a

    constitui!o "ei#a& "e fazer &uito senti"o, pois ser7 "if?cil n!o achar u& argu&ento, por

    si&plBrio 8ue sea, 8ue n!o sustente a presun!o "e constitucionali"a"e "e u&a lei e, por

    conse8ncia, a e#igncia "e u&a interpreta!o confor&e a constitui!o.

    22 , co&o se 'er7 a"iante, at@ &es&o esse respeito @ "u'i"oso, ain"a &ais se se atentar para o fato "e 8ueta&anha "eferncia M obra legislati'a soa at@ u& pouco irTnica, principal&ente por8ue pratica"a usta&enteno ato "o controle "e constitucionali"a"e, cria"o usta&ente e& raz!o "a "esconfiana na obra "olegisla"or. f., nesse senti"o, ^arl-ugust Hetter&an, Die Verfassungs#onforme $uslegung: Prenzen un"

    Pefahren, p. 2N. obre a uris"i!o constitucional co&o sinal "e "esconfiana na obra "o legisla"or, cf.ta&b@& obert le#C, Prun"rechte i& "e&oZratischen

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    9/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    K!o 8uero co& isso sustentar 8ue o fato "e o legisla"or ter "eci"i"o nessa ou na8uela

    "ire!o n!o "e'a ser le'a"o e& consi"era!o no &o&ento "a interpreta!o constitucional e

    "o controle "e constitucionali"a"e. *elo contr7rio, a "ecis!o "o legisla"or te&, entre outras

    coisas, u& peso argu&entati'o forte, principal&ente e& casos co&ple#os, e& 8ue as

    incertezas f7ticas e nor&ati'as sea& gran"es.2E 3as esse peso e#tra 8ue se "7 a u&

    argu&ento, pelo si&ples fato "e ter si"o a "ecis!o "o legisla"or "e&ocratica&ente

    legiti&a"o @ apenas parte "e u&a argu&enta!o &ais co&ple#a. sse @ u& ponto

    i&portante. *or isso, ain"a 8ue o legisla"or tenha to&a"o u&a "ecis!o * e 8ue haa

    argu&entos a fa'or "e sua constitucionali"a"e, &es&o assi& @ poss?'el 8ue haa outras

    'ari7'eis e argu&entos 8ue pen"a& para o enten"i&ento "e 8ue essa "ecis!o "o legisla"or @inconstitucional. e esses Glti&os fore& &ais fortes R e esse @ u& proble&a "e sopesa&ento

    R, a "ecis!o "o legisla"or po"er7 ser re'ista, a "espeito "a presun!o "e constitucionali"a"e

    e, especial&ente, "a possibili"a"e "e interpreta!o confor&e a constitui!o.

    l@& "essa poss?'el co&ple#i"a"e "e 'ari7'eis, 8ue costu&a ser ignora"a 8uan"o se

    fala e& interpreta!o confor&e a constitui!o,2Nh7 u& outro fator 8ue re"uz a i&port5ncia

    "e u&a poss?'el presun!o "e constitucionali"a"e "as leis: a fragili"a"e "e sua

    fun"a&enta!o. o&o 7 &enciona"o aci&a, o Gnico argu&ento usa"o para fun"a&entar a

    presun!o "e constitucionali"a"e "as leis e& conunto co& a interpreta!o confor&e a

    constitui!o @ u& pretenso respeito M obra "o legisla"or e

    196A19O

    M separa!o "e po"eres.2DK!o so&ente esse respeito po"e ser u& &ero prete#to para u&a

    corre!o legislati'a por parte "o Qu"ici7rio, co&o se 'er7 &ais a"iante,26co&o ta&b@& n!o

    costu&a ser fun"a&enta"o o por8u "essa pre'alncia sobre outras 'ari7'eis. , al@& "o

    "@ficit na fun"a&enta!o, essa pre'alncia i&plica u& outro proble&a &eto"olBgico: se,

    co&o sustenta&, por e#e&plo, o +ribunal onstitucional ale&!o e, no Hrasil, Pil&ar

    erreira 3en"es, a presun!o "e constitucionali"a"e e a interpreta!o confor&e a

    2E Kesse senti"o, cf.

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    10/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    constitui!o s!o u& dever e, nesse senti"o, se&pre pre'alece& e& rela!o a outras

    possibili"a"es, esta&os n!o &ais "iante "e u& argu&ento, &as "e u& trunfo. %sso e#cluiria

    8ual8uer possibili"a"e "e sopesa&ento na interpreta!o legal e constitucional, 7 8ue

    sopesa&ento e trunfos s!o &utua&ente e#clu"entes.2O

    l@& "isso, recorrer M separa!o "e po"eres e a u&a priori"a"e legislati'a "o legisla"or

    @, nesse ponto, &uito pouco. =7 '7rias outras presunIes Ms 8uais se po"eria recorrer no ato

    "e interpreta!o "a lei, to"as elas inspira"as, "e algu&a for&a, na constitui!o, 8ue

    po"eria& &ilitar usta&ente no senti"o contr7rio, ou sea, co&o argu&ento a fa'or "a

    inconstitucionali"a"e "e u&a lei. presun!o in dubio !ro libertate, para ficar&os apenas e&

    u& e#e&plo, @ u&a "elas. egun"o u&a "as acepIes "essa presun!o, caso haa &ais "e

    u&a interpreta!o poss?'el para u&a lei ou "ispositi'o legal, e u&a "elas garanta a liber"a"e

    "os ci"a"!os "e for&a &ais efeti'a, @ a essa interpreta!o 8ue se "e'er7 "ar priori"a"e. 2F

    *o"e acontecer, no entanto, 8ue u&a lei restrina algu&a liber"a"e garanti"a pela

    constitui!o. e seguir&os a i"@ia subacente M interpreta!o confor&e a constitui!o e M

    presun!o "e constitucionali"a"e, caso haa u&a interpreta!o 8ue torne a lei constitucional,

    essa "e'er7 ter priori"a"e. 3as @ ineg7'el 8ue a liber"a"e "os ci"a"!os seria &ais efeti'a se a

    lei fosse "eclara"a inconstitucional.29

    %sso apenas refora o argu&ento "e 8ue a interpreta!o confor&e a constitui!o e a

    presun!o "e constitucionali"a"e R e ta&b@& "e &7#i&as co&o a in dubio !ro libertate R

    baseia&-se e& pre&issas e#cessi'a&ente si&plistas e unilaterais para ter algu&a 'alia e&

    casos "if?ceis. para os casos si&ples, elas s!o si&ples&ente sup@rfluas ou tri'iais.

    2O f., sobre esse proble&a,

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    11/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    2.2.1 Presuno e prova

    \uan"o se presu&e algo, estabelece-se co&o pressuposto 8ue esse algo @ 'er"a"eiro.

    ssi&, 8uan"o o art. 1D9O, %, "o B"igo i'il pre' 8ue os filhos nasci"os 1F0 "ias, pelo

    &enos, "epois "e estabeleci"a a con'i'ncia conugal, fora& presu&i"a&ente concebi"os na

    const5ncia "o casa&ento, estabelece ele u&a presun!o. sse racioc?nio, t?pico "as

    presunIes legais, n!o po"e, contu"o, ser pura e si&ples&ente transporta"o para a

    presun!o "e constitucionali"a"e. 3as @ e#ata&ente isso 8ue costu&a ser feito 8uan"o se

    escre'e sobre presun!o "e constitucionali"a"e e interpreta!o confor&e a constitui!o.

    19OA19F

    i"@ia tra"icional "e presun!o R a cha&a"a presun!o iuris tantumR, na for&a "o

    e#e&plo "o art. 1.D9O, %, aci&a &enciona"o, supIe a possibili"a"e "e pro'a e& contr7rio.

    *o"er-se-7 pro'ar, por &eio "e e#a&e "e K, por e#e&plo, 8ue u& filho n!o foi

    concebi"o na const5ncia "o casa&ento. Q7 a i"@ia "e presun!o "e constitucionali"a"e n!o

    a"&ite pro'a e& contr7rio, pelo si&ples fato "e 8ue constitucionali"a"e e

    inconstitucionali"a"e n!o se pro'a&. %sso por8ue ser constitucional ou ser inconstitucional

    n!o s!o proprie"a"es inerentes M lei. o contr7rio "o 8ue o senso co&u& parece crer, ocontrole "e constitucionali"a"e n!o @ u&a esp@cie "e busca por u& cB"igo gen@tico,

    inerente M lei, ansioso por ser "escoberto pelos cientistas "o "ireito.

    ssi&, 8uan"o se fala 8ue u&a lei n!o po"e ser "eclara"a inconstitucional, a n!o ser

    8ue sea flagrante, insan(vel ou com!rovadamente inconstitucional, est7-se fazen"o u&a

    transposi!o e8ui'oca"a "a i"@ia "e presun!o f7tica para u&a presun!o nor&ati'a, se& se

    "ar conta "e 8ue esse Glti&o tipo "e presun!o n!o po"e ser confir&a"o ou nega"o

    seguin"o o &es&o &o"elo, 7 8ue constitucionali"a"e e inconstitucionali"a"e n!o se

    pro'a&.E0

    E0 o&ente 8uan"o a presun!o "e constitucionali"a"e se baseia e& 'ari7'eis f7ticas seria poss?'el pensar e&co&pro'ar a presun!o. %sso por8ue @ poss?'el 8ue a constitucionali"a"e ou a inconstitucionali"a"e "e u&alei "epen"a "a co&pro'a!o "a 'eraci"a"e "a pre&issa. e o legisla"or, por e#e&plo, partin"o "opressuposto "e 8ue u& "eter&ina"o grupo "e pessoas, "e'i"o a algu&a hipossuficincia, necessita "ebenef?cios n!o conce"i"os ao restante "a popula!o, a constitucionali"a"e "essa &e"i"a po"er7 "epen"er"a co&pro'a!o "a e#istncia "essa hipossuficincia. Kesse caso, po"e-se falar e& presun!o "e

    constitucionali"a"e e& rela!o aos fatos, 8ue po"er!o ser co&pro'a"os ou n!o. 3as esse tipo "e presun!o@ co&pleta&ente "iferente "a presun!o "e constitucionali"a"e a 8ue a "outrina costu&a fazer referncia.

    J

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    12/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    2.2.2 Presuno e tempo

    /&a Glti&a consi"era!o sobre a presun!o "e constitucionali"a"e "as leis precisa ser

    feita: essa presun!o @ o resulta"o "e outra, segun"o a 8ual o legisla"or, ao elaborar u&a lei,

    preten"e faz-lo se&pre "e for&a a respeitar a constitui!o. o& isso, gran"e parte "a

    espera"a fora argu&entati'a "a presun!o "e constitucionali"a"e co&o fun"a&ento "a

    interpreta!o confor&e a constitui!o se per"e, 7 8ue sB @ poss?'el presu&ir 8ue o legisla"or

    respeite a constitui!o e& 'igor na @poca "a elabora!o "a lei.E1o&o conse8ncia, a

    presun!o "e constitucionali"a"e sB po"eria 'aler, no caso brasileiro, para as leis elabora"as,

    no &7#i&o, a partir "e 0D.10.19FF. e a lei e& 8uest!o aparente&ente contrariar "ispositi'o

    8ue tenha si"o a"iciona"o M constitui!o por 'ia "e e&en"a, ent!o u&a presun!o "econstitucionali"a"e so&ente po"eria e#istir se o "ispositi'o ta&b@& for posterior M e&en"a

    referi"a. *or conseguinte, se a interpreta!o confor&e a constitui!o @ u&a conse8ncia "a

    presun!o "e constitucionali"a"e "as leis, ela sB po"eria ser aplica"a para as leis pBs-19FF

    ou, e& '7rios casos, so&ente para leis ain"a &ais recentes.

    3. Interpretao conforme a constituio: uma trivialidade?

    l@& "e to"os os proble&as 7 analisa"os ao longo "os tBpicos anteriores, enten"o

    oportuno, antes "e passar M segun"a etapa "o obeto "a an7lise R a pr7tica urispru"encial "a

    interpreta!o confor&e a constitui!o e o "og&a "a legisla!o negati'a R, colocar e&

    8uest!o u& Glti&o ponto 8ue, "e u&a certa for&a, prece"e to"os os outros: a interpreta!o

    confor&e a constitui!o acrescenta algo M "iscuss!o sobre interpreta!o legal e controle "e

    constitucionali"a"e no caso brasileiro

    19FA199

    E1 f., nesse senti"o, especial&ente `assilios Zouris, Teilnichtig#eit von Gesetzen, p. 9F, 8ue "e&onstra, nessepasso, a contra"i!o entre a fun"a&enta!o "o +ribunal onstitucional ale&!o para a interpreta!oconfor&e a constitui!o a partir "a presun!o "e constitucionali"a"e e o fato "e 8ue, na &aioria "as 'ezes, otribunal recorre a esse tipo "e interpreta!o e& casos "e leis anteriores M onstitui!o "e 19N9. f. ta&b@&hristoph PusC, Parlamentarischer Gesetzgeber und Bundesverfassungsgericht, p. 21F, e =aral" Hogs, DieVerfassungs#onforme $uslegung von Gesetzen, p. 22. &es&a contra"i!o @ ta&b@& 'erifica"a naurispru"ncia "a upre&a orte "os sta"os /ni"os. f., nesse senti"o, obert `. cheef, +e&poral

    Cna&ics in tatutorC %nterpretation: ourts, ongress, an" the anon of onstitutional 'oi"ance, p. D29-DFO.

    J

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    13/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    n!o ser 8ue as "efiniIes usual&ente utiliza"as estea& inco&pletas ou e8ui'oca"as,

    @ poss?'el "izer 8ue a interpreta!o confor&e a constitui!o n!o te& gran"e significa"o, pelo

    &enos para o siste&a ur?"ico brasileiro.E2 a raz!o @ si&ples.

    & to"os os processos "e controle abstrato "e constitucionali"a"e e& 8ue se "eci"a

    pela constitucionali"a"e "e u& "ispositi'o legal estare&os, "e acor"o co& as "efiniIes

    e#postas no tBpico 1, "iante "e u&a interpreta!o confor&e a constitui!o. sse fato fica

    bastante claro no caso "as aIes "iretas "e inconstitucionali"a"e (%), a a!o "e controle

    "e constitucionali"a"e por e#celncia. e&pre 8ue algu&a parte leg?ti&a propIe u&a %,

    ela necessaria&ente argu&entar7 pela inconstitucionali"a"e "e u& "eter&ina"o "ispositi'o

    legal. 4ra, se o upre&o +ribunal e"eral enten"er 8ue o referi"o "ispositi'o n!o @

    inconstitucional, ele auto&atica&ente ter7 feito u&a interpreta!o confor&e a constitui!o,

    pelo &enos nos ter&os "as "efiniIes usuais "esse c5none interpretati'o, 'isto 8ue "iante "e

    "uas possibili"a"es "e interpreta!o "o "ispositi'o, ele ter7 escolhi"o u&a 8ue &ant@& sua

    constitucionali"a"e, reeitan"o a outra, a"uzi"a pelo propositor "a a!o, inco&pat?'el co& a

    constitui!o. K!o h7 co&o escapar "esse &o"elo, pois se&pre ha'er7 a interpreta!o "o

    upre&o +ribunal e"eral, fa'or7'el M constitucionali"a"e, e a interpreta!o "o propositor

    "a a!o, fa'or7'el M inconstitucionali"a"e. o escolher a interpreta!o fa'or7'el, o upre&o

    +ribunal e"eral ter7 pratica"o a interpreta!o confor&e a constitui!o, nos ter&os

    e#postos tra"icional&ente pela "outrina e pela urispru"ncia. Kesse senti"o, e sobre a

    tri'iali"a"e "a interpreta!o confor&e a constitui!o, 'ale o 8ue Qorge 3iran"a afir&a a

    respeito:

    +o"o o tribunal e, e& geral, to"o o opera"or ur?"ico faze& interpreta!o confor&e co&

    a onstitui!o. \uer "izer: acolhe&, entre '7rios senti"os a !riori configur7'eis "anor&a infraconstitucional, a8uele 8ue lhe sea confor&e ou &ais confor&e> e, no li&ite,por u& princ?pio "e econo&ia ur?"ica, procura& u& senti"o 8ue [...$ e'ite ainconstitucionali"a"e "a lei.EE

    E2 al'o se hou'er u& significa"o escon"i"o, 8ue n!o sea nenhu& "a8ueles co&u&ente &enciona"os pela"outrina e pela urispru"ncia brasileiras. f., nesse senti"o, a parte final "este artigo.

    EE

    Qorge 3iran"a, ,anual de direito constitucional, p. OE. Ko &es&o senti"o, cf. Hrun-4tto HrC"e,Verfassungsent'ic#lung, p. N11.

    J

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    14/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    3as, se a interpreta!o confor&e a constitui!o @ t!o tri'ial e se na"a acrescenta M

    pr7tica b7sica e corri8ueira "o controle "e constitucionali"a"e, por 8ue h7, especial&ente

    nos Glti&os te&pos, tanta "iscuss!o a seu respeito

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    15/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    urispru"ncia "e fato aplica.ED +u"o a8uilo 8ue a "outrina brasileira e#pIe e 8ue foi

    analisa"o na pri&eira parte "este artigo, isto @, o conceito "e interpreta!o confor&e a

    constitui!o e sua fun"a&enta!o, n!o foi ain"a assi&ila"o pelo upre&o +ribunal e"eral,

    e&bora ele &encione a interpreta!o confor&e a constitui!o e& u& se&-nG&ero "e

    ulga"os. sses ulga"os, no entanto, rara&ente faze& uso "a interpreta!o confor&e a

    constitui!o "a for&a co&o preten"e a "outrina. o& base no 8ue "e fato acontece, @

    poss?'el "iferenciar "ois tipos "e atua!o "o upre&o +ribunal e"eral e& rela!o M

    interpreta!o confor&e a constitui!o, 8ue ser!o analisa"os a seguir.

    .1 Interpretao conforme a constituio e nulidade parcial sem modificao de te$toKa urispru"ncia e na literatura ur?"ica ale&!s, 8ue ser'e& "e fonte para a "iscuss!o

    brasileira sobre interpreta!o confor&e a constitui!o, costu&a ser feita u&a "iferencia!o,

    ain"a 8ue n!o "e for&a unifor&e e isenta "e contro'@rsias, entre interpreta!o confor&e a

    constitui!o, "e u& la"o, e nuli"a"e parcial se& &o"ifica!o "e te#to, "e outro.E6K!o @ o

    caso "e fazer a8ui u&a an7lise aprofun"a"a "o proble&a, &as algu&as consi"eraIes s!o

    i&prescin"?'eis.EO

    4 upre&o +ribunal e"eral, na &aioria "as 'ezes, refere-se a u&a interpreta!o

    confor&e a constitui!o se& re"u!o "e te#to.EF re"un"5ncia R ou confus!o R @ patente,

    pois parece claro 8ue, se @ &era interpreta!o (confor&e a constitui!o), a

    200A201

    re"a!o "o te#to n!o po"er7 ser &o"ifica"a. "iferena pri&or"ial entre

    interpreta!o confor&e a constitui!o e "eclara!o "e nuli"a"e parcial se& &o"ifica!o "o

    te#to consiste no fato "e 8ue, a pri&eira, ao preten"er "ar u& significa"o ao te#to legal 8ue

    sea co&pat?'el co& a constitui!o, localiza-se no 5&bito "a inter!retao"a lei, en8uanto a

    ED 4 &es&o fenT&eno ocorre, no &eu enten"er, no ca&po "a regra "a proporcionali"a"e. f., nesse senti"o,

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    16/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    nuli"a"e parcial se& &o"ifica!o "e te#to localiza-se no 5&bito "a a!licao, pois preten"e

    e#cluir alguns casos espec?ficos "a aplica!o "a lei. =7 algu&a "iferena entre a&bos =7

    "uas, u&a relaciona"a a u& proble&a "e co&petncia, outra, a u&a 8uest!o &eto"olBgica.

    pri&eira R relati'a M co&petncia R e#plica-se pelo fato "e 8ue, especial&ente e& u&

    siste&a concentra"o co&o o ale&!o, os u?zes e& geral n!o t& co&petncia para "eclarar a

    nuli"a"e "e u&a lei, pois essa @ u&a co&petncia e#clusi'a "o tribunal constitucional. *or

    isso, e&bora os u?zes possa& fazer interpreta!o confor&e a constitui!o, n!o po"e& eles

    "eclarar a nuli"a"e parcial, co& ou se& &o"ifica!o "o te#to "a lei.E9abe perguntar se essa

    "istin!o 'ale para o siste&a &isto "e controle "e constitucionali"a"e e#istente no Hrasil.

    sse @ u& te&a ain"a n!o e#plora"o e n!o h7 espao para "esen'ol'i&entos &aiores a8ui.

    3es&o assi&, parece-&e 8ue aos u?zes e tribunais brasileiros, no e#erc?cio "o controle

    inci"ental "e constitucionali"a"e, ta&b@& n!o cabe "eci"ir pela nuli"a"e, total ou parcial,

    co& ou se& &o"ifica!o "o te#to "e u&a lei. co&petncia para "eclara!o "a nuli"a"e "e

    u&a lei, no to"o ou e& parte @, ta&b@& no siste&a brasileiro, e#clusi'a "o upre&o

    +ribunal e"eral. 4 8ue os outros u?zos po"e& fazer @ si&ples&ente "ei#ar "e aplicar u&a

    lei a u& caso concreto caso enten"a& 8ue ela sea inconstitucional.

    3as, ain"a 8ue essa "istin!o relati'a M co&petncia sea proce"ente e 8ue, pelo &enos

    nesse aspecto, interpreta!o confor&e a constitui!o e "eclara!o "e nuli"a"e parcial se&

    &o"ifica!o "e te#to sea& categorias "iferentes, per&anece a pergunta sobre essa "istin!o

    no 5&bito "o upre&o +ribunal e"eral, 7 8ue ele, se& "G'i"a, te& co&petncia para

    utilizar a&bas. 8ui se insere a "istin!o &eto"olBgica cita"a aci&a.

    & a&bas as categorias R interpreta!o confor&e a constitui!o e "eclara!o parcial "e

    nuli"a"e se& &o"ifica!o "e te#to R h7 inega'el&ente u&a se&elhana: o te#to "a lei n!o

    sofre alteraIes. 3as isso @ &uito pouco para ustificar a e8uipara!o ou a confus!o "e

    a&bas, co&o costu&a fazer o upre&o +ribunal e"eral.

    pri&eira "iferena &eto"olBgica resi"e no fato "e 8ue interpreta!o confor&e a

    constitui!o @ u&a t@cnica "e interpreta!o, en8uanto a "eclara!o "e nuli"a"e parcial se&

    E9 f. ^laus chlaich e tefan ^orioth,Das Bundesverfassungsgericht, p. 29O, n. NED.

    J

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    17/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    &o"ifica!o "o te#to "a lei @ o resultado "e u& controle "e constitucionali"a"e.N0 eria

    poss?'el in"agar se esse n!o @ e#ata&ente o resulta"o "a8uela.N1reio 8ue n!o. 8ui se

    insere u&a segun"a "iferena &eto"olBgica.

    interpreta!o confor&e a constitui!o, na for&a co&o "efini"a pela "outrina, n!o

    te& co&o resulta"o e#cluir casos ou "estinat7rios "a aplica!o "a nor&a, en8uanto esse @ o

    resulta"o por e#celncia "a "eclara!o "e nuli"a"e parcial

    201A202

    se& &o"ifica!o "e te#to. %sso significa 8ue a "eclara!o "e nuli"a"e n!o preten"e sal'ar a

    lei &u"an"o seu significa"o, &as e#cluin"o sua aplica!o para "eter&ina"os casos ou"eter&ina"os "estinat7rios. % 1D21-3 po"e ser'ir co&o u& bo& e#e&plo para essa

    "iferena.N2

    &en"a onstitucional 12 M onstitui!o "o sta"o "o io Pran"e "o ul, e& seu

    art. 1., D., 'e"a'a a no&ea!o, para cargos e& co&iss!o, "e cTnuge e parentes

    consang?neos, at@ o segun"o grau, "o go'erna"or, "e "ese&barga"ores, "e "eputa"os

    esta"uais, entre outros, nos 5&bitos "efini"os nos seus seis incisos. 4 obeti'o claro "o

    "ispositi'o era i&pe"ir o cha&a"o nepotis&o na esfera pGblica. e&en"a, e& abstrato, n!o

    @ inco&pat?'el co& a constitui!o, &as a aplica!o "esse "ispositi'o a casos "e pessoas 8ue

    ti'esse& si"o anterior&ente apro'a"as e& concurso o seria. iante "isso, o 3inistro

    4cta'io Pallotti propTs u&a "eclara!o "e nuli"a"e parcial se& &u"ana no te#to "o

    "ispositi'o R &as cha&ou esse proce"i&ento "e interpreta!o confor&e a constitui!o. NE

    o&o resulta"o, o "ispositi'o per&aneceria intacto, seu significa"o R un?'oco, po"e-se "izer

    R ta&b@& per&aneceria intacto, &as sua aplica!o a "eter&ina"os casos R ser'i"oresconcursa"os, ain"a 8ue engloba"os pelo suporte f7tico "a nor&a R seria e#clu?"a.

    N0 obre esse proble&a &eto"olBgico, cf. =ans *aul *r&&, Verfassung und ,ethodi#, p. 10N.N1 &es&a rela!o @ feita por %nocncio 37rtires oelho, eclara!o "e inconstitucionali"a"e se& re"u!o

    "o te#to, &e"iante interpreta!o confor&e: u& caso e#e&plar na urispru"ncia "o +, p. 169-1FF, ain"a8ue 37rtires oelho, a "espeito "o t?tulo "o trabalho, n!o se ocupe "e fato "a 8uest!o.

    N2 4 uso "a % 1D21 (RTJ 1OE, N2N), &ais especifica&ente "as opiniIes e#pressas nos 'otos "os 3inistros4cta'io Pallotti (p. NE9-NN0) e K@ri "a il'eira (p. NN1-NN2), ser'e a8ui a propBsitos t!o-so&ente eluci"ati'os,

    por8ue a "ecis!o final n!o acatou as propostas "esses &inistros no ponto a8ui narra"o.NE RTJ1OEVN2N (NN0). f., no &es&o senti"o,RTJ16OVEO6 (EFD, E9E, E9D e!assim)

    J

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    18/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    o& isso, fica clara u&a terceira "iferena &eto"olBgica: a interpreta!o confor&e a

    constitui!o te& co&o obeti'o e'itar, e& abstrato, a inconstitucionali"a"e "e u&a nor&a.

    Q7 a nuli"a"e parcial se& &o"ifica!o "e te#to n!o se refere M "efini!o "o conteG"o "a

    nor&a e& abstrato, &as "e sua aplica!o e& concreto.

    *or fi&, u&a Glti&a "iferena, relaciona"a M fun"a&enta!o "e a&bas. egun"o o 8ue

    a "outrina costu&a afir&ar, a interpreta!o confor&e a constitui!o @ u&a "ecorrncia R

    8uestion7'el, co&o se 'iu e ain"a 'er7 R "a presun!o "e constitucionali"a"e "as leis e "o

    respeito M obra "o legisla"or. if?cil seria supor 8ue essa "eferncia pu"esse fun"a&entar

    ta&b@& u&a "eclara!o "e nuli"a"e, ain"a 8ue parcial, "essa &es&a obra.

    .2 %ero esclarecimento de si&nificado

    4 outro grupo "e "ecisIes se caracteriza pelo recurso sup@rfluo M interpreta!o

    confor&e a constitui!o. Ko caso "a % 2EN, por e#e&plo, o upre&o +ribunal e"eral

    "eci"iu 8ue a &en!o M autoriza!o legislati'a, constante "o ca!ut "o art. 69 "a

    onstitui!o "o sta"o "o io "e QaneiroNN significa'a autoriza!o por &eio "e lei for&al

    espec?fica e 8ue tal lei sB seria e#ig?'el 8uan"o a aliena!o "as aIes i&plicasse a per"a "o

    controle acion7rio "a socie"a"e. Kos outros casos, a aliena!o n!o "epen"eria "e lei.ND

    4 8ue fez o upre&o +ribunal e"eral ao "eci"ir "essa for&a 4 tribunal "efiniu o

    significa"o "a e#press!o autoriza!o legislati'a e o alcance "a e#igncia "e lei para os casos

    "e aliena!o "e aIes "as socie"a"es "e econo&ia &ista. le "eli&itou o significa"o "essa

    e#igncia.N64 upre&o +ribunal e"eral, ao estabelecer

    202A20E

    esse significa"o, afir&a e& '7rias passagens 8ue proce"eu a u&a interpreta!o confor&e a

    constitui!o. 4 curioso @ notar, contu"o, 8ue o tribunal, e& nenhu& &o&ento, usou a

    constitui!o co&o par5&etro. Gnica referncia legal, e& senti"o a&plo, foi M ;ei

    NN onstitui!o "o sta"o "o io "e Qaneiro, art. 69: s aIes "e socie"a"es "e econo&ia &ista pertencentesao sta"o n!o po"er!o ser aliena"as, a 8ual8uer t?tulo, se& autoriza!o legislati'a.

    ND RTJ16OVE6E (refere-se M 8uest!o "e or"e& R % 2EN-\4 R, &as repro"uz o teor "a "ecis!o principal).N6 Kesse senti"o, al@& "e ter feito u&a si&ples interpreta!o "o conteG"o "e u&a e#press!o conti"a e& u&

    "ispositi'o legal, e#cluiu ta&b@& a e#igncia "e lei "e certos casos, "eclaran"o a e#igncia, por conseguinte,parcial&ente nula.

    J

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    19/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    F.0E1V1990 8ue, e& gran"e &e"i"a, ser'iu "e par5&etro para a interpreta!o "o art. 69 "a

    onstitui!o flu&inense. K!o se po"e "izer, portanto, 8ue o upre&o +ribunal e"eral fez

    u&a interpreta!o confor&e a constitui!o, e e& nenhu& "os senti"os 8ue esse conceito

    possa ter.NO

    '. ! respeito ao le&islador( a separao de poderes e o do&ma da le&islao ne&ativa

    \uan"o o Qu"ici7rio recorre M interpreta!o confor&e a constitui!o, tenta ele "ar ao

    "ispositi'o legal 8uestiona"o, sob o prete#to "e respeitar o legisla"or e e'itar a "eclara!o "e

    nuli"a"e, u&a interpreta!o 8ue sea co&pat?'el co& a constitui!o. 4corre 8ue o respeito

    ao legisla"or a8ui @ &ero lugar-co&u&. 4 tribunal, na 'er"a"e, "7 a sua interpreta!o ao"ispositi'o para co&patibiliz7-lo co& a8uilo 8ue o !r-!rio tribunal, e ningu@& &ais, acha 8ue

    @ constitucional. essa @, no 5&bito "o controle "e constitucionali"a"e, e#ata&ente a tarefa

    "o tribunal: interpretar u& "ispositi'o 8uestiona"o e 'erificar se ele @ co&pat?'el co& a

    interpreta!o 8ue o &es&o tribunal faz "a constitui!o. *or 8ue raz!o, ent!o, o tribunal

    recorre M figura "a interpreta!o confor&e a constitui!o

    4 upre&o +ribunal e"eral reitera"a&ente afir&a 8ue n!o @ papel "o Qu"ici7rio ser o

    8ue o tribunal cha&a "e legisla"or positi'o, ou sea, n!o @ seu papel suprir o&issIes ou

    corrigir falhas na legisla!o. ua fun!o, especial&ente no controle "e constitucionali"a"e, @

    a "e legisla"or negati'o, o 8ue significa "izer 8ue o tribunal po"e, no &7#i&o, negar a

    constitucionali"a"e "a obra legislati'a, &as nunca pro"uzir algo e& seu lugar ou corrigi-la. NF

    o& rar?ssi&as posiIes "i'ergentes, essa @ a regra no upre&o +ribunal e"eral.N9

    NO f. ta&b@& o caso "o 2N1.292 (RTJ1OFV919). Ko 'oto "o relator, %l&ar Pal'!o, 'ence"or na parte 8uea8ui interessa, ele apenas faz &en!o M interpreta!o 8ue ele enten"e correta a u& "os "ispositi'os8uestiona"os (art. D. "a ;ei N.96NV19F9, "o sta"o "a Hahia) e ne& ao &enos faz &en!o M interpreta!oconfor&e a constitui!o (p. 926). Ka "ecis!o final, l-se, contu"o: no 8ue toca ao artigo D. "a ;ei n.N.96NVF9, e&prestou [o +ribunal$ interpreta!o confor&e a constitui!o, nos ter&os "o 'oto "o enhor3inistro-elator [...$ (p. 920 e 9D1). 4 8ue era apenas a interpreta!o "e u& "ispositi'o legal tornou-seinterpreta!o confor&e a constitui!o, co& base apenas, ao 8ue parece, na leitura 8ue o 3inistro KelsonQobi& fez "o 'oto "o relator (p. 9N1), &as n!o, co&o consta "o acBr"!o, co& base no prBprio 'oto "orelator. aber se se trata ou n!o "e interpreta!o confor&e a constitui!o @ i&portant?ssi&o, co&o se 'er7no final "este artigo.

    NF f., por e#e&plo, al@& "a prBpria "ecis!o na ep. 1N1O R +Q 126VNF (6F s.) R, ta&b@&RTJ1NEVDO (D9)>1N6, N61 (N6D)> 1DE, O6D (O6F)> 161, OE9 (OND)> 1OD, 11EO (11E9)> 1OO, 6DO (66E)> 1OF, 22 (2E, 29 s.).

    N9 f., por e#e&plo,RTJ1OOV6DO (662), 'oto "o 3in. 3arco ur@lio 3ello, 8ue encara co& &uita reser'a

    essa pre&issa segun"o a 8ual o upre&o +ribunal e"eral [...$ n!o po"e a"otar postura 8ue acabe pori&plicar a nor&ati'i"a"e positi'a. Ka "outrina, cf., por to"os, ;enio ;uiz trecZ, Jurisdio constitucional e

    J

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    20/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    iante "esse cen7rio, a i"@ia "e interpreta!o confor&e a constitui!o po"e

    "ese&penhar u& papel i&portant?ssi&o, 8ue @ possibilitar 8ue o upre&o +ribunal e"eral

    se &antenha fiel, ao &enos aparente&ente, ao seu "og&a "a legisla!o negati'a, e, ao

    &es&o te&po, corri.a ou estenda, 8uan"o enten"er necess7rio, a obra "o legisla"or.D0

    %sso por8ue, ao contr7rio "o 8ue a "outrina e a urispru"ncia insiste& e& negar, a

    interpreta!o confor&e a constitui!o i&plica, e#cetuan"o-se casos &ais banais, u&a

    possibili"a"e "e altera!o no senti"o "a lei, principal&ente 8uan"o se tenta ir al@& "o 8ue o

    prBprio te#to "ispIe.D1L claro 8ue, "e certa for&a, se&pre 8ue u& aplica"or "o "ireito

    interpreta u& "ispositi'o legal, estar7 ele atribuin"o u& significa"o M lei,D2u& senti"o 8ue

    po"e n!o ser o senti"o 8ue a &aioria parla&entar, ao apro'ar a lei, i&agina'a. %sso, e& si,

    n!o @ proble&7tico R a n!o ser para

    hermen/utica, p. NNN e ND1 e ss.D0 f. a "iscuss!o no 2N1.292, e& 8ue o 3inistro 3oreira l'es e#pressa sua opini!o "e 8ue a interpreta!o

    R confor&e a constitui!o, nos ter&os "o 'oto "o 3inistro Kelson Qobi& R &o"ificaria o senti"o "a lei (RTJ1OFV919 [9N2$). interpreta!o proposta foi, contu"o, aceita pelo tribunal.

    D1 K!o ignoro, ob'ia&ente, as constantes a"'ertncias, principal&ente por parte "a "outrina, "e 8ue oQu"ici7rio, ao fazer u&a interpreta!o confor&e a constitui!o, n!o po"e ir al@& "o 8ue o te#to "a leiper&ite (cf., nesse senti"o, *aulo Hona'i"es, Curso de direito constitucional, p. NOE e ss> Pil&ar erreira3en"es,Jurisdio constitucional, p. 22N e ss). 4 proble&a te#to co&o li&ite "a interpreta!o @ co&ple#o"e&ais para ser trata"o apenas "e passage& a8ui. L preciso ter e& &ente, contu"o, 8ue, "a &es&a for&a8ue @ o uiz 8ue "eci"e o 8ue @ e o 8ue n!o @ confor&e a constitui!o, cabe ta&b@& ao &es&o uiz "eci"ir8uais os li&ites interpretati'os 8ue o te#to legal i&pIe. f., sobre o proble&a, ;enio ;uiz trecZ, Jurisdioconstitucional e hermen/utica, p. ND1 e ss. *ara u&a atualiza"a "iscuss!o sobre o proble&a "o te#to co&oli&ite "a interpreta!o cf., por to"os, 3atthias ^latt, Theorie der 0ortlautgrenze, 200N.

    D2 *or isso, n!o &e parece ser proce"ente a sugest!o "e ;enio ;uiz trecZ "e 8ue a interpreta!o confor&e aconstitui!o "e'eria ser cha&a"a, se 8uiser&os nos &anter fi@is M orige& "o instituto, "e atribui!o "esenti"o confor&e a constitui!o (cf. ;enio ;uiz trecZ, Jurisdio constitucional e hermen/utica, p. ND0). &eu'er, h7 trs proble&as a8ui. 4 pri&eiro, &ais si&ples e &enos i&portante, "iz respeito M necessi"a"e"iscut?'el "e se &anter fiel a algu&a coisa e, al@& "isso, "e 8ue a fi"eli"a"e "e'a ser ao instituto co&opensa"o na le&anha, 8ue n!o @ seu pa?s "e orige&. 3as o &ais i&portante refere-se M "istin!o entreinterpreta!o e atribui!o "e senti"o. *ara ustificar sua tese, trecZ recorre M "eno&ina!o e& ale&!o"a interpreta!o confor&e a constitui!o, verfassungs#onforme $uslegung, para afir&ar 8ue, e& ale&!o,

    $uslegungte& u& significa"o "e descoberta"e significa"o, 8ue n!o seria co&pat?'el co& a interpreta!our?"ica, 8ue se&pre i&plica !roduo de sentido. ssa @, a &eu 'er, u&a tese proble&7tica. ntes "e &aisna"a, por8ue a pala'ra$uslegung, e& ale&!o, a "espeito "e u& uso particular 8ue possa ter na obra "e u&ou outro autor, @ e&prega"a, na linguage& ur?"ica, co&o &ero sinTni&o "e nter!retation. Gnica"iferena entre a&bas as pala'ras @ eti&olBgica. Verfassungs#onforme $uslegungseria, portanto, sinTni&o "everfassungs#onforme nter!retation. , e& portugus, h7 apenas u&a tra"u!o para a&bas, 8ue @ inter!retao.*or fi&, al@& "esse &ero proble&a ter&inolBgico ale&!o, a tese "e trecZ se re'ela contra"itBria se aco&parar&os co& as i"@ias "o prBprio trecZ. to"o &o&ento, o autor insiste e& sublinhar 8ue to"oprocesso interpretati'o @ u& processo pro"uti'o, 8ue inter!retao 1 sem!re !roduo e atribuio de significados(cf., por e#e&plo, p. NND). 4ra, se isso @ correto R e penso ta&b@& 8ue @ R, 8ue raz!o ha'eria para se &u"ar

    a "eno&ina!o "e inter!retaoconfor&e a constitui!o para atribuio de sentidoconfor&e a constitui!o eto"a interpreta!o @ sem!reatribui!o "e senti"o, a proposta parece ser sup@rflua.

    J

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    21/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    20EA20N

    a8ueles 8ue acha& 8ue interpretar a lei @ tentar encontrar a 'onta"e "o legisla"or.

    *roble&7tico @ tentar escon"er esse fato recorren"o a u&a pretensa interpreta!o confor&ea constitui!o.

    ). *oncluso

    o&o conclus!o, reto&o "ois argu&entos "esen'ol'i"os ao longo "o artigo, no intuito

    "e refor7-los e e'itar enten"i&entos e8ui'oca"os e, por fi&, tento respon"er M pergunta

    sobre o 8ue sobra "a interpreta!o confor&e a constitui!o se se partir "o pressuposto "e

    8ue as cr?ticas a8ui feitas s!o proce"entes.

    1. \uan"o &enciono, no tBpico 2.2, 8ue a interpreta!o confor&e a constitui!o @ u&

    crit@rio interpretati'o e#cessi'a&ente si&plista, n!o preten"o, co& isso, refut7-lo co& base

    na cr?tica "e 8ue ele n!o resol'e "efiniti'a&ente os proble&as 8ue se propIe a resol'er.

    Kenhu& to!os, nenhu&a &7#i&a, nenhu& crit@rio interpretati'o @ suficiente, sozinho, para

    resol'er "e for&a "efiniti'a os co&ple#os proble&as "a interpreta!o ur?"ica. +o"os eles

    ten"e& a funcionar co&o &era i"@ia regulati'a, 8ue apenas aponta para u&a "ire!o a sersegui"a. falha "a interpreta!o confor&e a constitui!o resi"e usta&ente no fato "e n!o

    conseguir ne& ao &enos "ese&penhar essa fun!o, por8uanto aponta para u&a "ire!o

    co&pleta&ente e8ui'oca"a, 8ue se baseia no "e'er "e tentar salvarto"a e 8ual8uer lei 8ue,

    ain"a 8ue &ini&a&ente, possua algu&a fagulha "e constitucionali"a"e. Kesse senti"o, o

    to!osinterpreta!o confor&e a constitui!o @, na &inha opini!o, e8ui'oca"o.

    2. L necess7rio, ta&b@&, afastar u&a poss?'el confus!o 8ue algu&as "as cr?ticas

    for&ula"as po"eria& causar. \uan"o afir&o 8ue o uiz, ao pretensa&ente proce"er a u&a

    interpreta!o confor&e a constitui!o, est7 &ol"an"o a lei segun"o par5&etros 8ue po"e&

    n!o coinci"ir co& os par5&etros i&agina"os pelo legisla"or, n!o preten"o, co& isso,

    con"enar esse proce"er, pelo si&ples fato "e 8ue essa @ u&a i&plica!o natural "e to"o

    controle "e constitucionali"a"e e "e to"a aplica!o "a lei pelos Brg!os u"ici7rios. 4 8ue

    preten"i salientar foi usta&ente o "esco&passo entre o 8ue a "outrina prega R respeito ao

    J

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    22/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    legisla"or e M separa!o "e po"eres R e os efeitos "a interpreta!o confor&e a constitui!o

    po"e ter, 8ue s!o usta&ente os "e corrigir ou esten"er a8uilo 8ue a lei "ispIe.

    o 8ue sobra "a interpreta!o confor&e a constitui!o ese&penha ela algu&afun!o no &o"elo brasileiro "e controle "e constitucionali"a"e i&, &as nenhu& "a8ueles

    8ue a "outrina costu&a i"entificar. interpreta!o confor&e a constitui!o "ese&penha

    u&a fun!o "e sutil legiti&a!o "a centraliza!o "a tarefa interpretati'a R n!o sB "a

    constitui!o, &as "e to"as as leis R nas &!os "o upre&o +ribunal e"eral. 4 par7grafo

    Gnico "o art. 2F "a ;ei 9.F6FV1999 prescre'e 8ue as "eclaraIes "e constitucionali"a"e,

    inclusive a inter!retao conforme a constituio, t& efic7cia contra to"os e efeito 'inculante e&

    rela!o aos Brg!os "o *o"er Qu"ici7rio e

    20NA20D

    M "&inistra!o *Gblica fe"eral, esta"ual e &unicipal. \uais as conse8ncias "esse

    "ispositi'o las s!o &uito &aiores "o 8ue se costu&a crer.

    Hasta 8ue o upre&o +ribunal e"eral " o no&e "e interpreta!o confor&e a

    constitui!o a 8ual8uer esclareci&ento "e significa"o "e 8ual8uer ter&o "e 8ual8uer

    "ispositi'o legal, na for&a co&o 7 'ista aci&a,DEpara 8ue 8ual8uer interpreta!o "i'ergente,

    ainda 2ue se.a tamb1m no sentido de manter a constitucionalidade de uma lei, torne-se i&poss?'el.

    o& isso, o upre&o +ribunal e"eral n!o so&ente "ese&penha sua fun!o "e guar"i!o "a

    constitui!o "e for&a ca"a 'ez &ais centraliza"a, co&o passa a ter a possibili"a"e 8uase 8ue

    ili&ita"a "e e#cluir 8ual8uer "esobe"incia interpretati'a por parte "e 8uase to"os os

    Brg!os estatais. *ara tanto, a interpreta!o confor&e a constitui!o cai co&o u&a lu'a.

    +. ,efer-ncia i/lio&r0ficas

    le#C, obert. Prun"rechte i& "e&oZratischen

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    23/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    Harroso, ;u?s oberto.nter!retao e a!licao da constituio5 fundamentos de uma dogm(ticaconstitucional transformadora. !o *aulo: arai'a, 1996.

    Hetter&ann, ^arl-ugust. Verfassungs#onforme $uslegung5 Grenzen und Gefahren. =ei"elberg:

    . . 3ller, 19F6.Hogs, =aral".Die Verfassungs#onforme $uslegung von Gesetzen. tuttgart: ^ohlha&&er, 1966.

    Hona'i"es, *aulo. Curso de direito constitucional. O.. e"., !o *aulo: 3alheiros, 199O (1. e".,19F2).

    dddd. presun!o "e constitucionali"a"e "as leis e interpreta!o confor&e a onstitui!o,in *aulo Hona'i"es, Teoria da democracia !artici!ativa5 !or um direito constitucional de luta eresist/ncia3 !or uma nova hermen/utica3 !or uma re!olitizao da legitimidade, !o *aulo:3alheiros, 2001: 2ED-26E.

    HrC"e, Hrun-4tto. Verfassungsent'ic#lung5 &tabilit+t und D4nami# im Verfassungsrecht derBundesre!ubli# Deutschland. Ha"en-Ha"en: Ko&os, 19F2.

    anotilho, Q. Q. Po&es.Direito constitucional e teoria da constituio. 2. e"., oi&bra: l&e"ina,199F (1. e"., 199O).

    a'alcanti, +he&?stocles Hran"!o.Do controle de constitucionalidade. io "e Qaneiro: orense,1966.

    hrCssogonos, ^ostas. Verfassungsgerichtsbar#eit und Gesetzgebung5 >ur ,ethode derVerfassungsinter!retation bei der :orm#ontrolle. Herlin: uncZer =u&blot, 19FO.

    oelho, %nocncio 37rtires. eclara!o "e inconstitucionali"a"e se& re"u!o "o te#to,

    &e"iante interpreta!o confor&e: u& caso e#e&plar na urispru"ncia "o +,Cadernos de Direito Tribut(rio e =inanas P?blicas2E (199F): 169-1FF.

    PusC, hristoph.Parlamentarischer Gesetzgeber und Bundesverfassungsgericht. Herlin: uncZer =u&blot, 19FD.

    =_felin, /lrich V =aller, `alter. &ch'eizerisches Bundesstaatsrecht. (ecor" %: N1D04riginal*ub ate: 1. ufl. 19FN), N.. e"., rich: chulthess, 199F.

    =an"stanger, 3einra". eitungDE (199F): 169-1ON.

    =esse, ^onra". Grundz%ge des Verfassungsrechts der Bundesre!ubli# Deutschland. 19.. e".,=ei"elberg: .. 3ller, 199E.

    ^latt, 3atthias. Theorie der 0ortlautgrenze5 &emantische :ormativit+t in der .uristischen$rgumentation. Ha"en-Ha"en: Ko&os, 200N.

    3a#i&iliano, arlos. Coment(rios ) constituio brasileira. '. 1, N. e"., io "e Qaneiro: reitasHastos, 19NF.

    3en"es, Pil&ar erreira. "eclara!o "e nuli"a"e "a lei inconstitucional, a interpreta!oconfor&e a constitui!o e a "eclara!o "e constitucionali"a"e "a lei na urispru"ncia "acorte constitucional ale&!, Cadernos de Direito Tribut(rio e =inanas P?blicasN (199E): O-

    E0.

    J

  • 7/24/2019 SILVA, Virglio Afonso Da. Interpretacao_conforme a Constituio

    24/24

    Revista Direito GV3(2006): 191-210.

    dddd.Jurisdio constitucional. !o *aulo: arai'a, 1996.

    3iran"a, Qorge.,anual de direito constitucional. (N2E0), '.