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Sia a personificao divina do poder de percepo ou compreenso, e freqentemente combinada com Hu, a personificao do fala autoritria. Mas Sia e Huno so simplesmente esses poderes em abstrato, mas so, em primeiro lugar acompreenso e expresso da Ra que d forma ao cosmos no incio do tempo e denovo a cada dia. Em BD feitio 17, diz-se que Ra cortou seu pnis e Sia e Hu surgirama partir das gotas de sangue que ele derramou. Sia e Hu so companheiros constantesda Ra, a bordo do navio em que ele atravessa o cu. Assim como Hu no apenasexpresso, mas expresso de acordo com a verdade, e, portanto, autoritria e eficaz e,portanto, semelhante a heka , o poder de expresso magicamente eficaz (ver Heka),Sia no apenas a percepo, mas a percepo acurada, que inseparvel dacompreenso. A ligao especial com a viso est implcita na afirmao de que asimagens nas paredes do templo de Dendera tinham sido "muito bem executadas deacordo com as gloriosas palavras de Sia," (Mariette, Dend. II, 73), o que tambm indicaque finalmente se compreendeu que os cnones estticos da arte egpcia derivam deSia; s vezes, as prprias imagens foram caracterizadas como "as palavras de Sia"(Dend. II, 13e;. citado em Saleh 1969, p. 30). A percepo entendida como umaespcie de assimilao, como mostrado pela caracterizao de Sia como "o grandeengolidor" (Ritner 1997, 107).

No PT fala 250, Sia, que est anunciando o rei para os deuses, caracteriza-se como"aquele que encarregado da sabedoria... que carrega o livro de Deus... que est mo direita de Ra." O falecido rei passa a identificar-se com Sia. No PT fala 255, osconceitos de sia e hu esto pareados: "eu assumi autoridade [ hu ] e tenho poderatravs da compreenso [ sia ]", enquanto na expresso 257, dito que "o Rei assumeautoridade [ hu ], a eternidade trazido a ele e compreenso [ sia ] estabelecida a seus

ps para ele." Nos Textos do Caixo encontra-se a afirmao: " Eu sei o que Sia sabe,e um caminho se abre para mim, porque eu sou o senhor do ar" ( CT feitio 237), emque a penetrao de ar parece simbolizar a oniscincia de Sia. Outra forma de afirmaro comando da faculdade de entendimento " Eu sei o que Sia fez" ( CT feitio 241). Siae Hu tambm esto ligados a Shu, na medida em que ambos emanam do primordialDeus Atum, embora em diferentes sentidos. Assim, no CT feitio 321, o operadorafirma de Atum (ou do falecido, aqui identificado com Atum) que "Sua expresso oque sai de seu prprio corao, ele foi rodado na companhia de Shu sobre o circuito deHu e Sia, que fez o inqurito com ele." Hu e Sia, em seguida, dizem para Atum, mas,consequentemente, tambm ao falecido, em relao a um certo caminho sinuoso noinferno: "Vem, vamos e faamos os nomes das sinuosidades de l de acordo com oque saiu de seu corao, dele que uma vez deu a volta com Shu, pois ele seu filho,

que formou a si mesmo. " Assim, parece que o caminho sinuoso assumir o nome e,portanto, a forma, o entendimento prvio de que o falecido, como "um filho que seformou", compartilha.

Sia tambm pode ser escalado como o narrador de eventos mticos, como no CT feitio335, no qual um fragmento do mito sobre o "grande Gato" (identificado com Ra) e suasaes em uma guerra entre os seguidores de Ra e as foras de caos atribuda a Sia:"O que aquele grande Gato? Ele o prprio Ra; ele foi chamado de 'gato' quando Siafalou sobre ele. Ele era como um gato no que ele fez, e foi assim que o seu nome de'Cat' surgiu." Esta passagem explicativa faz parecer como se a importao de atribuirum nome fala de Sia que o nome est de acordo com a percepo verdica, opostono s falsa percepo, mas tambm s possveis fontes de denominao de outrosem conhecimento perceptual direto. No CT feitio 816, Sia fala atravs do falecido,como resultado da cerimniade Abertura da Boca : " Eu vi Sia, e ele abre a boca e diz

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uma coisa verdadeira ao Senhor de Tudo [Atum]. O " CT feitio 958 "para se tornarSia que pertence a Ra", isto , o poder de percepo que pertence a Ra, mas breve efragmentar. Semelhante, mas mais informativo o CT feitio 1006, "Sia [no meio] doOlho de Ra", em que o operador, identificando-se com Sia, afirma que "eu subo paraque eu possa lhe dar [a Ra] sua pluma; eu deso para que eu possa criar Hu",indicando o papel mediador de Sia, isto , a percepo, entre a inteligncia (Ra) e aexpresso (Hu) " , e que um Deus pode ser desviado por um Deus", talvez referindo-se capacidade, atravs do conhecimento e da expresso autoritria (Sia e Hu), para sedesviar de um destino adverso. Sia afirma aqui que ele a imagem de Ra no meio dosanturio de Ra, e diz novamente que ele "duplicou sua alma para o seu poder. Eu souaquele que satisfaz, e a sua varinha que faz isso de novo [lit. "que repete ]. "Asreferncias aqui para duplicao e repetio parecem se referir ao alinhamento depoderes de percepo do operador com a percepo divina do Ra como seu duplo ourepetio, que beneficia no s o operador, mas Ra tambm, e portanto, o prpriocosmos, pois faz com que o operador, o executor ou agente ( ir.t , como irt ou "olho") davontade de Ra no mundo. Da Sia/o operador continua a exortar novamente para"proteger esse meu poder, d-me o ar, e eu vos darei o que est sendo ofertado...

como para aquele que me ajuda, eu vou ajud-lo." O CT feitio 1143 refere-se a Siacomo sendo o "olho" de Ptah, indicando uma relao semelhante entre a fora depercepo/compreenso e a atividade demirgica tal como a do divino arteso Ptah.

Faulkner, R. O. 1969. Os egpcios antigos Textos das Pirmides. Oxford: OxfordUniversity Press. [PT]Faulkner, R. O. 1973-8. Os egpcios antigos Textos caixo. 3 vols. Warminster : Aris &

Phillips Ltd. [CT]Ritner, Robert K. 1997. A Mecnica da antiga prtica mgica egpcia. Chicago: O

Instituto Oriental da Universidade de Chicago.Saleh, Abd el- Aziz. 1969. "Senso Plural e aspectos culturais da egpcia antiga MDW -

NTR. " Bulletin de l' Institut Franais d' Arqueologia Orientale 68: 15-38 Philosophy andTheology

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Sia

Sia is the divine personification of the power of perception or understanding, and isfrequently paired with Hu, the personification of authoritative speech. But Sia and Hu arenot simply these powers in the abstract, but are in the first place the understanding and

speech of Re as he gives form to the cosmos at the beginning of time and anew each andevery day. In BD spell 17, it is said that Re cut his penis and Sia and Hu came into beingfrom the drops of blood he shed. Sia and Hu are Res constant companions aboard thevessel in which he traverses the sky. Just as Hu is not merely utterance, but utterance inaccord with the truth, and hence authoritative and effective, and thus similar to heka , thepower of magically effective utterance (see Heka) , Sia is not merely perception, but accurateperception, which is inseparable from understanding. A special connection with vision isimplied by the statement that images on the walls of the temple at Denderah had been

beautifully executed in accordance with the glorious words of Sia, (Mariette, Dend . II, 73)which also indicates that the aesthetic canons of Egyptian art were understood to deriveultimately from Sia; sometimes the images themselves were characterized as the words of

Sia, (Dend . II, 13e; cited in Saleh 1969, p. 30). Perception is understood as a kind of

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assimilation, as shown by the characterization of Sia as the great swallower (Ritner 1997,107).

In PT utterance 250, Sia, who is announcing the king to the Gods, characterizes himself as he who is in charge of wisdom who bears the Gods book who is at the right hand of

Re. The deceased king proceeds to id entify himself with Sia. In PT utterance 255, theconcepts of sia and hu are paired: I have assumed authority [ hu ] and have power throughunderstanding [ sia ], while in utterance 257 it is said that the King assumes authority [ hu ],eternity is brought to him and understanding [ sia ] is established at his feet for him. In theCoffin Texts one encounters the affirmation I know what Sia knows, and a path is openedfor me, for I am the lord of air, ( CT spell 237) in which the pervasiveness of air seems tosymbolize the all-knowingness of Sia. Another way of affirming command of the faculty ofunderstanding is I know what Sia did, ( CT spell 241). Sia and Hu are also linked with Shuinsofar as they both emanate from the primordial God Atum, albeit in different senses. Thusin CT spell 321, the operator states of Atum (or the deceased, here identified with Atum)that His utterance is what goes forth from his own heart, he has gone round in the

company of Shu upon the circuit of Hu and Sia, who made enquiry from him. Hu and Siathen say, to Atum, but hence also to the deceased, in regard to a certain winding path inthe netherworld, Come, let us go and make the names of yonder winding in accordancewith what went out from his heart, of him who once went round with Shu, for he is his sonwho fashioned himself. Thus it seems that the winding path is to take on the name, andhence the shape, of the prior unders tanding of which the deceased, as a son whofashioned himself, partakes.

Sia can also be cast as the narrator of mythic events, such as in CT spell 335, in which afragment of myth about the great Cat (identified with Re) and his actions in a warbetwe en the followers of Re and the forces of chaos is attributed to Sia: What is that greatCat? He is Re himself; he was called Cat when Sia spoke about him. He was cat -like in whathe did, and that is how his name of Cat came into being. This explanato ry passage makesit seem as though the import of attributing a name to the speech of Sia is that the name isin accord with veridical perception, as opposed not only to false perception, but also topossible sources of naming other than direct perceptual acquaintance. In CT spell 816, Siaspeaks through the deceased as a result of the Opening of the Mouth ceremony: I haveseen Sia, and he opens my mouth and tells a true matter to the Lord of All [Atum]. CT spell958 is To become Sia who belongs to Re, that is, the power of perception which belongsto Re, but it is brief and fragmentary. Similar but more informative is CT spell 1006, Sia [inthe midst] of the Eye of Re, in which the operator, identifying with Sia, affirms that I goup that I may give you [Re] your plume; I have gone down that I may create Hu, indicatingthe mediating role of Sia, that is, perception, between intelligence (Re) and utterance (Hu),

and that a God may be diverted by a God, perhaps referring to the ability, throughknowledge and authoritative utterance (Sia and Hu), to divert an adverse destiny. Sia stateshere that he is the image of Re in the midst of Res shrine, and tells Re that he has

duplicated your soul for your power. I am he who satisfies, and it is your wand which doesit again [lit. 'which repeats']. The references here to duplication and repetition seem torefer to the alignment of the operators powers of perception with the divine perception ofRe as its double or repetition, which benefits not only the operator, but Re too, and hencethe cosmos itself, for it makes of the operator the executor or agent ( ir.t , like irt or eye) ofRes will in the world. Hence Sia/the operator goes on to urge Re to guard this power ofmine, give me air, and I will give y ou what is in the offering as for him who helps me, Iwill help him. CT spell 1143 refers to Sia as being in the Eye of Ptah, indicating a similarrelationship between the power of perception/understanding and demiurgic activity such asthat of the divine craftsman Ptah.

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Faulkner, R. O. 1969. The Ancient Egyptian Pyramid Texts . Oxford: Oxford University Press.[PT ]Faulkner, R. O. 1973-8. The Ancient Egyptian Coffin Texts . 3 vols. Warminster: Aris &Phillips Ltd. [ CT ]Ritner, Robert K. 1997. The Mechanics of Ancient Egyptian Magical Practice . Chicago: The

Oriental Institute of the University of Chicago.Saleh, Abd el- Aziz. 1969. Plural Sense and Cultural Aspects of the Ancient Egyptian mdw- ntr . Bulletin de lInstitut Franais dArchologie Orientale 68: 15 -38.