sexta edição

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Diretor: Filipe Resende | Diretores-adjuntos: Afonso Sousa, Diogo Lopes, João Tavares e Raquel Trindade Edição nº6 (Abril de 2013) - Jornal Mensal 10 Maneiras de alcançar o sucesso académico ERASMUS: Uma oportunidade académica para a mobilidade internacional Páginas 7 e 8 O melhor de Itália em Lisboa segundo Gaspare Trapani - Página 20 e 21 A Prof. Marília Lopes dá os 10 melhores conselhos de como conseguir um bom desempenho universitário Vida Universitária - Páginas 11 a 13 Roteiro Gastronómico da Palma de Cima Conhece nesta edição os melhores restaurantes próximos do Campus p.9 Quase FM, está quase a chegar A rádio da Católica nas horas de almoço está prestes a começar p.5 Oportunidades de Estágios Internacionais O ponto de partida para uma experiência real no mercado de trabalho p.4 Católica mete ponto final ao Projeto “Meninos da Católica” p.6 Opinião “Memórias Universitárias” do Professor José Luís Ramos Pinheiro e “Fumar no Bar” pela nova colunista, Catarina Maia - pp.14 a 17

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Esta é a sexta edição d'O Académico.

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Page 1: Sexta Edição

Diretor: Filipe Resende | Diretores-adjuntos: Afonso Sousa, Diogo Lopes, João Tavares e Raquel Trindade

Edição nº6 (Abril de 2013) - Jornal Mensal

10 Maneiras de alcançar

o sucesso académico

ERASMUS:

Uma oportunidade

académica

para a mobilidade

internacional

Páginas 7 e 8

O melhor de Itália em Lisboa segundo Gaspare Trapani - Página 20 e 21

A Prof. Marília Lopes dá os 10 melhores conselhos de como conseguir um bom desempenho universitário

Vida Universitária - Páginas 11 a 13

Roteiro Gastronómico da

Palma de Cima

Conhece nesta edição os melhores restaurantes próximos do Campus p.9

Quase FM,

está quase a chegar

A rádio da Católica nas horas de almoço está prestes a começar p.5

Oportunidades de

Estágios Internacionais

O ponto de partida para

uma experiência real no

mercado de trabalho p.4

Católica

mete ponto

final ao

Projeto

“Meninos da

Católica” p.6

Opinião “Memórias Universitárias” do Professor José Luís Ramos Pinheiro e “Fumar no Bar” pela nova colunista, Catarina Maia - pp.14 a 17

Page 2: Sexta Edição

Editorial

Jornal O Académico - Edição de Abril

g. 2

“P enso que desde da Revista “Éter”, na qual colaborei, não havia uma publicação regular da Faculdade.” Estas foram as pala-vras simpáticas do Professor Adé-rito Tavares em relação ao O Aca-démico.

Com esta publicação já vamos para a sexta edição. É com grande orgulho saber que somos tão bem aceites por toda a comunidade aca-démica desta faculdade. Espera-mos poder continuar nos próximos anos com as futuras gerações da FCH.

Com apenas 7 meses, já estamos totalmente integrados num espaço de comunicação, de saber bem informar o nosso público-alvo. O último grande momento testemu-nhado pelo O Académico foi o fecho do bar, em que grande parte da comunidade académica soube gra-ças à página do nosso jornal no Facebook, e que fomos o primeiro jornal a chegar à reitoria da Uni-versidade.

Mas achamos que podemos fazer melhor e, por acreditarmos nisso, fomos ouvir os conselhos do veterano e professor de jornalis-mo, Fernando Cascais. Foram pala-vras sábias que esperamos poder adaptar já a partir desta edição para a frente. Vamos apostar numa linha de proximidade, porque foi o principal conselho sugerido por este professor de Géneros Jornalís-ticos.

Apostaremos numa maior cobertura nos eventos e factos dentro da Faculdade. Vamos apro-

fundar, investigar mais cada momen-

to. Vamos tentar saber e descobrir

mais pormenores que ninguém

conhece. Porque afinal de contas isto

é jornalismo. Um excelente jornalista

é aquele, que investiga, que procu-

ra, que entrevista, que tem as suas próprias fontes. O bom jornalista é aquele que não se baseia nos press realeses feitos pelas agên-cias de comunicação carregados de boa imagem.

O Académico também está em diversas iniciativas. Fomos convi-dados a colaborar no Congresso das Pré-Guerras e estamos a orga-nizar futuras atividades que fomentem a interação entre a comunidade académica. Quere-mos fazer mais eventos como workshops na área da Comunica-ção e do Jornalismo. Mas para isso é necessário uma maior participa-ção dos alunos nesses eventos porque sem eles não será possível ter iniciativas.

Como já foi dito, O Académico vai apostar numa maior cobertu-ra e investigação dos eventos dentro da Faculdade.

Nesta edição fomos conhecer e investigar mais projetos dentro da FCH que têm impacto relevan-te. Como vêem já estamos dentro da tal linha da proximidade.

O Académico já está ligado à rede alumni da FCH. Para nós não bastou a reportagem que fizemos na quarta edição sobre este proje-to. Agora pretendemos ajudar a formar uma base de dados de raiz de todos os alunos que passaram pela FCH, nas diversas áreas para que possamos criar uma nova relação entre antigos e atuais alu-nos.

Acreditamos que a nossa publi-cação mudou a FCH em relação à forma de comunicar e informar.

Como refere Victor Hugo “A imprensa é a imensa e sagrada locomotiva do progresso”, e é essa linha da inovação que esta-mos a desenvolver na FCH.

7 Meses d’O Académico

“O Académico

vai apostar

numa maior

cobertura e

investigação

dos eventos

dentro da

Faculdade.”

Diretor:

Filipe Resende

Diretores-Adjuntos:

Afonso Sousa, Diogo Lopes, João Tavares e Raquel Ubach Trindade

Redação:

Beatriz Isaac, Dário Alexandre, Gonçalo Fonseca, Inês Correia, Joana Portugal, João Marinheiro, João Pedro Rodrigues, José Paiva, Rafael Reis, Sara dos Santos e Susana Gil Soares Agradecimentos:

Catarina Maia, Pedro Miguel Caldas Professor José Luís Ramos Pinheiro

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FCH News P

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Jornal O Académico - Sexta Edição

N oster? Saberemos todos o que é o Noster? Estará a comunidade aca-

démica da FCH e da UCP aler-tada para este projeto? São perguntas que O Académico se deparou quando decidiu conhecer este grupo de teatro, que apresenta um défice de dinamização deste projeto.

O Noster é um grupo de tea-tro que existe desde 1998 e que segundo o encenador A. Branco encontra-se “aberto a elementos de todas as unida-des de ensino da Universidade Católica.”

Atualmente e segundo alguns dados, a equipa de tea-tro conta com alunos das licenciaturas e mestrado em Direito, Comunicação Social e Cultural, Gestão e Economia.

Diversos espetáculos foram já realizados entre eles “Primvs Inter Pares” (em 2005), “Habeas Corpus” (em 2008 e 2009), “Éramos alguns e um coro” (em 2010) e “Romeu e Julieta” (em 2010 e 2011).

Noster, O grupo de teatro da Católica

Joana Portugal A última peça do grupo foi “Um nome provisório”, apre-sentada em Junho de 2012 e reposta em Novembro do mesmo ano.

Atualmente, a equipa está a trabalhar num novo projeto, na obra de Jorge Silva Melo “Num país onde não querem defender os meus direitos, eu não quero viver”.

Tal como o nome do grupo Noster, que significa “nosso”, o grupo percorre um caminho de conquista diária junto dos alunos da FCH/UCP, assim deseja o encenador referindo que sempre procurou “melhorar a relação inter cur-sos, as capacidades de exposi-ção oral e escrita dos mem-bros, proporcionar uma expe-riência e formação em teatro, mas sobretudo, criar e apre-sentar espetáculos.”

Mas ainda há muito a fazer no que respeita à dinamiza-ção deste grupo de teatro no espaço académico, de forma a criar condições para que os elementos da UCP e da FCH se familiarizem com o projeto e desejem acompanhá-lo ou mesmo participar nele.

O grupo de teatro

“Noster ” foi fundado

em 1998

Congresso das Pré-Guerras

(+8) Até que enfim, que existe um con-gresso aberto aos alunos para poderem apresentar um trabalho académico. Este congresso do CECC vai ter dois painéis específi-cos para que os alunos possam mostrar um trabalho científico sobre temas relacionados com as Pré-Guerras.

Concurso de Fotografias

(+4) Chega de gastar dinheiro em ban-cos de imagens. Que tal dar a oportunidade aos alunos de cria-rem um portfólio de imagens para a FCH? Este é o lema do concurso de fotografias da FCH, que vai dar a oportunidade aos alunos de mostrarem o seu talento através de uma máquina fotográfica. Parti-cipa até dia 26 de abril! Boa Inicia-tiva da FCH!

Reitoria (+1) A bem ou a mal a reitoria foi capaz de fechar o bar da FCH durante um dia após alguns alunos conti-nuarem a insistir em fumar dentro deste espaço, quando é proibido. Foi uma atitude correta, mas que generalizou os alunos que nunca fumaram lá dentro. No entanto a ação foi certa até porque a lei esta-belece que não existem condições de funcionamento quando há um nível elevado de fumo.

Alunos Fumadores (-10) Não bastou o fecho do bar durante um dia para alguns alunos muda-rem a sua atitude. Infelizmente muitas pessoas continuam a fumar dentro do bar.

Editora da UCP (-18) Os meninos da Católica era sem dúvida um projeto com pernas para andar, mas a editora assim não o entendeu e proibiu por estar a colocar em causa o bom nome da instituição, quando era o projeto tratava a UCP como uma autêntica segunda casa.

Pesos & Contrapesos

Page 4: Sexta Edição

FCH News

Jornal O Académico - Edição de Abril

g. 4

I naugurado este ano, o Atlantic Erasmus Training Consortium trata-se de uma parceria repartida

por três instituições do ensino superior à qual pertencem a Universidade do Algarve, a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e a Faculda-de de Ciências Humanas da Uni-versidade Católica Portuguesa, sendo esta última, a encarrega-da pela coordenação do Consór-cio. A meta passa por uma ampla oferta de estágios curri-culares e extracurriculares aos estudantes de primeiro, segun-do e terceiro ciclo, de maneira a possibilitar-lhes uma experiên-cia real nos meios profissionais e no contexto multicultural da União Europeia e de outros paí-ses europeus. Desta associação, e para garantir maior facilidade de colocação dos estagiários, também cooperam empresas e outras entidades empregadoras, fontes de prestígio e de contac-tos profissionais. Da seguinte forma, tal experiência interna-cional permite fortalecer os laços entre o mundo académico e o mercado de trabalho, espe-cialmente num mundo globali-zado onde a mobilidade é um factor crucial.

O Académico foi igualmente falar com a Prof.ª Doutora Adriana Martins, coordenadora

Estágios de Verão da AETC: O ponto de partida para uma experiência real no mercado de trabalho

João Póvoa Marinheiro

do programa Erasmus da Faculdade de Ciências Huma-nas da Universidade Católica Portuguesa e do Consórcio AETC.

Quantos estágios disponibiliza

o Consórcio? O número de

vagas é extenso? Não podemos saber o

número de estágios existentes em geral, pois apenas recebe-mos ofertas ao longo de todo o ano. No que diz respeito aos estágios de verão, a FCH tem tentado negociar com algumas empresas lugares, mas não quero adiantar um número, pois este é um processo que ainda está a decorrer. Nada impede, por outro lado, que alguns estágios sejam negocia-dos pelos próprios estudantes através dos seus contactos pessoais (o que é, de resto,

uma ótima iniciativa). Estes estudantes depois procuram o Consórcio para saberem como proceder para virem a benefi-ciar de uma bolsa Erasmus para a realização de um está-gio no estrangeiro através do Consórcio AETC.

O Consórcio dispõe de uma verba para a realização de 100 mobilidades visando os está-gios no estrangeiro. Esses 100 fluxos são divididos pelas 3 instituições de ensino supe-rior parceiras, ou seja, a FCH, a ESTHE e a UAlg. É importante sublinhar que a equipa técnica do AETC pode aconselhar os estagiários na preparação da sua candidatura, mas esta é feita a título individual e está condicionada pelos procedi-mentos de seleção de cada empresa de acolhimento. Os chamados “estágios de verão”

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estão compreendidos nesses 100 fluxos. Mesmo que a FCH esteja a negociar para os seus alunos alguns lugares para a realização de estágios de verão, cada aluno será sujeito ao processo de seleção da empresa de acolhimento. O AETC só facilita os contactos entre o estudante e a entidade de acolhimento.

Que atividades são praticadas e

quais os objetivos desses está-

gios?

As atividades a desenvol-ver estão descritas em cada oferta de estágio. Se o estu-dante for selecionado pela entidade de acolhimento para a realização do estágio no estrangeiro, e se o estudante beneficiar da bolsa através do Consórcio AETC, o plano de atividades a desenvolver fica descrito no chamado training agreement, documento que é assinado pelo estudante, pelo supervisor da entidade de aco-lhimento e pelo tutor designa-do pela instituição de ensino superior de origem do estu-dante.

Assim sendo, no que diz respeito aos objetivos, tudo dependerá de cada uma das ofertas.

“O Consórcio dispõe

de uma verba para a

realização de 100

mobilidades visan-

do os estágios no

estrangeiro.”

Professora

Adriana Martins

O regresso da Quase FM

está para breve

E m estado letárgico desde o segundo semestre do ante-rior ano letivo

(2011/2012), ressurge flo-rescente a Quase FM. É já dia 15 de Abril que a estação de rádio da FCH vai para o ar, a partir dos Estúdios de Rádio, junto ao Auditório 2, para animar as nossas “horas de almoço”.

A Quase FM desenvolve-se no âmbito da disciplina Projeto Rádio, pelos alunos que a frequentam, com o objetivo de fortalecer com-petências técnicas ao nível de produção e programação em Rádio e, por outro lado, dinamizar os espaços comuns da própria faculda-de.

Para este semestre pla-neia-se a emissão semanal de “uma reportagem da autoria de um dos animado-res da Quase. Cada um esco-lheu o seu tema e pensamos

que vão ser do agrado dos ouvintes.” conta-nos Cláudia Godinho, discente de Projeto Rádio.

Este projeto radiofónico, ainda que de pequenas dimen-sões (como, aliás, o próprio nome indica), é uma peça vital na construção dos nossos ‘eus’ jornalistas pelo facto de nos permitir “meter a mão na mas-sa” e de nos introduzir nos meandros da produção jorna-lística em Rádio, essencial para diminuir o fosso entre o ensino e as exigências do mer-cado de trabalho. Não obstan-te, nem toda a comunidade académica lhe concede a devi-da importância dado que, como salienta Cláudia Godi-nho, “A turma possui apenas cinco pessoas.”.

Ficamos, deste modo, aguardando entusiasticamen-te pela ressurreição da Quase FM que certamente irá animar o espírito da FCH com boa música e conteúdos informati-vos de qualidade!

Beatriz Isaac

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FCH News

Jornal O Académico - Edição de Abril

g. 6

O projeto das camisolas “Meninos da Católica”, apresentado este ano por Diogo Lopes e Afon-

so Sousa na ExpoCarreiras, foi cancelado após uma reunião com a Dra. Anabela Antunes, diretora do centro de publicações da Uni-versidade Católica.

A linha de camisolas destes jovens empreendedores não foi aceite por vários motivos, tais como: poderiam estar sujeitos a ser alvo de um processo jurídico, uma vez terem utilizado um tipo de letra que uma outra entidade já tinha registado para seu uso exclusivo. Esta entidade teria também proposto uma nova linha de camisolas, a qual não foi aceite pela Universidade, uma vez que a linha oficial era bastante bem aceite.

Outros dos motivos recaíam no facto de a imagem que as camisolas “Meninos da Católica” transmitiam não ia de encontro com a imagem que a universida-de defende. O logotipo que as camisolas apresentavam desfigu-rava o da Universidade, indo con-tra o que ela representa, segundo Diogo Lopes “a nossa figura humana, semelhante ao famoso “Homem de Vitrúvio”, apresenta-va-se desnudada e a figura do logotipo oficial usava vestes. Supostamente este pormenor (de entre outros) ia contra a ideolo-gia cristã desta instituição.”

Projeto “Meninos da Católica” cancelado

Sara dos Santos

A imagem estampada nas camisolas

semelhante ao Homem de Vitrúvio,

apresentava-se desnudada quando a

imagem do logotipo oficial da UCP usa

vestes e ia contra a ideologia cristã da

UCP

Após 60 encomendas fei-tas, Diogo e Afonso estão a devolver o dinheiro aos com-pradores e o projeto foi can-celado, no entanto, “grande parte de se ser empreende-dor prende-se em valores como a perseverança e a for-ça de carácter” diz Diogo Lopes “não creio que este plano gorado nos trave para o futuro. Pelo contrário, pode-nos ajudar a aprender

com a situação e a voltar mais preparados para o que “der e vier”.

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ERASMUS: Uma oportunidade

académica para a mobilidade

O Esquema de Ação Regional Europeia para a Mobilidade de Estu-dantes Universitários,

mais conhecido pela sigla ERAS-MUS, trata-se não só de uma oportunidade para o fortaleci-mento de competências académi-cas como também de uma ocasião para estimular a mobilidade internacional.

Na Universidade Católica Por-tuguesa, a Faculdade de Ciências Humanas tem tido uma longa experiência de incentivo aos seus estudantes neste tipo de inter-câmbio. Este programa conhece cada vez mais adesão e cresci-mento, muito devido à consolida-ção do fenómeno da globalização e à assinatura da Declaração de Bolonha. Nos últimos 15 anos aliás, foram mais de 500 os alu-nos da FCH que decidiram com-pletar um período de estudos numa outra universidade euro-peia à luz deste processo. Tendo a possibilidade de escolher entre mais de 60 instituições de refe-rência com a qual a Faculdade mantém acordo, esta mobilidade de estudos conhece “resultados positivos”, como assegura a Pro-fessora Doutora Adriana Martins, coordenadora Erasmus da FCH. Segundo a própria, os segredos para o sucesso tanto académico como pessoal durante esta inicia-tiva definem-se pela “vontade, o empenho, a organização e o senti-

João Póvoa Marinheiro

do ético, pois nada na vida se consegue sem esforço e dedi-cação”.

De forma a conhecer tam-bém a perspetiva de quem está prestes a embarcar nesta aventura, O Académico falou

Nos últimos 15 anos aliás, foram mais de 500 os

alunos da FCH que decidiram completar um

período de estudos numa outra universidade

europeia à luz deste processo.

falou igualmente com Joana Krämer Horta, aluna de segundo ano do curso de Comunicação Social e Cultu-ral que se prepara para estu-dar em Barcelona através do programa Erasmus.

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Jornal O Académico - Edição de Abril

g. 8

Como é que te sentes por partir?

Estou ansiosa por ir e mal posso esperar, sinto necessidade de mudar de ares e de me lançar a outro espaço.

Quais são as tuas razões e expec-

tativas relativamente ao progra-

ma Erasmus?

Fazer Erasmus sempre esteve nos meus planos por várias razões, mas as mais fortes são, claramente, a aquisição de novos conhecimentos, novos métodos de estudo, a interação com uma nova cultura, bem como a vontade de ter uma experiência académica forte que me abra os horizontes e forneça ferramentas para a minha vida profissional.

Porque é que escolheste Bar-

celona?

Escolhi Barcelona porque acho que tem uma riqueza histórica e cultural deslum-brante. Espanha é um país em que a inovação faz parte do modo de vida e penso que o saber falar espanhol é uma vantagem não só pelos inú-meros sítios em que esta lín-gua predomina mas também para o meu futuro, pois pode vir a ser muito útil para as minhas relações profissionais.

Quero também aperfeiçoar as minhas competências linguísti-cas no que diz respeito ao espa-nhol/ catalão e, obviamente, entregar-me a toda a mística e beleza da cidade. Não tenho dúvidas de que vai ser uma experiência enriquecedora para a minha vida tanto pessoal como académica. Não quero criar mui-tas expectativas mas acima de tudo é uma oportunidade de crescer, ganhar mais responsa-bilidade, conhecer pessoas e fazer contactos. Quantas cadeiras tencionas

fazer?

Está nos meus planos fazer entre 5 e 6 cadeiras.

Fumar no bar - O que diz a lei

sobre a responsabilidade da UCP?

O fecho do bar foi sem dúvi-da o momento mais crítico para a comunidade da FCH do mês de Março.

Fomos conhecer melhor a lei e per-ceber o que é que a reitoria da UCP pode fazer no caso de algum aluno fumar no bar. Segundo a lei não é permitido fumar “Nos estabeleci-mentos de ensino, independente-mente da idade dos alunos e do grau de escolaridade, incluindo, nomeadamente, salas de aula, salas de estudo, de professores e de reu-niões, bibliotecas, ginásios, átrios e corredores, bares, restaurantes,

cantinas, refeitórios e espa-ços de recreio.” Em caso de infração, a lei determina que os respon-sáveis do local “devem determinar aos fumadores que se abstenham de fumar e, caso estes não cumpram, chamar as autoridades administrativas ou poli-ciais, as quais devem lavrar o respetivo auto de notí-cia.” A mesma lei diz também que “os utentes dos locais referidos […] têm o direito de exigir o cumprimento do disposto podendo para o efeito, nomeadamente,

pedir o livro de reclamações disponível no estabelecimen-to em causa.”

Contactado pel’O Académi-co a engenheira Maria João Oliveira Martins, disse que "a polícia tem mais que fazer" do que estar a tomar conta de ocorrência como fumar den-tro de bares das faculdades.

Mas desta forma o que é se pode fazer para que os alunos não fumem dentro do bar?

Segundo o Vice-Reitor da UCP, o Pe. José Tolentino de Mendonça , não se pode ter um policia a tomar conta de cada pessoa. Deve-se sim mudar a mentalidade de cada um.

Filipe Resende

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Jornal O Académico - Sexta Edição

Sugestões P

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S ão 13 horas, a aula acabou e a fome aperta. A grande maioria opta por

uma ida à cantina ou ao bar. Mas para os dias em que a fome transpasse as fronteiras da faculdade, o Académico sugere alguns dos restauran-tes “vizinhos” da Católica.

Comecemos pelo Pérola de Palma. Bem perto da nossa faculdade, a grande maioria já passou por lá. E a quem o nome não diz nada, estamos a falar do “café dos chapéus vermelhos”. Aqui é possível disfrutar de almoços e petis-cos por um preço a rondar os cinco euros. Tem ainda a vantagem de ter mesas na esplanada que fazem o delei-te de muitos quando o bom tempo aparece.

Cerca de dez metros mais abaixo fica outra das nossas sugestões, a churrasqueira O Cardosão. Trata-se de um estabelecimento pequeno, famoso pelas suas bifanas grelhadas na brasa que se conjugam com um pão tosta-do na mesma. A simpatia do dono, o senhor Cardoso, faz qualquer um voltar. E o pre-ço também: uma bifana no pão e uma imperial custa dois euros e sessenta. Para

Roteiro Gastronómico da

Palma de Cima

Rafael Reis

além das bifanas existe ainda entrecosto, entremeada, frango assado, entre outros.

Ainda na mesma zona podemos encontrar O Cantinho de Palma. Trata-se de um restaurante com comida tradicional portuguesa que preza pela qualidade dos seus pratos. As especialidades são favas com entrecosto e baca-lhau espiritual. O preço médio ronda os sete euros e meio. Tem ainda a vantagem de aceitar reservas para grupo, com comida e bebida à descrição, por treze euros por pessoa. A ementa con-siste em entradas variadas, gre-lhada mista, sangria de vinho branco e tinto, cerveja, sobreme-sa e café, tudo isto servido com muita simpatia.

Para aqueles que procuram uma refeição diferente sugerimos

o restaurante japonês Nagoya. Localizado junto ao metro das Laranjeiras, este estabeleci-mento apresenta verdadeiras iguarias orientais, que irão deliciar os apreciadores de sushi e sashimi. O preço é rela-tivamente mais elevado que as sugestões anteriores, situando-se nos dez euros e noventa por pessoa. Mas mostrando o car-tão de estudante, os alunos poderão beneficiar de um des-conto de quinze por cento. Ficam então as nossas suges-tões gastronómicas. Sempre que quiserem variar o almoço já sabem que existem bem per-to da nossa faculdade vários restaurantes e snack-bares, todos eles com uma ementa diversificada. Resta-nos dese-jar um bom apetite.

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Concurso de “Banco

Imagens da FCH”

C hegou a oportunidade de mostrar o que a faculdade tem de bom. Podes fazer par-

te disso, basta mostrá-lo atra-vés de uma câmara.

De acordo com o site da ini-ciativa “O concurso Banco de Imagens FCH é um concurso de fotografia apresentado a toda a comunidade académica da Faculdade de Ciências Huma-nas da Universidade Católica Portuguesa.”

Os alunos da FCH poderão fotografar algo relacionado com a Faculdade, devendo, no entanto, seguir determinadas regras quanto ao que registam. O professor Rogério Santos, mobilizador deste concurso, enviou uma lista via e-mail com os momentos necessários a registar pelos participantes.

A escolha das melhores foto-grafias será feita por um júri (um docente da disciplina de Edição Multimédia, um mem-bro do Gabinete de Marketing e Comunicação da FCH e um membro da Direção da FCH).

Existem ainda dois prémios, um de 200€ e outro de 100€ para os vencedores, algo tenta-dor. O objetivo deste concurso é “criar um portefólio com ima-gens relacionadas com a vida da FCH, que possam ser usadas pela Faculdade e pela Universi-dade em situações de divulga-ção dos seus cursos e das suas atividades”.

Dário Alexandre

E m 2014 serão cele-brados os 100 anos da Primeira Grande Guerra Mundial.

Ano em que será aberto um espaço em todo o mundo para o debate e reflexão das consequências que essa guerra teve, mas também perceber se ainda hoje mui-tos dos estudos e análises que foram feitas durante estes 100 anos farão sentido e se podem ter aplicações no nosso presente mas também no futuro.

Apesar das memórias portuguesas relativamente a esta primeira guerra não serem as melhores, Portugal através de uma iniciativa da Universidade Católica, coor-denada pela Professora Ana Paula Rias, será dos primei-ros países já em Janeiro do próximo ano, a “ abrir as hostes” para a discussão desta temática tão importan-te e contemporânea.

Uma das novidades da “International Conference

José Paiva on Culture and Conflict”, é a possibilidade dada aos alunos da licenciatura em Comunica-ção Social e Cultural do 2º Semestre e do 1º Semestre do próximo ano letivo, de apre-sentar 8 comunicações relati-vas à temática principal, sujei-tas a critérios de avaliação por parte dos docentes.

O objetivo deste work-shop proposto pela Professo-ra Ana Paula Rias, foi o de associar as disciplinas da FCH com os saberes transmitidos, abrindo a oportunidade aos alunos de serem criativos de explorar os materiais deixa-dos por diversas personalida-des há cem anos atrás.

Num processo de seleção rigoroso, para que só os melhores cheguem ao palco principal de dia 6 de Dezem-bro, O Académico não quer deixar de dar o incentivo a todos os alunos para que par-ticipem, e dêem o seu contri-buto para uma celebração que se prevê cheia de surpresas e de interesse público.

Congresso das Pré-Guerras

aberto à participação dos

alunos da FCH

Iniciativas

Jornal O Académico - Edição de Abril

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Page 11: Sexta Edição

10 Maneiras de alcançar o sucesso académico

Filipe Resende

O êxito universitário é algo sempre desejado por todos os alunos. Para a professora

Marília Lopes, docente da FCH este carateriza-se de uma for-ma bastante simples “Saber mais - Fazer melhor.” Mas afi-nal de contas o que é que pode-mos fazer para alcançar este tão desejado resultado na uni-versidade? O Académico foi conhecer algumas dicas e sugestões para alcançar um bom trabalho universitário:

Dica 1 – Não deixes tudo para

o fim…

O sucesso universitário exi-ge um trabalho contínuo em que a rotina diária deve ser estudar um bocadinho de cada vez. Como refere a Professora Marília Lopes “na Universidade dever-se-á ter um ritmo de tra-balho diário.” Como é óbvio o estudo não deve ser levado ao extremo. Devemos definir pequenas metas de trabalho de forma a alcançar todos os dias uma etapa diferente.

Dica 2 – Reflete sobre as

matérias lecionadas Não basta saberes as coisas

de cor, tens que ser crítico em relação às teorias e aos traba-lhos desenvolvidos no meio

universitário. A Professora Marília aponta que é importan-te ter uma “capacidade de refletir e debater aprofundada e clara as temáticas aborda-das”.

Dica 3 – Como ter um bom tes-

te?

Ter um bom teste nunca foi uma tarefa fácil e por vezes surgem dificuldades em alcan-çar um melhor resultado neste ou naquele teste. Para a profes-sora a solução de uma boa pro-va passa por “ir além do conhe-cimento adquirido”, mas tam-bém “a forma como se estrutu-ram as ideias e a clareza da apresentação.”

Dica 4 – Procura mais além da

bibliografia obrigatória

Para muitos alunos, a biblio-grafia já parece um pequeno pesadelo de consulta. Mas a verdade é que se fores ainda mais longe, ou seja além da bibliografia obrigatória, podes ter alguns pontos a mais por isso. Como apresenta a nossa entrevistada, as leituras além da bibliografia obrigatória “é um sinal de que se procura tri-lhar caminhos próprios.”

Dica 5 – Boa apresentação =

Tema + Modo de intervenção

As melhores apresentações exigem imaginação, trabalho, pesquisa, mas também é funda-mental a abordagem escolhida.

Jornal O Académico - Sexta Edição

Vida Universitária P

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Page 12: Sexta Edição

Dica 6 – Dominar bem o tema da

apresentação Isto parece óbvio numa inter-

venção oral, mas infelizmente alguns alunos não têm ideia do que dizem, simplesmente citam determinado autor, sem ter noção do impacto das palavras.

Isto é mau porque a audiência pode não perceber o que está a ser dito (incluindo o professor). Desta forma é necessário ter em conta uma boa preparação da intervenção. Para a nossa pro-fessora convidada uma excelen-te apresentação “é aquela que não só revela que se conhece bem e a fundo a temática que se

5 Fatores externos para o

sucesso académico, segundo

a Professora Marília Lopes:

1. Exercitar a curiosidade;

2. Disciplina;

3. Trabalho;

4. Não ficar rapidamente satis-

feito;

5. Querer inovar.

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está a apresentar, como tam-bém a intenção de o fazer de modo a que os colegas a pos-sam igualmente entender.”

Dica 7 – Participar e discutir nas

aulas

Um aluno que tenha uma participação positiva normal-mente tem maior tendência a tirar melhor nota no final. Como conta a nossa docente “A participação é um sinal da vontade de perceber, esclare-cer e debater uma temática, pelo que poderá ser assim um bom meio de refletir e interio-rizar problemáticas e conteú-dos.” Como vimos a participa-ção é um excelente mecanismo de interiorizar as matérias lecionadas. Dica 8 – Curiosidade e motiva-

ção

Não basta saberes bem a matéria de cor, tenta ser um aluno curioso e mantêm-te motivado para trabalhares ainda mais. Deves procurar outras leituras e conhecimen-tos. Como indica a nossa pro-fessora “fui sempre uma aluna curiosa, trabalhadora e muito motivada e assim pude reunir condições favoráveis ao meu desenvolvimento intelectual e humano.”

Num próximo trabalho deves escolher em primeiro lugar, um tema que te agrade, para que gostes daquilo que estás a desenvolver. Depois fala com teu o professor e apresenta-lhe a ideia.

Na apresentação intervém de uma forma que te diferencie dos outros. Tenta ser original e cria-tivo. Faz um vídeo, faz uma entrevista, faz uma conversa via skype com um investigador. Sê diferente. Como diz a Professora Marília “um excelente trabalho é aquele que tem certamente um modo original e rigoroso com que se apresenta e se demonstra as ideias apresentadas.”

Dica 9 – Tentar refazer os traba-

lhos

Embora existam poucas oportunidades de reformula-res os teus trabalhos ao longo da tua licenciatura, quando é dada essa possibilidade tenta sempre refazer os respetivos elementos.

Quem tem a Professora Marília Lopes como docente sabe que pode reformular um teste. Ao O Académico a pro-fessora justifica que permite a respetiva reformulação por-que “a aprendizagem não é um ato único e isolado, mas sim um processo contínuo que exi-ge leituras críticas do trabalho que estamos a realizar, saber corrigir e melhorar o trabalho feito. Neste sentido e para incentivar este exercício de aperfeiçoamento os alunos podem refazer alguns testes.” Por isso nunca te esqueças, aproveita as oportunidades de refazeres alguns trabalhos, para poderes fazer ainda melhor.

Tenta ser original e

criativo. Faz um vídeo,

faz uma entrevista, faz

uma conversa via skype

com um investigador. Sê

diferente.

Vida Universitária

Jornal O Académico - Edição de Abril

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© R

OB

ERT

BO

ESC

H/C

OR

BIS

Devemos definir pequenas

metas de trabalho de forma a

alcançar todos os dias uma

etapa diferente.

Dica 10 – Não estudes apenas,

diverte-te e aproveita a vida

Os melhores alunos não são aqueles que apenas estu-dam. Um bom aluno segundo a Professora Marília Lopes “deve procurar desenvolver projetos próprios.” Um aluno que apenas estude não con-segue concentrar-se a 100%, porque o cérebro cansa-se, o que leva a que os níveis de concentração sejam reduzi-dos. Como tudo na vida, nun-ca devemos adotar um extre-mo. Devemos ficar sempre pelo equilíbrio.

Como menciona Marcelo Rebelo de Sousa “É impossí-vel ter notas altas sem estu-dar. Mas é fundamental ter uma vida além dos estudos”.

É impossível ter

notas altas sem

estudar. Mas é

fundamental ter

uma vida além

dos estudos

3 Perguntas Diretas

à Prof. Marília Lopes

1. Para si o que precisa de um

aluno para ter o 20? É uma pergunta a que tenho

dificuldade em responder, pois

depende do exercício propos-

to. Talvez possa contudo

acrescentar que um excelente

aluno é aquele que não só pro-

cura compreender as temáticas

expostas mas que vai mais

longe na reflexão das mesmas.

2. Qual foi a melhor nota que

deu na sua carreira enquanto

docente (nas licenciaturas) e

o que é esse(a) aluno(a) tinha

para ter dado essa nota? A nota mais elevada que dei

foi 18 valores. Uma feliz con-

jugação entre a realização de

um excelente trabalho, original

e muito aprofundado, com

uma atitude de grande amadu-

recimento sobre as temáticas

abordadas.

3. A professora deu aulas na

Alemanha, acha que os alunos

alemães têm melhores hábi-

tos de estudo que os alunos

portugueses? E porquê? Como em todo o lado, há

bons e menos bons alunos. O

que sempre apreciei na Alema-

nha, já nos tempos de estudan-

te, foi a enorme autonomia que

os alunos tinham. Sempre

curiosos e com muito interes-

se, iam além do definido, pois

eles próprios se reviam nos

trabalhos que estavam a reali-

zar, pelo que aprendi já imen-

so com os meus colegas.

Jornal O Académico - Sexta Edição

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Memórias

Universitárias José Luís Ramos Pinheiro

Professor da FCH e

Administrador do grupo R/COM

Opinião

Jornal O Académico - Edição de Abril

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Há muito, muito tempo, em 1978, a “Católica”, como já na altura lhe chamávamos, vivia num único edifício. Ali se concen-travam os cursos já ensinados na Universidade. Direito tinha nasci-do em 1976, no âmbito da Facul-dade de Ciências Humanas, con-tribuindo para apertar quem já não vivia à larga. O bar (único, claro) ficava junto ao chamado A2 (anfiteatro 2). Algures a meio da sala principal onde hoje decor-rem as aulas de Comunicação Radiofónica e Projecto Rádio, ficava o balcão de atendimento. Mais ao fundo (imagino que no espaço onde se construíram os actuais estúdios de rádio) situa-vam-se as cozinhas e zonas de apoio.

Acabado de sair do Liceu Camões, para mim, tudo era novo, num país que em tudo esta-va a mudar. Havia muitas incerte-zas, no mundo e também por cá. Internamente, a democracia dava os primeiros passos e viviam-se momentos de crise política, mas também social e económica. Externamente a Guerra Fria não dava tréguas. A questão nuclear bombardeava os noticiários internacionais. Do Vaticano, após um pontificado abruptamente interrompido, com a morte de

O Papa João Paulo II visitou a Universidade Católica em 1982

João Paulo I, surgia um sinal inesperado: os Cardeais tinham acabado de eleger um Papa que vinha precisamente do leste.

Tudo somado, uma nuvem de incertezas, mas também um mar de esperanças. Trinta e cinco anos depois, é forçoso concluir que a esperança foi

mais forte. Até o sistema sovié-tico, totalitário e materialista, desabou como um castelo de cartas. João Paulo II revelou-se um Papa de mão-cheia que tocou – talvez deva dizer, aba-nou! – regimes e consciências. Os jovens deixaram-se conta-giar por um Papa que lhes falou ao coração. Ao dirigir-se

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Jornal O Académico - Sexta Edição

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a Fátima, para agradecer à Vir-gem a protecção da sua vida durante o atentado de 13 de Maio de 1981 (facto inédito e, na altura, cheio de interroga-ções, dúvidas e medos) os jovens portugueses acompa-nharam o Papa intensamente. A Católica recebeu João Paulo II, no campus de Lisboa. No parque de estacionamento, o coro da Universidade cantou para o Santo Padre. De braços cruzados e com o pé a marcar o compasso, o Papa polaco tam-bém cantou, acompanhando o coro num tema entoado na sua língua natal. Muitos de nós que ali cantámos, tínhamos vindo no dia anterior de Fátima, regressados de uma inesquecí-vel peregrinação a pé, organi-zada pelo também inesquecível capelão da altura, Pe. João Sea-bra.

Ao visitar a Católica, João Paulo II reforçava a importân-cia de uma Universidade da Igreja, como plataforma de diá-logo e transformação das sociedades. Dito de outro modo: usar a inteligência, para chegar ao coração da socieda-de.

Na altura, era forte o espíri-to de corpo da Universidade - numa conceção saudável e não elitista. Nesses anos, a Católica, sendo muito mais pequena tinha as vantagens e as desvan-tagens da sua dimensão. Mas em todo o caso, a influência da Católica na sociedade portu-guesa, a partir dos seus estu-dantes e dos seus professores, começava a notar-se e a deixar frutos.

Ao olhar o passado são incríveis as analogias com o presente. Trinta e cinco anos depois, Portugal vive nova-mente anos de incerteza, con-frontando-se com inequívocas fragilidades próprias, tantas vezes diagnosticadas, muitas vezes negligenciadas e rara-mente atacadas. Na Europa, e no mundo em geral, o regime capitalista estremece, já não contra o império soviético, mas em função dos seus próprios defeitos. Com a histórica resig-nação de Bento XVI (outro pontificado inesperadamente interrompido, tal como em 1978…) sopra novo sinal de esperança a partir do Vaticano, com a eleição do Papa Francis-co, jesuíta e sul-americano.

Cabe às gerações atuais, a responsabilidade de fazer da esperança o caminho para ultrapassar as incertezas. Claro que o percurso é difícil, mas cada um pode fazer a diferen-ça, a começar pelo seu peque-no círculo familiar, universitá-rio e comunitário. As questões, as dificuldades, a recessão, o desemprego, os problemas não podem ser vistos como cami-nho de chegada; devem antes ser encarados como o melhor impulso, para o melhor de cada um de nós - com os mais jovens à cabeça. Encolher os ombros e deixar a participação pública para “os outros” seriam as pio-res opções.

Lançar pontes com a socie-dade, a partir de uma formação cristã sólida e esclarecida, em todas as frentes, constitui, assim, o papel insubstituível

deste já enorme “universo” da Católica.

Como Professor da Faculda-de de Ciências Humanas, desde meados dos anos 90, tenho tido o privilégio de ensinar centenas de alunos com enor-me potencial. Alguns deles tra-balham hoje nas rádios e nos sites do grupo Renascença – comunicação multimédia; mui-tos outros valorizaram outras empresas ou meios de comuni-cação, aos quais chegaram por mérito próprio. Seja qual for o território profissional em que se movimentem, confio que os nossos alunos sejam portado-res dessa diferença saudável e construtiva que dá pelo nome de esperança. Só por isso vale a pena ensinar, hoje e aqui.

“Lançar pontes

com a sociedade, a

partir de uma

formação cristã

sólida e

esclarecida, em

todas as frentes,

constitui, assim, o

papel

insubstituível

deste já enorme

“universo” da

Católica.”

Page 16: Sexta Edição

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Fumar no bar

A Faculdade de Ciências Humanas entrou em alvoroço no dia 7 deste mês e, dadas as circun-

stâncias, eu perguntei-me se esse dia não deveria ter chegado an-tes. Confesso que fui apanhada de surpresa quando, por volta do meio dia, me expulsaram do bar, juntamente com todos os que nele se encontravam, sem me conseguirem dar uma justificação concreta. Algumas pessoas diziam que era um “castigo” por se fumar dentro do bar, outras diziam que não sabiam. Pedi à funcionária da Eurest D. Fátima que me encaminhasse a quem me soubesse explicar o que se estava a passar e, obtida a resposta, dirigi-me, com duas colegas, ao edifício da biblioteca. Íamos em passo rápido e falávamos sobre todas as questões que nos pas-savam pela cabeça. Lembrei-me que nos dois dias anteriores o bar tinha estado empestado de fumo. Eram dias de chuva, mas isso não justificava aquele ambiente cinzento e pesado que ali se sen-tia, sobretudo porque é proibido fumar no bar. Mesmo assim, não era caso para o fecharem de re-pente porque nós não tínhamos culpa. Chegámos à conclusão de que, na verdade, sentíamo-nos muitas vezes incomodadas com o fumo constante. Uma, porque não é fumadora e os pais já lhe per-

guntaram se ela andava a fumar, porque chegava a casa a cheirar a tabaco. Outra, porque teve uma infeção pul-monar há uns tempos e fi-cava aflita quando entrava no bar.

Entrei na FCH em 2010 e, desde então, tenho ficado com a ideia de que é só mais ou menos proibido fumar no bar. Não se deve, mas pode-se, e não acontece nada a quem fuma. No caso de ser apanhado, é-lhe pedido que vá lá para fora – o que, mui-tas vezes, nem sequer acon-tece.

Quando, finalmente, con-versámos com a Diretora dos Serviços Gerais, Engª. Maria

João de Oliveira Martins, per-cebemos a gravidade da situação. Já outras medidas tinham sido tomadas, mas sem grande resultado. A própria Engª chegou a chamar à atenção vários alunos, dos quais alguns fo-ram bastante mal-educados. À medida que a conversa avançava, mais alunos chega-vam com o mesmo propósito. A Engª pediu-nos desculpa pelo facto da decisão de fechar o bar ter afectado daquela maneira a quem nunca fumou lá dentro. Sub-linhou que era uma medida drástica que esperava ter resultados e disse-nos que nós, enquanto alunos da FCH,

Catarina Maia

Colunista d’O Académico

Opinião

Jornal O Académico - Edição de Abril

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Page 17: Sexta Edição

deveríamos também agir de forma a contrariar o comporta-mento de quem não respeita aquela regra do bar. “Façam uma página do facebook, um grupo, qualquer coisa que chame a atenção dos vossos colegas”, sugeriu, acrescen-tando que podíamos contar com o seu apoio. A verdade é que eu já pedi a alguns colegas que não fumassem dentro do bar, normalmente enquanto almoçava. Eu não me importo de o fazer – aliás, acho que to-dos temos o direito de intervir quando sentimos que estamos a ser desrespeitados. Ao mesmo tempo, sentia-me triste por notar que não era a mim que cabia esse papel. Alguém mencionou a possibilidade de se ter um segurança à porta do bar diariamente, de forma a controlar a situação. Essa pos-sibilidade foi descartada e nem percebi bem porquê. Seria preferível ao fecho do bar? Sim. Mudaria alguma coisa? Sinceramente, não sei. Mas porque não tentar? Tivemos a oportunidade de falar, de seguida, com o Vice-Reitor Pe. Doutor José Tolen-tino de Mendonça. Neste caso, apenas entrámos no gabinete o Filipe Resende, o presidente da AEFCH, José Diogo, o Pedro Madeira e eu. Explicou-nos que esta situação não é uma luta contra o tabaco, uma vez que cada pessoa sabe bem o que faz e a FCH nada tem a ver com tem isso. A questão era, mais uma vez, apenas o respeito de regras. Colocou-se a hipótese de se montar um toldo na en-trada do bar, e o Vice-Reitor

disse-nos que ia estudá-la. Como aluna, eu não gostei que me fechassem a porta do bar e me impedissem de lá entrar durante um dia inteiro. Nos intervalos, não tinha o que comer, excetu-ando as máquinas que nin-guém gosta. Não tinha um espaço para estar com os meus colegas. Só corredores, cadeiras dispersas, a entrada do A2. Como aluna, não com-preendo como é que levou tanto tempo até que uma

simples regra fosse re-speitada, porque fumava-se no bar em dias de chuva e em dias de sol. Todos os dias. Se calhar, foi mesmo a única medida capaz de funcionar. Aguardemos que montem o toldo.

“Entrei na FCH em 2010 e, desde então, tenho

ficado com a ideia de que é só mais ou menos

proibido fumar no bar. Não se deve, mas pode-

se, e não acontece nada a quem fuma.”

Jornal O Académico - Sexta Edição

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Catarina Maia é a nova

colunista d’O Académico.

É aluna do terceiro de

Comunicação Social e

Cultural.

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Caros alunos e demais leitores, na qualidade de membro da Asso-ciação de Estudantes (AE) da Faculdade de Ciências Humanas (FCH), venho por este meio fazer um ponto de situação do nosso tra-balho na melhoria das condições dos alunos na faculdade. No passa-do mês de Fevereiro dirigi-me em conjunto com a vice-presidente da AEFCH, Maria Miguel Gomes ao diretor da FCH, professor José Miguel Sardica, que esteve acom-panhado de um outro membro da direção, o professor Henrique Joa-quim, no sentido de fazer ver à direção da FCH alguns aspetos a melhorar na nossa faculdade. Apresentámos à direção as várias situações que os alunos nos apre-sentaram, quer ao nível do funcio-namento das aulas quer ao nível dos acessos e do funcionamento de outros locais frequentados pelos alunos, com destaque para o bar.

Relativamente ao funcionamen-to das aulas, apresentámos como aspetos a melhorar o exagerado número de alunos por turma, as salas demasiado pequenas para turmas tão grandes e o limite de faltas que, na minha ótica, prejudi-ca os alunos interessados em assis-tir às aulas com a presença de alu-nos que não têm o mínimo interes-se nas mesmas, estando presentes

Melhoria das condições da nossa

faculdade e dos nossos alunos

Pedro Miguel Caldas

Membro da Associação de Estudantes

da Faculdade de Ciências Humanas

única e exclusivamente para não atingirem o limite de faltas, prejudicando o bom ambiente de algumas aulas. Desta forma, foram apresentadas as seguin-tes soluções; número limite de alunos por turma mais curto (entre 50 a 60 alunos por tur-ma), melhor programação das salas e o fim do limite de faltas, tendo a perspetiva de melhorar o funcionamento das aulas.

Com o intuito de melhorar e facilitar a organização dos alu-nos trabalhadores ou com outras atividades no final da tarde, também propusemos o fim dos horários muito díspa-res das várias disciplinas (um aluno ter uma aula às oito da manhã e às 17 horas), assim como o número exagerado de frequências num só dia. Nesta linha de ideias, aos dois mem-bros da direção foi pedido um parecer sobre os estatutos de trabalhador/estudante e de dirigente associativo cuja exis-tência será proposta à direção da Universidade Católica Por-tuguesa (UCP) por parte da AE da FCH, no dia 10 de Maio, na assembleia geral da UCP. Por fim, o funcionamento do bar e a inatividade do elevador do bloco 2 do edifício da FCH tam-bém foram abordados.

De todas as alterações que propusemos, nenhuma foi acei-te, à exceção da formação dos estatutos de trabalhador/

De todas as

alterações que

propusemos,

nenhuma foi

aceite, à exceção

da formação dos

estatutos de

trabalhador/

estudante e

dirigente

associativo, que

mereceram o apoio

da direção.

estudante e dirigente associa-tivo, que mereceram o apoio da direção. No que toca ao número exagerado de turmas, foi-nos dito que estas estão dentro dos números que pro-pusemos, sendo que com o passar das semanas acabam por se juntar alguns alunos de Erasmus e outros finalistas, pelo que as turmas se tornam, por vezes, inevitavelmente grandes. Relativamente às salas por vezes pequenas para turmas tão grandes, foi-nos referido que quando existe este problema, significa que

Correio FCH

Jornal O Académico - Edição de Abril

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Page 19: Sexta Edição

nessa mesma hora os auditórios e outras salas com maior capacida-de já se encontram preenchidas e por turmas igualmente grandes, visto que no mesmo edifício estão presentes mais faculdades da UCP, sendo também esta a razão pela qual existem horários muito dís-pares nos cursos da FCH.

No que concerne ao limite de faltas, Henrique Joaquim referiu que o fim do limite de faltas já foi experimentado, não tendo qual-quer efeito no ambiente das aulas. O professor José Miguel Sardica teve um ponto de vista centrado naqueles que faltam e não tanto naqueles que vão e que são, por vezes, prejudicados pelos que ape-nas vão às aulas marcar presença, sem qualquer interesse no conteú-do da mesma. Nesta situação, foi-nos aconselhado que caso aconte-ça alguma situação de comporta-mento menos próprio nas aulas, nomeadamente a perturbação da mesma através da conversa entre alunos, fosse incumbido aos alu-nos que se sentissem prejudicados o aviso verbal e apelo ao bom sen-so dos alunos menos bem compor-tados.

Em relação às frequências em demasia num só dia, consta no Processo de Bolonha que cada alu-no poderá ter até duas frequências no mesmo dia, pelo que a faculda-de se limita a cumprir com as nor-mas europeias, sem nada poder alterar. O funcionamento do bar e o elevador do bloco 2 também não sofrerão alterações, o primeiro porque não pertence à FCH a res-ponsabilidade e o poder de alterar qualquer tipo de norma de funcio-namento do bar e o segundo por-que não consta na lei portuguesa a obrigação de ter um elevador qualquer edifício escolar com menos de cinco pisos. A formação de um estatuto de trabalho/estudante e de dirigente associati-vo mereceram todo o apoio da

“Tudo depende

dos sacrifícios

que estamos

dispostos ou não

a fazer para

melhorarmos as

nossas

condições e é

neste sentido que

pretendo as

vossas opiniões.”

direção, com alguns conselhos que nos foram dados para que obtivés-semos sucesso nos nossos objeti-vos no próximo dia 10 de Maio na assembleia geral da UCP.

Estando todos os pontos escla-recidos, partiremos após as férias escolares da Páscoa para a ação, dentro das nossas possibilidades. As nossas possibilidades passam pela participação ativa na assem-bleia geral da UCP no dia 10 de Maio, no sentido de serem forma-dos os estatutos referidos acima, mas também no incentivo da par-ticipação de todos os alunos numa luta que achamos comum a todos nós: a melhoria das condições do bar, no que toca à maior rapidez de atendimento. Assim, iremos fazer um abaixo-assinado com a participação de todos aqueles que quiserem mostrar a sua insatisfa-ção na tentativa de sermos ouvi-dos no seio da empresa que explo-ra o bar, a Eurest. Relativamente ao funcionamento das aulas, com-preendo as dificuldades da nossa direção em proporcionar melho-res condições aos alunos, mas estou convencido que é possível fazer melhor na organização das turmas no próximo ano letivo.

Por fim, gostaria de apelar à participação dos alunos na discus-são destes assuntos, de modo a percebermos a urgência ou não de alguns temas aqui tratados e de outros que porventura não tratá-mos. Não é garantido que o que nos foi negado na reunião nunca poderá concretizar-se. Tudo depende dos sacrifícios que esta-mos dispostos ou não a fazer para melhorarmos as nossas condições e é neste sentido que pretendo as vossas opiniões.

Basta que me enviem e-mail(s) para [email protected].

Saudações académicas.

Tal como a AEFCH, O Académico

também apresentou como um

dos principais problemas da

Faculdade, as filas no Bar.

Jornal O Académico - Sexta Edição Pá

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Page 20: Sexta Edição

Especial Pá

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0 Jornal O Académico - Edição de Abril

Se sempre tiveste aquele amor platónico por Itália, e sonhas em respirar tudo o que tenha a famosa ban-deira no rótulo, não preci-sas de ir muito longe. Pre-parámos-te um roteiro para experimentares Itá-lia em Lisboa.

Quem melhor do que Gaspare Trapani para desenhar esta experiên-cia? Há 17 anos em Portu-gal, este nosso querido siciliano tem muito a dizer sobre Portugal. Os seus alunos que o digam. Não lhe perguntámos pelo melhor bitoque mas sim pelo melhor de Itália em Lisboa. Não percas este verdadeiro mapa do tesouro!

Começo por dizer que a primeira coisa que me vem à mente é o Instituto Italiano de Cultura, não só porque lá trabalho, mas porque, sendo parte da Embaixada da Itália, respira Itália. Há cursos de Língua e Cultura, livros, DVDs, CDs de música e espetáculos de todos os tipos, onde a cul-tura italiana está aberta a todos os portugueses amantes de Itália.

Raquel Trindade

Melhor restaurante Tenho dois restaurantes italia-nos preferidos em Lisboa: se eu quiser comer a verdadeira piz-za vou ao Mezzogiorno, uma pizzaria no centro de Lisboa, na Rua Garrett: só lá fazem a ver-dadeira pizza napolitana que, contrariamente ao que pensa a maior parte dos portugueses, não deve ser demasiado fina. Para uma refeição mais com-pleta, no entanto, prefiro o Casa Nostra. Um dos restau-rantes italianos mais antigos em Lisboa, localizado no Bairro Alto. Tem uma rica variedade de pratos italianos, incluindo pratos regionais, muito bons e sempre diferentes.

Casanostra no Bairro Alto em

Lisboa

Mezzogiorno no Chiado

Mezzogiorno Rua Garrett 19, (Chiado) 1200 Lisboa

Casanostra Travessa do Poço da Cidade 60

(Bairro Alto), 1200 Lisboa

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Jornal O Académico - Sexta Edição

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Melhor geladaria Para gelados não tenho dúvidas e

vou a um sítio muito próximo do

Parlamento, na Rua Nova da Pie-

dade: a Geladaria Nannarella. O

nome é inspirado na grande atriz

italiana Anna Magnani. É uma

pequena gelataria, de 2 italianos

de Roma, que fazem o verdadei-

ro gelado italiano com ingredien-

tes de qualidade. Fior di Basili-

co e Gianduia são os sabores

que eu recomendo!

Melhor livro Quanto ao livro, eu recomendo

um livro de Tabucchi, traduzido

para o Português pela editora

Quetzal, com o título Chamam

Ao Telefone O Senhor Piran-

dello, no qual o autor imagina

um diálogo entre dois génios da

literatura mundial: Luigi Piran-

dello, Prémio Nobel de Literatu-

ra, e Fernando Pessoa.

António Tabucchi

Melhor música

Para a música recomendo um

CD com as mais belas árias de

Giuseppe Verdi, visto que este

ano se celebra o bicentenário do

seu nascimento. Em oposição,

na música pop, eu sugiro ouvir

Marco Mengoni, um jovem de

24 anos, com uma voz poderosa

que irá representar a Itália no

próximo festival da Eurovisão.

"Pronto para correr" é o título

do seu mais recente CD.

Melhor filme Quanto ao filme, eu recomendo

dois: um, A Melhor Juventu-

de, de Marco Tullio Giordana,

que esteve recentemente em

Lisboa para o Festival de Cine-

ma Italiano. Um filme que con-

ta a história de uma família que

tem lugar em um tempo história

contemporânea. Il Caimano,

um filme de Nanni Moretti,

muito útil para a compreensão

do fenómeno de Berlusconi, o

protagonista da política italiana

nos últimos 20 anos. Fime “A Melhor Juventude”

Marco Mengoni

Geladaria Nannarella

Mamma mia! Tante cose italiane!!

Page 22: Sexta Edição

Question à Trois

Jornal O Académico - Edição de Abril

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2

O Sr. Editor-Chefe d’O Académico, Fili-pe Resende, vai dar início a uma reu-nião de redação com todos nós, vamos ouvir o que têm para nos

dizer. De aluno aplicado, a colega interessado pas-

sando por trajado ferrenho, todos nós já ouvi-mos falar ou conhecemos Filipe Resende. Destacando-se desde o primeiro dia, não fos-se ele o “caloiro do ano” de 2010, o Sr. Resen-de têm vindo a ganhar um lugar cada vez mais relevante no seio da nossa Universidade como força interventiva e empreendedora que busca sempre a melhor das relações com

Diogo Lopes

Filipe Resende a faculdade, seja ela relações com a faculdade,

seja ela pela forma dos alunos, seus colegas ou pelo corpo docente e funcionários. Vice-presidente da Comissão de Praxe, membro da Associação de Estudantes e da Juventude Popular e, mais recentemente, Editor-Chefe do vosso O Académico, este jovem não hesita em procurar sempre as informações mais escondi-das e insólitas de tudo o que o rodeia, fazendo jus ao seu espírito de jornalista intrépido e inquiridor.

Quisemos dá-lo a conhecer, para que não se sintam mal quando ele souber tudo sobre vocês e nada sobre ele. Senhoras e Senhores, fiquem com Filipe Resende:

1. Qual foi o professor que

mais e menos gostas? E por-

quê? Bem essa pergunta é um bocadinho

complicada, visto que ainda não aca-bei o curso (risos). Mas de forma geral gostei de quase todos os profes-sores que tive. Talvez seja melhor destacar apenas os que mais gostei. Não vou esquecer de certeza de nomes como Fernando Ilharco, Ana Paula Rias, Gaspare Trapani, Rita Figueiras, Verónica Policarpo, Jorge Fazenda Lourenço. Todos os profes-sores de rádio, o Nélson Ribeiro, José Patrício, Ramos Pinheiro, Carlos Cala-veiras e o Luís Loureiro). A nossa ex-diretora da FCH, Isabel Capeloa Gil e o atual diretor, José Miguel Sardica.

Gosto de todos estes professores porque são competentes e têm um vasto conhecimento das matérias que lecionam. Acho que um bom profes-sor também tem que ter talento, e todos estes professores são talento-sos na forma como dão as suas aulas.

2. O que te fez criar O Acadé-

mico? Criei O Académico com o João, Dio-

go, Raquel, Filipa e o Afonso porque achámos que era necessário criar um jornal que representasse e fosse dos alunos. Uma publicação que não tivesse apenas 2 edições por ano, e estivesse perto dos alunos.

Antes d’O Académico havia um jornal da AEFCH, que era tudo menos jornalismo. Tinha uma primeira pági-na coberta de publicidade e alguns conteúdos que nem eram bem jorna-lísticos.

O nosso jornal nasceu como conse-quência do convite do José Diogo Vinagre para ficar com a pasta do Jor-nal. Eu sempre pensei em criar um médium dentro da FCH. No ano pas-sado eu, a Filipa Marques Henriques e o Diogo Lopes éramos para ter avan-çando com a criação de um núcleo de alunos de Comunicação tal como o ISCSP tem. Mas nunca passou do papel para a frente.

Quando me convidaram para criar

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Jornal O Académico - Sexta Edição

este jornal, sabia perfei-tamente o que queria e tentei adaptar alguns simples conteúdos dos jornais nacionais para um jornal universitário. Desta forma criei junta-mente com os meus cole-gas O Académico. Desde daí nunca mais parámos!

3. O que achas

daqueles que

criticam o traba-

lho d’O Académi-

co? Não tenho absoluta-

mente nada a dizer. Fico contente por haver pes-soas preocupadas com o jornal, tal como eu e que exigem bastante dele. Mas sei que muitas des-sas pessoas que criticam, infelizmente tentam lan-çar criticas para destruir o trabalho do nosso jor-nal, para desmotivar. O que é estranho, é que para mim as críticas ain-da dão mais motivação e força para poder traba-lhar e crescer mais.

Com toda a sincerida-de acho que há pessoas pequeninas e que têm inveja do nosso trabalho e para essas pessoas o que tenho a dizer é que tenho pena delas, porque quando acerto com o cotovelo nalgum lado, tenho sempre uma dor terrível.

Culturismo P

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E ste terceiro romance de Henrique Mon-teiro, antigo

diretor do Expresso, é uma espécie de rascu-nho de romance. Um livro que não chega a sê-lo porque, se fosse escrito, ganharia um Pulitzer ou o Nobel. Daí que o narrador, intimi-dado com a obra colos-sal que tem em mãos e não sendo capaz de escrevê-lo, publica assim. Em capítulos, as temáticas que o livro aborda.

“À pergunta, ultima-mente muito comum – o livro que andas a escrever é sobre o quê? – nunca dei uma res-posta clara. O tema em causa não é de defini-ção fácil; não é sobre um homem que procu-ra uma mulher, ou sobre uma mulher que vive apaixonada por

“O Repórter do Kiribati”, de

Henrique Monteiro

LITERATURA

“O Repórter do

Kiribati” de

Henrique Monteiro,

Gradiva, 12 Euros

“O tema em cau-

sa não é de

definição fácil;

não é sobre um

homem que

procura uma

mulher, ou

sobre uma

mulher que vive

apaixonada por

um homem”.

um homem”. Num tom bastante

divertido, ficamos a saber das aventuras e desventuras de John Slide, luso-americano com mãe em A-dos-Cunhados e da sua perspetiva de fazer jornalismo, tendo tra-balhado no Sprieng-field Echoes, no Chica-go Mirror e mais no fim da sua vida, no jor-nal de um remoto país chamado Kiribati.

Enquanto jornalista passa por vários cená-rios de guerra sem nunca abandonar os hotéis onde se hospe-da e angariando infor-mações através de empregados de mesa ou outras personagens secundárias.

Em A-dos-Cunhados, onde chega em 1974 onde a mãe tem um pequeno café, depois de peripécias falhadas com o Chicago Mirror,

consegue a proeza de escrever sobre o 15 de Abril, sempre em frente ao televisor com as informações transmitidas pela RTP e sem nunca pôr os pés em Lisboa. À capi-tal chega, no entanto, para começar a trafi-car droga que intro-duz depois em A-dos-Cunhados.

Susana Gil Soares

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Culturismo

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F icámos habituados à grandeza da dupla Leo-ne /Morricone nos famosos western spa-

ghetti, mas depois de ter termi-nado a Trilogia dos Dólares e ter recusado realizar “O Padri-nho”, Leone queria fazer um filme de gangsters que captu-rasse o espírito americano. Assim surgiu o que muitos ape-lidam como a sua obra-prima.

Muitos dos filmes de Leone eram uma homenagem à Amé-rica: os sonhos americanos de um italiano que cresceu nos cinemas. Infelizmente, a Améri-ca nem sempre retribuía o elo-gio e quando saiu, Once Upon a Time in America não foi nomea-do para um único óscar e foi mal recebido pelos críticos. Leone tinha dedicado dez anos da sua vida a este projeto baseado na obra “The Hoods” escrita pelo anterior mafioso Harry Grey. Depois de muitas voltas com o guião e com seis guionistas creditados, o projeto avançou e entre 1980-82, o realizador ocupou o seu tempo a entrevistar mais de 3000 ato-res para mais de 110 papéis, procurou localizações e super-visionou toda a produção.

O filme conta a história de um grupo de gangsters Judeus em Nova Iorque desde a sua infância, passando pelos seus

Once Upon a Time in America

(1984), Sergio Leone

Inês Correia

anos de glória durante a Lei Seca e até ao seu reencontro 35 anos mais tarde. A personagem principal, Noodles regressa a casa, ao som do Yesterday dos Beatles, onde tem de mais uma vez confrontar os fantasmas e arrependimentos da sua vida passada. Através de flashbacks atravessamos vários pedaços da vida de Noodles e do gang e viajamos por cinco décadas de história americana. Deborah, é uma constante quase etérea. É a única coisa pura na vida de Noodles, a única coisa que real-mente ama e que acaba por destruir doentiamente. O filme explora os temas de honra, amizade, ganância, luxúria, lealdade e perda de inocência

através das fantásticas atua-ções, escrita, direção e banda sonora. A história não é conta-da cronologicamente, ao con-trário, os capítulos são lenta-mente relevados como peças de um grande puzzle. Cada peça traz alegria, tristeza ou incredibilidade. Mas à medida que cada uma se encaixa, um mistério começa a fazer senti-do.

A versão final do filme tinha cerca 4 horas. Contudo, contra a vontade de Leone, o filme foi editado pelos estúdios e elimi-nado 40% do seu tamanho ori-ginal- a sua estreia foi um fias-co. A visão de Leone estava perdida, e havia falhas no enre-do. Anos mais tarde a versão

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Estás nu, Nu de ti e em frente a mim. Encontras-te decadente, a definhar num fedor a casebre. Soturno e incapaz de unir.

Onde param os teus seios rasgados do norte? E os braços fortes das searas? Onde paras, Portugal do passado? Portugal das mentes de oiro, Dos olhares sensuais e dos poetas infelizes Onde estás?

Sentimos a tua falta, o país apodrece entretanto… Vem, dá sinal de ti, sacode os teus con-temporâneos Fá-los desejar o teu sexo, o teu corpo, o corpo que nos une e somos nós sem o ser. Portugueses, dizemos nós na Europa e da Europa no mundo inteiro. Falsas vontades do orgulho, mentiras vocais nos identificam. Ira do passado, regressa. Vem e arranca esta sepultura de con-forto. Vem brava mas branda e faz ver aos demais enamoramento pelos outros do passado. Vem, regressa, crava a humana fera, abre a cortina da tua boca e canta aos demais, a sabedoria da preservação da arte, do corpóreo desejo Da inspiração, da musa e do herói que és tu, Portugal esquecido.

P equeno espaço de leitura onde são

escritos poemas que carecem de

interpretações individuais, porque

os poemas precisam disso, necessi-

tam que cada leitor os sinta e os aplique

para que eles possam viver.

Joana Portugal

do realizador foi lançada, e o filme atingiu o coração dos críticos. Os que lhe tinham chamado o pior fil-me dos anos 80, agora glo-rificavam-no. É irónico que esta homenagem à América tenha sofrido um atentado pelos estúdios Americanos.

Leone sentia que os fil-mes clássicos de Hollywood que adorava já não eram feitos. Desde muito cedo que quis que este filme fos-se um tributo ao film noir e uma homenagem ao cine-ma. Sendo um autêntico mestre no que diz respeito a criar uma atmosfera especial, cheia de mistérios, surpresa e drama, é tam-bém um dos diretores que percebe verdadeiramente a arte de montar um filme de tal forma que nos prende até ao fim.

O tema favorito de Leone, lealdade/traição está pre-sente, mas no filme também há o estudo da memória, de uma alma perdida a chegar a acordo com o seu passado. O filme não só transcende géneros ao encaixar-se tan-to em crime como fantasia ou drama, como também atravessa a ténue linha que separa os sonhos da reali-dade.

Once Upon a Time in Ame-rica começa e acaba com a mesma cena. O final, tal como as suas personagens, é ambíguo e cabe a nós deci-frá-lo. O sorriso de Noodles assombra-nos tal como o seu passado o faz e fica con-nosco enquanto os créditos continuam, enquanto conti-nuamos a pensar nele.

Estrelas d’O Académico

9/10 Estrelas

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Edição Limitada Pá

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Local Natives - Hummingbird

Num dos Alives que este mundo já viu erguer, fomos uma vez sur-preendidos por uma banda de quem nunca tínhamos propria-mente ouvido falar. O final de tarde pedia-se calmo e tranquilo, tendo sido os Local Natives capazes de abraçar da melhor forma possível esse espírito relaxado e surpresa foi mesmo a sensação dominante ao fim de menos de uma hora de concerto.

Abraçar uma pop levezinha, sim-pática, que não faz mal a ninguém, já foi o destino de milhões. O som dos Local Natives pareceu pegar um pouco demais por aí, mas a banda mostrou personalidade. Wide Eyes, uma das melhores de Gorilla Manor, é talvez o melhor exemplo disso mesmo. Passeando-se entre uma folk de psicadelia controlada, trata-se de um tema direto e assertivo, mais eficaz no ataque à emoção, não se deixando tornar numa canção demasiado bonitinha.

A história do sucessor Humming-bird começa com o single Breakers, mas sobretudo com a descoberta de que era Aaron Dessner, o produ-tor do álbum. Homem forte nos National, Dessner entra aqui no baralho e dá cartas da melhor for-ma que sabe. O papel meio fantas-ma que carrega na sua banda, sai aqui evidenciado. Tal como em Wide Eyes, Breakers vence pelo sentimento de catarse, pela explo-são e por diversos pormenores brilhantes, da bateria à própria estrutura do tema, Hummingbird dificilmente poderia ter ganho melhor cartão-de-visita.

Afonso Sousa

Mais do que uma maior fixa-ção pela Natureza e temas que não chegavam realmente a sair do armário, Hummingbird evo-lui pela frieza e pela objetivida-de das suas diferentes partes. You & I é mais uma das provas da sobriedade e delicadeza impressa por Dessner numa banda que está hoje, mais cres-cida do que nunca. Funcionan-do liricamente de forma bas-tante simples, Hummingbird é também um trabalho contem-plativo, que merece fazer-nos levar por todos os seus mais preciosos recantos. De canções mais despidas como Mt. Washington, bela pela sua sim-

plicidade, aos temas mais tra-balhados e arrojados como Wooly Mammoth, os Local Nati-ves parecem ter pegado numa série de referências como Grizzly Bear, Fleet Foxes e, ine-vitavelmente, The National, para daí construírem algo com uma personalidade muito pró-pria, mas sobretudo algo incri-velmente belo. Muitas bandas podiam ser como os Local Nati-ves. Agora já não.

Escrito em colaboração

com o blogue Arte-Factos

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(Des)focado

"Deito-me ao comprido na erva.

E esqueço do quanto me ensinaram.

O que me ensinaram nunca me deu mais calor nem mais frio,

O que me disseram que havia nunca me alterou a forma de uma coisa.

O que me aprenderam a ver nunca tocou nos meus olhos.

O que me apontaram nunca estava ali: estava ali só o que ali estava."

Alberto Caeiro

Fotografia Por:

Gonçalo Fonseca (500px.com/goncalofonseca)

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Altos e baixos, tempesta-des e bonanças, a vida corre. Passamos meia vida a correr atrás do que criamos com cores de sonho e esperança dentro de nós, um futuro, um sonho. Passamos meia vida e ela passa por nós tam-bém até que, de repente, estamos sozinhos: a visão cega que deixámos que crie raízes no centro dos nossos passos, dos nossos sorrisos, das nossas palavras, prende-nos ao desconhecido, ao milagre que esperamos... Há fé de quem deseja dias melhores.

Mas os dias não param, as noites não congelam, os ven-tos não fraquejam... O sol sobe e desce e toda a vez que o faz puxa-nos mais e mais para o reino da memória. E nós lutamos por aquele pedaço de terra firme no meio das correntes da vida. Partimos ossos, espreme-mos lágrimas e gotas de san-gue porque acreditamos que no fim triunfaremos. Sere-mos os atores principais do filme que se constrói a cada respiração nossa. Passamos a nossa carne por martelos, facas e balas porque acredi-tamos.

Um certo dia, íamos nós a passear. Um com o outro,

Crónica

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Deixo-me cair nas mãos do

universo e sinto-me feliz

Diogo Lopes

juntos, de mãos dadas, de bra-ços dados, de pernas dadas, de vida dada. Unidos por o amor que tanto esperámos. Negros pelo percurso que a nossa ambição nos obrigou a percor-rer: valeu a pena. Tanta coisa deixámos cair, mas valeu a pena. Estamos os dois aqui, juntos, com sorrisos e olhos semicerrados na cara. Uma

estrada, um camião. Colhido pelo destino morro, atropelado pelo passado futuro e presente que pintaram as cores com que me levantava todos os dias. Tudo aquilo... Para perder-se num segundo buzinado, quente e metálico. E assim, tudo o que fiz, senti e suportei durante todo aquele tempo esfumou-se.

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Porque nos cegamos pelo futuro e não olhamos o presente? Por-que andamos sempre de olho na hora que vem e esquecemos os minutos que passam em pontei-ros de relógio observados com olhos ansiosos? Somos huma-nos, sim. Vivemos numa irracio-nalidade de corações e cérebros inexplicáveis e devemos sempre perseguir o que nos faz feliz, o que faz o nosso bater de coração soar a música de felicidade: mas o mundo é um colosso. As linhas infinitas de amor que tecem o universo não pagam bilhete para nos ver a chocar, vendados, contra paredes que nem ao toque nos são sensíveis por tan-ta ambição nos inundar o inte-rior. Elas falam, mexem-se, can-tam, choram. Agem e nós agi-mos em conformidade. O desti-no é real invisível. É vento, é gravidade. E, nublado por nublado por todos os seus mis-térios e incertezas, move-se entre nós e o resto… Temos de ouvir os seus passos. Quando a meta vaza-nos os olhos, não vemos a realidade que nos rodeia. Não ouvimos os passos. Deixamos o destino escapulir-se por entre o nosso caminhar obsessivo. E portas fecham-se. Janelas também. Sofremos, tal-vez até, ao escolher aquele cami-nho quando podíamos ter visto clareiras no meio do mato cerra-do. E perdemo-nos na nossa obsessão. Podemos até chegar a esse destino, mas a vida é mais pela viagem que pela meta. Se o sol nasce todos os dias porque não o podemos saudar como se nunca o fizesse? Vamos tentar? Manter as nossas amarras pre-sas num futuro que desejamos mas laças o suficiente para que

“O caminho surgirá... Pode

-nos levar a um local dife-

rente que até nos pode

encher as medidas, mas

vivemos cada passo que

damos até o alcançar ren-

didos ao Deus real.”

não nos sufoquem as opor-tunidades. Ter rumo, não destino. O caminho surgirá... Pode-nos levar a um local diferente que até nos pode encher as medidas, mas vivemos cada passo que

damos até o alcançar rendi-dos ao Deus real. Ao Amor, ao Destino, ao Universo. Eu entreguei me a ele mesmo há bocado...Fazem me com-panhia?

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Parte para rasgar

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CSC: Chipre, Sócrates, Católica

Às Aranhas Contra a Crise

Este mês, ficámos a saber que tudo o que é sítios onde há gente grega a morar, dá buraco! Por isso já sabem, evitem os mesmos locais que pessoal vindo da Gré-cia, que ao contrário das aranhas, a presença deles não traz dinhei-ro... fá-lo desaparecer.

É o caso do Chipre, onde o governo (em sacro acordo com a santa troika) decidiu implantar uma simpática taxa sobre quan-tias superiores a 100 mil euros depositadas nos bancos. Taxa essa, que poderia chegar a uns nada abusivos 40%, se tivesse ido para a frente, pois os protestos fizeram-se sentir de tal maneira, que o parlamento cipriota se viu obrigado a recuar na sua aplica-ção, o que deitou o fetiche tributá-rio da troika por água abaixo. Mas não totalmente.

No passado dia 26, os líderes políticos do Chipre, viram-se obri-gados a voltar atrás no acordo e assim, os pequenos depositantes cipriotas não estarão livres de contribuir para o bem-estar eco-nómico da sua pátria amada, pois as taxas mantêm-se, ainda que mais baixas.

Não se safa o Chipre, e já se fala em implantar este fabuloso e efi-

caz método de recuperação finan-

ceira noutros países em crise, como

João Tavares

por exemplo em Espanha... e quiçá em Portugal.

A verdade é que, como os gregos, para as fatiotas ambu-lantes que dominam mercados e agências de rating, nós não somos mais do que porcos (PIGS) e lixo. Assim que, para sermos amuletos de riqueza como as aranhas, o melhor tal-vez seja contar com mezinhas polvilhadas em rezas aos santi-nhos.

José Cristo Sócratstar

Sua excelência o nosso anti-go primeiro-ministro voltou, como Jesus renascido para sal-var o país. O problema é que

Cidadãos do Chipre fizeram uma autêntica corrida às caixas multibanco.

Foi a primeira maratona a não ser ganha por um atleta do Quénia.

nem ele é Jesus, nem o país tem à vista um milagre que lhe tra-ga a salvação.

E que dizer do aparato mediático que ele fez girar em seu torno a esse propósito? Não é só a lata com que ele apa-rece depois de ter deixado o país à beira do precipício, a dizer-se o virtuoso porque quis evitar a derrocada, mas os outros, que são maus, é que o empurraram.

Não é só a aura de salvador da pátria frouxa e falsa, que mais

ninguém consegue vislumbrar a

não ser para ele próprio.

Não é só o facto de todos

sabermos que está mais que

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Jornal O Académico - Sexta Edição

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intrincado nesta “máquina” que

tritura a nossa vida e deixarmos

que os Media lhe dêem o seu

tempo de antena...

É o facto de TANTOS de nós terem

parado para ouvir esta amostra de

engenheiro a falar! Demonstra

mais uma vez, o nosso desespe-

ro: se já nem a mezinha com

folha de couve e azeite resulta,

viramo-nos para o Sócrates à

espera de ouvir... algo de novo?

É só Fumaça... Pelo nosso cantinho do mundo,

e pouco depois de fechar a edi-

ção anterior d’O Académico, foi

o nosso querido bar que decidiu

também fechar.

A situação foi temporária e

deveu-se à perseverança da

comunidade fumadora da nossa

faculdade. A estranha maneira de

compensar a tenacidade deste

setor, foi encorajar toda a gente a

seguir também o seu hobbie, mas

lá fora, encerrando portas.

Uma solução muito sensata,

pois o vento e chuva (inimigos

eternos do cabelo e roupa das

nossas estudantes) não foram

suficientes para apagar as cha-

mas de cigarros e não só, e o

calor humano fez-se sentir ao

ponto de ficaram todos amigos e

juntarem-se à porta da reitoria,

unidos por uma mesma causa,

independentemente de terem rou-

pa da Mambo, da Doce Cábanna,

ou (porque não?) do McDonalds!

Também podia acabar esta par-

te a referir mezinhas, mas as que

se praticam no bar não são feitas

com folhas de couve, por isso...

Entrevista a

José Sócrates no

âmbito do convite da RTP

Eu - Olá José. Sente-se feliz com

esta nova etapa?

José Sócrates – Não. Eu – Mas está confiante no seu

poder de comentador?

José Sócrates – Não. Eu – Acha que Portugal o quer ver

na televisão?

José Sócrates – Sim, tenho a cer-teza de que ainda gostam de mim.

Eu – Como pode afirmar isso?

José Sócrates – Então, porque sou mentiroso e estou a mentir desde o início desta entrevista.

Dário Alexandre

GAG DO MÊS

Por João Pedro Rodrigues | FCH GAG

Vê mais no Facebook do FCH GAG

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Parte para rasgar

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E ncontro-me neste momento, com bastante serenidade, à procura dos ovos da Páscoa que

comprei para mim para os comer no Domingo, mas cheira-me que o Papa Francisco já os tirou para distribuir pelos fiéis ou então foi o José Sócrates, que voltou agora de França cheio de saudadinhas nos-sas e do “chicolate” português.

Mas nestes últimos meses, a serenidade não tem sido propria-mente palavra de ordem na Católi-ca, e se a falta de ação já se estava a tornar habitual , observei que a rebeldia e promiscuidade, ou em bom português, o “ saltar a fran-ga” contagiou muito boa gente.

Primeiro foram os magnatas da “Eurest“ que fecharam os portões do bar, depois um indivíduo ára-be, ao que consta, assaltou um dos veículos no interior do campus da Universidade, dando assim, mais dinheirinho à “Carglass”, e final-mente, uma tentativa muito bem conseguida por ladrões vários que tentaram abrir os portões do bar, por baixo, mas que fugiram com o rabo entre as pernas mal o alarme disparou (olha uma coisa que fun-cione por estes lados). Gritos, reu-niões, desespero, ratos, vidros pelo ar, areia das obras a entrar pelas nossas gargantas, todo um maralhal de situações e situações que, na minha sincera opinião, mudaram um pouco a índole desta Faculdade, ainda que seja só durante uns dias.

Houve ainda tempo para ver como cada um reage a estas histó-

Nota da Palma de Cima José Paiva

rias, por exemplo, o segurança do nosso bar que resolveu emancipar-se depois de tantos sapos engolir, e inchar que nem um tomate soltando impropé-rios a tudo o que parecia ser um “ser humano a efetuar leves gestos de quem irá, possivel-mente fumar”. O Diretor da nossa Faculdade, que fez o que se exige a um diretor nestas ocasiões, isto é, nada. O pessoal que fuma, que desenvolveu téc-nicas bastante subtis de escon-der o vício (e aqui incluo-me) que se resumem a sair para fora das portas do bar.

Fico aqui com uma dúvida e uma hipótese também, eu pen-so, que estas duas tentativas de

assalto foram feitas para desviar a atenção dos alunos da Católica para o que se está realmente aqui a passar: os donos “Eurest “ que-rem comprar a nossa faculdade e transformá-la numa fábrica de alimentos. Primeiro, enfeitiçam-nos com a sua comida, segundo amedrontam-nos com estes assal-tos e depois tentam assemelhar-se a nós, utilizando a nossa língua (vejam os avisos que deixaram).

Preparem-se meus amigos, mais dia menos dia estamos todos com fatos brancos a embalar comidi-nha para as outras universidades. Não sou nenhum Messias, mas já estou à procura de outro sítio para estudar, façam o mesmo!

A parte para rasgar é a parte satírica e irónica do Jornal O Académico. Todos os conteúdos desta seção

devem ser encarados como artigos de humor e não como jornalismo real. Alguns conteúdos são ficcionais.

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Jornal O Académico - Sexta Edição

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Espaço “Agora a sério” “Porque é que o futuro não vale a pena? Porque o Pretérito já é Perfeito”

Professor José Miguel Sardica em Pop Art. Na próxima edição

não percas a grande entrevista com o Diretor da FCH!

“A informação só tem valor no

momento em que é nova” Walter Benjamin

Playlist do mês (80’s) 1. The Cure - Pictures Of You

2. Depeche Mode - Enjoy the silence

3. Guns N´Roses - November Rain

4. Eurythmics - Sweet Dreams Are Made Of These

5. INXS - Never Tear us Apart

6. David Bowie - Heroes

7. Alan Parsons Project- Eye in the Sky

8. Billy Idol - Eyes Without A Face

9. Genesis - Carpet Crawers

10. Alice Cooper—Poison

Envia a tua playlist

favorita para

[email protected]

e poderás vê-la eventualmente

no teu jornal!

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Estamos de volta no

próximo dia 7 de maio.

Está atento ao teu email

e ao nosso Facebook!