sexta edição
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Esta é a sexta edição d'O Académico.TRANSCRIPT
Diretor: Filipe Resende | Diretores-adjuntos: Afonso Sousa, Diogo Lopes, João Tavares e Raquel Trindade
Edição nº6 (Abril de 2013) - Jornal Mensal
10 Maneiras de alcançar
o sucesso académico
ERASMUS:
Uma oportunidade
académica
para a mobilidade
internacional
Páginas 7 e 8
O melhor de Itália em Lisboa segundo Gaspare Trapani - Página 20 e 21
A Prof. Marília Lopes dá os 10 melhores conselhos de como conseguir um bom desempenho universitário
Vida Universitária - Páginas 11 a 13
Roteiro Gastronómico da
Palma de Cima
Conhece nesta edição os melhores restaurantes próximos do Campus p.9
Quase FM,
está quase a chegar
A rádio da Católica nas horas de almoço está prestes a começar p.5
Oportunidades de
Estágios Internacionais
O ponto de partida para
uma experiência real no
mercado de trabalho p.4
Católica
mete ponto
final ao
Projeto
“Meninos da
Católica” p.6
Opinião “Memórias Universitárias” do Professor José Luís Ramos Pinheiro e “Fumar no Bar” pela nova colunista, Catarina Maia - pp.14 a 17
Editorial
Jornal O Académico - Edição de Abril
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“P enso que desde da Revista “Éter”, na qual colaborei, não havia uma publicação regular da Faculdade.” Estas foram as pala-vras simpáticas do Professor Adé-rito Tavares em relação ao O Aca-démico.
Com esta publicação já vamos para a sexta edição. É com grande orgulho saber que somos tão bem aceites por toda a comunidade aca-démica desta faculdade. Espera-mos poder continuar nos próximos anos com as futuras gerações da FCH.
Com apenas 7 meses, já estamos totalmente integrados num espaço de comunicação, de saber bem informar o nosso público-alvo. O último grande momento testemu-nhado pelo O Académico foi o fecho do bar, em que grande parte da comunidade académica soube gra-ças à página do nosso jornal no Facebook, e que fomos o primeiro jornal a chegar à reitoria da Uni-versidade.
Mas achamos que podemos fazer melhor e, por acreditarmos nisso, fomos ouvir os conselhos do veterano e professor de jornalis-mo, Fernando Cascais. Foram pala-vras sábias que esperamos poder adaptar já a partir desta edição para a frente. Vamos apostar numa linha de proximidade, porque foi o principal conselho sugerido por este professor de Géneros Jornalís-ticos.
Apostaremos numa maior cobertura nos eventos e factos dentro da Faculdade. Vamos apro-
fundar, investigar mais cada momen-
to. Vamos tentar saber e descobrir
mais pormenores que ninguém
conhece. Porque afinal de contas isto
é jornalismo. Um excelente jornalista
é aquele, que investiga, que procu-
ra, que entrevista, que tem as suas próprias fontes. O bom jornalista é aquele que não se baseia nos press realeses feitos pelas agên-cias de comunicação carregados de boa imagem.
O Académico também está em diversas iniciativas. Fomos convi-dados a colaborar no Congresso das Pré-Guerras e estamos a orga-nizar futuras atividades que fomentem a interação entre a comunidade académica. Quere-mos fazer mais eventos como workshops na área da Comunica-ção e do Jornalismo. Mas para isso é necessário uma maior participa-ção dos alunos nesses eventos porque sem eles não será possível ter iniciativas.
Como já foi dito, O Académico vai apostar numa maior cobertu-ra e investigação dos eventos dentro da Faculdade.
Nesta edição fomos conhecer e investigar mais projetos dentro da FCH que têm impacto relevan-te. Como vêem já estamos dentro da tal linha da proximidade.
O Académico já está ligado à rede alumni da FCH. Para nós não bastou a reportagem que fizemos na quarta edição sobre este proje-to. Agora pretendemos ajudar a formar uma base de dados de raiz de todos os alunos que passaram pela FCH, nas diversas áreas para que possamos criar uma nova relação entre antigos e atuais alu-nos.
Acreditamos que a nossa publi-cação mudou a FCH em relação à forma de comunicar e informar.
Como refere Victor Hugo “A imprensa é a imensa e sagrada locomotiva do progresso”, e é essa linha da inovação que esta-mos a desenvolver na FCH.
7 Meses d’O Académico
“O Académico
vai apostar
numa maior
cobertura e
investigação
dos eventos
dentro da
Faculdade.”
Diretor:
Filipe Resende
Diretores-Adjuntos:
Afonso Sousa, Diogo Lopes, João Tavares e Raquel Ubach Trindade
Redação:
Beatriz Isaac, Dário Alexandre, Gonçalo Fonseca, Inês Correia, Joana Portugal, João Marinheiro, João Pedro Rodrigues, José Paiva, Rafael Reis, Sara dos Santos e Susana Gil Soares Agradecimentos:
Catarina Maia, Pedro Miguel Caldas Professor José Luís Ramos Pinheiro
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FCH News P
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Jornal O Académico - Sexta Edição
N oster? Saberemos todos o que é o Noster? Estará a comunidade aca-
démica da FCH e da UCP aler-tada para este projeto? São perguntas que O Académico se deparou quando decidiu conhecer este grupo de teatro, que apresenta um défice de dinamização deste projeto.
O Noster é um grupo de tea-tro que existe desde 1998 e que segundo o encenador A. Branco encontra-se “aberto a elementos de todas as unida-des de ensino da Universidade Católica.”
Atualmente e segundo alguns dados, a equipa de tea-tro conta com alunos das licenciaturas e mestrado em Direito, Comunicação Social e Cultural, Gestão e Economia.
Diversos espetáculos foram já realizados entre eles “Primvs Inter Pares” (em 2005), “Habeas Corpus” (em 2008 e 2009), “Éramos alguns e um coro” (em 2010) e “Romeu e Julieta” (em 2010 e 2011).
Noster, O grupo de teatro da Católica
Joana Portugal A última peça do grupo foi “Um nome provisório”, apre-sentada em Junho de 2012 e reposta em Novembro do mesmo ano.
Atualmente, a equipa está a trabalhar num novo projeto, na obra de Jorge Silva Melo “Num país onde não querem defender os meus direitos, eu não quero viver”.
Tal como o nome do grupo Noster, que significa “nosso”, o grupo percorre um caminho de conquista diária junto dos alunos da FCH/UCP, assim deseja o encenador referindo que sempre procurou “melhorar a relação inter cur-sos, as capacidades de exposi-ção oral e escrita dos mem-bros, proporcionar uma expe-riência e formação em teatro, mas sobretudo, criar e apre-sentar espetáculos.”
Mas ainda há muito a fazer no que respeita à dinamiza-ção deste grupo de teatro no espaço académico, de forma a criar condições para que os elementos da UCP e da FCH se familiarizem com o projeto e desejem acompanhá-lo ou mesmo participar nele.
O grupo de teatro
“Noster ” foi fundado
em 1998
Congresso das Pré-Guerras
(+8) Até que enfim, que existe um con-gresso aberto aos alunos para poderem apresentar um trabalho académico. Este congresso do CECC vai ter dois painéis específi-cos para que os alunos possam mostrar um trabalho científico sobre temas relacionados com as Pré-Guerras.
Concurso de Fotografias
(+4) Chega de gastar dinheiro em ban-cos de imagens. Que tal dar a oportunidade aos alunos de cria-rem um portfólio de imagens para a FCH? Este é o lema do concurso de fotografias da FCH, que vai dar a oportunidade aos alunos de mostrarem o seu talento através de uma máquina fotográfica. Parti-cipa até dia 26 de abril! Boa Inicia-tiva da FCH!
Reitoria (+1) A bem ou a mal a reitoria foi capaz de fechar o bar da FCH durante um dia após alguns alunos conti-nuarem a insistir em fumar dentro deste espaço, quando é proibido. Foi uma atitude correta, mas que generalizou os alunos que nunca fumaram lá dentro. No entanto a ação foi certa até porque a lei esta-belece que não existem condições de funcionamento quando há um nível elevado de fumo.
Alunos Fumadores (-10) Não bastou o fecho do bar durante um dia para alguns alunos muda-rem a sua atitude. Infelizmente muitas pessoas continuam a fumar dentro do bar.
Editora da UCP (-18) Os meninos da Católica era sem dúvida um projeto com pernas para andar, mas a editora assim não o entendeu e proibiu por estar a colocar em causa o bom nome da instituição, quando era o projeto tratava a UCP como uma autêntica segunda casa.
Pesos & Contrapesos
FCH News
Jornal O Académico - Edição de Abril
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I naugurado este ano, o Atlantic Erasmus Training Consortium trata-se de uma parceria repartida
por três instituições do ensino superior à qual pertencem a Universidade do Algarve, a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e a Faculda-de de Ciências Humanas da Uni-versidade Católica Portuguesa, sendo esta última, a encarrega-da pela coordenação do Consór-cio. A meta passa por uma ampla oferta de estágios curri-culares e extracurriculares aos estudantes de primeiro, segun-do e terceiro ciclo, de maneira a possibilitar-lhes uma experiên-cia real nos meios profissionais e no contexto multicultural da União Europeia e de outros paí-ses europeus. Desta associação, e para garantir maior facilidade de colocação dos estagiários, também cooperam empresas e outras entidades empregadoras, fontes de prestígio e de contac-tos profissionais. Da seguinte forma, tal experiência interna-cional permite fortalecer os laços entre o mundo académico e o mercado de trabalho, espe-cialmente num mundo globali-zado onde a mobilidade é um factor crucial.
O Académico foi igualmente falar com a Prof.ª Doutora Adriana Martins, coordenadora
Estágios de Verão da AETC: O ponto de partida para uma experiência real no mercado de trabalho
João Póvoa Marinheiro
do programa Erasmus da Faculdade de Ciências Huma-nas da Universidade Católica Portuguesa e do Consórcio AETC.
Quantos estágios disponibiliza
o Consórcio? O número de
vagas é extenso? Não podemos saber o
número de estágios existentes em geral, pois apenas recebe-mos ofertas ao longo de todo o ano. No que diz respeito aos estágios de verão, a FCH tem tentado negociar com algumas empresas lugares, mas não quero adiantar um número, pois este é um processo que ainda está a decorrer. Nada impede, por outro lado, que alguns estágios sejam negocia-dos pelos próprios estudantes através dos seus contactos pessoais (o que é, de resto,
uma ótima iniciativa). Estes estudantes depois procuram o Consórcio para saberem como proceder para virem a benefi-ciar de uma bolsa Erasmus para a realização de um está-gio no estrangeiro através do Consórcio AETC.
O Consórcio dispõe de uma verba para a realização de 100 mobilidades visando os está-gios no estrangeiro. Esses 100 fluxos são divididos pelas 3 instituições de ensino supe-rior parceiras, ou seja, a FCH, a ESTHE e a UAlg. É importante sublinhar que a equipa técnica do AETC pode aconselhar os estagiários na preparação da sua candidatura, mas esta é feita a título individual e está condicionada pelos procedi-mentos de seleção de cada empresa de acolhimento. Os chamados “estágios de verão”
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Jornal O Académico - Sexta Edição
estão compreendidos nesses 100 fluxos. Mesmo que a FCH esteja a negociar para os seus alunos alguns lugares para a realização de estágios de verão, cada aluno será sujeito ao processo de seleção da empresa de acolhimento. O AETC só facilita os contactos entre o estudante e a entidade de acolhimento.
Que atividades são praticadas e
quais os objetivos desses está-
gios?
As atividades a desenvol-ver estão descritas em cada oferta de estágio. Se o estu-dante for selecionado pela entidade de acolhimento para a realização do estágio no estrangeiro, e se o estudante beneficiar da bolsa através do Consórcio AETC, o plano de atividades a desenvolver fica descrito no chamado training agreement, documento que é assinado pelo estudante, pelo supervisor da entidade de aco-lhimento e pelo tutor designa-do pela instituição de ensino superior de origem do estu-dante.
Assim sendo, no que diz respeito aos objetivos, tudo dependerá de cada uma das ofertas.
“O Consórcio dispõe
de uma verba para a
realização de 100
mobilidades visan-
do os estágios no
estrangeiro.”
Professora
Adriana Martins
O regresso da Quase FM
está para breve
E m estado letárgico desde o segundo semestre do ante-rior ano letivo
(2011/2012), ressurge flo-rescente a Quase FM. É já dia 15 de Abril que a estação de rádio da FCH vai para o ar, a partir dos Estúdios de Rádio, junto ao Auditório 2, para animar as nossas “horas de almoço”.
A Quase FM desenvolve-se no âmbito da disciplina Projeto Rádio, pelos alunos que a frequentam, com o objetivo de fortalecer com-petências técnicas ao nível de produção e programação em Rádio e, por outro lado, dinamizar os espaços comuns da própria faculda-de.
Para este semestre pla-neia-se a emissão semanal de “uma reportagem da autoria de um dos animado-res da Quase. Cada um esco-lheu o seu tema e pensamos
que vão ser do agrado dos ouvintes.” conta-nos Cláudia Godinho, discente de Projeto Rádio.
Este projeto radiofónico, ainda que de pequenas dimen-sões (como, aliás, o próprio nome indica), é uma peça vital na construção dos nossos ‘eus’ jornalistas pelo facto de nos permitir “meter a mão na mas-sa” e de nos introduzir nos meandros da produção jorna-lística em Rádio, essencial para diminuir o fosso entre o ensino e as exigências do mer-cado de trabalho. Não obstan-te, nem toda a comunidade académica lhe concede a devi-da importância dado que, como salienta Cláudia Godi-nho, “A turma possui apenas cinco pessoas.”.
Ficamos, deste modo, aguardando entusiasticamen-te pela ressurreição da Quase FM que certamente irá animar o espírito da FCH com boa música e conteúdos informati-vos de qualidade!
Beatriz Isaac
FCH News
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O projeto das camisolas “Meninos da Católica”, apresentado este ano por Diogo Lopes e Afon-
so Sousa na ExpoCarreiras, foi cancelado após uma reunião com a Dra. Anabela Antunes, diretora do centro de publicações da Uni-versidade Católica.
A linha de camisolas destes jovens empreendedores não foi aceite por vários motivos, tais como: poderiam estar sujeitos a ser alvo de um processo jurídico, uma vez terem utilizado um tipo de letra que uma outra entidade já tinha registado para seu uso exclusivo. Esta entidade teria também proposto uma nova linha de camisolas, a qual não foi aceite pela Universidade, uma vez que a linha oficial era bastante bem aceite.
Outros dos motivos recaíam no facto de a imagem que as camisolas “Meninos da Católica” transmitiam não ia de encontro com a imagem que a universida-de defende. O logotipo que as camisolas apresentavam desfigu-rava o da Universidade, indo con-tra o que ela representa, segundo Diogo Lopes “a nossa figura humana, semelhante ao famoso “Homem de Vitrúvio”, apresenta-va-se desnudada e a figura do logotipo oficial usava vestes. Supostamente este pormenor (de entre outros) ia contra a ideolo-gia cristã desta instituição.”
Projeto “Meninos da Católica” cancelado
Sara dos Santos
A imagem estampada nas camisolas
semelhante ao Homem de Vitrúvio,
apresentava-se desnudada quando a
imagem do logotipo oficial da UCP usa
vestes e ia contra a ideologia cristã da
UCP
Após 60 encomendas fei-tas, Diogo e Afonso estão a devolver o dinheiro aos com-pradores e o projeto foi can-celado, no entanto, “grande parte de se ser empreende-dor prende-se em valores como a perseverança e a for-ça de carácter” diz Diogo Lopes “não creio que este plano gorado nos trave para o futuro. Pelo contrário, pode-nos ajudar a aprender
com a situação e a voltar mais preparados para o que “der e vier”.
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ERASMUS: Uma oportunidade
académica para a mobilidade
O Esquema de Ação Regional Europeia para a Mobilidade de Estu-dantes Universitários,
mais conhecido pela sigla ERAS-MUS, trata-se não só de uma oportunidade para o fortaleci-mento de competências académi-cas como também de uma ocasião para estimular a mobilidade internacional.
Na Universidade Católica Por-tuguesa, a Faculdade de Ciências Humanas tem tido uma longa experiência de incentivo aos seus estudantes neste tipo de inter-câmbio. Este programa conhece cada vez mais adesão e cresci-mento, muito devido à consolida-ção do fenómeno da globalização e à assinatura da Declaração de Bolonha. Nos últimos 15 anos aliás, foram mais de 500 os alu-nos da FCH que decidiram com-pletar um período de estudos numa outra universidade euro-peia à luz deste processo. Tendo a possibilidade de escolher entre mais de 60 instituições de refe-rência com a qual a Faculdade mantém acordo, esta mobilidade de estudos conhece “resultados positivos”, como assegura a Pro-fessora Doutora Adriana Martins, coordenadora Erasmus da FCH. Segundo a própria, os segredos para o sucesso tanto académico como pessoal durante esta inicia-tiva definem-se pela “vontade, o empenho, a organização e o senti-
João Póvoa Marinheiro
do ético, pois nada na vida se consegue sem esforço e dedi-cação”.
De forma a conhecer tam-bém a perspetiva de quem está prestes a embarcar nesta aventura, O Académico falou
Nos últimos 15 anos aliás, foram mais de 500 os
alunos da FCH que decidiram completar um
período de estudos numa outra universidade
europeia à luz deste processo.
falou igualmente com Joana Krämer Horta, aluna de segundo ano do curso de Comunicação Social e Cultu-ral que se prepara para estu-dar em Barcelona através do programa Erasmus.
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Como é que te sentes por partir?
Estou ansiosa por ir e mal posso esperar, sinto necessidade de mudar de ares e de me lançar a outro espaço.
Quais são as tuas razões e expec-
tativas relativamente ao progra-
ma Erasmus?
Fazer Erasmus sempre esteve nos meus planos por várias razões, mas as mais fortes são, claramente, a aquisição de novos conhecimentos, novos métodos de estudo, a interação com uma nova cultura, bem como a vontade de ter uma experiência académica forte que me abra os horizontes e forneça ferramentas para a minha vida profissional.
Porque é que escolheste Bar-
celona?
Escolhi Barcelona porque acho que tem uma riqueza histórica e cultural deslum-brante. Espanha é um país em que a inovação faz parte do modo de vida e penso que o saber falar espanhol é uma vantagem não só pelos inú-meros sítios em que esta lín-gua predomina mas também para o meu futuro, pois pode vir a ser muito útil para as minhas relações profissionais.
Quero também aperfeiçoar as minhas competências linguísti-cas no que diz respeito ao espa-nhol/ catalão e, obviamente, entregar-me a toda a mística e beleza da cidade. Não tenho dúvidas de que vai ser uma experiência enriquecedora para a minha vida tanto pessoal como académica. Não quero criar mui-tas expectativas mas acima de tudo é uma oportunidade de crescer, ganhar mais responsa-bilidade, conhecer pessoas e fazer contactos. Quantas cadeiras tencionas
fazer?
Está nos meus planos fazer entre 5 e 6 cadeiras.
Fumar no bar - O que diz a lei
sobre a responsabilidade da UCP?
O fecho do bar foi sem dúvi-da o momento mais crítico para a comunidade da FCH do mês de Março.
Fomos conhecer melhor a lei e per-ceber o que é que a reitoria da UCP pode fazer no caso de algum aluno fumar no bar. Segundo a lei não é permitido fumar “Nos estabeleci-mentos de ensino, independente-mente da idade dos alunos e do grau de escolaridade, incluindo, nomeadamente, salas de aula, salas de estudo, de professores e de reu-niões, bibliotecas, ginásios, átrios e corredores, bares, restaurantes,
cantinas, refeitórios e espa-ços de recreio.” Em caso de infração, a lei determina que os respon-sáveis do local “devem determinar aos fumadores que se abstenham de fumar e, caso estes não cumpram, chamar as autoridades administrativas ou poli-ciais, as quais devem lavrar o respetivo auto de notí-cia.” A mesma lei diz também que “os utentes dos locais referidos […] têm o direito de exigir o cumprimento do disposto podendo para o efeito, nomeadamente,
pedir o livro de reclamações disponível no estabelecimen-to em causa.”
Contactado pel’O Académi-co a engenheira Maria João Oliveira Martins, disse que "a polícia tem mais que fazer" do que estar a tomar conta de ocorrência como fumar den-tro de bares das faculdades.
Mas desta forma o que é se pode fazer para que os alunos não fumem dentro do bar?
Segundo o Vice-Reitor da UCP, o Pe. José Tolentino de Mendonça , não se pode ter um policia a tomar conta de cada pessoa. Deve-se sim mudar a mentalidade de cada um.
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Sugestões P
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S ão 13 horas, a aula acabou e a fome aperta. A grande maioria opta por
uma ida à cantina ou ao bar. Mas para os dias em que a fome transpasse as fronteiras da faculdade, o Académico sugere alguns dos restauran-tes “vizinhos” da Católica.
Comecemos pelo Pérola de Palma. Bem perto da nossa faculdade, a grande maioria já passou por lá. E a quem o nome não diz nada, estamos a falar do “café dos chapéus vermelhos”. Aqui é possível disfrutar de almoços e petis-cos por um preço a rondar os cinco euros. Tem ainda a vantagem de ter mesas na esplanada que fazem o delei-te de muitos quando o bom tempo aparece.
Cerca de dez metros mais abaixo fica outra das nossas sugestões, a churrasqueira O Cardosão. Trata-se de um estabelecimento pequeno, famoso pelas suas bifanas grelhadas na brasa que se conjugam com um pão tosta-do na mesma. A simpatia do dono, o senhor Cardoso, faz qualquer um voltar. E o pre-ço também: uma bifana no pão e uma imperial custa dois euros e sessenta. Para
Roteiro Gastronómico da
Palma de Cima
Rafael Reis
além das bifanas existe ainda entrecosto, entremeada, frango assado, entre outros.
Ainda na mesma zona podemos encontrar O Cantinho de Palma. Trata-se de um restaurante com comida tradicional portuguesa que preza pela qualidade dos seus pratos. As especialidades são favas com entrecosto e baca-lhau espiritual. O preço médio ronda os sete euros e meio. Tem ainda a vantagem de aceitar reservas para grupo, com comida e bebida à descrição, por treze euros por pessoa. A ementa con-siste em entradas variadas, gre-lhada mista, sangria de vinho branco e tinto, cerveja, sobreme-sa e café, tudo isto servido com muita simpatia.
Para aqueles que procuram uma refeição diferente sugerimos
o restaurante japonês Nagoya. Localizado junto ao metro das Laranjeiras, este estabeleci-mento apresenta verdadeiras iguarias orientais, que irão deliciar os apreciadores de sushi e sashimi. O preço é rela-tivamente mais elevado que as sugestões anteriores, situando-se nos dez euros e noventa por pessoa. Mas mostrando o car-tão de estudante, os alunos poderão beneficiar de um des-conto de quinze por cento. Ficam então as nossas suges-tões gastronómicas. Sempre que quiserem variar o almoço já sabem que existem bem per-to da nossa faculdade vários restaurantes e snack-bares, todos eles com uma ementa diversificada. Resta-nos dese-jar um bom apetite.
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Concurso de “Banco
Imagens da FCH”
C hegou a oportunidade de mostrar o que a faculdade tem de bom. Podes fazer par-
te disso, basta mostrá-lo atra-vés de uma câmara.
De acordo com o site da ini-ciativa “O concurso Banco de Imagens FCH é um concurso de fotografia apresentado a toda a comunidade académica da Faculdade de Ciências Huma-nas da Universidade Católica Portuguesa.”
Os alunos da FCH poderão fotografar algo relacionado com a Faculdade, devendo, no entanto, seguir determinadas regras quanto ao que registam. O professor Rogério Santos, mobilizador deste concurso, enviou uma lista via e-mail com os momentos necessários a registar pelos participantes.
A escolha das melhores foto-grafias será feita por um júri (um docente da disciplina de Edição Multimédia, um mem-bro do Gabinete de Marketing e Comunicação da FCH e um membro da Direção da FCH).
Existem ainda dois prémios, um de 200€ e outro de 100€ para os vencedores, algo tenta-dor. O objetivo deste concurso é “criar um portefólio com ima-gens relacionadas com a vida da FCH, que possam ser usadas pela Faculdade e pela Universi-dade em situações de divulga-ção dos seus cursos e das suas atividades”.
Dário Alexandre
E m 2014 serão cele-brados os 100 anos da Primeira Grande Guerra Mundial.
Ano em que será aberto um espaço em todo o mundo para o debate e reflexão das consequências que essa guerra teve, mas também perceber se ainda hoje mui-tos dos estudos e análises que foram feitas durante estes 100 anos farão sentido e se podem ter aplicações no nosso presente mas também no futuro.
Apesar das memórias portuguesas relativamente a esta primeira guerra não serem as melhores, Portugal através de uma iniciativa da Universidade Católica, coor-denada pela Professora Ana Paula Rias, será dos primei-ros países já em Janeiro do próximo ano, a “ abrir as hostes” para a discussão desta temática tão importan-te e contemporânea.
Uma das novidades da “International Conference
José Paiva on Culture and Conflict”, é a possibilidade dada aos alunos da licenciatura em Comunica-ção Social e Cultural do 2º Semestre e do 1º Semestre do próximo ano letivo, de apre-sentar 8 comunicações relati-vas à temática principal, sujei-tas a critérios de avaliação por parte dos docentes.
O objetivo deste work-shop proposto pela Professo-ra Ana Paula Rias, foi o de associar as disciplinas da FCH com os saberes transmitidos, abrindo a oportunidade aos alunos de serem criativos de explorar os materiais deixa-dos por diversas personalida-des há cem anos atrás.
Num processo de seleção rigoroso, para que só os melhores cheguem ao palco principal de dia 6 de Dezem-bro, O Académico não quer deixar de dar o incentivo a todos os alunos para que par-ticipem, e dêem o seu contri-buto para uma celebração que se prevê cheia de surpresas e de interesse público.
Congresso das Pré-Guerras
aberto à participação dos
alunos da FCH
Iniciativas
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10 Maneiras de alcançar o sucesso académico
Filipe Resende
O êxito universitário é algo sempre desejado por todos os alunos. Para a professora
Marília Lopes, docente da FCH este carateriza-se de uma for-ma bastante simples “Saber mais - Fazer melhor.” Mas afi-nal de contas o que é que pode-mos fazer para alcançar este tão desejado resultado na uni-versidade? O Académico foi conhecer algumas dicas e sugestões para alcançar um bom trabalho universitário:
Dica 1 – Não deixes tudo para
o fim…
O sucesso universitário exi-ge um trabalho contínuo em que a rotina diária deve ser estudar um bocadinho de cada vez. Como refere a Professora Marília Lopes “na Universidade dever-se-á ter um ritmo de tra-balho diário.” Como é óbvio o estudo não deve ser levado ao extremo. Devemos definir pequenas metas de trabalho de forma a alcançar todos os dias uma etapa diferente.
Dica 2 – Reflete sobre as
matérias lecionadas Não basta saberes as coisas
de cor, tens que ser crítico em relação às teorias e aos traba-lhos desenvolvidos no meio
universitário. A Professora Marília aponta que é importan-te ter uma “capacidade de refletir e debater aprofundada e clara as temáticas aborda-das”.
Dica 3 – Como ter um bom tes-
te?
Ter um bom teste nunca foi uma tarefa fácil e por vezes surgem dificuldades em alcan-çar um melhor resultado neste ou naquele teste. Para a profes-sora a solução de uma boa pro-va passa por “ir além do conhe-cimento adquirido”, mas tam-bém “a forma como se estrutu-ram as ideias e a clareza da apresentação.”
Dica 4 – Procura mais além da
bibliografia obrigatória
Para muitos alunos, a biblio-grafia já parece um pequeno pesadelo de consulta. Mas a verdade é que se fores ainda mais longe, ou seja além da bibliografia obrigatória, podes ter alguns pontos a mais por isso. Como apresenta a nossa entrevistada, as leituras além da bibliografia obrigatória “é um sinal de que se procura tri-lhar caminhos próprios.”
Dica 5 – Boa apresentação =
Tema + Modo de intervenção
As melhores apresentações exigem imaginação, trabalho, pesquisa, mas também é funda-mental a abordagem escolhida.
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Dica 6 – Dominar bem o tema da
apresentação Isto parece óbvio numa inter-
venção oral, mas infelizmente alguns alunos não têm ideia do que dizem, simplesmente citam determinado autor, sem ter noção do impacto das palavras.
Isto é mau porque a audiência pode não perceber o que está a ser dito (incluindo o professor). Desta forma é necessário ter em conta uma boa preparação da intervenção. Para a nossa pro-fessora convidada uma excelen-te apresentação “é aquela que não só revela que se conhece bem e a fundo a temática que se
5 Fatores externos para o
sucesso académico, segundo
a Professora Marília Lopes:
1. Exercitar a curiosidade;
2. Disciplina;
3. Trabalho;
4. Não ficar rapidamente satis-
feito;
5. Querer inovar.
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está a apresentar, como tam-bém a intenção de o fazer de modo a que os colegas a pos-sam igualmente entender.”
Dica 7 – Participar e discutir nas
aulas
Um aluno que tenha uma participação positiva normal-mente tem maior tendência a tirar melhor nota no final. Como conta a nossa docente “A participação é um sinal da vontade de perceber, esclare-cer e debater uma temática, pelo que poderá ser assim um bom meio de refletir e interio-rizar problemáticas e conteú-dos.” Como vimos a participa-ção é um excelente mecanismo de interiorizar as matérias lecionadas. Dica 8 – Curiosidade e motiva-
ção
Não basta saberes bem a matéria de cor, tenta ser um aluno curioso e mantêm-te motivado para trabalhares ainda mais. Deves procurar outras leituras e conhecimen-tos. Como indica a nossa pro-fessora “fui sempre uma aluna curiosa, trabalhadora e muito motivada e assim pude reunir condições favoráveis ao meu desenvolvimento intelectual e humano.”
Num próximo trabalho deves escolher em primeiro lugar, um tema que te agrade, para que gostes daquilo que estás a desenvolver. Depois fala com teu o professor e apresenta-lhe a ideia.
Na apresentação intervém de uma forma que te diferencie dos outros. Tenta ser original e cria-tivo. Faz um vídeo, faz uma entrevista, faz uma conversa via skype com um investigador. Sê diferente. Como diz a Professora Marília “um excelente trabalho é aquele que tem certamente um modo original e rigoroso com que se apresenta e se demonstra as ideias apresentadas.”
Dica 9 – Tentar refazer os traba-
lhos
Embora existam poucas oportunidades de reformula-res os teus trabalhos ao longo da tua licenciatura, quando é dada essa possibilidade tenta sempre refazer os respetivos elementos.
Quem tem a Professora Marília Lopes como docente sabe que pode reformular um teste. Ao O Académico a pro-fessora justifica que permite a respetiva reformulação por-que “a aprendizagem não é um ato único e isolado, mas sim um processo contínuo que exi-ge leituras críticas do trabalho que estamos a realizar, saber corrigir e melhorar o trabalho feito. Neste sentido e para incentivar este exercício de aperfeiçoamento os alunos podem refazer alguns testes.” Por isso nunca te esqueças, aproveita as oportunidades de refazeres alguns trabalhos, para poderes fazer ainda melhor.
Tenta ser original e
criativo. Faz um vídeo,
faz uma entrevista, faz
uma conversa via skype
com um investigador. Sê
diferente.
Vida Universitária
Jornal O Académico - Edição de Abril
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Devemos definir pequenas
metas de trabalho de forma a
alcançar todos os dias uma
etapa diferente.
Dica 10 – Não estudes apenas,
diverte-te e aproveita a vida
Os melhores alunos não são aqueles que apenas estu-dam. Um bom aluno segundo a Professora Marília Lopes “deve procurar desenvolver projetos próprios.” Um aluno que apenas estude não con-segue concentrar-se a 100%, porque o cérebro cansa-se, o que leva a que os níveis de concentração sejam reduzi-dos. Como tudo na vida, nun-ca devemos adotar um extre-mo. Devemos ficar sempre pelo equilíbrio.
Como menciona Marcelo Rebelo de Sousa “É impossí-vel ter notas altas sem estu-dar. Mas é fundamental ter uma vida além dos estudos”.
É impossível ter
notas altas sem
estudar. Mas é
fundamental ter
uma vida além
dos estudos
3 Perguntas Diretas
à Prof. Marília Lopes
1. Para si o que precisa de um
aluno para ter o 20? É uma pergunta a que tenho
dificuldade em responder, pois
depende do exercício propos-
to. Talvez possa contudo
acrescentar que um excelente
aluno é aquele que não só pro-
cura compreender as temáticas
expostas mas que vai mais
longe na reflexão das mesmas.
2. Qual foi a melhor nota que
deu na sua carreira enquanto
docente (nas licenciaturas) e
o que é esse(a) aluno(a) tinha
para ter dado essa nota? A nota mais elevada que dei
foi 18 valores. Uma feliz con-
jugação entre a realização de
um excelente trabalho, original
e muito aprofundado, com
uma atitude de grande amadu-
recimento sobre as temáticas
abordadas.
3. A professora deu aulas na
Alemanha, acha que os alunos
alemães têm melhores hábi-
tos de estudo que os alunos
portugueses? E porquê? Como em todo o lado, há
bons e menos bons alunos. O
que sempre apreciei na Alema-
nha, já nos tempos de estudan-
te, foi a enorme autonomia que
os alunos tinham. Sempre
curiosos e com muito interes-
se, iam além do definido, pois
eles próprios se reviam nos
trabalhos que estavam a reali-
zar, pelo que aprendi já imen-
so com os meus colegas.
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Memórias
Universitárias José Luís Ramos Pinheiro
Professor da FCH e
Administrador do grupo R/COM
Opinião
Jornal O Académico - Edição de Abril
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Há muito, muito tempo, em 1978, a “Católica”, como já na altura lhe chamávamos, vivia num único edifício. Ali se concen-travam os cursos já ensinados na Universidade. Direito tinha nasci-do em 1976, no âmbito da Facul-dade de Ciências Humanas, con-tribuindo para apertar quem já não vivia à larga. O bar (único, claro) ficava junto ao chamado A2 (anfiteatro 2). Algures a meio da sala principal onde hoje decor-rem as aulas de Comunicação Radiofónica e Projecto Rádio, ficava o balcão de atendimento. Mais ao fundo (imagino que no espaço onde se construíram os actuais estúdios de rádio) situa-vam-se as cozinhas e zonas de apoio.
Acabado de sair do Liceu Camões, para mim, tudo era novo, num país que em tudo esta-va a mudar. Havia muitas incerte-zas, no mundo e também por cá. Internamente, a democracia dava os primeiros passos e viviam-se momentos de crise política, mas também social e económica. Externamente a Guerra Fria não dava tréguas. A questão nuclear bombardeava os noticiários internacionais. Do Vaticano, após um pontificado abruptamente interrompido, com a morte de
O Papa João Paulo II visitou a Universidade Católica em 1982
João Paulo I, surgia um sinal inesperado: os Cardeais tinham acabado de eleger um Papa que vinha precisamente do leste.
Tudo somado, uma nuvem de incertezas, mas também um mar de esperanças. Trinta e cinco anos depois, é forçoso concluir que a esperança foi
mais forte. Até o sistema sovié-tico, totalitário e materialista, desabou como um castelo de cartas. João Paulo II revelou-se um Papa de mão-cheia que tocou – talvez deva dizer, aba-nou! – regimes e consciências. Os jovens deixaram-se conta-giar por um Papa que lhes falou ao coração. Ao dirigir-se
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a Fátima, para agradecer à Vir-gem a protecção da sua vida durante o atentado de 13 de Maio de 1981 (facto inédito e, na altura, cheio de interroga-ções, dúvidas e medos) os jovens portugueses acompa-nharam o Papa intensamente. A Católica recebeu João Paulo II, no campus de Lisboa. No parque de estacionamento, o coro da Universidade cantou para o Santo Padre. De braços cruzados e com o pé a marcar o compasso, o Papa polaco tam-bém cantou, acompanhando o coro num tema entoado na sua língua natal. Muitos de nós que ali cantámos, tínhamos vindo no dia anterior de Fátima, regressados de uma inesquecí-vel peregrinação a pé, organi-zada pelo também inesquecível capelão da altura, Pe. João Sea-bra.
Ao visitar a Católica, João Paulo II reforçava a importân-cia de uma Universidade da Igreja, como plataforma de diá-logo e transformação das sociedades. Dito de outro modo: usar a inteligência, para chegar ao coração da socieda-de.
Na altura, era forte o espíri-to de corpo da Universidade - numa conceção saudável e não elitista. Nesses anos, a Católica, sendo muito mais pequena tinha as vantagens e as desvan-tagens da sua dimensão. Mas em todo o caso, a influência da Católica na sociedade portu-guesa, a partir dos seus estu-dantes e dos seus professores, começava a notar-se e a deixar frutos.
Ao olhar o passado são incríveis as analogias com o presente. Trinta e cinco anos depois, Portugal vive nova-mente anos de incerteza, con-frontando-se com inequívocas fragilidades próprias, tantas vezes diagnosticadas, muitas vezes negligenciadas e rara-mente atacadas. Na Europa, e no mundo em geral, o regime capitalista estremece, já não contra o império soviético, mas em função dos seus próprios defeitos. Com a histórica resig-nação de Bento XVI (outro pontificado inesperadamente interrompido, tal como em 1978…) sopra novo sinal de esperança a partir do Vaticano, com a eleição do Papa Francis-co, jesuíta e sul-americano.
Cabe às gerações atuais, a responsabilidade de fazer da esperança o caminho para ultrapassar as incertezas. Claro que o percurso é difícil, mas cada um pode fazer a diferen-ça, a começar pelo seu peque-no círculo familiar, universitá-rio e comunitário. As questões, as dificuldades, a recessão, o desemprego, os problemas não podem ser vistos como cami-nho de chegada; devem antes ser encarados como o melhor impulso, para o melhor de cada um de nós - com os mais jovens à cabeça. Encolher os ombros e deixar a participação pública para “os outros” seriam as pio-res opções.
Lançar pontes com a socie-dade, a partir de uma formação cristã sólida e esclarecida, em todas as frentes, constitui, assim, o papel insubstituível
deste já enorme “universo” da Católica.
Como Professor da Faculda-de de Ciências Humanas, desde meados dos anos 90, tenho tido o privilégio de ensinar centenas de alunos com enor-me potencial. Alguns deles tra-balham hoje nas rádios e nos sites do grupo Renascença – comunicação multimédia; mui-tos outros valorizaram outras empresas ou meios de comuni-cação, aos quais chegaram por mérito próprio. Seja qual for o território profissional em que se movimentem, confio que os nossos alunos sejam portado-res dessa diferença saudável e construtiva que dá pelo nome de esperança. Só por isso vale a pena ensinar, hoje e aqui.
“Lançar pontes
com a sociedade, a
partir de uma
formação cristã
sólida e
esclarecida, em
todas as frentes,
constitui, assim, o
papel
insubstituível
deste já enorme
“universo” da
Católica.”
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Fumar no bar
A Faculdade de Ciências Humanas entrou em alvoroço no dia 7 deste mês e, dadas as circun-
stâncias, eu perguntei-me se esse dia não deveria ter chegado an-tes. Confesso que fui apanhada de surpresa quando, por volta do meio dia, me expulsaram do bar, juntamente com todos os que nele se encontravam, sem me conseguirem dar uma justificação concreta. Algumas pessoas diziam que era um “castigo” por se fumar dentro do bar, outras diziam que não sabiam. Pedi à funcionária da Eurest D. Fátima que me encaminhasse a quem me soubesse explicar o que se estava a passar e, obtida a resposta, dirigi-me, com duas colegas, ao edifício da biblioteca. Íamos em passo rápido e falávamos sobre todas as questões que nos pas-savam pela cabeça. Lembrei-me que nos dois dias anteriores o bar tinha estado empestado de fumo. Eram dias de chuva, mas isso não justificava aquele ambiente cinzento e pesado que ali se sen-tia, sobretudo porque é proibido fumar no bar. Mesmo assim, não era caso para o fecharem de re-pente porque nós não tínhamos culpa. Chegámos à conclusão de que, na verdade, sentíamo-nos muitas vezes incomodadas com o fumo constante. Uma, porque não é fumadora e os pais já lhe per-
guntaram se ela andava a fumar, porque chegava a casa a cheirar a tabaco. Outra, porque teve uma infeção pul-monar há uns tempos e fi-cava aflita quando entrava no bar.
Entrei na FCH em 2010 e, desde então, tenho ficado com a ideia de que é só mais ou menos proibido fumar no bar. Não se deve, mas pode-se, e não acontece nada a quem fuma. No caso de ser apanhado, é-lhe pedido que vá lá para fora – o que, mui-tas vezes, nem sequer acon-tece.
Quando, finalmente, con-versámos com a Diretora dos Serviços Gerais, Engª. Maria
João de Oliveira Martins, per-cebemos a gravidade da situação. Já outras medidas tinham sido tomadas, mas sem grande resultado. A própria Engª chegou a chamar à atenção vários alunos, dos quais alguns fo-ram bastante mal-educados. À medida que a conversa avançava, mais alunos chega-vam com o mesmo propósito. A Engª pediu-nos desculpa pelo facto da decisão de fechar o bar ter afectado daquela maneira a quem nunca fumou lá dentro. Sub-linhou que era uma medida drástica que esperava ter resultados e disse-nos que nós, enquanto alunos da FCH,
Catarina Maia
Colunista d’O Académico
Opinião
Jornal O Académico - Edição de Abril
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deveríamos também agir de forma a contrariar o comporta-mento de quem não respeita aquela regra do bar. “Façam uma página do facebook, um grupo, qualquer coisa que chame a atenção dos vossos colegas”, sugeriu, acrescen-tando que podíamos contar com o seu apoio. A verdade é que eu já pedi a alguns colegas que não fumassem dentro do bar, normalmente enquanto almoçava. Eu não me importo de o fazer – aliás, acho que to-dos temos o direito de intervir quando sentimos que estamos a ser desrespeitados. Ao mesmo tempo, sentia-me triste por notar que não era a mim que cabia esse papel. Alguém mencionou a possibilidade de se ter um segurança à porta do bar diariamente, de forma a controlar a situação. Essa pos-sibilidade foi descartada e nem percebi bem porquê. Seria preferível ao fecho do bar? Sim. Mudaria alguma coisa? Sinceramente, não sei. Mas porque não tentar? Tivemos a oportunidade de falar, de seguida, com o Vice-Reitor Pe. Doutor José Tolen-tino de Mendonça. Neste caso, apenas entrámos no gabinete o Filipe Resende, o presidente da AEFCH, José Diogo, o Pedro Madeira e eu. Explicou-nos que esta situação não é uma luta contra o tabaco, uma vez que cada pessoa sabe bem o que faz e a FCH nada tem a ver com tem isso. A questão era, mais uma vez, apenas o respeito de regras. Colocou-se a hipótese de se montar um toldo na en-trada do bar, e o Vice-Reitor
disse-nos que ia estudá-la. Como aluna, eu não gostei que me fechassem a porta do bar e me impedissem de lá entrar durante um dia inteiro. Nos intervalos, não tinha o que comer, excetu-ando as máquinas que nin-guém gosta. Não tinha um espaço para estar com os meus colegas. Só corredores, cadeiras dispersas, a entrada do A2. Como aluna, não com-preendo como é que levou tanto tempo até que uma
simples regra fosse re-speitada, porque fumava-se no bar em dias de chuva e em dias de sol. Todos os dias. Se calhar, foi mesmo a única medida capaz de funcionar. Aguardemos que montem o toldo.
“Entrei na FCH em 2010 e, desde então, tenho
ficado com a ideia de que é só mais ou menos
proibido fumar no bar. Não se deve, mas pode-
se, e não acontece nada a quem fuma.”
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Catarina Maia é a nova
colunista d’O Académico.
É aluna do terceiro de
Comunicação Social e
Cultural.
Caros alunos e demais leitores, na qualidade de membro da Asso-ciação de Estudantes (AE) da Faculdade de Ciências Humanas (FCH), venho por este meio fazer um ponto de situação do nosso tra-balho na melhoria das condições dos alunos na faculdade. No passa-do mês de Fevereiro dirigi-me em conjunto com a vice-presidente da AEFCH, Maria Miguel Gomes ao diretor da FCH, professor José Miguel Sardica, que esteve acom-panhado de um outro membro da direção, o professor Henrique Joa-quim, no sentido de fazer ver à direção da FCH alguns aspetos a melhorar na nossa faculdade. Apresentámos à direção as várias situações que os alunos nos apre-sentaram, quer ao nível do funcio-namento das aulas quer ao nível dos acessos e do funcionamento de outros locais frequentados pelos alunos, com destaque para o bar.
Relativamente ao funcionamen-to das aulas, apresentámos como aspetos a melhorar o exagerado número de alunos por turma, as salas demasiado pequenas para turmas tão grandes e o limite de faltas que, na minha ótica, prejudi-ca os alunos interessados em assis-tir às aulas com a presença de alu-nos que não têm o mínimo interes-se nas mesmas, estando presentes
Melhoria das condições da nossa
faculdade e dos nossos alunos
Pedro Miguel Caldas
Membro da Associação de Estudantes
da Faculdade de Ciências Humanas
única e exclusivamente para não atingirem o limite de faltas, prejudicando o bom ambiente de algumas aulas. Desta forma, foram apresentadas as seguin-tes soluções; número limite de alunos por turma mais curto (entre 50 a 60 alunos por tur-ma), melhor programação das salas e o fim do limite de faltas, tendo a perspetiva de melhorar o funcionamento das aulas.
Com o intuito de melhorar e facilitar a organização dos alu-nos trabalhadores ou com outras atividades no final da tarde, também propusemos o fim dos horários muito díspa-res das várias disciplinas (um aluno ter uma aula às oito da manhã e às 17 horas), assim como o número exagerado de frequências num só dia. Nesta linha de ideias, aos dois mem-bros da direção foi pedido um parecer sobre os estatutos de trabalhador/estudante e de dirigente associativo cuja exis-tência será proposta à direção da Universidade Católica Por-tuguesa (UCP) por parte da AE da FCH, no dia 10 de Maio, na assembleia geral da UCP. Por fim, o funcionamento do bar e a inatividade do elevador do bloco 2 do edifício da FCH tam-bém foram abordados.
De todas as alterações que propusemos, nenhuma foi acei-te, à exceção da formação dos estatutos de trabalhador/
De todas as
alterações que
propusemos,
nenhuma foi
aceite, à exceção
da formação dos
estatutos de
trabalhador/
estudante e
dirigente
associativo, que
mereceram o apoio
da direção.
estudante e dirigente associa-tivo, que mereceram o apoio da direção. No que toca ao número exagerado de turmas, foi-nos dito que estas estão dentro dos números que pro-pusemos, sendo que com o passar das semanas acabam por se juntar alguns alunos de Erasmus e outros finalistas, pelo que as turmas se tornam, por vezes, inevitavelmente grandes. Relativamente às salas por vezes pequenas para turmas tão grandes, foi-nos referido que quando existe este problema, significa que
Correio FCH
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nessa mesma hora os auditórios e outras salas com maior capacida-de já se encontram preenchidas e por turmas igualmente grandes, visto que no mesmo edifício estão presentes mais faculdades da UCP, sendo também esta a razão pela qual existem horários muito dís-pares nos cursos da FCH.
No que concerne ao limite de faltas, Henrique Joaquim referiu que o fim do limite de faltas já foi experimentado, não tendo qual-quer efeito no ambiente das aulas. O professor José Miguel Sardica teve um ponto de vista centrado naqueles que faltam e não tanto naqueles que vão e que são, por vezes, prejudicados pelos que ape-nas vão às aulas marcar presença, sem qualquer interesse no conteú-do da mesma. Nesta situação, foi-nos aconselhado que caso aconte-ça alguma situação de comporta-mento menos próprio nas aulas, nomeadamente a perturbação da mesma através da conversa entre alunos, fosse incumbido aos alu-nos que se sentissem prejudicados o aviso verbal e apelo ao bom sen-so dos alunos menos bem compor-tados.
Em relação às frequências em demasia num só dia, consta no Processo de Bolonha que cada alu-no poderá ter até duas frequências no mesmo dia, pelo que a faculda-de se limita a cumprir com as nor-mas europeias, sem nada poder alterar. O funcionamento do bar e o elevador do bloco 2 também não sofrerão alterações, o primeiro porque não pertence à FCH a res-ponsabilidade e o poder de alterar qualquer tipo de norma de funcio-namento do bar e o segundo por-que não consta na lei portuguesa a obrigação de ter um elevador qualquer edifício escolar com menos de cinco pisos. A formação de um estatuto de trabalho/estudante e de dirigente associati-vo mereceram todo o apoio da
“Tudo depende
dos sacrifícios
que estamos
dispostos ou não
a fazer para
melhorarmos as
nossas
condições e é
neste sentido que
pretendo as
vossas opiniões.”
direção, com alguns conselhos que nos foram dados para que obtivés-semos sucesso nos nossos objeti-vos no próximo dia 10 de Maio na assembleia geral da UCP.
Estando todos os pontos escla-recidos, partiremos após as férias escolares da Páscoa para a ação, dentro das nossas possibilidades. As nossas possibilidades passam pela participação ativa na assem-bleia geral da UCP no dia 10 de Maio, no sentido de serem forma-dos os estatutos referidos acima, mas também no incentivo da par-ticipação de todos os alunos numa luta que achamos comum a todos nós: a melhoria das condições do bar, no que toca à maior rapidez de atendimento. Assim, iremos fazer um abaixo-assinado com a participação de todos aqueles que quiserem mostrar a sua insatisfa-ção na tentativa de sermos ouvi-dos no seio da empresa que explo-ra o bar, a Eurest. Relativamente ao funcionamento das aulas, com-preendo as dificuldades da nossa direção em proporcionar melho-res condições aos alunos, mas estou convencido que é possível fazer melhor na organização das turmas no próximo ano letivo.
Por fim, gostaria de apelar à participação dos alunos na discus-são destes assuntos, de modo a percebermos a urgência ou não de alguns temas aqui tratados e de outros que porventura não tratá-mos. Não é garantido que o que nos foi negado na reunião nunca poderá concretizar-se. Tudo depende dos sacrifícios que esta-mos dispostos ou não a fazer para melhorarmos as nossas condições e é neste sentido que pretendo as vossas opiniões.
Basta que me enviem e-mail(s) para [email protected].
Saudações académicas.
Tal como a AEFCH, O Académico
também apresentou como um
dos principais problemas da
Faculdade, as filas no Bar.
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Especial Pá
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0 Jornal O Académico - Edição de Abril
Se sempre tiveste aquele amor platónico por Itália, e sonhas em respirar tudo o que tenha a famosa ban-deira no rótulo, não preci-sas de ir muito longe. Pre-parámos-te um roteiro para experimentares Itá-lia em Lisboa.
Quem melhor do que Gaspare Trapani para desenhar esta experiên-cia? Há 17 anos em Portu-gal, este nosso querido siciliano tem muito a dizer sobre Portugal. Os seus alunos que o digam. Não lhe perguntámos pelo melhor bitoque mas sim pelo melhor de Itália em Lisboa. Não percas este verdadeiro mapa do tesouro!
Começo por dizer que a primeira coisa que me vem à mente é o Instituto Italiano de Cultura, não só porque lá trabalho, mas porque, sendo parte da Embaixada da Itália, respira Itália. Há cursos de Língua e Cultura, livros, DVDs, CDs de música e espetáculos de todos os tipos, onde a cul-tura italiana está aberta a todos os portugueses amantes de Itália.
Raquel Trindade
Melhor restaurante Tenho dois restaurantes italia-nos preferidos em Lisboa: se eu quiser comer a verdadeira piz-za vou ao Mezzogiorno, uma pizzaria no centro de Lisboa, na Rua Garrett: só lá fazem a ver-dadeira pizza napolitana que, contrariamente ao que pensa a maior parte dos portugueses, não deve ser demasiado fina. Para uma refeição mais com-pleta, no entanto, prefiro o Casa Nostra. Um dos restau-rantes italianos mais antigos em Lisboa, localizado no Bairro Alto. Tem uma rica variedade de pratos italianos, incluindo pratos regionais, muito bons e sempre diferentes.
Casanostra no Bairro Alto em
Lisboa
Mezzogiorno no Chiado
Mezzogiorno Rua Garrett 19, (Chiado) 1200 Lisboa
Casanostra Travessa do Poço da Cidade 60
(Bairro Alto), 1200 Lisboa
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Melhor geladaria Para gelados não tenho dúvidas e
vou a um sítio muito próximo do
Parlamento, na Rua Nova da Pie-
dade: a Geladaria Nannarella. O
nome é inspirado na grande atriz
italiana Anna Magnani. É uma
pequena gelataria, de 2 italianos
de Roma, que fazem o verdadei-
ro gelado italiano com ingredien-
tes de qualidade. Fior di Basili-
co e Gianduia são os sabores
que eu recomendo!
Melhor livro Quanto ao livro, eu recomendo
um livro de Tabucchi, traduzido
para o Português pela editora
Quetzal, com o título Chamam
Ao Telefone O Senhor Piran-
dello, no qual o autor imagina
um diálogo entre dois génios da
literatura mundial: Luigi Piran-
dello, Prémio Nobel de Literatu-
ra, e Fernando Pessoa.
António Tabucchi
Melhor música
Para a música recomendo um
CD com as mais belas árias de
Giuseppe Verdi, visto que este
ano se celebra o bicentenário do
seu nascimento. Em oposição,
na música pop, eu sugiro ouvir
Marco Mengoni, um jovem de
24 anos, com uma voz poderosa
que irá representar a Itália no
próximo festival da Eurovisão.
"Pronto para correr" é o título
do seu mais recente CD.
Melhor filme Quanto ao filme, eu recomendo
dois: um, A Melhor Juventu-
de, de Marco Tullio Giordana,
que esteve recentemente em
Lisboa para o Festival de Cine-
ma Italiano. Um filme que con-
ta a história de uma família que
tem lugar em um tempo história
contemporânea. Il Caimano,
um filme de Nanni Moretti,
muito útil para a compreensão
do fenómeno de Berlusconi, o
protagonista da política italiana
nos últimos 20 anos. Fime “A Melhor Juventude”
Marco Mengoni
Geladaria Nannarella
Mamma mia! Tante cose italiane!!
Question à Trois
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O Sr. Editor-Chefe d’O Académico, Fili-pe Resende, vai dar início a uma reu-nião de redação com todos nós, vamos ouvir o que têm para nos
dizer. De aluno aplicado, a colega interessado pas-
sando por trajado ferrenho, todos nós já ouvi-mos falar ou conhecemos Filipe Resende. Destacando-se desde o primeiro dia, não fos-se ele o “caloiro do ano” de 2010, o Sr. Resen-de têm vindo a ganhar um lugar cada vez mais relevante no seio da nossa Universidade como força interventiva e empreendedora que busca sempre a melhor das relações com
Diogo Lopes
Filipe Resende a faculdade, seja ela relações com a faculdade,
seja ela pela forma dos alunos, seus colegas ou pelo corpo docente e funcionários. Vice-presidente da Comissão de Praxe, membro da Associação de Estudantes e da Juventude Popular e, mais recentemente, Editor-Chefe do vosso O Académico, este jovem não hesita em procurar sempre as informações mais escondi-das e insólitas de tudo o que o rodeia, fazendo jus ao seu espírito de jornalista intrépido e inquiridor.
Quisemos dá-lo a conhecer, para que não se sintam mal quando ele souber tudo sobre vocês e nada sobre ele. Senhoras e Senhores, fiquem com Filipe Resende:
1. Qual foi o professor que
mais e menos gostas? E por-
quê? Bem essa pergunta é um bocadinho
complicada, visto que ainda não aca-bei o curso (risos). Mas de forma geral gostei de quase todos os profes-sores que tive. Talvez seja melhor destacar apenas os que mais gostei. Não vou esquecer de certeza de nomes como Fernando Ilharco, Ana Paula Rias, Gaspare Trapani, Rita Figueiras, Verónica Policarpo, Jorge Fazenda Lourenço. Todos os profes-sores de rádio, o Nélson Ribeiro, José Patrício, Ramos Pinheiro, Carlos Cala-veiras e o Luís Loureiro). A nossa ex-diretora da FCH, Isabel Capeloa Gil e o atual diretor, José Miguel Sardica.
Gosto de todos estes professores porque são competentes e têm um vasto conhecimento das matérias que lecionam. Acho que um bom profes-sor também tem que ter talento, e todos estes professores são talento-sos na forma como dão as suas aulas.
2. O que te fez criar O Acadé-
mico? Criei O Académico com o João, Dio-
go, Raquel, Filipa e o Afonso porque achámos que era necessário criar um jornal que representasse e fosse dos alunos. Uma publicação que não tivesse apenas 2 edições por ano, e estivesse perto dos alunos.
Antes d’O Académico havia um jornal da AEFCH, que era tudo menos jornalismo. Tinha uma primeira pági-na coberta de publicidade e alguns conteúdos que nem eram bem jorna-lísticos.
O nosso jornal nasceu como conse-quência do convite do José Diogo Vinagre para ficar com a pasta do Jor-nal. Eu sempre pensei em criar um médium dentro da FCH. No ano pas-sado eu, a Filipa Marques Henriques e o Diogo Lopes éramos para ter avan-çando com a criação de um núcleo de alunos de Comunicação tal como o ISCSP tem. Mas nunca passou do papel para a frente.
Quando me convidaram para criar
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Jornal O Académico - Sexta Edição
este jornal, sabia perfei-tamente o que queria e tentei adaptar alguns simples conteúdos dos jornais nacionais para um jornal universitário. Desta forma criei junta-mente com os meus cole-gas O Académico. Desde daí nunca mais parámos!
3. O que achas
daqueles que
criticam o traba-
lho d’O Académi-
co? Não tenho absoluta-
mente nada a dizer. Fico contente por haver pes-soas preocupadas com o jornal, tal como eu e que exigem bastante dele. Mas sei que muitas des-sas pessoas que criticam, infelizmente tentam lan-çar criticas para destruir o trabalho do nosso jor-nal, para desmotivar. O que é estranho, é que para mim as críticas ain-da dão mais motivação e força para poder traba-lhar e crescer mais.
Com toda a sincerida-de acho que há pessoas pequeninas e que têm inveja do nosso trabalho e para essas pessoas o que tenho a dizer é que tenho pena delas, porque quando acerto com o cotovelo nalgum lado, tenho sempre uma dor terrível.
Culturismo P
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E ste terceiro romance de Henrique Mon-teiro, antigo
diretor do Expresso, é uma espécie de rascu-nho de romance. Um livro que não chega a sê-lo porque, se fosse escrito, ganharia um Pulitzer ou o Nobel. Daí que o narrador, intimi-dado com a obra colos-sal que tem em mãos e não sendo capaz de escrevê-lo, publica assim. Em capítulos, as temáticas que o livro aborda.
“À pergunta, ultima-mente muito comum – o livro que andas a escrever é sobre o quê? – nunca dei uma res-posta clara. O tema em causa não é de defini-ção fácil; não é sobre um homem que procu-ra uma mulher, ou sobre uma mulher que vive apaixonada por
“O Repórter do Kiribati”, de
Henrique Monteiro
LITERATURA
“O Repórter do
Kiribati” de
Henrique Monteiro,
Gradiva, 12 Euros
“O tema em cau-
sa não é de
definição fácil;
não é sobre um
homem que
procura uma
mulher, ou
sobre uma
mulher que vive
apaixonada por
um homem”.
um homem”. Num tom bastante
divertido, ficamos a saber das aventuras e desventuras de John Slide, luso-americano com mãe em A-dos-Cunhados e da sua perspetiva de fazer jornalismo, tendo tra-balhado no Sprieng-field Echoes, no Chica-go Mirror e mais no fim da sua vida, no jor-nal de um remoto país chamado Kiribati.
Enquanto jornalista passa por vários cená-rios de guerra sem nunca abandonar os hotéis onde se hospe-da e angariando infor-mações através de empregados de mesa ou outras personagens secundárias.
Em A-dos-Cunhados, onde chega em 1974 onde a mãe tem um pequeno café, depois de peripécias falhadas com o Chicago Mirror,
consegue a proeza de escrever sobre o 15 de Abril, sempre em frente ao televisor com as informações transmitidas pela RTP e sem nunca pôr os pés em Lisboa. À capi-tal chega, no entanto, para começar a trafi-car droga que intro-duz depois em A-dos-Cunhados.
Susana Gil Soares
Culturismo
Jornal O Académico - Edição de Abril
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F icámos habituados à grandeza da dupla Leo-ne /Morricone nos famosos western spa-
ghetti, mas depois de ter termi-nado a Trilogia dos Dólares e ter recusado realizar “O Padri-nho”, Leone queria fazer um filme de gangsters que captu-rasse o espírito americano. Assim surgiu o que muitos ape-lidam como a sua obra-prima.
Muitos dos filmes de Leone eram uma homenagem à Amé-rica: os sonhos americanos de um italiano que cresceu nos cinemas. Infelizmente, a Améri-ca nem sempre retribuía o elo-gio e quando saiu, Once Upon a Time in America não foi nomea-do para um único óscar e foi mal recebido pelos críticos. Leone tinha dedicado dez anos da sua vida a este projeto baseado na obra “The Hoods” escrita pelo anterior mafioso Harry Grey. Depois de muitas voltas com o guião e com seis guionistas creditados, o projeto avançou e entre 1980-82, o realizador ocupou o seu tempo a entrevistar mais de 3000 ato-res para mais de 110 papéis, procurou localizações e super-visionou toda a produção.
O filme conta a história de um grupo de gangsters Judeus em Nova Iorque desde a sua infância, passando pelos seus
Once Upon a Time in America
(1984), Sergio Leone
Inês Correia
anos de glória durante a Lei Seca e até ao seu reencontro 35 anos mais tarde. A personagem principal, Noodles regressa a casa, ao som do Yesterday dos Beatles, onde tem de mais uma vez confrontar os fantasmas e arrependimentos da sua vida passada. Através de flashbacks atravessamos vários pedaços da vida de Noodles e do gang e viajamos por cinco décadas de história americana. Deborah, é uma constante quase etérea. É a única coisa pura na vida de Noodles, a única coisa que real-mente ama e que acaba por destruir doentiamente. O filme explora os temas de honra, amizade, ganância, luxúria, lealdade e perda de inocência
através das fantásticas atua-ções, escrita, direção e banda sonora. A história não é conta-da cronologicamente, ao con-trário, os capítulos são lenta-mente relevados como peças de um grande puzzle. Cada peça traz alegria, tristeza ou incredibilidade. Mas à medida que cada uma se encaixa, um mistério começa a fazer senti-do.
A versão final do filme tinha cerca 4 horas. Contudo, contra a vontade de Leone, o filme foi editado pelos estúdios e elimi-nado 40% do seu tamanho ori-ginal- a sua estreia foi um fias-co. A visão de Leone estava perdida, e havia falhas no enre-do. Anos mais tarde a versão
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Estás nu, Nu de ti e em frente a mim. Encontras-te decadente, a definhar num fedor a casebre. Soturno e incapaz de unir.
Onde param os teus seios rasgados do norte? E os braços fortes das searas? Onde paras, Portugal do passado? Portugal das mentes de oiro, Dos olhares sensuais e dos poetas infelizes Onde estás?
Sentimos a tua falta, o país apodrece entretanto… Vem, dá sinal de ti, sacode os teus con-temporâneos Fá-los desejar o teu sexo, o teu corpo, o corpo que nos une e somos nós sem o ser. Portugueses, dizemos nós na Europa e da Europa no mundo inteiro. Falsas vontades do orgulho, mentiras vocais nos identificam. Ira do passado, regressa. Vem e arranca esta sepultura de con-forto. Vem brava mas branda e faz ver aos demais enamoramento pelos outros do passado. Vem, regressa, crava a humana fera, abre a cortina da tua boca e canta aos demais, a sabedoria da preservação da arte, do corpóreo desejo Da inspiração, da musa e do herói que és tu, Portugal esquecido.
P equeno espaço de leitura onde são
escritos poemas que carecem de
interpretações individuais, porque
os poemas precisam disso, necessi-
tam que cada leitor os sinta e os aplique
para que eles possam viver.
Joana Portugal
do realizador foi lançada, e o filme atingiu o coração dos críticos. Os que lhe tinham chamado o pior fil-me dos anos 80, agora glo-rificavam-no. É irónico que esta homenagem à América tenha sofrido um atentado pelos estúdios Americanos.
Leone sentia que os fil-mes clássicos de Hollywood que adorava já não eram feitos. Desde muito cedo que quis que este filme fos-se um tributo ao film noir e uma homenagem ao cine-ma. Sendo um autêntico mestre no que diz respeito a criar uma atmosfera especial, cheia de mistérios, surpresa e drama, é tam-bém um dos diretores que percebe verdadeiramente a arte de montar um filme de tal forma que nos prende até ao fim.
O tema favorito de Leone, lealdade/traição está pre-sente, mas no filme também há o estudo da memória, de uma alma perdida a chegar a acordo com o seu passado. O filme não só transcende géneros ao encaixar-se tan-to em crime como fantasia ou drama, como também atravessa a ténue linha que separa os sonhos da reali-dade.
Once Upon a Time in Ame-rica começa e acaba com a mesma cena. O final, tal como as suas personagens, é ambíguo e cabe a nós deci-frá-lo. O sorriso de Noodles assombra-nos tal como o seu passado o faz e fica con-nosco enquanto os créditos continuam, enquanto conti-nuamos a pensar nele.
Estrelas d’O Académico
9/10 Estrelas
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Edição Limitada Pá
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Local Natives - Hummingbird
Num dos Alives que este mundo já viu erguer, fomos uma vez sur-preendidos por uma banda de quem nunca tínhamos propria-mente ouvido falar. O final de tarde pedia-se calmo e tranquilo, tendo sido os Local Natives capazes de abraçar da melhor forma possível esse espírito relaxado e surpresa foi mesmo a sensação dominante ao fim de menos de uma hora de concerto.
Abraçar uma pop levezinha, sim-pática, que não faz mal a ninguém, já foi o destino de milhões. O som dos Local Natives pareceu pegar um pouco demais por aí, mas a banda mostrou personalidade. Wide Eyes, uma das melhores de Gorilla Manor, é talvez o melhor exemplo disso mesmo. Passeando-se entre uma folk de psicadelia controlada, trata-se de um tema direto e assertivo, mais eficaz no ataque à emoção, não se deixando tornar numa canção demasiado bonitinha.
A história do sucessor Humming-bird começa com o single Breakers, mas sobretudo com a descoberta de que era Aaron Dessner, o produ-tor do álbum. Homem forte nos National, Dessner entra aqui no baralho e dá cartas da melhor for-ma que sabe. O papel meio fantas-ma que carrega na sua banda, sai aqui evidenciado. Tal como em Wide Eyes, Breakers vence pelo sentimento de catarse, pela explo-são e por diversos pormenores brilhantes, da bateria à própria estrutura do tema, Hummingbird dificilmente poderia ter ganho melhor cartão-de-visita.
Afonso Sousa
Mais do que uma maior fixa-ção pela Natureza e temas que não chegavam realmente a sair do armário, Hummingbird evo-lui pela frieza e pela objetivida-de das suas diferentes partes. You & I é mais uma das provas da sobriedade e delicadeza impressa por Dessner numa banda que está hoje, mais cres-cida do que nunca. Funcionan-do liricamente de forma bas-tante simples, Hummingbird é também um trabalho contem-plativo, que merece fazer-nos levar por todos os seus mais preciosos recantos. De canções mais despidas como Mt. Washington, bela pela sua sim-
plicidade, aos temas mais tra-balhados e arrojados como Wooly Mammoth, os Local Nati-ves parecem ter pegado numa série de referências como Grizzly Bear, Fleet Foxes e, ine-vitavelmente, The National, para daí construírem algo com uma personalidade muito pró-pria, mas sobretudo algo incri-velmente belo. Muitas bandas podiam ser como os Local Nati-ves. Agora já não.
Escrito em colaboração
com o blogue Arte-Factos
(Des)focado
"Deito-me ao comprido na erva.
E esqueço do quanto me ensinaram.
O que me ensinaram nunca me deu mais calor nem mais frio,
O que me disseram que havia nunca me alterou a forma de uma coisa.
O que me aprenderam a ver nunca tocou nos meus olhos.
O que me apontaram nunca estava ali: estava ali só o que ali estava."
Alberto Caeiro
Fotografia Por:
Gonçalo Fonseca (500px.com/goncalofonseca)
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Altos e baixos, tempesta-des e bonanças, a vida corre. Passamos meia vida a correr atrás do que criamos com cores de sonho e esperança dentro de nós, um futuro, um sonho. Passamos meia vida e ela passa por nós tam-bém até que, de repente, estamos sozinhos: a visão cega que deixámos que crie raízes no centro dos nossos passos, dos nossos sorrisos, das nossas palavras, prende-nos ao desconhecido, ao milagre que esperamos... Há fé de quem deseja dias melhores.
Mas os dias não param, as noites não congelam, os ven-tos não fraquejam... O sol sobe e desce e toda a vez que o faz puxa-nos mais e mais para o reino da memória. E nós lutamos por aquele pedaço de terra firme no meio das correntes da vida. Partimos ossos, espreme-mos lágrimas e gotas de san-gue porque acreditamos que no fim triunfaremos. Sere-mos os atores principais do filme que se constrói a cada respiração nossa. Passamos a nossa carne por martelos, facas e balas porque acredi-tamos.
Um certo dia, íamos nós a passear. Um com o outro,
Crónica
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Deixo-me cair nas mãos do
universo e sinto-me feliz
Diogo Lopes
juntos, de mãos dadas, de bra-ços dados, de pernas dadas, de vida dada. Unidos por o amor que tanto esperámos. Negros pelo percurso que a nossa ambição nos obrigou a percor-rer: valeu a pena. Tanta coisa deixámos cair, mas valeu a pena. Estamos os dois aqui, juntos, com sorrisos e olhos semicerrados na cara. Uma
estrada, um camião. Colhido pelo destino morro, atropelado pelo passado futuro e presente que pintaram as cores com que me levantava todos os dias. Tudo aquilo... Para perder-se num segundo buzinado, quente e metálico. E assim, tudo o que fiz, senti e suportei durante todo aquele tempo esfumou-se.
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Porque nos cegamos pelo futuro e não olhamos o presente? Por-que andamos sempre de olho na hora que vem e esquecemos os minutos que passam em pontei-ros de relógio observados com olhos ansiosos? Somos huma-nos, sim. Vivemos numa irracio-nalidade de corações e cérebros inexplicáveis e devemos sempre perseguir o que nos faz feliz, o que faz o nosso bater de coração soar a música de felicidade: mas o mundo é um colosso. As linhas infinitas de amor que tecem o universo não pagam bilhete para nos ver a chocar, vendados, contra paredes que nem ao toque nos são sensíveis por tan-ta ambição nos inundar o inte-rior. Elas falam, mexem-se, can-tam, choram. Agem e nós agi-mos em conformidade. O desti-no é real invisível. É vento, é gravidade. E, nublado por nublado por todos os seus mis-térios e incertezas, move-se entre nós e o resto… Temos de ouvir os seus passos. Quando a meta vaza-nos os olhos, não vemos a realidade que nos rodeia. Não ouvimos os passos. Deixamos o destino escapulir-se por entre o nosso caminhar obsessivo. E portas fecham-se. Janelas também. Sofremos, tal-vez até, ao escolher aquele cami-nho quando podíamos ter visto clareiras no meio do mato cerra-do. E perdemo-nos na nossa obsessão. Podemos até chegar a esse destino, mas a vida é mais pela viagem que pela meta. Se o sol nasce todos os dias porque não o podemos saudar como se nunca o fizesse? Vamos tentar? Manter as nossas amarras pre-sas num futuro que desejamos mas laças o suficiente para que
“O caminho surgirá... Pode
-nos levar a um local dife-
rente que até nos pode
encher as medidas, mas
vivemos cada passo que
damos até o alcançar ren-
didos ao Deus real.”
não nos sufoquem as opor-tunidades. Ter rumo, não destino. O caminho surgirá... Pode-nos levar a um local diferente que até nos pode encher as medidas, mas vivemos cada passo que
damos até o alcançar rendi-dos ao Deus real. Ao Amor, ao Destino, ao Universo. Eu entreguei me a ele mesmo há bocado...Fazem me com-panhia?
Parte para rasgar
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CSC: Chipre, Sócrates, Católica
Às Aranhas Contra a Crise
Este mês, ficámos a saber que tudo o que é sítios onde há gente grega a morar, dá buraco! Por isso já sabem, evitem os mesmos locais que pessoal vindo da Gré-cia, que ao contrário das aranhas, a presença deles não traz dinhei-ro... fá-lo desaparecer.
É o caso do Chipre, onde o governo (em sacro acordo com a santa troika) decidiu implantar uma simpática taxa sobre quan-tias superiores a 100 mil euros depositadas nos bancos. Taxa essa, que poderia chegar a uns nada abusivos 40%, se tivesse ido para a frente, pois os protestos fizeram-se sentir de tal maneira, que o parlamento cipriota se viu obrigado a recuar na sua aplica-ção, o que deitou o fetiche tributá-rio da troika por água abaixo. Mas não totalmente.
No passado dia 26, os líderes políticos do Chipre, viram-se obri-gados a voltar atrás no acordo e assim, os pequenos depositantes cipriotas não estarão livres de contribuir para o bem-estar eco-nómico da sua pátria amada, pois as taxas mantêm-se, ainda que mais baixas.
Não se safa o Chipre, e já se fala em implantar este fabuloso e efi-
caz método de recuperação finan-
ceira noutros países em crise, como
João Tavares
por exemplo em Espanha... e quiçá em Portugal.
A verdade é que, como os gregos, para as fatiotas ambu-lantes que dominam mercados e agências de rating, nós não somos mais do que porcos (PIGS) e lixo. Assim que, para sermos amuletos de riqueza como as aranhas, o melhor tal-vez seja contar com mezinhas polvilhadas em rezas aos santi-nhos.
José Cristo Sócratstar
Sua excelência o nosso anti-go primeiro-ministro voltou, como Jesus renascido para sal-var o país. O problema é que
Cidadãos do Chipre fizeram uma autêntica corrida às caixas multibanco.
Foi a primeira maratona a não ser ganha por um atleta do Quénia.
nem ele é Jesus, nem o país tem à vista um milagre que lhe tra-ga a salvação.
E que dizer do aparato mediático que ele fez girar em seu torno a esse propósito? Não é só a lata com que ele apa-rece depois de ter deixado o país à beira do precipício, a dizer-se o virtuoso porque quis evitar a derrocada, mas os outros, que são maus, é que o empurraram.
Não é só a aura de salvador da pátria frouxa e falsa, que mais
ninguém consegue vislumbrar a
não ser para ele próprio.
Não é só o facto de todos
sabermos que está mais que
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intrincado nesta “máquina” que
tritura a nossa vida e deixarmos
que os Media lhe dêem o seu
tempo de antena...
É o facto de TANTOS de nós terem
parado para ouvir esta amostra de
engenheiro a falar! Demonstra
mais uma vez, o nosso desespe-
ro: se já nem a mezinha com
folha de couve e azeite resulta,
viramo-nos para o Sócrates à
espera de ouvir... algo de novo?
É só Fumaça... Pelo nosso cantinho do mundo,
e pouco depois de fechar a edi-
ção anterior d’O Académico, foi
o nosso querido bar que decidiu
também fechar.
A situação foi temporária e
deveu-se à perseverança da
comunidade fumadora da nossa
faculdade. A estranha maneira de
compensar a tenacidade deste
setor, foi encorajar toda a gente a
seguir também o seu hobbie, mas
lá fora, encerrando portas.
Uma solução muito sensata,
pois o vento e chuva (inimigos
eternos do cabelo e roupa das
nossas estudantes) não foram
suficientes para apagar as cha-
mas de cigarros e não só, e o
calor humano fez-se sentir ao
ponto de ficaram todos amigos e
juntarem-se à porta da reitoria,
unidos por uma mesma causa,
independentemente de terem rou-
pa da Mambo, da Doce Cábanna,
ou (porque não?) do McDonalds!
Também podia acabar esta par-
te a referir mezinhas, mas as que
se praticam no bar não são feitas
com folhas de couve, por isso...
Entrevista a
José Sócrates no
âmbito do convite da RTP
Eu - Olá José. Sente-se feliz com
esta nova etapa?
José Sócrates – Não. Eu – Mas está confiante no seu
poder de comentador?
José Sócrates – Não. Eu – Acha que Portugal o quer ver
na televisão?
José Sócrates – Sim, tenho a cer-teza de que ainda gostam de mim.
Eu – Como pode afirmar isso?
José Sócrates – Então, porque sou mentiroso e estou a mentir desde o início desta entrevista.
Dário Alexandre
GAG DO MÊS
Por João Pedro Rodrigues | FCH GAG
Vê mais no Facebook do FCH GAG
Parte para rasgar
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E ncontro-me neste momento, com bastante serenidade, à procura dos ovos da Páscoa que
comprei para mim para os comer no Domingo, mas cheira-me que o Papa Francisco já os tirou para distribuir pelos fiéis ou então foi o José Sócrates, que voltou agora de França cheio de saudadinhas nos-sas e do “chicolate” português.
Mas nestes últimos meses, a serenidade não tem sido propria-mente palavra de ordem na Católi-ca, e se a falta de ação já se estava a tornar habitual , observei que a rebeldia e promiscuidade, ou em bom português, o “ saltar a fran-ga” contagiou muito boa gente.
Primeiro foram os magnatas da “Eurest“ que fecharam os portões do bar, depois um indivíduo ára-be, ao que consta, assaltou um dos veículos no interior do campus da Universidade, dando assim, mais dinheirinho à “Carglass”, e final-mente, uma tentativa muito bem conseguida por ladrões vários que tentaram abrir os portões do bar, por baixo, mas que fugiram com o rabo entre as pernas mal o alarme disparou (olha uma coisa que fun-cione por estes lados). Gritos, reu-niões, desespero, ratos, vidros pelo ar, areia das obras a entrar pelas nossas gargantas, todo um maralhal de situações e situações que, na minha sincera opinião, mudaram um pouco a índole desta Faculdade, ainda que seja só durante uns dias.
Houve ainda tempo para ver como cada um reage a estas histó-
Nota da Palma de Cima José Paiva
rias, por exemplo, o segurança do nosso bar que resolveu emancipar-se depois de tantos sapos engolir, e inchar que nem um tomate soltando impropé-rios a tudo o que parecia ser um “ser humano a efetuar leves gestos de quem irá, possivel-mente fumar”. O Diretor da nossa Faculdade, que fez o que se exige a um diretor nestas ocasiões, isto é, nada. O pessoal que fuma, que desenvolveu téc-nicas bastante subtis de escon-der o vício (e aqui incluo-me) que se resumem a sair para fora das portas do bar.
Fico aqui com uma dúvida e uma hipótese também, eu pen-so, que estas duas tentativas de
assalto foram feitas para desviar a atenção dos alunos da Católica para o que se está realmente aqui a passar: os donos “Eurest “ que-rem comprar a nossa faculdade e transformá-la numa fábrica de alimentos. Primeiro, enfeitiçam-nos com a sua comida, segundo amedrontam-nos com estes assal-tos e depois tentam assemelhar-se a nós, utilizando a nossa língua (vejam os avisos que deixaram).
Preparem-se meus amigos, mais dia menos dia estamos todos com fatos brancos a embalar comidi-nha para as outras universidades. Não sou nenhum Messias, mas já estou à procura de outro sítio para estudar, façam o mesmo!
A parte para rasgar é a parte satírica e irónica do Jornal O Académico. Todos os conteúdos desta seção
devem ser encarados como artigos de humor e não como jornalismo real. Alguns conteúdos são ficcionais.
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Random P
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Espaço “Agora a sério” “Porque é que o futuro não vale a pena? Porque o Pretérito já é Perfeito”
Professor José Miguel Sardica em Pop Art. Na próxima edição
não percas a grande entrevista com o Diretor da FCH!
“A informação só tem valor no
momento em que é nova” Walter Benjamin
Playlist do mês (80’s) 1. The Cure - Pictures Of You
2. Depeche Mode - Enjoy the silence
3. Guns N´Roses - November Rain
4. Eurythmics - Sweet Dreams Are Made Of These
5. INXS - Never Tear us Apart
6. David Bowie - Heroes
7. Alan Parsons Project- Eye in the Sky
8. Billy Idol - Eyes Without A Face
9. Genesis - Carpet Crawers
10. Alice Cooper—Poison
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Estamos de volta no
próximo dia 7 de maio.
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