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ESTRUTIOCULTURA II Instalado no Curso de Medicina Veterinária de Araçatuba, o setor de criação de avestruzes vem contribuindo para a modernização das atividades zootécnicas, especialmente da região, além de atender o ensino, pesquisa e a extensão. A estrutiocultura na região é uma exploração que se caracteriza por não ser a atividade principal do proprietário, que atraído por promessas de grandes lucros e com a garantia de ser “isenta de riscos”, alguns destes iniciaram esta atividade através da especulação. No decorrer de poucos anos, os mesmos já aceitaram a realidade ou abandonaram a atividade, geralmente por não obter os “lucros prometidos”. Entretanto, uma outra parte, consciente de que a atividade, como qualquer outra, exige dedicação, tem superado os obstáculos, confirmando o setor como rentável e com um futuro promissor. Visando esclarecer a complexidade desta exploração, através de um manejo simples, o setor de estrutiocultura da Unesp de Araçatuba, em parceria com a Abre (Associação Brasileira de Estrutiocultura), iniciou estudos para a viabilidade técnica e econômica de animais confinados, desde a recria até a terminação. Assim, como uma exploração modelo, esta exploração semi-intensiva, objetiva a terminação de animais para carne, produzindo o maior número confinado de avestruzes por m 2 , mas com a garantia de se oferecer o míni mo necessário de bem estar para cada animal. INTRODUÇÃO No início de sua exploração, a atenção foi para suas plumas e couro, entretanto com o passar do tempo o aproveitamento de novas opções, como a carne, ovos férteis e inférteis (elemento decorativo) e finalmente sua gordura para elaboração de cosméticos, devido sua alta qualidade com umectantes da pele.

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ESTRUTIOCULTURA II

Instalado no Curso de Medicina Veterinária de Araçatuba, o setor de criação de

avestruzes vem contribuindo para a modernização das atividades zootécnicas,

especialmente da região, além de atender o ensino, pesquisa e a extensão.

A estrutiocultura na região é uma exploração que se caracteriza por não ser a

atividade principal do proprietário, que atraído por promessas de grandes lucros e com a

garantia de ser “isenta de riscos”, alguns destes iniciaram esta atividade através da

especulação.

No decorrer de poucos anos, os mesmos já aceitaram a realidade ou abandonaram a

atividade, geralmente por não obter os “lucros prometidos”. Entretanto, uma outra parte,

consciente de que a atividade, como qualquer outra, exige dedicação, tem superado os

obstáculos, confirmando o setor como rentável e com um futuro promissor.

Visando esclarecer a complexidade desta exploração, através de um manejo simples,

o setor de estrutiocultura da Unesp de Araçatuba, em parceria com a Abre (Associação

Brasileira de Estrutiocultura), iniciou estudos para a viabilidade técnica e econômica de

animais confinados, desde a recria até a terminação. Assim, como uma exploração modelo,

esta exploração semi-intensiva, objetiva a terminação de animais para carne, produzindo o

maior número confinado de avestruzes por m2, mas com a garantia de se oferecer o míni

mo necessário de bem estar para cada animal.

INTRODUÇÃO

No início de sua exploração, a atenção foi para suas plumas e couro, entretanto com

o passar do tempo o aproveitamento de novas opções, como a carne, ovos férteis e inférteis

(elemento decorativo) e finalmente sua gordura para elaboração de cosméticos, devido sua

alta qualidade com umectantes da pele.

O avestruz é uma ave que perdeu a capacidade de voar, assim desenvolveu-se como

uma ave corredora, com capacidade de chegar a alcançar mais de 70km/h. Apresenta um

desenvolvimento rápido e é muito resistente, quando adulto, as condições climáticas

adversas. Além disso, sua extremidades posteriores são muito fortes de grande utilidade

para sua defesa, assim pode se tornar perigosas quando as aves são mal manejadas.

CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS

Apresenta um evidente dimorfismo sexual em suas plumagens. As fêmeas adultas

são marrom claro e os machos apresentam plumas pretas, com exceção das pontas das asas

e cauda, que são brancas.

Por serem aves corredoras, suas asas não são funcionais, servindo entretanto para

realizar o cortejo na época reprodutiva, e como abano, nas épocas mais quentes.

Possuem uma grande capacidade visual, justificando assim, seus enormes olhos, e

quando as aves são limitadas visualmente, devido por exemplo ao capim muito alto e a

diferentes ruídos, podem levar e situações estressantes.

Um avestruzinho ao nascer pesa em torno de 900 gramas, com 25 a 30cm de altura,

sendo que com menos de um ano de idade pode superar os 100 kg de peso vivo, com mais

de 2,5metros de altura.

Sua idade pode chegar a 70 anos, com uma vida produtiva de 25 anos.

São animais que não apresentam papo e vesícula biliar, possuem um intestino muito

comprido, onde se realizam a fermentação das fibras, a absorção de ácidos graxos voláteis

e da água.

A micção e a defecação são atos distintos, realizando em primeiro lugar a micção e

depois a defecção.

Os pés além de oferecer estabilidade a ave oferecem sua defesa, auxiliando ainda na

construção do ninho, o coçar do corpo e a busca de alimento.

A pele ajuda na regulagem da temperatura do corpo, prevenindo a desidratação,

protegendo de traumas dos parasitas externos. A pele do avestruz não apresentam glândulas

sudoríparas.

O bico do avestruz é largo, plano e arredondado na sua extremidade, sendo a parte

superior maior e assim sobrepõe a parte inferior.

O “dente de ovo” ou “diamante” é um ponto branco sobressalente, constituindo por

queratina muito dura no pico superior, que auxilia os avestruzinhos durante o rompimento

da casca, à eclosão, desaparecendo na primeira semana depois do nascimento. O músculo

bicador (pipping) auxilia também no nascimento, e se localiza detrás da cabeça das aves,

permitindo uma grande força a cabeça e ao pescoço, e assim contribuindo no romper de

casca. Seu tamanho diminui rapidamente depois do nascimento.

A glândula nasal está presente no avestruz, mas não no emu e nandu. Apresenta a

função de excretar cloreto de sódio hipertônico (sendo assim um colírio natural) que além

de manter o balanço de água, principalmente quando o animal se alimenta com dietas ricas

em sal, comum em climas muito áridos e com limitação de água, próprio de seu habitat de

origem.

O olho do avestruz é protegido por duas pálpebras, a superior e a inferior, providas

de pestanas, e uma terceira pálpebra (delgada e transparente para reforçar a proteção do

olho de possíveis traumas). A pectina, que se encontra apenas nos olhos das aves, fornece

nutrientes, o intercâmbio do oxigênio, e mantém a pressão intraocular, sendo de extrema

importância, uma vez que esta não apresenta artérias retinais.

A boca é usada para beber água, alimentação, limpeza, para respirar e fazer ruídos.

É provável a presença de sensores gustativos na boca, entretanto a língua não apresenta

papilas gustativas, entretanto acredita-se haver sensores gustativos.

O esôfago está na parte traseira da boca, estando a traquéia na frente. Nos machos, o

esôfago quando inflado com ar e posteriormente eliminado aos poucos ocasiona um som

característico.

Trato Gastrintestinal de um jovem avestruz de 35 kg peso vivo. (P =

proventrículo; G = Moela; S1 = Intestino delgado; Ca = Cecos; L1 =.cólon proximal; L2 = cólon medial; L3 = cólon distal)**

** Swart et al., 1993, S. Afr. J. Anim. Sc. 23(516).

O proventrículo é o verdadeiro estômago do avestruz, que secreta enzimas

digestivas, iniciando o processo da digestão, atuando na mistura e armazenamento dos

alimentos, apresentando uma enorme capacidade e expansão e de secreção de enzimas

digestivas. È facilmente palpado, e onde ocorre a maior parte das impactações.

A moela (segundo estômago) é muito musculosa e apresenta a função de moer os

alimentos mais grandes e duros, assim permite a passagem apenas de partículas abaixo de

4cm para os intestinos, controlando pela válvula pilórica, que é muito sensível e restringe

assim o tamanho das partículas no intestino.

O duodeno é o primeiro segmento do intestino delgado. Recebe as enzimas

digestivas do fígado e do pâncreas, através dos condutos hepáticos e pancreáticos,

constituindo-se o local principal para a digestão de gorduras e carboidratos. O jejuno, o

íleo, respectivamente segundo e terceiro segmento do intestino delgado, têm a função de

absorver os nutrientes e a água.

A maior parte da digestão e absorção ocorre no intestino delgado, que representa em

torno de 36% do trato digestivo. O intestino grosso apresenta o papel primordial de

absorver água, entretanto é também um local de uma adicional digestão, devido a

fermentação de alimentos, especialmente a fibra.

A cloaca é um orifício localizado debaixo do rabo, que se vê facilmente. Apresenta

três compartimentos: coprodeu (recebe as fezes); urodeu (recebe a urina), nos machos

recebe o sêmen e nas fêmeas o ovo; e o proctodeu que aloja o falo (pênis) e a bursa de

Fabrícius (presente somente nas aves). A família ratita não tem bexiga urinária; a urina é

acumulada no urodum, uma unidade grande do coprodeu e se expele em volumes grandes.

Cérebro – consta de cinco áreas principais: lóbulo olfativo, cérebro, lóbulo óptico,

cerebelo e bulbo raquídeo.

Os pulmões estão conectados aos sacos aéreos, que ocupam 80% de volume

respiratório, promovendo espaço adicional para a passagem de ar, melhorando a eficiência

da respiração, permitindo a entrada de ar fresco, tanto durante a aspiração como na

expiração.

O fígado é o maior órgão da ave e não apresenta vesícula biliar. Tem a função de

filtrar o sangue, metabolizar muitas enzimas e proteínas para as funções fisiológicas para a

formação da gema. Toma parte dos processos metabólicos da utilização e armazenamento

de carboidratos.

Baço – no desenvolvimento embrionário produz glóbulos vermelhos e brancos,

depois da eclosão, sua função principal será a produção de linfócitos e monócitos. Filtra

também o sangue de bactérias, glóbulos anormais e dejetos.

Pâncreas – auxilia na digestão ao liberar enzimas digestivas no intestino delgado.

Produz também hormônios que ajudam a regular e metabolizar os açucares dos carboidratos

no sangue.

Rins- filtra o sangue originando a urina. Reabsorve substâncias necessárias,

evitando desperdícios, devolvendo ao sangue e auxiliando no balanço da água, de

eletrólitos e do pH.

Gordura – tecido de armazenamento de energia excedente. Prove isolamento

térmico e proteção contra o frio e os traumas. É depositada debaixo da pele e nas

superfícies dos órgãos, principalmente no abdômen inferior, e em cima da região dorsal

próximo ao rabo.

Veias – os avestruzes apresentam apenas a jugular direita, sendo assim a veia

adequada para retirar sangue.

As veias braquiais e basílicas estão situadas visivelmente nas asas em aves não

desidratadas, sendo também indicadas para se retirar sangue e para aplicar injeções por via

intravenosas.

Ao aplicar medicamentos nas aves, é necessário recordar a presença e o

funcionamento das veias renais. Assim, quando são aplicadas injeções na parte posterior do

corpo, os rins através do sistema porta-renal irão filtrar estes produtos, inativando-os ou

mesmo se tornando tóxicos aos rins.

ÓRGÃOS REPRODUTIVOS

MACHO

Os testículos estão situados no abdômen, em ambos os lados, debaixo da espinha e

apresentam um aumento de 300 vezes em volume e 400% em peso (mais de 10 cm de

comprimento) durante a época de sua espermatogênese estacional, com notáveis diferenças

morfológicas, devido a produção dos hormônios sexuais.

Os testículos são refrigerados pelos sacos aéreos abdominais.

O falo ou pênis do macho é um órgão sexual e situa-se no piso da cloaca. É muito

desenvolvido (40 cm de comprimento), e se prolonga pelo acúmulo de linfa, servindo de

veículo para os espermatozóides. Estas aves não apresentam próstata e vesícula seminal.

Assim, o falo funciona somente como conduto de sêmen através de seu canal ejaculador.

Não apresenta uretra, deste modo não expele urina e nem transporta sêmen. O sêmen é

acumulado na fossa ejaculadora, no piso da cloaca e é drenado pela ranhura seminal, por

força gravitacional, assim, tanto o tamanho como a torção correta irão influenciar na

capacidade de fecundação do macho. Machos com o falo pequeno e com torção

desfavorável poderá fazer toda a corte nupcial, mas sem sucesso na fecundação das fêmeas,

devendo estes serem eliminados do plantel de reprodução.

Durante o acasalamento, o falo torna possível que o sêmen entre na vagina da

fêmea, através da ranhura seminal.

O falo pode ser visto facilmente durante a defecção, na eliminação de urina e no

acasalamento. O clitóris, na fêmea, usualmente com menos de 3 cm de comprimento, pode

ser confundido com o falo, antes da puberdade do animal.

FÊMEAS

O ovário está situado no abdômen, no lado esquerdo. Produzem óvulos (gema) e os

hormônios sexuais femininos. Todos os óvulos que a ave produzirá estão presentes ao

nascer. Quando maduros, os óvulos são liberados dentro o oviduto, onde são fertilizados

pelos espermatozóides do macho, dando início a formação do ovo. Durante a estação de

acasalamento, o ovário assemelha-se a um cacho de uva. No oviduto será formada a

albumina (clara) e a membrana da casca e finalmente a casca, num intervalo de 48 a 72

horas, possibilitando assim uma postura de 2 a 3 ovos/semana.

O tempo estimado para formação completa de um ovo é de 48 horas

Infundíbulo 30 minutos (fecundação)

Magno 6 horas (formação de clara)

Istmo 2,5 horas (formação das membranas da casca)

Útero 40 horas (formação da casca)

MATURIDADE SEXUAL

As fêmeas de avestruzes atingem sua maturidade sexual em torno de dois anos e

meio e os machos após três anos, em média.

A postura é estacional, iniciando normalmente em junho-julho, com uma postura de

cerca de 40 ovos, havendo intervalos de descanso de 7 a 20 dias. Assim, ao considerarmos

8 meses de postura, poderíamos ter ciclos de 10 ovos.

Os machos, no período reprodutivo, são mais agressivos, apresentando as plumas

mais brilhantes e com a canela de cor avermelhada. Realizam um cortejo típico e assentam-

se no solo na presença da fêmea, ou mesmo do tratador ou de visitantes.

Período de acasalamento

Os avestruzes são geralmente sazonais quanto ao acasalamento. Em média, o

período de acasalamento varia de 6 a 8 meses no ano, sendo dependente da latitude e

altitude (Shanawany, 1994a). No hemisfério norte, o início do acasalamento se dá em março

e termina entre agosto e setembro (Leuthold, 1977), e no hemisfério sul, começa entre julho

e agosto e finaliza em março (Jarvis, Jarvis & Keffen, 1985).

MANEJO

Cria

Um detalhe importante que difere os filhotes de avestruzes de outras aves é a grande

proporção de saco vitelínico (30 a 50% de peso vivo). Daí as recomendações de submeter

as avestruzes a um jejum de ração de cerca de cinco dias (não recomendamos tal

procedimento), mas nunca de água de bebida.

Os filhotes ao nascer não são capazes de regular corretamente sua temperatura

corporal, portanto dependem de uma fonte de calor, com o requisito de temperatura de

320C, com reduções semanais de dois graus, no mínimo durante os 60 primeiros dias de

idade.

Não devem ser submetidos à corrente de ar e nem tomar chuva neste período. A

densidade de 5 a 6 aves/m2 na primeira semana se mostra adequada, com aumentos

gradativos.

A densidade ideal para a criação de avestruzes ainda não está bem definida, mas se

for observado qualquer desvio de comportamento, como bicagem das penas, especialmente

do dorso, indica que o espaço está muito limitado.

PRODUÇÃO

Carne- o peso ideal para o abate seria quando a ave atingir 100kg de peso vivo, podendo

atingir este peso antes de um ano de idade, com um correto manejo nutricional.

Pele- para otimizar a retirada da pele, esta deverá seguir uma seqüência correta de cortes

Plumas- a retirada das plumas poderá ser feita aos 8 meses de idade, entretanto aves

destinadas ao abate, devido o maior valor do couro, não deverão sofrer este manejo, a fim

de não danificar a pele.

O manejo de retirada consiste em imobilizar a ave em um tronco apropriado, com

um capuz na cabeça da ave, minimizando o estresse. As plumas são cortadas uns 2 cm da

pele, com uma tesoura. Após 2 meses, os canhões da pena se atrofiam, sendo retirados com

facilidade.

INFRAESTRUTURA

Começar com uma pequena quantidade de avestruzes, para aprender o manejo correto, e

ampliar após os ajustes necessários.

Características do local ideal

-A superfície do terreno: arejado e ensolarado

-Terreno seco e bem drenado, ligeiramente inclinado para o escoamento da água de

chuva.

-Isolamento de outras instalações avícolas (poedeiras comercias, criações de frangos

de corte, outras aves/exóticas), agrícolas e industriais.

-Facilidade de acesso e de comunicação

Projeto técnico

Cada exploração deverá adaptar-se as suas características próprias de terreno, do

clima, da disponibilidade de espaço e ao volume desejado de produção (inicial e da

expectativa de ampliação).

Instalações da exploração

É indicado no mínimo uma área de 7 a 8 ha (70.000 – 80.000m2)

1. Piquetes de Reprodução – Há necessidade de um bom isolamento sanitário e físico.

Recomenda-se o espaço de 500-800m2 /animal, assim um piquete com 30x50

poderá inicialmente acomodar um casal e se for necessário um trio, sendo esta uma

boa sugestão prática.

2. Unidade de incubação

3. Unidade de cria

4. Unidade de recria/terminação

5. Espaço para armazenamento de ração, equipamentos e oficina

6. Casa para o funcionário

Unidade de incubação

Deverá ser o local mais isolado da exploração, e requer uma estrita higiene.

Dependências básicas- recepção e seleção de ovos

Fumigação

Armazenamento

Sala de incubação

Sala de nascimento

Maternidade

Banheiro e vestuário

Fumigação dos ovos

Unidade de cria

Os avestruzes deverão ser alojados após o 3-5 dias em grupos de no máximo 20

aves, evitando-se ao máximo transferências e misturas de idade.

O aquecimento nas primeiras quatro semanas deverá ser bem controlado. Assim,

aquecedores com termostatos são os mais indicados.

Dentre as atividades da ave neste período, convém destacar que 60% do seu tempo

será dormindo/confinada (18 horas às 8 horas do dia seguinte) e 40% do tempo dedicado a

se alimentar e ao exercício. Portanto, o aquecimento correto será o fator de maior estresse

para as aves , se não for bem eficiente nos primeiros 30 dias.

Iglu- tem a finalidade de manter agrupadas as aves ao redor do foco de calor

durante à noite (100% das aves) e como fonte de aquecimento opcional durante o dia, para

as aves que buscarem se abrigar neste local.

NUTRIÇÃO

Água

A água deverá ser de boa qualidade, sendo essencial para o bom desenvolvimento e

a manutenção de saúde dos avestruzes. É o nutriente que a animal necessita em maior

quantidade (volume), e quando insuficiente resulta em redução do crescimento, baixa

eficiência alimentar e prejuízo na reprodução. Uma privação de água por 24 horas em

avestruzes de 4 a 6 meses reduz a ingestão de alimento em 45 a 75%, e se for prolongada

por mais de 48 horas se observa uma diminuição do peso corporal em aproximadamente

30%.

È conhecido que os animais consomem 2 a 3 vezes mais água em proporção a

quantidade de alimento ingerido (MS). Assim, os avestruzes devem ter água

disponibilizada desde o primeiro dia de vida. Uma diminuição do consumo de água pode

ser um indicativo da presença de alguma enfermidade, ou mesmo erros básicos (muito fria

ou muito quente).

Proteína e aminoácidos

As deficiências protéicas e de aminoácido na dieta resultam na diminuição do

crescimento do animal jovem e numa baixa eficiência reprodutiva nos adultos, com

plumagem danificadas, letargia e baixa resistência as enfermidades.

Os requisitos em aminoácidos em aves jovens são relativamente altos durante o

crescimento inicial, diminuindo conforme o animal alcança a maturidade fisiológica.

Energia

Os avestruzes apresentam um aproveitamento energético melhor que outras aves,

superando os galináceos em 30-40%. Assim, mesmo alimentados com rações com um teor

baixo em energia, devido o uso de forrageiras, irá apresentar um bom desempenho

produtivo e reprodutivo.

Gorduras

As gorduras são incorporadas às rações para aumentar a densidade energética da

dieta, contribuindo com 2,25 vezes mais energia para o metabolismo por unidade de peso

que os carboidratos e proteínas, além de melhorar a absorção dos nutrientes lipossolúveis,

pela redução do pó (pulverulência da ração) e prolongar a vida útil dos equipamentos

(misturadores).

Vitaminas

As vitaminas são classificadas em lipossolúveis (A, D, E, K) e hidrossolúveis

(complexo B e C). A eficiência da absorção das vitaminas lipossolúveis podem ser afetadas

pelo tipo e quantidade do óleo da dieta.

Minerais

Todas as espécies animais necessitam de macro e micro minerais. Estes elementos

participam de uma grande quantidade de funções metabólicas, que são essenciais para o

adequado crescimento e reprodução dos avestruzes.

SANIDADE

São vários os agentes patológicos que podem afetar os avestruzes

Parasitas internos

Nematóides

Cestóides

Trematóides

Parasitas externos

Artrópodes

Vírus

Bactérias

Micoses

Deficiências nutricionais e metabólicas

Deficiências de selênio e vitamina E

Tumores por foto sensibilização

Anasarca e miopatias do avestruz