sermão do segundo domingo de advento

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SERMÃO 2º Domingo de Advento pelo Bispo Josep Rosselló

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Notas biblicas sobre as leituras do lecionario do Primeiro Domingo de Advento da Igreja Anglicana, Livro de Oração Comum, 1662

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SERMÃO  2º  Domingo  de  Advento  

pelo

Bispo  Josep  Rosselló

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Segundo Domingo de Advento

A Coleta.Bendito Senhor, que causou todas as Sagradas Escrituras ser escritas para nossa instrução; concede que as possamos de tal modo ouvir, ler, ponderar, aprender e assimilar interiormente, para que, pela paciência e conforto da tua santa Palavra, abracemos e mantenhamos para sempre a alegre esperança da vida eterna, que Tu nos tens dado em nosso Salvador Jesus Cristo. Amém.

A Epístola: Romanos 15.4-13

O Evangelho: Lucas 21.25-33

O Segundo Domingo de Advento também se conhece como o “Dia da Bíblia,” porque as palavras da Coleta estão centradas nas Escrituras. Isto foi uma iniciativa que foi levada pelo arcebispo de Canterbury, Thomas Cranmer, como o objetivo de promover e dar a conhecer a Bíblia entre o povo de Deus. Não em vão, os Artigos da Religião dizem assim, “A Escritura Sagrada contém todas as coisas necessárias para a salvação; de modo que tudo o que nela não se lê, nem por ela se pode provar, não deve ser exigido de pessoa alguma seja crido como

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artigo de Fé ou julgado como requerido ou necessário para a salvação” (Artigo VI).

A EPÍSTOLA

A leitura da Epístola começa com um versículo idôneo para pregar sobre o papel e autoridade das Sagradas Escrituras na vida dos cristãos e da Igreja, quando o apóstolo Paulo diz, “Porque tudo o que foi escrito no passado foi escrito para nossa instrução, para que tenhamos esperança por meio da perseverança e do ânimo que provêm das Escrituras.”

Ao mesmo tempo, a leitura da epístola contêm um dos temas favoritos do apóstolo Paulo, a legitimidade da herança dos Gentios das promessas de Israel. Por esta razão, a maioria do texto da epístola consiste de quotas do Antigo Testamento para ilustrar que Deus tem sempre prometido isto. Ele menciona Salmos 18.49 quando escreve Romanos 15.9; Deuterônomio 32.43 no seguinte versículo de romanos; depois, Salmos 117.1; e, finalmente, Isaías 11.10. Estas referencias bíblicas tem dois propósitos importantes. Por um lado, mostrar que Jesus é realmente o próprio Messias prometido nos profetas para restaurar a glória de Israel. Isto se pode observar com claridade quando lemos Isaías 11.10, ainda que o apóstolo tenha já afirmado esta verdade em Romanos 12.8. A frase “ministro da circunscisão” é outra maneira de dizer “servo do Judeus.” Neste sentido, Jesus é o servo para “confirmar as promessas feitas aos pais.” Possivelmente, precisamos lembrar por um momento quais são estas promessas que foram feitas. Deus

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prometeu a Abraão descendentes e uma terra. Ele repete a mesma promessa a Isaac e a Jacob, mostrando que eles eram também herdeiros da mesma promessa. A Epístola aos Hebreus ensina claramente que eles nunca receberam sua promessa na sua vida (Hebreus 11.13), tampouco ninguém que vêem depois dele (Hebreus 11.39-40). Não sem que nós também entremos. Em outras palavras, eles não entraram na sua herança até que nós também entremos. Paulo escreveu aos tessalonicenses a mesma coisa, quando ele escreveu que aqueles que tem morto não tem perdido a ressurreição, mas ressuscitaram dos mortos ao mesmo tempo, como os vivos serão tomados para encontrar-se Jesus quando Ele retorne para reunir o seu povo (1 Tess. 4:13-18). Paulo não conforta aos leitores, dizendo, “os seus seres queridos estão no céu,” mas dizendo “todos ressuscitaremos dos mortos e entraremos na presença de Cristo eternamente e para sempre, juntos.” Todo isto é simplesmente, porque nosso Senhor, Jesus Cristo, tem-se convertido no “ministro da circumcisão” e, assim, conforme a vontade expressa de Deus, será levantado para “reinar sobre os gentios.” Nele os gentios confiam, porque Deus sempre teve em mente que houvesse um só povo, não somente Israel, com certeza não “Israel étnico,” mas todos aqueles que são os verdadeiros filhos de Abraão, nomeados aqueles que acreditam as promessas feitas a Abraão, e que, acreditando, tem sido contados como justos.

Isto não leva ao segundo ponto de Paulo pelo qual usa estas referencias bíblicas. Ele está mostrando que, desde bem o

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início, a inclusão dos gentios na promessas do pacto foi sempre explicada claramente. Isto foi o que Tiago diz quando escuto da conversão dos gentios, como lemos em Atos 15. Uma vez escutado o relatório de Pedro (At 15.14); então, Tiago fez referencia a Amos 9.11-12 para mostrar que a conversação dos Gentios foi revelada inclusive naquele tempo. De fato, Isaías está cheia de menções dos Gentios, e escreveu maravilhosamente sobre este fato, “Naquele dia, Israel será o terceiro, junto com os egípcios e os assírios, uma bênção no meio da terra; porque o SENHOR dos Exércitos os tem abençoado, dizendo: Feliz seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança” (Is. 19.24-25).

Então, porque Paulo fala de tal modo? Qual é o ensino que ele está tentando instruir? Ele deseja mostrar simplesmente que os Judeus e os Gentios que ara uno no Senhor, devem viver como uno juntos no Senhor. Este é o motivo pelo qual os fortes devem levar as enfermidades dos mais fracos, e buscar o bem-estar dos nosso vizinhos em vez que ou nosso próprio bem (Romanos 15.1-2), porque se nosso Senhor Jesus Cristo permite que as censuras de Deus cair sobre ele, tomando a ira que deveria ser levada pelas pessoas, não deveríamos viver em paz com aqueles pelo qual Cristo levou tais censuras? Todos somos salvos pelo único e perfeito sacrifício de Cristo, somos servos do Rei, e temos a grande esperança do Reino eterno. Este é o mensagem das Escrituras; a salvação em Jesus Cristo, tantos dos Judeus como dos Gentios, como um só povo de Deus em um lugar eternamente e para sempre.

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O EVANGELHO

O Evangelho trata a questão do fim dos tempos. Contudo, tem dois motivos pelos quais podemos considerar a Epístola e o Evangelho juntos. O primeiro e mas óbvia razão é que os ambos são declaração simples e diretas do que a Bíblia nos fala qual é a vontade de Deus. Não precisamos pensar muito para perceber o que estes textos nos estão ensinando. Assim, observamos que Deus tem mostrado com claridade o caminho de salvação, e tem mostrado todas as coisas necessárias para nós nesta questão. Deste modo, as sinais aqui em Lucas tem a intenção de trazer paz nos corações daqueles que vivam através desse tempo para que não tenham dúvida onde se encontram. Isto deve produzir conforto aqueles que observam estas coisas acontecer, porque “a vossa redenção se aproxima” (Lc 21.28).

Então, Jesus afirmou que a geração a qual ele estava falando, não passara, sem que tudo isto aconteça (Lc 21.32). Isto significa que aconteceriam no futuro imediato, em uns poucos anos.

Isto aconteceu poucos anos depois com a revolta dos Judeus contra os Romanos no ano 66 d.C., e como represaria os romanos destruiriam o Templo no ano 70 d.C.. O que Deus fez, e permitiu, naquele ato terrível de destruição e morte foi remover dos Judeus o que eles não estavam dispostos a dar voluntariamente: o sacrifício Mosaico.

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Eles precisavam entregar tal prática, porque o último Cordeiro da Páscoa tinha sido sacrificado, e a lei estava completa. Sua rejeição a esquecer tal prática, mostrava de forma prática sua rejeição do seu Messias, Jesus. Assim Deus removeu o Templo deles.

Este ponto nos ensina a segunda coisa nas suas palavras, Somente Jesus é quem fala com a autoridade de Deus. Suas palavras não passam até que são cumpridas. Isto é assim porque o próprio Jesus é o verdadeiro Cordeiro da Páscoa, quem foi nomeado por Deus para tomar “os pecados do mundo” (João 1.29). Como Deus não julgará a todos aqueles que rejeitam seu Messias, seu Rei ungido e Salvador enviado?

A destruição de Jerusalém não foi, como alguns tentam defender erradamente, a segunda vinda do nosso Senhor Jesus. Todos aqueles que pensam assim são culpados de dizer que “de que a ressurreição já passou” (2 Tim 2.18). Tais pessoas são condenadas pelo apóstolo Paulo, como destrutores da fé. Em vez de tal ensino errado, a destruição de Jerusalem e o templo se converte no paradigma pelo qual podemos entender o fim do mundo. Deus limpa todo aquilo que é temporal, todo o que é corrupto e onde existe podridão pelo pecado, para que Ele possa estabelecer no seu lugar seu Reino eterno. Deus removeu o Templo, assim os homens não precisam adorar a Deus somente em este ou aquele lugar, mas podem adorar “e, espirito e verdade” (João 4.23).

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Resulta como mínimo curioso que o Islão tem tentado reconstruir o Templo, como existem hoje outros movimentos que desejam reconstruir o Templo também. Com certeza, não existe nenhuma sinal mais evidente de que tais grupos, ou religiões, não precedem do Pai que o simples fato de que tentem ignorar a vontade dEle quais palavras “permanecem eternamente” (Is. 40.8).

A destruição de Templo e, antes dele, Pentecostes nos mostra que um novo tempo tem começado, uma nova era se inicio, e o antigo pacto já era. A nova aliança eterna que Jesus falou na instituição da Ceia do Senhor, se iniciou. E, agora, vivemos no tempo do Reino de Deus até que o Rei volte para tomar posse do Seu Reino que não terá fim.

A CONCLUSÃO

A conexão existente entre Advento e a Palavra de Deus é evidente e clara, sem erro. Aprendemos tanto sobre a primeira vinda do nosso Senhor Jesus Cristo conforme as Escrituras, também aprendemos porque Ele vem: para salvar seu povo dos seus pecados. Inclusive, aprendemos ainda mais, quando descobrimos que um dia voltará para reunir o seu povo eleito em um lugar no Reino eterno.

Isto será evidente quando a destruição aconteça nesta era, quando Deus leve adiante o julgamento contra todos os que não são dele. Com tal julgamento, também vão desaparecer muitas coisas que, talvez, tenhamos olhado com esperança, mas que

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não pertencem a Deus, nem encontram lugar na Palavra de Deus.

Assim aprendemos a olhar na única esperança da humanidade, Jesus Cristo, quem entregou sua vida na Cruz, levou nossos pecados no seu próprio corpo, e ressuscitou e subiu ao seu trono onde reina em poder e grande glória.

Por este motivo, a Coleta diz, “de tal modo ouvir, ler, ponderar, aprender e assimilar interiormente.” A palavra de Deus nos dá conforto, nos fala todo o que necessitamos conhecer, para que nada seja duvidoso para nós. A Palavra de Deus revela Jesus a cada um de nós, como também a destruição de Jerusalém e a destruição que está por chegar, e a esperança que temos agora.

Você tem esperança? Confias em Jesus Cristo somente para tua salvação? Se sua resposta é não, então você é ainda um inimigo de Deus; se sua resposta é sim, então olha com esperança “a vossa redenção se aproxima,” porque o Rei está voltando com glória para julgar os vivos e os mortos, e seu povo será reunido para a glória de Deus.

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