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Page 1: SEREMOS GRANDES SE CONTRIBUIRMOS …...leitores que tenham um feliz ano em 2010. índice Gerência de Riscos e Seguros • nº 104-2010 5 Notícias AGERS 90 Obs.: Versão brasileira
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www.fundacionmapfre.com

SEREMOS GRANDES SE CONTRIBUIRMOSPARA QUE A SOCIEDADE O SEJACONOSCONa FUNDACIÓN MAPFRE, por meio dos seus diferentes Institutos, trabalhamos pela integração dos grupos que mais o necessitam e fomentamos a segurança e as atividades culturais para contribuir com o progresso da sociedade.

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3G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

ed

itori

alCrises e oportunidades

Enquanto o aperto da recessão econômica torna-se mais forte e o comércio mundial diminui, a necessidade de segurança aumenta sem parar.

As crescentes taxas de desemprego e a contração dos principais indicadores financeiros indicam que a recuperação econômica não poderá ser anunciada antes de 2011. Assim sendo, a metáfora sobre os “brotos verdes”, expressão repetida em toda parte, é uma mensagem para a esperança que, em plena crise e diante de visões menos otimistas, procura evitar uma crise social maior.

Entretanto, a crise atual pode se tornar uma oportunidade para enfrentar o futuro? Não seria a primeira vez que os nossos diretores e gerentes de riscos fazem da necessidade uma virtude. Nesse sentido, devemos lembrar que as estatísticas não são um consolo e, claro, muito mais pessoas sofrem de malária do que de gripe A. Mesmo assim, as nossas preocupações e a nossa atenção não mudam somente porque a razão diz que deve ser assim.

O profissional da Gerência de Riscos que entrevistamos neste número da revista nos revela como – além de administrar os riscos da maior multinacional privada de Portugal, a Sonae, com presença em vinte seis países – consegue ter tempo para dirigir o quinto broker de resseguros em nível mundial, e inclusive presidir de uma fundação musical a um clube de futebol da primeira divisão lusa.

O primeiro estudo, resumo da palestra premiada na terceira reunião de pesquisa em seguros e gestão do risco (RISCO 2009), é um claro paradigma da importância dos métodos quantitativos na medição e gestão do risco e do crescente interesse nestes temas, inclusive em nível de rua, na hora de diversificar carteiras.

O segundo estudo apresenta a primeira das duas partes do trabalho no qual o seu autor –anterior diretor desta revista– apoiando-se em abundante informação estatística, analisa a mortalidade por acidentes na Espanha e sua comparação com outros países.

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itori

al

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GERÊNCIA DE RISCOS E SEGUROSNão é responsável pelo conteúdo de nenhum artigo ou trabalho assinado por seus autores. O fato de publicá-los não implica conformidade ou identifi cação com os trabalhos expostos. Está proibida a reprodução total ou parcial dos textos e ilustrações desta revista sem autorização prévia e por escrito dos editores.

VERSÃO BRASILEIRA:

JORNALISTAS RESPONSÁVEIS • TATIANA CEREZER - MTB 28.298, ANDRÉ GUERRA - MTB 33.675CONSELHO DE REDAÇÃO • ANTONIO CÁSSIO DOS SANTOS, DIRCEU TIEGS, SÉRGIO W. MARINS BARBOSA

TRADUÇÃO • ELIZABETH PINHEIRO COLABORADORES • CARINA RODRIGUES E MICHELL NIERO

PROJETO GRÁFICO ADAPTADO • bmew PROPAGANDA DESIGNERS • FLÁVIO BARÃO E MIGUEL DALLACQUA JUNIOR

PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO • IPIIS GRÁFICA EDITORA

EDITOR • FUNDACIÓN MAPFRE INSTITUTO DE CIENCIAS DEL SEGURO

PASEO DE RECOLETOS, 23. 28004MADRI (ESPANHA) TEL.: (34) 91 581 1240.FAX: (34) 91 307 66 41 • WWW.GERENCIADERIESGOSYSEGUROS.COM • [email protected]

DIRETOR • JOSÉ LUIS IBÁÑEZ GÖTZENS REDATORA CHEFE • ANA SOJO GIL COORDENAÇÃO • MARÍA RODRIGO LÓPEZ

CONSELHO DE REDAÇÃO • IRENE ALBARRÁN LOZANO, ALFREDO ARÁN IGLESIA, FRANCISCO ARENAS ROS, MONTSERRAT GUILLÉN ESTANY, ALEJANDRO IZUZQUIZA IBÁÑEZ DE ALDECOA, CÉSAR LÓPEZ LÓPEZ, JORGE LUZZI, MIGUEL ÁNGEL MACÍAS, FRANCISCO MARTÍNEZ GARCÍA, IGNACIO MARTÍNEZ DE BAROJA Y RUÍZ DE OJEDA, FERNANDO MATA VERDEJO, EDUARDO PAVELEK ZAMORA, Mª TERESA PISERRA DE CASTRO, CÉSAR QUEVEDO SEISES, FRANÇOIS SETTEMBRINO. REALIZAÇÃO EDITORIAL • COMARK XXI CONSULTORES DE COMUNICAÇÃO E MKT ([email protected]) DESENHO GRÁFICO • ADRÍAN Y UREÑA IMPRESSÃO • GRÁFICAS CGA

expe

dien

teO último estudo apresentado indica as virtudes de um centro de

documentação ou biblioteca digital diante do risco da superabundância de informação que trouxeram consigo as novas tecnologias e que, apesar de ter suposto para o pesquisador uma liberdade maior, pode levar a uma falta de análise e à desinformação.

O relatório elaborado pelo Centro de Estudos da FUNDACIÓN MAPFRE, sobre o ranking dos maiores grupos seguradores Não Vida 2008, mostra o resultado obtido a partir da análise dos relatórios anuais das próprias companhias.

O Observatório de Sinistros nos explica quem cuida do acompanhamento das ações criminosas realizadas contra os bens culturais e ilustra a seção com uma pesquisa desenvolvida em 2008.

Como, sem dúvida alguma, os bons desejos fazem parte dos planos de recuperação, não queremos encerrar este editorial sem desejar aos nossos leitores que tenham um feliz ano em 2010.

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ce

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Notícias AGERS 90

Obs.: Versão brasileira traduzida, originalmente, da edição espanhola da Revista Gerencia de Riesgos y Seguros, 3º Quadrimestre de 2009.

PRIMEIRO QUADRIMESTRE 2010

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Livros 86

Observatório de sinistros

Relatório Ranking dos maiores grupos seguradores europeus Não Vida 2008CENTRO DE ESTUDOS FUNDACIÓN MAPFRE ......................................................... 58

Crimes contra o patrimônio histórico. Proteger o nosso passado cultural para assegurar o futuroGERÊNCIA DE RISCOS E SEGUROS ............................................................................ 74

Caderno Brasil

EIMA-7 resulta em carta pela sustentabilidade ............................................................92Alternativas para geração de energia limpa e renovável ...............................................98

Atualidade 6Novidades legislativas. Risco de pandemia. II Congresso Ibérico de Atuários. Jornada em Madri sobre a Teoria da Credibilidade. Congresso Risco 2009. Apresentação do IGREA.

José Manuel Dias da Fonseca, conselheiro delegado da MDS Holding“A Gerência de Riscos tem que ser ativa e motivadora”

Entrevista 12

Estudos

Novas oportunidades de diversificação de riscos. Avaliação e cobertura de derivados de volatilidade.RAQUEL BALBÁS APARICIO ..................................................................................... 24 Análise de mortalidade por acidentesFRANCISCO MARTÍNEZ GARCÍA .............................................................................. 36Risco de excesso de informaçãoMARISOL REVILLA GUZMÁN ..................................................................................... 48

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6 G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

LEGISLAÇÃONovidades

Atu

alid

ade• Lei 5/2009, de 29 de junho, pela qual

se altera a Lei 24/1988, de 28 de julho, de Mercado de Valores, a Lei 26/1988, de 29 de julho, sobre Disciplina e Intervenção das Instituições de Crédito, e o texto consolidado da Lei de Ordenamento e Supervisão dos Seguros Privados, aprovado pelo Real Decreto Legislativo 6/2004, de 29 de outubro, para a alteração do regime de participações significativas em empresas de serviços de investimento, em entidades de crédito em empresas seguradoras. B.O.E. número 157, de 30 de junho de 2009.

• Resolução de 19 de maio de 2009, da Diretoria Geral de Seguros e Fundos de Pensões, pela qual se publica a atualização do valor do fundo de garantia e dos limites para determinar a quantia mínima da margem de solvência das empresas seguradoras e resseguradoras. B.O.E. número 134, de 3 de junho de 2009.

• Diretiva 2009/20/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2009, relativa ao seguro dos proprietários de navios para as reclamações de Direito marítimo. D.O.U.E. número L 131/128, de 28 de maio de 2009.

• Resolução de 19 de maio de 2009, da Diretoria Geral de Seguros e Fundos de Pensões, pela qual é aprovado o encargo a favor do Consórcio de Compensação de Seguros para financiar as suas funções com relação ao seguro obrigatório de responsabilidade civil na circulação de veículos a motor. B.O.E. número 128, de 27 de maio de 2009.

RISCO DE PANDEMIA

Enquanto o capítulo da gripe aviaria H5N1 ainda não foi totalmente encerrado, nos deparamos com a ameaça de uma nova pandemia: a gripe suína ou gripe aviar A/H1N1.

Não é a primeira vez na história que ocorre uma pandemia. Existem abundantes fontes escritas que descrevem a propagação de doenças entre diferentes países e continentes, como a peste do século VI oque assolou o Império Bizantino na época de Justiniano.

A mais conhecida por sua extrema virulência é a denominada peste negra, do século XIV, que acabou com um terço da população mundial, afetando especialmente a Europa, a Ásia e a África.

Ocorreram outras epidemias graves no passado século XX, que tiveram como protagonista o vírus influenza. A gripe de 1918, também chamada gripe espanhola, embora os primeiros casos tenham sido detectados na América do Norte, é considerada a terceira catástrofe de saúde da história, junto com a peste bizantina e a peste negra do século XIV.

Em 1957 estendeu-se uma nova pandemia, denominada gripe asiática, por sua origem ter ocorrido na cidade de Pequim. Posteriormente, estendeu-se pela Austrália e pela América. Esta epidemia fez um bilhão e 4 milhões de vítimas.

Entre 1968 e 1970 ocorreu a terceira pandemia do século XX provocada pelo vírus influenza. Sua origem ocorreu novamente na

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Ásia, mais precisamente em Hong Kong, onde houve mais de 500.000 afetados. Felizmente, a mortalidade desta terceira epidemia foi relativamente baixa em proporção ao número de afetados.

Em 11 de junho/09, depois de realizar as correspondentes consultas com a comissão de emergências, e conforme os procedimentos previstos no Regulamento de saúde Internacional, a diretora geral da OMS, Dra. Margaret Chan, decidiu elevar o nível de alerta de pandemia de gripe da fase 5 para fase 6.

Segundo fontes do Ministério da Saúde e Política Social da Espanha, a situação de pandemia declarada pela OMS refere-se à extensão do vírus e à sua transmissão sustentada, não à gravidade clínica da doença.

De fato, a OMS qualifica o estado da nova gripe como de pandemia moderada, ao referir-se à situação global do vírus, ainda que destaque que o desenvolvimento da pandemia depende das características sociais e de saúde de cada país. Por exemplo, na Europa e, portanto, na Espanha, a doença é leve e evolui sem graves complicações.

II CONGRESSO IBÉRICO DE ATUÁRIOS

Durante os dias 11 e 12 de junho celebrou-se o II Congresso Ibérico de Atuários, que ocorreu no campus da Universidad do País Vasco – Euskal Herriko Unibertsitatea, nas instalações da Faculdade de Ciências Econômicas e Empresariais.

A Faculdade de Ciências

Econômicas e Empresariais é, desde a sua origem, uma das que têm ministrado os ensinos que levam à formação destes profissionais.

A organização do II Congresso Ibérico de Atuários ficou por conta do Colégio de Atuários do País Vasco / Euskal Herriko Aktuarioen Elkargoa, junto com o Col.legi d´Actuaris de Catalunya, o Instituto de Atuários Espanhóis e o Instituto dos Actuários Portugueses, contando com a colaboração do Instituto de Estudos Financeiro-Atuariais da UPV-EHU.

A presidência do congresso, na sessão de abertura, foi encabeçada pelos respectivos presidentes, Amancio Betzuen, Albert Ferrando (em representação), Julián Oliver e María de Nazaré Barroso. E contou com a presença de Katsumi Hikasa, presidente da Associação Internacional de Atuários.

As sessões permitiram, como

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nos objetivos do congresso, que a centena de assistentes que se distribuíram ao longo das diferentes sessões pudessem escutar daqueles que estão participando da construção da própria normativa as posições existentes em um projeto de grande impacto para a profissão, como o Solvência, e o que o mesmo envolve consolidação, por um lado, e de geração de novos requisitos por outro. As diferentes visões foram abordadas pelos Srs. Borginho, Peraita e Ferrando e pela Sra. Duque.

Junto ao Solvência, nas sessões plenárias, foi alvo de atenção a gestão da informação documentária em seguros e gerência de riscos.

O aporte de conhecimentos

e experiências entre os atuários na sua vertente financeira e atuarial foi abordado também no programa técnico e nas diferentes sessões, que foram agrupadas em diferentes blocos:

• Gestão de Riscos de Sobrevivência.• Gestão de Riscos Financeiros.• Solvência II e Dependência.• Seguro Social.• Vida, Planos de Previdência, EPSV e Mutualidades.

Com o programa técnico, desenvolveu-se um intenso programa social que permitiu aos assistentes não somente atualizar conhecimentos, mas também desfrutar da riqueza cultural, paisagística e gastronômica de Vizcaya.

O encerramento do congresso contou com a presença de Arturo Rodríguez, decano da Faculdade de Ciências Econômicas e Empresariais; Antonio Gallarreta, diretor geral de Inovação e Promoção Econômica da Câmara de Deputados de Bizkaia, e Katsumi Hikasa, presidente da Associação Internacional de Atuários, bem como de Amancio Betzuen, presidente do Colégio de Atuários do País Vasco, que cedeu o testemunho a Juan Oliver, presidente do Instituto de Atuários Espanhóis, a quem caberá liderar a organização do próximo congresso.

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Em 17 de junho ocorreu no salão de atos da FUNDACIÓN MAPFRE a jornada de divulgação sobre a “Teoria da credibilidade: desenvolvimento

JORNADA EM MADRI SOBRE A TEORIA DA CREDIBILIDADEe aplicações em prêmios de seguros e riscos operacionais”, organizada pela FUNDACIÓN MAPFRE e o Instituto de Atuários

Espanhóis. No evento, ao qual compareceram mais de 80 pessoas dos campos profissional e acadêmico de seguros, foi apresentado o trabalho vencedor do IV Prêmio Internacional de Seguros Julio Castelo Matrán, de Emilio Gómez Déniz e José Ma. Sarabia Alegría.

Na sequência, Ángel Vegas Montaner, presidente da Escola de Prática Atuarial e Financeira do Instituto de Atuários Espanhóis, palestrou sobre aplicações atuariais da teoria da credibilidade, e Inmaculada Peña Sánchez, atuária da MAPFRE FAMILIAR, sobre a aplicação prática de modelos de credibilidade na tarifação de seguros de saúde.

CONGRESSO RISCO 2009

A FUNDACIÓN MAPFRE acolheu em 18 e 19 de junho a Terceira Reunião de Pesquisa em Seguros e Gestão do Risco (RISCO 2009). A reunião foi organizada pelo Grupo de Pesquisa de Métodos Matemáticos Aplicados à Ciência Atuarial da Universidad Complutense de Madri, em colaboração com o Grupo de Pesquisa do Risco em Finanças e Seguros da Universidad de Barcelona.

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A grande participação registrada no congresso, onde foram apresentados 34 trabalhos de 70 autores, reflete o interesse que atualmente desperta na Espanha, o estudo dos problemas relacionados aos seguros e à gestão do risco.

A FUNDACIÓN MAPFRE, além de acolher esta terceira edição do congresso, concedeu um prêmio de 1.500 euros à melhor comunicação apresentada, que recaiu na intitulada “Valoración y cobertura de derivados de volatilidad” [Avaliação e cobertura de derivados de volatilidade], de Raquel Balbás.

Outrossim, na coleção Cadernos da Fundación foi publicado o livro que contém as exposições realizadas.

APRESENTAÇÃO DA IGREA

Em 7 de julho foi apresentado em Madri, diante de um seleto grupo de gerentes de riscos das principais empresas do nosso país, uma iniciativa que aspira reunir os profissionais da gerência de riscos na Espanha em um forum profissional e empresarial.

Iniciativa dos Gerentes de Riscos Espanhóis Associados (IGREA), nome com o qual é apresentada esta nova associação, pretende alcançar os seguintes objetivos:

1. Potencialização da Gerência de Riscos e Seguros e da Gestão Integral do Risco Empresarial (Enterprise Risk Management – ERM).2. Fomento e desenvolvimento da profissão de gerente de riscos e seguros.3. Constituição de um órgão de representação das empresas associadas na qualidade de compradores de seguros e gestão de riscos em relação ao mercado segurador e às instituições.4. Intercâmbio de experiências e conhecimento sobre controle de riscos empresariais.5. Defesa das melhores práticas profissionais.As suas atividades, portanto,

estarão focadas principalmente em: Forum de debate e

encontro permanente sobre aspectos relevantes

de caráter profissional, potencializando a comunicação com o mercado de seguros, autoridades reguladoras, associações e a universidade, obtendo informação necessária para a melhor realização das práticas profissionais entre os seus membros. Intercâmbio de

experiências que possam enriquecer o debate e ajudar seus membros na sua atividade profissional. Apresentações e debates

sobre temas de interesse (coberturas, melhores práticas, gestão e serviço de fornecedores...). Reuniões setoriais

para membros da mesma atividade.Por último, esta associação

nasce com uma idéia integradora da profissão que ajude a modernizar as práticas atuais e aporte valor às empresas que forem incorporadas.

O processo de constituição está em andamento e já foi assinada a ata de fundação, ficando pendente a sua inscrição no correspondente registro.

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AGENDA 2010

CONGRESSOS E JORNADAS

JORNADA DATAS LOCAL EXPOSITORES

CONFERÊNCIA ANUAL

25 - 29 ABRILCONGRESSO ANUAL BOSTON, MA (ESTADOS UNIDOS) RIMS

19 - 21 ABRILSTAFFORDSHIRE (REINO UNIDO) IRM

17 - 20 MAIOXIII CONGRESSO

26 - 27 MAIOCONGRESSO ANUAL

6 - 9 JUNHOCONFERÊNCIA ANUAL

15 - 16 JUNHOCONGRESSO ANUAL

17 - 18 JUNHOCONGRESSO ANUAL

25 - 29 JULHO

7 - 9 SETEMBROXIII CONGRESSO

PARIS (FRANÇA)

MADRI (ESPANHA)

ORLANDO, FLÓRIDA (ESTADOS UNIDOS)

MANCHESTER (REINO UNIDO)

2º CONGRESSO MUNDIAL DE RISCOS E SEGUROS FINANCEIROS

NOORDWIJCK (HOLANDA)

SINGAPURA (SINGAPURA)

MUNIQUE (ALEMANHA)

AIDA

AGERS

PRIMA

AIRMIC

NARIM

APRIA

DVS

Age

nda

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G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 012

entrevista

TEXTO: ALICIA OLIVASFOTOS: ALBERTO CARRASCO

“Na hora de investir, diversificar, inovar,

criar... sempre há um risco. É importante,

quando se dá um passo a frente, fazê-lo

com segurança”, diz José Manuel Dias da

Fonseca, Conselheiro Delegado da MDS,

o principal ‘broker’ de seguros de Portugal,

integrado nas empresas Sonae. O grupo luso,

presente em uma infinidade de mercados e

com grande diversificação de atividades, criou

um modelo quase único de Gerência de Riscos

e seguros, com base na motivação, no diálogo

e na transparência.

Dias da Dias da CONSELHEIRO DELEGADO DA MDS HOLDING

José Manuel

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G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0 1313

FonsecaFonseca“A Gerência de Riscos tem que ser ativa e motivadora”.“A Gerência de Riscos tem que ser ativa e motivadora”.

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14

entrevista

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

“A GERÊNCIA DE

RISCOS DEVE

LEVAR EM

CONTA TUDO:

CLIENTES,

COLABORADORES,

ATIVOS...

UM MUNDO

MUITO GRANDE

QUE DEVEMOS

CUIDAR E

RESPEITAR

MUITO”.

Transparência, ética e responsabilidade são os princípios básicos da atuação da Sonae. Como a sua política de Gerência de Riscos é aplicada a estes princípios?Também acrescentaria a independência,

um princípio que está presente na nossa estratégia global. A Sonae é um grupo de grande dimensão, com ativos em países diferentes, grande diversificação de negó-cios e liderança. Pode-se dizer que, direta ou indiretamente, todos os portugueses, de uma forma ou de outra, pelo menos uma vez na vida, são clientes da Sonae: em centros comerciais, lojas de teleco-municações, supermercados, como usu-ários de tabuleiros de madeira ou como público alvo de meios de comunicação.

Por outro lado, o grupo inclui mais de 40.000 trabalhadores que dependem da empresa. Tudo isso envolve uma res-ponsabilidade, e obriga a uma transpa-rência e ética enormes nos negócios, bem como a uma estrutura econômica sus-tentável. A Sonae tem um respeito mui-to grande por seus empregados e clien-tes, que são a sua razão de ser. Por isso, a Gerência de Riscos deve levar em con-ta tudo: clientes, colaboradores, ativos...

Além disso, a Sonae envolve toda a organização na cultura da proteção. Há alguns anos lançamos, com uma consul-toria internacional, uma iniciativa para criar nos centros comerciais da Sonae do mundo inteiro uma cultura de seguran-ça, que começa, inclusive, na construção do centro. E temos exemplos muito in-teressantes, como o da Romênia, onde não paramos um minuto sequer desde o início das obras até a abertura do cen-tro, graças à segurança que conseguiu envolver todo o projeto. Esta iniciativa conta com um investimento muito im-portante de 5 milhões de euros em cinco anos, e os resultados são realmente bons.

A Sonae é um grande grupo formado por três sociedades holdings (Sonae,

Sonae Indústria e Sonae Capital) que contém negócios tão variados como o retail, os centros comerciais, as telecomunicações, a mediação de seguros (MDS), os derivados da madeira, o turismo... Existe uma estratégia comum para a Gerência de Riscos em todos os segmentos de atividade?Efetivamente, existe um denominador

comum baseado em dois pilares muito importantes. Em primeiro lugar, desde o ano 2000, o grupo conta com uma unida-de muito importante: o Conselho Con-sultivo de Gerência de Riscos, que se re-úne quatro vezes ao ano e agrupa todos os responsáveis de riscos. Além disso, tem um presidente, que é, por sua vez, um dos vice-presidentes do Grupo. O Conselho

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“DENTRO DO

SONAE SEMPRE

EXISTIU UMA

GRANDE

PREOCUPAÇÃO

PELOS SEGUROS

E CONTROLE DOS

RISCOS.”

tem inúmeras funções. A primeira delas é propor políticas de Gerência de Riscos, para que sejam incorporadas nas diferentes sociedades e atividades do grupo, estabele-cer as mudanças nas estratégias colocadas em funcionamento, ver como evoluem... Também serve como fórum para trocar experiências e saber quais são os resulta-dos que o restante do grupo está fazen-do em segurança, proteção, e conhecer.

O segundo pilar se refere aos seguros, que são coordenados globalmente para todas as unidades e áreas do grupo através da MDS, a corretora da Sonae, que inclui os riscos de danos materiais, perdas de negócio, avarias de maquinaria, respon-sabilidade civil, D & O, crédito... e tam-bém os riscos pessoais: acidentes, saúde, vida, o que aporta enormes vantagens do ponto de vista de custos e uma experiên-cia muito grande, já que a MDS também atua com independência no mercado.

Dentro do Sonae sempre existiu uma grande preocupação pelos seguros e pelo controle dos riscos. A Sonae é um gru-po amante do risco inerente a qualquer negócio na hora de investir, diversifi-car, inovar, criar... Nos negócios sempre existe um risco, mas também é impor-tante, quando damos um destes passos, fazê-lo com segurança, protegendo os ativos, as pessoas... Por isso a Sonae criou a sua própria corretora para ad-ministrar os riscos do grupo no mundo inteiro e depois verificar a sua atuação no mercado. É um modelo quase único.

Como está organizada a gestão do risco na Sonae? Quais departamentos ou áreas interferem neste processo e qual é o funcionamento?Além do Conselho Consultivo, na

holding há uma Diretoria Corporativa de Riscos, à frente da qual há um diretor que é o encarregado da política de gestão de riscos de todo tipo: marca, reputação, operacionais etc. Depois, todos os negó-

cios têm um responsável ou administra-dor executivo desta atividade, um diretor de primeira linha que em alguns negócios também cuida da auditoria. Existe uma visibilidade e uma transparência muito grandes na Gerência de Riscos das empre-sas da Sonae. Sabe-se perfeitamente quem são os responsáveis da Gerência de Riscos e quais são os projetos que desenvolvem.

Criar valor é o objetivo primordial da gestão do risco na Sonae. Como alcançarão esta meta?A filosofia da nossa política de Ge-

rência de Riscos é proteger o grupo e permitir que se desenvolva e cresça, ou seja, que não seja um obstáculo ao cresci-mento e à diversificação, mas totalmente o contrário: criar oportunidades e faci-litar o avanço do grupo. A Gerência de Riscos deve acompanhar o crescimento, a diversificação, a inovação, resumindo, deve ser ativa e motivadora, porque qual-quer obstáculo impede de nos mover.

Também é crucial ser muito realistas, a comunicação, e que exista muita trans-parência na gestão dos riscos... Na Sonae não escondemos nada: se é bom, é bom; se é ruim, é ruim. A comunicação e a trans-parência com os seguradores são muito importantes. A Gerência de Riscos deve permitir que o grupo siga adiante, cres-ça, se diversifique e inove com segurança.

A Gerência de Riscos é aplicada em todos os processos do grupo, seguindo os critérios da Entrerprise Risk Management (ERM). Por que optaram por esta metodologia?Trata-se de uma ferramenta que já

foi testada. Por outro lado, é uma me-todologia que nos agrada muito porque envolve o negócio como um todo e não como ‘partes’ muito específicas. Permite ver uma imagem completa e não centra-da em um risco e esquecer o restante; e estabelecer relações entre algumas ame-

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entrevista

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

“A GERÊNCIA

DE RISCOS TEM

QUE PERMITIR

QUE O GRUPO

CONTINUE,

CRESÇA, SE

DIVERSIFIQUE

E INOVE COM

SEGURANÇA”.

aças, já que há riscos que contaminam... Embora também seja uma ferramenta que exige muito, principalmente em de-terminadas áreas. Por isso, muitas vezes tem que ser implantada com consenso e passo a passo, e é isso o que estamos fazendo. A Sonae é um grupo que dá grande valor à autonomia e independên-cia de cada negócio. Existe uma grande cultura de autonomia e, por conseguin-te, de responsabilidade. O mundo inteiro deve perceber que a Gerência de Riscos é muito importante para sua ativida-de e implantar a ferramenta por etapas.

A gestão do risco é uma responsabilidade de todos os colaboradores, mas a quem cabe semear uma cultura do risco em toda a organização?Poderíamos dizer que ao presidente

do Conselho Consultivo de Riscos, uma pessoa que fica no mais alto degrau hie-rárquico e muito envolvida nesta faceta há anos. Conhece muito bem o mundo do seguro, está muito perto de nós e trabalha diretamente com os gerentes de riscos.

Entre os desafios da Sonae está a identificação de todas as ameaças que afetam a sua atividade. Como desenharam o seu mapa de riscos?Não é fácil. No nosso caso, não se tra-

ta do “mapa de riscos”, mas “dos mapas de riscos”, que desenhamos com ajuda de uma grande consultoria internacional, que nos permitiu também fazê-lo de uma forma mais rápida e consistente. Come-çamos na base, em sentido ascendente, ou seja, construindo mapas de risco de negócio e não do grupo; perguntando aos gerentes em cada negócio, em cada país, para depois ir subindo, tecendo a rede. É o que se denomina mapa de cima.

Os mapas de riscos do Sonae são cla-ros, muito práticos, nada teóricos, cons-truídos por etapas e muito no estilo do

Sonae, de forma nada burocrática, com muita participação, diálogo; todos inter-vieram, deram a sua opinião... Se for fei-to de forma contrária, perde-se um grande conhecimento do que está abaixo: o mer-cado, os clientes, os corretores... E tem que ter muita motivação. Se as equipes estão muito motivadas para sua empre-sa, o envolvimento é maior, e, no caso de sinistro, as incidências costumam ser menores que em outras empresas com sinistros parecidos mas equipes menos motivadas. As pessoas devem fazer parte do projeto e sentirem-se integradas nele.

Neste momento, quais são os riscosque o preocupam? As ameaças presentes no âmbito do planejamento estratégico de novos negócios ou projetos? Os riscos que afetam o cumprimento de objetivos? Os que afetam os ativos tangíveis ou as pessoas? Os riscos financeiros?Eu acrescentaria também os riscos de

reputação, de marca, que para uma empre-sa como a Sonae são muito importantes. A Sonae é um grupo crucial para a econo-mia do seu país, com muitos colaborado-res, diversificado, descentralizado, com muitos clientes e uma reputação muito grande. Muitas marcas são reconhecidas pelos portugueses como símbolos de ab-soluta confiança. A marca Continente, por exemplo, é considerada todos os anos como uma das primeiras de Portugal, e tudo isto tem que ser protegido perma-nentemente, porque não podem ocorrer falhas. Em todos os países onde estamos presentes temos padrões muito claros de respeito à lei, cumprimento de obrigações fiscais... Eu diria que isto é uma obsessão para a Sonae. Assim, a nossa reputação é um objetivo permanente, independente da conjuntura econômica, se há mais ou me-nos crise. Outro objetivo permanente para a Sonae, outra das suas obsessões, são as pes-soas: seus clientes, seus colaboradores.

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18

entrevista

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

“HÁ UMA

GRANDE

VISIBILIDADE E

TRANSPARÊNCIA

NA GERÊNCIA

DE RISCOS DAS

EMPRESAS DO

SONAE”.

Além disso, hoje podemos falar de outros riscos: da crise; do crédito, um risco muito importante para um gru-po que cresce muito; dos riscos rela-cionados à expansão geográfica, pro-blemas relacionados à insegurança ou arbitrariedade jurídica de alguns pa-íses ou as inadimplências; dos riscos de taxa de câmbio... Todos eles tam-bém são muito importantes para nós.

E, claro, os riscos que afetam os nos-sos ativos, principalmente em alguns ne-gócios, como no caso da Sonae Industria, que tem 34 andares especializados na fa-bricação de tabuleiros de madeira, onde o risco de ocorrer de um sinistro pode ter conseqüências importantes. Outros ocorrem, por conta da grande afluência de público, com os centros comerciais – mais de 50 no mundo inteiro – de gran-des dimensões e, por conseguinte, multi-tudinários; as lojas de retail em Portugal.

A Gerência de Riscos acompanha como o desenvolvimento internacional da Sonae?A expansão internacional é muito

importante para a Sonae porque a cur-to prazo, em alguns negócios, como no caso da venda no varejo, onde a Sonae já conta com uma quota de mercado im-portante, é muito difícil crescer mais em Portugal. Por isso, apostamos em outros mercados. O primeiro deles por exten-são, a Espanha, onde abrem-se lojas qua-se todos os dias; mas também nos inte-ressam outros países, como a Turquia ou os países do leste da Europa. Quando vamos a um país procuramos conhecer a fundo esse mercado, sua cultura, como funciona, sua língua, suas normas etc. A Gerência de Riscos nos acompanha.

Do ponto de vista geográfico, onde estão localizados atualmente os maiores riscos?É difícil responder. Há países onde

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19G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0 19

“OS RATINGS

SÃO MUITO

IMPORTANTES

PORQUE

POR ELES OS

SEGURADORES

TRABALHAM

COM GRANDE

CONFIANÇA

CONOSCO.”

é maior a insegurança jurídica, em ou-tros são mais importantes as catás-trofes naturais... Depende do risco.

No contexto da economia global existe um reconhecimento expresso da importância dos riscos ambientais. Na sua opinião, a Gerência de Riscos está preparada para assumir estas ameaças?Não sei se já está suficientemente

preparada, mas é evidente que terá que estar. A gestão do risco do meio am-biente na Sonae é anterior às diretivas. Dentro da empresa sempre concebeu-se como um compromisso com a socieda-de, que deve ser garantido no futuro. Os proprietários da Sonae adquiriram um compromisso muito ativo relacio-nado também com o conceito da Res-ponsabilidade Social Corporativa. Assim sendo, em 2008, a Sonae contratou um seguro de Responsabilidade Social do

Meio Ambiente de acordo com a dire-tiva comunitária, ainda que a norma não obrigue a contratar esta apólice até 2010.

Em 1984 a Sonae criou a corretora MDS com o propósito de dirigir os seguros e a política de riscos do grupo. Qual é o seu papel atual no controle dos riscos do grupo?A MDS foi criada como corretora ca-

tiva para coordenar os riscos do grupo, que era bem menor que agora. A sua constituição responde à grande preocu-pação dentro do grupo pelos seguros e riscos. Mas a MDS atua hoje também no mercado e, como negócio, tem que ser rentável, competitivo e destacar-se por sua excelência em tudo que es-teja relacionado a riscos e seguros.

A MDS também apóia o grupo na sua expansão internacional, já que hoje está presente em numerosos mercados mun-

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entrevista

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

“OS RISCOS

ESTÃO HOJE

MUITO

INTEGRADOS

E NÃO PODEM

SER VISTOS

DE FORMA

ISOLADA”.

“SE AS EQUIPES

ESTÃO MUITO

MOTIVADAS

COM RELAÇÃO

À SUA EMPRESA,

AS INCIDÊNCIAS

SÃO MENORES”.

diais. Por exemplo, por meio da Cooper Gay tem presença em todas as grandes capitais do mundo. A capacidade que a MDS desenvolveu para estabelecer laços e relações muito fortes em uma grande quantidade de mercados do mundo pode ser muito importante para um grupo que aposta no mercado internacional, porque cria conhecimento e torna mais fácil a in-formação. Digamos que as relações esta-belecidas com a presença internacional da MDS são muito importantes para o gru-po e, ao mesmo tempo, o grupo também pode ajudar a corretora a se desenvolver.

No ano de 2000, ainda, constituíram a sua própria cativa, a Sonae Re. Por que deram este passo?Principalmente, pela Gerência de

Riscos. Nos últimos anos, a Sonae rea-lizou grandes investimentos industriais, principalmente na Alemanha e na Fran-ça. Cresceu dentro e fora de Portugal e tornou-se líder mundial, não somente diversificando-se geograficamente, mas também em outros negócios, uns com mais risco e outros com menos; e para as novas atividades ou aquisições fazia falta ter um veículo, uma estrutura que nos permitisse contar com coerência no nosso programa de resseguro, e pen-samos que a forma ideal era criar uma cativa que nos ajudasse a construir um programa mundial, eliminando qual-quer dependência dos mercados locais.

Também, assim seria mais fácil che-gar ao mercado de resseguro, com ati-vos mais importantes, mais prêmios; en-contrar melhores preços em coberturas, mais capacidade, transparência. A cober-tura dos riscos é negociada dentro de um programa mundial, de forma integrada. Depois divide-se o custo do seguro en-tre todos os países e os negócios, para o qual se levam em conta alguns fatores.

Um dos fatores está claro: os custos locais. A Alemanha pode ser um mer-

Licenciado em Ciências Econômicas em 1981 e com pós-graduação em Administração Pública, José Manuel Dias da Fonseca conta um uma extensa carreira profissional, principalmente no mundo financeiro. Em 1983 passou a fazer parte do BPA, o banco líder português, onde desenvolveu o primeiro projeto de bancaseguros de Portugal. Além disso, foi membro do conselho de administração de numerosas companhias financeiras e presidente de uma companhia de seguros que introduziu o Assurfinance no país luso. No setor público, foi vice-prefeito da Prefeitura de Matosinhos e chefe do ICEP (o equivalente ao ICEX na Espanha).

No ano de 2000, Dias da Fonseca incorporou-se como gerente de Riscos e Seguros ao Sonae Group, a maior multinacional privada de Portugal, presente em 20 países e líder mundial em produtos derivados da madeira. Atualmente, dentro do grupo, é o conselheiro delegado da MDS (o mais importante broker de seguros de Portugal); presidente da Sonae Re (sua resseguradora cativa); diretor da Cooper Gay & Co (o quinto broker de resseguros em nível mundial, com sede em Londres); diretor da Lazam / MDS (um dos mais destacados brokers no Brasil); e presidente da Brokers Link, uma das mais importantes redes de brokers de seguros, presente em mais de 50 países ao redor do mundo.

José Manuel Dias da Fonseca é também presidente da Fundação Casa da Música e da APOGERIS (Associação Portuguesa de Gerente de Riscos). Além disso, é presidente do Leixões Sport Club, que milita na primeira divisão do futebol português.

Como consegue ter tempo para tantas atividades?Tempo? É uma pergunta que eu faço

a mim mesmo. Mas trabalho em um

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EQUILÍBRIO ENTRE TRABALHO E VIDA PRIVADA

grupo que nos motiva a ter uma vida particular, a trabalhar e a ser úteis para a sociedade.

Por outro lado, também é muito importante, quando você tem funções múltiplas, contar com boas equipes, muito profissionais, para os quais delegar; e a comunicação, que hoje é muito mais fácil, já que contamos com mais meios ao nosso alcance, como a Internet.

A mediação de seguros, a Gerência de Riscos, a música, o futebol... Qual ou quais destas atividades têm maior risco?

Sem dúvida, o futebol, porque quase tudo depende das pessoas, o que leva a um risco muito elevado. Investe-se em jogadores para ser campeão, mas a taxa de retorno é muito aleatória e totalmente desconhecida. No futebol tudo é possível.

Ao longo destes nove anos na Sonae, como você contribuiu para o crescimento contínuo do grupo? Tem em mente novos projetos que possa realizar?

Quando entrei no grupo, a Sonae tinha uma corretora cativa, a MDS. A idéia da minha incorporação era desenvolver uma nova forma de gestão do risco com a criação de uma cativa, a Sonae Re, e também transformar a MDS em uma corretora aberta ao mercado. Em 2000, a corretora tinha 17 pessoas. Em 2009 somamos mais de 120 e tornou-se o mais importante broker de seguros de Portugal.

Além disso, a Sonae integrou em 2002 uma joint-venture com um potente grupo brasileiro que tinha uma corretora chamada Lazam, também pequena, cativa. Nos unimos para abordar o mercado brasileiro. Nessa data, a Lazam representava menos de 2 milhões de reais e agora representa cerca de 65 milhões. Em 2007 também materializamos um importante investimento estratégico, a Cooper Gay & Co, onde começamos com uma participação de 14% e agora, temos 32%, sendo os maiores acionistas desta corretora de resseguros, a quinta do

mundo, com escritórios em todos os mercados, grande prestígio e reputação.

Também criamos uma companhia cativa de resseguros, a Sonae Re, localizada em Luxemburgo, e uma corretora de seguros de massa para os hipermercados. Outro projeto foi o lançamento da rede Brokers Link, uma operação que se orquestra para dar à Sonae uma presença internacional na área dos riscos e seguros. Isto é o que temos feito nestes nove anos, mas queremos continuar, continuar crescendo no mercado segurador, não somente mediante o crescimento orgânico, mas por meio de aquisições e fusões; e acompanhar o grupo no seu desenvolvimento internacional, na diversificação de negócios. Nestes anos, o grupo cresceu bastante nesta atividade, e continuará crescendo.

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entrevista

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

“EM PORTUGAL,

A GERÊNCIA

DE RISCOS

NÃO ESTÁ TÃO

DESENVOLVIDA

QUANTO

EM OUTROS

MERCADOS,

BASICAMENTE

PORQUE É UM

PAÍS DE PYMES”.

“A MDS TEM

UMA GRANDE

PREOCUPAÇÃO

EM OFERECER

SERVIÇOS

DE APOIO ÀS

EMPRESAS

NA ÁREA DE

GERÊNCIA DE

RISCOS”.

cado mais caro que Portugal. Outro fator é a sinistralidade. As fábricas, as plantas com maior sinistralidade his-tórica têm que pagar mais. O terceiro fator é a ponderação do risco. Este tra-balho é realizado por uma consultoria internacional que estabeleceu ratings com sua própria metodologia, de modo que os negócios com melhor pontua-ção têm que pagar menos. Além dis-so, são feitas auditorias todos os anos.

Os ratings são muito importan-tes, porque graças a eles as segurado-ras trabalham com grande confiança em nós. Do mesmo modo que os pre-ços e as franquias dependem do rating, isso cria consciência e responsabili-dade em cada país, em cada negócio, porque uma parte do custo é assumido pela empresa e a outra parte pela So-nae Re, que também faz parte do grupo.

A cativa também torna mais fácil as relações com a seguradora, porque com este veículo os riscos são mui-to transparentes. Em 2006 tivemos um sinistro muito importante no Canadá, na nossa melhor planta: nova, rentá-vel, produtiva... mas o sinistro acon-teceu. Desde o início houve relações muito transparentes, de entendimento com as seguradoras, com os peritos etc.

Na qualidade de corretor de seguros, como foram as últimas renovações dos programas de seguros?As últimas renovações da Sonae, no

ano passado, foram muito tranqüilas, organizadas, com abundante diálogo, porque se trabalhou nelas com muito tempo, em setembro. A Cooper Gay nos ajuda consideravelmente neste processo.

Começamos a sentir certo enrijeci-mento do mercado. Há duas tendências claras e divergentes. Por um lado, muitas companhias estão começando a ter uma menor rentabilidade que tem origem, freqüentemente, no mercado tranquilo

de alguns riscos. Por outro lado, agora há menos imprudência. Com o retraimento da economia, a contratação do seguro é menor e a capacidade aumentou para al-guns riscos. São duas versões diferentes.

Como a Sonae contribui para melhorar a Gerência de Riscos nas empresas?Além da sua atividade principal de

mediação, a MDS tem uma grande preo-cupação em oferecer serviços de apoio às empresas na área de Gerência de Riscos, do ponto de vista dos sinistros, como con-sultores... A cada dia mais somos nós as corretoras que fazemos parte também des-te segmento e não somente a corretagem.

A área de riscos é muito importante dentro do grupo. As empresas da Sonae estão muito envolvidas nestas políticas, são muito inovadoras, os gestores são motivados, seus executivos etc. a parti-ciparem nos foros profissionais com o fim de criar uma cultura de mercado. Por isso, ajudamos a criar a APOGE-RIS, a Associação Portuguesa de Ge-rentes de Riscos, participamos de for-ma ativa na FERMA, desenvolvemos a Brokers Link, uma rede que oferece um serviço coordenado, em nível glo-bal, de Gerência de Riscos para todos os clientes que desejarem sair de Portugal.

Na sua opinião, o que devem levar em conta os gerentes de riscos na hora de desenhar as linhas básicas do seu programa de seguros?Sem dúvida, três fatores. Primeiro,

conhecer a fundo a cultura do negócio, a história da empresa, seus clientes, proje-tos, objetivos etc. para não ser teóricos, mas práticos. Em segundo lugar, dialogar muito com os seguradores para que não haja confusões, e criar um clima de con-fiança, de conhecimento, que é muito importante para desenvolver relações a longo prazo, sólidas e com futuro. Se você

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“VIVEMOS EM

UMA SOCIEDADE

DE RISCOS E

CADA VEZ MAIS

EXISTE MENOS

TOLERÂNCIA

FRENTE À

INCERTEZA”.

está bem com alguém, para que mudar. E, finalmente, prestar grande aten-

ção a todos os riscos da companhia.

Qual é a situação atual da Gerência de Riscos em Portugal? Como enfrenta o atual contexto de crise?Em Portugal, a Gerência de Riscos

não está tão desenvolvida quanto em ou-tros mercados, principalmente porque é um país mais de conceito de pymes que de grandes companhias, lá onde a Ge-rência de Riscos é mais profissional, for-mal e está mais desenvolvida. Todas as grandes corporações desenvolveram esta política, mas está pendente no conceito de pymes. De todos modos, acho que é uma faceta que começa a se desenvolver e que começou uma evolução importante.

A gestão do risco é um aspecto fundamental da estratégia de

sustentabilidade da Sonae. Na sua opinião, é possível, hoje, conceber o desenvolvimento sustentável da empresa sem contar com uma política adequada de Gerência de Riscos?Não. A Gerência de Riscos é uma

parte fundamental da sustentabilidade.

A formação é um fator chave neste terreno. Por isso, o Sonae patrocina a cada ano um importante programa de desenvolvimento e formação direcionado aos colaboradores que cuidam da gestão do risco. Em que consiste o programa?Todos os anos, a Sonae Industria or-

ganiza workshops muito focados em diferentes riscos para os quais convida colaboradores e consultores do mun-do inteiro. Trabalha-se sobre casos, que é onde se aprende, no estudo de casos. Além disso, este serviço é muito moti-vador e serve para criar consciência so-bre os riscos e a segurança mediante a troca de experiências. O objetivo da formação na Sonae não é outro senão qualificar os empregados, em conso-nância com a política do grupo de criar emprego e formar seus trabalhadores.

Qual papel desempenharão os gerentes de riscos dentro das empresas nos próximos anos?Sem dúvida, cada vez mais impor-

tante, porque vivemos em uma socieda-de de riscos e a cada dia existe menos tolerância sobre estas ameaças. Além disso, o gerente de riscos não deve es-tar isolado, mas envolvido no negócio, fazer parte dos processos, da estraté-gia e dos procedimentos da empresa. Os riscos estão muito integrados hoje e não podem ser vistos de forma isola-da. Por isso, os gerentes terão um papel cada vez mais destacado nas empresas.

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estudos

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estudos

RAQUEL BALBÁS APARICIO*Departamento de Economia Financeira e AtuarialUniversidad Complutense de Madrid

Novas oportunidades de diversificação de riscos:Os derivados de variação, volatilidade e correlação (deriva-dos de volatilidade) estão sendo cada vez mais negociados, já que estes instrumentos nos permitem novas oportunidades de diversificação de riscos e, como indica a experiência empírica, proporcionam coberturas muito adequadas quando enfrentam-os situações de instabilidade nos mercados. Além disso, muitos ‘hedge funds’ e outros investidores amantes do risco vendem reg-ularmente estes produtos devido a seu elevado prêmio de risco. Há dois tipos de enfoques que podem ser utilizados para aval-iar e cobrir derivados de volatilidade. O primeiro faz uso de um modelo dinâmico de volatilidade estocástica, por exemplo,

*Este trabalho obteve o prêmio de melhor exposição apresentada na Terceira Reunião de Pesquisa em Seguros e Gestão do Risco (RISCO 2009), celebrada em Madri, nos dias 18 e 19 de junho.

Avaliação

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e cobertura de derivados de volatilidadeo modelo de Heston, e o segundo utiliza carteiras de réplica compostas por infinitas opções. Este último tem uma vantagem de que a maioria das opções podem ser negociadas no mer-cado real, de modo que temos um preço de mercado, inclusive com os custos de transação gerados pela clássica armadilha de preços. Entretanto, na prática é impossível utilizar infini-tas opções, o que gera erros de cobertura. Este artigo trata deste tipo de réplicas e proporciona aproximações ótimas compostas somente por um número finito de opções, proporcionando uma armadilha de preços alternativa para o derivado de volatilidade, bem como uma estra-tégia de cobertura dinâmica. Podem ser utilizadas as modernas funções gerais de risco (me-didas coerentes ou fixadas pela média, medidas de desvio etc.) para construir tanto a carteira de cobertura quanto a armadilha de preços do derivado de volatilidade.

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estudos

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Quando compramos um derivado de volatilidade “apostamos” ou “preve-mos” um valor numérico que será atingido em uma data futura pela

volatilidade realizada de certo ativo financei-ro (ativo subjacente). Ganharemos (perde-remos) dinheiro na medida em que esta vo-latilidade realizada for maior (menor) que o valor “apostado”. Os benefícios (perdas) do vendedor coincidem com as perdas (benefí-cios) do comprador de volatilidade.

Os derivados de variação e volatilidade es-tão se tornando ativos para os quais há inte-resse crescente nos mercados de capitais. O seu rendimento não depende de estarmos em épocas de altas ou baixas, mas está relacio-nado à velocidade que ocorrem as mudanças de preços nos mercados. Isto tem feito com que sejam instrumentos muito interessantes na hora de diversificar carteiras. Assim sen-do, enquanto a evidência empírica indica que os diferentes índices regionais ou setoriais mostram um altíssimo grau de correlação, es-pecialmente quando “as coisas vão mal”, que é quando desejaríamos que a diversificação fosse mais eficaz, os derivados de volatilidade têm correção muito baixa com estes índices e, além disso, esta correlação é negativa, o que compensa possíveis perdas nos mercados à vista. Por conseguinte, são um bom veículo de diversificação de riscos.

Além disso a correlação negativa citada tem feito com que numerosos investidores os comprem para “salvarem” em épocas de bai-xa. Empiricamente observou-se que este fato tem provocado prêmios geralmente altos, ou seja, os vendedores de variação ou volatilidade costumam “ganhar quase sempre” e “perder com muito pouca freqüência” (Demeterfi et al, 1999). Aproveitando este fato, muitos hed-ge funds assumiram posições vendedoras nos

OS DERIVADOS DE VARIAÇÃO E VOLATILIDADE ESTÃO SE TORNANDO ATIVOS PARA OS QUAIS EXISTE UM CRESCENTE INTERESSE NOS MERCADOS DE CAPITAIS; SÃO INSTRUMENTOS MUITO ATRAENTES NA HORA DE DIVERSIFICAR CARTEIRAS.

últimos anos, mas assumem um forte risco de assimetria. Em efeito, novamente a expe-riência mostra que as perdas, ainda que sejam pouco freqüentes, costumam ser maiores que os habituais ganhos (Demeterfi et al, 1999).

Tudo o anterior justifica o interesse cres-cente que estes derivados despertaram entre os investidores. O volume diário de contrata-ção cresceu de forma permanente, chegando a 30 ou 35 milhões de dólares de nominal em índices dos Estados Unidos em 2008 (Broa-die e Jain, 2008). Estes ativos começaram a ser negociados em mercados organizados há aproximadamente dois anos e meio, quando o CBOE (Chicago Board Option Exchange) co-meçou a comercializar o VIX (sobre o SP500), o VXD (sobre o Dow Jones Industrial Avera-ge) e o VXN (sobre o NASDAQ100), entre outros (www.cboe.com).

Além disso, recentemente começaram a ser negociadas opções binárias ou digitais sobre o VIX neste mercado. Também foram criados fundos de volatilidade e variação, como, por exemplo, o Euroption Strategic Fund, que somente trata com derivados de volatilidade, principalmente sobre índices europeus (www.europtionfund.com). Mais recentemente, co-meçaram a ser negociados derivados de vola-tilidade em mercados organizados europeus, como, por exemplo, o EUREX, que atual-mente negocia futuros sobre swaps de volati-lidade (www.eurexchange.com).

A assimetria de rendimentos provoca a necessidade de cobrir as posições vendedo-ras (e compradoras), o que leva à necessida-de de modelos de avaliação apropriados. Isto tem feito despertar também o interesse dos pesquisadores teóricos. Assim, Carr e Madam (1998) já dão métodos de avaliação sob casos simples. Muito mais complexa é a metodolo-gia proposta em Carr et al (2005) ou Carr e Wu

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(2006), onde são utilizados vários modelos de volatilidade estocástica. Uma das conclusões importantes de todas estas análises é a sensi-bilidade, qual o preço teórico e a estratégia de cobertura têm frente ao modelo de avaliação utilizado, bem como os parâmetros estimados para o modelo (vide Moskowitz, 2003).

Um procedimento alternativo é a utilização de “carteiras réplicas compostas por infinitas opções européias”, proposto por Demeterfi et al (1999), os que se basearam em idéias pré-

vias de Neuberger (1994), que não estudou derivados de volatilidade, mas réplicas da função logaritmo com infinitas opções euro-péias. Demeterfi et al (1999) provaram que o swap de variação pode ser replicado e coberto com infinitas opções européias. O método é altamente interessante, pois as opções euro-péias são fáceis de encontrar no mercado e, ao ter um preço disponível, geram um preço de mercado e uma estratégia de cobertura do swap de variação que somente usa dados de

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mercado e, por conseguinte, é independente de qualquer modelo teórico de avaliação.

Demeterfi et al. (1999) mostram como usar a sua metodologia na prática, embora não meçam adequadamente o erro que se comete ao negociar somente com um número finito de opções. É óbvio que na realidade não pode haver carteiras que incorporem infinitos ati-vos.

Os desenvolvimentos de Demeterfi et al (1999) combinaram-se com freqüência com a fórmula de Black e Scholes e o efeito “sorriso da volatilidade” (Carr e Lee, 2007), de modo que possam ser incorporadas opções sintéticas na carteira réplica se o erro for considerado ex-cessivo. Mas continuamos sem ter um critério de erro claro, e a simples interpolação de op-ções pode distorcer sensivelmente os dados de mercado, especialmente quando este sorriso é muito pronunciado (Branger e Schlag, 2004). Portanto, a maior vantagem do método, a inde-pendência do modelo e a única dependência do mercado, parece desvanecer-se ligeiramente.

Até onde nós sabemos, Broadie e Jain (2008) são os primeiros a utilizar um critério objetivo para medir o erro cometido. Para tal fim usam o desvio típico da rentabilidade da diferença entre a carteira de cobertura composta por opções européias e o swap de variação coberto. Além disso, Broadie e Jain (2008) dão um segundo passo importante ao usarem também uma carteira com infinitas op-ções para replicar o swap de volatilidade. Neste caso, não obstante, as-sumem o modelo de Heston com volatilidade estocástica para expli-car o comportamento do subjacente.

O enfoque de Broadie e Jain (2008) apresenta duas contribuições importantes, já que estende a análise a outro ati-vo e mede o erro, mas tem ainda in-

convenientes. Como já foi dito, os derivados de volatilidade mostram uma forte assimetria, com o qual o desvio típico é pouco apropriado para medir erros (não é compatível com a dominân-cia estocástica de segunda ordem, Ogryczak e Ruszczynski, 1999). Além disso, o desvio típico não dá o erro em termos monetários, e a sua medida fixada pela média associada, que sim o faz, não é coerente (Rockafellar et al, 2006).

Neste trabalho utilizamos as teorias desen-volvidas em Balbás et al (2009a) e, especialmen-te, em Balbás et al (2009b), de modo que pos-samos avaliar e cobrir derivados de volatilidade com um número finito de opções, minimizando o erro cometido mediante medidas de risco co-erentes, fixadas pela média, e compatíveis com a dominância estocástica. Exemplos destas me-didas de risco são, entre outras, o Conditional Value et Risk ou CVaR (também chamado Tail Conditional Expectation , Average Value at Risk ou Expected Shortfall, Rockafellar et al, 2006), a Dual Power Transform (Wang, 2000), a medi-da de Wang (Wang, 2000), o Compatible CVaR (Balbás e Balbás, 2009) ou o Weighted CVaR (Cherny, 2006).

Além disso, ampliamos a variedade de derivados aos quais é aplicada

a metodologia, e, como no-vidades adicionais, utili-

zamos também opções digitais européias e

consideramos os custos de transação, que podem ser al-tos, inclusive nos mercados tradicio-nais e líquidos de opções.

Na seção se-guinte descrevemos

os derivados de vola-tilidade, variação e co-

variação mais comuns. Na terceira veremos como

replicar qualquer pagamento final mediante uma carteira de

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infinitas opções digitais e européias, e na quar-ta veremos como isto nos permite replicar ou aproximar mediante opções digitais e européias um derivado de volatilidade. A quinta seção terá como objetivo mostrar como a metodologia é útil ainda que haja somente um número fini-to de opções e sejam incorporados os custos de transação. De fato, a metodologia de avaliação e cobertura de Balbás et al, (2009b) pode ser aplicada perfeitamente, e permite minimizar a influência dos inconvenientes mencionados. A última seção apresenta as conclusões mais im-portantes do trabalho.

DESCRIÇÃO DE ALGUNS DERIVADOS DE VARIAÇÃO E VOLATILIDADE

Swaps de variação e volatilidadeEm essência, um comprador de variação e

volatilidade “aposta” em um valor que atingirá a futura variação / volatilidade do subjacente. O comprador ganhará dinheiro se a variação / volatilidade realizada for maior que o seu valor apostado; caso contrário o perderá. Os lucros / perdas do vendedor coincidirão com as perdas / lucros do comprador.

Consideremos um horizonte temporário (ou prazo de expiração do derivado) T e um conjunto finito de datas de negociação.

A variação realizada em [0, T] é igual a:

Onde

é uma rentabilidade logarítmica e onde é um dado conheci-do pelos agentes. Analogamente, a volatilidade realizada representa-se como a raiz quadrada

da expressão anterior, ou seja

Na prática, os mercados financeiros utili-zam normalmente dados diários, ou seja,

Uma posição longa em um swap de variação envolve o pagamento de um preço (numérico) ,

e em troca recebe a quantidade aleató-ria em t = T, sen- do um valor

nominal conhecido pelos agentes, e que represen-ta o valor de um ponto de volatilidade. Da mesma forma, o comprador de um swap de volatilidade d e v e pagar em t = 0 e receber o pagamento aleató- rio em t = T1.

Na próxima seção proporcionaremos fórmulas para avaliar e cobrir ambos os ativos.

1 Na realidade, o preço inicial (numérico) de um swap de variação ou volatilidade paga-se normalmente em t = T também, mas nós não consideraremos esta situação. Em qualquer caso, a diferença entre os dois cenários não é relevante, já que no segundo caso o preço teórico seria obviamente igual ao preço no primeiro caso multiplicado pelo fator de capitalização. Analogamente, a estratégia de réplica seria quase idêntica em ambos os casos. Comentários similares seriam pertinentes se utilizássemos futuros ou opções sobre swaps de variação e swaps de covariação.

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estudos

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FUTUROS E OPÇÕES SOBRE SWAPS DE VARIAÇÃO

Uma posição longa em um futuro sobre swap de variação com vencimento em T1 < T2 implica aceitar em t = 0 o compromisso de comprar um swap de variação em T1 com vencimentos em T2.

Simples operações aritméticas permitem com-provar que o futuro sobre o swap de covariação avalia-se e replica-se com combinações destes swaps. Concretamente, se tem:

o futuro sobre swap de variação com vencimentos em T1 e T2 replica-se mediante a compra de swaps de variação com vencimento em T2, a venda de

swaps de variação com vencimento em T1 e emprestado o preço da estratégia anterior durante o intervalo de tempo [0, T1]. Por conseguinte, o preço de um futuro sobre swap de variação é dado por

Ou se o ativo paga-se em t = T2

Uma opção sobre swap de variação, também chamada swaption pode-se introduzir de diferentes formas que não são equivalentes, ainda que todas elas sejam bastante análogas do ponto de vista teó-rico, e não há diferenças significativas entre as apro-ximações que nos permitem avaliá-las e cobri-las. Em qualquer caso, devemos fixar as características da opção que trataremos. Assim, consideraremos que o comprador de uma call (put) européia sobre swap de variação com vencimentos em T1 < T2 tem o direito (não a obrigação) de comprar (vender) um swap de variação em T1 com vencimento em T2, e em troca pagará (receberá) o preço de exercício E. O preço da opção paga-se em t = 0, enquanto o preço de exercício paga-se em T1.

O VOLUME DIÁRIO DE CONTRATAÇÃO DOS DERIVADOS DE VARIAÇÃO E VOLATILIDADE CRESCEU DE FORMA PERMANENTE, CHEGANDO AOS 30 OU 35 MILHÕES DE DÓLARES DE NOMINAIS EM ÍNDICES DOS ESTADOS UNIDOS, NO ANO DE 2008.

SWAPS DE COVARIAÇÃONeste caso, o comprador (vendedor) aposta a

covariação que haverá entre dois ativos financei-ros e ganhará dinheiro na medida em que o valor apostado ficar abaixo (acima) do que posterior-mente será realizado.

Consideremos um conjunto finito de datas de negociação

0 = To < t1 < ... < tn = T

Consideremos também dois ativos subjacentes cujos processos de preços virão denotados por St e St. Sua covariação realizada em [0, T] é dada por

Onde . O comprador de um

swap de covariação com vencimento em T pagará em t = 0 o preço numérico e receberá o pagamento aleatório em t = T.

AVALIAÇÃO E RÉPLICA DE UM PAGAMENTO ARBITRÁRIO

Nesta seção consideraremos um modelo de um período com duas datas de negociação, t = 0 (momento atual) e t = T (momento futuro arbitrário). rf será a taxa livre de risco entre 0 e T, o qual implica que será o fator de capitalização (desconto) para o in-tervalo de tempo [0, T]. Se denotamos o pre-ço de um ativo por S, então um subíndice t indicará quando estamos avaliando esse pre-ço. Assim, So representará o seu preço atual (numérico), enquanto ST é o preço (aleató-rio) em T, e poderiam ser utilizadas denota-ções similares se substituíssemos S por um símbolo diferente.

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Construiremos combinações de opções eu-ropéias e/ou digitais que replicam pagamentos finais arbitrários (em T). É importante lembrar que uma call (put) européia paga a quantidade CT (k) = (ST - k) + (PT (k) = (k - ST) +) na data de vencimento T, sendo ST o preço final do ati-vo subjacente e k o preço de exercício da opção2. De forma similar, uma call digital pagará

enquanto o pagamento de uma put digital aná-loga será 1 - DT (k). Em geral, assumiremos que a distribuição final da variável aleatória ST é co-nhecida.

Há duas fórmulas matemáticas simples que fundamentam o uso de infinitas opções, digitais ou européias, na hora de replicar um pagamento final g (ST) que depende do valor final de ST. De fato, do cálculo diferencial sabe-se que

Se tomamos S = ST, as fórmulas anterio-res sugerem que o valor do pagamento g(ST) é uma quantia de dois pagamentos se ob-

servamos (4), ou de três se observamos (5). Centrando-nos em(5), g(ST) atinge-se com-prando o ativo livre de risco em quantida-de adequada (primeiro somando, cujo valor não depende de S), o subjacente, também na proporção requerida, e uma terceira carteira cujo pagamento venha dando pela integral. Se para intuir melhor os resultados do ponto de vista econômico / financeiro assimilamos a integral a uma soma infinita, significa que esta integral é alcançada comprando g"(k)dk unidades de um ativo que pague k-S euros, ou seja, g"(k)dk unidades de calls ou puts eu-ropéias com um preço de exercício k que se move na armação [S, h]. Definitivamente, (4) apresenta que o derivado de ST, g(ST), pode-se replicar com carteiras de infinitas opções digitais, enquanto (5) conduz a um resultado similar, mas usando opções européias.

AVALIAÇÃO E COBERTURA DE DERIVADOS DE VARIAÇÃO, COVARIAÇÃO E VOLATILIDADE

Estudemos agora algumas propriedades das funções

É fácil ver que g1 e suas derivadas de qual-

quer ordem estejam bem definidas para x > 0 da mesma forma, g2 está bem definida para x>0, e suas derivadas de qualquer ordem estão bem definidas para x > 0 e x 1. Mais ainda, temos um salto da derivada em x = 1, pois as derivadas laterais são

Voltemos agora aos derivados de volatilidade.

2De agora em diante denotaremos x+ = Max {x, 0}

3Neste trabalho, L ( ) denotará o logaritmonatural ou neperiano

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AS TEORIAS DE BALBAS ET AL PERMITEM AVALIAR E COBRIR DERIVADOS DE VOLATILIDADE COM UM NÚMERO FINITO DE OPÇÕES, MINIMIZANDO O ERRO COMETIDO MEDIANTE MEDIDAS DE RISCOS COERENTE E COMPATÍVEIS COM A DOMINÂNCIA ESTOCÁSTICA.

Suponhamos que represente o preço futuro do ativo subjacente com vencimento em T4. Então, em todos os casos (vide Neuberger, 1994, e Demeterfi, 1999), pode-se provar que o preço do swap de variação é igual ao de um ativo cujo pagamento final é

Consequentemente, o preço do swap de vola-

tilidade aproxima-se por ele do ativo cujo paga-mento final em T é

Por conseguinte, se aplicamos os argumentos

de réplica infinita da seção anterior, temos:As seguintes estratégias replicam um ativo

cujo preço coincide com o do swap de variação:

Estratégia _VarS_1:i) Comprando calls digitais para cada preço de exercício k, ii) Vendendo puts digitais para cada preço de exercício k,

Estratégia_VarS_2:i) Comprando puts européias com preço de exercício k,

ii) Comprando calls européias com preço de exercício k,

Além disso,

Onde Do (k) representa o preço atual da call digital com preço de exercício k. Analogamente,

sendo Po (k) e Co (k) o preço atual de uma put e call européias com preços de exercício k.

De acordo com o que já provamos na seção se-gunda, o futuro sobre swap de variação é facilmente replicável mediante a combinação de swaps de va-riação e, por conseguinte, mediante a combinação de infinitas opções digitais ou européias.

Com argumentos similares, e levando em conta (6), as seguintes estratégias aproximam a réplica do swap de volatilidade:

Estratégia VolS_1:i) Compra de

Calls digitais para cada preço de exercício

ii) Venda de (19) puts digitais para cada preço de exercício

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puts européias com preços de exercício k para cada

iv) Compra de (20) calls européias com preço de exercício k para cada

v) Compra de calls européias com preço de exercício

Da mesma forma, podem-se formar carteiras compostas por infinitas opções que aproximem a réplica de um futuro sobre swap de variação, de um swap de covariação ou de um swaption (opção sobre swap) de variação ou volatilidade.

EFEITO DAS IMPERFEIÇÕES E DA FALTA DE INFINITAS OPÇÕES

A falta de infinitas opções e a existência de custos de transação nos mercados de opções européias podem ter um claro efeito na efe-tividade das estratégias de réplica anteriores. Como falamos na introdução do trabalho, Demeterfi et al (1999) ignoram esta questão na sua análise do swap de variação, enquanto Broadie e Jain (2008) minimizam o erro co-metido através da variação da rentabilidade da carteira global (composta pelo derivado de volatilidade que cubra mais a estratégia de co-bertura). Mas, como também foi dito, a forte assimetria, tanto dos rendimentos das opções européias como dos derivados de volatilida-de, fazem com que a variação da rentabilidade seja uma medida de risco inadequada, porque não é compatível com as funções de utilidade habituais.

Recentemente foram introduzidas novas funções de risco que são capazes de medir este em termos monetários, que costumam ser interpretadas em termos de requerimen-

33

Estratégia VolS_2:

i) Endividamento em euros no ativo sem risco.

ii) Venda de unidades do ativo subjacente.

iii) Compra de

tos de capital, e que frequentemente são compatíveis com a dominância estocástica de segunda ordem. Importantes exemplos são as medidas coerentes do risco (Artzner et al, 1999) e as fixadas pela média (Rockafellar et al, 2006). Casos concretos são o Conditio-nal Value at Risk ou CvaR (também chamado Tail Conditional Expectation, Average Value at Risk ou Expected Shortfall, Rockafellar et al, 2006), a Dual Power Transform (Wang, 2000), a medi-da de Wang (Wang, 2000), o Compatible CvaR (Balbás e Balbás, 2009) ou o Weighted CvaR (Cerny, 2006), entre muitos outros.

4Se a relação padrão de paridade à vista / futuro deve cumprir-se, então teremos, sendo D o valor atual dos dividendos a pagar antes de T, ainda que, no momento, não imporemos o cumprimento dessa expressão.

5Igual ao resultado anterior, as estratégias anteriores nos proporcionam fórmulas concretas para o preço do swap de volatilidade, ainda que as expressões sejam um pouco mais complicadas neste caso. Por exemplo, a estratégia_VolS_1 implica que

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Balbás et al (2009b) introduziram um novo método de avaliação e cobertura que se fundamenta nas propriedades das funções de risco anteriores. Basicamente, estes autores consideram o preço da estratégia de cobertura mais os requerimentos de capital representa-dos pela função de risco, e, mediante a redu-ção desta soma, obtêm um preço bid (ou de compra) e outro ask (ou de venda) para um novo ativo a ser analizado e coberto. Da mes-ma forma, resolvendo o problema de otimiza-ção, dá-se a estratégia ótima de cobertura para uma compra (venda) do novo ativo.

Esta metodologia é perfeitamente aplicável para resolver o problema que agora nos ocu-pa. Ou seja, a falta de infinitas opções pode ser resolvida mediante a minimização do risco residual ao qual se incorre ao utilizar somente um número finito, mais o custo da carteira de opções. Isto, ainda, permite incorporar as fricções e/ou a falta de liquidez do mercado de opções. O método nos proporciona preços de compra e venda ótimos (que minimizam a armadilha) para os derivados de volatilidade, bem como a forma mais barata de cobri-los.

A teoria desenvolvida em Balbás et al (2009a) e Balbás et al (2009b), e muito especialmente neste último, propor-ciona duais e algoritmos apropria-dos para resolver os problemas de otimização resultantes.

CONCLUSÕESOs derivados de va-

riação e volatilidade são cada vez mais interes-santes, tanto para in-vestidores quanto para teóricos. São instru-mentos muito adequa-dos na diversificação de riscos, já que permitem resolver, ao menos parcial-mente, os inconvenientes gerados pelas altas correlações que observados entre diferentes ativos e mercados, especialmente em

épocas convulsas e de baixa nos mercados de capitais.

Também são ativos muito atraentes para investidores especializados capazes de realizar boas coberturas. De fato, a capacidade destes derivados diversificar riscos tem feito com que os seus prêmios costumem ser altos, com os conseqüentes benefícios potenciais para os vendedores.

São instrumentos caracterizados, entre ou-tras muitas propriedades, pela forte assimetria dos seus rendimentos, bem como por sua “fi-las” pesadas. Estes fatos não devem ser esque-cidos. Em especial, nunca deve ser utilizada a variação para estimar o seu risco, porquanto esta medida de dispersão não é compatível com as funções de utilidade habituais (com a dominância estocástica de segunda ordem) quando ocorrem estas circunstâncias.

Com relação à sua avaliação e cobertura, a literatura prévia os estudou mediante técnicas diversas, embora que aquelas que se baseiam na utilização de infinitas opções européias pa-reçam ser mais apropriadas, do que quando usam dados de mercado e são mais indepen-dentes dos modelos teóricos dinâmicos e es-

tocásticos de avaliação.Porém o uso na prática de um único número finito de

opções provoca que se co-meta um erro que até

agora não tem sido fá-cil de medir.

Este trabalho pretendeu con-tribuir para a li-teratura de várias formas. Por um lado, ampliou-se o número de ati-

vos ao qual se apli-ca a metodologia da

réplica com opções. Utilizaram-se também

as opções digitais e, mui-to mais importante, incor-

poram-se os custos de transação

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e mediram-se os erros usando medidas gerais de riscos, interpretáveis em termos de possí-veis perdas econômicas (VaR, CVaR, Weighted CvaR etc.). Estas medidas são, adicionalmente, coerentes e compatíveis com a dominância es-tocástica de segunda ordem.

Palavras chave:Derivado de volatilidade, carteira pseudo-réplica, medida de risco, otimização de riscos.

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estudos

As mortes por causas acidentais reduziram a sua participação proporcional no total de mortos na Espanha nas últimas décadas; enquanto em 1980, do total de 289.344 mortos, 5,34% foi por acidente e o restante de forma natural, em 2007 representou 4,13% do total de 385.361 mortos.

FRANCISCO MARTÍNEZ GARCÍAPerito em Gerência de Riscos

acidentesMORTALIDADE

(Parte I)

ANÁLISE DA

por

No conjunto dos efeitos preju-diciais produzidos pelos aci-dentes e sinistros, sem dúvida

alguma, as pessoas constituem o principal ativo a ser protegido em qualquer situação de risco. E, como é evidente, de todos os danos pessoais, o mais grave é a perda da vida humana, que por esta consideração torna-se a motivação fundamental na hora de justificar a adoção de medidas de prote-ção e redução de riscos.

As decisões políticas e empresariais de funcionamento de planos efetivos de pre-venção, como vem ocorrendo nos campos de tráfego viário e trabalhista, têm sido motivadas pelo altos números de morta-lidade registrados. Neste sentido, convém levar em consideração que costumam ser acompanhados por importantes repercus-sões sociais e econômicas que também de-verão ser consideradas na hora de avaliar o impacto total.

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Neste estudo pretende-se apresentar a importância das diferentes causas de aci-dentes que resultam em morte e sua aná-lise comparativa na Espanha, em determi-nados países e no mundo.

OS RISCOS NA SOCIEDADE ATUAL

O ser humano, desde o início de sua existência, viu-se obrigado a conviver com os diferentes riscos associados à natureza, tecnologias e desequilíbrios sociais. No decorrer do tempo, com a evolução social e tecnológica, surgiram novos riscos, que neste final da primeira década do sécu-

lo XXI apresentam uma variedade mui-to considerável. Estes riscos agrupam-se atendendo a sua origem causal nos seguin-tes grupos:

NATURAIS

Meteorológicos: secas, temperaturas extremas, furações, raios etc.Hidrológicos: inundações, tsunamis, temporais marinhos etc.Geológicos: terremotos, vulcões, deslizamentos de terra e neve, deslocamento das placas tectônicas, etc.Cósmicos: meteoritos, vento solar, lixo de satélite, etc.

ATUALMENTEEXISTE

UMA AMPLAVARIEDADE DE

RISCOS, QUESE AGRUPAM,

SEGUNDO ACAUSA DE

SUA ORIGEM,EM TRÊS TIPOS:

NATURAIS,ANTI-SOCIAIS ETECNOLÓGICOS

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OS GRANDES NÚMEROS DAS ESTATÍSTICAS DE MORTES ACIDENTAIS NUTREM-SE DE SINISTROS REPETITIVOS COM UM NÚMERO REDUZIDO DE VÍTIMAS POR EVENTO, MAS QUE NA SUA MULTIPLICAÇÃO REPRESENTAM UM BALANÇO DE VÍTIMAS MUITO CONSIDERÁVEL.

ANTI-SOCIAIS / MAL-INTENCIONADOS:Roubo, furto.Fraudes, chantagens, extorsão.Espionagem.Assédio no trabalho, sexual, moral.Terrorismo etc.

TECNOLÓGICOS:Físicos: mecânicos, elétricos, vibrações, radiações etc.Químicos: tóxicos, energéticos, reativos etc.Organizacionais-psicosociais: métodos de trabalho, turnos, rotina etc.

A história é marcada por casos de grandes sinistros da maioria dos ramos indicados, com um enorme saldo de vidas humanas em terremotos, inunda-ções, tsunamis, pandemias, incêndios, explosões, vazamentos tóxicos, atos ter-roristas, quedas de aviões, naufrágio de navios, choques de trens, entre outras catástrofes naturais e antropogênicas. Não obstante, estes eventos de trans-bordo de múltiplas vítimas ocorrem de forma esporádica.

Lamentavelmente, os grandes nú-meros de estatísticas de mortes aciden-tais nutrem-se de sinistros repetitivos com um número reduzido de vítimas por evento, mas que na sua multipli-cação representam um balanço de víti-mas muito considerável.

Por outro lado, o desenvolvimen-to humano leva a uma maior exposi-ção aos diferentes riscos, em especial os de caráter tecnológico, acrescenta-dos por algumas novas aplicações com efeitos nocivos ainda pouco conheci-dos e a extensão planetária do conjunto de sistemas técnicos. De forma menos visível, os riscos de caráter anti-social globalizaram-se de tal forma nos últi-mos anos que as ameaças do terroris-mo internacional, o crime organizado, a delinqüência comum e do colarinho

branco estão presentes em qualquer canto do mundo. Como não poderia ser diferente, as repercussões negativas dos fenômenos da natureza impulsio-nados pela mudança climática e outras circunstâncias sociais representam pe-rigos incalculáveis para determinados assentamentos cidadãos, agrícolas e industriais escolhidos historicamente pelos seres humanos.

Estas condições potenciais de risco e as confirmações reais dos acidentes re-gistrados nos últimos anos apresentam um panorama de grande preocupação que deverá ser avaliado para adotar me-didas de redução de riscos e mitigação dos danos que possam ocorrer. A avalia-ção e acompanhamento continuado dos indicadores de acidentes e da preserva-ção são indispensáveis para garantir uma gestão apropriada dos riscos.

EFEITOS DOS ACIDENTES.DANOS PESSOAIS.

Na aproximação sistêmica (holísti-ca) da análise de riscos apresentam-se alguns possíveis efeitos negativos dos acidentes ordenados nos de tipo pes-soal, patrimonial (material e intangí-vel) e de meio ambiente. De todos eles, o principal ativo a ser considerado na gestão de riscos é, sem dúvida alguma, como foi visto, o ser humano. Desse modo, a adoção do tratamento de riscos em nível institucional, empresarial ou familiar baseia-se na importância que estes suponham, principalmente, para as pessoas.

Os danos pessoais produzidos pelos acidentes classificam-se, segundo as re-percussões físicas, psíquicas e morais; estas duas últimas nas próprias vítimas e nos seus familiares e próximos. De todos eles, o dano físico que resulta em morte constitui o principal e indiscutível valor a ser considerado na tomada de decisões.

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A ADOÇÃO DO TRATAMENTO DE RISCOS EM NÍVEL INSTITUCIONAL,

EMPRESARIAL OU FAMILIAR

BASEIA-SE NA IMPORTÂNCIA

QUE ESTES SUPONHAM PARA

AS PESSOAS.

Por esse motivo, este estudo se concentra na análise da mortalidade ocasionada pelas diferentes causas acidentais como base de medida da eficácia dos planos de segurança desdobrados pelos Governos e outras enti-dades envolvidas. Não obstante, os respon-sáveis políticos e empresariais deverão levar em consideração também, as repercussões sociais e econômicas derivadas dos aciden-tes e os contextos e fatores particulares de cada país e de cada caso.

O falecimento de pessoas em acidentes constitui, em primeiro lugar, um problema humano, pelo desaparecimento inesperado e, normalmente, violento (fortuito) de vi-das humanas, em contraste com a morte por causas naturais, avisada pela degradação do organismo humano em um período de tem-po amplo. O que neste segundo extremo supõe um fim esperado e inevitável, con-trasta com o inesperado, brusco e evitável que caracteriza os acidentes, e que, por isso, demanda notáveis medidas de proteção.

Os danos pessoais provocados por aci-dentes supõem também um problema de saúde pública pelos recursos estruturais, sociais e econômicos de serviços de ur-gência, emergência e compensações eco-nômicas, que motivam a sua prevenção para evitá-los ou, pelo menos, para reduzir o seu impacto.

Outrossim, as mortes prematuras em acidente acarretam a perda de períodos de vida social e de trabalho esperados que afe-tam a sociedade e que são avaliados, entre outros, com metodologias do tipo do DALY (Disabled Adjust Life Years – Ajuste de anos de vida perdidos por acidentados).

É plenamente aceita a integridade do ser humano, enquanto desempenha ati-vidades nos âmbitos familiar, trabalhista e social, inter-relacionadas entre si para todos os efeitos, incluído, como é mais evidente, o do seu falecimento. Por esse motivo, faz-se necessária a intervenção preventiva nos diferentes âmbitos de ocu-pação das pessoas: trabalhista, doméstico e de lazer, que nem sempre recebem a sufi-ciente atenção.

MORTALIDADE POR ACIDENTES.ESTATÍSTICAS.

Como destacado, a morte de pessoas em acidentes é o principal indicador de gravi-dade como ativo afetado e, conseqüente-mente, é fundamental dispor de sistemas estatísticos que garantam a confiabilidade destes números para poder atuar preventi-vamente em consonância com elas e man-ter um acompanhamento da evolução da acidentalidade.

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estudos

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

É FUNDAMENTAL CONHECER, POR UM LADO, A CAUSA INICIAL DO FALECIMENTO ACIDENTAL, E POR OUTRO, EM QUE ÂMBITO DE RESPONSABILIDADE PÚBLICA E/OU PRIVADA OCORREU.

O estudo da mortalidade por acidentes foi centralizado na Espanha, com a incorporação de certos números comparativos em nível mundial, europeu e de países do seu entorno geográfico, social e econômico. O histórico de dados coletados remonta a 1980, com sal-tos a cada 5 anos até 2000, a partir do qual tem reflexos cada ano, para poder observar a evo-lução experimentada ao longo deste tempo.

As fontes de informação nacionais e in-ternacionais são muito diversificadas, o que apresenta algumas dificuldades, principal-mente por certos critérios muito dispares na hora de elaborar e publicar as estatísticas relativas por causas acidentais. Os critérios mais generalizados são fixados pela Organi-zação Mundial da Saúde (OMS) de acordo com a 9a Edição da Classificação Internacio-nal de Doenças, estabelecida no seu início pelo doutor Alphonse Bertillon.

Entretanto, a operação dos orgãos de al-guns países afasta-se frequentemente dos critérios fixados pela OMS. Estas diferenças aumentam quando as estatísticas são proces-sadas por outros organismos oficiais respon-sáveis de diferentes campos de competências de atuação das pessoas. Em cada item de re-copilação de dados é fundamental conhecer, por um lado, a causa inicial e desencadeante do falecimento acidental e, por outro, em qual campo de responsabilidade pública e/ou privada ocorreu.

Neste estudo, a apresentação de análise da mortalidade por acidentes é realizada, em primeiro lugar, com base nos dados de fa-lecimentos por causas externas apresentadas por Classificação Internacional de Doenças estabelecida pela OMS. A seguir, é realizada a análise de causas agrupadas pelos âmbitos de competências administrativas nas quais ocorreram as mortes: trabalho, residência, meios de transporte, policial, entre outros.

Em ambos os casos refletem-se os nú-meros totais de mortes e a taxa de mortalida-de, expressa em número de vítimas por cada milhão de habitantes expostos. Preferiu-se este critério, em vez da mais habitual taxa de

incidência por cem mil habitantes, utilizada em relatórios oficiais, por considerá-lo mais fácil de interpretar.

Dado o alcance limitado do artigo, sele-cionaram-se as principais causas e a conside-ração dos números básicos de mortos e taxas de mortalidade, sem descender aos detalhes das coordenadas e circunstâncias do seu acontecimento – local, idade, dia da sema-na, hora, sexo, nacionalidade etc. - que são essenciais caso se pretenda tirar conclusões e ensinamentos concretos para a prevenção futura.

MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS

Segundo o critério seguido pelos órgãos de saúde, os falecimentos são catalogados por causas de doença, de deterioração orgânica e por causas externas aos seres humanos. Estas últimas englobam, com certas variações, os acidentes, considerados como eventos súbi-tos, inesperados, que iniciam o desencadea-mento de uma série de efeitos prejudiciais e ações de caráter voluntário ou intencionado: suicídios e agressões que, para o interesse deste estudo, podem chegar a produzir o fim extremo da morte de pessoas.

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NA ESPANHA OBSERVA-SE

UMA DIMINUIÇÃO CONSTANTE DA TAXA DE

MORTALIDADE POR CAUSAS

EXTERNAS, QUE PASSOU DE 408

MORTOS POR MILHÃO DE

HABITANTES EM 1980 A 348

EM 2007.

A seguir são apresentadas as principais causas externas de falecimento na Espanha e em nível internacional em séries históri-cas que permitem observar a sua evolução no tempo.

TOTAL DE MORTOS E MORTALIDADE POR ACIDENTES, SUICÍDIOS E AGRESSÕES

Do total de falecimentos em nível mun-dial, 62,7 milhões em 2006, foram registra-das 5,3 milhões por causas acidentais, suicí-dios e agressões, ou seja, 8,5% do valor total e o resultante de uma taxa de mortalidade de 806 mortos por cada milhão de habitantes.

Na Espanha, no mesmo ano, ocorreu um total de 371.478 falecimentos, que in-cluem 16.139 casos por acidentes, suicídios e agressões, que representam 4,35% do total e uma taxa de mortalidade de 358,6 mortos por cada milhão de habitantes.

O gráfico 1 reflete os números de mor-tos por acidentes, suicídios e agressões na

Espanha, por uma série histórica que vai de 1980 a 2000 com dados quinzenais e a partir deste ano até 2007 com dados anuais, para estabelecer um acompanhamento con-tínuo nos últimos anos. Ao mesmo modo, são apresentadas também as taxas de mor-talidade correspondentes aos mesmos anos mencionados. O gráfico 2 apresenta a divi-são das principais causas externas e as taxas de mortalidade registradas em 2007, último ano disponível.

Afim de de poder enquadrar a importân-cia comparativa destes dados da estatística espanhola, são apresentados no gráfico 3 os mesmos conceitos registrados no mundo, na União Européia e em certos países do nosso entorno, no último ano em que estão dispo-níveis em cada um dos países.

Na Espanha observa-se uma diminuição constante da taxa de mortalidade pelo con-junto de causas externas, que passou de 408 mortos por milhão de habitantes em 1980 a 348 em 2007. Por outro lado, esta redução

Gráfi co 1. Mortos e mortalidade por causas externas: acidentes, agressões e suicídios.Espanha. 1980-2007.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística.Taxa de mortalidade: Número de mortos por milhão de habitantes.

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estudos

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

progressiva da mortalidade por acidente me-rece ser destacada, já que o seu peso propor-cional no total de mortos diminuiu ao longo dos anos analisados – 5,34% em 1980 e 4,13% em 2007 –, apesar da maior expectativa de vida experimentada pela população espanhola.

Com relação à incidência da mortalida-de por acidentes considerando o gênero dos mortos, esta caiu desde os anos 90, em que 74,3% eram homens, em relação a 68,7% em 2007. Esta porcentagem evidencia uma maior participação da mulher na atividade de trabalho e cidadania.

À margem da análise por causas determi-nadas no conjunto de acidentes e atos volun-tários de por fim à vida humana, estabelece-se uma conclusão evidente entre as elevadas ta-xas registradas nos países em desenvolvimen-to e as reduzidas dos países avançados, com exceção dos Estados Unidos e França, com elevadas incidências de acidentes domésticos e suicídios, que podem ser observadas em itens posteriores.

ACIDENTES DE TRANSPORTE

Os diferentes meios de transporte, em sua mais ampla variedade – desde a tração animal à aérea, passando pelo tráfego viário, ferroviário e aquático – constituem a prin-cipal causa de mortes acidentais: em torno de 25% do total, com um número absolu-to de 4.203 mortos na Espanha em 2007 e uma taxa de 92 mortes por cada milhão de habitantes.

Entre os meios incluídos neste item, a maior ocorrência de mortes ocorre no trá-fego viário (2.995), seguida dos de tração agrícola (116), aéreos (27), aquáticos (16) e ferroviários (16), ocorridos em 2007 na Es-panha. Do total de vítimas mortais, 79,4% foram dos sexo masculino.

QUEDAS

As quedas de pessoas em diferentes for-mas – no mesmo nível, por deslizamento, em escadas, andaimes, de edifícios etc. – supõem a quarta causa em importância das

Total de mortos: 15.916348,3 mortos por milhão de

habitantes

Fontes: Instituto Nacional de Estatística.Taxa de mortalidade: Número de mortos por milhão de habitantes.

Gráfi co 2. Principais causas externas de mortalidade. Espanha. Ano de 2007.

Transporte

Suicídios

Obstrução vias respiratórias

Quedas

Envenenamentos

Afogados

Agressões

Forças mecânicas

Incêndios

Eletrocussão

Fenômenos naturais

Restante

PAIS Nº DE MORTOS TAXA DE MORTALIDADE

OS ACIDENTES NO TRANSPORTE, COM UM TOTAL DE 4.203 FALECIDOS, REPRESENTARAM 25% DO TOTAL DE MORTES ACIDENTAIS NA ESPANHA EM 2007

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Mundo

União Europeia

Alemanha

Argentina (05)

Brasil (04)

Colômbia

Chile (05)

Cuba (05)

Equador (05)

Espanha

Estados Unidos

França (05)

Grã Betanha

Itália (03)

México (05)

Peru (00)

Portugal (03)

Venezuela (05)

PAIS Nº DE MORTOS TAXA DE MORTALIDADE

mortes acidentais em 2007, com 10,9% do total. A evolução histórica reflete-se no grá-fico 4, na Espanha, e no gráfico 5, a compa-ração internacional.

Do total de mortos por quedas em 2007 na Espanha, 1.740, 57,7%, eram do sexo masculino. A taxa de mortalidade nesse ano situa-se em 38,1 mortos por cada milhão de habitantes.

AFOGAMENTOS E SUBMERSÃO EM ÁGUA

Os afogamentos por submersão em água de mar, rios, represas, piscinas, banheiras e outros recipientes supõem a sexta causa de mortes acidentais na Espanha, com 3% do total. Sua evolução na série história pode ser observada, junto com as mortes por obstrução de vias respiratórias, no gráfico 6. Em 2007 houveram 482 mortos por afoga-mento, dos quais 83,4% eram do sexo mas-

Gráfi co 3. Mortos e mortalidade por causas externas. Internacional. Ano de 2006.

Fontes: Instituto Nacional de Estatística / Organização Mundial da Saúde.Taxa de mortalidade: Número de mortos por milhão de habitantes.NOTA: Junto ao país, entre parênteses, ano ao qual corresponde o dado se for diferente de 2006.

DERIVAM ALTAS TAXAS NOS PAÍSES EM

DESENVOLVIMENTO E AS REDUZIDAS

DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS,

COM EXCEÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS

E FRANÇA, PELAS

ELEVADAS INCIDÊNCIAS

DE ACIDENTES DOMÉSTICOS E SUICÍDIOS,

RESPECTIVAMENTE.

culino. A taxa de mortalidade foi de 10,5.A comparação internacional, acrescenta-

da às mortes produzidas por obstrução das vias respiratórias, que constam conjunta-mente nas estatísticas da maioria dos países, é refletida no gráfico 7.

OBSTRUÇÃO DE VIAS RESPIRATÓRIAS

A obstrução das vias respiratórias por di-ferentes objetos e produtos alimentícios e gástricos e por falta de oxigênio em espaços confinados com causa de morte situa-se na terceira posição de importância de mortes acidentais, com 13,1% do total de acidentes.

Na Espanha, no ano de 2007, ocorreu um total de 2.087 óbitos por esta causa, que é a única na qual ocorre em maior medida no sexo feminino, com 53,6% do total; a taxa de mortalidade foi de 45,7.

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estudos

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

AS QUEDAS, COM 1.740 CASOS, FORAM A QUARTA CAUSA EM IMPORTÂNCIA DAS MORTES ACIDENTAIS NA ESPANHA NO ANO DE 2007.

Gráfi co 4. Mortos e mortalidade por quedas. Espanha. 1980-2007.

Gráfi co 5. Mortos e mortalidade por quedas. Internacional. 2006.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística / Organização Mundial da Saúde.Taxa de mortalidade: Número de mortos por milhão de habitantes.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística / Organização Mundial da Saúde.Taxa de mortalidade: Número de mortos por milhão de habitantes.

Mundo

União Europeia

Alemanha

Brasil (04)

Colômbia

Cuba (05)

Chile (05)

Equador (05)

Espanha

Estados Unidos

França (05)

Grã Betanha

Itália (03)

México (05)

Portugal (03)

Venezuela (05)

PAIS Nº DE MORTOS TAXA DE MORTALIDADE

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EM 2007 OCORRERAM, NA ESPANHA, 2.087 ÓBITOS

POR OBSTRUÇÃO DE VIAS

RESPIRATÓRIAS, ÚNICA CAUSA QUE OCORRE

EM MAIOR QUANTIDADE NO SEXO FEMININO,

COM 53,6% DO TOTAL.

Gráfi co 6. Mortos e mortalidade por afogamento e obstrução de vias respiratórias. Espanha. 1980-2007.

Gráfi co 7. Mortos e mortalidade por afogados e obstrução de vias respiratórias. Internacional. 2006.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística / Organização Mundial da Saúde.Taxa de mortalidade: Número de mortos por milhão de habitantes.

Fontes: Instituto Nacional de Estatística / Organização Mundial da Saúde.Taxa de mortalidade: Número de mortos por milhão de habitantes.NOTA: Junto ao país, entre parênteses, ano ao qual corresponde o dado se for diferente de 2006.

Mundo

União Europeia

Alemanha

Argentina (05)

Brasil (04)

Colômbia

Cuba (05)

Chile (05)

Equador (05)

Espanha

Estados Unidos

França (05)

Grã Betanha

Itália (03)

México (05)

Perú

Portugal (03)

Venezuela (05)

PAIS Nº DE MORTOS TAXA DE MORTALIDADE

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estudos

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

A TAXA DE MORTALIDADE ESPANHOLA POR DESCARGAS ELÉTRICAS REDUZIU DE FORMA CONSIDERÁVEL DEVIDO ÀS MELHORAS NA SEGURANÇA NO MANUSEIO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICA

DESTACA A ALTA TAXA REGISTRADA NA FRANÇA, 170, COM RELAÇÃO A MÉDIA MUNDIAL, 133.

Gráfi co 8. Mortos e mortalidade por lesões auto-infl igidas (suicídios). Espanha. 1980-2007.

Gráfi co 9. Mortos e mortalidade por lesões auto-infringidas (suicídios). Internacional. 2006.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística / Organização Mundial da Saúde.Taxa de mortalidade: Número de mortos por milhão de habitantes.

Fontes: Instituto Nacional de Estatística / Organização Mundial da Saúde.Taxa de mortalidade: Número de mortos por milhão de habitantes.NOTA: Junto ao país, entre parênteses, ano ao qual corresponde o dado se for diferente de 2006.

PAIS Nº DE MORTOS TAXA DE MORTALIDADE

Mundo

União Europeia

Alemanha

Argentina (05)

Brasil (04)

Colômbia

Cuba (05)

Chile (05)

Equador (05)

Espanha

Estados Unidos

França (05)

Grã Betanha

Itália (03)

México (05)

Perú

Portugal (03)

Venezuela (05)

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1.5 DESCARGA ELÉTRICA

As descargas em linhas elétricas de baixa e alta tensão sobre pessoas oca-sionam 0,4% de vítimas mortais na Espanha, e reduziu-se notavelmente a taxa de mortalidade registrada nos anos 80, de aproximadamente 4,5 a 1,4 em 2007, devido às consideráveis melhoras de segurança no manejo de instalações elétricas experimenta-das neste período de tempo. Das 69 mortes produzidas em 2007 na Espa-nha por eletrocussão, 89,1% foram do sexo masculino.

1.6 INCÊNDIOS

Os incêndios e intoxicações por má combustão são a nona causa de mortes acidentais na Espanha, observando-se uma apreciável melhora das taxas de mortalidade dos anos 80 e inícios dos 90 do século passado às existentes nos últimos dez anos considerados. Em 2007 morreram por incêndios 189 pes-soas, sendo 66,7% do sexo masculino e uma taxa de mortalidade de 4,1.

1.7 ENVENENAMENTO ACIDENTAL

As mortes produzidas por drogas, fármacos e produtos químicos situ-am-se na Espanha na quinta causa de mortalidade, com uma evolução e taxa de mortalidade refletidas no gráfico 8. Das 767 mortes registradas na Es-panha em 2007, 82,3% eram do sexo masculino; outro dado esclarecedor das ações geradoras de sobredose de drogas é que 71,1% do total de mortos estavam em idades compreendidas en-tre 20 e 40 anos.

No gráfico 9 são apresentadas as mortes e taxas de mortalidade em 2006 para os diferentes países inclu-ídos nesta análise. Chama a atenção a elevada taxa (123,2) resultante nos Es-tados Unidos com relação à taxa mé-dia de 57 em nível mundial.

1.8 LESÕES AUTO-INFLIGIDAS

Esta causa de morte não acidental, mas infringida pela própria vítima su-põe na Espanha 20,5% do total de mor-tes por causas externas em 2007, o que se situa no segundo lugar em impor-tância depois das produzidas por meios de transporte. Do total de suicídios em 2007, 75,5%, 3.263 vítimas, foram pes-soas do sexo masculino.

Em nível internacional destaca a elevada taxa resultante na França, 170, com relação à média mundial de 133.

1.9 AGRESSÕES

A causa externa resultante de morte por agressões com armas brancas ou de fogo, afogamen-tos, envenenamentos, produ-tos químicos, entre outros, representa 2,2% do total em 2007, ocupando o sétimo lugar em importância.

Em 2007 ocorre-ram 348 mortes por agressões, das quais 65,2% foram homens. Sobressaem os dados de mortes por agressões em muitos dos diferentes países considerados, onde destacam os elevados ín-dices registrados na Co-lômbia, Venezuela, Brasil, Peru e México.

OS SUICÍDIOS, COM 3.263

CASOS, REPRESENTARAM

A SEGUNDA CAUSA DE MORTE

POR CAUSAS EXTERNAS NA ESPANHA EM

2007.

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estudos

Na sociedade atual existe um claro “risco de excesso de informação” e com o tempo uma necessidade de permanente atualização e orientação, o que supõe um desafio enriquecedor para o serviço de informação oferecido pelo Centro de Documentação da FUNDACIÓN MAPFRE.

Risco de excesso

O Centro de Documentação oferece um serviço gratuito de informação especializada acessível pela Internet.

Serviço especializado que supõe um instrumento útil para mitigar as consequências do “risco de excesso de informação” na era digital.

As atuais linhas de atuação do Centro de Documentação são destinadas a evolução da biblioteca digital de modo que seu catálogo web seja totalmente visível na Internet. Para isso, estão sendo fomentadas relações institucionais que permitam o intercâmbio de publicações digitais e o catálogo está sendo registrado em

MARISOL REVILLA GUZMÁNFUNDACIÓN MAPFREDiretora do Centro de Documentação

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de informaçãodiferentes buscadores e produtores, tanto nacionais quanto internacionais.

Atualmente o catálogo web do Centro de Documentação possui mais de 110.000 registros bibliográficos, organizados nas seguintes coleções:

Artigos de revistas especializadas Legislação de seguros e de segurança Monografias (livros, documentos

eletrônicos, CD´s, DVD´s...) Normativa técnica Sites relevantes do mercado segurador

e de segurança

Ranking do mercado segurador e financeiro Revistas

Após o grande impulso de digitalização realizado em 2009, 40% do catálogo está já em formato digital.

A gestão da informação no Centro de Documentação da FUNDACIÓN MAPFRE é feito de acordo com quatro pilares básicos:

1. Seleção e localização de informação2. Aquisição3. Organização4. Difusão

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estudos

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

Na gestão da informação e documentação o primeiro elo do processo é a identificação, localização e seleção de informação estratégica e relevante do setor e depois onde ele está especializado, no caso em questão em seguros, gerência de risco e segurança e meio ambiente.

Para tanto existe uma série de canais de comunicação externos e internos.

CANAIS DE COMUNICAÇÃO EXTERNOS

DISTRIBUIDORES E FORNECEDORES DE INFORMAÇÃO

Dispõe-se de um grande número de distribuidores e/ou fornecedores de informação e documentação, gerais (Mundi-Prensa, Armazon, Díaz de Santos etc.) ou especializados (Unespa, ICEA, Swiss Re, Münchener, Inese, Forrester, Axco etc.).

REVISTAS E IMPRENSACada vez mais as próprias revistas enviam ao assinante (via correio eletrônico) alertas com informação atualizada do setor, como, por exemplo, Risk, Asia Insurance Reviw, Business Insurance, Post online etc.).

CATÁLOGOS E BASES DE DADOSExistem numerosos catálogos de bibliotecas e bases de dados. A seguir são descritos alguns que o Centro de Documentação consulta de forma assídua:

TESEOA base de dados de teses de doutorado Teseo é do Ministério da Educação espanhol. Nele são encontradas teses de doutorado por autor, título ou matéria, mas pode-se acessar somente o resumo.

1. SELEÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO

TEXIS DOCTORALES EM XARXATesis Doctorales en Red é um diretório cooperativo que contém, em formato digital, todas as teses de doutorado lidas nas universidades da Cataluña e de algumas universidades que se uniram a este projeto de cooperação e impulso do conhecimento da pesquisa na Espanha, e permite o acesso ao texto completo das teses de doutorado.

E-PRINTS COMPLUTENSEE-Prints Complutense é o arquivo institucional, com acesso aberto, desenvolvido pela Biblioteca da Universidade Complutense de Madri para gerir a documentação digital, fruto da atividade dos seus docentes e pesquisadores. Pode-se acessar o texto completo dos documentos.

OAISTEROaister é um catálogo coletivo de recursos digitais criado pela Universidade de Michigan (EUA) e financiado por The Andrew W. Mellon Foundation. Proporcionaacesso a mais de 22 milhões de registros bibliográficos e aos seus objetos digitais correspondentes, de 1.139 fornecedores de dados.

O Centro de Documentação da FUNDACIÓN MAPFRE é, desde 2009, fornecedor de dados e foi coletado pela Oaister, pelo qual, ao buscar neste catálogo, são recuperados documentos com o texto completo do catálogo do Centro de Documentação e de outros muitos diretórios relevantes. A gestão da informação no Centro de Documentação de FUNDACIÓN MAPFRE é realizada de acordo com os quatro pilares básicos: seleção e localização de informação, aquisição, organização e difusão.

A GESTÃO DA INFORMAÇÃO NO CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DA FUNDACIÓN MAPFRE É REALIZADA DE ACORDO COM OS QUATRO PILARES BÁSICOS: SELEÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO, AQUISIÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIFUSÃO

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OPENDOAROpenDOAR é um diretório de dadosacadêmicos de acesso aberto, criado emantido pela Universidade de Nottingham(Reino Unido). O Centro de Documentaçãotambém faz parte destes dados.

BIBLIOTECAS E CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO

NNo Centro de Documentação são consultados, Assiduamente, numerosos catálogos de bibliotecas, nacionais e internacionais, mas merece destaque nesta ocasião o metabuscador “El Buscón”, que incluiu seu site a Biblioteca Nacional da Espanha. Trata-se de um portal de acesso aos recursos eletrônicos, assinados ou gratuitos, selecionados pela própria Biblioteca Nacional. Permite acessar otexto completo de documentações diversas,distribuídas, mas catalogada em diferentesgrupos de recursos: catálogos, artigos, coleções digitais etc

NEWSLETTERSTTrata-se de folhas informativas ou boletinsque geralmente são recebidas por correio eletrônico e sugere um canal de informação relevante do setor no qual é especializado. Sua assinatura costuma ser gratuita, como, por exemplo, a dos Grupos Aseguranza, Inese, ICEA, Axco etc.

CANAIS RSSRSS (Really Simple Syndication) é um formatode texto, no formato XML, que serve paradistribuir títulos de notícias e conteúdos pela Internet de forma automatizada e sem a necessidade de entrar no site.

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estudos

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

Há milhões de sites que ofereceminformação atualizada e notícias, mas é quaseimpossível poder consultar todas. O Centrode Documentação está vinculado a uma sériede canais RSS especializados que informamseletiva e constantemente as novidades, semnecessidade de acessar todos os sites.

SITES

O Centro de Documentação realiza umaseleção rigorosa de sites de interesse para os setores nos quais é especializado. Atualmente o Centro conta com mais de 280 sites (de legislação, estatística, normativos, seguros, gerência de riscos, segurança e meio ambiente) catalogadas e consultáveis pelo catálogo da internet. Trata-se de endereços de Internet ativos, já que diariamente é feito um processo informático descontinuo (batch process) que comprova três vezes ao dia se osendereços funcionam corretamente ou não,ou se mudou a URL, sendo que nesse casoé fornecido o novo endereço eletrônico.

DESIDERATAS

Desiderata é o termo latino usado em biblioteconomia para referir-se à “papeleta”que antigamente o usuário da biblioteca utilizava para expor a conveniência de aquisição de um livro.

Atualmente, o Centro recebe as sugestões de aquisição de qualquer tipo de documento, em diferentes meios e/ou formatos, pessoalmente, por correio eletrônico ou por catálogo de internet (parte inferior do site em “Sugerencias” (sugestões)).

CANAIS DE COMUNICAÇÃO INTERNOS

A informação atualizada das áreas temáticas onde a pesquisa é realizada, e do mercado, chegam ao Centro de Documentação por intermédio da própria FUNDACIÓN MAPFRE:

Bolsas de Auxílio à Pesquisa em Seguros, Saúde, Segurança e Meio Ambiente, que são convocadas anualmente.

Prêmio Internacional Julio Castelo Matrán, de pesquisa em Seguros, que é convocado bienalmente.

Publicações da própria FUNDACIÓN MAPFRE.

Relatórios e estudos do mercado espanhol e iberoamericano, e rankings de grupos seguradores europeus e da iberoamérica.

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53G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

Coletores

GoogleOaister, Hispana, Coleta, Roar, Opendoar, E-ciencia...

GenéricosEspecializadosCentro de documentação

Biblioteca virtual do patrimônio bibliográfi co,

biblioteca virtual de imprensa histórica, dialnet...

Fornecedores de dados

O CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO FAZ UMA SELEÇÃO RIGOROSA DOS SITES INTERESSE PARA OS SETORES NOS QUAIS É ESPECIALIZADO. ATUALMENTE CONTA COM MAIS DE 280 PÁGINAS CATALOGADAS E CONSULTÁVEIS ATRAVÉS DO CATÁLOGO “WEB”.

2. AQUISIÇÃO

Após o pilar da seleção, o tema seguinte é a aquisição, que consiste na obtenção do documento por meio da Internet, o empréstimo inter-bibliotecário ou a aquisição propriamente dita.

Há três vias de aquisição:Compra de publicações em diferentes meios e assinaturas de revistas, imprensa e bases de dados.Troca: intercâmbio de publicações com outras instituições nacionais e internacionais.Doações de documentação especializada.

3. ORGANIZAÇÃO

O Centro de Documentação conta com um sistema integrado de gestão documental que supõe:

Um programa cliente com três módulos: catalogação, aquisição e circulação.

Uma aplicação web, acessível a todos os usuários pela Internet.

A gestão da informação e documentação é realizada segundo padrões internacionais, que permite catalogar e colocar à disposição dos usuários objetos multimídia em diferentes formatos (PDF, JPG, TIFF, GIF, Excel, PPT, MPEG, WAV etc.).

Na prática, são usados padrões XML, DCMI, MARC 21 e METS, que permite que as fichas bibliográficas possam ser visualizadas, exportadas ou guardadas em diversos formatos (Ficha, ISBD, Dublin Core RDF, Onix, Ibermarc etiquetado, XML-MARC Schema).

Além disso, o arquivo onde são armazenados os documentos cumpre o protocolo OAI-PMH, pelo qual os seus dados podem ser recuperados pelos principais buscadores e coletores.

Existem dois agentes fundamentais: Fornecedores de dados Coletores

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estudos

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

O CATÁLOGO VISTUAL DO CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DA FUNDACIÓN MAPFRE JÁ ESTÁ DISPONÍVEL NA INTERNET, JÁ QUE DESDE JANEIRO DE 2009 O GOOGLE INDEXA TODAS AS SUAS FICHAS BIBLIOGRÁFICAS.

O Centro de Documentação é fornecedor de dados, de informação especializada e graças a isso está incluído na Hispana.

Hispana é um diretório e coletor de recursos digitais do Ministério da Cultura Espanhol. Por meio do seu diretório permite localizar os atuais projetos espanhóis digitalizados e seu coletor fornece acesso à informação digital de diferentes instituições, cujas bases de dados são interconectadas. Assim, por exemplo, se são buscados documentos digitais sobre “Seguro de dependência”, o Hispana mostra o número de documentos e seu recurso eletrônico localizado em diferentes sites institucionais.

Por último, destacamos que o catálogo virtual do Centro de Documentação da FUNDACIÓN MAPFRE já está disponível na Internet, já que desde janeiro de 2009 o Google indexa todas as suas fichas bibliográficas.

Antes, as fichas bibliográficas dos catálogos de bibliotecas eram invisíveis para os buscadores. Assim, quando se buscava no Google por um autor ou título de uma obra, o buscador o levava à página web da entidade ou da biblioteca ou ao seu catálogo, e o usuário tinha que começar a “navegar” por ele.

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Agora, o catálogo virtual do Centro de Documentação conseguiu o “efeito Google” desejado (buscar = encontrar). Se buscar diretamente no Google, o resultado – quase sempre na primeira posição – é a ficha do próprio catálogo e pode-se acessá-lo e a seu objeto digital, se houver, sem a necessidade do usuário ter que entrar na página do catálogo.

O Centro de Documentação da FUNDACIÓN MAPFRE é, desde 2009, fornecedor de dados e, por isso, eles podem ser recuperados pelos principais buscadores e coletores.

4. DIFUSÃO

A única razão de ser das bibliotecas e dos centros de documentação são os usuários e o uso dos seus acervos documentais. Há séculos a missão fundamental era a preservação e a conservação dos documentos; atualmente todos os indicadores estatísticos tentam medir e apresentar o grau de difusão da informação, e a utilização dos recursos documentais e aplicação da internet.

O Centro de Documentação da FUNDACIÓN MAPFRE faz esta divulgação Por meio de uma biblioteca e um catálogo virtual.

BIBLIOTECA

Desde outubro de 2009, a Biblioteca do Centro de Documentação está localizada nas novas instalações da FUNDACIÓN MAPFRE em Bárbara de Braganza, 14, Madri (Espanha).

CATÁLOGO VIRTUAL

Basicamente, as principais novidades do catálogo virtual são:

1. Busca simples / avançada, exata, integrada ou em uma coleção concreta.2. Acesso ao documento original.3. Exportar, imprimir ou guardar os resultados de uma busca.4. Revistas: navegação pelos anos e números, e acesso imediato ao PDF, se houver.5. Serviço de atualização automática e permanente das novidades bibliográficas aos usuários por meio da tecnologia RSS.

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informe

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

GRAÇAS À TECNOLOGIA RSS IMPLEMENTADA NO CATÁLOGO VIRTUAL DO CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO, OS USUÁRIOS PODEM CONHECER NA HORA OS NOVOS TÍTULOS DISPONÍVEIS OU SOMENTE OS DA MATÉRIA QUE ESTIVEREM INTERESSADOS.

A implementação da tecnologia RSS no catálogo virtual do Centro de Documentação permite que os usuários conheçam, na hora, os novos títulos disponíveis no catálogo ou somente os daquela matéria em que estiverem interessados.

O Centro de Documentação apresenta os 50 últimos documentos catalogados, e estas novidades bibliográficas podem ser consultadas diretamente, posicionando-se no termo desejado ou cadastrando-se na fonte RSS correspondente.

www.fundacionmapfre.com/documentacion

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Esta assinatura permite:a) Acessar as novidades bibliográficas

diretamente do Google, por exemplo, sem necessidade de recorrer à URL do Centro de Documentação. Pode-se acessar o canal que está cadastrado, portanto, a notícia e o texto completo.

Siteseprints.ucm.eshispana.mcu.esoaister.umdl.umich.eduopendoar.org/index.htmlwww.bne.eswww.bne.es/es/Catalogos/ElBuscon/index.htmlwww.fundacionmapfre.com/documentacionwww.oaister.orgwww.mellon.orgwww.micinn.es/teseo/login.jdpwww.tesisenxarxa.net

b) possuir com um programa de leitura RSS, o usuário recebe na hora alertas dos novos conteúdos dos canais RSS que estiver cadastrado.

VER

OS FAVORITOS,AS FONTES,

O HISTÓRICO

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informe

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A FUNDACIÓN MAPFRE apresenta pelo quinto ano consecutivo o “Ranking dos maiores

grupos seguradores europeus Não Vida 2008”. A classificação foi elaborada com base no volume de

prêmios que cada um dos grupos lucrou em 2008 no referido segmento de negócio, procedente de todos

os países nos quais opera. Como fonte de informação foram utilizados os relatórios anuais publicados

pelas próprias Companhias. Além disso, o estudo fornece informação sobre o índice combinado,

comentários sobre os fatos mais destacáveis do exercício e um quadro com o resultado obtido por cada

grupo nos ramos Não Vida.

dos maiores grupos seguradores europeus

Não Vida 2008

RANKCENTRO DE ESTUDOSFUNDACIÓN MAPFRE

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KING ASPECTOS METODOLÓGICOS

1 – Para a elaboração do ranking levou-se em conta o volume de prêmios brutos (seguro direto mais resseguro aceito) dos ramos Não Vida1.

É conveniente esclarecer que no ranking não constam os prêmios de Saúde que são atribuídos ao ramo de Vida1, mas sim aqueles que são classificados em Não Vida ou expressamente diferenciados.

2 – Não são incluídos neste ranking os grupos cuja atividade principal seja o Resseguro.

Mantêm-se o critério de incluir os prêmios de resseguro aceito naqueles grupos com filiais resseguradoras, mas sem que esta atividade seja a principal. Não obstante, cabe mencionar o caso particular da Talanx, cujos prêmios de Resseguro Não Vida foram quase iguais aos prêmios de seguro direto em 2007.

3 – Os dados de resultados referem-se ao segmento Não Vida, antes dos impostos e minoritários. No caso do AXA incluiu-se também o Seguro Internacional (negócio incluído também no dado de volume de prêmios).

4 – No relatório é utilizada a expressão “resultado operacional” para referir-se ao resultado proveniente do negócio segurador, incluindo o resultado dos investimentos associados ao negócio. As perdas ou lucros procedentes de outros investimentos são incluídos no “resultado não operacional”.

5 – A informação sobre o nível de solvência que consta em alguns quadros refere-se à totalidade de operações de cada grupo. O dado representa o número de vezes que o grupo cumpre o capital de solvência obrigatório.

1 De forma geral, nos casos que o seguro de Saúde gera provisões matemáticas, o ramo classificado junto ao de Vida.

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OS 15 MAIORES GRUPOS SEGURADORES EUROPEUS DO SEGMENTO NÃO VIDA EM 2008 ACUMULARAM 230.162 MILHÕES DE EUROS EM PRÊMIOS, COM UM LEVE RENDIMENTO

DE 1,2% COM RELAÇÃO AOS LUCROS OBTIDOS NO ANO ANTERIOR.

MAIORES GRUPOS SEGURADORES EUROPEUS NÃO VIDA 2008Ranking por volume de prêmios brutos (milhões de euros)

1 Allianz Alemanha 44.289 43.387 -2,0 93,6 95,1 1

2 Axa França 28.598 28.851 0,9 97,6 95,5 2

3 Zurich Suíça 25.882 25.369 -2,0 95,6 98,1 3

4 Generali Itália 20.845 21.990 5,5 95,8 96,4 4

5 Eureko Holanda 10.436 15.075 44,5 96,4 96,7 7

6 Aviva Reino Unido 16.613 15.033 -9,5 100,0 98,0 5

7 Groupama França 9.922 10.964 10,5 99,7 98,7 9

8 Mapfre Espanha 9.293 10.891 17,2 92,6 93,9 11

9 Talanx2 Alemanha 11.596 10.800 -6,9 99,4 99,0 6

10 Ergo Alemanha 10.089 10.546 4,5 93,1 90,2 8

11 Rsa Reino Unido 9.638 9.162 -4,9 94,9 94,5 10

12 Covéa França 8.682 8.900 2,5 n.d. n.d. -

13 Fondiaria-Sai Itália 7.318 8.298 -0,3 94,4 98,7 13

14 Rbs Insurance Reino Unido 8.193 6.953 -15,1 n.d. n.d. 12

15 Ing Holanda 6.086 4.943 -18,8 97,1 96,5 14

NO GRUPO PAÍSPRÊMIOS NÃO VIDA

% ▲ÍNDICE COMBINADO1 % RANKING

20072007 2008 2007 2008

Total 5 primeiros 130.049 134.672 3,6Total 15 primeiros 227.481 230.162 1,2

Fonte: FUNDACIÓN MAPFRE. Elaboração própria de acordo com as demonstrações financeiras consolidadas (sob critérios NIIF).

1 O índice combinado é o apresentado por cada companhia na sua memória. Nos casos que o índice Não Vida e o de Saúde aparecem separados, optou-se pelo índice Não Vida.2 Baseado na projeção dos resultados financeiros anuais de 2008.

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6 – A título de comparação, foram atualizados os valores de lucros e resultados de 2007 publicados pelos grupos seguradores nos seus relatórios anuais de 2008.

7 – Para a conversão a euros dos dados expressos em outras moedas utilizou-se a taxa de câmbio média dos anos de 2007 e 2008, conforme apresentado no quadro seguinte:

Comentários gerais

Alguns aspectos destacáveis do ranking de 2008 são:

Durante 2008 manteve-se uma situação de intensa concorrência, principalmente no ramo de Automóveis, o que causou uma queda do prêmio médio. A isso se somam os efeitos da crise econômica, com uma queda significativa dos novos registros e a contratação de menos coberturas.■ As receitas procedentes das filiais estabelecidas em mercados emergentes e as aquisições foram em alguns casos os principais impulsionadores do crescimento.

EURO/1 UNIDADE 2007 2008

Libra esterlina (GBP) 1,461 1,260

Dólar (USD) 0,726 0,683

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■ O resultado do segmento Não Vida viu-se afetado de forma generalizada pela depreciação dos investimentos, consequência da crise dos mercados financeiros internacionais. A maioria dos grupos que fazem parte do ranking obteve menores resultados que no exercício precedente. Somente três grupos obtiveram crescimentos em moedas locais: os britânicos RBS Insurance (14,5%), RSA (13,3%) e a espanhola MAPFRE (8,5%). No caso das duas primeiras entidades, o resultado expressado em euros diminuiu.

■ A valorização do euro frente ao dólar e a libra esterlina é o motivo pelo qual diminuiu o volume de receitas de alguns grupos que publicam a informação financeira nas referidas moedas, como no caso da Aviva, RSA e Zurich, que tiveram crescimentos nas suas respectivas moedas.

■ Com relação aos movimentos produzidos, e em contraste com o que ocorreu no ranking de 2007, somente cinco grupos ocupam o mesmo lugar na classificação igual ao ano anterior. As quatro primeiras posições mantêm-se invariáveis. Como novidade, ocorreu a entrada no ranking de 2008 do grupo Covéa, que agrupa três das principais mutualidades francesas de seguros e a saída do grupo Fortis.

Os 15 maiores grupos seguradores europeus do segmento Não Vida em 2008 acumularam 230.162 milhões de euros em prêmios, com um leve aumento de 1,2% com relação às receitas obtidas no ano anterior. O referido crescimento é três pontos porcentuais inferior ao obtido em 2007 pelos seguros que compunham parte do ranking, que foi de 4,3%.

É importante descartar o significativo aumento das receitas do grupo holandês Eureko, 44,5% graças à fusão com o também holandês Agis e a aquisição da companhia turca Eureko Sigorta. Estas operações foram concluídas em 2007, sendo 2008 o primeiro exercício no qual se consolidou a totalidade das receitas de ambas as companhias. A Eureko sobe duas posições no ranking e ficou em quinto lugar, levando a Aviva à sexta posição. A Groupama, com um crescimento em prêmios de 10,5%, ganha duas posições e passou da nona à sétima posição. O Grupo MAPFRE obteve o segundo maior crescimento em prêmios, 17,2%, e sobe três posições na classificação, até o oitavo lugar. Fondiaria-Sai manteve-se na posição número 13. Os demais grupos caíram posições com relação ao ranking do ano anterior.

O melhor índice combinado foi o da Ergo, 90,2%, quase três pontos menos que no ano anterior. É conveniente explicar que o índice refere-se ao segmento Property-Casualty, sem incluir Saúde. Depois da Ergo, a MAPFRE obteve o índice combinado mais baixo, 93,9%, apesar de que em 2008 incrementou-se um ponto em conseqüência do aumento da sinistralidade na Ibero-américa e no resseguro, bem como à integração do The Commerce Group e a consolidação da Genel Sigorta e MVA durante todo o exercício.

Ainda que a sinistralidade não tenha tido o mesmo comportamento em todos os grupos, podem-se tirar algumas conclusões gerais dos comentários incluídos nos relatórios anuais:

Os danos causados por catástrofes naturais foram elevados, ainda que menores que os de 2007 na maioria dos grupos, sendo os mais destacados os causados pelas tempestades Emma e Hilal e pelo furacão Ike.

O GRUPO MAPFRE OBTEVE EM 2008 O SEGUNDO MAIOR CRESCIMENTO EM PRÊMIOS, DE 17,2%, ESCALANDO TRÊS POSIÇÕES NA CLASSIFICAÇÃO DOS 15 MAIORES GRUPOS SEGURADORES EUROPEUS DO SEGMENTO NÃO VIDA, ATÉ ATINGIR O OITAVO LUGAR

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Em alguns grupos, a redução da sinistralidade por catástrofes naturais foi contrabalanceada pelo aumento dos sinistros graves.

A diminuição do prêmio médio em conseqüência da forte concorrência existente nos mercados e o aumento do custo dos sinistros foram algumas das causas da piora do índice de sinistralidade.

Embora a maioria dos grupos destaque que o resultado operacional foi muito positivo no exercício de 2008, o efeito da depreciação dos investimentos em consequência da crise dos mercados financeiros internacionais produziu

uma significativa queda do resultado dos investimentos, causando uma diminuição dos resultados do segmento Não Vida na maioria dos grupos, inclusive com perdas na Eureko e Aviva. As exceções foram a RBS Insurance e a RSA, cujos resultados em moeda local aumentaram 14,5% e 13,3%, respectivamente, e a MAPFRE, que cresceu 8,5%.

Na falta da publicação do resultado do grupo Covéa2, a soma dos resultados dos demais grupos seguradores foi de 15.410 milhões de euros, o que supõe uma queda de 39,5% com relação ao exercício de 2007, no qual os referidos grupos acumularam um lucro antes dos impostos e minoritários de 25.451 milhões de euros.

MAIORES GRUPOS SEGURADORES EUROPEUS NÃO VIDA 2008Ranking por volume de prêmios brutos (milhões de euros)

GRUPO PAÍSRESULTADO

% ▲2007 2008

Allianz Alemanha 7.261 5.936 -18,2

Generali Itália 2.461 1.531 -37,8

Zurich Suíça 3.022 1.472 -51,3

Axa França 3.336 1.419 -57,5

Mapfre Espanha 1.105 1.199 8,5

RBS Insurance Reino Unido 995 983 -1,3

Rsa2 Reino Unido 979 956 -2,3

Ergo Alemanha 823 604 -26,6

Ing Holanda 1.249 511 -59,1

Groupama França 962 543 -43,6

Fondiaria-Sai Itália 662 315 -52,5

Talanx Alemanha 1.126 197 -82,5

Cóvea França 887 n.d. -

Eureko Holanda 437 -123 -128,1

Aviva Reino Unido 1.033 -134 -112,9

2 Covéa publica seus valores durante o mês de junho.

Fonte: FUNDACIÓN MAPFRE. Elaboração própria a partir dos relatórios anuais.

(1)Resultado antes dos impostos e minoritários.(2) Resultado operações continuadas.

MAIORES GRUPOS SEGURADORES EUROPEUS NÃO VIDA 2008 Resultado Não vida1

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informe

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PRINCIPAIS INDICADORES 2007 2008 VARIAÇÃO

Prêmios 44.289 43.387 -2,0%

Índice combinado (%) 93,6 95,1 1,5 p.p.

Sinistralidade (%) 66,1 68,0 1,9 p.p.

Despesas (%) 27,5 27,1 -04 p.p.

Resultado 7.261 5.936 -18,2%

Operacional 6.299 5.649 -10,3%

Não operacional 962 287 -70,2%

Comentários por Grupos

ALLIANZSeu volume de prêmios Não Vida diminuiu

2% devido, principalmente, ao fato de que o negócio de Saúde da Bélgica e da França foi transferido em 2008 ao segmento de Vida e Saúde. Descontando este efeito, os prêmios cresceram 1,7% graças ao aumento das receitas procedentes dos Estados Unidos e dos mercados emergentes.

O índice combinado cresceu 1,5 pontos percentuais até 95,1%, impactado, principalmente, por um aumento de 2,2 pontos percentuais no índece de sinistralidade, relacionado principalmente com o seguro de Crédito (o índice de sinistralidade passou de 57,1% em 2007 para 85% em 2008) e o seguro Agrário nos Estados Unidos. O índece de gastos diminuiu 0,4 ponto, de 27,5 para 27,1%.

O aumento na severidade dos sinistros foi parcialmente compensado por uma leve diminuição da frequência de sinistro. As indenizações por catástrofes naturais, ainda que elevadas, foram menores que as do exercício anterior. Ao contrário, o impacto dos sinistros graves foi superior ao de 2007. Por outro lado, o resultado líquido dos investimentos reduziu 562 milhões.

O resultado não operacional diminuiu 70% devido, principalmente, à forte perda de valor registrada nos investimentos. Como consequência do exposto anteriormente o

Prêmios e resultado em milhões de euros

Nota: p.p. pontos percentuais.

PRINCIPAIS INDICADORES 2007 2008 VARIAÇÃO

Prêmios (€) 16.613 15.033 -9,5%

Prêmios (£) 11.369 11.934 5,0%

Índice combinado (%) 100,0 98,0 -2,0 p.p.

Resultado (€) 1.033 -134 -112,9%

Resultado (£) 707 -106 -115,0%

Prêmios e resultado em milhões

Nota: p.p. pontos percentuais.

resultado do segmento Property-Casualty, antes de impostos e minoritários, chegou a 5.936 milhões de euros, 18,2% menos que no exercício de 2007.

AVIVAO grupo britânico Aviva lucrou 11.934

milhões de libras em prêmios Não Vida em 2008, 5% mais que no ano anterior. Não obstante, a depreciação da libra frente ao euro é a causa de uma diminuição de 9,5% nas receitas expressadas em euros. Aviva obteve uma evolução favorável nos mercados continentais europeus, principalmente na Holanda, que compensou a diminuição dos prêmios no Reino Unido.

O índice combinado melhorou dois pontos, situando-se em 98%, graças à ausência de clima adverso, em contraste com as inundações registradas em 2007, e graças também à implantação de políticas de economia de custos. Embora o resultado operacional do segmento Não Vida tenha aumentado 17,3% em moeda local, o resultado do ramo antes de impostos foi negativo, com -106 milhões de libras (-134

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PRINCIPAIS INDICADORES 2007 2008 VARIAÇÃO

Prêmios 28.598 28.851 0,9%

Property-Casualty 25.101 26.107 4,0%

Seguro Internacional 3.497 2.744 -21,5%

Rateio combinado (%) 97,6 95,5 -2,1 p.p.

Sinistralidade (%) 69,7 67,1 -2,6 p.p.

Gastos (%) 27,9 28,4 0,5 p.p.

Resultado 3.336 1.419 -57,5%

Property-Casualty 2.961 1.353 -54,3%

Seguro Internacional 375 66 -82,4%

Prêmios e resultado em milhões de euros

milhões de euros), devido fundamentalmente a menores lucros procedentes da gestão de fundos, impactados pelas más condições dos mercados financeiros.

AXAOs prêmios Não Vida do grupo AXA que

constam neste estudo são a soma dos segmentos Property-Casualty e Seguro Internacional3, motivo pelo qual é conveniente analisar separado o compromisso de cada um deles. No que se refere ao negócio Property-Casualty, os prêmios cresceram 4%, atingindo o número de 26.107 milhões de euros, graças principalmente ao aumento das receitas da área mediterrânea e da América Latina, influenciado por duas aquisições realizadas na região. Em julho de 2008, a AXA concluiu a aquisição de 100% da filial mexicana da ING no México, Seguros ING, que passou a denominar-se AXA Seguros. Em 2007, esta companhia ocupava a segunda posição do ranking Não Vida do México, com um volume de prêmios de 1.100 milhões de euros. No mês de junho a AXA concluiu a aquisição da companhia turca Oyak, na qual já tinha uma participação de 50%.

Por outro lado, o volume de prêmios do Seguro Internacional diminuiu 21,5%, devido ao término de um acordo de fronting entre a AXA Re a Paris Ré. Os prêmios deste segmento

aumentaram 2.744 milhões de euros que, somadas às da Property-Casualty, chegaram a 28.851 milhões de euros.

O índice de sinistralidade do segmento Property-Casualty melhorou 2,6 pontos com relação ao ano anterior em conseqüência de um menor impacto das catástrofes naturais e por um comportamento favorável dos sinistros provisionados. O índice de gastos cresceu cinco décimos, devido ao aumento das despesas de administração. Não obstante, um pior resultado dos investimentos levou a um resultado antes de impostos de 1.353 milhões de euros frente a 2.961 milhões obtidos em 2007.

Com relação ao Seguro Internacional, ocorreu uma diminuição de 82,4% em conseqüência de uma perda derivada de uma mudança produzida no valor razoável dos investimentos.

COVÉACovéa é uma Sociedade do Grupo de Seguro

Mútuo (SGAM nas suas siglas em francês) que agrupa as mutualidades francesas GMF, MAAF e MMA. A SGAM é uma estrutura jurídica criada pelo direito francês em 2001, que permite às mutualidades de seguro reunir

3 Antes de eliminações entre segmentos.

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informe

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

em um marco único, mais ou menos restritivo, conforme a vontade das partes, a gestão de duas ou mais mutuas.

Na data de encerramento do presente estudo só se dispunha de informação sobre o volume de prêmios Não Vida, que no exercício de 2008 alcançou 8.900 milhões de euros. As referidas receitas situam o grupo francês no duodécima posição deste ranking europeu Não Vida.

ERGOOs prêmios dos ramos Não Vida (Saúde,

Property-Casualty e Defesa Jurídica) do grupo alemão cresceram 4,5% em 2008 com relação a 2007. O referido crescimento é resultado de:

Crescimento sustentado do seguro de Saúde, com um melhor comportamento do negócio internacional que do doméstico, destacando, principalmente, o das suas companhias da Espanha e Bélgica. Na Alemanha, as receitas do ramo viram-se afetadas pela reforma da Saúde que entrou em vigor em 2007, com um aumento de 1,6%. Uma das alterações que afetam especialmente o seguro privado de Saúde é o estabelecimento de um período de espera de três anos para os cidadãos que desejam optar pelo referido sistema, desde que demonstrem que nesses anos ultrapassaram o nível de receitas pré-fixadas.

Um aumento do segmento Property-Casualty de 8,2%, impulsionado pelo seu

negócio internacional (com 22,2% de crescimento). Os mercados da Europa Central e Oriental mostraram aumento de dois dígitos, com destaque para o da sua companhia na Polônia, 30,6%.

Um leve aumento do seguro de Defesa Jurídica de 1%.

Com relação ao resultado técnico, cabe destacar:

O leve aumento da sinistralidade e dos gastos no ramo de Saúde.

A melhora de quase três pontos no índice combinado do segmento Property-Casualty, que está em 90,2%, apesar de em 2008 ter ocorrido algumas catástrofes naturais que ocasionaram grandes danos, como as tempestades Emma e Hilal. Não obstante, os danos não atingiram o elevado nível do ano anterior, afetado principalmente pelo furacão Kyrill.

Os resultados diminuíram 26,6% em consequência da queda dos resultados dos investimentos, seguida de um déficit proveniente de perdas dos não investimentos.

PRINCIPAIS INDICADORES 2007 2008 VARIAÇÃO

Prêmios 10.089 10.546 4,5%

Property-Casualty 3.864 4.182 8,2%

Saúde 5.317 5.447 2,4%

Defesa jurídica 908 917 1,0%

Índice combinado P/C (%) 93,1 90,2 -2,9 p.p.

Sinistralidade (%) 60,0 59,0 -1,0 p.p.

Gastos (%) 33,1 31,2 -1,9 p.p.

Resultado 823 604 -26,6%

Property-Casualty 524 444 -15,3%

Saúde 180 34 -80,8%

Defesa jurídica 119 126 5,7%

Prêmios e resultado em milhões

Nota: p.p. pontos percentuais.

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PRINCIPAIS INDICADORES 2007 2008 VARIAÇÃO

Prêmios 10.436 15.075 44,5%

Saúde 7.521 11.991 59,4%

Property-Casualty 2.915 3.084 5,8%

Índice combinado (%) 96,4 96,7 -0,3 p.p.

Sinistralidade (%) 67,2 65,0 -2,2 p.p.

Gastos (%) 29,2 31,7 2,5 p.p.

Combinado Saúde (%) 99,0 100,3 1,3 p.p.

Resultado 437 -123 -128,1%

Prêmios e resultado em milhões

Nota: p.p. pontos percentuais.

PRINCIPAIS INDICADORES 2007 2008 VARIAÇÃO

Prêmios 7.318 7.298 -0,3%

Índice combinado (%) 94,4 98,7 4,3 p.p.

Resultado 662 315 -52,5%

Prêmios e resultado em milhões

Nota: p.p. pontos percentuais.

EUREKO

O volume de prêmios aumentou 44,5% em 2008 devido, em grande parte, fusão com a Agis e pela consolidação do total da carteira da Eureko Sigorta, adquirida em 2007. Sem o efeito das fusões, as receitas dos segmentos de Saúde e Não Vida cresceram levemente.

O seguro de Saúde, que representa 62% dos prêmios do grupo, rendeu 11.991 milhões de euros, 59% mais que no exercício anterior, em grande parte devido à fusão com a Agis. Esta fusão, que foi concluída no mês de dezembro de 2007, posicionou o grupo Eureko como líder do segmento de Saúde na Holanda, com uma cota de 29%. O crescimento orgânico foi de 3%.

O resultado antes de impostos diminuiu 40%, ocasionado fundamentalmente por uma menor contribuição do resultado não operacional em conseqüência da perda de valor dos investimentos e pela diminuição de receitas da sua atividade de prestação de serviços de Saúde.

Os prêmios do negócio Não Vida aumentaram 6%, até 3.084 milhões de euros, graças, em grande parte, à consolidação do exercício completo da Eureko Sigorta.

O índice de sinistralidade melhorou graças ao fato dos danos produzidos por catástrofes naturais terem sido menores que os do ano anterior, contrabalanceando, em parte, o aumento dos grandes incêndios. O índice de gastos aumentou devido ao aumento dos custos

de aquisição e pelos maiores custos dos projetos relacionados às Tecnologias da Informação. Conseqüentemente, o índice combinado aumentou três décimos e situou-se em 96,7%. Igualmente no ramo de Saúde, o resultado dos investimentos deteriorou significativamente o resultado do segmento Não Vida, que foi de -208 milhões de euros frente aos 296 milhões obtidos em 2007.

FONDIARIA-SAIOs prêmios emitidos do segmento Não

Vida somaram 7.298 milhões de euros, que representam uma diminuição de 0,3%. Os prêmios de Automóveis diminuíram 2,9% devido à forte concorrência existente no ramo, que provocou uma redução do prêmio médio, e pela crise econômica, que influenciou negativamente no registro de veículos novos e na contratação de novas coberturas. Pelo contrário, o restante dos ramos Não Vida tiveram um aumento de 5,2%.

O índice combinado situou-se em 98,7%, comparado com 94,4% de 2007. Esta piora deveu-se principalmente a um aumento em quatro pontos do índice de sinistralidade, pelos motivos acima mencionados, aos quais se deve acrescentar uma menor liberação de reservas.

Com relação aos resultados, o grupo Fondiaria-SAI obteve em 2008 um benefício antes de impostos de 315 milhões de euros frente aos 662 do exercício anterior. Esta redução deriva principalmente da desvalorização da conta técnica em consequência dos aspectos acima mencionados (diminuição de novas matriculações e diminuição de tarifas). Outros motivos foram a adoção de uma prudente política de reservas, os eventos meteorológicos adversos e o impacto da amortização das comissões a longo prazo.

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informe

G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

GENERALI

Os prêmios Não Vida arrecadados pelo grupo Generali aumentaram 21.990 milhões de euros, o que representa um aumento de 5,5% com relação a 2007, principalmente atribuível aos mercados da Europa Central e Oriental, os quais experimentaram um aumento de 17%. No começo do ano, a Generali fechou um contrato de joint venture com o grupo tcheco PPF, líder dos mercados seguradores da Europa centro-oriental, mediante o qual o grupo italiano mantém 51% das participações e o PPF 49% restante. Contribuíram também para o crescimento os mercados da França, Suíça e Argentina, e permaneceram estáveis os da Itália e Alemanha, devido à forte concorrência nos preços no ramo de Automóveis e à diminuição dos registros.

O índice combinado aumentou seis décimos, até 96,4%, motivado principalmente pelo aumento do índice de sinistralidade, somente em parte compensado pela melhora do índice de gastos nos mercados da Europa Central e Oriental. Em geral, o resultado operacional foi influenciado pela queda do prêmio médio no seguro de Automóveis em consequência da forte concorrência, pelo aumento do custo médio dos sinistros e pela ocorrência de alguns sinistros significativos. Por outro lado, o resultado dos investimentos vinculado ao negócio segurador cresceu 11,5%.

Com relação ao resultado não operacional, a depreciação dos investimentos financeiros e imobiliários como consequência da crise internacional gerou um resultado dos investimentos negativo. Consequentemente, o resultado do segmento Não Vida foi de 1.531 milhões de euros, 37,8% menos que em 2007.

GROUPAMAOs prêmios Não Vida cresceram 10,5% em

2008, destacando o comportamento do negócio internacional, o qual registrou um aumento de 38,7%. As aquisições realizadas no exercício de 2008 permitiram à Groupama criar importantes plataformas de desenvolvimento na Europa centro-oriental com a compra da companhia húngara OTP Garancia e de suas filiais na Bulgária, Romênia e Eslováquia, bem como pela aquisição da seguradora romena Asiban; na Turquia, o grupo francês tornou-se o quinto segurador de danos após a compra da Güven Sigorta e Güven Hayat.

O número do negócio Não Vida da sua filial espanhola aumentou 8,9%, com um importante

PRINCIPAIS INDICADORES 2007 2008 VARIAÇÃO

Prêmios 9.922 10.964 10,5%

Índice combinado (%) 99,7 98,7 -1,0 p.p.

Resultado Não Vida 962 543 43,6%

Prêmios e resultado em milhões

Nota: p.p. pontos percentuais.

PRINCIPAIS INDICADORES 2007 2008 VARIAÇÃO

Prêmios 20.845 21.990 5,5%

Índice combinado (%) 95,8 96,4 0,6 p.p.

Sinistralidade (%) 69,0 69,2 0,2 p.p.

Gastos (%) 26,8 27,2 0,4 p.p.

Resultado 2.461 1.531 -37,8%

Operacional 2.009 2.118 5,4%

Não operacional 452 -586 -229,6%

Prêmios e resultado em milhões

Nota: p.p. pontos percentuais.

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PRINCIPAIS INDICADORES 2007 2008 VARIAÇÃO

Prêmios 6.086 4.943 -18,8%

Índice combinado (%) 97,1 96,5 -0,6 p.p.

Sinistralidade (%) 65,3 64,3 -1,0 p.p.

Gastos (%) 31,8 32,2 0,4 p.p.

Resultado 1.249 511 -59,1%

Prêmios e resultado em milhões

Nota: p.p. pontos percentuais.

PRINCIPAIS INDICADORES 2007 2008 VARIAÇÃO

Prêmios 9.293 10.891 17,2%

Rateio combinado (%) 92,6 93,9 1,3 p.p.

Sinistralidade (%) 68,0 68,8 0,8 p.p.

Gastos (%) 24,6 25,1 0,5 p.p.

Resultado 1.105 1.199 8,5%

Prêmios e resultado em milhões

Nota: p.p. pontos percentuais.

crescimento do ramo de Automóveis, que conta com a atividade da sua filial de Internet, Clickseguros. As receitas do mercado doméstico cresceram 2,4%.

O resultado dos investimentos foi a principal causa de uma queda de 43,6% no resultado operacional dos ramos Não Vida, já que o resultado técnico melhorou.

INGOs prêmios Não Vida do grupo ING

diminuíram 18,8% em 2008, e a própria companhia apontou como um dos principais motivos a venda do seu negócio de Saúde no Chile4. Como comentado anteriormente, deve-se levar em conta também que em julho de 2008 a ING concluiu a venda da sua filial no México, a ING Seguros, ao grupo AXA.

O resultado antes de impostos diminuiu 59,1% devido, principalmente, à forte desvalorização do resultado financeiro.

MVA durante todo o exercício. Cabe destacar também o sólido crescimento do número de prêmios da MAPFRE AMÉRICA, apesar da desvalorização das principais moedas da região, que procedeu principalmente dos ramos de Automóveis, Saúde e Acidentes do Trabalho.

O índice combinado consolidado foi de 93,9%, frente a 92,6% do exercício anterior. O aumento responde principalmente pelo aumento da sinistralidade na Ibero-américa e em resseguro, bem como à integração do The Commerce Group e a consolidação da Genel Sigorta e da MVA durante todo o exercício. O resultado técnico diminuiu 3%, enquanto as receitas financeiras e outras receitas não técnicas aumentaram 21%, inclusive após considerar uma menor quantia de mais-valias realizadas e as perdas derivadas da exposição à Lehman Brothers, Fannie Mae e Fraddie Mac. O resultado do negócio Não Vida, antes de impostos e minoritários, aumentou a 1.199 milhões de euros, 8,5% mais que em 2007.

MAPFRE

A MAPFRE encerrou o exercício de 2008 com 10.891 milhões de euros em prêmios Não Vida, que representa um aumento de 17,2% com relação ao ano anterior. Esta evolução reflete o bom desempenho do ramo de Seguros Patrimoniais na Espanha, com um notável comportamento das vendas de seguros de residência e do conjunto de Multirriscos, a integração do The Commerce Group e a consolidação da Genel Sigorta e da

4 Venda da sua Isapre ING Saúde ao grupo Said y Linzor Capital Partner

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RBS INSURANCEEm 2008, o volume de prêmios da RBS

Insurance foi de 5.520 milhões de libras, 1,6% menos que em 2007. O motivo da referida queda explica-se como continuação da sua decisão estratégica de abandonar aqueles acordos de colaboração que fossem menos rentáveis para ela. A variação do volume de prêmios expressado em euros foi de -15,1%.

Os gastos diretos aumentaram 4%, em parte devido às ações de marketing, enquanto a sinistralidade líquida diminuiu 7% graças à contenção das reclamações e a melhores condições climáticas. O resultado operacional foi de 780 milhões de libras, com uma melhora de 14,5%.

PRINCIPAIS INDICADORES 2007 2008 VARIAÇÃO

Prêmios (€) 8.193 6.953 -15,1%

Prêmios (£) 5.607 5.520 -1,6%

Resultado (€) 995 983 -1,3%

Resultado (£) 681 780 14,5%

Prêmios e resultado em milhões

Nota: p.p. pontos percentuais.

PRINCIPAIS INDICADORES 2007 2008 VARIAÇÃO

Prêmios (€) 9.638 9.162 -4,9%

Prêmios (£) 6.596 7.273 10,3%

Índice combinado (%) 94,9 94,5 0,4 p.p.

Resultado (€) 979 956 -2,3%

Resultado (£) 670 759 13,3%

Prêmios e resultado em milhões

Nota: p.p. pontos percentuais.

PRINCIPAIS INDICADORES 2007 2008 VARIAÇÃO

Prêmios 11.596 10.800 -6,9%

Seguro direto P/C 6.012 5.800 -3,5%

Resseguro Não Vida 5.584 5.000 -10,5%

Índice combinado (%) 99,4 99,0 -0,4 p.p.

Resultado Não Vida 1.126 197 -82,5%

Seguro direto P/C 240 248 3,3%

Resseguro Não Vida 886 -51 -105,8%

Prêmios e resultado em milhões de euros

Nota: índice combinado de P/C e Resseguro Não Vida.

RSA5

Em 2008, as receitas por prêmios atingiram 7.273 milhões de libras, com um aumento de 10,3% com relação ao ano anterior. Entretanto, os prêmios expressados em euros reduziram 4,9%. O crescimento das receitas foi generalizado em todos os mercados nos quais opera, ainda que tenham contribuído em grande parte o negócio internacional e os mercados emergentes.

O índice combinado ficou em 94,5%, quatro décimos menos que no ano anterior, como reflexo das ações de melhora na gestão. Com relação à sinistralidade, produziu-se uma melhora da climática que foi em parte contrabalanceada pelo aumento dos sinistros graves. O resultado operacional foi 7% superior, com base em um menor resultado dos investimentos. Os lucros antes de impostos tiveram um aumento de 13%, chegando a 759 milhões de libras.

TALANXOs dados da Talanx baseiam-se na projeção

de resultados que o grupo realiza de acordo com os resultados trimestrais. Segundo esta estimativa, os prêmios de seguro direto do segmento Não Vida terão uma contração de 3,5% no exercício de 2008 e ficarão em 5.800 milhões de euros. A referida queda

5 Royal & SunAlliance alterou em 2008 a sua denominação pela de RSA.

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PRINCIPAIS INDICADORES 2007 2008 VARIAÇÃO

Prêmios (€) 25.882 25.369 -2,0%

Prêmios (USD) 35.650 37.151 4,2%

Índice combinado (%) 95,6 98,1 2,5 p.p.

Sinistralidade (%) 70,5 72,6 2,1 p.p.

Gastos (%) 25,1 25,5 0,4 p.p.

Resultado (€) 3.022 1.472 -51,3%

Resultado (USD) 4.162 2.156 -48,2%

Prêmios e resultado em milhões

Nota: p.p. pontos percentuais.

atribui-se em parte à prolongada situação de mercado morno, principalmente no seguro de Automóveis, e em parte a uma política de subscrição orientada ao lucro. O melhor desempenho ocorreu no negócio internacional, principalmente no Brasil.

Em conseqüência da crise financeira, as receitas dos investimentos diminuíram cerca de 30%. Por outro lado, prevê-se que uma menor sinistralidade melhorará de forma apreciável o resultado técnico, com uma melhora do índice combinado de mais de quatro pontos, até 95,8%. O resultado antes de impostos será 3,3% superior ao do exercício anterior, atingindo 248 milhões de euros.

Com relação ao Resseguro Não Vida, o grupo espera atingir lucros de 5.000 milhões de euros, que representa uma diminuição de 10,5% com relação a 2007. Esta diminuição é atribuível principalmente ao abandono de alguns negócios especializados e à fragilidade do dólar norte-americano.

Eventos catastróficos como os furacões Ike e Gustav e dois temporais de granizo na Alemanha tiveram como consequência uma piora do índice combinado em 2,7 pontos, passando de 98,8% para 101,5%. Esta linha de negócio viu-se mais fortemente impactada pela crise financeira, com a conseqüente diminuição do resultado dos investimentos.

Consequentemente, o resultado cairá até -51 milhões de euros frente aos 886 obtidos no exercício anterior.

ZURICH

Embora os prêmios dos ramos Não Vida tenham diminuído 2% em euros, em dólares americanos, moeda em que a Zurich apresenta a sua informação econômico-financeira, tiveram um aumento de 4,2%, uma parte devido ao crescimento orgânico e outra à integração de recentes aquisições. Este crescimento é reflexo da sua estratégia de diversificação, com uma maior atenção ao segmento de ramos pessoais e de pequenos negócios na Europa, bem como em mercados emergentes chaves.

O índice combinado aumentou 2,5 pontos percentuais, chegando a 98,1%, devido, principalmente, a piora do índice de sinistralidade em 2,1 pontos e do índice de gastos em 0,4 pontos. O aumento do índice de sinistralidade deveu-se principalmente à queda de tarifas, ao aumento do custo dos sinistros e a um leve incremento das perdas por sinistros catastróficos, sinistros graves e outros sinistros relacionados ao clima. Este menor resultado técnico, ligado aos efeitos da crise financeira sobre o resultado dos investimentos, originou um resultado líquido antes de impostos de 2.156 milhões de dólares, 48% menos que no exercício de 2007.

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informe

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ANEXO 1. PARTICIPAÇÃO DO NEGÓCIO NÃO VIDA

Participação do negócio Não Vida sobre os prêmios totais

Participação do negócio Não Vida no exterior

Nota: os dados da Talanx e Covéa referem-se a 2007. Dado calculado sobre os prêmios Não Vida.

ANEXO 2. SOLVÊNCIA

Como complemento aos dados sobre o negócio Não Vida, considerou-se interessante acrescentar informação sobre o nível de solvência. É importante advertir:

Não foi possível indicar o dado de todas as companhias que aparecem no ranking.

A informação foi extraída dos relatórios anuais dos grupos seguradores e o dado não está disponível em todas.

A informação refere-se ao nível de solvência da totalidade de operações de cada grupo.

A informação não é homogênea, pois a forma específica de determinar o capital regulatório depende da normativa estabelecida em cada país.

O dado mostrado mede o número de vezes que o grupo cumpre o capital de solvência obrigatório. Em geral, observa-se uma

O NÍVEL DE SOLVÊNCIA DOS MAIORES GRUPOS SEGURADORES EUROPEUS NÃO VIDA DIMINUIU EM 2008, REFLETINDO O EFEITO DA VOLATILIDADE DOS MERCADOS.

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MAIORES GRUPOS SEGURADORES EUROPEUS NÃO VIDA 2008 Nível de solvência

GRUPO 2007 2008

ING1 2,44 2,56

RSA 2,50 2,50

MAPFRE 2,73 2,04

ALLIANZ 1,61 1,61

ZURICH 1,87 1,53

EUREKO 2,32 1,50

AXA 1,54 1,27

FONDIARIA-SAI 1,47 1,27

GENERALI 1,43 1,23

GROUPAMA 2,77 1,22

AVIVA 1,22 1,15

CÓVEA 1,62 n.d.

diminuição do nível de solvência, que reflete o efeito da volatilidade dos mercados financeiros, que envolveu em um maior valor de mais-valia não realizados recolhidos no patrimônio.

1 Dado da ING Insurance. A ING Insurance recebeu do ING Group uma injeção de capital de 5.450 milhões de euros. Cabe lembrar que em outubro de 2008 o ING Group recebeu do Governo holandês uma injeção de capital de 10.000 milhões de euros.

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observatório de sinistros

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Roubo, espoliação, falsificações... Os crimes contra o patrimônio histórico crescem a cada ano. Entretanto, a criação de unidades especializadas para combater estes delitos e a cooperação internacional entre polícias ou a Interpol estão conseguindo que muitos destes sinistros sejam resolvidos rapidamente. Uma fica pendente: despertar uma maior consciência coletiva sobre a necessidade de proteger o nosso passado cultural como meio para assegurar o futuro.

Crimes contra o

patrimônio histórico

o futuro

GERÊNCIA DE RISCOS E SEGUROS

ProtegerProtegero nosso passado cultural

para assegurarassegurar

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observatório de sinistros

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Na Espanha denomina-se patrimônio histó-rico o conjunto de

bens, acumulados ao longo do tempo, que podem ter interesse artístico, histórico, paleontoló-gico, arqueológico, documentá-rio, bibliográfico, científico ou técnico. Resumindo, os bens culturais.

A tutela do patrimônio histó-rico cabe aos poderes públicos, segundo estabelece o artigo 46 da Constituição Espanhola, que apresenta expressamente a sua competência na hora de garantir a sua conservação, a promoção do seu enriquecimento e o aces-so de todos os cidadãos aos bens nele compreendidos.

Outrossim, de acordo com o disposto no artigo 149.1.28, a Administração do Estado prote-gerá os referidos bens frente à exportação ilícita e a espoliação, um papel que recai sobre o Mi-nistério da Cultura. Além disso, as comunidades autônomas, por meio dos seus estatutos de auto-nomia, assumiram competência sobre as suas riquezas culturais e, na sua maioria, contam com legislação própria para sua pro-teção.

PROTEGER, ACRESCENTAR E TRANSMITIR

A Lei 16/1985, de 25 de ju-nho, do Patrimônio Histórico Espanhol, é o instrumento nor-mativo essencial para a prote-ção, acréscimo e transmissão às gerações futuras do patrimônio histórico espanhol.Para os efeitos da presente Lei, entende-se por espoliação toda

ação ou omissão que coloque em perigo de perda ou destrui-ção todos ou algum dos valores dos bens que integram o patri-mônio histórico espanhol ou interfira o cumprimento da sua função social. Em tais casos, a Administração do Estado po-derá solicitar ao departamen-to competente do conselho de governo da comunidade autô-noma correspondente a ado-ção, com urgência, das medidas oportunas para evitar a espolia-ção. Caso tal requerimento não seja atendido, colocar em fun-cionamento todo o necessário, tanto legal quanto tecnicamen-te, para a recuperação e prote-ção do bem espoliado.

As prefeituras cooperarão com os órgãos competentes para a execução desta Lei na conser-vação e custódia do patrimônio histórico compreendido no seu termo municipal, com a ado-ção das medidas oportunas para evitar a sua deterioração, perda ou destruição. Igualmente, no-tificarão à Administração com-

petente qualquer ameaça, dano ou perturbação da sua função social que possa sofrer, bem como as dificuldades e necessi-dades que tiverem para cuidar destes bens.

ATUALIZAÇÃO DA LEGISLAÇÃO

Atualmente está se formando uma comissão para o estudo e preparação do anteprojeto da fu-tura Lei do Patrimônio Cultural. Este grupo de trabalho foi cria-do pelo Ministério da Cultura, em julho de 2008, com o obje-tivo de analisar as necessidades normativas mais adequadas para a atualização da legislação estatal sobre patrimônio histórico.

De um modo geral, a Lei do Patrimônio Histórico Espanhol foi considerada um bom instru-mento de proteção; entretanto, as importantes mudanças pro-duzidas nesta matéria nos últi-mos 20 anos trouxeram à tona a necessidade de uma reforma, que não pretende afetar, de for-ma alguma, a filosofia protecio-nista do atual texto normativo.

Entre os diferentes objetivos apresentados pela comissão para a reforma da Lei encontram-se a incorporação à normativa inter-na de convênios internacionais ratificados pela Espanha, a inclu-são na lei estatal de novas figu-ras de proteção do patrimônio, a busca de soluções adequadas aos novos desafios que apresenta a proteção do patrimônio históri-co ou o reforço dos mecanismos de coordenação e cooperação com as demais administrações envolvidas na sua proteção.

UMA COMISSÃO DOMINISTÉRIO DA CULTURA ESTUDA DESDE 2008 A ATUALIZAÇÃO DA LEI DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO ESPANHOL, CONSIDERADA ATÉ AGORA COMO UM BOM INSTRUMENTO NA PROTEÇÃO DOS BENS CULTURAIS.

UMA COMISSÃO DOMINISTÉRIO DA CULTURA ESTUDA DESDE 2008 A ATUALIZAÇÃO DA LEI DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO ESPANHOL, CONSIDERADA ATÉ AGORA COMO UM BOM INSTRUMENTO NA PROTEÇÃO DOS BENS CULTURAIS.

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LUTA CONTRA AÇÕES CRIMINOSAS

Mas quem acompanha as ações criminosas cometidas contra os bens culturais? Diferentemente dos seus predecessores, o atual Código Penal dedica um capítulo à parte para proteção do patrimônio histórico. Em concreto, no Livro II, Título XVI, o Capítulo II trata “Dos crimes sobre o patrimônio histórico”.

Desta forma, aqueles que causarem danos a um arquivo, registro, museu, biblioteca... ou aos bens de valor histórico, científico e cultural, serão punidos com pena de prisão de um a três anos, e multa de 12 a 24 meses, segundo contempla o artigo 323. Por sua vez, o artigo 324 pune com multa de 3 a 18 meses aquele que por imprudência grave, causar danos, em quantia superior a 400 euros, aos mesmos bens contemplados no caso anterior.

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A BRIGADA DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA POLÍCIA NACIONAL E O GRUPO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA GUARDA CIVIL SÃO AS DUAS GRANDES UNIDADES DEDICADAS À PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO ESPANHOL.

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Outro passo importante, do ponto de vista jurídico, para combater estes crimes foi a criação de fiscalizações especializadas em ações criminosas contra o patrimônio histórico.

Esta especialização também chegou aos Corpos de Segurança do Estado. Criada em 1977, a Brigada de Patrimônio Histórico da Polícia Nacional, ligada à Unidade de Delinquência Especializada e Violenta da Delegacia Geral de Polícia Judicial, desenvolve dia a dia um incansável esforço para preservar e proteger o nosso rico patrimônio cultural. A brigada é encarregada de cumprir o estabelecido pela Lei 16/85 do Patrimônio Histórico Espanhol, que atribui ao Corpo Nacional de Polícia a competência para a investigação de todas aquelas atividades, que tanto do ponto de vista penal

quanto administrativo, podem atentar contra os bens culturais e artísticos.

Por extensão, conhece todos aqueles assuntos nos quais estejam envolvidos bens de interesse histórico, artístico ou cultural, com independência de que façam parte ou não desse patrimônio histórico. No desenvolvimento dessa competência, uma das atividades

é o controle do comércio desse tipo de bens realizado tanto em estabelecimentos especializados quanto por meio de outros canais (revistas ou catálogos, Internet etc.), a fim de detectar aqueles que possam ser procedentes de fatos criminosos, como roubos, furtos e fraudes. Merecem destaque as suas importantes atuações contra o roubo de obras de arte, as falsificações ou a luta contra o tráfego ilícito de bens culturais, que atualmente transcende as fronteiras nacionais e obriga a uma estreita colaboração internacional com as forças policiais de outros países.

Por sua vez, o Grupo de Patrimônio Histórico pertencente à Guarda Civil constitui um instrumento indicado para atender a proteção de um patrimônio igualmente disperso e, por isso, submetido a graves riscos de espoliação. Assim, sobressaem as suas ações contra o espolio arqueológico, tanto na sua vertente terrestre quanto, mais recentemente, subaquática.

Além disso, ainda que em menor medida, dispõem de competências neste tipo de crimes alguns corpos de policias autônomos ou locais, participando com o restante dos corpos de segurança no intercâmbio de informação sobre os fatos criminosos.

MAIS ALÉM DE NOSSAS FRONTEIRAS

Mas a luta contra as atividades criminosas que afetam os bens culturais não

A PARTIR DE AGOSTO DE 2009 A INTERPOL CRIARÁ UM ACESSO ONLINE À SUA BASE DE DADOS DE OBRAS DE ARTE ROUBADAS. OS USUÁRIOS AUTORIZADOS TERÃO ACESSO A UMA INFORMAÇÃO PERMANENTEMENTE ATUALIZADA.

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A ESPANHA COLABORA ATIVAMENTE COM VÁRIAS UNIDADES ESPECIALIZADAS DE OUTROS PAÍSES NA INVESTIGAÇÃO DAS ATIVIDADES CRIMINOSAS QUE AFETAM OS BENS CULTURAIS DO NOSSO PAÍS.

fica no nosso território, já que, como ocorre no caso de obras roubadas, frequentemente cruzam fronteiras e aparecem no exterior. Por isso, é indispensável a colaboração das unidades especializadas na investigação deste tipo de crime das polícias de outros países, como o Comando Carabinieri do Patrimônio Cultural da Itália, a Brigada de Furto de Obras de Arte de Portugal ou o Escritório Central de Luta contra o Tráfico de Obras Culturais (OCBC) da França.

Em nível internacional, a Interpol, por meio da sua secretaria geral, luta desde 1947 contra o tráfico ilícito de bens culturais e ocupa-se de combater a delinqüência contra os bens artísticos e patrimoniais. Para tanto, estabeleceu um sistema de informação sobre obras de arte roubadas que pode ser acessado por todos os Estados membros.

Além disso, a partir de agosto, a Interpol criará um acesso on line à sua base de dados de obras de arte roubadas. Como a base de dados é permanentemente atualizada, os usuários autorizados terão acesso em tempo real à informação registrada. Este site conterá, entre outras, as seguintes informações:

■ Obras de arte roubadas.■ Obras de arte encontradas

pela polícia cujo proprietário não tenha sido identificado.

■ Obras de arte contidas na base de dados da Interpol que tenham sido recuperadas.

■ Reproduções das obras de arte mais buscadas.

Também o FBI norte-americano, por meio do seu Art Theft Program e seu Art Crime Team, criados em 2004, colabora estreitamente com a Interpol e outras instâncias policiais. O seu trabalho consiste na perseguição do crime contra a propriedade artística ou cultural; e inclui o roubo, o tráfico e a fraude relacionada a obras de arte ou objetos considerados como patrimônio cultura.

A atividade criminosa relacionada ao patrimônio artístico e cultural é uma marca

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que afeta em nível mundial tanto os países desenvolvidos quanto aqueles que estão em desenvolvimento. Os crimes mais comuns contra o patrimônio histórico são o roubo e a espoliação, ainda que nos últimos anos tenha aumentado de forma notável o número de falsificações de obras ou de certificados de autenticidade, e as atribuições falsas de autoria.

O ROUBO DA “LA GIOCONDA’, OBRA MÁXIMA DE LEONARDO DA VINCI, OCORRIDO NO MUSEU DO LOUVRE EM 1911, FOI UM DOS ROUBOS MAIS CÉLEBRES DO SÉCULO XX; FOI RECUPERADA DOIS ANOS DEPOIS.

ROUBOS DE FILME

Há uma ampla literatura sobre o roubo (real ou simulado) de obras de arte, um dos mais comuns contra o patrimônio histórico, que serviu também de inspiração a numerosos filmes. Infelizmente, há poucos dados estatísticos que permitem quantificar estes atos criminoso, pois frequentemente os roubos não são denunciados ou em alguns casos, não são descobertos até que as obras aparecem nos circuitos legais do mercado da arte.

A maioria dos roubos são registrados em residência, porque a segurança aumentou consideravelmente nos museus, e geralmente trata-se de quadros de artistas modernos. Mas muitas vezes é mais fácil roubar um quadro porque quando se comete um crime deste tipo automaticamente o comércio dos objetos roubados é fechado. A Interpol envia um comunicado não somente às forças de segurança dos diferentes países, mas também aos leiloeiros, colecionadores, etc., para que estejam alerta. Por isso, cada vez é mais difícil que a obra em questão passe para mãos alheias.

Em algumas ocasiões, por não poder se desfazer da mercadoria, as pinturas ou outras obras de arte aparecem em lugares tão estranhos quanto contêineres de lixo, ou, como ocorreu com um Van Gogh e um Monet roubados em Zurich, que foram abandonados

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em um estacionamento. Em 2004, a obra de Picasso Nature morte a la charlotte foi roubada do Centro Pompidou e um ano depois apareceu entre papelões na periferia de Paris.

Um caso encheu as páginas da imprensa espanhola em agosto de 2001. Um grupo de delinquentes saqueou o domicílio madrileno de uma conhecida empresária, apoderando-se 20 quadros, entre eles La caída del burro e El columpio, de Goya. Um golpe de tal porte somente foi possível graças à cumplicidade dos vigias da mansão. A policia, que enganou os ladrões fazendo-se passar por compradores, conseguiu refazer a valiosa pinacoteca um ano depois.

OS GOLPES MAIS CÉLERES

Um dos roubos mais céleres do século XX é, sem dúvida, o da Gioconda, obra máxima de Leonardo da Vinci. O quadro desapareceu do Museu do Louvre em 1911. Os ladrões tentaram

“colocar” seis cópias falsas a outros tantos compradores privados, sem sucesso.

Já no século XXI, em agosto de 2004, delinquentes intimidaram com armas os guardas de segurança e os visitantes do Munch-museet de Oslo (Noruega) e levaram El grito e La madonna, de Edward Munch, simplesmente após quebrar as âncoras e pegar os quadros. Após o sinistro, o museu foi parcialmente remodelado para aumentar a segurança das suas salas. Os quadros estavam segurados contra incêndios e inundações, mas não contra roubo. A prefeitura de Oslo

ofereceu uma recompensa de 2 milhões de coroas (mais de um quarto de milhão de euros) com o objetivo de recuperar as pinturas. Dois anos mais tarde, em 31 de agosto de 2006, a polícia conseguiu recuperar as obras.

Curiosamente, outra versão do El grito de Munch foi roubada em 1994, embora tenha sido recuperado três meses depois. Do mesmo pintor também foram roubadas El vampiro, em 1988, e a litografia Madonna, em 1990, ambas recuperadas posteriormente.

Outros golpes famosos são:

■ Em 1º de janeiro de 2000 foi roubada a pintura de Cézanne Auvers-sur-Oise, avaliada em 4,8 milhões de euros. O evento ocorreu no Museu Ashmolean (Reino Unido).

■ No final desse mesmo ano foram roubados do Museu Nacional da Suécia dois Renoir e um Rembrandt, no valor de 10 milhões de euros, que posteriormente foram recuperados.

MUITAS VEZES É MAIS DIFÍCIL ‘COLOCAR’ UM QUADRO QUE ROUBÁ-LO. AO COMETER UM DELITO, A INTERPOL COMUNICA-SE NÃO SOMENTE COM A SEGURANÇA DE OUTROS PAÍSES, MAS COM AS CASAS DE LEILÃO E OS COLECIONADORES.

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■ Em 27 de agosto de 2003 roubaram no castelo escocês de Drumlanrig o quadro La madonna del huso, de Leonardo da Vinci, avaliado em cerca de 43 milhões de euros, que seria recuperado quatro anos depois.

■ Los dos balcones, de Dalí; La danza, de Picasso; Marine, de Monet, e Jardín de Luxemburgo, de Matisse, foram roubados em fevereiro de 2006 do museu Chácara do Céu, no Rio de Janeiro (Brasil).

■ Em novembro desse ano também desapareceu o quadro de Goya Los niños del carretón, propriedade do Museu de Arte de Toledo (Ohio, Estados Unidos), quando era levado para uma exposição em Nova York, mas foi recuperado dias depois.

■ Em 27 de fevereiro de 2007 foram retirados da casa parisina de Diana Widmairer-Picasso, neta do pintor, o quadro Maya à la poupée e um retrato de Jacqueline, segunda esposa do artista, avaliados em 50 milhões de euros. A polícia francesa nesse mesmo ano os recuperou.

■ Em 20 de dezembro de 2007 roubaram do Museu de Arte de São Paulo (Brasil) El retrato de Sauzanne Bloch, de Picasso, e El labrador de café, de Cándido Portinari. A sua recuperação ocorreu dias mais tarde.

■ Em 7 de fevereiro de 2008 roubaram no centro cultural de Pfaffikon (Suíça) Tête de cheval e Verre et pichet, de

Picasso. Ambos os quadros tinham sido emprestados pelo Museu Sprengel de Hannover (Alemanha).

■ Mais recentemente, em junho de 2009, desapareceu do Museu Picasso de Paris um caderno de desenhos do pintor malaguenho, avaliado em 3 milhões de euros. A notícia do roubo espalhou-se rapidamente e fotografias do caderno foram enviadas a todas as bases de dados da polícia, via Interpol, porque difundir o sinistro e a descrição das obras roubadas é chave para resgatá-las e ganhar a corrida dos canais criminosos.

ESPOLIO DE JAZIDAS ARQUEOLÓGICAS

O artigo 42 da Lei 16/1985 do Patrimônio Histórico Espanhol estabelece como requisito prévio para realizar uma escavação ou prospecção arqueológica dispor de uma autorização da

Administração competente, e o artigo 44 da mesma Lei considera bens de domínio público os objetos e restos materiais que forem descobertos nestas escavações, em remoções de terra, obras de qualquer índole ou por casualidade.

O espolio do patrimônio histórico é tão antigo quanto o próprio patrimônio e não parou até os nossos dias, pois continuamos assistindo a destruições sistemáticas do que constitui a nossa herança cultural.

A Brigada de Patrimônio Histórico está orientada a lutar contra os espoliadores de jazidas arqueológicas. É um problema de enorme magnitude não somente pelo que roubam, mas pelos destroços que causam.

Entretanto, apesar do trabalho realizado pelas Forças de Segurança de Estado, é necessário conscientizar a toda a sociedade e gerar senso de responsabilidade coletiva sobre a necessidade de proteger o nosso patrimônio. A colaboração do cidadão também é vital para a resolução de muitos dos sinistros, principalmente nos casos de espolio.

Igualmente, para uma adequada proteção do patrimônio cultural são de extrema importância valor os inventários, um trabalho que está nas mãos das Administrações Públicas.

UM CASO PRÓXIMO: OPERAÇÃO PARMA

As falsificações de objetos

ROUBO E ESPOLIAÇÃO SÃO OS DOIS CRIMES MAIS COMUNS CONTRA O PATRIMÔNIO HISTÓRICO, AINDA QUE ULTIMAMENTE ESTEJAM NO AUGE AS FALSIFICAÇÕES DE OBRAS OU DE CERTIFICADOS DE AUTENTICIDADE.

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artísticos sempre existiram. Já na Roma Imperial circulava grande quantidade de objetos artísticos gregos falsificados. Mas agora o número de pinturas e peças de arqueologia que se faz passar por autênticas, sem sê-lo, aumentou consideravelmente, assim como o grau de sofisticação destes crimes. Como exemplo, a seguir relata-se uma investigação realizada em 2008

É NECESSÁRIO INFORMAR A TODA SOCIEDADE E GERAR UMA CONSCIENTIZAÇÃO DE RESPONSABILIDADE COLETIVA SOBRE A NECESSIDADE DE PROTEGER O PATRIMÔNIO HISTÓRICO ESPANHOL.

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pela Brigada de Patrimônio Histórico do Corpo Nacional de Polícia.

Por meio de uma ligação, uma fonte alertava os membros da Brigada de Patrimônio Histórico de que na edição do mês de dezembro de 2007 de uma revista espanhola especializada em arte estava a venda uma obra denominada Sposalizio della Vergine, atribuída ao pintor do Renascimento italiano Francesco Mazzola Parmigianino.

O anúncio dizia textualmente: “Vendo óleo / lienzo de Parmigianino intitulado Sposalizio della Vergine. Catalogado, restaurado para a exposição antológica do pintor celebrada em 2003 em Parma e Viena. A obra é um óleo sobre tela do século XVI, propriedade de um cidadão italiano do qual se desconhece o nome. Pede-se 20 milhões de euros”.

Além disso, no anúncio era fornecido, como contato, um número de telefone e um email. Por meio deste último, a polícia solicitou ao ofertante informação sobre o quadro.

Prosseguindo com as gestões, determinou-se a filiação completa do ofertante da obra. A seguir, ao dispor de uma imagem do quadro, peritos em arte renascentista italiana do Museu do Prado examinaram a obra e, ainda que estes tenham manifestado que para realizar uma perícia mais adequada deveriam ver a obra original, concluíram que a pintura não era de Parmigianino pelas seguintes observações:

“A pintura demonstra uma transcrição óbvia e servil de alguns modelos rafaelescos, própria de um pintor pouco capaz, cujos traços físicos típicos são caracterizadas por anatomias potentes e volumosas, que nada tinham a ver com as alongadas proporções e delicadas anatomias das personagens de Parmigianino”.

O tratamento da cor é muito plano, sem que os tons estejam matizados; a execução do quadro é muito dura, com um desenho muito marcado que nada tem a ver com o desenho sinuoso e marcadamente decorativo do pintor italiano”.Portanto, e do seu ponto de

vista, tratava-se de uma pintura que não tinha relação alguma com o estilo de Parmigianino, e com nenhum dos seus seguidores da escola emiliana.

Com objetivo de confirmar e ampliar estes dados, foi enviado uma cópia ao Comando Carabinieri Tutela Patrimonio Culturale de Roma (Itália), para que analisasse a obra em si e o estudo foi realizado. A resposta indicava que, após ter realizado um controle sobre a monografia completa de Parmigianino, o óleo não constava registrado como obra realizada pelo mestre nem pertencente a nenhum dos seus seguidores da escola emiliana. Além disso, os carabinieri manifestaram no seu relatório que o crítico de arte belga, com residência em Roma, autor do documento que

A BRIGADA DO PATRIMONIO HISTÓRICO DO CORPO NACIONAL DA POLÍCIA PARTICIPOU, EM 2008, DA RECUPERAÇÃO, NA ITÁLIA, DE UMA VALIOSA PINTURA RENASCENTISTA COLOCADA A VENDA EM UMA REVISTA ESPANHOLA ESPECIALIZADA EM ARTE.

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certificava a autenticidade do quadro, encontrava-se incluído em investigações policiais relativas à comercialização de bens artísticos ou obras de arte de natureza ilícita.

Tudo indicava que poderia se tratar de uma organização criminosas dedicada às grandes fraudes. A fim de conhecer a totalidade da ação, atividades, conexões, principais responsáveis e intervir nos efeitos e provas do delito, bem como evitar, dentro do possível, que se chegasse a materializar o mal, solicitou-se a quebra de sigilo telefônico dos suspeitos.

Constatou-se, então, que o quadro em questão poderia estar em um banco dentro do território da República de San Marino e que os vendedores estariam dispostos a mostrar a obra a possíveis compradores (funcionários policiais) na cidade natal de Francesco Mazzola Parmigianino.

REFERÊNCIAS

http://www.interpol.int/Public/WorkOfArt/Default.asphttp://icom.museum/redlist/http://www.fbi.gov/hq/cid/arttheft/artcrimeteam.htmhttp://www.guardiacivil.org/patrimonio/default.jsp

Os funcionários da Brigada de Patrimônio Histórico deslocaram-se à cidade italiana de Parma. Paralelamente, solicitou-se a emissão de uma comissão rogatória internacional, dirigida à autoridade judicial competente da Itália, os funcionários indicados a prosseguir as investigações nesse país e a solicitar o apoio judicial e policial necessário para providenciar a prisão dos autores da fraude; a recuperação e a intervenção do quadro Sposalizio della Vergine, atribuído falsamente a Franceso Mazzola, e a sua disponibilidade judicial, e, finalmente, o depoimento dos envolvidos nesta trama criminosa e do crítico de arte incriminado.

Deste modo, concluiu-se com sucesso a operação policial que permitiu desmascarar a suposta fraude.

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livros

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Riesgo operacionalEnfoque de distribución dePerdidas em la prácticaALBERTO FERRERAS SALAGREMadri, Consejo Económico y Social, 2008234 páginasISBN: 978-84-8188-299-5

A partir de 2008, o novo acordo do Basiléia

II obrigará as instituições financeiras a estimar e dispor de um capital regulatório para risco operacional. O enfoque de distribuição de perdas é, sem dúvida, o paradigma sobre o qual a maioria das empresas que pretendem calcular de forma avançada a referida medida estão desenvolvendo os seus modelos internos de cálculo. O livro pretende introduzir os conceitos básicos da modelação deste risco e analisar a partir de um ponto de vista prático que podem ser algumas das decisões (uso de teoria de valores extremos ou de diferentes modelações limiares) e problemas (falta

de dados, bases truncadas…) às quais uma empresa pode ter que enfrentar na hora de utilizar o referido enfoque.

Ao interesse científico do trabalho deve ser acrescentado um interesse derivado da sua aplicabilidade, algo muito na linha da transferência de conhecimento universidade-empresa, tantas vezes mencionada, porém nem sempre fácil de encontrar. Algo que agradecerão, sem dúvidas, gestores e estudiosos do Risco operacional e, mais geralmente, especialistas em gestão de Riscos.

A origem deste estudo encontra-se na tese de doutorado do autor, que mereceu um accésit na convocatória de 2007 dos Prêmios do CES para Teses de Doutorado.

El seguro de las mercancías en el transporteALBERT BADÍABarcelona, Abogados Asociados para el Comercio, la Navegación y la Industria, SL.2009310 páginasISBN: 978-84-92442-28-7

O livro se destina a um amplo conjunto de

profissionais: corretores e agentes de seguros, exportadores e importadores, tramitadores de sinistros, avarias, transportadores ou advogados.

São tratados, do ponto de vista prático, todos os temas relacionados com o seguro de transporte, partindo do marco legal estabelecido cada caso através de exemplos práticos e sentenças. Com este método, cada manifestação da atividade seguradora se torna mais próxima e compreensível.

Na seleção de temas e conceitos seguiu-se um critério de atualidade, primando as ferramentas e os contratos que são empregados no tráfego diário sobre os conceitos teóricos e abstratos. Esta obra pretende converter-se em um manual prático ou de bolso para resolver dúvidas ou problemas concretos.

Para a realização deste livro, resultou de grande ajuda aos seus co-autores a colaboração de diferentes profissionais, os quais contribuíram com a sua experiência e conhecimento sobre o assunto.

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Diccionário técnico Económico-fi nanciero-actuarialInglés/españolJULIO G.VILLALÓN / JOSEFINA MARTÍNEZ BARBEITOValladolid, 2008658 páginasISBN: 978-84-612-6968-6

Durante as três últimas décadas, o uso dos

métodos estatístico-matemáticos mudou drásticamente. Hoje em dia, as técnicas e idéias estatístico-matemáticas avançadas são utilizadas tanto no setor empresarial como no financeiro. O seu efeito não somente repercute em um nível informático, como também esses conceitos constituem novos enfoques para o direcionamento do risco no setor Econômico-financeiro.

Não é fácil reunir todos os autores de publicações relacionadas com os temas tratados devido seu grande número e variedade. A publicação não possui um

caráter enciclopédico. Inclui um grande número de abreviações e acrônimos com os seus significados como anexo ao final do trabalho. Os autores destacam a oportunidade da obra pela atualidade do momento em que estamos, de máximo alcance científico referente às matérias tratadas, e agradecem as possíveis sugestões dos leitores com a finalidade de incluí-las nas próximas edições.

The handbook of country risk 2009-2010COFACELondon, Coface and GMB Publishing Limited, 2009398 páginasISBN: 13-978-1-84673-172-3

A COFACE divulgou no ano 2000 a primeira

qualificação de empresa, segurável e com cobertura mundial. Esta qualificação @ranting traduz a capacidade de uma empresa para o cumprimento para com os seus clientes ou fornecedores.

Este guia que a COFACE publica anualmente analisa na edição de 2009 as perspectivas e o balanço Econômico em 155 países atendendo às opiniões e qualificações da COFACE, as perspectivas por área geográfica e por sector de atividade, os indicadores Econômicos por

países, as condições de acesso ao mercado e o ambiente empresarial para os investidores e os meios de pagamento e técnicas de recuperação.

O guia expõe de um ponto de vista moderado o futuro do risco país para permitir que os agentes Econômicos sejam conscientes dos Riscos, um serviço muito útil durante uma crise de crédito. Além disso, o guia possui outro propósito: permitir às companhias que sigam em frente com um maior entendimento na aventura do mercado internacional.

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livros

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Instituto de Ciencias del Seguro

Aproximación a la esponsabilidadSocial dela empresa: refl exionesy propuestas de un modeloJUAN JOSÉ ALMAGRO GARCÍAMadri, FUNDACIÓN MAPFRE, 2009cuaderno no 132229 páginas - 978-84-9844-140-6

A obra, tese de doutorado de Juan José Almagro,

é um estudo didático sobre a empresa atual, seus desafios e responsabilidades e, principalmente, sobre a Responsabilidade Social da Empresa (RSE).

O seu objetivo é propor um modelo de RSE que possa ser aplicável a todas as empresas, seja qual for a sua dimensão, volume de vendas, número de trabalhadores ou setor no qual desenvolve a sua atividade. A RSE como atitude que determina uma maneira empresarial de ser e de comportar-se de acordo com valores e princípios que, por sua vez, criam valor. Como modelo que agrupa sinergicamente o bom governo e a ação social, onde os

valores éticos predominam sobre os mercantis e o bem comum aparece como o valor por excelência.

La designación de la pareja dehecho como benefi ciaria en losseguros de vidaSUSANA ESPADA MALLORQUÍNMadri, FUNDACIÓN MAPFRE, 2009Cuaderno no 133232 páginas - 978-84-9844-155-0

afetam o Direito dos Contratos e, concretamente, o contrato de seguro de vida e a interpretação que do termo "cônjuge" for realizado neles.

O estudo divide-se em duas partes. A primeira delas tem como objetivo determinar o conceito de casal, de fato, que pode ser utilizada no âmbito mercantil. A segunda analisa a consideração do casal, de fato, como beneficiária nos contratos de seguro de vida, colocando os problemas que podem surgir neste âmbito contratual.

Gestión Integral de riesgoscorporativos como fuente de ventajacompetitiva: cultura positivadel riesgo y reorganización estructuralCRISTINA MARTÍNEZ GARCÍAMadri, FUNDACIÓN MAPFRE, 2009Cuaderno no 134144 páginas - 978-84-9844-156-7

O trabalho de pesquisa recorre à problemática atual enfrentada

por uma organização ao implementar um modelo interno de gestão do Risco sob um enfoque integral ou enfoque ERM (Enterprise Risk Management, segundo denominação americana), com o objetivo de demonstrar cientificamente, que apesar do crescente interesse do ambiente empresarial no desenvolvimento da disciplina de Gestão de Riscos Corporativos ou Gestão de Riscos, a mudança de filosofia que este enfoque introduz

A determinação de um conceito de casal de fato no marco

dos contratos de seguro não é tão simples como poderia parecer à primeira vista. Apesar de não existir uma norma estatal que determine o seu regime jurídico, hoje, treze das dezessete comunidades autônomas contam com disposições expressas nesta matéria que chegam a estabelecer estatutos jurídicos próprios para estas relações afetivas.

Tanto o vazio em nível estatal como a regulação autônoma

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está limitada pela incapacidade das organizações para gerenciar a mudança e pelo desequilíbrio atual entre estratégia, cultura e estrutura.

A análise da natureza das resistências que oferece uma organização à transformação do seu modelo interno de gestão do Risco justifica que a implementação seja um processo complexo e muito custoso, revelando a necessidade de colocar a transformação do modelo interno de gestão do Risco como um processo estratégico por meio de fórmulas culturais e organizacionais.

O presente trabalho foi o ganhador do I Premio de Investigacióon Julio Sáez sobre pesquisa em Gerenciamento de Riscos e Seguros convocado pela AGERS.

O trabalho trata, no âmbito dos grandes riscos industriais,

o estudo de alguns elementos a serem considerados na contratação do resseguro, para uma gestão equilibrada dos "créditos" e "dívidas" por operações de resseguro cedido e retrocedido, com um duplo objetivo: o primeiro é questionar o grau de validade da sentença "no seguro se produz uma inversão do processo produtivo", axioma que, por novamente, merece, talvez, certa matização. O tema é apresentado a partir da ótica do ciclo de exploração técnica das seguradoras de grandes Riscos, onde o resseguro constitui um fator essencial de produção.

O segundo objetivo é, contemplando o resseguro cedido a partir da perspectiva do ciclo de exploração financeiro, a identificação de alguns elementos técnicos a serem considerados na sua contratação, para uma gestão equilibrada de dois componentes básicos do fundo de manobra das seguradoras de riscos industriais: os direitos ou "créditos" e as obrigações ou "dívidas" por operações de resseguro cedido e retrocedido.

O presente trabalho obteve uma menção especial do júri do I Premio de Investigación Julio Sáez sobre pesquisa em Gerenciamento

Investigaciones en Seguros y Gestión de Riesgos: Riesgo 2009ANTONIO HERAS, JOSÉ LUIS VILAR e MONTSERRAT GUILLÉN Madri, FUNDACIÓN MAPFRE, 2009Cuaderno no 136

770 páginas - 978-84-9844-158-1

O livro apresenta as palestras realizadas na terceira

convocatória do congresso RISCO 2009, promovido pela FUNDACIÓN MAPFRE nos dias 18 e 19 de junho de 2009.

Trata-se de 34 trabalhos de 70 autores que dão uma idéia do interesse que, atualmente, desperta na Espanha o estudo dos problemas relacionados com os seguros e a gestão do risco e do rigor com o qual estão sendo tratadas estas pesquisas.

Os artigos foram classificados em quatro grupos temáticos: Metodologia, Seguros Gerais e Resseguro, Gestão de Riscos e Dependência e Envelhecimento.

Aanálisis e interpretación de la gestión del fondo de maniobra en entidades aseguradoras en entidades aseguradoras de incendio y lucro cesante en grandes riesgos industrialesENRIQUE ORSOLICH SIGUEROMadri, FUNDACIÓN MAPFRE, 2009Cuaderno no 135 198 páginas - 978-84-9844-157-4

de Riscos e Seguros convocado pela AGERS.

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NOTÍCIAS

A Associação Espanhola de Gerência de Riscos e

Seguros (AGERS) celebrou em 5 e 6 de maio de 2009, em Madri, o seu XX Congresso sob o título “O valor da Gerência de Riscos e suas soluções para enfrentar a crise”. O congresso, celebrado sob a presidência de honra de S. M. o rei, contou com a presença de 350 diretores e profissionais do setor segurador, brokers e gerentes de riscos das principais empresas.

A palestra de abertura ficou a cargo de Claudio Boada, presidente do Círculo de Empresários, que ministrou a palestra “A situação econômica na Espanha e os riscos empresariais”. Na abertura do evento participou Pilar González de Frutos, presidente

CELEBRAÇÃO DO XX CONGRESSO DA AGERS

da UNESPA e vice-presidente da CEOE.

Os especialistas apresentaram a função da Gerência de Riscos como fator chave para enfrentar a atual crise, que mostra um panorama difícil na Espanha, enquanto, segundo os indicadores de confiança, melhora a sua situação em nível global. Além da recessão econômica, também se percebeu o interesse despertado pela gripe A/H1-N1 como risco preocupante de se tornar uma pandemia.

Durante as sessões foram desenvolvidos três painéis

dedicados à solvência, às ferramentas da Gerência de Riscos e Seguros e à contribuição de valor da Gerência de Riscos. O congresso foi concluído com a realização de quatro oficinas sobre riscos corporativos, operacionais, financeiros e sobre as Administrações Públicas.

Após o encerramento do congresso realizou-se a assembléia ordinária da AGERS, onde foram aprovados a memória e o balanço de 2008 e o orçamento de receitas e despesas para 2009.

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Na sua reunião de 1º de julho, a junta diretiva acordou completar a sua renovação, ficando composta da seguinte forma:

Outrossim, formaram-se as seguintes comissões e grupos de trabalho com seus respectivos responsáveis:Comissão de Estatutos: Ignacio Martínez de BarojaComissão de Atos, Comunicação e Imprensa: Pedro TomeyComissão de Formação: Enrique ZárragaComissão de Pesquisa: Gonzalo IturmendiComissão de Manutenção e Desenvolvimento da Web: Mariano Blanco

Comissão de Relacionamento e Atendimento Associados:Emilio GuardiolaComissão de Relações Nacionais:Presidente,Vice-presidente e Junta DiretivaComissão Admissão Novos Associados: Ubaldo LlorenteComissão de Serviços e Desenvolvimento: Francisco

FernándezComitê de Admissão de Novos Associados: Ubaldo LlorenteGrupo de Trabalho de Meio Ambiente: José AmézolaGrupo de Trabalho do Setor Público: Emilio Guardiola

Igualmente, a junta diretiva, por unanimidade, acordou ratificar Mercedes Prieto como gerente da associação, assumindo todas as funções e responsabilidades da direção geral.

As atividades formativas desenvolvidas durante os meses de abril a junho foram sobre os seguintes temas:

Como conseguir que uma organização avalie a área de riscos e seguros interna.

Planos de contingência frente a gripe A H1N1.

Responsabilidade civil por danos ao meio ambiente.

ERM: a Gerência de Riscos na empresa.Dentro do programa de

Seguros de Responsabilidade Civil, que em 2009 apresentava-se como novidade, foram concluídos os últimos módulos nas seguintes datas:

21 e 22 de outubro: O seguro de responsabilidade civil na construção

25 e 26 de novembro: O seguro de responsabilidade civil, D&O.

Para obter mais informação consulte o site www.agers.esAGERS. Príncipe de Vergara, 86, 1º esc, 2º izq. 28006 Madrid.

Telefone: 91 562 84 25. Fax: 91 561 54 05. E-mail: [email protected]

PRESIDENTE - IGNACIO MARTÍNEZ DE BAROJA Y RUIZ DE OJEDA - Hispasat

VICE-PRESIDENTE I - MIGUEL A. ZARANDONA ALBURQUERQUE - El Corte Inglés

VICE-PRESIDENTE II - UBALDO LLORENTE FERNÁNDEZ - SEUR

SECRETÁRIO GERAL - GONZALO ITURMENDI MORALES - Bufete G. Iturmendi y Asociados

VICE-SECRETÁRIA - ISABEL CASARES SAN JOSÉ - Marti

TESOUREIRO - ANDRÉS ELÓSEGUI ICHASO - BMS Descontaminación y Recuper

INTERVENTOR- CONTADOR - MARIANO BLANCO GEMA - Aig Europe

VOCAIS: EMILIO GUARDIOLA SALMERÓN (Metro de Madrid), ENRIQUE ZÁRRAGA

ARANCETA (Willis Iberia), FERNANDO PÉREZ VILA, FRANCISCO J. FERNÁNDEZ ARMELA (Marsh,

S.A.), GONZALO FERNÁNDEZ ISLA, JOSÉ AMÉZOLA PORTUONDO (La Seda de Barcelona), JUAN

ARSUAGA SERRATS (Lloyd’ s Iberia Representative), JUAN CARLOS LÓPEZ PORCEL (Arcelormittal

España, S.L.), JULIO DE SANTOS ALGAR (Alkora E.B.S.), MARÍA VICTORIA RIVAS LÓPEZ,

PAULINO FAJARDO MARTOS (Daviersarnold Cooper S.L.P.), PEDRO MOTAS MOSQUERA

(Comunidade Autônoma de Murcia), PEDRO TOMEY GÓMEZ (AON)

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*POR SUCENA SHKRADA RESK

e acordo deEIMA-7 resulta em carta

pela sustentabilidade

O 7º Encontro Iberoamericano de Desenvolvimento Sustentável (EIMA-7), realizado em Foz

do Iguaçu, Paraná, entre os dias 18 e 20 de novembro, resultou na formulação de uma carta aberta internacional pela sustentabilidade e na celebração de um acordo de cooperação técnico-científico entre a Fundación CONAMA, da Espanha, e o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), do Brasil. Pela primeira vez, a Fundación MAPFRE participa como coorganizadora do evento. O convite da Fundación CONAMA, idealizadora da iniciativa, estabelece uma parceria que deverá prosseguir nos próximos encontros, que são realizados anualmente em diferentes países, intercalados com Espanha (Madri).

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cooperação

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“VIVEMOS UMA EMERGÊNCIA PLANETÁRIA, DE ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E ECOLÓGICA. TEMOS DE RECONCILIAR A ECONOMIA COM A ECOLOGIA ”

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O evento tem um caráter significativo para o Brasil, por ser também a primeira edição promovida no país. O EIMA-7 se integrou a uma série de iniciativas paralelas, sob denominação geral de 6º Encontro Cultivando Água Boa, que reuniu um público estimado de 5 mil pessoas e diferentes parceiros nacionais e internacionais. Entre eles, o Governo do Paraná, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná e a Itaipu Binacional, com apoio dos governos da Espanha e do Brasil.

O fato de o evento ter sido realizado poucas semanas antes da 15ª Conferência das Partes (COP-15) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, na Dinamarca, em dezembro,

enriqueceu as reflexões sobre a prática do desenvolvimento sustentável. A pauta, de ordem global, exposta pelos participantes, decorreu em torno do que será decidido por cerca de 200 nações sobre o estabelecimento de compromissos quanto ao Protocolo Pós-Quioto.

Um total de 23 horas – divididas entre debates, grupos de trabalho e mesas-redondas com especialistas internacionais – resultou em um consenso, por parte da organização do EIMA-7, de que é prioritária a mudança do padrão de desenvolvimento mundial conflitante com

a Ecologia. O presidente da Fundación CONAMA, Gonzalo Echagüe Méndez de Vigo, destacou aspectos importantes da carta aberta, que apresenta reivindicações e, ao mesmo tempo, exibe estabelecimento de compromissos das organizações participantes.

“Vivemos uma emergência planetária, de ordem social, econômica e ecológica, e dessa emergência acumula a tríplice crise global. O aspecto positivo da crise é a convicção de que a necessidade de mudança do modelo de desenvolvimento se tornou unânime. Temos de reconciliar a economia com a ecologia”, destacou.

Segundo Méndez de Vigo, as mudanças devem ser rápidas. “Para isso, precisamos articular alianças entre governos, empresas, organizações não governamentais, meios comunitários e universidades, que se

"O BRASIL TEM HOJE UMA FONTE DE ENERGIA PREDOMINANTEMENTE RENOVÁVEL"

Abertura do evento contou com a presença do presidente da Fundación CONAMA, Gonzalo Echagüe Méndez de Vigo; de Jorge Samek, diretor-geral no Brasil, da Itaipu Binacional; ; Lindsley da Silva Rasca Rodrigues, secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Paraná; de Rodrigo Tarté, diretor acadêmico da Fundação Cidade do Saber, no Panamá e de Antonio Guzmán Córdoba, diretor-geral de Prevenção, Saúde e Meio Ambiente da Fundación MAPFRE, entre outros.

onzalo Echagüe Méndez de Vigo

Antonio Guzmán Córdoba

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revertam, de forma compatível, em mudanças econômicas, tecnológicas e de valores”, afirmou.

Na análise de Antonio Guzmán Córdoba, diretor-geral de Prevenção, Saúde e Meio Ambiente da Fundación MAPFRE, todos os setores devem agir localmente, sem esperar somente as decisões das políticas globais, para adotar posturas pró-ativas. “Em Copenhague, serão discutidas essas ações-macro”, diz. O executivo defende que o investimento na educação socioambiental – com o objetivo de prevenção e de mudanças de padrões de consumo –, seja política constante das organizações. “O EIMA-7 é um fórum para partilhar experiências e compatibilidade. Precisamos somar esforços das empresas, nos âmbitos locais e regionais”, disse.

Com esse propósito, a Fundación MAPFRE destinou, neste ano, mais de US$ 40 milhões a ações voltadas para a responsabilidade social, a saúde e o meio ambiente, na Espanha e em países Iberoamericanos. “Ao final de 2009, foi consolidado o investimento em mais de 150 bolsas de pesquisa, em 30 eventos, em oito revistas, entre outras iniciativas, principalmente na área socioambiental”, informou. O foco em consumo consciente de água e energia, diminuição da geração de resíduos e reciclagem é uma das prioridades do conjunto de iniciativas.

No Brasil, as ações ambientais da MAPFRE, intituladas de Eco MAPFRE, são voltadas à ecoeficiência nos processos do grupo, no apoio à Rede Ecoblogs (http://www.ecoblogse.com.br), que reúne produções de conteúdo de diversos autores da área ambiental no país. Essas ações também se voltam a um dos projetos mais recentes, em parceria com o Governo

do Estado de São Paulo: a criação do Programa Villa Ambiental, no Parque Villa-Lobos, na capital.

No encerramento do EIMA-7, o estabelecimento de convênio técnico-científico entre a Fundación CONAMA e o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), ratificado por outros parceiros, estabeleceu compromissos, por tempo indeterminado, para a promoção de estudos de soluções para alternativas de energias limpas e renováveis.

Segundo o diretor-superintendente do Parque Tecnológico de (PTI), Juan Carlos Sotuyo, essa parceria será importante para integrar as duas organizações em projetos sustentáveis. “Isso significa um intercâmbio técnico-científico entre empresas, clientes e fornecedores. O objetivo é trocar experiências, principalmente com foco na biomassa, além de outras fontes, como a solar e a chamada ‘quinta onda’, proveniente das algas”, disse.

Durante a programação, vários temas foram discutidos, desde ações desenvolvidas pelos organizadores, passando pelo novo marco da economia verde, até desafios no campo das mudanças climáticas e das alianças multissetoriais.

“A ECONOMIA VERDE PROPÕE UM NOVO PACTO GLOBAL, AO INCORPORAR OS PRINCÍPIOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EMPRESARIAL, COMO TECNOLOGIA E GOVERNANÇA”

Rodrigo Tarté

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“A economia verde propõe um novo pacto global, ao incorporar os princípios de desenvolvimento sustentável empresarial, como tecnologia e governança, além de indicadores de sustentabilidade, para a eficácia das ações neste campo. Pesquisas recentes mostram a correlação entre os princípios do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), da ONU, e a pegada ecológica, à medida que os países aumentam o bem-estar social”, disse Rodrigo Tarté, diretor acadêmico da Fundação Cidade do Saber e presidente do Conselho Direito do Centro Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, no Panamá.

A pegada ecológica é uma expressão que define a quantidade de recursos naturais necessária para sustentar o estilo de vida de cada pessoa. Estima-se que, hoje, consumimos demanda 25% maior do que a oferta de recursos no planeta, segundo o WWF Brasil.

A importância da efetivação de mais alianças entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, para a implementação da ecoeficiência, foi destacada por Luís Jiménez Herrero, diretor-executivo do Observatório da Sustentabilidade da Espanha.

“Estabelecemos um protocolo de cooperação com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná para criar indicadores de sustentabilidade. É importante que se observem nos processos de

desenvolvimento as inter-relações e dependências, que muitas vezes não aparecem. Assim, é estudada a realidade complexa e as ações são valorizadas, não só do ponto de vista econômico, mas em relação ao uso dos recursos naturais”, afirmou.

Segundo o especialista, os territórios não podem ser vistos como simples mercadorias, mas sim como patrimônios naturais e culturais, um legado às futuras gerações. “Houve uma mudança de paradigma de sustentabilidade na Espanha, um país dos mais ricos em biodiversidade da Europa, mas que tem a tendência de 37% de desertificação”, disse.

O diretor brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, reiterou a importância das ações em rede. “Em visita à Espanha, tomei conhecimento dos congressos do CONAMA, que reúnem mais de 10 mil pessoas discutindo e apontando os caminhos. Tive a oportunidade de conhecer a maior usina solar do mundo, próxima a Sevilha, como demonstração inequívoca de que governo, iniciativa privada e sociedade buscam formas limpas de energia”, contou durante sua exposição.

O executivo expôs que o caminho está nas parcerias, citando como o país pode contribuir com sua experiência. “O Brasil tem hoje uma fonte de energia

“A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE ESTIMA QUE, ATÉ 2020, A DEPRESSÃO SERÁ A DOENÇA MAIS DIFUSA DO MUNDO.”

Luís Jiménez Herrero

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predominantemente renovável. Ainda produzimos etanol (proveniente da cana-de-açúcar), o álcool e o biodiesel”, disse.

A representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Isabel Martínez, lembrou que a história comprova que as crises levam, paradoxalmente, ao desenvolvimento. “A iniciativa dos empregos verdes (agricultura e silvicultura, entre outros), da economia baseada na sustentabilidade da biodiversidade e do ecossistema é o novo acordo global para 2010”, afirmou. De acordo com a especialista, hoje há 2,3 milhões de trabalhadores empregados em energias renováveis, e em 2030 podem ser 20 milhões de postos de trabalho.

Segundo ela, é preciso ações efetivas, já que, só no ano de 2009, houve perdas econômicas mundiais decorrentes da degradação ambiental na ordem de trilhões de dólares. “Nossa demanda sobre o planeta tem duplicado nos últimos 40 anos”, alerta. Com isso, aumenta o número de refugiados ambientais no planeta.

Giovanni Barontini, sócio da Fábrica Éthica Brasil e integrante do grupo de Estudos do Futuro da Pontifícia Universidade Católica (PUC), propôs

a reflexão sobre o posicionamento do mundo corporativo quanto aos padrões de desenvolvimento. “A Organização Mundial da Saúde estima que, até

* Sucena Shkrada Resk é jornalista, com especialização em Meio Ambiente e Sociedade e em Política Internacional

2020, a depressão será a doença mais difusa do mundo. Hoje, mais de 400 milhões pessoas são diagnosticadas como deprimidas, a maioria na Europa e nos Estados Unidos”, afirmou. Em sua análise, o mundo corporativo é causa e reflexo de situações-macro como essa.

A reflexão sobre o conceito de sustentabilidade foi proposto por Carola Reintjes, presidente europeia da Organização Mundial de Comércio Justo e coordenadora para a Estratégia Institucional e Política de Alianças da organização espanhola Comércio para o Desenvolvimento (COPADE). “É preciso desafiar o setor empresarial, como grande motor de mudança, tanto reativo como pró-ativo, para que não aja somente por causa da legislação, mas de forma consciente, estabelecendo uma agenda social e ambiental permanente”, considera.

A especialista, entretanto, não atribui somente a responsabilidade ao setor empresarial. “O segmento responde a demandas de mercado e a agendas econômicas. Os gestores públicos, muitas vezes, não conseguem dialogar com as empresas. Hoje há corresponsabilidade do setor público nesse processo. Temos de recuperar a riqueza social dessa relação”, afirmou.

Isabel Martínez

Giovanni Barontini

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para geração de energiaAlternativas

limpa erenovávelrenovávelA abundância de recursos hídricos no Brasil, somada à disponibilidade do gás natural, colocou em segundo plano o desenvolvimento de outras fontes renováveis de energia elétrica. Neste contexto, a progressiva redução da capacidade de geração hídrica traz à tona a necessidade de fontes de geração complementares à hídrica para a expansão da matriz elétrica brasileira nos próximos anos. O desafio é manter a oferta de energia elétrica limpa, renovável e o preço competitivo.

POR ADRIANA AGUILAR

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O assunto foi discutido durante o V Seminário Geração de Energia e Desenvolvimento

Sustentável, com o tema "A vocação e a participação das fontes alternativas na matriz energética brasileira", realizado em parceria com o Insper (ex-Ibmec São Paulo), no dia 25 de agosto de 2009. Aproximadamente 130 pessoas estiveram presentes no evento para ouvir especialistas no assunto.

Cerca de 250 milhões de pessoas, em 26 países, enfrentam a falta crônica de recursos hídricos. A previsão é que, daqui a 30 anos, o número saltará para 3 bilhões em 52 países. No Brasil, os recursos hídricos apresentavam uma participação de 71,2 % da potência instalada em 2008 (excluindo importação de Itaipu) e 90% da geração de energia elétrica no País. Este perfil garante ao Brasil a oferta de eletricidade a preços competitivos, com nível de emissão de dióxido de carbono (CO2) abaixo da média mundial.

Para se ter uma ideia, o fator de emissão de gases impactantes no efeito estufa de uma usina hidrelétrica fica em torno de 20 gramas por quilowatt-hora (kWh) gerado, se considerado todo o ciclo de vida da usina. No entanto, uma usina térmica emite entre 600 e 1.200 gramas por kWh, dependendo do combustível fóssil utilizado.

De acordo com a evolução planejada para a matriz energética brasileira (2005 a 2030), há a intenção de diminuir a participação de petróleo e derivados de 38,7% para 30%, caindo assim a emissão de CO2. Também é esperada a redução da utilização de lenha e carvão vegetal, de 13% para 5% no período, devido à evolução tecnológica e a pressões ambientais. Ao mesmo tempo, projeta-se o aumento da participação relativa do gás natural de 9,4% para 15% e o aumento da participação de fontes energéticas

oriundas da agroenergia (etanol, H-BIO e biodiesel), de 14% a 22%. Até 2030, há a previsão de se manter a proporção de fontes renováveis.

Embora ainda existam mais de 150.000 megawatts (MW) potenciais de energia hidrelétrica a serem explorados, a expansão do parque hídrico brasileiro, baseada em grandes e médios empreendimentos, vem sofrendo, gradativamente, restrições crescentes na esfera da legislação ambiental, segundo dados do trabalho "A importância das fontes alternativas e renováveis na evolução da matriz elétrica brasileira", elaborado pelo Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica (Gesel ), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e apresentado durante o V Seminário, promovido pela FUNDACIÓN MAPFRE.

"A cada ano o risco hidrológico é maior. Ninguém sabe como e quanto irá chover no ano seguinte, pois é uma variável aleatória. Daí a importância de desenvolvermos no Brasil uma forma de geração de energia que seja alternativa e complementar à hídrica", afirma o professor Nivalde José de Castro, coordenador do Gesel e autor do estudo que foi apresentado no Encontro.

“As projeções de mudanças climáticas indicam que poderá aumentar a frequência de ocorrência da maioria dos fenômenos de secas, estiagens, inundações, vendavais, granizo, resultando em maior quantidade de

Fonte: Elaborado por GESEL/IE/UFRJ a partir de dados da Unica.

Estimativas do Potencial da Bioeletrecidade Sucroenergética(em milhão de t e MWmed)

Safra Cana (em milhões de toneladas)

Potencial de Geração (em MWmed)

2012/13 696 9.6422015/16 829 11.4842020/21 1038 14.379

“AS PROJEÇÕES DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS INDICAM QUE PODERÁ AUMENTAR A FREQUÊNCIA DE OCORRÊNCIA DA MAIORIA DOS FENÔMENOS”

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deslizamentos, enxurradas e incêndios da vegetação”, explica o pesquisador Emílio La Rovere, do Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ. Uma das consequências pode ser a crescente restrição para atender à demanda de energia no período seco, quando também diminui o índice pluviométrico e os reservatórios de água das hidrelétricas estão com nível reduzido.

Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o atual parque hidrelétrico brasileiro instalado representa cerca de 30% do potencial hidrelétrico do País. O potencial remanescente encontra-se essencialmente na Região Norte do Brasil, cuja extensa área de planície impede a construção de grandes reservatórios.

Há ainda a imposição da legislação ambiental, com base na Constituição de 1988, que dificulta a construção livre de novas hidrelétricas, que, mesmo sendo licenciadas, deverão ter características de usinas a fio d'água, pelas restrições físicas e ambientais. "Dois terços do

potencial ainda por ser explorado nos empreendimentos da Região Norte do País – Belo Monte, Tapajós, Teles Pires, Marabá, entre outros – devem seguir essa tendência", diz o professor Nivalde José de Castro.

Segundo o secretário executivo do Comitê de Meio Ambiente, da Associação Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica, Décio Michellis, quaisquer fontes de energia que passem a ter uso intensivo podem gerar impactos socioambientais tão graves e intensos quantos as fontes tradicionais que se pretende substituir. Por isso, todo cuidado é pouco. “A escolha deve considerar especificidades locais e o custo de oportunidade socioambiental”, afirma. Neste cenário, o sistema elétrico brasileiro tem o desafio de complementar o parque hídrico com usinas com vocação de operação durante o período seco. Uma das alternativas é complementar o parque hídrico brasileiro com usinas que operem sazonalmente. Dentre as opções economicamente viáveis destacam-se a bioeletricidade sucroenergética, a energia eólica, as térmicas com baixo custo variável unitário (CVU) e as térmicas inflexíveis.

O diretor executivo do ITSEMAP, empresa de gerenciamento de risco do grupo MAPFRE, Ricardo Serpa, lembra que, em quaisquer das opções de fontes de energia mencionadas no estudo, é importante avaliar os riscos, priorizar e identificar processos críticos para a contratação de seguros compatíveis com a continuidade dos serviços.

Qual seria a alternativa de energia renovável mais eficiente para complementar a geração de energia elétrica hídrica? O estudo, apresentado pelo Gesel durante o V Seminário da FUNDACIÓN MAPFRE, indica que a Fonte: IEA 2008

Participação da Geração Hídrica no Total da Geração Elétrica de Países Selecionados 2006

Países 10 Primeiros

% hidro no Total Oferta

Noruega 98,5Brasil 83,2Venezuela 72,0Canadá 58,0Suécia 43,1Rússia 17,6Índia 15,3China 15,2Japão 8,7EUA 7,4Resto do mundo 14,3

Média mundo 16,4

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101G e r ê n c i a d e R i s c o s e S e g u r o s • n º 1 0 4 - 2 0 1 0

Brasil

Mundo

Recursos Renováveis

13,3%

Mundo

Recursos Renováveis

13,3%

RecursosRenováveis

46,4%

Hidreletricidade 14,7%

Carvão Mineral6,2%

Gás Natural9,3% Petróleo e

Derivados36,7%

Biomassa31,6%

Urânio (U3O2) 1,4%

Madeira: 12,5%Cana: 16%Outras fontes: 3,1%{

bioeletricidade gerada nas usinas de açúcar e etanol (sucroenergéticas) mostra-se como uma das formas mais eficazes de se complementar o parque hídrico brasileiro em uma escala condizente com o seu potencial atual e futuro.

Como a bioeletricidade sucroenergética é gerada a partir da biomassa residual da produção de etanol e açúcar, há a garantia da segurança do suprimento de energia a preços competitivos, com reduzida emissão de gases impactantes no efeito estufa.

É importante ressaltar que, em relação ao CO2, as usinas paulistas assinaram protocolo agroambiental com o Governo do Estado, antecipando o fim da prática das queimadas para 2014. Atualmente, 50% da colheita da cana já é mecanizada.

A Região Centro-Sul do País, onde se localiza a maior parte da demanda brasileira por energia elétrica, concentra percentual superior a 80% da produção brasileira de cana-de-açúcar. Até o final de 2009, a potência instalada nas usinas

sucroenergéticas deverá totalizar cerca de 4.500 MW, sendo algo em torno de 3.000 MW para autossuprimento. Há estimativa de que esta potência atinja 6.500 MW no final de 2010.

Outra alternativa complementar à energia hídrica, segundo o estudo do Gesel é a energia eólica, que vive uma grande expansão no mundo nos últimos anos, atingindo a expressiva marca de 120.000 MW instalados no final de 2008. A energia gerada pelos ventos tem a vantagem de apresentar um fator de emissão de gases impactantes no efeito estufa na mesma ordem de grandeza das usinas hídricas.

As atuais usinas de energia eólica instaladas no Brasil têm uma potência conjunta de 417 MW, aos quais se somam 442 MW de usinas em construção. O potencial do Brasil é maior. Hoje, mais da metade do potencial de geração eólica brasileira está na Região Nordeste. Os ventos mais velozes estão nas costas do Ceará e do Rio Grande do Norte.

“A CADA ANO O RISCO HIDROLÓGICO É MAIOR. NINGUÉM SABE COMO E QUANTO IRÁ CHOVER NO ANO SEGUINTE, POIS É UMA VARIÁVEL ALEATÓRIA. DAÍ A IMPORTÂNCIA DE DESENVOLVERMOS NO BRASIL UMA FORMA DE GERAÇÃO DE ENERGIA QUE SEJA ALTERNATIVA E COMPLEMENTAR À HÍDRICA.”

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SeSeguguroro MMAPAPFRFRE AmAmbib ene tal 3.3.1.1.11

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SeSeguguroro M MAPAPFRFRE E AmAmbibienentatal l 3.3.1.1.11NorNormalmalmenmente,te,e qu quem em mm tratratranspnsportorta pa prodrodutoutos ps perierigosgosos os e pe poluoluententes es temtem queque co contrntrn ataatatar tr trêsrêsrêê se servirviviçosços: s: seguegurosrosoo , ggestestão ão de de sinsinististrosros e e ateatendindimenmentotoa ea emermergêngênciaciac s. s. s MasMass a a MAPMAPFREFRE é é umauma se segurguradoadora ra difdifereerentente. P. Por or ississo, o, fezfez um umu a pa parcarcerierir a ca ca com om o a Pa Pamcamcaryary pa para rarr reureunirnir osos trtrês ês serserviçviçvi os os em em umummsó só proprodutduto: o: SegSegSegurouro MA MAPFRPFRE AE Ambimb entental al 3.13.13 .1..1. UmUma sa soluoluçãoção ququq e ge garaarantentee e ae agilgilizaiza o o ateateat ndindimenmenmenmento toto e se simpimplifificaica to toda da a oa operperrp açãaçãaç o. o. BomBom pa paara ra vocvocê,ê, queque fifica a tratranqunquiloilo, e, e bo bom pm paraa a natnatureureza,za, qu que fe ficaica pr proteotegidgidg a.a.ProProcurcure ue um cm corrorretoetor dr de se seguegurosros MA MAPFRPFRE oE ou au acescesse:se: wwwww.mw.mapfapfre.re.comcomo .br.br

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