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4 Educação em Revista

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EditorialO Rio de Janeiro virou referêncianaluta contra a aprovação

automática

A opinião da sociedade organi-zada não valeu para César Maia.Apesar das várias vitórias jurídicas,nas votações da Câmara, no apoiode vários entidades e todos os seg-mentos da sociedade, Cesar Maianão recuou. Jogou todo o peso desua ira em cima das escolas. Coa-giu direções, que coagiram profes-sores. Nas escolas a confusão au-

mentava. Apesar de garantirmos alei ao nosso lado, o prefeito insis-tia em fazer com que suas direçõescometessem atos ilegais e irrespon-

Na batalha pedagógica os

alunos perderam, na guerra

ideológica a vitória foi nossa!

O município do Rio de Janei-ro conseguiu produzir um fatoinédito na educação: a unanimi-dade da sociedade contrária a

política de aprovação automá-tica implantada pelo prefeitoCesar Maia desde 2000.

O movimento organizadopelo sepe e a categoria do mu-nicípio, no ano de 2007, envol-veu a sociedade na discussão daqualidade da educação. Todosassistiram e participaram estar-recidos da luta ideológica entre

as escolas e a prefeitura. Deci-

sões judiciais desrespeitadaspela prefeitura, determinaçõesda Câmara de Vereadores e daOAB em que o prefeito passou

solenemente por cima.

sáveis. Na batalha pedagógica osalunos perderam, na guerra ideo-lógica a vitória foi nossa.

Nessa luta trouxemos a tona odescaso da prefeitura com a edu-cação. Conseguimos fazer o quenenhum outro Estado ou Municí-pio no Brasil conseguiu. Váriosdeles vivem até hoje aprovaçãoautomática na pele com os resul-

tados desastrosos e nem por isso asituação é repelida pela comunida-de escolar ou pela sociedade emvários estados do Brasil.

 “O movimentoorganizado pelo

sepe e a categoriado município, noano de 2007,envolveu a

sociedade nadiscussão daqualidade da

educação...” 

 “Paes e muitospolíticos forameleitos em 2008

sob a bandeira deacabar com a

aprovaçãoautomática. Porém,

isso nãoaconteceu…” 

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Um pouco da história

O então prefeito de nossacidade, Cesar Maia, passousuas gestões posando degrande administrador. Porémdurante todo o impérioMaia, ele reduziu nossosdireitos, sucateou as escolas,reduziu salários e trouxe paranossa rede uma arapuca neo-liberal, travestida de ciclos:a aprovação automática.

Categoriadeu show demobilização

6 Educação em Revista

com a prefeitura na ilegalida-de. Diante do fato da existên-

cia do DL 618, (De-

creto aprovado na Câ-mara que revogou aaprovação automáti-ca) as CREs, ameaça-ram e cometeram irre-gularidades como oassédio moral e a ma-

nipulação dos dados dos Con-selhos de Classe.

Porém a categoria resistiu

com muita garra. Nesta luta con-seguimos convencer pais, res-ponsáveis e o conjunto dos tra-balhadores e do povo que a po-lítica de “ciclos” da prefeituranão passava de política de des-truição da educação pública!

Nossa categoria, juntocom os pais, que deramuma aula de mobilização,conseguiu denunciar os pla-nos de César Maia, obriga-do a fazer um recuo, aindaque pequeno, na aprovaçãoautomática. Foi uma lutaferoz. No último “COC” de

2009, as CRES fizeram detudo para obrigar os profes-sores a mudarem os seusconceitos e ficarem juntos

Nas ruas categoria derrotou a prefeitura

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Sindicato promoveu a disputa

ideológica e o debate

7Educação em Revista

 “Quando em2007 houve a

explosão contra apolítica

irresponsável daprefeitura,milhares de

profissionais,alunos e

comunidade

saíram as ruascom disposiçãopara dar um bastanaquela política.” 

Até 2007 o Sepe e a catego-ria ainda não tinham consegui-do envolver a sociedade nestedebate. Embora a aprovação au-tomática tivesse iniciada no fi-nal da década de 90, o movimen-to de denúncia ainda não tinhachegado a maior parte da popu-lação carioca. Com o intuito deexpor a situação da educação, osindicato promovia uma sériede debates, atos públicos e atéum plebiscito nas escolas quepedia a categoria a opinar sobrea aprovação automática. A pres-são dentro de nossas escolas eramuito grande. Um sem números

de boletins, jornais, charges fo-ram feitos pelo sindicato e en-tregues aos profissionais, paraque as discussões aflorassemnas escolas. Quando em 2007houve a explosão contra a polí-

tica irresponsável da prefeitura,milhares de profissionais, alunose comunidade saíram as ruascom disposição para dar um bas-ta naquela política. Apesar de to-dos exigirem o fim daquela po-lítica, Cesar Maia se recusava aadmitir seu erro. Naquela épo-ca, vencido pelo movimento,inventou um outro conceito RR(Recomenda Recuperação)para disfarçar sua derrota e ten-tar impedir qualquer reprova-ção.

Se em 2007 conseguimos queo debate se tornasse público e de-fendido por Cesar Maia e seus se-

guidores, hoje Paes esconde detodos o que de fato acontece nasescolas.

A partir da gestão de EduardoPaes a política de aprovação au-tomática voltou a ser camuflada.

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8 Educação em Revista

 Poucas vezes uma medida depolítica educacional foi tão cínicaem seu propósito antidemocrático,como no caso da Resolução 946,publicada em 25/04/07, da Secre-taria Municipal de Educação daPrefeitura da Cidade do Rio de Ja-neiro.

Aprovação automática: educação

neoconservadora e negação do direitoao conhecimentoGaudêncio Frigotto (UERJ) eRoberto Leher (UFRJ)

Em nome do direito ao acessoe à permanência dos estudantes noensino fundamental, a Portariaimplementa mecanismos de apro-vação automática e deflexibilização da obrigatoriedadeda freqüência nas disciplinas que,considerando as condições de fun-cionamento da rede municipal deeducação do Rio de Janeiro, pro-duzirão, de uma parte, genocídiointelectual em toda uma geração de

estudantes e, de outra, umadistorção e banalização das expe-riências do ensino por ciclos.

O processo de avaliação atéentão em curso qualificava os es-tudantes, por disciplina, com osconceitos I (Insuficiente), R (Re-gular), B (Bom), MB (Muito Bom)e O (Ótimo). Nos termos da Por-taria, os conceitos I, indicativo de

reprovação, e O, de elevado de-sempenho, foram extintos, garan-tindo que um estudante progridada Classe de Alfabetização até a8asérie sem reprovação. É impor-tante salientar que esse estudantepode concluir o nível fundamentalcom alto índice de faltas concen-tradas em poucas disciplinas. Comefeito, ao determinar apenas 75%

da freqüência no fim do percursodo ensino fundamental (o que per-mitiria ao estudante ter o equiva-lente a dois anos de faltas!), a Re-solução permite a esse mesmo es-tudante a conclusão do ensino fun-damental com conceito global R,mesmo sem ter acompanhado, porexemplo, as aulas de matemática ede história (...).

Infelizmente, as orientações“bancomundialistas” tentam redu-zir o ciclo à aprovação automáti-ca. A referida Portaria ignora dé-

 “Com efeito, aodeterminar apenas 75%da freqüência no fim do

percurso do ensinofundamental, a Resolução

permite a esse mesmoestudante a conclusão doensino fundamental comconceito global R, mesmosem ter acompanhado,

por exemplo, as aulas dematemática e de história.” 

cadas de pesquisas e de experiên-cias inovadoras, e comprometidascom a educação pública de quali-dade, que justamente sustentam anecessidade de superar a pedago-gia da repetência sem medidas de-magógicas e descomprometidascom o padrão de qualidade do en-sino público e gratuito.

 “A crença de que aavaliação, em si mesma,transforma a realidadeeducacional, doutrinadifundida pelo Banco

Mundial, está presente nagrande maioria das

experiências em curso.” 

A existência de um ciclo inicial

– prática que atualmente abrangeaproximadamente 20% dos estu-dantes do ensino fundamental, emgeral agrupando em um mesmociclo a CA até a segunda série –não deve ser confundida, necessa-riamente, com a aprovação auto-mática. Mas a crença de que a ava-liação, em si mesma, transforma arealidade educacional, doutrina di-fundida pelo Banco Mundial, estápresente na grande maioria dasexperiências em curso. Osneoliberais aprenderam rápido que

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Tampouco devemos pensar queesse padrão minimalista é uma per-versidade exclusiva da prefeitura. Amesma lógica está presente no Pla-no de Desenvolvimento da Educaçãodo Governo Federal. Nos termos deSaviani[i], o Plano está referenciadoem uma lógica que “poderia sertraduzida como uma espécie de ́ pe-dagogia de resultados´. Assim, o go-verno se equipa com instrumentos deavaliação de produtos forçando, comisso, que o processo se ajuste a essademanda. É, pois, uma lógica demercado que se guia, nas atuais cir-cunstâncias, pelos mecanismos das

chamadas ́ pedagogia das competên-cias´ e da ‘qualidade total´.”Mesmo o irrisório piso salarial

(R$ 850,00) além de gradual, incluitodos os itens que compõem a remu-

 “Uma lógica de mercadoque se guia, nas atuaiscircunstâncias, pelos

mecanismos daschamadas ´pedagogia

das competências´ e da ‘qualidade total.” 

neração dos professores, como auxí-lio transporte, alimentação etc. sendomelhor denominado de teto salarial.E nada é feito quanto aos recursosglobais para toda a educação públi-ca, hoje estagnados em 3,5% doPIB. Embora seja uma lembrançainconveniente, por que o governoFederal não retira o veto ao aumen-to das verbas educacionais para 7%do PIB, nos termos da deliberaçãodo Congresso Nacional quando da

votação do Plano Nacional de Edu-cação? Assim, teríamos profundastransformações na educação e aquestão da reprovação seria páginavirada na história da educação bra-

sileira, sem mágicas e pirotecnias.Está claro, pois, que as classes

dominantes não estão preocupadascom a educação de todas as crian-ças e jovens. O padrão de acumula-ção que desindustrializa ereprimariza o país de fato não re-quer educação pública de alta qua-lidade; por isso, a luta pela escolapública é também uma luta contra ocapitalismo dependente. Lutar con-tra a Resolução 946/07 e as pífias

medidas do PDE são formas deanunciar um projeto alternativo àbarbárie neoliberal, conferindoconcretude às lutas por uma socie-dade além do capital.

9com essas orientações seria possí-vel “forçar” a melhoria dos índicesescolares sem a ampliação das ver-bas educacionais e, desde então,

vêm promovendo essas mirabolan-tes inovações educacionais quesomente degradam a escola públi-ca (...).

Os dois problemas cruciais quedistinguem as duas formas de pen-sar a avaliação são, em primeirolugar, a jornada escolar diária: a re-provação deixa de ter sentido emum ambiente de ensino e aprendi-

zagem em tempo integral, em queas crianças podem vivenciar expe-riências educacionais que garantamreal aprendizado a cada um dos es-

tível com o conceito de educaçãopública de qualidade.

Estudo do mandato do VereadorEliomar Coelho atesta que atual-

mente os investimentos estão pro-fundamente reduzidos o que, inevi-tavelmente, repercutiria nas condi-ções de ensino-aprendizagem dasescolas municipais e ensejaria ba-lanços negativos em um ano eleito-ral. Assim, antes que os índices fos-sem apresentados, o prefeito mudaa forma de avaliação para que aperda de qualidade não possa ser

aferida. Quando o fracasso da me-dida ficar evidente, em alguns pou-cos anos, o jogo eleitoral já seráoutro.

tudantes. Cabe lembrar que, dasaproximadamente 170 mil escolaspúblicas brasileiras, apenas 47%possuem jornada diária superior a

quatro horas de aula. Em segundo,mas não menos importante, os sis-temas públicos de educação nãoasseguram professores em tempointegral e com dedicação exclusivamantendo, ainda, um padrão salari-al para os docentes que, conformea Unesco, é baixo ainda se compa-rado aos padrões latino-americanos.Outros problemas derivados, como

classes superlotadas, infra-estrutu-ra degradada etc., confirmam umpadrão de oferta de educação pú-blica que, obviamente, é incompa-

Educação em Revista

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10 Educação

Paes ao anunciar em sua cam-panha eleitoral que acabou com aaprovação automática se esquecede dizer que, hoje, existem as co-tas de reprovação, ou seja, metas.Esquece-se, ainda, de mencionar

que as direções das escolas sãoobrigadas a assinar Termos deCompromisso nas CRES para quetais metas sejam atingidas. Tam-bém não informou que as direçõesse não assinarem o tal Termo sãochamadas na Secretaria Municipalde Educação para serem sabatina-das e aprenderem a criar estratégi-as para diminuir os índices de re-

provação da unidade escolar queadministram. Sem falar que essas

O que está por trás dapolítica da prefeitura ecomo ela faz paraobrigar as escolas aaprovarem seus alunos,mesmo sem teremaprendido

Aprovação automática a

direções “difíceis” no próprio lin-guajar das Coordenadorias, terãotambém mais dificuldades no aten-dimento às necessidades de suasunidades. O que importa é bater ameta. Afinal de contas, não se leva

em conta as peculiaridades das es-colas, do aluno em particular, daturma, do meio social, das condi-ções, enfim nada. Para isso, Paesnão investe um centavo a mais nosprofissionais ou diretamente nasescolas. Trabalhamos com máqui-nas, devemos atingir metas? Nos-so ofício é de produção em sériede resultados, índices, metas? Ou

devemos formar indivíduos pen-santes, com consciência crítica?

Na lógica de metas e resultados,há os perniciosos projetos geridosatravés de parceria público-privada,impostos pela prefeitura, de distorção

Paes não investe um centavo a mais nosprofissionais ou diretamente nas escolas

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m Revista

abou ou está disfarçada?

Conceito Global é aprovação automática

Lamentavelmente, da mesma forma, alguns governantes que estive-ram à frente do poder público na nossa cidade nos últimos anos desen-volveram a malfadada “aprovação automática”, que lançou no ensinomédio, alunos incapazes de entender até um pequeno texto. O atualprefeito e a secretária Cláudia Costin reproduzem uma aprovação au-tomática disfarçada. Isto se verifica, por exemplo, através da imple-mentação do chamado “conceito global” obtido pela média do apro-

veitamento das disciplinas nos conselhos de classe, o que desconsideraos conteúdos básicos e fundamentais que o aluno deve dominar paraser promovido para o ano seguinte de escolaridade, pois não respeitaas especificidades das várias disciplinas do currículo escolar.

série, aprendizagem, idade como:alfa”, “Autonomia Carioca”, “Pri-

rio Carioca”, “Ginásio Carioca” etos outros. A filosofia da maioria des-projetos é centrada em materiais

ntos, exigindo que os docentes se-polivalentes, quer dizer, devem mi-rar disciplinas que não são de sua

mação, nem de ingresso na rede bus-do reduzir ou mascarar a real carên-

de professores, não garantindo edu-ão de qualidade, visto que os alunos“acelerados” para o ingresso no En-

o Médio. E o principal para esse go-no, o desvio de verbas pública..

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Os projetos também visam es-conder os “piores” alunos. Porexemplo, os alunos que estão no“realfa” e nos “acelera” não pre-cisam passar pelos testes que me-dem o ideb, Prova Brasil ou Rio,uma vez que estes alunos não es-tão em turmas regulares. Destaforma a Secretaria camufla os alu-nos com dificuldades sem preci-sar ter um cuidado maior comeles. Livra-se dos “problemas”que representam estes alunos, queem sua maioria são crianças que

tiveram dificuldades de aprendi-zagem durante toda a vida esco-lar por não terem tido o acompa-nhamento profissional necessário.Afinal assistência social, psicólo-gos, fonoaudiólogos não são par-te do vocabulário ou do interessedeste governo.

Projetos escondem alunos “ruins” que não precisamfazer as provas ou serem

reprovados

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O índice do IDEB é um índice que não leva emconsideração os investimentos que o governo fez emnossos profissionais ou escolas, as condições que te-mos para o trabalho, quantos alunos o governo colo-ca em sala para atendermos, se tem gente suficientenas escolas para desenvolver um trabalho sério comos alunos, em quantas escolas o profissional tem quetrabalhar ou coisinhas do tipo, sem importância paraos governos. Mas privilegia a quantidade de alunosque estarão aprovados na rede. Então se uma escolateve média 6 em suas provas e teve 70% de aprova-ção a média do IDEB desta escola será 4,2 (6 X 0,7).Uma outra escola com a mesma média na prova, mas

com 90% de aprovação terá média do IDEB de 5,4(6 X 0,9). Muito possivelmente esta escola receberá

12 Educação em Revista

Para receber 14º tem que aprovarNinguém notou que a melhora de nossa cidade no IDEB está principalmente relaci- onada a redução dos índices de reprovação na rede e que os requisitos básicos de aprendizagem não estão sendo levados em consideração? 

Reflitamos, então, a aprovação automática acabou ou está disfarçada?

o prêmio/punição do 14º salário. Então, se as escolasnão possuem o controle da prova, que é aplicada econfeccionada por elementos externos à escola, sólhes resta aprovar mais, para que recebam a gratifica-ção. E é exatamente esta a pressão feita pela SME,CRES e reproduzida pelas direções das escolas. Equem não quer receber uma verba a mais, no meio doano, que pode ajudar um pouco a pagar as dívidasprovocadas pelos baixos salários no ano inteiro? Ce-der a pressão das direções, CREs e SME pra tentargarantir uma verba a mais durante o ano pode não sero melhor caminho. Certamente é o mais fácil para oprofissional que é responsabilizado pelo fracasso es-

colar e já perdeu toda a esperança em seu trabalho ouna seriedade de nossos governantes.

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Uma nova resolução da Secretaria de Educação do Rio foi publicada nesta quarta.Houve a criação de um novo conceito, pelo qual o estudante pode ser reprovado.

  19/09/07 - 21h26 - Atualizado em 20/09/07 - 11h54

  Do G1, em São Paulo

Um decreto publicado no Diário Oficial do Rio de Janeiro desta quarta-feira (19)

retirou a aprovação automática, que havia sido implantada no sistema educacionalpor meio de uma resolução da Secretaria Municipal de Educação. A aprovação auto-

mática estava suspensa desde o dia 29 de agosto, por decisão da Justiça.A resolução, promulgada no dia 27 de abril, acabou com a repetência na rede de

ensino por retirar dos boletins o conceito de Insuficiente, que reprovava os alunos.

Com isso, os estudantes só seriam avaliados com Muito Bom (MB), Bom (B) e Regu-lar (R), o que garante a aprovação.

A nova medida publicada cria uma nova categoria: a de Registra Recomendações(RR). Quem tirar esse conceito é um aluno que “não atingiu os objetivos mínimos

propostos para o período, necessitando intensificar a recuperação paralela comnovas e diferenciadas atividades”.

A nova resolução da Secretaria diz que se o aluno obtiver o conceito RR, ficarásinalizado no relatório de aprendizagem e terá de fazer atividades de recupe-

ração no início do ano seguinte.

Se, ao final do ciclo, o estudante continuar com esse conceito, terá aturma definida pelo Conselho de Classe, que vai elaborar a pro-

posta de trabalho pedagógico para atender suas necessidadeseducacionais e pode ter de cursar a mesma série do ciclo

novamente.O sistema de aprovação automática, que estava em vigor

nas escolas municipais do Rio desde o início do ano, foisuspenso no dia 29 de agosto por decisão do Tribunal

de Justiça do Rio de Janeiro. Segundo o TJ-RJ, em junho, um decreto da Câmara dos Vereadores derru-

bara a resolução, que instituía o sistema de ciclos,mas a prefeitura entrou na Justiça contra o decre-to.

DEU NA IMPRENSA

Rio volta atrás e retira aprovação automática

Em 2007

Educação em Revista   15

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Educação em Revista entrevistaprofessor da rede municipal

16 Educação em Revista

Educação em Revista: Responda, inicialmente, qual seu

nome, escola, tempo de magistério e na rede municipal

de ensino.

Fausto Antônio de Freitas, E.M. Jornalista Orlando Dan-tas, 34 anos de magistério, desses 28 no município do RJ.Educação em Revista: O que você pensa sobre a políti-

ca da aprovação automática?

Professor Fausto Antônio: É uma política enganadora,para os responsáveis, alunos e professores, pois escondea falta de mérito de quem foi aprovado automaticamente enão merecia ser. A aprovação deve ser um mérito para oprofessor e para o aluno que se empenharam durante umlongo e difícil processo, que é a aquisição de conhecimen-tos, hábitos e comportamentos. Serve apenas aos gover-nantes desonestos para maquiarem seus relatórios de apro-vação e conseguirem mais verbas para serem desviadaspara suas contas nos paraísos fiscais no exterior.Educação em Revista:  Acredita que na atual gestão

municipal a aprovação automática não exista mais?

Professor Fausto Antônio: Ela existe, através da pressão

que a SME, as CRES e os gestores escolares fazem sobre

os professores para "arredondarem" notas para cima,

 para compor o tal Conceito Global.

 Educação em Revista: Acredita que o resultado no IDEB,

 IDE-Rio possa estar relacionado também com o índice

de aprovação na rede?

Professor Fausto Antônio: Esses índices não servemcomo parâmetros de comparação: cada escola tem a suarealidade, cada aluno é um ser único. A Educação é umprocesso individualizado. Quem deve realmente avaliarseu aluno é o seu professor, que está com ele diariamente,e não alguém em uma sala distante, que provavelmentenunca pisou em uma sala de aula, não conhece essa reali-dade diária, e que se acha autorizada a aplicar fórmulasestatísticas em avaliações que não aplicou, não conhece,nem lhe interessam.Educação em Revista: O Conceito Global, da maneira

como está implementado hoje, visa apenas um resultado

geral para melhora dos índices ou se preocupa real-

mente com a melhora no desempenho de nossos alunos?Professor Fausto Antônio: Serve apenas para mascarara intenção de aprovar automaticamente o maior númerode alunos, mereçam ou não, como já explanei.Educação em Revista: Você não acha que avaliar um

Entrevista

aluno tendo por base um Conceito Global pode nivelá-lo

 por baixo?

Professor Fausto Antônio: Pode, e é o que vem aconte-cendo.Educação em Revista: Será que a forma diferenciada

de avaliação, promoção e de aulas em nossa rede não

segrega nossos alunos, filhos de trabalhadores, de ou-

tras classes sociais?

Professor Fausto Antônio: A escola, como sub-estruturada sociedade, reflete os parâmetros da estrutura total, queé norteada por uma ideologia que é capitalista, logo, se-gregacionista, preconceituosa, injusta, enlouquecedora,massacrante, onde o homem (professoress, alunos, traba-lhadores em geral etc.) são considerados peças para repo-sição rápida, vide "Tempos Modernos", de Charles Chap-lin. Será que os filhos do prefeito e da secretária de educa-ção do RJ fazem aulas de Educação. Física em uma qua-dra como a da E.M. Jornalista Orlando Dantas, onde douaulas? Seria cômico, se fosse não trágico.Educação em Revista: Não parece intencional tal dife-

renciação?

Professor Fausto Antônio: É claro que é intencional. Se

a classe dominante fosse cliente dos hospitais, meios detransporte, escolas etc. da classe subjugada, ela sentiriana carne e na alma o que todos nós sabemos e sentimos nodia a dia. Eu disse "sentiria" porque essas pessoas privile-giadas sabem o que acontece no andar de baixo, mas sim-

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17Educação em Revista

plesmente não se importam.Educação em Revista: Fale um pouco sobre tua traje-

tória na rede municipal tendo em vista o tema da apro-

vação automática.

Professor Fausto Antônio: Minha trajetória nas redesmunicipal e estadual é de persistência na importância doprofessor no processo educativo; de resistência a todasas políticas que não sejam pensadas por mim para avali-ar a mim mesmo e a meus alunos; de indignação frente

às injustiças que o sistema capitalista engendrou e en-gendra para nos alienar, separar, segregar, enfim, nostornar menos humanos. Gostaria de mandar um grandeabraço a todos os meus companheiros de luta do magis-

tério. Juntos podemos mais. E agradeço aos amigosArmindo, Marcelo e da direção da Regional 7 pelo con-vite para essa entrevista. O trabalho de vocês é fantásti-co. Parabéns. Continuem assim. Não esmoreçam! Con-tem comigo. Abraços a todos.

“Até há poucos anos, osgovernos municipais do Rio deJaneiro tinham uma políticapautada na Multieducação quedesencorajava a cobrança dosprofessores sobre os alunos,

praticamente colocando noostracismo pedagógico aqueleprofissional que realizassetestes e provas com seusalunos, como se o mesmofosse um verdadeiro “dinossau-ro da educação”, por insistirem implementar na sua avalia-ção algo considerado “ultra-passado”. A política municipal

de educação de então mascara-va os resultados das escolas,pois “pressionava” no sentidoda famigerada aprovaçãoautomática, também chamadade “progressão continuada”.

Hoje, ao contrário daquelaépoca não tão distante notempo, vemos uma políticaeducacional diferente na Secre-

taria Municipal de Educação,em que temos uma verdadeira“indústria da prova”, com“avaliações diagnósticas”,

Manifesto dos profissionais de educação da Escola Municipal

Jornalista Orlando Dantas sobre a realização das provasbimestrais da Prefeitura do Rio de Janeiro

“provas bimestrais da Prefeitu-ra”, “provões”, “Prova Rio”,“Prova Brasil”, prova de tudoque é jeito e para todos os gos-tos, mas nem por isso menosnociva no seu conteúdo para os

alunos e docentes da rede muni-cipal do Rio de Janeiro.O que continua, entretanto, é

a mesma intenção da SME e daPrefeitura de tratar os alunos e osprofissionais de educação como“cobaias” de seus projetos –“experimentos” – pedagógicos.São políticas decididas de cimapara baixo, sem a devida partici-

pação e autonomia do fazerpedagógico dos profissionais nassuas respectivas unidades escola-res, respeitando a realidade dasua comunidade escolar. E nãovenham com os falsos democra-tismos presentes em conselhos deprofessores, que apenas endos-sam aquilo que é preparado deantemão nos gabinetes da SME

por gestores que muitas dasvezes nem educadores de ofíciosão.

Para corroborar o que acima

foi dito, vimos, nos últimosanos, uma infinidade de resolu-ções no tocante à políticaeducacional do município doRio de Janeiro, o que contri-buiu para gerar um quadro de

incertezas para os profissionaisde educação, que, ao invés deterem tranquilidade paradesenvolver seu trabalhopedagógico com autonomiaem sala de aula, se sentiramfrustrados por não poderemexercer com a devida indepen-dência o seu ofício de ensinar.

Como parte desses “experi-

mentos” pedagógicos, temosas provas acima citadas. Aquem interessa a realizaçãodessas provas? Com certezanão aos alunos e seus respon-sáveis, que não foram consul-tados, e nem aos docentes queestão cada vez mais assoberba-dos de trabalho desgastante,de aplicação e de correção de

provas não por eles organiza-das e idealizadas. Provas queferem a autonomia do fazerpedagógico do professor, que

Nas escolas

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18 Educação em Revista

Continuação do Manifesto Escola Municipal Jornalista Orlando Dantas

conhece melhor do que nin-

guém a realidade do aluno comquem convive diariamente nasala de aula. Provas que mobili-zam toda uma escola, retirandopreciosos dias de aula em queos nossos alunos poderiam estartomando contato com conteú-dos curriculares importantes,que a eles já são negados poruma grade curricular mínima de

apenas 25 tempos semanais.Provas de Ciência, de LínguaPortuguesa, de Matemática, deProdução de Texto, que devemser corrigidas por profissionaisque as aplicaram mesmo quepertençam a outras disciplinas eque, portanto, não tenham umconhecimento específico paratal tarefa. Isso é brincar de fazer

educação!!!Mas tudo isto faz parte de

um projeto maior que a SME

vem implementando no municí-pio do Rio de Janeiro: o aportede verbas públicas para projetosem parceria com entidades efundações privadas, em suma, aprivatização do ensino público. Oque temos visto é a destinaçãode dinheiro público em cadernosde disciplinas que fogem muitasdas vezes dos currículos dos

anos ensino fundamental que sãoensinados em sala de aula,material pedagógico elaboradopor essas entidades, propostascomo o Ginásio Carioca, em queum professor apenas ministraaulas de inúmeras disciplinas,etc. Esta verba da educaçãomunicipal deveria estar sendousada na melhora da infraestru-

tura física e material das escolas,na contratação de mais funcio-

nários – cuja carência sabemos

ser imensa e que o caso trági-co de Realengo tornou claro –, e na valorização salarialurgente dos profissionais deeducação, que têm que sededicar a uma jornada detrabalho estafante para podersobreviver. Concluindo, afir-mamos que isto não pode sersério enquanto proposta de

política para a educação deuma cidade tão importantequanto a do Rio de Janeiro eque não aceitamos ser merosexecutores de um trabalhoalienado, desgastante e nãoremunerado e que foge detodos os preceitos daquilo quese chama autonomia pedagó-gica, consagrada na Lei de

Diretrizes e Bases da Educa-ção nacional.

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