sentença - condenação dep. edson vieira

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 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE PERNAMBUCO 109ª ZONA ELEITORAL – SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL PROC. N° 01231/2008 REPR ESENTA NTE : Coli gaçã o Frente Trabalhista Popu lar REPRESENTADO : Edson de Souza Vieira; José Raimundo Ramos; Alessandra Xavier Vieria; e Renato Severino Gonçalves Júnior  S E N T E N Ç A Vistos, etc. Cui da- se de ÃO DE INVESTI GAÇÃO JUDICI AL ELEITORAL, nos moldes do art. 22 da Lei Complementar n. 64/90, proposta pela Coligação Frente Trabalhista Popular contra Edson de Souza Vieira (candidato a prefeito),   José Raimundo Ramos (Dida) (candidato a vice-prefeito), Alessandra Xavier Vieira e Renato Severino Gonçalves Júnior , todos devidamente qualificados, e alegando, em apertada síntese, que o representado através de pessoa s ligadas , estariam praticando condutas consideradas, pela legislação vigente, como abusivas e criminosas, consubstanciadas no abuso do poder econômico, na captaçã o de votos (art . 41-A da Lei 9.504/95), e corrupç ão eleit oral (CE, art . 299). Finalmente , ple iteia limi nar mente a cas saç ão das can didaturas do representados e, no mérito a aplicação das sanções legais previstas. A liminar foi indeferida, conforme decisão de fl. 166, sendo determinado o regular processamento do feito. Devidamente notificados, os representados apresentaram suas defesas (fls. 174, 198 e 206); Foi realizada Audiência da Instru ção (fl. 219), na qual apenas as testemunhas defensivas foram ouvidas, ante a ausência das testemunhas de acusação. Foi, entrementes, determinado nova intimação das testemunhas de acusação pa ra de po imento, inclusive com a pos sibilidade de con dução coercitiva. Em nova audiência (fls. 223), as testemunhas de acusação também não compa receram. Certificou-se, a pr opósito, o me ir inho e a autoridade policial (fl. 225), que faria a condução das testemunhas, que as testemunhas não foram localizadas. Foram aprese ntadas Alegações Finais pelo repr esentante (fl. 258) e pelos representados (fls. 351), bem como o Ministério Público apresentou parecer eleitoral (fl. 369). Fórum Dr. Naércio Cirino Gonçalves Rua José Francisco Barbosa, 321, Bairro Novo, Santa Cruz do Capibaribe/PE Fone/Fax (081)3731-7676- CEP 55.190-000 1

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PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE PERNAMBUCO

109ª ZONA ELEITORAL – SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORALPROC. N° 01231/2008

REPRESENTANTE : Coligação Frente Trabalhista PopularREPRESENTADO : Edson de Souza Vieira;

José Raimundo Ramos;Alessandra Xavier Vieria; eRenato Severino Gonçalves Júnior

 

S E N T E N Ç A

Vistos, etc.

Cuida-se de AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL, nosmoldes do art. 22 da Lei Complementar n. 64/90, proposta pela ColigaçãoFrente Trabalhista Popular contra Edson de Souza Vieira (candidato a prefeito),   José Raimundo Ramos (Dida) (candidato a vice-prefeito), Alessandra XavierVieira e Renato Severino Gonçalves Júnior , todos devidamente qualificados, ealegando, em apertada síntese, que o representado através de pessoas ligadas,estariam praticando condutas consideradas, pela legislação vigente, como

abusivas e criminosas, consubstanciadas no abuso do poder econômico, nacaptação de votos (art. 41-A da Lei 9.504/95), e corrupção eleitoral (CE,art. 299). Finalmente, pleiteia liminarmente a cassação das candidaturas dorepresentados e, no mérito a aplicação das sanções legais previstas.

A liminar foi indeferida, conforme decisão de fl. 166, sendo determinadoo regular processamento do feito.

Devidamente notificados, os representados apresentaram suas defesas(fls. 174, 198 e 206);

Foi realizada Audiência da Instrução (fl. 219), na qual apenas as

testemunhas defensivas foram ouvidas, ante a ausência das testemunhas deacusação. Foi, entrementes, determinado nova intimação das testemunhas deacusação para depoimento, inclusive com a possibilidade de conduçãocoercitiva.

Em nova audiência (fls. 223), as testemunhas de acusação tambémnão compareceram. Certificou-se, a propósito, o meirinho e a autoridadepolicial (fl. 225), que faria a condução das testemunhas, que as testemunhas nãoforam localizadas.

Foram apresentadas Alegações Finais pelo representante (fl. 258) epelos representados (fls. 351), bem como o Ministério Público apresentou parecereleitoral (fl. 369).

Fórum Dr. Naércio Cirino GonçalvesRua José Francisco Barbosa, 321, Bairro Novo, Santa Cruz do Capibaribe/PE

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AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORALPROC. N° 01231/2008

Relatado.

Passo a Decidir.

PRELIMINARES

Quanto à alegação de que o subscritor da petição inicial seria pessoaocupante de cargo incompatível com o exercício da advocacia, tenho que aparte não colecionou no momento oportuno documento hábil para tanto. De fato,apenas foi colecionada uma impressão de suposta página da internet  em queconstaria o nome do causídico como Secretário Municipal. Por outro lado, apósdiligência determinada por este juízo, a Administração Municipal apresentoudocumentos dando conta do desligamento do referido causídico de seu quadro depessoal, em data anterior a representação. Portanto, rejeito tal existência de vício.

Quanto a eventual legitimidade passiva dos representados, esta,conforme impugnação da defesa, se confunde com o próprio mérito (participação) dacausa. Portanto, rejeito-a.

MÉRITO

Da Busca e Apreensão (processo n.º 1225/2008)

De forma preparatória a presente investigação, a coligação representantepleiteou medida cautelar eleitoral visando à busca e apreensão de supostomaterial empregado em captação de sufrágio e abuso de poder econômico. ApósAudiência de Justificação Prévia, foi deferida a medida, sendo esta devidamentecumprida pelo meirinho.

A cautelar (1225/08) foi julgada procedente e confirmada a liminar. E,

os objetos apreendidos na diligência constituem justamente o suporte da presenteação.

A esse respeito a defesa dos representados repisam argumentosquanto a eventuais irregularidades no procedimento preparatório, aptos acontaminar este feito principal. Cotejo, então, tais argumentos.

Sobre a nulidade da oitiva de testemunhas, no procedimento cautelarpreparatório, sem a presença da parte adversa, cuida-se de permissivo legal,prescrevendo o CPC, em seu art. 804 que “é lícito ao juiz conceder liminarmente ou após

 justificação prévia a medida cautelar, sem ouvir o réu, quando verificar que este, sendo citado,

 poderá torná-la ineficaz...”. A bem da verdade, a providência, além de legal, atende àlógica do sistema de ponderação de valores, privilegiando-se o conteúdo (dano, riscode ineficácia da medida) às formalidades (presença da parte na Audiência de

 Justificação Prévia).Fórum Dr. Naércio Cirino Gonçalves

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Realmente, e exemplificando de uma forma propositadamente simplista,se todo réu fosse cientificado de todos os informes a justificar uma busca por produtoe instrumentos de crime em sua residência, jamais haveria apreensões exitosas.

Ademais, tratou-se de momento de conhecimento não exauriente, mas simbaseado em plausibilidade.

  Também quanto ao argumento de eventual violação de escritórioprofissional a inquinar de nulidade a apreensão realizada, entendo que nãomerece prosperar pelos seguintes aspectos principais: (a) o meirinho, conformeconsta dos autos, atestou que em sua diligência não havia sinais indicativos de que

se tratava de um escritório de advocacia, tampouco as pessoas que se encontravamno local apresentaram, de pronto, tal informação; (b) os requeridos não juntaramprovas idôneas de sua alegação, tampouco foi requerida a produção de prova a esserespeito; e (c) por fim, os próprios constitucionalistas, há muito, consagram que nãohá inviolabilidade absoluta, não podendo mesmo pretenso escritório profissional setornar local seguro para prática de condutas delituosas.

Em relação ao prazo para elaboração do auto de busca e apreensãopelo oficial de justiça, não vejo qualquer nulidade, em especial, tratando-se de vastomaterial aprendido. Pelo fato do meirinho não apresentar imediatamente a relação detudo o que foi apreendido e as circunstâncias da diligência, não está patente, de  per si, qualquer prejuízo às partes ou vício insanável.

Além disso, não considero que os objetos apreendidos no procedimentocautelar estiveram além do ordenado, bem como não entendo que a própria medida

  judicial deferida tenha contemplado elementos não constante da inicial. Talentendimento encontra arrimo na própria redação do requerimento dos autores, quedetalham ora de forma genérica, ora de forma exemplificativa, nunca exaustiva,o objeto da busca e apreensão, senão veja-se o seguinte trecho dos requerimentosfinais: “a busca e apreensão de todo material (talonário; notas de vale brindes ecupons) e possíveis cestas básicas referente à distribuição em troca de votos emrelacionado ao candidato representado...” (sic) (destaquei).

Portanto, entendo que apreensão de cadernos contendo anotações(nomes, números de títulos de eleitores, bens, valores, telefones), de contas deconsumo de energia; comprovantes de depósitos, cheques, etc. esteve dentro dodelimitado pelo pedido, assim como do ordenado pela medida deferida.

Finalmente, reitero que os requisitos para a concessão e confirmação damedida cautelar ficaram patentes. De fato, não bastassem os depoimentoscontundentes das testemunhas, atestando e dando detalhes (nomes, locais, forma)da suposta compra de votos; o resultado da busca, com a apreensão de elementoscaracterizadores de indícios de possíveis irregularidades eleitorais cíveis e criminais,seria suficiente para demonstrar a necessidade da medida. Assim, também sepronunciou o Ministério Público.

Dos Objetos ApreendidosFórum Dr. Naércio Cirino Gonçalves

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Destaco, neste ínterim, a propósito da análise do mérito, alguns dosobjetos apreendidos:

A esse respeito destaca Promotor Eleitoral: “... as referências a diversostipos de bens, tais como cimento tijolos, ajudas em dinheiro, remédios, cestasbásicas, etc., relacionados a nomes de pessoas com endereço nesta cidade, aliado àreferências do tipo “gostaria da visita de Edson” (fl. 138). “uma porta de esteiraEdson prometeu” (fl. 143), “uma ajuda p/terminar o muro já falou com Tody nocomitê. Falar com Dida por telefone” (fls. 144), “resolvido” (fl. 146), “já passei”(fl.146), “Alessandra resolveu”(fl. 151), “uma cesta básica + enxoval Dida já resolveu” (fl. 152), “já falou com Edson tijolo já (fl. 157), “só com Edson” (fl. 152), “já falou com

 Alessandra” (fl. 158), “falaram com Edson na casa dele” (fl. 159), “cesta básica já passei”(fl. 161), etc. Demonstram com clareza atividade ilícita desenvolvida com fins

de frustrar o pleito em Santa Cruz do Capibaribe.”

Do Abuso de Poder Econômico

O abuso de poder econômico, na seara eleitoral, consiste na concessãode vantagens e benefícios a eleitores com nítido objetivo eleitoreiro. Talinfluência indevida, ademais, deve ser suficientemente significativa a ponto deinfluenciar o pleito. Esse é o entendimento assente em nossos tribunais à luz dalegislação vigente à época dos fatos ora apurados.

Das provas coligidas, em especial das anotações em caderno encontradono escritório político dos representados, há uma clara atuação na concessão debenefícios a eleitores (cestas básicas, material de construção, contas de consumo,tratamento médicos, remédios, etc.). Tal atuação, no período de propagandaeleitoral, sem longe de representar gastos de campanha, consubstancia práticas

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DESCRIÇAO Folha (s)Caderno com adesivo do Candidato 137Diversos documentos pessoais (cópias de identidades) 46/54 46/54Diversas contas de consumo de energia elétrica 32/45 e 55/75 32/45 e

55/75Folhas contendo nomes, endereços e, ao lado ou abaixo,

anotações tais como: “cesta básica”; “ajuda para energia”;“Alexsandra – ir à noite”; “moto atrasada de R$ 399,00”(destaquei)

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Folhas contendo nomes, endereços e, ao lado ou abaixo,anotações tais como: “cimento + energia”; “  parece que étaboquinha”; “2 cimentos”; “ajuda de 30,00”; “gravação deCD – ajuda”; “um jumento para o pai dela” ; (destaquei)

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Diversas outras folhas preenchidas da mesma forma das acimadetalhadas

74/103

Diversas planilhas com nomes e valores 123, 127 e132/133

Caderno contendo anotações similares às folhas detalhadas 137/164

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ilegais, quiçá crime eleitoral.

Ressalte-se, ademais, que o material apreendido (caderno, anotações,cheques, comprovantes de depósitos, documentos pessoais) estava no escritóriopolítico dos candidatos ora representados. Não logrou êxito a defesa em trazerqualquer prova clara de que no local funcionaria um escritório de advocacia,tampouco relacionou qualquer dos titulares das contas de consumos, das anotaçõesou dos titulares dos documentos como testemunhas a seu favor.

Ainda em relação ao caderno, as referidas anotações e os documentos

aprendidos (fls. 32 a 165), tem-se um sem número de supostos contatos comeleitores, bem como uma vasta gama de vantagens supostamente concedidasou a ser concedidas. Tal prática, como se desenha, sem dúvidas, teve opotencialidade de afetar o próprio resultado das eleições.

No tocante a participação dos representados, está fica clara naspróprias anotações e documentos, conforme já transcritas na presentefundamentação. De fato, nesta tem-se numerosas referências ao Sr. Edson deSouza Vieira, ao Sr. José Raimundo Ramos (Dida) e a Sra. Alessandra XavierVieira. Contudo, tenho que, quanto ao representado Renato Severino Gonçalves Júnior, não há nos autos provas de que o mesmo haja contribuído para os fatos oraapurados.

Da Captação Ilícita de Sufrágio.

“... 5 - Nos expressos termos do REspe n.º 21.327, Rel. Min. Ellen GraceNorthfleet, j. Em 04/03/2004, DJU de 31/08/2006: "O TSE entende que,para a caracterização da captação de sufrágio, é indispensável aprova de participação direta ou indireta dos representados,permitindo-se até que o seja na forma de explícita anuência daconduta objeto da investigação, não bastando, para a

configuração, o proveito eleitoral que com os fatos tenhamauferido, ou a presunção de que desses tivessem ciência. Aausência de prova de participação dos candidatos na conduta investigadaafasta a aplicação do art. 41-A da Lei n.º 9.504/97".

6 - O Tribunal Superior Eleitoral, em julgados recentes proferidos neste anode 2006, reafirmou essa orientação, fixando que para a configuração dacaptação ilícita de sufrágio faz-se necessário que a entrega ouoferecimento de benesses estejam atrelados ao expresso pedidode votos, e que sobre isso exista prova cabal, demonstraçãoirrefutável (Precedentes: Ag. n.º 6.832/SC, Rel Min. Humberto Gomes deBarros, j. em 14/02/2006, DJU de 24/03/2006; REspe n.º 25.579/RO, Rel.

Min. Humberto Gomes de Barros, j. Em 09/03/2006, DJU de 1º/08/2006;AgRgAg n.º 6.734/PA, Rel Min. Caputo Bastos, j. Em 18/05/2006, DJU

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1º/008/2006 e AgRgREspe n.º 25.920/PA, Rel Min. Caputo Bastos, j.29/06/2006, DJU de 07/08/2006). (...)”

(TRE-CE, Recurso em Representação por Captação Ilícita de Sufrágio n.º11.008, de 7.11.2006, Rel. Juiz Tarcisio Brilhante de Holanda)

Quanto a captação ilícita de sufrágio, conduta descrita no art. 41-A da Leidas Eleições (Lei n. 9.504/97), tenho que restou demonstrado a prática de concessãode benefícios a eleitores com clara finalidade eleitoral. Contudo, a luz da

 jurisprudência e da legislação aplicável à época dos fatos, faltou prova do pedido

explícito de votos para o candidato.

A valer, neste particular não considero apta a gerar a certeza que ocaso exige as testemunhas ouvidas quando da Audiência de JustificaçãoPrévia (na busca e apreensão). Realmente, tais testemunhas não foramsubmetidas ao contraditório, bem como não foram localizadas para instrução,não obstante diligências. A bem da verdade tais testemunhas foram ouvidas emoutro procedimento, cujas as partes não eram perfeitamente as mesmas; e taisdepoimentos foram colhidos sem a presença ou ciência da parte adversa, o que ostornam inservíveis como elemento de convicção para o presente feito.

Por outro lado, o Judiciário não pode suprir a inércia da parte interessada,

no caso, do representante, a quem competia relacionar testemunhas aptas oumesmo investigar sobre novas testemunhas a luz da documentação que lhe foifornecida.

Assim, entendendo que, à luz da jurisprudência do TSE, por falta deprovas, inviável a caracterização e imputação aos representados da conduta decaptação ilícita de sufrágio

CONCLUSÃO

Ante o exposto, atento a tudo que consta dos autos,  JULGO

PROCEDENTE a Representação por Abuso do Poder Econômico em relação aosrepresentados Edson de Souza Vieira, José Raimundo Ramos (Dida) eAlessandra Xavier Vieira, aplicando -lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 3 (três) anos subsequentes à eleição de 2008 edeterminando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para osfins de direito. Por outro lado, JULGO IMPROCEDENTE, por insuficiência de provas, arepresentação por Captação Ilícita de Sufrágio.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.Cumpra-seSanta Cruz do Capibaribe, 14 de Março de 2012

Tito Lívio Araújo Monteiro Juiz Eleitoral

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