senso (in)comum n° 03 - direito de quem?

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JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO UFU ANO 01 Nº 03 ABRIL MAIO/2011 ATUALIDADES: Transplantes no HC ganham reforços com alunos da Saúde Universitários dialogam sobre mídia e tecnologia com Marcelo Tas •CIÊNCIA: Empresa Júnior da Engenharia desenvolve projetos e presta consultoria CULTURA: Projeto do Curso de Teatro oferece oficinas gratuitas Diversidade marca Calourada 2011 Dança é nova opção de graduação Sistema de ingresso na universidade pauta discussão de estudantes e professores da UFU Lucas Felipe Jerônimo D D i i r r e e i i t t o o d d e e q q u u e e m m ? ?

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O Senso (in)comum chega a sua terceira edição superando desafios. O primeiro foi montar o jornal como projeto de graduação e não atividade curricular, com a participação de duas alunas bolsistas e diversos voluntários, além de uma docente e uma técnica. Vencido o primeiro, não poderíamos nos esquivar do tema que tomou conta das conversas dos estudantes da UFU desde o início do semestre: o sistema de ingresso à Universidade. na universidade. Tratar do assunto com a profundidade que ele merece, exigiu da nossa equipe uma reportagem especial.

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Page 1: SENSO (IN)COMUM N° 03 - Direito de quem?

JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO UFU ● ANO 01 ● Nº 03 ● ABRIL ‐ MAIO/2011

ATUALIDADES: Transplantes no HC ganham reforços com alunos da Saúde • Universitários

dialogam sobre mídia e tecnologia com Marcelo Tas • CIÊNCIA: Empresa Júnior da Engenharia

desenvolve projetos e presta consultoria• CULTURA: Projeto do Curso de Teatro oferece oficinasgratuitas• Diversidade marca Calourada 2011• Dança é nova opção de graduação

SSiisstteemmaa ddee iinnggrreessssoo nnaauunniivveerrssiiddaaddee ppaauuttaa ddiissccuussssããoo ddeeeessttuuddaanntteess ee pprrooffeessssoorreess ddaa UUFFUU

LucasFelip

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DDiirreeiittooddee qquueemm??

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O inciso I do artigo 206 da ConstituiçãoFederal prevê “a igualdade de condições para oacesso e permanência na escola”. Pautado nesseprincípio, contraditoriamente, foi elaborado oprojeto que reserva metade das vagas emuniversidades federais para alunos que cursaramtodo o ensino médio na rede pública. O projetocausou polêmica e, desde meados de 1990, geradiscussão entre os que consideram a propostauma forma de amenizar a desigualdade deoportunidades entre brancos e negros, alunos deescolas pública e privada e aqueles queconsideram uma forma de mascarar a verdadeiracausa do problema.

É preciso considerar as sériasdesigualdades sociais que marcam o Brasil. Éindiscutível que os que não têm condição depagar por uma escola particular não conseguemconcorrer de igual para igual com os quecursaram, pelo menos, o ensino médio na redeprivada. Mas esse problema se dá justamente pelafalta de qualidade do ensino básico no país.Tentar amenizar essa desigualdade, permitindoque os desfavorecidos consigam entrar nauniversidade sem preparo, não resolve oproblema, que vem da base, e até comprometecarreiras. Um aluno que não consegue concorrer

no vestibular pode não conseguir acompanharum curso superior também. Afirmam JoséGoldemberg e Eunice R. Durham: “Uma políticaafirmativa correta deve oferecer aos alunos dasescolas públicas, especialmente negros e pobres,oportunidades de superarem as falhas de suaformação anterior”.

Além disso, amenizar um problema tãosério e de tanto tempo retira, de certa forma, umagrande parcela da responsabilidade dos órgãospúblicos de investirem em educaçãofundamental, de melhorarem o ensino gratuito.O deputado Aldo Rebelo, do PC do B de SãoPaulo, ressaltou em discussão na Câmara dosDeputados: “Essa falsa omissão pode levar a umprocesso de acomodação e retardar, portanto, asolução verdadeira definitiva, que é a escolapública de boa qualidade para todos”.

Não é mais possível tapar o sol com apeneira. O sistema de cotas, contrário ao seuobjetivo, segrega ainda mais quem estudou emescola privada e quem estudou em escolapública. Não diminui as diferenças e aumenta opreconceito dentro das universidades. Serámesmo que o projeto foi pensado a partir dapreocupação em aumentar as oportunidades dosmenos favorecidos? Eu não acredito nisso!

Olhar o sol, sem peneiraVOZES

Marina Martins

ExpedienteO jornal-laboratório Senso (in)comum é produ-zido por discentes, docentes e técnicos do Cursode Comunicação Social – Jornalismo da Univer-sidade Federal de Uberlândia como projeto degraduação e atividade curricular.

instituiçãoReitor: Alfredo Julio Fernandes NetoDiretora da FACED: Mara Rúbia Alves MarquesCoordenadora do curso de Jornalismo: AdrianaCristina Omena dos Santos

equipeEditora-chefe: Ana Spannenberg (MTB 9453)Reportagem, redação e edição: Laura Laís e Ma-rina Martins

Arte e Diagramação: Danielle BuiattiRevisão: Mônica Rodrigues Nunes

colaboraçãoReportagem e redação: Arthur Franco, CarolinaTomaz, Cindhi Belafonte, Diélen Borges, ElisaChueiri, Lucas Felipe Jerônimo, Melina Paixão eRaíssa CaixetaOpinião: Natália de Oliveira Santos, Paula Gra-ziela Oliveira e Stella VieiraFotografia: Arthur Franco, Carolina Tomaz,Diélen Borges, Elisa Chueiri, Lucas Felipe Jerô-nimo, Marina Martins, Melina Paixão, RodrigoMendonça.

Tiragem: 2000 exemplaresImpressão: Imprensa Universitária - Gráfica UFUE-mail: [email protected]: (34) 3239-4163

O Senso (in)comum chega a sua terceiraedição superando desafios. O primeiro foimontar o jornal como projeto de graduação e nãoatividade curricular, com a participação de duasalunas bolsistas e diversos voluntários, além deuma docente e uma técnica. Vencido o primeiro,não poderíamos nos esquivar do tema que tomouconta das conversas dos estudantes da UFUdesde o início do semestre: o sistema de ingressona universidade. Tratar do assunto com aprofundidade que ele merece, exigiu da nossaequipe uma reportagem especial. Nela, ouvimosgestores, professores e, especialmente, alunossobre se e como a absorção de um número maiordo que o previsto de ingressantes estámodificando a rotina em sala de aula. Sem buscarvítimas e vilões, tentamos fugir das polêmicas e

mostrar a questão sob outra perspectiva: comoos fatos atingem você, nosso leitor, o estudanteda UFU. O texto explica também o que é oPAAES, resgata seus principais momentos e abreespaço para alunos e professores dizerem o quepensam a respeito das cotas sociais como formade ingresso no ensino superior. Sabemos que oassunto divide opiniões, até mesmo entre nossaequipe. Por isso, você também vai encontraraqui, na página de opinião, dois artigos que seposicionam em direções opostas sobre este tema.Nosso intuito não é apontar respostas certas ouerradas, mas oferecer a você o maior númeropossível de informações para ampliar seu olharfugindo dos lugares comuns. Agora, o desafio éseu: ler, refletir e construir uma posição sobre oassunto. Boa leitura!

Sem medo de desafios

Editorial Bazinga!Stella Vieira

Caiu na redeCinema e estereótipohttp://migre.me/4dSc8A turma do OmeleTV se reúne e faz uma críticasobre como o Brasil é retratado nos filmesamericanos, tendo como referências a recenteanimação “Rio” e o personagem Zé Carioca.

Mas Poxa Vidahttp://migre.me/4dTfMO “Mas Poxa Vida” do PC Siqueira traz umareflexão cômica sobre sonhos, o medo de escuroe a presença de Deus no Twitter.

Pra lá de Bagdáhttp://migre.me/4dTbz“Jovens dançando em um show”, pode pareceruma coisa comum, mas não neste vídeo quearranca risadas de muita gente!

Fridayhttp://migre.me/4dSfKO vídeo da adolescente americana RebeccaBlack chamado “Friday” recebeu destaque namídia mundial e ganhou várias versões na formade paródia, entre elas “Tuesday” criada por umgaroto. Mais de 1 milhão de visualizações.

Isso é pop!http://migre.me/4eL2bRihanna e Britney Spears anunciaram emconversa no Twitter o lançamento da música“S&M” em versão remix.

Mundo dos jogoshttp://migre.me/4eLQUO site Machinima apresenta como seriam osfatalities de personagens lendários do mundodos games, como Mario, Link e Pac Man casoeles participassem de Mortal Kombat.

Lucas Felipe Jerônimo

Em 2008, a UFU substituiu seu ProgramaAlternativo de Ingresso no Ensino Superior(PAIES) pelo Programa de Ação Afirmativa deIngresso no Ensino Superior (PAAES) . Deacordo com o edital, a medida visava beneficiaros alunos com vagas “destinadas exclusivamenteaos candidatos que tenham cursado, na redepública, os últimos quatro anos do EnsinoFundamental e todo o Ensino Médio Regular”.

Na prática, não foi o que aconteceu. Noinício deste ano, a lista de aprovados continhaalunos da rede privada que se matricularamassegurados por liminares. Se estava expresso noedital, me pergunto por que esses alunosburlaram a principal regra do processo seletivo?Ingenuidade? Vaidade? Eu fico com a segundaopção. Em outras universidades existem sistemasparecidos, que reservam parte das vagas paraalunos de escola pública, e sempre deram certo.Por que na UFU foi diferente? Se a UFUdestinou parte de suas vagas para alunos da redepública, eles têm direito de assumi-las, é a elesque o Judiciário deveria defender.

Para não gerar mais polêmica, a UFU

admitiu o mesmo número de alunos de escolaspúblicas. Uma sala que deveria ter em média 40alunos, hoje tem 50. Alguns cursos tiveram 17estudantes excedentes, o que acarreta não só umproblema de espaço físico, mas também nodesgaste dos professores, na lotação doslaboratórios, das lanchonetes e das filas do RU.Para piorar, os alunos de escola pública nãoforam os únicos prejudicados. Aqueles de escolaparticular que não se inscreveram em respeito àsregras do edital também sairam perdendo, assimcomo os que teimaram se inscrever, mas nãoconseguiram a liminar para se matricular, poisestas foram concedidas apenas para alguns.Quem saiu ganhando nessa história?

Infelizmente, a qualidade do ensinopúblico não permite que os seus alunos disputemas vagas na universidade em pé de igualdade comos da rede particular, mas deveria. Enquanto oproblema que está na base da educação públicanão é resolvido, as instituições criam alternativaspara tentar minimizar a desigualdade. Isso geraacomodação? Ela já existe há muito tempo e oprimeiro passo tem que ser dado por alguém.

Quem sai ganhando?VOZES

Natália de Oliveira Santos

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MUNDO UNIVERSITÁRIO

Marcelo Tas dialoga com estudantes em UberlândiaApresentador do “CQC” falou sobre mídias e tecnologias

O jornalista Marcelo Tas participou do“Diálogos Universitários”, em Uberlândia, no diaseis de abril. O programa é uma parceria entreuma empresa privada e universidades de todo oBrasil. Estudantes da Assessoria Consultoria Pla-nejamento Econômico (ACPE), empresa júniordo Instituto de Economia da Universidade Fede-

ral de Uberlândia (UFU), organizaram o eventopelo quinto ano consecutivo.

Esta edição teve recorde de público: 800credenciados, entre eles, universitários e pessoasda comunidade. A palestra foi sobre “Revoluçãodigital e novas mídias”. Tas fez um paralelo comsua própria carreira, narrando suas experiências

com educação, tecnologias e comunicação.Dos tempos de faculdade, entre 1978 e

1983, quando fez Engenharia Civil e parte do cur-so de Rádio e TV na USP, Tas relembrou as tur-mas de “nerds”. Contou que, com eles,desenvolveu alguns projetos pioneiros, como aedição de um jornal humorístico e os vídeos daprodutora independente Olhar Eletrônico.

O público reagiu com nostalgia quandoTas relembrou seus antigos trabalhos na TV. En-tre os principais destaques estão o repórter Ernes-to Varela (TV Gazeta) , o Professor Tibúrcio(Rá-Tim-Bum) e o Telekid (Castelo Rá-Tim-Bum), os dois últimos, educativos.

Novas mídias

“A história da tecnologia não começourecentemente, não começou com Bill Gates”, dis-se Marcelo Tas ao relembrar os precursores dasmídias digitais, como o inventor Arthur C. Clar-ke, autor de “2001: Uma Odisseia no Espaço” ede artigos científicos da revista “Wireless World”.Em 1945, Clarke já previa um “mundo sem fios”.

O jornalista relembrou ainda algumastecnologias do passado recente, como o vídeo-cassete e os primeiros celulares, conhecidos co-mo “tijolões”, até chegar ao Twitter. Tas admitiu

que esta ferramenta “mudou o jeito de fazer oCQC”, programa que ele apresenta na Band, por-que possibilita saber o que o público está dizen-do na internet sobre o conteúdo.

Em entrevista ao Senso (in) comum, Tasdisse que aprende muito dialogando com estu-dantes: “essa molecada que está estudando, nas-cendo num mundo novo em termos de mídias ede comunicação tem muito para me ensinar”. Oapresentador lembrou que “grandes empresas,que estão hoje transformando a realidade que agente vive, nasceram dentro das universidades,como Google, Microsoft, Facebook e Apple”.O jornalista destacou a oportunidade de debater com universitários como um aprendizado

Diélen Borges

RodrigoMen

donça

Tas afirmou que o profissional do futuro é o que sabeouvir

DiélenBorges

Hospital de Clínicas é referência em transplantesEstudantes de Medicina e Enfermagem participam de todas as etapas do processo

O Hospital de Clínicas da UniversidadeFederal de Uberlândia realiza transplantes deórgãos há 27 anos e é referência para a região,atendendo cidades do Triângulo Mineiro e AltoParanaíba. As especialidades do HC são ascirurgias de córneas e de rins. Dois residentes etrês especializandos atuam diretamente no setorde transplante renal e outras duas residentes nosetor de oftalmologia.

A especializanda em nefrologia, ÂngelaElvira Pinha Martins integra o setor e colaboraparticipando de todo o processo detransplantação. Entre as atividades desenvolvidasestão a fase pré-operatória, juntamente com osexames do paciente que ingressa no HC. Nestafase, os estudantes assistem à cirurgia e realizam otratamento do transplantado ministrando osmedicamentos adequados. “A prática éacompanhada de aulas teóricas e as funções sãosupervisionadas por médicos já formados. Poder

praticar em cada etapa deixa a minha formaçãocompleta”, relata Ângela.

Os residentes do terceiro ano deespecialização em Oftalmologia estão envolvidosem procedimentos semelhantes e sãosupervisionados por dois médicos credenciadosno Banco de Olhos. Uma das tarefas da residenteThays Resende Damião é estabelecer aarticulação entre o Hospital de Clínicas e acentral de transplantes do estado: “A partir daverificação do paciente, fazemos seu cadastro nafila de espera e encaminhamos para o MGTransplantes. Quando ocorre a captação de umacórnea é estabelecido um ranking decompatibilidade.” Além disso, são os residentesque contatam o paciente para averiguar a suaaptidão para o transplante. O processo envolveainda o acompanhamento da cirurgia e aavaliação do desenvolvimento pós-operatório.

O processo de doação de órgãos segue oprotocolo da Central de Notificação, Captação eDoação de Órgãos e Tecidos (CNCDOs) . ARegional Oeste, que opera em Uberlândia e mais86 cidades, está vinculada ao Hospital deClínicas, que funciona como um centrotransplantador. “O paciente receptor vem para oHC, passa por uma avaliação prévia e sãorealizados todos os exames em caráter deurgência. O paciente apto é encaminhado para ocentro cirúrgico”, afirma Deusdélia DiasMagalhães Rodrigues, coordenadora deEnfermagem dos Transplantes Renais.

Dificuldades nas doações

Embora o índice de cirurgias tenhaaumentado nos últimos anos devido acampanhas e políticas de incentivo a doações,segundo o médico coordenador da Unidade deTransplantes Renais, Heleno Batista de Oliveira,

a maior dificuldade no setor ainda é a escassez dedoações: “É preciso mudar a cultura da não-doação, eu sempre penso que não é uma vida quese perde, mas que são quatro ou cinco que vãosurgir”. O médico coordenador do MGTransplantes em Uberlândia, Thomson MarquesPalma aponta como problema para a realizaçãodos transplantes o acesso do paciente ao órgão.“Um paciente que faça diálise em uma cidadedistante da qual será realizada o transplantecaracteriza uma dificuldade”, diz

A problemática comum encontrada serefere à falta de conhecimento do processo de

doação e transplante de órgãos por parte dapopulação e também dos profissionais de saúde.De acordo com Palma, a Central deve sernotificada a cada possibilidade de doador, o quenão acontece. A manutenção dos sinais vitais dopaciente doador em caso de morte encefálicaainda é considerada um obstáculo, o que requeruma equipe preparada, aparelhos emedicamentos.

Captação dos órgãos

Um potencial doador é identificado apartir de ligações feitas diariamente para oshospitais de referência em trauma, neurocirurgiae neurologia na região. Identificada um possíveldoador, o MG Transplantes envia para o hospitalas diretrizes do Ministério da Saúde sobre oprocesso de doação, e mantém o paciente sobmonitoramento. Após a autorização para adoação dos órgãos por parte da família, a centralde transplantes inicia o processo de distribuiçãoentrando em contato com as equipes, estadualou nacional, de acordo com a necessidade. Emseguida são realizados os exames para verificar nalista de espera o paciente mais compatível. Para oinício da cirurgia é preciso que haja consenso dasequipes que farão parte da divisão dos órgãosquanto ao momento apropriado, então érealizado o transplante. É função do MGTransplantes avaliar se o processo foi realizadocom sucesso e se os resultados das instituiçõesestão adequados.

Lucas Felipe Jerônimo

Para Ângela, a prática completa a formação

LucasFelipe

Jerônimo

"Cultura da não‐doação" é a maior dificuldade, afirma omédico Heleno Oliveira

LucasFelipe

Jerônimo

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O primeiro semestre de 2011 começoucom uma polêmica sobre o sistema de ingressodos alunos pelo PAAES (Programa de Ação Afir-mativa de Ingresso ao Ensino Superior) . O pro-cesso seletivo é destinado apenas aos alunos deescolas públicas, mas, apesar dessa determinação,alunos de escolas particulares conseguiram, pormeio de ações liminares, realizar suas matrículas.

Segundo dados da Diretoria de ProcessosSeletivos (DIRPS-UFU), dos 934 aprovados noprograma, 366 eram de escolas particulares, sen-do que, nos cinco cursos mais concorridos da uni-versidade, apenas 16,7% dos aprovadosrepresentavam o ensino público. Atualmente, aUFU conta com 71 alunos a mais do que a quanti-dade de vagas disponibilizadas por alguns cursos,o que, para Inaê Vasconcellos, membro do Diretó-rio Central dos Estudantes (DCE), “comparadoao contingente de alunos de escolas particularesda cidade, não são muitos estudantes”.

Mesmo assim, o número de universitáriosdentro das salas de aula está maior em alguns cur-sos, como nos de engenharia, que somaram ao to-do cerca de 30 alunos acima do convencional. Sóna Engenharia Elétrica, são oito. Para Kleiber Da-vid Rodrigues, coordenador do curso, aconteceuum inchaço nas turmas das disciplinas do ciclo bá-sico e isso pode ser negativo. “O desempenho aca-dêmico terá reflexos que vão aparecer ao longodessa cadeia. Agora eles não têm aulas em labora-tórios. A partir do quarto período é que vamosver os reflexos diretos”, explica Rodrigues.

Conforme Darizon Alves de Andrade, vi-ce-reitor da instituição, “os cursos estão fazendoum esforço concentrado, para absorver os estu-dantes que foram inseridos no sistema via judicialainda neste semestre.” A intenção é garantir a es-ses alunos o direito à vaga na universidade atéque haja uma “definição e julgamento destas deci-sões preliminares.”

A estudante do sétimo período de Enge-nharia Elétrica, Camila Casadei Crespo, 22, enxer-ga as interferências que a entrada excessiva dealunos pode causar. “Temos muitas aulas no labo-ratório. Ficam seis ou sete alunos numa bancadamexendo com circuitos, por exemplo, e não sãotodos que conseguem mexer. Além disso, temmuita matéria que as engenharias elétrica e bio-médica fazem juntas. Com esse excedente de alu-nos, numa sala que já é grande, quem fica nofundo não consegue nem ouvir o que o professorestá falando”, comenta a futura engenheira.

Para o professor do curso de Pedagogia,Roberto Valdés Puentes, dizer que se pode ensi-nar bem e aprender bem, independente do núme-ro de alunos em sala de aula, é um erro do pontode vista pedagógico e didático. Ele explica que osprocessos de ensino-aprendizagem, além de se-rem socializados, também se caracterizam indivi-dualmente. Dessa forma, o professor tem depensar o seu trabalho levando em consideraçãoas características específicas de cada um dos alu-nos. “Quando a turma é muito grande, perde-se apossibilidade de atender às necessidades individu-ais”, sintetiza. Ele também afirma que em um pro-cesso de construção de conhecimento, queocorre pelo trabalho colaborativo, na busca porsolução de problemas de aprendizagem em salade aula entre alunos e professor, com certeza, oexcesso de estudantes interfere de maneira negati-va.

Apesar do inchaço, o DCE realizacampanha para alertar que não ocorra discrimina-

ção na sala de aula e que nem os estudantes deescolas particulares e nem os de pública que en-traram depois sejam rechaçados. Inaê não acredi-ta que alunos de ensino médio possam pensar,sozinhos, em entrar com ação civil pública, pelavara em que se pode conseguir mais facilmenteuma liminar. “Um adolescente dessa idade nãotem esse tipo de contato, esse tipo de trâmite”,afirma. Para ela, “os estudantes são instruídospelos diretores e donos de escolas privadas. Sãoessas pessoas que têm burlado o edital e orienta-do seus estudantes a fazerem isso e são elas quedevem ser responsabilizadas pelo que tem acon-tecido”, explica.

Segundo o graduando do primeiro perío-do de Jornalismo, Hugo de Sousa Alves, que in-gressou na universidade pela terceira chamadado PAAES, destinada apenas aos alunos de esco-la pública, o relacionamento é natural. “Acho quenão tem diferença nenhuma, nem preconceito”,opina.

Controle da inscrição

A polêmica que envolve o caso PAAESteve início a partir de uma brecha encontrada naficha de inscrição do candidato. Dentre os diver-sos nomes de escolas públicas listados, havia aopção “Outra”, que tinha o objetivo de garantirque alunos de escolas públicas de cidades próxi-mas, não constantes da lista, pudessem participardo processo.

Esta opção foi utilizada por alunos de es-colas particulares para que conseguissem efetuarsuas inscrições. Carolina Rezende e GabrielaSampaio contam que, desde a primeira etapa, fo-ram orientadas pelo colégio em que estudavam, aentrar com processo judicial. “Na escola, fomosinstruídas a procurar um advogado e entrar compedido de mandado de segurança para que pu-déssemos prestar o PAAES.”

Maria Luísa Vilela, aluna do primeiro pe-ríodo de Jornalismo, garantiu sua vaga por meiode liminar judicial e esclarece: “Eu passei na sele-ção, não achei justo não entrar. Eu sabia que eradestinado a escola pública, mas sou contra o sis-tema de cotas, por isso entrei com liminar. Te-nho consciência de que a concorrência é injusta,mas eu não tenho culpa.”

Fátima Carvalho, estudante do 3º perío-do de Geografia e membro do DCE vê a questãodas cotas como medida paliativa necessária nocenário de educação atual. “O PAAES veio deforma emergente principalmente para que os alu-nos de escola pública tenham acesso aos cursosmais cotados na universidade. Historicamentenão existe alunos de escola pública nos cursos deMedicina, de Direito ou de Engenharias. É mui-to difícil. Então o PAAES veio como medida pri-oritária para esses cursos.”

Para o vice-reitor, a polêmica do casovem de um aspecto social. “Há uma dificuldadeda sociedade de assimilar a forma como essa Re-solução pretende fazer inserção social dos estu-dantes”, afirma. Segundo ele, os editais estãosendo reavaliados pelos Conselhos, mas a univer-sidade não pode impedir ou limitar as inscrições.“Nós não temos o direito de fiscalizar o aluno noato de sua inscrição. Nós só podemos checar suacondição no ato da matrícula. Isso é um aspectolegal, então, qualquer um pode se inscrever. Umavez que o candidato participou, se o juiz entendeque ele passa a ter o direito a vaga, nós temos queacatar. É um problema que temos enfrentado.”

Sistema de ingresso na UFUO polêmico percurso do PAAES

Democratização do acesso à universidadeCláusula da ficha de inscrição é utilizada como brecha para burlar regras do sistema deingresso pelo PAAES e abre o debate

No dia 29 de março de 2011 , em reuniãoextraordinária do Conselho de Gradação (CON-GRAD), a UFU decidiu aderir ao Sistema de Sele-ção Unificada (SiSU) para o processo seletivo doprimeiro semestre de 2012. A medida visa substi-tuir o tradicional vestibular e estabelece que a se-leção de novos alunos seja realizada com base noExame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

O processo já havia sido adotado pela uni-versidade no início de 2010, como método de in-gresso para cursos com demanda inferior a cincocandidatos por vaga. Após a resolução, o SiSU en-

tra em vigor para todos os cursos oferecidos nauniversidade, com exceção daqueles que exigemprovas de habilidades específicas.

Apesar do novo sistema avaliativo, o PA-AES ainda permanece em vigor como um dosprocessos de seleção para ingresso no Ensino Su-perior. “O PAAES é um programa que foi insti-tuído pelo conselho Universitário daUniversidade Federal, e até que o CONSUN semanifeste de forma diversa, o PAAES é um pro-grama aprovado existente e a ser continuado”, es-clarece o vice-reitor.

Cindhi Belafonte, Elisa Chueiri, Laura Laís e Melina Paixão

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O Senso (in)comum perguntou a professo‐res e alunos sobre o sistema de cotas comomodo de ingresso na universidade. Confira!

Entenda o PAAES

O Programa de Ação Afirmativa deIngresso ao Ensino Superior (PAAES) é umProcesso Seletivo de ingresso na UFU,composto por três etapas, nas quais ocorreuma avaliação seriada do aprendizado nosconteúdos programáticos nas séries do EnsinoMédio.

O programa foi instituído em 2009,em substituição ao Programa Alternativo deIngresso ao Ensino Superior (PAIES) e édestinado exclusivamente a alunos quetenham cursado os últimos quatro anos doEnsino Fundamental e todo o Ensino MédioRegular na rede pública.

Para os candidatos do PAAES, queacontece anualmente, são destinadas 50% dototal das vagas dos cursos com regime deentrada semestral e 25% do total das vagasdos cursos com entrada anual.

Fala, UFU!

CONTRÁRIO ÀS COTAS

“Eu tenho uma ideia antiquada de que oshomens são todos iguais. Existem coisas que nosdiferenciam, mas na essência somos todos iguais.Somos diferentes em gosto, em culturas, emsexo, mas, privilégio não é exatamente aquiloque se deve buscar para a sociedade. No caso doPAAES, imagine que haja um númerodeterminado de vagas para todos. Essas vagasacabam sendo sistematicamente ocupadas poralunos de escolas particulares. Aí, para igualar aspessoas, faz-se com que parte das vagas sejamexclusivas para a escola pública. O pessoal daescola privada vai continuar com a mesmamotivação e incentivo para estudar e passar novestibular. Portanto, eles estudarão mais queantes, já que diminuiu o número de vagasdisponíveis. O pessoal que entrar nas vagas daescola pública não terá que estudar tanto quantoo da escola privada. E pior: como no Brasil agente quer levar vantagem em tudo, e avantagem é passar, não é aprender, o pessoal daescola particular, que vai ser o real eefetivamente privilegiado vai ficar “pê da vida”,porque na visão superficial se dá bem quempassa no vestibular. Tem-se que fazer com que osegundo grau seja bom. O resto é paliativo. Não,o resto é tiro no pé. Pior do que paliativo. E pior:as pessoas brigam por cotas, mas quem estábrigando para que as escolas públicas do paístenham de fato o mesmo nível das escolasprivadas? Eu sou contra todo tipo de cota,porque elas não resolvem, não ajudam. Elasgeram a discriminação com a qual dizem quequerem acabar.”Deolindo Menck, Professor do Instituto de

Economia

“Eu sou contra a política de cotasporque é uma política paliativa e tira aresponsabilidade do Governo de melhorar aeducação básica. Eles falam que a melhora daeducação básica demora e por isso a genteprecisa fazer um reajuste agora parademocratizar o acesso à universidade, mas o quea gente faz na verdade é diminuir a qualidade doensino na universidade, porque diminui aqualidade dos alunos que entram e os alunos nãoentram preparados devidamente. O queacontece é que tem que haver imediatamenteuma reforma na educação, desde as bases atétodo o ensino fundamental. A gente tem queinvestir na educação para poder ter um ensinouniversitário ótimo e ter alunos que possam serselecionados igualmente, independentementede classe social ou etnia.”Camila Amorim Jardim, Aluna do 3º período

de Relações Internacionais

“Eu sou contra a política de cotas,porque é uma maneira de discriminação e todomundo tem a mesma capacidade de ingressar noEnsino Superior. Se houver alguma diferença, omodo de resolver não seria a realização de cotase sim a melhoria do ensino básico de escolaspúblicas, para nivelar com o ensino das escolasparticulares.”Pedro Laini Martins, Aluno do 3º período de

Ciência da Computação

FAVORÁVEL ÀS COTAS

“Eu tenho uma posição favorável àscotas. No meu entendimento, o Brasil é um paísque historicamente se comportou de maneirainjusta com os setores mais empobrecidos, comos setores originários da terra, os nativos, porexemplo os indígenas e os negros, em especial ecom isso, efetivamente, a gente foi alimentandosistemas. Se o sistema continua da maneiracomo estava ele seria simplesmente umreprodutor das realidades já existentes. Entãohavia a necessidade de haver um rompimentocom isso, embora de maneira transitória. Nomeu entendimento, o melhor que se pode fazeré trabalhar para a qualidade do ensino básico detal maneira que todos tenham possibilidadeigual de acesso ao Ensino Superior, mas comoisso não existe, não é real, os mais pobres ealguns setores sociais étnicos acabam ficandoimpossibilitados de entrar em uma universidadepública, se não houver a possibilidade dadistinção das cotas durante um período. Entãoaté que nós tenhamos uma situação melhoradae tenhamos uma quantidade maior dessessetores com acesso a universidade, há anecessidade de se ter a experiência das cotas. “Cláudio di Mauro, Professor do Instituto de

Geografia e Coordenador do Curso de

Especialização em Gestão de Recursos

Hídricos.

“Eu sou a favor de cotas para ingressonas universidades públicas para estudantes deescolas públicas, mas não para negros. Porquenão é simplesmente porque a pessoa é negra queela não vai poder ter acesso a universidade.Tudo bem que o nosso país tem uma formaçãohistórica de que geralmente as pessoas de classesmais baixas são negras ou afrodescendentes, maseu conheço casos de negros com boa condiçãosocial. São negros que entraram emuniversidades por causa de sistemas de cotas.Isso às vezes priva um aluno de escola públicaque necessitava mais do que ele. Então eu achoque tem que ter um equilíbrio, justamenteporque se você ficar aplicando as cotas, ogoverno nunca vai investir onde é exatamentenecessário, que é na educação básica. Os alunostêm que chegar preparados na universidade,portanto não são necessárias cotas dauniversidade para dentro. Até que haja essareparação na educação, esse investimento,porque a gente sabe que leva muito tempo e éum investimento muito grande e não é de umahora para outra, às vezes leva gerações paramelhorar a educação básica. Então, nesse meioperíodo, até ajustar totalmente a situação e agente ter um grau de qualidade na educaçãobásica brasileira, tem que ter as cotas para osalunos de escolas públicas.”Cecília Pacheco Lemos, Aluna do 3º período

de Relações Internacionais

“Eu sou a favor como uma medidapaliativa, já que uma mudança estrutural naeducação demora muito, mas eu acho que temque haver investimento para mudança.”Isabela Martins Pompeu, Aluna do 3º

período de Relações Internacionais

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Arquivos dehistória

A Universidade Federal de Uberlândia(UFU) possui um grande acervo de discos, foto-grafias, documentos, mapas, livros, fitas cassetes,folhetos e jornais antigos. Esses arquivos, que fi-cam no Centro de Documentação e Pesquisa emHistória (CDHIS) , preservam a memória e ser-vem como fonte para pesquisadores.

O órgão foi criado em 1985 por professo-res do Departamento de Ciências Sociais com oobjetivo de selecionar, arquivar e preservar estadocumentação e contava, inicialmente, com ma-terial recolhido através de pesquisas e doaçõesparticulares. Hoje, os acervos são diversificados eservem a pesquisadores como fonte de consulta,complementando o Instituto de História.

Os acervos estão disponíveis para a co-munidade interna e externa à UFU. O Centro deDocumentação fica no segundo piso do bloco1Q, no Campus Santa Mônica. O atendimentoocorre de segunda a sexta-feira nos turnos da ma-nhã e tarde. Mais informações: (34) 3239-4204ou [email protected].

Documentos estãodisponíveis emacervos da UFU

Raíssa Caixeta

Mistérios do UniversoMarina Martins

Câmeras capturamimagens de raios

Pesquisadores do Grupo de EletricidadeAtmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pes-quisas Espaciais (Inpe) começaram a observar asdescargas atmosféricas sob diferentes ângulos.Em janeiro, eles capturaram as primeiras ima-gens coloridas de raios já registradas no mundocom câmeras com altas resolução e velocidade.Segundo o coordenador do projeto, Osmar Pin-to Júnior, as imagens produzidas permitirão ana-lisar, com maior precisão, as características dosraios e avaliar os impactos sobre os objetos queatingem no solo. (Fonte: Agência FAPESP)

Primeiras fotografias registradas

INPE

Molécula pode inibircrescimento de tumores

Segundo a pesquisa de Tatiana Lobo,doutoranda do Instituto de Bioquímica Médica –(IBqM/UFRJ) , uma molécula encontrada naglândula salivar de uma espécie de carrapato, oIxodes scapularis, pode impedir o crescimento detumores. A substância (ixolaris) foi identificadaem 2002 por um grupo de pesquisadores brasilei-ros do National Institutes of Health como umpotente anticoagulante. Não há a necessidade deum exemplar do carrapato para a obtenção dasubstância. A molécula é produzida através deum processo de recombinação genética feito emlaboratório. (Fonte: www.olharvital.ufrj .br)

Estudo decifra vírus dadengue

O Laboratório de Genômica Estruturaldo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho(IBCCF-UFRJ) vem estudando as estruturasmoleculares do vírus da dengue para entendercomo ocorre sua interação com a célulahospedeira. A análise é o ponto de partida parao desenvolvimento de kits de diagnóstico dadoença mais eficientes e baratos e, futuramente,de drogas ou mesmo de uma vacina para ocontrole da dengue. Os resultados preliminaresmostram que o mapeamento das proteínas dovírus da família Flaviviridae tem sido bemsucedido. (Fonte: www.olharvital.ufrj .br)

Professor Ronaldo da Silva Mohana Borges, coordenador

do Laboratório de Genômica Estrutural do IBCCF

IBQM

IBCCF

Carrapato Ixodes scapularis

FORMAÇÃO

A inserção no mercado, muitas vezes, nãoé uma atividade tão simples, mas algumasoportunidades dentro da própria faculdade,durante a graduação, podem ajudar tanto aconseguir um emprego, quanto a ganharexperiência para exercer a futura profissão. Entreessas oportunidades, estão as empresas juniores,como a Conselt (Empresa Júnior de Consultoriaem Engenharia Elétrica) , da UniversidadeFederal de Uberlândia (Ufu) , criada em 1994.

A empresa possui 19 membros, sendo 17da engenharia elétrica e dois da engenhariaBiomédica. O processo seletivo é aberto paraestudantes do terceiro ao sexto períodos nos doiscursos. A seleção é feita através de provas escritas,dinâmicas de grupo e entrevistas. O intuito doprocesso, segundo Marco Aurélio CamiloCamim, diretor presidente, é ensinar o aluno apassar pelas mesmas etapas de seleção dasempresas de mercado.

Na prática, os alunos podem atuar nasáreas de consultoria em Eletrônica Analógica eDigital, Controle e Automação,Telecomunicações e Eletrotécnica. A empresaoferece, ainda, o desenvolvimento de páginas dainternet, instalações elétricas e projetos decircuitos elétricos.

Camin explica que a Conselt não tem finslucrativos e que os custos e melhorias na própriaempresa são obtidos através dos trabalhosoferecidos. “Prestamos um serviço de criação deum website que cobramos um preço 50% maisbarato que o valor de mercado. É um valorsimbólico, não visando lucro”. O presidente daempresa júnior esclarece que os trabalhos ficamsubmetidos a organização da diretoria deprojetos, coordenada pela aluna Ana BárbaraFernandes Neves, mas que todos os membroscontribuem de alguma forma na sua execução.

Entre os trabalhos de maior destaque,está o aterramento de um edifício, que envolveugrande dedicação dos membros da empresa, comexecução de laudos técnicos. Camim ressaltatambém a maior consultoria feita pela Conselt,para a Petrobrás, e um novo modelo de alarmepara carro. “Ele enviava uma mensagem para ocelular caso o veículo fosse roubado”, descreve. Aempresa júnior trabalha atualmente com odesenvolvimento de uma lixeira falante.

A Conselt conta com o auxílio de umprofessor tutor, que colabora nosesclarecimentos de dúvidas na execução dostrabalhos e oferece apoio nos projetos.

Atualmente, quem ocupa o cargo é CarlosEduardo Tavares, professor do curso deEngenharia Elétrica. “Eu ajudo os alunos doCONSELT com prazer, porque é umaoportunidade muito boa para o crescimentoprofissional deles”, sintetiza o docente. Naexecução de projetos que não são de suaespecialidade, outros profissionais sãoconsultados.

Empresa júnior abre espaço para prática profissionalCarolina Tomaz

Alunos das engenharias elétrica e biomédica desenvolvem consultoria através da Conselt

Diretor Presidente da Conselt, Marco Aurélio Camilo Camin, explica que a empresa não tem fins lucrativos

Carlos Eduardo Tavares, destaca a Conselt comooportunidade de crescimento

Fotos:Carolin

aTomaz

Page 7: SENSO (IN)COMUM N° 03 - Direito de quem?

Quantas vezes você já se fez essapergunta? Por mais bobo que pareça ser,quando escolhemos algo para vestir noscobrimos de signos, de diversos significadosque transmitem muito mais sobre nós do quepodemos imaginar. As informações veiculadasnas vestimentas permitem a comunicaçãoentre as pessoas sem a utilização de palavras, oque é muito perigoso. Afinal, o quanto alguémdeseja que saibam sobre ela?

Você acha que não, mas quando vocêvê aquela sua amiga vestida em um modelocom pouquíssimos centímetros, o que vem asua mente? Mesmo que inconsciente,informações são absorvidas pelo observador eoutras transmitidas por ele por meio dasroupas. Dessa maneira uma comunicação seestabelece, muito antes de palavras seremdirigidas.

Isso não é recente. Desde a origem dahumanidade, formas de linguagens foramsurgindo para que os homens pudesseminteragir. Penas, pinturas no corpo, chapéus,perucas, jóias, vestidos. Em diferentesperíodos da história, roupas e ornamentosforam utilizados para mostrar posição social,condição financeira, estado emocional emuitos outros status. Essas possibilidades decomunicação crescem cada vez maisconforme a evolução humana, e claro, aguçamaqueles interessados em compreender asociedade a estudarem sobre elas.

Uma dessas curiosas pelo modo de serhumano é Alison Lurie, autora do livro ALinguagem das Roupas, que é referência paraquem quer entender sobre o assunto. Ela nãoteve dificuldades de perceber a comunicaçãoalém da língua, até escreve: “podemos mentirna linguagem das roupas ou tentar dizer averdade; porém, a menos que estejamos nusou carecas, é impossível ficarmos em silêncio”.

As roupas permitem que o homemtransmita sua ideologia, classe social, valores,personalidade antes mesmo de que eleconverse com alguém. Essas informações quesão passadas caracterizam cada indivíduo,sendo assim, o vestuário é uma ferramentapara o destaque da individualidade nasociedade. Mas se destacar nem sempre querdizer que você conseguiu mostrar quemrealmente é.

Sair comprando tudo o que se vê naTV e em revistas, sem nem gostar do modelo,das cores, dos tecidos, não faz sentido algum.Vestir é algo natural para nós, fazemos issodesde nosso nascimento. Mostrar quemsomos também. Se fazemos isso com o corpo,com palavras, com as roupas não pode serdiferente. Podemos ser influenciados por tudoaquilo que vemos e lemos, mas nada podeesconder o que realmente somos.

Então, o que você está tagarelando pormeio dessa comunicação não-verbal?Cuidado! Se eu fosse você, pensaria duasvezes antes de pegar a primeira roupa que verno guarda-roupa.

Com queroupa eu vou?

Treinar a prática como professores deteatro e oferecer a alunos de escolas públicas e àcomunidade em geral a oportunidade deaprenderem um pouquinho sobre a arte de atuar.Com esses objetivos, estudantes do Curso deTeatro da Universidade Federal de Uberlândia(UFU) realizam oficinas como estágioobrigatório para licenciatura. A atividade fazparte do projeto Comunidade na UFU(COMUFU) e acontece três vezes por semana,às segundas-feiras e sábados. Neste semestre, osresponsáveis pelas oficinas realizadas na UFU sãoAna Carolina Coutinho, Bruna Bulkool e MarcosPrado Moraes.

Moraes considera que as oficinas ensinammuito sobre como improvisar e se adequar aoritmo e realidade de cada participante. “Estouaprendendo através das dificuldades que eles tême dos processos de cada um”, ressalta. Oestudante destaca a diferença entre as oficinasrealizadas nas escolas públicas e na própriauniversidade, abertas para a comunidade. “Naescola é muito burocrático e as aulas não

costumam ter muita freqüência einteresse. Já na UFU, os alunos quevão escolheram ir e, por isso, é maisprazeroso e dá mais vontade detrabalhar como professor de teatro”.

As oficinas oferecem preparofísico e técnico, com exercícios dealongamento e de aquecimento,dinâmicas e jogos. Moraes, quetambém fez curso de acrobacia e usa o

que aprendeu nas aulas, explica que,para aprender a atuar, é preciso mais que

ensaios de texto simplesmente. “Achoimportante o ator trabalhar corpo e voz, que sãoseus principais instrumentos”. As atividadesministradas exercitam também a confiança entreo grupo e a desenvoltura individual e conjunta.

Paula Caroliny Nunes da Silva, aluna dasoficinas de sábado, relata o quanto gosta daoportunidade: “A gente que estuda em escolaestadual tem um sonho de vir para UFU.Qualquer brechinha que aparece para estar aquidentro, a gente fica muito satisfeito e vemcorrendo, porque admira quem estuda aqui esabe que os cursos são realmente bons”. TassianaBorges Silva, que cursa Agronomia na UFU etambém participa nos sábados, conta que temmuita vontade de atuar e que quando procurouas oficinas imaginava que seriam apenas ensaios,mas se surpreendeu com a liberdade que sentiunas aulas.

A estudante Emanuelle Santos da Cunha,que começou a participar no mês de abril, explicaque as oficinas a ajudarão a trabalhar sua timidez

e a aprender a lidar melhor com as pessoas. “Eufaço um curso de modelo e meu professorsugeriu procurar um curso de teatro, entãoresolvi ligar na UFU e me interessei pelasoficinas”.

Já Michele Santos Fernandes freqüentadesde o semestre passado e destaca que asoficinas são válidas para exercitar a paciência, oemocional e para melhorar a respiração e amovimentação. “O que eu mais gosto é poderinteragir com pessoas que só encontro aossábados e também saber que tudo o que fizerdurante os encontros vai ficar lá. É um lugar ondeposso me abrir e não ter nenhum problema.Aprendo a confiar mais no outro”.

As oficinas duram um semestre e, aolongo do processo, os exercícios vão evoluindo eaumentando a noção dos alunos sobre o trabalhodo ator. Ao final de cada período, a depender daturma, é realizada, ainda, uma pequenaencenação.

Participe!As inscrições são gratuitas e a atividade éaberta a todos os interessados.Local: sala de encenação do bloco 3M,Campus Santa MônicaHorário: Segunda-feira, das 14h às 17h esábados, das 9h às 12h e das 13h30 às17h30.Informações: (34) 3239 4413www.demac.ufu.br

Paula Graziela OliveiraAlunos ministram oficinas abertas ao público

Atividades exercitam a confiânça no outro

MarinaMartins

OLHARESEXTENSÃO

Teatro para a comunidadeMarina Martins

Mais de 14 mil pessoas prestigiaram shows nos campi da UFU

Calourada eclética atrai estudantes

Elisa ChueiriO grande desafio para montar o evento

de recepção aos calouros em 2011 foi a busca dadiversidade. A intenção foi contemplar avariedade de gostos e opiniões dos estudantes daUniversidade Federal de Uberlândia (UFU),com debates e programações culturais em todosos campi da instituição. O evento aconteceuentre os dias 29 de março e 3 de abril e foiorganizado pela nova gestão do Diretório Centralde Estudantes (DCE), “Agora só falta você”.

O tema principal dos debates foi a“Democratização do acesso ao Ensino Superior”,mas atividades paralelas também discutiramsobre diversidade sexual, ação sindical,movimento estudantil, normas de graduação,ciência e tecnologia, verdade e anistia,sustentabilidade e direitos humanos. Umanovidade foi a Oficina de Midialivrismo, queocorreu na manhã do primeiro dia e preparou osinteressados em participar da CoberturaColaborativa. Esta foi uma experiência inéditaque, como afirma o DCE, ajudou na repercussãodos eventos em sites e redes sociais.

Na programação cultural, a Calourada2011 trouxe shows de cantores locais e regionais,como as bandas uberlandenses “Entropia” e“Skyhell”, que animaram o rock’n roll da quarta-feira, 30/03, no CC Santa Mônica; a duplasertaneja “Carvalho e Mariano”, que tocou no

Campus Umuarama, na quinta-feira, 31/03;“Dom Capaz” e “Maria Fumaça”, de Uberlândia,que subiram no palco montado noestacionamento da reitoria da UFU, no sábado,02/04, dia também de Trivolt, de Araxá, e deMonograma e Fusile, vindas da capital mineira.

As bandas, selecionadas pelo ColetivoGoma, “esquentaram” o público para o showprincipal, do ex-vocalista do Ira! , Nazi, nosábado, 02/04. O cantor pediu para que asbarreiras fossem retiradas e que o público seaproximasse do palco e comentou, ao final, que oshow em Uberlândia foi um dos melhores que jáfez. O encerramento foi no domingo, com showdas bandas mineiras “Mata Leão” e “TheFolsoms” e, em seguida, da gaúcha “CachorroGrande”, na praça Sérgio Pacheco.

Inaê Vasconcellos, membro do DCE, aofazer um balanço do evento, considera que ameta foi atingida. “Desde o começo a genteplanejou uma calourada que tivesse show depagode, sertanejo, rock, hard rock”, diz. Aprogramação eclética agradou e atraiu umpúblico variado. Heldson Luiz da Silva, aluno doquarto período de Ciências da Computação,destaca a presença de bandas locais. “Foi bemmisturado, mas não a ponto de causar conflitoentre os grupos, pois houve dia para cada estilomusical”, comenta.

Fora de tom

Diego Aguirre, outro integrante do DCE,conta que houve apenas um incidente no evento.Na sexta-feira, 1º de abril, ocorreu uma brigaentre um ex-aluno de engenharia da UFU e otécnico de som da banda Balakubaku, que iria seapresentar no Centro de Convivência (CC) doCampus Santa Mônica. Em nota deesclarecimento, a banda informou que o show foisuspenso, pois o técnico foi agredido e precisouser encaminhado ao hospital. O ex-aluno foi, porengano, considerado membro da Charanga, masa Associação Atlética Acadêmica dasEngenharias lançou nota oficial se desculpandopelo ocorrido e demonstrando repúdio aqualquer tipo de violência.Nazi elogiou o público de Uberlândia

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Saindo do fornoGlee: The Music Presents The Warblers

O elenco da série norte-americanaGlee lança um novo álbum. O CD traz aversão do coral “The Warblers” para os hits“Teenage Dream” de Katy Perry, “Raise YourGlass” de Pink e “Somewhere Only WeKnow” da banda Keane. O lançamentoaconteceu no dia 19 de abril.

Luan Santana ‐ Ao vivo no RioNo Brasil o cenário sertanejo recebe o

novo álbum do cantor Luan Santana: “Aovivo no Rio”. O CD, que chegou às lojas apartir de 11 de abril, apresenta músicasgravadas no HSBC Arena, em dezembro doano passado. As canções “Química do amor”com Ivete Sangalo e “Adrenalina” sãodestaques.

GranvizirO primeiro CD da banda mineira

Granvizir reforça a trajetória underground dogrupo. “Pare” é o primeiro single lançado emformato digital. O CD produzido pelagravadora carioca Blast Records chega às lojasem breve, sem data definida.

Letra a letraLucas Felipe Jerônimo

Película perfeitaPiratas do Caribe 4

Nesta sequência, JackSparrow encontra-se com umapessoa de seu passado, filha deBarbanegra. Os dois saem embusca da Fonte da Juventude como Capitão Barbossa, mas Jack nãosabe se ela está do seu lado ouapenas usando-o para conseguir oque quer. A estréia será no dia 20de maio.

Não se pode viver sem amorO filme conta a história

de Gabriel, menino de nove anosque vai ao Rio de Janeiro paraprocurar seu pai. Na capitalcarioca, ele esbarra com figurassingulares: João, um advogadodesempregado; Pedro umhomem que precisa escolherentre esposa e profissão; e Gilda,dançarina de casa noturna. Nodesenrolar, vários fatos mostrama importância do amor. Estréiaprevista para seis de maio.

Elisa Chueiri

A autora aborda em seu livro aExposição do Mundo Português e o “Café”,quadro de Portinari, que permite perceber umestilo que passaria a ser dominante na culturanacional. Através do quadro, é possível entendera representação do mundo real e as distorçõesda sociedade brasileira naquele período.

O Café de Portinari na exposição do Mundo PortuguêsLuciene Lehmkul

BrooklynColm Toibin

1950. Eilis Lacey vive na pequenaEnniscorthy, Irlanda, até receber uma ofertade trabalhar e estudar no Brooklyn, EstadosUnidos. Deixando a família para trás, Eilisparte para América e encontra o amor.Entretanto, ela é obrigada a voltar para aIrlanda e escolher entre o dever e o amor.

O livro revela os bastidores do siteWikileaks, palco de escândalos e divergênciasem setembro de 2010. Domscheit-Berg expõea falta de transparência e neutralidade daorganização, além de mostrar a evolução dosite e as tensões internas da corporação.

Os Bastidores do WikileaksDaniel Domschett‐Berg

Arthur Franco

Baila comigo!Novo curso de Dança reforça potencial artístico da cidade e região

Dirigido pelo uberlanden-se Jair Moreira, o filme trata dotema da intolerância racial, com ahistória de três amigas que pas-sam por situações complicadasenvolvendo a experiência do pre-conceito. O longa mescla ficção edocumentário, por apresentar de-poimentos de representantes dacultura afro da cidade.

Matizes

Arthur Franco

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O site apresenta um método fá-cil e divertido para aprender emelhorar habilidades de línguasestrangeiras como o inglês, atra-

vés de vídeos de música que vo-cê escuta e preenche as letrasdas canções.

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O que é febre na internet se en-contra no “Capinaremos”. São ti-rinhas sobre situações curiosas eengraçadas sempre com uma re-ferência ao mundo virtual.

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Como dica musical, vale a pena

conhecer um canal do Youtubecom covers nacionais e internaci-onais. Frederico Oliveira deUberlândia é quem faz as perfor-mances.

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Um pouco de meio ambiente: osite da revista SuperInteressantepossui uma seção que trata so-bre a natureza, ações do homeme sustentabilidade.

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Perdeu algum episódio de suasérie pre-ferida?Fique pordentro denotícias,resumose crítica. Saiba mais sobre os ter-mos que fazem parte do dia adia de quem assiste seriados eacompanhe ainda a audiênciados programas.

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Lucas Felipe Jerônimo

O ano de 2011 começa commais uma opção de formação naUniversidade Federal de Uberlândia(UFU), o Curso de Dança. Vinculadoà Faculdade de Artes, Filosofia eCiências Sociais (Fafics) , a graduação

é voltada para a modalidadecontemporânea, com duração dequatro anos e habilitação eminterpretação teatro-dança.

A dança faz parte da cultura dacidade de Uberlândia. As escolas

especializadas nessa atividade sãonumerosas e promovem apresentaçõesem vários eventos durante o ano, alémda participação em diversos festivais. Acidade é sede, inclusive, do maiorevento de dança da região, o Festivalde Dança do Triângulo, que há 23 anosfaz parte da programação cultural deUberlândia e atrai públicos edançarinos de todas as partes do país.

A aluna Paula Poltronieriacredita que a criação do curso vaitrazer mais respeito para a dança naregião, uma vez que vai proporcionaraos uberlandenses a oportunidade deuma maior valorização para a área.Diego Zobre, único aluno do curso,concorda e aponta ainda o quanto acriação da graduação é interessantepara a população, “porque a formaçãoacadêmica é importante em qualquerárea que você vai prestar um trabalho.Então, a dança em Uberlândia e naregião só tem a ganhar com o curso.”

Nascido no teatro

Criada dentro da proposta doPrograma de Apoio a Planos deReestruturação e Expansão dasUniversidades Federais (Reuni) , agraduação faz parte dos 61 cursos hojeoferecidos pela UFU. Segundo acoordenadora e professora, AnaCarolina Mundim, a proposta partiude professores do curso de Teatro. Foipensando na integração da jáconsolidada graduação de teatro e damodalidade de dança que se construiua base de todo o currículo. A intenção,enfatiza ela, é criar uma relação híbridaentre as habilitações.

Ana Carolina destaca opioneirismo da nova graduação, únicana região. Além disso, considera que acidade possui uma demanda porprofissionais da área, que pode serpercebida pelo seu grande potencialcultural e que o curso poderá reforçar.“A partir do momento que os alunos

entram na academia, eles começam apensar cada vez mais sobre a própriadança, sobre o que estão fazendo,sobre qual a proposição artística esobre o seu posicionamento enquantoartista cidadão”, completa. O novocurso será oferecido semestralmente,sendo ofertadas 15 vagas para aulas noregime integral. Os alunos concluintesse formarão bacharéis em Dança.

Formação permite que se reflita sobre o papel de artista cidadão

Serão ofertadas 15 vagas por semestre

FORMAÇÃO

Grey´s Anatomy

Fotos:Arthur

Franco