senhor, que quereis que eu faÇa?

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SECRETARIADO DIOCESANO DA PASTORAL DAS VOCAÇÕES DIOCESE DO PORTO 2015/2016 SENHOR, QUE QUEREIS QUE EU FAÇA? DESAFIOS DO PAPA FRANCISCO À PASTORAL CATEQUÉTICA CATEQUESE PARA CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS

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Page 1: SENHOR, QUE QUEREIS QUE EU FAÇA?

SECRETARIADO DIOCESANO DA PASTORAL DAS VOCAÇÕES DIOCESE DO PORTO

2 0 1 5 / 2 0 1 6SENHOR, QUE QUEREIS

QUE EU FAÇA?Desafios Do PaPa francisco à Pastoral catequética

CATEQUESE PARA CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS

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DESAFIOS DO PAPA FRANCISCO à PASTORAL CATEQUéTICAReflexão Pastoral

O Secretariado da Pastoral das Vocações, tendo como ponto de partida al-gumas afirmações do Papa Francisco, aos Bispos da Conferência Episcopal de Portugal em visita “ Ad limina apostolorum”, de 7 de setembro 2015, pro-põe para este âmbito mais específico e importante da Catequese a presente reflexão sugerida a partir dos problemas elencados e soluções apontadas no referido discurso. Acrescentam-se-lhe em seguida alguns desafios que ajudem concretamente os catequistas nas tarefas que lhe são próprias de educação da fé, de anúncio e acompanhamento das vocações.

Hoje ninguém duvidará que os ca-minhos da pastoral catequética se devam cruzar com os caminhos da pastoral vocacional. E que ambas devam caminhar juntas, profunda-mente interligadas e identificadas. O crescimento na fé e a tomada de consciência vocacional são uma e a mesma realidade. A pastoral voca-cional é parte integrante do Kerigma.

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Só haverá proposta integral da fé se esta incluir proposta vocacional.

Um contributo para a solução do problema real e delicado da escassez de vocações na nossa Diocese, deve legitimamente esperar-se de educadores da fé conscientes da necessidade do seu testemunho de fé e da importância de uma eficiente pedagogia vocacional.

Abrindo a uma nova visão o processo catequético, a presente reflexão tem por objetivo renovar o compromisso dos educadores da fé na comunidade cristã por uma promoção adequada das vocações, compreendidas as sacer-dotais e consagradas.

PRObLEmAS IDENTIfICADOS NO DISCuRSO:

1. Um grande número de adolescentes e jovens abandonam a prática cristã. Não nos pode deixar de preocupar esta debandada da juventude. Tem cus-tado muito fazer compreender ao Povo de Deus, que a situação em matéria de transmissão da fé e de vocação mudou muito. Há alguns anos atrás os canais naturais de transmissão e de socialização da fé e da vocação, eram a família, a escola e a paróquia. Atualmente, tendo-se perdido a sintonia entre estas instâncias educativas há um bloqueio a essa missão. Continuam a lutar, mas com enormes dificuldades e obstáculos. O ar secularizado que se respira nas famílias, a ausência de Deus nas escolas porque não lhe é permitida a entrada, a desistência precoce da paróquia são desafios à pas-toral da Igreja. Nas comunidades cristãs, a pastoral catequética é chamada a desenvolver como atividade habitual de sementeira, uma pastoral vocacio-nal com as crianças, os adolescentes e os jovens. E que pense também, a proposta de um caminho vocacional crismal. Precisam ser abertos espaços de silêncio que ajudem a escutar e a reconhecer a voz de Deus.” Especial-mente no nosso tempo em que a voz do Senhor parece afogada por “outras vozes” e a proposta de o seguir, entregando a própria vida, pode parecer di-fícil, toda a comunidade cristã, todo o fiel, deveria assumir conscientemente o compromisso de promover as vocações” ( cf.Bento XVI).

2. A proposta realizada pelo catequista e pela comunidade não os conven-ce a ficar. A complexidade da situação cultural que vive a nossa sociedade e que se repercute nas comunidades eclesiais e particularmente nos jo-vens, não apenas interfere com alguns dos elementos constituintes da fé e da vocação mas barra mesmo os caminhos de acesso à fé e à vocação.

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Daí a necessidade de apresentar bem unido o humano e o vocacional num itinerário comprometedor que coloque o jovem diante de decisões impor-tantes a respeito da sua própria vida, que deve tomar, e de escolhas que será chamado a fazer. Cada um, convidado a encontrar-se pessoalmente com Cristo, acolher a revelação da sua verdadeira identidade e a descobrir a sua própria de cristão discípulo. Ensinar de seguida a entrar na experi-ência de oração contemplativa que possibilita a escuta a palavra de Deus. Ensinar o que significa vocação. Que passos dar para orientar a nossa vida segundo o projeto de Deus. O que supõe e significa seguir Jesus? Que escolhas dão mais significado e plenitude à minha vida? Que somos chama-dos a ser e a fazer para que a nossa vida seja fonte de luz e de amor para os outros? Concretamente trata-se de desenvolver um conjunto orgânico de atividades específicas e complexas vinculadas à catequese pelas quais se procede à sementeira e aos cuidados que lhe correspondem: suscitar, acolher, acompanhar e orientar à formação.

3. Predomínio de um pensamento dominante atual que vê o homem como criador de si mesmo e totalmente embriagado de liberdade com dificulda-de em aceitar o conceito de vocação. A mentalidade urbana promove um modelo de homem sem vocação. Muitos dos valores como a autonomia da pessoa, a liberdade, vividos num contexto laicista, imprimem um dinamismo oposto à vocação, desenvolvem um homem à margem de Deus, encurvado egocêntrico ocupado com a sua vida e o seu bem-estar. Encurralados no beco sem saída de um humanismo sem Deus e relativista, os jovens de-vem ser muito ajudados nas suas questões mais profundas. É necessário ajudar cada um a descobrir que foi aqui colocado por Deus e que é criatura sua.Logo tudo é dom. Nada é merecido. Quando atinjo a compreensão do que recebi, a vida torna-se dom que se oferece. Se chego a compreender a liberdade como um dom de Deus, para com Ele crescer numa relação de amizade e de comunhão, serei capaz de progressivamente me abrir à acei-tação agradecida e livre da identidade que me é dada pela presença viva do Senhor na minha vida e disponho-me a segui-lo.

4. Prevalência de um modelo escolar com guiões com conhecimentos cere-brais sobre a figura e a vida de Jesus para os sucessivos anos de catequese mas onde é difícil entrar Jesus no testemunho de vida do catequista e da comunidade inteira. A catequese escolar preocupa-se e ocupa-se com a transmissão de valores. É importante fazê-la. Mas uma catequese concen-trada no sentido e nos valores produz voluntários não produz discípulos de

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Jesus. Não produz vocações. É preciso cuidar dos valores e da sua trans-missão, mas isso não é suficiente. E um voluntário dura enquanto lhe dura a boa vontade.

SOLuÇÕES PROPOSTAS PELO PAPA:

1. Instaurar um modelo catecumenal que conte com o testemunho de vida do catequista e da comunidade inteira e que leve ao encontro pessoal com Cristo. Numa catequese do encontro o fundamental é a pessoa de Jesus que incarna todos os valores com quem se estabelece uma vida de intimida-de real. Uma catequese que favorece o encontro das crianças, dos adoles-centes e dos jovens com Jesus vivo, produz vocações de compromisso e de entrega generosa. O catequista para realizar esta catequese do encontro, muito ganhará em inspirar-se na atuação de S. João Batista que aponta para Jesus. Os educadores de uma comunidade cristã não podem subtrair a dimensão vocacional da sua missão. Mesmo que nos catecismos o tema não esteja presente ou explicitamente proposto a catequese deve tratá-lo.A vocação resulta de um encontro e de um diálogo. A mediação singular des-se encontro deve ser realizada pelo catequista e pela catequese.

2. Vivido em dinâmica vocacional segundo o qual Deus chama e o ser hu-mano responde. A vocação é a realidade constitutiva do ser humano, fruto do diálogo entre a palavra ”eficaz” do criador, que escolhe, chama, envia e assiste e a resposta “humilde” do crente que constrói a sua identidade em relação vital com os outros, em continuidade projetiva e em evolução dinâmica, até se formar em imagem de Cristo, membro ativo da Igreja, si-nal vivente do Reino de Deus. Este conceito de vocação supõe que a pes-soa chamada corresponda com ações adequadas à ação de Deus nela…se compreenda com identidade de eleita, responda, cumpra a missão e seja fiel. A mediação do catequista terá que ajudar cada uma acolher a sua identidade, propor-lhe o ideal do chamamento, iniciar na missão, acom-panhar e sustentar no caminho. A condição juvenil é uma oportunidade para uma atuação vocacional. O jovem está a viver questões ligadas à identidade, à alteridade, ao projeto e ao caminho de crescimento evolu-tivo. Há todo um trabalho de sementeira que deve estar incorporado na

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pastoral catequétical e que deve ser realizado por todos na comunidade cristã. Deve, esse trabalho de sementeira, concretizar-se em capacidade de proposta (propor a vocação).

3. Conferir dimensão vocacional a todo o processo catequético que cubra as várias idades do ser humano.

A atividade vocacional não pode ser uma atividade pontual mas tem que es-tar desenvolvida em todos os sectores da pastoral e especificamente ao lon-go do itinerário catequético com meios e intervenções adequadas. Já não se trata simplesmente de esperar que apareça um rapaz ou rapariga que diga ter vocação, o catequista tem que sair ao encontro dos que não se referem a isso, e fazer proposta de ideais elevados e acompanhar esse caminho. Dentro da comunidade o catequista deve assumir essa responsabilidade.

Esta atitude supõe uma nova sensibilidade e espiritualidade vocacional que se traduza numa nova prática que torne possível uma pastoral vocacional renovada. Percebe-se nas palavras do Papa que a lacuna está nas comuni-dades cristãs, aí a pastoral vocacional é insuficiente por vazio de proposta, por falta de testemunho e por inadequação do modelo de catequese que se rea-liza. Nesta lógica torna-se mais clara a intenção do Secretariado Diocesano das Vocações de que em cada paróquia se estabeleça uma equipa de duas ou três pessoas encarregadas de animar a pastoral vocacional da comunidade, e se acabe com este vazio vocacional.

INDICAÇÕES PARA ORgANIzAR A PASTORAL VOCACIONAL VIN-CuLADA à CATEquESE

1. Idades privilegiadas

A tendência generalizada para deixar as coisas correr e fazer pontaria para interlocutores jovens a partir dos 18 anos com a munição da propos-ta vocacional específica, deve ser revista. Crianças, pré adolescentes e adolescentes têm ficado praticamente abandonados numa pedagogia que consente todas as possíveis iniciações nestas idades orientadas a preparar as decisões das idades seguintes, menos a proposta vocacional, que fica ausente na lista das escolhas.

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2. Os destinatários privilegiados

São as crianças, pré adolescentes e jovens que circulam no âmbito da paróquia, nos nossos grupos de catequese. Devem ser ajudados e acom-panhados no processo de acolher a vocação em qualquer momento que se manifeste, devem ser levados a sério, ajudados a clarificar as suas inten-ções e orientados e convidados para as instâncias diocesanas de discerni-mento ou de formação vocacional. O catequista deve assumir ser também ele, um “pescador de homens”.

3. Algumas sugestões sobre o modo e iniciativas destinadas a propor as vocações específicas.

Realizar catequeses atentas em sublinhar e ressaltar os aspetos vocacio-nais nelas presentes. E proposta de catequeses explicitas sobre vocação em momentos especialmente significativos da comunidade e do calendário vocacional (Semana dos Seminários, Semana das Vocações, Semana dos Consagrados, Dia de Oração pela Vida Contemplativa, Jornada de Santifica-ção dos Sacerdotes).

Promover encontros específicos, acampamentos, peregrinações, com acen-tuação claramente vocacional.

Ações missionárias como resposta ao mandato missionário de Jesus.

Dias com: visitas programadas aos Seminários e Mosteiros da Diocese

Informar sobre a existência de instâncias de primeiro acolhimento para a vida, consagrada e laical no Secretariado Diocesano das Vocações.

Informar igualmente sobre as instâncias de primeiro discernimento e de acompanhamento para a vocação sacerdotal (ver guião dos Seminários Diocesanos):

Pré- Seminário Diocesano ( com encontros mensais de aproximação ao Seminário, entre o 5º e o 9º ano)

Seminário do Bom Pastor (onde se ingressa após conclusão do 9º ano de escolaridade para frequentar o ensino secundário e o ano propedêutico)

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4. Alguns critérios inspiradores e estratégias para que o catequista ative a dimensão vocacional.

A continuidade é um valor a cultivar a apresentação da vocação específica a cada geração que passa por nós, é uma grande responsabilidade e revê-se de grande necessidade e urgência.

A oração pelas vocações deve ser cultivada no grupo e em cada um. Uma oração profunda e constante no programa da catequese, porque os operá-rios são poucos Mt 9,37.

Fortalecer e fomentar a Oração no Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

Cultivar um amor real à Virgem Maria como aquela que responde de um modo perfeito ao chamamento do Senhor e nos pede para fazer o que o seu Filho nos disser.

Alimentar-se e alimentar no grupo a leitura orante da Palavra de Deus

Fazer anúncio gradual e integral da vocação como chamamento para todos e na idade que lhe cabe educar seja a infância, pré-adolescência, adolescência ou juventude. E não esquecer nunca um anúncio específico do evangelho da vocação específica, especialmente a vocação sacerdotal.

PARA REfLExãO PESSOAL Ou DE gRuPO

Descreva o estado da pastoral vocacional que atualmente se realiza na cateque-se da sua paróquia. Utilize 5 adjetivos que expressem a sua perceção pessoal.

Que estratégias e que programação está disposto a implementar com o seu grupo de catequese, tendo por base o calendário diocesano para a pastoral vocacional e o projeto de pastoral vocacional juvenil proposto pelo Secreta-riado Diocesano das Vocações?

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As catequeses que se seguem são a tradução da proposta da Conferência Episcopal Espanhola para o Dia do Seminário 2015. As referências do youtube são as propostas do original, algumas com possível tradução. Em alternativa, podem pesquisar-se outras propostas em português.

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A CATEQUESE PARA CRIANÇAS

ObJETIVO

O objetivo que estabelecemos para esta catequese é que a criança entenda que os sacerdotes são «amigos fortes de Deus», nas palavras de Santa Te-resa de Jesus. Para isso, muitas crianças que tomaram a decisão de se tor-nar padres estão a preparar-se num lugar chamado “seminário”. Para uma compreensão mais profunda, o sacerdote ou o catequista ensinar-lhes o que significa isto de o sacerdote ser um amigo forte de Deus e como um dia pensou nas palavras de Santa Teresa: «Senhor, que quereis que eu faça?».

ESCuTAR JESuS

Motiva-se as crianças dizendo que, diante do Senhor, os Apóstolos encon-traram um amigo, um amigo que querem conhecer mais de perto para ser como Ele. Da mesma forma, Santa Teresa, como os Apóstolos, também encontrou um amigo verdadeiro que transformou toda a sua vida. E diante do Senhor, Teresa toma as decisões mais importantes de sua vida.

Deixa-se um tempo de silêncio, como uma música ambiente, e escuta-se depois o Evangelho de João (12, 20-33):

“Entre os que tinham subido a Jerusalém à Festa para a adoração, havia alguns gregos. Estes foram ter com Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e pediam-lhe: «Senhor, nós queremos ver Jesus!» Filipe foi dizer isto a André; André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. Jesus respondeu-lhes: «Che-gou a hora de se revelar a glória do Filho do Homem. Em verdade, em ver-dade vos digo: se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. Quem se ama a si mesmo, perde-se; quem se despreza a si mesmo, neste mundo, assegura para si a vida eterna. Se alguém me serve, que me siga, e onde Eu estiver, aí estará também o meu servo. Se alguém me servir, o Pai há-de honrá-lo. Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de Eu dizer? Pai, salva-me desta hora? Mas precisa-mente para esta hora é que Eu vim! Pai, manifesta a tua glória!»

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Veio, então, uma voz do Céu: «Já a manifestei e voltarei a manifestá-la!» Entre as pessoas presentes, que escutaram, uns diziam que tinha sido um trovão; outros diziam: «Foi um Anjo que lhe falou!» Jesus respondeu: «Esta voz não veio por causa de mim, mas por amor de vós. Agora é o julgamento deste mundo; agora é que o dominador deste mundo vai ser lançado fora. E Eu, quando for erguido da terra, atrairei todos a mim.» Dizia isto dando a entender de que espécie de morte havia de morrer.”

Reflexão sobre o Evangelho: Jesus convida-nos a segui-lO. Quer que seja-mos seus amigos. Mas, para seguir Jesus e ser seus amigos precisamos de uma fé como o grão de trigo. O trigo quando cai na Terra lança raízes e um rebento até se formar uma espiga. Jesus quer que sejamos assim cada um de nós. Quer que sejamos como um grão de trigo. Se Jesus te chamasse, o que Lhe dirias? Aceitarias ser seu amigo? Como pensas que podes conhe-cer um pouco melhor Jesus? E Jesus, como te pode conhecer melhor?

CONHECENDO mAIS DE PERTO (DINÂmICA)

Convida-se as crianças a pensar que muitas crianças da idade delas que-rem ser muito amigos de Jesus e parecer-se com Ele. Explica-se que estes meninos vivem no seminário, que é o lugar onde se preparam para ser sacerdotes. Convida-se as crianças que pensem sobre o modo como creem se vive num seminário. Que pensem sobre o que fazem. Se estudam, se brincam, se eles passeiam, se rezam, etc.

Mas como uma coisa é pensar e outra, bem diferente, é conhecer, convida--se as crianças a aprender mais sobre a vida no seminário, o que é um sacerdote e o que faz. Para isso, poder-se-á convidar as crianças a escrever uma carta ao seminário diocesano, individualmente ou em grupo. Nessa carta podem expressar melhor as suas perguntas, as suas curiosidades. Que lhes digam o que é um sacerdote para eles. Também se pode dizer para se fazerem “convidados” para passar um dia com eles, vivendo como eles vivem e fazendo as coisas que eles fazem.

A intenção desta dinâmica é criar na criança a “experiência” de outras crianças da mesma idade, já que é muito diferente que o catequista lhes

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conte estas coisas, de escutar o que é um sacerdote ou como se vive no seminário da boca de gente animada.

fALANDO COm um AmIgO (ORAÇãO)

Os sacerdotes e seminaristas são amigos de Jesus. Falam com Jesus como o melhor dos seus amigos. Concluímos a catequese recitando a seguinte oração:

(A Oração que aparece na pagela da Semana dos Seminários. Seria oportu-no que todos tenham uma pagela de forma a poder rezar e levar para casa).

mATERIAL

Nos seguintes vídeos as crianças vão ver o que é o seminário e o que se faz neles. Seria bom ver os vídeos e a partir dos vídeos escrever a carta ao seminário para conhecer mais sobre o nosso Seminário diocesano.

https://www.youtube.com/watch?v=UsA8h5dcBRw

https://www.youtube.com/watch?v=PwEK1LSsK2g

https://www.youtube.com/watch?v=cIHVw3QxsD4

https://www.youtube.com/watch?v=babILyHXZN0

https://www.youtube.com/watch?v=0vZyD-rXUEk

> Consultar suportes digitais em: www.seminariodobompastor.pt

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CATEQUESE PARA ADOLESCENTES

ObJETIVO

«Senhor, que quereis que eu faça?» Estas palavras eram uma constante na vida de Santa Teresa de Jesus. Por isso, no ano em que celebramos o V centenário do seu nascimento queremos que ressoem de um modo espe-cial nos adolescentes.

Por isso, o objetivo que queremos conseguir com a catequese que se segue não é outro senão que o adolescente se questione: «Senhor, que quereis que eu faça?». Sabendo que quando se cumpre a vontade de Deus nasce essa liberdade e felicidade. Mas que, ao mesmo tempo, é imprescindível a nossa disponibilidade. A disponibilidade de realizar uma opção pela Pessoa de Cristo, como um dia fez Santa Teresa de Jesus.

AquECENDO OS mOTORES

Antes de o adolescente escutar a Palavra de Deus, convida-se a despertar um primeiro conjunto de pensamentos. Para isso convidamos o adolescente a pensar nas qualidades que tem e na razão porque Deus as usaria para o chamar ao sacerdócio. Essas qualidades deverão ser escritas na ficha do grão de trigo que se junta.

ESCuTANDO JESuS

Motivam-se os adolescentes dizendo que o Senhor nos dirige um convite muito concreto e pessoal: «Se alguém me serve, que me siga, e onde Eu estiver, aí estará também o meu servo. Se alguém me servir, o Pai há-de honrá-lo». Essa é a razão pela qual André e Filipe decidiram seguir o Senhor. E, do mesmo modo, ao longo da história muitas pessoas fizeram o mesmo: Santa Teresa de Jesus, São João da Cruz, São João de Ávila [esco-lher aqui o testemunho daqueles que possam ser mais facilmente recor-dados pelos adolescentes]. Dizer “sim” ao Senhor, ou responder: «Senhor, que quereis que eu faça?», é dar uma volta à vida, embarcar numa aventura que vale a pena.

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Deixando um tempo de silêncio, enquanto se ouve uma música ambiental, escuta-se o relato do Evangelho de São João (Jo 12, 20-33):

“Entre os que tinham subido a Jerusalém à Festa para a adoração, havia alguns gregos. Estes foram ter com Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e pediam-lhe: «Senhor, nós queremos ver Jesus!» Filipe foi dizer isto a André; André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. Jesus res-pondeu-lhes: «Chegou a hora de se revelar a glória do Filho do Ho-mem. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. Quem se ama a si mesmo, perde-se; quem se despreza a si mesmo, neste mundo, assegura para si a vida eterna. Se alguém me serve, que me siga, e onde Eu estiver, aí estará também o meu servo. Se alguém me servir, o Pai há-de honrá-lo. Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de Eu dizer? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente para esta hora é que Eu vim! Pai, manifesta a tua glória!»

Veio, então, uma voz do Céu: «Já a manifestei e voltarei a manifestá--la!» Entre as pessoas presentes, que escutaram, uns diziam que tinha sido um trovão; outros diziam: «Foi um Anjo que lhe falou!» Je-sus respondeu: «Esta voz não veio por causa de mim, mas por amor de vós. Agora é o julgamento deste mundo; agora é que o dominador deste mundo vai ser lançado fora. E Eu, quando for erguido da terra, atrairei todos a mim.» Dizia isto dando a entender de que espécie de morte havia de morrer.”

CONHECENDO mAIS DE PERTO (DINÂmICA)

O sacerdote, o catequista, ou, se tem lugar num centro educativo, o profes-sor, faz referência a Santa Teresa de Jesus e à ideia que ela tem de sacer-dote. Se se pergunta a Santa Teresa como é o sacerdote, ela dirá que é um homem de “letras” (estudioso), exemplar, amigo forte de Deus, responsável pela Palavra de Deus e de muitas pessoas a quem tem que ensinar. E, sobretudo, responsável da Eucaristia, pois graças ao sacerdote podemos participar dos sacramentos que nos ajudam a crescer e a aprofundar a nossa fé. É assim que ela o vê.

Por isso, propomos ao adolescente que disponha na silhueta de papel quais os requisitos, segundo o seu próprio critério, que tem de ter o sacerdote.

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Uma vez desenhado o perfil que, segundo o adolescente, o sacerdote tem de ter, fala-se-lhe da forma como o Senhor realiza o chamamento: pode ser atravé de um amigo, de uma frase, de um sacerdote exemplar, etc. Para aprofundar um pouco mais recomendamos ver com o adolescente o seguinte vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=ObxuH6gNK9s

Uma vez tendo descoberto a mensagem central do vídeo, «Deus tem um plano para ele e esse plano é fazê-lo feliz», daremos um passo mais e mostraremos ao adolescente que são muitos os adolescentes que decidem responder ao Senhor e ser sacerdotes. Para isso, esses adolescentes se preparam nos seminários. Perguntamos-lhes como é que eles imaginam a vida num seminário. E estabelecemos uma conversa com a partilha de opiniões. Chegado o momento, convidamo-los a olhar detenidamente um dos vídeos que se seguem, e perguntamos-lhes novamente se era isso que eles tinham pensado.

https://www.youtube.com/watch?v=cIHVw3QxsD4

https://www.youtube.com/watch?v=TTvgaUYbnEI

https://www.youtube.com/watch?v=UsA8h5dcBRw

https://www.youtube.com/watch?v=PwEK1LSsK2g

https://www.youtube.com/watch?v=babILyHXZN0

https://www.youtube.com/watch?v=0vZyD-rXUEk

fALANDO COm um AmIgO (ORAÇãO)

A oração é necessária para esse encontro com Deus onde nasce e se forja a vocação dos sacerdotes, os «amigos fortes de Deus» como dizia Santa Tere-sa. Por isso queremos concluir a catequese com a ajuda do vídeo que se segue, e com a recitação que aparece na pagela da Semana dos Seminários.

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PARA APROfuNDAR (mATERIAL COmPLEmENTAR)

Faz-se a seguinte pergunta: para que serve a bússola?, em simultâneo os adolescentes vêm uma bússola projetada.

Santa Teresa era uma buscadora nata. Ela pode ser para cada um de nós como essa bússola que nos indica os pontos cardeais da nossa vida, da nos-sa existência, e o sentido para onde e como temos que ir para tornar realidade esses desejos que cada um de nós tem em mente. Mas antes temos de nos “pôr a caminho” definindo bem os nossos pontos cardeais, as nossas metas, porque cada um de nós está chamado a encontrar o papel que Deus quer para nós, para as nossas vidas. Podemos fazer a seguinte dinâmica.

Page 18: SENHOR, QUE QUEREIS QUE EU FAÇA?

N: Como imaginas e desejas a tua vida?

S: Que espaço ocupa Deus na tua vida?

E: Se Deus te chamar, como um dia chamou Santa Teresa de Jesus, que responderias?

O: Diante da tua resposta, que te diria Deus?

Sugere-se aos adolescentes que falem entre eles em grupos de 3 ou 4. Também se pode falar abertamente no grupo. Uma vez terminado o diálogo, cada adolescente tentará sintetizar as suas respostas em “duas palavras”, que se poderão escrever num cartaz.

> Consultar suportes digitais em: www.seminariodobompastor.pt

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A CATEQUESE PARA JOVENS

ObJETIVO

«Senhor, que quereis que eu faça?». Estas palavras foram uma constante na vida de Santa Teresa de Jesus. Por isso, no ano em que celebramos o V centenário de seu nascimento, queremos que ressoem de modo especial entre os jovens.

O objetivo que queremos alcançar, com esta catequese, não é outro senão que o jovem se encontre com a pessoa de Cristo e se pergunte: «Senhor, que quereis que eu faça?». Com o lema queremos sublinhar que a vontade de Deus cumprida torna a pessoa livre e leva-a a ser feliz. Para isso quere-mos que o jovem entenda a atitude e postura do amigo fiel, a disponibilida-de, o sentir-se amado por Deus como fonte desta disponibilidade. Para isso, procuraremos que a catequese seja dinâmica e sempre em um ambiente orante onde o encontro se torna possível com Ele.

Para o desenvolvimento da catequese propomos que se faça em dois espa-ços totalmente diferentes, mas que tenham como intuito conectar toda a catequese. Para começar usamos uma sala onde realizaremos a dinâmica inicial como tomada de consciência. Concluída a dinâmica passaremos a capela ou oratório para continuar catequese diante do Senhor num momen-to de oração.

TOmANDO CONSCIÊNCIA: que pintas?

A vida, a nossa vida, imaginamo-la de distintas maneiras, simultaneamente desejamos muitas coisas. Nós estabelecemos muitas metas, grandes pro-jetos. Pensa por um momento que tens a oportunidade de fazer um grande grafiti na parede, com uma grande frase, implicativa, cheia de vida, dinâmi-ca, que resuma isso que imaginas e pensas.

Fecha os olhos e fá-lo interiormente. Imagina que tens uma lata de spray e fazes grafiti; escuta o som de um barco, observa como se forma essa palavra.

Santa Teresa de Jesus também imaginou a vida de uma determinada ma-neira. Mas não só a imaginou, também desejou essa vida para todas as pes-soas. Sabes de que forma? Como um movimento envolvente do intenso amor

Page 20: SENHOR, QUE QUEREIS QUE EU FAÇA?

e serviço que a todos alcança. Poderemos nós desejar alcançar e contagiar com essa força incontrolável da vida?

Projetar o vídeo a seguir:

http://www.youtube.com/watch?v=8Gosg1ybxTU

Depois de projetar o vídeo, começar um diálogo sobre o papel do sacerdote nas nossas vidas e na sociedade. Vejamos as ações que realiza; estas são como que o movimento de envolvente e intenso amor e serviço que a todos alcança.

PROCuRANDO ... PONTOS CARDEAIS

Continuamos na mesma sala, mas agora começa-se com a seguinte per-gunta: Para que serve uma bússola? Ao mesmo tempo projetamos uma bússola diante dos jovens.

Santa Teresa era uma buscadora nata. Ela pode ser para cada um de nós como essa bússola que nos indica os pontos cardeais da nossa vida, da nossa existência, e o sentido para onde e como temos que ir para tornar re-alidade esses desejos que cada um de nós tem em mente. Mas antes temos de nos “pôr a caminho” definindo bem os nossos pontos cardeais, as nossas metas, porque cada um de nós está chamado a encontrar o papel que Deus quer para nós, para as nossas vidas. Podemos fazer a seguinte dinâmica.

Page 21: SENHOR, QUE QUEREIS QUE EU FAÇA?

N: Como imaginas e desejas a tua vida?

S: Que espaço ocupa Deus na tua vida?

E: Se Deus te chamar, como um dia chamou Santa Teresa de Jesus, que responderias?

O: Diante da tua resposta, que te diria Deus?

Sugere-se aos adolescentes que falem entre eles em grupos de 3 ou 4. Também se pode falar abertamente no grupo. Uma vez terminado o diálogo, cada adolescente tentará sintetizar as suas respostas em “duas palavras”, que se poderão escrever num cartaz.

Concluída a dinâmica projetar-se-á um dos seguintes vídeos:

https://www.youtube.com/watch?v=fEI3uD0_dPs#t=13 https://www.youtube.com/watch?v=Yre_T4etrUs

ENCONTRAR …um AmIgO

Na capela tem lugar a última parte da catequese e a mais importante. Agora trata-se de levar todo o trabalho e reflexão à oração. Pode-se colo-car num lugar destacado o “Ícone da amizade”, também conhecido como o ícone Abad Menas. Mas se houver possibilidade de realizar a exposição do Santíssimo, tanto melhor.

Começa-se a oração cantando uma cântico de invocação ao Espírito Santo. Deixando depois um momento de silêncio, enquanto se escuta a música ambiente e a leitura do Evangelho de São João (12, 20-33):

“Entre os que tinham subido a Jerusalém à Festa para a adoração, havia alguns gregos. Estes foram ter com Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e pediam-lhe: «Senhor, nós queremos ver Jesus!» Filipe foi dizer isto a André; André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. Jesus res-pondeu-lhes: «Chegou a hora de se revelar a glória do Filho do Ho-mem. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. Quem se ama a si mesmo, perde-se; quem se despreza a si mesmo, neste mundo, assegura para si a vida eterna. Se alguém me serve, que me

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siga, e onde Eu estiver, aí estará também o meu servo. Se alguém me servir, o Pai há-de honrá-lo. Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de Eu dizer? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente para esta hora é que Eu vim! Pai, manifesta a tua glória!»

Veio, então, uma voz do Céu: «Já a manifestei e voltarei a manifestá-la!» Entre as pessoas presentes, que escutaram, uns diziam que tinha sido um trovão; outros diziam: «Foi um Anjo que lhe falou!» Jesus respondeu: «Esta voz não veio por causa de mim, mas por amor de vós. Agora é o julgamento deste mundo; agora é que o do-minador deste mundo vai ser lançado fora. E Eu, quando for erguido da terra, atrairei todos a mim.» Dizia isto dando a entender de que espécie de morte havia de morrer.”

Após um período razoável de silêncio coloca-se uma questão aos Jovens: Que significam para ti esta palavras do Evangelho:

Se alguém me serve, que me siga, e onde Eu estiver, aí estará também o meu servo. Se alguém me servir, o Pai há-de honrá-lo.

Reflexão sobre o Evangelho: Hoje também podemos encontrar muitos “Gre-gos” (Pessoas de todas as procedências) que querem conhecer Jesus. Nós podemos ser como André e Filipe, que não só comunicam a Jesus querer conhece-Lo. Eles mesmo O mostram. Assim, é um Sacerdote. Ele mostra quem é Jesus; mas não só isso: mas somente isso ele faz as vezes de Jesus.

O sacerdote é como o grão de trigo que cai na terra e germina para dar fru-tos. O sacerdote, desprendendo-se de si mesmo, está à disposição de Cristo para o que Ele necessite. O sacerdote é como Cristo, dá a vida pelos outros, não torna para si. E é aí onde se mostra e se experimenta essa liberdade. Santa Teresa Jesus disse que “devem ser os que se esforçam pelos fracos e propagem ânimo nos pequenos” (C 3, 4). Quer dizer, o sacerdote é quem Ele se ajoelha como Cristo na Última Ceia para lavar os pés aos seus discípulos e, assim, dar ânimo e exemplo.

Nós somos como André e Filipe. Já o conhecemos, mas temos de continuar a conhecê-lo um pouco mais, como o fazemos com os amigos.

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Depois de um tempo de silêncio propõe-se ouvir um dos hinos Santa Teresa de Ávila:

https://www.youtube.com/watch?v=V0b_3lUnj0Y

Seguidamente, incentiva-se os jovens a partilhar essas palavras que eles escreveram numa cartolina expressando assim livremente as emoções que brotaram do interior.

Uma vez concluída, pode-se projetar o vídeo que se segue e pede-se que estejam atentos à mensagem que contém:

https://www.youtube.com/watch?v=Dt3JnIwO0bc

Terminado o vídeo, finaliza-se com a Oração proposta:

(A Oração que aparece na estampa do dia Seminário. Seria oportuno que todos tenham uma estampa de forma a poder rezar e levar para casa).

> Consultar suportes digitais em: www.seminariodobompastor.pt

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