senhor dos aneis sociedade do anel1

Upload: douglas-de-morais

Post on 03-Jun-2018

445 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    1/316

    J.R. R. TOLKIENO SENHOR DOS ANIS

    PRIMEIRA PARTEA SOCIEDADE DO ANEL

    Sobre a digitalizao desta obra:Esta obra foi digitalizada para proporcionar de maneira totalmente gratuita o benefcio de sua leitura queles que no podem compr-la ou queles que necessitam de meios eletrnicos para leitura. essa forma! a "enda deste e-boo# oumesmo a sua troca por qualquer contraprestao $ totalmente conden"el em qualquer circunst%ncia.& generosidade $ a marca da distribuio! portanto:istribua este li"ro li"remente'

    Se "oc( tirar algum pro"eito desta obra! considere seriamente a possibilidade de adquirir o original.)ncenti"e o autor e a publicao de no"as obras'*+ ,una

    isite nossa biblioteca' entenas de obras grtis a um clique'http://www.portaldetonando.com.br

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    2/316

    /. 0. 0. 1234)E52 SE5620 2S &57)S

    80)9E)0& 8&01E& S2 )E & E 2 &5E3

    10& ;

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    3/316

    NOTA EDIO BRASILEIRA

    Esta no"a traduo brasileira de 2 SenJor dos &n$is foi feita a partir da ediointegral em um "olume! 1Je 3ord of tJe 0ing! 3ondres! 6arper ollms 8ublisJers! CGGC!e submetida apreciao de @ran# 0icJard illiamson e JristopJer 0euel 1ol#ien!ePecutores do espQlio de /oJn 0onald 0euel 1ol#ien.

    & traduo ficou a cargo de 3enita 9aria 0moli Este"es! 9estre em 1raduo pelo )nstituto de Estudos 3inguisticos da 5) &98. & re"iso do tePto e a traduo dos poemas foram realizadas por &lmiro 8isetta! 8rofessor de 3iteratura de 3ngua )nglesa da@aculdade de @ilosofia! 3etras e i(ncias 6umanas da S8.

    0onald Eduard 4+rmse! membro da 1ol#ien Societ+ e de seu grupo de estudoslingRsticos! =>uendil+?! especialista na obra de /. 0. 0. 1ol#ien! encarregou-se dare"iso final.

    & traduo dos nomes prQprios fundamentou-se nas diretrizes sugeridas em /. 0.0. 1ol#ien! =Duide to tJe 5ames in 1Je 3ord of lJe 0ings?! in /arred 3obdeli Meditor ! &1ol#ien ompass! *aliantine *oo#s! 5o"a ,or#! CGNB! e /im &llan! =1Je Di"ing of 5ames?! in /im &llan Meditor ! &n )ntroduction to El"isJ! *ran?s 6ead *oo#s! 6a+es!CGON.

    &s runas e os caracteres f$anorianos no frontispicio deste li"ro significam =1Je3ord of tJe 0ings translated from tJe 0ed *oo# of estmarcJ b+ /oJn 0onald 0euel1ol#ien. 6erein is set fortJ tJe Jistor+ of 1Je ar of tJe 0ing and tJe return of tJe 4ingas seen b+ tJe Jobbits?. Se "ertidas para o portugu(s! as inscriTes assumiriam a seguinteforma:

    2 SE5620 2S &57)S 10& U) 2 2 3) 02 E09E362

    do 9arco 2cidental por /oJn 0euel 1ol#ien. &qui est contada a JistQria da Duerra do&nel e do retorno do 0ei conforme "ista pelos Jobbits.

    e maneira similar! a Vltima linJa da inscrio no tVmulo de *alin! "ertida para o portugu(s! seria escrita da seguinte forma:

    *&3)5! @)362 E @ 5 )5! SE5620 E 920)&2 E )120

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    4/316

    1r(s &n$is para os 0eis-7lficos sob este c$u!Sete para os SenJores-&nTes em seus rocJosos corredores!

    5o"e para 6omens 9ortais! fadados ao eterno sono!m para o SenJor do Escuro em seu escuro trono

    5a 1erra de 9ordor onde as Sombras se deitam.m &nel para a todos go"ernar! m &nel para encontr-los!m &nel para a todos trazer e na escurido aprision-los

    5a 1erra de 9ordor onde as Sombras se deitam.

    W5 ) E 5ota edio brasileira8refcio8rQlogo& S2 )E & E 2 &5E3

    3i"ro C). ma festa muito esperada)). & sombra do passado))). 1r(s no $ demais) . &talJo at$ cogumelos. onspirao desmascarada). & @loresta elJa)). 5a casa de 1om *ombadil))). 5eblina sobre as olinas dos 1Vmulos)X. 5o 8nei SaltitanteX. 8assolargoX). ma faca no escuroX)). @uga para o au

    3i"ro ))

    ). 9uitos encontros)). 2 onselJo de Elrond))). 2 &nel "ai para o Sul) . ma Iornada no escuro. & ponte de 4Jazad-dYm). 3otJlQrien)). 2 espelJo de Daladriel))). &deus a 3Qrien

    )X. 2 Drande 0ioX. 2 rompimento da sociedade

    9apas

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    5/316

    ORELHA

    & Sociedade do &nel $ a primeira parte da grande obra de fico fantstica de /. 0.0. 1ol#ien! 2 SenJor dos &n$is.

    7 imposs"el transmitir ao no"o leitor todas as qualidades e o alcance do li"ro.&lternadamente cmica! singela! $pica! monstruosa e diabQlica! a narrati"a desen"ol"e-seem meio a inVmeras mudanas de cenrios e de personagens! num mundo imaginrioabsolutamente con"incente em seus detalJes. 5as pala"ras do romancista 0icJard6ugJes! =quanto amplitude imaginati"a! a obra praticamente no tem paralelos e $quase igualmente not"el na sua "i"idez e na Jabilidade narrati"a! que mant(m o leitor preso pgina apQs pgina?.

    1ol#ien criou em 2 SenJor dos &n$is uma no"a mitologia! num mundo in"entadoque demonstrou possuir um poder de atrao atemporal.)lustrao da capa Deoff 1a+lor

    A Sociedade do Anel

    5uma cidadezinJa indolente do ondado! um Io"em Jobbit $ encarregado de umaimensa tarefa.

    e"e empreender uma perigosa "iagem atra"$s da 1erra-m$dia at$ as @endas da8erdio! e l destruir o &nel do 8oder - a Vnica coisa que impede o domnio mal$fico doSenJor do Escuro.

    A D!a To""e

    & comiti"a do &nel se di"ide! @rodo e Sam continuam a "iagem! descendo o Drande 0io&nduim - mas no to sozinJos assim! pois uma figura misteriosa segue todos os passos...

    O Re#o"no do Rei

    & sombra dos eP$rcitos do SenJor do Escuro cresce cada "ez mais. 6omens! anTese elfos unem-se para lutar contra a Escurido. Enquanto isso! @rodo e Sam penetram naterra de 9ordor! em sua empreitada JerQica para destruir o &nel.

    NOTA EDIO BRASILEIRA

    Esta no"a traduo brasileira de 2 SenJor dos &n$is foi feita a partir da ediointegral em um "olume! 1Je 3ord of tJe 0ing! 3ondres! 6arper ollms 8ublisJers! CGGC!e submetida apreciao de @ran# 0icJard illiamson e JristopJer 0euel 1ol#ien!ePecutores do espQlio de /oJn 0onald 0euel 1ol#ien.

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    6/316

    & traduo ficou a cargo de 3enita 9aria 0moli Este"es! 9estre em 1raduo pelo )nstituto de Estudos 3ingRsticos da 5) &98. & re"iso do tePto e a traduo dos poemas foram realizadas por &lmiro 8isetta! 8rofessor de 3iteratura de 3ngua )nglesa da@aculdade de @ilosofia! 3etras e i(ncias 6umanas da S8.

    0onald Eduard 4+rmse! membro da 1ol#ien Societ+ e de seu grupo de estudoslingRsticos! =>uendil+?! especialista na obra de /. 0. 0. 1ol#ien! encarregou-se dare"iso final.

    PRE$%CIO

    Esta JistQria cresceu conforme foi sendo contada! at$ se tornar uma JistQria daDrande Duerra do &nel! incluindo muitas passagens da JistQria ainda mais antiga que a precedeu. 2 conto foi iniciado logo depois que o 6obbit foi escrito e antes de sua publicao! em CGLOZ mas no continuou nessa seqR(ncia! pois eu queria primeirocompletar e colocar em ordem a mitologia e as lendas dos ias &ntigos! que I "inJamtomando forma Ja"ia alguns anos. >uis fazer isso para minJa prQpria satisfao! e tinJaalguma esperana de que outras pessoas ficassem interessadas nesse trabalJo!especialmente por ser ele fruto de uma inspirao primordialmente lingRstica! e por ter sido iniciado a fim de fornecer o pano de fundo =JistQrico? necessrio para as lnguas$lficas.

    >uando aqueles a quem pedi opinio e aconselJamento corrigiram algumaesperana por nenJuma esperana! eu "oltei seqR(ncia! encoraIado pelos leitores quesolicita"am mais informaTes sobre os Jobbits e suas a"enturas. 9as a JistQria foi le"adairresisti"elmente em direo ao mundo mais antigo e tornou-se! por assim dizer! um relatode seu fim e ePtino! antes que o incio e o meio ti"essem sido contados.

    2 processo Ja"ia comeado enquanto eu esta"a escre"endo 2 6obbit! no qual IJa"ia algumas refer(ncias ao material mais antigo: Elrond! Dondolin! os &ltos-Elfos e osorcs! al$m de passagens que surgiram espontaneamente e trata"am de coisas maisele"adas ou profundas ou obscuras do que poderiam parecer primeira "ista: urin!9oria! Dandalf! o 5ecromante e o &nel. & descoberta da import%ncia dessas passagens ede sua relao com as JistQrias antigas re"elou a 1erceira Era e seu apogeu na Duerra do&nel.

    &queles que pediram por mais informaTes sobre os Jobbits finalmente asconseguiram! mas ti"eram de esperar um longo tempo! pois a composio de 2 SenJor dos &n$is aconteceu em inter"alos entre os anos de CGL[ e CGHG! um perodo no qual eutinJa muitos de"eres que no negligenciei! e muitos outros interesses como estudante e professor que freqRentemente me absor"iam. & demora! sem dV"ida! aumentou com oestouro da guerra em CGLG! e no final desse ano eu ainda no tinJa terminado o 3i"ro C.&pesar da escurido dos cinco anos seguintes! descobri que a JistQria no 8odia ser inteiramente abandonada! e continuei de maneira rdua! principalmente noite! at$ parar perante o tVmulo de *alin em 9oria. &li fiz uma 8ausa prolongada. / se passara quaseum ano quando comecei de no"o! e ento cJeguei a 3otJlQrien e ao Drande 0io! no finalde CGHC. 5o ano seguinte escre"i os primeiros rascunJos do material que agora representao 3i"ro ))) e os incios dos aptulos ) e ))) do 3i"ro ! e ali! quando os farQis seiluminaram em &nQrien e 1J$oden cJegou ao ale 6arg! eu parei. & pre"iso falJara e

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    7/316

    no Ja"ia tempo para reconsiderar.@oi durante CGHH que! deiPando as pontas soltas e as perplePidades de uma guerra

    que eu tinJa por tarefa conduzir! ou ao menos reportar! eu me forcei a lidar com a "iagemde @rodo a 9ordor. Esses captulos! que finalmente se tornaram o 3i"ro ) ! foramescritos e en"iados em forma de seriado ao meu filJo! JristopJer! que naquela $pocaesta"a na \frica do Sul com a 0o+al &ir @orce. 1oda"ia! passaram-se mais cinco anos at$o onto cJegar ao seu fim atual Z nesse tempo! troquei de casa! de cargo e deuni"ersidade! e! embora os dias fossem menos sombrios! no eram menos rduos. Ento!quando o =final? fora atingido! a JistQria inteira precisa"a ser re"isada e! na "erdade! emgrande parte reescrita. E precisa"a ser datilografada! e redatilografada! por mimZ o custodo trabalJo de um profissional que usa"a os dez dedos esta"a al$m das minJas possibilidades.

    2 SenJor dos &n$is foi lido por muitas pessoas desde que finalmente foi lanadona forma impressa! e eu gostaria de dizer algumas coisas aqui! com refer(ncia s muitassuposiTes ou opiniTes! que obti"e ou li! a respeito dos moti"os e do significado daJistQria.

    2 moti"o principal foi o deseIo de um contador de JistQrias de tentar fazer umaJistQria realmente longa! que prendesse a ateno dos leitores! que os di"ertisse! que osdeliciasse e s "ezes! quem sabe! os ePcitasse ou emocionasse profundamente. omo par%metro eu tinJa apenas meus prQprios sentimentos a respeito do que seria atraente oucomo"ente! e p ara muitos o par%metro foi ine"ita"elmente uma falJa constante. &lgumas pessoas que leram o li"ro! ou que de qualquer forma fizeram uma crtica dele! acJaram-noenfadonJo! absurdo ou desprez"elZ e eu no tenJo razTes para reclamar! uma "ez quetenJo opiniTes similares a respeito do trabalJo dessas pessoas! ou dos tipos de obras queelas e"identemente preferem. 9as! mesmo do ponto de "ista de muitos que gostaram deminJa JistQria! J muita coisa que deiPa a deseIar. 1al"ez no seIa poss"el numa JistQrialonga agradar a todos em todos os pontos! nem desagradar a todos nos mesmos pontosZ pois! pelas cartas que recebi! percebo que as passagens ou captulos que para alguns souma lstima so especialmente apro"ados por outros. 2 leitor mais crtico de todos! eumesmo! agora encontra muitos defeitos! menores e maiores! mas! felizmente! no tendo aobrigao de criticar o li"ro ou escre"(-lo no"amente! passar sobre eles em sil(ncio! coma ePceo de um defeito que foi notado por alguns: o li"ro $ curto demais.

    >uanto a qualquer significado oculto ou =mensagem?! na inteno do autor estesno ePistem.

    2 li"ro no $ nem alegQrico e nem se refere a fatos contempor%neos. onforme aJistQria se desen"ol"ia! foi criando razes Mno passado e lanou ramos inesperados: masseu tema principal foi definido no incio pela ine"it"el escolJa do &nel como o elo entreeste li"ro e o 6obbit. 2 captulo crucial! =& sombra do passado?! $ uma das partes maisantigas do conto. @oi escrito muito antes que o prenVncio de CGLG se tornasse umaameaa de desastre ine"it"el! e desse ponto a JistQria teria sido desen"ol"idaessencialmente na mesma linJa! mesmo que o desastre ti"esse sido e"itado. Suas fontesso coisas que I esta"am presentes na mente muito antes! ou em alguns casos I escritas!e pouco ou nada foi modificado pela guerra que comeou em CGLG ou suas seqRelas.

    & "erdadeira guerra no se assemelJa guerra lendria em seu pro cesso ou emsua concluso. Se ela Jou"esse inspirado ou conduzido o desen"ol"imento da lenda!ento certamente o &nel teria sido apreendido e usado contra SauronZ este no teria sidoaniquilado! mas escra"izado! e *arad-dYr no teria sido destruda! mas ocupada.Saruman! no conseguindo se apoderar do &nel! teria em meio confuso e straiTes da $poca encontrado em 9ordor as conePTes perdidas em suas prQprias pesquisas

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    8/316

    sobre a 1radio do &nel! e logo teria feito um Drande &nel para si prQprio! com o qual poderia desafiar o pretenso soberano da 1erra-m$dia.

    5esse conflito! ambos os lados teriam considerado os Jobbits com Qdio e desprezo:estes no teriam sobre"i"ido por muito tempo! nem mesmo como escra"os.

    2utros arranIos poderiam ser criados de acordo com os gostos ou as "isTesdaqueles que gostam de alegorias ou refer(ncias tQpicas. 9as eu cordialmente desgostode alegorias em todas as suas manifestaTes! e sempre foi assim desde que me torneiadulto e perspicaz o suficiente para detectar sua presena. Dosto muito mais de JistQrias!"erdadeiras ou in"entadas! com sua aplicabilidade "ariada ao pensamento e ePperi(nciados leitores. &cJo que muitos confundem =aplicabilidade? com =alegoria?Z mas a primeira reside na liberdade do leitor! e a segunda na dominao proposital do autor.

    7 claro que um autor no consegue e"itar ser afeta do por sua prQpria ePperi(ncia!mas os modos pelos quais os germes da JistQria usam o solo da ePperi(ncia soePtremamente complePos! e as tentati"as de definio do processo so! na melJor dasJipQteses! suposiTes feitas a partir de e"id(ncias inadequadas e ambguas. 1amb$m no$ "erdadeiro! embora seIa naturalmente atraente! quando as "idas de um autor e de umcrtico se IustapTem! supor que os mo"imentos do pensamento e os e"entos das $pocascomuns a ambos tenJam sido necessariamente as influ(ncias mais poderosas. 5a "erdade!$ preciso estar pessoalmente sob a sombra da guerra para sentir totalmente sua opressoZmas! conforme os anos passam! parece que fica cada "ez mais esquecido o fato de que ser apanJado na Iu"entude por CGCH no foi uma ePperi(ncia menos terr"el do que ficar en"ol"ido com CGLG e os anos seguintes. Em CGCN! todos os meus amigos ntimos! com aePceo de um! esta"am mortos. 2u! para falar de um assunto menos triste: algumas pessoas supuseram que =2 ePpurgo do ondado? reflete a situao da )nglaterra na $pocaem que eu termina"a minJa JistQria. )sso no $ "erdade. Esse captulo $ uma parteessencial do enredo! pre"isto desde o incio! embora neste episQdio tenJa sido modificado pelo modo como o carter de Saruman se configura na JistQria! sem! $ preciso que eudiga! qualquer significado alegQrico ou refer(ncia poltica de qualquer tipo. Ele tem defato alguma base na ePperi(ncia! embora pequena Ma situao econmica era totalmentediferente ! e muito anterior. 2 lugar em que "i"i na inf%ncia esta"a sendolamenta"elmente destrudo antes que eu completasse dez anos! numa $poca em queautomQ"eis eram obIetos raros Meu nunca tinJa "isto um e os Jomens ainda esta"amconstruindo ferro"ias suburbanas. 0ecentemente "i num Iornal a fotografia da runa dooutrora prQspero moinJo de milJo ao lado de seu lago que muito tempo atrs me pareciato importante. /amais gostei da apar(ncia do 9oleiro Io"em! mas seu pai! o 9oleiro"elJo! tinJa uma barba preta! e seu nome no era 0ui"o.

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    9/316

    PR&LO'O

    A "e (ei#o de )o**i#

    Em grande parte! este li"ro trata de Jobbits! e atra"$s de suas pginas o leitor podedescobrir muito da personalidade deles e um pouco de sua JistQria. )nformaTesadicionais podem ser obtidas na seleo feita a partir do 3i"ro ermelJo do 9arco2cidental! I publicada sob o ttulo de 2 6obbit. Essa JistQria originou-se dos primeiroscaptulos do 3i"ro ermelJo! escritos pelo prQprio *ilbo! o primeiro Jobbit a se tornar famoso no mundo todo! e cJamados por ele de 3 e de olta 2utra ez! porquerelata"am a sua "iagem para o 3este e sua "olta: uma a"entura que mais tarde en"ol"eriatodos os Jobbits nos grandes acontecimentos daquela Era relatados aqui.

    Entretanto! muitos podem deseIar desde o incio saber mais sobre esse po"onot"el! uma "ez que alguns podem no possuir o primeiro li"ro. 8ara esses leitores! aqui"o algumas notas sobre os pontos mais importantes dos Jobbits! e um rpido resumo da primeira a"entura.

    2s Jobbits so um po"o discreto mas muito antigo! mais numeroso outrora do que$ JoIe em dia. &mam a paz e a tranqRilidade e uma boa terra la"rada: uma regiocampestre bem organizada e bem culti"ada era seu refVgio fa"orito. 6oIe! como no passado! no conseguem entender ou gostar de mquinas mais complicadas que um folede forIa! um moinJo de gua ou um tear manual! embora seIam Jabilidosos comferramentas. 9esmo nos tempos antigos! eles geralmente se sentiam intimidados pelas=8essoas Drandes?! que $ como nos cJamam! e atualmente nos e"itam com pa"or e estose tornando difceis de encontrar. 1(m ou"idos agudos e olJos perspicazes! e! emboratenJam tend(ncia a acumular gordura na barriga e a no se apressar desnecessariamente!so ligeiros e geis em seus mo"imentos. 8ossuem! desde o incio! a arte de desaparecer rpida e silenciosamente! quando pessoas grandes que no deseIam encontrar aparecem pelos caminJos aos trambolJTesZ e desen"ol"eram essa arte a tal ponto que para osJomens ela pode parecer magia. 9as os Jobbits na "erdade nunca estudaram qualquer tipo de magia! e sua Jabilidade para desaparecer se de"e somente a um talento profissional que a Jereditariedade! a prtica e uma relao ntima com a terra tornaraminimit"eis por raas maiores e mais desengonadas.

    So um po"o pequeno! menores que os anTes: menos robustos e troncudos! quer dizer! mesmo que na realidade no seIam muito mais altos! a Sua altura $ "ari"el! indode [B centmetros a C metro e AB centmetros em nossa medida. 0aramente cJegam a Cmetro e meioZ mas eles diminuram pelo que dizem! e em tempos antigos eram maiores.e acordo com o 3i"ro ermelJo! *andobras 1V# M rratouro ! filJo de )sengrim ))! tinJaC metro e LL centmetros de altura e conseguia montar um ca"alo. Ele sQ foi supera do emtodos os recordes Jobbitianos por dois personagens famosos de antigamente! mas essainteressante questo $ tratada neste li"ro.

    >uanto aos Jobbits do ondado! enfocados nesses contos! nos tempos de paz e prosperidade eram um po"o alegre. estiam-se com cores "i"as gostando notadamente de"erde e amarelo! mas raramente usa"am sapatos uma "ez que seus p$s tinJam solasgrossas como couro e eram cobertos por p(los grossos e encaracolados! muito parecidoscom os que tinJam na cabea! que eram geralmente castanJos. essa forma! o Vnicooficio pouco praticado entre eles era a manufatura de sapatos! mas tinJam dedos longosJabilidosos e podiam fazer muitas outras coisas Vteis e graciosas. Em geral seus rostoseram mais simpticos que bonitosZ largos! com olJos brilJantes! bocJecJas "ermelJas e

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    10/316

    bocas prontas para rir e para comer e beber. &ssim eles riam! comiam e bebiam!freqRentemente e com entusiasmo! gostando de brincadeiras a qualquer Jora! e tamb$m decinco refeiTes por dia Mquando podiam t(-las . Eram Jospitaleiros e adora"am festas e presentes que ofereciam sem reser"as e aceita"am com gosto.

    7 fato que! apesar de um estranJamento posterior! os Jobbits so nossos parentes:muito mais prQPimos que os elfos! ou mesmo que os anTes. &ntigamente! fala"am alngua dos Jomens! sua prQpria maneira! e em grande parte gosta"am e desgosta"am dasmesmas coisas que os Jomens.

    9as qual $ ePatamente nosso parentesco no se pode mais descobrir. & origem dosJobbits se situa nos ias &ntigos! agora perdidos e esquecidos.

    &penas os elfos preser"am registros dessa $poca ePtinta! e suas tradiTes trataquase que inteiramente de sua prQpria JistQria! na qual os Jomens apare cem raramente eos Jobbits no so mencionados. 9as no J dV"ida de que os Jobbits! de fato! "i"eramsossegadamente na 1erra-m$dia por muitos anos antes que qualquer outro po"o tomasseconJecimento deles. E estando o mundo afinal de contas cJeio de inumer"eis criaturasestranJas! esse pequeno po"o parecia ter muito pouca import%ncia. 9as na $poca de *ilboe de @rodo! seu Jerdeiro! eles repentinamente se tornaram! sem que o deseIassem! tantoimportantes quanto renomados! e atrapalJaram as deliberaTes dos Sbios e dos Drandes.

    &queles dias! a 1erceira Era da 1erra-m$dia! I se passaram J muito tempo! e oformato de todas as terras f oi mudadoZ mas as regiTes Jabitadas pelos Jobbits dessa$poca so sem dV"ida as mesmas onde eles ainda permanecem: o 5oroeste do elJo9undo! a 3este do 9ar. e sua terra natal! os Jobbits da $poca de *ilbo no preser"a"amnenJum conJecimento. 2 amor por aprender coisas no"as Mque no fossem registrosgenealQgicos esta"a longe de ser comum entre eles! mas ainda resta"am alguns nasfamlias mais antigas que estuda"am seus prQprios li"ros! e at$ reuniam relatos de temposantigos e terras distantes feitos por elfos! anTes e Jomens. Seus prQprios registroscomearam apenas depois da fundao do ondado! e suas lendas mais antigas raramenteso anteriores aos seus ias Errantes.

    Entretanto! est claro! a partir dessas lendas e das e"id(ncias de suas pala"ras eJbitos peculiares! que os Jobbits! como muitos outros po"os! se dirigiram para o 2esteno passado. Suas JistQrias mais antigas parecem ser de um tempo em que eles mora"amnos "ales superiores de &nduin! entre a orla da Drande @loresta erde e as 9ontanJasSombrias. / no se conJece com certeza a razo pela qual empreenderam a tarefa rdua e perigosa de atra"essar as montanJas e cJegar at$ Eriador.

    Seus prQprios depoimentos falam da multiplicao dos Jomens n a terra! e de umasombra que desceu sobre a floresta! de modo que esta ficou escura e seu nome passou aser @loresta das 1re"as.&ntes de atra"essar as montanJas! os Jobbits I se Ja"iam di"idido em tr(s raasrelati"amente diferentes: 8$s-peludos! Drados e ascal"as. 2s 8$speludos tinJam a pelemais escura! eram menores e mais baiPos! no tinJam barbas ou botasZ suas mos e p$seram destros e geis e eles preferiam as regiTes serranas e as encostas de montanJas. 2sDrados tinJam uma constituio mais encorpada e pesada: suas mos e p$s eram maiores!e preferiam plancies e regiTes banJadas por rios. 2s ascal"as tinJam a pele e o cabelomais claros! eram mais altos e esguios que os outros e eram amantes de r"ores eflorestas.

    2s 8$s-peludos tinJam muito a "er com os anTes em $pocas antigas! e "i"eram por muito tempo nos p$s das montanJas. 9igraram cedo em direo ao oeste! e "agaram at$Eriador cJegando ao 1opo do ento! enquanto os outros ainda esta"am nas 1erras Ermas.Eram a "ariedade mais comum e representati"a de Jobbits! e sem dV"ida a mais

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    11/316

    numerosa. Eram os mais inclinados a se acomodar em um Vnico lugar! e preser"aram por mais tempo o Jbito ancestral de "i"er em tVneis e tocas.

    2s Drados permaneceram por mais tempo ao longo das margens do Drande rio&nduin! e eram menos reser"ados em relao aos Jomens.

    9igraranm! para o 2este depois dos 8$s-peludos e seguiram o curso do0uidosgua em direo ao sul! e ali muitos deles moraram por um longo tempo entre1Jarbad e os limites da 1erra 8arda! antes de rumar para o 5orte no"amente.

    2s ascal"as! os menos numerosos! eram um ramo do 5orte. 1inJam um contatomais amig"el com os elfos do que os outros Jobbits! e tinJam mais Jabilidade comlnguas e mVsica do que com trabalJos manuais. E desde antigamente preferiam caar ala"rar a terra. Eles cruzaram as montanJas ao norte de alfenda e desceram o rio@ontegris. Em Eriador! rapidamente se mesclaram com os outros tipos que os Ja"iam precedido! mas! sendo relati"amente maiores e mais a"entureiros! eram freqRentementetidos como lderes ou cJefes entre os cls de 8$s-peludos ou de Drados. 9esmo no tempode *ilbo! ainda se podiam notar os fortes traos de ascal"as entre as famlias maiores!como os 1V#s e os 9estres da 1erra dos *uques.

    5a regio oeste de Eriador! entre as 9ontanJas Sombrias e as 9ontanJas de 3Vn!os Jobbits encontraram tanto Jomens quanto elfos. 5a "erdade! ainda mora"a l umremanescente dos Vnedain! os reis dos Jomens que cJegaram de 8onente pelo 9arZ maseles esta"am desaparecendo rapidamente! e as terras de seu 0eino do 5orte esta"am sedeteriorando por toda a regio. 6a"ia espao de sobra para os que cJega"am! e logo osJobbits comearam a se assentar em comunidades organizadas. 9uitas de suascomunidades mais antigas tinJam desaparecido e cado em total esquecimento na $pocade *ilboZ mas uma das primeiras a se tornar importante ainda permanecia! emborareduzida em tamanJoZ situa"a-se em *ri e na @loresta Jet que fica"a nas redondezas! aumas quarenta milJas do ondado.

    @oi nesses tempos primordiais! sem dV"ida! que os Jobbits aprenderam suas letrase comearam a escre"er na maneira dos Vnedain! que por sua "ez tinJam aprendido aarte muito antes com os elfos. E nessa $poca eles tamb$m esqueceram todas as lnguasusadas anteriormente! e depois disso sempre falaram a 3ngua Deral! o estron! que eracomo a cJama"am nas terras dos reis desde &rnor at$ Dondor! e em toda a costa martimadesde *elfalas at$ 3Vri. 9esmo assim! eles ainda p reser"a"am do passado algumas pala"ras prQprias! bem como seus prQprios nomes de meses e dia e uma grandequantidade de nomes de pessoas.

    8or "olta dessa $poca! as lendas entre os Jobbits se tornaram pela primeira "ezJistQria! com uma contagem de anos. 8 ois foi no ano C[BC da 1erceira Era que os irmosascal"as! 9arcJo e *lanco! partiram de *ri! e tendo obtido permisso do rei em @ornost!cruzaram o escuro rio *arandum acompanJados de muitos Jobbits.

    &tra"essaram a 8onte dos &rcos de 8edra! construda n a $poca de poder do0einado do 5orte! e tomaram toda terra al$m dela para ali morar! entre o rio e as olinasistantes.

    1udo que se ePigia deles era que fizessem a manuteno da Drande 8onte e detodas as outras pontes e estradas! que facilitassem a passagem dos mensageiros do rei eque reconJecessem seu poder.

    5ota C. onforme os relatos de Dondor! este rei era &rgeleb ))! o "ig$simo da linJagemdo 5orte! que terminou com &r"edui! tr(s s$culos depois.

    &ssim te"e incio o 0egistro do ondado! pois o ano em que cruzaram o rio

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    12/316

    *rande"in Massim rebatizado pelos Jobbits se tornou o &no m do condado! e todas asdatas posteriores se baseiam nessa.

    )mediatamente os Jobbits do 2este se apaiPonaram por sua no"a terra e l permaneceram! e assim rapidamente mais uma "ez desapareceram da JistQria dos Jomense dos elfos. Enquanto ainda Ja"ia um rei! eram seus sVditos nominaisZ mas na "erdadeeram go"ernados por seus prQprios lderes e no se mistura"am de modo algum com osacontecimentos do mundo l fora.

    5a Vltima batalJa em @ornost contra o 0ei dos *ruPos de &ngmar! en"iaramalguns arqueiros para aIudar o rei! ou pelo menos assim afirma"am! embora nenJumaJistQria dos Jomens conforme a informao. 9as com aquela guerra o 0einado do 5orteacabouZ e ento os Jobbits tomaram a terra para si prQprios! e escolJeram entre seus prQprios cJefes um 1Jain para ocupar o lugar de autoridade do rei que Ja"ia partido. &li! por mil anos! ti"eram poucos problemas com guerras! e prosperaram e se multiplicaramdepois da 8este 5egra M0. . LO at$ o desastre do )n"erno 3ongo e a penVria que oseguiu. 9ilJares pereceram nessa $poca! mas os ias de 8ri"ao I esta"am distantes na$poca desta JistQria! e os Jobbits tinJam se acostumado no"amente com a fartura. & terraera rica e boa! e! embora I esti"esse abandonada por muito tempo quando l cJegaram!fora bem culti"ada antes! e ali o rei possura muitas fazendas! plantaTes de milJo!"inJedos e bosques.

    & terra se estendia por CAB milJas desde as olinas istantes at$ a 8onte do*rande"in! e por C]B milJas dos p%ntanos do norte at$ os cJarcos do sul. 2s Jobbits acJamaram de ondado! sendo a regio de autoridade de seu 1Jain e um distrito denegQcios bem-organizadosZ e ali! naquele canto agrad"el do mundo! ePerceram sua bemorganizada ati"idade de "i"er e presta"am cada "ez menos ateno ao mundo de fora!onde coisas obscuras aconteciam! cJegando a pensar que paz e fartura fossem a regra na1erra-m$dia e o direito de todas as 8essoas sensatas.

    Esqueceram ou ignora"am o pouco que sabiam dos DuardiTes e dos trabalJosdaqueles que possibilita"am a paz prolongada do ondado. 5a "erdade! eles esta"am protegidos! mas deiParam de se lembrar disso.

    Em tempo algum! Jobbits de qualquer tipo foram amantes da guerra! e nuncaguerrearam entre si. Em tempos antigos! $ claro! "iram-se freqRentemente obrigados alutar para se manterem num mundo difcilZ mas na $poca de *ilbo esta I era uma JistQriamuito antiga. & Vltima batalJa antes de esta JistQria comear! e na "erdade a Vnica queaconteceu dentro dos limites do ondado! esta"a al$m da memQria "i"a: a *atalJa dosampos erdes! 0. . CCHO! na qual *andobras 1V# ePpulsou os orcs que tinJam in"adidoa regio. &t$ mesmo o clima ficara mais ameno! e os lobos que uma "ez cJega"amfamintos fugindo do 5orte! durante amargos in"ernos brancos! eram apenas uma JistQriacontada pelos a"Qs. essa forma! embora ainda Jou"esse um pequeno estoque de armasno ondado! estas eram usadas geralmente como trof$us! penduradas sobre lareiras ounas paredes! ou reunidas no museu em Dr a"a. & asa-matJom! era como se cJama"aZ pois qualquer coisa que os Jobbits no fossem utilizar imediatamente! mas que noquisessem Iogar fora! eles cJama"am de matJom. Suas moradias podiam "ir a ficar cJeiasde matJoms! e muitos dos presentes que passa"am de mo em mo eram desse tipo.

    5ota A. essa forma! os anos da 1erceira Era no registro dos elfos e dos Vnedam podemser acJados somando-se C.[BB s datas do 0egistro do ondado.

    Entretanto! a paz e a tranqRilidade tinJam tornado este po"o curiosamenteresistente. Se a situao ePigisse! eram difceis de intimidar ou matar e eram! tal"ez! to

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    13/316

    incansa"elmente afeioados s coisas boas quanto! quando necessrio! capazes de passar sem elas! e podiam sobre"i"er ao rude da tristeza! do clima ou do inimigo de ummodo que surpreendia aqueles que no os conJeciam direito e no enPerga"am al$m desuas barrigas e de seus rostos bem-alimentados. Embora demorassem para discutir e nomatassem nenJum ser "i"ente por esporte! eram "alentes quando em apuros ! se fosse preciso sabiam ainda maneIar armas. &tira"am bem com o arco pois seus olJos eram perspicazes e certeiros no al"o. 5o apenas com arco e flecJas.

    Se qualquer Jobbit se abaiPasse para pegar uma pedra era bom logo se proteger!como bem sabiam todos os animais transgressores.

    1odos os Jobbits "i"iam originalmente em tocas no cJo! ou assim acredita"am! enesse tipo de moradia ainda se sentiam mais "ontadeZ mas com o passar do tempo foramobrigados a adotar outros tipos de Jabitao 5a "erdade! no ondado da $poca de *ilbo!geralmente apenas os mais rico e os mais pobres mantinJam o antigo Jbito.

    2s mais pobres foram "i"er em tocas do tipo mais primiti"o! na "erdade meros buracos com apenas um ou nenJuma Ianela! enquanto os abastados ainda construam"ersTesmais luPuosas das esca"aTes simples de antigamente. 9as locais adequado para essestipos de tVneis grandes e ramificados Mou smials! como os cJama"am no se encontra"amem qualquer lugar! e nas plancies e nos distritos baiPos os Jobbits! conforme semultiplica"am! comearam a construir acima do solo.

    5a "erdade! mesmo nas regiTes montanJosas das aldeias mais antigas! como a ilados 6obbits ou 1uqueburgo! ou no distrito principal do ondado! que se cJama"a Dra"a e fica"a sobre as olinas *rancas! Ja"ia agora muitas casas de madeira! tiIolo ou

    pedra. Estas eram especialmente preferidas por mineiros! ferreiros! cordoeiros ecarreteiros e outros profissionais do tipo! pois mesmo na $poca em que tinJam tocas ondemorar! os Jobbits I esta"am Ja"ia muito tempo acostumados a construir oficinas e barracTes.

    &firma"a-se que o Jbito de construir celeiros e casas-grandes te"e incio entre osJabitantes do 8%ntano! na regio do rio *rande"in. 2s Jobbits dessa regio! a >uarta3este! eram bastante grandes e tinJam pernas "olumosas! e usa"am botas de anTesquando o tempo esta"a Vmido e Ja"ia lama no cJo. 9as eram conJecidos por ter uma boa quantidade de sangue Drado! como de fato se demonstrou pela penugem que muitosdeles tinJam no queiPo. 5enJum dos 8$s-peludos ou dos ascal"as tinJa qualquer sinalde barba. 5a "erdade! o pessoal do 8%ntano! e da 1erra dos *uques! a leste do 0io! queeles ocuparam posteriormente! "ieram em sua maior parte para o ondado mais tarde! procedendo do SulZ e ainda tinJam muitos nomes peculiares e usa"am pala"ras estranJasno encontradas em nenJuma outra regio do ondado.7 pro""el que o oficio da construo! al$m de muitos outros ofcios! tenJa sidocopiado dos Vnedain. 9as os Jobbits podem ter aprendido diretamente com os elfos! os professores dos Jomens quando Io"ens. 8ois os elfos da &lta 3inJagem ainda no Ja"iamabandonado a 1erra-m$dia e naquela $poca ainda mora"am nos 8ortos inzentos! nolongnquo 2este! e em outros lugares dentro dos domnios do ondado.

    1r(s torres $lficas de tempos imemoriais ainda podiam ser "istas nas olinas das1orres! al$m das fronteiras do 2este. *rilJa"am de longe luz da lua. & mais alta fica"amais distante! erguendo-se solitria sobre uma colina "erde.

    2s Jobbits da >uarta 2este diziam que se podia "er o 9ar do alto daquela torreZmas Iamais se soube de um Jobbit que ti"esse estado l. 5a "erdade! poucos Jobbits ItinJam "isto o 9ar ou na"egado nele! e menos ainda retornaram para contar o quefizeram. & maioria dos Jobbits encara"a mesmo os rios e pequenos barcos com grande

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    14/316

    apreenso! e poucos sabiam nadar. E conforme os dias do ondado se alonga"am! elesfala"am cada "ez menos com os elfos! e se tornaram receosos deles! e desconfiadosdaqueles que tinJam relaTes com elesZ o 9ar se tornou uma pala"ra ameaadora e umsinnimo de morte! e deram as costas para as colinas e o 2este.

    2 oficio da construo pode ter "indo dos elfos ou dos Jomens! mas os Jobbits ousa"am a sua prQpria maneira. 5o gosta"am de torres. Suas casas eram geralmentecompridas! baiPas e confort"eis. 2s tipos mais antigos eram! na "erdade! nada mais queimitaTes construdas de smials! cobertas com grama seca ou palJa ou turfa! e com paredes de certo modo arqueadas. Esse estgio! entretanto! pertenceu aos primeirostempos do ondado! e as construTes dos Jobbits tinJam sido alteradas Ja"ia muito!aprimoradas por m$todos aprendidos com os anTes ou desen"ol"idos por eles prQprios.ma prefer(ncia por Ianelas e mesmo por portas redondas era a 8eculiaridade maisimportante da arquitetura Jobbit.

    &s casas e tocas dos Jobbits do ondado eram sempre grandes! e Jabitadas por grandes famlias. M*ilbo e @rodo *olseiro! sendo solteiros! eram muito incomuns! comoeram tamb$m em muitos outros pontos! Mcomo por ePemplo em sua amizade com oselfos. &lgumas "ezes! como no caso de 1V#s de Drandes Smials! ou os *randebuques daSede do *rande"in! muitas geraTes de parentes "i"iam em Mrelati"a paz! Iuntos numamanso ancestral e de muitos tVneis. 1odos os Jobbits! de qualquer modo tinJamtend(ncia a "i"er em cls! e trata"am seus parentes com muita ateno e cuidado.esenJa"am grandes e elaboradas r"ores genealQgicas com ramos inumer"eis. Em setratando de Jobbits $ importante lembrar quem $ parente de quem! e em que grau. Seriaimposs"el neste li"ro esboar uma r"ore genealQgica que inclusse mesmo apenas osmais importantes membros das famlias mais importantes da $poca da qual esses contostrataram. &s r"ores genealQgicas no final do 3i"ro ermelJo do 9arco 2cidental soem si um pequeno "olume! e todos! com a ePceo dos Jobbits! as considerariamePcessi"amente enfadonJas.

    2s Jobbits se delicia"am com esse tipo de coisas! quando eram precisas: gosta"amde ter os li"ros repletos de coisas que I conJeciam! colocadas preto no branco! semcontradiTes. & respeito da er"a-de-fumo EPiste uma outra coisa a respeito dos Jobbitsque de"e ser mencionada! um Jbito surpreendente: eles inspira"am ou inala"am! atra"$sde um tubo de barro ou madeira! a fumaa deri"ada da queima de folJas de uma er"a quecJama"am de er"a-de-fumo ou folJa! pro"a"elmente uma "ariedade 5icotiana. mmist$rio enorme en"ol"e a origem desse Jbito peculiar! =arte?! como os Jobbits preferiam cJam-lo. 1udo o que se pde descobrir sobre isso na antiguidade foi recolJido por 9eriadoc *randebuque Mdepois 9estre da 1erra dos *uques ! e! uma "ez que ele e otabaco da >uarta Sul t(m um papel na JistQria que se segue! suas obser"aTes naintroduo de seu 0egistro das Er"as do ondado merecem transcrio: =Esta?! diz ele! =$uma arte que se pode certamente descre"er como uma in"eno nossa. >uando os Jobbitscomearam a fumar no se sabe! nenJuma lenda ou JistQria familiar questiona o assuntoZ por muito tempo as pessoas do ondado fumaram "rias er"as! algumas mais fortes!outras mais sua"es. 9as todos os registros concordam com o fato de que 1obolorneteiro! do ale omprido! na >uarta Sul! culti"ou pela primeira "ez a "erdadeiraer"a-de-fumo em seus Iardins na $poca de )sengrim ))! por "olta do ano CBOB do 0egistrodo ondado. &s melJores er"as de culti"o dom$stico ainda "(m desse distrito!especialmente as "ariedades JoIe conJecidas como @olJa do ale omprido! elJo 1ob+e Estrela do Sul.omo o elJo 1ob+ encontrou a planta no est registrado! pois at$ o dia de suamorte no o disse a ningu$m. Sabia muito sobre er"as! mas no era um "iaIante.

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    15/316

    omenta-se que em sua Iu"entude ele sempre ia a *ri! embora certamente nunca tenJaido al$m desse ponto. essa forma! $ muito poss"el que tenJa conJecido essa planta em*ri! onde atualmente! de qualquer modo! ela cresce muito bem nas encostas da colina"oltadas para o Sul. 2s Jobbits de *ri dizem ter sido os primeiros a realmente fumar aer"a-de-fumo. Eles dizem! $ claro! que fizeram tudo antes das pessoas do ondado! aquem se referem como =colonos?Z mas neste caso acredito que o que dizem $ correto. Ecertamente foi de *ri que a arte de fumar a er"a genuna se espalJou nos s$culos recentesentre anTes e outros po"os semelJantes! guardiTes! magos! ou andarilJos! que ainda passa"am indo e "indo por aquela encruzilJada antiga. 2 reduto e o centro da arte podemdesse modo ser encontrados na "elJa Jospedaria de *ri! 2 8nei Saltitante! conser"ada pela famlia de arrapicJo desde tempos imemoriais.

    9esmo assim! as obser"aTes que fiz em minJas "iagens para o Sul mecon"enceram de que a er"a no $ nati"a da nossa parte do mundo! mas "eio do norte do&nduin inferior! e at$ ali foi trazida! suspeito eu! originalmente do outro lado do 9ar por Jomens de 8onente. Ela cresce de forma abundante em Dondor! e ali $ mais rica e maior que no 5orte! onde nunca $ encontrada na forma sel"agem e floresce apenas em lugarescobertos e aquecidos como o ale omprido. 2s Jomens de Dondor a cJamam de docegalenas! e a estimam somente pela fragr%ncia de suas flores.

    essa terra ela de"e ter sido le"ada atra"$s do aminJo erde! durante os longoss$culos entre a "inda de Elendil e os dias atuais. 9as mesmo os Vnedam de Dondor nosdo este cr$dito: os Jobbits pela primeira "ez colocaram a er"a em cacJimbos. 5emmesmo os magos pensaram nisso antes que nQs. &pesar de um mago que eu conJeo ter aderido arte J muito tempo! tornando-se Jabilidoso nela como em qualquer outra coisaem que se mete.

    So*"e a o"+ani,a- o do Condado

    2 ondado se di"idia em quatro partes! as >uartas I citadas! 5orte! Sul! 3este e2esteZ e estas por sua "ez no"amente se di"idiam em "rios 8o"oados! que ainda le"amos nomes de algumas das famlias mais importantes! embora no tempo desta JistQria essesnomes no fossem mais encontrados apenas em seus prQprios po"oados.

    >uase todos os 1V#s ainda "i"iam na 1erra dos 1V#s! mas no se pode dizer omesmo de muitas outras famlias! como os *olseiros e os *offins. 8ara al$m das >uartasfica"am os 9arcos 3este e 2este: a 1erra dos *uquesZ e o 9arco 2cidental adicionado aoondado em 0. . CH[A.

    5essa $poca o ondado mal tinJa um =go"erno?. 5a maioria das "ezes as famliascuida"am de seus prQprios negQcios. ulti"ar comida com(-la ocupa"a a maior parte deseu tempo. Em outros assuntos eles eram em geral! generosos e no gananciosos! massatisfeitos e moderados! de modo que terras! fazendas! oficinas e pequenos com$rciostendiam a permanecer inalterados por geraTes.

    8ermanecia! $ claro! a antiga tradio! acerca do &lto 0ei de @ornost! ou idadelado 5orte! como cJama"am o lugar ao norte do ondado. 9as no tinJa Ja"ido um rei por mais de mil anos! e mesmo as runas do 0ei da idadela do norte esta"am cobertas pelomato. 9as os Jobbits ainda comenta"a m sobre po"os sel"agens e coisas per"ersas Mcomotrolls que no tinJam ou"ido falar do rei. 8ois eles atribuam ao rei de outrora todas as

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    16/316

    suas regras essenciaisZ e geralmente mantinJam as leis do li"re-arbtrio! pois estas eram&s 0egras Mcomo diziam ! to antigas quanto Iustas.

    7 "erdade que a famlia 1V# tinJa se destacado Ja"ia muito tempo pois o oficio de1Jain tinJa passado a eles Mdos elJobuques alguns s$culos antes! e o cJefe 1V# le"a"ao ttulo desde essa $poca. 2 1Jain era o mestre do 1ribunal d o ondado! e capito das1ropas do ondado e dos 6obbit em-armas! mas como tribunais e eP$rcitos sQ eramorganizados em tempo de emerg(ncia! que no ocorriam mais! o ttulo de 1Jain no eraagora mais que uma Jonraria. & famlia 1V# ainda era! na "erdade! tratada com umrespeito especial! pois permanecia numerosa e ePtremamente rica! e tinJa Jabilidades de produzir em cada gerao grandes personalidades de Jbitos peculiares e at$ detemperamento a"entureiro. Esta Vltima qualidade entretanto! era atualmente mais toleradaMnos ricos do que propriamente apro"ada. 8ermaneceu o costume! entretanto! de sereferir ao cJefe da famlia como 2 1V#! e de se adicionar ao seu nome! se necessrio! umnumero: como )sengrim ))! por ePemplo.

    2 Vnico cargo oficial no ondado nessa $poca era o de 8refeito Dr a"a Me doondado ! que era eleito a cada sete anos na @eira 3i"re nas olinas *rancas no 3itJe!isto $! no Solstcio de ero. omo 8refeito! quase seu Vnico de"er era presidir banquetes! oferecidos nos feriados do ondado! que ocorriam a inter"alos freqRentes.

    9as os cargos de &gente 8ostal e de 8rimeiro ondest"el foram acrescentados aode 8refeito! de modo que este gerencia"a tanto o Ser"io de 9ensagens como a 8atrulJa.

    Estes eram os Vnicos funcionrios do ondado! e os 9ensageiros eram os maisnumerosos e os mais ocupados dos dois. 2s Jobbits no eram! de modo algum! todosletrados! mas os que eram escre"iam constantemente para todos os seus amigos Me paraalguns de seus parentes que "i"iam em lugares mais distantes do que uma caminJada"espertina podia alcanar.

    = ondest"eis? foi o nome que os Jobbits deram sua polcia! ou ao seuequi"alente mais prQPimo. Eles no tinJam! ob"iamente! uniformes Messas coisas eramdesconJecidas por eles ! sQ uma pena em seus cJap$usZ e na prtica esta"am mais para pastores que para policiais! mais en"ol"idos com animais perdidos que com pessoas.6a"ia apenas doze deles em todo o ondado! tr(s em cada >uarta! para 1rabalJo )nterno.ma corporao bem maior! que "aria"a em tamanJo conforme a necessidade! esta"aencarregada de =bater as fronteiras? e cuidar que os forasteiros de qualquer tipo! grandesou pequenos! no se transformassem num incmodo.

    5a $poca em que esta JistQria comea! os @ronteiros! como eram cJamados!tinJam aumentado bastante. 6a"ia muitos relatos e reclamaTes de pessoas e criaturasestranJas rondando as fronteiras! ou a regio delas: o primeiro sinal de que nem tudoesta"a como de"eria estar! e sempre Ja"ia estado! a no ser nas JistQrias e lendas deantigamente. 8oucos perceberam o sinal! e at$ mesmo *ilbo no tinJa qualquer noo doque isso representa"a. Sessenta anos Ja"iam se passado desde que partira em suamemor"el "iagem! e esta"a "elJo mesmo em se tratando de Jobbits! que geralmentecJega"am aos cem anosZ mas ele e"identemente ainda conser"a"a a riqueza consider"elque Ja"ia trazido. & quantidade nunca fora re"elada a ningu$m! nem mesmo a @rodo! seu=sobrinJo? fa"orito. E ainda guarda"a em segredo o &nel que Ja"ia acJado.

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    17/316

    So*"e o Ac)ado do Anel

    omo se narra em 2 6obbit! um dia cJegou porta de *ilbo o grande mago!Dandalf! o inzento! e treze anTes Iunto com ele: na realidade! ningu$m mais que 1JorinEscudo de ar"alJo! descendente de reis! e seus doze companJeiros de ePlio. om eles partiu! para sua grande surpresa! numa manJ de abril! no ano de CLHC! de acordo com o0egistro do ondado! na busca de grandes riquezas! o tesouro acumulado pelos anTes e pertencente aos 0eis sob a 9ontanJa abaiPo de Erebor em alle! no ePtremo 3este. & busca foi bem-sucedida e o drago que guarda"a o tesouro foi destrudo. 9as! emboraantes que tudo esti"esse terminado! a *atalJa dos inco EP$rcitos tenJa sido tra"ada e1Jorin tenJa sido morto! e muitos feitos importantes tenJam acontecido! o assunto noteria sido de muito interesse 8ara a JistQria posterior! ou merecido mais que uma nota noslongos anais da 1erceira Era! se no fosse por um =acidente?.

    2 grupo foi assaltado 8or orcs numa passagem nas 9ontanJas Sombria s enquantoia para as 1erras ErmasZ e ento aconteceu que *ilbo ficou perdido por um tempo nasescuras minas dos orcs sob as montanJas! e ali! quando tatea"a em "o no escuro! ele psa mo sobre um anel que esta"a no cJo de um tVnel.

    olocou-o no bolso. 5a Jora! isso pareceu mera sorte.1entando acJar a sada! *ilbo desceu at$ as razes das montanJas! at$ que no

    pudesse ir adiante. 5o cJo do tVnel fica"a um lago frio! longe da luz! e numa ilJa de pedra sobre a gua "i"ia Dollum. Era uma criatura repugnante: rema"a um pequeno barcocom seus grandes p$s cJatos! e escrutando com olJos plidos e luminosos e pegando peiPes cegos com longos dedos e comendo-os crus. omia qualquer coisa "i"a! at$mesmo orcs! se pudesse captur-los e estrangul-los sem esforo. 8ossua um tesourosecreto! que tinJa cJegado at$ ele muito tempo atrs! quando ainda "i"ia na luz: um anelde ouro que fazia com que quem o usasse se tornasse in"is"el. Era a Vnica coisa queama"a! seu =precioso?! e con"ersa"a com o mesmo quando no o tinJa consigo.Duarda"a-o seguro num esconderiIo !um buraco em sua ilJa! a no ser quando esta"acaando ou espionando orcs das minas.

    1al"ez ele ti"esse atacado *ilbo imediatamente se esti"esse com o anel quando seencontraramZ mas no esta"a! e o Jobbit segura"a uma faca branca! que lJe ser"ia deespada. Ento! para ganJar tempo! Dollum desafiou *ilbo para um Iogo de cJaradas!dizendo que! se propusesse uma cJarada que *ilbo no conseguisse adi"inJar! poderiamat-lo e com(-lo.

    8or outro lado! se Dollum fosse derrotado! faria o ordenado por *ilbo: conduzi-lo asada dos tVneis./ que esta"a perdido no escuro e sem esperanas! no podendo ir ir adiante e nem"oltar! *ilbo aceitou o desafio e eles propuseram um ao outro muitas cJaradas. 5o final*ilbo ganJou o Iogo! mais por sorte ao que parece do que por espertezaZ pois tinJaficado em apuros sem ter nenJuma cJarada a propor! e gritou! quando sua mo alcanou oanel que tinJa apanJado e esquecido: 2 que eu tenJo no meu bolso^ )sso Dollum noconseguiu responder! embora ti"esse ePigido tr(s cJances.

    &s &utoridades! $ "erdade! discordam quanto a essa Vltima pergunta ser uma mera=pergunta? ou uma =cJarada?! de acordo com as regras estritas do /ogoZ mas todosconcordam que! depois de aceit-la e tentar acertar a resposta! Dollum se obriga"a acumprir sua promessa. E *ilbo o pressionou a manter sua pala"ra! pois lJe ocorreu queessa criatura gosmenta poderia "oltar atrs! embora essas promessas fossem consideradassagradas! e desde antigamente apenas as criaturas mais per"ersas no temiam quebr-las.

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    18/316

    9as depois de muito tempo sozinJo no escuro! Dollum corao negro! e a traiomora"a nele. Escapou e "oltou sua ilJa! da *ilbo no sabia coisa alguma! no muitodistante na gua escura. &li! penso u! esta"a seu anel. Esta"a faminto agora! e rai"oso! ese o seu =precioso? esti"esse com ele! no temeria qualquer tipo de arma.

    9as o anel no esta"a na ilJaZ ele o Ja"ia perdido! sumira. Seu cJiado causouarrepios em *ilbo! embora ele ainda no ti"esse entendido o que Ja"ia acontecido. 9asDollum tinJa descoberto a resposta! tarde demais. 2 que ele tem nos ssseus bolssssos^!gritou ele. & luz em seus olJos era como uma cJama "erde! e ele correu de "olta paramatar o Jobbit e recuperar seu =precioso?. *ilbo percebeu o perigo em tempo! e fugiucegamente pela passagem para longe da guaZ e mais uma "ez foi sal"o por sua sorte. 8oisenquanto corria colocou a mo no bolso! e o anel escorregou-lJe no dedo. @oi assim queDollum passou por ele sem "(-lo! e seguiu em frente para guardar a sada! para que o=ladro? no fugisse. uidadosamente! *ilbo o seguiu! conforme ele ia em frente!Pingando e con"ersando consigo mesmo sobre seu =precioso?Z dessa con"ersa *ilbofinalmente descobriu a "erdade! e recuperou a esperana na escurido: ele prQprio tinJaencontrado o anel e uma cJance de escapar dos orcs e de Dollum.

    @inalmente pararam perante uma abertura escondida! que le"a"a at$ os portTesinferiores das minas! no lado leste das montanJas. &li Dollum se agacJou! fareIando eescutando! e *ilbo se sentiu tentado a mat-lo com sua espada. 9as te"e pena! e emboramanti"esse o anel! no qual esta"a sua Vnica esperana! no o usaria como um recurso paramatar a criatura ignQbil em des"antagem. 5o final! Iuntando toda sua coragem! pulou por cima de Dollum no escuro! e fugiu pela passagem! seguido pelos gritos de Qdio edesespero de seu inimigo: 3adro! ladro' *olseiro' 5Qs odeia ele para sempre'

    7 curioso o fato de que essa no $ a JistQria que *ilbo contou inicialmente a seuscompanJeiros. 8ara estes disse que Dollum Ja"ia prometido dar-lJe um presente se eleganJasse o IogoZ mas quando Dollum foi peg-lo em sua ilJa descobriu que o presenteJa"ia sumido: um anel mgico! que lJe tinJa sido dado em seu ani"ersrio Ja"ia muitotempo. *ilbo adi"inJou que era ePatamente esse anel que ele Ja"ia encontrado! e comotinJa ganJado o /ogo! o anel I era seu por direito. 9as! estando numa situao difcil!no disse nada! e obrigou Dollum a mostrar-lJe a sada como recompensa em "ez do presente.

    Esse relato *ilbo colocou em suas memQrias e parece nunca t(-lo alterado! nemmesmo depois do onselJo de Elrond. E"identemente isso ainda consta"a no 3i"roermelJo original! da mesma forma que em "arias cQpias e resumos. 9as muitas cQpiascont$m a JistQria "erdadeira Mcomo uma alternati"a ! deri"ada sem dV"ida das notas de@rodo ou Sam_iseZ ambos souberam a "erdade! embora no parecessem dispostos aapagar qualquer coisa I escrita pelo "elJo Jobbit.Dandalf! entretanto! desacreditou da primeira JistQria de *ilbo assim que a escutoue continuou muito curioso a respeito do anel. @inalmente conseguiu saber da "erdadeiraJistQria pelo prQprio *ilbo! depois de muitos questionamentos! que por um tempoestremeceram sua amizadeZ mas o sbio parecia considerar a "erdade importante. Emborano dissesse isso a *ilbo! ele tamb$m acJa"a importante! e perturbador! o fato de o bomJobbit no ter contado a "erdade desde o comeo! o que era contrrio aos seus Jbitos. &id$ia de um =presente? no era uma mera in"eno de Jobbit! de qualquer forma. Ela lJefoi sugerida! como o prQprio *ilbo confessou! pela con"ersa de Dollum que ele por acasoou"iraZ porque Dollum! na "erdade! cJamou o anel de seu =presente de ani"ersrio?muitas "ezes.Este fato Dandalf tamb$m considerou estranJo e suspeito! mas sQ descobriu a"erdade sobre ele depois de muitos anos! como se "er neste li"ro.

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    19/316

    Sobre as a"enturas posteriores de *ilbo $ preciso dizer pouca coisa mais.om a aIuda do anel ele escapou dos guardas-orcs no porto e reencontrou seus

    companJeiros.sou o anel muitas "ezes nessa "iagem! principalmente para aIudar seus amigosZ

    mas o mante"e em segredo o quanto pde. epois de sua "olta! nunca mais falou dele para qualquer pessoa! a no ser Dandalf e @rodo! e ningu$m mais no ondado sabia desua ePist(ncia! ou assim ele pensa"a. &penas a @rodo mostrou o relato de sua iagem queesta"a escre"endo.

    Sua espada! @erroada! *ilbo pendurou sobre a lareira! e seu mara"ilJoso casaco demalJa de metal! presente que os anTes lJe deram e que fazia parte do tesouro do drago!foi doado a um museu! na "erdade asa-matJom em Dr a"a. 9as ele mantinJa numaga"eta em *olso a "elJa capa e o capuz que Ja"ia usado em suas "iagensZ e o anel! pendurado numa corrente fina! era mantido em seu bolso.

    Ele "oltou para sua casa em *olso em AA de IunJo! no seu qRinquag$simosegundo ani"ersrio M0. . CLHA ! e nada de muito not"el aconteceu no ondado at$ queo Sr. *olseiro comeou os preparati"os para a comemorao de seu cent$simo d$cimo primeiro ani"ersrio M0. . CHBC . 5esse ponto esta 6istQria comea.

    NOTA SOBRE OS RE'ISTROS DO CONDADO

    5o final da 1erceira Era! o papel desempenJado pelos Jobbits nos grandes e"entosque le"aram incluso do ondado no 0eino 0eunido despertou neles um interesse muitomais amplo por sua prQpria JistQria! e muitas de suas tradiTes! at$ ento na sua maioriaorais! foram coletadas e escritas. &s famlias maiores tamb$m esta"am interessadas pelose"entos no 0einado em geral! e muitos de seus membros estuda"am suas JistQrias elendas antigas. 5o final do primeiro s$culo da >uarta Era I se podiam encontrar noondado "rias bibliotecas com muitos li"ros e registros JistQricos.

    &s maiores dessas coleTes fica"am pro"a"elmente em Sob-as-torres! em DrandesSmials! e na Sede do *rande"in. Este relato sobre o final da 1erceira Era $ retirado principalmente do 3i"ro ermelJo do 9arco 2cidental. Esta fonte importantssima para aJistQria da Duerra do &nel era cJamada assim porque foi preser"ada por muito tempo emSob-as-torres! o lar dos 3indofilJos! &dministradores do 9arco 2cidental. 2riginalmente!este li"ro era o dirio pessoal de *ilbo! le"ado por ele a alfenda.

    @rodo o trouPe de "olta para o ondado! Iuntamente com muitas folJas soltas deanotaTes e durante 0. . CHAB-C ele quase encJeu todas as paginas com seu relato sobre aDuerra. 9as anePados a este e preser"ados Iuntamente com ele! pro"a"elmente numVnico estoIo "ermelJo! esta"am os tr(s grandes "olumes! encapados com couro "ermelJo!que *ilbo lJe deu como um presente de despedida. & esses quatro "olumes foiacrescentado no 9arco 2cidental um quinto contendo comentrios! genealogias e "riosoutros materiais relacionados aos membros Jobbits da Sociedade.

    2 3i"ro ermelJo original no foi preser"ado! mas muitas cQpias foram feitas!especialmente do primeiro "olume! para o uso dos descendentes dos filJos de 9estreSam_ise. & cQpia mais importante! entretanto! tem uma JistQria diferente.

    @oi guardada em Drandes Smials! mas escrita em Dondor! pro"a"elmente a pedidodo bisneto de 8eregrin! e terminada em 0. . C]GA M>.E. COA . Seu escriba acrescentouesta nota: @indegil! Escriba do 0ei! terminou este trabalJo em ) COA.

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    20/316

    Ele $ uma copia ePata em todos os detalJes do 3i"ro do 1Jain de 9inas 1iritJ.Esse li"ro era uma cQpia! feita a pedido do 0ei Elessar! do 3i"ro ermelJo dos8eriannatJ! e foi trazido a ele pelo 1Jain 8eregrin quando este se retirou para Dondor em) [H.

    2 3i"ro do 1Jain foi! desse modo! a primeira cQpia do 3i"ro ermelJo! e continJamuitos dados que foram omitidos ou perdidos. Em 9inas 1iritJ ele recebeu muitasanotaTes e muitas correTes! especialmente nos nomes! pala"ras e citaTes das lnguas$lficasZ e foi acrescentada uma "erso abre"iada daquelas partes do onto de &ragorn e&r_en! que ficam de fora do relato da Duerra. &firma-se que o conto completo foi escrito por *araJir! neto do )ntendente @aramir! algum tempo depois da morte do 0ei. 9as acaracterstica mais importante da cQpia de @indegil $ que somente ela cont$m todas as=1raduTes do 7lfico? feitas por *ilbo. Esses tr(s "olumes foram considerados umtrabalJo de grande Jabilidade e erudio durante o qual! entre CHBL e CHCN! ele usou todasas fontes dispon"eis em alfenda! tanto "i"as quanto escritas. 9as como elas foram pouco usadas por @rodo! por se tratar quase que inteiramente dos ias &ntigos! no seromais comentadas aqui.

    5ota L. er&p(ndice *: anais CH]C! CH[A! CHNAZ e uma nota no final do &p(ndice .

    Sendo que 9eriadoc e 8eregrin se tornaram os cJefes de suas grandes famlias! eao mesmo tempo manti"eram suas relaTes com 0oJan e Dondor! as bibliotecas de*uqueburgo e 1uqueburgo continJam muitas coisas que no apareciam no 3i"roermelJo.

    5a Sede do *rande"in Ja"ia muitas obras que trata"am de Eriador e da JistQria de0oJan.

    &lgumas delas foram escritas ou iniciadas pelo prQprio 9eriadoc! embora no

    ondado ele fosse lembrado principalmente pelo seu 0egistro das Er"as do ondado! e pelo seu 0egistro dos &nos! no qual ele discutia a relao entre os calendrios doondado e de *ri com os de alfenda! Dondor e 0oJan. Ele tamb$m escre"eu um

    pequeno tratado sobre 8ala"ras e 5omes &ntigos em 0oJan! mostrando um interesseespecial em descobrir o parentesco entre a lngua dos 0oJirrim e certas =pala"ras doondado? como matJom e partculas antigas e nomes de lugares.

    Em Drandes Smials os li"ros eram de menor interesse para o po"o do ondado!embora fossem da maior import%ncia para a JistQria mais abrangente. 5enJum deles foiescrito por 8eregrin! mas ele e seus sucessores coletaram muitos manuscritos feitos por escribas de Dondor: em sua maioria cQpias ou resumos de JistQrias ou lendas relacionadas

    com Elendil e seus Jerdeiros. &penas aqui no ondado era poss"el encontrar materiaisabundantes para a JistQria de 5Vmenor e a ascenso de Sauron.@oi pro"a"elmente em Drandes Smials que 2 onto dos &nos foi organizado! com

    a aIuda do material coletado por 9eriadoc.Embora as datas fornecidas seIam freqRentemente conIecturais! principalmente

    para a Segunda Era! elas merecem ateno. 7 pro""el que 9eriadoc tenJa obtido aIuda einformaTes em alfenda! lugar que "isitou mais de uma "ez. &li! embora Elrond ti"esse partido! seus filJos permaneceram durante muito tempo! Iuntamente com algunselementos do po"o dos &ltos-elfos. &firma-se que eleborn tinJa ido morar l depois da partida de Daladriel! mas no J registros do dia em que ele finalmente se dirigiu aos

    8ortos inzentos! e com ele partiu a Vltima memQria "i"a dos ias &ntigos da 1erra-m$dia. 5ota H. 0epresentado de forma bastante reduzida no &p(ndice *! at$ o final da 1erceira Era.

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    21/316

    A SOCIEDADE DO ANELPRIMEIRA PARTE DE

    O Sen)o" do An/i3) 02 C

    CAP0T1LO I1MA $ESTA M1ITO ESPERADA

    >uando o Sr. *ilbo *olseiro de *olso anunciou que em bre"e celebraria seuonzent$simo primeiro ani"ersrio com uma festa de especial grandeza! Jou"e muitocomentrio e agitao na ila dos 6obbits.

    *ilbo era muito rico e muito peculiar! e tinJa sido a atrao do ondado por sessenta anos! desde seu not"el desaparecimento e inesperado retorno. &s riquezastrazidas de suas "iagens tinJam agora se transformado numa lenda local! e popularmentese acredita"a que a olina em *olso esta"a cJeia de tVneis recJeados com tesouros.

    E se isso no fosse o suficiente para se ter fama! Ja"ia tamb$m seu "igor prolongado que mara"ilJa"a as pessoas.

    2 tempo passa"a! mas parecia ter pouco efeito sobre o Sr. *olseiro. &os no"enta

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    22/316

    anos! parecia ter cinqRenta. &os no"enta e no"e! comearam a cJam-lo de bem-conser"adoZ mas inalterado ficaria mais prQPimo da realidade.

    6a"ia pessoas que balana"am a cabea e pensa"am que isso era bom demaisZ parecia inIusto que qualquer pessoa possusse Maparentemente a Iu"entude perp$tua!al$m de Msupostamente uma riqueza inePaur"el.

    - )sso ter seu preo- diziam eles. - 5o $ natural e trar problemas.9as at$ agora os problemas no Ja"iam cJegado! e como o Sr. *olseiro era

    generoso com seu dinJeiro! a maioria das pessoas esta"a disposta a perdoar suasesquisitices e sua boa sorte. ontinuou se relacionando em termos de cortesia com suafamlia Mcom ePceo! $ claro! dos Sacola-bolseiros ! e tinJa muitos admiradoresde"otados entre os Jobbits de famlias pobres e s em import%ncia. 9as no tinJa amigosntimos! at$ que seus primos mais Io"ens comearam a crescer.

    2 mais "elJo deles! e fa"orito de *ilbo! era o Io"em @rodo *olseiro.>uando *ilbo tinJa no"enta e no"e anos! adotou @rodo como seu Jerdeiro! e o

    trouPe para "i"er em *olso! e os Sacola-bolseiros finalmente perderam as esperanas.8or acaso! *ilbo e @rodo faziam ani"ersrio no mesmo dia! AA de setembro.

    - Seria melJor que "oc( "iesse morar aqui! @rodo! meu rapaz'- disse *ilbo um dia-! e ento poderemos comemorar nossos ani"ersrios Iuntos e com mais conforto. 5essa$poca @rodo ainda esta"a na "intolesc(ncia! que $ como os Jobbits cJama"am os anosirrespons"eis entre a inf%ncia e a maioridade aos trinta e tr(s anos.

    9ais doze anos se passaram. 1odo ano os *olseiros da"am animadas festas duplasde ani"ersrio em *olsoZ mas agora se entendia que alguma coisa muito ePcepcionalesta"a sendo planeIada para aquele outono! *ilbo ia fazer onzenta e um anos! CCC! um nVmero bastante curioso! e uma idade muito respeit"el para um Jobbit Mmesmo o elJo1V# sQ Ja"ia cJegado a CLB Z e @rodo ia fazer trinta e tr(s! LL! um nVmero importante: oano em que se tornaria um adulto.

    &s lnguas comearam a se agitar na ila dos 6obbits e em *eirgua! rumores doe"ento que se aproPima"a "iaIaram 8or todo o ondado. & JistQria e a personalidade doSr. *ilbo *olseiro se tornaram no"amente o assunto principal das con"ersas! e as pessoasmais "elJas repentinamente encontraram grande recepti"idade para suas lembranas.

    5ingu$m tinJa uma plat$ia mais atenta que o "elJo 6am Damgi! geralmenteconJecido como @eitor. Ele conta"a JistQrias no 0amo de 6era! uma pequena Jospedariana estrada de *eirgua! e fala"a com certa autoridade! pois tinJa cuidado do Iardim de*olso por quarenta anos! e tinJa aIudado o "elJo 6olman no mesmo ser"io antes disso.&gora que ele esta"a ficando "elJo e com as Iuntas endurecidas! o ser"io era feito principalmente por seu filJo Damgi. 1anto pai quanto filJo tinJam relaTes muito boascom *ilbo e @rodo.9ora"am na prQpria olina! no nVmero L da r do *olsinJo! logo abaiPo de *olso.

    - 2 Sr. *ilbo $ um Jobbit muito ca"alJeiro e gentil! como eu sempre disse -declara"a o @eitor. E dizia a mais perfeita "erdade: *ilbo era gentil com ele! cJamando-ode 9estre 6amfast! e constantemente o consultando sobre o culti"o de legumes ` em setratando de =razes?! especialmente batatas! o @eitor era considerado por todos na"izinJana Minclusi"e ele prQprio a autoridade mais importante.

    - 9as e esse @rodo que mora com ele^ - perguntou o elJo 5oques *eirgua.- 2 seu nome $ *olseiro! mas ele tem muito dos *randebuque pelo que dizem.- Eu no entendo o moti"o pelo qual um *olseiro da ila de 6obbits "ai procurar

    uma esposa l na 1erra dos *uques! onde as pessoas so to estranJas.- 5o $ de admirar que seIam estranJas - acrescenta"a 8apai ois Mo "izinJo delado do @eitor -! pois eles moram do lado errado do Drande"in e bem perto da @loresta

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    23/316

    elJa. &quele $ um lugar escuro e ruim!se metade das JistQrias for "erdade.- oc( est certo! 8al - disse o @eitor! - 5o $ que os *randebuques 1erra dos

    *uques morem na @loresta elJaZ mas eles so uma raa estranJa! ao que parece. i"em para cima e para baiPo de barco naquele rio grande - e isso no $ natural. 5o $ deespantar que surIam problemas.

    9as! SeIa como for! o Sr. @rodo $ um Io"em Jobbit to gentil quanto se poderiadeseIar! EPatamente como o Sr. *olseiro. &final de contas! seu pai era um *olseiro. mJobbit decente e respeit"el! o Sr. rogo *olseiro! nunca Jou"e o que dizer dele! at$ quemorreu afogado.

    - &fogado^ - disseram "rias "ozes. / tinJam ou"ido este e outros rumores maissombrios antes! $ claroZ mas os Jobbits t(m uma paiPo por JistQrias familiares e esta"am prontos para ou"ir esta de no"o.

    - *em! $ o que dizem - disse o @eitor. - eIa "oc(: o Sr! rogo se casou com a pobre Sra. 8rmula *randebuque. Ela era prima em primeiro grau do nosso Sr! *ilbo por parte de me Ma me dela era a filJa mais Io"em do elJo 1V# Z e o Sr. rogo era primodele em segundo grau. esse modo! o Sr. @rodo $ filJo dos primos do Sr. *ilbo em primeiro e segundo grau! e seu primo com o inter"alo de uma gerao! "oc( me entende^E o Sr. rogo mora"a na Sede do *rande"in com o sogro! o "elJo 9estre Dorbadoc!como sempre fez depois de seu casamento MtinJa um fraco por comida e o elJoDorbadoc mantinJa uma mesa bastante generosa Z e saram para andar de barco no rio*rande"in! e ele e sua esposa morreram afogadosZ e o pobre Sr. @rodo era apenas umacriana na $poca.

    2u"i dizer que eles foram para a gua depois do Iantar e sob o luar disse o elJo 5oques -Z e que foi o peso de rogo que afundou o barco.

    - E eu ou"i que ela o empurrou! e ele a puPou para dentro da gua depois que eletinJa cado - disse 0ui"o! o moleiro da ila dos 6obbits.

    - oc( no de"eria dar ou"idos a tudo o que falam! 0ui"o - disse o @eitor! queno gosta"a muito do moleiro. - 5o tem sentido ficar falando sobre empurrar e puPar.

    2s barcos so muito traioeiros at$ para aqueles que se sentam quietinJos sem procurar problemas. e qualquer Ieito: foi assim que o Sr. @rodo se tornou um Qrfo eficou perdido! como se pode dizer! em meio quele estranJo po"o da 1erra dos *uques efoi criado na Sede do *rande"in. &quilo geralmente I $ um formigueiro de to cJeio. 2"elJo 9estre Dorbadoc nunca te"e menos do que duzentos parentes nas redondezas.

    2 Sr! *ilbo no poderia ter feito coisa melJor do que trazer o menino para morar entre gente decente.

    - 9as acJo que esse foi um golpe duro para aqueles Sacola-bolseiros. ElesacJaram que iam ficar com *olso na $poca em que ele foi embora e foi consideradomorto.

    E ento ele "olta e os manda sair! e continua "i"endo e "i"endo! e nem parecendoum dia mais "elJo! puPa "ida' E de repente arranIa um Jerdeiro! e arruma toda adocumentao necessria. 2s Sacola-bolseiros nunca "o entrar em *olso depois disso!ou pelo menos se espera que no.

    - 1em um monte de dinJeiro enfiado l dentro! ou"i dizer - disse um estranJo!um "isitante que esta"a a negQcios "indo de Dr a"a! na >uarta 2este.

    - 1odo o topo de "ossa colina est cJeio de tVneis recJeados de baVs de 2uro e prata! e IQias! pelo que ou"i dizer.

    - Ento "oc( ou"iu mais do que eu posso discutir - respondeu o @eitor. - 5o sei denada sobre IQias.2 Sr. *ilbo no faz muita economia com seu dinJeiro! e parece que no J falta

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    24/316

    deleZ mas no sei nada sobre tVneis.i o Sr. *ilbo quando "oltou! mais ou menos sessenta anos atrs! quando eu era

    um menino. 5o fazia muito tempo que eu era um aprendiz do "elJo 6olman Mele era primo do

    meu pai ! mas mesmo assim me pediu que fosse a *olso para aIud-lo a e"itar que as pessoas pisoteassem a grama e ficassem andando pelo Iardim quando a toca esta"a "enda. E em meio a tudo isso o Sr. *ilbo "em subindo a colina com um pnei! algunssacos bem grandes e uns baVs. 5o du"ido que esti"essem em sua maioria cJeios detesouros que ele apanJou em lugares distantes! onde J montanJas de ouro! dizem por aZmas no Ja"ia o bastante para encJer tVneis. 9as o meu menino Sam de"e saber maissobre isso. Ele "i"e entrando e saindo de *olso. 7 louco por JistQrias de antigamente!isso ele $! e escuta todas as JistQrias do Sr. *ilbo. 2 Sr. *ilbo ensinou-lJe suas letras -sem querer causar maldade! "eIa bem! e espero que nenJuma maldade "enJa disso.

    - Elfos e ragTes'! digo eu pra ele. 0epolJo com batatas $ melJor para "oc( e paramim. 5o " se misturar com os negQcio s que no so para o seu bico! ou "oc( "aiarranIar problemas muito grandes para "oc(! digo eu pra ele. E posso dizer para outros -acrescentou ele! olJando para o estranJo e para o moleiro.

    9as o @eitor no con"enceu sua plat$ia. & lenda sobre a riqueza d e *ilbo esta"afiPada de maneira muito firme nas mentes das geraTes mais Io"ens de Jobbits.

    - &J' 9as ele pode muito bem ter Iuntado mais ao que trouPe no inicio -argumentou o moleiro! representando a opinio geral. - Ele est sempre longe de casa. Ereparem nas pessoas bizarras que "(m "isit-lo: anTes que cJegam noite! e aquele "elJomgico andarilJo! Dandalf! e todo o resto. oc( pode dizer o que quiser! @eitor! mas*olso $ um lugar estranJo! e as pessoas de l so mais estranJas ainda.

    - oc( pode dizer o que quiser sobre coisas que no conJece melJor do que aJistQria do barco! senJor 0ui"o - retorquiu o @eitor! apreciando ainda menos o moleirodo que de costume. - Se isso $ ser estranJo! ento poderamos ter mais estranJeza por aqui. 1em gente no muito longe daqui que no ofereceria uma caneca de cer"eIa a umamigo! nem se "i"esse numa toca com paredes de ouro. 9as em *olso eles fazem ascoisas direito.

    2 nosso Sam disse que todo mundo "ai ser con"idado para a festa! e "ai Ja"er presentes! "eIam bem! presentes para todos - neste mesmo m(s.

    &quele mesmo m(s era setembro! e esta"a agrad"el como se poderia deseIar. mou dois dias depois se espalJou um rumor Mpro"a"elmente comeado pelo informadoSam de que iria Ja"er fogos de artifcio - fogos de artifcio! al$m do mais! como no se"ia no ondado J mais de um s$culoZ na "erdade! desde que o elJo 1V# Ja"ia morrido.

    2s dias se passaram e o ia se aproPima"a. ma carroa de apar(ncia estranJa!carregada de pacotes de apar(ncia estranJa! rodo u numa noite at$ a ila dos 6obbits efoi subindo a olina at$ cJegar a *olso. 2s Jobbits assustados espia"am de portasiluminadas com lamparinas para "er! embasbacados. Era conduzida por pessoas bizarras!que canta"am canTes estranJas: anTes com barbas longas e capuzes fundos. &lgunsdeles ficaram em *olso. 5o final da segunda semana de setembro uma cJarrete passou por *eirgua "inda da 8onte do *rande"in em plena luz do dia. m Jomem a conduzia!sozinJo. sa"a um cJap$u azul! alto e pontudo! uma longa capa cinza e um cacJecol prateado. 1inJa uma longa barba branca e sobrancelJas densas que sobressaam da bordade seu cJap$u. rianas Jobbit seguiram a cJarrete pelas ruas da ila dos 6obbits ecolina acima. Era um carregamento de fogos de artifcio! como eles muito bemadi"inJaram. 5a porta da frente de *ilbo! o Jomem comeou a descarregar: Ja"ia grandes pacotes de fogos de artifcio de todos os tipos e formatos! cada um rotulado com um D

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    25/316

    grande e "ermelJo e com a runa $lfica!Essa era a marca de Dandalf! $ claro! e o "elJo era Dandalf! o 9ago! cuIa fama no

    ondado se de"ia principalmente ao seu talento com fogos! fumaa e luzes. Seu oficioreal era muito mais difcil e perigoso! mas o pessoal do ondado no sabia nada sobreisso. 8ara eles! ele era apenas uma das atraTes? da @esta. 8or isso a ePcitao dascrianas Jobbit. =D de Drande?! grita"am elas! e o "elJo sorria.

    onJeciam-no de "ista! embora ele aparecesse na ila dos 6obbits de "ez emquando e nunca ficasse por muito tempo. 9as nem eles! nem os mais "elJos dentre os"elJos tinJam "isto uma de suas ePibiTes de fogos de artifcio - elas agora pertenciam aum passado lendrio.

    >uando o "elJo! aIudado por *ilbo e alguns anTes! terminou de descarregar! *ilbodistribuiu uns trocadosZ mas no Jou"e nem um buscap$ ou bombinJa! para a decepodos obser"adores.

    - Saiam agora' - disse Dandalf. - oc(s "o "er bastante quando a Jora cJegar. -epois desapareceu para dentro com *ilbo! e a porta foi fecJada. 2s Io"ens Jobbitsficaram olJando em "o para a porta por um tempo! e ento foram embora! sentindo que odia da festa nunca cJegaria.

    entro de *olso! *ilbo e Dandalf esta"am sentados perto da Ianela aberta de uma pequena sala que da"a para o oeste! sobre o Iardim. 2 fim de tarde esta"a claro equieto. &s flores brilJa"am! "ermelJas e douradas: bocas-de-leo e girassQis e nastVrciosque subiam pelas paredes "erdes e espia"am pelas Ianelas redondas.

    - omo o seu Iardim est bonito' - disse Dandalf.- 7 - disse *ilbo. - Eu gosto muito dele! e de todo o "elJo e querido ondado!

    mas acJo que preciso de f$rias.- >uer dizer ento que "oc( pretende continuar com seu plano^- 8retendo. 1omei a deciso J alguns meses! e no mude i de id$ia.- 9uito bem. 7 melJor no dizer mais nada. ontinue com seu plano - seu plano

    completo! "eIa bem - e espero que tudo saia da melJor maneira poss"el! para "oc( e paratodos nQs.

    - Espero que sim. e qualquer forma! quero me di"ertir na quinta-feira! e fazer minJa brincadeirinJa.

    - 9e pergunto quem "ai rir... - disse Dandalf! balanando a cabea.- eremos - disse *ilbo. 5o dia seguinte! cJarretes e mais cJarretes subiram a olina. 8ode ter Ja"ido

    alguma reclamao sobre =negQcios locais?! mas nessa mesma semana *olso comeou adeso"ar encomendas de todo tipo de pro"iso! mercadoria ou artigo de luPo que se pudesse conseguir na ila dos 6obbits ou em *eirgua! ou em qualquer outro lugar nasredondezas. &s pessoas ficaram entusiasmadas e comearam a marcar os dias nocalendrio! e "igia"am o carteiro com ansiedade! esperando con"ites.

    Em bre"e os con"ites comearam a se espalJar! e o correio da ila dos 6obbitsficou entupido! e cJo"eram cartas no correio de *eirgua! e carteiros auPiliares"oluntrios foram requisitados. Em fluPo constante subiam a olina! carregando centenasde "ariaTes polidas de &gradeo o con"ite e confirmo minJa presena.

    m a"iso apareceu no porto de *olso: 7 802)*) & & E510& & E8ESS2&S > E 5

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    26/316

    m dia de manJ os Jobbits acordaram e "iram o grande campo! ao sul da porta defrente de *ilbo! cJeio de cordas e paus para barracas e pa"ilJTes. ma entrada especialfoi aberta na ladeira que le"a"a at$ a estrada! e degraus largos e um grande porto brancoforam construdos ali. &s tr(s famlias Jobbit da rua do *olsinJo! "izinJa ao campo!ficaram ePtremamente interessadas e em geral sentiram in"eIa.

    2 "elJo @eitor Damgi at$ parou de fingir que trabalJa"a em seu Iardim.&s barracas comearam a ser le"antadas. 6a"ia um pa"ilJo especialmente grande!

    to grande que a r"ore que crescia no campo cabia direitinJo dentro dele! e se erguiaaltaneira prQPima a um canto! na cabeceira da mesa principal. 3anternas foram penduradas em todos os seus galJos. 9ais promissor ainda Mpara as mentes dos Jobbits :uma enorme cozinJa a c$u aberto foi construda no canto norte do campo.

    m batalJo de cozinJeiros! de todas as Jospedarias e restaurantes num raio demilJas! cJegou para aIudar os anTes e outras pessoas estranJas que esta"am aquarteladasem *olso. & agitao cJegou ao mPimo.

    Ento o c$u ficou cJeio de nu"ens. @oi na quarta-feira! "$spera da @esta.& ansiedade era grande. & quinta-feira! AA de setembro! finalmente cJegou. 2 sol

    se le"antou! as nu"ens desapareceram! bandeiras foram desfraldadas e a di"ersocomeou.

    *ilbo *olseiro cJama"a aquilo de festa! mas na "erdade era uma "ariedade deentretenimentos reunidos num sQ. 8raticamente todos os que mora"am ali por perto foramcon"idados. 9uito poucos foram esquecidos por acidente! mas! como "ieram de qualquer Ieito! no se importaram. 9uitas pessoas de outras partes do ondado tamb$m foramcon"idadasZ e Jou"e at$ algumas que "ieram de regiTes fora dos limites. *ilbo recebeuem pessoa os con"idados Me agregados no no"o porto branco. istribuiu presentes paratodos e mais alguns - estes eram aqueles que saam por uma porta lateral e entra"am deno"o pelo porto. 2s Jobbits do presentes para outras pessoas em seus ani"ersrios. Emgeral no muito caros! e no to generosos como nesta ocasioZ mas esse sistema no eraruim. 5a "erdade! na ila dos 6obbits e em *eirgua quase todos os dias algu$m faziaani"ersrio! de modo que todos os Jobbits tinJam uma grande cJance de ganJar nomnimo um presente! pelo menos uma "ez por semana.

    9as nunca se cansa"am de presentes. 5essa ocasio! os presentes foram inusitadamente bons. &s crianas Jobbit

    esta"am to ePcitadas que por um tempo quase se esqueceram de comer.6a"ia brinquedos que eles nunca tinJam "isto antes! todos lindos e alguns

    ob"iamente mgicos.9uitos deles! na "erdade! encomendados um ano antes! tinJam percorrido todo o

    caminJo "indo da 9ontanJa e de alle! e eram produtos genunos feitos por anTes.>uando todos os con"idados tinJam recebido as boas-"indas e esta"am finalmentedo lado de dentro! Jou"e canTes! danas! mVsica! Iogos e! $ claro! comida e bebida.

    6ou"e tr(s refeiTes oficiais: almoo! cJ e Iantar Mou ceia . 9as o almoo e o cJforam marcados pelo fato de que nesses momentos todos esta"am sentados e comendo Iuntos. Em outros momentos Ja"ia simplesmente montes de pessoas comendo e bebendo -continuamente! das onze at$ as seis e meia! quando os fogos de artifcio comearam.

    2s fogos eram de Dandalf.- no foram apenas trazidos por ele! mas proIetados efabricados por eleZ e os efeitos especiais! cenrios e foguetes era ele quem controla"a.

    9as tamb$m Jou"e farta distribuio de buscap$s! bombinJas! fQsforos coloridos!tocJas! "elas-de-anTes! fontes-$lficas! fogos de-orcs e roITes. Era tudo soberbo.& arte de Dandalf Ja"ia se aperfeioado com o passar dos anos. 6a"ia foguetesimitando o "o de pssaros cintilantes cantando com "ozes doces. 6a"ia r"ores "erdes

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    27/316

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    28/316

    ePauriram os estoques das loIas! adegas e armaz$ns num raio de "rias milJas! isso note"e muita import%ncia.

    epois do banquete Mmais ou menos "eio o iscurso. & maioria dos con"idadosesta"a! entretanto! numa disposio tolerante! e naquele estgio delicioso que elescJama"am de =encJer os cantos?. Esta"am bebendo suas bebidas fa"oritas! emordiscando suas iguarias preferidas! e seus receios foram esquecidos.

    Esta"am preparados para ou"ir qualquer coisa! e aplaudir a cada ponto final.>ueridos con"idados! comeou *ilbo! le"antando de sua cadeira. =Escutem'

    Escutem' Escutem'? - gritaram eles! e continuaram repetindo isso em coro! parecendorelutantes em seguir seu prQprio conselJo. *ilbo saiu de seu lugar e subiu numa cadeira perto da r"ore iluminada. & luz das lanternas caa-lJe sobre o rosto radianteZ os botTesdourados brilJa"am sobre o colete bordado. 1odos podiam "(-lo em p$! acenando umamo no ar! e com a outra no bolso da cala.

    9eus queridos *olseiros e *offins comeou de no"oZ e meus queridos 1V#s e*randebuques e @ossadores e 0olios e o"as e orneteiros e *olgers! /usta-correias!*oncorpos! 1ePugos e 8$-soberbos.

    - 8$-soberbos' = gritou um Jobbit "elJo do fundo do pa"ilJo. 2 seu nome! $claro! era 8$-soberbo. E merecido: seus p$s eram grandes! ePcepcionalmente peludos! eambos esta"am sobre a mesa.

    - 8$-soberbos! repetiu *ilbo. E tamb$m meus bons Sacola-bolseiros! a quemfinalmente dou boas-"indas no"amente em *olso. 6oIe $ meu cent$simo d$cimo primeiro ani"ersrio.- JoIe cJego aos onzenta e um' = i"a' i"a' >ue essa data se repita por muitos anos'? - gritaram todos! e bateram nas mesas alegremente. )sso era o tipo decoisa de que eles gosta"am. urto e Qb"io.

    Espero que esteIam se di"ertindo tanto quanto eu. &plausos ensurdecedores. Dritosde Sim Me 5o . 0udos de trombetas e cornetas! apitos e flautas. 6a"ia! como foi dito!muitos Jobbits Io"ens presentes. entenas de estoIos musicais tinJam sido distribudos. &maioria deles le"a"a a marca &33EZ o que no agrada"a maioria dos Jobbits! mastodos eles concorda"am que eram mara"ilJosos. ontinJam instrumentos! pequenos! masde fabricao perfeita e de tons encantadores.

    5a "erdade! em um canto alguns dos 1V#s e *randebuques Io"ens! supondo que o1io *ilbo ti"esse terminado Muma "ez que I tinJa dito tudo o que era necessrio ! agoraimpro"isa"am uma orquestra! e comea"am a tocar uma toada alegre e danante. 9estreE"erard 1V# e a Srta. 9elilot *randebuque subiram numa mesa e com sinos nas moscomearam a danar a iranda do 8ulo: uma dana bonita! mas bastante "igorosa.

    9as *ilbo no tinJa terminado. 8egando uma corneta de uma criana ao seu lado!soprou forte tr(s "ezes. 2 barulJo silenciou. - Eu no "ou me demorar muito - gritou ele.&plausos de toda a plat$ia. Jamei todos "oc(s por um moti"o.

    &lguma coisa no Ieito como ele disse isso causou uma certa impresso. @ez-sequase sil(ncio! e um ou dois 1V#s aguaram os ou"idos.

    - 5a "erdade! por 1r(s 9oti"os' 8rimeiramente! para dizer a "oc(s que gostoimensamente de todos! e que onzenta e um anos $ um tempo curto demais para "i"er entreJobbits to ePcelentes e admir"eis.

    1remenda ePploso de apro"ao.- Eu no conJeo metade de "oc(s como gostariaZ e gosto de menos da metade de

    "oc(s a metade do que "oc(s merecem. )sso foi inesperado e muito difcil.6ou"e alguns aplausos esparsos! mas a maioria deles esta"a tentando descobrir seaquilo era um elogio.- Em segundo lugar. 8ara comemorar meu ani"ersrio.

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    29/316

    &plausos no"amente.- e"o dizer 52SS2 ani"ersrio. 8ois JoIe! $ claro! $ o ani"ersrio de meu

    Jerdeiro e sobrinJo @rodo. Ele se torna maior de idade e passa a ter acesso Jerana JoIe.&lguns aplausos perfunctQrios dos mais "elJos! e alguns gritos de =@rodo' @rodo'

    @elizardo'? dos mais no"os. 2s Sacola-bolseiros franziram a testa e se perguntaram o queele queria dizer com =ter acesso Jerana?.

    - /untos perfazemos cento e quarenta e quatro anos. 2 nVmero dos con"idados foiescolJido para combinar com esse total not"el. - ma Drosa. Se me permitem usar aePpresso.

    5enJum aplauso. &quilo era ridculo. 9uitos dos con"idados! especialmente osSacola-bolseiros! sentiram-se insultados! entendendo que tinJam sido con"idados apenas para completar o nVmero necessrio! como mercadorias num pacote. = ma Drosa' >ueePpresso "ulgar'?

    - 6oIe tamb$m $! se me permitem que me refira JistQria antiga! o ani"ersrio deminJa cJegada de barril a EsgarotJ! no 3ago omprido! embora o fato de ser meuani"ersrio tenJa escapado de minJa memQria na ocasio. Eu tinJa apenas cinqRenta e umanos naquele tempo! e os ani"ersrios no pareciam to importantes. 2 banquete foiespl(ndido! entretanto! embora eu esti"esse com uma forte gripe! posso me lembrar e pudesse apenas dizer =buito obrigado?. &gora eu repito a frase mais corretamente: 9uitoobrigado por "irem minJa festinJa.

    Sil(ncio obstinado. 1odos sentiram que alguma cano ou poesia era iminenteZ eeles esta"am ficando enfadados. 8or que no para"a de falar e os deiPa"a beber suasaVde^ 9as *ilbo no cantou nem recitou. Ele parou por um momento.

    - Em terceiro lugar e finalmente! disse ele! quero fazer um 29 5) & 2. isseesta pala"ra to alto e de repente que todo mundo se sentou ereto na cadeira Mos que aindaconseguiam . Sinto inform-los de que - embora! como eu disse! onzenta e um anos seIamuito pouco tempo para passar ao lado de "oc(s - o @)9 cJegou. Estou indo embora. /\.& E S'

    esceu da cadeira e desapareceu. 6ou"e um claro de luz de cegar os olJos etodos os con"idados piscaram. >uando abriram os olJos! *ilbo no esta"a em lugar algum.

    ento e quarenta e quatro Jobbits pasmos se encostaram nas cadeiras sem dizer nada.

    2 "elJo 2do 8$-soberbo retirou seus p$s da mesa e pisou com fora no cJo.Ento caram num sil(ncio mortal at$ que! depois de "rios suspiros! todos os *olseiros!*offins! 1V#s! *randebuques! @ossadores! 0olios! o"as! *olgers! /usta-correias!1ePugos! *oncorpos! orneteiros e 8$-soberbos comearam a falar ao mesmo tempo.& opinio geral era de que a brincadeira tinJa sido de muito mau gosto! e foinecessrio trazer mais comida e bebida para curar os con"idados do cJoque e dodesconforto.

    =Sempre disse que ele era louco? foi pro"a"elmente o comentrio mais comum.9esmo os 1V#s Mcom umas poucas ePceTes acJaram o comportamento de *ilboabsurdo. 5aquele momento a maioria deles ficou acJando que o seu desaparecimento no passa"a de mais uma traquinagem ridcula! 9as o "elJo 0or+ *randebuque no tinJacerteza. 5em a idade nem aquele enorme Iantar tinJam anublado suas faculdades mentais!e ele disse sua nora Esmeralda: - 1em algo suspeito a! querida' &cJo que o louco do*olseiro partiu no"amente. elJo bobo. 9as por que nos preocuparmos^ Ele no le"ou as pro"isTes com ele. - E gritou para @rodo mandar mais uma rodada de "inJo.

    @rodo era o Vnico presente que no dizia nada. 8or um tempo ficou sentado em

  • 8/12/2019 Senhor Dos Aneis Sociedade Do Anel1

    30/316

    sil(ncio ao lado da cadeira "azia de *ilbo e ignorou todos os comentrios e perguntas.1inJa gostado da brincadeira! $ claro! mesmo I estando a par de tudo. 1e"e dificuldades para segurar o riso diante da surpresa indignada dos con"idados. 9as ao mesmo temposentia-se numa encrenca: percebeu de repente que adora"a o "elJo Jobbit. & maioria doscon"idados continuou comendo e bebendo e discutindo as esquisitices de *ilbo *olseiro! passadas e atuaisZ mas os Sacola-bolseiros I tinJam ido embora furiosos. @rodo noqueria mais ficar na festa. eu ordens para que mais "inJo fosse ser"idoZ ento sele"antou e es"aziou seu prQprio copo em sil(ncio saVde de *ilbo e se esgueirou parafora do pa"ilJo.

    >uanto a *ilbo *olseiro! mesmo durante o discurso ficara tateando o anel de ouroem seu bolso: o anel mgico que guardara em segredo por tantos anos. onforme desceuda cadeira! colocou o anel no dedo e nunca mais foi "isto por nenJum Jobbit na ila dos6obbits no"amente.

    @oi rapidamente de "olta para sua toca e ficou por um momento ou"indo com umsorriso os rumores no pa"ilJo e os sons de pessoas se di"ertindo em outras partes docampo. epois entrou em casa. 1irou a roupa de festa! dobrou e embrulJou em papelcrepom seu colete de seda bordado e o guardou. & "estiu rapidamente uns traIes "elJos edesalinJados! e apertou em "olta da cintura um "elJo cinto de couro. 5ele pendurou uma pequena espada que esta"a numa bainJa de couro preta e gasta. e uma ga"eta trancada!cJeirando a naftalina! retirou uma "elJa capa e um capuz. Eles tinJam sido guardados alicomo se fossem muito preciosos! mas esta"am to remendados e mancJados que mal se podia adi"inJar a cor original: pro"a"elmente "erde-escuro. Eram grandes demais paraele. Ento *ilbo entrou no escritQrio e de uma grande caiPa-forte tirou um fardoembrulJado em panos "elJos e um manuscrito com capa de couroZ e tamb$m umen"elope bastante "olumoso.

    2 li"ro e o fardo ele colocou em um saco pesado que esta"a ali! I quase cJeio. 5oen"elope colocou o anel de ouro! e sua fina corrente! e ento o selou e endereou a @rodo.

    8rimeiro colocou-o sobre a lareira! mas de repente retirou-o dali e o enfiou no bolso. 5aquele momento a porta se abriu e Dandalf entrou depressa.

    - &l'- disse *ilbo. - Esta"a pensando se "oc( ia aparecer.- @ico feliz em encontr-lo "is"el - respondeu o mago! sentando-se numa cadeira. -

    >ueria pegar "oc( aqui ainda e falar umas Vltimas coisas. SuponJo que "oc( esteIasentindo que tudo saiu de modo espl(ndido e de acordo com seus planos...

    - Sim - disse *ilbo. - Embora o claro tenJa sido uma surpresa: se eu fiqueiassustado! imagine os outros. m acr$scimo seu! suponJo.

    - @oi. oc( guardou sabiamente o anel em segredo todos esses anos! e me pareceunecessrio dar aos seus con"idados alguma coisa a mais que parecesse ePplicar o se