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Pub. www.semmaisjornal.com semanário - edição n.º 737 5.ª série - 0,50 € região de setúbal Sábado | 3.Novembro.2012 Distribuído com o Director: Raul Tavares VENDA INTERDITA Actual Famílias da região já entregaram este ano 391 casas aos bancos 4 O Sul Jornal de debate e cultura Caderno Anti-Stress Teatro Montemuro em Alcochete 11 Pub. +ECONOMIA Francisco Carriço diz que o comércio tradicional na já per- deu na região 20 por cento dos seus esta- belecimentos. PÁG. 14 Comércio perde 20% Carlos Beato aceita lista para o Montepio Geral ACTUAL O presidente da Câmara de Grândola acei- tou o convite do Padre Vi- tor Melícias e do líder da- quele banco mutualista, Tomás Correia, para con- correr à administração da instituição . Caso seja elei- to, Beato deverá deixar a edilidade já no início do próximo ano numa tran- sição pacífica . FECHO A senhora toda poderosa da Europa vem visitar a unidade de Pal- mela a convite do Gover- no português, dia 12, num dos momentos mais espe- rados da sua deslocação a Portugal como chefe do Governo Alemão. A visita da chanceler está a ser ro- deada de altas medidas de Segurança. Passos Coelho traz Merkel à Autoeuropa PÁG. 3 +POLÍTICA O líder do PS de Grândola, João Mar- celino, arguido de alega- do caso de abuso sexual de uma menor de 9 anos de idade, foi suspeito num caso idêntico arquivado em 2009. Os socialistas aguardam que chegue do Brasil para exigir a demis- são deste de todos os car- gos políticos. Marcelino já tinha sido suspeito de abuso sexual PÁG. 7 Pub. «Dói-me muito a situação de Setúbal e do país!» Pag. 10 DR DR D. Manuel da Silva Martins, em entrevista exclusiva

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Edição 3 de Novembro

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Pub.

www.semmaisjornal.comsemanário - edição n.º 737 • 5.ª série - 0,50 € • região de setúbalSábado | 3.Novembro.2012

Distribuído com o

Director: Raul Tavares

VENDA INTERDITA

ActualFamílias da região já entregaram este ano 391 casas aos bancos

4

O SulJornalde debatee cultura

Caderno

Anti-StressTeatro Montemuroem Alcochete

11

Pub.

+ECONOMIAFrancisco Carriço diz que o comércio tradicional na já per-deu na região 20 por cento dos seus esta-belecimentos. PÁG. 14

Comércio perde 20%

Carlos Beato aceita lista para o Montepio Geral

ACTUAL O presidente da Câmara de Grândola acei-tou o convite do Padre Vi-tor Melícias e do líder da-quele banco mutualista, Tomás Correia, para con-

correr à administração da instituição . Caso seja elei-to, Beato deverá deixar a edilidade já no início do próximo ano numa tran-sição pacífica .

FECHO A senhora toda poderosa da Europa vem visitar a unidade de Pal-mela a convite do Gover-no português, dia 12, num dos momentos mais espe-

rados da sua deslocação a Portugal como chefe do Governo Alemão. A visita da chanceler está a ser ro-deada de altas medidas de Segurança.

Passos Coelho traz Merkel à Autoeuropa

PÁG. 3

+POLÍTICA O líder do PS de Grândola, João Mar-celino, arguido de alega-do caso de abuso sexual de uma menor de 9 anos de idade, foi suspeito num

caso idêntico arquivado em 2009. Os socialistas aguardam que chegue do Brasil para exigir a demis-são deste de todos os car-gos políticos.

Marcelino já tinha sido suspeito de abuso sexual

PÁG. 7

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«Dói-memuitoa situaçãode Setúbale do país!» Pag. 10

DR DR

D. Manuel da Silva Martins, em entrevista exclusiva

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Abertura

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Joaquim Candeias garante que a sua mais recente invenção vai “revolu-

cionar” os automóveis no mundo. O arquitecto de 58 anos, proprietário de uma empresa radicada num armazém do Pólo Indus-trial de Brejos do Carre-teiros, em Olhos de Água (Palmela), revela que desco-briu um motor, com um sistema completamente inovador, que permite gastar metade do combustível. O projecto já seduziu investi-gadores de física nuclear na Universidade de Coimbra e interesse de investidores.

O motor «Cande», assim se designa vai ser desenhado em breve por uma empresa do ramo

auto, admito Joaquim Candeias que o protótipo poderá estar a funcionar num automóvel dentro de um ano.

Combustão para melhor aproveitar combustível

O proprietário da empresa Lusoscreen (outros inventos na caixa) – revelou ao Semmais que o segredo foi ter conseguido resolver o problema da falta de efici-ência dos motores. Isto é, num motor convencional, quando o combustível incendeia, a força que daí

se obtém é aplicada na direcção do eixo do motor, permitindo aproveitar apnas um máximo de 30% da força do combustível.

Porém, com a nova solução, afiança é possível assegurar a ocorrência da combustão, mas no momento do máximo binário, permitindo um muito maior aproveita-mento da força do combus-tível. E é exactamente neste ponto que anuncia uma “revolução” para a mecâ-nica dos automóveis

Outras aplicaçõesno horizonte

Por enquanto só exibe o protótipo feito em acrí-lico, não tendo ainda testado a invenção. «Isto tem muitas outras aplica-ções, que vai para além dos carros. O mesmo sistema também ser utili-zado para produzir energia eléctrica, ou então em

embarcações» revela, prometendo ainda testar o motor com ar compri-mido, acreditando que terá, igualmente, «uma grande eficácia. Estamos a falar de motores ambiental-mente muito mais evolu-ídos. Nem têm nada a ver com as baterias que alimentam os carros eléc-tricos, porque elas também são poluentes e têm prazo de durabilidade», assinala Joaquim Candeias.

E qual será o preço do novo motor? O inventor ainda não sabe, mas asse-gura que será mais barato do que os actuais, desde logo, porque exibe eixos normais, o que quer dizer que será mais simples e económico.

Inventor de Palmela cria motor que gasta metadeJá construiu telescópios e um ecrâ que funciona às claras. Mas a sua nova invenção pode ser revolucionária e já interessa a investidores. O protótipo deverá funcionar num automóvel dentro de um ano.

Joaquim Candeias, 58 anos. Tirou Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e trabalhou na câmara de Lisboa até 2000. Depois de construir vários telescó-pios à mão viria a ficar célebre por ter criado o único ecrã do mundo capaz de funcionar às claras, onde as imagens projectadas se mantém bem vivas, mesmo debaixo de uma intensa luz solar. A inovação que tornou obsoletas as vulgares telas pouco resis-tentes à luminosidade levaram Joaquim Candeias a perder a conta ao número de ecrãs «Lusoscreen Alto Ganho» produzidos e expor-tados para auditórios, restau-rantes e bares dos quatro cantos do mundo. Mas há três anos lançou uma nova

invenção: um espelho sem vidro que, segundo o criador, está «repleto de vantagens».À primeira vista assemelha-se a papel de alumínio, mas não é. Aliás, Joaquim Candeias, designa apenas por «plástico espelhado de alta definição», garantindo tratar-se de uma matéria-prima muito barata, que lhe vai permitir entrar no mercado com preços altamente concorrenciais. «Até receio que por ser tão barato as pessoas julguem que isto não preste», alerta, revelando que nos Estados Unidos o sistema já é utilizado em meios audio-visuais, para projectar imagens, mas com um tipo de película bem mais caro, que orça os 500 euros o metro quadrado.

Do ecrã às claras ao espelhosem vidro e muita criatividade

::::::::::: Roberto Dores :::::::::::

Este Novembro saiba quais são as 500 Maiores Empresas do Distrito, numa mega edição com estudos sobre o nosso universo empresarial.

Foto

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3S á bado | 3. Nov. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com Espaço Público

Actual

A ideia da refundação do Estado é assustadora e pode deitar por terra de uma só vez o contrato social que é o pilar decisivo nas sociedades civilizadas, geradas por um pensamento político que trouxe a luz da modernidade e do progresso.

É nesse alicerce que assenta a igualdade de direitos e de oportunidades, com direitos e com regras. E por isso se paga impostos.

A sua derrocada será um retrocesso ímpar e vai muito ao arrepio da sustentabilidade que o Ocidente sempre encontrou na liderança da geo-política internacional em nome de sociedades mais justas e sobretudo mais democratas, mesmo com hiatos, interesses e erros que se têm vindo a adensar.

Na verdade, o direito à Saúde, à Educação, à Segurança e à Justiça, deviam ser direitos inalienáveis. Quando este tripé falhar, estaremos à beira do colapso e do caos. A privatização do Estado é a face da mesma moeda da Estatização da sociedade. Nem uma, nem outra coisa assume os verdadeiros interesses do povo.

E se nos perguntam o que esta-remos dispostos a pagar para ‘merecer’ esses cuidados, também se devia perguntar ao Estado porque tem utilizado abusivamente mal os impostos que pagamos em situações que nada tem a ver com os nossos interesses colectivos…

E refundar os impostos ?

Editorial // Raul Tavares

Um fundo de história é o daquele peddy paper que já pudemos denominar “Lenine

de passagem”, “ele andou por aqui”. Mérito deste a teoria sobre a situação revolucionária segundo a qual «para a revolução não basta que as massas exploradas e oprimidas tenham cons-ciência da impossibilidade de viver como dantes e exijam mudanças; para a revolução é necessário que os exploradores não possam viver e governar como dantes. Só quando os “debaixo” não querem o que é velho e os de “cima” não podem como dantes, só então a revolução pode vencer» («O esquerdismo, doença infantil do comunismo», 1920). O achado, é o monumento erguido em 1958 em Penamacor à memória de um Juiz do Supremo Tribunal de Contas, par do reino, Conselheiro do Estado e Ministro da Marinha no gabinete de Hintze Ribeiro, Jacinto Cândido, desassombradamente selectivo em palavras suas gravadas sobre pedra: «A revolução há-de fazer-se (de duas maneiras): bem ordenada e dirigida, de cima para baixo, do governo para o povo, e então raiará vida nova e entra-remos num período de felicidade e de paz, ou (ao contrário) quando o governo não possa, não queira ou

não saiba fazê-la, (e então surgirá) de baixo para cima, da periferia para o centro em ondas alterosas de anar-quia que subverterão tudo e todos».

Desmérito também o há, o nosso, que repetimos estas coisas. Só que há três semanas estávamos a ouvir Passos Coelho a acusar Jerónimo de Sousa de fazer “declarações incendi-árias que instigam à violência”, enquanto no PS se vaticinava sobre a expansão de uma “catarse” a 15 de Setembro em contraponto com o infi-nitamente menos soft 29 da CGTP apoderada da “arrogância”, ainda por cima a reboque, de querer usufruir do “direito de ser dona da rua”.

E enquanto Dom Policarpo bramava que “as manifestações de rua não resolvem os problemas do país”, “muito menos uma revolução”.

Na quarta semana de Agosto de 1937 saía o quarto Avante! clandes-tino do mês (nº 48 da série II). Provava ser uma terrível arma de formação de consciências: “Depois de leres este jornal, não o destruas. Envia-o a um católico, a um legionário iludido ou a um militar. Assim cumprirás com o dever de anti-fascista”.

Saía, e era à rua.

*Militante do PCP

O jornalque saía à rua

ValdemarSantos*

O presidente da câmara de Grândola, Carlos Beato, impedido por lei de se

recandidatar à autarquia, decidiu aceitar esta semana o convite para integrar uma das listas ao Conselho de Administração do Montepio Geral, cujas eleições deverão ocorrer no próximo mês de Dezembro, apurou o Semmais de fonte fidedigna.

O autarca, que tem vindo a anunciar o seu «apego» defini-tivo a Grândola e aos grando-lenses, havia declinado, nos últimos meses, todos os convites e pressões que lhe foram feitos para eventuais candidaturas a autarquias dentro e fora do distrito, já informou os seus colegas do executivo camarário a sua adesão a este novo projecto, para o qual foi convidado pelo Padre Vítor Melicias e pelo presi-dente daquela instituição mutu-alista, Tomás Correia.

Ontem mesmo, dirigiu uma missiva aos trabalhadores da autarquia, à qual o Semmais teve acesso, na qual informa as razões pelas quais aceitou «o honroso convite» e relembra que continua, desde 2005, sem auferir o salário mensal devido pela sua presi-dência do município. Na mesma

carta, Beato, garante que, em caso de eleição para o novo cargo, reunirá os colaboradores da autar-quia para explicar «em primeira-mão» a sua decisão e «falar sobre o futuro».

Apego a Grândolae transição pacífica

Já na semana passada, por ocasião do Dia do Concelho, Beato fez um discurso emocionado e não deixou de frisar as suas opções futuras para o concelho a que se

dedicou na última década. «É natural que o ‘comandante das tropas’ queira que se dê continui-dade a uma obra que foi bem suce-dida aos olhos de toda a gente», sustentam as nossas fontes.

Caso a lista que integra para a administração da instituição bancária mutualista venha a ganhar, o autarca deverá deixar o cargo já no início do próximo ano, sendo que deverá ser subs-tituído pela actual vice-presi-dente, Graça Nunes. «Este será um problema menor, uma vez

que a actual equipa da Câmara está afinada na estratégia que foi definida até ao final do mandato e é da inteira confiança pessoal, profissional e politica do Presi-dente», referiu ao Semmais outra das fontes próximas do autarca.

A maior preocupação de Carlos Beato prende-se, agora, com a sua substituição nas próximas autár-quicas. O Presidente sempre disse gostar de vir a ter uma palavra a dizer sobre o assunto, e «está a acompanhar de perto o processo» junto do PS, partido por onde foi eleito como independente.

Mesmo sem escolhas defini-

tivas, o nome de António Candeias, ex-presidente da Junta de Freguesia de Melides e actual Presidente da Assembleia de Freguesia, eleito pelo PS, parece ser o putativo candidato que reúne mais forças no concelho, coad-juvado pelo actual vereador, Ricardo Campaniço, militante doPS, que acompanha o líder do Novo Ciclo Autárquico Socialista à 15 anos. E, caso o processo seja bem conduzido o próprio Carlos Beato poderá estar disponível para aceitar liderar a lista candi-data à Assembleia Municipal de Grândola.

Beato vai concorrer à administração do Montepio

Viver e envelhecerna Europa

Em 2012 celebra-se o 20.º aniver-sário da realização do Mercado Único Europeu.De 15 a 20 de Outubro tem lugar a Semana do Mercado Único, em Portugal, com workshops e seminá-rios sobre a temática (http://www.eurocid.pt).Desde 1992 foram progres-sivamente abolidas as fronteiras internas entre os países da União Europeia e o Mercado Único – baseado na livre circu-lação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais – passou a ser uma realidade. Graças ao Mercado Único, os cidadãos da UE podem receber as pensões de reforma a que têm direito independen-temente do Estado-Membro em que decidam viver.

6. Trabalhei em vários países da UE e tenciono reformar-me em breve. Onde devo pedir a minha pensão de reforma?

Quando chegar a altura de pedir a sua pensão, normalmente deve fazê-lo no país onde está a viver ou no país onde trabalhou pela última vez. Esse país é responsável por tratar o seu pedido e reunir os registos das contribuições efetuadas em todos os países onde trabalhou.Caso nunca tenha trabalhado no país onde agora vive, deve apresentar o requerimento à entidade competente do último país onde trabalhou. O seu pedido será tratado por essa entidade.

A lista dos contactos nos vários países da UE está disponível em: http://euro-pa.eu/youreurope/citizens/work/retire/state-pension-claims-and-calculation/index_pt.htm#popup.A pensão é a principal fonte de rendi-mento de um em quatro (1/4) cidadãos europeus. A liberdade e o direito que o assiste de visitar, trabalhar, estudar e viver a reforma noutro país constitui a face humana do Mercado Único.Os governos nacionais são os principais responsáveis pelos regimes de pensões. À União Europeia cumpre apoiar e completar as atividades dos Estados-Membros no domínio da proteção social e ter em conta a garantia de uma proteção social adequada na definição e execução das suas políticas. A legis-lação europeia inclui: a coordenação da segurança social em matéria de pensões públicas; as regras para fundos de pensões profissionais; a portabili-dade e a proteção dos direitos a pensão complementar em caso da insolvência do empregador e regras aplicáveis às companhias de seguros de vida.As pensões são cruciais para o sucesso social e económico da Europa. É uma prioridade assegurar um rendimento de reforma adequado e sustentável para os cidadãos da UE no presente e no futuro. Alcançar estes objetivos numa Europa que envelhece constitui um desafio considerável. A maioria dos Estados-Membros procuraram pre-parar-se para este desafio levando a cabo reformas dos seus sistemas de pensões.

* A sexta de dez perguntas e respostas da responsabilidade da Comissão Europeia no quadro actual da integração, por ocasião do 20.º aniversário do Mercado Único.

Dez perguntas sobre o mercado único*

25 anos de sócio do Montepio e odesafio da «responsabilidade social»Carlos Beato é sócio do Montepio Geral há mais de 25 anos e, após grande ponderação, como sublinham as nossas fontes, optou por aceitar o convite por se tratar de «um desafio de relevante importância, por se tratar de um projecto de responsabilidade social, como é o Montepio», explicam as fontes do Semmais. E sobre a

transição, em caso de ter que abandonar a presidência da autarquia, subsiste a ideia de que com a obra e o projecto cumpridos e honrados, não é por meia dúzia de meses que alguma coisa poderá ser posta em causa, designadamente num período pré-eleitoral», tendo em conta as eleições autárquicas de Outubro do próximo ano.

DR

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NO DISTRITO de Setúbal foram entregues 391 casas aos bancos, este ano. Os dados reportam-se ao período entre 1 de Janeiro e 30 de Setembro e equivalem a quase dois imóveis diários, transformando a região numa das que maiores dificuldades registam no país à hora de cumprir o pagamento do crédito a habitação. Apenas os distritos do Porto (641), Lisboa (590) e Faro (551) são superados por Setúbal, segundo revela a Asso-ciação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).

A entrega de casas no distrito de Setúbal tem partido de muitos privados, incapazes de fazer face às mensalidades a pagar à banca, mas também se regista hoje um novo fenómeno, segundo o qual, os próprios promotores imobili-ários estão a optar por se desfa-zerem dos imóveis perante as difi-culdades económicas que atra-vessam as empresas.

«Há um rol de compromissos, relativos a empréstimos a impostos, que é impossível de suportar aos

dias de hoje», explica ao SemMais, Paulo Alexandre Vieira, operador neste ramo de actividade em Setúbal, para quem «a entrega de casas ainda vai sendo uma solução, que, mais ou menos, permite às pessoas não perderem muito dinheiro e livrarem-se dos encargos. Isto, desde que a negociação fique bem-feita com ao banca, porque, caso contrário, as pessoas poderão não se livrar por completo da dívida e depois ainda é pior», alerta.

Precedentede Portalegre e a nova Lei

Aqui, é dado o exemplo da sentença favorável concedida pelo Tribunal de Portalegre a uma família que entregou a casa ao banco, com o argumento de que não tinha meios financeiros para a continuar a pagar, logrando liquidar o empréstimo na sua totalidade. Aliás, a nova lei, que entra em vigor em 2013, obriga os bancos a prevenirem o incumpri-mento de créditos à habitação e ao consumo e a apresentarem um plano de pagamentos.

Paulo Alexandre Vieira confirma que nunca como hoje foram entregues tantas casas aos bancos, admitindo que, pelo menos até final deste ano, várias dezenas de famílias da região venham a a tomar a mesma opção. «Há gente que nos contacta alarmada, explicando que está asfixiada e que precisa urgentemente de vender a casa, mesmo que perca parte do inves-timento que realizou. Só que hoje é muito difícil comercializar imóveis, mesmo a preços baixos», reconhece, pelo que perante os sucessivos incumprimentos e a exigência da banca, não resta alternativa às famílias que não seja abandonar o lar.

De resto, é precisamente esta a equação já realizada pela APEMIP, quando admite que até final do ano venham a ser entregues ao banco mais cerca de duas mil casas em Portugal, pelo que o distrito de Setúbal não deverá escapar à tendência.

Roberto Dores

DEZANOVE localidades do distrito de Setúbal vão receber, este fim-de-semana, o segundo Pedi-tório APPDA-Setúbal, para ajudar os cidadãos com perturbações do desenvolvimento e autismo.

Os cidadãos de Setúbal, Palmela, Azeitão, Corroios, Quinta do Conde, Montijo, Charneca da Caparica, Costa da Caparica, Lavradio, Barreiro, Quinta do Anjo, Almada, Arrentela, Trafaria, Caci-lhas, Seixal, Sesimbra, Palhais e Fernão Ferro vão ser convidados a ajudar este projecto desenvol-vido no âmbito do protocolo entre a APPDA-Setúbal, Associação Portuguesa para as Perturbações do desenvolvimento e Autismo, a Junta Regional de Setúbal do Corpo Nacional de Escutas (CNE) e a Chefia Regional da Região Além do Tejo da Associação dos Esco-teiros de Portugal (AEP).

Angariação de fundospara actividade ocupacionais

A ideia é contribuir para a anga-riação de fundos para a edificação de um futuro equipamento misto que funcione como Lar Residen-cial e Centro de Actividades Ocupa-cionais, visto não existir em todo o distrito de Setúbal qualquer equi-pamento ou resposta social exclu-siva para a problemática do autismo.

Para os organizadores da iniciativa, trata-se de «um momento histórico» dado que, «mais uma vez e sem qualquer interferência do poder público», as duas grandes associações de esco(u)teiros a nível regional, uniram-se pela inclusão das crianças e jovens com Perturbação do Espectro do Autismo.

Para o sucesso desta iniciativa, a APPDA-Setúbal reconhece publi-camente o apoio da Cáritas Dioce-sana de Setúbal, que facultou uma centena de latas para a realização do peditório, o que, no entender do presidente da associação, «revela uma boa prática institucional de trabalho em parceria».

Mais de mil escuteiros do distritoajudam cidadãos com autismo

A COMISSÃO concelhia do PS do Montijo mostra-se «muito preocupada» com a sustentabi-lidade da Simarsul, empresa de capitais públicos que detém a concessão da recolha, tratamento e rejeição das águas residuais da Península.

Francisco Santos, líder da concelhia ‘rosa’ montijense, realça que no primeiro trimestre de 2012, segundo dados da empresa, o montante da dívida rondava «os 26 milhões de euros». E recorda que em 2011, os muni-cípios que cumpriram as suas obrigações para com a Simarsul foram os do Montijo e de Palmela. «Ficámos a saber que a Simarsul já avançou com sentenças execu-tórias junto das autarquias do Barreiro e do Seixal», sublinha, reconhecendo que a sustenta-bilidade da Simarsul «não deve ser posta em causa, pelo que o cumprimento dos pagamentos à Simarsul é indispensável ao nosso futuro sustentável». Além do mais, entende que os atrasos dos pagamentos por parte dos municípios, coloca em causa «os ordenados e os postos de trabalho da empresa».

Deputados socialistasquestionam Governo

Os deputados ‘rosa’ do distrito querem que o Governo esclareça em que data foi concluído o processo de liqui-dação da empresa Arco Ribei-rinho Sul, data da Assembleia Geral e dos registos, recordando que o prazo estipulado pelo Governo era 10 de Abril de 2012. Os deputados querem ainda saber qual o montante total de honorários auferidos pelo liqui-datário, bem como se o liqui-datário tem acumulado a remu-neração auferida da Arco Ribei-rinho Sul com a de presidente do conselho de administração da empresa púbica ‘Baía do Tejo’, cargo para o qual foi nomeado em Abril último.

PS preocupado com sustentabilidade da Simarsul

NA SEQUÊNCIA da reestru-turação do aeroporto de Lisboa, o Governo admite que a Base Aérea N.º 6 do Montijo poderá ser a solução para complementar a Portela. Mas, caso a construção do novo aeroporto de Lisboa avance, em Alcochete, essa realidade só passará para o terreno a partir de 2022 e o investimento rondará os 170 milhões de euros.

Os deputados do PSD do distrito sempre defenderam que a Base do Montijo tem todas as condições para se tornar um aeroporto desti-nado aos voos low-cost, mantendo a sua componente militar, pelo que consideram que a Base Aérea N.º 6 é a melhor localização para um aeroporto vocacionado para voos de baixo custo.

O líder da Distrital Pedro do Ó Ramos considera que o Montijo reúne «grandes potencialidades», dado a sua dimensão, podendo a aviação civil coabitar sem inter-ferências com a actividade militar.

Segundo o político, «são mais de 950 hectares, com duas pistas ao nível da Portela e tem todas as condições para ser complementar,

não implicando a saída militar». Para o líder PSD, esta é a melhor

opção a nível financeiro, ambiental e de acessibilidades, quando comparada com a hipótese de Sintra. «A nível de dimensão, Sintra não chega aos 200 hectares, enquanto as acessibilidades são melhores no Montijo, estando mais perto de Lisboa, conclui.

Aeroporto low-cost mais perto da base aérea do Montijo

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Região já devolveu391 casasà banca

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O FILME institucional do troia-resort foi agraciado com o prémio principal, na categoria Hotéis & Resorts, do Festival Internacional de Filmes de Turismo Art&Tur 2012. Esta 5.ª edição, realizada de 24 a 27 de Outubro, em Barcelos, contou com a participação 360 filmes de 28 países, que apresentaram o que de melhor se faz a nível mundial na área audiovisual do sector do turismo.

O objectivo principal do filme “Natureza Especial”, que marcou

uma nova etapa na comunicação do projecto troiaresort, foi a divul-gação das principais caracterís-ticas do espaço quando compa-radas ao mundo natural, da Penín-sula de Tróia, e à personalidade do ser humano. O resultado final correspondeu a quase cinco minutos de imagens reais onde a base da ideia criativa assume a assinatura “Natureza especial” como o mote da caracterização do troiaresort, enquanto destino voca-cionado para famílias.

Este prémio vem confirmar o carácter da imagem e da sonori-zação de uma película simples mas densa de cenas que apostam na sensibilização ambiental e na quali-dade natural de Tróia.

Para João Madeira, director-geral do troiaresort, este reconhe-cimento deixa-nos «muito orgu-lhosos» mas, também, com uma responsabilidade «acrescida porque há que elevar, ainda mais, a divul-gação internacional da oferta turís-tica de Tróia».

OS NAIFA, a Orquestra Metro-politana de Lisboa, a Companhia Portuguesa de Bailado Contem-porâneo e Luís Represas e João Gil são alguns dos nomes apre-sentados esta semana, em confe-rência de imprensa, que integrarão a programação oficial do Fórum Municipal Luísa Todi, nos próximos dois meses.

A programação, feita «de forma muito cuidada», segundo João Pereira Bastos, diretor artís-tico do Fórum, teve em conta «uma vertente eclética» com o objectivo de «fidelizar o público e de fazê-lo retornar aos hábitos

de ir ver cultura ao Luísa Todi». Daí que a oferta vá desde a dança à música clássica e popular portu-guesa, bem como espectáculos infantis, teatro e apresentações de obras literárias.

Nestes dois primeiros meses de programação oficial do fórum, os destaques vão para o espectá-culo de Luís Represas e João Gil, que actuam no dia 30 de Novembro, às 21h30, num espec-táculo que assinala os 36 anos de carreira dos dois músicos.

O grupo de Luís Varatojo, Maria Antónia Mendes, Samuel Palitos, Sandra Baptista e Rodrigo

Dias, A Naifa, atua no dia 7 de dezembro, às 21h30, enquanto a Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, diri-gida por Vasco Wellenkamp, se apresenta no dia 13, em duas actuações de “O Corpo, a Natu-reza e a Geometria”, uma obra destinada especialmente ao público infantil.

No dia 15 de Dezembro, o Fórum recebe a Orquestra Metropolitana de Lisboa, num concerto que conta com a direcção, a título especial, do maestro e cravista inglês Nicholas Kraemer e um reportório centrado no período barroco.

A PLURAL, contratada para proceder à revisão do Plano Director Municipal de Alcochete, anunciou que vai avançar com acção judicial contra a autarquia por dívida supe-rior a 100 mil euros relativa ao trabalho realizado em 2011.

Luís Rebolo, gerente da empresa, disse à Lusa que entregou à Câmara, em Dezembro de 2011, um projecto de PDM que está concluído «do ponto de vista processual» e com todos os elementos «necessários e sufi-cientes para permitir a tramitação legal do mesmo».

«Até ao momento não recebemos

qualquer ‘feedback’ em relação ao trabalho entregue e a Câmara deve à Plural mais de 100 mil euros. Contactámos a autarquia, por correio electrónico, telefone e carta, mas não tivemos respostas e as reuniões têm sido sempre adiadas», relatou. Fonte do município diz que o presi-dente Luís Franco não presta escla-recimentos uma vez que o processo vai dar entrada no tribunal.

Segundo Luís Rebolo, o trabalho de revisão do PDM já passou por diversos executivos municipais, mas as dívidas em causa são referentes a 2011, tendo os trabalhos sido inter-rompidos no início deste ano.

BÁRBARA Martins, de Setúbal, venceu um concurso promovido pela Benetton e pela Unhate Foundation a nível mundial destinado a jovens desempregados ou licenciados sem colocação e com o objectivo de que cada jovem tivesse condições para dar o primeiro passo na criação do seu próprio negócio.

O prémio, no valor de 5 mil euros, deverá ser utilizado num projecto a aplicar em 2013.

Mas em vez de criar o seu negócio e conseguir um posto de trabalho, Bárbara Martins optou por usar a verba na construção de um projecto de valorização para os mais desfa-vorecidos na sociedade. O objectivo

é criar uma feira da solidariedade, apelando a empresas e entidades locais, e fazer reverter o valor anga-riado para instituições de cariz social. «Quero que esta feira seja uma opor-tunidade para quem precisa», explica ao Semmais.

«O facto da iniciativa ser apoiada pela Benetton e acompanhada do ponto de vista mediático pode ser muito bom para a imagem da cidade. Enquanto se promove a solidarie-dade também se está a promover Setúbal do ponto de vista turístico e económico», afirma Bárbara Martins.

A Feira da Solidariedade que deve acontecer na Primavera do próximo ano, vai ter também animação musical e outras atracções para, segundo a promotora, «chamar o maior número de pessoas possível e assim anga-riar um valor maior para oferecer a essas instituições», sustenta.

Programação eclética pretende chamar público ao Fórum Luísa Todi

Plural senta Alcochete no banco dos réus

Jovem sadina vence concurso mundial patrocinado pela Benetton

A BAÍA do Tejo promoveu, no passado dia 25, uma visita aos terri-tórios do projecto Arco Ribeirinho Sul, nomeadamente Barreiro, Almada e Seixal, com os membros do grupo de acompanhamento da execução deste projecto.

Esta iniciativa surge na sequência da primeira reunião, realizada em Julho, promovida pela CCDR-LVT. O grupo de acom-panhamento é constituído pelas Câmaras Municipais de Almada, Seixal e Barreiro, CCDR-LVT,

Parpública, Baía do Tejo e Minis-tério das Finanças.

Descontaminação dos solos a muito bom ritmo

A visita visou mostrar o trabalho que tem sido desen-volvido ao nível da desconta-minação dos solos, assim como abordar a reabilitação dos terri-tórios tendo em vista a dinami-zação e captação de investi-mentos, por forma a garantir a

execução da estratégia Arco Ribeirinho Sul.

A Baía do Tejo é uma empresa vocacionada não só para a exploração de Parques Empre-sariais nos seus três territórios localizados nos concelhos do Barreiro, Estarreja e Seixal, como também para a valorização dos mesmos através de instrumentos de ordenamento, na sequência das atribuições de desenvolvi-mento da estratégia Arco Ribei-rinho Sul.

Entidades visitam territórios da Baía do Tejo

Troiaresort distinguido em filmes de turismo

Bárbara Martins altruísta

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Agora, quando grande parte de nós já conhece o desemprego, o maravilhoso mundo de “novas oportunidades” de que nos falava Passos Coelho, e quando já percebemos que a pa-lavra “ajuda” tem um significado diferente no dicionário do FMI, uma nova solução surge-nos no horizonte.Os ilustres fazedores de opinião, que sal-tam pelo canais televisivos mais depressa do que o comum dos mortais consegue fazer “zapping”, num acto de redenção trazem-nos agora uma nova esperança: um “governo de salvação nacional”. Sim, isso mesmo. Propõem que, à laia da encomenda do fabuloso Rei Artur aos cavaleiros da Távola Redonda, o presidente da Républica nomeie uma “equipa maravilha” para buscar o Santo Graal de conseguir pagar a dívida sem fazer desaparecer o país.Tudo para nos salvarem de nós próprios porque isso de compromissos, programas e promessas eleitorais é coisa para ganhar eleições. Sabem do que falam, muitos deles já foram ministros e mem-bros de governo.Perante tanto “patriotismo” e altruismo de quem antes defendeu o acordo ruinoso com a troika, e agora sacode os salpicos da torrente que fizeram desabar sobre nós, só nos resta desconfiar.Desconfiar de quem fala em baixar salários no alto da sua reforma de 150 mil euros, de quem nem sequer pagava impostos, de quem está à frente das privatizações mas é pago pelas empresas interessadas no negócio. Não podem merecer a nossa confiança. Por isso, devemos questionar a patranha de mudar de governo sem haver eleições.

A receita deles é conhecida, é a que levou a Grécia ao desespero. O resultado está à vista, sentimo-nos

cada vez mais gregos. Vemos a Grécia que “não somos” todos os dias: nos nossos familiares e amigos desempregados, nos idosos sem dinheiro para remédioas, nos miúdos que vão para es-cola sem comer, naqueles que são obrigados a emigrar... Chegou a hora de dizer basta! Fim ao silêncio, está na hora de sairmos à rua!Há que exigir a demissão deste governo e a marcação de eleições. Voz à Democracia, mas não só. Tal como dizia Zeca Afonso, “para se ser cidadão é preciso muito mais que meter um voto numa urna”: é preciso estar atento, é preciso participar.A gente que nos está a desgovernar não o faz por inabilidade, por ser desastrada ou incompetente, eles estão a servir os seus interesses e não o país.No próximo dia 12 Novembro teremos a opor-tunidade de dizer à mais alta representante dos juros agiotas, em nome dos quais nos roubam a vida, que somos e queremos ser donos do

próprio destino e temos direito a viver com digni-dade porque as nossas vidas valem mais que os

lucros deles. É isso que vamos dizer à Sra. Merkel.No dia 14 é o dia de virar o disco e dizer que não va-mos em cantigas. Vamos parar o país com a Greve Geral que será Internacional - finalmente! Nesse dia não haverá gregos, espanhóis ou portugueses, seremos gente que luta por um futuro melhor.

Leonardo SilvaPresidente Prima folia

Cooperativa Cultural

A Salvação Nacional

ano: 2012 . nr 27 . mês: Outubro . director: António Serzedelo . preço: 0,01 €

http://jornalosul.hostzi.com

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02 NA VIGIAPUBLICIDADE

Estive na 1ª marcha do Orgulho Gay dos Açores,em Ponta Delgada no dia 1 de Setembro. Fui a convite do Terry Costa grande promotor desta aventura do Azores Pride.Foi para mim um enorme desafio até por ser o padrinho nacional da marcha, em nome da Opus Gay.Já Conhecia os Açores. Tinha estado aí duas vezes, uma como turista, outra para par-ticipar num programa da RTPa, em canal aberto.Pelas perguntas que me fizeram,vi quanto havia de repressão e preconceito na cabeça das pessoas.

Entretanto, volta e meia, re-cebia telefonemas de jovens, de homens, e até de militares a pe-direm me ajuda,aflitos.

Vi assim, como era dorida a vida para um homossexual nestas ilhas.

Como tinham de ter vidas falsas, mal assumidas, retraídas, duplas, es-condidas, assustadas, o que os lança numa grande confusão identitária, propicia para criar nas suas cabeça grandes confusões que desaguam geralmente em depressões,auto ne-gações, homofobias , alcoolismo, de-pendências, em taras e até mortes e suicídeos.

S. Miguel, não es-capando à crise, des-lumbra me com a pai-sagem, o ar puro que se respira, o ambiente, o asseio, o património, o peixe e o queijo, que delicias! mas sobretu-do, com a qualidade de vida, rara, que se usufrue, fruto de politicas governamentais assertivas! Nada comparado com o Continente. Sortudos! Gosto de S.Miguel, e quero voltar às ilhas, apesar dos precon-ceitos e da homofobia tão pesados que os lgbt (lésbicas, gays, bi, e transsexuais) sofrem no dia a dia.

Antes de partir de Lisboa, recebera um “encorajador” tele-fonema de um “amigo“ de Ponta Delgada de 40 anos.

Dizia me que era um “erro“ir, porque só se esperavam no desfile meia dúzia de ” travecas”, forma

depreciativa de referir “travestis”, e acrescentava que os homos de bem, da ilha, iriam estar todos nos passeios a “chinga-los “. Estavam indignados, porque” essa “visibi-lidade toda lhes ia estragar -lhe os engates, com os homens casados

com quem andavam às escondidas”. Além disso, o desfile “preten-dia retirar direitos aos heteros o que não era justo”, acrescentava!

Ouvir este discur-so, de pura homofobia interiorizada, deu-me razão dobrada para sentir que tinha de ir.

A Marcha seria a grande prova dos nove contra o preconceito defen-dido por tipos como ele, e por alguns jornais reaccionários, que acabaram por a publicitar a contra gosto.

Quantas pessoas iriam, a este evento tão “fracturante“, nas terras da festa do Senhor do Santo Cristo, e das tradicionais touradas á corda?

Nos Açores a homossexualidade masculina tem muitas raízes escon-didas. Antigas, como o caso do 7ª donatário de S. Miguel, conde de Vila Franca, (titulo hoje mudado para Ri-beira Grande), herói da revolução de

1640, amigo de D. Joao IV. Denun-ciado à Inquisição,por seus pagens, e até um filho, por pra-ticas homossexuais, tal valeu-lhe condenação à morte, comutada em prisão perpétua, graças à intervenção do seu real amigo.

Modernas que pas-sam mais pelas ilhas Terceira e Flores, graças a existência de bases militares estrangeiras que sempre”municiam “os locais, de jovens fardados, em idades sexualmente muito activas para alegria de todos, sem grandes riscos, porque é tudo de passagem.

Como se iria então desenrolar a festa?

Para grande sur-presa minha, que me alegraria com 40-50 pessoas, de-parei com dois grandes cortejos. Um, o oficial na Av Marginal, com umas duzentas pessoas.

Outro, nos passeios, que desli-zava mais devagar, acompanhando o nosso, de curiosos, simpatizantes

envergonhados, idosos, mulheres e crianças, que sorriam, piscavam o olho cumplíces, ou lacrimeja-vam comovidos, e tiravam fotos para recordar aquele momento, que nunca tinham pensado ver, naquelas terras tão católicas...

Conclui duas coisas.Que as questões ditas fratu-

rantes, tinham acabado de sair da centralidade dos grandes centros, Lisboa e Porto, para ir para a peri-feria, onde os cidadãos já se sentiam globalizados, capazes de entender e aceitar a diferença sem problemas.

Outra, quererem entrar na Mo-dernidade de cabeça levantada, so-bretudo, aceitando as novas formas dos afectos tal como se apresentam, em relação com diversas sexualida-des, desligando-se das formas tra-dicionais de conjungalidade e das abordagens da familia patriarcal.

As Mulheres tem aqui a sua quota positiva.

Com este 1ª Pride os açoreanos deram uma lição ao país ar-caico, e hipócrita.

Os lgbt passaram de invisíveis, a visíveis no espaço público.

A mensagem do Governo Regional foi muito boa.

Todos demos um passo em frente na defesa dos Direitos Humanos, com que se constroem Democra-cias sólidas, no respeito de todas as minorias, ultrapassando a ho-mofobia e o machismo que é a doença mortal dos nossos dias, mas curável, com pílulas

de informação.Obrigado,associação Pride Azo-

res, e Terry Costa!

António SerzedeloDirector do jornal o Sul

[email protected]

Os Açores, a sua Marcha ,e o seu Orgulho

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“ Todos demos um passo em frente na defesa dos Direitos Humanos, com que se constroem Democracias sólidas, no respeito de todas as minorias, ultrapassando a homofobia e o machismo que é a doença mortal dos nossos dias, mas curável, com pílulas de informação.

“ Ouvir este discurso, de pura homofobia interiorizada, deu-me razão dobrada para sentir que tinha de ir.

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A Greciarização do nosso país prossegue a grande velocidade. Com aumentos da TSU, ou do IVA e do IRS. Com cortes de toda a ordem sobre os salários e as pen-sões de reforma. Com a abolição de apoios sociais, na saúde como na educação, no apoio às crianças como aos deficientes, a estratégia de empo-brecimento do povo português mantém os seus contornos e ace-lera-se. “Para salvar a economia nacional”, berram os políticos actualmente de ser-viço, numa gritaria ensurdecedora, sem que jamais definam aquilo de que estão a falar, sempre envol-tos em estatísticas e linguagem em politiquês e economês, para que aqueles que os sustentam, os humilhados ofendidos de ontem e de hoje, não percebam o que se esconde por detrás dos corri-queiros e dissimuladores discursos grandiloquentes dos políticos pro-fissionais. Ou seja, a transferência do rendimento dos trabalhadores para as mãos dos capitalistas.

“Não há nenhuma outra saída”, repetem exaustivamente os pro-pagandistas de todos os matizes. E, não satisfeitos, injuriam-nos até à náusea, “Assumimos um com-promisso que temos a obrigação de respeitar”, como se a dívida estatal fosse semelhante à divida de uma família.

Repisando constantemente as falsidades com que nos perseguem, “Precisamos de pagar aquilo que devemos”. “Sim”, insistem os pro-pagandistas, “necessitamos desses empréstimos externos para custear as despesas indispensáveis, como os salários dos funcionários e as pensões de reforma”… Quase sem-pre concluindo, cinicamente, “Os portugueses consumiram acima das suas possibilidades”.

Hoje, mais do que nunca, te-mos de desmascarar este cortejo de falsidades. Quando essa corja diz que “tem de cumprir os com-promissos assumidos”, mente de forma vergonhosa. Qualquer compromisso, destinado ao pa-gamento da dívida externa de um

estado, pode ser rene-gociado ou anulado, como tem acontecido inúmeras vezes com os mais diversos pa-íses. A Alemanha, por exemplo, só agora acabou de pagar as indeminizações com que se comprometeu, depois de ter perdido a 2.ª Guerra Mundial. E os EUA têm pago a sua gigantesca e

sempre crescente dívida externa, quer com mais dívidas, quer com pagamentos faseados ao longo de 60, 70 e mais anos - num proces-so habitual, que se traduz no não pagamento de facto, devido à des-valorização do dólar num período tão alargado. Mais recentemente, a Islândia, por seu turno, graças à pressão do seu povo (contrária ao desejo dos políticos do país), for-çou a renegociação das condições de pagamento da dívida externa que passa a ser paga por um perío-do de 70 anos e praticamente sem juros. E ainda conseguiram obter uma moratória, que lhes permite não efectuar qualquer pagamento naqueles anos em que o PIB do país não apresente crescimento.

Porque será que estes simuladores profissionais da po-lítica têm tanta pre-ocupação com as obrigações contraídas com o pagamento da dívida externa, mas não apresentam a mínima preocupação para com os compro-missos que assumiram perante o povo do seu país? Não será por-que, para esta corja, só interessa honrar aqueles compromissos que se traduzem em benefícios para o capital e os seus sequazes, e perdas para a população?

E, quando demagogicamente nos martelam os ouvidos com a necessidade desses empréstimos para pagarem, entre outras coisas, os salários e as pensões, abusam da credulidade popular.

Recordo que, quando o gover-no anterior se dirigiu, de chapéu na mão, a mendigar empréstimos aos usurários internacionais, agora representados pela Troika, o PIB português ultrapassava os 180.000 milhões de euros. Hoje já é mais reduzido, porque as me-didas impostas pelos sovinas da banca conduzem inevitavelmente

ao empobrecimento daqueles in-felizes povos que, como nós, lhes caem nas garras. Afinal, o que essa corja pretende é assegurar o pa-gamento atempado dos emprés-timos, concedidos sob a chanta-gem da obediência e sobretudo o pagamento dos juros leoninos que

conseguem extorquir às suas vítimas. E que, no caso português, representam 9.000 milhões de euros/ano, ou seja, a rúbrica de maior montante dos gastos orçamentais do estado português é constituída pelo pa-gamento desses juros…

Andamos a empobrecer e a traba-lhar, aqueles que ainda encontram trabalho, para encher os cofres de semelhantes agiotas e dos seus se-quazes nacionais, ou seja, aqueles que jamais são afectados pelos sa-crifícios que tanto apregoam... para os outros. Convém lembrar que nunca um país conseguiu livrar-se deste fardo da dívida externa e dos respectivos juros usurários, recuperando a situação anterior à da pretensa ajuda. Excepto um, o Chile de Pinochet, que após 20 anos de mortífera ditadura, melhorou os indicadores macroeconómicos, mas agravou enormemente o fosso entre as classes sociais.

Quanto à balela de “consu-mirmos acima das nossas pos-sibilidades”, é também indispen-sável desmascará-la. Esses gajos do poder dos diversos governos

fizeram, e continuam a fazer, os gastos mais mirabolantes e desne-cessários sem jamais nos prestarem contas. Gastam o dinheiro que nos conseguem extorquir através dos impostos, juntamente com aquele outro que pedem aos usurários e nós pagamos, da forma que bem entendem. E jamais nos prestam contas, sempre protegidos pelo abstruso “segredo de estado”. O povo não é ouvido nem achado so-bre as despesas que essa pandilha faz naquilo que bem entende. Nun-ca nos prestam contas, mas quando chega a hora de pagar, somos nós que temos de suportar os resultados das suas manigâncias, das suas inúteis negociatas, lu-crativas para poucos e ruinosas para a maio-ria, e dos seus elefan-tes brancos. Hoje, quando o sistema capitalista sobrevive ligado à máquina es-tatal, que lhe proporciona os lucros ambicionados graças ao domínio e exploração que, mais do que nun-ca, exercem sobre o povo, é que se lembram de nós. Para pagar os seus desmandos e ganância.

Fazem acordos, como o da Troika, e nós nem sabemos qual o montante e condições de pa-gamento, de que forma contraí-ram esse empréstimo e quais as condições impostas para o pagar. Somos meramente utilizados para os enriquecer. Quem gastou à tripa forra foram os sucessivos gover-

nos e os seus mentores do capital, em investimentos e mescambilhas feitas nas nossas costas, acompa-nhados por um apelo desenfreado ao consumo sem sentido que os bancos com as suas pretensas fa-cilidades de crédito promoveram a seu belo prazer.

E actualmente, ainda por cima, vociferam que consumimos acima das nossas possibilidades?

Belo exemplo da hipocrisia e falsidade dos parasitas da política profissional que, eles sim, gastam acima das possibilidades do povo que os sustenta.

Só uma luta cons-tante, e de cariz in-ternacionalista, nos pode salvar do destino anunciado por estas políticas, ou seja, o empobrecimento e a degradação das con-dições de vida da po-pulação.

E só uma luta fun-damentada numa perspectiva de combate solidário, que aponte caminhos para uma nova organi-zação social, em que o paradigma do lucro, hoje hegemónico, seja substituído pela cooperação e pela satisfação das necessidades, nos pode fazer escapar em definitivo do abismo para o qual o capita-lismo conduz o povo.TERTULIA LIBERDADEtertulialiberdade.blogspot.com

José Luís FelixEconomista

Resposta à crise que nos aflige

“ (...) a Islândia (...) forçou a renegociação das condições depagamento da dívida externa quepassa a ser paga por um períodode 70 anos

“ (...) a rúbrica de maior montante dos gastos orçamentais(...) éconstituída pelo pagamento desses juros…

“ (...) interessa honrar aquelescompromissos que se traduzem em benefícios para o capital (...) e perdas para a população?

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La Bohéme Festa de Halloween

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À BOLINA

Propriedade e editor: Prima Folia • Cooperativa Cultural, CRL / Morada: Rua Fran Paxeco nº 178, 2900 Setúbal

/ Telefone: 963 683 791 • 969 791 335 / NIF: 508254418 / Director: António Serzedelo / Subdirector: José Luís Neto • Leonardo da Silva / Consul-tores Especiais: Fernando Dacosta •

Raul Tavares / Conselho Editorial: Catarina Marcelino • Carlos Tavares da Silva • Daniela Silva • Hugo Silva • José Manuel Palma • Maria Madalena Fialho • Paulo Cardoso / Director Artístico:

Dinis Carrilho / Consultor Artístico: Leonardo Silva / Morada da Redacção: Rua Fran Pacheco nº 176 1ª 2900-374 Setúbal / Email: [email protected] / Registo ERC: 125830 / Deposito Legal:

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As declarações do Cardeal Pa-triarca de Lisboa são verdadei-ramente lamentáveis, ofensivas e intoleráveis, para alguém que esteja atento para o que se tem passado nos últimos anos. Sei que os adjectivos aqui empregues para caracterizar a conferência de im-prensa de D. José Policarpo em Fátima são, talvez, fortes demais, se não mesmo ofensivos para com a pessoa. Porém, se podemos dizer que é “suportável” ouvirmos os políticos dizer hoje uma coisa e amanhã outra, conforme as conve-niências e as repugnantes tácticas político-eleitorais, principalmen-te numa época de crise extrema como a actual, infelizmente, não posso utilizar da mesma tolerância para com a Igreja, em particular o Cardeal Patriarca.

É verdade que D. José Policarpo já nos tem habituado a declarações completamente desprovidas de sentido, contenção e falta de no-ção do lugar que ocupa, mas estas últimas declarações em Fátima, e logo nesta localidade tão simbólica para todos os católicos portugue-ses, ultrapassam todos os limites do aceitável e do inaceitável.

Em primeiro lugar, deixa-me perplexo a sua concepção de demo-cracia que fica incomodada com as manifestações legítimas dos cida-dãos, mais, que fica inquieta quan-do os governantes são obrigados a mudar políticas porque os seus eleitores assim o exigem. Eu ten-deria a concordar, no último caso, com o sr. Cardeal caso a situação

não apresentasse a gravidade que apresenta, mas assim como a pro-paganda do regime debita frases e ideias que defendem a necessidade de medidas extremas em época de crise, então é impossível não acei-tar que o combate a essas medidas também seja extremo, apesar do país se encontrar bem longe deste quadro reivindicativo.

Em segundo lugar, o que me deixou mais estarrecido foi a apo-logia dos sacrifícios como forma de expiação dos nossos pecados. Esta ficou bem patente nas palavras

proferidas acerca da nossa culpa pelos excessos que cometemos no passado, excessos esses que o nosso nível de vida real, humilde se não pobre, não podia suportar. Este tipo de discurso moralista e recriminador é inaceitável, não porque não seja verdade, mas sim porque não é totalmente verdade, sendo proferido com uma ligeireza e generalidade que choca vindo de quem vem. A “cereja no topo do bolo” são os sinais positivos que sua excelência vislumbra, que demons-tram que os sacrifícios levarão a

resultados positivos.Mas será que tenho de lem-

brar ao sr. Cardeal que em 2005 tinhamos, pelo menos, 2 milhões de pobres e que hoje teremos atin-gido cerca de 3 milhões. Que com estas políticas a tendência será a de este número aumentar expo-nencilmente. Que nunca vi tantas pessoas a fazerem fila nas mais di-versas instituições de solidariedade, quer para se alimentar, quer para alimentar os seus filhos, incluindo-se neste lote também os afortunado que ainda conservam o seu posto de trabalho. Que existem estudan-tes em todos os níveis de ensino que passam fome e muitas vezes é na escola que recebem a única refeição do dia. Que no ensino superior nem isso conseguem, pois não têm direito a refeições providenciadas gra-tuitamente pelas universidades e politécnicos, levando muitos a simplesmente desistirem da sua formação académica. Que na UE somos o país que apresenta maio-res desigualdades de rendimentos.

O que é mais chocante não é a ideia de o sr. Cardeal não conhecer o país em que vive, porque isso é uma mentira, conhece e conhe-ce-o bem. O mais chocante é que recuando ao início de Novembro do ano passado, D. José Policarpo, também em Fátima, defendia que tinha de existir equidade nos sa-crifícios pedidos e era necessário

avaliar o impacto de cada decisão no bem comum, lembrando que estes momentos difíceis podem pôr em causa os níveis de vida da população e serão os mais desfa-vorercidos quem mais sofrerá com as consequências. Bem, que leitura particular apresenta do último ano para vir agora manifestar ideias como estas? E o quase certo agra-vamento das condições de vida no próximo ano, pelas medidas que se vêm anunciando, ainda me deixa mais perplexo perante tal posição.

Por fim, temos a ideia que o sr. Cardeal veicula de que não deve, nem o peçam à Igreja, entrar na “bal-búrdia de opiniões”. Se por um lado, não se deve ter ouvido, pois não fez outra coisa se não dar opiniões, ou mesmo, clarificar uma posição, por outro, volta a esquecer-se das suas próprias palavras. Ainda não há uma mês, aquando da entrega do prémio Champalimou, perguntado sobre se, perante a situação do país, a Igreja deveria estar tão silenciosa, respon-deu que os Bispos não irião ficar calados. Pelos vistos, queria dizer que a concordância da Igreja com o rumo do país viria a ser expressa.

É verdade que alguns, muito poucos, têm verbalizado as suas preocupações, quer como membros da Igreja, quer como cidadãos por-tugueses, que também o são. Exem-plo disso é D. Januário Torgal Fer-reira, no seu estilo muito particular

e apresentando uma posição pessoal, que não tem ficado calado, e D. Manuel Martins já deu a sua achega, e se porventura fosse mais procurado pelos mi-crofones da comuni-cação social, talvez já tivesse escandalizado mais alguns membros do governo, correndo também ele o risco de

ver a sua folha de IRS plasmada em algum jornal. É também ver-dade que mais algumas vozes, que subtilmente respondem a D. José Policarpo, se têm feito ouvir depois das declarações extemporâneas deste. Mas em geral, a maior parte dos Bispos e a Igreja tem estado demasiado calada, a não ser que como um todo se reveja na verbor-reia, para ser educado, do Cardeal Patriarca. Como católico, grandes dúvidas me assolam sobre a estru-tura da igreja portuguesa ao cons-tatar que uma personalidade como esta é o seu mais alto representante.

José Carlos NetoHistoriador

A Igreja e a Crise

“ Mas será que tenho de lembrar ao sr. Cardeal que em 2005 tinhamos, pelo menos, 2 milhões de pobres e que hoje teremos atingido cerca de 3 milhões

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Política

Pub.

AS CÂMARAS de Alcácer do Sal, Alcochete, Barreiro, Moita, Seixal e Sesimbra ainda não indicaram aos deputados do PSD os valores das dívidas a fornecedores, bem como quais os maiores credores e a taxa do IMI e da derrama aplicada naqueles concelhos. O pedido foi feito há quatro meses.

O deputado do PSD, Paulo Ribeiro, considera que estes muni-cípios estão a «ocultar informações bastante importantes aos munícipes sobre o estado financeiro das autar-quias», acrescentando que é «esta é uma obrigação que está a ser posta em causa, ainda por cima por quem tanto clama por transparência».

O social-democrata recorda que as autarquias não honrando os seus compromissos a tempo e horas, «estão a criar entraves económico-financeiros impedindo as pequenas e médias empresas de subsistir em tempo de crise».

Tendo em conta a recusa das câmaras em fornecer as infor-mações solicitadas, os deputados do PSD apresentaram novo requerimento.

Seis câmaras não mostram dívidas a deputados PSD

Líder do PS de Grândola já tinha sido suspeito de outro abuso sexual arquivado em 2009

O presidente da concelhia do PS de Grândola, João Marce-lino, que há meses está a ser

investigado por pedofilia, tendo já sido constituído arguido pela PJ de Setúbal, terá estado envolvido num processo similar, igualmente de alegado abuso sexual de menor, que foi arquivo pelo tribunal de Grân-dola em 2009.

O advogado, de 48 anos de idade, que se ausentou há cerca de 20 dias para o Brasil por razões familiares – em declarações ao CM havia anun-ciado regresso para ontem (sexta-feira) – não imagina a dor de cabeça que o espera, pelo menos nas hostes partidárias, tal a onda de choque que o caso está a gerar na Vila Morena. «A família da menina (de 9 anos, alegadamente amiga do filho mais novo de Marcelino) está de rastos e a receber tratamento psicológico, e na vila não se fala de outra coisa», confessou um familiar da criança que vive numa localidade próxima da sede do concelho.

Forçar a demissãode Marcelino da concelhia

Mas as consequências políticas são igualmente devastadoras para o político do PS, que faz parte da assembleia da Junta de Freguesia de Grândola. Pedro Ruas, que esteve para avançar contra Marcelino na eleição da concelhia de Junho deste ano, defende que «Ele (João Marce-

lino) deve renunciar a todos os cargos políticos», uma vez que se trata de um «caso grave» com efeitos nefastos na opinião pública. «O PS não pode ser confundido com estas situações, pelo que deve demitir-se», defende Ruas ao Semmais.

Esta posição parece ser trans-versal à maioria dos elementos do executivo da concelhia de Grândola, alguns dos quais dispostos a «fazer

cair» o órgão partidário , caso Marce-lino não opte por esta decisão. Sobre-tudo, disse outra fonte contactada pelo Semmais, «por seriedade e honestidade política, embora só os tribunais tenham a capacidade de julgar o caso concreto».

A situação está também a ser acompanhada pela distrital do PS, liderada por Madalena Alves Pereira, que deverá, em última instância, «tomar conta do processo». Segundo as fontes contactadas pelo Semmais, a presidente estará à espera da anun-ciada chegada do arguido para iniciar o processo de recomposição da concelhia grandolense. «Vamos ver qual será a percepção da Distrital e da cúpula nacional do partido, tanto mais que estamos muito perto das autárquicas. É preciso forçar a demissão de Marcelino e depois fazer avançar o vice-presidente. Em alter-nativa deveria ser aberto um período eleitoral ou a federação nomear uma comissão administrativa», disse um dirigente federativo.

Socialistas em ‘choque’ querem a ‘cabeça’ de João Marcelino no caso de pedofilia

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Dossier Portos

O Porto de Setúbal é um porto natural situado no Estu-ário do Sado que dispõe

de condições naturais de acesso marítimo e de protecção.

Com uma localização única no cruzamento das grandes rotas de carga nacionais e internacionais, o porto setubalense assume-se como um ponto de referência estra-tégico no sector portuário de carga e descarga, uma vez que, a funcionar 24 horas por dia todos os dias do ano com acessos privilegiados aos terminais através de vários canais de navegação, esta infra-estrutura beneficia de acessos directos rodo-viários e ferroviários.

A este nível de performance, que faz do porto de Setúbal um dos mais

bem sucedidos do país, não é estranho o nível de investimento que tem vindo a ser feito pela administração portu-ária quer em tecnologia, de que se destaca a telemática que permite a ligação directa no interior dos termi-nais de Carga Geral, Ro-Ro e Conten-tores e a ligação directa com os sistemas ferroviários nacionais e internacionais; bem como as obras de melhoramento do sistema portu-ário com vista a uma maior dinâ-mica de movimentação de cargas.

Por outro lado, todos os agentes de navegação, empresas de estiva e entidades públicas da Comunidade Portuária estão ligados à autoridade portuária através de uma rede infor-mática de gestão das escalas dos navios e movimento de mercadorias.

Primeiro porto portuguêsgalardoado com Ecoport

Constituído por doze termi-nais, de duas naturezas distintas, terminais de serviço público e terminais de uso privativo, movi-menta toneladas de carga com uma elevada consciência ambiental, uma mais-valia económica e social que levou o porto de Setúbal a receber, este ano, o título ECOPORT. Um motivo de orgulho para a administração portuária, «na medida em que foi o primeiro porto português a obter este pres-tigioso estatuto e o terceiro da Península Ibérica», recordou, na altura, o presidente do conselho de administração, Carlos Lopes.

Com esta classificação, o Porto de Setúbal passa a inte-grar a rede europeia da EcoPorts Foundation, entidade integrada na European Sea Port Organi-zation (ESPO), que compara e distingue as melhores práticas ambientais portuárias.

Resultadosrecorde de 2,8 milhões

A dinâmica do investimento em infra-estruturas, redes de comu-nicação e consciência ambiental são parte da boa prestação do equi-pamento portuário que, durante o primeiro semestre deste ano, registou um resultado líquido de 2,8 milhões de euros, o que repre-

senta um aumento de 100 por cento e 17 por cento em relação ao período homólogo de 2010 e 2011, respec-tivamente.

Para este incremento contri-buiu, ainda, a redução verificada nos Gastos Operacionais (5 por cento) em relação ao 1º semestre de 2011, em especial nos forne-cimentos e serviços externos (7 por cento) e gastos com pessoal (11 por cento).

Comparado com o primeiro semestre de 2010, a APSS regista uma redução de 14 por cento nos gastos operacionais e de 5 por cento em relação ao primeiro semestre de 2011, cumprindo, desta forma, os objectivos do Governo definidos para 2012.

Localização estratégica do Porto de Setúbal ganha rotas internacionais

2009

18.795.000

2.405.309

-

5.859.149 7.006.252 6.892.587 4.858.901

3.845.913

15.110.210

25.506 50.744 77.127 -

2.651.966- 2.995.692

3.328.546 5.303.923

20.028.000 20.490.078

Indicadores Económico

Volume de Negócios

Resultado Líquido

Dividendos para o Estado*

Total de carga movimentada(Ton)

Contentores (TEU)

Estatística Portuária

2012 (até Setembro)2010 2011 Gestão rigorosa de Carlos Lopes colocou dívida a zeros

PELA segunda vez à frente da gestão e dos destinos do Porto de Setúbal, Carlos Lopes tem caval-gado uma das mais relevantes valências da estrutura portuária sadina, a transfega automóvel, com fortes investimentos nos terminais Ro-Ro. Mas a carga geral também tem-se mantido em alta, sendo que em 2010 bateu um assi-

nalável recorde. Profundo conhecer da realidade

portuária, o gestor público, com larga experiência, é tido como metódico e rigoroso. Um dos trunfos da sua gestão é o verda-deiro milagre operado no

endividamento bancário, que desceu de 11.448 milhões

para zero, entre 2005 e 2011.

Dados fornecidos pela APSS / Estatística portuária em toneladas e TEU’s / Indicadores económico-financeiros em milhares de euros

* Valor entregue no ano indicado, mas relativo ao resultado do ano anterior

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Semmais – É impressão minha ou desde a sua sucessão tem tido des-locações menos regulares a Setúbal e sempre curtas. É uma opção sua?D. Manuel Martins - Nunca foram regulares e, infelizmente para mim, poder-se-ão até contar pelos dedos das mãos e dos pés!. É verdade que sou solicitado em muitas direcções, mas não preciso de ir a Setúbal para trazer Setúbal sempre comigo.

Acredito que mantenha contactos com o D. Gilberto e que acompanhe o distrito de forma constante…O Senhor D. Gilberto, amigo de longa data, repete os convites para passar parte dos meus dias em Se-túbal, mas eu também penso que não tenho razões para andar por aí. Embora mantenha uma inten-sa relação com a Diocese com en-contros, cartas, telefonemas, con-vivências. Meu Deus, não temos feito outra coisa. Devo a D. Gilber-to um montão de amabilidades, al-gumas das quais nem dão para contar. E de Setúbal sei de tudo quanto posso saber. A comunica-ção social uma vez por outra traz-me notícias e todas me interessam, até o tempo que vai fazer. Mas o que mais sei vem do jornal dioce-sano ‘Notícias de Setúbal’ e de ‘O Setubalense’, que me é enviado num gesto de grande gentileza.

Apesar de tudo e a essa distância como vê a situação social na região. Sente alguma similitude com o período em que teve que esgrimir alertas com os governantes e lide-rar a luta contra a fome…O que lhe posso dizer é que dói-me muito a situação do meu país. Dói-me muito a situação de Setú-bal. Nos anos 80, julgo que a situ-ação de Setúbal era muito pior que a do país. Hoje, infelizmente, esse pior implantou-se em Portugal. Os mestres que digam porquê. Mas cada vez creio mais que esta situ-ação em Portugal e noutros paí-ses europeus, tem uma filosofia económica que a explica, tem ado-radores que a expandem e com ela se locupletam e encontra segui-dores atordoados que mais se dei-xam levar por interesses, incluin-do os eleitorais, do que por qual-quer bem do povo.

Medo de solução tardia e «mal acompanhada»

Vislumbra, ainda assim, alguma saída para esta encruzilhada?O que posso dizer é que estamos mal, muito mal. E quem se debru-ça na história, veja-se 1929, e no mais pérfido que as filosofias po-dem contar, logo se deixará apo-derar do medo de que a solução venha tarde e mal acompanhada.

Como tem visto a acção da Igre-ja e das instituições que a mesma suporta no campo social?No meio de toda esta tragédia na-cional, a Igreja vai à frente no cum-primento das Obras de Misericór-dia. Agora, desde que me conhe-ço como gente, sempre ouvi dizer que a missão profética na Igreja tem sido o parente pobre da Evan-gelização. Vamos ver se o Sínodo

agora terminado pensou nisso. Oxalá que sim. De contrário, o mun-do continuará a fazer o seu cami-nho sem Igreja.

Mas não lhe custa, passados estes anos todos, voltarmos às cantinas sociais, uma espécie da ‘sopa dos pobres’, que de certo modo es-tigmatizou, à época, a imagem de Setúbal?A quem não custa? E logo porque são fruto de responsáveis pelo me-nos distraídos. Como disse, esta situação tem causas e causado-res. “Acordai”.

Essa expressão parece estar a correr o nosso universo de con-testação. Não lhe parece que temos uma sociedade civil mais activa?Está a despertar sim. A cidada-nia consiste nisso: convencer-se a gente que somos construtores da história, que não nos deixa-remos manipular seja por quem for. Infelizmente há muita gente manipuladora e outra tanta que se deixa manipular. O importan-te é que o sentimento de cidada-nia cresça, cresça mais e cresça sempre. Só assim seremos um povo inteiro e a sério.

Pela análise que faz da situação que estamos a viver, corremos mesmo o risco de empobrecer de facto, sem retorno e com conse-quências drásticas…Ainda nos quer mais pobres? Mas a verdade, a triste verda-de, é que ainda vamos ser mais pobres, nisso tem razão. Por quanto tempo, não sei, mas vai demorar. Tenho-me enganado muitas vezes. Oxalá esta seja mais uma e das crassas.

10 S á bado | 3. Nov. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Entrevista

D. Manuel da Silva Martins, em entrevista exclusiva, fala da crise actual e da de Setúbal dos anos 80

«A crise de Setúbal era muito pior que a do país, hoje é de todo o Portugal»Numa deslocação relâmpago a Setúbal, o ex-prelado sadino fez as comparações possíveis com a crise actual e a luta contra a fome que liderou entre os anos 80, lançou farpas aos «adoradores» da filosofia económica e falou do papel da Igreja na acção social. «Esta situação tem causas e causadores», afirmou. E diz como vive com Setúbal todos os dias mesmo estando longe.

D. Manuel da Silva Martins diz que «enchia um livro que aceitasse ser grande», com histórias marcantes sobre o período em reclamou haver fome em Setúbal, numa região que vestiu o luto quase uma década, entre os anos 80 e 90. «Aconte-ceram coisas impensáveis, a nível das desgraças, a nível dos poderes, a nível das soluções procuradas, a nível de casos pontuais que vestiram, não raro, as roupas da epopeia», lembra. E há pergunta se ainda recebe muitas missivas oriundas do distrito, o ex-prelado sadino afirma que não e diz que «é assim que deve ser». «Até nisso o povo de Setúbal é inteligente e sabe como deve comportar-se», afirma.

A década do luto que se viveu em Setúbal«vestiu as roupas de uma epopeia»

Um arauto dos direitos humanos

37 anos depois de ter sido ordenado Bispo de Setúbal, D. Manuel Martins esteve, no passado sábado, de visita ao distrito que continua a sentir como a sua terra de eleição.O Bispo Emérito celebrou uma missa na Sé de Setúbal e presidiu aos 25 anos da Liga dos Amigos do Hospital e dos 25 anos da biblioteca do Centro de Estudos Raio de Luz, em Sesimbra, à qual “empresta” o nome. Para José Pedro Xavier, que preside ao Raio de Luz, o Bispo Emérito «mantém a frescura de quem tem convicções muito firmes» e, por isso, sente-se «magoado» com a situação que o distrito atravessa. Xavier também sente essa mágoa: «Estamos a preparar uma resposta social, mas enquanto isso continuamos a acção cultural» que é cada vez mais dificultada «porque quem não tem que comer não sente condições de se cultivar». Já Cândido Teixeira, que preside aos Amigos do Hospital, realça a necessidade do apoio à saúde, lembrando que este é um trabalho da sociedade civil iniciado há 25 anos com o Bispo Emérito de Setúbal como primeiro associado honorário. A deslocação foi sentida pelo presidente da Cáritas como um acto «muito gratificante». O responsável aproveitou a visita de D. Manuel a convite do Raio de Luz e da LAHS para transmitir as dificuldades da Cáritas de Setúbal devido ao grande volume de pedidos de auxílio. «As dificuldades deverão ser maiores nos próximos tempos», pois a ajuda de quem pode «fica sempre aquém das necessidades diárias, sublinha.

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R D. Manuel é sócio honorário da

Liga dos Amigos do S. Bernardo

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CULTURA

Existe um texto particularmen-te mumificado entre os depósitos cobertos de pó das gazes da biblio-teca de Setúbal que convém que espreite a luz do dia. Intitula-se “Estragos do Terremoto vaticínio de felicidades. Sobre os habitado-res da nobilíssima Vila de Setúbal na justificada aflição em que se viram no primeiro de Novembro de 1755”, da autoria do Pe. Francisco de Santo Alberto. Tratou-se de um frade franciscano do Seminário de Brancanes, em Setúbal, edifício esse também esquecido, o que é pena. É um pequeno tratado, com 53 páginas apenas. São poucas as referências a Setúbal e ao que efetivamente se passou a 1 de No-vembro de 1755, mas gostávamos de partilhá-las:

“Quem pusesse em ti os olhos, ó amado povo de Setúbal, no pri-meiro deste mês, e visse que a

mesma terra pelas bocas, que abri-ra no seu tremor estava lançando, cacheis de água, que te afogava; quem reparasse que rebentando a água neste vistoso campo do Bomfim fazia equivocar com sua inundação do prado alegre com o verdene-gro das ondas; quem atende-se a tuas va-lentes muralhas des-feitas, consumidas, e despedaçadas ao im-pulso deste soberbo licor; quem encontra-se nas tuas ruas os barcos, os batéis, e os iates atravessados com o ímpeto do mesmo empolado elemento; quem ultimamente presenciasse o mar tão ensoberbecido, furioso, e levantado passando muito além daqueles fins, que o Autor da na-tureza lhe tinha posto.”

“Que viste nesta notável Vila de Setúbal? Viste os seus sumptuosos Templos alagados, os Mosteiros demolidos, e arruinados, uma grande, ou mayor parte de suas casas, e palácios tão desbaratados,

e caídos, que ficaram desertos, e inabitáveis; as ruas montes de en-tulho. Que mais viste? Um grande número de criaturas mortas, reli-giosos, eclesiásticos, e seculares, de tal sor-te, que só em uma rua em menos espaço de cinco varas se desen-

tulharam trinta e sete cadáveres: as pernas quebradas, as cabeças abertas, os corpos moídos, e feri-dos eram tantos, que se este efeito da destruição de seus edifícios.”

“Que lágrimas, que gemidos, que desmaios não te vi naquele

dia? Que confissões, que arrepen-dimentos, que propósitos de nunca mais pecar não praticaste naquela ocasião? Que misericórdias não pedias ao Céu em altas vozes? Se pedias a Deus misericórdia, se cho-raste então as tuas culpas sinal é, que conhecias tu então, que as tuas culpas eram a causa principal do Terremoto.”

Estas descrições dispersas na obra narram-nos que ao terramoto seguiu-se uma onda de enormes proporções que atingiu boa par-te do povoado. Também não é de espantar que se tenham elevado as águas da ribeira do Livramento (atual Av. 22 de Dezembro), provo-cando uma cheia no Bomfim. Os mortos e os feridos, os edifícios destruídos, os aterros, são especi-ficidades igualmente referenciadas noutros documentos coevos e que encontram, neste texto, mais uma

confirmação.No entanto, o texto de Fr. Fran-

cisco de Santo Alberto é um texto ideológico, que procura encontrar as explicações do fenómeno. E tal como os atuais membros do go-verno e os comentadores televisi-vos, vem repetindo sempre que a culpa do terramoto é dos pecados dos setubalenses. Faça-se a peni-tência dos pecados, as reformas de vida, e aproveitemos os bens que se aproximam após este se-vero castigo e paguemos a dívida. Que o autor tivesse esperança que acreditassem nele em meados de Setecentos, entendesse, mas será que querem mesmo que acredi-temos que a culpa do terramoto da dívida, volvidos mais de 250 anos, é nossa?

José Luís NetoSubdirector do jornal O Sul

O terramoto de 1755 em Setúbal

Uma das imagens de marca, di-gamos, da nossa cultura, que tanto nos orgulha e encanta os estrangei-ros, são os azulejos. Desde finais do séc. XV (nessa altura importados da Espanha árabe) que os temos em espaços inte-riores, nomea-damente em igrejas e capelas, palácios e palacetes, mais tarde também em claustros e em galerias viradas para pátios ou sumptuosos jardins. A partir do séc. XVIII a sua aplicação invadiu também paredes exteriores de palácios, nuns casos viradas para os jardins ou quintas envolventes, noutros casos viradas para os espa-ços públicos, sobretudo tratando-se de edifícios urbanos. Embora não abundem os casos, também vemos coberturas de azulejos em paredes exteriores de igrejas e capelas, assim como em fontanários. Ora, são so-bretudo os azulejos que se expõem mais aos olhos de quem passa (mas não só, também os que se situam em interiores de edifícios abandonados) que são os maiores e mais fáceis al-vos de saque.

Em Setúbal, há duas áreas onde isso é particularmente visível: Baixa e Bairro Salgado. Na Baixa sobretudo

em antigos edifícios, onde estão ago-ra instalados espaços comerciais; no Bairro Salgado em moradias do prin-cípio do séc. XX, em estilo Arte Nova. Na zona mais antiga da cidade ainda

se conservam painéis de azu-lejos anteriores ao grande terramoto de 1755, embora a grande maioria seja pos-te-rior a essa data. Uns são figurativos, outros compõem retorcidos padrões de gosto bar-

roco, outros são friamente geomé-tricos; uns são de fabrico artesanal, outros pro-duzidos industrialmete (ainda em finais do séc. XIX). Variadas tipologias ali podemos encontrar, incluindo painéis executados por encomenda, já no séc. XX, para ilus-trarem, simbolicamente, o tipo de atividade a que o espaço comercial se dedicava.

Mas também existem facha-das com coberturas ou painéis de azulejos muti-lados noutras zonas, como em Troino, assim como em antigas moradias aban-donadas noutros pontos da cidade. Entre elas sobressai a bonita e incom-preensivelmente danificada pelo tempo e por ação humana (aliás, a caminho da ruína) moradia situada

a meio da face norte da avenida dos Combatentes. Esta casa, já há mui-to rodeada por prédios de diferentes épocas, poderia ser, mesmo assim, uma autêntica pérola de arquitetura e decoração, se devida-mente con-servada. As formas e proporções graciosas que apre-senta estão cobertas de fabu-losos e originalíssimos painéis de azulejos, alguns já mutilados, as-

sim como de curiosos trabalhos em ferro e em madeira.

Esta devassa do pa-trimónio (que, convém dizer, acontece por todo o país) dá-se por várias razões: porque algumas áreas da cidade estão pouco habitadas, por-que existe uma vigilân-cia insuficiente, porque uma cultura de respeito

pelo património histórico-cultural é coisa que pouco se pratica, mas

sobretudo por exis-tirem circuitos de comércio ilegal (que urge comba-ter) onde os azulejos entram. Consta que esses circuitos levam parte das peças roubadas para o estrangeiro e outra para casas de antiguidades, mas também para as mãos de alguns comer-ciantes de rua, que os vendem em feiras à vista de toda agente, sem que sejam sujeitos a qualquer tipo de controlo.

Os azulejos roubados são vendidos de forma avulsa ou em pequenos e ape-lativos painéis emoldurados, que bem ficam como peças decorativas em qualquer casa, mas onde infelizmente cumprem um papel lamentável por estarem deslocados e desenraizados dos locais e dos enquadramentos para onde foram originalmente conce-bidos. E de onde não deveriam ter sido retirados!

Como se não bastasse, Setúbal perdeu recentemente o seu maior painel de azulejos, que se encon-trava na parede sul do mercado do Livramento, aquando da derrocada causada por uma obra contígua, que provocou a morte de sete traba-lhadores.

António GalrinhoDocente

“ (...) circuitos levam parte das peças roubadas para o estrangeiro e outra para casas de antiguidades

“ (...) descrições dispersas na obra narram-nos que ao terramotoseguiu-se uma onda de enormes proporções

“ poderia ser (...) uma autêntica pérola de arquitectura e decoração, se devidamente conservada.

Roubo de azulejos nas zonas históricas de Setúbal

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18 de NovembroAniversário da Associação José Afonso

“Às vezes não tenho jeito para falar de Amigos”

12h Almoço/Convivio na A.M.B.A (Assoc. Moradores Bairro Anunciada)18h Concerto no Forum Luisa Todi

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A cultura sempre foi, mesmo quando foi alcandorada a ministé-rio e tinha um ministro pirotécni-co, a mal amada dos Orçamentos de Estado. Tirando algumas me-didas com impacto significativo a nível nacional, por exemplo a Rede Nacional de Bibliotecas, o resto, mesmo que acabasse por ter impacto positivo, como Serralves ou a Casa da Música, surgia avul-so à margem de uma intervenção com coerência numa política de cultural. Os sucessivos ocupantes do cadeirão cultural preocupa-vam-se mais em encontrar uma maneira em deixar a sua marca digital. Todos andaram à procura de inventar um museu a que o seu nome fosse ligado. Ideias não lhes faltaram cada cor seu paladar. Ela era o Museu das Viagens e do Mar, da Língua Portuguesa, uma sucur-sal do Ermitage, e um fantástico dedicado à Imaginação. Enquanto deliravam para ficar na história, as verbas para a rede nacional de mu-seus, centrais e locais, iam escas-seando, o que é bem sintomático de uma política cultural errante, preocupada mais com o verniz da cultura do que com a cultura, despreocupada com uma interven-ção que lhe desse substância. Sem norte, deixavam-se mesmo invadir por outros ministérios que, sem lhes dar cavaco, intervinham na sua área de acção, caso do Museu dos Coches em Belém ou aliena-vam competências e tutelas sobre o património para os sucessivos ministérios da economia, que cres-

cem e minguam em harmónio ao sabor dos sigilosos critérios dos governos dos últimos trinta anos.

Governo após governo, ia-se de mal a pior. Os apoios às activi-dades artísticas reduziam-se ano após ano. Museus, bibliotecas lu-tavam pelos cada vez mais escas-sos apoios. O património edificado estava em contínua degradação. Desmantelavam-se organismos essenciais, Os quadros de pessoal qualificado ficavam abaixo dos mínimos exigíveis. A cultura ameaçava ru-ína.Com este governo o que era ameaça tor-nou-se uma certeza. A pasta foi assumida por um personagem que tem por currículo cultural, uma voz de barítono hesitante, como todos pode-mos constatar quan-do depois de perpetrar um roubo em directo anunciando uma bru-tal transferência dos bolsos dos trabalhadores para o capital, foi, sem uma ruga de pre-ocupação cantar o chamava-se nini vestia de organdi que o faria mais uma vez chumbar num cas-ting do La Feria, esse encenador de musicais fatelosos. Ocupadíssimo com uma governação que inferniza a vida dos portugueses, arranjou um secretário de estado habituado às astúcias dos subterrâneos da cultura, pronto a mordê-la até a deixar no osso. Quando ouve falar

de cultura repete com insistência o estribilho não há dinheiro, não há dinheiro, à velocidade com que Goebbels puxava da pistola quan-do ouvia falar de cultura.

As políticas dos últimos go-vernos que já estavam a criar uma situação insustentável, com a des-truição e perversão do princípio de serviço público; estrangulamento financeiro; desmantelamento, re-dução e desqualificação de ser-viços; centralização e agregação

burocrática de insti-tuições; a mercantili-zação, chegaram, com o actual governo, a uma situação extrema. Tudo isto enquanto todos os factores de produção e manuten-ção dos bens culturais aumentavam expo-nencialmente, por via directa ou pela aplicação de taxas de IVA mais elevadas. A situação de estran-gulamento financeiro,

que já colocara o orçamento para a Cultura muito abaixo do nível da subsistência, agravou-se com no-vos cortes agora sob a bandeira da “austeridade” imposta pela troika e servilmente aceite por PS, PSD e CDS. Todas as actividades que já eram realizadas em situação de grande dificuldade, são atiradas para uma real indigência que põe em causa o seu funcionamento mesmo mínimo. Para as áreas do Património Edificado, dos Museus,

dos Sítios Arqueológicos, das Bi-bliotecas, dos Arquivos, a catástro-fe é iminente. Se o que existe está em perigo, o que poderia existir fica condenado a morte prematura.

È uma política de desastre em linha com a política de desastre deste governo em todas as áreas e que ameaça atirar definitivamente o país para o mais fundo dos abismos. Neste contexto em que se torna quase impossível a vida dos traba-lhadores, reformados, pensionistas, pequenos e médios empresários a favor do grande capital, sacrificados no altar do deus dinheiro. Quando cada vez mais mulheres e homens, atirados para a pobreza ou para as suas margens, nunca reconheceram ou deixam de reconhecer a forma abstracta do pão por só verem no pão o combustível necessário para lhes assegurar a sobrevivência, po-derá questionar-se a premência de exigir 1% para a cultura. Se não se deveria sepultar temporariamen-te essa reivindicação debaixo de outras urgências colocadas pelo estado de sítio imposto pelo go-verno, pela troika que vai fazendo caminho por entre os maleáveis escolhos de uma oposição gague-jante e intermitente, o que a torna objectivamente cúmplice da situ-ação que se vive.

Calar essa reivindicação em nome de uma qualquer grelha de prioridades ditadas por uma realidade que está bem à vista de todos, seria não contribuir para lutar contra essa realidade. Se-ria um acto de submissão a um

pragmatismo empobrecedor. Seria renunciar mesmo à mais fecunda ideia de humanismo, aceitar que a cultura e as artes são um ornato para o regime exibir, pactuar com o metafisico afastamento entre a cultura e as artes da vida, quando se deve defender com toda a cla-reza e veemência a cada vez mais necessária presença da cultura na vida real, no nosso quotidiano. A luta pelos bens materiais é tão importante como a luta pelos bens imateriais. É tão importante lutar contra o iníquo Código do Trabalho como por um sistema educativo que fertilize a inteligên-cia dos jovens. É tão central lutar pelo salário mínimo como pelo apoio às actividades artísticas. É tão fundamental reivindicar um serviço público de televisão, que se tem progressivamente prostituído, como por sector empresarial do Estado que querem desmantelar completamente. É tão premente lutar por uma política para a cul-tura e por 1% para a cultura como lutar pela alteração das políticas de uma austeridade que não é igual para todos, que conduzem Portugal para uma situação de catástrofe social.

Erguer as bandeiras de 1% para a cultura é juntá-las às bandeiras em que se exige o fim desta política de desastre nacional. É um dever e uma exigência patriótica.

Manuel Augusto AraújoArquitecto da Câmara

Municipal de Setúbal

Uma Luta pela Cultura contra a Austeridade

A polinização é um serviço ecológico fundamental à manu-tenção da vida na Terra. Garante a reprodução de plantas, organismos base das redes tróficas terrestres, e a conse-quente sobrevivência de todos os animais que, direta ou indire-tamente, delas depen-dem. Embora também possa ser realizada por fatores abióticos (vento ou água), a polinização me-diada por animais contribui para a produção de bens essenciais ao homem, como culturas agrícolas, fibras, medicamentos, corantes e bebidas. O grupo que mais contri-bui para o sucesso deste processo é o dos insetos, de entre os quais se destacam as abelhas. Cerca de um terço da produção agrícola depende destes polinizadores e outro tanto beneficia indiretamen-te desse fenómeno, em quantidade e qualidade de frutos e semen-tes. Um exemplo conhecido é o

da maçã; quando devidamente polinizada é perfeitamente si-métrica e contém dez sementes. Menos sementes ou um formato

irregular denunciam uma falha ao nível da polinização.

De forma global, estima-se que mais de dois terços de todas as plantas terrestres dependam de polini-zadores. O mais co-

nhecido é, sem dúvida, a abelha do mel. Na sua demanda por pólen e néctar, com que alimenta a colónia e produz mel, cada abelha visita milhares de flores e transfere pólen de umas para outras. Como poli-nizador é particularmente eficaz, já que, em cada saída da colónia, tende a realizar recolhas em flores da mesma espécie. Contudo, esta abelha está longe de ser a única a desempenhar tão importante fun-ção. Pensa-se que existam mais de 20 mil espécies de abelhas no nosso planeta, muitas das quais

polinizadores eficazes. Num momento em que as coló-

nias de abelha do mel se têm vindo a reduzir de forma significativa (de-vido provavelmente à ação conjunta de fatores como doenças, parasitas, uso de pesticidas, alterações dos campos electromagnéticos naturais

pelo uso de redes elétricas e de co-municações), estas espécies podem vir a assumir, de um ponto de vista antropomórfico, um papel de maior relevo na polinização. Maioritaria-mente solitárias, nidificam em orifí-cios no solo ou em madeira morta, onde a fêmea fecundada armazena o

alimento necessário aos ovos que aí deposita, antes de encerrar a entrada com terra. A existência de alimento e abrigo potenciam a sua fixação em determinado local.

É neste contexto que surge a Apis Domus, empresa de investiga-ção em ecologia de polinizadores que visa a promoção e manuten-ção de habitats propícios para polinizadores silvestres. Da va-randa de aromáticas ao hectare de monocultura, do jardim público ao campo de golfe, todos os espaços verdes beneficiam da presença de insetos polinizadores e promo-ver a sua presença exige apenas um pouco de atenção e cuidado. Porque economia, sociedade e ambiente são aliados e não con-correntes, trabalhamos hoje, para garantir os frutos de amanhã, para nós e para os nossos filhos.

Mais informações em www.facebook.com/apisdomus

Andreia Albernaz ValenteBióloga, promotora do projeto

Polinização, o alicerce da vida

“ Quando ouve falar de cultura repete com insistência o estribilho não há dinheiro (...) à velocidade com que Goebbels puxava da pistola quando ouvia falar de cultura.

“ (...)estima-se que mais de dois terços de todas as plantas terrestres dependam de polinizadores.

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No Conselho de Ministros de 20 de Setembro foi aprovada uma nova legislação para o trabalho portuário. Desde aí que os esti-vadores dos portos portugueses de Setúbal, Sines, Lisboa, Figueira da Foz e Aveiro têm estado em greve, com o último pré-aviso a confirmar a greve até ao dia 7 de Novembro. Pela Europa, es-tivadores de outros portos têm demonstrado a sua solidariedade, realizando greves, assembleias ou recusando-se a receber navios desviados dos portos grevistas.

Os estivadores estão em gre-ve porque a nova legislação tem implicações terríveis no futuro da estiva e dos seus trabalha-dores. Sucintamente, conduz ao despedimento colectivo de mais de 2/3 dos estivadores, engros-sando as filas de desempregados; prevê a contratação precária a termo e intermitente de novos trabalhadores, para substituição dos efectivos despedidos; aplica a estratégia de poupança nos salá-rios para permitir maiores lucros às empresas monopolistas que detêm os portos; propagandeia, como resultado, uma diminuição dos custos do sector, na ordem dos 30%, que claramente será conseguida às custas de uma exploração capitalista das rela-ções laborais.

Ironicamente, a greve dos estivadores é de apenas um tur-no por porto, o que significa que cada estivador português continua a trabalhar num horário redu-zido de... 8H por dia, 40H por semana. A situação actual dos estivadores é um importante e óbvio exemplo da relação de forças entre o trabalho e o ca-pital no contexto europeu, que

serve de mote para a reflexão sobre o desequilíbrio estrutural

que tem vindo a ser provocado pelas po-líticas europeias de austeridade.

As políticas de austeridade que têm vindo a ser aplicadas em Portugal são po-líticas profundamen-te neoliberais: cortes na despesa pública e privatizações (saiba-

mos que foi proposta uma di-rectiva pela União Europeia que visa a privatização da Segurança Social), liberalização dos merca-dos, despedimentos e diminuição de salários. Conduzem, em últi-

ma análise, à aplicação de uma mesma variável de ajustamento económico: a compressão sala-rial. No fundo, aliando os poderes económico, social e político ao capital, em detrimento do trabalho. Permitindo portanto que os tra-balhadores paguem a crise, ao mesmo tempo que o Estado Social para o qual descontam impos-tos insuportáveis vai sendo destruído.

O que surge como ainda mais grave neste panorama, relembro, de favorecimento do ca-pital em detrimento do trabalho,

é o fantasma da requisição civil, lançado pelo sector privado, em resposta à greve dos estivadores. A Associaçao Industrial Portu-

guesa, entre outras empresas, exige em comunicado mais exploração nos por-tos e o uso de toda a força do Estado para impôr essa exploração aos trabalhores por-tuários, numa clara alusão à ordem de requisição civil que pode ser dada pelo Estado. Ora, esta

ordem fura a greve e permite a punição penal dos trabalhadores que não se apresentem ao serviço.

No entanto, esta lei está previs-ta na legislação desde 1974 para situações de extrema gravidade, que resultem de catástrofes ou calamidades públicas, fazendo face a situações de emergência ou quando se torne imperioso asse-gurar o regular funcionamento de empresas ou serviços de interesse público essencial. Estranhamente, não está em causa o interesse pú-blico essencial, mas sim a quebra de lucros que as empresas expor-tadoras estão a sofrer com a greve nos portos portugueses.

Que o sector empresarial sugira este caminho e que este caminho não seja desde logo ve-ementemente posto de parte pelo governo levanta sérias questões sobre o direito à greve e confirma, para quem ainda possa estar na dúvida, que as políticas de auste-ridade euro-centristas enquadram uma estratégia de crescimento económico assente no desempre-go, na precarização e numa cada vez maior intervenção pública para defesa dos lucros privados.

Por este brutal ataque aos es-tivadores e às suas organizações de classe, que se vem somar ao ataque generalizado ao nosso estado social, e em solidarieda-de para com o povo português, castigado pelo desemprego cres-cente, precariedade galopante e empobrecimento violento, demi-ta-se senhor Primeiro-Ministro. Durante a ditadura, os estivado-res já sofreram muitos ataques. Não será agora que viramos as costas à luta. Nunca mais cami-nharemos sós! in Manifesto dos Estivadores de Portugal (as razões de uma luta)http://estivadeportugal.blogspot.pt/2012/09/manifesto.html

Sandra CoelhoJornalista

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“ (...) a greve dos estivadores é de apenas um turno (...) cada estivador português continua atrabalhar num horário reduzido de... 8H por dia,

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11S á bado | 3. Nov. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

Anti-stress

“A MÃO do Diabo” é o 10.º romance de José Rodrigues dos Santos editado pela Gradiva. Um dos rostos mais emblemáticos da área da Infor-mação na RTP, já vendeu mais de 1 milhão de exemplares em todo o mundo e está publi-

cado em 18 línguas. O novo livro de Rodrigues

dos Santos fala de causas e consequências de uma crise económica que não é mera-mente ficção. Segundo o autor, «o livro abre os olhos para a realidade». No romance, Tomás de Noronha volta a ser o anti-herói da história cuja acção arranca em plenos tumultos gregos contra a austeridade. «Os culpados andam todos por aí», diz o autor.

Comédia Quim Roscas & Zeca Estacionâncio trazem a Setúbal o maior espectáculo de stand up comedy dos últimos anos em Portugal. Capricho Setubalense | 21h00.

Diário da separaçãoAssista à apresentação do livro “Pai vem me ver…”, de Nuno Vilaranda. É o diário do pai de dois filhos menores que, após a separação conjugal, começa a viver uma experiência dramática.Biblioteca de V.N.S. André | 18 horas.

Juventude irreverenteO Teatro Montemuro apresenta a peça “Remendos”. Conta a história de Inês, uma jovem irreverente e cheia de vida, que terá de lutar para impedir o casamento arranjado pelos pais.Fórum Cultural, Alcochete | 21h30.

Sáb. 3Sáb. 3 Ter. 6

+ Cartaz...

Mais de 3 mil pessoas já viram “Mercador de Veneza”

Escolhas SadinasPor Ana Sobrinho

O Parque da Mina é um parque temático e localiza-se em Caldas de Monchique, Portimão. Nesta antiga quinta, com zonas de lazer e de piquenique, o público pode apreciar a Casa Museu, com mais de 300 anos, entre outras actracções. Temos entradas para oferecer aos leitores. Basta dizer quanto tempo de antiguidade tem a Casa Museu? Respostas devem ser dirigidas a 918 047 918 ou [email protected]

Convites para o Parque da Mina

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PASSEIOS PEDESTRES MUNICIPAIS DE SETÚBAL DIA 4 ÀS 10H00 - “O Desafio de S. Luís”, pelo alto da serra./ Informações: 265 227 685 | www.sal.pt/

CASA DA CULTURADIA 8 ÀS 21H30 NA SALA JOSÉ AFON-SO – CLUBE DE CINEMA/ O FILME DA MINHA VIDA – Carlos Curto apresenta Easy Rider, de Dennis Hopper (1969, 94 min.). É difícil de definir Carlos Curto, já que a amplitude de projetos onde aparece envolvido é enorme. É encenador, ator, músico e atualmente diretor do Teatro Animação de Setúbal, ou seja é uma das mais criativas e multiface-tadas personalidades de Setúbal, que escolhe como filme da sua vida o clássico da contracultura norte-ameri-cana “Easy Rider”./ Entrada 1€DIA 9 ÀS 21H30 NA SALA JOSÉ AFONSO – “MUITO CÁ DE CASA” - ANTÓNIO GEDEÃO, UMA VIDA – Lançamento de Biografia e conferência por Cristina Carvalho, autora da obra./ Entrada gratuita.

MUSEU DO TRABALHO MICHEL GIACOMETTIDIA 10 ÀS 15H00 – “MUSEU DO TRABALHO FAZ 25 ANOS” - Duas exposições fotográficas sobre o

Museu:” Recolha Etnográfica da coleção Michel Giacometti” e “Mo-

mentos” do quotidiano do museu, das tardes interculturais e das visitas guiadas aos

diversos públi-cos; presença

de artesãos em laboração (pesca, olaria, vime, bilros, pão, cortiça e

carpintaria); música popular portuguesa pelo grupo de cavaqui-

nhos e pela Tuna do Instituto Politécni-co de Setúbal; visionamento dos filmes “Os vossos testemunhos” e “Da fábrica ao museu” e o lançamento das conser-vas Nero “Ostras de Setúbal”, consti-tuem o programa do 25º Aniversário do Museu.

SUGESTÕES PARA: [email protected]

A peça “O Mercador de Veneza”, de William Shakespeare, com ence-

nação de Ricardo Pais, já foi vista por mais de 3 mil pessoas. Estreou em Julho no Teatro de Almada, no âmbito do 29.º Festival de Teatro, e regressou à cena para ser vista até 11 de Novembro. Uma parceria com o Teatro Nacioal São João.

Entrecruza duas intrigas: a que decorre na Veneza sombria e mercantil, e a que tem por cenário a beleza de portas abertas à música e ao amor de uma Belmonte supostamente virtuosa. Uma dupla narrativa que evoca a multiplicidade humana, partindo das personagens de um judeu cruel, porém humano, e dos cristãos que

fazem dele a sua vítima. Albano Jerónimo inter-

preta António, um mercador cristão em estado de depressão. «Este António é um desafio parti-cular porque nunca me

tinha sido proposto fazer tal trabalho em cena. E começa logo na primeira coisa que António diz ao público, que de certa forma é um convite para o público perceber esta tristeza», explica o actor.

Já João Reis dá vida a Shylock, um especulador judeu. «Esta peça tem uma característica que a torna aos olhos de muitos anti-semita, observação com a qual eu não concordo de todo, acho que a encenação do Ricardo Pais contraria bastante essa ideia, e eu tento que o Shylock fuja um bocadinho ao este-reotipo do judeu».

Para ver de terça-feira a sábado, às 21h30, e aos domingos, às 16 horas.

DR

João Reis e Albano Jerónimo

Rodrigues dos Santos lança “A Mão do Diabo”

DR

Pub.

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O ROMANCE original “Os demónios de Álvaro Cobra”, de Carlos Campaniço, venceu o Prémio Literário Cidade de Almada, que contou com a participação de 51 obras literárias. O vencedor, que tem três livros editados, ganhou um prémio pecuniário de 5 mil euros.

Carlos Campaniço nasceu em Safara, Moura, em 1973, e é licenciado em Línguas e Lite-raturas Modernas.

Segundo Violante Maga-lhães, da Associação Portu-guesa dos Críticos Literários, neste romance cruzam-se os temas do amor e morte, da esperança e exaspero.

Instituído desde 1989, este prémio é considerado uma referência nacional na área da literatura e na promoção da criação literária em língua portuguesa.

O HOSPITAL Garcia de Orta, desde a passada terça-feira, começou a entregar aos seus utentes admitidos no serviço de Urgência, um documento informativo com os custos associados aos cuidados de saúde que recebem.

«A iniciativa, já imple-mentada em oito dos quinze maiores hospitais do país, tem como objec-tivo dar a conhecer à popu-lação e aos profissionais de saúde, de forma trans-parente e clara, os custos dos serviços e cuidados de saúde de que os cidadãos beneficiam no âmbito do Serviço Nacional de Saúde», refere fonte do hospital.

A unidade hospitalar de Almada explica que se trata de um documento meramente informativo e

que não implica qualquer custo ou pagamento para o utente.

O hospital esclarece que a medida pretende «sensibilizar os utentes para o esforço económico que os serviços e cuidados de saúde representam para todos os contribuintes, de modo a contribuir para uma utilização mais

racional e adequada dos serviços de saúde».

«A informação de custos dos cuidados de saúde deve ser preferen-cialmente entregue no momento da alta em qual-quer um dos serviços de urgência do Hospital Garcia de Orta», conclui a mesma fonte do Hospital Garcia de Orta.

12 S á bado | 3. Nov. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

+ Região

ALMADA

ALMADA

A ENTRADA em pleno funcionamento da ETAR Barreiro/Moita cons-titui «uma fase marcante» da história do Barreiro e da região.

A convicção é do presi-dente da autarquia, Carlos Humberto de Carvalho, que esta semana abordou a importância deste equipa-mento durante um encontro no Tejo, a bordo do cata-marã Pedro Nunes.

O autarca recordou o trabalho de «muitas décadas, complexo e exigente» para que

hoje se chegue «à integração plena» no sistema. «Para ser mais rigoroso, quase plena, na medida em que, dos 100 por cento das águas residuais produzidas no concelho do Barreiro, 95 por cento podem ser tratadas. Dois e meio que ainda sobram pertencem às AUGI (Áreas Urbanas de Génese Ilegal) e ainda não há possibilidade de serem tratadas desta forma» por falta de infra-estruturas, adiantou.

Os restantes casos estão localizados na Avenida Bento

Gonçalves e pontualmente nas freguesias de Santo André e Palhais.

Com o concelho coberto quase na totalidade por rede

de drenagem, «valor que vai muito para além dos objectivos nacionais» consagrados no PEEASAR II 2007-2013, (Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Drenagem de Águas Residuais, que define como grandes metas70 por cento ao nível mínimo de aten-dimento local e 90 por cento nível mínimo de atendimento nacional, o autarca considera que «passámos a ser uma cidade, do ponto de vista do saneamento básico, das mais desenvolvidas da Europa».

O ENER-GYBUS, um autocarro temá-tico, em torno da utilização racional da electricidade, chega com o apoio da S.energia ao concelho de Alcochete.

O Energybus tem como objetivo final informar, sensibilizar e promover o consumo eficiente da energia eléctrica em Portugal.

Na estrada desde Outubro de 2007, este veículo já foi visitado por mais de 60.000 portugueses.

O Energybus que teve Lisboa como ponto de partida, está a percorrer o país inteiro,

proporcionando a todos os visitantes uma viagem dife-rente e interactiva, com equi-pamentos de demonstração de novas tecnologias que incentivarão os portugueses a adoptarem comportamentos mais eficientes e amigos do ambiente.

Esta iniciativa foi desen-volvida pela EDP, em parceria com a TerraSystemics, no âmbito do Plano de Promoção de Eficiência no Consumo de Energia Eléc-trica, aprovada pela ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.

O CONCELHO do Seixal assinala a Semana do Aleitamento Materno entre 3 e 12 de Novembro com um conjunto de actividades direccionadas para bebés e família.

Esta é já a 3.ª edição da iniciativa, promovida em parceria com o Agru-pamento de Centros de Saúde Seixal-Sesimbra.

O programa é cele-brado à escala mundial e realiza-se com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF),

Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organi-zação das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

No dia 3 há Ioga para Bebés dos 24 aos 36 meses, acompanhados por um adulto, na Biblioteca Muni-cipal do Seixal, no dia 7 há Conversas com a Saúde, A Importância do Aleita-mento Materno no Pavi-lhão Municipal da Torre da Marinha; e no dia 10 Natação para Bebés, na Piscina Municipal de Corroios.

Hospital Garcia de Ortajá passa factura virtual

Campaniço vence prémio em Almada

ETAR do Barreiro é arma para limpar ambiente

Alcochete recebe autocarro Energybus

Seixal incentiva aleitamento materno

Sesimbra mantém valor do IMI

Montijo quer Natal com arte na cidade

O S PROPRIETÁRIOS de imóveis em Sesimbra não vão ver aumentado o valor do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) no próximo ano. A autarquia de Augusto Pólvora decidiu manter a taxa igual a este ano, bem como os incentivos aos proprietários que efectuem obras de recuperação no núcleo antigo da vila.

A proposta, enviada para a aprovação da Assembleia Municipal, prevê a manu-tenção da taxa de IMI nos 0,4 por cento, valor 25 por cento abaixo do máximo previsto na lei, que é de 0,5, para os prédios urbanos.

A autarquia entendeu não promover o seu agra-vamento, devido à carga fiscal prevista no Orça-

mento de Estado para 2013, que vai dificultar ainda mais a vida a muitas famílias.

Quanto aos prédios rústicos e urbanos, as taxas permanecem nos 0,8 e 0,7 por cento. De igual modo vão manter-se os estímulos aos projectos de reabili-tação urbana.

A Câmara decidiu ainda eliminar a redução do IMI verificada nos anos anteriores, para os prédios arrendados, em virtude da extinção da Taxa de Conservação de Esgotos em 2013, que desagrava a carga fiscal dos proprie-tários, e não agravar o IMI para os prédios degra-dados, visto que estes estão a ser objecto de reavaliação por parte do Ministério das Finanças.

NATAL com Arte é o nome da iniciativa a desenvolver pela Câmara Municipal do Montijo, a Junta de Freguesia do Montijo e a Escola Profissional com o objectivo de dinamizar o comércio do centro da cidade na época natalícia.

As entidades organiza-doras desta acção consi-deram que a ideia é envolver a comunidade escolar num projecto de criatividade, partilha e vocação em que se pretende despertar e esta-belecer contacto com as expressões plásticas e artísticas e, ao mesmo tempo, trazer ao centro da cidade mais população que permita ao comércio tomar um novo fôlego.

De acordo com a Câmara, este projecto

pretende transmitir uma forte mensagem de sensi-bilização ambiental e uma necessidade de rentabi-lizar materiais recicláveis de uma forma criativa, utilizando meios e recursos disponíveis ao alcance de todos.

Natal com Arte incluirá diversas actividades, com destaque para uma árvore de Natal com seis metros de altura inteiramente construída com garrafas de plástico pelos alunos da Escola Profissional.

MONTIJO

SEIXAL

BARREIRO

SESIMBRA

ALCOCHETE

Medida contraria crise e ajuda orçamento das famílias

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Despoluição do Tejo é certa

Doentes urgentes sabem custos dos cuidados que recebem

A ideia é animar a baixa

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A POLÍCIA Judiciária (PJ) de Setúbal continua a investigar um acto de vandalismo nas instalações da comuni-dade terapêutica “O Lugar da Manhã”, localizadas na freguesia da Anunciada, que trata de 15 consumi-dores de álcool e de drogas, dos 17 aos 40 anos. No ar pairam as suspeitas de intimidação e fogo posto, conforme avançou Carlos Fugas, director da instituição com 20 anos de existência.

Para o responsável da instituição, que não acre-dita em coincidências, este acto de vandalismo está

relacionado com uma reportagem sobre ‘smart-shops’, lojas que vendem ‘drogas legais’, transmi-tida na segunda-feira à noite pela TVI, onde Carlos Fugas criticou estes espaços e alertou para o perigo que os mesmos representam para os jovens e para as suas famí-lias. «Algumas das subs-tâncias vendidas nestas casas são muito perigosas. Em Setúbal sei que existem três lojas destas. Na Madeira, este ano, já morreram 4 jovens e há a registar 170 internamentos psiquiátricos, e ali existem também vendedores de

rua a vender produtos os jovens», conta Carlos Fugas.

Carlos Fugas esclarece que foi na manhã da passada terça-feira que os utentes deram conta da situação. «Os utentes encontraram chamus-cadas, por volta das 7 horas da manhã, as duas garrafas de gás propano de 45 quilos, que alimentam os fogões do refeitório da instituição», conta, acrescentando que tal cenário «nunca acon-teceu nos 20 anos de acti-vidade da instituição».

Segundo a mesma fonte, desconhecidos

arrombaram o portão do anexo onde se encon-travam as duas garrafas de gás e tentaram pegar-lhes fogo, mas, como estava a chover, não conseguiram. A partir de agora, Carlos Fugas promete uma «maior protecção» ao espaço onde se encontram as botijas de gás. «Esse anexo vai agora passar a ser coberto, de forma a interditar a entrada de intrusos», frisa.

A instituição “O Lugar da Manhã” acolhe outros 23 jovens, com problemas de álcool e de drogas, em instalações localizadas na zona do Vale da Rasca.

13S á bado | 3. Nov. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

NO ÂMBITO das comemorações dos 468 anos da atribuição da Carta de Vila a Grândola, o muni-cípio abriu esta semana a reposição parcial da expo-sição “História Arqueoló-gica de Grândola – vestígios e artefactos” e a reconsti-tuição de uma sala de aula do ensino primário.

Este é um novo espaço de cultura que irá acolher as colecções museológicas do município, exposições temporárias de longa duração e o serviço educa-tivo. A casa Frayões Metello

foi residência de famílias da nobreza local.

Já este ano, foram reali-zadas obras de conservação do imóvel, com respeito pela sua memória e traça arquitectónica, para acolhi-mento das colecções muse-ológicas do município, apresentação de exposi-ções temporárias de longa duração e funcionamento do serviço educativo que promoverá visitas orien-tadas e actividades educa-tivas de acordo com as especificidades dos diversos públicos.

A CÂMARA Municipal da Moita aprovou, na sua última reunião, a

atribuição de um subsídio no valor de 4 986,60 euros, à Santa Casa da Misericórdia de Alhos Vedros, para apoiar Projeto Eco-Lar, referente ao ano de 2012.

A Ação Eco-Lar consiste na sinalização de possíveis situações de insalubridade que coloquem em causa a saúde pública, na sua avaliação por parte de técnicos de entidades diversas, adequadas à problemática do indivíduo/família, e na intervenção, acompanhada ou não de

encaminhamento para os serviços competentes.

Com o objectivo de assegurar a sustentabili-dade da Ação Eco-Lar, decorrente do já terminado Projecto “Entre Nós”, foi assinado um protocolo entre a Santa Casa da Mise-ricórdia de Alhos Vedros, a Câmara e as juntas, com vista ao seu desenvolvi-mento e implementação.

A ALDEIA de Quinta do Anjo volta a cumprir a tradição e, até domingo, dia 4, vive a 256.ª edição das Festas de Todos os Santos, numa organização da Associação das Festas, liderada por Pedro Chula, com o apoio do município.

Fundada em 1756, como forma de agradecimento pela proteção da aldeia durante o terramoto do ano anterior, aquela que é a festi-vidade mais antiga do concelho tem na procissão em Honra da Nossa Senhora da Redenção um dos seus momentos mais altos.

Animação, gastronomia, desporto e muita música, com a participação activa do movimento associativo do concelho, completam o

programa da iniciativa.No dia da Restauração do

Concelho, no dia 1, o histo-riador António Matos Fortuna, figura «emblemá-tica e defensora da terra», foi alvo de homenagem póstuma, pelo Grupo dos Amigos do Concelho de Palmela, junto ao Largo do Poço Novo.

Pedro Chula realça o espí-rito de convívio que se vive com as festas, bem como a aposta em projectos e artistas ‘prata-da-casa’. «Apesar das limitações financeiras, as festas não perdem a quali-dade e servem para todos se divertirem e conviver».

As festas, orçadas em cerca de 10 mil euros, terminam com um espetá-culo de fogo-de- artifício, este domingo, às 23h50.

O PROGRAMA de Educação Ambiental (PEA) para o ano lectivo 2012/2013, em Sines, foi esta semana lançado oficialmente.

Promovido pela Câmara de Sines, o PEA pretende despertar as consciências dos mais jovens para a impor-tância da preservação do meio ambiente e poupança dos nossos recursos.

O programa, desti-nado a mais de 800 alunos do ensino pré-escolar e 1º ciclo, aposta num conjunto sistema-tizado de iniciativas nas escolas, desde sessões teóricas e palestras, visualização de filmes e documentários, ateliers práticos e acti-vidades no terreno, coordenadas por técnicos da autarquia em colaboração com os docentes.

O objectivo é dotar alunos, professores e restante comunidade educativa de um conjunto de conheci-mentos e ferramentas que lhes permita intervir directamente na cons-trução de uma sociedade e de um ambiente mais sustentáveis e perpetuar esses comportamentos nas gerações futuras.

A UNIVERSI-DADE Sénior de Alcácer do Sal (USAS) abriu esta semana portas na vila do Torrão, três anos depois de ter iniciado actividade na sede do concelho.

Para já, são seis os professores voluntários que, a título gracioso, oferecem o seu tempo para transmitir conhecimentos aos primeiros 37 alunos inscritos. A “casa” da universidade sénior no Torrão será a antiga escola primária situada no jardim de S. Fran-cisco.

Diz a autarquia que esta é mais uma forma de contri-buir para o envelhecimento activo, combatendo a solidão que muitas vezes ocupa a vida das pessoas mais idosas.

A CÂMARA de Santiago do Cacém realizou esta semana o primeiro de dois passeios ao Oceanário de Lisboa, desti-nado aos seniores das insti-tuições do concelho. Trata-se de mais uma iniciativa promovida pela Autarquia com vista a proporcionar momentos de convívio e lazer. Com a realização desta actividade pretende-se também encerrar o Projecto Ser Idoso Ser Activo, este ano enquadrado também no Ano Europeu do Envelhe-cimento Activo e da Solida-riedade entre Gerações.

Participaram na iniciativa 17 instituições, com a partici-pação de cerca de uma centena de seniores. O vereador Álvaro Beijinha, responsável pela acção social da autarquia, participou na visita e consi-derou que «estas iniciativas são muito importantes para a população sénior uma vez que têm como principal objec-tivo proporcionar-lhes momentos de intercâmbio e de convívio como forma de combate ao isolamento».

Este ano, a autarquia vai também promover um almoço-convívio seguido do tradicional magusto. O

convívio está marcado para o dia 8 de Novembro, no Pavi-lhão de Feiras e Exposições da Câmara. A autarquia cola-bora com a oferta de casta-nhas cozidas ou assadas e da tradicional água-pé.

“O Lugar da Manhã” em Setúbal suspeita de fogo posto

Grândola reabre casa Frayões Metello

Câmara da Moita garante projecto Eco-Lar

Todos os Santos anima aldeia de Quinta do Anjo Sines

ensina ambiente

Alcácer no superior

Santiago leva idosos ao Oceanário

MOITA

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PALMELA

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GRÂNDOLA

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Os 15 utentes das instalações da Anunciada estiveram em risco

Sta. Casa promove saúde

Projecto Idoso Ser Activo

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14 S á bado | 3. Nov. 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

+ Negócios

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Os últimos três anos foram dramáticos para o comércio tradicional do distrito e perto

de um quarto dos estabelecimentos existentes fecharam portas empur-rando para o desemprego perto de um milhar de trabalhadores.

Segundo dados ainda não siste-matizados da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal, mais de 20 por cento dos estabelecimentos associados fecharam nos últimos anos «sufocados por uma carga fiscal incomportável», confirmou ao Semmais o líder da Associação Fran-cisco Carriço.

O presidente da ACSDS considera que, nos últimos anos, os sucessivos governos têm «imputado aos pequenos e médios empresários fortes cargas de impostos» que têm aumen-tado sucessivamente o número de insolvências e falências. «E o erro dos governos é não terem percebido ainda que quanto mais alta for a carga fiscal, menos receita de impostos recebem porque entramos num ciclo vicioso». Neste quadro, Carriço admite mesmo que os pequenos comerciantes quando têm de cortar algum pagamento

«optam por não pagar os impostos, cumprindo primeiro as suas obriga-ções com fornecedores e empregados».

No país já fecharam cinco mil empresas do ramo

Só este ano, em Portugal, fecharam perto de cinco mil empresas. Os dados são referentes aos primeiros nove meses do ano e representam um aumento de mais de 50% em relação ao ano anterior para o mesmo período. O número de falências e insolvências registado é superior ao total das empresas que fecharam portas em 2011.

O cenário no distrito não é dife-rente daquele que se vive a nível

nacional e embora os dados ainda não estejam devidamente compi-lados, Francisco Carriço não tem dúvidas de que «este é um dos piores anos que há memória no comércio tradicional e o próximo ano vai ser seguramente pior». O presidente da ACSDS estima mesmo que se o governo não alterar a actual situação fiscal «quando o tentar fazer já não haverá pequenas e médias empresas para recuperar».

Para além da sobrecarga fiscal imposta aos pequenos e médios empresários, o comércio ressente-se também do facto dos consumidores «estarem a deixar de comprar», afirma o responsável da ACSDS. E acrescenta: «O aumento do desemprego e as pers-

pectivas de dias piores levam o consu-midor a retrair-se no momento de comprar e gera-se um efeito bola de neve. O comerciante não vende o que vendia antes, mas tem obrigações fiscais cada vez maiores às quais não consegue fazer face. Já não se justi-fica ser empresário e o caminho mais fácil é fechar as portas».

Mais de 20 por cento do comércio tradicional do distrito fechou portas Ainda sem os números todos compilados, já é mais que certo que nos últimos três anos mais de 20 por cento do nosso comércio encerrou portas. O presidente da ACSDS receia que venha aí ainda pior.

A hotelaria era o sector mais prós-pero do comércio tradicional e actualmente é aquele que mais sofre. No distrito de Setúbal repre-sentava mais de metade dos esta-belecimentos comerciais. O aumento do IVA para 23%, no início do ano, «foi um rude golpe para os empresários do sector e muitas das insolvências registadas no distrito são na área da restauração».

Hotelaria mais afectada

O aumento de lojas de venda de produtos chineses tem sido uma constante nos últimos anos e são estas lojas que nos dias que correm ocupam os melhores espaços nos centros da cidade. Com produtos a preços mais aces-síveis, as lojas chinesas passaram a dominar o comércio tradicional e constituíram «mais um factor de perturbação no sector». No entanto, diz Francisco Carriço, «os chineses não fizeram metade do mal que este governo tem feito ao comércio tradicional».

O mal do Governo ...

A GALP Energia deu mais um passo na consolidação do seu compro-misso com a responsabilidade social ao subscrever o código de conduta – Empresas e VIH, mostrando-se assim empenhada com os valores da não discriminação e da igualdade de direitos entre trabalhadores indepen-dentemente da sua condição de saúde.

Este código de conduta, enqua-drado pelos princípios adotados pela Organização das Nações Unidas e o Código de Conduta da Organi-zação Internacional do Trabalho, consagra a não discriminação de pessoas que vivem com a infeção pelo VIH, a igualdade no acesso à prevenção e ao tratamento da infeção pelo VIH, da divulgação junto dos trabalhadores de infor-mação relativa à infeção e o reco-nhecimento que a realização de testes para detecção da infeção é uma medida de saúde pública impor-tante, que não pode comprometer o ingresso e a progressão na carreira do trabalhador.

Galp reforça vertente social

A FUNDACIÓN Repsol apre-sentou terça-feira o projecto Fondo de Emprendedores, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa. O projeto visa apoiar os melhores projectos empresariais que forneçam soluções de poupança e eficiência energética, promovendo assim a inovação, o desenvolvimento empre-sarial e a captação de talentos.

Este Fondo de Emprendedores, lançado este ano, é o primeiro fundo privado em eficiência energética e tem como alvo empreendedores que tenham constituído ou que pretendem iniciar um negócio em várias áreas da energia.

O referido projecto, com uma dotação financeira de 1,5 milhões de euros anuais, encontra-se na segunda fase e as propostas devem ser apre-sentadas até dia 16 de Novembro.

Fundação Repsol apoia alunos

O PORTO de Sines foi distin-guido com o galardão CEEP-CSR Label que reconhece as empresas de serviços públicos que se destacam pelo cumprimento da excelência na prestação de serviços e das melhores práticas no âmbito da responsabi-lidade social.

A atribuição do prémio foi realizado por um júri interna-cional independente e a entrega do prémio decorrerá a 14 de Novembro, em Bruxelas.

Entre candidaturas de muitas empresas dos vários estados membros, a candidatura do Porto

de Sines foi seleccionada para atri-buição desta distinção, com os projectos Janela Única Portuária, Cartão Único Portuário e Sistema de Informação e Identificação Geográfica a serem galardoados com o CEEP–CSR Label.

Embaixador de França ‘namora’ porto

Pascal Silva, embaixador de França em Portugal, visitou esta semana o Porto de Sines para discutir o futuro do porto numa perspectiva de curto a médio prazo.

Pascal Teixeira da Silva mostrou-se particularmente inte-ressado no papel que Sines possa vir a desempenhar enquanto Hub portuário de referência à escala Europeia, capaz de servir um hinter-

land alargado além Pirenéus. O redesenhar do sector marí-

timo portuário internacional, que resultará do alargamento do Canal do Panamá já em 2014, foi apontado como uma importante janela de oportunidade para os portos da fachada atlântica, onde Sines se destaca, tendo em conta as suas características naturais de porto de águas profundas.

Durante a reunião houve ainda lugar a uma análise ao crescente tráfego entre o Porto de Sines e os portos franceses, com especial destaque para o Porto de Le Havre.

Porto de Sines ganha prémio internacional

Comércio tradicional «é mais que um negócio»

No centro da cidade de Setúbal há mais de meia centena de lojas fechadas num universo de aproximadamente 400. À noite e aos fins-de-semana a baixa da cidade deixou de ter vida e este é só um dos sintomas do encerramento de tantas lojas. «É necessário entender que o comércio tradicional tem uma relação directa com as questões sociais e até de segurança das cidades», diz Francisco Carriço. «O encerramento das lojas no centro das cidades tira vida aos centros históricos, afasta as pessoas para a periferia e impede até o desenvolvimento de melhores espaços para usufruto das populações. Uma baixa comercial activa é seguramente mais segura e este é também um papel social do comércio», acrescenta o dirigente.

::::::::::::::::::::: Marta David :::::::::::::::::::::

Fertagus oferece descontos

A FERTAGUS, empresa do grupo Barraqueiro, concessionária da gestão e exploração da linha ferro-viária do eixo Norte/Sul, que inclui a travessia do Tejo através da Ponte 25 de Abril, vai oferecer descontos até 25 por cento no bilhete simples de comboio em dias de jogo do Spor-ting, no estádio de Alvalade.

Para ter direito ao desconto, os passageiros têm de apresentar o bilhete do jogo na bilheteira da Fertagus. Além deste desconto, a concessionária oferece, nestes dias, a quem adquirir bilhete para o comboio, o parque de estaciona-mento nas estações da Fertagus. A campanha vai estar em vigor até ao final da época 2012/2013.

Pascal Silva visitou plataforma de Sines

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Festa do Desporto no BarreiroO Barreiro recebe a Festa do Desporto, a 10 e 11. Sábado à noite, na Cidade Sol, tem lugar a entrega de medalhas de Bons Serviços e Dedicação aos clubes e equipas que se destacaram esta temporada.

Sub-21 defrontam Escócia em SetúbalO particular de preparação dos sub-21 para a qualificação para o Europeu da categoria, em 2015, na República Checa, diante da Escócia, realiza-se no Estádio do Bonfim no dia 14 de Novembro.

Concessionário: Auto Soeiro Lda

Morada: Zona Industrial, Rua dos ferreiros, lote 3 (ao lado do LIDL)

Contactos: [email protected]; Tel 212 808 910/914

Site: www.autosoeiro.pt

O futebolista do V. de Setúbal Miguel Lourenço, de 20 anos,

foi distinguido, na terça-feira, pelo Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol com o prémio de Melhor Jogador Jovem da Liga Zon Sagres referente ao período Agosto/Setembro 2012. O galardão foi entregue por To-Zé, dele-gado do SJPF para a Zona Sul, no Estádio do Bonfim.

Em apenas mês e meio, o central Miguel Lourenço assumiu-se como titularís-simo do V. de Setúbal e tornou-se internacional Sub-21 por Portugal. O atleta, na época transacta, esteve emprestado ao Casa Pia, da 3.ª Divisão.

O defesa sadino mostrou-se surpreendido por ter ganho o referido galardão: «Fui surpreendido, tinha outros colegas de profissão a concorrerem pelo prémio e foi uma surpresa ter ganho», disse ao SJPF.

Miguel Lourenço elogiou ainda a iniciativa do SJPF. «É muito importante porque representa uma espécie de incentivo para o trabalho desenvolvido pelos atletas. O reconhecimento do nosso trabalho é gratificante e damos muito valor a este tipo de iniciativas», explicou.

O futebolista reuniu a maioria das preferências dos votantes do site do SJPF, com 49,9 por cento dos votos. Miguel Lourenço bateu Cédric (Sporting), Diogo Amado (Estoril), Flávio Ferreira (Académica de Coimbra) e Ricardo (Vitória de Guimarães).

Miguel Lourenço eleito melhor jogador jovem

A EQUIPA do Grupo Desportivo da Volta da Pedra (GDVP), conquistou, no passado dia 28 de Outubro, o título de Campeã Regional de Cross Country Setúbal-Évora-Beja, na 2.ª Prova BTT/XCO de BTT AJAL. De salientar que a equipa do GDVP, conquistou nos

últimos dez anos consecu-tivos o título de campeã regional de Ciclismo/BTT na vertente Cross Country.

Além do 1.º lugar em equipas, os atletas do GDVP conquistaram as seguintes classificações: Infantis - Francisco Guerreiro - 1.º lugar; Sub23 - Pedro

Ribeiro – 1.º lugar; Elites - Renato Ferreira – 1.º lugar; Elites - Luís Martins – 4.º lugar; Veteranos B - Joaquim Bica - 1.º lugar; Veteranos B - Fernando Mirante - 2.º lugar; Vete-ranos C -Rui Rosa - 1.º lugar; Veteranos C - Manuel Francisco - 2.º lugar.

A direcção do Grupo Desportivo da Volta da Pedra mostra-se satisfeita com o trabalho dos seus atletas, que têm conquis-tado resultados «fantásticos resultados» na época que agora termina.

BTT de Volta da Pedra sagra-se campeã regional

O V. SETÚBAL recebe o Sporting este domingo, às 20h15, em jogo a contar para a 8.ª jornada da Liga Zon Sagres. Ao fazer a antevisão do jogo, o médio Paulo Tavares espera poder explorar a «falta de confiança» nos ‘leões’.

«Vamos tentar apro-veitar alguma falta de confiança que possa existir mas não é por isso que joga-remos com menos respeito pelo adversário, que não estando a fazer uma boa época, não deixa de ser uma grande equipa», reconheceu Paulo Tavares.

Para vencer o Sporting, Paulo Tavares entende que a equipa do Vitória tem de estar bem concentrada. «O mais importante é estarmos concentrados, bem posicio-nados, sermos inteligentes e explorar todos os erros do

adversário», lembrou. O médio Danilo Alves

não deverá jogar contra os leões. Contraíu uma lesão muscular na coxa direita. De fora continua o guarda-redes Fonseca. O guardião aguarda o resultado de uma ressonância magnética ao ombro esquerdo. Jorge Luiz, expulso em Guima-rães, tem feito ginásio.

O treinador José Mota vai assistir ao jogo das bancadas, uma vez que foi multado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, com dez dias de suspensão, na sequência da expulsão na partida com o V. Guimarães.

Entretanto, os sadinos jogaram na quinta-feira, à porta fechada, com os juniores e venceram por 3-0, com golos de Ricardo Silva, Kiko e Miguel Pedro.

Paulo Tavares quer equipa concentrada para ganhar aos leões

Rui Rosa, atleta do GDVP

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