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Seminário FIESP A Competitividade Industrial Chinesa no Século XXI O despertar de um gigante: a ascensão econômica chinesa no século XXI Gilmar Masiero [email protected] São Paulo, 04 de Setembro de 2012

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Seminário FIESP A Competitividade Industrial

Chinesa no Século XXI

O despertar de um gigante: a ascensão econômica chinesa no

século XXI

Gilmar [email protected]

São Paulo, 04 de Setembro de 2012

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Perspectiva ou fatos?

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Participação no PIB mundial

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Share in World GDP

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O século XX e suas transformações

• Expansão e consolidação do fenômeno da globalização;

• Revolução da tecnologia da informação;

• Reformas institucionais de governança global pós-Guerra e

novos esforços pós-crise asiática e pós crise-americana a partir

de 2008.

Consequências:

• Nova geografia político-econômica internacional;

• Novos players econômicos: BRICS.

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O século XXI e seus novos desenhos

• Deslocamento dos centros de decisão e de gravidade do

crescimento econômico mundial;

• A China como “espelho do mundo”: um novo global player.

Expressivas taxas de crescimento

Expansão comercial

Receptora e investidora (IDE)

• Quais as determinantes da trajetória chinesa?

• Quais os fundamentos de sua estratégia going global?

• Quais os seus impactos no Brasil?

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(X)

(Y)

x

x

x

x

xY

Y

Y

special administrative zones (z)

zz

z?

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Y

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6,80,5

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Socialismo com características chinesas?

As Quatro Modernizações (1978)

• Lideradas por Enlai e Xiaoping

• Abertura gradual para regulação do mercado e introdução

elementos e dinâmicas capitalistas

• Modernização de quatro pilares: agricultura, indústria,

forças armadas e C&T

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Características básicas das reformas -1978

• Descentralização da propriedade pública – tentativa e erro de aumentar a eficiência das SOEs e das empresas coletivas;

• Manutenção da terra rural de propriedade coletiva e a urbana e os recursos naturais de propriedade do estado;

• Atração de FDI;• Emergência de negócios privados;• Lei sobre Joint Ventures;• Sistema de contratos de responsabilidade;• Empresas privadas encorajadas a desenvolver atividades comerciais e

industriais;• SOEs – aumento de empréstimos bancários;• Reformas agrícolas – 7% de terra agricultável versus 24% da população

mundial.• Relações industriais – início do contrato de trabalho;• Reforma fiscal e monetária.

Liu Shaoqi, Zhou Enlai and Deng Xiaoping

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China: crescimento econômico

Fonte: World Bank (2011). Elaboração própria.

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Fonte: World Bank (2011).

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Agricultura Indústria Serviços

Evolução da composição do PIB chinês por setor de atividade econômica (% do setor)

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FBCF/PIB versus PIB per capita Desempenho médio anual 1990-2009

Fonte: World Bank (2011).

Brasil

China

EuropaLeste AsiáticoAmérica Latina

América do Norte Mundo

y = 0,3985x - 6,4242R² = 0,8283

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8

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10 15 20 25 30 35 40

Vari

ação

(%

) P

IB p

er

cap

ita

FBCF/PIB (%)

Em 2011, Formação bruta de capital (% do PIB) = Brasil 20 x China 47Poupança (% do PIB) = Brasil 17 x China 53

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Políticas e economia: as bases estratégicas da recente industrialização chinesa

Reformas de 1978.

Diretrizes de política industrial em 1989 – Conselho de Estado.

Dois ciclos:

8° Plano Qüinqüenal (1991-1995);9° Plano Qüinqüenal (1996-2001);

e

10° Plano Qüinqüenal (2001-2005);11° Plano Qüinqüenal (2006-2010);

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http://www.foreignpolicy.com/articles/2010/08/16/chinas_new_tomorrowland?page=full#0

Província de Sichuan tem 87,25 milhões e a capital Chengdu, 14 milhões.

A municipalidade de Chongquing, 28,85 milhões.

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Política Industrial

Políticas macroeconômicas articuladas com políticasindustriais funcionais e seletivas e de comércioexterior.

Visando à...

Uma reestruturação do padrão de comércio,incremento tecnológico de suas exportações vis-à-visuma redução gradual das exportações de baixo valoragregado, que resultaram em maior dinamismo de seucrescimento econômico e industrial.

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Exportações mundiais (2010)

Posição País US$ (bilhões) %

1 China 1.578 10,4

2 Estados Unidos 1.278 8,4

3 Alemanha 1.269 8,3

4 Japão 770 5,1

5 Países Baixos 572 3,8

6 França 521 3,4

7 Coreia do Sul 466 3,1

8 Itália 448 2,9

9 Bélgica 431 2,8

10 Reino Unido 405 2,7

22 Brasil 202 1,3

Mundo 15.238 100

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Exportações de Bens (% do total exportado em US$)

Ano Primários ManufaturadosMáquinas e

equipamentos

1991 22,45 77,46 9,94

1992 20,02 79,98 15,56

1993 18,17 81,83 16,66

1994 16,29 83,71 18,09

1995 14,44 85,56 21,11

1996 14,52 85,48 23,38

1997 13,10 86,90 23,91

1998 11,15 88,85 27,34

1999 10,23 89,77 30,18

2000 10,22 89,78 33,15

2001 9,90 90,10 35,66

2002 8,77 91,23 39,00

2003 7,94 92,06 42,85

2004 6,83 93,17 45,21

2005 6,44 93,56 46,23

2006 5,46 94,54 47,10

2007 5,05 94,95 47,39

2008 5,45 94,55 47,06

Indústria manufatureira no PIB (% média 2001-2009): Brasil 17 x China 33

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Características gerais dos setores pesquisadosMetalmecânico Químico Eletroeletrônico

Altamente heterogêneo,diversificado e complexo.

Vários segmentos, desde atransformação de metaisaté a produção de bensfinais.

Subsetores divididos entreos metais e os mecânicos -máquinas e equipamentos(bens de capital).

Indústria de processo:misturas, separações,junções e/ou reaçõesquímicos que necessitamaltos investimentos decapital e sofisticadossistemas de controle deprocessos.

Químicos de uso Industrial(inorgânicos; orgânicos;resinas; elastômeros;diversos) e

Químicos de uso final(adubos e fertilizantes;defensivos agrícolas; fibrassintéticas; higiene pessoal;perfumaria e cosméticos;produtos de limpeza; tintas,esmaltes e vernizes).

Grande diversificação.

É altamente dinâmico e emgrande medida intensivo emtecnologia.

a) elétricos: oseletrodomésticos,geradores, equipamentosde distribuição de energia elâmpadas; e

b) os eletrônicos:informática, equipamentosde comunicação,instrumentos de medida,equipamentos fotográficose cinematográficos.

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Evolução da produção setorial chinesa de 1990 a 2008

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Máquinas-ferramentas (10 mil uni) Produtos químicos (10 mil ton)

Energia Elétrica (10 mil kw) Eletroeletrônicos (10 mil uni) Micro-computadores (10 mil uni)

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Fonte: Comtrade (2011)

Exportações chinesas (US$ milhões)

Metalmecânico Químico

Eletroeletrônico

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IVCR - Índice de Vantagem Comparativa Revelada

O IVCR foi desenvolvido por Bela-Balassa (1965), baseado no conceito de vantagens comparativas ricardianas.

O IVCR se define pelo cálculo da intensidade da especialização do comércio exterior de um país relativamente ao comércio internacional.

De acordo com seu método, o IVCR torna-se uma distribuição assimétrica com limite inferior de zero e um limite superior variável.

Se o IVCR for superior a 1, o país possui vantagem comparativa revelada para exportações desse produto, isto é, está relativamente especializado em sua exportação.

Caso o resultado seja inferior a 1, entende-se que o país possui uma desvantagem comparativa na exportação do produto analisado.

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IVCR dos 10 principais produtos exportados pela China em comparação com os IVCR do Brasil para o ano de 2009

Metalmecânico Químico Eletroeletrônico

Produto China Brasil Produto China Brasil Produto China Brasil

730890 2,19 0,46 381800 1,99 0,00 847130 8,29 0,02

732690 1,20 0,74 294190 2,16 0,68 851712 4,12 1,17

840290 3,86 0,22 293100 2,80 1,03 847330 2,80 0,03

841510 5,23 0,00 382490 0,4 0,23 851770 3,39 0,18

841590 2,00 0,14 300190 2,79 0,51 901380 4,43 0,01

842619 7,05 0,02 310210 1,61 0,08 851762 3,26 0,07

844399 1,07 0,04 293399 0,48 0,07 854231 1,30 0,01

846729 3,44 0,38 293299 4,88 0,04 852190 7,12 0,00

848180 1,55 1,20 293627 6,81 0,03 854140 3,55 0,00

848190 1,92 0,20 380893 1,11 0,79 847170 2,25 0,03

Fonte: Comtrade (2011)

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• FORTUNE GLOBAL 500 (2012): Brasil 8 x China 73

Os resultados chineses e a falsa questão: “ameaça ou oportunidade?”

• Articuladas pelo Estado as empresas chinesas passaram a receber tecnologia(linkage), as quais foram desenvolvidas em parceria (leverage), propiciandoaprendizado rápido (learning) e capacitando-as a gerar inovações locais(indigenous innovation).

• A China não é o workshop of the world (GAO, 2011), mas um player competitivoem tecnologia, inovação e valor agregado melhor qualificado como sendo umworkshop for the world.

• A corrente de comércio com o Brasil de US$ 2,3 bilhões nos anos 2000, saltoupara a US$ 77,1 bilhões em 2011. De 2% para 16% do comércio internacionalbrasileiro, sendo o principal comprador de produtos brasileiros (destino) e osegundo fornecedor (origem) (MDIC, 2012).

• Em 2010, dos produtos exportados pelo Brasil à China, 83,7% eram de básicos,destacadamente commodities agrícolas e minerais, enquanto 97,5% dosimportados se tratavam de manufaturados (MDIC, 2012).

• Os produtos básicos, que representavam 22,8% do total das exportaçõesbrasileiras em 2000, passaram a responder, já em 2010, por 44,6% (MDIC, 2012).

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谢谢: Obrigado

ConclusãoO Brasil deve formular estratégias de desenvolvimento econômico com a China, apesar da China, mas não sem a China