seminário sobre ergonomia

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Seminário de Design Ambiental - 6º Periodo Paulo Lebtag & Rafaela Chadud

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Aprenda sobre ergonomia, suas definições, a sua história, o método ergonômico e também casos brasileiros de estudos ergonômicos.

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Seminário de

Design Ambiental - 6º Periodo

Paulo Lebtag & Rafaela Chadud

Ergonomia, o que é?Definição

“A Ergonomia (Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema.” - Definição oficial de ergonomia, da Associação Internacional de Ergonomia (IEA - The International Ergonomics Association), adotada pela Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO, 2007).

Palavras chave relacionadas à ergonomia:

- Sistemas homens-máquinas;- Ergonomia ou Human Factors (Fatores Humanos ou

Componentes Humanos, sendo esta uma melhor tradução na acepção francófona);

- Sistema Homem-Tarefa-Máquina (HTM)

Objeto da Ergonomia

O homem no seu trabalho trabalhando, realizando sua tarefa cotidiana, executando as suas atividades do dia-a-dia.

História da Ergonomia

“Desde civilizações antigas, o homem sempre buscou melhorar as ferramentas, os instrumentos e os utensílios que usa na sua vida cotidiana. (Moraes e Montalvão, 2000).

“Os estudos minuciosos de Leonardo acerca da anatomia humana, [...] “O Homem Vitruviano”, são precursores essenciais do estudo da antropometria e da ergonomia.”

ÍNICIO ESTUDOS ERGONÔMICOS DA VINCI

balho leva a uma predisposição a doenças, e uma melhor organização das tarefas melhora o rendimento.

“Segundo Laville (1976), Bélidor tentou medir a capacidade de trabalho físico nos locais de tra-balho dos operá-rios no século XVIII, indicando que uma carga muito alta de tra-

“Amar investigou a relação entre o homem e seu ambiente de traba-lho, levando em conta efeitos da alimentação, bebida, sono, problemas fisiológicos, sociais e morais.”

DA VINCI BÉLIDOR JULES AMAR

“Murrell publica, em 1960, o primeiro livro sobre ergonomia, intitulado Ergonomics: Fitting the Job to the Worker.”

“A administração científica, preconizada por Taylor em sua principal obra (Taylor, 1970), “Princípios da Administração Científica”, fundamenta-se na aplicação de métodos cientí-ficos para administrar o trabalho.”

MURRELL TAYLORISMO

tecnológico foram produzidos instrumentos bé-licos complexos, que exigiam habilidade do operador em ambientes desfavoráveis, onde acidentes e erros eram frequentes e poderiam ter consequências fatais.

Durante a Primeira Grande Guerra Mundial a ergonomia desenvol-veu-se devido à produ-ção de novos armamen-tos, que eram muito sofisticados para os usuários.

Com o começo da Segunda Grande Guer-ra Mundial e o avanço

Foi na década de 1970 que, influenciadas pelo pesquisador francês Alain Wisner, se inicia-ram as primeiras abordagens ergonômicas [..]. Mas foi na década de 1990, com base em um método proposto pelas professoras Anamaria de Moraes e Cláudia Mont’Alvão, que novos estudos ergonômi-cos surgiram [...]”. (Scott, 2009).

GRANDES GUERRAS ESTUDOS BRASILEIROS

Entendendo a ergonomiaEtimologia

Deriva do grego Ergon (trabalho) e nomos (normas, regras, leis).

O ergonomista

Contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas.

Antropometria

A antropometria trata das medidas físicas do corpo humano. A origem da antropometria remonta-se à antigüidade pois Egípcios e Gregos já observavam e estudavam a relação

das diversas partes do corpo. O reconhecimento dos biótipos remonta-se aos tempos bíblicos e o nome de muitas unidades de medida, utilizadas hoje em dia são derivados de segmentos do corpo.

Sempre que possível e justificável, deve-

se realizar as medidas antropométricas da população para a qual está sendo projetado um produto ou equipamento, pois equipamentos fora das características dos usuários podem levar a estresse desnecessário e até provocar acidentes graves. Normalmente as medidas antropométricas são representadas pela média e o desvio padrão, porém a utilidade dessas medidas depende do tipo de projeto em que vão ser aplicadas (IIDA, 1991).

Domínios da ergonomia

De maneira geral são três:

Ergonomia Física: Está relacionada com às características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade física. Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-esqueletais relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde.

Ergonomia Cognitiva: Refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão,

desempenho especializado, interação homem computador, stress e treinamento conforme esses se relacionem a projetos envol-vendo seres humanos e sistemas.

Ergonomia Organizacional: Concerne à otimização dos sistemas sóciotécnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos rele-vantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações (CRM - domínio aeronáutico), projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, tele-trabalho e gestão de qualidade.

Enfoques da ergonomia

Enfoque europeu: Priviliegia as atividades. Se inicia com a observação do trabalho, em condições reais. Em seguida, tem-se a verbalização do trabalho executado pelos próprios operadores, especificamente nele envolvidos, e considera-se a aprendizagem da tarefa e a competência do trabalhador.

Enfoque americano: Se preocupa mais com aspectis físicos da interface homem-máquina (anatômicos, antropométricos, fisiológicos e sensoriais), objetivando dimensionar a estação de trabalho, facilitar a discriminação de informações dos mostradores e a manipulação dos controles.

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Correntes da ergonomia

Há as duas correntes: A americana, que visa características antropométricas, ligadas ao esforço muscular, ligadas à influência do ambiente físico, psicofisiológicos e dos ritmos circadianos. E a francesa, que orienta-se essencialmente em direção a organização do trabalho: quem faz o que, como o faz, e se poderia fazê-lo melhor.

Ergonomia francesa: É muito mais psicológica e cognitiva. Ela visa a intervenção sobre os próprios locais da produção. É na oficina, na sala de comando, no escritório e nos métodos de serviço que intervém este ergonomista, a fim de melhorar localmente o trabalho, quer dizer, a interação entre o operador e sua tarefa.

Ergonomia americana: É mais antropométrica e fisiológica. E por sua vez visa a concepção de máquinas pelos projetistas para resolver o problema.

Ergonomia em design Orientação no ambiente

Os sinais que fazem parte da sinalização possuem uma função de comunicação menos passiva ou informativa.

Representam uma indicação, uma ordem, uma advertência, uma proibição ou uma instru-ção, o seu objetivo não é apenas comunicar, mas sobretudo, produzir uma reação imediata no observador.

Em sua forma externa, seja como painel ou inscrição, o sinal impõe-se no campo de visão do ser humano quase contra sua vontade.

Pictogramas

O uso de pictogramas consiste primeira-mente na limitação da dimensão das placas e necessidade de transpor linguagens diversas, universalizando uma informação de modo a fa-cilitar a comunicação a outras línguas.

O primeiro sistema de representação pictórica internacional foi desenvolvida pelo movimento ISOTYPE, que teve início nos anos de 1920, encabeçado por Otto Neurath, em Viena.

Os desenhos dos pictogramas modernos são uma evolução das gravuras de Gerd Arntz que participou do ISOTYPE trabalhando para Otto Neurath.

Sinalização em forma impressa

Simplificar os sinais de modo a serem entendidos por várias pessoas e serem facilmente identificáveis, permitindo uma locomoção fácil.

Aspectos emocionais

Evitar a sensação de “medo do desconheci-do” por parte do novo visitante ao lugar (edifício, rua, aeroporto).

O painel de orientação deve ser concebido de forma a poder mostrar uma quantidade de instruções num espaço correspondentemente maior, para que se evite ansiedade e maior rapidez e precisão.

Problemas Espaciais/Arquiteturais de Interiores de categorização e taxionomia dos problemas ergonômicos do sistema homem-tarefa-máquina

Deficiência de fluxo, circulação, isolamento, má aeração, insolação, iluminação natural, isolamento acústico, térmico, radioativo, em função dos materiais de acabamento empregados.

Falta de otimização luminosa, da cor, da ambiência gráfica, do paisagismo.

Método ergonômicoMétodos e técnicas da intervenção ergonomizadora

Se trata de um trabalho bem científico.

Realizam uma pesquisa, que pode ser descritiva ou experimental.

Fase exploratória que compreende o mapeamento dos problemas. É a síntese dos problemas a serem resolvidos.

Observação:

a. Observação assistemática: É a que se realiza, sem planejamento e sem controle definidos, sobre fenômenos que ocorrem de modo imprevisto.

b. Observação sistemática: É a que se realiza em condições controladas para respon-der a propósitos que se definiram a priori.

Etapas e fases da intervenção ergonomizadora

I. Observação sistemática direta: Aplica-se os sentidos e não há uso de instrumentos. A informação é objetiva.

II. Observação sistemática indireta: Usa-se instrumentos e é necessário tirar uma conclusão das informações obtidas.

c. Registros de Comportamento: Um comportamento são gestos que se realiza e que talvez nem se saiba que se faça.

PARECER ERGONÔMICO

Utiliza-se como método a análise da tarefa.

Tarefa compreende:

- O objetivo a atingir;- Os requisitos aplicados;- Os meios utilizados;- Os constrangimentos impostos pelo

(tecnológico, físico ambiental, espacial, - As exigências relacionadas aos padrões de

rendimento;- O ambiente da tarefa;- As atividades realizadas.

Por atividade compreendem-se:

- Tomada de informações (que pode ser observada pelos movimentos da cabeça e dos olhos);

- Gestos de acionamento (manipulação e/ou movimento pedioso);

- Posturas assumidas em função da tomada de informações (campo visual) e gestos (envoltório acional);

- Comunicações (gestuais ou verbais);- Deslocamentos;- Movimentação manual de materiais.

ANÁLISE ERGONÔMICA

ambienteorganizacional);

Inquirição:

a. Entrevistas: De preferência feita com o trabalhador em sua local de trabalho e fora dele, cruzando as informações;

b. Verbalização: Descrição das atividades pelo próprio trabalhador;

c. Questionário: Utilização de questionário com perguntas abertas e fechadas; Um bom questionário fechado deve ser precedido de uma entrevista.

d. Escalas de avaliação: Instrumento para medir a intensidade das opiniões e das atitudes.

Exemplo: ( ) Muito satisfeito ( ) Pouco satisfeito

ANÁLISE ERGONÔMICA

Permite aprofundar os problemas prioriza-dos e testar as predições. A Diagnose Ergonômica compreende:

- Análise Macroergonômica, que trata dos níveis gerenciais hierárquicos, da comunicação na empresa da participação dos trabalhadores e da organização do trabalho;

- Análise Comportamental da Tarefa, que compreende o estudo pormenorizado das atividades realizadas em situação real de trabalho, tomada de informações, comunicações orais e gestuais, deslocamentos, movimentação manual de materiais, posturas assumidas e posições dos segmentos corporais;

- a Análise da Ambiência da Tarefa, que implica no levantamento dos dados físicos do ambiente – iluminação, ruído, temperatura, vibrações, radiação;

- E o Perfil e Voz dos Operadores, que tem como base a análise do conteúdo das entrevistas e verbalizações e as respostas dos questionários e escalas de avaliação. Compreende opiniões, queixas, avaliações e sugestões.

Esta fase termina com o Diagnóstico Ergonômico incluindo as recomendações ergonômicas.

DIAGNOSE ERGONÔMICA

Trata de adaptar as estações, equipamentos e ferramentas às características do trabalhador.

O projeto ergonômico deve ainda apresentar propostas quanto:

- À informação: Determinar os elementos informacionais pertinentes ao sistema em estudo, como sinalização, pictogramas, manuais de instruções;

- Ao dimensionamento de subsistemas: Como bancadas, apoios, painéis, formulários, assentos. Isto é possível a partir de estudos antropométricos.

- À reorganização operacional do sistema: Propor recomendações quanto ao tamanho da equipe, ritmo, monotonia, repetitividade e pausas às tarefas em estudo, quando aplicável;

- À segurança: Deve seguir as rotinas e recomendações de equipamentos de segurança do trabalho, especificando-se os de combate à incêndio, áreas de escape e sua sinalização;

PROJETO ERGONÔMICO

- Programa complementar de atividade física: Exercícios físicos leves sob acompanhamento de profissional qualificado, visando a prevenção de doenças ocupacionais. Na maioria das vezes essa atividade é realizada no próprio ambiente de trabalho num curto período de tempo. Neste caso vale alertar que muitas profissões já demandam grande esforço físico.

- Experimentos: Seria uma simulação da situação. Existem diversos níveis de realismo nessa simulação. E não um critério claro ou consenso sobre como deve ser utilizado o realismo no experimento.

PROJETO ERGONÔMICO

Teste com usuário.

Revisão do projeto e otimização do mesmo.

DETALHAMENTO

AVALIAÇÃO, VALIDAÇÃO E TESTES

http://tinyurl.com/MetodoErgonomico

Casos brasileirosO DESIGN DO SONO: A MULTIFUNCIONALIDADE APLICADA AO MOBILIÁRIO DE DORMIR NO NOVO MERCADO DE LUXO BRASILEIRO

Rodrigues e MedeirosResumo O presente trabalho procura discutir a importância da

aplicabilidade do design do sono para a qualificação do mobiliário de dormir – a cama; um tema de grande abrangência, pois permeia várias áreas do conhecimento, principalmente a da ergonomia. Um ambiente interfere no descanso, seja no ato de dormir, seja em outras atividades básicas. Assim, o trabalho visa melhorar o momento de uso e acrescentar novos dispositivos não explorados que influenciem no bom sono.

A VISÃO DE COSTUREIRAS EM RELAÇÃO A SEUS POSTOS DE TRABALHOS E OS PROBLEMAS RELACIONADOS AO MESMO

Mauro Lúcio Mazini Filho, Thalyta Proença, Rafael Savoia, Thalyta Proença, Rafael Savoia, Gabriela Venturini, Bernardo Rodrigues, Gabriela Venturini, Felipe Martins, Bernardo Rodrigues, Dihogo

Matos, Felipe Martins, Dihogo Matos

Resumo Este artigo objetiva demonstrar como a ergonomia pode

melhorar o posto de trabalho das costureiras, trazendo por meio de métodos ergonômicos confiabilidade a seus processos e a redução do custo causado por condições inadequadas de trabalho.

CONDIÇÃO DE TRABALHO, DANOS, CUSTOS E RISCOS FÍSICOS PARA SAÚDE DE TRABALHADORES EXPOSTOS A BAIXAS TEMPERATURAS: C MARAS FRIGORÍFICAS

André Roberto Schiehl, Luiz Alberto Pilatti, Maria Helene Canteri, Letícia Lorena Vasconcelos

Resumo Um dos objetivos desta pesquisa foi analisar quantitativamente o

sofrimento dos trabalhadores, com relação aos fatores condições de trabalho, danos e custos físicos em áreas frias em um frigorífico de grande porte. Indicar qualitativamente os principais riscos inerentes às atividades executadas em baixas temperaturas, nessa mesma empresa, foi outra meta estabelecida.

Isso é tudo :)