seminário parâmetros e indicadores para avaliação de...

344
Anais Seminário Parâmetros e Indicadores para Avaliação de Projetos de Educação Ambiental como Instrumentos para a Gestão de Recursos Hídricos SÃO PAULO 2016

Upload: lykhuong

Post on 22-Dec-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Anais

Seminrio Parmetros e Indicadores para Avaliao de Projetos de Educao Ambiental como

Instrumentos para a Gesto de Recursos Hdricos

Anai

s

Sem

inr

io P

arm

etro

s e

Indi

cado

res

para

Ava

lia

o de

Pro

jeto

s de

Edu

ca

o Am

bien

tal c

omo

Inst

rum

ento

s pa

ra a

Ges

to

de R

ecur

sos

Hd

ricos

Secretaria do Meio Ambiente

Coordenadoria de Educao Ambiental

SO PAULO 2016

Apoio

Anais do Seminrio

Parmetros e Indicadores para Avaliao de Projetos de Educao Ambiental como

Instrumentos para a Gesto de Recursos Hdricos

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULOSECRETARIA DO MEIO AMBIENTE

COORDENADORIA DE EDUCAO AMBIENTAL

SO PAULO 2016

Governo do estado de so Paulo

seCretarIa do MeIo aMBIente

CoordenadorIa de eduCao aMBIental

5

O Seminrio Parmetros e indicadores para avaliao de projetos de educao ambiental como instru-mento de gesto de recursos hdricos foi realizado pela Coordenadoria de Educao Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de So Paulo e financiado pelo Fundo Estadual de Recursos Hdricos, com o objetivo de subsidiar a elaborao de parmetros e indicadores para avaliao de projetos de educao ambiental.

A avaliao de projetos uma questo de ponta no campo da Educao Ambiental e ainda no existe uma reflexo sistematizada e embasada para a construo de parmetros e indicadores para que os projetos sejam avaliados.

Ao longo da programao do Seminrio foram discutidas questes de base, aportando subsdios tericos e metodolgicos dos campos da Educao e da Avaliao, cujas experincias compartilhadas e suscitaes pro-porcionadas pelos participantes ofereceram contribuies significativas para o avano do campo da avaliao na educao ambiental.

Os Anais do Seminrio so o produto que congrega as diferentes questes abordadas com a finalidade de contribuir com os processos de avaliao na educao ambiental, especialmente em relao avaliao de projetos de educao ambiental financiados com recursos do FEHIDRO.

Organizao do SeminrioO Seminrio foi realizado nos dias 18, 19 e 20 de novembro de 2010, e sua programao consistiu em cinco

mesas redondas, seguidas de debates, nos perodos da manh e tarde do primeiro e segundo dia e na manh do terceiro dia. Na tarde do terceiro dia, foi realizada uma plenria para encaminhamentos.

Participaram do Seminrio representantes internos ao sistema estadual de meio ambiente e sistema de gerenciamento de recursos hdricos tcnicos responsveis pela atuao da EA nas diversas instituies compo-nentes da Secretaria de Meio Ambiente, bem como representantes dos comits de bacia hidrogrfica, interlocu-tores dos Agentes Tcnicos e demais rgos relacionados com a gesto do FEHIDRO. Alm disso, tambm par-ticiparam representantes externos ao sistema estadual de meio ambiente - representantes das redes de educao ambiental e coletivos educadores, da sociedade civil organizadas, rgos federais e municipais de meio ambiente e educao e representantes de grupos de pesquisa em educao ambiental de universidades pblicas do Estado de So Paulo.

Dentre os participantes, existiu a figura de observador. Os observadores foram representantes de grupos de pesquisa de educao ambiental nas universidades estaduais, de rgos pblicos que lidam com financia-mento e avaliao de projetos e de redes da sociedade civil, especificamente convidados como colaboradores do Seminrio. Os observadores ajudaram na sistematizao dos debates, produzindo relatos escritos relativos a cada uma das mesas redondas, que foram apresentados na abertura da plenria no ltimo dia do Seminrio.

Introduo

Assuntos abordados nas mesas redondas Universo dos projetos de EA no FEHIDRO retratos iniciais: apresentao de um diagnstico dos projetos

de educao ambiental financiados pelo FEHIDRO submetidos aos comits de bacia hidrogrfica do Estado de So Paulo e de um estudo realizado sobre a avaliao dos projetos de educao ambiental sob a tica dos execu-tores de projetos financiados com recursos do Fundo.

Avaliao & Educao: abordagem de aspectos importantes para a avaliao de educao ambiental, con-siderando que se trata de avaliao de processos educativos, e que h diferentes momentos para avaliao de um projeto e diferentes metodologias de avaliao em Educao.

Construo de plataformas de critrios e indicadores em educao ambiental e Mosaico de experincias relacionadas avaliao de projetos de educao ambiental no Brasil: apresentao de diferentes experincias com a construo de critrios para avaliao de projetos em Educao Ambiental. Destaca-se na quarta mesa a contribuio advinda da anlise da produo acadmica na rea de educao ambiental no Brasil, e tambm uma abordagem especfica sobre fundos pblicos e avaliao de projetos de educao ambiental.

Qual EA queremos/devemos promover? A ltima mesa redonda provocou reflexes sobre quais as con-cepes e caractersticas de educao ambiental devem subsidiar seu entendimento na gesto de recursos hdri-cos, bem como qual seria a educao ambiental a ser fomentada por fundos pblicos, como o FEHIDRO.

Estrutura da publicaoO texto da publicao constitui-se da transcrio das apresentaes e debates realizados no Seminrio.

Essa foi considerada a melhor opo para que no se perdesse nenhuma contribuio oferecida pela troca entre participantes, palestrantes e observadores ao longo das apresentaes e debates, para que eventuais edies ao longo do processo de preparao da publicao no abdicassem de contedo ou pontos de vista. De maneira complementar degravao, as apresentaes dos arquivos que guiaram as falas tambm compem os Anais do Seminrio. Finalmente, cabe observar que como se trata de transcrio, o texto pode apresentar alguns vcios de linguagem peculiares a cada participante, ou eventuais lacunas decorrentes de falhas de udio na gravao, ocor-rncias que ainda assim no comprometem a compreenso das falas.

Sumrio

18 de novembro de 2010 Manh

MESA REdOndA: Universo de Educao Ambiental no FEHIdRO Retratos iniciais

Educao Ambiental no Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hdricos ......................13Rachel Marmo Azzari Domenichelli Coordenadoria de Educao Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente

Caracterizao geral dos projetos de Educao Ambiental apresentados ao FEHIdRO ...................24Mariano Maudet Bergel Coordenadoria de Educao Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente

Caracterizao dos processos de avaliao presentes nos projetos FEHIdRO ...................................49Victor Gonalves Maturana Coordenadoria de Educao Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente

18 de novembro de 2010 Tarde

MESA REdOndA: Avaliao & Educao

natureza e especificidade dos processos educativos: conseqncias para a avaliao ...................83Prof. Dr. Luiz Carlos de Freitas Faculdade de Educao UNICAMP

Metodologias de avaliao em Educao: diferentes momentos da avaliao de um projeto, diferentes objetivos, diferentes metodologias ......................................................................................90Daniel Brando MOVE - Avaliao e Estratgia em Desenvolvimento Social-SP

19 de novembro de 2010 Manh

MESA REdOndA: Construo de plataformas de critrios e indicadores em Educao Ambiental

Environmental Education evaluation frameworks: Quality Criteria and Quality indicators in International Research......................................................................................................................115Anna Lacci Environmental Education and Education for Sustainability Consultant

Educao Ambiental em perspectiva crtica Uma contribuio elaborao de critrios para avaliao de projetos em Educao Ambiental ........................................................................ 153Dra. Lcia Helena Manzochi Coordenadoria de Educao Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente

Contribuies para a construo de uma matriz para a avaliao de projetos em Educao Ambiental ...................................................................................................................... 176MSc Rachel Guanabara Universidade Federal Fluminense

19 de novembro de 2010 Tarde

MESA REdOndA: Mosaico de experincias relacionadas avaliao de projetos de Educao Ambiental no Brasil

Educao Ambiental no Brasil: anlise da produo acadmica dissertaes e teses ............... 199Prof. Dr. Luiz Marcelo de Carvalho Instituto de Biocincias/UNESP - Rio Claro

Educao Ambiental na Rede Estadual de Ensino e avaliao do Projeto gua Hoje e Sempre: consumo sustentvel .............................................................................................................................216Ma. Marlene Gardel Coordenadoria de Estudos e Normas Pegadgicas Secretaria de Estado da Educao

Fundos Pblicos e avaliao de projetos de Educao Ambiental - questes para reflexo........ 236Taciana Neto Leme Agncia Nacional de guas

Critrios para hierarquizao de projetos de Educao Ambiental: a experincia da Cmara Tcnica de Educao Ambiental do Comite de Bacia Hidrogrfica - Piracicaba, Capivari e Jundia .......................................................................................................... 250Maria Fernanda Spina Chiocchetti Coordenadora do CTEA CBH-PCJ/ Prefeitura de Campinas

20 de novembro de 2010 Manh

MESA REdOndA: Qual Educao Ambiental queremos/devemos promover?

Trs principais tendncias em Educao e em Educao Ambiental Qual perspectiva de educao (ambiental) para formar cidados para lidar com as complexas questes socioambientais (e outras) da atualidade? ........................................................................................ 269Prof. Dr. Pedro Goergen Universidade de Sorocaba / UNICAMP

Possibilidades e limites da Poltica Estadual de Educao Ambiental como instrumento de apoio na definio de temticas e perspectivas de abordagem dos projetos de Educao Ambiental a serem fomentados pelos agentes pblicos estaduais ........................... 276Prof. Dr. Pedro Jacobi TEIA/USP

As mtuas interaes entre projetos e aes de Educao Ambiental e de gesto de recursos hdricos .............................................................................................................................. 285Prof. Dr. Carlos H. Saito UnB

20 de novembro de 2010 Tarde

Plenria Final ......................................................................................................................................... 311

GLOSSRIO dE SIGLAS ........................................................................................................................ 335

18 de novembro de 2010manh

18 de novembro de 2010manh

FALA dE ABERTURA

Malu Freire Coordenadora da Coordenadoria de Educao Ambiental

MESA REdOndA:

Universo dos projetos de Educao Ambiental no FEHIdRO Retratos iniciais

APRESEnTAES:

Educao Ambiental no Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos HdricosRachel Marmo Azzari domenichelli Coordenadoria de Educao Ambiental/SMA

Caracterizao geral dos projetos de Educao Ambiental apresentados ao FEHIdROMariano Maudet Bergel Coordenadoria de Educao Ambiental/SMA

Caracterizao dos processos de avaliao presentes nos projetos FEHIdROVictor Gonalves Maturana Coordenadoria de Educao Ambiental/SMA

10

Bom dia a todos e a todas. Para quem no me conhece, eu sou Malu Freire. Eu estou agora como coordenadora da Coordenadoria de Educao Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer ao Conselho Estadual de Recursos Hdricos, que atravs do FEHIDRO financiou este evento. Gostaria de agra-decer tambm ao IAC, o Instituto Agronmico de Campinas, teremos aqui inclusive a presena da Roseli Torres, pesqui-sadora do IAC, agradecer essa casa pela acolhida para este importante evento. Para ns, da Secretaria do Meio Ambiente, especialmente da Coordenadoria de Educao Ambiental, um evento importantssimo. E eu vejo pela representatividade da platia que no somos os nicos. Quero agradecer tambm pela realizao desse evento a toda equipe da Coordenado-ria de Educao Ambiental, que se esforou durante meses para que esse evento pudesse ento ser realizado. Gostaria de agradecer a presena de um pblico bastante representativo e comprometido com os objetivos desse evento.

Vou aqui ento descrever quais so as entidades, as instituies representadas. Dentro da Secretaria do Meio Am-biente temos aqui representantes da Coordenadoria de Recursos Hdricos, do Instituto Florestal, da Fundao Flores-tal, do Instituto Geolgico, da Fundao Zoolgico, da CETESB, da Polcia Ambiental. Temos tambm representantes da CESP, da SABESP, da CATI e da APTA da Secretaria da Agricultura, da Secretaria Estadual de Educao e da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da cidade de So Paulo.

Temos aqui tambm vrios professores da Secretaria Estadual de Educao e da Secretaria Municipal, especial-mente de Campinas. Temos o apoio e a grata satisfao de contar com a presena de representantes das universidades USP, UNICAMP, ESALQ, UFSCAR, UNESP-Bauru, UMAPAZ - faculdade municipal tambm. Temos aqui a presena de representantes de vrios coletivos educadores. Temos tambm a representante, a Vanessa, do Cinturo Verde da Reserva da Biosfera. Vrias prefeituras aqui do Estado de So Paulo tambm representadas. Diversas ONGs que vieram com recursos prprios, interessadas, ento eu quero agradecer especialmente.

Quero agradecer tambm aos representantes de todos os comits. Quero agradecer a presena da Agncia Nacio-nal de guas, da Secretaria do Desenvolvimento Urbano. Da EMBASA, da Bahia. Tambm temos aqui um represen-tante de Extrema, de Minas Gerais. E tambm contamos com a grata presena da Andra Carestiato, do Ministrio do Meio Ambiente. Contamos assim com esse apoio que, para ns, fundamental.

A CEA foi criada em 2008, h 2 anos e meio. Em 2007, ns assumimos a tarefa de resgatar a Educao Ambiental dentro da Secretaria do Meio Ambiente. No foi uma tarefa fcil, mas pudemos contar com muita ajuda e eu quero aqui agradecer, h vrias pessoas aqui nesse auditrio que nos ajudaram bastante.

A Coordenadoria de Educao Ambiental veio concretizar o resgate da Educao Ambiental dentro da Secretaria do Meio Ambiente, que j h algum tempo, vinha com uma atuao restrita, por assim dizer. Ela tinha poucos recursos em ter-mos de pessoas, em termos de oramento. Fazia um trabalho, tentava fazer um trabalho mantendo acesa a chama da Educao Ambiental, mas longe de conseguir que a Educao Ambiental fosse realmente um instrumento de gesto ambiental.

A realidade que ns encontramos que os projetos, as aes em Educao Ambiental estavam margem da poltica ambiental no Estado de So Paulo, ela estava margem porque tinha seus projetos prprios com

Abertura

Malu FreireCoordenadoria de Educao Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente

Abertura

11

fim em si prprios, no havia uma sinergia, no ha-via uma conexo.

A CEA, ou melhor, a Educao Ambiental no integrava as principais aes da Secretaria do Meio Am-biente, ela trabalhava de forma mais ou menos isolada, mais isolada do que mais ou menos. Quando ns che-gamos, era uma equipe bem reduzida e, daquela equipe inicial em 2007, bem, do incio as que restam sou eu e a Rachel. Nos debruamos sobre a tarefa de resgatar e vimos, logo no incio, que tnhamos uma grande di-ficuldade em medir os resultados. Os resultados dos trabalhos que eram feitos; daqueles que j tinham sido feitos no passado; daqueles que vinham sendo feitos em outras pastas do Governo do Estado, porque o Gover-no do Estado de So Paulo tem uma atuao na Edu-cao Ambiental que no se restringe Secretaria do Meio Ambiente, ns temos que destacar algumas, como a Secretaria da Educao, a Secretaria da Agricultura. Constatamos que havia uma desagregao nesse sentido tambm, cada pasta, dentro da sua rea de competn-cia, dentro das suas atribuies, desenvolvia projetos de Educao Ambiental.

Existem projetos tradicionais, antigos, como o Aprendendo com a Natureza da Secretaria de Agricul-tura, outros projetos dentro da Secretaria da Educao, sabemos de vrias iniciativas, mas no existia dentro do Governo do Estado o compromisso com uma poltica pblica de Educao Ambiental, uma poltica que con-gregasse todos aqueles que teriam a contribuir com a educao, com o desenvolvimento, com o processo de desenvolvimento da Educao Ambiental no Estado de So Paulo enquanto poltica pblica. Tambm no tinha pernas para se alinhar s polticas que vinham sendo desenhadas no nvel do governo federal. Ns tnhamos sim, conscincia de que o Governo do Estado deveria desempenhar o seu papel e deveria se alinhar nessa luta, por assim dizer, como alguns colegas meus inclusive gostam de dizer.

Porm, ns encontramos esse apoio e, dentro da Secretaria do Meio Ambiente, ns conseguimos esse avano, conseguimos que uma coordenadoria ento fos-se criada, e essa coordenadoria agora, diferente das que existiram no passado, conta com quadro de funcionrios especfico da coordenadoria, ela conta ento com vaga para concurso e hoje ela tem um quadro prprio.

As antigas Coordenadorias de Educao Ambien-tal contavam com quadro que vinha de outras institui-es da Secretaria do Meio Ambiente, como CETESB, Fundao Florestal e outras. Portanto, no existia um quadro fixo, daqueles que do corpo Educao Am-biental dentro da Secretaria do Meio Ambiente, eram pessoas que, a qualquer momento, poderiam ser chama-das de volta, como o foram, para suas instituies.

Foi importante aparelhar esse trabalho. Ns pre-cisvamos de gente, ns precisvamos de recursos, mas precisvamos tambm de indicadores, de parmetros

para levar frente aquilo que seria a estruturao em termos de poltica da Secretaria do Meio Ambiente em relao Educao Ambiental.

E ns pudemos constatar isso muito rapidamen-te, logo que assumimos essa tarefa, j tomando contato com essa tarefa de avaliar os projetos do FEHIDRO, esse departamento que existia, no era um Agente Tc-nico, ns ramos pareceristas de Educao Ambiental, Agente Tcnico era outra coisa, a Rachel vai dar em maiores detalhes para entender como foi a evoluo, mas ns verificamos que ns no tnhamos a mnima condio de fazer aquelas anlises. Ns no tnhamos a mnima conexo com as representaes nas bacias. Ns no sabamos se aqueles projetos que estavam sen-do apresentados tinham realmente pertinncia com as prioridades da bacia, dos comits etc.

Percebamos com uma vista de olhos rpida o quo desagregados eles eram entre si tambm. No era s dentro do Governo do Estado que vrias iniciativas louvveis no encontravam fora porque no existia uma integrao, uma poltica de investimento na Edu-cao Ambiental.

E ns sabamos que no seria to competente quanto gostaramos a nossa anlise enquanto Agente Tcnico, enquanto colaborador de um Agente Tcnico.

Quando a Coordenadoria de Educao Ambien-tal foi criada, ela virou Agente Tcnico, e a no tinha como fazer isso de qualquer jeito, a gente tinha que se profissionalizar, tinha que se instrumentalizar. A instru-mentalizao do Agente Tcnico foi uma prioridade na criao da coordenadoria, porque quando ns encontra-mos a equipe, a equipe queria dizer no para todos os projetos, porque eles no se sentiam seguros ento de aprovar, de acompanhar, no tinha como, estvamos l em So Paulo, distantes de toda a realidade.

A poltica nossa acabou se delineando por a tambm, porque a Coordenadoria de Educao Am-biental, atravs aqui da nossa atuao, da equipe com a qual a gente trabalha sabe que a regionalizao, quando ela tem que existir, ela deve se pautar em atributos na-turais, vamos dizer assim. E a bacia hidrogrfica, para ns, a que melhor se adequa. a regionalizao ideal do nosso ponto de vista para aplicao de recursos em polticas pblicas.

Ento, o fortalecimento da nossa atuao, buscan-do essas informaes, esses parmetros, essas indicaes do que a gente tava fazendo, se a gente tava indo pelo caminho certo ou no. Essa evoluo foi se dando na nossa aproximao com os comits. E o importante que ns nos aparelhamos com tcnicos que esto atuan-do nas bacias.

Hoje, a Educao Ambiental na Secretaria do Meio Ambiente conta com 21 tcnicos atuando nes-sas bacias e muito estreitamente nos comits, so 21 bacias no Estado de So Paulo e existe um funcionrio da Coordenadoria de Educao Ambiental que busca

Parmetros e Indicadores para Avaliao de Projetos de Educao Ambiental como Instrumentos para a Gesto de Recursos Hdricos

12

entender as realidades para que a gente possa contex-tualizar a aprovao de cada um dos projetos, e a gente no quer dizer no.

Eu, em contraponto, eu e a Rachel, que est-vamos desde o incio nessa luta, ns falvamos para aqueles pareceristas do incio: Ns queremos dizer sim, cada vez mais sim para a Educao Ambiental. Porque ns sabemos o quanto difcil conseguirmos recursos para a Educao Ambiental, e se existe um fundo que est dando, que oferece oportunidade e re-cursos, por que no dizer cada vez mais sim? Mas um sim com qualidade.

Passamos a nos debruar, a conversar com cada Tomador, e foi a que ns fomos conseguindo fortalecer essa nossa linha de atuao. E quando ns comeamos a nos indagar dizendo: Ns no temos parmetros, ns no temos indicadores, ns ainda temos dificuldades em fazer avaliao da pertinncia de projetos e ainda a ava-liao desses resultados. No s dos projetos do FEHI-DRO, mas dos nossos prprios projetos.

Quando ns comeamos a externar isso, verifica-mos junto aos nossos pares na universidade, em outras secretarias, nas prprias ONGs, nos nossos parceiros, nos comits; ns verificamos que a busca no s nossa, ou no era s nossa, praticamente de todos aqui repre-sentados. Por isso a importncia desse evento, porque, logo no incio, ns dizamos: Temos que fazer, temos que nos juntar e temos que, em parceria, definir. Por que, mais uma vez, faremos isso em separado? Por que, mais uma vez, teremos a nossa poltica na Secretaria do Meio Ambiente em separado da Agricultura, em sepa-rado das outras foras que atuam, dos outros represen-

tantes que atuam no desenvolvimento do processo de Educao Ambiental no Estado de So Paulo?.

Por isso, para ns, este um marco. Estava falan-do hoje de manh pra Rachel: Rachel, chegou tudo o que a gente sonhou durante dois anos pelo menos, no mnimo, mais que isso at. S que quando a gente falou: No, vamos fazer os indicadores, vamos pedir, vamos tomar as dores tambm, vamos nos colocar no papel dos Tomadores, vamos tambm pedir o financia-mento para o FEHIDRO, vamos investir nisso, vamos assumir esse compromisso. E a foi um longo caminho at chegar aqui. Graas a Deus, eu pude contar com uma equipe que tambm se dedicou a isso, entendeu e abraou essa causa. Quero agradecer a Rachel, a Lcia e toda a minha equipe. E quando a gente comeou a falar disso, eu quero agradecer tambm todo o apoio, todo o incentivo. A Ceclia, por exemplo, falava: isso!; e outras pessoas que nos encontravam, o prprio Marcos Sorrentino, tantas outras pessoas diziam: isso, vamos fazer, a gente foi se encorajando e, apesar das dificuldades, estamos aqui.

Ento eu quero agradecer a todos, eu no vou me alongar, eu poderia contar muitas histrias aqui, mas eu quero dizer que o principal de tudo que eu estou com uma grande paz no corao, porque eu sei que ns temos esse apoio e temos um objetivo em comum; e es-tamos nessa direo, no sozinhos, sabemos que no va-mos fazer isoladamente algo que esteja altura da nossa misso, s faremos isso em conjunto, compartilhando e evoluindo juntos. Ento, eu agradeo a todos, desejo a todos um timo trabalho, espero que a maioria possa ficar at o sbado, porque vai ser muito importante..

13

Educao Ambiental no Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hdricos

Bom dia a todos e a todas. O meu papel aqui tentar contextualizar, muitas coisas a Malu j adiantou, ento eu vou fazer um reforo. A gente tem aqui presente pessoas de diversas instituies, eu vou tomar cuidado para no falar o que vo falar no final, mas que eu estou bastante ansiosa por este evento.

Como foi colocado, a gente trabalhou bastante nisso, a equipe inteira se dedicou bastante a isso. engraado que todos os esforos da equipe no final vo levar a um comeo e isso o mais motivador para gente, que trabalhar bas-tante para chegar a um ponto de onde a gente possa comear. A idia que seja um marco zero e que seja com todos os presentes para a gente dar andamento a isso sempre.

Eu sou a Rachel, estou hoje como interlocutora do Agente Tcnico FEHIDRO, vou explicar um pouquinho isso, para algumas pessoas pode ser repetitivo, eu no vou me aprofundar muito, mas pelo menos dar uma noo do que so esses termos comuns, mais ou menos como funciona e o que a gente tem citado aqui desse fundo de financiamento estadual.

Vou explicar um pouco a Educao Ambiental dentro do sistema de gerenciamento de Recursos Hdricos. O FEHIDRO um fundo estadual atrelado Poltica Estadual de Recursos Hdricos, define um fundo que justamente um suporte financeiro para a Poltica Estadual de Recursos Hdricos e essa a grande importncia, porque, s vezes, a gente tem as polticas que dependem de investimento e a gente no tem de onde tirar o dinheiro para o que deve ser feito. Ento muito importante a Poltica Estadual de Recursos Hdricos do Estado de So Paulo, porque ela j define que vai ter recurso e, principalmente, de onde ele vem e para qu vai ser usado.

A fonte de recursos, tem vrias fontes possveis, mas eu pontuei as principais, que so a compensao financeira dos royalties das energias hidreltricas, das usinas hidreltricas e os resultados da cobrana pela utilizao de Recursos Hdricos, que tambm est em implantao em muitos comits, so poucos os que j tem isso implantado. O objetivo seria ento financiar programas e aes na rea de Recursos Hdricos, de modo a promover a melhoria e a proteo dos corpos dgua e das bacias hidrogrficas.

As bacias hidrogrficas, como a Malu pontuou, so uma, de forma bem sucinta, distribuio geomorfolgica ba-seada na natureza entre aspas, que a gente consegue definir uma rea para gesto. Justamente no Estado de So Paulo, pela Poltica Estadual de Recursos Hdricos na rea de gesto, as unidades de gesto so as bacias hidrogrficas. A gente tem 22 bacias hidrogrficas no Estado, sendo que a 20 e 21, que so a Aguape e a do Peixe, tem caractersticas bem semelhantes, ento no fim fundou-se um comit para tratar das duas bacias. A tem os comits de bacia hidrogrfica, que o que eu vou explicar a seguir.

Os comits de bacia hidrogrfica, a gente tem um fundo, que diz de onde vai sair o recurso, onde ele vai ser utilizado.Os comits de bacia hidrogrfica so esse colegiado que tem representantes do Estado, do Municpio e

da Sociedade Civil; que delibera anualmente o recurso dentro dessa gesto de Recursos Hdricos. So apre-sentados projetos, e o comit tem o poder de deliberar quais vo ser, de acordo com as prioridades do comit, de acordo com o plano de bacia hidrogrfica. Ento, justamente essa composio tripla que vai decidir para

Rachel Marmo Azzari DomenichelliCoordenadoria de Educao Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente

Parmetros e Indicadores para Avaliao de Projetos de Educao Ambiental como Instrumentos para a Gesto de Recursos Hdricos

14

onde vai o recurso naquela diviso geogrfica que eu mostrei anteriormente.

Cada uma dessas unidades tem um comit de ba-cia hidrogrfica, com aquela constituio. A partir des-sa fonte de recurso, tem uma diviso criteriosa entre os comits de bacia hidrogrfica, a os comits vo decidir ento para onde vai esse recurso, para quais projetos. Como eu disse, criteriosa, tem um Conselho Orienta-dor do FEHIDRO que quem prope os critrios para definio de quanto vai para cada comit.

Existe uma lista extensa com diversos critrios, com quanto vai para cada comit, tem a ver com o ndice de saneamento - no sei se tem algum do comit que pode dar uma ajuda aqui - mas tem a ver com a parte de tratamento de resduos slidos, de saneamento, de PIB, nmero da populao; mas enfim, tem vrios critrios que fazem uma mdia e a define uma porcentagem do recurso que vai ser encaminhado para cada comit. Den-tro dos comits, dentro de todos esses projetos, tambm tem os projetos de Educao Ambiental.

Ento, o que a Malu tava explicando, o que ela ci-tou, a parte de Agente Tcnico, que o que eu vou ex-plicar a seguir, mas ainda falando da instncia de comit, muitos comits tm as Cmaras Tcnicas de Educao Ambiental, que so instncias formadas para se discutir os projetos e as aes de Educao Ambiental nos co-mits. As atribuies e os graus de participao dessas Cmaras Tcnicas dentro do comit so diferenciados, inclusive fizemos uma reunio ontem, mas algumas conseguem estar mais a par de uma avaliao prvia dos projetos a serem deliberados.

Por exemplo, os projetos de Educao Ambiental a serem financiados por esse fundo passam pelas Cma-ras Tcnicas, elas tambm do um parecer e isso contri-bui na seleo dentro da plenria do comit se isso vai ser financiado ou no.

O prprio acompanhamento dos projetos em exe-cuo, algumas conseguem fazer em maior grau, outras em menor grau, mas estou s citando duas das atribui-es que as Cmaras Tcnicas podem ter.

A questo do Agente Tcnico FEHIDRO. Os co-mits deliberam o recurso e, tem um ente que faz parte do sistema integrado de gerenciamento dos Recursos Hdricos, na verdade, vrios entes, que fazem esse papel de analisar tecnicamente o projeto. Tanto a viabilida-de tcnica e o custo do empreendimento, assim como acompanhar a execuo e fiscalizar a execuo dos em-preendimentos manifestando-se conclusivamente sobre a conformidade tcnica.

Tem que olhar o projeto antes, ele deliberado no comit, ele chega para o Agente Tcnico fazer a anli-se e, a partir dessa viabilidade tcnica e financeira, ele aprovado ou no. Pode ser que ele sofra algumas corre-es, sugestes, adaptaes. A gente, alm de tudo, tem que atender ao Manual de Procedimentos Operacio-nais - MPO , que define o que pode e o que no pode

ser financiado, como isso deve ser colocado, que nvel de detalhe deve ter. Ento a gente tem que seguir, fora as questes metodolgicas mesmo, de especificidade de cada rea do Agente Tcnico, tambm seguir esse Ma-nual de Procedimentos para ver se atende ou no atende. A partir disso, ele aprovado e executado.

Aqui vai mais ou menos como funciona. Existe uma data especfica para os Tomadores apresentarem os projetos. Os Tomadores, tem gente que no gosta muito desse termo, mas o termo usado no manual, tem gente que fala: Eu sou Tomador de qu? De gua?, mas o nome dos Tomadores de recursos, assim que so chamados. Ento, tem uma data do comit, que ele faz uma chamada, uma divulgao disso, e a os Tomadores ento apresentam os projetos no comit. Dentro da de-liberao, colocado quais foram os deliberados dentro do comit, para que a esses sejam destinados os recursos.

O comit apresenta o projeto ou, pelo menos, o re-sumo do projeto, para a Secretaria Executiva do FEHI-DRO e o que ela faz? Designa qual Agente Tcnico. Ento a SECOFEHIDRO fala: Ento, para a Educa-o Ambiental, o Agente Tcnico desse projeto vai ser a Coordenadoria de Educao Ambiental. A partir disso, o comit de bacia encaminha o projeto inteiro, contendo planilha de oramento, cronograma de execuo, crono-grama fsico-financeiro, que so tambm documentos padro do FEHIDRO.

A encaminha para o Agente Tcnico. S uma confuso, a gente mesmo acaba chamando assim, mas Agente Tcnico a instituio. Ento a Coordenadoria de Educao Ambiental Agente Tcnico, os tcnicos que analisam os trabalhos seriam os analistas tcnicos, mas no fim a gente acaba sendo o Agente Tcnico perso-nificado, porque ali: Voc que Agente Tcnico? Sou, ento acaba sendo assim.

Ento o Agente Tcnico tem que informar o co-mit de bacia hidrogrfica quando aprova o projeto. Ba-sicamente, a conversa que a gente tem com o Tomador de algumas possveis alteraes, correes, ou at se ele no atendeu algumas correes simples ou mais com-plicadas, a gente acaba informando direto o Tomador; mas, partindo do princpio que a gente aprovou o proje-to, a gente comunica o comit e o Tomador: Olha, tudo bem, foi aprovado, voc tem 180 dias para comear a desenvolver o projeto.

Depois a conversa acaba ficando entre Tomador e Agente Tcnico. Ento, pede a liberao da parcela. Eu no sei se estou entrando em um nvel muito burocrti-co, mas existem algumas coisas que a gente precisa fazer, ento o Tomador pede a liberao da parcela dizendo em que vai gastar, com o processo licitatrio, a partir do que ele j tinha se comprometido.

A gente libera o recurso, mas a gente s faz um parecer dizendo que pode liberar o recurso. Tem um outro Agente no meio, que o Agente Financeiro, que o banco, quem vai ver se est com a documentao

Educao Ambiental no Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hdricos

15

financeira em dia e que vai colocar o dinheiro na conta, uma conta especfica aberta para isso.

s vezes, tem uma comunicao direta entre Agen-te Financeiro e Agente Tcnico, como pode ser que esteja faltando algum documento ou alguma coisa que a gente fique em dvida, mas, em geral, a conversa acaba sendo entre Tomador e Agente Tcnico. Isso vai ser importante para a prxima apresentao, ento importante s pres-tar ateno nessa considerao porque na prxima apre-sentao isso vai ser um fator significativo.

Rapidamente, dentro da Secretaria do Meio Am-biente, como eu disse, existem vrios Agentes Tcnicos, eu estou s focando os de Educao Ambiental, mas, ainda as-sim, por essas prprias mudanas que j tiveram na institui-o mesmo de Educao Ambiental. Ento, inicialmente, o Agente Tcnico de projetos de Educao Ambiental era a CETESB, temos representantes aqui, a Lucilene e a Lilian, que pegaram essa parte de projeto de Educao Ambiental tambm; e tinha, quando a gente chegou, o Departamento de Educao Ambiental dentro da Coordenadoria de Pla-nejamento e Educao Ambiental.

Com a reforma administrativa da Secretaria do Meio Ambiente, a gente no est mais em um departa-mento dentro da coordenadoria e virou a Coordenado-ria de Educao Ambiental e a Coordenadoria de Pla-nejamento Ambiental.

A partir dessa mudana, foi criada ento em maio de 2008, com a reforma administrativa, a Coordenado-ria de Educao Ambiental. Em julho de 2008 foi mes-mo institudo, segundo os decretos do que a gente teria que fazer, que a gente seria Agente Tcnico de projetos de Educao Ambiental.

No comeo, ns tnhamos poucas pessoas para serem Agentes Tcnicos com a nossa idia de facilitar a anlise, deixar o mais centralizado possvel, mas no sen-tido positivo, de todo mundo que est analisando con-seguir se dedicar a isso mesmo. Porque um problema que tinha que os tcnicos tinham diversas atribuies e a, de repente, aparecia um projeto para eles analisarem em cima da mesa, ento acabava demorando muito mais tempo porque no se conseguia dar uma ateno exclu-siva quilo, ento era quando o tcnico tivesse tempo, ele acabava analisando.

s vezes, tinha-se tantas coisas para fazer que ter um FEHIDRO em cima da mesa era um terror mesmo, como voc iria conseguir dar conta daquilo? Ento, essa foi uma coisa que a gente foi tentando fazer.

No comeo, nesse processo de mudana, tinha eu e mais uma pessoa para analisar os projetos do FEHIDRO e hoje a gente pode contar com uma equipe um pouco maior, um pouquinho maior, mas a gente chega l.

A gente se deparando com os projetos chegou a uma situao. Primeiro, dentro dos critrios para aprovao pelo Agente Tcnico. A gente tem um projeto em cima da mesa e tem que dizer se ele vivel ou no. s vezes, eu pos-so achar que vivel, como aconteceu comigo, de analisar

um recurso de um projeto que outro tcnico tinha achado invivel. Por exemplo, capacitao de fiscais da prefeitura, era uma capacitao no meio ambiente para os fiscais da prefeitura. O outro tcnico que analisou falou que isso no atividade de Educao Ambiental e no tem nada a ver, e eu tive que analisar o recurso disso, eu achei que capacita-o tinha sim pertinncia, ainda mais que era voltado para o meio ambiente, os fiscais no tem que ficar s cumprindo de uma forma sem entender o contexto, ento eu achei que era importante. Isso s um exemplo de quanto pode ser subjetiva a anlise, e a gente tem que fugir disso, porque a anlise no tem que ser: Ai, que bom, eu ca com um tcni-co legal ou alguma coisa por a, ela tem que ter um mnimo de padronizao, de discusso pelo menos entre todos, para partirmos do princpio de que, se vai pedir bastante coisa, todos vo pedir bastante coisa; ou se vai ter que ser flexvel, todos tero que ser flexveis naquele ponto. Ento a gente vem trabalhando para isso.

S dois exemplos, como eu falei, a padronizao e a subjetividade. O outro ponto, que vai ser interessante tambm, j dando gancho para a mesa que a gente vai ter no ltimo dia, Educao Ambiental e Recursos Hdri-cos. Porque de um lado a gente tinha projetos de resduos slidos, por exemplo, financiados, e que so diretamente relacionados a Recursos Hdricos, a garrafa pet pode cair no rio. Brincadeiras parte, indiretamente, bvio que tem relao com a gesto de Recursos Hdricos, mas a gente precisar ter isso mais claro, porque j chegamos a ter a orientao de que s poderia aprovar projetos que fossem de Recursos Hdricos. E a gente fica numa crise, ainda mais enquanto Educao Ambiental, de falar: U, mas eu acho que isso Recursos Hdricos, vai chegar l. Bacia hidrogrfica uma diviso, mas ela mais ampla do que s Recursos Hdricos, a bacia hidrogrfica toda a conformao e todo o ambiente.

E a, a gente tambm se deparou com outro ponto, a relao com os Tomadores de recurso. O nosso papel, enquanto Agente Tcnico, enquanto Governo do Esta-do, a gente tem responsabilidade de gerenciar o fundo, vamos dizer, ento a gente tem a responsabilidade de di-zer para onde vai o recurso, se apresentou os gastos da forma correta. Afinal de contas, um recurso pblico e a responsabilidade nossa dentro disso. Mas a gente tem cada vez mais que entender, foi uma mudana tambm, que os executores dos projetos de Educao Ambiental tambm so braos, quem est justamente na ponta fazendo os projetos, o que viabiliza a descentralizao dos projetos de Educao Ambiental.

Ento a nossa relao entre Agente Tcnico e To-mador tem que ser de parceria, de enxergar um objetivo em comum. Porque s vezes a gente tinha, est mudando, talvez ainda tenha alguma coisa, mas assim, Agente Tc-nico antes era aquele que s falava no e exigia um monte de coisas impossveis; do lado contrrio, quem tinha que assinar os projetos e se responsabilizar com isso eram os Agentes Tcnicos e difcil, porque como que voc vai

Parmetros e Indicadores para Avaliao de Projetos de Educao Ambiental como Instrumentos para a Gesto de Recursos Hdricos

16

saber se o Tomador est fazendo o projeto direito? Existia a verso do Tomador: O tcnico s quer falar no, no quer que passe nada, mas a gente ia falar no o mximo que conseguisse porque um monte de gente ia pegar o di-nheiro e fazer sabe-se l o qu com ele. Ento existia esse embate, que a gente tem trabalhado diferente entendendo esse objetivo em comum. A partir disso tambm, a gente comeou a ter relao com os comits de bacia.

Hoje temos contato com os Tomadores tambm, por e-mail, por telefone, fazendo reunies presenciais, garantindo uma orientao nesse sentido; mas isso no levou a uma aproximao com os comits de bacia hidro-grfica, porque ficava um degrau no meio, ento o projeto era deliberado no comit, lembrando que ele delibera-do no comit enquanto um projeto para o qual possam ser destinados recursos, no necessariamente aprovado, pode ser que ele chegue l enquanto Agente Tcnico e seja uma coisa que no d, Olha, do jeito que est, no est explicado, no vivel tcnica nem economicamente. En-to, no que ele aprovado no comit de bacia.

Esse degrau existia, porque s vezes a gente tinha reunio com Tomador e ele falava: No, mas isso prioridade do comit, isso o comit que quer, e a gente no falava com o comit, como que eu vou saber se o comit quer isso ou no? Isso levou a uma relao com o comit de bacia hidrogrfica para entender, Olha, tem esse projeto, desse jeito, isso mesmo?, ento fazer mais essa conversa juntos, entender mais mesmo.

E a a relao com as Cmaras Tcnicas, porque, a gente entendendo os comits de bacia, as Cmaras Tc-nicas, que so responsveis pela gesto da Educao Am-biental nos comits de bacia hidrogrfica, pelo menos a princpio, a gente tambm tem que saber afinal o que est sendo discutido, como eles esto trabalhando, ou em que podemos ajudar a fortalecer. Ento a gente est, inclusive na relao com as Cmaras Tcnicas, hoje eu estou como coordenadora da CmaraTcnica de Educao Ambien-tal do Conselho Estadual de Recursos Hdricos e isso tem promovido tambm essa relao com as Cmaras Tcnicas dos comits de bacia hidrogrfica.

A gente tem entendido, enquanto Cmara Tcnica do Conselho Estadual, que a gente no vai fazer propos-tas a serem seguidas pelas Cmaras Tcnicas dos comits, muito pelo contrrio, queremos entender o que impor-tante nas Cmaras Tcnicas do comit, e conseguir que a Cmara Tcnica Estadual reforce isso, fortalea isso. Nos-sa forma de trabalho sempre foi se reunir com as pesso-as que trabalham Educao Ambiental nos comits, nas Cmaras Tcnicas, hoje a gente tem apenas trs comits que no tem instncia CmaraTcnica ou instncia equi-valente; mas que tambm, de meu conhecimento, esto formando grupos para a discusso disso, esse processo est sendo fomentado para a criao dessas instncias.

E a a Cmara Tcnica Nacional tambm de Edu-cao Ambiental, a CTEM, do Conselho Nacional de Recursos Hdricos, na qual a gente tambm representa o

Estado de So Paulo e temos tentado o mximo possvel fazer essa sinergia dentro do que est sendo discutido.

O que era importante tambm dentro dessas prioridades do comit de bacia era o conhecimento da realidade local e o acompanhamento dos projetos, o que est acontecendo l.

Um exemplo de Cmara Tcnica, a gente fica em So Paulo e s vezes convidado para indicar um representante na CmaraTcnica de Educao Ambiental do Baixo Tie-t, era indicado s vezes um tcnico da Secretaria do Meio Ambiente de So Paulo, que ia na reunio da Cmara-Tcnica do comit e no estava inserido na realidade, no estava muito por dentro da reunio, do que iria acontecer, ento, das duas uma, ou nem participava, ou participava e ia embora sem contribuir, sem estar integrado.

Ento essa idia de estar mais prximo das reali-dades dos comits tambm uma forma da gente conse-guir valorizar os projetos e entender mais esse processo e, mais uma vez, estar sempre em sinergia. Uma atuao prtica que foi feita dentro dessa proposta de conhecer a realidade local e acompanhamento dos projetos, entre outras atribuies, como foi colocado, foi a atuao de 21 funcionrios. Teve concurso, foram 40 funcionrios contratados especificamente para a Coordenadoria de Educao Ambiental e, desses 40, 21 ficam pelo estado, ento tem um para cada dos 21 comits, junto aos 21 comits de bacia hidrogrfica.

A atuao nas bacias hidrogrficas, tem alguns que esto lotados na sede do comit, outros esto lotados nas agncias da CETESB, nas agncias da CBRN, que a Co-ordenadoria da Biodiversidade e dos Recursos Naturais da Secretaria do Meio Ambiente, mas o importante pra gente isso, a atuao nas bacias hidrogrficas, estar entendendo a realidade local, os atores, e como a gente pode fomentar e potencializar os trabalhos de Educao Ambiental regio-nalmente, trabalhar para essa descentralizao, mas sempre com uma coordenao entre as aes, promovendo a troca de experincias, promovendo essa atividade em conjunto.

Tambm ficou importante, uma vez que a gente j tem os projetos de Educao Ambiental, muitas d-vidas foram surgindo e a gente sentiu a necessidade de ter um diagnstico dos projetos de Educao Ambiental que so financiados, ento s vezes a gente tinha a im-presso que aquele mesmo projeto tinha sido financiado no ano anterior, estava se apresentando de novo para a mesma coisa, por exemplo, ou ento aquilo que a Malu citou, se isso prioridade para o comit ou no, como a gente consegue entender isso nesse sentido de ajudar para que isso acontea. Mas, de qualquer jeito, para ns termos esse panorama havia a necessidade de fazermos esse diagnstico dos projetos de Educao Ambiental.

Quando da chegada desses funcionrios, a primei-ra demanda para os mesmos foi a de fazer esse diagns-tico, um levantamento, que vai ser a prxima apresenta-o, a gente vai explicar como isso aconteceu, entender para quem que foi o recurso, quanto gastou, que tipo

Educao Ambiental no Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hdricos

17

de projeto que era feito, quais os principais Tomadores, como que funciona. Ento, o diagnstico foi a primeira demanda e sobre o qu a gente vai falar a seguir, s para dar um gancho aqui, na verdade.

E a tambm a avaliao dos projetos de Educao Ambiental, ento tudo bem, uma vez que agora a gente tem um panorama, j entende mais ou menos os proje-tos, j est sabendo, j est conseguindo fazer os critrios para a aprovao dos projetos de uma forma mais padro-nizada, fugindo da subjetividade, mas tudo bem, acabou o projeto, e a? Como que a gente acompanha, como que sabe se isso foi avaliado? Talvez no seja o termo mais adequado, mas o que tem sido feito tem dado certo? A gente pode dizer isso, possvel darmos um norte a partir dos projetos que j foram realizados para os pr-ximos, Olha, isso aqui melhor dar uma olhada, porque talvez, das outras vezes que tentaram, com essas condi-es, no foi o mais adequado, ser que a gente tem con-dio de fazer isso? Tambm foi importante fazermos um levantamento semelhante em relao avaliao da Educao Ambiental, se os projetos foram avaliados de alguma forma, como foram avaliados, que tambm vai ser a prxima apresentao.

No tnhamos muito o formato para o Seminrio, como ia fazer, mas uma certeza a gente tinha, ia ser de uma forma a convidar o mximo de atores que a gente conse-guisse que tivessem interessados, que tivessem essa pre-ocupao com o mesmo tema, para que a gente pudesse elaborar em conjunto, partindo do princpio do que vai ser importante para todos. No tnhamos definido o formato, mas desde que foi pensado, sempre foi: Vamos convocar todos os setores, vamos ver o que est sendo pensado, se j existe, o que emblemtico nesse seminrio para mim, o que muito importante, que a gente vem trabalhando sempre na aproximao com todos que tem atividades em comum, trabalhos em comum, sempre na inteno de tra-balhar em conjunto visando esse objetivo em comum. Hoje estamos agregando, convidando a agregar e contando com a participao de um setor que no estava to interado an-tes, que so as universidades. Entre todos os atores comuns que a gente tem, o que est sendo importante tambm a presena da universidade nessa discusso.

Ento, consideraes finais, sempre buscar esse objetivo em comum, do foco mais essencial, queremos fazer a mesma coisa, chegar a um mesmo lugar, no final das contas; e a descentralizao da Educao Ambien-tal, temos condio de fomentar isso, de valorizar, de no ficar reinventando a roda, de valorizar o que j est acontecendo, sempre agregando e fazendo um trabalho harmnico e sinrgico para isso.

Antes de chamar o pessoal da equipe da Educao Ambiental que vai compor a mesa, eu vou chamar a Lcia, provavelmente muitos de vocs j tiveram contato com ela, ela j chegou enquanto concursada, enquanto currculo, ex-perincia, tudo, ela foi colocada exatamente na organizao do seminrio. Foi muito bom a presena de todos que che-

garam da equipe e a Lcia tem uma participao especial por contribuir com isso tambm. Vou pedir para ela expli-car somente qual a dinmica do seminrio, o que a gente espera com ele. Que ele seja uma coisa bem efetiva, bem prtica, no temos a inteno de apresentar as palestras de uma forma que a gente s assista e no se manifeste, quere-mos que tudo aqui seja subsdio para todo mundo discutir e a gente ento partir desse trabalho comum.

Lcia (CEA) Primeiramente, eu queria dizer que uma alegria imensa estar aqui com vocs todos reunidos, queria agradecer muito a presena de vocs, uma satis-fao muito grande a gente poder estar aqui juntos. Vou procurar no me alongar muito.

Estamos ento diante dessa tarefa da avaliao de projetos de Educao Ambiental, que uma demanda totalmente justa e necessria dos gestores, tambm uma demanda dos educadores e uma tarefa complexa. A gente sabe que a avaliao em Educao Ambiental uma questo de ponta, est sendo sistematizada no prprio campo, ento o desafio bastante grande.

Procuramos lidar com essa demanda organizan-do um seminrio de trs dias, no sentido de comear a apontar quais questes teremos que enfrentar para con-seguir avanar nessa tarefa de chegar a esses indicadores, avaliar os projetos e, como j foi citado, a necessidade de avaliarmos diferentes conhecimentos, diferentes com-petncias, diferentes experincias para conseguirmos avanar nisso, temos que ir tomando a sopa pelas bor-das, porque a sopa muito quente.

Eu quero sinalizar muito rapidamente algumas ques-tes que a gente toca nessa concepo do seminrio. Se ns vamos avaliar projetos de Educao Ambiental, estamos falando, entre outras coisas, de avaliar processos educativos, temos ento que conversar como que se faz, estamos to-cando na questo de metodologias qualitativas de pesquisa em educao, que no esgota todas as tarefas do fundo, mas pelo menos uma parte da avaliao dos projetos toca nis-so. A gente sabe que a Educao Ambiental um grande guarda-chuva que abriga diferentes tendncias, vises de educao mesmo, e do que seja tambm meio ambiente e questo ambiental. Se vamos construir critrios de avalia-o, os critrios tem que se relacionar aos objetivos do que queremos fazer; e se os objetivos so os mesmos para todos, temos que conversar tambm sobre isso.

Como agentes pblicos, CEA e FEHIDRO, ns temos, como a Rachel j tocou, que estabelecer no que podemos nos pautar para diminuir a subjetividade, para avanar nessa questo da distribuio do uso desses re-cursos de uma maneira mais fundamentada. Temos que lidar tambm com essa articulao de dois nveis, tem o fluxo do projeto dentro do sistema, se ele entra pelo comit e a chega no Agente Tcnico, no adianta a gente produzir aqui indicadores maravilhosos e no estar arti-culado, porque isso no vai funcionar.

Parmetros e Indicadores para Avaliao de Projetos de Educao Ambiental como Instrumentos para a Gesto de Recursos Hdricos

18

A gente tem, no mnimo, que falar que tem indicado-res de entrada do projeto no sistema, indicadores de acom-panhamento e indicadores de impacto do prprio fundo como um instrumento de implantao da poltica pblica, ento a gente est falando de uma complexidade e para isso concorrem diferentes conhecimentos, diferentes subsdios.

Pensamos ento na composio do seminrio para trazer subsdios tericos, metodolgicos e a experincia de vrios atores de dentro e de fora do sistema de Meio Am-biente e Recursos Hdricos. O convite aqui para trabalhar-mos muito desde j, e apontando para o futuro, para conse-guirmos sair do seminrio de trs dias no com indicadores formulados, mas que consigamos sair do seminrio tendo comeado a mapear esse problema, levantando desafios com uma clareza maior de quais desafios temos que enfren-tar. E, se a gente conseguir comear a sugerir possveis aes e possveis parcerias para avanar nessa tarefa complexa, isso o que a gente quer. Como disse a Rachel: A gente tra-balhou bastante para estar agora comeando. um comeo.

A gente est propondo uma dinmica de trabalho para avanarmos nos debates que a seguinte: a gen-te tem os palestrantes e tambm outra figura que cha-mamos de observadores por falta de um nome melhor. Todo mundo que a gente foi convidando perguntava: Mas observao participante, n?. observao par-ticipante. Os observadores esto com o papel de ajudar a gente a sistematizar as discusses a cada mesa, esto subdivididos em subgrupos para fazer um relato dessas discusses, um registro e, na plenria do sbado a tarde, apresentar essas snteses, para ento discutirmos todos juntos e chegar a um documento com sugestes de enca-minhamentos, de aes futuras; comeando a desenro-lar isso, para comear a costurar isso para o futuro. Aqui a gente vai identificando ento os observadores para que as pessoas que quiserem dialogar com eles tambm pos-sam saber quem so, deixa eu achar aqui a tabelinha.

So subgrupos, que estaro responsveis pela sis-tematizao a cada meio perodo. A primeira pessoa dos subgrupos, a pessoa se identifica, para que da os outros possam conversar, por causa da questo do tempo. En-to, s para deixar essa indicao que tem esse grupo dos observadores, eles esto com essa funo e vo levar isso sistematizado para conversarmos na plenria. Para hoje de manh, Edmar Zanotti, da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura. Para a mesa da tarde, que sobre avaliao e educao, Nadja Janke. Para o dia 19 pela manh, na mesa de construo de critrios indica-dores de Educao Ambiental, Rubens Borges. Para a mesa da tarde de amanh, Joo Paulo Sotero. E para a mesa do sbado pela manh, Silvia Martins.

Bem, isso foi s para a gente comear a identificar esses grupos, e a possveis outras colaboraes a esses

grupos, o pessoal vai sistematizar as mesas do dia numa salinha de apoio que tem aqui saindo do saguo di-reita, no final da tarde, aproximadamente das 18:00 s 19:00, o pessoal vai fazer a sistematizao e a gente vai conversando sobre essa dinmica, se est acontecendo.

O que eu no queria deixar de comentar que a gente achou muito importante encontrar subsdios no s de dentro do campo da Educao Ambiental, mas do campo da Educao e do campo da Aavaliao e poder-mos avanar ento com mais consistncia.

Eu acho que isso, sejam todos muito bem vindos e a gente tem bastante trabalho pela frente. Obrigada. Vou chamar as pessoas da equipe para compor a mesa, Mariano Bergel e Victor Maturana, que so bilogos da equipe de Coordenadoria de Educao Ambiental, es-to representando as equipes que fizeram esse trabalho.

Gente, eu esqueci uma coisa importantssima, o con-vite ento para a gente entrar em uma onda de reflexo jun-tos, e a o fundamental que a Malu tinha falado dessa confi-gurao interinstitucional e as pessoas em diferentes lugares, posies, repertrios, fundamental para a nossa tarefa.

A gente quer ento que, a cada mesa, enquanto cada um de ns est assistindo as pessoas que vem aqui trazer subsdios para a gente, estejamos claro tirando dvidas, perguntando vrias coisas, mas tambm ten-tando sintonizar em duas questes: isso que est sendo trazido aqui, em que medida esses aspectos nos levan-tam questes, nos colocam desafios para essa tarefa geral de avaliar projetos ou avaliar em Educao Ambiental; e num segundo nvel, que desafios concretos se colocam para a gente, com qu a gente vai ter que lidar para a ava-liao de projeto ambiental no contexto do FEHIDRO.

Evidentemente que cada um aqui com a sua expe-rincia, com o local/instituio que est trabalhando e o tipo de tarefa que enfrenta tem contribuies diferentes, est vendo isso por diferentes ngulos.

Essas duas questes a gente pede que estejam pre-sentes em cada mesa e nas reflexes de cada um, o que isso aponta, at que tipo de dificuldades, Olha, como vamos fazer para incorporar isso?, se isso tem que ser levado em conta, Como , onde esto tambm as difi-culdades?, porque se a gente no souber isso, a gente tambm no avana. Obrigada.

Rachel (CEA) Ento, podemos comear com o Maria-no. Ele vai representar as pessoas que fizeram esse levan-tamento inicial, como eu citei, ele vai explicar um pouco mais. Foi um levantamento dos projetos de Educao Ambiental nas bacias hidrogrficas, as principais caracte-rsticas, o que podamos tirar de informaes dentro dos projetos que haviam sido financiados pelo FEHIDRO.

Educao Ambiental no Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hdricos

19

Slides da Apresentao* de Rachel Marmo Azzari Domenichelli

FEHIDR

O

Fo

ntedo

srecu

rsos

(Art.36)

III

co

mpe

nsaofina

nceiraqueoEstad

orecebe

rem

deco

rrn

ciado

sap

roveitam

entoshidroe

nergticosem

seuterritrio;

V

resu

ltadodaco

bran

apelautilizaodere

cursos

hdricos;

Objetivo

Fina

nciarprog

ramasea

esnareaderecu

rsos

hdricos,d

emod

oaprom

overam

elho

riaeaproteo

dosco

rposdgu

aedesua

sba

ciashidrogrficas

Sem

inr

io P

arm

etro

s e

Indi

cado

res

para

Ava

lia

o de

Pro

jeto

s de

Edu

ca

o Am

bien

tal c

omo

Inst

rum

ento

s pa

ra a

Ges

to

de R

ecur

sos

Hd

ricos

- 1

8 a

20 d

e N

ovem

bro

- Ca

mpi

nas

3

SeminrioP

arm

etroseIndicado

respa

raAvalia

ode

ProjetosdeEd

ucaoAmbien

talc

omoInstrumen

tospa

ra

aGestodeRecursosHdrico

s18a20deN

ovem

bro

Cam

pina

s

1

Fund

oEstadu

aldeRe

cursosHdric

os

22

UGRHIs

21

CBHs

FEHIDR

O

1991

Po

lticaEs

tadu

aldeRe

cursosH

drico

se

Sistem

aIntegrad

odeGeren

ciam

entodeRe

cursos

Hdrico

s(SIG

RH)

Artigo35

OFun

doEstad

uald

eRe

cursos

Hdrico

s

FE

HID

RO

criadoparasu

porte

finan

ceirodaPolticaEstad

uald

eRe

cursos

Hdrico

seda

sae

sco

rrespo

nden

tes,re

ger

se

pelasno

rmasestab

elecidasnestaLeieemseu

regu

lamen

to.

Sem

inr

io P

arm

etro

s e

Indi

cado

res

para

Ava

lia

o de

Pro

jeto

s de

Edu

ca

o Am

bien

tal c

omo

Inst

rum

ento

s pa

ra a

Ges

to

de R

ecur

sos

Hd

ricos

- 1

8 a

20 d

e N

ovem

bro

- Ca

mpi

nas

2

* Se

qun

cia

horiz

onta

l, da

esq

uerd

a pa

ra d

ireita

.

Parmetros e Indicadores para Avaliao de Projetos de Educao Ambiental como Instrumentos para a Gesto de Recursos Hdricos

20

CmarasTcnicasd

eEA

ProjetoseA

esdeEAnosCBH

s

Atribui

esegrausdepa

rticipaodife

renc

iado

s

Avalia

odeprojetosaseremdeliberad

os

Aco

mpa

nham

entodosprojetosemexecu

o

Sem

inr

io P

arm

etro

s e

Indi

cado

res

para

Ava

lia

o de

Pro

jeto

s de

Edu

ca

o Am

bien

tal c

omo

Inst

rum

ento

s pa

ra a

Ges

to

de R

ecur

sos

Hd

ricos

- 1

8 a

20 d

e N

ovem

bro

- Ca

mpi

nas

7

Comit

sdeBa

ciaHidrogrfica

Coleg

iado

sco

mpo

siotripartiteEstad

o,M

unicpio

eSo

cied

adeCivil

Deliberam

orecursoanu

almen

tepara

empreend

imen

tosaseremcon

templad

os

COFE

HID

RO

Sem

inr

io P

arm

etro

s e

Indi

cado

res

para

Ava

lia

o de

Pro

jeto

s de

Edu

ca

o Am

bien

tal c

omo

Inst

rum

ento

s pa

ra a

Ges

to

de R

ecur

sos

Hd

ricos

- 1

8 a

20 d

e N

ovem

bro

- Ca

mpi

nas

5

Agen

teTcnicoFEH

IDRO

Avalia

r

a

viab

ilida

de

tcn

ica

e

ocu

sto

dos

empreend

imen

tosaseremfina

nciado

s;

Fiscalizar

a

execu

o

do

s

empreend

imen

tos

aprovado

s,

man

ifestan

dose

co

nclusivamen

tesobre

a

co

nformidad

e

tcn

ica,

cu

mprim

entod

ocron

ograma

fs

icofin

anceiro

e

regu

larida

ded

aspresta

es

de

co

ntas,

em

co

nformidad

e

coma

sno

rmas

espe

cfic

as

estabe

lecida

spe

loCOFE

HID

RO;

Sem

inr

io P

arm

etro

s e

Indi

cado

res

para

Ava

lia

o de

Pro

jeto

s de

Edu

ca

o Am

bien

tal c

omo

Inst

rum

ento

s pa

ra a

Ges

to

de R

ecur

sos

Hd

ricos

- 1

8 a

20 d

e N

ovem

bro

- Ca

mpi

nas

8

Fund

oEstadu

aldeRe

cursosHdric

os

* Se

qun

cia

horiz

onta

l, da

esq

uerd

a pa

ra d

ireita

.

Educao Ambiental no Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hdricos

21

Coorde

nado

riadeEA

eSIGRH

Critriosparaap

rovaope

lo

Age

nteT

cnico

EAeRecursosHdrico

sPa

dron

izaoxSub

jetivida

de

Sem

inr

io P

arm

etro

s e

Indi

cado

res

para

Ava

lia

o de

Pro

jeto

s de

Edu

ca

o Am

bien

tal c

omo

Inst

rum

ento

s pa

ra a

Ges

to

de R

ecur

sos

Hd

ricos

- 1

8 a

20 d

e N

ovem

bro

- Ca

mpi

nas

11

CAMINHOSDOPRO

CESSO

1.

TOMADORCBH

2.

CBH

S

ECOFE

HID

RO

3.

CBH

A

GEN

TETC

NIC

O4.

ATC

BHTO

MADOR

5.

TOMADORAT

TOMADORAGFIN

ANC.

AFA

TTO

MADORAT...

Coorde

nado

riadeEA

eSIGRH

Re

laoco

mto

mad

oresderecu

rso

(A

TxTo

mad

or)

Re

laoco

mCBH

s(Ex:

Priorida

des)

Sem

inr

io P

arm

etro

s e

Indi

cado

res

para

Ava

lia

o de

Pro

jeto

s de

Edu

ca

o Am

bien

tal c

omo

Inst

rum

ento

s pa

ra a

Ges

to

de R

ecur

sos

Hd

ricos

- 1

8 a

20 d

e N

ovem

bro

- Ca

mpi

nas

12

Agen

teTcnico

Ed

ucao

Ambien

tal

Cetesb

DEA

/CPL

EA

Nov

/200

7

PE

EASP

Jul/20

08

ATCEA

Sem

inr

io P

arm

etro

s e

Indi

cado

res

para

Ava

lia

o de

Pro

jeto

s de

Edu

ca

o Am

bien

tal c

omo

Inst

rum

ento

s pa

ra a

Ges

to

de R

ecur

sos

Hd

ricos

- 1

8 a

20 d

e N

ovem

bro

- Ca

mpi

nas

10

* Se

qun

cia

horiz

onta

l, da

esq

uerd

a pa

ra d

ireita

.

Parmetros e Indicadores para Avaliao de Projetos de Educao Ambiental como Instrumentos para a Gesto de Recursos Hdricos

22

Coorde

nado

riadeEA

eSIGRH

Avalia

odo

sProjetosdeEA

Avalia

oemEA

Ex

perin

cias

Sem

inr

io P

arm

etro

s e

Indi

cado

res

para

Ava

lia

o de

Pro

jeto

s de

Edu

ca

o Am

bien

tal c

omo

Inst

rum

ento

s pa

ra a

Ges

to

de R

ecur

sos

Hd

ricos

- 1

8 a

20 d

e N

ovem

bro

- Ca

mpi

nas

15

Coorde

nado

riadeEA

eSIGRH

Re

laoco

mCm

arasTcnicas

CTE

A/C

RH

CTE

As

CTE

M/C

NRH

Sem

inr

io P

arm

etro

s e

Indi

cado

res

para

Ava

lia

o de

Pro

jeto

s de

Edu

ca

o Am

bien

tal c

omo

Inst

rum

ento

s pa

ra a

Ges

to

de R

ecur

sos

Hd

ricos

- 1

8 a

20 d

e N

ovem

bro

- Ca

mpi

nas

13

Coorde

nado

riadeEA

eSIGRH

Se

minrioParm

etrose

Indicado

respa

raAvalia

ode

ProjetosdeEAcom

oInstrumen

tos

pa

raaGestodeRecursosHdrico

s

Sem

inr

io P

arm

etro

s e

Indi

cado

res

para

Ava

lia

o de

Pro

jeto

s de

Edu

ca

o Am

bien

tal c

omo

Inst

rum

ento

s pa

ra a

Ges

to

de R

ecur

sos

Hd

ricos

- 1

8 a

20 d

e N

ovem

bro

- Ca

mpi

nas

16

Coorde

nado

riadeEA

eSIGRH

Con

hecimen

todaRe

alidad

eLo

cal

eAco

mpa

nham

entodosprojetos

21fu

ncion

rios

atua

ona

s

baciashidrogrficas

Diagn

sticodosProjetosdeEA

Fina

nciado

sSe

min

rio

Par

met

ros

e In

dica

dore

s pa

ra A

valia

o

de P

roje

tos

de E

duca

o

Ambi

enta

l com

o In

stru

men

tos

para

a G

est

o de

Rec

urso

s H

dric

os -

18

a 20

de

Nov

embr

o -

Cam

pina

s14

* Se

qun

cia

horiz

onta

l, da

esq

uerd

a pa

ra d

ireita

.

Educao Ambiental no Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hdricos

23

Considerae

sFinais

Objetivoemcom

um

Descentraliz

aodaEA

Ex

ecutores

Con

textua

lizad

os

Sem

inr

io P

arm

etro

s e

Indi

cado

res

para

Ava

lia

o de

Pro

jeto

s de

Edu

ca

o Am

bien

tal c

omo

Inst

rum

ento

s pa

ra a

Ges

to

de R

ecur

sos

Hd

ricos

- 1

8 a

20 d

e N

ovem

bro

- Ca

mpi

nas

17

Rac

hel M

arm

o A

zzar

i Dom

enic

helli

rach

elm

a@am

bien

te.sp

.gov

.br

(11)

372

3-27

78

Sem

inr

io P

arm

etro

s e

Indi

cado

res

para

Ava

lia

o de

Pro

jeto

s de

Edu

ca

o Am

bien

tal c

omo

Inst

rum

ento

s pa

ra a

Ges

to

de R

ecur

sos

Hd

ricos

- 1

8 a

20 d

e N

ovem

bro

- Ca

mpi

nas

18

Cen

tro

de A

nlis

e e

Ava

lia

o de

Pro

jeto

s

* Se

qun

cia

horiz

onta

l, da

esq

uerd

a pa

ra d

ireita

.

24

Caracterizao geral dos projetos de Educao Ambiental apresentados ao FEHIDRO

Bom dia a todos. Ento, reforando, o meu nome Mariano, sou especialista, entrei pelo concurso de julho de 2009, estou lotado tambm no comit Tiet-Jacar, fica ali bem no meio do Estado, na cidade de Araraquara.

Eu vim aqui falar um pouquinho sobre um retrato ainda, a gente resolveu chamar de retrato porque diagnstico ainda uma palavra bem ampla, acredito que estamos comeando um processo, costumamos at brincar que um primeiro retrato em preto e branco e, medida que a gente vai avanando, vamos colocando cores e vai ficando cada vez mais bonito e mais completo.

Resgatando um pouco o gancho que a Rachel deixou aqui, dentro da Secretaria do Meio Ambiente, cabe CEA as aes de Educao Ambiental, alm de exercer o papel de Agente Tcnico do FEHIDRO.

Recentemente, nesse processo de descentralizao da gesto pblica, foram alocados esses 21 especialistas no interior do estado, acredito que cabe rapidamente dizer que a primeira vez que existem funcionrios da Secretaria no interior do Estado, principalmente da CEA, ento eu acho que isso deu um corpo e ampliou bastante a viso de todos e tambm da gente.

Acho que isso um processo importante, lembrando que a partir de 2008 a CEA Agente Tcnico, de l para c, tendo essa estrutura com as pessoas nos comits, foi possvel comearmos a pensar em conhecer um pouco mais o que esse nosso Estado de So Paulo, essa grandeza toda, conhecer um pouco mais os comits de bacias, os municpios, que so muitos, alguns grandes, alguns pequenos, alguns imensos.

Alguns pequenos sem problemas, alguns grandes com muitos problemas, ento uma diversidade enorme, como trabalhar a Educao Ambiental nesse pooll de pessoas, regies industrializadas, at agrrias, litorneas? Esse o grande desafio que a gente enfrentou.

A partir da, se idealizou realizar um grande diagnstico da situao desses projetos de Educao Ambiental no territrio de So Paulo financiados pelo FEHIDRO, importante lembrar que no de toda a Educao Ambiental que estamos falando aqui, apenas o que temos acesso, o palpvel, minimamente organizado enquanto FEHIDRO. Sabemos que existem muitos outros projetos que, medida que a gente for avanando, espera-se que a gente consiga avanar nessa nossa fotografia, dar mais uma cor nela.

S para destacar, o foco dessa apresentao seria esse diagnstico dos projetos de Educao Ambiental do Estado de So Paulo.

O objetivo foi iniciar o processo diagnstico e o levantamento das principais caractersticas dos processos dos projetos de Educao Ambiental, pretendeu-se ainda comear a elaborar uma metodologia padro, j que existe uma diversidade enorme entre os comits, entre as cidades, entre as regies. Para poder sistematizar, precisamos ter uma metodologia padro, seno cada um faz de um jeito e a gente no consegue conversar.

Ento, esse foi um dos grandes desafios que a gente comeou a trabalhar. A gente tambm espera uma uniformi-dade dos dados para ter consistncia e podermos realmente compar-los, e tambm visar criar um banco de dados no futuro que a gente possa trabalhar, estamos comeando agora, ento espera-se que no futuro a gente tenha um banco de dados, para da ento fazermos uma gesto realmente, se a gente no sabe o que tem, como vai fazer uma gesto?

Mariano Bergel Coordenadoria de Educao Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente

Caracterizao geral dos projetos de Educao Ambiental apresentados ao FEHIDRO

25

Esse um pouco o caminho que estamos tentando percorrer pensando em uma gesto pblica de Educao Ambiental. A gente tinha que comear, tinha um ponto de partida, como a gente iria comear a trabalhar aquilo.

A Rachel levantou aqui que uma da nossas primei-ras tarefas quando a gente chegou nos comits, alm de se situar, alm de se apresentar, No estou aqui rouban-do o cargo de ningum e tudo o mais, a primeira coisa foi conhecer os projetos. Vamos comear a trabalhar com esses projetos, vamos ler, vamos dar conta, vamos ver o que so esses projetos que a gente espera mapear.

Pensou-se, iniciou-se uma preparao do levanta-mento inicial dos projetos e a base de dados que se utilizou eram os arquivos que existiam nos comits. J que os proje-tos vm dos comits, eles tm um arquivo nos comits, en-to foi essa base de dados que a gente comeou a trabalhar.

Para isso, foi feita uma planilha base, para conse-guirmos sistematizar as informaes. Ainda nesse mo-mento, estvamos chegando e sentindo, ento foi cada um pensando, lendo seus projetos, alguns com maiores dificuldades, outros com menos, os que j tinham aces-sos, eu, no meu caso, cheguei numa sala enorme que ti-nha um monte de caixas jogadas.

Ento, para conhecer os projetos, tinha-se que co-mear a organiz-los, para depois l-los, ento eu acho que cada um estava em uma etapa diferente, a gente teve que tentar organizar tudo isso para comear um trabalho.

Essa planilha base foi uma forma da gente comear a organizar essas idias, comear a levantar esses projetos.

No entanto, na hora que voc vai sistematizando as informaes, voc comea a ter conscincia da diver-sidade enorme que a Educao Ambiental, os proje-tos tratam de assuntos os mais variados possveis, ento como trabalhar esses projetos se eles falam de coisas to diferentes, ento uma vez que a gente tem uma plani-lha, a gente conseguiu visualizar essas enormes, no vou dizer discrepncias, mas diversidades mesmo. Inmeras variaes e nomenclaturas diferentes para as mesmas coisas, isso representou, principalmente sobre os temas que eram falados, sobre as atividades, sobre os pblicos e sobre os produtos resultantes, esses itens foram os qua-tro pontos que mais apareciam com grande diversidade.

Cito, por exemplo, um projeto que trabalhava com mata ciliar, a o outro trabalhava com mata ripria e o ou-tro com a mata do entorno dos rios e, quando isso aparece no projeto, voc tem que ser fidedigno ao que est escrito, mas no final tudo mata ciliar, so s formas diferentes de se falar. Ento isso, para a sistematizao, gerou um certo desafio, como iramos trabalhar com esses termos que a gente sabe que, no fundo, querem dizer a mesma coisa, mas na prtica esto com uma nomenclatura diferente?

Uma forma que foi pensada para superar essa difi-culdade foi criar algumas categorias amplas que pudes-sem abraar uma srie de assuntos abordados.

Por exemplo, decidiu-se que tudo o que era falado de coleta seletiva, compostagem, reciclagem, produo e

destinao de lixo, iramos chamar de Resduos Slidos. Uma forma um pouco simples em um primeiro mo-mento, mas que fez com que a gente conseguisse traba-lhar os projetos que lidam com resduos slidos, abraar um pouquinho mais, diminuir as variveis.

Tambm cabe aqui uma explicao sobre a base de dados que a gente utilizou, se estamos querendo mapear os projetos, ento muito importante de onde vm as fontes de informaes, de onde vamos tirar isso.

Na base de dados que foi utilizada quando come-amos a fazer esse mapeamento, percebeu-se que no tinha informaes sobre os projetos de uma forma ho-mognea e sistematizada em todos os comits. Falo por experincia do comit no qual eu estou, onde a gente tinha projetos extremamente atualizados, at do que tinha acontecido na semana anterior; e outros que se encontravam apenas os contratos nas pastas de arquivo.

Ento, se em um mesmo comit eu tenho uma dis-crepncia to grande entre um projeto e outro, como que eu vou levantar essas informaes? Multiplica isso por 21 comits e voc tem uma diversidade enorme, uma dificuldade que a gente enfrentou.

Associado a isso tambm, constatou-se que pou-qussimos Tomadores enviam o relatrio final do proje-to. O projeto acaba e as principais informaes que tem se existe saldo devedor, se ele devolveu, se usou tudo, mas e o que foi feito? Ainda um pouco difcil de chegar nessa informao. A parte financeira e a parte adminis-trativa funcionam, mas o que realmente foi feito? Voc usou l os 200 mil reais, mas e a, que voc fez?. Isso ain-da uma coisa difcil de ser mapeada dentro do comit e, ainda mais, entre os comits.

Isso representou uma grande dificuldade para de-finirmos o que era a base de dados que iramos usar.

Tendo em vista essa grande heterogeneidade de informaes existentes nos comits, tendo em vista o grande volume de projetos que existe, hoje eu pos-so dizer que so aproximadamente 450 projetos de Educao Ambiental no estado, com uma diversidade bem grande. Ns ainda estamos refinando esse n-mero, a tendncia que ele v aumentar ainda mais. Nesse momento, esse o nmero que a gente tem trabalhado, bem grande.

Tem tambm a questo da diversidade dos Agen-tes Tcnicos . Esses projetos no estavam todos centra-lizados, a gente podia pensar: Ento vamos todos para a S e trabalhamos todos l, mas no, porque a CEA s est Agente Tcnico desde 2008, a gente teria que ir aos outros Agentes Tcnicos que foram feitos, cada um da sua bacia, para ver o que est, onde est, como est. Essa foi uma dificuldade grande para que definssemos qual seria afinal a base de dados a ser usada.

Dessa forma, a gente decidiu, foi uma deciso, que iramos usar os Termos de Referncia dos projetos, sen-do que todo projeto, para pedir financiamento, tem que apresentar um TR nos comits e esse um documento

Parmetros e Indicadores para Avaliao de Projetos de Educao Ambiental como Instrumentos para a Gesto de Recursos Hdricos

26

bsico que existe em todos os projetos e, sem ele, no se pode pedir o recurso.

A base de dados que foi utilizada como forma de homogeneizar os dados para todas as bacias foram esses TRs que existem nos comits. Dessa forma, os dados aqui apresentados retratam os projetos que foram deliberados pelos comits e chegaram at os Agentes Tcnicos.

Ento esse foi um ponto em comum que foi acha-do entre todos os comits, sabendo que isso tem o seu nus e o seu bnus, de forma que foi o incio do pro-cesso, mas a gente j falou desde o comeo que estamos iniciando um processo e queremos que nessa fotografia sejam colocadas cores, temos que comear por algum lugar e da identificar essas dificuldades para podermos ento ir aperfeioando.

A Lcia at brinca que a ideia : O que bateu porta do FEHIDRO? O que chegou dos comits para o FEHIDRO? e isso que a gente vai mostrar aqui hoje.

A partir desse primeiro levantamento de dados em cada bacia, passamos a definir a base e passou-se para um processo de construo coletiva. Cada um ti-nha uma ideia do que se passava em seu comit, faltava integrar um comit ao outro para podermos fazer uma metodologia padro para todos. Esse processo a gente comeou a construir com todos os especialistas nas ba-cias, tivemos um momento de contribuies via online, algumas discusses sobre esse processo de definir essa metodologia, muitos participaram, todos puderam con-tribuir com a sua realidade de cada bacia.

A partir dessa grande diversidade, comeou-se a ampliar, voc tem o seu universo dentro do comit, exis-te essa diversidade, na hora em que voc expande isso para os outros comits, essa diversidade aumenta. En-to, aquelas categorias que havamos definido antes j no valiam mais, que a diversidade imensa.

Os projetos que eu tenho no interior do Estado com certeza no vo tratar dos mesmos assuntos de quem est no litoral, ento precisamos ampliar e redis-cutir aquelas categorias iniciais que a gente fez. Teve um processo que chamamos de nova categorizao dos temas para as atividades, para os pblicos e para os pro-dutos, que onde existe a maior variedade possvel. Isso tambm foi um processo de construo coletiva, todos os colegas aqui lembram o trabalho e a baguna de e--mails que existia, com cada um contribuindo para os temas, mas foi um processo importante para podermos homogeneizar e poder partir de uma base comum.

Aps essas contribuies, foi feita uma sistema-tizao das propostas e chegou-se a um consenso de como seriam essas categorias que a gente iria usar nes-se nosso levantamento. A partir da, passamos a adotar uma planilha padro para todos os comits, de forma a homogeneizar essa metodologia.

A planilha foi essa, s para dar uma idia, eu sei que no deve dar para ler nada, mas s para vermos um pouco a cara da planilha, cada linha representa um

projeto e cada coluna representa as caractersticas que foram mapeadas, aqui no cantinho temos a atualizao dos dados para que a gente no perdesse quando o tra-balho foi apresentado.

As categorias mapeadas ento foram essas, essa planilha foi a base do nosso estudo e foram essas as caractersticas mapeadas em todos os projetos. So 18 caractersticas, das quais, para hoje, a gente teve pernas e condies de trazer 9 (nove), metade, so as principais no nosso entender, que foram: os segmentos que a socie-dade est tomando; segundo, o Tomador: quem que est fazendo Educao Ambiental; o ano de deliberao, ou seja, quantos projetos foram deliberados por ano de Educao Ambiental; a situao dos projetos; os temas; a natureza; o pblico; os produtos; e os recursos.

Esses so os dados que conseguimos sistematizar hoje para trazer, mas em cada comit, todas as caracte-rsticas foram mapeadas e tabuladas, e isso j existe com os especialistas.

Bom, essas categorias ento, como que foi feito? Em relao aos temas abordados, esses foram os princi-pais temas, que o grupo definiu como mais recorrentes e mais prioritrios dentro desse processo de categorizao que a gente fez.

Para definir esses temas, foram feitas fichas com essa carinha aqui nas quais no incio havia um pequeno texto explicando como era a forma que essa categoriza-o seria usada, como voc poderia mapear os projetos, um resumo dos temas e depois as pginas. Nessa pri-meira eram umas quatro ou cinco pginas, onde voc tinha ento uma definio do que era cada categoria. Eu trouxe aqui, no d para ver, mas, por exemplo, no tema Educao Ambiental, a estrutura a seguinte: tem o ttulo da categoria, abaixo uma breve descrio do que representa essa categoria e logo abaixo exemplos.

Ento, quando o projeto falava do conceito de Educao Ambiental, sobre valores, tica ou histrico, voc assinalava que o projeto trabalhou a Educao Ambiental. Por exemplo, falar que a Eco 92 representou um primeiro passo tudo isso era um tema. Dessa for-ma, tentamos padronizar a subjetividade dos projetos, apurar o entendimento de cada pessoa que estava ma-peando isso, porque existe esse vis tambm, eu posso entender que tal projeto Educao Ambiental, o outro acha que ele no explicou muito bem isso e que na ver-dade Gerao de Renda, ento existe a subjetividade da pessoa que est mapeando.

Essa foi uma forma, uma ferramenta para a gente homogeneizar esse mapeamento. Isso se repete na Na-tureza das atividades, quais atividades prioritrias foram feitas, ento esse o pooll das principais atividades que apareceram nos projetos.

De novo, foi feita uma ficha como essa e aqui eu trago um novo exemplo do que foram consideradas atividades de sensibilizao, lembrando que so apenas alguns exemplos, no se restringe a isso, o projeto pode apresentar algumas

Caracterizao geral dos projetos de Educao Ambiental apresentados ao FEHIDRO

27

caractersticas que a gente no lembrou no momento de citar, mas que entra aqui, cabe a sutileza de cada um para entender onde que entra, mas dessa forma ao menos garan-timos um mnimo de padronizao dos dados.

Em relao aos Produtos, tambm existia uma dis-cusso grande porque os produtos eram muito diversos e existiam duas categorias principais: a infra-estrutura, os produtos que foram adquiridos; e os materiais pro-duzidos, o que o projeto gerou disso. So duas catego-rias que precisam estar separadas, no podemos mistu-rar, porque muito diferente fazer um livro ou comprar um livro, mas o produto o livro, ento a gente precisou separar dessa forma para conseguirmos no misturar os dados, porque seno no iria refletir nada.

Aqui so os principais materiais que a gente achou que iriam aparecer, sendo que esse outros estourou em mui-tas outras opes, isso um produto principal. E, entres os materiais produzidos, tambm foram feitas algumas sub-divises no sentido de juntar o que semelhante e, princi-palmente, depois da anlise muito complicado falar de 50 mil folders e analisar junto com quatro mquinas digitais. Precisamos fazer essas subcategorias dentro dos produtos para ento podermos analisar os produtos semelhantes.

Materiais impressos, materiais audiovisuais, mate-rial de apoio didtico, material de divulgao, documen-tos tcnicos, produtos promocionais, ainda certificados e banco de dados. Lembrando que tambm existem projetos que so cursos tcnicos e que o produto deles uma capacitao e um certificado, ento precisvamos abrang-los de alguma forma.

Os principais Pblicos utilizados foram esses, a gente sempre inclui a opo outros, porque sempre pode aparecer um pblico que no estava previsto, mas esses so os principais pblicos das categorias que a gente fe-chou para podermos tambm comparar.

(Participante fora do microfone)

Mariano (CEA) No, est apenas numa ordem. Por exemplo, eu pegava essa tabelinha aqui no meu proje-to e levantava: Esse projeto trabalhou com quem?, se trabalhou com estudantes do Ensino Fundamental, eu assinalo em Estudantes; tambm trabalhou com Popu-laes Tradicionais, s para lembrar que essas categorias no so exclusivas, o seu projeto pode trabalhar mais de uma categoria, mas elas precisavam ser definidas.

No existe nenhum tipo de ordem, hierarquia, nada disso, apenas a diviso que a gente tinha que trabalhar.

Um exemplo clssico do porqu a gente precisou definir isso era: se eu trabalhava um curso para servido-res pbicos da Prefeitura e outro para servidores pblicos da CATI ou do Instituto Agronmico, ou algum outro, aqui eles acabam entrando todos como Tcnicos de r-gos Pblicos, seno eu teria uma diversidade enorme de

pblicos e isso ficaria pulverizado. Como uma forma de agregar isso, essas categorias foram criadas.

Feito aquela tabela principal, depois tivemos a parte da tabulao dos dados, essa tabulao tambm um processo importante, porque, em cada etapa, os dados podem ir se perdendo e, a cada etapa, temos um desvio que pode aumentar a distncia entre o que re-almente o projeto e o que estamos levantando no final, por isso tentamos sistematizar e padronizar essa tabu-lao dos dados para garantir uma maior uniformidade das informaes colhidas.

Para essa tabulao, foram usados dois arquivos, a gente trabalhou muito no Excel, essa foi uma primei-ra tabela dos dados, na qual cada linha representa um projeto, agora de forma mais resumida, e cada coluna representa as caractersticas, sendo que toda essa parte verde so os temas abordados, essas so as categorias de cada tema, aqui as atividades, aqui os pblicos e aqui no final a forma de Educao Ambiental.

Cada especialista que estava tabulando marcava um X em cada uma, conforme o projeto, vocs podem ver que a maioria dos projetos aborda mais de um tema. Ento voc ia tabulando dessa forma, marcando um X em cada categoria.

Teve tambm outra tabela que era para os produ-tos, devido grande diversidade tivemos que criar uma tabela especfica para esses produtos, mas que segue no mesmo padro no qual cada linha um projeto e cada coluna uma categoria.

A partir do preenchimento dessa tabela, ia-se criando nessa primeira aba, por exemplo, tabelas-re-sumo e, nas outras abas, todos os grficos resultantes. Ento, medida que voc ia preenchendo, os grficos iam se formando automaticamente, principalmente para homogeneizarmos os dados, os conhecimentos que cada um tem sobre a ferramenta, sobre a tabulao, a formatao dos dados, que importante, seno no final a gente teria 21 grficos de formas diferentes e isso para sistematizar seria impossvel, seria um trabalho enorme e a gente perderia muita informao nesse meio tempo.

Essas so as tabelas-resumo, resultantes daquela tabulao das alternativas e, a partir delas, foi possvel elaborar os grficos.