seminário - anotações c. g. senzala

Upload: jan-r-guerra

Post on 07-Jul-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/18/2019 Seminário - Anotações C. G. Senzala

    1/6

    Historiografa Brasileira

    Seminário “Casa Grande e Senzala”, um estudo analítico da obra

    maior de Gilberto Freire.

    Capítulo

    ! indígena na "orma#$o da "amília brasileira

    promiscuidade

    Fre%re& Intrusão Europeia; degradação da raça atrasada, com as ações da

    adiantada (prega a ideia de superioridade dos europeus); a ideia de

    “sexualidade exaltada”; totemismo; economia doméstica; Cultura elementar

    primitiva

    'rimeira 'arte

    !a primeira parte do cap"tulo, #reire traça considerações so$re a

    coloni%ação no continente americano &ierar'ui%a os modelos de

    coloni%ação, como tam$ém as sociedades amer"ndias atingidas pelos

    coloni%adores ara o autor, as sociedades da região central, e andina eram

    semicivili%ações, pois estavam prximos aos ideais de uma organi%ação

    social “aceita pelos europeus” *i+erentemente das populações sul

    americanas 'ue para ele, não -aviam se desenvolvido tecnologicamente

    .$orda 'uestões 'ue envolvem as relações pessoais e miscigenação .

    necessidade dos europeus se envolverem com mul-eres ind"genas pela +alta

    de mul-eres $rancas no continente E 'ue as nativas se relacionavam com

    os europeus por acreditarem 'ue eles pertenciam a uma “raça” superior

    (Entre eles /ind"genas0, predominava a concepção de 'ue s valia o

    parentesco pelo lado paterno 1g 234)

    5econ-ece a diversidade de tri$os ind"genas existentes no territrio colonial

    portugu6s, mas constantemente as -ierar'ui%a, utili%ando expressões como

    atrasadas, menos atrasadas (p1g 237)

    Import8ncia da 9ul-er !ativa

    ara #reire a mul-er gentia (nativa, ind"gena, selvagem) não é “s a $ase

    +"sica da +am"lia $rasileira, mas o principal elemento cultural : respons1vel

    pela produção de alimentos, remédios caseiros, utens"lios de co%in-a e

    processos de -igiene pessoal”, como tam$ém tradições “ligadas ao

    desenvolvimento da criança” (p1g 23, 23

  • 8/18/2019 Seminário - Anotações C. G. Senzala

    2/6

    ? -omem segundo #reire, +oi importante para a e+etivação das ações

    coloniais, como exploração de terras, e $ens naturais do territrio sul

    americano #oi “guia, canoeiro, guerreiro, caçador e pescador”, atuou

    tam$ém como de+ensor dos portugueses em investidas de tri$os nativas

    inimigas, coloni%adores espan-is e cors1rios 1g 23rma 'ue os ind"genas possuem uma relação $aseada na luxuria, devido

    ao desprendimento a+etivo, e 'ue de certa +orma contrariam os ideais

    monog8micos das sociedades Europeias #a% um contraponto a$ordando as

    “tr6s raças” : ind"gena, negro e $ranco : mesmo assim a>rma 'ue os

    portugueses eram os verdadeiros luxuriosos da -istria, 'ue se

    aproveitaram do costume

    .$orda peculiaridades de ritos, costumes, comidas e $e$idas 'ue produ%em,

    e 'ual a >nalidade delas nos rituais Evidencia aspectos nGmades nas

    sociedades ind"genas do per"odo colGnia, de mudarem de região

    constantemente, e largarem tudo lavoura, moradia ipos de -a$itação 'ue

  • 8/18/2019 Seminário - Anotações C. G. Senzala

    3/6

    os ind"genas constroem, como tam$ém a organi%ação das +am"lias e nessas

    moradias .rte corporal, +eitiçarias e curas, cerimonias secretas onde

    mul-eres não participam, cerimGnias de iniciação e “passagem” .rte

    material e imaterial *anças, indument1rias, instrumentos musicais

     ? autor sempre explica peculiaridades ind"genas utili%ando como modelocomparativo a cultura europeia e a+ricana Huando +ala das danças,

    instrumentos e ritos ind"genas

    .$ordam os pes'uisadores : Etnologia e antropologiaA CraleJ,

    KestermarcL, Moc-NrOm$erg; @ociologia genéticaA &averlocL Ellis : e suas

    respectivas 1reas de atuação, para analisar a 'uestão da exaltação sexual

    através das danças, para #reJre “tais danças correspondem 1 car6ncia /de

    pr1tica cotidiana0 e não ao excesso” (p 23P) ais a>rmações indicam 'ue a

    pr1tica lasciva era nata dos portugueses, pois esses não as exaltavam em

    rituais e cerimGnias étnicas, conse'uentemente colocandoas em pr1tica

    .o analisar documentos de memria da coloni%ação, #reJre a>rma 'ue nos

    relatos (crGnicas) -1 constantemente demonstrações de espanto ou como

    ele di% “pasmo e -orror”, 'uando cronistas descreveram a sexualidade dos

    nativos americanos 9ostra a 'ue os ind"genas não parecem ser o$cecados

    pelo ato sexual, a>rmando 'ue existia época para a união sexual (p 2F2)

    .>rma 'ue a “exogamia era uma restrição seguida 'uase todos”, em$ora

    cada etnia mantivesse regras para a construção de “casamentos” #reJre

    aponta uma diversidade de organi%ações entre os ind"genas nativos, essas

    'ue de certa +orma deixavam os coloni%adores con+usos, a>nal entendera'uelas organi%ações, não era tare+a simples . ideia colonial 'ue

    portugueses constru"ram ao analisar esses nativos era in+undada, #reJre

    aponta 'ue essas, como em 'ual'uer outra sociedade existem um sistema

    de regras a seguir .inda critica a ideia de li$erdade 'ue os rom8nticos

    constru"ram so$re os nativos no séc QIQ

    9ostra a inRuencia dos rituais “m"sticos” ind"genas na cultura $rasileira, e o

    reRexo das mesmas na sociedade no séc QQ(p2F)

    !o >nal dessa primeira parte do segundo cap"tulo, o autor se apega a um

    discurso de @amuel Cavalcanti (médico), 'ue a>rma enxergar umaconst8ncia da utili%ação da cor vermel-a no trae das mul-eres nordestinas

    #reJre +a% uma an1lise panor8mica partindo da utili%ação sim$lica no

    cotidiano portugu6s, 'ue consideram o vermel-o a cor do amor, dos

    casamentos, do erotismo, sedução e atração C-egando ao “oleoso urucu”

    nas tradições ind"genas : considera por #reJre o ponto c-ave das inRuencias

    na cultura popular $rasileira : utili%ado na pele para em$ele%ar, se proteger

    do sol, de picadas de insetos e para >ns m"sticos e religiosos erpassa pela

    >xação da cor na ritual"stica a+ro$rasileira, nos ritos de QangG, maracatus,

    reisados, ate c-egar aos dias atuais : da con+ecção do livro Cita Son den

    @teinen, Moc-MrOm$erg, Marsten, *el Campana para analisar a +re'uenteutili%ação da cor vermel-a nos trpicos

  • 8/18/2019 Seminário - Anotações C. G. Senzala

    4/6

    Segunda 'arte

    Ind"genasA .sseio (excesso de $an-os), ao +alar da constante -igiene dos

    nativos, $usca comparar aos modos nada -igi6nicos dos Europeus, citando

    monarcas e pessoas das classes mais ricas 'ue se $aseavam em pe'uenos

    manuais de “eti'ueta” Cita o costume dos ind"genas de +a%er necessidades>siolgicas no “mato”, e as inRuencias so$re o $rasileiro rural

    5eligiososA Imposição nas vestimentas (com isso o desenvolvimento de

    doenças respiratrias, respons1veis pela mortandade ind"gena) Em$ora

    -ouvesse constante resist6ncia por parte das mul-eres, 'ue 'ueixavam da

    di>culdade de se -igieni%ar com as vestimentas europeias

    Ttili%a a expressão para designar meninos e+eminados, comum nas tri$os

    ind"genas e 'ue eram direcionados ao tra$al-o +eminino nas aldeias #a%

    uma extensa arguição so$re esses “e+eminados” e a naturalidade dentro de

    seus lugares de origem, acentua a pro+unda repressão religiosa 'ue essessueitos so+reram no per"odo colGnia

    #risa a import8ncia da mul-er ind"gena na construção da sociedade colonial,

    apontando a participação na construção agr1ria e destacando sua

    “capacidade de utili%ar as coisas e de produ%ir o necess1rio a vida e ao

    con+orto comuns” (p2UV)

    (erceira 'arte

    #reJre a$re a discussão nessa parte do texto +alando so$re a mul-er nativa

    e sua intensa atuação no diaadia dos ind"genas .o citar relatos decronistas da época, o autor tenta analisar e $uscar os poss"veis elementos

    da'uela mul-er dos primeiros séculos de coloni%ação 'ue inRuenciaram o

    cotidiano e o costume posteriores #reJre evidencia as atividades 1rduas, na

    co%in-a, como mãe, educadora, como respons1veis pelo manuseio e

    produção das comidas dentro da aldeia .ssim como a produção de

    utens"lios 'ue somam ao tra$al-o na -ora de produ%ir 'ual'uer alimento .s

    mul-eres nativas do per"odo colonial tin-am um cotidiano intenso de

    atividades #reJre analisa a co%in-a $rasileiras posteriores ao per"odo

    colonial e notam a variedade de comidas e utens"lios 'ue remontam as

    tradições ind"genas do per"odo colonial .lguidares, vasil-ames de $arro,casco de animal, casca de +ruta, pilão, potes de $arro 9andioca, os

    produtos derivados como, $eiu, tapioca, $olo

    #reJre +ala so$re a culin1ria ind"gena e evidencia a supremacia da mandioca

    (utili%ada pelos ind"genas) em relação ao tricG (utili%ado pelos

    coloni%adores) Expõe o modo de produção da +arin-a dW1gua, +eita a partir

    da mandioca, e de sua import8ncia no nordeste 9uitos alimentos são

    produ%idos ou servidos em +ol-as de palmeira ou $ananeira (p2P)

    9ostra 'ue as atividades das ind"genas imperam no cotidiano $rasileiro, nas

    mãos das mais variadas pessoas . $ase da nossa culin1ria é ind"gena,#reJre a exalta e a>rma 'ue a cultura culin1ria ind"gena d1 “gosto 1

  • 8/18/2019 Seminário - Anotações C. G. Senzala

    5/6

    alimentação $rasileira” “#oi nas co%in-as da casa grande 'ue muitos

    desses 'uitutes perderam o ranço regional, o exclusivismo ca$oclo, para se

    a$rasileirarem” (p2P

  • 8/18/2019 Seminário - Anotações C. G. Senzala

    6/6

    e a inRu6ncia na cultura nacional posterior .$orda os c8nticos ind"genas

    como cpias de sons emitidos pelos animais, imitam movimentos e criam

    adereços 'ue +a%em alusão a esses animais . sociedade se apropriou, $em

    como reinventou tais costumes e os di+undiu no cotidiano colonial ? gosto

    pelos ogos, $rin'uedos in+antis, ogos de a%ar perduraram na colGnia

    =ola de $orrac-aX

    Educação pelos +rades, os meninos eram educados a maneira ocidental,

    aprendiam a todo custo lições 'ue o colocavam superiores 1s mul-eres

    rovas de iniciaçãoA complexo de Ragelação, a educação ind"gena era

    complexa, mas o$etivava inserir o indiv"duo a duras provas de resist6ncia,

    até mesmo $astante violentas, a>nal era necess1rio +a%er do indiv"duo um

    sueito “animoso, valente e re+orçado”(p 4U)

    . limpe%a e o cuidado com o recém nascido era exemplo para osportugueses

    ?s ind"genas segundo #reJre rece$iam nomes de animais “nada poéticos”, o

    o$etivo da nomeação era pura e simples tornar a pessoa repugnante aos

    demGnios

    “.nimismo”A crenças em seres m"ticos 'ue inseridos no imagin1rio ind"gena,

    ora o+endiamYviolentavam, somavam, participavam dentro do cotidiano

    @upertições, tradições, onde contam de relações matrimoniais entre

    -umano e animal, até relações sexuais, 'ue segundo #reJre perduraram e

    contaminaram o cotidiano do engen-o

    “totemismo”A crença e relação com um elemento material (totem) 'ue os

    ind"genas muito utili%avam em seus ritos

    Cultura do medo de $ic-os e monstros 'ue as lendas expun-am Hue os

    portugueses aca$aram incorporando em seu imagin1rio

    @ilvio 5omero so$re o “elemento tapuio”, 'ue na vinagrada do para em

    2U