seminário - anotações c. g. senzala
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8/18/2019 Seminário - Anotações C. G. Senzala
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Historiografa Brasileira
Seminário “Casa Grande e Senzala”, um estudo analítico da obra
maior de Gilberto Freire.
Capítulo
! indígena na "orma#$o da "amília brasileira
promiscuidade
Fre%re& Intrusão Europeia; degradação da raça atrasada, com as ações da
adiantada (prega a ideia de superioridade dos europeus); a ideia de
“sexualidade exaltada”; totemismo; economia doméstica; Cultura elementar
primitiva
'rimeira 'arte
!a primeira parte do cap"tulo, #reire traça considerações so$re a
coloni%ação no continente americano &ierar'ui%a os modelos de
coloni%ação, como tam$ém as sociedades amer"ndias atingidas pelos
coloni%adores ara o autor, as sociedades da região central, e andina eram
semicivili%ações, pois estavam prximos aos ideais de uma organi%ação
social “aceita pelos europeus” *i+erentemente das populações sul
americanas 'ue para ele, não -aviam se desenvolvido tecnologicamente
.$orda 'uestões 'ue envolvem as relações pessoais e miscigenação .
necessidade dos europeus se envolverem com mul-eres ind"genas pela +alta
de mul-eres $rancas no continente E 'ue as nativas se relacionavam com
os europeus por acreditarem 'ue eles pertenciam a uma “raça” superior
(Entre eles /ind"genas0, predominava a concepção de 'ue s valia o
parentesco pelo lado paterno 1g 234)
5econ-ece a diversidade de tri$os ind"genas existentes no territrio colonial
portugu6s, mas constantemente as -ierar'ui%a, utili%ando expressões como
atrasadas, menos atrasadas (p1g 237)
Import8ncia da 9ul-er !ativa
ara #reire a mul-er gentia (nativa, ind"gena, selvagem) não é “s a $ase
+"sica da +am"lia $rasileira, mas o principal elemento cultural : respons1vel
pela produção de alimentos, remédios caseiros, utens"lios de co%in-a e
processos de -igiene pessoal”, como tam$ém tradições “ligadas ao
desenvolvimento da criança” (p1g 23, 23
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? -omem segundo #reire, +oi importante para a e+etivação das ações
coloniais, como exploração de terras, e $ens naturais do territrio sul
americano #oi “guia, canoeiro, guerreiro, caçador e pescador”, atuou
tam$ém como de+ensor dos portugueses em investidas de tri$os nativas
inimigas, coloni%adores espan-is e cors1rios 1g 23rma 'ue os ind"genas possuem uma relação $aseada na luxuria, devido
ao desprendimento a+etivo, e 'ue de certa +orma contrariam os ideais
monog8micos das sociedades Europeias #a% um contraponto a$ordando as
“tr6s raças” : ind"gena, negro e $ranco : mesmo assim a>rma 'ue os
portugueses eram os verdadeiros luxuriosos da -istria, 'ue se
aproveitaram do costume
.$orda peculiaridades de ritos, costumes, comidas e $e$idas 'ue produ%em,
e 'ual a >nalidade delas nos rituais Evidencia aspectos nGmades nas
sociedades ind"genas do per"odo colGnia, de mudarem de região
constantemente, e largarem tudo lavoura, moradia ipos de -a$itação 'ue
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os ind"genas constroem, como tam$ém a organi%ação das +am"lias e nessas
moradias .rte corporal, +eitiçarias e curas, cerimonias secretas onde
mul-eres não participam, cerimGnias de iniciação e “passagem” .rte
material e imaterial *anças, indument1rias, instrumentos musicais
? autor sempre explica peculiaridades ind"genas utili%ando como modelocomparativo a cultura europeia e a+ricana Huando +ala das danças,
instrumentos e ritos ind"genas
.$ordam os pes'uisadores : Etnologia e antropologiaA CraleJ,
KestermarcL, Moc-NrOm$erg; @ociologia genéticaA &averlocL Ellis : e suas
respectivas 1reas de atuação, para analisar a 'uestão da exaltação sexual
através das danças, para #reJre “tais danças correspondem 1 car6ncia /de
pr1tica cotidiana0 e não ao excesso” (p 23P) ais a>rmações indicam 'ue a
pr1tica lasciva era nata dos portugueses, pois esses não as exaltavam em
rituais e cerimGnias étnicas, conse'uentemente colocandoas em pr1tica
.o analisar documentos de memria da coloni%ação, #reJre a>rma 'ue nos
relatos (crGnicas) -1 constantemente demonstrações de espanto ou como
ele di% “pasmo e -orror”, 'uando cronistas descreveram a sexualidade dos
nativos americanos 9ostra a 'ue os ind"genas não parecem ser o$cecados
pelo ato sexual, a>rmando 'ue existia época para a união sexual (p 2F2)
.>rma 'ue a “exogamia era uma restrição seguida 'uase todos”, em$ora
cada etnia mantivesse regras para a construção de “casamentos” #reJre
aponta uma diversidade de organi%ações entre os ind"genas nativos, essas
'ue de certa +orma deixavam os coloni%adores con+usos, a>nal entendera'uelas organi%ações, não era tare+a simples . ideia colonial 'ue
portugueses constru"ram ao analisar esses nativos era in+undada, #reJre
aponta 'ue essas, como em 'ual'uer outra sociedade existem um sistema
de regras a seguir .inda critica a ideia de li$erdade 'ue os rom8nticos
constru"ram so$re os nativos no séc QIQ
9ostra a inRuencia dos rituais “m"sticos” ind"genas na cultura $rasileira, e o
reRexo das mesmas na sociedade no séc QQ(p2F)
!o >nal dessa primeira parte do segundo cap"tulo, o autor se apega a um
discurso de @amuel Cavalcanti (médico), 'ue a>rma enxergar umaconst8ncia da utili%ação da cor vermel-a no trae das mul-eres nordestinas
#reJre +a% uma an1lise panor8mica partindo da utili%ação sim$lica no
cotidiano portugu6s, 'ue consideram o vermel-o a cor do amor, dos
casamentos, do erotismo, sedução e atração C-egando ao “oleoso urucu”
nas tradições ind"genas : considera por #reJre o ponto c-ave das inRuencias
na cultura popular $rasileira : utili%ado na pele para em$ele%ar, se proteger
do sol, de picadas de insetos e para >ns m"sticos e religiosos erpassa pela
>xação da cor na ritual"stica a+ro$rasileira, nos ritos de QangG, maracatus,
reisados, ate c-egar aos dias atuais : da con+ecção do livro Cita Son den
@teinen, Moc-MrOm$erg, Marsten, *el Campana para analisar a +re'uenteutili%ação da cor vermel-a nos trpicos
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Segunda 'arte
Ind"genasA .sseio (excesso de $an-os), ao +alar da constante -igiene dos
nativos, $usca comparar aos modos nada -igi6nicos dos Europeus, citando
monarcas e pessoas das classes mais ricas 'ue se $aseavam em pe'uenos
manuais de “eti'ueta” Cita o costume dos ind"genas de +a%er necessidades>siolgicas no “mato”, e as inRuencias so$re o $rasileiro rural
5eligiososA Imposição nas vestimentas (com isso o desenvolvimento de
doenças respiratrias, respons1veis pela mortandade ind"gena) Em$ora
-ouvesse constante resist6ncia por parte das mul-eres, 'ue 'ueixavam da
di>culdade de se -igieni%ar com as vestimentas europeias
Ttili%a a expressão para designar meninos e+eminados, comum nas tri$os
ind"genas e 'ue eram direcionados ao tra$al-o +eminino nas aldeias #a%
uma extensa arguição so$re esses “e+eminados” e a naturalidade dentro de
seus lugares de origem, acentua a pro+unda repressão religiosa 'ue essessueitos so+reram no per"odo colGnia
#risa a import8ncia da mul-er ind"gena na construção da sociedade colonial,
apontando a participação na construção agr1ria e destacando sua
“capacidade de utili%ar as coisas e de produ%ir o necess1rio a vida e ao
con+orto comuns” (p2UV)
(erceira 'arte
#reJre a$re a discussão nessa parte do texto +alando so$re a mul-er nativa
e sua intensa atuação no diaadia dos ind"genas .o citar relatos decronistas da época, o autor tenta analisar e $uscar os poss"veis elementos
da'uela mul-er dos primeiros séculos de coloni%ação 'ue inRuenciaram o
cotidiano e o costume posteriores #reJre evidencia as atividades 1rduas, na
co%in-a, como mãe, educadora, como respons1veis pelo manuseio e
produção das comidas dentro da aldeia .ssim como a produção de
utens"lios 'ue somam ao tra$al-o na -ora de produ%ir 'ual'uer alimento .s
mul-eres nativas do per"odo colonial tin-am um cotidiano intenso de
atividades #reJre analisa a co%in-a $rasileiras posteriores ao per"odo
colonial e notam a variedade de comidas e utens"lios 'ue remontam as
tradições ind"genas do per"odo colonial .lguidares, vasil-ames de $arro,casco de animal, casca de +ruta, pilão, potes de $arro 9andioca, os
produtos derivados como, $eiu, tapioca, $olo
#reJre +ala so$re a culin1ria ind"gena e evidencia a supremacia da mandioca
(utili%ada pelos ind"genas) em relação ao tricG (utili%ado pelos
coloni%adores) Expõe o modo de produção da +arin-a dW1gua, +eita a partir
da mandioca, e de sua import8ncia no nordeste 9uitos alimentos são
produ%idos ou servidos em +ol-as de palmeira ou $ananeira (p2P)
9ostra 'ue as atividades das ind"genas imperam no cotidiano $rasileiro, nas
mãos das mais variadas pessoas . $ase da nossa culin1ria é ind"gena,#reJre a exalta e a>rma 'ue a cultura culin1ria ind"gena d1 “gosto 1
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alimentação $rasileira” “#oi nas co%in-as da casa grande 'ue muitos
desses 'uitutes perderam o ranço regional, o exclusivismo ca$oclo, para se
a$rasileirarem” (p2P
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e a inRu6ncia na cultura nacional posterior .$orda os c8nticos ind"genas
como cpias de sons emitidos pelos animais, imitam movimentos e criam
adereços 'ue +a%em alusão a esses animais . sociedade se apropriou, $em
como reinventou tais costumes e os di+undiu no cotidiano colonial ? gosto
pelos ogos, $rin'uedos in+antis, ogos de a%ar perduraram na colGnia
=ola de $orrac-aX
Educação pelos +rades, os meninos eram educados a maneira ocidental,
aprendiam a todo custo lições 'ue o colocavam superiores 1s mul-eres
rovas de iniciaçãoA complexo de Ragelação, a educação ind"gena era
complexa, mas o$etivava inserir o indiv"duo a duras provas de resist6ncia,
até mesmo $astante violentas, a>nal era necess1rio +a%er do indiv"duo um
sueito “animoso, valente e re+orçado”(p 4U)
. limpe%a e o cuidado com o recém nascido era exemplo para osportugueses
?s ind"genas segundo #reJre rece$iam nomes de animais “nada poéticos”, o
o$etivo da nomeação era pura e simples tornar a pessoa repugnante aos
demGnios
“.nimismo”A crenças em seres m"ticos 'ue inseridos no imagin1rio ind"gena,
ora o+endiamYviolentavam, somavam, participavam dentro do cotidiano
@upertições, tradições, onde contam de relações matrimoniais entre
-umano e animal, até relações sexuais, 'ue segundo #reJre perduraram e
contaminaram o cotidiano do engen-o
“totemismo”A crença e relação com um elemento material (totem) 'ue os
ind"genas muito utili%avam em seus ritos
Cultura do medo de $ic-os e monstros 'ue as lendas expun-am Hue os
portugueses aca$aram incorporando em seu imagin1rio
@ilvio 5omero so$re o “elemento tapuio”, 'ue na vinagrada do para em
2U