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Part% 01: Para &u% s%r'% a filosofia!

&% Para ue serve a filosofia.

a% Para ue serve a filosofia. Porue estudáKla. 1e ue forma ela pode ser Qtil em meu curso teoló$ico.)stas são al$umas das per$untas ue o estudante de teolo$ia fa.

 b% *ejo na filosofia as se$uintes utilidadesA

 7 um instrumento de refleão ue pode ser utiliado pelo pastor! ou pelo estudante de teolo$ia% (uantos

lTderes! pastores e professores formadores de opinião tem dificuldades de produir um pensamento bemestruturado! or$aniado e objetivo%

 ' filosofia permitirá ue o aluno compreenda melor a teolo$ia! pois muitas uestões teoló$icas nascem

de problemas filosóficos% )emplo% - problema da ori$em do mal na filosofia " respondido na teolo$ia coma doutrina do pecado%

- conceito de determinismo na filosofia " respondido na teolo$ia com a doutrina dos decretos de 1eus% -#alvinismo vem de uma visão filosófica determinTstica%

/% ' atitude filosófica de um estudante

a% )m nosso cotidiano! nossa vida " composta de crenVas% #om relaVão a crenVas precisamos tratar dosse$uintes aspectosA

 )stamos acostumados com muitas de nossas crenVas! e por estarmos acostumados! não refletimos sobre

nossas crenVas% =eralmente! afirmamos ue cremos em 1eus! na BTblia! cremos em demWnios! anjos! cremosnuma vida pós morte! mas poucas vees procuramos responder a se$uinte per$untaA Porue eu creio nestascrenVas. (ue provas eu teno para $arantir ue as minas crenVas estão certas e a de outra pessoa erradas.

 ' atitude filosófica ocorre uando uma pessoa não aceita como obvia e evidentes as coisas! as id"ias! os

fatos! as situaVões! os valores! os comportamentos de nossa eistXncia cotidiana% 0odos estes fatos com os

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uais nos acostumamos precisam passar por um processo de investi$aVão% ) isto definimos como atitudefilosófica%

 b% Per$untaram a um teólo$oA Para ue a filosofia. )le respondeuA Para não darmos nossa aceitaVão imediataas coisas! sem maiores consideraVões%

 3uitas eresias! e movimentos prejudicais sur$em na I$reja pelo fato! de não termos o cuidado de

considerarmos melor as novidades ue sur$em%

c% ' atitude de pensamento filosófico acontece uando E%%%%tomamos distYncia do nosso mundo costumeiro!atrav"s de nosso pensamento! olandoKo como se nunca o tiv"ssemos visto antes! %%%%%como se estiv"ssemosacabando de nascer para o mundo e para nós mesmos e precisássemos per$untar o ue "! por ue " e como "o mundo! e precisássemos per$untar tamb"m o ue somos! por ue somos e como somos%F

4% - objeto de estudo da filosofia

a% 0oda disciplina tem um objeto de estudo% ' teolo$ia estuda 1eus! sua revelaVão e o modo como ele serelaciona conosco% )ntão ual o objeto de estudo da filosofia.

 b% - conceito anti$o de filosofia% )ntre os anti$os $re$os a filosofia era a ciXncia universal% )la abarcava

uase todo o conjunto de conecimentos umanos! como ciXncias fTsicas! teóricas como matemática! arte! polTtica! etc%%%% Na idade m"dia isso comeVou a mudar! pois as ciXncias conuistaram sua autonomia dafilosofia% )ssa separaVão " oje um fato consumado% Portanto! o campo de estudo filosófico não abran$emais todos os campos do conecimento umano como anti$amente%

c% Nos dias atuais a ciXncia! a filosofia e a teolo$ia tem objetos de estudos bem diferentes%

 ' ciXncia se auartela na determinaVão das leis dos fenWmenos eistentes na naturea% )la estuda a

mecYnica do funcionamento da naturea e procura criar teorias e leis ue epliuem racionalmente o modocomo estes elementos funcionam% ' Xnfase da ciXncia está no como as coisas funcionam%

 ' filosofia se concentra nas uestões ue vão alem da realidade natural e fTsica! e por isso ela ultrapassa a

dimensão fTsica e natural da realidade alcanVando a dimensão das uestões de caráter imaterial% ' filosofiatrata de uestões imateriais como os sentimentos! o raciocTnio ! o pensamento! a uestões de valor! asuestões "ticas! ou ainda de juTo! etc%%%%

 ' teolo$ia trata das uestões de f"! ue possuem caráter sobrenatural% #onvXm dier ue uestões de f"

não possuem eplicaVões ue se$uem ri$orosamente os princTpios e normas da raão% ' crenVa em 1eus "uma uestão de f"! a crenVa nas escrituras " uma uestão de f"%

6% - ue " afinal filosofia.

a% ' +ilosofia " um instrumento de apoio a tarefa da refleão! onde! por meios de re$ras para o correto

 pensamento! procuramos alcanVar novos conecimentos validos%

 b% 1esta definiVão obtemos as se$uintes conclusõesA

 ' filosofia " uma tarefa intelectual! onde usamos as re$ras de raciocTnio em busca de obtermos respostas

 para as uestões colocadas%

 ' filosofia permite ue novos conecimentos sejam obtidos por nós de forma ordenada e ló$ica%

 Usando as ferramentas eistentes no pensamento filosófico nos tornamos mais eficientes no processo de

ar$umentar e convencer outras pessoas a ue partilem nossas id"ias%

 Por meio do conecimento filosófico a refleão teoló$ica se torna mais dinYmica! pois sempre estamos pensando em uma perspectiva nova%

 +ilosofia " uma palavra de ori$em $re$a Jpilos K ami$oZ sopia K sabedoriaL e em seu sentido estrito

desi$na um tipo de especulaVão ue se ori$inou e atin$iu o apo$eu entre os anti$os $re$os! e ue teve

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continuidade com os povos culturalmente dominados por elesA $rosso modo! os povos ocidentais! ) claroue! atualmente! nada impede ue em ualuer parte do mundo se possa faer especulaVão [ moda $re$a[!isto "! filosofia%

 3as! se afirmarmos ue esse tipo de especulaVão " diferente! ue tem caracterTsticas próprias! uais são

estas! afinal. (ue "! afinal! filosofia.

 Bem! se per$untarmos a de fTsicos [o ue " a fTsica[! eles responderão! provavelmente! de maneira

 parecida% - mesmo se passará! provavelmente! se per$untarmos a de uTmicos [o ue " a uTmica[% 3as! se per$untarmos a de filósofos [o ue " a filosofia[! ouso dier ue trXs ficarão emZ silXncio! trXs darãorespostas pela tan$ente! e as respostas dos outros uatro vão ser tão desencontradas ue só mesmo outrofilósofo para entender ue o silXncio de uns e as respostas dos outros são todas aborda$ens possTveis uestão proposta%

 Para uem ainda está fora da filosofia! a coisa pode estar parecendo confusa% 3as! a raão da dificuldade

" fácil de eplicarZ talve seja possTvel dier e entender o ue " a fTsica! de fora da fTsicaZ e dier e entender oue " a uTmica! de fora da uTmica% 3as! para dier e entender o ue " a filosofia! " preciso já estar dentrodela% [- ue " a fTsica[ não " uma uestão fTsica! [o ue " a uTmica[ não " uma uestão uTmica! mas [oue " a filosofia[ já " uma uestão filosófica \ e talve urna das caracterTsticas da uestão filosófica seja ofato de suas respostas! ou tentativas de resposta! 5amais es$otarem a uestão! ue permanece assim com% suaforVa de uestão! a convidar outras respostas e outras aborda$ens possTveis%

- cerne da filosofia reside em certas inda$aVões ue a refleiva mente umana considera naturalmenteintri$antes! e a melor forma de iniciar o estudo da filosofia " pensar sobre elas diretamente% +eito isso! vocXestará mais bem preparado para apreciar o trabalo de outras pessoas ue tentaram resolver os mesmos

 problemas%

8% ' filosofia " diferente da ciXncia e da matemática%

'o contrário da ciXncia! ela não se apóia em eperimentos ou na observaVão! mas apenas na refleão% )! ao

contrário da matemática! não dispõe de nenum m"todo formal de verificaVão% )la se fa pela simplesinda$aVão e ar$]iVão! ensaiando id"ias e ima$inando possTveis ar$umentos contra elas! per$untandoKnos at"ue ponto nossos conceitos de fato funcionam%

8%& ' principal ocupaVão da filosofia

' principal ocupaVão da filosofia " uestionar e entender id"ias muito comuns ue todos nós usamos no diaKaKdia sem nem seuer refletir sobre elas% - istoriador per$untará o ue aconteceu em determinado tempo do

 passado! enuanto o filósofo inda$aráA [- ue " o tempo.F% - matemático investi$ará as relaVões entre osnQmeros! ao passo ue o filósofo per$untaráA [- ue " um nQmero.[ - fTsico desejará saber de ue sãofeitos os átomos! ou como se eplica a $ravidade! mas o filósofo inda$ará como podemos saber se eiste

al$uma coisa fora da nossa mente%- psicólo$o talve pesuise como a crianVa aprende a lin$ua$em! mas a inda$aVão do filósofo seráA [- uedá sentido a uma palavra.[ 'l$u"m pode per$untar se " certo entrar sorrateiramente no cinema e assistir aofilme sem pa$ar! mas o filósofo per$untaráA [- ue fa com ue uma aVão seja certa ou errada.F%

8%/ Na filosofia investi$amos as coisas em si

 Não irTamos muito lon$e se não tiv"ssemos como certas as id"ias de tempo! nQmero! conecimento!lin$ua$em! certo e errado a maior parte do tempoZ mas na filosofia investi$amos essas coisas em si% -objetivo " aprofundar um pouco mais nossa compreensão do mundo e de nós mesmos% -bviamente! não "uma tarefa fácil% (uanto mais básicas as id"ias ue tentamos investi$ar! menos são os instrumentos de uedispomos para nos ajudar% A ^Não á muita coisa ue possamos dar por certa ou $arantida% 'ssim! a filosofia" uma atividade um tanto verti$inosa! e poucos de seus resultados permanecem incontestados por muitotempo%

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>% -s nove problemas ue serão investi$ados na filosofia

#omo acredito ue a melor forma de aprender filosofia " refletir sobre uestões particulares! não direi maisnada sobre sua naturea $eral% -s nove problemas ue vamos eaminar são os se$uintesA

 - conecimento do mundo al"m da nossa mente

 - conecimento de outras mentes al"m da nossa ' relaVão entre mente e c"rebro

 #omo a lin$ua$em " possTvel

 Se temos ou não o livreKarbTtrio

 - fundamento da moral

 (ue desi$ualdades são injustas

 ' naturea da morte

 - si$nificado da vida

0rataKse apenas de uma seleVão! pois á muitas outras uestões em filosofia%

-s filósofos diver$em! e á mais de dois lados para cada uestão filosófica% 3ina opinião pessoal " ue amaior parte desses problemas não foi resolvida! e al$uns deles talve jamais o sejam%

3as o objetivo aui não " fornecer respostas K nem mesmo respostas ue eu possa considerar corretas K masapresentar os problemas de maneira bastante preliminar% Para ue vocX possa ocuparKse deles por si só%'ntes de aprender muitas teorias filosóficas! " melor enredarKse nas uestões filosóficas a ue essas teorias

 buscam responder% ) a melor forma de faXKlo " eaminar al$umas soluVões possTveis e ver o ue á deerrado com elas% 0entarei deiar as uestões em aberto! mas! ainda ue eu di$a o ue penso! vocX não tem

 por ue acreditar em mim! a menos ue considere meu ar$umento convincente%

)istem muitos tetos introdutórios ecelentes! ue incluem coletYneas dos $randes filósofos do passado ede escritos mais recentes% Se! depois de sua leitura! vocX resolver aprofundarKse um pouco mais! verá ue ámuito mais a dier sobre esses problemas do ue foi dito aui%

Part% 0": A '%rdad% na filosofia

&% Uma das $randes uestões da umanidadeA

' verdade " una ou mQltipla. 7 absoluta ou relativa. )sta " uma uestão discutida na teolo$ia%

' revelaVão de 1eus ao omem " una ou mQltipla.

0emos na manifestaVão reli$iosa $eral respostas diferentes para esta uestão% )% PoliteTsmo! panteTsmo!3onoteTsmo%

/% #om relaVão a verdade podemos definir trXs estados de )spTritoA

I$norYncia% 7 um estado puramente ne$ativo! ue consiste na ausXncia de todo conecimento relativo a umobjeto% +ilosoficamente o estado de i$norYncia assume duas situaVõesA

#ulpável ou desculpável% )% Romanos &% Neste teto Paulo trata de afirmar ue todos são indesculpáveis perante 1eus% Pois 1eus se revela para todos atrav"s de seus atributos ue estão presentes na criaVão desde afundaVão do mundo%

' 1QvidaA " um estado de euilTbrio entre a afirmaVão e a ne$aVão! resultando daT ue os motivos de afirmar contrabalanVam os motivos de ne$ar%

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' opiniãoA consiste em afirmar! mas de tal maneira ue as raões de ne$ar não sejam eliminadas por umacertea total% 'ssim ! o valor de uma opinião depende assim da maior ou menor probabilidade das raões uefundamentam a afirmaVão%

/%& 'inda! com relaVão a opinião " importante dierA

Uma opinião pode ser baseada em probabilidade matemática% )% um dado lanVado% Uma moeda lanVada%Uma caia ue contena > bolas pretas e 6 bolas brancas a probabilidade de tirar uma bola branca " de 6_&%

Uma opinião pode ser baseada em afirmaVões de caráter moral! e neste caso está baseada em afirmaVões de probabilidade moral% )% eu $osto da cor vermela% )u não $osto de votar% Nestes casos! a opinião conteráuma verdade provável%

4% No processo de se buscar a verdade á um processo de ruptura com as anti$as crenVas aduiridas% )ste processo " camado de uebra de paradi$mas%

)% ' crianVa no processo de crescimento substitui as suas primeiras crenVas por crenVas mais aperfeiVoadasacerca do mundo% ' crianVa acredita no mundo do Efa de contaF e em tudo ue seus pais diem sobre omundo% 3ais tarde substituirão estas crenVas por outras mais concretas e maduras%

6% 370-1-S +-R3',3)N0) '1-0'1-S P'R' S) BUS#'R ' *)R1'1)

6%& 1o$matismo%

1e um modo $eral! o do$matismo " uma esp"cie de fundamentalismo intelectual% -s do$mas epressamverdades certas! indubitáveis e não sujeitas a ualuer tipo de revisão ou crTtica%

 Na atitude do$mática aceitamos as crenVas e o mundo como eles são! sem realiarmos uma tarefa deuestionamento intelectual% Um eemplo de conecimento do$mático " a teolo$ia% )m $eral! oconecimento reli$ioso tem naturea do$mática%

6%/ 1eiamos de a$ir do$maticamente uandoA

 )stranamos as coisas ue nos parecem familiares%

 (uestionamos os conceitos vi$entes e estabelecidos%

 0entamos outras alternativas para eplicar os fatos ue já foram tradicionalmente eplicados%

6%4 Nas confissões de '$ostino! á um teto ue eemplifica a ruptura com o do$matismo%

0reco das confissões de '$ostino

E- ue " o tempo. 0entemos fornecer uma eplicaVão fácil e breve% - ue á de mais familiar e maisconecido do ue o tempo. 3as! o ue " o tempo. (uando uero eplicáKlo! não encontro eplicaVão%

Se eu disser ue o tempo " a passa$em do passado para o presente e do presente para o futuro! terei ue per$untarA #omo pode o tempo passar. #omo sei ue ele passa. - ue " um tempo passado. -nde ele está.- ue " um tempo futuro. -nde ele está. Se o passado " o ue eu! do presente! recordo! e o futuro " o ueeu! do presente! espero! então não seria mais correto dier ue o tempo " apenas o presente. 3as! uantodura um presente. (uando acabo de colocar o ^r` no verbo ^colocar `! este ^r ` " ainda presente ou já "

 passado. ' palavra ue estou pensando em escrever a se$uir! " presente ou " futuro. - ue " o tempo!afinal. ) a eternidade.F

6%6 'l$umas consideraVões sobre o relativismo

 Um filosofo camado =eor$ia defendia ue em todas as afirmaVões podemos encontrar al$uma falsidade%

)sta posiVão contribui para o sur$imento do relativismo%

 -s relativistas não acreditam em id"ias absolutas%

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 - relativismo " influenciado pela se$uinte id"iaA E- conecimento umano vem das nossas percepVões e

nossas percepVões são diferentes de pessoa para pessoaF% Portanto! diante destas diferenVas entre percepVõesnão " possTvel estabelecermos verdades absolutas% 'ssim! al$o pode ser verdadeiro para uma pessoa e falso

 para outra%

8% ',=U3'S 0)-RI'S S-BR) ' *)R1'1)

8%& ' teoria da E'leteiaF% #onsidera ue a verdade está nas coisas ou na própria realidade% - conecimento

verdadeiro resulta! então da percepVão intelectual da realidade% - verdadeiro " o ue se manifesta aos olosdo corpo e do espTrito% Uma id"ia " verdadeira uando corresponde coisa ue " seu conteQdo e ue eistefora de nosso espTrito ou de nosso pensamento% ' teoria da evidXncia e da correspondXncia afirma ue ocrit"rio da verdade " a adeuaVão do nosso intelecto coisa! ou da coisa ao nosso intelecto%

8%/ ' teoria EveritasF

#onsideraKse ue a verdade depende do ri$or e da precisão na criaVão e no uso de re$ras de lin$ua$em! uedevem eprimir! ao mesmo tempo! nosso pensamento ou nossas id"ias e os acontecimentos ou fatoseteriores a nós e ue nossas id"ias relatam ou narram em nossa mente%

- crit"rio da verdade " dado pela coerXncia interna ou pela coerXncia ló$ica das id"ias e das cadeias deid"ias ue formam um raciocTnio! coerXncia ue depende da obediXncia s re$ras e leis dos enunciadoscorretos% ' marca do verdadeiro " a validade ló$ica de seus ar$umentos%

8%4 0eoria da EemunaF #onsideraKse ue a verdade depende de um acordo entre os pesuisadores uedefinem um conjunto de convenVões universais sobre o conecimento verdadeiro e ue devem sempre serrespeitadas por todos% ' verdade se funda! portanto! nos sTmbolos e convenVões consensualmente adotados

 pelos membros de uma comunidade de pesuisadores e estudiosos%

- consenso acerca da verdade na teoria do EemunaF " baseado em trXs princTpios ue serão respeitados portodosA

&% Somos seres racionais e nosso pensamento obedece aos uatro princTpios da raão Jidentidade! nãoKcontradiVão! terceiroKecluTdo e raão suficiente ou causalidadeLZ

/% Somos seres dotados de lin$ua$em e ue ela funciona se$undo re$ras ló$icas convencionadas e aceitas por uma comunidadeZ

4% -s resultados de uma investi$aVão devem ser submetidos discussão e avaliaVão pelos membros dacomunidade de investi$adores ue le atribuirão ou não o valor de verdade%

8%6 ' teoria Pra$mática

)iste ainda uma uarta teoria da verdade ue se distin$ue das anteriores porue define o conecimento

verdadeiro por um crit"rio ue não " teórico e sim prático% 0rataKse da teoria pra$mática! para a ual umconecimento " verdadeiro por seus resultados e suas aplicaVões práticas! sendo verificado pelaeperimentaVão e pela eperiXncia% ' marca do verdadeiro " a verificabilidade dos resultados%

>% #-RR)N0)S +I,-S2+I#'S #-N0)3P-RGN)'S

>%& - umanismo e as id"ias da renascenVa - ue foi este movimento.

 Redescobriu os valores da raão e do sentimento umano%

 Produiu independXncia dos poderes constituTdosA Papa! imperador%

 *aloriaVão da ciXncia eperimental e empTrica%

 9nfase no conceito de imanentismo% Sistema ue sustenta ue a

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causa do universo " instrTnsica ao próprio universo% ' transcendXncia coloca a causa do universo em 'l$oue está fora dele% ' palavra transcedXncia dá a entender ue 1eus está totalmente fora da mat"ria e dasc"lulas dos seres! embora sendo a causa de sua eistXncia% @á uma separaVão total entre a criatura e ocriador! e sua transcedXncia impede ualuer contaminaVão deste com a mat"ria% No conceito de imanXncia!1eus está no mundo! na mat"ria! este mundo " 1eusZ ou ainda! nós mesmos somos deuses% Um eemplo dainfluencia desta corrente " o panteTsmo%

',=UNS N-3)S 1) 1)S0'(U) 1- @U3'NIS3-

,eonardo da *inciA (uestionou a autoridade reli$iosa e civil no campo cientTfico% Reconecia como Qnicafonte e autoridade para o conecimento a pesuisa% )le posicionou acima da autoridade civil e reli$iosa a

 pesuisa objetiva% =alileu =alileiA Seu objetivo era provar a validade do sistema cop"rnico%

#onse$uiu provar ue o sol não $irava em torno da terra% 's suas pesuisas cientificas confrontavam o poder reli$ioso vi$ente%

>%/ - idealismo 7 a doutrina filosófica ue coloca em o plano das id"ias acima do plano da mat"ria%

- idealismo pode ser definido por meio de uatro Yn$ulos diferentes A

 No sentido filosófico! ualuer teoria filosófica em ue o mundo material! objetivo! eterior só pode ser compreendido plenamente a partir de sua verdade espiritual! mental ou subjetiva% Seus opostos seriamrepresentados pelo realismo Jna filosofia modernaL e materialismoZ

 No sentido ontoló$ico! doutrina filosófica! cujo eemplo mais conecido " o platonismo! se$undo a ual

a realidade apresenta uma naturea essencialmente espiritual! sendo a mat"ria uma manifestaVão ilusória!aparente! incompleta! ou mera imitaVão imperfeita de uma matri ori$inal constituTda de formas ideaisinteli$Tveis e intan$TveisZ

  No sentido $nosioló$ico! tal como ocorre esp% no antismo! teoria ue considera o sentido e a

inteli$ibilidade de um objeto de conecimento dependente do sujeito ue o compreende! o ue torna a

realidade co$noscTvel eterWnoma! carente de autosuficiXncia! e necessariamente redutTvel aos termos ouformas ideais ue caracteriam a subjetividade umanaZ

 No Ymbito prático! cujo eemplo mais notório " o da "tica antiana! doutrina ue supõe o caráter 

fundamental dos ideais de conduta como $uias da aVão umana! a despeito de uma possTvel ausXncia deee]ibilidade inte$ral ou verificabilidade empTrica em tais prescriVões morais%

3ais al$umas definiVõesA

Propensão a idealiar a realidade ou a deiarKse $uiar mais por ideais do ue por consideraVões práticasZ

0eoria ou prática ue valoria mais a ima$inaVão do ue a cópia fiel da naturea% Seu oposto seria o

realismo%

)emplo de idealismoA

'o identificarmos no mundo fTsico uma caneta! temos em nossa mente uma id"ia já formada de uma caneta!e por isso reconecemos outras canetas% No idealismo a eperiXncia subjetiva " valoriada%

>%4 - materialismo

- 3aterialismo se ori$inou com +rancis Bacon! ue baseava o conecimento no m"todo eperimental%

Bacon ensina ue devemos nos libertar dos Tdolos da tribo! da escola e da reli$ião! ue em tese seriam os

 preconceitos e opiniões pessoais e afirmaVões não cientTficas% )m uma se$unda etapa devemos adotar o usoda observaVão e da eperimentaVão% - materialismo tem influenciado diversos se$mentos da sociedadeA oateTsmo! o capitalismo! as teorias psicoló$icas fisiolo$istas! os conceitos evolucionistas ue anulam a

 possibilidade do universo se ori$inar de um ser criador! etc%%%

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- 3'0)RI',IS3- 1I',70I#-

- materialismo dial"tico foi um movimento intelectual ue influenciou profundamente o ato da refleão%@e$el acredita ue a id"ia passa por uma transformaVão contTnua e tudo se desenvolve atrav"s da ló$icadial"tica do vir a ser em trXs fasesA a tese! a antTtese e a sTntese% ' tese " a afirmaVão! a antTtese " a ne$aVão! "a sTntese! o resultado da dial"tica do sim e do não! isto " dos contrários%

3ar transfere os princTpios da dial"tica para o Ymbito social! para as

diversas transformaVões istóricas e para as divisões de trabalo

efetuadas na istória%

3ar +a uma analise do capitalismo% Introdu conceitos como modo de

 produVão! trabalo! relaVões de produVão% )le trata dos conflitos entre

classes sociais! da eploraVão capitalista! etc%%%

>%6 - positivismo

'u$usto #omte! propõs ue deveria se substituir a especulaVão racionale metafTsica da filosofia pelos dados positivos da ciXncia%

#atalo$ou todos os fenWmenosA investi$andoKles as causas! e

descobrindoKles as leis%

)le acreditava ue a istória da civiliaVão esta dividida em trXs etapasA

 ' fase teoló$ica ou mTtoló$ica!

 a fase metafTsica ! onde o pensamento abstrato se rende ao

domTnio da filosofia!

 e a fase positiva! uando tudo " eplicado com a pesuisa

cientTfica e as leis descobertas%

- positivismo se espalou pelo mundo obedecendo aos se$uintes

 princTpiosA

 ' Qnica fonte da verdade " a eperiXncia%

Pa$% / #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com ' observaVão dos fatos " o comeVo de toda ciXncia%

 - conjunto! a soma de todos estes conecimentos cientTficos

constituiKse como a filosofia%

 Pelo fato de nós não podermos conecer nada al"m da eperiXncia!

ualuer especulaVão abstrata! ualuer metafTsica! em suma!

ualuer filosofia "Knos impossTvel%

 0udo se redu ao fenWmeno material % )sses fenWmenos materais

estão determinados por leis fiasJdeterminismoL%

 Para sairmos desse determinismo! " necessário conecer essas leisZ

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" necessária a pesuisa cientTfica! a Qnica ue nos permite conecer 

as leis da naturea%

 Para o positivismo a ciXncia " a Qnica esperanVa para a umanidade

ou melor! sua libertaVão%

H% - ue " então! a verdade.

' verdade está relacionada então ao modo como percebemos a realiada%

' verdade! para ser alcanVada! está vinculada ao sistema teórico ue

utiliamos para interpretar a realidade% )studamos os sistemas teóricos

umanista! o idealista! o materialista e o positivista%

' verdade ló$ica " a conformidade da inteli$Xncia! e da nossa percepVão

com as coisas! ou realidades eistentes! e a inverdade! " definido como

não conformidade do juTo com a realidade eistente%H%& )ntão o ue produ a inverdade.

#ausas ló$icas% Prov"m da falácias! erros de raciocTnio! falta de memória!

atenVão! dificuldades do uso de operaVões básicas do intelecto%

#ausas morais% PreferXncias por asserVões ue nos favoreVam! euTvocos

na lin$ua$em! incoerXncia entre realidade e assertivas! ausXncia de

 padrões "ticos%

Pa$% /& #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

H%/ SofismasA )lementos ue prejudicam a obtenVão da

verdade%

1)+INI;<-% 7 um raciocTnio errado ue se apresenta com as aparXncias da

verdade%

Sofisma de boa f"% Não tem objetivo de en$anar% 7 praticado por 

i$norYncia% 7 camado de paralo$ismo%Sofisma de má f"% )laborado intencionalmente para induir outros ao erro

intencional%

1I*IS<-% Sofismas provXem de duas situaVõesA erros de lin$ua$em Jem

definiVões! uso impróprio da lTn$uaL! ou dos erros de encadeamento do

raciocTnio ló$ico%

)emplos de afirmaVões sofismáticasA

 EUm cTrculo " uadradoF – 1esconecimento de convenVões

estabelecidas%

 E- sol " $"lidoFK 1esconecimento de conecimento cientTfico%

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 Eos oculistas são mais competentes do ue os oculistasF – 

#omparaVão com o mesmo objeto%

 Eo ciQme da muler levouKo ao suicTdioF J(uem tem ciQmeA -

omem ou a muler.L

Pa$% // #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

Parte 4A 3)0'+SI#'

&% 's per$untas metafTsicasA

' metafTsica trabala com al$umas uestões comoA - ue " uma coisa. )

um objeto. - ue " a subjetividade. - ue " o corpo umano.

Por ue uma coisa pode mudar e! no entanto! conservar sua identidade

individual! de tal maneira ue podemos dier ue " a mesma coisa!

ainda ue a vejamos diferente do ue fora antes.#omo sabemos ue uma determinada roseira " a mesma ue! no ano

 passado! não passava de um ramo com poucas folas e sem flor. #omo

sabemos ue Paulo! oje adulto! " o mesmo Paulo ue conecemos

crianVa.

- ue " 1eus. - ue " a reli$ião.

Portanto a metafTsica " a parte mais central da filosofia ue busca o

 princTpio e as causas fundamentais de tudo! tratando de uestões ue! em

$eral! não podem ser confirmadas pela eperiXncia direta%

#onstitui a filosofia primeira! o ponto de partida do sistema filosófico% -

termo sur$e por volta de 8 a%#%! uando 'ndronico de Rodes Js"culo I

a%#%L! ao or$aniar a coleVão da obra de 'ristóteles! dá o nome de ta met

ta psiá ao conjunto de tetos ue se se$uiam aos da fTsica J[met[

uer dier al"mL%3uitas das teolo$ias clássicas e tradicionalmente mais anti$as possuem

muitos conceitos metafTsicos%

/% ' per$unta pelo ue "

' metafTsica " a investi$aVão filosófica ue $ira em torno da per$unta E-

ue ".F )ste E"F possui dois sentidosA

&% si$nifica EeisteF! de modo ue a per$unta se refere eistXncia

da realidade e pode ser transcrita comoA E- ue eiste.FZ

Pa$% /4 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

/% si$nifica Enaturea própria de al$uma coisaF! de modo ue a

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 per$unta se refere essXncia da realidade! podendo ser transcrita

comoA E(ual " a essXncia dauilo ue eiste.F%

)istXncia e essXncia da realidade em seus mQltiplos aspectos são!

assim! os temas principais da metafTsica%

4% #aracterTsticas da metafTsicaA

 Investi$a auilo ue " ou eiste! a realidade em si%

 7 um conecimento racional apriorTstico! isto "! não se baseia

nos dados conecidos diretamente pela eperiXncia sensTvel

ou sensorial Jnos dados empTricosL! mas nos puros conceitos

formulados pelo pensamento puro ou pelo intelecto%

 7 um conecimento sistemático! isto "! cada conceito depende de

outros e se relaciona com outros! formando um sistema coerentede id"ias li$adas entre si%

 )i$e a distinVão entre ser e parecer ou entre realidade e aparXncia!

seja porue para al$uns filósofos a aparXncia " irreal e falsa! seja

 porue para certos filósofos a aparXncia só pode ser 

compreendida e eplicada pelo conecimento da realidade ue

subja a ela%

)% só podemos entender melor as atitudes visTveis de uma pessoa!

se entendermos melor a realidade interior de uma pessoa%

6% ' 3)0'+SI#' #-N0)3P-RGN)'

6%& ' metafTsica contemporYnea " camada de ontolo$ia%

Procura superar tantoA

 ' anti$a metafTsica% (ue enfatiava o conecimento da realidade

em si! como independente de nós% (uanto a concepVão antiana% 'creditava no conecimento da

realidade como auilo ue " para nós! como ue posto por nossa

raão%

Pa$% /6 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

 #onsidera o objeto da metafTsica a relaVão ori$inária mundo – 

omem%

6%/ 'S N-*'S #'R'#0)RS0I#'S 1' 3)0'+SI#'

'0U',

 Investi$a os diferentes modos como os entes ou os seres eistemZ

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 investi$a a essXncia ou o sentido Ja si$nificaVãoL e a estrutura

desses entes ou seresZ

 investi$a a relaVão necessária entre a eistXncia e a essXncia

dos entes e o modo como aparecem para nossa consciXnciaA

 ' manifestaVão da eistXncia a nossa consciXncia se dá nas várias

formasA

 JpercepVão! ima$inaVão! memória! lin$ua$em! intersubjetividade!

refleão! aVão moral e polTtica! prática artTstica! t"cnicasLZ

 'l$uns consideram ue a metafTsica ou ontolo$ia contemporYnea

deveria ser camada de descritiva! porue! em ve de oferecer uma

eplicaVão apriorTstica da realidade! " uma interpretaVão racional

da ló$ica da realidade! descrevendo as estruturas do mundo e asdo nosso pensamento%

Pa$% /8 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

Parte I* para debateA - impacto da

filosofia materialista no #ristianismo

0eto &

arl 3ar nasceu a 8 de maio de &M&M em 0r"veros! cidade ue remonta

ao tempo dos romanos! e eercia importante papel na cultura da re$ião!

no s"culo DID! como ponto de encontro do liberalismo revolucionário

vindo da +ranVa e do conservadorismo do anti$o re$ime liderado pela

PrQssia% Na PrQssia a filosofia de @e$el converteraKse numa esp"cie de

ideolo$ia oficial% - )stado prussiano tomara como apoio direto a id"ia

e$eliana de ue o )stado moderno encarna os ideais da moral mais

objetivos e manifesta a raão no domTnio da vida social%)m julo de &M4>! 3ar matriculouKse na universidade de Berlim! capital

da PrQssia% Nesta "poca! as id"ias liberais conuistavam a PrQssia! pois o

$overno de +rederico =uilerme I* J&H8K&M>&L anunciara a abertura

 polTtica% - liberalismo alemão! influenciado pelas id"ias da revoluVão

francesa! abriu fo$o contra o aliado mais fraco do )stado! ue era a I$reja

e a reli$ião%

- jovem 3ar! depois de estudar direito durante um ano em Bonn J&M48L!

foi a Berlim e aT se inte$rou no clube dos doutores da esuerda e$eliana%

)m &M68 deiou Paris e passou a residir em Bruelas% 'T escreveu a Sa$rada

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+amTlia e depois ' ideolo$ia alemã J&M68L! ' mis"ria da filosofia J&M6HL e o 3anifesto

#omunista J&M6ML com )n$els%

)pulso da B"l$ica! voltou! por breve tempo! 'lemana! donde! após a

revoluVão de &M6M! foi epulso! indo a ,ondres% 'T fiou residXncia para o

resto da vida% )m ,ondres escreveu suas obras principais! como - capital!

cujo primeiro volume publicou em &M>H% 0amb"m aT viveu com o auTlio

de ami$os! de modo especial de )n$els%

Pa$% /> #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto /

 Nascido judeu! )ducado na reli$ião cristã JprotestanteL! tornouKse ateu!

 pois os membros do clube dos doutores professavam o ateTsmo% 3ar

defendeu sua tese de doutorado em &M6&! em 5ena! sobre o materialismode )picuro e 1emócrito% NoteKse ue seu ateTsmo tamb"m " anterior

elaboraVão de sua própria teoria%

#om /6 anos de idade assumiu a cefia da redaVão do jornal Reinisce

Ceitun$! em #olWnia% Pela primeira ve entrou em contato mais direto com a

uestão social% 3as o jornal foi fecado pela censura! embora nesse jornal

ainda tivesse atacado o comunismo e o socialismo%

3ar casouKse na I$reja luterana e sua muler! al"m de cuidar da casa e

dos filos! ajudavaKo na datilo$rafia e correVão dos manuscritos%

)m &M64 transferiuKse para Paris% 'T levou vida bur$uesa! recebendo

auTlios da 'lemana% )m Paris fe al$umas amiades importantes% )ntrou

em contato com as id"ias revolucionárias do socialismo de +ourier!

-en! SaintKSimon e! atrav"s do anaruista Baunin! com Proudon% )m

Paris despertou ainda para a mis"ria do proletariado industrial! emboraele mesmo nunca tena sido operárioZ iniciou lon$a amiade com

+riedric )n$els e comeVou a ocuparKse com economia polTtica% 0omou

conecimento da alianVa comunista de ,ondres e participou de al$uns

encontros secretos! sem filiarKse%

)nfim! em Paris! tornouKse socialista e comunista% Reconeceu a

 possibilidade $i$antesca do movimento or$aniado de trabaladores e

tornouKse o teórico do proletariado%

Pa$% /H #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto 4

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)m &M68 deiou Paris e passou a residir em Bruelas% 'T escreveu a Sa$rada

+amTlia e depois ' ideolo$ia alemã J&M68L! ' mis"ria da filosofia J&M6HL e o 3anifesto

#omunista J&M6ML com )n$els%

)pulso da B"l$ica! voltou! por breve tempo! 'lemana! donde! após a

revoluVão de &M6M! foi epulso! indo a ,ondres% 'T fiou residXncia para o

resto da vida% )m ,ondres escreveu suas obras principais! como - capital!

cujo primeiro volume publicou em &M>H% 0amb"m aT viveu com o auTlio

de ami$os! de modo especial de )n$els%

3ar era ateu muito antes de ser comunista% Sua atitude anticapitalista

não foi pressuposto! mas confirmaVão% 'ceitara o ateTsmo da esuerda

e$eliana de Berlim e de +euerbac% )m breve! o ateTsmo materialista

tornouKse simples evidXncia% 0al ateTsmo determinou não só o cientistaanalTtico! mas tamb"m o lutador polTtico e o profeta 3ar% ' inteli$Xncia

de 3ar conse$uiu ue o ateTsmo se tornasse o fundamento e a ideolo$ia

 para o socialismo at" nossos dias% 'ntes de ser cientista! 3ar já apostara

no ateTsmo%

- novo umanismo de 3ar " ateTsmo e comunismoA [- ateTsmo " o

umanismo pela superaVão da reli$ião! e o comunismo " o umanismo

 pela superaVão da propriedade privada[! escreveu nos manuscritos

econWmicoKfilosóficos de Paris%

Pa$% /M #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto 6

Se$undo 3ar! a sociedade capitalista $erou a bur$uesia e o proletariado%

'ssim o próprio re$ime capitalista $erou sua ne$aVão! ou seja! o

 proletariado%3ar! Pretende criar! pela revoluVão comunista! a sociedade perfeita! ou

seja! a sociedade sem classes% Nesta sociedade omo$Xnea! para 3ar!

não mais averá eploraVão e serão satisfeitas todas as necessidades

materiais de todos%

#om isso automaticamente cessará a alienaVão! não avendo mais necessidade

da id"ia de 1eus% 0ermina! então! o processo dial"tico da

istória% 3ar! todavia! não esclarece porue desaparecem as classes na

sociedade marista! ou seja! porue a tese marista não $eraria sua

antTtese%

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)nuanto! para +euerbac! a reli$ião permaneceu tema polXmico durante

toda a vida! para 3ar o ateTsmo " um postulado evidente! tão evidente

ue dispensa ualuer investi$aVão mais s"ria de sua parte% 1eus não

 passa de uma projeVão do omem%

3ar seuer eamina seriamente ualuer outra ipótese% Por isso!

reli$ião não passa de produVão e alienaVão do omem% - omem cria a

reli$ião% 3ar uer detectar as causas ue $eram o conflito ori$inante da

reli$ião e superáKlas! destruindoKas%

Pa$% / #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto 8

Para 3ar! a reli$ião aliena o omem% ' alienaVão reli$iosa deve ser 

esclarecida a partir da situaVão istóricoKsocial concreta% 3as a reli$ião " aepressão da alienaVão do omem e não seu fundamento% 'ntes! " o

resultado%

' essXncia da alienaVão do omem encontraKse no conteto econWmico!

no tipo de relaVões de produVão $eradas no mundo capitalista% 'T á

duas classes sociaisA os proprietários dos meios de produVão e os nãoproprietários%

1estruindo essa estrutura econWmica tamb"m se destrói a

reli$ião ue " seu produto%

São as estruturas econWmicas ue! se$undo 3ar! $eram a falsa

consciXncia! ue " a reli$ião% 'ssim a id"ia de 1eus " o resultado de uma

economia alienante%

' reli$ião " o aroma de uma sociedade alienada% 7 um momento

necessário do mundo alienado porue o justifica% Seu protesto contra este

mundo permanece sem conse]Xncias porue propõe uma soluVão paraal"m da istória% ' reli$ião apenas oferece a libertaVão espiritual do

omem! a libertaVão ima$inária e ilusória% Somente a práis revolucionária

será capa de emancipar radicalmente o proletariado industrial!

dispensando o protesto e o consolo da reli$ião%

Para 3ar! a reli$ião " uma consciXncia errWnea do mundo% )nuanto

 protesto contra as situaVões umanas " protesto ineficiente porue

desvia a atenVão deste mundo e de sua transformaVão para outro! para

o al"m% 1esta maneira a reli$ião a$e como calmanteA [) ópio do povo[% '

reli$ião ipnotia os omens com falsa superaVão da mis"ria e assim

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destrói sua forVa de revolta%

Pa$% 4 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto >

 Na alienaVão reli$iosa! o omem projeta! se$undo 3ar! para fora de si!

de maneira vã e inQtil! seu ser essencial e perdeKse na ilusão de um

mundo transcendente% 'ceita! pois! o conceito fe]erbaciano de

alienaVão% ' reli$ião nada mais " ue a projeVão do ser do omem num

mundo ilusório% #om ela alienaKse a si mesmo% 3ar admite ue a reli$ião

" uma ilusão! não! por"m! ilusão puramente intelectual%

' reli$ião nasce! se$undo 3ar! da convivXncia social e polTtica

 perturbada dos omens% - crente suspira por uma felicidade ilusória para

esuecer sua des$raVa presente% Por isso a reli$ião " o ópio do povo% Paralibertar o proletariado e a umanidade da mis"ria! " preciso destruir o

mundo ue $era a reli$ião%

 Não se pode dier ue! para 3ar! a reli$ião " simples invenVão de

sacerdotes falsários ou de dominadores% ) a manifestaVão da umanidade

sofredora em busca de consolo%

- slo$an de ue [a reli$ião " o ópio de povo[ era comum entre crTticos da

"poca de 3ar% 7 ópio para o povo! um calmante para as massas ue sofrem

a mis"ria produida pela eploraVão econWmica%

3as os eploradores bur$ueses tamb"m precisam da reli$ião% Para os eploradores

" consolo inQtil! narcótico e! para os outros! justificaVão!

calmante para sua consciXncia%

Pa$% 4& #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto H#omo! então! poderKseKá superar a alienaVão reli$iosa.

' superaVão realiaKse partindo da práis% 1e nada serviria privar o povo

do ópio e não mudar nada% ' crTtica da reli$ião consiste em libertar o povo

da ilusão% Por isso a crTtica reli$iosa deve ser se$uida da crTtica polTtica e da

revoluVão prática a fim de estabelecer a verdade neste mundo%

Para eliminar a alienaVão reli$iosa " preciso eliminar todas as condiVões

de mis"ria ue a ori$inam% 3udando a infraKestrutura econWmina! a

superestrutura mudará automaticamente% ' contradiVão fundamental!

se$undo 3ar! não está pois na reli$ião! e sim no nTvel do modo de

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 produVão dos bens materiais%

1o ponto de vista econWmico! a alienaVão reli$iosa tem sua ori$em na

divisão do trabalo porue! na sociedade capitalista! os meios de

 produVão tornaramKse propriedade privadaZ no processo tecniciado da

 produVão industrial! os operários só tXm o trabalo para vender% Por ele

recebem um preVo% 3as este " menor ue o produto! pois o dono dos

meios de produVão ret"m a plusKvalia! de modo ue seu capital se acumule

s custas dos verdadeiros trabaladores%

-ra! a alienaVão reli$iosa fundaKse! se$undo 3ar! na alienaVão

econWmica% Por isso " preciso mudar as relaVões de produVão! eliminando

a propriedade privada dos meios de produVão% #omo a reli$ião inte$ra a

superestrutura! mudando a infraKestrutura! tamb"m ela mudará! oumelor! desaparecerá% Por isso não á necessidade! teoricamente! de

combatXKla! pois nin$u"m sentirá sua falta% )m outras palavras! a

consciXncia reli$iosa morrerá por si mesma%

Pa$% 4/ #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

Parte 8A ' evoluVão do pensamento

filosófico durante a istória

&% ' filosofia e a reli$ião

*erificaKse ue a reli$ião constitui uma das dimensões centrais da

eistXncia umanaA a mais básica e distintiva do ser umano%

'ssim! foi objeto de refleão desde os primórdios da filosofia! sendo ue!

a partir do s"culo D*II comeVa a sur$ir uma postura crTtica! ue subsiste

ainda! mas ue pouco a pouco vai sendo desmistificada com os estudos

mais recentes sobre as ori$ens e bases do fenWmeno reli$iosoA/% +ilosofia =re$a Js"culos *KI* a%#%L

 Numa sociedade politeTsta! com sua mitolo$ia decantada em poemas

"picos! concebe um Ser Superior e imutável como ori$em e

ordenador do Universo! substituindo as eplicaVões mitoló$icas por 

eplicaVões racionais dos fenWmenos! cujo substrato Qltimo estaria num

1eus Supremo e 0ranscendente J'naimandro! ParmXnides! @eráclito e

'ristótelesLZ

4% +ilosofia 3edieval Js"culos DIIIKDI*L

#aracteriaKse pela defesa filosófica da reli$ião cristã e pela

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demonstraVão racional da eistXncia de 1eus e de suas caracterTsticas JS%

'$ostino! S% 'nselmo e S% 0omás de 'uinoLZ

4%& 's principais id"ias de 0omas de 'uino

 0omás afirma e demonstra a liberdade da vontade! recorrendo a

um ar$umento metafTsico fundamental% No mundo! a vontade está

em relaVão imediata apenas com seres e bens finitos e " livre%

 'nalisando a naturea umana! resulta ue o omem " um animal

social JpolTticoL e portanto forVado a viver em sociedade com os

outros omens% ' primeira forma da sociedade umana " a famTlia!

Pa$% 44 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

de ue depende a conservaVão do $Xnero umanoZ a Se$unda

forma " o estado! de ue depende o bem comum dos indivTduos% Se$undo 0omás de 'uino! o estado não tem apenas funVão

ne$ativa JrepressivaL e material JeconWmicaL! mas tamb"m positiva

Jor$aniadoraL e espiritual JmoralL%

)mbora o estado seja completo em seu $Xnero! fica! por"m!

subordinado! em tudo uanto di respeito reli$ião e moral!

I$reja! ue tem como escopo o bem eterno das almas! ao passo ue

o estado tem apenas como escopo o bem temporal dos indivTduos%

 ) compreendeKse! portanto! ue não " possTvel demonstraVão

racional em mat"ria de f"! onde os princTpios são! para nós!

transcendentes raão! mist"rios! e i$ualmente ininteli$Tveis suas

condiVões ló$icas%

)m todo caso! se$undo o sistema tomista! a raão não " estrana

f"! poruanto procede da mesma *erdade eterna% )! com relaVão f"! deve a raão desempenar o papel se$uinteA

' demonstraVão da f"! não com ar$umentos intrTnsecos! de

evidXncia! o ue " impossTvel! mas com ar$umentos etrTnsecos! de

credibilidadeJprofecias! mila$res! etc%L! ue $arantem a

autenticidade divina da RevelaVão%

6% Renascimento Js"culo D*L

#om a redescoberta do mundo $recoKromano! buscaKse formular uma

sTntese dos elementos reli$iosos de diversas procedXncias! com a

intenVão de descobrir um fundo reli$ioso universal e deduirKse uma

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doutrina metafTsica universal%

8% Racionalismo Js"culo D*IIL

#omeVa a colocar em eue a reli$ião! pretendendo racionaliar o

fenWmeno reli$ioso%

-s racionalistas deram enfase a compreensão e estudo da reli$ião por 

meio da ar$umentaVão ló$ica e racional%

Pa$% 46 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

)stá presente nas reli$iões! ue dispensam a autoridade e a revelaVão

reli$iosa em favor dos postulados ló$icos e racionais sobre a eistXncia de

1eus%

- racionalismo " baseado nos princTpios da busca da certea e da

demonstraVão! sustentados por um conecimento a priori! ou seja!conecimentos ue não vXm da eperiXncia e são elaborados somente

 pela raão%

>% Iluminismo Js"culo D*IIIL

 Na lina do racionalismo! caracteriaKse pela ne$aVão das reli$iões

 positivas Jespecialmente do cristianismoL! sustentando um deTsmo

como crenVa $eral na eistXncia de um Ser Supremo! sem ue deva

eistir ualuer I$reja ou sistema or$aniado de culto J*oltaire! 1iderot

e 1`'lembertLZ

3as! a mudanVa mais importante $erada por esse novo sistema esta

 baseada no novo conceito de reli$ião natural%

'ssim! se$undo @erberto de #erbur eiste uma reli$ião natural! comum

a todos os omens e independente de revelaVão! pela ual o omem pode

tornarKse bemKaventurado! mesmo sem o conecimento da revelaVão%Se$undo esse conceito #risto al"m de ser um sábio mestre! possuTa

sobretudo um eemplo de virtudesZ

's contribuiVões do iluminismo para a filosofia da reli$ião%

&% ' teolo$ia formouKse mais ou menos dependente da filosofia e do

 pensamento racionalistaZ ou seja! em ve de ei$ir ue a raão se

sujeitasse ao testemuno da )scritura! passouKse a crer firmemente

ue a revelaVão e princTpios racionais estão em completa armoniaZ

uma ve ue se desejava justificar a revelaVão perante o tribunal da

raão%

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/% 'o lado dessa racionaliaVão da teolo$ia avia a tendXncia de

moraliarZ onde essa passou a ser a principal preocupaVão no

conceito de vida moderna! racionalZ do ue a reli$ião% Isso

aconteceu pelo fato de ue se considerava como principal

Pa$% 48 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

finalidade do cristianismo o fato de se conse$uir uma moralidade

elevadaZ al"m dessa constituir o conteQdo "tico%

4% 5á em terceiro lu$ar! vemos ue a id"ia de ue a reli$ião se

fundamentava em especial em princTpios racionais acabava

fortalecendo a concepVão individualista! uma ve ue essa estava

 baseada nas eperiXncias da própria pessoa%

6% ) em uarto lu$ar! foi a tendXncia de EumaniarF o cristianismo! deacomodáKlo a uma estrutura antropocXntrica! esperando com isso a

ue a teolo$ia trouesse o bemKestar umano! procurando

armoniar as verdades teoló$icas com princTpios racionais! ue

acabou provocando em al$uns uma rejeiVão ao cristianismo%

H% )scola Socioló$ica Js"culo DIDL

Pretende ue o fenWmeno reli$ioso seja necessariamente social!

constituindo um sistema solidário de crenVas e práticas relativas a coisas

sa$radas! adotadas por uma comunidade J1ureim! eber! #roce e

=entileL! esuecendo! no entanto! ue o sentimento reli$ioso tem sua

dimensão pessoalZ

' reli$ião passa a ser vista e descrita como um fenomeno de caráter 

social%

M% 3arismo Js"culo DDL#oncepVão de ue a reli$ião " o ópio do povo! a maior das alienaVões!

uma ve ue auilo ue se atribui a 1eus seria próprio da @umanidade

como um todo J+euerbac e 3arLZ

-s ideais de 3ar! assim como as diversas correntes ue posteriormente

sur$iram! tendem a destruir e minar a f" ou! no máimo! tornáKla uma

ferramenta de luta de classes! um instrumento muito valioso na corrupVão

das bases fundamentais da nossa #iviliaVão% )terminar a reli$ião cristã

no -cidente " corromper e derrubar o pilar mais se$uro ue mant"m uma

istória de s"culos e s"culos!

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Pa$% 4> #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

% Pluralismo – Pós modernidade Js"culo DDIL

 Não á uadro ideoló$ico omo$Xneo! como na Idade 3"dia% Não

á uma Qnica forma de pensar%

 Na filosofiaA E@á mais de um princTpio universal! em oposiVão ao

monismo! o ual redu toda a realidade a um Qnico princTpioF%

 Na sociolo$iaA E#oeistXncia de cosmovisões diver$entesF%

 Na reli$iãoA E(ualuer coisa ue se entenda como salvaVão "

alcanVada atrav"s de uma uantidade enorme de condiVões e de

meios! em várias reli$iõesF%

1efiniVão de RelativismoA

7 a doutrina ue afirma não eistirem verdades absolutas% ' verdade "sempre relativa a al$um aspecto particular! como a lTn$ua e a cultura! sua

referXncia ou padrão de avaliaVão%

1efiniVão PluralismoA

7 a perspectiva ue afirma a aceitaVão plena da diversidade% - conceito "

usado em muitas áreas do conecimento% =eralmente! o pluralismo

reforVa a le$itimidade e plausibilidade de vários pontos de vista sobre um

determinado tema! inclusive a reli$ião%

Pa$% 4H #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

Parte *I debateA ' era modernista e

sua influencia no cristianismo

0eto &

's opiniões uanto ao inTcio da era moderna variam% 'l$uns consideram o Renascimento

Js"culos DI* e D*L! enuanto ue outros optam pelo perTodo do Iluminismo Js"culo D*IIIL!conecido tamb"m como o S"culo das ,ues% 0amb"m não á um consenso uanto aos seus

limites! e uanto a uma definiVão clara do ue seja a modernidade% 0eo 1onner epressa isso

da se$uinte maneiraA

Um problema – - pensamento moderno não se resume a uma lina Qnica de pensamento! e

sim a uma coletYnia de id"ias! filosofias e cosmovisões%

@á um problema ao se falar do pensamento moderno! porue ele propriamente não eiste% @á

um conjunto de id"ias! filosofias! cosmovisões! sistemas sociais! etc! e todos tXm uma istória%

7 muito difTcil dier em ue consiste a formaVão de cada um desses aspectos% (uais são os

antecedentes da psicanálise! ou da filosofia eistencialista! ou do comunismo moderno. Não

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estamos diante de um processo casual! mecYnico! no ual podemos discernir todos os

diferentes passos ue conduiram situaVão atual Jal"m disso! " bastante difTcil entrarmos em

acordo uanto a uma definiVão da situaVão atualL! antes enfrentamos um emaranado istórico

de fatos! dados! documentos! correntes! influXncias! personalidades! etc%&

- ue todos reconecem " ue ouve uma mudanVa de paradi$ma de proporVões $i$antescas!

cujas se]elas afetaram profundamente as cosmovisões! as crenVas! o mundo acadXmico e

todas as outras áreas dos afaeres umanos at" os nossos dias% )ssa foi uma mudanVa ue

teve uma influXncia importante no cristianismo! inicialmente na )uropa e na 'm"rica do

 Norte! e ue lo$o alcanVou os nossos paTses do emisf"rio sul%

#aracterTsticas da )ra 3oderna

' era moderna caracteriouKse por filosofias e modelos ue rompiam com os paradi$mas

anteriores%' era moderna caracteriouKse por um amál$ama de filosofias e sistemas epistemoló$icos ue!

embora aparentemente tinam pouco em comum! relacionavamKse em sua proposta de

modelos novos! ue rompiam abertamente com o paradi$ma anterior%

- projeto moderno propWs uma variedade de normas para aceder verdade%

1escartes! por eemplo! destacou o padrão racionalista de id"ias claras e bem definidasZ as

ciXncias utiliaram os crit"rios empTricos! os e$elianos puseram sua esperanVa no espTrito do

Pro$resso na istóriaZ e os romYnticos apelaram a uma intuiVão imediata e pr"Krefleiva%[/

Pa$% 4M #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto /

- autor colombiano +ernando #ru ronfl define a modernidade comoA

[Um processo $lobal! de naturea econWmica Jo nascimento do capitalismo e a

consolidaVão pro$ressiva do princTpio de individualiaVão! capa de fundar um novo

tipo de mentalidade coletiva não olTstica mas individualistaLZ de naturea filosóficaJ1escartes e o racionalismoLZ de naturea cientTfica J=alileu! #op"rnico! Bruno!

fundadores do eliocentrismo e da possibilidade de matematiar o [c"u[ e romper 

com as velas tradiVões $eocentristasLZ de naturea polTtica J3auiavel e o processo

de dar autonomia polTtica diante do sa$rado! assim como o comeVo da formaVão dos

estados nacionaisLZ de naturea at" mesmo artTstica JcomeVo da perspectiva nas artes

 plásticas! com Rafael e ,eonardo! e fundaVão de um novo $Xnero literário como a

novela! precisamente a partir do princTpio da individualiaVão como um novo elemento

da mentalidade coletivaL%[4

1e acordo com 5on 1ee J&M8 K &8/L! o filósofo norteKamericano considerado

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como [o proponente intelectual mais representativo do espTrito da modernidade[!6

 podemos entender a modernidade no emisf"rio ocidental a partir de uatro

mudanVas ocorridas no perTodo Pr"K3oderno%

Se$undo 5on 1ee! ocorreram uatro mudanVas no perTodo ue definimos como

modernoA

' Primeira mudanVa% - praer com o natural! sem referXncia ao sobrenatural%

Ren" 1escartes J&8> K &>8L! o filósofo e matemático francXs! propWs a id"ia do

universo como um aparelo mecYnico! composto de mat"ria e movimento! descrito

 por leis mecYnicas%

Isaue Neton J&>6/ K&H/HL! na In$laterra! elaborou essas leis e forneceu a base para

a id"ia de um universo ue funciona perfeitamente! por sua própria conta! no ual não

á necessidade de ue 1eus intervena% ' mat"ria e as leis fTsicas são suficientes paraeplicar toda a realidade% [5á não avia mais a necessidade de se ter poderes invisTveis

 para eplicar o movimento no universo% )mbora ouvesse talve a necessidade ainda

de um 1eus para postuláKlo como o autor de uma lei dentro de um princTpio! uma ve

iniciada a lei da $ravidade! a mesma eplicou suficientemente todo movimento no

universo%[8

Pa$% 4 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto 4

' Se$unda mudanVa no perTodo moderno% )m lu$ar da Xnfase medieval na

submissão autoridade eclesiástica! sur$e uma crenVa crescente no poder 

das mentes individuais! $uiadas por m"todos de observaVão! eperiXncia e

refleão! para alcanVar as verdades necessárias e fundamentais da vida%

+rancis Bacon J&8>& K &>/>L! filósofo e escritor in$lXs! ao introduir o

m"todo indutivo! rejeitando a deduVão! baseia a ciXncia na observaVão ena eperiXncia! dando a estrutura básica para o m"todo empTrico na

ciXncia moderna% Para Bacon! [conecimento " poder[%

Seu contemporYneo 1escartes! com sua famosa frase [penso! lo$o eisto[!

coloca a mente umana como parYmetro Qltimo de análise e descriVão da

realidade! e põe o centro no indivTduo como crit"rio absoluto da verdade%

' $rande contribuiVão de Bacon e 1escartes% )les contribuem para

colocar os alicerces para a ciXncia moderna e para o individualismo! como

 pilares importantes da era moderna% #omo foi dito por 'lister 3c=rat! [a

caracterTstica primária do movimento Jo IluminismoL poderia ser vista na

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sua afirmaVão uanto total competXncia da raão umana% ' Raão!

diiaKse! era capa de nos dier tudo o de ue necessitamos saber sobre

1eus e sobre a moral%[>

' modernidade ofereceu uma alternativa em oposiVão aos fanatismos do

 passado% )m oposiVão s ilusões! aos preconceitos e ao fanatismo do

 passado! a modernidade ofereceu a Raão Jcom R maiQsculoL para

esuadrinar criticamente cada pretensão e para pWr em terra o edifTcio

do conecimento% Não apenas estavam todos os seres racionais de acordo

com a Raão! mas! ainda melor! a Raão proveu um conjunto de normas

e de crit"rios para pensar corretamente sobre a realidade! ce$ando

assim *erdade 'bsoluta%H

- ue 5on 'leander di sobre esta mudanVa ocorrida na modernidade.[%%%na modernidade! a $ente estava comeVando a ser capa de epressar o

ue cria e! ao mesmo tempo! faer o ue ueria! e não tina ue tomar 

cuidado com respeito a se 1eus! ou um $ato preto! ou ue um espião

estaria observandoKnos%[M

Pa$% 6 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto 6

' terceira mudanVa ue ouve! para entender a modernidade! " ue o perTodo

moderno caracteriaKse pela sua crenVa no Pro$resso%

1ee epressa isso da se$uinte maneiraA [- futuro! e não o passado! domina a

ima$inaVão% ' idade de ouro está diante de nós e não atrás%[ Por isso! continua 1ee!

[o omem " capa! se assim uiser! de aplicar o valor! a inteli$Xncia e o esforVo

necessários para forjar o seu próprio destino%[ ' era moderna propWs uma cosmovisão

otimista e ceia de confianVa nos lucros umanos% - Pro$resso não era apenas possTvel! mas era tamb"m inevitável! se apenas permitTssemos ue a Raão tivesse a

liberdade de investi$ar o mundo cientificamente%

' maioria dos modelos sociais! polTticos! reli$iosos e ideoló$icos da "poca procura

obter a superaVão umana! o passo a uma etapa superior da istória% 0anto o modelo

econWmicoKpolTtico de 5on ,oce J&>4/ K &H6L! como o de 3ar J&M&M K &MM4L! assim

como a teoria de 1arin nas ciXncias naturais e a de +reud nas ciXncias umanas!

entre outras! propõem uma utopia uando nós! seres umanos! tivermos superado os

obstáculos e as condiVões atuais! alcanVando uma nova sociedade% ' canVão de Nino

Bravo epressa muito bem esse idealA [#amino sem cessar atrás da verdade! e por fim

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saberei o ue " a liberdade%[ @á uma verdade a buscar e uma liberdade a obter% -

futuro " promissor%

' uarta e Qltima mudanVa proposta por 1ee para entender a modernidade "A [o

estudo paciente e eperimental da naturea! dando como resultado inventos ue

controlem a naturea e dominem suas forVas para o bem da sociedade! " o m"todo

 pelo ual se alcanVa o Pro$resso%[

 Na era moderna! [pessoas autWnomas! entendendo cientificamente! controlando e

transformando tecnolo$icamente o mundo! sem os impedimentos tais como a

tradiVão! a i$norYncia! ou a superstiVão! produem o seu próprio rem"dio% Na era

moderna somos nossos próprios salvadores% ) realiamos a nossa salvaVão na istória

redimida pelo secular atrav"s da marca inevitável e incessante do Pro$resso%[&

#oncluindo! a era moderna proveio de um paradi$ma com um universo fecado ao

sobrenatural! onde a ciXncia se desenvolve ajudada pela e$emonia da Raão umana!

 produindo o bem comum atrav"s da tecnolo$ia e do crescimento econWmico!

resultados celebrados do Pro$resso%

Pa$% 6& #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto 8

InfluXncia do 3odernismo no #ristianismo

' modernidade tanto pode ser considerada tanto aliada como inimi$a do #ristianismo%

' influXncia das mudanVas promovidas pela era moderna no cristianismo " complea%

' modernidade pode ser considerada tanto aliada como inimi$a do cristianismo%

- lado positivo do modernismo para o #ristianismo

Por um lado! o modernismo do Renascimento e do Iluminismo preparou o camino

 para a reforma protestante do s"culo D*II%&/ -s reformadores! refletindo o espTrito de

sua "poca! valeramKse das ferramentas lin$]Tsticas e umanistas! como oredescobrimento dos idiomas clássicos! inclusive do ebraico e do $re$o! a ee$ese

$ramáticoKistórica e a crTtica teolo$ia escolástica por parte do umanismo%

- lado ne$ativo do modernismo para o #ristianismo

Por outro lado! [o cristianismo! dentre todas as outras reli$iões do mundo! foi a ue se

viu submetida s crTticas mais devastadoras e incisivas nas mãos desse racionalismo

a$ressivo%[

#omo epressa Ravi Cacarias! [esse assalto s crenVas reli$iosas foi realiado em

nome da liberdade polTtica ou acadXmica! uando a intenVão verdadeira era derrotar 

filosoficamente ualuer coisa ue pressentisse aver uma restriVão moral%

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- $olpe mais duro do ataue diri$iuKse! visivelmente! contra o cristianismo%[&6 1avid

@ume J&H&& K &HH>L! filósofo e istoriador escocXs! com seus ar$umentos contrários

aos mila$res! e Immanuel ant J&H/6 K &M6L! filósofo alemão! com sua epistemolo$ia!

são eemplos dos desafios ue o cristianismo comeVou a enfrentar% ,o$o vieram @e$el!

3ar! 1arin! ,enin e outros! ue ainda foram para al"m do campo acadXmico!

utiliando at" mesmo o poder polTtico contra o cristianismo! tudo em nome da Raão%

- modernismo produiu uma teolo$ia antropocXntrica

1as fileiras at" mesmo do cristianismo! [especialmente da ala protestante[&8! o ue se

viu! entretanto! foi a assimilaVão acrTtica de várias das premissas básicas da

modernidade% #omo 0eo 1onner eplica! [assim como a filosofia e a cultura se

tinam feito completamente antropocXntricas! centradas no omem! tamb"m a

teolo$ia a$ora se tornou antropocXntrica% - omem era a medida de todas as coisas% -mesmo ce$ou a ser tamb"m na teolo$ia%[

Pa$% 6/ #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto >

)emplos da teolo$ia antropocXntrica do modernismo

Por eemplo! +riedric Scleiermacer J&H>M K&M46L considera ue os conceitos

 bTblicos tradicionais! tais como os mila$res! a encarnaVão! a morte substitutiva e

sacrificial de #risto são conceitos inadeuados ao [omem moderno[%

Rudolf Bultmann J&MM6 K &H>L elabora a sua teolo$ia a partir da premissa de ue o

omem moderno não crX em mila$res! e portanto a BTblia deve ser [desmitificada[%

1ietric Bonoeffer J&> K&68L propõe um cristianismo sem reli$ião! para o

omem moderno! ue não " reli$ioso! um omem ue alcanVou a [maioridade[%

 Nas palavras do autor católico Battista 3ondin! [a$ora não " suficiente provar a

racionalidade da f"! demonstrando ue as verdades reveladas estão em armonia comos cYnones da raão! mas tamb"m a RevelaVão se submete ao tribuna da raão dando

a esta o dever de purificaKla de todos os elementos sobrenaturais%[[ 3ondin conclui

['s duas doutrinas principais de ant referentes reli$ião a transferencia da reli$ião

da esfera da raão para a da vontade e do sentimento! e a interpretaVão racionalista

da RevelaVão K permanecem como fomentos de toda a teolo$ia protestante do s"culo

DID%

- modernismo influenciou a forma de interpretar as escrituras

Bacon 1escartes e Neton! como aruitetos importantes da modernidade! tamb"m

estão presentes%

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*XKse em primeiro lu$ar ue! ao interpretar a BTblia! " utiliada a fra$mentaVão

 proposta por Bacon! eemplificando a atitude da mente moderna de [dividir e

conuistar[%

)m se$undo lu$ar! trataKse o teto como se fosse um sistema mecYnico cujo

si$nificado pode ser alcanVado pela aplicaVão precisa do m"todo! mostrando nisso a

mecaniaVão da mente moderna[% +inalmente! di ilin$son! [somos inclinados a

se$uir a prática academia de ecluirmos nós mesmos! nossas paiões e nossos

 preconceitos! em nossas investi$aVões ee$"ticas e ermenXuticas[! eemplificando

dessa maneira a separaVão caracterTstica da atitude moderna % Para os autores

3ondin e ilinson! as premissas modernas entraram nas diferentes disciplinas

cristãs%

Pa$% 64 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%comPa$% 66 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto H

- 3odernismo influenciou a nossa maneira de encarar a teolo$ia dedutiva

Somos filos da "poca! sejamos conscientes ou não disso% Por eemplo! para a $rande

maioria dos cristãos o m"todo indutivo Jum instrumento básico da modernidadeL

" superior ao dedutivo! e assim deiam de lado catore s"culos de teolo$ia dedutiva%

Robert 0raina! por eemplo! ao referirKse ao m"todo dedutivo! ualificaKo como

[subjetivo e imparcial[% Para ele a deduVão [produ antes ditadores! mais do ue

ouvintes das )scrituras[ em contraste com a induVão ue [produ pessoas ue ouvem

em ve de falar[%//

- modernismo afetou o lado mais conservador 

- lado mais conservador do protestantismo viuKse afetado tamb"m pelo espTrito

modernista% ' Xnfase da Reforma no direito ue todo crente tem de estudar a BTblia!sem a mediaVão eclesiástica Japlicando o individualismo modernoL! comeVou a

 produir um movimento etero$Xneo e dividiu doutrinariamente%

3uitos setores coli$aramKse e mantiveram uma atitude antiKintelectualista Je! em

outros casos! antiKracionalistaL! recaVando inclusive os elementos positivos da

modernidade% 'briuKse espaVo para teolo$ias escapistas e para movimentos

[espirituais[ baseados em eperiXncias sensoriais! em visões e noutras manifestaVões

subjetivas%

3uitos evan$"licos abandonaram a refleão sobre a responsabilidade social da I$reja%

)m seu afã por defender a [sã doutrina[ da teolo$ia liberal! os evan$"licos [sentiram

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ue não tinam tempo para assuntos sociais[/4 e! portanto! deiaram de lado a

responsabilidade social da i$reja e comeVaram a pre$ar um evan$elo para as [almas[!

aceitando tacitamente a reclusão da reli$ião esfera do ue " [particular[ de cada um!

 proposta caracterTstica dos pensadores modernos%/6

5on 'leander! sintetia a influXncia ne$ativa do modernismo diendoA [as i$rejas

raramente contam a istória completa de 5esus% )m ve disso! narram versões do

modernismo% Pre$am 5esus em combinaVões ecXntricas com o secularismo! com o

romantismo! com o materialismo e com o racionalismo% 3udaram o evan$elo para

uma cru dourada e culturalmente aceitável%[

Pa$% 68 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto M

 Nem toda influencia do modernismo foi ne$ativa3as nem toda a influXncia do modernismo no cristianismo " ne$ativa% @omens tais

como 5on esle J&H4 K&H&L! 5onatan )dards J&H4 K&H8ML =eor$e itefield

J&H&6 K &HHL! #arles Spur$eon J&M46 K&M/L e 1i$t ,% 3ood &M4H K &ML! entre

muitos outros! cuja mensa$em produiu um despertamento espiritual! tanto na

In$laterra como nos )stados Unidos! utiliaram a raão e a ló$ica de seu tempo de

forma criativa! mostrando ue participavam do racionalismo moderno! [embora sem a

deificaVão da raão ue vemos em outros[%/>

 Na apolo$ia! pensadores brilantes! desde Pascal no s"culo D*II!/M at" #S% ,eis!

+rancis Scaeffer e 3icael =reen neste s"culo! entre outros! trabalaram arduamente!

esforVandoKse por apresentar um evan$elo racional! ue convencesse o

omem moderno da racionalidade da f" cristã! sem cair no peri$o de reduiKla

somente a um sistema de proposiVões ló$icas%

)stes continuam sendo voes prof"ticas em seu tempo! camando a i$reja para levar as"rio o desafio ue as filosofias e cosmovisões modernas são para a f"% São um

camado para sair das trinceiras eclesiásticas e ce$ar ao omem moderno não com

uma mensa$em diluTda! mas com um evan$elo pleno e relevante%

-s $randes escritos apolo$"ticos do passado não falam mais a $eraVão atual%

#ontudo! os $randes livros apolo$"ticos ue foram escritos utiliando as leis da ló$ica e

aplicando os princTpios cientTficos da ar$umentaVão! ue ajudaram muitos a se

acercarem da f"! já não falam $eraVão atual% #omo se epressa evin =raam +ordA

[,eiam os $randes escritos dos apolo$istas de nosso tempo K #ristianismo Puro e

Simples de #S% ,eis! as obras de +rancis Scaeffer! de -s =uinness e de 5os

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3c1oell%

)stas obras estão ceias de ar$umentos convincentes! de provas ló$icas e de

evidXncias poderosas% 3as estes livros e seus ar$umentos não ce$am $eraVão de

oje%[/ 7 esta separaVão do racionalismo moderno ue abre o camino para um novo

 paradi$ma epistemoló$ico e para uma nova forma de ver a vidaA o pósKmodernismo%

Pa$% 6> #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

Parte H A P2SK3-1)RNIS3-

&% IntroduVão

Uma $rande frustraVãoA os avanVos em várias áreas foram insuficientes

 para produir um mundo edXnico%

- otimismo da era moderna! sua confianVa em ue a ciXncia! a

tecnolo$ia e o pro$resso! impulsionados por um ser umano autWnomo!sob o reinado soberano da Raão! produiriam um mundo edXnico! isso

decepcionou a todos% ' primeira $uerra mundial deu um $olpe mortal

no projeto moderno% Stalin na RQssia e @itler na 'lemana deram os

Qltimos toues em seu sepultamento% +ilósofos e escritores como 1errida!

#amus! Sartre e Rort! entre outros! deram o seu atestado de óbito!

enuanto ue artistas! aruitetos e sociólo$os comeVaram a entroniar o

seu sucessor%

- projeto moderno de estabelecer uma cultura $lobal! com uma base

objetiva e racional para toda aVão umana! sem o impedimento da

reli$ião ou de ualuer outro ponto de vista [subjetivo[! não cientTfico!

demonstrou ser tão somente um ideal inalcanVável e insatisfatório%

/% -s avanVos cientTficos na compreensão do

cosmos foram insuficientes para estabelecer a pa mundial

' esperanVa de ue [atrav"s da raão os seres umanos poderiam

entender o cosmos! estabelecer a pa social e melorar a nossa

condiVão[/ converteuKse num pesadelo revelador de ue o pro$resso nos

escapou das mãos e! no seu pro$resso! vai deiando uma se]ela de

 problemas ainda maiores do ue os ue pretendia resolver%

[Nos Qltimos cin]enta anos! a nossa capacidade produtiva e a nossa

eperiXncia desenvolveramKse astronomicamente! mas a ri$ide de

nossos problemas aumenta proporcionalmente%[4

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Pa$% 6H #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

4% ' confianVa na ciXncia e tecnolo$ia não foram

suficientes para $erar otimismo

't" mesmo a confianVa de ue a ciXncia e a tecnolo$ia produiriam a cura

infalTvel das nossas doenVas sociais e eistenciais se decompuseram num

 pessimismo cada ve mais crescente%

0odos os pilares do projeto moderno mostraram ser somente colunas

ocas! com uma pintura dourada% 'leander refereKse a isso ao dier 

ue [a tra$"dia da modernidade " ue não temos nada ue mereVa adoraVãoZ

o absurdo da modernidade " ue! de todas as formas! vamos e

adoramos%[6

's promessas de ue as id"ias de Pro$resso! de @istória e da RaãomanteriamKse elevadas com indiscutTvel prestT$io e credibilidade comeVaram

a deiar transparecer o osso por baio do seu san$ue%

6% 3esmo com toda a influXncia da raão e

inQmeros os avanVos produidos por ela! o nosso

s"culo continua a testemunar as mais

impressionantes carnificinas%

#om efeito! em meio festa da Raão e da credibilidade imensa em suas

 possibilidades! o s"culo DD presencia as mais impressionantes carnificinas

umanas de ue se tem notTcia! com o empre$o intensivo de todos os

recursos t"cnicos! e com um fundo musical de obras clássicas% ' Raão

 bebia san$ue tamb"m e! como ualuer fera! or$aniava e refinava a festa

de san$ue e! como se não bastasse! a racionaliava e a encia de

 justificaVões istóricas%gs portas do s"culo DDI! a umanidade observa ue muito mais da metade

do mundo empobrecido morre de mis"ria diante da mais impressionante

opulXncia! ue a á$ua se contamina e ue dela á falta! ue os mares se

 poluem! ue a capa de oWnio se destrói! ue os bosues e a fauna são

uase ima$inaVões fantásticas dos contos das vovós%8

Pa$% 6M #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

8% 1iante do vaio da modernidade! aparece o pós

modernismo

) aui! diante do vaio ue a modernidade deiou ao desmoronarKse! ue

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aparece o pósKmodernismo% [' ce$ada do pósKmodernismo poderia

ser descrita como a perda de entusiasmo pelas convicVões básicas do

modernismo%[>

-s =uinness descreve a relaVão entre os dois da se$uinte maneiraA

E'o passo ue a modernidade era um manifesto de autoKsuficiXncia

umana e de auto$ratificaVão! o pósKmodernismo " uma confissão

de mod"stia e at" de desesperanVa% Não á [verdade[! á apenas

verdades% Não eiste a raão suprema! somente á raões% Não á

uma civiliaVão privile$iada Jnem cultura! crenVa! norma e estiloL! á

somente uma multidão de culturas! de crenVas! de normas e de

estilos% Não á uma justiVa universal! á apenas interesses de

$rupos% Não eiste uma $rande narrativa do pro$resso umano! áapenas istórias incontáveis! nas uais as culturas e os povos se

encontram oje% Não eiste a realidade simples nem uma $rande

realidade de um conecimento universal e objetivo! eiste apenas

uma incessante representaVão de todas as coisas em funVão de tudo

o mais%[H

3c=rat reconece ue dar [uma definiVão completa do pósmodernismo

" virtualmente impossTvel[!M mas este poderia ser 

entendido como sendo [uma sensibilidade cultural sem absolutos! sem

certeas e sem bases fias! ue se deleita no pluralismo e na diver$Xncia! e

ue tem como meta pensar atrav"s da radical relatividade situacional de

todo pensamento umano% ) cada um desses aspectos poderia ser 

considerado como uma reaVão consciente e deliberada contra a

totaliaVão do S"culo das ,ues%[)m nosso continente! as [$eraVões jovens são oje! ao mesmo tempo!

modernas e pósKmodernas! embora em meio a instituiVões sociais e

 polTticas relativamente pr"Kmodernas%[

Pa$% 6 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

>% Pós modernidadeA Não aos 'bsolutos

 Na modernidade a Raão eri$iuKse imbatTvel! e o pro$resso apresentouse

otimista e inevitável% ' modernidade baseavaKse em absolutos! em

 princTpios ine$ociáveis ue conduiriam infalivelmente a um mundo sem

 problemas%

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Por"m! de acordo com os autores pósKmodernos! as pretensões

absolutistas da modernidade somente troueram sistemas opressivos!

$uerras de trinceiras e campos de concentraVão%

>%& - absoluto de ue a ciXncia responderia nossas

 per$untas e resolveria nossos problemas demonstrouse

como falso

- absoluto de ue a ciXncia responderia nossas per$untas e resolveria

nossas inconsistXncias produiu a poluiVão irreversTvel no ar! nos rios e

nos oceanosZ a destruiVão da capa de oWnio! deiandoKnos epostos aos

mortais raios solaresZ uma relaVão cada ve maior de esp"cies vivas em

 peri$o de etinVãoZ e a possibilidade de uma $uerra nuclear capa de

destruir a metade do sistema solar% Isso para não mencionar os resultadosdos absolutos na economia! nas ciXncias sociais e na polTtica% Se " isso o

ue produem os absolutos! devemos então suspeitar de todo absoluto%

#omo conse]Xncia! [não á re$ras ou normas ue controlem a

sociedadeZ nem mesmo 1eus tem esse direito%[&

H% ' deconstruVãoA a espina dorsal da metodolo$ia

 pós moderna

' [deconstruVão[! poderia ser destacada! como sendo a medula da

epistemolo$ia moderna%

H%& 's áreas de atuaVão da teoria desconstrucionista

' deconstruVão atua principalmente no campo da lin$]Tstica! mas suas

conclusões $eneraliaramKse a outras áreas! at" mesmo na reli$ião%&& Na

lin$]Tstica e na filosofia! os franceses 5acues 1errida e 3icel +oucault! e

Pa$% 8 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%comos americanos Ricard Rort e Stanle +is são os representantes mais

destacados da deconstruVão%

H%/ - ue vem a ser a deconstruVão.

5ames Sire resume a proposta deconstrucionista ao dier ue [a teoria

literária pósKmoderna! assim como uma $rande parte da teoria das

ciXncias umanas contemporYneas assume ue a mente umana "

incapa de aceder realidade%

)m primeira e Qltima análise! não á uma estrutura racional da

realidade! e! se ouver! não a poderemos conecer% 0udo o ue

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conecemos " a nossa própria lin$ua$em%[&/ )ntão! de acordo com a

deconstruVão! a lin$ua$em " o Qnico meio atrav"s do ual podemos

conecerZ sendo por"m este um fenWmeno arbitrário! deia as palavras

sem um si$nificado permanente% ) uma opVão pessoal darKles o sentido

ue cada um ueira% #ada pessoa cria! arbitrariamente! sua própria

realidade! ao utiliar a lin$ua$em%

Rort eplica sobre a deconstruVãoA

E) o sentido de ue não á nada no fundo dentro de nós! eceto o

ue nós mesmos ali pusemosZ não á nenum crit"rio ue não

tenamos criado no processo de criar uma práticaZ nenum padrão

de racionalidade ue não seja uma apelaVão ao crit"rio! nem

ar$umentaVão ri$orosa ue não seja mais do ue a obediXncia anossas próprias convenVões%&4F

H%4 ' relaVão entre a deconstruVão e a interpretaVão

'o aplicar esta aborda$em literatura! por eemplo! ce$aKse

conclusão de ue! em ualuer caso! não se pode encontrar um

si$nificado fio! e ue tanto a identidade como a intenVão do autor são

irrelevantes para a interpretaVão de ualuer teto% 3c=rat&6 encontra

 pelo menos dois princTpios $erais no ue se refere deconstruVão de um

tetoA

J&L 0odo escrito terá si$nificados ue o autor não pretendia e nem

 poderia ter pretendido dar%

Pa$% 8& #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

J/L - autor não pode pWr adeuadamente em palavras o ue ele

uer dier em primeira instYncia%3c=rat concluiA [0odas as interpretaVões são i$ualmente válidas! ou

i$ualmente sem si$nificado Jdependendo do seu ponto de vistaL%[ Isto tem

repercussões importantes no campo da ermenXutica bTblica% Se toda

interpretaVão está condicionada culturalmente! então [nenuma

interpretaVão pode ser descartada! e a nenuma interpretaVão se deve

dar o status de uma verdade objetiva% RecaVar uma interpretaVão pressupõe

ue se tena al$um crit"rio ue permite faer isso! mas se uma

interpretaVão " apenas uma entre muitas possTveis outras interpretaVões!

não tem sentido ar$umentar em favor de seu valor Qnico ou

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contrariamente validade Jou falsidadehL da interpretaVão de outra

 pessoa%

H%6 ' deconstruVão redefiniu a visão do omem

' deconstruVão tamb"m redefiniu o sujeito% ' modernidade considerava o

ser umano autWnomo! independente! se$uro de si mesmo e com

 possibilidades racionais ilimitadas% [Na cosmovisão moderna o omem

ce$a a ser lei JnomosL para si mesmo JautosL%[&> - omem moderno " um

ser inte$rado! otimista e com identidade definida% - deconstrucionismo

 pósKmoderno desafia esta visão do sujeito% [)sta antropolo$ia " uma

ficVão% ' mesma noVão de um sujeito autWnomo! ue se apoia em si

mesmo! " um invento moderno% )sta " uma construVão concebida em um

tempo e espaVo particulares Jespecificamente! o mundo ocidental desde oRenascimentoL! e não propriamente uma verdade acerca da naturea

umana! universalmente reconecida e autoKevidente em todo o tempo%

'ssim como a realidade " uma construVão social! tamb"m o " o @omo

autonomous%[&&

- sujeito pósKmoderno "! então! um produto cultural! e portanto não tem

individualidade% Na antropolo$ia pósKmoderna os seres umanos são

apenas contratos sociais ou seres socialmente determinados% 7 o ue

3ardones cama de [o desafio do fra$mento[% - ser umano " apenas o

ue a sociedade define ue seja! não pode pensar a não ser nas cate$orias

ue recebeu e como resultado não tem mais a pretendida autonomia do

Pa$% 8/ #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

omem moderno% [Suas emoVões e sua interpretaVão de si mesmo! assim

como suas aVões! le são pr"KdeKfinidas pela sociedade! bem como a suaaborda$em co$noscitiva do universo ue o rodeia%[&M

)sta redefiniVão pósKmoderna do sujeito produiu o ambiente propTcio

 para a ne$aVão da culpa e da responsabilidade pessoais% Se o ue somos!

 pensamos! faemos! e tudo o mais " produto social! então a sociedade " a

responsável por nossos atos e decisões! sejam estes positivos ou

ne$ativos% Nós estamos somente atuando de acordo com o ue o meio

social nos condicionouZ não temos escapatória% - sujeito pósKmoderno

não tem nem identidade nem vontade individual! somente social%

' um nTvel mais $eral! a rejeiVão de absolutos levou o pósKmodernismo a

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repudiar ualuer conceito de verdade ue pretenda ser universal% Para

+oucault! por eemplo! a id"ia de [verdade[ nasce dos interesses dos ue

tXm o poder% Para ele á uma relaVão direta e destrutiva entre verdade e

 poder%& ' [verdade[ serve como instrumento de apoio para sistemas

repressivosZ portanto! ualuer [verdade[ ue pretenda ser absoluta deve

ser erradicada! incluindoKse o ue na terminolo$ia pósKmodernista se

conece como as [metanarrativas [%

's metanarrativas são marcos de referXncia $erais [ue dão sentido

totalidade da vida e ue dão um si$nificado ao lu$ar ue ocupamos no

amplo sistema das coisas%[/ 0amb"m podem ser entendidas como

[narrativas $eneraliantes ue asse$uram a provisão de marcos universais

 para o discernimento de si$nificado%[/& )emplos de metanarrativas são omarismo! a democracia liberal capitalista e o mito moderno do pro$resso

autWnomo% ' definiVão ue laus Bocmuel// utilia para o marismo

 poderKseKia dar para ualuer outra metanarrativaA [Um sistema ue

abran$e completamente o pensar e o viver! uma concepVão total do

mundo e da umanidade%[ 3iddleton e als apresentam tamb"m como

metanarrativas a a$enda naista para ter a supremacia na )uropa! as

cruadas! as aspiraVões maristasKleninistas para o domTnio mundial! o

aparteid na :frica do Sul! e [as conse]Xncias na 'm"rica ,atina! ao

lon$o deste s"culo! da doutrina 3onroe! como parte da narrativa da

democracia liberal dos )stados Unidos%[/4

Pa$% 84 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

Para +ernando #ru ronfl as metanarrativas [comeVaram a ser vistas

 pela primeira ve como simples relatos! mas! com a conse]ente perda oudeterioraVão de sua valide e le$itimidade%%% tratamKse de relatos já $astos

e despresti$iados! nos uais as pessoas não mais se sentem

representadas%[/6

's metanarrativas são rejeitadas pelo pósKmodernismo como autoritárias!

isto "! porue impõem o seu próprio si$nificado de forma fascista% [Se

al$u"m está convencido de ue a sua posiVão " correta! tem inevitavelmente

a tentaVão de controlar ou destruir os ue não estejam de

acordo% [/8 3iddleton e als epressam o ue esta aborda$em tem a ver 

com o cristianismoA

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- problema do ponto de vista pósKmoderno " ue as )scrituras! em ue os

cristãos afirmam basear a sua f"! constituem umametanarrativa com

 pretensões universais% - #ristianismo está ine$avelmente enraiado

mimametanarrativa ue pretende contar a verdadeira istória do mundo!

desde a criaVão at" o fim! da ori$em consumaVão%/>

Para os mesmos autores! a ipótese pósKmoderna das metanarrativas tem

sentido e baseiaKse na observaVão istóricaA

' istória bTblica tem sido! de fato! fre]entemente utiliada

ideolo$icamente para oprimir e ecluir aueles ue são considerados

infi"is ou ere$es% Nas mãos de al$uns cristãos e comunidades! a

metanarrativa bTblica tem sido usada como uma arma para le$itimar 

 preconceitos e perpetuar a violXncia contra os ue são consideradosinimi$os! ue estão fora do propósito divino% Simplesmente não á uma

narrativa intrinsecamente justa! nem mesmo a bTblica%[/H

)m conclusão! o ar$umento " ue cada ve ue uma pessoa ou um $rupo

ualuer di possuir a [verdade[ Jespecialmente a verdade reli$iosaL! o

resultado " uma repressão% Para o pósKmodernismo! [a Qnica verdade "

ue não eiste a verdade[ %/M #omo di 5oc 3c=re$or! [a id"ia cave

nessa situaVão " ue temos liberdade absoluta% #ada coisa ue pensemos!

di$amos ou faVamos tem i$ual validade! uando aplicado a uma outra

coisa% Não eistem absolutos! somente escolas% Nada " absoluto! nada "

sacrossanto! tudo acaKse disponTvel%[/

Pa$% 86 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

)sta posiVão e esta rejeiVão aos absolutos preparam o terreno em ue o

 pluralismo e o relativismo florescem%Pa$% 88 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

Parte *III para debateA - impacto do

 pluralismo sobre o cristianismo no

mundo pós moderno

0eto &

 Na filosofia! o pluralismo defineKse como a doutrina ue afirma ue á mais de um princTpio

universal! em oposiVão ao monismo! o ual redu toda a realidade a um princTpio Qnico% Na

sociolo$ia e na cultura defineKse o pluralismo como a coeistXncia de cosmovisões diver$entes%

 Na reli$ião! o pluralismo [" a doutrina de ue a salvaVão! ou ualuer coisa ue se entenda

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 por salvaVão! " alcanVada pelas pessoas atrav"s de uma uantidade enorme de condiVões e de

meios! em várias reli$iões%& )ste pluralismo! então! outor$a a todas as reli$iões o mesmo valor 

soterioló$ico! moral e espiritual%

- pluralismo " um fenWmeno compleo% 1%'% #arson/ divideKo em trXs cate$oriasA empTrico!

celebrado e filosófico ou ermenXutico% - pluralismo empTrico não " mais do ue o

reconecimento da $rande diversidade "tnica! cultural e reli$iosa do mundo% Num paTs como a

BolTvia! para dar um eemplo! eistem mais de cin]enta $rupos lin$]Tsticos! cada um com

suas próprias tradiVões! cosmovisões e costumes! na maioria das vees totalmente diferentes

entre si% ' isso podemos acrescentar ainda a eranVa ispYnica e as subculturas [pop[ das

cidades% *ivemos num mundo policromático e polimorfo! ue oje " camado de [aldeia

$lobal[% Na era pósKmoderna tem avido! por um lado! as pretensões universalistas modernas!

tentando unificar todos os seres umanos! e tem sido possTvel escutar! por outro! voesalternativas% Não " ue essas voes não estavam ali antes! mas era difTcil ouviKlas! já ue uem

falava a modernidade tina uma vo muitTssimo mais forte% - pósKmodernismo! por assim

dier! baiou um pouco o volume do som da modernidade%

#ontudo uma coisa " reconecer o pluralismo empTrico como um fato! e outra coisa " celebrálo!

aprováKlo! e at" mesmo promovXKlo como desejável% )ste " o pluralismo celebrado!6 [um

valor em si mesmo! uma prioridade[%8 )ste pluralismo " a busca da diversidade como

ideolo$ia%> )m outras palavras! [nosso conteto pósKmoderno está povoado de

deconstrucionistas e de outros ue celebram a confusão% Pela etero$eneidadeh Poderia ser a

uintessXncia do brinde pósKmoderno! uando as taVas desse brinde se levantam e tocamKse

 pelo caos libertador[%H

- pluralismo filosófico ou ermenXutico "! para #arson! o desenvolvimento mais s"rio do

 pluralismo! e o mais fero e temTvel dos trXs% [)ste toca virtualmente cada disciplina K istória!

arte! literatura! antropolo$ia! educaVão! filosofia! psicolo$ia! ciXncias sociais! e at" mesmo!cada ve mais! as ciXncias eatas K e a$ora obteve popularidade na praVa pQblica! embora sua

eistXncia não seja reconecida% [M )ste pluralismo apoiaKse basicamente na ermenXutica

deconstrucionista e encontra na era pósKmoderna um terreno mais f"rtil e abonado ue o

oferecido pela modernidade% - pluralismo reli$ioso pode ser entendido como uma

subcate$oria do pluralismo filosófico%[

Pa$% 8> #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto /

- pluralismo não " um fenWmeno novo% 'o ler as pá$inas do Novo 0estamento!

 podemos vXKlo na cultura e no conteto em ue o evan$elo foi pre$ado pela primeira

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ve% (uando Paulo ce$ou em 'tenas! por eemplo! viu a cidade entre$ue idolatria%&

' reli$ião era um bufX do ual o ateniense se servia a $osto% 3as era comida ue! em

ve de saciar a fome! abria mais o apetite! já ue [todos os de 'tenas e os estran$eiros

residentes de outra coisa não cuidavam senão dier ou ouvir as Qltimas novidades[%&&

5on Stott descreve 'tenas como uma cidade em ue [avia inQmeros templos!

santuários! estátuas e altares% No Partenon avia uma imensa estátua de 'tena feita

de ouro e mármore% )m toda a parte avia ima$ens de 'poio! o padroeiro da cidade!

de 5Qpiter! *Xnus! 3ercQrio! Baco! Netuno! 1iana e )sculápio% 0odo o panteão $re$o

estava ali! todos os deuses do -limpo%[&/

'l"m disso! avia o templo de 1iana em )feso! de 'frodite em #orinto! de Ceus em

Roma e avia o culto $eneraliado ao imperador! e ainda um nQmero incalculável de

deidades de todo tipo ue tinam sido a$re$adas ao lon$o dos s"culos% - imp"rioromano tina muitos deuses! [deuses para serem temidos! deuses para apai$uar!

deuses para onrar! deuses a uem eram dados sacrifTcios! deuses cuja comida era

compartilada tamb"m a todos ue os adoravam% 1essa forma Paulo! em suas via$ens

missionárias ao mundo $entTlico! encontrou Tdolos de todo tipo e pessoas ue

 participavam da adoraVão a esses Tdolos%[&4

 Na era pósKmoderna! [nenuma reli$ião tem o direito de declararKse como sendo a

correta e a verdadeira! e as demais falsas! nem ainda Jde acordo com a maioriaL

relativamente inferior%[&6 3as sim [a re$ra de ouro do pósKmodernismo "A 'tribua a

todas as outras reli$iões a mesma presunVão de verdade ue vocX atribui sua própria

reli$ião% 0odas as reli$iões foram criadas i$uais [%&8

)ste jardim pluralista afeta de muitas maneiras a nossa aborda$em evan$"lica diante

do mundo% ' cristandade está desmoronandoKse% #ada ve mais o [sedimento cristão[

na cultura vai desaparecendo% Não á um conceito de moralidade! ou de crenVa numSer Supremo% Uma $rande maioria dos jovens oje cresce com muito pouco! ou com

nenum contato real com 5esus% Nas palavras do autor salesiano Ttalo =astaldiA [Na

universidade comprovamos com estupor em jovens inteli$entes! assTduos leitores de

obras esot"ricas! uma $rande i$norYncia da tradiVão cristã! como se nada tivesse

eistido antes% ' Qnica coisa ue les resta do cristianismo " uma ima$em deformada e

enfadona! como de al$o insTpido e opressor! acompanado de normas antiuadas de

conduta%[&> 1ito de outra forma! na era pósKmoderna [#risto a duras penas sobrevive!

transformado em outra coisaZ aco ue num deus portátil! de uso absolutamente

 pessoal[%&H

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Pa$% 8H #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto 4

' mensa$em de 5esus como o Qnico camino " de pronto rejeitada! ou

simplesmente " uma mensa$em totalmente incompreensTvel pelas mentes pósmodernas%

Se vocX for eplicar a um universitário uru$uaio as evidXncias da

ressurreiVão de 5esus #risto! o ue vocX vai receber " uma risada $oadora e

cTnica! ou um simples sacudir de ombros! enuanto se afasta dando um não

com a cabeVa! como ue diendo [e ue me importa.h[% Para =astaldi! a

$eraVão da era pósKmoderna [tem praer no efXmero! no fra$mentário! no

descontTnuo e no caótico% *iver " eperimentar sensaVõesZ uanto mais fortes!

intensas e rápidas! melor% Nada de sentimentos de culpa! nada de bem e de

mal! nada de valoresA o ue importa " o ue me a$rada%[&M +ernando #ruronfl epressa isso da se$uinte maneiraA [0eno a convicVão de ue nossos

 jovens orientam a sua vida pela se$uinte máimaA viva o instante% 3uitas coisas

se sujeitam a$ora denominada utopia do imediato%[&

Ser pluralistas! tanto no se$undo como no terceiro tipo de pluralismo! está

tornandoKse cada ve mais comum! e as universidades " ue desempenam um

 papel importante nesse sentido% Para #arson! [os problemas de privatiaVão! de

relativismo! de pluralismo filosófico! de ceticismo! de pósKmodernismo e de

abertura "tica controlam $randemente o processo mental de pensamento da

maioria dos estudantes universitários[%/

-utra semente ue encontra no pósKmodernismo o terreno apropriado para

$erminar e crescer " a do relativismo% )ste! poderTamos caracteriáKlo como um

 parente próimo do pluralismo% - relativismo nos di ue tudo o ue podemos

saber acerca das realidades são! unicamente! as relaVões entre suas diferentes partes! o ue assim uer dier ue todo conecimento " relativo% Não eistem

absolutos! normas ou crit"rios objetivos e independentes para a verdade! nem

 para a bondade% 0udo " relativo ao momento e pessoa%

- relativismo produ indivTduos ue! uerendo ser [politicamente corretos[!

encontramKse sem opiniões pessoais Jno momento em ue dou uma opinião

estou impondo a mina cosmovisãoL! sem se$uranVa ontoló$ica Jnão sei uem

sou e seria uma arro$Yncia uerer sabXKloL! sem base epistemoló$ica Jnão sei se

" possTvel conecer al$o com certeaL e sem princTpios "ticos universais Jo ue "

certo para mim não tem ue ser certo para vocXL%

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Pa$% 8M #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto 6

- relativismo produ indivTduos ue! uerendo ser [politicamente corretos[!

encontramKse sem opiniões pessoais Jno momento em ue dou uma opinião

estou impondo a mina cosmovisãoL! sem se$uranVa ontoló$ica Jnão sei uem

sou e seria uma arro$Yncia uerer sabXKloL! sem base epistemoló$ica Jnão sei se

" possTvel conecer al$o com certeaL e sem princTpios "ticos universais Jo ue "

certo para mim não tem ue ser certo para vocXL%

- relativismo torna mais difTcil o diálo$o aberto para encontrar a verdade% Para

eles! não eiste diferenVa al$uma entre o ue uma pessoa se dispõe a crer e o

ue " [verdade[% 1iemA [No ue vocX acreditar! isso " a sua verdadeZ eu teno

outra verdade%[- importante! por eemplo! no campo reli$ioso! " buscar uma espiritualidade

ue funcione para mim% Não importa se " uma espiritualidade [ Ia carte[ ou do

tipo [bufX[% ' per$unta ue se fa "A [- ue vocX está com vontade de comer.

- sabor " mais importante do ue a substYncia% =astaldi descreve a

reli$iosidade pósKmoderna como [antropocXntrica! socioló$ica ou ambiental! %%%

 branda! Ia carte!%%% etremamente cWmoda!%%% c"tica ante o eroTsmo e

distante de ualuer entre$a! %%% emocional e antiKintelectualista! ue se acaba

no aleluia e $lória a 1eush!%%% carente de confianVa em seus lTderes e divorciada

da cultura[%/&

1iante dessa situaVão pluralista e relativista! aui na 'm"rica ,atina! em ue

vários setores se situam ainda na pr"Kmodernidade! outros na modernidade!

cada ve vamos encontrar mais pessoas! especialmente jovens! com a

mentalidade pósKmoderna%Isso nos leva se$uramente a per$untarmos sobre as influXncias pósKmodernas

em nossa f" bTblica e em nossa vida de compromisso cristão%

Pa$% 8 #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto 8

- PósK3odernismo e a +" #ristã

Para o autor basco 5os" 3aria 3ardones! a posKmodernidade [" uma forma de

ateTsmo niilista! ue não pretende reaproimarKse de nada! e por isso representa a

máima rejeiVão de 1eus e da reli$ião% 'camoKnos! " o ue parece! diante da

liuidaVão mais eaustiva das raTes do sa$rado e da aproimaVão a 1eus[%

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(ual deve ser a nossa aborda$em! como cristãos! a esse fenWmeno.& #omo anunciar a

[metanarrativa bTblica a uma $eraVão ue rejeita todo conceito de verdade e todo

absoluto. ['polo$eticamente! a per$unta ue sur$e no conteto pósKmoderno " a

se$uinteA #omo podem ser consideradas seriamente as pretensões cristãs de verdade

uando á tantas alternativas rivais e uando a verdade em si mesma ce$ou a ser 

uma noVão desvaloriada.[/ Podemos usar como bQssola nesta via$em eploratória as

 palavras paulinas i$reja em 0essalWnicaA [)aminem tudo! fiuem com o ue " bom%[4

Imediatamente sur$e a per$untaA - ue pode aver de bom no pósKmodernismo.

Para a maioria de nós " fácil ver o ue deverTamos rejeitar desse paradi$ma! mas ficar 

com o ue " bom do pósKmodernismo K se " ue á al$o bom K não si$nificaria

sacrificar em seu altar a f" cristã.

3uitos abordam o pósKmodernismo ainda assumindo o [compleo de superioridade[da era moderna% Isso! pareceKme! fecaKnos as portas a um diálo$o sincero! em ue

 buscamos realmente compreender esta "poca% 'nalisemos al$umas áreas em ue o

 pósKmodernismo! com todos os seus novos e anti$os desafios f"! pode nos ajudar a

ser e a viver mais biblicamente%

Por um lado! o destronamento da raão e de suas pretensões universalistas retira a

camisa de forVa ue esta impuna revelaVão bTblica% [)m lu$ar de forVar a )scritura

entre o molde ditado pelos interesses do Iluminismo! o movimento evan$"lico podeKse

dedicar a permitir a )scritura ser a )scritura%[6

Para muitos! continua sendo verdade a doutrina tomista ue deia a raão intocável

 pela ueda! e portanto incontaminada pelo pecado% ' era moderna! desde o

Renascimento! baseouKse nesse princTpio8 e produiu um sistema em ue por fim a

raão se eri$iu como Qnica autoridade em todas as esferas da atuaVão umana!

incluindoKse a aborda$em da BTblia% ' raão! por assim dier! condenou a revelaVão bTblica por não ser [cientTfica[ e a encarcerou na prisão umanista%

Pa$% > #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto >

 Na era moderna! se envolvTamos nossos sentimentos! ou ualuer outro aspecto [não

racional[ no estudo bTblico! ele era camado ne$ativamente de [subjetivo[ e era descartado% '

$eraVão pósKmoderna! ue suspeita da raão! precisa descobrir ue a BTblia! mais do ue um

códi$o de normas! " um livro sobre pessoas de carne e osso! ue viveram com as mesmas

lutas! uestionaram! duvidaram! voltaram para trás! caTram e se levantaram de novo% =astaldi

di ue [na d"cada dos anos deparamoKnos com um omem inuieto! em busca de sentido

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reli$ioso! desencantado com os resultados da ciXncia e da t"cnica% Parece estar diendoA

1XemKme al$uma coisa diferente do ue sai dos computadores! dXemKme raões para viver!

 para manter uma esperanVah[&4 ) não " para menos! a pósKmodernidade destruiu os absolutos!

deiando o ser umano deriva! sem passado nem futuro! responsável por criar ele mesmo o

seu próprio universo%

-utro aspecto ue devemos revisar! para a era pósKmoderna! " o da apolo$ia e evan$eliaVão%

' tarefa apolo$"tica para esta era ue se caracteria pela suspeita a tudo " restaurar a

confianVa na verdade% #omo cristãos! somos a$ora desafiados a persuadir a $eraVão pósmoderna

uanto importYncia da verdade% #ontudo a deconstruVão nos obri$a a avaliar as

nossas intenVões e os nossos m"todos% (uando abordamos esta $eraVão com o evan$elo!

devemos deiar de lado a nossa crista de superioridade! transmitindo a sensaVão de ue

 possuTmos infalivelmente a verdade absoluta% Isso não si$nifica ue estejamos deiando decrer ue o evan$elo " a verdade! ue tem pretensões de ser para todos os seres umanos

sem distinVão al$umaZ antes! o ue temos ue faer " reconecer ue! como portadores desta

mensa$em! interpretamoKlo sob a influXncia do nosso marco cultural! familiar! denominacional

e vivencial% [0odos nós tendemos a interpretar as )scrituras de acordo com a eperiXncia ue

temos! seja ela ne$ativa ou positiva! presente ou ausente% Ne$ar esta tendXncia " ne$ar a

nossa própria umanidade%[&6 ' BTblia " infalTvel! nós não somos% Somos filos da nossa cultura

e das nossas subculturas! uer ueiramos! uer não%

 Nossa postura apolo$"tica e evan$eliadora! mais do ue racional! deve ser relacional% evin

=raam +ord&8 empre$a o termo [evan$elismo narrativo[% Para eleA

' medida ue a nossa cultura paulatinamente se separa do pensamento ló$ico e orientado

s proposiVões e adentraKse no pensamento orientado s sensaVões e ao ue ultrapassa o

racional! o Qnico evan$elismo ue fala a lin$ua$em da cultura " o evan$elismo orientado

aos relatos% )ste fala o idioma desta $eraVão! saturada dos meios de comunicaVão!&> e esfomeadade ouvir relatos% )ste fornece s pessoas um ponto de contato em sua vida

cotidiana! permitindoKles ver como 1eus intera$iu na istória umana e como ele pode

faer isso na vida de cada um deles! individualmente%

3uitos jovens sentem atraVão pelo 5esus dos evan$elos! mas rejeitam ualuer envolvimento

eclesiástico ao ver a vida dos ue se diem se$uidores de 5esus% 1evemos assumir esta crTtica!

avaliando as muitas formas em ue a i$reja e os crentes tXm sido obstáculo para ue outros

venam para o evan$elo% Não á melor postura do ue uma vida santa%

Pa$% >& #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

0eto H

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Pilip enneson camaKnos refleãoA [' tarefa mais ur$ente da i$reja oje " viver no mundo

de tal maneira ue o mundo seja levado a nos per$untar acerca da esperanVa ue temos%

)nuanto isso não acontecer! temo ue todas as teorias apolo$"ticas eistentes sejam em vão!

e ue a verdade de ue diemos ser testemunas seja tomada como sendo uma falsidade%[&H

 Nesta era pósKmoderna não podemos esconder a nossa vida por trás de $randes ar$umentos

racionais! porue a$ora os mesmos não impressionam mais% Nesta era! mais do ue com

 palavras! evan$eliamos com aVões! com uma postura de amor pelos outros! com uma

epistemolo$ia mediada por compaião! com uma aiolo$ia saturada pela "tica e pelos valores

do reino! e com uma mensa$em encarnada! ue saia dos templos e ue se misture com a

$eraVão desencantada e ceia de suspeiVões ue perambula como [ovelas sem pastor[%

)stamos buscando uma comunidade! e! como todo o mundo antes de nós! ueremos faer 

 parte de al$o maior do ue nós mesmos% (ueremos ue aja linas traVadas para uma direVãomoral% (ueremos eemplos vivos de purea! de onestidade e de amor% (ueremos uma famTlia

ue nos ame incondicionalmente! e ueremos crer em al$uma coisa% -s cristãos podem dar 

esperanVa! oferecendo uma comunidade baseada no amor de 1eus por seu povo e no amor de

uns para com os outros%[&M

São uatro as pedras fundamentais da evan$eliaVão para esta $eraVãoA a autenticidade! o

cuidado mQtuo! a confianVa e a transparXncia&! e cada uma dessas desenvolveKse no conteto

de relaVões mantidas com os nãoKcrentes% ' evan$eliaVão impessoal atrav"s do foleto! ou da

eplicaVão de um esuema ló$ico! por"m sem continuidade e sem um interesse autXntico!

se$uramente produirá resultados bem mais ne$ativos! afastando os jovens pósKmodernos do

evan$elo%

Para o autor catalão 'n$el #astaeira! a pósKmodernidade [permite ue o cristão reKsimbolie

novamente o testemuno da revelaVão! tradicionalmente envolvido em metafTsica moderna e

de conceptualismo! e o redescubra a$ora! por sua ve! na lin$ua$em do amor e do perdão! nocoraVão da vida! no camino privile$iado da eperiXncia umana%[/

0al aborda$em talve faVa com ue muitos se sintam incWmodos% Preferimos a evan$eliaVão

metódica e a aVão apolo$"tica ar$umentativa! racionalista e ló$ica% 0emos ue revisar! então!

o modelo de 5esus! cujo minist"rio pQblico foi essencialmente relacional% )le andava no meio

das multidões! ou então tina encontros privados com determinadas pessoas! at" mesmo de

noite% )le sabia o ue era sentir o calor do meioKdia no deserto de Samaria! ou o frio da morte

no uarto de uma adolescente% )le deiouKse tocar por uma muler cerimonialmente impura!

e tocou intencionalmente num leproso! isolado pela sociedade%

Pa$% >/ #urso IntroduVão a filosofia #ristã %josiasmoura%ordpress%com

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Referencias Biblio$ráficas

 #urso de filosofia% )d% '$ir% Re$is 5olivet%

 Um convite a filosofia% )d% :tica% 3arilena #auT%

 #urso de +ilosofia% Cafar )ditor% '% Reende%

 +ilosofia e teolo$ia do s"culo DDI% 0Qlio 5anse%

 IntroduVão a filosofia% )d *ida Nova% Norman =eisler%

 Pluralismo! modernismo e Pós modernismo% 'lianVa BTblica universitária%

 +ilosofia na cosmovisão #ristã% )d% *ida Nova% 5 P% 3oreland%

InformaVões sobre o professor 

Pr 5osias 3oura de 3enees foi Professor nas se$uintes instituiVõesA S0)BJSeminário teoló$ico Batista

3ineiroL! +aculdade Batista da ,a$oina JB@_3inas =eraisL! Seminário #on$re$acional de BrasTlia_1+

J)tensãoL! +ater J+aculdade 0eoló$ica do RecifeL! #urso preparatório para ,ideresA I$reja#on$re$acional #entral de B@_ 3=! S0)'1 K Seminário teoló$ico )van$"lico 'ssembl"ia de 1eus no Rio

=rande do Norte K )tensão 3acau_RN% 'tualmente leciona no Instituto BTblico Betel Brasileiro em 5oão

Pessoa e no S0)# K Seminário 0eoló$ico #on$re$acional%

,ecionou nestes anos as se$uintes mat"riasA 0eolo$ia sistemática! @ermenXutica! @omil"tica! teolo$ia

 pastoral! administraVão eclesiástica da i$reja! ImplantaVão e desenvolvimento de i$rejas! 'nálise em

Romanos e 'pocalipse! ,ideranVa cristã! 'conselamento pastoral! )scatolo$ia! IntroduVão a filosofia!

0eolo$ia #ontemporYnea! 'polo$Xtica! +ilosofia da Reli$ião e ,ó$ica +ilosófica%

 Na área secular lecionouA #omunicaVão e postura pQblica! 3aretin$ pessoal! planejamento estrat"$ico!

RelaVões umanas na empresa! #ursos de informática Jindos!ord! 'cess! )cel! Internet! #ore

1raL! 3Qsica instrumental%

)mail para contatoA josiasmoura$mail%com

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