semanÁrio regionalista de inspiraÇÃo cristà … · fazemos votos de que esta situação que a...

8
26 março 2020 Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRA Preço 0,50 c/ IVA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS BRAGA TAXA PAGA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Ano XCII – N.º 4510 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Página 8 Solicitude da Igreja Nestes tempos de prevenção e luta contra o Coronavírus, COVID – 19, a impossibilidade de nos reunirmos fortalece a consciência da importância das multiplicas e diversificadas reuniões eclesiais: Eucaristia diária e principalmente ao domingo, Catequeses, pre- paração e celebração dos Baptis- mos e Casamentos, bem como a celebração da Reconciliação e da Unção dos Enfermos, a par da atividade própria dos Secre- tariados, Serviços e Movimentos. Do mesmo modo que valorizamos mais a saúde quando estamos doentes, a experiência atual da Igreja torna manifesto quanto éramos presentes na vida da sociedade e da Igreja. Sem dúvida, a generalidade dos Párocos já sente a profunda falta do encontro com os agentes pastorais, a ausência do aten- dimento quotidiano, a calen- darização e celebração dos sacra- mentos (Baptismos, Casamentos, Reconciliação, Unção dos Enfer- mos) e principalmente a cele- bração comunitária da Eucaristia. No entanto, e porque acredita- mos que “tudo concorre para o bem daqueles que amam o Se- nhor”, vivemos um tempo de reflexão e aprendizagem que poderá frutificar em novas formas de presença e acção pastoral. Conforto e esperança Ao longo da história, desde à dois mil anos, a Igreja sempre foi local seguro para que as popu- lações encontrassem conforto e esperança, quer em tempos de paz, quer em épocas de invasões e no meio de guerras, perse- guições e doenças, incluindo tempos de pandemias. A este propósito, basta lembrar: - Nos Primórdios do cristia- nismo: A fraternidade, a partilha e o bem comum; o apelo e a realidade do “viver como ir- mãos”, como alternativa à “socie- dade dos senhores e escravos”; o acolhimento, em pé de igual- dade, de homens, mulheres e crianças; o reconhecimento do Domingo como “dia feriado” (a partir do ano 325), a proibição do adultério com uma escrava, a interdição de separar as famílias dos escravos e o tratamento mais humano nas prisões. Mais tarde (séc. II-IV), fortes apelos à digni- dade humana, ao respeito pelas pessoas e defesa dos pobres, entre outros, por parte de Gre- gório de Nissa, Gregório de Nazianzo e S. João Crisóstomo. - Na Idade Média (séc. V-XV): Quando muitos pensaram que tinha chegado o fim do mundo, a partir da Igreja organizou-se uma nova vida social, económica e também política. A Igreja sempre permaneceu junto das popu- lações e estas, a ela recorreram procurando alívio, refúgio, con- forto e salvação. A história não pode esquecer que, aquando das denominadas “invasões bár - baras” a Igreja continuou a ser a única instituição organizada e as Igrejas e Mosteiros foram cen- tros de estabilidade e de paz. - No Renascimento e Descobertas (séc. XV-XVI): S. João de Deus, natural de Montemor-o-Novo, dedicou- se ao serviço dos doentes e, Vicente de Paulo, fundou as Filhas da Caridade para que vivessem junto dos mais pobres (1563). Paralelamente, outros trabalharam incansavelmente em hospitais, asilos, escolas e missões (Bartolomeu de las Casas, António Vieira e Pedro Claver, entre outros, tornaram-se os defensores dos índios e condenaram a escravatura). A luta contra o sofrimento humano foi uma constante e apostou- se na formação e educação das crianças, adolescentes e jovens. Próximo número do Notícias de Beja Dia 16 de Abril Motivados por esta pandemia que enfrentamos e pelas consequências na vida da própria Igreja, somos levados a não publicar o Notícias de Beja nas próximas duas semanas. Sabemos que, nas atuais circunstâncias, será difícil encontrar notícias a partir das nossas comunidades cristãs, porque, de um modo geral, a vida pastoral será diminuta. Voltaremos, com o próximo número, na oitava da Páscoa, dia 16 de Abril. Entretanto, o Jornal continua a sua missão, disponibilizando conteúdos informativos e de opinião no site da Diocese e Facebook: WWW .diocese-beja.pt e Facebook.com/ diocesebeja. Fazemos votos de que esta situação que a todos inquieta e atinge, depressa termine e com o menor número de vítimas possível, para que possamos estar presentes na vida da Igreja e chegar semanalmente, juntos dos nossos assinantes e leitores. Uma Santa Páscoa! Primeira semana de suspensão das atividades letivas presenciais suspensas Escolas serviram uma média de 5500 refeições por dia Página 4 Instituto da Segurança Social e da Autoridade para as Condições de Trabalho Comunicado Conjunto Página 2

Upload: others

Post on 23-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ … · Fazemos votos de que esta situação que a todos inquieta e atinge, depressa termine e com o menor número de vítimas possível,

26 de março de 2020

26março2020

Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRAPreço 0,50 • c/ IVA

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

BRAGATAXA PAGA

Autorizado pelos C.T.T.a circular em invólucrode plástico fechado.

AutorizaçãoN.º D.E.

DE00192009SNC/GSCCSAno XCII – N.º 4510

SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ

Página 8

Solicitude da IgrejaNestes tempos de prevenção eluta contra o Coronavírus, COVID– 19, a impossibilidade de nosreunirmos fortalece a consciênciada importância das multiplicas ediversificadas reuniões eclesiais:Eucaristia diária e principalmenteao domingo, Catequeses, pre-paração e celebração dos Baptis-mos e Casamentos, bem como acelebração da Reconciliação e daUnção dos Enfermos, a par daatividade própria dos Secre-tariados, Serviços e Movimentos.Do mesmo modo que valorizamosmais a saúde quando estamosdoentes, a experiência atual daIgreja torna manifesto quantoéramos presentes na vida dasociedade e da Igreja.Sem dúvida, a generalidade dosPárocos já sente a profunda faltado encontro com os agentespastorais, a ausência do aten-dimento quotidiano, a calen-darização e celebração dos sacra-mentos (Baptismos, Casamentos,Reconciliação, Unção dos Enfer-mos) e principalmente a cele-bração comunitária da Eucaristia.

No entanto, e porque acredita-mos que “tudo concorre para obem daqueles que amam o Se-nhor”, vivemos um tempo dereflexão e aprendizagem quepoderá frutificar em novas formasde presença e acção pastoral.

Conforto eesperança

Ao longo da história, desde àdois mil anos, a Igreja sempre foilocal seguro para que as popu-lações encontrassem conforto eesperança, quer em tempos depaz, quer em épocas de invasõese no meio de guerras, perse-guições e doenças, incluindotempos de pandemias. A estepropósito, basta lembrar:

- Nos Primórdios do cristia-nismo: A fraternidade, a partilhae o bem comum; o apelo e arealidade do “viver como ir-mãos”, como alternativa à “socie-dade dos senhores e escravos”;o acolhimento, em pé de igual-

dade, de homens, mulheres ecrianças; o reconhecimento doDomingo como “dia feriado” (apartir do ano 325), a proibição doadultério com uma escrava, ainterdição de separar as famíliasdos escravos e o tratamento maishumano nas prisões. Mais tarde(séc. II-IV), fortes apelos à digni-dade humana, ao respeito pelaspessoas e defesa dos pobres,entre outros, por parte de Gre-gório de Nissa, Gregório deNazianzo e S. João Crisóstomo.

- Na Idade Média (séc. V-XV):Quando muitos pensaram quetinha chegado o fim do mundo, apartir da Igreja organizou-se umanova vida social, económica etambém política. A Igreja semprepermaneceu junto das popu-lações e estas, a ela recorreramprocurando alívio, refúgio, con-forto e salvação. A história nãopode esquecer que, aquando dasdenominadas “invasões bár-baras” a Igreja continuou a ser aúnica instituição organizada e asIgrejas e Mosteiros foram cen-tros de estabilidade e de paz.

- No Renascimento e Descobertas (séc. XV-XVI): S. João de Deus, natural de Montemor-o-Novo, dedicou-

se ao serviço dos doentes e, Vicente de Paulo, fundou as Filhas da Caridade para que vivessem junto dos

mais pobres (1563). Paralelamente, outros trabalharam incansavelmente em hospitais, asilos, escolas e

missões (Bartolomeu de las Casas, António Vieira e Pedro Claver, entre outros, tornaram-se os defensores

dos índios e condenaram a escravatura). A luta contra o sofrimento humano foi uma constante e apostou-

se na formação e educação das crianças, adolescentes e jovens.

Próximo númerodo Notícias de Beja

Dia 16 de AbrilMotivados por esta pandemia que enfrentamos e pelasconsequências na vida da própria Igreja, somos levados anão publicar o Notícias de Beja nas próximas duas semanas.Sabemos que, nas atuais circunstâncias, será difícilencontrar notícias a partir das nossas comunidades cristãs,porque, de um modo geral, a vida pastoral será diminuta.Voltaremos, com o próximo número, na oitava da Páscoa,dia 16 de Abril.Entretanto, o Jornal continua a sua missão, disponibilizandoconteúdos informativos e de opinião no site da Diocese eFacebook: WWW.diocese-beja.pt e Facebook.com/diocesebeja.Fazemos votos de que esta situação que a todos inquieta eatinge, depressa termine e com o menor número de vítimaspossível, para que possamos estar presentes na vida daIgreja e chegar semanalmente, juntos dos nossos assinantese leitores.

Uma Santa Páscoa!

Primeira semana de suspensão dasatividades letivas presenciais suspensas

Escolas serviram umamédia de 5500 refeições

por dia

Página 4

Instituto da Segurança Social eda Autoridade para asCondições de Trabalho

Comunicado ConjuntoPágina 2

Page 2: SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ … · Fazemos votos de que esta situação que a todos inquieta e atinge, depressa termine e com o menor número de vítimas possível,

26 de março de 2020SOCIEDADE2 – Notícias de Beja

Entre o ideale o possível

As Instituições Parti-culares de SolidariedadeSocial, e principalmente asEstruturas ResidenciaisPara Pessoas Idosas (ER-PI’s/LARes), no exercícioda sua Missão, enfrentam-se com problemas acres-cidos, principalmente nestafase de luta generalizadacontra o Coronavírus CO-VID - 19 . O assunto exigea atenção e responsabi-lidade de todos, a fim de nosprotegermos a nós própriospara que possamos pro-teger os outros e princi-palmente, aqueles que nosestão confiados.Apesar da suspensão dasvisitas presenciais, é neces-sário apoiar todos os diaspessoas com especial vul-nerabilidade bem comotodos os nossos colabora-dores que, nestas situações,continuam a dar o melhor desi mesmos, apesar do riscoacrescido no cumprimentodos seus deveres laborais.Frequentemente, estas Ins-tituições querem e não con-seguem adquirir (no mer-cado) aquilo de que neces-sitam. Os stock’s depressase acabam, dadas as gran-des dificuldades de abaste-cimento, a nível geral, escu-tando dos nossos fornece-dores muitos “não temos”.Uma outra dificuldade é oQuadro de Pessoal. Quemestá à frente destas Ins-tituições, sabe a grandedificuldade que sempre temem encontrar novos cola-

Editorial

António Novais Pereira, Diretor

boradores, aquando dapassagem de algum à situa-ção de reforma, em situa-ções de doença ou emoutras impossibilidades.Com muito maior razão, nacomplexidade dos pro-blemas surgidos em temposde epidemia e pandemia, oencontrar de novos cola-boradores e, eventual-mente, para dar respostaspontuais, “é como pro-curar uma agulha numpalheiro” ou, compara-tivamente, uma “espécie demilagre”.Os Quadros de Pessoalreduzidos ao necessário,porque as Instituições nãotêm possibilidades econó-micas para mais, a par doreduzido e/ou nulo volun-tariado, “tiram a paz” aquantos, subitamente, vi-ram a sua responsabilidadeacrescida, face a todosquantos estão confiados àsInstituições que gerem.Sabemos que estamos co-locados entre o ideal re-comendado e o que é con-cretizável, conscientes dasnossas limitações e dosrecursos exteriores quepodem escassear e faltar.Apesar de tudo, porqueacreditamos que, em todasas crises, os mais atingidossão sempre os mais pobres,vamos encontrando a forçapara que não falte o con-forto e a esperança, nomeio de tantas dificuldades.De um modo geral, queromanifestar a minha soli-dariedade e apreço comquantos, até ao limite dassuas forças e com risco dasua própria vida, não que-rem deixar ninguém sem anecessária ajuda porque,afinal, todas as vidas sãopreciosas e é preciso de-fender. Oxalá saibamos sergratos perante tantos “he-róis” ou “soldados” nestaguerra sem tréguas contraum inimigo poderoso einvisível.

5 formas de ajudar o “Notícias de Beja”1. Pague a assinatura do jornal atempedamente.2. Faça publicidade no “Notícias de Beja”. Tem uma empresa ou responsabilidadena gestão de algum negócio? Anuncie no “Notícias de Beja”. Como temos poucapublicidade, cada anúncio obtém mais visibilidade.3. Ofereça uma assinatura. É uma prenda que não é cara (35 euros). E dura pelomenos um ano. E quem a recebe vai lembrar-se de si pelo menos uma vez porsemana. Grande prenda!4. Proponha o nosso jornal a um amigo. Se gosta do jornal (podemos presumir quesim, porque recebemos elogios com alguma frequência), proponha-o a um amigo.Depois de o ler ofereça a alguém. Um amigo do jornal encontra outro amigo5. Ajude a divulgar o jornal passando pelo facebook e partilhando nas redes sociaiscapas e algumas notícias que lá vamos pondo.

Instituto da Segurança Social e daAutoridade para as Condições de Trabalho

Comunicado ConjuntoCOVID 19 – Ações inspetivas para controlo de apoios

O Governo aprovou através doDecreto-Lei n.º 10-A/2020, de 13de março, um conjunto de ini-ciativas para fazer face à situaçãoepidemiológica do novo Coro-navírus - COVID 19, de entre asquais se destaca o apoio exce-cional à família para traba-lhadores. Este apoio protege asfamílias que tenham de prestarassistência a filho menor de 12anos devido à suspensão dasatividades letivas presenciais.A atribuição deste apoio estásujeita ao cumprimento de váriascondições, nomeadamente ainexistência de outras formas deprestação de atividade, comoteletrabalho. Adicionalmente, este apoio ex-

traordinário não pode ser atri-buído ao mesmo tempo a ambosos progenitores, não se aplica seo outro progenitor estiver emteletrabalho e é único, inde-pendentemente do número defilhos ou dependentes a cargo.Neste contexto, e porque têmsurgido denúncias de que algu-mas empresas e cidadãos abran-gidos poderão não estar a res-peitar as condições atrás refe-ridas, alerta-se que em caso deincumprimento serão acionadasas medidas legais que se impõeme aplicadas as punições previstaspara falsas declarações, queconstituem contraordenaçãomuito grave e cuja coima poderáascender a •12.500, podendo

ainda ser aplicadas sançõespenais por burla tributária.Independentemente da coima e/ou sanção penal haverá semprelugar à restituição dos montantesindevidamente recebidos. Para despistar situações deeventuais irregularidades oufraude serão implementadosprocedimentos de atuação inte-ligente, por via de cruzamento dedados do sistema de SegurançaSocial, seguindo-se, sempre quea situação o justificar, a realizaçãode ações inspetivas por parte doDepartamento de Fiscalização doInstituto de Segurança Social eda Autoridade para as Condiçõesde Trabalho.

Atualização dos horários das Lojas CTT NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL

Os CTT informam que todasas Lojas CTT vão estar emfuncionamento nos dias úteis,entre as 9h e as 13h30, paraassegurar a prestação doserviço à população no con-texto da pandemia CoViD-19.Esta alteração visa a proteçãodos colaboradores e dos clien-tes, mitigando as hipóteses decontágio, não obstante esta-rem a ser seguidas as reco-mendações da Direção-Geralde Saúde e de estarem a serimplementadas diversas me-didas de mitigação. A exceção são as lojas emespaço comerciais e aero-portos, onde se que aplica ohorário do próprio espaçoonde estão inseridos. Os CTT informam também

que estarão encerradas a lojado Aeroporto das Lajes, naTerceira, do El Corte Inglès, emLisboa, da Loja do Cidadão deLisboa e da Loja do Cidadãode Odivelas, devido ao encer-ramento desses espaços.As Lojas CTT implemen-taram o atendimento à portafechada, de forma a minimizara permanência de clientes emloja e para garantir o distan-ciamento entre cada cliente.Assim, apenas podem per-manecer na Loja os clientesque estão a ser atendidos. Afila de espera será efetuada àporta da Loja, garantindo queos clientes em espera o façamnum local arejado e que man-tenham a distância mínimasugerida.

Os colaboradores dos CTTpoderão usar máscara, luvase gel desinfetante no atendi-mento aos clientes. Serátambém colocada uma fitacolorida sinalizadora no chãopor forma a manter a distânciade segurança entre o cola-borador e o cliente.Relativamente aos Pontos CTT(Postos de Correio), os CTTinformam que poderão existiralterações nos horários defuncionamento ou o encer-ramento dos mesmos, pordecisão dos parceiros dos CTTna prestação deste serviço.Toda a informação dos horá-rios das lojas e dos pontosCTT (Postos de Correio) estãoem atualização permanente nosite dos CTT – www.ctt.pt.

Page 3: SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ … · Fazemos votos de que esta situação que a todos inquieta e atinge, depressa termine e com o menor número de vítimas possível,

26 de março de 2020 RELIGIÃO Notícias de Beja – 3

O nosso DomingoDa morte para a vida

D. João Marcos, Bispo de Beja

1 – Com as leituras do próximodomingo, o V da Quaresma, aIgreja ajuda-nos a reconhecerque na Sua Páscoa, Cristo, alémde matar a nossa sede e de nosabrir os olhos, é realmente a fonteda Vida para nós que, comoLázaro, estamos mortos pelopecado que habita em nós. Não émuito difícil reconhecermos quetemos sede de felicidade, de vidae de amor. Que somos espiri-tualmente cegos de nascimento,já não é tão fácil de aceitar. Masreconhecermos que estamosmortos, sujeitos ao poder damorte e incapazes de dar a nossavida pelos outros, isso é que émuito difícil! Porque acreditamos, e bem, quea nossa pátria está no Céu (Fl 3,20) que simbolicamente situamosno alto, esquecemos muitasvezes que a porta do Céu não estálá em cima, mas em baixo, naobediência até à morte. De facto,se podemos viver a Quaresmacomo subida a Jerusalém, esfor-çando-nos por atingir o cimo doCalvário, espiritualmente tambéma devemos encarar como descidacom o Senhor até à morte de Cruzque era, para o povo de Israel, asituação mais baixa e mais horrí-vel a que alguém podia chegar.Sem essa descida ao fundo domar no qual o Senhor abriu umapassagem, como sairia o povo deIsrael da terra da escravidão paraa liberdade da Terra Prometida?Sem essa descida aos Infernos,que sentido poderia ter a Páscoade Jesus para quem, escravo dopecado, experimenta e aguentasituações de inferno já nestavida presente? Nós proclamamosno Credo que o Senhor, ao morrer,e antes de ressuscitar e de subiraos céus, desceu aos infernos. Amorte é parte integrante da Pás-coa, e sem descer até ela, semaceitar morrer para o pecado comCristo e ressuscitar com Ele paraa vida nova de filhos de Deusninguém pode, em boa verdade,

ENTRADAVinde, Senhor, vinde em meu auxílio– A. Cartageno, CNL, 1010Deus, vinde em meu auxílio – JFSilva, CNL, 364

SALMO RESPONSORIALJunto do Senhor a misericórdia – M.Luis, SR, 50

Sugestões de Cânticos

COMUNHÃO Eu sou a ressurreição e a vida - C. Silva , CNL, 444 Eu sou a ressurreição e a vida - Acílio M., CNL, 445

COMUNHÃO Dai-me, Senhor, um coração puro – C. Silva, CNL,338Hossana, tu reinarás – D. Julien, CNL, 1018

Siglas - CNL: Cantoral Nacional para a Liturgia; SR : Salmos Responsoriais

V Domingoda Quaresma

Ano A29 de março de 2020

I Leitura

«Infundirei em vós o meu espírito e revivereis»

Ez 37, 12-14

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São JoãoNaquele tempo, as irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus: «Senhor, o teuamigo está doente». Ouvindo isto, Jesus disse: «Essa doença não é mortal,mas é para a glória de Deus, para que por ela seja glorificado o Filho dohomem». Jesus era amigo de Marta, de sua irmã e de Lázaro. Entretanto,depois de ouvir dizer que ele estava doente, ficou ainda dois dias no localonde Se encontrava. Depois disse aos discípulos: «Vamos de novo para aJudeia». Ao chegar lá,Jesus encontrou o amigo sepultado havia quatro dias. Quando ouviu dizerque Jesus estava a chegar, Marta saiu ao seu encontro, enquanto Mariaficou sentada em casa. Marta disse a Jesus: «Senhor, se tivesses estadoaqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, tudo o quepedires a Deus, Deus To concederá».Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará». Marta respondeu: «Eu sei quehá-de ressuscitar na ressurreição do último dia». Disse-lhe Jesus: «Eu sou aressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido,viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim nunca morrerá. Acreditasnisto?». Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Filhode Deus, que havia de vir ao mundo». Jesus comoveu-Se profundamente eperturbou-Se. Depois perguntou: «Onde o pusestes?». Responderam-Lhe:«Vem ver, Senhor». E Jesus chorou. Diziam então os judeus: «Vede comoera seu amigo». Mas alguns deles observaram: «Então Ele, que abriu osolhos ao cego, não podia também ter feito que este homem não morresse?».Entretanto, Jesus, intimamente comovido, chegou ao túmulo. Era uma gruta,com uma pedra posta à entrada. Disse Jesus: «Tirai a pedra». RespondeuMarta, irmã do morto: «Já cheira mal, Senhor, pois morreu há quatro dias».Disse Jesus: «Eu não te disse que, se acreditasses, verias a glória de Deus?».Tiraram então a pedra. Jesus, levantando os olhos ao Céu, disse: «Pai, dou-Te graças por Me teres ouvido. Eu bem sei que sempre Me ouves, mas faleiassim por causa da multidão que nos cerca, para acreditarem que Tu Meenviaste». Dito isto, bradou com voz forte: «Lázaro, sai para fora». Omorto saiu, de mãos e pés enfaixados com ligaduras e o rosto envolvido numsudário. Disse-lhes Jesus: «Desligai-o e deixai-o ir». Então muitos judeus,que tinham ido visitar Maria, ao verem o que Jesus fizera, acreditaramn’Ele.

Evangelho Jo 11, 3-7.17.20-27.33b-45«Eu sou a ressurreição e a vida»

celebrá-la frutuosamente. É quenão se trata de um faz de conta,trata-se da iluminação trans-formadora da nossa realidade maisprofunda, pois quem peca éescravo do pecado (Jo 8, 34) e estámorto espiritualmente, como Láza-ro quando estava no sepulcro.2 – Deste Evangelho admirávelda Ressurreição de Lázaro, apren-damos ainda a importância daoração das suas duas irmãs, queintercedem por ele. Mas fixemo-nos sobretudo na profissão defé de Marta em Jesus que Lhe diz:Eu sou a Ressurreição e a Vida!Quem acredita em Mim, aindaque tenha morrido viverá, e todoaquele que vive e crê em Mim,não morrerá para sempre (Jo11, 25-26). De facto, para nóscristãos, a fé na Ressurreição nãose resume em acreditar que umdia, no último dia, ressusci-taremos, mas expressa a adesãoconfiante que agora nos une aJesus Cristo. A Ressurreição e aVida é Ele, o Senhor. Nesta adesãoem que, pelo Seu Espírito, nostorna participantes da Sua natu-reza divina, recebemos a Suaprópria Vida e o poder de reali-zarmos as Suas mesmas obras, ouseja, passamos da morte para aVida. Como está escrito na 1ªCarta de S. João, nós sabemosque passamos da morte para avida (ou seja, que ressuscitamos),porque amamos os irmãos (1 Jo3, 14). Esse amor começa em nóscom o reconhecimento de quesomos amados por Jesus e ma-nifesta-se no facto de que, real-mente, pelo Seu Espírito, tambémnós O amamos a Ele.3 - Meus caros irmãos e irmãs:celebrar e viver a Páscoa éacolher, pela fé, esta oportu-nidade que Cristo nos oferece depassarmos com Ele da escravidãoe da morte que é viver segundo acarne, para a gloriosa liberdadede filhos de Deus e para a VidaEterna. E, por isso, não tenhamosmedo de responder a Jesus:Senhor, vem e vê, e de Lhe mos-trar a podridão que o pecadorealizou em nossas vidas. Como

nos ensina S. Paulo, os que vivemsegundo a carne não podemagradar a Deus (Rm 8,8). Porisso, aproximemo-nos de Cristo,o único Médico que pode salvar-nos da morte. Para passarmos deuma vida segundo a carne parauma vida segundo o Espíritoprecisamos de morrer com Elepara vivermos na docilidade aoSeu Espírito e nos tornarmospropriedade Sua e Sua presençasalvadora no meio do mundo,pelo Seu Espírito que habita emnós (Rm 8,11).Reparareis certamente, caríssi-mos irmãos, na profecia de Eze-quiel que iremos escutar naprimeira leitura do próximo do-mingo: quando o Senhor prometeressuscitar o Seu povo liber-tando-o do cativeiro da Babi-lónia, como afirma que vai realizaressa obra maravilhosa? Infun-direi em vós o Meu Espírito erevivereis (Ez 37, 13)! Nos relatosda Paixão do Senhor escutamosque, ao morrer na Cruz, Jesusentregou o Seu Espírito. Eporque será que o Tempo Pascalse encerra sempre com a Sole-nidade do Pentecostes na qualcomemoramos a Vinda do EspíritoSanto, Espírito do Pai, mas tam-bém do Filho, para que a Igrejapossa manifestar ao mundo avitória de Cristo sobre a morte?4 – Reparemos finalmente que,para ressuscitar Lázaro, Jesuspediu a colaboração daqueleshomens que, obedecendo à Suapalavra, retiraram a pedra daabertura do túmulo e libertaramLázaro das faixas mortuárias queo envolviam. Hoje, para libertaras pessoas do pecado e as soltardas prisões da morte, Jesusprecisa de colaboradores que Oescutem e obedeçam às Suaspalavras. Esses são os discí-pulos, esses somos nós. É nossamissão ajudar os que vivemsegundo a carne a escutar a vozdo Senhor que, nesta Páscoa,deles Se aproxima cheio de podere de amor, para os chamar damorte para a Vida, para a Suamesma Vida de Filho de Deus:Lázaro, vem para fora!

Leitura da Profecia de EzequielAssim fala o Senhor Deus: «Vou abrir os vossos túmulos e deles vos fareiressuscitar, ó meu povo, para vos reconduzir à terra de Israel. Haveis dereconhecer que Eu sou o Senhor, quando abrir os vossos túmulos e deles vosfizer ressuscitar, ó meu povo. Infundirei em vós o meu espírito e revivereis.Hei-de fixar-vos na vossa terra, e reconhecereis que Eu, o Senhor, digo efaço».

«O Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos habita emvós»

Rom 8, 8-11II Leitura

Salmo Responsarial Salmo 129 (130)

Senhor está a misericórdia e abundante redenção.

Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos RomanosOs que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. Vós não estais sobo domínio da carne, mas do Espírito, se é que o Espírito de Deus habita emvós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não Lhe pertence. SeCristo está em vós, embora o vosso corpo seja mortal por causa do pecado,o espírito permanece vivo por causa da justiça. E, se o Espírito d’Aquele queressuscitou Jesus de entre os mortos habita em vós, Ele, que ressuscitouCristo Jesus de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais,pelo seu Espírito que habita em vós.

Eu sou a ressurreição e a vida, diz o Senhor.Quem acredita em Mim nunca morrerá.

Jo 11, 25a.26Aclamação antes do Evangelho

Page 4: SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ … · Fazemos votos de que esta situação que a todos inquieta e atinge, depressa termine e com o menor número de vítimas possível,

26 de março de 2020SOCIEDADE4 – Notícias de Beja

Caros Associados

Estamos a acompanhar, a par epasso, as decisões do Governo eas suas implicações para o desen-volvimento da nossa actividade,que continuamos a reputar comosendo cada vez mais importantepara informar os nossos conci-dadãos neste tempo de crisenacional causada pela pandemiado Covid-19.Os dados que já conseguimosrecolher junto de vários asso-ciados é bem representativo dopanorama nacional do nossosector. Cerca de 1/5 dos postosde venda de publicações perió-dicas encerraram neste período,o que terá inevitavelmente algu-ma diminuição das vendas dejornais e revistas. Mas tambémfoi constatado nalguns pontosde venda em Lisboa que seregistaram mais vendas de exem-plares, o que naturalmente sejustifica pela procura de infor-mação séria, segura e jornalis-ticamente editada.Contudo, foi registada umageneralizada diminuição da pu-

blicidade por parte do comérciolocal, ou porque encerraram assuas atividades ou porque foidiminuída a sua capacidade eco-nómica ou ainda porque algunscidadãos já se remeteram a algumaautocontenção nas suas casas.Esta situação afeta naturalmentemais a imprensa de proximidade.Com a saída da regulamentaçãodo Estado de Emergência, osúnicos constrangimentos quepodem acontecer irão decorrer dedoença dos trabalhadores dadistribuição (como os própriosCTT já reconheceram), encerra-mento voluntário de pontos devendas ou medidas de contençãosanitária como aconteceu recen-temente no município de Ovar. Deresto não vemos nenhuma me-dida que impeça o normal fun-cionamento de gráficas e dasdistribuidoras de publicações.As nossas associações entre-garam ao Governo, logo que foidecretado o Estado de Alerta,uma série de proposta de caráterfiscal que permitiriam de umaforma simples e quase imediataalguma melhoria das condições

da atividade. Aguardamos comoas mesmas se integram no âmbitodas medidas anunciadas paraapoiar as empresas, embora osetor não tenha sido especi-ficamente mencionado. Como agrande parte dos editores depublicações periódicas são mi-cro, pequenas ou médias em-presas, acreditamos que serápossível também por esta viaencontrar soluções para asse-gurar a continuidade da atividadede edição de jornais e revistas.Mas continuar, ativamente, amanifestar junto do Governo asnossas posições para que sejamtomadas medidas para o nossosector, neste tempo de crise. Eisso não deixaremos de fazer,nenhum dia, enquanto durar oEstado de Emergência. Oxalátenhamos sucesso, em nome dofuturo da imprensa.

João PalmeiroPresidente da Direção da

Associação Portuguesa deImprensa

Paulo RibeiroPresidente da Associação

Portuguesa de Imprensa Cristã

Primeira semana de suspensão dasatividades letivas presenciais suspensas

Escolas serviram umamédia de 5500 refeições

por dia

Nos primeiros dias de atividades letivas presenciais suspensas, porforça da situação epidemiológica que o país atravessa, as escolas dereferência abertas para dar resposta social a alunos mais carenciadosserviram uma média de 5500 refeições, de norte a sul do país. Estasescolas acolheram, igualmente, cerca de uma centena de filhos/educandos de trabalhadores de serviços especiais, que já necessitaramdeste mecanismo.Com o estado de emergência declarado …, as referidas necessidadespoderão vir a aumentar, estando estas cerca de 700 escolas preparadaspara cumprir a sua missão de serviço público de proximidade. As escolascontinuam assim a cumprir uma função social imprescindível, em todoo território, garantindo diariamente às crianças e jovens que onecessitem acolhimento ou uma resposta alimentar adequada,atendendo às regras de segurança determinadas pelas autoridades desaúde. Articulação com municípios permite respostas diversificadasDe acordo com o reporte feito pelos Agrupamentos de Escolas (AE) àDGEstE, desde segunda-feira, as escolas de acolhimento serviram, emmédia, 5500 refeições diárias, tendo a região de Lisboa e Vale do Tejo omaior número de solicitações, com uma média de 3500 refeições diárias,seguindo-se a região Centro (cerca de 800), a região Norte (cerca de650), a região do Alentejo (cerca de 350) e, por fim, a região do Algarve(cerca de 250). De referir que a distribuição das refeições escolares,quer no que diz respeito à identificação da escola ou serviço ondeviriam a ser disponibilizadas, como à forma da sua disponibilização, foiarticulada entre os serviços do Ministério da Educação, os municípiose as direções dos Agrupamentos, por forma a que a resposta fosse aoencontro das especificidades e realidade de cada comunidade. Destemodo, as respostas são as variadas:· Alunos/Encarregados de Educação recolhem a refeição embalada elevam-na para casa;· Alunos consomem a refeição no refeitório da escola, respeitando oPlano de Contingência implementado, de acordo com as normasemanadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS);· Alunos que se encontram a frequentar a escola ao abrigo do serviçode acolhimento, consomem a refeição no refeitório da escola,respeitando o Plano de Contingência implementado, de acordo com asnormas emanadas pela DGS;· Autarquias entregam em casa dos alunos as refeições confecionadaspela escola (serviço take away);· Autarquias confecionam refeições e entregam na casa dos alunos;· Autarquia entrega um cabaz semanal às famílias para as refeições dosalunos serem confecionadas em casa.No que diz respeito ao acolhimento de educandos a cargo deprofissionais de serviços especiais, conforme previsto no Decreto-LeiN.º 10-A/2020, as escolas de referência da região de Lisboa e Vale doTejo deram, esta semana, resposta a mais de meia centena de alunos,mais de duas dezenas na região Norte, 15 na região Centro e a cerca deuma dezena nas regiões do Alentejo e do Algarve.

Lisboa, 20 de março de 2020

Padre italiano morre depois de recusarventilador e o oferecer a doente mais jovem

Um padre italiano de 72 anosmorreu na semana passada nacidade de Lovere, na Lombardia,depois de renunciar a um venti-lador comprado pela sua paró-quia e o oferecer a um pacientemais novo.Segundo a imprensa italiana,Giuseppe Berardelli, pároco emCasnigo, contraiu a Covid-19 efoi internado no hospital daquelacidade, na região italiana maisafetada pela pandemia, onde veioa morrer na semana passada.Quando o seu estado de saúdese agravou, os paroquianos deCasnigo juntaram-se para lhecomprar um ventilador. Mas, deacordo com o jornal regionalAraberara, que cita um pro-fissional de saúde da instituiçãoonde o sacerdote morreu, o padre“renunciou por sua própriavontade para o destinar a alguémmais jovem do que ele“.Berardelli já sofria de outrosproblemas de saúde que, soma-dos à sua idade avançada, o

colocavam num dos grupos demaior risco. De acordo com omesmo jornal, o padre GiuseppeBerardelli era uma figura muitoacarinhada na comunidade deCasnigo. “Era uma pessoa sim-ples, direta, de uma grande genti-leza e disponibilidade para todos,crentes e não crentes. A suasaudação era ‘paz e bem’. Semprecordial e disponível para a admi-nistração pública, as associaçõese não apenas as da paróquia”,descreveu Giuseppe Imberti,antigo presidente da câmara deCasnigo.

“Era amado por todos, os antigosparoquianos dele ainda vinhamde Fiorano, ao fim de muitos anos,para o ver. Mas ele também tinhauma capacidade incrível pararesolver problemas económicos,para bater às portas certas paraajudar”, acrescentou Imberti.Devido às restrições atualmenteem vigor em Itália, o sacerdotenão teve um funeral. Mas, deacordo com a imprensa italiana,os habitantes de Casnigo diri-giram-se às janelas para aplaudirenquanto o caixão de Berardellifoi levado para o cemitério.

Page 5: SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ … · Fazemos votos de que esta situação que a todos inquieta e atinge, depressa termine e com o menor número de vítimas possível,

26 de março de 2020 Notícias de Beja – 5SOCIEDADE

Catequese com o Bispo NunoArquidiocese de Braga lança catequese semanal online

A Arquidiocese de Braga vai iniciar,esta sexta-feira, dia 20, a “Cate-quese com o Bispo Nuno”. Ainiciativa pretende colmatar ainterrupção causada pela pandemia

CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS

No tempo difícil que estamos aviver, devido à pandemia deCovid-19, considerando o casode impedimento para celebrar aliturgia comunitariamente naigreja, tal como os bispos o têmindicado para os territórios desua competência, chegaram aesta Congregação consultasrelativas às próximas festivi-dades pascais.1 – Sobre a data da Páscoa.Coração do ano litúrgico, aPáscoa não é uma festa como asoutras:celebrada no arco de três dias, oTríduo Pascal, precedida pelaQuaresma e coroada pelo Pen-tecostes, não pode ser transferida.2 – A Missa crismal. Avaliandoo caso concreto nos diversospaíses, o Bispo tem a faculdadede a adiar para data posterior.3 – Indicações para o TríduoPascalOnde a autoridade civil e eclesialimpôs restrições, atenda-se aoque se segue em relação aoTríduo Pascal.Os Bispos darão indicações, deacordo com a Conferência Epis-copal, para que na Igreja Catedrale nas Igrejas paroquiais, mesmosem a participação dos fiéis, obispo e os párocos celebrem osmistérios litúrgicos do TríduoPascal, avisando os fiéis da horade início de modo a que sepossam unir em oração nasrespetivas habitações. Nestecaso são uma ajuda os meios decomunicação telemática em dire-

Prot. n. 153/20DECRETO Em tempo de Covid-19

to, não gravada.A Conferência Episcopal e cadaDiocese não deixem de oferecersubsídios para ajudar a oraçãofamiliar e pessoal.Em Quinta-Feira Santa, nasIgrejas catedrais e paroquiais, namedida da real possibilidadeestabelecida por quem de direito,os sacerdotes da paróquia po-dem concelebrar a Missa na Ceiado Senhor; concede-se a títuloexcecional a todos os sacerdotesa faculdade de celebrar neste dia,em lugar adequado, a Missa semo povo. O lava-pés, já facultativo,omite-se. No termo da Missa naCeia do Senhor omite-se a pro-cissão e o Santíssimo Sacramentoguarda-se no Sacrário. Os sacer-dotes que não tenham a possi-bilidade de celebrar a Missa, emvez dela rezarão as Vésperas (cf.Liturgia Horarum).Em Sexta-Feira Santa, nas igrejascatedrais e paroquiais, na medidada real possibilidade estabelecidapor quem de direito, o Bispo / opároco celebra a Paixão do Se-nhor. Na oração universal, oBispo Diocesano terá o cuidadode estabelecer uma intençãoespecial pelos doentes, pelosdefuntos e pelos doridos quesofreram alguma perda (cf. MissalRomano, pág. 253, n. 12).Domingo de Páscoa. A VigíliaPascal celebra-se apenas nasigrejas catedrais e paroquiais, namedida da real possibilidadeestabelecida por quem de direito.Para o “Início da vigília ou

Lucernário” omite-se o acenderdo fogo, acende-se o círio e,omitindo a procissão, segue-seo precónio pascal (Exsultet).Segue-se a “Liturgia da Palavra”.Para a “Liturgia batismal”, apenasse renovam as promessas batis-mais (cf. Missal Romano, pág.320, n. 46). Segue-se a “Liturgiaeucarística”.Aqueles que não podem de modonenhum unir-se à Vigília Pascalcelebrada na igreja, rezam oOfício de Leituras indicado parao Domingo de Páscoa (cf. Litur-gia Horarum).Para os mosteiros, os semináriose as comunidades religiosas, oBispo diocesano decidirá.As expressões de piedade po-pular e as procissões que enri-quecem os dias da Semana Santae do Tríduo Pascal, a juízo doBispo diocesano poderão sertransferidas para outros diasconvenientes, por ex., 14 e 15 deSetembro.De mandato Summi Pontificispro hoc tantum anno 2020 [Pormandato do Sumo Pontífice ape-nas para este ano de 2020].Sede da Congregação para oCulto Divino e a Disciplina dosSacramentos, 19 de março de2020, solenidade de São José,Padroeiro da Igreja Universal.Robert Card. Sarah

PrefeitoX Arthur Roche

Arcebispo Secretário

MISSA PELATELEVISÃO?

MAS HÁ MELHORNestes dias calamitosos e apocalípticos de distanciamento sociale de proximidade familiar, vamos fazer a vida de cada dia, alegre,solidária e fraterna. Também somos chamados a celebrar, aalimenta e a irradiar, de modo diferente, a graça da nossa vidabatismal e eucarística. O mais fácil, o mais aconselhado, o maiscómodo e preguiçoso, é assistir á missa pela televisão. Ao menosisso. Mas atenção aos limites. Se tiveres fome, não te sacias aover um grande banquete através dos ecrãs. É necessário fazeralgo mais. Faz, prepara, em família, a celebração dominical. Tomaconsciência que a família é uma Igreja doméstica. Mas só seráigreja, se nela houver culto, se cada um assumir o papel que lhecompete na celebração. Se tiveres a “liturgia diária”, ou o missaldominical, o problema está resolvido. De outro modo, tens de ir àNET buscar os textos correspondentes. Primeiro escolhe-se olugar, com mesa certamente. Em cima um crucifixo, uma Bíbliaaberta, uma ou duas velas acesas, algumas flores. Se não houverquintal, convida os teus filhos a recortar ou a pintar flores paraornamentar o altar. Pôr sobre a mesa as fotografias dos presentese ausentes, para uma celebração inter-geracional. Coloca tambémna mesa tantos pedacinhos de pão, tantos quantos os presentes.Este pão lembra a oração do Senhor, que está construída sobre apalavra Pai, no início e, no meio, a palavra Pão. Este pão lembra-nos que temos o Pai do Céu, que nos dá o pão da sua palavra edo seu amor. Distribui tarefas. Escolhe, em conselho de família,os cantos, as leituras a distribuir, as admonições a fazer e queconstam das introduções do missal dominical. Antes de começar,guarda-se um pouco de silêncio. Lembra as terríveis cir-cunstâncias que nos retêm em casa, para nosso bem e para bemdaqueles que podemos contaminar. E começa a celebração,serenamente, sem pressa, evitando toda e qualquer dispersão.Para isto, é necessário convicção, decisão,”uma determinadadeterminação”, na expressão de Santa Teresa de Jesus. Depoisdo Evangelho, ponham em comum o que for possível, comsimplicidade. Na altura da comunhão, ao comer o pedacinho depão que nos lembra a presença de Jesus, o que preside agradecea dádiva e tarefa desta celebração familiar, que é como o pãozinhoda nossa fé, da nossa esperança e do nosso amor. Se isto forpossível, duplos parabéns. Primeiro, porque acabas de afirmar,de modo rico, que a tua casa é uma igreja doméstica, onde os paissão os “ministros” e os filhos e restantes familiares são aassembleia reunida e convocada pelo poder de Deus, para celebraro domingo e fazer memória da Santa Ceia. Segundo, acabas dedar uma bela catequese aos filhos e demais familiares. Missa pelatelevisão? Faça você mesmo. Durante a semana, porque há maistempo, podes fazer uma oração pessoal, seguindo o processoacima descrito ou assistindo à missa do Santuário de Fátima,diariamente, às 11 da manhã, pelo “Canção Nova”, canal 182, quetambém transmite o terço às 21.30. Podes também rezar o terçopela Rádio Renascença, diariamente, às 18.30.Já agora, uma sugestão, para ocupares de modo interessante elúdico, o tempo dos filhos. Cuida da memória e da história dafamília. Lembra-te que os avós e as pessoas mais velhas têmsegredos, a cultura e a tradição de cada família. Neste excesso decultura global que nos envolve, é importante chamar atençãodos mais novos para a cultura local e familiar, como histórias,lendas, anedotas, acontecimentos, poemas, ditos, provérbios,tudo o que diz respeito ao presente e passado da família. E atépode ser uma história familiar desenhada, com a arte, com osdesenhos e pinturas dos filhos, desde os da área do pré-escolar,ao universitário. Que belo tempo, para estar, servir, alegrar e fazera família mais feliz e solidária. Que ninguém seja peso paraninguém. Sugere aos filhos que escrevam e façam pequenosteatros sobre a história da família, as partes gagas da vidaquotidiana e a vida em geral.

António Aparício

de Covid-19 na catequese dasparóquias e comunidades católicas.Através da página de Facebook daArquidiocese, semanalmente, das16h às 17h, D. Nuno Almeida,

Bispo Auxiliar de Braga, vaiabordar os temas relacionadoscom a actualidade. Nesta primeiracatequese será abordado “Oaparente silêncio de Deus peranteo sofrimento: Onde está Deusquando acontecem tragédias?”.A iniciativa pretende privilegiar ainteractividade, pelo que a inten-ção é que os catequisandos inter-venham na sessão com questõese dúvidas.As sessões semanais serão também trans-mitidas em directo no canal de YouTubeda Arquidiocese.

Pe. Paulo Terroso

Page 6: SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ … · Fazemos votos de que esta situação que a todos inquieta e atinge, depressa termine e com o menor número de vítimas possível,

26 de março de 2020OPINIÃO6 – Notícias de Beja

Mértola Paleocristã (XVI)António Aparício

Sílvio Couto

«No ano dos gémeos, surgiráuma rainha, vinda do Oriente eespalhará a sua praga, vindados seres da noite, na terra dassete colinas, transformando empó, os homens do crepúsculopara culminar na sombra daruína».Parece que é isto o que diz a‘profecia de Nostradamus’ de1555.Explicando...numa tentativamais de acomodação do que deinterpretação:- ‘ano dos gémeos’: 2020;

Logo que chegou ao espaçoeuropeu o coronavírus ‘covid-19’houve quem quisesse descobrirnum livro do início da década deoitenta – ‘os olhos da escuridão’– uma revisão daquilo que esta-mos a viver quarenta anos de-pois: uma arma biológica com onome da cidade de Wuhan – localde onde se desencadeou todo oprocesso – e que fez milhares devítimas, cujo nome do cientistacoincide com o de um médico quetem publicado estudos sobre ocoronavírus…

= Quando tudo parecia em sere-nidade, sorvendo uma espécie depaz podre, eis que surgem sinaisevidentes de que algo vai mal noreino da nossa existência mornae anódina. Para quantos nãoviveram qualquer tipo de guerra– sobretudo os que têm menosde 65 anos – tudo parecia adqui-rido sem esforço nem grandesacrifício. Muitos dos mais no-vos não foram tidos nem acha-dos para aquilo que lhes foi dado

de mão-beijada e talvez menos-prezada… pois o fervor revo-lucionário de antanho foi enso-pado com grelos de cultivo inten-sivo. As prateleiras cheias de tudoe daquilo que não foi solicitadofoi acomodando tantos dos fun-cionários de categoria básica esem grandes reivindicações.Isto, de repente, ter de se subme-ter às condicionantes de algumadisciplina soa a revanchismo deoutras épocas e à limitação dosdireitos, liberdades e garantias.Tocaram-nos na saúde e ficamosem pânico, pois o próprio e osoutros podemos tornar-nosinimigos de nós mesmos e dosdemais. Cresce a desconfiançasobre tudo e para com todos.Nada nem ninguém deixará deestar sujeito a poder ser umpotencial transmissor de doença.Isto que era tácito passará embreve a ser explícito, tornando-nos objeto de controlo e derepressão, se preciso for.

= Se há quem olhe para as pala-

- ‘rainha vinda do Oriente’:coroa/corona, vinda da China;- ‘espalhará sua praga’: vírus;- ‘vinda dos seres da noite’:morcegos...apontados como aorigem inicial, mas ainda nãodescartada;- ‘na terra das sete colinas’:Roma;- ‘transformando em pó’: morte;- ‘os homens do crepúsculo’:mais velhos- ‘para culminar na sombra daruína’ : confusão geral naeconomia.

Em tudo isto e no resto (outrosfactos e suposições) o que podehaver de acertado ou de mentira?Andar a colar rótulos a coisas dopassado – nalguns casos comfundamentação algo duvidosa –será sério, correto e sensato? Asleituras das profecias de Nostra-damus serão algo mais do quepatranha exotérica? Poderemos,enquanto cristãos/católicos, darassentimento a coisas nem sem-pre fiáveis ou credíveis?

vras da profecia de Nostradamuscomo alvo de ironia, há quem asconsidere como mais um aviso ànossa bazófia cultural. Comrazoável facilidade criamos mons-tros e desfazemo-nos de mitos,mas com insuficiente rapidezsabemos ler os sinais daquiloque nos faz ter medo à misturacom o que não conseguimoscompreender devido à manifestaincapacidade de inteligência e dehumildade. Dá a impressão quesomos mais capazes de barulhare menos de mergulhar no verda-deiro sentido das coisas e dosacontecimentos…atuais, pas-sados e futuros.A leitura de acontecimentoscomo este da pandemia do coro-navírus ‘covid-19’ só será possí-vel quando nos colocarmos dejoelhos, não numa mera sub-missão acrítica, mas procurandodiscernir o que Deus nos querdizer com tudo isto! À boamaneira de Pascal: se querescompreender põe-te de joelhos!

Estará a cumprir-se a ‘profecia de Nostradamus’?

Memória da Primeira Evangelização na celebração dos 250 anos da Restauração da Diocese de Beja

«Vila museu de museus», lhechamava o Cónego GonçalvesSerpa. Levantada e alcantilada emcunha altaneira entre o Guadianae a ribeira de Oeiras, mostrando-se senhorial, nobre e altiva,Mértola guarda memórias e his-tórias, de diferentes povos, raças,culturas, costumes e credos. Nãoé só a sua imagem branca, espraia-da em colina e socalcos de belezae harmonia, espelhada no Gua-diana que a refresca, a corteja ese prostra a seus pés, mas cadacanto e recanto, cada canteiroflorido, cada rua de sobe e desceem vertigem sobre o rio, cadaportado, sacada e janela, a volu-metria e vetustez das sua velhasmuralhas, coroadas e encimadaspela silhueta do seu castelo e, emespecial, o riquíssimo acervo dosseus muitos museus, tudo nosfala de uma grande e rica herança,que deve encher de orgulho aspresentes gerações. Como portoe entreposto comercial de pri-meira grandeza, Mértola viupassar, ao longo de muitos sé-culos, caravanas e especiarias defenícios, cartagineses, gregos,romanos, suevos, visigodos,árabes e cristãos.

«Grande parte do território queé hoje o Baixo Alentejo orga-nizou-se em função do eixo Beja-Mértola, a magna cidade e o seuporto. Disseminados pelas áreasauríferas e argentíferas de nume-rosos castella, alcandorados nocimo dos montes, asseguravama produção e o comércio dominério»1. As armas de Beja oconfirmam: «…Outra é a medalhafenícia que Bayer atribui a Serpa,e pede mais vagarosa consi-deração do que agora tenho. Delase vê a facilidade de chegar aBeja, pois fica na distância denove leguas do Porto de mar emMértola. Tanto assim que nestacidade na Porta nova chamada deÉvora se conservam as anti-quíssimas Armas de Beja com-postas de um Navio e uma cabeçade Toiro, sinal de agricultura eComércio Marítimo particular-mente com Cartagineses. O es-pírito de comerciar facilmentepodia atrair a este Territóriovariedade de Nações».2

«Podia talvez afirmar-se que estacidade fluvial era o porto de Bejae a sua melhor ligação ao mundoromano». (43) Na verdade, Mér-tola era o porto cerealífero deRoma, para escoamento da pro-dução das numerosas “Vilas”

romanas do Alentejo, especial-mente na zona dos barros de Beja,pela sua excepcional aptidãoagrícola».É muito provável que a fé cristãtivesse chegado a Mértola logonos seus primórdios, como dize-mos acima, pelos estivadoresrecrutados entre a gente pobrede Roma, os primeiros a aderir aoEvangelho. Não duvidamos quea fé cristã teria chegado aqui,ainda no período romano-cristão.Mas a grande novidade e heran-ça de excepção é saber que«Mértola ocupa lugar notável nahistória portuguesa dos primór-dios da Idade Média, por causada série de inscrições cristiano-latinas dos séculos V-VIII que alitem aparecido»3

É com veneração, respeito eemoção, que fazemos memória daprimitiva comunidade cristã deMértola e seus protagonistas,eternizados pelas 32 lápidesfunerárias que por felicidadechegaram até nós. É um patri-mónio de excepcional impor-tância histórica, cronológica,semântica e eclesial. Por elesabemos que em Mértola, a partirdo século V, existiu uma co-munidade cristã devidamenteestruturada e hierarquizada,

composta de cinco presbíteros,(Satirius, Romanus, Simplicius,Britto e Afranius); um chefe doscantores, o chantre, príncipe doscantores (Andreas); um ostiário(Exuperius); um leitor, (Tybe-rius). Vamos fazer memória da-queles que nos precederam esantificaram a velha cidade deMyrtilis, durante o reino visigó-tico, todos qualificados de fa-mulus Dei, os homens e de puellaChristi, famula Christi ou fa-mula Dei, isto é “servas deCristo” ou “de Deus”, as mu-lheres. Comecemos pelas “puellaChristi”:- Donata, de 22 anos, descansouna paz do Senhor aos 5 dias deJulho de 465.- Amanda, de 27 anos e cincomeses, falecida no ano de 510.- Auriola, de 27 anos, no ano de510.- Mannaria, de 9 anos e quatromeses, no ano de 495.- Orania, de três anos, no ano 472.- Rufina, de 45 anos mais oumenos, n o ano de 518.- Senatrex, de 18 anos, no ano de566.- (?) de 70 anos mais ou menos,no ano de 518HOMENS- Abundantius, de 27 anos, no

ano de 529- Adiutor, de ? anos, do séc. VI- Afranius, de ? anos, no ano de706.- Andreas, de 36 anos, no ano de525.- Faustianus, de ? anos, no anode 470.- Fistellus (por Festellus com fem.Festela: P. J. Vives): de 70 anos,no ano de 510.- Flavianus, de ? anos, no anode…- Glandarius, de 38 anos, poucomais ou menos, no ano de 566.- Hilarinus, de um ano, cincomeses e cinco dias, no ano de566.- Romanus, de 75 anos, no anode 560? (P. Miguel de Oliveira).- Satirius, de ? anos, no ano de489.- Simplicius, de 59 anos, no anode 537. - Tyberius, de 14 anos e novemeses, pouco mais ou menos, noano de 566.4

Grandes histórias e sentimentos,grande fé e confiança revelamestas lápides cristãs, que nãodeixaram que os seus ocupantescaíssem no esquecimento. Quemistério de saudade e dor revelaa inscrição de Hilarinus, “de umano, 5 meses e cinco dias!”

Page 7: SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ … · Fazemos votos de que esta situação que a todos inquieta e atinge, depressa termine e com o menor número de vítimas possível,

26 de março de 2020

Diretor: António Novais PereiraRedação e Administração:Rua Abel Viana, 2 - 7800-440 BejaTelef. 284 322 268E-mail: [email protected]

Assinatura 35 Euros anuais c/IVAIBAN PT50 0010 0000 3641 8210 0013 0

Impressão:Gráfica do Diário do MinhoRua de Santa Margarida, n.º 4-A - 4710-306 Braga

26março

2020

Depósito Legal

N.º 1961/83

Editado emPortugal

Propriedade da Diocese de BejaContribuinte Nº 501 182 446

RegistoN.º 102 028

Tiragem1.500

REGIONAL Notícias de Beja – 7

Atividade operacional semanal

O Comando Territorial de Beja,para além da sua atividade diária,levou a efeito um conjunto deoperações, no distrito de Beja, nasemana de 16a 22 de março, quevisaram a prevenção e o combateà criminalidade violenta, fisca-lização rodoviária, entre outras,registando-se os seguintes da-dos operacionais:1. Detenções: Sete detidos emflagrante delito, destacando-se:- Quatro por condução sob oefeito do álcool; um por con-dução sem habilitação legal; umpor furto.2. Apreensões:

- Um bastão extensível; uma armabranca; uma arma de ar com-primido; uma arma de fogo.3. Trânsito:Fiscalização: 47 infrações dete-tadas, destacando-se:- Quatro por condução com taxade álcool no sangue superior aopermitido por lei; quatro por faltade seguro de responsabilidadecivil obrigatório; duas por faltade inspeção periódica obriga-tória; uma por falta ou incorretautilização do cinto de segurançae/ou sistema de retenção paracrianças; uma por uso indevidodo telemóvel no exercício da

condução, duas relacionadascom iluminação/sinalização.Sinistralidade: 14 acidentes regis-tados, destacando-se: Dois feri-dos graves e dois feridos leves.4. Fiscalização Geral: Três autosde contraordenação, no âmbitoda legislação da proteção danatureza e do ambiente.5. Ações de sensibilização:- 28 no âmbito da operação“Floresta Segura 2020”, tendosido sensibilizadas 238 pessoas;três no âmbito de idosos emsegurança, tendo sido sensi-bilizados 37 idosos.

O Comando Distrital de Beja daPSP (CD Beja), no âmbito das suascompetências de prevenção ecombate permanente à prática deilícitos criminais e contraordena-cionais, no período de 13 a 19MAR2020, na sua área de jurisdição,registou e destaca os seguintesresultados operacionais:

- Detenção de 1 pessoa, de 25anos de idade, por suspeita daprática de condução de veículoautomóvel, sem habilitação legalpara o efeito;

Operações de Fiscalização:- 2 Operações de FiscalizaçãoRodoviária, em Beja, com re-curso a Radar, que contabi-

lizaram 3052 veículos contro-lados, com a deteção de 21infrações;- 11 Operações de FiscalizaçãoRodoviária, enquadradas naAtividade Operacional de CDBeja e no Plano Nacional deFiscalização, que contabilizam:- 64 Veículos fiscalizados;- 20 Condutores submetidos aoteste de alcoolémia;- 27 infrações detetadas.

Acidentes rodoviários:- Em Beja, registo de 2 acidentesrodoviários, dos quais resultaramsó danos materiais.

Ações preventivas/de sensibilização e outras:

SUMULA SEMANAL- O Núcleo de Armas e Explosivosdo CD Beja, nas suas instalaçõese no período em apreço, procedeuà recolha de 24 armas de fogo,perdidas a favor do Estado.

Outras informações:- O CD Beja informa toda apopulação da sua área de atuaçãoque, atualmente, em resposta àsituação Pandémica COVID-19que o nosso País atravessa,ajustou todos os seus recursos eoperacionalidade às necessi-dades especiais do momento,para um efetivo e eficaz apoio àpopulação, e fiscalização documprimento das medidas exce-cionais e temporárias, até à datadecretadas (e outras que o ve-nham a ser).

NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL O Ministério da Educação esclarece que são extemporâneas emeramente conjeturais quaisquer afirmações sobre a avaliaçãofinal do terceiro período. A prioridade durante estas duassemanas, antes das férias da Páscoa, tem sido estabelecermecanismos não presenciais com os alunos, tendo especial relevoo arrancar deste processo e a especial atenção aos alunos emsituação de maior vulnerabilidade. O Ministério da Educação continua a trabalhar proativamentepara que este tempo de exceção decorra com a responsabilidadenecessária, minimizando os impactos necessariamente existentespara todos numa situação como a que vivemos.

Assessoria de ComunicaçãoGABINETE DO MINISTRO DA EDUCAÇÃO

Prezados colaboradores, assinantes eleitores

Contamos com todospara a continuidade

e futuro deste jornal. Colabore.

Leia, assine e divulgue o“Notícias de Beja”

Município de Almodôvar começou a realizara desinfeção de ruas

O Município de Almodôvar come-çou a proceder, no dia24 de março,à desinfeção de ruas um poucopor todo o concelho, pelo menosduas vezes por semana.Esta é mais uma medida de con-tenção face à propagação do novoCoronavírus, a juntar a todas asoutras que amplamente temosvindo a promover e a divulgar emtodos os canais ao dispor doMunicípio de Almodôvar.A desinfeção de ruas será feitacom recurso a meios técnicos ehumanos da autarquia almo-dovarense, de todas as Juntas deFreguesia do Concelho e aindacom o apoio de uma entidadeprivada, a Herdade dos Tou-cinhos que gentilmente dispo-

nibiliza um trator com pulverizador.As ações de desinfeção na viapública vão incidir sobretudo naVila de Almodôvar, com destaquepara a zona envolvente ao Mer-cado Municipal e irão estender-se às seguintes localidades doconcelho: Aldeia dos Fernandes,Corte Zorrinho, Rosário, A-do-Neves, Semblana, Viúvas, Gue-delhas, Santa Cruz, Dogueno,Telhada, Cumeada, Felizes, SãoBarnabé, Santa Clara-a-Nova,Moinhos de Vento e Gomes Aires.Para além destas localidades,serão ainda promovidas ações dedesinfeção da via pública emlocais com menos população,nomeadamente nos Porteirinhos,Monte dos Mestres, Senhora da

Graça de Padrões, Gorazes, Mon-te da Vinha, Romba, Corte Fi-gueira Mendonça, Azinhal, Postode Combustível da Várzea deOurique, Fontes Ferrenhas, Cor-vatos, Monte das Mestras, Sin-ceira, Bernardos e noutros locaisque se considere importante estaintervenção de desinfeção deruas e locais públicos.Face ao momento peculiar queatravessamos, continuamos apedir à população que saia à ruaapenas para realizar tarefes deextrema necessidade, como ir àfarmácia, ao supermercado, darassistência a familiares idosos oucom mobilidade reduzida e aindaem casos justificadamente deforça maior.

Page 8: SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ … · Fazemos votos de que esta situação que a todos inquieta e atinge, depressa termine e com o menor número de vítimas possível,

26 de março de 2020ÚLTIMA PÁGINA

Em tempos de corona vírus quese pode fazer em quarentena?Refletir, ler, escrever, partilharreflexões, e rezar. A reflexãodepara-se com múltiplas sur-presas. Caro amigo, (comecei estareflexão no dia 17 com um amigoda web) estou num quarto da casado clero da catedral de Wes-tminster. Estou bem, mas dizem atoda a hora na BBC e nos jornais:não sair, não se juntar... Dou pormim a pensar que nunca houvetantos unidos e separados. Nun-ca tantas pessoas falaram domesmo, tantos governos, jornais,rádios, tvs, redes sociais dainternet, emails, twitters, face-books, especialistas, pessoasdos serviços de saúde, bispos,padres e religiões…E tantosignorantes e cientistas, povo ealta sociedade. Todos a falar domesmo! Um espanto! Tantasfamílias, juntas ou à distância,escritores e analfabetos, comer-ciantes e economistas, ricos,pobres e banqueiros. Todosunidos e separados, tantos alavar as mãos ao mesmo tempo,pela mesma razão, tantos a adiar,e em quarentena, sem pressas,como antes. Nunca tantos cine-mas, estádios, igrejas e templos,hotéis, estações, lojas e ruasfechadas e sem quase ninguém.Restaurantes sem gente sentada,tantos a comprar coisas de maispara comer e se lavar. Globalidade,desta vez!Tantos a descobrirem o bemcomum com que alguns não sepreocupavam. E até a aceitar quelhes limitem a liberdade em tem-pos de tantos liberalismos eindividualismos egoístas. Nuncatantos, a enfrentarem uma guerracontra o mesmo inimigo, quaseinvisível, e a tornarem-se menosinimigos. Não é espantoso quetantos políticos e líderes tentemserem menos corruptos e maisdignos e responsáveis da suaposição; e tantos a reconhecerem

Nunca tantos unidos e separados.Efeitos coronavirus

que é impossível fazer o quetodos desejam. Nunca tantaunidade política e solidária etanta separação e distância pelamesma razão; e que nunca tantastropas combatam pela saúde evida. Que vírus tão pequeno etão poderoso! As exceções doscorruptos, sempre haverá, claro;e muitos vão dando sinal nas ruase nas redes.Um vírus de nada a obrigar aCiência (com maiúscula) e aReligião a aceitarem que a fina-lidade de ambas é colaborar parao bem comum, terreno e ultra-terreno, de todos. E afinal, cola-boram no bem comum, queabranja todas as dimensões dapessoa na vida, saúde e força detrabalho, na doença, invalidezfísica, (não de pessoa), e na morteaté à vida eterna. Bem, repete-sea toda a hora que os idosos, comoeste, estão em maior risco, masnão é só o risco do vírus naninhomas também, do dragão do Apo-calipse. Será que nunca tantosrezaram como agora, será quetantos rezam mesmo sem igrejase templos, sem missas e serviçosreligiosos? Bem, será melhor irfazer oração e lectio divina econtinuar depois. Aqui na tv àminha frente Boris Johnson,acolitado pelo ministro das finan-ças e o cientista mor do reino,continuam na sua conferência deimprensa, até que venha o Arce-bispo de Cantuária, Justin Welbye o card.Vicent dizerem, na linhado Papa e de D. Manuel Cle-mente, que é tempo para invocarmais a Cristo e fazer o que cadaum pode para vencer o (s) inimigo(s). Sem medo da morte evita-semais o pânico contagioso. Nãoserá que o coronavírus ameaçater mais poder que todos ospolíticos e cientistas? Terá isto aver com tantos segredos que têmsido revelados sobre este períodocrucial da história? Será que ovírus tem mais poder que Jesus

Cristo? Difícil é dizer se este víruspoderá trazer bem à humanidade.Quem sabe? Só um Noé, umMoisés perante o Faraó, umDaniel, um Jonas, a quem oSenhor dos segredos revelava osentido das calamidades e pragasdesses tempos bíblicos? São17h50, dia de S. Patrício, 2020. Nodia seguinte continuou-se areflexão em resposta a um colega.Caro irmão no sacerdócio, façominhas muitas das suas per-guntas. Penso em muitas ma-neiras de celebrar a missa commenos povo, mantendo distân-cias uns dos outros e com todosos cuidados de prevenção. Assimse fez estes dias na catedral deWestminster. Contudo, hoje osbispos católicos decidiram que apartir do dia 20 as missas seriamà distância como decidiram os deoutros países. Apesar de tudopenso que nunca tanta gente nomundo, de todas as fés e credos,fez tanta oração. Nossa fé cristãtem duas frentes: pai, afasta estecálice...ajuda-nos a evitá-lo…masa tua vontade está primeiro.Quem sabe o sentido de toda estaepidemia em relação com a fécristã? Penso, faço o que posso,espero e rezo para que estefenómeno global (o mais) podeser uma graça de Deus? Para umpadre católico é grande riscodizer isto, num mundo em quemuitos são os seus deuses.Tenho esperança que o Senhordos vírus e dos homens, mesmodos que se julgam deuses, ajudaa discernir em que medida, destemal poderá vir um bem maior. Umabraço amigo, mas se estivesseperto só poderia ser uma coto-velada cordial como estamos aser treinados há duas semanas eeu agora a fazer quarentena noFunchal, desde ontem dia de S.José, patrono da Igreja.

/Aires Gameiro

Solicitudeda Igreja

- Na Revolução Industrial (séc. XIX) – O triunfo de uns poucos fezsurgir dolorosas dificuldades que não deixaram indiferente aconsciência e a acção de muitos cristãos. Como consequência, surgiramas obras de assistência por parte das Conferências de S. Vicente dePaulo (1883), as Reuniões de Operários da Sociedade de S. FranciscoXavier (1840), a Sociedade Salesiana (1859) e os Irmãos das Escolascristãs que vieram a organizar o núcleo fundador do sindicalismo cristão(1877). No séc. XIX foi manifesto o contacto da Igreja com as realidadesda discriminação e da pobreza, quer indo às raízes, quer apontandosoluções para os problemas surgidos, principalmente no mundo dooperariado. Surgiu a doutrina Social da Igreja, principalmente com oPapa Leão XIII, com tal força que, até aos nossos dias, todos os seussucessores sentem necessidade de lhe dar continuidade, na fidelidadeao Evangelho e procurando responder aos novos e constantesdesafios.

- Conflitos internacionais (séc. XX): Foi notável a acção humanitáriada Igreja durante a I Guerra Mundial (1914-1918), preocupada com atroca dos feridos e a assistência religiosa dos capelães militares, entreeles, aquele que foi bispo de Beja e é conhecido como o “bispo-soldado”, D. José do Patrocínio Dias. Muitos foram os apelos à paz,por parte de Bento XV e, na II Guerra Mundial (1939-1945) estes apeloscontinuaram, juntamente com o repúdio dos horrores cometidos: “Aexecução das medidas de deportação que procedem atualmentecontra os judeus dá lugar a cenas tão dolorosas que temos o imperiosodever de elevar o protesto da nossa consciência. Assistimos a umadispersão cruel das famílias onde nada é poupado: nem a idade, nema fraqueza, nem a doença. Aperta-se-nos o coração ao pensarmosnos maus-tratos infligidos a milhares de seres humanos e mais aindase pensarmos nos que não podemos prever” (Cardeal Pedro Gerlier,Bispo de Lião).

Neste momento, a acção da Igreja não pode ser diferente! É precisoque a humanidade continue a contar com o testemunho da “família deDeus”. O Papa Francisco, desde o início do seu Pontificado não cessade apelar para que a Igreja continue a ser uma presença viva do amorde Deus junto dos mais pobres.Em Portugal, a Igreja compreendeu rapidamente a gravidade doproblema, causado pelo COVID -19, mesmo antes de ser consideradouma pandemia e tomou a decisão dolorosa de suspender a própriacelebração comunitária da Eucaristia. É impressionante como os nossosbispos, sacerdotes e o povo de Deus em geral têm rapidamente reagidodiante da batalha que se trava contra este vírus. Continuemos assimporque Deus sabe que pode contar connosco e com sua Igreja.

Novais Pereira