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ANNO XVI1 RIO DE JANEIRO, 18 DE ABRIL DE 1914 NUM. 1591 ;-çr™ Wfi ~ M wy wrji.i">w»—s..,Lt.m ¦'' SEMANÁRIO HUMORÍSTICO ILLUSTRADO ,-"^r?"~>. rtllflBCItO ti ,'BS.Mí -- «OO réis Redacçao, escriptorio e officinas - Rua do Hospício - <sow reis ,',(".. icio N. 218 - Telepl èjephone N. 3515 ILaM=CSaS«aaE=EKKeC3aimmanXflBUKiaDKKXanMB1 /^\ / ELLA (csvasiando o bolso do marchante) Vês aquelle sujeito louro que ali vai ? Uma das minhas amigas bateu-lhe a carteira sem que elle sentisse. ELLE —Também, elle tem cara de palerma! Commigo não suecedia isso... IL1XIR DE NOGUEIRA Do piiarmaceutico e chimico JOÍO DA SILVA SILVEIRA PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL Grande depurativo do sangue. Único que cura a "Syphilis" Van.ds.-B* em todas Pnarisaaciaa a Ds-ooarlas. -rro-^M. «"-..SJ-—!"¦ .H .li ¦'.-.¦' ..-.',.1-.V;"--,.,WriMs^SMjB^^

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ANNO XVI1 RIO DE JANEIRO, 18 DE ABRIL DE 1914 NUM. 1591

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SEMANÁRIO HUMORÍSTICO ILLUSTRADO,-"^r?"~>.

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Redacçao, escriptorio e officinas - Rua do Hospício

- <sow reis ,',("..

icio N. 218 - Teleplèjephone N. 3515

ILaM=CSaS«aaE=EKKeC3aimmanXflBUKiaDKKXanMB 1 /^ \ /

ELLA (csvasiando o bolso do marchante) — Vês aquelle sujeito louro que ali vai ? Uma dasminhas amigas bateu-lhe a carteira sem que elle sentisse.

ELLE —Também, elle tem cara de palerma! Commigo não suecedia isso...

IL1XIR DE NOGUEIRA Do piiarmaceutico e chimico JOÍO DA SILVA SILVEIRAPELOTAS - RIO GRANDE DO SUL

Grande depurativo do sangue. Único que cura a "Syphilis"Van.ds.-B* em todas a» Pnarisaaciaa a Ds-ooarlas.

-rro-^M. «"-..SJ-—!"¦ .H .li ¦'.-.¦' ..-.',.1-.V;"--,.,WriMs^SMjB^^

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18 de Abril de 1914 )-( O RIO NU )-( _1=3,

fi*!

CDCom o suecesso previsto, estreou no dia

11 do corrente, no theatro Recreio, a compa-nhia Adelina Abranclies, levando á scena ACaixcirinlia, interessantíssima peça de doisautores belgas, primorosamente traduzida porAccacio de Paiva.

A platéa íuimerosissima, transbordante,applaudiu com clelirio os interpretes ei'ACaixeirinha, salientando com justiça a encan-tadora Aura Abranclies, que fez a prota-gonista..ta?- Chegaram de Portugal no domingopassado o empresário José Loureiro e o actorPinto Grijó, duas figuras sympathicas e syin-pathizadas no nosso meio theatral.

ar Recebemos em nossa redacção a visitado joven actor Alfredo Ruas, da companhiaAdelina Abranclies.

O intelligente e sympathico artista delei-tou-nos durante alguns minutos com a suaprosa encantadora.

ar Anda muitíssimo assombraela a LuizaCaldas, do S. José.

Esse assombro, porém, não a impede deadmirar certos ramos... de flores com pé dearame.

ar Ainda não se chegou ao rego umadama que a... tina com os homens de dinheiroe que, por isso, é na companhia EduardoVictorino a que mais vale.

Como está longe, a visada tornou-seingrata.

ar Quando ao terminar o especlaculo doS. José a Belmira sai do theatro c dá de caracom alguém, que costuma aguardar á porta asua passagem, fica toda cheia de tremeliquese lima-se de goso.

A pequena revira os olhinhos com tantaseducção, que faz mal a um homem, mesmocasado!

Porque esse alguém não advoga franca-mente essa causa amorosa ?

ta. De todo o pessoal da companhiaAdelina Abranclies só o Ferreira de Souza secommoveu com a scena dramática de que foicausa a Aura ao desembarcar.

O velho actor chorou também... Coisasda idade I

«ar Com profundo desgosto da AdeliaPereira foi ella substituída pela Pepa Baratano coração do...

Cala-te boca I Não desmaie a «Dama» !...ar Veiu dizer-nos o Carvalho tinor que

a Daria continua a guardar dentro de umacaixa de sapatos, no camarim, uma porção detoalhinhas sujas.

Não admira I A Daria sempre andoufamiliarisada com a porcaria.ar Por que razão irá o Mello esperar to-das as noites a sahida da Dolores, á portado s. jose?;,.:,.-..

O Isidro anda damnado com isso.ar No dia 7 do mez próximo faz bene-

ficio no theatro Carlos Gomes o actor JoãoCarvalho.

A Pepa já está pensando no presenteque lhe ha de dar.

ar o que terá a Esíher, que anda assima modos de quem sente a picadura (salvoseja !) de uma pulga atrás... da orelha ?

Parece que a chegada do João de Deus adeixou avaccalhada.

ia»" Na caixa do S. Pedro :—Que quer dizer aquillo do Leandro es-

crever.avcllar pereira com letras minúsculas?»O Avellar: - .

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ftí) ¦_§íS--B____ _£- «Sr ™B c_j> rgjjj (&j

^*i MARCA REOI-TRADA ^

Não lia como ver e certificar-se.E' o que deve fazer todo aquelle que quizer

vestir-se bem e barato, indo alé á Alfaio ta-ria Guanabara, o famoso 34 da rua daCarioca, e vendo com seus próprios olhos a ver-dade indiscutível que lhe mostia o grande stockde fazenda de primeira qualidade e de roupasfeitas a capricho, por preços verdadeiramenteirrisórios.

Somente naquella casa não ee engana o fre-guez, pois elle tem a escolher o que lhe agradanum enorme sortimento, onde tudo tem seu pre-ço marcado.

Enviam-se instrucções e acceitam-se pedidosdo interior, dando-se agencia.

«E' a historia de uma tragédia fantásticado (e escreveu num papel o nome assimLEANDRO, todo com letras maiúsculas) queeu não lhe quiz montar por ser um amou-toado de burrices. O papalvo queria ver sicomia o dinheiro do Loureiro, mas eu fuimais águia...»

Que encrenca, gentes!ar o Carvalho já nâo procura o Marta

para que lhe faça os versos para dar á Pepa.E' que o rapaz resolveu servir-se da lin-

gua ao natural... e agora só escreve em prosa.Que prosiir.'

JOÃO RATÃO.

Au Bifou de Ia Mode - Grande depositode calçados, pot

atacado e a varejo. Calçado nacional e eslran-geiro para homens, senhoras e crianças. Pre-ços baratissimos, rua da Carioca n. SO — Te-lephone 3.660.

SorteArranjei uma «pequena», --.Que se chamava Joanna :Era bella e levianaEra catita e morena,Era uma linda phalena IPorém tinha alma ferina,E a lisa fôrma franzina,Melindrosa a rosea... caraE morava numa zonaAristocrática e fina!,-

A bella [oauna casou-seCo'o millionario BaróceE nesse dia da.posseDelle, disse-me que fosse,E no marido bem doceUns grandes... fornos botasse...Mas si eu a não amasseQue assim — mortaes — não fizesse..Fui, fiz tudo em grande messe;Comtanto que me adorasse!

Em sua alcova doirada,Passei a noite esquecida,Bem juntinho co'a querida,Que ao romper da madrugada,De ser por mim consoladaTeve idéas e vontade.No fulgor da mocidadeFoi meu consolo agarradoE promptamente acertadoOnde queria a deidade !

AVIEN.

Leiam A VIUVA ALEGRE — conto

rápidoN. 5. Preço $300 pelo Correio $500

CDHa mais de tres quinze dias e onze se-

manas por cima que não dou um ar da minhagraça.

Vai sinão quando, um dia, por signal queera uma manhã, sinto-me pegado pela ore-lha. (Antes assim, porque os cachorros cos-tumam pegar-se por outro lado...) Sinto-mepegado pela orelha e olho : vejo o meu pa-tràozinho.

O' grandíssimo vagabundo I—exclamaelle. Que fazes aqui ?

—Eu- estava defronte de uma igreja, aapreciar a sahida dos fieis. Nisto um phoío-grapho arruma a machina na direcção de umgrupo que vinha sahindo do templo. Apro-veitei a oceasião e disse ao patrãozinho :

Deixe a minha orelha, seu! Eu estouvendo aquelle camarada, que vai tirar o re-trato com a familia depois de ouvir missapor alma da esposa do sócio.

O patrão ficou estatelado e eu, tomandoares de repórter, dirigi-me ao camarada queposava na porta da igreja, pedindo-lhe infor-inações para o meu jornal.

Elle promptamente deu-as. -Chamo-me José Constantino Mendes,

sou negociante desta praça e vim com mi-nha familia assistir á missa de 7° dia poralma da esposa de meu sócio e amigo. Comorecordação desta data festiva, resolvemos ti-rar o retrato á porta da igreja.

Olhei para o patrão... O patrão olhoupara mim. .. Ambos os dois olhamos para oConstantino e.. .não sei como,metti dois de-dos na boca e puz-me a assobiar o bruto.. .

GAROTO.

«Um viuvo, com um filho,deseja uma senhora livre edesembaraçada para tomarconta do mesmo.»

¦'•' (Do Jornal do Brasil)

Senhora assim como quer ¦'E' muito fácil achar,Pois que não falta mulher...__ •

Para o 'pequeno tomar.NICO_C{JES.

¦''\

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,'-'Mi )-(O RIO NU )-( 18 de Abril de 1914

EJSIPEDHEPilTE_ j

ASSIGNATURAS

Anno . . . 12<000 | Semestre.Exterior: Anuo

7-SOOO

20ÍO00Numero avulso, 200 réis

Nos Estados c no interior, 300 réis_áfci_

"Toda a correspondência, seja dequcespecie fâr, deve ser dirigida aogerente desta folha.

«5=22*S^!^i=3S^SiS*;^S2:S^

Cine-ComediaUM VALENTÃO

Pi:nsoxACi:xs: Gcrv;ij»to, itador; Mme. BobA, senhor-que uniu lioniciis vnlentcs.

SCENA IGervasio (conquistador dc fama, espera

a sua ultima conquista, Mme. Bobó, que sedeixou embeiçar pelas suas façanhas. Gritandopelo criado) —José !... O' José !... Anda comessas botinasl... Arrc! Que criado vagabundo!Ha duas horas que levou minhas botinaspara lustrar e ainda não as trouxe! (Cônsul-tando o relógio) Faltam só cinco minutospara as nove e cila me garantiu que ás noveem ponto estaria aqui... Kecebel-a-ei em chi-nellos?! Ah! Maldito José!... (Balem á

- portei), F.ilraJ

Torcia-lhe o pescoço como se torce a umfrango !

MME. BOBA — (Olhando para a parle in-ferior da porta e vendo dois pés dc homem) —Jesus ! Ali está um homem e com certeza émeu marido !

Gervasio (mesmo jogo) — E' verdade!(Para a mulher) Quem mandou a senhora viraqui perturbar a minha tranquillidade ? !

Mme. Bobá — Que? I Que é que o st-nhor diz ?

Gervasio — Digo que não assumo a res-ponsabilidade das suas loucuras I Seu mari-do veiu apanhal-a em flagrante, mas eu nãotenho nada com isso ! A senhora veiu aquipor sua livre e espontânea vontade !...

Mme. Bobá — E é um typo desses quebriga com seis homens, derrotando cinco cferindo oito ! E é um homem desses que,sem nunca se ter dedicado á aviação, sobenum aeroplano, arriscando a vida!...

Gervasio — Tudo isso é fita...MME. Bobá — Pois vais pagar caro, mi-

scravel ! Vou abrir a porta para que meumarido entre e te dè a lição que mereces!(Corre á porta e abre-a).

Gervasio (escondido embaixo da cama)— Estou frito I

Mme. Bobá (voltando, desapontada) —Saia dahi, covarde ! Não é meu marido, éum par de botinas !

Gervasio — (leir.brando-sc) — Ah!...Esse maldito José !... São as minhas botinasque elle estava limpando...

Mme. Boba —Si é essa a tua valentia,meu caro, adeus... Prefiro meu marido, quenào tem medo das próprias botinas...

PA TÉZINHO.

SCENA IIMme. Bobá (entrando) — Demorei ?Gervasio — Ao contrario, meu amor;

chegaste adiantada tres minutos.Mme. Kobá — Mas não me quererás mal

por isso, não ?...Gervasio — De modo algum 1Mme. Bobá—Já esperava isso de um

cavalheiro dislineto e galhardo como tu.Sabes que te amo pela tua galhardia ?

Gervasio — Obrigado.Mme. Bobá — E pela tua valentia, e

pelas tuas aventuras. Si meu marido fossecomo tu, eu seria uma mulher feliz... Amoos homens valentes ! E quando tua tia mecontou que havias brigado com seis indivi-duos, derrotando cinco c ferindo oito, nãome pude conter... Desejei logo conhecer-tee amar-te...

Gervasio (á parte) — Que historia debriga será essa?... Ah I... Foi uma oceasiâoem que escrevi a minha tia pedindo-lhedinheiro e, para justificar o pedido, contei-lhe essa mentira da "briga e disse-lhe queprecisava do arame para a fiança... (Alto)Isso não vale nada... qualquer homem debrio faria o mesmo...

Mme. Bobá — Aprecio essa modéstia...E no dia em que compraste um aeroplano esubiste sem nunca ter lidado com um appa-relho desses?... E' uma aventura a que sóse entregam os homens para quem não existea palavra perigo...

Gervasio (á parte) — Foi o tiro maiorque dei na tia... Ella está convencida deque com os vinte contos que me mandoucomprei um aeroplano e fiz mil proezas...Pobre velha I (Alio) Isso também não valenada... Nâo tenho a vida para negocio...Ora, imagina que teu marido viesse agoranos surprehender...

Mme. Bobá — Nem fales nisso ! Queagouro! , . ,

Gervasio — Qual agouro, qual nada 1

O medico prohibiu-ine fazer caricias ameu marido porque estou com uma tosseperigosa.Não te rales, filha! Toma o Peitoralde Angico Pelotense e poderás sem susto dare receber taes caricias...

Para o MOTTE n. 10 da 2* serieNão me tentes, Conceição,Pois eu perco as estribeiras

recebemos as seguintes glosas :

Menina, que tentaçãoDespertas com teu sorriso,Com esse olhar indeciso ;Não me tentes, Conceição,Com essa doce illusão,Suave, subtil fagueira,Qual brisa passa ligeira

Agitando uma bonlna,Não me endoideças, menina,Pois eu perco as estribeiras.

LASALLE.

Deixa de bolinação,Não me roces tanto assim,Chega-te menos p'ra mim,Nào me tentes, Conceição,liem vês que estou com furorDevido a taes brincadeiras,Até já sinto coceiras,Cá pela altura do umbigo,Não bulas assim commigo,Pois ca perco as estribeiras.

ELMANO II.

Eu assim perco a razãoNão tenho mais gazolina,Apagou-se a lamparinaNão me tentes. Conceição,Esgotott-se-uie a te.. .somaCom as tuas brincadeiras.Perdendo noites inteiras,Sem me dares uma folga...Assim nào pode ser...Olga,Pois eu perco as estribeiras.

H. RAMON.

E' melhor fazer á mão...Pois de ti já tenho medo,Só tem serviço o meu dedo,Não me tentes, Conceição,Eu não vou nesse arrastãoDeixa dessas brincadeirasSi não descubro as asneiras,Já sabes, como te disse,De uma outra fôrma, é tolice,Pois eu perco as estribeiras.

KALUNGA.

Oh ! que grande entalação,Em que estou.. .só por te ver !Tu não me faças soffrer...A'ã<* me lentes, Conceição,Tu, que és um bom peixão 1Seduzes... de mil maneiras,E com palavras arteiras,Não me deixaste, f.. .aliar...Com tal t...empo, vou morrer!...Pois eu perco as estribeiras.

TÓPES1NHO.

Por que não -tiras a mão,Ao ver o bicho zangado ?Menina, toma cuidado,Nâo me tentes, Conceição,Procura outra distracção,No meio das companheiras,Onde essas taes brincadeirasNão te possam dar prejuízo.Mas não queres ter juizo?Pois en perco as estribeiras.

KATURR1TA.

3a SerieMOTTE N. 2

77-í.vei co'a Julia um combate,Mas afinal fui vencido.

Glosas até 25 do corrente.

Pirataria SuburbanaNo próximo numero recomeçaremos a

publicação dessa interessante secção, quetanto suecesso causou ha tempos na zonasuburbana.

Pirata-Mór, o seu autor, retemperadopor um descanso forçado, volta feio e forte.em cima do pessoal, que vai de novo dansarna corda bamba.

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______ 4 _________ glGg )_( o RI0 NU )_( =s@ 18 de Abril ele IUI4 iv J.U

CDA minha impagável ti tia postiça, isto é,

a tia Pulcheria, comeu rato morto con, cabe-ças de phosphoro mettidas em bananas. Avelhusca está damnada, pavorosa, um bichoemfim !

A coisada foi assim. Na sexta-feira,quando eu passei pela sala de jantar en,caminho do banheiro, a tia Pulcheria estavajunto á mesa com as cangalhas no alto datorre do pensamento, um jornal a meiometro de distancia e ella a resmungar:

Canalhas 1 Sem vergonhas !Que é, titia ? perguntei melosamente.E' que está tudo perdidol Tudo apor-

calhado!A tia Pulcheria, nem a páo, diz avacca-

lhado. Acha que é um termo indecente e dahiinventou para seu uso o aporcalhado.

Que hão ? Antão ?Já vem o senhor com os seus debo-

ches ! Pegue e leia este descaramento.E deu-me o jornal, apontando o local

que tratava da semana santa.Eu li, reli, tornei a ler e não achei nada,

nadinha mesmo de extraordinário. Restitui-lhe a folha dizendo :

Não vejo nada de mal.Nâo vê?l Ora faça-se de sonsinho!

Não vê, porque é outro descarado igual aesses que fizeram essa pouca vergonha !

Mas, titia, então diga o que é.Pois o senhor já viu Alleluia ás sete

horas da manhã?! Onde vamos nós parar?:Então os taes senhores nào podem maisesperar pelo meio-dia"? Descarados !~Des-carados !

Titia, titiazinha do coração, repareque foram os seus amiguinhos, os padres,que marcaram a coisa para mais cedo.

E o que ten, isso?! São uns devassosiguaes ou peiores que você e outros seussemelhantes. Alleluia ás 7 horas! ! Passafora ! já é ! E para que ? será para os senho-res poderem ir á igreja antes do serviço ?Uma ova I Diga o senhor, que é jornalista esabe tudo, que vantagem ten, o tal romperd'Alleluia de madrugada? 1

Eu tomei uns ares de quem é troço,puxei o pigarro e falei com pose p'ra burro.

Titia, D. Pulcheria, a mudança daAlleluia para as sete horas é um grande passodo progresso. Quando a coisa estalava peloantigo, ao meio-dia, muitos maridos estavamnas suas occupações longe das mulherzinhas,de modo que não lhes podiam cascar logo...

O que? berrou a Pulcheria, o que?O beijo da Paschoa. Deste modo a

esposa ficava a chucliar no dedo o dia todoe elle em secco até á noite, salvo si conse-guia dar uma fugida em casa para... paraalegrar a consorte.

Hoje, titia, a coisa corre de outro modo.Ora, escute a senhora lá. Eu e a sua sobri-nha estamos ali no quarto, no valle de len-çóes, muito quietinhos, muito santamente apensar que Christo morreu e a culpa nâo foinossa.

Máo ! máo resmungou a titia.Pois, como lhe dizia, nós nem nos

olhamos por causa da quaresma e do jejum.De repente : puni! pum 1 dingue I dingue !bão ! Alleluia ! E nessas vozes, não esperomais, pego sua sobrinha, a minha metade edou logo uma uma? Qual uma! dou-lheduas...

Duas ! 1 duas que, seu bandido !Duas beijocas, titia, duas beijocas

bem puxadas IE a velha voou da sala, damnada com a

tal Alleluia das 7 da manhã.Pois olhem; nâo pode haver coisa melhor:

uma alleluia aproveitando a aragem da ma-drugada 1

L. REPÓRTER.

Já está à venda

'•A. I»lIIafaA"

A'. 7 dos Contos¦ Rápidos — 300 réis

«Uma moça pede a um particular 200$ emprestados.»

(Do JornaldoBrasil).

Após multiplicaçãoQue eu nisto fiz com afinco,Os duzentos fachos dãoQuarenta beijos a cinco. . .

SURICO.

POIS ES

Quando o teu amor inteiroTu me dás fico encantado,Mas si me pedes dinheiroFico todo avaccalhado !

PONTO.

Í|lpl|§1

COMO ESTAVA COMO ESTOU

PÉITORALDE ANGICO PELOTENSE

Não ha em todo o mundo medica-mento mais efiicaz contra tosses, resfriados,influenza, coqueluches, bronchites, etc, doque o Peitoral de Angico Pelotense, verda-deiro especifico contra a tuberculose nos

.primeiros gráos. E' o melhor peitoral do' mundo. O Peitoral de Angico Pelotensenão, exige resguardo. Vende-se em todas aspharmacias e drogarias.'-"''¦

Depósitos: Pelotas, Ed. C. SequeiraRio, Drog. Pacheco; S. Paulo, Baruel &C; Santos, Drog. Colombo.

Bibliotheca d'0 RIO NU

A CABEÇA DO CARVALHO - Pyrami-dal trabalho do bestunto do incomparavel Va-gabundo, 2j000; pelo Correio, 2*500.

SCENAS DE ALCOVA — Intercssantis-simos episódios da vida de um pobre copei-ro que acaba como patrão da patroa, 1 í500;pelo Correio, 2Í000.

AMORES DE UM FRADE - (2- edição,n. I da «Collecção Amorosa») — Escândalo-sas peripécias de amor prohibido, acompanhado de interessantes gravuras. Verdadei-ras scenas dignas da an.iga Roma. Preço,500 réis. Pelo Correio, 800 réis.

NOITE DE NOIVADO —(n. 2 da «Col-lecção Amorosa») —Episódios picantes entreum casal recem-unido pelos laços do matri-monio, contados por Mathusalém, 500 réis;pelo Correio, 800 réis.

MADAME MINET —(n. 3 da «CollecçãoAmorosa») — Historia de uma linda viuvinhapatusca, que para comer exige apperitivos es-peciaes... Custa 500 rs.; pelo Correio, 800 réis.

CASTA SUZANNA — (n. 4 da «Collec-ção Amorosa») — Empolgante descripção descenas amorosas passadas entre uma don-zella e Lúcio d'Amour, que afinal consegueentrar em Barcelona depois de varias invés-tidas pelas redondezas. Preço, 500 rs.; peloCorreio, 800 rs.

ÁLBUNS DE VISTAS - Collecçãode Fogo, contendo cada um oito gravurastiradas do natural, impressas em papel cou-chi de 1» qualidade e £tcompanhadas de bel-los versos explicativos de cada scena repre-sentada. Estão publicados osns. 1, 2, 3, 4 e5. Preço de cada um, 1*000; pelo Correio1*500.

CONTOS RÁPIDOS — Estão pu-bücados os seguintes: N. 1, Tio Empa-ta —N. 2, A Mulher de Fogo —

N. 3, D. Engracia — N. 4, Faz tudo...— N. 5, A Viuva Alegre —N. 6, OMenino do Gouveia — N. 7, APulga — N. 8, O Correio do Amore N. 9, Dolores.

Todos esses contos, que são escriptosem linguagem ultra livre, contendo uma gra-vura cada um, narram as mais pittorescasscenas de amor para todos os paladares.

Cada um custa unicamente 300 rs., peloCorreio : 500 rs.

Todos o» livros acima citados saoillustradOH com gravuras tiradas donatural.

O DONZEL — Aventuras de um moçoacanhado e que as circumstancias fizeram omaior conquistador do Rio. Preço 1*000;pelo Correio, 1*500.

UMA CEIA ALEGRE — Engraçadissimaparodia á «Ceia dos Cardeaes», em versosbrejeiros. Tres respeitáveis padres contamsuas aventuras amorosas, numa linguagemde alcova, sem peias... Preço, 500 réis. PeloCorreio, 800 réis.

CDOs pedidos dirigidos ao nosso escripto-

rio devem vir acompanhados da respe-ctiva importância, em vales postaes, ordenscommerciaes, dinheiro ou sellos do Correio,e endereçados a

A. VELLOSO, Rua do Hospicio n. 218.

rtgua JaponesaNão ha outra que torne a pelle mais

macia. Dá ao cabello a còr que se deseja.E' tônico, faz crescer o cabello e extirpea caspa. — Ruas: Andradas, 43 a 47 aHospicio, 164 e 166.

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18 de Abril de 1914 )-( O RIO NU )-(

Regras de civilidadei

cdUma das maiores difiiculdades no sitiar-

tismo e na elegância verdadeira, 6 a arte dereceber visitas.

Ha senhoras que passaram o mellior tem-po da sua mocidade recebendo visitas, queas receberam mesmo quando solteiras, e que,entretanto, ainda lioje não sabem fazel-o.

E nada lia mais deprimente para umadama elegante que ouvir de uma adversariaesta phrase:Você nem parece que já recebeu vi-sitas !

E' para evitar essas situações embara-cosas que aqui damos a seguir as principaesregras sobre o assumpto.

O primeiro requisito é a dona da casamostrar-se larga, larguissima de maneiras,para que em breve todos os convivas po-nham-se á vontade e como quizerem.

CDSi acontecer algum cavalheiro pouco en-

tendido nos segredos da moda apresentar-sena recepção enfronliado em sobrecasaca, im-mediatamente a dona da casa, chamando ocriado, lhe dirá:

O' Fulano,vá buscar um casaco brancodo estafermo de meu marido e dê-o ali aoCommendador, para allivial-o daquella ai-barda.

CDA dona da casa deve repartir igualmente

por todos os presentes as suas gentilezas eprovas de aftecto.

Para isso percorrerá constantemente osalão puxando pelo nariz de um, dando ca-funés em outros, batendo pancadinhas napansa dos gordos, etc.

Essas graças serão sempre acompanha-

dos de phrases tiltra-chics, semelhantes aestas :

Limpa a bicanca que está pingando!Safa! Quanto piolho na synagogadeste bruto!

Que pansa I Que diabo tem você ahidentro ?

No caso de ver a dona da casa algumconviva sentado a um canto e com cara dequarta-feira de cinzas.correrápara elle e sen-taudo-se-lhe nas joelhos perguntará:— Porque é que estás casmurro que nemum burro ? Anda, desenibttcha ! Põe a coisade fora que talvez eu te dê remédio. Fala,animal I

PETRONIO.

Licor TibainaO melhor parííics-— dor do sHtigcte —

GRANADO & C. - Rua Io de Março, 14

«Um homem sério, comopodei á provar com casas com-merciaes desta praça, commeia idade, côr branca, desejaassociar-se com uma.senhora,côr branca ou morena, idadede 36 a 40 annos, sem filhos esem compromissos particu-lares e que tenha o seunegocio.»

(Do Jornal do Brasil)

Homem, procura outro officio,Pois não pega o artificioQue no teu annuncio leio.

Novella illustrada (50)

As paredes li ouvidosPOR

yj .la.raje de Maderlej ^^_|)

XV

Excellente I. . -Eu nada podia re-solver sem a consultar. Demais, ella éamiga intima da minha amante. . .

Bello!...E creio que, com um pouco de

geito,conseguirás abarracar hoje mesmo...Ah! Meu velho! Pago o cham-

pague !Boa idéa! Isso talvez venha a fa-

vorecer o teu triumpho. . - Vamos paracima, almoçar com as nossas dulcinéas !

Tu me entregas Julinha ?Entrego; mas. . . vê lá o uso que

vais fazer delia!E subiram ambos para os aposentos

das costureiras.E' preciso dizer, desde logo, que a

amante de Cláudio estava deveras embei-

cada pelo capitão Marcello, apezar de jáhaver concedido seus favores a Cyrillo.Este, por sua vez, pouco se incommodava

Tu queres entrar de sócio ?Mas vê-se que no negocioA moça é que vai no meio.. .

NICOCLES.

Tres bicos — Bicos tem você na testa !Onde ouviu você contar essa historia de queaquillo era feito de tres bicos? Tira-se comum bico, mas elle não é nada bicudo. Cha-marem-lhe de vinténs já é exaggero, quantomais de bicos I

Quanto ao mais : coma-o.CarvalhAo — Vai o nome assim porque

como você o escreveu, pôde guardal-o parauso da mama ou da vovó.

Um typo indecente como você não podeabsolutamente encontrar mulher que se apai-xone por elle, salvo si é alguma mulher desuissas. Nesse caso, está você remediadoporque achou o que lhe faltava e provocavaas comicheiras nocturnas. Fomente-se, seu...

J. Cap Ao — Ainda está o amigo enfaradoda maldita bacalhoada que a cara-metade lheforneceu durante toda a semana santa e nãosabe como lhe voltar o... appetite.

Vá ao Mercado, compre uma boa raba-da e leve-a á muiherzinha para preparar.

Garantimos que quando ella lhe offere-cer a rabada, você esquece a bacalhoada e...cai de queixo.

Mas... não se vicie.Doente do. ..—Clysteres de pimenta,

lavagens de agua a ferver, applicações dechumbo derretido e uma surra mestra que oponha de molho dois mezes, é o que pode-mos receitar a um descarado da tua espécieque não tem vergonha de dizer que tem a talmoléstia nesse logar.

JOÃO DURO.

A verdade

Porque teimas em dizerQue eu já te fujo, Lili?Pois si o meu maior prazerE' ir sempre atrás.. .de ti.

ZÉ.

com a volubilidade da gentil costureira,

pois tinha suas vistas voltadas para a Car-lota e elle poderia assim mais'facilmenteconseguir seus fins. ',- .. '

De sorte que o almoço correu namaior cordialidade, e ao champagne, pagopor Marcello, este e Julinha bolinavam-se e beijavam-se descaradamente, esque-cendo-se dos mais elementares preceitosda civilidade pueril e honesta; tão _ máoexemplo foi logo seguido por Cyrillo eCarlota, e em pouco só se ouvia no apo-sento o som dos beijos a pontilhar comodeliciosos condimentos as iguarias diver-sas que serviram no almoço.

Passado o tempo necessário para adigestão, aliás fácil porque os quatro con-vivas haviam bebido muito e comido pou-quissiniOjO capitão Marcello arrastou Jult-nha para o quarto immediato, deixando asós Cyrillo e Carlota, que tiveram o cui-dado de fechar a porta de communicaçãoexistente entre os dois aposentos.

O que esses dois casaes fizeram de-pois, só elles poderão contar. . .

XVI

Emquanto se desenrolavam essas ra-

pidas scenas que acabamos de descrever

summariamente, os outros dois casaes —

Cláudio e Leonidia, Pincelata e Nina —

almoçavam num silencio desolador, quenunhum delles ousava romper.

O pintor e a amante comiam comappetite, mas os seus companheiros demesa beliscavam apenas as iguarias, appre-hensivos pela situação em que se encon-travam.

Entretanto, terminado o almoço,Cláudio fez comprehender á esposa quese impunha uma explicação entre elles ;assim, pediram licença aos seus commen-saes e retiraram-se para o quarto queLeonidia tomara no hotel.

Ali, Cláudio confessou todas as suasaventuras e reconheceu-se culpado, ju-rando emendar-se. Além do perdão com-

pletoque viria depois, esperava desde logouma indulgência plenária que lhe permit-tisse naquelle momento provar á sua mu-lherzinha que ainda era merecedor da suaternura e que não estragara fora de casao seu vigor de marido...

Leonidia, porém, repelliu-o energi-camente.

(Continua)

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)-( O RIO NU )-( §23= =WSi 18 de Abril de 1914 e_Uma do Octacilio

(Confissões brejeiras.)

O moreno, o sympathico Octacilio,também faz das suas, á boca calada,

como comniummeiile se diz.Por iitii conjunto dc circumstancias e

cargas d'agua desconhecidas, conheceu umavizinha, uma deliciosa loura, mlle. L.cujo fulvo dos cabellos contrasta admirável-mente com a alvura de jaspe das bem mode-ladas feições.

Mestre Octacilio não é de pedra; a aflir-mar esta asserção, possue elle uns grossoslábios sensuaes e nus olhos negros, profun-dos.quedenunciani um temperamento ardente.

Nada é, pois, para admirar que MestreOctacilio se sentisse a pouco e pouco attra-hido pelo encanto que emanava da lindavizinha; isto em bom portuguez, quer dizerque Mestre Octacilio começou de arrastar-lhea aza muito descaradamente.

E ás perguntas maliciosas dos amigos,tem um sorriso fino e um piscar d'olhosespecial, que nada diz dizendo muito.

Muito apertado, porém, pelo nosso re-porter Portos, (cabra escovado), teve umasmeias palavras muito significativas.

?!!!...Não; só uma vez... foi á noite... o

pessoal tinha ido deitar-se; só nós ficamosna sala ; eu lendo (ou simulando ler), elladormindo (ou idem)... A posição delia, esten-dida numa chaise-longue, num perturbadorabandono, a calidez da atmosphera, e talveza força do meu temperamento, fizeram comque esquecesse, todas as prevenções que alime tinham contido . a .respeitosa distanciadelia.

E?...E transpuz essa distancia com a

mesma facilidade como si de ha muito tempoestivesse combinado e premeditado o quenaquella noite se ia passar.

Eu mesmo ainda náo posso pormenori-zar devidamente o que se passou. Lembra-me que me curvei sobre ella e com mil cui-dados a beijei nas faces primeiro e na bocapor ultimo. Tremulo, mas com todas as pre-cauções, desabotoei-lhe os primeiros botõesdo corpete; os meus dedos encontravamainda um obstáculo, a camisa... puxei-a umpouco para baixo, e pude alíim sentir o con-tacto electrisador dos niveos seios !

Não posso jural-o, mas creio que ellasoltara um suspiro...

Emquanto a mão esquerda se entretinhano innocente afagar dos lindos pomos, aoutra, lesta e audaciosa, procurara a extre-midade das saias e desapparec.era no seuinterior.

Ella continuava de olhos . cerrados eparecia adormecida... eu achava-me entre-tido de tal forma com o meu trabalho, quepoderiam descarregar perto de mim umãuthentico Armstrong que não conseguiriamdistrahir-me.

De repente, ella exclama, após um longosuspiro :

Vem gente !... E retomou, affectandoà maior naturalidade, a primitiva posiçãodepois de ter rapidamente composto o desali-nho das vestes.

Forçando por imitar o seu sangue-frio,afastei-me delia rapidamente, e de pé, nomeio da sala, procurava accender um cigarro

quando a irmã entrou, confiante e sem denada desconfiar. ,',-',

— Os malditos dos phosphoros naonegam 1 bradei eu com uma praga... _

. •__ Ora; disse a irmã; és tu que nao tens

geito, desastrado • '¦ É pegando na caixa dos phosphoros

accendeu logo um.

Vés? eu não dizia! mas agora reparo,continuou rindo, como quedas lu accenderse tens a mão toda molhada ? !...

Eu? E rápido, adivinhando a situação,limpei os dedos ao casaco.

E, terminou mestre Octacilio, não seique raio é, ficaram aqui os signaes, apezardc se terem passado tres dias já; olha !

E mostrava effectivainenle duas pequenasmanchas claras no casaco preto.

O leitor não será tão bronco como elle ede cerlo adivinhou a proveniencia daquellasmanchas...

PORTOS.

Tônico Japonez

Para perfumar o cabello e destruir as

parasitas, evitando com seu uso diário to-das as enfermidades da cabeça, não hacomo o Tônico Japonez—Ruas: Andra-das, 43 a 47 e Hospicio, 164 e 166.

Tiro e queda !

Cheguei á porta. A JulinhaMandou-me subir a escada.Fui ao quarto e sem mais nadaDei-lhe uma boa... beijoca.

ZE'

Collecção amorosaAté a presente data, consta esta collec-ção de romancetes editados pelo Rio Nude 4 volumes: n. 1, Amores de um Frade,picaresca historia de frei Ignacio,um .syz/í-tarrão que soube gosar o que de melhorexiste neste mundo — o amor; 11. 2, Noitede Noivado, em que são narradas as peri-peciasde um noivado em que a noiva étão escovada como o noivo ; 11. 3, Mada-me Minei, deliciosa narrativa da vidaamorosa de uma mulher viciada, em queella, afinal não leva a melhor parte...e n.4, Casta Suzanna, extravagante historiade uma donzella, que só deixou de o serdepois de haver provado o amor por va-rios modos que não comprometiam asua virgindade. =—Qualquer desses volumes, que se ven-dem juntos ou separados, á razão deSOO réis cada um, constitue uma lei-tura amena, muito rccominendada aosenfraquecidos de todas as idades, não sópela linguagem altamente excitante emque elles são escriptos, como tambémpelas lindas e suggestivas gravuras queos ornam e que são mesmo de fazer re-suscitar um defunto.-- =Os pedidos do Correio, aos quaes de-vem acompanhar mais 300 réis para oporte dc cada livro,devemserdirigidos a

HUA DO HOSPÍCIO l 21.1K Velloso -Rio de Janeiro

A collecção completa será enviadaa quem a pedir envian-do a quantia de 3$000.

Leiamoc7vj poEicrara?.9

N. 7dos Contos.Rápidos — 30Ó réis

ire„fF-"?sç_-__Fulano e Fulana, primos, criados desde

pequeninos sob o mesmo tecto, quando crês-ceiam uniram-se pelo casamento, graças aosauspícios de uma bondosa tia.

Até aqui, nada dc novo.O que, porém, é novidade, novinlia em

folha, foi a mulher metter a páo 110 marido!Decididamente as suffragislas fizeram

escola cá pelos Brazis...

)-(Veiu mesmo a calhar esse caso de Mme.

Caillaux, nesta época de falta dc assuniptopara os noticiários dos jornaes.

Sim, srs. muito bonito e muito nobre ogcslo da madama que, com dois tiros de pis-tola, mandou desta para melhor o bisbilho-teiro e indiscreto jornalista do Figaro.

Resta, agora, saber de quem era a pis-tola : do marido ou do jornalista ?

)-(Conta o Correio da Manhã que foram

satisfactorios os resultados obtidos pela Ins-pectoria de Pesca, com a sabida do vapor«José Bonifácio.»

Nada menos de 4 mil kilos de peixevieram para o mercado. Quer isto dizer queos pescadores de águas turvas não puderamvender o seu peixe caro.

)-(Já não bastava o peixe que aqui temos,

agora vem mais o peixe de fora. Regalem-seos amaiitetieos do dito.

Homens e mulheres atirem-se aó peixe.Mulheres principalmente. Conheço uma quedá o cavaquinho pelo bagre. Chega a chupar-lhe a cabeça toda^. *

)-(Quem não vai gostar da coisa é o lant-

bary, com a concurrencia dos collegas de fora.

)-(Agora, aqui para nós, a minha opinião é

que nós não precisávamos do peixe de fora.Já temos aqui cada peixão...

)-(E por falar em peixão: uma vez encon-

trei na Avenida iuna creaturinha que eramesmo um bom peixe. Fiz-lhe as falas docslylo. Paguei-lhe o cinema, a ceia e 110 fima pequena não foi no arrastão — comeu aisca e cuspiu no anzol, e eu sahi 110 passo dosiri sem unha...

)•(Aqui têm vocês um peixe que não é pre-

ciso vir de fora, temos muito por aqui: opeixe espada.

HResta, agora, que a Inspectoria dé Pesca

seja rigorosa e não deixe passar camarãopela malha.

CAP1RÃO EUT1CO. ;

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18 de Abril de 1914 )-( O RIO NU )-( _[_]= 1 ¦

________5___i__iNa zona chie

A Chica Trem, não arranjando melhorencosto, resolveu fazer as pazes com o JoãoAssucarado.

ü acto foi celebrado no Lisboa e obri-gado a champagne nacional; por signal quechovia na oceasião, o que vale dizer queacabou tudo na agita...

iW A Sinhá Peieréca deixou, ha dias,numa meza do café Paranhos uma lata devaselina muito bem acondicionada.

Seria esquecimento ou reclame?...f»' Abandonou o rendez-vous da zona

Theatro, voltando para o 23 da zona Lapa,a menina. Altiva.

E as coisas pareciam correr tão bem !.w Contou-nos a Odette Bem.. .gallinha

que está enjoada da velha Euphemia porqueella não deixa o gosto pelo sabonete.

Faz muito bem ; para essas esbrogues sómesmo o desprezo.

Por isso é que a Pliiló não pôde vel-a.iffi Encontramos a Didi avaccalhando-se

no 5" Districto com uma funecionaria que lhepregou um bluff de duzentos fachos.

Esse bluff foi muito bem ido, damos-lheos nossos parabéns..w Está cada vez mais inconsolavel omenino Teixeira Roscof.

Corta o coração vel-o todas as noiteschorando á porta de certa funecionaria dazona Mem de Sá.KàT Anda deveras apaixonado por uma

funecionaria da zona Arcos o Brãgtiinlia.Tome juizo, seu moço!.ts' Disse-nos certa caixeira de «chopp»

que a Aurora Frappée e a Pastora, além deexploradoras, levam brigando constantemen-te com as suas companheiras.

A Aurora cava fundo no Antônio da fun-dição da zona Arcos e a Pastora tira as en-tranhas de um conhecido funecionario aga-loado da Prefeitura, além de alguns avulsosque lhe caheni nas unhas.

ssr o Bragtiinha está fazendo fé com aBeatriz, apezar do Rico dizer que lhe vai darum tiro... em dez para descontar as noitesperdidas.

Mande os dois passear, Beatriz, pois sãoelles dois kagados.

t& Fizeram as pazes novamente a Jacyrado Bloco e o seu filhinho Quincas.

Já é ser esbrogue, pois além de tudo oseu camarada Álvaro andou novamente ar-rombando aquella porta e simplesmente pa-gou quantia que nem para o café chegou.

Safa, que pirata 1tciir Chamamos a attençao do nosso ca-

marada Ary, para que abra os olhos com os

seus camaradas Teixeira e Calado que estãousando de toda a falsidade com elle.

Quem lhe avisa seu amigo é ; descubrac mais tarde nos diga alguma coisa a esserespeito !

tsr Anda mesmo apaixonada a Maria Bo-ca de Arraia, pelo Moreno, chegando a pontode brigar com suas camaradas antigas, porfalarem delia.

Já é goslar...•i»'A Amelinha do Rocha está numa pon-ta medonha.

Que o diga o Plínio Prefeitural...LINGUA DE PRATA.

Licor TibainaO melhor purifica»-~ dor do íiíingizG ™

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Consta esta primorosa collecção de cin-co álbuns de vistas, contendophotographias tiradas do natural e porisso mesmo expressivas, instruetivase... aperitivas.A collecção completa representa 40posições diversas, com as respectivasexplicações e constituo o mais prodi-gioso tônico para levantar organismosdepauperados. — —Os álbuns são numerados dei a 5e vendem-se em nosso escriptoriô a •_«cada um; os pedidos feitos pelo Correiodevem vir acompanhados de mais 500réis para cada álbum, quando encom-mendados isoladamente ; para recebera collecção completa (os cinco álbuns)basta mandar a importância de seismil réis.Os pedidos de fora, que serão prompta-mente attendidos, devem ser endereça-dos, com as respectivas importâncias, a

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D)1II1_0)_CJ)

Quem é aquella mulher?E' da zona uma Maria,

Que no amor tem seu saber,Pois chupa.. .canna e assobia.

PONTO.

LOTERIAS DA CAPITAL FEDERAL

fclIBimos...CD

.. .o Leal coutando que no seu camaradaCadinhos ninguém mette a piaba...

...aCelia Pinga no Olho, fazendo aspizes com o seu pequeno Pitota...

.. .o Aguiar Nhonliô bleffando o pessoalda zona Lapa, de que se tinha casado...

...o Sabonete, o Ruy e o Moreno to-mando cerveja á custa de dois pereiras queo Antenor Espirro de P... arranjou...

...o Teixeira reclamando ter o Morenomorto um gado no seu quarto e não o terconvidado...

...o Miguel' da «Gruta» chorando, comsaudades de certa gringa...

... a Lina passeando de baratinha comseu filhinho Braguinha pela zona AvenidaCentral...

o Vicente Electricista chorando as suasmagnas junto á Argentina Amalia...

VÊ TUDO.

«Uma moça de 17 annos deidade pede a protecção de umsenhor serio, para lhe empres-tar 200í, pagando como secombinar.»

(Do Jornal do Brasil)

Um senhor nas condições aqui o tens,Vem buscar, sem demora, essa pellega:Em paga só te peço, ó minha nega,Além do capital, mais tres. vinténs.

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_B3 Z..T-

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i 8 ±=gg| )-( O RIO NU )-( 18 de Abril de 1914

\mAcabam de aparecer as novas edições dos livros:

Hypnotismo Âfortunante o Medicina ModernaDo Dr. J. LAWRENCE

Principaes capítulos do livro Hypnotismo:Como reconhecer o estado de receptividade ou

sensibilidade, ou as pessoas que podem ser hypnoti-zadas. Sugestão sobre si mesmo. Sugestão sobre ou-trem. Sugestão da muzica. Como fazer falar o in-dividuo hypnotizado. Como hypnotizar várias pessoasao mesmo tempo. Como produzir e cessar a catale-psia. Como hypnotizar em somno natural. Comohypnotizar crianças. Como fazer com que um ra-pazinho seja obediente e se aplique ao estudo. Comohypnotizar por telefono, telégrafo, correio e fonó-grafo. Como hypnotizar os animaes. Como liypno-tizar em distancia. Como despertar da hypnoze.Meios de descobrir os hypnotizadores criminozos eneutralizar sua acção. Observações sobre a bypnoza.Como adivinhar pensamentos. Como, pelo desen-volvimento da vontade, se pôde ficar rico. Comoaumentar a memória. Meios contra-acalvicie, caii-Ucie, rugas, verriisas, manchas, gordura, magreza,surdez, fraqueza de vista, deformidades, etc. Comocultivar a felicidade. Maneiras de ter accésso numemprego. Maneiras de exercer poderoza incitação su-gestiva no trato social, facilitar a acção da vontade edo esforço, ser bem suecedido num discurso ou en-trevista difícil, aprezentar-se a prespectiva duma pozi-ção conforme vossas aspirações, atrahir o dinheiro,conseguir boa venda de mercadorias, fazer crer nasvossas idéas, fazer com que vos paguem, tornar-vosamado, e conseguintemente facilitar vosso consórcio.Condições moraes de que carece a mulher para seramada. Hvpnotização de alienados. Seducção por meiodo hypnotismo. Por sugestão um indivíduo julga-seoutro e pratica actos como só os saberia praticar esseoutro. Por sugestão, um indivíduo acuza-se falsamentede ter assassinado sua mulher. Execução de váriosactos sugestionados. Tomando, por sugestão, umapessoa por outra. Julgando, por sugestão,.ser impera-dor. Julgando, por sugestão, ter comido e bebido far-tamente, chegou a ter indigestào. Um rapaz sem dotescaptivantes, fez, por sugestão, com que aquela que o

desdenhava, o achasse o mais belo e virtuozo dos ho-meus, e, assim induzindo-a, fez dar-lhe preferenciapara cazamento. Uma senhora consegue, pelo hy-pnotismo, desviar de outra o amor do seu espózo.Um rapaz reconquista, por influencia do seu pensa-mento, as atenções da sua namorada. Exemplo detriunfo na vida pela sugestão da própria condueta.Orientação iilozolica.

Principaes capítulos do livro Medicina Moderna:O tacto medicai é como fazer o diagnostico sem

nada perguntar. Aparelhos e modo de aplicação daelectricidade medica: correntes galvanica, far.id.ica,siiiii-/oii|fil, ei.lf.-i freqnencia; endoscopia, inotherapia,electrolize, cataforeze, galvano cáustica, electro-iman-therapia, banhos de luz e de calor, electro statica,correntes de Morton, ozonotherapia, raios X. Doen-ças em que a electricidade é aplicável. Como montargabinete electrico, Hygiene, Hydrotherapia, Massagemmanual e Vibratória. Tratado completo das moléstiascom a sua descripção e suas formas de tratamento,não só por electricidade e massagem, mas ainda, eprincipalmente, pelo magnetismo e o hypnotismo, aoalcance de todos, porque, sem necessidade de reme-dios farmacêuticos, cada um poderá simplesmentecom as instrucções deste livro, fazer os tratamentosem si mesmo e na sua familia, servindo-se apenas dassuas mãos, isto é, do magnetismo animal.

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