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O presente trabalho tem como proposta apresentar um estudo inicial sobre peças publicitárias, que envolvem o texto publicitário humorístico em tiras em quadrinhos. Para isso, foram coletadas peças publicitárias no jornal “Folha de S. Paulo”, durante o ano de 2007, sobre o restaurante “Barbacoa”, situado na cidade São Paulo/Br, a fim de se iniciar um estudo sobre o humor como forma de persuasão. Nessa primeira parte, buscamos conceituar o que entendemos por humor, tiras em quadrinhos, persuasão, e também apresentar um levantamento dos temas abordados nessas tiras, uma vez que elas foram publicadas no caderno “Dinheiro” do referido jornal.

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR?

(Primeira parte)

Diva Lea Batista da SilvaFundação Educacional do Município de Assis

(FEMA) Assis – SP - Brasil

E-mail: [email protected]

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

TEXTO é:

- “qualquer passagem, falada ou escrita, que forma um todo significativo, independente de sua extensão”.

- “padrões de textualidade entre os quais merecem destaque especial a coesão e a coerência” (Fávero e Koch (2000, p. 25).

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

possuem uma estrutura comum informativa e/ou criativa chamada linguagem.

Revistas, cinema, rádio, televisão, conversas cotidianas etc.

mímica, dança, música, teatro, pintura, escultura,

fotografia etc.

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

Três níveis de linguagem (SILVA, 2000, p. 18):

a) linguagem verbal:

- unidade linguística concreta (fala ou escrita),

percebida pela audição, visão e/ou tato, produzida

num espaço e num tempo determinados,

- uma unidade de sentido (denotativo ou

conotativo), independente de sua extensão,

- há uma situação de interação comunicativa.

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

b) linguagem não-verbal: - outras formas de linguagem, - imagens sensoriais diversas, como as visuais, auditivas, cinestésicas, entre outras.

Exemplos: gravuras e fotografias (que exploram as formas e as cores, por exemplo), músicas (melodia), mímicas, esculturas, algumas histórias em quadrinhos, charges, cartuns etc.

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

c) linguagem verbo-visual: - palavra e outras formas de linguagem;

- signos: significantes (cor, forma, som, movimento etc.)

significados (os conceitos).

Ex: textos publicitários, músicas, filmes, charges, algumas histórias e tiras em quadrinhos, gravuras, fotografias com legenda, entre outros.

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

Diferenças e semelhanças existentes entre esses tipos de linguagem

(Fiorin & Savioli (1992, p. 371-375) • a linguagem verbal é linear - cada signo e cada fonema são usados num momento distinto do outro, não se superpõem: uma letra, uma palavra não “encavala” na outra.

• na linguagem não-verbal - vários signos (figuras) podem ocorrer simultaneamente, como na pintura, na qual encontramos oposições de cores, formas (linhas retas e curvas, horizontais e verticais), oposições de luz e sombra.

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Vários signos podem ocorrer ao mesmo tempo em uma foto (FIORIN; SAVIOLI, 1992):

- quando há o ponto estático de tempo (descrição),

- ou então uma sequência de fatos (narração), apresentada em novelas, cinema, história em quadrinhos, fotonovelas etc.

SEMELHANÇAS ENTRE AS LINGUAGENS

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

Sugestão de timbres, entonações: pontuação/ desenho dos balões

Interpretação dos sons emitidos

Onomatopéias,figuras que nos permitem,pela representação linguística de determinados fonemas, perceber o ruído manifestado.

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

Esse processo ocorre na intersecção dos planos verbal e visual, com base na estrutura fonética da língua, em representação gráfica.

A linguagem verbo-visual e a não-verbal, contidas nesse tipo de texto,

têm sintaxe (relação), morfologia (forma) e

léxico próprios (vocabulário), iguais à linguagem verbal

(cada uma com suas peculiaridades).

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

CONSIDERAÇÕES SOBRE O HUMOR

1- Freud (1969) - caracterização de realização catártica, que

libera uma série de desejos, anseios, com sensações de

boas surpresas e embaraços, conforme a situação.

2- Travaglia (1990) - espécie de denúncia;

- forma de se conservar o equilíbrio social e psicológico,

- meio de se revelar outros modos de ver o mundo e a

realidade que nos rodeia e, assim, de desarmar falsas

estabilidades.

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

CONSIDERAÇÕES SOBRE O HUMOR (CONTIN.)

3- Possenti (1991, p.493) apresenta, segundo Raskin, cinco

ingredientes para a caracterização da piada, feita em

termos semânticos:

a) uma mudança do modo de comunicação “bona-fide” (sério,

confiável) para o modo não-“bona-fide” de contar piadas;

b) o texto considerado chistoso;

c) dois “scripts” (parcialmente) superpostos compatíveis com o

texto;

d) uma relação de oposição entre os dois “scripts”;

e) um gatilho, óbvio ou implícito, que muda de um “script” para

outro.

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

CONSIDERAÇÕES SOBRE O HUMOR (CONTIN.)

4- Volkelt, segundo Propp (1992, p.21):

- comicidade “grosseira” relacionada com o corpo

humano e com as tendências naturais.

- “cômico-baixo”: suor, defecação, eructação, flatulência,

sexualidade.

Propp: impossibilidade de subdividir o cômico em fino e

grosseiro;

- dois conceitos numa só denominação: diferentes

aspectos de comicidade levam a diferentes tipos de riso.

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

CONSIDERAÇÕES SOBRE O HUMOR (CONTIN.)

Freud (1969), Lipps (In: FREUD, 1969) e Gil (1991):

- importância da brevidade das piadas, o que também ficou

evidente no conjunto de nosso corpus de HQs.

Para Lipps (in FREUD, 1969, p.26, grifo do Autor):

- Pode-se mesmo dizer tudo o que se tem a dizer nada

dizendo.

HQs: a imagem, o cenário, às vezes, completam ou dizem

muito mais que as falas dos balões.

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

CONSIDERAÇÕES SOBRE O HUMOR (CONTIN.)

Pino (In TRAVAGLIA, 1990)

Mecanismos do humor que podem ser trabalhados nas HQs:

- a surpresa ligada à criatividade (invenção),

- o exagero,

- o cinismo,

- a sátira,

- a irreverência,

- a balbúrdia.

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A história em quadrinhos, como as piadas:

a) é um todo coerente com estruturação lógica (imagem e

texto), dotada de propriedades relacionadas ou não com o

riso, tomada por nós, em situação interativa, com função

comunicativa definida: diversão, crítica, uso moralístico,

etc.

b) tem seus próprios artifícios de imposição de leitura, que

consistem, principalmente, em nos apresentar várias

possibilidades de interpretação, para, logo depois, proibir-

nos algumas;

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A história em quadrinhos, como as piadas:

c) deve ser um texto essencialmente curto, com uma

forma original e específica de argumentação, que

não está constantemente comprometida com a

verdade.

Trabalha com a surpresa provocada no

leitor/ouvinte: o consequente se opõe à lógica

estabelecida pelo antecedente.

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HISTÓRIA EM QUADRINHOS

- Forma de linguagem não-verbal (desenho) ou verbo-visual (desenho e diálogo por meio de balões);

- Apresentação: a) uma tira com um ou mais quadrinhos, b) uma página ou em duas, c) ou em várias páginas (revista ou álbum).

- Pode ser: atemporal, temporal, regional, científica, erótica, infantil, esportiva, entre outras.

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HISTÓRIA EM QUADRINHOS (HQs)

- personagens fixos, oposições de cores,

- formas (linhas retas e curvas, horizontais e verticais, inclinadas),

- oposições de luz e sombra, sucessão de imagens e de fatos entremeados,

- falas por meio de balões,

- usos de onomatopéias,

- com ou sem diálogos, etc.,

que contam com a imaginação do leitor para entender a sequência da narrativa.

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CARTUM

- Do inglês “cartoon”, papelão duro, cartão.

- projeto (???), sob forma de cartão, encomendado pelo príncipe Albert, em 1841, para os novos murais do Palácio de Westminster.

– ele serviu de alvo de crítica: a revista inglesa “Punch” publicou seus próprios cartuns, parodiando a iniciativa da corte.

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CARTUM

- Narrativa humorística,

- que comporta uma cena apenas (na maioria das

vezes) ou uma sequência de cenas,

- e pode ter alguns elementos das histórias em

quadrinhos como balões, onomatopéias, títulos

etc.

- CARACTERÍSTICAS:

anedota atemporal, universal, e não-perecível.

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Objetivo do cartum (RABAÇA & BARBOSA, 1995, p. 114)

-provocar o riso do leitor, por meio de uma crítica

satírica, irônica e principalmente humorística do

comportamento do ser humano, das suas

fraquezas, dos seus hábitos e costumes.

- Rimos com o amante dentro do armário, brigas

entre marido e mulher, gato e rato, etc.

Page 25: Texto publicitário humorístico: convence ou não o leitor-1parte- DLBS-Bogotá-Co-2010

Folha de S. Paulo, 26 ago. 2010, cad. B, p. 2.

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Folha de S. Paulo, 26 ago. 2010, cad. B, p. 2.

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

Textos verbo-visuais: HQs e cartunsfatores linguísticos + fatores de natureza sociocultural

- “piadas de situação”

- alvo: instituições sociais: família, igreja, escola, política...

- instrumento de persuasão, de denúncia e crítica social:

mecanismos disparadores de processos de

conscientização a respeito de problemas sociais,

religiosos, econômicos, etc.

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

Nesse tipo de texto,

qualquer discurso, ao ser produzido dentro

dele,

não é neutro nem ingênuo,

carrega em si

uma manifestação de ideologia

materializada pela língua.

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Artigos de jornais e revistas

defendem certas teses,

formam pontos de vista, visões do mundo para...

influenciar as idéias, opiniões, princípios das pessoas; definir ou redefinir posições; formar ou reformar atitudes:

EFETIVAR O CONVENCIMENTO. COMO?

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

Processo de argumentação:

- expressar o que se sabe ou acredita saber

a respeito de determinado assunto;

- procurar principalmente formar a opinião do

leitor/ouvinte/telespectador, tentando convencê-lo,

persuadi-lo de que temos a “razão”, de que somos

possuidores da “verdade”.

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

Assim, persuadir é o ato de influenciar uma pessoa.

Objetivo:

- operar a transferência de um ponto de vista, de uma

opinião, impondo-se por meio da razão, da emoção ou da

imaginação.

Esse ato, além de influenciar, também informa, não como

uma opinião neutra, mas provocando uma adesão.

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TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

Comunicação persuasiva- influencia diretamente na argumentação de um texto; - possui elementos que marcam a intencionalidade na

persuasão:

- escolha das palavras,

- encadeamento e a interdependência das idéias,

- domínio dos conectivos.

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Do material analisado

Considerações sobre

histórias/tiras em quadrinhos

Cagnin (1994), Cunha (1982),

Moretti (2006), Rabaça & Barbosa (1995)

TEXTO PUBLICITÁRIO HUMORÍSTICO: CONVENCE OU NÃO O LEITOR? (1ª PARTE)

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CORPUS DA PESQUISA

25 (vinte e cinco) tiras em quadrinhos, divulgando o Restaurante Barbacoa, situado na cidade de São Paulo,

Estado de São Paulo, Brasil.

maio Jun. julho Set. Out. Nov. Dez.

3 3 1 3 8 6 1

• PERÍODO: maio a dezembro de 2007• Jornal “Folha de S. Paulo”, no caderno “Economia”, na época(atualmente chamado de caderno B, “Mercado”).

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CORPUS DA PESQUISA

Origem do nome BARBACOA

Barbacoa é um restaurante especializado em churrascos (barbecue, em inglês, daí o trocadilho no nome do restaurante: Barbacoa/ barbecue).

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RESTAURANTE BARBACOAwww.barbacoa.com.br

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Conteúdo das tiras em quadrinhos - mundo da economia

ENREDO - o que, como e em que espaços acontecem os fatos nessas tiras em quadrinhos?- como os elementos da narrativa se enredam, se tecem para chamar a atenção do consumidor?

ESPAÇOS DA RAZÃO e DA IMAGINAÇÃO-analisados em conjunto e concomitantemente.

a) razão (denotativo): desenvolve-se a ação política, o concreto, o factual.

b) Imaginação (conotativo): está a sua representação, o seu sentido adquirido. Trata-se de um produto simbólico e, portanto, cultural.

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IMAGENS: destaque na cena aos pontos principais a serem transmitidos ao consumidor:

Ambientes, detalhes, expressões

quadros bem elaborados

“desfile” ordenado, contínuo e coerente

olhos do receptor, para despertar as reações no receptor

Objetivo do emissor

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Base das técnicas aplicadas nos quadrinhos

procedimentos relacionados ao cinema

Enquadramento de câmera (XAVIER, ZUPARDO, 2004) como e o que se enxerga de uma situação

Seleção do conteúdo do quadrinho:

o fundo, as formas, as cores(além do tema do interesse do emissor)

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Há dois planos de enquadramento:

a) Plano Geral (PG): o ambiente divide espaço com as personagens, que são vistas de corpo inteiro em um cenário, no caso 1º quadrinho, onde são vistos os objetos da cena (mesa, poltronas, computador, notebook, pilhas de papel). É uma tomada geral; por exemplo, de um escritório (?) com duas ou mais pessoas conversando.

Folha de S. Paulo, 25 out. 2007, cad. B, p. 5.

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b) Plano Médio (PM): as personagens são enquadradas, desenhadas da cintura para cima. Aparecem também

mesa, poltronas, computador, notebook, pilhas de papel . Foi muito utilizado para mostrar os diálogos, sob forma de

balões.

Folha de S. Paulo, 26 out. 2007, cad. B, p. 9.

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ENREDORELAÇÕES TEMÁTICAS:

a) economia: 8 (oito) tiras; b) ironia: 9 (nove) tiras;c) sexo: 5 (cinco) tiras;d) alimentação: 2 (duas) tiras – tema pouco apresentado, tendo em vista que a mercadoria é sobre um restaurante;e) importância ao físico: 2 (duas) tiras;f) relação conjugal: 01 (uma) tira;g) ambiente de trabalho: 01 (uma) tira.

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Considerações para a 2ª parte desta pesquisa

3 momentos de leitura que devem criar situações que permitam trabalhar o sentido do texto e que podem convencer um consumidor potencial a ir a esse restaurante (Silva,1988, p.66, grifos nossos):

1) constatação - por esse processo, verificamos o sentido primeiro do texto, quando comprovamos determinados significados.

Por exemplo, quais “sentidos” poderão convencer o leitor a ir a esse restaurante?

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Considerações para a 2ª parte desta pesquisa (continuação)

2) reflexão ou cotejo - concluímos que há “sentidos” no texto, quando refletimos coletivamente sobre os significados atribuídos a ele:

Os temas levantados farão o leitor percebê-los e relacioná-los com o humor?

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3) transformação - nesse momento, há possibilidades de gerar “mais sentidos” para o texto:

a) essa geração de sentidos disparará o “o gatilho linguístico humorístico” do texto?

b) A percepção da brevidade das piadas “pode-se mesmo dizer tudo o que se tem a dizer nada dizendo” despertará no leitor o desejo de conhecer esse restaurante?

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Objetivos da 2ª parte desta pesquisa:

- Verificar se há relação entre os planos de enquadramento e os temas apresentados nessa tiras; - discutir a inclusão delas no caderno de economia de um jornal paulista brasileiro;- perceber quais os mecanismos linguísticos presentes nelas e que podem convencer o receptor da mercadoria veiculada;- verificar se há motivo em haver mais peças publicadas nos meses de outubro e novembro.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAGNIN, A. L. 130 anos do Diabo Coxo: o primeiro periódico ilustrado de São Paulo 1864-1994. Comunicação & Educação, n. 1, 1994, p.27-37.

CUNHA, A. G. da. Dicionário Etimológico Nova Fronteira de Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.

FÁVERO, Leonor Lopes, KOCH, Ingedore G. V. Linguística textual: introdução. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

FIORIN, José Luiz. Linguagem e ideologia. São Paulo: Ática, 1988.

FIORIN, J., SAVIOLI, F. P. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1992.

FREUD, S. Os chistes e sua relação com o inconsciente. Trad. M. Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1969. v. 8.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GIL, C. M. C. A linguagem da surpresa: uma proposta para o estudo da piada. Assis/São Paulo. Tese (Doutorado em Filologia e Lingüística Portuguesa). Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista. 1991.

RABAÇA, C. A., BARBOSA, G. G. Dicionário de comunicação. 2. ed. São Paulo: Ática, 1995.

MORETTI, F. Diferenças entre charge, cartum e caricatura. In: http://www.ccqhumor.com.br/saladepesquisa/artigos/cartum-diferenca.htm. Acesso em 26 jul. 2006.

POSSENTI, Sírio. Pelo humor na linguística. DELTA: Revista de Documentação de Estudo em Linguística Teórica e Aplicada. São Paulo: EDUC, 1991, v.7, p.491-519.

PROPP, V. Comicidade e riso. Trad. Aurora Bernardini e Homero F. de Andrade. São Paulo: Ática, 1992.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SILVA, D. L. B. da. Do pensar ao escrever: um prazer. Assis/São Paulo, 2000. 341p. Tese (Doutorado em Filologia e Lingüística Portuguesa). Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista.

SILVA, Ezequiel Theodoro. A leitura no contexto escolar. IDÉIAS. São Paulo: Fundação para o desenvolvimento da educação, n.5, p.63-70, 1988.

TRAVAGLIA, L. C. Uma introdução ao estudo do humor pela linguística. DELTA: Revista de Documentação de Estudo em Linguística Teórica e Aplicada. São Paulo: EDUC, 1990, v.6, p. 55-82.

XAVIER, C.; ZUPARDO, E. Entregando o “ouro” para os mocinhos: o roteiro da comunicação empresarial. São Paulo: Zennex Publishing, 2004.