semanÁrio das creanÇas publica-se as quartas...

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PREÇOS: No Rio $500 Nos Estados. . . . $600 A..NO XXIV SEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA-SE A"S QUARTAS FEIRAS «IO 06 JANLIRO 3 OE ABRIL DE 1929 R Volta de üamparina NUM. 1.226 Lamparina que havXoXio á casa dc Carrapicho.ahi não encontrara yiv'alma. Por isso. depois de haver esVS*W «aíado uma janella e destruído todos os objectos com que outrora era castigada, foi se assentar n3 degrao da%^J| __^ada, esperando os donos da casaL-^BB^^nTX- Quando Carrapicho chagou as coisas tomaram °utro aspecto. A negrinha imaginava o que iria acontecer, deante das ameaças de Carrapicho. . j\ iTJTl^^^M Y x-' x-x^~ / / k_-. _____í"^l_> "__^Ly^7 Chfí& --X^:^ " •« fazia tudo para fugir mas debalde porque Carrapicho Perseguiu-a até por-lhe a mão pesada sobre uma orelha. Entretanto a orelha deslocou-se e a negrinha fugiu. Lamparina tinha applicado nas orelhas os restos do cou- ro dos chinellos de Carrapicho queimados na fogueira.

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PREÇOS:

No Rio $500Nos Estados. . . . $600

A..NO XXIVSEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA-SE A"S QUARTAS FEIRAS

«IO 06 JANLIRO 3 OE ABRIL DE 1929

R Volta de üamparinaNUM. 1.226

Lamparina que havXoXio á casa dc Carrapicho.ahi não encontrara yiv'alma. Por isso. depois de haver es VS*W«aíado uma janella e destruído todos os objectos com que outrora era castigada, foi se assentar n3 degrao da %^J|

__^ada, esperando os donos da casa ^BB^^nTX-

Quando Carrapicho chagou as coisas tomaram°utro aspecto.

A negrinha imaginava o que iria acontecer, deantedas ameaças de Carrapicho. .

j\ iTJTl^^^M Y x-' x-x^~ /

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Ch fí& --X^:^

" •« fazia tudo para fugir mas debalde porque CarrapichoPerseguiu-a até por-lhe a mão pesada sobre uma orelha.

Entretanto a orelha deslocou-se e a negrinha fugiu.Lamparina tinha applicado nas orelhas os restos do cou-ro dos chinellos de Carrapicho queimados na fogueira.

O TICO-TICO — 2 — 3 — Abril - 1929

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O SftPO E O QftTOPasseava no jardim de José, tim gato, quando viu

um sapo. Correu em direcção ao sapo e disse: — Comov.ae, comprade sapo? O sapo, desconfiado, não deu res-posta e tratou de dar seus pulámos para o lago, dei-xando o gato sozinho no jardim. O gato, enfurecido

com o que lhe fizera o comprade sapo, avisou aos ou-tros bichos que ia vingar-se do comprade sapo. Os ou-tros bichos não acreditaram na. ameaça e avisaram aosapo, que não se eneommodou, dizendo que elle, o galo

não havia de pegar, que quando o gato quizesse pegal-o,elle cabia no lago e que o gato, com medo da agita, nãoo pegaria.

Uma noite de calor, fazia um luar lindo e o bomdo sapo estava despreoecupado contemplando as estrel-Ias, quando o gato veiu, pé ante pé, e deu um pulo so-bro o sapo. Mas mestre sapo que "é de circo" agachou-se todo e deslisou sob as patas do gato correndo até amargem do lago.

O bicho seguiu-o, o sapo tez que se deixava apa-abar, e quando o gato formou o bote, elle, "bumba",dentro daqua. E lá se foi mestre gato no mergulho enunca mais apparéceu.j

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S — Abril — 1929 — 3 O TICO-TICO

Sobre a espessa folhagem dc uma laranjeira vivianum fofo ninho, um casal de graciosos tico-ticos.Eram muito amigos. Durante o dia sahiam ambos embusca de alimentação, sem que durante essa tarefa seseparassem por um instante eme fosse, um do outro.Dava gosto vel-os jtmtinho^ pousando, ora sobre osramos de um arbusto, ora sobre a haste de uma rosa,a debicarem no ar os insectozinhos que lhes passava aoalcance dos biquiuhos vorazes, entremeiandò essas ca-

Çadas com graciosos tic-tic-tic, a que devem o nomeque teem. Viviam pois, os dois passarinhos muito fe-hj.es, sem que nada os inquietasse, sem preoecupações denenhuma espécie.

Porém num dia... Que bello dia aquelle! O sol,no infinito dum azul desmaiado, brilhava intensamente,rodeado de innumeras nuvensinhas alvas como a neve.As arvores cheias de vida, estavam lindamente floridasde variadas cores. O perfume embriagador das floressaturava a atmosphera diaphana. Os passarinhos cm

chiam o ar de mil gorgeios differentes um dos outros,- extremamentes melodiosos.

Essa harmonia da natureza foi, porém, quebradapelo estampido de um tiro que ecoou assustadoramente

na campina immensa. E o tico-tico que estava juntode sua companheira entoando um hymno de alegria,teve o terrível desgosto de Vel-a tombar do galho cmque estava ao chão, mortalmente ferida.

Nesse mesmo instante surgiu o malvado caçadurque atirara, e com selvagem alegria, ergueu-a do chãojá moribunda, e, conservou-a na palma da mão aberta,

deleitando-se com as palpitações da agonia que lhe-agitavam o tenro corpinho, sem ter uma sombra decompaixão pela victima de sua peversidade.

Quando a avezinha inteiriçou-se, immobilisando-separa todo o sempre, o caçador sentindo-a fria na palma

da mão, atirou-a longe, como se fosse lixo.Depois retirou-se, á procura de outra victima que

lho saciasse a malvadez, c attestasse sua certeira ponta-ria para lisonja do seu orgulho.

O outro tico-tico, ao retirar-se o caçador, começoua rondar com o desespero na alma o corpo exanime desúa querida e affectuosa companheira de todos os dias;até que, pousando-lhe perto constatou que ella não maisvivia.

Sentiu uma nuvem escura toldar-lhe a vista, umaimmensa tristeza no diminuto coraçãosinho, e sem saberô que fazia, poz-se a voar desorientado em redor^ docorpo de sua desventurada companheira, até que afinalexhausto,cahiu-lhe junto, morto também, de desespero.

' O malvado caçador fez, pois, duas victimas de umsó golpe, privando assim com seu crime a campina ver-dejante e florida, de um de seus maiores encantos, quea enchia de alegre e enternecida poesia, com a sinceraamizade que os unira na vida, até a morte.

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mg

O TICO-TICO — 4 - Abril — 192!)

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Haverá nesta terra quem não guardePor ella um pouco ao menos, de af feição 2Ninguém! Desde manhã ou de tardeTodos os brados são de gratidão.E sendo assim ó povo brasileiro,Não deve ser meu gnto derradeiroDe alegria sincera e juvenil?

Jamais se viu um solo tão amado;Jamais se .viu um ceu tão estrellado;Como são os do querido Brasil!...

jAnvi. VonEL,(14 annos)

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___P TJco -tico(PROPRIEDADE DA SOCIEDADE ANONYMA "O MALHO")

Redactor-Chefe: Carlos Manhães — Director-Gerente: Antonio A. de Souza e SilvaAssijrnatnras iirasil: i anno, aõ$Oü(»; O mezes. 13$1><J0 — Estranuciio: t anno, OOÍHOOO; O mezes, 8õ$T)00

As assignaturas começam sempre no dia 1 do mez em que 'oitra tomadas e serão acceitas annual ou semestralmente.TODA A COKKESPONDENP1A como toda a remessa de dinheiro, (que pôde ser feita por vale postal ou carta registradacom valor declarado) deve ser dirigida a Sociedade Anonyma O MALHO — Rua do Ouvidor. 164. Endereço telesraphieo:O MALHO — ilio Telephones* Gerencia: Norte, 6402. Escrlptorlo: Norte: 6818. Annuncios: Norte. 6181. Offlcinas: Villa. 6247.

Succursal em Sao Paulo, dirigida pelo Vr. Flinlo Cavalcanti — Rua Senador FelJÔ n. 27. 8« andar. Salas 86 e 87.**-*»>v*<r>*»<»jV(>juv>»ylru-i/u->r>n/»^^ * *a**A*AAmWSM*AA***aAfMAa*AMa*immmmmammmm-M„,....,*aMaÀM**MAAmmAm**i*m***»^

ÜÜO

A MAIOR AVE QUE SE CONHECEMeus netinhos:

Vocês outro dia perguntaram a Vovô qualera a maior ave que existia na Terra. Vou lhesdizer que é o avestruz africano, que vive nosdesertos do continente que vocês conhecem pelonome de África. E* p.ova/ei que, em épocas rc-motas, o avestruz tivesse voado, como as outrasaves; mas com o correr '.os tempos e dada afalta de inimigos suffientcmente fortes parafazel-o empregar as azas, estas foram se atro-phiando e tornaram-se menos úteis.

As azas do avestruz, meus netinhos, sãotão pequenas que com ellas elle não pôde voar,mas, em compensação, as patas, grandes e for-tes, permittem-lhe correr com tanta velocidadeque nenhum inimigo será capaz de vencel-o nacarreira.

Diz-se que o avestruz pôde correr durantecerto tempo na razão de um kilometro e meio

per minuto. Quando o avestruz corre com todavelocidade levanta as azas batendo-as de encon-tro ao corpo. Ha particularidades muito inte-ressantes dessa ave, considerada a maior de seuíeinG. O avestruz vive no campo alimentando-sede plantas, grãos e tudo que lhe desperte a gula,até pedras. As plumas, que lhe cobrem as azas ea cauda, são inestimáveis e cobiçadas para cha-péos e mantos de senhoras.

Os ovos do avestruz, de tamanho quinzevezes maior que os de gallinha, são excellentealimento. Em alguns logares do deserto, os in-digenas aproveitam o avestruz, depois de do-mesticado, para montaria e dahi, talvez, o factode se chamar o avestruz tambem de camello dedeserto. Aliás, meus netinhos, essa ave temmuita semelhança com o camello,-devido a ara-bos caminharem de modo especial.

VOVÔ.

O TICO-TICO — 6 3 — Abril — 1929

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•OTICOTICO^~>»,;.S a•««*^*_.*»,-i-!»w-?J3^-_- .

NASCIMENTOS

^ * Nasceu oi menino Maurício, filhinho do casalDr. Eduardo Coclho-D. Maria Anidra de Azevedo Coelho.

<§> <§> Chama-se Nelson o lindo menino que veitt alegraro lar do Dr. Manoel Cintra e de sua esposa D. VirgíniaPires Cintra.

^ $> Está enriquecido o lar do Sr. Joaquim GuimarãesVieira, distmcto funecionario da Central do Brasil e de; suaExma. esposa D. Zilah Ramos Vieira, com o nascimento nodia 12 de Março, de uni galante menino, que na pia b:i-ptismal receberá o nome de Carlos.•$> ¦F Está cm festa o lar do Sr. Francisco Figueira ede sua esposa DonaLaura Figue:ra como nascimento de sua <TW DlBOliirTtAS \$Kfilhinha Cecilia, oc-corrido a 2 do mezpassado

A NNIV E R .S A R I O S

OS PERIüG

<í> -> Faz annoshoje o menino AryVieira de Mattos,nosso assignante re-sideníe em Bello-Horizonte.

<§> "$¦ Passou a30 do mez ultimo adata natalicia dagraciosa Edith, fi-Jhinha do Dr. An-tonio Cavalcante.

•^ ® Domingo ttl-t i m o, festejou apassagem de suadata natalicia, agraciosa Ruth Cer-queira, nossa pren-dada amiguinha.

® <S> Mario Luiz,intelligente filhinhodo Dr. Moacyrde Oliveira, com-pletott hontem seisannos;

^ ^ Viu passarhontem a sua datanatalicia a graciosaMaria Lucia, filhi-nha d o professorAntonio Caldas.

? <$> Fez annosa 27 do mez passa-do a nossa intelli-gente leitora Al»merinda Valladão.

<» <í> Pedro Pau-lo, nosso prezadoamiguinho, faz an-nos no dia 9.

NA BERLINDA-,™

<S> ^ Estão na berlinda as moças e rapazes da Tra-vessa Guedes: Fausto, por ser bom pianis:a; Dulce, porusar vestido curto; Orlando, por ser amável; Edith, por serbonita; Didi, por ser chineza; Abel, por ser piparote; Her-cilia, por ser boazinha; Maria, por ser linda; Alberto, porser elegante; Olga, por ser amiguinha de todos; llka, porpor se resttidiosa; Uva, por ser traquina; Arituza, porser moreninha; Irene, por ter olhos bonitos; Norma, porusar meias compridas; Diva, por gostar de passear; Alzira,por gostar muito das creancinhas; Nelson, por ser m.titoamável; Luiz, por ser muito querido; Miguel, por usar cal-

ças largas; Ar-mando, por ser es-

SOFREÜUIDÂO •udi0£0; CI.arice<por ser me:ga.

(HISTORIA MUDA)NO POMAR..,

<$> *$> Queren-do saborear umadeliciosa salada d..metas, escolhi emmeu pomar os se-guintes meninos emeninas de VillaIsabel : Gabriella,uma laranja; Glon-nha, u m a maçã:Olga, uma tangeri-na; Lóló, um aba-cate; Sicina, uniaameixa ; Fernan-_inho, uma uva ;Paulo, uma goiaba;'Manoel, uma pitan-ga; Esmeralda, unajaca; Maria, um sa-poty; M ária deLourdes, uma tama-ra; Fr.mcisca, uma.romã; Luiza, umamanga; Luiz Car-los, um morango;Victorino, um azedoümão; Adelia, umabanana; Noemia un*caju'; Heliette, umkaky, e eu, paracompletar a salada,uma gostosa jabo-ti caba. r— R. T. C.

«^ Indo aoMercado, encontreias seguintes fruetas:Lili, u m a bonita'manga; Julio, umcambucá; Jure-ma, uma melancia.Carlos, um melão íSuzauna, uma con-dessa. — A. C.

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3 - Abri] _ 1929 l— 7 O TICO-TICO/

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MÃE VEGETAL

Junto dá minha casa lia uma árvore graiicíè, tão cheiade folhagem, tão coberta de flores que parece uma taçamajestosa a provocar a tentação de milhares cie abelhas.,Foi entre o sombreado das folhas e das flores desta arvo-re grande que tim passarinho linclo começou a fazer umencanto de pennas, de palhinhas macias — um ninho de-licado, um berço quente e amado onde guardou, mais tar-'de, dois filhinhos queridos. Hontem fui clescançar á som-lira amiga da arvore florida. E o passarinho lindo come-gou a cantar umas canções tão ternas, tão cheias de har-monia que fiquei a pensar que aquelle canto suave erauma prece de agradecimento á bondade da arvore querida.Arvore que anda a esconder no ,seu seio de sombra, per-fumado de flores e aquecido de sol, a poesia dos ninhos,cheios de encantamento e de felicidade, devia se chamarmãe vegetai.

T R O N

O TICO-TICO - 8 — Abril — 1929,

historia dê um boneco de ^auCAPITULO 32"

(Continuação)

Com a palavra três os mesmos tiraramos chapéos jogando-os ao ar. Riram-se aténão poder mais. De repente Lamparina mu-dou de cor e começou a gritar;"Ai soccorro Pinocchio. soccorro!" ,

"Que tem?""Ai. não posso ficar mais de pé." '"Nem eu, disse Pinocchie.Emquanto estavam falando, ficaram de

quatro pés e começaram a correr pelo quar-to. Emquanto corriam, os braços virarampernas e os rostos mudaram e o corpo ficoucoberto de pello

Mas o momento mais horrível foiquando viram que tinham rabo. Quizeramfalar, mas não puderam. Em logar de solu-çar zurravam.

"Bateram á porta! e elles ouviram umavoz que lhe dizia:

Abram a porta. Sou o cocheiro que ostrouxe aaui. Abram depressa!'1

CAPITULO 33"

Vendo que nâo abriam a porta, o cochei-ro deu um forte ponta-pé e. derrubando-aentrou no quarto."Bons meninos! Vocês zurram mintobem... Reconheço-vos e vim levar-vos pa-ra fora. Com estas palavras os burricos fi-caram quietos abaixaram a cabeça e as ore-lhas e puzeram o rabo entre as pernas

A principio o cocheiro os acariciou col-locou-lhes em Seguida o cabresto e depoisalisou bem os seus pêlos e levou-os para apraça afim de vendel-os. Os compradoreslogo appareceram.

Lamparina foi comprado por um fazen-deiro. cujo burro tinha morrido no dia ante-rior de tanto trabalhai

Pinocchio foi comprado pelo director deum circe

Agora, meus pequenos leitores, podemcomprehender qual a oecupação do cochei-ro? Aquelle monstro que tinha cara desantinho, de tempos em tempos, dava umpasseio com seu carro pelo mundo e ia apa-nhando todos os meninos que não gostavamde estudar, promettendo-lhes as mais bellascousas

Depois que enchia a carruagem voltavapara o paiz dos brinquedos onde as criançasficavam brincando. Depois que essas crian-¦ças illudidas brincavam certo tempo, vira-vam jumentos e. levadas para cidade eramt/endidas

Com esse negocio, o cucheiro ficou mui-to rico, — chegou a ser millionano,

O que aconteceu a Lamparina, eu nãosei; mas sei que Pinocchio levou uma vidadifficil e fatigante.

Foi levado para uma estreparia c uepoisderam-lhe palha para comer; elle provou umpouco e logo cuspiu, porque não estandoacostumado com aquella comida não apre-ciou. O dono vendo que elle não gostava depalha, deu-lhe feno. Elle olhou para a man-gedoura e sacudiu a cabeça Cheio de des-animo.

"Oh! você não gosta de teno!"' gritouo dono muito zangado. 'Espera um poucoque eu te ensino a comer.-' e pegando emum chicote, deu-lhe uma sova formidável.

Pinocchio não podendo chorar, zurravacomo que dizendo: "Ai. eu não posso comerpalha!"

"Então coma feno! "disse o dono queconhecia muito bem o dialecto dos jumen-tos

"Feno me dá dòr de cabeça.'"Você então quer comer galhinha e en-

sopado!"E o dono lhe deu outra chicotada.Pinocchio, por prudência, nada disse. A

porta da estrebaria foi fechada e Pinocchioficou só.

Olhou por toda a parte e vendo que nãotinha outra coisa para comer a não ser pa-lha e feno, provou um pouco de feno; depoisde mastigar bem, piscou um olho e disse:Afinal de contas este feno não é tão ruim,mas seria muito melhor se eu não tivesse fu-gido de casa. Eu agora estaria comendo bo-los em logar de feno secco. Ai de mim, aide mim!"

;-*Ai de mim!" disse o dono .ao entrarna estrebaria. "Você pensa jumento, quete comprei só para te ver comer e beber?Não. eu te comprei para trabalhar e ganhardinheiro para mim. Venha comrnigo e vouensinar-te como pular e fazer cortezias, e de-pois como se dansa valsa e pollca, e ficar depé somente com duas pernas."

Pobre Pinocchio! soffreu muito.Levou três mezespara aprender esta*

cousas e tomou muitas criicotada-s. ¦

Finalmente chegou o dia em que o dirc*ctor do circo poude annunciar um bello espe-ctaculo.

Cartazes de todas as cores foram prega-dos em toda parte com os seguintes dizeres:

"Hoje grande festival —Hoje grandesacrobacias feitas pelas artistas e animaes dacompanhia. Fará sua estréa o famoso jumen-lo Pinocchio o rei da dansa. O theatro estarábrilhanLcmente illuminado."

A' noite o theatro estava apinhado de homens, mulheres e crianças de todos os tama-nhos, todos ansiosos por verem o famoso ju-mento Pinocchio dansar.

Ao terminar a primeira parte o dono docirco appareceu, com uma casaca encarnadacalças branca? e sapatos de bico, fazendo umareverencia disse ao publico: "Meus senhores,senhoras e ouvintes. O humilde gerente des-ta empreza apresenta ao selecto publico o fa-moso jumento que já dansou perante sua ma-gestade. o imperador, fc em todas as grandescortes da Europa."

Este discurso recebeu uma salva de pai-mas. e os applausos redobraram auando o ju-mento appareceu no palco. Trazia arreios depellica com fivelas de metal muito brilhantes,duar camelias brancas estavam amarradas asorelhas, e a crina, toda encrespáda, estavaamarrada com fitas vermelhas.'Trazia uma barrigueira de ouro e pratae na cauda fitas entrelaçadas em todas as cô-res Era o mais bello jumento que haviamvisto.

O gerente do circo apresentou-o ao pu-blico com as seguintes palavras:- "Respeitável publico. Não vos quero to-mar o temoo com minhas palavras, mas dese-io contar-vos a difficuldade que encontrei do-mando este animal. Podereis ver o olhar es-tranho que tem. Parecia impossível conse-guir domal-o. Repellia toda minha delicadezae tive que ensinal-o a custa do chicote. No-tei entretanto que tinha uma saliência na ca-beca, que não se pode ver muito bem, masaue é bastante sensivel. De accôrdo com aFaculdade medica" de Paris, isto quer dizerque tem uma paixão pela dança, portanto co-meçei ensinando-o a usar os pés, e podereisver se fui bem suecedido".

O gerente fez uma cortézia ao publico edisse a Pinochio: "Antes de começar, saúdeesta grande e intelligente assistência.

(Continua)

Pinocchie jumen-to.. cumpri-

mentou opublico...

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Maria Heloisa, filhinha doDr. J. 'Ausier Bentes.

Oldemar Silas, filhinho do Sr.Antônio Pereira de Oliveira.

— Capital. — Renato Geraldo, filhinhodo Dr. J. Ausier Bentes.

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Suelly, filhinha do Sr. Ana-cleto Corrêa.—Passo Fundo,

Rio Grande do Sul.

Hélio Nico e Zilali, filhos doSr. Eugênio Nico.

S. Paulo.Pirassununga

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ü Sr. José Pinheiro Lins, ladeadopelos dilectos filhinhos, João e —

Joaquim.— Recife. Pernambuco —

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Julinho. filho do Sr. BentoMartins Ribeiro. João Baptista, Benedicta, Her-

minia e Maria Carmelina AlvesRosa. — Tietê, São Paulo.

Ivolino. filho do Sr. Antôniode Vasconcelios.

Juiz de Fora — Minas.

S — Abril — 1929

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Casa da Câmara e Cadeia ' J^^^At^^^^Z-^ifAv^v^awr ___í^__K___!_^^^w__-4Publica, onde foi proclama^~^^3^^^AA!^^'/À\w/1Êà\mWaW/?£~t _C ~\da _ Republica , rfA!Mr7rfC///ffijAA'j>§Sy/7)y \//vft___P/ m/AAr^

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_11_ O TICO-TICO

HISTORIAS DE NOSSA PÁTRIA

A SABINADAou

a Proclamação da Republicada Bahia

CORONEL ARGOLLO

Em 1.3. começou a íunecionar a

Assembléa Legislativa da Província,r.cs moldes do Acto Addicional á

Constituição (12 de Agosto de

1824) Substituía o Conselho Ad-

ministrativo, creado pela constitui-

ção-_e 1824 — a 7 de Novembro,cutra vez se viu a Bahia flageüada

pela guerra. Desta vez. o grito era

pela separação, que os revolucionários pediam, talvez mesmo a Re-

publica da Bahia, desunida do centro a província, até quando me-

nor fosse D Pedro, isto é, até 1846. O grande inspirador do mo-

vimento foi o Dr Sabino Alvares da Rocha Vieira, professoi da

Faculdade de Medicina, homem muito culto e pregador desabriga-

do de suas opiniões, liberal ao extremo, temperamento de apóstolo

que o fracasso da insurreição ia transformai em figura de martyr

Desde a Independência, á qual servira como cirurgião militar

em Itapanca, Sabino (e poi isso se chamou de Sabinada essa re-

velução) se distinguira como. ardente democrata Auxiliaram-no na

cbra cautelosa de conversão dos elementos de maior prestigio, em

todas as classes, pessoas de posição, bens.de fortuna e numerosafamilia, como o rico e velho João Carneiro da Silva Rego, o major

Sérgio José Velloso. official dos mais competentes, os Rocha Vieira.- muitos outro-, cuja propaganda encontrava accessiveis as conscien-

cias, á força da intranqüilidade que. desde 1831, trazia em constan-te ansiedade a capita!

Revoltou-se na noite de 6 a guarnição do forte de S PedroO presidente, o desembargador Francisco de Souza Paiaizo. a quemde tudo avisara com antecedência o chefe de policia. Fraocisco Gon-

Çalves Martins (depois visconde de S Lourenço). refugiou-se a

bordo de uma fragata, reuniram-se os conspiradores na Câmara,onde declaiaram formado o novo governo-, cuja presidência cabia aocenhetide .ornalista e patriota Innocencio da Rocha Galvão (entãona America do Norte), sendo vice-presidente Silva Rego e secre-tano — mas lealmente alma da junta provisória — Sabino Vieira

— A cidade, sem mais incidentes além da fuga das autori-

DESENHODE CÍCERO VALLA-

DARES

daaes legitimas, do arcebispo D%. Romu-aldo Antônio de Seixas. do thesoureirogeral e do pagador da marinha, levan-do estes, honradamente, o numerário emcaixa — foi corhpletamente dominadapela revolução Logo. porém, tratou aRegência de destruir o Estado Indepen-dente, mandando contra elle marinha etropa. esta. a que se achava prompta. nacorte, para seguir para o Rio Grande doSul, onde continuava a guerra1 dos far-r a p o s — movimento análogo, posto

mais ladical, ao da Bahia "O cerco á praçafoi iniciado pelos próprios elementos bahia-nos levantados pelos chefes políticos e míli-

tarres dc recôncavo, entre os quaes o tenente-coronel Alexandre Go-mes de Argollo Ferrão (depois barão de-Gajahyba), e servindo denúcleo em Piraji, o batalhão de policia da capital, que, a 13 deNovembro para ali fora, definindo-se pela legalidade. A 14 de No-vembro o presidente Paraizo transmittiu o peder, interinamente, aoDi. Honorato José de Barros Paim, que, no dia 19, o passou aocenselheiro Antônio Pereira Earreto Pedrozo. nomeado pelo governoimperial para presidir a Bahia, ficando Cachoeira por sede do go-verno.

Chegou de Pernambuco uma divisão de 500 homens. Já a30 de Novembro se combatia na campina de Pirajá, sendo o exer-cito revolucionário commandado em chefe pelo major SérgioVelloso.

A 6 de Janeiio de 1838. a infantaria do corpo de policia e a tro-pa pernambucana se apoderaram das fortificações levantadas pelosrebeldes na Campina.

Em 17 de Fevereiro, feriu-se um combate, ca freme de Pirajá_desfavorável aos da cidade, contra os quaes estavam em armas,cerca de quatro mil soldados, desde 23 de Fevereiro sob o com-mando do marechal João Chrysostomo Caliado. em 9 de Março,500 revcltosos, desembarcados no Caboto, marcharam para _ Feirade Sant'Anna, afim de lograrem a adhesào do interior

Mas. finalmente, a 13 de Março o exercito restaurador atacoua praça em tres columnas (commandame coronel João José de, Se-pulveda).

Correu copioso sangue, resistindo os insurgentes com admira-vel bravuia, mas. batidos em toda parte e evacuando as posições,uma a uma, na tarde de 15 se.haviam rendido os que sobreviverama esse trágico episódio

.Sérgio José Velloso entregou-se no íorte de S. Pedro, com 80officiaes e 568 soldados. O numero de baixas passava de mil e oincêndio, ateado ás casas, em vários pontos da* cidade, pelos inde-pendentes, consumira 160 edifícios.

— E' de notar que a sabinada foi um movimento de cara-cter democrático e apoiado na massa popular.

Os proprietários ruraes a aristocracia urbana, sobre não o au-xiliarem, moveram-lhe a tremenda campanha que extirpou da pro-vincia. pelo restante do século, o germen da rebelliãodas ruas.

/

O TICO-TICO 12 3 — Abril — 1929,

6 H Ç Â E(FÁBULA INDIANA)

Havia antigamente na floresta um fructo que to-9os os animaes ardentemente appeteciam, mas que lhesera vedado comer, sob pena de morte, sem que lhe sou-bessem antes o nome.

Bem próximo á arvore que tal fructo produzia mo-rava uma mulher.

Os animaes a ella se dirigiam, perguntavam-lhecomo se chamava aquelle fructo e voltavam para o pétía arvore, ansiosos por come}-o. Apenas, porém, allichegavam não se lembravam mais do nome da fructa.Isto aconteceu a todos os animaes, com excepção apenasdo Jaboty, pela simples razão de que nunca se lembrarade indagar da mulher o nome daquelle pomo. A vistadisto, os bichos reunidos, resolveram ir á casa do Jabotyafim de ver si seria mais feliz do que elles na empresa.Pelo caminho troçavam o pobre collega.

Si os outros animaes mais espertos n5o podiam re-ter o nome complicado da tal fructa, não seria certamen-te o bobo do Jaboty que haveria de conseguil-o, pensa-vam de si para comsigo. Ao contrario de toda a especta-tiva, mestre Jaboty accedeu promptamente ao desejo dosseus companheiros da selva. Tomando o seu pequenobandolim, poz-se a caminho e chegando á casa da mu-ther perguntou-lhe com a maior urbanidade como sechamava o tal fructo. — Boyoyô quizama-quizú —'Boyoyô-boyoyô quisama-quizú, — lhe respondeu ella.

A mulher, porém, tinha por costume, quando cadaanimal se despedia e já se achava a certa distancia de

gritar-lhe a toda a força dos pulmões: — Eh! amigo!Eu me enganei. Não é este o nome! e dava-lhe outros

nomes tanto ou mais arrevezados, de sorte que o pobreanimal sie perturbava, baralhavam-se-lhe na memóriatodos aquelles nomes esquisitos e ao chegar ao pé da ar-vore já não sabia qual o verdadeiro.

Mas tal não se deu com o amigo Jaboty. Apenas3e posse do nome do ambicionado fructo, poz-se a can-tal-o, acompanhando-se ao bandolim, em toda a extensão,da casa da mulher á arvore cobiçada.

Mas comadre Onça, que lá em baixo o esperava,ejeteve-o para dizer-lhe, com o ar mais amistoso destemundo:

— Venha cá, amigo Jaboty. Você não pôde treparnaquella arvore, que é muito alta. Eu apanho as fructaspara você e depois rachamol-as fraternalmente no meio.

A B 0 T YAcceita candidamente a proposta, a Onça subiu á arvoree, depois de ter enchido bem o seu sacco de fructas, tra-tou de pôr-se a fresco, sem dar satisfação alguma aoJaboty.

Deixa estar que te curo, bradou este, indignado,sahindo ao encalço da Onça. Foi encontral-a, indecisa,á ben-a de um ribeirão profundo, não sabendo como atra-vessal-o com aquella carga.

Comadre Onça — disse-lhe elle manhosamente,— na agiu. sempre valho mais do que a senhora. Confia-me este sacco para que a transporte á outra margem.Fícarás assim mais alliviada para atravessar a corrente.

A Onça cahiu como um patinho na armadilha. Malchegou á outra banda do rio, o Jaboty abriu numa car-reira desabalada, levando comsigo o sacco e deixando aOuça numa situação embaraçosa.

Esta jurou vingar-se, matando-o. Velhaco e friocomo lã de Kagado, o Jaboty riu-se da ameaça e foi es-conder-se mesmo debaixo das raizes de uma grossa arvoreonde a Onça tinha por habito repousar. Em ali chegandoa Onça poz-se a gritar: Amigo Jaboty! Amigo Jaboty!Ao que o maroto respondia de um e de outro lado: Oi! Oi'

Olhando para a direita e para a esquerda e nãovendo ninguém, a Onça, apavorada, continuou a chamar:Amigo Jaboty! Amigo Jaboty!

Entrementes. aconteceu passar por ali mestre Ma-caco.

A Onça em quem os fruetos que comera pelo ca-minho, começavam já a produzir effeito, queixou-se defortes dores de barriga e supplicou ao Macaco qua ;^heapplicasse umas valentes massagens no baixo ventre.Mestre Macaco assim o fez e com tanto enthusiastrio e

convicção malhou no ventre da bicha, que esta veio amorrer da cura...

FOLK,

3 - Abril — 1929 — 13 — O TICO-TICO

M O D 1 N N

I — Costume para menino cm zeplürrayé. Calça azul marinho.

2° — Lindo vcslidinho cm sede brancalavai'cl.

-o __ yestido sem mangas em vou»

fantasie Babados plissados.

f — V slido cm voile festonado.

5" — Costume cm pique rayé.

BORDADOS

O leão c o rato, para bordar. — Dois•ramos''4" fruetas para bordar ou pintar.

<Ay\ t%3 ^yy^M\l\ W

O TICO-TICO — 14 — 3— Abril — 1929

HISTORIA ANTIGAEra no tempo das fadas e dos

príncipes encantados.Vivia numa aldeia triste e silen-

ciosa, uma pobre mulher que tiniutres filhas.

A mais velha, chamava-se Hor-tcncia e era linda como o Sol.

A segunda, chamava-se Rosa eera pal.itla como a Lua.

A terceir.', a mais feia e a maisfranzina, era Florina, triste e insi-

pida como um dia sem sol ou umanoite sem luar.

A velha Generosa desejava paraas suas filhas, os melhores parti-tios, queria casal-as com fidalgosembora ellas fossem bem pobres.

D. Generosa que era a avarezai.-m pessoa, nada amiga de prestarauxílios e benefícios, constante-mente era mettida á ridículo devi-do a sua sovinice que estava emconstrasíe com o nome.

Um dia bateu á porta da casaenorme e triste, um rapaz corcun-da, maltrapilho e feio.

Era como se fosse um pequenomonstro.

A velha Generosa perguntou-lheá que vinha e elle em voz tremulalhe disse:

Tenho fome e frio — o ventofustiga, a chuva, entorpece, o frioaniqui'a — queria pois que me au-xiliasses por esta noite, dando-meabrigo sob o teu teclo!

Não podemos responderam asduas filhas mais velhas que acom-pnnhavam D. Generosa.

E D. Generosa examinava comdesprezo a phisionomia do pobresi-

nho quando Florina pediu:Mãe, deixa-o dormir no quarto

de fora — o frio é intenso na es-Irada, elle morrerá: — Coitado!

Não dou pousada disse a velha!Mas, Florina insistiu e conseguiuque o pobre aleijadinho pernoitas*se no quarto do quintal.

De manhã, antes do sol nascerFlorina foi espial-o no giráo e qual

não foi a sua surpreza, quando viusobre o monte de capim, não ocorcundinha da véspera, mas, umelegante joven de porte fidalgo,amado de elmo e couraça, cuja

phisionomia de rara belleza, res-píandecia sob a vizeira erguida.

E' um principe disse a pequenaFlorina espantada!

E correu pressurosa avisar amãe e as irmãs da sua. descoberta!

D. Generosa em pessoa foi ave-riguar da transformação mysteriosa

do seu hospede mas, oh! desapon-tamento — era o mesmo corcundi-nha maltrapilho e feio.

Levantou-o, sacudiu-o grosseira-mente enxotando-o como á umcão:

• - Sahe vadio, preguiçoso, vae-te é dia claro e deu-lhe um ponta-pé.

Florina que era piedosa volveuem supplica: Mãe, não o maltrates,coitado!

— Vae-te embora, embusleira,mentirosa! disse a velha.

O aleijadinho encaminhou-separa o portão carregando o seufardo que era um sacco sujo e roto,quando tropeçou e cahiu.

Florina veiu levantal-o e oh!surpreza, — dentro do sacco haviamoedas de ouro!

O corcundinha em agradecimen-to deu á Florina de presente umbarrete velho e desbotado dizendo:

Florina, guarda-o bam, pois,quando estiveres em difficuldade,basta só collocal-o na cabeça e pe-dir nue a tua vontade será feita epartiu.

Florina guardou o barretinhono bolso mas, contando á D. Ge-nerosa mie viu moedas de ouro nosacco do corcundinha.

A velha resolveu esnreital-o eacompanha-o por caminhos e ata-Jhos e quando o corcundinha ador-meceu sob uma arvore roubou-lheo saece e voltou contente para jun-

to das filhas mas, aguardava-lheuma deeepção profunda — ao abriro sacco — um enxame de abelhas,grillos, gafanhotos, bezouros e mi*nhocas sabem- lhe encima.

D. Generosa furiosa, pega naFlorina e dá-lhe uma surra.

Florina machucada e desalenta-da lembra-se do barretinho.

Colloca-o na cabeça e pede quequer ser linda como uma princezae que deseja ao lado da sua velhacasa — um lindo Castello — paramorar.

Não havia ainda proferido a ul-tima palavra quando viu-se rica-

mente vestida e de uma belleza queencantava.

E o castello surgiu magestoso ásua frente — com cavallariças ecreados de porte soberbo e el!a en-caminhou-se para uma ponte leva-dica que se elevava sobre um fossoprofundo que separava o Castelloda mísera choupana da velha Ge-nerosa e subiu pelas escadarias demármore.

A velha tremia e as duas filha*formosas e ruins, desmaiaram de

vêr o milagre.Florina no seu palácio collocott

novamente o barrete pedindo nnraque viesse á sua presença o lindo

principe nue eMa viu dormindo so-bre o feixe de fêno no quintal davelha casa.

No mesmo momento, ouviu umalarido festivo, sons de trombeta eolhou e viu pela estrada larga umconeio princineíco.

A' frente montado em bello cá-vallo branco — vinha o princinedos seus sonhos — n'ie não era ou*tro senão o corcundinha feio e mal-tranMho.

Florina msou-se e foi uma prin-ce7fi beHa boa e generosa.

F a sua mãe e ns dtias filhas,soffrernm a humilhação de seremambiciosas e más.

Rachel Pkado.'

Abril 1929 - 15 O TICO-TICO

E' como eu lhe digo, disse-me

o Sr. Almeida que era considerado

o rei dos caçadores da Villa Cara-

col, a caça apparece quando menos

esperamos; procural-a é a maior

tolice que nós, os caçadores, pode-'remos fazer.

Como assim, respondi sur-

preso, quando a montanha não vem

a nós, necessário é que vamos até

ella....

Mas é inútil procurar a caça,

insistiu o Sr. Almeida, a caça não

é montanha; esta permanece im-

movei num lugar, e portanto, é inl-

possivel que venha até nós, com

aquella se dá o contrario, ou eu não

*ou caçador a mais de vinte annos.

Ouça o que me aconteceu um dia

em que eu caçava no Sahara: o sol

estava tão quente que me tostava a

pelle, os meus pés afundavam na

areia ardente do deserto. Eu quasi

não enxergava mais por causa da

luminosidade cegante do sol. Sua-

va por todos os poros e estava meiomorto de cansaço quando dei com

um oásis, onde altaneiro se erguia

para o céu um frondoso coqueiro,

que produzia uma excellente som-

bra. Somente quem nunca viajou

por um deserto, não pôde avaliar

o immenso valor de um bocado -.ha

sombra, por menor que seja, quan-

do depois de uma larga caminhada

sob um céu de fogo, 5 encontra-

mos.

Com alegria verifiquei a reali la-

de do oásis que ao principio julguei

que fosse uma miragem, phenome-

no óptico muito commum no deser-

1

^**H ¦i4\ C-A -a**f*l^**^H WW á \ w

Historia

de um

caçadorto. Sentei-me debaixo do bemfa-

zejo coqueiro que produzia tão boa

sombra. Enxuguei o copioso suor

do meu rosto, e bebi vários goles

dágua fresca para* matar a sede.

Depois... não sei como foi, ador-

meei profundamente, certamente

por effeito de uma grande fadiga.

E durante o meu somno deu-se tirai

coisa extraordinária que veiu con-

firmar a minha opinião."

O que se deu então? indaguei

curioso.

Almeida gosou por um instante

a minha curiosidade, e, depois de

satisfeito recomeçou:

Aconteceu simplesmente que,

durante o meu somno um enorme

leão approximou-se dc mim, sem¦maus intuitos certamente, porqueao envez de devorar-me, poz-se a

mexer com o gatilho da espingar-

da que eu trazia no hombro. E de

repente: — pum! — A arma dis-

parou indo a bala acertar justa-

mente num dos frutos do coquei-

ro, que desprendendo, lhe cahiu so

bre a cabeça, prostando-o sem sen

tidos. Naturalmente com o estron-

do produzido pela arma ao dispa-

rar, acordei-me, e levei um susto

enorme ao ver o leão estendido aos

meus pés, com o coco que o derru-

bara partido ao lado.

Sim senhor! Exclamei eu ad-

mirado, (crendo agora que o Sr.

Almeida era o rei, não dos caçado-

res, mas sim dos mentirosos) — e

o que fez do leão?

Acabei de matal-o a tiros, e

como não tinha commigo faca nem

outro objecto cortante, fui obriga-

do a deixal-o ali até que pudessevoltar com o necessário para o es-

folar, e entrar na posse da sua lin-

da pelle. Quando voltei, no dia se-

guinte, encontrei tão somente cs-

-:cs. Os chacaes haviam-no devora-

do durante a noite.

.— Por isso, terminou elle, não

posso ostentar em minha casa, nem

apresentar a ninguém a pelle do

leão como prova do que affirmo.

Para isso é bastante, creio, a mi-«nha palavra de caçador.

Ora essa! A palavra de caça-

dor... Vccês acreditam nella?"

Romeu Hêinm..

O TICO-TICO 16 — 3 — Abril — 1929

AS AVENTURAS DE FAUSTINA E ZÉ MACACOu 1 a m t ©

. F&ushnci porque "nao

tiras uma palenie de m-

/$ cie n'Píc/ir'm'iXao Se roer

A in.! © § a a m bTf ' \*Ze'A>nf/o unrà grande sur- >>; Em Primeiro

li xíü. / \PreSc3 'Parc* ^ mos for. ^y} fuçar, vou ven' .-saji

\VMo^9 J/Descoónum foro ^^ 7 '/«'"b °* 0/^ fÈÈ&£s<,

8o'tilo pcotrsio^S. /y^/ gf \\ YV ^=w^ (7/ "/w\

^g^ (fue/sseZTJ ÇUÚ/ 7777777 íSmib. £,'-'«f>,' c, explicação ORA BnLAllM&^W^Ci tu nah oue77r- !&& ^ 'nySfe7o. ^4^/5/

fl^mj"9 {^ecasym,r, M^â^'fM7

3 — Abril — 1929 17 O TICO-TICO

O CASTIGO DO HOMEM-LUAOs nossos, indios, gostam rmtitc

de historias, e as inventam a propo-sito de tudo; das plantas, dos ani-maes, dos phenomenos da natureza.etc.

E essas historias ou lendas, qití.se encontram, do norte ao sul, exa-ctamente iguaes, são recontadas atodos os visitantes do sertão. Assimcorno a gente das cidades, gosta demostrar os seus edifícios os seusmonumentos, os jardins públicos eas avenidas; .a gente do sertão gostade apresentar as bellezas de sua ter-ra acompanhando tudo com expli-cações, imaginadas por elles -,

A lua, por exemplo, é uma dascousas que elles mais apreciam. Econtam, a respeito delia, muitaslendas, que têm sempre oeculta umalição.

Na que vamos contar hoje, ve-mos que o mau nunca pôde ficarimpune, nem mesmo quando encon-tra meios de fugir á acção da jr.s-tiça.

Dizem então que o homem — luaera um sujeito peverso, que faziamal a todo o mundo. Por isso, oshomens do logar resolveram apa-nhal-o numa emboscada, e mandal-o

_?v

P 5 o

para o outro -mundo,, onde não po-deria mais fazer mal a ninguém.

Cortáram-lhe a cabeça.

JVías, o demônio do homem, pa-rece que tinha fôlego de sete gatos!A cabeça levantou-se sozinha, e com

grande assombro de todos, começoca perseguir os seus algozes, com umliso de sarcasmo na bocca -

, Cada um fugiu para sua casa, ltrancaram as portas e as janellas.

O homem — lua então -foi baterr.n casa da mãe delles.. e como asmães sempre perdoam, elle começoua-implorar: -Mamãe! mamãe! trãc

time deixe aqui na estraoa, porqueeiles me atiram pedras, e me esean-

galham a cara.

Mas a mãe não podia abrir, por-

que toda a gente ela* tribu viria en:

cima delia.Os 'índios têm a crença dc que

aquelle que deixa viver um malíe?-tor, será culpado dc todo o mal queelle fizer...

A mãe deu-lhe, então, um cnor-me novello- de algodão que cila ba-via fiado e cordado, para fazer urnarede.

Com uma forte cabeçada, o ho-

mem — lua lançou o novello para oalto; e o novello foi parar lá emcima, no íirmamento, onde uma c_-trellinha serviu-lhe de gancho.-

E a cabeça, encostada ao fie pen-.durado, foi sendo puxada pelo ven-to, e pela força dos astros, até quechegoti lá em ema

O povo, qu. estava de atalaia,

correu a apedrcjal-a; mas o homem— lua, rindo sempre', foi subindo,

insensível ás pancadas e aos insul-

tos...Mas, conchíe, sempre triumphan-

temente, o narrador:

— Elle ficou com a cara suja!

Aquellas manchas que Vance está

vendo, são os grumos de barro queelle apanhou!

Maria Ribeiro di. Almeida.

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ÓTICO-TICO -18- 3- Abril -- 1929

CARTÕES ANIMADOS,

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Moc/efo ormõclo

Collem os cartões em papelãoOs sapatinhos podem ser

de papel de côr.

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pelãci. f-m~ m0~\

feitos. ""^P J

Saftaftrrhos cie papel

EXPL /CAC/io jrapfticac/q Àrmc/uec/oBc/sto *r?froc/t'Ztr cs

efec/os. Hic/fCc-tc/or-o /nec/co-r?os ori/ctos cmr, os Sofia-ftn/jos entrados

3 — Abril — 1929 — 19 O TICO-TICO

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EXPLICAÇÃO — Collem todas as peças em cartolina, recortem e armem o brinquedo de accordo com os mo-delos acima .indicados. Os alvos são collocados nos pequenos entalhes da travessa da barra. O arco pôde ser construídocom um pedaço de madeira flexível e um elástico, tal qml ind ca o modelo. A setta, com a qual se procurará, á pe-quena distancia, tocar os alvos, pôde ser ura phosphoro.

3o modelo — Como se dobra o alvo.1° moddo — Como se colla a figura no alvo. 4° mode*o — O arco.2o modelo — Modelo armado. 5o modelo — Phosphoro.

O TICO-TICO — 20 - 3 — Abril — 1.92 9

WBm piJ^^^^^^^^^^^^^bSêêÊÊ W^^tí-^wWÊs

A VINGANÇA DA CIGARRA( FÁBULA)

Para o Ivesinho

Desde aquella oceasião, em que a formiga lhe ne-gára auxilio, que a cigarra ruminava um plano de viu-gança; até que, certo dia chegou perto do rei Leão ed/sse:

"Saberá V. M. que a formiga disse que seráCapaz de vqs vencer".

O rei ficou furioso e mandou chamar a formiga.Ora, a pobre formiguinha que não tinha dito nada,

procurou provar a sua innocencia; porém, o rei queestava num dos seus momentos de fúria, declarou:

"Pois fica sabendo Formiga que amanhã com-baterás commigo; e, se fugires, ou não me venceres,serás condemnada á morte!".

E lá se foi a pobre formiga muito triste; choroutodo o dia e toda a noite ;porém, na manhã seguinte,procurou o rei c disse:

"Saberá V. M. que, não fugirei ao combate sipuder valer-mc da astucia e levar commigo minhas duasfilhas mais moças".

E o rei dando uma gostosa gargalhada, disse:"Podes te valer da astucia e levar comtigo toda

a tua geração se queres exterminal-a. E como eu queroassistir a esse interessante espectaculo, combaterás -comum dos meus representantes".

Chegando á casa, a formiga chamou as duas filhasmais novas e disse:

"Eu-tenho que combater com um representantede S. M. o rei Leão e vocês vão me ajudar".

As pobres formiguinhas recuaram horrorisadas;porém, ficaram mais tranquillas quando a formiga ex-plicou o plano que havia projectado.

Chegada a hora do combate, lá estavam no palan-que, de um lado, S. M. o rei Leão e toda a sua corte;do outro, S. M. a rainha Águia, trajando um ricomanto de pennas e acompanhada tambem de sua corte;nas archibancadas achava-se toda a espécie de bichos enum dos primeiros bancos estava a cigarra que, victo-riosa da sua perfídia queria apreciar de perto a derrotada formiga.;

Na arena achava-se um leão que, impaciente aguar-'dava a chegada da sua adversaria dahi a pouco, ou-

viu-se um leve rumor e surgiu a pobre formiga acom-panhada das duas fiihinhas; o combate deveria durarcinco minutos — tempo necessário para úm leão matarmilhares de formigas — e começou immediatamenteapós o encontro dos lutadores.

A um signal dado, o leão sacudindo a juba e so-prando forte jogou longe as tres formigas, o que diver*tíu os assistentes e alegrou a cigarra; mas a formigadestemida, voltou para perto do terrivel inimigo e oleão levantando uma das patas preparou-se para esrni-galhal-a, porém, a astuta formiga passando.sob a terraappareceu do outro lado, calma e victoriosa; nesse oc-casião o leão começou a sentir um mal estar horrível:batia com a cabeça, sacudia a fula e estonteado, davagolpes terríveis sem comtudo con seguir atacar a formi-ga qtte avançava e recuava corajosamente livrando-sedo mesmo; como já houvesse passado o tempo esti-pulado, para o combate, o rei, que era justiceiro, deu-opor terminado proclamando vencedora a formiguinha"que valente pelejara até o fim da luta; porém, o leãocontinuava afflicto e o rei chamando a formiga, disse:

!— "Venceste, Formiga, mas perdeste tuas filhas".— Não, Majestade, eil-as que voltam.)Mas, onde as oceultaste?Saiba V. M. que ellas tambem tomaram parte iv>

combate, porque mandei que ficassem dentro dos ou-vidos do leão fazendo cócegas e era, esta a razão do malestar que elle sentia; como V. M. disse que eu podia va-ler-me da astucia e trazer as minhas filhas...

—'Formiga — disse o Rei enthusiasmado — pro-vaste que és intelligente, laboriosa, valente e honesta; e

para premiar as tuas virtudes de ora avante serás ad-mittida como despenscira-mór do meu palácio.

E, é por isso que até hoje a formiga é industriosaè vive carregando mantimentos.

E a cigarra, vendo que a sua maldade revertera enibeneficio da formiga, sahiu furiosa. .

Assim como a cigarra, quantas vezes temos vistouma pessoa que pretendendo prejudicar outra, vae, (aocontrario) lhe prestar um grande beneficio...

Maria A_,da.-

3 — Abril 1929 — 21 — O TICO-TICO

ipP^s Mal-entendidos ^^L

A Pintada era a melhor gallinhauo terreiro. Muito séria e muitoajuizada, tinha, apenas o defeito deSer, extremamente, supersticiosa.

Acreditava em maus agouros eeni dias aziagos, tinha medo do nu-niero 13, estremecia ao pensar emJüebrantos, maus olhados, bruxa-r'íi3 e outras tolices semelhantes.

Defronte delia morava uma patin'1a, muito trabalhadora, activa ea'egre, que só vivia cantando, pelocJUe llje pozeram a alcunha de Pa-*»-.. tiva.

A Pintada tinha muita vontade deter urna ninhada de pintinhos cor-alicio e piando atraz delia; mac 03Scus donos não a deixavam ajuntai; chocar os ovos que punha: tira-vam-n'os todos e os comiam fritos,011 então cosidos na salada.

A Pata... tiva, como gostavaniiuto de conversar, e talvez paraazer inveja á Pintada, lhe diss.

«ma vez que estava chocando quasil'ma dúzia de ovos.A Pintada lhe desejou felicida-

ues,lamentando não poder dizer oFtesrno, pois, 03 ovos que deitav;'ra'u comidos logo pelos seus do-rios.

nda-se no matto, ponha

do terreiro, em um ninho que a-ranjou de folhas seccas de bananei-

ra e folhas de fumo que são muitoboas para evitar os parasitas q e, ásvezes, atacam as aves no choco

Acontece, porém, que uma tardeem que ella abandonou o ninho pormomentos afim de. beber um pouco1dágua e se espojar na areia, o ratedo matto veio, comeu e quebrouquasi todos os ovos, deixando ape-nas um inteiro.

A Pintada ficou muito triste porisso. Ao fim dos vinte e um dias dechoco sahiu do ovo seu ume, pin-tinho a quem cila chamou de Sozi-nho.

Como era muito supersticiosa at-tribuiu esse fracasso aos "maus

olhos' da Pata. . . tiva e cortou rc-lações com a visinha.

Por uma interessante coinciden-cia dos ovos chocados por ella tam-

lá °s ovos e só appareça no terreiroHÜandõ sua ninharia tiver saindo,ac«nselhou a Pata. . . tiva.

"— Bem lembrado, disse a Pinta-a- Vou seguir seu conselho.

E passou a deitar seus ovos fora

bem somente um vingou, gorand Jos demais. Assim, ao .ahir do chô-co, ella foi apenas acompanhada porum único patinho, a quem, por isso.chamava de Uniquinho.

Vendo que a Pintada ficara malcom ella, attribuiu o facto de te-rem gorado seus ovos, á inveja davisinha ínmteira, e nunca mais lhefalou tambem.

O áózinho, como não tinha mnáo,queria, ás vezes, brincar com seuvisinho; mas a Pintada lhe dizia:

Não, meu filho. À" mãedaquelle patinho é dona de unsolhos maus que põem quebranto efeitiço em tudo onde poisam.

A mesma cousa suecedia ao Uni-quinho, quando pedia licença parair brincar um pouco com o pinto,seu visinho fronteiro.

Não, meu filho; lhe dizia aPata... tiva. Aquelle pintainho éfilho de uma gallinha muito invejo-sa, e o filho deve. ser assim tambem,e dar maus conselhos a você.

Certa vez, já um tanto cresci-dos, encontraram-se, perto do. ria-elio, os dois visinhos...,E o patinho falou:

Boa tarde. Pinto. Por quevocê não vem brincar conirhigo?

Porque minha mãe não quer.-ê é que podia vir brincar com-

migo.—¦ Eu tambem não posso porque

minha mãe não deixa explicou o pa-tinho.

O TICO-TICO — 22 Abril - 1929

E por que ella não deixa?-— Eu vou lhe dizer em segre-

do. Não conte nada a sua mãe, não,está ouvindo?

1— Estou. Pôde dizer que euguardo segredo; affirmou o Pinto.

Pois bem; minha mãe achaque a sua tem olhos maus.

A minha também acha que a suaé invejosa.

Mas eu creio que a minha estáenganada, disse o rinto.

E eu também creio que a mi-nha está, confirmou o patinho.

¦— Precisamos acabar com esse"mal entendido".

E o que é "mal entendido?".E' justamente isso: duas crea-

turas que estão se julgando mal semrazão talvez por terem "entendido

mal" uma phrase ou um dito qual-quer.

— Muito bem, vamos fazer as pa-zes entre as nossas duas mãesinhase ficarmos também amigos um dooutro.

•Mal tinha combinado isto, quandoo Pinto escorrega em uma pequenaribanceira e cahe no riacho cujaágua o vae levando por elle não sa-ber nadar ,

O patinho corre e vae esperar umpouco adeante quando o amigo pas-sa levado pela correnteza. Mette-sena água e como é bom nadador, cm-purra o Pinto para a margem ondeeste "toma

pé" e se salva.A esse tempo já tinha escurecido

quasi. A lua cheia despontava aofundo do céo, destacando uma co-ruja poisada num galho de arvore.

As duas visinhas haviam notadoa demora dos respectivos filhos ciam sahir para procural-os. A Pin-tada ao ver a coruja exclamou :

— Uma coruja ali!... E' des-graça, com certeza.

__b

A Pata... tiva tinha chegadotambém á porta de casa trazendo jáuma vela accesa, quando viu seu fi«lho TJniquinho, ao lado do Sósinh*qüe, por signal, puxava um carn-nho.

Que é isto?! Foi a exclamaçãoque soltaram as duas, vendo aquel-Ia amizade.

O meu amigo Uniquinho aca-ba <le me salvar a vida, declarou c

Pinto e contou o que se passara,pedindo que as duas visinhas fizes-sem as pazes. Ellas concordaram e

se abraçaram muito contentes e fe-lizes.

Pela primeira vez vi uma coruja trazer felicidade, disse a Pin=tada.

— A felicidade é trazida pelabondade de coração, pelo amor quedevemos ter a todos os nossos se-melhantes, sentenciou" a Pata.. •tiva.

E desde aquella tarde findou t"mal entendido" que havia entre asduas visinhas e se estimaram tantocomo os seus dois filhinhos qt'ecresceram sempre amigos um dooutro:

MalazarTEs.¦ »__¦ <__-w-í,'^*s_«_> .

EXERCÍCIOS P H Y S I C O S1° Não seja indolente e preguiçoso.2" A indolência e a preguiça, como a tristeza, são,

em geral, signaes de doença.3' Procure ser sempre activo e alegre, trabalhan-

do, movendo-se, brincando ou exercitando-se ao ar livre.4o A gymnastica é indispensável á belleza e á ro-

bustez.5o As doenças atacam, de preferencia, ás pessoas

fracas ou ás que não obedecem aos preceitos de hygie.ie.6' São geralmente franzinas, pallidas, fracas e não

crescem, as creanças que não fazem exercidos.7o Os exercicios especialmente indicados ás crean-

ças são os folguedos infantis, os jogos, as corridas, osalto, a natação, os passeios a pé e a gymnastica apren-dida na escola.

8o Tão útil é o exercicio moderado quanto é preju-dicial o exercicio excessivo: o primeiro fortalece, o se-gundo, ao contrario, debilita.

9o Antes do banho matinal faça sempre ao ar H-vre, alguns dos movimentos gymnasticos aprendidos riaescola.

10° Depois do banho respire, devagar e profunda*mente, 3 a 5 vezes. Assim se fortificam os pulmões,arejando-os.

11° Nunca faça gymnastica logo após ás refeiçeõs.12° Traga a cabeça protegida, quando estiver ao sol-13° Não significa robustez, nem belleza, o desenvol-

vimento exaggerado dos músculos. O valor delles estana resistência e não no volume.

14° Não se preoecupe, pois, em crear "muque •com exercicios violentos ou immoderados.

15° A agilidade, a destreza e a resistência adquiri-das na infância, pelos exercicios physicos, são valiosis-simos elementos de defesa: concorrem, vantajosamente,para a conservação da saúde e prolongamento da vida.

DR. RENATO KEHL.

3 — Abril 1929 — 23 O TICO-TICO

ESCOLA( F a r ç

PERSONAGENS;

-listo )Aliecio )

) discipulosZelia .Dalva )Carrancini — Maestro.Seu Lotério — Caipira.Polina — Sua filha.Meninos e meninas alumnos da

escola de canto.SCENARIO:

* Uma sala com muitas cadeirasdeante de uma mesa do professor.

Histo (Entrando com Miecio)¦— Somos os primeiros hoje a che-gar.

Miecio (Que tem entrado comHisto) — Talvez até nem hajaaula.

Histo — E' bem possivei, pois,um dia não ha aula porque o mães-tro está com dor de cabeça, outrodia não ha porque elle não está...com dor de cabeça; ainda outro diadeixa de haver porque elle vaesahir e outro dia porque não vaesahir...

Mtkcio — E assim por deante.Meninos e MENINAS ( Enlran-

do) — Bom dia! (Sentam-se).Histo e Mkcio (Entrando) —i

•Bom dia. O maestro já chegou?Histo — Ainda não.Mkcio — Si elle vier hoje, não

deve tardar.Dalva (Entrando ahrcssada)

¦—• lá começou a aula?Zelia — Ainda não.

e ___

D E11

CANTO€ t O )

Histo — FáltS» o principal que _o maestro.

Dalva — Eu vim correndo por-que pensei chegar tarde. .

Miecio — Nem pense nisto.Aqui o unico a chegar sempre tar-de é o maestro e mais ninguém.

Carrancini (Entrando e fa-lando com sotaque estrangeiro) —Bom giorno-.. (Vae á mesa),

Todos — Bom dia.Carrancini (Typo muito qro-

tcsco, cheio de mesuras e tics ner-vosos) — Vamos a estudtare Ia le-çon! Eh!... (Tira uma "batuta"

do bolso, bate com ella sobre amesa e toma attitudes de quem vaeicger uma grande orchestra) —-Prompto! La scala naturale! Já!...

Todos (Cantando com grandedesafinação. cada um no seu tom.e sem observar o compasso que omaestro bate com a "batuta" namesa) — Dó, ré, mi, fa, sol. Ia,si, dó...

Carrancini (Tapando os ou-ridos com as mãos) — Pára!Pára! Que grand dezafinazione!...

Todos (Param de cantar).Carrancini — Sguarda Ia ba-

tutai.....ISTO — E' melhor mesmo..Carrancini — E' millióre, o

guê ?Histo — O senhor guardar a

batuta.Carrancini — Non! Sguarda

non né guardare; é olhare com nosolhos!

MlECIO — Também si a gente

não olhar com os olhos não pôde"olhar com os ouvidos.Carrancini — Puóde, sim, se-

nhore! In musica se olha con losouvidos também.

Todos (Rindo) — Ahi Ah!Ah!

Carrancini — Silenzio! Au-diamo presto uma outra volta!{Ergue a batuta) — Jiá!

Todos (Cantando como ante-normeute) — Dó, ré, mi, fá, sol,Ia, si, dó!...

Carrancini (Batendo com a.batuta sobre a mesa repetidas vc-,-rv.v) — Pára! Pára! Sino io restomaluco!. ..

Todos (Param de cantar).Carrancini — Cada uno deve

cantare só, senza o outro su visi-i;7 : capisce?

Histo — Ninguém "capiscou"

nada, porque aqui não ha quemseja visinho do outro.

Carrancini (Impacientando-se) — Per Ia madona!...

Lotério (A' porta, acompanha-do da filha, ambos iwtidos grot.es-contente) — Dá licença?

Carrancini — Puó d'entra-re. . .

Lotério (Empurrando a filha)— Entra pra dentro, porquéra...

Todos (Rindo)- --*. Ahi AhiAh!...

Carrancini (Bate com a battt-ta) — Silenzio!...

Polina (Entrando) — Que éque tão rindo?!... Eu não touvestida de vêlde, não!....-

O TICO-TICO Z- zA 3 — Abril — 1929

Lotékio — Cala, a bocea, ahi,trevida! Dêxa dc m.acriação!...

Carrancini — Que vo!ete?...;Lotério — Rolctc':!..'. (Rin-

do) — Quem é que falóit aqui emrolête, minha gente?...

Carrancini — Non né rolête.;Pregunto que dezia.-...

Lotério — Fi não dizia nada.-Histc — Com licença: (Ao Lo-

terio) — Elle pergunta que é queo senhor deseja.

Lotério — Ahn! Eu vim pramór de amarticulá na escola essamenina que é minha fia.

Carrancini — Ah! Molto bene(Abrindo uni h~rn) — Come sechiama?

Lotério —¦ Que ama?... Nãotem mais zue-x, inlior não. Ella jáanda sósir.ha.

Carrancini >— Non né esso.Come é suo iiuomo.

LoTérto — Ah! O senhor suano hombro? E' o calor. Eu Iam-bem súo muito! (Passa o lençonacara).

Mihcto '— Com licença: (AoT,otário) — Elle pergunta como éseu nome.

Lotério — Ahu!... Meu nomeé Manjo Lotério da Sirva e a me-nina se chama-se Polina da SirvaMangerona nue é o nome da se-nhora mãe delia.

Carrancini (Escrevendo nofjyro) — Mandgeróna. . . Gra-7\e. . .

Lotkrto — Mangerona graze,não. senhor; c Mangerona só.

Pouna — Dêxe o Home riiscre-vê, pae cuma elle quizé. ..

Lotério — Isso é que não! Temde inscreve os nome cuma osnome é.

Carrancini — Sua filia já co-nosce Ia musica? <

Lotério — Chi! Ella sabe umbandão de musga que .aprendeu Iana roça ouvindo toca o cratophone.

Carrancini — Dunque canteuma solfa per mostrare Ia suavocê.

Lotério — Hein?... Que é

que elle está'dizendo ?1 Laura — Está dizendo que elle

cante qualquer cousa para mostrari voz que tem.

Lotério — Ahn! Canta, Polina,uma musguinha daquella s que tusabe.

Pouna (Envergonhada) —<

Tou com vregonha, pae, de tanta

gente aiando.. .Lotério — Dêxa disso, rapari-

ga, que vregonha nunca botouninguém pra diénte! Canta semvregonha nenhuma...

Todos — Cante! Cante!...Pouna — Eu só canto si todos

vocês me acompanhá-me tambem .¦Todos — Está dito! Cante!

Cante!Polina (Canta uma canção ser-

taneja qualquer acompanhada de-pois cm coro pelos demais).

Lotério (Ao Carrancini)Gostou ?

Carrancini (Batendo palmas)Bravo! Bravíssimo!

Lotério — Quai.to custa a mar-ticula ?

Carrancini — Niente! Nada!...Ella , vae scre* mia adjuxhntopcr

¦ 'háre Ia musica própria brasi-liana.

Lotério ¦— Que brasiliana éessa? Não conheço,

Da^va — Elle -- tá dizendo miea pequena vae ajudal-o a nos en-

i >ar a cantar nossa musica bra::-leira,

Lotério — Ahn! (A' Polina)Canta aquella outra engraça-

(linha.. .;; Pouna — Aquella que pae gós-

ta de citvi?Lotério — Essa mesmo., Canta

pra a gente ouvi tambem agora.Pouna — La vae ella. Más po-

rém tudos tem de canta tambemeommigo. Tá feito?

Todos — Está feito! Cante!Cante outra!

Pouna — (Canta outra cançãobrasileira acompanhada cm coropor todos, emquanto Carrancini,que começou a marcar o compasso,acaba abandonando a batpta c dan-sando com o Lolcrio).

M. Aí AIA.

. _ vL._. ,_.._^»-i_<waa_<ranLi^ifliw««iw.w«*itiM<A -h^^£u»^j»^_*_£.vViJ»-»«»»»CÍlllwS*»»!M"W».»-MW.#W»WW

5 — Abril _ 1929 — 25 — O TICO-TICO

DO D*-, ft/uue TUD6z^

Marta Alda (/?/<?) — Recebidos os trabalhos:Filha do artista, Século XX e Vingança da cigarra".

Os dois últimos serão publicados; o primeiro de-pende ainda de estudo...

Cláudio (Rio) — Escreva directamente á casapara onde deverá mandar a solução do concurso.

MllE. B lanche" (S. Paulo) — Letra inclinadapara a esquerda: desconfiança, dissimulação, prevenção•de espirito. Ha também, para compensar isso, algumabondade, generosidade, energia e firmeza. Um pouco detnsteza, desalento, depressão nervosa ao escrever a con-stilta.

As pessoas nascidas a 20 de Julho são nervosas,inquietas, impressionáveis e de muita susceptibilidade.Teimosas, não cedendo a nenhum argumento contrariaa idéa que pretendem pôr em pratica, embora desistamdisso, ás vezes, pelo mais futil motivo. Amam a fran-queza e tem grande habilidade commercial. Gostam deviajar, embora nem todas consigam realisar esse desejo.

São inconstantes nas amizades, generosas, indttl-gentes e de tacto diplomático.

Levam sua economia até á avareza, sem deixar, en-tretanto, de se apresentar bem vestidas, asseiadas, ele-gantes e amigas das artes. Poderão ser felizes comba-tendo seu egoismo, ociosidade e ostentação.

As iniciaes que pede parecem um H e um W.MyosoTis (S. Paulo) — Sua letra denota energia,

reserva, frieza, força de vontade, ambição, coragem,aluadas á alguma bondade.

Vê-se também imaginação viva, altas aspirações,orgulho, ás vezes generosidade.

E' o seguinte o horóscopo das pessoas nascidas a 2de Setembro: Muito elegantes, gostam de ditar a modaonde estejam. Amigas de discutir, embora empregandosophismas. São perspicazes, observadoras e dotadas deabsoluta confiança em si mesmas, tornando-se por isso geral. Uma certa aggressividade, pouco caso, indiscvaidosas e cheias de amor próprio. De espirito critico e Ç.ao, negligencia, desordem,sarcástico, ficam arrogantes embora distingam que não Tenha calma, Minéirito!tem razão.

Olham a vida com superior philosophia e emboravencidas não o deixam transparecer.

As mulheres são profundamente curiosas. Darão'*optimos jornalistas e oradores estudiosos de assumpto***que se relacionam com o liem publico. Julgam sempreas acçoes dos outros com justiça, apreciando, com pers-'picacia, os impulsos que as motivaram.

As letras de que fala serão talvez um J e um S.Saudade OcculTa (S. Paulo) — Letra miúda:

mesquinharia, minúcia, fadiga, talvez myopia...Para suavisar um pouco vê-se que é um espirito

recto, polido leal, cheio de calma, de ordem,"de constar)-cia e èxactidâo. Ha, porém, uns signaes sinistrogyros,indicadores dc egoismo, reserva.

E' também critica e satyrica.Isolina Pires — O horóscopo da pessoas nasci-

das a i° de Abril é o seguinte: São resolutas, de graiuiecapacidade mental e independência de caracter, não gos-tando de se subinetter seja a quem fôr. Altivas e im-pulsivas, o que as leva, por vezes, a tomar desastradasresoluções. Inhabeis para os trabalhos manuacs, tenhamembora talento e saibam advogar com dedução lógicaa causa dos que lhe são caros.

Estão freqüentemente de mau humor e se irritampor qualquer cousa, sendo, ainda muito ciumentas eimpetuosas cm tudo. Sinceras e affcctivas, são impaci-entes menos com as pessoas a quem estimam.

As iniciaes que pede elevem ser um S e um R.MiNEiKiTo — Sua letra denota grande sensibili-

dade, emotinidade, actividade, agitação constante, ner-vosismo. Um pouco de sensualismo, gostando de passarbem, muito af feito á glutoneria.

Ha também inconstância, desattenção, desequilíbriotrer-il TT.T,., -„_+„ „„„,„„„:..:j„,i_ . ¦ ,.

Dr. SabE-TUDO.

*- ^-r'-BZr ~~' -*-=^ ¦"— -¦ -Jrf' ^^ -=«»*-»-- ¦¦¦-^ =.--fsB5=»*z:_^r-~ •-.

O TICO-TICO — 26 — Abril — 1929

^£-_^_r* lí^^^ii&J

Como a noite appareceu segundo a lenda tupyA principio não havia noite: havia dia somente. A

noite estava adormecida no fundo dos lagos tranquillos.

Não havia animaes: todas as coisas falavam. Eccmo não houvesse noite proprja ao somno reparador,não se podia dormir. A filha da Cólera Grande, conta-se, casara-se com um joven. Este moço tinha 3 vassal-los fieis. "Não ha noite, ha dia somente, disse a moçaao marido: meu pae tem a noite presa em sua morada,disse a filha da Cólera Grande.

Então, aconselhado pela esposa, o joven chamou ostres vassallos e ordenou-lhes fossem á casa do sogrobuscar um caroço de tttcumã (1), devendo elles, paralá chegar, descer, de canoa um grande rio. Chegados ácasa da Cólera Grande deu-lhes um caroço de tucumã,

perfeitamente fechado, dizendo-lhes: "Aqui está: levem-n'o com ctfdado e não o abram, pois, em caso contrarioserão punidos". Os vassallos foram-se. Pelo caminho,

porém, ouviram um barulho estranho que sahia de den-tro do caroço de tucumã: tcn-ten—tem-ten. Esse baru-lho era dos grillos c dos sapinhos que com elles cantampela noite a dentro.

— Que diabo de barulho é este? disse um delles.Vamos abrir o caroço para verificar?

Ao que retrucou o que servia de piloto: "Não! Docontrario nos perderemos. Remai e vamo-nos embora!E lá se foram, impressionados sempre por aquelle baru-lho, cuja causa não sabiam explicar. A curiosidade, po-rém, era nelles mais forte do que o temor. Não resisti-ram e, quando já iam muito longe resolveram abrir ocaroço da tucumã para verificar o que dentro se con-ti nha t

Dc pé, no meio da canoa, um delles accendeu fogo,com que os companheiros derreteram o breu que fechavaa porta do caroço de tucumã. Mal o abriram, fez-se

para logo noite cerrada e densa. Então, disse o pilote:"Estamos perdidos!".A essa hora, em sua casa, a moça já sabe que abri-

mos o caroço da tucumã.Seguiram sempre. A moça, em sua casa, disse ao

marido: "Elles soltaram a noite. Vamos esperar agoraa manhã". Então, todas as coisas que se achavam espa-lhadas pelo bosque se metamorphosearam. umas em pei-xes e outras em pássaros e outras em animaes. O panei-ro transformou-se em onça. O pescador, com sua canoa,converteu-se em pato: sua cabeça em cabeça de pato;seu remo v;rou as pernas do pato e a canoa o corpo dopato. A filha da Cólera Grande, quando viu a estrellaVenus, disse ao marido: "Está chegando a manhã. Euvcu dividir o dia da noite." E, enrolando um fio, aceres-centou: "Tu serás cujubim (2), para cantar quando &manhã vier". E fez assim o cujubim, branqueou a suacabeça com tabatinga e avermelhou-lhe as pernas comurucum, dizendo-lhe: "Cântaras para todo o semprequando vier a manhã".

Depois, tornando a enrolar o fio, disse. — Tuserás inambti! Tomcu cinza, poz-se sobre elle: "Tu

inambú serás". Cântaras á tarde, ao baixar a noite, ámeia noite e noite alta até vir a madrugada".

De então para cá, os pássaros cantam em tempospróprios, á noite e quando a manhã vem, para alegrar odia.

Quando os tres vassallos chegaram, o moço lhesdisse:

"Vassallos infiéis! Fostes a causa de todas as coi-sas se perderem. Virareis, por isso. macaquinhos e an-dareis para todo o sempre trepados pelos galhos das ar-veres".

H.

(1) Palmeira do Amazonas.(2) Espécie dc"jacú„ que canta nela madrugada.

O movimento eicoleíro no Pata

mWmMMMMKiXMssmmW a? 4^,': * ^MMttf#tit4MMli^^E^sflP<rl &r jMk SMsh.sssssT^VB ssssKÍsIKi_ms7 ^^WVHHP pVZáM

Tropa do 1.° Grupo de Escoteiros do ParáB wAjure do 1." Grupo de Escoteiros em Sour

'^'¦bsssbJkj íljr*^ IbSí" .A*sWMJ" VBr ¦' S1 sssFrWxA i .. — , - jHM»

JÊMsWmarE^ a *L^ ¦ J **'.issl ^^^_ _*,. ^* ^F j -J^ p > ^ «

Wm^^lrA 1 f 3-^ <*y. jÉTl ,—m gr .«ssF -li-' ' si. <* iHsffl "^¦«r ssfws'T1 i*i ii.'11'liiiifnriif s^«r*lfl I mmmMlê w\& ' &MW ¦\JL\\mmWmmV-?j& jy TmWniíir

Acampamento do 1.° Gruoo

sauãg I|h 'Isssslsssssssl í*»i^V j 4^* ***•»• tf HH E«

oswaldo dos Santos Damasceno, dottQj||£fi3 ^»u*L iPj - ****$*?! Escoteiro Otto Macedo

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áissfl Trepa do 1." Grupo de Escoteiros do Pará ' "¦

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Escoteiro Daniel Cirillo Escoteiro Mario— Pará —

Raymundo Nonato Dias— Lobinho —

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^¦%*n _!i«Jli^^flKKfl rflv

O queridoartistaCharlesFarrell.

3 — Abril -- 1929 — 29 — o rico-Tico

A PAGINA DE DESENHO

Na gravura acima encontrarãoos professores excellente centro deinteresse para cultura dos meninos.;Estes poderão descrever, em peque-nas composições, o que representaa figura, e bem assim coloril-a alápis de côr ou aquarella

DESENHO INFANTIL

^^^la_f '<,,m"-^r®ÊÊmb**S^ÊÈSy ^^* QÊÈÉrYrtL

O QatoSe não existissem os gatos, os

ratos, tantos os do campo como os

de casa, seriam em tão grande nu-

mero que destruiriam quasi todas

as plantas e tudo mais que lhes

cahisse no alcance dos dentes.

O gato é, assim, um animal útil

ao homem e deve merecer toda < w

nossa attenção e carinho de parle ~~^^1~^SF^>

V&&Z7

O CãoO cão é o annimal mais amigo

do homem. Presta-lhe serviços

onde se revelam a dedicação e a af-

feição. Animal intelligente, não

merece que se o maltrate e o enfu-

reça, como fazem alguns meninos,

atirando-lhe pedras e maguando-o

com pauladas. A utilidade do cão

para o homem é das maiores que

vos meninos. Trabalho do menino Willy se conhecem.

O TICO-TICO 30 — 5 — Abril — 1923

O NAUFRÁGIO DO HIATEO Gustavo era doido pelo mar.

Nascido cm uma das nossas lin-das praias acostumara-se, desdepequenino, ao ir.arulb.ar tias on-das, e seu melhor brinquedo erafazer barquinhos para deitar aomar quando nas marés baixasestavam as aguas calmas, semos fortes vagalhões tias marésvivas por oceasião da conjuneçãolunar.

Seu maior desejo era ter umíiiate onde podesse fazer umalonga viagem por mares desco-nliecidcs; dar mesmo a volta aomundo, voltando um dia, pelosul ao porto de onde partira parao norte.

Sentado na praia, acompanhan-do com a vista os navios que iame vinham, que passavam aolargo sumindo-se na linha esfu-mada do horizonte, o pequenoGustavo ficava scisrr.ando nosencantos da vida de bordo, naalegria da chegada aos portos, naestranha sensação de ver cidadese povos desconhecidos, com usose costumes originaes e bizarros,inteiramente diversos dos seus...

Sua irmãzinha Marietta e seustres primos Aurélio, Marcos eVinícius iam, muitas vezes, sur-prebendel-o nessas scismas, edellas o arrancavam para osbrinquedos de que elle era in*dispensável parceiro.

Numa canoa velha, atirada napra:a, o Gustavo improvisou seuÍiiate do qual se fez commandan-te, nomeando o primo Aurélioimmcdiato e o Marcos e Vini-cius, respectivamente, i° e 2opilotos.

A,irmã Marietta era a ttnicã passageirade bordo, transformada em milHonarianorte-americana original e excêntrica.

Passavam assim tardes inteiras brincan-do, revesando-se nos " quartos" de com-rr.ando da embarcação que eram assigna-lados, de " quarto em quarto de hora" pelotoque de uma sineta que o Aurélio arran-jara, e não servia mais no portão da cha-cara por se ter rachado...

Aconteceu que uma bella tarde appare-ceu á vista um magnífico hiate, rumandoao porto, onde ancorou.

O Gustavo mandou indagar do comman-dante si cia permittida uma visita ao mes-mo, ao que elle respondeu que no dia se-guinte, depois do meio dia, concederia li-ccnça para se visitar seu navio.

O Gustavo ficou contentissimo. MandouJogo convidar os primos para o acompa-nhar na visita a bordo com a mana Ma-rietta.

Não pensava nem falava noutra cousaaté

"a hora cm que foi dormir, impressio-

nado com o que iria ver no dia seguinte.Revolvia-se na cama sem conseguir pre-

gar olhos durante a noite inteira, somenteconciliando o somno quando já era ma-drugada,

E-lsàMmM.

m^yi^B^sA lie

Sempre preocupado com o passeio ene-perspectiva, acordou cedo e ficou, sem que-rcr almoçar, impaciente, até a hora de sa-hir com a irmã e os primos para a dese-jada visita.

Etrj caminho cahiu um forte aguaceiro,fazendo com que chegassem a bqrdo cn-charcados. Recebidos pelo immediato, naausência do commandante, foram por elleslevados ao buffet onde serviram ás crian-ças um pouco de rhum afim de evitar quese resinassem.

Percorreram, depois, todo o navio emcompanhia do contra-mestre que falava,mais ou menos, o portuguez, e lhes ia ex-plicando tudo.

Terminada a visita a chuva continuavae o immediato os aconselhou a que se de-morassem até que o tempo melhorasse.

Levou-os para o salão de leituras ondehavia também mesas com diversos jogoscomo xadrez, damas, gamão, etc.

Os primos e a mana sentaram-se a jo-gar damas e xadrez para passar o tempo,emquanto o Gustavo, apanhando um livrode viagem, illustrado com lindas gravurascomeçou a ler.

Havia, porém, passado quasi ioda a not-

te anterior em claro e foi vencidopelo somno, embalado ainda pelosuave balouçar do barco sobreas ondas cneréspadas do porto,devido ao máo tempo.

Não se recorda de quanto tem-po dormiu.. Sabe apenas que des-pettou a uma sacudidéla forte donavio.

Era grande o barulho do ri-bombar dos trovões, e os raiosriscavam o céo cm cintinuoszig-zags.

O Gustavo correu para forada bibliotheca, em procura dairmã e dos primos que haviamdcsapparecido.

Encontrou-os r.o tombadilhoonde pretendiam tomar um botesalva vidas que o vento haviacarregado como si fora uma fo-lha secca.

Estavam cm alto mar e nãoviram pessoa alguma da tripula-ção, parecendo que todos já ha-viam abandonado o navio, esque-cendo-se delles na sala, da bi-blioiheca!

Gustavo, com os cabellos cri-çados pelo medo, ia procurar umoutro bote salva-vidas, quandoum vagalhão enorme, galgando aamurada do navio, precipitou-seno tombadilho onde elle estavacom a irmã e os primos transidosde pavor.

Uma, quinada mais violenta dobarco fez com que elle fosseatirado ao chão...

Quatro sonoras gargalhadaststrondaram nesse momento nosalão de leitura de bordo ondecontinuavam jogando sua manae os primos e onde elle cahira

da polh-ana em que adormecera, e tiveraum pesadelo tão augustioso.

Realmente o Gustavo sonhara corrj onaufrágio do hiate em que se achava, e.foi com grande alegria que constatou estarem perfeita segurança na companhia dosseus.

Isso, entretanto, lhe veiu demonstrarque a vida de bordo não é somente deociosidade, prazeres e alegrias.

Ha também muito trabalho ali, e momen-tos de angustia e desespero quando os ele-mentos se enfurecem, ou uma avaria qual-quer no navio é a causa de um inevitávelnaufrágio.

Nem por isso, sett amor pelo mar di-intnuiu, e, quando cresceu, o Gustavo sededicou ás construcções navaes, sendo umgrande armador.'

Construiu um bello hiate para si, dotado -dos mais modernos aperfeiçoamentos, e nacompanhia dos paes, da mana e dos tresprimos, companheiros da infância, realisouseu sonho que era uma viagem á volta domundo, levada a cabo sem o menor inciden-te e com o maior êxito possível.

M. MAIA

m&ÈtMrH

o — Abril — 1929 - 31 - O TICO-TICO

I ^V? üíbV^^r^^im-*'' \:

A boneca é o idolo maior da me-

ttina, a sua companheira de folgue-

dos e de meditação. Com a boneca a

menina fala, conversa, combina, de-

» ílibera. E a boneca, muda embora, é |

Costureirade

bonecasP;G,NA DE TIA THEREZA

um movei, está sujeita a perigos sem

conta. Pude quebrar-se e dar um

desgosto á sua dona. Depois, as

fi—

p?s f? r^.: ;p^Ç^?*af-''''11

i

ti^k/V^I

roupas da boneca sujam-se e nada

mais inconveniente do que a menina

| brincar com uma boneca que não cs*

teja com as roupas bem asseiadas.r1

/\_ E' tão fácil trazer a boneca sempre

sempre cordata obediente. Merece A primeira gravura mostra cotna a ^ j;mpa A menlna p6de

se corta a camisa para boneca. Sã?assim toda a attenção c todo o cari- dois pannos ígmes. Na outra gra- cürtar e costurar novas roupas para

vura vê-se a camisa prompto,, comnho da menina. Essa attenção e es- artístico bordado debruando gola e a boneca. Uma camisa e inn kimoua

mangas c com graciosas flores, bor-se carinho devem ser completos . A dadas a linho dc seda sobre os honr £ao cov,sa3 faceis de fazer, princi-

bros e corpo.boneca não deve ficar esquecida so-, VríW\. £'<&&l palmente se as donas das bonecas

me as almofadas do salão nem ati

rada sobre as mesas. Quando a me- í'~

taina tenha de deixal-a, por um ins-

tante, é conveniente guardai-a na ca-

Pyi/ /Ç/íf? 'JunP jS&l'^- <^/y quizerem prestar attenção aos dois

lindos modelos que lhes ofíereço

! nesta pagina. A camisa pódc ser

cortada em morim ou cambraia e oEis aqui como se corta um ktmo-

tainha ou no armário. Sim, porque no para vestir a boneca. £'" simples kimono em tecido fantasia dc pare gracioso e qualquer menina pódc

a boneca, atirada, escuecida sobre confccácnal-o.. jrão japonez..

O TICO-TICO ii — 3 - Abril - 1929

íÊLoãi&ê(T ctÉ€rW€MtfÍ®§RESULTADO DO CONCURSO N. 3317

A solução exacta do concurso

Solucionistos: — André Constante deAguiar, Olga Vieira dç Moraes, Aguinal-<io Vasconcellos Costa, Sudão Barbosa,Esther Coelho de Almeida, Walter Gui-inarães, Salvador Pinheiro, Antônio Con-cillo, Álvaro Freire, Annita Lopes Guima-rães, Sydney Silva, Aurora Silva,1 Marga-rida Silva, Ruth Gomes, José Vasconccl-los da Silva, Carlos Eduardo de AlmeidaSantos, Francisco Caetano, Izaura AlvesRosa, Helena de Campos Toledo, Nilo daSilva Pessoa, Natercia Gonçalves, Odette<le Lourdes, Doria Lins, Alberto Audrés,Egas Polônio, Dalva Resende, CeciliiBohn Vieira, Walter da Gloria Guida,'Epitacio Alexandre das Neves, Ayrton Sá«ios Santos, Dirceu de Miranda Cordilha,Jorge de Barros Barreto, Yedda RegaiPossolo, Luiz Honorio Leite Cintra, ElodvPaulini,

Foi o seguinte o resultado final do cori--curso:

CE

PAFM^§j*y

mIente

Or.Lustosa

Io Prcniio:

LUIZ HONORIO LEITE CINTRA

de 7 rumos dc idade e morador ú ruaTaguaribe ••<>. 69, em São Taulo.

tS ^^Í^Wmmw

Ww í" .JmWBw —Ma mW 'mm

B^ ^A. "\jr Mw\mWLm\\

A menina Tlieodors

0 que nos escreve seu papae:

Cia. Nestlé — Rua da Misericórdia, *3Pio de Janeiro.

PrcsadissiatO" Scnliore3Não está em mim fazer reclame, já é

fir.a prova irrefutável e esta cu tenho,não podendo ser inais viva. do (|ue a própria•photographia de minha filhinha Thedora,jiois argumenta o valor da alimeitação maisperfeita e salutar da Farinha LácteaNestlé.

Aísignado: Fernando da SilvaTravessa da Alegria, 35 — Casa 2.

Rio dc Janeiro

A's mães cujos bebês não firogridem,recommendamos que se dirijam á Compa-nhia Nestlé —12, Rua da Misericórdia —Rio, afim de receberem, gratuitamente,tuna amostra de Farinha Láctea Nestlé eum interessantíssimo livro sobre os deveresde mãe. assim como um brinde para o pe-querrucho.

2" Prêmio:

DIRCEU DE MIRANDA CORDILHA

de 8 annos d idade e residente á ruaMeyer n". 22, nesta Capital.

RESULTADO DO CONCURSO N, 33^

Respostas certas:

ia — Santos¦ a" — Lua — Pua.3* — Cadeira — Cadeia.4* — Capa — Paca.5a — Brinco — Trinco.-

Solucionistas: — Armanda Tavares Filho.(Enver Miguel de Nader, Vera Coutinho.,Hcrná dc Mendonça Silva, José Amazona*Filho, Esther Vieira da Cunha Lopes, Abi-gail Rodrigues de Aguiar, Santinha Carnci-ro, Oswaldo Pereira Campos, Dulce Ma-rassi, Zilda G. Pereira, Francisco CaetanoOswaldo .Cançado, Nicia Guimarães da Sil-va, Wanda Monteiro da Rocha, Sérgio Mar-tins da Rocha, Jacy de Arruda Câmara,Agnello Bergamini Abreu, AriovaUlo An-drade, José Marcilio, Antônio Ribeiro, Ce-"VN/V\^*^\*VV"/,*^*VV\/VVVV\^^

I

ANTI-ASTHMATICO— LOVERSO ***

Preparado enérgico eseguro contra a aslhmae bronchiteasthmatica."0Antiaslhmatico Loverso''allivia instantaneamenteos accessos de "Dispnéa"e é o único que cura ra-dicalmente a "Asthma" a

Emphysema e a Bronchi-te Asthmatica ou Cathar-ral".-Perfeitamente inof-fensivo, mesmo se usadodurante muito (empo,

VJ.W!?%

/.^A^4AA^AlV^A-^-s^AAAAfV^AlVA>^A'\A *.*vw^/^*

N U TH IC A L sfiSFHGSPHATOTPICALCIfOFUROECrtKBCWTMCAL i

RECOÍ-ÍMENDADO NA DENTIÇAO E NO PE-RIODO DO CRESCIMENTO DAS CREANÇAS

D05c : 2A 6 COLHERES DAS DE CAFÉPOfí DIA 7 CREANÇAS : A METADE• ' v>

3 — Abril — 1929 — 3s — O TICO-TICO

«lia Bohn Vieira, Therezinha Julia Quei-""oz.Gilberto S. Pereira, Selma Araújo Sil-va Sylvio Augusto Bohn Vieira, Diva Mi-ronda, Floriano Dias Teixeira, Dina Mara«.as Neves. Helder Serra. Ayrton Sá dospartos, Dalva Stella de Oliveira, José Frei-re Silveira Carvalho, Yvosae Lima, Wâíde-n"-ar Portugal Freixo, Mirim Ruth, Bas-'°s, Cassiâno Diegúes, Mariana I.ueia Mas-sara Alberto Freixo, Paulo Borges Eddy|níliér dá Silveira, Stella Galvao, Durval*V ,de Alvarenga, Edmé. EgaJarí Nora,Welio Pisto da Silva, Heloisa da FosecaRodrigues Lopes, José Dircen Silveira,Jgnez Oliveira da Silva, Nelza Mendes, Ru-S*«n (i;as Leal. Jayme de Moura Bastos.V-Chidéa Pereira de Oliveira, WaldemarLudvvig, Vera Anjo Corrêa, Gilka Fon-Sfca, Ethiel dos . Santos, Lelinho Wakle-w, Maria Heloisa Cabral de Mello Dulcer* Miranda Cordilha,- Vinicio Rangel, Os-*fldo Athayde da Silva, Arlette da Silvei-a Duarte. José Boardman, Lourdes PereiraMuni., Wilson Tardio, Rosewelt de FariavOuto, Paulo Teixeira Alonso. Feliza.dcJrO.ta Vedda Victor do Espirito Santo, CidVgnibene, Wilson Castello Branco, JoséVictor Dourado, Jpsé Gabriel Pereira, JoséAlves Linhares, Cleoirce Martins, Ye.ddaRegai Possolo, Egas Polônio, Dalva Re-2ende. José Geraldo Motta Florence. Vi-c{or Montagnese, João Maciel Pinto Cin-*Ta« Claudemiro Augusto Coelho, HoracioBrun de Freitas, Hermes Junqueira Gonçal-v«, José Vasconeellos da Silva. Milton Cy-naco, Francisco de Assis Martins, Buju deMello, Isahy Almisa de Oliveira, José Pa-radella, Alberto Lopes, Renato CoimbraVelloso, Creuza R. Vial, Nelson de Alva-fénga Costa. Mclida Padín, Ataüba CabralNeves, Flora Leite, Maria Elza de Vascon-cellos, Dylson Drummond, Jorge de Barros

. Carreto, Antônio Gravata, Renata Longo,Gilmar P. S. Nobrega, Wilson Carneiro

P1LULAS

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41.1

3" — Qual a cidade paulista que sem aultima lettra é frueta?

do Pharmc0.

João da

GRANDEDEPÜRAT1VO DO SANGUE

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S .Tosses, Bronchites e Fra4' 4n—4"' queza Geral, 5

Vinho OeosotadoDO PnARM. CniM.

João da Silva SilveiraPODEROSO FOKTIFI-CANTE PARA OS AME-MICOS E DEPAUPE-

RADOS.Empregado com suecess.

IJronchites e

Vidigal, Dinorah Pahiir. de Barros, NenetteMartins, Hélio Vai de Souza, Annette Silva,Yvonne A. Marque., Mercedes Oliveira Car-nio, Dyla Robertson, José da Cruz e Silva,José da Silva Mangtialde, Nicéa Stiebler,Antônio Rufino, Salvino da Fonseca, Ar-thur Pereira da Cunha, Deifor R. Fische.,Rosa Teitel, Jofíre Ruy de Assis, MarinaBernils,

Foi premiada a concurrente:

DALVA STELLA DE OLIVEIRA

de 13 annos de idade e residente á ruaPadre Café n°. I5-. em Juiz de Fora.

CONCURSO N. 3.328

Para os lf.itorus desta capital e dosEstados troximos

Perguntas:

(5 syllabas)Marcilio Motta

/ 4* — Com sou tecidoCoir. " habitadoCom " madeiraCom " behida

(2 syllabas)Ayrton S. Santos

5" — Qual o sobrenome que é divisão detempo?

(2 syllabas)Do mesmo

As soluções devem ser enviadas á reda-cção d'0 Tico-Tico devidamente assigna-das e acompanhadas do vale n. 3.328.

Para este concurso, que será encerradono dia 20. de Abril vindouro. dare;r.os comopremio. por sorte, entre as soluções certas,um rico livro de leituras infantis.

fe<i \v?P __!_!-_-_j---rCONtUES©

3.328

TítarticfeDIZ SEMPRE,

QUE EU SOU F0^e ROBUSTO

^í /^Êmm\\y PORQUE TOMO

[|amomjü-ima^^/WÀ

,,., O Ui)ilCO REMÉDIOÇoeEVITA1» — Qual a bebida cujo nome e com- - n\\Tj\ nc A Si/O/A/TA/r/rC>sto de um advérbio e uma virtude? B l Ul-fA y*» >í C C Wt/y/Cà £A_._,-._.. | DENTíÇAQ fposto(2 syllabas)

Rosalva Nunes

2* — Qual é a madeira que é paiz?Millosi Cyriaca A' venda em todas as pharmacias

^V-VX/V-W^rf-Kí-VA/V-VS/***-*^-»»»-^^

SiijvaJ ÁtÍAU JoiMF£CCO£S CÀSTROINTESTIHAES

._-_..*..._* _-__•_•¦ -..-._-,_-___.-. soberanoLÁXAT/Y&p/ARM/EXS rara creanças

O TICO-TICO — 34 -^ 3 - Abril - 192!)

CONCURSO N. 3.329

Para os leitores dijsta capital ii dos Lotados

¦5g___ry Wj 14L^lW

Chiquinho tinha um taboleiro de damas.Um dia, desastradamente, deixou-a cahir aochão, e elle se fez em pedaços.

Desgostoso pelo suecedido, passou Chi-quinho dias e dias a tentar recompor, cmjvão, o seu taboleiro. Não tendo obtido re-6ultado, e não se conformando com o perdero seu lindo mimo, que por signal fora ¦:¦ultirço presente do seu papá, resolveu pedir,por nosso intermédio, a ajuda dos seus mi-lhares de admiradores, espalhados por tedoo Brasil.

As soluções devem ser enviadas á reda-cção d'0 Tico-Tico devidamente assigna-das, separadas das de outros quaesquerconcursos c acompanhadas não só da de-

claração de idade e residência do concur-rente como tambem do vale que vae pu-bücado a seguir e tem o n. 3.329.

Para este concurso, que será encerradono dia 7 de Maio vindouro, daremos comoprêmios, de 1° e 2° logares, por sorte, doislivro?, illustrados para a infância.

gS|Sto]3.329

SÉCULO XXDIALOGO PARA CREANÇAS

EllE (Iintrando) — Bpríi dia,D. Lindinha.

Hi,i,a (Estendendo a mão) —Como passou seu Nortinho?

Elle (Tcrnaviciite) — Bem; evocê, boazinha?

Ella (Amuada) — Aborrecidauni tantinho.. .

Elle (Amoroso) —« Acaso es-.taiá doente?

Ei,la (No mesmo lom) — Não.E' que a D. CotinhaChegou aqui de repenteE me chamou de creancinha.ElL'v (indignado) —Mas, assim,,1 ao bonitinha ?E' mesmo muito malvadaEssa tal "D. Cotinha". . .ElLA (Innocente) — Pois, é; e

eu não lhe fiz nada!

Imagine que eu podiaIr ao cinema sozinha. ..-•E agora, estou vendo o diaQue o não deixa a mamâezinha.

Elle (Conselheiro) — M.as, é,Menina, um perigo...Você, assim bonitinha— Acredita no que eu digo,Ir ao cinema sozinha...Ella (Zangada) — Ora qual!

At revi dão!EllE (Carinhoso) — E' sim;

mas se você quer nós dois.. .Ella (Convencida) — Isto é queé attençãoDe homem para mulher. ..,Então vamos sem demora.Prevenir á mamâezinha.Elle (Medroso) —Mas, vê lá se

A tal de "D. Cotinha"... ¦(Disfarçando o medo)Sim, porque. . si a velha vem...Temos a fita estragada!Ella (Convemida) — Não, janão temo ninguémPorque vou acompanhada...EllE (Num gesto gentil) — De"

le o braço senhorita.Ella (A' parte e convencida) -f

Isto é que é o melhor da fita...(Saem de braço dado).

D

Maria Ai/da-

mTtTo(Ao amigo Dr. Armando .Gomes

da Silva)

Um dictado aborrecido,Causador despalhafato,E' o tal bem conhecidoAi meu Deus, elle é do matto..

Ao passarmos numa ruaDirei tinho, seín recato,Diz um zé cara de lua:Olha, gente, elle é do matto.

Se vamos bem prevenidosCalçando um caro sapato,Nos dizem os nossos amigos íQuem anda assim, é do matto.,

Estando a roupa bem limpaOuvimos sempre um gaiato,Dizer: Sujou-se de tintaGritando após: E' do matto.

Se passam pela AvenidaAlmofadinhas sem trato,A namorada escondidaSorrindo, brada: E' do matto.

Se num banquete decenteSe pede, passe-me o prato,Diz com deboche o servente:Quem fala em mesa, é do matto.

Na loja entrando um freguezQuer comprar tudo barato,Diz-lhe o caixeiro: sabeis?Ninguém aqui é do matto.

Quero aqui findar senhores,Dae-me applausos, lico grato.'Peço a vós, caros leitores,Não dig-.aes eme sou do matto.Armando Malhíiro Eilii°"

3 — Abril — 1929 35 — O TICO-TICO

í EDIÇÕES

PIMEMT3 DE MELliO 5 C oTRAVESSA DO OUVIDOR (RUA SACHET), 34

Próximo á Rua do OuvidorBIRLIOTHECA SCIENTIFICA BRASILEIRA

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CASTELLOS NA AREIA, versos de Ole-prario Marianno

COCAÍNA..., novella de Álvaro MoreyraPERFUME, versos de Onestaldo de Pen-

nafort BOTÕES DOURADOS, chronicas sobre a

vida intima da Marinha Brasileira, deGastão Penal va

LEVIANA, novella do escriptor portuguezAntônio Ferro

ALMA BARBARA, contos gaúchos deAlcides Maya

Miss Caprice — OS MIL E UM DIAS,1 vol. broch

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805000

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55000

55000

55000

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CHOROGRAPHIA DO BRASIL, texto eniappas, para os cursos primários, porClodomiro R. Vasconcellos, cart

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LIÇÕES CÍVICAS, de Heitor Pereira (2«edição)

Heitor Pereira — ANTHOLOGIA DEAUTORES BRASILEIROS, 1 vol. cart.

PROBLEMAS DE GEOMETRIA, de Fer-reira de Abreu. .••••••••••»••»,

VARIAS:O ORÇAMENTO, por Agsnor de Roure,

1 vol. brochOS FERIADOS BRASILEIROS, de Reis

Carvalho, 1 vol. brochTHEATRO DO TICO-TICO, repertório de

cançonetas, duettos, comédias, farças,poesias, diálogos, monólogos, obra far-tamente illustrada, de Eustorgio Wan-derley, 1 vol. cart

HÉRNIA EM MEDICINA LEGAL, porLeonidio Ribeiro (Dr.), 1 vol. broch...Evaristo de Moraes — FROBLEMAS DO

DIREITO PENAL E DE PSYCHO-LOGIA CRIMINAL, 1 vol. ene. 20$, 1vol. broch

CRUZADA SANITÁRIA, discursos "dê

„„,Amaury de Medeiros (Dr.)COMO ESCOLHER UMA BÔA ESPOSA,de Renato Kehl (Dr.)DO MESMO AUTOR:

2rTl,LTIA DA SAÚDE, eneMELHOREMOS E PROLONGUEMOS AVIDA, brochEUGENIA E MEDICINA SOCIAL, broch.A FADA HYGIA, eneCOMO ESCOLHER UM P.OM MARIDO,ene

FORMULÁRIO DA BELLEZÀV ene"UM ANNO DE CIRURGIA NO SERTÃO*de Roberto Freire (Dr.)...ÍNDICE DOS IMPOSTOS EM 1926,"deVicente PiragibePROMPTUARIO DO IMPOSTO DE

"cÒ'n"SUMO EM 1925, de Vicente Piragiba

4$000

5Ç000

205000

105000

185000

185000

6$000

55000

1C$000

55000

45000

16$000

C$0006$0004$000

6$000145000

185000

105000

65000

AS MWtmS DO 'CV\\QU\UY\0 - eoç,^ íx

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Chiquinho recebeu o presente de uma cobra arti- *culada. Era um brinquedo interessante, mas, o traqui- snas quiz fazer daquillo uma maldade para o Benja-min e... __... 1

... assim levou a cobra para o" matto e collocou-a jun-to .de umas pedras, deixando-a mais ou menos enco-berta pela vegeGyâo. Depois foi chamar Benjamin

Por fim cahiram e ralaram-se todos. As roupasficaram em petição de miséria. Assim pois nesse es-

tado voltaram para casa. Beniamin batia a ...

Ao chegar no local da cobra Benjamin gritou: —Olhe uma cobra! Chiquinho riu-se, mas, ficou surprc-hendido porque a cobra movia-se. Puzeram-se a cor-

rer.

E' que uma co-bra verdadeira, ca-sualmente, passa-râ, pir ali, junto aoutra de brinquejdo.Os garotos cêlre-ram'tanto que*-ocansaço nao lhesde.-**va íalarl

r—.-. - y^^s®-1^-^::!^ vM^//^^^ í^m^^üu\\í \S-Mwm-^'A^r ^"N^íss*<~r-\ ^aTavs»»!/^ i ít—JL/i—' • 'a "" f -porta e Chiqui-

nho esperou de.lado. Quando %\ç-ram' abrir, espan-

. taram-se de vel-os naquelle es*tado. Mamãe náo

^rwd roube a razào da*susto