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Sumário SEMANA I Proposta UNB 02 SEMANA II Proposta UNB 03 SEMANA III Proposta UNB 04 SEMANA IV Proposta UNB 05

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Page 1: SEMANA I SEMANA II Proposta UNB 03 SEMANA III SEMANA IV · pessoas tendem a esquecer se de como foi complexo entender o mecanismo do “tempo”. In: Kant e Prints. Campinas, Série

Sumário

SEMANA I Proposta UNB 02

SEMANA II

Proposta UNB 03

SEMANA III

Proposta UNB 04

SEMANA IV

Proposta UNB 05

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SEMANA I UNB

Pode-se definir guerra como a condução de atos sistemáticos de violência material ou psicológica,

executados de forma mais ou menos organizada por grupos sociais que se contrapõem. Tal violência é motivada por interesses considerados essenciais, no caso de não se chegar a um acordo por meios pacíficos de solução de controvérsias. Esses interesses são de ordem política, territorial, econômica, legal, ideológica, psicológica e social.

Guilherme A. Silva e Williams Gonçalves. Dicionário de relações internacionais. 2.ª ed. rev. e ampl. Barueri: Manole, 2010, p. 107 (com adaptações).

A história das guerras é uma história de alteridades. Cada guerra é um fenômeno único, singular, irredutível. Os gregos guerreavam em nome da virtude; os “bárbaros” germânicos e os cavaleiros das estepes asiáticas, em nome do saque. Os cruzados lutaram na Terra Santa por Deus e pela Igreja. Os franceses e protestantes alemães combateram o império Habsburgo portando o estandarte da soberania secular. Napoleão Bonaparte marchou sob a bandeira do império. A glória nacional animou o exército prussiano de Bismarck; o “Reich de mil anos”, a Wehrmacht de Hitler. Os vietnamitas enfrentaram a França e os Estados Unidos da América para conseguirem a independência e a soberania. Árabes e israelenses bateram-se por fragmentos de território.

Demétrio Magnoli. No espelho da guerra. In: Demétrio Magnoli (org.) História das guerras. 3.ª ed. São Paulo: Contexto, 2006, p. 15 (com adaptações).

Existe alguém esperando por você Que vai comprar a sua juventude E convencê-lo a vencer Mais uma guerra sem razão Já são tantas as crianças Com armas na mão Mas explicam novamente Que a guerra gera empregos Aumenta a produção... Uma guerra sempre avança A tecnologia Mesmo sendo guerra santa Quente, morna ou fria Pra que exportar comida? Se as armas dão mais lucros Na exportação... (...) Que belíssimas cenas De destruição Não teremos mais problemas Com a superpopulação... Legião Urbana. A canção do senhor da guerra. In: Músicas para acampamentos. EMI Music. 1992.

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Considerando que os textos e as imagens apresentados têm caráter unicamente motivador, redija, utilizando a modalidade padrão da língua escrita, um texto expositivo-argumentativo sobre o seguinte tema.

Guerras: derrota para a humanidade

Ao elaborar seu texto, aborde necessariamente os seguintes aspectos: ● motivações para as guerras; ● o impacto da evolução do conhecimento nas guerras; ● a guerra como derrota para vencidos e para vencedores.

SEMANA II UNB

Diante de uma crise de moradia que já levou milhares de pessoas a viverem em carros, abrigos ou nas

ruas e vários governos locais e estaduais a declararem estado de emergência, algumas cidades norte-americanas estão testando uma abordagem inusitada para enfrentar o problema: oferecer incentivos para que proprietários abriguem sem-teto no quintal de casa. Pelo menos quatro projetos pilotos, em Portland (no estado de Oregon), Seattle (no estado de Washington), no condado e na cidade de Los Angeles, estão recrutando pessoas interessadas em instalar uma “microcasa” nos fundos de sua propriedade, onde indivíduos ou famílias sem-teto possam morar.

Internet: <www.bbc.com/portuguese> (com adaptações).

É hora de mostrar solidariedade com os refugiados e as comunidades que os acolhem, disse, no Dia Mundial do Refugiado, o alto-comissário da ONU para o tema, Filippo Grandi, em comunicado. Segundo Grandi, agora, mais do que nunca, cuidar da população refugiada deve ser uma responsabilidade global e compartilhada. “É hora de fazer as coisas de maneira diferente”, declarou. O alto-comissário da ONU disse que um novo modelo está em teste, com resultados positivos — baseado em igualdade, justiça e nos valores e padrões humanitários. De acordo com Grandi, ajudar os refugiados a reconstruir suas vidas é uma responsabilidade de todos. “Devemos trabalhar juntos para que eles possam alcançar o que a maioria de nós considera normal: educação, um lugar para morar, um emprego, fazer parte de uma comunidade. Com o tempo, o impacto é enorme — para as famílias de refugiados e para aqueles que as acolhem”.

Internet: <nacoesunidas.org> (com adaptações). Solidariedade Murilo Mendes Sou ligado pela herança do espírito e do sangue Ao mártir, ao assassino, ao anarquista. Sou ligado Aos casais na terra e no ar, Ao vendeiro da esquina, Ao padre, ao mendigo, à mulher da vida, Ao mecânico, ao poeta, ao soldado, Ao santo e ao demônio, Construídos à minha imagem e semelhança

Internet: <www.pensador.com>.

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Todos Juntos Chico Buarque

Os Saltimbancos Trapalhões

Uma gata, o que é que tem? — As unhas E a galinha, o que é que tem? — O bico Dito assim, parece até ridículo Um bichinho se assanhar E o jumento, o que é que tem? — As patas E o cachorro, o que é que tem? — Os dentes Ponha tudo junto e de repente Vamos ver no que é que dá

Junte um bico com dez unhas Quatro patas, trinta dentes E o valente dos valentes Ainda vai te respeitar

Todos juntos somos fortes Somos flecha e somos arco Todos nós no mesmo barco Não há nada pra temer — ao meu lado há um amigo Que é preciso proteger Todos juntos somos fortes Não há nada pra temer

Uma gata, o que é que é? — Esperta E o jumento, o que é que é? — Paciente Não é grande coisa realmente Prum bichinho se assanhar E o cachorro, o que é que é? — Leal E a galinha, o que é que é? — Teimosa Não parece mesmo grande coisa Vamos ver no que é que dá Esperteza, Paciência Lealdade, Teimosia E mais dia menos dia A lei da selva vai mudar Todos juntos somos fortes Somos flecha e somos arco Todos nós no mesmo barco Não há nada pra temer — Ao meu lado há um amigo Que é preciso proteger Todos juntos somos fortes Não há nada pra temer

Internet: <www.vagalume.com.br>.

Constituição da República Federativa do Brasil (...) Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; (...)

Considerando que os textos e as imagens precedentes têm caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo propondo uma ação social solidária que concretize a ideia expressa no ditado A união faz a força e que fomente, na comunidade onde você vive, o sentimento de empatia e de pertencimento. Apresente argumentos a favor da sua proposta.

SEMANA III UNB

Não há nada que diferencie tanto a sociedade ocidental de nossos dias das sociedades mais antigas da Europa e do Oriente do que o conceito de tempo. Tanto para os antigos gregos e chineses quanto para os nômades árabes ou para o peão mexicano de hoje, o tempo é representado pelos processos cíclicos da natureza, pela sucessão dos dias e das noites, pela passagem das estações. Os nômades e os fazendeiros costumavam medir e ainda hoje o fazem seu dia do amanhecer até o crepúsculo e os anos em termos de tempo de plantar e de colher, das folhas que caem e do gelo derretendo nos lagos e rios. O homem do campo trabalhava em harmonia com os elementos, como um artesão, durante tanto tempo quanto julgasse necessário. O homem ocidental civilizado, entretanto, vive num mundo que gira de acordo com os símbolos mecânicos e matemáticos das horas marcadas pelo relógio. É ele que vai determinar seus movimentos e dificultar suas ações. O relógio transformou o tempo, transformando o de um processo natural em uma mercadoria que pode ser comprada, vendida e medida como um sabonete ou um punhado de passas de uvas. Se não houvesse um meio para marcar as horas com exatidão, o capitalismo industrial nunca poderia ter se desenvolvido, nem teria continuado a explorar os trabalhadores. O relógio representa um elemento de ditadura mecânica na vida do homem moderno, mais poderoso do que qualquer outro explorador isolado ou do que qualquer outra máquina.

O homem que não conseguir ajustar se deve enfrentar a desaprovação da sociedade e a ruína econômica a menos que abandone tudo, passando a ser um dissidente para o qual o tempo deixa de ser importante. O operário transforma se em um especialista em “olhar o relógio”, preocupado apenas em saber quando poderá escapar para gozar as escassas e monótonas formas de lazer que a sociedade industrial lhe proporciona; para “matar o tempo”, programará tantas atividades mecânicas com tempo marcado como ir ao cinema, ouvir rádio e ler jornais quanto permitir o seu salário e o seu cansaço. Agora são os movimentos do relógio que vão determinar o ritmo da vida do ser humano.

George Woodcock. A ditadura do relógio. In: Os grandes escritos anarquistas. Porto Alegre: L&PM Editores (com adaptações).

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Vive, dizes, no presente, Vive só no presente. Mas eu não quero o presente, quero a realidade; Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede. O que é o presente? É uma cousa relativa ao passado e ao futuro. É uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem. Eu quero só a realidade, as cousas sem presente. Não quero incluir o tempo no meu esquema. Não quero pensar nas cousas como presentes; quero pensar nelas como cousas. Não quero separá las de si próprias, tratando as por presentes. (...)

Alberto Caeiro. In: Poemas Inconjuntos. Internet: <www.dominiopublico.gov.br>.

Foto: Maurício Ricardo Chiminazzo

Ilustração: Elena Ferrándiz.

Norbert Elias afirma que são necessários vários anos para aprender o que o tempo realmente é. Crianças levam nove anos para aprender a compreender os complicados mecanismos de representação do tempo, os relógios. Para o autor, é interessante, ainda, como, uma vez que o processo termina, as pessoas tendem a esquecer se de como foi complexo entender o mecanismo do “tempo”.

In: Kant e Prints. Campinas, Série 2, v. 4, n. 1, p. 109 119, jan. jun./2009

(traduzido e adaptado).

Considerando que os textos e as imagens apresentados têm caráter unicamente motivador, redija,

utilizando a modalidade padrão da língua escrita, um texto expositivo-argumentativo sobre o seguinte tema.

A PRESSA NOSSA DE CADA DIA: O TEMPO NA CONTEMPORANEIDADE

SEMANA IV UNB

O medo foi um dos meus primeiros mestres. Antes de ganhar confiança em celestiais criaturas, aprendi a

temer monstros, fantasmas e demônios. Os anjos, quando chegaram, já era para me guardarem. Os anjos atuavam como uma espécie de agentes de segurança privada das almas.

Nem sempre os que me protegiam sabiam da diferença entre sentimento e realidade. Isso acontecia, por exemplo, quando me ensinavam a recear os desconhecidos. Na realidade, a maior parte da violência contra as crianças sempre foi praticada, não por estranhos, mas por parentes e conhecidos. Os fantasmas que serviam na minha infância reproduziam esse velho engano de que estamos mais seguros em ambiente que reconhecemos.

Os meus anjos da guarda tinham a ingenuidade de acreditar que eu estaria mais protegido apenas por não me aventurar para além da fronteira da minha língua, da minha cultura e do meu território. O medo foi, afinal, o mestre que mais me fez desaprender. Quando deixei a minha casa natal, uma invisível mão roubava-me a coragem de viver e a audácia de ser eu mesmo. No horizonte, vislumbravam-se mais muros do que estradas.

Nessa altura algo me sugeria o seguinte: que há, neste mundo, mais medo de coisas más do que coisas más propriamente ditas.

Mia Couto. Murar o medo. Internet: <www.miacouto.org>.

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(...) Faremos casas de medo, Duros tijolos de medo, Medrosos caules, repuxos, Ruas só de medo, e calma. E com asas de prudência Com resplendores covardes, Atingiremos o cimo De nossa cauta subida. O medo com sua física, Tanto produz: carcereiros, Edifícios, escritores, Este poema, Outras vidas. (...) O medo. Carlos Drummond de Andrade.

Muro que separa Espanha e Marrocos.

Internet: <www.pragmatismopolitico.com.br>.

Muro que separa Coreia do Norte e Coreia do Sul. Internet:

<www.pragmatismopolitico.com.br>.

Considerando que os textos, as manchetes de jornais e as imagens apresentados têm caráter unicamente motivador, redija, utilizando a modalidade padrão da língua escrita, um texto expositivo-argumentativo sobre o seguinte tema.

MUROS: UM SÍMBOLO DO MEDO