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Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste | Sintram | Avenida Getúlio Vargas, 21, Centro Divinópolis/MG - CEP 35500-024 | (37) 3216-8484 | www.sintramdiv.org | facebook.com/SintramCentroOeste 1 Filiado à Divinópolis/MG, 14 de novembro de 2017 Sem pagamento, médicos paralisam parcialmente atendimentos na UPA Conforme noticiado na semana pas- sada, os médicos contratados da Uni- dade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis irão restringir os atendi- mentos a partir desta terça-feira (14). Eles aguardaram o pagamento refe- rente ao mês de agosto até esta se- gunda-feira (13), porém o dinheiro não foi depositado. Em ofício encaminhado à Secre- taria Municipal de Saúde (Semusa) a categoria informou que serão atendi- dos apenas os pacientes considerados laranja e vermelho pelo protocolo de Manchester, ou seja, os considerados de urgência e emergência. “Lamentamos que a situação de des- respeito e falta de cumprimento de acordos estabelecidos tenham chega- do a este ponto”, lamentaram os pro- fissionais no documento assinado pelo diretor clínico, Rodolfo Monteiro Barbosa. No ofício os médicos ainda informam que aten- derão normalmente assim que forem quitados os três meses em atrasos. A Assessoria de Comunicação da prefeitura infor- mou ao PORTAL que o órgão aguarda um repasse de uma verba do Sistema Único de Saúde (SUS) para quitar o pagamento como acordado com os médicos. Entretanto, até fechamento desta matéria o dinheiro ainda não havia sido creditado na conta do município. Na semana passada, o então superintendente da UPA, José Orlando Fernandes Reis disse que o pagamento de agosto seria quitado até o dia 13 de novembro. O de setembro até o último dia útil deste mês e o de outubro até o dia 15 de dezem- bro. Ainda não há previsão para o pagamento de novembro com data de vencimento em dezembro. “Ainda não temos previsão para o pagamento de novembro, porque o Dr. Rinaldo [vice-prefeito] vai se reunir com Ministério Público para ver se tem condições de aportar de outra pasta para ser remanejado para a de saúde e, assim, colocar em dia”, explicou na época. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) Luciana Santos, lamenta a situação da UPA e diz que não apenas a situação dos médicos é delicada. “É uma situação delicada, que preci- sa ser resolvida pela administração com urgência. Os reflexos desse movimento dos médicos serão sentido pelos servidores, que podem ficar ainda mais sobrecarregados. Inicialmente, devemos pedir para que o governo resolva logo a questão e colo- que a UPA em funcionamento integral, para evitar maiores prejuízos à população e isso deve ser feito melhorando as condições de trabalho para todos os profissionais e o salário faz parte disso. O Sintram está à disposição dos nossos servidores”, afirmou. Com informações do Portal Centro-Oeste

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Page 1: Sem pagamento, médicos paralisam parcialmente atendimentos ... · Ilhéus (BA), condenou um trabalhador por litigância de má-fé, casos em que uma das partes de um processo litiga

Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste | Sintram | Avenida Getúlio Vargas, 21, Centro Divinópolis/MG - CEP 35500-024 | (37) 3216-8484 | www.sintramdiv.org | facebook.com/SintramCentroOeste

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Filiado à

Divinópolis/MG, 14 de novembro de 2017

Sem pagamento, médicos paralisam parcialmente atendimentos na UPA Conforme noticiado na semana pas-sada, os médicos contratados da Uni-dade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis irão restringir os atendi-mentos a partir desta terça-feira (14). Eles aguardaram o pagamento refe-rente ao mês de agosto até esta se-gunda-feira (13), porém o dinheiro não foi depositado. Em ofício encaminhado à Secre-taria Municipal de Saúde (Semusa) a categoria informou que serão atendi-dos apenas os pacientes considerados laranja e vermelho pelo protocolo de Manchester, ou seja, os considerados de urgência e emergência.“Lamentamos que a situação de des-respeito e falta de cumprimento de acordos estabelecidos tenham chega-do a este ponto”, lamentaram os pro-fissionais no documento assinado pelo diretor clínico, Rodolfo Monteiro Barbosa. No ofício os médicos ainda informam que aten-derão normalmente assim que forem quitados os três meses em atrasos. A Assessoria de Comunicação da prefeitura infor-mou ao PORTAL que o órgão aguarda um repasse de uma verba do Sistema Único de Saúde (SUS) para quitar o pagamento como acordado com os médicos. Entretanto, até fechamento desta matéria o dinheiro ainda não havia sido creditado na conta do município. Na semana passada, o então superintendente da UPA, José Orlando Fernandes Reis disse que o pagamento de agosto seria quitado até o dia 13 de novembro. O de setembro até o último dia útil deste mês e o de outubro até o dia 15 de dezem-bro. Ainda não há previsão para o pagamento de novembro com data de vencimento em dezembro. “Ainda não temos previsão para o pagamento de novembro, porque o Dr. Rinaldo [vice-prefeito]

vai se reunir com Ministério Público para ver se tem condições de aportar de outra pasta para ser remanejado para a de saúde e, assim, colocar em dia”, explicou na época. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) Luciana Santos, lamenta a situação da UPA e diz que não apenas a situação dos médicos é delicada. “É uma situação delicada, que preci-sa ser resolvida pela administração com urgência. Os reflexos desse movimento dos médicos serão sentido pelos servidores, que podem ficar ainda mais sobrecarregados. Inicialmente, devemos pedir para que o governo resolva logo a questão e colo-que a UPA em funcionamento integral, para evitar maiores prejuízos à população e isso deve ser feito melhorando as condições de trabalho para todos os profissionais e o salário faz parte disso. O Sintram está à disposição dos nossos servidores”, afirmou. Com informações do Portal Centro-Oeste

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A Justiça do Trabalho já está aplicando a nova Lei Trabalhista e o primeiro tarbalhador brasileiro a ser enquadrado na nova Legislação, é da Bahia. O juiz do Trabalho José Cairo Júnior, da 3ª Vara de Ilhéus (BA), condenou um trabalhador por litigância de má-fé, casos em que uma das partes de um processo litiga intencionalmente com deslealdade, e com base nessa decisão retirou o direito do re-clamante à justiça gratuita. A decisão foi proferida já com base na nova lei trabalhista, que entrou em vigor no último sábado (11). “Sendo assim, reputa-se o reclamante litigante de má fé, condenando-o ao pagamento de uma indenização por danos morais, ora fixada em 5% sobre o valor da causa, ou seja, R$2.500,00, em conformidade com o art. 793-C, II, do CPC”, diz o juiz em sua decisão datada exatamente do dia 11 de novembro, dia em que a nova lei começou a valer em todo o país. A litigância de má-fé foi aplicada pelo magis-trado no pedido do trabalhador para que tivesse o reconhecimento de horas extras sob o horário de almoço, com o argumento de que tirava apenas 30 minutos de almoço. O magistrado explica na decisão que o trabalhador alegou na inicial que seu horário de trabalho era das 7h às 12h e das 13h às 16h. “Ora, tais informações comprovam que o autor alterou a verdade dos fatos, pois sua inicial diz que só gozava de 30 minutos de intervalo”, argumenta. “Há uma situação peculiar nesta demanda, repre-sentado pelo reconhecimento da litigância de má-fé do autor, quando pleiteou horas extras, com base na não concessão integral do intervalo intrajorna-da, como destacado no item anterior. 40. Sendo assim, reputa-se o reclamante litigante de má fé, condenando-o ao pagamento de uma indenização por danos morais, ora fixada em 5% sobre o valor da causa, ou seja, R$2.500,00, em conformidade com o art. 793-C, II, do CPC.”, determinou. Na ação, o trabalhador também que entrou na Justiça alegando ter sido assaltado enquanto se preparava para se deslocar para o trabalho. Para o magistrado, o fato não configura acidente de trabalho e nem de trajeto. No caso de acidente de trajeto, ele descartou que o funcionário estivesse a caminho do trabalho. O juiz observou que o registro policial foi realizado às 6h10 da manhã, “presumin-do que o fato tenha ocorrido durante a madrugada”. O trabalhador entrava no trabalho às 7h.

Além disso, afirmou que o trabalho exercido pelo reclamante, na agropecuária, não envolve o manu-seio de dinheiro. “O risco de ser vitima de violência, incluindo os assaltos a mão armada, como ocorrido no caso sob análise, acentua-se a depender da atividade desenvolvida pela empresa, notadamente quando há grande volume de dinheiro em espécie circulante no desenvolvimento de suas atividades diárias. [...] A atividade econômica desenvolvida pelo reclamante (agropecuária) não implica risco acentuado de assalto”, diz na decisão. No Supremo Tribunal Federal (STF), uma ação do ex-procurador-geral da República Rodrigo Ja-not questiona o dispositivos que, em seu entendi-mento, impõem “restrições inconstitucionais à ga-rantia de gratuidade judiciária aos que comprovem insuficiência de recursos, na Justiça do Trabalho”. A ADI aguarda julgamento na Corte.Fonte: Congresso em Foco

Justiça começa a aplicar nova Lei Trabalhista e trabalhadores são prejudicados

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Presidente da Confederação Na-cional dos Trabalhadores na In-dústria e também da Nova Cen-tral Sindical de Trabalhadores (NCST), José Calixto Ramos faz balanço positivo do Dia Nacio-nal de Protestos realizado na sexta-feira (10). E aponta que a mobilização deve prosseguir. Ele concedeu entrevista à Agência Sindical no mesmo dia dos pro-testos.

Confira algumas declarações do dirigente:

MOBILIZAÇÃO FORTE “Apesar de uma conjuntura muito difícil para os trabalha-dores e o sindicalismo, conse-guimos uma mobilização forte e nacional. Houve ações por todo o Brasil, com algumas categorias participando em massa. Os atos públicos também reuniram um considerável número de manifestantes”. “Vamos prosseguir. Entendo que ganham força, agora, as ações por local de trabalho, com os Sin-dicatos liderando a resistência a fim de dificultar a aplicação da lei e preservar direitos e conquistas de acordos ou Convenções Coletivas”.

DISSEMINAR INFORMAÇÃO SOBRE A REFOR-MA “O trabalhador terá mais condições de resistir se estiver informado das reais ameaças a seus direitos e dos absurdos que a nova lei permite. Portanto, cabe um forte trabalho de informação. Na retaguar-da, os Jurídicos deverão estar de prontidão pra a agir a qualquer momento”.

BALANÇO DOS PROTESTOS “Na nossa Central, faremos reunião ainda esta semana, para que as direções avaliem o ato uni-tário do dia 10 de novembro e reforcem uma linha comum de ação e resistência. Creio que, em bre-ve, as Centrais voltam a se reunir pra tratar dos próximos passos, incluindo a questão do custeio sindical”.

CAMINHO JURÍDICO “Na Nova Central, que tem cinco Confederações

filiadas, estudamos ingressar, em breve, com Ação Direta de Inconstitucionalidade, questionando pon-tos da nova lei trabalhista, inclusive quanto ao cus-teio que nos foi tirado. Precarizaram as condições de trabalho e retiraram das entidades o custeio, que permite defender, na base ou na Justiça, os direitos agredidos pela reforma. A ofensiva jurídica vai crescer. A Confedera-ção Nacional dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral e Logística (CONAMM) protocolou no Supremo, dia 8, Ação Direta de In-constitucionalidade sobre a não-compulsoriedade da contribuição sindical. Filiada à Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a Confederação argumenta a “inconstitucionalidade dos Artigos 545, 578, 582, 583, 587 e 602 da Lei n.13.467, de 13 de julho de 2017, que alterou a Consolidação das Leis do Trabalho”. A ação tam-bém alega que “os dispositivos apontados apresen-tam inconstitucionalidade material, por violação ao Artigo. 8º, IV, bem como ao Artigo 149, da Consti-tuição, ao exigir autorização prévia e expressa para o desconto/recolhimento da contribuição sindical obrigatória”. Fonte: Portal Vermelho e Agência Sindical

José Calixto: Resistência à reforma trabalhista continuará

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Que a reforma trabalhista é um dos maiores de-sastres do nosso tempo no que tange aos direi-tos históricos da classe trabalhadora, imagino que já seja ponto consensual. Acontece que uma face perversa dessa reforma está sendo pouco comen-tada e tem a ver com a concepção de Estado que se edifica, tipicamente presente na perspectiva ne-oliberal. Ou seja, tem-se por trás disso tudo a ideia de redução do tamanho do Estado brasileiro. Em síntese, essa reforma trabalhista cria diver-sos mecanismos para o que Estado brasileiro ar-recade uma receita menor. Se isso ocorre ele tem que diminuir a sua atuação social, cortando gastos - especialmente em saúde e educação, que é onde as elites mais gostam de cortar. O primeiro exemplo é em relação ao imposto sindical. Ao decretar o fim desse mecanismo, o governo deixa de ter o que chamamos de uma arrecadação “parafiscal”. Isso porque do total do imposto sindical (um dia de trabalho descontado compulsoriamente do trabalhador por ano) 10% ia para o Ministério do Trabalho, ou seja, servia para financiar programas como seguro desemprego, abono salarial e ações de desenvolvimento de tra-balho e renda. Além disso, outra contribuição “parafiscal” im-portante para o Estado é o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), uma “poupança com-pulsória”. O FGTS é um dos principais mecanismos de financiamento do investimento estatal. A reforma trabalhista estipula que uma demissão de “comum acordo” acarretará uma multa menor do que a anterior. Ela agora está fixada em 20% sobre o montante depositado e o trabalhador so-

mente poderá sacar 80%, sempre obrigado a esco-lher entre sacar esse valor ou aderir ao Programa de Seguro-Desemprego. A ampliação do tempo do trabalho temporário – que visa estimular esse tipo de contratação – também influencia na arrecada-ção do estado, uma vez que o trabalhador dessa modalidade não recebe multa sob o montante da conta do FGTS. A reforma trabalhista acarreta também mudan-ças no que consideramos “salário”. Isso porque gratificações, adicional por produtividade, diárias, comissões, prêmios, abonos, enfim, diversas fon-tes de acréscimo na remuneração não serão mais consideradas no montante do “salário”, e, portanto não serão mais tributáveis (como já ocorre com a Participação nos Lucros e Resultados - PLR). Dessa forma, se esses rendimentos não serão tri-butados, significa menos recursos para o FGTS e para os benefícios da Previdência social, logo, para o Estado. Em se aceitando a hipótese que proponho de que o objetivo principal da reforma trabalhista é reduzir o custo do trabalho, acompanhe esse raciocínio: 1) menores salários (como já comprovado com os trabalhadores terceirizados, de jornada parcial e sem registro em carteira)+ somado com: 2) trabalhos que têm menor segurança de con-tinuidade no emprego ou mesmo ausência de vín-culo (como o trabalho intermitente e o contrato por tempo determinado);+ somado com: 3) as formas alternativas de “burlar” a legislação trabalhista - como Pessoa Jurídica (PJ), Micro-

Reforma Trabalhista: ruim para o trabalhador, pior para a economia

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empreendedor Individual (MEI) e autônomo; = é igual a menores contribui-ções para o Estado, e, conse-quentemente, para a socieda-de.

Explicando: No primeiro caso, os encargos sociais incidem sobre percentu-al do salário; se os salários são menores, a arrecadação também cai. No segundo, contribuições es-paçadas e descontínuas, já que o trabalhador somente contribui quando está trabalhando, tam-bém impactarão as receitas da Previdência e do FGTS. No terceiro, o valor que arrecada uma PJ, um MEI ou um autônomo para os encargos sociais é muito menor do que um trabalhador contratado em regime de CLT, uma vez que as alíquotas de con-tribuição no modelo denominado SIMPLES Nacio-nal são mais baixas e sem a parte patronal. Em um estudo recente, um grupo de economis-tas (1) fez uma estimativa de que cada profissio-nal que deixa de ser celetista e passa a contribuir pelo SIMPLES Nacional deixa de arrecadar R$ 3. 727,06 por ano para a Previdência Social. Por fim, quando os trabalhadores ganham menos ou gastam menos em função da insegurança quan-to ao futuro, eles consomem menos. Como boa parte da tributação brasileira incide sob o consumo, isso também representa menor arrecadação de re-ceita pelo Estado. Ao consumir menos, gera menos demanda para a indústria e para os serviços, os quais – sem compradores – reduzem a produção, e quando o fazem, mandam mais trabalhadores

embora. Essa é a lógica da economia. Essa pequena reflexão é apenas para desvendar que a Reforma Trabalhista é também uma transfor-mação na concepção do Estado brasileiro, presente desde a Constituição de 1988, enfraquecendo seus pilares de arrecadação e retirando seus mecanis-mos de construção de políticas sociais. 1 Arthur Welle; Flávio Arantes; Guilherme Mello; Juliana Moreira e Pedro Rossi. http://www.cesit.net.br/wp-content/uploads/2017/11/Texto-de-discuss%C3%A3o-7-Financiamento-da-Previdencia-e-Reforma-Trabalhista.pdf

Juliane Furno é doutoranda em Desenvolvimen-to Econômico na Unicamp e militante do Levante Popular da Juventude.