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Segurança em serviços e em instalações de baixa e alta tensões
Julho/2018
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 15 Vol. 01 julho/2018
Segurança em serviços e em instalações de baixa e alta tensões
Lorena Gonzaga Garcia - [email protected]
Engenharia de Segurança do Trabalho
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Goiânia, GO, 01 de setembro de 2017
Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar os requisitos de segurança e os principais riscos em
serviços e instalações de baixa e alta tensão, e apresentar propostas de melhoria nesta área. A
metodologia empregada baseou-se na utilização das normas regulamentadoras, nas análises
de estatísticas de acidentes, nas recomendações de prevenção e na proposta de planilhas e
programas de averiguação e controle, visando a conscientização dos profissionais que
interagem direta ou indiretamente em instalações elétricas e em serviços com eletricidade e
tornando mais eficientes e eficazes as vistorias dos mesmos. Através de pesquisas logisticas
conseguimos indetificar que além de melhores sistemas gerenciais de segurança e
funcionamento em instalações, é necessário um programa padrão que pode ser alimentado
com informações de qualquer tipo de instalação para torná-la mais funcional e segura em um
menor tempo.
Palavras-chave: Requisitos. Serviços com eletricidade. Instalações.
1. Introdução
O objetivo deste artigo é apresentar uma análise da segurança em serviços e instalações de baixa
e alta tensão, avaliando os riscos envolvidos, e propondo melhorias. A metodologia empregada
baseou-se na utilização das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego
(BRASIL, 2015) referentes a serviços e às instalações de baixa e de alta tensão. Neste estudo
são abordados os principais requisitos de segurança, estatísticas de acidentes no setor elétrico,
e exemplos de inadequações em instalações e em condições mínimas para o local da instalação
e para os serviços relacionados às mesmas, como estudos de casos. Como contribuição deste
trabalho tem-se o destaque de propostas de melhorias em relação à segurança e à saúde dos
trabalhadores, baseadas nas análises de estatísticas de acidentes e de recomendações de
prevenção, visando a conscientização dos profissionais que interajam direta ou indiretamente
em instalações elétricas e em serviços de baixa e de alta tensão, sobre os riscos envolvidos. De
acordo com a norma regulamentadora NR 10 (BRASIL, 2004), tem-se as definições:
a) Baixa Tensão (BT): tensão superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente
contínua e igual ou inferior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente
contínua, entre fases ou entre fase e terra; e
b) Alta Tensão (AT): tensão superior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em
corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.
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2. Principais Requisitos de segurança
2.1. NR-10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade
A norma regulamentadora NR 10 (Brasil, 2004) apresenta os requisitos mínimos para a
segurança, descrevendo as principais medidas de controle e sistemas preventivos envolvendo
tanto as instalações, quanto os serviços dos profissionais envolvidos direta e indiretamente com
eletricidade. Algumas definições importantes neste trabalho são apresentadas, como as
seguintes zonas que devem ser respeitadas (CPNSP, 2005):
a) Zona de Risco definida como espaço ao redor de parte condutora energizada e não segregada,
com acesso inclusive acidental, com dimensões estabelecidas de acordo com nível de tensão,
sendo permitidas aproximações apenas a autorizados;
b) Zona Controlada é o local ao redor da parte condutora energizada e não segregada, também
definida pelo nível de tensão. Enquanto que, a zona livre corresponde ao espaço não
pertencente a zona de risco e zona controlada, onde o acesso é livre.
A norma NR 10 (BRASIL, 2004) abrange projeto, construção, montagem e serviços vinculados
às etapas de instalações e serviços com eletricidade. Considerando as principais definições dos
trabalhadores envolvidos com eletricidade, contidas na norma, é importante ressaltar que a
qualificação, capacitação e autorização dos mesmos é fundamental elemento para evitar riscos
maiores de acidentes. As empresas devem manter esquemas unifilares atualizados das
instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de aterramento
e demais equipamentos e dispositivos de proteção. Além disso, de acordo com a classificação
de cada estabelecimento através de sua demanda, existem documentos importantes vinculados
tanto aos profissionais envolvidos quanto aos equipamentos de proteção. A junção desses
documentos compõe o Prontuário de Instalações Elétricas que é um sistema dinâmico com os
documentos vinculados a cada estabelecimento e atualização constante dos mesmos.
Além disso, dentro de uma empresa existem exigências mínimas ao empregador e ao
empregado que são explicitadas na norma. Cabe ao empregador manter os trabalhadores
informados sobre os riscos que estão expostos além de adotar medidas preventivas e corretivas
caso sejam necessárias. Cabe ao empregado zelar pela sua segurança, responsabilizar-se pelo
cumprimento da norma e procedimentos internos de segurança, além de comunicar as situações
que considerar de risco.
Para garantir a segurança das pessoas direta ou indiretamente envolvidas no serviço em
eletricidade, são necessários equipamentos de proteção individual e coletiva (EPI e EPC) de
acordo com a atividade, e conforme as normas de segurança, como a norma regulamentadora
NR 6 (BRASIL, 2014). Os serviços envolvendo eletricidade podem ou não envolver
desenergização e energização do sistema elétrico para que os mesmos possam ser realizados,
lembrando que para ambas é necessário ter ordem de serviço. O quadro 1 informa as sequências
de desenergização e energização, de acordo com a NR 10 (BRASIL, 2004).
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Quadro 1. Sequências de desenergização e energização de instalações elétricas liberadas para o trabalho
(BRASIL, 2004)
Sequência de Desenergização Sequência de Energização
1- Seccionamento 1- Retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos
2- Impedimento de reenergização 2- Retirada da zona controlada de todos os profissionais
não envolvidos no processo de reenergização
3- Constatação de ausência de tensão 3- Remoção do aterramento temporário, da
equipotencialização e proteções adicionais
4- Instalação de aterramento temporário com
equipotencialização dos condutores dos circuitos
4- Remoção da sinalização de impedimento de
reenergização
5- Proteção de elementos energizados exigentes na zona
controlada
5- Destravamento, se houver e religação dos
dispositivos de seccionamento
6- Instalação de sinalização de impedimento de
reenergização
2.2. Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
Considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso
individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho, conforme a norma regulamentadora NR – 6 (BRASIL, 2014).
Para que se possa reduzir o risco, isolá-lo, utilizando proteção coletiva e individual, é
fundamental selecionar o EPI. Para isso existem cinco verificações importantes para essa
seleção que são: Certificado de Aprovação, Nível de segurança necessário, duração de
exposição ao risco, frequência de exposição ao risco e adaptação do EPI à constituição física
do trabalhador. Após selecionado o EPI, é necessário o zelo do mesmo por parte do empregado
e checagem do mesmo pelo empregador.
2.3. Sinalização de Segurança
Nas instalações e serviços em eletricidade, deve ser adotada sinalização adequada de segurança,
destinada à advertência e à identificação de circuitos elétricos, travamento e de bloqueios de
dispositivos e sistema de manobra e comando, restrições e impedimentos de acesso, delimitação
de área, sinalização de áreas de circulação, sinalização de impedimentos de energização e
identificação de equipamento ou circuito impedido. A figura 1 ilustra exemplos de sinalizações.
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(a) (b)
Figura 1. Sinalização: a) cones, fitas, pisca alerta; b) proteções coletivas (mantas isolantes) e equipamentos
de proteção individual (EPIs).
2.4. Instalações Elétricas de Baixa Tensão
A norma brasileira NBR – 5410 (ABNT,2004) aplica-se às instalações elétricas alimentadas
sob uma tensão nominal igual ou inferior a 1 000 V em corrente alternada, com frequências
inferiores a 400 Hz, ou a 1 500 V em corrente contínua. Sua aplicação é considerada a partir da
origem da instalação. Sendo assim existem alguns fatores importantes a serem ressaltados sobre
condições básicas de funcionamento dessas instalações para segurança das mesmas e de todos
envolvidos. De acordo com a norma (ABNT,2004), existem definições das características
gerais das instalações de baixa tensão, que devem ser seguidas para garantir a segurança, tais
como:
a) A determinação da potência de alimentação é essencial para a concepção econômica e segura
de uma instalação nos limites adequados de temperatura e de queda de tensão;
b) Os sistemas de distribuição devem ser determinados de acordo com os esquemas dos
condutores vivos e esquemas de aterramento definidos pela norma de acordo com a necessidade
da instalação;
c) Tomadas de uso especifico e uso comum padronizadas e posicionadas de acordo com cada
local onde serão instaladas;
d) Dispositivos de proteção (DPS e DR por exemplo) utilizados adequadamente em cada tipo
de instalação e de acordo com a demanda das mesmas. Além disso, temos outras definições
importantes tanto das características gerais das instalações e seus componentes, como
condições de manutenção das mesmas e serviços de segurança envolvidos.
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3. Instalações elétricas e sistemas preventivos
Um funcionamento adequado de uma instalação elétrica necessita de alguns requisitos como:
proteção contra choque elétrico (por contato direto ou indireto); proteção contra efeitos
térmicos; proteção contra sobrecorrentes (sobrecarga ou curto-circuito); proteção contra
sobretensões; seccionamento e comando (paradas de emergência ou seccionamento apenas);
independência das instalações elétricas; acessibilidade dos componentes (espaço suficiente para
manuseio e manutenção); condições de alimentação; proteções complementares.
No quesito segurança, destaca-se o aterramento e os dispositivos de proteção. Para cada tipo de
instalação existe um aterramento adequado e cada um com sua especificidade que envolve a
disposição e ligação dos condutores, proteção e neutro. Dentre os dispositivos tem-se, por
exemplo: o Dispositivo de proteção a corrente diferencial residual (DR); e o Dispositivo contra
Sobretensão (DPS). Outro fator importante para segurança da instalação é a previsão de carga,
onde se calcula a demanda necessária e demandas futuras (potência nominal e previsão de
potência futura). Desde os projetos até a manutenção das instalações elétricas constata-se a
necessidade de instalar medidas de controle e sistemas preventivos para segurança de todos os
profissionais envolvidos. Contudo, na prática, existem algumas inadequações que geram riscos.
Para que se possa avaliar e identificar preliminarmente os riscos envolvidos em determinada
atividade, existem medidas de controle como APR (Análise Preliminar de Risco) que é uma
visão técnica antecipada do trabalho a ser executado, que permite a identificação dos riscos
envolvidos em cada passo da tarefa, e ainda propicia condição para evitá-los ou conviver com
eles em segurança. O quadro 2 ilustra um exemplo de formulário de análise preliminar de risco.
Quadro 2. Exemplo de um formulário de análise preliminar de risco (APR)
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As estatísticas de acidentes revelam a necessidade de adequação das instalações elétricas de
acordo com as normas vigentes e com a inclusão de implementação de sistemas preventivos no
controle de riscos. Sendo assim, destaca-se neste trabalho, os requisitos mínimos de segurança
em todas as etapas, do projeto, da execução, da manutenção das instalações e dos serviços,
assegurando a qualidade e a proteção do profissional. Nesse sentido, a Fundação COGE
apresenta uma análise do Setor Elétrico Brasileiro, informando dados estatísticos de acidentes
elétricos com empregados em empresas ou terceirizadas. Seguem as seguintes estatísticas nas
Figuras 2 e 3 (FUNCOGE, 2015).
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Figura 2. Histórico das Taxas de Frequência do Setor Elétrico (2013)
Figura 3. Histórico das Taxas de Gravidade de Acidentados do Setor (2013)
O número de acidentes graves ou fatais ao longo do tempo é um fator agravante na avaliação
das questões de segurança no setor. Instalações elétricas e serviços envolvidos são principais
causadores dos mesmos. Primeiramente, pelo fato de serem, por vezes, elaboradas sem as
condições mínimas de segurança e funcionamento. Em segundo lugar, pela ausência de uma
melhor qualificação de alguns profissionais vinculados, bem como de uma oferta de cursos
adequados e suas devidas reciclagens por parte dos empregadores, além de uma ampla
exigência dos quesitos de segurança tanto de empregadores, quanto de empregados e
terceirizados. As instalações elétricas mais antigas, sobretudo as projetadas e construídas há
mais de 20 anos, podem apresentar inadequações ao uso, considerando: condições de segurança
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aplicáveis aos usuários e equipamentos, critérios de segurança nas diferentes etapas de
manutenção, e diferenças entre valores de carga atual e da capacidade projetada da instalação.
Os problemas mais recorrentes encontrados são a falta de aterramento adequado e condutores
elétricos subdimensionados para a real carga instalada, ou seja, alto risco de choques elétricos
e de incêndios. Neste sentido, é recomendada a conferência das condições mínimas para os
locais onde se encontram as instalações nos quais provavelmente são realizados serviços de
manuseio e manutenção. A figura 4 ilustra algumas inadequações de um estudo de caso. Os
principais riscos localizados nas instalações detectados nos estudos de caso deste trabalho são:
risco de incêndio devido a materiais inflamáveis, risco de queda, risco de choque elétrico pela
má isolação e proximidade de componentes energizados. Existem também os riscos envolvidos
na instalação, propriamente dita, seja pela sinalização inadequada; ausência ou inadequação dos
condutores de proteção; isolação e instalação inadequada de cabos ou dimensionamento
impreciso de cabos, condutores e calhas. Estes são alguns dos riscos que estão ilustrados nas
figuras 5, 6 e 7.
(a) (b)
Figura 4. Estudos de casos: a) espaço curto para movimentações, e piso inadequado; e b) cabine de energia
elétrica com materiais inflamáveis e entulhos.
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(a) (b)
Figura 5. Instalações: a) cabeamento conduzido de forma inadequada aos quadros alimentadores; e b) ausência
de proteção do barramento energizado.
(a) (b)
Figura 6. Instalações: a) emenda inadequada; e b) excesso de condutores na eletro calha.
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(a) (b)
Figura 7. Instalações: a) ausência de proteção contra contatos acidentais na parte energizada; e b) barramento
inadequado.
4. Propostas de melhorias
Uma vez avaliados os requisitos de segurança das instalações e serviços em baixa e alta tensão,
e os riscos de acidentes envolvidos, são apresentadas algumas melhorias para que o sistema se
torne mais seguro. Para que a implantação das normas de segurança em todas as etapas das
instalações se torne efetiva e adequada, são importantes a análise e a fiscalização das mesmas.
Além disso, é necessária uma averiguação de adequações e inadequações tanto em itens de
funcionamento quanto de segurança que seja eficiente, automática e traga soluções mais
eficientes.
4.1. Sistema de Gestão de Segurança
Complementando as normas de segurança, recomenda-se que seja implementado um sistema
de gestão para coordenar questões como proteção, certificação, e controle do uso adequado para
cada risco envolvido na atividade exercida. Esse sistema consiste em um gerenciamento de
medidas de controle e sistemas preventivos, por exemplo, por meio do ciclo PDCA (Plan, Do,
Check e Action), ou seja, planejar, agir, verificar e executar, descrito da seguinte forma
(BARIANI, 2014):
a) P - Planejar: estabelecimento dos objetivos e processos necessários para alcançar as metas;
b) D - Agir: implementação do plano ou processo, além da coleta de dados para mapeamento e
análise dos próximos passos;
c) C - Verificar: estudo do resultado medido e coletado no passo anterior e comparação destes
com os resultados esperados, as metas, procurando por desvios na aplicação do plano e também
por formas de adequação; e
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d) A - Executar: iniciativa das ações corretivas sobre as diferenças significativas entre os
resultados reais e planejados, analisando essas diferenças para determinar suas causas e
identificar onde se aplica as mudanças para melhoria do processo ou produto.
Sendo assim, as informações importantes para gerenciar um sistema de segurança (FERREIRA,
2009) são: a) os dados de toda parte elétrica com detalhes específicos e certificações de todos
os componentes; b) os dados dos equipamentos de proteção com certificações dos mesmos; c)
programação de ensaios para avaliar os componentes assim como os equipamentos de proteção
(de acordo com o fabricante); d) certificação da qualificação de todas as pessoas envolvidas
diretamente no sistema elétrico; e) programação das reciclagens dos cursos de segurança
necessários para o serviço a ser realizado; e f) procedimentos padrões e sequenciais de
manutenção e serviços envolvendo eletricidade, adequados para cada serviço especificamente.
Uma vez atendidas essas informações, são exigidas as devidas reciclagens, os devidos ensaios
e o acompanhamento correto do que deve ser realizado em cada serviço.
4.2. Sistema de Avaliação de Conformidade
O sistema de avaliação de conformidade é responsável por avaliar as instalações e serviços na
parte elétrica para averiguar adequações e não adequações. Esse processo envolve algumas
ações típicas (DANIEL, 2010), como: a) utilizar norma ou regulamento necessário; b) coletar
amostras; c) efetuar análise de tipo; d) realizar ensaios em laboratório responsável pelos
mesmos; e) realizar inspeções; f) interpretar os resultados dos ensaios e inspeções; g) realizar
auditorias de acompanhamento; h) definir sistemática de tratamento de não conformidade
eventualmente identificadas.
Avaliadas as conformidades e com uma adequada gestão de segurança, constata-se a
necessidade de um sistema de acompanhamento e verificação das adequações pertinentes à
segurança das instalações e serviços de baixa e alta tensão. Esse sistema consiste em verificar
todos os quesitos de segurança e condições mínimas de projeto, execução e manutenção de
instalações no estabelecimento, por meio de um checklist.
4.3. Programa de averiguação e controle da NR-10
O programa consiste em uma planilha de Excel que é abastecida uma vez de todos os padrões
de determinado serviço com eletricidade ou setores que envolvem trabalhos com eletricidade,
e um programa que abre em conjunto com adequações e não adequações que uma vez carregado
averigua automaticamente através de fotos ou informações técnicas de funcionamento.
Segue dois tipos de planilhas genéricas a serem preenchidas:
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Figura 8. Planilha 1 do Excel – Castro de informações
Figura 9. Planilha 2 do Excel – Registro de informações após vistorias.
Essas primeiras planilhas então trarão todos os dados de funcionamento e padrões bem como
algumas informações obtidas através de vistorias nas instalações que forem ser averiguadas.
Contudo não são suficientes para serem precisas e eficientes no controle de inadequações de
funcionamento e segurança. Para isso, foi vinculado a essas planilhas um programa que
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confirma automaticamente, uma vez que for programado, o que está ou não em acordo e o que
deve ser feito de ajustes e melhorias.
Na figura 10 verificamos um exemplo genérico do programa:
Figura 10. Programa complementar – Averiguação e controle automático.
5. Conclusão
Este artigo sobre segurança em serviços e em instalações de baixa e alta tensão, atingiu o seu
objetivo de apresentar uma análise de requisitos de segurança e riscos envolvidos, propondo
melhorias. Sendo assim, é de grande importância tratar os riscos envolvidos com choques
elétricos, sobrecargas que aquecem diversos componentes, curto-circuito devido a falhas de
isolação e combustão em materiais próximos aos pontos quentes, dentre outros.
Além de assegurar a proteção das instalações bem como dos profissionais envolvidos (empresa
ou terceirizados). Para tal propósito foram propostos Sistemas de Gestão de Segurança e de
Avaliação de Conformidade, com um checklist de adequações, inadequações e recomendações
pertinentes. Neste caso, o Sistema de Gestão de Segurança tem como função implantar uma
coordenação e gerenciamento dos sistemas de controle e medidas preventivas de cada
instalação e serviços envolvidos à mesma. Enquanto que, o Sistema de Avaliação de
Conformidade tem como função avaliar as instalações e serviços na parte elétrica para averiguar
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adequações e não adequações das condições mínimas de funcionamento e da segurança das
mesmas. Portanto, conclui-se que os sistemas são eficientes e recomendados, visando a
melhoria contínua na segurança das instalações e em serviços de baixa e de alta tensão.
6. Referências Bibliográficas
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: formatação
de trabalhos acadêmicos. Rio de Janeiro, 2002.
BARIANI, L. R (2014), “Desenvolvimento de um software sobre um sistema de gestão de
segurança e saúde no trabalho, destacando a norma regulamentadora – NR10 sobre
instalações e serviços com eletricidade”, Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade
Federal de Goiás, Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação, Goiânia.
BRASIL, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2004), “Norma
Brasileira, NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão”, São Paulo.
BRASIL, MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (2004), “Norma Regulamentadora,
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<http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm>. Acesso em 19 mar.
2015.
BRASIL, MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (2014), “Norma Regulamentadora
NR 6 – Equipamento de Proteção Individual”, Brasília. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm>. Acesso em: 19 mar.
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BRASIL, MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (2015), “Legislação - Normas
Regulamentadoras”, Brasília. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-
regulamentadoras-1.htm>. Acesso em: 15 mar. 2015.
COMISSÃO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAÇÕES DO SETOR ELÉTRICO
DO ESTADO DE SP – CPNSP (2005), “Manual de treinamento do curso básico segurança
em instalações e serviços com eletricidade - NR 10”, São Paulo.
DANIEL, E (2010), “Modelo de Sistema Integrado de Gestão em Eficiência Energética
Segurança e Saúde no Trabalho”, Dissertação (Mestrado), Universidade de São Paulo, São
Paulo.
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Faculdade de Tecnologia, Brasília.
FUNDAÇÃO COGE (2013), “Relatório de estatística de acidentes no setor elétrico
brasileiro”, Disponível em: <http://www.funcoge.org.br/csst/relat2013/indexpt.html>.
Acesso: 10 mar. 2015.