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segundo encontro de estudos sobre Geografia e Humanismo 09 a 11 de novembro de 2007 Londrina — Paraná

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segundo encontro de estudos sobre

Geografia e Humanismo

09 a 11 de novembro de 2007

Londrina — Paraná

II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo 09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná

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Universidade Estadual de LondrinaUniversidade Estadual de LondrinaUniversidade Estadual de LondrinaUniversidade Estadual de Londrina

Grupo de Pesquisa “Imagens, Paisagens e Personagens” – IMAP & P – CNPq/UEL Coordenador: Omar Neto Fernandes Barros

Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo

Coordenação: Lúcia Helena B. Gratão

Hugo Leonardo Marandola

Organização: Deyvid Fernando dos Reis

Sofia Alfredo de Campos

Lucas Gorla

Participantes: Eduardo José Marandola Junior

Fernanda Cristina de Paula Gabrielle Mesquita Alves Rosas

Janaina de Alencar Mota e Silva Marandola

Luiz Tiago de Paula

Natália Pivesso Martins

Thais Fogliarini

II Encontro de Estudos sobre Geografia e Humanismo 09 a 11 de novembro de 2007 – Londrina – Paraná

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APRESENTAÇÃO

Os estudos relacionados ao Humanismo em Geografia já se inscrevem no Brasil, a partir de meados da década de 1970. Nos Estados Unidos, berço principal de sistematização embora, não como grupo, surgem na década de 1940. Seguindo por estes primeiros desafios, esta abordagem tornou-se mais evidente a partir dos anos de 1960, com os geógrafos Yi-Fu Tuan, Anne Buttimer, David Lowenthal, Edward Relph e Hugh Prince que passaram a publicar sobre as relações do Homem com o Meio Ambiente, contemplando a percepção e imaginação geográfica. Por esta abordagem, os sentidos, afetividade, imaginação, experiência e relação existencial com a paisagem e lugares tornaram-se centro de atenção e preocupação destes geógrafos, expressando uma nova forma de Humanismo, ou uma forma contemporânea de abordar esta corrente filosófica.

Assim, o Humanismo em Geografia vem sendo consolidados em busca da compreensão da experiência humana sobre a Terra. Com influência da fenomenologia, a constituição do mundo e do ser-no-mundo tornou-se preocupação primordial no interior do movimento humanista. Neste sentido, hoje, o Humanismo se inscreve na Geografia como enfoque que valoriza acima de tudo o Homem, em sua condição humana, como indivíduo e coletivo, que atribui valores, sentidos, sentimentos e significados ao meio ambiente, à paisagem e ao lugar. O grande responsável por esta atitude na Geografia pela abordagem da fenomenologia é Eric Dardel que escreveu a pequena/grande obra intitulada “L’Homme et la Terre: nature de la realité geographique” publicada em 1952. Desconhecido até os anos de 1990, é redescoberto com a tradução italiana de seu livro. A partir daí, tornou-se o grande mestre da Geografia Fenomenológica. Hoje, é lido e referenciado por todos aqueles que “têm o coração e os sentimentos inflamados” pela inspiração fenomenológica e que se sentem motivados pela investigação geográfica por este campo. Foram estes sentimentos, inspiração e motivação que levaram a um grupo de voluntários da Geografia Londrina, a criar o “Grupo de Estudos sobre Geografia & Humanismo”, em 2006. Inicialmente, como linha de pesquisa do Grupo “Imagens, Paisagens & Personagens” – IMAP&P/CNPq/UEL, tendo como proposta investigar um campo de conhecimento e de saber que historicamente, substancia a relação Homem/Terra (DARDEL, 1952). Com a perspectiva de que a geografia humanista de Dardel que combina o trabalho de fenomenologistas com descrições das experiências geográficas feitas por poetas, novelistas e geógrafos nos entusiasmamos por esta maneira de fazer geografia(s). E, então, os propósitos do Grupo de Londrina encontram ressonância no Núcleo de Estudos de População da Universidade Estadual de Campinas (NEPO/UNICAMP) e faz acontecer Encontros de Estudos sobre Geografia e Humanismo. O I Encontro aconteceu em Campinas, em outubro de 2006. Agora, o II Encontro acontecendo em Londrina, seguindo os mesmos princípios: como uma oportunidade de promover contanto entre os dois grupos que têm se constituído no entorno desta temática na Geografia, procurando estabelecer uma aproximação entre as instituições e grupos de pesquisa. Em vista disso, segue o mesmo eixo justamente o que em nosso entender é a maior dificuldade de iniciação e compreensão neste campo: o pensar a pesquisa empírica. Todas as atividades programadas visam em última análise as implicações, as dificuldades e as possibilidades da pesquisa em Geografia Humanista a partir da fenomenologia.

Com esta intenção, programamos o curso “Trilhas interpretativas e o acesso ao fenômeno geográfico – travessia experiencial e vivencial pela fenomenologia da corporeidade”, procurando traçar os fundamentos e orientando para prática e a abordagem que tem conduzido longos (per)cursos do nosso fazer geográfico, especialmente, em disciplinas especiais, projetos de extensão e orientação de pesquisas. A atividade do período da tarde de sexta-feira, “Humanismo em Geografia: diálogos e práticas”, seguindo a temática do I Encontro, é um (per)curso dedicado às apresentações de nossos trabalhos e do Núcleo de Estudos de População da Unicamp, com (em)foque no (per)curso metodológico e nas discussões temáticas. À noite, será realizada uma “Trilha Noturno” pelo Parque Estadual Mata dos Godoy.

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No sábado, programamos um trabalho de campo que percorrerá a partir do Parque Estadual Mata dos Godoy, onde será realizado o evento, passando pelo Lago Igapó em direção ao Lago Cabrinha até a porção norte do sítio urbano de Londrina, retornando à área central e encerrando no Museu Histórico de Londrina. Lembramos que este trabalho seguirá uma condução humanista, o que incorpora valor ao propósito maior do encontro. Ainda no sábado, à noite, será realizado o “Sarau Poético” no Centro de Visitantes do Parque. O encontro se encerrará no domingo com uma “Trilha Matutina” finalizada com a celebração dos frutos da terra e uma roda de conversas fechando o Encontro, na Choupana do Parque.

Da mesma maneira foi encerrado o I Encontro em 2006, esperamos que tenham todos uma acolhida topofílica na Mata dos Godoy e uma proveitosa e prazerosa passagem/paragem na “Pequena Londres” de “pés vermelhos”! E que este seja apenas mais um de uma longa caminhada de encontros para (re)aprendermos a olhar a paisagem e o lugar pelo onirismo poético e imaginário através dos horizontes da Geografia Fenomenológica.

Londrina, 09 de Novembro de 2007.

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PROGRAMAÇÃO

Sexta-feira (09-11-2007)

08:00h Café da manhã com boas vindas Choupana Manhã

09:00h Curso: Trilhas Interpretativas Auditório da Mata

12:30h Almoço Alojamento Tarde

14:00h Diálogos e pesquisas – Apresentação de trabalhos Auditório da Mata

19:00h Jantar Alojamento Noite

22:30h Trilha noturna Mata dos Godoy

Sábado (10-11-2007)

07:30h Café da manhã Alojamento

08:00h Encontro para Trabalho de Campo Manhã

08:30h Saída do Parque Centro de Visitantes

13:00h Almoço Centro de Londrina Tarde

14:00h Visita ao Museu Histórico de Londrina Centro de Londrina

Noite 20:00h Sarau poético Centro de Visitantes

Domingo (11-11-2007)

06:30h Café da manhã Alojamento

07:00h Trilhas interpretativas Mata dos Godoy

10:30h Celebração dos frutos da terra Choupana Manhã

11:30h Conversas sobre o II Encontro –

Saberes & Sabores Choupana

Tarde 13:00h Despedidas Choupana

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TRILHAS INTERPRETATIVAS E O ACESSO AO FENÔMENO GEOGRÁFICO - TRAVESSIA EXPERIENCIAL E VIVENCIAL PELA FENOMENOLOGIA DA

CORPOREIDADE

Lúcia Helena Batista Gratão

Ementa

Pelo campo de investigação da Geografia Humanista procuramos (dis)correr sobre trilhas interpretativas pelo universo da fenomenologia do olhar e do caminhar – uma prática andante enraizada na corporeidade. Uma prática de acesso ao fenômeno geográfico que busca (des)vendar e (des)velar o universo de significados, motivações, aspirações, crenças, valores e atitudes no reconhecimento de um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Nesta busca, a pesquisa não se reduz apenas a certos procedimentos metodológicos. Numa travessia de paisagem e de lugar (re)aprendendo a olhar, a pesquisa científica exige criatividade, disciplina, organização e motivação, baseando-se no confronto permanente entre o possível e o impossível, entre objetividade e subjetividade do ser e do conhecer. Como procedimento de pesquisa, procuramos discutir os fundamentos epistemológicos e teóricos que orientam este caminho de acesso geográfico traçado pelo campo da Geografia Fenomenológica. Uma prática andante, observante, imaginante e revelante! Um “caminhar permeado pelo humanismo” com os “pés” conduzindo o “olhar fenomenológico” escavando memória na direção Olhar oblíquo! Caminhar de sentidos! Encontros de memória e reminiscências que revelam experiências de paisagem e de lugar. O caminhar comporta experiências e aspirações, podendo ser através de trilhas de interpretação da Natureza ou em áreas construídas como (per)cursos de espaço vivido ou mesmo, as trilhas cênicas, pois, todos são, paisagens e lugares que guardam e revelam significados múltiplos e diversos.

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FERNANDEZ, Pablo S. M.; GRATÃO, Lúcia Helena B. Trilhas da Experiência pela Imaginação Geofotográfica: acessando um lugar de águas... Ribeirão Cambé... Londrina In: SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA, PERCEPÇÃO E COGNIÇÃO DO MEIO AMBIENTE, 1, 2005, Londrina. Anais... Londrina: DGEO/UEL, 2005. [CD-ROM]

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GRATÃO, Lúcia Helena B. et al. Trilhas Interpretativas: Paisagem, Percepção e

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HUMANISMO EM GEOGRAFIA: DIÁLOGOS E PESQUISAS

“Londrinas” invisíveis: percorrendo cidades imaginárias Eduardo Marandola Jr., IG/NEPO/UNICAMP

[email protected]

A cidade, como grande morada do homem contemporâneo, é fonte de sentido e de significação, tanto através de discursos quanto de imagens. As imagens conduzem ao imaginário, o qual vem à existência no embate das relações homem-meio. O imaginário urbano é um substrato orgânico que, como uma seiva, alimenta e institui, juntamente com outros elementos de outras dimensões, a cidade, a sociedade e o homem. É o encontro das ordens empírica e imaginária, nas escalas individual e coletiva. Contudo, sob a abstração da cidade existem infinitas cidades distintas. São as cidades vividas no mundo imediato (experiencial) e mediato (imaginário). Cada pessoa tem sua própria cidade, que é um fragmento da cidade objetiva, configurando-se, enquanto cidade subjetiva, no seu espaço existencial. Mas longe de serem infinitas possibilidades que nada têm a ver uma com a outra, estas “cidades invisíveis”, imaginárias, possuem elos claros que ligam existência e imaginário, indivíduo e coletivo. Uma das formas de acessar este elo é a “busca das coisas mesmas”, procurando o sentido anterior da experiência urbana, ou seja, a forma como a cidade aparece na experiência vivida. Este caminho envolve uma postura fenomenológico-existencialista de pesquisa de campo, através de encontros e de uma prática de andarilho. Admite-se a fluidez sujeito-objeto, estando na subjetividade da escolha do caminho e do percurso elementos fundamentais no desenrolar da pesquisa e no desvelar do objeto. Neste sentido, através da arqueologia fenomenológica empreendida numa pesquisa qualitativa, buscamos as “Londrinas” vividas por meio de sua descrição, no sentido fenomenológico, como um cartógrafo-geógrafo que procura indícios para desenhar os contornos, cores, profundidade e volume destas cidades imaginárias. Nesta busca, vivi uma experiência da cidade, onde percorri algumas das inúmeras “londrinas”, cidades imaginárias e vividas. O resultado são fragmentos holográficos da cidade que descrevem a existência e a experiência urbana.

Palavras-chave: experiência urbana, imaginário urbano, Geografia Fenomenológica

Há ordem no caos: primeiras aproximações junto ao bairro Bosque, Campinas (SP)

Fernanda Cristina de Paula, IG/NEPO/UNICAMP [email protected]

Movimento incessante de indivíduos em um labirinto de espaço construído: esta é uma imagem comum associada à cidade. A cidade é, mormente, retratada como espaço do encontro do outro, espaço de ritmo frenético, norteado pela simultaneidade e multiplicidade de eventos, pela presença de diferentes identidades sociais, culturais, territoriais. Seria a cidade locus de uma espécie de caos? Vista de cima, a cidade (labiríntica, agitada) pode parecer caótica. Porém, se for exercitado um olhar horizontal, (tal como o olhar daqueles que ali vivem), é possível entrever ordem no caos. Embora sejam intensos os movimentos de indivíduos, há sentido nos deslocamentos diários (como, por que e para onde se mover); embora a cidade contemporânea pareça um labirinto, há momentos de pausa no ritmo acelerado dos citadinos e há processos de territorialização que podem transformar o labirinto em lugar. Há um fator da cidade que esteia sua ordem (dentro do caos): o bairro. Este é local da residência e espaço passível de ser conhecido experiencialmente (sem mediações entre o espaço e o corpo). Através da realização de trabalhos de campo sob abordagem geográfico-humanista, buscamos o sentido deste fenômeno dentro da cidade. Os trabalhos de campos têm o olhar aproximado da perspectiva daqueles que vivem a urbe, através da categoria lugar. A partir deles, buscando os movimentos geográficos diários que fundamentam o bairro, este trabalho congrega as primeiras aproximações junto ao Bosque, em Campinas. Movimentando questões que surgiram da pesquisa empírica, discorremos sobre os percalços do campo e o levantamento de elementos e processos concernentes ao bairro,

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tais como a constituição e o fundamento de territórios-vividos e o papel da toponímia na compreensão do bairro. Entendendo que estes elementos podem revelar traços eidéticos que orientam a vida na urbe, podendo dar subsídio à compreensão de que independente da aparência caótica, há ordem na cidade.

Palavras-chave: bairro; experiência urbana; lugar

Descobrindo um lugar: uma investigação sobre a via Anhanguera (SP)

Gabrielle Mesquita Alves Rosas, IFCH/NEPO/UNICAMP [email protected]

Iniciar uma pesquisa em uma área desconhecida é certamente uma grande aventura. Estar envolvido com novas leituras ao mesmo tempo em que se repensa todo conhecimento aprendido até então exige grande esforço de nossa parte. E em meio ao novo horizonte que se mostra, o da geografia humanista, é lançado o primeiro desafio: conhecer um lugar que aparentemente já é conhecido. Inicia-se assim uma empreitada em busca do descobrimento de um lugar comum a tantas pessoas, lugar que já possui várias definições e que já é conhecido por todos. Como descobrir um lugar conhecido? Que tipo de conhecimento é este? Apresentará ele novos significados? Estar em contato direto com este espaço pode nos oferecer uma visão diferente da que pode ser adquirida por meios indiretos? Em busca de respostas para estas perguntas foram feitos trabalhos de campo de caráter exploratório como forma de construir um conhecimento espacial. Para isso, o percorremos tentando colocar entre parênteses o conhecimento prévio que tínhamos sobre ele em busca de um conhecimento experiencial do lugar. Neste intento, realizamos também sua descrição a fim de que ele se revele por si mesmo. O objeto em questão: a Anhanguera ou a SP-330. Rodovia de grande movimentação, principal ligação entre várias cidades do interior e a capital paulista. Trecho a ser estudado: entre Campinas e Sumaré, passagem obrigatória para muitos que se locomovem pela Região Metropolitana de Campinas, área de grande conurbação e movimentação orgânica entre os municípios. Que seria o lugar Anhanguera? Ou seria a Anhanguera um lugar? Este trabalho discute os primeiros passos no processo de investigação da via Anhanguera enquanto lugar, uma rodovia tida como importante pelo seu papel na estruturação urbana e econômica mas que apresenta uma paisagem que apresenta significados diferentes para aqueles que vivem nela ou por ela.

Palavras-chave: lugar, conhecimento espacial, Geografia Humanista

Literatura e Cidade: uma leitura geográfica da obra de Ítalo Calvino

Janaina de Alencar Mota e Silva Marandola, IGCE/UNESP/RC [email protected]

Entre os diversos caminhos que a Geografia tem trilhado, especialmente nas últimas três décadas, temos o diálogo com outros campos do saber, como a arte e a religião. No campo específico das manifestações artísticas, uma que tem recebido crescente atenção é a Literatura. Neste sentido, tem aumentado a linha de investigação que se ocupa do estudo do conteúdo geográfico de obras literárias. No Brasil, já existem importantes trabalhos nesta direção, com diferentes perspectivas. No entanto, a maior parte deles tem enfocado sobretudo os romances regionalistas brasileiros, que abordam predominantemente espaços rurais. Pouco tem sido feito no sentido de se estudar a cidade. Em vista disso, propomo-nos a pensar a cidade a partir da relação Geografia-Literatura. Para tanto, escolhemos um autor cuja obra revela várias faces da vida urbana: Italo Calvino. O caminho metodológico passa pelos temas tradicionalmente abordados em leituras geográficas de obras literárias, como a paisagem e o lugar, até temas diretamente ligados à cidade, como a produção do espaço urbano-industrial e a problemática ambiental. A leitura vai, portanto, desde sua face neo-realista (crítica social) à fantástica (percepção e topofilia), em busca da essência da cidade.

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Palavras-chave: Geografia e Literatura, Italo Calvino, percepção do meio ambiente

Experiência e percepção ambiental do lugar: o bairro jardim Amanda, Hortolândia (SP)

Luiz Tiago de Paula, IG/NEPO/UNICAMP [email protected]

Lugar e paisagem são duas categorias analíticas essenciais da ciência geográfica. É consenso, dentro do horizonte humanista, que essas categorias de análise não se restringem a meros sentidos de localização geográfica, mas são conjuntos de variáveis oriundos de intenções, significados e experiências humanas. Este trabalho aspira compreender o “revelar-se” do bairro Jardim Amanda, na cidade de Hortolândia. Para isso, o trabalho de campo, ancorado na percepção do meio ambiente, é o principal recurso (tanto empírico, quanto metodológico) para uma construção cognitiva e experiencial do lugar, tendo sempre como questão norteadora: “Que é isso, esse lugar?”. Os trabalhos de campo, orientados pelo método proposto pelo inglês Pocock, em 1981, são constituídos por três etapas: 1) o conhecimento ambiental do lugar, ou seja, descrever o que se sente, percebe e intui ao se estar no bairro, através da experiência direta do lugar, esforçando-se para “por entre parênteses” as concepções e os conceitos pré-existentes sobre o bairro; 2) a representação do ambiente, por meio de desenhos e fotos da paisagem, croquis e mapas; e 3) a descrição dos elementos qualitativos da paisagem, assim como aqueles que, de alguma forma, prendem a atenção do observador (os atributos materiais). Entende-se que a partir dessas atividades basais seja possível realizar uma construção cognitiva (diante do prisma que é o lugar) entre o sujeito cognoscente e o objeto de pesquisa. Fazendo com que o “olhar e o fazer” do pesquisador permita-se transcender de outsider para insider e, desse modo, produzir (e operacionalizar) a partir da experiência um conhecimento espacial do lugar.

Palavras-chave: lugar, percepção do meio ambiente, experiência ambiental

Literatura e Geografia Humanista: proposta de leitura de Memórias Póstumas de Brás Cubas

Natalia Pivesso Martins, IG/UNICAMP [email protected]

A temática central deste trabalho se insere no estudo da relação Geografia e Literatura, analisando, a partir de pressupostos fenomenológicos e humanistas, a obra de Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas. O autor, acometido por problemas de saúde e preconceitos enfrentados em sua época (1839-1908), fechou-se no gabinete, analisando a partir dali a sociedade enriquecida e fútil do Rio de Janeiro, onde traços característicos da sua obra apresentam-se nas relações sociais e na psicologia de suas personagens. Esta obra, publicada em 1881, é considerada marco na literatura brasileira, mostrando grande preocupação com a interiorização dos personagens. Contudo, é considerada também uma crônica social, que retrata a relação do indivíduo e a alta classe burguesa da corte imperial do Rio de Janeiro em meados do século XIX (1805-1869). Assim, propõem-se realizar uma leitura geográfica da obra, a partir da Geografia Humanista, pois como a Literatura, seu princípio é o espaço interior, dentro do indivíduo, buscando na obra literária uma verdade que vem além daquela obtida pela observação, pelo empirismo. Longe de propor-se a um psicologismo, Literatura e Geografia Humanista visam o homem-universal, aquele de ação única que independe da variação da região em que se situa: a própria condição humana. Esse universalismo é visto em Memórias Póstumas de Brás Cubas, onde o autor retrata os “sentimentos” dos personagens – independente do meio geográfico e social em que vivem – alcançando essa universalidade. Como aproximação ao tema, este trabalho objetiva estabelecer uma base das possibilidades de leitura geográfica de obras literárias, a partir da bibliografia existente e da própria obra em tela.

Palavras-chave: Machado de Assis, Geografia e Literatura, Geografia Humanista

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Mansões Santo Antonio: visões de um mesmo lugar Thais Fogliarini, IG/NEPO/UNICAMP

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Não existe homem sem lugar, e certamente o lugar é único para cada homem. É na cidade com seu ritmo pulsante onde inúmeras relações acontecem simultaneamente, relações do homem com seu meio, sendo esse ao mesmo tempo compartilhado espacialmente e segregado em visões individuais de significado. Mas o que essas visões individuais de mundo podem nos dizer a respeito da realidade? Quais aspectos se encontram a fim de revelar um mundo incomum? É na busca desse mundo incomum ou essência que esse estudo das Mansões Santo Antonio, bairro do município de Campinas, é realizado. A fenomenologia nos guia a um caminho em busca dessa essência, ao colocar entre parênteses as pré-concepções sobre os lugares, considerando as percepções e experiências adquiridas pelo trabalho de campo, que levam o observador de outsider a insider, podendo dessa maneira ele mesmo contribuir para o entender "que é esse lugar?". Ao mesmo tempo é também pelas experiências individuais que se entende o dinamismo geral do lugar. O passo seguinte nas práticas do estudo fenomenológico é a descrição, conseguinte da observação da mesma. Para isso buscou-se, no caso das Mansões Santo Antonio, a vivência prática que se pode ter do local, percorrendo-o de várias maneiras, com os olhares possíveis e despretensiosos, deixando com que o lugar se revele, abrindo assim inúmeras possibilidades de realizar esta descrição a partir da visão geográfica. É evidente que não podemos conhecer todos os olhares individuais do lugar e o resultado desse ou qualquer outro trabalho será sempre obtido através das próprias percepções e experiências daqueles que se empenham para sua realização. Entretanto, o esforço da pesquisa está exatamente em tentar encontrar aonde esses olhares individuais se cruzam.

Palavras-chave: lugar, experiência, Fenomenologia

A pesquisa em campo no revelar dos significados da paisagem do Córrego Cabrinha

Sofia Alfredo de Campos, UEL [email protected]

O Córrego Cabrinha, tributário de primeira ordem do Ribeirão Lindóia, foi em 2004 transformado em área de lazer por meio de um projeto da Prefeitura Municipal de Londrina que visava revitalizar a área, considerada degradada. Como espelho do projeto de barragem do Ribeirão Cambé, que se tornou o maior espaço de lazer da população de Londrina, o Lago Igapó, o Lago do Córrego Cabrinha vem para atender uma outra população, não mais a da área central e sim a da porção Norte do sítio urbano de Londrina, a população, principalmente, de um conjunto habitacional, o Violim. No âmbito da fenomenologia essa pesquisa tem como objetivo apresentar a importância dos encontros com as pessoas/personagens que vivem a paisagem do córrego Cabrinha. São os encontros e as conversas proporcionadas por ele que vão revelar os significados dessa paisagem em suas vidas. A relação do homem com o meio ambiente é carregada de subjetividade, de sentimentos e valores, que dão significados, tanto agradáveis (topofílicos) quanto desagradáveis (topofóbicos), às paisagens, pois cada indivíduo gera em sua vivência uma visão de mundo única, e é essa relação que expressa a memória do lugar nas revelações dos personagens. As conversas/encontros com os personagens do rio revelam O Rio... o Córrego Cabrinha. Numa pesquisa caminhante guiada pela experiência da população nessas águas é a perspectiva qualitativa que vem como caminho a ser trilhado para que fluam as revelações sobre a vivência dos indivíduos dentro do contexto de história de vida singular de cada um. Enfim busca-se aflorar, dentre os múltiplos significados das águas: tormenta caos, destruição, sacrifício, virtude, purificação, amor... quais constroem o elo afetivo que liga as pessoas/personagens ao Lago do Córrego Cabrinha.

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O prazer de aprender apreendendo – andanças de um aprendiz que se aventura pelas “águas encantadas”

de um rio que mora no cerrado Deyvid Fernando dos Reis, GIEG/PROGRAD/DGEO/UEL

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Muitas têm sido as maneiras com que pesquisadores e educadores têm abordado o ensino em Geografia. Grande parte, porém, destas formas de abordagem tem se distanciado da sui generis deste ensinar, que é o de aproximar o homem do mundo procurando um contato íntimo com a realidade geográfica por meio da cultura, da religião e da arte, Entendendo esta realidade também, e principalmente, como lugar e paisagem em seus sentidos fenomenológicos. Contrariando esta postura, muitos estudos têm seguido por direções contrárias, distanciando o ser humano de (sua) natureza, do seu cotidiano, de seu saber essencial, desfacelando assim, sentimentos que são substanciais no ato de ensinar, fazendo com que o vivido e o experienciado se tornem acidentes e não sujeitos no processo educativo. Desta forma, o sujeito (ser humano) se torna apático diante do objeto (da realidade; do outro). O que significa que diante deste processo toda a complexidade do ser humano é anulada, pois, o se humano é um complexo psíquico, construída mediante seus costumes, sua cultura e religião. Procurando seguir por uma outra direção na busca pela essência do ato de educar, é que foi pensado este trabalho. Seguindo pelo percurso de um rio de encanto, magia e poesia, pretende-se aqui revelar um “mundo vivido” desse rio que mora no Cerrado, contemplado ao longo de um exercício experiencial de imagens, paisagens e personagens de maneira a resgatar uma forma de conhecer e aprender pelo “estar no lugar”, na intimidade do lugar. Preocupado não somente com a rigidez de termos (im)postos pela ciência, mas, também, em mostrar de uma “forma mágica” as expressões e impressões do que se experienciou transfigurando o ato de conhecer em um prazeroso ato de aprender - fazer - arte. O direito de sonhar.

Palavras-chave: geografia, ensino, Fenomenologia

Paisagem e memória: o lugar-Parque Estadual Mata dos Godoy Hugo Leonardo Marandola, UEL

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A preservação de áreas naturais por meio de parques é uma preocupação antiga, que remonta meados do século XVIII, culminando em 1872 com a criação do primeiro parque nacional do mundo: Yellowstone (EUA). Desde então, há uma ampla discussão entre ambientalistas, líderes governamentais, estudiosos e comunidades, acerca do modelo de preservação ou conservação. No Paraná há diversas Unidades de Conservação (UCs), como o Parque Estadual Mata dos Godoy, uma reserva natural com cerca de 600ha de floresta estacional semidecidual, criado em 1989 em Londrina e gerenciado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). A proposta deste trabalho é “escavar” a “memória do lugar” que se encontra “enterrada” na paisagem; reconstituir a essência do lugar através da memória. A Mata, antes de se tornar Parque, quando este remanescente florestal, este “pedaço” de chão, ainda não era um remanescente; quando fazia parte de um grande domínio florestal denominado Floresta Estacional Semidecidual, e o seu entorno começou a ser devastado; quando uma família chegou e separou esta área para não ser derrubada; quando a Mata “recebeu” o nome dos Godoy; quando a Mata foi cortada por uma estrada; todo esse processo está enterrado na memória da Mata. Árvores, animais, moradores, ar limpo, enfim, um lugar que tem uma rica memória a ser escavada e revelada. Então, por esse caminho é que se pretende perseguir na busca dessa memória e dessa paisagem – desse lugar de memória. Esta memória será desvelada através de conversas com personagens que tiveram envolvimento – topofílico ou topofóbico – com o lugar. Destas conversas, histórias e mitos poderão ser revelados, permitindo a apreensão da essência do lugar expressa na fala das personagens. Assim, é possível apreender as relações sensoriais, afetivas, estéticas e simbólicas, pois, é nesse

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momento que as expressões faciais, o gesto, o olhar, revelam a memória da paisagem e do lugar.

Palavras-chave: lugar, paisagem, memória

Do imaginário da natureza à geograficidade e poeticidade da “pequena Londres” – imagens poéticas, literárias e musicais

Lúcia Helena Batista Gratão [email protected]

Londrina tem atraído nosso olhar pelo campo da imaginação geográfica. Quando investigamos a cidade é preciso ultrapassar a paisagem como aspecto visual para chegar ao seu significado e valor. Por este campo de investigação, a cidade é produto da percepção imediata e da memória. Todos os sentidos estão envolvidos e a imagem é a composição final de todos eles. Nesta direção, busca-se revelações expressas e reveladas nas suas imagens recuperando o significado que (re)liga a integração Homem/Paisagem. Desta maneira, a cidade é mapeada, apresentada, re(a)presentada através de múltiplas imagens: cartográficas, iconográficas, fotográficas, poéticas, literárias, musicais e cinematográficas. Olhar para a cidade pode dar um prazer especial, por mais comum que possa ser o panorama (LYNCH, 1979). Ela pode ser vista sob todas as projeções. Neste cenário, Londrina revela-se como expressão viva da aventura de colonização das “terras roxas” do Norte do Paraná. Hoje, suas paisagens e personagens são composições das diferentes etapas do seu (per)curso histórico. Porém, a sua evolução não conduziu a perda de significações na percepção dos seus moradores que consideram uma cidade bonita, de muito verde e gostosa de se viver. Guardam e revelam sua afetividade – geograficidade - por esta “terra” de onde brotou a “Pequena Londres”. Homem e paisagens geográficas são inseparáveis e revelam interações profundas de pensamentos e sentimentos e, dimensões estéticas. Londrina é expressão viva destas manifestações internas e externas reveladas através das experiências idas/vividas dos seus moradores. Interações que revelam paisagens agradáveis e valorizadas. Londrina aqui (re)apresentada não é um espaço “fechado” mas um campo “aberto” que permite vislumbrar as mais diferentes imagens e os mais variados imaginários. Cores, sons, cheiros da natureza e o pulsar humano. Sentidos que nos remetem à imaginação e sentimento de lugar que guarda memórias dos “pés vermelhos”; saberes & sabores do lugar; geograficidade e poeticidade na literatura e na música.

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ROTEIRO DE CAMPO

Histórico de formação da cidade

Londrina foi colonizada em meados do século XX, a penetração em direção ao norte paranaense foi feita por estrada, um sistema ainda rústico (picadas, aberturas na mata), o transporte ferroviário chegou depois. Em 1934 é elevada a município e no ano seguinte chega o primeiro trem, o que propicia o crescimento da cidade. A ferrovia é importante, porque é ela quem vai articular, dar acessibilidade.

Com a economia fundamentada primeiramente na produção de café e posteriormente na de soja/trigo é intensa a migração rural-rural, gerando o crescimento populacional e espacial da cidade de Londrina ocorrendo uma concentração e um fortalecimento das atividades comerciais e prestadoras de serviços, aumentando a importância dessas atividades, atraindo pessoas de toda a região, de um raio de aproximadamente 200 km fazendo de Londrina um centro que concentrava estabelecimentos que a colocaram como significativa para toda o Norte do Paraná (SILVA, 2003).

Esse crescimento se deu muitas vezes sem planejamento e com descaso aos elementos naturais, o que repercutiu na qualidade de vida da população, principalmente a mais carente. Pois “com o crescimento da população e o desenvolvimento tecnológico, a apropriação dos recursos naturais é cada vez maior bem como a interferência do homem nos ambientes naturais” (VIZINTIN, 1998, p. 3).

Assim a cidade de Londrina vai perdendo gradativamente seus espaços verdes devido ao rápido processo de urbanização. Com isso, surge os projetos de revitalização de espaços, como o do Lago Igapó, do Lago do Cabrinha e do Lago Norte, que são ambientes criados para lazer da população.

Da mata ao Lago

O Parque Estadual Mata dos Godoy é localizado a 14 km da cidade de Londrina. A PR-538, que dá acesso a quatro pequenos distritos (Espírito Santo, Regina, São Luis e Guaravera), é o trajeto que leva a cidade. É uma área com intensa atividade agropecuária, tendo os distritos como pequenos centros com escolas e pequena atividade comercial voltada ao campo.

Tanto a estrada como os distritos datam da colonização de Londrina, mantendo traços daquela época. Porém, a partir da construção do Catuaí Shopping Center (1990), localizado na saída da cidade em direção aos distritos, houve uma grande mudança dessa porção da cidade.

Hoje, observamos, junto ao shopping, inúmeros condomínios horizontais luxuosos e algumas universidades. Esse novo padrão de moradia transformou algumas das propriedades rurais da PR-538 em áreas de lazer. Além disso, um roteiro gastronômico se desenvolve na região, com restaurantes rurais por todo trajeto até a vila Regina.

Igapó

O Lago Igapó é uma área de lazer da cidade com espaço para recreação, turismo, embelezamento, preservação. Foi criado em Londrina em 10 de dezembro de 1959, dia do Jubileu de Prata da cidade, através do represamento do Ribeirão Cambezinho, na gestão de Antonio Sobrinho, como uma solução para o problema da drenagem, dificultada por uma barragem natural de pedra. Inicialmente pensou-se em dinamitar a barragem, mas prevaleceu a idéia de formar um lago.

O nome Igapó vem da língua tupi, que significa transvazamento de rios. O projeto de urbanização do lago foi feito em 1970, quando se iniciou a construção de calçadas e a plantação de árvores ao redor do lago.

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Após um período de certo abandono, foi elaborado um projeto de revitalização do Lago, na gestão de Dalton Paranaguá. Foram construídos o Zerão (Área de Lazer Luigi Borguesi) e Centro Social Urbano. O projeto, de Burle Marx, incluía um jardim com 187 espécies de plantas nativas.

É um local de lazer, que além da represa, propicia a prática de esportes náuticos. Possui uma vasta área urbanizada com piscinas, pistas de aeromodelismo e foto clube.

Em 1996, o lago foi esvaziado, limpo e teve suas margens revitalizadas, ganhando ciclovia, o Teatro do Lago, jardins e chafariz.

Como projeto de lazer o Lago Igapó surge para sanar problemas de infra-estrutura e revitalização de espaços sociais que faltam na cidade de Londrina devido o seu crescimento

Lago Norte

O Lago Igapó acolhe muitas pessoas durante a semana e ainda mais nos finais de semana, no entanto os freqüentadores são restritos tanto pela localização quanto pelo preço das mensalidades dos clubes que oferecem vários tipos de lazer em suas águas. Assim como espelho do projeto Lago Igapó surge o Lago Norte e o Lago Cabrinha, situado na porção norte do sítio urbano de Londrina, satisfazendo as necessidades lazer de pessoas que não tinham condições de freqüentar o Lago Igapó.

Cinco Conjuntos, Saul Elkind e Dixie Toga

A avenida Saul Elkind é uma área de subcentro. Essas novas centralidades se formam apresentando serviços e equipamentos, em menor escala que a do centro, mas que podem atender as necessidade locais de certa população. Os subcentros são áreas de expansão do Centro Principal da cidade, podendo ser, áreas especializadas em determinadas funções ou desdobramentos do Centro Principal e ainda os shoppings centers. Estes complementam a importância do Centro Principal mononuclear, redefinem a centralidade expressa no espaço urbano, e amplia as diferenças existentes neste espaço, contribuindo com a segregação espacial, ou seja, para a eliminação das relações entre as pessoas de áreas com diferentes padrões sócio-econômicos. (SILVA, 2003)

A descentralização das cidades de Londrina se deu pelo processo de “suburbanização” (LEFEBVRE,2001), da criação dos Cinco conjuntos. A atuação da Cohab em Londrina, começa nos anos 1970, com a construção de conjuntos de casas populares para suprir essa demanda de moradia. A política habitacional comandada pelo poder público oferecia moradia à população com menor poder aquisitivo, gerando um crescimento da malha urbana em todas as direções e por meio da estratégia de localização dos conjuntos habitacionais distantes do centro. Entre 1970 e 1980 foram construídos 32 conjuntos habitacionais, sendo 12 deles na região Norte (área que se localiza ao Norte da Avenida Brasília há aproximadamente 7 Km do Centro), a principal avenida da região, também conhecida como Cinco Conjuntos, nome que advém dos cinco primeiros conjuntos: Ruy Virmont Carnasciale, Milton Gavetti, Parigot de Souza I e II, João Paz e Semiramis B. Braga, é a Avenida Saul Elkind.

Os estabelecimentos comerciais de início eram pequenos e precários, faziam-se “puxadinhos” na frente da casa onde montavam os estabelecimentos. Com a melhora das condições de consumos da população as famílias passam a melhorar as condições de moradia, gerando uma demanda de consumo que exigia melhoramento no comércio, assim os puxadinhos são melhorados começando a surgir lojas de móveis para casa, bares, lojas de artesanato, depósito de material de construção, mercearias, etc., ou seja, maior densidade dos estabelecimentos comerciais.

Na década de 1980 a região dos Cinco Conjuntos já tinha conseguido melhorar a infra-estrutura e que o transporte urbano chegasse até lá, tudo através das associações de bairro o que atraiu uma fração da classe média para essa área. O processo de alteração social ocorreu apenas nos conjuntos localizados nas proximidades

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da Avenida Saul Elkind. Iniciou-se um investimento de filiais de importantes estabelecimentos comercias e prestadores de serviços, localizados no centro de Londrina, tornando-se mais que uma rua comercial para ser um sub-centro concretizando o processo de descentralização.

Ou seja, houve primeiramente uma mudança no poder de consumo, de compra da população que exigiu a melhoria dos estabelecimentos comerciais e proporcionou a vinda das filiais para a região e criação do sub-centro.

Parada na Dixie Toga para observar a cidade a Dixie se encontra numa cidade industrial de localização privilegiada (Av. Angelina Ricci Vezozzo - Cidade Industrial). Está no limite da cidade, numa região de grande espaço. A área tem acesso a Rodovia 369 que leva a São Paulo, tem a Dez de Dezembro que segue para o Porto de Paranaguá e está no Centro-Sul brasileiro, próximos do Mercado Consumidor, o Mercosul.

A Dixie Toga nasceu em Julho de 1995, resultado da união de duas grandes empresas de embalagens: A Dixie Lalekla que deu início à sua história em 1945 e era considerada uma das melhores do Brasil na produção de potes para margarinas, iogurtes e descartáveis; e a Toga de capital nacional, uma das maiores fabricantes de embalagens flexíveis e semi-rígidas da América Latina, fundada em 1935. Coma fusão torna-se uma das maiores fabricantes de embalagens da América Latina.

Lago Cabrinha

O Lago do Cabrinha foi construído pela Prefeitura de Londrina no fim de 2004. Esta é uma nova área de lazer da porção norte do sítio urbano da cidade, tendo em vista a ausência de uma infra-estrutura desta natureza que pudesse atender às necessidades de convívio dos moradores desta área habitacional. Seus freqüentadores são em grande maioria moradores do Conjunto Habitacional Violim.

Centro

A formação da área central de Londrina foi lenta antes da chegada da ferrovia. Tudo começou ao mesmo tempo: cidade, a derrubada da mata e a formação de sua área central, que só se concretiza no final dos anos 40 e início dos anos 50. No final da década de 1950 fica pronta a sede rodoviária de Londrina, onde hoje é o Museu de Artes (1980), formando um eixo de transporte com a ferrovia.

O Centro Principal de Londrina é responsável pela articulação interna e externa da cidade até a década de 1980 e, por ter desenvolvido o setor de serviços, era o lugar onde todos os moradores passavam, pois possuíam o mesmo acesso, mesmo sem possuírem as mesmas condições de consumo, o mesmo poder aquisitivo. (SILVA, 2003)

Algumas construções serviram para reforçar a centralidade do Centro Principal de Londrina como: a construção da nova Igreja no mesmo local da anterior; o “calçadão”, construído na década de 1980, com diversos estabelecimentos que atendiam as variáveis demanda sociais de consumo em escala regional. (SILVA, 2003)

O Centro Principal de Londrina foi a região onde as famílias de poder passaram a construir suas residências, de elevado padrão, valorizando a área. O que sobrepõe às funções comerciais e de serviços à de moradia das classes de poder aquisitivo elevado, reforçando a centralidade de caráter único, porém, seletiva e excludente.

No apogeu da economia cafeeira, a classe dominante mudou-se para áreas mais distantes, transformando suas antigas ocupações em estabelecimentos comerciais e/ou prestadores de serviços, diversificando o padrão central. (SILVA, 2003)

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Museu

Nas palavras de Tuan, a Geografia Humanística procura um entendimento do mundo humano através do estudo das relações das pessoas com a natureza, do seu comportamento geográfico bem como dos seus sentimentos e idéias do espaço e do lugar. É neste sentido que a visita ao Museu histórico de Londrina torna-se imprescindível, revelando aos caminhantes que lugar é este, quem foram os personagens, as peculiaridades desta paisagem, o povo que aqui criou vínculos e construiu uma cidade: Londrina.

A função do museu é desenvolver ações de resgate, preservação e divulgação do patrimônio cultural de Londrina e região, procurando tornar visível a trajetória histórica de sua sociedade; em Tuan a história não é somente a passagem dos acontecimentos, mas a sua reconstrução consciente na memória do grupo para as finalidades correntes, assim definida, a História exerce um papel essencial no sentido humano de territorialidade e lugar.

O Museu Histórico de Londrina foi inaugurado em 18 de setembro de 1970, na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Londrina e a partir de 1974 tornou-se órgão suplementar da Universidade Estadual de Londrina, vinculado academicamente ao Centro de Letras e Ciências Humanas. Desde 10 de dezembro de 1986, ocupa o prédio da antiga Estação Ferroviária de Londrina, que por suas linhas arquitetônicas constitui-se em marco histórico da origem inglesa da colonização de Londrina e do Norte Novo do Paraná.

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ROTEIRO DE CAMPO

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LOCALIZAÇÃO DO LAGO DO CABRINHA

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DESTAQUE PARA O LAGO DO CABRINHA

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Bibliografia ARCHELA, Rosely Sampaio. Comunicação cartográfica com a utilização do philcarto: Um estudo do acesso do lazer em londrina –pr. Monografias, 2004. In: http://br.monografias.com/trabalhos/comunicacao-cartografica-utilizacao-philcarto-londrina/comunicacao-cartografica-utilizacao-philcarto-londrina.shtml. acesso em 24/08/2007.

BIENENSTEIN, Glauco. Shopping Center: o fenômeno e sua essência capitalista. Rio de Janeiro: GEOgraphia, a.3, n. 6, 2001.

CAMBIAGHI, Salette Magdalena. O povoamento do Norte do Paraná. São Paulo; anais da AGB, vol VI, 1954.

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LEFEBVRE, Henry. O direito à cidade. Tradução Rubens Eduardo Frias. São Paulo: Centauro, 2001.

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Sites relacionados www.carroantigo.com/portugues/conteudo/clube_cidade.htm

www.dixietoga.com.br

www.londrina.pr.gov.br

www.schindler.com

www.uel.br/museu/