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REORIENTAO CURRICULAR PORTUGUSEnsino Mdio - Volume II Materiais Didticos

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Rosinha Garotinho SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAO Claudio Mendona SUBSECRETARIA ADJUNTA DE PLANEJAMENTO PEDAGGICO Alba Rodrigues Cruz

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIROSECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAO SUBSECRETARIA ADJUNTA DE PLANEJAMENTO PEDAGGICO

EQUIPE TCNICACelia Maria Penedo Esther Santos Ferreira Monteiro Flvia Monteiro de Barros Hilton Miguel de Castro Jnior Maria da Glria R. V. Della Fvera Roseni Silvado Cardoso Tnia Jacinta Barbosa

Rio de Janeiro 2006

REORIENTAO CURRICULAR - EQUIPE UFRJDireo GeralProf. ngela RochaDoutora em Matemtica Instituto de Matemtica da UFRJ

Coordenao GeralProf. Maria Cristina Rigoni CostaDoutora em Lngua Portuguesa Faculdade de Letras da UFRJ

Coordenao de Lngua PortuguesaProf. Maria Cristina Rigoni CostaDoutora em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

Professores orientadoresProf Cilene da Cunha PereiraDoutora em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

Prof Maria da Aparecida Meireles de PinillaMestre em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

Prof Maria Christina de Motta MaiaMestre em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

Prof Maria Emlia Barcellos da SilvaDoutora em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

Prof Maria Teresa Tedesco Vilardo AbreuDoutora em Lngua Portuguesa Prof Instituto de Letras da UERJ

Prof Maria Thereza Indiani de OliveiraDoutora em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

Prof Maringela Rios de OliveiraDoutora em Lngua Portuguesa Prof Instituto de Letras da UFF

Prof Regina Clia AngelimDoutora em Lngua Portuguesa Prof Faculdade de Letras da UFRJ

Prof Sigrid Castro GavazziDoutora em Lngua Portuguesa Prof Instituto de Letras da UFF

Professores AutoresAbel Adonato da Fonseca Adriana Lima Valladao Adriana Maria Rabha Lima Adriana Oliveira Nascimento Adriana Ramos da Cunha Adriana S. Miranda Adriane R. Almeida Ailton Jos Maria Ainda dos Santos Alciene Ferreira Avelino Alda Regina de Azevedo Alessandra Avila de Oliveira Alessandra Serrado Neves Alexandra da Silva Caldas Alexandre Carvalho da Hora Aline Barcellos Lopes Placido Aline Crespo Aline Simo da Costa Almir Jos da Silva Ambrosina Gomes da Conceicao Ana Alice Maciel Ana Cristina B. Brasil Soares Ana Cristina de Matos Marinho Ana Cristina J de Almeida Ana Ligia Marinho da Silva Ana Lcia da Silva Pereira Ana Maria da Silva M. Baptista CIEP 286 Murilo Portugal, Barra do Pira. C.E. Luiz Reid C. E. Conde Pereira Carneiro, Angra dos Reis CIEP 336 Jornalista Octvio Malta, Campo Grande CIEP 355 Roquete Pinto, Queimados CIEP 031 Lrio do Laguna C. E. Rio Grande do Sul, Volta Redonda C. E. Antnio Dias Lima, Angra dos Reis C.E. Jos Verssimo E.E. Dr. Newton Alves Nova Iguau / Mesquita C.E. Jose Fonseca C. E. Canad, Nova Friburgo C.E. Frei Tomas E.E. de Ensino Supletivo Roberto Burle-Marx, R.J. C.E. Euclydes da Cunha

C. E. Iracema Leite Nader, Barra Mansa. C.E. Antonio Houaiss C. E. Des. Jos Augusto Coelho da Rocha Jnior, Rio Bonito C.E. Republica Italiana Ciep 308 Pascoal Carlos Magno, Itaborai Ciep 119 Austin C.E. Americo Pimenta C.E. Andr Maurois, Leblon Nova Iguau / Mesquita

Ana Maria Lavinas Pereira Ana Maria Rocha Silveira Ana Nery Nascimento Santos Ana Patrcia de Paula Matos Ana Paula da Silva Araujo Ana Paula da Silva Ana Paula dos Santos Andre de Oliveira Nogueira Andre Luis Soeiro Pinto Andra Cristina Costa de Freitas Andreza Ferreira Porto Rodrigues Angela Maria de Morais Angelica Ornellas Do Nascimento Antonio Lopes de Oliveira Filho Aparecida Moreira de Melo Aquiles Afonso da Silveira Arcilene Aguiar dos Santos Arithana Cardoso Ribeiro de Assis Arlene Deise Cruz Freitas Arquimedes de Oliveira Augusta Soares Fontes Augusta Soares Fontes Aurea Regina dos Santos Beatriz Regina de Castro Melo Bianca Cardoso Soares Carla Andrea de Souza Pereira Carla Botelho de Souza Carla Botelho de Souza Carla Matias Fraga Duarte Carlos Cezar do Nascimento Carmem Valria de Souza S. Dutra Carmen Carrera Jardineiro Filha Carmen Lucia de Paula Cecilia de Azevedo da Silva Celia Regina da Mota

C.E. Barao do Rio Bonito C.E. Baltazar Carneiro C.E. Presidente Costa e Silva CIEP 295 Professora Glria Roussin Guedes Pinto, E.E. So Paulo C.E. Fagundes Varela Ciep 128 Magepe Mirim, Mag Ciep 451 Elisa Antonia Rainho Dias, Itaborai Nova Iguau / Mesquita CIEP 388 Lasar Segall, Belford Roxo C.E. Andr Maurois, Leblon C.E. Dr. Luciano Pestre, Niteri C. E. Prof. Aurlio Duarte, Carmo Nova Iguau / Mesquita C. E. Clio Barbosa Anchite, Pinheiral C.E. 20 de Julho, Arraial do Cabo C.E. 20 de Julho e Ciep 147, Arraial do Cabo C.E. Jose Matoso Maia Forte, Rio Bonito Nova Iguau / Mesquita C.E. Prof Dalila de Oliveira Costa C.E. Prof Dalila de Oliveira Costa, So Gonalo CIEP 117 Carlos Drumond de Andrade, Nova Iguau Ciep 308 Pascoal Carlos Magno, Itaborai C.E. Elisirio Matta, Maric C.E. Celio Barbosa Anchite C.E. Augusto Cezrio Diaz Andre C.E. Augusto Cezario Diaz Andre, So Gonalo C.E. Lions Clube E. E. Francisco Jos do Nascimento C.E. 20 de Julho, Arraial do Cabo C.E. Walter Orlandine, So Gonalo E.E. Vila Guarani, So Gonalo E.E. Mal Floriano Peixoto C.E. Sargento Wolff

Celma Regina de Souza Oliveira Csar Augusto Gomes de Morais Coutinho Charles de Oliveira Soares Christianny Matos Garibaldi Pires Cileymar Pimentel Borges Cinthia Molerinho Silva Cintia Ceclia Barreto Cntia Diel Souza Santos Ciria da Silva Lima Reis Claudia Bastos Areas Claudia Marcia Elias Natividade Claudia Marcia Soares da Silva Claudia Maria T Ferreira Teixeira Claudia Regli Porto Claudia Valeria Goncalves Loroza Cludio Antonio Portilho Cludio Henrique da Costa Pereira Claudio Jose Bernardo Cremilda Goncalves Santiago Creuza Ribeiro da Silva Cristiane Valria Martins Cabral Cristiane Vieira da Silva Cristina dos Santos Brandao Sym Cristina Maria Sodr Cristina Varandas Rubim Daisy Furtado Marcial G De Azevedo Dalva Helena Rangel Lima Darisa Leonora de Matos Gravina Darla Cristian dos Santos Sambonha Deise Vivas da Silva Magalhaes Denise Gonalves Rodrigues Denise Palmeira Muniz Pereira Deonilsa Ribeiro S Mesquita Pereira Deyse Cristina de Moura Dilma P. Jorge

C.E. Prof Dyrceu Rodrigues da Costa, Rio Bonito CIEP 089 Graciliano Ramos Ciep 258 Astrogildo Pereira, Saquarema C.E. Lions Clube C.E. Romualdo Monteiro Barros C.E.Andr Maurois C.E. Antonio Figueira Almeida C.E. Edmundo Peralta Bernardes C.E. Temistocles de Almeida E.E. Des. Alvaro Ferreira Pinto E.E. Sebastiao Pimentel Marques Eees Alfredo de Paula Freitas C.E. Joao Kopke C. E. Prof. Aurlio Duarte, Carmo Ciep 258 Astrogildo Pereira, Saquarema C.E. Elisiario Matta, Maric I.E. Eber Teixeira de Figueiredo C.E. Adlai Stevenson C.E. Mal. Alcides Etchegoyen E.E. Liddy Mignone Ciep 287 Angelina Teixeira Netto C.E. Quinze de Novembro C.E. Baltazar Bernardino, Niteri C.E. Servulo Mello, Silva Jardim C. E. Elvdio Costa C.E. Dorval Ferreira da Cunha, So Gonalo Nova Iguau / Mesquita C.E. Alcindo Guanabara, Guapimirim C.E Crculo Operrio C.E. Dom Walmor E.E. Rotary Ii CIEP 344 Adoniran Barbosa, Queimados E.E. Jos Patrocnio

Dilma Seixas Menezes Dolores de Oliveira Passos Dorcas da Rocha Oliveira Dulcinea Vieira Gama, Durlan Andrade Gonalves Dylza Gonalves de Freitas Edilaine Aguiar Lemos Edina Barbara Costa Edma Campista Machado Edna Lucia F. de Andrade Eduardo Jose Paz F Barreto Elaine Cardoso da Silva Elaine de Abreu De Lorenzo Elaine de Abreu de Lourenzo Elane de Azevedo C Silva Eliana Barbosa de Freitas Soraggi Eliana dos Santos Eliana Goncalves Coimbra Flexa Eliane Campos da Silva Eliane Cristina da Cunha Oliveira Eliane Decotthgnies Machado Eliane Diniz Soares Peixoto Eliane Freitas de Azevedo Eliane Marques da Silva Souza Eliane Nogueira dos Santos Oliveira Elisabete Barbosa da Silva Elisabeth Emmerick Rangel Elisa Constantino Elizabeth de O. Soares Machado Elizabeth de Oliveira Torres Lima Elizabeth Maria da Silva Carvalho Elizabeth Orofino Lucio Elizngela Narcizo Silva de Arajo Elosa de Oliveira Braga Elza Gimenes Pereira

C. E. Baro de Macabas Nova Iguau / Mesquita C. E. Guanabara, Volta Redonda C. E. Baro do Rio Branco Rio Bonito C.E. Antnio Quirino C.E. Etelvina Alves da Silva, Itaperuna I.E. Rangel Pestana E.E. Alcinda Lopes Pereira Pinto C.E. Jardim Meriti C.E. Santa Amelia C.E. Santo Antonio de Padua E.E. Domicio da Gama, Maric Ciep 259 Prof. M do Amparo Rangel Souza, Maric C.E. Joao Guimaraes C. E. Jos de Lannes Dantas Brando C.E. Dr. Joao Gomes de Mattos Sobrinho, Maric C.E. Republica do Peru C.E. Nilo Peanha, So Gonalo C. E. Prof. Antnio Maria Teixeira Filho, Rio de Janeiro C.E. Ary Parreiras C.E. Romualdo Monteiro Barros C.E. 20 de Julho, Arraial do Cabo C.E. Senador S Tinoco CIEP 199 Nova Iguau / Mesquita C.E. Pref. Luiz Guimaraes Nova Iguau / Mesquita C. E. Des. Jos Augusto Coelho da Rocha Jr., Rio Bonito Ciep 148 Prof Carlos Elio Vogas da Silva, Araruama E.E. Dr. Joo Maia Ciep390 Cho de Estrelas C.E. Ministro Jose de Moura E Silva, So Gonalo

Erica do Vale Gomes Da Silva Erika Alvarenga Braga Serra Ermany Salles Aguiar dos SantoS Ernani Iodalgiro da Costa Lima Eveline Soledade Silva Ezilma Salles Aguiar dos Santos Fbia do Nascimento Melo Fabiana Fagundes Fbio Alexandre Santos da Silva Fabio Goulart Coelho Fatima Cristina Ayrola de Carvalho Fatima Lucia Candida Moreira Ftima Regina Machado Salles Fernanda Barbosa Da Silva Fernanda Lopes Tenreiro Fernando Rocha Fernando Tenrio de Arajo Flavia Diniz dos Santos Flvia Lima de Souza Flavia Maria Ferreira de Oliveira Flavia Tebaldi H. de Queiroz Flavia Valeria F de Magalhaes Francisca Maria C Coelho Francisca Therezinha P Marcato Geny de Paula Pinheiro Geovania Viana Neris Geridiana Alves da Silva Gerusa Elena Fort Pinheiro Giselle Maria Sarti Leal Guiomar Rodrigues Camargo Helena Cristina Santos Lopes Helena de Luna Araujo Filha Helena Espnola de Guzzi Za Hellem Toledo Barcelos Henrique Cludio dos Reis

E.E. Dr. Joo Maia C.E. Eunice Weaver Nunes E.E. Severino Pereira da Silva C. E. Lia Mrcia Gonalves Panaro, Duque de Caxias E.E. Dr. Humberto Soeiro de Carvalho, So Gonalo Ciep 464 Brizolo CIEP 277 Joo Nicolao Filho - Janjo Ciep 259 Prof. M do Amparo Rangel Souza, Maric Escola Estadual Presidente Costa e Silva C.E. Santos Dias, So Gonalo C. E. Prof. Zlia dos Santos Crtes, Nova Friburgo C.E. Irene Meirelles C.E. Cristvo Colombo C. E. Vila Peanha C.E. Cizinio Soares Pinto, Niteri Ciep. 24062852 Ciep 246 Prof Adalgisa Cabral de Faria, So Gonalo C. E. Baro do Rio Bonito, Barra do Pira e CIEP Brizolo 298 Nova Iguau / Mesquita E.E. Visconde de Sepetiba, Mag C.E. Prof Dyrceu Rodrigues da Costa, Rio Bonito C.E. Temistocles de Almeida C.E. Rio Grande do Sul E.E.Professora Norma Toop Uruguay CIEP 336 Jornalista Otvio Malta, Campo Grande E.E. Nobu Yamagata, So Pedro da Aldeia C.E.Baro do Rio Bonito, Barra do Pira E.E. Prof. Norma Toop Ururay Eees Golda Meier Nova Iguau / Mesquita C.E. Prof Diuma Madeira S. de Souza C.E Cel. Antnio Peanha e C.E. Prof. Kopke, Trs Rios E.E. Nobu Yamagata, So Pedro da Aldeia

Hilda Braga da Costa Hissako Hiroce Satoh Iara da Silva de Oliveira E Souza Ieda Andrade Trajano Inez de Lemos Carvalho Irineu Vieira do Nascimento Ivanir dos Santos Ivete Moraes de Souza Ivone Gravina Fialho Ivone Souza Mathias Ivonea Limeira de Souza Izabel Cristina Tavares Coelho Izaeth Fragoso Janete da Silva Reis Janete Pereira Bastos Cardoso Jani Torres Janice da Costa Rocha Paixao Janice Maral da Conceio Janilce Guimares da Silva Alvarenga Jefferson Deivis Jorge Jefferson Santoro Joo Alvez Bastos Joao Ildefonso Jocenilce Manhes de Oliveira Jocilene Aparecida Machareth Reguine Joelson Conceio da Silva Jorge Claudio Ribeiro Martins Jorge Jos da Silveira Jorge Luiz Loureno Jorgineth Maria de Oliveira Josiane Oliveira de Souza Juberte Andrade Julia Maria Rozario de Oliveira Jupiciara dos Santos Mattos Karla da Silva Dunham Gava

CIEP 336 Jornalista Otvio Malta, Campo Grande E.E. Dr. Galdino do Valle Filho Ciep 390 Chao de Estrelas Ciep 147 Cecilio Barros Pessoa, Arraial Do Cabo Nova Iguau / Mesquita E.E. Hilton Gama Colgio Santo Antonio E.E. Vital Brasil C.E. Cuba e CIEP 241 Nao Mangueirense C.E. Prof Alvina Valerio da Silva, Guapimirim C.E. Elisiario Matta, Maric CIEP Lrio do Laguna C.E. Prof. Aurlio Duarte Ciep 390 Chao de Estrelas C.E. Prof Alvina Valerio da Silva, Guapimirim Ciep 289 Cecilio Barbosa CIEP 117 Carlos Drumond de Andrade, Nova Iguau Nova Iguau / Mesquita Instituto de Educao Rangel Pestana, Nova Iguau C.E. Theodorico Fonseca C.E. Prof Horacio Macedo C.E. Quinze de Novembro C. E. Prof. Aurlio Duarte, Carmo C. E. Janurio de Toledo Pizza, So Sebastio do Alto C. E. Presidente Castelo Branco, Mesquita C. E. Sem Francisco Gallotti, Rio de Janeiro Nova Iguau / Mesquita CIEP Frei Agostinho Fncias E.E. Alfredo Pujol C. E. Santos Dumont, Volta Redonda C.E. Rui Guimaraes de Almeida Nova Iguau / Mesquita C.E. Alcindo Guanabara, Guapimirim

Katia Regina M dos Santos Katiuscia Rangel de Paula Kedma Silva de Melo Kenia Costa Gregrio Ladejane Regina de Souza Ramalho Ribeiro Laudimia de S. Possidonio Laura V. de Alcntara Lea Maria Vieira de Souza Leandro Mendona do Nascimento Leila Pires Muniz Leir Pires Muniz Lenilson Duarte Lilia Rute Costa Cardoso Lilian Gasparini Llian Rodrigues Liliane Souza da Silva Tavares Linete Guimaraes dos Santos Almeida Livia Ramos Pimenta Lcia Helena Ferreira da Silva Lcia Maria dos Santos Lucia Maria dos Santos Lcia Maria Gomes Rosa Lucia Maria Nunes da Silva Lucia Regina Barbosa dos Reis Lucia Regina Junior Goncalves Luciana Gondim Pinheiro Luciana Nunes Viter Luciane Semedo Henrique Luciane Souza de Jesus Luciene Gomes Martins Luciene Monteiro Rosa Luciete Pinheiro Rodrigues Eugenio Lucimar Neves Lucineia do Nascimento Quintino Lucineia Ramos do Vale

C.E. Sao Francisco de Paula CIEP 495 Guignard, Angra dos Reis Ciep 390 Chao de Estrelas C.E. Lions Clube, Itaperuna Colgio Estadual Sargento Wolff C.E. Prof. Alda B. dos Santos Tavares E.E. Quintino Bocaiuva, Cachoeiras de Macacu CIEP 320 Erclia Antnia da Silva, Duque de Caxias C. E. Baro do Rio Branco, Rio Bonito C. E. Baro do Rio Branco, Rio Bonito C. E. Professor Jos Medeiros de Camargo, Resende C.E. Visconde de Cairu C.E.Andr Maurois CIEP 318 I.E. Thiago Costa Ciep 275 Lenine Cortes Falante E.E. Aspino Rocha, Cabo Frio C. E. Prof Arago Gomes, Mendes C.E.Paulino Batista C.E. Paulino P Baptista, So Gonalo Ciep Brizolo Nova Iguau / Mesquita E.E. Lions Club Ciep 394 Cndido Augusto Ribeiro Neto C.E. Mullulo da Veiga, Niteri I.E. Prof Ismar Gomes de Azevedo, Cabo Frio Nova Iguau / Mesquita C.E. Ivan Villon Nova Iguau / Mesquita E.E. Alcinda Lopes Pereira Pinto C.E. Romualdo Monteiro Barros C. E. Prof. Arago Gomes, Mendes E.E. Roberto Silveira E.E. Alfredo Pujol

Lucineide de Lima de Paulo Ludmar de M. Lameirinhas Longo Ludmila Galindo Heidenfelder Scharts Luis da Silva Conceicao Luiza Helena de Almeida Luzia Almeida Goulart Luzia de Cssia Espindola Machado Luzia Ribeiro S. Longobuco Luzilaine Aguiar Lemos Lydia Maria Tavares Mael Vieira Rosa de Souza Magali Alves Martins Magda de Oliveira Bittencourt Azeredo Magna Almeida de Souza Mrcia Cristina Garin Borges Marcia Guimaraes da Silva Rocha Marcia Milena Soares de Souza Marcia Nunes Duarte Marcia Regina Pacheco Marcia Regina R Belieny de Padua Marcia Silva dos Santos Marcilio Parreira dos Reis Mrcio da Silva de Lima Marco Antonio Paulini Lopes Marcos Tomazine Ribeiro Margareth Goncalves Mataruna Maria Amelia Silva de A Serrazine Maria Angelica F M de Oliveira Maria Angelica Vieira Lannes Maria Aparecida dos Reis Oliveira Maria Aparecida M. dos Santos Maria Armanda P. da Costa Maria Conceio Barroso Maria Cristina Sanches da Silva Maria Cristina Sartori

Escola Estadual Vital Brasil C.E.Maria Zulmira Torres C.E.Almirante Protgenes Ciep 048 Djalma Maranhao CIEP 336 Jornalista Otvio Malta, Campo Grande Ciep 021 General Osorio C. E. Presidente Roosevelt, Volta Redonda CIEP 099 Dr. Boulevard Gomes de Assumpo, Nova Iguau CIEP 467 Henriett Amado, Itaperuna-RJ CEE Ubaldo de Oliveira C. E. Capito Oswaldo Ornellas, So Gonalo CES Casa do Marinheiro, Rio de Janeiro C. E. Jos Carlos Boaretto, Macuco C. E. Rio Grande do Norte, Volta Redonda E.E. Prof. Alfredo Balthazar da Silveira C.E. Prof. Maria Terezinha de C. Machado Niteri C.E. Irm Zlia C.E. Aurelino Leal, Niteri Ciep 150 Prof Amelia Ferreira S. Gabina, Cabo Frio Nova Iguau / Mesquita C.E. Almte. Barao de Teffe Ciep-418 Antnio Carlos Bernardes Mussum E.E.Stella Matutina Ciep 391 Prof Robson Mendona Lu, Maric C.E. Elisiario Matta, Maric C.E. Johenir Henriques Viegas C.E. Prudente de Moraes Ciep 122 Prof. Ermezinda Dionizio Necco, So Gonalo C.E. Rio Grande do Sul Nova Iguau / Mesquita C.E. Visconde de Cairu C. E. Baro do Rio Branco, Rio Bonito C.E. Prof. Alda B. dos Santos Tavares C.E. Jose Matoso Maia Forte, Rio Bonito

Maria da Conceio Alves Maria da Conceio C.de Oliveira Maria da Conceio de Lima Maria da Conceio Machado de Carvalho Maria da Gloria De Castro Netto Maria da Gloria de Castro Netto Maria das Graas Joo Ferreira Maria da Penha Silva Ornellas Maria de Fatima Alves Ferreira Maria de Ftima dos Santos Guedes Maria de Ftima Portella Maria de Ftima Riguete Maria de Lourdes Souza Teixeira Maria de Lourdes Souza Teixeira Maria de Lourdes Vaz S Dias Maria Fernanda R.M.da Luz Maria Goreti Scott Pimenta Maria Goreth de Oliveira Barros Maria Helena dos S Costa Maria Helena Marques Henriques Maria Ins C. de Barros Maria Ines Mexias Rodrigues Maria Ines Rezende de Oliveira Maria Jeanne da Silva Maria Jos de Souza Santos Cndido Maria Jose de Souza Santos Candido Maria Lucia Martins Nunes Camargo Maria Madalena Esteves Bastos Maria Madalena Esteves Bastos Maria Rosangela Da Silva Maria Salete Lopes Paulo Marila A.Lucu Marilene Neves Braga Novis Marilia Silveira de Oliveira Marilin Martins Ramada

C.E. Freire Allemo C. E. Chile, Rio de Janeiro C.E. Brigadeiro Castrioto, Niteri Niteri C.E. Prof. Alda B. dos Santos Tavares E.E.Corregio de Castro Nova Iguau / Mesquita CIEP Brizolo 286 Murilo Portugal, Barra do Pira E. E. Maurcio de Abreu, Sapucaia CIEP 087 C.E. Mullulo da Veiga, Niteri Niteri Eees Edgard Werneck C.E. Rui Guimaraes de Almeida CIEP 274 Maria Amlia Daflon Ferro I.E. Clelia Nanci, So Gonalo Eees Conde Afonso Celso C.E. Rubens Farrulla I.E. Thiago Costa C.E. Guilherme Briggs, Niteri CIEP 328 Marie Curie C.E. Capitao Oswaldo Ornellas, So Gonalo C.E. Prof Jose Medeiros C.E.Capito Oswaldo Ornellas C.E. Capitao Oswaldo Ornellas, So Gonalo C.E. Servulo Mello, Silva Jardim Eees Dr Cocio Barcellos C.E.Pedro Jacintho Teixeira Niteri C.E. Antonio Lopes de Campos Filho, Rio Bonito Eees Alcide de Gasperi

Marilza Eduardo da Silva Marinez Sant Anna Luccesi Marinezia Fingolo Turques Marisa Albuquerque Mahon Marise Rosalino do Couto Marisi Azevedo Ferreira Maristela Silva da Paz Vieira Gomes Mariza Rosa de Araujo Marize Castilho Portal Marli Jane S. Arajo Marli Teresinha do Patrocinio Silva Marluci Nunes Pinheiro Marta de Freitas Marta Janete Firmino A da Cruz Marta Regina L. Ribeiro Mary Helen R L da Rosa Mauricio Rodrigues Leal Miri Rezende do Amaral Mrian de Mendona Costa Pereira Mnica Luzia da Cunha Arajo Nadia Amara de Souza Santos Nadirlei Ferreira Santos Nazare de Lourdes M Abreu Neide da Conceio Evangelista Neide da Costa Anchieta Neiva Ribeiro Pereira Fraga Neli da Silva Santos Nelma Rosa de Souza Nelson Santa Rosa de Carvalho Jr Nely Guimaraes da Cruz Neusa Mosqueira Pinheiro Neuza Maria de Freitas Nilce Vnia da Silva Lopes Nilce Vania da Silva Lopes Nilzeth M da S de M R De Mendonca

CIEP 336 Jornalista Octvio Malta, Campo Grande C.E. Santa Rita Ciep 500 Antonio Botelho E.E. Pinto Lima, Niteri E.E. Dep. Jose Sally C.E. Prof. Aurlio Duarte C.E. Paulino P Baptista, So Gonalo Nova Iguau / Mesquita C.E. Aurelino Leal, Niteri Ciep 390 Chao de Estrelas (Biblioteca) C.E. Cap de Fragata Didier B Vianna C.E. Santos Dumont C.E. Celio Barbosa Anchite C.E. Sargento Wolff Nova Iguau / Mesquita Ciep 458 Hermes Barcelos, Cabo Frio C.E. Frederico Azevedo, So Gonalo Ciep 275 Lenine Cortes Falante CIEP 988 So Jos de Sumidouro C.E. Presidente Bernardes E.E.Maria Rosa Teixeira C.E. Jose Matoso Maia Forte, Rio Bonito Nova Iguau / Mesquita C.E. Walter Orlandine, So Gonalo E.E. Des. Alvaro Ferreira Pinto Eees Ubaldo de Oliveira C.E. Lions Clube C.E. Madre Teresa de Calcut C.E. Jose Fonseca C.E. Irene Meirelles Nova Iguau / Mesquita CIEP 409 Alade de Figueiredo Santos Ciep 409 Alaide de Figueredo Santos, So Gonalo C.E. Josu de Castro

Patricia Lusa N. Rangel Patrcia Souza Patrcia Faustino da Silva Priscila Freitas de Souza Raquel Elisa de Latone Lopes Raquel Martins de Souza Regina Simes Alves Rejane Siqueira Paiva Renata da Silva De Barcellos Renata Sanches Gil Renato Jose da Mata Ricardo Gomes Rita de Fatima Pinto Vinhosa Rita Maria da Silva C. De Sena Roberta Enir Faria Neves Camoes Rosa Maria Ferreira Correa Rosa Maria Magalhaes Rosa Maria Moreira Califfa Rosa Maria Ribeiro de Oliveira Rosane C. de Albuquerque Rosangela Barbosa Rosangela Coelho Barbosa Rosangela de Moraes Da Silva Rosangela Pereira Rocha Valeriano Rosngela Vaterlor Monteiro Rosani Santos Rosa Moreira Rosnia Carvalho Piedade Santana Roseane Torres da Silva Carvalho Torres Roselane da Rocha Roseli Leite da Silva Rosicleia Sandra Cristina Rodrigues Leite Sandra Regina Brito Curvelo Sandra Regina Corra Guerra Delgado Silva Scheila Brasil Rodrigues S. Bullus

Nova Iguau / Mesquita E.E.Chile C.E. Prof. Aurlio Duarte C.E. Prof Jose de Souza Marques I.E. Inocncio de Andrade universitria estagiria Nova Iguau / Mesquita C.E. Tenente Otavio Pinheiro Ciep 275 Lenine Cortes Falante C.E. Gov Roberto Silveira C.E. Carmem de Luca Andreiolo C.E. Temistocles de Almeida Nova Iguau / Mesquita E.E. Prof Oswaldo da Rocha C.E. Prof. Aurlio Duarte C.E. Temistocles de Almeida E.E. Quintino Bocaiuva E.E. Praa da Bandeira Ciep 127 Frei Acursio A Gonzaga Bolwer, Mag C.E. Pref. Luiz Guimaraes C.E. Miguel Couto, Cabo Frio C.E. Sargento Antonio Ernesto C.E. Temistocles de Almeida Ciep 390 Cho de Estrelas C.E. Antonio Houaiss E.E. Baltazar Carneiro C.E. Pref. Francisco Fontes E.E. Oliveira Botelho C.E. Montese E.E. Dr. Christovam Berberia-SJMT Nova Iguau / Mesquita C.E. Dr. Luciano Pestre, Niteri C. E. Baro de Mau C.E. Gov. Roberto Silveira

Selma do Carmo Ribeiro Selma Mouta Vasconcelos Sergio Luis Machado Nacif Sergio Luiz Ferreira Sheila de Souza Pereira Araujo Sheila Santos Viana Shirlei Duarte da Silva Silani Rangel de Azeredo Silma Clea Salles de Sousa Silvana Aparecida Ramos Assed Silvana Cantarino F da Silva Silvana Guimaraes Correa Silvania da Silva Guimares Silvia de Ftima Martins Ramos Silvia Nascimento dos Santos Silvia Rosane Neves Wanderley Fuly Simone Cristina Azeredo Amaral Simone de Souza Raposo Carneiro Simone e Silva Medeiros Simone Pralon de Oliveira Simone Regina Nogueira de Oliveira Simone Soares Solange dos Santos Sonia Alves Cunha dos Santos Sonia Baptista Sonia Mara Ferreira Dos Santos Sonia Mara Ferreira dos Santos Sonia Maria Passos Ferreira Sonia Maria Pereira Rosa Sonia Regina Paulucci Simoes Sonia Regina Sota Quintan Sonja Heine Pereira da Silva (no inscrita) Stela Luiza Gomes Ferreira Sueli Gardenia de Souza Ribeiro Sueli Carvalho de Souza

Nova Iguau / Mesquita Nova Iguau / Mesquita C.E. Johenir Henriques Viegas E.E. Etelvina Alves da Silva E.E. Quinze de Novembro Ciep 412 Dr Zerbini, So Gonalo C.E. Pandia Calogeras, So Gonalo Nova Iguau / Mesquita E.E. Quinze de Novembro C.E. Romualdo Monteiro Barros E.E. Quintino Bocaiuva, Cachoeiras de Macacu C.E. Pandia Calogeras, So Gonalo Nova Iguau / Mesquita Ciep 467 Henriett Amado CIEP 031 Lrio do Laguna C.E. Celio Barbosa Anchite Ciep 259 Prof. M do Amparo Rangel Souza, Maric C.E. Frei Tomas Nova Iguau / Mesquita CIEP Oswaldo Aranha Nova Iguau / Mesquita Nova Iguau / Mesquita C.E. Jaime Queiroz de Souza Ciep 458 Hermes Barcelos, Cabo Frio Ciep 165 Brig Sergio Carvalho Eees Prof. Clementino Fraga C.E. Andr Maurois, Leblon E.E. Pracinha Joo da Silva C.E. Centenario C.E. Elvidio Costa Ciep 365 Asa Branca C.E. Antonina Ramos Freire CIEP 988 So Jose de Sumidouro

Suely Magalhes Stosch Tania Cristina Silva Pacheco Tania Mara F. de Mendona Tania Mara Monteiro de Queiroz Tnia Maria Fonseca de Freitas Tania Regina da Costa Araujo Teresa Cristina Meire L. Neves Terezinha de Castro Valeria Conceicao Souza Tardivor Valria Marques Valria Rolo Ribeiro Velma Leila de Freitas Simen Vera Alice V de Carvalho Vera Alice Vieira Carvalho Vera Lucia Andrade Abreu Vera Lucia da Silva Vera Lucia Gomes da Silva, Vera Lcia Oliveira de Siqueira Virginia Viceconte de A Teixeira Wania Alves Wilma Pacheco dos Santos Zuleida Soliva dos Santos

C.E. Montebello Bondim C.E.Casemiro Meirelles E.E. Quintino Bocaiuva, Cachoeiras de Macacu C.E. Prof Jamil El Jaick Nova Iguau / Mesquita Nova Iguau / Mesquita E.E. Coronel Jose Antonio Teixeira C.E. Ubaldo de Oliveira C.E. Deodato Linhares E.E. Prof Alda Bernardo dos S. Tavares, Mag C.E. Prof. Alda B. dos Santos Tavares E.E. Rachel Reid Pereira de Souza C.E. Joao de Oliveira Botas, Armao De Bzios Nova Iguau / Mesquita CIEP 336 Jornalista Octvio Malta, Campo Grande E.E. Alcinda Lopes Pereira Pinto Nova Iguau / Mesquita C.E. Santa Rita C.E. de Mage, Mag

CapaDuplo Design www.duplodesign.com.br

DiagramaoAline Santiago Ferreira Marcelo Mazzini Coelho Teixeira Thoms Baptista Oliveira Cavalcanti Duplo Design - www.duplodesign.com.br Duplo Design - www.duplodesign.com.br Tipostudio - www.tipostudio.com.br

Prezados (as) Professores (as)

Visando promover a melhoria da qualidade do ensino, a Secretaria de Estado de Educao do Rio de Janeiro realizou, ao longo de 2005, em parceria com a UFRJ, curso para os professores docentes de diferentes disciplinas onde foram apropriados os conceitos e diretrizes propostos na Reorientao Curricular. A partir de subsdios tericos, os professores produziram materiais de prticas pedaggicas para utilizao em sala de aula que integram este fascculo. O produto elaborado pelos prprios professores da Rede consiste em materiais orientadores para que cada disciplina possa trabalhar a nova proposta curricular, no dia a dia da sala de aula. Pode ser considerado um roteiro com sugestes para que os professores regentes, de todas as escolas, possam trabalhar a sua disciplina com os diferentes recursos disponibilizados na escola. O material produzido representa a consolidao da proposta de Reorientao Curricular, amadurecida durante dois anos (2004-2005), na perspectiva da relao teoria-prtica. Cabe ressaltar que a Reorientao Curricular uma proposta que ganha contornos diferentes face contextualizao de cada escola. Assim apresentamos, nestes volumes, sugestes que sero redimensionadas de acordo com os valores e prticas de cada docente. Esta ao objetiva propiciar a implementao de um currculo que, em sintonia com as novas demandas sociais, busque o enfrentamento da complexidade que caracteriza este novo sculo. Nesta perspectiva, necessrio envolver toda escola no importante trabalho de construo de prticas pedaggicas voltadas para a formao de alunos cidados, compromissados com a ordem democrtica. Certos de que cada um imprimir a sua marca pessoal, esperamos estar contribuindo para que os docentes busquem novos horizontes e consolidem novos saberes e expressamos os agradecimentos da SEE/RJ aos professores da rede pblica estadual de ensino do Rio de Janeiro e a todo corpo docente da UFRJ envolvidos neste projeto. Claudio Mendona Secretrio de Estado de Educao

SUMRIO 25 29 Apresentao A sociedade como refm da informao/comunicaoEntrevista, editorial, artigo de opinioAline Barcellos Lopes Plcido, Lucia Regina Barbosa dos Reis, Nadia Amara de Souza Santos

54

Comunicao entre os homens: ainda h possibilidade?Cano, tirinha, propaganda, entrevista, poemaCristina Maria Sodr, Jocenilce Manhes de Oliveira, Marclio Pereira dos Reis, Sheila de Souza Pereira Arajo, Silma Clia Salles de Souza

72

Mulher, criatura em criaoArtigo de opinio, entrevista, cordel, tirinhaCria da Silva Lima Reis, Maria de Lourdes Vaz Spezzapria Dias, Marinezia Fingolo Turques Patricio

87

Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre ns!Crnica, conto, samba-enredo e editorialAna Cristina Junqueira de Almeida, Ana Nery Nascimento Santos, Elaine Cardoso da Silva, Fbio Alexandre Santos da Silva

107 Consumir: ser algum X ser feliz?Reportagem, poema, artigo de opinioIvete Moraes de Souza, Kedma S. Melo, Lucineide Lima de Paulo, Renata da Silva de Barcellos

128 Famlia: relacionamentos em confrontoPoema, cano, crnica, artigo de opinioMarco Paulini, Mrcia Duarte, Raquel Martins, Nilzeth Givelder, Creusa Ribeiro

148 Anexo: Proposta de seriao da disciplina Lngua Portuguesa 166 Bibliografia

Portugus - Volume II

APRESENTAO com satisfao que apresentamos aos professores da Rede de Ensino do Estado do Rio de Janeiro estes quatro volumes, com sugestes de atividades didticas para subsidiarem o trabalho da sala de aula de Lngua Portuguesa, frutos da parceria entre professores das universidades federais e professores da rede pblica de ensino bsico do Rio de Janeiro. Os trabalhos aqui reunidos produzidos durante o curso de formao continuada, promovido pela UFRJ e pela SEE/RJ no segundo semestre de 2005, que reuniu cerca de 350 professores em plos prximos s suas localidades de trabalho (Cabo Frio, Campos, Caxias, Niteri, Nova Friburgo, Nova Iguau, Rio de Janeiro e Volta Redonda) so o resultado de uma profunda reexo sobre questes relacionadas ao ensino da lngua materna, da troca de experincias entre os professores e do debate sobre as diretrizes do documento de reorientao curricular elaborado no nal do ano de 2004, no mbito dessa parceria. Em todos os volumes, evidencia-se a preocupao em priorizar as atividades de leitura e produo textual, com base na concepo de que a escola deve incorporar em suas atividades os diferentes textos que circulam na sociedade, adequados aos diferentes contextos de produo. Assim, cada grupo escolheu um tema e selecionou textos de gneros variados, para criar atividades didticas que permitam ao aluno ampliar sua capacidade de leitura de mundo e interferncia nas inmeras situaes sociais que exigem um cidado consciente e atuante. Cada unidade apresenta, inicialmente, informaes gerais sobre o tema e os textos escolhidos (gnero textual, objetivo comunicativo predominante, contexto de produo, modo de organizao discursiva predominante, recursos lingsticos utilizados), compondo uma cha tcnica da proposta didtica, para facilitar ao professor a insero no seu planejamento pedaggico. A seguir, apresentam-se as atividades didticas, que podem ser xerografadas para utilizao em sala de aula. Por ltimo, uma conversa com o professor, que tem como objetivo comentar alguns aspectos relevantes para a aplicao das atividades. Para apoiar o professor na utilizao destes volumes, sugere-se a (re)leitura do documento de Reorientao Curricular de Lngua Portuguesa, disponvel nas escolas da rede estadual. Como instrumento de apoio para consulta cotidiana, incorporamos, ao nal de cada volume, a matriz curricular das sries correspondentes, relembrando que a reexo sobre as questes gramaticais esteja sempre vinculada aos objetivos de leitura e produo de textos orais e escritos, e no

Apresentao 25

se congure como um momento parte na dinmica da sala de aula, desvinculada dos reais objetivos do ensino da lngua materna. Agradecemos a dedicao dos professores cursistas e informamos que todos os trabalhos (selecionados ou no para impresso) sero disponibilizados no site da SEE/RJ e da UFRJ. Esperamos que os professores de Lngua Portuguesa da rede estadual, que participaram ou no do processo de elaborao deste material didtico, possam utilizar as sugestes propostas por seus colegas, enriquecendo-as com sua prpria prtica. Somente com esse pensar (e essa prtica coletiva) poderemos vericar a real extenso de nosso Projeto, que sabemos ter sido amplo em sua estrutura e ousado em sua proposta e visualizaremos nossos acertos e a necessidade de eventuais ajustes e desdobramentos. Anal, nosso objetivo nico: o fortalecimento do ensino de lngua materna, sempre em prol de nossos alunos, vetores de nossos passos e de nossas preocupaes como docentes. Todas as sugestes sero evidentemente muito bem-vindas. Maria Cristina Rigoni Costa Cilene da Cunha Pereira Maria da Aparecida Meireles de Pinilla Maria Christina de Motta Maia Maria Emlia Barcellos da Silva Maria Thereza Indiani de Oliveira Maringela Rios de Oliveira Regina Clia Angelim Sigrid Castro Gavazzi Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu

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PORTUGUS

PORTUGUSEnsino Mdio - Volume II

Janeiro de 2006

Portugus - Volume II

A SOCIEDADE COMO REFM DA INFORMAO/COMUNICAO APRESENTAOObservando a tendncia do mundo atual, a mdia apresenta-se como mola do mecanismo que impulsiona os processos de comunicao presentes no nosso dia-a-dia. Por meio das diferentes faces que o tema abrange, como a inuncia da mdia no comportamento social, seu carter alienante e sua propriedade de massicar e saturar com informaes diversas, buscamos conduzir um trabalho de reexo e encontro com aspectos peculiares do universo da informao, visando formar leitores conscientes, crticos e criativos.

Objetivos principais Ampliar a competncia discursiva dos alunos por meio de atividades de leitura e produo de textos orais e escritos, adequando-se s diferentes situaes de interlocuo. Desenvolver o domnio de aspectos discursivos e gramaticais da lngua em uso como suporte para o desenvolvimento das habilidades de leitura e produo.

Gneros textuais trabalhadosEntrevista, editorial, artigo de opinio.

Detalhamento das caractersticas dos textos trabalhadosOs textos que compem esta proposta de material didtico apresentam as seguintes caractersticas, de acordo com seus objetivos discursivos:

A sociedade como refm da informao/comunicao 29

Texto 1 A sociedade refm da televiso? (Wagner Bezerra - Jornal Estado de Minas)Gnero textualEntrevista

Objetivo comunicativo predominanteRegistrar o depoimento de uma pessoa pblica ou que esteja relacionada a algum acontecimento atual, dar maior veracidade a uma reportagem ou saciar a curiosidade dos leitores a respeito da vida pessoal ou prossional do entrevistado.

Contexto de produoA entrevista foi realizada pelo jornal Estado de Minas aps 1 ano da criao do Conselho de Comunicao Social, pelo Ministrio das Comunicaes, e no ano em que, por lei, as TVs deveriam sofrer a instalao de um mecanismo de controle de canais. Todo esse quadro propicia discusses sobre o tema mdia televisiva, como o caso da entrevista em questo.

Modo de organizao discursiva predominantePor ser uma seqncia dialogal, o texto construdo com base em turnos conversacionais.

Recursos lingsticos utilizados pelo autor Presena de referncia temporal. Uso de verbos no passado e no presente, apresentando uma seqncia narrativa. Estrutura subordinada, reforando o carter opinativo do discurso do entrevistado. Uso de conectores argumentativos e de adjetivos avaliativos.

Texto 2 Saudades de Odete Roitman - (Durval Guimares - Gazeta Mercantil)Gnero textualEditorial

Objetivo comunicativo predominanteExpressar opinio e persuadir o leitor a concordar com o ponto de vista defendido: critica o apoio dado pela TV posio SIM na questo do desarmamento, considera a novela televisiva ingrediente importante para a formao de hbitos e atitudes da populao e aponta os telejornais como sensacionalistas e formadores de opinio pblica de alto poder destrutivo.

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Portugus - Volume II

Contexto de produoO editorial foi escrito na poca do referendo sobre a proibio de vendas de armas (outubro de 2005) e traduz a opinio do jornal Gazeta Mercantil sobre o assunto tratado.

Modo de organizao discursiva predominanteSeqncia argumentativa com uma forte carga de persuaso.

Recursos lingsticos utilizados pelo autor Uso de verbos de ao no passado e de expresses de tempo e lugar em alguns trechos narrativos. Emprego de verbos no presente na maior parte do texto, assim como o uso de expresses adjetivas pejorativas d ao texto um carter argumentativo.

Texto 3 A fadiga da informao (Augusto Marzago)Gnero textualArtigo de opinio

Gnero textualArtigo de Opinio

Objetivo comunicativo predominanteConvencer o leitor, levando-o a aderir linha de pensamento do enunciador, apresentando com clareza hipteses e as respectivas justicativas, exemplicando seus argumentos para direcionar as concluses.

Contexto de produoAssunto atual que mostra o jornalista como produtor que pretende inuenciar o leitor, apoiado no quadro histrico do comportamento dos meios de informao.

Modo de organizao discursiva predominanteSeqncia argumentativa com forte carga de persuaso.

Recursos lingsticos utilizados pelo autor Uso de marcas circunstanciais de tempo. Escolha vocabular que serve para dar ao que est sendo dito maior grau de veracidade, conabilidade e importncia no discurso argumentativo.A sociedade como refm da informao/comunicao 31

Informao de dados estatsticos, responsveis por dar maior conabilidade ao argumento. Uso de modalizadores (inegavelmente, talvez, curiosamente...). Emprego de adjetivos e substantivos carregados de signicado (mgicos, benfazejos, perplexidade, choques, excessiva, noticiosas...). Uso de comparao como argumento pr-tese. Emprego de perodos curtos, alguns simples, outros compostos por subordinao. Uso de verbos em primeira pessoa do plural, como tentativa de incluso do leitor. Emprego de articuladores argumentativos de oposio e concluso, e de pronomes relativos em estruturas adjetivas. Foram tambm utilizados os textos: A televiso e a famlia, de M. R. Azevedo; A Televiso, de Chico Buarque de Hollanda e Alegria, alegria, de Caetano Veloso.

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ATIVIDADES DIDTICASTexto 1 A sociedade refm da televiso?Pr-leituraVoc ler textos de diferentes gneros textuais sobre mdia. Alguma vez j parou para pensar na importncia que a televiso tem na sua vida, de seus colegas e de seus familiares? I - Faa o teste e veja se voc um telemaaco: 1- Qual o nome da novela das oito? 2- D o nome de uma novela sobre a vida dos adolescentes, o nome de um programa infantil e de um programa de auditrio. 3. Cite o nome de atores famosos sem parar para pensar. Se voc conseguiu responder todas essas perguntas, voc um telemanaco. Muitas questes tm sido levantadas sobre a qualidade dos programas televisivos e sobre sua inuncia no comportamento da sociedade. II - Em grupos, discuta sobre a programao que voc costuma assistir, sobre os pontos positivos e negativos e, junto com os componentes do seu grupo, apresente para a turma. Voc vai ler uma entrevista com Wagner Bezerra, que apresenta sua opinio sobre o que acontece na mdia: Entrevista - Depoimento de uma pessoa pblica ou que esteja relacionada a algum acontecimento atual. Organizada na forma de perguntas e respostas, utilizada para dar maior veracidade a uma reportagem ou para saciar a curiosidade dos leitores a respeito de aspectos da vida pessoal ou prossional do entrevistado. A sociedade refm da televiso?Wagner Bezerra - Nesses 50 anos, houve um amadurecimento empresarial, um aperfeioamento tcnico, descoberta e formao de profissionais e a consolidao de um padro tcnico, plstico e artstico reconhecido mundialmente. Contudo, olhando para a grade de programao atual da televiso aberta comercial, percebemos uma exaustiva repetio de formatos, programas apelativos de sexo e violncia. O desrespeito contra crianas e adolescentes das famlias que no tm acesso a outros meios de informao e entretenimento j poderia ter sido descartado. So indivduos em formao, educados pela disciplina do apelo sexual e da violncia na TV. O que h de mais relevante na TV do terceiro milnio a interao com o pblico. As emissoras de TV aberta no Brasil formam a maior rede de informao e educao que qualquer nao poderia sonhar. Se fosse bem aproveitado, poderia zerar o ndice de analfabetismo e se tornar elemento de incluso social.

A sociedade como refm da informao/comunicao 33

Como melhorar o nvel da TV? WB - Quem sabe chegado o momento de aceitar a vocao educativa da TV e entender que tanto faz o formato do programa, a linguagem audiovisual adotada, jornalismo, novela, filme, fico, show de auditrio, minissrie, desenho ou programa infantil, todo contedo televisivo sempre ser assimilado como educao. Tudo que a mdia emite capaz de interferir, ensinar, modificar, inseminar, contaminar e encantar coraes e mentes, principalmente crianas e adolescentes, que apreendem tudo que o meio oferece. Existe uma pesquisa que demonstra que crianas e adolescentes so os maiores consumidores da programao destinada aos adultos. Uma forma de melhorar seria respeitar o preceito que rege o setor, cumprir o artigo 221 da Constituio: dar preferncia educao. Que papel a TV deve desempenhar para os telespectadores? WB - Um exemplo positivo da ao educativa da TV e bastante atual: a discusso clara e destemida que a autora Glria Perez trouxe na novela O Clone a respeito do uso de drogas. Com isto, reafirmamos que a TV deve utilizar suas diversas possibilidades de informar e divertir as pessoas sem, contudo, esquecer sua capacidade de penetrar na intimidade das famlias de forma contundente. O que acha do formato do reality show? Por que tanto faz sucesso? WB - O reality show a moldura preferida do momento, que chegou aps ganhar fama internacional e tem oferecido como produto bsico satisfazer o desejo dos telespectadores com exibicionismo e auto-flagelo. Ora, que tipo de realidade esta em que o excitante ver o outro em situaes constrangedoras? A lgica remete aos gladiadores na Roma antiga, gameshow onde participantes eram guiados pela necessidade de eliminar o adversrio e exibir para a platia vida por emoes baratas e bizarras. O vencedor quem consegue eliminar seus adversrios rapidamente; e o pblico segue experimentando o prazer de ver o sofrimento alheio. Mesmo no gostando do formato ou do contedo, as pessoas assistem, para continuar participando das rodas de conversa. De que maneira os telespectadores podem se defender da TV de m qualidade? WB - No final do ano passado, a discusso sobre a qualidade da programao televisiva voltou a ocupar as pginas dos jornais com a divulgao da criao do Conselho de Comunicao Social pelo Ministrio das Comunicaes, rgo regulador que teria a finalidade de fiscalizar a programao televisiva em nome da sociedade. Outra medida anunciada foi a de obrigatoriamente de instalao em todos os aparelhos de TV brasileiros, a partir de 2002, de um mecanismo de controle correspondente ao americano V. Chip, que facultaria aos pais a escolha da programao dos filhos. Estamos buscando parceiros para viabilizar o programa Viver Brasil, par discutir a programao dentro da prpria TV. J despertou interesse da TVE Brasil e da Rede Vida, o que falta o patrocnio. Temos o livro Manual do Telespectador Insatisfeito. E h a linha Voz do Cidado - 0800-61-02211 - criada pela subcomisso de educao do Congresso Nacional. Diz-se que os donos de TV s colocam no ar o que o telespectador quer ver. O que realmente acontece? WB - Programadores, concessionrios, diretores e autores apontam como algoz da droga eletrnica o telespectador das classes sociais menos favorecidas. Inmeros produtos televisivos j demonstraram que possvel associar a informao, entretenimento 34 Ensino Mdio

Portugus - Volume IIe educao num mesmo produto e obter excelentes ndices de audincia e retorno comercial: O Show do Milho, do SBT; minissries da Globo; novelas do Benedito Ruy Barbosa; o Castelo R-Tim-Bum, da Cultura; programas populares sem contedo apelativo e alto retorno. Mudar o estado de coisas depende do discernimento dos patrocinadores que fomentam tudo que cheire audincia; dos criadores, que reinventam relaes humanas com base na intriga, traio e superexposio da intimidade. E do pblico, que no cansa de aplaudir a droga televisiva. Dizer no a isto produzir uma TV diferente, engajada na educao e na construo da cidadania.(Estado de Minas - Sbado, 12 de outubro de 2002)

Leitura do texto1- A primeira pergunta, A sociedade refm da televiso?, nos faz imaginar que a televiso tem o poder de nos inuenciar, nos prender. Como responder a esta indagao? 2- ComoWagner Bezerra defende a idia de uma TV diferente? 3- De acordo com o texto, o que se pode concluir sobre a qualidade dos programas que assistimos? 4- Para o entrevistado, a TV depende do discernimento dos patrocinadores que s querem o que cheira a audincia. Qual o modo de mudar esse formato de TV? 5- Como voc leu, para Wagner Bezerra, a grade de programao atual da televiso aberta comercial revela uma exaustiva repetio de formatos, dando nfase programao apelativa de sexo e violncia. a) O que voc entende por repetio de formatos? b) As crianas e adolescentes de famlias que no tm acesso a outros meios de informao e entretenimento, sendo expostos a esse tipo de programao, so os maiores prejudicados. Quais os prejuzos dessas crianas em relao s que tm acesso a outros meios de informao? c) Ele diz ainda que as emissoras de TV aberta no Brasil formam a maior rede de informao com que qualquer nao poderia sonhar. Se temos uma rede to avanada assim, por que no utiliz-la, com maior freqncia, para produo de programas educativos e como fator de incluso social? 6- Como voc pde perceber, a TV deve ter dois papis: o de entretenimento e o educativo. Qual o exemplo oferecido por Wagner Bezerra? 7- Voc observou que ele considera o programa de reallity show como o preferido do momento e faz uma comparao com os gladiadores da Roma antiga. Qual a semelhana entre o reallity show e os jogos dos gladiadores? 8- Para defender-se da TV de m qualidade, foi criado, pelo Ministrio das Comunicaes, o Conselho de Comunicao Social, com a nalidade de scalizar a programao televisiva em nome da sociedade. Se voc fosse um dos scais desse conselho, qual seria sua primeira medida em relao aos programas de TV? 9- O entrevistado procura mencionar programas educativos e diz que preciso produzir uma TV diferente, engajada na educao e na construo da cidadania. Voc consegue lembrar-seA sociedade como refm da informao/comunicao 35

de algum programa que aparente ser comprometido com a educao e a cidadania? Qual? Por qu? 10 - Na segunda resposta de Wagner Bezerra, ele arma que as crianas e os adolescentes aprendem tudo que o meio oferece. Pensando nisso, elabore com seus colegas sugestes para a produo de um programa que oferea entretenimento e informao educativa.

Laboratrio de textosComo voc pode perceber, o publicitrio Wagner Bezerra tenta buscar uma TV educativa e de qualidade. Agora vamos nos dividir em grupos e, usando um gravador, vamos fazer uma entrevista com uma criana, um jovem e um adulto para saber o que eles acham da TV atual e o que esperam da TV nos prximos anos. Depois de prontas, as gravaes devero ser revisadas e anotadas observando-se o uso dos conectivos, incluindo, retirando quando necessrio para melhor entendimento dos leitores. Se necessrio voc pode consultar uma gramtica na biblioteca da escola.

Texto 2 Saudades de Odete RoitmanMotivaoA televisoChico Buarque

O homem da rua Fica s por teimosia No encontra companhia Mas pra casa no vai no. Em casa a roda J mudou, que a moda muda A roda triste, a roda muda Em volta l da televiso. No cu a lua Surge grande e muito prosa D uma volta graciosa Pra chamar as atenes. O homem da rua Que da lua est distante Por ser nego bem falante Fala s com seus botes. O homem da rua Com seu tamborim calado J pode esperar sentado Sua escola no vem no. A sua gente Est aprendendo humildemente Um batuque diferente

Que vem l da televiso. No cu a lua Que no estava no programa Cheia e nua, chega e chama Pra mostrar evolues. O homem da rua No percebe o seu chamego E por falta doutro nego Samba s com seus botes. Os namorados J dispensam seu namoro Quem quer riso, quem quer choro No faz mais esforo no. E a prpria vida Ainda vai sentar sentida Vendo a vida mais vivida Que vem l da televiso. O homem da rua Por ser nego conformado Deixa a lua ali de lado E vai ligar os seus botes. No cu a lua Encabulada e j minguando Numa nuvem se ocultando Vai de volta pros sertes.

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Pr-leituraVoc f de novelas? Se for, j deve ter ouvido falar em Odete Roitman. Ela foi um personagem da novela Vale Tudo, exibida entre os anos de 1988 e 1989. Era uma pessoa de carter horrvel e que foi assassinada prximo ao nal da novela, como aconteceu com o Lineu, personagem da novela Mulheres Apaixonadas. Na poca, no se falava em outro assunto... S se ouvia perguntar: Quem matou Odete Roitmain? Ela foi assassinada no captulo 193, na vspera de Natal (24/12/88) e seu assassino foi revelado 13 dias depois (06/01/89). Nesses 13 dias, o Brasil cou alucinado por saber quem foi o assassino. Voc acredita que o fabricante dos caldos de galinha Maggi criou um concurso neste pequeno perodo de tempo para premiar quem descobrisse o nome do malfeitor? O editorial que voc ler agora tem incio com a apresentao de alguns momentos e personagens importantes de novelas. Um dos seus objetivos apresentar uma posio crtica em relao inuncia da TV no comportamento social e nas decises do indivduo. Leia atentamente o texto, busque compreender as palavras desconhecidas a partir do contexto e, caso seja necessrio, no deixe de usar o dicionrio. Editorial - Texto jornalstico de carter opinativo, que apresenta a posio ocial de um rgo de comunicao a respeito de determinado assunto. Saudades de Odete RoitmanA televiso decidiu transformar os cidados brasileiros em personagens de novela. Ainda nos recordamos daquele tempo no muito remoto em que se investigava em todos os bares, e mesmo em nossas camas, a identidade do benfeitor da humanidade que assassinou a senhora que d nome a esse artigo. Muitas novelas antes, sofremos a intil angstia sobre a misteriosa morte de um certo Salomo Ayala. E mais recentemente, sem o mesmo fervor, alimentamos a iluso de que o desaparecimento de Lineu Vasconcelos seria o ltimo delrio que a televiso iria nos impor. Oh ingenuidade! Acreditvamos que, esvaziada a garrafa desse tormentoso licor de iluses, as mentes poderosas que produzem os folhetins do nosso cotidiano se voltariam para seus temas corriqueiros de amores impossveis, paternidades suspeitas e dios domsticos. Essa era toda a esperana dos que no desperdiam sua fugaz passagem pela Terra diante de um aparelho de televiso. Peo licena para falar um pouco desses homens que, nas cenas dos seus dramas sem limites, determinam os produtos que a gente deve comprar e a roupa que vamos usar no prximo vero. Eles, agora, querem impor convices sobre nosso prprio destino, mas no so infalveis. O nosso presidente se queixou, no passado, de que fora derrotado numa eleio em decorrncia de programa propositalmente mal editado. Uma infeliz escola infantil da cidade de So Paulo foi martirizada at a morte por denncias jamais comprovadas de maus-tratos a alunos. E aqui em Minas o deputado federal Ibrahim Abi-Ackel ainda no anda em paz pelas ruas da nossa capital, depois das massacrantes acusaes de contrabando. O parlamentar

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foi absolvido de todas as injrias, assim como os dirigentes da escola difamada esto sendo indenizados por deciso judicial. Os reparos so de serventia limitada. O presidente s foi eleito 12 anos depois, a escola est fechada e o deputado ficou com sua carreira definitivamente manchada por ndoas injustas. Caluniai, caluniai, alguma coisa h de ficar, diz o velho ensinamento poltico, ainda dos tempos romanos. A televiso decidiu transformar os brasileiros em personagens de novela. Sem explicar claramente suas razes, no quer armas em nossas j desarmadas residncias. Desconheceu que no Brasil apenas 3,5% dos lares esto protegidos por um revlver ou espingarda, contra mais de 50% no Primeiro Mundo. Singular essa preocupao com nosso bem-estar, vinda de quem tanto estimula o consumo de cigarros. De qualquer maneira, o folhetim se encerra no domingo. E o que ser o amanh? Aqui ofereo uma modesta contribuio: proponho referendo sobre um tema injustamente esquecido mas de grande repercusso na formao da nossa nacionalidade. Refiro-me ao Tratado de Tordesilhas e sua urgente revalidao. Mas so muitas as opes, reconheo, entre elas a angstia que nos remete ao destino da humanidade. Trata-se da dilacerante dvida que atravessa os tempos sem resposta: Quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha?(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pg. 3, Gazeta Mercantil, Belo Horizonte)

Leitura do textoUtilize o trecho em destaque para responder as questes 01, 02 e 03:Acreditvamos que, esvaziada a garrafa desse tormentoso licor de iluses, as mentes poderosas que produzem os folhetins do nosso cotidiano se voltariam para seus temas corriqueiros de amores impossveis, paternidades suspeitas e dios domsticos. Essa era toda a esperana dos que no desperdiam sua fugaz passagem pela Terra diante de um aparelho de televiso.

1. Perceba que a linguagem utilizada pelo autor segue um padro mais formal e que o vocabulrio se constri com expresses pouco utilizadas no dia-a-dia. A partir da leitura do trecho destacado acima, reita: com que inteno o autor utiliza expresses do tipo: garrafa desse tormentoso licor de iluses e folhetins de nosso cotidiano? 2. Voc j deve ter ouvido falar em metfora. Ela ocorre quando o autor de um texto v em uma palavra ou expresso a possibilidade de ser representada por outra. o que ocorre com a expresso garrafa desse tormentoso licor de iluses. O que representaria a garrafa? E o tormentoso licor de iluso? 3. Sobre o termo folhetim, pesquise com um amigo e responda: De acordo com o trecho destacado, o que seriam os folhetins em uma programao de televiso? Neste caso, voc acha que foi utilizada a metfora? Justique sua resposta. O termo folhetim utilizado novamente no penltimo pargrafo:

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Portugus - Volume IISem explicar claramente suas razes, no quer armas em nossas j desarmadas residncias. Desconheceu que no Brasil apenas 3,5% dos lares esto protegidos por um revlver ou espingarda, contra mais de 50% no Primeiro Mundo. Singular essa preocupao com nosso bem-estar, vinda de quem tanto estimula o consumo de cigarros. De qualquer maneira, o folhetim se encerra no domingo..

O autor chama de folhetim o referendo sobre a proibio da venda de armas e munies, feito em outubro de 2005. Ao fazer isso, que ponto de vista o autor apresenta em relao realizao desse referendo? 4. Observe a organizao do texto como um todo: no primeiro pargrafo, o autor faz uma armao categrica sobre a televiso:A televiso decidiu transformar os cidados brasileiros em personagens de televiso.

a) Identique em que pargrafo ele apresenta argumentos que comprovariam essa armao e organize em tpicos esses argumentos na ordem em que aparecem no texto. b) Existem diversas formas de se concluir um texto. Entre elas, podemos destacar trs: 1. encerramento com resumo: relembramos as principais idias abordadas no texto, de forma sucinta e tendo o cuidado para no copiarmos frases j apresentadas no corpo do texto. 2. encerramento com comentrio adicional: acrescentamos novas informaes ao que j foi apresentado no texto, cuidando para que no venhamos a negar os argumentos apresentados pelo autor no desenvolvimento ou apresentar idias que em nada se relacionem com o que foi discutido. Neste tipo de encerramento, podemos optar por, dentre outras informaes, apresentar as conseqncias, em relao ao futuro, do que foi discutido no texto ou dar uma explicao nal e mais ampla do que foi abordado no desenvolvimento. 3. encerramento com resposta: muito usada quando o texto inicia-se a partir de um ou mais questionamentos. Este tipo de concluso, ento, seria a tentativa de resposta (s) pergunta(s) que abriria(m) o texto, tendo como base os argumentos utilizados no desenvolvimento. Partindo desta explicao, releia o ltimo pargrafo do artigo e classique-o levando em conta os trs modelos de encerramento apresentados. Justique sua resposta. Voc pode notar que o jornal possui uma posio crtica em relao televiso, considerando-a como estruturadora negativa da ordem social. Vejamos agora um artigo de opinio sobre o mesmo tema: A televiso e a famliaNo incio do sculo XX, a sociedade no estava preocupada com a televiso, afinal, ela ainda no existia. Hoje, comeo do sculo XXI, a TV tem sido considerada, por diversos pesquisadores, uma ameaa potencial sociedade. Strasburger afirma que qualquer coisa nova que capte a imaginao de crianas e adolescentes e os leve a mudar de comportamento e desobedecer aos mais velhos, certamente, preocupante.

A sociedade como refm da informao/comunicao 39

Entretanto, essa ameaa atribuda TV real ou imaginria? Ser a TV verdadeiramente perigosa para crianas e adolescentes ou simplesmente oferece diverso e entretenimento durante um perodo de intenso desenvolvimento, crescimento e estresse? correto afirmar que crianas e adolescentes so mais suscetveis s influncias da TV do que os adultos? Essas questes exigem uma sria reflexo por parte dos pais e da sociedade como um todo. Alm do que, a televiso hoje considerada a segunda maior fonte de informaes para crianas e adolescentes, independente do tema abordado. Mesmo a famlia sendo apontada como a primeira referncia dos filhos, importante lembrar que a TV uma mdia poderosa, e as pessoas jovens so singularmente sensveis a ela. A TV pode influenciar a percepo sobre o que constitui o mundo real e o comportamento social adequado. a TV que ajuda a moldar, reformular, destruir, construir e at criar novas normas culturais, transmitindo mensagens importantes, formando e reformulando opinies atravs dos modelos que exibe. Sabe-se que a aprendizagem de crianas e adolescentes ocorre observando e reproduzindo o comportamento, em especial, dos pais ou daqueles que esto prximos. Desta forma, o modo mais efetivo dos pais ensinarem aos filhos certos comportamentos demonstrando e fazendo com que as crianas respondam de acordo com o que foi apresentado. precisamente isso que a televiso faz. O que observado pode ser imitado e reproduzido, com a (des)vantagem de no haver crtica ou correo. Portanto, cabe aos pais reconhecerem que a TV passatempo e diverso, mas tambm oferece riscos, exigindo vigilncia e orientao por parte dos mesmos. Nem tudo o que a TV apresenta real, assim como nem tudo o que ela divulga verdadeiro. A educao de uma criana ou a ampliao do universo de um adolescente no podem ser delegadas a mensagens televisivas, sendo essa responsabilidade de outros grupos de referncia, como a famlia, professores, profissionais de sade, dentre outros. A televiso um aparelho eletrnico a servio da sociedade, e deve ter como funo oferecer algum tempo de lazer para a famlia, que no deve viver a maior parte do seu tempo em funo da mesma.Maria Regina D. de Azevedo (psicloga) Departamento de Sade Mental da SPSP

1. Compare o primeiro pargrafo deste texto com o primeiro pargrafo de Saudades de Odete Roitmain e apresente as semelhanas e/ou diferenas entre os posicionamentos dos autores. Note que no texto A televiso e a famlia, a autora arma no ltimo pargrafo queA televiso um aparelho eletrnico a servio da sociedade, e deve ter como funo oferecer algum tempo de lazer para a famlia, que no deve viver a maior parte do seu tempo em funo da mesma.

Esta armao resgata uma qualidade positiva da televiso: estar a servio da sociedade. A partir das idias dos dois textos apresentados, pense juntamente com seu colega nas possveis40 Ensino Mdio

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solues para o resgate desta qualidade apontada pela autora. No se esquea de que o texto Saudades de Odete Roitmain elenca alguns problemas, enquanto em A televiso e a famlia podemos observar outros sendo apresentados. Voc deve pensar nessa totalidade de insatisfaes para levantar as possveis solues e mudanas. Depois, registre suas concluses:

Lngua em usoVoc deve estar sempre atento a uma coisa: escrever um texto no algo que se faz apenas criando frases e colocando uma aps outra. Devemos estabelecer uma conexo bem feita entre as frases para que o texto seja coerente e para que suas partes estejam bem inter-relacionadas. A ligao entre frases feita por meio de termos que servem como elos. Veja: 1. Maria tirou uma tima nota na prova. 2. Maria estudou muito para a prova. Caso queira unir essas duas idias para coloc-las em um texto, deve-se lig-las com, por exemplo, o termo porque: Maria tirou uma tima nota porque estudou muito para a prova. Note que, alm de lig-las, tambm retiramos algumas expresses para que no ocorressem repeties desnecessrias. Agora, vamos observar em alguns trechos do texto A televiso e a famlia como a autora utilizou esses termos de ligao:No incio do sculo XX a sociedade no estava preocupada com a televiso, afinal, ela ainda no existia. Hoje, comeo do sculo XXI, a TV tem sido considerada, por diversos pesquisadores, uma ameaa potencial sociedade. (...) Entretanto essa ameaa atribuda TV real ou imaginria? correto afirmar que crianas e adolescentes so mais suscetveis s influncias da TV do que os adultos? (...) Mesmo a famlia sendo apontada como a primeira referncia dos filhos, importante lembrar que a TV uma mdia poderosa, e as pessoas jovens so singularmente sensveis a ela. (...) Sabe-se que a aprendizagem de crianas e adolescentes ocorre observando e reproduzindo o comportamento, em especial, dos pais ou daqueles que esto prximos. Desta forma, o modo mais efetivo dos pais ensinarem aos filhos certos comportamentos demonstrando e fazendo com que as crianas respondam de acordo com o que foi apresentado. (...) Portanto, cabe aos pais reconhecerem que a TV passatempo e diverso, mas tambm oferece riscos, exigindo vigilncia e orientao por parte dos mesmos. Nem tudo o que a TV apresenta real, assim como nem tudo o que ela divulga verdadeiro. (...)

Observando a seqncia dos trechos acima, voc pode notar que os termos em negrito exercem a funo de conectar, ligar idias e estabelecer relaes. Observe: o termo entretanto traz em si o aviso de que uma oposio ser feita ao que foi dito anteriormente. Podemos substituA sociedade como refm da informao/comunicao 41

lo facilmente por outros com igual funo como, por exemplo, mas ou todavia. O termo mesmo, tambm relaciona duas armativas opostas, ou que se contrapem. No caso do trecho em questo, as duas armativas poderiam ser vistas assim: 1 A famlia apontada como a primeira referncia dos lhos. 2 importante lembrar que a TV uma mdia poderosa, e as pessoas jovens so singularmente sensveis a ela. A segunda armativa est em contraponto com a primeira porque apresenta um grau de oposio ao que dito nesta, sendo contrria idia de que o primeiro referencial dos lhos seja a famlia e apresentando uma possibilidade de este referencial poder ser enfraquecido pela TV. Para ligarmos essas duas armativas num s perodo, poderamos utilizar os seguintes termos: 1. mas, porm, todavia, entretanto, contudo...:A famlia apontada como a primeira referncia dos filhos, mas (porm, todavia...) importante lembrar que a TV uma mdia poderosa, e as pessoas jovens so singularmente sensveis a ela.

2. embora, mesmo, apesar, por mais que, ainda que...:Embora (ainda que, por mais que) a famlia seja apontada como a primeira referncia dos filhos, importante lembrar que a TV uma mdia poderosa, e as pessoas jovens so singularmente sensveis a ela. Apesar de a famlia ser apontada como a primeira referncia dos filhos, importante lembrar que a TV uma mdia poderosa, e as pessoas jovens so singularmente sensveis a ela.

No terceiro trecho destacado, a expresso desta forma poderia ser substituda por logo, por isso, que so expresses que apontam para uma concluso sobre o que foi dito na frase anterior. A mesma coisa acontece com portanto, que inicia o ltimo pargrafo destacado. Ainda no ltimo pargrafo, vemos a ligao de duas frases a partir do uso do mas. Isso nos indica que a segunda frase traz uma idia oposta primeira: ... a TV passatempo e diverso, mas tambm oferece riscos... Finalmente, a ltima expresso em negrito - assim como - mostra que a prxima frase acrescenta outra informao ao que foi dito na orao anterior: Nem tudo o que a TV apresenta real, assim como nem tudo o que ela divulga verdadeiro. Esses termos que servem para unir as oraes estabelecendo uma relao de oposio, adio de uma idia, concluso etc. so chamados de conectores argumentativos. Eles servem para dar coeso ao texto (ligao coerente entre suas oraes). Veja agora algumas relaes estabelecidas pelos conectores argumentativos:42 Ensino Mdio

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1. Relao de causa: porque, que, devido, visto que... No foram ao cinema devido ao blackout que assolou a cidade. 2. Relao de conseqncia: (to, tanto, tal)...que, de sorte que, de modo que,... Afastou-se tanto de casa, que j no sabia onde estava. 3. Relao de condio: se, caso, desde que, a menos que... Se voc se afastar muito de casa, com certeza ir se perder. No sairei de casa hoje, a menos que voc me obrigue. Vamos trabalhar um pouco com os conectivos: 1. Una as idias expressas em cada alternativa abaixo buscando estabelecer as relaes pedidas. Voc poder alterar a frase naquilo que julgar necessrio (cortar termos, substituir, mudar o tempo e o modo dos verbos etc.): a) Maria sair cedo do trabalho. Maria estar com tempo livre para fazer compras. b) Chegaremos atrasados. No conseguiremos mais ingressos para o teatro. 1 - Condio: 2 - Conseqncia: 3 - Causa:

2. Reescreva as oraes abaixo, formando um s perodo. Use, para isso, sempre que necessrio ou possvel, os conectivos aprendidos. Em alguns poucos momentos, o uso da vrgula no lugar do ponto ser o melhor recurso. a) A TV um dos maiores meios de entretenimento da atualidade. Devemos saber selecionar os programas de televiso que assistimos. Nem tudo o que ela transmite realmente aproveitvel. b) No podemos basear nossas concluses nas idias apresentadas pela TV. Ela nos informa sobre os fatos mais importantes. Sua viso pode ser recheada de segundas intenes. c) A forma de vida dos jovens das novelas nem sempre correspondem nossa realidade. Os jovens reais sabem disso. Eles tentam alcanar a qualquer custo o estilo de vida apresentado pela mdia. 3. Voc far, agora, o exerccio contrrio. Em vez de acrescentar os conectivos s oraes, voc acrescentar frases a partir da idia pedida pelo conectivo. Depois, preencha os parnteses com a idia que melhor classique a relao criada em: (1) condicional relao de condio (2) causal relao de causa (3) consecutiva relao de conseqncia.

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a) Paula comprar os livros pedidos pela escola, todavia ____________________________________________________ ( caso ______________________________________________________ ( porque ____________________________________________________ ( b) Voc poderia ligar para Joo, se ________________________________________________________ ( uma vez que _______________________________________________ ( mas _______________________________________________________ (

) ) ) ) ) )

c) Sabemos que em nosso pas a prostituio infantil tem sido um dos principais problemas sociais. A menos que ________________( ), nunca conseguiremos contornar o problema, porque ______________________________________________________________( ) A situao to crtica que _____________________________________________ ( ).

Laboratrio de textosVamos produzir? Agora que j est bastante familiarizado com textos de opinio, imagine que voc tivesse lido a seguinte notcia no jornal:Lanchonete oferece hambrguer de quase 7 quilosUm restaurante da Pensilvnia, nos EUA, oferecer aos consumidores o maior hambrguer do mundo, que, entre batatas, queijo, alface e demais ingredientes, pesar 6,75 quilos. O hambrguer inclui 4,7 quilos de carne, 25 fatias de queijo, uma alface inteira, trs tomates, duas cebolas e uma xcara e meia de maionese, entre outros componentes, e ser vendido por US$ 30. Dennys Beer Barrel Pub, o restaurante da Pensilvnia, tinha oferecido antes um hambrguer de 2,7 quilos de carne com ingredientes adicionais que pesavam 2,25 quilos. Em fevereiro, uma mulher de apenas 45 quilos foi a primeira pessoa a conseguir comer todo o hambrguer no limite previsto de trs horas. Em maro, um restaurante de Nova Jersey ofereceu um hambrguer de 5,6 quilos, o que motivou o estabelecimento da Pensilvnia a lanar um produto ainda maior que o da concorrncia. No fim de semana, quatro homens tentaram comer a refeio de uma vez, mas no foram capazes.Fonte: Agncia EFE (para ler mais notcias incrveis como essa, acesse: http://tendoalua.zip.net/)

Escreva uma carta ao jornal com sua opinio sobre o fato noticiado. uma carta argumentativa, portanto, mais um gnero textual opinativo. No se esquea de que voc deve introduzir o assunto, desenvolver os argumentos que conrmem ou justiquem sua posio (sua tese) e concluir seu texto. Se tiver alguma dvida, volte aos textos estudados. No deixe de assinar sua carta!44 Ensino Mdio

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Texto 3 A fadiga da informaoMotivaoAlegria, alegriaCaetano Veloso

Caminhando contra o vento Sem leno, sem documento No sol de quase dezembro Eu vou O sol se reparte em crimes, Espaonaves, guerrilhas Em cardinales bonitas Eu vou Em caras de presidentes

Em grandes beijos de amor Em dentes, pernas, bandeiras Bomba e Brigitte Bardot O sol nas bancas de revista Me enche de alegria e preguia Quem l tanta notcia Eu vou Sem leno, sem documento, Eu vou Por que no, por que no...(...)

Pr-leituraVoc j percebeu, ao longo desta unidade, que a mdia nos coloca em meio a uma verdadeira enxurrada de informaes. Estarmos antenados com o que acontece no mundo uma exigncia do nosso cotidiano. Mas ser que informao demais no atrapalha? Quando falamos em informao, no podemos deixar de lado as diferentes situaes de comunicao e linguagens em que ela est inserida. preciso conhecer as diferentes linguagens que os canais de informao disponibilizam, para acompanharmos, na velocidade em que se apresentam, todas as informaes ao nosso redor. Voc saberia citar os tipos de linguagens que circulam na mdia? O que acha dessa diversidade de linguagens? E quanto quantidade de informaes que recebemos a cada minuto? Voc considera isso prejudicial? Ser possvel nos acostumarmos a viver com menos informao ou com um nmero menor de linguagens? O texto que voc ler agora trata desse assunto. Em um artigo de opinio, o jornalista Augusto Marzago apresenta uma problemtica dos dias atuais o excesso de informao posicionando-se de maneira crtica em relao mdia em geral. Faa uma leitura silenciosa atenta e, em seguida, discuta com os colegas e o professor a questo que o autor levanta. Artigo de opinio - Texto jornalstico produzido com o objetivo de inuenciar, convencer o leitor, levando-o a aderir a linha de pensamento do enunciador.

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A fadiga da informaoAugusto Marzago

H uma nova doena no mundo: a fadiga da informao. Antes mesmo da internet, o problema j era srio, tantos e to velozes eram os meios de informao existentes, trafegando nas asas da eletrnica, da informtica, dos satlites. A internet levou o processo ao apogeu, criando a nova espcie dos internautas e estourando os limites da capacidade humana de assimilar os conhecimentos e os acontecimentos deste mundo. Pois os instrumentos de comunicao se multiplicaram, mas o potencial de captao do homem do ponto de vista fsico, mental e psicolgico continua restrito. Ento, diante do bombardeio crescente de informaes, a reao de muitos tende a tornar-se doentia: ficam estressados, perturbam-se e perdem em eficincia no trabalho. J no se trata de imaginar que esse fenmeno possa ocorrer. Na verdade, a sndrome da fadiga da informao est em plena evidncia, conforme pesquisa que acaba de ser feita, nos Estados Unidos, na Inglaterra e em outros pases, junto a 1.300 executivos. Entre os sintomas da doena, apontam-se a paralisia da capacidade analtica, o aumento das ansiedades e das dvidas, a inclinao para decises equivocadas e at levianas. Nada avanou tanto no mundo como as comunicaes. Pouco durou, historicamente, para que sassemos do isolamento para a informao globalizada e instantnea. Essa revoluo teria inegavelmente de gerar, ao lado dos efeitos mgicos e benfazejos, aqueles que provocam respostas de perplexidade no nimo pblico e das pessoas em particular. Choques comportamentais e culturais surgem como subprodutos menos estimveis desse impacto modernizador, talvez por excessiva celeridade no desenrolar de sua evoluo. Curiosamente, a sobrecarga de informaes pode redundar em desinformao. Recebamos antes a notcia do dia e podamos rumin-la durante horas. Hoje temos a notcia renovada e modificada a cada segundo, acompanhando em tempo real o desdobramento dos fatos e das decises, o que rapidamente envelhece a informao transmitida e nos deixa sem saber, afinal, qual a verso mais prxima da realidade do momento. As agncias noticiosas no dispem de tempo para maturar o seu material, h que lan-lo logo ao consumo mesmo sob o risco de uma divulgao incompleta ou deformada, avizinhada do boato. H 30 anos, o ento estreante Caetano Veloso perguntava numa das estrofes de sua famosa cano Alegria, alegria: Quem l tanta notcia?. Presentemente, a oferta de informaes, s nas bancas de jornais, deixaria ainda muito mais intrigado o poeta do tropicalismo. Alm da televiso aberta, a TV por assinatura pe o telespectador diante da opo de centenas de canais. H emissoras nacionais e estrangeiras, de rdio e de TV, dedicadas exclusivamente a transmitir notcias. O CD-ROM ampliou consideravelmente a dimenso multimdia do computador. O fax e o correio eletrnico deixaram para trs o telefone, o telegrama e todos os meios de comunicao postal. A massa de informaes gerais ou especializadas contida na imprensa diria exigiria um super-homem para absorv-la. E, a cada dia, jornais e revistas se enriquecem de suplementos e de encartes pedaggicos e culturais.

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Portugus - Volume II claro que esse processo no vai estancar e muito menos regredir. A informao no poderia estar margem do mercado competitivo. No h dvida, porm, de que precisamos aprender a filtr-la, a ajust-la ao nosso metabolismo de pblico-alvo. A eletrnica e a informtica esto a nosso servio, mas no substituem as limitaes orgnicas, cerebrais e emocionais do homem. A informao nos faz tambm sentir as dores do mundo, onde quer que ocorram sob a forma de calamidades, tragdias, adversidades coletivas ou individuais. Ou buscamos um equilibrado modus vivendi com as presses da prodigiosa tecnologia da comunicao, ou o feitio vira contra o feiticeiro. O oxignio da informao, sem o qual no passado recente no conseguiramos respirar, ter de ser bem inalado para no nos ameaar com a asfixia, o estresse, as neuroses e, quem sabe, o infarto.Revista da Comunicao. Rio de Janeiro, ano 12, n. 46, novembro de 1996, p.20-21.

Leitura do texto1- Um dos sintomas apresentados para a sndrome da fadiga da informao a inclinao para decises equivocadas e at levianas.. At que ponto voc acredita exercer inuncia sobre as pessoas o enxame dirio de informaes? 2- O autor nos aponta as causas da fadiga da informao e seus sintomas. Quais pessoas esto sujeitas a contrair e desenvolver essa doena segundo as informaes do texto? 3- Visto que tal processo no vai ndar ou moderar-se, Marzago coloca-nos uma soluo para conviver com o problema: ltr-la utilizando nosso metabolismo de pblico-alvo. O que seria esse metabolismo? De que forma se daria essa ltragem da informao por esse metabolismo? 4- A revoluo tecnolgica da comunicao derrubou as fronteiras do isolamento e trouxe consigo efeitos mgicos e benfazejos, e outros perturbadores. Liste esses efeitos, construindo uma relao de polaridade entre eles. 5- Apesar da necessidade de ser um super-homem para absorver a quantidade de informaes contidas na imprensa diria, a mesma continua a crescer seus suplementos e encartes. Por que isso acontece? 6- Como podemos entender a armao de Marzago: a sobrecarga de informao pode redundar em desinformao.? 7- A rapidez e o volume de informaes que nos so disponibilizados terminam por envelhecer, no permitem a maturao ou transformam a informao em vizinha do boato. Desse ponto de vista, a mdia contribui para a desvalorizao da comunicao, segundo o autor. Entretanto, tais avanos so apontados por ele de modo positivo em determinadas passagens. Como podemos estabelecer essa positividade? 8- Com o dito popular o feitio vira contra o feiticeiro o autor nos alerta para uma conseqncia. Como descrev-la de forma objetiva?A sociedade como refm da informao/comunicao 47

9- A palavra bombardeio signica ataque. Em diante do bombardeio crescente de informaes (1 pargrafo), essa palavra est empregada com uma inteno. A partir do signicado dessa palavra, qual inteno o autor quer inferir mensagem?

Lngua em usoVoc observou que, para construir uma argumentao, precisamos utilizar elementos que sinalizam circunstncias, intenes, condies etc. Esses elementos so chamados de modalizadores do discurso. Eles apresentam, alm desses aspectos, o estilo e o posicionamento do enunciador e permitem uma expanso dos recursos lingsticos utilizados no texto. Esto ligados intimamente ao sentido que o escritor/falante quer conferir ao discurso. Perceba em: Curiosamente, a sobrecarga de informaes pode redundar em desinformao., a expresso curiosamente encerra uma circunstncia de espanto do autor diante da problemtica apresentando como incoerente a contradio que segue a esse modalizador (sobrecarga de informao pode redundar em desinformao.). 1- Levando em considerao a maneira de o autor se colocar diante da problemtica do excesso de informaes, identique e retire do texto outros modalizadores, explicitando o sentido ou circunstncia que encerram dentro do texto. 2- Experimente eliminar do texto esses modalizadores e diga se a mensagem do autor mantm o teor argumentativo. Observe o trecho extrado do texto:A internet levou o processo ao apogeu, criando a nova espcie dos internautas e estourando os limites da capacidade humana de assimilar os conhecimentos e os acontecimentos deste mundo. Pois os instrumentos de comunicao se multiplicaram, mas o potencial de captao do homem do ponto de vista fsico, mental e psicolgico continua restrito.

O termo em destaque funciona como uma conexo entre as duas oraes, introduzindo a segunda que est, sintaticamente, subordinada primeira. Alm disso, esse termo responsvel por indicar que essa orao subordinada est expondo a causa do que apresentado na orao principal. Observe outro exemplo no texto:Na verdade, a sndrome da fadiga da informao est em plena evidncia, conforme pesquisa que acaba de ser feita, nos Estados Unidos, na Inglaterra e em outros pases, junto a 1.300 executivos.

J neste termo em destaque, a subordinao indica uma relao de conformidade que vem reforar o argumento apresentado pelo autor. Esses conectores subordinativos que exprimem uma relao de causa/efeito, condio e conseqncia, entre outros, so comumente aplicados nas seqncias argumentativas. Os

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exerccios a seguir podem ajudar a voc a utilizar esses conectores para garantir a coeso de seus textos. 1- A partir do conhecimento das relaes de sentido que as conjunes subordinativas exercem, identique o sentido dos conectivos destacados, em seguida reescreva os perodos substituindo esses conectivos por outros equivalentes: a) As pessoas esto adoecendo com o bombardeio constante de informaes desde que a mdia desenvolveu-se tecnologicamente. b) Segundo pesquisas, o homem desenvolve sintomas como estresse, desinteresse, irritao diante do acmulo de informaes. c) A modernizao atingiu os meios de comunicao e deixou para trs o telegrama e o telefone visto que esses veculos no acompanham a velocidade que a comunicao desenvolveu. 2- Leia a frase: Devemos aprender a conviver com o elevado volume de informao que nos cerca, pois ele reexo de nossa incansvel busca por inovao, tecnologia e conhecimento. a) Qual o sentido do conector destacado? b) Reescreva-a substituindo a conjuno por outra que expresse uma relao de conseqncia.

Laboratrio de textosProduza, com seus colegas, um jornal, a partir de informaes que a mdia disponibiliza. Seja seletivo para produzir um jornal que no cometa os excessos que os meios de comunicao costumam cometer. Combine com a turma todos os detalhes, seguindo o passo-a-passo: Levem para a sala de aula diferentes jornais. Denam como ser o jornal: impresso (e distribudo) ou mural. Denam o pblico para o qual se dirige a publicao. Escolham o nome e o logotipo. Formem grupos para elaborar sees e decidam juntos a temtica de cada seo. Abordem temas gerais como atualidades, questes locais (comunidade, escola), fatos nacionais e/ou mundiais, personalidades, esportes, prosses, entretenimento. Explorem os diferentes gneros textuais da imprensa, como notcia, entrevista, manchete, nota, carta de leitor, artigo, anncio publicitrio, classicados. Desenvolvam a linguagem no-verbal atravs de charges e tiras, e outros elementos visuais como grcos e tabelas para complementar as informaes. Escrevam um editorial que reita o perl e a opinio do jornal (opinio da turma). No esqueam de criar uma identidade para esse jornal. Apliquem os recursos da lngua aprendidos nesta unidade nos textos do jornal.A sociedade como refm da informao/comunicao 49

CONVERSA COM O PROFESSORProfessor, antes de ler cada texto, faa uma preparao para a leitura com alguma atividade. Cada texto estudado nesta unidade apresenta uma introduo do assunto em questo. Seria importante que voc comeasse a discutir sobre a temtica de cada captulo a partir desses textos. Seria uma boa oportunidade de trabalhar a exposio oral.

Texto 1 - EntrevistaAs atividades de pr-leitura tm o objetivo de levar o aluno a perceber diferenas entre pontos de vista relacionados ao mesmo fato. Ao apresentar o texto, uma sugesto fazer a leitura com os alunos e depois pedir que dois alunos a leiam novamente, um como entrevistador e o outro como entrevistado. A partir das respostas das questes, sugira aos seus alunos a criao de programas que podero ser apresentados posteriormente. Na atividade de produo, os alunos devem registrar e sintetizar a entrevista, incluindo e retirando conjunes sem alterar o sentido da seqncia.

Texto 2 - EditorialProfessor, o texto em questo um editorial. De carter opinativo, apresenta trs objetivos, relacionados aqui por ordem de importncia: 1 - criticar o apoio dado pela TV posio SIM na questo do desarmamento e a criao de tal referendo. Aqui, criticando o SIM indiretamente, o editorial j apresenta sua posio: NO. Ao apresentar todo o malefcio da TV na vida das pessoas, o editorial quer induzir o leitor a entender que, sendo to malca, tudo o que vier deste veculo de informao tambm o . Logo, o SIM apoiado pela TV ruim. Vote No. Aqui h de se levantar uma pergunta: o objetivo maior criticar a TV ou posicionar-se frente ao referendo? 2 - apresentar a novela televisiva como um dos ingredientes mais importantes para a formao de hbitos e atitudes da populao. 3 - apresentar os telejornais como sensacionalistas e formadores de opinio pblica de alto poder destrutivo. O texto foi escrito na poca do referendo sobre a proibio de vendas de armas (outubro de 2005). Faz parte e traz a opinio do jornal Gazeta Mercantil sobre o assunto tratado e traz em si uma carga de persuaso bastante forte, sendo a formao de opinio, tambm, o seu intento. As questes a respeito do texto objetivam a leitura e a interpretao e trabalham com os conceitos de metfora e de ironia. Seria interessante explorar este tema, to comum em textos literrios, observando, no caso dos textos jornalsticos e publicitrios, que a metfora , muitas vezes, base da ironia com objetivo crtico. J nos poemas, observamos a metfora, na maioria50 Ensino Mdio

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das vezes, com outro teor. Para analisar isso, pode-se comparar o uso de metfora em um poema e no artigo de opinio estudado. A sugesto que seus alunos possam perceber que a tv dirige o comportamento social, transformando-nos em personagens de grandes novelas sociais. Em todos os casos colocados em tpicos e utilizados pelo autor como argumentos, a sociedade, depois de ver e ouvir o que a TV transmitia, decidia e agia em uma direo, como um personagem, em todo cenrio preparado pela mdia televisiva. Ao ser apresentado o texto A televiso e a famlia, pretendemos desenvolver a interao entre os dois textos, com o objetivo de comparar as diferenas de uma mesma informao divulgada por fontes diversas e identicar as posies defendidas em diferentes textos. Essa sugesto foi retirada da Proposta de Seriao da Reorientao Curricular. Para auxili-lo nos exerccios que envolvam a anlise da superfcie do texto, observe alguns traos lingsticos do texto Saudades de Odete Roitmain: 1. O editorial comea com uma digresso, a partir de uma narrao de fatos que envolvem novelas antigas at chegar programao televisiva do presente. Vemos, ento, a predominncia de marcas da narrao, tais como: verbo de ao no passado, expresses de tempo e lugar. 2. Do terceiro perodo do terceiro pargrafo em diante, abandona-se a narrao e assumese uma seqncia expositivo-argumentativa. Apresentam indicao de aes (fenmenos) no presente, com sujeito e predicado, como numa seqncia expositiva. O uso de expresses adjetivas pejorativas nos d o carter argumentativo do texto. 3. Aproximadamente da metade do terceiro pargrafo at o nal do quarto pargrafo, volta-se a um momento de narrao, com verbo de ao no passado e relato de acontecimentos, com o uso de expresses de tempo e lugar. 4. Nos pargrafos quarto, quinto e sexto, expresses modais (s, denitivamente e injustamente, claramente) so encontradas. 5. Os demais pargrafos trazem expresses adjetivas sobre alguns fatos que servem de argumento para a posio atual do autor. Verbos no presente so em maior nmero. 6. escrito em primeira pessoa, o que aproxima e envolve o leitor com o texto, como se estivesse travando uma conversa informal com o autor. 7. No h o comum uso de oraes subjetivas, to encontradas em textos de opinio. 8. Expresses como: de qualquer maneira...(5 pargrafo), mas so muitas as opes... apontam para um descrdito por parte do autor sobre a possibilidade de soluo dos problemas apresentados, descrdito esse conrmado com o ltimo perodo do texto. As atividades desta seo propem o trabalho das seguintes habilidades: utilizar organizadores discursivos e identicar o papel argumentativo das conjunes causais, consecutivas e condicionais. Tais habilidades encontram-se na Reorientao Curricular, sob o ttulo Lngua em Uso.

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As atividades da seo Laboratrio de textos propem-se a inteirar o aluno com uma experincia prtica do uso dos recursos e das informaes apreendidas em todo o captulo. Aqui, ele dever: apresentar uma opinio, utilizando estratgias argumentativas (um ou mais argumentos de apoio), utilizar estratgias argumentativas e escrever uma carta para a editoria de um jornal, expondo uma opinio sobre determinado assunto. Todas essas atividades obedecem ao que temos descrito como habilidades de produo textual, apresentadas na reorientao curricular.

Texto 3 Artigo de opinioProfessor, este captulo destina-se explorao da seqncia argumentativa de um artigo de opinio, tendo como ponto de partida o texto A fadiga da informao, do jornalista Augusto Marzago. A seqncia argumentativa apresenta diversos recursos lingsticos, como as estruturas mais complexas que desenvolvem o processo persuasivo. So empregados conectores lgicos de causa/efeito, conformidade e conseqncia, estruturas subordinativas, pressuposies e inferncias, alm de vocabulrio abstrato. Aps a leitura de A fadiga da informao, discuta com seus alunos o texto, levando-os a perceber o tema e o posicionamento do autor, partindo da identicao do gnero artigo de opinio e do objetivo desse tipo de gnero - representar a opinio do autor, registrando informaes e conhecimentos com nalidade persuasiva que pautado pela seqncia argumentativa. Faa uma leitura coletiva com os alunos, efetuando pausas para destacar os modalizadores do discurso (ex.: Na verdade, historicamente, Curiosamente) e as conjunes (ex.: pois, conforme, tanto... como) que aparecem no decorrer do texto; questione sobre a signicao que encerram e sugira substituies para as mesmas que no alterem seus sentidos. Procure fazer com que os alunos inram o sentido de palavras e expresses como asas da eletrnica, internautas, bombardeiro, rumun-la entre outras que, ou so neologismos, ou esto sendo empregadas fora de seu contexto habitual com uma inteno signicativa. Explore os signicados explcito e implcito das palavras com seus alunos. Alerte-os para a ocorrncia dos verbos de opinio que so marcados no presente do indicativo e, no texto, surgem como sinalizadores da argumentatividade por parte do autor.Trabalhe a questo do discurso produzido com linguagem informal, que sugere uma conversa com o leitor. Professor, trabalhe as questes relativas aos modalizadores, em conjunto com os alunos, orientando a percepo dos mesmos para a estruturao da seqncia argumentativa. No Laboratrio de textos, leve em considerao a necessidade de ltrar os tipos e contedos de notcias para evitar a