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28 de fevereiro de 2011 NOROESTE NOTÍCIAS - Um novo jeito de fazer jornal NOROESTE NOROESTE NOTÍCIAS CIRCULAÇÃO: Itaocara, Aperibé, Pádua, Cambuci, São Sebastião do Alto, Macuco, São Fidélis, Cordeiro, Miracema, Itaperuna, Laje do Muriaé, São José de Ubá, Porciúncula e Natividade Ano XVII Nº 168 28 de fevereiro de 2011 R$ 0,50 17 Anos Página 20 CÓDIGO TRIBUTÁRIO: Tem “Honoris Causa” que não entende O novo Código Tributário é um grande avanço para o nosso município e só não en- tendeu a Lei nº 874/10, quem pensa como um “Burro Honoris Causa”. Página 3 CARNAVAL DE ITAOCARA VAI BOMBAR O MELHOR DA REGIÃO!! CARNAVAL É AQUI... Páginas 12 e 13

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Page 1: Jornal 168

28 de fevereiro de 2011NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornal 28 de fevereiro de 2011 NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornal

NOROESTENOTÍCIAS

CIRCULAÇÃO:Itaocara, Aperibé, Pádua,

Cambuci, São Sebastião do Alto, Macuco, São Fidélis,

Cordeiro, Miracema, Itaperuna, Laje do

Muriaé, São José de Ubá, Porciúncula e Natividade

Ano XVII Nº 168 28 de fevereiro de 2011 R$ 0,50

17 Anos

Página 20

CÓDIGO TRIBUTÁRIO:Tem “Honoris Causa” que não entende

O novo Código Tributário é um grande avanço para o nosso município e só não en-tendeu a Lei nº 874/10, quem pensa como um “Burro Honoris Causa”. Página 3

CARNAVAL DE ITAOCARA VAI BOMBARO MELHOR DA REGIÃO!!

CARNAVAL É AQUI... Páginas 12 e 13

Page 2: Jornal 168

28 de fevereiro de 2011NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornal 28 de fevereiro de 2011 NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornal

E x p e d i e n t eJornal Noroeste Notícias

Revista e Editora LtdaCNPJ-MF 39.416.235/0001-02Redação: Rua Gilceria Jorge de Oliveira, 390 - CEP.: 28.570-000 - Itaocara - RJ

Diretor: Jonathan Sabino de FariaProgramador Visual: Fabiane da Cunha - Cel.: (24) 8811-3906 - E-mail: [email protected]

Representante: ESSIÊ PUBLICIDADESImpressão: Gráfica Hoffmann - Tel.: (22) 3824-2499 - Itaperuna - RJ

As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não corresponde, obrigatoriamente, a opinião do JornalN

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S17

Ano

sPágina 02 Página 19

EditorialItaocara no rumo certo

Não vai muito longe o tempo em que Itaocara vivia mergulhado no ostracismo, sem nenhuma perspectiva de progresso real e de proporcionar melhor, padrão de vida aos seus munícipes. Não havia nenhum planeja-mento, nenhuma ousadia bem como a austeridade com o gasto do dinheiro público não era levada a sério. O máximo que fazia, com as devidas exceções, era a precária limpeza pública e umas poucas e inexpres-sivas obras, a não ser o “Projeto Tatu” e a construção dos quiosques, no governo José Romar, sem falar em obras outras que antecederam aos anos 70. O salário dos servidores sempre foi preterido a favor dos forne-cedores, acontecendo atrasos bem significativos, sem falar no 13º que sempre ficava para o ano seguinte. Essa “guerra” travada entre servidor x fornecedor, para ver quem recebia primeiro, mensalmente, sempre foi perdida pelo primeiro. Mas isso, graças a Deus, já acabou depois de 2002.

Propiciar melhor condição de vida a população campesina, para evitar o seu êxodo para as periferias da cidade, nunca foi preocupação de alguns governos pas-sados, excetuando-se o do Dr. Carlinhos (1973/1976) que desenvolveu os projetos “SALTO”, relativo à Educação e o saneamento básico rural. A saúde, sem-pre precária, também não teve a dimensão que a ela se deveria dar, sem falar construção poços artesianos em comunidades onde a água sempre foi problema grave...

Foi preciso um governo que adotasse o slogan de “Um Novo Tempo”, para se entrar verdadeiramente em um novo tempo, e isso veio com a construção de casas populares, desapropriação do Hospital de Itao-cara, patrolamento e conservação de estradas rurais em época certa, política social abrangente, construção de modernas quadras esportivas polivalente, saneamento básico, incluindo Estrada Nova e cobertura do valão de Caxias, alargamento da Ponte Ari Parreira, reforma do BNH, asfalto de Laranjais a Euclidelândia, asfalto a Rua São José, construção da Usina de Lixo, coloca-ção de água na zona rural, transporte escolar gratuito, implantação de faculdades no C.M. Prof. Nildo Nara, a diversificação do lazer através do Fogueirão e dos carnavais de rua que ressurgem, a construção da ponte laranjais, asfaltamento de ruas na cidade e nas sedes distritais, a farta distribuição de remédios, bem como a colocação permanente de ambulâncias para atendimen-to as munícipes, o pagamento em dia dos servidores, o 13º na data do aniversário e, agora, a construção de um grande palco de eventos no lugar onde estava à velha e já imprestável piscina pública do Parque Faria Souto, que já teve seus longos dias de glória, onde se dará, inclusive, nova destinação ao Recanto da Sau-dade, que ainda vai ser melhor adequada. A continuar assim, como agora faz o governo Alcione, procurando o progresso como forma de abrir o mercado de trabalho, oferecer saúde pública de qualidade, ensino público de excelência, o melhor lazer da região, a criatividade e ousadia em busca de investimentos para o município, Itaocara se firmará dentre os que oferecem a melhor condição de vida na região Noroeste Fluminense. Go-vernar levantando prioridades, buscando uma política de resultados com equilíbrio das contas públicas. Esta é receita que garante o sucesso do atual governo de Itaocara. Daí o título deste Editorial...

OPINIÃO II

OPINIÃO III

OPINIÃO I

“Os caminhos do lixo nosso de cada dia...”

Empréstimos consignados: a polêmica...

O IBAMA & as construções à margem do Rio Paraíba

Este é um artigo com a chancela de Chico Marra

Com o título “O lixo nosso de cada dia” a prestigiosa revista Crea- RJ, edição nº. 33, abordou com amplitude o crucial problema que domina todas as cidades brasileiras, das grandes às menores. No Noroeste Fluminense, em particular em Itaocara, o lixo parece que vai ter solução definitiva, com a assinatura do Consórcio do Lixo e a coleta seletiva do mesmo, que o prefeito Alcione Araújo está implementando. Também o tratamento de esgotos de toda a cidade será tratado e a Estação de Tratamento ficará perto da “mangueira do despacho”, no Campo de Semente. Assim, o “lixo nosso de cada dia” vai ter um destino ecológico e os catadores deles terão suas vidas facilitadas e mais dignas. Agora. Ao contrário do passado de “entra ano, sai ano, e os mesmos velhos e inadequados caminhões, com

funcionários totalmente desprotegidos”, agora já com vestuários adequados e ganhando insalubridade.

A incompetência que os governos itaocarenses vinham demonstrando antes do advento dos “Novos Tem-pos” de Manoel Faria e Alcione, já faz parte de um passado, um passado que o povo quer esquecer, mas que alguns querem restabelecer. Era assim: Lá vai a fumaça negra serpenteando em aspirais pelo espaço, sujando tudo, até tapando o sol, e deixando um cheiro fétido pela cidade de Itaocara, princi-palmente nos bairros Cidade Nova e Seca, além do Juarez Antunes. Ah! Lá vem pousando mosquitos e urubus no “banquete” que a irresponsabilidade governamental propicia. Mas isso é o resultado final e a causa inicial é a incompetência, a omissão e o deslei-xo dos homens da prefeitura no trato com a questão ambiental. Mas isso é passadp. Agora tudo está mudando.

Mas se alguém pensa que o pro-blema do lixo está apenas restrito ao perímetro urbano de uma cidade ou vila, está redondamente enganado. Na zona rural, principalmente nas culturas de hortifrutigranjeiros, na oleicultura, produz-se lixo de alto po-der destrutivo por envenenamento da terra e dos cursos d’água: São os agro-tóxicos e seus próprios invólucros, geralmente de plástico com altíssimo índice de vida útil, e que são vendidos indiscriminadamente e usados sem nenhum conhecimento técnico e/ou cautela. Esses “defensivos” infiltram na terra ou são carregados pelas águas das chuvas para dentro dos cursos d’água, envenenando esses manan-ciais. Tempos atrás não era preciso “receita” fornecida por profissional especializado para se comprar qual-quer um dos diversos “defensivos”. Hoje se exige. Agora o Lixo Nosso de cada dia vai tomar o rumo certo...

Este é um artigo com a chancela de Chico Marra

Todo mundo viu que no ano de 2008 aconteceu uma “onda” de contratos de “exclusividade” entre prefeituras e diversos bancos, para que estes últimos gerenciem suas respectivas folhas de pagamentos, receitas orçamentárias e extra-orça-mentárias. Nesse universo, porém, entrou também o já conhecido em-préstimo consignado, isto é, aquele sem burocracias, sem SERASA ou SPC, descontado em folha de pa-gamento, fato que impede, in casu, a inadimplência do servidor. Mas, questiona-se: é legal a cláusula contratual ou disposição editalícia que impõe essa “exclusividade”? A discussão está aberta e a polêmica lançada...

Mestres em direito afirmam que “o Edital é a mãe das leis” e que basta nele constar à previsão de exclusivi-

dade para ser legal. O Contrato, bem, dizem tais doutores que nem é preciso haver nele cláusula a respeito. Ouso discordar e alinho-me dentre àqueles outros mestres, que são maioria, de que tal cláusula editalícia e/ou contratual é “leonina” e é de ser tida como não escrita, pelo simples fato do “Emprés-timo Consignado” não ser Receita da Prefeitura, funcionando esta apenas e tão somente como “repassadora” do valor mensal da prestação ao respecti-vo banco. Nada além. Aliás, tal “exclu-sividade” fere o direito do consumidor, eis que ele fica impedido de procurar juros menores e parcelas mais elástica para o seu “consignado”, eu disse O SEU CONSIGNADO... que, observe-se, NÃO É da Prefeitura. O bom-senso, a razão, o direito e a Lei nos dizem ser impróprio tal procedimento. Impró-prio, não: Ilegal e abusivo, penso... E o Código de Defesa do Consumidor assim também dispõe...

Colocar essa “peia” nos pés do

servidor para impedi-lo de andar e procurar o que lhe seja mais conve-niente é mesmo coisa de assustar o mundo jurídico, mais do que a “cuca” do sítio do pica-pau amarelo assustava as crianças, e de repugnar o estômago de quem passa fome de tudo, até de direitos pessoais e intransferíveis. Certamente que tal cláusula “leonina”, contratada ao arrepio do aval e do direito do mais interessado, no caso o servidor, pode ser anulada. Pode e deve para restaurar o seu direito líqui-do e certo. As Procuradorias Munici-pais têm poderes para isso, sem falar que qualquer interessado pode pleitear em juízo, por si, tal anulação. Isto sem falar no sindicato da categoria que tem amplos poderes para representar seus associados. Concluindo: a “exclusi-vidade” apenas se opera a favor do banco contratado em relação a receitas e despesas das Prefeituras. Pois é, o desconto em folha de pagamento não é nem uma coisa e nem outra. Daí...

Este é um artigo com a chancela de Chico Marra

Itaocara vem recebendo nos úl-timos meses sucessivas “visitas” de fiscais do IBAMA que, de legislação nas mãos, exigem que se respeite à faixa “non edificandi” à margem do Rio Paraíba do Sul, sob a alegação de que se trata de área de preservação permanente, na faixa mínima de du-zentos metros, o que, convenhamos é um absurdo, apesar da Lei. Ninguém, de bom-senso, pode contestar a in-tenção de proteger margens de rios, lagoas, ribeirões e qualquer curso d` água com relação a sua degradação ambiental e até mesmo para resguar-dar o esplêndido visual que se tem. Quem reside ou conhece a beleza da orla fluvial de Itaocara bem sabe do que falo. É bem verdade que ao lon-go dos tempos essa orla vem sendo desrespeitada e agredida até mesmo

na área protegida pela lei municipal que regula a matéria, inclusive pelo poder público, construindo-se casas e obras públicas com pilares dentro da água, tolerando aterros e despe-jando esgotos in natura diretamente dentro do rio, situação derivada da irresponsabilidade administrativa que “aprovou” tais loteamentos, com a co-nivência de sempre de quem deveria fiscalizar. Claro é que ninguém pode ser contra a proibição de se continuar construindo nos lotes remanescentes.

Porém, na verdade, penso que basta que se exija em futuros loteamentos marginais, não literalmente, a reserva de vinte e cinco metros de terras para plantio de árvores e com a condição expressa de que haja entre essa faixa “de segurança” e a primeira rua destinada à edificação de prédios, uma avenida de dez metros de largura, uma espécie de corredor livre, na qual seria proibido construção e que, além disso, se aca-

basse, definitivamente, com o despejo de esgotos domésticos, industriais e hospitalares, como ainda acontece hoje, nos leitos dos cursos d` água.

O que causa espanto é a fúria com que tais fiscais do IBAMA investem contra Itaocara, como se este tivesse que ser o exemplo para o Brasil, eis que passam por áreas nobres do Rio, como Ipanema, Copacabana, Lagoa Rodrigo de Freitas e em outras cidades do Estado, que não respeitam a tal faixa de duzentos metros ou mais para suas edificações, sem que nenhuma atitude seja tomada. Tudo que acontece em Itaocara, tudo que aqui se pretende fazer, tudo que se quer implantar, sofre as mais rígidas exigências e, com isso, os investimentos que aqui chegam, quando chegam, são raros e ralos. Os exemplos mais recentes ficam por conta das denúncias contra a instalação da Fábrica de Cimento Mizu e da “guerra” contra a Hidrelétrica de Itaocara... desses denunciantes?

História

EducaçãoHistória

Um dia, quem sabe, alguém poderá perguntar que construção havia até o ano de 2007/2008, servindo de marco divisório nas três esquinas compostas pelas Ruas Silva Jardim (Ponta da Areia), Nilo Peçanha e Avenida Roberto Silveira, de frente para o Calçadão Prefeito Otílio Pontes, bem no cento da cidade de Itaocara e a resposta será: A Rinha de Galo, que teve como seu principal fun-dador o prefeito “Capitão Pedro da Cunha Cidade”, lá pelos idos anos 30, de inúmeras histórias e que era freqüentada por “galistas” de quase todo interior fluminense. Nos seus últimos anos funcionava no local o “Bar do Marquinhos”, um local muito bem freqüentado por todos os segmentos sociais, ponto obrigatório de aposentados e lindas mulheres e aonde rolava algum “carteado” esportivo.... Ali nasciam e morriam histórias.... De jogadores, pescadores, políticos e amores.... Conta-se que certa vez, há muitos sóis passados fizeram uma aposta, após gastarem todos os seus dinheiros, e o valor a ser pago seria a mulhere de quem perdesse a

aposta. A mulher de “J” era more-na, cabelos pretos e longos, lábios sensuais, olhares provocantes....Loira. A outra, a de “M”, que vinha dos sertões de Cantagalo, era loira, esbelta, seios grandes, lábios car-nudos, “bubum” arrebitado, bela também. Ao marido desta última já se creditava diversos homicídios. O capitão Pedro da Cunha Cidade, ainda jovem e de grande prestigio na região, era o chefe político de Itaocara, e foi o garantidor de que o pagamento seria feito, qualquer que fosse o perdedor. Os dois galistas eram tidos como valente....Mas o fiador e Pedro da Cunha Cidade e aí ninguém de juízo se atrevia a en-frentá-lo.Mas, mesmo assim, “M”, que era fazendeiro e “rei do café” lá pelos sertões de Estada Nova, quis fugir do trato e sacou de um revólver. Todo mundo corre, menos o Cap. Pedra da Cunha Cidade que, com um chicote lhe tirou das mãos a tal arma e o obrigou-o a entregar o objeto do jogo... Aí, leitor, acon-teceu o mais improvável: a mulher do vencedor não aceitou “dividir” o seu homem e foi embora com o perdedor...

Rinha de Galos- Centro Esportivo Capitão Pedro Cunha Cidade ....

principalmente para São Gon-çalo, além de reduzir em muito a receita financeira que entrava nos cofres da municipalidade. Uma das causas do fechamento da Usina, já na administração do Dr. Álvaro Luiz Graça foi, sem nenhuma dúvida, a conhecida “questão trabalhista” movida pelo Dr. Denanci, um advogado fidelense, sem falar na concor-rência dos engenhos paulistas. Esse impacto na economia de Laranjais (e do próprio muni-cípio) ainda não foi absorvido plenamente. Recentemente, em 1999, reacendeu-se a chama do saudosismo e se realizou ali o movimento cultural denominado de “Pintando o Engenho”, sendo este realizado com muito sucesso e repercussão, inclusive com uma edição especial do jornal “O Bagaço”.

A participação política de Laranjais no contexto geral do município tem sido muito impor-tante, eis que ele sempre teve um elevado contingente eleitoral e levou diversas pessoas ao Poder: Dr. Péricles Corrêa da Rocha (udenista de prestígio ao nível estadual e que chegou até ser co-gitado para candidatar-se ao cargo de governador), prefeito; Ataliba Marinho, vereador e prefeito; Dr. Álvaro Luiz Graça, suplente de deputado estadual; Pedro Nassif, vereador e vice-prefeito; Nico Alves (vereador); Nicola Francisco Nicolau, vice- prefei-to; Washington Marinho, vice-prefeito; Dr. Carlos Rodrigues (Carlinho do Kid), vice-prefeito; além dos vereadores Dr. Wilsom Sarruf, Waldemar Torres, Marce-lo Graça, José Félix, Francisco

Fontes, Hernani Campany, Carlos Siqueira, Antônio Aguiar, Racib Ibrahim Sarruf, Milton Boechat e Nico Alves, dentre outros. Apesar disto, o progresso de Laranjais, levando em consideração sua constante representação na polí-tica itaocarense, tem sido menor do que se esperava. Terra de letra-dos, laranjais tem diversos filhos ilustres, dentre eles, os médicos Brigadeiro Walter Curty, Adhe-mar Reis Júnior e Ciro Herdy, os dois últimos professores da UFF e ex-diretores do Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói; Cte. Odeto Barbosa David (neto de d. Loloy Macuco) Capitão de Mar-e-Guerra, Diretor do Centro de Análise de Sistemas Navais do Ministério da Marinha; escritor Silvio Castro, professor de lingüística nas Universidades de Pádua e Veneza, na Itália; Nil-ton Righi Vieira, Capitão-de-Mar e Guerra da Armada Brasileira; Dr. Humberto Dantas, diretor do Hospital do Câncer em Niterói e professor da UFF; Dr. Décio Sar-ruf, cirurgião plástico; professor Malk R.Vieira, dermatologista, com vários livros publicados; Wilson Salim Sarruf, brilhante escritor e advogado criminalista celebrizado por suas fantásticas defesas em prosa e versos, com repercussão nacional; o arqui-teto Jorge Figueiredo, autor de arrojados projetos arquitetônicos; Carlos Alberto Navega Miguel (D-8) excelente locutor da Rádio Embalo e empresário musical; Engenheiro Paulo Roberto Rodri-gues, diretor da CEDAE regional e ex-candidato ao cargo de prefei-to de Itaocara; Fernando Laranja Oliveira, médico; José e Ulisses

Figueiredo, defensores públicos; Carlos Cardoso da Silva, maçom g. 33; Cid Leite, jornalista (laran-jaense por adoção); Dr. Kleber Leite, poeta, jornalista, escritor, advogado, de renome internacio-nal e atual presidente da Acade-mia Itaocarense de Letras; Luiz Corrêa da Rocha, o “Capitão da Indústria” e criador do Engenho Central, e seu filho Dr. Péricles Corrêa da Rocha; o poeta André Luiz Rodrigues, autor de “Poeira de Minh’Alma”, e muitos outros.

O padroeiro de Laranjais é São João Batista, a quem é dedicada a igreja católica local, paróquia criada em 7 de outubro de 1975 por Dom Clemente José Isnard, da Diocese de Nova Friburgo. As principais festas que acontecem na sede do distrito são as de São João e São Cristó-vão, além de festas pagãs, como o carnaval. Diversos templos evangélicos existem como, por exemplo, o Batista e o da Assem-bléia de Deus. A Loja Maçônica “União Pátria e Caridade”, que foi fundada por Carlos Cardoso da Silva, seu primeiro venerável, com apoio de Ypres Faria e Abílio Morgado, da Loja de Cantagalo, que deram todo suporte neces-sário inicialmente. A Loja de Laranjais é registrada no Grande Oriente do Brasil sob o nº. 1.258.

Mas nem tudo é só sabor de saudade, apesar do declínio econômico que levou ao fecha-mento da Usina de Açúcar, de uma agência bancária local, da sentida ausência do cartório de registro civil: o progresso tem passado por Laranjais, lento, mas tem passado: As ruas estão quase todas pavimentadas, a iluminação

pública é excelente, o antigo e único telefone existente, o PS-1, que por décadas foi administrado por Dejanir Salim, cedeu espaço para uma ampla e moderna rede telefônica (DDD 022) com fios de fibra ótica, que cobre quase todas as residências da sede distrital e do Engenho Central, além dos Orelhões espalhados pelas ruas. As antenas parabólicas cobrem os telhados e até canais noticiosos de televisão e de rádio, local, vão ao ar diariamente. O progresso urbano de Laranjais, através de loteamentos, deve-se muito a Be-nedito Patrinieri (o Toti Paiva). A antiga estrada de barro, esburaca-da, poeirenta e/ou lamacenta que dava acesso à cidade de Itaocara, por onde passavam os ônibus (apelidados de cata-jeca e cata-corno, de propriedade de Milton Miguel), foi substituída por uma rodovia moderna e asfaltada, a RJ-158. Moderno sistema de abastecimento de água serve à população. Laranjais tem gran-des perspectivas de um futuro brilhante, tanto pela capacidade e força de trabalho dos seus atu-ais habitantes quanto pelas suas riquezas naturais: uma gigantesca reserva de calcário, que atinge também os distritos de Estrada Nova e Batatal, matéria prima para o fabrico de cimento, vidro e porcelana, abre a perspectiva para a construção de um Pólo Cimenteiro o que, aliás, já se propaga. Imensas plantações de eucaliptos, financiados pela Aracruz Celulose, cobrem terras do distrito e já está em andamento a montagem de uma Fábrica de Papel no antigo prédio-sede do Engenho de Açúcar. Ainda exis-

tem reservas de calcita, fósforo branco e feldspato e, segundo o pesquisador José Francisco de Moraes, uma gama enorme de outros minerais enriquecem o subsolo de Laranjais. Aos poucos o fim do ciclo da cana-de-açúcar vai sendo esquecido e já se ensaia o cultivo dos hortifrutigranjeiros, além, evidentemente, do predo-mínio atual da atividade pecuária. Hoje, no ano 2007, o distrito de Laranjais não tem representante na câmara municipal de Itaocara. Ao iniciar-se o ano 2008, alguns grandes sonhos do povo laran-jaense ainda estarão por serem conquistados: a industrialização, a geração de mais empregos, um Posto de Saúde 24 horas, o asfal-tamento das estradas que ligam a sede distrital à Valão do Barro, passando por Estrada Nova. A esperada construção da Hidre-létrica Itaocara, que ainda não saiu do papel, apesar de que seria sediada na zona rural de Laranjais há este pouco afetaria em nível de progresso, a não ser que se crie uma consciência política na loca-lidade para, com isso, questionar a capacidade dos candidatos a cargos eletivos, deixando-se de votar por amizade, por favores pessoais e/ou por companhei-rismo religioso, fatores estes que, em permanecendo como norma de conduta, certamente não permitirão o advento de um progresso global para Laranjais e a distância entre o pobre e o rico vai ficar cada dia maior.

Texto extraído do livro “Casa de Pedra”, do Dr. Fran-cisco Marra, a ser publicado. Proibida a reprodução sem pré-via autorização do autor.

Catástrofes entram nas salas de aula*Francisca Romana

Giacometti Paris

Terremotos. Tsunamis. Fura-cões. Erupções vulcânicas. Chuvas torrenciais. Enchentes. Deslizamen-tos. Os desastres naturais, como o nome diz explicitamente, são eventos naturais que ocorrem quando um fenômeno físico provoca direta ou indiretamente muitos danos e faz um grande número de vítimas.

Nos últimos tempos, a mídia - TV, internet, jornais impressos, rádios e revistas, entre outros -, nos mostrou cenas catastróficas causadas pelas chuvas na Austrália e na região serrana do estado do Rio de Janeiro. Tanto o distante continente quanto as serras cariocas foram inundadas por águas fluviais que, segundo alguns estudos, são resultantes do aqueci-mento do planeta e do fenômeno La Niña. Todavia, ao analisarmos o número de pessoas vitimadas pelas tragédias, de lá e daqui, nos depara-mos com números bem diferentes. Enquanto no nordeste australiano o dilúvio atingiu uma área cinco vezes maior do que o Reino Unido e deixou cerca de vinte mortos e mais de setenta pessoas desaparecidas, a região serrana carioca já contabiliza mais de 650 mortos, sem contar os desaparecidos.

Com base nesses dados, obser-

va-se que os fenômenos naturais são transformados em desastres quando o vento, a chuva, a neve, as larvas, o terremoto ou as gigantescas ondas se encontram com a vulnerabilidade. Esse deve ser o eixo central sobre o qual se deve estudar as tragédias climáticas em sala de aula. A vulne-rabilidade opõe-se à cidadania. As pessoas que habitam muitas das áreas de risco, por mais contraditório que pareça, recolhem o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), ou seja, os governos legitimam a ocupação dessas áreas.

Podem-se trabalhar os mais diversos conteúdos (precipitações, urbanismo, ocupação de encostas, divisão de renda, ecologia, moradias etc) ao contemplarmos, no currículo da sala de aula, os deslizamentos ocorridos neste início de 2011. Po-rém, não podemos reafirmar, como fazem algumas autoridades, que a causa da tragédia é a chuva. Faz-se necessário que desenvolvamos nas crianças e jovens a consciência pelo cuidado com o meio ambiente e a postura política de cobrar das autoridades públicas ações que, a longo prazo, minimizem o número de vítimas, ou seja, cobrar planeja-mento e preparação para enfrentar ocorrências naturais.

Um ponto, entretanto, deve ser ressaltado: a solidariedade dos ami-

gos, parentes e vizinhos das vítimas. Particularmente, fiquei admirada com a ação de pessoas que cavavam a lama à procura de soterrados, com outras que abriram suas casas para acolher desabrigados, com aqueles que subiam e desciam morros para comunicar-se com helicópteros e indicarem localidades isoladas, com aqueles que enfrentaram o odor da morte no IML (Instituto Médico Legal) para dignificar com um en-terro entes queridos, com aquelas crianças que adotaram animaizinhos que perderam seus donos, com os voluntários que separam doações e fazem faxina nos alojamentos provisórios e com o grande número de brasileiros que encaminharam os mais diversos materiais para sobre-vivência das vítimas.

Essa lição de solidariedade deve ser lembrada e relembrada em vários momentos da escola. A catástrofe acontece quando não encontra uma organização que pode preveni-la ou atenuá-la, mas deixa de ser ainda mais trágica quando encontra a so-lidariedade materializada nas mãos de cada voluntário.

* Diretora pedagógica do Agora Sistema de En-sino (www.souagora.com.br), pedagoga, mestre

em Educação e ex-secretária de Educação de Ribeirão Preto (SP)

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28 de fevereiro de 2011NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornal 28 de fevereiro de 2011 NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornal Página 03Página 18

Capa

“Burro Honoris Causa”Esta é uma história de ficção e qualquer semelhança terá sido mera coincidência.

... Era uma vez.... Quase toda história começa assim, mas esta que agora se conta deixa de lado o “Era” e entra diretamente no “Agora” e viaja nas asas do pensamento para saber por que certos “burrus” se dedicam tanto para adquirir um título honorífi-co de “Burru Honoris Causa”, mesmo sabendo que tal não lhe dará conhecimentos legais para discutir matéria tida como de Direito mas, depois de “gradu-ados”, pensam que podem, se esquecem da precariedade de seus conhecimentos e passam a andar por aí de Código nas mãos, ou nas “patas”, com a ilusó-ria pretensão de dar aulas, de

criticar sem nem mesmo saber por que, uma obra, uma arte, uma lei qualquer, que ele nunca saberá fazer. Aliás, diga-se que “só tem o direito de criticar àquele que sabe fazer igual ou melhor”, fato que, positivamen-te, não é o caso... E assim se dá em qualquer ramo da atividade humana, do Jornalismo, à Arte, ao Direito, que são searas mais desejadas e invadidas por aque-les que pretendem fazer “escola de oposição” sistemática, destru-

tiva e ridícula, tão ridícula que nem mesmo sabem distinguir uma Lei Complementar de uma Lei Ordinária e seus respectivos quoruns, como, aliás prevê o art. 62 da Lei Orgânica Municipal-LOM, mas “burro” não lê, apesar da titulação honorífica, ou lê com gigantesca dificuldade de interpretação. Ah! No reino do “burrus” é mesmo assim: Se contrariados em suas intenções ou instintos, saem de suas “cá-tedras”, abandonam os livros e de ferradura nas patas (aqui não vai nenhuma ofensa aos patos) e atacam, e copiam, se intitulando criador e até “expert” em Direito Tributário. Eu até entendo a preferência dos “honoris” pelo vocábulo “ordinário” do rito de votação e isso me lembra certas

ações “humanas”, já que a palavra tem, tam-bém, significado dia-metralmente oposto.

A respeito, é preciso se fazer uma pergunta

que não cala: com as de-vidas exceções, eis que

por esses brasis afora , por essa terra

tupiniquim, a l g u m a s

d e s s a s “ h o -n o r í -ficas” criatu-

ras já assumi-

ram o Po-der, será que o c o m -b u s -

t í v e l , pode até

ser o ca-pim, pra

ser mais ecoló-gico, q u e i m -p u l -

s i o n a suas ações “quadrupescas” são movidas por interesses pessoais, particulares, por um cargo qual-quer, ou pela exoneração dele, na administração que se ataca? Ou será em razão de “aparecer” na política, de sair do ostracismo para galgar, ou se aliar a quem pensa que irá galgar, o Poder e mergulhar na imaginária benesse que possa daí advir? Ou seriam eles “paus mandados” de uma central de boatos espalhados aleatoriamente, mas com destino

certo, a busca do Poder a qualquer preço?Ainda bem, para eles, que “bur-rus honoris” não tem como sentar-se e deixar o rabo de fora, como faz o macaco, porque se as-sim não fosse seria uma grandeza imensurável a existência de “burrus” cotós por aí afora....

Coices e relin-ches à parte, além de deitar & rolar na terra suja, “burros” adoram ver fantasma em todos os lugares, no pasto, na beira do riacho, nas ruas, nos ranchos, nas obras, nos códigos e em tudo mais que não é de sua autoria, mas nem se lem-bram de seus fracassos e erros. Divorciados do progresso, de visão curta, nunca enxergam também o futuro e adoram fazer do povo “massa de ma-nobra” para atingir seus próprios objetivos. Por exemplo: para esses “ho-noris” Macaé e Campos, exemplificando, nunca teriam Petróleo, Cam-po de Aviação, Porto e tantos outros fatores de progresso que a modernidade trouxe. Não demora e o metrô ali vai chegar... Mas, será que esses “burrus honoris”, que hoje gargalham e se escandalizam ao ouvir falar em aeroporto, portos e aeronaves, no Código.Tributário., sabem que na década dos anos 40 Itaocara tinha aero-porto, porto e hipódromo, dentre outros, sem falar nas fábricas de cervejas que aqui haviam na época do Curato da Aldeia da Pedra, graças à visão privilegia-da dos governantes do Curato e da Itaocara do Dr. Carlos Moacyr de Faria Souto ? Quem sabia que lá pelos idos tempos de 1800 havia um porto em Itaocara, no Paraíba, para exportação de madeira? A falta de visão desses “honoris” é tão grande que nem mesmo imaginam a concreta possibilidade da construção de um aeroporto em Batatal, para atender à Hidrelétrica de Itaocara e em Estrada Nova, em razão da futura Fábrica de Cimento Mizu, esta última, como a primeira, sempre vítima de denunciantes “honoris” que fazem com que as obras sejam sempre adia-das, mesmo se sabendo que os impactos ambientais podem ser mitigados mas que, mesmo

assim, apesar dos mais de 3 mil empregos diretos que seriam gerados, continuam contra o progresso e isso se dá numa terra em que o emprego é pouco, ralo & rouco. Um sapo, para eles, vale mais do que ás 3 mil famílias que seriam beneficiadas pelos empregos diretos e ainda se dizem defesores do povo... Quá, quá, quá... Hoje Itaocara não tem ramal ferroviário e nem estação, mas já teve. Não tem fábrica de açúcar, mas já teve Quem ga-rante que não poderão voltar? E a fábrica de papel que não havia em Itaocara? Pois é, já está no Engenho Central graças à visão do industrial Marcelo Graça. Ah! Sonho ou não, mas o prefeito Dr. Carlinhos, em 1973, já afirmava que a terra itaocarense marginal (é bom esclarecer que me refiro à margem- não confundir com marginal) ao Rio Paraíba do Sul era rica em petróleo e quem ousa discordar dessa assertiva do sau-doso prefeito, por mais “burrus honore causa” que seja o crítico de hoje? Não ter visão de futuro é laborar contra este, é ficar fora do carro da história, é sempre ser pego de surpresa pela falta de ousadia, criatividade e previsão. É bem verdade que o “burru ho-noris causa”, não enxerga nem o

próprio umbigo e pensa (?) tão pequenino que se limita à cerca de arame farpado que o impede de galgar outros horizontes... Que não seja a própria cela e o capim que o alimenta. Essa visão tacanha de quem não acredita no futuro é a visão de derrotados, incompetentes e que não cria, apenas copia e se intitula autor, como certos “artistas”... Seria a chamada história da “criatura se voltando contra o criador” ?

Pensar pequeno, ser con-tra o progresso, falsear a verda-de, ser incompetente, ser copista, “advogar” em causa própria, desmoralizar ou desmerecer a terra onde se mora, passar-se por autor de obra artística, cultura e ou jurídica das quais não é, ser contra a abertura da oferta de emprego e distribuição de renda, isto sim desrespeita e envergo-nha a população. Mas afinal, não se pode esperar atitudes diversas dos “Burrus Honoris Causas” .Ah1 Se não gostam de Itaocara, se querem desmoraliza-la, se preferem outra cidade, porque não mudar de domicílio? Cer-tamente não fariam nenhuma falta...

Um artigo com a Chancela de Chico Marra.

O território do atual dis-trito de Laranjais pertenceu ao município de Cantagalo, quando era atrelado ao distrito de Santa Rita do Rio Negro, e neste se localizava a Fazenda de Laranjeiras, vendida pelo Barão de São Clemente a Ál-varo Ferreira de Morais e que foi, sem dúvida, o verdadeiro embrião do hoje 2º distrito de Itaocara, Laranjais. “Seu Fer-reira”, como era conhecido o fa-zendeiro, metodista praticante, doou uma área grande da sede da fazenda à Igreja Metodista que a loteou, reservando para si o domínio direto, cujo foro ajudou a sua mantença. Assim foi povoado aquele território ba-nhado pelo ribeirão das Areias, cujas inundações periódicas tornaram fertilíssimas suas ter-ras marginais (Alaôr Eduardo Scisínio- in Itaocara-Uma de-mocracia Rural). Vale ressaltar que Laranjais foi o berço do luterismo em Itaocara, com sua Igreja Metodista que, por longas datas, foi mui bem dirigida pelo pastor José Henrique da Matta, pai de D. Geny e sogro do Dr. Gamaliel Borges Pinheiro, este último autor imortalizado com a magnífica obra “Moleque Amaro”, livro que conta a saga do grupo de extermínio que atuou em Itaocara por longos anos e que fez muitas incursões por Laranjais, vindo da Água Preta. Do seu passado pouca coisa resta, e dentre este um continua desafiando os anos em Laranjais: o ribeirão das Areias, um importante curso d’água que hoje abastece a população da sede distrital, cortando esta ao meio, fazendo surgir do outro lado da ponte “Zelina Rios” o populoso bairro conhecido como “Niterói”. Em tempos remotos, bem antes da emancipação do município de Itaocara, ainda sob a égide do Império, os índios botocudos, guerreiros e cruéis, habitavam a localidade de Palmital, mas iam constantemente à sede do lugarejo onde, às vezes, se encontravam com índios de outras tribos, puris, coroados e coropós promovendo, não raro, muitas arruaças. De Laranjais, no fim do Império, partia Ana Catarina de Azeredo, a “Sá Dona”, galopando seu cavalo, para pregar o fim da escravatura e da monarquia.

Em 10 de setembro de 1890 foi criado o distrito de Concei-ção de Estrada Nova, no muni-cípio de Cantagalo, abrangendo o atual distrito de Estrada Nova e Laranjeiras, hoje Laranjais, desmembrados do distrito de Santa Rita do Rio Negro. Es-trada Nova ficou como sede distrital. Em 13 de abril de 1891, por força do Decreto nº. 191, o distrito citado passou a integrar

o município de Itaocara, este criado em 28 de outubro de 1890. Em 3 de outubro de 1903, a câmara de Itaocara apresentou indicação à Assembléia Legis-lativa no sentido de transferir a sede do distrito de Estrada Nova para Laranjeiras, fato este que se consumou em 29 de outubro de 1906 através da Lei Estadual nº. 763, da Assembléia Legislativa, que foi sancionada pelo presidente Alfredo Backer. Em 22 de novembro de 1924 criou-se o Distrito de Estrada Nova desmembrando-o do distrito de Laranjeiras que, pelo Decreto Estadual nº. 1.056, de 31 de dezembro de 1943, teve o seu nome modificado para Laranjais, ordenando como 2º distrito de Itaocara. Laranjais já possuiu, no início do século pas-sado, até linha de “bonde” que vinha de Cabeceira do Valão do Barro e era puxado por burros. O progresso de Laranjeiras (posteriormente Laranjais) foi vertiginoso, principalmente em função do desenvolvimento do Engenho Central, localidade que dista apenas um quilômetro da sede do distrito e que fora comprada por Luiz Corrêa da Rocha, onde se instalou uma Usina de Açúcar. Para se ter uma pálida idéia da importân-cia do Engenho Central, uma verdadeira cidade particular que chegou a possuir mais de 300 casas, estas cedidas gratui-tamente, inclusive com água e luz, aos seus empregados, é de se dizer que além da fabricação de açúcar, álcool, tecidos e balas (busi), que empregava grande número de mão-de-obra, ainda possuía linha férrea particular,

serviço de abastecimento de água, energia elétrica própria, hospital, farmácia, cinema, ho-tel, armazém, padaria, açougue, clube social (o dos brancos na Rua do Cinema e o dos “more-ninhos” no bairro Olaria), e até dinheiro próprio, este aceito, por sua credibilidade, mesmo fora dos domínios do Engenho Central. Além disso, outro importante acontecimento teve grande participação no cresci-mento, inclusive comercial, de Laranjais: a autorização dada em 18 de junho de 1879 para prolongar a estrada de ferro de Cantagalo até Laranjais, cujo tráfego foi aberto em 1884, prolongando o seu ramal até Cel. Teixeira (hoje Batatal), por influência do Cel. Teixeira, de quem o Barão de Nova Fribur-go, dono da ferrovia, era muito amigo. A Estação Ferroviária ficava no local onde hoje está situada a Praça “Prof. Rosalvo Pereira Alves”. Na época de sua elevação à condição de distrito, Laranjeiras já possuía até agên-cia dos Correios, que fora criada em 4 de março de 1883 e cuja instalação aconteceu em 16 de maio de 1890, com o Sr. Virgílio de Almeida Lopes sendo o seu primeiro agente. A iluminação pública foi inaugurada em 1917, no governo municipal do Presi-dente da Câmara, com funções executivas, Raul de Carvalho.

O ensino público sempre foi de excelente qualidade em Laranjais, com mestras como, exemplificando, D. Zelina Rios Costas e D. Lourdes Leite. Nos dias atuais destacam-se os Co-légios Estaduais “Johenir Hen-riques Viégas”, na sede, e o

“Dr. Péricles Corrêa da Rocha”, no Engenho Central. O ensino particular destacou-se em eras outras, como o ministrado no Colégio N.S. das Dores, instalado em 1926 e que era dirigido pela professora Joaquina Macuco David (Dona Loloy), sendo esta auxiliada pela professora Ester Pinheiro, que mais tarde passou a assinar Ester Pinheiro Fonseca. Do idealismo de um grupo do qual participavam Nicola Nicolau e o professor Rosalvo Pereira Alves, ambos já falecidos, nasceu o Ginásio Laranjais, localizado em prédio de propriedade da família Sarruf (Wilson, Zinéia, Aziz), que foi inicialmente diri-gido pelo Prof. Messias Moraes Teixeira e posteriormente, pelos irmãos Terson e Getter Lannes que assumiram com muito êxito a direção daquele estabelecimento de ensino. Honrando a tradição, hoje o ensino laranjaense conti-nua tendo grandes mestres, dentre eles Regina Celi Gomes, Leila Fraga Metri, Ziléia Sarruf, Norma Toledo Rodrigues, Zinéia Toledo Bittencourt, Vanderléia Vogas, Vanda Leite Coelho, Nilcéia Torres, Jelbes Faria, Anna Maria Gualberto, Ana Nicolau Câmara, Francisco Louvise, Creuza Maria Nicolau e muitos outros.

Está em Laranjais o clube esportivo mais antigo do mu-nicípio de Itaocara, o “Brasil Esporte Clube”, que tem es-tádio próprio e cujo nome ho-menageia o seu antigo goleiro Adherbal Lopes Bittencourt. Hoje existe um excelente Clu-be Social em Laranjais, que é independente do Brasil Esporte Clube, e uma belíssima Quadra Polivalente de Esportes constru-

ída pelo prefeito Manoel Faria. O Engenho Central tinha um excelente estádio com arqui-bancadas cobertas o que era, lá pelos idos de 1950/1960, de um pioneirismo ousado na região. Hoje o seu estádio, embora sem arquibancadas, continua ótimo, mas já sem o brilho dos grandes times de outrora, que sempre foram vencedores. É de se destacar, ainda, no En-genho Central, lá pelos idos de 70, a existência de uma grande rivalidade interna, em nível de futebol infantil e juvenil entre os “times” do Correio do Campo, liderado pela professora Regina Celi Gomes, com os garotos Nem, Quem, Bolão, Claudemir, Cacalo e outros e o da rua Beija-Flor, dos fanáticos torcedores e jogadores como “Peixinho”, Porquita, Graché e “Jacaré”, liderados por Maximimo. Falar da rivalidade esportiva entre Engenho e Laranjais nem é preciso já que tal fato é notório, mas vale pelo registro histórico.

Em época imprecisa, existiu em Laranjais uma excelen-te Banda de Música e ela era dirigida pelo famoso maestro Crispim (morto em acidente provocado por carro-de-boi) e integrada pelos músicos Fiora-vante, Carlos Cardoso da Silva, Cid Pinto Leite (pai do escritor, poeta, jornalista e advogado Dr. Kléber Leite), Lilico, Demerval Bittencourt, Nicola Nicolau, Ten. José Salim e Manoel Ban-ca. Contribuindo para o apogeu musical de Laranjais, durante longos anos D. Loloy Macuco David deu aulas de piano, tendo uma clientela bem grande. Outro músico que encantava com a melodia de seu violino era Juca Barros, sogro do antigo vereador Heraclides Hoslle Rodrigues.

A imprensa esteve presente em Laranjais com “A Sentine-la”, em 1926; “O Trabalhador”, em 1928 e o “2º Distrito”, todos dirigidos pelo jornalista Cid Pinto Leite. Além destes, Cid Leite ainda editou o jornal “A Mocidade”, que fora dirigido também pelo itaocarense Walter Castro, jornalista e líder político de expressão no município, que chefiou em Laranjais a antiga Ação Integralista Brasileira.

A principal atividade agrí-cola de Laranjais, em função do Engenho Central, sempre foi a cana-de-açúcar. Mas os cana-viais -um verdadeiro império verde- foram desaparecendo com o fechamento da Usina, fato ocorrido no início da déca-da de 70, e hoje quase já não se vê pendões acenando ao vento e nem se sente o inconfundível cheiro da cana. Além de signi-ficar o fim do ciclo da cana-de-açúcar no distrito, tal fato cau-sou grande êxodo populacional para outras cidades,

Continua na página 19

História

Laranjais: A história que poucos conhecem

Laranjais, velha Praça Rosalvo Pereira Alves(Laranjais, o Povo te conhece)

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28 de fevereiro de 2011NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornal 28 de fevereiro de 2011 NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornalPágina 04 Página 17

LiteraturaO tempo, o vento & o fogo...

Rosa dos Ventos

O tempo passa, destila, evapora e vira névoa. Algumas vezes, e não raras, ele, através das notas musicais vindas das cordas de um violão, divide a noite ao meio e faz alguém sentar-se no banco da praça ou de algum botequim, com um copo de cachaça na mão. Feliz é quem fica numa das bordas des-se tempo eis que quem situa-se no meio cai exatamente no vá-cuo... no buraco negro das eras avatarianas onde nem chegam as luzes do sol ou da lua, o que gera a impossibilidade total de se ter até mesmo a sombra dos sonhares... só a escuridão que não deixa ver nem mesmo o perfil de uma mulher. Eu estou na fenda do tempo e nenhum cometa de cauda grande e lumi-nosa passa por ali para permitir a fuga. Faz quanto tempo que eu vi você pela última vez? Um ano? Trinta? Eras Marina? Maria, Alice, Carolina, Luíza? Janaína? No meio da noite as dúvidas são cruéis e o passado volta nos braços da insônia, principalmente na cama de quem rola imaginando um corpo, um olhar, um sorriso, um calor de pele, um perfume, um beijo do amor que não se tem.... mas que nunca se esque-ceu, apesar da eternidade que pesa sobre os ombros.. Ainda há quem diga, e o poeta é um desses, que o tempo diminui o amor pequeno, mas realça o grande. Será? Sim... o amor tem medida. Tem sim...

O mesmo vento que sopra e traz o perfume de um corpo de mulher é o mesmo vento que sopra e apaga a vela que clareia a sala, testemunha da insônia, no meio da noite. O vento que faz as ondas do mar e as dunas, que encrespa as águas do Para-íba e que leva sem destino as folhas secas, é o mesmo vento que impulsiona a velocidade das jangadas que se afastam da praia e gera a expectativa de um naufrágio, pela fragilidade da embarcação. O vento tanto traz quanto leva... no amor, mais leva do que traz, principalmente quando não se foi capaz de se fixar o primeiro amor dentro do peito, longe das mãos do vento, como aconteceu comigo e/ou quando a fatalidade cósmica faz Maria amar Antônio; Antônio amar Janaína e esta amar Paulo, que por sua vez... num desen-contro sucessivo e profundo de quereres. Só se dá conta do amor, quando ele já bateu asas e voou para a terra dos sonhos perdidos. Quantas “topadas”, daquelas de arrancar as unhas, se leva nas subidas das ladeiras da vida, quando já se está esgo-tado pela imensidão do percur-so, por culpa do vento que enche nossos olhos de areia e/ou bate no peito, forma barreira, e impe-

de o caminhar? Dizem que para baixo todo santo ajuda... Ah! O vento... bem, o vento levou a última passarela, o último filão de cor do arco- íris, a última marca de pé na areia da praia, por onde poderia passar o amor. Ainda há quem diga, e o poeta continua sendo um desses, que o mesmo vento que apaga o fogo pequeno, atiça o fogo das grandes fogueiras. Será? O fogo atiça o amor, ou amor atiça o fogo? Então, quem o apaga ? Eu ? Você ?

O fogo que corre no san-gue das veias e atiça o querer é o mesmo que gera o ciúme, o mesmo que coloca a dúvida- essa volumosa fera- dentro do coração e da alma da gente, acabando por queimar o amor, incinerando-o. É o mesmo que precipita o “sim” ou o “não” no esplendor da vida, quando ninguém ainda sabe que o tempo é o maior inimigo do próprio tempo e que o passado é uma porta fechada por onde ninguém passa novamente. Ah! Louca juventude... se eu soubesse o que sei agora, agora quando nem todo lume do mun-do pode aquecer o inverno da vida e nem clarear a fenda do tempo, eu não teria deixado o vento levar o perfume de uma flor rara que cultivei bem no meio da sala. O passado que se viveu, bom ou mal, é prisionei-ro do fogo do tempo e, as vezes, só volta como alma penada para assombrar os sonhos da gente. Mas, apesar dos pesa-res, o primeiro amor ninguém esquece e eu cultuo esse tempo, esse vento e esse fogo mesmo sabendo que nada disso voltará. Feliz é quem viveu o passado, pois hoje os novos tempos já não têm a mesma magia, o mesmo fetiche, o mesmo en-cantamento de outrora. Hoje o corpo já não tem mistério... os cabelinhos, as pintas, o calor, a cor, o tremor. Tudo está ali, no primeiro dia, ao alcance das mãos e dos olhos! A lua cheia já não tem tantos cordões dou-rados, o arco- íris perdeu suas corres e os bailes da primavera de 32 nunca mais voltarão no salão do Ita Cine. Quem se lembra do namoro na praça? Do primeiro beijo? Do joelho ligeiramente descoberto? Hoje tudo é diferente, oferecido, e fica sem o sabor da conquista. Daí não se ter de volta a expec-tativa, o gosto do descobrir. A “nudez” iniciada por Antenor Machado, artisticamente, no estúdio do solar de sete portas e sete janelas da Av. Presidente Sodré, desmistificou o mistérios dos corpos cobertos e acabou com o bailado mágico da espera e, como conseqüência, o toque de pele já não faz correr pelo corpo aquele friozinho. Tudo por culpa do tempo, do vento & do fogo?

A História “Tudo In-Verso”

Eu vou contar para vocêsA história do Mundo inteiroMoisés grande profetaLá no Rio de JaneiroAbriu com sua bengalaA Baia de GuanabaraPara seu povo passar primeiro...

Vou agora relatarA Arte da profeciaGetúlio Vargas pregavaCom seu profeta IzaiasBatizava no JordãoFazia a preparaçãoPara a vinda do Messias...

Imperador Pôncio PilatosHomem de grande porteDeu o grito no IpirangaDe Independência ou MorteNascido lá na BahiaLavou as mãos na BaciaEntregou-se a própria sorte...

Hitler coitado deleTrocado por BarrabásPregado em sua cruzSó pedia amor e pazSuportava suas doresPerdoava os pecadoresSó mesmo um santo é capaz...

Herodes por sua vezQue viveu dignamenteFoi o grande herói da PátriaCom atitude comoventeAo querer a independênciaEnforcado sem clemênciaPor ter sido inconfidente....

Ao pisar no cadafalsoNo centro de grande praçaO povo to aplaudiu

O mártir de muita raçaA execução foi ligeiraE a Inconfidência MineiraCaiu em total desgraça...

Voltando ao tempo passadoDe há muitos anos atrásCabral descobriu a ÁsiaNão teve muito cartazColombo foi mais felizAo descobrir o que quisO estado de Goiás...

Foi Maria Madalena Que a Lei Áurea assinouForam quatro testemunhasQue a história assinalouMarcos, Lucas, Mateus, JoãoFizeram à revelaçãoE o escravo se libertou....

Pior sina teve AbelA bíblia não ignoraAssassinado por BrutusNo pátio de uma escolaFoi lá no Monte SinaiE Caim que era seu paiQuis vingança sem demora....

Vingou a morte do filhoHouve muita confusãoJulio César que era padreComprou para ele um canhãoDe tanto medo correuDepois que Brutus morreuFoi morar lá no Japão....

Dom João Sexto era PapaAmigo de CaifazDecretou a Segunda GuerraAchando ser capazQue se matasse os judeusEscribas e FariseusO mundo tivesse paz...

Martim Lutero entretantoTinha mania constanteDe brigar toda horaCom quem fosse protestante

Fundou o CatolicismoEnsinou o CatecismoFoi um poeta brilhante....

Existiu um grande crimeNo centro da GaliléiaSalomé mulher da vidaQue era fraca da idéiaPediu a cabeça cepadaNuma bandeja de prataDe José de Arimatéia...

Mussolini seu amanteNa mesma hora atendeuO pobre do ArimatéiaNesse momento morreuFoi então decapitadoE o povo indignadoPor causa dele sofreu...

Dalila mulher espertaEra tia de AdãoAo viver no paraísoCom seu neto SalomãoFoi expulsa e viu a trevaPedindo socorro a EvaQue era esposa de Sansão...

Nero grande políticoPai dos pobres conhecidoPresidente do BrasilNum regime estremecidoFez as leis trabalhistasCombateu integralistasJamais será esquecido...

Mas houve grande tragédiaBem depois que foi eleitoNo palácio do CateteAtirou no próprio peitoE Tibério inconformadoSeu secretário mimadoFoi preso como suspeito...

Tiradentes deputadoNatural lá de SodomaUm dia ficou malucoFez o incêndio de RomaFoi uma grande besteira

Queimou-se nessa fogueiraFicou em estado de coma...

Coitado morreu queimadoCom o fogo que acendeuGritando por LeopoldinaA mulher que o atendeuDizia então LampiãoEsse cabra é meu irmãoValente assim como eu...

Encerro agora o poema De fato muito adversoVoltarei futuramenteSe houver algum processoMas quem leu com atençãoSabe que tenho razãoPois até meu nome é inversoNOSLIW MILAS FURRAS...

O antigo districto “Pedro Corrêa”, territorio do lado esquerdo do Parahyba (Nor-te) começava desde a barra do Rio Pirapetinga, pelas vertentes, até a á barra do rio Pomba pouco aquem da Fazenda dos Quarteis.

Infe l izmente , porém, para Itaocara, o Dr. Thomaz Porciuncula, então na presi-dencia do Estado, transferiu para o vizinho município de Pádua, vasto bastante para precisar de terras itaoca-renses, o districto de Pedro Correia.

Esse acto mal inspirado do governo de então acarre-tou, com era de se ver, graves prejuizos materiaes aos habi-tantes do referido districto, os quaes têm de viajar leguas e leguas a cavalo até Aperibé e dali de estrada de ferro até Padua, actualmente séde do municipio, para pagamento dos impostos, negocios no fôro, Jury, etc, quando podem faze- lo em Itaocara com poucos minutos de viagem, bastando, muitos delles para tanto atravessarem o rio Pa-rahyba.

Itaocara está pela sua posição geográfica, natu-ralmente indicada para ser a séde dos negocios de toda aquela vasta zona.”

Esta é, a rigor, a chamada “Questão Aperibé” a prova inconteste de que este, com o nome de “Pedro Corrêa” per-tencera de fato e de direito ao município de Itaocara e deste foi afastado, truculentamen-te, sem nenhum plebiscito da população, sem nenhuma razão lógica, por força do prestígio de muitos padu-anos no governo presidido por Thomaz Porciúncula,

no início da República. Os transtornos ocasionados pela enorme distância existente então entre Aperibé (Pedro Corrêa) até Pádua, onde ape-nas iam para pagar impostos, acarretou a revolta do povo, preferindo este, como acon-tece até hoje, mesmo depois da emancipação aperibeense, a ter um contato muito maior com Itaocara”.

O mesmo jornal, também publicou uma outra matéria intitulada “ALGUMAS NO-TAS SOBRE ITAOCARA”, um tipo de relatório geral, ou censo, sobre o município. Assim foi escrito:

“ORÇAMENTO MUNICIPAL

O Orçamento decretado para o exercício de 1929 é de

193:680$000.COLLECTORIA

ESTADUALA c o l l e c t o r i a e s -

t a d u a l a r r e c a d o u e m 1928..............180:262$000

COLLECTORIA FEDERAL

A c o l l e c t o r i a f e -d e r a l a r r e c a d o u e m 1928................110:613$000

O ELEITORADOAté o dia 30 de abril de

1929 era de 2.723 o numero de eleitores alistados no mu-nicipio.

ENSINO MUNICIPALHá presentemente em

Itaocara dez escolas mu-

nicipaes com 386 alumnos matriculados.

PRÉDIOS NO MUNICIPIO

No primeiro districto, 286; no segundo, 63; no terceiro, 242; no quarto 26; no quinto 22 e no sexto, 224.

SERVIÇO POSTALHá no municipio de Itao-

cara sete agencias do correio, a saber: Em Itaocara, séde do município, uma; Em Ba-tatal, uma; em Portela, uma; em Três Irmãos, uma; em Conceição de Estrada Nova, uma; em Jaguarembé, uma e em Laranjeiras, uma. São de 3ª classe, as de Itaocara,

de Portella e de Três Irmãos. As restantes são de 4ª classe.

A de Itaocara foi creada em 1833; a de Portella, em 8 de abril de 1890, a de Três Irmãos, em 2 de setembro de 1881; a de Conceição de Es-

trada Nova data de 1879; a de Jaguarembé, de 1 de outubro de 1906 e a de Laranjeiras, de 4 de maio de 1883.

ETATÍSTICA FORENSE EM 1928- RESUMO GERALValor global das causas. . . . 1.229:560$000Valor global do imposto causa- mortis . 19:100$000Valor da Taxa Judiciária arrecadada . . . . 4:650$000Valor de sello de folha. . . . . . . . 2:304$000Numero de feitos iniciados e em andamento . . . . . 223Numero de sentenças proferidas . . . . . . . . 184Numero de sessões plenárias de julgamento (júri) . . . . 8Numero de condenações 13Numero de absolvições 4Número de sentenças civeis reformadas pelo E.‘Tribunal . . . . . . . . . . 6”.

Texto extraído do li-vro “Casa de Pedra”, a ser editado, de autoria do Dr. Francisco Marra de Moraes. É proibida sua re-produção, total ou parcial, sem prévia autorização do autor.

História

Uma viagem pelo passado de Itaocara

Travessia de Portela para Três Irmãos, início do Século XX Beira Rio antiga no início do séc XX - Foto arquivo

EStação da Leopoldina em Lararanjais

Engenho Central no tempo dos trens...

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28 de fevereiro de 2011NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornal 28 de fevereiro de 2011 NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornal Página 05Página 16

AS FRUTAS E SUAS PROPRIEDADESAs Propriedades Medicinais das Frutas JENIPAPO

Ao decorrer do tempo, o homem veio a descobrir que as frutas possuem não só um grande valor nutritivo, mas também efeito medicinal. As frutas hoje estão entre os maiores agentes terapêuticos dados pela natureza.

Todas as frutas são dotadas de propriedades medicinais. Umas são adstringentes, outras emolien-tes, etc. Umas excitam as funções gástricas, outras ativam as funções intestinais, etc. Umas desintoxicam o organismo, dissolvendo e expe-lindo os venenos; outras suprem ao organismo as necessárias vitaminas e os indispensáveis sais.

O poder medicinal das frutas é caracterizado para cada espécie. As-sim, apresentamos a seguir um resu-mo das constatações experimentais:

• ABACATE - É usado contra o reumatismo, promove a eliminação dos gases, digestivo, laxativo.

• ABACAXI - Facilita a digestão, germicida, oxidante forte, desobs-truente do fígado, combate a icterícia, combate a artrite, combate o inchaço, combate a difteria, bom contra as afecções da garganta e contra a arte-riosclerose.

• ABIU - Combate as afecções das vias respiratórias.

• AMEIXA - É purgativa, depu-rativa.

• AMÊNDOA - É boa contra as enfermidades das vias respiratórias e a irritação das vias urinárias.

• ARAÇA - É calmante. • AZEITONA - A verde é adstrin-

gente, ao passo que a preta é laxativa. • BANANA - Combate a diarréia,

calmante, favorece a formação, se-creção e excreção do leite, combate a anemia.

• CAMBUCÁ - É bom para o estômago.

• CAQUI - É alcalinizante, bom para as afecções do fígado e os ca-tarros da bexiga.

• CASTANHA - É benéfica para os rins e o fígado, e muito útil na diarréia das crianças.

• CEREJA - É alcalinizante, remi-neralizante, combate a desinteria, e eficaz contra a arteriosclerose.

• COCO - É calmante, combate a febre, combate os vermese útil nas inflamações intestinais.

• FIGO - Combate as afecções das vias respiratórias, laxante, tem a propriedade de amolecer os tecidos,

atenuar as inflamações, as inchações e as queimaduras, e aliviar as dores e cura feridas.

• FRUTA-DO-CONDE - É esti-mulante do apetite.

• JENIPAPO - É indicado na má digestão e nas afecções do fígado e do baço.

• GOIABA - Combate a diarréia e os tumores.

• GRUMIXAMA - É estimulante do apetite, reanimadora.

• JABUTICABA - É estimulante do apetite, reanimadora.

• LARANJA - Combate a falta da vitamina C, estimulante do apetite, reguladora intestinal, laxante, diuréti-ca, combate o reumatismo, calmante, digestiva, antifebril, anti-hemorrágica, combate a nevralgia, restaura o fluxo menstrual, quando escasso ou ausente, combate a nefrite, depurativa, contra verminose, etc.

• LIMA - É acalinizante e combate a falta da vitamina C.

• LIMÃO - O suco é estimulante do apetite, diurético, combate a febre, combate o reumatismo, combate a falta da vitamina C, anti-séptico, ads-tringente, curam feridas e combate o vômito.

Dissolve os cálculos; combate as afecções produzidas por diversos microorganismos (cólera, disenteria, tifo, etc.).

• MAÇÃ - Combate a diarréia, es-tomacal, combate as afecções das vias respiratórias. Alimento para o cérebro.

• MAMÃO - É laxante, diurético, tem a propriedade de amolecer os tecidos, atenuar as inflamações, as in-chações e as queimaduras, e aliviar as dores e cura feridas, refrescante.

• MANGA - É anticatarral, com-

bate a falta da vitamina C, depurativa, refrescante, tem a propriedade de fazer suar, digestiva.

• MANGABA - É digestiva. • MARACUJÁ - É calmante e

tem a propriedade de amolecer os tecidos, atenuar as inflamações, as inchações e as queimaduras, e aliviar as dores e cura feridas. Muito usado na coqueluche.

• MARMELO - É adstringente, fortificante do aparelho digestivo.

• MELANCIA - É calmante, diu-rética, refrigerante.

• MELÃO - É calmante e diurético. • MORANGO - É diurético, anti-

reumático, alcalinizante, combate a febre, elimina toxinas do fígado, laxante, facilita a digestão, tônico para os nervos.

• NOZ - É bom remédio para o cérebro e para o sistema nervoso em geral.

• PÊRA - É diurética e abaixa a pressão.

• PÊSSEGO - É um bálsamo para o estômago e um precioso alimento para os diabéticos.

• PITANGA - É refrigerante e antiberibérica. As folhas combatem a febre, mesmo nas maleitas rebeldes.

• ROMÃ - As raízes são usadas para expulsar a tênia (ou solitária).

• SAPOTI - É refrigerante. • TAMARINDO - É laxante e até

purgativo. • U VA - É v i t a l i z a d o -

ra, alcalinizante, anti-reumática, depurativa,diurética, laxante, tônica para o sistema nervoso.

Lúcia Helena Salvetti De CiccoDiretora de Conteúdo

e Editora Chefe

CARACTERISTICA DO JENIPAPO

Nome Científico: Genipa americana L.Família: Rubiaceae

ORIGEM E DISPERSÃOO jenipapeiro é originário da América

Tropical e Índia Ocidental. Está distribuído por vários países e é comum no Nordeste brasileiro.

CARACTERÍSTICASA árvore é alta, caule reto, alcançado até

15 m de altura. O fruto é uma baga ovóide de 8 a 12 cm de comprimento e 6 a 9 cm de diâmetro, cinzento ou marrom, com polpa marrom clara e numerosas sementes pardas e achatadas com 6 a 12 mm de comprimento e peso até 550 g.

CLIMA E SOLOO jenipapeiro é encontrado em regiões de

clima tropical úmido, em solos profundos e

bem drenados. É encontrado desde o Norte e Nordeste até

o Estado de São Paulo.

PROPAGAÇÃOA propagação pode ser feita por sementes

e enxertia.

UTILIZAÇÃOA polpa do jenipapo é sucosa, doce, parda,

adocicada e acre, sendo utilizada na confec-ção de licores, refresco, vinho, refrigerantes, doces, etc. A casca é utilizada como remédio diurético, na cura de úlceras e anemia. É rica em ferro e riboflavina.

Curiosidades do Jenipapo JENIPAPO: BOAS FESTAS COM SA-BOR TROPICAL

O nome jenipapo (Genipa americana L.) vem do Tupi-guarani, de nhandipab ou jandi-pap, que significa fruto que serve para pintar. A casca do tronco e os frutos verdes têm sido usados tradicionalmente pelos índios, quando se pintam de negro, e empregada na tintura de tecidos e utensílios domésticos. O suposto poder afrodisíaco do jenipapo também foi explorado na novela “O bem amado”, onde o personagem Odorico Paraguaçu agraciava às irmãs Cajazeiras. Segundo lendas do folclore brasileiro, “para as doenças do baço, nada como colocar o pé no tronco do jenipapo.

Corte a casca do tamanho do pé da pessoa doente. A casca retirada do jenipapeiro deve ser colocada no fumeiro da cozinha. A casca vai engelhando e o baço também”. E há os que temem a proximidade do jenipapeiro, acreditando que a árvore guarda fantasmas que impedem o crescimento do gado.

Lendas à parte, o jenipapeiro é uma planta rústica, resistente à seca e de fácil adaptação a vários tipos de climas e solos, o que favorece sua larga distribuição geográfica. Parece ser originário da região noroeste da América do Sul e encontra-se distribuído pelo continen-te americano, desde o estado da Flórida na América do Norte até a Argentina na América do Sul. No Brasil, o jenipapeiro ocorre des-de a região Norte, próximo à Guiana e Ilha de Marajó, estendendo-se pelos estados do Nordeste, do Sudeste e do Centro-Oeste. No hemisfério norte, a planta frutifica de março a abril, na região amazônica de outubro a abril, no cerrado de setembro a dezembro.

O jenipapo tem sido explorado de forma extrativista e cultivado em pequena escala em diferentes regiões. O cultivo ocorre em pequenos pomares e em roças de alguns grupos indígenas. Apesar de ter sua ocor-

rência em áreas não preferenciais para a agricultura e protegidas por leis, o jenipapo também tem sofrido perdas de variabilidade genética, causada, também, pela expansão da fronteira agrícola. Porém, até o momento não se conhece a dimensão desta perda que pode ser amenizada pela ampla distribuição

geográfica da espécie. Genipa americana L

Os frutos, que são ricos em fibras e em ferro, são colhidos quando atingem a matura-ção adequada e caem naturalmente da planta.

O jenipapo raramente é consumido tal como se encontra na natureza. É servido passado na frigideira com manteiga e depois adoçado com bastante açúcar e pó de canela. O fruto maduro de sabor doce acidulado e aroma forte bem característico é muito em-pregado na confecção de compotas, doces cristalizados, sorvetes, refrescos e, espe-cialmente, na produção do saboroso licor de jenipapo. O vinho, também muito apreciado, pode ser obtido por fermentação. A casca e os frutos verdes também contêm substância co-rante violeta ou azul-escuro; o óleo essencial pode ser extraído das flores, que são muito aromáticas.

Frutos maduros

Frutos maduros partidos.

As festas juninas da região Nordeste não dispensam o delicioso sabor do bom e velho licor, especialmente o licor de jenipapo.

No século XIX, este licor foi considerado como bebida dos nobres na Europa.

As festas de Natal e de Ano Novo celebra-das com champagne e vinho também podem ser incrementadas com este toque de aroma tropical, que hoje já é exportado para vários países. Segundo sreportagem de Caio Couti-nho da Faculdade Integrada da Bahia, a técnica de produção de licor foi trazida pelo clero, cuja tradição ainda é mantida em algumas instituições religiosas, como o Convento do Desterro e o Instituto Bom Pastor de Salvador, como fonte de renda complementar. Nestas instituições, a produção bastante artesanal e lenta é obtida pela infusão da fruta em álcool por período de aproximadamente um ano, seguido de seis lentos processos de filtração em algodão e engarrafamento. Mais de 50 compostos voláteis foram isolados da polpa de jenipapo, sendo 27 destes compostos (princi-palmente álcoois e ésteres) importantes para o sabor ácido e as notas frutais que caracterizam o aroma especial do jenipapo (Alves, 2006).

Deliciosas receitas de licor e de outros produtos do jenipapo também podem ser en-contradas nos Livros publicados e comercia-lizados pela Embrapa: “Frutas do Cerrado” e “Cerrados: aproveitamento alimentar”.

No “Seminário Plantas do Futuro - região Centro-Oeste”, realizado pela Embrapa Re-cursos Genéticos e Biotecnologia e patrocina-do pelo Ministério do Meio Ambiente, reali-zado em Brasília, DF, em 2005, destacou-se o potencial do jenipapo e de outras 15 fruteiras nativas que poderão receber incentivos para pesquisas e fomento para a produção sus-tentada na região Centro-Oeste durante os próximos anos.

Fotos: Cláudio Bezerra

Page 6: Jornal 168

28 de fevereiro de 2011NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornal 28 de fevereiro de 2011 NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornalPágina 06 Página 15

História

Uma viagem pelo passado de ItaocaraA grandiosidade do terri-

tório de Itaocara lá pelos idos de 1891 era qualquer coisa de espetacular, eis que fazia divisas com Pirapetinga, San-to Antônio de Pádua, Monte Verde, Colônia (São Fidélis), Cantagalo e Santa Maria Mada-lena e essa grande extensão ter-ritorial já vinha acompanhando as terras que viriam a formar o município de Itaocara há muito tempo, mesmo que ex-tra- oficialmente . Nessa época, essas terras eram quase todas cobertas pela mata atlântica e os índios ainda existiam, já bem esparsos, é verdade. Uma questão pouco conhecida e até contestada por alguns aperibe-enses é a de que o município deles já foi o 4º distrito de Itaocara com o nome de Pedro Corrêa. Inclusive, é bom lem-brar, para quem não entende a inclusão da Serra da Bolívia no brasão itaocarense que essa é a razão, uma razão de fato e de

direito na época. Uma cidade, um município, precisa cultuar sua memória, acredito mesmo que eles deveriam colocar na grade curricular de suas escolas as respectivas histórias como matéria obrigatória. Pouca gen-te em Itaocara, por exemplo, sabe que Aperibé e Três Ir-mãos já foram distritos daquele município. Bem como muito poucas pessoas sabem quem foram Ana Catarina de Azere-do, Eduardo Vahia de Abreu, Cel. Tota Pitta, Cid Pinto Leite, Cel. Roque Teixeira, Jerônimo Braz, Raul de Carvalho, José Dias, Chico Alexandre, Dr. Nildo Nara, Augusto Pires, Dr. José Sabino Catete e Silva, Paulo César Erthal, Cel. José Antônio Teixeira, Manoel Viei-

ra de Melo, Francisco Pedro de Brito e tantas outras figuras

proeminentes que ajudaram a escrever a nossa história. Sem

falar no “Club Republicano de Estrada Nova”, nos “Bota Amarela”, de Jaguarembé, no Esquadrão da Morte, de Água Preta (retratado pelo Dr. Gama-liel Borges Pinheiro no seu li-vro “Moleque Amaro”, e assim por diante. Abaixo, com sua redação original, a Resolução assinada pelo então governador do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Francisco Portela, em 4 de setembro de 1891:

“O Governador do Estado do Rio de Janeiro resolve di-vidir o município de Itaocara em 4 districtos, com os limites seguintes:

1º-. Districto- Villa – Com-prehendendo o território á mar-gem direita do rio Parahyba, a começar da Boinha até o porto Marinho; dahi em direcção á

serra do Palmital (região onde moravam os índios botocudos), divisas antigas, até a fazenda do Palmital de Felicio de Souza Brandão, pelo corrego da Anta abaixo até o ribeirão das Arêas, dahi pela divisa da fazenda da viúva Heggendorn & Filhos com Rodrigues Milagres, sitio de Pouso Alto em linha ao logar denominado serra Vermelha até o alto e depois por vertentes desta fazenda da Sibéria até a do Monte Perry (atual Monte Puri) á margem esquerda do Rio Negro, ao lado deste pelo valão do padre Rainha pelas vertentes desse rio e do Rio Grande até a ponte do Macapá nas divisas de Santa Maria Magdalena, servindo de divisa o rio Grande, Dous Rios até o districto da colonia e dahi em direcção á Boinha pelos limites com o 3º districto.

2º Districto – Conceição da Estrada Nova-. As mesmas divisas da deliberação de 10 de Setembro de 1890.

3º Districto- Três Irmãos- Lado do Norte, esquerda do rio Parahyba, dividindo com a co-marca do Monte Verde; do lado do sul, direita do rio Parahyba, a partir da fazenda da Boia até a Boinha, pelas vertentes.

4º Districto- Pedro Cor-rêa- O territorio do lado norte (esquerda) do rio Parahyba a partir da barra do rio Pomba (nas márgens do qual, em Fre-cheira, Funil e Quatéis, viviam os índios puris) até a barra do rio Pirapetinga pelas aguas vertentes.

Palacio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1891- Dr. Francis-co Portela.

A chamada “Questão Ape-ribé”, a que se refere o Dr.

Alaôr Eduardo Scisínio, in Itaocara- Uma Democracia Rural, teve início quando Itao-cara perdeu Pedro Corrêa para o município de Pádua, por ato do Dr. Thomaz Porciúncula, então presidente do Estado. A tal decisão governamental me-receu da imprensa itaocarense, não identificada, a publicação de uma matéria intitulada “A DIVISÃO TERRITORIAL DE ITAOCARA”, na qual transcrevia a Resolução de 4 de setembro de 1891, assinada pelo Dr. Francisco Portela e fazia o seguinte comentário:

“Pela resolução acima terão os filhos deste municipio sciencia do que foi e a que está reduzido hoje o então vasto territorio de Itaocara.

Continua na página 17

A primitiva cidade de Itaocara...

Beira Rio de Itaocara, início do século XX, atual Rua Frei Tomas

Anitga Praça Cel Guimarães, início do século XX - Itaocara -

Estação de Itaocara foi extinta junto com a linha férrea

Literatura

A Carta do Zé Cochilo ao primo Luiz da CidadePrezado Luís, quanto tempo. Eu sou o Zé, teu colega de

ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasa-va, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava. Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lem-bra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra, né, Luis?

Pois é. Estou pensando em mudar para viver aí na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos aí da cidade. Tô vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.

Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em

casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.

Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né, Luís?

Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né .) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindica-to e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?

Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama,

só comprando outra, né, Luís? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gera-dor pra ter luz boa no quarto do Juca.

Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luís, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desem-pregado, mas muito bem pro-tegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.

Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né? ca-sei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.

Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chi-queiro para o riacho não podia ser só 20 metros . Disse que eu tinha que derrubar tudo e

só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ia mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande, né?

Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios aí da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.

Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né, Luís? Quem será? Aqui no mato agora quem

sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!.

Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.

Fui no escritório daqui pe-dir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capi-tal, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do Pro-motor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.

Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu per-co o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.

Eu vou morar aí com vo-cês, Luís. Mais fique tranquilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sítio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de gali-nha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.

Até mais Luis. Ah, descul-pe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio.

(A exemplo do Zé do Cam-po, personagem da sátira “A Polícia, o Pobre e a Justiça”, de Chico Marra, todos os fatos e situações de multas e exigên-cias são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discri-cionário entre o meio rural e o meio urbano.)

Resposta a Mario QuintanaChico MARRA

As tentações que vivem no caminhosão tantas e até fazem ninhosnas lúbricas areias poeirentasgrossas ou finas, mas “marrentas”...Os barcos que nas nuvens navegamsão sonhos ilusórios que naufragamnas ilhas isoladas do pensamentoonde nada balouça por falta de vento...Ah! Se os lábios secos viram “mordaças”não seria isso falta de bebidas? Cachaça?Idéia genial lançar rede pra pegar estrelasque beleza de luz seria pega-las. Tê-las...O cheiro que vem da Terra úmido e quenteTalvez seja resultante do caminhar da serpentee se a “esfinge” mia como se fosse uma gataé por medo do grande vulcão que devasta!O “grito pálido e agudo” da insônia do adolescenteseria produto das lavas vulcânicas fervente?E “o sono febril das virgens” nos seus leitosSeria causado pela dor da virgindade no peito?E “o Cristo d Corcovado” pra que serve agoraSe a vida é curta e o ontem já foi embora?Ah! O hoje é das belas e plumáticas palmeirasdas quais saem folhas para o fabrico de esteiras...Então sonhar, amigo, é passar a vida inteiracaminhando numa estrada sem fronteira´?aonde nem o vento carrega o sonhoe ai está a razão do nosso olhar tristonho?

Mundo de CoresOi... Olha pela janela,

lá fora tem primavera!

Ah! Um mundo de cores,

perfumes, luzes e flores...

Viver não é só respirar,

não é só se extasiar...

Viver é participar,

é sentir todos os cheiros,

colher rosas nos canteiros,

deliciar-se com trovão,

botar os pés no chão...

Viver á cavalgar o vento,

é vencer com talento,

viver é ir e vir no tempo,

é ir além do previsível...

Chico Marra

Page 7: Jornal 168

28 de fevereiro de 2011NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornal 28 de fevereiro de 2011 NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornal Página 07Página 14

Literatura História

Carnaval 2011

Apresentação...

Visão

Quem sou eu?Descubra...Eu não sou como gente que mesmo apósalgum tempo, não aprende a diferença, asutil diferença, aquela especial que medeiaentre “dar a mão e acorrentar a alma” e aínão se aprende que “amar não significa apoiar-se”e que a segurança nem sempre está na companhia.Por isso, também, o não aprender que beijosnão são contratos amparados pelo “direito”através de qualquer lei, a não ser a naturalque vem de avatares, bem como também nãose aprende que “presentes não são promessas”...apenas presentes que alguém recebe, sorri, mostra osdentes, alvos ou não, mas não passa disso, tirada a emoção da hora. Promessa é bem outra coisa e a elase paga carregando a cruz da vida ou um ramo de flores,no altar das dores ou na catedral das cores e perfumes,no frio ou com lume... Promessa é bem outra coisa, repito,quase nunca cumprida. A vida, é preciso aprender, é umbumerangue que se lança ao espaço sem alvo certo, mas que sempre volta ao lançador. É a lei natural: Cada açãocorresponde a uma reação e isso se dá, dentre outras coisas,em relação ao quereres... Ao amor, a amizade, ao ódio, à saudade,à esperança... A tudo aquilo que acaricia ou flagela. Viver, épreciso saber, não é só respirar, é necessário participar, ser útile solidário. Caridade? Caridade não é só dar alguma coisa material.Caridade pode ser até uma palavra dada a alguém a quem quaseninguém fala. É preciso aprender que a vida é um milagre que serenova a cada milésimo de segundo e que o tempo mergulha nopróprio tempo, que se destila e condensa, mas não volta. Daí ser preciso viver cada segundo como se ele fosse o último, com a intensidade máxima possível. Por nada aprender com a vida,nem com o espelho onde se reflete o corpo físico, o ser humanonão reconhece a si próprio e começa a aceitar suas derrotas,esquecido de que Deus fez o ser humano para ser feliz, masisso só é possível agindo-se em harmonia com as forças cósmicasque regem o universo. Pecado? Pecado é ser infeliz! De nada adiantaa cabeça erguida, se não se pode curvar o corpo para colher a flor da vida, esta representando a vitória como realização pessoal, mastal vitória só é conseguida se os caminhos forem percorridos, sem se parar à sombra a beira da estrada... Medo? Medo de que tempo?De que receios, de que frio, de que calor, de que cio, de que vento?Medo do uivo do lobo, do espinho da santana, do navio atracado nocaís ou no alto mar, de lencinho branco acenando um adeus? Medo da tristeza ou da alegria? Medo da dúvida ou da certeza? Eu? Quem sou? Sou Chico Marra, advogado, poeta. Sou ariano de 8 de abril e nasci em Itaocara-RJ, a mais linda cidade do baixo Rio Paraíbado Sul, onde resido até hoje, mas minha origem é mineira, uai.Talvez eu seja um adorador da Lua, da rua, da nota de um violão dividindo a noite ao meio, do Sol, do anzol, do ar, do mar, do rio, do cio, da flor, do amor, do perfume, do lume, da graviola, dacoca-cola, do beijo, do queijo, da praia, da mini-saia, da floresta,da festa, da canção, da oração, do feijão, do pão, do circo, do abrigo,da tempestade, da amizade Eu sou Chico MARRA!

Eu te vi no salãoe não vestias sonhos,mas tinhas brilhantes nas mãose teus olhares não eram tristonhos...Não! Não calçavas fantasia,apenas dançavas, sorriae aí sua silhueta pousounos meus olhos mas meu sonho não ousousegurar-te nos braçose abraçar-te com fortes abraços...Julgar ou pensar ser imortalnão é um grande male isso se cura até com carnavalou curando ressaca com sonrisal...A vida é festa! Nunca acaba,é como um competente abre-ala,como um belo conto de fada,uma peça que se encena,a lira, o violão, o verso do mecenasà sombra do pé de jabuticaba...

Há 150 anos nascia o brasileiro que inventou o rádio

Nesta sexta-feira, 21 de janeiro, o Brasil celebra o ses-quicentenário de nascimento do padre-cientista Roberto Landell de Moura, inventor brasileiro do rádio e Pai das Telecomunicações. Uma série de atividades foi programada para este dia, entre elas o lan-çamento de selo e carimbo alu-sivos ao tema pelos Correios nas cidades de Porto Alegre, Campinas e Brasília.

Ironia do destino, embora seja um dos maiores gênios dos séculos XIX e XX, por suas invenções e atuação cien-tífica, Landell de Moura, gaú-cho de Porto Alegre nascido no dia 21 de janeiro de 1861, é ignorado em seu próprio País, onde as crianças continuam aprendendo que o inventor do rádio foi o italiano Guglielmo Marconi.

Com o conhecimento te-órico e a inquietude dos que estão à frente de seu tempo, Roberto Landell de Moura transmitiu a voz humana à distância, sem fio, pela pri-meira vez no mundo. Foi também pioneiro ao projetar aparelhos para a transmissão de imagens (a TV) e textos (o teletipo). Previu que as ondas curtas poderiam aumentar a distância das comunicações e também utilizou-se da luz para enviar mensagens, princípio das fibras ópticas. Tudo está documentado por patentes, manuscritos, noticiário da im-prensa no Brasil e no exterior

e testemunhos.As pioneiras transmissões

de rádio aconteceram no final do século XIX, ligando o alto de Santana – o Colégio Santana – à emblemática Avenida Pau-lista, que hoje abriga diversas antenas de emissoras de rádio e de TV.

Ao transmitir a voz, Lan-dell se diferenciou de Marco-ni. O cientista italiano inven-tou o telégrafo sem fios, ou seja, a transmissão de sinais em código Morse (conjunto de pontos e traços) e não o rádio tal como o conhecemos.

As experiências do padre Landell não sensibilizaram autoridades e nem patrocina-dores. Pior: um grupo de fiéis achou que o padre “falava com o demônio” e destruiu seus aparelhos.

Mesmo tendo patenteado o rádio no Brasil (1901), Landell não obteve reconhecimento. Decidiu, então, viajar para os Estados Unidos, onde con-seguiu, em 1904, três cartas patentes. De volta ao Brasil, quis fazer uma demonstração das suas invenções no Rio de Janeiro, mas, por um erro de avaliação, o Governo não lhe deu a oportunidade. Depois, ele seria “forçado” a abando-nar as experimentações cien-tíficas. Morreu no ostracismo e o Brasil importou tecnologia para entrar na era das radioco-municações!

Landell de Moura está, agora, já em pleno século XXI,

prestes a ver seu nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão Tancre-do Neves, graças ao Projeto de Lei do senador Sérgio Zambia-si, que está atualmente em aná-lise na Câmara dos Deputados. Estará, desse modo, ao lado de outros heróis como Tiradentes, Zumbi dos Palmares, Santos Dumont e Oswaldo Cruz.

Também receberá, em fe-vereiro, o título post-mortem de Cidadão Paulistano (que Marconi recebeu em vida), por iniciativa do vereador Eliseu Gabriel.

Há anos, ele é o patrono dos rádio amadores brasilei-ros e seu nome está em ruas e praças de várias cidades, em instituições públicas e em livros publicados no Brasil e no Exterior.

O Brasil tem agora a opor-tunidade de reconhecer a obra científica de Landell e incluir os seus feitos no currículo escolar obrigatório do ensino básico. É por isso que luta o MLM – Movimento Landell de Moura, integrado por vo-luntários de diferentes áreas, que construiu um site - www.mlm.landelldemoura.qsl.br – para angariar assinaturas em prol desse reconhecimento. Vale registrar que o MLM não tem fins político-partidário, religiosos, financeiros ou de promoção pessoal.

Responsáveis pelas infor-mações e fontes para eventuais consultas:

Carnaval de Itaocara vai bombarComo sempre vem acon-

tecendo, apesar dos agouros de muitos, o Carnaval Vivo de Itaocara, versão 2011, vai ser novamente, dispa-rado, o melhor da região Quem pensou que a saída do Nacional vai acabar com o nosso carnaval, pensou errado e vai ter uma grande surpresa, tanto pelo suces-so dos desfiles dos blocos, quanto pelos shows que irão rolar em todas as noites. A

previsão é de que o recorde de público será batido eis que, afinal, o verdadeiro Carnaval Vivo e Criativo, com mais Segurança, é mes-mo Aqui. Como sempre, o palco dos desfiles será a rua Cel. Pita de Castro que, toda enfeitada, ainda recebe arquibancadas para dar mais conforto aos assistentes e ao longo dessa importante “passarela do samba” have-rá diversos postos destina-

dos à mídia, isso para mos-trar tudo nos mais diversos ângulos. O palanque oficial, por sinal de excelente bom gosto, fica localizado perto das escadarias da prefeitura, onde os premiados receberão seus troféus, além da troca de faixa entre as musas de 2010 e 2011. Para desespero dos “inimigos”, Itaocara irá fazer o melhor carnaval da região, sob a batuta de Henrique Rezende e sua equipe.

Direitos

A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que o número estimado de novos casos de câncer em todo o mundo chegará a 15 milhões em 2020. A Constituição Federal brasileira assegura aos portadores de neoplasia maligna (câncer) alguns di-reitos especiais, mas a falta de informação é grande e muitos portadores deixam de desfrutar desses benefícios por desconhecerem seus direitos.

O câncer pode ser con-trolado e, se diagnostica-do precocemente, a cura é possível em muitos casos. Entretanto, o tratamento da doença pode ter um custo elevado, além de causar complicações físicas e psi-cológicas ao paciente. Por isso, foi instituído o direito constitucional aos porta-dores de câncer. Muitas entidades editam cartilhas e diversos materiais infor-mativos sobre esses benefí-cios, a exemplo do Instituto Nacional do Câncer (INCa), da Associação Brasileira de Combate ao Câncer Infan-til e Adulto (Abraccia), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), etc, mas a falta de informação ainda é um dos maiores inimigos dos portadores de câncer. Os direitos garantidos aos doentes de câncer são exten-sivos a pacientes com outras doenças graves, como tu-berculose ativa, hanseníase, alienação mental, cegueira, paralisia irreversível ou incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondilartrose anquilosan-te, nefropatia grave, esta-do avançado da doença de Paget (osteíte deformante), Aids e contaminação por ra-diação. Esses benefícios vão da isenção de pagamento do Imposto de Renda que incide na aposentadoria, andamen-to prioritário de processos judiciais, levantamento do FGTS, quitação de imóvel, levantamento de seguro de vida e previdência priva-da, saque do PIS, auxílio transporte, isenção de IPI, ICMS e IPVA na aquisição de veículos especiais, entre

outros. Conheça alguns des-ses direitos:

Acesso aos dados do ser-viço médico se dá pelo re-querimento à instituição de saúde que detenha os dados do prontuário.

Benefício auxílio-doença será devido ao segurado da Previdência Social que ficar incapacitado para o seu tra-balho ou para a sua atividade habitual, nos termos da C.L.T. É devido ao segurado em-pregado a contar do décimo-sexto dia do afastamento da atividade.

Aposentadoria por inva-lidez – devida ao segurado que, estando ou não em gozo do auxíliodoença, for considerado incapaz e insus-ceptível de reabilitação para o exercício da atividade que lhe garanta a subsistência e será paga enquanto perma-necer nessa condição. Se o segurado do INSS necessitar de assistência permanente de outra pessoa, a critério da perícia médica, o valor da aposentadoria por inva-

lidez será aumentado em 25% a partir da data de sua solicitação.

Isenção do imposto de renda na aposentadoria – poderá ser requerida junto ao órgão competente, ou seja, aquele que paga a aposentadoria (INSS, Pre-feitura, etc).

Benefício de prestação continuada (LOAS) – devido àquelas pessoas que não têm acesso aos benefícios previ-denciários. Garante um salá-rio mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e/ou idoso com 67 anos ou mais, que comprove não possuir meios de promover a própria manutenção e nem tê-la pro-movida por sua família. Esse benefício pode ser solicitado nas Agências da Previdência Social mediante o cumpri-mento das exigências legais.

Isenção da contribuição previdenciária – sobre a par-cela de até três mil reais dos proventos dos servidores públicos federais aposentados por invalidez.

Passe livre em transporte coletivo interestadual para pessoas carentes portadoras de deficiência.

Liberação do Fundo de Garantia e do PIS/Pasep – deve ser requerido junto à Caixa Econômica Federal. É devido ao trabalhador com neoplasia maligna (câncer) ou o trabalhador que possuir dependentes, registrados no INSS, acometidos de câncer.

Cirurgia plástica repara-dora de mama pela rede de unidades integrantes do Sis-tema Único de Saúde (SUS), nos casos de mutilação decor-rente de tratamento de câncer.

Quitação do financiamen-to de imóvel junto à Caixa Econômica Federal sujeito à verificação e composição de renda familiar no contrato de financiamento.

Isenção de ICMS, IPI e IPVA, caso a doença ocasio-ne deficiência nos membros, superiores ou inferiores, que a impossibilite de dirigir au-tomóveis comuns.

Isenção do ICMS – De-

verá ser requerida junto à Secretaria da Fazenda do Es-tado, na aquisição de veículos especiais. Cada Estado tem uma regulamentação própria para a isenção. Em São Paulo, por exemplo, estão isentos os veículos de até 127 HP de potência bruta, adaptados ao uso de pessoas portadoras de deficiência física (caso de mulheres submetidas a mastectomia decorrente de neoplasia maligna).

Isenção do IPI – A ser re-querida junto à Secretaria da Receita Federal, na aquisição de veículos por portadores de deficiência Física.

Isenção de IPVA – A ser requerida junto à Secretaria da Fazenda do Estado.

Dica: O portador de cân-cer deve guardar todos os laudos, receitas, exames, radioterapias, tomografias, entre outros documentos, além de seus pessoais, que comprovem o problema de saúde. Estes são documentos importantes em qualquer pro-cesso judicial.

OS DIREITOS DOS PORTADORES DE CÂNCER

Prefeitura de Itaocara adquiriu em 2009 vários veículos leves para atendimento aos distritos...

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28 de fevereiro de 2011NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornal 28 de fevereiro de 2011 NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornalPágina 08 Página 13

Cultura

Autor: José Carlos VazConsultor: Fábio Moreira Leite

Em quase todos os mu-nicípios são inexistentes os equipamentos e programas culturais que atinjam a maior parte da população, permitindo o acesso à produção e expres-são culturais. As casas de cul-tura são uma solução que vem se disseminando, oferecendo diferentes oportunidades, de forma integrada. Além de se-rem utilizadas para favorecer o acesso da população aos bens culturais, podem dinamizar a promoção da cidadania.

AS CASAS DE CULTURAAs casas de cultura devem

ser geridas de forma que os equipamentos existentes este-jam voltados para o favoreci-mento da expressão cultural da população. Ou seja, não devem se limitar a oferecer aos cidadãos a oportunidade de tomar contato com a pro-dução do mercado artístico. Valorizando-se atividades de formação, debate e promoção da produção local, pode-se transformar a casa de cultu-ra em algo mais do que um equipamento de apresentação de produções culturais: ela pode se tornar uma referência para a sociedade local, cons-tituindo-se um espaço onde os cidadãos agem organizada e coletivamente. Dando um passo adiante, é importante que a casa de cultura seja um lugar onde os produtores de cultura da região, não só artistas, mas também professores, estudio-sos e pensadores possam criar núcleos de produção, debate, crítica e divulgação de suas experiências de formação e análises de informação. Entre as muitas atividades que podem ser realizadas em uma casa de cultura, destacam-se:

a) facilitar o acesso à pro-dução artística local, regional, nacional e internacional, se-diando mostras, exposições e espetáculos;

b) criar condições para pro-gramas de recreação ou vivên-cia, rodas livres de expressão;

c) constituir núcleos de aprendizado, produção e asses-soria à expressão artística da população, articulando e ofe-recendo laboratórios de apoio

à expressão e oficinas de arte em áreas como teatro, música, literatura, artes plásticas, vídeo, dança, abrangendo técnicas de criação e produção;

d) promover o resgate da memória e a valorização da história local, com debates, conferências ou exposições;

e) auxiliar as atividades de ensino da rede escolar, realizando eventos comple-mentares, como espetáculos, mostras culturais e científicas, exposições de cultura ou arte, conferências e debates, orga-nizados conjuntamente com os educadores e alunos;

f) articular atividades de produção local de rádio ou TV.

Em qualquer dessas ativi-dades, o desenvolvimento da cidadania deve ser colocado como elemento central para as ações voltadas para os diversos públicos atendidos pela casa de cultura, de acordo com suas especificidades como escola-ridade, faixa etária, condição profissional e acesso a bens culturais.

GESTÃO DA CASAAo se pensar em desenvol-

vimento da cidadania, a casa de cultura deve ter uma dinâmica própria. É preciso prever um grau de autonomia na relação com a prefeitura, que pode ser conseguido pela incorporação de representantes da sociedade na gestão e no planejamen-to das atividades da casa de cultura. Esses representantes devem participar do Conselho Gestor da Casa de Cultura e de grupos ou comissões temáticas, responsáveis pela programação e organização das várias ativi-dades. O Conselho Gestor deve congregar também a equipe dirigente da casa (coordenador e coordenadores de área ou de equipes) e ter suas reuniões abertas a todos os cidadãos, que podem oferecer a ele demandas e projetos.A principal função do Conselho Gestor, é definir atividades e prioridades da casa, procurando desenvolver, dentro do possível, as propos-tas de atuação e programação, tenham elas origem no governo local, em movimentos, enti-dades ou produtores culturais (coletivos ou individuais), no Fórum de Cultura ou em ou-tras instâncias de discussão e

formulação. Nesse sentido, é importante que o conselho ges-tor possa deliberar sobre o uso da infra-estrutura disponível para a casa de cultura. Além do conselho gestor, é recomendá-vel estender a participação dos cidadãos ao planejamento, à programação, à organização e à gestão das várias atividades da casa de cultura. Para isto, pode-se constituir comissões ou grupos para áreas ou ativi-dades. Estas comissões podem ser permanentes (por exemplo, comissões para os vários cam-pos de expressão artística: tea-tro, dança, etc.) ou transitórias (por exemplo, comissões para um evento específico). É im-portante que essas comissões ou grupos de áreas congre-guem o máximo possível de participantes, ainda que seja necessário dividir internamente o trabalho. Pode existir, ainda, um fórum de cultura municipal ou regional, de acordo com o porte do município e com a área atendida pela Casa de Cultura, caracterizado pela livre participação de cidadãos e entidades. Esse fórum pode funcionar como um espaço de apresentação de propostas da sociedade para a atuação da casa de cultura, posteriormen-te. Por isso, é fundamental que os gestores da casa de cultura participem. Da mesma forma, podem se constituir fóruns te-máticos, com a presença livre de pessoas ou grupos afeitos a determinadas propostas ou a formas específicas de produção e expressão.

IMPLANTANDOPara a definição de local

de implantação de uma casa de cultura, deve-se considerar as demandas existentes nos diversos bairros ou distritos do município. As possibilidade de acesso ao local merecem aná-lise cuidadosa, especialmente em municípios mais populosos e de maior extensão territorial. Como critério menos impor-tante, mas que não pode ser desprezado, é necessário con-siderar a existência de imóveis que possam receber esse uso. Tem sido comum instalar casas de cultura em imóveis de valor histórico, especialmente em processos de revitalização de centros urbanos. A instalação

de uma casa de cultura pode auxiliar em projetos de recu-peração de áreas submetidas à degradação de seus usos. Imó-veis municipais que venham sendo subutilizados também podem ser aproveitados. A im-plantação de uma casa de cul-tura não deve surgir de ações unilaterais do governo, sob o risco de que ela se transforme em simples equipamento de exibição de produções artís-ticas. Para integrá-la em um processo de desenvolvimento da cidadania, é indispensável que se realize uma articulação do governo municipal com agentes locais, especialmente aqueles com atuação no campo da cultura. Essa articulação deve contemplar a participação em decisões como localização, projeto arquitetônico e equipes fixas a serem constituídas. Esse tipo de interação entre socieda-de e governo municipal tende a facilitar a implantação de uma gestão participativa da casa.

AVANÇANDOPara que se consiga que

uma casa de cultura ajude a promover uma cidadania ativa entre a população que atinge, seu potencial de comunicação e atração da população deve ser utilizado para auxiliar em processos de formulação e im-plantação de políticas públicas. A casa de cultura, por exemplo, pode ser usada na divulgação e nos debates de processos de elaboração participativa do orçamento municipal. É importante que ela seja um ponto de referência da orga-nização da população e de seu contato com o poder público municipal. O coordenador e demais funcionários da casa de cultura, dentro dessa ótica, têm uma tarefa bastante ampla, auxiliando no diálogo entre sociedade e prefeitura, atuan-do como facilitadores dessa relação. Isso exige deles, além de capacidades no campo da ação cultural, uma certa sensi-bilidade política, que não pode ser entendida simplesmente como apoio incondicional ao governo municipal, mas como capacidade de interlocução com diferentes atores sociais. Trata-se de fazer desses tra-balhadores da cultura agentes capazes de integrar as ações

do campo cultural a processos sociais mais amplos, sob a ética da promoção da cidadania.

RESULTADOSÀ medida em que se prio-

riza a gestão das casas de cultura como instrumento de promoção da cidadania, é pos-sível oferecer à população um espaço para individuação sem mercantilismo, nem ideologia acrítica, onde o cidadão atue e se perceba como agente ativo da política cultural e da vida de sua comunidade. Valorizando a produção local, chamando os cidadãos a participarem de sua gestão e a socializarem seu saber individual, a casa de cultura atua contra a domi-nação cultural por modelos e procedimentos massificados ou do mundo “ilustrado” das elites. Dentro dessa visão, a casa de cultura é um espaço de vivência comunitária da re-gião. Contribui, portanto, para a criação e reforço de relações sociais baseadas na identidade local e na solidariedade. Os efeitos desse tipo de vivência ultrapassam o sentido mera-mente artístico, recreativo ou educativo. Colocam-se no cam-po político, como elementos de construção de uma cultura política nova, baseada na noção de cidadania e na participação da sociedade na gestão das políticas e equipamentos pú-blicos. Configurando-se como um espaço de reunião e en-contro dos cidadãos da cidade ou região, uma casa de cultura pode assumir um papel de pólo de organização da população não só em torno do saber e das artes, mas também em torno da discussão da ação coletiva em questões locais ou mesmo de abrangência mais ampla. Esse caráter de ponto de referência da população para o aprofunda-mento e discussão de questões de seu interesse tende a con-tribuir para tornar mais crítica a postura dos cidadãos frente às ações do governo local. Longe de ser encarado como um problema, deve ser tomado como uma oportunidade para desenvolver instrumentos de gestão democrática e para apro-ximar o governo municipal das carências dos cidadãos, sem depender de estruturas políticas clientelistas.

CASAS DE CULTURA E CIDADANIACarnaval de Itaocara

Hidrelétrica de Itaocara Recursos Hídricos

Prefeito Alcione Araújo e Secretaria de Cultura e Turismo irão fazer o melhor carnaval dos últimos tempos

Quando se julgava im-possível melhorar, o Carnaval Vivo inova deixando em mui-to para traz os carnavais de outrora.

Uma mega estrutura está sendo montado para propor-cionar o maior conforto aos foliões e espectadores dessa majestosa festa. Começando pelo paraíso de sonhos que é a decoração da avenida. Desenhada pelo artista plás-tico e Secretário de Cultura e Turismo Henrique Resende e executada pelo mestre Jander e sua equipe, a decoração faz menção à beleza exuberante, charme e sedução incompa-ráveis da mulher itaocarense. Homenagem justíssima para essas que contribuem tanto trazendo beleza e alegria a essa magnífica festa. Também pensando em tais belezas a Se-cretaria de Cultura e Turismos de Itaocara lançou no dia 14

de fevereiro o concurso para a Escolha da Musa do Car-naval Vivo 2011, através do site www.itaocarararj.com.br, contando com sete beldades que representam com muita segurança o que veremos na avenida. A musa eleita desfi-lará majestosa em seu bloco além de estar presente no palanque oficial nos quatro dias de festa para a entrega das premiações.

A versatilidade e a enge-nhosidade do povo itaocarense não passam despercebidos no período carnavalesco. Um belo exemplo disso é a magnífica e totalmente original festa que acontece a alguns anos no Sítio Caeté durante o dia: “O Car-narroça”, que merecidamente foi agregado à programação oficial do Carnaval Vivo 2011 pelo Prefeito Alcione Araújo. Trata-se de uma mistura dos desfiles alegóricos com a mi-

lenar arte de candear carros de boi. Misturando isso, teremos vinte carros de boi em um des-file super produzido que será embalado pela bateria oficial da Prefeitura.

Em se falando de som, a Prefeitura de Itaocara dispo-nibilizará uma aparelhagem de cerca de 70 mil wats de potência distribuídos entre a avenida do samba e a área de eventos da beira rio onde os shows acontecerão após os desfiles. Também fornecerá mi-crofonação para as baterias dos blocos e agremiações carnava-lescas, de modo que longe ou perto os espectadores tenham uma sonorização adequada. Além disso, haverá telões po-sicionados estrategicamente ao longo da avenida para que o expectador possa fazer seu acompanhamento passo a pas-so dos desfiles. Também estão sendo disponibilizados cerca

de 80 mil wats de iluminação que dará um brilho impar a essa festa de luz.

Além das tradicionais agremiações que já fazem do Itaocara Carnaval Vivo um sucesso, esse ano teremos o inédito bloco do Juca Rocha que estréia com força e promete surpreender. Também conta-remos com o incrivelmente divertido Bloco das Piranhas, o colossal Bloco Nação Ru-bronegra, a estrela soberana da Nação Alvinegra, o celestial Bloco dos Anjos, o misterioso Unidos de Nós Sozinhos, a presença marcante do Bloco do Sobradinho, o super animado Itaflu, o contagiante Uninel, o majestoso bloco do distrito de Laranjais Unidos de Últi-ma Hora, o super organizado Bloco Itacalhau, o fantástico Bloco Uilzer e a irreverência do Concentra Mas Não Sai. Não podemos esquecer do soberano

Bloco / Escola União, que junto às demais agremiações fará do Itaocara 2011 Carnaval Vivo o melhor da região. Quando o último bloco passar, a festa terá continuidade na beira rio com a banda Prakatum do Brasil. Com uma mega produção e repertório variado, promete agitar ao extremo o fim de noite dos foliões.

Vale apenas ressaltar, além do empenho e total apoio do Prefeito Alcione Araújo, o tra-balho realizado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turis-mo com a forte colaboração da Ligac (Liga carnavalesca), da Secretaria Municipal de Obras, Secretaria Municipal de Fazenda, Secretaria Muni-cipal de Assistência Social e Secretaria Municipal de Saúde, entre outras.

Tudo isso só foi possível pela determinação do poder público.

O Consórcio Light/CEMIG já está em Itaocara

Pelo visto, a calcular-se pela movimentação de pes-soal e veículos ligados ao consórcio Light/CEMIG na cidade, inclusive com diver-sas casas alugadas, sem fa-lar no pessoal de campo que já está no local da obra, A Hidrelétrica Itaocara agora sai mesmo do papel, dizem, e em breve suas turbinas estarão gerando energia para toda a região noroeste fluminense. Segundo infor-mações colhidas por nossa reportagem a obra, que conta com financiamento do BNDS deverá estar ini-ciada definitivamente no início de 2011. uma outra informação importante, que vem a confirmar o que se disse anteriormente nesta matéria, é o pedido de infor-mações sobre a alíquota do ISSQN que teria sido feito às prefeituras de Itaocara e Aperibé.

Apesar da grande re-sistência de alguns setores ambientalistas, os mesmo que são contra a Fábrica de Cimento Mizu, a Hidrelétri-ca de Itaocara deverá mes-mo acontecer, assim como também a Mizu. Quanto à primeira, é de se dizer que a Lei Municipal que “proíbe’ a construção de hidrelétricas no leito do Rio Paraíba do Sul em território itaocarense não será obstá-culo para a sua construção, eis que a competência para legislar sobre rios cabe a União. Quanto à segunda, a Mizu, o argumento de que no local existe uma caverna e ‘mangue” não procede, eis que uma caverna tem características próprias, estalactites, profundida-des, etc, e essa não passa de um “buraco de tatu” e o brejo citado não acolhe nem mesmo um sapo. Na

verdade, o povo itaoca-rense já não agüenta mais ver grassar o desemprego no município, enquanto os visinhos se industrializam, geram empregos e dimi-nuem a desigualdade social. A pergunta que se faz a tais “ambientalistas” é: Será que só Itaocara não pode se industrializar? Recente-mente também esteve em Itaocara o corpo técnico da Santa Giselle Empreendi-mentos, firma que pretende construir uma hidrelétrica nas imediações do Campo de Semente, que ficaria, se construída, a cerca de 19 quilômetros da Hidrelétrica Itaocara e colocaria suas águas às portas da cidade. Outra notícia importante é que as indenizações aos proprietários das terras a serem alagadas pela Hi-drelétrica Itaocara já estão sendo providenciadas.

Águas Itaocarenses...Há! Olha o espelho d`água

do Rio Paraíba, a água corren-do por entre gargantas de pe-dras, formando profundos ca-nais, “habitat” dos dourados... Ou correndo mansa, formando “remansos” para moradia dos tucunarés... Veja o “ninhal” das garças, no Porto Marinho, com mais de 50 mil delas, in-clusive uma azul raríssima. Ah! A “Volta do Camarão” com as suas águas corredeiras, morada dos camarões pitus... Olha a magia da Lua Cheia mergu-lhada no Paraíba, no Negro, enfeitiçando os pescadores e brincando de esconder com as “sereias”...

Um município sem recursos hídricos é uma Terra fadada ao fracasso de atividades agrícolas, pastoris, industriais, comerciais e até habitacionais, eis que tal precioso líquido é a fonte da vida. Em razão disso, é de se dizer que a Terra de Frei Tomás é abençoada, eis que conta com três rios: o Paraíba do Sul, O Negro e o Ribeirão das Areias. O primeiro, fazendo a divisa com Pádua, Aperibé e Cambuci, de Porto Marinho à Bóia; o segundo como marco divisório com Cantagalo e São Sebastião do Alto e o terceiro cortando as localidades de

Engenho Central, Laranjais e Batatal, desaguando no Rio Paraíba. Além desses grandes cursos d`água, o município ainda conta com diversos cursos menores como, exemplificando, Valão da Água Preta, Valão da Jararaca, Valão das Duas Porteiras, Valão de Santo Antô-nio, Valão do Paricá, Valão da Ouricana, e um subsolo muito rico em água, fato que permite o crescimento vertiginoso das plantações de hortifrutigranjei-ros e o conseqüente sucesso do Mercado do Produtor em Ponto de Pergunta. Além disso, Itao-cara pode orgulhar-se de ser um dos poucos privilegiados em ter quase 100% de suas residências urbanas abastecidas com água encanada, de alta qualidade e fornecida pela CEDAE.

Apesar de ter tanta água, o Município de Itaocara não con-ta com irrigação de suas terras marginais aos seus cursos d ` água, apesar da presença em seu território da PESAGRO e da UENF com experiências agrícolas. Agora, com a chega-da da Hidrelétrica de Itaocara, que parece que vai sair mesmo do papel, e com a formação do seu grande lago, talvez a irri-gação, por gravidade, possa se tornar uma realidade...

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História Literatura

O CASTELINHO

Uma viagem através do Túnel do Tempo mostra que até 1930, conforme Júlio Pompeu- in O Muni-cípio de Itaocara- as terras onde hoje se localiza o Castelinho, tinham mais de 100 alqueires de terras virgens, cobertas de densa floresta, além de alguns outros alqueires desmata-dos, onde se plantava di-versos produtos agrícolas. Os tempos foram passan-do e as matas derrubadas deram lugar a pastagens. Depois, tal propriedade passou a pertencer à famí-lia Monerath, família esta que ainda está presente em Itaocara, através de Sérgio Monerath e outros herdeiros de Dona Marga-rida Monerath, mas hoje a área onde se encontra o

Castelinho pertence aos sucessores do Dr.Orlando do Couto.

Lá pelos idos de 1938, no local aproximado do Castelinho, o Governo Faria Souto, então inter-ventor do Município de Itaocara, ali construiu um Campo de Aviação, um aeroporto, para realizar vôos regulares para o Rio de Janeiro e o piloto oficial era o Dr. Matozi-nho de Oliveira Pinheiro. Além do “aeroporto” tam-bém ali foi construído um hipódromo, que por sinal, era muito movimentado. Aliás, a história registra um acidente acontecido lá pela década de 40, com avião por ele pilo-tado e que caiu encima de uma grande árvore e

ali ficou pendurado, mas o acidente não causou vítima fatal. No mesmo local, perto do aeroporto, também funcionou um hipódromo.

A história do hoje cha-mado “Castelinho” tem início no final de 1945 quando a família Mone-rath resolveu construir um Alambique de Aguar-dente e assim o prédio foi levantado, usando-se telhas francesas em sua cobertura. Tal alambique nunca funcionou, as te-lhas foram retiradas e o prédio abandonado. As ruínas deste mostram a excelência de sua cons-trução, eis que resiste ao tempo e virou cartão pos-tal da cidade de Itaocara.

A história registra,

ainda, que, abandonada a construção do alambique de aguardente, por razões desconhecidas, a família Monerath resolveu ven-der a parte onde hoje se encontra o Castelinho, bem como outra área de terras anexas e tal imóvel foi adquirido já em época não muito distante, pelo Sr. Orlando do Couto- Escrivão, Adilsom Bom- Engenheiro e Eduardo Scisínio Dias (Dudu), escrivão. Durante a vi-gência dessa sociedade, os dois últimos preten-diam derrubar o prédio do Castelinho, sob a ar-gumentação de que era uma coisa em ruína e sem nenhuma utilidade prática, fato que irritou o Senhor Orlando Couto

e a sociedade foi desfei-ta, ficando o Castelinho incluído na parte des-te último. De posse do Castelinho e sua área de terras contíguas, Orlando do Couto, com a visão da importância turística do prédio para futuro, manteve-o intacto, inclu-sive não loteando a área marginal. Hoje a magia do Castelinho “mergu-lhado” nas águas do lago que lhe é próximo, roda o mundo através da in-ternet e faz a mágica festa daqueles que ali querem ser fotografados. Muita gente diz que pela importância histórica e do esplêndido visual do local, a Prefeitura deve-ria tombar o imóvel para fins turísticos...

o lago , o Castelinho e a Serra da Bolivia

Foto: Chico Marra

O amor, a água do rio, a pedra & a luaChico Marra

O amor é como a água de um rio: a mesma cor, o mesmo sabor, a mesma dor produzida pelo açoite da ingratidão dos “predadores” ou do vento forte; o mesmo arrepio; a mesma sede de amar a lua ou, quem sabe, um dia, invadir a rua e sentar-se no banco da praça... Não sei se contemplando a flor ou bebendo um copo de cachaça... O amor integral, inteiro, ou pulverizado em mil pedaços, como a água una ou dispersas em gotas ou filão... A mesma água, porém dividida ao meio por uma colossal pedra, o que faz, de um lado, furiosa corre-deira e do outro, o claro e man-so espelho d’ água do remanso. Como a água, o amor pode ser calmo ou revolto; raso ou pro-fundo... Navegável ou não. O amor que constrói, que destrói e que, como a água de um rio, pode ter o seu curso e volume controlados por uma represa ou correr solto, inundando tudo. Quem disse que não existe nada de comum entre o amor e a água do rio? Quem disse? Claro que existe! Existe sim e ambos são fontes de vida, ou de morte. Neles mata-se a sede ou a água é só miragem no deserto. Neles se veleja, neles se naufraga... Até mesmo com uma bandeira “pirata”. Tudo depende do jangadeiro, da jangada, da calma ou furor

das águas, da pedra, do mastro, da vela, do vento e da lua, da reza do moleque que anda na rua e espera a volta do pai que pilota o barco. Ah! Os fatores! O amor é como a água do rio: bate na pedra, fragmenta-se, evapora-se no caldeirão do tempo, na imensidão profunda do nada para ir se perder, ou renascer... Hoje eu sei: o amor, como a água, é incolor e não tem nenhum cheiro...

A água do rio vem cor-rendo, trazendo barquinhos repletos de sonhos, realidades e ilusões. A boca da garganta de pedra morde a água corredeira que, talvez corra por medo da mordida, que faz com que mi-núsculas bolinhas evaporem-se pelo ar. No meio da cachoeira, na madrugada, a sereia-a sereia do rio, mesmo que hipotética, canta para atrair o pescador. Como o amor, a água do rio pode ser elemento de vida ou de morte, tudo depende da sorte! Não se escolhe o lugar do naufrágio, se raso ou pro-fundo, se num rio ou mar, e nem sempre há uma sereia se-resteira no meio da cachoeira, para desvirar a jangada e, com isso, permitir a continuidade do percurso. O pescador vem chegando com sua tarrafa e no poço fundo, a água do rio esconde a lua cheia, que só vai secar seus cabelos doirados aos primeiros raios do sol. Medo do pescador? No poço raso, os

lambaris brincam de “esconde - esconde”. Medo da voracidade do dourado? Na vida, brinca-se de amar. Medo da traição? É meia noite: a água do rio silen-cia, a cachoeira pára de roncar e a voz da sereia se esconde no ar. Assim também se dá com o amor: quando ele silencia, não se tem noite e nem dia. É o vento que esfria a água do rio? Ou será que é a água do rio que esfria o vento? O amor fica sem voz e nem ronca. Só o silêncio, o mais profundo dos silêncios. Sem palavra, sem gesto e sem sereia, é o naufrágio do amor na água do rio! Do rio da vida, que nenhuma represa estanca? É o vento que esfria o amor? Na beira do rio o bacurau, como a água do rio liberta da meia-noite, grita “amanhã eu vou”. Ah! Bacurau, o cantar do amor, sem destino de continuidade, é bem mais triste: já não vai. Está... Perdido? Perdido o meu amor, o seu amor, perdido?

A pedra... Como ocorre nos caminhos, há sempre uma pedra no meio do rio dividin-do as águas. Só que estas, as pedras do meio do rio, são lodosas e escorregadias. Se não existissem pedras, não haveria “bocas de gargan-tas” para morder as águas e nem tantos tombos fluviais, principalmente para aqueles que já trocam de estação... A primavera pelo inverno ou pelo verão? Daí não se teria as

cachoeiras e corredeiras. Essa história de que “água mole em pedra dura tanto bate até que fura” não parece ser verdadei-ra, pelo menos nenhuma pedra que divide o rio está furada. A paciência também, como a água que não fura a pedra, não faz buraco na resistência do amor que se quer e não se tem. O amor que caminha na beira do rio encanta-se com a pedra, distrai-se, nela tropeça, mergulha na água e se junta aos náufragos da jangada. A jangada é como a vida: nin-guém sabe quando ela vai ba-ter numa pedra no meio do rio! Mas a sereia já cantou, depois da meia-noite, e ele não ouviu e nem viu. Será que, como o canto da sereia, o amor tam-bém passou e não foi visto? Até para morrer o amor é cheio de mistérios e precisa duma pedra no meio do caminho ou do rio para tropeçar? As unhas dos dedos das mãos são roídas pelos dentes do amor. As dos pés são vítimas dessas loucas topadas... O amor “português” não tem pena dos dedos, mas dos sapatos... Ah! Pior: é verdade, tem muita gente que assiste todas às “topadas”, mas tem mais pena da pedra do que dos pés, descalços ou não, ou dos próprios sapatos... E, além das unhas, perdem-se todos os dedos... Perde-se?

A lua, bem, a lua, exceto a cheia, nem tudo vê e até acho

que nem a “Cheia” enxerga alguma coisa! A lua de hoje não é como a de antigamente, que era dos namorados. Hoje, vítima do tempo é sempre distraída em seu passeio pelo céu, depois que o homem pi-sou em seu corpo... Agora ela tenta esconder o cavalo-alado de São Jorge e nem quer mais saber do amor ou da água do rio, mas é pelo calor ou pelo frio. É medo mesmo: de as-sombração? Das jangadas, dos naufrágios, das sereias, dos ventos, das areias e das topa-das nas pedras, nem se fala! Ah! As vidas amorosas são histórias que o tempo pintou com tinta invisível. Há quem diga, porém, que o “espirro” da lua (ela ficou a noite inteira mergulhada nas águas do rio) é que faz o vento que varre a rua, que faz ondas e dunas e que leva sem destino certo as folhas secas... Além, é claro, das jangadas sem velas e jan-gadeiros! Espalhar o perfume da flor e acariciar a pedra, não parece ser sua função. Pratear a noite, talvez. Prantear a noi-te, pela morte ocorrida com o naufrágio? Talvez sim. Mágica e nostálgica, a lua faz a som-bra correr pela rua... Lá vai a sombra da lua escondendo-se pela praça ... Qual seria o seu destino final? Quem disse que não há nada de comum entre o amor, a água do rio, a pedra & a lua? Há! Claro que há...

Doe sangue.Você pode salvar vidas, inclusive a

sua. Qual o tipo? O seu. Procure a

Secretaria de Saúde do seu Município e agende uma viagem ao Hemocentro.

Hospital de Itaocara:Referência Regional em Saúde

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28 de fevereiro de 2011NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornal 28 de fevereiro de 2011 NOROESTENOTÍCIAS

- Um novo jeito de fazer jornalPágina 10 Página 11

Originária da China onde é considerada a fruta nacional, a lichieira é uma árvore subtropical com até 12 metros de altura e de grande longevidade. Em muitos países é considerada a rainha das frutas. Perfeitamente adaptada às condições de clima do Estado de São Paulo, as Culturas pioneiras estão produzindo excelentes sa-fras, com resultados econômicos compensadores. A colheita ocorre de novembro e janeiro, atendendo o mercado na época das festas natalinas, quando a procura e o preço são maiores. O Brasil em futuro próximo poderá dominar o mercado mundial, porque a produ-ção das outras regiões produtoras ocorre de maio a agosto. Assim, sem concorrência, o Brasil poderá abastecer o mercado mundial com lichias na época do natal.

Devido ao seu belo porte, atraente formato, folhas verde escuro e permanente e principalmente devido a beleza da frutificação a lichieira é a árvore favorita para os jardins de residência no Hawaii, e em cidades da Califórnia como San Diego, San Francisco, Los Angeles, Monterey, Alhambra, etc.

Os frutos produzem em cachos, a casca é rugosa e de cor vermelha e fácil de ser destacada. A polpa é gelatinosa, translú-cida sucosa e de excelente sabor, lembrando ao de uva Itália e não é aderente ao caroço. Se presta para consumo ao natural, para a fabricação de sucos, compostas e ainda para a passa.

Variedades de LichiaNo Brasil dispomos das variedades BENGAL, AMERICANA

e BREWSTER e no Hawaii são recomendadas a GROFF, KAIMANA e KWAIMI.

Produção de MudasAs mudas oriundas de sementes não são indicadas para

a formação de pomares comerciais, porque as plantas não são uniformes e demoram acima de 12 anos para iniciar a produção. Para a formação de pomares comerciais, as mudas devem ser de propagação vegetativa das plantas vigorosas e produtivas. O sistema mais utilizado é a alporquia, resultando em mudas de qualidade.

ClimaA lichia é uma planta de clima sub-tropical, entretanto,

em nossas condições tem-se verificado que plantas novas não suportam geadas muito rigorosas. Por ser uma planta de grande valor é viável a sua proteção com telhados ou de outro material, durante o inverno, evitando-se danos com frio. Em Itaocara e cercanias ela tem encontrado um clima ideal e sua produtividade é relativamente grande. Assim como a Pitaya, imagina-se que a Lichia tenha vindo de São Paulo para Itaocara e ela pode ser encontrada, em escala ainda não comercial, em BarataL (Sexto distrito de Itaocara), na cidade e em Funil, à margem do Rio Pomba. Estima-se que a lichia tenha chegado em Itaocara há mais de 20 anos, mas só agora o povo está descobrindo o seu sabor e importância. Em Macaé, no Norte do Estado do Rio, a Lichia é muito vendida em feiras e supermecados.

EspaçamentoÉ mais interessante uma planta isolada, recebendo a luz

solar de todos os lados para a plenitude de sua produção, a duas a três árvores encostadas uma na outra. Árvores com livre crescimento, sem o emprego de podas, necessitam espaçamentos adensado de 7 metros entre plantas e linhas, utilizando-se podas constantes, visando o controle do tamanho das árvores.

Colheita e EmbalagemConforme a região a colheita ocorre de novembro a janeiro

e são colhidos os cachos de frutos e a embalagem é feita em pequenas caixas de plásticos transparente.

MercadosO fruto de lichia ainda é desco-

nhecida do consumidor brasileiro e o mercado potencial é enorme devido às qualidades de frutos e da época de comercialização no fim do ano. Entretanto, o fruto de lichia tem boa aceitação em todo o mundo e há interesses inclusive de países produtores, devido à oferta de frutos fora de época ou na entre safra.

LichieiraA planta é longeava e rústica,

necessitando pouco ou nenhum tratamento fitassanitário. As do-enças não são problemas e com relação às pragas, eventualmente pode ocorrer brocas de tronco, a mariposa oriental nos ponteiros, ácaros, abelha arapuá ou irapua nos frutos. Praticamente não é usado agrotóxico e os frutos são

colhidos insetos de produtos químicos.Produção

A lichia inicia a produção comercial a partir do 5º ano após o plantio das mudas. Algumas plantas chegam a produzir de 150 a 200 Kg, por safra, sendo considerada uma produção boa à média anual de 40 a 50 Kg por planta.

PreçosOs melhores preços ocorrem no inicio da safra de 15 a 31

de dezembro devido as festa de fim de ano. O mercado brasi-leiro ainda é inexplorado porque a lichia considerada a rainha das frutas, ainda é desconhecida do consumidor brasileiro. Atualmente o preço da fruta é muito alto e futuramente o ideal é o estabelecimento de um preço médio, de valor mais baixo, favorecendo a comercialização. O preço muito alto limita o número de consumidores.

Tratos CulturaisÉ bastante sim-

ples com a manu-tenção das plantas do limpo através de roçadas e herbici-das, de adubações e de irrigação que é fundamental, confor-me a região.

Pé de LichiaCentenário (127

anos)

Bonita, charmo-sa e deliciosa, de origem asiática, a pitaya vem sendo cultivada em São Paulo, por japo-neses, no Vale do Paraíba e chegou às ilhas e margens do Rio Paraiba do Sul, em Itaocara, através das cheias deste último. A fruta mais cara do Brasil, oscila de R$ 25,00 a R$ 90,00, de acordo com a cor delas, tem sua florada, nos pés de cactos, nos meses de outubro e novembro e os “habitats” preferidos deste úl t imo são árvores, trocos po-dres e até pedras. Os seus frutos pesam de 150 a 600 gramas e são muito consumidos no Sul do Brasil.

Pitaia (pitaya em PE) é o nome dado ao fruto de várias espécies de cactos epífitos, sobretudo do género Hylocereus mas também Selenicereus, nativas do Mé-xico e América do Sul e também cultivadas no Vietnã, Malásia, Israel e China. O termo pitaia significa fruta escamosa, também sendo chamada de fruta-dragão em algumas línguas, como o inglês. Como a planta só floresce pela noite (com grandes flores brancas) são também chamadas de Flor-da-Lua ou Dama da Noite.

Clima,solo e preçoPode ser cultivada de 0 até 1.800 metros acima do nível

do mar, desde que as temperaturas sejam em média de 18 a 26°C, com chuvas de 1.200 a 1.500 mm/ano, mas se adapta também a climas mais secos. Em Itaocara eles encontraram um habitat propício, clima seco e umido . Todavia a Pitaya prefere desenvolver em terrenos pedregosos, em alguns tipos de ávores e/ou em tocos podres. Segundo apurou nossa repor-tagem, a Pitaya está se concentrando sempre abaixo da Ponte Ari Parreira. A fruta é originária da Ásia e foi trazida de lá pelos japones que iniciaram o seu cultivo em São Paulo, no Vale do

Rio Paraíba e imagina-se que suas sementes tenham vindo com as cheias daquele Rio e se instalado em Itaocara. As delícias da fruta só foram descobertas ago-ra, de 2009 pra e já se inicia o seu cultivo em alguns quintais de casas localizada na cidade. É importante frisar que o sabor e a importância medicinal da Pitaya já estão fazendo dela a fruta mais cara do Brasil, sendo muito consumida em hoteis 5 estrelas do Sul do País. Seu preço varia de, por quilo, R$ 90,00 (a amarela); R$ 60,00 (vermelha) e R$ 25,00 (branca). Aqui no Município de Itaocara

a espécie encontrada é a vermelha. Sua floração começa na primavera e o seu fruto estará maduro em fevereiro.

Existem três variedades, todas com a pele folhosa:• Hylocereus undatus, branca por dentro com pele rosa • Hylocereus polyrhizus, vermelha por dentro com pele rosa • Selenicereus megalanthus, branca por dentro com pele

amarela A fruta pode pesar entre 150-600 gramas e seu interior,

que é ingerido cru, é doce e tem baixo nível de calorias. Da fruta se faz suco ou vinho; as flores podem ser ingeridas ou usadas para fazer chá. As sementes se assemelham às do gergelim e se encontram dispersas no fruto cárneo.

Crê-se que a variedade de interior vermelho é rica em antioxidantes.

Utilização MedicinalPode-se consumir a polpa do fruto ao natural ou proces-

sado como refresco, geléias ou doces. É também utilizada em medicina caseira, como tônico cardíaco, seu gosto lembra um pouco o melão. Apesar de sua aparencia chamativa, o paladar é suave. As sementes têm efeito laxante. Além do fruto, que tem efeito em gastrites, o talo e as flores são usados para problemas renais. Crê-se que a variedade vermelha é rica em antioxidante, além das propreiedades medicinais já relatadas. Em Itaocara já existe um expert no assunto, o Sr.Leonam da Silva Lessa, funcionário da Prefeitura de Itaocara.

Classificação científica

Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: MagnoliopsidaOrdem: Fabales

Família: Fabaceae

Subfamília: Caesalpinioideae

Género: Ceratonia

Espécie: C. siliqua

Nome binomial Ceratonia siliqua L.A alfarrobeira (Ceratonia siliqua) é uma árvore de fo-

lha perene, originária da região mediterrânica que atinge

cerca de 10 a 20 m de altura, cujo fruto é a alfarroba (do hebraico antigo al charuv, a semente, pelo árabe al karrub, a vagem, corrupção daquele outro termo).Pensa-se que as suas sementes foram usadas, no antigo Egito, para a preparação de múmias; foram, aliás, encontrados vestígios de suas vagens em túmulos.

Pensa-se que a alfarrobeira terá sido trazida pelos gregos da Ásia Menor. Existem indícios de que os roma-nos mastigavam as suas vagens secas, muito apreciadas pelo seu sabor adocicado. Como outras, a planta teria sido levada pelos árabes para o Norte da África, Espanha e Portugal. A semente da alfarrobeira foi, durante muito tempo, uma medida utilizada para pesar diamantes. A unidade quilate era o peso de uma semente de alfarroba. Era considerada uma característica única da semente da alfarroba, o seu peso sempre igual. Hoje em dia, contudo, sabe-se que seu peso varia como qualquer outra semente.

Do fruto da alfarrobeira tudo pode ser aproveitado, embora a sua excelência esteja ainda ligada à semente, donde é extraída a goma, constituída por hidratos de car-bono complexos (galactomananos), que têm uma elevada qualidade como espessante, estabilizante, emulsionante e múltiplas utilizações na indústria alimentar, farmacêuti-ca, têxtil e cosmética.Mas a semente representa apenas 10% da vagem e o que resta – a polpa - tem sido essen-cialmente utilizado na alimentação animal quando, devido ao seu sabor e características químicas e dietéticas, bem pode ser mais aplicado em apetecíveis e saboro-sas preparações culinárias. A farinha de alfarroba é a fracção obtida pela trituração e posterior torrefacção da polpa da vagem. Contém, em média, 48-56% de açúcar (essencialmente sacarose, glucose, frutose e manose), 18% de fibra (celulose e hemicelulose), 0,2-0,6% de gordura, 4,5% de proteína e elevado teor de cálcio (352 mg/100 g) e de fósforo. Por outro lado, as características particulares dos seus taninos (compostos polifenólicos) levam a que a farinha de alfarroba seja muitas vezes utilizada como antidiarreico, principalmente em crianças.

As Alfarroubas foram trazidas para o Brasil pelos por-tugueses durante a fase colonial e chegaram em Itaocara no início do Século XX. Curiosamente, as alfarroubas só existem em Itaocara à margem do Rio Paraíba do Sul e se estende até a região de Boa Sorte, no Município Can-tagalo. Aqui em Itaocara ela é comum no bairro “Jardim da Aldeia” e na fazenda Clovis Monerath..

Vagens de alfarroba penduradas na árvore. Note que as vagens velhas podem ficar penduradas por anos.

Frutas exóticas em Itaocara: A Lichia(Litchi chinensis - Família Sapindaceae)

A fruta do momento: A Pitaya.

Pitaia vermelha (Hylocereus)

Pitaia amarela (Selenicereus megalanthus)

ALFARRObEIRA

Ceratonia siliqua

Vagens de alfarroba

FRUTAS EXÓTICAS