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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE CURITIBA

ÁREA: EDUCAÇÃO ESPECIAL

ELIANE MOLINARI CASSOU

CADERNO DE ATIVIDADES PARA A PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA

PARA ALUNOS ADULTOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Produção Didático - Pedagógica – Caderno Pedagógico a ser utilizado na implementação do Projeto de Intervenção Pedagógico na Escola Menino Jesus- Educação Básica- Profissional/Inicial – Modalidade de Educação Especial como requisito obrigatório do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, sob orientação da profª Me. Adriana Hessel Dalagassa.

CURITIBA

2011

AGRADECIMENTOS

A DEUS que está presente em todos os momentos de minha vida.

Aos Profissionais responsáveis pelo Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE, que oportunizaram o aprimoramento da minha

carreira do magistério.

A Universidade Federal do Paraná e professores, onde enriqueci meus

conhecimentos.

Aos meus amigos e amigas dos cursos do PDE pelo apoio e

companheirismo.

Aos profissionais e alunos da Escola Menino que me estimularam a

realizar o projeto.

A professora Adriana que me orientou e aperfeiçoou a elaboração

desta produção.

A meu filho Wagner pela compreensão e apoio nos momentos

decisivos.

3

SUMÁRIO

1. Dados de Identificação 05

2. Tema de Estudo da Professora PDE 05

3. Título da Produção Didático Pedagógica 05

4. Apresentação 06

5. Justificativa 07

6. Objetivo Geral 07

7. Atividades do Programa para a Promoção da Qualidade de Vida de

Alunos com Deficiência Intelectual 08

7.1. Atividade I – Relaxamento na Sala de Aula 08

7.2. Atividade II – Valores Humanos 10

7.3. Atividade III – Danças:circulares/livres/espontâneas, cantigas de

roda (adaptada ao grupo de alunos) 11

7.4. Atividade IV – Confecção de Mandalas 13

7.5. Atividade V – Literatura e Atividades Complementares 14

7.6. Atividade VI – Uso do Dinheiro e Produção de Alimentos 15

7.7. Atividade VII – Palestras 17

7.8. Atividade VIII – Atividades Culturais 17

7.9. Atividade IX – Visitas a Museus, Parques, Bosques, Jardins 18

8. Fundamentação Teórica 19

8.1. Deficiência Intelectual e Qualidade de Vida 19

8.2. Qualidade de Vida na Escola 21

8.3. Psicomotricidade Escolar 22

8.4. Programação Neurolinguística 24

8.5. Atividades 24

4

8.5.1 Relaxamento 25

8.5.2. Valores Humanos 25

8.5.3. Danças Circulares 26

8.5.4. Mandalas 27

8.5.5. Literatura 27

8.5.6. Uso do dinheiro e produção de alimentos 28

8.5.7. Palestras 29

8.5.8. Atividades Culturais 29

8.5.9. Visitas monitoradas a museus, parques, bosques, jardins 29

9. Recomendações aos Professores 29

10. Proposta de Avaliação do Material Didático 30

11. Considerações Finais 30

12. Referências 31

5

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL- PDE

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE CURITIBA

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

CADERNO PEDAGÓGICO

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professora PDE 2010: Eliane Molinari Cassou

Área PDE: Educação Especial

NRE: Curitiba

Professora Orientadora IES:Me. Adriana Hessel Dalagassa

IES vinculada: UFPR

Escola de implementação: Escola Menino Jesus - Educação Básica –

Profissional/Inicial – Modalidade de Educação Especial

Público objeto de intervenção: alunos adultos com deficiência intelectual.

2. TEMA DE ESTUDO DA PROFESSORA PDE:

O Currículo e a Educação Especial.

3. TÍTULO DO CADERNO PEDAGÓGICO:

Caderno de atividades para a promoção da qualidade de vida para alunos

adultos com deficiência intelectual.

6

4. APRESENTAÇÃO:

Este Caderno Pedagógico foi elaborado a partir da experiência da

pesquisadora como professora da educação especial. Ele contém um

programa de atividades para serem realizadas pelos alunos adultos com

deficiência intelectual. São atividades fundamentadas na psicomotricidade e na

programação neurolinguística. O programa está composto pelas atividades de

relaxamento na sala de aula; valores humanos; danças: circulares, livres,

espontâneas; cantigas de roda/cirandas (adaptadas ao grupo de alunos);

confecção de mandalas; literatura e atividades complementares; uso do

dinheiro e produção de alimentos; palestras; atividades culturais; visitas a:

museus, bosques, parques e jardins. Estas atividades estão interligadas para

que tenham como foco: a promoção da qualidade de vida para alunos adultos

com deficiência intelectual.

7

5. JUSTIFICATIVA:

Partindo do princípio de que a professora pesquisadora trabalha na área

da educação especial e durante esta trajetória refletiu sobre o aprendizado dos

alunos adultos com deficiência intelectual e percebeu a necessidade de

implementar um programa de atividades que promova a qualidade de vida

destes alunos, pois a escola de atuação da pesquisadora tem como objetivo

preparar alunos para o mundo do trabalho; a fim de que tenham vida autônoma

e que participem ativamente da sociedade; é relevante pensar nas atividades

mais apropriadas para os alunos que, por diversos fatores, não conseguem a

inserção no mercado de trabalho formal.

A maior preocupação constatada é de que não se encontra um local

apropriado para se encaminhar estes alunos, visto que existe a escassez de

Centros de Convivência que possam absorver esta necessidade. Estes alunos

chegaram numa etapa da vida na qual; se forem desligados da escola,

provavelmente ficarão sem os recursos, serviços educacionais e clínicos

especializados; gerando perdas nas áreas bio-psico-socio-cultural e

educacional.

Pensando nesta situação, elaborou-se um caderno pedagógico com um

programa de atividades psicomotoras e culturais que promova a qualidade de

vida, para que seja respeitado o ritmo próprio de cada aluno, maximizando

capacidades e potencialidades, estimulando a motivação para participar

efetivamente das atividades da escola.

6. OBJETIVO GERAL:

Desenvolver um programa de atividades psicomotoras, culturais; que

promova a qualidade de vida para alunos adultos com deficiência intelectual.

8

7. ATIVIDADES DO PROGRAMA PARA PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE

VIDA PARA ALUNOS ADULTOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

7.1. Atividade I: Relaxamento na sala de aula.

7.1.1.Técnica: meditação, relaxamento, alongamento.

7.1.2. Objetivos:

- Fortalecer a aprendizagem, atenção, concentração, raciocínio, memória,

criatividade;

- Trabalhar a ecologia, valores.

- Assimilar melhor os conteúdos da aula;

- Propiciar a respiração relaxante, oxigenando o cérebro;

- Ativar a circulação sanguínea;

- Despertar a consciência corporal, equilibrando a mente;

- Proporcionar o autoconhecimento através das reflexões;

- Mexer o corpo e silenciar a mente;

- Estimular o autocontrole emocional;

- Proporcionar a harmonização energética, muscular;

- Reduzir o estresse físico e mental;

- Alongar o corpo;

- Descontrair e melhorar a expressão verbal e corporal;

- Despertar a auto-estima, serenidade;

- Estimular a desinibição, paz interior, os sentidos, imaginação,

- Exercitar e descansar os olhos;

- Expansão da criatividade, flexibilidade, motivação;

- Melhorar a o relacionamento afetivo, o respeito;

7.1.3. RECURSOS:

Livro, aparelho áudio- visual, iluminação apropriada, cadeiras, colchonetes,

9

DVD’s, CD’s com músicas relaxantes, clássicas, com sons da natureza.

7.1.4. SUGESTÕES DE RECURSOS:

- Livro: De Bem com a Vida na Escola.

Autora: Vânia Lúcia Slavieiro

Editora: Ground – 2004

- DVD: De Bem com a Vida – Corpo e Mente em Harmonia.

Autora: Vânia Lúcia Slavieiro.

- CD: Meditações para despertar da presença (Vol. 3).

Autores: Vânia Lúcia Slavieiro e Alexandre Magno Farias de Oliveira.

Site: www.espacodebemcomavida.com.br

7.1.5. METOLOGIA:

A princípio é necessário saber se os alunos não apresentam nenhuma

restrição médica com relação a estas atividades.

As vivências podem ser realizadas semanalmente ou diariamente,

podendo ser aplicado no início, meio ou encerramento da aula. O ideal é

combinar com os alunos que durante a vivência devem permanecer em

silêncio e respeitar os colegas.

O tom de voz do professor deve ser agradável, tranqüila.

Pede-se para que os alunos fiquem sentados e com as cabeças sobre

as carteiras ou deitados num colchonete então se solicitam que eles fechem

os olhos e escutem os comandos da professora ou orientações do CD. É

importante escolher a música apropriada como fundo musical, podendo ser

clássica, relaxante, com letras ecológicas (que promovam valores

humanos). Ao término da vivência pode-se pedir para que os alunos

relatem, escrevam ou desenhem sobre o que vivenciaram.

7.1.6. TEMPO:

15 minutos ou mais, conforme a necessidade observada e a programação

das demais atividades planejadas para o dia.

7.1.7. AVALIAÇÃO:

10

Através da observação da participação dos alunos, envolvimento com a

atividade e relato da vivência.

7.2. ATIVIDADE II: VALORES HUMANOS

7.2.1. TÉCNICA

Leitura de textos e jogos.

7.2.2. OBJETIVOS:

- Formação ético-moral;

- Vivenciar valores na escola;

- Perceber seus próprios valores;

- Desenvolver a atenção, concentração, memória;

- Sentir-se como ser único e que pode ser aprimorado;

- Propiciar autoconhecimento;

- Desenvolver emoções, limites, credibilidade;

- Transpor obstáculos;

- Aprimorar a paciência;

- Estimular a audição, imaginação;

- Inspirar o uso das virtudes nas nossas vidas e na comunidade.

- Desenvolver a coordenação motora fina.

7.2.3. RECURSOS:

Textos, jogos.

7.2.4. Sugestões de recursos:

7.2.4.1.Programa Cinco Minutos de Valores Humanos para a Escola.

Site: www.cincominutos.org

7.2.4.2. Jogos:

Caixinha de Valores: Vivendo Valores na Educação – Organização Brahma

Kumaris.

11

Caixinha de Cartões: Horóscopo de Virtudes – Organização Brahma

Kumaris

Site: www.bkumaris.com.br

7.2.5. METODOLOGIA:

Explicar o significado dos valores e como trabalhar com as caixinhas.

Confeccionar com os alunos uma “caixa especial” para que sejam

guardados os jogos dos valores e das virtudes, como se fossem jóias que

devem ser preservadas com muito zelo. O nome desta caixa poderá ser

sugerido pelos alunos. Indica-se a confecção de um cartaz grande, com o

desenho de um jardim, só com a grama, pois as flores serão

confeccionadas uma por dia após ter sido retirada da caixinha a carta com o

nome do valor; é feita a leitura do significado do valor e desenha-se a flor

com o valor escrito no miolo, formando assim um “Jardim de Valores”.

Na caixinha das Virtudes: um aluno deverá tirar um cartão, será feita a

leitura do significado e após, este aluno relaciona a virtude com algum

colega da sala de aula.

7.2.6. TEMPO:

30 minutos ou mais, conforme o ritmo de aprendizagem dos alunos.

7.2.7. AVALIAÇÃO

Através da observação individual, da participação no grupo e relato da

vivência.

7.3. ATIVIDADE III: DANÇAS: CIRCULARES/ LIVRES/ESPONTÂNEAS,

CANTIGAS DE RODA (adaptadas ao grupo de alunos).

7.3.1. TÉCNICAS

Técnica da espontaneidade e da união do grupo.

7.3.2. OBJETIVOS:

- Desenvolver a coordenação motora ampla, percepção espacial, percepção

corporal, lateralidade, percepção musical, ritmo, movimento, expressão;

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- Aliviar a mente;

- Descontrair as tensões;

- Deixar fluir as emoções;

- Expressar sensações/ movimento, percepção/sentimento;

- Explorar movimentos livres;

- Improvisação e expressão corporal;

- Conhecimentos culturais;

- Estimular a socialização, valores humanos, diálogo, senso de organização,

autocontrole, organização de pensamentos, concentração, atenção,

audição, flexibilidade, empatia, cooperação;

- Incentivar a higiene corporal;

- proporcionar: respeito mútuo, amizade, afetividade, interação entre o

grupo;

- Melhorar a postura, agilidade, coordenação dos movimentos.

7.3.3. RECURSOS

Aparelho audiovisual, CD’s (com músicas celtas, ciganas, samba, tango,

cirandas e outras), sala ampla, TV pendrive.

7.3.4. SUGESTÃO DE RECURSOS:

Letras das Cantigas de roda

Site: www.cirandandobrasil.com.br

7.3.5. METODOLOGIA:

O grupo se posiciona em círculo, de mãos dadas, dançando, cantando

músicas de diversas culturas, acompanhando os passos produzidos pela

professora ou dançando livre/espontâneo, conforme o seu ritmo próprio.

7.3.6. TEMPO:

Será determinado conforme a duração da música e a necessidade da

repetição para conseguir a harmonia da dança do grupo.

13

7.3.7. AVALIAÇÃO:

Através da observação individual e grupal, verificar se os alunos estão

conseguindo dançar conforme o ritmo da música e conforme os passos

orientados pela professora.

7.4. ATIVIDADE IV: CONFECÇÃO DE MANDALAS

7.4.1. TÉCNICA:

Mandala

7.4.2. OBJETIVOS:

- Desenvolver a coordenação motora fina, criatividade, concentração,

consciência de sentimentos, emoções, sensações;

- Trabalhar com desenhos, números, formas geométricas, simetrias, cores,

ecologia;

- Promover a descontração;

- Proporcionar a harmonia, autoconhecimento;

- Reduzir o estresse;

- Proporcionar a meditação;

- Reciclar materiais;

- Estimular a visão, criatividade;

- Desenvolver a auto-expressão;

- Produzir bem-estar, realização, iniciativa;

- Libertar a criatividade.

7.4.3. RECURSOS:

Papel, lápis preto/ colorido, giz de cera, canetinhas, tinta, compasso, régua,

transferidor, CD’s (para reciclar), telas para pintura, cola, fio de naylon,

miçangas, contas, pedrinhas, objetos (secos) encontrados na natureza,

aparelho para CD’s, músicas relaxantes.

7.4.4. SUGESTÕES DE RECURSOS:

14

Revista : A Arte da Mandala.

Editora Minuano.

7.4.5. METODOLOGIA

Explicar aos alunos o significado das mandalas. Desenhar e colorir

mandalas.

Colar diversos materiais nas telas em formato de mandala. Utilizar CD’s

que seriam descartados, pintá-los ou colar objetos.

7.4.6.TEMPO:

Será disponibilizado o tempo conforme a agilidade, habilidade,

criatividade de cada aluno.

7.4.7. AVALIAÇÃO:

Observar as facilidades, dons artísticos, a arte final e o relato da

vivência.

7.5. ATIVIDADE V: LITERATURA E ATIVIDADES COMPLEMENTARES

7.5.1. TÉCNICA:

Leitura, reflexão, discussão, jogos, encenações.

7.5.2. OBJETIVOS:

-Trabalhar os conteúdos: valores humanos, virtudes, relações interpessoais,

ecologia, uso do dinheiro, higiene, alimentação saudável e outros assuntos

pertinentes ao contexto das atividades;

-Desenvolver a atenção, concentração, compreensão, audição, imaginação,

criação;

- Repassar conhecimentos e cultura de uma comunidade;

- Transmitir sentimentos e idéias de mundo;

- Incentivar a mudança de pré-conceitos, paradigmas estigmatizantes;

- Conduzir o aluno ao mundo imaginário;

- Dar subsídios para as visitas a: jardins, bosques, parques, museus.

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7.5.3. RECURSOS:

Livros, vídeos, jogos pedagógicos, TV pendrive, aparelho áudio-visual.

7.5.4. SUGESTÃO DE RECURSOS:

-Livro: O Corredor da Vida.

Autora: Vânia Lúcia Slavieiro

Editora Tecnodata.

-Vídeo: Projeto Tamar

Site: www.petrobras.com.br

7.5.5. METODOLOGIA:

Leitura do livro pela professora ou aluno, após é feita a reflexão,

discussão e esclarecem-se as dúvidas sobre o tema abordado. Podem-se

fazer jogos pedagógicos, encenações, assistir uma peça teatral ou um

vídeo relacionado ao assunto estudado.

7.5.6. TEMPO:

1 a 4 horas

7.5.7 Avaliação:

Através da observação da professora, participação dos alunos e relato das

vivências.

7.6. ATIVIDADE VI: USO DO DINHEIRO E PRODUÇÃO DE ALIMENTOS

7.6.1 TÉCNICA:

Leitura de textos, discussão. Laboratório de compras.

Comprar e produzir alimentos.

7.6.2 OBJETIVOS:

- Reconhecimento do dinheiro, diferenciar os valores das notas;

- Trabalhar números, cores, símbolos, marca d’água, animais que estão

estampados nas notas.

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- Desenvolver o raciocínio matemático;

- Utilizar o dinheiro, realizando compras de alimentos;

- Trabalhar higiene: corporal, dos alimentos, dos materiais e do ambiente

utilizado.

- Produção de alimentos e confraternização com os colegas;

- Incentivar o consumo de alimentos saudáveis;

- Estimular o paladar, visão, tato, olfato;

- Trabalhar a consciência ecológica;

- Desenvolver a coordenação motora fina.

7.6.3. RECURSOS:

Dinheiro sem valor comercial, moedas e notas com valor comercial.

Alimentos, cozinha da escola, aventais, luvas, toucas, utensílios

domésticos, material de higiene e limpeza.

7.6.4. METODOLOGIA

Explicar para os alunos os valores das notas, moedas. Colocar objetos

nas prateleiras e fazer um laboratório de compras, estimulando o raciocínio

matemático. Comprar alimentos, e fazer com que os alunos tenham a

noção do que pode ser adquirido com o que se tem de dinheiro no

momento.

Na produção dos alimentos, fazer a higienização das mãos, dos

alimentos. Colocar touca, avental, luvas e preparar os alimentos. Após o

consumo, fazer a limpeza das louças, utensílios utilizados e do ambiente.

Incentivar a higiene das mãos e bucal.

7.6.5. TEMPO:

4 horas

7.6.6. AVALIAÇÃO:

Observação da participação dos alunos e relato sobre a vivência.

17

7.7. ATIVIDADE VII: PALESTRAS

7.7.1. TÉCNICA:

Palestra com profissionais da escola ou palestrantes convidados.

7.7.2. OBJETIVOS:

- Elucidar temas abordados nas atividades;

- Oportunizar um momento para esclarecer dúvidas;

- Aprimorar o conhecimento;

- Partilhar as palestras com alunos de outras turmas;

- Estimular a audição, atenção, concentração e participação.

7.7.3. RECURSOS:

Palestrantes, recursos audiovisuais, salão da escola.

7.7.4. METODOLOGIA:

Solicitar aos profissionais da escola e/ou palestrantes convidados para

falarem sobre temas relacionados ao programa qualidade de vida.

Todas as turmas da escola serão convidadas a participar do evento.

7.7.5. Tempo:

Determinado pelos palestrantes.

7.7.6. AVALIAÇÃO:

Observação da participação dos alunos na atividade e relato da vivência.

7.8. ATIVIDADE VIII - ATIVIDADES CULTURAIS:

7.8.1. TÉCNICA:

Apresentação: teatral, musical, de dança.

7.8.2. OBJETIVOS:

- Promover a cultura;

18

- Proporcionar o contato com as artes;

- Desenvolver a atenção, concentração, senso musical;

- Estimular as modalidades sensoriais (visual, auditivo, cinestésico);

7.8.3. RECURSOS:

Artistas convidados, projetos culturais, vídeos.

7.8.4. METODOLOGIA:

Convidar artistas para apresentações na escola ou levar alunos ao teatro

e após esta atividade pedir para os alunos escreverem ou desenharem

sobre a vivência e debater sobre o assunto.

7.8.5. TEMPO:

Conforme a programação pré- agendada.

7.8.6. AVALIAÇÃO:

Observação da participação dos alunos e relato das vivências.

7.9. ATIVIDADE IX: VISITAS A MUSEUS, PARQUES, BOSQUES,

JARDINS.

7.9.1. TÉCNICA:

Visita monitorada

7.9.2. OBJETIVO:

Vivenciar o que foi estudado em sala de aula.

7.9.3. RECURSOS:

- Transporte para alunos e profissionais, lanche;

- Amostras, exposições, monitores, animais, plantas;

7.9.4. METODOLOGIA:

Serão agendadas as visitas para que possam ser monitoradas e para

que os alunos consigam fazer a relação com os temas desenvolvidos em

sala de aula. Após a visita os alunos lancharão no local. Na próxima aula

será realizada a escrita ou o desenho do que presenciaram na visita e far-

19

se-á um debate sobre o assunto.

7.9.5. TEMPO:

4 horas

7.9.6. AVALIAÇÃO:

Através do relato escrito/oral, e dos desenhos dos alunos.

8. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

“O verdadeiro valor de uma pessoa não

está na condição física ou mental nem

na sua falta de visão ou audição nem

tampouco deve estar na capacidade de

ser produtivo ou improdutivo – está no

fato de ser pessoa, de ser humano”.

(Charles Chaplin).

8.1. DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E QUALIDADE DE VIDA

A Qualidade de vida começou a ser discutida em meados da década de

80, questionando-se, se o bem-estar das pessoas estava de acordo com os

cuidados que lhes era proporcionado.

Estes cuidados pretendem promover a qualidade de vida, necessitando

ser vista de tal maneira que a qualidade dos cuidados seja um meio que atinja

este fim.

Segundo Taylor e Bogdan (1990), a qualidade de vida deve ser estudada

partindo da perspectiva individual, e considerada que a qualidade de vida é

uma questão de experiências subjetivas.

Os mesmos autores valorizam a experiência pessoal, defendendo que

as considerações e opiniões ligadas à qualidade de vida, devem respeitar as

experiências subjetivas e que devemos estar atentos a definições e opiniões

restritivas.

20

Propõe Halpern (1993), que existem fatores objetivos que permitem

definir qualidade de vida e faz uma lista de 15 objetivos, agrupando em três

domínios, que são essenciais para promover a qualidade de vida:

bem-estar físico e material: saúde mental e física, alimentação, vestuário

e habitação, segurança financeira e prevenção de acidentes;

desempenho de papéis adultos: mobilidade e acesso na comunidade,

trabalho, carreira e emprego, lazer e tempos livres, relacionamento

pessoal e rede social, educação, espiritualidade, cidadania;

satisfação pessoal: alegria, satisfação, sensação geral de bem-estar.

Nota-se que a qualidade de vida tem um lado objetivo e outro subjetivo e

que eles se completam. Os aspectos subjetivos estão relacionados à

percepção e avaliação pessoal e os objetivos se referem a aspectos físicos,

materiais, sociais e psicológicos.

Segundo Edgerton (1990), mesmo proporcionando à pessoa uma

melhoria objetiva dos padrões de vida, não se aumenta necessariamente a sua

sensação de bem-estar, porque ainda que a qualidade de vida possa ser

medida por critérios objetivos, ela é vivenciada subjetivamente.

Para que se possa ter uma vida com qualidade, necessário se faz que a

pessoa molde e dê conteúdo à sua própria vida, conforme as necessidades

básicas que proporcionem o bem-estar que são: alimentação, vestuário,

moradia, desenvolvimento, trabalho, lazer, relações interpessoais e vida social.

Outro item importante é de que, a pessoa possa ser capaz de viver nas

mesmas circunstâncias e padrões acessíveis às outras na comunidade em que

vive. Além de que, a pessoa precisa sentir-se satisfeita com a sua própria vida,

tendo satisfação pessoal em viver.

As pessoas com deficiência intelectual apresentam necessidades como

qualquer outra pessoa, porém algumas necessidades especiais são resultantes

de sua deficiência, o que se faz necessários programas para promover a

emancipação da pessoa a fim de possibilitar que a pessoa com deficiência

alcance direitos iguais, sendo respeitado como cidadão em sua comunidade.

Conforme Ross (2004, p.204), as necessidades especiais são

21

decorrentes das oportunidades, existentes ou não, bem como dos instrumentos

e medições que possam ser apropriados por pessoas em suas relações sociais

e não resultam unicamente das deficiências biológicas que possam apresentar.

Se favoráveis forem as condições sociais, a situação de deficiência será

atenuada, uma vez que não serão impostas restrições à participação dessas

pessoas.

Para que a pessoa com deficiência intelectual possa ter o mesmo tipo de

vida que as outras pessoas, necessita de estimulação e desenvolvimento das

suas potencialidades inatas; quer dizer, desenvolvimento global, sua

comunicação, suas capacidades de aprendizagem, independência e de

trabalho que proporcionem uma boa relação entre autonomia e necessidades.

As possíveis necessidades físicas ou sensoriais podem se manifestar

através de epilepsia, problemas motores, visuais, auditivos e comorbidades

que podem surgir.

Para o deficiente intelectual, um dos requisitos para uma vida de

qualidade, é viver sob condições e conforme os padrões que possam se

assemelhar às outras pessoas em sociedade. Estes padrões de vida se

relacionam ao ritmo e rotinas do dia, da semana, do ano e das várias etapas da

vida. Pode-se falar em qualidade de vida, quando o padrão de vida da pessoa

alcançar o desenvolvimento de habilidades e conseguir um ritmo de vida tão

normal quanto possível; contribuindo para sua satisfação pessoal.

8.2. Qualidade de Vida na Escola.

A escola contribui para o contentamento de seus alunos, estimulando a

motivação para a aprendizagem. A motivação está ligada às relações de troca

com os professores e colegas. Na escola, o interesse é fundamental para que

os alunos tenham motivos de ação para obtenção do conhecimento.

Segundo Bock (1999, p.121), a motivação é, portanto, o processo que

mobiliza o organismo para a ação, a partir de uma relação estabelecida entre o

ambiente, a necessidade e o objeto de satisfação. Isso significa que, na base

da motivação, está sempre um organismo que apresenta uma necessidade, um

desejo, uma intenção, um interesse, uma vontade ou uma predisposição para

22

agir. Na motivação está também incluído o ambiente que estimula o organismo,

que oferece o objeto da satisfação. E, por fim, na motivação está incluído o

objeto que aparece como a possibilidade de satisfação na necessidade.

Para Vygotsky (1991 p.101), o pensamento propriamente dito é gerado

pela motivação, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos interesses

e emoções. Por trás de cada pensamento há uma tendência afetivo-volitiva.

Uma compreensão plena e verdadeira do pensamento de outrem só é possível

quando entendemos sua base afetivo-volutiva. Desta forma não seria válido

estudar as dificuldades de aprendizagem sem considerar os aspectos afetivos.

Na escola, o professor precisa ampliar suas estratégias, criar recursos

para que o aluno se sinta motivado a aprender, pois com isto a atenção e

concentração serão melhoradas para que se possam atingir os objetivos

propostos para as atividades escolares. É função de o professor entender

como o aluno aprende e valorizar os avanços alcançados pelo aluno,

incentivando-o a ter interesse na realização das novas atividades.

De acordo com a Fundação Calouste Gubenkian – Serviço de Educação

(2003, p.194), a educação tem de apoiar o desenvolvimento da personalidade

como uma parte do processo que permita moldar e dar conteúdo,

independentemente, à sua vida, de acordo com suas necessidades básicas.

Quando se faz isto em circunstâncias normais de vida e, de acordo com os

padrões de vida normais, de modo a que estes sejam alcançados, então se

apóia a sua qualidade de vida.

Analisando o texto acima e revendo a participação escolar dos alunos

adultos com deficiência intelectual, que freqüentam a escola especial, percebe-

se a necessidade da implantação de um programa que promova a qualidade de

vida através de atividades que proporcionem maior autonomia, motivação,

bem-estar, aprimore suas competências, habilidades, potencialidades e

estabeleça relacionamentos interpessoais adequados, promovendo mudanças

de atitudes e de paradigmas. Estas atividades estão fundamentadas na

Psicomotricidade Escolar e na Programação Neurolinguística.

8.3. PSICOMOTRICIDADE ESCOLAR:

23

Segundo Coste (1981, p.9), a Psicomotricidade é a ciência que tem

como objeto de estudo o ser humano e sua relação com o corpo, em uma

tentativa de acabar com a dicotomia platônica de mente e corpo, reafirmada

por Descartes e por toda a filosofia clássica.

A psicomotricidade quando utilizada na escola é denominada de

Educação Psicomotora e esta se torna necessária ao desenvolvimento e a

aprendizagem do movimento do aluno, atuando como forma preventiva,

objetivando o estímulo e a prevenção dos distúrbios de aprendizagem. Podem-

se citar alguns autores que realizaram métodos relacionados à

psicomotricidade, são eles: André Lapierre, Bernard Aucouturier,Jean Le

Boulch e Pierre Vayer, Jean-Claude Coste e Henri Wallon e outros. A

psicomotricidade está relacionada à afetividade (querer fazer, sentir) e à

personalidade, pois o aluno utiliza seu corpo para manifestar o que está

sentindo. O objetivo principal da psicomotricidade é alcançar a preparação

corporal do aluno, auxiliando no desenvolvimento psicomotor e proporcionando

a adaptação na escola e socialmente, através de atividades que estimulem e

desenvolva as aptidões do aluno, aprimorando o equilíbrio, organização

espaço-temporal, coordenação motora global e fina, lateralidade, percepção

(musical, olfativa, gustativa, corporal), reconhecendo e acomodando-se com

seu corpo e auxiliando na aprendizagem das disciplinas curriculares. Para

Fonseca (1995, pg.182), “o corpo, filogeneticamente e ontogeneticamente

apropria-se das emoções e das representações, pois é o lugar por onde a

comunicação se estabelece”.

Para José Leopoldo Vieira (2008, pg. 57), “a Psicomotricidade na escola

se compromete a auxiliar o professor e o aluno na construção de valores

necessários às conquistas cotidianas, pautando o seu trabalho na

transformação social, canalizando ações, efetivando seus sonhos, seus

direitos, para que possam investir em uma ação social mais saudável”.

A psicomotricidade atua na globalidade do sujeito. Através da ação

psicomotora estabelecem-se objetivos a serem almejados, mediando o que o

aluno precisa aprender, levando-se em conta seus interesses e idade.

24

8.4. Programação Neurolinguística:

A Programação Neurolinguística (PNL) estuda a estrutura da experiência

subjetiva, os padrões (programações) cunhados pela influência mútua entre o

cérebro (neuro), a linguagem (lingüística) e o corpo. Faz-se um estudo de que

maneira o cérebro e a mente funcionam, como são criados os pensamentos,

comportamentos, emoções, sentimentos e de que forma o processo pode ser

otimizado.

A Programação Neurolinguística originou-se da modelagem, modelando

excelências, coisas nas quais as pessoas fazem e que tem sucesso.

Em meados de 1970, os americanos Richard Bandler e John Grinder

criaram a Programação Neurolinguística (PNL). Através de pesquisas na

Universidade da Califórnia (EUA); Bandler e Grinder pesquisaram de que

maneira a linguagem atuava no cérebro, percebendo que o cérebro poderia ser

programado através da linguagem. Os pesquisadores modelaram padrões

verbais e não-verbais de linguagem e comportamentos dos trabalhos dos

terapeutas: Virgínia Satir (terapia familiar e sistêmica), Milton Erickson (hipnose

ericksoniana) e Fritz Perls (gestalt terapia). Através das observações dos

comportamentos dos terapeutas, foram criadas as primeiras técnicas de PNL.

A PNL programa o cérebro e a mente por meio da mudança da

linguagem (códigos) promovendo maneiras de usar o cérebro. A PNL possibilita

de tal maneira modelar e transmitir estratégias de sucesso tanto quanto

entender os nossos insucessos e estabelecer ações retificadoras; desperta

talentos, melhora a aprendizagem, a comunicação; desenvolve o potencial

mental, emocional e corporal, auxiliando na transformação da vida da pessoa,

melhorando o jeito de ser e a sua qualidade de vida.

Na educação, a PNL auxilia a modelar o professor para que ele seja um

exemplo; aprendendo com os melhores professores de que forma eles atuam

para que o cérebro aprenda a aprender. O professor necessita ser aquilo que

ele ensina, aprendendo a trabalhar com as melhores ferramentas mentais,

proporcionando aprendizagem de qualidade.

8.5. Atividades

Neste Caderno Pedagógico serão realizadas atividades adaptadas aos

25

interesses e idade dos alunos, portanto faz-se necessário ter conhecimento

sobre as atividades que serão desenvolvidas.

8.5.1. Relaxamento:

O relaxamento é uma técnica que auxilia na redução do estresse, das

tensões, beneficiando a saúde mental, física e emocional; trazendo

concentração, serenidade, paz e tranqüilidade. Auxilia no equilíbrio e harmonia

do psiquismo, controlando a mente e harmonizando o corpo.

Conforme pesquisa realizada por uma equipe de psiquiatria do Hospital

Geral de Massachusetts (EUA) e divulgada pelo Jornal da Ciência, Tecnologia

e Empreendedorismo – Ciência Hoje (27 de janeiro de 2011), esta equipe

realizou o primeiro estudo sobre como a meditação afeta o cérebro. As

conclusões, recentemente publicadas no << Psychiatry Research>>, referem

que a prática regular – até oito semanas – pode levar a alterações

consideráveis em determinadas regiões cerebrais, relacionadas com a

memória, a autoconsciência, a empatia e o estresse. A investigação sugere que

a transformação é benéfica para a saúde física e mental. Apesar de ser uma

prática relacionada com a tranqüilidade e o relaxamento, os médicos já

confirmaram que “proporciona benefícios cognitivos e psicológicos persistentes

durante um dia inteiro”, segundo referem os cientistas americanos. O trabalho

mostra que as alterações presentes na estrutura cerebral podem estar

relacionadas com esse rendimento. A autora da investigação Sara Lazar, já

havia realizado estudos onde tinha encontrado diferenças estruturais no

cérebro dos profissionais da meditação, ou seja, em pessoas com experiência

neste tipo de prática, em relação a outras pessoas sem antecedentes. As

diferenças mais significativas verificam-se na espessura do córtex cerebral,

especialmente em áreas associadas à atenção e integração emocional. Para

maiores esclarecimentos, ler a reportagem da Ciência Hoje: <http://

www.cienciahoje.pt/index.php?oid=47128&op=all>.

8.5.2.Valores Humanos:

As atividades relacionadas a valores humanos têm como base o

26

Programa Cinco Minutos de Valores Humanos para a Escola, está

fundamentada nos pensamentos de Johann Heinrich Pestalozzi que inspirado

pelas idéias de Jean Jacques-Rousseau, dava crédito ao indivíduo, onde desde

criança já tinha a posse de todos os meios essenciais para a socialização plena

e que a função do educador era proporcionar o desenvolvimento desses

valores já existentes em cada indivíduo, ressaltando a importância da família

na formação da personalidade. Para saber mais acesse:<http://

www.cincominutos.org/metodologia.htm#topo>.

8.5.3. Danças Circulares:

A dança perfaz a linguagem musical, onde o aluno pode compreender e

reconhecer a si mesmo, manifestando sua capacidade criativa. Beneficia os

sentimentos essenciais ao movimento corporal. Ao dançar o corpo responde a

certas motivações, criando a partir de suas possibilidades, de seu corpo,

movimentos e criatividade. Desperta entusiasmo criador e atravessa obstáculos

na procura do âmago do sujeito.

Dançar em círculo é uma maneira antiga de celebrar os ciclos da

Natureza e os ritos de Passagem. Sendo o círculo um tipo de circuito

duradouro, simboliza a totalidade, propiciando a aprendizagem. Estando o

círculo centralizado, configura-se uma roda ou mandala imaginária,

proporcionando transformação e desenvolvimento do participante.

Segundo Wosien (2000, p.120), “Ao dançar, o mundo é de novo

circulado e passado de mão em mão. Cada ponto na periferia do círculo é ao

mesmo tempo um ponto de retorno. Se dançarmos uma dança matinal,

saudando o nascer da aurora dançado, perceberemos, quando nos

movimentamos ao longo do círculo, como as nossas sombras, neste circular

singular, também descrevem um círculo. Assim, nos percebemos que giramos

360 graus. Sentimos na caminhada uma mudança através da reviravolta”.

Em 1976, o professor de dança Bernhard Woisen, ensinou danças

folclóricas para os residentes de Findhorn no norte da Escócia e por volta dos

anos 80, narra-se que as danças circulares tornaram-se conhecidas por

intermédio de Sara Marriot, que residia em Findhorn e veio trabalhar com

27

educação holística no Centro de Vivências Nazaré, no interior de São Paulo.

As danças circulares sendo feitas em círculo e as pessoas de mãos

dadas, favorece o aprendizado, a integração, a flexibilização, o esquema

corporal, a comunicação, expansão da consciência, e o reconhecimento de si e

do outro, vivenciando outras culturas. Por meio do movimento reproduzido,

pode-se alcançar um estado meditativo. A dança em roda na educação permite

a utilização como sendo um instrumento para o aprendizado e dispersão de

valores humanos, éticos e sociais. Para obter maiores informações acesse o

site:< http://www.dancascirculares.org/padrao.asp?cod=38>.

8.5.4. Mandalas:

As mandalas têm procedência sânscrita e quer dizer círculo. São

desenhos circulares, auxiliando na concentração mental, meditação e no

autoconhecimento. São organizadas por várias formas geométricas, números e

cores. Várias culturas usaram ou usam a mandala como, por exemplo: danças

circulares. Encontramos também esta forma em frutas, enfim na natureza.

Segundo C.G. Jung (2002, pg.385-387), a palavra mandala sânscrita

significa “círculo” no sentido habitual da palavra. No âmbito dos costumes

religiosos e da Psicologia, designa imagens circulares que são desenhadas,

pintadas, configuradas plasticamente, ou danças.

O mesmo autor (1973, pg.100), diz que as mandalas simbolizam um

refúgio seguro da reconciliação interior e da totalidade.

8.5.5. Literatura:

A literatura, sendo produção humana, está intimamente ligada à vida

social.

Segundo Cândido (1972), a literatura é vista como arte que

transforma/humaniza o homem e a sociedade. O autor confere à literatura três

funções: a psicológica, a formadora, e a social.

A função psicológica proporciona à pessoa a fuga da realidade,

28

imergindo no universo da imaginação, possibilitando um tempo para

identificação, catarse e observação.

Na função formadora, Cândido (1972) declara que a literatura por si só

faz parte da formação do sujeito, atuando como instrumento de educação, ao

retratar realidades não reveladas pela ideologia dominante.

A função social é o jeito como a literatura representa as várias partes da

sociedade; por exemplo, o regionalismo.

Eagleton (1983), fala sobre a dificuldade em definir literatura, uma vez

que depende da maneira como cada um atribui o significado a uma obra

literária, tendo em vista que esta se concretiza na recepção. Este mesmo autor

(1983, pg.105), comenta: “Sem essa constante participação ativa do leitor, não

haveria obra literária”.

O texto literário favorece várias interpretações, mas não está livre a

qualquer interpretação, pois o mesmo traz espaços que serão ocupados de

acordo com o conhecimento de mundo, da vida, valores, paradigmas que o

leitor traz em seu ser.

8.5.6. Uso do dinheiro e produção de alimentos:

Segundo o texto “O que é dinheiro?”, do Banco Central do Brasil: “A

palavra dinheiro vem do latim denarius, nome dado a uma antiga moeda

romana. Essa palavra foi usada para denominar uma moeda de prata e cobre

que circulava em Castilha, na Espanha; depois foi utilizada para todas as

moedas e todo o tipo de dinheiro”. Maiores informações sobre o texto, acessar:

http://www.bcb.gov.br/pre/educacao/caderno/dinheiro.pdf.

Visto que alguns alunos apresentam dificuldade em utilizar o dinheiro,

pensou-se a princípio ensiná-los em sala de aula com o “laboratório de

compras”, para que os mesmos tenham contato com o dinheiro, saber o valor

de compra, calcular o troco e posteriormente ir comprar alimentos para a sua

produção e posterior degustação. Importante se faz clarificar aos alunos as

propriedades dos alimentos, seu valor nutritivo e incentivar o hábito da

alimentação saudável, de qualidade e orientando sobre intolerâncias/restrições

29

alimentares, noções de higiene corporal, dos alimentos e do ambiente.

8.5.7. Palestras:

As palestras são discussões sobre um determinado tema. Precisam ser

atentamente preparadas, planejadas, adequadas a clientela que participará do

evento; promovendo unidade de pensamento, desenvolvendo idéias,

motivando a atenção e interesse dos ouvintes. A apresentação da mesma

precisa ser lógica, estruturada, proporcionando um clima de aceitação

adequado.

Os palestrantes desenvolverão temas relacionados às atividades do

programa, favorecendo assim a maior compreensão do que foi exposto em sala

de aula ou em atividades extraclasse.

8.5.8. Atividades Culturais:

As atividades culturais são atividades nas quais a escola participa e que

são diferentes das práticas pontuais executadas com o professor de classe,

mas pensando sempre na interdisciplinaridade. Estas atividades são adicionais,

nas quais os alunos se apropriam de novos conhecimentos, de diversas

culturas.

8.5.9. Visitas monitoradas a museus, parques, bosques, jardins.

As visitas monitoradas são agendadas, realizadas por especialistas e

objetivam orientar os alunos sobre os temas em questão.

9. RECOMENDAÇÃO AOS PROFESSORES:

As atividades apresentadas neste Caderno Pedagógico podem ser

adaptadas aos alunos de todas as idades. Foram sugeridos recursos para

pesquisa e elas auxiliarão a desenvolver um adequado planejamento,

resultando num trabalho de qualidade.

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10. PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO.

A avaliação deste Caderno Pedagógico será realizada através da

devolutiva feita em relação às atividades, se promoveram o

engajamento/participação dos alunos adultos com deficiência intelectual,

envolvidos no Programa Qualidade de Vida.

11. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Através de pesquisas, estudos, reflexões; este presente Caderno

Pedagógico, foi elaborado pensando nas particularidades dos alunos adultos

com deficiência intelectual, de que maneira as atividades seriam interessantes,

animadoras, motivadoras do aprender através das práticas sugeridas, pois

cada aluno expressa um conjunto de estratégias cognitivas que atuam no

processo de aprendizagem; sendo assim o aluno aprende através de seu ritmo

próprio. Cabe ao professor conhecer seus alunos, desenvolver estratégias para

que aconteça a aprendizagem, através de um processo cognitivo impregnado

de afetividade, energia psicológica e estímulo. Partindo deste pressuposto;

para que os alunos participem e aprendam com mais eficiência elaborou-se um

programa que promova a qualidade de vida dos alunos em estudo.

31

12. REFERÊNCIAS

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