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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

VALDECIR ALVES

GESTÃO ESCOLAR: DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS

NO DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

Londrina

2012

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VALDECIR ALVES

GESTÃO ESCOLAR: DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS

NO DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

O Artigo Final - apresentado ao Núcleo Regional de Educação de Apucarana - Secretaria de Educação do Estado do Paraná-Pr, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina, como requisito obrigatório para o desenvolvimento do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE e respectiva conclusão de Curso.

Orientadora: Profa. Eliane Cleide da Silva Czernisz

Londrina

2012

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GESTÃO ESCOLAR: DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS NO

DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

Valdecir Alves1 Eliane C. S. Czernisz2

RESUMO

Apresentamos nesse artigo dados de intervenção pedagógica realizada através do

programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. O foco central foi a análise e

discussão dos recursos recebidos para a manutenção da educação através do

FUNDEB/FUNDEF. Tivemos como objetivo avaliar a importância que os educadores

atribuem ao financiamento. Para tanto o trabalho foi realizado através de estudo e

discussão do assunto em questão, com aporte em dados bibliográficos e

documentais, o que tornou possível analisar, junto aos profissionais da educação, a

visão que os mesmos tinham sobre o Financiamento Educacional, como é realizada

a aplicação de recursos financeiros no desenvolvimento da educação, bem como a

importância do financiamento para a Educação Básica. Esse trabalho possibilitou

aos profissionais conhecer o tema, analisar dados de financiamento da escola e

refletir sobre a relação do mesmo com o desenvolvimento de uma educação de

qualidade, um direito de todos os cidadãos que se utilizam do ensino público. Como

resultado destaca que se faz necessário o conhecimento dos profissionais da

educação sobre a política de financiamento da educação, sua participação nos

conselhos de acompanhamento para que seja efetivada a promoção de uma

educação justa e de qualidade.

Palavras-chave: Financiamento educacional; FUNDEB e FUNDEF; gestão

democrática; profissionais da educação; educação de qualidade.

1 Graduado em Educação Física pela FAFICLA- Faculdade de Ciências e Letras de

Arapongas e Pedagogia pela UNOESTE-pós-graduado em Ciências e Técnicas da Natação pela UNOPAR- Universidade Norte do Paraná e Handebol pela UEM- Universidade Estadual de Maringá. Função: Diretor Geral do Colégio Estadual Walfredo Silveira Corrêa.

2 Professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina.

Orientadora deste trabalho.

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1 INTRODUÇÃO

Neste artigo apresentamos dados de trabalho realizado na intervenção

pedagógica do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da Rede Estadual

de Educação do Paraná. Este Programa visa o desenvolvimento da formação

continuada de professores e gestores da rede. O foco do presente estudo foi o

financiamento da educação, um assunto imprescindível para a Educação Básica,

porém pouco discutido e conhecido dos profissionais da educação.

O FUNDEF - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino

Fundamental e o FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação

Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação são fundos que financiam a

educação. Trata-se de uma aplicação da política educacional que merece uma

análise mais aprofundada pois envolve o orçamento da educação, o conhecimento

dos gastos públicos estaduais e municipais em educação, e o acompanhamento e

controle por parte da comunidade.

O conhecimento sobre o financiamento da educação se faz necessário para

que os profissionais desta área opinem sobre suas perspectivas de mudanças na

escola, para que planejem essas mudanças, para dar continuidade aos projetos

iniciados pelo governo que visam garantir a educação e o exercício da cidadania

pela população que se utiliza da escola pública.

É desejo, direito e lei que todos tenham uma educação de qualidade e que

esta abranja todos os cidadãos que usufruem do ensino público. Portanto é

imprescindível que tenhamos conhecimento do que seja o FUNDEB, de como pode

ser utilizado, de sua importância, de como pode beneficiar os profissionais da

educação pela valorização do magistério, para que a tão sonhada igualdade e

qualidade de educação aconteçam.

O FUNDEF foi criado pela Emenda Constitucional n° 14/1996. Foi

transformado em FUNDEB a partir de 1º de janeiro de 1998. Com ampliação para a

Educação Básica essa verba passou a ser destinada também para a educação

infantil, instituído pela Emenda Constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006,

tornando-se um fundo independente para cada Estado e para o Distrito Federal.

O princípio básico do FUNDEB é disponibilizar um valor mínimo anual

nacional de recursos financeiros por matrícula no ensino fundamental das redes

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municipais e estaduais o que, de acordo com o governo federal, é suficiente para um

padrão mínimo de qualidade na educação.

Diversos são os problemas enfrentados atualmente pelas escolas e que

representam necessidades educacionais. O FUNDEB é um recurso que contribui

para sanarem muitos deles, através da distribuição mais eqüitativa de recursos para

estados e municípios e amenizar a escassez de recursos distribuídos para estados e

municípios mais pobres; promoção de um nivelamento de recursos por matrícula

dentro de cada estado; equilibrar a desigualdade tributária entre as regiões do

salário-educação.

Destacamos que, apesar de tais benefícios, há governos com poucos

recursos e muitas matrículas, o que quer dizer que por um lado o FUNDEB trouxe

ganho para muitos municípios e ao mesmo tempo provocou perdas significativas nos

municípios com menor número de habitantes, considerando que a destinação de

recursos é realizada pelo número de matriculados.

A educação precisa de bons professores e de um trabalho pedagógico de

qualidade. Para isso é preciso obter recursos financeiros que poderão garantir, ao

chegar na escola, a melhoria da estrutura física, melhorias salariais, obtenção de

recursos tecnológicos para subsidiar o ensino e, consequentemente nesse conjunto,

acreditamos ser possível a obtenção da qualidade do ensino.

O estudo que originou este artigo partiu de reflexões junto à equipe

pedagógica e demais membros da comunidade escolar sobre o financiamento da

educação. Objetivou analisar, junto aos professores e educadores, a visão sobre o

Financiamento Educacional, as formas de aplicação dos recursos no

desenvolvimento da educação. Entendemos que, deste modo, possibilitaríamos

melhor compreensão e entendimento do assunto, destacando sua importância,

explorando as mudanças na educação após sua implantação.

A metodologia utilizada no início do trabalho de intervenção foi de estudo

bibliográfico de autores que discutem o tema. Num segundo momento passamos a

um plano de estudos e coleta de dados do financiamento, para que fosse

oportunizada a obtenção de conceitos, fossem exemplificadas as formas de se

utilizar o financiamento, e também de como planejar os custos e os gastos da

escola. Foi possível, com esse trabalho, oportunizar momentos de estudos de um

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assunto ainda não conhecido pelos educadores, assim como simular a chegada de

recursos à escola e a prioridade para sua aplicação.

Com a intervenção realizada na escola, as principais dúvidas apresentadas

pelos profissionais da educação foram problematizadas. Entre elas destacamos o

significado do FUNDEB; a origem dos recursos que compõem o fundo; suas

principais características; o processo de implantação do FUNDEB; as mudanças

ocasionadas com a passagem do FUNDEF para o FUNDEB.

Um outro assunto discutido na intervenção foi o da legislação que embasa o

fundo, assim como as possibilidades e limites para garantia da qualidade da

educação. Sendo assim, com essa proposta de intervenção, conseguimos orientar,

coletar dados sobre o entendimento dos profissionais da educação participantes do

processo de estudo e discussão do financiamento, o que acreditamos contribuiu

para melhorias em prol do crescimento pessoal e coletivo sobre as questões que

envolvem a aplicação de recursos financeiros no âmbito escolar.

De acordo com o Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria

de Estado da Educação do Paraná – SEED-PR, o GTR – Grupo de Trabalho em

Rede, faz parte do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria

de Educação (SEED) que acontece em ambiente virtual, com o objetivo de socializar

o projeto de intervenção pedagógica elaborado pelo professor PDE com os demais

professores da rede, oferecendo assim, troca de informações e experiências

pedagógicas.

Os participantes são professores que se dedicam aos trabalhos acadêmicos e

participam da interação com os professores do PDE por meio do GTR,

oportunizando ampliar seus conhecimentos e suas práticas pedagógicas,

capacitando os professores com qualidade e compromisso.

2 OS FUNDAMENTOS DO FUNDEF E FUNDEB

A aplicação de recursos do FUNDEF e FUNDEB na política educacional é um

investimento financeiro, que requer longo prazo para garantir uma educação de

qualidade em todos os estados e municípios. Requerem uma práxis comprometida,

competente, eficaz e eficiente. A eficácia e eficiência aqui citada dizem respeito ao

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encaminhamento das ações da escola tanto no sentido pedagógico como no sentido

operacional, que envolve recursos materiais e tecnológicos.

A organização do sistema educacional brasileiro, segundo a Constituição

Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/96),

caracteriza-se pela divisão de competências e responsabilidades entre a União, os

estados e municípios, o que se aplica também ao financiamento e à manutenção

dos diferentes níveis, etapas e modalidades da educação e do ensino.

De acordo com uma breve retrospectiva histórica da legislação pertinente à

educação no Brasil, é possível verificar como o financiamento público da educação

interfere na garantia do acesso e da gratuidade da educação como um direito à

cidadania.

A garantia da educação como um direito está intimamente ligado ao financiamento por parte do poder público. Na história da educação brasileira, a vinculação de recursos acontece somente em períodos ditos democráticos: 1934-1937, 1946-1964, 1983, 1988..., e a desvinculação de recursos acontece em períodos autoritários: 1937-1945, 1964-1985, o que, sem dúvida, comprometeu a garantia do direito e da gratuidade da educação (DAVIES, 2001, p.135).

A Constituição de 1988 vincula 25% das receitas dos estados e municípios à

Educação e, no FUNDEF, 60% desses recursos (15% da arrecadação global) ficam

reservados ao Ensino Fundamental.

São estabelecidos novos critérios de distribuição e utilização desses 15%,

promovendo a partilha de recursos entre o Governo Estadual e seus municípios, de

acordo com o número de alunos atendidos em cada rede de ensino.

Davies (2001) diz que, apesar da falhas, o FUNDEF trouxe progressos

significativos ao campo social, auxiliando na ampliação e na universalização do

Ensino Fundamental, na valorização do magistério, no processo de correção das

desigualdades e na sistematização da distribuição das verbas públicas.

Sendo assim, há uma nova reflexão sobre a importância do financiamento e

do acompanhamento da aplicação desse recurso para a melhoria da educação no

Brasil.

O FUNDEB que substitui o FUNDEF, irá permanecer até 2021 e inclui, na

redistribuição de verbas, os outros níveis de ensino à Educação Básica nos seus

três níveis (Infantil, Fundamental e Médio) e suas cinco modalidades transversais

(educação indígena, educação especial, que é direcionada a pessoas com

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necessidades especiais, educação de jovens e adultos, educação profissional e

educação do campo).

O objetivo do FUNDEB é distinguir que a Educação Básica é o nível

característico da cidadania para todos, preservando o direito dos cidadãos, na qual

os Conselhos de Acompanhamento e Controle Social têm como objetivo controlar e

analisar todo o processo realizado com as verbas desse recurso, que é destinada à

educação.

A distribuição dos recursos do FUNDEB segue os mesmos critérios adotados

pelo FUNDEF, ou seja, é baseado no número de alunos matriculados, mudando

apenas na contemplação de todas as matrículas da educação básica pública e não

somente do Ensino Fundamental, como acontecia com o FUNDEF.

De acordo com FNDE- Financiamento da Educação no Brasil (2007), para os

fins da distribuição dos recursos serão consideradas exclusivamente as matrículas

presenciais efetivas, conforme os dados apurados no Censo Escolar mais

atualizado, realizado pelo INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira, considerando as alterações aplicáveis. Os coeficientes

para distribuição de recursos do FUNDEB, por etapa e modalidade de ensino estão

assim distribuídos mensalmente:

Valor recebido por entidade por aluno matriculado

Creche: 0,80

Pré-escola: 0,90

Séries iniciais do ensino fundamental urbano: 1,00

Séries iniciais do ensino fundamental rural: 1,05

Séries finais do ensino fundamental urbano: 1,10

Séries finais do ensino fundamental rural: 1,15

Ensino fundamental em tempo integral: 1,25

Ensino médio urbano: 1,20

Ensino médio rural: 1,25

Ensino médio em tempo integral: 1,30

Ensino médio integrado à educação profissional: 1,30

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Educação especial: 1,20

Educação indígena e quilombola: 1,30

Educação de jovens e adultos com avaliação no processo: 0,70

Educação de jovens e adultos integrada à educação profissional de

nível médio, com avaliação no processo: 0,70

Fonte: Censo de 2007 do INEP-MEC (DAVIES, 2007, p.36.)

De acordo com o FNDE (2007), para a fiscalização e controle social do

FUNDEB foi criado um Conselho de Acompanhamento e Controle Social no âmbito

dos Estados, Distrito Federal e Municípios, sendo esta uma medida obrigatória. Esse

conselho é imprescindível para a efetivação da democratização da gestão

educacional.

De acordo com o inciso IV do art. 24 da Lei nº 11.494/2007, o Conselho

Municipal de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB no Município deverá

ser composto por, no mínimo, nove membros, sendo:

2 (dois) representantes do Poder Executivo Municipal, dos quais pelo

menos 1 (um) da Secretaria Municipal de Educação ou órgão educacional

equivalente;

1 (um) representante dos professores da educação básica pública;

1 (um) representante dos diretores das escolas básicas públicas;

1 (um) representante dos servidores técnico-administrativos das

escolas básicas públicas;

2 (dois) representantes dos pais de alunos da educação básica pública;

2 (dois) representantes dos estudantes da educação básica pública,

um dos quais indicados pela entidade de estudantes secundaristas.

A escolha dos representantes dos professores, diretores, pais de alunos e

servidores das escolas, devem ser realizados pelos grupos organizados ou

organizações de classe que representam esses segmentos, e comunicada ao Chefe

do Poder Executivo para que, por ato oficial, os nomeie para o exercício das funções

de Conselheiros.

Se no Município houver um Conselho Municipal de Educação e/ou Conselho

Tutelar, um de seus membros também deverá integrar o Conselho do FUNDEB. Na

legislação não existe um limite máximo para a composição do conselho e deve

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haver substituição sempre que um conselheiro deixe de fazer parte da integração.

Esse conselho tem função de fiscalizar as verbas do FUNDEB.

As informações sobre recursos recebidos e executados desse fundo devem

ser mensalmente publicadas, dando-se ampla visibilidade para o acompanhamento.

A implementação do FUNDEB é gradativa, conforme nos mostra a tabela abaixo,

nos anos de 2007 até 2010:

Implementação gradativa do FUNDEB:

2007 2008 2009 2010

Impostos remanescentes

do FUNDEF 16,66% 18,33% 20% 20%

Impostos novos 6,66% 13,33% 20% 20%

Complementação da

União 2 bilhões 3 bilhões 4,5 bilhões 10%

Matrículas

Ensino

Fundamental

+ 1/3 das

demais

Ensino

Fundamental

+ 2/3 das

demais

Toda

Educação

Básica

Toda

Educação

Básica

Fonte: FNDE(2007)

O financiamento da educação estabelecido pela Constituição Federal de 1988

e a divisão de responsabilidades entre municípios e estados incorporam mudanças

significativas no campo educacional, onde gestores, educadores possam reconhecer

avanços após a aprovação do FUNDEB por garantir uma política de financiamento

para a educação básica. (AFONSO, 2010).

Em junho de 2010 aconteceram algumas mudanças, onde o Ministro da

Educação, em uma comissão Intergovernamental do FUNDEB composta por

dirigentes municipais, estaduais com a competência de definir os fatores de

ponderação de cada modalidade do FUNDEB limitados pela Lei n° 11494/07,

estipulou quatro fatores de ponderação em 2011, como segue abaixo:

Mudanças no FUNDEB em 2011

Creche em tempo integral passa de 1,1 para 1,2

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Pré-escola em tempo integral passa de 1,25 para 1,3

Ensino Fundamental em tempo integral passa de 1,25 para 1,3

EJA associado ao ensino profissionalizante passa de 1,0 para

1,2

Fonte: www.fnde.gov.br/index.php/fundeb-legislacao

De acordo com a Publicação do FNDE (2010) na Portaria Interministerial nº

1.459 de 30 de dezembro de 2010, os Ministros de Estado da Educação e da

Fazenda, no uso de suas atribuições, tendo em vista o disposto no art. 15 da Lei nº

11.494, de 20 de junho de 2007, e no art. 7º do Decreto nº 6.253, de 13 de

novembro de 2007, resolvem:

Art. 1º Na operacionalização do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB serão observados, no exercício de 2011, os parâmetros anuais estabelecidos na forma no Anexo III o seguinte: Art. 2º. O valor anual mínimo nacional por aluno, na forma prevista no art. 4º, §§ 1º e 2º, e no art. 15, IV, da Lei n° 11.494/2007, fica definido em R$ 1.722,05 (hum mil, setecentos e vinte e dois reais e cinco centavos), previstos para o exercício de 2011. (PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 1.459, 2010).

Mesmo persistindo desafios que precisam ainda ser superados,

principalmente no que se refere ao acompanhamento contínuo em seu

funcionamento e na representação da sociedade em que exerce seu papel de

cidadania, o FUNDEB desempenha uma função principal que é de atender o ensino

fundamental de forma ampla, onde os padrões mínimos de qualidade devem ser

observados e os professores valorizados com os recursos que a legislação destina

para essa finalidade.

Algumas Considerações:

Conforme observado, alguns professores apresentaram dificuldades na

realização das ações propostas na intervenção. O tema tratado eram as mudanças

da substituição do FUNDEF pelo FUNDEB. No estudo e discussão do artigo de

Davies (2001) sobre a Redenção da Educação Básica, os professores participaram

com menores dificuldades nas atividades solicitadas.

No que diz respeito à análise do tema Controle do Financiamento houve uma

melhor compreensão sobre os progressos significativos do FUNDEF na educação

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do país, o que pode ser constatado por uma atividade de avaliação junto aos

professores, que demonstram domínio dos conceitos trabalhados.

Vale ressaltar que a participação efetiva dos envolvidos e as intervenções

ocorridas oportunizaram uma visibilidade do financiamento enquanto uma política

educacional que não se realiza descolada da área de políticas sociais sendo de

significativa importância para a sociedade.

Através do diálogo, grupos de estudo e análise entendemos que, com este

estudo, envolvemos os professores na área de estudos sobre o financiamento

educacional e sua forma de aplicação na educação, bem como seu planejamento,

execução e os resultados que vêm sendo alcançados em termos educacionais.

No que se refere ao resultado geral da intervenção realizada podemos dizer

que a busca de compreensão da problemática aconteceu de forma significativa, no

qual as questões de financiamento educacional abrangeram os aspectos históricos,

conceituais e práticos passando de uma dimensão mais simples a estudos de maior

complexidade, onde os envolvidos puderam analisar o tema abordado com

comprometimento necessário à melhoria da qualidade da educação pública.

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REFERÊNCIAS

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em http://www.fnde.gov.br/index.php/arq-fundeb/portaria-1459-30-12-2010/anexoiportariafundeb2011/. Acesso em 13/02/2011.

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