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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – UNESPAR

GISLENE APARECIDA DOS SANTOS

A FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR: REPENSANDO CAMINHOS

CAMPO MOURÃO 2016

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

TURMA – PDE/2016

Título:

A FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR: REPENSANDO CAMINHOS

Autor: Gislene Aparecida dos Santos

Disciplina/Área: (ingresso no PDE) PEDAGOGIA

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Duque de Caxias CEP: 87490-000 – Nova Olímpia-PR

Município da escola: Nova Olímpia-PR

Núcleo Regional de Educação: Umuarama-PR

Professor Orientador: Me. Helena Izaura Ferreira

Instituição de Ensino Superior: UNESPAR Campus Campo Mourão

Relação Interdisciplinar: Contempla todas as disciplinas

Resumo:

O presente trabalho visa provocar reflexões acerca da formação de professores, partindo da formação inicial, para alcançar uma perspectiva centrada no desenvolvimento profissional, que inclui a articulação entre teoria e prática, fortalecida pela formação continuada. Faremos uso da pesquisa bibliográfica, documental e participante, com base em teóricos que discorrem sobre o assunto, dentre eles: Gatti, Luckesi, Tardif, Libâneo, Vigostky, entre outros. Para a inserção na escola, elaboramos um Caderno Pedagógico como base para ministrarmos um curso de extensão, durante o qual realizaremos um breve percurso histórico da formação docente, discutindo a necessidade de repensar a formação continuada de professores a partir de uma análise sobre os saberes necessários para fazer frente aos desafios da contemporaneidade, sem, que haja esvaziamento dos conteúdos historicamente acumulados, considerados essenciais, nas Diretrizes Curriculares Estaduais – DCE-PR. Acreditamos ser fundamental que o professor tenha

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competência política para, além de ensinar promover também uma reflexão sobre a importância social dos conteúdos. Os sujeitos envolvidos na pesquisa serão os professores da Educação Básica do município de Nova Olímpia-PR. A pesquisa é de natureza qualitativa, com base no materialismo histórico dialético. Iniciamos com o projeto de pesquisa que culminou com a elaboração um Caderno Pedagógico e finalizando o programa com a produção de um artigo.

Palavras-chave: Formação de professores. Práxis pedagógica. Aprendizagem.

Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico.

Público: Equipe pedagógica e professores.

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APRESENTAÇÃO

Este caderno pedagógico é resultado de uma importante parte do Programa

de Desenvolvimento Educacional – PDE, e constitui-se como uma das estratégias

de ação do Projeto de Intervenção Pedagógica a ser implementado na escola, e tem

como objetivo dialogar com Professores e Pedagogos sobre a importância da

Formação Continuada do professor como mecanismo primordial para o ensino

aprendizagem.

Por meio deste Caderno Pedagógico, buscaremos refletir junto aos

professores sobre qual formação continuada seria necessária para enfrentar os

enormes desafios postos pela atualidade, considerando a importância da relação

teoria e prática.

Na unidade I, pretende-se realizar uma retomada histórica sobre a formação

do professor no Brasil, partindo da formação inicial, para alcançar uma perspectiva

centrada no desenvolvimento profissional, que inclui a articulação entre teoria e

prática fortalecida pela formação continuada, que permita ao professor compreender

a importância da função social da Escola Pública em garantir o saber sistematizado

produzido pela humanidade e perceber-se como agente primordial desta função.

Na unidade II, pretende-se ressaltar a importância da formação continuada

como mecanismo primordial capaz de promover mudanças na práxis educativa, com

base na análise e discussão dos documentos norteadores desta formação,

considerando a necessidade de respeitar os aportes legais: Constituição Federal de

1988, Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96, Diretrizes Curriculares Nacionais para

Formação de Professores (2006 e 2015), Diretrizes Curriculares da Educação

Básica, Projeto Político Pedagógico; Regimento Escolar; Plano de Ação da Escola.

Na Unidade III, vamos dialogar, analisar e discutir sobre o material utilizado

para estudos nas semanas pedagógicas fazendo uma relação com as Diretrizes

Curriculares da Educação Básica, sua similitude com o cotidiano escolar, como

estes materiais são trabalhados durante as formações, e após se eles têm servido

de aporte aos professores para a melhoria da qualidade do ensino/aprendizagem.

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Na unidade IV, uma vez tendo maior clareza quanto a vertente pedagógica da

Instituição de Ensino, vamos buscar sugestões por meio de pesquisas de materiais

para montagem de um portfólio que sirva de subsídio para formação continuada de

professores, considerando os enormes desafios postos pela atualidade, e a

importância da relação teoria/prática, oportunizando aos professores uma

fundamentação teórica que venha de encontro ao Projeto Político Pedagógico da

Escola, além da coleta de materiais didáticos pedagógicos que reverbere em uma

prática condizente com as necessidades da contemporaneidade, considerando suas

expectativas sobre quais conhecimentos teórico/práticos são essenciais para sua

formação.

Para tanto buscaremos aporte teórico em autores como Lucksei (1990),

Freitas (1992), Fazenda (1995), Duarte (1996 e 1998), Libâneo (2004), Gatti (2008),

Tardif (2005), entre outros, além da utilização de materiais como Cadernos

Pedagógicos do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) de anos

anteriores, Portal dia a dia Educação, Escola Interativa.

O objeto principal deste Caderno é suscitar subsídios ao trabalho pedagógico

na escola, dialogando com os professores sobre a importância de sua formação

teórico/prática, com base na continuidade, evitando a fragmentação, o aligeiramento

e o imediatismo que estão atrelados às necessidades mínimas, que despe a

educação da possibilidade de ascender ao conhecimento elaborado para possibilitar

uma Escola Pública de Qualidade, enquanto espaço da apropriação do saber

historicamente produzido.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

POR QUE FALAR EM FORMAÇÃO DE PROFESSORES?................... 7

UNIDADE I

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR NO BRASIL...................................... 10

UNIDADE II

DA FORMAÇÃO INICIAL A FORMAÇÃO CONTINUADA...................... 17

UNIDADE III

A FORMAÇÃO CONTINUADA E O COTIDIANO ESCOLAR................. 24

UNIDADE IV

A FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR: REPENSANDO

CAMINHOS.............................................................................................

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CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 41

REFERÊNCIAS................................................................................................... 42

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INTRODUÇÃO

POR QUE FALAR EM FORMAÇÃO DE PROFESSORES?

Na atualidade os problemas enfrentados pela escola são inúmeros. Isso

porque a escola não é uma instância separada da sociedade, pelo contrário, a

escola é uma instância social e como tal reproduz os problemas existentes na

sociedade. Um desses problemas diz respeito à formação continuada de

professores.

Ao iniciarmos este caderno se faz necessário refletir sobre a formação do

professor, uma vez que se observa que muito se tem falado sobre a desvalorização

do trabalho do professor, principalmente no ato de ensinar.

Saviani (2007b, p.30), ressalta que:

[...] O mercado, e seus porta vozes governamentais parece querer um professor ágil, leve, flexível; que, a partir de uma formação inicial ligeira, de curta duração e a baixo custo, prosseguiria sua qualificação no exercício docente lançando mão da reflexão sobre sua própria prática, apoiada eventualmente por cursos rápidos.

Vislumbra-se dessa forma, a importância do professor perceber-se como

agente transformador de sua realidade, à medida que compreende que o

conhecimento é produzido e reproduzido durante toda sua trajetória profissional.

Para Demo (1993, p. 13):

O que se espera do professor já não se resume ao formato expositivo das aulas, a influência vernácula, à aparência externa.

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Precisa centralizar-se na competência estimuladora da pesquisa, incentivando com engenho e arte a gestão de sujeitos críticos e autocráticos, participantes e construtivos (DEMO, 1993, p. 13).

Todavia, o que tem marcado grande parte da formação de professores seja

ela inicial e/ou continuada é a objetividade e com isso a afirmação do irracionalismo

que marca a contemporaneidade. O professor tem sido capacitado com vistas à

resolução de situações problema e a imediaticidade do cotidiano escolar.

De forma ainda que velada o professor vem aos poucos sendo afastado da

sua função de retransmissor dos conhecimentos produzidos e acumulados ao longo

da história da humanidade, o que tem descaracterizado seu papel, fortalecendo uma

prática imediatista, esvaziada de conteúdo científico.

Como afirma Saviani (2007a, p.13):

[...] o pensamento pedagógico brasileiro buscou, entre as décadas de 1930 e 1980, ancorar-se em bases científicas. Porém, a partir da década de 1990, sobreveio uma forte inflexão: a aspiração científica cedeu lugar ao fenômeno da descrença na ciência. E o pensamento pedagógico enveredou pelo caminho da desconstrução das ideias anteriores antepondo-lhes prefixos do tipo “pós” ou “neo”. Dessa metamorfose resultaram correntes como o neoprodutivismo, o neo-escolanovismo e o neoconstrutuvismo que dominam a cena pedagógica brasileira atual.

Estas concepções negativas sobre o ato de ensinar, como a pedagogias das

competências, o escolanovismo, o construtivismo, levou a educação a contribuir com

os interesses de grupos dominantes, na maioria das vezes de forma velada, e nesse

contexto a escola vêm perdendo a especificidade de sua função e a capacidade de

reflexão sobre tal questão, além da descaracterização do profissional da educação.

Duarte (1996) aponta para o fato de que não se trata de supor ingenuamente

que a educação vá, por si só, superar a alienação produzida pelas relações

capitalistas, há que se buscar mecanismos que supere essa alienação, dessa forma

o autor aponta a formação continuada de qualidade do professor como um forte

mecanismo de desalienação.

Tal constatação nos remete as Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Formação Inicial em Nível superior (2015), que em seu capítulo ll traz que a

formação continuada deve pautar-se em uma concepção de educação

emancipatória e contínua, que reconheça as especificidades e conduza à práxis,

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considerando a realidade das instituições. Neste sentido, é impossível pensar em

educação, sem colocar como primordial a formação de professores e suas reais

necessidades.

Segundo Vasconcellos (1998, p.21)

O levantamento de dificuldades, problemas da prática é o álibi ideal para gerar justificativas [...] Esta pode ser, inclusive, uma forma sutil de resistência: fica-se discutindo eternamente os problemas e nunca se entra no estudo de formas possíveis de enfrentamento e superação; passa-se uma certa imagem “crítico”, garantindo o eterno imobilismo. Se o compreender a realidade é apenas para justificar porque não fazemos nada, é melhor não perdermos tempo com isto.

Essa afirmação de Vasconcellos (1998) nos remete ao fato de que não

podemos simplesmente acreditar que a prática imediatista, resolverá o problema,

mas sim, na necessidade de ações coletivas, organizadas e sistematizadas.

Há que se compreender que o processo de formação de professores, deve

seguir bases sólidas, com rica fundamentação teórica e propostas de continuidade

uma vez que tais mudanças não ocorrem somente pela incorporação de um novo

padrão de comportamento, ou de leis, mas, faz-se necessário investigar o que de

fato motiva sua mudança, visto que essa iniciativa é suficientemente instigadora

podendo ter efeitos diretos no exercício da ação docente.

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UNIDADE I

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR NO BRASIL

Sapelli (2011) afirma em seu artigo Qual a “Função Social da Escola

Pública?” que a educação no Brasil sempre esteve atrelada a diferentes interesses,

estes relacionados à hegemonia, ora para reproduzir, ora para doutrinar, ora para

treinar para o trabalho. O que tem levado a educação contribuir com os interesses

de grupos dominantes, na maioria das vezes de forma velada, e nesse contexto a

escola vem perdendo a especificidade de sua função e a capacidade de reflexão

sobre tal questão, provocando a alienação e a falta de criticidade.

Após esta breve explanação sobre a Qual a “Função Social da Escola

Pública”, vamos contextualizar com nossa realidade. Isto lembra uma história que

Ruth Rocha escreveu que retrata essa alienação “Quando a Escola era de Vidro”.

Vamos conhecer a história: Quando a Escola é de Vidro? de Ruth Rocha.

Acesse o site: <https://youtu.be/KFZ1i40M6So>.

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Após assistir o vídeo “Quando a Escola era de Vidro” de Ruth Rocha, e com

base nas lembranças de sua formação inicial e profissional, que tal começarmos

falando sobre como você vê a Formação do Professor no Brasil?

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Nesta unidade buscamos propor um estudo sobre a formação do professor no

Brasil, por meio de uma breve retomada histórica desde sua formação inicial calcada

em bases conservadoras e tecnicistas, até chegarmos ao imediatismo da

contemporaneidade.

Revendo a história da educação no Brasil, no que diz respeito à formação de

professores, tanto a revolução industrial, quanto a ditadura no regime militar,

formaram educadores com a preocupação para competência técnica que atendesse

a demanda social vigente. Dessa forma, durante grande parte do século XX, a

formação dos docentes tinha como base a palavra treinamento, visando atender o

modelo fordista de produção. Essa formação técnica, por meio do convencimento e

persuasão, também entendida como capacitação e/ou treinamento, advinda do

modelo industrial, adentra as portas das escolas.

Behrens (2007, p. 442) afirma que:

A capacitação tem como finalidade o acompanhamento e a qualificação de recursos humanos para repetir tarefas, em especial pela crescente e continua evolução das tecnologias. A capacitação e a atualização dos profissionais tinha como objetivo a preparação de pessoal habilitado para um determinado manejo ou técnica. A

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capacitação pode ser entendida como o convencimento ou persuasão, o que geraria um treino sem abordagem crítica e reflexiva (BEHRENS, 2007, p. 442).

Texto para leitura em pequenos grupos e discussão em plenária: O LEGADO DO

SÉCULO XX PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES – Formação de

Professores Para Que?

Lígia M. Martins

Um primeiro princípio que tem norteado a formação de professores, a se

colocar em tela neste texto, diz respeito ao descarte da teoria, da objetividade e da

racionalidade expresso na desqualificação dos conhecimentos clássicos, universais,

e em concepções negativas sobre o ato de ensinar, como claramente analisam

Moraes (2001) e Duarte (1998), respectivamente.

Disponível em: <http://books.scielo.org/id/ysnm8/pdf/martins-9788579831034-02.pdf>.

Acesse o site relacionado e assista agora ao vídeo que trata da Formação

Inicial do Professor no Brasil de Bernadete Gatti, pesquisadora na área de Formação

de Professores.

<https://youtu.be/WH6kuIPXkvA>

Todavia, é inconcebível entender a formação continuada do professor como

compensação de uma formação inicial precária, uma vez que à medida que assume

o papel de trabalhador do conhecimento reafirma o reconhecimento de que a

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formação é algo inacabado e em constante processo de evolução. Isto posto, há que

se analisar as interferências desta formação na prática pedagógica com vistas às

contradições que demandam a educação no mundo pós-moderno.

Texto sugerido para leitura e discussão em duplas: FORMAÇÃO DE

PROFESSORES NO BRASIL: CARACTERÍSTICAS E PROBLEMAS

Bernadete A. Gatti

O artigo acima aborda a formação de professores no Brasil, considerando

quatro aspectos: o da legislação relativa a essa formação; as características sócio

educacionais dos licenciados; as características dos cursos formadores de

professores; os currículos e ementas de licenciaturas em Pedagogia, Língua

Portuguesa, Matemática e Ciências Biológicas, dentre outros (GATTI, 2010).

Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v31n113/16.pdf>.

Levando a Reflexão

Estas constatações levam às seguintes reflexões sobre a formação do

professor:

1. Ao saírem da universidade os educadores se encontram adequadamente

preparados para cumprir com a função social da escola?

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O texto traz uma abordagem acerca da história da Formação Continuada do Professor no Brasil com base em sua

trajetória histórica, chamando atenção para os documentos oriundos do Fórum Mundial da educação realizado em Dacar em 2000 e

para o artigo nº 67 da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394/96.

2. Quais conhecimentos ainda lhes são negados?

3. Qual a relação do texto com nosso cotidiano?

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Socialização dos Estudos

Após a contribuição teórica de Bernadete Gatti, e discussão da temática com

seu colega, Vamos socializar por meio de uma plenária.

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Libâneo (2004) vem reforçar a ideia de que, só com a formação continuada é

que ocorrem mudanças na prática docente, à medida que o professor desenvolve a

capacidade de perceber suas dificuldades e busca caminhos para superá-las,

utilizando-se do senso crítico por meio da reflexão/ação.

Organização em grupos para estudos, discussões e registros, de parte do Artigo

PEDAGOGO E A FORMAÇÃO CONTINUADA: A IDENTIDADE DO PEDAGOGO

COMO EDUCADOR.

Prof. Andrea Santolaia Lopes

Prof. Dr. Darcísio Natal Muraro

A formação continuada possui uma trajetória histórica, em condições

emergentes de uma sociedade contemporânea e que vem atender às exigências

impostas pelas reformas educativas para a educação (LOPES; MURARO, 2013).

• Após a leitura que realizamos, é possível compreender melhor a trajetória

histórica da formação continuada e perceber-se dentro desta. Explique

esta afirmação.

• Que lugar a formação continuada ocupa nesse processo histórico?

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A fim de socializar os conhecimentos adquiridos neste primeiro momento de

estudos, Retomada Histórica da Formação do Professor no Brasil, vamos

sistematizar em grupos de quatro pessoas, por meio de cartazes os conhecimentos

por nós produzidos e apresentar em plenária.

Textos de Apoio para Estudos

GATTI, A. Bernadete. Análise das políticas públicas para formação continuada no Brasil, na última década. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 13, n. 37, p. 57-70, jan./abr. 2008. SAPELLI, Marlene Lúcia S. Qual a função social da escola pública? 2011. Disponível em: <http://viseducar.blogspot.com.br/2011/02/qual-funcao-social-da-escola-publica.html>. Acesso em: 4 out. 2016. SAVIANI, Dermeval. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação, Campinas, v. 14, n. 40, p. 143-155, jan./abr. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v14 n40/v14n40a12.pdf>. Acesso em: 19 out. 2016.

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UNIDADE II

DA FORMAÇÃO INICIAL A FORMAÇÃO CONTINUADA

Faz-se necessário que entendamos a importância da formação continuada

como mecanismo capaz de subsidiar a reflexão permanente na e sobre a prática

docente, com vista a contribuir com o desenvolvimento da autonomia intelectual do

professor, dessa forma a formação continuada não pode ser reduzido à atualização,

nem tão pouco a um treinamento ou capacitação tendo em vista a sociedade da

informação e tecnologia, ou ainda como compensação de deficiências da formação

inicia.

TEXTOS SUGERIDOS PARA LEITURA E APROFUNDAMENTO TEÓRICO EM

PEQUENOS GRUPOS – PLENÁRIA

BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006. Brasília, DF: MEC, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ rcp01_06.pdf>.

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BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 2, de 1º de julho de 2015. Brasília, DF: MEC, 2015. Disponível em: <http://pronacampo.mec.gov.br/images/pdf/res_cne_ cp_02_03072015.pdf>.

A FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR E SEUS APORTES LEGAIS

Nesta unidade vamos discutir a importância da formação continuada como

mecanismo primordial capaz de promover mudanças na práxis educativa, para tanto

precisamos compreender que tais mudanças não ocorrem somente pela

incorporação de um novo padrão de comportamento, ou de leis, mas, faz-se

necessário investigar o que de fato motiva sua mudança, visto que essa iniciativa é

suficientemente instigadora podendo ter efeitos diretos no exercício da ação

docente.

Dessa forma cabe ressaltar que a formação continuada do professor, tem

uma intima relação com a ideia de aprendizagem constante, uma vez que esta

provoca mudanças na produção de novos conhecimentos, e estes por sua vez darão

suporte teórico para a prática docente.

Nas últimas décadas do século XX, vários movimentos sociais se

mobilizaram em busca de uma educação focada na transformação social, isso

porque o texto constitucional de 1988 vem assegurar a educação como um direito de

todos, dever do Estado e da família (BRASIL, 1988). Atrelada a essa ideia de

atender os anseios da sociedade civil, os movimentos sociais passaram também a

discutir sobre a necessidade de investir na formação de professores em suas

múltiplas dimensões: pessoal, política, social e histórica.

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Exercitando o Pensamento

Questões sugeridas para discussão em duplas e na sequência vamos

socializar nossas respostas na plenária.

O exercício profissional deve propiciar ao professor condições de refletir na, e

sobre a sua prática, no intuito de que essa formação transcorra ao longo de toda a

trajetória do ato de educar mais...

• O que você entende por formação continuada?

• Que conceitos podemos construir e reconstruir a respeito deste tema, a

fim de evitarmos destoar do seu contexto, principalmente do que diz a

legislação?

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O educador deve possuir algumas qualidades, tais como: compreensão da realidade com a qual trabalha comprometimento político, competência no

campo teórico de conhecimento em que atua e competência técnica profissional (LUCKESI, 1990, p. 115).

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O PROFESSOR E A LDB nº. 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº 9.394, de setembro de

1996, dispõe entre outros aspectos, especificamente sobre a formação dos

profissionais da educação, nestes termos:

Art. 61. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e as características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos: I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço; II - aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades. Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal (BRASIL, 1996).

A lei de Diretrizes e Bases da Educação em seu artigo 3º inciso VII vem

reforçar o exposto na Constituição Federal (1988) que trata especificamente da

valorização do profissional da educação escolar; reforçando que cabe aos sistemas

de ensino promover o aperfeiçoamento continuado dos profissionais da educação,

associando teoria e prática, por meio da formação continuada.

As legislações nacionais indicam que a profissionalização do professor tem

intima relação com sua formação, inicial e continuada, uma vez que um dos

princípios nacionais da educação está relacionado à valorização destes

profissionais. As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica,

no parágrafo primeiro do artigo 57 da Resolução nº 4 de 13 de julho de 2010

(BRASIL, 2010a) e Parecer nº 7/2010 (BRASIL, 2010b) trazem:

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§ 1º – A valorização do profissional da educação escolar vincula-se a obrigatoriedade da garantia de qualidade e ambas se associam a exigência de programas de formação inicial e continuada de docentes e não docentes, no contexto do conjunto de múltiplas atribuições definidas para os sistemas educativos, em que se inscrevem as funções do professor (BRASIL, 2010a).

Texto sugerido para leitura e discussão no grupo: Lei nº 9.394, de 20 de

dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Título VI

– Dos Profissionais da educação Art. 61 ao 67.

JÚRI SIMULADO

Objetivo:

Refletir sobre a formação continuada do professor com base na Constituição

Federal de 1988 e na LDB – Lei de Diretrizes e Bases nº. 9.394/96, destacando

pontos de divergência entre os integrantes do grupo de maneira sólida e consistente.

Número de pessoas:

Todos os participantes do curso

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Material necessário:

Constituição Federal 1988, LDB – Lei de Diretrizes e Bases nº. 9394/96,

Regimento Escolar, Projeto Político Pedagógico.

Como Fazer:

O professor organizador propõe ao grupo que com base no material estudado

até o momento nesta unidade didática e nas discussões realizadas sobre os aportes

legais da formação de professores, contextualizando com o cenário escolar no qual

estão inseridos montem um tribunal para debater sobre a valorização do profissional

da educação, assim como a garantia de formação continuada assegurada pela

Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases nº. 9.394/96, que traz em

seu art. 61:

A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos: I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço (grifos do autor).

Pede-se, então, que os participantes se organizem escolhendo um advogado

de defesa, um de acusação, o juiz e 5 (cinco) jurados. Os demais participantes

formarão a plateia que estará contra ou a favor do que se discute. Os advogados

deverão preparar seus discursos com argumentos podendo usar trechos da

Constituição Federal de 1988 e da LDB – Lei de Diretrizes e Bases nº. 9.394/96 para

defender seu ponto de vista. Poderão também convocar 1 (uma) testemunha

(pessoas da plateia) para cada advogado.

Monta-se a seção: os advogados expõem seus discursos e testemunhas e ao

final o juiz dará o veredicto de acordo com a argumentação e a conclusão dos

jurados.

Ao final do júri simulado o tema será personificado em um cartaz

confeccionado por todos do grupo por meio de desenhos, colagens, palavras, frases

que represente as constatações e aprendizagem do grupo.

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Curiosidade

Você sabia que no ano de 2004 foi criada A Rede Nacional de Formação

Continuada de Professores, objetivando a melhoria da formação dos professores e

alunos. E que o público-alvo prioritário da rede são professores de Educação Básica

dos sistemas públicos de educação.

Saiba mais sobre o assunto no Portal do MEC: <http://portal.mec.gov.br/index.php?

Itemid=86&id=231&option=com_content&view=article>.

Leitura Sugerida para Aprofundamento sobre o Tema

Catálogo 2006 - Rede Nacional de Formação Continuada de Professores de Educação Básica (BRASIL, 2006a). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/ arquivos/pdf/Rede/catalg_rede_06.pdf>.

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UNIDADE III

A FORMAÇÃO CONTINUADA E O COTIDIANO ESCOLAR

Sabemos que muitos são os desafios postos pela educação contemporânea,

e que grande é a insatisfação e insegurança do professor frente a eles, este sem

dúvida é o fator preponderante na escolha das temáticas a serem abordadas nos

cursos de formação continuada, uma vez que quando em consulta os professores

em sua maioria clamam por uma formação voltada a prática pedagógica para atuar

em uma realidade diversa e heterogênea, em que as diferenças, o pouco acesso as

tecnologias, a indisciplina, são vistos pela maioria como implicadores do fracasso

escolar.

Uma vez que conhecemos um pouco mais sobre a história da formação de

professores no Brasil realizando uma relação com os aportes legais, convido você a

fazer um passeio pela formação continuada (Semana Pedagógica).

As orientações das semanas pedagógicas pautam-se na ideia de que a

escola tem por função levar o aluno a pensar criticamente; ressalta ainda, a

importância de conhecer e reconhecer os problemas e deficiências do ensino na

orientação de políticas públicas para a superação das dificuldades e promoção da

equidade social, para tanto há que se investir em uma formação de professores com

bases sólidas, com rica fundamentação teórica e propostas de continuidade.

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Levando a Reflexão

Em grupos vamos ler, analisar e discutir as orientações das semanas

pedagógicas de 2014 a 2016. Disponível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.

gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1471>.

Questões Norteadoras da Reflexão

• Como foram elaborados os temas da formação de professores nos últimos

anos, (semanas pedagógicas – 2014 a 2016), eles atenderam as

demandas da escola?

• As temáticas abordadas tem dado enfoque à interdisciplinaridade,

possibilitando ao professor uma nova postura teórico/metodológica, para

que construa coletivamente novas concepções de ensino/aprendizagem e

avaliação?

• Há um enfoque na relação teoria/prática? Como está abordagem tem sido

proposta nestas formações?

• As temáticas das semanas pedagógicas têm contemplado as relações

sociais que envolvem a educação dentro do contexto político, social e

econômico em que estamos inseridos? De que forma?

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• De que forma essas temáticas têm sido trabalhadas durante a formação

continuada e como são produzidas em sala de aula?

• Os conhecimentos dos professores oriundos diferentes camadas sociais

oferecem uma base para a aquisição de novos conhecimentos e novas

práticas? Eles estão contemplados nesta modalidade? De que forma isso

tem acontecido?

• O material utilizado para estudos nas semanas pedagógicas tem relação

com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica e similitude com o

cotidiano escolar?

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Socializando

Após termos analisado o material das últimas semanas pedagógicas e sua

relação com o cotidiano escolar, vamos socializar nossa compreensão por meio de

plenária.

Expandindo Nosso Conhecimento

É preciso considerar que os professores têm diferentes necessidades de

acordo com sua história e o momento profissional, dessa forma as questões que

desafiam os professores que estão em início de carreira nem sempre são as

mesmas que perturbam os veteranos, assim como as certezas advindas das

experiências destes podem não fazer parte do repertório daqueles.

Essas diferenças devidamente articuladas podem enriquecer a formação

considerando a heterogeneidade como característica de todo e qualquer grupo

social.

Considerando tais diferenças e individualidades é um equívoco afirmar que

determinado curso ou formação não contribuiu ou contribui em nada para a prática

docente daquele grupo. O que se verifica é que a contribuição desta ou aquela

formação não está pronta, faz-se necessário submeter tais propostas e teorias ao

crivo da prática, promovendo o embate dos referenciais com a prática da sala de

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aula, o que sem dúvida provoca uma desestabilidade ao professor, uma vez que o

novo lhe desafia, explicitando suas contradições (FALSARELLA, 2004).

Nessa perspectiva, propostas de natureza paliativas e emergenciais,

homogeneizadoras, desprovidas das particularidades inerentes a cada escola e

ainda desvinculadas dos conhecimentos que os professores possuem, dificilmente

são bem sucedidas.

A maioria dos cursos de professores seja ele inicial, ou de formação

continuada tem sido alvo de críticas pelos professores, que ressaltam o

aligeiramento, o imediatismo, o esvaziamento de conteúdos científicos, o acúmulo

de informações, envoltas em abordagens somente de “competência técnica”, sobre

o como fazer, em detrimento dos determinantes históricos, políticos e sociais; que

segundo eles não são suficientes para a reflexão, além dos estudos e análises

constantes de índices e dados estatísticos, que segundo os professores, pouco têm

contribuído para modificar sua prática.

O que se percebe é uma grande ênfase em ações que responda de forma

imediata os desafios postos pela educação contemporânea, considerando a

realidade diversa e heterogênea, em que as diferenças, o pouco acesso às

tecnologias, a indisciplina, são vistos pela maioria dos professores como

implicadores do insucesso escolar.

Vislumbra-se, portanto, a busca por atividades práticas e emergenciais,

desprovidas de uma visão crítica, o que de certa forma tem ocasionado uma

dicotomia na relação teoria/prática. Nessa perspectiva, essa visão nos remete ao

tecnicismo ainda tão presentes em algumas formações, além de ações

desprovidas de reflexão que visam apenas habilidades específicas, instrumentais e

metodologias universais.

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Para ilustrar a dicotomia entre teoria/prática

com base nos moldes tecnicistas, ainda tão presente

nas formações continuadas vamos assistir a

fragmento do filme: Tempos Modernos de Charles

Chaplin.

Fragmento do Filme disponível em: <http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/

conteudo/conteudo.php?conteudo=167>.

Filme completo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ieJ1_5y7fT8>.

Registrando Nossa Compreensão

O Filme retrata o caráter instrumental e técnico, a divisão de tarefas, a

fragmentação, o aligeiramento e o imediatismo da sociedade capitalista. Com base

nestas observações conseguimos estabelecer uma relação com as práticas de

formação continuada de professores?

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Discorra sobre o assunto.

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A proposta de indissociabilidade entre teoria e prática, se ampara na Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96) que preconiza em seu

artigo 61, inciso I “a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a

capacitação em serviço”

Nessa perspectiva o conhecimento deixa de ser estático e torna-se dinâmico,

e as respostas para as demandas emergenciais do cotidiano não aparecem mais

prontas, mas são produzidas a medida que superamos o que está estabelecido,

dessa forma, o saber está em constante produção. Assim, a teoria permitirá uma

visão mais clara da realidade possibilitando ao professor uma reflexão e ação de

novos elementos, talvez antes não vistos ou analisados, oportunizando a

modificação de sua prática, desfazendo equívocos de que na prática a teoria é outra,

pois não é, trata-se da mesma, porém modificada.

A precariedade de embasamento teórico do professor representa retrocesso

no entendimento e utilização constante de argumentos pouco ou nada convincentes

para explicar e lidar com os desafios da contemporaneidade, trata-se do saber

comum, e ao considerarmos a necessidade de reflexão dos fenômenos

educacionais estes se tornam insuficientes para lidar com as demandas emergentes.

Não estamos aqui afirmando que a teoria tem as respostas prontas, afinal

nenhum referencial responde a tudo, todavia possibilita uma maior cientificidade e

sistematização dos fatos. Comungando com essa reflexão, Falsarella (2004)

entende:

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[...] a formação continuada como proposta intencional e planejada, que visa à mudança do educador através de um processo reflexivo, crítico e criativo, conclui-se que deva motivar o professor a ser ativo agente na pesquisa de sua própria prática pedagógica, produzindo conhecimento e intervindo na realidade (FALSARELLA, 2004, p. 50).

Pode se inferir, portanto que uma proposta de formação continuada que de

fato atenda as necessidades, não apenas do professor, mais ainda da educação,

não devem ser feitas para, mas com os professores, a fim de que seus

conhecimentos e práticas sejam mais respeitados, possibilitando maior autonomia

para gestar o seu processo de formação.

Ilustrando Nossa Aprendizagem

PARÁBOLA A HISTÓRIA DOS CEGOS E O ELEFANTE

A história dos cegos e do elefante está disseminada por aí, em várias

versões. Mas nenhuma conta o que aconteceu depois. Corrigimos isso a tempo,

confira. Disponível em: <<http://www.contosepontos.pt/story599/elephant2.gif>.

Era uma vez seis cegos à beira de uma estrada. Um dia, lá do fundo de

sua escuridão, eles ouviram um alvoroço e perguntaram o que era.

Era um elefante passando e a multidão tumultuada atrás dele. Os cegos não

sabiam o que era um elefante e quiseram conhecê-lo.

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Então o guia parou o animal e os cegos começaram a examiná-lo:

Apalparam, apalparam... Terminado o exame, os cegos começaram a conversar:

— Puxa! Que animal esquisito! Parece uma coluna coberta de pelos!

— Você está doido? Coluna que nada! Elefante é um enorme abano, isto

sim!

— Qual abano, colega! Você parece cego! Elefante é uma espada que

quase me feriu!

— Nada de espada e nem de abano, nem de coluna. Elefante é uma corda,

eu até puxei.

— De jeito nenhum! Elefante é uma enorme serpente que se enrola.

— Mas quanta invencionice! Então eu não vi bem? Elefante é uma grande

montanha que se mexe.

E lá ficaram os seis cegos, à beira da estrada, discutindo partes do

elefante. O tom da discussão foi crescendo, até que começaram a brigar, com

tanta eficiência quanto quem não enxerga pode brigar, cada um querendo

convencer os outros que sua percepção era a correta. Bem, um não participou da

briga, porque estava imaginando se podia registrar os direitos da descoberta e

calculando quanto podia ganhar com aquilo.

A certa altura, um dos cegos levou uma pancada na cabeça, a lente dos

seus óculos escuros se quebrou ferindo seu olho esquerdo e, por algum desses

mistérios da vida, ele recuperou a visão daquele olho. E vendo, olhou, e olhando,

viu o elefante, compreendendo imediatamente tudo.

Dirigiu-se então aos outros para explicar que estavam errados, ele estava

vendo e sabia como era o elefante. Buscou as melhores palavras que pudessem

descrever o que virá, mas eles não acreditaram, e acabaram unidos para debochar

e rir dele.

Moral da História

Quando algo é tido como verdade, o que é diferente parece mentira, porém há que

se compreender que problemas comuns se unem.

Se você for falar sobre um bicho para uma pessoa que nunca viu um, melhor fazer

com que ela o veja primeiro.

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Como afirma Saviani (2007b, p. 73) a educação não transforma de imediato

e de forma direta, mas sim de modo indireto e mediato. Portanto, cabe ao professor

não cair nas armadilhas dos modismos pedagógicos, mas sim serem conscientes

da importância de sua função, reconhecendo que a escola pública, para os alunos

da classe trabalhadora é ainda a única maneira de adquirirem o saber

sistematizado, necessário à sua emancipação social e para a democratização da

sociedade, com vistas a desalienação.

Para Saber Mais

Leia o texto do Professor Francisco José Carvalho Mazzeu sobre Uma proposta

metodológica para a formação continuada de professores na perspectiva

histórico-social, que se encontra no site: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=

sci_arttext&pid=S0101-32621998000100006&lng=en&nrm=iso>.

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UNIDADE IV

A FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR:

REPENSANDO CAMINHOS

Ao refletirmos sobre a função do professor na atualidade, nos deparamos

com a dificuldade de adequar os muitos fatores que dizem respeito à formação

humana, uma vez que o cenário atual é de problemas político-econômico-sociais,

atrelados à vertiginosa evolução científica e tecnológica, e este emaranhado de

adversidades tem refletido na vivencia dos seres humanos em todos os níveis,

inclusive no educacional, uma vez que a escola é parte dessa sociedade que se

movimenta, dessa forma o que se percebe é uma constante afirmação de que a

escola precisa mudar em especial no que se refere à atuação do professor. O que

não significa que este deva simplesmente adaptar-se as novas configurações

sociais.

Uma vez já tendo percorrido a trajetória histórica da formação do professor

no Brasil, posteriormente ter conhecido mais profundamente os aportes legais que

norteiam esta formação, e analisar brevemente o material das últimas seis

formações continuadas (semanas pedagógicas) e sua relação com o cotidiano

escolar, chegamos ao cerne de nosso estudo.

Nesta unidade vamos tentar junto aos professores refletir qual formação

continuada seria necessária para enfrentar os enormes desafios postos pela

atualidade, considerando a importância da relação teoria/prática, não esquecendo

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que a formação continuada não deve ser apenas um paliativo com carga horaria

mínima, como um processo de acumulação de cursos, palestras, eventos científicos,

mas fundamentalmente, como um trabalho de reflexividade crítica de desconstrução

e reconstrução permanente da identidade docente.

Aprofundando Nosso Conhecimento

Vamos ler e discutir o texto no coletivo. Para tanto elejam um relator para

pontuar as contribuições do mesmo para nossa formação.

Obra ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA ESCOLA Teoria e Prática de José Carlos

Libâneo. Capítulo IV A IDENTIDADE PROFISSIONAL DOS PROFESSORES E O

DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIA.

O professor é um profissional cuja atividade principal é o ensino. Sua

formação inicial visa a propiciar os conhecimentos, as habilidades e as atitudes

requeridas para levar adiante o processo de ensino e aprendizagem nas escolas.

Esse conjunto de requisitos profissionais que tornam alguém um professor, uma

professora, é denominado profissionalidade. A conquista da profissionalidade supõe

a profissionalização e o profissionalismo.

Disponível em: <https://xa.yimg.com/kq/groups/27847219/67510912/name/Jose>.

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Refletindo em Grupos

• O mundo passa por um constante processo de mudança, vivemos tempos

onde às transformações na sociedade não acontecem de forma natural e

espontânea, mais sim por um processo teórico, político e educacional. De

que forma essas mudanças afetam os docentes e sua identidade

profissional? Como podemos repensar o trabalho do professor nessas

novas circunstâncias?

• Quais conhecimentos teórico/práticos são essenciais para sua formação,

considerando os desafios da atualidade?

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Nas unidades anteriores evidenciamos algumas fragilidades na formação do

professor seja ela inicial e/ou continuada, que em sua maioria aparecem de forma

fragmentada, pontual, aligeirada e desarticulada da prática pedagógica, o que

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demonstra a relevância da participação dos professores no planejamento das

propostas de formação contínua, uma formação do professor e não para o professor.

Reafirmamos, no entanto que a formação continuada não se trata de uma

prática redentora de todas as limitações da qualidade do ensino, todavia é

contraditório pensar que grande parte dos professores embora reconheça a

importância da formação continuada para a melhoria da sua prática, não conseguem

expressar quais são as reais contribuições e como esta formação tem contribuído

para o melhoramento da prática pedagógica em todo o seu processo.

Sabemos, no entanto que a formação continuada é um dos pré- requisitos

básicos para a mudança de postura do professor, uma vez que o estudo, a

pesquisa, a reflexão, possibilita uma maior consciência dos aspectos externos que

influenciam a educação, uma fundamentação teórica consistente capaz de auxiliá-lo

no enfrentamento das adversidades vivenciadas na prática além de novas formas de

pensar e ver a escola, e neste sentido, Behrens (1996, p. 24), reafirma essa

colocação ao dizer que “Na busca da educação continuada é necessário ao

profissional que acredite que a educação é um caminho para a transformação

social”.

Conhecendo um Pouco Mais

Palestra com a professora Drª Fabiane Freire França.

Tema: A formação e os desafios da atualidade.

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Fabiane F. França é graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de

Maringá (2005), mestrado (2009) e doutorado (2014) em Educação pela mesma

instituição de ensino, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPE/UEM),

área de Concentração em Ensino, Aprendizagem e Formação de Professores.

Atualmente é professora adjunta da Universidade Estadual do Paraná Campus de

Campo Mourão. Autora e coautora de várias obras e artigos dentre estes: Gênero e

Formação Docente: Contribuições de um Processo de Intervenção

Pedagógica. Contrapontos (UNIVALI) (Cessou em 2008. Cont. ISSN 1984-7114

Contrapontos (Online), v. 10, p. 105-112, 2010; Origem da escola pública

brasileira: a formação do novo homem. Revista HISTEDBR On-line, v. 12, p. 239,

2012; Desafios à formação docente: proposições às ações pedagógicas. 2014

(Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra); faz parte da comissão

representativa do Paraná nas discussões da BNCC – Base Nacional Comum

Curricular. Dedica-se ao estudo e pesquisa na área de Educação, Gênero,

Formação docente e Representações sociais. Líder do Grupo de Estudo e Pesquisa

em Educação, Diversidade e Cultura – GEPEDIC.

Despertando Nosso Senso Crítico

• Considerando que a formação continuada deve partir de questões que

nascem no campo teórico e só depois refletem no cotidiano escolar,

discuta com seu colega ao lado e sugira alguns pressupostos teóricos

essenciais para uma formação continuada que possibilite essa reflexidade

teórico/prática, na sequência vamos partilhar essa discussão e

apontamento com todo o grupo por meio de uma plenária.

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Superando a Imediaticidade

Uma vez que reconhecemos a importância de uma formação continuada que

possibilite ao professor maior fundamentação teórica para além do conhecimento e

reconhecimento dos conteúdos básicos, como forma de superação do imediatismo

na resolução de situações problemas do cotidiano escolar.

Em duplas pesquise sites, artigos científicos, produções didáticas, dentre

outros materiais que em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais

possam enriquecer nossa formação profissional e dar suporte teórico a nossa

prática, considerando questões pertinentes na nossa realidade escolar como:

• Currículo;

• Planejamento;

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• Avaliação;

• Interdisciplinaridade;

• Didática;

• Metodologia; entre outros que você considere crucial.

Na sequência vamos montar no coletivo um portfólio com os materiais

pesquisados e disponibiliza-los aos demais professores, para tanto vamos utilizar

recursos como: pasta portfólio a ser disponibilizado na sala de hora atividade, e-mail

coletivo dos professores, escola interativa.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um ambiente educacional seja de formação inicial ou continuada, deve

conjecturar com a procura por respostas pertinente para os desafios

históricos/sociais/econômicos/culturais postos pela dinâmica da sociedade,

possibilitando aos sujeitos da ação educativa uma análise e posterior compreensão

crítica da realidade na qual estão inseridos com vistas a uma inferência nessa

realidade, isso porque a escola como uma instância social precisa cumprir com seu

principal papel que é o de socializar o saber sistematizado. Essa sem dúvida não é

uma tarefa fácil, considerando a dialética da prática social.

Pela observação dos aspectos analisados percebemos a necessidade de um

olhar diferenciado do professor no que tange a estas formações, com vistas ao

estudo continuo, a pesquisa, a troca de experiência, a práxis pedagógica, requisitos

fundamentais para uma análise mais criteriosa da realidade e uma possível

organização de estratégias com base nas especificidades da atualidade sem perder

de vista a relação teoria/prática.

Levando-se em consideração esses aspectos, buscamos levar os envolvidos

a fazerem uma análise de sua participação no seu próprio processo de formação, e

se estes têm atendido as necessidades eminentes, de forma a oportunizar um olhar

para além dos conteúdos e necessidades emergenciais, buscando refletir de que

forma essas formações veem acontecendo e se elas de fato atendem as demandas

da escola e em especial como podemos levá-las a realidade da escola sem o

desenfreado imã do imediatismo, da busca incessante e aligeirada de respostas

para as questões do dia a dia, para que conscientes de seu papel entendam que tais

indagações somente serão passiveis de respostas mediante uma vasta

fundamentação teórica que possibilite uma prática condizente com as necessidades

da atualidade apesar das inúmeras limitações impostas por toda uma conjuntura

social.

Tais apontamentos nos levam a defender nossa posição inicial de que não há

outra forma de encarar os desafios postos pela atualidade na educação,

considerando a sociedade da informação e da tecnologia sem uma vasta

fundamentação teórica se subsidie uma prática consistente.

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REFERÊNCIAS

BEHRENS, Marilda Aparecida. Formação continuada dos professores e a prática pedagógica. Curitiba, PR: Champagnat, 1996. BEHRENS, Marilda Aparecida. O paradigma da complexidade na formação e no desenvolvimento profissional dos professores universitários. Revista Educação, Porto Alegre, v. 30, n. 3, ano 63, p. 439-455, set./dez. 2007. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/viewFile/2742/2089>. Acesso em: 28 abr. 2016. BRASIL, Constituição Federal de 1988. Da educação – Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Casa Civil, 1988. ______ . Ministério da Educação e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394. Brasília, DF: MEC, 1996. ______ . Secretaria da Educação Básica. Departamento de Políticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Orientações Gerais - Catálogo 2006. Brasília, DF: SEB/MEC, 2006a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Rede/ catalg_rede_06.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2016. ______ . Ministério da Educação. Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006. Brasília, DF: MEC, 2006b. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ rcp01_06.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2016. ______ . Ministério da Educação. Parecer CNE/CEB nº 7, de 7 de abril de 2010. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Brasília, DF: MEC, 2010a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman& view=download&alias=5367-pceb007-10&category_slug=maio-2010-pdf&Itemid= 30192>. Acesso em: 10 de ago. 2016. ______ . ______ . Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010. Brasília, DF: MEC, 2010b. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_ 10.pdf>. Acesso em: 10 de ago. 2016. ______ . ______ . Resolução nº 2, de 1º de julho de 2015. Brasília, DF: MEC, 2015. Disponível em: <http://pronacampo.mec.gov.br/images/pdf/res_cne_ cp_02_03072015.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2016.

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