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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE CASCAVEL

PAULO LUIZ PAUWELZ

DIRETRIZES CURRICULARES DE EDUCAÇÃO FISICA DO ESTADO DO

PARANÁ: POSSIBILIDADES DE APLICAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO

FISICA NO ENSINO MEDIO

IBEMA

2012

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE CASCAVEL

PAULO LUIZ PAUWELZ

DIRETRIZES CURRICULARES DE EDUCAÇÃO FISICA DO ESTADO DO

PARANÁ: POSSIBILIDADES DE APLICAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO

FISICA NO ENSINO MEDIO

Artigo apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) na Disciplina de Educação Física do NRE de Cascavel - PR, como requisito para certificação ao término das atividades, e para a elevação do nível três no plano de carreira do Profissional da Educação. Orientador: Prof Me. José Porfírio de Souza.

IBEMA

2012

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DIRETRIZES CURRICULARES DE EDUCAÇÃO FISICA DO ESTADO DO

PARANÁ: possibilidades de aplicação nas aulas de educação física no ensino

médio

Autor: Paulo Luiz Pauwelz

1

Orientador: Me. José Porfírio de Souza2

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar os resultados do desenvolvimento

do projeto de Intervenção que possibilite a aplicação das diretrizes Curriculares do

Estado do Paraná. Participaram deste estudo 04 (quatro) professores de Educação

Física que atuam no Colégio. O estudo sobre as Diretrizes Curriculares oportunizou

a participação diretamente na organização e reflexão para um plano de trabalho de

forma mais específico nos conteúdos estruturantes. Para avaliar o processo de

intervenção foi utilizado um instrumento de coleta de dados baseado em uma

entrevista semi-estruturada. Os resultados apontaram que alguns conteúdos eram

trabalhados apenas de forma a satisfazer o cronograma da disciplina deixando de

despertar o interesse do educando. Nessa perspectiva, possibilitou o acesso a esse

conhecimento relacionando-o a novas práticas corporais numa abordagem crítico-

superadora nos conteúdos de lutas e danças. As discussões estiveram voltadas ao

estudo e ao conhecimento dos conteúdos estruturantes que apresentavam

dificuldades no momento da prática. A atuação dos professores foi satisfatória no

trabalho desenvolvido. Todas as questões, sugestões e questionamentos serviram

para a conclusão e organização de um trabalho a ser desenvolvido em sala de aula.

E o processo de Construção das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná,

proporcionou oportunidade de troca de experiências entre os professores e o

desenvolvimento integral do aluno, que descobrirá seus limites e os diferentes

modos de executar seus movimentos físicos e desenvolver também sua criatividade

e compreender as atividades corporais.

Palavras-chave: Professores; Diretrizes curriculares; Aluno.

1 Professor de Educação Física na Rede Pública Estadual e cursista do Programa de Desenvolvimento

Educacional (PDE) 2010. 2 Professor da Unioeste, Mestre em Educação Física pela Universidade São Judas Tadeu, orientador do PDE.

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Abstract

. This article aims to present the results of the project development of intervention

that enables the implementation of the curriculum guidelines of the State of Paraná.

The study included four (04) Physical Education teachers who work in the College.

The study of the curricular oportunizou to participate directly in the organization and

reflection to a work plan more specific in content structuring. To evaluate the

intervention process has been used an instrument to collect data based on a semi-

structured interview. The results showed that some contents were worked only to

meet the schedule of leaving discipline to arouse the interest of the student. From

this perspective, allowed access to this knowledge by relating it to a new body

practices approach critical-surpassing the contents of fights and dances. The

discussions were focused on the study and knowledge of the contents that had

structural difficulties in the practice. The role of teachers in the work was satisfactory.

All questions, suggestions and questions served to completion and organization of

work to be developed in the classroom. And the process of construction of the

Curriculum Guidelines of the State of Paraná, has provided opportunity to exchange

experiences among teachers and the development of the student, who discover their

limits and the different ways to perform their physical movements and also develop

their creativity and understand the activities body.

Keywords: Teachers, Curriculum guidelines, Student.

1 Introdução

Como qualquer outra disciplina a Educação Física compreende uma unidade

curricular da educação básica e que possui conteúdos específicos de sua área,

colaborando para a formação integral do indivíduo.

Todos os tipos de atividades físicas presentes em nossa cultura como jogos,

danças, ginástica, esportes, lutas, e outras, influenciam o comportamento do

indivíduo, no dia-a-dia. A Educação Física pode e devem incluir a vivência de todas

estas modalidades como conteúdos escolares, possibilitando aos alunos

compreenderem participarem e transformarem a realidade em que vivem.

A Educação Física escolar com a perspectiva esportiva recebeu uma forte

crítica da corrente psicomotricidade cujos fundamentos contrapõem às perspectivas

teórico-metodológicas baseada no modelo didática esportivação (PARANÁ, 2008,

p.43). Estes fundamentos valorizavam o desenvolvimento e a formação integral da

criança através de aspectos cognitivos, afetivos e motores.

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Bracht (1992, p.27) argumenta o dualismo que predomina na disciplina de

Educação Física.

Baseada na interdependência do desenvolvimento cognitivo e motor, (a abordagem psicomotora) critica o dualismo predominante na Educação Física, e propõe-se, a partir de jogos de movimento e exercitações, contribuir para a Educação Integral [...] Com a Psicomotricidade, temos um deslocamento da polarização da Educação do movimento para a Educação pelo movimento, ficando a primeira nitidamente em segundo plano.

Entretanto, sabe-se que não é uma tarefa fácil, pois não existe uma única

forma e metodologia para planejar e implementar a prática da Educação Física na

escola, tal qual apontado na abordagem da metodologia crítico-superadora, porém,

é ético e imperativo os professores começarem a ministrarem os conteúdos da

melhor forma possível, para que os alunos sintam-se motivados a conhecer outras

possibilidades de se movimentarem.

Segundo as Diretrizes Curriculares de Educação Física do Estado do Paraná:

(DCEF’s) (PARANÁ, 2008), os Conteúdos Estruturantes foram tratados sob uma

abordagem que contempla os fundamentos da disciplina, em articulação com

aspectos políticos, históricos, sociais, econômicos, culturais, bem como elementos

da subjetividade representados na valorização do trabalho coletivo, na convivência

com as diferenças, na formação social crítica e autônoma. Os Conteúdos

Estruturantes propostos para a Educação Física na Educação Básica são os

seguintes: Esporte, jogos e brincadeiras, ginástica, lutas e danças.

O documento que norteia a Educação Física Escolar no Estado do Paraná

denomina-se Diretrizes Curriculares de Educação Física para os anos finais do

Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, tendo a Cultura Corporal como objeto

de estudo e aprendizagem de Educação Física.

Cultura Corporal e Corpo, Cultura Corporal e Ludicidade, Cultura Corporal e

Saúde, Cultura Corporal e Mundo do Trabalho, Cultura Corporal e despotivização,

Cultura Corporal – Técnica e Tática, Cultura Corporal e Lazer, Cultura Corporal e

Diversidade, Cultura Corporal e Mídia (PARANÁ, 2008).

Desta forma, o objetivo do presente estudo é apresentar através de relato de

experiência os resultados do projeto de intervenção denominado “Diretrizes

Curriculares de Educação Física do Estado do Paraná: Possibilidades de aplicação

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nas aulas de Educação Física no Ensino Médio”, no Colégio Estadual José de

Anchieta do município de Ibema-Pr.

Assim, pretende-se com o estudo sobre as Diretrizes Curriculares da

Educação Básica de Educação Física um maior aprofundamento dos fundamentos

teórico-práticos, buscando compreender onde se encontra a dificuldade para a

efetivação e articulação nas aulas.

2 Revisão da Literatura

2.1 CONSTRUÇÃO DAS DIRETRIZES CURRICULARES DO ESTADO DO PARANÁ.

O processo de construção das Diretrizes Curriculares proporcionou

oportunidade única de participação dos professores nas intensas discussões que

aconteceram no estado do Paraná, acerca das concepções teórico-metodológicas

que organizam o trabalho educativo.

Foram vários encontros, simpósios e semanas de estudos pedagógicos

promovidos pela Secretaria de Estado da Educação do estado do Paraná para a

elaboração das Diretrizes Curriculares, na qual a participação dos professores foi

estimulada e considerada fundamental para a construção coletiva, rumo a um

currículo voltado aos conteúdos e valores necessários à construção do indivíduo

para a sociedade mais justa e igualitária.

Após o trabalho realizado pelos professores da Rede Estadual de Ensino, as

Diretrizes construídas passaram pela leitura e análise crítica de especialistas nas

diversas disciplinas e na história da educação, após terem participado dos debates,

com as equipes disciplinares decidiram as adequações finais dos documentos.

A Educação Física pode e deve ser trabalhada dialogando com outras

disciplinas que permitam entender a Cultura Corporal em sua complexidade, ou seja,

na relação com as múltiplas dimensões da vida humana, tratadas tanto pelas

ciências humanas, sociais, da saúde e da natureza (PARANÁ, 2008).

A Educação tem seu objetivo de estudo e ensino próprios, e trata de

conhecimentos relevantes na escola. Portanto, as aulas de Educação Física.

Não são apêndices das demais disciplinas e atividades escolares, nem um momento subordinado e compensatório para as “durezas” das aulas em sala. Se a atuação do profissional efetiva-se na quadra, em outros lugares

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do ambiente escolar e em diferentes tempos pedagógicos, seu compromisso, tal como o de todos os professores, é com o projeto de escolarização ali instituído, sempre em favor da formação humana. Esses pressupostos se expressam no trato com os conteúdos específicos, tendo como objetivo formar a atitude crítica perante a Cultura Cultural, exigindo domínio do conhecimento e a possibilidade de sua construção a partir da escola (PARANÁ, 2008, p.50).

Devido à preferência dada ao esporte, a Educação Física tem abandonado as

expressões da cultura corporal, produzidas ao longo da história do ser humano,

como conhecimento sobre o seu próprio corpo. “Tais expressões – as danças, as

lutas, os esportes ligados à natureza, os jogos – podem e devem constituir-se em

objetos de ensino e aprendizagem” (DARIDO, 2010 p.48)

A especialização desportiva é a postura predominante nos nossos pátios e

quadras, mas um estudo da cultura do corpo, como nos aconselha a tendência

Humanista, abordará esta questão sob um ponto de vista extremamente teórica,

apesar de os alunos esperarem das aulas de Educação Física justamente a prática,

o mexer-se (MATTOS, 2000).

Nessa perspectiva tende-se a possibilitar aos estudantes o acesso ao

conhecimento produzido pela humanidade, relacionando-o às práticas corporais, ao

contexto histórico, político, econômico, e social. O que requer pensar metodologias

para o ensino da Educação Física, a noção de corpo e de movimento historicamente

produzidos e ir além da ideia de que o movimento é predominantemente um

comportamento motor, visto que também é histórico e social. (COLETIVO DE

AUTORES, 1992).

Precisamos ir além da preocupação com a aptidão física, a aprendizagem

motora e o desempenho esportivo. Analisar a insuficiência do atual modelo de

ensino, que muitas vezes não contempla a enorme riqueza das manifestações

corporais produzidas socialmente pelos diferentes grupos humanos, reconhecendo a

origem da cultura corporal, que reside na atividade humana para garantir a

existência da espécie, o que está relacionada à vida em sociedade, desenvolvendo-

se, inicialmente, nas relações Homem-Natureza e Homem-Homem nas relações

para a produção de bens e pelas relações de troca (ESCOBAR, Apud PARANÁ,

2008).

Para garantir sua sobrevivência, reprodução e povoamento do Planeta, a

humanidade necessitou conhecer a natureza, conquistar diferentes espaços,

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ocupando-os e explorando-os em sua diversidade de fauna, flora e relevo (PARANÁ,

2008).

Historicamente as relações com a natureza e com o grupo social, por meio do

trabalho, o homem desenvolveu habilidades, aptidões físicas e estratégias de

organização, fundamentais para superar obstáculos e garantir a sobrevivência.

Podemos perceber isso no ato de correr, saltar, rastejar, erguer e carregar peso

eram habilidades essenciais para abater uma caça e transportá-la para sua

habitação, escapar de uma perseguição, alcançar lugares onde os frutos fossem

abundantes.

Foram e são também manifestações corporais e culturais as celebrações dos

frutos do trabalho. Danças comemorativas das colheitas, danças de guerra, danças

religiosas (PARANÁ, 2008).

3. Elementos articuladores

Tendo a Cultura Corporal como objeto de estudo e ensino da Educação

Física, evidencia a relação estreita entre a formação histórica do ser humano por

meio do trabalho e as práticas corporais decorrentes. Desta forma, a “ação

pedagógica da Educação Física deve estimular a reflexão sobre o acervo de formas

e representações do mundo que o ser humano tem produzido, exteriorizadas pela

expressão corporal em jogos e brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e esportes”

(PARANÁ, 2008, p. 53).

Vamos encontrar nas Diretrizes Curriculares Estaduais, os seguintes

elementos articuladores:

Cultura Corporal e Corpo;

Cultura Corporal e Ludicidade;

Cultura Corporal e Saúde;

Cultura Corporal e Mundo do Trabalho;

Cultura Corporal e despotivização;

Cultura Corporal – Técnica e Tática;

Cultura Corporal e Lazer;

Cultura Corporal e Diversidade;

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Cultura Corporal e Mídia.

Estes elementos remetem à compreensão das práticas corporais e propõem

múltiplas possibilidades de intervenção pedagógica em situações que surgem no

cotidiano escolar. Consideradas nas Diretrizes como, “ao mesmo tempo, fins e

meios do processo de ensino/aprendizagem” (PARANÁ, 2008, p. 54), uma vez que

irão transitar pelos Conteúdos Estruturantes e específicos articulando-os o tempo

todo.

3.1 Cultura corporal

O conceito de Cultura Corporal tem como suporte a ideia de seleção, organização e

sistematização do conhecimento acumulado historicamente, acerca do movimento

humano, para ser transformado em saber escolar.

Esse conhecimento é sistematizado em ciclos e tratado de forma historicizada

e espiralada. Isto é, partindo do pressuposto de que os alunos possuem um

conhecimento sincrético sobre a realidade, é função da escola, e neste caso

também da Educação Física, garantir o acesso às variadas formas de

conhecimentos produzidos pela humanidade, levando os alunos a estabelecerem

nexos com a realidade, elevando-os a um grau de conhecimento sintético.

(COLETIVO DE AUTORES, 1992).

3.2 Abordagem Crítico-Superadora

Crítico-superadora: baseia-se nos pressupostos da pedagogia histórico-crítica

e estipula como objeto da Educação Física, a Cultura Corporal a partir de conteúdos

como: o esporte, a ginástica, os jogos, as lutas e a dança.

A abordagem metodológica crítico-superadora foi criada no início da década

de 90 por um grupo de pesquisadores tradicionalmente denominados por Coletivo

de Autores. (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

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Metodologia

A pesquisa é uma atividade orientada por conhecimentos prévios que

necessitam de maiores informações para a sua aceitabilidade (GUEDES, 2000).

Desta forma “a pesquisa passou a ser a forma mais eficiente de se obter

conhecimento confiável. É uma atividade organizada para permitir certo controle e

segurança na busca da apreensão do desconhecido” (GUEDES, 2000, p. 92).

Para empreender esta pesquisa caracterizamos como descritiva. A pesquisa

descritiva tem como objetivo primordial a descrição das características de

determinada população ou fenômeno ou, estabelecimento de relações entre

variáveis, ou estudar as características de um grupo (GIL, 1991).

Identificar através de grupos de estudo a presença ou não, das Diretrizes

Curriculares da Educação Básica na elaboração e efetivação do Plano do Trabalho

Docente nas aulas de Educação Física do Ensino Médio dos professores do Colégio

Estadual José de Anchieta.

A Unidade Didática, com a qual se contribui para o Caderno Temático, refere-

se às Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Educação Física – DCEF’s

(PARANÁ, 2008), foi construída a partir de um estudo realizado pelos docentes da

rede pública estadual, com o objetivo de auxiliar e orientar o trabalho docente e de

superar a maneira tradicional com que os conteúdos têm sido abordados na

Educação Física.

O objetivo desta unidade didática está em fundamentar e subsidiar os

docentes na aplicação das Diretrizes Curriculares da Educação Básica nas aulas de

Educação Física no Ensino Médio.

Foi organizado grupo de estudos com os docentes da disciplina de Educação

Física da Escola, tendo como referencial as Diretrizes Curriculares da Educação

Básica: Educação Física.

Este estudo objetivou apresentar através de relatos de experiências os

resultados do projeto de intervenção denominado “Diretrizes Curriculares de

Educação Física do Estado do Paraná: Possibilidades de aplicação nas aulas de

Educação Física no Ensino Médio”, bem como a importância dos conteúdos

estruturantes danças e lutas.

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O referido projeto foi desenvolvido com 04 (quatro) profissionais do Colégio

Estadual José de Anchieta no município de Ibema-Pr, entre os meses de agosto a

dezembro de 2011.

E ainda como trabalho final, as entrevistas foram gravadas individualmente,

sendo que as perguntas foram às mesmas para todos os participantes.

Após as entrevistas, este pesquisador fez a transcrição das perguntas e

respostas e serão utilizadas para a apresentação dos resultados em forma de

relatos dos professores participantes.

Todo o grupo esteve nos encontros e participou de forma ativa fazendo com

que o trabalho fosse importante a todos para que com isso acontecesse uma melhor

aprendizagem em sala de aula. Após a intervenção foi agendado datas para as

entrevistas apresentando relatos dos professores participantes.

4- População

A população do presente estudo constitui-se por 4 (quatro) professores de

Educação Física do Colégio Estadual José de Anchieta do município de Ibema-Pr,

que fizeram parte do projeto de intervenção.

Organizar a pesquisa em grupos

é uma forma de compartilhar as ideias, possibilita discutir o assunto com os demais membros do grupo e compartilhar das ideias de todo o estudo socializado desenvolve a capacidade organizativa e o espírito de cooperação. (GUEDES, 2000, p.149 ).

4.1 Instrumentos de coleta de dados

O instrumento para esta coleta de dados foi uma entrevista semi-estruturada.

Para Triviños (1987) a entrevista semiestruturada tem como característica

questionamentos básicos que são apoiados em teorias e hipóteses que se

relacionam ao tema da pesquisa. Os questionamentos dariam frutos a novas

hipóteses surgidas a partir das respostas dos informantes. O foco principal seria

colocado pelo investigador-entrevistador.

O autor completa, assegurando que a entrevista semiestruturada

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[...] favorece não só a descrição dos fenômenos sociais, mas também sua explicação e a compreensão de sua totalidade [...] além de manter a presença consciente e atuante do pesquisador no processo de coleta de informações (TRIVIÑOS, 1987, p. 152).

A entrevista foi elaborada de acordo com os objetivos traçados e são questões

abertas aplicadas aos profissionais da área da Educação Física, por este

pesquisador, professor PDE, sob a orientação do Professor Ms. José Porfírio de

Souza.

Organizar a pesquisa em grupos

[...] é uma forma de compartilhar as ideias, possibilita discutir o assunto com os demais membros do grupo e compartilhar das ideias de todo, o estudo socializado desenvolve a capacidade organizativa e o espírito de cooperação. (GUEDES, 2000, p.149).

4.2 Procedimentos da coleta de dados

Inicialmente solicitamos ao diretor do colégio, equipe pedagógica

autorização para intervenção do projeto;

Em seguida os professores de Educação Física e equipe Pedagógica

desta Instituição de Ensino foram contatados e convidados a participar da

pesquisa e intervenção;

Após a intervenção foi agendado datas para as entrevistas;

As entrevistas foram gravadas individualmente, sendo que as perguntas

foram às mesmas para todos os participantes;

Após as entrevistas, este pesquisador fez a transcrição das perguntas e

respostas que são utilizadas para a discussão dos resultados e montagem

do Artigo final.

Após a utilização das entrevistas elas foram deletadas e destruídas.

A identificação do nome dos professores permanecerá em anonimato,

para isso utilizamos de códigos como Professor 1, 2, 3... ou Professor x, y,

z...

5. Relato De Experiência

Este projeto de pesquisa está inserido no Programa de Desenvolvimento

Educacional (PDE), da secretaria de Educação do Estado do Paraná. O objetivo do

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mesmo foi analisar e propor aos professores do Ensino Médio, sobre a importância

dos conteúdos estruturantes nas aulas de Educação Física para o desenvolvimento

integral do ser humano, a partir de encontros de grupo de estudo bem como

conscientizá-los da importância desses conteúdos serem trabalhados no

desenvolvimento do sujeito.

A implementação foi realizada no 2º semestre de 2011. As atividades foram

norteadas pela abordagem crítico-superadora, sugerida pelas Diretrizes Curriculares

de Educação Física do Estado do Paraná.

AÇÃO Nº 01 e 02. Inicialmente foi solicitada ao diretor do colégio e equipe

pedagógica autorização para intervenção do projeto, na qual foi bem aceito por toda

a equipe e professores.

No primeiro encontro com os professores foi feito uma explanação de como

seria desenvolvido o trabalho aos participantes, que fizeram perguntas sobre a

forma que o estudo seria realizado e deram algumas sugestões. Após isto foi

realizado o estudo do texto do primeiro encontro e na sequência tivemos um espaço

para discussões e questionamentos o mesmo aconteceu nos encontros posteriores

onde cada participante trouxe diversas experiências para expor aos demais.

No segundo encontro já com o material produzido, usamos os recursos do

(Power point), apresentação de slides, promovendo debates e discutindo com os

professores o conteúdo estruturante com apoio do material impresso das Diretrizes

Curriculares de Educação Física do Estado do Paraná (PARANÁ, 2008).

Apresentação de sugestões para os professores como meio de utilização na prática

de suas aulas, com apoio dos conteúdos apresentados pela professora M. Evandra

Hein Mendes.

AÇÃO Nº03. No terceiro encontro Com a metodologia de apresentação de

slides (Power Point), foi proposto o estudo dos Conteúdos Estruturantes: Lutas e

Danças. Exibição de vídeos em que foram abordadas conteúdos de lutas e danças

do contexto sociocultural dos educandos, bem como relevantes à aplicação em sala

de aula, a partir da compreensão de seus passos, e sua finalidade no meio

esportivo, olímpico, social do cidadão.

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No quarto encontro tivemos um trabalho de apresentações sobre as Lutas e

Danças na escola trazida por um professor e apresentada por um grupo de alunos

do ensino médio que fizeram parte da intervenção. Isso fez com que os alunos e

professores percebessem que não e tão difícil desenvolver atividades sobre dança e

lutas o material utilizado foi o mesmo tanto para os alunos como para os

professores. Após a execução eles relataram o seguinte:

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Relato do aluno 01. O conteúdo apresentado foi muito importante para mim sempre pensava que a dança era muito complicado, mas após a apresentação do professor eu gostei de fazer aula de dança.

Relato do aluno 02.

Sempre gostei de dançar, pois sou menina e gosto de atividade musical se o professor fizer mais aulas com músicas eu sempre vou participar.

Relato do aluno 03.

Eu gosto de atividade física principalmente a que diz respeito às lutas e o meu róbi, estou contente com a atividade apresentada pelo professor.

Relato do aluno 04

Aprendi gostar de lutas quando eu era pequeno com meu pai, hoje fazendo esta atividade com o professor fiquei feliz, pois e uma atividade prazerosa e estou muito satisfeito com meu professor espero que ele continue com estas atividades de lutas.

AÇÃO Nº04. A seguir apresentaremos o resultado das entrevistas realizadas

com os professores que enalteceram a importância da realização desta intervenção.

1-Professor (a), você pode falar sobre o que entendeu em relação à

intencionalidade das DCEF’s?

O professor 01 afirmou que:

A Educação Física atual precisa promover o desenvolvimento integral do aluno, que descobrirá seus limites e os diferentes modos de executar seus movimentos físicos e desenvolver também sua criatividade e compreender as atividades corporais enquanto cultura formal. Desta forma as DCEF’s procuram traduzir o que se espera da Educação Física enquanto cultura corporal.

O professor 02 relatou que:

Os grupos de estudo foram trabalhados de forma com que se percebe a importância dos conteúdos relacionados à cultura corporal, e também como forma de manifestações corporais através de movimentos lúdicos, cantados ou coreografados. O grupo aconteceu de maneira com que os participantes colocassem suas práticas e isso fosse compartilhado com os demais colegas como troca de experiências. É importante dizer também que o estudo das DCEF’s. Foi o norte para que o grupo entendesse os conteúdos de maneira clara e objetiva.

O professor 03 observou que:

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Entender a trajetória da disciplina de Educação Física a partir das transformações que vêm acontecendo na sociedade, valorizando a atuação do aluno dentro de um espaço social, através das atividades corporais relacionadas ao pleno desenvolvimento da saúde e estilo de vida.

Professor 04 concluiu que:

O graduado em Educação Física deverá estar qualificado para conhecer, compreender e analisar criticamente a realidade social para nela intervir por meio das diferentes manifestações e expressões culturais do movimento humano.

Isso representa uma mudança na forma de pensar o tratamento teórico-

metodológico dado às aulas de Educação Física. Significa, ainda, repensar a noção

de corpo e de movimento historicamente dicotomizados pelas ciências positivistas,

isto é, ir além da ideia de que o movimento é predominantemente um

comportamento motor, visto que também é histórico e social. (COLETIVO DE

AUTORES, 1992).

2-Sobre a abordagem Crítico-Superadora, o que poderia relatar?

O professor 01 afirmou que:

A abordagem Crítico-Superadora procura desenvolver os conteúdos do jogo, dança, esporte, ginástica com a finalidade de uma transformação social. E a principal preocupação é a cultura corporal numa visão holística tendo no aluno o ponto central da aprendizagem.

O professor 02 relatou que:

Essa abordagem defende uma perspectiva de transformação qualitativa de mudanças e considera o movimento o fator central da aula. Os conteúdos devem estar voltados à realidade dos alunos, para que estes possam aprender realmente, contribuindo para o bem estar e um melhor aproveitamento. Dentro dessa abordagem a seleção dos conteúdos deve apresentar uma relevância social de acordo com sua intencionalidade.

O professor 03 observou que:

Acredito que a Abordagem Crítico-Superadora é uma das principais abordagens da educação física, pois defende que os conteúdos devem estar ligados ao dia- a- dia do aluno, assim é muito mais fácil

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o aluno assimilar aquele conteúdo, e por consequência o aprendizado se torna mais fácil.

Professor 04 concluiu que:

O jogo como conteúdo escolar é compreendido na abordagem Crítico-Superadora como um dos conhecimentos a ser desenvolvidos no espaço escolar, juntamente com a dança, esporte, ginástica, lutas e capoeira. Para desenvolver esse conhecimento é importante que seja selecionado de acordo com a memória lúdica da comunidade em que o aluno vive. Bem como, dar possibilidade pedagógica que ele proporciona , conhecendo jogos, expressões culturais das diversas regiões do país. Essa abordagem se propõe em trabalhar a cultura corporal enquanto conhecimento produzido e acumulado pelo ser humano e não somente como reprodutor da prática de repetição. O jogo é um ato em que sua intencionalidade e curiosidade resultam num processo criativo para modificar imaginariamente, a realidade e o presente.

Baseado nos elementos articuladores alarga a compreensão das práticas

corporais, indicam múltiplas possibilidades de intervenção pedagógica em situações

que surgem no cotidiano escolar. São, ao mesmo tempo, fins e meios do processo

de ensino/aprendizagem, pois devem transitar pelos Conteúdos Estruturantes e

específicos de modo a articulá-los o tempo todo. (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

03-Baseado nas discussões que fizemos o que você poderia relatar sobre

Cultura Corporal do Movimento?

O professor 01 afirmou que:

Precisamos estabelecer uma relação entre corpo, natureza e cultura são conhecer que vão sendo construído e reconstruído ao longo da história. É contribuir para que os alunos tenham acesso às diversas manifestações corporais com uso de práticas pré-estabelecidas. Sabemos que o movimento é parte integrante do ser humano e se constitui nas interações sociais, sejam na infância, na fase adulta ou na velhice. Sendo assim, é papel da Educação Física contribuir nesse processo de formação.

O professor 02 relatou que:

A cultura do corpo em movimento tem um enfoque importante dentro dos DCEF’s, pois, através dela pode se expressar várias manifestações e movimentos corporais desde os mais simples até o mais complexos, individuais ou coletivos. A importância da cultura corporal no desenvolvimento do ser está colada de maneira que a história vem apresentando durante anos e anos de evolução. Desde a pré-história observavam-se movimentos somente para a sobrevivência e com o passar do tempo se observou à importância desses movimentos não só para a cultura, mas também para o esporte.

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O professor 03 observou que:

Para que haja de certa forma a inclusão do aluno na cultura corporal do movimento nas aulas de Educação Física, é necessário também que o professor estimule os educandos e seja mais flexível em relação aos conteúdos. Para isso precisa propor atividades que propiciem prazer e satisfação ao aluno, em que as mesmas devem adequar-se ao aluno, com isso ele terá mais interesse em participar das aulas, permitindo que aconteça a inclusão. Porém, se os alunos tiverem que se adequar a cada atividade repassada pelo professor e o mesmo se mantiver rígido em atividades desinteressantes aos alunos, poderá vir a ocasionar a exclusão ou o afastamento das aulas.

Professor 04 concluiu que:

A cultura é o principal conceito para a educação física, na perspectiva que o movimento humano é o nosso estudo, mas o caráter social e cultural que a Educação Física deve exercer em seus alunos não pode ser deixado de lado. Devemos assumir a responsabilidade que nos foi dada, transmitindo e ensinando conhecimentos que transformem a realidade social.

Referindo-se a Cultura corporal afirma que a Educação Física e seu objeto

de ensino/estudo, a Cultura Corporal, devem, ainda, ampliar a dimensão meramente

motriz. Para isso, podem-se enriquecer os conteúdos com experiências corporais

das mais diferentes culturas, priorizando as particularidades de cada comunidade.

(COLETIVO DE AUTORES, 1992).

4-Professor (a), depois deste grupo de estudo, você conseguiu ministrar em

suas aulas de Educação Física escolar todos os conteúdos estruturantes? Quais

conteúdos você conseguiu ministrar?

O professor 01 afirmou que:

Sim. A dificuldade estava voltada ao conteúdo de Lutas, uma vez que não tinha bem claro o que era importante para aluno conhecer e qual o objetivo dessa aprendizagem.

O professor 02 relatou que:

Após a proposta colocada e discutida no grupo, foi possível realizá-las e os conteúdos ministrados foram dança e lutas distribuídas em variados estilos onde a ginástica foi adequada às artes circenses.

O professor 03 observou que:

Apesar de ser formado na disciplina de Educação Física ainda não ministro aulas, mas consegui a partir desse grupo de estudos ter uma noção de como devo trabalhar os conteúdos.

Professor 04 concluiu que:

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Os conteúdos estruturantes ficaram bem compreendidos. O primeiro passo foi entender a amplitude dos mesmos, seus conceitos que identificam e favorecem a organização da prática dentro da disciplina. Depois disso só realizar sua aplicação iniciando pelas atividades mais simples até as mais complexas. Os conteúdos que eram apresentados anteriormente com dificuldades eram lutas e danças. Porém, a dificuldade estava voltada na prática das atividades e não no entendimento dos mesmos dentro dos conteúdos estruturantes de educação física.

As lutas, assim como os demais conteúdos, devem ser abordadas de maneira

reflexiva, direcionada a propósitos mais abrangentes do que somente desenvolver

capacidades e potencialidades físicas. Dessa forma, os alunos precisam perceber e

vivenciar essa manifestação corporal de maneira crítica e consciente, procurando,

sempre que possível, estabelecer relações com a sociedade em que vive.

A partir desse conhecimento proporcionado na escola, o aluno pode, numa

atitude autônoma, decidir pela sua prática ou não fora do ambiente escolar. E a

dança é também a manifestação da cultura corporal responsável por tratar o corpo e

suas expressões artísticas, estéticas, sensuais, criativas e técnicas que se

concretizam em diferentes práticas, como nas danças típicas (nacionais e regionais),

danças folclóricas, danças de rua, danças clássicas entre outras. (COLETIVO DE

AUTORES, 1992).

5-Você conseguiu ministrar estes conteúdos, relacionando-os com a

abordagem crítica? Pode explicar como isso aconteceu?

O professor 01 afirmou que:

Para expor um conteúdo, o professor precisa ter clareza dos objetivos apresentados. É necessário superar algumas barreiras para conseguir uma abordagem crítica. Desenvolver os conteúdos e trabalhar em sala de aula de maneira que os alunos possam pensar e entender a cultura corporal na relação corpo, natureza e cultura. O trabalho deve ser abordado de maneira lúdica apresentando a proposta a ser desenvolvida no grupo de alunos explicando os objetivos e estratégias a serem utilizadas.

O professor 02 relatou que:

Colocando a importância do conteúdo para os alunos foi possível uma reflexão sobre cada conteúdo, isso aconteceu a partir do movimento que os alunos conheceram a história e se aprofundaram um pouco nos movimentos e seus benefícios, e também onde são usados.

O professor 03 observou que:

Ainda não ministro aulas.

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Professor 04 concluiu que:

Houve uma apresentação dos mesmos de forma oral e a exposição das atividades que foram desenvolvidas sempre respondendo as atividades dos alunos.

De forma geral aconteceu um melhor entendimento da maneira de como

trabalhar a abordagem crítico-superadora. Além disso, tivemos um estudo sobre a

importância da cultura corporal na educação física. O grupo esteve muito

interessado com o trabalho em sala de aula de forma a estimular os educandos em

relação aos conteúdos.

Para que isso realmente venha acontecer é necessário propor atividades que

proporcionem prazer e satisfação aos alunos. Com os encontros e a discussão do

roteiro de questões percebeu a facilidade para os professores que participaram do

grupo em ministrar os conteúdos Estruturantes em especial a conteúdo da Dança e

Lutas. As discussões das questões, bem como da nova forma proposta a ser

trabalhada em sala de aula passou por significativas mudanças com o trabalho

realizado a partir da troca de experiências.

Segundo os professores trabalhar com os conteúdos danças e lutas, no

Ensino Médio, possibilidade do corpo em movimento foi uma prática inovadora bem

aceita. É possível trabalhar estes conteúdos nas aulas de Educação Física, usando

métodos diferenciados e dinâmicas criativas para envolver os alunos nas atividades

e ser flexível no desenvolver das tarefas usando estratégias inovadoras.

6. Considerações Finais

Os resultados no final deste estudo apontaram que os professores que participaram

do grupo de estudo tiveram facilidade para integrar os conteúdos estruturantes nas

aulas. Pois argumentam que existem várias maneiras de trabalhar com estes

conteúdos conhecendo melhor seus benefícios. E Ficou evidente que as Diretrizes

Curriculares são para os professores de Educação Física um suporte e que deve ser

levando em consideração, pois ele norteia e dá subsídios para desenvolver as

atividades. Os resultados deste estudo foram satisfatórios tanto para os alunos como

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também para os professores participantes, pois conforme relato o material

apresentado foi bem aceito e de fácil interpretação.

Referências

BRACHT, V. Educação física e aprendizagem social. Porto Alegre: Magister, 1992. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. DARIDO, Suraya Cristina; RANGEL, Irene Conceição Andrade, (Org.). Educação física na escola: Implicação para pratica pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara, 2005. DARIDO, Suraya Cristina; SOUZA JUNIOR, Osmar Moreira de. Para ensinar educação física: possibilidades de intervenção na escola. 6. ed. Campinas, SP: Papirus, 2010. GIL, Antonio Carlos. Como projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991. GUEDES, Enildo Marinho. Curso de metodologia científica. Curitiba, PR: HD Livros, 2000. MATTOS, Mauro Gomes de; NEIRA, Marcos Garcia. Educação física na adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte, 2000. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da educação básica: educação física. Curitiba, 2008. SOARES, Carmen Lúcia et al. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992. TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.