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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUEDFACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE CAMPO

MOURÃOPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL – PDE

• 1 IDENTIFICAÇÃO

• PROFESSOR PDE: Elcia Godinho de Morais da Silva• ÁREA: História• NRE: Goioerê

• PROFESSOR ORIENTADOR: Jorge Pagliarini Junior• IES: Faculdade Estadual de Ciências e Letras de

Campo Mourão (Fecilcam)

• ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Escola Estadual “Cecília Meireles”

• PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: Alunos do Ensino Fundamental do 9ª ano

2 TEMA DE ESTUDO DA INTERVENÇÃO:

História e Historiografia do Paraná

3 TÍTULO:

“AS FESTAS DO MUNICÍPIO DE UBIRATÃ-PR (1960-1990) A PARTIR DE FOTOGRAFIAS: um estudo de identidades culturais e patrimônio histórico na sala de aula”.

• APRESENTAÇÃO• Está proposta Pedagógica será desenvolvida no Colégio Estadual Cecília Meireles,

Ensino Fundamental e Médio do Município de Ubiratã. É mais uma etapa do Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná PDE, uma experiência inovadora de valorização do Profissional da Educação, o Professor, possibilitando o retorno a Academia, numa forma única de aproximar pratica e teoria.

• Esta etapa do processo de trabalho do PDE é resultado de uma pesquisa de proposta metodológica no uso de Fotografias na pratica pedagógica da disciplina de Historia. Dentro da perspectiva do Ensino de historia a utilização dos estudos imagineticos permite evidenciar os sujeitos históricos em diferentes esferas do cotidiano.

• Na perspectiva do ensino de historia o uso de fontes variadas é hoje uma realidade, infelizmente para o professor ainda é uma dificuldade. O grande desafio das fontes é apresentá-las ao aluno para analise promovendo uma conversação com as mesmas.

• A fotografia uma fonte de imagem privilegiada para a historia é capaz de exercer este papel, pois de acordo com Kossoy, por maior que seja a “fidelidade” da fotografia ela nunca escapara do fato de ser uma representação do real[1]

• O objetivo aqui é possibilitar sua aplicabilidade em sala de aula, valorizando a historia local, recuperar a memória coletiva e a noção de patrimônio cultural. Para isso serão usadas fotografias de festas de eventos comunitários de cunho religioso, político e lazer.

•[1] Kossoy, Boris. Analise e Interpretação do documento fotográfico: novas abordagens, in Campos. Helena Guimarães; et alii, Historia e Linguagens. São Paulo: FTD2009 p.46.

UNIDADE 1 - FOTOGRAFIA UMA FONTE HISTORICA

“A imagem pode ser entendida como uma narrativa, isto é, um

contar o que aconteceu?”[1]

[1] Grifo meu

Fique Sabendo!A fotografia

Durante séculos o homem serviu-se da câmara obscura, instrumento que o favorecia para desenhar uma vista, uma paisagem que por alguma razão lhe interessou conservar

a imagem[1] Em 1825, Nicéphore Niépce produziu a primeira imagem reconhecida. Usando uma placa de estanho coberta com um derivado de petróleo chamado betume da Judéia. Somente por volta de 1826 a fotografia se torna um experimento para varias

pessoas tanto na América quanto na Europa. Os registros de paisagens, cenas do cotidiano, fatos políticos, social ou religioso que a fotografia e capaz de idealizar, de acordo com Kossoy, faz com que o conhecimento de mundo se torne mais familiar.

Em torno de 1839, o francês Jaques Mandé Daguerre( 1789-1851) revela suas pesquisas e experiências, o processo de dissolver os sais de prata intactos mediante uma solução de tissulfato de sódio que permite gravar a imagem permanentemente. Com este processo originou a fotografia ou os daguerreótipos. Em pouco tempo a

fotografia despertou, a curiosidade e a atenção do mundo. Eis que em 1888, surge o primeiro aparelho fotográfico portátil com George Eastman. A partir daí a fotografia tornou um produto mais acessível às famílias, que a pintura, atraiu

a atenção da indústria que empenhada na produção de maquinas da polaroid à era digital, popularizou a fotografia.

[1] Kossoy, Boris. Fotografia e Historia, Ateliê Editorial, São Paulo,2009, p.35

Você constroe a historiaLeia as perguntas a seguir e organize em grupos um texto narrando a história de um sujeito que passou por situações próximas às sugeridas nas perguntas. Ou seja, a personagem principal deverá ter vivenciado um problema ou diferentes opiniões com uma fotografia ou um álbum fotográfico.

Opine e crie

• Uma fotografia é resultado da posse das pessoas fotografadas ou do ângulo escolhido pelo fotógrafo?

• Ou ainda, as imagens de paisagens consideradas belas, podem estar ao lado de paisagens desagradáveis e que foram cortadas do foco da imagem?

• Há diferença entre fotografias retiradas em situações nas quais as pessoas retratadas foram pegas de surpresa e fotografias em que as pessoas pousaram, se arrumam para a fotografia?

• Ao reverem um álbum de fotografia, as pessoas podem mudar de idéia em relação as imagens? Ou seja,uma fotografia até então agradável pode despertar um sentido contrario algum tempo depois?

• A imagem produzida pela família, justamente por estar mais atrelada à experiência vivida, traz uma marca temporal mais delimitada que as produzidas pelas revistas, embora tal marca não esteja ausente nestas publicações, indica que ao longo do tempo os comportamentos e representações coletivas mudam[1]

• - Pedir aos alunos que tragam fotos de festas da família, para que eles percebam o papel da fotografia como ferramenta histórica.

• [1] Mauad, Ana Maria de Souza Andrade, Sob o Signo da Imagem : a produção da fotografia dos códigos de representação social da classe dominante, no Rio de Janeiro, na primeira metade do século XX p.321,in www.historia.uff.br/labhoi/files/dssam.pdf acesso em 30/06/2011 11:12

Se liga na atividade!

• O que se pode perceber na imagem?• Os modos de vestir, de expressar, o cenário e

os objetos são elementos que ajudam a definir o tempo e espaço da fotografia?

• O que consideramos relevante para merecer nosso registro?

• A que tipo de eventos usa a fotografia?• Quem é o autor da foto?• O que e quem aparecem na foto?

Anotações

• Sabemos que podemos contar a história dos lugares também a partir de imagens. Então, vamos trabalhar!

• Retire uma fotografia de um local da cidade que você considera importante. Em seguida:

• Pesquisar a história do local?• Qual sua utilidade?• Quem frequenta?• Quais ideias ou mensagens que a sua fotografia revela?• Quando e onde foi produzida?• O que aparece em primeiro plano? Em segundo, terceiro.• De que ponto de observação à foto foi tirada: visão frontal, obliqua

ou vertical?• Sua imagem tem um símbolo? O que representa?

É hora de extrapolar

Trabalhar o texto “Álbum de Família” (RHBN nº 30)[1] de Mariana Mauaze, neste artigo a autora mostra o valor da fotografia para as elites, pois representavam uma forma de fundamentar sua posição social.

[1] http://www.revistadehistoria.com.br/secao/conteudo-complementar/encarte-do-professor- acesso 16/06/2011; 18:35

Ampliando o conhecimento

O casamento criava novos laços sociais entre as famílias. De um lado, o nome dos Ribeiro de Avellar remetia a riqueza, terras e escravos no Rio de Janeiro; do outro, o poder representado pelo barão de Muritiba, integrante da elite política baiana.Outras ocasiões especiais também eram representadas em fotografias. O registro auxiliava na divulgação de eventos que antes eram reservados apenas à família, como formatura e primeira comunhão. Aos poucos, cerimônias como essas foram valorizadas, com investimentos em roupas e comemorações para demonstrar prestígio e poder, como fica evidente nos registros da primeira comunhão de Antônio Lemgruber, neto do casal Ribeiro de Avellar, celebrada juntamente com a do príncipe Pedro, filho da princesa Isabel e neto do imperador.[1]

[1] Mauaze.Mariana de Aquiar Ferreira: Pesquisadora-bolsista do Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getulio Vargas (CPDOC/FGV) e autora da tese O Império do retrato: família, riqueza e representação social no Brasil oitocentista (1840-1889). (UFF, 2006).

Atividades• Separar a sala em grupos • Promover discussões nos grupos; • O uso da fotografia fica evidente no texto? Qual

era?• As fotografias de ex-escravos deixava

transparecer suas verdadeiras funções?• Qual o valor da fotografia para os ex-escravos?• Apresentar os relatos dos grupos • Socializar a discussão.

Agora é prestar atenção

Ilustração 1-Festa de Santo Antonio- arquivo pessoal do Sr. Vilder Bordin

Ilustração 2-arquivo biblioteca pública de Ubiratã

Ilustração 3-arquivo biblioteca publica de Ubiratã

Pedir aos alunos que observem as fotos expostas e responder as questões propostas:O que foi registrado?

De que ponto de observação a foto foi tirada: visão frontal, obliqua ou vertical? Qual seria a diferença da imagem se fosse retirada de outro ângulo? Poderia assim representar opiniões diferenciadas sobre a festa? Por quê?

O que e quem aparecem nela?Por que (motivo da imagem), onde e quando possivelmente fora

retratada?Que impressão causa as fotos?

Se liga na atividade

As possibilidades do uso de imagens na sala de aula No trabalho do professor de historia é comum encontrarmos, como fonte de pesquisa ou de

informação sobre um determinado contexto histórico, uma gravura, uma pintura ou um texto. Esses documentos são explorados a partir de seus conteúdos, de suas figurações mais explícitas,

geralmente para demonstrar ou para exemplificar algo já conhecido a partir de uma história já organizada[1].

No Brasil Imperial, a fotografia cumpria a importante função de mostrar o pertencimento a um grupo familiar. Era utilizada para projetar o poder das elites, ostentando seus hábitos refinados, riqueza,

educação erudita e circulo de amizade. Para os alforriados a fotografia funcionava como um passaporte para ter ascensão ao mundo dos brancos ou parecer branco.

Não basta ser livre, é preciso parecer livre. Este era o desafio dos negros nascidos livres ou que recebiam a alforria na segunda metade do século XIX. Para abrir caminho naquela sociedade

exigente, competitiva e racista, e se fazerem aceitos ou, pelo menos, tolerados, precisavam construir sua imagem a partir de comportamentos tomados “emprestados” dos ditos brancos[2].

[1] BITTENCOURT et alii, O Saber Histórico na sala de aula, São Paulo, Contexto,2008,p.100[2] Koutsoukos. Sandra Sofia Machado,Liberdade Encenada, ,19:32 é doutora em Multimeios pelo

Instituto de Artes da Unicamp com a tese: “No estúdio do fotógrafo. Representação e auto-representação de negros livres, forros e escravos no Brasil da segunda metade do século XIX”.

Unicamp, 2006, com auxílio de bolsa de pesquisa da Fapesp). http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/liberdade-encenada acesso 08/07/2011

As imagens representadas mostravam costumes importados, desde o vestuário, o cenário, tudo para passar uma mensagem, como o livro nas mãos o intelectual, o cão ao

lado, o domínio, a fidelidade, a pena o faz um escritor. A pequena burguesia se utiliza destes símbolos laicos para demonstrar dominação de uma posição herdada ou adquirida.Podemos dizer então que atualmente fotos tiradas por fotógrafos profissionais, repórteres ou apenas um cidadão comum passando por um local, registrando um fato, são consideradas fontes históricas. Neste contexto podemos afirmar que a fotografia se tornou uma ferramenta importante para a sala de aula, deixando de ser apenas uma imagem que ilustra o livro didático para assumir um papel de linguagem própria no contexto histórico. Neste panorama o Ensinar Historia por meio da fotografia, provocando uma analise comparativa através do dialogo com a imagem se torna uma atividade mais dinâmica capaz de formular problematizações, pois de acordo com as Diretrizes “assim os documentos permitem a criação de conceitos sobre o passado e o questionamento dos conceitos já construídos” [1] conclui - se então que as cenas de uma seqüência de fotos podem contribuir para contextualizar um fato e representa um documento. A questão das fotografias como fonte afeta os maiores estudiosos como Boris kossoy que neste sentido esclarece:

[1] Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Historia, Paraná, 2008 p. 77

As fontes fotográficas são uma possibilidade de investigação e descoberta que promete frutos na medida em que se tentar sistematizar suas informações, estabelecer metodologias adequadas de pesquisa e analise para decifração de seus conteúdos e, por conseqüência, da realidade que os originou[1].Esta interpretação de conceitos das fontes fotográficas é capaz de provocar uma abordagem interdisciplinar, tendo em vista que ao se analisar uma imagem o professor pode interagir com a geografia, a sociologia, a biologia, a matemática, etc., esta articulação só é possível porque permite a construção da produção do conhecimento.

[1] Kossoy, Boris. Fotografia e Historia, Ateliê Editoria, São Paulo,2009, p.32

Abordando o ConceitoO evento que marcou o Período Imperial ficou conhecido como baile da Ilha Fiscal, organizado pelo governo para recepcionar um ministro e oficiais da marinha chilena. Mas na verdade, a festa comemorava as bodas de prata da Princesa Isabel e do Conde D’Eu, claro que a intenção do Imperador era provar que a Monarquia brasileira seguia respirando. Originalmente, o baile seria em 19 de outubro, mas o rei de Portugal Dom Luis morreu e seu sobrinho D. Pedro II mudou a data da festa. A distribuição dos convites começou no 4 de novembro, a festa mudou o cotidiano da cidade. Cabeleireiros, barbeiros, modistas e alfaiates não paravam de trabalhar. Aglomerados no cais Pharoux, o povão que não pode participar tentava assistir ao embarque das celebridades, animados por uma banda da policia que tocavam fandangos e ludus, danças populares e não as valsas que animava o castelo. . Calcula-se que cerca de 3 mil pessoas compareceram a festa. Os convidados eram recebidos com bandas de musica e aças de champanhe. A festa durou até as cinco da manhã. [1]

[1]Novais.Fernando A. Historia da Vida Privada, volume org. Alencastro. Luis Felipe,229 São Paulo, Companhia da Letras, ed. 2008

Ilustração 4-Quadro exposto na sala principal do Prédio na Ilha Fiscal, retratando o baile ocorrido dias antes da proclamação da República

http://veja.abril.com.br/historia/republica/sociedade-baile-imperio-ilha-fiscal.shtml acesso 08/07/2011 21:21

Fique por dentro da Historia

Ilustração 5 Fotografia tirada por Otto Hees, da Família Imperial Brasileira (1889).

Para saber mais

http://www.monarquia.org.br/home.html

http://veja.abril.com.br/historia/republica/sociedade-

baile-imperio-ilha-fiscal.shtml acesso 08/07/2011 21:21

É hora de navegar

Unidade II- Festas, o chão de nossa historia

Fique sabendo

Festa Hoje tem festa no gueto, pode vir pode chegar.Misturando o mundo inteiro, vamos ver no que é que dáVem gente de toda cor, tem raça de toda fé Guitarras de Rock`n Roll, batuque de candomblé, vai lá...(Ivete Sangalo composição de Anderson Cunha[1])

[1] http://festa.ivetesangalo.letrasdemusicas.com.br/ acesso26/07 16:42

A vida é uma festa.De acordo com Ferreira a palavra festa vem do latim e pode ser

descrita como conjunto das cerimônias com que se celebra qualquer solenidade acontecimento, comemoração (FERREIRA, 1986, p.623)[1]

. No Brasil os costumes de festividades foram trazidos pelos portugueses, ainda durante o período colonial. As festas serviram aos colonizadores como um instrumento de ação para catequizar, esquecimento das agruras da colônia, o comparecimento às festas era ato obrigatório.

Muitas vezes os festejos reais, como as Entradas era uma maneira de estreitar os laços entre seus súditos e o distante rei, a principio para participar das festas era preciso estar ligado ao rei ou a igreja, já que o ato festivo era uma concessão real, símbolo de intimidade entre o rei e seus súditos.

[1] http://tede.ucs.br/tde_arquivos/3/TDE-2008-09-26T113957Z- 222/Publico/Dissertacao%20Carlos%20HC%20Nery.pdf acesso 07/08/2011 14:57

Segundo Del Priore, as festas tradicionais brasileiras não “nasceram” no Brasil, foram transplantadas pelos colonizadores portugueses e invasores do período colonial que as consolidaram, dando-lhes certas especificidades. No período colonial, as irmandades e confrarias tiveram um papel de destaque nas comunidades na participação e na organização das festas religiosas. O estatuto das Irmandades do Santíssimo Sacramento, datado de 1763, determinava que “serão todos os Irmãos desta irmandade obrigados a assistir a todas as festas do Senhor como fica dito, e muito principalmente a Semana Santa em Quinta-Feira maior, pela manhã, para a solenidade daquele dia e semana, para a qual e para as mais da Quaresma”[1]. A festa representa um momento de agregação dos vários grupos sociais e vai se modificando conforme o tempo e o grau de modernidade. A festa é uma celebração coletiva de alegria.

[1] Extraído do estatuto das Irmandades do Santíssimo Sacramento. Apud DEL PRIORE, Mary. Festas e utopias no Brasil colonial. São Paulo: Brasiliense, 1994, p. 24. In Maria Cristina Caponero, Edson Leite Patrimônio: Lazer & Turismo, v.7, n. 10, abr.-mai.-jun./2010, p. 99-113 acesso em 26/07/2011 14:25.

Nossa cidade nossa Historia

Ubiratã é um nome de origem tupi-guarani significando madeira dura. Antes disso denominava-se Gleba Rio Verde, a qual foi adquirida em 1954, pela Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná(SINOP), de propriedade dos paulistas Pipino e Carvalho que executou um trabalho admirável de colonização. Convencido da gandeza do projeto, o catarinense Joao Bertoli sobrevoa a regiao e em 1949 inicia seu proprio projeto empreendendor, adquirindo a area que ficou conhecida como Fazenda São Joao, a partir pdai passa a incentivar a vinda de outros agricultores catarinensesNo dia 19 de fevereiro de 1956 foi lançada a pedra fundamental da "Vila Ubiratã". Em 20 de julho de 1960 a Vila passou a ser município. No dia 11 de agosto de 1960, Osmar João Bertoli foi nomeado o primeiro prefeito de Ubiratã, pelo Governador Moisés Lupion.O município de Ubiratã foi criado com a Lei 4.425, de 20 de julho de 1960 e passou a categoria de comarca, sendo instalada em 15 de dezembro de 1963.A Cidade foi emancipada em 4 de novembro de 1961.[1]

[1] Texto adaptado de Sperança, Alceu org. Ubiratã: historia e memória. Ubiratã, Pr: Edição do autor,2008.

Mas,tudo Começou...Mas,tudo Começou...

Antes da chegada dos europeus, esta região era habitada por índios das tribos kaingangues, nação dos Gês ou Tapuias às margens do Rio Carajá e pelas Guayanasés que ocupava às margens do Rio Tricolor. Habitaram esta região por cerca de 900 anos. O que comprova estes indícios foram os objetos encontrados chamados fontes históricas e o local passou a ser um sítio arqueológico, na qual está registrado no Instituto Histórico e Geográfico do Brasil sobre a sigla URCA-2 PR.Eram povos nômades e viviam de caça e pesca, formando pequenos aldeamentos, relativamente distantes uns dos outros. “Rudes e muito bravos”, como foram descritos pelos portugueses, os Guayanasés passaram a ser conhecidos como Coroados e, em 1882, visando identificar as populações nativas do sul do Brasil que não pertenciam à ramificação tupi – guarani, foram rebatizados como Kaingangues.

Como não temos registros dos nossos mais antigos ancestrais, podemos contar com anotações de um celebre repórter espanhol Alvar Nuñez Cabeza de Vaca(1490-1560) que em seus relatos de viagens pelo que hoje denominamos interior do Paraná, acabou encontrando o Caminho do Peabirú, rota indígena milenar e transcontinental. Durante 144 dias, Cabeza de Vaca transitou por uma porção importante do atual Paraná. Conta que o caminho do Peabiru cruzava o rio Cantu, o curso superior do rio piquiri e do rio do cobre, para atingir, dirigindo – se ao sul, o rio Iguaçu, na Foz do Cotegipe, segundo os estudos de Reinhard Maack (1892- 1962), sendo considerado o “descobridor” das Cataratas do Iguaçu. Em Ubiratã, um dos roteiros derivados do mitológico e antiqüíssimo Caminho de Peabirú foi identificado na Estrada Paraguaia. A região de Ubiratã antes sequer de fazer parte do Brasil, também já foi espanhola. Quando, em 1556, Ruy Dias Melgarejo, companheiro de Cabeza de Vaca, fundou na foz do Rio Piquiri a Ciudad Real Del Guayrá , está área começaria a integrar a vastidão daquela que veio a ser uma nação teocrática indígena chefiada pelos jesuítas- a Republica Comunista – Cristã dos Guaranis.

Ainda segundo as crônicas deixadas pelos exploradores espanhóis segundo Pedro Altoé ( Campina da Lagoa, Esstrla do Vale do Piquiri), efetivamente, cinco anos após a fundação da Ciudad Real Deal Guayrá, em 1561, depois, da frustrada formação da redução de Ontiveiros, o Capitão espanhol Riqueinu, com cem soldados, penetrou, em direção leste, ns matas entre os rios Ivaí e Piquiri. Ali ele iria encontrar e assinalar o Campo Aberto Bordado de Araucárias.Isso quer dizer que a descoberta dos Campos Gerais pelos portugueses só seria registrada 209 anos mais tarde pelas expedições botelhanas, que nos deram os Campos do Mourão. A difusão dos ideais separatistas desagradou à coroa espanhola e alertou os portugueses quanto a possibilidade de obter mão de obra escrava, alem da posse das terras, consolidando a ocupação a oeste de Tordesilhas. As divergências entre dirigentes militares e governantes espanhóis e os jesuítas iriam criar uma cunha para a penetração dos interesses lusitanos, voltados para a preaçao – o aprisionamento de mão de obra indígena. Embrenhados nesta carreira os Bandeirantes paulistas, atacam Guayrá em 1607. Será a largada para um progressivo processo de despovoamento da região das missões no território do atual Paraná[1].

[1] Texto adaptado de: Sperança, Alceu org. Ubiratã: historia e memória. Ubiratã, Pr: Edição do autor,2008.

Tempos Diferentes

Pedir aos alunos que pesquisem no acervo da Casa da cultura de Ubiratã objetos que foram encontrados durante a Colonização

Tirar fotos dos objetos pesquisados.Pesquisar a historia de cada objeto

Atividades

As festas em Ubiratã

Ubiratã formada por vilas históricas como São João, Yolanda, Colônia Santo Inácio, Três Placas e Curva da Onça conta também com pequenas comunidades rurais e urbanas batizadas com nomes de santos para homenagear o protetor das famílias pioneiras que aqui se aventuraram a procura de melhorias de vida. Cada comunidade que prosperava seguindo exemplo da comunidade São João as famílias para homenagear seu santo protetor, e arrecadar fundos para a construção de uma igreja realizam festa de louvor, foi em 1956 a primeira queima da fogueira em louvor a São Pedro. Em 1958 o Sr. Osmar Bertoli propôs que a fogueira fosse em louvor de São João, recebeu o aval da comunidade e a fogueira tornou –se um patrimônio da comunidade. A comunidade Três Placas manteve algumas tradições e religiosidades fundamentadas em festas religiosas como a reza no dia 12 de dezembro e a dança do Catira efetuada pelos homens da comunidade sob condenação do Sr. Pedro Fogaça. Eventos como bailes e torneios de futebol aconteciam sempre nas comunidades como São Lazaro, que era sempre na ultima semana de abril. Outra tradição que de acordo com moradores local ainda continua acontecendo é a “Festa do Santo Rei”, a bandeira sai dia 24 meia noite e chega dia 6, as pessoas da comunidade pedem que a bandeira passe em suas casas para receber a oferta para a festa e o canto para agradecer o que cada um puder dar. Conforme nos garante alguns moradores... o santo é milagroso, o povo recebe a graça e põe na bandeira.

Nestes relatos sobre as festas em Ubiratã podemos concluir, de acordo com Raphael Samuel, que a historia local tem também a força popular, tanto como uma atividade quanto uma forma literária[1], as pessoas acreditam na força religiosa de seus padroeiros ou até mesmo da sua comunidade. Estas imagens e relatos nos levam a pensar em fatos que demonstram as tradições de um povo, os eventos local são uma forma de dar continuidade a historia, de acordo com as Diretrizes Curriculares, a consciência histórica critica é pautada na aprendizagem histórica das experiências do passado[2]. Sendo assim essas leituras da historia local faz do aluno um partícipe do processo histórico. Para isso contamos com a historia oral através de entrevistas, narrativas de pessoas que participaram, pois de acordo com Raphael Samuel a evidencia oral torna possível preencher os vazios que os documentos deixam, evidenciando as experiências real das pessoas[3].

[1] Samuel, Raphael. Historia Local e Historia Oral,p221 www.anpuh.org/arquivo/download?ID_ARQUIVO=3887acesso 02/08/2011, 15:05[2] Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Historia, Paraná, 2008 p.59.[3] Samuel, Raphael. Historia Local e Historia Oral, p.232 www.anpuh.org/arquivo/download?ID_ARQUIVO=3887acesso 02/08/2011, 15:05

Análise• As imagens retratadas aqui são representações de

momentos populares como as festas do Costelão do Country Club, a Folia de Santo Reis, o Carnaval da Assemu ou os blocos de Carnaval dos Idosos. Estes são eventos que já fizeram parte da vida cotidiana de toda a comunidade, nestas cenas podemos perceber mais atores que platéia. Não temos informação sobre o fotografo, mas sabemos que foram produzidas para registrar um fato importante para a comunidade , o cenário apresenta ambientes típicos de festa, revela a descontração das pessoas envolvidas , deixa transparecer um ambiente familiar em que podem participar, pessoas de todas as classes sociais sem solenidades

Unidade III

Historia e imagens

Ilustração 10Festa do Santo Reis, arq. Jornal O Vale

Ilustração 6 -carnaval de Rua Assemu, fev. de 1995.Arquivo Jornal do Vale

Ilustração 7 Festa do Country Club. Arq. Jornal O Vale

Ilustração 8Festa do Country Club. Arq. Jornal O Vale

Ilustração 9- Fogueira da Festa da São João,arq.Jornal O Vale

Analise

As imagens retratadas aqui são representações de momentos populares como as festas do Costelão do Country Club, a Folia de Santo Reis, o Carnaval da Assemu ou os blocos de Carnaval dos Idosos. Estes são eventos que já fizeram parte da vida cotidiana de toda a comunidade, nestas cenas podemos perceber mais atores que platéia. Não temos informação sobre o fotografo, mas sabemos que foram produzidas para registrar um fato importante para a comunidade , o cenário apresenta ambientes típicos de festa, revela a descontração das pessoas envolvidas , deixa transparecer um ambiente familiar em que podem participar, pessoas de todas as classes sociais sem solenidades

Agora é com você

Observar as imagens e descrever:Quais as situações mostradas?O que estas situações representam?As referidas imagens descrevem objetivamente uma situação?Provoca alguma reação no observador?O que posso associar a imagem que estou tentando ler? Qual é o

contexto?Quem é o autor das imagens?Como estas imagens se relacionam com o contexto histórico em que

foram produzidas?O que aparece em primeiro plano? De que ponto de observação a foto foi tirada: visão frontal, obliqua ou

vertical?Quais as intenções da pessoa que fotografou?

Apos a leitura e discussão das fotos o professor poderá pedir aos alunos que realizem um trabalho de detetive, indo em busca de fotografias e relatos de pessoas que presenciaram estes eventos sociais, ou que demonstrem as festas na cidade de Ubiratã desde a colonização até os anos 2000.Realizada esta faze sempre com a participação dos alunos para catalogar, identificar fazendo leitura do material coletado e por ultimo digitalizar o material. Durante a coleta de fotografias o professor deve incentivar os alunos a realizarem uma entrevistas com as pessoas envolvidas.

PASSO A PASSO

É HORA, VOCÊ FAZ!

Neste momento realizar uma apresentação do projeto, contando com a presença de toda a comunidade escolar e pais dos alunos, é o momento de levantar as comparações entre os sujeitos históricos.

Objetivos da exposiçãoObservar as fotos expostas: Objetivos da exposiçãoObservar as fotos expostas:

Identificar as mudanças e permanências nas fotos expostas;Refletir sobre: a paisagem que aparecem nas fotos, as vestimentas, as construções.Período em que as fotos foram tiradas.Durante a exposição os alunos podem ser divididos em grupo para anotar as observações, apos a exposição socializar as anotações e produzir um texto com o titulo a “Fotografia conta a Historia”.

Objetivos• Tratar de despertar nos alunos o interesse pela

pesquisa em historia local, tendo a fotografia de festejos locais como fonte mediadora.

• Discutir festas municipais numa leitura processual pautada em disputas políticas, econômicas e culturais locais.

• Compreender a importância da historia local.• Identificar os agentes sociais como atores de

sua historia.• Compreender que ocorreram mudanças e como

elas afetam costumes e modo de viver.

Referencias Bibliográficas• BITTENCOURT, Circe et alii, O Saber Histórico na sala de aula,

São Paulo, Contexto, 2008, p.100.• DEL PRIORE, Mary. Festas e utopias no Brasil colonial. São Paulo:

Brasiliense, 1994, p. 24. In Maria Cristina Caponero, Edson Leite Patrimônio: In Lazer & Turismo, v.7, n. 10, abr.-mai.-jun./2010, p. 99-113 acesso em 26/07/2011 14:25.

• DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA - Historia, Paraná, 2008 p.59.

• DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA - Historia, Paraná, 2008 p. 77

• FERREIRA, Aurélio. Buarque De H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2 ed. rev. e aum. Rio de Janeiro.. Nova Fronteira, 1986. In http://tede.ucs.br/tde_arquivos/3/TDE-2008-09-26T113957Z- 222/Publico/Dissertacao%20Carlos%20HC%20Nery.pdf acesso 07/08/2011

KOSSOY, Boris. Análise e Interpretação do documento fotográfico: novas abordagens, in Campos. Helena Guimarães; et alii, Historia e Linguagens. São Paulo: FTD2009 p.46. KOSSOY, Boris. Fotografia e Historia, Ateliê Editorial, São Paulo,2009, p.35.KOUTSOUKOS. Sandra Sofia Machado, Liberdade Encenada. In: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/liberdade-encenada acesso 08/07/2011,19:32MAUAZE.Mariana de Aquiar Ferreira: Texto: Bem na Foto, In http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/bem-na-foto. Acesso16/06/2011; 18:35MAUAD, Ana Maria de Souza Andrade, Sob o Signo da Imagem: a produção da fotografia dos códigos de representação social da classe dominante, no Rio de Janeiro, na primeira metade do século XX. p.321,in www.historia.uff.br/labhoi/files/dssam.pdf acesso em 30/06/2011 11:12SAMUEL, Raphael. Historia Local e Historia Oral, p.232 In: www.anpuh.org/arquivo/download?ID_ARQUIVO=3887acesso 02/08/2011, 15:05.SPERANÇA, Alceu org. Ubiratã: historia e memória. Ubiratã, Pr: Edição do autor, 2008.

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