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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Ficha de Identificação - Artigo FinalProfessor PDE/2012
Título O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: uma oportunidade dos alunos exercerem política na escola através do
grêmio estudantil.Autor Ilcemara Regina Maschio Denker
Escola de Atuação Col. Est. Pref. Antonio Teodoro de Oliveira – EFM
Município da Escola Campo Mourão
Núcleo Regional de
Educação
Campo Mourão
Professor
Orientador
Astor Weber
Instituição de
Ensino Superior
FECILCAM
Disciplina/Área de
ingresso no PDE
História
Resumo: (de 100 a 250 palavras, fonte Arial, tamanho 10 e espaçamento simples).
Este artigo relata os resultados de um projeto de intervenção, sobre a criação de um Grêmio Estudantil, realizado no contexto das atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – PDE. As atividades envolveram estudos e discussões com um Grupo de Trabalho em Rede, a produção de um Caderno Pedagógico e a criação e implementação do Grêmio Estudantil no Colégio Estadual Prefeito Antonio Teodoro de Oliveira em Campo Mourão – PR. O objetivo deste projeto era não só refletir sobre a necessidade de motivação e de envolvimento dos alunos em relação às atividades políticas ocorridas dentro e fora do ambiente escolar, mas principalmente, o desenvolvimento de uma ação política prática, pela implantação de um Grêmio Estudantil, a fim de “dar vozes” aos alunos do Colégio. Para isso, foram realizadas leituras e reflexões acerca da democracia no âmbito da gestão democrática na escola pública, visando contribuir com a formação intelectual e cidadã dos alunos. O Caderno Pedagógico tem como base a proposta pedagógica histórico-crítica e possibilita aos professores e estudantes aprofundar conceitos, problematizar e discutir os aspectos históricos e políticos que envolvem o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), a Gestão Democrática e o Movimento Estudantil. Os estudos e as discussões além de subsidiar a criação do Grêmio Estudantil, também contribuíram para que os alunos, com o apoio da coordenação, iniciassem a participação em atividades internas e externas ao contexto escolar.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras)
Eca. Democracia. Grêmio. Escola. Alunos.
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: uma oportunidade dos alunos
exercerem política na escola através do grêmio estudantil.
Autora: Ilcemara Regina Maschio Denker1
Orientador: Astor Weber2
Resumo: Este artigo relata os resultados de um projeto de intervenção, sobre a criação de um Grêmio Estudantil, realizado no contexto das atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – PDE. As atividades envolveram estudos e discussões com um Grupo de Trabalho em Rede, a produção de um Caderno Pedagógico e a criação e implementação do Grêmio Estudantil no Colégio Estadual Prefeito Antonio Teodoro de Oliveira em Campo Mourão – PR. O objetivo deste projeto não é só refletir sobre a necessidade de motivação e de envolvimento dos alunos em relação às atividades políticas ocorridas dentro e fora do ambiente escolar, mas principalmente, o desenvolvimento de uma ação política prática, pela implantação de um Grêmio Estudantil com a participação dos alunos do Colégio. Para isso, foram realizadas leituras e reflexões acerca da democracia no âmbito da gestão democrática na escola pública, visando contribuir com a formação intelectual e cidadã dos alunos. O Caderno Pedagógico tem como base a proposta pedagógica histórico-crítica e possibilita aos professores e estudantes aprofundar conceitos, problematizar e discutir os aspectos históricos e políticos que envolvem o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), a Gestão Democrática e o Movimento Estudantil. Os estudos e as discussões além de subsidiar a criação do Grêmio Estudantil, também contribuíram para que os alunos, com o apoio da coordenação, iniciassem a participação em atividades internas e externas ao contexto escolar. Palavras-chave: Eca. Democracia. Grêmio. Escola. Alunos.
Introdução
O artigo refere-se aos resultados da implementação do Projeto de Intervenção
Pedagógica realizado no Colégio Estadual Prefeito Antonio Teodoro de Oliveira – Ensino
Fundamental e Médio, no município de Campo Mourão.
A escola não é apenas a principal responsável pelo desenvolvimento intelectual dos
indivíduos que compõem a sociedade, mas também é encarregada de administrar as
diversas relações que ali se estabelecem, seja no campo pedagógico, político,
administrativo, econômico e social. Desta forma, detivemos o estudo na necessidade de dar
vozes aos alunos, por meio da criação de um Grêmio Estudantil. Para isso, consideramos
importante o estudo dos conceitos relacionados ao tema e documentos da escola. Assim,
desenvolvemos o Projeto de Intervenção por meio de atividades teórico-práticas orientadas
e definidas a partir das necessidades da Educação Básica. Lembrando que este projeto foi
desenvolvido como resultado de dois anos de atividades junto ao Programa de
Desenvolvimento Educacional - PDE - do Estado do Paraná que, compõe o programa de
1 Professora de Historia do Colégio Estadual Prefeito Antonio Teodoro de Oliveira, do Núcleo Regional de Campo Mourão – Pr. Integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional, turma 2012. Contato: [email protected]
2 Professor Mestre em Historia. Professor do curso de História da UNESPAR Campus de Campo Mourão – PR. Contato: [email protected]
Formação Continuada desenvolvido pela Secretaria da Educação, previsto no Plano de
Carreira do Magistério – Lei Complementar nº 103, de 15 de março de 2004 - que visa
progressões na carreira com tempo livre para leitura e pesquisa. Os estudos ocorrem em
parceria com Instituições Públicas de Ensino Superior, proporcionando a nós, professores, o
retorno às atividades acadêmicas da nossa área de formação inicial.
O projeto foi realizado sob a orientação e estudos proporcionados pela docência da
Faculdade Estadual de Campo Mourão - Fecilcam - e detivemos na experiência empírica
dos alunos para formação de um grêmio estudantil no Colégio citado e o início de sua
atuação. Em paralelo, por meio de discussões com professores participantes do Grupo de
Trabalho em rede, observamos situações semelhantes em diversas escolas públicas do
Estado do Paraná. Como por exemplo: a dificuldade de um professor se disponibilizar, ou
aceitar um convite para ser coordenador do Grêmio, para orientar, motivar e acompanhar
os alunos; a escassa divulgação aos alunos e professores sobre as diversas ações e
atividades que cabem a essa instância na dinâmica da escola; a falta de interesse dos
alunos em participar da agremiação; a estrutura física das escolas, que de uma forma geral,
não dispõe de uma sala para as suas atividades (o que não impede a formação e atuação
de um Grêmio); a falta de previsão de situações concretas para a inserção desta Instância
Colegiada no espaço do Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola; as possíveis
dificuldades de participação dos educandos nas decisões coletivas da escola, devido à
resistência de alguns diretores. Somamos aos fatores citados, o sentimento de falta da
valorização dos membros dessa organização, principalmente por parte dos professores e
falta de conhecimento do papel do Grêmio, função dos membros, na organização interna da
escola.
Também, considerando as dificuldades acima mencionadas, entendemos porque
muitos Grêmios Estudantis são apenas decorativos e/ou festivos e não conseguem
participar das decisões coletivas da escola: falta parceria com a Equipe Dirigente e
conhecimento do processo de Gestão Democrática. Tendo em vista esta realidade,
indagamos: O grêmio estudantil pode constituir-se como espaço de participação política, de
desenvolvimento do pensamento crítico diante da realidade educacional e de exercício da
cidadania? Os alunos podem colaborar para a construção de uma gestão democrática que
envolva a participação da comunidade escolar?
A partir da nossa prática docente e dos estudos realizados, sabemos da importância de
estudos para a atuação de nossos alunos nas decisões da escola. Temos ciência de que a
atuação dos jovens, ou falta dela, nos diversos setores da sociedade nas últimas décadas,
sendo estas positivas ou negativas, tem sido objeto de investigação e preocupação por
parte dos pais, educadores, juristas, sociólogos, políticos etc. Isso é demonstrado pelas
legislações vigentes (LDB, ECA), pelas relações familiares e pelas práticas sociais e
políticas vivenciadas pelos jovens de um modo geral. Em termos sociais, pesquisas desta
natureza demonstram demanda e justificativa dada à importância da escola no atual cenário
social.
A escola deve rever constantemente suas práticas, ser flexível às mudanças sociais
e estar atenta aos atos que sejam danosos ao pleno desenvolvimento dos sujeitos.
Entendemos que a escola é um espaço de aprendizagem e de organização política, inserida
num contexto social, do qual participam diferentes sujeitos históricos que, em diferentes
graus, colaboram para a apropriação do conhecimento construído historicamente (FELDE,
2008, p.08).
Metodologicamente os dados produzidos para essa pesquisa ocorreram nas
seguintes fases: primeiro a investigação bibliográfica sobre as temáticas a serem expostas e
debatidas durante o desenvolvimento da pesquisa e produção do material didático; segundo
o Projeto de Intervenção Pedagógica; terceiro a produção de material didático, organização
de um Caderno Pedagógico com conteúdos teóricos e atividades, visando à produção de
dados que subsidiaram a pesquisa; quarto um Grupo de Trabalho em Rede – GTR, que foi a
coordenação de um grupo de estudos on-line realizado com professores da rede pública
estadual, que oportunizou aos participantes o estudo e debate dos temas propostos e
também trouxe à discussão outras problemáticas e possibilidades que contribuíram com a
pesquisa; quinto a intervenção na Escola, a qual teve como objetivo a obtenção de dados
empíricos por meio de motivação que venha despertar nos sujeitos, a possibilidade de
criação de conceitos e percepções sobre como estes se enxergam no processo de
participação na prática escolar, para isso, aplicamos três unidades temáticas: 1 -Estatuto da
Criança e do Adolescente e Democracia na Escola; 2 - Gestão Democrática e Instâncias
Colegiadas; 3 - Movimento Estudantil e Grêmio Escolar e sugestões de atividades.
Ofertamos estudo em contraturno para alunos representantes de sala e demais
interessados em participar da criação do Grêmio Estudantil. Esta intervenção foi baseada
nos princípios da Pesquisa-ação.
Implementação do Projeto na Escola
Inicialmente, convidamos para participar da implementação os alunos representantes e
vice-representantes e demais alunos do Ensino Médio interessados em estudar o Material
Didático e futuramente formar um Grêmio Estudantil. Como o interesse foi pequeno,
estendemos o convite para os alunos do Ensino Fundamental, mesmo assim o interesse em
participar foi pouco. Participaram dos estudos, os alunos realmente interessados em formar
o Grêmio Estudantil. Na sequência, os alunos que estavam participando acabaram
empolgando outros colegas, que futuramente comporiam a chapa, totalizando 17 alunos.
Também, elaboramos um Caderno Pedagógico com o objetivo de aprofundar o
conhecimento dos alunos sobre o ECA, Gestão Democrática e Movimento Estudantil. Isto
possibilitou o reconhecimento e/ou debate sobre as relações de poder presentes no
ambiente escolar, contribuindo para a afirmação da escola como espaço de aprendizagem
política.
O formato da Produção Didático-Pedagógica – PDP – foi estabelecido, como
caderno pedagógico, por ser pertinente à inserção de atividades em torno de
questionamentos, a fim de oportunizar aos participantes, momentos para repensar e intervir
na realidade estudada e vivenciada por eles, juntamente com a fundamentação teórica, para
que esta supra as intenções e objetivos, para além da interpretação, proporcionando o saber
como teoria e prática.
Entendemos que o ambiente escolar pode ser compreendido como espaço que
oferece uma pluralidade de poderes e saberes construídos e exercidos pela comunidade
escolar. Portanto, propomos analisar as ações políticas socialmente estabelecidas, ao
considerar o aluno como um ser político, ou seja, um cidadão em processo de compreensão
na construção de sua cidadania. Assim, com esta PDP, esperamos auxiliar na melhoria da
qualidade de ensino e de aprendizagem do Colégio Estadual Prefeito Antonio Teodoro de
Oliveira, bem como fortalecer o papel dos profissionais direta ou indiretamente envolvidos
no Projeto de Intervenção, e possibilitar aos alunos uma participação democrática, levando-
os a conhecer seus direitos e deveres, fortalecidos na razão das bases teóricas e filosóficas
sólidas, possibilitando que discutam as estratégias de políticas sociais que venham
melhorar as práticas educacionais, assim exercitando o seus direitos de cidadãos e
interlocutores do processo democrático no espaço escolar.
Lembrando que a democracia só se efetiva quando todos se envolvem e participam
das decisões tomadas por seus representantes. Desse modo, as decisões e as ideias
pensadas e executadas, necessariamente devem passar pela apreciação dos alunos e
comunidade escolar, para que esses segmentos possam ter um sentimento de participação
efetiva nesse processo. Desse modo, achamos necessário buscar meios de trazer os
alunos para junto da organização escolar, garantindo sua participação na discussão de seus
direitos e deveres, os quais, estão assegurados no ECA, implícito no artigo 53, e nas Leis
Federal e Estadual, despertando sua capacidade de mobilizar e questionar, preparando-os
para a tomada de decisões e participação coletiva.
Por isso, o nosso Projeto de Intervenção proporcionou a organização da
representação dos estudantes por meio do Grêmio Estudantil, entidade em que os
estudantes desempenham uma atividade política, permitindo sua participação em todas as
ações e decisões voltadas à garantia do processo de ensino-aprendizagem, assegurando,
também, o processo democrático, necessário a um espaço que fomenta a educação como
forma de igualdade e cidadania.
Esta é então, a intencionalidade proposta e incutida na produção didático-pedagógica,
constituída como caderno pedagógico, o qual está estruturado didaticamente em três
unidades temáticas:
1-Estatuto da Criança e do Adolescente e Democracia na Escola;
2-Gestão Democrática e Instâncias Colegiadas;
3-Movimento Estudantil e Grêmio Escolar e sugestões de atividades.
Cada unidade do Caderno Pedagógico apresenta um quadro de atividades com
momentos de interação pedagógica professor/aluno. No primeiro momento, apresenta
sugestões de atividades que visam abordar o conhecimento prévio dos estudantes sobre o
tema proposto, intitulado: Refletir... No segundo momento, um texto específico para leitura e
reflexão sobre o tema intitulado: Ler.... No terceiro momento, é priorizada a participação dos
alunos em grupos, onde a socialização dos conhecimentos se efetiva através de uma
plenária, e as divergências das ideias ali debatidas criam possibilidades de desenvolver o
senso critico e a defesa de sua argumentação, em relação a sua realidade social, intitulado:
Debater... E no quarto momento, a produção coletiva: construída a partir do ler, do refletir e
do debater, assim fundamenta, resultando na exposição dos trabalhos intitulado:
Produzir...
Intencionalmente, os textos que apresentamos no caderno, permeiam a proposta
Histórico-Crítica, a qual fundamentada nos princípios democráticos e pedagógicos,
possibilita metodologicamente criar condições para que os professores e estudantes
possam aprofundar conceitos e problematizar os aspectos histórico - político, discutir as
relações de poder estabelecidas na hierarquia escolar. E também, instigá-los a compreender
a importância da estruturação e participação política na escola, oferecendo subsídios para a
futura instalação do Grêmio Estudantil. Segundo Ariane A. Bianco “dessa forma, poderemos
dizer que a escola cumpriu o papel de dimensão política da educação” (BIANCO, 2008,
p.19).
No espaço escolar, mais precisamente no Colégio Estadual Prefeito Antonio Teodoro
de Oliveira, percebemos a necessidade de incentivar os alunos no desenvolvimento de
práticas e reflexões sobre a gestão democrática, implantada na escola pública. Por esse
motivo, o Grêmio Estudantil passa a ser o espaço ideal para se proliferar estes estudos,
oferecendo uma abordagem democrática ao papel dos alunos desta Instituição, garantindo
suas vozes na discussão de seus direitos e deveres.
Ressaltamos que é imprescindível que haja uma organização que represente os
alunos na escola, uma vez que, através dela, os alunos podem desempenhar uma atividade
política, exercer sua cidadania, ou seja: lutar por uma maior e melhor relação com a escola.
Enfim, por intermédio da organização e participação em um Grêmio, os alunos podem
aprender a fazer política.
Durante os meses de março e abril, nas 4ªs feiras em contraturno os alunos
estudaram a PDP. Na Unidade 1: Estatuto da Criança e do Adolescente e Democracia na
Escola, o estudo começou com os questionamentos:
1 – Você conhece o Estatuto da Criança e do Adolescente? 2 - Como você entende a
relação entre direitos e deveres da Criança e do Adolescente? Dos 17 alunos participantes
da capacitação, 05 responderam que sim e 12 que não à primeira questão e a segunda não
souberam opinar.
Percebemos que a maioria dos alunos relaciona o ECA, apenas ao Conselho Tutelar,
por isso é importante oportunizar-lhes o conhecimento do ECA para que entendam que ele
não veio apenas para tratar dos direitos das crianças e dos adolescentes, mas para garantir
junto a eles, seres em formação, seus deveres e direitos na sociedade. Grifamos que é uma
lei que tem como base o princípio da criança e do adolescente como “prioridade absoluta”.
Para que os alunos compreendessem melhor esse aspecto, discutimos o artigo 6º do ECA,
que consta o seguinte: "Na interpretação dessa Lei, levar-se-ão em conta os fins sociais a
que ela se destina, as exigências do bem comum, os direitos individuais e coletivos, além da
consideração da criança e do adolescente como pessoas em condição peculiar de
desenvolvimento". Vale lembrar que este artigo é a regra universal de interpretação de todos
os demais artigos do Estatuto.
O ECA nasceu fundamentado na Constituição Cidadã de 1988 que em seus artigos
227 e 228, implementa a revogação do Código de Menores e passa a considerar a criança e
o adolescente como sujeito de direito e inimputável antes dos 18 anos de idade. A escritura
da lei foi gerida, negociada, produzida pela atuação dos movimentos populares. É uma lei
criada pela sociedade civil organizada, não pelo governo, que só assinou forçado pela
grande pressão internacional contra o extermínio de crianças e pela necessidade de mostrar
que o Brasil tinha interesse em respeitar as convenções internacionais. Para o ECA, a
criança é cidadã, para o Código de Menores era ‘incapaz’.
Lembramos que o ECA mudou os paradigmas em relação ao menor, reconhecendo-
o como sujeito de direitos, assegurando-lhe, entre outros, o direito fundamental à educação.
Sendo assim, mudou a lei que alterou a relação entre a criança, adolescente e a educação.
Também ressaltamos que o ECA é resultado das mudanças ocorridas na sociedade e não
pode haver um distanciamento entre lei e realidade social, embora não se possa negar que
o dinamismo social é muito mais rápido que o legal. Buscamos esclarecer aos alunos o
contexto histórico de surgimento do ECA: um cenário de pressão política e práticas
conservadoras de assistencialismo e de paternalismo, no início da década de 90, no
governo Collor. Mas ainda hoje busca fortalecer-se como mecanismo para os graves
problemas sociais que ainda persistem.
A difusão do ECA na escola é um grande passo para sua aplicação, daí a
importância de apresentarmos o Estatuto e aprofundar o conhecimento sobre a lei, para
que os direitos dos alunos sejam conhecidos e respeitados no ambiente escolar, em
especial o direito à educação, à organização e à participação em entidades estudantis:
Nos termos do artigo 53 do ECA, a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparar para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, e que, deve ser assegurado, dentre outros direitos, o direito de organização e participação em entidades estudantis, conforme o mesmo artigo, inciso IV (ECA, 2004, p.18).
É importante que haja uma organização que represente os alunos na escola, pois
através dela, os alunos podem desempenhar uma atividade política, exercer sua cidadania,
ou seja: lutar por uma maior e melhor relação com a escola. Por intermédio da organização
e participação em um Grêmio, os alunos podem aprender a fazer política, garantindo suas
vozes na discussão de seus direitos e deveres.
Para Ariane A. Bianco, o Grêmio é o espaço apropriado para a aprendizagem do por
que, para quê, como e com quem na participação social, sendo o local de desenvolvimento
da consciência crítica que permite refletir sobre os erros e acertos nas relações sociais,
políticas, educacionais e de poder que se estabelecem dentro das escolas; é
experimentando o uso da voz e da vez e a respeitar os outros que se efetiva a participação,
condição necessária ao processo de democracia (BIANCO, 2008, p.18).
O ambiente escolar deve ser considerado como um local de participação política.
Contudo, para a efetivação dessa função é fundamental que a escola seja concebida como
geradora de apropriação do conhecimento acumulado pelas gerações atuais, por meio dos
conteúdos ou produtos histórico-sociais e, de modo mais específico, das relações de poder
presente no meio social (FELDE, 2008, p.10).
Dessa forma, achamos necessário promover na escola os mecanismos, espaços e
interações que favorecessem e estimulassem os nossos alunos a uma participação
estudantil e social mais crítica, contribuindo para a criação de um espaço escolar onde se
possa desenvolver atividades sociais, políticas e culturais através das quais haja uma
interação da comunidade.
Com relação à questão 2, uma das críticas mais ouvidas sobre o ECA, é que ele
estabeleceu somente direitos. Esta afirmação não é correta, uma vez que os deveres estão
implícitos nos direitos.
Para dar mais consistência ao nosso projeto, buscamos, também, em Ferreira
suportes teóricos. Para Ferreira, a todo direito corresponde uma obrigação. Logo, a relação
que se estabelece com os direitos citados no ECA, também, implica uma obrigação
decorrente de sua observância. Ele afirma que crianças e adolescentes devem ser
encarados como sujeitos de direitos e também passíveis de deveres, obrigações e
proibições (FERREIRA , 2011, p.86).
Bobbio diz que a todo direito corresponde uma obrigação e que o direito da criança
e do adolescente tem como limite o direito de outra criança, de outro adolescente ou de um
adulto, seja ele pai professor, etc (BOBBIO,1992, p.80).
Após estudos e reflexões, os alunos entenderam que direito e dever estão co-
relacionados: a criança e o adolescente tem direito a vida, o que tem como limite a vida do
outro; tem o direito de não sofrer violência, mas também tem a obrigação de não praticá-la;
tem direito de ser respeitado e o dever de respeitar; tem direito à educação e o dever de
deixar que seus professores trabalhem e seus colegas estudem, não causando indisciplina e
obedecendo o regimento escolar. A reflexão foi muito produtiva e os alunos passaram a
levantar outros exemplos.
Nos estudos da Unidade 2: Gestão Democrática e Instâncias Colegiadas, os alunos
foram questionados sobre as questões:
1 – O que você entende por Gestão Democrática?
2 – Você já ouviu falar em Instância Colegiada?
3 – Você conhece o Projeto Político Pedagógico de sua escola? Você participou desta
construção?
Na primeira questão, os 17 alunos não souberam dizer exatamente o que é Gestão
Democrática, mas relacionaram a palavra à democracia, no sentido de participação; ouviram
falar em Instância Colegiada, mas não sabiam definir exatamente o que era; não conheciam
o Projeto Político Pedagógico e também não participaram desta construção. Diante disto,
questiona-se: como participar do processo, sem conhecê-lo?
É muito importante que os alunos saibam como funciona a administração da escola.
A escola, por ser uma instituição, precisa ser administrada, gerida e organizada; neste
sentido estas palavras são sinônimas.
A gestão democrática é aquela que pressupõe a participação de todos os sujeitos
que compõe a organização escolar: professores, funcionários, alunos e pais e apresenta
uma concepção transformadora, descentralizadora e participativa. Pela participação, é que
conhecemos a dinâmica da organização escolar, das relações com a comunidade e os
objetivos propostos para a qualidade da educação ofertada pela escola. É experimentando
formas não autoritárias de poder, é decidindo coletivamente que se democratiza a escola.
No campo legal, a gestão democrática está assegurada pela Constituição de 1988, no artigo
206, inciso VI.
Destacamos que é através da LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que se
garante a gestão democrática na escola. Isto é uma grande vitória da educação brasileira e,
assim, passa a refletir a participação efetiva da comunidade escolar em prol de um trabalho
coletivo e participativo almejando resultados educativos amplos e significativos.
Realçamos que a educação procura fortalecer a gestão democrática na escola
pública através de seu projeto político pedagógico para oportunizar uma real participação
coletiva de toda a comunidade escolar, buscando novas ideias através do diálogo coletivo. É
na gestão democrática que buscamos a solução de dificuldades através do enfrentamento
dos problemas abordados, procurando uma solução em conjunto para que o espaço escolar
se torne um ambiente harmonioso e democrático, para objetivar a valorização na construção
do conhecimento e da aprendizagem. E para que os objetivos sejam alcançados, é preciso
que os alunos se tornem mais participativos, críticos, e que possam expor suas ideias;
assim estaremos formando cidadãos autônomos, participativos e independentes.
Para Bianco, uma escola a caminho da democratização deve abrir as portas para a
participação de todos os sujeitos que fazem parte desse espaço, alguns de forma
individualizada, outros por meio de sua representação colegiada. Aparecem, nesse cenário,
as Instâncias Colegiadas que constituem a Gestão Democrática: Associação de Pais,
Mestres e Funcionários, Conselho Escolar, Conselho de Classe e Grêmio Estudantil. Todos
esses setores têm como ponto comum: a função social da escola, que é a apropriação do
saber historicamente construído, avaliando e buscando soluções para os problemas que aí
se manifestam (BIANCO, 2008, p. 15).
Esse é o caminho que a comunidade tem para atuar na gestão da escola, pois assim
ela está se inteirando e opinando sobre os assuntos através da participação das reuniões,
podendo fiscalizar, fazer cumprir as decisões e opinar. A partir daí, ela muda de visão,
passa a fazer parte dessa gestão e começa a pensar na escola não apenas como um
organismo governamental, portanto externo e, sim, como um órgão público que deve ser
não apenas controlado e fiscalizado, mas sim dirigido por toda a comunidade escolar.
No desenvolvimento do Projeto, os alunos tiveram a oportunidade de manusear os
documentos da escola com a nossa supervisão. Na leitura/estudo do Projeto Político
Pedagógico puderam verificar como ele contempla a visão de mundo, de homem, de
sociedade, de escola necessária, política pública e comunidade externa à escola. Assim os
estudantes compreenderam que é esse conjunto que irá nortear a identidade da escola, ou
seja, a serviço de que sociedade e que tipo de homem a escola está se relevando. Este
entendimento contribui, efetivamente, para o aperfeiçoamento dessa construção, para que
ela resulte em melhoria da qualidade de educação em nossas escolas. Além do PPP, os
estudantes conheceram o Estatuto do Conselho Escolar e APMF, para saber a função de
cada membro da comunidade.
Após os estudos, percebemos que os alunos conseguiram entender o processo e
reconhecem que têm representatividade dentro dele. O diretor do Colégio foi convidado para
participar deste estudo sobre a Gestão Democrática e incentivou os alunos na formação do
Grêmio, ressaltando a importância de se trabalhar em parceria com a Equipe Dirigente da
Escola.
Dentro deste contexto, é possível colocar em prática o objetivo do grêmio, que é
reunir o corpo discente da escola, para discutir e defender os interesses individuais e
coletivos, incentivar a cultura literária, artística e desportiva, promover palestras e debates
sobre questões de interesse do ensino.
Na unidade 3: Movimento Estudantil e Grêmio Escolar, convidamos os alunos a
refletir sobre o objetivo final deste estudo. Como por exemplo: Você sabe o que é
necessário para a criação de um grêmio estudantil? - Você conhece o portal dia-a-dia
educação da Seed? Cinco (5) alunos já conheciam um pouco do processo para formação de
um Grêmio, pois participaram de uma capacitação feita pela APP Sindicato de Campo
Mourão. Quanto ao portal dez (10) alunos já conheciam, porque entram para acessar o
boletim eletrônico. Recomendamos este endereço eletrônico
http://www.alunos.diaadia.pr.gov.br/index.php, enfatizamos que, nesse ambiente, o
aluno pode obter informações sobre o grêmio estudantil, como: modelos de documentos
para criação do grêmio na escola, legislação, ações e o calendário de eventos.
Considerada a importância da atuação das instâncias colegiadas para uma gestão
democrática, foi necessário fazer um recorte sobre a importância da atuação da
representação do corpo discente na escola que é o grêmio estudantil e, também, do
movimento estudantil.
Apontamos, através de estudos de texto que essa organização é diretamente ligada
à União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), que surgiu em 1948. O
movimento estudantil, por seu caráter político, se posicionou contra o golpe militar em 1964.
Com a promulgação do Ato Institucional n.º 5 em 1968 (www.une.org.br), todas as ações
estudantis foram postas na ilegalidade, como uma forma de desarticulação política foram
proibidos de funcionarem, sendo instituídos em seu lugar os centros cívicos, os quais não
podiam desempenhar atividades políticas.
Nesse estudo, os estudantes compreenderam que, com o processo de
redemocratização ocorrido nos anos 80, as entidades estudantis voltaram a ter liberdade de
organização. Com a abertura política dos grêmios secundaristas, é regulamentada a Lei do
Grêmio Livre em 04 de novembro de 1985, através da Lei Federal 7.398. Mais tarde, com a
aprovação do ECA – Estatuto do Menor e do Adolescente em 1990, é prevista a
organização e a participação das crianças e adolescentes em entidades estudantis. A partir
daí, os grêmios tentam recuperar seu espaço de participação dentro da escola. Apesar de
estar assegurada em forma de Lei, a organização dos grêmios caracteriza-se como
“entidades autônomas representativas dos interesses dos estudantes secundaristas com
finalidades educacionais, culturais, cívicas esportivas e sociais” (BRASIL, 1985). Em termos
legais, os grêmios poderão se configurar como uma instância independente da direção, sem
o controle ou a tutela de qualquer outra instância dentro da escola. No entanto, acreditamos
que os alunos precisam de ajuda e orientação.
Seguindo a orientação legal, verificamos que alguns alunos vislumbram a
importância do Grêmio Estudantil, dentro das unidades escolares. E provocam sua
formação, porém acabam por ficarem a mercê de si mesmo, de sua falta de maturidade e de
experiência, contentando-se apenas com o cumprimento de uma formalidade legal, não se
levando em consideração o caráter pedagógico que essa organização pode desempenhar.
Muito menos os alunos fazem relação entre o papel da direção no processo de formação e
funcionamento dos Grêmios, o que pode gerar uma desconfiança sobre sua função
educativa. Por outro lado, existe ainda muita resistência para o incentivo à organização
dessa representação estudantil e sua participação nas decisões coletivas dentro das
unidades escolares (BIANCO, 2008, p.17). Daí, a necessidade de estudar os documentos
que possam auxiliar na criação de um Grêmio que efetivamente cumpra o seu papel dentro
e fora do espaço escolar.
É importante frisarmos que o grêmio estudantil é um órgão de representação do
corpo discente da escola; ele deve representar a vontade coletiva dos estudantes e
promover a ampliação da democracia, desenvolvendo a consciência crítica. No entanto,
para que isto aconteça, é necessário que os alunos conheçam as funções do grêmio e das
demais instâncias que compõem a organização escolar. Além de representar os estudantes
e defender seus direitos, estreitando a comunicação dos alunos entre si e com os outros
segmentos da comunidade escolar, principalmente com a direção, deve promover atividades
educacionais, culturais, cívicas, desportivas e sociais e se possível, realizar intercâmbio de
caráter cultural e educacional com outras instituições.
Desta maneira, entendemos que o grêmio estudantil é um espaço privilegiado para
empreender o espírito democrático e desenvolver a ética e a cidadania na prática.
Formação do Grêmio Estudantil pelos alunos do Colégio
Após os estudos, os alunos, com a nossa contribuição, começaram a se organizar
para a Formação do 1º Grêmio Estudantil do Colégio. Era necessário formar uma comissão
Pró-Grêmio (com representantes de classe) e uma Comissão Eleitoral. Os alunos
encontraram todos os documentos necessários no site diaadiaeducacao. Perceberam que a
tarefa era árdua, pois era muito burocrática. Eles precisaram passar por um processo
eleitoral, fazer um Plano de Ação, campanha em salas de aula e participar de uma
Assembleia Geral; só assim poderiam exercer a Democracia na Escola.
No começo, os alunos ficaram ansiosos e apreensivos, com a possibilidade de surgir
uma chapa concorrente. Afirmaram “que não era justo, eles tinham direito de participar do
Grêmio, pois tinham passado por uma capacitação”. Esclarecemos que não havia nenhum
documento que afirmasse que para concorrer com uma Chapa para o Grêmio Estudantil
tinha que ter participado da capacitação. Procuramos tranquilizá-los dizendo que caso
aparecesse outra chapa inscrita, eles tinham a vantagem de conhecer o processo de gestão
democrática da Escola e que no debate eles ganhariam, pois possuíam o conhecimento
necessário para participar de um Grêmio Estudantil.
Passado o prazo para inscrição de Chapas, não houve outra chapa concorrente e o
grupo se inscreveu como Chapa “Voz e Atitude”. Optamos em fazer todo o processo
normalmente, inclusive as eleições, para que todos participassem democraticamente.
Para elaborar o Plano de Ação, os alunos tiveram certa dificuldade; solicitamos que
tomassem cuidado com “promessas impossíveis” e colocações verbais. Sugerimos que
pesquisassem o Plano de Ação da atual direção, para que pudessem trabalhar em parceria
no que fosse possível, como, por exemplo, atividades educacionais, culturais, cívicas,
desportivas e sociais.
Os alunos se organizaram para passar nas salas de aula, no prazo estipulado pela
comissão eleitoral e se apresentaram aos alunos deixando fixado em cada sala e no pátio
da Escola, o Plano de Ação. Não participamos da apresentação, pois achamos que eles
ficariam mais a vontade. Mesmo porque concluímos ser um momento deles. Mas segundo
depoimento de colegas professores, eles se expressaram muito bem e afirmaram várias
vezes que “trabalhariam em parceria com a Direção”.
A comissão eleitoral passou de sala em sala com uma urna volante, no dia
13/05/2013, o voto foi direto e secreto. A escrutinação foi feita no mesmo dia, após os
alunos do noturno participarem da votação. Totalizando 478 alunos votantes, sendo 428
votos a favor e 50 em branco, a aceitação foi de 90%.
No dia 15/05/2013, fizemos uma “Cerimônia de Posse”. Optamos por fazer uma
cerimônia formal, com mesa de honra, Hino Nacional, Bandeiras, mestre de cerimonial e
tudo que se tem direito, com a participação dos alunos, da comunidade, convidados do
NRE, APMF, Câmera de Vereadores e Centro da Juventude. Os participantes se
empolgaram com a cerimônia, que teve um número expressivo de presentes. O Diretor
passou simbolicamente o Projeto Político Pedagógico da Escola, o Regimento Escolar e o
Estatuto do Grêmio Estudantil aos alunos eleitos. Os alunos se sentiram orgulhosos de
participar do cerimonial e fazer parte do 1º Grêmio Estudantil.
A primeira atividade do Grêmio foi ajudar na conscientização contra o abuso sexual
de crianças e adolescentes; eles foram em sala de aula distribuir uma cartilha sobre o ECA,
participaram de um Sarau no Centro da Juventude e de uma passeata promovida pela
Prefeitura Municipal de Campo Mourão.
A Direção convidou o Grupo para a formação da Diretoria da nova APMF e para
delibarar sobre uma verba recebida pela escola e onde seria investida tal verba. Ficaram
surpresos ao saber pelo Diretor, que parte da verba seria destinada para a instalação da
rádio escola, que era uma das propostas do Grêmio; eles não precisariam fazer promoções
para arrecadar tal fundo, ficaram radiantes.
O Grêmio Estudantil Voz e Atitude está se reunindo ordinariamente na 1ª quarta feira
de cada mês e, extraordinariamente, quando necessário. Embora não tenham uma sala
(sede), são bem acolhidos na escola; estão ajudando em todas as atividades
extracurriculares, como por exemplo: Festival de Talentos, Centenário de Vinicius de
Moraes, Conferência do Meio Ambiente, Desfile Cívico. No momento, o Grêmio está
desenvolvendo um Projeto com uma funcionária do Colégio “O Jovem e o Idoso”, cujo
objetivo é fazer visitas no Lar dos Velhinhos e propiciar aos jovens do Grêmio Estudantil o
contato com o idoso e sua condição em instituição de longa permanência; o projeto tem
como objetivos específicos: desenvolver no jovem o desejo de zelar pelo idoso; refletir sobre
as atitudes de tolerância dos jovens com relação aos idosos; conhecer as incapacidades
presentes no processo de envelhecer; conhecer as violações de direito do idoso enquanto
vítima da sociedade e, por fim, divulgar o trabalho realizado pelo Lar dos Velhinhos
Frederico Ozanan no Integraato (Projeto anual do Colégio, que envolve a comunidade
escolar), sensibilizando a comunidade com a expressão da questão social idoso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ouvir os alunos participantes do Grêmio Estudantil possibilitou uma real
compreensão da potencialidade da atuação dessa Instância Colegiada junto à Gestão
Escolar. Sabemos que o Grêmio é uma instância em afirmação nas escolas que tem que
lidar com diversas inovações e imprevisibilidades, mas com estudo e orientação os alunos
se mostram capazes de participar do processo educativo.
A organização do Grêmio concretizou a proposta do nosso projeto em promover a
participação política dos alunos no ambiente escolar. Considerando-se a abrangência do
projeto e o resultado alcançado, acreditamos que o estudo foi válido. Os alunos entenderam
que Grêmio não é só festa (promoção) e interclasse; que é preciso ter responsabilidade, que
eles estão representando um segmento da escola e desempenham uma atividade política,
pois é permitida sua participação em ações e decisões voltadas à garantia do processo de
ensino-aprendizagem, assegurando também o processo democrático.
Depreendemos, assim, que a escola, efetivamente, deve promover mecanismos que
favoreçam e estimulem em nossos alunos uma participação social e política, mais crítica e
democrática, através de uma instância capaz de desempenhar esse papel junto à
comunidade estudantil.
O Grêmio Estudantil, é sem dúvida, um meio de trazer os alunos para junto da
organização escolar, garantindo suas vozes na discussão de seus direitos e deveres.
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