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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

SIBELLE VILLA

A INTEGRAÇÃO DAS QUATRO HABILIDADES NO ENSINO

DE LÍNGUA INGLESA NO ENSINO MÉDIO

Londrina

2012

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SIBELLE VILLA

A INTEGRAÇÃO DAS QUATRO HABILIDADES NO ENSINO DE

LÍNGUA INGLESA NO ENSINO MÉDIO

Artigo Final – apresentado ao Núcleo Regional de Educação de Londrina e Secretária de Educação do Estado do Paraná/PR, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina, como requisito obrigatório para o desenvolvimento do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE e respectiva conclusão de curso. Orientador: Prof. Dr. Tacel Coutinho Leal Londrina

2012

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A INTEGRAÇÃO DAS QUATRO HABILIDADES NO ENSINO DE LÍNGUA

INGLESA NO ENSINO MÉDIO

Autora: Sibelle Villa1

Orientador: Tacel Coutinho Leal2

Resumo

Este artigo tem como objetivo principal discutir o uso efetivo das quatro habilidades: ouvir, falar, ler e escrever em Língua Inglesa, com alunos do primeiro ano do Ensino Médio. Para atingir este objetivo elaboramos um material durante o programa PDE, contendo quatro unidades. Para a elaboração deste material priorizamos informações pessoais e do cotidiano. Em todas as unidades utilizamos o “pre-reading”, “reading”, atividades de “listening” através de músicas e vídeos, atividades de “speaking” através de diálogos em exercícios de “pair work” e atividades de “writing” sempre realizadas após leitura de textos. Os resultados foram positivos. Após avaliação, através de questionário, verificamos a total aprovação do material e encaminhamento metodológico. Palavras-chave: Língua inglesa. Quatro habilidades. Ensino médio.

1. Introdução

Este artigo tem por objetivo discutir a utilização das quatro habilidades no

ensino de Língua Inglesa no Ensino Médio. O processo de implementação do

presente projeto foi realizado no ano de 2011 através do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretaria de Educação do Paraná.

Com uma breve revisão das metodologias sobre o ensino da Língua Inglesa,

procuramos expor os métodos existentes verificando sua eficácia na utilização no

processo de ensino aprendizagem. Acreditamos ser necessário ao profissional da

área o conhecimento do processo histórico pelo qual se desenvolveram os métodos

de ensino de línguas, a fim de que possa ter condições de ser crítico em relação à

metodologia e poder escolher os métodos mais apropriados.

Tendo em vista os aspectos relevantes de cada metodologia, tentamos

direcionar nosso trabalho no sentido de adaptarmos à nossa realidade. Levando em

consideração os diversos fatores que dificultam o processo de aprendizagem, tais

1 Especialização em Língua Inglesa e em Língua Portuguesa/ Professora no CEEP Castaldi.

2 Doutor em Língua Inglesa e Literaturas Correspondentes/ Professor Adjunto na UEL.

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como o excesso de alunos por sala, carga horária reduzida e falta de material

didático, propomos a aproximação das expectativas dos alunos.

Sugerimos através do desenvolvimento das quatro habilidades da língua

despertar o interesse dos alunos, fornecendo estímulos para que esteja mais seguro

em seu aprendizado e consiga relacioná-lo com sua realidade, fazendo com que a

língua aprendida seja trabalhada na sua totalidade.

No entanto, podemos observar nos documentos oficiais que o ensino de

língua estrangeira tem sido tratado de forma diferenciada em relação aos

encaminhamentos metodológicos. Podemos citar os Parâmetros Curriculares para o

Ensino Médio – OCEM (BRASIL, 2006), os Parâmetros Curriculares Nacionais do

Ensino Fundamental (BRASIL, 1998) e as Diretrizes Curriculares para a Educação

Básica – Língua Estrangeira Moderna (PARANÁ, 2008). Alguns desses documentos

sinalizam a necessidade de foco nas habilidades de leitura, outros defendem o

aprendizado das quatro habilidades linguístico-discursivas (ler, escrever, ouvir,

falar).

Da mesma forma, profissionais ligados à área de línguas estrangeiras se

dividem entre os que defendem seu ensino integrando todas as habilidades e os que

acreditam que a única habilidade que pode ser ensinada com sucesso é a leitura. Os

motivos para a defesa das habilidades de leitura são vários, dentre eles destaca-se

também a falta de oportunidades de uso de idioma. Por outro lado, as aspirações

dos alunos podem ser diferentes das proposições oficiais. Paiva (1998), em seu

projeto de narrativas de aprendizagem indica que os narradores atribuem muita

importância às habilidades orais em suas histórias. Nelas os aprendizes identificam

a aprendizagem de língua com a fala e com a compreensão oral, pois nenhum

narrador menciona a intenção de aprender a ler no idioma que estuda, mas sim de

falar a língua.

O entendimento de que os elementos constitutivos de uma língua são

inseparáveis, faz parte da argumentação seguida por defensores do ensino das

quatro habilidades e não apenas de leitura (LEFFA, 2006). Considerando que

partimos da premissa de que não deveria ser apenas a leitura a ser aprendida no

ensino médio, mas sim integrada às demais habilidades, é necessário conciliar essa

proposta com as orientações oficiais, uma vez que estas têm enfatizado a formação

para a cidadania tanto no ensino fundamental como no ensino médio. As OCEM-

LEM trazem, textualmente, a afirmação de que se deve ensinar a língua, e ao

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mesmo tempo, levar “à compreensão do conceito de cidadania enfatizando-o”

(BRASIL, 2006, p. 91), sendo que este conceito deve ser entendido como uma

noção ampla e heterogênea:

Ser cidadão envolve a compreensão sobre que posição/ lugar uma pessoa (o aluno, o cidadão) ocupa na sociedade. Ou seja, de que lugar ele fala na sociedade? Por que essa é sua posição? Como veio parar ali? Ele quer estar nela? Quer mudá-la? Quer sair dela? Essa posição o inclui/ exclui de que nessa perspectiva, no que compete ao ensino de idiomas, a disciplina Línguas Estrangeiras pode incluir o desenvolvimento da cidadania (BRASIL, 2006, p. 91).

O documento sugere orientações didático-pedagógicas que visam à

conscientização e ao desenvolvimento de senso de cidadania na aula de LE,

reforçando as propostas de interdisciplinaridade, transdisciplinaridade, da

transversalidade, no intuito de promover a compreensão das relações entre as

disciplinas pedagógicas e delas com a sociedade e a vida dos alunos. O resultado

que se espera é uma maior compreensão da complexidade social em que vivem os

cidadãos, e a conscientização de que a diversidade é um dos componentes dessa

complexidade. É o que encontramos nas Orientações Curriculares para o Ensino

Médio – OCEM (BRASIL, 2006, p. 94).

Um dos objetivos da disciplina de Língua Estrangeira Moderna é que os envolvidos no processo pedagógicos façam uso da língua que estão aprendendo em situações significativas, relevantes, isto é, que não se limitem ao exercício de uma mera prática de formas lingüistas descontextualizadas. Trata-se da inclusão social do aluno numa sociedade reconhecidamente diversa e complexa através do comprometimento mútuo (PARANÁ, 2008, p. 57).

Diante de tantas controvérsias, procuramos orientar nosso projeto de

intervenção pedagógica, buscando a exploração das quatro habilidades da língua

estrangeira, promovendo seu total desenvolvimento. Instrumentalizando o indivíduo

através do domínio de uma língua estrangeira, estamos direcionando-o para uma

melhor interação no mundo globalizado.

Este projeto foi implementado no Centro Estadual de Educação Profissional

Professora Maria do Rosário Castaldi no primeiro ano do Ensino Médio, no segundo

semestre de 2011, Londrina, PR. Iniciamos a aplicação deste projeto com avaliação

diagnóstica verificando as concepções dos alunos sobre a disciplina, diante de

diversos posicionamentos em relação à Língua Inglesa, evidenciamos a

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necessidade de adotarmos novas posições em relação à metodologia,

principalmente em relação à habilidade oral.

Durante a aplicação deste projeto foram adotadas posições didáticas

flexíveis que possibilitaram uma participação ativa dos alunos, como parcerias entre

professor e aluno dinamizando as aulas de forma significativa, construindo assim

uma relação democrática, dialógica e coerente.

Para as referidas propostas foram elaboradas unidades integrando as quatro

habilidades, textos de gêneros tanto orais, quanto escritos, organizados

tematicamente. A participação dos alunos durante as aulas foi notoriamente

marcado pela motivação, sendo esta a ferramenta primordial que norteou a

implementação de nosso projeto.

Observamos que uma vez motivados, os alunos encontram razões para

aprender, e em relação ao processo de aprendizagem da língua estrangeira

podemos afirmar, como propõe Gardner (2001, p. 129) que “a motivação é um

elemento central para determinar o sucesso na aprendizagem de línguas em

ambiente de sala de aula”.

Gardner (2001, p. 129) também destaca a importância do contexto de ensino

para a pesquisa em motivação ao afirmar que “[a] aprendizagem de línguas

acontece em diferentes contextos e, como existem muitas diferenças culturais ao

redor do mundo, é importante levar em consideração a natureza do contexto de

aprendizagem a fim de entender as dificuldades pelas quais os alunos vão passar”.

Esta proposta tem como objetivo aproximar-se das expectativas dos alunos,

fazendo com que a língua aprendida seja trabalhada na sua totalidade, elegendo a

motivação como elemento essencial no processo de aprendizagem.

2. Fundamentação Teórica

A discussão sobre a metodologia mais eficaz no ensino de línguas

estrangeiras é vasta e pertinente. Na procura do método mais apropriado

encontramos vários autores, como Prator (1979, p. 5) que afirma que os defensores

e adeptos de um novo método negavam a validade dos métodos anteriores. Nunan

(1995) aponta que se acreditava na possibilidade de desenvolvimento ou descoberta

de um método que pudesse ser bem sucedido em todos os contextos e com todos

os alunos. Movidos pela necessidade de mudança, encontramos diversas

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orientações, métodos e teorias que pretendem facilitar o aprendizado da língua

estrangeira.

Convém aqui diferenciarmos aprendizagem e aquisição (LEFFA, 1998, p.

211-263), termos constantemente empregados em relação ao ensino de línguas

estrangeiras. De acordo com o autor, entende-se por aprendizagem o

desenvolvimento formal e consciente da língua, normalmente obtido através da

explicação de regras. Aquisição é o desenvolvimento informal espontâneo da

segunda língua, obtida normalmente através de situações reais, sem esforço

consciente. Na aprendizagem, o enunciado tem origem na língua materna, podendo

conscientemente passar para a segunda língua. Na aquisição, o enunciado já se

origina diretamente na segunda língua. É conveniente nos familiarizarmos com este

termos uma vez que nosso objetivo consiste em apontar os melhores

encaminhamentos metodológicos para o ensino da LE.

É na segunda metade do século XX que encontramos a maior procura por

métodos de ensino de línguas estrangeiras. Foi durante este período que vários

métodos foram desenvolvidos, modificados e também aperfeiçoados. Em relação ao

ensino de línguas a reforma de 1931 sugeriu mudanças não somente em relação

aos conteúdos, mas também à metodologia.3

As instruções metodológicas direcionavam-se para o uso do Método Direto

ou Abordagem Direta, que consistia no ensino da língua pela própria língua. Isto é,

através da conversação e discussão sem a explicação da gramática, que era

transmitida indutivamente. Os novos vocábulos eram ensinados por meio de objetos

e o abstrato através de associação de ideias; com ênfase na fala e na compreensão

oral, desenvolvia-se o Método Direto.

Encontramos no Método Direto, pela primeira vez, na aula de LE, a

utilização das quatro habilidades da língua, no entanto, devido ao fato de não

existirem materiais disponíveis para a efetivação deste método, ocorreu uma

retomada da Abordagem Gramatical priorizando a habilidade de leitura.

Neste período, estudos comparativos entre Abordagem Direta e Abordagem

da Gramática e Tradução foram realizados. Entre eles, destaca-se, através de uma

das maiores pesquisas sobre o ensino de línguas, o Modern Foreign Language

Studies. Esta pesquisa realizada nos Estados Unidos em 1923 e concluída no

3 No Brasil, no ano de 1932 no Colégio Pedro II (Rio de Janeiro) foi introduzido oficialmente o que havia sido feito na França em 1901 através de uma reforma radical.

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Canadá em 1927 abordou os diferentes aspectos do ensino de línguas, onde ficou

evidente que o objetivo da aprendizagem de línguas na escola secundária deveria

ser prático. Foi proposta então uma combinação entre as duas abordagens, a

primeira utilizava a ênfase na língua escrita, reforçando as regras gramaticais em

termos essenciais para a compreensão, da Abordagem Direta reforçava-se o

conceito que o aluno deveria estar exposto à língua.

Porém, a proposta de utilização contínua da língua estrangeira não era

possível diante das condições das escolas, e consequentemente, o desenvolvimento

das quatro habilidades não estava ocorrendo. E em contrapartida alguns defendiam

que o domínio oral não era uma das necessidades dos alunos.

Os objetivos do ensino da língua direcionavam-se agora para a Abordagem

da Leitura, o desenvolvimento do vocabulário era essencial, predominando

atividades escritas, a gramática era utilizada para a compreensão de leitura. Sem

dúvida, as críticas negativas sobre esta abordagem foram frequentes, pois a

orientação para o desenvolvimento de uma única habilidade era ineficaz como

segue a afirmação de Valnir Chagas (1957, p. 420):

Há uma interdependência tão íntima dos quatro instrumentos do ensino dos idiomas – ouvir, falar, ler e escrever que nenhum deles poderá ser atingido isoladamente, sem que se dê justo relevo aos demais. Treinados exclusivamente para a leitura os escolares americanos terminaram por não aprenderem nem mesmo a ler. Não se altera impunemente a ordem natural das coisas.

Em oposição à Abordagem para a Leitura surgiu durante a Segunda Guerra

Mundial a Abordagem Audiolingual. Isto ocorreu pela necessidade urgente de

falantes de línguas estrangeiras. As aulas, intensivas, foram realizadas com turmas

reduzidas. Com o tempo o método foi evoluindo, e linguistas o denominaram

Abordagem Audiolingual. Nesta metodologia a oralidade foi enfaticamente

valorizada, o aluno deveria primeiramente ouvir e falar, depois ler e escrever, tal

como ocorre na língua materna. Aqui encontramos o uso dos laboratórios de línguas

em busca da pronúncia perfeita através de gravações de falantes nativos; exercícios

de repetição foram fortes aliados. Acreditando que o aprendizado da língua era

através da prática, dispensava-se a explicação de regras. Este método dominou o

ensino de língua até o início da década de 1970. Neste movimento destacam-se

Skinner no campo da psicologia e Bloomfield no campo da linguística.

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No entanto, surgiram questionamentos a respeito do método.

Questionamentos acerca das intermináveis repetições, e mesmo dúvidas se o aluno

emitia as frases sem entendê-las. O processo da automatização da língua

confrontou-se com o humanismo e com o cognitivismo predominantes na psicologia

vigente, que não aceitava a aprendizagem de maneira fragmentada.

Encontramos então no ensino de línguas um período de crise, pois em

oposição à Abordagem Audiolingual, não houve de imediato outra abordagem para

substituí-la. Segue assim o desenvolvimento de vários métodos para auxiliar na

aprendizagem tais como a “Sugestologia de Lozanov”, “O método de Curran /

Aprendizagem por Aconselhamento”, “Método Silencioso de Gattengo”, “Método de

Asher” e “Abordagem Natural” (baseada na teoria de Stephen Krashen) e a

“Abordagem Comunicativa”.

Esta última causou grande impacto no ensino de línguas, enfatizando a

semântica da língua. Seu objetivo era expressar o que se faz através da língua,

utilizando linguagem apropriada a cada situação real de uso para estabelecer a

comunicação como objeto principal. Sem haver restrição à língua materna, não há

também preferência na apresentação das quatro habilidades podendo haver ênfase

em uma só. O papel do professor não é mais de autoridade, mas sim de orientador

no processo de aprendizagem, aqui o diferencial da valorização da participação do

aluno é notável. Nessa perspectiva, é presente a figura de Vygotsky (1896-1834).

O sucesso da Abordagem Comunicativa foi intenso, e consequentemente

suas ideias foram difundidas entre os metodólogos, consolidando-se até hoje.

Baseada na interação, na assimilação natural da língua estrangeira, vários materiais

didáticos foram feitos, porém também há problemas no seu uso prático.

Diante de tantas metodologias propostas, concluímos que todas têm pontos

positivos e negativos, e que uma metodologia pode funcionar em determinadas

ocasiões e não funcionar em outras, que o método correto pode depender das

circunstâncias e contexto em que se encontram as situações de aprendizado.

Em relação ao ensino de Língua Inglesa em nossas instituições no Ensino

Médio, atualmente, procuramos apontar encaminhamentos metodológicos que nos

propiciem melhores resultados ao processo de aprendizagem e domínio da língua.

Tendo em vista, os problemas que nos cercam, advindos de nossa realidade e

também das diversas propostas que nos foram apresentados ao longo de nosso

processo histórico e educacional, tentamos propor caminhos atrelados à nossa

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realidade e às nossas necessidades. Acreditamos que o ensino da Língua Inglesa

com ênfase nas quatro habilidades pode ser um aliado possível na aproximação do

indivíduo com a realidade na qual está inserido.

Levando em consideração todas as experiências anteriores em relação às

metodologias, procuramos privilegiar as quatro habilidades, integrando-as de

maneira contínua na sala de aula. Compreendemos que para o desenvolvimento das

habilidades é necessário estarmos atentos na aplicação de atividades receptivas, ou

seja, a leitura e compreensão oral, pois é de grande importância a ativação do

conhecimento prévio, uma vez que o aluno identifica seu conhecimento sobre o

assunto e desperta motivação para o domínio do conteúdo. Nesta perspectiva

compreendemos a leitura como um ato comunicativo, em que o leitor e autor

compartilham juntos, a ideia desenvolvida no texto.

No entanto, são as habilidades receptivas (ouvir e ler) que proporcionam o

input ao aluno para que ele esteja preparado para a habilidade produtiva (escrever e

falar). A aprendizagem é baseada na interação, na assimilação natural da língua,

apregoado pela Abordagem Comunicativa, citada anteriormente. No processo de

interação das quatro habilidades, é necessário o entrelaçamento das quatro

habilidades comunicativas: compreensão auditiva, expressão oral, compreensão

leitora e expressão escrita.

Tendo em vista que a expressão oral é a habilidade praticada desde os

primeiros anos de vida, é importante sua valorização para desenvolver a prática

comunicativa enquanto interação social. Segundo Ong (1998, p. 87), relacionando a

oralidade/escrita destaca que a oralidade expressa pensamentos, sentimentos e

experiências. Congrega as pessoas conforme ao pensamento situacional, bem mais

do que ao abstrato, envolvendo ações coletivas com equilíbrio harmônico entre

professor e aluno possibilitando maior dinamismo para manter a disciplina e

motivação na sala de aula.

Observamos que atividades com objetivo na oralidade favorecem a

percepção da língua, então, o professor deverá utilizá-las aliadas à compreensão

oral para iniciar os alunos na atividade de falar em público e em diversos gêneros.

Em relação à utilização das atividades orais em sala de aula, utilizando

como agente mediador a ludicidade e a perspectiva sociointeracionista de Vygotsky

(1896–1943) o desenvolvimento da linguagem ocorre em duas instâncias,

primeiramente externa ao indivíduo e depois interna: a primeira ocorre nas trocas

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sociais, e a segunda num processo mental, no qual as trocas sociais exercem um

movimento de interiorização.

A compreensão leitora é um processo no qual interage o leitor e o texto.

Nesta perspectiva, a leitura tem função de satisfazer necessidades comunicativas e

informativas. A respeito das quatro habilidades, Nicholls (2001, p. 44) afirma que:

As quatro habilidades são apresentadas concomitantemente, já que não prevalece mais a noção de prioridade de uma sobre a outra. Os alunos usam as quatro habilidades desde o início. Do mesmo modo que se compreende que a comunicação ocorre através da negociação do sentido entre falante e ouvinte, assim também considera-se que o ensino sobre o sentido de um texto escrito é produzido na intenção entre leitor e autor. Embora o autor esteja à distância, ele garante a compreensão do leitor através do uso de gramática textual. O leitor, por sua vez, tenta compreender as intenções do autor e negociar seus sentidos através da interação com o texto.

Uma vez que os alunos participem de uma atividade real envolvendo as

habilidades, é possível que eles aprendam não apenas os conteúdos linguísticos,

mas também outros ligados a própria ação.

Com o objetivo de desenvolvermos formas de interação entre as habilidades,

é necessário recorrer à aplicação de práticas pedagógicas que são efetivamente

importantes para a realização de nossos objetivos como, por exemplo, atividades em

pares, pois segundo Bygate (1988 apud D’ELY, 2004, p. 85): “Atividades em pares

têm sido vista como uma atividade proveitosa no campo da metodologia de língua

estrangeira, em que os aprendizes aprendem através da negociação de significados,

onde podem explorar conversação e /ou diálogos”.

Assim, utilizando atividades de “speaking”, “listening”, “reading” e “writing”

em contextos significativos, fazendo uso da língua em sua própria experiência de

vida e conhecimento do mundo contribuindo para ampliar a visão crítica do aluno,

estamos tentando aprimorar nossa metodologia de acordo com nossa realidade.

3. Metodologia

A aplicação do presente projeto realizou-se no Centro Estadual de Educação

Profissional Professora Maria do Rosário Castaldi, situado à Avenida Arthur Thomas

no Jardim Jamaica, na cidade de Londrina-PR, com aproximadamente 31 alunos do

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primeiro ano do Ensino Médio no período vespertino, durante o segundo semestre

do ano letivo de 2011.

Tendo em vista a necessidade de trabalhar as quatro habilidades em Língua

Inglesa, procuramos integrá-las de forma coerente utilizando a metodologia

apropriada à cada situação.

No dia 22 de julho de 2011 no CEEP Professora Maria do Rosário Castaldi,

no curso de Jornada Pedagógica, foi apresentado o projeto para a comunidade

escolar: direção, equipe pedagógica, professores e funcionários. Durante a

apresentação do projeto foi especificado a importância de explorar as quatro

habilidades da Língua Inglesa, objetivando uma formação mais completa do

educando, sua qualificação para o trabalho e sua interação no mundo globalizado. O

propósito educacional adotado pelo CEEP Castaldi tem como filosofia a Pedagogia

Histórico Crítica.4

A proposta deste projeto teve uma ótima recepção por parte de toda equipe

do colégio, por estar de acordo com a filosofia do colégio. Na implementação

pedagógica deste projeto utilizamos o material didático que foi produzido durante o

Programa de Desenvolvimento Escolar / PDE. O material consiste em quatro

unidades, a organização temática permite explorarmos as quatro habilidades,

iniciando-se com atividades de pré-leitura, leitura, atividades de audição, escrita e

atividades orais. Durante o desenrolar das atividades observamos que muitas vezes

o desenvolvimento das habilidades ocorreu de maneira concomitante. Convém

ressaltarmos aqui a afirmação de Nicholls (2001) que as quatro habilidades devem

ser apresentadas simultaneamente, sem haver preferência de uma sobre a outra,

pois o aluno usa as quatro habilidades desde o início, é o que analisamos durante a

aplicação desde projeto.

A partir do mês de agosto iniciamos com os alunos da turma 1º MB a

implementação deste projeto. Foi então realizada uma aula expositiva sobre a

importância da disciplina, conscientizando os alunos sobre a necessidade do

domínio da Língua Inglesa como ferramenta de trabalho e a consequente interação

no mundo. Os alunos demonstraram interesse e participaram de maneira receptiva.

Foi aplicada uma avaliação diagnóstica através de discussão com os alunos e

4 A visão do CEEP Castaldi é de ampliar a formação educacional dos alunos para que tenham conhecimento da realidade na qual estão inseridos, para que possam interferir na sociedade, tendo consciência que têm possibilidade de modificá-la, e não apenas preparar os alunos para vestibulares e concursos.

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execução de um questionário com perguntas relacionadas à sua vida escolar,

proporcionando aos alunos a oportunidade de expressarem seus conhecimentos

sobre a língua, o tipo de metodologia de que eles têm conhecimento e o tipo de

estudo que mais os atraem. Desta maneira foi possível fazer uma análise do nível da

turma.

Entre as atividades, utilizamos “pair work”, consideradas proveitosas na

visão de Bygate (2004). Foram priorizadas informações pessoais e do cotidiano.

Utilizamos o material elaborado durante o programa PDE, iniciando pela unidade do

“Facebook”. Para sua elaboração deu-se prioridade a temas acessíveis e de

interesse dos alunos. Isto porque favorecem a compreensão, a participação e

conhecimento prévio. Tendo em vista que a valorização do conhecimento dos alunos

contempla a fase inicial do processo de aprendizagem, podemos citar as palavras de

Kleiman (2001, p. 16):

[...] ninguém gosta de fazer aquilo que é difícil demais, nem aquilo do qual não se consegue extrair o sentido. Essa é uma boa caracterização da tarefa de ler em sala de aula: para uma grande maioria dos alunos ela é difícil demais, justamente porque ela não faz sentido.

No início de cada unidade, utilizou-se o “pre-reading’, possibilitando a

ampliação do assunto abordado no texto, através de discussões e debates. As

atividades de “listening” foram realizadas através de músicas e vídeos relacionados

aos temas explorados no texto. As atividades de “speaking” foram realizadas através

de diálogos em exercícios de “pair work” de acordo com cada unidade. Quanto à

atividade de “writing”, esta sempre foi realizada após a leitura de textos.

Após análise do questionário, iniciamos os trabalhos realizando uma

atividade de “pair work”, aproveitando o interesse dos alunos pela oralidade. A

atividade consistia em perguntas relacionadas ao nome, cidade, onde nasceram,

idade e atividades que realizam no dia a dia. Após esta atividade, iniciamos o

trabalho com as unidades, abordando o tema “Facebook”, e em todas exploramos as

quatro habilidades: “reading”, “listening”, “speaking” e “writing”.

Por estar mais próxima à realidade dos alunos e por acreditar ser a mais

significativa, começamos os trabalhos com a unidade 2 no mês de agosto. Cabe

aqui ressaltar que o professor deve perceber o momento adequado para introduzir

este ou aquele encaminhamento. No mês de setembro trabalhamos a unidade 3, no

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mês de outubro a unidade 4, e finalmente no mês de novembro a unidade 1. Na

semana de 21 a 25 de novembro, finalizamos este projeto com resultados bastante

positivos e relatamos a seguir a análise sobre os resultados.

4. Análise dos Resultados

Quanto ao questionário aplicado, as respostas dos alunos foram reveladoras

na sua capacidade crítica: depois de quatro anos de contato com a língua inglesa,

afirmaram ter domínio apenas do verbo “to be”; dominavam apenas a leitura e

escrita e nada de produção oral; gostavam bastante de músicas e filmes, mas como

não entendiam a língua, serviam apenas para preencher o horário. Em relação às

expectativas do ensino da língua, percebe-se tanto descaso quanto interesse.

Interesse de alguns porque conscientes da necessidade de conhecer outra língua.

Iniciamos os trabalhos com a unidade 2, primeiramente com “pre-reading”,

houve interesse geral. Praticamos a oralidade do texto, mas os alunos queriam

escrever e realizar uma tradução fiel ao texto na língua base. Estes só se sentiam

seguros quando escreviam, mas enfatizamos a ideia de que aprender inglês não é

somente escrevendo. Com o diálogo proposto no texto, fizemos um “pair work”.

Houve grande participação, pois os alunos se motivaram muito. Em seguida

iniciamos uma produção de texto e após entrega da composição, alguns alunos

pediram para ler. Observamos que muitos têm interesse em se expressar bem

oralmente. Para finalizar a unidade, trabalhamos com a música ”What’s my name”?

Com esta atividade, questionamos os alunos acerca do que responderam no

questionário sobre aula de música servir apenas para preencher o horário.

Responderam que agora era diferente porque conheciam o assunto e conseguiam

entender e cantar a música.

Em setembro estudamos a unidade 3, com o tema “Sleeping”. Iniciamos com

“pre-reading”; os alunos, em “pair work” realizavam uma conversa sobre a troca de

informações entre pessoas sobre a rotina do sono. Foi necessário rever o assunto

“horas” para ser possível o diálogo. Os alunos realizaram atividades de vocabulário

e compreensão do texto. Então, pediram para lermos novamente o texto, pois

afirmaram querer ler corretamente em inglês. Observamos que quando damos a

devida atenção para nossos alunos, eles se sentem seguros e vão perdendo a

timidez quanto à expressão oral. Como próxima atividade, ouvimos através do site

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Youtube a reportagem “Teenager Sleep Study”. De início foram unânimes em dizer

que não haviam entendido nada, após várias repetições ficaram motivados porque

começaram a compreender. Finalizando esta unidade, trabalhamos com a atividade

de “speaking”, proposta no material, em “pair work”, não houve dificuldade.

Em outubro iniciamos a unidade 4, por insistência dos alunos. O assunto,

“Ronaldo Nazario - the phenomenon”, era de conhecimento dos alunos, por isso de

grande interesse. Já haviam lido o texto e realizado alguns exercícios. Nesta

unidade, percebemos que os alunos, inconscientemente, imploram por nossa ajuda

e orientação. É, certamente, através de nosso incentivo que veremos resultados,

temos que ter a percepção de direcioná-los na aprendizagem. Esta alcançada pela

valorização e motivação.

Iniciamos esta unidade em atividade de “pair work”, sobre perguntas e

respostas a respeito da preferência de time e jogador de futebol. Observamos

grandes mudanças nos alunos, antes tímidos e amedrontados com as atividades de

interação, agora erguiam as mãos e queriam compartilhar suas ideias. Pediram para

ler oralmente o texto e se motivaram porque sentiam que estavam se expressando

bem em inglês. Como estava proposto no material, realizaram pesquisa sobre

“Ronaldo’s biography”. Em relação à atividade “writing”, iniciamos com a leitura do

texto “Pelé”. Os alunos realizaram pesquisas e então fizeram a produção dos textos.

Como atividade de “listening”, foi proposto trabalho com a música “Simply the Best”,

de conhecimento de todos. Como havia muitas palavras desconhecidas, pediram a

tradução da música. Descobriram, através de pesquisa na internet, que havia

homenagens ao esportista Airton Senna com esta música. E concluíram que só os

heróis realizam algo de sucesso merece esta homenagem. A atividade de “speaking”

foi realizada através de diálogo, em exercícios de “pair work”. Este motivou bastante,

pois citava importantes jogadores de futebol como, Romário, Maradona, Zico e

David Beckham.

Em novembro teve início a unidade 1. Foi importante ouvir os alunos, por

isso esta primeira unidade ficou para o final. E, ao contrário do que foi esperado, em

vez de desmotivada e cansada pelo final de ano, a motivação desta turma esteve

sempre presente. Já não afirmavam não estarem entendendo nada em inglês como

faziam no início. Mostraram-se sem medo e isto porque apresentamos um material

simples e de acordo com a realidade dos alunos. Os alunos, agora tranquilos, leram

o texto, assinalaram as palavras desconhecidas e antes que fosse solicitado,

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realizaram os exercícios, sem muitas dúvidas. Fizeram questão de ler o texto

oralmente e estiveram atentos quanto à pronúncia correta, principalmente nos

esportes sugeridos.

Para a atividade de “listening”, ouvimos a música “Move Your Body”, de

Beyoncé, que teve ótima recepção. Cantaram a música sem nenhuma inibição. A

atividade de “writing” foi realizada após leitura de texto sobre esportes. Redigiram o

texto sem pedir auxílio. Se antes esta atividade não era bem recebida pelos alunos,

hoje é aceita com vontade e determinação. É possível constatar que a rejeição

acontecia pela dificuldade em realizá-la. Após escreverem os textos, eles mesmos

sugeriram outras atividades não relacionadas no material didático. Em sequência,

passamos para o “speaking”, lemos o diálogo e surgiram várias duplas para se

expressarem oralmente. Constatamos que essas atividades foram realizadas com

espontaneidade. Na atividade seguinte, fizeram sem dificuldade o “pair work”, a

maioria com fluência, elaborando outra pergunta ao exercício. Findado o material,

muitos lamentaram, demonstrando estar ansiosos pela continuidade em participarem

dessas atividades.

Realizamos, então, um questionário para avaliar o material e as aulas. A

aprovação foi unânime, tanto do material, quanto dos encaminhamentos

metodológicos que utilizamos. Isto porque, segundo os alunos, o material estava de

acordo com sua realidade.

A aplicação deste projeto trouxe resultados surpreendentes. Sabemos que

motivação faz parte do aprendizado, mas muitas vezes, nós, professores acabamos

nos desmotivando diante de tantas adversidades que encontramos. Portanto, foi

gratificante termos realizado um trabalho com sucesso.

5. Considerações Finais

Neste trabalho, procuramos verificar a possibilidade da utilização das quatro

habilidades: ler, ouvir, falar e escrever, nas aulas de Língua Inglesa, de maneira

integrada, aproximando-se das expectativas dos alunos, trabalhando a língua em

sua totalidade e assim despertar neles possibilidades de questionamentos sobre a

importância de se comunicarem em outra língua.

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Metodologias já testadas anteriormente, ao longo de nossa história, foram

revisadas, com o objetivo de conhecer e através de uma postura crítica, escolher o

método mais adequado para os alunos.

Durante a aplicação deste projeto de implementação, foi notável observar a

resistência e insegurança dos alunos, habituados aos métodos tradicionais, diante

de uma metodologia mais dinâmica. Isto porque mudanças e inovações carecem de

um direcionamento seguro, não só na disciplina de Língua Inglesa, mas também em

todas as outras.

Definir a metodologia adequada exige, de nós, educadores, constantes

estudos e ampla análise para nos interarmos da realidade, necessidades pessoais e

sociais. Cabe a nós, portanto, promover oportunidades de uso da língua e oferecer

liberdade para que os alunos utilizem estratégias nas quais melhor se adaptem. E

também adotando alternativas que conduzam os alunos a um real interesse pela

disciplina. Interesse despertado pela conscientização de que diante dos avanços e

transformações que ocorrem na sociedade, o domínio da língua inglesa merece ser

visto como uma ferramenta importante para sua interação significativa no mundo

contemporâneo e para seu desenvolvimento intelectual. Cabe, portanto, a cada

educador preparar-se para atender adequadamente seus alunos. Ter objetivos

claros, vontade e meios para alcançá-los deveriam nortear o trabalho de todos os

educadores.

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